cartas do mato grosso · ano 14 - nº 145 porto alegre julho/2011 distribuiÇÃo gratuita brasil de...

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ANO 14 - Nº 145 PORTO ALEGRE JULHO/2011 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Brasil de Bombachas Cartas do Mato Grosso O Brasil de Bombachas, existe desde o começo do século passado, ou antes dele mesmo. A história a seguir é uma prova. Lá por 1932, o Pedro Gonzalez era carneador – (o profissional que numa charqueada tira o couro do animal abatido) – trabalhava na Charqueada OESTE do coronel Flodoardo Silva em Uruguaiana, quando recebeu uma carta do seu ex-patrão, Alfredo Lemes, vinda de Mato Grosso. A cidade, nem me perguntem! Alfredo era fugitivo da “bandidagem” do Flores da Cunha, que mandaria incendiar sua Charqueada em Uruguaiana, por ser irmão do Honório Lemes, o “Leão do Cavera”, inimigo visceral de Flores. Alfredo Lemes, fugindo dos demônios de Flores atravessou o rio Uruguai numa chalana, e se refugiou em Libres na Argentina, chegou ao sul de Mato Grosso. Para tanto levou suas libras esterlinas, que era a moeda forte na época, fruto da venda de suas terras e propriedades em Uruguaiana. - Meu pai já era empregado do Cel. Flodoardo quando chegou uma carta do Alfredo Lemes, o convidando para ir para Mato Grosso, porque estava montando uma charqueada por lá e precisava dele, conta José Nelson, filho de Pedro. Isso aconteceu por volta de 1932. Mas foi a mãe de José Nelson, Elodina, que não topou a parada. - Falar em Mato Grosso, naqueles anos era o fim do mundo. Minha mãe não concordou pegar 7 filhos pequenos e se mandar para um lugar que ela nem imaginava onde ficava. Elodina faleceu em 1966, com 70 anos. Pedro Gonzalez, nascido em Montevidéu em 1889, faleceu com 91 anos em Uruguaiana. Nunca aceitou falar em português com os filhos. Sempre falava em espanhol. A conversa em família era bilíngue. Sua nora Celina o aconselhava a não comer muito, podia lhe fazer mal, respondia: - “A mi me hace mal mirar e no comer” De Alfredo Lemes, que fugiu da perseguição de Flores da Cunha, ninguém mais soube notícia. Quem sabe a publicação desta matéria, traga alguma luz sobre seu destino e dos seus descendentes. ????? Alfredo e Maria em Libre, em 1925. Pedro Gonzalez no inverno de 1932

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ANO 14 - Nº 145PORTO ALEGREJULHO/2011

DISTRIBUIÇÃOGRATUITA

Brasil de Bombachas

Cartas do Mato GrossoO Brasil de Bombachas, existe desde o começo do século

passado, ou antes dele mesmo. A história a seguir é uma prova. Lá por 1932, o Pedro Gonzalez era carneador – (o profissional que numa charqueada tira o couro do animal abatido) – trabalhava na Charqueada OESTE do coronel Flodoardo Silva em Uruguaiana, quando recebeu uma carta do seu ex-patrão, Alfredo Lemes, vinda de Mato Grosso. A cidade, nem me perguntem!

Alfredo era fugitivo da “bandidagem” do Flores da Cunha, que mandaria incendiar sua Charqueada em Uruguaiana, por ser irmão do Honório Lemes, o “Leão do Cavera”, inimigo visceral de Flores.

Alfredo Lemes, fugindo dos demônios de Flores atravessou o rio Uruguai numa chalana, e se refugiou em Libres na Argentina, chegou ao sul de Mato Grosso.

Para tanto levou suas libras esterlinas, que era a moeda forte na época, fruto da venda de suas terras e propriedades em Uruguaiana.

- Meu pai já era empregado do Cel. Flodoardo quando chegou uma carta do Alfredo Lemes, o convidando para ir para Mato Grosso, porque estava montando uma charqueada por lá e precisava dele, conta José Nelson, filho de Pedro. Isso aconteceu por volta de 1932.

Mas foi a mãe de José Nelson, Elodina, que não topou a parada.- Falar em Mato Grosso, naqueles anos era o fim do mundo. Minha mãe não concordou

pegar 7 filhos pequenos e se mandar para um lugar que ela nem imaginava onde ficava.

Elodina faleceu em 1966, com 70 anos. Pedro Gonzalez, nascido em Montevidéu em 1889, faleceu com 91 anos em Uruguaiana. Nunca aceitou falar em português com os filhos. Sempre falava em espanhol. A conversa em família era bilíngue. Sua nora Celina o aconselhava a não comer muito, podia lhe fazer mal, respondia:

- “A mi me hace mal mirar e no comer”De Alfredo Lemes, que fugiu da perseguição de Flores da Cunha, ninguém

mais soube notícia. Quem sabe a publicação desta matéria, traga alguma luz sobre seu destino e dos seus descendentes.

?????

Alfredo e Maria em Libre, em 1925.

Pedro Gonzalez no inverno de 1932

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Propriedade de Olides Canton - MECNPJ 94.974.953/0001-02Editor: Jorn. Olides Canton - Mtb 4959Endereço: Av. Lavras, 425/303Fone/Fax: (51) 3330.6803e-mail: [email protected] 90460-040 - Porto Alegre/RSEditoração Eletrônica: Rita Martins(9832.8385)e-mail: [email protected]ão: RM&L Gráfica (3347.6575/3061.2900)Os artigos assinados são de responsabilidade dosautores. Os colaboradores não têm vínculoempregatício.

EXPEDIENTE forno à lenha

Horário:

Das 11h da à 1h30min da ININTERRUPTAMENTEmanhã madrugada

3331.96993331.1749

Almoço:

SextaSábadoDomingo eFeriado

Dr. Belmar AndradeØ Cardiologia Preventiva e Cardiologia do EsporteØ Avaliação para prática esportiva

Ø Eletrocardiograma e teste ergométrico

Terças e Quintas à tarde

Av. Praia de Belas, 2174 / 307 - Fone: (51)3907.4093

[email protected]

Vingança de Garção

FALECIMENTO

Coisas da Noite I

Alfredo Daniel Kondörfer, garção e cozinheiro do Agápio foi ‘’socorrer’’ um vizinho, de cerca de 90 anos. Queria ir a farmácia ao lado... Em lá chegando, o velhote deixou a todos surpresos, inclusive umas senhoras que estavam no recinto. Pediu ‘viagra’ ou ‘eleva’ (estimulantes sexuais)A cena se completou quando viram que a bragueta do Daniel estava aberta, ou como se diz no interior estava ‘’ vendendo cachaça’’.

1- João Carlos Martins Prado (27/07/1944-2010) trabalhou em vários bares da Protásio nos anos 70/80.Num deles viu a seguinte cena:Depois de apresentar quatro vezes 1 ‘gin fiz’ - drink - a uma cliente, o maitre o devolveu.O barmen tirou seu membro e o colocou dentro da bebida. Quando esta voltou para a cliente, ela aceitou a bebida a e ainda disse: - Agora sim está bom.

Registramos o falecimento do dono e fundador da Cantina Espina ROCO, do sócio do Ritter Hotel e do proprietário do Hotel Conceição. Todos falecidos dias atrás, aos familiares nossos pesames.

Clientes gostaram da estufa que o Gambrinus colocou na parte externa para espantar o frio...

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SOCIALFESTA DOS 58 ANOS DO VEREADOR ADELI (PT) FOI

PRESTIGIADA POR COMPANHEIROS E AMIGOS, NA NOITE DE 01.07.2011

Confira os códigos de VT’s que serão comercializadosapenas em créditos eletrônicos TEU! a partir de 06 de junho:

Cód. Descrição Tarifa901 CANOAS-NOVO HAMBURGO 2,90902 PORTO ALEGRE-NOVO HAMBURGO 5,45903 CANOAS-SÃO LEOPOLDO 2,90904 PORTO ALEGRE-SÃO LEOPOLDO 4,50905 PORTO ALEGRE-SAPUCAIA / ESTEIO 3,25906 PORTO ALEGRE-CANOAS 2,95907 N.HAMBURGO-FEITORIA/ESTEIO/SAPUCAIA/ESTEIO-CANUDOS 2,75908 CENTRAL MÍNIMA 2,50909 PORTO ALEGRE-N.HAMBURGO (SEMI-DIRETO) 7,70910 N.HAMBURGO-SÃO LEOPOLDO (SEMI-DIRETO) 3,20911 PORTO ALEGRE-SÃO LEOPOLDO (SEMI-DIRETO) 6,30912 MUNICIPAL PARADA 14 SÃO LEOPOLDO 2,35

CENTRAL

Cód. Descrição Tarifa

551 MÍNIMA INTERMUNICIPAL 2,25

552 CANOAS-SÃO LEOPOLDO 2,85

553 PORTO ALEGRE-ESTEIO/SAPUCAIA 3,25

554 PORTO ALEGRE-CANOAS 2,95

555 PORTO ALEGRE-ESTEIO/SAPUCAIA (SEMI DIRETO) 4,55

556 PORTO ALEGRE-SÃO LEOPOLDO 4,75

557 URBANA-SAPUCAIA/COMUNIDADE 2,30

REAL

FOTOS DE TATIANA FELDENS....

Fortunatti, Adeli, Manoela e Comassetto

Judith Dutra, Adeli e Olívio Dutra Adeli com os artistas

Momento do parabens

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* Adeli Sell é vereador do PT / Porto Alegre

Adeli Sell*

Adeli Sell

Não se espante com o título. A coisa é bem pior do que se imagina, pois selvagem é a forma como muitos perdem a vida no trânsito, resultado da falência de papéis importantes, como de uma fiscalização afirmativa e constante e da responsabilidade de motoristas e pedestres.

Não é possível que autoridades do tema e a comunidade porto-alegrense não consigam vencer a etapa do terrível diagnóstico de caos do trânsito e migrem para a melhoria e superação do sistema.

Uma façanha estamos conseguindo, mais carros na rua conduzidos por motoristas menos humanos e preparados. Mais sujeitos que, apesar do custo, do tempo e dos perigos da

direção automotiva querem abandonar o transporte coletivo e protagonizar a agonia da mobilidade segurando um volante.

Os números mostram e evidenciam que o trânsito brasileiro mata tanto quanto a guerra em países bélicos. Os jovens brasileiros morrem violentamente nos finais de semana, em saídas de festas. E de quem é a culpa? De todos!

Para ser franco, a responsabilidade inicia em nossas casas, passa por empresas e paira no governo – em todas as esferas – que discursa e não age. Do crescimento de vendas de carros combinado com a falta de investimento em infra-estrutura; da dormência de projetos de transporte alternativos ao modelo rodoviário à falência dos padrões coletivos. Não esquecendo das leis brandas para os infratores.

Mas como sabemos que as pessoas vivem as cidades, temos que olhar para a nossa Porto Alegre e exigir que os fiscais saiam da moita e multem a olhos vistos, literalmente. A cidade precisa de fiscalização dura e presente. Multar a vista dos motoristas, pois quem regula o trânsito precisa estar orgulhoso de fazer cumprir as leis. Sem medo, sem receios, por que temor deve ter apenas quem é infrator, quem ceifa vidas.

Em recente Fórum na Capital sobre Mobilidade Urbana apontei que a EPTC não faz educação para o trânsito. Pois bem, se fiscaliza mal e educa pouco, o que está fazendo nossa EPTC? Teria perdido seu foco? Há um distanciamento do agente de trânsito com o motorista e o pedestre. Sim, menciono o pedestre também, por que nunca se deu uma multa para um transeunte, embora seja autorizado e determinado em nosso código de trânsito.

A solução combina muitas ações: educação e formação de novos condutores, publicidade ética, fiscalização efetiva e investimento em transporte coletivo, uso de bicicletas e alternativas ao carro. É hora de pressionar para melhorar o transporte público de passageiros, com horários adequados e com qualidade para o usuário. É hora também de exigir ciclovias, pois o Plano Cicloviário já foi alardeado, agora cabe ser feito.

Está na hora de mudanças, de trocar a inércia por atitudes, de ter mais ousadia, mais pegada de gestão. Se os turistas gaúchos amam os metrôs europeus, as ciclovias da Alemanha e a presença da fiscalização estadunidense, é preciso inspiração nestes modelos aqui. Avante, sinal verde para a vida e o bem-estar.

A selvageria do trânsito em Porto AlegreF

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