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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS PROGRAMA DE P S-GRADUA O EM

    ENGENHARIA MEC NICA

    Disserta o de Mestrado

    COMPARA O ENTRE SOLDAGEM ROBOTIZADA COM ARAME S LIDO E METAL CORED - A OCORR NCIA DO FINGER

    Autor: Welerson Reinaldo de Arajo Orientador: Professor Alexandre Queiroz Bracarense

    Belo Horizonte Fevereiro / 2004

  • i

    Welerson Reinaldo de Arajo

    COMPARA O ENTRE SOLDAGEM ROBOTIZADA COM ARAME S LIDO E METAL CORED - A OCORR NCIA DO FINGER

    Disserta o de Mestrado apresentada ao Programa de P s Gradua o em Engenharia Mec nica como parte

    integrante dos requisitos exigidos para a obten o do Ttulo de MESTRE EM ENGENHARIA MEC NICA

    ` rea de Concentra o: Processos de Fabrica o Soldagem Orientador: Professor Alexandre Queiroz Bracarense

    Belo Horizonte Escola de Engenharia da UFMG

    2004

  • ii

    De nada nos valer o conhecimento de todas as cincias do mundo, de tudo o que est fora de

    n s, se n o conhecermos a n s mesmos.

  • iii

    AGRADECIMENTOS

    Ao Professor Alexandre Queiroz Bracarense pela orienta o, sugest es e aten o a

    mim dedicada.

    ESAB S/A Indstria e Comrcio, em especial ao Engenheiro Jos Roberto

    Domingues, por tornar possvel a oportunidade do mestrado e fornecer os recursos

    necessrios ao desenvolvimento deste trabalho.

    Ao Laborat rio de Rob tica, Soldagem e Simula o da UFMG, em especial ao

    graduando em Engenharia Mec nica, Leonardo Augusto Vieira, que neste trabalho

    foi o executor das soldagens e macrografias.

    minha famlia e aos meus colegas de trabalho que, de alguma forma, contribuiram

    para a realiza o deste trabalho.

    Nossa Senhora Aparecida, M e de todas as horas.

  • iv

    SUM` RIO

    1. INTRODU O.................................................................................................................. 1

    2. OBJETIVOS...................................................................................................................... 3

    3. REVIS O BIBLIOGR` FICA.............................................................................................. 4

    3.1. PROCESSO DE SOLDAGEM FCAW / GMAW ........................................................................... 4

    3.2. PROCESSO CONVENCIONAL DE FABRICA O DE ARAMES TUBULARES .................................. 6

    3.3. ARAME TUBULAR .............................................................................................................. 8

    3.4. CARACTERSTICAS DO METAL CORED ............................................................................. 21

    3.4.1. COMPOSI O QUMICA E PROPRIEDADES MEC NICAS .................................................... 22

    3.4.2. RESISTIVIDADE EL TRICA............................................................................................. 23

    3.4.3. VELOCIDADE DE FUS O ............................................................................................... 24

    3.5. SOLDAGEM ROBOTIZADA................................................................................................. 29

    4. METODOLOGIA EXPERIMENTAL ................................................................................. 32

    4.1 CORD ES SOBRE CHAPA .............................................................................................. 32

    4.2 CARACTERIZA O DOS PERFIS DOS CORD ES ............................................................... 34

    4.3 TAXA DE DEPOSI O .................................................................................................... 35

    4.4 AVALIA O DOS RESULTADOS: APLICA O DE TESTE DE HIP TESE PARA M DIA UTILIZANDO

    AS DISTRIBUI ES t DE STUDENT [32] ....................................................................................... 36

    5. RESULTADOS E DISCUSS ES .................................................................................... 38

    5.1. PERFIS DOS CORD ES .................................................................................................... 38

    5.2. AN` LISES QUMICAS DO METAL DEPOSITADO, DA ZONA FUNDIDA (ZF) E DO FINGER ............ 59

    5.3. MEDI ES DE DUREZA DO METAL BASE, DA ZONA FUNDIDA (ZF) E DO FINGER .................... 64

    6. CONCLUS ES............................................................................................................... 74

    7. SUGEST ES PARA TRABALHOS FUTUROS............................................................... 75

    8. REFER NCIAS BIBLIOGR` FICAS ................................................................................ 76

  • v

    LISTA DE FIGURAS Figura 3.1 - Equipamentos bsicos para soldagem GMAW[5]................................................ 5

    Figura 3.2 - Processo de Soldagem FCAW[5] ........................................................................ 6

    Figura 3.3 - Processo de Fabrica o de arame tubular[5] ...................................................... 7

    Figura 3.4 Perfis de cord es de solda[5] ............................................................................. 8

    Figura 3.5 Taxas de deposi o de arames tubulares e arame s lido[7] ............................ 10

    Figura 3.6 Perfis de cord es em junta T[5] ........................................................................ 12

    Figura 3.7 Perfil de cord o com finger para o arame s lido[9] ........................................ 13

    Figura 3.8 Perfis dos cord es: (A) processo MAG, (B) processo Laser e (C) processo

    Hbrido[12] ...................................................................................................................... 15

    Figura 3.9 Microestrutura resultante do processo MAG[12]................................................ 16

    Figura 3.10 Microestrutura resultante do processo Laser[12] ............................................. 16

    Figura 3.11 Microestrutura resultante do processo Hbrido[12] ........................................... 17

    Figura 3.12 Temperatura de Pico dos processos MAG, Laser e Hbrido[12] ..................... 18

    Figura 3.13 Diagrama de dissipa o de calor: (A) MAG, (B) Laser e (C) Hbrido[12] ......... 18

    Figura 3.14 Perfis de juntas em T com (a) s lido e (b) arame tubular[13] .......................... 20

    Figura 3.15 Aspecto visual de cord es de solda de metal cored e arame s lido[14]........ 21

    Figura 3.16 Efeito do stick out na velocidade de fus o do metal cored [16] ................... 27

    Figura 3.17 Velocidade de fus o de arames com stick out de 16,05mm [16] ................... 27

    Figura 3.18 Velocidade de fus o de arames com stick out de 20,05mm [16] ................... 28

    Figura 3.19 Soldagem robotizada (a) com metal cored de (b) manifold [28,30] ............... 29

    Figura 4. 1 - Rob : Motoman SK6....................................................................................... 33

    Figura 4. 2 Arame tubular metal cored e arame s lido................................................... 33

    Figura 5. 1 Perfis dos cord es sobre chapa ..................................................................... 39

    Figura 5. 2 Dimens es do cord o de solda ...................................................................... 41

    Figura 5. 3 ` rea total do cord o....................................................................................... 41

    Figura 5. 4 ` rea do refor o do cord o.............................................................................. 41

    Figura 5. 5 ` rea do cord o sem finger e rea do finger ............................................... 42

    Figura 5. 6 Grfico da penetra o da solda X corrente ................................................... 46

    Figura 5. 7 Grfico da largura do cord o X corrente....................................................... 47

    Figura 5. 8 Grfico do refor o da solda X corrente ......................................................... 48

    Figura 5. 9 Grfico da rea de refor o X corrente .......................................................... 49

    Figura 5. 10 Correla o entre taxa de deposi o e refor o .............................................. 50

  • vi

    Figura 5. 11 Probabilidade Normal para corrente de 100 e 200 A .................................... 52

    Figura 5. 12 Probabilidade Normal para corrente de 250 e 300 A .................................... 53

    Figura 5. 13 Grfico da taxa de deposi o X corrente.................................................... 55

    Figura 5. 14 Grfico da Dilui o do cord o X corrente ................................................... 56

    Figura 5. 15 Grfico da rea do finger X corrente ........................................................ 57

    Figura 5. 16 Compara o entre as taxas de deposi o do arame s lido e do metal cored

    ..................................................................................................................................... 58

    Figura 5. 17 Probabilidade Normal para cord o 4 ............................................................ 62

    Figura 5. 18 Probabilidade Normal para cord o 19 .......................................................... 63

    Figura 5. 19 Microestrutura do metal base (ASTM A36), aumento: 100X......................... 66

    Figura 5. 20 Microestrutura da Zona Fundida do cord o 3, aumento: 100X ..................... 66

    Figura 5. 21 Microestrutura da Zona Fundida do cord o 4, aumento: 100X ..................... 67

    Figura 5. 22 Microestrutura do Finger do cord o 4, aumento: 100X .............................. 68

    Figura 5. 23 Microestrutura da Zona Fundida do cord o 17, aumento: 100X ................... 68

    Figura 5. 24 Microestrutura da Zona Fundida do cord o 19, aumento: 100X ................... 69

    Figura 5. 25 Microestrutura do Finger do cord o 19, aumento: 100X ............................ 70

    Figura 5. 26 Probabilidade Normal para cord es 4 e 19 .................................................. 72

  • vii

    LISTA DE TABELAS

    Tabela III.1 : Avalia o de custo de produ o entre arame s lido e metal cored [8] ................. 11

    Tabela III. 2 : Resultado de dureza mdia nos processos Laser, MAG e Hbrido[12]................... 19

    Tabela III. 3 : Composi es qumicas dos arames (valores simples indicam valores mximos),

    segundo ASME SFA5.18 [4]................................................................................................. 22

    Tabela III. 4 : Propriedades mec nicas mnimas dos arames, segundo ASME SFA 5.18[4] ....... 23

    Tabela III. 5 : Resistividade Eltrica dos arames metal cored e s lido s temperaturas

    ambiente e de fus o [6,16,17,18,19] ........................................................................................... 24

    Tabela III. 6 : Valores dos coeficientes da equa o da velocidade de fus o para o metal cored

    e o arame s lido com gs de prote o 75% Ar e 25% CO2[6,17]........................................... 26

    Tabela IV. 1 : Par metros de soldagem dos cord es ................................................................ 34

    Tabela V. 1 : Dimens es dos cord es ...................................................................................... 43

    Tabela V. 2 : ` reas dos cord es ............................................................................................... 44

    Tabela V. 3 : Taxa de deposi o dos experimentos .................................................................. 45

    Tabela V. 4 : Resultados de anlise das curvas de rea do refor o de MC 1,2 S 25 e de

    MC 1,2 S 25 T ................................................................................................................... 51

    Tabela V. 5 : Anlises qumicas dos metais depositados sem dilui o...................................... 59

    Tabela V. 6 : Anlises qumicas das zonas fundidas e do metal base ....................................... 59

    Tabela V. 7 : Resultados de Anlise Zona Fundida e Finger ................................................ 61

    Tabela V. 8 : Resultados de dureza do metal base e zona fundida .......................................... 65

    Tabela V. 9 : Resultados de dureza Zona Fundida e Finger ................................................. 71

  • viii

    RESUMO Na constante busca por uma maior competitividade, traduzidas em maior

    produtividade e redu o de custos, observa-se a cada ano um aumento na

    automatiza o de processos nos estgios de produ o em vrios segmentos do

    mercado. O setor de processos de soldagem, principalmente no setor de pe as

    automotivas, tem sido o mais empreendedor na utiliza o de rob s devido

    exigncia por repetibilidade de processo, ciclos de produ o mais rpidos e boa

    aparncia da solda.

    Os arames s lidos apresentam-se como os consumveis mais utilizados na

    soldagem robotizada, sendo os arames tubulares pouco utilizados neste segmento

    de mercado. Entretanto, h uma tendncia de ganhos de participa o dos arames

    tubulares em processos automatizados por raz es de qualidade e produtividade

    observadas com o uso dos mesmos no processo semi-automtico.

    Em fun o do arame tubular tipo metal cored combinar melhores propriedades que

    o arame s lido e o arame tubular tipo flux cored no que diz respeito s elevadas

    taxas de deposi o, alta eficincia em deposi o, pouca quantidade de esc ria e

    respingo, excelentes aparncia e perfil do cord o, baixos nveis de hidrognio

    difusvel e fumos, este vem apresentando-se como a preferncia das empresas na

    substitui o ao arame s lido.

    Este trabalho teve como objetivo geral ampliar o conhecimento sobre o processo de

    soldagem por arame tubular tipo metal cored em soldagem robotizada, atravs de

    testes comparativos entre este arame tubular (ASME SFA-5.18 E70C-6M) e o

    arame s lido (ASME SFA-5.18 ER70S-6). Cord es sobre chapa de a o baixo

    carbono foram realizados variando os par metros de soldagem e utilizando o gs de

    prote o 75% Ar e 25% CO2. Avaliou-se a morfologia (perfil) dos cord es;

    ocorrncia da penetra o finger e sua caracteriza o; e a taxa de deposi o.

  • ix

    De um modo geral, foi possvel constatar que o arame metal cored de 1,2mm de

    di metro apresenta maior taxa de deposi o que o arame s lido de mesmo de

    di metro. Adicionalmente, foi possvel verificar que a taxa de deposi o do metal

    cored diretamente afetada pelo stick out e inversamente pela tens o do arco.

    Quanto ao finger foi possvel verificar, exploratoriamente, que sua composi o

    qumica e microestrutura s o diferentes da zona fundida e que este ocorre para o

    metal cored de 1,4mm de di metro em correntes de soldagem mais altas que para

    o arame s lido de 1,2mm, o que pode ser benfico para a soldagem robotizada pelo

    aumento de produtividade e redu o de custo.

    Palavras-chaves: tubular metal cored; soldagem robotizada; penetra o finger

  • x

    ABSTRACT

    In the constant search for a larger competitiveness, translated in larger productivity

    and reduction of costs, every year an increase is observed in the automation of

    processes in the production and several segments of the market. The sector of

    welding processes, mainly in the sector of car components (automotive industry),

    has been the most investor in the robotic welding due to demand for process greater

    repeatability, faster production cycles and good appearance of the weld.

    Solid wire is the most used consumable in the robotic welding, being the tubular

    wires less used in this market segment. However, there is a tendency of increasing

    the participation of tubular wires in automated processes for quality reasons and

    productivity observed with the use of the same ones in the process semi-automated.

    In function of the tubular wire type metal cored to combine the best properties of

    the solid wire and of the tubular wire type flux cored (higher deposition rate, high

    efficiency in deposition, reduced slag and spatter, excellent appearance and weld

    profile, low levels of hydrogen and fumes) this is coming as the preference of the

    companies in the substitution of the solid wire.

    This work had as general objective to enlarge the literature on the welding process

    for tubular wire type metal cored in robotic welding, through comparative tests

    among this tubular wire (ASME SFA-5.18 E70C-6M) and the solid wire (ASME SFA-

    5.18 ER70S-6). Using different welding parameters and the protection gas 75% Ar

    and 25% CO2, beads were welded on low carbon steel plate. The morphology

    (profile) of the welds; the occurrence of the penetration finger, the characterists of

    finger and the deposition rates were evaluated.

    The metal cored wire with 1.2mm of diameter presents larger deposition rate than

    the solid wire with 1.2mm of diameter. The larger it is stick out the larger the

    deposition rate of the metal cored wire will be. The increase of the tension reduces

  • xi

    the deposition rate of the metal cored. The metal cored wire with 1.4mm of

    diameter is applicable in robotic welding due its characteristics.

    The finger presents chemical composition and microstructure different from the

    metal weld. The finger happens for the metal cored with 1.4mm of diameter in

    higher currents than for the solid wire with 1.2mm.

    Key-words: metal cored wire; robotic welding; penetration finger

  • 1

    1. INTRODU O

    A imagem de sistemas robotizados como tecnologia cara e de difcil acesso,

    limitada apenas s grandes empresas, vem sendo quebrada e atualmente

    freq ente encontrar sistemas de soldagem robotizados em empresas de mdio e

    pequeno porte.

    No que se refere aos consumveis aplicados em sistemas de soldagem robotizados,

    os arames s lidos apresentam-se como os mais utilizados[1]. Por outro lado arames

    tubulares, tipo metal cored e flux cored, participam pouco neste segmento de

    mercado. Em termos de Brasil, esta participa o ainda menor, sendo poucas as

    empresas que utilizam arames tubulares mesmo na soldagem semi-automtica e

    muito menos na soldagem robotizada. De uma maneira geral, entretanto, tem sido

    observada uma tendncia de ganhos de participa o no mercado, como os

    registrados nas aplica es em que utilizam o processo semi-automtico.

    Recentemente na Europa, Estados Unidos e Jap o vrias empresa come aram a

    mudar para arames tubulares, pelas mesmas raz es de qualidade e produtividade

    observada no processo semi-automtico[1].

    Em fun o do arame tubular tipo metal cored combinar as melhores propriedades

    que o arame s lido e o arame tubular tipo flux cored possuem, no que diz respeito

    s elevadas taxas de deposi o, alta eficincia em deposi o 95 %, mnima

    quantidade de esc ria e respingo, excelentes aparncia e perfil do cord o, baixos

    nveis de hidrognio difusvel e fumos, este vem apresentando-se como a

    preferncia da maioria das empresas, principalmente dos segmentos automotivos e

    de transportes[2,3].

    Como fator limitante para a utiliza o do arame tubular metal cored pode-se

    mencionar o seu maior custo inicial, sendo desconsiderado, entretanto, pela maioria

    das empresas, os ganhos de qualidade e produtividade obtidos com a utiliza o

    deste consumvel. Em termos de Brasil, esta situa o n o diferente, sendo mais

  • 2

    crtica em empresas sem controle de retrabalho estruturado, dificultando a

    identifica o de ganhos. Aliado a estes fatores, normalmente na maioria das

    empresas, as dificuldades de parada de uma linha de produ o para testes e de

    pessoas para execu o e acompanhamento destes, impossibilitam a avalia o da

    viabilidade de novos processos.

    De forma a contribuir com maiores esclarecimentos quanto a utiliza o de arames

    tubulares tipo metal cored em sistemas de soldagem robotizados, este trabalho foi

    idealizado.

    No captulo 2 s o apresentados os objetivos geral e especfico do trabalho. No

    captulo 3 foi realizada uma revis o bibliogrfica compreensiva sobre assuntos

    relacionados com o tema desta disserta o. Os captulos 4 e 5 apresentam,

    respectivamente, a metodologia experimental seguida para alcan ar os objetivos

    propostos e os resultados e discuss es obtidos. No captulo 6 s o apresentadas as

    conclus es. Como em todo trabalho cientfico, no captulo 7 s o apresentadas

    propostas para trabalhos futuros.

  • 3

    2. OBJETIVOS

    Este trabalho tem como objetivo geral ampliar o conhecimento sobre o processo de

    soldagem por arame tubular tipo metal cored em soldagem robotizada, atravs de

    testes comparativos entre este arame (ASME SFA-5.18 E70C-6M) e o arame s lido

    (ASME SFA-5.18 ER70S-6).

    Este estudo inclui tambm a caracteriza o fsica e qumica do finger e a

    tendncia de ocorrncia do mesmo em cord es com metal cored e com arame

    s lido. Este fen meno observado claramente a partir da metalografia dos cord es

    de solda, atravs do aparecimento de uma proje o partindo da base elptica do

    cord o.

  • 4

    3. REVIS O BIBLIOGR` FICA Este captulo apresenta uma revis o bibliogrfica sobre a soldagem com arame

    tubular metal cored, abordando suas principais diferen as em rela o ao arame

    s lido, processo de fabrica o e aplica es.

    3.1. Processo de soldagem FCAW / GMAW

    Segundo a Norma ASME[4] (The American Society of Mechanical Engineers) para

    consumveis de soldagem (Parte II C), o arame tubular para a os carbono atende

    s caractersticas definidas na se o ASME SFA 5.20 (FCAW Flux Cored Arc

    Welding) e o arame s lido para a os carbono atende s caractersticas definidas na

    se o ASME SFA 5.18 (GMAW Gs Metal Arc Welding). O arame tubular tipo

    metal cored, que um tipo de arame tubular que n o apresenta forma o de

    esc ria durante o processo de soldagem, assim como o arame s lido, est

    enquadrado na se o ASME SFA 5.18 junto com o arame s lido.

    Basicamente, o processo de soldagem com arames tubulares (FCAW Flux Cored

    Arc Welding) o mesmo que o GMAW e utiliza os mesmos equipamentos, embora

    requeira equipamentos de maior capacidade em alguns casos. A figura 3.1 mostra

    os equipamentos bsicos necessrios para o processo GMAW e, portanto, para o

    processo FCAW.

  • 5

    Figura 3.1 - Equipamentos bsicos para soldagem GMAW[5]

    Mudan as para adequa o a alguma aplica o particular ou a algum requisito

    especial s o mais facilmente obtidas com arames tubulares que com arames

    s lidos. Isso envolve altera es na formula o e no percentual de fluxo, de um

    modo similar ao dos eletrodos revestidos: a formula o e a espessura do

    revestimento podem ter um efeito significativo, ao passo que pouco pode ser feito

    com a alma do eletrodo para melhorar seu desempenho[5,6].

    A figura 3.2 ilustra o processo de soldagem FCAW. Para o arame tubular tipo metal

    cored vale ressaltar que n o h forma o de esc ria e sim de pequenas ilhas de

    slica sobre o cord o de solda, como no caso do arame s lido (processo GMAW).

  • 6

    Figura 3.2 - Processo de Soldagem FCAW[5]

    3.2. Processo Convencional de Fabrica o de Arames Tubulares

    A matria prima empregada para a fabrica o de arames tubulares constitui-se de

    uma fita metlica enrolada na forma de uma bobina e de um p com formula es

    especficas, denominado fluxo. A fita metlica alimentada continuamente, sendo

    deformada por roletes, fazendo com que sua se o reta tome o formato de uma

    canaleta ("U") para receber a adi o do fluxo atravs de um silo de alimenta o.

    Ap s a adi o do fluxo, a fita passa pelos roletes de fechamento, onde a se o reta

    toma o formato de um tubo, com o fluxo em seu interior. A figura 3.3 ilustra o

    processo de fabrica o convencional de arames tubulares.

  • 7

    Figura 3.3 - Processo de Fabrica o de arame tubular[5]

    Ap s passar por essas etapas, o arame tubular levado at sua dimens o final por

    meio de um processo mec nico de redu o de di metro, ou seja, por lamina o ou

    por trefila o.

    Arames tubulares trefilados requerem lubrifica o de sua superfcie, porm o

    lubrificante residual deve ser removido atravs de uma secagem em um forno. O

    efeito colateral da secagem o aparecimento de uma camada de xido de

    colora o escura.

    Por sua vez, arames tubulares laminados necessitam de uma quantidade mnima de

    lubrificante, de modo que n o h necessidade de uma secagem posterior. Esses

    arames podem ter um aspecto superficial escuro ou brilhante, conforme tenham ou

    n o sido secados no forno.

    Dessa forma, os arames tubulares podem ter um aspecto superficial brilhante ou

    escuro, conforme seu processo de fabrica o[5].

  • 8

    3.3. Arame Tubular

    Os arames tubulares foram desenvolvidos principalmente para atender

    necessidade das empresas em manterem sua competitividade, atravs do aumento

    da produtividade e da redu o de custos.

    Desenvolvidos em 1950, os arames tubulares come aram a ser comercialmente

    produzidos em 1957. Nas dcadas de 60 e 70, foi observado um substancial

    crescimento desse processo nos Estados Unidos, o mesmo ocorrendo no Jap o na

    dcada de 80[5].

    O fluxo do interior de um arame tubular pode conter minerais, ferros-liga e materiais

    que forne am gases de prote o, desoxidantes e materiais formadores de esc ria.

    Os ingredientes do fluxo melhoram a estabilidade do arco, influenciam as

    caractersticas das propriedades mec nicas do metal de solda, bem como no perfil

    da solda. A figura 3.4 mostra os perfis de cord es tpicos do arame s lido e do

    arame tubular.

    Figura 3.4 Perfis de cord es de solda[5]

  • 9

    Atualmente, existem duas famlias de arames tubulares, uma que para sua

    aplica o necessita de uma prote o gasosa externa e outra que gera seus pr prios

    gases de prote o.

    Para os arames tubulares com prote o gasosa existem o tipo flux cored, que

    pode ser rutlico ou bsico; e o tipo metal cored, que tem como fluxo somente p

    metlico, n o havendo forma o de esc ria (somente ilhas de slica, como os

    arames s lidos).

    Outra famlia de arames tubulares a dos arames autoprotegidos. Esses arames

    s o desenvolvidos para gerar gases de prote o a partir de adi es de elementos

    qumicos no fluxo, similares aos eletrodos revestidos. Arames tubulares

    autoprotegidos n o exigem prote o externa e s o desenvolvidos para se aplicar

    tanto com corrente contnua eletrodo positivo (CC+) como com corrente contnua,

    eletrodo negativo (CC-).

    O processo de soldagem empregando arame tubular com gs de prote o externa

    utilizado principalmente para a soldagem de a os carbono e de baixa liga,

    produzindo altas taxas e eficincia de deposi o e altos fatores operacionais. Juntas

    soldadas com qualidade radiogrfica s o facilmente produzidas e o metal de solda,

    tanto para a os carbono, de baixa liga ou inoxidveis, apresenta boa ductilidade e

    tenacidade. Esse processo de soldagem adequado a uma grande variedade de

    juntas e para todas as posi es de soldagem.

    Widgery [7] mostrou que medida que se trabalha com uma corrente de soldagem

    maior, em equipamentos com fonte convencional de energia, as taxas de deposi o

    com arames tubulares, incluindo o metal cored, aumentam, conforme mostra a

    figura 3.5.

  • 10

    0,0

    1,0

    2,0

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    4,0

    5,0

    6,0

    7,0

    8,0

    9,0

    10,0

    0 100 200 300 400

    Correntre, A

    Tax

    a d

    eDep

    osi

    o

    , kg

    /h

    E71T-1;1,2mm; CO2

    "Metal cored";1,2mm;CO2+Ar

    S lido;1,2mm;CO2+Ar

    Figura 3.5 Taxas de deposi o de arames tubulares e arame s lido[7]

    Os arames tubulares s o mais caros do que os arames s lidos, no entanto,

    empregando-se programas de clculo de custos da soldagem mais detalhados,

    freq entemente prova-se que a diferen a de pre o do consumvel mais do que

    compensada pelos ganhos de produtividade, especialmente quando predomina a

    soldagem nas posi es plana e horizontal.

    Segundo Stridh[8], o custo total de produ o de um componente de carro, fabricado

    com soldagem robotizada, utilizando-se um arame tubular tipo metal cored com

    1,4mm de di metro menor que com o uso de arame s lido de 1,0mm de di metro,

    conforme representado na tabela III.1, embora n o tenham sido informados os

    par metros de soldagem, nem as composi es dos gases de prote o ternrios

    utilizados.

    Corrente, A

  • 11

    Tabela III. 1 : Avalia o de custo de produ o entre arame s lido e metal cored [8]

    Componente de carro

    Comprimento total do cord o de solda: 31 cm

    Arame s lido 1,0mm Metal cored 1,4mm Diferen a

    Tempo de ciclo (s) 58,6 40 -31%

    Velocidade soldagem (m/min) 0,6 1,5 +150%

    Tempo de soldagem (s) 31 12,4 -60%

    Tempo de movimenta o rob (s) 27,6 27,6

    Tempo de ciclo/unidade (s) 58,6 40 -31%

    Tempo de prepara o (s) 10 10

    Nmero de unidades/h 52 72

    Arame s lido 1,0mm Metal cored 1,4mm

    Arame consumido/unidade (kg/un) 0,014 0,014

    Pre o arame (/kg) 0,77 4,36

    Custo arame (/un) 0,0106 0,0612

    Consumo de Gs (m3/un) 0,018 0,014

    Pre o do gs (/m3) 2,47 2,83

    Custo do gs (/un) 0,04 0,04

    Custo de energia (/un) 0,0047 0,0047

    Custo Rob +Operador (/h) 103,06 103,06

    Custo Rob +Operador (/un) 1,68 1,43

    Custo Total (/un) 1,73 1,55

    Outros argumentos que suportam o uso de arames tubulares em substitui o a

    arames s lidos s o o risco reduzido de defeitos de falta de fus o lateral, melhor

    penetra o, menos respingos e uma menor probabilidade de ocorrncia de

    porosidade (os arames tubulares mais modernos podem apresentar um teor de

    hidrognio difusvel muito baixo e uma alta resistncia reabsor o de umidade). A

    figura 3.6 exemplifica a diferen a dos perfis de cord es entre arame s lido e arame

    tubular em uma junta de filete.

  • 12

    Uma diferen a essencial entre os arames s lidos e os arames tubulares para a

    soldagem com gs de prote o o modo de transferncia metlica[5,9].

    a) Arame s lido 1,0 mm - Gs : Mistura (Ar + CO2)

    b) Arame tubular E71T-1 1,6 mm - Gs : 100 % CO2

    Figura 3.6 Perfis de cord es em junta T[5]

    Arames s lidos, que necessitam de uma mistura Ar + CO2 para a soldagem,

    produzem um arco pequeno e uma transferncia de metal muito localizada. As

    gotas atravessam o arco ao longo de uma linha de centro, uma ap s outra a uma

    alta freq ncia, sendo que isso pode ser visto no cone caracterstico do arco. Por

    causa dessa transferncia axial, as gotas penetram na po a de fus o dentro de uma

    rea de proje o relativamente pequena. Conseq entemente, toda a energia

    contida nas gotas fica concentrada nessa rea.

    Arames tubulares possuem um arco mais largo. As gotas espalham-se e criam uma

    rea de proje o maior, distribuindo, portanto, toda a energia de soldagem mais

    uniformemente. Essa diferen a nas caractersticas do arco entre os arames s lidos

    e os arames tubulares tem um efeito significativo na qualidade do metal de solda.

    Tipicamente, a penetra o de arames s lidos pequena e estreita, ou seja, uma

    penetra o caracterstica no formato dediforme (finger). Embora o arco do arame

    s lido tenda a escavar profundamente o metal de base, h um risco de defeitos de

    a) b)

  • 13

    falta de fus o por causa da penetra o em forma de dedo conforme mostrado na

    figura 3.7. O menor desalinhamento da tocha de soldagem pode causar uma falta

    de fus o lateral para uma junta em ngulo. A penetra o dos arames tubulares tem

    uma forma mais rasa, porm mais larga, possibilitando uma toler ncia muito maior

    para desalinhamentos da pistola e, adicionalmente, reduzindo os riscos de defeitos

    de falta de fus o.

    a) Arame S lido 1,32 mm; ER70S-6; Gs de Prote o: 92% Ar + 8% CO2;

    360 A / 31 V / 220 mm/min.

    b) Metal cored 1,4mm; E70C-6M; Gs de Prote o: 92% Ar + 8% CO2;

    360 A / 31 V / 220 mm/min.

    Figura 3.7 Perfil de cord o com finger para o arame s lido[9]

    Algumas diferen as adicionais s o encontradas na aparncia do cord o,

    especialmente para correntes de soldagem maiores, onde a transferncia axial de

    gotas dos arames s lidos cria uma po a de fus o turbulenta e ondulada. Como

    resultado, os cord es de solda podem n o ser planos, podendo exibir um aspecto

    rugoso e uma molhabilidade irregular nas laterais. O arco mais largo dos arames

    tubulares produz uma po a de fus o calma e plana que promove um cord o de

    solda de aspecto liso e com boa molhabilidade.

    O aparecimento de uma proje o partindo da base elptica de um cord o de solda

    conhecido como finger [10] e este fen meno influencia diretamente na

    homogeneidade qumica do material na regi o da solda. E esta regi o do cord o, o

    a) b)

  • 14

    finger, apresenta-se bastante rica em metal de base na regi o inferior e bastante

    rica em metal de adi o na parte superior. O resultado desta heterogeneidade pode

    ocasionar o aparecimento de pequenas ilhas de material de base, n o misturados,

    dispersos na matriz do material de solda. O aparecimento destas pequenas ilhas

    pode ser melhor observado quando existe uma maior diferen a de composi o

    entre o metal de base e o metal de adi o. Este fen meno requer uma aten o

    especial, principalmente quando ocorre uma maior concentra o de carbono nesta

    regi o, pois isto pode induzir a forma o de trincas, ocasionando assim uma

    redu o na resistncia do material nesta regi o. Acrescenta-se tambm que, esta

    morfologia do cord o resulta em uma maior restri o da junta, com uma maior

    possibilidade de falhas (falta de fus o) ao longo da solda e este fato , ainda, mais

    relevante na soldagem robotizada que n o tem a figura do soldador para compensar

    estas falhas durante a soldagem[7].

    Moore[11,12], caracterizou as microestruturas e morfologia de cord es dos processos

    de soldagem Laser (8,9kW), MAG (com arame s lido de 1,0mm European

    Standard EN 440:1995-GO e com metal cored European Standard EN 758:1997

    T 42 2 M M 1 H10) e o Hbrido (Laser/MAG). Para este estudo utilizou-se cord es

    sobre chapa de a o carbono X60 de 16mm de espessura, corrente de soldagem de

    200-220 A e tens o do arco de 21-24V.

    Os resultantes do estudo revelaram que para o processo Laser ocorreu o perfil

    finger na sua totalidade; para o processo MAG com arame s lido e com arame

    tubular n o ocorreu o perfil finger; j para o processo Hbrido (Laser/MAG),

    semelhante ao que ocorre em processo MAG convencional com arame s lido em

    altas correntes, ocorreu o perfil finger. A figura 3.8 mostra os perfis dos cord es

    para o processo MAG (A), para o processo Laser (B) e para o processo Hbrico (C).

  • 15

    Figura 3.8 Perfis dos cord es: (A) processo MAG, (B) processo Laser e

    (C) processo Hbrido[11,12]

    Relacionando-se os aportes de calor de cada processo de soldagem do trabalho de

    Moore[11,12] com os perfis resultantes de cada cord o de solda, percebe-se que a

    ocorrncia do finger pode estar diretamente relacionada com um excesso de

    energia que funde o metal base, potencial de dilui o do processo de soldagem. No

    processo MAG, a energia do processo foi gasta para fundir o consumvel e parte do

    metal base (dilui o 40%) sem finger; no processo Laser (sem consumvel) toda

    energia foi gasta para fundir o metal base (dilui o 100%) totalmente finger e no

    processo hbrido, houve um excesso de energia que fundiu mais o metal base que o

    consumvel (dilui o 80%) ocorrncia de finger.

    Moore[11,12] identificou as microestruturas dos cord es resultantes de cada processo

    de soldagem estudado. A solda do processo MAG (metal cored) apresentou

    inclus es de xidos provenientes do metal cored que promoveram a ocorrncia de

    nucleantes intergranulares, que resultou numa microestrutura de ferrita acicular com

    pequenas quantidades de outras fases presentes, conforme mostra a figura 3.9.

  • 16

    Figura 3.9 Microestrutura resultante do processo MAG[12]

    J a solda do processo Laser apresentou pequenas inclus es, mas as nuclea es

    intergranulares n o promoveram a forma o de ferrita acicular, mas sim de ferrita

    com segunda fase alinhada e bainita conforme mostra a figura 3.10. Esta

    microestrutura n o permite bons resultados de impacto Charpy, ou seja, apresenta

    baixa tenacidade.

    Figura 3.10 Microestrutura resultante do processo Laser[12]

    A solda do processo hbrido, segundo Moore, apresentou uma significante

    quantidade de nuclea o intergranular proveniente das inclus es do metal

    cored/arame s lido, quando comparado com a solda de Laser. Contudo a

    microestrutura foi mais pr xima da do Laser, contento ferrita acicular e ferrita com

    segunda fase alinhada, conforme mostra a figura 3.11.

    Ferrita Acicular

    Ferrita com segunda fase alinhada

    Bainita

  • 17

    Figura 3.11 Microestrutura resultante do processo Hbrido[12]

    Tanto o arame s lido quanto o arame metal cored apresentam inclus es de xidos

    que contribuem para a nuclea o da fase ferrita acicular na solidifica o do metal

    lquido. O metal cored apresenta uma percentagem de xidos maior que o arame

    s lido. Isto se deve s camadas de xidos nas superfcies dos p s metlicos que

    est o presentes em seu interior (fluxo).

    A microestrutura tambm foi influenciada pelo aporte de calor e pela dissipa o de

    calor na junta soldada. Nas figuras 3.12 e 3.13, s o apresentados o grfico de

    temperaturas de pico e o diagrama de dissipa o de calor das soldas dos processos

    estudados por Moore[11,12] , respectivamente.

    Camadas intergranular- mente nucleadas

    Ferrita Acicular

    Ferrita com segunda fase alinhada

  • 18

    Tempo (s)

    Figura 3.12 Temperatura de Pico dos processos MAG, Laser e Hbrido[12]

    Figura 3.13 Diagrama de dissipa o de calor: (A) MAG, (B) Laser e (C) Hbrido[12]

    A dureza em Vickers das soldas resultantes dos processos Laser, MAG e hbrido

    s o apresentadas na tabela III.2. O constituinte ferrita acicular apresenta menor

    dureza e maior tenacidade que os constituintes ferrita com segunda fase alinhada e

    bainita; porm a microestrutura resultante do processo Hbrido, apesar de

    apresentar o constituinte ferrita com segunda fase alinhada, alm de ferrita acicular,

    apresentou a menor dureza entre os trs processos de soldagem, a menor dureza

    era esperada para a microestrutura de ferrita acicular do processo MAG. Isto

    Hbrido MAG Laser

    Temperatura (C)

  • 19

    provavelmente ocorreu devido ao maior aporte de calor do processo Hbrico, figura

    3.12, e a menor dissipa o do calor na pe a soldada, figura 3.13.

    Tabela III. 2 : Resultado de dureza mdia nos processos Laser, MAG e Hbrido[12]

    Processo Dureza Cord o Dureza ZTA Metal Base

    (HV) (HV) (HV)

    Laser 360 334 195

    MAG 322 349 195

    Hbrido (Laser/MAG) 316 300 195

    Comparando-se o metal cored com o arame s lido, o arco estvel e a forma de

    transferncia do metal cored proporcionam uma solda isenta de falta de fus o,

    mantendo uma boa penetra o, sendo possvel um menor volume de solda para

    garantir as mesmas propriedades da junta[13], conforme mostrado na figura 3.14. Na

    soldagem automatizada o arame tubular metal cored apresenta uma maior

    toler ncia quanto qualidade de prepara o da junta[2].

  • 20

    a) b)

    Figura 3.14 Perfis de juntas em T com (a) s lido e (b) arame tubular[13]

    Uma quantidade reduzida de respingos outra vantagem freq entemente oferecida

    pelos arames tubulares. Por exemplo, os arames tubulares rutlicos s o

    praticamente livres de respingos no modo de transferncia por aerossol,

    especialmente quando soldados com mistura como gs de prote o. Arames

    s lidos produzem nveis de respingos significativamente maiores, especialmente

    quando soldados no modo de transferncia por curto-circuito ou globular. Arames

    tubulares oferecem maior facilidade de evitar o modo de transferncia globular

    atravs de um aumento da tens o do arco.

    Huhtala[14] constatou a melhor aparncia do cord o de solda com o uso de um

    metal cored de 1,4mm em substitui o ao arame s lido de 1,0mm de di metro na

    soldagem robotizada de andaimes, conforme figura 3.15.

  • 21

    a) Andaime

    b) Arame s lido 1,0 mm - Gs de prote o : 80 % Ar + 20 % CO2

    c) Metal Cored 1,4 mm - Gs de prote o : 80 % Ar + 20 % CO2

    Figura 3.15 Aspecto visual de cord es de solda de metal cored e arame s lido[14]

    3.4. Caractersticas do Metal Cored

    O arame tubular metal cored considerado um tipo especial de consumvel para

    soldagem, apresentando umas caractersticas similares ao arame tubular flux

    cored e outras similares ao arame s lido.

    Algumas vantagens do arame tubular metal cored sobre o arame s lido s o

    apresentadas a seguir[2,3]:

    b)

    c)

    a)

  • 22

    - Alta taxa de deposi o Quando compara-se um metal cored com um arame

    s lido de mesmo di metro, o arame tubular deposita cerca de 10-20% a mais;

    - Pequena forma o de esc ria sobre o cord o de solda;

    - Baixa gera o de respingos;

    - Melhor aparncia do cord o de solda;

    - Menor gera o de fumos de soldagem;

    - Possibilidade de uso de um di metro maior que o arame s lido;

    - Baixo teor de hidrognio difusvel;

    - Maior flexibilidade quanto composi o qumica de metal depositado.

    Quanto as desvantagens do metal cored, pode-se citar[3]:

    - Apresenta um custo maior que o arame s lido. Porm, para os a os de baixa

    liga esta diferen a de custo reduz, chegando em alguns casos a igualar ao

    arame s lido;

    - Pelo uso da mistura de arg nio e CO2 como gs de prote o, a radia o

    ultravioleta do arco de soldagem apresenta-se maior que com o uso do CO2

    puro.

    3.4.1. Composi o qumica e propriedades mec nicas

    As composi es qumicas requeridas do arame s lido (ASME SFA-5.18 ER70S-6) e

    do metal depositado do arame tubular metal cored (ASME SFA-5.18 E70C-6M)

    est o apresentadas na tabela III.3.

    Tabela III. 3 : Composi es qumicas dos arames (valores simples indicam valores mximos), segundo ASME SFA5.18 [4]

    Material C(%) Si(%) Mn(%) P(%) S(%) Cu(%)

    ER70S-6

    (Arame S lido)

    0,06-0,15

    0,80-1,15

    1,40-1,85

    0,025

    0,035

    0,50

    E70C-6M

    (Metal Depositado)

    0,12

    0,90

    1,75

    0,03

    0,03

    0,50

  • 23

    Os dois eletrodos apresentam caractersticas similares no que diz respeito a

    propriedade mec nica de metal depositado e atendem norma ASME SFA 5.18

    neste requisito, conforme a tabela III.4.

    Tabela III. 4 : Propriedades mec nicas mnimas dos arames, segundo ASME SFA 5.18[4]

    Material Limite de Escoamento

    (MPa)

    Limite de Resistncia

    (MPa)

    Alongamento (%)

    Charpy V 29 C (J)

    ER70S-6 E70C-6M

    400

    480

    22

    27

    3.4.2. Resistividade Eltrica

    Relacionada resistncia eltrica, existe a propriedade fsica resistividade r , que

    uma caracterstica do material, e n o de uma amostra dada do mesmo; para

    materiais isotr picos definida como

    r = E / j . (1)

    As unidades de r s o as de E (V/m) divididas pelas de j (A/m2), o que equivalente

    a W.m[15].

    As resistividades eltricas s temperaturas ambiente e de fus o do arame tubular

    metal cored e do arame s lido s o apresentadas a seguir na tabela III.5.

  • 24

    Tabela III. 5 : Resistividade Eltrica dos arames metal cored e s lido s temperaturas ambiente e de fus o [6,16,17,18,19]

    Resistividade (10-7 ohm.m)

    Temperatura Ambiente Temperatura de Fus o

    Arame Pela rea

    total

    Pela rea da

    Fita metlica

    Pela rea

    total

    Pela rea da

    Fita metlica

    Metal Cored 1,2mm 1,48 1,15 14,1 11,0

    Arame S lido 1,2mm 3,83 - 15,3 -

    Estes resultados indicam que o arame metal cored apresenta uma maior

    condutividade eltrica que o arame s lido, considerando a rea total ou somente a

    rea da fita do arame tubular metal cored, podendo este fato contribuir para a

    melhor estabilidade de arco do arame tubular metal cored frente ao arame s lido.

    3.4.3. Velocidade de Fus o

    Na soldagem GMAW e em outros processos de soldagem com eletrodo consumvel,

    o material do eletrodo precisa ser aquecido desde a sua temperatura inicial, pr xima

    da temperatura ambiente, at a sua temperatura de fus o e a seguir, ser fundido e

    separado do eletrodo. A velocidade com que o eletrodo fundido deve ser, em

    mdia, igual velocidade que este alimentado de forma a manter um

    comprimento de arco relativamente constante. Nestas condi es, para os processos

    GMAW, FCAW e SAW operados em condi es nas quais ocorrem apenas poucos

    curtos circuitos, pode-se considerar que um estado estacionrio seja atingido no

    qual o comprimento energizado do eletrodo mantido relativamente constante se a

    dist ncia do bico de contato pe a n o for alterada. Assim, a distribui o de

    temperatura no eletrodo deve se manter aproximadamente constante durante a

    soldagem[16]. Modelos para o clculo da distribui o de temperatura no eletrodo em

    processos de soldagem foram apresentados por diversos autores para o processo

    GMAW [20,21].

  • 25

    A velocidade de fus o do eletrodo um aspecto fundamental do processo de

    soldagem. Ela influencia a produtividade do processo e as suas caractersticas

    operacionais como, por exemplo, a capacidade de soldar em diferentes posi es e

    o formato do cord o. Por outro lado, varia es inesperadas ou controladas de forma

    inadequada da velocidade de fus o do arame ou a incapacidade, por motivos

    diversos, de manter a igualdade desta velocidade com a velocidade de alimenta o

    de arame s o causas freq entes de instabilidade do arco eltrico no processo de

    soldagem.

    Para o processo GMAW, a fus o do eletrodo controlada principalmente pelo calor

    transferido do arco para a ponta do eletrodo e pelo calor gerado por efeito Joule ao

    longo do eletrodo e a seguinte equa o emprica descreve a velocidade de fus o de

    arame (w)[22]:

    w = a I + b sI2 . (2)

    Na equa o 2, a e b s o, respectivamente, coeficientes indicativos da contribui o

    do arco e do efeito Joule para a fus o do eletrodo, s o comprimento energizado do

    eletrodo e I a corrente de soldagem.

    O coeficiente b representa a contribui o do efeito Joule no arame para a sua fus o

    e, portanto, depende principalmente da composi o e das condi es do arame.

    Este termo importante para arames de a o, particularmente os de pequeno

    di metro, mas desprezvel para arames de metais de elevada condutividade

    eltrica (alumnio e cobre).

    O coeficiente a representa a contribui o do aquecimento an dico pelo arco

    (soldagem com eletrodo positivo) e, na soldagem GMAW, parece depender

    principalmente da composi o do eletrodo. Resultados experimentais indicam que

    este coeficiente , em uma primeira aproxima o, independente da corrente de

  • 26

    soldagem, da composi o do gs de prote o, do comprimento e tens o do arco

    das condi es superficiais do arame, da geometria da junta e da press o [22,23,24,25]

    O modelo clssico para a velocidade de fus o do tipo w = a I + b sI2 descreve

    satisfatoriamente a fus o dos arames tubulares, apesar das suas diferen as em

    rela o aos arames s lidos.

    Como na soldagem com arames s lidos com prote o gasosa, os coeficientes de

    fus o a e b para a soldagem com os arames tubulares rutlico, bsico e metal

    cored parecem independer do comprimento energizado do eletrodo e da

    composi o do gs de prote o. Os coeficientes a e b para os arames tubulares

    rutlico e bsico s o maiores do que os de um arame s lido de a o carbono de

    mesmo di metro nominal. Entretanto, os coeficientes obtidos do arame metal

    cored s o pr ximos aos do arame s lido. O arame metal cored apresenta

    velocidades de fus o mais pr ximas s de arames s lidos[16,17,26,27], conforme pode

    ser visto na tabela III.6.

    Tabela III. 6 : Valores dos coeficientes da equa o da velocidade de fus o para o metal cored e o arame s lido com gs de prote o 75% Ar e 25% CO2

    [6,17]

    Arame aaaa (mm/s.A) bbbb (10-5 1/s.A2)

    Metal Cored 1,2mm 0,33 5,8

    Arame S lido 1,2mm 0,27 5,9

    A equa o 2 mostra que uma vez estabelecidos os coeficientes a e b, o

    comprimento energizado do eletrodo (stick out), s, tem uma grande contribui o no

    resultado da velocidade de alimenta o do arame, conforme mostra a figura 3.16.

  • 27

    Figura 3.16 Efeito do stick out na velocidade de fus o do metal cored [16]

    Estudos realizados por Starling et al.[16] mostraram a rela o entre arames tubulares

    e arame s lido no que diz respeito velocidade de fus o dos mesmos. Mantendo-

    se constantes a bitola dos arames, gs de prote o e comprimento de arco,

    variaram o comprimento energizado do arame em 16,05 e 20,05mm e obtiveram as

    velocidades de fus o apresentadas a seguir nas figuras 3.17 e 3.18.

    Figura 3.17 Velocidade de fus o de arames com stick out de 16,05mm [16]

  • 28

    Figura 3.18 Velocidade de fus o de arames com stick out de 20,05mm [16]

    Os resultados mostraram que o metal cored apresenta uma maior velocidade de

    fus o que o arame s lido, porm n o t o expressiva quanto s velocidades de

    fus o dos arames tubulares bsico e rutlico. A diferen a entre as velocidades de

    fus o do metal cored e do arame s lido mantiveram-se praticamente constante

    para as duas condi es do stick out (16,05 e 20,05mm).

    Uma considera o a ser feita a de que a literatura (Widgery [7]) sugere resultados

    de taxas de deposi o de metal cored maiores que a do arame s lido e mais

    expressivos que a diferen a retratada pelas velocidades de fus o dos dois arames

    nas condi es do estudo realizado.

    Baseando-se na divergncia citada no pargrafo anterior, para a compara o entre

    metal cored e arame s lido, acrescida da menor resistividade do metal cored

    (maior condutividade) e melhor estabilidade de arco; os ensaios da parte

    experimental desta disserta o foram estruturados para verificar a influncia do

    stick out na taxa de deposi o do metal cored

  • 29

    3.5. Soldagem Robotizada Os rob s industriais tm evoludo a cada dia na busca de satisfa o das exigncias

    das indstrias para automa o de processos. Dentre as justificativas de uso de

    rob s nas indstrias encontra-se: rapidez, precis o e eficincia, alm de redu o

    considervel dos custos de fabrica o atravs da automa o de processos.

    O setor de processos de soldagem, principalmente no setor de pe as automotivas

    devido elevada competitividade deste setor[14], tem sido o maior empreendedor na

    utiliza o de rob s devido exigncia por repetibilidade de processo, ciclos de

    produ o mais rpidos e boa aparncia da solda; n o sendo descartada a utiliza o

    dos rob s em pintura, movimenta o de cargas e processos n o ergon micos[28]. A

    figura 3.19 (a) exemplifica a utiliza o de rob s na fabrica o de componentes

    automotivos e a figura 3.19 (b) mostra a pe a manifold fabricada neste processo

    de soldagem.

    a) b)

    Figura 3.19 Soldagem robotizada (a) com metal cored de (b) manifold [28,30]

  • 30

    Softwares tm sido criados para permitir a programa o off-line dos rob s em

    soldagem para defini o de seq ncias de soldagem e otimiza o dos ciclos de

    trabalho, evitando desta maneira paradas das linhas de produ o[29].

    Segundo Tony Rydn[1], o arame metal cored ideal para soldagem robotizada

    deve:

    - crucial apresentar uma solda com bom aspecto visual. O fator mais importante

    a penetra o da solda, a geometria de cord o e a molhabilidade do mesmo.

    Estes aspectos melhoram a qualidade da junta soldada sujeita a esfor os

    din micos como vibra o (melhor resistncia fadiga);

    - Baixo ndice de respingos, reduzindo custos de limpeza dos componentes

    soldados;

    - Ter uma boa alimenta o durante a soldagem, visto que a produtividade

    depende da continuidade do processo e que a soldagem robotizada um

    importante elo da corrente produtiva.

    Arames tubulares metal cored com 1,4mm de di metro tm sido utilizados em

    soldagem robotizada para chapas com 30mm ou mais de espessura, em tubos e

    chapas finas de 1,0mm de espessura, em substitui o arames s lidos com

    di metros de 1,0 e 1,2mm. Nesta soldagem utiliza-se mistura de gases (Arg nio e

    CO2), apresentando melhores alimenta o do arame e qualidade da solda quando

    comparado com o uso de arame s lido. Em muitas aplica es, este processo de

    soldagem mais efetivo, levando a um menor custo total para soldagem de

    componentes automotivos[14,30,31]. Um exemplo de anlise de viabilidade est

    mostrado no item 3.3, tabela III.1.

    A literatura[1,8,14,30] sugere o di metro de 1,4mm, para o metal cored como o

    di metro timo para aplica es robotizadas, sendo possvel cobrir uma ampla faixa

    de espessura de chapas e dimens es de filetes (2 6 mm em um nico passe).

    Aliado a esta possibilidade de utiliza o de di metros maiores, os arames tubulares

    metal cored mostram-se mais tolerantes s irregularidades nas prepara es de

  • 31

    juntas e menos sensveis a ocorrncia de furos durante a soldagem de chapas

    finas.

  • 32

    4. METODOLOGIA EXPERIMENTAL

    Neste captulo ser o apresentados os materiais, os equipamentos e a metodologia

    empregados no estudo comparativo da soldagem robotizada com arame tubular

    metal cored e o arame s lido.

    4.1 Cord es sobre chapa

    O metal de base utilizado neste trabalho foi o a o ASTM A36, com espessura de

    12,7mm, largura de 130mm e comprimento de 330mm.

    Os consumveis utilizados foram o arame tubular metal cored E70C-6M com 1,2 e

    1,4mm de di metro e o arame s lido ER70S-6 com 1,2mm de di metro. Estes

    consumveis s o classificados segundo a norma ASME SFA5.18 e suas

    composi es qumicas e propriedades mec nicas s o apresentadas nas tabelas

    III.3 e III.4, respectivamente.

    A mistura de 75% Ar e 25% CO2 foi utilizada como gs de prote o, tanto para

    soldagem com arame s lido como para soldagem com arame tubular metal cored.

    Para a soldagem foi utilizado um rob com seis graus de liberdade, equipado com

    dispositivos para soldagem GMAW, do Laborat rio de Rob tica, Soldagem e

    Simula o da UFMG, mostrado na figura 4.1. A fonte de energia convencional foi a

    mquina de solda: Motoarc 450 da Motoman. Foi utilizada a placa de aquisi o de

    dados: DAQBOARD / 2000 para calibra o dos par metros de soldagem.

  • 33

    Figura 4. 1 - Rob : Motoman SK6

    Foram depositados cord es simples de solda sobre chapas para determinar a

    morfologia dos cord es do arames metal cored e s lido. A tabela IV.1 mostra os

    par metros utilizados na soldagem de cada cord o e a figura 4.2 mostra os

    consumveis utilizados. O ngulo entre a tocha de soldagem e as chapas soldadas

    foi de 90 .

    Figura 4. 2 Arame tubular metal cored e arame s lido

  • 34

    Tabela IV. 1 : Par metros de soldagem dos cord es

    Cord o

    Corrente A(CC+)

    Tens o V

    Consumvel

    Stick-out

    (mm) Velocidade

    Soldagem(cm/min.) Gs

    1 100 19 s lido 19 30 C25 (12l/min) 2 200 24 s lido 19 30 C25 (12l/min) 3 250 27 s lido 19 30 C25 (12l/min) 4 300 30 s lido 19 30 C25 (12l/min) 5 350 33 s lido 19 30 C25 (12l/min) 6 100 19 mc 1,2mm 19 30 C25 (12l/min) 7 200 24 mc 1,2mm 19 30 C25 (12l/min) 8 250 27 mc 1,2mm 19 30 C25 (12l/min) 9 300 30 mc 1,2mm 19 30 C25 (12l/min) 10 350 33 mc 1,2mm 19 30 C25 (12l/min) 11 100 19 mc 1,2mm 25 30 C25 (18l/min) 12 200 24 mc 1,2mm 25 30 C25 (18l/min) 13 250 27 mc 1,2mm 25 30 C25 (18l/min) 14 300 30 mc 1,2mm 25 30 C25 (18l/min) 15 320 33 mc 1,2mm 25 30 C25 (18l/min) 16 100 28 mc 1,2mm 25 30 C25 (18l/min) 17 200 29 mc 1,2mm 25 30 C25 (18l/min) 18 250 30 mc 1,2mm 25 30 C25 (18l/min) 19 300 33 mc 1,2mm 25 30 C25 (18l/min) 20 320 34 mc 1,2mm 25 30 C25 (18l/min) 21 100 28 mc 1,4mm 25 30 C25 (18l/min) 22 200 29 mc 1,4mm 25 30 C25 (18l/min) 23 250 30 mc 1,4mm 25 30 C25 (18l/min) 24 300 33 mc 1,4mm 25 30 C25 (18l/min) 25 350 34 mc 1,4mm 25 30 C25 (18l/min) 26 136 28 mc 1,4mm 25 30 C25 (18l/min) 27 272 30 mc 1,4mm 25 30 C25 (18l/min) 28 340 34 mc 1,4mm 25 30 C25 (18l/min) 29 410 34 mc 1,4mm 25 30 C25 (18l/min)

    Neste trabalho, os valores de Corrente e Tens o s o nominais e o stick out a

    dist ncia entre bico de contato da tocha de soldagem e a chapa a ser soldada.

    4.2 Caracteriza o dos perfis dos cord es

    Para cada cord o soldado, foi realizada uma macrografica da se o transversal,

    utilizando-se tcnica padr o e ataque de Nital 3%, com o objetivo de avaliar o perfil

    de cada cord o.

  • 35

    Para verifica o e coleta de dados dos perfis dos cord es, foi utilizado um

    microsc pio metalogrfico Olympus SZ-ST com aumento de 5 vezes, uma mquina

    fotogrfica digital SONY Hiper HAD CCD-IRIS/RGB com adaptador SONY CMA-

    D2.

    Os cord es foram caracterizados atravs da medida de penetra o, largura, refor o

    e reas dos cord es atravs do Quanticov (Image Analyzer) ' 2002.

    Foram realizadas medidas de dureza Vickers com um microdur metro de bancada

    ZWICK modelo 3202, e anlise qumica, via espectrofot metro de emiss o ptica,

    de alguns cord es com e sem perfil finger com o objetivo de completar a

    caracteriza o dos diferentes perfis de cord o.

    4.3 Taxa de Deposi o

    Para cada experimento foram realizados cord es paralelos sobre chapa, utilizando-

    se os par metros definidos na tabela IV.1. Cada chapa de a o ASTM A36

    (12,7mmX50mmX150mm) foi limpa, pesada e identificada antes do experimento. O

    tempo de arco aberto foi registrado, bem como os comprimentos dos cord es. Cada

    chapa com os cord es foi pesada ap s o experimento. A equa o 3 foi utilizada

    para calcular a taxa de deposi o de cada experimento.

    A taxa de deposi o = (Peso final da chapa peso inicial da chapa) (kg) (3)

    Tempo de arco aberto (h)

    Utililizou-se, na determina o da taxa de deposi o, os mesmos equipamentos

    usados para os testes de soldagem do item 4.1.

  • 36

    4.4 Avalia o dos resultados: aplica o de Teste de Hip tese para mdia utilizando as Distribui es t de Student [32]

    Com o objetivo de comparar o arame metal cored e o arame s lido, alguns

    resultados obtidos neste trabalho foram avaliados atravs da aplica o do teste de

    hip tese para a diferen a entre os dois arames, usando-se a distribui o t de

    Student em um nvel de signific ncia de 5%.

    As distribui es t s o apropriadas para o uso como estatsticas de teste, visto que

    as inferncias estatsticas utilizadas para valida o do mtodo foram realizadas

    para amostras de tamanho reduzido (n

  • 37

    2

    ^2

    1

    ^2^

    21

    nnXX

    sss +=-- -

    (5)

    Se a hip tese nula verdadeira, e sabendo-se que 2a= 2b, ent o, a fim de testar a

    hip tese nula, de que as mdias populacionais eram iguais, teremos que

    1 = 2 ou 1 - 2 = 0

    De modo mais geral, teremos 1 - 2 = D. Assim, sistematicamente, foi testada a

    hip tese:

    =

    211

    210

    :

    :

    mmmm

    H

    H

    Como a hip tese nula envolve uma igualdade suposta como 1 = 2* os testes

    realizados foram bilaterais e assim, t pode ser calculado como:

    21

    ^

    21

    ---

    --

    -=

    XX

    XXt

    s

    (6)

    O teste de hip tese utilizado levou em considera o os seguintes pressupostos:

    - Nvel de signific ncia: 5%

    - Nmero de anlises realizadas com arame s lido (n1 ): 3

    - Numero de anlises realizadas com arame tubular metal cored (n2): 3

    - Nmero de graus de liberdade (gl1) = 4

    - T crtico tabelado para teste bilateral: 2,776

    1 Nmero de graus de liberdade= n1+ n2 2 (Teste bilateral)

  • 38

    5. RESULTADOS E DISCUSS O

    Neste captulo foram relatados e discutidos os resultados encontrados com os

    experimentos propostos, macrografias dos cord es, anlises qumica e de dureza

    do metal base, zona fundida e finger.

    5.1. Perfis dos cord es

    Utilizando-se os par metros definidos na tabela IV.1 para os diferentes

    experimentos propostos, os perfis dos cord es obtidos est o apresentados na figura

    5.1.

    Para os cord es de 1 a 5 foram utilizados os par metros de soldagem normalmente

    aplicados para o arame s lido de 1,2mm de di metro. Estes mesmos par metros de

    soldagem foram utilizados para o arame metal cored de 1,2mm de di metro nos

    cord es de 6 a 10.

    Para os cord es de 11 a 15 foram utilizados os mesmos par metros de soldagem

    utilizados nos cord es de 6 a 10, exceto o stick out que foi de 25mm, normalmente

    utilizado para arames tubulares e que uma restri o para os arames s lidos.

    Para os cord es de 16 a 20 foram utilizados os par metros de soldagem

    normalmente empregados para os arames tubulares metal cored.

  • 39

    1 S lido 100A , 19V , 19mm

    2 S lido 200A , 24V , 19mm

    3 S lido 250A , 27V , 19mm

    4 S lido 300A , 30V , 19mm

    5 S lido 350A , 33V, 19mm

    6 MC 1,2 100A , 19V , 19mm

    7 MC 1,2 200A , 24V , 19mm

    8 MC 1,2 250A , 27V , 19mm

    9 MC 1,2 300A , 30V , 19mm

    10 MC 1,2 350A , 33V, 19mm

    11 MC 1,2 100A , 19V , 25mm

    12 MC 1,2 200A , 24V , 25mm

    13 MC 1,2 250A , 27V , 25mm

    14 MC 1,2 300A , 30V , 25mm

    15 MC 1,2 320A , 33V , 25mm

    16 MC 1,2 100A , 28V , 25mm

    17 MC 1,2 200A , 29V , 25mm

    18 MC 1,2 250A , 30V , 25mm

    19 MC 1,2 300A , 33V , 25mm

    20 MC 1,2 320A , 34V , 25mm

    21 MC 1,4 100A , 28V , 25mm

    22 MC 1,4 200A , 29V , 25mm

    23 MC 1,4 250A , 30V , 25mm

    24 MC 1,4 300A , 33V , 25mm

    25 MC 1,4 350A , 34V , 25mm

    26 MC 1,4 136A , 28V , 25mm

    27 MC 1,4 272A , 30V , 25mm

    28 MC 1,4

    340A , 34V , 25mm

    29 MC 1,4

    410A , 34V , 25mm

    Figura 5. 1 Perfis dos cord es sobre chapa

  • 40

    Para os cord es de 21 a 25 foram utilizados os mesmos par metros de soldagem

    dos cord es de 16 a 20, porm utilizou-se o arame tubular metal cored de 1,4mm

    de di metro.

    Para os cord es de 26 a 29 foram utilizados par metros de soldagem para o arame

    metal cored de 1,4mm de di metro que mantiveram as mesmas densidades de

    corrente dos cord es de 16 a 19 com arame metal cored de 1,2mm de di metro.

    Comparando os resultados obtidos dos perfis dos cord es sobre chapa entre o

    arame s lido de 1,2mm de di metro e o arame metal cored de 1,2mm de di metro,

    pode-se observar a tendncia ocorrncia da penetra o finger para correntes a

    partir de 300A para ambos, embora o formato do cord o seja diferente ( em termos

    de sua largura, penetra o e refor o). Ocorreu uma exce o com o arame s lido a

    350 A, pois n o houve a esperada forma o do finger".

    Com o objetivo de realizar uma anlise quantitativa dos resultados obtidos dos

    perfis dos cord es apresentados na figura 5.1, algumas dimens es e reas dos

    cord es foram medidas. Na figura 5.2 as dimens es penetra o, largura e refor o

    do cord o est o definidas.

  • 41

    Figura 5. 2 Dimens es do cord o de solda

    A rea total do cord o foi medida conforme apresentado na figura 5.3.

    Figura 5. 3 ` rea total do cord o

    A rea do refor o do cord o foi medida conforme apresentado na figura 5.4.

    Figura 5. 4 ` rea do refor o do cord o

    Refor o

    Penetra o

    Largura

    ` rea total

    ` rea Refor o

  • 42

    Para os cord es que n o apresentaram finger, a rea sem finger igual a rea

    total. Para os cord es que apresentaram o finger, identificou-se os dois pontos de

    inflex o que caracterizam o surgimento do finger e uniu-se estes dois pontos com

    uma curva caracterstica da parte inferior (interface entre zona fundida e metal

    depositado) dos cord es sem ocorrncia de finger, conforme apresentado na

    figura 5.5. A rea do finger foi calculada pela diferen a entre a rea total e a rea

    sem finger, conforme apresentado na figura 5.5.

    Figura 5. 5 ` rea do cord o sem finger e rea do finger

    Na tabela V.1 os resultados mdios das dimens es (penetra o, largura e refor o)

    de cada cord o s o apresentados. Para cada cord o, mediu-se as dimens es em

    trs se es diferentes.

    ` rea sem finger

    ` rea do finger

  • 43

    Tabela V. 1 : Dimens es dos cord es

    Cord o A(CC+) V Consumvel Penetra o(mm) Largura(mm.) Refor o(mm)

    1 100 19 s lido 1,34 5,88 2,32 2 200 24 s lido 2,63 11,06 3,06 3 250 27 s lido 4,15 12,85 3,50 4 300 30 s lido 6,37 14,68 4,12 5 350 33 s lido 7,82 15,56 5,07 6 100 19 mc 1,2mm 0,79 6,96 2,01 7 200 24 mc 1,2mm 2,61 9,25 3,16 8 250 27 mc 1,2mm 4,44 12,41 3,73 9 300 30 mc 1,2mm 7,47 13,43 4,73 10 350 33 mc 1,2mm 9,09 15,66 4,95 11 100 19 mc 1,2mm 1,24 5,87 2,18 12 200 24 mc 1,2mm 2,84 11,20 3,69 13 250 27 mc 1,2mm 4,10 13,02 3,61 14 300 30 mc 1,2mm 7,83 15,32 5,12 15 320 33 mc 1,2mm 7,28 21,38 4,12 16 100 28 mc 1,2mm 1,1 8,01 1,7 17 200 29 mc 1,2mm 2,9 10,73 2,99 18 250 30 mc 1,2mm 4,63 13,23 4,01 19 300 33 mc 1,2mm 7,79 16,34 5,07 20 320 34 mc 1,2mm 7,71 18,8 4,59 21 100 28 mc 1,4mm 1,09 7,71 1,64 22 200 29 mc 1,4mm 2,23 12,07 2,64 23 250 30 mc 1,4mm 3,16 13,23 3,52 24 300 33 mc 1,4mm 4,62 14,29 3,97 25 350 34 mc 1,4mm 6,86 18,43 4,13 26 136 28 mc 1,4mm 1,46 9,73 1,96 27 272 30 mc 1,4mm 3,99 13,69 3,93 28 340 34 mc 1,4mm 7,26 17,5 4,48 29 410 34 mc 1,4mm 11,62 16,17 6,41

    Para os cord es 15 e 20 n o foi possvel obter um arco estvel com a intensidade

    de corrente de 350 A para as tens es desejadas de 33V e 34V, respectivamente, e

    o stick out de 25mm. Este fato ocorreu, provavelmente, por estas combina es de

    par metros extrapolarem curva de calibra o do sistema rob e fonte de energia

    utilizados.

    Na tabela V.2 os resultados mdios das reas (total, do refor o, sem finger e do

    finger) de cada cord o s o apresentados. Para cada cord o mediu-se as reas em

    trs amostras diferentes.

  • 44

    Tabela V. 2 : ` reas dos cord es

    Cord o

    A(CC+)

    V

    Arame

    ` rea total (mm2)

    ` rea sem finger (mm2)

    ` rea do refor o (mm2)

    ` rea do finger (mm2)

    1 100 19 s lido 14,06 14,06 10,69 0 2 200 24 s lido 35,92 35,92 22,09 0 3 250 27 s lido 60,03 51,33 33,31 8,7 4 300 30 s lido 90,06 73,95 45,49 16,11 5 350 33 s lido 125,06 125,06 62,66 0 6 100 19 mc 1,2mm 13,12 13,12 10,48 0 7 200 24 mc 1,2mm 39,36 39,36 23,51 0 8 250 27 mc 1,2mm 63,93 57,66 36,4 6,27 9 300 30 mc 1,2mm 91,88 75,39 49,53 16,49 10 350 33 mc 1,2mm 119,9 99,5 62,88 20,4 11 100 19 mc 1,2mm 14,3 14,3 10,27 0 12 200 24 mc 1,2mm 47,46 47,46 31,6 0 13 250 27 mc 1,2mm 60,98 55,51 38,85 5,47 14 300 30 mc 1,2mm 98,66 79,29 60,73 19,37 15 320 33 mc 1,2mm 117,81 97,73 63,37 20,08 16 100 28 mc 1,2mm 15,53 15,53 10,73 0 17 200 29 mc 1,2mm 44,77 44,77 25,9 0 18 250 30 mc 1,2mm 70,09 60,39 41,35 9,7 19 300 33 mc 1,2mm 109,87 81,37 62,03 28,5 20 320 34 mc 1,2mm 117,38 92,27 62,81 25,11 21 100 28 mc 1,4mm 15,24 15,24 10,28 0 22 200 29 mc 1,4mm 39,92 39,92 21,99 0 23 250 30 mc 1,4mm 60,31 60,31 34,12 0 24 300 33 mc 1,4mm 80,59 80,59 43,94 0 25 350 34 mc 1,4mm 116,81 97,9 56,88 18,91 26 136 28 mc 1,4mm 24,08 24,08 13,23 0 27 272 30 mc 1,4mm 73,38 73,38 41,76 0 28 340 34 mc 1,4mm 124,14 98,87 64,38 25,27 29 410 34 mc 1,4mm 164,94 125,46 85,33 39,48

    As taxas de deposi o dos arames foram medidas segundo o item 4.3 e est o

    apresentadas na tabela V.3.

  • 45

    Tabela V. 3 : Taxa de deposi o dos experimentos

    Cord o

    A(CC+)

    V

    Arame

    ` rea do refor o (mm2)

    Taxa Deposi o (kg/h)

    1 100 19 s lido 10,69 1,14 2 200 24 s lido 22,09 2,93 3 250 27 s lido 33,31 4,16 4 300 30 s lido 45,49 5,60 5 350 33 s lido 62,66 7,65 6 100 19 mc 1,2mm 10,48 1,15 7 200 24 mc 1,2mm 23,51 2,88 8 250 27 mc 1,2mm 36,4 4,48 9 300 30 mc 1,2mm 49,53 5,99 10 350 33 mc 1,2mm 62,88 7,54 11 100 19 mc 1,2mm 10,27 1,30 12 200 24 mc 1,2mm 31,6 3,50 13 250 27 mc 1,2mm 38,85 5,11 14 300 30 mc 1,2mm 60,73 7,34 15 320 33 mc 1,2mm 63,37 7,37 16 100 28 mc 1,2mm 10,73 1,18 17 200 29 mc 1,2mm 25,9 3,22 18 250 30 mc 1,2mm 41,35 4,92 19 300 33 mc 1,2mm 62,03 6,99 20 320 34 mc 1,2mm 62,81 7,54 21 100 28 mc 1,4mm 10,28 1,02 22 200 29 mc 1,4mm 21,99 2,70 23 250 30 mc 1,4mm 34,12 4,11 24 300 33 mc 1,4mm 43,94 5,29 25 350 34 mc 1,4mm 56,88 6,88 26 136 28 mc 1,4mm 13,23 1,50 27 272 30 mc 1,4mm 41,76 5,09 28 340 34 mc 1,4mm 64,38 6,83 29 410 34 mc 1,4mm 85,33 9,91

    Os resultados apresentados nas tabelas V.1, V.2 e V.3 foram colocados na forma

    de grficos para uma melhor anlise dos dados. Quanto legenda, par metros de

    soldagem est o na tabela IV.1, tem-se:

    - S lido 1,2 Cord es de 1 a 5; - MC 1,2 S 19 Cord es de 6 a 10; - MC 1,2 S 25 Cord es de 11 a 15; - MC 1,2 S 25 T Cord es de 16 a 20; - MC 1,4 S 25 Cord es de 21 a 25.

  • 46

    Na figura 5.6, verifica-se um aumento da penetra o dos cord es com o aumento

    da corrente, sendo que os arames tubulares apresentam uma maior penetra o que

    o arame s lido a partir da corrente de 200 A, exceto para o arame metal cored de

    1,4mm de di metro, que foi soldado com uma densidade de corrente menor que os

    demais.

    0

    2

    4

    6

    8

    10

    100 200 250 300 350 400

    Corrente (A)

    Pen

    etra

    o

    (m

    m)

    S lido 1,2

    MC 1,2 S 19

    MC 1,2 S 25

    MC 1,2 S 25 T

    MC 1,4 S 25

    Figura 5. 6 Grfico da penetra o da solda X corrente

  • 47

    Na figura 5.7, verifica-se, tambm, um aumento da largura dos cord es com o

    aumento da corrente, sendo que o arame meta cored de 1,2mm de di metro com

    stick out de 19 apresentou as menores larguras com o aumento da corrente.

    Quanto ao arame metal cored com 1,4mm de di metro, este apresentou a maior

    tendncia de aumento da largura com o aumento da corrente, apesar do valor

    encontrado a 300 A.

    0

    2

    4

    6

    8

    10

    12

    14

    16

    18

    20

    100 200 250 300 350 400

    Corrente (A)

    Lar

    gu

    ra (

    mm

    )

    S lido 1,2

    MC 1,2 S 19

    MC 1,2 S 25

    MC 1,2 S 25 T

    MC 1,4 S 25

    Figura 5. 7 Grfico da largura do cord o X corrente

  • 48

    Na figura 5.8, verifica-se um aumento do refor o dos cord es com o aumento da

    corrente, sendo que os arames tubulares apresentam um maior refor o que o arame

    s lido, exceto para o arame metal cored de 1,4mm de di metro, que foi soldado

    com uma densidade de corrente menor que os demais.

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    100 200 250 300 350 400

    Corrente (A)

    Ref

    or

    o (

    mm

    )

    S lido 1,2

    MC 1,2 S 19

    MC 1,2 S 25

    MC 1,2 S 25 T

    MC 1,4 S 25

    Figura 5. 8 Grfico do refor o da solda X corrente

    Um fato a ser destacado nos grficos 5.6, 5.7 e 5.8, o comportamento alternado

    (zigue zague) entre os resultados de MC 1,2 S 25 e de MC 1,2 S 25 T ,

    principalmente para os resultados de largura e refor o; os quais influenciam

    diretamente na rea do refor o e conseq entemente para na taxa de deposi o

    para cord es sobre chapa.

  • 49

    A rea do refor o a medida que est diretamente relacionada com a taxa de

    deposi o dos arames nestes experimentos realizados. Na figura 5.9, verifica-se

    que a rea do refor o aumenta com o aumento da corrente. O arame metal cored

    MC 1,2 S 19 apresenta uma rea de refor o maior ou igual a do arame s lido

    1,2mm. O arame metal cored de 1,4mm apresenta uma rea de refor o similar a

    do arame s lido de 1,2mm. Os resultados de MC 1,2 S 25 e o de MC 1,2 S 25T

    apresentam-se com reas de refor o maiores que a dos demais arames, n o sendo

    preciso verificar qual curva tenha os maiores resultados em rea de refor o.

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    100 200 250 300 350 400

    Corrente (A)

    `re

    a d

    o r

    efo

    ro

    (m

    m2 )

    S lido 1,2

    MC 1,2 S 19

    MC 1,2 S 25

    MC 1,2 S 25 T

    MC 1,4 S 25

    Figura 5. 9 Grfico da rea de refor o X corrente

  • 50

    Na figura 5.10, verifica-se a correla o entre as reas de refor o medidas nos

    cord es com as taxas de deposi o obtidas de acordo com o item 4.3. A correla o

    pode ser considerada linear apesar de alguma discrep ncia nos resultados.

    Taxa de Deposi o X ` rea de Refor o

    0,00

    2,00

    4,00

    6,00

    8,00

    10,00

    12,00

    0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00 70,00 80,00 90,00

    ` rea de Refor o (mm2)

    Tax

    a d

    e D

    epo

    si

    o (

    kg/h

    )

    Figura 5. 10 Correla o entre taxa de deposi o e refor o

    Com o objetivo de comparar as curvas dos MC 1,2 S 25 e MC 1,2 S 25 T do

    grfico da figura 5.9, foi utilizado o teste de hip tese descrito no item 4.4 para

    checar se os pontos em cada intensidade de corrente s o iguais.

    Para as estatsticas de teste t , os valores encontrados devem estar compreendidos

    dentro da regi o de aceita o que corresponde ao valor T crtico para teste bilateral

    de 2,776.

  • 51

    Os resultados encontrados e apresentados na tabela V.4 foram submetidos a um

    teste de hip tese para a diferen a entre duas medidas (MC 1,2 S 25 e MC 1,2 S 25

    T ) para as intensidades de corrente 100, 200, 250 e 300 A.

    Tabela V. 4 : Resultados de anlise das curvas de rea do refor o de MC 1,2 S 25 e de MC 1,2 S 25 T

    Corrente

    (A)

    MC 1,2 S 25

    (mm2)

    MC 1,2 S 25 T

    (mm2)

    Estimativa

    para diferen a

    entre mdias

    Intervalo de 95%

    de confian a

    para diferen a

    Teste t

    100

    10,27 0,62

    10,73 0,56

    - 0,463

    - 1,801 ; 0,874

    - 0,96

    200 31,68 0,52 25,83 0,93 5,847 4,137 ; 7,556 9,49

    250 38,85 3,74 41,35 0,43 - 2,50 - 8,52 ; 3,53 - 1,15

    300 60,73 1,39 59,66 1,36 1,07 - 2,05 ; 4,19 - 0,95

    Os grficos de probabilidade normal est o apresentados nas figuras 5.11 e 5.12.

  • 52

    MC 1,2 S25

    MC 1,2 S25 T

    12111098

    99

    95

    90

    80

    7060504030

    20

    10

    5

    1

    ` rea Refor o

    Pe

    rce

    ntag

    em

    3,3023,393

    AD*

    Goodness of Fit

    Corrente 100 (A)

    MC 1,2 S25

    MC 1,2 S25 T

    332823

    99

    95

    90

    80

    7060504030

    20

    10

    5

    1

    ` rea refor o

    Pe

    rce

    ntag

    em

    3,3303,322

    AD*

    Goodness of Fit

    Corrente 200 (A)

    Figura 5. 11 Probabilidade Normal para corrente de 100 e 200 A

  • 53

    MC 1,2 S25

    MC 1,2 S25 T

    504030

    99

    95

    90

    80

    7060504030

    20

    10

    5

    1

    ` rea refor o

    Pe

    rce

    ntag

    em

    3,3923,319

    AD*

    Goodness of Fit

    Corrente 250 (A)

    MC 1,2 S25

    MC 1,2 S25 T

    656055

    99

    95

    90

    80

    7060504030

    20

    10

    5

    1

    ` rea refor o

    Pe

    rce

    ntag

    em

    3,4373,384

    AD*

    Goodness of Fit

    Corrente 300 (A)

    Figura 5. 12 Probabilidade Normal para corrente de 250 e 300 A

  • 54

    Atravs dos resultados da tabela V.4 e das figuras 5.11 e 5.12, conclui-se que

    estatisticamente os resultados nas correntes 100, 250 e 300 A para as duas curvas

    n o podem ser considerados diferentes e que os valores na corrente de 200 A s o

    diferentes para as duas curvas, ou seja, o MC 1,2 S25 T tende a apresentar uma

    menor rea de refor o e, consequentemente, uma menor taxa de deposi o.

    Na figura 5.13, verifica-se que o arame metal cored de 1,2mm de di metro

    apresenta uma maior taxa de deposi o que o arame s lido de 1,2mm de di metro

    nas mesmas condi es de soldagem. O arame metal cored de 1,4mm de di metro

    apresenta uma taxa de deposi o de igual a menor que o arame s lido de 1,2mm.

    O MC 1,2 S 25 apresenta uma taxa de deposi o maior que o MC 1,2 S 25 T ,

    neste grfico comprova-se a discuss o anterior sobre este tema. O MC 1,2 S 25

    apresenta uma taxa de deposi o maior que o arame s lido de 1,2mm. Em 300 A a

    diferen a percentual de 31% (7,34 kg/h para o metal cored e 5,60 kg/h para o

    arame s lido). Estes resultados apresentam a mesma tendncia apresentada por

    Widgery na figura 3.5, porm em menor percentual. Segundo Widgery, o metal

    cored de 1,2mm de di metro apresenta uma taxa de deposi o maior que o arame

    s lido de mesmo di metro, em 300 A a diferen a percentual de 44% (6,5 kg/h

    para o metal cored e 4,5 kg/h para o arame s lido).

  • 55

    0

    2

    4

    6

    8

    10

    100 200 250 300 350 400

    Corrente (A)

    Tax

    a d

    e D

    epo

    si

    o (

    kg/h

    )

    S lido 1,2

    MC 1,2 S 19

    MC 1,2 S 25

    MC 1,2 S 25 T

    MC 1,4 S 25

    Figura 5. 13 Grfico da taxa de deposi o X corrente

  • 56

    A dilui o de cada cord o de solda foi calculada admitindo-se um mesmo peso

    especfico para o metal depositado e o metal base. Na figura 5.14, verifica-se que a

    dilui o dos cord es aumenta com o aumento da intensidade de corrente, o MC 1,2

    S 25 apresenta a menor dilui o entre os arames testados a partir de 200 A, o que

    est relacionado com a maior taxa de deposi o identificada na figura 5.13. Quanto

    aos demais arames, existe uma altern ncia nos resultados com o aumento da

    corrente.

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    100 200 250 300 350 400

    Corrente (A)

    Dilu

    io

    (%

    )

    S lido 1,2

    MC 1,2 S 19

    MC 1,2 S 25

    MC 1,2 S 25 T

    MC 1,4 S 25

    Figura 5. 14 Grfico da Dilui o do cord o X corrente

  • 57

    Na figura 5.15, verifica-se que a rea do finger aumenta com o aumento da

    corrente. O MC 1,2 S 19 e o arame s lido apresentam reas de finger

    equivalentes. Neste trabalho ocorreu uma exce o com o arame s lido a 350 A,

    pois n o houve a forma o do finger" e este ponto n o foi apresentado no grfico.

    O arame metal cored de 1,4mm de di metro apresenta a forma o de finger em

    corrente mais alta que os demais arames. Para as mesmas condi es de soldagem,

    o aumento da tens o proporciona o aumento do finger, ver MC 1,2 S25 e MC 1,2

    S25 T .

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    100 200 250 300 350 400

    Corrente (A)

    Fin

    ger

    (m

    m2 )

    S lido 1,2

    MC 1,2 S 19

    MC 1,2 S 25

    MC 1,2 S 25 T

    MC 1,4 S 25

    Figura 5. 15 Grfico da rea do finger X corrente

  • 58

    Na figura 5.16, verifica-se que para as condi es de soldagem utilizadas para o MC

    1,4mm de di metro, as taxas de deposi o apresentam-se similares ao arame

    s lido. No item 3.5 (soldagem robotizada) foi mencionado a utiliza o do metal

    cored de 1,4mm em substitui o a arames s lidos de 1,0 e de 1,2mm de di metro

    com ganhos em taxas de deposi o; provavelmente trabalhou-se com tens es mais

    baixas e/ou diferentes stick out que os utilizados neste trabalho.

    0

    2

    4

    6

    8

    10

    12

    0 100 200 300 400 500

    Corrente (A)

    Tax

    a d

    e D

    epo

    si

    o (

    kg/h

    ) S lido 1,2

    MC 1,4 S 25

    Figura 5. 16 Compara o entre as taxas de deposi o do arame s lido e do metal cored

  • 59

    5.2. Anlises Qumicas do metal depositado, da zona fundida (ZF) e do finger

    As anlises qumicas dos metais depositados sem dilui o do arame s lido e do

    arame metal cored, ambos de 1,2mm de di metro, s o apresentadas na tabela

    V.5. Os valores s o mdios de trs medi es.

    Tabela V. 5 : Anlises qumicas dos metais depositados sem dilui o

    Metal depositado C (%) Si (%) Mn (%) P (%) S (%)

    Arame s lido 1,2mm 0,069 0,65 1,10 0,017 0,010

    Metal cored 1,2mm 0,038 0,35 1,66 0,014 0,015

    Os cord es 3 e 4 (com finger) do arame s lido e os cord es 17 e 19 (com finger)

    do arame metal cored foram analisados quimicamente e os resultados est o

    mostrados na tabela V.6. Os valores s o mdios de trs medi es

    Tabela V. 6 : Anlises qumicas das zonas fundidas e do metal base

    Material Localiza o C (%) Si (%) Mn (%) P (%) S (%)

    Material Base - 0,136 0,18 0,80 0,022 0,011

    Cord o 3 ZF 0,100 0,45 1,00 0,019 0,010

    Cord o 4 ZF 0,097 0,41 0,98 0,019 0,010

    Cord o 4 Finger 0,099 0,41 0,99 0,019 0,010

    Cord o 17 ZF 0,085 0,25 1,19 0,018 0,015

    Cord o 19 ZF 0,079 0,30 1,33 0,017 0,016

    Cord o 19 Finger 0,083 0,35 1,39 0,018 0,017

    Diante dos resultados de anlises qumicas mostrados nas tabelas V.5 e V.6, os

    resultados de carbono e silcio maiores e o mangans menor para os cord es 3 e 4

    (feitos com arame s lido), comparados com os mesmos elementos nos cord es 17

    e 19 (feitos com arame metal cored), s o esperados, visto que o carbono e o

  • 60

    silcio s o maiores e o mangans mais baixo no metal depositado sem dilui o do

    arame s lido e que utilizou-se o mesmo metal base para os experimentos.

    Segundo Linnert[10] o fen meno Finger influencia diretamente na homogeneidade

    qumica do material na regi o da solda. Segundo este mesmo autor, esta regi o do

    cord o, o finger, apresenta-se bastante rica em metal de base na regi o inferior e

    bastante rica em metal de adi o na parte superior. Esta heterogeneidade pode

    ocasionar o aparecimento de pequenas ilhas de material de base, n o misturados,

    dispersos na matriz do material de solda. O aparecimento destas pequenas ilhas

    pode ser melhor observado quando existe uma maior diferen a de composi o

    entre o metal de base e o metal de adi o.

    Com o objetivo de comparar, nos cord es 4 e 19, a zona fundida com o finger, foi

    utilizado o teste de hip tese descrito no item 4.4 para checar se as composi es

    qumicas destas regi es s o iguais.

    Para as estatsticas de teste t , os valores encontrados devem estar compreendidos

    dentro da regi o de aceita o que corresponde ao valor T crtico para teste bilateral

    de 2,776.

    Os resultados encontrados e apresentados na tabela V.7 foram submetidos a um

    teste de hip tese para a diferen a entre duas medidas (zona fundida e finger) para

    o cord o 4 e o cord o 19.

  • 61

    Tabela V. 7 : Resultados de Anlise Zona Fundida e Finger

    Cord o 4 Arame S lido

    Elemento

    Zona fundida

    Finger

    Estimativa

    para diferen a

    entre mdias

    Intervalo de 95%

    de confian a

    para diferen a

    Teste t

    Carbono

    0,0973 0,0015

    0,0993 0,0064

    - 0,002

    - 0,012 ; 0,008

    - 0,53

    Silcio 0,410 0,010 0,407 0,021 0,003 - 0,037 ; 0,040 0,23

    Mangans 0,980 0,010 0,990 0,030 - 0,010 - 0,061 ; 0,041 - 0,55

    Cord o 19 Arame Metal cored

    Elemento

    Zona fundida

    Finger

    Estimativa

    para diferen a

    entre mdias

    Intervalo de 95%

    de confian a

    para diferen a

    Teste t

    Carbono

    0,0787 0,0074

    0,0827 0,0080

    - 0,004

    - 0,021 ; 0,013

    - 0,64

    Silcio 0,300 0,010 0,347 0,015 - 0,047 - 0,076 ; - 0,017 - 4,43

    Mangans 1,333 0,025 1,3870 0,025 - 0,053 - 0,110 ; 0,004 - 2,60

    Os grficos de probabilidade normal est o apresentados nas figuras 5.17 e 5.18.

  • 62

    4 C

    4F C

    0,120,110,100,090,08

    99

    95

    90

    80

    7060504030

    20

    10

    5

    1

    Carbono

    Per

    cent

    agem 3,576

    3,292

    AD*

    Goodness of Fit

    4 Si

    4F Si

    0,480,430,380,33

    99

    95

    90

    80

    7060504030

    20

    10

    5

    1

    Silcio

    Per

    cent

    agem 3,327

    3,261

    AD*

    Goodness of Fit

    4 Mn

    4F Mn

    1,11,00,9

    99

    95

    90

    80

    7060504030

    20

    10

    5

    1

    Mangans

    Per

    cent

    agem 3,261

    3,261

    AD*

    Goodness of Fit

    Figura 5. 17 Probabilidade Normal para cord o 4

  • 63

    19 C

    19F C

    0,1120,1020,0920,0820,0720,0620,052

    99

    95

    90

    80

    7060504030

    20

    10

    5

    1