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Sumário COMPILADO DICAS JAN 2019 SEMANA 2...................................................................................... 2 CONSTITUCIONAL .......................................................................................................................... 2 #Dicas - Processo Legislativo (jan 2019).................................................................................... 2 A Fazenda Pública possui prazo em dobro para interpor recurso extraordinário de acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça em sede de representação de inconstitucionalidade (art. 125, § 2º, da CF/88)? Aplica-se o prazo em dobro do art. 183 do CPC/2015 aos recursos extraordinários interpostos em ações diretas de inconstitucionalidade no âmbito dos Tribunais de Justiça? ................................................................................................................. 5 ADMINISTRATIVO .......................................................................................................................... 5 #Dicas - Licitações (8.666) (jan 2019) ........................................................................................ 5 É possível limitar a participação de consórcios em licitações (jan 2019)?.............................. 11 #Dicas - Intervenção do Estado na Propriedade Privada (ATT jan 2019) ................................ 11 #Dicas - Bens Públicos – Administrativo (jan 2019) ................................................................ 18 PROCESSO CIVIL .......................................................................................................................... 26 A técnica do julgamento ampliado colegiado é recurso (jan 2019)? ...................................... 26 TRIBUTÁRIO ................................................................................................................................. 27 Atenção Tributário (jan 2019): ................................................................................................ 27 #Dicas - Suspensão do CT (Atualização de JAN 2019) ............................................................. 27 CIVIL............................................................................................................................................. 34 #Dicas - Obrigações - Atualização JAN 19 ............................................................................... 34 Mini SIMULADO CIVIL (jan 2019) ............................................................................................ 43 #Dicas - Posse (Atualização JAN 2019) .................................................................................... 45 Qual o prazo para usucapir servidão? (jan 2019).................................................................... 53 #Simulado - Direito Civil (jan 2019) ......................................................................................... 54 #Dicas - Princípios Contratuais e parte geral dos contratos (Atualização JAN 2019) ............. 56 EMPRESARIAL .............................................................................................................................. 63 TÍTULOS DE CRÉDITO - RESUMO - PARTE 1 (JAN 2019) .......................................................... 63 AMBIENTAL ................................................................................................................................. 65 #Dicas - Código Florestal (Atualização JAN 2019) ................................................................... 65 ECONOMICO................................................................................................................................ 73 DIREITO ECONOMICO - PARTE 6 - Eros Grau - Direito Econ Esquematizado e Resumos (jan 2019) ....................................................................................................................................... 73

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Page 1: Compilação dicas jan 2019 semana 2 - Conteúdos PGE...uma questão sobre o tema na prova da PGE-SC. Vou destacar algumas hipóteses mais importantes: 3.1 Para a COMPRA OU LOCAÇÃO

Sumário COMPILADO DICAS JAN 2019 SEMANA 2 ...................................................................................... 2

CONSTITUCIONAL .......................................................................................................................... 2

#Dicas - Processo Legislativo (jan 2019) .................................................................................... 2

A Fazenda Pública possui prazo em dobro para interpor recurso extraordinário de acórdão

proferido pelo Tribunal de Justiça em sede de representação de inconstitucionalidade (art.

125, § 2º, da CF/88)? Aplica-se o prazo em dobro do art. 183 do CPC/2015 aos recursos

extraordinários interpostos em ações diretas de inconstitucionalidade no âmbito dos

Tribunais de Justiça? ................................................................................................................. 5

ADMINISTRATIVO .......................................................................................................................... 5

#Dicas - Licitações (8.666) (jan 2019) ........................................................................................ 5

É possível limitar a participação de consórcios em licitações (jan 2019)? .............................. 11

#Dicas - Intervenção do Estado na Propriedade Privada (ATT jan 2019) ................................ 11

#Dicas - Bens Públicos – Administrativo (jan 2019) ................................................................ 18

PROCESSO CIVIL .......................................................................................................................... 26

A técnica do julgamento ampliado colegiado é recurso (jan 2019)? ...................................... 26

TRIBUTÁRIO ................................................................................................................................. 27

Atenção Tributário (jan 2019): ................................................................................................ 27

#Dicas - Suspensão do CT (Atualização de JAN 2019) ............................................................. 27

CIVIL ............................................................................................................................................. 34

#Dicas - Obrigações - Atualização JAN 19 ............................................................................... 34

Mini SIMULADO CIVIL (jan 2019) ............................................................................................ 43

#Dicas - Posse (Atualização JAN 2019) .................................................................................... 45

Qual o prazo para usucapir servidão? (jan 2019).................................................................... 53

#Simulado - Direito Civil (jan 2019) ......................................................................................... 54

#Dicas - Princípios Contratuais e parte geral dos contratos (Atualização JAN 2019) ............. 56

EMPRESARIAL .............................................................................................................................. 63

TÍTULOS DE CRÉDITO - RESUMO - PARTE 1 (JAN 2019) .......................................................... 63

AMBIENTAL ................................................................................................................................. 65

#Dicas - Código Florestal (Atualização JAN 2019) ................................................................... 65

ECONOMICO ................................................................................................................................ 73

DIREITO ECONOMICO - PARTE 6 - Eros Grau - Direito Econ Esquematizado e Resumos (jan

2019) ....................................................................................................................................... 73

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Resumo Econômico - Parte 7 (jan 2019) ................................................................................. 76

PENAL .......................................................................................................................................... 78

COLABORAÇÃO PREMIADA (Caiu no TRF3 2018, alta incidência na CESPE) (Jan 2019) ......... 78

#Dicas - Lei Maria da Penha - 11.340/06 (jan 2019) ............................................................... 80

SIMULADOS COM MATÉRIAS DIVERSAS ..................................................................................... 82

#Simulados - Informativos e julgados (jan 2019) .................................................................... 82

QUESTÕES DISCURSIVAS ............................................................................................................. 84

Quais são os fundamentos ou pressupostos da desapropriação (PGM-SJP 2ª fase)? ............ 84

A declaração de inidoneidade produz efeitos retroativos (PGE-RN 2ª fase)? ........................ 85

Qual a diferença entre enriquecimento sem causa e pagamento indevido (PGE-MT 2ª fase)?

................................................................................................................................................. 86

COMPILADO DICAS JAN 2019 SEMANA 2

CONSTITUCIONAL

#Dicas - Processo Legislativo (jan 2019) 1. (PGE-SC) Em relação à MP, é vedada sua edição para tratar de matérias relativas à

nacionalidade, à cidadania, aos direitos políticos, aos partidos políticos, ao direito eleitoral; ao

direito penal, processual penal e processual civil.

2. O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de

alínea, pois não existe a possibilidade de vetar apenas palavras ou expressões de projeto de lei.

3. O PR tem o prazo de 15 dias para vetar, não 10 dias. Cuidado!

4. O ato legislativo que resolve definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais

que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional dispensa a sanção

presidencial (PGM-SJC). Trata-se de competência exclusiva do CN.

5. Legitimados PEC: 1) PR; 2) 1/3 de deputados ou de senadores e 3) Mais das metades das

Assembléias Legislativas pela maioria RELATIVA de seus membros. Atenção! Não há previsão de

PEC popular na CRFB.

5.1 Atenção! Embora a Constituição Federal não autorize proposta de iniciativa popular para

emendas ao próprio texto, mas apenas para normas infraconstitucionais, não há impedimento

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para que as Constituições estaduais prevejam a possibilidade, ampliando a competência

constante da carta federal (Vide https://www.conjur.com.br/2018-out-30/constituicao-

estadual-permitir-pec-iniciativa-popular-stf).

6. A exigência de depósito prévio para a interposição de recurso é matéria tipicamente

processual, de competência legislativa privativa da União, não podendo ser instituído por meio

de lei estadual (Proc. ALERJ).

7. Atenção! O Supremo Tribunal Federal (STF) reafirmou jurisprudência dominante no sentido

de que não invade a competência privativa do chefe do Poder Executivo lei que, embora crie

despesa para os cofres municipais, não trate da estrutura ou da atribuição de órgãos do

município nem do regime jurídico de servidores públicos. No caso em tela, tratava-se da

obrigatoriedade de instalação de câmeras de segurança em escolas públicas.

8. Só pode ser objeto de lei complementar a matéria taxativamente prevista na Constituição

Federal. Ou seja, a maior parte das normas podem ser tratadas por meio de lei ordinária.

9. Muitas questões cobram o tema vício de iniciativa x servidores públicos. Indico a leitura do

VM DOD sobre o tema.

9.1 (PGEMT) incompatível com a Constituição Federal e a Constituição do Estado de Mato

Grosso, por vício de iniciativa, ao versar sobre matéria inerente ao regime jurídico dos servidores

públicos militares.

9.2 (PGEMT) Projeto de Lei de Iniciativa do Chefe de Poder Executivo Estadual versando sobre

vencimentos de servidores da Administração Pública direta foi objeto de emenda parlamentar

para majorar vencimentos iniciais de uma determinada categoria. No caso em tela, a norma

resultante da emenda parlamentar é inconstitucional por acarretar aumento de despesa.

10. Projeto de lei popular: A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara

dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, 1% do eleitorado nacional, distribuído

pelo menos por 5 Estados, com não menos de 0,3% dos eleitores de cada um deles. Macete:

1503.

10.1 Vale ressaltar que esse projeto de lei deve circunscrever-se a um só assunto.

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10.2 Atenção! O projeto de lei de iniciativa popular não poderá ser rejeitado por vício de forma,

cabendo à Câmara dos Deputados, por seu órgão competente, providenciar a correção de

eventuais impropriedades de técnica legislativa ou de redação (Lei 9.709).

11. A deliberação do STF em controle abstrato de constitucionalidade acerca da interpretação

de determinada cláusula constitucional não impede que o Congresso Nacional, observados os

limites ao poder de reforma, aprove emenda constitucional em sentido contrário à referida

deliberação.

11.1 Isso ocorreu recentemente pela declaração de inconstitucionalidade da vaquejada e EC 96.

Recomendo leitura: https://www.dizerodireito.com.br/2015/10/superacao-legislativa-da-

jurisprudencia.html

12. O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu

recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e

Senadores.

13. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido

rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo.

14. É possível MP em matéria de direito previdenciário (PGM-Curitiba).

15. Atenção! As leis orçamentárias (LOA, LDO e PPA) não precisam ser Leis Complementares

(TCE-CE).

16. Atenção! A sanção pelo chefe do executivo não supre o vício de iniciativa.

17. (PGM-Niterói) A data-base fixada na legislação infraconstitucional não impõe ao Poder

Executivo a obrigação de encaminhar o projeto de lei nos moldes ali previstos.

18. É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria relativa à nacionalidade, cidadania,

direitos políticos, partidos políticos, direito eleitoral, direito penal, processual penal e processual

civil, entre outras.

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19. (PG-DF) Será considerado formalmente inconstitucional projeto de lei distrital de iniciativa

parlamentar que confira aumento de remuneração aos servidores do governo do DF. De acordo

com o STF, para serem válidas, precisam de pertinência temática e não acarretar aumento de

despesa. Vejamos:

19.1 Revela-se plenamente legítimo, desse modo, o exercício do poder de emenda pelos

parlamentares, mesmo quando se tratar de projetos de lei sujeitos à reserva de iniciativa de

outros órgãos e Poderes do Estado, incidindo, no entanto, sobre essa prerrogativa parlamentar

– que é inerente à atividade legislativa –, as restrições decorrentes do próprio texto

constitucional (CF, art. 63, I e II), bem assim aquela fundada na exigência de que as emendas de

iniciativa parlamentar sempre guardem relação de pertinência ("afinidade lógica") com o objeto

da proposição legislativa. ADI 2.681 MC,

A Fazenda Pública possui prazo em dobro para interpor recurso extraordinário de

acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça em sede de representação de

inconstitucionalidade (art. 125, § 2º, da CF/88)? Aplica-se o prazo em dobro do

art. 183 do CPC/2015 aos recursos extraordinários interpostos em ações diretas

de inconstitucionalidade no âmbito dos Tribunais de Justiça? NÃO. Prevalece que não há, nos processos de fiscalização normativa abstrata, a prerrogativa

processual dos prazos em dobro.

Assim, não se aplica ao processo objetivo de controle abstrato de constitucionalidade a norma

que concede prazo recursal em dobro à Fazenda Pública.

STF. Plenário. ADI 2674 MC-AgR-ED, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 17/03/2016.

STF. 2ª Turma. ARE 873738 AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 23/06/2015.

PROCESSO CONSTITUCIONAL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM AÇÃO DIRETA DE

INCONSTITUCIONALIDADE. PRAZO EM DOBRO PARA FAZENDA PÚBLICA EM CONTROLE

ABSTRATO DE CONSTITUCIONALIDADE. INAPLICABILIDADE. INTEMPESTIVIDADE.

INOCORRÊNCIA DE OBSCURIDADE OU CONTRADIÇÃO. NÃO CONHECIMENTO DOS EMBARGOS.

1. Consoante jurisprudência pacífica desta Corte, não se aplica, aos processos de fiscalização

abstrata de constitucionalidade, a regra processual que dispõe sobre o prazo em dobro para a

Fazenda Pública. 2. Ainda que conhecidos os presentes embargos, estes não deveriam ser

providos. As alegações de contradição ou obscuridade constituem mera tentativa de rediscussão

de pontos devidamente apreciados pelo Plenário, ao julgar o mérito da ação direta. 3. Embargos

de declaração não conhecidos. (STF; ADI-ED 291; Tribunal Pleno; Rel. Min. Roberto Barroso; DJE

09/11/2018).

ADMINISTRATIVO

#Dicas - Licitações (8.666) (jan 2019) 1. É vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação.

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2. Na concorrência, após a fase de habilitação, é possível a desistência de proposta, por motivo

justo, exclusivamente se decorrente de fato superveniente, e condicionada à apreciação e à

aceitação desse motivo pela comissão.

3. É importante saber as hipóteses de dispensa/inexigibilidade, porque são muito cobradas. Caiu

uma questão sobre o tema na prova da PGE-SC. Vou destacar algumas hipóteses mais

importantes:

3.1 Para a COMPRA OU LOCAÇÃO de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas

da administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha,

desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia;

3.2 Q: Em casos de guerra ou de grave perturbação da ordem, é inexigível a licitação. R: Falso! É

modalidade de dispensa.

4. Novidade: A Administração Pública poderá, nos editais de licitação para a contratação de

serviços, exigir da contratada que um percentual mínimo de sua mão de obra seja oriundo ou

egresso do sistema prisional, com a finalidade de ressocialização do reeducando, na forma

estabelecida em regulamento. (PGM-JP) Determinada autarquia federal publicou edital de

licitação para contratação de serviços de limpeza nas instalações da sua sede. No referido edital,

consta a exigência de que a licitante vencedora contrate um percentual mínimo de mão de obra

egressa do sistema prisional, com a finalidade de ressocialização.

Nesse caso, a exigência constante do certame é legal, devendo ser observada a forma

estabelecida em regulamento.

5. Ver dicas sobre pregão, para verificar quais atividades podem ser licitadas por meio de pregão

(TCU);

6. A impugnação feita tempestivamente pelo licitante não o impedirá de participar do processo

licitatório até o trânsito em julgado da decisão a ele pertinente.

7. Prazo de recurso: 5 dias;

Prazo reconsideração: 10 dias;

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8. As compras públicas, sempre que possível, serão processadas por meio de SRP (PGM-JP). Vide

material SRP no site.

9. Atenção! Novo decreto com atualização dos valores. Ver post DOD sobre o tema.

10. A contratação direta, quando não caracterizada situação de dispensa ou de inexigibilidade

de licitação, gera lesão ao erário (dano in re ipsa), na medida em que o Poder Público perde a

oportunidade de contratar melhor proposta.

11. A contratação de escritório de advocacia deve ser medida excepcional, mediante

procedimento de inexigibilidade de licitação, deve ser devidamente justificada com a

demonstração de que os serviços possuem natureza singular e com a indicação dos motivos

pelos quais se entende que o profissional detém notória especialização.

12. O princípio da vedação à oferta de vantagens proíbe que licitante apresente benefícios não

previstos no edital, inclusive financiamentos subsidiados e a fundo perdido.

13. A competência para dispor sobre normas gerais de licitações e contratos é da União, os

estados, DF e municípios podem

dispor sobre normas específicas.

13.1 Q: Atualmente é permitido ao Estado-membro editar lei de licitações em que sejam

previstas modalidades de licitação distintas daquelas da legislação federal. R: Falso! Tendo em

vista se tratar de normas gerais, cuja competência é da União.

14. Finalidades da licitação: escolher a proposta mais vantajosa, garantir o princípio da igualdade

e o desenvolvimento nacional sustentável.

15. Os prazos são contados em dias corridos, exceto quando expressamente a lei determinar

que sejam contados apenas os dias úteis.

16. Prazos:

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45 dias: concurso e concorrência (melhor técnica, técnica e preço e empreitada integral);

30 dias -> concorrência (demais casos) e tomada de preços (melhor técnica e técnica e preço);

15 dias -> tomada de preços (demais casos) e leilão;

8 dias úteis -> pregão

5 dias úteis -> convite.

17. A consulta é modalidade de licitação aplicável às agências reguladoras.

18. Preço:

Obras e serviços de engenharia:

concorrência: acima de 3,3 mi

tomada de preços: até 3,3 mi

convite: até 330 mil

dispensa: até 33 mil

Compras e serviços diversos:

concorrência: acima de 1,43 mi

tomada de preços: até 1,43 mi

convite: até 176 mil

dispensa: até 17,6 mil

19. Apenas o projeto básico é indispensável para ocorrer a licitação. O projeto executivo pode

ser elaborado concomitantemente com as obras.

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20. Para o registro de preços deve ser utilizada a concorrência ou pregão. A tomada de preços

está fora.

21. Sempre que houver republicação do edital por motivo de alteração que afete a formulação

de propostas, será necessária a reabertura do prazo para recebimento de propostas, devendo o

prazo definitivo ser contado a partir da data da última publicação do edital.

22. A lei de licitações não exige a disponibilidade financeira, mas somente que exista previsão

dos recursos na lei orçamentária (Informativo 502, STJ).

23. Lei Municipal pode proibir que agentes políticos do município e seus parentes mantenham

contrato com o poder público municipal (Informativo 668, STF).

24. São modalidades de garantia previstas na Lei 8.666: caução em dinheiro ou em títulos da

dívida pública; seguro-garantia e fiança bancária. Vale ressaltar que quem escolhe a modalidade

de garantia é o contratado.

25. Em licitação, proposta mais vantajosa não significa simplesmente aquela que apresente o

menor preço, mas a que atrele também melhor qualidade, de acordo com o edital.

26. Hipóteses de inexigibilidade: artista consagrado, fornecedor exclusivo e serviço técnico

especializado. Vale ressaltar que são hipóteses meramente exemplificativas. Ocorre quando há

impossibilidade de competição.

26.1 Outra hipótese de inexigibilidade: credenciamento. Que ocorre quando o Poder Público

deseja contratar o maior número de interessados possíveis, como no caso de auto-escola,

clínicas para servidores públicos, etc.

27. É critério da administração proibir a participação de consórcios, desde que conste no edital

a vedação quanto à participação de empresas em consórcio, especialmente em licitações

simples.

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28. Diferentemente da Lei n.º 8.666/1993, a Lei n.º 12.462/2011 (modalidade RDC) prevê a

remuneração variável ao contratado, de acordo com seu desempenho na execução de obras e

serviços. Sobre o tema, ver material no site.

29. critérios de desempate: bens e serviços produzidos no país; por empresas brasileiras; que

invistam em pesquisa e desenvolvimento tecnológico no país; com reserva de vagas para PCD e

reabilitando e por fim, sorteio.

30. A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu

procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura. Lembrar que

devassar o sigilo é crime (Art. 94).

31. Vantagens para ME e EPP:

1) regularidade fiscal e trabalhista somente na assinatura do contrato;

2) preferência para desempatar (considera-se empatado: a) proposta da ME e EPP igual ou até

10% superior da do licitante mais bem classificado nas licitações comuns e 5% de diferença no

pregão);

3) Até 80 mil reais, licitação exclusiva para ME e EPP;

4) exigência de subcontratação de ME e EPP em obras e serviços;

5) Cota de até 25% na aquisição de bens divisíveis para ME e EPP;

32. Importante! A licitação é ato administrativo FORMAL;

33. Obra de grande vulto agora é acima de R$ 82,5 milhões;

34. É vedada a indicação de marcas na licitação, salvo quando devidamente justificada por meios

técnicos (TCU-Plenário 2.300/2007);

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É possível limitar a participação de consórcios em licitações (jan 2019)? Sim! inicialmente cumpre ressaltar que é discricionária a aceitação de consórcios em licitações,

conforme Art. 33, Lei 8.666. No entanto, essa discricionariedade não é ilimitada e em algumas

situações pode sim ser limitada.

A jurisprudência do TCU é farta sobre o assunto. Vejamos alguns julgados bem recentes: "A

limitação a número máximo de empresas integrantes de consórcio deve ter motivação prévia e

consistente, sob pena de afrontar os arts. 3°, § 1°, inciso I, e 33 da Lei 8.666/93 c/c os arts. 2° e

50 da Lei 9.784/99. Acórdão 745/2017-Plenário | Relator: BRUNO DANTAS"

Deve ser justificada a limitação excepcional quanto ao número de empresas a integrarem

consórcios, quando seja admitida a participação destes em processo licitatório. Acórdão

718/2011-Plenário | Relator: VALMIR CAMPELO

#Dicas - Intervenção do Estado na Propriedade Privada (ATT jan 2019) 00. Fundamentos: cumprimento da função social da propriedade e busca do interesse público.

Podem ser de duas categorias: supressivas ou restritivas. As supressivas o Estado retira a

propriedade do seu titular originário, transferindo-a para o seu patrimônio, com o objetivo de

atender o interesse público (Desapropriação). Nas restritivas ou brandas, o Estado impõe

restrições e condições à propriedade, sem retirá-la do seu titular, como no caso de servidão,

tombamento, requisição e etc.

1. No âmbito do Sistema Único de Saúde, poderão as autoridades competentes dos entes

federativos, para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes

de situações de perigo iminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, requisitar

bens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa

indenização (PGM PARANAVAÍ). Vale ressaltar que essa hipótese tem previsão na lei do SUS.

1.1. (TJMG) Na requisição o Estado utiliza bens móveis, imóveis e serviços particulares em

situação de perigo público iminente.

1.2 (PCGO) a União detém competência privativa para legislar sobre requisições civis e militares,

mas lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas

relacionadas ao instituto.

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2. Segundo o STJ, não incide o princípio da hierarquia federativa no exercício da competência

concorrente para o tombamento de bens públicos, o que autoriza um município a tombar bens

do respectivo estado (PGE-SE). O princípio é apenas para desapropriação!

3. Situação hipotética: Um estado emitiu decreto expropriatório para a construção de um

hospital. Após a execução do ato expropriatório, a região foi acometida por fortes chuvas, que

destruíram um grande número de escolas. Assertiva: Nessa situação, se determinar a alteração

da destinação do bem para a construção de escolas, o estado não terá obrigação de garantir ao

ex-proprietário o direito de retrocessão (PGESE).

4. Existe divergência, mas o entendimento majoritário é no sentido de que o rol das hipóteses

de desapropriação é taxativo (PGM SJ dos campos - VUNESP).

5. A expropriação pode ser afastada desde que o proprietário do imóvel comprove que não

incorreu em culpa, ainda que in vigilando ou in elegendo (PGEAC).

6. Todos os entes federativos possuem competência para legislar sobre tombamento e

competência material para realizá-lo (PGMBH).

7. É regular, nos casos de desapropriação por utilidade pública, a imissão provisória na posse

pelo poder público (PGMFOR).

8. O tombamento pode ocorrer no âmbito federal, estadual ou municipal, sendo um de seus

principais efeitos a impossibilidade de modificação do bem. Ele pode, ainda, acarretar restrições

quanto à destinação e à alienabilidade do bem (PGEAM). Vale ressaltar que o ncpc acabou com

a hipótese de preferência na alienação extrajudicial para a administração pública. Agora, só

existe preferência na alienação judicial do bem tombado (PGEMT).

(PGEMT): "não mais subsiste no direito vigente o direito de preferência, previsto no texto

original do Decreto-lei no 25/37 e estatuído em favor da União, dos Estados e Municípios".

Correto!

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9. A caducidade da declaração de utilidade pública em uma desapropriação resulta do decurso

do tempo sem o Poder Público desencadear atos concretos para torná-la uma realidade

(PGMPOA).

10. É possível o tombamento de bens públicos (PGEMT).

11. A desapropriação por utilidade pública pode abranger as zonas que se valorizarem

extraordinariamente, em consequência da realização do serviço (Câm. Franca - Proc).

12. Mesmo em se tratando de terrenos de marinha, os respectivos domínios úteis aforados em

favor de particulares podem ser objeto de desapropriação, na hipótese de se tratar de enfiteuses

(PGMCAMPINAS).

13. A perícia é obrigatória na ação de desapropriação, podendo o juiz determiná-la mesmo se o

particular concordar com o preço ofertado (PGM TRINADADE-GO).

14. A desapropriação por zona abrange a área contígua necessária ao desenvolvimento de obras

públicas e as zonas que valorizarem extraordinariamente em decorrência da realização do

serviço.

15. O procedimento da desapropriação compreende duas fases: a declaratória e a executória,

abrangendo, esta última, uma fase administrativa e uma judicial (PGM SERTAOZINHO - VUNESP).

16. (TJMG) A servidão administrativa é, via de regra, permanente e constitui direito real sobre a

propriedade alheia em favor da Administração Pública.

16.1 (PCSP) A servidão administrativa é a intervenção na propriedade particular que decorre da

instituição de direito real, impondo ao proprietário a obrigação de suportar ônus parcial sobre

o imóvel de sua propriedade, em benefício de serviço público ou de um bem afetado a um

serviço público.

16.2 (PCRS) Salvo se instituída por lei, as servidões administrativas não são autoexecutáveis,

dependendo a sua instituição de acordo ou decisão judicial.

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17. (TJCE) a limitação administrativa sobre determinado bem constitui modalidade de

intervenção restritiva na propriedade de caráter geral, mas que pode dar ensejo a indenização

de natureza jurídica de direito pessoal, se a limitação causar redução do valor econômico do

bem e a sua aquisição tiver ocorrido anteriormente à instituição da restrição.

17.1 (PGM-Niterói) As limitações administrativas importam em obrigações de caráter geral a

proprietários indeterminados, em prol do interesse geral, e afeta o caráter absoluto do direito

de propriedade.

18. (AL-RR Procurador) A competência privativa para legislar sobre desapropriação é da União.

19. (TJRS) o Supremo Tribunal Federal já afirmou que a hierarquia verticalizada dos entes

federados prevista expressamente na Lei de Desapropriação (Decreto-lei no 3.365/41) não se

estende ao tombamento, não havendo vedação a que Estado possa tombar bem da União,

tampouco que Município possa tombar bem estadual ou federal.

20. O direito do proprietário de exigir que na desapropriação se inclua a parte restante do bem

expropriado, que se tornou inútil ou de difícil utilização, é denominado de direito de extensão

(Vunesp).

21. Leitura obrigatória: https://www.dizerodireito.com.br/2018/07/entenda-decisao-do-stf-

sobre-os-juros.html

22. O ente desapropriante NÃO responde por tributos incidentes sobre o imóvel desapropriado

nas hipóteses em que o período de ocorrência dos fatos geradores é anterior ao ato de aquisição

originária da propriedade. Info 605, STJ.

23. A imissão na posse poderá ocorrer independetemente da citação do réu, inaudita altera

parte.

24. A alegação de urgência, que não poderá ser renovada, obrigará o expropriante a requerer a

imissão provisória dentro do prazo improrrogável de cento e vinte dias.

25. A servidão tem caráter de definitividade (Saneago - Adv).

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26. A União tem permissão para desapropriar bens de domínio dos estados e dos municípios

mediante declaração de utilidade pública e autorização legislativa.

27. A alienação de bens tombados é possível, desde satisfeitos os requisitos da lei (Cespe).

28. Caso o imóvel seja adquirido com limitações administrativas preexistentes, não será devida

indenização (TRf5-juiz).

29. As hipóteses legais de desapropriação são taxativas, ou seja, somente é possível

desapropriar nas hipóteses previstas em lei (Vunesp).

30. A desapropriação também pode ter como objeto bens móveis.

31. É possível a desistência da desapropriação pela Administração Pública, a qualquer tempo,

mesmo após o trânsito em julgado, desde que ainda não tenha havido o pagamento integral do

preço e o imóvel possa ser devolvido sem alteração substancial que impeça que seja utilizado

como antes.

32. O tombamento de bens móveis impõe, dentre outras, restrição a sua circulação (MPE-AC).

33. as hipóteses de desapropriação do artigo 5º do Decreto-lei n. 3.365, de 21 de junho de 1941,

serão, segundo a doutrina, de necessidade ou utilidade pública a depender somente do critério

de urgência que caracteriza o primeiro (COSANPA).

34. A passagem de tubulação subterrânea é hipótese de servidão administrativa.

35. O decreto de interesse social caduca em 2 anos. Se for necessidade ou utilidade pública,

caduca em 5 anos.

36. É necessária prévia autorização do Presidente da República para desapropriação, pelos

Estados, de empresa de energia elétrica.

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37. A imissão provisória na posse deve ser registrada no C.R.I

38. Com a desapropriação desaparecem os ônus reais incidentes sobre o imóvel.

39. Atenção! PGE-SC: A FEPESE considera a doutrina de Maria Sylvia, no sentido de que a

servidão também pode ser instituída por lei;

40. Não é toda servidão administrativa que será indenizável. Neste sentido, PGM-Curitiba: "As

limitações administrativas à propriedade privada, advindas do exercício do poder de polícia, são

gerais e abstratas e sempre ensejam indenização". Falso! Não são todas que ensejam

indenização.

41. A desapropriação indireta consiste em apossamento do bem do particular sem o

atendimento do devido processo expropriatório (PGM-Curitiba).

42. O Direito de Penetração é reconhecido na desapropriação e pode gerar o dever de

indenização pelo Poder Público expropriante, caso tenha se feito abusivamente (PGM-Niterói).

Vejamos: "Declarada a utilidade pública, ficam as autoridades administrativas autorizadas a

penetrar nos prédios compreendidos na declaração, podendo recorrer, em caso de oposição, ao

auxílio de força policial. Àquele que for molestado por excesso ou abuso de poder, cabe

indenização por perdas e danos, sem prejuizo da ação penal".

43. (PGM-SJ Rio Preto) A desapropriação pro labore não é promovida pelo poder público por

meio de um decreto expropriatório regular, cabe ao juiz de direito reconhecê-la, se as atividades

desempenhadas pelas pessoas que se acham no imóvel foram de interesse social e econômico

relevante. Vejamos: "O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel reivindicado

consistir em extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco anos, de

considerável número de pessoas, e estas nela houverem realizado, em conjunto ou

separadamente, obras e serviços considerados pelo juiz de interesse social e econômico

relevante. § 5o No caso do parágrafo antecedente, o juiz fixará a justa indenização devida ao

proprietário; pago o preço, valerá a sentença como título para o registro do imóvel em nome

dos possuidores".

Resumo:

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a) servidão: incidem apenas sobre bens imóveis; são instituídos mediante acordo, sentença

judicial e usucapião. Obs: parte da doutrina entende que pode ser instituída mediante lei.

São instituídas via de regra, por tempo indeterminado, sendo extintas mediante desafetação do

bem dominante, desaparecimento do bem gravado e incorporação ao patrimônio público.

Via de regra, não há direito à indenização. Se for pleitear, terá prazo de 5 anos.

b) Requisição: ocorre quando está diante de situação de perigo público, sendo necessária a

requisição de bens móveis, imóveis e serviços.

Competência legislativa é exclusiva da União, embora todos os entes possam utilizar a

requisição.

É autoexecutória em virtude da situação de calamidade.

A indenização é ulterior, se houver dano.

A requisição de bens públicos é medida excepcional, que somente pode ser autorizada em

estado de defesa ou de sítio (MS 25.295/DF).

c) Ocupação temporária: utiliza a propriedade para quando necessário para a execução de obras

e serviços públicos.

Pode ter como objeto bens móveis, imóveis e serviços. Via de regra, possui prazo determinado.

Só há indenização se houver dano.

d) limitação administrativa: restrições gerais positivas ou negativa à propriedade.

Tem por objeto bens e serviços. São impostas por lei ou atos normativos.

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Via de regra, não há direito à indenização. Pode surgir o direito de ser indenizado quando:

1) acarretarem danos desproporcionais ao particular ou grupo de particulares e 2) configurarem

verdadeira desapropriação indireta.

e) tombamento: proteger os bens móveis e imóveis.

Via de regra, não há indenização. Se pleitear, terá prazo de 5 anos.

A competência é comum da União, Estados e Municípios. A competência legislativa é

concorrente entre união e estados. No entanto, parte da doutrina admite que os municípios

suplementem.

Pode ser geral ou individual. Total ou Parcial.

#Dicas - Bens Públicos – Administrativo (jan 2019) 1. As terras tradicionalmente reservadas aos índios são consideradas bens públicos de uso

especial da União. Do mesmo jeito, as terras indispensáveis à proteção ambiental, também são

consideradas de uso especial.

1.1 (PGE/TO) Uma gleba de terras devolutas estaduais foi arrecadada por ação discriminatória e

o Governo do Estado, por meio de lei, declarou-a como indispensável à proteção de um

relevante ecossistema local, incluindo-a na área de parque estadual já constituído para esse fim.

Tal gleba deve ser considerada bem de uso especial.

1.2. (DPE/PE) As terras tradicionalmente reservadas aos índios são consideradas bens públicos

de uso especial da União. Correto!

2. As terras devolutas, não se encontrando afetadas a nenhuma finalidade pública específica,

são bens públicos dominiais.

2.1. (DPE/PE) Aos municípios pertencem as terras devolutas não compreendidas entre aquelas

pertencentes à União. Falso! Pertencem aos Estados, conforme Art. 26, CRFB.

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3. O Superior Tribunal de Justiça possui jurisprudência firme e consolidada no sentido de que a

cobrança em face de concessionária de serviço público pelo uso de solo, subsolo ou espaço

aéreo é ilegal (seja para a instalação de postes, dutos ou linhas de transmissão, por exemplo),

uma vez que: a) a utilização, nesse caso, se reverte em favor da sociedade. AgInt no REsp

1482422/RJ

4. Bens dominicais são os de domínio privado do Estado, não afetados a finalidade pública e

passíveis de alienação ou de conversão em bens de uso comum ou especial, mediante

observância de procedimento previsto em lei.

5. Município pode adquirir bem por usucapião (PGM/FOR). Neste sentido (AGU): De acordo com

a doutrina dominante, caso uma universidade tenha sido construída sobre parte de uma

propriedade particular, a União, assim como ocorre com os particulares, poderá adquirir o

referido bem imóvel por meio da usucapião, desde que sejam obedecidos os requisitos legais.

Correto!

5.1. Vale ressaltar que usucapião é modalidade ORIGINÁRIA de aquisição da propriedade, não

derivada (PGM/PARANAVAI).

5.2 (DPE/AC) Salvo a hipótese de usucapião especial para fins de moradia prevista na CF, não é

permitido usucapião de bens públicos. Falso! Não é possível usucapir bem público, em virtude

da proibição constitucional.

6. O ordenamento jurídico brasileiro permite que pertençam a particulares algumas áreas nas

ilhas oceânicas e costeiras.

7. É possível a alienação de bens móveis desafetados da administração pública direta se houver

demonstração de interesse público, avaliação prévia do bem e prévia licitação.

7.1 (TRT 6 - FCC) Um Município pretende se desfazer de um prédio onde funciona uma unidade

escolar, mediante alienação por meio de licitação, pois ela se insere em região que se tornou

bastante valorizada para empreendimentos imobiliários. Editou decreto autorizando a licitação.

Esse ato é ilegal, considerando que a alienação depende de lei autorizando a alienação e

desafetando o bem de uso especial.

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7.2. (VUNESP - 2018) alienação de bens imóveis, como regra, dependerá de autorização

legislativa, de avaliação prévia e de licitação, realizada na modalidade de concorrência. Correto!

8. Os bens de uso especial do Estado são as coisas, móveis ou imóveis, corpóreas ou não, que a

administração utiliza para a realização de suas atividades e finalidades.

8.1 (TJDFT) Os bens de uso especial do Estado são as coisas, móveis ou imóveis, corpóreas ou

não, que a administração utiliza para a realização de suas atividades e finalidades.

9. O ato mediante o qual a administração pública consente a utilização privativa de uso de bem

público por um particular é ato unilateral e, como regra, discricionário e precário.

10. No caso de desapropriação cujo objetivo seja o repasse dos bens a terceiros, os bens

desapropriados manterão sua condição de bens públicos enquanto não se der a sua

transferência aos beneficiados.

11.Se os membros de uma comunidade desejarem fechar uma rua para realizar uma festa

comemorativa do aniversário de seu bairro, será necessário obter da administração pública uma

autorização de uso.

11.1 (FGV) Maria e João obtiveram do poder público consentimento para realizar seu casamento

numa bela praia de Santa Catarina. No caso em tela, de acordo com a doutrina de Direito

Administrativo, a utilização especial ou anormal do bem público deve ser instrumentalizada por

meio da autorização de uso.

11.2 De acordo com parte da doutrina, na autorização de uso, prepondera o interesse privado,

como festas de associações, comemorações privadas de casamento, etc. Por outro lado, na

permissão de uso de bem público, se prestigia o interesse público.

11.3 O ato mediante o qual a administração pública consente a utilização privativa de uso de

bem público por um particular é ato unilateral e, como regra, discricionário e precário (CESPE).

11.4 (PGE-SC) Pode ser autorizado o uso privado de um bem público, de forma discricionária, a

um particular não pertencente à Administração Pública.

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12. Caso a administração pública tenha celebrado contrato de permissão de uso de imóvel com

entidade sem fins lucrativos pelo prazo de dez anos e promova a rescisão contratual antes do

termo fixado, entende o STJ que a providência demanda prévio processo administrativo.

13. É juridicamente impossível a prescrição aquisitiva de imóvel público rural por meio de

usucapião constitucional pro labore, tendo em vista que os bens públicos são imprescritíveis.

Neste sentido (PGDF): É impossível a prescrição aquisitiva de bens públicos dominicais, inclusive

nos casos de imóvel rural e de usucapião constitucional pro labore. Correto!

14. Como forma de compatibilizar o direito de reunião, previsto na CF, e o direito da coletividade

de utilizar livremente dos bens públicos de uso comum, a administração, previamente

comunicada a respeito do fato, pode negar autorização para a utilização de determinado bem

público de uso comum, ainda que a finalidade da reunião seja pacífica, desde que o faça por

meio de decisão fundamentada e disponibilize aos interessados outros locais públicos.

15. Os terrenos de marinha, assim como os seus terrenos acrescidos, pertencem à União por

expressa disposição constitucional.

15.1 O seu uso privativo pode ser transferido ao particular, normalmente por meio de enfiteuse

(Art. 49, ADCT).

16. A alienação é regida pelo direito privado, não se caracterizando a alienação de bem público

como ato de império, pois, nesse caso, a administração pública não atua em condição de

superioridade sobre o particular.

17. As concessões de terras devolutas situadas na faixa de fronteira nacional feitas pelos estados

antes da vigência da CF devem ser interpretadas como legitimação do uso, mas isso não se aplica

à transferência do domínio de tais terras, em virtude da manifesta tolerância da União e de

expresso reconhecimento da legislação federal.

18. A ocupação de bem público, ainda que dominical, não passa de mera detenção, caso em que

se afigura inadmissível o pleito de proteção possessória contra o órgão público. No entanto, vale

ressaltar que o STJ admite a proteção possessória em face dos particulares que tentem praticar

o esbulho.

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18.1 É possível o manejo de interditos possessórios em litígio entre particulares sobre bem

público dominical (Informativo 594, STJ).

19. A concessão ou alienação de terras públicas situadas em faixa de fronteira depende de

autorização prévia do Conselho de Defesa Nacional.

20. São considerados terrenos de marinha, as áreas situadas no continente, na costa marítima

e nas margens dos rios e lagoas, além dos que contornam as ilhas situadas em zona onde se faça

sentir a influência das marés.

21. Bens imóveis da administração pública adquiridos em função de procedimentos judiciais ou

de dação em pagamento poderão, por ato da autoridade competente, ser alienados mediante

procedimento licitatório na modalidade leilão.

22. No âmbito da classificação, os bens públicos que são de uso comum do povo, de uso especial

e os dominicais são reconhecidos quanto ao critério da destinação.

23. (PGE/PE) De acordo com a conceituação dada pela doutrina pertinente, o ato administrativo

unilateral, discricionário e precário pelo qual a administração consente na utilização privativa de

bem público para fins de interesse público é denominado permissão de uso. Correto! Obs: Existe

divergência doutrinária, mas a corrente majoritária entende que na autorização, o uso do bem

público atende interesses privados, por exemplo, fechamento para aniversário.

23.1. Enquanto na permissão, o ato visa atender primordialmente o interesse público, por

exemplo, banca de jornal. Como dito, há divergência doutrinária.

23.2 (PGM/SSA) Q: Por meio da permissão de uso, a administração permite que determinada

pessoa utilize de forma privativa um bem público, atendendo assim a interesse exclusivamente

privado. R: Falso! Como vimos acima, na permissão, visa atender primordialmente o interesse

público. Não confunda com autorização.!

23.2 (VUNESP - 2018) Os bens públicos não comportam a possibilidade de uso privativo por

particulares. Falso! Podem ser utilizados sim, por particulares.

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24. (PGE/TO) O Governo do Estado pretende que a iniciativa privada administre, mediante

contrato, os terminais de ônibus intermunicipais existentes no Estado, sendo que, em

contrapartida dos gastos de manutenção, os empresários possam explorar, por prazo

determinado, a área dos terminais com a construção de lojas, escritórios, hotéis etc. Pelas

características anunciadas, o negócio deve ser enquadrado como concessão de uso de bem

público. Correto! A concessão era a única hipótese da questão que precisava de contrato.

Lembre: CONcessão --> CONtrato.

24.1 Geralmente as questões fazem a associação de concessão de uso de bem público com

situações que exigem uma certeza maior, devido aos investimentos realizados.

25. (CELESC) Assinale a alternativa que indica corretamente a característica do bem público que

consiste na impossibilidade de o bem público ser gravado ou ofertado em garantia em favor de

terceiro. Não onerabilidade.

25.1 (VUNESP - 2018) Os bens públicos de uso especial não permitem oneração por meio de

hipoteca. Correto!

26. (PGM/PARANAVAI) O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído,

conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencer.

26.1 (CESPE) Q: O uso comum dos bens públicos deve ser sempre gratuito; por isso, a cobrança

de valores por sua utilização caracteriza violação ao interesse social. R: Falso! Basta lembrar

alguns espaços, que precisamos pagar para entrar, como museus, parques, etc.

27. (PGM/PARANAVAI) Os potenciais de energia hidroelétrica pertencem à União, mesmo se

localizados em rios estaduais.

28. (PGM/PARANAVAI) Apesar de o Código Civil de 2002 não incluir no conceito de bens

públicos aqueles pertencentes às pessoas jurídicas de direito privado e atrelados à prestação de

serviços públicos, o Superior Tribunal de Justiça reconhece a impenhorabilidade desses bens.

Vale ressaltar que esse tema já foi alvo na prova discursiva da PGE/RS.

29. A Competência legislativa sobre bens públicos é da União (Direito Civil), o que não impede

que os entes possam expedir leis específicas acerca de uso, ocupação e alienação de bens.

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30. O que é cessão de uso de bem público? normalmente feito entre órgãos ou entidades

públicas, tem a finalidade de permitir a utilização de determinado bem público por outro ente

estatal, para utilização no interesse da coletividade. Normalmente é firmado por meio de

convênio ou termo de cooperação. Por exemplo, TJ destinar sala de apoio para a DPU.

30.1 Em âmbito federal, a cessão de uso encontra-se regulada no art. 18 da Lei 9.636/1998 que

prevê a cessão, gratuita ou em condições especiais, dos bens públicos federais aos Estados,

Municípios e entidades, sem fins lucrativos, de caráter educacional, cultural, de assistência social

ou de saúde, bem como às pessoas físicas ou jurídicas, tratando-se de interesse público ou social

ou de aproveitamento econômico de interesse nacional (Rafael Oliveira).

31. Domínio eminente x patrimonial: Domínio eminente é a prerrogativa decorrente da

soberania ou da autonomia federativa que autoriza o Estado a intervir, de forma branda (ex.:

limitações, servidões etc.) ou drástica (ex.: desapropriação), em todos os bens que estão

localizados em seu território; por outro lado, o domínio patrimonial é refere-se ao direito de

propriedade do Estado, englobando todos os bens das pessoas estatais, submetidos ao regime

jurídico especial de Direito Administrativo (Rafael Oliveira).

O domínio eminente abrange os bens públicos, privados e os bens adéspotas (bens de

ninguém).

32. Quais são os bens que tem indisponibilidade absoluta? as terras tradicionalmente ocupadas

pelos índios e as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias,

necessárias à proteção dos ecossistemas naturais (art. 225, § 5.º, da CRFB).

33. Atenção: A Lei de Locações NÃO É aplicável aos contratos de locação de imóveis de

propriedade da União, dos Estados e dos Municípios, de suas autarquias e fundações públicas

que continuam reguladas pelo Código Civil (arts. 565 a 578) e pelas leis especiais.

34. Atenção: A inexistência de registro imobiliário do bem objeto de ação de usucapião não

induz presunção de que o imóvel seja público (terras devolutas), cabendo ao Estado provar a

titularidade do terreno como óbice ao reconhecimento da prescrição aquisitiva (RECURSO

ESPECIAL Nº 964.223 - RN).

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35. Fique ligado: Em ação possessória entre particulares é cabível o oferecimento de oposição

pelo ente público, alegando-se incidentalmente o domínio de bem imóvel como meio de

demonstração da posse (Informativo 623, STJ).

36. O imóvel da Caixa Econômica Federal vinculado ao Sistema Financeiro de Habitação deve ser

tratado como bem público, sendo, pois, imprescritível (Informativo 594, STJ).

37. Concursos federais: É NULO o contrato firmado entre particulares de compra e venda de

imóvel de propriedade da União quando ausentes o prévio recolhimento do laudêmio e a

certidão da Secretaria do Patrimônio da União (SPU), ainda que o pacto tenha sido registrado

no Cartório competente (Informativo 589, STJ).

38. Cabe ao INCRA fazer a demarcação das terras devolutas da união.

39. A alienação ou a concessão, a qualquer título, de terras públicas com área superior a dois

mil e quinhentos hectares a pessoa física ou jurídica, ainda que por interposta pessoa,

dependerá de prévia aprovação do Congresso Nacional, exceto quando a alienação ou

concessão de terras públicas tiver por finalidade reforma agrária (MP-MG).

40. Os bens do fundo garantidor tem natureza privada, não pública (PGE-MT).

41. A faixa de fronteira não é, por si só, bem público e pode ser usucapida. STJ: O terreno

localizado em faixa de fronteira, por si só, não é considerado de domínio público, consoante

entendimento pacífico da Corte Superior. RECURSO ESPECIAL Nº 674.558 - RS. Caiu na PGM-

Chapecó.

42. Os bens das pessoas jurídicas de direito privado integrantes da administração pública não

são bens públicos, embora possam estar sujeitos a regras próprias do regime jurídico dos bens

públicos quando estiverem sendo utilizados na prestação de um serviço público (ESAF).

43. Bens Municipais: apesar de não serem mencionados na Constituição, os bens públicos

municipais são aqueles integrantes do seu patrimônio, tais como as ruas, praças, parques,

repartições públicas municipais, créditos tributários e não tributários municipais etc (Rafael

Oliveira);

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44. Bens Estaduais: as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito,

ressalvadas, nesse caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União; as áreas, nas ilhas

oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União,

Municípios ou terceiros; as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União; as terras

devolutas não compreendidas entre as da União. Trata-se de rol exemplificativo e não impede

a titularidade de outros bens, tais como os imóveis onde funcionam as repartições públicas, as

ações de titularidade do Estado nas respectivas empresas públicas e sociedades de economia

mista, os créditos públicos tributários e não tributários estaduais etc. (Rafael Oliveira);

45. Afetação: significa a atribuição fática ou jurídica de finalidade pública, geral ou especial, ao

bem público. Pode ocorrer por meio de lei, ato administrativo e até mesmo fato administrativo.

São afetados: os bens de uso comum (ex: praças) e de uso especial (ex. parque ambiental).

46. Desafetação: é a retirada, fática ou jurídica, da destinação pública anteriormente atribuída

ao bem público. São desafetados os bens dominicais.

PROCESSO CIVIL

A técnica do julgamento ampliado colegiado é recurso (jan 2019)? Não!! O STJ entende que é uma técnica de julgamento, a ser aplicada de ofício,

independentemente de requerimento das partes, com o objetivo de aprofundar a discussão a

respeito de

controvérsia, de natureza fática ou jurídica, acerca da qual houve dissidência.

Importante ressaltar que os novos julgadores convocados não ficam restritos aos capítulos ou

pontos sobre os quais houve inicialmente divergência, cabendo-lhes a apreciação da

integralidade do recurso.

Vejamos as teses do STJ sobre o tema:

• quando o julgamento da apelação não for unânime, a ampliação do colegiado é

obrigatória e deve aplicada de ofício, sem necessidade de requerimento das partes;

• quem já tiver proferido votos poderá modificar o posicionamento no novo julgamento,

também conforme estabelece o artigo 942 do CPC;

• a análise do recurso pelo colegiado estendido não fica restrita apenas ao capítulo do

julgamento em que houve divergência, cabendo aos novos julgadores a apreciação da

integralidade do recurso.

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Fonte: RESP 1.771.815

TRIBUTÁRIO

Atenção Tributário (jan 2019): 1. É preciso não confundir “sujeito passivo indireto” com “sujeito passivo de TRIBUTO

INDIRETO”.

2. Sujeito passivo INDIRETO (que pode também estar presente tanto em tributos diretos como

em tributos indiretos) é um terceiro que, pela lei (isto é, de direito) é eleito como devedor da

obrigação tributária.

3. Tributo indireto é aquele que, embora onere o contribuinte (DE DIREITO = pessoas que

ocupam o polo passivo da relação jurídico-tributária, sendo obrigadas a efetivamente pagar o

tributo ou penalidade pecuniária), atinge, reflexamente, um terceiro (CONTRIBUINTE DE FATO

= pessoas que sofrem a incidência econômica do tributo, mesmo que formalmente não integrem

a relação jurídico-tributária). Ao contrário, o TRIBUTO DIRETO atinge o próprio contribuinte DE

DIREITO (que nesse caso acumula também o papel de CONTRIBUINTE DE FATO).

4. Exemplo (Dizer o Direito):A imunidade tributária subjetiva aplica-se a seus beneficiários na

posição de contribuinte de direito, mas não na de simples contribuinte de fato, sendo

irrelevante, para a verificação da existência do beneplácito constitucional, a repercussão

econômica do tributo envolvido.

5. • Se a entidade imune for contribuinte de direito: incide a imunidade subjetiva.

6. • Se a entidade imune for contribuinte de fato: não incide a imunidade subjetiva. STF.

Plenário.RE 608872/MG, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 22 e 23/2/2017 (repercussão geral)

(Info 855).

#Dicas - Suspensão do CT (Atualização de JAN 2019) 1. Nas hipóteses de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, não fica dispensado o

cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal que for suspensa.

1.1 (PC-PI) A suspensão da exigibilidade do crédito tributário tem como natural e automática

consequência a dispensa do cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação

principal cujo crédito esteja suspenso. Falso!

1.2 (Cartórios - AM) A suspensão do crédito tributário dispensa o cumprimento das obrigações

assessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja suspenso. Falso! Mesma

hipótese da anterior.

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1.3. Conforme leciona Paulo de Barros Carvalho: "sempre que o legislador cuida de possíveis

alterações da figura obrigacional (que ele chama de obrigação tributária principal), faz questão

de salvaguardar o cumprimento dos deveres instrumentais (que ele versa como obrigações

acessórias)".

2. É possível a suspensão da exigibilidade do crédito tributário em decorrência da concessão de

medida liminar em mandado de segurança.

3. Cuidado! Transação é hipótese de extinção do crédito tributário, não suspensão.

4. A concessão de parcelamento tributário não dá ensejo à extinção dos créditos tributários

parcelados, pois não ocorre o fenômeno da novação.

4.1. (STJ) O parcelamento pelo fisco suspende a exigibilidade do crédito tributário parcelado.

Correto!

5. No caso de dolo, fraude ou simulação por parte do contribuinte, não é possível a concessão

de parcelamento. Neste sentido (PGE-BA): "O parcelamento requerido pelo contribuinte deve

ser negado, uma vez que a prática de fraude na relação com o Fisco impede a concessão de

parcelamento, de acordo com o Código Tributário Nacional". C

5.1. TCE-PB - Proc: "O parcelamento de crédito tributário não poderá ser concedido a quem aja

com dolo, fraude ou simulação, como ocorre com o instituto da moratória". C

5.2. STJ: A moratória é hipótese de suspensão da exigibilidade do crédito tributário que não se

aplica a casos de dolo, fraude ou simulação praticada por sujeito passivo ou por terceiro em

benefício daquele. C!

5.3. (SEFAZ BA) a moratória exclui o crédito tributário, enquanto a anistia suspende a

exigibilidade do crédito tributário. Falso! inverteram.

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5.4 (FCC - SEFAZ GO) Q: a moratória, exceto quando se tratar de reincidência em um prazo

quinquenal, pode ser concedida aos casos de simulação do sujeito passivo, ou do terceiro em

benefício daquele. R: Falso! Não aproveita os casos de dolo, simulação e fraude.

6. A moratória e a concessão de medida liminar em mandado de segurança são casos de

suspensão do crédito tributário, ao passo que a anistia e a isenção são casos de exclusão do

crédito tributário.

6.1 (Juiz Federal - TRF3) A moratória suspende a exigibilidade do crédito tributário. Sim! É

hipótese de suspensão do CT.

7. Se a União conceder moratória, poderá definir, por lei, que essa moratória se aplique apenas

a determinada região do país.

7.1 (ADV - Petrobrás) Em 2014, o rompimento de uma barragem de rejeitos decorrentes de

atividade de mineração desenvolvida no município Z causou severos danos à infraestrutura da

cidade. Em razão do incidente, foi aprovada lei que estendeu o prazo para o pagamento do IPTU

pelo período de um exercício financeiro para beneficiar proprietários de imóveis afetados pelo

infortúnio, que se encontravam em mora com relação ao imposto citado. Qual é o nome do

instituto tributário utilizado pelo município? Moratória.

7.2. De acordo com Paulo de Barros Carvalho, a concessão de moratória é um fator ampliativo

do prazo para que certa e determinada dívida venha a ser paga, por sujeito passivo individua-

lizado, de uma só vez ou em parcelas.

8. Em conformidade com a jurisprudência do STJ, o contribuinte que adere ao parcelamento

tributário obtém a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, porém sem que seja

desconstituída a garantia dada em juízo. Vejamos:

8.1. Segundo o entendimento do STJ, a adesão ao parcelamento do débito tributário, embora

suspenda a exigibilidade do crédito tributário, não tem o condão de, por si só, desconstituir a

penhora anteriormente realizada. (AgInt no REsp 1609675/RJ).

8.2. É pacífica a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça de que a adesão a programa de

parcelamento tributário, por si só, não tem o condão de afastar a constrição dos valores

bloqueados anteriormente. Precedentes: (AgInt no REsp. 1.587.756/SE).

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9. A carta de fiança bancária não é modalidade de garantia idônea para conferir a suspensão da

exigibilidade do crédito tributário. Neste sentido (DPETO): "De acordo com entendimento do

STJ, o seguro garantia judicial, assim como a fiança bancária, não é equiparável ao depósito em

dinheiro para fins de suspensão da exigibilidade do crédito tributário".

9.1 (Proc . AL-RR) Q: O contribuinte pode obter a suspensão da exigibilidade do crédito tributário

com o oferecimento de carta fiança em juízo. R: Falso!!

10. O parcelamento requerido pelo contribuinte depois de transcorrido o prazo prescricional

não restabelece a exigibilidade do crédito tributário. Vejamos: "O parcelamento postulado

depois de transcorrido o prazo prescricional não restabelece a exigibilidade do crédito tributário.

Isso porque: a) não é possível interromper a prescrição de crédito tributário já prescrito; e b) a

prescrição tributária não está sujeita à renúncia, uma vez que ela não é causa de extinção,

apenas, do direito de ação, mas, sim, do próprio direito ao crédito tributário (art. 156, V, do

CTN)." (STJ, AgRg no AREsp 51.538/MG).

11. Caso o tributo devido seja o ICMS, o parcelamento deve ser autorizado por convênio firmado

entre os estados e o Distrito Federal no âmbito do CONFAZ, antes da edição da lei de concessão

do parcelamento. Vejamos: "Art. 10 - Os convênios definirão as condições gerais em que se

poderão conceder, unilateralmente, anistia, remissão, transação, moratória, parcelamento de

débitos fiscais e ampliação do prazo de recolhimento do imposto de circulação de mercadorias".

Art. 10, LC 24/76

12. Importante! O parcelamento é causa de suspensão do CT, não da obrigação tributária. Neste

sentido (PGE-BA): "Na situação apresentada, o parcelamento gera a suspensão da obrigação

tributária". Falso! Suspende o crédito tributário!

13. Um município, ao estabelecer, por lei, um parcelamento tributário, poderá,

facultativamente, excluir a incidência de juros e de multa no cálculo do débito do contribuinte.

Vale lembrar que via de regra, os juros e as multas não são afastados.

14. A conformidade do acórdão recorrido com a jurisprudência desta Corte Superior, segundo a

qual, inexistindo específica lei autorizativa, o pedido de compensação de tributo com precatório

não suspende a exigibilidade do crédito tributário.

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15. De acordo com o STJ, a remissão de juros de mora insertos na composição do crédito

tributário não enseja o resgate de juros remuneratórios incidentes sobre o depósito judicial feito

para suspender a exigibilidade desse mesmo crédito tributário. Isso ocorre devido à vida própria

e regime jurídico distintos que estão submetidos (AgRg no REsp 1.232.311/SC)

16. Para o STF, a adesão a programa de recuperação fiscal não implica em novação da obrigação

tributária, mas em mero parcelamento, havendo, no caso de adesão, a suspensão da pretensão

punitiva estatal e ficando a extinção do crime contra a ordem tributária sujeita ao pagamento

integral do valor devido ao erário. Neste sentido (MPRR): Concedido o parcelamento do crédito

tributário, estará suspensa a pretensão punitiva do estado, cuja extinção está condicionada ao

pagamento integral do débito tributário. C!

17. Parcelado regularmente o crédito tributário, não pode a fazenda pública propor execução

fiscal, dada a consequente suspensão da exigibilidade do referido crédito. Isso ocorre mesmo

que a causa suspensiva seja anterior ao lançamento.

18. Cabe interposição de mandado de segurança caso o contribuinte pretenda obter declaração

do direito à compensação das importâncias pagas, a maior, a título de tributo. Obs: cuidado!

Não cabe MS para convalidar!

19. (VUNESP-2018) A inexistência da lei específica para empresas em recuperação judicial

importa na aplicação das leis gerais de parcelamento do ente da Federação ao devedor que se

encontre nessa situação, não podendo, nesse caso, ser o prazo de parcelamento inferior ao

concedido pela lei federal específica. Correto! Aplicação do Artigo 155-A, §4º, CTN.

19.1 Atenção! Para prever o regime especial de parcelamento para empresas em recuperação

judicial é preciso apenas que exista lei ordinária, não precisa ser LEI COMPLEMENTAR.

20. Atenção: "A Fazenda Pública, quer em ação anulatória, quer em execução embargada, faz

jus à expedição da certidão positiva de débito com efeitos negativos, independentemente de

penhora, posto inexpropriáveis os seus bens". REsp 1123306/SP

20.1 A ação anulatória do contribuinte não é, por si só, causa de suspensão do crédito tributário.

É preciso que exista outro fator, como, por exemplo, for o caso de pedido de tutela provisória.

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21. O contribuinte pode, após o vencimento da sua obrigação e antes da execução, garantir o

juízo de forma antecipada, para o fim de obter certidão positiva com efeito de negativa.

22. O depósito somente suspende a exigibilidade do crédito tributário se for integral e em

dinheiro.

23. (VUNESP) A concessão de moratória em caráter individual pela Prefeitura Municipal de

Ribeirão Preto gera direito adquirido. Falso! Vejamos: "Art. 155. A concessão da moratória em

caráter individual não gera direito adquirido e será revogado de ofício, sempre que se apure que

o beneficiado não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições ou não cumprira ou deixou de

cumprir os requisitos para a concessão do favor".

24. (CESPE) É vedado à União conceder moratória em caráter geral referente a tributos de

competência dos municípios. Falso! Vejamos:

24.1. A moratória somente pode ser concedida: I - em caráter geral: a) pela pessoa jurídica de

direito público competente para instituir o tributo a que se refira; b) pela União, quanto a

tributos de competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, quando

simultaneamente concedida quanto aos tributos de competência federal e às obrigações de

direito privado.

25. Atenção: A revogação de liminar que suspendeu a exigibilidade do crédito tributário

ocasiona a retomada do lapso prescricional para o Fisco, desde que inexistente qualquer outra

medida constante do art. 151 do CTN ou recurso especial / extraordinário dotado de efeito

suspensivo (Informativo 605, STJ). O Tribunal entendeu que é desnecessário aguardar o trânsito

em julgado.

26. Atenção: A penhora de bem de valor inferior ao débito não autoriza a expedição de certidão

positiva com efeitos de negativa (Informativo 550, STJ).

27. O pedido de parcelamento não é suficiente para configurar denúncia espontânea, deve ter

o pagamento integral do tributo para ser caracterizado o benefício em voga.

28. A lei que autoriza a não ingressar com execução fiscal é hipótese de remissão (PGE-RN).

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29. A moratória pode ser limitada a determinada região ou pessoas.

30. A consulta não é hipótese de suspensão do crédito tributário. Atenção! O rol das causas

suspensivas de exigibilidade do CT tem natureza taxativa (Resp. 1.688.933).

31. Quando as multas já tiverem sido lançadas, estamos diante de remissão.

32. Atenção! O Superior Tribunal de Justiça possui jurisprudência no sentido de que a adesão a

parcelamento tributário é causa de suspensão da exigibilidade do crédito e interrompe o prazo

prescricional, por constituir reconhecimento inequívoco do débito, nos termos do art. 174, IV,

do CTN, voltando a correr o prazo a partir do inadimplemento da última parcela pelo

contribuinte.

32.1 O mero pedido de parcelamento já interrompe o prazo prescricional. Vejamos: "O

entendimento pacífico do STJ é no sentido de que o pedido de parcelamento interrompe o prazo

prescricional, por constituir reconhecimento inequívoco do débito, nos termos do art. 174,

parágrafo único, IV, do CTN. Por outro lado, a exclusão do contribuinte do programa gera a

possibilidade imediata de cobrança do crédito confessado." (REsp 1493115/SP).

33. O depósito do montante integral é direito SUBJETIVO do contribuinte, conforme já

reconheceu o STJ (RESP. 196.235).

34. Cuidado! decadência e prescrição são modalidades de EXTINÇÃO do CT.

34.1 De acordo com R.A: "O prazo para que a Administração Tributária, por meio da autoridade

competente, promova o lançamento é decadencial. O prazo para que se ajuíze a ação de

execução fiscal é prescricional".

34.1 Direito de lançar -> potestativo -> decadência;

Direito de cobrança -> prestação -> prescrição.

35. Atenção!! A suspensão prevista no Art. 2º, §3º, LEF somente é aplicável aos créditos não

tributários. Caiu na segunda fase da PGM-MANAUS.

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36. O parcelamento de ofício da dívida tributária não configura causa interruptiva da contagem

da prescrição, uma vez que o contribuinte não anuiu (Informativo 638).

CIVIL

#Dicas - Obrigações - Atualização JAN 19 1. Fonte imediata das obrigações -> lei;

1.2. Fonte mediata das obrigações -> contratos, ato unilateral e atos ilícitos.

2. Terceiro não interessado que paga, não se sub-roga (apenas pode pleitear o reembolso).

2.1 (PGM-POA) Q: Se um terceiro não interessado pagar a dívida, tem ele o benefício da sub-

rogação, por efeito de legal. R: Falso! Não ocorre sub-rogação.

2.2 (EMATER) Q: O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito

a reembolsar-se do que pagar e se sub-roga nos direitos do credor. Se pagar antes de vencida a

dívida, só terá direito ao reembolso no vencimento. R: Falso! não ocorrerá a sub-rogação.

3. Via de regra, a cessão de crédito é pro soluto (não se responsabiliza pela solvência).

3.1. (Cartórios AM) Na cessão de crédito o cedente não responde pela solvência do devedor,

salvo estipulação em contrário.

4. Imputação de pagamento (regra): 1º no Juros e depois no capital.

4.1 (CESPE) Na imputação do pagamento, são exigidas, além da pluralidade de débitos e

identidade das partes, a igual natureza das dívidas e a possibilidade de o pagamento resgatar

mais de um débito.

4.2 (CESPE) Para a imputação do pagamento, os débitos devem ser relativos a coisas fungíveis

entre si e consistir em obrigações líquidas e vencidas.

5. A solidariedade não se presume, decorre da lei ou vontade das partes.

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6. Quitação: sempre pode ser feita por instrumento particular e o devedor pode RETER o

pagamento enquanto não lhe for dada.

6.1 (Cartórios - MA) Quanto à forma, a quitação sempre poderá ser dada por instrumento

particular, ainda que cuide de obrigação lavrada obrigatoriamente em instrumento público.

7. Atenção: perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos.

8. Nas obrigações negativas não há mora, mas sim inadimplência (PGM/FOR).

8.1 (PC-MG) Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o dia em que

executou o ato de que se devia abster.

9. Obrigação quesível -> pagamento no domicílio do devedor (regra);

9.1. Obrigação portable -> pagamento no domicílio do credor.

10. O pagamento, no código civil, é condição de validade. Obs: para parte da doutrina é condição

de eficácia.

11. Ato ilícito: correção monetária a partir do efetivo prejuízo e juros de mora a partir do evento

danoso (Súmula 54, STJ).

12. Dano contratual: Juros de mora desde a citação, quando for obrigação ilíquida (mora

pendente) e desde o vencimento da obrigação quando for líquida.

13. Dano material: correção monetária a partir do efetivo prejuízo (súmula 43).

13.1 Dano moral: correção monetária a partir do arbitramento (S. 362).

13.2 (MPE/MS) Os juros moratórios fluem do evento danoso tão somente nos casos de

responsabilidade aquiliana.

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13.3. (MP/MS) Q: A correção monetária do valor da indenização do dano moral incide a partir

da citação válida. Falso! A partir do arbitramento, conforme Súmula 362, STJ.

14. Cláusula penal compensatória -> NÃO pode ser cumulada com perdas e danos;

14.1 Cláusula penal moratória -> PODE ser cumulada com perdas e danos.

14.2 (PGE-AP) Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que, culposamente,

deixe de cumprir a obrigação ou se constitua em mora e, sendo indivisível a obrigação, todos os

devedores, caindo em falta um deles, incorrerão na pena; mas esta só se poderá demandar

integralmente do culpado, respondendo cada um dos outros somente pela sua quota, contudo,

a penalidade deve se reduzida equitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver sido

cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se

em vista a natureza e a finalidade do negócio.

15. É desnecessário esperar o trânsito em julgado para exercer os direitos decorrentes da

evicção (Informativo 519, STJ).

16. Mandato: Pode ser expresso, tácito, verbal ou por escrito.

16.1. Via de regra é gratuito, salvo quando for objeto de ofício ou profissão.

16.2. Ainda que se outorgue por instrumento público, pode ser substabelecido mediante

instrumento particular.

16.3. O relativamente incapaz pode ser mandatário.

17: Compra e Venda: considera-se obrigatória e perfeita quando as partes acordarem o preço e

objeto.

17.1. Escritura e registro -> por conta do comprador. Tradição -> por conta do vendedor.

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17.2. Os cônjuges podem efetuar compra e venda em relação aos bens excluídos da comunhão.

17.3. Retrovenda: venda de bem imóvel, prazo de 3 anos e cessível para herdeiros e legatários.

17.4. Preferência: prazo de 180 dias para móvel e 2 anos para imóvel. Deve ser exercido no prazo

de 3 dias no caso de bem móvel e 60 dias no imóvel. Vale ressaltar que, ao contrário da

retrovenda, o direito de preferência não é cessível aos herdeiros e legatários.

17.5. Reserva de domínio: Para bens móveis, deve ser escrito e precisa de registro. Para

executar, precisa constituir em mora.

18. Doação: Pode ser efetivada por instrumento público ou particular.

18.1. Entre cônjuges ou ascendentes e descendentes -> importa em adiantamento no que lhe

couber na herança;

18.2. Não prevalece cláusula de reversão em favor de 3º.

18.3. Na doação para casamento, o doador ficará sujeito à evicção.

18.4. Para revogar doação: Prazo de um ano.

18.5. A doação para casamento não se revoga por ingratidão.

19. O credor pode se recusar a receber o pagamento parcial da dívida (TJ/CE - CESPE)

20. Na obrigação de dar coisa incerta, antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou

deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito.

21. O credor de coisa certa não pode ser obrigado a receber outra, ainda que mais valiosa.

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21.1 (CESPE) Nas obrigações de dar coisa certa, caso a coisa restituível se deteriore por culpa do

devedor, o credor poderá aceitar a coisa no estado que estiver, com direito a reclamar

indenização por perdas e danos.

22. Na dação em pagamento, o devedor oferece coisa diversa da estipulada inicialmente

(Câmara de Feira de Santana). Vale ressaltar que deve existir a concordância do credor. Cuidado!

Não é necessária autorização judicial.

22.1 Dação em pagamento é uma forma de pagamento indireto em que há um acordo privado

de vontades entre as partes, substituindo o objeto obrigacional por outro.

22.2 De acordo com TARTUCE: "tratam da dação em pagamento (datio in solutum), que pode

ser conceituada como uma forma de pagamento indireto em que há um acordo privado entre

os sujeitos da relação obrigacional, pactuando-se a substituição do objeto obrigacional por

outro. Para tanto, é necessário o consentimento expresso do credor, o que caracteriza o

instituto como um negócio jurídico bilateral".

23. (MANAUS) Segundo o STJ, é devida a cobrança de direitos autorais em razão da transmissão

de músicas por meio da rede mundial de computadores mediante o emprego da tecnologia

streaming, nas modalidades webcasting e simulcasting.

24. (MANAUS) Se o devedor solidário de uma dívida divisível falecer e deixar três herdeiros

legítimos, tais herdeiros, reunidos, serão considerados como um devedor solidário em relação

aos demais devedores, mas cada um desses herdeiros somente será obrigado a pagar a cota que

corresponder ao seu quinhão hereditário.

25. As custas judiciais gozam de privilégio GERAL, não especial (MANAUS).

26. Se liga: A cobrança de encargos e parcelas indevidas ou abusivas impede a caracterização

da mora do devedor (En. 454, CJF). Cobrado pela CESPE na prova de Advogado EBSERH;

27. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação

por inteiro (Cartório AM).

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28. (CESPE - STJ) Q: De acordo com o Código Civil, uma vez constatada a inadimplência, o

condomínio poderá proibir o condômino de usar a área comum destinada ao lazer. Falso! O STJ

entende que isso não será possível.

29. A existência de encargo em negócio jurídico somente suspende a aquisição ou exercício do

direito se for expressamente imposto como condição suspensiva pela disponente.

30. (CESPE) Q: Nas obrigações de prestações sucessivas, a quitação da última parcela acarreta a

presunção absoluta de que as anteriores foram pagas. Falso! A presunção é relativa!

31. (VUNESP) Q: o instituto da mora não se aplica ao credor. Falso! Em determinadas situações,

é possível reconhecer a mora por parte do credor.

32. (VUNESP) O pagamento parcial feito por um dos devedores solidários e a remissão por ele

obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou

relevada.

33. (PGM/FOR) Q: Quanto aos títulos legais de preferência, declarada a insolvência de devedor

capaz, o privilégio especial compreenderá todos os bens não sujeitos a crédito real. Falso!

Vejamos: "Art. 963 do CC. O privilégio especial só compreende os bens sujeitos, por expressa

disposição de lei, ao pagamento do crédito que ele favorece; e o geral, todos os bens não sujeitos

a crédito real nem a privilégio especial''.

34. (VUNESP) Tem privilégio creditório quem apresentar crédito real de qualquer espécie, em

relação ao pessoal. Correto! Vide item acima.

35. Se liga: O atraso na entrega do imóvel enseja pagamento de indenização por lucros cessantes

durante o período de mora

do promitente vendedor, sendo presumido o prejuízo do promitente comprador (Informativo

626, STJ).

36. O falecimento do consignante NÃO extingue a dívida decorrente de contrato de crédito

consignado em folha de pagamento (Informativo 627, STJ).

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37. Caracteriza-se evicção a inclusão de gravame capaz de impedir a transferência livre e

desembaraçada de veículo objeto de negócio jurídico de compra e venda (Informativo 621, STJ).

38. Constatado o caráter manifestamente excessivo da cláusula penal contratada, o magistrado

deverá, independentemente de requerimento do devedor, proceder à sua redução (Informativo

627, STJ).

39. Não é abusiva a cláusula de cobrança de juros compensatórios incidentes em período

anterior à entrega das chaves nos contratos de compromisso de compra e venda de imóveis em

construção sob o regime de incorporação imobiliária (Informativo 499, STJ).

40. A jurisprudência desta Corte entende ser devida a cobrança por

serviços educacionais contratados e disponibilizados ao educando,

mesmo quando ele não frequenta as aulas (AgInt no REsp 861030/PR).

41. A inscrição indevida do nome do usuário de serviço público em cadastro de inadimplentes

gera o direito à indenização independentemente da comprovação do dano moral, que, na

hipótese, é in re ipsa (AgRg no REsp 1517478/RS).

42. Os prazos de favor não obstam a compensação.

43. Via de regra, na cessão de crédito, todos os acessórios são abrangidos.

44. A ausência de notificação do devedor acerca da cessão do crédito (art. 290 do CC/2002) não

torna a dívida inexigível, apenas ineficaz.

45. A novação subjetiva do devedor pode ocorrer independentemente de sua anuência.

46. O consentimento do credor é requisito para que um terceiro possa assumir determinada

obrigação, exonerando o devedor primitivo e resultando em alteração subjetiva na relação-

base.

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47. Na obrigação de fazer FUNGÍVEL, se houver recusa ou mora do devedor, ao credor será

facultado, em caso de emergência, o exercício da autoexecutoriedade.

48. Não é possível compesar as dívidas de alimentos. Neste sentido: Júlio tem direito a

indenização correspondente a R$ 5.000 em razão da meação de bens comuns que ficaram com

sua ex-cônjuge Maria. Entretanto, Júlio deve a Maria R$ 2.000 a título de alimentos. Nessa

situação, Júlio poderá compensar as dívidas, já que, na hipótese, há reciprocidade de obrigações,

sendo as dívidas líquidas, atuais e vencidas. Falso!

49. Se alguém pagar uma dívida prescrita, não pode pedir a devolução da quantia paga.

50. A remissão de dívidas precisa ser aceita pelo devedor.

51. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-devedores, e

condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro.

52. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não era

credor. Trata-se da teoria da aparência.

52.1 De acordo com Tartuce: "Para ilustrar, imagine-

se o caso em que um locatário efetua o seu pagamento na imobiliária X, há certo tempo.

Mas o locador rompe o contrato de representação com essa imobiliária e contrata a imobiliária

Y. O locatário não é

avisado e continua fazendo os pagamentos na imobiliária anterior, sendo notificado da

troca seis meses após. Logicamente, os pagamentos desses seis meses devem ser reputados

válidos, não se aplicando a regra pela qual quem paga mal, paga duas vezes. Dessa forma, cabe

ao locador acionar a imobiliária X e não o locatário".

53. Atenção: A cláusula penal pode ser estipulada conjuntamente com a obrigação, ou em ato

posterior.

54. Na hipótese da inexecução de contrato, não é possível a cumulação da perda das arras com

a imposição da cláusula penal compensatória, sob pena de ofensa ao princípio do non bis in

idem.

54.1 (APEX-BR) Evidenciada a natureza indenizatória das arras na hipótese de inexecução do

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contrato, revela-se inadmissível a sua cumulação com a cláusula penal compensatória, sob pena

de violação do princípio do non bis in idem (proibição da dupla condenação a mesmo título).

55. Arras confirmatórias -> Sem arrependimento; com perdas e danos.

55.1 Arras penitenciais -> com arrependimento; sem perdas e danos.

56. As dívidas em dinheiro (obrigações pecuniárias) devem ser pagas em moeda nacional

corrente e pelo valor nominal (princípio do nominalismo), sob pena de nulidade absoluta da

convenção, salvo, por exemplo, os contratos de câmbio e aqueles que tenham por objeto o

comércio internacional (Cartórios - MA).

57. Não é necessário que o credor alegue prejuízo para exigir a pena convencional.

58. (PGM-POA) Na solidariedade passiva, todos os devedores respondem frente ao credor pelos

juros moratórios.

59. É lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas.

60. A confusão pode verificar-se a respeito de toda a dívida, ou só de parte dela.

61. (PGE-SC) Classificação - mora ex re, ex persona e irregular.

61.1 Mora ex re: obrigação positiva, líquida e com data fixada para adimplir. (o dia do

vencimento interpela a pessoa)

61.2 Mora ex persona: A caracterização do atraso depende de atitude do credor.

61.3 Mora irregular: nas obrigações provenientes de atos ilícitos, há mora desde o dia em que

se praticou o ato.

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62. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo

se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso.

63. Na assunção de dívida, é necessário o consentimento do credor.

64. Salvo as obrigações simplesmente anuláveis, não podem ser objeto de novação obrigações

nulas ou extintas.

65. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida.

66. Havendo capital e juros, o pagamento imputar-se-á primeiro nos juros vencidos, e depois no

capital, salvo estipulação em contrário, ou se o credor passar a quitação por conta do capital;

essa regra não se aplica às hipóteses de compensação tributária.

67. Nos débitos, cuja quitação consista na devolução do título, perdido este, poderá o devedor

exigir, retendo o pagamento, declaração do credor que inutilize o título desaparecido.

68. Cuidado!! Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra

um ou alguns dos devedores.

Mini SIMULADO CIVIL (jan 2019) 1) Maria e Paulo vivem em união estável e possuem uma filha em comum, Joana de cinco anos.

Depois de uma discussão com Maria, Paulo passou a agredir também a filha verbalmente e lhe

deu umas palmadas, sem que isso causasse qualquer lesão corporal. Maria, já querendo a

separação, ingressou com uma ação de reparação de danos contra Paulo pelas agressões feitas

em Joana. Nesta situação, é cabível o pedido de danos morais pelas palmadas e agressões

verbais, devendo a parte comprovar em Juízo a ofensa ao direito alegado, o ato do ofensor e o

nexo causal entre ambos.

(FALSO) - errada pois nos termos de recente entendimento do STJ, o dano moral é presumido

no caso de agressão de adulto contra criança.

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2) Maria e Paulo vivem em união estável e possuem uma filha em comum, Joana de cinco anos.

Depois de uma discussão com Maria, Paulo a agrediu fisicamente. Maria, já querendo a

separação, ingressou com uma ação de reparação de danos contra Paulo pelas agressões

sofridas. Nesta situação, é indispensável que a ação proposta especifique a extensão do dano e

indique o valor pretendido de forma a atender a individualização do pedido conforme exigido

pelo CPC.

(FALSO) está errada, pois é dispensável, nos casos de violência doméstica a prova da ocorrência

do dano moral. O STJ firmou entendimento pela possibilidade de fixação de indenização por

danos morais em valor mínimo, ainda que não especificada a quantia, e independentemente de

instrução probatória.

3) Depois da discussão com Maria, Paulo saiu de casa e nervoso, provocou uma colisão com um

outro automóvel, sem que houvesse nenhuma vítima. O dono do outro automóvel ingressou

com uma ação requerendo a reparação de danos morais sob o fundamento de ser hipótese de

dano moral in re ipsa. Nessa situação, o pedido deve ser julgado improcedente pois condenação

à compensação de danos morais, nesses casos, depende de comprovação de circunstâncias

peculiares que demonstrem o extrapolamento da esfera exclusivamente patrimonial.

(CERTO) - está correta pois, não havendo vítimas, os danos decorrentes de colisão entre veículos

se resolvem por meio de reparação patrimonial, devendo haver prova do direito violado para

que haja eventual reparação por danos morais.

4) A expressão “atividade que implique risco” prevista no artigo 927 do Código Civil é um

exemplo de cláusula geral pois trata-se de uma expressão com termo vago, cabendo ao Juiz no

caso definir não somente seu conceito mas a solução a ser aplicada no caso concreto.

(FALSO) – Trata-se de conceito jurídico indeterminado.

5) A expressão “função social do contrato” prevista no artigo 421 do Código Civil é uma hipótese

de conceito indeterminado pois se trata de uma expressão com o termo vago, cabendo ao juiz

definir tão somente o sentido exato da expressão, haja vista que a própria norma estabelece as

consequências jurídicas a serem aplicadas no caso concreto.

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(FALSO) Verifica-se no art.421 que a norma não traz nem o conteúdo da expressão, tampouco

as consequências jurídicas a serem aplicadas no caso de o contrato não cumprir com sua função

social. Logo, é hipótese de cláusula geral e não de conceito indeterminado pois, como visto

acima, nesta situação haverá a previsão na própria norma da solução jurídica a ser aplicada.

6) Nos casos de união homoafetiva, que não está prevista em lei, e dos conflitos jurídicos

decorrentes destas uniões que também não têm previsão legal, o juiz não pode se negar a

resolvê-los. O juiz poderá solucionar tais casos com regras semelhantes, através de uma

interpretação extensiva aplicada às normas de união estável.

(FALSO) - está errada pois se trata de hipótese de analogia de não de interpretação extensiva. O

ordenamento jurídico não trouxe a previsão na união homoafetiva em qualquer hipótese. Logo,

é situação de lacuna na lei, cabendo então a analogia legal. A interpretação extensiva por sai

vez, é aplicada nas hipóteses onde não há lacuna, mas sim ampliação do conteúdo aparente de

uma norma, na qual o legislador disse menos do que queria efetivamente dizer.

7) O ordenamento jurídico admite a utilização da equidade como meio de integração,

excepcionalmente e quando houver previsão legal. O critério de equidade pode ser estabelecido

em lei (equidade legal) ou pelo juiz (equidade judicial).

(CERTO) - está correta. Como exemplo: Uso de equidade quando o juiz fixar os honorários

advocatícios nas causas em que não há estimativa patrimonial.

Art. 413, CC a penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz se a obrigação principal

tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo,

tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio.

Art. 944, §único, CC se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano,

poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização.

#Dicas - Posse (Atualização JAN 2019) 00. Posse é direito de natureza especial, tendo o CC adotado a teoria objetiva. Em suma, basta

o exercício de um dos atributos do domínio para que a pessoa seja considerada possuidora.

Ilustrando, o locatário, o usufrutuário, o depositário e o comodatário são possuidores, podendo

fazer uso das ações possessórias.

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1. Determinado indivíduo realizou, de boa-fé, construção em terreno que pertencia a seu

vizinho. O valor da construção excede consideravelmente o valor do terreno. Nessa situação,

não havendo acordo, o indivíduo que realizou a construção adquirirá a propriedade do solo

mediante pagamento da indenização fixada pelo juiz.

2. Q: A detenção de bem público não confere indenização ao particular. Neste sentido (Juiz -

TJAM): "O ocupante irregular de bem público tem direito de retenção pelas benfeitorias

realizadas se provar que foram feitas de boa-fé". Falso!

2.1. (VUNESP) A detenção de bem imóvel não gera ao detentor a possibilidade de aquisição pela

via da usucapião.

3. A posse pode ser adquirida por terceiro, sem mandato do pretendente, caso em que a

aquisição depende de ratificação (TJDFT - JUIZ). Neste sentido: (CESPE) A posse pode ser

adquirida pela própria pessoa que a pretenda ou por seu representante, mas não por terceiro

sem mandato. Falso!

3.1. (DPMG) Q: Sendo possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de

algum dos poderes inerentes à propriedade, não é possível adquirir posse mediante

representação. Falso!

4. A aquisição da posse pode ocorrer pela apreensão, a qual, segundo a doutrina, pode ser

concretizada não apenas pela apropriação unilateral da coisa sem dono, como também pela

retirada da coisa de outrem sem sua permissão (DPE-RN).

5. No constituto-possessório, subentende-se a tradição quando o transmitente continua na

posse do bem (Juiz - TJPB). De acordo com a Rede LFG: "Constituto possessório, também

conhecido cláusula constituti, trata-se de uma operação jurídica que altera a titularidade na

posse, de maneira que aquele que possuía em nome próprio, passa a possuir em nome alheio".

5.1. (TJSE) A posse das coisas móveis não pode ser transmitida pelo constituto-possessório.

Falsa!

5.2. (TJCE) Configura-se constituto-possessório quando o proprietário da coisa aliena esse

direito e permanece na posse direta da coisa, de modo que aquele que possuía em seu próprio

nome, passa a possuir em nome de outrem. Correta!

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6. Para fins de proteção possessória, deve ser demonstrado algum vício objetivo da posse, não

sendo imprescindível a constatação de má-fé do esbulhador (TJPR - Juiz). Basta pensar em uma

pequena invasão de propriedade ocasionada por erro das partes.

7. Q: Ao efetuar o desdobramento da posse, o proprietário perde a condição de possuidor (TJPR

- Juiz). Está equivocada, tendo em vista que ocorrerá, no caso, a posse indireta.

8. (PGF) Quando o proprietário de um bem imóvel, efetivando uma relação jurídica negocial com

terceiro, transfere-lhe o poder de fato sobre esse bem, ocorre a composse, de forma que

qualquer dos dois poderá defender a posse contra terceiros. Errada! No caso não houve

composse, mas sim o desdobramento da posse em direta e indireta.

8.1(PGEPI) Q: A composse se dá quando incidem posses de naturezas diversas sobre a mesma

coisa, a exemplo do desdobramento da posse em direta e indireta. Falsa!

8.2. (CD - CESPE) O compossuidor de coisa indivisa tem legitimidade para ajuizar ação

possessória contra atos de terceiros e contra atos dos demais compossuidores, podendo, ainda,

defender a posse do todo individualmente. Correta!

8.3. (VUNESP) A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em

virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o

possuidor direto defender a sua posse contra o possuidor indireto.

8.4. (Enunciado 76, CJF) O possuidor direto tem direito de defender a sua posse contra o

indireto, e este contra aquele.

8.5 (TJRS) Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, pode cada uma exercer sobre ela

atos possessórios, contanto que não excluam os dos outros compossuidores.

8.6 (Proc. CLDF) A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em

virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o

possuidor direto defender a sua posse contra o indireto.

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9. (DP-ES) Família que resida há mais de cinco anos em terra pública, de forma irregular, terá a

posse precária dessa terra, mas poderá utilizar os interditos possessórios. Errado! Não há posse

de bem público, mas sim detenção. Vale ressaltar que o STJ tem entendido que mesmo nesse

caso, o particular pode usar ações possessórias contra o invasor (Info 579).

10. O detentor, pode, no interesse do possuidor, exercer a autodefesa do bem sob seu poder

(en. 493, CJF).

10.1. (VUNESP) O fâmulo da posse não pode fazer uso dos interditos possessórios, mas nada

impede que ele utilize o desforço imediato para proteger o bem daquele que recebe ordens.

10.2. De acordo com TARTUCE: "O detentor exerce sobre o bem não uma posse própria, mas

uma posse em nome de outrem. Como não tem posse, não lhe assiste o direito de invocar, em

nome próprio, as ações possessórias. Porém, é possível que o detentor defenda a posse alheia

por meio da autotutela, tratada pelo art. 1.210, § 1.º, do CC/2002, conforme reconhece o

seguinte enunciado doutrinário, da V Jornada de Direito Civil: “O detentor (art. 1.198 do Código

Civil) pode, no interesse do possuidor, exercer a autodefesa do bem sob seu poder” (Enunciado

n. 493)".

10.3 (PGE/AC) Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para

com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas.

11. O possuidor de má-fé tem direito ao ressarcimento com as benfeitorias NECESSÁRIAS. No

entanto, não pode exercer o direito de retenção em relação a elas (Art. 1.220, CC).

11.1. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias NECESSÁRIAS e ÚTEIS,

bem como, quanto às VOLUPTUÁRIAS, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder

sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de RETENÇÃO pelo valor das benfeitorias

necessárias e úteis.

12. Em uma ação cujo objeto seja a posse, o autor e o réu NÃO poderão discutir a titularidade

do imóvel (CD - CESPE).

13. No momento em que é possível o exercício, em nome próprio, de quaisquer dos poderes do

proprietário, dá-se a aquisição da posse.

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14. Caracteriza-se como clandestina a posse adquirida via processo de ocultamento em relação

àquele contra quem é praticado o apossamento, embora possa ser ele público para os demais.

Por tal razão, a clandestinidade da posse é considerada defeito RELATIVO.

15. A obrigação do possuidor consiste em restituir a coisa no estado em que a recebeu. O

possuidor de boa-fé responderá subjetivamente pela eventual deterioração da coisa.

16. A transmudação da detenção em posse é possível, desde que haja alteração na circunstância

fática que vincule a pessoa à coisa. Como exemplo, podemos pensar em um caseiro (detentor),

que passa a alugar a casa onde trabalhava (possuidor).

16.1 (MANAUS) O ordenamento jurídico ora vigente admite a possibilidade de conversão da

detenção em posse, a depender da modificação nas circunstâncias de fato que vinculem

determinada pessoa à coisa.

17. A posse não tem natureza jurídica de direito real (DPE-TO). Obs: Existem várias correntes

sobre a natureza jurídica da posse.

18. O reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitorias ao possuidor de má-fé, tem o direito de

optar entre o seu valor atual e o seu custo.

19. Quem possui justo título da propriedade tem a boa-fé presumida, salvo prova em contrário,

ou quando a lei expressamente não admite esta presunção.

19. (PGM/MATOZINHOS) O justo título do possuidor lhe confere presunção relativa de boa-fé.

20. (VUNESP) A denominada posse violenta tem natureza jurídica de detenção.

21. (VUNESP) Para efeitos de aquisição da propriedade por prescrição aquisitiva, a posse

exercida com animus domini pelo sucessor soma-se à do antecessor.

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21.1. (Enunciado 494, CJF) A faculdade conferida ao sucessor singular de somar ou não o tempo

da posse de seu antecessor não significa que, ao optar por nova contagem, estará livre do vício

objetivo que maculava a posse anterior.

21.1. (PGM/PENALVA) Q: Por se tratar de direito personalíssimo, a posse não se transmite aos

herdeiros ou legatários do possuidor. Falsa!!

21.2. (TJSC) A posse de um imóvel transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os

mesmos caracteres, sendo que o sucessor universal continua de direito a posse do seu

antecessor, e, ao sucessor singular, é facultado unir sua posse à do antecessor para os efeitos

legais.

21.3 Q: Ao sucessor singular não é facultado unir sua posse à do antecessor para os efeitos legais.

R: Falso! É possível sim!

22. (PGE/AC) Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho, quando,

tendo notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é violentamente

repelido.

23. (FCC) O comodatário, devidamente notificado para sair do bem dado em comodato, e que

não o faz no prazo assinalado, passa a exercer posse precária.

24. A posse do imóvel faz presumir, até prova contrária, a das coisas móveis que nele estiverem.

24.1 (VUNESP) Q: A posse do imóvel não faz presumir a das coisas móveis que nele estiverem.

Falso!!

25. A sentença proferida no processo de usucapião (art. 941 do CPC) possui natureza meramente

declaratória (e não constitutiva) (TJDFT).

26. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a que não der

causa.

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26.1. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais,

salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante.

27. O código civil adota a teoria objetiva da posse, de autoria de Ihering, que dispensa o animus

domini.

28. Considera-se possuidor, para todos os efeitos legais, também a coletividade desprovida de

personalidade jurídica (Enunciado 236, CJF).

29. Importante conhecer: a) Ius Possessionis: é a posse autônoma, sem título; b) Ius possidendis:

é a posse titulada ou causal.

30. Posse nova: é a que conta com menos de um ano e um dia, ou seja, é aquela com até um

ano. Posse velha: é a que conta com pelo menos um ano e um dia, ou seja, com um ano e um

dia ou mais.

31. Posse ad interdicta: é a posse que pode ser defendida pelas ações possessórias diretas ou

interditos possessórios. Posse ad usucapionem:é a que se prolonga por determinado lapso de

tempo previsto na lei, admitindo-se a aquisição da propriedade pela usucapião, desde que

obedecidos os parâmetros legais.

31.1 (PGE-AL) O locatário poderá defender a posse do imóvel locado, em caso de ameaça da

posse, ou de efetiva turbação ou esbulho, mas não poderá adquirir a propriedade pela

usucapião, haja vista que a sua posse é ad interdicta.

32. Composse pro indiviso: é a situação em que os compossuidores têm fração ideal da posse,

pois não é possível determinar, no plano fático e corpóreo, qual a parte de cada um. Composse

pro diviso: nesta situação, cada compossuidor sabe qual a sua parte, que é determinável no

plano fático e corpóreo, havendo uma fração real da posse.

33: Usucapião especial para fins de moradia (PGM-SBC): "Posse ininterrupta e sem oposição pelo

período de 5 (cinco) anos; imóvel público de até 250 m2 , imóvel localizado em área com

características e finalidade urbana; utilização para moradia do possuidor ou de sua família".

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34. Nova súmula do STJ: Súmula 619: “A ocupação indevida de bem público é mera detenção de

bem, inexistindo indenização por benfeitorias”.

34.1 (PC-MS) Q: De acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, a ocupação

indevida de bem público não gera posse, mas mera detenção. Essa mesma jurisprudência

estabelece que o Estado está obrigado a indenizar eventuais acessões e suportar o direito de

retenção pelas benfeitorias f eventualmente realizadas. R: Falso! Vide súmula acima.

35. A alegação de propriedade não impede a reintegração na posse (PGE-RS).

36. A posse é transmitida ao legatário do possuidor com as mesmas características da posse

originária (PGE-RS).

36.1 (PGE-AC) Q: A posse não se transfere com seus caracteres. Assim, se for violenta, na origem,

pode convalar-se em posse legítima, se o sucessor estiver de boa-fé. R: Falso! Vide item acima.

37. É de boa-fé a posse adquirida pelo possuidor que ignora o obstáculo que impede a aquisição

da coisa (PGE-RS).

38. Na traditio brevi manu o adquirente da posse do bem já o tem em seu poder; apenas, por

convenção, muda-se o título da ocupação (PGE-AC).

38.1 Atenção!! Constituto Possessório x Traditio breve manu - LFG:

https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/1048891/qual-a-diferenca-entre-constituto-possessorio-e-

traditio-brevi-manu

38.1.1 Constituto possessório, também conhecido cláusula constituti, trata-se de uma operação

jurídica que altera a titularidade na posse, de maneira que aquele que possuía em nome próprio,

passa a possuir em nome alheio.

38.1.2 A traditio breve manu ocorre quando a pessoa que possuí em nome alheio passa a possuir

em nome próprio.

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38.1.3 Em havendo a aquisição ou transmissão da posse pelo constituto possessório, não restam

dúvidas de que o novo possuidor poderá defender-se por meio das ações possessórias, como

entende o STJ (REsp 173.183/TO).

39. As benfeitorias compensam-se com os danos e só obrigam ao ressarcimento se ao tempo da

evicção ainda existirem (PGE-GO).

40. A posse do imóvel faz presumir, até prova contrária, a das coisas móveis que nele estiverem.

Em regra, havendo

transmissão da posse de um imóvel (bem principal), também haverá a transmissão dos móveis

que o guarnecem (bem acessório) – aplicação do princípio da gravitação jurídica, pelo qual o

acessório segue o principal (Tartuce).

41. Atenção! os entes despersonalizados podem ser considerados possuidores.

42. Posse x tença: a posse e a detenção não se confundem com a tença, sendo a última “uma

mera situação material de apreensão física do bem, sem qualquer consequência jurídica

protetiva” (Tartuce).

43. Legítima defesa da posse: o ordenamento jurídico admite que o possuidor defenda sua posse

de ataques de terceiro, independentemente de autorização judicial. No entanto, o desforço

deve ser imediato, deve agir no exercício regular do direito e poderá utilizar a força também de

empregados ou prepostos.

Qual o prazo para usucapir servidão? (jan 2019) De acordo com o Código Civil, se estivermos diante de uma servidão aparente, com exercício

incontestado, o prazo será de 10 anos (Art. 1.242 - Usucapião Ordinária de servidão). Por outro

lado, quando o possuidor não tiver título, o prazo aumenta para 20 anos (Usucapião

extraordinária de servidão).

No entanto, parte da doutrina entende que o prazo da usucapião extraordinária de servidão

deveria ser de 15 anos, em conformidade com o prazo da usucapião extraordinária da

propriedade. Neste sentido, vejamos o teor do enunciado nº 251, CJF: "O prazo máximo para o

usucapião extraordinário de servidões deve ser de 15 anos, em conformidade com o sistema

geral de usucapião previsto no Código Civil".

Apesar do enunciado, recomendamos utilizar o prazo previsto no código civil, salvo se a questão

EXPRESSAMENTE se referir aos enunciados do Conselho da Justiça Federal. Por fim, parte da

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doutrina também entende ser possível utilizar a usucapião extrajudicial, nos moldes previstos

pelo NCPC também para servidões.

Bons Estudos!

Equipe CTPGE

Fonte: Tartuce

#Simulado - Direito Civil (jan 2019) De acordo com a disposições do código civil e jurisprudência do STF e STJ, responda V ou F:

1. O exercício incontestado e contínuo de uma servidão aparente, por vinte anos, autoriza o

interessado a registrá-la em seu nome no Registro de Imóveis, valendo-lhe como título a

sentença que julgar consumado a usucapião.

2. A pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa prescreverá em cinco anos,

conforme Art. 206 do código civil.

3. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar

excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos

extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da

sentença que a decretar retroagirão à data do ajuizamento da ação.

4. É ilícita a compra e venda entre cônjuges, ainda que seja relacionado a bens excluídos da

comunhão.

5. De acordo com o STJ, a ação de repetição de indébito de tarifas de água e esgoto sujeita-se

ao prazo prescricional estabelecido no Código Civil.

6. O mútuo é o empréstimo de bem inconsumível e infungível.

7. Ainda sobre os contratos em espécie, na empreitada, a obrigação de fornecer os materiais

não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.

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8. Conforme dispõe o STJ, em caso de perda total decorrente de incêndio, sem que se possa

precisar o valor dos prejuízos no imóvel segurado, será devido o valor integral da apólice.

9. Nos contratos escritos ou verbais, poderão os contratantes especificar domicílio onde se

exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes.

GABARITO

1. O exercício incontestado e contínuo de uma servidão aparente, por vinte anos, autoriza o

interessado a registrá-la em seu nome no Registro de Imóveis, valendo-lhe como título a

sentença que julgar consumado a usucapião. FALSO! No caso será o prazo de DEZ anos (Art.

1.379). Somente seria vinte anos no caso do possuidor não ter título (Parágrafo único).

2. A pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa prescreverá em cinco anos,

conforme Art. 206 do código civil. Falso! Será de três anos!!

3. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar

excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos

extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da

sentença que a decretar retroagirão à data do ajuizamento da ação. Falso! Cuidado! retroage à

data da citação.

4. É ilícita a compra e venda entre cônjuges, ainda que seja relacionado a bens excluídos da

comunhão. Falso! É possível se for relacionado aos bens excluídos da comunhão.

5. De acordo com o STJ, a ação de repetição de indébito de tarifas de água e esgoto sujeita-se

ao prazo prescricional estabelecido no Código Civil. Correto! Trata-se de matéria sumulada.

6. O mútuo é o empréstimo de bem inconsumível e infungível. Falso! Mútuo é empréstimo de

bem fungível e consumível, cuidado com essa pegadinha das bancas.

7. Ainda sobre os contratos em espécie, na empreitada, a obrigação de fornecer os materiais

não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes. Correto! É o que dispõe o CC.

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8. Conforme dispõe o STJ, em caso de perda total decorrente de incêndio, sem que se possa

precisar o valor dos prejuízos no imóvel segurado, será devido o valor integral da apólice.

Correto! Jurisprudência em teses do Tribunal.

9. Nos contratos escritos ou verbais, poderão os contratantes especificar domicílio onde se

exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes. Falso! O CC somente faz

referência ao contrato escrito nesse caso.

#Dicas - Princípios Contratuais e parte geral dos contratos (Atualização JAN 2019) 00. O que é contrato? o contrato é um ato jurídico bilateral, dependente de pelo menos duas

declarações de vontade, cujo objetivo é a criação, a alteração ou até mesmo a extinção de

direitos e deveres (Tartuce).

O contrato pode envolver um conteúdo existencial, relativo a direitos da personalidade e pode

gerar efeitos perante terceiros (eficácia externa).

Contrato Comutativo: aquele em que as partes já sabem quais são as prestações, ou seja, essas

são conhecidas ou pré-estimadas. Por outro lado, contrato aleatório é quando a prestação de

uma das partes não é conhecida com exatidão no momento da celebração.

*Princípios contratuais mais importantes:

Autonomia da vontade: é a clássica liberdade que o indivíduo possui para se relacionar com os

demais. Cuidado! não confunda com autonomia privada, que é a possibilidade de discutir o

objeto e cláusulas do contrato.

Função social dos contratos: a interpretação contratual deve levar em consideração a vontade

coletiva. É norma de ordem pública, conforme Art. 2.035, CC.

Pacta sunt servanda: significa que o acordado pelas partes tem força de lei. Encontra-se

mitigado, não mais é absoluto.

Boa-fé objetiva: é como a parte se comporta na execução contratual. Implica nos chamados

deveres anexos, cuja responsabilidade é objetiva em caso de violação.

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1. A teoria da imprevisão ocorre por onerosidade excessiva e é presente nos contratos de

execução diferida ou execução continuada. Foi cobrado recentemente pela CESPE na DPE-AC e

Juiz TRF5.

1.1 PGEAM: "Mauro firmou contrato com determinada empresa, por meio do qual assumiu

obrigações futuras a serem cumpridas mediante prestações periódicas. No decurso do contrato,

em virtude de acontecimento extraordinário e imprevisível, as prestações se tornaram

excessivamente onerosas para Mauro e extremamente vantajosas para a referida empresa.

Nessa situação, Mauro poderá pedir a resolução do contrato, a redução da prestação ou a

alteração do modo de executá-lo". Correto!

1.2. DPERN: "A resolução do contrato por onerosidade excessiva não se aplica aos contratos de

execução instantânea, pois ocorre quando, no momento da efetivação da prestação, esta se

torna demasiadamente onerosa para uma das partes, em virtude de acontecimentos

extraordinários e imprevisíveis". De acordo com TARTUCE: "O contrato deve ser de execução

diferida ou de trato sucessivo, ou seja, deve ainda gerar efeitos no tempo (art. 478 do CC). Em

regra, não é possível rever contrato instantâneo, já celebrado e aperfeiçoado".

1.3. Juiz Federal: "Os efeitos da sentença que extinguir o contrato retroagirão à data da citação,

e não à data do evento imprevisível que tiver dado causa à extinção do contrato". Correto!

Vejamos a lição de TARTUCE: "Os efeitos da sentença que determinar a resolução retroagirão à

data da citação do processo em que se pleiteia a extinção (efeitos ex tunc)".

1.4. DPEPE 2015: "Nos contratos aleatórios, é admitida a revisão ou resolução por onerosidade

excessiva em razão da ocorrência de evento superveniente, extraordinário e imprevisível que

não se relacione com a álea assumida no contrato". Correto! Vejamos: " En. nº 440, CJF: É

possível a revisão ou resolução por excessiva onerosidade em contratos aleatórios, desde que o

evento superveniente, extraordinário e imprevisível não se relacione com a álea assumida no

contrato".

1.5. DPEAM: "Os contratos devem ser de execução continuada ou diferida; e à onerosidade

excessiva a uma das partes deve corresponder a extrema vantagem à outra, em virtude de

acontecimentos extraordinários e imprevisíveis".

Ou seja: a) contratos de execução continuada; b) onerosidade excessiva para uma parte; c)

vantagem extrema para outra parte e d) acontecimentos extraordinários e imprevisíveis.

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A FCC também cobrou o tema na PGM-SLZ da seguinte maneira: "nos contratos de execução

continuada ou diferida, a excessiva onerosidade da prestação de uma das partes, com extrema

vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis".

2. Se, em cumprimento a cláusula de uma relação contratual, uma das partes adota determinado

comportamento e, tempos depois, ainda sob a vigência da referida relação, passa a adotar

comportamento contraditório relativamente àquele inicialmente adotado, tem-se, nesse caso,

um exemplo do que a doutrina civilista denomina venire contra factum proprium. Vale ressaltar

que essa teoria também tem incidência no âmbito dos atos administrativos.

3. Em observância ao princípio da conservação contratual, caso ocorra o vício do consentimento

denominado lesão, a parte lesionada pode optar pela revisão judicial do negócio jurídico, ao

invés de pleitear sua anulação.

4. O adimplemento substancial do contrato tem sido reconhecido como impedimento à

resolução unilateral, havendo ou não cláusula expressa. Vale ressaltar que o STJ não admite a

aplicação de tal teoria quando estivermos diante de alienação fiduciária de veículos, regido pelo

Dec. 911

4.1. Neste sentido: "Segundo entendimento do STJ, o adimplemento substancial do contrato

não autoriza o credor a resolver unilateralmente o negócio jurídico". Correto!

4.2. Considerando os postulados da boa-fé objetiva e da função social do contrato, é

eventualmente possível, mesmo diante do inadimplemento, recusar-se a resolução do contrato

pela invocação da teoria do substancial adimplemento (TRF3).

5. O defeito oculto de uma coisa não autoriza a rejeição de todas as outras vendidas em conjunto

com ela, dado o princípio da função social do contrato.

6. Caso ocorra vício ou defeito oculto em coisa que a torne imprópria ao uso a que se destina ou

que lhe diminua o valor, a coisa poderá ser enjeitada se for recebida em virtude de contrato

comutativo ou doação onerosa.

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7. No âmbito contratual, admite-se a existência de direitos secundários os quais perduram

mesmo depois do adimplemento da obrigação principal.

8. Não é legítima a cláusula contratual por meio da qual um contratante se compromete a

cumprir obrigação em determinado prazo, de modo que, caso este faleça sem o cumprimento

da referida obrigação, o credor estará autorizado a adjudicar bens pertencentes a esse

contratante.

9. Para a formação de contrato entre ausentes, a regra adotada pela legislação em vigor é a da

teoria da expedição, segundo a qual se considera celebrado o negócio jurídico no instante em

que o proponente recebe a resposta do aceitante.

10. A renegociação de contrato bancário ou a confissão da dívida não impede a possibilidade de

discussão sobre eventuais ilegalidades dos contratos anteriores.

11. No âmbito contratual, o princípio geral da boa-fé objetiva permite interpretação extensiva

dos pactos firmados, e é aplicado inclusive no que diz respeito a relações pré-contratuais, o que

garante a validade de normas de conduta implícitas.

11.1 (VUNESP) A boa-fé dá origem a obrigações não constantes expressamente do contrato. Em

razão da conduta das partes, surgem, independentemente da vontade destas, os denominados

“deveres laterais” que podem servir de fundamento para pretensões no âmbito da relação

contratual.

12. À luz da personalização e constitucionalização do direito civil, a real função do contrato não

é tão somente a segurança jurídica, mas, também, o atendimento aos interesses da pessoa

humana.

13. Não é preciso que exista cláusula expressa para que o comprador possa exercer seu direito

decorrente da evicção.

14. Quando estamos diante do final de contrato em que ambas as partes desejam por fim na

avença, chama-se resilição bilateral ou distrato. Cuidado: a resolução é quando ocorre

descumprimento ou inadimplemento contratual.

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14.1 "A resilição bilateral é a extinção do contrato fundamentada no descumprimento do

pactuado por inadimplemento culposo ou doloso, assim como em caso de inexecução absoluta

ou relativa". Falso!

15. Conforme o Código Civil brasileiro, é expressamente proibido que herança de pessoa viva

seja objeto de contrato. É também conhecido como pacto de corvina.

15.1. (PGE/AC) Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva. Correto!!

16. A declaração volitiva bilateral será sinalagmática quando for emanada de duas ou mais

pessoas e dirigida em sentidos opostos.

17. É possível a realização de um contrato preliminar que tenha por objeto a obrigação de se

concluir o contrato principal, devendo aquele, exceto quanto à forma, conter todos os requisitos

deste.

17.1 (PGM-PARANAVAÍ) O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os

requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado.

18. Contrato de prestações certas e determinadas no qual as partes possam antever as

vantagens e os encargos, que geralmente se equivalem porque não envolvem maiores riscos aos

pactuantes, é classificado como comutativo (TJCE).

19. O prazo de arrependimento estabelecido pela partes tem natureza decadencial e não pode

ser conhecido de ofício pelo juiz (TJCE).

20. Nos contratos de adesão, as cláusulas que estipulem renúncia antecipada do aderente a

direito resultante da natureza do negócio serão consideradas abusivas, sendo, portanto, nulas.

20.1. (VUNESP) Nos contratos por adesão celebrados na relação cível paritária, não são nulas as

cláusulas ambíguas ou contraditórias.

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20.1 Q: Nos contratos de adesão, são anuláveis as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada

do aderente a direito resultante da natureza do negócio. Falso! São Nulas!

21. Nos contratos onerosos, a responsabilidade do alienante pela evicção pode ser excluída por

convenção das partes em cláusula expressa.

22. No caso de um contrato em que houve investimentos consideráveis por uma das partes, a

denúncia unilateral só produzirá efeitos após o transcurso de prazo compatível com a natureza

e valor dos investimentos (PGM/BAURU).

23. Ocorrerá o instituto da supressio quando o índice de correção monetária não for aplicado

ao longo do contrato e após seu fim, for tentar ser cobrado (PGM/MARILIA).

24. A proposta feita sem prazo por telefone deixa de ser obrigatória se não foi imediatamente

aceita.

25. Tratando-se de relação contratual paritária - a qual não é regida pelas normas consumeristas

-, a maxidesvalorização do real em face do dólar americano ocorrida a partir de janeiro de 1999

não autoriza a aplicação da teoria da imprevisão ou da teoria da onerosidade excessiva, com

intuito de promover a revisão de cláusula de indexação ao dólar americano (Proc. Alerj).

26. A supressio pode ser aplicada à Administração Pública (Vunesp).

26.1 (Procurador da Unicamp) Considere as seguintes afirmativas: i) não se confunde com a

prescrição, resultando na perda de um direito pelo seu não exercício por tempo suficiente para

gerar na outra parte da relação jurídica a confiança de que o mesmo não mais será exigido; ii)

surgimento de um direito não previsto na relação contratual, mas que se incorpora no

patrimônio de uma das partes em razão do comportamento reiterado da outra; iii) vedação ao

comportamento de uma das partes da relação contratual que viola regra estabelecida no acordo

e tenta se aproveitar de situação favorável decorrente da violação que em que ela mesma

incorreu. As assertivas referem-se, respectivamente, a supressio, surrectio e tu quoque.

26.2 Na PGM-JP, a tu quoque restou configurada quando gerente fez aplicação financeira e

posteriormente foi descoberta a fraude por conta do prejudicado. De acordo com a doutrina, o

instituto significa pela impossibilidade de exigir da outra parte o cumprimento de uma regra que

você mesmo está transgredindo.

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27. Atenção: O vendedor somente poderá executar a cláusula de reserva de domínio após

constituir o comprador em mora, mediante protesto do título ou interpelação judicial.

28. A responsabilidade no vício rebiditório é subjetiva em relação às perdas e danos. Vejamos:

"Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que recebeu com perdas e

danos; se o não conhecia, tão-somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do

contrato" (Auditor Fiscal São luís).

29. Atenção: Na resolução por onerosidade excessiva, os efeitos da sentença retroagem à data

da citação.

30. O desconto de pontualidade em eventual contrato é válido (Vunesp).

31. A simples propositura da ação de revisão de contrato não inibe a caracterização da mora do

autor.

32. O distrato opera-se pela mesma forma exigida para o contrato (FEPESE).

33. Atenção: O STJ não aceita a teoria do adimplemento substancial para prestações alimentícias

(HC 439.973).

34. A análise do comportamento das partes prescinde do elemento anímico do agente. A boa-

fé deve ser analisada objetivamente.

35. São funções da boa-fé objetiva: 1- Função de interpretação (art. 113 do CC) que impõe os

negócios jurídicos devem ser interpretados de acordo com a boa-fé objetiva, inclusive

privilegiando a interpretação que favoreça a parte hipossuficiente da relação; 2- Função de

controle (art. 187 do CC) que aponta a ilicitude de atos que violem a boa-fé objetiva e

responsabiliza, objetivamente, o agente violador, a exemplo do que ocorre na violação positiva

do contrato; e 3- Função de Integração (art. 422 do CC) que exige que os contratantes respeitem

os ditames da boa-fé objetiva em todas as fases contratuais.

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36. Para o exercício do direito de evicção, é suficiente que a parte fique privada do bem em

decorrência de ato administrativo (Vunesp).

37. A FCC considerou como espécies de contrato aleatório: os que dizem respeito a coisas ou

fatos futuros, cujo risco de não virem a existir um dos contratantes assuma, os cujo objeto sejam

coisas futuras, tomando o adquirente a si o risco de virem a existir em qualquer quantidade e os

que se referirem a coisas existentes, mas expostas a risco assumido pelo adquirente.

38. O princípio da relatividade contratual significa que via de regra, o contrato gera efeito

somente entre as partes contratantes. Em alguns casos também geram efeitos externos, como

no caso de proteção ao meio ambiente, tutela de crédito, etc.

39. O princípio da força obrigatória (pacta sunt servanda) não foi abolido do ordenamento

jurídico. Ele existe e somente em casos excepcionais pode ser mitigado.

EMPRESARIAL

TÍTULOS DE CRÉDITO - RESUMO - PARTE 1 (JAN 2019) 1. HISTÓRICO

a) Período Italiano

- Desenvolvimento das operações de câmbio, ante o intenso comércio com as feitas medievais;

- Surgimento do CÂMBIO TRAJETO, pelo qual o transporte da moeda ficava por conta e risco de

um banqueiro, e se instrumentalizava por dois documentos: cautio (seria a origem da nota

promissória), e a littera cambii (origem da letra de câmbio).

b) Período Francês

- Surgimento da cláusula à ordem => consequente criação do endosso.

c) Período Alemão

- Ordenação geral do direito cambiário, codificação que continha normas sobre as letras de

câmbio.

- Período de consolidação dos títulos de crédito, modo geral.

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d) Período Uniforme

- Realização da convenção de Genebra sobre títulos de crédito.

2. CONCEITO, CARACTERÍSTICAS E PRINCÍPIOS DOS TÍTULOS DE CRÉDITO

2.1. CONCEITO: Documento necessário ao exercício do Direito, literal e autônomo, nele

mencionado (VIVANTE)

2.2. PRINCÍPIOS:

a) CARTULARIDADE (Princípio da Incorporação)

* • Por esse princípio, o exercício de qualquer direito representado no título pressupõe a

sua posse legítima, para que o título seja exequível;

* • O título de crédito materializa-se no próprio documento, NÃO existindo direito sem o

respectivo título.

* • Conclusões:

* I. A posse do título pelo devedor presume o pagamento do título;

* II. Só é possível protestar ou executar o título apresentando-o;

* • Desmaterialização dos títulos de crédito: Atualmente admite-se a desmaterialização,

para as DUPLICATAS VIRTUAIS, as quais podem ser protestadas por indicação, e constituirão

títulos extrajudiciais mediante a exibição pelo credor do instrumento de protesto, acompanhado

do comprovante da entrega das mercadorias ou prestação de serviços.

b) LITERALIDADE

* • O título de crédito vale pelo que está nele escrito.

c) AUTONOMIA: Abstração + inoponibilidade das exceções pessoais aos terceiros de boa-fé

* • O título de crédito configura documento constitutivo de direito novo, autônomo,

originário e completamente desvinculado da relação que lhe deu origem.

* • É o mais importante princípio, pois se não existisse, o título de crédito perderia a

característica da negociabilidade e circulabilidade.

* • PRINCÍPIOS DECORRENTES:

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* I. Abstração: Quando o título circula, ele se desvincula da relação que lhe deu origem. A

abstração desaparecerá com a prescrição do título, CABENDO AO CREDOR, NA COBRANÇA DE

TÍTULO PRESCRITO, DEMONSTRAR A ORIGEM DA DÍVIDA, CONFORME JÁ DECIDIU O STJ.

* II. Inopobilidade das exceções pessoais: As defesas que o devedor pode opor a um terceiro

de boa-fé resumem-se às que dizem respeito a relações diretas entre eles, bem como alegações

a vícios de forma do título.

* Há autores que ainda acrescentam a INDEPENDÊNCIA/ SUBSTANTITIVADE E A

LEGALIDADE/ TIPICIDADE.

2.3. CARACTERÍSTICAS

a) Possuem natureza eminentemente comercial;

b) Documentos formais

c) Bens Móveis;

d) São títulos de apresentação, por serem documentos necessários ao exercício dos direitos

neles contidos;

e) São títulos executivos extrajudiciais – configuram líquida e certa;

f) Representam OBRIGAÇÕES QUESÍVEIS (QUERABLE) – Cabe ao credor dirigir-se ao devedor

para receber a importância devida;

g) Em regra, possuem a natureza PRO SOLVENDO – NÃO implica novação quanto à relação

jurídica que deu origem ao título.

MOMENTO EM QUE A OBRIGAÇÃO CAMBIAL SE CONSTITUI

a) TEORIA DA CRIAÇÃO: A obrigação cambial nasce a partir da mera criação do título de crédito,

ou seja, a partir da sua confecção material, que se consuma com a assinatura do sacador. =>

Adotado pelo Código Civil.

b) TEORIA DA EMISSÃO: A obrigação cambial nasce apenas com a entrega voluntária do título

de crédito ao tomador, o seu beneficiário

AMBIENTAL

#Dicas - Código Florestal (Atualização JAN 2019) -

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1. A largura mínima da APP em torno de curso de água, será de, no mínimo, 30 metros em área

urbana (TRF 2 - CONSULPLAN).

-

2. As obrigações possuem natureza propter rem (real).

-

2.1. (MPSP) Q: As obrigações decorrentes de supressão de vegetação em Área de Preservação

Permanente tem natureza pessoal. R: Falso!

-

2.2. (PGM-BH) Mesmo que intervenção irregular em uma das citadas faixas marginais tenha sido

realizada por ação de proprietário anterior de determinado imóvel, será admitida a

responsabilização civil de seu atual proprietário, que será responsável pela recomposição

ambiental. A questão tratava sobre a obrigação propter rem de reparar os danos.

-

3. Não há previsão, no CFLO, de seguro ambiental ou relatório de qualidade ambiental (DPESC -

FCC).

-

4. O Poder Público estadual deve prestar auxílio para recomposição florestal nas pequenas

propriedades (FCC - TJSC).

-

5. Caso seja constituída APP, o proprietário não perderá o imóvel, já que se trata apenas de uma

LIMITAÇÃO ADMINISTRATIVA. Vejamos: "As áreas descritas no artigo 4.º do novo Código

Florestal têm incidência ex lege, pois instituídas diretamente pelo CFlo, em áreas urbanas ou

rurais, independentemente da adoção de alguma providência de demarcação pela

Administração Pública ambiental, tendo a natureza jurídica de limitação de uso ao direito de

propriedade, porquanto genéricas, não sendo cabível indenização aos proprietários pelo seu

regime jurídico especial restritivo". (Frederico Amado, 2015).

-

5.1. (ADV Petrobrás) A Lei n° 12.651/2012 prevê espécies de áreas protegidas, dentre as quais a

reserva legal que deve ser conservada com cobertura de vegetação e é configurada como uma

limitação administrativa, que impõe a manutenção desse espaço protegido nas propriedades

rurais.

-

5.2. (PGM-FOR) Q: Para o STJ, se parte de um imóvel urbano for declarada pelo poder público

área de preservação permanente, ficará afastada a titularidade do proprietário em relação a

essa porção do imóvel. Uma vez transformada em área de preservação permanente, a porção é

retirada do domínio privado e passa a ser considerada bem público para todos os efeitos,

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incluindo-se os tributários. R: Falso! É apenas uma limitação, a propriedade não sofre

interferência.

5.3 Vejamos o julgamento que fundamenta o item 5.2: "A Turma entendeu que a restrição à

utilização da propriedade no que concerne à área de preservação permanente em parte de

imóvel urbano, no caso, um loteamento, não afasta a incidência do Imposto Predial e Territorial

Urbano (IPTU), pois não houve alteração do fato gerador da exação, que é a propriedade

localizada na zona urbana do município. Na verdade, constitui um ônus a ser suportado pelo

proprietário que não gera cerceamento total de disposição, utilização ou alienação da

propriedade, como acontece nas desapropriações".

-

6. Caso o Estado desaproprie uma propriedade sem a reserva legal instituída, o mesmo poderá

ser condenado a demarcá-la (ALERJ - FGV).

-

7. O montante da APP pode ser computado no cálculo da Reserva legal (Art. 15, CFLO).

-

7.1. (MANAUS) A inclusão de uma APP no cômputo da área de reserva legal de um imóvel rural

não altera o regime de proteção dessa APP.

-

8. Não é exigido reserva legal nas áreas adquiridas com o objetivo de implantar rodovias ou

ferrovias, assim como as que sejam necessárias para exploração de energia hidráulica.

-

8.1 (VUNESP) Será exigida Reserva Legal relativa às áreas adquiridas ou desapropriadas com o

objetivo de implantação e ampliação de capacidade de rodovias e ferrovias.

-

8.2. (PGE-AM) A manutenção de área com cobertura vegetal nativa, a título de reserva legal, não

é obrigatória para imóveis rurais desapropriados com a finalidade de exploração de potencial

de energia hidráulica (geração de energia elétrica) e de ampliação de capacidade de rodovias.

-

9. É LIVRE a extração de lenha e demais produtos de florestas plantadas nas áreas não

consideradas Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal.

-

10. Uma área coberta de florestas e que exerce a função de proteger várzeas pode ser

considerada de preservação permanente se declarada de interesse social por ato do chefe do

Poder Executivo (TJCE).

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-

11. É possível ter APP em zonas urbanas ou rurais (TJCE - 2018). Por outro lado, as áreas de

reserva legal são sempre localizadas em áreas rurais.

-

12. Q: Nas APPs, são proibidos a realização de qualquer atividade humana e o acesso de animais.

R: Falso! Vejamos: "Art. 9o É permitido o acesso de pessoas e animais às Áreas de Preservação

Permanente para obtenção de água e para realização de atividades de baixo impacto

ambiental".

-

12.1. (vunesp) Q: Não é permitido, em qualquer hipótese, o acesso de pessoas e animais às Áreas

de Preservação Permanente. R: Falso!

-

13. É possível explorar economicamente as áreas de reserva legal, desde que exista autorização

de órgão competente do SISNAMA.

-

13.1 (PGM-FOR) Conforme o Código Florestal, todo proprietário de imóvel rural deve, a título

de reserva legal, manter área com cobertura de vegetação nativa, a qual só poderá ser explorada

economicamente em caso de manejo sustentável.

-

14. (TRF3) Ao declarar a inconstitucionalidade das expressões “gestão de resíduos” e

“instalações necessárias à realização de competições esportivas”, contidas no artigo 3º, VIII,

alínea b, da Lei nº 12.651/2012, o Supremo Tribunal Federal reduziu as hipóteses em que se

permite o desmatamento de área de preservação permanente por motivo de utilidade pública.

Atenção: Trata-se de um julgado importantíssimo, sobre o código florestal. Sugiro leitura do

dizer o direito: https://www.dizerodireito.com.br/2018/03/constitucionalidade-do-novo-

codigo.html

-

15. (VUNESP) Não haverá, em qualquer hipótese, direito à regularização de futuras intervenções

ou supressões de vegetação nativa, além das previstas na Lei no 12.651/2012.

-

16. Atenção: É NECESSÁRIO o estabelecimento de nexo causal na verificação das

responsabilidades por infração pelo uso irregular do fogo em terras públicas ou particulares.

-

17. As dunas não são consideradas como APP.

-

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18. Há previsão, no CFLO, de pagamento por serviços ambientais.

-

19. (FCC) Para cumprimento da manutenção da área de reserva legal poderão ser computados

os plantios de árvores frutíferas, ornamentais ou industriais, compostos por espécies exóticas,

cultivadas em sistema intercalar ou em consórcio com espécies nativas da região em sistemas

agroflorestais.

-

20. Atenção: A localização da reserva legal deve levar em consideração: a) o plano de bacia

hidrográfica; b) o Zoneamento Ecológico-Econômico; c) a formação de corredores ecológicos;

d) as áreas de maior importância para a conservação da biodiversidade e d) as áreas de maior

fragilidade ambiental.

-

20.1. Fique de olho: são áreas de maior fragilidade ambiental e não as de menores, como cobrou

a FCC no concurso da ALE-MS.

-

21. É vedada a conversão de vegetação nativa para uso alternativo do solo no imóvel rural que

possuir área abandonada.

-

22. A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área de Preservação Permanente

somente ocorrerá nas hipóteses de utilidade pública, de interesse social ou de baixo impacto

ambiental previstas na Lei n° 12.651/2012. Já a supressão de vegetação nativa protetora de

nascentes, dunas e restingas somente poderá ser autorizada em caso de utilidade pública.

-

23. (PGM-POA) Na regularização fundiária de interesse específico dos assentamentos inseridos

em área urbana consolidada e que ocupam APP, ao longo dos rios ou de qualquer curso d’água,

deverá ser mantida faixa não edificável com largura mínima de 15 metros de cada lado.

-

24. A Amazônia Legal é composta pelos Estados do Acre, Pará, Amazonas, Roraima, Rondônia,

Amapá e Mato Grosso e as regiões situadas ao norte do paralelo 13° S, dos Estados de Tocantins

e Goiás, e ao oeste do meridiano de 44° W, do Estado do Maranhão.

-

25. A coleta de produtos florestais não madeireiros, tais como frutos, cipós, folhas e sementes

é livre, devendo-se observar, dentre os requisitos previstos na referida lei, a época de maturação

dos frutos e sementes.

-

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26. A compensação da Reserva Legal não poderá ser utilizada como forma de viabilizar a

conversão de novas áreas para uso alternativo do solo.

27. O que é manejo sustentável (Proc. Unicamp)? é a administração da vegetação natural para

a obtenção de benefícios econômicos, sociais e ambientais, respeitando-se os mecanismos de

sustentação do ecossistema objeto do manejo e considerando-se, cumulativa ou

alternativamente, a utilização de múltiplas espécies madeireiras ou não, de múltiplos produtos

e subprodutos da flora, bem como a utilização de outros bens e serviços.

28. Restinga é o depósito arenoso paralelo à linha da costa, de forma geralmente alongada,

produzido por processos de sedimentação, onde se encontram diferentes comunidades que

recebem influência marinha, com cobertura vegetal em mosaico, encontrada em praias, cordões

arenosos, dunas e depressões, apresentando, de acordo com o estágio sucessional, estrato

herbáceo, arbustivo e arbóreo, este último mais interiorizado (PGM-Sorocaba).

29. Se o imóvel rural passar ao perímetro urbano, mediante lei municipal, não estará o

proprietário desobrigado de manter área de Reserva Legal, que só será extinta

concomitantemente ao registro do parcelamento do solo para fins urbanos, consoante as

diretrizes do plano diretor (PGE-AP). Vejamos o artigo: "A inserção do imóvel rural em perímetro

urbano definido mediante lei municipal não desobriga o proprietário ou posseiro da

manutenção da área de Reserva Legal, que só será extinta concomitantemente ao registro do

parcelamento do solo para fins urbanos aprovado segundo a legislação específica e consoante

as diretrizes do plano diretor de que trata o § 1o do art. 182 da Constituição Federal".

30. (Vunesp - 2018) Q: Os empreendimentos de abastecimento público de água e tratamento

de esgoto estão sujeitos à constituição de Reserva Legal. R: Falso! Vejamos: "Os

empreendimentos de abastecimento público de água e tratamento de esgoto NÃO ESTÃO

sujeitos à constituição de Reserva Legal".

31. (TJ-CE) Uma área coberta de florestas e que exerce a função de proteger várzeas pode ser

considerada de preservação permanente se declarada de interesse social por ato do chefe do

Poder Executivo. CORRETO! Vejamos: Consideram-se, ainda, de preservação permanente,

quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo, as áreas cobertas

com florestas ou outras formas de vegetação destinadas a uma ou mais das seguintes

finalidades: I - conter a erosão do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e

de rocha; II - proteger as restingas ou veredas; III - proteger várzeas; IV - abrigar exemplares da

fauna ou da flora ameaçados de extinção; V - proteger sítios de excepcional beleza ou de valor

científico, cultural ou histórico; VI - formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias;

VII - assegurar condições de bem-estar público; VIII - auxiliar a defesa do território nacional, a

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critério das autoridades militares e IX – proteger áreas úmidas, especialmente as de importância

internacional.

32. Quanto tempo dura o pousio? Inicialmente, pousio é a prática de interrupção temporária de

atividades ou usos agrícolas, pecuários ou silviculturais, para possibilitar a recuperação da

capacidade de uso ou da estrutura física do solo. De acordo com o CFLO, tem duração de 5 anos.

(DPE-AM).

33. O pagamento por serviços ambientais (PSA) é uma espécie de transação voluntária por meio

da qual uma atividade desenvolvida por um provedor de serviços ambientais, que conserve ou

recupere um serviço ambiental previamente definido, é remunerada por um pagador de

serviços ambientais, mediante a comprovação do atendimento das disposições previamente

contratadas, nos termos da legislação vigente.(PGE-SP)

33.1 Vejam que não tem natureza tributária, por ser voluntária e tampouco se relaciona com o

princípio do poluidor-pagador.

34. Hipóteses em que é permitido o uso do fogo:

I - em locais ou regiões cujas peculiaridades justifiquem o emprego do fogo em práticas

agropastoris ou florestais, mediante prévia aprovação do órgão estadual ambiental competente

do Sisnama, para cada imóvel rural ou de forma regionalizada, que estabelecerá os critérios de

monitoramento e controle;

II - emprego da queima controlada em Unidades de Conservação, em conformidade com o

respectivo plano de manejo e mediante prévia aprovação do órgão gestor da Unidade de

Conservação, visando ao manejo conservacionista da vegetação nativa, cujas características

ecológicas estejam associadas evolutivamente à ocorrência do fogo;

III - atividades de pesquisa científica vinculada a projeto de pesquisa devidamente aprovado

pelos órgãos competentes e realizada por instituição de pesquisa reconhecida, mediante prévia

aprovação do órgão ambiental competente do Sisnama.

IV - Populações tradicionais e indígenas.

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(TJRS - Juiz) Q: é proibido o uso de fogo na vegetação em quaisquer circunstâncias. R: Falso!

Vejam as hipóteses acima.

35. Principais conclusões do STF sobre o julgamento das ações sobre o CFLO (Informativo 892) -

Adaptado do Prof. Márcio André Lopes:

35.1 Não se mostra compatível com o art. 225 da CF/88 autorizar-se a relativização da proteção

da vegetação nativa protetora de nascentes, por exemplo, para “gestão de resíduos” ou para a

realização de competições esportivas estaduais, nacionais e internacionais.

35.2 Somente pode haver intervenção em área de proteção permanente (APP) em casos

excepcionais e desde que comprovada a inexistência de alternativa técnica e/ou locacional à

atividade proposta.

35.3 Os entornos das nascentes e dos olhos d´água, mesmo que intermitentes, também

configuram área de preservação permanente.

35.4 A compensação da reserva legal, além de ser no mesmo bioma, deve ser entre áreas da

mesma identidade ecológica. Isso ocorre em virtude de grande heterogeneidade que pode

ocorrer dentro de um mesmo bioma.

35.5 Durante a execução dos termos de compromissos subscritos nos programas de

regularização ambiental, não corra o

prazo de decadência ou prescrição, ou seja, ficará interrompida.

36. As restingas somente são consideradas APP quando fixadoras de dunas ou estabilizadora de

mangues e não em toda sua extensão (PGE-SC). Os manguezais é que são APP em toda extensão.

37. Reserva legal na amazônia legal: a) 80% na área de florestas; b) 35% em área de cerrado e c)

20% em campos gerais. Fora da amazônia legal, a reserva legal é 20% (PGM-JP);

37.1 (TRF2) Todo imóvel rural deve manter área com cobertura de vegetação nativa, a título de

Reserva Legal, sem prejuízo da aplicação das normas sobre as Áreas de Preservação

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Permanente, observado o seguinte percentual mínimo em relação à área do imóvel situado em

Cerrado: 35%. Vide tabela acima.

37.2 (TJCE) Q: Todo imóvel rural localizado na Amazônia Legal deve manter área correspondente

a 80% da extensão total do imóvel, com cobertura de vegetação nativa, a título de reserva legal.

R: Falso! Existe gradação.

38. Atenção!! O órgão ambiental competente, ao tomar conhecimento do desmatamento em

desacordo com o disposto nesta Lei, deverá embargar a obra ou atividade que deu causa ao uso

alternativo do solo, como medida administrativa voltada a impedir a continuidade do dano

ambiental, propiciar a regeneração do meio ambiente e dar viabilidade à recuperação da área

degradada.

38.1 Veja o complemento: "O embargo restringe-se aos locais onde efetivamente ocorreu o

desmatamento ilegal, não alcançando as atividades de subsistência ou as demais atividades

realizadas no imóvel não relacionadas com a infração".

ECONOMICO

DIREITO ECONOMICO - PARTE 6 - Eros Grau - Direito Econ Esquematizado e

Resumos (jan 2019) 4.3. Princípios

4.3.1. Soberania nacional

A soberania nacional consubstancia, em verdade, na soberania econômica. Preconiza a

estruturação da ordem econômica de forma a evitar a dependência externa econômica,

tecnológica e política, buscando a emancipação do país. Tem por finalidade a participação ativa

do Brasil no cenário mundial.

4.3.2. Propriedade privada

A proteção à propriedade privada como princípio da ordem econômica se refere aos meios de

produção. Abrange a propriedade material e imaterial (ex. patentes). A finalidade desse

princípio é impor restrições à intervenção estatal em face da propriedade do indivíduo. Admite-

se, contudo, limitação em situações especiais, por não se tratar de valor absoluto.

4.3.3. Função social da propriedade

A função social da propriedade é um valor que condiciona os direitos inerentes à propriedade

Na Constituição de Weimar, consignou-se que "a propriedade obriga [o dono]".

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Na ADI 3.934/2009, o STF entendeu que o limite de 150 salários mínimos de preferência de

créditos trabalhistas, previsto na Lei 11.101/2005 (Falência), é constitucional, na medida em que

permite a percepção dos créditos por mais trabalhadores. Ademais, essa limitação garante a

função social da empresa e sua continuidade.

4.3.4. Livre concorrência

A adoção da livre concorrência evidencia a opção do constituinte pela economia de mercado

(capitalista). O mercado se determina pelas forças dos próprios agentes de mercado.

O Estado deve criar meios legislativos e materiais para que os agentes econômicos possam

concorrer efetivamente, reprimindo o abuso ao poder econômico e a predação da competição.

O art. 173, §4º, CF, determina que a lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à

dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros.

Outras atuações estatais são necessárias: fomento à concorrência e estímulo à eficiência,

prevenção e repressão do abuso do poder econômico.

Não se pode confundir a dominação (ilegal) com a conquista (legal) de mercado, a qual é

fundada na maior eficiência do agente. Cf. art. 36, §1º, Lei 12.529/11: "A conquista de mercado

resultante de processo natural fundado na maior eficiência de agente econômico em relação a

seus competidores não caracteriza o ilícito previsto no inciso II do caput deste artigo.".

Os instrumentos para garantia da livre concorrência encontram-se na Lei 12.529/2011, que cria

uma estrutura governamental de vigilância (SBDC) e prescreve condutas anticompetitivas

punidas e atos de concentração a serem submetidos à autoridade antitruste. A destinatária da

proteção da livre concorrência é a coletividade (art. 1º, parágrafo único, Lei 12.529). O direito

da concorrência não tutela o concorrente, mas a sociedade.

O objetivo da tutela da concorrência é preservar a liberdade de escolha (dos agentes

econômicos, dos consumidores), melhor qualidade de produtos e serviços e menores preços.

Não pode a lei estabelecer um raio geográfico de vedação à concorrência. Súmula 646/STF:

"Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de

estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área".

Na AC 1.657-MC/2007, o STF entendeu ser a sonegação fiscal uma forma de concorrência

desleal. O caso versava sobre o regime diferenciado de tributação na indústria de cigarro. A

empresa alegava a interdição para atuar ser fundada em questão fiscal. O Supremo julgou ser

cabível a medida fiscal, para impedir a dominação de mercados, em razão do não pagamento de

tributos (redução de custos).

4.3.5. Defesa do consumidor

A defesa do consumidor preserva os direitos básicos do indivíduo no âmbito das relações

econômicas (Ramos Tavares). Tem por objetivo o efetivo equilíbrio nas relações jurídico-

econômicas na ponta da cadeia produtiva. As ações estatais (CDC) devem proporcionar acesso

à informação adequada para a tomada de decisão, proteção contra práticas abusivas, proteção

contratual (direitos mínimos, interpretação mais benéfica de cláusulas), facilitação da defesa de

direitos (inversão do ônus da prova).

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Na ADI 2.359/2006, o STF estabeleceu que caberia às fornecedoras de botijão de gás receber

dos consumidores botijões de outras marcas, não recaindo sobre o consumidor o ônus de

devolver o recipiente à sua respectiva fornecedora.

Na ADI 1.980/2009, foi determinada a indicação da origem do combustível nos postos de

abastecimento. Infrutiferamente, as empresas alegaram violação de segredos de negócio, mas

o Supremo entendeu mais importante a tutela da transparência e da informação ao consumidor.

4.3.6. Defesa do meio ambiente

A defesa do meio ambiente é um contraponto à livre iniciativa e à propriedade privada,

afastando a ideia de propriedade absoluta. Evidencia-se a adoção do modelo de

desenvolvimento sustentável. A CF prevê que todos têm direito a um meio ambiente

equilibrado. Ademais, autoriza tratamento diferenciado "conforme o impacto ambiental dos

produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação". Ex. tributação diferenciada

no IPVA para carros poluentes.

O objetivo é conciliar interesses produtivos com o bem estar da coletividade, evitando a

degradação do meio ambiente, que prejudica a vida social e a própria atividade econômica.

Na ADPF 101/2009, discutiu-se portaria do MDIC que vedava importação de pneus usados. O

STF entendeu que essa importação tem potencial de danos ao meio ambiente.

Na ADI 3.540-MC/2005, tratou-se da limitação da supressão da vegetação.

Na ADI 3.378, discutiu-s compensação para empreendimentos de grande impacto ambiental.

4.3.7. Redução das desigualdades regionais e sociais

Pelo princípio da redução das desigualdades, o Estado deve criar meios materiais para

concretizar a isonomia. Revela preocupação com o modelo de desenvolvimento harmônico e

homogêneo entre as regiões e entre os indivíduos.

Como consequência, autoriza o tratamento diferenciado, com políticas específicas para classes

e regiões específicas. Ex. capacidade contributiva dos impostos. Ex2. Zona Franca de Manaus.

Na ADI 4.364/2011, o STF discutiu a constitucionalidade do piso salarial regional. Concluiu que

piso salarial pode ser fixado por categoria, de modo a viabilizar a proteção a categorias que não

tenham poder de barganha face ao empregador, concretizando redução de desigualdades. Não

confundir com o salário mínimo regional.

4.3.8. Busca do pleno emprego

A busca do pleno emprego concretiza o fundamento da valorização do trabalho humano. A

"busca" confere um cunho programático ao princípio, de modo que não enseja a criação de

direito subjetivo ao cidadão. Ao Estado são impostos deveres positivos e negativos. Deve reduzir

as taxas de desemprego, pela criação de postos de trabalho. Por outro lado, deve se abster de

adotar políticas que prejudiquem o nível geral de emprego.

Na ADI 1.721/2006, o STF declarou inconstitucionalidade do art. 453 da CLT (alterado pela Lei

9.528/97) que estabelecia extinção automática da relação de emprego pela aposentadoria.

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4.3.9. Tratamento favorecido para EPP

O tratamento favorecido à EPP favorece qualquer unidade produtiva de pequeno porte. No

Brasil, mais de 60% da mão de obra é empregada por ME/EPP. Tem por objetivo garantir

condições de concorrência aos pequenos empresários em tratamento jurídico e econômico

compatível com seu porte, pois em condições normais eles não têm condições para competir

com os grandes. O art. 179, CF, impõe a simplificação, redução e eliminação de obrigações

administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias. Foi regulamentado pela LC 123/2006.

Na ADI 4.033/2010, o STF declarou que a isenção de contribuições do sistema S às ME/EPP

optantes do simples atendia ao princípio do tratamento favorecido.

4.3.10. Livre exercício de atividade econômica, independentemente de autorização

O parágrafo único do art. 170 reforça a livre iniciativa pela previsão do livre exercício de

atividade econômica. Tem por objetivo afastar toda forma de burocracia que crie obstáculos à

efetividade do princípio da livre iniciativa.

Na ADI 173, o STF entendeu desproporcional a imposição de apresentação da CND para

arquivamento de atos na junta comercial. No RE 413.782, também foi declarada abusiva a

imposição de apresentação de CND para impressão de talonários de notas fiscais.

Resumo Econômico - Parte 7 (jan 2019) 5. Intervenção do Estado na economia

Na intervenção direta ("no domínio econômico"), o Estado atua como se empresário fosse,

exercendo a atividade.

Na intervenção indireta ("sobre o domínio econômico"), o Estado atua por instrumentos de

fomento e de regulação.

5.1. Intervenção direta: Estado empresário

5.2.1. Disciplina constitucional

De acordo com o art. 173, CF, ressalvados os casos previstos na Constituição (nos quais a atuação

do Estado é regra), o Estado só atuará no domínio econômico de modo excepcional, ressalvados

os casos previstos na Constituição e na forma da lei.

As hipóteses de intervenção: (a) nos casos previstos na Constituição. A Constituição impõe

alguns setores em que o Estado deve atuar como empresário; (b) quando necessária aos

imperativos de segurança nacional, na forma da lei; (c) por relevante interesse coletivo, na forma

da lei.

Na ADI 234, o STF decidiu que o juízo de intervenção é flexível, com diálogo entre o Executivo e

o Legislativo. Isto é, não pode a Constituição Estadual fazer vedações não constantes da

Constituição Federal.

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A atuação se concretiza por meio das empresas estatais: sociedades de economia mista e

empresas públicas.

Os âmbitos de atuação do Estado (atividade econômica em sentido amplo) são:

(a) serviços públicos (art. 175, CF). As competências materiais estão previstas nos arts. 21, 25 e

30, CF. O constituinte permitiu que o Estado prestasse direta ou indiretamente os serviços

públicos (art. 175), cabendo essa opção ser feita no âmbito infraconstitucional. Nada obsta que

se institua a exclusividade ("privilégio"). Ex. serviço postal (ADPF 46). As empresas estatais que

prestam serviço público podem gozar de tratamento tributário diferenciado, não se lhes

aplicando o art. 173. Em regra, incide a regra de imunidade recíproca;

(b) atividades econômicas em sentido estrito (arts. 173 e 174, CF). O Estado pode atuar, mas em

caráter excepcional. Submete-se às mesmas regras aplicáveis aos demais agentes econômicos,

em regime de direito privado, não incidindo privilégios fiscais (art. 173, §2º). No entanto,

mescla-se o regime público, no que toca ao regime da Administração (art. 37). Somente a

Constituição (ou emenda constitucional) pode criar monopólio estatal nesta seara, sob pena de

ofensa à livre concorrência.

5.2.2. Graus de atuação

O Estado pode atuar por mera participação, em regime de concorrência com os particulares

(salvo em serviço público). Dá-se por meio de instituição de empresa estatal ou por participação

"relevante" em empresas privadas (ex. Banco Votorantim).

Na absorção, o Estado atua sozinho, é o único a explorar a atividade. Na atividade econômica,

configura "monopólio". No serviço público, caracteriza "exclusividade". O finalidade última da

criação de monopólios estatais é preservação do interesse público. O art. 177 arrola as hipóteses

de monopólio da União, relativas a petróleo, gás natural e hidrocarbonetos fluidos. No entanto,

o §1º admite a transferência da execução dessas atividades a empresas estatais ou privadas por

meio de permissão. Obs.: os privados também podem explorar atividades monopolisticamente,

ocasião em que incide um regime jurídico próprio de defesa contra o abuso do poder

econômico. Ex. patentes, defesa da concorrência (protege fornecedores e consumidores).

5.2.3. Empresas estatais

a) Conceito

Os elementos relevantes para conceituação das empresas estatais são: (a) formal: quem cria ou

incorpora. O Poder Público cria, logo é estatal; (b) subjetivo: condição de ente público. Deve

atender ao regime público. Esse critério não é adotado pelo Brasil, pois as estatais seguem

regime de direito privado, sem privilégios, no âmbito da atividade econômico; (c) objetivo:

poder de controle sobre a empresa ou sobre sua direção. Principalmente por participação

majoritária no capital social.

No Brasil, predominam os elementos formal e objetivo. “Consideram-se empresas estatais as

empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias e controladas e demais

empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com

direito a voto” (art. 5º, parágrafo único, Lei nº 10.101, de 2000).

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b) Espécies

As espécies de estatais são: (a) empresas públicas; (b) sociedades de economia mista; (c)

subsidiária; (d) controlada.

A empresa pública (art. 5º, II, DL 200/67) é entidade com personalidade de direito privado, com

capital exclusivo de ente público, com criação autorizada por lei, sob qualquer forma societária

admitida em direito. Não se aplica regime de recuperação e falência. Não precisa ser unipessoal,

pode ter diversos acionistas. Ex. União e Estado.

A sociedade de economia mista (art. 5º, III, DL 200/67; arts. 235-240, Lei 6.404/76) é entidade

com personalidade de direito privado, com criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade

anônima, cuja maioria das ações com direito a voto pertencem a ente público. Não se aplica

regime de recuperação e falência. A participação majoritária do Estado justifica a persecução de

interesse público, ainda que se sacrifique o objetivo de maximização de lucro.

As subsidiárias tem como único acionista a empresa que a criou.

As controladas, embora não originariamente, passaram a ser controladas por ente público.

c) Classificação

As estatais se classificam, de acordo com o controle:

* • empresa de 1º grau. É estatal desde a sua criação;

* • empresa de 2º grau. São criadas a partir de outra empresa estatal;

* • controlada. Não foi autorizada ou criada por lei, mas passou a ser controlada pelo

Estado.

Também se classificam, de acordo com a dependência:

* • dependentes (art. 2º, III, LRF). É a “empresa controlada que receba do ente controlador

recursos financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de

capital, excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária".

Não possuem fonte própria de recursos ou sua fonte é insuficiente. Em regra, exercem

atividades deficitárias. Ex. Embrapa (pesquisa);

* • não dependentes (autossuficientes). Possui fonte própria e suficiente de recursos para

seu custeio e manutenção. Ex. bancos públicos. É possível o aporte de recursos pelo ente

público, sem que isso caracteriza dependência, pois a finalidade do aporte é a ampliação das

atividades.

PENAL

COLABORAÇÃO PREMIADA (Caiu no TRF3 2018, alta incidência na CESPE) (Jan

2019)

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-Primeiro, perceba que “Colaboração” é gênero, já a “Delação” é espécie. De início, uma

informação importante é que existem várias formas de colaborar (como, por exemplo,

auxiliando na recuperação do produto do crime), sendo a delação (identificação de comparsas)

apenas uma delas.

-Há uma doutrina minoritária que faz crítica à delação, porque haveria um estímulo a uma ação

antiética por parte do delator. Entretanto, a posição majoritária é pela prevalência de sua

constitucionalidade pela Ponderação de interesses.

-Em síntese: a delação premiada é medida indispensável ao combate da criminalidade

organizada, sendo, portanto, legítima, já que não viola nenhum direito ou garantia fundamental.

De outro lado, atente-se ao fato de que os efetivos “chefes” de organizações criminosas se valem

da autoria mediata (não praticam atos pessoalmente), de maneira que a delação é um meio

eficaz de identificá-los.

- Sobre a sua natureza jurídica, entende-se que o acordo de colaboração premiada é um negócio

jurídico processual personalíssimo que tem como objeto a contribuição do imputado para a

conclusão dos trabalhos do juízo ou do tribunal. Porém, apenas se a colaboração for EXITOSA e

possibilitar a coleta de provas idôneas é que se produzirá efeitos jurídicos em favor do delator.

- A decisão do magistrado que homologa o acordo de colaboração premiada NÃO JULGA O

MÉRITO, mas apenas resolve uma questão incidente. Por isso, esta decisão tem natureza

meramente homologatória, limitando-se ao pronunciamento sobre a regularidade, legalidade e

voluntariedade do acordo (art. 4º, § 7º, da Lei nº 12.850/2013).

-Enfim, o juiz, ao homologar o acordo de colaboração, não emite juízo de valor a respeito das

declarações eventualmente prestadas pelo colaborador à autoridade policial ou ao Ministério

Público, nem confere o signo da idoneidade a seus depoimentos posteriores.

Questões sobre o tema:

* Colaboração premiada, será nula se não contar com a participação do órgão julgador na

elaboração do acordo (F) - CESPE 2018 .

* Relativamente à colaboração premiada prevista na Lei nº 12.850/2013, é CORRETO afirmar

que: É expressamente prevista como meio de obtenção da prova, em qualquer fase da

persecução penal (V) - TRF3 2018.

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#Dicas - Lei Maria da Penha - 11.340/06 (jan 2019) 1. É aplicável a todas as mulheres, sem fazer distinções de nenhum tipo (Art. 2º).

2. Protege física e psicologicamente, moral e patrimonial. Independe da orientação sexual dos

envolvidos.

2.1 Nova redação legal: A violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause

dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno

desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e

decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância

constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, violação de sua intimidade,

ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause

prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação.

3. Inclusive no âmbito de trabalho doméstico (CESPE - DPC/PE).

4. De acordo com o STJ (info 551), a Lei Maria da Penha pode ser aplicada nos casos entre mãe

e filha.

5. A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de violação dos

direitos humanos.

6. O rol dos tipos de violências previstos na lei é meramente exemplificativo, em virtude de

aparecer "entre outros" no caput do artigo.

7. Entre as medidas previstas na lei, está a possibilidade de criação de delegacia especializada

para esses tipos de crimes.

8. A mulher que for vítima de violência, se servidora pública, terá acesso prioritário à remoção.

Se empregada privada, manutenção do emprego com afastamento do local de trabalho por até

6 meses (seria uma estabilidade provisória).

9. As medidas que podem ser tomadas pelo delegado também constituem rol meramente

exemplificativo.

10. Os juizados de violência doméstica tem natureza cível e penal.

11. Se ocorrer homicídio no âmbito das relações domésticas, a competência para julgar será do

tribunal do júri.

12. Se a violência doméstica ocorrer em aeronave ou navio, a competência será da Justiça

Federal, conforme Art. 109, IX, CF.

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13. Importante! Súmula 542, STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de

violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada.

14. É vedada a condenação em cestas básicas ou pagamento isolado de multa.

15. As medidas protetivas podem ser concedidas de maneira liminar.

16. Inclusive, o juiz pode conceder de ofício as medidas protetivas.

17. É possível a decretação da prisão preventiva no inquérito ou no processo. A referida prisão

pode ser decretada de ofício pelo juiz.

18. De acordo com o STJ (Info 544), o descumprimento de medida protetiva de urgência prevista

na Lei Maria da Penha (art. 22 da Lei 11.34012006) NÃO configura crime de desobediência (art.

330 do CP).

19. De acordo com o STJ (info 574), Cabe habeas corpus para apurar eventual ilegalidade na

fixação de medida protetiva de

urgência consistente na proibição de aproximar-se de vítima de violência doméstica e familiar.

20. A intervenção do MP é obrigatória quando não for parte!

21. Em todos os atos processuais, cíveis ou penais, a mulher em situação de violência deverá

estar assistida por advogado.

22. Não se aplicam as disposições da lei 9.099 aos processos de violência doméstica.

23. Súmula 536, STJ: "A suspensão condicional do processe e a transação penal não se aplicam

na hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha".

24. Súmula 600, STJ: "Para a configuração da violência doméstica e familiar prevista no artigo

5º da Lei n. 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) não se exige a coabitação entre autor e vítima".

25. Súmula 589, STJ: "É inaplicável o princípio da insignificância nos crimes ou contravenções

penais praticados contra a mulher no âmbito das relações domésticas".

26. Súmula 588, STJ: "A prática de crime ou contravenção penal contra a mulher com violência

ou grave ameaça no ambiente doméstico impossibilita a substituição da pena privativa de

liberdade por restritiva de direitos".

27. E a lei maria da penha se aplica no caso de namoro? Sim! o STJ entende que também está

presente relação afetiva. Vejamos: "configura violência contra a mulher, ensejando a

aplicação da Lei nº 11.340/2006, a agressão cometida por ex-namorado que não se conformou

com o fim de relação de namoro, restando demonstrado nos autos o nexo causal entre a

conduta agressiva do agente e a relação de intimidade que existia com a vítima".

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28. Compete à Justiça Federal apreciar o pedido de medida protetiva de urgência decorrente de

crime de ameaça contra a mulher cometido, por meio de rede social de grande alcance, quando

iniciado no estrangeiro e o seu resultado ocorrer no Brasil.

29. Nos casos de violência contra a mulher praticados no âmbito doméstico e familiar, é possível

a fixação de valor mínimo indenizatório a título de dano moral, desde que haja pedido expresso

da acusação ou da parte ofendida, ainda que não especificada a quantia, e independentemente

de instrução probatória.

30. A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) reafirmou seu entendimento de que

não é possível a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos nos casos

de crime contra a mulher mediante violência ou grave ameaça em ambiente familiar.

SIMULADOS COM MATÉRIAS DIVERSAS

#Simulados - Informativos e julgados (jan 2019) 1. O valor da multa cominatória (astreintes) não integra a base de cálculo da verba honorária.

2. É cabível tutela provisória de urgência sobre férias de servidor público.

3. O Juiz pode determinar o bloquei de verbas públicas em caso de descumprimento de ordem

para fornecer medicamento.

4. É permitida a imposição de multa diária a ente público para compeli-lo a fornecer

medicamento a pessoa desprovida de recursos financeiros.

5. Quanto às condenações oriundas de relação jurídica não-tributária, a fixação dos juros

moratórios segundo o índice de remuneração da caderneta de poupança é inconstitucional.

6. O NCPC acabou com a necessidade de revisor em ação rescisória em todos os tribunais.

7. As obrigações ambientais possuem natureza propter rem, sendo admissível cobrá-las do

proprietário ou possuidor atual e/ou dos anteriores, à escolha do credor.

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8. A teoria da encampação é aplicada no mandado de segurança quando presentes,

cumulativamente, os seguintes requisitos: a) inexistência de vínculo hierárquico entre a

autoridade que prestou informações e a que ordenou a prática do ato impugnado; b)

manifestação a respeito do mérito nas informações prestadas; e c) ausência de modificação de

competência estabelecida na Constituição Federal.

GABARITO

1. O valor da multa cominatória (astreintes) não integra a base de cálculo da verba honorária.

CORRETO! A BC dos honorários advocatícios sucumbenciais na fase de conhecimento é a

condenação referente ao mérito principal da causa. Info 608, STJ.

2. É cabível tutela provisória de urgência sobre férias de servidor público. CORRETO! Não há

vedação na Lei 9.494 sobre o tema, sendo, portanto, possível. Vejamos: "No presente julgado,

o STF afirmou que seria possível a concessão de tutela antecipada tratando sobre férias de

servidores públicos, considerando que isso não envolve a reclassificação ou equiparação de

servidores públicos nem a concessão de aumento ou extensão de vantagens". Informativo 766

3. O Juiz pode determinar o bloquei de verbas públicas em caso de descumprimento de ordem

para fornecer medicamento. Correto! O direito à saúde deve ser privilegiado em face das

finanças públicas, merecendo especial tutela por parte do judiciário, que não pode ser conivente

com a desídia da administração.

De acordo com Márcio André: " (...) ressaltou, no entanto, que o bloqueio e sequestro de verbas

públicas é medida que somente deve ser concedida em caráter excepcional, onde haja nos autos

comprovação de que o Estado não esteja cumprindo a obrigação de fornecer os medicamentos

pleiteados e de que a demora no recebimento acarrete risco à saúde e à vida do demandante".

4. É permitida a imposição de multa diária a ente público para compeli-lo a fornecer

medicamento a pessoa desprovida de recursos financeiros. Correto! Também foi utilizado como

argumento o direito à saúde, servindo as astreintes como forma de vencer a demora do Poder

Público em cumprir a obrigação.

Vale ressaltar que as astreintes podem ser concedidas de ofício, tem como destinatário o autor

da demanda e poderá ser aplicada na fase de conhecimento, em tutela provisória ou na

sentença, ou na fase de execução.

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5. Quanto às condenações oriundas de relação jurídica não-tributária, a fixação dos juros

moratórios segundo o índice de remuneração da caderneta de poupança é inconstitucional.

Falso! É constitucional. Sobre o tema, importante saber três pontos:

5.1 Na relação tributária, deverá ser aplicado o mesmo índice de juros que incide quando o

Poder Público cobra

seus créditos tributários (princípio da isonomia).

5.2 Em relação ao juros de mora em condenações diversas, o índice de remuneração da

poupança é constitucional.

5.3 Em relação à correção monetária, é inconstitucional a utilização da remuneração oficial da

caderneta de poupança, por não refletir efetivamente a inflação. Recomendo leitura do

Informativo 878, STF pelo Dizer o Direito.

6. O NCPC acabou com a necessidade de revisor em ação rescisória em todos os tribunais. Falso!

Via de regra, não há mais necessidade de revisor em ação rescisória. No entanto, no STJ ainda

há figura do revisor nas rescisórias por previsão legal específica na Lei 8.038 de 90, que continua

em vigor mesmo após o NCPC (Info 603).

7. As obrigações ambientais possuem natureza propter rem, sendo admissível cobrá-las do

proprietário ou possuidor atual e/ou dos anteriores, à escolha do credor. Correto! Nova súmula

do STJ. Vale ressaltar que o Cflo tem expressamente prevista a responsabilidade propter rem.

8. A teoria da encampação é aplicada no mandado de segurança quando presentes,

cumulativamente, os seguintes requisitos: a) inexistência de vínculo hierárquico entre a

autoridade que prestou informações e a que ordenou a prática do ato impugnado; b)

manifestação a respeito do mérito nas informações prestadas; e c) ausência de modificação de

competência estabelecida na Constituição Federal. Falso! Precisa ter vínculo hierárquico entre

a autoridade que prestou as informações e a que ordenou o ato impugnado. Cuidado!!

QUESTÕES DISCURSIVAS

Quais são os fundamentos ou pressupostos da desapropriação (PGM-SJP 2ª fase)? -

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A doutrina majoritária identifica três fundamentos para a desapropriação, quais sejam: a)

necessidade pública; b) utilidade pública e c) interesse social. A necessidade pública decorre de

situações de emergência, enquanto a utilidade pública decorre da conveniência administrativa

da transferência do bem para o Poder Público; por fim, a interesse social é aquela em que mais

se destaca a função social da propriedade, como a desapropriação urbanística e para reforma

agrária.

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Por fim, vale ressaltar que a desapropriação é modalidade originária de aquisição da

propriedade, conforme leciona Rafael Oliveira: "O Poder Público, por meio da desapropriação,

adquire de maneira originária a propriedade do bem. A desapropriação é forma de aquisição

originária da propriedade, pois independe da vontade do titular anterior". Exatamente por isso,

quando ocorre desapropriação, não incide ITBI. Vejamos lição de Helton Kramer: "nas hipóteses

de aquisições originárias, como na usucapião e desapropriação, não haverá a incidência do ITBI,

uma vez que a transferência não é voluntária, mas sim imposta pelo Poder Público".

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Bons Estudos!

Equipe CTPGE

Fonte: Helton Kramer e Rafael Oliveira

A declaração de inidoneidade produz efeitos retroativos (PGE-RN 2ª fase)? Não! Produz efeito ex nunc. Vejamos o que decidiu o STJ: "Ao consignar que o ato de declaração

de inidoneidade só produz efeitos ex nunc, o que se afirma é que ele inibe a empresa de “licitar

ou contratar com a Administração Pública” (Lei

8666/93, art. 87), ou seja, impede a sua participação em novas licitações ou contratações, sem,

no entanto, acarretar, automaticamente, a rescisão de contratos administrativos já

aperfeiçoados juridicamente e em curso de execução, notadamente os celebrados perante

outros órgãos administrativos não vinculados à autoridade impetrada ou integrantes de outros

entes da

Federação (Estados, Distrito Federal e Municípios). Convém esclarecer, todavia, que a ausência

do noticiado efeito rescisório automático não compromete nem restringe a faculdade que têm

as entidades da Administração Pública de, no âmbito da sua esfera autônoma de atuação,

promover medidas administrativas específicas para rescindir os contratos, nos casos autorizados

e

observadas as formalidades estabelecidas nos artigos 77 a 80 da Lei 8.666/93".

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MS Nº 13.964 – DF

Qual a diferença entre enriquecimento sem causa e pagamento indevido (PGE-MT

2ª fase)? Espelho da banca: Distinção entre pagamento indevido e enriquecimento sem causa: no

pagamento indevido, há um pagamento voluntário na suposição de existir uma dívida

inexistente, devendo ser comprovado erro, salvo exceções legais ou nos casos de abrandamento

desse requisito pela jurisprudência;

No enriquecimento sem causa, existe uma injustificada atribuição patrimonial, não se

admitindo, porém, a restituição por enriquecimento se a lei conferir ao lesado outro meio para

se ressarcir do prejuízo.

Extra: cuidado! Enriquecimento sem causa não é o mesmo que enriquecimento ilícito: De acordo

com TARTUCE: Categoricamente, o enriquecimento sem causa não se confunde com o

enriquecimento ilícito. Na primeira hipótese, falta uma causa jurídica para o enriquecimento.

Na segunda, o enriquecimento está fundado em um ilícito. Assim, todo enriquecimento ilícito é

sem causa, mas nem todo enriquecimento sem causa é ilícito. Um contrato desproporcional

pode não ser um ilícito e gerar enriquecimento sem causa.

Prazos prescricionais: Enriquecimento sem causa é de três anos (código civil) e pagamento

indevido é de 10 anos (regra residual). As ações devem ser propostas no foro de domicílio do

réu.