Écom muito carinho que reunimos aqui este singelo material

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Queridas famílias, É com muito carinho que reunimos aqui este singelo material para que vos acompanhe durante este período de férias da Educação Infantil. Músicas, histórias e alimento anímico para os adultos, é o que colocamos cuidadosamente nesta carta. Assim, nosso desejo é que fiquem todos bem, e bem alimentados. Seguiremos carregando cada família em nossos corações, aguardando pelo momento do nosso reencontro. Abraços, Ana Lucia, Brenda, Cleonice, Erika, Glaucia, Juliana, Malu e Paula. Abril de 2020.

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Page 1: Écom muito carinho que reunimos aqui este singelo material

Queridas famílias,

É com muito carinho que reunimos aqui este singelo material para que vos

acompanhe durante este período de férias da Educação Infantil.

Músicas, histórias e alimento anímico para os adultos, é o que colocamos cuidadosamente nesta carta. Assim, nosso desejo é que fiquem todos bem, e bem

alimentados.

Seguiremos carregando cada família em nossos corações, aguardando pelo momento do nosso reencontro.

Abraços,

Ana Lucia, Brenda, Cleonice, Erika, Glaucia, Juliana, Malu e Paula.

Abril de 2020.

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Manhã de outonoEduard Mörike – Versão Ruth Sales

O mundo descansa – na névoa

Enrolados, imersos em sonhos,Os bosques e os prados.

Mais rápidos voam-se os últimos véus, e azul azulado suavíssimo céu.

O outono vigora.Serena-se a terra.

Em cálido ouro seu brilho descerra.

Outono: 21 de março de 2020 ao dia 20 de junho de 2020.

No discorrer desta carta, desejamos levar um pouco de calor a cada

família que aqui se debruça ao ler cada palavra escrita com cuidado e carinho.

Se prestarmos atenção aos detalhes da natureza, perceberemos que cada estação do ano nos traz mensagens e convites específicos. Neste momento, o convite é para que possamos refletir e mais do que isso,

sentir a época do ano que estamos vivendo: o outono.

No pulsar anímico da natureza, o outono, é o momento do ano em que temos o privilégio de vivenciar um verdadeiro momento de transição;

um respiro entre a expansão do verão e a contração do inverno.

A natureza vem nos mostrar, mais uma vez, a beleza de sua sabedoria; é preciso a entrega, além de deixar ir o que não serve mais, para

proteger o que é mais importante. Intuitivamente, “deixar ir” pode significar perda, quando na verdade é um verdadeiro ganho. A natureza

ganha mais tempo de vida e chega renovada às próximas estações.

A partir disso, podemos refletir sobre o que precisamos deixar ir. Assim, seguiremos mais fortes no próximo ciclo e gestaremos novas forças.

O céu que cobre as nossas cabeças vem se pintando nas mais lindas cores. Parar durante alguns minutos diante do pôr do sol pode ser algo que você carregará por muito tempo em seu coração. O céu de outono

tem o dom de despertar em nós os mais singelos e profundos sentimentos. Chame seu filho, sua filha e os tenha ao seu lado nesse

momento.

Contemplem a natureza!

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Sinta também que, apesar de o Sol cintilar, a temperatura está mais amena. O verde vibrante que vivia nas folhas durante o verão já vai dando lugar para os tons de laranja e amarelo. Frutos amarelos! Sim, muitas frutas amarelas. É a época delas: carambola, abacaxi, pêra, maracujá, melão, tangerina, entre tantas outras. E mais uma vez nos deparamos com a natureza que sabiamente nos envolve.

Os alimentos desta época são abundantes em vitamina C! Logo mais, durante a aspereza do inverno precisaremos dela. Dê ao seu corpo o que ele precisa e que sabiamente a natureza nos oferece.

Assim como as flores e bichinhos que vivem em toca se preparam para esse momento de recolhimento, assim também acontece com a nossa alma.

Na qualidade de Jardineiras e Materneiras, temos a dádiva de observar em nossas salas de jardim e

maternal um movimento natural de recolhimento –brincadeiras de cabanas, tocas e casinhas começam

a aparecer mais nitidamente. A criança vive intensamente o ritmo da natureza. Panos, lençóis, cobertores ou simples pedaços de tecidos darão à

criança infinitas possibilidades de brincadeiras.

Não é simples, tampouco fácil. Assim como na natureza, os processos de mudança carecem de

tempo para que aconteçam. O fruto será dado após a longa espera. Agora é tempo de amadurecimento,

até que nos chegue o momento da colheita!

MOMENTO DE VIDA INTERIOR.

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Enquanto isso, cantem, toquem...

...Divirtam-se!

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PARA OS PEQUENOS DO MATERNAL

Abóbora AbobrãoSilvia Jensen

Era uma vez numa tarde de outono, mãe Terra saíra de sua casa e caminhava em direção ao seu jardim para ver se todas as suas filhinhas

Sementinhas estavam cobertas, pois logo viria o inverno e todas as sementes deveriam estar cobertas com seu manto.Cobriu aqui, cobriu outra ali, e assim foi de semente semente. Foi então que ela foi até o Abóbora Abobrão e lhe disse: - Meu querido, você tem a casca tão grossa, tem um salão tão grande, acho que pode passar o inverno fora e quem sabe ate ajudar alguém que precise de abrigo.- Com certeza mãe Terra, disse ele.- Hoje no final da tarde venho mais uma vez aqui para ver se está tudo em ordem, e falando assim se retirou para sua casinha. Não demorou muito e se ouviu:“Hop, hop, hop, hop”. Era o coelhinho amiguinho que procurava uma toca para se proteger do frio e passar o inverno. - Ah! Abóbora Abobrão, posso dormir no seu salão?-Sim, mas não me faça coceguinha. E o coelhinho amiguinho deu um salto e lá dentro ele entrou. Daqui a pouco... “snif, snif, snif”... cheirando aqui e ali, veio o ratinho mindinho. Ele procurava uma toca para passar o inverno e nada achou.-Abóbora Abobrão, eu posso dormir no seu salão? -Sim, mas não me faça coceguinha. E o ratinho mindinho deu um salto e lá dentro entrou.Lentamente se arrastando, lá vinha o caracol do Arrebol... Olhava aqui, olhava ali. Procurava um cantinho para passar o inverno e nada achou.- Ah! Abóbora Abobrão, posso dormir no seu salão?- Sim, mas não me faz coceguinha. E o caracol do Arrebol se arrastando lá dentro entrou.Voando pelos ares, fugindo do vento Sul veio a borboleta perneta, procurava um bom cantinho para se aquecer no inverno, e nada encontrava, até que:

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-Ah! Abóbora Abobrão eu posso dormir no seu salão?-Sim, mas não me faça coceguinha. E a borboleta perneta fechou suas asinhas e lá dentro também entrou.Já estava caindo a noite, quando a mãe Terra voltou ao seu jardim para ver se estava tudo em ordem. Foi quando ela descobriu no chão um ovinho, com delicadeza ela se abaixou e o ovo com sua mão pegou. -Você deve ter caído de uma árvore. Bem, vamos encontrar um bom lugar para você passar o inverno, e foi até o Abóbora Abobrão, e pediu se o ovo também poderia passar o inverno ali.-Sim, mãe Terra, desde que ele não me faça coceguinha.E assim foi que todos passaram o inverno bem quentinhos. Veio a chuva forte, e o Vento Sul, veio a trovoada e todos os bichinhos se sentiram bem protegidos dentro do salão do Abóbora Abobrão.

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PARA OS PEQUENOS DO JARDIM

A Rainha das AbelhasIrmãos Grimm

Certa vez, dois príncipes partiram em busca de aventuras. Mas entregaram-se a uma vida tão leviana e desregrada que não tornaram a aparecer.

O terceiro irmão, a quem chamavam “Parvo”, pôs-se a caminho para procurá-los. Quando afinal os encontrou, começaram a rir-se dele por pretender, com sua ingenuidade, vencer na vida, quando eles dois, que eram muito mais inteligentes, nada tinham conseguido.Juntos, puseram-se os três a andar e chegaram a um ninho de formigas. Os mais velhos quiseram destruí-lo, para se divertirem com os bichinhos a correr, assustados, procurando salvar os ovos. O parvo porém, disse-lhes:- Deixem os animaizinhos em paz; não permito que os perturbem!Seguiram adiante e foram ter a um lago, onde nadava grande quantidade de patos. Os dois irmãos quiseram caçar alguns deles para assá-los, mas o parvo se opôs:- Deixem os animais em paz, disse. Não admito que os matem.Por fim, chegaram a uma colmeia, presa a uma árvore. Estava tão cheia que o mel escorria pelo tronco abaixo. Os dois mais velhos quiseram logo acender fogo ao pé da árvore para sufocar as abelhas e tirar o mel. O parvo, porém, os deteve, dizendo:- Deixem esses bichinhos em paz, não permito que lhes façam mal.Andaram mais um pouco e chegaram a um castelo onde havia uns quantos cavalos de pedra nas estrebarias, mas nenhuma pessoa ali ou em outra parte. Passaram por todas as salas e, de repente, viram-se diante de uma porta fechada com três cadeados. Nessa porta, encontrava-se uma pequena abertura, que permitia espiar para dentro. Os três viram um homenzinho de cabelos brancos, sentado a uma mesa. Chamaram-no uma, duas vezes, mas ele não os ouvia. Quando gritaram pela terceira vez, o homenzinho ergueu-se, abriu os cadeados e saiu da sala. Sem pronunciar uma só palavra, levou-os a uma mesa fartamente servida e, depois de terem comido e bebido, conduziu cada um deles a um quarto. Na manhã seguinte, apresentou-se o homenzinho ao mais velho dos irmãos e o foi levando até diante de uma lousa onde estavam escritos os três trabalhos que poderiam desencantar o castelo. O primeiro era o seguinte: no interior da floresta, sob o musgo, se encontravam as mil pérolas da filha do rei. Era preciso recolhê-las, todas, antes do pôr do sol. Se faltasse uma só, aquele que estava procurando se converteria em pedra.O Mais velho saiu e pôs-se a procurar durante o dia inteiro; mas, quando chegou a noite, não havia encontrado mais do que cem pérolas. E aconteceu o que estava escrito: o rapaz transformou-se em pedra.

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No dia seguinte, o segundo irmão tentou a aventura sem o menor resultado. Encontrou, apenas, duzentas pérolas e, por sua vez, foi transformado em pedra.Finalmente, chegou a vez do parvo, que se pôs a procurar. Mas como era difícil encontrar as pérolas! E como o trabalho se arrastava! Sentou-se sobre uma pedra e começou a chorar. Enquanto estava assim, sem esperança alguma, viu, de súbito, o rei das formigas, a quem um dia salvara a vida. Vinha seguido de cinco mil súditos e, num momento, os bichinhos reuniram as pérolas num monte.O segundo trabalho era retirar, do fundo do lago, a chave do quarto da princesa. Quando o parvo chegou à margem, os patos que certa vez ele havia salvo, aproximaram-se nadando. Mergulharam e pouco depois reapareceram, trazendo a chave.O terceiro trabalho era o mais difícil. Das três filhas do rei, que estavam adormecidas, devia descobrir qual a mais jovem e mais adorável. Mas as três princesas eram iguaizinhas: não havia a mínima diferença entre elas. Sabia-se, apenas, que, antes de dormirem, haviam comido diferentes guloseimas. A mais velha, um torrão de açúcar; a segunda, um pouco de melado e a mais moça uma colherada de mel. Apresentou-se, então, a rainha das abelhas que o parvo salvara do fogo e examinou a boca de cada uma das princesas. Por último pousou nos lábios da que havia comido mel e o príncipe pode assim reconhecer a procurada. O feitiço desapareceu no mesmo instante, todos despertaram e os que eram de pedra se tornaram criaturas vivas. O parvo casou-se com a princesinha mais jovem e adorável, tornando-se rei após a morte do sogro. Seus dois irmãos receberam como esposas as outras duas princesas.

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Ascensão

Aquele que as nuvens permeia de luzPermeie de luz,Permeie de sol,

Permeie de flama,Permeie de calor a nós também.

Rudolf Steiner

Quinta-feira, 21 de maio de 2020.

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Ascensão: O que se ”festeja” nesta data?

Data que nem mesmo dia fixo possui no calendário, a ascensão é uma festa móvel que depende do domingo de Páscoa. O novo testamento nos relata que logo após a manhã da ressurreição, o Ressurrecto aparece para os discípulos, quando reunidos no cenáculo, sempre a portas fechadas, durante 40 dias. Ao término deste período, Ele os convida a sair, vão juntos ao Monte das Oliveiras e lá, diante de seus olhos, logo após dar suas últimas instruções, Cristo ascende ao céus.

O texto nos diz que uma nuvem o envolve e os seus não podem vê-los. Para nossa maneira moderna de ver o mundo, é um acontecimento no mínimo surpreendente no limite da compreensão humana! Quem sabe seja por isso que esta festa foi caindo um pouco no esquecimento.

O acontecimento da ascensão traz-nos, hoje, alguns desafios para o pensar.

Nessa época do ano podemos observar belíssimas formações de nuvens. Quem tem coração e senso para apreciar a beleza e a grandiosidade, se sentirá atraído por essas formações maravilhosas. De fato, faz parte da vida do homem atentar para a rica linguagem das formas e se deixar comover por elas. Uma formação de nuvens nunca se assemelha a outra. O que mais nos impressiona são as formas que se configuram. O surgir e o diluir, o crescer, o amontoar-se, o embolar-se, o repuxar, o fluir, o caminhar e o desmanchar-se; as adoráveis pérolas e a quietude vespertina; em tudo isso se revela uma força que plasma de maneira ilimitada e inesgotável. Essa força atua através de determinadas leis eternas e, ao mesmo tempo, admiravelmente dissoluta e eternamente nova.

(Trechos de “Ascensão - coletânea de textos” - Comunidade de Cristãos)

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A festa da ascensão vista a partir desta linda imagem das nuvens nos oferece como adultos a oportunidade de refletir sobre este período e também sobre os desafios que estamos vivendo neste momento.

A própria quarentena, para muitos de nós, traz o sentimento de medo e insegurança. Medo da nossa vida terrena, insegurança sobre a nossa saúde, a de nossos pais e filhos, e também da humanidade como um todo.

Nesta situação, não é difícil nos distanciarmos do que é sagrado, eterno, vital ou espiritual ao nosso redor.

A imagem desta época trazida aqui é apenas uma das maneiras que podemos vivenciar a Ascensão. Ela nos convida a olhar novamente para o céu; sentir o sol ameno e carinhoso de outono, que toca nossa pele e nos aquece com suavidade; perceber o céu azul de maneira mais clara e limpa, sem os fortes reflexos do Sol de verão, que nos ofuscam a visão, trazendo a possibilidade de ver e sentir a sua profundidade.

Nestes dias, podemos levantar os olhos para o céu e admirar as nuvens que um dia estavam aqui represadas, limitadas e condensadas. Elas nos recordam o gesto de ascender ao céu, assim como o Cristo, e retornar à terra como as águas da chuva. E assim, novamente perceber o calor do sol, a cor do céu e a atividade das plantas que agora vigoram e daquelas que descansam também. Podemos então reconhecer, que sim, há vida! Sim, há esperança! E quando voltarmos o nosso olhar para baixo, poderemos reconhecer novamente tudo que há de bom e vital ao nosso redor.

Imaginem o quão especial e gostoso é poder parar em algum momento do dia com as

nossas crianças, deitar no chão e simplesmente olhar para o céu. Descobrir as

formas e segredos que o céu e as nuvens podem nos mostrar.

Sintam-se convidados!

“Por isso, amados, alegremo-nos devidamente: a Ascensão do Cristo significa a nossa elevação, pois

para onde algo grandioso se elevou, para lá se dirige a nossa esperança.”

(Leão I, dito o Grande 461 d.C).

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Pentecostes

Irmãos do passadoQue o seu atuar se torne a nossa sabedoria,Recebemos régua e compasso de suas mãos.O trabalho que vocês executaram seja a força de nossas almas, seja a força de nossas mãos.

Irmãos do presenteSe vocês são mais sábios que nós,Deixem brilhar a sua sabedoria em nossas almas,Para que possamos revelar seus pensamentos divinos através de cada um de nós.

Irmãos do futuroSe vocês carregam o conhecimento da construção em sua vontade,Façam penetrar a sua força em nossos membros,Para que possamos nos tornar corpo para as grandes almas.

Rudolf Steiner

Domingo, 31 de maio de 2020.

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Muitos buscam a vida em comunidade. Muito se fala da importância do social nos tempos modernos. O cristianismo nasceu sob o signo da

vida comunitária.

Pentecostes, 50 dias depois da ressurreição, só foi possível pois havia um grupo de pessoas, os discípulos de Cristo, que reunidos formaram um “recipiente espiritual” para a vinda do Espírito Santo. Neste evento, os apóstolos receberam a capacidade de falar várias línguas no sentido de haver condições de compreensão social, independente do ponto de vista individual. Surge assim a capacidade de compreender as necessidades do próximo e desenvolver um trabalho comum, apesar das diferenças. Ou seja, torna-se possível o individual funcionar dentro do social.

A individualização, em seu sentido egoísta, é superada. Todos se entendem, independente da língua e do desenvolvimento individual. É uma bela imagem de confraternização global. Por um lado, cada discípulo recebe individualmente este Espírito – simbolizado na chama que paira sobre sua cabeça, como muitas vezes foi pintado por artistas. Por outro lado, o fogo de Pentecostes não deve ser tomado como umapropriedade particular deste ou daquele individuo; é um dom comunitário. Justamente a partir deste momento, nasce a igreja – do grego εκκλησία (ekklesía), que significa reunião de pessoas em tradução livre – como sinônimo de comunidade.

Pode-se aproveitar os ensinamentos do novo testamento para o desenvolvimento interior próprio. Pentecostes é um desafio presente, não apenas um relato de fatos passados. Ao nos perguntarmos como criar bases para uma vida em comunidade, surge imediatamente a modernidade de Pentecostes: comunidade de indivíduos livres.

Neste século, retornamos ao que se chama individualização. Quantas vezes achamos que ninguém é capaz de compreender o outro, pais e filhos, cônjuges, amigos e amigas? O importante é a autoafirmação, nem que com isso tenhamos de impedir o outro de viver. O resultado é uma sensação de isolamento e solidão, ou agressividade extrema, que é a força metabólica destrutiva não-purificada que temos. Estão aí os milhares de filmes de guerra, destruição e morte, para nos mostrar cotidianamente o quanto decaímos sentimentalmente.

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A vivência do Espírito Santo é o grande curandeiro dessa força de individualização. É ele que pode evitar que um dia se instale

a guerra de todos contra todos.

Pela força do Espírito Santo, nós nos tornamos criadores do universo e corresponsáveis pelo destino da humanidade. Cada pensamento destrutivo que temos, age no grande organismo destrutivamente. Isso nos impõe imensa responsabilidade para controlarmos nossos pensamentos e sentimentos. Se, porém, lançamos ao universo ideias positivas e sentimentos de compreensão, colocamos mais um tijolo para ajudar na construção do futuro corpo da humanidade. É como um grande fluxo que carrega todos e que, a partir da capacidade de ir ao encontro do outro com o melhor de si, estamos aptos a caminhar a partir de um impulso “de dentro” e ir, então, “para fora”, para vida social. O homem, portanto, carrega essa essência divina espiritual para agir no mundo.

(Trechos extraídos - O caminho de Cristo, O resgate da magia das festas cristãs, por Karin Evelyn de Almeida.Coletânea de textos da Comunidade de Cristãos, 2011).

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Para os pequenos do maternal

A frigideiraKarin Stasch

Era uma vez uma pobre menina que vivia nas montanhas e ajudava os fazendeiros a cortar feno nos campos, lá onde era muito íngreme. Isto

era um trabalho muito cansativo, mas a menina era muito assídua e gentil, e certo dia quando descansavam do trabalho e comiam seu pão com queijo, ela avistou um anãozinho em frente a parede rochosa que ficava do outro lado. “Com certeza ele também está com fome”, pensou a menina, tirou um naco do seu pão e também do seu queijo, e jogou-os para o anãozinho que os pegou habilmente e depois desapareceu. No dia seguinte, de tardezinha, quando os fazendeiros voltavam de ceifar o feno, a menina avistou o pequeno homenzinho no mesmo lugar, e dessa vez ele lhe acenava para que o seguisse. Foi isso que ela fez, e o anãozinho levou-a a uma caverna, onde havia uma frigideira de cobre brilhante.- O que você acha – perguntou o anãozinho - , quantas crianças poderiam tomar banho aí dentro? - Sete, penso eu – respondeu a menina - , se estiverem sentadas em circulo.- Certo, mas para nós ela é muito grande, vou dá-la a você de presente!A menina agradeceu, pôs a pesada frigideira nas costas, e levou-a para casa, onde sua mãe e seus irmãos a esperavam. Puseram um pouco de comida dentro da frigideira para cozinhar – mas imaginem só – a porção ia aumentando cada vez mais, e eles puderam comer ate ficarem satisfeitos. A partir de então não iriam mais passar fome, pois a frigideira de cobre preparava sempre uma quantidade suficiente para todos.A menina cresceu e um belo dia um jovem fazendeiro casou-se com ela. Logo nasceu um filhinho, depois outro e cada ano nascia mais um, até serem sete. Ela havia levado a frigideira ao seu novo lar. E a frigideira sempre cozinhou comida suficiente, mesmo quando punham pouco dentro dela.E todo mês, quando a lua brilhava cheia e redonda por cima das montanhas, jovem mãe preparava um alimento bem gostoso na frigideira de cobre e depositava-a na frente da porta. O anãozinho aparecia logo, trazendo muitos outros anõezinhos, homenzinhos e mulherzinhas que saboreavam aquela refeição e depois devolviam a frigideira, polida e brilhante, que continuou fornecendo sempre alimento para o pai, a mãe e os sete filhinhos, durante toda a sua vida.

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Para os pequenos do jardim

As três linguagensIrmãos Grimm

Houve uma vez, na Suíça, um conde que tinha um filho único, mas tão obtuso que não conseguia aprender coisa alguma.

Então, o pai disse-lhe:-Escuta meu filho, por mais que me esforce, não consigo meter nada dentro da tua cabeça. Precisas ir para fora daqui; eu te confiarei a um mestre muito célebre, que tentará fazer algo de ti.O rapaz foi enviado a uma cidade estranha e hospedou-se na casa do mestre durante ano inteiro. Passado esse tempo, voltou para a casa do pai e este perguntou-lhe:-Então, meu filho, o que aprendeste? -Meu pai, aprendi o que latem os cachorros, respondeu o rapaz.-Misericórdia divina! – bradou o pai, - foi tudo o que aprendeste?Vou mandar-te para a casa de outro mestre, em outra cidade.O rapaz foi e passou um ano na casa do segundo mestre. Voltando daí a um ano para casa, o pai perguntou-lhe:-Que aprendeste, meu filho?-Meu pai, aprendi o que dizem os passarinhos; - respondeu ele.Zangadíssimo, o pai então gritou:-Ó perdição humana! Perdeste um tempo precioso e nada aprendeste? E não te envergonhas de aparecer ante meus olhos? Vou mandar-te a um terceiro mestre; se desta vez não aprenderes nada, não quero mais ser teu pai.O filho permaneceu um ano inteiro com o terceiro mestre; quando voltou para casa, o pai perguntou-lhe:-Vejamos, meu filho, que aprendeste?-Meu pai, respondeu ele, neste ano aprendi o que coaxam as rãs.O pai, então, louco de raiva, levantou-se de um salto, chamou a criadagem e disse:

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Este homem não é mais meu filho; expulso-o de minha casa e ordeno que leveis à floresta e o mateis.Os criados levaram-no à floresta, mas no momento de matá-lo, condoeram-se dele e soltaram-no para que se fosse. Arrancaram os olhos e a língua de um veado, que levaram ao velho conde como testemunho.O rapaz peregrinou durante algum tempo; por fim foi ter a um castelo, onde pediu pouso para aquela noite. -Sim, disse o castelão, mas só se quiseres pernoitar lá embaixo naquela torre. Advirto-te, porém, que arriscas a vida; a torre está cheia de cães ferozes que latem e uivam sem parar e, em determinadas horas, é preciso dar-lhes um homem, que devoram imediatamente.Em consequência disso, toda a região vivia em luto e mergulhada na tristeza, e não havia quem pudesse solucionar o problema. O rapaz, porém, não tinha medo e disse:-Irei lá com os cães que uivam; dai-me somente alguma coisa que lhes possa atirar para que comam, a mim não farão mal algum.Sendo essa a sua vontade, deram-lhe só a comida para os cães e o conduziram à torre. Quando penetrou lá dentro, os cães não latiram, mas abandonaram amistosamente as caudas e comeram o que lhes apresentou, sem lhe torcer um só fio de cabelo.Na manhã seguinte, saiu de lá são e salvo para assombro geral; foi ao castelo e disse:-Os cães, na sua linguagem, revelaram-me a razão por que estão aí presos e porque causam tanto dano à região. Estão encantados e precisam guardar um grande tesouro escondido lá embaixo, na torre. Enquanto o tesouro não for desenterrado, eles não se apaziguarão e sempre na sua linguagem, entendi o que é preciso fazer.Todos se alegraram ao ouvir isso e o castelão propôs adotá-lo como filho se conseguisse resolver tudo da melhor maneira possível. O rapaz tornou a descer à torre e, instruído como deveria agir, desincumbiu-se da tarefa com felicidade; depois levou para cima uma arca cheia de ouro. A partir desse dia, nunca mais se ouviram os medonhos uivos dos cães ferozes; haviam desaparecido; a região ficou livre para sempre desse flagelo.Decorrido algum tempo, o rapaz teve a ideia de viajar à Roma. Pelo caminho, passou junto a um charco e dentro dele as rãs coaxavam seus mexericos. Aguçou o ouvido, prestando atenção ao que diziam; quando percebeu o que estavam a dizer, caiu em profunda tristeza e preocupação.Finalmente, depois de muito andar, chegou a Roma. Lá soube que havia falecido o Papa e reinava grande incerteza entre os Cardeais, que não conseguiam eleger o sucessor. Por fim, convencionaram que seria eleito aquele a quem fosse revelada, por um sinal milagrosos, a vontade Divina.

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Justamente quando assim deliberavam, o jovem conde entrou na igreja e logo duas pombas brancas como neve, foram pousar em seus ombros e lá permaneceram imóveis. O clero reconheceu nisso a vontade Divina e, sem mais delongas, perguntaram-lhe se queria ser eleito Papa. O jovem, indeciso, não sabia se era digno de tal encargo, mas as pombas o persuadiram e ele respondeu que sim.Então, foi ungido e consagrado, cumprindo-se assim aquilo que, com grande consternação sua, ouvira as rãs coaxarem ao passar pelo charco. Pois elas justamente diziam que ele se tornaria Papa.Depois de coroado, teve de celebrar e cantar missa, mas não sabia uma única palavra, pois jamais tinha feito isso, então as pombas, que permaneciam pousadas em seus ombros, o ajudaram, sussurrando-lhe aos ouvidos tudo o que devia dizer.

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Bandeira do DivinoIvan Lins

Os devotos do Divino

Vão abrir sua moradaPra bandeira do meninoSer bem-vinda, ser louvada, ai, ai

Deus nos salve esse devotoPela esmola em vosso nomeDando água a quem tem sede,Dando pão a quem tem fome, ai, ai

A bandeira acreditaQue a semente seja tantaQue essa mesa seja farta,Que essa casa seja santa, ai, ai

Que o perdão seja sagradoQue a fé seja infinitaQue o homem seja livre,Que a justiça sobreviva, ai, ai.

CirandeiroEdu Lobo (adaptada pelos docentes da educação

infantil EWRS)

Mandei fazer uma casa de farinha

Bem maneirinha que o vento possa levarOi passa Sol,

Oi passa chuva, Oi passa o vento

Só não passa o movimento Do cirandeiro rodar

Achei pombo bonitoMeu amor brincarCiranda maneira,

Vem cá cirandeiro,Vem cá cirandá

Ó cirandeiro ó cirandeiro óA pedra do teu anel

Brilha mais do que o Sol.

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O pão vem do trigo,

O trigo vem da luz,

A luz provem da face de Deus

O fruto de terra,

Que é fulgor de Deus,

Seja luz também

No meu coração.

Martin Tittman.

Receita do Pão

3 xíc. Farinha trigo branca

3 xíc. Farinha trigo integral

2 xíc. Farinha de centeio

3 xíc. Agua morna

1 xíc. Óleo

1 pacote de fermento biológico seco

1 colher (sopa- rasa) açúcar mascavo

1 colher (sopa-rasa) sal

Opcionais:Sementes de girassol, linhaça, chia, castanhas, uvas passas, etc.

Modo de preparo:

Usar como medida, uma caneca grande.

Colocar numa bacia as farinhas, o sal de um lado e o açúcar de outro. Colocar o fermento em cima do açúcar.Fazer um buraco no centro da bacia, afastando as farinhas. Despejar o óleo e aos poucos a água. Às vezes, não precisará utilizar toda água ou talvez deverá acrescentar mais. Mexer e depois misturar com as mãos até dar o ponto.

Essa receita rende 2 pães grandes.