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Indicadores Educacionais em Foco – 2012/07 (Setembro) © OCDE 2012
dados da educação evidências da educação políticas da educação análises da educação estatísticas da educação
Como os países estão educando os jovens no nível exigido para se ter um emprego e um salário dignos?
Em muitos países, a conclusão do ensino médio vem sendo considerada a qualificação mínima...
Rápidas mudanças nas condições econômicas e sociais exigem níveis mais elevados de conhecimento. Embora muitos estudantes deixem a escola antes de terminar o ensino médio, há fortes evidências de que, nos países da OCDE, os estudantes que deixam a escola sem concluir o ensino médio tendem a enfrentar dificuldades maiores para entrar – e permanecer – no mercado de trabalho. Alguns países, como Portugal ou a Comunidade Flamenga da Bélgica, estão aumentando as oportunidades de se adquirir uma qualificação de nível médio em idade posterior, por meio de programas de “segunda-chance”. Outros, como a Holanda, introduziram mudanças na legislação de auxílio às famílias, que acrescentam à escolaridade compulsória a obrigação de se obter um nível mínimo de qualificação.
Nas últimas décadas, quase todos os países da OCDE têm observado um aumento expressivo no nível educacional de uma geração para a outra. Em média, 74% das pessoas de 25 a 64 anos de idade chegaram pelo menos ao ensino médio; e 82% das pessoas de 25 a 34 anos de idade concluíram o ensino médio. A diferença média entre as gerações de 25 a 34 anos e as gerações de 55 a 64 anos, na OCDE, foi de 20 pontos percentuais. No entanto, em países como Chile, Grécia, Irlanda, Itália, Coreia, Portugal e Espanha a diferença foi de 30 pontos percentuais ou mais.
A qualificação de ensino médio se tornou a regra para os jovens dos países membros da OCDE. Atualmente, ela é considerada o mínimo de capacitação necessária para o sucesso no mercado de trabalho e integração na sociedade.
Em 2010, entre os países da OCDE, 19,1% das pessoas entre 25 e 34 anos sem o ensino médio estavam desempregadas, em comparação com 9,8% para os jovens da mesma idade que possuíam o ensino médio.
Do final da década de 1990 até 2008, o aumento das taxas de conclusão do ensino médio coincidiu com o declínio do número de pessoas entre 20 e 24 anos que não estavam nem na escola, nem empregados; mas, durante a crise econômica, a conclusão do ensino médio não forneceu mais uma garantia contra o desemprego e a pobreza.
Diferentes medidas são utilizadas para expressar o quanto um determinado grupo populacional ou grupo etário é escolarizado. O nível de escolaridade alcançado é a porcentagem da população que alcançou um certo nível educacional, por exemplo o ensino médio (ISCED 3). O índice de formados em um certo nível educacional é a porcentagem estimada de um grupo etário específico que se espera que conclua um determinado nível educacional em algum momento de sua vida. A taxa de conclusão de um nível educacional é a porcentagem de alunos que entra em um programa pela primeira vez e que conclui esse curso após um período de tempo determinado.
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INDICADORES EDUCACIONAIS EM FOCO
© OCDE 2012 Indicadores Educacionais em Foco – 2012/07 (Setembro)
dados da educação evidências da educação políticas da educação análises da educação estatísticas da educação
A capacidade do país em ajudar seus jovens a concluírem o ensino médio é o fator mais importante para alcançar níveis de desempenho melhores a cada nova geração. Na maioria dos países da OCDE, as taxas de conclusão do ensino médio, atualmente, superam o percentual de 75%, enquanto alguns países como Finlândia, Grécia, Irlanda, Israel, Japão, Coreia, Portugal, Eslovênia e Reino Unido têm taxas de conclusão iguais ou acima de 90%. Esses países têm desenvolvido políticas bem-sucedidas para aumentar o número de concluintes do ensino médio. No entanto, países como República Tcheca, Luxemburgo, Suécia e Estados Unidos têm taxas de conclusão abaixo de 80%.
Os indicadores da área da educação e da área do trabalho demonstram, de forma consistente, que quanto mais escolarizadas são as pessoas, maior a probabilidade de conseguirem um emprego. Em média, em 2010, a taxa de emprego daqueles com ensino médio foi de 74%, enquanto para as pessoas que não haviam terminado o ensino médio a taxa foi de 55%. Apesar das variações de gênero e idade e as consideráveis diferenças entre os países, esses dados mostram que o ensino médio se tornou um pré-requisito para melhorar o nível de empregabilidade.
…mas nem todos os países são bem sucedidos na educação de jovens até esse nível.
As pessoas sem um diploma de ensino médio têm menos probabilidade de conseguir um emprego e estão mais propensas a cair nas armadilhas da pobreza…
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1. Excluídos os programas curtos de ISCED 3C.2. Ano de referência 20023. Ano de referência 2009.4. Ano de referência 2000.Os países foram classi�cados em ordem decrescente do percentual de pessoas entre 25 a 34 anos que atingiram o ensino médio.Fonte: OCDE. Quadro A1, 2a. Ver anexo 3 para notas (www.oecd.org/edu/eag2012).
População que atingiu ao menos o nível médio1 (2010)Porcentagem por grupo de idade.
55-64 anos de idade
25-34 anos de idade
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INDICADORES EDUCACIONAIS EM FOCOdados da educação evidências da educação políticas da educação análises da educação estatísticas da educação
... e os jovens menos qualificados estão particularmente em risco.
Jovens sem o ensino médio encontram mais dificuldades ao fazer a transição da escola para o trabalho; e os países diferem enormemente em sua capacidade de integrar as pessoas menos capacitadas ao mercado trabalho. Entre os jovens de 20 a 24 anos que não estão empregados, nem na escola, ou em algum tipo de treinamento (população NEET, do inglês: “Not currently engaged in Employment, Education or Training”), aqueles que possuíam o nível médio tinham
oito pontos percentuais a menos de probabilidade de estarem desempregados. Em 2010, em países como Estônia, França, Irlanda, Eslováquia e Espanha, ao menos 25% das pessoas entre
20 e 24 anos que não possuíam o ensino médio não estavam nem na escola, nem empregadas. Diferentemente, países como Dinamarca, Coreia, México e Holanda foram capazes de limitar essa proporção de pessoas menos capacitadas que estavam desempregadas a índices entre 4,9% e 6,8%.
Baixos níveis educacionais também aumentam os riscos de pobreza: cerca de 27% das pessoas sem ensino médio ganham menos da metade da renda média do seu país – cerca de 10 pontos percentuais a mais do que a proporção de pessoas que têm o nível médio. Essa diferença no risco de pobreza é particularmente impressionante (uma diferença de mais de 15 pontos percentuais) na Áustria, em Luxemburgo, na Eslováquia e no Reino Unido; e é maior (20 pontos percentuais ou mais) na Coreia e nos Estados Unidos. A diferença também é bem maior entre as mulheres do que entre os homens nos países da OCDE; a diferença na proporção de mulheres que ganham menos da metade da renda média, com base na condição de ter ou não o ensino médio, gira em torno de 15 pontos percentuais, enquanto essa diferença entre os homens é de 7 pontos percentuais. Em oito países, a diferença entre as mulheres ultrapassa vinte pontos percentuais
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A evolução das taxas totais de conclusão e a parcela da população NEETentre 20-24 anos de idade (2004-2010)
Fonte: OCDE. Quadro A2.3 e C5.4a. Ver anexo 3 para notas (www.oecd.org/edu/eag2012).
UE21UE21Estados UnidosEstados Unidos
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Estados Unidos
Estados Unidos
OCDETaxas de conclusão do ensino médio(%) Porcentagem de pessoas entre 20 e 24 anos que não estão nem na escola, nem empregadas (%)
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
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Os benefícios associados à conclusão do ensino médio sustentam-se ao longo do tempo – e durante uma recessão econômica? Dados sobre as tendências em matéria de emprego e salários sugerem que, desde o início da crise em 2008, os benefícios relativos à conclusão da educação secundária diminuíram um pouco. Em média, nos países da OCDE, as diferenças nas taxas de desemprego entre pessoas de 25 a 34 anos sem o ensino médio, em relação àquelas com o nível superior, aumentou de 9 para 13 pontos percentuais, e nos 21 países da União Européia, o aumento foi de 11 para 16 pontos percentuais (essa diferença era de mais de 10 pontos percentuais na Estônia, Irlanda e Eslováquia em 2010).
Os salários contam uma história diferente. Entre 2008 e 2010, a diferença salarial entre pessoas que possuíam ensino superior e aquelas sem ensino médio aumentou cerca de 9 pontos percentuais, em média, nos países da OCDE, mas esse aumento foi quase inteiramente devido ao aumento dos salários para as pessoas mais qualificadas. As evidências sugerem que a crise acelerou a polarização no mercado de trabalho, baseada nos níveis de competência. Pessoas sem o ensino médio são fortemente vulneráveis ao desemprego, enquanto aquelas com o ensino médio estão em trabalhos menos remunerados. Isso significa que o ensino superior é, hoje, um pré-requisito para empregos bem remunerados.
Para mais informações, contate: Dirk Van Damme ([email protected])
Veja:Education at a Glance 2012: Indicadores da OCDE
Visite:www.ocde.org
Níveis educacionais mais altos ajudam a mitigar esses riscos…A evolução das taxas de conclusão do ensino médio, ao longo do tempo, parece ter um efeito positivo no tamanho da população NEET. Nos últimos dez anos, os índices médios de conclusão têm crescido constantemente na maioria dos países da OCDE, especialmente nos 21 países da União Europeia1. O mesmo ocorre nos Estados Unidos, porém em níveis bem menores. Paralelamente, ao menos até 2008, há um relativo declínio na proporção da população entre 20 e 24 anos que não está empregada, nem na escola, nem em algum treinamento. As políticas nos 21 países da União Europeia têm sido especialmente efetivas na redução da proporção de desempregados entre os indivíduos dessa faixa etária entre 2004 e 2008.
Nos Estados Unidos, o pequeno aumento nas taxas de conclusão do ensino médio entre 2004 e 2010 não foi suficiente para reduzir de maneira significativa o tamanho da população NEET. Em 2008, a situação também se modificou nos 21 países da União Europeia e nos países membros da OCDE, quando o tamanho dessa população começou a aumentar. A crise econômica enfraqueceu a garantia contra o desemprego que o ensino médio anteriormente oferecia. Na verdade, aqueles com níveis educacionais ligeiramente mais elevados estão, atualmente, ocupando os postos de trabalho que costumavam ser preenchidos pelos trabalhadores menos capacitados.
1. A média dos 21 países da União Europeia é a média não ponderada dos valores para os 21 países da OCDE que fazem parte da União Europeia para os quais existem dados disponíveis: Áustria, Bélgica, República Tcheca, Dinamarca, Estônia, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Holanda, Polônia, Portugal, Eslovênia, Eslováquia, Espanha, Suécia e Reino Unido.
…mas durante a recente crise econômica, os benefícios relativos à conclusão do ensino médio foram reduzidos.
Próximo mês:Aumentar o financiamento privado, especialmente na educação superior, está associado a menos financiamento público e menor equidade de acesso?
Para concluir:
A qualidade da tradução para o Português e sua fidelidade ao texto original são de responsabilidade do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – Inep, Brasil. Disponível em: www.inep.gov.br.
Photo credit: © Ghislain & Marie David de Lossy/Cultura /Getty Images
Pessoas sem o ensino médio estão sujeitas a um risco significativo de desemprego e pobreza. Enquanto a maioria dos países da OCDE foram capazes de expandir as oportunidades educacionais para que os mais jovens tenham essa qualificação mínima, alguns países tiveram menos sucesso ao fazer o mesmo. E a crise econômica que começou em 2008 está revelando que o ensino médio não é mais uma garantia suficiente contra o desemprego e os baixos salários.