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CAPA A soja pode superar 90 milhões de toneladas e ultrapassar a safra americana, mas o produtor prefere a cautela à euforia O Brasil chega ao topo Texto Rodrigo Vargas * Fotos José Medeiros Colheita do grão no município de Sorriso (MT)

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Page 1: Colheita do grão Sorriso (MT) O Brasil chega ao topoMato Grosso Brasil 23,4 24,1 25,0 27,7 29,4 6,2 6,4 7,0 7,9 8,2 *Previsão Fonte: Mato Grosso: Imea; Brasil: Conab Estimativa de

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A soja pode superar 90 milhões de toneladas e ultrapassar a safra americana, mas o produtor prefere a cautela à euforia

O Brasil chega ao topoTexto Rodrigo Vargas * Fotos José Medeiros

Colheita do grão no município de Sorriso (MT)

Page 2: Colheita do grão Sorriso (MT) O Brasil chega ao topoMato Grosso Brasil 23,4 24,1 25,0 27,7 29,4 6,2 6,4 7,0 7,9 8,2 *Previsão Fonte: Mato Grosso: Imea; Brasil: Conab Estimativa de

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O CUSTO DE PRODUÇÃO SUBIU 23% EM MATO GROSSO E DEVE REDUZIR A RENTABILIDADEnesta safra uma média de R$ 2.347,47 por hecta-re, aumento de 23% em relação ao período anterior, quando o custo médio foi estimado em R$ 1.908,09. Pesaram, nessa conta, o aumento nos preços dos principais insumos e o surgimento de novas e de-safiadoras pragas, como a lagarta Helicoverpa armi-gera, que obrigou produtores a praticamente dobrar o número de aplicações de defensivos.

“A perspectiva é muito boa, com uma área ain-da maior do que a Conab estimou. O grande ponto é que o custo subiu muito, diferentemente dos últi-mos anos, e os preços se mantiveram praticamente os mesmos, com tendência de queda”, avalia o su-perintendente do Imea, Otávio Celidônio. “Desta vez, vamos ter produtores que não irão ganhar dinheiro,”

CautelaMaior produtor de grãos do país, Mato Grosso

também deverá atingir números inéditos na colhei-ta da soja. A estimativa é que a produção alcance 26 milhões de toneladas, um aumento de 10% sobre uma área plantada 7% maior, segundo a Conab. Es-caldados com o excesso de otimismo que antecedeu a crise que atingiu o setor entre 2005 e 2007, produ-tores da região médio-norte do Estado, que deverão colher mais de 9 milhões de toneladas, se esforçam para não demonstrar a mesma empolgação dos ana-

Caminhões estacionados nas lavouras para carregar

Neto do lendário André Maggi, pa-triarca da família que mais plan-ta soja no planeta, o agrônomo Samuel Maggi Locks, de 30 anos, bem que poderia ter optado por uma função dentro da estrutura

da Amaggi, um dos maiores e mais sólidos conglo-merados agrícolas do Brasil. Era o ano de 2006, e ele, recém-formado, sabia muito bem o tamanho da crise que, à época, assolava o agronegócio brasileiro. Mes-mo assim, resolveu apostar suas fichas num empre-endimento próprio. “Queria ser reconhecido não co-mo filho do dono (seu pai é Itamar Locks, casado com uma filha do patriarca), mas como alguém que bus-cou e conquistou seu espaço”, relembra.

A aposta se revelou certeira. Dos 1.400 hecta-res plantados no primeiro ano no município de Sa-pezal, cidade criada pelo avô no noroeste de Mato Grosso, Samuel abriu a colheita da safra 2013/2014 com 13.500 hectares com soja. Ao longo do ano, se-rão 8.000 hectares de milho e 1.000 com algodão.

Os primeiros resultados, das variedades precoce e superprecoce, superaram as expectativas. “Con-siderávamos que, para essas variedades, uma mé-dia de até 52 sacas por hectare estava de bom tama-nho. Estamos colhendo uma média de 56, com algu-mas áreas chegando a quase 70 sacas”, diz Samuel.

Mais pragasO aumento nos custos de produção registrado em Mato Gros-

so e em outras regiões do país está, em boa parte, relaciona-do ao risco de infestação pela agressiva lagarta Helicoverpa ar-migera. Na safra passada, a praga foi responsável por prejuízos de R$ 1,4 bilhão nas culturas de soja, algodão e milho na Bahia. De acordo com Otávio Celidônio, do Imea, a situação até que está bem controlada nas lavouras do Estado. “O problema é que cada aplicação a mais impacta em R$ 0,50 o gasto por saca”, avalia.

A helicoverpa não foi a única ameaça. “Estamos vivendo um foco bastante pesado de mosca-branca e lagarta falsa-medidei-ra, além de algum excesso de chuva, o que provoca muita doença fúngica”, diz Nelson Piccoli.

A quantidade de “problemas novos”, na opinião do produtor Darci Getúlio Ferrarin Júnior, de 33 anos, não encontrou respos-tas rápidas do governo. “Houve lentidão na liberação dos produ-tos de controle da helicoverpa, sem falar que estamos dez anos atrasados na transgenia em relação aos EUA.” Também produ-tor em Sorriso, o gaúcho Adelar Gonzaga Corradi, de 48 anos, diz que a demanda aumentou o custo dos defensivos e que, em mui-tos casos, a eficiência é reduzida. “Temos um problema com a fal-sa-medideira, por exemplo, porque a soja é muito alta e o produto não atinge a parte de baixo. Estamos quase achando que o jeito é deixá-la morrer de velha”, brinca.

A confiança em bons resultados não o faz acre-ditar, porém, numa colheita excepcional. “Estão fa-lando em 95 milhões de toneladas, mas não acredi-to nisso. Tivemos problemas com a chuva e também com as pragas”, afirma.

Segundo ele, os produtores se prepararam corre-tamente para enfrentar a helicoverpa, mas acabaram surpreendidos por outra lagarta. “A falsa-medideira veio com tudo. A helicoverpa foi fichinha perto dela. Isso vai certamente interferir no resultado final”, diz.

Para a safra 2014/2015, Samuel alerta para a pos-sível queda nos preços internacionais da soja, impul-sionada pelo aumento dos estoques, graças às boas colheitas dos principais produtores. “A cada cinco ou seis anos, em média, ocorre uma turbulência. Se o preço cair, como 95% dos analistas estimam, vere-mos quem aprendeu as lições da crise anterior”, diz.

Num ambiente econômico cada vez mais nebu-loso, contar com boas notícias vindas do campo tem sido o que, no mundo das apostas, se convencio-nou chamar de barbada. Neste exato momento, por exemplo, um exército de máquinas ultramodernas avança na colheita do que poderá ser, até mesmo se-gundo as previsões mais cautelosas, a maior safra de soja da história, somando mais de 90 milhões de toneladas – o que, ao preço médio de R$ 50 a saca, deve render cerca de R$ 75 bilhões.

Levantamento divulgado pela Companhia Nacio-nal de Abastecimento (Conab) em janeiro indica que a área plantada com soja no país cresceu 6,6%, um in-cremento de quase 2 milhões de hectares. E, mesmo com o investimento em novas frentes de trabalho, a produtividade seguirá em alta: 4%. No chamado Ma-topiba – região produtora onde a cultura mais cresce e que abrange os Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia –, a previsão é de 30% de aumento de produtividade, em média, depois da seca que preju-dicou as lavouras na safra passada.

Para chegar a mais uma supersafra, no entanto, os agricultores brasileiros tiveram novamente de exercitar aquela capacidade inata que vem sendo aprimorada nos últimos 40 anos: a de tirar leite de pedra. O clima, por exemplo, não foi tão favorável, especialmente na Região Centro-Oeste, maior pro-dutora do grão no país (47% do total), onde a chuva chegou com atraso no início do plantio.

O aumento nos custos de produção foi outra bar-reira a superar. De acordo com levantamento do Ins-tituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), os agricultores de Mato Grosso gastaram

Além da soja, Samuel Maggi Locks cultiva milho e algodão

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colher igual ao ano passado. A variação, se houver, será por conta do clima. De uma maneira geral, não percebemos grandes mudanças em termos de ma-nejo. Então, acho que teremos uma safra normal, o que não é uma má notícia”, avalia. Gaúcho de San-ta Rosa, o “berço da soja”, Pozzobon chegou a Mato Grosso há 28 anos. Atualmente, planta 2.500 hec-tares com soja na primeira safra e usa a metade da área para fazer a chamada “safrinha” de milho. Ele atribui os bons resultados obtidos pelo setor nos úl-timos anos a uma “conjunção de fatores”. “Ocorre-

tor mundial do grão. Sócio num empreendimento fa-miliar que reúne 19.000 hectares de lavouras, Bedin diz que a produção poderá ser maior em virtude do aumento de área, mas diz não acreditar em ganhos de produtividade. Um dos motivos, segundo ele, foi a irregularidade do clima. “No momento do plantio, o clima deixou a desejar. Houve lugares em que cho-veu uma vez a cada 20 dias, o que atrasou o plantio e aumentou o ataque de pragas. Em dezembro, em outros locais, a chuva veio muito intensa, o que pre-judica a produtividade”, afirma.

Para o catarinense Luís Carlos Scapucin, de 65 anos, a experiência da safra anterior, quando o ex-cesso de precipitação no momento da colheita frus-trou a expectativa de safra em algumas regiões, en-sinou os produtores a analisar as estimativas com cautela. “A gente só pode contar com o produto de-pois que está no caminhão, em cima da balança. Atu-almente (meados de janeiro), tem chovido demais e isso sempre prejudica muito em termos de colheita. No ano passado, no mês de janeiro, se perdeu bas-tante soja, e o que foi colhido registrou piora na qua-lidade. Tudo aponta que vai ser uma boa safra, mas ainda temos muito chão para andar.”

Elso Pozzobon, de 60 anos, outro produtor local, afirma que a atual safra deverá se caracterizar muito mais pela estabilidade que por um avanço expressi-vo nos resultados da colheita. “Minha expectativa é

Colheita gaúchaO s agricultores esperam colher neste ano o resultado de uma

bem-sucedida estratégia de recuperação após a quebra da safra 2011/2012, quando o setor amargou perdas estimadas em R$ 17 bilhões. “Foi um pavor o que aconteceu, mas, felizmente, conseguimos um bom entendimento para refinanciar a safra. Ou seja, a seca amargou, mas não travou o processo produtivo por aqui”, afirma Carlos Sperotto, presidente da Federação da Agricul-tura do Rio Grande do Sul (Farsul).

Segundo ele, a expectativa neste ano é superar a marca de 30 milhões de toneladas de grãos. No caso específico da soja, a Conab prevê uma produção de 13,2 milhões de toneladas, um aumento de 103% em relação ao obtido na safra 2011/2012.

“O clima está favorável e o setor vem fazendo importantes in-crementos de tecnologia, e o combate preventivo à helicoverpa não impactou tanto o custo de produção. De uma maneira geral, a expectativa é muito positiva.”

A RECUPERAÇÃO DA DEMANDA DO MERCADO CHINÊS ANIMA OS AGRICULTORES DO BRASIL

Produtores aproveitam a estiagem para acelerar a colheita em Mato Grosso

listas. “Não é que não seja uma safra boa. Com esse clima que temos, a gente sempre produz bem. Mas não é aquela supersafra que todos estão falando. As dificuldades foram muito maiores do que em sa-fras passadas”, diz o gaúcho Argino Bedin, que há 35 anos produz soja na região de Sorriso (a 420 quilô-metros de Cuiabá), município que é o maior produ-

ram algumas secas nos Estados Unidos, aliadas a uma recuperação da demanda do mercado chinês, situações que levaram à redução dos estoques e fi-zeram com que os preços internacionais se elevas-sem. Isso, no nosso caso, fez toda a diferença”, diz.

Gargalos

No campo da logística, os produtores afirmam que os investimentos ficaram muito aquém do necessá-rio. A prometida reestruturação dos portos não veio. O investimento em rodovias e estruturas de arma-

Estimativa de área (em milhões de hectares)

2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14*

Mato Grosso

Brasil

23,4 24,1 25,027,7 29,4

6,2 6,4 7,0 7,9 8,2

*PrevisãoFonte: Mato Grosso: Imea; Brasil: Conab

Estimativa de produção(em milhões de toneladas)

2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14*

Mato Grosso

Brasil

68,675,3

66,3

81,590.3

18,8 20,5 21,3 23,6 25,6

*PrevisãoFonte: Mato Grosso: Imea; Brasil: Conab

Argino Bedin, sócio em 19.000 hectares de lavouras

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Paraná bate recordeO segundo maior produtor de soja do país já havia registrado al-

gumas colheitas nas primeiras semanas de janeiro, segundo informações do Departamento de Economia Rural (Deral), da Se-cretaria de Agricultura e Abastecimento. Pelas previsões oficiais, o Estado deverá atingir uma nova colheita recorde de soja, alcançan-do 16,630 milhões de toneladas, crescimento de 4,5% em relação à safra passada, que atingiu 15,821 milhões de toneladas. A área plantada foi de 4,86 milhões de hectares, 4% superior aos 4,67 mi-lhões de hectares semeados na safra 2012/2013.

Segundo o Deral, os primeiros relatos da colheita apontam para uma safra muito boa. Havia receio de algumas perdas localizadas, em função de um mês de dezembro relativamente seco, mas as chuvas voltaram na virada do ano. A estimativa mais atual informa que 98% da soja paranaense está em boas condições.

Em Mato Grosso, a esperada conclusão do as-faltamento da BR-163, em direção aos portos do Norte, ficou para o final do ano. Um dos principais projetos estratégicos para a região, a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico), foi suspensa pelo Tribunal de Contas da União em razão de fa-lhas no projeto básico. “No caso da logística, hou-ve uma piora considerável, pois o frete, que antes estava em US$ 4,50 a US$ 5 por saca, subiu pa-ra US$ 8 a US$ 9. Muito pouco do que estava pro-metido foi concluído”, lamenta o sojicultor Pozzo-bon. Uma das medidas que mais levaram esperan-ça aos produtores foi o leilão que repassou por 30 anos a concessão de um trecho de 800 quilôme-tros da BR-163 (da divisa com Mato Grosso do Sul até o município de Sinop) à empreiteira Odebrecht. “É uma boa notícia. Resta saber como isso irá fun-cionar na prática”, diz Bedin.

Para a Federação da Agricultura de Mato Grosso (Famato), a solução logística para a região Centro- Oeste depende de um pacote de obras de infraes-trutura orçado em R$ 36 bilhões. Um investimento de grande monta, mas com retorno em curto prazo, afirma Rui Prado, presidente da entidade. “Esse pla-no resultaria em ganhos de R$ 7 bilhões ao ano, ou

seja, o custo se paga em cinco anos.” Outro gargalo, que já vem causando impacto crescente, é o da mão de obra, afirma o dirigente. A alta tecnologia utilizada nas lavouras vem gerando uma demanda por traba-lhadores cada vez mais especializados. “Será preci-so capacitar 1 milhão de pessoas até 2020, ou todo nosso potencial ficará subutilizado”, alerta. O tema se torna ainda mais urgente, na opinião de Prado, quando se analisam os resultados de vários outros setores da economia brasileira. “Todos os anos é a agricultura quem segura o superavit. Este ano, sem essa ajuda, o resultado teria sido desastroso. O se-tor, no entanto, ainda não recebe o respaldo equiva-lente à sua relevância.”

Aprendizado

Ainda que não se confirme como recorde, a nova safra é, para todos os agricultores ouvidos, a confir-mação de um novo e promissor momento para a agri-cultura. O trauma da crise, aparentemente, forçou os produtores a lidar melhor com as flutuações de um negócio de risco, seja com antecipação das vendas, seja pela diversificação de culturas. “Antigamente, o produtor colhia a safra de soja e depois ia para o CTG ficar jogando canastra durante seis meses. Ho-

LOGÍSTICA DEFICIENTE DEVE LEVAR A NOVO CAOS NO ESCOAMENTO DA SAFRA DE VERÃOje não. A propriedade produz o ano inteiro, sem pa-rar”, diz Darci Getúlio Ferrarin, de 69 anos, sócio do filho na DGF Agropecuária. “Na mesma área, planto soja, algodão, milho, sorgo e girassol. E ainda crio ga-do. É como ter uma carteira de ações, o que te deixa menos vulnerável.”

A mudança na gestão das propriedades, na opi-nião do sojicultor catarinense Nelson Luiz Piccoli, de 59 anos, que planta 1.000 hectares no município de Vera, tornou o negócio mais “profissional”.

“O produtor teve uma evolução muito grande des-de a crise de 2005. Profissionalizou-se, foi em bus-ca de gestão interna, o que fez um diferencial mui-to grande de produtividade. Além disso, ele viu que tinha de trabalhar mais capitalizado”, diz. Segundo Piccoli, muitas oportunidades estão se abrindo pa-ra os produtores.

“Vamos viver uma grande transformação agroin-dustrial com a matéria-prima produzida pelo agri-cultor. Os produtores podem entrar nisso, como a transformação do milho em DDG (concentrado que pode ser usado em rações animais) e etanol, gran-des confinamentos de gado, entrar na produção e in-dustrialização do suíno, do frango e do boi. Tudo isso é um momento novo.”

Elzo Pozzobon, que planta 2.500 hectares de soja em Sorriso (MT)

Entardecer de 11 de janeiro: início da colheita no Cerrado mato-grossense

Nelson Piccoli, produtor no município de Vera (MT)

zenagem também foram insuficientes. Hidrovias? Nenhum sinal no horizonte. A aposta é que, se con-firmada, a supersafra certamente fará se repetir o caos na etapa de escoamento, com filas quilométri-cas de caminhões em direção aos portos e demora na liberação dos estoques dos armazéns.