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Como Proust pode mudar sua vida Alain Botton de

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Material promocional. Copyright © 1997 Alain de Botton (Rio de Janeiro: Intrínseca, 2011) Todos os direitos reservados

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Page 1: Como Proust pode mudar sua vida

Como Proustpode mudar

sua vida

AlainBottonde

Como Proust pode m

udar sua vidaAlain de Botton

Alain de Botton explora, em nove lições, a sabedoria existente nas páginas de Em busca do tempo perdido. Com humor e erudição, ele

revela como o escritor Marcel Proust pode ser um bom conselheiro sobre a vida, as relações sociais, o amor e o sofrimento,

e assim celebra a força atemporal de um grande romance.

“Este livro contém mais interesse humano e inventividade do que a maioria das obras de fi cção. Ao enfatizar a capacidade de curar e aconselhar que há em Proust,

De Botton nos faz o favor de relê-lo, fornecendo uma destilação doce e lúcida daquele lago vasto e sagrado.”

John Updike, The New Yorker

“O livro mais engraçado que li nos últimos tempos.”Andrew Marr, The Independent

“O pequeno livro de Alain de Botton é tão encantador, divertido e sensível, que talvez ele mesmo mude sua vida.”

Allan Massie, The Daily Telegraph

“Que livro maravilhoso! O resultado é contagiante e inteligente, divertido e estimulante, tudo apresentado de uma

maneira tão nova, que chega a ser única. Não consegui parar e, agora, pretendo recomeçar a leitura.”

Brian Masters, The Mail on Sunday

Alain de Botton nasceu em Zurique, na Suíça, em 1969, mas transferiu-se para a Inglaterra com sua família quando tinha oito anos de idade. Estudou na tradicio-nal Universidade de Cambridge. É autor de Religião para ateus. Seus livros de ensaio abordam temas ligados à fi losofi a da vida cotidiana, como o amor, a arquitetura e a literatura, e se tornaram best-sellers em mais de trinta países, sendo alguns deles, inclu-sive, transformados em documentários para a televisão britânica. Seus escritos desen-volvem ideias originais apoiadas, de forma inusitada, na obra de grandes pensadores e seguem a tradição de Sêneca e Montaigne.

O escritor Marcel Proust (1871-1922), autor do monumental Em busca do tempo perdido, não parece o melhor conselheiro sobre a arte do bem viver. Asmático, domi-nado pela mãe, incapaz de manter um em-prego, com frequência preso à cama graças às mais variadas moléstias, rejeitado pelos editores, Proust precisou inclusive custear a publicação de seu primeiro livro e só teve seus méritos literários plenamente reconhe-cidos após sua morte.

No entanto, com extrema sensibilidade, senso de humor e erudição, o escritor Alain de Botton revela a fonte inesgotável de sábios conselhos para a vida cotidiana que se encerra na biografi a, na correspondência e, é claro, na obra de Marcel Proust.

Como Proust pode mudar sua vida com-bina um clássico da literatura com autoajuda,e o resultado é um guia bem-humorado para o dia a dia. Das relações de amizade ao amor, da expressão dos sentimentos à importância de desfrutar o tempo e deixar os livros de lado, Alain de Botton identifi ca na vida e na obra de Proust observações sobre a convi-vência humana, em que desponta o retrato vibrante de um escritor excêntrico, embora adorável, além de um poderoso testemunho sobre o poder transformador da literatura.

FOTO Charlotte de Botton

www.intrinseca.com.br

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Como Proust pode mudar sua vida

Alain de Botton

TRADUÇÃO

Marcello Lino

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Page 6: Como Proust pode mudar sua vida

Como Proust pode mudar sua vidaCopyright © Alain de Botton, 1997 título original

How Proust Can Change Your Life capa e projeto gráfico

Mariana Newlands

imagem de capa

© Hulton-Deutsch Collection/CORBIS/Corbis (DC)/Latinstock preparação

Anna Lee revisão

Lucas BandeiraElisa Nogueira

diagramação

Ilustrarte Design e Produção Editorial

Traduções de trechos de Em busca do tempo perdido gentilmente cedidas pela Editora Globo.

[2011]Todos os direitos desta edição reservados àEditora Intrínseca Ltda.Rua Marquês de São Vicente, 99, 3º andar22451-041 – GáveaRio de Janeiro – RJTel./Fax: (21) 3206-7400www.intrinseca.com.br

cip-brasil. catalogação-na-fontesindicato nacional dos editores de livros, rj

D339c

De Botton, Alain, 1969-Como Proust pode mudar sua vida / Alain De Botton ;

tradução de Marcello Lino. - Rio de Janeiro : Intrínseca, 2011.256 p. ; 21 cm.

Tradução de: How Proust can change your life Inclui bibliografia

ISBN 978-85-8057-094-6

1. Proust, Marcel, 1871-1922. 2. Proust, Marcel, 1871-1922 - Humor, sátira, etc. I. Título.

11-5461. cdd: 843 cdu: 821.133.1-3

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Como amar a vida hoje

SUMÁRIO

um Como amar a vida hoje 7

dois Como ler para si mesmo 17

três Como não se apressar 41

quatro Como sofrer com sucesso 65

cinco Como expressar suas emoções 113

seis Como ser um bom amigo 137

sete Como abrir os olhos 171

oito Como ser feliz no amor 203

nove Como abandonar os livros 221

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capítulo um

Como amar a vida hoje

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Há poucas coisas a que os seres humanos se dedicam mais

do que a infelicidade. Se tivéssemos sido colocados na Terra

por um criador maligno apenas para sofrer, teríamos uma

boa razão para nos congratular por nossa reação entusias-

mada a essa tarefa. Motivos para fi carmos inconsoláveis não

faltam: a fragilidade do nosso corpo, a inconstância do

amor, as hipocrisias da vida social, as concessões da amiza-

de, os efeitos entorpecentes da rotina. Diante de males tão

persistentes, poderíamos naturalmente esperar que nenhum

evento fosse tão aguardado quanto o momento de nossa pró-

pria extinção.

Alguém que procurasse um jornal para ler em Paris, na dé-

cada de 1920, poderia comprar uma publicação chamada

L’Intransigeant. Esse periódico era conhecido por notícias

investigativas, fofocas metropolitanas, classifi cados abrangen-

tes e editoriais incisivos. Também costumava elaborar gran-

des perguntas e pedir que celebridades francesas enviassem

suas respostas. “Em sua opinião, qual seria a educação ideal

para sua fi lha?” foi um desses questionamentos. “Alguma re-

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9Como amar a vida hoje

comendação para melhorar o congestionamento do trânsito

em Paris?” foi outro deles. No verão de 1922, o jornal formu-

lou uma pergunta particularmente complexa para seus cola-

boradores.

Um cientista americano anuncia que o mundo vai acabar, ou pelo me-

nos que uma grande parte do continente será destruída, e de maneira

tão repentina que a morte será certeira para centenas de milhões de

pessoas. Em sua opinião, caso se provasse verdadeira, que efeitos essa

previsão causaria sobre as pessoas entre a confi rmação da notícia ante-

riormente mencionada e o momento do cataclismo? Por fi m, no que

lhe diz respeito, o que o senhor ou a senhora faria nessas últimas horas?

A primeira celebridade a reagir ao tétrico cenário de aniquila-

ção pessoal e global foi um homem das letras, conhecido na-

quela época, mas atualmente esquecido, chamado Henri Bor-

deaux, sugerindo que as massas iriam diretamente para a igreja

ou para o quarto mais próximo, embora ele mesmo evitasse

essa escolha estranha, e explicando que aproveitaria aquela úl-

tima oportunidade para escalar uma montanha a fi m de admi-

rar a beleza da paisagem e da fl ora alpina. Outra celebridade

parisiense, uma talentosa atriz chamada Berthe Bovy, não pro-

pôs uma recreação para si mesma, mas partilhou com os leito-

res uma discreta preocupação com a possibilidade de que os

homens se desvencilhassem de todas as inibições, uma vez que

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suas ações deixariam de ter consequências a longo prazo. Esse

prognóstico lúgubre se equiparava àquele de Madame Fraya,

famosa quiromante parisiense, que achava que as pessoas se

absteriam de passar suas últimas horas contemplando o futuro

extraterreno, ocupadas demais em desfrutar dos prazeres mun-

danos para pensarem em preparar a alma para a vida após a

morte — uma suspeita confi rmada quando outro escritor,

Henri Robert, declarou alegremente sua intenção de se dedi-

car a uma última partida de bridge, de tênis e de golfe.

A última celebridade a ser consultada sobre seus planos pré-

-apocalipse foi um romancista recluso e bigodudo, que não

era conhecido por seu interesse por golfe, tênis ou bridge

(embora houvesse tentado jogar damas uma vez e soltar pipa

em duas ocasiões), um homem que havia passado os últimos

catorze anos deitado em uma cama estreita, sob uma pilha

de fi nos cobertores de lã, escrevendo um romance inusitada-

mente longo, sem um abajur adequado em sua cabeceira.

Desde a publicação de seu primeiro volume, em 1913, Em

busca do tempo perdido foi aclamado como uma obra-prima;

um resenhista francês comparou o autor a Shakespeare, um

crítico italiano o equiparou a Stendhal e uma princesa aus-

tríaca ofereceu-lhe sua mão em casamento. Embora não ti-

vesse grande estima por si mesmo (“Se eu apenas pudesse

me dar mais valor! Infelizmente, é impossível”) e certa vez

houvesse se referido a si próprio como uma pulga e à sua li-

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teratura como um pedaço de nougat indigesto, Marcel

Proust tinha motivos para se sentir satisfeito. Até mesmo o

embaixador britânico na França, um homem muito bem-

-relacionado e cauteloso em seus julgamentos, considerara

apropriado conferir-lhe uma grande honra, embora não de

cunho literário, descrevendo-o como “o homem mais notá-

vel que já conheci — pois não tira o sobretudo durante o

jantar”.

Entusiasta em relação a colaborações com jornais e sempre

afável, Proust enviou a seguinte resposta a L’Intransigeant e a

seu catastrófi co cientista americano:

Acho que, de repente, a vida nos pareceria maravilhosa se estivéssemos

ameaçados de morte como o senhor diz. Pense em quantos projetos,

viagens, casos de amor e estudos a vida oculta de nós, tornando-os invi-

síveis por causa da nossa preguiça, que, certa de um futuro, adia-os in-

cessantemente.

Mas, sob a ameaça da impossibilidade eterna, tudo isso voltaria a ser

lindo! Ah! Se o cataclismo não acontecer desta vez, não deixemos de

visitar as novas galerias do Louvre, de nos jogar aos pés da Srta. X, de

fazer uma viagem à Índia.

O cataclismo não acontece e deixamos de fazer tudo isso porque volta-

mos ao âmago da nossa vida normal, no qual a negligência arrefece o

desejo. Mas não deveríamos precisar do cataclismo para amar a vida

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hoje. Seria sufi ciente pensar que somos humanos e que a morte pode

acontecer esta noite.

O fato de nos sentirmos repentinamente apegados à vida quan-

do percebemos a iminência da morte sugere que talvez não te-

nha sido o gosto pela vida, mas sim aquele pela nossa versão

cotidiana dela, que perdemos enquanto não havia um fi m à vis-

ta; nossas insatisfações eram causadas mais por determinado es-

tilo de vida do que por qualquer outra coisa irrevogavelmente

sombria a respeito da experiência humana. Abrindo mão da cos-

tumeira crença em nossa própria imortalidade, nos lembraría-

mos de várias possibilidades não exploradas, à espreita sob a su-

perfície de uma existência aparentemente indesejável e eterna.

No entanto, se o devido reconhecimento da mortalidade nos

estimula a reavaliar nossas prioridades, podemos nos pergun-

tar quais elas devem ser. Talvez só tenhamos vivido pela me-

tade antes de enfrentar as implicações da morte, mas no que

exatamente consiste uma vida plena? O simples reconheci-

mento do nosso fi m inevitável não garante que nos prendere-

mos a respostas sensatas quando chegar a hora de preencher

os dias que nos restam. Em pânico devido ao passar do tem-

po, talvez até recorramos a algumas loucuras espetaculares.

As sugestões enviadas pelas celebridades parisienses a

L’Intransigeant foram bastante contraditórias: admiração da

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paisagem alpina, contemplação do futuro extraterreno, tênis,

golfe. Mas será que alguma dessas atividades seria uma ma-

neira proveitosa de passar o tempo antes da desintegração do

continente?

As próprias sugestões de Proust (Louvre, amor, Índia) não fo-

ram mais úteis. Para começo de conversa, não combinavam

com o que sabemos sobre sua personalidade. Ele nunca foi

um ávido visitante de museus, não pisava no Louvre havia

mais de uma década e preferia ver reproduções a encarar o

burburinho da multidão em um museu (“As pessoas acham

que o amor pela literatura, pela pintura e pela música se tor-

nou extremamente difundido, ao passo que não há uma única

pessoa que saiba alguma coisa a respeito desses assuntos”).

Tampouco era conhecido por seu interesse pelo subcontinen-

te indiano, de difícil acesso, exigindo uma viagem de trem até

Marselha, uma travessia em um navio postal até Port Said e

dez dias em um vapor de carreira da p&o para atravessar o mar

da Arábia, difi cilmente um itinerário ideal para um homem

que mal saía da cama. Quanto à Srta. X, para desespero de sua

mãe, Marcel nunca se mostrou receptivo a seus encantos,

nem mesmo aos de qualquer senhorita, de A a Z, e fazia mui-

to tempo que ele sequer se dava o trabalho de perguntar se a

jovem tinha um irmão mais novo disponível, tendo concluído

que um copo de cerveja bem gelada era uma fonte de prazer

mais confi ável que os embates amorosos.

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*

Ainda que desejasse agir de acordo com suas propostas, Proust

teria poucas chances. Quatro meses após enviar sua resposta a

L’Intransigeant, após anos prevendo que algo do gênero acon-

teceria, ele pegou um resfriado e morreu. Proust tinha cin-

quenta e um anos. Havia sido convidado para uma festa e,

apesar dos sintomas de uma gripe leve, enrolou-se em três ca-

sacos e em dois cobertores e saiu. A fi m de voltar para casa,

teve de esperar um táxi em um pátio gelado e, ali, pegou uma

friagem. Ela provocou uma febre alta, que poderia ter sido

contida se Proust não tivesse se negado a seguir o conselho dos

médicos convocados à sua cabeceira. Temendo que seu traba-

lho fosse prejudicado, ele recusou a oferta de injeções de óleo

canforado e continuou a escrever, alimentando-se apenas de

leite quente, café e frutas cozidas. O resfriado se transformou

em bronquite, que se agravou, tornando-se uma pneumonia.

As esperanças de restabelecimento aumentaram brevemente

quando ele se sentou na cama e pediu um linguado grelhado,

mas, depois de o peixe ter sido comprado e preparado, Proust

foi tomado por um acesso de náusea e não conseguiu sequer

tocar no prato. Ele morreu algumas horas mais tarde, devido à

ruptura de um abscesso no pulmão.

Felizmente, as refl exões de Proust sobre como viver não se

limitaram a uma resposta demasiadamente curta e de certa

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forma confusa à pergunta fantasiosa de um jornal — até o

momento de sua morte, ele trabalhou em um livro que se

propunha a responder, ainda que de forma bastante extensa e

narrativamente complexa, uma pergunta não muito diferen-

te da suscitada pelas previsões do fi ctício cientista americano.

O título do longo livro já dava indícios nesse sentido. Embora

Proust nunca tenha gostado do título, chamando-o de “infe-

liz” (1914), “enganoso” (1915) e “feio” (1917), Em busca do

tempo perdido tinha a vantagem de apontar de maneira sufi -

cientemente direta para o tema central do romance: uma

busca das causas por trás da dissipação e da perda do tempo.

Longe de ser um livro de memórias que percorre o caminho

rumo a uma idade mais lírica, tratava-se de uma história prá-

tica e universalmente aplicável sobre como parar de desper-

diçar a própria vida e começar a apreciá-la.

Embora o anúncio de um apocalipse iminente pudesse cer-

tamente transformar essa preocupação em uma prioridade

na mente de qualquer pessoa, o manual proustiano oferecia

uma esperança de que poderíamos nos deter um pouco no

assunto antes que a destruição pessoal ou global estivesse

para acontecer, e que, portanto, poderíamos aprender a ajus-

tar nossas prioridades antes que chegasse o momento de jo-

garmos uma última partida de golfe e batermos as botas.

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Como Proustpode mudar

sua vida

AlainBottonde

Como Proust pode m

udar sua vidaAlain de Botton

Alain de Botton explora, em nove lições, a sabedoria existente nas páginas de Em busca do tempo perdido. Com humor e erudição, ele

revela como o escritor Marcel Proust pode ser um bom conselheiro sobre a vida, as relações sociais, o amor e o sofrimento,

e assim celebra a força atemporal de um grande romance.

“Este livro contém mais interesse humano e inventividade do que a maioria das obras de fi cção. Ao enfatizar a capacidade de curar e aconselhar que há em Proust,

De Botton nos faz o favor de relê-lo, fornecendo uma destilação doce e lúcida daquele lago vasto e sagrado.”

John Updike, The New Yorker

“O livro mais engraçado que li nos últimos tempos.”Andrew Marr, The Independent

“O pequeno livro de Alain de Botton é tão encantador, divertido e sensível, que talvez ele mesmo mude sua vida.”

Allan Massie, The Daily Telegraph

“Que livro maravilhoso! O resultado é contagiante e inteligente, divertido e estimulante, tudo apresentado de uma

maneira tão nova, que chega a ser única. Não consegui parar e, agora, pretendo recomeçar a leitura.”

Brian Masters, The Mail on Sunday

Alain de Botton nasceu em Zurique, na Suíça, em 1969, mas transferiu-se para a Inglaterra com sua família quando tinha oito anos de idade. Estudou na tradicio-nal Universidade de Cambridge. É autor de Religião para ateus. Seus livros de ensaio abordam temas ligados à fi losofi a da vida cotidiana, como o amor, a arquitetura e a literatura, e se tornaram best-sellers em mais de trinta países, sendo alguns deles, inclu-sive, transformados em documentários para a televisão britânica. Seus escritos desen-volvem ideias originais apoiadas, de forma inusitada, na obra de grandes pensadores e seguem a tradição de Sêneca e Montaigne.

O escritor Marcel Proust (1871-1922), autor do monumental Em busca do tempo perdido, não parece o melhor conselheiro sobre a arte do bem viver. Asmático, domi-nado pela mãe, incapaz de manter um em-prego, com frequência preso à cama graças às mais variadas moléstias, rejeitado pelos editores, Proust precisou inclusive custear a publicação de seu primeiro livro e só teve seus méritos literários plenamente reconhe-cidos após sua morte.

No entanto, com extrema sensibilidade, senso de humor e erudição, o escritor Alain de Botton revela a fonte inesgotável de sábios conselhos para a vida cotidiana que se encerra na biografi a, na correspondência e, é claro, na obra de Marcel Proust.

Como Proust pode mudar sua vida com-bina um clássico da literatura com autoajuda,e o resultado é um guia bem-humorado para o dia a dia. Das relações de amizade ao amor, da expressão dos sentimentos à importância de desfrutar o tempo e deixar os livros de lado, Alain de Botton identifi ca na vida e na obra de Proust observações sobre a convi-vência humana, em que desponta o retrato vibrante de um escritor excêntrico, embora adorável, além de um poderoso testemunho sobre o poder transformador da literatura.

FOTO Charlotte de Botton

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