colóquios riep 2001: revolução/resolução europeia
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XVIII Colóquios do Curso de Relações Internacionais Económicas e Políticas. 13, 14 e 15 de Março de 2001 Universidade do MinhoTRANSCRIPT
R{t:?-Relações InternacionaisEconómicas ePolíticas
UNIVERSIDADE DO MINHO
"Revolução IRe olução Europeia" 1
XVIII Colóquios da Licenciatura deRelações Internacionais Económica e Políticas
uRevoluçãolResolução Europeia"
Programa:
Dia 13 de Março (Terça-Feira)
09h30m - Sessão Solene de Abertura
Convidados:- Magnífico Reitor da Universidade do Minho, Prof. Doutor Licínio Chaínho Pereira *- Arcebispo Primaz, D. Jorge Ortiga*- Monsenhor Melo- Governador civil de Braga, Dr. Fernando Moniz*- Presidente da Câmara Municipal de Braga, Eng. Mesquita Machado*- Presidente da Escola de Economia e Gestão, Prof. Doutor Cadima Ribeiro- Presidente da Comissão de Avaliação do Ensino Superior, Prof. Doutor Adriano Moreira*- Director do Curso de RIEP, Prof. Doutor Manuel Martins- Directora de Departamento de Economia, Prof.a Doutora Linda Veiga*- Director do Departamento de Gestão, Prof. Doutor Carlos Cabral Cardoso*- Director do Departamento de Ciência Políítica e Relações Internacionais,
Prof. Doutor Luís Filipe Lobo-Fernandes- Presidente da AAUM, Vasco Leão- Membro da Comissão Organizadora, João Paupério
lOh30m - Workshop "O Impacto do Euro nas PME's"
Oradores:- Dr. João Almeida Garrett - Vice-Presidente Executivo da Associação Industrial do Minho
Intervenção - Impacto do Euro nas PME's do Minho- Dr. Domingos Silva - Colaborador da DECOIntervenção - Consumidores e o Euro
Intervalo
Oradores:- Dr. Antunes Ferreira - Director da Revista Info Euro e Assessor para Projectos EspeciaisIntervenção -A Urgência da Preparação das PME's na Passagem para o Euro
- Representante das Águas de GaiaModerador: Mestre José Maciel - Docente da UM
2 xvm CoI'quio de Relaçõe' Internacionai Económica, e Politicas
Dia 14 de Março (Quarta- Feira) Tema Geral- "A União Política"
1 OhOOm -1 o Painel: A Reforma das Instituições
Oradores:
- Dr. Carlos Nunes- Europe Team
Intervenção -O Processo da Reforma das Instituições
-Dra. Josefina Carvalho- Sub-Directora Geral da Direcção Geral dos Assuntos Comunitários
Intervenção-Os Projectos Portugueses para a Cimeira de Nice
-Dra. Marta Ziembinska- Conselheira do Sr. Embaixador da Polónia
Intervenção- A Adesão Polaca à União Europeia
Moderador: Prof. Doutor Luís Filipe Lobo-Fernandes- Docente da UM
Intervalo
2° Painel: Repercussões do Alargamento a Leste na União Politica
Oradores:
- Dr. Manuel Monteiro - Docente da Universidade Lusíada
-Dr. Francisco Louçã- Docente da Universidade Nova de Lisboa
Moderador: Prof. Doutor Luís Filipe Lobo-Fernandes- Docente da UM
Almoço
15h00m -Debate: "Impacto em Portugal"
Oradores:
- Dra. Josefina Carvalho- Sub-Directora Geral da Direcção Geral dos Assuntos Comunitários
-Dr. Miguel Sousa Tavares*
-Dr. Mário Luís Melo Rocha- Europe Team
-Representante do CDS/PP *
Dia 15 de Março (Quinta-Feira) 15h00m -Avaliação do Dia Euro
UEM-Impacto em Portugal
Oradores:
- Prof. Doutor Francisco Veiga - Docente da UM
Intervenção -O processo da UEM
-Representante da AEP*
Intervenção - O Impacto da UEM no Sector Empresarial Português
-Dr. José Vitória Fernandes- Director do Gabinete de Estudos Económicos da Caixa Geral de Depósitos
Intervenção -O Impacto da UEM no Sector Bancário
Moderador: Mestre José Maciel- Docente da UM
17h30m - Sessão de Encerramento
20h30-Jantar, Tertúlia e Festa
*A confirmar
"Revolução I Resolução Europeia" 3
Ficha Técnica
Coordenação:
Comissão Organizadora dos XVIII Colóquios de Relações
Internacionais Económicas e Políticas
Responsáveis da Revista:
Francisco Mota
Jacinta Tavares
Rosalina Pereira
Sérgio Campelo
Pedro Oliveira
Margarita Salgueiro
Cristina Carvalho
Catarina Pereira
Execução Grafica:
Tipo prado
Lugar do Barreiro, rua 1
Apartado 6-4730 Vila de Prado
Tel: 253929140
E-mail: [email protected]
300 Exemplares
Março de 2001
4 XVIII Colóquios de Relações Internacionais Económicas e Políticas
E
Programa .................................................... 2
F icha Técnica ............................................. 4
Editorial ..................................................... 8
Comissão Organizadora
União Europeia: Das dificuldades da Política
Externa Comum às dificuldades
do analista ............................................... 9
Prof. Doutor Luís Filipe Lobo-Fernandes
Perspectivas teóricas de Integração ........... 11
Finalista de RIEP - Catarina Pereira
E tapas de Integração da União Europeia ... 14
Finalista de RIEP - Catarina Pereira
Nice -A Vitória dos Grandes.
O Fim do Espírito Comunitário .................. 20
Mestre José Maciel
A Defesa Europeia .................................... 23
Pror.a Doutora M.a do Céu Pinto
A Adesão dos Países de Leste
à União Europeia e o Euro .......................... 25
Prof. Doutor Francisco Veiga
C omissão Organizadora dos
XVIII Colóquios de RIEP (2000/200 1) ...... 27
Agradecimentos ........................................ 29
"Revolução I Resolução Europeia" 5
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6 XVIII Colóquios de Relações Internacionais Económicas e Políticas
car �:-'. :-,\ "*:. ''"""' . J-
No início deste novo milénio, todos nós, cidadãos
europeus, enfrentamos dois grandes desafios: o Euro e o alargamento. É neste contexto de mudança que se enquadram os
XVIII Colóquios de Relações Internacionais Económicas e
Políticas subordinados ao tema: "Revolução/Resolução Euro
peia".
No dia 1 de Janeiro de 2001, quando sairmos para ir ao
café, à padaria ou comprar o jornal, encontraremos uma nova realidade: o Euro.
Daqui a 1 O meses, o Euro ganhará um lugar na nossa
carteira e independentemente da nossa vontade teremos de começar a utilizá-lo. E nós, saberemos utilizar o Euro? Talvez ...
mas nada melhor que o contacto com essa realidade para o
sabermos. A Comissão Organizadora dos XVIII Colóquios de
RIEP resolveu promover a realização de uma feira em que a
única moeda permitida será o Euro. Todos os produtos terão os preços em Euros e quem transaccionar, nessa feira, ver-se-à
confrontado com a futura moeda nacional e europeia.
Mas a União Europeia encontra-se perto de dar um outro importante passo: o alargamento. A Conferência Intergo
vernamental de Nice demonstrou que esta será uma tarefa difí
cil... O alargamento trará à União Europeia, doze novos países
cheios de diversas particularidades de ordem económica, cul
tural e social.
Com a União Económica e Monetária e o futuro alarga
mento renasceu o sonho de Victor Hugo: " Os Estados Unidos
da Europa", no entanto, será a União Política possíível no meio de uma união em que prevalecem as diferenças?
Para responder a todas estas questões, os alunos de
Relações Internacionais Económicas e Políticas enveredaram
pela difícil tarefa de vos proporcionar estes XVIII Colóquios.
A Comissão Organizadora.
"Revolução I Resolução Europeia" 7
União Europeia: das dificuldades da Política Externa Comum
às dificuldades do Analista. Uma nota breve
Os anos setenta foram
decisivos para formatar o papel
dos Europeus a nível inter
nacional. Os então Nove deram
um passo importante em dois
âmbitos da acção interna-cio
nal: a chamada cooperação
para o desenvolvimento e a
diplomacia. Por um lado, fez-se
uso dos tratados - de algum
modo não previsto inicialmente
- para realizar uma política
de cooperação para o desen
volvimento e, por outro, foi
lançada a cooperação política
europeia ( cpe ), um mecanismo
intergo-vemamental que tinha
por objectivo harmonizar tanto
quanto possível as políticas
exteriores dos estados mem
bros e, com isso, tentar uma
maior influência internacional
no apertado quadro bipolar. O
perfil das suas acções serviriam
ao longo dos anos setenta e
oitenta para converter a Comu
nidade numa potência civil,
noção introduzida premonito
riamente, como se sabe, por F.
Duchêne. em 1972.
Chegados ao século
XXI, os actuais Quinze esta
dos da União Europeia vivem,
assim, num dilema assente no
referido modelo de potência
civil caracterizado pelo uso de
instrumentos não-militares e as
exigências doravante mais am
bíguas do sistema internacional
pós-guerra fria. Como definir
então, hoje, a acção externa
da União Europeia? Qual é o
Por Luís Filipe Lobo-Fernandes
(Professor de Relações Internacionais da Universidade do Minho)
objectivo da União no terreno
internacional? A pergunta leva
nos obrigatoriamente a deli
mitar o seu âmbito com base
no Tratado da União Europeia.
Assim, o Tratado de Maastri
cht fala da acção externa for
mada por políticas em matéria
de relações exteriores, de segu
rança, de economia e de desen
volvimento. O Artigo 2° do
TUE fornece-nos uma resposta
algo mais precisa ao apontar
que se trata de «afirmar a iden
tidade internacional da UE, em
parti-cular mediante a reali
zação de uma política externa
e de segurança comum que
inclua a definição progressiva
de uma política de defesa
comum que possa conduzir
a uma defesa comum». Em
suma, estamos perante uma
identidade internacional con
sumada mas cuja natureza é
necessário discriminar. Por um
lado, temos políticas suprana
cionais já estrutu-radas seja no
plano comercial seja no plano
das políticas de prestígio como
é o caso da cooperação para
o desenvolvimento; por outro,
temos a componente intergo
vemamental, ou seja, a política
externa e de segurança comum
(pese), mas que, como aponta
o próprio tratado precisa de se
afirmar. Porém, tudo isto leva,
segundo Esther Barbé - pro
fessora catedrática de Relações
Internacionais da Universidade
Autó-noma de Barcelona - a
uma interrogação fundamental:
qual o conteúdo da noção de
Política Externa Europeia?
As pistas que o Tra
tado de Maastricht oferece
não são imediatamente clari
ficadoras; os especialistas e
outros analistas fazem recor
rente-mente usos diferenciados
do termo. Poderíamos desta
car duas acepções distintas:
uma, minimalista, vê a Política
Ex-tema Europeia como uma
parte da pese, complementada,
por-tanto, com uma política
de segurança e defesa comuns
(por outras palavras a Política
Ex-tema Europeia seria uma
parte do actual segundo pilar da
União). Uma segunda acepção,
maximalista, define a Política
Externa Comum como a formu
lação de uma única política na
qual se incorporam na sua pro
gramação, decisão e execução
quer a dimensão comunitária
respeitante às suas relações
externas globais, quer a pese.
Poderíamos, não obstante, acei
tar uma conceptualização inter
média e perspectivar a Po-lítica
Externa Europeia- cujo núcleo
central é a pese - como um
processo ainda em formação
mas estruturalmente ambíguo,
dado que a sua natureza, ao
contrário do primeiro e ter
ceiro pilares, continua a ser
fundamentalmente intergover
namental.
O analista da política
externa europeia tem, pois, pe-
8 XVIII Colóquios de Relações Internacionais Económicas e Políticas
rante si um desafio na hora de
analisar esta nova variável em
gestação que, como qualquer
nova estrutura, abre oportu
nida-des e define constrangi
mentos. K.E. Jorgensen, por
exemplo, em Modern Euro
pean Diplomacy (1997), deno
mina precisamente a modema
diplo-macia europeia como a
inter-relação entre vários níveis
de acção: a dimensão exterior
da U.E. propriamente dita, a
pese, as políticas exteriores dos
esta-dos membros e a política
da União da Europa Ocidental
(UEO). A criação, prevista
no Tratado de Maastricht, de
uma unidade de planificação
de política e alerta rápido
supõe (e requer) uma institu
ciona-lização dessa modema
diploma-cia europeia ao criar
- pela primeira vez - um órgão
em que trabalharão conjunta-
ro�t�AL �· O PA· f5
c::: ' ��t���{ÇJ{�!!!lJ�.:� "
mente, o Conselho, a Comis
são, os estados membros e
a UEO. Porém, como refere,
num feliz metaforismo, Barbé
(2000: 15):
Siguiendo un símil arqui
tectónico, se podría decir
que la política exterior
europea es un edificio en
construcción sobre un ter
reno poco estable, en el
que los cimientos serían los
Estados; la estructura esta
ria formada por las relacio
nes económicas exteriores
de la CE; y la fachada,
siempre más vulnerable y
llamativa que qualquier
outra parte de! edificio,
sería la PESC y la defensa
común. Además, hay que
tener en cuenta la existen
cia de un terreno colindante
que alberga un pequeno
edificio en vías de derribo,
símil de la UEO, cuyo espa
cio es vital para lafinaliza
ción de los accesos.
Ora, a natureza deste
processo, segundo a autora,
não cumpre os requisitos de
uma política externa europeia
merecedora de tal designação,
pelo menos no sistema veste
faliano, já que, como indica C.
Hill (1993 ), tal exigiria a exis
tência de um executivo cen
tral capaz de adoptar decisões
claras em matéria de alta
política e que dispusesse dos
recursos e dos instrumentos
ne-cessários e suficientes para
efectivar as decisões tomadas.
Não é seguramente o caso
da actual União, mesmo após
Nice.
•. , P(Ad5 AftASAOO l'O$ SfC1Gff5 IA5rAOO.S IWJ (0.,1.HíC l�fNtG.
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"Revolução I Resolução Europeia" 9
Perspectivas Teóricas de Integração
Uma definição lata de
integração vai para além da
mera "cooperação interesta
dual", significa a agregação de
unidades separadas para formar
um todo.
As definições de inte
gração são variadíssimas, em
bora possamos destacar dois
tipos de definição, baseadas no
critério de quem no-la dá.
Definição de integração
fornecida por um economista:
integração económica interna
cional é o processo pelo qual as
economias de Estados separa
dos se fundem em unidades
mais vastas.
Um cientista político
tende a focar as implicações do
processo de integração política
para a soberania nacional e para
o comportamento dos actores
políticos.
Nesta perspectiva o pro
cesso de integração envolve
duas condições:
(1) a transferência volun
tária por parte dos Estados
Nação do poder para tomar
decisões independentes em
certas áreas políticas (a tomada
de decisão é partilhada pelos
Governos dos Estados partici
pantes ou é transferida para as
novas instituições centrais).
(2) a transferência de
lealdades, expectativas e acti
vidades dos actores da política
nacional para um novo centro.
A União Europeia é o
exemplo paradigmático de uma
integração voluntária; fundada
em princípios voluntaristas (a
adesão não é forçada para
Por Catarina Pereira
(Finalista da Licenciatura de RIEP)
nenhum país), e é também ca
racterizada por ter tido, desde
sempre, objectivos, quer econó
micos, quer políticos.
A cooperação económica
entre Estados como a França
e a Alemanha teria, forçosa
mente, que ser guiada por
objectivos políticos de coope
ração, estabilidade, pacificação
e reconstrução da Europa do
pós-guerra. Assim, a coopera
ção económica seria um meio
para atingir o fim bem mais
amplo da cooperação política.
SOBERANIA
O principal actor do sis
tema internacional continua a
ser o Estado soberano. Tal facto
explica-se pela sua capacidade
de adaptação a um ambiente
em constante mutação. Mas,
num mundo cada vez mais
interde-pendente, o significado
de so-berania é constantemente
alte-rado e a sua importância
tende a esbater-se.
A soberania abrange duas
realidades:
- um aspecto interno, no
sentido de supremacia e poder
de tomada de decisões indiscu
tíveis dentro de um Estado.
- um aspecto externo que
significa a independência dos
Estados nas Relações Interna
ciOnais.
"Jntegration has also been at
least partly inspired by the belief that
sovereignty is a malign and dange
rous force. According to its critics, it
divides humanity into separate units
and encourages selfish and insular
behaviour. Because it is regarded as
a means of uniting human being, inte
gration tends to be perceived by its
proponents as being moraly superior
to "non-integration ". But the drive
towards integration has also been
motivated andjustified by the percei
ved welfare and security benefits of
"going it with others ": according to
the proponents of integration, these
benefits are likely to outweigh the
trade-off costs in terms of the erosion
of sovereignty. They argue that in na
increasingly interdependent world,
national sovereignty is being eroded
anyway and that countries joining
are likely to have more "clout"
in the international arena. Conver
sely, opposition to integration gene
rally reftects a desire to defend state
sovereignty (which tends to be equa
ted with national independance). Its
defenders argue that it enables peo
ples to govern themselves; that it
protects smaller countries against
domination by larger countries; and
that it remains a focus of national
loyalties. "
Robert Jones1 mostra
nos assim, que os benefícios de
uma integração são amplamente
superiores aos seus malefícios,
embora teses a favor da sobe
rania e de uma não integração
ainda subsistam.
Contudo, e dado que a
membership2 na União Euro
peia permanece voluntária,
po-de argumentar-se que a
sobe-rania tem sido cedida e
não per-dida. Apesar de o Prin
cípio da Supremacia do Direito
1 JONES, Robert; The Politics and
Economics of the European Union
- An lntroductory Text; Cambridge,
1996, Publishing Limited. p.34
2 O Dicionário Oxford traduz esta
expressão como "qualidade de ser
membro ou sócio".
10 XVIII Colóquios de Relações Internacionais Económicas e Políticas
Comunitário sobre os Direitos
internos estar bem estabele
cido, o Princípio é, em última
análise, baseado na vontade dos
Parlamentos Nacionais em o
aceitarem. O Tratado da União
Europeia confirma explicita
mente o direito de qualquer
Estadomembro se retirar da
União.
A TEORIA DA INTEGRAÇÃO
A Teoria da Integração é
uma doutrina das ciências eco
nómicas.
Logo após a II Guerra
Mundial, o estudo da inte
gração económica internacio
nal afirma-se e sistematiza-se,
constituindo-se como um ramo
autónomo da economia inter
nacional, passando a ser nos
anos 50 um estudo quase exclu
sivo do Processo Comunitário.
"A teoria da integração
económica internacional,
apesar de ter um objecto espe
cífico, para cujo estudo cons
truiu conceitos e instrumentos
de análise próprios, insere-se
no âmbito mais vasto da econo
mia internacional. Nasceu no
seio da Teoria Neo-Clássica do
Comércio Internacional, com a
qual mantém uma relação de
interdisciplinaridade3" •
A obra de Jacob Viner" é
o contributo definitivo que leva
à autonomização da Teoria da
Integração Económica Inter
nacional como "um domínio
com uma problemática pró-
3FERREIRA, Graça Enes; A Teoria da Integração Económica Internacional e o Modelo de Integração do Espaço Europeu; Novembro 1997, Porto, Legis Ed., Lda., p.30 VlNER, Jacob; The Customs Unions
Issue; New York, Carnegie Endow.ment for International Peace, 1950.
pria", mesmo continuando
ligada ao mais amplo âmbito
da Economia Internacional.
A opinião generalizada
que vigorou até à década de
40 era a de que a integração
económica seria um sucedâ
neo do comércio livre, com os
mesmos benefícios, ainda que
em menor grau, na medida em
que proporcionava um aumento
de mercado, facto que, de
acordo com o postulado clás
sico das Vantagens Compa
rativas permitia uma maior
e melhor especialização, que
por sua vez, permitia uma
aumento da produção (via apro
veitamento das economias de
escala).
Não sendo a integração
económica um caso particular
de liberalização do comércio
internacional, mas uma reali
dade diferenciada, embora com
uma vertente livrecambista, a
Teoria da Economia e do
Comércio Internacionais e os
seus conceitos e metodologia
não se mostravam adequados,
exigiam uma adaptação e a
criação de novos quadros com
ceituais de análise.
O contributo de Viner
é essencial, não apenas pelo
estudo das Uniões Aduaneiras
que efectuou e onde lançou
os conceitos centrais da Teoria
da Integração Económica -
a "criação de comércio" e o
"desvio de comércio" - , mas,
sobretudo, pela qualificação da
integração económica como
uma situação de "segundo me-
5FERREIRA, Graça Enes; op.cit. 6"Segundo melhor" é uma defi
nição que se contrapõe à do "Óptimo de Pareto", segundo o qual só o livre comércio mundial constitui uma "solução óptima", pois é o único que permite a todos os agentes econó-
lhor" com características que,
de forma nenhuma, se asse
melham às características do
livre comércio internacional
ou de uma liberalização adua
neua.
Em 1961, Bela Balassa -
um autor paradigmático na teo
rização da integração econó
mica internacional - definia
integração sob dois pontos
de vista: "Encarada como um
pro-cesso, implica medidas
desti-nadas à abolição de dis
crimi-nações entre unidades
económicas de diferentes Esta
dos; como situação pode cor
responder à ausência de várias
formas de discriminação entre
econo-mias nacionais" .
Esta definição fornece
nos a noção de integração por
oposição à noção de coopera
ção. A cooperação implica uma
redução da discriminação, já a
integração económica pressu
põe a supressão de algumas
formas de discriminação.
Os acordos com vista à
integração económica interna
cional tomam várias formas.
Para fins analíticos, as primei
ras a distinguir são as zonas de
comércio livre, as uniões adu
aneiras, os mercados comuns e
as uniões económicas.
micos, produtores e consumidores, a máxima satisfação possível. Só a concorrência perfeita dentro de cada país e o livre comércio internacional conjugados conduzem à situação de "óptimo". A simples existência de tarifas num determinado país impede a situação "óptima". Faltando qualquer dos requisitos do "óptimo" estamos perante uma situação de "segundo melhor".
7BALASSA, Bela; Teoria da Integração Económica, 3• Ed; 1961, Livraria Clássica Edit., Lisboa, p.12
"Revolução I Resolução Europeia" 11
1. Zona de Comércio
Livre - Há urna redução ou
supressão sistemática de todo
e qualquer direito aduaneiro
numa zona de espaço aberto
à livre circulação de merca
dorias, em que cada Estado
mantém a sua pauta exterior.
2. União Aduaneira - É adoptada urna Pauta Exterior
Comum (PEC) e são abolidos
os direitos aduaneiros.
3. Mercado Comum -
Só nesta fase é que se atinge
urna verdadeira integração eco
nómica, visto que, além de se
integrarem estruturas produti
vas, são asseguradas as quatro
liberdades fundamentais:
- livre circulação de pes-
soas
- livre circulação de fac
tores de produção (traba-lha
dores e capitais)
- liberdade de estabe
lecimento
- livre prestação de ser
viços
O Mercado Comum é a
consolidação destas quatro li
berdades; é condição sine qua
non para a integração econó
mica.
4. União Económica (e
Monetária) - É caracterizada
por urna orientação única e
global, ou orientação político
económica que se sobrepõe
a diversas políticas sectoriais.
Há, também, a criação de um
sistema de taxas de câmbio
fixas que constitui um ganho
de racionalidade económica e
a estabilidade do mercado. A
moeda única tem vantagens,
dado que reforma o processo
de integração, é algo de palp
ável. Ao implementarmos a
União Económica e Monetária
(UEM), estamos a assumir
irreversivelmente a criação de
órgãos supra-estaduais e a
garantir o processo de inte
gra-ção. Havendo urna união
monetária, há com certeza urna
união política, que assegura o
processo de integração.
"Todos os Acordos para
urna integração económica in
ternacional se caracterizam por
três factores:
- supressão em certas
matérias, de discriminação
en-tre os seus membros;
- a existência de dis
criminação contra o resto do
mundo, em vários aspectos;
- a conclusão de acor-dos
que se pretendem dura-douros,
que limitem o uso indepen
dente de certos instru-mentos
de política econórni-ca."8
8 ROBSON Peter; Teoria Económica da Integração Internacio-
nal; Coimbra Edit. Lda, 1985; p.13.
... fl.IJ:tr.�iil Rf,,flSS,4t 5€ A A(1U.-it SrTJJ..-iCi<; ... fCONÚf'r!CA 5[ 1\Aim VU . . . ... ), (ALI!M 0,4 f.oi:0�4.
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. . l - J
f
12 XVIII Colóquios de Relações Internacionais Económicas e Políticas
I ./
ETAPAS DE INTEGRAÇÃO DA UNIÃO EUROPEIA
A 19 de Setembro de
1946, Winston Churchill, num
discurso pronunciado na Uni
versidade de Zurique, apela à
criação duma "espécie de Es
tados Unidos da Europa". Aqui,
pode dizer-se, nasce a ideia
daquilo que é hoje a União
Europeia.
A 5 de Junho de 1947 é
anunciada a criação do Plano
Marshall para a recuperação
económica da Europa.
A 1 de Janeiro de 1948
entra em vigor a Convenção
Aduaneira que cria o BENE
LUX.
O Tratado de Bruxelas,
Tratado da União Ocidental é
assinado a 17 de Março pelos
países do BENELUX, França e
Reino Unido.
A 16 de Abril é criada
a Organização de Cooperação
Económica Europeia (OECE),
para coordenar o Plano Mar
shall.
Em 1949, o dia 5 de Maio
vê consagrado o Conselho da
Europa com a assinatura dos
seus estatutos em Londres
9 de Maio é o dia da
Europa: em 1950, o Ministro
francês dos Negócios Estran
geiros, Robert Schuman (inspi
rado por Jean Monnet), propõe
que a França e a Alemanha e
qualquer outro país europeu que
pretenda aderir à iniciativa con
greguem os seus recursos do
carvão e do aço ("Declaração
Schuman"). "Na base desta pro
posta estava o facto de se re
conhecer que, por um lado, não
faria muito sentido impor à
Alemanha um sistema de con-
Por Catarina Pereira
(Finalista da Licenciatura de RIEP)
trolo unilateral e, por outro
lado, o receio de que uma Ale
manha inteiramente indepen
dente pudesse ainda constituir
uma potencial ameaça à paz.
A única saída para esse dilema
consistia em inserir a Alema
nha política e economicamente,
numa comunidade europeia for
temente estruturada." 8
A 3 de Junho do mesmo
ano, a Bélgica, a França, o
Luxemburgo, a Itália, os Países
Baixos e a Alemanha subscre
vem a referida Declaração de
Schuman.
A 18 de Abril de 51, os
Seis (BENELUX, França, Itália
e Alemanha) assinam o Tratado
de Paris que institui a Comu
nidade Europeia do Carvão e
do Aço (CECA). A CECA é a
primeira organização europeia
com poderes supranacionais.
A supranacionalidade aplica-se
apenas a sectores limitados: a
Alta Autoridade só tem com
petência para a gestão do mer
cado comum do carvão e do
aço. Tal competência advém da
delegação de soberania acor
dada pelos Estados através da
negociação de textos ratifica
dos pelos Parlamentos Nacio
nais. "O mérito da CECA é
duplo: no plano político, esti
mulou a reconciliação e a coo
peração franco-alemãs e abriu
caminho à Europa comunitária;
no plano económico, contri-
8BORCHARDT, Klaus-Dieter; A Unificação Europeia - As origens e o desenvolvimento da União Europeia; Luxemburgo, Serviço das Publicações Oficiais das Comunidades Europeias, 1995, p.9
buiu para a recuperação da
Europa, ao li-bertar a produção
e as trocas de matérias-primas
(carvão e aço) fundamentais
para a indústria. "9
A 1 O de Fevereiro de
1953 é instituído o Mercado
Comum do Carvão e do Miné
rio de Ferro. Os Seis suprimem
os impostos aduaneiros e as
restrições quantitativas relativa
mente a estas matérias-primas.
É assim, criada uma Zona
de Comércio Livre entre os seis
Estados-membros da CECA.
A 2 de Junho de 1955, os
Ministros dos Negócios Estran
geiros dos Seis, reunidos em
Messina (Itália) confirmam o
objectivo de integração dos
seus países numa frente eco
nómica.
7 de Janeiro de 1956 é a
data em que a Alta Autoridade
da CECA confirma o princípio
da livre circulação dos pro
dutos siderúrgicos importados
de países terceiros na Comuni
dade.
A 6 de Maio do mesmo
ano, Paul-Henri Spaak, Minis
tro belga dos Negócios Estran
geiros, apresenta aos seus
colegas da CECA um relatório
sobre os projectos de Tratados
das Comunidades, que prevê a
criação da CEE e da Euratom.
25 de Março de 1957 é a
data histórica da assinatura, em
Roma, pelos Seis, dos Tratados
que instituem a Comunidade
Económica Europeia (CEE) e a
9FONTAINE, Pascal, A Construção Europeia de 1945 aos nossos dias; Lisboa; Gradiva Edit.; 1998, p.15
"Revolução I Resolução Europeia" 13
Comunidade Europeia da Ener
gia Atómica (Euratom), conhe
cidos actualmente por "Tratados
de Roma".
A 1 de Janeiro de 1958
entram em vigor ao Tratados
de Roma. A CEE e a Euratom
são instaladas em Bruxelas. A
Assembleia Parlamentar e o Tri
bunal de Justiça são comuns às
três Comunidades.
A 1 O de Fevereiro é dado
o primeiro passo para a União
Aduaneira, quando os Esta
dos-membros estabelecem uma
pauta aduaneira harmonizada
para o carvão e o aço; é conce
dida uma derrogação à França e
à Itália que poderão, durante um
período de dois anos, aplicar
direitos mais elevados a certos
produtos.
A 13 de Maio deste
mesmo ano os deputados da
Assembleia Parlamentar (que
deveria substituir a CECA)
reúnem-se pela primeira vez
repartidos por grupos políticos e não em função da nacionali
dade. A 29 de Dezembro entra
em vigor o Acordo Monetário
Europeu.
A 1 de Janeiro do ano
seguinte são dados os primei
ros passos no sentido da elimi
nação progressiva das quotas e
direi-tos aduaneiros na CEE e a
20 de Março, o Banco Europeu
de Investimento (BEl) concede
os seus primeiros empréstimos.
A 5 de Maio deste ano de
1959 o Conselho Europeu aceita
a "Proposta Dillon" dos EU A
relativa às negociações multi
laterais sobre comércio ( enqua
dramento do Acordo Geral sobre
Pautas Aduaneiras e Comércio).
Estas negociações serão condu
zidas pela Comis-são, assistida
por um Comité especial desig
nado pelo Conse-lho.
A 20 de Julho surge a
ideia de criar a Associação Euro
peia de Comércio Livre (EFTA)
concretizada a 4 de Janeiro de
1960.
A 18 de Julho de 1961,
realiza-se em Bona, Alemanha,
uma Cimeira Europeia, durante
a qual os Seis exprimem a sua
vontade de criar uma União
Política. Seguem-se três pedi
dos oficiais de adesão às Comu
nidades Europeias: Irlanda a 31
de Julho, Reino Unido e Dina
marca a 9 e 1 O de Agosto. A 1
de Setembro dá-se o primeiro
passo em direcção ao Mercado
Comum, com a entrada em
vigor do primeiro regulamento
relativo à livre circulação de
trabalhadores.
Em 20 e 21 de Novem
bro realiza-se em Estrasburgo,
França, um Colóquio das Insti
tuições da CEE. São debatidos
os temas da transição da pri
meira para a segunda fase do
Mercado Comum e a associa
ção com os territórios ultrama
nnos.
A 14 de Janeiro de 1962,
o Conselho adopta os primei
ros regulamentos relativos à
Política Agrícola Comum
(PAC), instituída com a finali
dade de estabelecer um mercado
único dos produtos agrícolas
e de promover a solidariedade
financeira através do Fundo
Europeu de Orientação e Garan
tia Agrícola (FEOGA).
A 30 de Abril a Noruega
apresenta o seu pedido oficial de
adesão às Comunidades Euro
peias. E em 1 de Julho, os direi
tos aduaneiros aplicados aos
produtos industriais entre paí
ses-membros são reduzidos para
50% do seu valor de 1957.
A 1 de Novembro, a
Grécia toma-se Estado As
sociado da CEE.
A 5 de Fevereiro de 1963
entra em vigor o Acórdão his
tórico Van Gend en Loos, no
qual o Tribunal de Justiça das
Comunidades Europeias (TJCE)
declara que a Comunidade cons
titui uma nova ordem jurídica
em benefício da qual os Esta
dos-membros aceitaram li-mitar
os seus direitos sobera-nos.
A 1 de Junho e, em con
formidade com a decisão de
acelerar a criação de uma União
Aduaneira, procede-se à Sexta
redução dos direitos aduanei
ros a nível intracomunitário e o
segundo alinhamento relativa
mente à Pauta Exterior Comum
(PEC).
A 4 de Maio de 1964
dá-se a abertura oficial das
negociações multilaterais do
Kenedy Round no âmbito do
Acordo Geral sobre Pautas
A-duaneiras e Comércio
(GATT). A Comunidade parti
cipa na reunião.
A 1 de Dezembro entra
em vigor o Tratado de As
sociação entre a CEE e a Tur
qma.
8 de Abril de 1965 - Assi
natura, em Bruxelas, do Tra
tado de Fusão dos executivos
das três Comunidades ( CECA,
CEE, Euratom) que entra em
vigor a 1 de Julho de 67.
A 20 de Setembro, os
Estados-membros são os des
tinatários de uma recomen
dação da Comissão que
preconiza que devem evitar
a criação de novos entraves
ao comércio intracomunitário
quando adoptam legislação ou
regulamentações de natureza
técnica.
A 1 de Janeiro de 66, a
CEE entra na terceira fase do
período de transição para o Mer
cado Comum, o que implica
que a votação por una-nimidade
seja substituída pela votação
14 XVIII Colóquios de Relações Internacionais Económicas e Políticas
por maioria para a adopção da maior parte das decisões do Conselho e a 28 de Novembro realiza-se uma reunião conjunta das instituições europeias. Os principais temas em foco são os progressos realizados na Comunidade com vista à concretização da União Económica e as perspectivas futuras.
A 9 de Fevereiro de 1967, o Conselho de ministros aprova a primeiro programa de política económica a médio prazo que define e estabelece os objectivos da política económica da Comunidade para os anos seguintes.
A 11 de Maio, o Reino Unido apresenta um novo pedido de adesão à Comunidade; pouco tempo depois, a Irlanda, a Dinamarca e a Noruega apresentam igualmente o seu pedido de adesão.
A 30 de Junho, a Comissão assina a Acta final das negociações multilaterais do GAT T.
A 1 de Julho de 1968 entra em vigor a União Aduaneira. Os direitos aduaneiros aplicados às trocas comerciais intracomunitárias são suprimidos dezoito meses antes da data prevista no Tratado de Roma e é e introduzida a Pauta Aduaneira Comum, que substitui os direitos aduaneiros nacionais aplicáveis ao comércio com o resto do mundo.
A 1 e 2 de Dezembro de 1969, numa Cimeira realizada na Haia, Países Baixos, os Chefes de Estado e de Governo confirmam a sua vontade de prosseguir a evolução gradual para uma União Económica e Monetária genuína e para a estreita harmonização das políticas sociais que esta União implica, e reafirmam o seu acordo quanto ao princípio do
alargamento da Comunidade, a 4 de Março do ano seguinte a Comissãão apresenta ao Conselho uma Memorando sobre a elaboração de um plano para a criação da União Económica e monetária (UEM), e no dia 6, o Conselho nomeia um Comité de peritos presidido por Pierre Wemer para apresentar propostas de realização da UEM.
A 12 de Fevereiro de 1971, o Parlamento Europeu adopta uma resolução sobre o Relatório da Comissão relativo à situação de implementação das Directivas do Conselho referentes à liberdade de estabelecimento e livre prestação de servtços.
A 22 de Março, o Conselho aprova o Plano Wemer para reforçar a coordenação das políticas económicas. Os Estados-membros devem adoptar medidas para harmonizar as respectivas políticas orçamentais e para reduzir as margens de flutuação entre as suas divisas.
A 22 de Janeiro de 1972 a Dinamarca, a Irlanda, a Noruega e o Reino Unido assinam os Tratados de Adesão às Comunidades Europeias.
21 de Março é o dia em que o Conselho adopta uma Resolução com base num resumo geral apresentado pela Comissão das condições para a realização da primeira fase da UEM. A criaçção do mecanismo da "serpente" monetária dá-se a 24 de Abril: os Seis concordam em limitar a margem de flu-tuação entre as suas divisas para 2,25%.
A 9 de Outubro o Parlamento Europeu aprova uma Resolução com sugestões de requisitos definitivos para a supressão dos controlos nas fronteiras intracomunitárias.
19 a 21 de Outubro - realização da Cimeira de Paris. Os chefes de Estado e de Governo reafirmam que o ano de 1980 constitui o prazo final para a realização da UEM.
A 1 de Janeiro de 1973 a Dinamarca, a Irlanda e o Reino Unido aderem às Comunidades Europeias. Entra em vigor o Acordo de Comércio Livre com a Áustria, Suíça, Portugal e Suécia.
De 6 a 27 de outubro -Guerra do Kippur. Os países produtores de petróleo decidem reduzir ou proibir as exportações para alguns países ocidentais e a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) decide aumentar substancialmente os preços do petróleo. É o início da crise ...
A 18 de Março de 1975 o Conselho adopta uma unidade de conta europeia baseada num "cabaz" composto por moedas comunitárias.
A 12 de Junho, a Grécia apresenta a sua candidatura oficial para se tomar membro das Comunidades Europeias seguindo-se-lhe Portugal em 28 de Março de 1977.
A 1 de Julho de 1977 os novos Estados-membros (Dinamarca, Irlanda e Reino Unido) são abrangidos pela Pauta Aduaneira Comum e no dia 28 a Espanha apresenta a sua candidatura oficial a membro das Comunidades Europeias.
A 6 e 7 de Julho de 1978, no Conselho Europeu de Bremen, na Alemanha, surge o Acordo sobre uma estratégia comum para se conseguir obter uma mais elevada taxa de crescimento económico de modo a reduzir o desemprego e planear a criaçção de um Sistema Monetário Europeu (SME).
"Revolução I Resolução Europeia" 15
4 e 5 de Dezembro -Conselho Europeu de Bruxelas. É criado o SME, assente numa unidade monetária europeia (e cu) e é solicitada a assistência de um Comité de altas individualidades para analisar os ajustamentos a introduzir, tendo em vista o Alargamento nos mecanismos institucionais e nos procedimentos. A 13 de Março de 1979 entra em vigor o SME.
A Grécia toma-se o 1 oo
membro das Comunidades Europeias a 1 de Janeiro de 1981.
A 10 de junho de 1985 o Comité dos Governadores dos Bancos Centrais dos Estadosmembros adopta medidas destinadas a reforçar o SME, e no dia 12 são assinados os Actos relativos à adesão de Portugal e Espanha.
A 20 de Julho os Ministros e os Governadores dos Bancos Centrais dos EstadosMembros decidem ajustar as taxas de câmbio centrais no âmbito do SME.
De 2 a 4 de Dezembro o Conselho Europeu reúne-se no Luxemburgo. No dia 1 de Janeiro de 1986 Portugal e Espanha aderem às Comu-nidades Europeias.
Nos dias 17 e 28 de Fevereiro é assinado no Luxemburgo e na Haia o Acto Único Europeu que altera os Tratados de Roma.
A 14 de Abril de 1987 a Turquia apresenta o pedido oficial de adesão às Comu-nidades e a 13 de Maio o Banco de Espanha assina o Acordo de adesão ao SME. A 12 de Setembro, os Ministros da Eco-nomia e das Finanças adoptam
medidas de reforço do SME e a 1 O de Novembro o Banco de Portugal também
assina o Acordo de adesão ao SME.
A 29 de Março de 1988
a Comissão publica os resultados do estudo "Europa 1992
- o desafio global", elaborado a seu pedido, por um grupo de peritos independentes, afim de avaliar as vantagens do Mercado Único.
A 12 de Abril de 1989 o Comité presidido por Jacques Delors apresenta o seu relatório sobre a União Económica e Monetária (UEM).
A 19 de Junho a composição do ecu é adaptada na sequência da inclusão da peseta e do escudo.
A 17 de Julho a República da Áustria apresenta o seu pedido de adesão às Comunidades.
A 8 e 9 de Dezembro o Conselho Europeu reúne-se em Estrasburgo. Decide convocar, antes do final de 1990, a Conferência Intergovemamental destinada a elaborar uma alteração do Tratado, tendo em vista as fases finais da UEM.
No dia 19 de Junho de 1990, os Acordos de Schengen, relativos à eliminação dos comtrolos fronteiriços são assinados pelos países do BENELUX, França e Alemanha e a 20 a CEE e os países da EFTA iniciam negociações formais relativas à criação do Espaço Económico Europeu (EEE).
A 1 de Julho entra em vigor a primeira fase da UEM. É concedido a quatro Estadosmembros (Portugal, Espanha, Grécia e Irlanda) um regime de excepção por se considerarem insuficientes os seus progressos em matéria de integração financeira.
No dia 27 de Novembro a Itália adere ao Acordo de
Schengen. A 14 e 15 de Dezembro o
Conselho Europeu reúne-se em Roma e lança as duas Conferências Intergovemamen-tais sobre a UEM e a União Política.
A 1 de Julho de 1991 a Suécia apresenta o seu pedido oficial de adesão às Comunidade Europeias e a 21 de Outubro o Conselho dá o seu acordo à criação do EEE.
Nos dias 9 e 10 de Dezembro, o Conselho Europeu, reunido em Maastricht, Países Baixos, chega a acordo sobre o Projecto de Tratado da União Europeia (TUE).
A 7 de Fevereiro de 1992
é assinado em Maastricht, o Tratado da UE pelos Ministros dos Negócios Estrangeiros e pelos Ministros das Finanças dos Estados-membros.
A 18 de Março, a Finlândia apresenta o seu pedido oficial de adesão às Comunidades Europeias.
A 2 de Maio, no Porto, é assinado o Acordo que cria o EEE. E no dia 20, a Suíça apresenta igualmente o seu pedido de adesão às Comunidades Europeias. A 25 de Novembro, é a vez de a Noruega se candidatar novamente à adesão.
No dia 1 de Janeiro de 1993 entra em vigor o Mercado Único e a 1 de Novembro, concluídos todos os processos de ratificação entra em vigor o TUE.
No dia 1 de Janeiro de 1994 dá-se início à segunda fase de realização da UEM e cria-se o Instituto Monetário Europeu (IME). Entra em vigor o Acordo que cria o EEE.
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20 XVIII Colóquios de Relações Internacionais Económicas e Políticas
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No dia 31 de Março, a Hungria apresenta o seu pedido oficial de adesão à UE e a 5 de Abril segue-se-lhe a Polónia. A 24 e 25 de Junho Áustria, Suécia, Finlândia e Noruega assinam em Bruxelas os Actos de Adesão.
A 29 de Novembro, o Parlamento, o Conselho e a Comissão adoptam as perspectivas financeiras para 1995 -1999 com vista ao Alargamento.
A 1 de Janeiro de 1995, Áustria, Suécia e Finlândia tornam-se membros da UE.
A 26 de Março entra em vigor o Acordo de Schengen entre a Bélgica, a França, a Alemanha, o Luxemburgo, os Países Baixos, Portugal e a Espanha. E a 28 de Abril a Áustria junta-se-lhes.
No dia 31 de Maio a Comissão adopta o Livro Verde sobre os aspectos práticos da introdução da moeda única.
A 22 de Junho a Roménia apresenta o seu pedido oficial de adesão à UE e a Eslováquia fá-lo cinco dias depois. A 27 de Outubro é a vez da Letónia, seguida da Estónia a 27 de Novembro e da Lituânia a 12 de Dezembro.
No dia 1 de Janeiro de 1996 entra em vigor a União Aduaneira entre a UE e a Turqma
No dia 17 a República Checa apresenta também o seu pedido oficial de adesão à UE.
A Conferência Intergovernamental com vista revisão do Tratado da UE tem início a 29 de Março em Turim.
A 10 de Junho é a vez da Eslovénia apresentar o seu pedido oficial de adesão à UE.
A 13 e 14 de Dezembro,
o Conselho Europeu, reunido em Dublin, chega a um acordo sobre o conjunto dos elementos necessários à criação da moeda única (enquadramento jurídico do euro, pacto de estabilidade, novo mecanismo de taxas de câmbio) adopta "Declaração de Dublin sobre o emprego" e confirma o calendário da CIG.
A4 de Junho de 1997 a Comissão adopta um plano de acção para o Mercado Único. E a 16 e 17 o Conselho Europeu reúne-se em Amsterdão e chega a um consenso sobre um projecto de Tratado. Aprova diversas disposições que facilitam a passagem sem incidentes para a terceira fase da UEM e adoptam uma resolução sobre crescimento e emprego.
No dia 22 de Julho o Conselho extraordinário da UEO adopta uma Declaração, a anexar à Acta final do Tratado de Amesterdão, sobre o papel da UEO, as suas relações com a UE e com a Aliança Atlântica ..
A 2 de Outubro os Ministro dos Negócios Estrangeiros dos quinze Estadosmembros da UE assinam o Tratado de Amesterdão.
No dia 25 de Março de 1998 a Comissão adopta um relatório sobre a situação em matéria de convergência e recomenda a participação no euro, a partir de Janeiro de 1999 , de onze Estados-membros.
A 3 de Maio o Conselho extraordinário decide que onze Estados-membros preenchem as condições necessárias para a adopção da moeda única em 1 de Janeiro de 1999. Na sequência desta decisão, o Conselho adopta dois regula-
mentos sobre as especificações técnicas das moedas de euros e sobre a introdução do euro, após os Ministros e Governadores dos Bancos Centrais dos Estados-membros adoptarem o euro como moeda única. A Comissão e o Instituto Monetário Europeu especificam as condições para a fixação das taxas de conversão irrevogáveis do euro.
No dia 26 os Governos dos Estados-membros adoptam a moeda única e nomeiam, de comum acordo o Presidente, o Vice-Presidente e os restantes membros da Comissão Executiva do Banco Central Europeu (BCE).
A 1 de Janeiro de 1999 Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, Finlândia, França, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Países Baixos e Portugal adoptam o euro como moeda o ficial.
Nos dias 24 e 25 de Março um Conselho Europeu extraordinário reúne-se em Berlim. Chega-se a um acordo global sobre a Agenda 2000 e solicita-se a Romano Prodi que aceita a Presidência da nova Comissão Europeia.
A25 de Novembro Philippe Maystadt é nomeado para Presidente do BEL
Nos dias 10 e 11 de Dezembro o Conselho Europeu reúne-se em Helsínquia, na Finlândia. Decide abrir negociações de adesão com a Bulgária, a Eslováquia, a Letónia, Malta e a Roméénia, bem como reconhecer a Turquia como país candidato. Decide igualmente convocar para Fevereiro de 2000 uma Conferência Intergovernamental para a revisão dos Tratados.
"Revolução I Resolução Europeia" 21
No dia 1 de Janeiro de
2000, Portugal assume a Pre
sidência do Conselho da UE.
A 15 de Janeiro rea
liza-se em Bruxelas a sessão
de abertura das conferências
intergovemamentais de nível
ministerial para as negociações
de adesão anteriormente refe
ridos.
A 3 de Maio a Comis
são propõe que a Grécia seja
o décimo segundo membro da
zona euro.
Nos dias 19 e 20 de
reúne-se em Santa Maria da
Feira e aprova a entrada da
Grécia na zona euro.
A 1 de Julho a França
assume a Presidência da UE
A 19 de Setembro rea
liza-se a Sétima Reunião do Con
selho de Associação entre a UE e
a Hungria e a Sexta Reunião do
Conselho de Associação entre a
UE e a República Checa.
No dia 22 o Banco Cen
tral Europeu, a Reserva Federal
dos EUA e o Banco do Japão
decidem intervir para apoiar o
Junho o Conselho europeu euro.
O COrliH.ÍfíO tJJr!Jt!JJ t.HWli!J 'llfQif.líO Dll Cl.lf FO(�AL •IM mot� XlllíOS
, n.t.-00$ !On!!liJri�lOS cor:� o J.W&.41fíllro. {_ �---�'L_,_,...;-L-�-"(.7 .._,.._,._....,.� �t...���
.. sm. PlM o Oiil? { \.· 't,.-_· "--·'""'-t.--"-l" -�/
NÃO fe�fltJ.S NAf f.A(A005. ,.. féflJS O! fAZtt .ALGU-'{4 <015..4. t�,-.<!...� .... -'"'-�-.. ..--�,.,.--� ... --r (,.,�--'*NI!:·-""'��""'1,-
,.,..
Entre 7 e 9 de dezem
bro realiza-se em Nice o
Conselho Europeu. Este con
gratula-se com a intensificação
das negociações de adesão
com os países candidatos e
aprecia os esforços desenvol
vidos por esses países para
criar as condições para a ado
pção, implementação e apli
cação efectiva do acervo. A
Conferência Intergovemamen
tal encerrou com um acordo
político relativo ao Tratado de
Nice.
22 XVIII Colóquios de Relações Internacionais Económicas e Políticas
NICE- A VITÓRIA DOS GRANDES
O FIM DO ESPÍRITO COMUNITÁRIO
A assinatura no passado dia 26 de Fevereiro do Tratado de Nice poderá considerar-se o início da conclusão do processo de reforma das Instituições Comunitárias e de redefinição dos poderes dos Estados Membros da UE.
A reforma institucional da União Europeia tomou-se inevitável por força do previsto alargamento de 15 para 27 dos seus Estados - Membros.
Países
Alemanha Reino Unido França Itália Espanha Holanda Grécia Bélgica Portugal Suécia Austria Dinamarca Finlândia Irlanda Luxemburgo
Total:
As decisões do Conselho, quando for caso disso, impõem a obtenção de uma dupla maioria qualificada de 62 votos (no total de 87) manifestados por, pelo menos, 1 O países, sendo de 26 votos a minoria do bloqueiO.
A adesão à UE dos 12 países candidatos - dez do leste europeu e, ainda, Chipre e Malta - tomou imperativa a reforma da arquitectura institucional comunitária, debatida e perspectivada no ciclo de Conferências Intergovemamentais realizado com esse fim e prevista logo após a assinatura do Tratado de Amesterdão (1997), o qual não conseguiu dar respostas adequadas às
População Votos (milhões) actuais 82,038 10 59,247 10 58,966 10 57,610 10 39,394 8 15,760 5 10,533 5 10,213 5 9,980 5 8,854 4 8,082 4 5,313 3 5,160 3 3,744 3 0,429 2
375,323 87
Além do Conselho e do Parlamento, há outras Instituições fundamentais no funcionamento comunitário: a Comissão Europeia, o Tribunal de Justiça e o Tribunal de Contas e, ainda, o Comité Económico e Social, o Comité das Regiões e o Comité para o Emprego.
Por Mestre José Maciel
(Professor convidado da Universidade do Minho)
questões levantadas pelo alargamento.
Na Europa a 15 (desde 01.01.1995 com a entrada da Áustria, Finlândia e Suécia) e até à ratificação, durante os próximos dois anos, pelo Parlamento Europeu e pelos Estados - Membros, do Tratado agora assinado, os votos no Conselho e lugares no Parlamento, estão distribuídos do seguinte modo:
Lugares no PE
99 87 87 87 64 31 25 25 25 22 21 16 16 15 6
626
A Comissão Europeia tem sido o motor da acção comunitária e do desenvolvimento do processo de integração da Europa. Este papel foi particularmente relevante na 2a metade dos anos 70 e na década de 80, coincidindo com a presidência de Jacques Delors e a
"Revolução I Resolução Europeia" 23
liderança alemã do Chanceler Kohl.
A Comissão é constituída por 20 membros sendo que Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Espanha dispõem do direito a nomear, cada um, dois
Comissários, distri-buindo-se
os restantes pelos outros 1 O
Estados.
A entrada em vigor, a concretizar-se, do Tratado de Nice implicará alterações substan-
ciais do número de votos no
Conselho e de lugares no Parla
mento Europeu (PE), Comité
Económico e Social (CES) e
Comité das Regiões (CR), nos
seguintes termos:
Países População Votos Novos Novos lugares CES CR (milhões)
Alemanha 82,038 Reino Unido 59,247 França 58,966 Itália 57,610 Espanha 39,394 Holanda 15,760 Grécia 10,533 Bélgica 10,213 Portugal 9,980 Suécia 8,854 Austria 8,082 Dinamarca 5,313 Finlândia 5,160 Irlanda 3,744 Luxemburgo 0,429
Subtotal: 375,323
Polónia 38,667 Roménia 22,489 Rep. Checa 10,290 Hungria 10,092 Bulgária 8,230 Eslováquia 5,393 Lituânia 3,701 Letónia 2,439 Eslovénia 1,978 Estónia 1,446 Chipre 0,752 Malta 0,379
Subtotal: 105,856
Total: 481,179
O critério para a obtenção
da mawna qualificada, enquanto não se verificarem novas adesões, obrigará à
obtenção de 170 votos em 237 (72%) e terão que representar 62% da população comunitária, e quando a União for alargada a 27 países, a maioria exigirá 258 votos em 345 (ou
seja 75%).
actuais Votos no PE 10 29 99 10 29 72 10 29 72 10 29 72 8 27 50 5 13 25 5 12 22 5 12 22 5 12 22 4 10 18 4 10 17 3 7 13 3 7 13 3 7 12 2 4 6
87 237 535
8 27 50 6 14 33 5 12 20 5 12 20 4 10 17 3 7 13 3 7 12 3 4 8 3 4 7 3 4 6 2 4 6 2 3 5
47 108 197
134 345 732
Verifica-se, assim, a intro
dução de um critério demo
gráfico que confere um poder
acrescido à Alemanha, o país mais populoso da UE que, com o apoio de dois Estados com
direito a 29 votos, poderá vetar
qualquer decisão. A extensão das votações
por mawna qualificada,
embora ainda não possível em
24 24 24 24 24 24 24 24 21 21 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 9 9 9 9 9 9 6 6
222 222
21 21 15 15 12 12 12 12 12 12 9 9 9 9 7 7 7 7 7 7 6 6 5 5
122 122
344 344
áreas como a fiscalidade, segu
rança social ou imigração, e
a flexibilização do conceito
da cooperação reforçada, que
poderá ser decidida por metade
mais um dos Estados - Mem
bros, aumenta sem dúvida o
poder dos Estados mais pode
rosos e reduz a importância
do órgão comunitário execu
tivo por excelência - a Comis-
24 XV III Colóquios de Relações Internacionais Económicas e Políticas
são - cujo Presidente passará
a ser eleito por maioria qualifi
cada com poderes para nomear
e demitir os outros Comissários,
um por país, até que se verifique
o alargamento a 27 Estados,
altura em que adoptando-se a
regra da rotatividade passará
a haver menos comissários do
que países membros.
Concluindo: a entrada em
vigor do Tratado de Nice terá
como consequência a desvalo
rização da perspectiva comu
nitária da UE e o aumento
de poder dos Estados, nomea
damente dos mais poderosos,
em particular a Alemanha, que
ganhou posição relativamente
à França, Reino Unido e Itália.
De referir o aumento do
poder de decisão da Espanha
que descola do grupo dos países
intermédios e assume papel
relevante junto dos 4 grandes; o
mesmo se pode dizer da Poló
nia, logo que se concretize a sua
entrada na União Europeia.
Desfeito que está o sonho
dos fundadores e dos que,
mais tarde, neste processo esti
veram à sua altura (Delors,
Kohl, Miterrand e mesmo ou
tros como Gonzalez e Cavaco
Silva) resta aos actuais líderes
políticos a defesa do "interesse
nacional", em particular nos
grandes "jogos" internacionais
em que se transformarão as
Cimeiras Europeias ... e aguar
dar os resultados do novo
processo constitucional, cujos
preparativos estão já lançados,
e se espera poder concluir-se
em 2004 numa Europa prova
velmente já alargada a 21 Esta
dos Membros.
A estratégica abertura da
União Europeia a leste, im
posta pelo desmoronar do bloco
soviético e do fracasso das eco
nomias de planificação central
veio, sem margem para dúvi
das, condicionar o aprofunda
mento do projecto comunitário,
pois os países mais poderosos
da UE não quiseram abdicar
da possibilidade de o controlar.
Assim, enquanto os países mais
pequenos, como Portugal, con
centravam todos os esforços na
manutenção do "seu" Comis
sário, e não no reforço do
seu poder institucional, prepa
rava-se a mudança da arqui
tectura institucional da União
Europeia, e pôs-se fim ao
"espírito comunitário" que não
se deve esperar vir a renascer
no processo constitucional de
2004.
2001/03/01
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"Revolução I Resolução Europeia" 25
O debate sobre a política
externa e de defesa europeia
foi impulsionado pelo fim da
Guerra Fria que abriu novas
oportunidades de protagonismo
para a Europa e que, simul
taneamente, lhe lançou novos
desafios. A polémica em tomo
da defesa europeia surgiu da
necessidade de redefinir as
relações Euro-Atlânticas encon
trando um novo equilíbrio entre
a União Europeia (UE) e a
OTAN (Organização do Tra
tado do Atlântico Norte). Sem
a ameaça soviética, tomava-se
cada vez mais dificil justificar o
apoio financeiro dos EUA para
a defesa do Velho Continente.
Os próprios Europeus tomaram
consciência da inevitabilidade
da assunção de maiores respon
sabilidades no campo da sua
segurança, dado o cenário de
instabilidade e de segurança rei
nante. A guerra na Jugoslávia
veio demonstrar o potencial de
instabilidade da antiga zona co
munista. A OTAN mostrou ser a
única organização militar equi
pada com uma estrutura eficaz
e forte de comando e controle
capaz de pôr fim ao conflito da
Bósnia e de libertar Sarajevo.
No conflito armado no Kosovo
de 1999, os Americanos forne
ceram mais de 80% dos recur
sos para as operações aéreas e
foram responsáveis por cerca de
metade dos voos. Efectivamente,
é dificil vislumbrar um cenário
de retirada das forças america
nas da Europa.
A Europa via-se na obri-
"A Defesa Europeia"
gação de remediar estas suas
limitações. A introdução da
Política Externa e de Segurança
Comum no Tratado de Maastri
cht de 1992 (Tratado da União
Europeia, TUE) e a consagração desta área como II Pilar, foram
a maneira encontrada de dar
maior solidez a uma cooperação
política europeia pouco empe
nhada e desenvolvida. O seu
objectivo era fornecer um enqua
dramento que permitisse à EU
responder aos novos desafios e
a novos tipos de emergências.
E a progressiva definição de
novas funções europeias ( espe
cialmente na área da política
externa) inevitavelmente con
duziu ao projecto de criar uma
capacidade autónoma de defesa
europeia e a rever o conceito
estratégico da OTAN. O TUE fala da "eventual" definição de
uma política de defesa, ao passo
que o Tratado de Amsterdão fala
"na progressiva definição" da
mesma.
E é neste contexto que
reassume especial papel a velha
e quase inoperante União da
Europa Ocidental (UEO). O
TUE fala no desenvolvimento
Por Doutora Maria do Céu Pinto
(Prof! Auxiliar - Escola de
Economia e Gestão)
da UEO como "componente de
defesa da EU e como meio
de reforçar o pilar europeu da
Aliança Atlântica" e menciona
a eventual integração da UEO
na EU. O Tratado de Amsterdão
viria a ficar aquém das expecta
tivas ao não definir as modalida
des de inclusão da UEO na EU,
tal como o pretendiam os Fran
ceses.
Na sequência destas
decisões, a UEO ganhou um
novo alento, actualizando a sua
filosofia em termos de estra
tégia, actuação e estrutura de
membros. O Conselho Europeu
de Colónia de Junho de 1999
constituiu um avanço notável
no plano da defesa europeia ao
formalmente comprometer a EU
numa política comum de segu
rança e defesa destinada a dotá-la
da capacidade de "actuação
autónoma, apoiada em forças
militares credíveis". Os desen
volvimentos no Kosovo foram
determinantes para esta posição
ao porem em evidência a fra
queza europeia. A mudança de
atitude dos Britânicos, que pas
saram de uma visão conserva
dora sobre a defesa europeia,
para uma atitude cooperativa,
contribuiu decididamente para
os avanços alcançados.
Na prática, esta determi
nação implica a absorção da
UEO na EU como núcleo a
partir do qual se desenvolverá a
política de defesa. Na Cimeira de
Nice foram definidas a inclusão
na UE das funções da UEO rela
tivas (exclusivamente) às cha-
26 XV III Colóquios de Relações Internacionais Económicas e Políticas
macias "tarefas Peters-berg". Ora
é importante analisar em que
moldes se de-fine esta política de
defesa europeia. É preciso voltar
ao Tratado de Amsterdão onde
ela vem configurada como "mis
sões humanitárias e de evacua
ção, missões de manutenção da
paz e missões de forças de com
bate em situações de gestão de
crises, incluindo missões de res
tabelecimento da paz". São as
chamadas "tarefas Petersberg"
que foram definidas pela UEO
na Declaração de Petersberg de
Junho de 1992 e que configuram
tarefas militares ou semelhantes
a empreender pela organização.
São tarefas que não as estrita
defesa comum face a uma agres
são, aliás a principal função da
UEO, ao abrigo do Artigo V do
Tratado modificado de Bruxelas.
As "tarefas Petersberg"
cobrem um amplo espectro de
actividades por parte das forças
armadas, que vai da assistência
em situações de tensão prévias
ao conflito, até ao uso da força no
contexto de uma intervenção da
sociedade internacional. Quer
isto dizer que as funções de
defesa da EU serão do tipo
"soft-security": a possibilidade
de intervir com recursos mil i
tares em crises internacionais
está criada, mas, pelo menos de
momento, não tem implicações
no desenvolvimento de uma
estrutura de "hard-security".
Ora, se a UEO é a
componente de defesa da EU,
é importante não esquecer, tal
como sublinhava o TUE, que
a UEO constitui igualmente o
"pilar europeu" na OTAN. A
política de defesa europeia deve
ser compatível com a da Aliança
Atlântica. Uma iniciativa revo
lucionária da Cimeira de Helsín
quia de Dezembro de 1999, foi
o plano de criação uma força de
defesa europeia. Trata-se duma
Força de Reacção Rápida a ser
criada até 2003 composta por
50 000 - 60 000 homens e dotada
de es-truturas de comando, con
trolo, intelligence e outros ser
viços de suporte, bem como de
ele-mentos aéreos e navais.
Nos EUA, o Pentágono
acolheu o plano descrevendo-o
como "um passo na direcção
certa" e considerou-o um com
plemento da OTAN que ajudará
a fechar o "capabilities gap", o
fosso existente entre os EUA e a
Europa no que se refere às
capacidades militares .. Assegu
rado pelos seus aliados de tal
força será usada para reforçar a
OTAN e não para enfraquecer
os laços de segurança transatlân
ticos, Washington não ofereceu
oposição pública ao plano. De
facto, personalidades do apare
lho de defesa afirmaram que
vêem nele uma oportunidade de
gerar apoio político na Europa
para o aumento das despesas
no sector militar necessário para
colmatar o dito fosso entre as
duas partes do Atlântico no que
se refere às capacidades milita
res. Como é frequentemente refe
rido, os Europeus investem na sua
defesa o correspondente a dois
terços do orçamento americano,
mas com um potencial que ronda
os 10%. A reacção quase hostil
da nova administração americana
ao núcleo do exército europeu,
parece ter lançado um balde de
água fria sobre as iniciativas euro
peias. Resta saber até que ponto a
administração Bush se vai distan
ciar da política do seu antecessor,
como de momento se deixa ante
ver.
A não haver recuos nos
ganhos adquiridos, o mais pro
vável será uma "divisão de tare-
fas" entre a EU/UEO e a OTAN.
Assim, a interacção entre as duas
organizações é baseada num
laço hierárquico. A EU/UEO só
poderá agir num contexto estra
tégico elaborado pela OTAN.
Neste contexto, a UEO perde
qualquer possibilidade de actu
ação autónoma e independente.
Tomou-se um corpo operativo
politicamente dependente da EU
e do ponto de vista militar,
dependente das capacidades da
OTAN.
A teoria prevalecente é,
aliás, a construção de uma Iden
tidade Europeia de Segurança e
Defesa que leve à partilha das
responsabilidades da segurança
transatlântica e que permita à
EUconduzir missões militares
com as estruturas de comando,
forças e equipamentos ao serviço
da OTAN. O acordo de Berlim
da OTAN de 1996 foi configu
rado precisamente neste sentido.
Os ajustamentos intro-duzidos
na estrutura de co-mando já per
mitem a condução de operações
de contingência da OTAN (tipo
manutenção ou restabelecimento
da paz) lideradas pela EU/UEO,
embora dependentes da cadeia de
comando da OTAN. As "Forças
Conjuntas e Combinadas" da
OTAN permitem aos Aliados
europeus usarem os meios da
OTAN sem envolver neces
sariamente os aliados america
nos (onde tal se justifique). As
decisões da Cimeira da OTAN
de Washington de 1999 vão
igualmente no sentido de reco
nhecer as aspirações europeias
de um maior protagonismo em
termos de defesa e confirmaram
as percepções dos Americanos
que uma Europa mais forte em
termos de defesa é um factor
de dinamismo para a Aliança no
séc. XXI.
"Revolução I Resolução Europeia" 27
A Adesão dos países de Leste à União Europeia e o EURO
A adesão dos países de
Leste à União Europeia (U.E.)
tem suscitado as mais diversas
questões, das quais destacaria
as seguintes: quando se concre
tizará, se será feita por etapas,
se haverá períodos de tran
sição em várias matérias, que
efeitos terá sobre as econo
mias portuguesa e europeia, se
estes países vão aderir ao euro
e como este se comportará à
medida que os países de Leste
entrarem lJl( União Econóó
mica e Monetária (U.E.M.). O
presente artigo tece breves con
sidera-ções sobre estas duas
últimas questões.
Um facto que convém
esclarecer é que a adesão à
União Europeia não acontecerá
necessariamente em simultâ
neo com a adesão à União
Económica e Monetária. Qual
quer país candidato à U.E.M.
terá que cumprir os critérios
de convergência estipulados
no Tratado de Maastricht, da
mesma forma que Portugal e
os outros onze membros da
U.E.M. o fizeram. Assim, o
défice orçamental não poderá
ultrapassar 3% do Produto
Interno Bruto (PIB), a dívida
pública não deverá ultrapassar
60% do PIB, a taxa de inflação
não poderá ultrapassar em mais
de 1 ,5 pontos percentuais a
média das três taxas mais
baixas, a taxa de juro de longo
prazo não poderá ultrapassar
em mais de 2 pontos percen
tuais a média das taxas dos três
Por Prof. Doutor Francisco Veiga (Departamento de Economia
da Universidade do Minho)
países com menor inflação e,
finalmente, a moeda do país
candidato deverá permanecer
pelo menos dois anos no actual
Mecanismo de Taxas Cambiais
(MTC II) sem sofrer qualquer
realinhamento.
Actualmente, não há
um único país candidato que
cum-pra todos estes critérios,
pelo que nenhum está em
condições de aderir já à U.E.M.
e adoptar o euro. Vários países
poderão até demorar muitos
anos até serem capazes de o
fazer. Assim, mesmo alguns ou
todos os países do chamado
pelotão da frente (República
Checa, Hungria, Polónia, Eslo
vema, Estónia e Chipre)
venham a aderir à União Euro
peia já em 2003, o mais
provável é que as primeiras
adesões ao euro por parte de
países de Leste só se verifi
quem pelo menos dois anos
mais tarde.
Podemos também iden
tificar um grupo de "retar
datários" cuja situação
economtca não permite uma
breve adesão à União Europeia
e muito menos à U.E.M. Neste
grupo encontram-se países
co-mo a Bulgária, a Roménia,
a Eslováquia, a Letónia e a
Lituânia, cujas reformas econó
micas e transição para uma
economia de mercado têm
avançado mais lentamente que
nos países do chamado pelo
tão da frente. Podemos também
acrescentar a Turquia que, para
além do já bem conhecido pro
blema ao nível dos direitos
humanos, tem uma taxa de
inflação (de 39% em Dezem
bro de 2000) que não lhe per
mite pensar em aderir à U.E.M.
nos próximos anos.
No que toca aos efei
tos da adesão de mais países à
U.E.M. sobre o euro, é difícil
dizer se este sairá fortalecido
ou enfraquecido. Por um lado,
quantos mais países adoptarem
o euro como sua moeda, maior
será a área em que este circula,
o que aumentará a sua utilidade
como meio de trocas e impul
sionará a procura por euros,
tomando esta moeda mais forte
e mais importante no sistema
monetário internacional. Aliás,
a crescente integração das eco
nomias dos países de Leste com
a da União Europeia, que se
intensificará ainda mais após a
adesão destes países à mesma,
fará com que o euro seja cada
vez mais utilizado nas trocas
internacionais, o que já o for
talecerá ainda antes de os países
de Leste o adoptarem como
sua moeda nacional.
28 XVIII Colóquios de Relações Internacionais Económicas e Políticas
Por outro lado, a adesão
de países com historiais de
maior inflação, menor rigor nas
finanças públicas, maior ins
tabilidade económica e eco
nomias de mercado menos
desenvolvidas tenderá a enfra
quecer o euro, por pôr em risco
a estabilidade de preços na
zona-euro. A própria gestão da
política monetária poderá tor
nar-se mais complicada pelo
facto de os governadores dos
bancos centrais dos países ade
rentes à U.E.M. passarem a ter
assento no Conselho do Sis
tema Europeu de Bancos Cen
trais. Ou seja, ao passarmos dos
actuais 18 membros (seis da
Comissão Executiva do BCE
! D.�O!Ir A U ,MIO$ JJAQ _.�· 1/AI'.Q$ ff' (O.IJf(Pffl/íCÕE$.
L--'-·"-·,__.-�- o,...�y ·k_ .,.......,.__.. __ - .r . ..._ __
� ���- __ ,.,..., __ _ ,� --
9'i?':r
mais os doze governadores
dos bancos centrais nacionais)
para 30, o processo de decisão
tornar-se-á mais complicado,
sendo ainda mais difícil obter
consensos.
Uma forma possível de
solucionar este problema seria
seguir o sistema da Reserva
Federal dos E. U.A., em que há
rotatividade dos governadores
dos bancos regionais, de forma
a estes estarem em minoria
no Comité Federal do Mer
cado Aberto (são 5 de cada
vez, contra seis governadores a
nível federal). No entanto, este
siste-ma poderá não ser politi
camente aceitável para muitos
países da União Europeia, que
JUlillfXJ ,45 ff!(viSÔ!$ .···· fAiA OS PRÓXJI'.OS �/toS. .
>�---. ·-(-_,w·---�-- - --'{", ··./i..-··1 �-_.-'i_..'O:,'\.,.,,· >' •• •-wl!.,.,;
.c..
se veriam periodicamente ar
redados de tomar parte na
decisão da política monetária
da zona-euro.
Em suma, a adesão dos
países de Leste ao euro não
está para breve e as consequê
ncias da mesma sobre o valor
internacional daquela moeda
são difíceis de prever. No en
tanto, a crescente integraçção
económica destes países com a
U.E. contribui para uma maior
utilização do euro nas trocas
internacionais, o que contribui
para a sua afirmação no sis
tema monetário internacional.
... POffiJ(,At �AJ MfASAf -SE fH iftAç,j'() Â fV.a'tf.>t C �<?' '�
2001-03-02
9�
/ . . . LMO!tl .4 t 5 M'05 . .?--1··.;.��--.k:,-·Vt-r .,-•t-···t._�A-"4--'"-.-.•
�
9'i?':r
"Revolução I Resolução Europeia" 29
Grécia Portugal
Espanha Itália
França Luxemburgo
Irlanda Reino Unido
Bélg1ca Países Baixos
Alemanha Dinamarca
Ãustria
*Os territórios não continentais e ultramarinos não aparecem
Chipre Malta
Turquia Bulgária
Roménia
Eslovénia Hungria
República Eslovaca República Checa
Polónia Lituânia
Letónia Estónia
30 XVIII Colóquios de Relações Internacionais Económicas e Políticas
Agradecimentos
Agradecemos a todas as pessoas que dentro e fora da Universidade
do Minho contribuíram de alguma forma para a realização deste evento.
O nosso muito obrigado ao Prof. Doutor Manuel Gonçalves Mar
tins, ao Prof. Doutor Luís Filipe Lobo-Fernandes, à Prof. Doutora Maria
do Céu Pinto, ao Prof. Doutor Francisco Veiga e especialmente ao Mestre
José Maciel por todo o apoio e por acreditar desde o início no nosso pro
jecto.
A Comissão Organizadora
"Revolução I Resolução Europeia" 33
��um dia virá em que veremos que esses dois
grupos imensos, os Estados Unidos da América
e os Estados Unidos da Europa, colocados um
em frente ao outro, estendendo a mão por cima
das barreiras, trocando os seus produtos, o seu
comércio, a sua industria."
Victor Hugo, Congresso da Paz, 1849
34 XVIII Colóquios de Relações Internacionais Económicas e Políticas
EEG
~QCaixa Geral"'''' de Depusitos
,4..ut./M__. ~w..u.l
r'~.maísfm.pl [email protected]
Apoios
Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho
GARIEB
Associação Académica da Universidade do Minho
Instituto Português da Juventude
Caixa Geral de Depósitos
Radio Mais FM
Direcção do Curso
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