competências do enfermeiro de cuidados gerais · pdf fileenfermagem, com vista à...

25
Competências do enfermeiro de cuidados gerais Av. Almirante Gago Coutinho, 75 1700-028 Lisboa Tel. 218 455 230 Fax 218 455 259 [email protected]

Upload: duongphuc

Post on 07-Feb-2018

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Competências do enfermeiro de cuidados gerais · PDF fileenfermagem, com vista à manutenção e recuperação das funções vitais, nomeadamente, respiração, alimentação, eliminação,

C M Y CM MY CY CMY K

Competências do enfermeirode cuidados gerais

Av. Almirante Gago Coutinho, 751700-028 Lisboa

Tel. 218 455 230 Fax 218 455 [email protected]

Page 2: Competências do enfermeiro de cuidados gerais · PDF fileenfermagem, com vista à manutenção e recuperação das funções vitais, nomeadamente, respiração, alimentação, eliminação,

Conselho de Enfermagem

Outubro de 2003

Page 3: Competências do enfermeiro de cuidados gerais · PDF fileenfermagem, com vista à manutenção e recuperação das funções vitais, nomeadamente, respiração, alimentação, eliminação,

2

Page 4: Competências do enfermeiro de cuidados gerais · PDF fileenfermagem, com vista à manutenção e recuperação das funções vitais, nomeadamente, respiração, alimentação, eliminação,

Competências do enfermeirode cuidados gerais

IntroduçãoEm 21 de Abril de 1998, o Estado Português, através dosseus organismos próprios, cria a Ordem dos Enfermeiros(OE). Fê-lo reconhecendo formalmente que, entre outros:a) os “enfermeiros constituem, actualmente, uma comu-nidade profissional e científica da maior relevância nofuncionamento do sistema de saúde e na garantia doacesso da população a cuidados de saúde de qualidade,em especial em cuidados de enfermagem”; e b) a “pró-pria evolução da sociedade portuguesa e as suas expec-tativas de acesso a padrões de cuidados de enfermagemda mais elevada qualificação técnica, científica e éticapara satisfazer níveis de saúde cada vez mais exigentes,assim como a organização desses cuidados em ordem aresponder às solicitações da população, não só em insti-tuições de carácter hospitalar ou centros de saúde, públi-cos ou privados, mas também no exercício liberal...”

Assim, pela necessidade de se proceder à regulamenta-ção e controlo do exercício profissional dos enfermeiros,é criada esta associação pública representativa dos diplo-mados em Enfermagem que exercem a profissão de enfer-meiro em Portugal. É neste contexto que os actuais ÓrgãosSociais da OE têm vindo a desenvolver os esforços neces-sários para responder às suas atribuições, nomeadamente,no que se refere à definição do “nível de qualificaçãoprofissional dos enfermeiros” e à regulamentação do“exercício da profissão”; à atribuição do “título profissio-nal de enfermeiro”; ao “registo de todos os enfermeiros,protegendo o título e a profissão de enfermeiro” e pro-nunciando-se sobre os modelos de formação e sobre aestrutura geral dos cursos de enfermagem.

Foi neste contexto que, em 2001, se iniciaram os traba-lhos, tendo em vista a definição de processos de acredi-tação da formação pré e pós-graduada e de certificaçãoindividual de competências que, no futuro, estarão nabase das decisões relativas à atribuição dos títulos profis-

3

Com

petê

ncia

s do

enf

erm

eiro

de

cuid

ados

ger

ais

Page 5: Competências do enfermeiro de cuidados gerais · PDF fileenfermagem, com vista à manutenção e recuperação das funções vitais, nomeadamente, respiração, alimentação, eliminação,

sionais. Ficou claro para nós que a definição de um con-junto de competências do enfermeiro de cuidados geraisconstitui um assunto central deste debate. Neste enqua-dramento, a OE concretizou um conjunto de actividadesque evoluíram para a definição das competências dosenfermeiros de cuidados gerais, cuja apresentação se faráneste artigo.

Definição dos cuidados de enfermagem

O exercício profissional da enfermagem centra-se na rela-ção interpessoal entre um enfermeiro e uma pessoa, ouentre um enfermeiro e um grupo de pessoas (família oucomunidades). Quer a pessoa enfermeiro, quer as pes-soas clientes1 dos cuidados de enfermagem, possuem qua-dros de valores, crenças e desejos da natureza individual– fruto das diferentes condições ambientais em que viveme se desenvolvem. Assim, no estabelecimento das relaçõesterapêuticas, no âmbito do seu exercício profissional, oenfermeiro distingue-se pela formação e experiência quelhe permite entender e respeitar os outros, num quadroonde procura abster-se de juízos de valor relativamenteà pessoa cliente dos cuidados de enfermagem.

A relação terapêutica promovida no âmbito do exercícioprofissional de enfermagem caracteriza-se pela parceria esta-belecida com o cliente, no respeito pelas suas capacidades.Várias são as circunstâncias em que a parceria deve ser esta-belecida envolvendo as pessoas significativas do clienteindividual (família, convivente significativo). No sentido de

4

1 No texto, utilizaremos o termo cliente, como forma de referira pessoa que é alvo dos cuidados de enfermagem. Em todo ocaso, designações como "utente", "doente" ou "consumidor decuidados", dependendo do contexto da utilização, não colidemcom os princípios que pretende aqui, clarificar-se.A opção pelo termo "cliente" relaciona-se com a conotação queeste termo tem com a noção de papel activo no quadro da rela-ção de cuidados. "Cliente" como participante activo. "Cliente"como aquele que troca algo com outro, e não necessariamenteaquele que, numa visão meramente economista, paga. Cliente--pessoa-individual ou cliente-família ou cliente-comunidade.

Page 6: Competências do enfermeiro de cuidados gerais · PDF fileenfermagem, com vista à manutenção e recuperação das funções vitais, nomeadamente, respiração, alimentação, eliminação,

optimizar o exercício profissional, frequentemente os enfer-meiros alargam o conceito de cliente, e portanto a relaçãode parceria, à família e à comunidade.

Os cuidados de enfermagem tomam por foco de atençãoa promoção dos projectos de saúde que cada pessoa vivee persegue. Neste contexto, procura-se, ao longo de todoo ciclo vital, prevenir a doença e promover os processosde readaptação após a doença. Procura-se, também, asatisfação das necessidades humanas fundamentais e amáxima independência na realização das actividades davida diária, bem como se procura a adaptação funcionalaos défices e a adaptação a múltiplos factores – frequen-temente através de processos de aprendizagem do cliente.

As intervenções de enfermagem são frequentemente opti-mizadas se toda a unidade familiar for tomada por alvodo processo de cuidados, nomeadamente, quando asintervenções de enfermagem visam a alteração de com-portamentos, tendo em vista a adopção de estilos de vidacompatíveis com a promoção da saúde.

Os cuidados de enfermagem ajudam a pessoa a gerir osrecursos da comunidade em matéria de saúde, prevendo--se vantajoso o assumir de um papel de pivot no contextoda equipa. Na gestão dos recursos de saúde, os enfermei-ros promovem, paralelamente, a aprendizagem sobre aforma de aumentar o repertório dos recursos pessoais, fami-liares e comunitários para lidar com os desafios de saúde.

O exercício profissional dos enfermeiros insere-se numcontexto de actuação multiprofissional. Assim,distinguem-se dois tipos de intervenções de enfermagem:as iniciadas por outros técnicos da equipa (intervençõesinterdisciplinares), i. e. prescrições médicas, e as inicia-das pela prescrição do enfermeiro (intervenções autóno-mas). Relativamente às intervenções de enfermagem quese iniciam na prescrição elaborada por outro técnico daequipa de saúde, o enfermeiro assume a responsabilidadetécnica pela sua implementação. Relativamente às inter-venções de enfermagem que se iniciam na prescrição ela-borada pelo enfermeiro, o enfermeiro assume a respon-sabilidade pela prescrição e pela implementação técnicada intervenção.

5

Com

petê

ncia

s do

enf

erm

eiro

de

cuid

ados

ger

ais

Page 7: Competências do enfermeiro de cuidados gerais · PDF fileenfermagem, com vista à manutenção e recuperação das funções vitais, nomeadamente, respiração, alimentação, eliminação,

A tomada de decisão do enfermeiro que orienta o exercícioprofissional autónomo implica uma abordagem sistémica esistemática. Na tomada de decisão, o enfermeiro identificaas necessidades de cuidados de enfermagem da pessoa indi-vidual ou do grupo (família e comunidade). Após efectuadaa correcta identificação da problemática do cliente, as inter-venções de enfermagem são prescritas de forma a evitar ris-cos, detectar precocemente problemas potenciais e resolverou minimizar os problemas reais identificados.

No processo da tomada de decisões em enfermagem e nafase de implementação das intervenções, o enfermeiroincorpora os resultados da investigação na sua prática.Para tal, reconhece-se que a produção de guias orienta-dores da boa prática de cuidados de enfermagem basea-dos na evidência empírica – guidelines – constituem umabase estrutural importante para a melhoria contínua daqualidade do exercício profissional dos enfermeiros.

Do ponto de vista das atitudes que caracterizam o exer-cício profissional dos enfermeiros, os princípios huma-nistas de respeito pelos valores, pelos costumes, pelasreligiões e por todos os demais previstos no CódigoDeontológico enformam a boa prática da enfermagem.Neste contexto, os enfermeiros têm presente que "bonscuidados" significam coisas diferentes para diferentes pes-soas, e, assim, o exercício profissional dos enfermeirosrequer sensibilidade para lidar com estas diferençasperseguindo-se os mais elevados níveis de satisfação dosclientes.

Funções do enfermeiro de cuidados geraisPartindo do enquadramento conceptual anterior, parece--nos importante relembrar alguns aspectos formais daregulação do exercício profissional dos enfermeiros:

Artigo 8.ºExercício profissional dos enfermeiros

1 – No exercício das suas funções, os enfermeiros deve-rão adoptar uma conduta responsável e ética e actuar norespeito pelos direitos e interesses, legalmente protegi-dos, dos cidadãos.

6

Page 8: Competências do enfermeiro de cuidados gerais · PDF fileenfermagem, com vista à manutenção e recuperação das funções vitais, nomeadamente, respiração, alimentação, eliminação,

2 – O exercício da actividade profissional dos enfermei-ros tem como objectivos fundamentais a promoção dasaúde, a prevenção da doença, o tratamento, a reabilita-ção e a reinserção social.

3 – Os enfermeiros têm uma actuação de complementa-ridade funcional relativamente aos demais profissionais desaúde, mas dotada de idêntico nível de dignidade e auto-nomia de exercício profissional.

Artigo 9.ºIntervenções dos enfermeiros

1 – As intervenções dos enfermeiros são autónomas einterdependentes.

2 – Consideram-se autónomas as acções realizadas pelosenfermeiros, sob sua única e exclusiva iniciativa e res-ponsabilidade, de acordo com as respectivas qualifica-ções profissionais, seja na prestação de cuidados, na ges-tão, no ensino, na formação ou na assessoria, com oscontributos na investigação em enfermagem.

3 – Consideram-se interdependentes as acções realizadaspelos enfermeiros de acordo com as respectivas qualifi-cações profissionais, em conjunto com outros técnicos,para atingir um objectivo comum, decorrentes de planosde acção previamente definidos pelas equipas multidis-ciplinares em que estão integrados e das prescrições ouorientações previamente formalizadas.

4 – Para efeitos dos números anteriores e em conformi-dade com o diagnóstico de enfermagem, os enfermeiros,de acordo com as suas qualificações profissionais, a) orga-nizam, coordenam, executam, supervisam e avaliam asintervenções de enfermagem nos três níveis de prevenção;b) decidem sobre técnicas e meios a utilizar na prestaçãode cuidados de enfermagem, potenciando e rentabili-zando os recursos existentes, criando a confiança e a par-ticipação activa do indivíduo, da família, dos grupos e dacomunidade; c) utilizam técnicas próprias da profissão deenfermagem, com vista à manutenção e recuperação dasfunções vitais, nomeadamente, respiração, alimentação,eliminação, circulação, comunicação, integridade cutâ-nea e mobilidade; d) participam na coordenação e dina-

7

Com

petê

ncia

s do

enf

erm

eiro

de

cuid

ados

ger

ais

Page 9: Competências do enfermeiro de cuidados gerais · PDF fileenfermagem, com vista à manutenção e recuperação das funções vitais, nomeadamente, respiração, alimentação, eliminação,

mização das actividades inerentes à situação de saúde /doença, quer o utente seja seguido em internamento,ambulatório ou domiciliário; e) procedem à administra-ção da terapêutica prescrita, detectando os seus efeitos eactuando em conformidade, devendo, em situação deemergência, agir de acordo com a qualificação e osconhecimentos que detêm, tendo como finalidade amanutenção ou recuperação das funções vitais; f) parti-cipam na elaboração e concretização de protocolos refe-rentes a normas e critérios para administração de trata-mentos e medicamentos; e g) procedem ao ensino doutente sobre a administração e utilização de medica-mentos ou tratamentos.

5 – Os enfermeiros concebem, realizam e promovem eparticipam em trabalhos de investigação que visem o pro-gresso da enfermagem, em particular, e da saúde, emgeral.

6 – Os enfermeiros contribuem, no exercício da sua acti-vidade na área de gestão, investigação, docência, for-mação e assessoria, para a melhoria e evolução da pres-tação dos cuidados de enfermagem, nomeadamente: a)organizando, coordenando, executando, supervisando eavaliando a formação dos enfermeiros; b) avaliando epropondo os recursos humanos necessários à prestaçãodos cuidados de enfermagem, estabelecendo normas ecritérios de actuação e procedendo à avaliação dodesempenho dos enfermeiros; c) propondo protocolos esistemas de informação adequados para a prestação doscuidados; d) dando parecer técnico acerca de instala-ções, materiais e equipamentos utilizados na prestaçãode cuidados de enfermagem; e) colaborando na elabo-ração de protocolos entre as instituições de saúde e asescolas, facilitadores e dinamizadores da aprendizagemdos formandos; f) participando na avaliação das neces-sidades da população e dos recursos existentes em maté-ria de enfermagem e propondo a política geral para oexercício da profissão, ensino e formação em enferma-gem; e g) promovendo e participando nos estudos neces-sários à reestruturação, actualização e valorização daprofissão de enfermagem.

8

Page 10: Competências do enfermeiro de cuidados gerais · PDF fileenfermagem, com vista à manutenção e recuperação das funções vitais, nomeadamente, respiração, alimentação, eliminação,

Artigo 10.ºDelegação de tarefas

Os enfermeiros só podem delegar tarefas em pessoal delesfuncionalmente dependente, quando este tenha a prepa-ração necessária para as executar, conjugando-se semprea natureza das tarefas com o grau de dependência doutente em cuidados de enfermagem.

PercursoNo sentido de evoluir para a definição das competênciasdo enfermeiro de cuidados gerais, o Conselho de Enfer-magem (CE) iniciou por realizar uma análise da literaturaque encontrou disponível sobre esta temática e, a partirdaí, procedeu à elaboração de documentos de trabalho, noqual se basearam workshops regionais (Norte, Centro, Sul,Madeira e Açores) de debate deste tema. Após a realiza-ção destes workshops, e no sentido de construir consensossobre as competências do enfermeiro de cuidados gerais,decidiu-se utilizar a técnica Delphi para obter esse efeito.

Análise da literaturaNa sequência do planeado, no sentido de organizar osdebates nas workshops regionais, preparou-se um docu-mento de trabalho que incluiu:

a) o enquadramento conceptual dos cuidados de enfer-magem e os enunciados descritivos da qualidade doexercício profissional dos enfermeiros definidos pelaOE,

b) um conjunto de competências incluídas numa propostade directiva comunitária que assentava num conjuntode competências do enfermeiro de cuidados gerais, e

c) um conjunto de competências extraídas da teorizaçãode Patricia Benner.

WorkshopsEm Janeiro de 2003, realizaram-se os workshops regio-nais. Após a realização dos workshops, a Comissão de

9

Com

petê

ncia

s do

enf

erm

eiro

de

cuid

ados

ger

ais

Page 11: Competências do enfermeiro de cuidados gerais · PDF fileenfermagem, com vista à manutenção e recuperação das funções vitais, nomeadamente, respiração, alimentação, eliminação,

Cuidados Gerais (CCG) reuniu duas vezes com os mem-bros dos conselhos de enfermagem regionais da área doscuidados gerais, no sentido de produzir as sínteses do tra-balho efectuado. Destas sínteses podem salientar-se asseguintes:

• o conjunto de competências constante do documentode trabalho distribuído (constituído pelos dois gruposde competências antes referenciado) revelou-se inclu-sivo, isto é, não surgiram novas competências e, na suaessência, as apresentadas foram entendidas como ade-quadas à nossa realidade.

• No entanto, alguns conceitos utilizados foram enten-didos como inadequados, quer no que respeita à lin-guagem utilizada no enquadramento conceptual doscuidados de enfermagem e nos enunciados descritivosda qualidade do exercício profissional dos enfermeirosdefinidos pela OE, quer relativamente ao contextonacional da produção dos cuidados (i. e. doente vs.cliente).

• Não houve consenso relativamente à categorizaçãodas competências por domínios, isto é, nem o con-junto de competências incluídas na referida propostade directiva comunitária, nem o conjunto de compe-tências extraídas da teorização de Patrícia Bennerestão organizados de uma forma que tivesse obtidoconsenso entre os diferentes grupos, aliás, surgiramaté propostas diferentes daquelas para essa organiza-ção.

No espaço de tempo que mediou a realização da pri-meira e segunda reuniões da CCG, nas quais nos debru-çámos sobre os workshops, tomámos conhecimento deum trabalho do International Council of Nurses (ICN):ICN Framework of Competencies for the GeneralistNurse2. Da análise efectuada sobre este documento, cons-tatámos o seguinte:

10

2 International Council of Nurses, Alexander M; Runciman P, ICNFramework of Competencies for the Generalist Nurses – Reportof the Development Process and Consultation, Standards andCompetencies Series, Genebra, 2003.

Page 12: Competências do enfermeiro de cuidados gerais · PDF fileenfermagem, com vista à manutenção e recuperação das funções vitais, nomeadamente, respiração, alimentação, eliminação,

• o conjunto de competências proposto pelo ICN incluias competências sobre as quais vínhamos a trabalhar;

• o conjunto de competências proposto pelo ICN vaialém, com propriedade, das competências sobre asquais vínhamos a trabalhar;

• a linguagem utilizada é adequada, por um lado, faceà linguagem utilizada pela OE no enquadramento con-ceptual dos cuidados de enfermagem e nos enuncia-dos descritivos da qualidade do exercício profissionaldos enfermeiros e, por outro lado, face ao contextonacional da produção dos cuidados;

• a organização das competências por domínios parece--nos, de forma consensual, muito adequada.

Neste contexto, e tendo em conta que a proposta ICNFramework of Competencies for the Generalist Nurse pro-vém do ICN e prevê a sua implementação em países ondeas competências dos enfermeiros nunca foram definidasantes, apontando, desde logo, para uma metodologiabaseada na construção de consensos, o CE propôs-se a:

• construir consensos sobre o conjunto de competênciasdos enfermeiros de cuidados gerais entre uma amostrade enfermeiros (integrando os participantes nos works-hops, os membros dos Órgãos Sociais da OE, os mem-bros do grupo de trabalho sobre a acreditação da for-mação e da certificação individual de competências, asescolas superiores de enfermagem e as associações pro-fissionais de enfermeiros), utilizando o método Delphi;

• utilizar as competências que integram o ICN Frame-work of Competencies for the Generalist Nurse, bemcomo a sua organização por domínios, como base paraa construção da primeira ronda do estudo;

• traduzir as competências do enfermeiro de cuidadosgerais para português a partir do ICN Framework ofCompetencies for the Generalist Nurse, após obtida aautorização do ICN para o efeito;

• tratar e discutir os dados.

11

Com

petê

ncia

s do

enf

erm

eiro

de

cuid

ados

ger

ais

Page 13: Competências do enfermeiro de cuidados gerais · PDF fileenfermagem, com vista à manutenção e recuperação das funções vitais, nomeadamente, respiração, alimentação, eliminação,

12

DOMÍ

Príncipios chave gestão de

Prestação de cuidados

Promoção da saúde

Colheita de dados

Planeamento

Execução

Avaliação

Comunicação erelações interpessoais

Prestação e gestPrática profissional, ética e legal

Responsabilidade

Prática segundo a ética

Prática legal

COMPETÊNCIAS DO ENFERMEIRO DE CU

Page 14: Competências do enfermeiro de cuidados gerais · PDF fileenfermagem, com vista à manutenção e recuperação das funções vitais, nomeadamente, respiração, alimentação, eliminação,

13

Com

petê

ncia

s do

enf

erm

eiro

de

cuid

ados

ger

ais

ÍNIOS

ve da prestaçãoe cuidados

Gestão de cuidados

Ambiente seguro

Cuidados de saúdeinterprofissionais

Delegação esupervisão

tão de cuidados Desenvolvimento profissional

Valorização profissional

Melhoria da qualidade

Formação contínua

UIDADOS GERAIS APROVADAS PELO CE

Page 15: Competências do enfermeiro de cuidados gerais · PDF fileenfermagem, com vista à manutenção e recuperação das funções vitais, nomeadamente, respiração, alimentação, eliminação,

Técnica DelphiUtilizando a definição de “Técnica Delphi”, conforme odocumento do ICN (adaptado de Bowling, 1997), trata--se de um “método de investigação que tem por finalidadeencontrar um determinado nível de consenso acerca deum tópico particular...”, neste caso, as competências doenfermeiro de cuidados gerais. Envolve construir e enviarum questionário de perguntas fechadas a um grupo deter-minado de pessoas. As respostas são depois analisadas,gerando uma segunda ronda de questionários dirigidosaos mesmos respondentes e que encerram questões cujoconsenso não foi obtido na primeira ronda.

Neste contexto, foi construído o primeiro questionário,englobando quatro grupos de questões: I) dados genéricosrelativos ao respondente; II) grau de concordância com adefinição das competências do enfermeiro de cuidadosgerais, numa escala tipo Likert de sete pontos entre os dife-renciais semânticos: Discordo totalmente / Concordo total-mente – no caso de discordância pediu-se que, da formamais sucinta possível, os respondentes expressassem oscomentários / sugestões que permitissem evoluir para aconstrução do segundo questionário –; III) grau de concor-dância com a competência enunciada para os enfermeirosno início da actividade profissional; IV) grau de concor-dância com a organização das competências por domínios.Foi assinalado que o grau de concordância / discordânciadeveria reportar quer a ideia descrita, quer a construção dafrase (i. e. concordância semântica e sintáctica).

O questionário foi enviado a um grupo de cerca de 450enfermeiros (integrando os participantes nos workshops,os membros dos Órgãos Sociais da OE, os membros deum grupo de trabalho sobre a acreditação da formação ea certificação individual de competências – criado pelaOE –, presidentes dos conselhos científicos das escolassuperiores de enfermagem e representantes das associa-ções profissionais de enfermeiros). Obtivemos uma taxade retorno de 27%, correspondente a 122 colegas queenviaram os questionários preenchidos.

Utilizaram-se os seguintes critérios para a definição deconsenso na primeira ronda: a) percentagem de respon-dentes que assinalaram os scores seis ou sete (máxima

14

Page 16: Competências do enfermeiro de cuidados gerais · PDF fileenfermagem, com vista à manutenção e recuperação das funções vitais, nomeadamente, respiração, alimentação, eliminação,

concordância) igual ou superior a 75%; b) mediana igualou superior a seis; e c) moda igual ou superior a seis.

Analisados os dados resultou o seguinte: a) questões comconsenso; b) questões com consenso, mas com sugestões dealteração das frases, no sentido de melhor expressarem o pre-tendido (voltaram para ser validadas na segunda ronda, apósreformulação sintáctica); e c) questões onde não se obtive-ram os níveis desejados de consenso, pelo que foram refor-muladas após análise dos comentários/sugestões apresenta-dos e reenviadas, na segunda ronda, aos respondentes.

Utilizaram-se os seguintes critérios para a definição deconsenso na segunda ronda, após análise, utilizando osmesmos critérios anteriores: a) percentagem de respon-dentes que assinalaram os scores cinco, seis ou sete(máxima concordância) igual ou superior a 65%; b)mediana igual ou superior a cinco; e c) moda igual ousuperior a cinco (ver caixa).

Competências que não obtiveram consenso na primeiraronda:

1. envolve um advogado quando o cliente e / ou os cui-dadores pedem apoio ou têm capacidades limitadas natomada de decisão;

2. demonstra compreender os desafios colocados pelatomada de decisão ética envolvidos na definição de prio-ridades sobre os cuidados, nas situações de guerra, deviolência e de desastres naturais;

3. pratica de acordo com as políticas e normas nacionaise locais, desde que estas não colidam com o CódigoDeontológico dos enfermeiros;

4. ajuíza e toma decisões fundamentadas, qualquer queseja o contexto da prestação de cuidados;

5. demonstra compreender os processos do direito asso-ciados aos cuidados de saúde;

6. demonstra compreender os planos de emergência parasituações de catástrofe;

7. demonstra compreender as práticas tradicionais nossistemas de crenças sobre a saúde dos indivíduos, dasfamílias ou das comunidades;

15

Com

petê

ncia

s do

enf

erm

eiro

de

cuid

ados

ger

ais

Page 17: Competências do enfermeiro de cuidados gerais · PDF fileenfermagem, com vista à manutenção e recuperação das funções vitais, nomeadamente, respiração, alimentação, eliminação,

16

8. comunica com o cliente e / ou familiares, de forma adar-lhes poder.

Competências retiradas no final da segunda (última)ronda3:

1. envolve um advogado quando o cliente e / ou os cui-dadores pedem apoio ou têm capacidades limitadas natomada de decisão;

2. demonstra compreender os desafios colocados pelatomada de decisão ética envolvidos na definição de prio-ridades sobre os cuidados, nas situações de guerra, deviolência e de desastres naturais.

Definição aprovada pelo CE de competências do enfer-meiro de cuidados gerais

A competência do enfermeiro de cuidados geraisrefere um nível de desempenho profissional demons-trador de uma aplicação efectiva do conhecimento edas capacidades, incluindo ajuizar.

3 Nota: retirar a competência significa que não se entende, nestemomento e neste contexto, que esta deva integrar o conjuntode competências do enfermeiro de cuidados gerais no início daactividade profissional.

Questão colocada

Às competências que o enfermeiro necessariamente teráde reunir para entrar e manter-se na profissão deveráchamar-se Competências Iniciais do Enfermeiro de Cui-dados Gerais

Nível de concordância = 43%

Nível de discordância = 47%

Mediana = 4

Moda = 1

Resultados

Não se obteve consenso quanto à designação

Page 18: Competências do enfermeiro de cuidados gerais · PDF fileenfermagem, com vista à manutenção e recuperação das funções vitais, nomeadamente, respiração, alimentação, eliminação,

Competências do enfermeiro de cuidadosgerais aprovadas pelo CE

A – Prática profissional, ética e legal

A. 1 – Responsabilidade

1 – Aceita a responsabilidade e responde pelas suasacções e pelos juízos profissionais que elabora.

2 – Reconhece os limites do seu papel e da sua compe-tência.

3 – Consulta peritos em enfermagem, quando os cuida-dos de enfermagem requerem um nível de perícia queestá para além da sua competência actual ou que saemdo âmbito da sua área de exercício.

4 – Consulta outros profissionais de saúde e organiza-ções, quando as necessidades dos indivíduos ou dos gru-pos estão para além da sua área de exercício.

A. 2 – Prática segundo a ética

5 – Exerce de acordo com o Código Deontológico.

6 – Envolve-se de forma efectiva nas tomadas de decisãoéticas.

17

Com

petê

ncia

s do

enf

erm

eiro

de

cuid

ados

ger

ais

Questão colocada

Às competências que o enfermeiro necessariamente teráde reunir para entrar e manter-se na profissão deveráchamar-se Conjunto Mínimo de Competências doEnfermeiro de Cuidados Gerais

Nível de concordância = 61%

Nível de discordância = 33%

Mediana = 5

Moda = 7

a dar ao conjunto de competências aprovado:

Page 19: Competências do enfermeiro de cuidados gerais · PDF fileenfermagem, com vista à manutenção e recuperação das funções vitais, nomeadamente, respiração, alimentação, eliminação,

7 – Actua na defesa dos direitos humanos, tal como des-crito no Código Deontológico.

8 – Respeita o direito dos clientes ao acesso à informação.

9 – Garante a confidencialidade e a segurança da infor-mação, escrita e oral, adquirida enquanto profissional.

10 – Respeita o direito do cliente à privacidade.

11 – Respeita o direito do cliente à escolha e à autode-terminação referente aos cuidados de enfermagem e desaúde.

12 – Aborda de forma apropriada as práticas de cuidadosque podem comprometer a segurança, a privacidade oua dignidade do cliente.

13 – Identifica práticas de risco e adopta as medidas apro-priadas.

14 – Reconhece as suas crenças e os seus valores e a formacomo estes podem influenciar a prestação de cuidados.

15 – Respeita os valores, os costumes, as crenças espiri-tuais e as práticas dos indivíduos e grupos.

16 – Presta cuidados culturalmente sensíveis.

A. 3 – Prática legal

17 – Pratica de acordo com a legislação aplicável.

18 – Pratica de acordo com as políticas e normas nacio-nais e locais, desde que estas não colidam com o CódigoDeontológico dos enfermeiros.

19 – Reconhece e actua nas situações de infracção vio-lação da Lei e / ou do Código Deontológico, que estãorelacionadas com a prática de enfermagem.

B – Prestação e gestão de cuidados

B. 1 – Princípios chave da prestação e gestão de cuidados

20 – Aplica os conhecimentos e as técnicas mais ade-quadas, na prática de enfermagem.

21 – Incorpora, na prática, os resultados da investigaçãoválidos e relevantes, assim como outras evidências.

18

Page 20: Competências do enfermeiro de cuidados gerais · PDF fileenfermagem, com vista à manutenção e recuperação das funções vitais, nomeadamente, respiração, alimentação, eliminação,

22 – Inicia e participa nas discussões acerca da inovaçãoe da mudança na enfermagem e nos cuidados de saúde.

23 – Aplica o pensamento crítico e as técnicas de reso-lução de problemas.

24 – Ajuíza e toma decisões fundamentadas, qualquerque seja o contexto da prestação de cuidados.

25 – Fornece a fundamentação para os cuidados de enfer-magem prestados.

26 – Organiza o seu trabalho, gerindo eficazmente otempo.

27 – Demonstra compreender os processos do direitoassociados aos cuidados de saúde.

28 – Actua como um recurso para os indivíduos, para asfamílias e para as comunidades que enfrentam desafioscolocados pela saúde, pela deficiência e pela morte.

29 – Apresenta a informação de forma clara e sucinta.

30 – Interpreta, de forma adequada, os dados objectivose subjectivos, bem como os seus significados, tendo emvista uma prestação de cuidados segura.

31 – Demonstra compreender os planos de emergênciapara situações de catástrofe.

B. 1. 1 – Prestação de cuidados

B. 1. 1. 1 – A promoção da saúde

32 – Demonstra compreender as políticas de saúde e sociais.

33 – Trabalha em colaboração com outros profissionaise com outras comunidades.

34 – Vê o indivíduo, a família e a comunidade numa pers-pectiva holística que tem em conta as múltiplas determi-nantes da saúde.

35 – Participa nas iniciativas de promoção da saúde eprevenção da doença, contribuindo para a sua avaliação.

36 – Aplica conhecimentos sobre recursos existentes paraa promoção da saúde e educação para a saúde.

19

Com

petê

ncia

s do

enf

erm

eiro

de

cuid

ados

ger

ais

Page 21: Competências do enfermeiro de cuidados gerais · PDF fileenfermagem, com vista à manutenção e recuperação das funções vitais, nomeadamente, respiração, alimentação, eliminação,

37 – Actua de forma a dar poder ao indivíduo, à família eà comunidade, para adoptarem estilos de vida saudáveis.

38 – Fornece informação de saúde relevante para ajudaros indivíduos, a família e a comunidade a atingirem osníveis óptimos de saúde e de reabilitação.

39 – Demonstra compreender as práticas tradicionais dossistemas de crenças sobre a saúde dos indivíduos, dasfamílias ou das comunidades.

40 – Proporciona apoio / educação no desenvolvimentoe / ou na manutenção das capacidades para uma vivên-cia independente.

41 – Reconhece o potencial da educação para a saúde nasintervenções de enfermagem.

42 – Aplica o conhecimento sobre estratégias de ensinoe de aprendizagem nas interacções com os indivíduos, asfamílias e as comunidades.

43 – Avalia a aprendizagem e a compreensão acerca daspráticas de saúde.

B. 1. 1. 1. 2 – Colheita de dados

44 – Efectua, de forma sistemática, uma apreciação sobreos dados relevantes para a concepção dos cuidados deenfermagem.

45 – Analisa, interpreta e documenta os dados com exac-tidão.

B. 1. 1. 1. 3 – Planeamento

46 – Formula um plano de cuidados, sempre que possí-vel, em colaboração com os clientes e / ou cuidadores.

47 – Consulta membros relevantes da equipa de cuida-dos de saúde e sociais.

48 – Garante que o cliente e / ou os cuidadores recebeme compreendem a informação na qual baseiam o con-sentimento dos cuidados.

49 – Estabelece prioridades para os cuidados, sempre quepossível, em colaboração com os clientes e / ou cuida-dores.

20

Page 22: Competências do enfermeiro de cuidados gerais · PDF fileenfermagem, com vista à manutenção e recuperação das funções vitais, nomeadamente, respiração, alimentação, eliminação,

50 – Identifica resultados esperados e o intervalo de tempopara serem atingidos e / ou revistos, em colaboração comos clientes e / ou cuidadores.

51 – Revê e reformula o plano de cuidados regularmente,sempre que possível, em colaboração com os clientes e / ou cuidadores.

52 – Documenta o plano de cuidados.

B. 1. 1. 1. 4 – Execução

53 – Implementa os cuidados de enfermagem planeadospara atingir resultados esperados.

54 – Pratica enfermagem de uma forma que respeita oslimites de uma relação profissional com o cliente.

55 – Documenta a implementação das intervenções.

56 – Responde eficazmente em situações inesperadas ouem situações que se alteram rapidamente.

57 – Responde eficazmente em situações de emergênciaou catástrofe.

B. 1. 1. 1. 5 – Avaliação

58 – Avalia e documenta a evolução, no sentido dos resul-tados esperados.

59 – Colabora com os clientes e / ou com os cuidadoresna revisão dos progressos, face aos resultados esperados.

60 – Utiliza os dados da avaliação para modificar o planode cuidados.

B. 1. 1. 1. 6 – Comunicação e relações interpessoais

61 – Inicia, desenvolve e suspende relações terapêuticascom o cliente e / ou cuidadores, através da utilização decomunicação apropriada e capacidades interpessoais.

62 – Comunica com consistência informação relevante,correcta e compreensível, sobre o estado de saúde docliente, de forma oral, escrita e electrónica, no respeitopela sua área de competência.

63 – Assegura que a informação dada ao cliente e / ouaos cuidadores é apresentada de forma apropriada e clara.

21

Com

petê

ncia

s do

enf

erm

eiro

de

cuid

ados

ger

ais

Page 23: Competências do enfermeiro de cuidados gerais · PDF fileenfermagem, com vista à manutenção e recuperação das funções vitais, nomeadamente, respiração, alimentação, eliminação,

64 – Responde apropriadamente às questões, solicitaçõese aos problemas dos clientes e / ou dos cuidadores, norespeito pela sua área de competência.

65 – Comunica com o cliente e / ou familiares, de formaa dar-lhes poder.

66 – Utiliza a tecnologia de informação disponível, deforma eficaz e apropriada.

67 – Demonstra atenção sobre os desenvolvimentos / apli-cações locais, no campo das tecnologias da saúde.

B. 1. 2 – Gestão de cuidados

B. 1. 2. 1 – Ambiente seguro

68 – Cria e mantém um ambiente de cuidados seguro,através da utilização de estratégias de garantia da quali-dade e de gestão do risco.

69 – Utiliza instrumentos de avaliação adequados paraidentificar riscos reais e potenciais.

70 – Garante a segurança da administração de substân-cias terapêuticas.

71 – Implementa procedimentos de controlo de infecção.

72 – Regista e comunica à autoridade competente as preo-cupações relativas à segurança.

B. 1. 2. 2 – Cuidados de saúde interprofissionais

73 – Aplica o conhecimento sobre práticas de trabalhointerprofissional eficazes.

74 – Estabelece e mantém relações de trabalho constru-tivas com enfermeiros e restante equipa.

75 – Contribui para um trabalho de equipa multidiscipli-nar e eficaz, mantendo relações de colaboração.

76 – Valoriza os papéis e as capacidades de todos osmembros da equipa de saúde e social.

77 – Participa com os membros da equipa de saúde natomada de decisão respeitante ao cliente.

78 – Revê e avalia os cuidados com os membros daequipa de saúde.

22

Page 24: Competências do enfermeiro de cuidados gerais · PDF fileenfermagem, com vista à manutenção e recuperação das funções vitais, nomeadamente, respiração, alimentação, eliminação,

79 – Tem em conta a perspectiva dos clientes e / ou cui-dadores na tomada de decisão pela equipa interprofis-sional.

B. 1. 2. 3 – Delegação e supervisão

80 – Delega noutros, actividades proporcionais às suascapacidades e ao seu âmbito de prática.

81 – Utiliza uma série de estratégias de suporte quandosupervisa aspectos dos cuidados delegados a outro.

82 – Mantém responsabilidade quando delega aspectosdos cuidados noutros.

C – Desenvolvimento profissional

C. 1 – Valorização profissional

83 – Promove e mantém a imagem profissional da enfer-magem.

84 – Defende o direito de participar no desenvolvimentodas políticas de saúde e no planeamento dos programas.

85 – Contribui para o desenvolvimento da prática deenfermagem.

86 – Valoriza a investigação como contributo para odesenvolvimento da enfermagem e como meio para oaperfeiçoamento dos padrões de cuidados.

87 – Actua como um modelo efectivo.

88 – Assume responsabilidades de liderança quando forrelevante para a prática dos cuidados de enfermagem edos cuidados de saúde.

C. 2 – Melhoria da qualidade

89 – Utiliza indicadores válidos na avaliação da qualidadeda prática de enfermagem.

90 – Participa em programas de melhoria da qualidade eprocedimentos de garantia da qualidade.

C. 3 – Formação contínua

91 – Leva a efeito uma revisão regular das suas práticas.

92 – Assume responsabilidade pela aprendizagem aolongo da vida e pela manutenção das competências.

23

Com

petê

ncia

s do

enf

erm

eiro

de

cuid

ados

ger

ais

Page 25: Competências do enfermeiro de cuidados gerais · PDF fileenfermagem, com vista à manutenção e recuperação das funções vitais, nomeadamente, respiração, alimentação, eliminação,

93 – Actua no sentido de ir ao encontro das suas neces-sidades de formação contínua.

94 – Contribui para a formação e para o desenvolvimentoprofissional de estudantes e colegas.

95 – Actua como um mentor / tutor eficaz.

96 – Aproveita as oportunidades de aprender em conjuntocom os outros, contribuindo para os cuidados de saúde.

Documentos e bibliografia utilizada

"Proposta de directiva comunitária", Documento de trabalho nãopublicado.

BENNER, P., De iniciado a perito, Lisboa: Quarteto Editora, 1.ª ed.,2003.

INTERNATIONAL COUNCIL OF NURSES, Alexander M; Runci-man P, ICN Framework of Competencies for the Generalist Nur-ses – Report of the Development Process and Consultation, Stan-dards and Competencies Series, Genebra, 2003.

24

Edição:Ordem dos Enfermeiros

Maio 2004

Pré-impressão:DPI – Design, Produção Gráfica e Imagem, Lda.

Impressão:Grafinter – Sociedade Gráfica, Lda.