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    Como Enxergar Bem sem culos M. Matheus de Souza, DC. DM.

    COMO ENXERGAR BEM SEM CULOS

    Sistema Bates aplicado ao dia a dia

    M. Matheus de Souza, DC. DM.

    Editora IBRAQUI

    So Paulo - SP

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    Como Enxergar Bem sem culos M. Matheus de Souza, DC. DM.

    Ttulo: COMO ENXERGAR BEM SEMCULOS

    Autor: M. Matheus de Souza, DC. DM.

    Revisogramatical: Sonia Maike

    Composio: Rival Computao GrficaIlustraes: Daniel LopesCapa: Primo Alex Gerbelli2 edio 1999 Copyright - O do autor

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)Cmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

    Souza, M. Matheus de

    Como enxergar bem sem culos : Sistema Bates aplicado ao

    dia a dia 1 M. Matheus de Souza.- So Paulo: EditoraIBRAQUI, 1998

    Bibliografia.

    1. Oftalmologia - Obras de divulgao 2. Olhos - defeitos 3.

    Olhos - Doenas 4. Sistema Bates 5. Viso - Distrbios 1.

    Ttulo. II Ttulo: Sistema Bates aplicado no dia a dia.

    ISBN 85-85750-04-998-1209 NLM-WM CDD-617.7

    ndices para catlogo sistemtico1. Oftalmologia: Cincias mdicas 617.72. Olhos: Defeitos : Tratamentos : Cincias Mdicas 617.73. Olhos: Doenas : Tratamento: Cincias mdicas 617.74. Viso: Distrbios : Tratamento: Cincias mdicas 617.7

    proibida a reproduo total ou parcial desta obra, em qualquer mdia, sem

    a prvia autorizao do autor.Editora IBRAQUIRua das Camlias, 304 - Jardim MirandpolisCEP 04048-060-So Paulo - SP - BrasilTel/Fax: (OXX11) 5071.7898E-mail: [email protected]

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    Sumrio

    Captulo 1Histria e fundamentos 5Experincia pessoal 16

    Para quem este sistema?19Uma breve reviso 23Descobrindo o seu problema 32A dor de cabea e os olhos36Um recurso natural 38Os maus hbitos 39A base do sistema 43O grande vilo (o cansao visual) 44Os trs segredos da boa viso 47Piscar 47Viso focada 50

    Mobilidade 52A luz 55

    Capitulo 2Exerccios 57Aprendendo a ler 59Exerccio n 01Relaxamento simples na cama: 63Exerccio No 02Focalizao: 64Exerccio No 03Leitura de cima para baixo65Exerccio No 04Para tirar os culos 66Exerccio No 05Olhar solar 67Exerccio No 06Empalmao 69Exerccio No 07Grande volteio 71Exerccio No 08

    Leitura do Quadro-teste de Snellen 73Exerccio No 09Balanceio 74Exerccio No 10A leitura de tipos midos 75Procedimentos teis 76

    Capitulo 3Tratamentos 79Regras gerais 80Cansao simples da vista 85

    Tratamento para cansao simples da vista 88Vista cansada ao dirigir veculo 89Hipermetropia 92

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    Tratamento para hiperopia95Presbiopia 97Tratamento para presbiopia 101Miopia106Miopia incipiente 109

    Miopia mdia109Miopia adiantada 110Tratamento para miopia 111Astigmatismo 114Tratamento do astigmatismo 118Estrabismo 123Tratamento de estrabismo 127Catarata 131Tratamento da catarata 134Glaucoma 136Tratamento do glaucoma 138

    Olhos inflamados 139

    Apndice 141Cansao simples da vista 144Casos clnicos 144Dores de cabea 146Hipermetropia 150Casos clnicos 151Presbiopia 153Caso clnico 153Miopia155Casos clnicos 155Astigmatismo 157Casos clnicos 157Estrabismo 158Caso clnico 159Olhos inflamados 160Casos clnicos 160Catarata 161

    Bibliografia: 162

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    Introduo

    As idias simples costumam passar despercebidas e, quando asencontramos, temos uma certa dificuldade em aceit-las, tal a sua

    singeleza.

    Assim foi quando, na juventude, pela primeira vez travei contato com aQuiropatia, que viria a adotar como profisso. Seus conceitos eram tosimples e claros que julgvamos no serem verdadeiros. Os anos defaculdade e a posterior prtica diria se encarregariam de atestar aeficincia do bom senso aplicado sade e sua manuteno. Assimtambm foi com relao capacidade de recuperao dos olhos, quandoaos vinte e poucos anos uma miopia j teimava em se instalar em quemtinha na leitura um de seus maiores prazeres. Recebi na ocasio a terrvelsentena e a respectiva receita para o uso compulsrio de culos.Incmodos e nada estticos, eles tampouco eram prticos para quem

    gostava de praticar natao, atletismo, basquete, futebol e tantas outrasatividades no to esportivas, como namorar e danar. Impertinentes, osculos transformaram-se num apndice como fonte de muitas frustraesda minha longa juventude. Felizmente, ainda estudante, um colegapresenteou-me com um livro que descrevia o Sistema Bates.

    A princpio, a simplicidade do mtodo deixou-me em dvida. Comoocorre em vrias circunstncias na nossa profisso, o mrito do efeito eracredenciado auto-sugesto ou a uma coincidncia (ficaria bem dequalquer maneira). Resolvi, no entanto, testar. Uma leitura atenta dasconceituaes, mais o resultado rpido obtido pela prtica dos exercciosrecomendados (joguei fora meus indesejveis culos em apenas duassemanas), passei a ser um divulgador do sistema entre meus pacientes,principalmente quando observei que a melhoria da viso era um fatorimportante na recuperao em indivduos que sofriam de algumassndromes cervicais.

    Durante os ltimos 34 anos, tenho emprestado a pacientes e amigos,esses conceitos e exerccios, uma vez que raro encontrar uma obra emportugus. As que haviam esto esgotadas ou seus direitos autorais foramadquiridos para recolher os estoques existentes e no mais serem editadas.Tudo, possivelmente, por obra e graa de algum que na poca sentiu-seameaado nos seus interesses comerciais.

    Recentemente, fiquei extremamente surpreso em uma de minhasaulas no curso de Quiropatia (1997). Ao perguntar quantos deles faziam usodo sistema Bates para orientar seus pacientes, manifestou-se um silnciototal. Timidamente, um deles perguntou sobre o que eu estava falando.

    Uma platia de aproximadamente 60 profissionais (todos da rea dasade) e nenhuma informao a respeito. Percebi, ento, que o objetivodaqueles que na dcada de 60, haviam recolhido os livros existentes sobreo assunto, havia sido atingido. Confiavam ento que a memria dapopulao curta e que quando um determinado assunto deixa de sercomentado e divulgado, lentamente cai no esquecimento.

    Este fato levou-me, por sugesto de amigos, a preparar a presente

    obra dedicada ao grande pblico e direcionada principalmente aos colegasterapeutas. Tero assim, mais uma ferramenta no seu arsenal de recursospara auxiliar, de maneira natural, as pessoas que os procuram buscando

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    ajuda.O mtodo Bates consiste simplesmente em ensinar as pessoas a

    utilizarem seus olhos de uma forma relaxada e cmoda. O objetivo principal o de restabelecer os hbitos normais da viso quando estes foremperdidos devido a um esforo excessivo ou a um estado de tenso.

    Nosso grande inspirador, indubitavelmente, sempre foi o Dr. WilliamHoratio Bates, porem o roteiro bsico de nossa prtica foi extrado dosescritos do Dr. Harold M. Peppard.

    A esses dois gigantes, rendemos no s a nossa homenagem, mastambm a nossa eterna gratido.

    M. Matheus de Souza, DC. DM.So Paulo - 1998

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    Captulo 1

    HISTRIA E FUNDAMENTOS

    No passado, havia apenas duas respostas clssicas para os defeitos

    comuns da refrao (esses distrbios pticos que dificultam a viso clara eprecisa): culos ou cirurgia, ou ambos. Infelizmente, em algumas reas, issoocorre at nos dias de hoje. Quando os olhos sofrem algum contratempo,faz-se uma visita ao oftalmologista que via de regra prescreve um par deculos. Nada mais a fazer. Existe uma tendncia geral em considerar uniaespcie de herana certos males como: miopia, hipermetropia,astigmatismo, estrabismo, catarata, glaucoma e, na idade madura, culospara ler. No entanto, a causa desses distrbios visuais, o motivo real, no seprocura saber. Os culos auxiliam temporariamente os olhos a veremmelhor e, eventualmente, alguma cirurgia pode ser feita para buscar umalvio mais prolongado, mas os "especialistas" no procuram ou no

    conhecem nada que cure os olhos. Nem tentam cur-los. Tentam, verdade, ajud-los, aplainar-lhes o caminho, mas no acreditam ou nosabem, que podem cur-los. Tal atitude em relao aos problemas maiscomuns de refrao ainda se assemelha prtica comum de um sculoatrs.

    No comeo do sculo vinte, no entanto, o Dr. William Horatio Bates, deNova York, um dos grandes especialistas do seu tempo, aprofundou-senessa regio inexplorada e descobriu algumas coisas interessantes. Aocontrrio do pensamento dominante, descobriu que a viso, a exemplo dequalquer outra funo do organismo, tem a capacidade de se recuperar, deforma espontnea, na medida em que lhe so dadas certas condies ideaisde repouso e havendo um pleno abastecimento neurolgico (teorianascente nas escolas de Quiropatia e Osteopatia, ambas embasadas numvitalismo moderno e cientfico gerado pela Escola Fisiomdica em 1900 -Robert Boyd, D.O. Uma introduo Terapia Bio-CraniaI, Editora Ibraqui).

    No final de um dia extenuante no seu consultrio, Dr. Bates estavadescansando aps uma srie de consultas difceis. Tirou os culos e apoiouo rosto fatigado nas suas mos em concha, cobrindo os olhos. Depois dedescansar nessa posio aproximadamente dez minutos, sentindo-sereanimado pelo silncio e escurido, retirou as mos dos olhos e percebeuimediata-mente que, apesar de sem culos, as cores e os objetos da sala

    lhe pareciam mais brilhantes e ntidos, assim como a sensao de peso edesconforto nos olhos havia desaparecido. Foi a partir daquele instante, queobservou que a qualidade da percepo visual poderia estar ligada a umfator de cansao e tenso muscular. Foi assim que ele concebeu a idiafundamental do seu mtodo para a recuperao da viso.

    Baseado nos escritos de D. D. Palmer (criador da Quiropatia), queteorizava sobre a manifestao trina que dominava a sade plena(Inteligncia Universal -Inteligncia Inata e Inteligncia Adquirida), passou aconsiderar antes de tudo, que a viso uma arte enquanto capacidadesimultaneamente inata e adquirida.

    Tal como ocorre com os demais sentidos - a audio, o tato, o paladar

    e o olfato - o crebro interpreta as informaes que lhe chegam do exterior.O que condiciona ou determina a verdade ou a falsidade da referidainterpretao, no entanto, a qualidade e a intensidade da ateno que

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    Quando o olho foca um objeto distante, o puxo ou a tenso nos quatromsculos retos aumenta e o globo ocular achatado, isto , fica mais curtoda frente para trs e torna-se mais largo de um lado ao outro.

    Em compensao, se voc quiser ler ou olhar de perto, os msculosoblquos obedecem a esse desejo aumentando sua tenso, afinando o globoocular que se torna mais comprido e menos largo.

    Enquanto os msculos se mantiverem ativos e eficientes, a funo serexecutada perfeitamente e sem esforo. Se, por qualquer razo (como, porexemplo, o cansao da vista provocado por maus hbitos, exausto crnica,debilidade geral, abatimento prolongado e tudo quanto possa agravar atenso nervosa) os msculos retos tornarem-se habitualmente retesos,produzir-se- a condio conhecida como hipermetropia ou hiperopia. Poroutro lado, se os msculos oblquos se retesarem, produzir-se- ento amiopia ou vista curta. Se a tenso muscular ficar desigual, de forma a queum grupo de msculos aja com mais fora do que o oposto, os globosoculares sofrero presses desequilibradas e da surgir o astigmatismo.

    Em outras palavras, quando a tenso muscular igual, o foco fica

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    exatamente sobre a retina e a pessoa enxerga com perfeio.Se, por causa da tenso, o foco for tirado de sua posio natural e

    recair, quer frente, quer atrs da retina, a imagem ficar borrada e a visoficar imperfeita.

    Com a evoluo da teoria nascida dessas descobertas, o Dr. Bates

    tomou os casos que no se amoldavam teoria de Helmholtz,constantemente encontrados em sua imensa prtica. Diagnosticou-ossatisfatoriamente e tratou-os de acordo com sua prpria teoria. Osresultados foram, impressionantes.

    O experimento conduzido durante vrios anos, provou claramente paraele mesmo e para o grupo de oftalmologistas que se congregaram em tornodele, que os msculos extrnsecos do olho so os meios de acomodao eque, sendo assim, os culos no so auxiliares da viso, mas sim,prejudiciais, uma vez que, no removem a causa e podem agravar odistrbio, pois permitem que a vista se adapte de modo artificial suadeficincia.

    Os culos fazem o que. na realidade os msculos deveriam fazer, ouseja, ajustar o ponto focal. Ora, se dessa maneira os msculos noexecutam a sua funo, a exemplo de qualquer outro msculo doorganismo, eles tendero a ficar atrofiados e rgidos. A sim, o problemapassar a ser progressivo. A cada perodo de tempo, realiza-se um novoajuste (novos culos), at atingir um estado crnico de degeneraomuscular com prejuzos reais viso.

    Isso significa que enquanto os culos parecem aliviar temporariamentea viso afetada, no se mexe na causa da perturbao. Assim, o rgocorrespondente, o olho, sujeita-se ao papel de um invlido de muletas.

    No entanto, com a prtica de uns poucos exerccios reconstrutorespara reeducao dos msculos oculares, os olhos podem readquirir o seufuncionamento normal e correto e se tornaro perfeitamente fortes e sadiosde novo.

    Os resultados dessas experincias foram escritos e publicados emjornais mdicos, poucos anos antes da grande guerra. Foram tambmapresentados a colegas do Dr. Bates e suas sociedades, mas em vez deestimular o interesse e a pesquisa, sua teoria foi ignorada e ridicularizada.

    Os oftalmologistas no queriam trocar a velha e estabelecida hiptesepor esta nova premissa to radical. Talvez alguns, at mesmo duvidassemque fosse possvel fazer um esforo para reeducar os olhos. Os culos

    trazem pronto alvio em muitos casos e isso era bastante bom. Osoftalmologistas no estavam interessados e como um bom nmero delestinha envolvimento com a fabricao de lentes, tirar os culos das pessoasera, naturalmente, a ltima coisa que queriam fazer.

    A falta de reconhecimento do seu trabalho no desencorajou o Dr.Bates, mas impeliu-o a assegurar-se de fatos adicionais relativos aofuncionamento normal dos olhos. Estabeleceu uma clnica e comeou a pros seus princpios prova. Foi mais do que recompensado em seusesforos. Desde o incio obteve resultados quase incrveis.

    Deviam mesmo ser espantosos, positivos e irrefutveis, para podervencer os preconceitos e a critica que lhes opunham os adeptos da teoria

    de Helmholtz e os oculistas.Provou irrefutavelmente que os defeitos comuns da refrao esses

    distrbios pticos que em geral requerem o uso de culos podiam ser

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    corrigidos e curados com a mudana de tenso nos msculos extrnsecos doolho. Tratou todas as modalidades de defeitos de refrao sem o uso deculos e, em centenas de casos, eliminou culos que vinham sendo usadosdurante anos e restabeleceu a viso normal.

    Havendo j provado satisfatoriamente a sua teoria, quis descobrir o

    que causava o mau funcionamento da vista e seus conseqentes distrbios.Entre continuas pesquisas chegou concluso que "forar" a vista noera, como usualmente se supunha, o resultado de uma vista defeituosa,mas sim que a causa responsvel por todos esses defeitos de refrao era oesforo. Provou vezes sem conta que o fixar (esse esforo para ver emlugar de deixar que os olhos vejam naturalmente), somado debilidadegeral, ao temperamento nervoso e, principalmente, ao uso inadequado davista por falta de conhecimento sobre como os olhos realmente enxergam,eram os responsveis. Dessa forma, pem os msculos pticos fora do seufuncionamento normal. O resultado a viso deficiente.

    Cada vez mais ele provava isso sociedade. Seu prximo passo foi

    descobrir como fazer uma vista retroceder aos hbitos originais e normais;resumir e aclarar uma maneira ou frmula de conduta que permitisse aosolhos voltarem uma normalidade saudvel e, assim, viso perfeita.

    Foi desenvolvida uma srie de recomendaes e exerccios parareeducao dos msculos pticos, visando reconduzi-los aos estadosnormais de repouso e movimento. Assim, pela educao, os maus hbitosseriam substitudos pelos bons.

    Como seu trabalho comeasse a atrair a ateno pelos resultadosobtidos, um grupo de estudantes reuniu-se em torno dele e aprendeu osprincpios da viso normal sem o uso de culos. Esses alunos, apesar daspresses recebidas principalmente dos profissionais ligados fabricao deculos, foram os grandes divulgadores do mtodo, editando livros erealizando em suas clnicas particulares, curas extraordinrias e produzindoum grande nmero de pacientes satisfeitos.

    Esse tratamento dos olhos sem o uso de culos tem sido aplicado amilhares de pessoas e cada tipo de defeito de refrao tem sido tratadocom real sucesso. Embora ainda ignorado pela maioria dos profissionaisespecialistas, uma vez que a resistncia inicial ao mtodo fez com que elefosse rotulado como tcnica alternativa, em vrias partes do mundo(Estados Unidos, Canad, Inglaterra, frica do Sul, Frana, Espanha,Alemanha, Portugal e Brasil) existem profissionais praticando e divulgando

    esse mtodo.Os princpios, sendo bsicos, aplicam-se a todos os olhos e a todos osdefeitos de refrao em todas as idades. Numa criana que sofre da vista, odefeito leve e, via de regra, um tratamento rpido ser suficiente pararestituir aos olhos a viso normal.

    No menos rpido ser o tratamento para pessoas de idade madura,ou mesmo j avanada, se o distrbio for combatido to logo aparea. Odecurso de tempo desde o aparecimento do efeito e seus conseqentesmaus hbitos, importam muito mais do que a idade do indivduo em quemocorrem.

    bom repetir que o tratamento usado em todos os distrbios visuaispara os quais prescrito o uso de culos e no nossa inteno aplic-lona perda da visocausada por degenerescncia.

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    Experincia pessoalEm 1961, ainda jovem, j ostentava um par de culos fortes para

    miopia quando tomei conhecimento do mtodo do Dr. Bates. Em poucassemanas joguei fora meus culos. Desde que me graduei em Quiropatia, no

    ano de 1964, e iniciei meu trabalho clnico, venho recomendando aos meuspacientes a aplicao dos exerccios corretivos e estimulando acompreenso da verdadeira causa dos problemas de viso. Tenhoconstatado que a pessoa que aprende a usar convenientemente os olhos,nunca mais precisar de culos e ver com clareza toda a sua vida. Graasao notvel poder de resistncia dos olhos, podemos t-los jovens at osoitenta anos.

    Acompanhei, nesses anos, um grande nmero de indivduos de todasas idades desfazerem-se de seus culos e readquirirem a viso normal.Milhares de criaturas o fazem, com a orientao de profissionais queempregam esse novo sistema e outras pela leitura de prospectos e livros

    produzidos por seguidores dessa escola. Apesar disso, o mundo ainda estcheio de culos.

    importante observar que a ignorncia do assunto existe em funode grandes interesses financeiros. O acontecido no Brasil na dcada de 60,talvez d uma idia das foras ocultas que tentam dificultar o acesso aesse tipo de informao.

    Tomei conhecimento do mtodo atravs de um colega que presenteou-me com um exemplar do livro Veja Melhor sem culos do Dr Harold M.Peppard.

    Quando iniciei minha prtica clnica, adquiria de 10 a 20 exemplarespor vez para presentear a cada paciente que se apresentava com culos erecomendava no s a sua leitura para entendimento, como disciplina naaplicao dos exerccios. Desnecessrio dizer que no era eu o nico a teresse procedimento e por conseqncia, o livro estava sendo muito bemvendido e um nmero cada vez maior de indivduos abandonava o USO deculos.

    Fomos surpreendidos em 1967 com o desaparecimento sbito desselivro das livrarias.

    Aps um certo tempo, questionamos a editora e fomos informados queum grupo de pessoas, que possivelmente representava uma determinadaassociao de classe, havia comprado os direitos autorais e retirado do

    mercado os exemplares existentes. A desculpa era que seria reescrito, poispossua uma srie de erros que deveriam ser corrigidos. Nunca mais foieditado.

    Restou-nos apenas o expediente de rascunhar os princpios eexerccios do sistema e mimeograf-los para fornecer aos interessados, oque, sem dvida, pela apresentao pobre, baixava o ndice decredibilidade no assunto. Some-se a isso o fato da maioria dos especialistasda rea informarem no conhecer o assunto ou mesmo no recomendarem,pois deveria ser mais um desvario da ento muito criticada reaalternativa, fruto do movimento contra cultural que tinha nos hyppiessua expresso social.

    Nestes 34 anos de profisso, em meu consultrio tenho visto olhosestrbicos retificados, astigmatismo, hiperopia e miopia curados e centenasde culos jogados fora definitivamente. Diga-se de passagem que minha

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    nica ao tem sido fornecer uma cpia deste rascunho e estimular aspessoas com problemas a terem disciplina na aplicao dos exerccios e namudana de seus hbitos viciosos.

    Apenas com esse procedimento, adquiri absoluta convico e umgrande entusiasmo neste mtodo que nos faz primeiro entender a causa do

    problema e depois nos d o caminho da recuperao de uma maneiraextremamente simples.A melhor maneira de vencer um obstculo destruir a ignorncia que

    o cerca. A informao bem dada, indicar o caminho para se readquirir econservar viso boa e normal, sem a ajuda de culos.

    Para quem este sistema?Quando adoecemos e temos o corpo fragilizado, via de regra, vamos

    para a cama. Instintivamente sabemos que o repouso d ao organismo otempo necessrio para que as defesas orgnicas sejam ativadas e arecuperao fsica seja alcanada. Todo o corpo descansa, menos os olhos.

    Esta a ocasio em que colocaremos nossa leitura em dia, assistiremos TV,ou iremos ao computador domstico para atualizar as informaesatrasadas, comunicarmos com a empresa para a qual trabalhamos ou,ainda, navegar na Internet. As crianas em idade escolar colocaro seusdeveres em dia. O universitrio atualizar informaes sobre uma matriapendente. A vov aproveitar para fazer tric ou croch para os netos. Amaioria das pessoas ir desrespeitar e agredir seus olhos. Assim todo ocorpo ter chance de se recuperar, menos os olhos.

    Ao nos aproximarmos da casa dos quarenta anos e, s vezes antes, aoatingirmos a maturidade profissional, somos premidos por compromissos,os mais variados possveis, relativos prpria atividade profissional, necessidade de manter o emprego, nossa vida social, educao dosfilhos, etc., e acabamos perdendo a descontrao tpica da juventude e,infelizmente, a capacidade da relaxao. Com isso, perdemos tambm aboa viso.

    Observem os animais - como tm os olhos relaxados at pressentiremo perigo e, mesmo em perigo, como eles so vivos e movimentam-se semparar, so brilhantes e penetrantes.

    Reparem tambm como so penetrantes e flgidos os olhos de umacriana normal! Nada perdem.

    Observem quo raramente as pessoas habitualmente "relaxadas "

    usam culos - mesmo na idade madura e na velhice.A falta de relaxao a causa da maioria das vistas defeituosas."Cansei de fixar a vista e no pude ver nada". Se fixar fortemente e por

    muito tempo a vista, essa afirmativa poder ser tragicamente verdadeira - oindivduo ficar cego. Fixar cansa a vista e o cansao a causa da visoimperfeita. No o resultado, como geralmente se supe mas a causa.

    O estado emocional do indivduo influi na viso, pois os olhos so comoas copas de um trigal maduro, vibram sob qualquer brisa emocional oumental que soprar.

    "Fiquei to descontrolado que no pude ver" uma expresso que sehouve freqentemente e parece tola, mas na realidade, a constatao de

    um fato. A tenso da raiva perturbou o crebro e desfocou a vista.Quem no conhece: O olhar do apaixonado e sonhador.

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    O olhar vermelho e carregado do raivoso e irado. O olhar culpado que denuncia o mentiroso. O olhar aberto do medroso e o esbugalhado do aterrorizado. O olhar esperto e rpido do curioso. O olhar atento do negociante O olhar terno do amigo. O olhar contrado do invejoso. O olhar fixo e tenso dos desequilibradosAproximadamente noventa porcento dos homens e mulheres de mais

    de quarenta e cinco anos usam culos, quer para ler, quer durante todo otempo. O crescimento da percentagem de crianas com culos entre sete equinze anos alarmante.

    Este sistema para todos, jovens e velhos, que usam culos edesejariam no ter motivo para us-los. Ele indicado tanto para aquelesque comearam a usar culos recentemente, quanto para aqueles que os

    vm usando h anos e esperam us-los at o termo de seus dias, perdendo-os, ora aqui, ora ali, quebrando-os e, provavelmente, tendo que troc-lospor outros mais fortes a cada 2 ou 3 anos.

    Tambm indicado para os que, na casa dos quarenta ou cinqentaanos, precisamente quando comeam a compreender como devem viver,descobrem que j no conseguem ler confortavelmente seus jornais e queos nmeros no catlogo de telefone esto alm de suas possibilidades.Notem como elas seguram distncia o que vo ler, com o brao esticado! um sinal de alarme.

    Acima de tudo, ele indicado para as crianas. Obrigar uma criana ausar culos, sem que haja a manifestao de um problema degenerativo ou

    neurolgico bem diagnosticado, um dos grandes pecados do mundo.Deve-se ajudar essa pequena e indefesa criatura, no sobrecarreg-la como uso desconfortvel e antiesttico de culos.

    Tambm dirigido queles que tm o infortnio de sofrerem deestrabismo. Centenas de casos de vesguice tm sido corrigidos seguindo-seos princpios expostos.

    No entanto, este sistema no apropriado para aqueles cuja vistaadoeceu devido a distrbios orgnicos, tais como tumores, degenerescnciada retina, do nervo ptico ou dos centros visuais do crebro - todos essescasos pertencem aos oftalmologistas.

    Repetimos que este mtodo foi desenvolvido para corrigir todas asdesordens visuais (problemas de refrao) contra as quais imposto o usode culos. recomendado tambm, para o afortunado grupo que tem bonse belos olhos e quer conserv-losmelhor.

    Uma breve revisoAntes de prosseguirmos, julgamos necessrio uma breve reviso, luz

    do Sistema Bates, de alguns aspectos anatmicos e fisiolgicos importantespara a compreenso dos procedimentos posteriormente recomendados.

    O olho um rgo composto de trs camadas membranosas:

    uma camada rija, inelstica, exterior, chamada esclertica; uma camadamdia, onde esto os vasos sanguneos, chamada coride; e umaterceira, ou interna, a retina.

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    Colocada em uma depresso ssea do crnio, a cavidade dosolhos tem formato largo frente e vai-se estreitando medida que sedirige para trs. A depresso imediatamente atrs do olho est cheia dematria gordurosa, fornecendo um leito acolchoado onde ele gira.

    Seis msculos movem o olho e prendem-se parte anterior daesclertica (a camada membranosa externa) e posterior de umapequena abertura ssea no fundo da cavidade ou depresso. Quatrodesses msculos, chamados msculos retos, passam diretamente por

    trs da abertura, um de cada lado do globo ocular e mais um em cima eoutro embaixo. Os dois restantes, chamados msculos oblquos, passamparcialmente ao redor do globo ocular, partindo um de cima e outro debaixo. Atravessam um ilhs ou roldana ligamentosa antes de irfinalmente ao fundo da cavidade, onde prendem-se na abertura sseaali existente, com os outros quatro.

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    Mantido em posio pela camada gordurosa, o olho pode mover-se para qualquer direo atravs dos quatro msculos retos. O papeldos msculos oblquos exercer presso em torno da parte mdia doglobo ocular, dando-lhe a possibilidade de ver a vrias distncias pela

    maior ou menor tenso exercida sobre o olho. Quando os msculos retosse retesam, o globo ocular encurta e engrossa. Esta mudana faculta-nos a mudana de foco.

    A esclertica protege o olho de qualquer injria externa e d-lhesua cor branca. Quatro quintos da esclertica so opacos e nopermitem a entrada de luz. O um quinto restante uma reatranslcida, chamada crnea, que est situada exatamente na partecentro-anterior do olho. Parece colorida por causa do pigmento que ficapor trs, mas na realidade perfeitamente incolor.

    O coride, ou segunda camada, a zona dos vasos sangneos. um intrincado tecido de veias e artrias e uma linha de abastecimento

    da esclertica, que no tem vasos sangneos, e deve receber suanutrio dos tecidos circunvizinhos. Essas veias e artrias do coridefazem para os olhos o mesmo que fazem para os demais rgos docorpo, isto , as artrias levam aos olhos o sangue to necessrio ssuas funes e reparao dos tecidos e as veias removem o sanguedepois de terem executado esse servio levando com ele os produtosnocivos que sobraram.

    A terceira camada, a retina - espcie de forro da segunda - olaboratrio interno onde executado o trabalho. Ela contm todos oselementos sensveis que transmitem as vibraes da luz aos nervospticos, os quais, por sua vez, transportam essas impresses aoscentros nervosos no crebro.

    O olho dividido em duas cmaras, partindo-se da frente paratrs. Na primeira ficao cristalino, com seu ligamento e seu msculo. Defatoo cristalino que divide o olho em duas cmaras, tendo a da frenteum quintodo tamanho da detrs. O cristalino biconvexo e suspensopor seus ligamentos na frente do olho, na juno da crnea e com aesclertica.

    Esta cmara exterior; ou pequeno compartimento, estcheia deum lquido claro como gua, chamado humor aquoso. Este fludo constantemente produzido e ser substitudo se eventualmente for

    perdido numa operao ou acidente. Hduas minsculas passagens oucanais nesse compartimento que deixam escapar o humor aquoso. Oequilbrio entre a produo do humor aquoso e o seu escapamento que controla a presso interna do olho. A presso dentro do olho necessria para manter sua forma perfeitamente esfrica e somentequando o olho uma esfera perfeita que se enxerga com nitidez. Pormuitas razes essencial que tal presso no seja nem demasiadogrande, nem pequena demais.

    Existe tambm, suspensa nessa cmara anterior, outra parteessencial da intrincada aparelhagem visual - a ris - cujo centro possuiuma abertura - a pupila - que responde ao meio externo, dilatando-se ou

    contraindo-se para permitir a passagem da luz. Esta a janela pela qualo crebro pode enxergar.

    A ris, com sua pupila, tem para o olho a mesma funo que o

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    diafragma da cmara fotogrfica. constituda de fibras musculares naforma de crculos e em raios que lhe permitem mudar o tamanho e aabertura, de modo a permitir a passagem apenas da quantidadeconveniente de luz, conforme as necessidades visuais sob condiesvariveis.

    Oforro interno da cmara posterior a retina. Por trs da retinafica a camada de pigmento que d cor ris. Sem esta camada, nossosolhos no teriam cor. A propsito, tambm ai, por trs da retina, que gerada a maior parte do pigmento da pele e dos cabelos.

    Esta delicada terceira camada do olho ligada segunda emantida parcialmente em sua posio por um semifluido, substnciameio gelatinosa chamada humor vtreo. Este humor enche toda acmara posterior e a outra substncia que contribui para manter oolho uma esfera perfeita. Sem o humor vtreo, o olho murcharia, comosucede a uma bola de borracha sem ar. Diferentemente do humoraquoso, uma vez perdido, o humor vtreo no pode ser substitudo.

    A presso dentro do olho constante, mantm-se pelo equilbrioentre a secreo e o escoamento do humor aquoso. Se a tenso oupresso dos quatro msculos retos for aumentada, o globo ocular,achatar-se- no sentido antero-posterior, isto , de diante para trs. oque acontece quando os olhos focalizam objetos distantes.

    Se, por outro lado, aumentar a tenso nos msculos oblquos, oolho ser comprimido pelo centro e se alongar da frente para trs. oque sucede quando o olho foca pontos prximos, como na leitura.

    Quando o olho uma esfera perfeita e os raios de luz formam focosobre a retina, produz-se uma imagem clara e v-se perfeitamente.Quando, por causa da tenso, os raios chegam a um foco antes oudepois da retina, a imagem vista borrada ou imprecisa.

    Os raios luminosos refrangem-se quando passam de um meio comcerta densidade para outro meio de densidade diferente. Antes da luzatingir a retina ela deve passar pela crnea, pelo humor aquoso, pelo

    cristalino e pelo humor vtreo.Se observarmos uma mquina fotogrfica e notarmos asadaptaes distncia que proporcionam uma imagem ntida a seis e

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    depois a quinze metros, veremos quo pouco o globo ocular precisaalterar sua conformao para manter um foco claro, especialmente seconsiderarmos sua extenso focal. O alcance focal de uma pequenacmara de quinze ou dezessete centmetros, ao passo que o do olhohumano unicamente 3,5 centmetros. Algumas pequenas cmaras

    modernas, chamadas cmaras de foco universal, prevaleceram-se desseconhecimento obtido com o estudo do olho humano, e no precisammais de prvios ajustes distncia.

    A intensidade varivel de luz estimula a retina muito mais do queafeta uma chapa sensvel dentro da cmara. A retina com freqnciacomparada a uma chapa fotogrfica, mas h importantes diferenas. Aretina se compe de dez camadas finas. Seria natural esperar-se que oselementos "que vem" - chamados bastes e cones - estivessemcolocados em cima, constituindo a primeira camada, mas tal no se d.Esto na nona camada e a luz deve atravessar as primeiras oitocamadas de sangue e vasos, fibras nervosas e outras delicadas

    camadas regulares de clulas, antes de alcanar o elemento ativo daviso na nona camada.

    H uma grande exceo, que o "ponto amarelo" - fovea centralis- a pequenina mancha do tamanho de uma cabea de alfinete, sobre aqual falham as outras oito camadas, os bastes e os cones, expondo luz.

    H apenas uma parte da retina que no tem viso. Ao lado donariz, em cada um dos olhos, perto da parte central posterior, o nervoptico passa por trs camadas do olho. O ponto em que ele penetra noglobo ocular cego e assim porque a retina no cobre essa rea.

    Como a parte externa de um olho encontra a parte interna dooutro a fim de formar uma s imagem, quando os dois olhos se aplicamem ver alguma coisa nunca se percebe o ponto cego, embora quem tems um olho possa perceb-lo.

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    A retina tem dois tipos diferentes de viso. O primeiro a visocentral, que, positiva, clara, apenas possvel no centro do olho. umarea excessivamente pequena da retina, nunca maior do que a cabeade um alfinete. O segundo a viso colateral ou viso apenas da forma,do movimento e da cor nos seus aspectos gerais. Este ocupa todo oresto da retina. Esta viso vai se reduzindo progressivamente, a partirdo centro para fora, sendo realmente muito pobre na periferia. Oselementos nervosos que formam o nervo ptico, depois de deixarem oglobo ocular, passam retaguarda para o interior da cavidade craniana.O nervo do olho direito no passa diretamente para o lado direito docrebro. Pouco depois de entrar na cavidade craniana divide-se em duaspartes e as fibras do lado direito do olho direito passam para o ladodireito do crebro e as fibras do lado esquerdo do olho direito passampara o lado esquerdo do crebro. Dessa forma, cada lado do crebrotem metade das fibras de cada olho.

    Milhes de fibras nervosas juntam-se nesses dois centros no

    crebro e fundem as duas imagens na nica imagem que estamoshabituados a ver.Quando o crebro est doente e essa funo prejudicada,

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    produz-se dupla viso. O mesmo se d quando ocorre qualquer acidentecom os msculos dos olhos, deixando-os incorretamente dirigidos, semcoordenao, em direes opostas. Isto no acontece nos casoscrnicos, pois a mente se reajusta gradualmente condio e suprimeuma das imagens.

    Da o sentido da viso ser muito complexo. uma apuradacoordenao de todas as partes do mecanismo da vista: os olhos, onervo ptico e os centros visuais do crebro. Tudo isso deve funcionarcom perfeio para se poder ver normalmente.

    Descobrindo o seu problemaDe um grande nmero de pessoas que passam pelo meu consultrio, as

    que usam culos, na maioria das vezes, no necessitam tratamento dosolhos, mas sim de tratamento ou conselhos para algum outro tipo deproblema ou estado patolgico que resulta em fraqueza. A maioria faz usode culos, mas sem grandes resultados, j que os olhos no so a causa

    real do distrbio.Muitos tm como responsveis por suas perturbaes visuais.

    condies fsicas gerais de fraqueza que afetam ativa e visivelmente osolhos.

    Outros tm uma leve perturbao na vista e podem ficarcompletamente aliviados limitando o tratamento apenas ao entendimento e execuo dos procedimentos do Sistema Bates.

    Se no exame realizado por um mdico de confiana no for verificadanenhuma patologia degenerativo e nenhum problema diretamente ligadoaos nervos visuais, o mais razovel dar uma chance aos olhos e tentarreadquirir um bom estado de sade geral; o mais perfeito possvel. Esteprocedimento muito mais sensato do que colocar um par de cangalhassobre o nariz e passar o resto da vida com essa muleta, gastando muitashoras do seu valioso tempo curvado, de joelhos, a procurar nos cantos osculos que voc perdeu "no sabe onde".

    Dores de cabea associadas leitura, alm de cansao visual podemter sua origem no mal estado dos dentes, na manifestao de sinusite porexcesso de catarro, ou ainda na priso de ventre. Como caractersticahaver um certo congestionamentona camada externa do olho, dando-lheum aspecto ligeiramente vermelho. Estes sinais desaparecerorapidamentecom os exerccios apropriados de relaxao e estmulos musculatura dos

    olhos. Logicamente h que se eliminar o catarroe pesquisar os dentes.Eliminadas as possibilidades de congestionamento ou inflamao nosrgos da face, dedique-se a melhorar a sade geral e do sistema muscular.Inicie com cuidados na alimentao e especial ateno funo intestinal.Se necessrio, uma hidroterapia de clon para tonificar e aumentar aeliminao.

    O estado txico devido m excreo, envenena os olhos e afetaseriamente o seu funcionamento. Para livrar-se dessas toxinas, precisoevacuar todos os dias.

    A importncia do equilbrio do estado emocional e do sistema nervosopara o funcionamento da vista no pode ser menosprezada. Quando algum

    est altamente preocupado, com o crebro em ebulio, h sempre algo defadiga visual como conseqncia, no s por causa da inevitvel tensomuscular resultante, mas porque o crebro perturbado, no capaz de

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    interpretar normalmente os impulsos que lhe so enviados atravs do nervoptico. Um grande medo, depresso ou tristeza, podem transformar a talponto os sistemas nervosos e emocional, que no possvel a algum usaros olhos naturalmente, salvo se lhe for ensinado como os olhos vem e oque se deve fazer em perodo depressivo para proteg-los.

    Nas crianas, esse efeito mais visvel. Quantas vezes ela capaz deler uma histria ou usar os olhos horas seguidas em casa, sem dor decabea, porque a, ela sente-se em segurana, feliz e tem a mente livre deansiedade ou medo. Porm, nos primeiros dias de aula na escola, que asdeixam ansiosas, ou mesmo num trabalho em casa, que lhe seja exigidoalgo que ela receia no poder fazer, ento sentir dor de cabea. O que elaprecisa ateno e ajuda nos seus deveres escolares e no um par deculos. Ajude-a a adaptar-se na escola, ensine-a a compreender a lio eno se apresse em colocar culos nessa criana! Seu mal no so os olhos esim o medo.

    Se algum est passando por uma profunda fase de ansiedade ou

    depresso, durante toda a noite, enquanto dormir, provavelmente ter osolhos fixos (as pessoas deprimidas assim o fazem) e durante as horas emque estiver acordado, estar retesando esses delicados e sensveismsculos pticos, tirando-os da normalidade. No se deve colocar culos econdenar os olhos a uma deformidade. Deixe que, eles "retrocedam"naturalmente.

    Apenas fechar os olhos para dormir no o suficiente para as pessoasansiosas. Execute os exerccios simples que recomendamos no Captulo 3,pg. 41"cansao simples da vista".

    Quando tiver seu estado de sade geral remediado e sentir que noest mais sob depresso emotiva extraordinria, ento ser tempo depensar na vista propriamente dita. Mas, lembre-se que muitas pessoas quese sentem perfeitamente em condies de desempenhar suas atividadesusuais, que aparentemente no sofrem de coisa alguma, nem de alteraode temperatura, esto, no entanto, num estado bem longe do normal e quea sua capacidade de aproveitar a vida em toda a sua plenitude visivelmente abaixo do normal.

    Se apressadamente algum lhe disser que sua fadiga habitual causada provavelmente por cansao visual e sugerir que voc deve usarculos sob prescrio de um oftalmologista, seguramente estar lheprestando um grande desservio. Antes, porm, deveria lhe perguntar:

    O que voc come? Como est sua eliminao? Quantas horas voc dorme por dia? O que o est preocupando? Gosta do seu trabalho? Sua vida emotiva est bem? Tem bom humor?Se tais perguntas foram respondidas honestamente, j se ter um

    excelente ponto de partida para a soluo dos seus problemas. Os seusolhos precisam no de lentes, mas sim de melhores condies.

    Seria impossvel superestimar a importncia do repouso para os olhos.Agora, com seu estado geral diagnosticado, talvez um simples caso dedieta e eliminao e seu estado mental e emocional ajustado, pergunte-se:

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    qual mesmo o meu problema?Talvez seja apenas simples cansao da vista, coisa de que pode

    libertar-se com a maior facilidade.Tenha sempre em mente que seus olhos podem recuperar a sade to

    bem como qualquer outra parte do corpo. Voc deve fazer com eles, o que

    faria com outro rgo qualquer afetado - no sobrecarreg-lo - ou seja,permitir seu repouso e faz-lo voltar normalidade com exerccios suaves econstantes.

    As regras para uma viso normal so simplesmente as leis naturaisseguidas, automaticamente, pelos olhos sadios. O Sistema Bates baseia-senessas regras.

    Se voc no chegar a ser um praticante deste mtodo natural pararecuperao da viso, poder, ao menos, encontrar alguma orientao. Osconhecimentos e exerccios nele contidos beneficiaro os olhos, estejam emque condies estiverem, uma vez que o presente mtodo consiste noretorno ao uso normal dos olhos.

    A dor de cabea e os olhos"A dor de cabea , com freqncia, considerada conseqncia de

    viso defeituosa."H mais de vinte condies no corpo humano que podem causar dor de

    cabea. Diagnosticar acertada-mente a causa de uma dor de cabea,muitas vezes, desafia a percia do mais hbil clnico.

    A despeito disso, clnicos, professores, amigos, colegas de trabalho eparentes sentem-se felizes em aconselhar algum que sofre dores decabea, a usar culos. O fato de milhares de criaturas, que j os usam,continuarem a trazer no bolso um tubo de aspirinas ainda no lhes causouto forte impresso que as impedisse desse hbito pernicioso de usarculos para as dores de cabea.

    As crianas so as que mais sofrem com esse absurdo e ignoranteponto de vista, uma vez que os culos necessariamente interferem nodesenvolvimento normal dos olhos infantis e os tornam viciosos. Nohavendo um problema real, neurolgico ou degenerativo bemdiagnosticado, colocar culos numa criana significa danificar-lheseriamente a vista.

    O que algum com dor de cabea mais precisa so os servios de ummdico honrado. Desgraada-mente, muitos mdicos acham que a dor de

    cabea um sintoma enganoso e inclinam-se a "experimentar culos" emvez de se encarregarem da difcil tarefa de localizar a causa real dodistrbio. Deve-se procurar portanto, um mdico que seja capaz einteligente.

    Sem dvida, os olhos, eventualmente, causam dor de cabea, mas notanto como se acredita. H um consenso de que eles raramente so a causaprimria e, em cada caso em que so a causa, obtm-se alvio infalvelquando o paciente instrudo nos princpios da vista normal. Se a dor decabea no diminuir com esse tratamento, pode-se ter absoluta certeza deque no so os olhos, mas qualquer outra parte da cabea ou do corpo, queest causando o sofrimento.

    Infelizmente, em alguns casos, os culos aliviam as dores de cabea osuficiente para convencer o doente de que os olhos so a causa real do mal.

    Qualquer oftalmologista pode ser positivo em seu diagnstico quanto a

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    se o distrbio ou no proveniente dos olhos. No restante, a dor de cabea uma condio de difcil diagnstico. Afirmar que os olhos causam o mal um grande erro, muito comum entre os mdicos das diversasespecialidades.

    O que pode provocar o desvio do caminho reto que os olhos, pela sua

    delicadeza, se ressentem de qualquer estado de fraqueza ou sofrimento aoserem usados e, assim, so responsabilizados pela doena, quando, narealidade, a dor de cabea sempre a causa da sensibilidade da vista.

    Quando um profissional apenas receita culos, no est fazendo nadaalm do que faria um cidado comum ao tomar uma aspirina para abrandara dor. Nesse caso o sintoma, no a causa, que est sendo tratado e oalivio do sintoma torna muito mais difcil localizar a causa do distrbio.

    Se tal noo fosse melhor conhecida e aceita, poder-se-ia colocar umparadeiro nesse hbito vicioso de se prescrever culos para crianas eadultos simplesmente porque tm dores de cabea.

    Um recurso naturalUma das belezas deste sistema mostrar que sempre h um recurso

    natural diante de um caso de distrbio visual.Quanto mais rapidamente compreende-se o uso vicioso que se faz da

    vista e recorre-se aos exerccios corretivos, mais cedo comeam a surgir osresultados, sendo necessrio apenas, dai em diante, continuar a usarcorretamente os olhos.

    Pessoas que ainda no usaram culos ou usaram apenas pouco tempo,ou cujo distrbio de pequena gravidade embora, j venham usando culosh algum tempo, podero ter pronto alivio e em breve, a viso normal

    restituda.Os que tm distrbio grave, que tm tido "vista m" durante muitos

    anos, esses vencero mais lenta-mente. Cada dia do um passo frente nalibertao de velhos hbitos e adquirem novos hbitos normais de maneiraautomtica, at se verem afinal livres da sua "doena".

    comum o individuo relutar em lanar fora os culos, receando queseus olhos ressintam e acabem na cegueira. Leiam com ateno no Cap. 2,pg. 32, o tpico: "para tirar os culos".

    Aps 34 anos de observao dos efeitos deste mtodo, ainda no vi ums mau resultado. Ao contrrio, tenho acompanhado sempre uma mudana

    para melhor at mesmo nos casos em que o paciente tinha poucasesperanas.

    No h o que temer. O pior que pode acontecer voc ficar apenasmeio curado devido sua falta de disciplina.

    Os maus hbitosOs olhos anormais no piscam freqentemente e fitam demoradamente

    um mesmo ponto. Isto um mau hbito contrado e uma das piores causasde cansao da vista.

    O olhar normal nunca parado, ele est em constante mobilidade. O

    movimento to leve que chega a ser imperceptvel. Assim como tudo quevemos no est imvel, mas tem sua peculiar vibrao, da mesma forma osolhos vibram. Julgue-os livres e fludicos. Se voc no conceder esse

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    sentimento de abandono, de liberdade a seus olhos, eles no teromobilidade e ficaro com o hbito vicioso da fixidez.

    O olhar normal no tenta ver uma vasta rea a um s tempo, uma linhainteira por exemplo, mas palavra por palavra; todavia, seu movimento toamplo que d a impresso de uma imensa rea. Quando voc procura ver

    toda uma rea ao mesmo tempo, est forando a vista. Relaxe, solte a vistae ver sem esforo.

    Use sua vista como faz quando escreve, no forando adiante, mas simempregando os olhos em cada palavra que est sendo escrita. Este oprocesso de olhar para todas as coisas, cada detalhe a seu tempo, sempressa de ver o seguinte.

    A verdade que voc no v com os olhos, mas com o crebro atravsdos olhos.

    A pupila do olho na realidade um orifcio vazio por onde passa a luz; a janela pela qual o crebro v. A retina, a camada mais profunda do olho,

    recebe as vibraes da luz que lhe chega pela pupila e a transfere atravsdos nervos pticos ao centro visual no crebro, ento voc v.

    Tudo o que tiver diante da vista est dentro da vista, mas vocsomente poder ver se o crebro receber. A ausncia de relaxao no sestica os msculos e conduz o olho para fora do foco perfeito, masatrapalha o funcionamento do crebro.

    Tudo o que influencia suas emoes tambm afeta seus olhos muitomais profundamente do que apenas os sinais bvios externos, tais como:

    Lgrimas de pesar Turvao de raiva Arregalar de espanto Sombreamento de tristeza "Luz que brilha nos olhos" quando se feliz.E porque no, se uma parte dos olhos o prolongamento direito do

    tecido cerebral? E o crebro, centro de todo o sistema nervoso, constantemente agitado pelas emoes.

    Nada que afete o estado geral pode deixar de agir nos seus olhos. Detodos os enganos cometidos no estudo das condies visuais, o maiscomum esperar que a vista funcione normalmente a despeito da sade docorpo.

    Baixa vitalidade significa vista fraca. Uma infeco aguda, como umagripe ou outro tipo de febre, ou qualquer estado de intoxicao violenta,quer dizer que seus olhos tambm esto doentes. E, no entanto, voc h deler o dia todo para distrair as idias. Ler um dos mais rduos trabalhosque os olhos realizam e os pobres no tm descanso nem quando se estdoente.

    Com freqncia, aps uma doena, achamos que devemos usar culos- a vista est nos faltando. Os olhos, por causa desse estado de fraqueza,provavelmente nunca se livraro dos culos; to grande o seu poder deadaptao que se ajustam aos culos e, dessa forma, se submetem ao usovicioso.

    As pessoas muito doentes no devem ler nunca. E pessoas levemente

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    doentes deveriam ler apenas durante perodos muito curtos, cerrandofreqentemente as plpebras para breves minutos de repouso, piscandofreqentemente, nunca fixando a vista, nunca fazendo esforo para ver.

    Pessoas extenuadas ou com esgotamento nervoso, jamais deveriamler.

    H quem pretenda descansar lendo. descanso para as emoes, masum fardo para os olhos. A viso obtida pela ativa e saliente contrao eexpanso de msculos e pela atividade tanto das clulas visuais como dasclulas do pensamento, alojadas no crebro. A absoro do assunto lidoexige igualmente, consumo de energia nervosa. Nem o corpo, nem ocrebro esto em condies de executar esse rduo labor. So os olhos quepagam.

    Isto se aplica especialmente s crianas. Seus olhos no esto bemdesenvolvidos e so extremamente sensveis ao esforo. Quase todo mundosabe que os olhos da criana devem ser poupados durante o sarampo, mas

    em muitas outras circunstncias esta precauo negligenciada. Oresultado que centenas de criaturas passam o resto da vida com a vistadefeituosa

    Pode-se ler na convalescena, mas os perodos de leitura devem sercurtos e os olhos devem repousar logo que se sintam fatigados. Tratando avista com este processo simples e inteligente, ela se reabilitar normal-mente, com o resto do corpo.

    Leia com ateno o Captulo 2, pg.30: "Aprendendo a ler".Pessoas nervosas, ou que, por causa do temperamento ou de condies

    especficas aparentemente fora de controle, vo vida afora em contnua

    tenso, usualmente comeam a usar culos muito cedo. Quando os culosso colocados nessas criaturas, seus olhos pioram rapidamente, at que aslentes j no minoram o defeito e prejudicam a vista por acostum-la amaus hbitos. Essas pessoas precisam aprender a relaxar e a usar a simesmas com menos esforo e com mais engenho. Elas precisamreaprender a usar os olhos apropriadamente. Podero ento avanar at ofim de suas vidas com a vista normal e com maior vigor e resistncia.

    A base do sistema1. Aceitar o fato de que seus olhos, como qualquer outra parte do seu

    corpo, so dotados de poder para completa recuperao sobconveniente direo. No so algo parte ou separado do resto deseu corpo.

    2. Reconhecer que a "vista cansada" a causa da perturbao visual eno o resultado. vista cansada no formao viciosa, no herana, mas simplesmente "vista cansada".

    3. Compreender que relaxar a vista pode alivi-la de pesados esforos.Este o primeiro passo no caminho da recuperao da visonormal.

    4. Ter disciplina. Uma vez compreendidos os princpios anteriores, terdeterminao ao aprender como usar corretamente os olhos.Reeducar-se atravs de exerccios que anulem os maus hbitos,

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    restituindo aos msculos da vista coordenao e vigor.A necessidade de relaxao um tema muito explorado. Um grande

    nmero de livros tem sido escrito sobre este assunto. Existemprovavelmente, tantos meios de se obter a relaxao como existem tiposhumanos - divertimentos, dana, amor, leitura, msica, pintura, respirao

    profunda, exerccio fsico, trabalhos manuais, jardinagem, meditaotranscendental, religio - e mais um sem nmero de maneiras para serelaxar. O recurso em si no tem importncia, o que tem valor que sejapraticado habitualmente, que no seja ocasional mas habitual.

    Uma das melhores tcnicas de relaxamento o exerccio fornecidoneste sistema, Captulo 2, pg.36, que chamamos de "o grande volteio".

    O grande vilo (o cansao visual)Quando a causa de um erro conhecida, fica mais fcil sua correo.No sistema antigo de Helmholtz, a causa atribuda conformao

    defeituosa do globo ocular.No mtodo de Bates, a causa atribuda ao cansao visual que afeta os

    msculos que movimentam os olhos.O cansao visual pode se manifestar de vrias maneiras e pode ser

    classificado em dois tipos bsicos: o agudo e o crnico.Agudo quando os olhos so usados, por exemplo, durante algum

    estado forte de intoxicao, (sarampo, angina, difteria, tonsilite, gripe,resfriado, pneumonia, qualquer molstia real). Quem "l para se distrair" eest na cama resfriado, abusa to impiedosamente dos olhos como faria sesasse para suas atividades costumeiras ardendo em febre. Pode ser que

    consiga escapar de estragar sua vista uma ou duas vezes, mas sempre um procedimento perigoso.

    A vista tambm pode ser acometida de cansao agudo, devido a umgolpe de ar sobre a sua superfcie, calor excessivo, a exposio claridadeem demasia, invaso de corpos estranhos, ou alguma droga custica queentre em contato com os olhos. O cansao agudo tambm pode ser causadopor fadiga aps leitura demorada, durante um dia ou uma noite sem pararpara descanso.

    Todas essas condies afetam as funes visuais, mas se os princpiosda vista normal forem aplicados na ocasio do estado agudo, os olhos

    readquiriro completa normalidade.Crnico j o cansao mais insidioso e difcil de ser percebido. A

    maneira como os vrios graus de cansao crnico podem afetar os olhos vaiao infinito.

    As crianas na escola, muitas vezes cansam a vista com medo de umprofessor severo (real ou imaginariamente), ou por aplicarem-sedemasiadamente a um curso difcil.

    Iluminao imprpria, escura ou clara em excesso, ou posioincorreta durante a leitura. So erros muito comuns entre os jovense muito mais comuns nos adultos.

    O tamanho das letras; quando muito midas, dificultam uma leiturafcil e normal.

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    Quando o livro colocado mais perto ou debaixo dos olhos, comosucede tantas vezes, produz-se inevitavelmente o cansao.

    Os olhos esto intimamente ligados a outros pontos do crebro equalquer irritao como dor de cabea, sinusite ou dentes cariados,produz o cansao da vista.

    A vida em atmosfera ou ambiente desagradvel produzir constantecansao da vista.

    Auto-intoxicao devido eliminao imperfeita (priso de ventre),um temperamento naturalmente excitvel.

    Fadiga crnica que faa com que os olhos sejam usados de maneiraantinatural (postura adotada freqentemente por pessoas quepensam denotar com isso sua personalidade). Qualquer causa dehipertenso geral redundar em cansao da vista e em uso viciosodos olhos.

    Uma combinao de duas ou mais causas encontrada

    freqentemente no diagnstico de distrbio visual. O olho , contudo, tomaravilhosamente construdo que suportar adiantado grau de cansaodurante anos, sem que a viso fique defeituosa. Quando o mal alcana umdeterminado ponto, invariavelmente o olho sucumbe ao esforo e a visofica prejudicada.

    Quando o uso dos olhos normal, no necessrio se esforar para vere o ato inteiramente automtico. Mas, logo que se faz qualquer esforopara ver, comea a operar- se o cansao. Lembre-se que os objetos (emqualquer lugar), as palavras numa pgina, ou uma paisagem, deveriam"apresentar-se" sem esforo a um olhar relaxado, no sendo de

    competncia do olhar busc-los.O cansao visual manifesta-se como fadiga nos olhos, dores de cabea,

    comicho nos olhos, inflamao das plpebras e, naturalmente,anuviamento e reduo da viso.

    Os trs segredos da boa visoOlhos normais e saudveis devem ser capazes de: piscar, ter a viso focada e possuir boa mobilidade.

    PiscarEste o primeiro segredo de uma boa viso. O ato de piscar natural

    (piscadela), um abrir e fechar ligeiro e fcil dos olhos que feitointermitentemente por todos os olhos normais. A mdia de piscadelas variade individuo para indivduo e varia tambm de acordo com o uso que se d vista. Pisca-se mais, por exemplo, quando se fita alguma coisa brilhantedo que quando se olha para algo de cor suave.

    Com freqncia, a diferena entre os olhos normais e os anormais que os normais tm maior tendncia a piscar sob uma dada situao. Se osolhos so perfeitamente normais, ho de piscar; a supresso do ato de

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    piscar denuncia a tendncia a tomarem-se anormais.A ao das plpebras no piscar proporcionada por outro msculo

    importante (o levantador da plpebra superior). essencial a ao destemsculo para os olhos e viso normais. Quando algum pisca, produzidauma pequena gotcula, a lgrima, que desce e envolve o globo ocular

    mantendo-o mido. Esse lquido, que mantm os olhos lubrificados, produzido por uma pequena glndula chamada glndula lacrimal, localizadasob a parte exterior da plpebra de cima.

    efetivada assim uma lavagem constante que tem muitas funes: Mantm os olhos higienizados pois, esse lquido um anti-sptico

    poderoso. Reflete a luz dando brilho aos olhos. Protege a crnea, a pequena poro translcida da frente do olho

    que no dotada de vasos sanguneos e necessita desse lquidoPara manter-se mida. Evita assim, o surgimento de pequenas

    lceras na crnea. Evita que partculas de matria estranha cadas no olho, adiram e

    sejam acomodadas. O fluido lacrimal mantm-nas flutuando at asua eliminao.

    Aquecem os olhos nos dias frios com o piscar constante. Os olhospodem sofrer muito com o frio.

    Com o ar seco ou sob vento forte, o lquido se perde com rapidez. Opiscar freqente, quase continuamente, conforta e defende osolhos.

    No curto intervalo de duas piscadelas, os msculos da pupila tm a

    possibilidade momentnea de relaxar sua tenso. O piscar tambm permite ao olho mover-se levemente e, assim,

    possibilita aos msculos retos e oblquos uma cota de movimentoessencial sua sade. O movimento necessrio sade de todomsculo.

    O movimento produzido pela piscadela estimula a circulao defluido linftico em torno do olho.

    O piscar natural, sem esforo, no uma interrupo viso contnua.A Sensao de viso continua uma iluso produzida pelo olhar normal,autntica sem dvida mas, ainda assim, uma iluso. Quando uma imagem captada pela retina, uma outra produzida dentro da vista, com uma fraode segundo de atraso. A imagem permanece na retina por algum tempoalm do que a imagem de origem fica diante dos olhos. como a imagemde um objeto no espelho, a imagem permanece por um tempo (frao desegundo) aps o objeto ser retirado.

    Portanto, no necessrio que o olho esteja vendo ativamente o tempotodo para produzir a iluso de ver constantemente. Na verdade, nada nocorpo trabalha mais do que a metade de uma frao de tempo. Assim, 50%(ou um pouco mais) do tempo consumido por cada rgo no reparo esubstituio de seus prprios tecidos e na excreo de seus produtosmetabolizados.

    A velocidade das impresses visuais entre trinta e quarenta imagens

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    por segundo em mdia, por pessoa. Logo, pode-se verificar facilmente queo piscar no atrapalha a viso. possvel piscar to freqentemente que oolho se mantm fechado a metade do tempo e ainda assim h de ver tantocomo se estivesse aberto o tempo todo.

    Na verdade, o ato contnuo de piscar aumenta o espao real de tempo

    em que pode-se ver ativamente, j que o deixar de piscar redunda emcansao da vista e pode reduzir o nmero de imagens de trinta ou quarentapara vinte ou menos imagens por segundo. No h um s fato a indicar queo piscar interfira no olhar. E um movimento bonito, natural e construtivo emantm em boas condies o olho e a viso. No confunda com o "tique"contnuo (pisca-pisca) que um espasmo das plpebras e uma contraoforada, involuntria, e geralmente envolve os msculos em torno do olho eos das plpebras e freqentemente est associado a alguma doenanervosa. A piscadela ou pestanejar um movimento ligeiro, fcil, delicado,quase imperceptvel das plpebras.

    Para vencer o hbito de olhar fixamente demais para os objetos, pisqueconscientemente e repetidas vezes at readquirir o hbito de piscarinconsciente-mente.

    Viso focadaO segundo segredo de uma viso normal manter os olhos e a

    inteno to bem coordenados que se tenha centrada a ateno apenassobre uma pequena rea por vez num mesmo momento. Ao se olhar paraum objeto deve-se localiz-lo com ateno, circunscrevendo-o a umapequena rea, sem dispers-lo.

    Isso quer dizer que ao olhar para uma pgina impressa, voc noconseguir ver claramente toda essa pgina. Se, no entanto, focar suaateno no canto superior direito, voc o ver com a mxima clareza, mas orestante da pgina, embora dentro do seu campo de viso, estar menosclaro. Para ver claramente a ltima palavra de uma pgina, voc ter quedesviar os olhos, de forma a posicion-los diretamente na tal palavra.

    O mesmo acontece quando se quer ler palavras prximas uma dasoutras. Para ver com clareza a primeira palavra de uma linha, voc deverolhar diretamente para ela e para ver a ltima palavra da mesma linha sernecessrio desviar a vista. A mesma coisa acontecer se voc quiser verclaramente a segunda palavra dessa linha; poder v-la bastante bem paraler, mas no a enxergar perfeitamente clara se estiver olhando para aprimeira. Se voc insistir em ver desta maneira, a conseqncia ser ocansao. E o fato se verifica mesmo com os mnimos espaos.

    H uma razo para isso. A nica parte do olho que v perfeitamenteclaro, o centro da retina que no maior do que a cabea de um alfinetecomum. Esse ponto de viso perfeita est colocado no olho como um pingodeitado exatamente no fundo de uma tigela cujas bordas decaemsuavemente para o centro - como uma arena. S esse pontinho mnimo temviso clara e forte. Imediatamente fora deste ponto, a viso sofre tremendareduo em sua clareza. H, ao invs, uma viso confusa, colateral. E estaimpreciso aumentara a proporo que se continuar a fugir do centro, at

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    que, atingindo-se a borda externa, haver apenas a percepo confusa deforma, cor e movimento. No se ter mais viso direta, e sim um borrocolateral.

    J que s esse minsculo ponto, chamado Mcula Ltea, tem visoperfeitamente ntida, apenas uma pequena rea poder ser vista

    claramente em dado momento. Mas o movimento de desvio to rpidoque temos a iluso de ver uma vasta rea. As imagens caindo na MculaLtea, so transportadas rapidamente para os centros visuais do crebro,umas se sucedendo s outras com tal rapidez que se somam trinta ouquarenta e, s vezes, mais imagens por segundo, formando um quadrocompleto dentro do crebro.

    Essa possibilidade de acumular no crebro sucessivas imagens eproduzir assim a iluso de ver claramente um objeto inteiro ou uma reaconsidervel um fato fantstico e impressionante, mas tambm a causade um grande erro. Acreditando que os prprios olhos podem ver

    claramente uma grande rea, passa-se assim, sem sentir, para um usoerrado e vicioso de se empregar a vista sem a focar.

    Quando falamos "grande rea", queremos dizer, tentar ver duas oumais palavras ao mesmo tempo. O olhar normal e sadio v habitualmentes uma pequena rea em dado tempo, com a inteno e os olhoscoordenando-se perfeitamente sobre cada palavra ou ponto de observao,sem esforo ou impulso para ver mais, tal como se faz quando se estescrevendo.

    Na prtica de ver uma vasta rea ao mesmo tempo consome-se maistempo e esforo do que o necessrio, perde-se a capacidade de focar

    perfeitamente e resta uma viso imprecisa da rea colateral. Neste ponto,torna-se ento necessrio exercitar a vista para focar apenas uma pequenarea e, assim, conseguir-se de novo a viso focada, sem a qual nenhumolhar pode ser claro e normal.

    Pode-se ler indefinidamente sem cansar ou prejudicar os olhos, se elesse mantiverem relaxados e a viso bem focalizada. Mas, se o poder visualde campo colateral da viso for usado, a vista estar se cansando e issoresultar em fadiga e perda de eficincia.

    O fato de os olhos s verem claramente uma rea muito pequena numdado momento, no pode ser desprezado. Na observncia desse fato residea coordenao da inteno com as limitaes estruturais do olho, sem oque, no pode haver viso normal.

    Se voc, ao entender este fato da viso focada, no tentar enxergaruma grande rea, perceber que esse hbito valioso aumentar a eficinciados seus olhos.

    MobilidadeO terceiro segredo benfico para se ter uma viso normal a

    mobilidade. Parece antagnico ao segundo segredo, que focalizar o olhar,mas na realidade no o . O olhar deve ser dirigido para um determinadoponto, mas deve, tambm, mudar constantemente o seu ponto focal.

    Se no mover, a vista ficar fixa e isso a pior e a mais comum das

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    maneiras de fatig-la.A mobilidade dos olhos uma funo e, via de regra, se faz

    inconscientemente. A freqncia com que os olhos se movem varia deacordo com o tipo de uso solicitado; compare o ato de ler um livro ao deassistir um jogo de tnis. O livro estacionrio e os olhos no tendem a

    mover-se, a no ser de palavra em palavra, ao passo que a bola e ostenistas esto em constante movimento, obrigando os olhos a se moveremcontinuamente para os acompanhar.

    Mas, em qualquer caso, a mobilidade dos olhos deve ser a maisfreqente possvel. O tempo requerido para que uma imagem seja gravadana retina - cerca de 1/150 de um segundo - permite uma grande freqnciade mobilidade, sem perda ou interrupo da viso.

    A mobilidade faz-se voluntria e involuntariamente. A mobilidadevoluntria o movimento dos olhos de um ponto a outro executado porfora da vontade. A involuntria contnua, automtica e muito delicada.

    Tal movimento no visvel e julga-se que corresponde em freqncia aonmero de imagens produzidas pela retina.

    Quando a mobilidade voluntria fcil, freqentemente a involuntria normal, mas se um certo cansao for produzido pela mobilidade voluntria,a involuntria tornar-se- anormal tambm e aumentar o j existentecansao da vista.

    Em cada msculo h sempre um leve tremor, por isso a tmperamuscular no um fator constante mas uma sucesso de contraesproduzindo a tenso muscular relativamente firme. Uma vez que os olhosso mantidos em posio pelos msculos e o foco obtido por meio desses

    msculos, os olhos esto naturalmente sujeitos a todas as condies que asfunes musculares lhes impem.

    Portanto, os msculos visuais tm esse leve tremor que inerente aofuncionamento normal de todo msculo.

    Voc pode tornar-se cnscio desse movimento olhando para asestrelas, que parecem tremeluzir, o que verdadeiramente no se d, pois ofenmeno de radiao da luz de natureza constante. A iluso da cintilao, na realidade, a percepo dos raios visuais provocados por esse passeiodo olho de um ponto a outro; em outras palavras, as pulsaes do tremor.

    Quando os olhos esto relaxados, a mobilidade voluntria freqentee o movimento curto. O olhar mais tenso pode executar um movimentomais amplo, mas produz cansao muscular. H necessidade de relaxamentomuscular para que o olho tenha a mobilidade adequada e possa visualizarpequenas reas. Isto se aplica a todos os msculos do corpo - quanto maissutil o movimento, mais bem adestrado e mais relaxado deve ser omsculo.

    A mobilidade normal absolutamente essencial vista normal. Aperda da viso, com freqncia, diretamente proporcional perda demovimento.

    A luzQuando h quantidade suficiente de luz, os olhos normais podem ver

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    sem esforo. Sem luz, so incapazes de ver e deveriam ficar em repouso.Quando a luz pouca, a pupila dilata a fim de permitir a entrada de

    mais luz, como a abertura do diafragma de uma mquina fotogrfica oufilmadora; quando a luz muito viva, a pupila se contrai para barrar oexcesso de luz. O olho capaz de adaptar-se aos mais variados tipos de luz.

    A atividade da ris, mudando e mantendo o tamanho da pupila e oestmulo dos elementos visveis na retina, depende da luz. Dessa forma, importante que sejam favorveis os arranjos de iluminao.

    A luz solar benfica aos olhos, repousa e estimula os msculos aomesmo tempo. Aqueles que vivem em ambientes fechados e no expemos olhos luz do sol, verificam que sua vista se torna gradualmente maisfraca. Os homens e animais que trabalham em minas, com luz artificial, tema viso pauprrima se comparada aos que vivem luz do dia.

    necessrio, porm, saber como usar a luz solar. O abuso do sol podeproduzir srios danos aos olhos.

    Talvez os olhos estranhem ao enfrentarem pela primeira vez a luz fortedo sol, saindo, por exemplo, da penumbra de um teatro ou cinema, para aclaridade ofuscante da rua numa tarde ensolarada. Isto no significa, olhosfracos. Sente-se certo incmodo ou uma sensao de esforo porque adiminuio da pupila, o fechamento da abertura em sua tentativa deproteger o olho contra o sbito brilho, requer tempo considervel.Freqentemente so necessrios dois ou trs minutos para a mudana deuma luz forte para uma iluminao escassa, ou vice-versa. A bruscacontrao do msculo da ris penosa. Mas, chegando luz demasiadoforte, se mantiver os olhos baixos por dois ou trs minutos, enquanto se

    altera o tamanho da pupila, as plpebras e as pestanas protegero os olhosda luz excessiva, at completar-se a adaptao e, assim, pode-se sair darelativa obscuridade para a luz fulgurante sem o mnimo desconforto.

    Por outro lado, o alargamento da ris, relaxamento do msculo, no em absoluto penoso. Mesmo mergulhando subitamente na escurido, noh o menor desconforto. Por exemplo, quando se entra num salo deespetculos s escuras, princpio no se v porque o tamanho da pupila demasiado pequeno para to pouca luz e requer um certo tempo at que apupila tome dimenses suficientes para permitir que maior quantidade deluz entre no olho. Mas no h desconforto. E, feito isso, estar-se- apto aver com bastante clareza.

    Os olhos podem ter aumentada a sua tolerncia luz por controladas efreqentes exposies claridade. Na parte de exerccios, Captulo 2,pg.33, aprenda, de maneira segura, o que chamamos de "olhar solar".

    Captulo 2

    EXERCCIOS

    Neste captulo explicaremos todos os exerccios que compem oMtodo Bates para recuperar e manter uma viso perfeita. Sero descritoso mais claramente possvel, independente da ordem em que devam ser

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    realizados. No Captulo 3, TRATAMENTOS ser fornecida a ordem deexecuo.

    Jamais devemos esquecer os trs segredos da boa viso:1. Piscar freqentemente.2. Focalizao central (dirigir a ateno dos olhos a um ponto

    especfico por vez).3. Mover os olhos com freqncia.Estes procedimentos independem de hora ou local para serem

    executados. Devem ser introjetados de tal forma em nossa mente, que asua execuo deve ocorrer de forma expontnea, sem esforo, livre econfortavelmente em cada segundo de nossa vida.

    Esclarecemos novamente que o presente mtodo aplica-se a todos osdistrbios visuais para os quais prescrito o uso de culos e no nossainteno aplic-lo nos distrbios provocados por degenerescncia. No

    entanto, mesmo estes podero usufruir de algum benefcio com osprocedimentos descritos.

    Aprendendo a lerA maior incidncia de cansao visual proporcionada pelos maus

    hbitos e vcios desenvolvidos na leitura. Achamos til iniciar este captulocom este tema.

    Para cada atividade do corpo h uma maneira normal defuncionamento, sendo todas as outras anormais. O mesmo se d com afuno de ler.

    Pensava-se que o tipo de letra pequena e mal impressa dos jornais,revistas e livros que era ruim para os olhos. Atualmente isso j no problema, temos melhor trabalho tipogrfico, em tipos de maior corpo, tintamais preta, papel mais alvo, podendo-se ler com luz mais clara e, noentanto, o nmero de indivduos que padecem quando lem ou que devemlimitar sua leitura por causa da fadiga dos olhos, cresce dia a dia.

    O que temos, na realidade, um enfoque errado do problema: ataca-seos efeitos do distrbio e no as causas. A resposta :

    "no precisamos de coisas melhores para ver, mas sim de umamelhor maneira de ver as coisas".

    Os erros ou maus hbitos mais comuns na leitura so: Segurar o livro muito longe ou muito perto dos olhos. Ficar com o

    corpo em posio incmoda ou forada; por exemplo, a cabeaexcessivamente inclinada para a frente ou os ombros e braos pordemais tensos. Esse um hbito muito comum quando se quercombater o sono ocasionado pela leitura.

    Ler com pouca luz ou luz em excesso. Ler com luz trmula ourefletindo-se fortemente sobre objetos no focalizados mas dentrodo campo de viso.

    Ler enquanto doente ou muito cansado.

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    Ler com tenso nervosa provocada pela pressa, preocupao oucontrariedade.

    Ter sob a vista material mal impresso ou borrado. Procurar ler comos olhos semicerrados para poder ver melhor.

    Ler em papel cuja cor esteja em desarmonia com a tinta usada na

    impresso. Ler em papel fortemente lustroso. Tal papel provoca cansao da

    vista se no for convenientemente iluminado; a luz direta sobre elecausa um brilho excessivo que cansa os olhos.

    Ler quando no possvel manter o impresso razoavelmenteestacionado, como num trem ou automvel.

    Para que voc comece logo a usar sua vista de um modo normal,apreciando e compreendendo o que se segue mais plenamente, leia estelivro da seguinte forma:1. Sente-se em posio vertical e relaxada. A posio do corpo deve ser

    to fcil que nenhum rgo ou tecido deve sofrer presso ou tensoindevida.

    2. A cabea tambm deve ficar mais ou menos a prumo. Pode-se inclin-la levemente mas no ao ponto de tomb-la para a frente. Quando acabea se inclina pesadamente para a frente, todos os tecidos dopescoo e dos ombros sofrem um puxo anormal, a circulao dacabea processa-se irregularmente e produz-se o cansao da vistadevido s interferncias nos centros nervosos que controlam as funesvisuais.

    3. O livro deve ser mantido a uma distncia de 35 a 40 centmetros dos

    olhos e prximo ao peito, de modo que os braos possam apoiar-se deencontro ao corpo; a plpebra deve encobrir a maior parte do globoocular, repelindo a luminosidade desnecessria e outras impressesvisuais que s serviriam para distrair a ateno; o msculo da plpebramanter-se- relaxado. Com as plpebras apenas ligeiramente abertas, opiscar executado uma ou duas vezes para cada linha realiza-se em ummnimo de tempo, graas distncia extremamente curta que asplpebras devem percorrer. Isso no interrompe, de modo algum, aseqncia de impulsos que chegam ao crebro atravs do nervo ptico.

    4. A luz deve ser adequada, mas no demasiado forte. A iluminaogeral do cmodo ser boa se houver uma luz direta, ligeiramente maisforte, incidindo sobre o livro. A luz deve ser colocada de lado e por trs,de forma que o reflexo, mesmo sobre as pginas do livro, no atinja osolhos. Luz refletida, globos luminosos expostos ou objetos brilhantes nodevem ficar no campo visual, pois a fadiga da retina produz-se comqualquer luminosidade forte partindo de qualquer parte que no seja oponto focalizado pela vista.

    5. Leia de maneira que cada palavra siga a anterior, tal qual como seescreve. No avance. Se numa s olhada se abranger uma sentena ouuma linha inteira, voando-se sobre a pgina, o resultado ser o cansaodos olhos. O aconselhvel ir guardando na memria o que foi lido eacrescentando cada palavra nova. Assim procedendo, mantm-se os

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    olhos em cmodo e contnuo movimento, com o que se evitar todoesforo e cansao. Quem l, em mdia, um livro em uma hora ou duas,est abusando dos olhos e condenando-se a ter distrbios oculares maiscedo ou mais tarde. Deve-se ler palavra por palavra. Se no estiverinteressado num pargrafo ou numa determinada parte do capitulo, pule

    esta parte inteira-mente, o hbito de "devorar um livro" sempre causarperturbaes porque a vista ser usada sem focalizao completa. Seesta prtica for contnua, acaba-se por perder a capacidade de produzirfocalizao completa e o resultado ser uma viso turva ou borrada.

    Todas as funes do corpo so realizadas por meio dos impulsosnervosos. Quando feitas fcil e normalmente, a soma de energiadespendida pequena. Quando o sistema nervoso fica debilitado, ou pordoena ou pela falta de sono, a melhor poltica deixar ao mesmo tempode ler, ou ler o mnimo possvel. Embora a leitura ainda seja um repouso,

    comparada maioria das atividades, nem por isso substitui o sono ou odescanso absoluto.

    Exerccio n 01

    Relaxamento simples na cama:Uma vez que esteja com todo o corpo bem acomodado, de olhos

    fechados, tome conscincia da face e dos olhos, comande um relaxamentonessas regies e depois na lngua. Repita o processo at sentir que os

    msculos esto livres e macios. Vire a cabea vagarosamente de um ladopara o outro.

    Antes de ir para a cama e durante a noite, se voc no conseguirdormir, pratique o "Grande Volteio" (Ex. 07), at que lhe cheguem osbocejos e voc se sinta completamente relaxado. Faa assim tantas vezesquantas conseguir e por tanto tempo quanto no o incomode.

    Exerccio N02

    Focalizao:As pessoas inclinadas a olhar uma rea demasiado grande - e os olhos

    muito anormais assim procedem - beneficiariam a viso e proporcionariamconforto aos olhos se praticassem criteriosamente o seguinte exerccio: semos culos, olhe uma palavra, depois olhe outra palavra trs palavrasdistante da primeira, ento volte atrs e repita o exerccio. Faa isso atque as duas palavras se tornem claras. Relaxe os msculos durante essaprtica.

    Um exerccio que consiga focalizar definitivamente cada palavra e,propositadamente, mover a vista at a prxima. Poucos minutos desta

    prtica por dia, transforma-la- num hbito inconsciente.

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    Exerccio N 03

    Leitura de cima para baixo:Como um exerccio de carter prtico, a leitura de cima para baixo

    desenvolve o hbito de mover os olhos e dar-lhes fixao central. Segure o

    livro de cabea para baixo a trinta e cinco centmetros de distncia.Comeando do canto direito inferior, leia da direita para a esquerda, leiacada palavra individualmente e, as palavras extensas que no possam serlidas de um relance, leia-as slaba por silaba. Cada palavra deve ser lidacom os olhos e no adivinhada pelo sentido. Dessa forma, cada palavra servista separadamente e a mobilidade ser contnua. Tal exerccio poderia serfeito durante semanas ou meses at a leitura de baixo para cima ser feitato facilmente como a leitura pelo processo comum. Quando voc puderfaz-lo com tanta facilidade que se torne confortvel ler curtas histriasdessa maneira, poder deduzir que seus olhos esto funcionando

    perfeitamente.Se apenas um dos olhos estiver afetado, tape a vista boa com uma

    venda e exercite a vista afetada.

    Exerccio N 04

    Para tirar o culosSe voc retirar os culos, poder ver somente um borro.

    Inconscientemente voc se esforar por ver. Adicione a isso, talvez, o

    pnico subconsciente de que, sem os culos, enxerga muito pouco. Mas, emvez disso, esforce-se por ficar despreocupado depois de abandonar osculos, relaxando conscientemente o corpo, msculo por msculo - deixe-o vontade e mole como uma pea de seda macia. Em seguida,conscientemente, relaxe tambm a mente, deixe os pensamentos vagaremsem rumo certo.

    Relaxe o rosto afrouxando a lngua e todos os msculos ao redor daboca, permitindo que os cantos da boca subam e no desam. Feche osolhos - livre-os de prestar ateno a tudo quanto os rodeia e da tenso damenina dos olhos. Faa de conta que o globo ocular est livre e solto, d um

    sorriso e deixe-o espalhar-se por seus olhos fechados, pensando que no habsolutamente luz em seus olhos, que tudo de um negror de veludo.

    Ento, abra os olhos e olhe de novo. No se esforce por ver, deixe apaisagem, a palavra ou o objeto vir descansar em seus olhos, no saia emsua perseguio. Se voc j alcanou um belo grau de relax, ao, sua visotambm j ter progredido um pouco. E sempre o esforo para ver que oimpede de ver.

    Exerccio N 05

    Olhar solar

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    Como Enxergar Bem sem culos M. Matheus de Souza, DC. DM.

    Um dos mais eficientes e simples processos de aumentar a capacidadede tolerncia expor os olhos aos raios do sol da seguinte maneira:

    1) Feche os olhos ligeiramente enquanto o rosto estiver viradodiretamente para o sol.

    2) Mantendo os olhos cerrados, vire a cabea lentamente de um lado

    para o outro. Proceda assim durante quatro ou cinco minutos.3) Ento, quando os olhos estiverem bem relaxados com o calor do sol

    e o movimento da cabea, poder abri-los, mas apenasmomentaneamente e quando a cabea estiver voltada para o lado.Os olhos no devem fitar diretamente o sol, mas podem fixar-se emsuas proximidades. No faa esforo para enxergar e abra os olhossomente em curtos lapsos. Com a continuao deste exerccio ehabituando-se vista mais forte, os olhos podem ser dirigidos maise mais para o sol.

    Fazendo isto regularmente em dias seguidos e em tempo cada vez

    maior, os olhos ho de se tornar mais fortes e qualquer vista experimentarmelhoras.

    Os olhos so admiravelmente equipados para se protegerem efuncionam sob condies luminosas as mais variadas. Quando se usa omecanismo natural de proteo que acabamos de resumir, a luz causaprazer aos olhos e no incmodo.

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    Exerccio N

    06Empalmao

    Ponha-se em posio confortvel com algum anteparo onde possaapoiar os cotovelos.

    Cubra os olhos com a palma das mos. Essas devem ficar em concha eno tocar na vista, assentando-se as palmas nas mas do rosto e os dedosde uma das mos cruzando sobre os dedos da outra, interceptandocompletamente a luz e sem exercer a mnima presso contra os olhos (vejaa ilustrao para a posio das mos sobre os olhos). Os olhos mantm-se

    suavemente fechados. Quando estiverem inteiramente relaxados, o fundoda vista ficar preto. O tempo re