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INSTITUTO POLITÉCNICO DE VIANA DO CASTELO
ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA E GESTÃO
Curso de Turismo
2º Ano
Turismo Internacional
Como é que a “nova ordem financeira
internacional” poderá beneficiar o turismo?
Discentes
Carlos Domingues, nº 6161
Lara Loureiro, nº 6225
Ano lectivo: 2008-2009
Docente
Dr. Carlos Fernandes
Viana do Castelo, 17 de Março de 2009
Como é que a “nova ordem financeira internacional” poderá beneficiar o turismo?
Curso Superior de Turismo – Instituto Superior Politécnico de Viana do Castelo
Resumo
O tema deste trabalho baseia-se nas declarações do presidente da Comissão
Europeia. “Durão Barroso, apelou recentemente, ao estabelecimento de uma “nova
ordem financeira internacional” e advertiu que a actual crise “ainda não chegou ao
fim”… Estamos a enfrentar desafios graves (…) Nenhum país pode pretender estar
imune” à crise… A actual crise, “começou nos Estados Unidos, em alguns sectores
dos mercados financeiros “, mas “os seus efeitos são globais”… É preciso criar uma
nova ordem financeira internacional e dar uma resposta global à crise” (Jornal de
Notícias; acedido em 14.03.2009). A questão central é, então, como é que esta nova
ordem financeira internacional poderá beneficiar o turismo.
Os principais pontos em análise são perceber o que levou à situação
financeira actual (crise), a necessidade de tomada de medidas e de encontrar
soluções para ultrapassar estes problemas, perceber o que é ou será a denominada
nova ordem financeira internacional e, principalmente, que impactos terão todos
estes factores no turismo.
Como é natural, a situação que os países vivem a nível económico,
financeiro, social, a cultura, entre outros aspectos, estão intimamente ligados ao
turismo e influenciam e são influenciados por ele. O turismo influencia todas estas
áreas da vida quotidiana ao mesmo tempo que é influenciado por elas e, se alguma
coisa está mal o turismo ressente-se. Assim, é fácil perceber, que todos os factores
negativos da crise têm tido impactos gravíssimos e muito negativos no turismo.
No entanto, fala-se numa nova ordem financeira internacional que muitos
governantes e políticos esperam ver o mais rapidamente possível imposta. Neste
momento muitos têm sido os discursos a favor das negociações sobre esta nova
ordem. Muitas têm sida as vozes a favor e as vozes que pedem urgência na
resolução deste aspecto. No entanto, muito pouco foi feito para que seja uma
realidade próxima. Os conceitos, os ideais, os pressupostos, etc., ainda não estão
definidos e, por este facto é ainda difícil perceber o que poderá vir a acontecer.
Sendo o turismo uma actividade influenciada por tantos aspectos é normal
que se perceba que esta nova ordem, a ser imposta, terá muitas influências que
poderão ser positivas ou negativas. Importa-nos neste momento evidenciar as
positivas porque negativamente já tem sido muito influenciado. A percepção de que
Como é que a “nova ordem financeira internacional” poderá beneficiar o turismo?
Curso Superior de Turismo – Instituto Superior Politécnico de Viana do Castelo
o turismo é uma actividade flexível e adaptável às situações antevê que qualquer
que sejam as medidas adoptadas o turismo adaptar-se-á e como sempre vingará. É
uma actividade que já passou por vários fenómenos negativos e positivos e sempre
se adaptou, sempre inovou e melhorou. A capacidade que tem de fazer uso das
novas tecnologias, dos novos modos de vida, das mudanças de hábitos e até dos
gostos mais bizarros permitiu e permite ao turismo que seja uma actividade bem
fincada na vida das pessoas.
Por todos estes motivos acreditamos que mais uma vez o turismo se irá
adaptar e vencer todos os obstáculos continuando a ser a actividade com o enorme
potencial que tem hoje e com o crescimento que tinha antes. A nova ordem
financeira poderá trazer as mudanças positivas que se espera venham a acontecer
Como é que a “nova ordem financeira internacional” poderá beneficiar o turismo?
Curso Superior de Turismo – Instituto Superior Politécnico de Viana do Castelo
Índice:
1 - Introdução .............................................................................................................. 1
2 - Metodologia ............................................................................................................ 1
3 – Início da crise financeira ........................................................................................ 2
4 – Situação actual ...................................................................................................... 3
4.1 – Bretton Woods ................................................................................................ 4
5 – Necessidade de soluções ...................................................................................... 5
5.1 – Nova ordem financeira internacional ............................................................... 7
5.1.1 – Propostas para a nova ordem financeira internacional ............................ 7
6 – Relação com o turismo .......................................................................................... 9
6.1 – Tourism Resilience Committee ..................................................................... 10
6.2 – Problemas para o turismo ............................................................................. 11
6.3 – Possíveis benefícios para o turismo ............................................................. 12
7 - Conclusão ............................................................................................................ 13
8 - Referências Bibliográficas .................................................................................... 15
9 - Anexos ................................................................................................................. 17
Como é que a “nova ordem financeira internacional” poderá beneficiar o turismo?
~ 1~ Curso Superior de Turismo – Instituto Superior Politécnico de Viana do Castelo
1 - Introdução
Este trabalho surge no seguimento da disciplina de Turismo Internacional.
Nele iremos abordar temas tão actuais como a crise global, a nova ordem financeira
mundial e o lugar que o turismo ocupa no meio de todos os recentes
acontecimentos.
Sabemos que o Mundo se encontra a ultrapassar uma crise de dimensão
mundial. Sabemos que atinge todos os sectores económicos e todas as indústrias.
Sabemos que todos os dias nos entram em casa notícia sobre desemprego e
falências através dos meios de comunicação. Sabemos que os líderes mundiais se
reúnem inúmeras vezes para tentar colmatar as influências negativas da crise.
Sabemos que por todo o mundo governos tentam sustentar a economia dos seus
países. Mas, saberemos o impacto real que tudo isto tem no turismo? Nós que nos
dizemos pessoas informadas sobre o turismo perceberemos a dimensão que todas
estas situações têm na vida diária deste sector?
É para termos uma percepção maior e melhor do que se passa à nossa volta
e daquilo que podemos esperar dos próximos tempos que este trabalho se justifica.
É sobre estes impactos que se irá incidir focando, principalmente, os benefícios para
o turismo que se poderão retirar da nova ordem financeira de que tanto se fala e que
tantos países e dirigentes querem ver imposta.
2 - Metodologia
Para fazer este trabalho foi necessário recolher informação muito recente e
actual. Para isso a melhor ferramenta que poderia ser utilizada era a Internet. Este
trabalho baseia-se por isso em factos e notícias dos últimos dias retiradas desta
ferramenta de investigação.
Tivemos dificuldade em obter dados concretos sobre o que é e será a nova
ordem financeira mundial porque ainda não se sabe muito sobre o assunto.
Sabemos que existiram algumas reuniões de governantes acerca do assunto e que
é desejo de alguns que seja implementada. No entanto, ainda não são certos os
parâmetros que terá esta nova ordem bem como os conceitos e ideias que irá
abranger. Do mesmo modo também não se conhecem os impactos que irá ter na
vida financeira, económica e social dos países. Assim, este trabalho irá abordar o
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pouco de informação que se conseguiu recolher apesar, de se supor que ainda
existe muita especulação e muito pouco de concreto e especifico. Devido a este
facto as vantagens que esta nova ordem financeira trará ao turismo e que é o tema
deste trabalho serão suposições baseadas na leitura das fontes encontradas.
Consultámos o site da WTO (World Tourism Organization) para se obter
dados fidedignos e ter-se uma percepção da importância dada por este organismo à
crise e aos seus impactos no turismo. Foram consultados também outros sites de
notícias ligadas à economia como o Diário Económico, o Jornal de Negócios e o
jornal Público.
3 – Início da crise financeira
“A crise das hipotecas, origem do colapso financeiro, ocorreu, no entanto, a
partir de um crescimento de 8% para 20% em créditos habitacionais para pessoas
de baixa renda nos EUA, especialmente de fundos que operavam com garantias
estatais, sob condição de aumentarem este tipo de empréstimo” (s.a.1; Acedido em
12.03.2009).
Pelo que vemos mencionado neste parágrafo a crise financeira global teve
inicio, principalmente, devido a um uso desregulado dos créditos bancários. O facto
de cada vez mais famílias e empresas viverem acima das suas capacidades e
posses fez com que pequenos problemas se transformassem em grandes através
de um efeito bola de neve.
As “crises financeiras, ecológica e alimentícias estão inter-relacionadas e têm
como causa o egoísmo”, (Muhammad Yunus cit in S.a.1; Acedido em 12.03.2009).
Yunus é o fundador do chamado banco Graemeen que, concede às pessoas com
maiores carências micro créditos que as ajudam a melhorar as suas vidas através de
pequenos negócios. Esta ideia de ajudar os outros a construir a sua vida levou a que
lhe fosse atribuído o prémio Nobel da Paz. Para ele os grandes problemas da crise
têm muito a ver com o “apartheid” financeiro que os pobres sofrem (Idem). O
egoísmo daqueles que detêm o poder de mudar a situação faz com que cada vez
mais pessoas se afundem em dívidas o que, muitas das vezes, acaba por levar à
falência das empresas e das próprias famílias. Como todos os sectores sejam eles
económicos, sociais, financeiros, etc., estão interligados quando um entra em
colapso atinge todos.
Como é que a “nova ordem financeira internacional” poderá beneficiar o turismo?
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4 – Situação actual
“Sarkozy lembrou ontem a necessidade de retirar lições desta crise e alertou
para o risco de a considerar um mero ‘parêntesis’ depois do qual tudo ficará como
dantes. Por isso defendeu a emergência de um ‘mundo novo’. ‘Ou bem que o
regulamos, organizamos e moralizamos – e então sairá desta crise um progresso
para a humanidade – ou não conseguiremos e ficará cada um por si. Este mundo
poderá ser bem pior do que aquele que conhecemos hoje’” (Stapleton; Acedido em
12.03.2009).
“Com vista a restaurar a confiança e a liquidez nos mercados bancários, os
políticos tiveram de adoptar medidas decisivas, a saber: injecção de capital e
garantias sobre os empréstimos interbancários” (Dermine; Acedido em 12.03.2009).
A situação que se vive hoje levou a que os políticos, lideres e governantes
tomassem medidas para tentar estagnar a situação de crise que se vive. Estas
medidas custaram muito às contas públicas. Investe-se dinheiro de fundos públicos
na tentativa de salvar instituições e empresas. Todas estas acções são feitas para
que o retrocesso económico e financeiro pare, para que deixe de haver falências e
despedimentos. Mas poderão elas evitar o pior? Serão elas suficientes?
“A situação económica actual despoletou novas necessidades na organização
mundial. Na perspectiva da União Europeia, os EUA falharam no sistema regulador
e deixaram o problema crescer até provocar uma crise de liquidez. Instituições como
o FMI revelaram-se irrelevantes perante a crise financeira actual bem como o acordo
de Bretton Woods de 1944” (S.a.2; Acedido em 12.03.2009).
Na opinião de alguns (como o presidente russo Arkadi Dvorkovitvh e a
chanceler alemã Angela Merkel, por exemplo) o FMI (Fundo Monetário Internacional)
falhou no seu papel de regulador: “O FMI foi concebido como um fundo de
estabilização e tinha como tarefa fundamental socorrer os países em situações de
desequilíbrio nos balanços de pagamentos. Ele também poderia funcionar como um
xerife, penalizando países que actuassem contra a estabilidade do sistema. Havia,
também, uma preocupação em controlar os fluxos de capitais internacionais e evitar
volatilidade excessiva” (Lins; Acedido em 12.03.2009).
Assim, há a opinião de que se o FMI tivesse cumprido bem o seu papel e
executado todas as suas actividades da melhor maneira, não se estaria a atravessar
a situação actual.
Como é que a “nova ordem financeira internacional” poderá beneficiar o turismo?
~ 4~ Curso Superior de Turismo – Instituto Superior Politécnico de Viana do Castelo
”A grandeza excepcional da crise apela, logicamente, para a necessidade de
se analisar o que correu mal para que não se repitam os erros” (Dermine; Acedido
em 12.03.2009).
O primeiro passo a tomar daqui para a frente será aprender com o que correu
mal, com os motivos que nos levaram ao estado actual de crise e, com essa
informação ponderar o que terá de ser feito para que esta situação não se repita. É
esse o beneficio que se pode tirar desta crise, aprender com os erros do passado
para que não se voltem a repetir no futuro.
4.1 – Bretton Woods
O tema deste trabalho é a nova ordem financeira internacional. Mas se é
pedida uma nova ordem financeira internacional isso significa que já existe uma
(antiga). Qual será? Essa ordem internacional já foi referida anteriormente e tem o
nome de Bretton Woods, pois foi nesse local dos Estados Unidos que foi realizada
em 1944.
“Ao final da Segunda Guerra Mundial, mais precisamente em 1944,
representantes de 45 países reuniram-se em Bretton Woods em New
Hampshire, Estados Unidos, para discutir o que poderia ser uma nova
ordem monetária internacional. O objectivo maior era o de criar uma
ordem económica estável e um ambiente de paz para o sistema
capitalista a partir de então. A configuração financeira mundial criada nos
Acordos de Bretton Woods já sublinhava a estabilidade monetária e
financeira como preocupação central. Assim, junto com uma regra
cambial - os países definiam paridades fixas em relação ao dólar norte-
americano que, por sua vez, era conversível em ouro -, foram criadas
instituições responsáveis por zelar pela estabilidade monetária e
financeira internacional, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) (…).
O arranjo todo consolidou a hegemonia norte-americana na economia
mundial e, ao mesmo tempo em que propiciava enormes vantagens ao
dólar, fazia com que as políticas daquele país tivessem impacto sobre
todos os outros. O modelo esgotou-se, pelo menos no que concerne ao
equilíbrio monetário, já na década de 1970” (Lins; Acedido em
12.03.2009).
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~ 5~ Curso Superior de Turismo – Instituto Superior Politécnico de Viana do Castelo
Conforme podemos ler no texto, já em meados do século passado havia a
preocupação de manter a estabilidade financeira. Desta reunião saíram várias
resoluções, que visavam a já referida estabilidade económica. A criação do FMI,
entidade que iria supervisionar e zelar pela instabilidade económica e financeira é
disso exemplo.
Há ainda a realçar a vantagem que os Estados Unidos conquistaram com
este acordo, uma vez que o dólar ficava a servir de base para as outras moedas, o
que provoca um alastramento das políticas monetárias dos Estados Unidos a todos
os outros. Esta vantagem, conforme verificamos actualmente, acarretou graves
consequências já que, foi a influência negativa das entidades financeiras americanas
bem como da economia desse país que levou a que a crise se instalasse
mundialmente.
5 – Necessidade de soluções
“A dimensão da crise financeira actual é quanto baste para os líderes
europeus pedirem uma nova ordem financeira mundial” (Stapleton; Acedido em
12.03.2009).
Para resolver os problemas que o mundo actualmente enfrenta é necessário
encontrar soluções. Estas, têm de ser minimamente pacíficas, já que envolvem
muitos países e muitas realidades diferentes. Deste modo, fala-se na implementação
de um conjunto de medidas e acordos entre países a que se dá o nome de nova
ordem financeira mundial, que virá substituir a já existente de Bretton Woods. No
entanto, a ideia de necessidade da implementação desta nova ordem ainda não é
generalizada. Se há quem pense que é necessária e vital que aconteça outros,
porém, não concordam.
“É preciso criar uma nova ordem financeira internacional e dar uma resposta
global à crise” (Durão Barroso cit. in Bonirre; Acedido em 12.03.2009).
Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, tem vindo a assumir
declaradamente uma posição firme e positiva no que diz respeito à necessidade de
os países se unirem na construção desta nova ordem.
“We need to fight the worst practices like excessive taxes and complex
regulation that increase our costs and reduce the value of our products. It is time for
solidarity” (Taleb Rifai in WTO (1); Acedido em 12.03.2009).
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Taleb Rifai no discurso de abertura da ITB Berlin 2009 (International Tourism
Bourse) reforçou um ponto-chave já referido anteriormente por Muhammad Yunus: é
preciso ter solidariedade. A solidariedade é necessária para ultrapassar os desafios
que hoje enfrentamos, e pode revelar-se um fulcral na recuperação económica, ao
contrário do que se possa pensar. É necessária solidariedade entre as pessoas,
cidadãos do mundo, mas também entre as empresas, associações e organismos
públicos. Se se quer vingar nos dias de hoje é preciso haver apoios e ajudas mútuas
entre todos os intervenientes da vida económica, e não só de um país ou de um
conjunto de países, mas de todo o mundo, pois a própria crise também é global.
Esta é também a opinião de Boaventura de Sousa Santos, que diz que “a
transformação não virá da UE ou dos EUA. Terá de lhes ser imposta pela vontade
dos cidadãos dos países que mais sofreram com os desmandos recentes do
capitalismo de casino” (Boaventura de Sousa Santos cit. in Bonirre; Acedido em
12.03.2009).
“Existe uma necessidade não de desafiar o poder económico
americano mas sim de influenciar a dinâmica deste poder para que não
destabilize todo o sistema financeiro mundial. Ao mesmo tempo, surge a
necessidade de ser criada uma nova entidade que garanta que esta
situação de crise não se volte a repetir. Uma entidade internacional que
trate de métodos de regulamentação e de contabilidade, limitações do
que pode ser transaccionado e por quem, e enquadramentos para
intervenções globais. Para Angela Merkel, chanceler alemã, as
negociações sobre a existência de uma nova ordem financeira mundial
‘não podem continuar a ser adiadas, devem estar concluídas no prazo de
alguns meses’. A chefe do governo manifestou (…) a favor do
prosseguimento das negociações no âmbito da organização Mundial do
Comércio (OMC), considerando o comércio livre ‘a base da economia’.
Merkel manifestou-se disposta a apoiar programas de investimentos do
Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial nos países
emergentes, para evitar o colapso económico destas economias” (S.a.2;
Acedido em 12.03.2009).
Neste texto podemos ver a confiança e certeza de Angela Merkel, que é uma
dos muitos que pedem uma revisão à ordem financeira internacional. A nova ordem
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financeira deve compreender que, ao mesmo tempo que todo o mundo está
interligado e deve estar presente um espírito de solidariedade, deve existir alguma
autonomia, no sentido de um país não levar consigo ao fundo todo o mundo. Impõe-
se ainda a necessidade de uma entidade internacional, sucessora ao FMI, que
regule com maior rigor as transacções internacionais.
5.1 – Nova ordem financeira internacional
“Há mais de uma década, emergiu um debate acerca de uma
possível reformulação da arquitectura financeira internacional. (…) o fato
é que pouco se avançou na direcção de uma regulamentação
internacional que pudesse garantir maior segurança ou menos
instabilidade aos mercados financeiros globais. A crise de agora ilustra
essa morosidade muito bem... (…) Desde que ele foi criado, essa era uma
tarefa do FMI, a quem competia, além da concessão de empréstimos de
salvamento, estabelecer planos de ajuste aos países em desequilíbrio.
Em segundo lugar, vem a prevenção e solução de crises. Aí estariam em
pauta mecanismos de regulação e supervisão internacionais capazes de
evitar comportamentos arriscados demais, com potencial de
comprometimento e contágio da economia mundial” (Lins; Acedido em
12.03.2009).
Já não é a primeira vez que se fala da necessidade de uma nova ordem
internacional que regule e assegure a estabilidade dos mercados financeiros globais.
Segundo Lins, pretendeu-se ainda criar organismos de supervisão que evitassem
crises como a que estamos a passar. Caso esta nova ordem financeira internacional
tivesse sido instaurada há uma década, como relata o texto, provavelmente não
estaríamos na situação em que estamos.
5.1.1 – Propostas para a nova ordem financeira internacional
Uma das propostas, que se encontra em anexo, é composta por algumas
possíveis características de uma nova ordem financeira internacional que irão ser
sugeridas pelo G20. Segundo Krista Hughes, estas são:
Regras mais rígidas – é necessário controlar e supervisionar todas as
transacções internacionais com maior rigor, tendo em especial atenção as principais
Como é que a “nova ordem financeira internacional” poderá beneficiar o turismo?
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empresas internacionais, defesas contra riscos excessivos e mais prudência e
responsabilidade na administração;
Rebaixamento do dólar – o dólar é a moeda internacional mais utilizada e é
necessário alargar esse lugar para mais moedas;
Instituições mais fortes – as instituições internacionais de supervisão
necessitam de ser mais rigorosas e eficazes;
Verbas públicas – é necessário empregar verbas públicas para manter
empregos e empresas abertas, e realizar gastos públicos para promover o
crescimento, apesar de esta ser uma medida antiga;
Emergentes influentes – os países em desenvolvimento devem ter uma
maior participação e direito de opinião neste tipo de questões, uma vez que é uma
crise que afecta a todos.
Já o “economista e prémio Nobel da Paz Muhammad Yunus defendeu em
Londres uma nova ordem financeira internacional ‘baseada na confiança e no
altruísmo’ como forma de resolver muitos dos problemas da crise global, embora ela
tenha nascido justamente em créditos arriscados” (Yunus cit. in S.a.1; Acedido em
12.03.2009). Segundo Yunus, é necessário promover o altruísmo, semelhante à já
referida solidariedade, em que todos temos de nos ajudar. É necessária ainda
confiança, sobretudo na parte dos consumidores, que perante o medo e o constante
nomear da crise se retraíram e diminuíram em muito o consumo, agravando ainda
mais a crise.
“A União Europeia propõe uma entidade internacional para vigiar
os mercados financeiros globais e quer, ao mesmo tempo, europeizar os
mercados financeiros americanos. O objectivo seria manter os EUA no
centro do sistema financeiro internacional mas limitar os seus
procedimentos através de regulamentos bem definidos, de modo a
redefinir o panorama político internacional. A UE deseja que ‘nenhuma
instituição financeira, nenhum segmento de mercado, nenhuma jurisdição
deva escapar à regulamentação e supervisão’, incluindo os paraísos
fiscais e os fundos de investimento de alto risco, e pretende ainda limitar a
tomada de riscos excessivos por parte dos operadores, (…) Apesar da
Como é que a “nova ordem financeira internacional” poderá beneficiar o turismo?
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crise financeira, os EUA não vão desistir de manter a supremacia
económica nem a posse da moeda de reserva mundial” (S.a.2; Acedido
em 12.03.2009).
A união europeia reforça cada vez mais a ideia de um mais apertado controlo
nos mercados financeiros globais. Nem os chamados paraísos fiscais escapam à
supervisão que a UE quer ver implementada. Nada nem ninguém deve agir sem
fiscalização para que não sejam tomadas decisões de risco. Questiona-se ainda se
o dólar americano deve continuar como moeda de reserva mundial, uma vez que
nesta crise demonstrou alguma fragilidade.
Como podemos constatar, existem já muitas ideias e especulação sobre a
nova ordem financeira internacional. Esta, apesar de já ter vários esboços não tem
ainda data marcada, o que pode atrasar a recuperação económica global. E será
para breve esta remodelação na ordem financeira internacional?
Segundo Dominique Strauss-Kahn, director gerente do FMI, "as expectativas
não devem ser sobrevalorizadas. As coisas não vão mudar rapidamente. Bretton
Woods levou dois anos para se preparar. Muita gente fala de Bretton Woods II. As
palavras soam bem, mas não vamos criar um novo tratado internacional" (S.a.3;
Acedido em 12.03.2009) .
6 – Relação com o turismo
“We in the tourism and travel sector can and must play our part” (Taleb Rifai in
WTO (1); Acedido em 12.03.2009). Taleb Rifai Secretário Geral da UNWTO tem
salientado várias vezes a necessidade de se encontrar soluções. O turismo, como
actividade que se consegue adaptar às situações, deve fazer a sua parte, deve fazer
o seu trabalho, arranjar soluções, dar a volta às situações, contornar as dificuldades.
O turismo pode e deve ser melhor e regenerar-se da situação que se vive neste
momento. Mais que nunca é necessário “meter mãos à obra” tomar decisões e
trabalhar para melhorar.
Segundo Taleb Rifai, “What is clear is that tourism can play a critical role in
the recovery process as a sector with a unique resurgence capacity and an immense
potential in terms of employment creation and sustainability. UNWTO’s Tourism
Resilience Committee will precisely monitor the evolving economic situation and its
effects on tourism” (Taleb Rifai in WTO; Acedido em 12.03.2009).
Como é que a “nova ordem financeira internacional” poderá beneficiar o turismo?
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6.1 – Tourism Resilience Committee
“The UNWTO Tourism Resilience Committee is a platform for
UNWTO Members to receive and share information on the current
economic downturn and its impact on the tourism sector.
The tourism industry can play a relevant post-crisis role. The sector
has been negatively affected by the economic downturn and in all
likelihood will continue to be in the short to medium term. This is not
however the first time that tourism has suffered a setback and, if handled
correctly, it looks set to bounce back stronger than before. This is one of
the conclusions of the first meeting of the UNWTO Resilience Committee
(TRC), which set guidelines for the tourism sector to overcome the current
situation.
Essential conclusions of the TRC include:
A swift course of action while keeping in mind the
differences among specific tourism destinations.
Greater cooperation amongst tourism stakeholders. History
has demonstrated that crises can also provide opportunities as they
call for substantial efforts and industry solidarity;
Innovation in areas such as product development,
marketing, distribution, human resources training, and all regional
and national policies;
Improved and more substantial market information: there
are tools available to improve the system of data collection, market
intelligence, and analysis. This area must be developed to provide a
clearer overall picture and allow quicker more effective action; and
Long term challenges: if short term crisis response is
aligned with the current long term issues i.e. global poverty and
climate challenges, the overall industry structure will be
strengthened.” (WTO; Acedido em 12.03.2009).
O TRC tirou estas conclusões como medidas necessárias a adoptar para se
conseguir ultrapassar as dificuldades que o turismo enfrenta. Só adoptando medidas
de fundo para mudar consideravelmente as ideias que se tem hoje se irá conseguir
melhorar e regenerar um sector de actividade tão variado, complexo e ao mesmo
Como é que a “nova ordem financeira internacional” poderá beneficiar o turismo?
~ 11~ Curso Superior de Turismo – Instituto Superior Politécnico de Viana do Castelo
tempo especifico como o turismo. É necessário olhar em volta e ver que ferramentas
se podem utilizar e de onde se podem retirar novas capacidades. Além disso é
necessária mais consciencialização por parte dos empresários e investidores, é
necessário aproveitar as oportunidades por trás das dificuldades. Ver onde se
encontram e de onde se podem retirar essas oportunidades será, provavelmente, a
maior dificuldade que se atravessa.
“Through it all, the industry demonstrated a remarkable resilience and always
came out stronger and healthier. Indeed, resilience has become synonymous with
our industry. This juncture, however, seems to be different. This crisis is truly global
and its parameters are unclear. We need a different mindset.” (WTO (1); Acedido em
12.03.2009).
6.2 – Problemas para o turismo
“We must approach the situation with realism. Our markets started
to deteriorate in mid-2008. While UNWTO figures show international
arrivals hit a record 924 million last year and annual growth of 2%, the
second half of the year tracked the monthly decline in macroeconomic
results and forecasts. Arrivals experienced negative growth of -1% during
last six months of 2008. The same is true of international receipts: record
highs till mid-2008 but rapidly declining second-half growth. This is an
indication of the trend forecasted for the current year. This is the reality.
(…) In the face of the economic downturn the tourism industry is expected
to continue its decline– at least in the short to medium term. The UNWTO
expects International tourism to stagnate (0%) or even decline slightly (-
1% to -2%) throughout 2009. Amongst those most affected are the
Americas and Europe as most of their source markets are already in, or
entering, recession. In Asia and the Pacific the industry is expected to
grow however at a slower rate than in previous years. Africa and the
Middle East find themselves in a similar situation.” (WTO; Acedido em
12.03.2009).
Quando se olha para todos estes números considera-se que a situação que
se vive é dramática e assusta principalmente quem depende do turismo para
sobreviver. Estes números mostram bem os impactos que a crise instalada tem no
Como é que a “nova ordem financeira internacional” poderá beneficiar o turismo?
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turismo. Não são bons prognósticos do que ainda poderá vir a acontecer. Existem
grandes dúvidas sobre o futuro a curto e médio prazo.
6.3 – Possíveis benefícios para o turismo
“History shows that the biggest challenges provide the biggest opportunities.”
(WTO (1); Acedido em 12.03.2009).
A melhor noticia que o turismo pode ter neste momento é acreditar-se que
noutras situações a capacidade de adaptação foi grande e o turismo saiu ainda com
maior força do que a que tinha antes. O benefício maior e mais certo neste momento
é que em todas as dificuldades se podem tirar oportunidades e, são essas
oportunidades que devem ser aproveitadas. A nova ordem financeira mundial, que
se espera seja estudada e implementada nos próximos tempos, ainda irá demorar a
surgir. Os benefícios que poderá trazer ao turismo vão demorar ainda mais tempo e
neste momento são difíceis de prever.
“It is time for innovations and bold action. (…) In taking these measures we
must make use of every advantage. We must harness the immense power of
technology and modern communications including the Internet to reduce costs,
operate with new efficiencies and manage risk in an environment of uncertainty and
constant change.” (WTO (1); Acedido em 12.03.2009).
Assim, a nova ordem financeira poderá trazer benefícios como os seguintes:
Uma situação de estabilidade económica é sempre benéfica para o
turismo para se voltar a verificar o seu normal crescimento.
Como se prevê o crescimento de economias que se encontram em
expansão é um bom momento para se investir nesses países.
O aumento das verbas das instituições de estabilidade financeira como
o FMI e o FSF (Fórum de Estabilidade Financeira) levará a que as pessoas se
sintam mais seguras e prontas a fazer investimentos.
Os gastos públicos que poderão ser feitos para promover o
crescimento económico podem ser feitos no sector turístico. De acordo com Lucy
Ferguson, “a growing number of countries are generating 'national tourism
development plans', in which tourism is seen as the foundation of a country's
development”.
Como é que a “nova ordem financeira internacional” poderá beneficiar o turismo?
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7 - Conclusão
Ao realizar este trabalho apercebemo-nos da origem da actual ordem
financeira, que foi estabelecida em 1944 em Bretton Woods, e que pretendia
proporcionar estabilidade para o sistema capitalista. Este acordo está obviamente
ultrapassado pois foi totalmente ineficiente ao tentar impedir que acontecimentos
como a crise actual acontecessem.
Esta é também a opinião de muitos dirigentes políticos e economistas, que
defendem a criação de uma nova ordem financeira internacional, mais rigorosa,
solidária e justa para todos, que irá pretender sobretudo impedir que acontecimentos
destes voltem a acontecer.
A crise acarretou imensos prejuízos para o turismo, na medida em que a
procura turística desceu, e o crescimento desta actividade, que foi de 5% nos
primeiros 4 meses de 2008, é agora esperado em 0% ou, na pior das hipóteses,
entre -1% e -2% (S.a.4; acedido em 15.03.2009).
É então necessário tomar medidas urgentes para ultrapassar esta crise, e
encurtá-la o máximo possível, antes que os prejuízos sejam catastróficos, e ao nível
do turismo é igualmente necessário tomar medidas iminentes para confrontar a
desaceleração económica.
De facto, segundo Taleb Rifai (Secretário Geral da UNWTO) “o turismo pode
desempenhar um papel fundamental nesta tarefa pois é uma actividade com um
poder de ressurgimento enorme e com uma capacidade inigualável de criar postos
de trabalho e sustentabilidade”. É com esse objectivo que a UNWTO, através da
TRC (Tourism Resilience Committee) se reuniu na ITB Berlim este mês de Março, de
11 a 15, e traçou uma série de conclusões que irão ajudar a actividade económica a
desempenhar a sua parte na recuperação económica e se compromete a
monitorizar a situação económica actual e os seus efeitos no turismo.
Várias personalidades e entidades pedem uma nova ordem financeira
internacional, pois julgam que a actual falhou e é necessária uma nova que combata
a crise actual e evite futuras crises. Estão pois a ser estruturados alguns tópicos e
ideais que a nova ordem financeira internacional deve cumprir.
Os impactos para o turismo, bem como as oportunidades, desta nova ordem
financeira internacional ainda não são conhecidos pois ainda não se sabe sequer
como será esta nova ordem. Sabe-se apenas alguns pontos que se espera que a
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nova ordem inclua, de modo a aprender com os erros do passado. De qualquer
forma, e face às descidas na actividade turística, a estabilidade financeira só poderá
ser boa para o turismo para se voltarem a verificar as taxas normais de crescimento.
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8 - Referências Bibliográficas
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9 - Anexos
Krista Hughes:
“A seguir, algumas possíveis características do novo sistema financeiro.
Regras mais rígidas
- Ministros europeus defendem princípios para reformular de alto a baixo o
mercado mundial de capitais e como bancos e agências de rating de crédito são
administradas.
- A UE diz que "colegiados supervisores" deveriam ser rapidamente
estabelecidos para todas as empresas transnacionais importantes; mecanismos de
controle de risco em instituições financeiras deveriam ser melhorados; um código de
conduta deveria ser adotado contra riscos excessivos; e deveria haver mais
prudência e responsabilidade na administração.
"Temos em mente que não devemos super-regular, nos exceder, mas
claramente também queremos garantir que não deixemos brechas ou buracos
negros nos regulamentos em que produtos, agentes ou territórios sejam deixados
sem regulamentação", disse a ministra francesa das Finanças, Christine Lagarde.
Rebaixamento do Dólar
- O dólar é a base das finanças mundiais desde 1944, quando a conferência
de Bretton Woods decidiu por um sistema cambial vinculado, em que o dólar seria a
divisa de reserva efetiva.
- Embora isso tenha acabado em 1971, quando o dólar deixou de ser
conversível em ouro e deu lugar ao atual modelo de livre flutuação das moedas, o
dólar continuou sendo a moeda internacionalmente preferida, embora o euro já
venha num segundo lugar muito próximo.
- Países com a Itália querem muito ampliar essa base. "Hoje o dólar é a
moeda de Bretton Woods, mas agora poderia haver outras combinações. O debate
sobre o câmbio está sendo reaberto", disse o ministro da Economia da Itália, Giulio
Tremonti, em 15 de outubro.
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Instituições mais fortes
- O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, diz que o principal papel de
supervisão deveria ser confiado ao FMI e ao Fórum de Estabilidade Financeira
(FSF), que não têm autoridade para punir. Ele sugeriu que Arábia Saudita, China e
outros países relativamente ricos ajudem a angariar as centenas de bilhões de
dólares necessários para reforçar os recursos do FMI.
- A Europa defende uma ampliação do FSF, entidade formada por agências
reguladoras, bancos centrais e autoridades financeiras do G7 (países
industrializados) e outras grandes economias, assim como as instituições financeiras
internacionais e os agrupamentos supervisores. O fórum é dirigido pelo presidente
do Banco Central da Itália, Mario Draghi.
Verbas públicas
- As autoridades tentam atenuar o impacto da desaceleração econômica com
apoio aos bancos, crédito mais barato e medidas de estímulo, que até agora já
somaram 4 trilhões de dólares e devem gerar déficits públicos no mundo todo.
- O governo alemão definiu na quarta-feira um pacote de medidas para injetar
50 bilhões de euros (64,2 bilhões de dólares) na sua economia, a maior da Europa,
e para preservar cerca de 1 milhão de empregos. No mês passado, já havia
aprovado um pacote de resgate bancário de meio trilhão de euros.
- O economista James Nixon, do Société Générale, disse que as autoridades
monetárias estão adotando modelos mais antigos, como o estímulo fiscal direto,
para ajudar a combater a crise. "Voltamos a um ambiente onde é preciso buscar
soluções mais keynesianas, que estão fora de moda há 30, 40 anos" disse ele.
O keynesianismo (relativo ao economista britânico John Maynard Keynes) é
uma teoria econômica que prega um papel ativo do governo na economia,
realizando gastos públicos para promover o crescimento.
Emergentes influentes
- O Banco Mundial e o FMI são dominados pelos membros do G8 - EUA,
Japão, Alemanha, Grã-Bretanha, França, Itália, Canadá e Rússia -, embora países
como a China actualmente tenham uma economia maior do que vários deles.
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- Partidários de uma reforma dizem ser essencial que os países em
desenvolvimento assumam um papel mais amplo no sistema financeiro global,
inclusive no FMI.
- O Banco Mundial propõe a expansão do G8 para incluir economias em
acelerada expansão como China, Índia, Brasil, México, Arábia Saudita e África do
Sul. Dessa forma, o bloco representaria 62 por cento do PIB global.
- "Em qualquer nova arquitectura que surgir da reunião de Washington,
precisamos ter representantes adequados, inclusive países emergentes por um lado
e, é claro, a Europa do outro," disse o comissário (ministro) europeu de Assuntos
Econômicos e Monetários, Joaquín Almunia.
- Os países árabes do Golfo também reivindicam maior participação na
definição das políticas económicas globais, e a UE defende que grandes economias
emergentes, como Índia e China, tenham mais presença no FMI e no G8.
(Reportagem de Krista Hughes)”1
1 Hughes, Krista (acedido em 12.03.2009) Cenários - Possíveis aspectos da nova
ordem financeira mundial [on-line], disponível em: http://www.estadao.com.br/economia/not_eco273676,0.htm