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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA BAHIA CAMPUS BARREIRAS COORDENAÇÃO DO CURSO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS ANÁLISE DA QUALIDADE DA CARNE BOVINA IN NATURA COMERCIALIZADA EM FEIRAS LIVRES DO MUNICÍPIO DE BARREIRAS-BA Miriam Stephanie Nunes de Souza Trabalho de Conclusão de Curso encaminhado para apreciação do Colegiado do Curso de Graduação em Engenharia de Alimentos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia, campus Barreiras como requisito parcial para obtenção do Título de Engenheiro de Alimentos. Orientador: Prof. D. Sc. Ítalo Abreu Lima Co-orientador: Prof. M. Sc. Luiz Fernando Souza Almeida Barreiras - BA Dezembro de 2018

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA

BAHIA

CAMPUS BARREIRAS

COORDENAÇÃO DO CURSO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS

ANÁLISE DA QUALIDADE DA CARNE BOVINA IN NATURA

COMERCIALIZADA EM FEIRAS LIVRES DO MUNICÍPIO DE BARREIRAS-BA

Miriam Stephanie Nunes de Souza

Trabalho de Conclusão de Curso

encaminhado para apreciação do Colegiado do Curso de Graduação em Engenharia de Alimentos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia, campus Barreiras como requisito parcial para obtenção do Título de Engenheiro de Alimentos.

Orientador: Prof. D. Sc. Ítalo Abreu Lima

Co-orientador: Prof. M. Sc. Luiz Fernando Souza Almeida

Barreiras - BA

Dezembro de 2018

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Souza, Miriam Stephanie Nunes de. Análise da qualidade da carne bovina in natura comercializada em

feiras livres do município de Barreiras – BA / Miriam Stephanie Nunes de

Souza. -- Barreiras, 2018. 64 f. : il.

Trabalho de conclusão de curso (Graduação) – Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia, Campus Barreiras, Curso de

Engenharia de Alimentos, 2018. Orientador(a): Prof. Dr. Sc. Ìtalo Abreu Lima Coorientador(a): Prof. Msc. Sc. Luiz Fernando Souza Almeida

1.Carne in natura. 2. Mesófilos. 3. Coliformes. 4. Saúde pública. I. Título.

II. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia.

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À minha mãe Carmem e ao meu irmão

Diego, por me amarem incondicionalmente

e por estarem sempre ao meu lado nessa

conquista. Amo vocês, eternamente.

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AGRADECIMENTOS

À Deus, por me abençoar infinitamente.

Ao meu orientador, Prof. Dr. Ítalo Abreu Lima, pelo apoio, incentivo, compreensão e

por acreditar em mim.

Ao meu co-orientador, Prof. M. Sc. Luiz Fernando Souza Almeida, pela enorme

contribuição nas análises microbiológicas e pela paciência e disponibilidade de me

ensinar.

Ao meu sobrinho, Guilherme, por ser esse bebê tão lindo e inteligente e iluminar os

meus dias com a sua pureza.

À minha família, por todo carinho e amor.

À Cesar Augusto, meu melhor amigo, primo e confidente. Amo você e sinto muita

saudade.

Aos meus amigos do Rio de Janeiro, Eric Aguiar, Leonardo (Café) e Gui pela

amizade cultivada ao longo dos anos.

Aos amigos que obtive ao longo desse curso, agradeço pelas brincadeiras, pelo

companheirismo e por fazerem parte da minha vida nessa longa caminhada.

Aos professores, agradeço pelos ensinamentos, conselhos, sermões e saibam que

vocês foram essenciais na minha vida acadêmica.

 minha amiga, Claudia Elizabeth, pela longa amizade e parceria no curso.

À minha amiga, Larissa, por ser minha confidente ao longo desses 7 anos de

amizade.

Às pessoas que conheci nesse curso e quero levar para a vida, Camila Filgueira,

Indianara Andrade, Bruna Peregrino, Patrícia Prado, Camila Souza, Magda Inô,

Rafael Almeida, Vanessa Kunz, Thatiely Costa e Josilene Sobral.

E a todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para a elaboração desse

trabalho.

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“Quando a neve cai e os ventos brancos sopram, o lobo solitário morre, mas

a alcateia sobrevive. ”

George R. R. Martin

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RESUMO

O presente trabalho teve como objetivo avaliar as condições higiênico-

sanitárias e os aspectos físico-químicos e microbiológicos da carne bovina in natura

comercializada nas feiras livres do município de Barreiras – Bahia. Para isso, aplicou-

se o check-list em 18 boxes de vendas de carne bovina in natura em feiras livres

para avaliar as condições higiênico-sanitárias dos estabelecimentos. Também foram

analisadas as características físico-químicas (pH, temperatura, atividade de água e

umidade) e microbiológicas (coliformes totais e termotolerantes, bactérias aeróbias

mesófilas e psicrotróficos) de seis amostras de carne bovina in natura que foram

obtidas aleatoriamente nesses 18 boxes. Foram entrevistados os comerciantes

desses boxes e 50 consumidores através de questionários devidamente elaborados.

Como resultados, a maioria dos comerciantes acredita que a carne in natura é um

produto que não transmite nenhuma patologia quando manuseada incorretamente e

grande parte dos mesmos afirmam que há fiscalização da vigilância sanitária, mas

que é feita de forma ineficiente e deficitária. Uma quantidade considerável dos

consumidores não sabe a origem da carne, além de afirmar que ela pode transmitir

doenças, porém desconhece quais são essas patologias veiculadas. Em relação à

temperatura, três amostras não se encontravam em conformidade com a legislação

vigente; sobre o pH, todas as amostras estavam aptas para o consumo, variando de

5,52 a 6,20. Os valores de atividade de água ficaram entre 0,981 e 0,995. Observou-

se que o teor de umidade da carne bovina in natura variou de 57,86 a 74,87% entre

as seis amostras. As amostras apresentaram contagem considerável de bactérias

aeróbias mesófilas e psicrotróficas e quatro delas estavam com quantidade de

coliformes totais e termotolerantes acima do permitido pela legislação. Tais

resultados corroboram para a necessidade da adoção de boas práticas de

manipulação e conservação da carne comercializada em feiras livres para, dessa

forma, reduzir os riscos à saúde dos consumidores e aumentar o tempo de prateleira

do produto.

Palavras-chave: carne in natura, mesófilos, psicrotróficos, coliformes, saúde

pública.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABIEC Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

BPF Boas Práticas de Fabricação

BPM Boas Práticas de Manipulação

DFD Dark, Firm and Dry (Escura, Firme e Seca)

DTA’s Doenças Transmitidas por Alimentos

EC Caldo Escherichia Coli

IAL Instituto Adolfo Lutz

IFBA Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia

LST Caldo Lauril Sulfato Triptose

MAPA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

NMP Número Mais Provável

PCA Plate Count Agar

PSE Pale, Soft and Exsudative (Pálida, Flácida e Exsudativa)

SIE Sistema de Inspeção Estadual

SIF Sistema de Inspeção Federal

SIM Sistema de Inspeção Municipal

UFC Unidade Formadora de Colônia

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Maiores rebanhos e maiores produtores de carne do mundo em 2017. . 21

Figura 2. Abates de bovinos com fiscalização do SIF, SIE, SIM e total, com base em

registros do IBGE. ................................................................................................... 23

Figura 3. Abate por tipo de fiscalização em 2017. .................................................. 23

Figura 4. Proporção de agentes etiológicos identificados nos surtos de DTA no

Brasil, no período de 2007 a 2017. ......................................................................... 25

Figura 5. Carne in natura comercializada no bairro 1. ............................................ 64

Figura 6. Carne in natura comercializada no bairro 2.............................................64

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01. Resultados obtidos dos questionários aplicados aos comerciantes das

feiras livres dos bairros 1 e 2, do município de Barreiras – Bahia, 2018. ................ 39

Tabela 02. Resultados obtidos dos questionários aplicados aos consumidores das

feiras livres dos bairros 1 e 2, do município de Barreiras – Bahia, 2018. ................ 41

Tabela 03. Temperatura média das amostras coletadas nas feiras livres do município

de Barreiras – BA, 2018. ......................................................................................... 42

Tabela 04. pH médio das amostras coletadas nas feiras livres do município de

Barreiras – BA, 2018. .............................................................................................. 43

Tabela 05. Valores de umidade e atividade de água das amostras coletadas nas

feiras livres do município de Barreiras - BA, 2018. .................................................. 45

Tabela 06. Avaliação microbiológica das amostras de carne fresca coletadas nas

feiras livres do município de Barreiras – BA, 2018. ................................................. 46

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1. Classificação quanto ao percentual de conformidades de acordo com

RIISPOA, dos boxes na feira livre do bairro 1 no município de Barreiras-BA, 2018.

................................................................................................................................ 36

Gráfico 2. Classificação quanto ao percentual de conformidades de acordo com

RIISPOA, dos boxes na feira livre do bairro 2 no município de Barreiras-BA, 2018.

................................................................................................................................ 37

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................... 16

2. OBJETIVOS......................................................................................... 18

2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................. 18

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................... 18

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................... 19

3.1 Carne bovina (composição, características) ..................................... 19

3.2 Mercado de carne bovina no Brasil .................................................. 20

3.3 Abate Clandestino ............................................................................ 22

3.4 Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA) .................................... 23

3.5 Feira livre .......................................................................................... 26

3.6 Boas Práticas de Manipulação (BPM) .............................................. 27

3.7 Análises microbiológicas .................................................................. 28

3.8 Análises físico-químicas ................................................................... 30

4 METODOLOGIA ..................................................................................... 32

4.1 Análises Microbiológicas .................................................................. 33

4.1.1 Contagem total de mesófilos ...................................................... 33

4.1.2 Contagem total de psicotróficos ................................................. 34

4.1.3 Contagem de coliformes totais e termotolerantes a 45ºC .......... 34

4.2 Análises Físico-Químicas ................................................................. 35

4.2.1 Atividade de água ....................................................................... 35

4.2.2 pH ............................................................................................... 35

4.2.3 Umidade ..................................................................................... 35

4.2.4 Temperatura ............................................................................... 35

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................. 36

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5.1 Condições higiênico-sanitárias dos boxes .......................................... 36

5.2 Questionários para consumidores e comerciantes ........................... 38

5.3 Análises físico-químicas e microbiológicas ...................................... 42

5.3.1 Análises físico-químicas ............................................................. 42

5.3.2 Análises microbiológicas ............................................................ 46

6 CONCLUSÃO ......................................................................................... 50

REFERÊNCIAS ............................................................................................ 51

ANEXOS ....................................................................................................... 60

(ANEXO 1) ................................................................................................ 60

(ANEXO 2) ................................................................................................ 61

(ANEXO 3) ................................................................................................ 62

(ANEXO 4) ................................................................................................ 64

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1. INTRODUÇÃO

A carne bovina é um alimento essencial para a alimentação humana, além de

conter grande quantidade de proteínas de alto valor biológico, e possui vitaminas e

minerais que são importantes para um bom crescimento e desenvolvimento dos

tecidos e manutenção das funções fisiológicas (GERMANO & GERMANO, 2003).

Os alimentos comercializados não devem proporcionar contaminação, quer

seja de natureza química, física ou biológica. Os perigos físicos são os mais

frequentemente identificados pelos consumidores, em contrapartida, os perigos

químicos e microbiológicos se sobressaem maioritariamente do ponto de vista da

saúde pública, por serem de difícil identificação (RIBEIRO; FRAVET, 2010).

Diante do seu alto valor biológico, a carne é um ótimo substrato para a

propagação de numerosos micro-organismos, e são muitos os fatores que

favorecem a multiplicação microbiana. A qualidade do produto final pode ser

comprometida através das diversas operações em que a carne é submetida antes

da sua comercialização. Se essas operações não forem realizadas corretamente,

podem se transformar em fontes de disseminação de micro-organismos.

Nas feiras livres, os alimentos de origem animal possuem alto risco de

contaminação, uma vez que são expostos em barracas com temperaturas

inadequadas e sem proteção contra poeira, insetos e outros contaminantes físicos.

Ademais, grande parte das carnes comercializadas nesses locais são oriundas de

abatedouros clandestinos que não seguem as normas higiênico-sanitárias, o que

contribui para aumentar o risco de contaminação do produto. Essa realidade é

comum em cidades do interior, devido a hábitos culturais fortemente enraizados na

população, o que a torna vulnerável a diversos tipos de doenças transmitidas por

alimentos (DTA).

As bactérias patogênicas mais comuns encontradas na carne bovina são

Escherichia coli, Clostridium perfringens, Staphylococcus aureus, Salmonella spp. e

Listeria monocytogenes. Dentre essas, destaca-se L. monocytogenes pela

resistência a grandes variações de pH, temperatura e concentrações salinas e S.

aureus que é encontrada na microbiota normal da pele e mucosa de mamíferos e

aves, além de ser responsável por surtos de intoxicação alimentar decorrentes da

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formação de toxinas estafilocócicas no alimento e no trato gastrointestinal de animais

(SILVA, 2015).

Desta forma, torna-se necessária a percepção, cada vez mais vasta, sobre a

qualidade da carne bovina in natura oferecida à população, sendo a avaliação

higiênico-sanitária e análise microbiológica como formas efetivas de apontar as não-

conformidades e na identificação de micro-organismos indicadores, tais como:

coliformes totais e termotolerantes, contagem de bactérias aeróbias mesófilas e de

psicrotróficas.

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2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar as condições higiênico-sanitárias e os aspectos físico-químicos e

microbiológicos da carne bovina in natura comercializada nas feiras livres do

município de Barreiras – Bahia.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Avaliar as condições higiênico-sanitárias dos boxes que comercializam carne

bovina in natura nas feiras livres do município de Barreiras – Bahia, através

da aplicação de check list.

Avaliar as condições microbiológicas da carne bovina in natura através das

análises de psicrotróficos, mesófilos e coliformes totais e termotolerantes a

45ºC.

Analisar características físico-químicas da carne in natura, tais como pH,

temperatura, atividade de água e umidade.

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3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 Carne bovina (composição, características)

De acordo com Costa et al (2002), a carne bovina, em relação ao teor

nutricional, é avaliada como um alimento de alto valor, pois sua composição em

aminoácidos essenciais, lipídios, vitaminas e sais minerais é apropriada para a

alimentação humana. É majoritariamente uma fonte de proteínas, em função de ter

entre seus componentes maior quantidade de fibras musculares. Contém em média

75% de água, 19% de proteínas, 2,5% de gordura, 1,2% de carboidratos, 1,65% de

nitrogênio residual e 0,65% de cinzas (PRANDL et al., 1994 apud MOURA, 2011).

A carne possui aminoácidos essenciais que são bem equilibrados (na

proporção que o corpo necessita) sendo, por esse motivo, considerada uma fonte de

proteínas de alta qualidade (PENSEL, 1997)

A carne é rica em proteína de alto valor biológico, ferro, vitamina B12, assim

como outras vitaminas do complexo B, zinco, selênio e fósforo. O teor de gordura e

o perfil de ácidos graxos, uma incessante preocupação ao se referir ao consumo

deste produto, é altamente dependente das espécies, do sistema de alimentação e

do corte utilizado (PEREIRA; VICENTE, 2013).

Todos os nutrientes presentes na carne são fundamentais para a saúde

humana, com ênfase os minerais ferro e zinco e os aminoácidos. Na carne, o ferro

encontra-se na forma “heme”, sendo absorvido mais facilmente pelo organismo do

que o ferro não-heme, disponível nos vegetais, cereais, frutas e ovos. A inserção de

carne na alimentação contribui para a biodisponibilidade do ferro “não-heme”,

evitando doenças causadas pela deficiência do ferro no corpo humano (VALLE,

2000).

De acordo com Valle (2000), a gordura, que é um importante constituinte da

carne, é uma fonte de energia bastante concentrada, que contribui na dieta humana

por meio dos ácidos graxos saturados e insaturados. À medida que o corpo pode

produzir ácido oléico a partir de antecessores saturados, ele não pode fornecer os

demais ácidos graxos essenciais, a não ser que um deles seja adquirido pela dieta.

Entretanto, para Bronzato & Durante (2017), o consumo de carne vermelha é

avaliado como um fator de risco alimentar para a incidência de doenças

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cardiovasculares. Grande parte do risco de ingestão de carne vermelha tem sido

associada à gordura saturada e ao teor de colesterol, contribuindo para a sugestão

em larga escala de diminuir o consumo de carne vermelha e preferir carnes magras.

Ainda que alguns dados epidemiológicos tenham declarado uma possível

associação entre o seu consumo e o aumento do risco de várias formas de câncer,

doenças cardiovasculares e metabólicas, o consumo de carne tem sido importante

na evolução humana, notadamente no cérebro e no desenvolvimento intelectual

(PEREIRA E VICENTE, 2013).

3.2 Mercado de carne bovina no Brasil

A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS EXPORTADORAS DE

CARNE (ABIEC), afirma que a exportação brasileira total de carne bovina – que

pondera o produto in natura, industrializado, além de cortes salgados e miúdos –

atingiu 1,53 milhão de toneladas em 2017, volume 9,5% maior do que o total ao longo

do ano anterior (ABIEC, 2018).

O crescimento proeminente das exportações da carne bovina brasileira

sugere a necessidade de aumentar a sua produção e melhorar a qualidade do

produto para atender à procura e firmar sua posição no mercado internacional

(MENEZES et al., 2005). Para Gomes, Feijó & Chiari (2017), pode-se avaliar que nas

últimas quatro décadas, a pecuária bovina sofreu uma modernização transformadora

amparada por avanços no nível tecnológico dos sistemas de produção e na

organização da cadeia, com claro reflexo na qualidade da carne bovina.

A pecuária de corte movimentou R$ 523,25 bilhões em 2017. O número retrata

um crescimento de 3,6% em relação aos R$ 504 bilhões totalizados em 2016. Em

quase uma década, o montante obtido pela cadeia produtiva da pecuária de corte

aumentou mais de 80%, abrangendo desde os insumos utilizados na produção do

gado, o faturamento da venda dos animais, até o total comercializado pelas

indústrias e varejo (ABIEC, 2018).

Na figura 1, nota-se que em 2017 o Brasil ocupou a primeira posição em

relação a quantidade de bovinos com 221,8 milhões de cabeças, além de ocupar a

segunda colocação em relação a % de rebanho mundial, produção de carne e % da

produção mundial, de acordo com dados da ABIEC (2018).

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Figura 1– Maiores rebanhos e maiores produtores de carne do mundo em 2017.

Fonte: Athenagro, USDA, FAO adaptado por Abiec (2018).

Em relação a bovinocultura de corte, têm necessariamente quatro elos de

processamento nessa cadeia: insumos, agropecuária (produtores), indústria

(frigoríficos) e distribuição/varejo. Essa cadeia é formada pelo âmbito montante da

produção (indústrias produtoras de insumos tecnológicos e creditícios), o produtor

rural e pelo setor jusante da produção (indústrias frigoríficas e curtumes),

(atacadistas e varejistas) e consumidores finais (SILVEIRA, VIANA & WERNER

JÚNIOR, 2009).

A progressiva demanda pela inocuidade e qualidade dos alimentos,

adicionada da preocupação com os impactos das doenças nos rebanhos e prováveis

riscos à saúde humana geram o surgimento e a aplicação de medidas que podem

trazer empecilhos ao comércio (ICONE, 2010).

Em 2004, Arboitte et al. já dizia que o produtor deve se manter competitivo em

sua atividade, sendo indispensável investimento em eficiência produtiva para

acrescer a lucratividade. A carne bovina necessita ser mais competitiva em relação

à de outras espécies, como aves e suínos, que têm controle rigoroso de qualidade.

Logo, é necessário investir nos aspectos qualitativos, destacando-se as

características sensoriais, aspirando cativar o consumidor e expandir a competição

no mercado externo, que tem sido a grande alavanca para estímulo e crescimento

da atividade.

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3.3 Abate Clandestino

Na atualidade, o Brasil, têm três competências legais nas quais

desempenham os serviços de inspeção sanitária e industrial de produtos de origem

animal: o Serviço de Inspeção Federal (SIF), em que se encontram os

estabelecimentos que comercializam produtos entre Estados e/ou para exportação;

o Serviço de Inspeção Estadual (SIE), no qual estão os locais que vendem produtos

entre Municípios dentro do mesmo Estado, e o Serviço de Inspeção Municipal (SIM)

onde são registrados os estabelecimentos que distribuem produtos dentro do

Município (AGÊNCIA BRASIL, 2005).

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e as

Secretarias Estaduais e Municipais de Agricultura possuem competência para fazer

inspeções, nos estabelecimentos produtores e no transporte. A fiscalização no varejo

incumbe à Secretaria da Saúde, através da Vigilância Sanitária Estadual ou

Municipal (AGÊNCIA BRASIL, 2005).

Há muito tempo que a cadeia de carne bovina é marcada pela complexidade

de obtenção de dados fidedignos em relação ao abate e a produção de carne no

Brasil em virtude da enorme clandestinidade que o setor possui. Tal dificuldade

sobrevém por dois motivos: o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

pesquisa somente os frigoríficos inspecionados pelo Serviço de Inspeção Federal

(SIF), e há a clandestinidade fiscal no interior das empresas sob fiscalização do SIF

(MATHIAS, 2008).

Quando um produto de origem animal não é fiscalizado, ainda que não

apresente suspeitas de irregularidade, o consumidor se torna susceptível a vários

riscos à saúde. O consumo de carne ou subprodutos contaminados pode ser a causa

de diversas doenças graves, que só podem ser corretamente constatadas através

da inspeção ante-mortem e post-mortem, feitas em animais abatidos em matadouros

legalizados, método que não incide em abates clandestinos (COSTA et al., 2011).

Na figura 2, verifica-que a maioria dos frigoríficos registrados possuem

inspeção federal, que corresponde a 77,9% da totalidade dos frigoríficos existentes

no Brasil.

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Figura 2-Abates de bovinos com fiscalização do SIF, SIE, SIM e total, com base em registros do

IBGE.

Fonte: IBGE, adaptado por BeefPoint, 2013.

Na figura 3, pode-se observar que aproximadamente 21% dos abates

realizados no país não possuem nenhum tipo de fiscalização, o que resulta em um

produto com potencial risco à saúde do consumidor.

Figura 3 – Abate por tipo de fiscalização em 2017.

Fonte: IBGE, Althenagro, adaptado por ABIEC (2018).

O abate clandestino abrange ainda a questão ambiental, já que normalmente

é feito em locais próximos a rios ou córregos para promover a captação de água.

Contudo, resíduos do processo são despejados nessas águas, aumentando o risco

de propagação de doenças (COSTA et al., 2011).

3.4 Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA)

As doenças de origem alimentar compõem um grupo de patologias que se

referem como "qualquer entidade nosológica de natureza infecciosa ou tóxica que

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em maior quantidade a um conjunto de sintomas como vômitos, diarreia, náuseas,

dores abdominais, sendo comumente denominadas por gastroenterites ou doenças

diarreicas. O motivo pelo qual aparecem estes sintomas está relacionado com o

funcionamento do nosso organismo, já que advêm quando as funções do aparelho

gastrointestinal são perturbadas (SOARES, 2007).

No Brasil, a realidade do mercado de carnes e dos consumidores, é bem

diferente da analisada nos países desenvolvidos. Os hábitos de consumo, apesar de

estarem caminhando a passos largos no sentido dos padrões internacionais, ainda

estão abaixo do observado naqueles países, principalmente no que diz respeito à

questão da qualidade, proporcionando um sério risco à saúde humana. Uma

legislação vasta, mas falha em seu detalhamento, e uma fiscalização escassa para

garantir o cumprimento da lei, congregados à existência de um amplo universo de

consumidores de baixa renda, menos preocupados com a qualidade e mais com a

quantidade que podem comprar, são motivos que cooperam para que as empresas

de menor porte não sigam sistemas de qualidade (SIMBALISTA, 2000).

Soares (2007) afirma que, em relação à segurança alimentar, as fontes de

contaminação que estão mais comumente na origem de surtos de doenças de

origem alimentar são: ingredientes contaminados, contaminações cruzadas em

virtude de manipulações impróprias, más condições laborais higiênico-sanitárias,

processamento incorreto dos alimentos, condições de armazenagem impróprias e

erros nos processos de controle.

Em relação à proporção dos agentes causadores de surtos de DTA, observa-

se aproximadamente 96% advém das bactérias e que em mais de 70% dos surtos

não há identificação do agente etiológico, como mostrado na figura 4.

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Figura 4 – Proporção de agentes etiológicos identificados nos surtos de DTA no Brasil, no período

de 2007 a 2017.

Fonte: SINAN/SVS

O espectro destas doenças está em constante alteração, observando-se que

o predomínio de determinada patologia altera de época para época. Os avanços

introduzidos na preparação e manipulação dos alimentos, sobretudo a pasteurização

do leite, a desinfecção da água e o tratamento dos esgotos, possibilitaram controlar

estas doenças, corroborando para a segurança alimentar. No entanto, os micro-

organismos são seres vivos que possuem uma grande capacidade de adaptação a

fatores ambientais hostis. Atualmente aparecem novas doenças infecciosas de

origem alimentar, outras reaparecem após muitos anos de ausência, outras surgem

esporadicamente e há aquelas que são consideradas já erradicadas (SANTOS;

CUNHA, 2007).

As doenças de origem alimentar podem acontecer de duas formas:

i. Doença infecciosa, em que os sintomas surgem após um período de

incubação iniciado pelo consumo do alimento, com períodos que variam de dias ou

até semanas. Resulta da ingestão de produtos contaminados, na maioria das vezes

com bactérias patogênicas;

ii. Intoxicação, que pode ter origem bacteriana e fúngica (através das suas

toxinas), química (metais pesados ou dioxinas, entre outros) ou ser provocada pela

ingestão de toxinas naturais existentes nos próprios alimentos (solanina, ciguatoxina,

por exemplo).

O que diferencia essas duas patologias se deve ao período de incubação,

frequentemente muito mais reduzido nas intoxicações, já que as toxinas chegam ao

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aparelho gastrointestinal e começam a sua ação, não precisando de tempo para se

desenvolverem (SOARES, 2007).

3.5 Feira livre

A feira livre é avaliada como um dos locais mais usuais de comercialização de

alimentos a varejo, sendo um modo de comércio móvel, com circulação dentro das

áreas urbanas e se sobressaem pela venda de alimentos in natura, grande variedade

de produtos e pela heterogeneidade de preços (GOMES et al., 2012).

As feiras livres compõem, atualmente, um tradicional ambiente de comércio

frequentado por milhares de consumidores sendo, algumas vezes, o principal meio

de vendas de carnes em geral e hortifrutigranjeiros em algumas cidades, mobilizando

a economia e comércio local, permitindo aos consumidores conferir preços entre os

comerciantes do mesmo produto ao mesmo tempo, com impacto positivo na

qualidade, quantidade e preços dos alimentos (ALMEIDA et al., 2011).

A venda destes gêneros alimentícios em feiras livres é uma prática muito

comum, sobretudo, em cidades do interior, sendo considerado um dos ambientes

mais tradicionais de comercialização de alimentos a varejo. Entretanto, nesses

locais, os alimentos geralmente, ficam expostos a condições higiênico-sanitárias

bastante problemáticas, tornando-o altamente passível a contaminações, até

mesmo, por micro-organismos patogênicos (ALMEIDA et al, 2012).

Sendo assim, estes locais não estão de acordo com as recomendações

sanitárias para a manipulação de alimentos proposto pela Portaria nº 326 da ANVISA

(BRASIL, 1997), pois, carecem de infraestrutura e capacitação dos comerciantes em

relação às Boas Práticas de Fabricação/manipulação de Alimentos.

A carne fresca é um produto altamente perecível devido à sua composição

biológica. Diversos fatores, como temperatura de armazenamento, condições de

embalagem, enzimas endógenas, umidade, luz e micro-organismos, podem afetar a

sua vida útil. Dessa forma, as tecnologias de processamento e preservação da carne

cumprem papéis eficazes na segurança alimentar, a fim de abastecer as populações

em crescimento com quantidades aceitáveis de produtos cárneos de boa qualidade

e acessíveis (PIGHIN et al., 2016).

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Um fator importante a ser ressaltado na comercialização de produtos cárneos

em feiras livres é a manutenção da temperatura adequada. Produtos de origem

animal incluindo carnes, pescados, leites e derivados, quando submetidos em

temperaturas impróprias, modificam-se rapidamente, especialmente em regiões

tropicais onde as temperaturas são elevadas, estabelecendo um controle severo

para garantir a qualidade desses produtos (LUNDGREN et al, 2009).

Os estabelecimentos de produtos cárneos, sejam eles comerciais ou de

beneficiamento, devem ter condições higiênico-sanitárias para evitar os fatores

favoráveis à multiplicação microbiana ou outros efeitos nocivos aos produtos. Nas

feiras livres os riscos de contaminação aumentam, pois, os alimentos são expostos

em barracas sem refrigeração, sem proteção contra poeiras e insetos, e o ambiente

se torna propício para agrupar externamente materiais estranhos de origem biológica

ou não. Incluso a esses fatores, ainda há a venda de carnes provenientes de abate

clandestino (CORREIA; RONCADA, 1997).

3.6 Boas Práticas de Manipulação (BPM)

Boas Práticas são regras de procedimentos para alcançar um certo padrão de

identidade e qualidade de um produto e/ou de um serviço na área de alimentos, cuja

eficácia e efetividade deve ser estudada através da inspeção e/ou da averiguação

(BRASIL, 1993).

As boas práticas de manipulação (BPM), são adequações das técnicas

operacionais em relação aos critérios de segurança no controle higiênico-sanitário

dos alimentos, são medidas mínimas necessárias aos alimentos em suas diversas

etapas de produção até o consumo final. São procedimentos que descrevem tarefas

de saneamento e asseguram a conservação da higiene, devendo ser aplicados

antes, durante e depois das operações de elaboração de alimentos (CARVALHO,

2000).

Para Felício (1997), os fatores que intervém na qualidade visual e gustativa

da carne bovina se subdividem em duas categorias: os ante mortem, ou intrínsecos,

e os post mortem, ou extrínsecos. Na primeira categoria, estão os fatores ligados ao

genótipo dos animais e às condições ambientais em que viveram. Na segunda, estão

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aqueles relacionados aos procedimentos técnicos seguidos pelos matadouros-

frigoríficos e demais segmentos, até o consumidor final.

A ausência de Boas Práticas de Manipulação e conservação de produtos

cárneos é um fator propenso à multiplicação bacteriana nas carnes, reduzindo o seu

tempo de prateleira e sujeitando a população ao risco de contrair toxinfecções

alimentares (OLIVEIRA et al., 2011; OLIVEIRA, SILVA & CORREIA, 2013).

Conforme o grande índice de contaminação que ocorre no momento da

manipulação dos alimentos pela ausência de higiene pessoal do manipulador, é

indispensável que os manipuladores de alimentos sigam procedimentos pertinentes

à higiene dos alimentos, do próprio corpo, assim como ao ambiente de trabalho

(FERREIRA, 2006).

A máxima dificuldade encontrada para se aplicar as medidas de prevenção

são os próprios comerciantes e funcionários, que têm um nível de escolaridade

considerado baixo, que preparam seus estabelecimentos nos fundos de casa ou

garagens, que não possuem hábitos de higiene e não buscam saber os processos

apropriados para a comercialização de alimentos (FERREIRA, 2006).

Para Ferreira (2006), apenas se os proprietários se conscientizarem,

implantarem as boas práticas e treinarem seus manipuladores, é que as doenças

transmitidas por alimentos serão e poderão ser evitadas.

3.7 Análises microbiológicas

No Brasil, de acordo com dados epidemiológicos de 2000 a 2011, dos 1.296

surtos que ocorreram em restaurantes e padarias, a carne bovina foi considerada o

alimento mais associado aos surtos, sendo responsável por 358 dos casos em que

o alimento foi identificado (SVS, 2011). De acordo com SINAN/SVS, no período de

2007 a 2017, foram identificados 7.170 surtos, dos quais 95,9% destes foram

causados por bactérias (E. coli, Salmonella, S. aureus, Bacillus cereus, Coliformes,

C. perfringens).

Nesse sentido, a qualidade higiênico-sanitária na manipulação das carnes é

motivo de preocupação em toda etapa de produção, especialmente no que se refere

aos locais de comercialização desse gênero alimentício (NASCIMENTO et al., 2014)

em virtude das falhas referentes aos aspectos estruturais e higiênico-sanitários,

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muito comum em feiras livres. As carnes comercializadas nesse ambiente

apresentam um elevado risco de contaminação microbiana (LUNDGREN et al.,

2009), levando à diminuição do tempo de vida útil do produto e elevando o risco de

ocasionar toxinfecções alimentares nos consumidores (BARROS e VIOLANTE,

2014).

Devido ao seu alto valor biológico, a carne serve de substrato para a

proliferação de numerosos micro-organismos. São vários os fatores que podem

beneficiar a multiplicação microbiana nas diversas operações que a carne sofre

antes da sua comercialização, que podem afetar a qualidade do produto final. Caso

essas operações não sejam efetivadas dentro dos padrões higiênico-sanitários, a

carne pode se transformar em meios de veiculação de micro-organismos (SIGARINI,

2004).

Diferentes fatores de importância contribuem para a contaminação,

desenvolvimento e sobrevivência dos micro-organismos nos alimentos, entre eles

têm-se: características nutricionais dos alimentos, temperatura do ambiente e do

produto, pH, atividade da água e condições em geral do ambiente e manipuladores.

Os alimentos são meios de cultura por proporcionarem nutrientes e vitaminas e

qualquer condição citada anteriormente, induz à proliferação de micro-organismos,

quer sejam contaminantes e/ou patógenos (ALVES; CHAPAVAL; PINHEIRO, 2006).

Mediante a Resolução nº 12 de 2 de janeiro de 2001, a ANVISA dispõe sobre

os padrões microbiológicos para alimentos e determina apenas a ausência de

Salmonella sp. em carnes bovinas. Apesar disso, a presença de Escherichia coli

nesse produto em quantidades altas sugere a possibilidade de contaminação fecal e

a presença de outros micro-organismos enteropatogênicos, além de qualidade

higiênico-sanitária do produto insatisfatória.

A análise microbiológica é essencial para saber as condições de higiene em

que o produto foi elaborado, quais micro-organismos estão presentes, se o alimento

pode proporcionar riscos à saúde do consumidor, qual a vida útil do mesmo e

verificar se os padrões microbiológicos estão sendo atendidos (FRANCO &

LANDGRAF, 1996).

A análise de coliformes fecais, como indicadores da qualidade dos alimentos,

pode prover informações úteis para antecipar a possibilidade de contaminação por

patógenos. Nos abatedouros, esta análise é de grande importância para a

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deliberação das condições sanitárias e a eficácia das ações de prevenção de

contaminação (BIER et al., 2018).

A presença de micro-organismos psicrotróficos (são aqueles que se

desenvolvem em temperatura entre 0 a 7ºC) nos alimentos está vinculada

diretamente às condições de higiene do processamento. Esses micro-organismos

têm a habilidade de crescimento a temperaturas próximas do congelamento, e

proliferam-se bem em alimentos refrigerados, e dessa forma são os principais

atuantes de deterioração das carnes refrigeradas e congeladas (FRANCO &

LANDGRAF; 1996).

A alta contagem de aeróbios mesófilos sugere a presença de patógenos e/ou

deteriorantes. A relevância da detecção desses micro-organismos é devido à

característica de também serem indicadores de qualidade sanitária, uma vez que se

os mesmos forem encontrados em ampla quantidade representam insalubridade.

Considerando que a maioria dos micro-organismos patogênicos são mesófilos (se

multiplicam em temperaturas entre 20ºC e 45ºC), quando presentes no alimento mal

conservado e/ou preparado, deve-se ficar atento pela possibilidade de proliferação,

evitando riscos para a saúde do consumidor (FRANCO & LANDGRAF, 1996).

Em relação à presença de micro-organismos patogênicos na carne, destaca-

se principalmente Salmonella, Yersinia enterocolitica, Clostridium perfringens,

Escherichia coli, Campylobacter jejuni, Staphylococcus aureus, Listeria

monocytogenes e Clostridium botulinum (SIGARINI, 2004).

3.8 Análises físico-químicas

O pH tem um papel categórico em relação ao crescimento microbiano, sendo

que a acidificação da carne bovina após o abate é avaliada como um ótimo obstáculo

à deterioração (SIGARINI, 2004). Conforme Pearce et al (2011), nos bovinos, a

glicólise progride lentamente depois do abate, sendo que o pH inicial (imediatamente

após o abate) em torno de 7,0 reduz para 6,4 – 6,8 após 5 horas e para 5,5 – 5,9

depois de 24 horas, configurando-se como o pH final (PEARCE et al., 2011;

GARRIDO et al., 2005).

Porém quando os bovinos são submetidos a um estresse pré-abate, a reserva

de glicogênio dos músculos desses animais pode ser parcial ou totalmente esgotada.

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Diante disso, o estabelecimento do rigor mortis acontece na primeira hora, porque o

estoque energético não é suficiente para aguentar o metabolismo anaeróbio e

produzir ácido lático capaz de reduzir o pH a 5,5 na 24ª hora post mortem. Esse tipo

de falha é denominada “Dark-cutting beef” (carne bovina de corte escuro) ou DFD

(“dark , firm and dried”, ou escura, firme e seca) (FELICIO, 1997).

Outro defeito que pode acontecer na carne bovina é PSE (Pale, Soft e

Exsudative ou Pálida, Flácida e Exsudativa) e para Feijó (1999), esse problema

acontece devido ao estresse no momento do abate, ocasionando a um acúmulo de

lactato (redução de pH) que, aliado a alta temperatura do músculo, provocam uma

circunstância em que a carne libera água, torna-se flácida e coloração mais clara.

Os micro-organismos precisam de água disponível para a sua sobrevivência

e multiplicação. O parâmetro que mensura a disponibilidade de água em um produto

denomina-se atividade de água. Os valores de atividade de água variam entre 0 e 1.

Geralmente, a maioria das bactérias deteriorantes se multiplicam em alimentos com

atividade de água superior a 0,91, e considerando que a carne fresca possui

atividade de água cerca de 0,95, isso indica que esse alimento é sujeito a

deterioração microbiana (FRANCO & LANDGRAF, 1996).

A determinação da umidade é importante e uma das medidas mais usadas na

análise de alimentos, pois está relacionada com a sua estabilidade, qualidade e

composição. O teor varia muito nos alimentos, sendo que para carnes e peixes, está

entre 50 e 70% (CECCHI, 2003).

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4 METODOLOGIA

O trabalho foi desenvolvido em duas feiras livre da cidade de Barreiras –

Bahia, no período de setembro a outubro de 2018. Foram analisadas amostras de

carne bovina in natura provenientes de diferentes cortes expostos à venda,

comercializadas em 06 dos 18 boxes pesquisados (12 boxes do bairro 1 e 6 boxes

do bairro 2).

Elaborou-se questionários que foram aplicados com os consumidores a

respeito das condições higiênico-sanitárias das feiras (anexo 1) e com os

comerciantes (anexo 2) que foram entrevistados e questionados sobre o modo de

comercialização das carnes, condições de abate, armazenamento e transporte das

mesmas e condições ambientais de trabalho.

(RDC) n° 275 de 21 de outubro de 2002 (BRASIL, 2002) e RDC n° 216, de

15 de setembro de 2004 da ANVISA (BRASIL, 2004), para avaliação das condições

higiênico-sanitárias nos boxes das feiras que comercializavam carnes. O check list

abordou aspectos como: condições das barracas/box e dos equipamentos e

utensílios (conservação, limpeza e funcionamento dos materiais), higiene pessoal

(vestuário e hábitos higiênicos) e matéria-prima (aparência e exposição).

O cálculo feito para obter o percentual de conformidades encontra-se abaixo:

TAD: Total de itens adequados ou conformes

TIN: Total de itens inadequados ou não conformes

TNA: Total de itens não se aplica

TG: Total geral

TG = TAD + TIN

Para encontrar o percentual de conformidade: (TAD/TG) x 100.

O estabelecimento que atendia de 75 a 100%, 50 a 74,9% e 0 a 49,9% de

conformidades foi considerado como “bom”, “regular” e “ruim”, respectivamente.

As amostras de carnes coletadas nos boxes foi sistemática e inteiramente

casualizada (amostra composta e heterogênea), sendo escolhidos boxes alternados

com o intuito de construir o real foco de contaminação microbiana. Este estudo é do

tipo transversal de caráter quantitativo e observacional.

Em seguida, foi aferida a temperatura das amostras e as mesmas foram

colocadas em sacos plásticos estéreis, identificadas e transportadas em caixas

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isotérmicas para o IFBA, campus Barreiras para a realização das análises

microbiológicas, no Laboratório de Microbiologia, e físico-químicas e de controle de

qualidade, no Laboratório de Análise de Alimentos.

Para a realização das análises físico-químicas e microbiológicas, ambas em

triplicata, foram coletadas três amostras do bairro 1, denominadas (A, B e C) e três

amostras do bairro 2, identificadas como (D, E e F), totalizando 6 amostras de carne

bovina in natura.

4.1 Análises Microbiológicas

Para as análises microbiológicas foram pesados 25 g de cada amostra cárnea,

sendo adicionados 225 mL de água peptonada a 0,1%, seguindo-se de

homogeneização da mesma manualmente, obtendo-se, assim, a diluição inicial 10-

1. Diluições decimais sucessivas foram preparadas em tubos contendo 9 mL de água

peptonada 0,1%, utilizando-se a técnica de transferência de 1 mL da amostra para

as séries seguintes.

Todas as análises seguiram as técnicas citadas por Silva, Junqueira e Silveira

(2001). Foram realizadas as seguintes análises microbiológicas:

4.1.1 Contagem total de mesófilos

A contagem total de mesófilos foi feita em placas contendo ágar padrão para

contagem (PCA). Para cada amostra foram plaqueadas pelo menos três diluições

seriadas, utilizando duas placas para cada diluição. Em cada placa foi adicionada

uma alíquota de 0,1mL de cada diluição e espalhou-se sobre a superfície do meio

sólido com o auxílio de uma alça de Drigalsky. Em seguida, as placas foram

incubadas invertidas em incubadora bacteriológica a 35°C, por 48 horas. Foram

consideradas para contagem somente as placas da mesma diluição que

apresentaram de 25 a 250 colônias, multiplicando-se a sua média aritmética pelo

respectivo fator de diluição e expressando-se o resultado em Unidades Formadoras

de Colônias/g de amostra (UFC/g).

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4.1.2 Contagem total de psicotróficos

A contagem total de psicrotróficos foi feita em placas contendo ágar padrão

para contagem (PCA), de forma similar ao item anterior. As placas inoculadas foram

incubadas a 7°C, por 6 dias. Foram consideradas para contagem somente as placas

da mesma diluição que apresentaram de 25 a 250 colônias, multiplicando-se a sua

média aritmética pelo respectivo fator de diluição e expressando o resultado em

Unidades Formadoras de Colônias/g de amostra (UFC/g).

4.1.3 Contagem de coliformes totais e termotolerantes a 45ºC

Os coliformes totais e termotolerantes foram quantificados utilizando-se a

técnica do número mais provável (NMP).

Inicialmente, foi realizado o teste presuntivo com a inoculação de alíquotas da

amostra em série de três tubos contendo tubos de Durhan e caldo lauril sulfato

triptose (LST), seguido de posterior incubação, a 35ºC, por 24 a 48 horas. Foram

considerados positivos os tubos que apresentaram turvação e formação de gás.

Para a enumeração de coliformes termotolerantes a 45°C, alíquotas das

amostras positivas no teste presuntivo foram transferidas dos tubos positivos do teste

presuntivo para tubos contendo caldo Escherichia coli (caldo EC). Os tubos de caldo

EC foram incubados em banho-maria, a 45ºC, por 24 a 48 horas, e considerou-se

positivos os tubos que apresentaram turvação e formação de gás.

Para quantificação de coliformes totais, alíquotas das amostras positivas no

teste presuntivo foram transferidas para tubos contendo Caldo Verde Brilhante. Os

tubos de caldo Verde Brilhante foram incubados em incubadora bacteriológica a

37ºC por 24 a 48 horas, sendo considerados positivos os tubos que apresentaram

turvação e formação de gás.

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4.2 Análises Físico-Químicas

4.2.1 Atividade de água

Foi realizada a atividade de água (Aa) em aparelho AQUALAB® CX2 (Decagon

Devices Inc., Pullman, EUA), através da determinação do ponto de orvalho,

seguindo-se as orientações do fabricante.

4.2.2 pH

Para determinação do pH das carnes frescas, 10 gramas de amostra

trituradas foram pesadas e homogeneizadas em 100 mL de água destilada, por 60

segundos; e a leitura do pH realizada após 5 minutos de espera, de acordo com a

metodologia de Terra e Brum (1988). A carne será classificada em: Boa para

consumo (pH 5,8 a 6,2); apenas para consumo imediato, limite crítico (pH 6,4); Início

de decomposição (pH acima de 6,4) (BRASIL, 1981).

4.2.3 Umidade

A umidade das carnes foi determinada de acordo com metodologia do Instituto

Adolfo Lutz (IAL). Os cadinhos foram antecipadamente secos em estufa a 105ºC por

1 hora. Posteriormente, foram pesadas de 2 a 5 gramas da amostra em cadinho

previamente tarado e aquecidas em estufa a 105ºC por 10 horas em estufa. Logo

após, as amostras foram resfriadas em dessecador até a temperatura ambiente, e

pesada até ter peso constante.

4.2.4 Temperatura

As temperaturas das amostras foram obtidas através do uso de um

termômetro de penetração, que foi inserido em diferentes pontos da carne (centro

horizontal e vertical).

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Condições higiênico-sanitárias dos boxes

Os resultados das condições higiênico-sanitárias dos boxes que

comercializavam carnes bovinas nas feiras livres dos bairros 1 e 2 do município de

Barreiras-BA, estão ilustrados conforme os gráficos abaixo.

Verifica-se que nos gráficos 1 e 2 que, dos 18 boxes analisados, somente um

foi considerado “bom”, com 77,78% de conformidades, 11 foram considerados

“regular” e 6 foram classificados como “ruim”.

Gráfico 1. Classificação quanto ao percentual de conformidades de acordo com ANVISA,

dos boxes na feira livre do bairro 1 no município de Barreiras-BA, 2018.

0

1

2

3

4

48.15% 59.26% 62.96% 66.67% 70.37% 74.07% 77.78%

Qu

an

tid

ad

e d

e b

oxe

s

(%) Conformidades

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Gráfico 2. Classificação quanto ao percentual de conformidades de acordo com ANVISA, dos boxes na feira livre do bairro 2 no município de Barreiras-BA, 2018.

Durante a avaliação, observou-se hábitos higiênicos inadequados em todos

os boxes, como falta do uniforme completo, adornos, cabelos e/ou barba soltos. Além

disso, foi notado atitudes como falar e tossir durante a manipulação da carne. Na

feira livre do bairro 2, as carnes estavam dispostas em superfícies de material

inadequado, sem a prévia higienização e expostas ao ar livre, sujeitas a

contaminantes físicos e biológicos. Diante disso, pode-se afirmar que tais atitudes

estão diretamente relacionadas com baixo % de conformidades, uma vez que, os

cinco dos seis boxes que vendem carne no bairro 2 foram analisadas como “ruins” e

somente um foi considerado “regular”.

A feira livre do bairro 1 obteve melhores resultados devido a estrutura dos

boxes serem mais adequadas, as carnes expostas em temperaturas de refrigeração

e a maioria das superfícies, equipamentos e utensílios estarem higienizadas. No

entanto, notou-se a presença de materiais contaminantes como mochilas, bolsas,

dentre outros objetos, próximas ao local de manipulação da carne.

Ao analisar as condições higiênico-sanitárias das feiras livres de Paranatama,

PE, Almeida et al., (2011) verificaram que as carnes eram expostas em barracas de

madeira, cobertas ou não com lonas plásticas, ambas em péssimo estado de

conservação, além dos equipamentos e utensílios, como balança e facas, velhos e

sem higienização. Não existia equipamento para refrigeração das carnes, que eram

0

1

2

3

27.59% 31.03% 34.48% 55.17%

Qu

an

tid

ad

e d

e b

oxe

s

(%) Conformidades

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comercializadas a temperatura ambiente e, aproximadamente 79% dos

comerciantes de carnes encontravam-se com as roupas sujas, principalmente de

sangue.

Segundo Silva (2015) ao avaliar as condições sanitárias da carne bovina in

natura comercializada na feira livre do município de Jiquiriçá – BA, em relação a

comercialização e exposição das carnes, 78,9% dos itens avaliados se encontravam

em desacordo com a legislação vigente, quanto à higiene dos manipuladores 72,9%

estava inadequada e com relação às instalações, equipamentos e utensílios 54,5%

apresentaram inadequação. De acordo com a autora, o elevado percentual de

inadequação referente à comercialização e exposição das carnes, está relacionado

ao fato de que em 100% dos boxes, as carnes eram expostas em temperatura

ambiente, mesmo com a presença de balcões refrigerados em todos os boxes de

comercialização de carne bovina in natura. Outros parâmetros críticos observados

durante a comercialização é que em 100% dos boxes os consumidores manuseiam

as carnes no momento de escolha do corte e os açougueiros recebem o dinheiro e

manipulam a carne ao mesmo tempo, sem higienizar as mãos. Esta prática também

foi observada pelos comerciantes e consumidores das feiras livres dos bairros 1 e 2.

5.2 Questionários para consumidores e comerciantes

Os questionários (anexos 1 e 2) foram aplicados para 18 comerciantes e 50

consumidores nas feiras livres dos bairros 1 e 2 do município de Barreiras-BA.

Para o questionário aplicado aos comerciantes do bairro 1, 25% eram do sexo

feminino e 75% do sexo masculino, e todos afirmaram comercializar carne do tipo

bovina e que a mesma era adquirida de frigoríficos. Para 58,33%, a carne pode

transmitir alguma doença, 91,67% afirmaram que tem fiscalização da vigilância

sanitária, 83,33% já participaram de algum curso/palestra sobre Boas Práticas de

Fabricação e o mesmo percentual de comerciantes disseram que tem conhecimento

sobre Boas Práticas de Fabricação.

Na tabela 01, encontram-se as respostas comparativas dos comerciantes das

feiras livres dos dois bairros analisados.

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Tabela 01. Resultados obtidos dos questionários aplicados aos comerciantes das feiras

livres dos bairros 1 e 2, do município de Barreiras – Bahia, 2018.

BAIRRO 1 BAIRRO 2

Todos afirmaram que a carne é adquirida de frigoríficos

16,67% expuseram que abatem os animais em fazendas, acondicionam a carne em freezer e levam para feira em

caixas plásticas

Para 58,33%, a carne pode transmitir alguma doença

Todos os comerciantes alegaram que a carne não é passível de transmitir

doença

91,67% afirmaram que tem fiscalização da vigilância sanitária

Todos garantiram que tem fiscalização da vigilância sanitária

83,33% já participaram de algum curso/palestra sobre Boas Práticas de

Fabricação

83,33% já participaram de algum curso/palestra sobre Boas Práticas de

Fabricação

83,33% disseram ter conhecimento sobre Boas Práticas de Fabricação

100% afirmar ter conhecimento sobre as Boas Práticas de Fabricação

Em relação aos comerciantes do bairro 2, 83,33% destes eram do sexo

masculino e 16,67% do sexo feminino e 50% declararam comercializar carne bovina,

16,67% expuseram que abatem os animais em fazendas, acondicionam a carne em

freezer e levam para feira em caixas plásticas e 83,33% afirmaram que não realizam

o abate e que adquirem a carne de frigorífico. Todos os comerciantes alegaram que

a carne não é passível de transmitir doença, além de garantir que tem fiscalização

da vigilância sanitária e 83,33% já participaram de algum curso/palestra sobre Boas

Práticas de Fabricação e 100% afirmar ter conhecimento sobre Boas Práticas de

Fabricação.

Tais dados mostram que grande parcela dos comerciantes acredita que a

carne in natura é um produto que não transmite nenhuma patologia quando não é

manuseada corretamente, o que infere nos hábitos comportamentais e de higiene,

visto que muitos deles não estavam em conformidade com as Boas Práticas de

Fabricação. Além disso, apesar da maioria afirmar que há fiscalização da vigilância

sanitária, a mesma é feita de forma ineficiente e deficitária, uma vez que tanto a

forma como a carne é manipulada quanto o ambiente, equipamentos, utensílios e

manipuladores não estavam em concordância com a legislação vigente e com as

Boas Práticas de Fabricação.

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Segundo Almeida et al (2011), ao estudar as condições higiênico-sanitárias

da comercialização de carnes em feiras livres de Paranatama, PE, 66,7% dos

comerciantes entrevistados compreendiam que manipulando a carne poderiam

transmitir algum microrganismo, entretanto, não adotam as ínfimas condições de

higiene para evitar. Tal fato comprovou o despreparo e falta de orientação dos

mesmos.

Em relação à entrevista realizada com os consumidores no bairro 2, 55% dos

entrevistados eram do sexo feminino e 45% do sexo masculino, 40% das pessoas

disseram ir à feira por motivos diversos tais como “observar o movimento”,

“conversar com amigos”, dentre outros. 70% afirmam comprar com mais frequência

a carne bovina, 50% consomem carne todos os dias, porém 55% alegam não saber

a procedência da mesma. Em relação à higiene da feira, 60% acham regular, 75%

afirmam que a carne pode transmitir doença, porém 65% dos mesmos assumem

“não saber” quais as patologias que podem ser veiculadas. No tocante a forma como

a carne é comercializada, 85% não aprovam e 80% confirmam que observam

características da carne no ato da compra e 70% alegam que não sabe se há

fiscalização da vigilância sanitária no local.

Para os consumidores do bairro 1, 53,33% destes eram do sexo feminino e

46,67% do sexo masculino, 53,33% vão a feira por outros motivos semelhantes aos

proferidos por aqueles que foram entrevistados no bairro 2, 73,33% consomem

preferencialmente a carne bovina, 40% responderam que comem carne todos os

dias e 76,67% afirmaram saber a procedência desse tipo de produto. Em relação a

estrutura da feira livre, 60% consideram boa, 76,67% acreditam que a carne é

passível de transmitir doenças, entretanto, 40% destes não sabem que tipo de

patologias são essas. No que diz respeito a forma como a carne é vendida, 76,67%

consideram adequada, e 93,33% observam características dessa matéria-prima

antes de compra-la. Por fim, 70% dos entrevistados alegaram que a carne é

fiscalizada pela vigilância sanitária.

Para grande parte dos consumidores, a feira livre é um local que, além de

comprar alimentos, serve para encontrar amigos e passear. De acordo com Dolzani

e Jesus (2004, apud Almeida et al, 2011), a feira não representa somente como um

local de compra e venda, mas também de encontros e lazer, troca de informações,

discussões políticas ou de diversão.

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Na tabela 02, estão as respostas dos consumidores dos bairros 1 e 2 das

feiras livres analisadas nesse presente trabalho.

Tabela 02. Resultados obtidos dos questionários aplicados aos consumidores das feiras

livres dos bairros 1 e 2, do município de Barreiras – Bahia, 2018.

BAIRRO 1 BAIRRO 2

73,33% consomem preferencialmente a carne bovina

70% afirmam comprar com mais frequência a carne bovina

76,67% sabem a procedência desse tipo de produto

55% alegam não saber a procedência da mesma

Em relação a estrutura da feira livre, 60% consideram boa

Em relação à higiene da feira, 60% acham regular

76,67% acreditam que a carne é passível de transmitir doenças,

entretanto, 40% destes não sabem que tipo de patologias são essas

75% afirmam que a carne pode transmitir doença, porém 65% dos

mesmos assumem “não saber” quais as patologias que podem ser

veiculadas.

No que diz respeito a forma como a carne é vendida, 76,67% consideram

adequada

Em relação a forma como a carne é comercializada, 85% não aprovam

70% dos entrevistados alegaram que a carne é fiscalizada pela vigilância

sanitária

70% alegam que não sabe se há fiscalização da vigilância sanitária no

local.

Uma quantidade considerável dos consumidores não sabe a origem da carne,

além de afirmar que ela pode transmitir doenças, porém desconhece quais são essas

patologias veiculadas. Esses resultados demonstram a falta de informação dos

entrevistados, que poderia ser resolvida com maiores esclarecimentos nas mídias

sociais. Para Almeida et al (2011), ao verificar condições higiênico-sanitárias da

comercialização de carnes em feiras livres de Paranatama, PE, sobre os males

zoonóticos, as quais a população pode estar exposta ao comer a carne não

inspecionada, 53,5% dos entrevistados ponderaram que a carne poderia ser um

veículo de transmissão de doenças, entretanto 46,5% acreditaram que não existe,

ou desconhecem os casos. De acordo com os autores, para aqueles que sabiam do

potencial da carne como fonte de contaminação, grande parte desconhece as

principais doenças por ela veiculadas, sendo as mais citadas à raiva, a febre aftosa

e o “germe do porco”, referindo-se a cisticercose.

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Diniz et al (2013) ao verificar os aspectos higiênico-sanitários de feiras livres

em cinco municípios da microrregião de Garanhuns, PE concluíram que 60,4% dos

entrevistados afirmaram não ter contaminação da carne mediante a manipulação e

adjunto a este fato, para 61,5% dos comerciantes, apresentar a carne em ganchos,

sem refrigeração e exposta ao ar livre é apropriada.

5.3 Análises físico-químicas e microbiológicas

5.3.1 Análises físico-químicas

As temperaturas médias registradas na aquisição das amostras nos boxes

das feriras livres estão expressas na tabela 03.

Conforme a legislação, o armazenamento e entrega nos estabelecimentos

varejistas devem obedecer a condições que garantam a manutenção em

temperatura não superior a 7˚C, no centro de musculatura da peça de carne

(BRASIL, 1996).

Tabela 03. Temperatura média das amostras coletadas nas feiras livres do município de

Barreiras – BA, 2018.

BOX Temperatura (ºC)

A -2,1

B 2,9

C 2,4

D 23,7

E 24,7

F 24,2

Observa-se na tabela 03 que a temperatura média das amostras D, E e F não

estão em conformidade com a legislação vigente, com valores muito acima do

estabelecido para a conservação da carne, favorecendo a proliferação microbiana.

Essas amostras foram obtidas da feira livre 2, onde as carnes eram comercializadas

em temperatura ambiente.

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Resultados semelhantes foram encontrados por Ferreira et al. (2010), em

feiras livres de municípios da Zona da Mata na região Norte-PE, em que as carnes

eram comercializadas em temperatura ambiente. Isso mostra que nas feiras livres

continua sendo permitida a venda de produtos perecíveis, como a carne, em

temperatura ambiente (BARROS; VIOLANTE, 2014; SALES, et al., 2014).

Silva (2015), ao analisar as condições higiênico-sanitária da carne bovina in

natura comercializada na feira livre de Jiquiriçá-BA, percebeu que todas as amostras

estavam com temperatura interna acima de 20ºC.

Lundgren et al (2009) ao verificar o perfil da qualidade higiênico-sanitária da

carne bovina vendida em feiras livres e mercados públicos de João Pessoa-PB,

observou que 70,2% dos pontos de venda tinham refrigerador para conservação dos

produtos, contudo o ciclo do frio era descontínuo, já que os comerciantes removiam

as carnes para venda e as deixavam expostas aos compradores à temperatura

ambiente, ao longo de todo o período de sua comercialização.

Segundo Pardi et al., (2001), a temperatura é o parâmetro externo que mais

interfere no crescimento de micro-organismos. Geralmente, quanto maior for a

temperatura, mais rápida será a velocidade do crescimento, mesmo que há faixas

específicas do ótimo desenvolvimento para cada microrganismo ou grupo deles.

O pH foi avaliado neste estudo, visto ser um parâmetro intrínseco que afeta o

crescimento microbiano. Na Tabela 04 visualiza-se que todas as amostras estavam

aptas para o consumo, pois apresentaram pH variando de 5,52 a 6,20.

Tabela 04. pH médio das amostras coletadas nas feiras livres do município de Barreiras – BA, 2018.

BOX pH

A 5,52

B 5,52

C 5,59

D 5,72

E 5,55

F 6,20

Sem prejuízo da apreciação das características sensoriais e outras provas, o

pH entre 5,8 a 6,2 é adotado como critério para considerar a carne em condições de

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consumo, quando maior que 6,4, é considerado como indicador do início da

decomposição (BRASIL, 1981).

O pH tem um papel determinante na qualidade da carne, pois influencia muitas

outras características, como a cor, capacidade de retenção de água, textura,

suculência e estabilidade microbiológica (PARDI et al.,2001).

Conforme Azevedo 2010 apud (Martins, 2017), o pH elevado pode ser

resultado de diversos fatores, como sexo, a espécie, a raça, a idade, a alimentação,

a forma de transporte dos animais para o matadouro, mistura de diferentes lotes no

matadouro, fatores climáticos, condições patológicas, fatores genéticos e stress pré-

abate. Para Maltin et al., (2003), o decréscimo do pH no músculo durante a

transformação deste em carne é um fator crucial que pode levar a modificações

expressivas na qualidade da carne bovina. Uma das principais alterações é a carne

DFD (dark, firm and dry) ou “dark cutting”, que incide em carne de cor escura, firme

e seca, assinalada por altos valores de pH 24 horas post-mortem.

Pode-se afirmar que a amostra F é uma carne tipo DFD, pois segundo Vaz &

Restle (2000), quando ocorre uma queda muscular de glicogênio, o pH se mantém

acima de 6,1 após 24 h do abate, resultando numa carne de cor escura e de

superfície exposta muito seca.

Ao verificar a qualidade higiênico-sanitária e microbiológica da carne bovina

comercializa em Areia-PB, Nogueira et al., (2011) encontraram um total de 62,5%

das amostras com pH acima de 6,4.

Para Viljoen; Kock & Webb (2002), a carne de coloração escura não é atraente

para o consumidor, e, portanto, tem sido um problema para a indústria de carne.

Cortes escuros resultam do estresse pré-abate, que esgota o glicogênio muscular, e

consequentemente, menos ácido lático é formado e a carne não acidifica

normalmente, e dessa forma, o pH final permanece elevado.

Observa-se na tabela 05, os valores de atividade de água e umidade para as

amostras dos bairros 1 (Boxes: A, B e C) e 2 (Boxes: D, E e F). Os valores de

atividade de água ficaram entre 0,981 e 0,995. De acordo com Franco & Landgraf

(1996), a carne fresca tem atividade de água superior a 0.95.

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Tabela 05. Valores de umidade e atividade de água das amostras coletadas nas feiras livres

do município de Barreiras – BA, 2018.

BOX Atividade de água (Aa) Teor de Umidade (%)

A 0,995 66,26

B 0,981 67,55

C 0,991 67,07

D 0,992 74,87

E 0,987 70,53

F 0,995 57,86

A atividade de água superior a 0,83 admite o crescimento de grande

quantidade de micro-organismos, tanto deterioradores como os patogênicos

geradores de contaminações alimentares (Salmonella sp., Clostridium perfringens e

Vibrio parahaemolyticus) e intoxicações (Bacillus cereus, Staphylococcus aureus e

Clostridium botulinum) (LEITÃO, 1994).

Observou-se que o teor de umidade da carne bovina in natura variou de 57,86

a 74,87% entre as amostras dos 06 boxes (Tabela 05). De acordo com o Instituto

Adolf Lutz (2008) a carne contém aproximadamente 75% de seu peso em água (com

variação de 65 a 80%). Observa-se, assim, que o box “F” apresentou amostra de

carne com teor de umidade inferior a estes padrões.

Resultados semelhantes a esse trabalho foi observado por Velho et al. (2015)

ao analisar qualitativamente a carne bovina fresca comercializada supermercados e

mercados públicos de Mossoró-RN. Os autores afirmaram que os maiores valores

de umidade foram obtidos para as carnes dos supermercados, que permaneciam

sob refrigeração, em relação as carnes dos mercados públicos, que estavam

expostas por longos períodos em temperatura ambiente. Os valores de umidade

encontrados pelos autores, variaram entre 66,06% e 73,07% e percebe-se que, com

exceção da amostra F, esses resultados estão em concordância com os que foram

obtidos no presente trabalho.

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5.3.2 Análises microbiológicas

As amostras avaliadas neste estudo apresentaram uma qualidade

microbiológica heterogênea conforme observa-se na tabela 06. Os resultados

mostraram elevadas quantidades de contagem de bactérias mesófilas, psicrotróficos

e de coliformes totais e termotolerantes, que são indicadores de más condições

higiênico-sanitárias das amostras de carnes coletadas.

Ainda que a Legislação Brasileira não mencione padrões para definir a forma

de contaminação de carnes e produtos cárneos por bactérias aeróbias mesófilas,

Silva (1995) demonstra em sua obra que se um alimento que possua elevada

contagem desses micro-organismos (105 – 106 UFC/g) representa graves riscos para

quem os consuma, além de ter suas características nutricionais e sensoriais

comprometidas. No presente trabalho, com exceção da amostra A, as demais carnes

apresentaram contagem acima deste valor.

Tabela 06. Avaliação microbiológica das amostras de carne fresca coletadas nas feiras

livres do município de Barreiras – BA, 2018.

BOX Bactérias aeróbias mesófilas (UFC/g)

Psicrotróficos (UFC/g)

Coliformes totais (NMP/g)

Coliformes termotolerantes

(NMP/g)

A 8,10 x 103 5,60 x 107 4,30 x 102 4,30 x 102

B 1,24 x 106 1,90 x 108 >1,10 x 104 9,30 x 102

C 1,12 x 107 5,80 x 107 >1,10 x 104 1,10 x 104

D 1,04 x 107 1,60 x 106 >1,10 x 104 >1,10 x 104

E 8,80 x 106 1,45 x 106 >1,10 x 104 1,10 x 104

F 9,00 x 106 3,00 x 107 >1,10 x 104 >1,10 x 104

As bactérias aeróbias mesófilas fornecem uma estimativa do total da

população microbiana, indicam exposição à contaminação ambiental, além de

permanência prolongada em temperatura inadequada. A multiplicação dessas

bactérias pode ser inibida por estocagem em adequadas condições de temperatura

(BASTOS, 2008).

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Nogueira et al. (2011) ao verificar a qualidade higiênico-sanitária e

microbiológica da carne bovina comercializada no município de Areia-PB

encontraram valores entre 0,77 x 105 e 1,62 x 106 UFC/g de bactérias mesófilas para

oito amostras avaliadas. Ao averiguar o perfil da qualidade higiênico-sanitária da

carne bovina comercializada em feiras livres e mercados públicos de João Pessoa-

PB, Lundgren et al. (2009) constaram que apenas duas das dez amostras analisadas

apresentaram contagem abaixo de 105 UFC/g. Já Oliveira et al. (2008), no seu estudo

“Avaliação das condições higiênico-sanitárias de carne bovina comercializada em

supermercados de João Pessoa”, encontraram resultados de contagem de bactérias

aeróbias mesófilas inferiores a 105 UFC/g para todas as amostras de carne

examinadas.

A Legislação Brasileira também não estabelece padrões para bactérias

psicrotróficas. Entretanto, é de suma importância realizar essa análise para

quantificar esse tipo de microrganismo, que cresce em temperaturas de refrigeração

e avaliar o estado de deterioração da carne fresca.

Na tabela 06, verifica-se que a quantidade numericamente de micro-

organismos psicrotróficos das amostras A, B e C, oriundas do bairro 1, são maiores

que as amostras D, E e F, provenientes do bairro 2. De acordo com Franco &

Landgraf (1996), os micro-organismos do tipo psicrotróficos são aqueles capazes de

se multiplicar em temperaturas consideradas de refrigeração (0-7ºC). Como as

carnes do bairro 1 estavam refrigeradas, houve maior crescimento de psicrotróficos

do que as amostras adquiridas no bairro 2.

Tal fato demonstra que apesar das carnes do bairro 1 serem mantidas em

temperaturas de refrigeração, as mesmas foram manipuladas de forma inadequada,

ocasionando contaminação desse tipo de microrganismo. A elevada contagem

desses micro-organismos influencia diretamente na vida de prateleira dessas carnes,

pois mesmo mantidas sob refrigeração, as carnes com elevadas contagens de

psicrotróficos deterioram-se mais rapidamente (Prado et al., 1998).

Os micro-organismos Psicrotróficos têm sido estudados devido ao seu

envolvimento com as DTA’s, além de problemas de qualidade de produtos

conservados em cadeias de frio, como as carnes (TONDO & BARTZ, 2011). São

capazes de se multiplicar a temperatura de 0˚C a 7˚C, com multiplicação ótima de

12˚C e 15˚C, e podem causar alterações sensoriais em carnes devido à produção de

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lipases e/ou proteases (FORSYTHE, 2013). O odor a ranço está associado

positivamente a micro-organismos Psicrotróficos, comprovando a ação enzimática.

Velho et al. (2015) observou que, dos supermercados analisados, 37,5%

apresentaram contaminação intermediária (contagem entre 3 e 4 log UFC/g), e

68,5%, contaminação alta (valores entre 5 e 6 log UFC/g) por psicrotróficos. Marchi

(2006) em seu trabalho “Estudo comparativo do estado de conservação de carne

moída através de métodos microbiológicos e físico-químicos”, verificou que a

população de micro-organismos psicrotróficos viáveis variou de 1,0x104 a 1,0x109

UFC/g, sendo que 88,3% das amostras apresentaram contagens entre 1,0x105 e

1,0x108 UFC/g. Para a autora, tais resultados corroboram para a importância de

analisar psicrotróficos em alimentos mantidos sob refrigeração.

Os coliformes são os micro-organismos mais utilizados como indicadores

higiênicos de alimentos. Como observado na tabela 06, em 100% das amostras

analisadas foi detectada a presença de coliformes totais e termotolerantes.

Os coliformes totais indicam condições higiênicas do processo, sendo que

elevada contagem significa contaminação na matéria-prima, limpeza e sanitização

deficientes ou multiplicação durante o processamento ou estocagem. Já os

coliformes termotolerantes são micro-organismos indicadores de contaminação

fecal, ou seja, de condições higiênico-sanitárias, visto que a população deste grupo

(E. coli) tem o habitat exclusivo no trato intestinal do homem e de outros animais

(SIQUEIRA, 1995).

Observa-se na tabela 04 que nas amostras C, D, E e F a contagem de

coliformes termotolerantes esteve acima dos valores estipulados pela legislação

brasileira (BRASIL, 2001), que limita em 104 NMP/g coliformes a 45 °C para carnes

resfriadas, ou congeladas, "in natura", de bovinos. No que se refere aos coliformes

totais, não há quantidade estabelecida pela legislação, entretanto, com exceção da

amostra A, todas as outras excederam o valor de 104 NMP/g.

As precárias condições higiênico-sanitárias durante a manipulação e

comercialização das carnes nas feiras livres são fatores que propiciam a

contaminação e multiplicação de micro-organismos causadores de DTAs (ALMEIDA;

PENA, 2011; NICOLAU et al., 2014). No presente estudo, os boxes D, E e F que

ficam localizados na feira livre 2, apresentaram os maiores valores de coliformes

termotolerantes nas amostras de carnes analisadas. Estes boxes apresentaram

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baixos percentuais de conformidade dos itens avaliados (34,48%, 55,17% e 31,03%

respectivamente) mostrando que precárias condições higiênico-sanitárias

identificadas com a aplicação do check list evidenciam os resultados obtidos com a

análise microbiológica.

Becker & Kiel (2016) em seu trabalho “Análise microbiológica de carne bovina

in natura comercializada em supermercados de Cascavel – PR”, ao analisar

coliformes totais obteve uma média de 9,2x10³ NMP/g, enquanto que para coliformes

termotolerantes, a média foi de 2,2x10³ NMP/g. Já Nogueira et al., (2011) encontrou

que 62,5% das oito amostras analisadas foram consideradas positivas para

coliformes fecais, sendo que 50% delas foram identificadas como E. coli. Lundgren

et al. (2009) detectou a presença de coliformes fecais, com valor médio de 1,8x103

NMP/g, e totais, com resultado médio de >2,4x103 NMP/g em todas as amostras

analisadas.

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6 CONCLUSÃO

Diante dos resultados obtidos nesse trabalho, através da aplicação do check-

list, pode-se observar que as feiras livres de Barreiras-BA possuem condições

higiênico-sanitárias deficientes, contribuindo para a contaminação da carne in

natura.

Grande parte dos consumidores reconhece que a carne é vendida e

manipulada de forma precária, além de demonstrarem o desconhecimento em

relação às patologias que podem ser transmitidas por essa matéria-prima.

As altas contagens de bactérias aeróbias mesófilas, psicrotróficos, coliformes

totais e termotolerantes obtidas nesse estudo pode ser atribuída a carência de Boas

Práticas de Manipulação por parte dos comerciantes nas barracas das feiras livres.

Sugere-se que tenha uma conscientização e capacitação aos feirantes, pelo

Órgão de Vigilância Sanitária ou similares, sobre a importância da higiene na

manipulação, assim como das formas adequadas de exposição e conservação da

carne in natura em feiras livres, tendo em vista que a maioria dos surtos ocorre pela

falta ou pouco conhecimento dos manipuladores em relação às consequências da

manipulação inadequada.

Estas medidas poderão permitir aos consumidores a disponibilidade de

produtos de qualidade, além de aumentar o tempo de estoque dos produtos.

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ANEXOS

(ANEXO 1)

Questionário sobre o perfil dos consumidores de carnes nas

feiras livres de Barreiras-BA.

1. Sexo: ( ) M ( ) F

2. Faixa Etária:

( ) < de 21 anos ( ) 21 a 30 anos ( ) 31 a 40 anos

( ) 41 a 50 anos ( ) 51 a 60 anos ( ) acima de 60 anos

3. Por que gosta de vir à feira?

( ) Os produtos são melhores ( ) O produto é mais barato

( ) Próximo de casa Outro motivo____________________

4. Que tipo de carne você compra mais?

( ) Bovina ( ) Suína ( ) Peixes ( ) Aves ( ) outras:__________

5. Quantas vezes/ semana você come carne?

( ) uma vez ( ) duas vezes ( ) três vezes ( ) todos os dias

6. Sabe de onde vem a carne?

( ) Sim ( ) Não

7. O que você acha da higiene da Feira?

( ) Ruim ( ) Regular ( ) Péssima ( ) Boa ( ) ótima

8. Você acha que alguma doença pode ser transmitida pela carne?

( ) Sim ( ) Não

Se sim, quais: _______________________________________

9. Você acha adequada a forma como é vendida a carne?

( ) Sim ( ) Não

Se não, por quê?______________________________________

10. Você observa as características da carne antes de comprar

( ) Sim ( ) Não

Se sim, quais?________________________________________

11. Você sabe se a carne é fiscalizada? ( ) Sim ( ) Não

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(ANEXO 2)

Questionário sobre o perfil dos comerciantes de carnes em feiras livres de Barreiras-BA.

1. Sexo: ( ) M ( ) F

2. Faixa Etária:

( ) 18 a 21 ( ) 21 a 30 anos ( ) 31 a 40 anos ( ) 41 a 50 anos

( ) 51 a 60 anos ( ) acima de 60 anos

3. Há quanto tempo trabalha na feira? _____________________

4. Qual tipo de carne você comercializa?

( ) Bovina ( ) Suína ( ) Peixes ( ) Aves ( ) outras:_________

5. Qual o tipo de carne que mais vende?

( ) Bovina ( ) Suína ( ) Peixes ( ) Aves ( ) outras:__________

6. Você mesmo abate os animais? ( ) Sim ( ) Não

Caso marque Sim, responda as questões 7, 8 e 9.

Caso marque Não, responda a questão 10. 7. Abate aonde?____________________

8. Depois do abate onde a carne é armazenada?_________________

9. Como você traz a carne para feira?__________________________

10. De onde você adquiriu a carne?___________________________

11. Você acha que mexendo na carne transmite algum micróbio?

( ) Sim ( ) Não

12. Tem fiscalização da vigilância sanitária aqui?

( ) Sim ( ) Não

13. Você já participou de algum curso/palestra sobre Boas Práticas de Fabricação (Manipulação e higienização de alimentos e utensílios)?

( ) Sim ( ) Não Caso marque sim, quando foi?_____________

14. Você tem conhecimento sobre Boas Práticas de Fabricação?

( ) Sim ( ) Não

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(ANEXO 3)

Lista de Verificação dos aspectos Higiênico-sanitários de

Açougues Localizados em Feiras Livres

Endereço da feira-livre:

Data da pesquisa:

Nº Box/barraca:

Forma de preenchimento:

S = SIM (CONFORME); N = NÃO CONFORME; NA = NÃO SE APLICA

RESULTADO OBTIDO

( ) BOM: De 75 a 100% de atendimento.

( ) REGULAR: De 50 a 74,9 % de atendimento.

( ) RUIM: De 0 a 49,9 % de atendimento.

ETAPA 1. INSTALAÇÕES S N NA

1.1. Área interna livre de objetos em desuso ou estranhos ao ambiente.

1.2. A área é livre de animais e acúmulo de lixo nas imediações.

1.3. O piso é de material fácil e apropriado para higienização.

1.4. O piso se encontra em adequado estado de higienização (livre de defeitos,

rachaduras, buracos).

1.5. As paredes e divisórias possuem acabamento liso, impermeável e de fácil

higienização.

1.6. As paredes e divisórias são limpas e em adequado estado de conservação.

1.7. Portas, janelas e aberturas limpas.

1.8. Portas, janelas e abertura possuem superfície lisa, de fácil higienização.

1.9. Existe uma área adequada para estocagem do lixo

ETAPA 2. INSTALAÇÕES SANITÁRIAS

2.1. Possui vasos sanitários; mictórios e lavatórios íntegros.

2.2. Os banheiros são separados por sexo.

2.3. Instalações sanitárias dotadas de torneira(s) servida(s) de água corrente e tratada.

2.4. Instalações sanitárias dotadas de produtos destinados à higiene pessoal: ( ) papel

higiênico,

( ) sabonete líquido.

2.5. Presença de lixeiras com tampas e com acionamento não manual.

2.6. Apresentam-se organizados e limpos

ETAPA 3. HÁBITOS HIGIÊNICOS DOS MANIPULADORES

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3.1. Asseio pessoal: boa apresentação, mãos limpas, unhas curtas e sem esmalte, sem

adornos (anéis, pulseiras e brincos);manipuladores barbeados, com os cabelos

protegidos.

3.2. Os feirantes que manipulam carnes realizam a lavagem e a antissepsia das mãos

antes de manusear.

3.3. A pessoa que manipula a carnes é diferente da que tem contato com o dinheiro.

3.4. Utilização de uniforme de trabalho de cor clara, adequado à atividade.

3.5. Uniformes limpos e em bom estado de conservação.

3.6. Os manipuladores apresentam ferimentos/ lesões nas mãos.

ETAPA 4. ÁGUA

4.1. O abastecimento de água é feito pela rede pública.

ETAPA 5. UTENSÍLIOS

5.1. São de materiais não contaminantes e em adequado estado de conservação.

5.2. São de materiais que permitem fácil higienização.

5.3. São armazenados em local apropriado, de forma organizada e protegidos contra a

contaminação.

5.4. São de materiais que não transmitam odores ou sabores aos alimentos.

ETAPA 6. EQUIPAMENTOS

6.1. Superfícies em contato com a carne limpas, lisas, íntegras, impermeáveis, de fácil

higienização e de material não contaminante.

6.2. Presença de refrigeradores com tampa de vidro para com capacidade para expor as

carnes à mostra

6.3. Refrigeradores e frízeres com termômetro localizado em local apropriado e em

adequado funcionamento.

6.4 Mesas e/ou bancada de material apropriado, resistentes, impermeáveis; em

adequado estado de conservação, com superfícies íntegras.

ETAPA 7. MANIPULAÇÃO DAS CARNES COMERCIALIZADAS

7.1. As carnes são embaladas somente com sacolas plásticas brancas, transparentes,

próprias para alimentos.

7.2. Os consumidores tocam na carne antes de comprar.

7.3. Presença de carnes exposta em temperatura ambiente.

7.4. Manipuladores e consumidores utilizam panos de prato na secagem das mãos após

tocar na carne.

7.5. O indivíduo que corta a carne é o mesmo que manipula o dinheiro.

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(ANEXO 4)

Documentação fotográfica das feiras livres do município de Barreiras - BA

Figura 5. Carne in natura comercializada no bairro 1.

.

Figura 6. Carne in natura comercializada no bairro 2.