como foram construidas as piramides

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  • 8/2/2019 Como Foram Construidas as Piramides

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    Como Foram Construdas as Pirmides

    1 - Pedras Artificiais

    Joseph Davidovits

    Os inmeros fatos sem explicao que envolvem a construo das pirmides levaram muitos estudiosos a buscaremrespostas totalmente diferenciadas para a maneira pela qual elas foram erguidas. Um de tais pesquisadores oqumico Joseph Davidovits, professor da Universidade de Toronto, no Canad, diretor do Instituto de CinciasArqueolgicas Aplicadas (IAPAS), da Barry University, na Flrida, e que ficou famoso por ter sido o criador da qumicados geopolmeros, a qual revolucionou a construo civil e a cincia dos materiais. Na obra que escreveu defendendo

    sua tese que veremos mais adiante ele resume as objees aos conceitos da arqueologia clssica ao dizer quecom serras de cobre, possvel cortar madeira, mas no o tipo de granito duro encontrado na Grande Pirmide.Implementos de cobre, alm disso, no poderiam cortar 2,5 milhes de blocos de calcrio em 20 anos. Ele informa,tambm, que a arte de trabalhar o bronze surgiu no Egito cerca de 800 anos depois da construo das pirmides deGiz e que o ferro s chegou mais tarde quele pas e continuou raro, mesmo durante o Imprio Novo.

    Para comear sua discusso esse autor pondera que a prpria existncia das pirmides j fornece a prova maisevidente de uma tecnologia sofisticada muito diferente da nossa. Ele informa que em 1987 foi feita uma datao daidade de diversas pirmides pelo mtodo do radiocarbono e que os resultados indicaram que a Grande Pirmide eraat 450 anos mais antiga do que a egiptologia clssica havia determinado. Tais resultados foram altamentecontestados.O autor observa que, ao contrrio do que geralmente se afirma, o tamanho dos blocos no diminui invariavelmente medida em que a pirmide sobe. Existem centenas de blocos enormes, s superados em tamanho pelas pedras dabase, pesando de 15 a 30 toneladas, mais ou menos no nvel da cmara do rei. Eles so to grandes que ocupam o

    espao de dois degraus do monumento. De modo geral, as alturas dos degraus aumentam e diminuem subitamenteem 19 ntidas flutuaes ao passo que os comprimentos que o autor mediu em cerca de 10% da rea da pirmide enquadram-se dentro de 10 medidas perfeitamente uniformes. Elimina-se, assim, afirma Davidovits qualquerpossibilidade de que os blocos houvessem sido cortados em tamanhos aleatrios, determinados por rachadura eoutras caractersticas do leito rochoso. Tentativas de explicar a preparao e uso de blocos de dimenses touniformes, baseadas na hiptese de corte, deparariam com grandes dificuldades. Este grau de uniformidade excluiinteiramente a possibilidade de corte com instrumentos primitivos.

    Dois arquelogos e arquitetos, George Perrot e Charles Chipiez, referindo-se s esculturas do Imprio Antigoperguntaram: De que maneira conseguiram os escultores cinzelar essas rochas to duras? Ainda hoje isto muitodifcil, mesmo usando os melhores cinzis de ao temperado. O trabalho muito lento e difcil, e o artista se vobrigado a parar com frequncia para afiar o gume do cinzel, que se torna rombudo em contato com a pedra, e, emseguida, retemper-lo. Mas os contemporneos de Kfren, e todos concordam com isto, no possuam cinzis de ao.Acontece, entretanto, que no decorrer do Imprio Novo e nas pocas posteriores, os egpcios no conseguiram realizar

    trabalhos semelhantes, mesmo dispondo, ento, de ferramentas de bronze. Isso estarrece os estudiosos e o prprioChampollion se mostrou surpreso com a qualidade medocre das estruturas erquidas no Imprio Novo. E diga-se aindaque, segundo estimativas do gelogo de Roziere, um dos 150 cientistas que acompanharam Napoleo ao Egito, hmais pedras nas pirmides de Giz do que em todas as obras erguidas durante o Imprio Novo, o Perodo Tardio e oPerodo Ptolomaico juntos, uma poca que totaliza cerca de 1500 anos.

    Alm disso, os monumentos erguidos a partir do Imprio Novo, em sua grande maioria, foram construdos comvariedades mais macias de pedra e no com material rochoso duro. Um dos materiais empregado o arenito psamiteque se desagrega facilmente sob presso muito leve e frequentemente pode ser arranhado com a unha. Com ele foramconstrudos os templos de Luxor, Karnak, Edfu, Esna e Dendera, sendo que esse ltimo de poca em que o ferro jera conhecido no Egito e mesmo assim optou-se pelo emprego de uma pedra macia. O templo de Abu Simbel tambmfoi escavado em uma montanha de arenito muito macio. Quando se usou o calcrio no Imprio Novo, ele eraproveniente de Tura, uma variedade macia muito diferente daquela empregada nos blocos do miolo das pirmides doImprio Antigo, o qual era duro e difcil de cortar. Mais um detalhe: os blocos empregados nas construes do ImprioNovo e pocas posteriores, com raras excees, eram de pequenas dimenses, como se pode notar na foto do templo

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    de Luxor acima, ao passo que no Imprio Antigo eram empregados blocos gigantescos. Os templos de Karnak tmpilones imensos, mas todos formados por blocos pequenos. Por sua vez, vigas monolticas de algumas pirmides doImprio Antigo pesam 80 toneladas e o Templo do Vale da pirmide de Kfren exibe blocos que pesam pelo menos500 toneladas.

    As pirmides do Imprio Antigo resume Davidovits consistem fundamentalmente em calcrio abundante ecarcaas fsseis, um material heterogneo, de corte extremamente difcil. Templos de fins da XVIII dinastia (1400 anosa.C.) so encontrados por todo o Egito. Foram construdos com calcrio branco muito macio, mesmo quando erigidosem regies inteiramente granticas, como no sul. Aps a XVIII dinastia, o emprego de calcrio macio cedeu finalmentelugar ao arenito mole. Arenito de Silsilis, no sul do Egito, foi usado para construir os templos de Karnak, Luxor e Edfu,no tempo do Imprio Novo. O material homogneo, mole e fcil de esculpir. E a seguir o autor enfatiza: A reside o

    grande paradoxo tecnolgico do Egito: numa ocasio em que as ferramentas eram de pedra e cobre, utilizou-se umvolume imenso de variedades duras de pedra, mas logo que foram adotados o bronze e o ferro, os egpcios usaramapenas os materiais mais frgeis. E conclui: H mais do que prova abundante para confirmar a existncia de doisdiferentes mtodos de construo em alvenaria, usados em pocas diferentes e com resultados muito diversos.

    Ao analisar a hiptese clssica da egiptologia que explica a construo das pirmides, esse autor considera queproblemas permanecem sem soluo a despeito de numerosos estudos, e fatos importantes foram ignorados. No quese refere ao conceito de que os blocos foram extrados das pedreiras, ele cita o estudo de uma equipe de geoqumicosda Universidade de Munique, Alemanha, que tinha por objetivo datar os vrios mtodos de explorao das pedreirasusados no Egito ao longo da histria. A concluso a que chegaram foi a de que no h absolutamente vestgios deextrao de blocos das pedreiras em poca anterior a 1600 a.C. De que modo teriam ento os egpcios retirado pedraem tempos mais antigos para erguer as pirmides? O estudo concluiu tambm que o mtodo de extrair pedras com ouso de cunhas de madeira jamais foi empregado pelos egpcios, mas sim exclusivamente pelos romanos quandoocuparam o Egito. Se esse tosco mtodo houvesse sido empregado na construo das pirmides, como se alega,

    comenta o autor o volume de detritos em Giz seria espantoso, incluindo incontveis milhes de blocos rachados einaproveitveis.

    Outro item que Davidovits analisa refere-se ao uso de rampas. Ele pondera que uma vez que as polias s foramconhecidas no Egito durante a ocupao romana e que a roda foi introduzida pelos hicsos somente no final do ImprioMdio, a nica opo que a evidncia arqueolgica oferece para erguer blocos a rampa. No caso da GrandePirmide, calculou-se que qualquer rampa reta teria o comprimento de cerca de 1600 metros e que conteria umaquantidade imensa de material. Sua grande largura e comprimento teriam coberto a pedreira. Quanto a possveisrampas helicoidais, lembra que nenhuma delas jamais foi encontrada. Cita tambm uma rampa de barro que foi achadaem Saqqara no stio da pirmide de Sekhemkhet, da III dinastia, mas alerta que essa pequena pirmide no contmgrandes blocos e pondera que transportar blocos pequenos rampa acima era a maneira mais sensata e bvia paraconstruir esse tipo de pirmide. J com relao ao fato de existirem restos de rampas em Giz, o autor considera que ovolume tremendo de material exigido pela teoria padro no foi encontrado, e embora se possa esperar que ummaterial constitudo na maior parte de terra se degrade com o tempo, um pequeno volume de restos sugere apenas o

    uso de pequenas rampas destinadas a escalar as pirmides.

    O fara Amsis, da XVIII dinastia, ordenou que extrassem das pedreiras de Tura a pedra mole para a construo do

    templo do deus Ptah, em Mnfis. daquela poca e local uma estela encontrada por arquelogos e que se perdeu nosculo XIX. Ela mostrava, como se v acima, um bloco de pedra sobre um tren sendo puxado por parelhas de bois. Aestela de Tura diz Davidovits no constitui prova aceitvel em apoio teoria tradicional de construo, uma vezque foi erigida quase mil anos aps a construo da Grande Pirmide. A estela de Tura e outros documentos usadospara apoiar a teoria tradicional so produtos de uma sociedade que explorava tecnologia diferente da de seusancestrais. Todas as civilizaes duradouras e bem-sucedidas forosamente tiveram tecnologias novas e outras quedeclinaram. Depois de lembrar que historiadores, com pouqussimas excees, consideram as civilizaes antigascomo tecnologicamente inferiores nossa em todos os sentidos, o autor cita vrios fatores que causaram a destruiogeral do repositrio de informaes tecnolgicas egpcias. Dentre eles, os perodos de anarquia da histria egpcia, asinvases de povos estrangeiros, o incndio da biblioteca de Alexandria, os saques dos tmulos, inclusive com empregode plvora e aretes, tudo contribundo para que os conhecimentos cientficos no fossem transmitidos com perfeioda antiguidade at os nossos tempos. (...) Na literatura erudita prevalece um complexo de superioridade moderno, adespeito da prova de que uma grande tecnologia esquecida foi usada na construo das pirmides.

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    E qual seria essa grande tecnologia esquecida? Entendendo tecnologia como um conjunto de princpios cientficos quese aplicam a um determinado ramo de atividade, Davidovitz afirma que a cincia que tornou possvel as pirmides foi aqumica, ou mais exatamente, sua precursora, a alquimia. Em pocas to remotas quanto o ano pr-histrico de 3800a.C. os alquimistas egpcios criaram um esmalte azul vibrante. Um experimentador qualquer misturou p de crisocolacom natro e aplicou uma chama. Obteve um esmalte duro, lustroso, azul, que era em seguida derretido e aplicado emcontas e pedras. Os antigos egpcios so bem conhecidos por usarem minerais como crisocola e lpis-lazli a fim deproduzir esmaltes, que para eles constituam imitaes desses minerais ou pedras. Possuam, inclusive, uma palavrapara esses produtos, ari-kat, significando feitos pelo homem ou sintticos. (...) Esta velhssima tradio revela o prprioncleo de uma notvel inveno alqumica relevante para a soluo do enigma da construo das pirmides: ossacerdotes de Khnum h muito eram peritos na arte de fabricao de cimentos extraordinrios. Cimento encontrado emvrias partes da Grande Pirmide tem cerca de 4500 anos de idade, mas ainda est em boas condies. Essa

    argamassa antiga muito superior aos cimentos hoje usados em construo civil. O moderno cimento Portland, usadopara reparar antigos monumentos egpcios, rachou e degradou-se em apenas 50 anos.

    Depois dessas consideraes, o qumico e lembramos mais uma vez criador de um novo ramo da qumica, ageopolimerizao, Joseph Davidovits, finalmente apresenta a sua tese: Se os egpcios antigos possuam capacidadede produzir cimento de qualidade excepcionalmente alta, o que os impediria de adicionar ao mesmo carcaas fsseis afim de produzir concreto calcrio de primeirssima classe? A resposta que nada os impediu. Demonstrarei adianteque os blocos da pirmide no so pedra natural, mas, na verdade, concreto de calcrio de qualidadeexcepcionalmente alta pedras sintticas moldadas diretamente no local. Os blocos consistem de cerca de 95% depedregulho de calcrio e de 5 a 10% de cimento. Constituem imitaes de calcrio natural, fabricados segundo aantiqussima tradio de produo alqumica de pedras. Nenhum corte de pedra ou exaustivas operaes dearrastamento ou iamento foram jamais necessrias construo das pirmides.

    Para provar que sua tese vivel, aquele autor arrola uma srie de argumentos. Segundo ele, com as ferramentas decobre ento disponveis era perfeitamente possvel serrar e aplainar troncos de rvores para transform-los em tbuase com elas construir moldes. A madeira era provavelmente trazida do Lbano. sabido que os antigos egpcios erammestres na arte da carpintaria. J na I dinastia os carpinteiros juntavam pranchas em ngulos retos perfeitos. Nailustrao acima, de uma mastaba da IV dinastia, vemos carpinteiros serrando tbuas e preparando encaixes. Osajustamentos exatos conseguidos entre os blocos de revestimento da Grande Pirmide, difceis ou at impossveis deconseguir pela movimentao de enormes blocos pesando toneladas, poderiam ser facilmente obtidos pela moldagemdos mesmos no lugar.

    O produto mais importante na fabricao do cimento necessrio era a cal. Para obt-la bastava calcinar calcrio,dolomita ou magnesita em fornos e tal prtica j era conhecida h dez mil anos atrs. A enorme quantidade decascalho de calcrio necessrio para fabricao dos blocos podia ser facilmente obtida e Davidovits explica como:gua, provavelmente trazida to perto quanto possvel por um canal, era usada para inundar o leito rochoso de Giz esatur-lo para produzir fcil desagregao. O calcrio de Giz torna-se to macio quando saturado, que pode serfacilmente quebrado em pedaos quando inserido nele um tarugo de madeira. O corpo da Grande Esfinge foiesculpido, medida que o calcrio lamacento era apanhado em baldes para a fabricao dos blocos da pirmide.Homens chapinhando em calcrio molhado, lamacento, enquanto trabalham sob o calor do deserto, fazem muito maissentido do que quebrando pedra nas pedreiras em um deserto quente e poeirento, como exigido pela teoria tradicional.Para que o endurecimento da massa se desse em algumas horas, seria necessrio o emprego de minerais arsenicais.Outros tipos de minerais como turquesa e crisocola tambm eram exigidos para que as reaes qumicas seprocessassem. Tais minerais foram escavados nas minas do Sinai em imensas quantidades, em poca quecorresponde exatamente da construo das pirmides, e isso um dos argumentos apresentados em defesa dessatese. Finalmente, outros produtos qumicos necessrios ao processo, segundo aquele autor, seriam a alumina,

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    existente na lama do Nilo, e o natro, abundante nos desertos e nos lagos salgados e usado largamente namumificao.

    Ao analisar cientificamente algumas amostras de pedras das pirmides, atravs de anlise qumica de raios X,Davidovits descobriu que elas continham elementos minerais rarssimos em calcrio natural, mas que podem surgirdurante o processo de produo da rocha artificial. Um desses minerais era a bruxita, material orgnico presenteem fezes de aves, ossos e dentes, mas que dificilmente seria encontrado em calcrio natural. Ele tambmanalisou mais de 30 amostras de pedras provenientes das pedreiras das quais se acredita que tenham vindo os blocosde revestimento da pirmide de Kops e em nenhuma de tais amostras encontrou os minerais raros que detectou nasamostras das pirmides.

    Na sua procura por sinais que revelassem a natureza artificial das pedras das pirmides, Davidovits descobriu, porexemplo, que as carcaas fsseis existentes no interior das mesmas esto dispostas em todas as direes, de formaembaralhada. Elas no se acamam horizontalmente, como seria natural em um calcrio que vai se formando ao longode milhes de anos criando, assim, as camadas sedimentares da rocha. A ilustrao ao lado, tirada do livro Descriptionde l'Egypte, mostra conchas desarrumadas nos blocos do miolo da pirmide. Por sua vez, em qualquer concreto osagregados esto na maior parte embaralhados e sem acamamento sedimentar. Outros indcios do artificialismo daspedras seriam a existncia de bolhas de ar, de fibras orgnicas semelhantes a cabelo e de uma camadavermelha artificial encontradas em amostra de pedra retirada do corredor ascendente da Grande Pirmide.

    As bolhas de ar no so esfricas, mas ovais, semelhantes s que surgem durante a manipulao de argila. Comrelao s fibras orgnicas, o autor esclarece que cabelos nunca foram encontrados em rochas com 50 milhes deanos e que ele tambm no os encontrou nas amostras de pedreiras que examinou. Finalmente, a camada vermelha ,segundo o autor, uma tinta aplicada sobre uma camada branca subjacente tambm artificial. Essa ltima , na verdade,um cimento mais sofisticado do que o cimento simples de gesso e cal que os estudiosos descrevem como sendo atecnologia egpcia daquela poca nessa rea. A camada e a colorao diz Davidovits constituem realmentenotveis produtos alqumicos, no demonstrando empolamento ou outro tipo de deteriorao aprecivel, mesmo depoisde 4500 anos.

    Em 1974 uma equipe de pesquisadores tentou encontrar cmaras ocultas na pirmide de Kops. No puderam levaro projeto avante porque a umidade do monumento era to grande que impossibilitava a transmisso das ondas

    eletromagnticas, as quais eram absorvidas pelas pedras. Surpreendentemente, porm, o leito rochoso calcrionatural de Giz relativamente seco. Apenas concreto poderia estar saturado de umidade, assevera Davidovits.Segundo ele, o contedo de umidade to elevado suficiente para convencer a qualquer profissional da indstria deconcreto de que a pedra da pirmide algum tipo desse material. Hoje, estruturas de concreto recentementeconstrudas so inteiramente midas. A umidade na pedra da pirmide resulta, ao que tudo indica, da migrao dolenol fretico. comum, alis, que estruturas de concreto absorvam gua subterrnea em ambientes desrticos.

    Quando esteve pesquisando em Giz, Davidovits observou que todos os blocos que formam as trs famosaspirmides possuem sua camada superior, de cerca de 20 a 30 centmetros, mais fraca, de densidade mais levee com mais sinais de eroso que o resto da pedra. Isso ocorre, segundo ele, porque os blocos foramproduzidos da mesma maneira como era preparada a argamassa, a saber: os agregados eram despejadosdiretamente no molde, que se encontrava parcialmente cheio de gua e aglutinante. Combinando-se a misturacom a gua, os materiais mais pesados acamavam-se no fundo. Bolhas de ar e o excesso molhado doaglutinante subiam, disto resultando uma matriz mais leve e mais fraca. A camada superior a que exibe

    tambm o menor nmero de carcaas fsseis, no to acumuladas no interior da pasta densa e, porconseguinte, depositaram-se orientadas no sentido horizontal. A produo desse concreto dispensou mistura,e medies precisas resultaram em camadas perfeitamente planas. O autor argumenta que caso os blocosfossem de calcrio natural, esse padro antinatural de densidade no se explicaria, pois ele quase sempre domesmo tamanho, independentemente da altura do bloco.

    Conforme j foi dito, Davidovits constatou que os comprimentos dos blocos da pirmide enquadram-se dentro de 10medidas perfeitamente uniformes. Alm disso, eles devem ter sido produzidos em moldes de apenas cinco tamanhos,pois alguns blocos foram moldados com comprimentos perpendiculares ao plano da face da pirmide. O fato de osblocos mais longos terem sempre o mesmo comprimento afirma aquele pesquisador constitui evidnciaextremamente forte em favor do uso de pedra moldada. Mostra que cada bloco foi produzido de acordo comespecificaes exatas, imediatas, do arquiteto durante a construo. Os blocos longos aparecem imediatamente acimaou abaixo de blocos de comprimento menor, o que torna visvel o plano de construo. Qualquer dimenso requeridapodia ser determinada rapidamente pelo arquiteto, uma vez que seria relativa ao comprimento do bloco na fileira

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    imediatamente abaixo. Pensa o autor que seria difcil explicar essa uniformidade do comprimento dos blocosbaseando-se na hiptese de corte e escultura das pedras: Blocos jamais poderiam ter sido cortados, armazenados eselecionados na escala necessria.

    As faces sul e oeste da pirmide de Kfren so reproduoes idnticas recprocas, indicando isto que todo o intrincadodesenho tridimensional. Camadas sucessivas so feitas segundo o mesmo padro, ao passo que outras so depadres diferentes, inter-relacionados. Alguns apresentam padres que so quase os mesmos que os das camadasvizinhas. Os padres de outras so o contrrio das que as cercam. Todos os blocos foram vazados de acordo com umplano mestre excepcional, que eliminou a formao de juntas verticais, o que ocasionaria o aparecimento de pontos defraqueza. A pirmide lembra um complicado quebra-cabea tridimensional, eficazmente formulado para criar umasuperestrutura incrivelmente forte e estvel.

    Ao analisar a viso de Herdoto a respeito da maneira pela qual as pirmides foram construdas, Davidovits encontramais um ponto de apoio para alavancar sua teoria. Afirma ele que as referncias que Herdoto faz ao arrastamento depedras devem referir-se no ao arrastamento de blocos, mas ao de pedregulho, pois o calcrio usado nos blocos derevestimento foi, com toda probalilidade, transportado das pedreiras das montanhas arbicas. Ressalta, ainda, que ohistoriador grego jamais declara que os blocos da pirmide haviam sido talhados. No que se refere a um canalformado pelas guas do Nilo, o pesquisador entende que tais canais realmente deviam existir para trazer, ao plat deGiz, a gua necessria para desagregar o calcrio e produo de enormes quantidades de cimento.

    E o que dizer das "mquinas" citadas por Herdoto em seu relato? Davidovits acredita que elas eram moldes e sugereque se leia o referido trecho substituindo a palavra mquina por molde e a palavra pedra por cascalho, obtendo-se,ento, o seguinte:

    "Foi um trabalho realmente complexo o da construo da pirmide. Para levar ocascalhoaos diversos planos

    empregavam-se moldesfeitos de pequenos pedaos de madeira e situados em diferentes alturas. Ao chegar ocascalhoao primeiro plano, era colocado em outromolde, que o levava para o segundo, onde outro moldeotransportava para o terceiro, e assim sucessivamente, at o alto do monumento."

    O pesquisador explica que a palavra grega usada por Herdoto foi mechane e que este um termo genrico, queindica algo inventado ou fabricado. No uma palavra especfica, mas uma ampla generalizao e a falta deconhecimento sobre o mtodo de construo das pirmides influenciou a maneira pela qual os tradutores ainterpretaram. No s o relato de Herdoto no confirma o corte da pedra, afirma o qumico mas tampoucoimplica que os blocos foram iados pirmide acima. O que existe uma descrio relativa ao empilhamento de umapirmide, fileira aps fileira. A descrio em parte alguma afirma que os blocos foram elevados por meio de rampas ou,a partir do solo, por uma mquina, diretamente a grandes alturas.

    A afirmativa do historiador grego de que os operrios que construram a Grande Pirmide foram alimentados comrbanos, cebolas e alhos, que custaram aos cofres do fara o equivalente a 1600 talentos de prata, foi considerada

    ridcula por egiptlogos notveis. Davidovits acredita que aqui as informaes foram transmitidas de forma distorcida aHerdoto. Ele esclarece que minerais empregados no processo de fabricao da pedra sinttica podem emitir, quandoaquecidos, odores semelhantes ao do rbano, da cebola e do alho. Aquela importncia citada, correspondente a maisde 100 milhes de dlares, deve representar, isso sim, o custo de minerao de minerais arsenicais usados naconstruo da pirmide de Kops. Comenta o autor que no difcil compreender por que no conseguiram explicarbem o mtodo de construo a Herdoto, se que o conheciam. Ao que parece, no h uma palavra apropriada gregaa respeito de tal tipo de pedra, a mais aproximada polida (xeston). Comunicar a idia de pedra artificial ou de algumaoutra maneira preparada ou manipulada pelo homem, podia facilmente ser entendido mal, especialmente numaconversa com um viajante que desconhecia a tecnologia, atravs de um intrprete. Alm disso, conclui, tradutoresmodernos obscureceram, por descuido, o texto, ao interpretar mal algumas palavras-chave.Idias preconcebidas sobre a construo das pirmides desempenharam um papelimportante nas tradues do texto para lnguas modernas.

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    Tendo em mente o fato de que as ferramentas usadas na construo das pirmides foram to ou mais primitivas doque esse malho de madeira, esses cinzis de bronze ou essas pedras de dolerito, usadas para trabalhar osblocos mais duros, Davidovits pondera que as teorias tradicionais de construo daqueles monumentos por meio decorte e iamento de pedras suscitam questes que nunca foram respondidas devidamente. Por exemplo: se os blocosda Grande Pirmide tivessem sido cortados e fossem levados em conta os restos, resduos e aparas desse trabalho, opeso total da pedra usada teria chegado a quase 15 milhes de toneladas o que seria um enorme fardo para a teoriatradicional.E pergunta ainda o autor: Utilizando pedra e ferramentas de cobre, de que modo teriam os trabalhadores conseguidotornar inteiramente lisas as faces da pirmide? Como conseguiram que os lados se encontrassem em um pontoperfeito no topo? Como tornaram to planas as camadas? De que modo poderia o nmero necessrio de trabalhadoresmanobrar e mover-se no canteiro de obras? Como tornaram to uniformes os blocos? De que modo alguns dos blocosmais pesados foram colocados a grandes alturas? De que modo puderam dar a 10,5 hectares de blocos de

    revestimento um ajustamento que tem a espessura de um fio de cabelo ou ainda menos? De que maneira pde todoeste trabalho ser realizado em cerca de 20 anos?Os especialistas s podem dar palpites. E egiptlogo algum nega que os problemas no foram resolvidos.

    Levando-se em conta o tempo gasto para edificao de uma pirmide e o nmero de trabalhadores envolvidos natarefa, bvio que uma enorme quantidade de pessoas conhecia, ou pelo menos via, o mtodo realmente usado naconstruo. Esses mtodos, por conseguinte, afirma Davidovits no podem ter sido secretos e provavelmentedevem ter sido documentados. No sculo XIX, procedeu-se decifrao da maioria dos textos hieroglficos ecuneiformes, que no foram atualizados de modo a refletir achados arqueolgicos correntes ou progressos cientficos.Todos eles refletem as limitaes dos conhecimentos cientficos da poca. No podem, por isto, ser inteiramenteexatos, e tampouco concluses precisas sobre a tecnologia antiga podem ser alcanadas com base neles.

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    Davidovits acredita ter encontrado explicao para a existncia dos entalhes verticais e encaixes existentes no interior

    da grande galeria da pirmide de Kops. Segundo o autor, eles foram necessrios para a moldagem dos blocos.Conforme explica, os blocos retangulares empregados na grande galeria tinham que ser produzidos com os moldes naposio horizontal, pois caso fossem moldados inclinados sua forma ficaria desigual. O mecanismo de sustentao foiuma prancha de madeira presa ao sulco apropriado na parede. O topo de cada sulco horizontal em relao aoentalhe seguinte, que fica em cima. A prancha foi talvez compensada com um saco de areia. A remoo do pesosoltava a estrutura de madeira, e o bloco acabado podia ser descido e empurrado para a posio que ocuparia.

    No ano de 1987 dois arquitetos franceses realizaram medies na Grande Pirmide em busca de cmaras secretas.Nada encontraram mas, usando equipamentos especiais, mediram toda a densidade do monumento e constataramuma densidade total 20% mais baixa do que a esperada do calcrio. A densidade mais baixa esclarece Davidovits uma consequncia da agregao. Blocos moldados so sempre 20 a 25% mais leves do que a rocha natural,porque se encontram cheios de bolhas de ar.

    As portas levadias encontradas nos subterrneos da pirmide de Kfren pesam duas toneladas e exigem a

    fora de pelo menos 40 homens para mov-las. Entretanto, o recinto no qual elas se encontram nocomportam mais do que oito homens em seu interior. Faz sentido dizer afirma Davidovits que as pesadasportas levadias dessa e de outras pirmides foram moldadas no local. Alm disso, certos aspectos, como alargura uniforme dos blocos dessa pirmide, constituem prova esmagadora da moldagem de pedra, e, tal como nocaso dos blocos da Grande Pirmide, as alturas dos mesmos na pirmide de Kfren so alternadas.

    A partir da V dinastia as pirmides construdas foram de qualidade muito inferior quelas das dinastias anteriores.Apesar disso, apresentam alguns aspectos notveis como, por exemplo, belssimos altos relevos nas paredes dostemplos funerrios. Os egiptlogos esclarece Davidovits no conseguem explicar por que os egpcios desseperodo concentraram-se em abundantes decoraes de paredes de templos e no na construo de grandespirmides e tampouco por que os trabalhadores passaram a retirar blocos de monumentos mais antigos para completarsuas obras. A explicao no pode ser procurada na situao poltica da poca, porque no decorrer da V dinastia ostempos eram prsperos, apesar do poder do fara ter enfraquecido. Para Davidovits o declnio na edificao dosgrandes monumentos ocorreu pelo esgotamento dos recursos minerais. O conjunto dos minerais azuis ou azuis-esverdeados empregados nesse processo de criao da pedra sinttica recebeu, desde os perodos mais remotos, a

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    denominao genrica de mafkat. Trata-se de um grupo de 11 minerais que inclui a turquesa, a malaquita e acrisocola, entre outros. No decorrer da III e da IV dinastias houve extrao de mafkat em escala industrial das minas doSinai e de Wadi Maghara. As quantidades extradas foram enormes.

    No h explicao afirma Davidovits para a quantidade imensa de mafkat extrado. Teria desaparecido emcomrcio com outras naes? No h dvida de que o nmero de peas de joalheria, amuletos e outros objetos feitosou que incluam turquesas e outros minerais azuis ou azuis-esverdeados remanescentes desproporcional ao mafkatque se sabe ter sido escavado. E os artefatos encontrados em regies que se sabe tiveram antigos laos de comrciocom o Egito no pode explicar o volume inusitadamente alto de mafkat extrado.

    Calculou-se prossegue o autor que atingiu aproximadamente mais de cem mil toneladas a quantidade de mafkat

    minerado, cerca do mesmo volume de minrio de cobre. Supondo que o mafkat entrou com 10% do cimento usado,ento cem mil toneladas teriam produzido um milho de toneladas de cimento. Supondo ainda que at 10% doconcreto de calcrio da pirmide constitudo de cimento, ento um milho de toneladas de cimento teria produzidodez milhes de toneladas de concreto de calcrio. Mas uma vez que o mafkat era necessrio apenas pedra de altaqualidade, como a usada nos blocos de revestimento, os minerais extrados das minas do Sinai teriam sido suficientespara construir todas as pirmides e obras de alvenaria correlatas, tais como pedras de revestimento internas eexternas, templos, cimalhas e obras de estaturia.

    No decorrer da VI dinastia o Egito tornou-se uma nao menos poderosa e os faras perderam seu poder absoluto. Aarquitetura e as obras de arte entraram em declnio. So raras as esttuas da V e da VI dinastia, sendo que asmelhores desse perodo datam do incio da V dinastia. Os faras da VI dinastia, ao erguerem suas pirmides, seguiramos mtodos construtivos empregados no decorrer da V dinastia, mas os conjuntos funerrios circundantes e seus altos-relevos foram menos refinados. Sabe-se que nessa poca foram promovidas expedies mineradoras ao exterior ePepi II, o ltimo fara da VI dinastia, parece ter mantido comrcio longo e ininterrupto com o Lbano, de onde pode ter

    sido trazida a madeira apropriada preparao de moldes. Alguns anos depois da morte de Pepi II, o Egito deixou deser uma nao unificada e mergulhou em um estado de anarquia que durou mais de 200 anos. Davidovits entende queembora possa ter havido m administrao e escassez de alimentos causada por mudanas climticas, como queremalguns estudiosos, h a possibilidade de que a economia tenha ficado cada vez mais deprimida devido decadnciada outrora imensa indstria de construo de obras pblicas, o que, com o tempo, abalaria a f no governo. Em vez dea decadncia da civilizao ter ocasionado a decadncia da indstria de construo, mais provvel que tenhaocorrido justamente o oposto.

    Na VII e VIII dinastias houve numerosos faras efmeros e nos raros monumentos construdos durante essa pocaforam empregados apenas materiais de baixa qualidade. Nos recipientes, o barro substitui a pedra, o metal e a faiana.As estruturas nunca alcanaram mais de dez metros de altura, e a maioria sequer chegou a ser completada oudesapareceu.

    No decorrer da IX e X dinastias houve luta intermitente e sangrenta entre os egpcios de Heraclepolis e os de Tebas e

    o pas foi novamente unificado durante a XI dinastia pelo fara Nebhepetre Mentuhotepe, iniciando-se o perodo quehoje denominamos de Imprio Mdio, tendo Tebas como capital do Egito. Dos faras da XI dinastia s a tumba deMentuhotepe foi completada.

    Pouca pedra foi usada nas pirmides da XII dinastia. Seu primeiro fara, Amenemhet I, economizou no volume depedra necessrio colocando sua pirmide em terreno elevado. Sesstris I reinou por 35 anos e enviou expedies sminas de Wadi Kharit no Sinai. Ergueu sua pirmide em el-Lisht e mandou construir monumentos em profuso por todoo Egito. Estudos para determinar que monumentos foram de pedra cortada e quais de pedra aglomeradaproporcionariam importantes introvises sobre esse perodo poltico pensa Davidovits. Por sua vez, a pirmide deseu filho e sucessor, Amenemhet II, parece ter sido construda quase que inteiramente com tijolos de barro.E aquele autor comenta: notvel que mil anos aps Imhotep, Amenemhet II, durante uma poca de prosperidade, tenha julgadonecessrio recorrer a um mtodo de construo que empregou quase exclusivamente tijolos de barro.

    A pirmide do fara seguinte, Sesstris II, tambm era de tijolos de barro, mas o sarcfago encontrado em seu interior considerado um dos trabalhos mais perfeitos executados em granito pelos egpcios. Seu filho, Sesstris III, foi umdos maiores faras do Imprio Mdio, mas sua pirmide foi erguida com tijolos, enquanto que na cmara funerria e nosarcfago foi usado granito. Ele explorou com empenho as minas do Sinai, mas obteve menores resultados no que serefere a extrao de mafkat. Embora j se usasse nessa poca ferramentas de metal, ao invs das de slex, para essetrabalho, os documentos falam do fracasso de vrias dessas expedies. Amenemhet III mandou construir em pedracalcria um monumento que ficou conhecido como O Labirinto, mas, ao que parece, os blocos foram removidos deestruturas mais antigas. A pirmide desse fara foi erguida em Hawara com tijolos de barro e, dentre as feitas com talmaterial, a que apresenta o melhor acabamento. Isso devido, em parte, segundo esclarece Davidovits, composio mineralgica dos tijolos que foram feitos com a mistura de soda custica (natro, cal e gua) com o barrodo lago Moeris. Entretanto, no interior desse monumento existe uma cmara morturia feita de uma nica pea dequartzito. Se essa cmara foi cortada, afiana Davidovits o trabalho teria exigido usinagem de preciso por dentroe por fora em uma massa slida de quartzito duro, o tipo mais duro de pedra. (...) Arriar a estrutura enorme no espaoconfinado teria sido o menor dos difceis problemas. Se a massa fora extrada, o local da pedreira devia ter continuadoa existir. As pedreiras de quartzito do Egito no mostram sinais de extrao de blocos ou de esttuas, segundo os

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    membros da expedio napolenica, que fizeram um exame completo das reservas de quartzito do Egito. Por outrolado, quartzito solto, alterado pelo intemperismo, abunda nas proximidades de quase todas as pedreiras dessa rocha ese encontrava em condies de aglomerao.

    Na XIII dinastia a cmara funerria da pirmide do fara Khendjer, feita de um nico bloco de quartzito, pesava cercade 70 toneladas, mas o monumento em si foi erguido com tijolos. Portanto, durante o Imprio Mdio, embora aspirmides passassem a ser construdas com tijolos, continuam sendo soberbos os sarcfagos monolticos e ascmaras de calcrio, granito e outras variedades de pedra encontradas no interior das mesmas.

    Do perodo em que perdurou a invaso dos hicsos s se tem notcias em papiros e escassas evidncias materiaissobre construo de pirmides. Quando, aps o Segundo Perodo Intermedirio, o poderio egpcio se firmou

    novamente, pela mo do fundador da XVIII dinastia, Amsis, esse fara construiu um cenotfio em Abido com formapiramidal. Ele colocou o povo vencido a cortar pedra nas pedreiras de Tura e a estela de Amsis o primeirodocumento conhecido que se refere a extrao de pedra com instrumentos de bronze. Todos os faras do ImprioNovo, entretanto, foram enterrados em tmulos escavados na rocha e no territrio do Egito no mais se erguerampirmides. A grande verdade que o fim da construo das pirmides marca o encerramento das extraes deminerais em grande escala no Sinai.

    O autor que analisamos at aqui conclui afirmando: Entendemos agora a evoluo da construo das pirmides e omotivo pelo qual essas grandes estruturas nunca mais foram erigidas. O emprego de pedra artificial explica por que, medida que se aprimoravam as ferramentas, as dimenses dos blocos tornam-se cada vez maiores, embora o opostodevesse ter ocorrido, se os blocos tivessem sido cortados. Na ampla perspectiva, compreendemos o que continuou aser o paradoxo tecnolgico do Egito.

    http://www.geocities.com/tioisma2002/pedrarti.htm http://www.geocities.com/tioisma2002/pedrart2.htm http://www.geocities.com/tioisma2002/pedrart3.htm

    2 - O Uso de Maquinaria Avanada

    Christopher Dunn um engenheiro mecnico ingls que desde 1977 vem se questionando sobre a maneira pela qual apirmide de Kops foi construda. Tendo iniciado sua vida profissional como aprendiz em uma companhia deengenharia de Manchester, sua cidade natal, ele se transferiu em 1969 para os Estados Unidos. Iniciando comohabilidoso ferramenteiro e especialista em mquinas e ferramentas mecnicas, trabalhou em quase todos os nveis deproduo de alta tecnologia, da construo operao de lasers industriais de grande potncia, e chegou ao posto deEngenheiro de Projetos e Gerente de Processos a Laser de uma empresa aeroespacial norte-americana, da qual,atualmente, ele Gerente Senior.

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    Em visitas que fez ao Egito, esse pesquisador entrou em contato com arquelogos e perguntou-lhes sobre o mtodoque os antigos egpcios usavam para cortar o granito. Eles explicaram o mtodo das cunhas com gua que permitiamrachar a pedra. Rachar a rocha afirma Dunn muito diferente de trabalh-la e eles no me explicaram como asferramentas de cobre foram capazes de cortar o granito. Por sugesto dos arquelogos ele foi at Assuo para ver de

    perto as marcas deixadas nas pedreiras pelos operrios, como essas que vemos na foto acima, e o obelisco inacabadoque l se encontra.

    Depois escreveu: As marcas da pedreira que eu vi l no me convenceram de que os mtodos descritos foram osnicos meios pelos quais os construtores das pirmides extraram suas rochas. (...) Na maioria das vezes, asferramentas primitivas que so descobertas so consideradas contemporneas dos artefatos do mesmo perodo. Almdisso, durante este perodo da histria egpcia, os artefatos eram produzidos abundantemente, sem que tivessemsobrevivido ferramentas que explicassem sua criao. Os antigos egpcios criaram artefatos que no podem serexplicados em termos simples. As ferramentas no representam integralmente o "estado da arte" que se evidencia nosartefatos. H alguns objetos intrigantes que sobreviveram ao trmino daquela civilizao e a despeito de seusmonumentos mais visveis e impressionantes, temos apenas um fraco entendimento da total extenso da suatecnologia. As ferramentas exibidas pelos egiptlogos como instrumentos para a criao de muitos desses artefatosincrveis so fisicamente incapazes de reproduzi-los. Depois de permanecer em reverncia diante dessas maravilhasda engenharia, ao nos defrontarmos com uma desprezvel coleo de implementos de cobre do Museu do Cairo, de l

    samos pensativos e frustrados.Um mtodo que tem sido proposto pelos egiptlogos, por exemplo, consiste no emprego de pequenas bolas de diorito,outra pedra gnea extremamente dura, com as quais os artesos golpeavam o granito.

    Como pergunta o engenheiro possvel que qualquer um que tenha visitado o Egito e visto osmaravilhosos hierglicos com seus intrincados detalhes, cortados com preciso surpreendente em esttuasde granito e de diorito, que se elevam quatro metros acima de uma pessoa, proponha que tal trabalho tenhasido feito golpeando-se o granito com uma bola?

    Ele destaca que os hierglifos so incrivelmente precisos, com sulcos quadrados, mais profundos do que largos. Elesseguem contornos exatos e alguns tm sulcos que correm paralelos entre si com distanciamento de menos de umcentmetro entre eles. Tais sulcos s podem ter sido cortados com uma ferramenta especial capaz de fendercompletamente o granito sem lascar a pedra.

    Christopher Dunn no o primeiro a fazer tais questionamentos. J no sculo XIX o renomado egiptlogo britnicoWilliam Flinders Petrie reconheceu que essas ferramentas eram insuficientes e expressou assombro quanto aosmtodos que os antigos egpcios usavam para cortar rochas gneas to duras. Ele atribuiu-lhes mtodos que nsestamos apenas comeando a entender. Dunn afirma que, indubitavelmente, alguns dos artefatos que Petrie estudouforam produzidos usando torno. H tambm evidncia de marcas de ferramentas de torno claramente definidas emalgumas tampas de sarcfagos. O Museu do Cairo contem evidncias suficientes, desde que sejam adequadamenteanalisadas, provando que os antigos egpcios usavam mtodos industriais altamente sofisticados.

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    Dunn nos explica que as marcas deixadas nas pedras da Grande Pirmide permitem que delas se deduzam quais osmtodos usados para cortar o material empregado. E, segundo ele, no apenas as pedras da pirmide, mas tambm

    vrios outros artefatos indicam, quase indubitavelmente, que foram usadas mquinas pelos construtores daquelesmonumentos. Tais artefatos foram estudados por Flinders Petrie e so todos fragmentos de rochas gneasextremamente duras. Trata-se de peas de diorito e granito, como essa vasilha que Petrie desenhou, as quais exibemmarcas que so as mesmas daquelas resultantes do corte de duras rochas gneas com maquinrio moderno. Petrielevantou evidncias mostrando que havia tornos sendo usados pelos antigos egpcios. Tambm mostrou que eles realizavam tarefas que seriam, pelos padres atuais, consideradas impossveis semtcnicas especializadas altamente desenvolvidas. Foi o caso, por exemplo, de terem conseguido criar utenslioscncavos e convexos sem danificar o material.

    Apesar dos trabalhos de Petrie, h uma persistente crena entre alguns egiptlogos de que o granito usado naGrande Pirmide foi cortado usando cinzis de cobre.Dunn explica que a liga de cobre mais dura existente hoje em dia o cobre berlio, no havendo evidncia de que osantigos egpcios possussem tal liga.Mas, mesmo que a tivessem, essa liga no suficientemente dura para cortar granito.

    Segundo ele, identificar cobre como o metal usado para cortar granito como dizer que o alumnio pudesse ser cortadousando-se um cinzel feito de manteiga e, em outro trecho, acrescenta que ns podemos estar inteiramente enganadosat mesmo na crena fundamental de que o cobre era o nico metal disponvel para os antigos egpcios.

    Mtodos atuais do corte do granito incluem o uso de serras de fita e um abrasivo que tem uma dureza comparvel dodiamante e, portanto, duro o bastante para cortar o cristal de quartzo do granito. A serra no corta o granito, mas projetada para agarrar o p do abrasivo, que o que verdadeiramente faz o corte. Examinando as formas dos cortesfeitos em duas peas de basalto examinados por Petrie, Dunn concluiu que possvel que uma serra de fita tenha sidousada, pois parece que deixou sua impresso na pedra. O sulco no fundo do corte tem exatamente a forma do sulcoque uma serra desse tipo deixaria. Dunn se pergunta: Se os antigos egpcios realmente usaram serras de fita paracortar pedras duras, elas foram impulsionadas mo ou mquina? E responde: Com minha experincia emestabelecimentos metalrgicos e no nmero incontvel de vezes em que tive que usar serras, tanto manuais quantoeltricas, me parece haver forte evidncia de que, pelo menos em alguns casos, foi usado o segundo mtodo.

    Ao examinar o sarcfago encontrado dentro da Cmara do Rei na Grande Pirmide, Petrie observou que em uma desuas extremidades h um lugar onde a serra penetrou muito fundo no granito e foi retirada de volta pelos operrios. Aoreiniciarem o trabalho, entretanto, eles ainda o fizeram muito fundamente e duas polegadas abaixo eles retiraram aferramenta uma segunda vez, depois de terem recortado mais de um dcimo de polegada mais profundamente do quepretendiam. Foi tambm Petrie quem estimou que teria sido necessrio aplicar presso de cerca de uma a duastoneladas sobre serras de bronze com pontas de pedras preciosas para cortar o granito extremamente duro. Sens concordarmos com estas estimativas afirma Dunn , como tambm com os mtodos propostos pelosegiptlogos com relao construo das pirmides, ento uma forte incongruncia existiria entre os dois. At hoje osegiptlogos no deram crdito a qualquer especulao que sugira que os construtores da pirmide poderiam ter usadomquinas ao invs de energia humana neste grandioso projeto de construo.

    Petrie acreditava que a lgica aponta para o fato de que os cofres de granito achados nas pirmides de Gizprecisavam ser marcados antes de serem cortados. Era necessrio que hovesse uma linha guia para orientar ostrabalhadores. a preciso exibida nas dimenses dos cofres que aponta em tal direo. Alm do mais, guias de

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    algum tipo seriam necessrias para alertar os operrios de seus erros. Christopher Dunn comenta que as marcas daserra no granito tm certas caractersticas que sugerem que elas no eram o resultado de serragem manual. (...) extremamente improvvel que um grupo de trabalhadores operando uma serra manual de quase trs metrosde comprimento cortassem atravs do duro granito to rapidamente que passassem a linha guia antes de notaro erro. E menos provvel ainda que, ento, retirassem a serra e repetissem o mesmo erro, como fizeram nosarcfago da Cmara do Rei. No h nada que confirme a especulao de que este objeto foi o resultado detrabalho puramente manual.

    O engenheiro explica que a velocidade com que operada uma serra manual permite que seu desvio em relao aocurso planejado possa ser detectado e evitado rapidamente. Por outro lado, sendo a serra mecanizada ela pode cortaro material e ultrapassar a linha guia to rapidamente que o erro cometido antes que a condio possa ser corrigida.

    Ele esclarece ainda que no sarcfago de Kops a serra entrou muito profundamente, foi retirada, e ento reintroduzidapara que o corte fosse reiniciado em um s lado da inciso. Nesse caso, a presso excessiva na serra de lmina iriafor-la de volta para o corte original. Para se fazer um reinicio deste tipo seria necessrio que fosse exercida muitopouca presso sobre a lmina. Nessas circunstncias, duvidoso que as dedues de Petrie de que duas a trstoneladas de presso seriam necessrias para cortar o granito pudessem ser atendidas.

    O reinicio no meio de um corte prossegue o autor , especialmente num de tais dimenses como o cofre de granito,seria realizado mais facilmente com uma serra mecanizada do que com uma serra manual. Com uma serra manual hpouco controle sobre a lmina em uma situao como essa, e seria difcil de avaliar precisamente a quantia de pressonecessria. Alm disso, a lmina da serra manual iria se mover bastante lentamente; um fato que questionaria aindamais a idia do emprego de uma serra manual. A uma velocidade to lenta e com muito pouca presso, a realizaodo objetivo seria quase, se no totalmente, impossvel. Com uma serra mecanizada, por outro lado, a lmina move-serapidamente, e seu controle possvel. A lmina pode ser mantida em uma posio fixa, com presso uniforme portodo o comprimento da lmina, e na direo necessria ao reinicio. Esta presso dianteira e lateral pode ser mantida

    com preciso at que material suficiente tenha sido removido da pea trabalhada para permitir a continuao navelocidade de corte normal. O fato que uma velocidade normal de corte foi atingida logo aps a retificao do enganopode ser deduzido notando-se que no cofre da Grande Pirmide o engano se repetiu duas polegadas mais adiante.Este outro exemplo da lmina cortando o granito no lugar errado mais rapidamente do que foi possvel aos homensdetectar e interromper.

    Existe um outro mtodo para corrigir um engano quando se usa uma serra manual, desde que o erro ocorra apenas emuma rea pequena do corte. Consiste em inclinar a lmina e continuar cortando na rea no estragada, de forma quequando a lmina atinge a rea que precisa ser corrigida ela passa a ser sustentada pelo novo corte inclinado e temfora suficiente para combater qualquer tendncia em seguir o corte reto original. Esse mtodo poderia ter sidoutilizado no cofre da pirmide de Kops. Mas caso isso tivesse realmente ocorrido, as linhas da serra que neleaparecem aps o ponto em que foi cometido o engano seriam diferentes das linhas da serra antes do erro, porque elasestariam em ngulo. Entretanto isso no ocorre e todas as marcas deixadas pela serra antes e aps o erro sohorizontais. Qualquer argumento propondo que o engano foi superado inclinando-se a lmina, o qual, provavelmente,

    seria o nico mtodo eficaz usando-se uma serra manual, fica invalidado. Esta evidncia aponta para aprobabilidade totalmente diferente de que os construtores das pirmides possuam maquinaria motorizadaquando cortaram o granito encontrado dentro da Grande Pirmide e da pirmide de Kfren conclui Dunn.

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    A parte interna do cofre de granito da Cmara do Rei foi escavada com uso de mtodos semelhantes aos que soempregados atualmente para moldar o interior de determinados objetos. As marcas das ferramentas indicam queprimeiro foram feitos cortes grosseiros perfurando buracos no granito ao redor da rea que seria removida. SegundoPetrie, os buracos foram feitos com brocas de tubo, as quais deixam um miolo central, semelhante a este cujodesenho vemos acima, que precisa ser retirado depois do buraco ter sido feito. S depois que todos os buracos foramfeitos e todos os miolos removidos que o cofre deve ter sido trabalhado manualmente para atingir a dimensodesejada. Aqui tambm foram cometidos erros e num dos pontos se nota que o orifcio no foi feito de formaperfeitamente vertical e que "comeu" a lateral do cofre alm daquilo que estava previsto. Isso significa que mais umavez, enquanto trabalhavam com a broca no granito, os operadores cometeram um erro antes de terem tempo paracorrigi-lo, sendo que nesse caso o erro se estendeu at cerca de 20 centmetros abaixo do topo original do cofre.

    A especulao ento a de que se a broca fosse manual seria necessrio retir-la periodicamente para permitir alimpeza do miolo central do orifcio. Dificilmente os operadores poderiam ter perfurado cerca de 20 centmetros granitoadentro sem precisar remover suas brocas. possvel, ento, que retiradas freqentes da broca mostrassem o errocometido e que eles notassem a direo errada que a broca estava tomando antes que fizessem um talho no lado docofre e, assim, no teriam mantido a broca no caminho errado at uma profundidade de cerca de 20 centmetros. Aquiparece que se repetiu a mesma situao que ocorrera com a serra, ou seja, duas operaes de alta velocidade nasquais foram cometidos erros antes que os operadores tivessem tempo de corrigi-los.

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    Embora no se d aos antigos egpcios o crdito de terem usado uma simples roda afirma Christopher Dunn , aevidncia prova que eles no s usaram a roda, como deram a ela um uso mais sofisticado. A evidncia de trabalhocom torno mecnico claramente observvel em alguns dos artefatos existentes no Museu do Cairo, como tambmnaqueles que foram estudados por Petrie. Dois pedaos de diorito na coleo de Petrie foram identificados por ele

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    como sendo o resultado de verdadeiro torneamento em um torno mecnico. Dunn esclarece que podem ser criadosobjetos complicados sem a ajuda de maquinaria: basta simplesmente esfregar o material com um abrasivo como areiae usar um pedao de osso ou madeira para aplicar presso. Entretanto, Petrie afirmou que as relquias que eleexaminara, como algumas dessas que vemos acima, no poderiam ser produzidas por qualquer processo de abrasoou frico exercido sobre a superfcie.

    Petrie examinou uma prosaica tijela de pedra. Observando-a detalhadamente percebeu que nela havia um vrticeafiado onde dois raios se cruzavam. Isso indicava que os raios tinham sido cortados em dois eixos separados derotao. Ao examinar outras peas de Giz, Petrie achou outro fragmento de tigela que tinha as marcas de verdadeirotorneamento em torno mecnico. Dunn afirma que ao visitar o Museu do Cairo tambm encontrou evidncia do uso dotorno mecnico em larga escala como, por exemplo, numa tampa de sarcfago cuja foto vemos acima. Examinando-adetalhadamente e baseado em sua experincia como metalrgico, concluiu que as marcas das ferramentas deixadasna pea correspondem ao formato e localizam-se exatamente onde se poderia esperar que estivessem caso osarcfago tivesse sido moldado com uso de tornos.

    Para fazer orifcios existe uma tcnica que chamada de trepanao. Ela deixa como resduo um miolo central domaterial que est sendo perfurado. Os construtores das pirmides usaram essa tcnica. Uma das peas que Petrieestudou foi um desses miolos, que aparece como a oitava figura do desenho acima. Examinando as marcas deferramenta que deixaram um sulco helicoidal simtrico nesse artefato tirado de um orifcio perfurado em um pedao degranito, Petrie concluiu que o ferramental egpcio penetrava a uma taxa de um centsimo de polegada a cadarevoluo da broca. As brocas modernas, por sua vez, s conseguem penetrar a uma taxa de dois milsimosde polegada por revoluo. Isso significa que os antigos egpcios conseguiam cortar granito com uma taxa dealimentao que era 500 vezes maior ou mais profunda por revoluo da broca do que as brocas modernas.

    Duas outras caractersticas das peas examinadas por Petrie tambm chamaram a ateno. A primeira foi que tanto oorifcio quanto o miolo dele extrado tm uma forma cnica que se afunila em direo extremidade. A outra que osulco helicoidal entrou nos componentes do granito de forma estranha, ou seja, penetrou mais produndamente noquartzo, material mais duro, do que no feldspato, mais macio. Christopher Dunn comenta que o afunilamento indica umaumento na superfcie da rea de corte da broca medida em que ela ia cortanto mais profundamente,

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    conseqentemente um aumento na resistncia. Uma alimentao uniforme sob tais condies, usando mtodo manual,seria impossvel. Petrie teorizou que foram aplicadas uma tonelada ou duas de presso a uma broca tubular feita debronze incrustada com jias. Porm, isto no leva em conta que sob centenas e centenas de quilos de presso as jiasiriam, indubitavelmente, abrir seu caminho na substncia mais macia, deixando o granito relativamente inclume depoisdo ataque. Nem este mtodo explica como o sulco poderia ser mais fundo atravs do quartzo.

    Nem todos os egiptlogos concordam com Petrie, pois consideram muito improvvel que os egpcios tivessemconhecimento tecnolgico suficiente para cortar pedras preciosas formando dentes e prend-las no metal de talmaneira que elas suportassem a tenso do uso pesado, fabricando assim a broca sugerida. O que esses estudiosossugerem que foi usado um p abrasivo em conjunto com serras e brocas de cobre macio. Ento, provavelmente,pedaos do abrasivo penetraram no metal da broca, permanecendo ali por algum tempo e formando dentes acidentais

    e temporrios, criando assim o mesmo efeito que dentes intencionais e permanentes criariam e foi a retirada da brocade tubo para remover o miolo e inserir abrasivo novo no orifcio que criou os sulcos na pea.Dunn tambm discorda dessa opinio: duvidoso que uma ferramenta simples que est sendo rotacionada mopermanea virando enquanto os artesos a retiram do orifcio. Igualmente, colocando a ferramenta de volta em umorifcio limpo com abrasivo novo no seria necessrio faz-la girar at que estivesse no lugar. Tambm h a questodo afunilamento no orifcio e no miolo. Ambos proveriam efetivamente a liberao entre a ferramenta e o granito,tornando impossvel sob tais condies o estabelecimento de contato suficiente para criar os sulcos.

    Christopher Dunn acredita que tem a explicao de como os orifcios e os miolos achados em Giz podem ter sidocortados. Segundo ele, o nico mtodo que satisfaz a lgica, do ponto de vista tcnico, e explica todos os fenmenosobservados a aplicao de maquinaria ultra-snica. Essa maquinaria produz o movimento oscilatrio de umaferramenta que lasca o material e o arremessa para longe, como um britadeira que lana para longe um pedao depavimento de concreto. A diferena que ela muito mais rpida, vibrando entre 19 mil e 25 mil ciclos por segundo.Um abrasivo aquoso ou em pasta usado para apressar a ao cortante. Em sntese, a maquinaria ultra-snica usa

    um processo de desagregao abrasivo-oscilatrio.O estranho detalhe de que o sulco helicoidal penetrou mais produndamente no quartzo, material mais duro, do que nofeldspato, mais macio, tambm pode ser explicado por sua teoria acredita Christopher Dunn. Ele esclarece que soempregados cristais de quartzo na produo do ultra-som e, reciprocamente, so suscetveis influncia de vibraesnas gamas ultra-snicas e podem ser induzidos a vibrar em alta freqncia. Ao trabalhar o granito usando ultra-sonografia, o material mais duro (quartzo) no ofereceria necessariamente maior resistncia, como aconteceriadurante prticas de emprego de maquinarias convencionais. Uma ferramenta de corte vibrando ultra-sonicamenteencontraria numerosos scios simpatizantes enquanto cortasse o granito, embutidos diretamente no prprio granito!Em vez de resistir ao cortante, o quartzo seria induzido a responder e vibrar em consonncia com as ondas de altafreqncia e ampliaria a ao abrasiva medida em que a ferramenta cortasse atravs dele.

    Embora a formao de sulcos no fosse esperada nas peas trabalhadas com ultra-som, j que esse atua mais por umprocesso de triturao do que por ao rotacional, o pesquisador acredita que eles podem ter sido criados por vrias

    razes: um fluxo desigual de energia pode ter feito a ferramenta oscilar mais em um lado do que no outro; a ferramentapode ter sido impropriamente montada, ou um acmulo de abrasivo em um lado da ferramenta pode ter cortado o sulco medida em que a ferramenta se movia no granito. Por outro lado, preciso que se entenda que a ferramenta pode tersofrido no apenas movimento oscilatrio, mas tambm giratrio, visando for-la atravs do granito, o que teriacausado os sulcos.

    O formato cnico do orifcio e do miolo so normais porque no emprego dequalquer ferramenta cortante necessrioque ela possa ser liberada da superfcie da pea que est sendo trabalhada. Nesse caso, ao invs de termos um tubocontnuo, teramos um tubo cuja espessura da parede ficaria gradualmente mais fina ao longo de seu comprimento. Odimetro externo ficando gradualmente menor criaria a liberao entre a ferramenta e o orifcio e o dimetro interno,ficando maior, criaria a liberao entre a ferramenta e o miolo central. Isto permitiria que um fluxo livre da pasta fludausada como abrasivo pudesse alcanar a rea cortante. Uma broca tubular com tal feitio tambm explicaria oafunilamento das laterais do orifcio e do miolo. Usando uma broca desse tipo feita de material mais macio do que oabrasivo, a extremidade cortante iria se desgastando gradualmente. As dimenses do orifcio, portanto,corresponderiam s dimenses da ferramenta no instante do corte. Na medida em que a ferramenta ia se desgastando,o orifcio e o miolo iam refletindo esse desgaste na forma de um cone. isso o que ilustra a figura acima. Nela vemos oprogresso da perfurao em granito com o emprego de uma broca ultra-snica (vibratria). A broca avana umcentsimo de polegada mais o desgaste da prpria ferramenta para cada rotao da manivela "A".

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    Christopher Dunn afiana que a ultra-sonografia soluciona todas as perguntas sem resposta que as demais teorias noconseguiram responder com relao a todos os aspectos da existncia das marcas no material examinado por Petrie. quando procuramos um nico mtodo que possa dar resposta para todos os dados diz ele , que nos afastamosdaqueles mais primitivos e at mesmo da maquinaria convencional e somos forados a considerar mtodos que soum pouco anmalos para aquele perodo da histria. Estudos adicionais precisam ser feitos dos miolos; realmente j foisugerido que se reproduza os miolos usando-se os mtodos que eu proponho e aqueles propostos por algunsegiptlogos usando mtodos primitivos. Aps essa reproduo, uma comparao dos miolos deveria ser feita usandoequipamento de metrologia e um microscpio de escaneamento eletrnico. Mudanas microscpicas na estrutura dogranito podem acontecer devido a presso e calor enquanto est sendo trabalhado. duvidoso que egiptlogoscompartilhem minhas concluses referentes aos mtodos de perfurao dos construtores da pirmide e seria benfico

    executar esses testes para provar conclusivamente os verdadeiros mtodos usados pelos construtores da pirmidepara cortar pedra.

    Em fevereiro de 1995 Christopher Dunn esteve no Cairo e aproveitou a oportunidade para medir alguns dos artefatosproduzidos pelos construtores das pirmides. Segundo ele, tais medies provaram, sem sombra de dvida, queferramentas e mtodos altamente avanados e sofisticados foram empregados por essa antiga civilizao. Dunnexaminou trs peas usando alguns instrumentos especiais que adquirira. Um deles visava determinar a preciso coma qual os artefatos haviam sido confeccionados. O primeiro objeto que inspecionou foi o sarcfago do interior dapirmide de Kfren, que vemos na foto acima. Ele se surpreendeu ao verificar que a superfcie do interior dacaixa era perfeitamente lisa e plana. Tambm lhe pareceu que os cantos internos arredondados do sarcfagotinham um raio uniforme em toda sua extenso, sem variao da preciso da superfcie no ponto detangenciamento.

    As perguntas que lhe vieram mente foram: Por que o interior de uma enorme caixa de granito foi acabada com aexatido que usamos em placas de revestimento de preciso? Como fizeram isso? E por que fizeram isso? Por queconsideraram essa pea to importante que se deram a to grande trabalho? Seria impossvel fazer esse tipo detrabalho no interior de um objeto manualmente. Mesmo com a maquinaria moderna, seria uma tarefa muito difcil ecomplicada.Seria uma tarefa grandemente problemtica a de polir o interior da caixa com a preciso que se observa no sarcfago,a qual resultou numa superfcie completamente plana no ponto onde as laterais encontram os cantos curvos. Hproblemas fsicos e tcnicos associados com uma tarefa como essa que no so fceis de resolver. Poderiam serusadas brocas para desbastar o interior, mas quando se trata de terminar uma caixa deste tamanho com umaprofundidade interior de 75,15 centmetros enquanto se mantm um raio no canto de menos de 1/2 polegada, halguns desafios significativos para superar.

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    O pesquisador tambm teve oportunidade de examinar os tneis cavados narocha no Serapeum, em Saqqara. L seencontram 21 enormes sarcfagos de granito, como este que vemos acima, que pesam, juntamente com suasrespectivas tampas, cerca de 100 toneladas cada um. A matria-prima foi extrada a cerca de 800 quilmetros dedistncia, nas pedreiras de Assuo. Cada pea tem, aproximadamente, quatro metros de comprimento, dois metros e28 centmetros de largura e 3 metros e 35 centmetros de altura. Esto instalados em criptas escavadas na pedracalcria em intervalos regulares ao longo dos tneis. O piso das criptas fica cerca de um metro e 20 centmetros abaixodo piso do tnel e os sarcfagos esto colocados em recessos centrais. Ao examinar esse conjunto, Christopher Dunnse questionou sobre os problemas de engenharia existentes para instalar tais caixas enormes em espaos confinadose com a ltima cripta localizada prximo ao fim do tnel. Como coloc-las no lugar se ali no havia espao para que

    centenas de escravos puxando cordas pudessem posicionar os sarcfagos?

    Ao examinar o lado externo de um desses sarcfagos, Dunn constatou que era uma superfcie perfeitamente plana,sem qualquer desvio. Examinou ainda o interior de outro sarcfago desses e constatou, novamente, que a superfcieera absolutamente plana. Ele tambm checou uma tampa e a superfcie sobre a qual ela se apoiava e constatou, pelaterceira vez, que ambas eram perfeitamente planas. Isso produzia um fechamento hermtico no caixo, j que duassuperfcies absolutamente planas entravam em contato e o peso de uma delas expulsava o ar existente entre ambas.

    Finalmente, usando um esquadro de altssima preciso, inspecionou o ngulo formado entre essa tampa de 27toneladas e a superfcie interior do sarcfago sobre o qual ela se apoiava. Verificou que o lado inferior datampa e a parede interior da caixa formavam um ngulo reto absolutamente perfeito e que o fato se dava noapenas num lado da caixa, mas em ambos, o que aumenta o nvel de dificuldade para realizar esse feito.

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    Pense nisso como uma realidade geomtrica comentou Chistopher Dunn. Para que a tampa fique no esquadro comas duas paredes internas, estas tm que ser paralelas entre si ao longo do eixo vertical. E ainda mais, a parte superiorda caixa precisa formar um plano que esteja no esquadro com as laterais. Isso torna o acabamento do interiorexponencialmente mais dificil. Os fabricantes desses sarcfagos do Serapeum no apenas criaram superfcies internasque so planas quando medidas vertical e horizontalmente, mas tambm se certificaram de que as superfcies queestavam criando estivessem no esquadro e paralelas umas com as outras, com uma superfcie, o topo, tendo lateraisque esto afastadas entre si entre 1,5 e 3 metros. Mas sem tal paralelismo e sem o perfeito esquadro da supercie dotopo, o perfeito esquadro notado em ambas as laterais no poderia existir.

    Realizando seu trabalho, Chistopher Dunn sentia a atmosfera carregada de poeira do interior daqueles tneis, o quetornava difcil a respirao. Ficou ento imaginando o desconforto e quo insalubre seria dar acabamento a qualquer

    uma daquelas enormes peas de granito, seja l qual fosse o mtodo empregado. Uma melhor alternativa seriaexecutar o trabalho fora daquele ambiente. Eu estava to surpreso com este achado escreveu ele que no meocorreu, a no ser mais tarde, que os construtores destas relquias, por alguma razo esotrica, desejavam que elasfossem extremamente precisas. Eles tinham se dado ao trabalho de trazer para o tnel o produto inacabado eterminaram-no no subterrneo por uma boa razo! Essa a coisa lgica a fazer se voc requer um alto grau depreciso na pea em que est trabalhando. Terminar a pea com tal preciso em um local que mantivesse umaatmosfera diferente e uma temperatura diferente, como ao ar livre debaixo do sol quente, significaria que quando elafosse finalmente instalada dentro do tnel frio, numa temperatura semelhante de uma caverna, aquela preciso seriaperdida. O granito mudaria sua forma por expanso e contrao trmica. A soluo, naquela poca como hoje em dia, claro, preparar superfcies de preciso no local no qual elas devero ser utilizadas.

    Com que propsito os egpcios extraram de suas minas blocos de granito de 90 toneladas, escavaram seu interior e ofizeram com to alto nvel de preciso? Por que acharam necessrio trabalhar a superfcie no topo desta caixa demaneira a torn-la perfeitamente plana de forma que uma tampa, com uma superfcie no seu lado inferior igualmente

    plana, se assentasse perfeitamente no esquadro com relao s paredes interiores do sarcfago? Dunn comenta queningum faz esse tipo de trabalho a menos que haja um elevado propsito para o artefato. At mesmo a idia destetipo de preciso no ocorreria a um arteso, a menos que no houvesse nenhum outro meio para atingir aquilo que sepretendia que o artefato fizesse.

    A nica outra razo pela qual tal preciso poderia ser implantada em um objeto seria a de que as ferramentas usadaspara cri-lo fossem to precisas que fossem incapazes de produzir qualquer coisa menos exata. Em qualquer dos doiscenrios, estamos olhando para uma civilizao de um nvel mais alto do que aquele que normalmente aceito hojeem dia. Para ele as implicaes desse fato so surpreendentes e enfatiza: por isso que acredito que estesartefatos que examinei no Egito so a evidncia incontestvel que prova, sem sombra de dvida, que umacivilizao mais adiantada do que aquela que aprendemos existiu no antigo Egito . A evidncia est gravada napedra. Pode-se argumentar que a falta de maquinaria refuta a existncia de uma sociedade avanada entre os antigosegpcios. Mas Dunn contesta tal argumento dizendo que uma falta de evidncia no evidncia. falacioso negar ouignorar o que existe argumentando com aquilo que no existe. O autor sugere que sejam feitos estudos mais

    aprofundados nesses sarcfagos para que se descubra que finalidade levou os artfices egpcios a buscarem to altograu de preciso, j que a inteno nesse sentido est bastante clara. Talvez as superfcies das caixas at estejamacabadas com preciso tica. Se assim for, por qu? Entretanto, no era o objetivo de Christopher Dunn analisaresse tipo de detalhe.

    Quando retornou aos Estados Unidos, Dunn contatou quatro fabricantes de granito de preciso e noencontrou ningum que pudesse fazer um artefato semelhante. Um deles informou que um pedao de granitodaquele tamanho deve pesar cerca de 90.000 quilos e, se uma pea daquele tamanho estivesse disponvel, seu custoseria enorme. O pedao do granito bruto valeria algo em torno de 115 mil dlares. Este preo no incluiria o corte dobloco no tamanho adequado ou qualquer custo de frete. O prximo problema bvio seria o transporte. Seriamnecessrias muitas licenas especiais a serem emitidas pelos rgos competentes que custariam outros milhares dedlares. E, entretanto, os egpcios moveram esses pedaos de granito por quase 800 quilmetros. O mesmofabricante informou que sua empresa no tinha o equipamento ou a capacidade tcnica para produzir caixassemelhantes. O que poderiam fazer seria produzir as caixas em cinco pedaos, transport-los at o cliente e junt-losno local.

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    O terceiro objeto que Chistopher Dunn examinou, e que vemos na foto acima, foi um pedao de granito encontrado nasproximidades do planalto de Giz e sobre o qual concluiu que os construtores das pirmides tiveram que usar umamquina capaz de executar contornos precisos em trs eixos de movimentao (X-Y-Z) para guiar a ferramenta numespao tridimensional e criar a pea. Ainda que sejam inacreditavelmente precisas, superfcies planas normais, simplesgeometricamente, podem ter sua fabricao explicada atravs de mtodos simples. Entretanto, a pea encontradasuscitou na mente de Dunn no apenas a pergunta: Que ferramenta foi usada para cort-la?, mas tambm outraindagao muito mais complexa: O que guiou a ferramenta de corte?

    Como introduo para a resposta, o autor explica que muitos dos artefatos que a civilizao moderna criou seriamimpossveis de produzir usando-se trabalho puramente manual. Estamos rodeados por artefatos que so o

    resultado da criao de ferramentas que superam nossas limitaes fsicas. Ns desenvolvemos mquinasferramentas para criar os moldes que produzem os contornos estticos dos carros que dirigimos, dos rdiosque escutamos e dos eletrodomsticos que usamos. Para criar os moldes que produzem tais artigos, umaferramenta cortante tem que seguir com preciso um contorno predeterminado em trs dimenses. Emalgumas aplicaes ela ir se mover em trs dimenses usando, simultaneamente, trs ou mais eixos demovimentao. O artefato que ele examinou exigiria um mnimo de trs eixos de movimentao para suaconfeco.

    Quando a indstria de ferramentas eltricas era relativamente jovem, foram empregadas tcnicas onde a forma finalera dada mo, usando modelos como guia. Hoje, com o uso de mquinas controladas por computador, pouco se usao trabalho manual. Um pequeno polimento para remover marcas indesejveis da ferramenta talvez seja o nicotrabalho manual requerido. Ento, para descobrir que um artefato foi produzido em tal mquina, precisamos encontraruma superfcie precisa com sinais das marcas de ferramenta que mostrem o caminho da ferramenta em si. Isto foi oque Chistopher Dunn encontrou em Giz, aproximadamente dez metros a leste da segunda pirmide. Eram dois

    pedaos de granito que tinham sido originalmente um nico pedao, mas que se quebrara. O pesquisador teve suaateno despertada pela preciso do contorno e sua simetria. Os dois objetos encontrados, quando juntos,assemelhavam-se a um pequeno sof. O assento um contorno que se funde com as paredes dos braos e com oencosto. O autor examinou-o e considerou-o extremamente preciso. A concluso a que chegou a de que houveuso de maquinaria motorizada de alta velocidade e que tcnicas modernas de mecnica no convencionalforam empregadas na fabricao dos artefatos de granito achados em Giz e em outros locais no Egito. Dunnadvoga que se faa um estudo srio e oficial por pessoas qualificadas, de mente aberta, que poderiamabordar o assunto sem noes preconcebidas.

    Em termos de um entendimento mais amplo do nvel de tecnologia empregado pelos antigos construtores daspirmides ele comenta, as implicaes dessas descobertas so tremendas. Ns no s estamos diante de fortesevidncias que parecem nos ter escapado durante dcadas, e que oferecem indcios adicionais que provam que osantigos egpcios estavam bem avanados, mas tambm temos oportunidade de reanalisar tudo de uma perspectivadiferente. Entender como algo feito abre uma dimenso diferente na tentativa de determinar porque foi feito. A

    preciso nestes artefatos irrefutvel. At mesmo se ns ignorarmos a pergunta de como eles foram produzidos,estaremos ainda face questo do porque tal preciso foi necessria.

    Ainda que possamos admitir que mquinas avanadas realmente tenham sido empregadas, fica a pergunta: ondeesto as mquinas? Quanto a tal assunto o pesquisador ingls pondera que mquinas so ferramentas e que nenhumaferramenta foi encontrada para explicar qualquer teoria sobre como as mais de 80 pirmides foram construdas oucaixas de granito foram cortadas. At mesmo se ns aceitssemos a noo de que ferramentas de cobre so capazesde produzir esses artefatos incrveis, os poucos instrumentos de cobre que foram descobertos no representam onmero de tais ferramentas que teriam que ter sido usadas se cada canteiro que trabalhou nas pirmides, apenas emGiz, possusse uma ou duas delas.

    Depois de garantir existirem poucas dvidas de que subestimamos seriamente as capacitaes dos antigosconstrutores das pirmides, Christopher Dunn escreve: A interpretao e o entendimento de um nvel de tecnologia deuma civilizao no deveriam depender da preservao de um registro escrito de toda a tcnica que eles tenham

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    desenvolvido. Os fatos bsicos de nossa sociedade nem sempre merecem elogios e uma pedra testamento mural,muito provavelmente, seria erigida para transmitir uma mensagem ideolgica, ao invs da tcnica empregada paraentalh-la. Registros da tecnologia desenvolvidos pela nossa moderna civilizao permanecem em mdia vulnervel epoderiam deixar de existir no caso de uma catstrofe mundial, tais como uma guerra nuclear ou uma nova idade dogelo. Por conseguinte, depois de vrios milhares de anos, uma interpretao dos mtodos usados por um artesopoderia ser mais precisa do que uma interpretao do seu idioma. O idioma da cincia e da tecnologia no tem amesma liberdade da fala. Assim, embora as ferramentas e mquinas no tenham sobrevivido milhares de anosaps seu uso, ns temos que assumir, por anlise objetiva da evidncia, que elas existiram.

    A teoria de Christopher Dunn de que os antigos egpcios perfuravam granito usando maquinaria ultra-snica baseia-seno livro do famoso egiptlogo britnico William Flinders Petrie, intitulado "Pyramids and Temples of Gizeh". Nessa obra,Petrie descreve um artefato, que vemos na foto acima, com marcas de um processo de perfurao que deixa um sulcohelicoidal no granito, indicando que a ferramenta penetrou naquele material a uma taxa de um centsimo de polegadaa cada revoluo da broca, uma porcentagem excessivamente alta para os mtodos convencionais. Entretanto, apsum exame fsico desse artefato, dois pesquisadores, um engenheiro acstico e um especialista em pedras de cantaria,concluram que os sulcos no eram espirais, mas crculos individuais e informaram que isso comum em qualquermiolo produzido em qualquer pedreira inglesa, sem uso de mquinas de ultra-som. Ao ler a respeito, Christopher Dunn,considerando que o sulco helicoidal era a principal caracterstica da pea que o levou a sugerir o emprego de ultra-som, fez em seu site na Internet uma declarao de que suspendia todas as afirmaes que fizera sobre o uso demaquinaria ultra-snica pelos antigos egpcios nos processos de perfurao do granito.

    Para tirar suas dvidas e confirmar ou no sua teoria, Dunn viajou at a Inglaterra e visitou o Museu Petrie, no qual seencontra guardado o artefato que deu origem polmica, conhecido como miolo N. 7. Ao pegar a pea que nunca viranas mos, o pesquisador sentiu-se desapontado com sua insignificncia. Mais desapontado ainda ficou por achar queo grande egiptlogo Petrie havia cometido um engano ao avali-la. Os sulcos pareciam realmente ser circulares e nohelicoidais. Ainda que decepcionado, j que estava l, resolveu fazer as medies que programara.

    Para verificar se os sulcos formavam uma helicide ou no, Dunn usou um mtodo primitivo, porm eficaz: encaixou nosulco uma linha de algodo branca e acompanhou sua trajetria com a linha. O sulco variava em profundidade medida em que circulava a pea e em alguns pontos era apenas um fraco arranho imperceptvel a olho nu. O quePetrie escreveu sobre esse miolo no estava totalmente correto. Ele se refere a um nico sulco helicoidal, mas narealidade existem dois sulcos helicoidais paralelos. Dunn repetiu o teste em aproximadamente sete locais diferentes dapea, obtendo sempre os mesmos resultados. Os sulcos esto cortados no sentido dos ponteiros do relgio, partindoda extremidade mais fina do miolo para sua extremidade mais grossa, o que significa do topo para a base. Eleschegam visivelmente at o ponto em que a pea foi quebrada para ser retirada do orifcio onde foi gerada. Os sulcostm a mesma profundidade tanto no topo quanto na base do miolo e o passo circunferencial tambm uniforme nosdois extremos.

    A constatao mais importante para provar a tese de Christopher Dunn foi a de que no h estriamentoshorizontais ou anis, mas sim sulcos helicoidais que descem em espiral pelo miolo como um filete de roscacom duplo ponto de partida.

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    Os estudos de Christopher Dunn levaram-no a se convencer de que ainda temos muito a aprender com nossosantepassados distantes e que para tanto basta que possamos abrir nossas mentes e aceitar que outra civilizao deuma poca longnqua possa ter desenvolvido tcnicas industriais que so to grandes ou talvez at maiores que asnossas. (...)

    Com uma to convincente coleo de artefatos que provam a existncia de maquinaria de preciso no Egito antigo, aidia que a Grande Pirmide foi construda por uma civilizao avanada que habitou a Terra a milhares de anos atrsfica mais admissvel. Eu no estou propondo que esta civilizao estivesse tecnologicamente mais avanada que anossa em todos os nveis, mas me parece que no que se refere ao trabalho de alvenaria e construo eles excediamas capacitaes e especificaes atuais. Depois de informar que muitos profissionais ao redor do mundo pesquisam

    para achar respostas aos vrios mistrios no solucionados que indicam que nosso planeta Terra abrigou outrassociedades avanadas no passado distante, o autor conclui que seria ilgico, dogmaticamente, aderir a qualquer visoterica relativa s civilizaes antigas.

    http://www.geocities.com/tioisma2002/maquinaria.htm http://www.geocities.com/tioisma2002/maquinaria2.htm http://www.geocities.com/tioisma2002/maquinaria3.htm

    3 - MagnetismoMuito se tem discutido sobre as tcnicas que eventualmente poderiam ter sido usadas pelos antigos egpcios paracortar os enormes blocos que formam as grandes pirmides de Giz. Menor ateno tem sido destinada aos mtodosque podem ter sido usados para transportar e levantar blocos ciclpicos de pedra. A soluo proposta pela visoclssica a de que os blocos foram movidos e colocados em seus lugares apenas com o uso da fora braal.

    Entretando, especialistas em movimentao de grandes pesos com emprego de modernos guindastes levantamdvidas a respeito. Christopher Dunn, um engenheiro mecnico ingls que trabalha nos Estados Unidos e que desde1977 vem se questionando sobre a maneira pela qual as pirmides foram construdas, escreveu um artigo para umarevista americana no qual debate a questo.

    Minha empresa instalou recentemente uma prensa hidrulica pesando 65 toneladas ele escreveu. Para ergu-la edepois baix-la pelo telhado, foi necessrio um guindaste especial. O guindaste foi trazido para o local desmontado efoi transportado de uma distncia de 128 quilmetros, consumindo cinco dias de viagem. Depois de 15descarregamentos terem sido feitos, o guindaste foi finalmente montado e ficou pronto para uso. Um dos manobristasque executou a tarefa informou que o maior peso que ele havia erguido tinha sido uma pea de 110 toneladas de umausina nuclear. Quando eu falei a ele sobre os pesos de 70 e 200 toneladas dos blocos de pedra usados no interior daGrande Pirmide e do Templo do Vale, ele expressou assombro e descrena quanto aos mtodos primitivos que sopropostos pelos egiptlogos.

    A seguir Christopher Dunn faz referncia ao nico homem no mundo que, baseado em experincia prpria, afirmoucom todas as letras conhecer o segredo de como foram construdas as pirmides do Egito, mas que morreu semrevel-lo. Esse homem foi um imigrante da Letnia, um eremita excntrico chamado Edward Leedskalnin, queconstruiu sozinho, no interior dos Estados Unidos, um Castelo de Coral com pedras que chegam a pesar at 30

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    toneladas, como o caso da que aparece apoiada no cho na foto acima formando um muro. Ele descobriu umamaneira de erguer e manobrar blocos de coral dessa envergadura usando apenas meios manuais. Seria possvel paraum homem de um metro e meio de altura e 50 quilos de peso realizar tal feito sem conhecer tcnicas estranhas aonosso entendimento contemporneo de fsica e mecnica? As realizaes desse homem surpreenderam muitosengenheiros e tecnlogos que procuraram compar-las com aquelas conseguidas por trabalhadores que manuseiampesos semelhantes na indstria atual.De acordo com o raciocnio do engenheiro ingls, se ns assumirmos que Leedskalnin e os antigos construtores daspirmides usaram tcnicas semelhantes, teremos um enfoque diferente no que diz respeito a quantidade de homensnecessrios para construir a Grande Pirmide. As estimativas do nmero de trabalhadores que ergueram aquela obraoscilam entre 20.000 e 100.000. Mesmo levando-se em conta que a preciso com a qual Leedskalnin trabalhou no foi

    a mesma usada no Egito, com base naquilo que ele conseguiu, extraindo e erguendo um total de 1.100 toneladas depedra num espao de tempo de 28 anos, as 5.273.834 toneladas de pedra usadas na Grande Pirmide poderiam tersido postas no lugar por apenas 4.794 trabalhadores.Eu visitei o Castelo de Coral pela primeira vez em 1992 afirma Christopher Dunn. Logo ficou claro para mim que aafirmao de Ed era exata. Ele realmente conhecia os segredos dos antigos egpcios. (...) Leedskalnin discordava damaneira pela qual a cincia moderna est entendendo a natureza. Ele afirmava enfaticamente que eles esto errados.Seu conceito de natureza simples. Toda matria constituda por ms individuais e o movimento destes msdentro dos materiais e atravs do espao que produz os fenmenos mensurveis, isto , magnetismo e eletricidade.Dunn acredita que Leedskalnin a partir dessa premissa, quer ela seja correta ou no, pode ter descoberto meios deelevar e manobrar grandes pesos manualmente, o que seria impossvel usando mtodos convencionais. Especula-seque ele teria usado eletromagnetismo para eliminar ou reduzir a fora gravitacional da Terra. Nem todos concordamcom esse ponto de vista.Prosseguindo seu artigo, Dunn faz uma especulao que tenta levar a premissa bsica de Leedskalnin relativa natureza da eletricidade e do magnetismo a uma concluso que tenha algum contato com a lgica. Ele pondera quetalvez aquilo que aprendemos sobre o assunto no se aplique necessariamente busca e descoberta de umasoluo verdadeira. A pergunta a ser respondida nesse caso a seguinte: O que anti-gravidade?E a resposta : meios pelos quais os objetos podem ser erguidos, superando a fora gravitacional da Terra. Nsaplicamos tcnicas anti-gravitacionais em nossa vida cotidiana. Quando samos da cama pela manh, nsempregamos a anti-gravidade. Um avio e um elevador, por exemplo, so tecnologias inventadas para superar osefeitos da gravidade. Estamos trabalhando sob a suposio de que para criar um dispositivo anti-gravitacional agravidade j seja um fenmeno totalmente conhecido e compreendido e que a tecnologia tem condies de anul-la.Mas, no bem assim. A verdade que ainda nos escampam a natureza da gravidade e a maneira de produzir ondasque possam interferir sobre ela.E se na realidade no existe essa coisa chamada gravidade? E se as foras naturais que ns j conhecemos foremsuficientes para explicar os fenmenos visveis que ns etiquetamos como gravidade? E se, como reivindicaLeedskalnin, tudo se reduz a ms individuais, as propriedades conhecidas de um m no seriam suficientes? Nssabemos que polos semelhantes se repelem e que polos opostos se atraem. Ns tambm sabemos que podemossuspender um m sobre outro, contanto que no permitamos que os polos opostos se atraiam. ms procuram seatrair e, entregues a si mesmos, alinharo seus polos opostos uns aos outros. Se um m grande for suspenso porcima de um m menor, dependendo da proporo entre eles, a distncia entre os ms ser diminuda at o ponto emque o m menor no seja capaz de exercer fora suficiente para se elevar. A terra, sendo o m maior, emite fluxos deenergia magntica que segue linhas de fora que h sculos sabemos que existem. Se ns assumirmos, como fezLeedskalnin, que todos os objetos so ms individuais, ns tambm podemos assumir que uma atrao existe entreestes objetos devido natureza inerente de um m que busca alinhar um polo oposto a outro. Talvez os meios queLeedskalnin tenha encontrado para trabalhar com a fora gravitacional da Terra no tenha sido nada mais complicadodo que inventar meios pelos quais o alinhamento dos elementos magnticos dentro de seus blocos de coral pudesseser ajustado para resistir aos fluxos do magnetismo terrestre. bem sabido que Leedskalnin trabalhava sozinho e, portanto, seus mtodos tinham que ser necessariamente simples.Christopher Dunn prossegue esclarecendo que um mtodo conhecido para criar magnetismo em uma barra de ferroconsiste em alinh-la com o campo magntico da Terra e golpe-la com um martelo. Isso faz vibrar os elementos nabarra e lhes permite serem influenciados pelo campo magntico dentro do qual se encontram. O resultado quequando a vibrao cessa, um nmero significativo dos tomos se alinharam dentro deste campo magntico. Numaoficina dentro do castelo, existe um mecanismo que dispe de uma espcie de volante e o qual se afirma serviria paragerar eletricidade, mas duvidoso que fosse possvel conseguir tal objetivo apenas girando a roda com as mos. Oconjunto todo formado por um velho carter de um veculo de quatro cilindros e barras magnticas que foramintercaladas entre duas placas. Na parte superior h uma engrenagem circular. Para dar peso e solidificar todo oconjunto, Leedskalnin envolveu as barras magnticas com cimento.