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COLÉGIO JOÃO PAULO I – UNIDADE SUL INTRODUÇÃO A METODOLOGIA CIENTÍFICA 2020 TURMA: 9B Câncer de pele no Brasil Aluno: Eduardo Gadret Magalhães Orientadora: Simone Azevedo Porto Alegre/RS 2020

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COLÉGIO JOÃO PAULO I – UNIDADE SUL

INTRODUÇÃO A METODOLOGIA CIENTÍFICA 2020

TURMA: 9B

Câncer de pele no Brasil

Aluno: Eduardo Gadret Magalhães

Orientadora: Simone Azevedo

Porto Alegre/RS

2020

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1) INTRODUÇÃO

O tema escolhido para a pesquisa é “Câncer de Pele no Brasil”, pois o impacto

socioambiental dessa doença é muito forte. O câncer de pele é causado pelo

crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Maior órgão

do corpo humano, a pele é composta por duas camadas: a epiderme, na parte externa,

e a derme, na parte interna. Além de regular a temperatura do corpo, a pele serve de

proteção contra agentes externos, como luz do sol e calor, contra agentes infecciosos

e agentes químicos.

Devido à intensa correria do dia-a-dia, muitas vezes as pessoas esquecem de

examinar seu próprio corpo. Em certos casos, e até mesmo sem se dar conta, os

indivíduos esquecem da importância do autocuidado. É importante frisar que 70% dos

casos de câncer de pele vêm de pintas que já existiam. Por isso é muito importante

cuidar de si mesmo, observar sinais e adotar uma atitude de autorresponsabilidade.

O câncer de pele é uma doença silenciosa. Não causa dor e, muitas vezes, os

seus sintomas são ignorados pelos pacientes. Tudo começa com uma pintinha na

derme, que passa despercebida, e, tempos depois, essa marca revela a presença de

uma complicação séria de saúde, podendo se infiltrar nos órgãos e levar à morte. Por

todas essas razões, entende-se que este é um tema que merece grande estudo e

reflexão. Afinal, a missão maior do ser-humano é cuidar de si mesmo (GASPARETTO,

2010).

Ressalta-se que o câncer de pele é o câncer mais frequente no Brasil e no

mundo (BEM ESTAR, 2019). Por ser uma doença silenciosa, conforme acima

mencionado, requer constante vigilância. Logo, ser detetive do próprio corpo é muito

importante e pode prevenir a doença. Nem todo o câncer de pele é igual, mas a

prevenção é a mesma para todos. E o primeiro item da prevenção é o protetor solar.

Além disso, é importante se proteger do sol com chapéus, camisetas, guarda-sol,

principalmente entre 10h e 16h (GOMES, 2019).

A natureza nos fez seres capazes de organizar com perfeição o dia a dia, mas

não conseguimos planejar bem o futuro, comprometendo, assim, nosso estilo de vida,

sendo muito triste a sensação de que a vida se esvai em consequência de um descaso

pessoal (VARELA, 2019). Porém, nunca é tarde para iniciar a prevenção ou, no caso

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de quem já foi afetado pela doença, lutar pela sua vida através de bons hábitos e do

aproveitamento dos recursos que a medicina moderna tem a oferecer.

1.1) JUSTIFICATIVA

A escolha do tema acima mencionado se deve à grande importância do assunto

para a sociedade e para a ciência. As principais razões para a escolha do tema são o

fato de que apesar de o câncer de pele ser curável em sua grande maioria, quando

detectado precocemente, este tipo de câncer é o de maior incidência no Brasil, com

mais de 175 mil novos casos por ano, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA,

2019). Saber o porquê dessa grande incidência e quais as populações mais

propensas a esse tipo de câncer é importante para que se incentive uma maior

mobilização e conscientização de todos.

A realização do presente estudo também tem o objetivo de informar e alertar

sobre os riscos de se negligenciar a prevenção e a busca por auxílio médico em

situações de suspeita da doença. Serão abordados também os tipos de câncer de

pele e formas de tratamento, que dependerão do tipo de câncer e do estado do câncer.

O câncer de pele se tornou uma situação alarmante em todo o país, razão pela qual

serão estudados e demonstrados os motivos desse cenário, que constitui um

problema de saúde pública, objetivando demonstrar que quanto mais cedo for iniciado

o tratamento do câncer de pele, maiores chances existem de cura.

1.2) OBJETIVOS

Os objetivos desta pesquisa são informar as razões pelas quais o câncer de

pele é tão comum no Brasil, assim como esclarecer quais são os tipos de câncer de

pele existentes e quais são as pessoas mais propensas a esse tipo de câncer.

Também se pretende orientar quais são os sintomas do câncer de pele, como é feito

o diagnóstico dessa doença e quais os tratamentos existentes. Pretende-se também

investigar a incidência da radiação solar no Brasil, bem como citar os fatores de risco

do câncer de pele em nosso país.

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Este estudo também tem como finalidade demonstrar o quanto o câncer de pele

é perigoso, embora negligenciado por boa parte da população brasileira. Pretende-se

também esclarecer as razões pelas quais essa doença não se manifesta apenas nas

partes do corpo que são expostas ao sol.

2) METODOLOGIA

Como método de procedimento, foram realizados estudos do que há de mais

recente nas publicações da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da

Sociedade Brasileira de Oncologia (SBO), assim como as orientações do Instituto

Nacional do Câncer (INCA).

Foi realizada entrevista com uma médica dermatologista, especialista em

dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia. Dessa forma, foi possível

esclarecer todas as questões referentes ao assunto. Foram realizadas as seguintes

perguntas:

- Quais são as causas do câncer de pele?

- Por que o câncer de pele é o câncer de maior incidência no Brasil?

- Quais são as populações mais propensas a ter câncer de pele?

- Quais são os tipos de câncer de pele?

- Quais são os sinais que mostram um possível desenvolvimento de câncer de

pele?

- Para aqueles que estão com câncer de pele, quais são os tratamentos que a

medicina oferece e quais as chances de cura?

- Quais as maneiras de prevenir o câncer de pele?

- Quais são os profissionais da saúde habilitados a diagnosticar o câncer de

pele?

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- Por que o câncer de pele não se manifesta apenas nas partes do corpo que

são expostas ao sol?

3) RESULTADOS

Os resultados desta pesquisa foram obtidos através de pesquisas em livros,

artigos e sites sobre o assunto, assim como através de entrevista com a

dermatologista Mariana Soirefmann (CREMERS 26.270 – RQE 19833) – Médica

graduada pela Faculdade de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Rio

Grande do Sul (PUC-RS) com residência médica em Medicina de Família no Grupo

Hospitalar Conceição (GHC), especialização em Dermatologia pelo Hospital de

Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Mestre em Ciências Médicas pela Universidade

Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Especialista em Dermatologia pela

Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD) e pela Sociedade Brasileira

de Dermatologia (SBD).

Observou-se que o câncer de pele é causado principalmente pela exposição

excessiva ao sol ao longo da vida. Para um determinado tipo de câncer de pele,

chamado melanoma, a hereditariedade também desempenha um papel muito

importante (NEVES, 2001).

O câncer de pele é o câncer mais frequente no Brasil e no mundo. Dados do

Instituto Nacional do Câncer (INCA) registram cerca de 180 mil novos casos a cada

ano, correspondendo a 33% de todos os diagnósticos desta doença no Brasil.

Parte da população brasileira ainda se mostra negligente quanto aos cuidados e a

prevenção, pois são poucos os que têm o hábito de examinar regularmente a própria

pele. Verifica-se que muitos ainda não possuem o hábito de consultar um

dermatologista uma vez ao ano, no mínimo, para um exame completo. Faltam hábitos

como o uso de chapéus, camisetas, óculos escuros e protetores solares. Também foi

constatado que nem todos evitam a exposição solar entre 10 e 16 horas, assim como

nem todos utilizam filtros solares diariamente (NEVES, 2001).

O câncer de pele é mais comum em pessoas com mais de 40 anos e é

considerado raro em crianças e pessoas de pele negra. Apesar desse índice, a média

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de idade vem diminuindo com o passar dos anos, porque pessoas jovens têm se

exposto mais constantemente aos raios solares. Pessoas de pele clara, olhos claros

e que se queimam com facilidade quando se expõem ao sol são mais propensas a

desenvolver câncer de pele. Também são mais dispostas a desenvolver câncer de

pele as pessoas albinas, com vitiligo e que usam medicamentos imunossupressores

(que diminuem a imunidade). Pessoas com história pessoal ou familiar de câncer de

pele, que trabalham sob exposição direta, repetida e prolongada ao sol e que se

expõem a câmeras de bronzeamento artificial também estão mais propensas a

desenvolver câncer de pele (NEVES, 2001).

A principal recomendação para a prevenção do câncer da pele é evitar a

exposição ao sol, principalmente nos horários em que os raios solares são mais

intensos (entre 10h-16h). Também é fundamental usar roupas e óculos com proteção

ultravioleta (UV), chapéus de abas largas, sombrinhas e guarda sol completo (NEVES,

2001).

É importante ressaltar que ao estar na praia ou na piscina, as pessoas

necessitam usar barracas feitas de algodão ou lona, que absorvem 50% da radiação

ultravioleta. Quanto aos filtros solares, é fundamental usá-los diariamente, e não

somente em horários de lazer ou de diversão. É importante utilizar um produto que

proteja contra radiação UVA e UVB e tenha um fator de proteção solar (FPS) 30, no

mínimo. É necessário reaplicar o produto a cada duas horas ou menos, nas atividades

de lazer ao ar livre. Ao utilizar o produto no dia a dia, é preciso aplicar uma boa

quantidade pela manhã e reaplicar antes de sair para o almoço (MORITIZ, 2018).

De acordo com a entrevistada Mariana Soirefmann, os principais sinais do

câncer de pele em geral são manchas que coçam, escamam ou sangram. Também

podem aparecer sinais ou pintas que mudam de tamanho, forma ou cor, além de

feridas que não cicatrizam em 4 semanas. Em alguns casos existe uma assimetria

nas manchas. Também é muito importante observar se as manchas na pele possuem

bordas irregulares ou um contorno mal definido, assim como verificar se existem várias

cores em uma lesão, como as cores, preta, castanha, branca, avermelhada ou azul.

Quando a mancha tiver um diâmetro maior que 6 milímetros, deve-se procurar um

médico imediatamente para verificar com precisão se, de fato, trata-se de um câncer

e, em caso de constatação da doença, verificar qual tipo de câncer o indivíduo possui,

a fim de que se possa realizar o tratamento mais adequado para o paciente.

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Tipos de Câncer

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica, os cânceres

de pele podem ser divididos em:

a) Não melanoma

Figura 1. Exemplo de não melanoma (Ijoma, 2020)

b) Melanoma

Figura 2. Exemplo de melanoma (Wikipédia, 2020)

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Cânceres não melanoma

Dos cânceres não melanoma, tem-se o carcinoma basocelular (CBC) e o

carcinoma espinocelular, também chamado de carcinoma epidermóide (CEC).

Cânceres melanoma

Tipo menos frequente dentre todos os cânceres da pele, o melanoma tem o pior

prognóstico e o mais alto índice de mortalidade. Quando detectado precocemente, as

chances de cura são de mais de 90%. O melanoma, em geral, tem a aparência de

uma pinta ou de um sinal na pele, em tons acastanhados ou enegrecidos que mudam

de cor, de formato ou de tamanho e podem causar sangramento. As localizações mais

comuns são nas pernas, em mulheres e no tronco em homens. Podem ocorrer no

pescoço e rosto em ambos os sexos e em áreas não expostas ao sol. Os cânceres

melanoma dividem-se em:

1. Carcinoma basocelular (CBC): é o mais prevalente dentre todos os tipos de

câncer de pele, tem baixa letalidade e pode ser curado quando detectado

precocemente. Os CBCs surgem mais frequentemente em regiões expostas ao sol,

como face, orelhas, pescoço, couro cabeludo, ombros e costas. Podem se

desenvolver também nas áreas não expostas ao sol, ainda que mais raramente. O

CBC surge nas células basais, que se encontram na camada mais profunda da

epiderme (a camada superior da pele). O subtipo mais encontrado é o CBC

nódulo/ulcerativo, que se traduz como uma bolinha vermelha, brilhosa, com uma

casquinha central, que pode sangrar com facilidade.

2 Carcinoma espinocelular (CEC): é o segundo mais prevalente dentre todos

os tipos de câncer de pele. É duas vezes mais frequente em homens do que em

mulheres. Manifesta-se nas células escamosas, que constituem a maior parte das

camadas superiores da pele. Pode se desenvolver em todas as partes do corpo,

embora seja mais comum nas áreas expostas ao sol, como orelhas, rosto, couro

cabeludo e pescoço. A pele nessas regiões normalmente apresenta sinais de dano

solar, como enrugamento, mudanças na pigmentação e perda da elasticidade.

Geralmente têm coloração avermelhada e se apresentam na forma de machucados

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ou feridas espessas e descamativas que não cicatrizam e sangram. Também podem

ter aparência similar à das verrugas. Podem surgir em áreas de feridas, queimaduras

e cicatrizes da pele.

Quanto aos sinais de que podem detectar um câncer de pele, segundo a

entrevistada Mariana Soirefmann, os principais sinais do câncer de pele em geral são:

• Manchas que coçam, escamam ou sangram.

• Sinais ou pintas que mudam de tamanho, forma ou cor.

• Feridas que não cicatrizam em 4 semanas.

Na identificação dos cânceres de pele basocelulares e espinocelulares, seriam

buscadas, nas regiões do corpo mais expostas ao sol, manchas que coçam, ardem,

descamam ou sangram e feridas que custam a cicatrizar.

Já na identificação dos cânceres melanomas, podemos seguir a regra do ABCDE.

Como usar o teste ABCDE para detecção do câncer de pele?

• Assimetria: uma metade do sinal é diferente da outra.

• Bordas irregulares: contorno mal definido.

• Cor variável: presença de várias cores em uma lesão (preta, castanha,

branca, avermelhada ou azul).

• Diâmetro: maior que 6 milímetros.

• Evolução: mudanças observadas em suas características (tamanho, forma

ou cor).

É importante suspeitar de qualquer mudança persistente na pele. Ao identificar

lesões suspeitas, um dermatologista deve ser procurado para confirmação do

diagnóstico e tratamento. Quanto mais precoce for sua identificação, melhores serão

os resultados do tratamento (MORITIZ, 2018).

O diagnóstico do câncer de pele é feito pelo médico dermatologista por meio

do exame da pele. O uso de equipamentos complementares como o dermatoscópio

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auxiliam na detecção das lesões suspeitas, pois permite visualizar camadas da pele

não vistas a olho nu. A biópsia é o exame indicado para a confirmação diagnóstica do

câncer de pele. O material coletado deve ser encaminhado para o laboratório de

anatomia patológica que emitirá o laudo. Outros exames podem ser necessários para

determinar o estadiamento da doença e decidir o tratamento mais adequado,

principalmente nos casos de melanoma mais agressivos. Por esses exames é

possível identificar se o câncer de pele é melanoma ou não melanoma e seus subtipos (MORITIZ, 2018).

De acordo com a entrevistada Mariana Soirefmann, todos os casos de câncer de

pele devem ser diagnosticados e tratados precocemente. A modalidade escolhida

varia conforme o tipo e a extensão da doença. Os tratamentos mais indicados para

cânceres de pele não melanoma são:

• Cirurgia excisional: remoção do tumor com um bisturi, e também de uma

borda adicional de pele sadia, como margem de segurança. Os tecidos

removidos são examinados ao microscópio, para aferir se foram extraídas

todas as células cancerosas. A técnica possui altos índices de cura.

• Curetagem eletrodissecção: usadas em tumores menores, promovem a

raspagem da lesão com cureta, enquanto um bisturi elétrico destrói as

células cancerígenas. Para não deixar vestígios de células tumorais, repete-

se o procedimento algumas vezes.

• Criocirurgia: promove a destruição do tumor por meio do congelamento com

nitrogênio líquido. A técnica tem taxa de cura menor do que a cirurgia

excisional, mas pode ser uma boa opção em casos de tumores pequenos

ou recorrentes.

• Cirurgia a laser: remove as células tumorais usando o laser de dióxido de

carbono ou erbium YAG laser. Por não causar sangramentos, é uma opção

eficiente para aqueles que têm desordens sanguíneas.

• Cirurgia micrográfica de Mohs: o cirurgião retira o tumor e um fragmento de

pele ao redor com uma cureta. Em seguida, esse material é analisado ao

microscópio. Tal procedimento é repetido sucessivamente, até não

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restarem vestígios de células tumorais. A técnica preserva boa parte dos

tecidos sadios e é indicada para casos de tumores mal-delimitados ou em

áreas críticas principalmente do rosto, onde cirurgias amplas levam à

cicatrizes extensas.

• Terapia fotodinâmica (PDT): o médico aplica um medicamento tópico

fotossensibilizante, como o ácido 5-aminolevulínico (5-ALA) ou o

aminolevulinato de metila (MAL) na pele lesada. Após algumas horas, as

áreas são expostas a uma luz emissora de diodo (LED) de cor vermelha

que ativa o 5-ALA / MAL a destruir as células tumorais, com mínimos danos

aos tecidos sadios.

Já para os casos de melanoma, o tratamento mais indicado é a cirurgia

excisional, que consiste na remoção do tumor com um bisturi, e também de uma borda

adicional de pele sadia, como margem de segurança. Os tecidos removidos são

examinados ao microscópio, para aferir se foram extraídas todas as células

cancerosas. A técnica possui altos índices de cura, quando a lesão é retirada em

estágio inicial. O tratamento varia conforme a extensão, agressividade e localização

do tumor, bem como a idade e o estado geral de saúde do paciente.

Para os casos de melanoma que já desenvolveram metástases, a maioria dos

casos, não tem cura, por isso a importância em detectar e tratar a doença o quanto

antes. Embora não tenha cura, o tratamento do melanoma avançado evoluiu muito

nas últimas décadas; hoje já é possível viver por mais tempo e com mais qualidade,

controlando a doença em longo prazo. Para isso, é importante que os pacientes

passem por testes genéticos capazes de determinar quais mutações apresentam

(como BRAF, cKIT, NRAS, CDKN2A, CDK4), possibilitando, assim, a escolha dos

tratamentos que podem trazer melhores resultados em cada caso. Mais de 90% dos

pacientes com a alteração genética BRAF, por exemplo, podem se beneficiar do

tratamento com terapia-alvo oral, capaz de retardar a progressão do melanoma e

melhorar a qualidade a vida. Outros tratamentos podem ser recomendados,

isoladamente ou em combinação, para o tratamento dos melanomas avançados,

incluindo quimioterapia, radioterapia e imunoterapia.

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O câncer da pele se manifesta na maioria das vezes em áreas expostas ao sol.

Porém, alguns casos de melanoma por exemplo, podem surgir em áreas consideradas

“escondidas” como nádegas (nas áreas tapadas pelo biquini e pela sunga), planta dos

pés, palmas das mãos, couro cabeludo e unhas. Logo, é fundamental o uso de

chapéus, camisetas, óculos escuros e protetores solares, assim como é

imprescindível que sejam cobertas as áreas expostas com roupas apropriadas, como

camisas de manga comprida, calças e um chapéu de abas largas. Deve-se também

evitar a exposição solar e permanecer na sombra entre 10 e 16 horas (MORITIZ,

2018).

Verificou-se também que os cuidados com a pele devem ser direcionados

também aos bebês e às crianças, porque a infância é o período da vida mais

suscetível aos efeitos danosos da radiação UV, que se manifestam mais tardiamente

na fase adulta. É imprescindível mantê-los protegidos do sol, sendo que os filtros

solares só podem ser usados a partir dos seis meses. E tanto em crianças quanto em

adultos é importante que se faça sempre uma observação da própria pele, à procura

de pintas ou manchas suspeitas, e consultar um dermatologista pelo menos uma vez

ao ano, para um exame completo (NEVES, 2001).

4) CONCLUSÃO

Embora a hereditariedade tenha papel importante no desenvolvimento do

câncer de pele, a exposição excessiva ao sol ao longo da vida é um fator de risco para

esta doença. Verifica-se que ainda não há muita conscientização por parte da

população brasileira quanto à prevenção do câncer de pele, o que leva a aumentar os

casos a cada ano. Por não ser aparentemente tão letal quanto outros tipos de câncer,

a população brasileira acaba negligenciando e deixando de lado os cuidados

necessários.

Nosso país é fruto de uma grande miscigenação, tendo sido colonizado por povos

das mais diversas origens. Ao contrário de países como Noruega, Suíça, Suécia, onde

a população é na sua grande maioria de pele branca, assim como ao contrário de

países situados na África, onde a predominância de seus habitantes é negra, somos

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um povo com uma diversidade cultural muito imensa. Tem-se em nosso país vários

tipos de pele, cada tipo com necessidades de cuidados diferentes. Se para uma

pessoa de pele negra é indispensável o uso de protetores solares com filtro solar de,

em média, 30 a 50 UVA-UVB, uma pessoa de pele clara necessita de uma proteção

solar de, no mínimo, 50 UVA-UVB. Logo, é importante consultar um médico

dermatologista para que ele possa identificar e orientar quais as melhores condutas

para cada tipo de pele.

Conclui-se que ainda há muita desinformação sobre o câncer de pele no Brasil

e propõe-se mais ações de conscientização sobre essa doença ao longo das diversas

regiões de nosso país, seja através de incentivos por parte do Ministério da Saúde,

seja através de campanhas realizadas pelas Secretarias de Saúde dos Estados.

Embora o Sistema Único de Saúde (SUS) possua ambulatórios de dermatologia

espalhados por diversos estados brasileiros, o acesso ao tratamento nesses locais

ainda é bastante limitado. Geralmente, o foco do SUS está no tratamento de doenças

já manifestadas, e não na prevenção e na retirada de dúvidas diretamente com

médicos especializados. Logo, propõe-se através deste trabalho, que o Governo

Federal invista mais em consultas preventivas pelo SUS, para que a população

brasileira não tenha de esperar estar com um câncer de pele já manifestado para ser

submetida a tratamento médico.

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5) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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relacionados-a-casos-graves-de-cancer-diz-pesquisa/ Acessado em 17/05/2020).