comitÊ transfusional – aplicaÇÃo de produtos do

26
Universidade Federal do Rio de Janeiro HOSPITAL UNIVERSITÁRIO APLICAÇÃO DE COMPONENTES DO SANGUE PRESCRIÇÃO, INSTALAÇÃO, MONITORAMENTO E HEMOVIGILÂNCIA Comitê Transfusional Novembro/2011 DOAR SANGUE DAR VIDA

Upload: vubao

Post on 07-Jan-2017

216 views

Category:

Documents


2 download

TRANSCRIPT

Page 1: COMITÊ TRANSFUSIONAL – APLICAÇÃO DE PRODUTOS DO

Universidade Federal do Rio de Janeiro

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

APLICAÇÃO DE COMPONENTES DO SANGUE

PRESCRIÇÃO, INSTALAÇÃO, MONITORAMENTO E HEMOVIGILÂNCIA

Comitê TransfusionalNovembro/2011

DOAR SANGUE

DAR VIDA

Page 2: COMITÊ TRANSFUSIONAL – APLICAÇÃO DE PRODUTOS DO

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO CLEMENTINO FRAGA FILHO – UFRJ

DIRETOR GERAL: José Marcus Raso Eulálio

DIRETOR DIVISÃO MÉDICA: Luiz Augusto Feijó

DIRETOR DIVISÃO DE ENFERMAGEM: Sandra Regina Paiva de Abreu

ELABORAÇÃO: COMITÊ TRANSFUSIONAL

Ana Mª Branco de Oliveira Andrade Enfermeiro Carmen Martins Nogueira Professor

Cátia Regina Dimatteu Paulo Enfermeiro

Gláuber Gouvea Médico

Mirian Oliveira Figueiredo de Mello Enfermeiro

Monique Morgado Loureiro Professor

Nereida Lúcia Palko dos Santos Professor

Rafael Santos Sigaud Médico

Regina Célia Carvalho Souza Enfermeiro

Roberto Luis Timotheo dos Reis Enfermeiro

Rogério Gomes Fleury Médico

Vinícius Gomes da Silveira Professor

APOIO: GERÊNCIA DE RISCO e SERVIÇO DE HEMOTERAPIA

Sonia Maria Cezar Góes Enfermeiro

Tânia Maria Dionísio Secretária

Daniela Palheiro M de Almeida Médico

UFRJ_HUCFF_Comitê Transfusional - Novembro/2011 2

Page 3: COMITÊ TRANSFUSIONAL – APLICAÇÃO DE PRODUTOS DO

APLICAÇÃO DE COMPONENTES DO SANGUE PRESCRIÇÃO - INSTALAÇÃO - MONITORAMENTO E

HEMOVIGILÂNCIA

1. INTRODUÇÃOA intenção desse documento é padronizar os procedimentos para o ato da transfusão de sangue no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da UFRJ.Trata-se apenas da aplicação de componentes do sangue.

2. PRESCRIÇÃO DE PRODUTOS DO SANGUE – COMPONENTESO médico é responsável por prescrever produtos do sangue. A indicação da transfusão e a prescrição devem constar em prontuário eletrônico ou, não sendo disponível, constar de registros manuais em folhas de evolução e prescrição, respectivamente. Deve ser possível identificar o médico que faz a prescrição.É direito do paciente e sua família serem esclarecidos pelo médico sobre a indicação da transfusão, seus benefícios e riscos. A possibilidade da transfusão de sangue deve constar de termo de consentimento assinado pelo paciente ou seu responsável. Pode-se utilizar o Termo de Consentimento para procedimentos, indicados pelo corpo clínico do HUCFF, que já consta do prontuário (ANEXO F).

3. PEDIDO DE TRANSFUSÃOO preenchimento do pedido é responsabilidade do médico que faz a prescrição. Os seguintes dados devem ser informados:

UFRJ_HUCFF_Comitê Transfusional - Novembro/2011 3

Page 4: COMITÊ TRANSFUSIONAL – APLICAÇÃO DE PRODUTOS DO

Número do prontuário; Data do nascimento; Nome COMPLETO do paciente; Sexo; Localização; Tipo de componente e número de unidades; Diagnóstico principal; Justificativa da transfusão; Breve histórico com impacto para a transfusão –

transfusões e /ou gestações anteriores, reações transfusionais anteriores, coagulopatias;

Necessidades especiais e.g. Irradiação, leucodepleção, etc;

Horário previsto para a transfusão; Instruções especiais ao SH-HUCFF sobre o paciente

(horário/reserva par procedimento); Assinatura legível e carimbo do médico

responsável.

Em caso de necessidade de parecer, contatar o Serviço de Hemoterapia Ramal 2312.

4. AMOSTRASMembros do corpo funcional habilitados a colher a amostra, de acordo com o local onde o paciente estiver localizado:

⇒ Enfermeiros⇒ Técnicos do Serviço de Hemoterapia⇒ Técnicos e Auxiliares de Enfermagem⇒ Médicos

UFRJ_HUCFF_Comitê Transfusional - Novembro/2011 4

Page 5: COMITÊ TRANSFUSIONAL – APLICAÇÃO DE PRODUTOS DO

Todos devem ser treinados para o procedimento e para a correta identificação das amostras e dos formulários

4.1 TIPOS DE AMOSTRA1 Tubo com EDTA – tampa roxa1 Tubo seco – tampa vermelha

4.2 FREQUÊNCIA DE COLETA DA AMOSTRA A amostra tem validade de 72h (3

dias) para provas de compatibilidade. Nova amostra será solicitada em

algumas situações:o Pacientes ALOIMUNIZADOS ou com alto risco

de ALOIMUNIZAÇÃO;o Troca da volemia;oDuvida quanto à identificação do paciente;o Caso de reação transfusional.

4.3 IDENTIFICAÇÃO DAS AMOSTRAS PARA TESTES PRE-TRANSFUSIONAISInformações necessárias, nos tubos de coleta das amostras:

⇒ Número do prontuário

⇒ Nome COMPLETO do paciente⇒ Localização no HUCFF⇒ Data⇒ Identificação de quem colhe a amostra

4.4 CUIDADOS COM AMOSTRAS E PEDIDOS

UFRJ_HUCFF_Comitê Transfusional - Novembro/2011 5

Page 6: COMITÊ TRANSFUSIONAL – APLICAÇÃO DE PRODUTOS DO

As transfusões de sangue devem preferencialmente ocorrer em horários diurnos, quando é mais fácil e seguro acompanhar possíveis reações transfusionais, do que em horário de plantão.

Orientar o AOSD a entregar o pedido na seção de transfusão de sangue do Serviço de Hemoterapia, aos cuidados do plantonista do dia.

Entregar os pedidos de transfusão íntegros e em boas condições de manuseio. Não devem ser rasurados ou amassados, pois farão parte do prontuário médico do paciente. Nunca devem ser deixados por baixo de portas.

Encaminhar as amostras de sangue ao Serviço de Hemoterapia em seguida à coleta, mantidas em temperatura ambiente.

Para o transporte de amostras observar normas de biossegurança para material biológico - recipiente exclusivo para esse fim, com paredes rígida, resistente à queda, acomodando os tubos na posição vertical, tampa para cima.

5. RECEBIMENTO NO SERVIÇO DE HEMOTERAPIAOs pedidos são recebidos no Serviço de Hemoterapia – 3º andar do HUCFF. Quando necessário contato telefônico com o plantonista usar o Ramal 2312.

As transfusões serão classificadas para atendimento conforme abaixo: Programada - para determinado dia e horário;

UFRJ_HUCFF_Comitê Transfusional - Novembro/2011 6

Page 7: COMITÊ TRANSFUSIONAL – APLICAÇÃO DE PRODUTOS DO

Não urgente - dentro de 24 horas; Urgente - dentro das próximas 3 horas; Extrema urgência – quando qualquer atraso representa

risco de vida.

ATENÇÃO: Comunicar imediatamente ao Serviço de Hemoterapia em caso de:

1. Mudança de localização do paciente;2. Evolução do paciente com complicação não existente

no momento da solicitação, sendo necessário priorizar o evento transfusional.

6. EXPEDIÇÃO DO PRODUTOEm condições normais de atendimento, o tempo necessário para a expedição final do produto será de aproximadamente 2 horas.Pacientes em cirurgia eletiva, que realizaram os testes pré-transfusionais antecipadamente e já possuem reserva, terão seus pedidos atendidos em aproximadamente 20 minutos a partir do aviso da necessidade feito pela enfermagem do setor.

6.1 – RETIRADA DOS PRODUTOS NO SERVIÇO DE HEMOTERAPIA E TRASNPORTE O Serviço de Hemoterapia avisará o setor ao

término dos testes pré-transfusionais.

UFRJ_HUCFF_Comitê Transfusional - Novembro/2011 7

Page 8: COMITÊ TRANSFUSIONAL – APLICAÇÃO DE PRODUTOS DO

O enfermeiro responsável pelo setor e /ou seus auxiliares poderão entrar em contato para confirmar a liberação dos produtos após:

o 1h quando for entregue pedido com amostra (unidades fechadas);

o 2h quando for necessária colher amostra na enfermaria.

O Centro Cirúrgico, os CTIs e a hemodiálise deverão enviar pessoal autorizado, devidamente capacitado, para retirar as unidades no Serviço de Hemoterapia.

O transporte dos componentes deve ser feito em caixas TÉRMICAS especiais que atendam às temperaturas requeridas.

Ao receber as unidades, os profissionais de enfermagem devem verificar as informações sobre a identificação do paciente e das unidades de sangue liberadas para o mesmo. Atenção para evitar o envio equivocado de bolsas para pacientes!!! Atentar para homônimos.

Junto com as unidades selecionadas seguirá uma cópia da solicitação, que deverá ser anexada ao prontuário do paciente, devidamente preenchida.

O tempo MÁXIMO de trânsito do hemocomponente, até a aplicação, não deve exceder 30 MINUTOS.

Se ao chegar ao setor não for mais necessária a transfusão, as unidades devem retornar ao Serviço de Hemoterapia IMEDIATAMENTE.

6.2. VERIFICAÇÃO ANTES DA APLICAÇÃO

UFRJ_HUCFF_Comitê Transfusional - Novembro/2011 8

Page 9: COMITÊ TRANSFUSIONAL – APLICAÇÃO DE PRODUTOS DO

Verificar o preenchimento da prescrição no prontuário do paciente;

Verificar a necessidade especial do paciente e se o produto enviado corresponde ao solicitado – Leucodepleção/Irradiação/Fenotipagem alongada;

Verificar registro do TPR e PA pré-transfusional na evolução de enfermagem;

Fazer a inspeção visual da unidade procurando por alteração da coloração, formação de grumos ou vazamentos;

Fazer a última verificação de identificação entre a bolsa do hemocomponente e os dados do paciente;

Higienizar as mãos e fazer uso de equipamentos de proteção individual (EPI);

Ter ao seu alcance o equipo próprio para o ato transfusional - com filtro em malha de 170µ e materiais de punção venosa.

6.3. INFUSÃO DO HEMOCOMPONENTE Faça a avaliação e seleção criteriosa do sitio de punção

venosa, com atenção a presença de sinais flogísticos e de infiltração.

Proceda a punção venosa, respeitando técnica asséptica, conforme o protocolo institucional.

Verifique a permeabilidade e condições do acesso se punção preexistente.

Mantenha o acesso com salina 0,9% se necessário.

UFRJ_HUCFF_Comitê Transfusional - Novembro/2011 9

Page 10: COMITÊ TRANSFUSIONAL – APLICAÇÃO DE PRODUTOS DO

Conectar a bolsa ao equipo próprio para hemocomponente (com filtro 170µ) e após seu preenchimento, conectar ao acesso.

Abra o equipo para a transfusão com gotejamento lento, aumentando a velocidade gradativamente até atingir 50 gotas por minuto, aos 10 minutos. Velocidades superiores a descrita poderão ser feitas desde que autorizadas pelo médico assistente.

As transfusões de plasma fresco e crioprecipitado terão o gotejamento ajustados à permeabilidade vascular, e condição clínica do paciente de processar o volume infundido.

Velocidades habituais das transfusões:o Concentrados de hemácias: 1 a 4 horas

podendo ser mais rápida em emergências.o Plasma Fresco Congelado: 30 minutos por

bolsa.o Concentrado de Plaquetas (dose: 6u

randômicas ou 1 CPU): 30 minutos.

UFRJ_HUCFF_Comitê Transfusional - Novembro/2011 10

Page 11: COMITÊ TRANSFUSIONAL – APLICAÇÃO DE PRODUTOS DO

ATENÇÃOo Evite adicionar medicamentos à bolsa de

hemocomponente, mesmo que em paralelo na mesma via, à exceção da Solução de Cloreto de Sódio a 0,9%.

o Em caso de aplicação de mais de uma unidade, aferir FC e PA entre as unidades e, ao término das unidades verificar TPR-PA.

o A administração de cada dose de hemocomponente, deve ser através de equipo próprio para o ato transfusional, e de uso único.

7. REAÇÕES TRANSFUSIONAISReação transfusional é qualquer intercorrência consequente à transfusão sanguínea, durante ou após sua administração.São classificadas como imediatas, quando ocorrem até 24h do término da transfusão, ou tardias, quando acontecem depois deste período.As condutas gerais para atendimento das reações estão especificadas nos anexos A, B, C e D.

8. VERIFICAÇÕES AO TÉRMINO DA TRANSFUSÃO Verifique os sinais vitais (TPR e PA) Mantenha o acesso venoso pérvio (salinizado) para o

caso de serem necessárias medidas de controle diante de eventuais intercorrências.

A retirada do acesso venoso estará condicionada ao quadro clínico do paciente.

Identificando um evento adverso, preencha e encaminhe a notificação para o Serviço de

UFRJ_HUCFF_Comitê Transfusional - Novembro/2011 11

Page 12: COMITÊ TRANSFUSIONAL – APLICAÇÃO DE PRODUTOS DO

Hemoterapia/ Gerência de Risco, no caso de evento adverso (Formulário no Anexo E).

9. REGISTROS DE ENFERMAGEM EM PRONTUÁRIO Data e hora do início e término do procedimento; Nº do componente transfundido, classificação

identificada no rótulo (ABO_Rh) e volume infundido; Local de punção venosa, com calibre do dispositivo e

condições do acesso venoso; Sinais vitais verificados antes, durante e ao término do

procedimento; Reações adversas e condutas implementadas. Nome e registro do profissional responsável pelo

acompanhamento.

O Comitê Transfusional do HUCFF orienta para uma transfusão segura: SIGA A “REGRA DOS 5 CERTOS”

1. Componente Certo 2. Dose Certa 3. Paciente Certo 4. Via Certa 5. Hora Certa

10. PERGUNTAS MAIS FREQUENTES:

UFRJ_HUCFF_Comitê Transfusional - Novembro/2011 12

Page 13: COMITÊ TRANSFUSIONAL – APLICAÇÃO DE PRODUTOS DO

10.1) O Concentrado de Hemácias necessita ser aquecido ou pode ser administrado gelado/frio? R. O Concentrado de Hemácias pode ser instalado frio, como sai da geladeira, sua temperatura vai se adaptando durante a infusão.EXCEÇÃO: Quando há troca de volemia, para evitar hipotermia, e na anemia hemolítica auto-imune a frio, para evitar ativação da doença. Nesses casos, utilizar aquecedor próprio para sangue.

10.2) Depois de descongelado/semi-descongelado o plasma pode ser congelado novamente? R. Não.

10.3) Onde guardar o plasma que será administrado de 8/8h? No congelador, na prateleira da geladeira ou ao Serviço de Hemoterapia(SH) só o enviará quando perto do horário de infusão?R. Preferencialmente, o produto deve ser liberado pelo SH conforme necessidade. Se ficar restrito à unidade onde será aplicado, deve ser preservado na temperatura indicada no rótulo do produto, em ambiente higienizado e sinalizado. O descongelamento deve ser iniciado 30 minutos antes do horário previsto para aplicação.

10.4) Como descongelar o plasma e crioprecipitado? Água fria? Morna? R. O plasma deve ser descongelado, a temperatura controlada de 37ºC. Idealmente em descongelador próprio para plasma, a seco. Quando não for possível, poderá ser usado banho maria com temperatura controlada por termômetro. A água deve ser destilada, trocada a cada 24h ou sempre que contaminar durante o

UFRJ_HUCFF_Comitê Transfusional - Novembro/2011 13

Page 14: COMITÊ TRANSFUSIONAL – APLICAÇÃO DE PRODUTOS DO

manuseio. Os produtos plasma e crio devem ser protegidos por plástico transparente para evitar contaminação.

10.5) As plaquetas e o crio podem ser reunidas numa mesma bolsa para infusão? R. A dose de plaqueta pode estar em um “pool” bem como a dose de crio, imediatamente antes da transfusão. No entanto, plaquetas e crio não podem ser misturados entre si.

10.6) As plaquetas podem ser administradas num mesmo equipo só trocando a bolsa? E o crio?R. Sim para ambos. Recomenda-se o uso de um equipo por dose.

10.7) O que fazer com as bolsas furadas que percebemos após descongelamento do plasma?R. Informar imediatamente a perda ao Serviço de Hemoterapia para que possa retornar o produto ao estoque e expurgar como perda. Isso é um indicador importante.

10.8) O concentrado de hemácias pode correr em paralelo com SF 0.9% com eletrólitos? E quando estiver correndo antimicrobianos?R. Idealmente, todos os produtos do sangue devem correr isoladamente. Em casos especiais onde haja grande necessidade, podem correr em paralelo com NaCl a 0,9%. Outros eletrólitos devem ser evitados por interferirem com a solução anticoagulante e integridade das células.

10.9) Crio, plasma ou plaqueta podem ser infundidos juntos? Existe alguma prioridade na hora da infusão?

UFRJ_HUCFF_Comitê Transfusional - Novembro/2011 14

Page 15: COMITÊ TRANSFUSIONAL – APLICAÇÃO DE PRODUTOS DO

R. Idealmente não. Devem ser infundidas separadamente, respeitando, quando possível, a seguinte ordem: inicialmente plaquetas, seguida de plasma e por fim, crio.

10.10) Onde descartar bolsas usadas? Lixo comum? Caixa para descarte de perfuro-cortantes? R. As bolsas liberadas para transfusão já foram testadas para marcadores das principais infecções transmissíveis pelo sangue, sendo consideradas de baixo risco. O material perfuro-cortante utilizado na punção deve ser descartado em caixa própria para isto, mas as bolsas podem ir para o lixo hospitalar comum – saco branco leitoso.

10.11) O que fazer quando o paciente apresenta febre (38°C) refratária a antitérmicos antes da infusão? Pode infundir mesmo assim?R. Idealmente transfundir com o paciente sem elevação da temperatura. Caso a febre não seja controlada, e sendo a transfusão muito necessária, transfundir com o conhecimento e autorização pelo médico assistente que deverá saber que eventos adversos poderão não ser identificados, já que um dos mais comuns é a febre. No caso da transfusão de plaquetas, poderá haver prejuízo no aproveitamento do produto. O paciente deve ser bem monitorado.

UFRJ_HUCFF_Comitê Transfusional - Novembro/2011 15

Page 16: COMITÊ TRANSFUSIONAL – APLICAÇÃO DE PRODUTOS DO

Caros colegas,

Obrigado por sua leitura. Comentários, sugestões e dúvidas podem ser encaminhados

aos cuidados do Comitê Transfusional do HUCFF no e-mail [email protected]

Comitê Transfusional

UFRJ_HUCFF_Comitê Transfusional - Novembro/2011 16

Page 17: COMITÊ TRANSFUSIONAL – APLICAÇÃO DE PRODUTOS DO

11. ANEXOS

UFRJ_HUCFF_Comitê Transfusional - Novembro/2011 17

A) Condutas gerais para atendimento de reações transfusionais IMEDIATAS

1. Interromper transfusão;2. Manter acesso venoso com solução fisiológica 0,9%;3. Verificar, a beira do leito, se o hemocomponente foi

corretamente administrado ao paciente destinado 4. Verificar sinais vitais; 5. Comunicar o ocorrido ao médico do paciente;6. Notificar a reação ao Serviço de Hemoterapia;7. Enviar as amostras do receptor, quando indicado, o

hemocomponente e seu equipo para o Serviço de Hemoterapia;

8. Quando indicado, enviar amostras de sangue e/ou urina do receptor ao laboratório;

9. Registrar em prontuário.

B) Condutas gerais para atendimento de reações transfusionais TARDIAS

1. Notificar ao médico os sinais e sintomas observados;2. Coletar amostras do receptor para exames, conforme

orientação médica;3. Orientar o paciente sobre a suspeita da reação;4. Notificar o Serviço de Hemoterapia;5. Registrar em prontuário.

Page 18: COMITÊ TRANSFUSIONAL – APLICAÇÃO DE PRODUTOS DO

C) REAÇÕES TRANSFUSIONAIS IMEDIATAS

UFRJ_HUCFF_Comitê Transfusional - Novembro/2011

Reação Sinais e sintomas Exames Etiologia Conduta Prevenção

Hemolítica aguda

Inquietação, ansiedade, sensação de morte

iminente, dor no tórax, abdome e local da infusão, hipotensão grave, febre,

calafrios, hemoglobinúria, hemoglobinemia

Retipagem ABO/ RhD dos componentes e das amostras pré e

pós transfusionais do receptor, PAI das

amostras pré e pós transfusionais do

receptor, Coombs pré e pós transfusionais, provas de hemólise, inspeçao visual do plasma e urina do

paciente.

Incompatibilidade ABO, mais

comumente

Medidas intensivas e de suporte,aminas

vasoativas, manter diurese de 100

ml/hora

Atenção nas etapas relacionadas à transfusão de

sangue, infusão lenta nos primeiros 50 ml

Febril não-

hemolítica Calafrios, tremores,

aumento da temperatura > 1º C, cefaléia, náusea,

vômito

Não se aplica (diagnóstico de

exclusão)

Anticorpos contra leucócitos do

doador

Antipiréticos, evitar AAS

Produtos deleucocitados

Alérgica Prurido, urticária, eritema, pápulas, tosse, rouquidão

Não se aplica Anticorpos contra proteínas

plasmáticas

A maioria das reações é benigna e

pode cessar espontanemente

Anti-histamínicos pré

-

transfusionais após primeira reação grave, após a segunda,

lavar os hemocomponentes

18

Page 19: COMITÊ TRANSFUSIONAL – APLICAÇÃO DE PRODUTOS DO

UFRJ_HUCFF_Comitê Transfusional - Novembro/2011

Reação Sinais e sintomas Exames Etiologia Conduta Prevenção

Anafilática Insuficiência respiratória,

sibilos, edema de laringe, náuseas, vômitos,

hipotensão, choque

Usualmente, os sintomas começam imediatamente após o início da transfusão

Dosagem de IgA

e/ou anticorpos anti-

IgA

Anticorpo anti- IgA Medidas

intensivas de suporte, epinefrina,

difenidramina,

corticóides

Defenidramina 1

hora e corticóides 2 a 6 horas antes da infusão, transfusão

autóloga, hemocomponentes

lavados,

hemocomponentes de doadores

deficientes em IgA se for necessário

Sobrecarga

volêmica Disp

néia, ortopnéia,

cianose, distensão jugular, taquicardia, hipertensão, edema periférico e tosse

seca, estertoração pulmonar

Diagnóstico clínico,

radiografia de tórax, BNP elevado

Excesso de volume Suporte de O2,

diuréticos Controle da

velocidade e do volume da infusão. Fracionar as bolsas

em volumes menores

Contaminação bacteriana

Tremores, calafrios, febre, hipotensão, náusea,

vômito, choque

Hemocultura do hemocomponente e

do receptor

Componente sanguíneo

contaminado

Medidas intensivas de

suporte,

antimicro bianos de amplo espectro

Cuidados nas etapas do ciclo do sangue quanto a redução

dos riscos de infecção bacteriana

19

Page 20: COMITÊ TRANSFUSIONAL – APLICAÇÃO DE PRODUTOS DO

• ECA – Enzima Conversora da Angiotensina

UFRJ_HUCFF_Comitê Transfusional - Novembro/2011

Reação Sinais e sintomas Exames Etiologia Conduta Prevenção

Lesão pulmonar

relacionada à

transfusão -

TRALI

Hipoxemia, dispnéia, insuficiência respiratória,

febre, edema pulmonar

bilateral

Descartar hemólise, pesquisa de anticorpos

anti-leucocitários no

doador e no paciente, radiografia de tórax,

Gasometria arterial Com hipoxemia

Anticorpos anti-

leucocitários no

doador, menos

frequentemente no paciente

Suporte respiratório, recusar doadores

relacionados

Evitar plasma de multíparas, não

utilizar plasma de

doadores envolvidos em casos de TRALI.

Hipotensão Queda de pressão, ansiedade, mal estar,

sudorese, e na ausência de febre, calafrios ou tremores

Diagnóstico clínico Utilização de filtros na beira do leito;

pacientes em uso de inibidores da ECA*

Manter o paciente na posição de

Trendelenburg, infundir SF 0,9%

Utilização de filtros de leucócitos de

bancada; investigar história de uso de ini

bidores da ECA*

Hemólise não-

imune Oligossintomática, atenção à

presenção de hemoglobinúria e

hemoglobinemia

Inspeção visual do

plasma e urina do paciente

Destruição de células

antes da transfusão, em geral devido à

ação dos agentes químicos ou

mecânicos

Observação do

paciente e acompanhamento d

a

função renal, estimular diurese até

a melhora do quadro

Revisão dos processos

do ciclo do san

gue

20

Page 21: COMITÊ TRANSFUSIONAL – APLICAÇÃO DE PRODUTOS DO

UFRJ_HUCFF_Comitê Transfusional - Novembro/2011

Reação Sinais e sintomas Exames Etiologia Conduta Prevenção

Distúrbios metabólicos

- H

ipocalcemia

Parestesia, tetania, arritmias

Níveis séricos de cálcio iônico,

eletrocardiograma

Infusão rápida ou excessiva de citrato,

como o que ocorre na transfusão maciça

Reposição lenta de

cálcio com monitoramento

periódico dos níveis séricos

Monitorização dos níveis séricos de cálcio

iônico em pacientes que recebam

transfusão maciça

Dor aguda relacionada à

transfusão

Dor aguda de curta duração em região lombar, torácica e

membros superiores não associados a outros sinais

e sintomas

Diagnóstico de exclusão

Etiologia desconhecida

Analgésicos Não há métodos de prevenção

Síndrome de hiperhemólise

Febre, hemoglobinúria e/ou crise dolorosa

Pesquisa e identificação de

anticorpo irregular, teste de

antiglobulina direto, provas de hemólise

Produção de alo ou autoanticorpos

antieritrocitários, inclusive do sistema

HLA, levando à ligação antígeno

-anticorpo e

ativação de complemento

Corticóides e/ou imunolobulina endovenosa

imediatamente após a reação

Evitar transfusões e reservá

-las para

situações em que a anemia implique em

risco de morte, sempre utilizar pré

-

medicação, respeitar os antígenos D, E. C, c

e K sempre que possível

21

Page 22: COMITÊ TRANSFUSIONAL – APLICAÇÃO DE PRODUTOS DO

D) REAÇÕES TRANSFUSIONAIS TARDIAS

Reação Sinais e sintomas Exames Etiologia Conduta Prevenção

Hemolítica tardia

Febre, icterícia, queda da

hemoglobina e/ou baixo incremento

transfusional

Pesquisa e identificação de

anticorpo irregular, teste de

antiglobulina direto, provas de hemólise

Aloanticorpo previamente desenvolvido por

transfusão ou gestação e não detectado,

hemolisando as hemácias antígeno- positivas

transfundidas

O tratamento é desnecessário

As próximas transfusões devem ser antígeno

negativas para o correspondente anticorpo,

sempre que possível, respeitar os antígenos D, E.

C, c e K Púrpura pós-transfusional

Púrpura trombocitopênica,

sangramento iniciado 5 a 12 dia

após uma transfusão

Pesquisa de anticorpos

antiplaquetários

Anticorpos anti-plaquetários do receptor

levam à destruição de plaquetas autólogas

Plasmaférese, imunoglobulina

endovenosa, corticóides

Uso de hemocomponentes antígeno-negativos em

pacientes com história de púrpura pós transfusional

Doença do enxerto versus hospedeiro –

GvHD

Eritrodermia, rash máculo-papular,

anorexia, náusea, vômitos, diarréia, hepatite, febre,

pancitopenia

Tipagem de HLA, biópsia de pele

Linfócitos do doador formam resposta

imunológica contra o receptor

Imunossupressores, corticóides

Irradiação de hemocomponentes para

pacientes de risco

UFRJ_HUCFF_Comitê Transfusional - Novembro/201122

Page 23: COMITÊ TRANSFUSIONAL – APLICAÇÃO DE PRODUTOS DO

Reação Sinais e sintomas Exames Etiologia Conduta Prevenção

Sorológica tardia

Ausentes Pesquisa e identificação de

anticorpo irregular, teste de

antiglobulina direto, provas de hemólise

Aloanticorpo previamente desenvolvido por

transfusão ou gestação e não detectado, reagindo

com as hemácias antígeno- positivas transfundidas,

sem hemolisá-las

O tratamento é desnecessário

As próximas transfusões devem ser antígeno negativas

para o correspondente anticorpo se este for

clinicamente importante, sempre que possível,

respeitar os antígenos D, E. C, c e K

Sobrecarga de ferro

Hiperpigmentação cutânea, sinais e

sintomas compatíveis com miocardiopatia,

cirrose hepática e diabetes mellitus

Dosagem de ferritina sérica e de ferro

hepático

Após 10 a 20 unidades de concentrados de hemácias

Das complicações

Quelantes de ferro, flebotomias se possível

Fonte: Brasil, 2007.2

UFRJ_HUCFF_Comitê Transfusional - Novembro/201123

Page 24: COMITÊ TRANSFUSIONAL – APLICAÇÃO DE PRODUTOS DO

E) FICHA DE NOTIFICAÇÃO DE EVENTO ADVERSO (GERENCIA DE RISCO)

HUCFF/UFRJ – GERÊNCIA DE RISCO (Sala 5 A 47 – R: 2732/2733) FICHA DE NOTIFICAÇÃO DE EVENTO ADVERSO

Descrição do evento (incluir relato de ocorrência, motivos, providências e consequências. Se necessário, use o verso): Data da ocorrência:

CASO Nº

NOTIFICAÇÃO: ( ) Sangue ( ) Equipamento/produto ( ) Medicamento ( ) Outro

CASO ENVOLVA PACIENTE: Nome: Prontuário: Localização:

CARACTERÍSTICAS E IDENTIFICAÇÃO DO PRODUTO ENVOLVIDO (equipamento e artigo de uso médico, Kits laboratório,material para desinfecção ou esterilização,

sangue/ produtos e medicamentos) Ж Nome do produto: Registro MS: Lote: Validade:

IDENTIFICAÇÃO DO NOTIFICANTE Nome: Função: Localização: Ramal: e-mail:

Ж Guarde o produto envolvido, ele será necessário na investigação

UFRJ_HUCFF_Comitê Transfusional - Novembro/201124

Page 25: COMITÊ TRANSFUSIONAL – APLICAÇÃO DE PRODUTOS DO

F)TERMO DE CONSENTIMENTO COM INCLUSÃO DA TRANSFUSÃO DE SANGUE

UFRJ_HUCFF_Comitê Transfusional - Novembro/2011 25

Page 26: COMITÊ TRANSFUSIONAL – APLICAÇÃO DE PRODUTOS DO

11. REFERÊNCIAS

1. POTTER, PA; PERRY. Fundamentos de Enfermagem. Ed. 7º. Elsevier, 2009.

2. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Hemovigilância: manual técnico para investigação das reações transfusionais imediatas e tardias não infecciosas / Agência Nacional de Vigilância Sanitária. – Brasília : Anvisa, 2007. 124 p.

3. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria 1.353, DE 13 DE JUNHO DE 2011. Aprova o Regulamento Técnico de Procedimentos Hemoterápicos. Brasília (DF): MS, 2011.

4. Manual de Práticas Transfusionais Serviço de Hemoterapia HUCFF – UFRJ 1999 a 2005

5. POP Transfusão Ambulatorial Serviço de Hemoterapia HUCFF – UFRJ 2011

6. Brasil, Guia para uso de hemocomponentes/Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Especializada – Brasília 2008. 140p

UFRJ_HUCFF_Comitê Transfusional - Novembro/2011 26