colóquios riep 2001: revolução/resolução europeia

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XVIII Colóquios do Curso de Relações Internacionais Económicas e Políticas. 13, 14 e 15 de Março de 2001 Universidade do Minho

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Page 1: Colóquios RIEP 2001: Revolução/Resolução Europeia
Page 2: Colóquios RIEP 2001: Revolução/Resolução Europeia

R{t:?-Relações InternacionaisEconómicas ePolíticas

UNIVERSIDADE DO MINHO

"Revolução IRe olução Europeia" 1

Page 3: Colóquios RIEP 2001: Revolução/Resolução Europeia

XVIII Colóquios da Licenciatura deRelações Internacionais Económica e Políticas

uRevoluçãolResolução Europeia"

Programa:

Dia 13 de Março (Terça-Feira)

09h30m - Sessão Solene de Abertura

Convidados:- Magnífico Reitor da Universidade do Minho, Prof. Doutor Licínio Chaínho Pereira *- Arcebispo Primaz, D. Jorge Ortiga*- Monsenhor Melo- Governador civil de Braga, Dr. Fernando Moniz*- Presidente da Câmara Municipal de Braga, Eng. Mesquita Machado*- Presidente da Escola de Economia e Gestão, Prof. Doutor Cadima Ribeiro- Presidente da Comissão de Avaliação do Ensino Superior, Prof. Doutor Adriano Moreira*- Director do Curso de RIEP, Prof. Doutor Manuel Martins- Directora de Departamento de Economia, Prof.a Doutora Linda Veiga*- Director do Departamento de Gestão, Prof. Doutor Carlos Cabral Cardoso*- Director do Departamento de Ciência Políítica e Relações Internacionais,

Prof. Doutor Luís Filipe Lobo-Fernandes- Presidente da AAUM, Vasco Leão- Membro da Comissão Organizadora, João Paupério

lOh30m - Workshop "O Impacto do Euro nas PME's"

Oradores:- Dr. João Almeida Garrett - Vice-Presidente Executivo da Associação Industrial do Minho

Intervenção - Impacto do Euro nas PME's do Minho- Dr. Domingos Silva - Colaborador da DECOIntervenção - Consumidores e o Euro

Intervalo

Oradores:- Dr. Antunes Ferreira - Director da Revista Info Euro e Assessor para Projectos EspeciaisIntervenção -A Urgência da Preparação das PME's na Passagem para o Euro

- Representante das Águas de GaiaModerador: Mestre José Maciel - Docente da UM

2 xvm CoI'quio de Relaçõe' Internacionai Económica, e Politicas

Page 4: Colóquios RIEP 2001: Revolução/Resolução Europeia

Dia 14 de Março (Quarta- Feira) Tema Geral- "A União Política"

1 OhOOm -1 o Painel: A Reforma das Instituições

Oradores:

- Dr. Carlos Nunes- Europe Team

Intervenção -O Processo da Reforma das Instituições

-Dra. Josefina Carvalho- Sub-Directora Geral da Direcção Geral dos Assuntos Comunitários

Intervenção-Os Projectos Portugueses para a Cimeira de Nice

-Dra. Marta Ziembinska- Conselheira do Sr. Embaixador da Polónia

Intervenção- A Adesão Polaca à União Europeia

Moderador: Prof. Doutor Luís Filipe Lobo-Fernandes- Docente da UM

Intervalo

2° Painel: Repercussões do Alargamento a Leste na União Politica

Oradores:

- Dr. Manuel Monteiro - Docente da Universidade Lusíada

-Dr. Francisco Louçã- Docente da Universidade Nova de Lisboa

Moderador: Prof. Doutor Luís Filipe Lobo-Fernandes- Docente da UM

Almoço

15h00m -Debate: "Impacto em Portugal"

Oradores:

- Dra. Josefina Carvalho- Sub-Directora Geral da Direcção Geral dos Assuntos Comunitários

-Dr. Miguel Sousa Tavares*

-Dr. Mário Luís Melo Rocha- Europe Team

-Representante do CDS/PP *

Dia 15 de Março (Quinta-Feira) 15h00m -Avaliação do Dia Euro

UEM-Impacto em Portugal

Oradores:

- Prof. Doutor Francisco Veiga - Docente da UM

Intervenção -O processo da UEM

-Representante da AEP*

Intervenção - O Impacto da UEM no Sector Empresarial Português

-Dr. José Vitória Fernandes- Director do Gabinete de Estudos Económicos da Caixa Geral de Depósitos

Intervenção -O Impacto da UEM no Sector Bancário

Moderador: Mestre José Maciel- Docente da UM

17h30m - Sessão de Encerramento

20h30-Jantar, Tertúlia e Festa

*A confirmar

"Revolução I Resolução Europeia" 3

Page 5: Colóquios RIEP 2001: Revolução/Resolução Europeia

Ficha Técnica

Coordenação:

Comissão Organizadora dos XVIII Colóquios de Relações

Internacionais Económicas e Políticas

Responsáveis da Revista:

Francisco Mota

Jacinta Tavares

Rosalina Pereira

Sérgio Campelo

Pedro Oliveira

Margarita Salgueiro

Cristina Carvalho

Catarina Pereira

Execução Grafica:

Tipo prado

Lugar do Barreiro, rua 1

Apartado 6-4730 Vila de Prado

Tel: 253929140

E-mail: [email protected]

300 Exemplares

Março de 2001

4 XVIII Colóquios de Relações Internacionais Económicas e Políticas

Page 6: Colóquios RIEP 2001: Revolução/Resolução Europeia

E

Programa .................................................... 2

F icha Técnica ............................................. 4

Editorial ..................................................... 8

Comissão Organizadora

União Europeia: Das dificuldades da Política

Externa Comum às dificuldades

do analista ............................................... 9

Prof. Doutor Luís Filipe Lobo-Fernandes

Perspectivas teóricas de Integração ........... 11

Finalista de RIEP - Catarina Pereira

E tapas de Integração da União Europeia ... 14

Finalista de RIEP - Catarina Pereira

Nice -A Vitória dos Grandes.

O Fim do Espírito Comunitário .................. 20

Mestre José Maciel

A Defesa Europeia .................................... 23

Pror.a Doutora M.a do Céu Pinto

A Adesão dos Países de Leste

à União Europeia e o Euro .......................... 25

Prof. Doutor Francisco Veiga

C omissão Organizadora dos

XVIII Colóquios de RIEP (2000/200 1) ...... 27

Agradecimentos ........................................ 29

"Revolução I Resolução Europeia" 5

Page 7: Colóquios RIEP 2001: Revolução/Resolução Europeia

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6 XVIII Colóquios de Relações Internacionais Económicas e Políticas

Page 8: Colóquios RIEP 2001: Revolução/Resolução Europeia

car �:-'. :-,\ "*:. ''"""' . J-

No início deste novo milénio, todos nós, cidadãos

europeus, enfrentamos dois grandes desafios: o Euro e o alar­gamento. É neste contexto de mudança que se enquadram os

XVIII Colóquios de Relações Internacionais Económicas e

Políticas subordinados ao tema: "Revolução/Resolução Euro­

peia".

No dia 1 de Janeiro de 2001, quando sairmos para ir ao

café, à padaria ou comprar o jornal, encontraremos uma nova realidade: o Euro.

Daqui a 1 O meses, o Euro ganhará um lugar na nossa

carteira e independentemente da nossa vontade teremos de começar a utilizá-lo. E nós, saberemos utilizar o Euro? Talvez ...

mas nada melhor que o contacto com essa realidade para o

sabermos. A Comissão Organizadora dos XVIII Colóquios de

RIEP resolveu promover a realização de uma feira em que a

única moeda permitida será o Euro. Todos os produtos terão os preços em Euros e quem transaccionar, nessa feira, ver-se-à

confrontado com a futura moeda nacional e europeia.

Mas a União Europeia encontra-se perto de dar um outro importante passo: o alargamento. A Conferência Intergo­

vernamental de Nice demonstrou que esta será uma tarefa difí­

cil... O alargamento trará à União Europeia, doze novos países

cheios de diversas particularidades de ordem económica, cul­

tural e social.

Com a União Económica e Monetária e o futuro alarga­

mento renasceu o sonho de Victor Hugo: " Os Estados Unidos

da Europa", no entanto, será a União Política possíível no meio de uma união em que prevalecem as diferenças?

Para responder a todas estas questões, os alunos de

Relações Internacionais Económicas e Políticas enveredaram

pela difícil tarefa de vos proporcionar estes XVIII Colóquios.

A Comissão Organizadora.

"Revolução I Resolução Europeia" 7

Page 9: Colóquios RIEP 2001: Revolução/Resolução Europeia

União Europeia: das dificuldades da Política Externa Comum

às dificuldades do Analista. Uma nota breve

Os anos setenta foram

decisivos para formatar o papel

dos Europeus a nível inter­

nacional. Os então Nove deram

um passo importante em dois

âmbitos da acção interna-cio­

nal: a chamada cooperação

para o desenvolvimento e a

diplomacia. Por um lado, fez-se

uso dos tratados - de algum

modo não previsto inicialmente

- para realizar uma política

de cooperação para o desen­

volvimento e, por outro, foi

lançada a cooperação política

europeia ( cpe ), um mecanismo

intergo-vemamental que tinha

por objectivo harmonizar tanto

quanto possível as políticas

exteriores dos estados mem­

bros e, com isso, tentar uma

maior influência internacional

no apertado quadro bipolar. O

perfil das suas acções serviriam

ao longo dos anos setenta e

oitenta para converter a Comu­

nidade numa potência civil,

noção introduzida premonito­

riamente, como se sabe, por F.

Duchêne. em 1972.

Chegados ao século

XXI, os actuais Quinze esta­

dos da União Europeia vivem,

assim, num dilema assente no

referido modelo de potência

civil caracterizado pelo uso de

instrumentos não-militares e as

exigências doravante mais am­

bíguas do sistema internacional

pós-guerra fria. Como definir

então, hoje, a acção externa

da União Europeia? Qual é o

Por Luís Filipe Lobo-Fernandes

(Professor de Relações Internacionais da Universidade do Minho)

objectivo da União no terreno

internacional? A pergunta leva­

nos obrigatoriamente a deli­

mitar o seu âmbito com base

no Tratado da União Europeia.

Assim, o Tratado de Maastri­

cht fala da acção externa for­

mada por políticas em matéria

de relações exteriores, de segu­

rança, de economia e de desen­

volvimento. O Artigo 2° do

TUE fornece-nos uma resposta

algo mais precisa ao apontar

que se trata de «afirmar a iden­

tidade internacional da UE, em

parti-cular mediante a reali­

zação de uma política externa

e de segurança comum que

inclua a definição progressiva

de uma política de defesa

comum que possa conduzir

a uma defesa comum». Em

suma, estamos perante uma

identidade internacional con­

sumada mas cuja natureza é

necessário discriminar. Por um

lado, temos políticas suprana­

cionais já estrutu-radas seja no

plano comercial seja no plano

das políticas de prestígio como

é o caso da cooperação para

o desenvolvimento; por outro,

temos a componente intergo­

vemamental, ou seja, a política

externa e de segurança comum

(pese), mas que, como aponta

o próprio tratado precisa de se

afirmar. Porém, tudo isto leva,

segundo Esther Barbé - pro­

fessora catedrática de Relações

Internacionais da Universidade

Autó-noma de Barcelona - a

uma interrogação fundamental:

qual o conteúdo da noção de

Política Externa Europeia?

As pistas que o Tra­

tado de Maastricht oferece

não são imediatamente clari­

ficadoras; os especialistas e

outros analistas fazem recor­

rente-mente usos diferenciados

do termo. Poderíamos desta­

car duas acepções distintas:

uma, minimalista, vê a Política

Ex-tema Europeia como uma

parte da pese, complementada,

por-tanto, com uma política

de segurança e defesa comuns

(por outras palavras a Política

Ex-tema Europeia seria uma

parte do actual segundo pilar da

União). Uma segunda acepção,

maximalista, define a Política

Externa Comum como a formu­

lação de uma única política na

qual se incorporam na sua pro­

gramação, decisão e execução

quer a dimensão comunitária

respeitante às suas relações

externas globais, quer a pese.

Poderíamos, não obstante, acei­

tar uma conceptualização inter­

média e perspectivar a Po-lítica

Externa Europeia- cujo núcleo

central é a pese - como um

processo ainda em formação

mas estruturalmente ambíguo,

dado que a sua natureza, ao

contrário do primeiro e ter­

ceiro pilares, continua a ser

fundamentalmente intergover­

namental.

O analista da política

externa europeia tem, pois, pe-

8 XVIII Colóquios de Relações Internacionais Económicas e Políticas

Page 10: Colóquios RIEP 2001: Revolução/Resolução Europeia

rante si um desafio na hora de

analisar esta nova variável em

gestação que, como qualquer

nova estrutura, abre oportu­

nida-des e define constrangi­

mentos. K.E. Jorgensen, por

exemplo, em Modern Euro­

pean Diplomacy (1997), deno­

mina precisamente a modema

diplo-macia europeia como a

inter-relação entre vários níveis

de acção: a dimensão exterior

da U.E. propriamente dita, a

pese, as políticas exteriores dos

esta-dos membros e a política

da União da Europa Ocidental

(UEO). A criação, prevista

no Tratado de Maastricht, de

uma unidade de planificação

de política e alerta rápido

supõe (e requer) uma institu­

ciona-lização dessa modema

diploma-cia europeia ao criar

- pela primeira vez - um órgão

em que trabalharão conjunta-

ro�t�AL �· O PA· f5

c::: ' ��t���{ÇJ{�!!!lJ�.:� "

mente, o Conselho, a Comis­

são, os estados membros e

a UEO. Porém, como refere,

num feliz metaforismo, Barbé

(2000: 15):

Siguiendo un símil arqui­

tectónico, se podría decir

que la política exterior

europea es un edificio en

construcción sobre un ter­

reno poco estable, en el

que los cimientos serían los

Estados; la estructura esta­

ria formada por las relacio­

nes económicas exteriores

de la CE; y la fachada,

siempre más vulnerable y

llamativa que qualquier

outra parte de! edificio,

sería la PESC y la defensa

común. Además, hay que

tener en cuenta la existen­

cia de un terreno colindante

que alberga un pequeno

edificio en vías de derribo,

símil de la UEO, cuyo espa­

cio es vital para lafinaliza­

ción de los accesos.

Ora, a natureza deste

processo, segundo a autora,

não cumpre os requisitos de

uma política externa europeia

merecedora de tal designação,

pelo menos no sistema veste­

faliano, já que, como indica C.

Hill (1993 ), tal exigiria a exis­

tência de um executivo cen­

tral capaz de adoptar decisões

claras em matéria de alta

política e que dispusesse dos

recursos e dos instrumentos

ne-cessários e suficientes para

efectivar as decisões tomadas.

Não é seguramente o caso

da actual União, mesmo após

Nice.

•. , P(Ad5 AftASAOO l'O$ SfC1Gff5 IA5rAOO.S IWJ (0.,1.HíC l�fNtG.

1t4$ WtrfflJJA�S JIOS )[C10t[S '"' M$f.AI)l5 110 DfSC0.,1HEfl�fl110.-. (...;,w-.v.L:w j>;.;".;,....'"t.-:w.i·�<·1<w<<''.W."''t,,:"';:·Wv,.oO·"l"'(" · (,,�,,...; ... :.,..-:�,: -""-'t:,·--.�;:---11;;., �'-"t;:�·t._,'"i...:>"

"Revolução I Resolução Europeia" 9

Page 11: Colóquios RIEP 2001: Revolução/Resolução Europeia

Perspectivas Teóricas de Integração

Uma definição lata de

integração vai para além da

mera "cooperação interesta­

dual", significa a agregação de

unidades separadas para formar

um todo.

As definições de inte­

gração são variadíssimas, em­

bora possamos destacar dois

tipos de definição, baseadas no

critério de quem no-la dá.

Definição de integração

fornecida por um economista:

integração económica interna­

cional é o processo pelo qual as

economias de Estados separa­

dos se fundem em unidades

mais vastas.

Um cientista político

tende a focar as implicações do

processo de integração política

para a soberania nacional e para

o comportamento dos actores

políticos.

Nesta perspectiva o pro­

cesso de integração envolve

duas condições:

(1) a transferência volun­

tária por parte dos Estados­

Nação do poder para tomar

decisões independentes em

certas áreas políticas (a tomada

de decisão é partilhada pelos

Governos dos Estados partici­

pantes ou é transferida para as

novas instituições centrais).

(2) a transferência de

lealdades, expectativas e acti­

vidades dos actores da política

nacional para um novo centro.

A União Europeia é o

exemplo paradigmático de uma

integração voluntária; fundada

em princípios voluntaristas (a

adesão não é forçada para

Por Catarina Pereira

(Finalista da Licenciatura de RIEP)

nenhum país), e é também ca­

racterizada por ter tido, desde

sempre, objectivos, quer econó­

micos, quer políticos.

A cooperação económica

entre Estados como a França

e a Alemanha teria, forçosa­

mente, que ser guiada por

objectivos políticos de coope­

ração, estabilidade, pacificação

e reconstrução da Europa do

pós-guerra. Assim, a coopera­

ção económica seria um meio

para atingir o fim bem mais

amplo da cooperação política.

SOBERANIA

O principal actor do sis­

tema internacional continua a

ser o Estado soberano. Tal facto

explica-se pela sua capacidade

de adaptação a um ambiente

em constante mutação. Mas,

num mundo cada vez mais

interde-pendente, o significado

de so-berania é constantemente

alte-rado e a sua importância

tende a esbater-se.

A soberania abrange duas

realidades:

- um aspecto interno, no

sentido de supremacia e poder

de tomada de decisões indiscu­

tíveis dentro de um Estado.

- um aspecto externo que

significa a independência dos

Estados nas Relações Interna­

ciOnais.

"Jntegration has also been at

least partly inspired by the belief that

sovereignty is a malign and dange­

rous force. According to its critics, it

divides humanity into separate units

and encourages selfish and insular

behaviour. Because it is regarded as

a means of uniting human being, inte­

gration tends to be perceived by its

proponents as being moraly superior

to "non-integration ". But the drive

towards integration has also been

motivated andjustified by the percei­

ved welfare and security benefits of

"going it with others ": according to

the proponents of integration, these

benefits are likely to outweigh the

trade-off costs in terms of the erosion

of sovereignty. They argue that in na

increasingly interdependent world,

national sovereignty is being eroded

anyway and that countries joining

are likely to have more "clout"

in the international arena. Conver­

sely, opposition to integration gene­

rally reftects a desire to defend state

sovereignty (which tends to be equa­

ted with national independance). Its

defenders argue that it enables peo­

ples to govern themselves; that it

protects smaller countries against

domination by larger countries; and

that it remains a focus of national

loyalties. "

Robert Jones1 mostra­

nos assim, que os benefícios de

uma integração são amplamente

superiores aos seus malefícios,

embora teses a favor da sobe­

rania e de uma não integração

ainda subsistam.

Contudo, e dado que a

membership2 na União Euro­

peia permanece voluntária,

po-de argumentar-se que a

sobe-rania tem sido cedida e

não per-dida. Apesar de o Prin­

cípio da Supremacia do Direito

1 JONES, Robert; The Politics and

Economics of the European Union

- An lntroductory Text; Cambridge,

1996, Publishing Limited. p.34

2 O Dicionário Oxford traduz esta

expressão como "qualidade de ser

membro ou sócio".

10 XVIII Colóquios de Relações Internacionais Económicas e Políticas

Page 12: Colóquios RIEP 2001: Revolução/Resolução Europeia

Comunitário sobre os Direitos

internos estar bem estabele­

cido, o Princípio é, em última

análise, baseado na vontade dos

Parlamentos Nacionais em o

aceitarem. O Tratado da União

Europeia confirma explicita­

mente o direito de qualquer

Estadomembro se retirar da

União.

A TEORIA DA INTE­GRAÇÃO

A Teoria da Integração é

uma doutrina das ciências eco­

nómicas.

Logo após a II Guerra

Mundial, o estudo da inte­

gração económica internacio­

nal afirma-se e sistematiza-se,

constituindo-se como um ramo

autónomo da economia inter­

nacional, passando a ser nos

anos 50 um estudo quase exclu­

sivo do Processo Comunitário.

"A teoria da integração

económica internacional,

apesar de ter um objecto espe­

cífico, para cujo estudo cons­

truiu conceitos e instrumentos

de análise próprios, insere-se

no âmbito mais vasto da econo­

mia internacional. Nasceu no

seio da Teoria Neo-Clássica do

Comércio Internacional, com a

qual mantém uma relação de

interdisciplinaridade3" •

A obra de Jacob Viner" é

o contributo definitivo que leva

à autonomização da Teoria da

Integração Económica Inter­

nacional como "um domínio

com uma problemática pró-

3FERREIRA, Graça Enes; A Teoria da Integração Económica Interna­cional e o Modelo de Integração do Espaço Europeu; Novembro 1997, Porto, Legis Ed., Lda., p.30 VlNER, Jacob; The Customs Unions

Issue; New York, Carnegie Endow­.ment for International Peace, 1950.

pria", mesmo continuando

ligada ao mais amplo âmbito

da Economia Internacional.

A opinião generalizada

que vigorou até à década de

40 era a de que a integração

económica seria um sucedâ­

neo do comércio livre, com os

mesmos benefícios, ainda que

em menor grau, na medida em

que proporcionava um aumento

de mercado, facto que, de

acordo com o postulado clás­

sico das Vantagens Compa­

rativas permitia uma maior

e melhor especialização, que

por sua vez, permitia uma

aumento da produção (via apro­

veitamento das economias de

escala).

Não sendo a integração

económica um caso particular

de liberalização do comércio

internacional, mas uma reali­

dade diferenciada, embora com

uma vertente livrecambista, a

Teoria da Economia e do

Comércio Internacionais e os

seus conceitos e metodologia

não se mostravam adequados,

exigiam uma adaptação e a

criação de novos quadros com­

ceituais de análise.

O contributo de Viner

é essencial, não apenas pelo

estudo das Uniões Aduaneiras

que efectuou e onde lançou

os conceitos centrais da Teoria

da Integração Económica -

a "criação de comércio" e o

"desvio de comércio" - , mas,

sobretudo, pela qualificação da

integração económica como

uma situação de "segundo me-

5FERREIRA, Graça Enes; op.cit. 6"Segundo melhor" é uma defi­

nição que se contrapõe à do "Óptimo de Pareto", segundo o qual só o livre comércio mundial constitui uma "solução óptima", pois é o único que permite a todos os agentes econó-

lhor" com características que,

de forma nenhuma, se asse­

melham às características do

livre comércio internacional

ou de uma liberalização adua­

neua.

Em 1961, Bela Balassa -

um autor paradigmático na teo­

rização da integração econó­

mica internacional - definia

integração sob dois pontos

de vista: "Encarada como um

pro-cesso, implica medidas

desti-nadas à abolição de dis­

crimi-nações entre unidades

económicas de diferentes Esta­

dos; como situação pode cor­

responder à ausência de várias

formas de discriminação entre

econo-mias nacionais" .

Esta definição fornece­

nos a noção de integração por

oposição à noção de coopera­

ção. A cooperação implica uma

redução da discriminação, já a

integração económica pressu­

põe a supressão de algumas

formas de discriminação.

Os acordos com vista à

integração económica interna­

cional tomam várias formas.

Para fins analíticos, as primei­

ras a distinguir são as zonas de

comércio livre, as uniões adu­

aneiras, os mercados comuns e

as uniões económicas.

micos, produtores e consumidores, a máxima satisfação possível. Só a concorrência perfeita dentro de cada país e o livre comércio internacional conjugados conduzem à situação de "óptimo". A simples existência de tarifas num determinado país impede a situação "óptima". Faltando qual­quer dos requisitos do "óptimo" estamos perante uma situação de "segundo melhor".

7BALASSA, Bela; Teoria da Inte­gração Económica, 3• Ed; 1961, Livraria Clássica Edit., Lisboa, p.12

"Revolução I Resolução Europeia" 11

Page 13: Colóquios RIEP 2001: Revolução/Resolução Europeia

1. Zona de Comércio

Livre - Há urna redução ou

supressão sistemática de todo

e qualquer direito aduaneiro

numa zona de espaço aberto

à livre circulação de merca­

dorias, em que cada Estado

mantém a sua pauta exterior.

2. União Aduaneira - É adoptada urna Pauta Exterior

Comum (PEC) e são abolidos

os direitos aduaneiros.

3. Mercado Comum -

Só nesta fase é que se atinge

urna verdadeira integração eco­

nómica, visto que, além de se

integrarem estruturas produti­

vas, são asseguradas as quatro

liberdades fundamentais:

- livre circulação de pes-

soas

- livre circulação de fac­

tores de produção (traba-lha­

dores e capitais)

- liberdade de estabe­

lecimento

- livre prestação de ser­

viços

O Mercado Comum é a

consolidação destas quatro li­

berdades; é condição sine qua

non para a integração econó­

mica.

4. União Económica (e

Monetária) - É caracterizada

por urna orientação única e

global, ou orientação político­

económica que se sobrepõe

a diversas políticas sectoriais.

Há, também, a criação de um

sistema de taxas de câmbio

fixas que constitui um ganho

de racionalidade económica e

a estabilidade do mercado. A

moeda única tem vantagens,

dado que reforma o processo

de integração, é algo de palp­

ável. Ao implementarmos a

União Económica e Monetária

(UEM), estamos a assumir

irreversivelmente a criação de

órgãos supra-estaduais e a

garantir o processo de inte­

gra-ção. Havendo urna união

monetária, há com certeza urna

união política, que assegura o

processo de integração.

"Todos os Acordos para

urna integração económica in­

ternacional se caracterizam por

três factores:

- supressão em certas

matérias, de discriminação

en-tre os seus membros;

- a existência de dis­

criminação contra o resto do

mundo, em vários aspectos;

- a conclusão de acor-dos

que se pretendem dura-douros,

que limitem o uso indepen­

dente de certos instru-mentos

de política econórni-ca."8

8 ROBSON Peter; Teoria Económica da Integração Internacio-

nal; Coimbra Edit. Lda, 1985; p.13.

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12 XVIII Colóquios de Relações Internacionais Económicas e Políticas

I ./

Page 14: Colóquios RIEP 2001: Revolução/Resolução Europeia

ETAPAS DE INTEGRAÇÃO DA UNIÃO EUROPEIA

A 19 de Setembro de

1946, Winston Churchill, num

discurso pronunciado na Uni­

versidade de Zurique, apela à

criação duma "espécie de Es­

tados Unidos da Europa". Aqui,

pode dizer-se, nasce a ideia

daquilo que é hoje a União

Europeia.

A 5 de Junho de 1947 é

anunciada a criação do Plano

Marshall para a recuperação

económica da Europa.

A 1 de Janeiro de 1948

entra em vigor a Convenção

Aduaneira que cria o BENE­

LUX.

O Tratado de Bruxelas,

Tratado da União Ocidental é

assinado a 17 de Março pelos

países do BENELUX, França e

Reino Unido.

A 16 de Abril é criada

a Organização de Cooperação

Económica Europeia (OECE),

para coordenar o Plano Mar­

shall.

Em 1949, o dia 5 de Maio

vê consagrado o Conselho da

Europa com a assinatura dos

seus estatutos em Londres

9 de Maio é o dia da

Europa: em 1950, o Ministro

francês dos Negócios Estran­

geiros, Robert Schuman (inspi­

rado por Jean Monnet), propõe

que a França e a Alemanha e

qualquer outro país europeu que

pretenda aderir à iniciativa con­

greguem os seus recursos do

carvão e do aço ("Declaração

Schuman"). "Na base desta pro­

posta estava o facto de se re­

conhecer que, por um lado, não

faria muito sentido impor à

Alemanha um sistema de con-

Por Catarina Pereira

(Finalista da Licenciatura de RIEP)

trolo unilateral e, por outro

lado, o receio de que uma Ale­

manha inteiramente indepen­

dente pudesse ainda constituir

uma potencial ameaça à paz.

A única saída para esse dilema

consistia em inserir a Alema­

nha política e economicamente,

numa comunidade europeia for­

temente estruturada." 8

A 3 de Junho do mesmo

ano, a Bélgica, a França, o

Luxemburgo, a Itália, os Países

Baixos e a Alemanha subscre­

vem a referida Declaração de

Schuman.

A 18 de Abril de 51, os

Seis (BENELUX, França, Itália

e Alemanha) assinam o Tratado

de Paris que institui a Comu­

nidade Europeia do Carvão e

do Aço (CECA). A CECA é a

primeira organização europeia

com poderes supranacionais.

A supranacionalidade aplica-se

apenas a sectores limitados: a

Alta Autoridade só tem com­

petência para a gestão do mer­

cado comum do carvão e do

aço. Tal competência advém da

delegação de soberania acor­

dada pelos Estados através da

negociação de textos ratifica­

dos pelos Parlamentos Nacio­

nais. "O mérito da CECA é

duplo: no plano político, esti­

mulou a reconciliação e a coo­

peração franco-alemãs e abriu

caminho à Europa comunitária;

no plano económico, contri-

8BORCHARDT, Klaus-Dieter; A Unificação Europeia - As origens e o desenvolvimento da União Europeia; Luxemburgo, Serviço das Publicações Oficiais das Comunida­des Europeias, 1995, p.9

buiu para a recuperação da

Europa, ao li-bertar a produção

e as trocas de matérias-primas

(carvão e aço) fundamentais

para a indústria. "9

A 1 O de Fevereiro de

1953 é instituído o Mercado

Comum do Carvão e do Miné­

rio de Ferro. Os Seis suprimem

os impostos aduaneiros e as

restrições quantitativas relativa­

mente a estas matérias-primas.

É assim, criada uma Zona

de Comércio Livre entre os seis

Estados-membros da CECA.

A 2 de Junho de 1955, os

Ministros dos Negócios Estran­

geiros dos Seis, reunidos em

Messina (Itália) confirmam o

objectivo de integração dos

seus países numa frente eco­

nómica.

7 de Janeiro de 1956 é a

data em que a Alta Autoridade

da CECA confirma o princípio

da livre circulação dos pro­

dutos siderúrgicos importados

de países terceiros na Comuni­

dade.

A 6 de Maio do mesmo

ano, Paul-Henri Spaak, Minis­

tro belga dos Negócios Estran­

geiros, apresenta aos seus

colegas da CECA um relatório

sobre os projectos de Tratados

das Comunidades, que prevê a

criação da CEE e da Euratom.

25 de Março de 1957 é a

data histórica da assinatura, em

Roma, pelos Seis, dos Tratados

que instituem a Comunidade

Económica Europeia (CEE) e a

9FONTAINE, Pascal, A Construção Europeia de 1945 aos nossos dias; Lisboa; Gradiva Edit.; 1998, p.15

"Revolução I Resolução Europeia" 13

Page 15: Colóquios RIEP 2001: Revolução/Resolução Europeia

Comunidade Europeia da Ener­

gia Atómica (Euratom), conhe­

cidos actualmente por "Tratados

de Roma".

A 1 de Janeiro de 1958

entram em vigor ao Tratados

de Roma. A CEE e a Euratom

são instaladas em Bruxelas. A

Assembleia Parlamentar e o Tri­

bunal de Justiça são comuns às

três Comunidades.

A 1 O de Fevereiro é dado

o primeiro passo para a União

Aduaneira, quando os Esta­

dos-membros estabelecem uma

pauta aduaneira harmonizada

para o carvão e o aço; é conce­

dida uma derrogação à França e

à Itália que poderão, durante um

período de dois anos, aplicar

direitos mais elevados a certos

produtos.

A 13 de Maio deste

mesmo ano os deputados da

Assembleia Parlamentar (que

deveria substituir a CECA)

reúnem-se pela primeira vez

repartidos por grupos políticos e não em função da nacionali­

dade. A 29 de Dezembro entra

em vigor o Acordo Monetário

Europeu.

A 1 de Janeiro do ano

seguinte são dados os primei­

ros passos no sentido da elimi­

nação progressiva das quotas e

direi-tos aduaneiros na CEE e a

20 de Março, o Banco Europeu

de Investimento (BEl) concede

os seus primeiros empréstimos.

A 5 de Maio deste ano de

1959 o Conselho Europeu aceita

a "Proposta Dillon" dos EU A

relativa às negociações multi­

laterais sobre comércio ( enqua­

dramento do Acordo Geral sobre

Pautas Aduaneiras e Comércio).

Estas negociações serão condu­

zidas pela Comis-são, assistida

por um Comité especial desig­

nado pelo Conse-lho.

A 20 de Julho surge a

ideia de criar a Associação Euro­

peia de Comércio Livre (EFTA)

concretizada a 4 de Janeiro de

1960.

A 18 de Julho de 1961,

realiza-se em Bona, Alemanha,

uma Cimeira Europeia, durante

a qual os Seis exprimem a sua

vontade de criar uma União

Política. Seguem-se três pedi­

dos oficiais de adesão às Comu­

nidades Europeias: Irlanda a 31

de Julho, Reino Unido e Dina­

marca a 9 e 1 O de Agosto. A 1

de Setembro dá-se o primeiro

passo em direcção ao Mercado

Comum, com a entrada em

vigor do primeiro regulamento

relativo à livre circulação de

trabalhadores.

Em 20 e 21 de Novem­

bro realiza-se em Estrasburgo,

França, um Colóquio das Insti­

tuições da CEE. São debatidos

os temas da transição da pri­

meira para a segunda fase do

Mercado Comum e a associa­

ção com os territórios ultrama­

nnos.

A 14 de Janeiro de 1962,

o Conselho adopta os primei­

ros regulamentos relativos à

Política Agrícola Comum

(PAC), instituída com a finali­

dade de estabelecer um mercado

único dos produtos agrícolas

e de promover a solidariedade

financeira através do Fundo

Europeu de Orientação e Garan­

tia Agrícola (FEOGA).

A 30 de Abril a Noruega

apresenta o seu pedido oficial de

adesão às Comunidades Euro­

peias. E em 1 de Julho, os direi­

tos aduaneiros aplicados aos

produtos industriais entre paí­

ses-membros são reduzidos para

50% do seu valor de 1957.

A 1 de Novembro, a

Grécia toma-se Estado As­

sociado da CEE.

A 5 de Fevereiro de 1963

entra em vigor o Acórdão his­

tórico Van Gend en Loos, no

qual o Tribunal de Justiça das

Comunidades Europeias (TJCE)

declara que a Comunidade cons­

titui uma nova ordem jurídica

em benefício da qual os Esta­

dos-membros aceitaram li-mitar

os seus direitos sobera-nos.

A 1 de Junho e, em con­

formidade com a decisão de

acelerar a criação de uma União

Aduaneira, procede-se à Sexta

redução dos direitos aduanei­

ros a nível intracomunitário e o

segundo alinhamento relativa­

mente à Pauta Exterior Comum

(PEC).

A 4 de Maio de 1964

dá-se a abertura oficial das

negociações multilaterais do

Kenedy Round no âmbito do

Acordo Geral sobre Pautas

A-duaneiras e Comércio

(GATT). A Comunidade parti­

cipa na reunião.

A 1 de Dezembro entra

em vigor o Tratado de As­

sociação entre a CEE e a Tur­

qma.

8 de Abril de 1965 - Assi­

natura, em Bruxelas, do Tra­

tado de Fusão dos executivos

das três Comunidades ( CECA,

CEE, Euratom) que entra em

vigor a 1 de Julho de 67.

A 20 de Setembro, os

Estados-membros são os des­

tinatários de uma recomen­

dação da Comissão que

preconiza que devem evitar

a criação de novos entraves

ao comércio intracomunitário

quando adoptam legislação ou

regulamentações de natureza

técnica.

A 1 de Janeiro de 66, a

CEE entra na terceira fase do

período de transição para o Mer­

cado Comum, o que implica

que a votação por una-nimidade

seja substituída pela votação

14 XVIII Colóquios de Relações Internacionais Económicas e Políticas

Page 16: Colóquios RIEP 2001: Revolução/Resolução Europeia

por maioria para a adopção da maior parte das decisões do Conselho e a 28 de Novembro realiza-se uma reunião conjunta das instituições europeias. Os principais temas em foco são os progressos realizados na Comu­nidade com vista à concreti­zação da União Económica e as perspectivas futuras.

A 9 de Fevereiro de 1967, o Conselho de ministros aprova a primeiro programa de política económica a médio prazo que define e estabelece os objectivos da política económica da Comu­nidade para os anos seguintes.

A 11 de Maio, o Reino Unido apresenta um novo pedido de adesão à Comu­nidade; pouco tempo depois, a Irlanda, a Dinamarca e a Noruega apresentam igualmente o seu pedido de adesão.

A 30 de Junho, a Comis­são assina a Acta final das negociações multilaterais do GAT T.

A 1 de Julho de 1968 entra em vigor a União Adua­neira. Os direitos aduaneiros aplicados às trocas comerciais intracomunitárias são suprimi­dos dezoito meses antes da data prevista no Tratado de Roma e é e introduzida a Pauta Adua­neira Comum, que substitui os direitos aduaneiros nacionais aplicáveis ao comércio com o resto do mundo.

A 1 e 2 de Dezembro de 1969, numa Cimeira reali­zada na Haia, Países Baixos, os Chefes de Estado e de Governo confirmam a sua vontade de prosseguir a evolução gradual para uma União Económica e Monetária genuína e para a estreita harmonização das políticas sociais que esta União implica, e reafirmam o seu acordo quanto ao princípio do

alargamento da Comunidade, a 4 de Março do ano seguinte a Comissãão apresenta ao Conse­lho uma Memorando sobre a elaboração de um plano para a criação da União Económica e monetária (UEM), e no dia 6, o Conselho nomeia um Comité de peritos presidido por Pierre Wemer para apresentar propos­tas de realização da UEM.

A 12 de Fevereiro de 1971, o Parlamento Europeu adopta uma resolução sobre o Relatório da Comissão relativo à situação de implementação das Directivas do Conselho refe­rentes à liberdade de estabe­lecimento e livre prestação de servtços.

A 22 de Março, o Con­selho aprova o Plano Wemer para reforçar a coordenação das políticas económicas. Os Esta­dos-membros devem adoptar medidas para harmonizar as res­pectivas políticas orçamentais e para reduzir as margens de flu­tuação entre as suas divisas.

A 22 de Janeiro de 1972 a Dinamarca, a Irlanda, a Noruega e o Reino Unido assinam os Tratados de Adesão às Comuni­dades Europeias.

21 de Março é o dia em que o Conselho adopta uma Resolução com base num resumo geral apresentado pela Comissão das condições para a realização da primeira fase da UEM. A criaçção do meca­nismo da "serpente" monetária dá-se a 24 de Abril: os Seis con­cordam em limitar a margem de flu-tuação entre as suas divisas para 2,25%.

A 9 de Outubro o Parla­mento Europeu aprova uma Resolução com sugestões de requisitos definitivos para a supressão dos controlos nas fronteiras intracomunitárias.

19 a 21 de Outubro - rea­lização da Cimeira de Paris. Os chefes de Estado e de Governo reafirmam que o ano de 1980 constitui o prazo final para a realização da UEM.

A 1 de Janeiro de 1973 a Dinamarca, a Irlanda e o Reino Unido aderem às Comunidades Europeias. Entra em vigor o Acordo de Comércio Livre com a Áustria, Suíça, Portugal e Suécia.

De 6 a 27 de outubro -Guerra do Kippur. Os países produtores de petróleo decidem reduzir ou proibir as expor­tações para alguns países oci­dentais e a Organização dos Países Exportadores de Petró­leo (OPEP) decide aumentar substancialmente os preços do petróleo. É o início da crise ...

A 18 de Março de 1975 o Conselho adopta uma unidade de conta europeia baseada num "cabaz" composto por moedas comunitárias.

A 12 de Junho, a Grécia apresenta a sua candidatura ofi­cial para se tomar membro das Comunidades Europeias se­guindo-se-lhe Portugal em 28 de Março de 1977.

A 1 de Julho de 1977 os novos Estados-membros (Dina­marca, Irlanda e Reino Unido) são abrangidos pela Pauta Adu­aneira Comum e no dia 28 a Espanha apresenta a sua can­didatura oficial a membro das Comunidades Europeias.

A 6 e 7 de Julho de 1978, no Conselho Europeu de Bremen, na Alemanha, surge o Acordo sobre uma estratégia comum para se conseguir obter uma mais elevada taxa de cres­cimento económico de modo a reduzir o desemprego e pla­near a criaçção de um Sistema Monetário Europeu (SME).

"Revolução I Resolução Europeia" 15

Page 17: Colóquios RIEP 2001: Revolução/Resolução Europeia

4 e 5 de Dezembro -Conselho Europeu de Bruxe­las. É criado o SME, assente numa unidade monetária euro­peia (e cu) e é solicitada a assis­tência de um Comité de altas individualidades para analisar os ajustamentos a introduzir, tendo em vista o Alargamento nos mecanismos institucionais e nos procedimentos. A 13 de Março de 1979 entra em vigor o SME.

A Grécia toma-se o 1 oo

membro das Comunidades Eu­ropeias a 1 de Janeiro de 1981.

A 10 de junho de 1985 o Comité dos Governadores dos Bancos Centrais dos Estados­membros adopta medidas des­tinadas a reforçar o SME, e no dia 12 são assinados os Actos relativos à adesão de Portugal e Espanha.

A 20 de Julho os Mi­nistros e os Governadores dos Bancos Centrais dos Estados­Membros decidem ajustar as taxas de câmbio centrais no âmbito do SME.

De 2 a 4 de Dezembro o Conselho Europeu reúne-se no Luxemburgo. No dia 1 de Janeiro de 1986 Portugal e Espanha aderem às Comu-nida­des Europeias.

Nos dias 17 e 28 de Feve­reiro é assinado no Luxem­burgo e na Haia o Acto Único Europeu que altera os Tratados de Roma.

A 14 de Abril de 1987 a Turquia apresenta o pedido ofi­cial de adesão às Comu-nida­des e a 13 de Maio o Banco de Espanha assina o Acordo de adesão ao SME. A 12 de Setem­bro, os Ministros da Eco-nomia e das Finanças adoptam

medidas de reforço do SME e a 1 O de Novembro o Banco de Portugal também

assina o Acordo de adesão ao SME.

A 29 de Março de 1988

a Comissão publica os resul­tados do estudo "Europa 1992

- o desafio global", elaborado a seu pedido, por um grupo de peritos independentes, afim de avaliar as vantagens do Mer­cado Único.

A 12 de Abril de 1989 o Comité presidido por Jacques Delors apresenta o seu rela­tório sobre a União Económica e Monetária (UEM).

A 19 de Junho a com­posição do ecu é adaptada na sequência da inclusão da peseta e do escudo.

A 17 de Julho a República da Áustria apresenta o seu pedido de adesão às Comunida­des.

A 8 e 9 de Dezembro o Conselho Europeu reúne-se em Estrasburgo. Decide convocar, antes do final de 1990, a Confe­rência Intergovemamental des­tinada a elaborar uma alteração do Tratado, tendo em vista as fases finais da UEM.

No dia 19 de Junho de 1990, os Acordos de Schengen, relativos à eliminação dos com­trolos fronteiriços são assina­dos pelos países do BENELUX, França e Alemanha e a 20 a CEE e os países da EFTA iniciam negociações formais relativas à criação do Espaço Económico Europeu (EEE).

A 1 de Julho entra em vigor a primeira fase da UEM. É concedido a quatro Estados­membros (Portugal, Espanha, Grécia e Irlanda) um regime de excepção por se considerarem insuficientes os seus progressos em matéria de integração finan­ceira.

No dia 27 de Novembro a Itália adere ao Acordo de

Schengen. A 14 e 15 de Dezembro o

Conselho Europeu reúne-se em Roma e lança as duas Conferên­cias Intergovemamen-tais sobre a UEM e a União Política.

A 1 de Julho de 1991 a Suécia apresenta o seu pedido oficial de adesão às Comuni­dade Europeias e a 21 de Outu­bro o Conselho dá o seu acordo à criação do EEE.

Nos dias 9 e 10 de Dezembro, o Conselho Euro­peu, reunido em Maastricht, Países Baixos, chega a acordo sobre o Projecto de Tratado da União Europeia (TUE).

A 7 de Fevereiro de 1992

é assinado em Maastricht, o Tratado da UE pelos Minis­tros dos Negócios Estrangeiros e pelos Ministros das Finanças dos Estados-membros.

A 18 de Março, a Finlân­dia apresenta o seu pedido ofi­cial de adesão às Comunidades Europeias.

A 2 de Maio, no Porto, é assinado o Acordo que cria o EEE. E no dia 20, a Suíça apre­senta igualmente o seu pedido de adesão às Comunidades Europeias. A 25 de Novembro, é a vez de a Noruega se candi­datar novamente à adesão.

No dia 1 de Janeiro de 1993 entra em vigor o Mer­cado Único e a 1 de Novembro, concluídos todos os processos de ratificação entra em vigor o TUE.

No dia 1 de Janeiro de 1994 dá-se início à segunda fase de realização da UEM e cria-se o Instituto Monetário Europeu (IME). Entra em vigor o Acordo que cria o EEE.

16 XVIII Colóquios de Relações Internacionais Económicas e Políticas

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18 XVIII Colóquios de Relações Internacionais Económicas e Políticas

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20 XVIII Colóquios de Relações Internacionais Económicas e Políticas

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Page 22: Colóquios RIEP 2001: Revolução/Resolução Europeia

No dia 31 de Março, a Hungria apresenta o seu pedido oficial de adesão à UE e a 5 de Abril segue-se-lhe a Polónia. A 24 e 25 de Junho Áustria, Suécia, Finlândia e Noruega assinam em Bruxelas os Actos de Adesão.

A 29 de Novembro, o Parlamento, o Conselho e a Comissão adoptam as perspectivas financeiras para 1995 -1999 com vista ao Alar­gamento.

A 1 de Janeiro de 1995, Áustria, Suécia e Finlândia tor­nam-se membros da UE.

A 26 de Março entra em vigor o Acordo de Schen­gen entre a Bélgica, a França, a Alemanha, o Luxemburgo, os Países Baixos, Portugal e a Espanha. E a 28 de Abril a Áustria junta-se-lhes.

No dia 31 de Maio a Comissão adopta o Livro Verde sobre os aspectos práticos da introdução da moeda única.

A 22 de Junho a Romé­nia apresenta o seu pedido oficial de adesão à UE e a Eslo­váquia fá-lo cinco dias depois. A 27 de Outubro é a vez da Letónia, seguida da Estónia a 27 de Novembro e da Lituânia a 12 de Dezembro.

No dia 1 de Janeiro de 1996 entra em vigor a União Aduaneira entre a UE e a Tur­qma

No dia 17 a República Checa apresenta também o seu pedido oficial de adesão à UE.

A Conferência Intergo­vernamental com vista revisão do Tratado da UE tem início a 29 de Março em Turim.

A 10 de Junho é a vez da Eslovénia apresentar o seu pedido oficial de adesão à UE.

A 13 e 14 de Dezembro,

o Conselho Europeu, reunido em Dublin, chega a um acordo sobre o conjunto dos elementos necessários à criação da moeda única (enquadramento jurídico do euro, pacto de estabilidade, novo mecanismo de taxas de câmbio) adopta "Declaração de Dublin sobre o emprego" e confirma o calendário da CIG.

A4 de Junho de 1997 a Comissão adopta um plano de acção para o Mercado Único. E a 16 e 17 o Conselho Euro­peu reúne-se em Amsterdão e chega a um consenso sobre um projecto de Tratado. Aprova diversas disposições que facili­tam a passagem sem incidentes para a terceira fase da UEM e adoptam uma resolução sobre crescimento e emprego.

No dia 22 de Julho o Conselho extraordinário da UEO adopta uma Declaração, a anexar à Acta final do Tra­tado de Amesterdão, sobre o papel da UEO, as suas relações com a UE e com a Aliança Atlântica ..

A 2 de Outubro os Ministro dos Negócios Estran­geiros dos quinze Estados­membros da UE assinam o Tratado de Amesterdão.

No dia 25 de Março de 1998 a Comissão adopta um relatório sobre a situação em matéria de convergência e recomenda a participação no euro, a partir de Janeiro de 1999 , de onze Estados-mem­bros.

A 3 de Maio o Conse­lho extraordinário decide que onze Estados-membros preen­chem as condições necessárias para a adopção da moeda única em 1 de Janeiro de 1999. Na sequência desta decisão, o Conselho adopta dois regula-

mentos sobre as especificações técnicas das moedas de euros e sobre a introdução do euro, após os Ministros e Governa­dores dos Bancos Centrais dos Estados-membros adoptarem o euro como moeda única. A Comissão e o Instituto Mone­tário Europeu especificam as condições para a fixação das taxas de conversão irrevogáveis do euro.

No dia 26 os Governos dos Estados-membros adoptam a moeda única e nomeiam, de comum acordo o Presidente, o Vice-Presidente e os restantes membros da Comissão Execu­tiva do Banco Central Europeu (BCE).

A 1 de Janeiro de 1999 Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, Finlândia, França, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Países Baixos e Portugal adop­tam o euro como moeda o fi­cial.

Nos dias 24 e 25 de Março um Conselho Europeu extraordinário reúne-se em Berlim. Chega-se a um acordo global sobre a Agenda 2000 e solicita-se a Romano Prodi que aceita a Presidência da nova Comissão Europeia.

A25 de Novembro Phi­lippe Maystadt é nomeado para Presidente do BEL

Nos dias 10 e 11 de Dezembro o Conselho Euro­peu reúne-se em Helsínquia, na Finlândia. Decide abrir negociações de adesão com a Bulgária, a Eslováquia, a Letó­nia, Malta e a Roméénia, bem como reconhecer a Turquia como país candidato. Decide igual­mente convocar para Fevereiro de 2000 uma Conferência Inter­governamental para a revisão dos Tratados.

"Revolução I Resolução Europeia" 21

Page 23: Colóquios RIEP 2001: Revolução/Resolução Europeia

No dia 1 de Janeiro de

2000, Portugal assume a Pre­

sidência do Conselho da UE.

A 15 de Janeiro rea­

liza-se em Bruxelas a sessão

de abertura das conferências

intergovemamentais de nível

ministerial para as negociações

de adesão anteriormente refe­

ridos.

A 3 de Maio a Comis­

são propõe que a Grécia seja

o décimo segundo membro da

zona euro.

Nos dias 19 e 20 de

reúne-se em Santa Maria da

Feira e aprova a entrada da

Grécia na zona euro.

A 1 de Julho a França

assume a Presidência da UE

A 19 de Setembro rea­

liza-se a Sétima Reunião do Con­

selho de Associação entre a UE e

a Hungria e a Sexta Reunião do

Conselho de Associação entre a

UE e a República Checa.

No dia 22 o Banco Cen­

tral Europeu, a Reserva Federal

dos EUA e o Banco do Japão

decidem intervir para apoiar o

Junho o Conselho europeu euro.

O COrliH.ÍfíO tJJr!Jt!JJ t.HWli!J 'llfQif.líO Dll Cl.lf FO(�AL •IM mot� XlllíOS

, n.t.-00$ !On!!liJri�lOS cor:� o J.W&.41fíllro. {_ �---�'L_,_,...;-L-�-"(.7 .._,.._,._....,.� �t...���

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NÃO fe�fltJ.S NAf f.A(A005. ,.. féflJS O! fAZtt .ALGU-'{4 <015..4. t�,-.<!...� .... -'"'-�-.. ..--�,.,.--� ... --r (,.,�--'*NI!:·-""'��""'1,-

,.,..

Entre 7 e 9 de dezem­

bro realiza-se em Nice o

Conselho Europeu. Este con­

gratula-se com a intensificação

das negociações de adesão

com os países candidatos e

aprecia os esforços desenvol­

vidos por esses países para

criar as condições para a ado­

pção, implementação e apli­

cação efectiva do acervo. A

Conferência Intergovemamen­

tal encerrou com um acordo

político relativo ao Tratado de

Nice.

22 XVIII Colóquios de Relações Internacionais Económicas e Políticas

Page 24: Colóquios RIEP 2001: Revolução/Resolução Europeia

NICE- A VITÓRIA DOS GRANDES

O FIM DO ESPÍRITO COMUNITÁRIO

A assinatura no passado dia 26 de Fevereiro do Tra­tado de Nice poderá conside­rar-se o início da conclusão do processo de reforma das Instituições Comunitárias e de redefinição dos poderes dos Estados Membros da UE.

A reforma institucional da União Europeia tomou-se ine­vitável por força do previsto alargamento de 15 para 27 dos seus Estados - Membros.

Países

Alemanha Reino Unido França Itália Espanha Holanda Grécia Bélgica Portugal Suécia Austria Dinamarca Finlândia Irlanda Luxemburgo

Total:

As decisões do Conselho, quando for caso disso, impõem a obtenção de uma dupla maio­ria qualificada de 62 votos (no total de 87) manifestados por, pelo menos, 1 O países, sendo de 26 votos a minoria do blo­queiO.

A adesão à UE dos 12 países candidatos - dez do leste europeu e, ainda, Chipre e Malta - tomou imperativa a reforma da arquitectura insti­tucional comunitária, debatida e perspectivada no ciclo de Conferências Intergovema­mentais realizado com esse fim e prevista logo após a assina­tura do Tratado de Amesterdão (1997), o qual não conseguiu dar respostas adequadas às

População Votos (milhões) actuais 82,038 10 59,247 10 58,966 10 57,610 10 39,394 8 15,760 5 10,533 5 10,213 5 9,980 5 8,854 4 8,082 4 5,313 3 5,160 3 3,744 3 0,429 2

375,323 87

Além do Conselho e do Par­lamento, há outras Instituições fundamentais no funcionamento comunitário: a Comissão Euro­peia, o Tribunal de Justiça e o Tribunal de Contas e, ainda, o Comité Económico e Social, o Comité das Regiões e o Comité para o Emprego.

Por Mestre José Maciel

(Professor convidado da Universidade do Minho)

questões levantadas pelo alar­gamento.

Na Europa a 15 (desde 01.01.1995 com a entrada da Áustria, Finlândia e Suécia) e até à ratificação, durante os próximos dois anos, pelo Parla­mento Europeu e pelos Estados - Membros, do Tratado agora assinado, os votos no Conse­lho e lugares no Parlamento, estão distribuídos do seguinte modo:

Lugares no PE

99 87 87 87 64 31 25 25 25 22 21 16 16 15 6

626

A Comissão Europeia tem sido o motor da acção comu­nitária e do desenvolvimento do processo de integração da Europa. Este papel foi par­ticularmente relevante na 2a metade dos anos 70 e na década de 80, coincidindo com a pre­sidência de Jacques Delors e a

"Revolução I Resolução Europeia" 23

Page 25: Colóquios RIEP 2001: Revolução/Resolução Europeia

liderança alemã do Chanceler Kohl.

A Comissão é constituída por 20 membros sendo que Ale­manha, Reino Unido, França, Itália e Espanha dispõem do direito a nomear, cada um, dois

Comissários, distri-buindo-se

os restantes pelos outros 1 O

Estados.

A entrada em vigor, a con­cretizar-se, do Tratado de Nice implicará alterações substan-

ciais do número de votos no

Conselho e de lugares no Parla­

mento Europeu (PE), Comité

Económico e Social (CES) e

Comité das Regiões (CR), nos

seguintes termos:

Países População Votos Novos Novos lugares CES CR (milhões)

Alemanha 82,038 Reino Unido 59,247 França 58,966 Itália 57,610 Espanha 39,394 Holanda 15,760 Grécia 10,533 Bélgica 10,213 Portugal 9,980 Suécia 8,854 Austria 8,082 Dinamarca 5,313 Finlândia 5,160 Irlanda 3,744 Luxemburgo 0,429

Subtotal: 375,323

Polónia 38,667 Roménia 22,489 Rep. Checa 10,290 Hungria 10,092 Bulgária 8,230 Eslováquia 5,393 Lituânia 3,701 Letónia 2,439 Eslovénia 1,978 Estónia 1,446 Chipre 0,752 Malta 0,379

Subtotal: 105,856

Total: 481,179

O critério para a obtenção

da mawna qualificada, enquanto não se verificarem novas adesões, obrigará à

obtenção de 170 votos em 237 (72%) e terão que representar 62% da população comuni­tária, e quando a União for alargada a 27 países, a maioria exigirá 258 votos em 345 (ou

seja 75%).

actuais Votos no PE 10 29 99 10 29 72 10 29 72 10 29 72 8 27 50 5 13 25 5 12 22 5 12 22 5 12 22 4 10 18 4 10 17 3 7 13 3 7 13 3 7 12 2 4 6

87 237 535

8 27 50 6 14 33 5 12 20 5 12 20 4 10 17 3 7 13 3 7 12 3 4 8 3 4 7 3 4 6 2 4 6 2 3 5

47 108 197

134 345 732

Verifica-se, assim, a intro­

dução de um critério demo­

gráfico que confere um poder

acrescido à Alemanha, o país mais populoso da UE que, com o apoio de dois Estados com

direito a 29 votos, poderá vetar

qualquer decisão. A extensão das votações

por mawna qualificada,

embora ainda não possível em

24 24 24 24 24 24 24 24 21 21 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 9 9 9 9 9 9 6 6

222 222

21 21 15 15 12 12 12 12 12 12 9 9 9 9 7 7 7 7 7 7 6 6 5 5

122 122

344 344

áreas como a fiscalidade, segu­

rança social ou imigração, e

a flexibilização do conceito

da cooperação reforçada, que

poderá ser decidida por metade

mais um dos Estados - Mem­

bros, aumenta sem dúvida o

poder dos Estados mais pode­

rosos e reduz a importância

do órgão comunitário execu­

tivo por excelência - a Comis-

24 XV III Colóquios de Relações Internacionais Económicas e Políticas

Page 26: Colóquios RIEP 2001: Revolução/Resolução Europeia

são - cujo Presidente passará

a ser eleito por maioria qualifi­

cada com poderes para nomear

e demitir os outros Comissários,

um por país, até que se verifique

o alargamento a 27 Estados,

altura em que adoptando-se a

regra da rotatividade passará

a haver menos comissários do

que países membros.

Concluindo: a entrada em

vigor do Tratado de Nice terá

como consequência a desvalo­

rização da perspectiva comu­

nitária da UE e o aumento

de poder dos Estados, nomea­

damente dos mais poderosos,

em particular a Alemanha, que

ganhou posição relativamente

à França, Reino Unido e Itália.

De referir o aumento do

poder de decisão da Espanha

que descola do grupo dos países

intermédios e assume papel

relevante junto dos 4 grandes; o

mesmo se pode dizer da Poló­

nia, logo que se concretize a sua

entrada na União Europeia.

Desfeito que está o sonho

dos fundadores e dos que,

mais tarde, neste processo esti­

veram à sua altura (Delors,

Kohl, Miterrand e mesmo ou­

tros como Gonzalez e Cavaco

Silva) resta aos actuais líderes

políticos a defesa do "interesse

nacional", em particular nos

grandes "jogos" internacionais

em que se transformarão as

Cimeiras Europeias ... e aguar­

dar os resultados do novo

processo constitucional, cujos

preparativos estão já lançados,

e se espera poder concluir-se

em 2004 numa Europa prova­

velmente já alargada a 21 Esta­

dos Membros.

A estratégica abertura da

União Europeia a leste, im­

posta pelo desmoronar do bloco

soviético e do fracasso das eco­

nomias de planificação central

veio, sem margem para dúvi­

das, condicionar o aprofunda­

mento do projecto comunitário,

pois os países mais poderosos

da UE não quiseram abdicar

da possibilidade de o controlar.

Assim, enquanto os países mais

pequenos, como Portugal, con­

centravam todos os esforços na

manutenção do "seu" Comis­

sário, e não no reforço do

seu poder institucional, prepa­

rava-se a mudança da arqui­

tectura institucional da União

Europeia, e pôs-se fim ao

"espírito comunitário" que não

se deve esperar vir a renascer

no processo constitucional de

2004.

2001/03/01

Sl,!IYOO UH tH.� n.i.tro M WM'r$5AO {u«Jif J,.t . _

... f()fnt,,U f()� �'M OOS lfROfOOkU DA OM'CifA Dl flrC€.

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"Revolução I Resolução Europeia" 25

Page 27: Colóquios RIEP 2001: Revolução/Resolução Europeia

O debate sobre a política

externa e de defesa europeia

foi impulsionado pelo fim da

Guerra Fria que abriu novas

oportunidades de protagonismo

para a Europa e que, simul­

taneamente, lhe lançou novos

desafios. A polémica em tomo

da defesa europeia surgiu da

necessidade de redefinir as

relações Euro-Atlânticas encon­

trando um novo equilíbrio entre

a União Europeia (UE) e a

OTAN (Organização do Tra­

tado do Atlântico Norte). Sem

a ameaça soviética, tomava-se

cada vez mais dificil justificar o

apoio financeiro dos EUA para

a defesa do Velho Continente.

Os próprios Europeus tomaram

consciência da inevitabilidade

da assunção de maiores respon­

sabilidades no campo da sua

segurança, dado o cenário de

instabilidade e de segurança rei­

nante. A guerra na Jugoslávia

veio demonstrar o potencial de

instabilidade da antiga zona co­

munista. A OTAN mostrou ser a

única organização militar equi­

pada com uma estrutura eficaz

e forte de comando e controle

capaz de pôr fim ao conflito da

Bósnia e de libertar Sarajevo.

No conflito armado no Kosovo

de 1999, os Americanos forne­

ceram mais de 80% dos recur­

sos para as operações aéreas e

foram responsáveis por cerca de

metade dos voos. Efectivamente,

é dificil vislumbrar um cenário

de retirada das forças america­

nas da Europa.

A Europa via-se na obri-

"A Defesa Europeia"

gação de remediar estas suas

limitações. A introdução da

Política Externa e de Segurança

Comum no Tratado de Maastri­

cht de 1992 (Tratado da União

Europeia, TUE) e a consagração desta área como II Pilar, foram

a maneira encontrada de dar

maior solidez a uma cooperação

política europeia pouco empe­

nhada e desenvolvida. O seu

objectivo era fornecer um enqua­

dramento que permitisse à EU

responder aos novos desafios e

a novos tipos de emergências.

E a progressiva definição de

novas funções europeias ( espe­

cialmente na área da política

externa) inevitavelmente con­

duziu ao projecto de criar uma

capacidade autónoma de defesa

europeia e a rever o conceito

estratégico da OTAN. O TUE fala da "eventual" definição de

uma política de defesa, ao passo

que o Tratado de Amsterdão fala

"na progressiva definição" da

mesma.

E é neste contexto que

reassume especial papel a velha

e quase inoperante União da

Europa Ocidental (UEO). O

TUE fala no desenvolvimento

Por Doutora Maria do Céu Pinto

(Prof! Auxiliar - Escola de

Economia e Gestão)

da UEO como "componente de

defesa da EU e como meio

de reforçar o pilar europeu da

Aliança Atlântica" e menciona

a eventual integração da UEO

na EU. O Tratado de Amsterdão

viria a ficar aquém das expecta­

tivas ao não definir as modalida­

des de inclusão da UEO na EU,

tal como o pretendiam os Fran­

ceses.

Na sequência destas

decisões, a UEO ganhou um

novo alento, actualizando a sua

filosofia em termos de estra­

tégia, actuação e estrutura de

membros. O Conselho Europeu

de Colónia de Junho de 1999

constituiu um avanço notável

no plano da defesa europeia ao

formalmente comprometer a EU

numa política comum de segu­

rança e defesa destinada a dotá-la

da capacidade de "actuação

autónoma, apoiada em forças

militares credíveis". Os desen­

volvimentos no Kosovo foram

determinantes para esta posição

ao porem em evidência a fra­

queza europeia. A mudança de

atitude dos Britânicos, que pas­

saram de uma visão conserva­

dora sobre a defesa europeia,

para uma atitude cooperativa,

contribuiu decididamente para

os avanços alcançados.

Na prática, esta determi­

nação implica a absorção da

UEO na EU como núcleo a

partir do qual se desenvolverá a

política de defesa. Na Cimeira de

Nice foram definidas a inclusão

na UE das funções da UEO rela­

tivas (exclusivamente) às cha-

26 XV III Colóquios de Relações Internacionais Económicas e Políticas

Page 28: Colóquios RIEP 2001: Revolução/Resolução Europeia

macias "tarefas Peters-berg". Ora

é importante analisar em que

moldes se de-fine esta política de

defesa europeia. É preciso voltar

ao Tratado de Amsterdão onde

ela vem configurada como "mis­

sões humanitárias e de evacua­

ção, missões de manutenção da

paz e missões de forças de com­

bate em situações de gestão de

crises, incluindo missões de res­

tabelecimento da paz". São as

chamadas "tarefas Petersberg"

que foram definidas pela UEO

na Declaração de Petersberg de

Junho de 1992 e que configuram

tarefas militares ou semelhantes

a empreender pela organização.

São tarefas que não as estrita

defesa comum face a uma agres­

são, aliás a principal função da

UEO, ao abrigo do Artigo V do

Tratado modificado de Bruxelas.

As "tarefas Petersberg"

cobrem um amplo espectro de

actividades por parte das forças

armadas, que vai da assistência

em situações de tensão prévias

ao conflito, até ao uso da força no

contexto de uma intervenção da

sociedade internacional. Quer

isto dizer que as funções de

defesa da EU serão do tipo

"soft-security": a possibilidade

de intervir com recursos mil i­

tares em crises internacionais

está criada, mas, pelo menos de

momento, não tem implicações

no desenvolvimento de uma

estrutura de "hard-security".

Ora, se a UEO é a

componente de defesa da EU,

é importante não esquecer, tal

como sublinhava o TUE, que

a UEO constitui igualmente o

"pilar europeu" na OTAN. A

política de defesa europeia deve

ser compatível com a da Aliança

Atlântica. Uma iniciativa revo­

lucionária da Cimeira de Helsín­

quia de Dezembro de 1999, foi

o plano de criação uma força de

defesa europeia. Trata-se duma

Força de Reacção Rápida a ser

criada até 2003 composta por

50 000 - 60 000 homens e dotada

de es-truturas de comando, con­

trolo, intelligence e outros ser­

viços de suporte, bem como de

ele-mentos aéreos e navais.

Nos EUA, o Pentágono

acolheu o plano descrevendo-o

como "um passo na direcção

certa" e considerou-o um com­

plemento da OTAN que ajudará

a fechar o "capabilities gap", o

fosso existente entre os EUA e a

Europa no que se refere às

capacidades militares .. Assegu­

rado pelos seus aliados de tal

força será usada para reforçar a

OTAN e não para enfraquecer

os laços de segurança transatlân­

ticos, Washington não ofereceu

oposição pública ao plano. De

facto, personalidades do apare­

lho de defesa afirmaram que

vêem nele uma oportunidade de

gerar apoio político na Europa

para o aumento das despesas

no sector militar necessário para

colmatar o dito fosso entre as

duas partes do Atlântico no que

se refere às capacidades milita­

res. Como é frequentemente refe­

rido, os Europeus investem na sua

defesa o correspondente a dois

terços do orçamento americano,

mas com um potencial que ronda

os 10%. A reacção quase hostil

da nova administração americana

ao núcleo do exército europeu,

parece ter lançado um balde de

água fria sobre as iniciativas euro­

peias. Resta saber até que ponto a

administração Bush se vai distan­

ciar da política do seu antecessor,

como de momento se deixa ante­

ver.

A não haver recuos nos

ganhos adquiridos, o mais pro­

vável será uma "divisão de tare-

fas" entre a EU/UEO e a OTAN.

Assim, a interacção entre as duas

organizações é baseada num

laço hierárquico. A EU/UEO só

poderá agir num contexto estra­

tégico elaborado pela OTAN.

Neste contexto, a UEO perde

qualquer possibilidade de actu­

ação autónoma e independente.

Tomou-se um corpo operativo

politicamente dependente da EU

e do ponto de vista militar,

dependente das capacidades da

OTAN.

A teoria prevalecente é,

aliás, a construção de uma Iden­

tidade Europeia de Segurança e

Defesa que leve à partilha das

responsabilidades da segurança

transatlântica e que permita à

EUconduzir missões militares

com as estruturas de comando,

forças e equipamentos ao serviço

da OTAN. O acordo de Berlim

da OTAN de 1996 foi configu­

rado precisamente neste sentido.

Os ajustamentos intro-duzidos

na estrutura de co-mando já per­

mitem a condução de operações

de contingência da OTAN (tipo

manutenção ou restabelecimento

da paz) lideradas pela EU/UEO,

embora dependentes da cadeia de

comando da OTAN. As "Forças

Conjuntas e Combinadas" da

OTAN permitem aos Aliados

europeus usarem os meios da

OTAN sem envolver neces­

sariamente os aliados america­

nos (onde tal se justifique). As

decisões da Cimeira da OTAN

de Washington de 1999 vão

igualmente no sentido de reco­

nhecer as aspirações europeias

de um maior protagonismo em

termos de defesa e confirmaram

as percepções dos Americanos

que uma Europa mais forte em

termos de defesa é um factor

de dinamismo para a Aliança no

séc. XXI.

"Revolução I Resolução Europeia" 27

Page 29: Colóquios RIEP 2001: Revolução/Resolução Europeia

A Adesão dos países de Leste à União Europeia e o EURO

A adesão dos países de

Leste à União Europeia (U.E.)

tem suscitado as mais diversas

questões, das quais destacaria

as seguintes: quando se concre­

tizará, se será feita por etapas,

se haverá períodos de tran­

sição em várias matérias, que

efeitos terá sobre as econo­

mias portuguesa e europeia, se

estes países vão aderir ao euro

e como este se comportará à

medida que os países de Leste

entrarem lJl( União Econóó­

mica e Monetária (U.E.M.). O

presente artigo tece breves con­

sidera-ções sobre estas duas

últimas questões.

Um facto que convém

esclarecer é que a adesão à

União Europeia não acontecerá

necessariamente em simultâ­

neo com a adesão à União

Económica e Monetária. Qual­

quer país candidato à U.E.M.

terá que cumprir os critérios

de convergência estipulados

no Tratado de Maastricht, da

mesma forma que Portugal e

os outros onze membros da

U.E.M. o fizeram. Assim, o

défice orçamental não poderá

ultrapassar 3% do Produto

Interno Bruto (PIB), a dívida

pública não deverá ultrapassar

60% do PIB, a taxa de inflação

não poderá ultrapassar em mais

de 1 ,5 pontos percentuais a

média das três taxas mais

baixas, a taxa de juro de longo

prazo não poderá ultrapassar

em mais de 2 pontos percen­

tuais a média das taxas dos três

Por Prof. Doutor Francisco Veiga (Departamento de Economia

da Universidade do Minho)

países com menor inflação e,

finalmente, a moeda do país

candidato deverá permanecer

pelo menos dois anos no actual

Mecanismo de Taxas Cambiais

(MTC II) sem sofrer qualquer

realinhamento.

Actualmente, não há

um único país candidato que

cum-pra todos estes critérios,

pelo que nenhum está em

condições de aderir já à U.E.M.

e adoptar o euro. Vários países

poderão até demorar muitos

anos até serem capazes de o

fazer. Assim, mesmo alguns ou

todos os países do chamado

pelotão da frente (República

Checa, Hungria, Polónia, Eslo­

vema, Estónia e Chipre)

venham a aderir à União Euro­

peia já em 2003, o mais

provável é que as primeiras

adesões ao euro por parte de

países de Leste só se verifi­

quem pelo menos dois anos

mais tarde.

Podemos também iden­

tificar um grupo de "retar­

datários" cuja situação

economtca não permite uma

breve adesão à União Europeia

e muito menos à U.E.M. Neste

grupo encontram-se países

co-mo a Bulgária, a Roménia,

a Eslováquia, a Letónia e a

Lituânia, cujas reformas econó­

micas e transição para uma

economia de mercado têm

avançado mais lentamente que

nos países do chamado pelo­

tão da frente. Podemos também

acrescentar a Turquia que, para

além do já bem conhecido pro­

blema ao nível dos direitos

humanos, tem uma taxa de

inflação (de 39% em Dezem­

bro de 2000) que não lhe per­

mite pensar em aderir à U.E.M.

nos próximos anos.

No que toca aos efei­

tos da adesão de mais países à

U.E.M. sobre o euro, é difícil

dizer se este sairá fortalecido

ou enfraquecido. Por um lado,

quantos mais países adoptarem

o euro como sua moeda, maior

será a área em que este circula,

o que aumentará a sua utilidade

como meio de trocas e impul­

sionará a procura por euros,

tomando esta moeda mais forte

e mais importante no sistema

monetário internacional. Aliás,

a crescente integração das eco­

nomias dos países de Leste com

a da União Europeia, que se

intensificará ainda mais após a

adesão destes países à mesma,

fará com que o euro seja cada

vez mais utilizado nas trocas

internacionais, o que já o for­

talecerá ainda antes de os países

de Leste o adoptarem como

sua moeda nacional.

28 XVIII Colóquios de Relações Internacionais Económicas e Políticas

Page 30: Colóquios RIEP 2001: Revolução/Resolução Europeia

Por outro lado, a adesão

de países com historiais de

maior inflação, menor rigor nas

finanças públicas, maior ins­

tabilidade económica e eco­

nomias de mercado menos

desenvolvidas tenderá a enfra­

quecer o euro, por pôr em risco

a estabilidade de preços na

zona-euro. A própria gestão da

política monetária poderá tor­

nar-se mais complicada pelo

facto de os governadores dos

bancos centrais dos países ade­

rentes à U.E.M. passarem a ter

assento no Conselho do Sis­

tema Europeu de Bancos Cen­

trais. Ou seja, ao passarmos dos

actuais 18 membros (seis da

Comissão Executiva do BCE

! D.�O!Ir A U ,MIO$ JJAQ _.�· 1/AI'.Q$ ff' (O.IJf(Pffl/íCÕE$.

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9'i?':r

mais os doze governadores

dos bancos centrais nacionais)

para 30, o processo de decisão

tornar-se-á mais complicado,

sendo ainda mais difícil obter

consensos.

Uma forma possível de

solucionar este problema seria

seguir o sistema da Reserva

Federal dos E. U.A., em que há

rotatividade dos governadores

dos bancos regionais, de forma

a estes estarem em minoria

no Comité Federal do Mer­

cado Aberto (são 5 de cada

vez, contra seis governadores a

nível federal). No entanto, este

siste-ma poderá não ser politi­

camente aceitável para muitos

países da União Europeia, que

JUlillfXJ ,45 ff!(viSÔ!$ .···· fAiA OS PRÓXJI'.OS �/toS. .

>�---. ·-(-_,w·---�-- - --'{", ··./i..-··1 �-_.-'i_..'O:,'\.,.,,· >' •• •-wl!.,.,;

.c..

se veriam periodicamente ar­

redados de tomar parte na

decisão da política monetária

da zona-euro.

Em suma, a adesão dos

países de Leste ao euro não

está para breve e as consequê­

ncias da mesma sobre o valor

internacional daquela moeda

são difíceis de prever. No en­

tanto, a crescente integraçção

económica destes países com a

U.E. contribui para uma maior

utilização do euro nas trocas

internacionais, o que contribui

para a sua afirmação no sis­

tema monetário internacional.

... POffiJ(,At �AJ MfASAf -SE fH iftAç,j'() Â fV.a'tf.>t C �<?' '�

2001-03-02

9�

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"Revolução I Resolução Europeia" 29

Page 31: Colóquios RIEP 2001: Revolução/Resolução Europeia

Grécia Portugal

Espanha Itália

França Luxemburgo

Irlanda Reino Unido

Bélg1ca Países Baixos

Alemanha Dinamarca

Ãustria

*Os territórios não continentais e ultramarinos não aparecem

Chipre Malta

Turquia Bulgária

Roménia

Eslovénia Hungria

República Eslovaca República Checa

Polónia Lituânia

Letónia Estónia

30 XVIII Colóquios de Relações Internacionais Económicas e Políticas

Page 32: Colóquios RIEP 2001: Revolução/Resolução Europeia

Agradecimentos

Agradecemos a todas as pessoas que dentro e fora da Universidade

do Minho contribuíram de alguma forma para a realização deste evento.

O nosso muito obrigado ao Prof. Doutor Manuel Gonçalves Mar­

tins, ao Prof. Doutor Luís Filipe Lobo-Fernandes, à Prof. Doutora Maria

do Céu Pinto, ao Prof. Doutor Francisco Veiga e especialmente ao Mestre

José Maciel por todo o apoio e por acreditar desde o início no nosso pro­

jecto.

A Comissão Organizadora

"Revolução I Resolução Europeia" 33

Page 33: Colóquios RIEP 2001: Revolução/Resolução Europeia

��um dia virá em que veremos que esses dois

grupos imensos, os Estados Unidos da América

e os Estados Unidos da Europa, colocados um

em frente ao outro, estendendo a mão por cima

das barreiras, trocando os seus produtos, o seu

comércio, a sua industria."

Victor Hugo, Congresso da Paz, 1849

34 XVIII Colóquios de Relações Internacionais Económicas e Políticas

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EEG

~QCaixa Geral"'''' de Depusitos

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Apoios

Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho

GARIEB

Associação Académica da Universidade do Minho

Instituto Português da Juventude

Caixa Geral de Depósitos

Radio Mais FM

Direcção do Curso

Universidade do Minho

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