coletanea de horticultura e técnicas naturais

Upload: api-3704111

Post on 30-May-2018

228 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 8/14/2019 Coletanea de Horticultura e tcnicas Naturais

    1/48

    1

    COLETNEA de

    HORTICULTURAe

    TCNICASNATURAIS

  • 8/14/2019 Coletanea de Horticultura e tcnicas Naturais

    2/48

    2

  • 8/14/2019 Coletanea de Horticultura e tcnicas Naturais

    3/48

    3

    MTODOS de AGRICULTURA NATURAL

    AGRICULTURA ECOLGICA

    a abordagem da agricultura sob o prisma da cientista Ana Maria Primavesi: "A cincia clssica d aimpresso do solo ser suporte imutvel, esttico, o que de fato nunca foi e nunca ser. Ns tentamosmostrar o solo como um mecanismo complexo, animado, praticamente vivo, que se modifica constantemen-te, mas cujo manejo no to difcil, conhecendo-se os seus princpios bsicos. Modificando-se o solo,modificam-se todos os demais fatores automaticamente, a fim de formar um equilbrio novo. Se interviermosinconscientemente, as modificaes sobreviro do mesmo modo, mas nem sempre como esperamos. Astcnicas agrcolas devem ser adaptadas ao nosso solo e ao nosso clima tropical."

    AGRICULTURA NATURAL

    a abordagem do equilbrio YIN-YANG feita por Michio Kushi, na qual deve-se interferir o menospossvel no ecossistema: no arar nem capinar, no retirar qualquer planta de um terreno para coloc-la emoutro, regar o menos possvel, usar apenas fertilizantes vegetais do prprio local, no arrancar ervas dani-nhas, mas control-las atravs do plantio de trevo; no separar as culturas por reas exclusivas a cada umadelas; usar o sistema de plantas companheiras; no enterrar as sementes, mas deizar que a natureza ascubra. Um outro tem dar muita ateno poca de plantar.

    AGRICULTURA BIODINMICA

    Essa modalidade significa equilbrio e harmonia entre 5 domnios:a) Terra - considerada a parte viva de um organismo vivo, fonte de energia telrica.b) Plantas - existem duas tendncias de crescimento. A vegetativa, que forma as partes verdes e

    folhagens e recebe influncia das foras da terra, e a generativa, que forma flores e frutos e que recebeinfluncia do que est acima do solo (ar, sol, energia csmica). Deve haver um constante equilbrio entreambas.

    c) Animais - numa fazenda, os animais so parte essencial, tanto pela fora que proporcionam comopelo esterco.

    d) Influncias csmicas - tudo que est acima (lua, estrelas, planetas, etc.) deve ser levado em conta.e) Homem - elemento organizador, unindo e regulando os outros quatro elementos, a fim de estabele-

    cer em sua fazenda uma unidade.

    AGRICULTURA ORGANO-BIOLGICA

    Nesse tipo de agricultura pode-se usar qualquer produto na terra e na planta, contanto que no sejaqumico (sinttico).

  • 8/14/2019 Coletanea de Horticultura e tcnicas Naturais

    4/48

    4

    COMPOSTO ORGNICO

    Em um dos trabalhos do engenheiro Valdo Frana pode-se encontrar a receita para a produo deadubo orgnico, fundamental para a terra.

    Componentes

    1- Celulose - o material celulsico (75% do composto) pode ser constitudo de casca de arroz, capimcortado, grama, serragem, palhadas em geral trituradas, etc.

    2- Esterco - esse material pode ser oriundo de vrios animais. As porcentagens so: galinha caipira(at 10%), curral (at 25%), cavalo (at 35%), porco (at 25%).

    3- Biossuper - a proporo de Biossuper deve ser at um litro diludo em 200 litros de gua para cadametro cbico de matria orgnica. Mesmo usando Biossuper, importante usar um tipo qualquer de esterco,de preferncia de curral, pelo menos razo de 5%.

    4- Farinhas (optativo) - o uso de farinhas de sangue, chifre, cascos, osso, etc., tambm pode serincrementado na proporo de 1 kg de cada tipo de farinha por metro cbico de matria orgnica.

    5- Fosfato de rocha - usar uma medida de 5 kg de fosfato de rocha natural por metro cbico de matriaorgnica.

    Preparao do composto1- Disposio do material - dispor o material celulsico em um retngulo de 2 metros de largura e

    comprimento de acordo com a quantidade de matria orgnica disponvel para uma espessura de 50 cent-metros. O material fermentativo deve ser colocado sobre essa camada, nas seguintes propores (caso nousar Biossuper, multiplique por dez): esterco de galinha (10 litros por metro linear), esterco de gado (25 litrospor metro linear), esterco de cavalo (35 litros por metro linear), esterco de porco (25 litros por metro linear).No caso de usar mais de um tipo de esterco, as propores devem ser tais que a massa total dos estercosatinja a concentrao padronizada para o esterco mais fraco. Por exemplo: se forem usados estercos degalinha e de porco, a proporo deve ser de at 25 litros por metro linear. Finalmente o fosfato de rocha

    natural deve ser espalhado sobre o material fermentativo, na proporo de 5 kg por metro linear.2- Sucesso de camadas - repetir as camadas de celulose e dos ingredientes trs vezes.3- Aerao - enfiar troncos grossos de bambu, a cada metro, no centro do leiro de matria orgnica,

    para fazer os tneis de aerao do composto. Acertar a forma do leiro do composto de modo a ter 2 metrosde largura de base e 1 metro de largura no topo, quase piramidal, mantendo o comprimento. Fazer umacanaleta no centro do leiro.

    4- Irrigao - irrigar cada metro linear do leiro do composto com gua no clorada, evitando oescorrimento de gua do leiro, sendo 600 litros por metro.

    5- Retirada dos bambus - aps uma semana, o material orgnico estar assentado, quando as varasde bambu podero ser retiradas para formar os tneis de oxigenao do composto.

    6- Tombamento do leiro - aps um ms deve-se fazer o tombamento do leiro, revolver o material edispr novamente a massa orgnica na dimenso inicial, no esquecendo as varas de bambu no centro doleiro.

    7- Teste de umidade - o composto necessita de 50% de umidade para se desenvolver bem. Quando seaperta um punhado na mo, a gua deve verter entre os dedos, sem escorrer, caso contrrio necessriorevolver a matria orgnica para reduzir o excedente de gua; se no verter gua, deve-se fazer a irrigao,evitando o escorrimento de lquido do leiro. O excesso de chuva pode ser evitado cobrindo o leiro comfolhas de coqueiros, bananeiras, lona velha ou sap.

    8- Cheiro - o bom composto possui cheiro de terra da floresta. Se apresentar mau cheiro, o processoest anaerbico, ou seja, se realiza sem oxignio. Nesse caso, deve-se revolver o material para que cesse aputrefao.

    9- Aspecto final - aps 60 dias o composto deve apresentar-se como uma massa escura e homog-nea, devido ao processo fermentativo. A partir de ento pode ser usado como um humo rico em nutrientes.

  • 8/14/2019 Coletanea de Horticultura e tcnicas Naturais

    5/48

    5

    ADUBAO VERDE

    A massa verde mais indicada para isso so as leguminosas, que alm de produzirem bastante massa,chegam facilmente ao estado de humo e possuem razes que convivem em perfeita simbiose com bactriasdo gnero rizobium, que tm a propriedade de fixar no solo o nitrognio do ar.

    O uso do capim como adubao apresenta o inconveniente deste ser pobre em nitrognio.As leguminosas devem ser cortadas na florao e incorporadas ao solo, como cobertura morta. Dessa

    forma porm, s aproveitado o nitrognio, pois no estado de florao a massa verde ainda est muito tenra,insuficiente para a formao do humo.

    O engenheiro agrnomo Franz Leher tem uma dica: "Plantamos uma leguminosa qualquer e espera-mos que d flores, vagens e sementes e que estas sequem e caiam. Corta-se ento, rente ao cho, os ps

    j secos. As sementes que caram no cho vo germinar e crescer, e quando estiverem na florao, seroento cortadas. A primeira cortada, j seca e lenhosa, vai virar humo, enquanto a segunda vai fornecerbastante nitrognio terra."

    Certas leguminosas tm um sistema radicular profundo - o do guandu vai at 8 metros de profundida-de, por exemplo - e trazem das profundezas os minerais lixiviados pelas chuvas.

    Pode-se fazer tambm a adubao verde nos pomares plantando leguminosas arbustivas de pequeno

    porte, como soja, mucun ou feijo de porco.Sendo as leguminosas culturas a ser plantadas em tempo quente, no inverno pode-se lanar mo dos

    tremoos, que so de clima frio, e tm a propriedade de fixar fsforo no solo, necessrio para as leguminosas.Como complemento, verifique a Tabela 1:

    LEGUMINOSAS PARA ADUBAO VERDE:

    Fonte: "3 Adubaes", Hlio Raposo, SIA / "Guia Prtico para o Fazendiro", Paulo M. B. Vasconcelos, Nobel.

    ESPCIESEMENTKG/ha

    ESPAAMENTOCICLO /

    FLORAOMASSA

    ha/tTIPO

    Crotalria (juncea,

    paulina ou striata)70 40 cm entre os

    sulcos70 dias 20 / 40 arbustiva alta

    Cow Pea (Vignasinensis) 100/140

    40 cm entre ossulcos 70 dias 20 / 30 arbustiva baixa

    Calopognio(Calopogoniummucunoides)

    670 cm x 70 cm com

    8/10sementes/cova

    150 / 180 varivel volvel

    Feijo de porco(Canavaliaensiformis)

    120 60 cm x 30 cm 80 / 90 20 ou mais arbustiva baixa

    Guandu (Cajanusindicus) 120 30 cm x 30 cm 210 (perene) 40 ou mais arbustiva alta

    Kudzu (Pueraria) 10 1 m x 1 m perene 15 / 18 arbustiva

    Mucun preta(Stylozobium) 70 1 m x 1 m 140 / 150 24 volvel

    Soja perene 3/5 1 m x 1 m perene 20 / 25 volvel

    Dolichos Lablab 5/20 1 m x 1 m perene 10 volvel

  • 8/14/2019 Coletanea de Horticultura e tcnicas Naturais

    6/48

  • 8/14/2019 Coletanea de Horticultura e tcnicas Naturais

    7/48

    7

    Hortalias de Transplante e Definitivas

    (*) Clima: A=ameno / Q=quente / F=frio (**) Quando no especificado

    NOME CLIMA SEMEADURA ESPAAMENTOEM CM

    GERMINAO(EM DIAS)

    QUANTIDADE

    DE SEMENTESEM G/100 M2

    COLHEITA(EM DIAS)

    Aipo (Salso) A mar/mai 100 x 30 12 5 160

    Alface A ano todo 30 x 30 5 5 80Alho-por A mar/jul 50 x 15 6 30 150

    Aspargo A ago/nov 150 x 50 12 6 720

    Beringela Q ago/fev 100 x 50 8 6 100

    Brcolos A fev/ jun 100 x 50 4 80 100

    Cebola A mar/mai 40 x 10 6 20 180

    Cebolinha A ano todo 30 x 20 6 20 60

    Chicria A ano todo 30 x 30 5 6 90

    Couve-manteiga A ano todo 100 x 50 4 4 60-90

    Couve-flor A ano todo 100 x 50 4 200 90

    Jil Q ago/fev 120 x 80 7 5 90Mostarda A ano todo 30 x 20 4 100 60

    Morango A mar/mai 30 x 20 Rebentos Rebentos 70

    Pimenta Q ago/fev 120 x 80 7 40 120

    Pimento Q ago/fev 100 x 50 7 6 100-120

    Repolho A ano todo 80 x 40 4 4 120

    Tomate Q ago/ jan 100 x 60 6 5 100

    Hortalias de Transplante:

    Hortalias Definitivas:

    NOME CLIMA PLANTIO ESPAAMENTOEM CM

    GERMINAO(EM DIAS)

    QUANTIDADE

    DE SEMENTESEM G/100 M2

    COLHEITA(EM DIAS)

    Abbora Q set/ jan 300 x 300 5 50 90

    Acelga A mar/ago 40 x 30 6 10 70

    Agrio A ano todo 20 x 20 6 4 70

    Alcachofra A abr/ jun 200 x 100 10 15 120

    Alho A-F mar/ jun 30 x 10 8-10 4-6 kg 150

    Aipim A ago/nov 100 x 50 180

    Almeiro A ano todo 30 x 5 5 50 40-50

    Beterraba A ano todo 25 x 10 10-20 50 70-90

    Batata doce A ago/nov 80 x 40 15-20 batata ourebentos

    130

    Cenoura A ano todo 25 x 5 7 40 90

    Ervilha-gro A abr/ jul 50 x 20 5 2 kg 60-90

    Espinafre A mar/ jul 50 x 40 7 200 50-60

    Fava A mar/ jul 100 x 30 5 3 kg 90-120

    Feijo-vagem Q ago/fev 100 x 50 5 3 kg 50-60

    Melancia Q set/ jan 200 x 200 5 100 90-100

    Melo Q ago/ jan 200 x 150 5 100 90-100

    Nabo A mar/ jul 50 x 10 4 30 50

    Pepino Q ago/ mar 100 x 50 5 15 70

    Quiabo Q ago/ fev 100 x 40 5 35 80-90

    Rabanete A ano todo 20 x 5 4 200 25-30

    Salsa Q ano todo 30 x 10 10 100 70

  • 8/14/2019 Coletanea de Horticultura e tcnicas Naturais

    8/48

  • 8/14/2019 Coletanea de Horticultura e tcnicas Naturais

    9/48

    9

    CONTROLE DE PRAGAS:

    TIPOS CARACTERIZAO PARTES ATACADAS CONTROLE

    PULGO(Afdio)

    Inseto sugador de 1 mm a2 mm, branco, verde,cinza, marrom, azulado oupreto com formato de pra.Produzem substanciasaucaradas.

    Brotaes novas e facedorsal das folhas.Encrespamento eamarelecimento dasmesmas. Tambmaparecem ao longo doscaules macios, fceis desugar.

    Joaninhas (inimigo natural). Noincio do ataque, gua mornacom sabo, enxaguando apsa aplicao (1/20 de uma barrade sabo em 1 litro de gua).lcool ou acetona (1:1 c/gua). Sulfato de nicotina(lcool com fumo em infusopor 24 hs - txico, devendo serusado com cuidado).

    COCHONILHA(Coccdeo)

    Inseto sugador de 1 mm a2 mm. As com carapaaso de cor avermelhada,marrom ou preta, com

    aspecto de boto, eproduzem substnciaaucarada que atrai asformigas. As semcarapaa so brancas ourosadas, em sua maioriacom aspecto de algodo.

    Face dorsal e axila das

    folhas e ramos queencrespam e amarelam,prejudicando ocrescimento da planta.

    lcool, gua e leo (1:1:0,1).ter diluido em gua (1:10).Sulfato de nicotina. Para ascochonilhas de carapaapode-se usar aplicao de leomineral leve ou leoemulsionvel de 15 em 15dias, de modo a mat-las porasfixia durante o perodo derepouso vegetativo (inverno).Ch de alamanda (plantaescandente de flor amarela).

    CARO

    Aracndeo sugador de at0,5 mm, de forma ovalada,amarelo, vermelho oubranco. Produz teia nasfolhas ou aspecto de"ferrugem". Geralmenteno so visveis a olho nu,somente com uma lupasimples.

    Brotaes novas, facedorsal das folhas, frutos eflores que encrespam e

    amarelecem.

    1) gua morna, sabo embarra, leo emulsionvel eenxofre (1:1/20:0,1:0,1).2) Despedaar 5 cm de fumoem corda em 1/4 de litro degua e deixar por 72 horas.Coar e acrescentar este lquidoem 10 litros de gua, mais 3colheres de sabo em pbiodegradvel. Aquecer amistura e adicionar duascolheres de sobremesa dequerosene por litro de soluo.Deixar esfriar e pulverizar asplantas atacadas.

    MOSCA BRANCA

    Inseto sugador, pequeno,branco, adulto com asas,semelhante a traas,porm menores, de formatriangular.

    No verso das folhascolocam os ovos. Insetosadultos voam ao redor dasplantas atacadas. Larvassugadoras que provocam oamarelecimento eencrespamento dostecidos.

    Rotetona (produtono-disponvel em nossocomrcio, txico principalmentepara peixes). Utilizar a mesmafrmula aplicada para oscaros. aplicar de 15 em 15dias.

    TRIPS

    Inseto sugador, diminuto,voador, de asas pretas,com manchas brancas.Dificilmente visto sem lupasimples. Deixa seusexcrementos sobre ostecidos.

    Ataca folhas e floresprincipalmente, causandoamarelecimento edeformaes. Raspam ostecidos para aps sugar aseiva e fazer desaparecera clorofila.

    Calda bordalesa (encontradano comrcio). Rotetona oupiretro (inseticida caseiroconhecido antigamente por pda Prsia, que consiste num pobtido da moagem das floresadultas, secas sombra, ou aessncia das flores extradacom a infuso de querosene).

    LESMA eCARACOL

    Molusco mastigador, deixarastro brilhante por ondepassa, geralmentedeslocando-se ealimentando-se noite.

    Durante o dia procuralocais sombrios e midospara se abrigar.

    Ataca razes, folhas, florese brotos novos, produzindoburacos de diversos

    tamanhos e formatos.

    Catao e esmagamento omais comum. Para atra-las,podemos construir armadilhascom latas de azeite vazias, queso abertas em uma de suaslaterais, de modo a permitir aentrada da lesma, que vaiprocurar o escuro para

    abrigar-se. Dentro da mesmacoloca-se sal com cervejadentro de tampas de vidros deboca larga. Elas so facilmenteatradas a ali morrem.

  • 8/14/2019 Coletanea de Horticultura e tcnicas Naturais

    10/48

    10

    INDSTRIAS CASEIRAS

    Licor de JabuticabaLave as frutas, retirando o cabinho. Coloque as frutas inteiras em um vidro de boca larga de um litro,

    sem espremer os frutos, completando-o com lcool de farmcia ou caseiro (96 o). Esperar 15 dias at curtir.

    Aps, esmagar as frutas com um pilo de madeira; filtrar em pano, apertando pouco para no deixar passara massa, reservando o filtrado. Enquanto isso, em outro vasilhame, preparar uma calda com 2 kg de acarcristal em um litro de gua. Colocar o filtrado nessa calda e experimentar; se estiver fraco, acrescentar aospoucos o lcool de cereais at ficar a gosto. Filtrar em papel e engarrafar, conservando-o bem fechado.

    GeliasA gelia a conserva obtida do suco de frutas e condensada com determinada quantidade de acar,

    de forma que, ao tomar a temperatura ambiente, mostre aspecto gelatinoso, de preferncia transparente.Muito saborosa, sua grande funo consiste no aproveitamento das frutas de estao. Deve ter aparnciaclara, livre de sedimentos, e consistncia macia. Quando cortada, deve apresentar superfcie lisa e clara,sem grudar na colher. Trs substncias so necessrias para fabricao de uma boa gelia: cido, pectinae acar. Quando a fruta pouco cida, junta-se suco de limo, cido ctrico ou tartrico, havendo sempre

    necessidade de acrescentar acar no suco na proporo de 1:1 ou de 2:1, conforme o teor de pectina dafruta. Ingredientes: 1/4 de litro de suco de fruta, 250 gramas de acar e 125 ml (1/8 de litro) de pectinacaseira.

    Preparo: misturar tudo numa panela larga, ferver em fogo forte, tirando sempre a espuma at atingir oponto de gelia; colocar em vidro de conserva ainda quente. Sem a pectina, a gelia toma o aspecto mole exaroposo. Pode ser comprada no comrcio ou feita em casa.

    Extrao da pectina de laranja: descasque levemente as laranjas, tirando a parte amarga e deixandosomente a pele branca. Reuna cerca de 250 g desta pele branca e passe na mquina de moer carne. Depois,

    junte 750 g de gua e 2 colheres de suco de limo. Ferva durante 20 minutos e coe em flanela, semespremer.

    Licor de banana

    - 250 g de acar (de preferncia, cristal), 1/4 de litro d'gua, 1/4 de litro de lcool de 95 GL e 4bananas bem maduras.Preparo: esmagar bem as bananas e deixar em infuso no lcool durante 15 dias, mexendo diariamen-

    te. Coar em flanela. Depois, prepara-se o xarope, que produzido com a fervura de 3 partes de gua e umaparte de acar-glicose, durante 15 a 25 minutos. Feito isto, junta-se este xarope (frio) com a infuso dasbananas no lcool. O licor est pronto e j pode ser engarrafado. OBS: deixar o licor curtir por uns 5 a 8meses, engarrafado.

    Acar Mascavo(Receita de Mnica Marina Pavan, SP)Pega-se as canas-de-acar limpas e descascadas, espremendo-as para tirar seu caldo, a garapa.

    Ferve-se esse caldo num tacho resistente, como o dos pasteleiros, e, com uma escumadeira grande e de

    cabo forte, retire a espuma formada pela garapa. Deve-se ferver em local arejado e coberto, sempre mexendocom a escumadeira, pois o caldo quando ferve tende a subir muito e derramar. Seguir este processo at quese forme um melado grosso e se atinja o ponto certo para fazer o acar. Para verificar o ponto certo, tira-seum pouquinho do melado que dever ser pingado numa vasilha com gua. Se o melado formar uma bolinhade puxa-puxa, estar ento no ponto certo. Tirar o tacho do fogo e deixar esfriar num local fechado e seguropor uma noite. No outro dia a massa estar aucarada.A seguir, faz-se uma canaleta de madeira, nas medidas de 50 x 20 x 20 cm, em forma de delta, triangular ecomprida, e um par de cavaletes para sustent-la, separando uma forma qualquer para recolher o caldo darefinao; na confeco da canaleta, observe com ateno para que na juno das madeiras fique umafenda bem pequena, por onde sair o caldo da refinao. Coloca-se nessa canaleta a massa de acar,deixando uma forma qualquer por baixo. A seguir faz-se uma pasta de barro de terra vermelha, que deve serpura, deixando 6 dias, sendo que no sexto dia, a massa de barro ir rachar, permitindo ver se o acar jest branco. Aps 8 dias retira-se o barro, e o acar dever apresentar-se branco, com as camadas debaixo amareladas. Se quiser, pode consumir o acar nesse estado, ou ento fazer outra massa de barro edeixar por mais 8 dias e assim por diante. Receita de acar: 20 litros de garapa ou caldo de canaresultar em 5 litros de melado grosso (aps a fervura) e 3 kg de acar refinado.

  • 8/14/2019 Coletanea de Horticultura e tcnicas Naturais

    11/48

    11

    Polvilho de MandiocaUsar mandiocas no-machucadas, descascando-as e colocando-as dentro de uma vasilha com gua

    limpa. Em seguida, retire-as da gua e rale-as em ralador comum ou prprio para mandioca. Passe a massaralada por uma prensa ou pano, deixando o lquido que sobrou em repouso durante algumas horas, at queo polvilho fique depositado no fundo. Retire o lquido que ficou depositado por cima (chamado tucupi), que

    txico e no deve ser bebido por pessoas ou animais, embora possa ser aproveitado depois de devidamentepreparado. Retirado o tucupi, ponha gua no polvilho e coe com um pano. Lave mais duas vezes, deixandosempre o polvilho assentar antes de lavar. Coloque o polvilho ao sol, espalhado sobre um pano, at secar,mexendo de vez em quando. Peneire e guarde em vasilha fechada. A massa que ficou no pano, no incio doprocesso, no deve ser jogada fora, pois pode ser usada para fazer farinha, vinagre, etc. Para aproveitar otucupi, ferva-o por longo tempo em gua, at que a quantidade de lquido na panela diminua em 3 dedos dealtura. Feito isto, o tucupi torna-se um excelente molho para peixes, aves e sopas, temperado com alho,chicria e sal.

    Farinha de casca de ovosAs cascas de ovos contm muito clcio e podem ser comidas. Torre levemente as cascas no forno,

    reduzindo-as a p. Esse p pode ser usado nas sopas e no feijo. Se voc quiser, tambm pode acrescent-

    lo massa de qualquer bolinho ou po. Uma outra dica importante o caf de sementes, pois as sementesdo quiabo, das vagens de manjerioba ou fedegoso, do mata-pasto e do feijo-guandu, se torradas e modas,podem substituir o p de caf.

  • 8/14/2019 Coletanea de Horticultura e tcnicas Naturais

    12/48

    12

    Queijo de soja (Tofu)- 2 litros de leite de soja, 1 xcara de vinagre, sal, uma forma e um saco de algodo fino.Preparo: levar o leite ao fogo at quase atingir a fervura. Depois, juntar uma xcara de vinagre ou suco

    de limo, misturando-os bem. Deixar o leite em repouso at formar um cogulo. Quando o cogulo estivercompletamente formado, despejar tudo no saco, mergulhando-o vrias vezes em gua limpa e fria. Isso vaiajudar a tirar o limo ou vinagre. Pendurar o saco durante um dia, para o lquido escorrer todo. De vez em

    quando, apertar o saco para que o lquido saia mais depressa. Salgar a massa e coloc-la na forma prpriade queijo. Tampar e fazer presso com o peso de um kg por 15 minutos. O queijo fresco em geral, comidono dia de sua fabricao. Para guard-lo em geladeira, deve ser colocado em uma vasilha com gua, quedeve ser trocada diariamente. Assim, ele se conserva por cerca de 7 dias.

    Po integral- farinha de trigo integral e gua morna.Preparo: numa tigela, junte farinha a gua morna. Misture e amasse durante 20 a 30 minutos,

    suavemente, at no grudar mais na mo. Depois deixe a massa descansar por 6 a 7 horas, cobrindo comum pano para abaf-la e ajudar a fermentar. Na sequncia, unte as formas com leo. Torne a amassar por 20a 30 minutos para coloc-la nas formas. Deixe descansar, coberta, por 6 a 7 horas e depois leve-a ao forno.O fogo deve ser forte no incio (15 minutos) e depois assar o po em fogo brando. Comer s depois de frio.

    Gersal- 9 medidas de gergelim para 1 de sal marinho.Preparo: Lave as sementes e deixe-as secar ao ar livre. Aps a secagem, toste levemente o gergelim

    e o sal numa frigideira. A seguir, moa a mistura em pilo pequeno. Guarde num vidro bem pequeno, servindosobre o arroz integral j pronto.

    Miss obtido basicamente pela fermentao natural da soja e do sal, e muito rico em protenas.

    recomendado em casos de anemias, doenas pulmonares e intoxicaes por drogas. um poderosoalcalinizante do sangue e ajuda o corpo a eliminar resduos deixados pelo cigarro ou pela poluio, alm depossuir um elemento que ajuda a expelir do corpo partculas radioativas.

  • 8/14/2019 Coletanea de Horticultura e tcnicas Naturais

    13/48

    13

    CATEGORIAIngesto diria tolerada pelo

    homem em mg/kg de pesoCdigo pararotulagem

    CONSERVADOR

    Nitratos 0-5 P.VII

    Nitritos 0-0.2 P.VIII

    Propionatos sem limites P.IX

    ster dietil pirocarbnico no deve ser usado P.X

    cido dehidroactico ou dehidroacetato de sdio 0-15 P.XI

    cido benzico 0-5 P.I

    cido brico ----------- P.II

    steres do cido p-hidroxibenzico 0-10 P.III

    cido srbico 0-25 P.IV

    Dixido de enxofre e derivados 0-0.7 P.V

    Antibitico: oxitetraciclina e clorotetraciclina ----------- P.VI

    ANTIOXIDANTE

    cido ascrbico 0-15 A.I

    steres do glicerol com cido ctrico ou cido graxo sem limites A.II

    cido fosfrico 0-70 A.III

    cido nordihidroguairtico no verificado A.IV

    Butil-hidroxianisol (BHA) 0-0.5 A.V

    Butil-hidroxitolueno (BHT) 0-0.5 A.VI

    Citrato de monoisopropila 0-14 A.VII

    Fosfolipdios (lecitina) sem limites A.VIII

    Galato de propila, de duodecila ou de octila 0-0.2 A.IX

    AROMATIZANTE

    Essncias naturais ----------- F.I

    Essncias artificiais ----------- F.II

    Extrato vegetal aromtico ----------- F.III

    Flavorizante quimicamente definido ----------- F.IV

    ESTABILIZANTE

    Fosfolipdios ----------- ET.I

    Goma arbica sem limites ET.II

    Mono e diglicrides sem limites ET.III

    Polifosfatos sem limites ET.IV

    leo vegetal bromado ----------- ET.V

    Citrato de sdio sem limites ET.VI

    Lactato de sdio (anidro) sem limites ET.VII

    Estearol 2 - lactil lactato de sdio 0-20 ET.X

    Monopalmitato de sorbitana 0-25 ET.XI

    Monoesterato de sorbitana 0-25 ET.XII

    Triesterato de sorbitana 0-25 ET.XIII

    Polisorbato 60 0-25 ET.XIV

    Polisorbato 65 0-25 ET.XV

    Polisorbato 80 0-25 ET.XVI

    Polisorbato 20 0-25 ET.XVI

    Polisorbato 40 0-25 ET.XVIII

    Ester gum ------------ ET.XIX

    Celulose microcristalina sem limites ET.XX

    Acetato isobutirato de sacarose 0-2.5 ET.XXII

    ADITIVOS ALIMENTARES:

  • 8/14/2019 Coletanea de Horticultura e tcnicas Naturais

    14/48

    14

    COMO ESCOLHER PLANTAS COMESTVEIS

    As plantas, sejam elas aquticas ou terrestres, oferecem os seguintes alimentos comestveis:- sementes: casca- borbulhos: flores- frutos: folhas- folhelhos ou bainhas: talos (aipo)- seiva ou alburno: hastes (cana de acar)- razes de plantas tuberosas: bulbos (cebola)- nozes: brotos (renovos)Todas as partes de certas plantas so comestveis, mas torna-se necessrio escolher a parte mais

    apropriada, seja a raiz, o fruto, as folhas ou os folhelhos.

    Os alimentos amidoadosMuitas plantas armazenam grandes quantiades de amido comestvel (fcula de batata, polvilo, etc.)

    nas suas partes sob a terra. Os tubrculos da batata silvestre, com a folhagem semelhante s variedades

    cultivadas so comestveis; os tubrculos de outras plantas, como o inhame, a aucena branca d'gua, soabundantes no interior; as hastes (grandes talos) podem ser encontradas em muitas plantas, havendo doistipos muito espalhados pelo mundo, representados pelo feto vegetal (as samambaias) e o rabo-de-gato.Ambas so abundantes no Brasil, sendo que nos trpicos muitos dos vegetais mais comuns, como o aipim,a cana-de-acar, etc., provm dos grandes talos (hastes); os bulbos so, na maior parte das vezes, produ-zidos pelas liliceas (lrio, cebola, narciso), sendo que h muitas espcies comestveis, o que significa podercontar com estas fontes o ano todo; os troncos da palmeira salgueiro, o salgueiro e outros produzem gran-des quantidades de amido comestvel no seu interior, o suficiente para sustentar a vida durante vrias sema-nas. Os gros ou sementes de milho mido, do capim-bravo e de muitas gramneas so feculosos (amidoados)e constituem excelente alimento-base. Lembre-se de que todo alimento que contm amido deve ser cozido,pois cru indigesto. O amido extrado rachando-se o tronco e removendo a substncia mole e esbranquiadade dentro, por meio de um pau pontiagudo. Esta polpa deve ser lavada em gua, e o amido puro, concentra-

    do, despejado em uma vasilha. Depois de lavado novamente, cozido e preparado como farinha. Os legumes(verduras) consistem em folhas sumarentas (sucosas), vagens, sementes, talos e razes no-lenhosos.Escolher os mais leves e macios (tenros), cozinhando-os todos, especialmente aqueles obtidos nos camposcultivados.

    Os fetos vegetais e samambaiasEstes so comestveis e nenhum deles venenoso. Algumas destas plantas tm poucos centmetros

    de altura; os fetos vegetais arbreos, com altura de at 10 metros, existem nas reas tropicais, desde o nveldo mar at as encostas de montanhas, onde as chuvas so fortes e frequentes. Seus rebentos ou brotos soencaracolados, suculentos e o seu valor nutritivo corresponde couve ou ao aspargo. So cobertos defiapos, que lhes do um gosto amargoso, os quais devem ser tirados esfregando-se dentro d'gua. Se ogosto for muito amargo, ferver os brotos durante uns dez minutos, mudando a gua e tornando a ferv-los

    durante uns trinta ou quarenta minutos. Se achar ovos de aves silvestres, pode-se cozinh-los juntamentecom os brotos.

    O rabo de gato ou capim-elefante encontrado em todas as regies do pas, principalmente nas zonas midas de climas temperados e

    tropicais. Os brotos bem novos tm gosto semelhante ao aspargo. A parte do talo mais prxima raiz, e atuma certa altura, tirando-lhes a palha comestvel, tanto crua como cozida. Na poca da florao, o plemamarelo muito abundante; misturando-o com um pouco de gua, pode-se formar pequenos bolos que, ao do vapor d'gua, formam como que pequenos pes.

    Dicas diversasO broto de bambu outro vegetal comestvel. Descascar o broto at encontrar o palmito tenro, picar e

    deixar de molho na gua, trocando este banho por trs vezes para tirar o seu amargor. Depois refog-lo emleo, colocando cebola, tomate, salsa, etc., juntar gua e deixar cozinhar. Outras sugestes: agrio comhortel, cenoura com pimento, espinagre com creme de cebola e limo.

  • 8/14/2019 Coletanea de Horticultura e tcnicas Naturais

    15/48

    15

    AS CONSERVAS

    Cuidados com as frutasAs frutas frescas e recm colhidas produzem melhores conservas. Devem ser bem lavadas e

    descascadas, no deixando-as mergulhadas na gua por muito tempo.

    Calda de frutas feita com calda de acar ou com o prprio suco da fruta, podendo ser: fina (1 parte de acar para

    2 de gua ou suco), mdia (1 por 1), ou grossa (2 por 1 ).

    Compota com calda de acarSeparar 1 kg de fruta e 300 gramas de acar. Aps descascar e cortar as frutas, preparar a calda a

    gosto, com um cozimento rpido de 10 a 20 minutos. A seguir deixe esfriar, coloque nos vidros j esteriliza-dos e deixe 2,5 cm de espao abaixo da boca do vidro. Feche bem e leve o vidro para banho-maria por 10minutos. Retire do fogo e guarde em lugar seco, fora de correntes de ar.

    Frutas secas ao solDescasque as frutas e corte em pedaos pequenos. Ferva em gua por 2 a 5 minutos e deixe escorrer.

    Coloque em peneira e leve ao sol, longe de poeira e insetos. No deixe secar totalmente ao sol, termine desecar sombra.

    Frutas cristalizadasDescasque as frutas e coloque em calda rala, deixando ferver durante 15 a 20 minutos, at que a calda

    fique espelhada. Retire as frutas da calda e deixe escorrer em peneira fina, passando a seguir as frutas noacar. Deixe secar ao sol, longe da poeira. Repita a operao duas vezes at que as frutas estejam cober-tas de acar.

    Processo de resfriamento o processo pelo qual as frutas e as verduras so submetidas, depois do cozimento rpido, pelapassagem na gua fria, o que possibilita mant-las com aparncia mais natural.

    CONSERVAO E ARMAZENAGEM DE ALIMENTOS

    Conservao de hortaliasAs hortalias conservam-se em gua e sal ou em sal e vinagre, dentro de vidros e atravs de banho-maria. So os chamados picles. As hortalias devem ser cozidas em gua fervente e sem sal. Elas conser-vam-se por mais tempo e ficam mais saborosas quando cozidas rapidamente, ou seja, quando passam porum "branqueamento". Colocam-se as verduras diretamente na gua fervendo ou envolvidas num saco brancode algodo (a aparncia fica melhor).

    TEMPO NECESSRIO PARA O COZIMENTO DE HORTALIASPimenta ...................................................................... um minutoRabanete ................................................... de um a trs minutosPimento, pepino e cebolinha ................. de um a cinco minutosChuchu e couve-flor ............................... de trs a cinco minutosVagem ...................................................................... dez minutosNabo, cenoura e beterraba ...................... de dez a vinte minutos

  • 8/14/2019 Coletanea de Horticultura e tcnicas Naturais

    16/48

    16

    Picles preparado com gua e salHortalias usadas: pimento, couve-flor, milho (debulhado ou em espiga), vagem, ervilha, palmito,

    aspargo. Escolha as hortalias, limpando-as bem; faa o cozimento rpido (ver a tabela anterior) e coloc-lasnos vidros de conserva, enchendo-os com salmoura fervente (duas colheres de sal e uma colher de suco delimo, para cada litro de gua). Ferva em banho-maria.

    1- lave bem os legumesselecionados.2- faa um cozimento r-

    pido.3- deixe-os escorrer.4- encha os vidros comsalmoura fervente.5- feche-os de modo a no

    permitir a passagem do ar.

    Armazenagem de cereais (mtodos de conservao)So mtodos baseados, primariamente, na remoo da gua: pelo secamento ao sol, pela aplicao

    de calor artificial ou pelo congelamento, pela defumao; pela adio de acar, vinagre ou outros preserva-tivos; pela ao do sal e do acar, removendo a gua das clulas do alimento por osmose, que assimdesidratam os microorganismos. Antes de secar ou desidratar, a maioria dos alimentos deve ser colocada demolho (imerso em gua semi-fervida por alguns minutos) para desativar as enzimas e os microorganismos.Sal ou outros preservativos so algumas vezes adicionados antes de secar. O secador solar tambm um

    mtodo prtico e econmico de secar os alimentos (veja "Energia").

    Armazenagem de cereais - Silo coberto de terraUm dos assuntos mais visados hoje em dia, em face das alternativas de sobrevivncia para um mundo

    em crise, o que trata das tcnicas de conservao de alimentos, que, infelizmente no tm sido estudadascom merecida ateno.

    Este depsito externo em forma de cone bastante fcil de construir e nele podem ser conservadoscereais, hortalias e frutas. Coloca-se no solo uma camada de palha, folhas de outro material anlogo,empilhando a seguir o produto que se quer conservar, em forma cnica sobre a camada de palha. Utilizarmais palha, de forma a cobrir todo o produto, acompanhando a forma cnica. Depois, cobrir a pilha inteiracom uma camada de 5 a 7,5 cm de terra, fortemente comprimida. Neste ponto, deve-se abrir uma canaletaem volta do depsito para escoar as guas da chuva. O grau de ventilao depender do tamanho do dep-

    sito. Em um depsito pequeno, no qual se armazenam poucas hortalias, entrar ar suficiente se a palhacolocada entre as hortalias e a terra estender-se para cima da pilha como se fosse

  • 8/14/2019 Coletanea de Horticultura e tcnicas Naturais

    17/48

    17

    uma chamin. Este bocal superior do cone deve ser tapado com um pedao de tbua encimado poruma pedra, de forma a proteger o alimento da chuva. Aconselha-se construir diversos depsitos de pe-queno porte, armazenando em cada um diversos tipos de alimentos que devero ser retirados na medidado seu consumo. Os depsitos devem ser construdos em um novo local a cada ano, para evitar que osalimentos (restos) e a palha apodrecidos contaminem os lugares j utilizados. Quanto a estes restosdecompostos, eles podero ser utilizados como adubo orgnico.

    DEPSITO PARA CONSERVAO DE ALIMENTOS

    1- tbua encimada por uma pedra para fechar o bocal.2- camada de terra de 5 a 7,5 cm, fortemente comprimida3- camada de palha ou folhas envolvendo todo o produto4- produto armazenado5- canaleta cavada volta do depsito para escoar a chuva.

    A ENERGIA ALTERNATIVA

    A energia hidrulica encontrada mais nas regies chuvosas, entre vales, enquanto a elica est nas

    regies planas. A primeira prefervel segunda, pois o vento inconstante, enquanto a gua relativamenteconstante.

    Uma das caractersticas das fontes naturais de energia que elas se adaptam muito melhor ao usoem pequena escala do que explorao em grande escala. Extrai-se, por exemplo, muito mais energia deum rio quando se espalha uma centenha de pequenas barragens e rodas d'gua, do que quando se constriuma nica barragem, enorme, que faria girar vrias turbinas de grande porte. Uma casa tambm pode ter umtelhado solar e dele extrair boa parte da energia necessria.

    quase sempre prefervel combinar vrias fontes de energia, a restringir-se a uma nica. Antes de prpara funcionar os complicados sistemas para a obteno de calor a partir de fontes naturais, deve-se estarseguro que o calor permanecer dentro de casa. Para conservar o calor, nada melhor do que paredes espes-sas, de barro amassado com palha, de pedra, de taipa ou de tijolo, e preferencialmente ocas, completadascom espuma ou isolamento interior - este ltimo geralmente caro, mas uma opo natural cultivar o

    sobreiro, pois ele produz um excelente material isolante.O quadro a seguir mostra parcialmente os recursos energticos do meio, de acordo com suas fontes,tipo e aplicao:

  • 8/14/2019 Coletanea de Horticultura e tcnicas Naturais

    18/48

  • 8/14/2019 Coletanea de Horticultura e tcnicas Naturais

    19/48

    19

    A utilizao da pedra em substituio aos tijolos na construo de biodigestores foi uma alternativadesenvolvida pelo engenheiro agrnomo Wilmar Duarte Gomes, extensionista da Acaresc, no municpio deConcrdia-SC, visando facilitar e baratear a construo de biodigestores - o biodigestor de pedra, comparan-do-se com o de alvenaria tradicional, cerca de 70% mais barato. importante salientar que as pedrasutilizadas so brutas e recolhidas na lavoura, no havendo a necessidade de quebr-las para fazer o assen-tamento, salvo algumas excees. A simplicidade da construo d condies de o prprio agricultor fazer o

    seu biodigestor, recuperando uma tradio j praticamente esquecida no meio rural de trabalhar com pedrasna construo de taipas. Alguns lavradores que j construram ou esto construindo o seu biodigestor depedra tm encontrado enormes vantagens nessa opo e observado que, a partir do momento em que seutiliza um recurso existente na prpria propriedade, esta passa a ser mais valorizada e encarada de umaforma mais dinmica. A retirada das pedras da lavoura tambm benfica, porque no mais atrapalham nahora da lavrao.

    Assentadas as pedras, o biodigestor rebocado com uma argamassa composta por areia, cimento,barro e cal virgem. As quantidades utilizadas na mistura variam de local para local. Muitos biodigestores depedra j foram construdos na regio de Con-crdia, comprovando-se uma maiorhigienizao da propriedade, com o aproveita-mento de um excelente adubo (biofertilizante)e do biogs, que est sendo utilizado emcampnulas para o aquecimento de leites,motor, lampies e fogo, gerando dessa formauma expressiva economia em adubos e demaisderivados de petrleo.

    Arado de trao animalO arado de trao animal clssico, pu-

    xado por um cavalo ou uma junta de bois ecomposto por 3 peas essenciais: a sega, umaespcie de faca vertical ou ligeiramente incli-nada, tem por finalidade abrir caminho, fazen-

    do um sulco vertical; a relha uma lmina quecorta em profundidade, sob o sulco a ser lavra-do; e a aiveca, de madeira ou metal, revira a leiva de terra cortadapelas duas peas anteriores e a coloca contra a leiva de terraanterior. A roda maior do arado segue pelo sulco, enquanto a me-nor desliza na terra nua. Os dois reguladores servem para determi-nar a profundidade e a largura de trabalho. Certos arados possuemtambm uma roadeira de superfcie, que avana frente cortandoe revolvendo a vegetao de superfcie.

    Energia elicaPara que valha a pena explorar o vento, este deve ter uma

    velocidade mdia de, pelo menos 15 km/h, sem grandes perodosde calmaria. Veja no quadro a seguir, a potncia da energia elica:

    Biogs - o combustvel de fundo de quintal(revista Planeta, Orlando Oliveira)

    So duas as caractersticas de ocupao e colonizao dossolos brasileiros: latifndios e minifndios. Os primeiros tratamsuas terras atravs de tecnologias capitalistas, visando altos lu-cros, e o segundo est reservado subsistncia e misria scio-cultural. Nos velhos continentes, onde a agricultura tem tradiomilenar, a ocupao se d em propriedades mdias, com ativida-des mistas, onde a renda permite o desenvolvimento de tecnologias

    alternativas que possibilitam cada vez mais a melhoria dos pa-dres sem o abuso das monoculturas.

    Com a crise do Oriente Mdio e o espectro da falta de leoscombustveis, esta viso de ocupao de nossas reas agrcolas

  • 8/14/2019 Coletanea de Horticultura e tcnicas Naturais

    20/48

    20

    vem mudando, de um lado pela iniciativa privada, e de outro, por programas governamentais. Vemos por outrolado, governo criar incentivos econmicos para a aplicao de tecnologias alternativas em busca de umaeconomia de divisas que hoje se esvaem pelo alto preo do petrleo. Das trs fontes de energia geradas noBrasil, apenas uma pode ser chamada de alternativa, visto que as outras so verdadeiros desastres ecolgi-cos: o carvo e o lcool vegetais. A terceira o biogs, que para ser gerado cria a necessidade da formaode propriedades mistas para seu melhor aproveitamento, levando a uma remodelao dos mtodos de ocu-pao do solo.

    O biogs j uma tradio milenar na China, e na ndia, em algumas dezenas de anos conseguiu-seinstalar biodigestores em 90% das propriedades rurais.O biogs, ou gs metano, produzido a partir de dejetos humanos e de animais, e de restos de

    culturas. Pode servir para foges, lampies, geladeiras e motores ciclo Otto e Diesel. O biogs compostobasicamente de dois gases; o metano (60 a 80%) e gs carbnico. Quanto maior o percentual de metano,mais puro o gs. Um metro cbico e meio de biogs equivale a um litro de gasolina. Pode-se dizer,seguramente, que uma vaca pode gerar calorias para o cozimento de 3 refeies dirias para 6 pessoas.

    Um modelo inteiramente nacional est sendo desenvolvido pelo Instituto de Pesquisas da Marinha, etrata-se de uma base em alvenaria e um gasmetro em PVC, tendo como encaixe das duas partes umacanaleta de gua para isolar a sada do biogs. As pesquisas para o desenvolvimento desse modelo partiramdo seguinte princpio: no Brasil, por questes climticas, no h tanta necessidade de que um biodigestorseja construdo abaixo do nvel do solo, como h nos pases de clima tipicamente frio.

    Vrias fbricas de implementos agrcolas - tendo a Penha como pioneira - j dispem de pequenosbiodigestores prontos, com o bojo de coleta de material, campnulas e gasmetro, bastando apenas aoproprietrio a sua instalao prxima ao curral.

    Chama-se digestor a cmara que processa a digesto. Trata-se de um tanque fechado em concreto,alvenaria ou ferro pintado. Sobre esta cmara colocado o gasmetro, uma campnula de ferro e orecipiente onde o gs produzido estocado. O modelo chins tem sua campnula fixa, enquanto a do indu mvel. O primeiro possibilita uma construo mais barata, no conseguindo porm, um estoque de biogs,tornando sua produo irregular. Com o modelo de campnula mvel obtm-se uma capacidade maior deestocagem, o que possibilita um uso contnuo e uniforme do combustvel.

    A mistura de materiais orgnicos nos digestores deve ser feita na base de 10 a 20% de materiaisslidos e o restante de gua. A temperatura interna deve variar de 20 a 45 graus. Pode-se citar alguns itensa serem observados quando do manuseio e com a manuteno:

    1- O gs que se forma inicialmente no inflamvel. gs carbnico e vapor e deve-se deixar que saia

    do gasmetro.2- Qualquer esterco serve, desde que seja fresco. Tambm pode ser usado capim, aguap, mato.3- O esterco de galinha muito bom, mas se as aves foram tratadas com antibiticos no h fermen-

    tao e o gs no ir queimar.4- O esterco deve ser puro, no conter produto qumico, principalmente inseticida.5- No inverno leva-se mais tempo para formar o gs, e sua quantidade menor. Em compensao sua

    durao maior do que no vero.6- Misturar capim ou palha com o esterco melhora a produo.7- Na primeira produo, no sendo possvel arranjar material para a inoculao, coloca-se uma cama-

    da de 10 centmetro no fundo do digestor, de esterco bem curtido.8- S depois de aproximadamente duas semanas da mistura ser colocada no digestor que comea

    a produo de gs.

  • 8/14/2019 Coletanea de Horticultura e tcnicas Naturais

    21/48

  • 8/14/2019 Coletanea de Horticultura e tcnicas Naturais

    22/48

    22

    INDSTRIAS CASEIRAS

    Sabo com cinzasMaterial: balde grande, bacia grande, calos de madeira, gravetos, palha, cinzas e gua (para a

    fabricao da barrela).

    Preparo: faa vrios furinhos no fundo do balde com um prego, colocando-o em cima dos calos demadeira, por dentro da bacia. No fundo do balde faa um filtro com gravetos cruzados para impedir a sadadas cinzas. Em cima dos gravetos, coloque uma camada de palha. A seguir, encha o balde com as cinzasbem secas, de modo que fique maior quantidade dos lados do que no centro, como um pequeno buraco.Derrame gua fervendo dentro do balde. A gua vai baixando, sendo absorvida pelas cinzas; coloque maisgua, procurando mante-lo sempre cheio. Depois de um tempo, comear a sair pelos furinhos do fundo dobalde um lquido marrom, que a barrela, tambm chamada de lixvia de cinzas. As cinzas podem ser devrios materiais, porm as de madeiras resistentes produzem a melhor barrela para sabo.

    Material: caldeiro de ferro, xcara, colher de pau, molde, faca, barrela, sebo purificado, leo vegetal eperfume (para a fabricao do sabo).

    Preparo: coloque no caldeiro duas partes de barrela para uma parte de sebo purificado (que obtidoatravs da fervura do sebo com igual quantidade de gua). Depois passe essa mistura por uma peneira oupano grosso. Junte uma parte de gua fria para cada quatro partes da mistura quente. Deixe esfriar, semmexer. Depois de frio, o sebo purificado ficar por cima, quando ento dever ser retirado por estar prontopara o uso, e ainda uma parte de leo vegetal. A quantidade de sabo que se vai conseguir ser proporcional quantidade de barrela usada. Ferva a mistura at ficar grossa como melado. Adicione o perfume, que podeser essncias vegetais, como sassafrs, eucalipto, alfazema, cravo, limo, etc. Tire o caldeiro do fogo edespeje a mistura no molde. Depois de pronto o sabo, espere um ms antes de us-lo.

    Cera para pisoPode ser usada para pisos de cimento, madeira ou mveis.Material: restos de vela, querosene, vermelho, lata vazia e colher de pau.Preparo: coloque na lata os restos de vela com querosene e deixe no fogo, em banho-maria, at a vela

    derreter. No encha muito a lata com o querosene, deixando o fogo baixo. Aps derreter a vela, apague o fogoe espere esfriar um pouco. Acrescente o vermelho e misture bem. Depois de frio s usar.

    Vela de cera de abelhaMaterial: faca bem afiada, vasilhas para banho-maria, placas de cera de abelha, pavio ou pedao de

    barbante.Preparo: pegue uma placa de cera e estique o pavio, ou barbante, em um dos lados. Se o clima da

    regio em que se est for muito frio, aquea um pouco a placa de cera antes de us-la. Enrole-a em volta dopavio. Depois de enrolar toda a placa, aperte-a bem para que no solte. Derreta outra placa de cera embanho-maria; aps, mergulhe rapidamente a vela na cera derretida. Tire-a e deixe secar. A cera derretida queficou no banho-maria, pode ser guardada e usada outras vezes.

    Vela de parafina

    Material: panelas, latas ou potes, tesoura, pedao de madeira ou galho, parafina, estearina, pavio oubarbante.Preparo: derreta a parafina numa panela e a estearina em outra, na seguinte proporo: uma medida

    de estearina para dez medidas de parafina. Quando ambas derreterem, misture-as na mesma panela, dei-xando esquentar bem. Depois despeje-a em uma lata. Corte o pavio (ou barbante) bem maior do que otamanho desejado para a vela. Amarre uma das pontas do pavio num pedao de madeira ou galho. A seguir,mergulhe o pavio (firmado pelo pedao de madeira) na mistura bem quente. Retire o pavio da mistura, esti-cando-o at que a mistura endurea. Mergulhe o pavio vrias vezes na mistura, deixando secar entre ummergulho e outro. Se nestas operaes a mistura ficar fria e dura, derreta-a de novo. Depois, deixe a velaesfriar, corte o pavio e mergulhe a vela pronta em gua fria para que endurea totalmente. Aquea um poucoa parafina e mergulhe apenas o pavio da vela na parafina morna; retire e deixe secar.

    Xampu e sabo lquidoMaterial: raspa de Ju (semente do norte), pano limpo e gua.O Ju fruto do juazeiro. Nele encontramos a saponina, uma substncia que provoca espuma e um

    desinfetante muito indicado para a nossa higiene.

  • 8/14/2019 Coletanea de Horticultura e tcnicas Naturais

    23/48

    23

    Preparo: coloque bastante raspa de Ju dentro d'gua durante 3 horas. Esfregue bem com as mos,coando em seguida no pano limpo. Use o suco de Ju para lavar roupa, para o cabelo e para o banho. O Jutambm evita a caspa.

    P dental de JuMaterial: casca de Ju, ralador, pilo, peneira e lcool fraco.

    Preparo: raspe a casca do Ju e deixe ao sol para secar. Pile a raspa e peneire, transformando a raspaem p. Junte bastante gua no lcool para que ele fique bem diludo; o lcool ajuda a limpar, clarear edesinfetar os dentes. Misturando o Ju com o lcool, estaremos prevenindo as cries. A gua deve serfiltrada ou fervida. Coloque o p dentro do lcool. Para usar, agite bem e coloque um pouco na escova. Pode-se tambm usar apenas o p de Ju na escova.

    P dental DentieEste p dental foi inventado por George Oshawa, sendo muito medicinal, pois a beringela tem clcio e

    vitamina C, que fortalecem os dentes e a gengiva.Material: beringela, sal grosso, panela pequena (frigideira) e um pilo.Preparo: leve a beringela inteira ao forno para assar. Quando estiver bem torrada, amasse bastante e

    coloque tudo numa vasilha. Pegue uma quantidade de sal grosso igual da beringela torrada e leve ao forno

    para torrar. Misture a beringela e o sal torrados, amassando-os num pilo pequeno, at formar um p fino. Odentie est pronto para uso. O sal clareia o esmalte dos dentes e a beringela beneficia tambm as gengivas,evitando sangramento.

    Pincis e escovasMaterial: cabelo humano liso, para pincis finos, e crina de cavalo para pincis grandes, tubo fino de

    antena, cola epxi e barbante.Preparo: corte o tubo no tamanho adequado, passando o barbante duplo pelo seu interior. Coloque o

    cabelo ou a crina no lao do barbante e puxe para dentro do tubo. Retire o barbante e prense na morsa coma cola epxi para prender s o cabelo. Faa o acabamento com lixa.

    Inseticida naturalMaterial: uma cebola, 1/2 copo de cerveja e 40 gramas de cido brico ( barato e pode ser adquiridoem qualquer farmcia). Esta a receita desenvolvida por tcnicos da Secretaria Estadual de Agricultura doRio de Janeiro, para substituir inseticidas txicos por produtos naturais.

    Preparo: bata a mistura num liquidificador at adquirir consistncia pastosa, colocando pequenaspores em tampinhas de garrafa que devero ser espalhadas pela casa. O efeito em baratas devastador,garantem os tcnicos. Para evitar a ingesto do produto por crianas ou animais domsticos, sugere-se ouso de latas vazias de cerveja ou refrigerantes, com a vantagem adicional de que as baratas no conseguemsair de l.

    Detergente ecolgicoMaterial: 2 pedaos de sabo de coco, 2 limes e 4 colheres de amonaco ( biodegradvel).

    Preparo: derreta o sabo, picado, em um litro de gua fervente. Junte 5 litros de gua fria, o suco delimo e por ltimo o amonaco. Dissolva bem e guarde em garrafas. Esta receita d seis litros, limpa, nopolui e quase vinte vezes mais barata que o sabo industrializado.

    Inseticida para plantasMaterial: sabo em p, fumo de corda, querosene e gua.Preparo: deixe um pedao de fumo de corda em 1/2 litro de gua e coe (o lquido formado chama-se

    sulfato de nicotina). Dilua em 10 litros de gua, trs ou quatro colheres (de sobremesa) de sulfato de nicotina.Aquea e, ainda com o fogo aceso, adicione 3 colheres (de sopa) de querosene. Espere esfriar e pulverizesobre suas plantas para controlar pulges, cochonilhas de carapaa, lagartas, etc.

    FormigasDestrua os formigueiros furando seu centro com uma estaca e despeje amonaco. Tampe em seguida

    com terra. Nos armrios: coloque um copo com gua contendo um ramo de salsa.

    Baratas

  • 8/14/2019 Coletanea de Horticultura e tcnicas Naturais

    24/48

    24

    Mantenha a limpeza. Cubra os ralos com tela de plstico. Use cido brico com um pouco de acar(deixe fora do alcance de crianas e animais domsticos). Pode tambm usar pimenta do reino em p. Umpouco de querosene, colocado todas as noites dentro dos ralos, afugenta as baratas.

    MoscasPara moscas insistentes na cozinha, coloque sobre a mesa um prato com leite ou vinagre, misturado

    com pimenta do reino. Use tambm camomila queimada. Uma rodela de cebola sobre a carne descoberta

    afasta as moscas. Inseticida: 0,250 ml de formol, 0,25 ml de leite e 1/2 litro de gua. Misture e coloquepores em pires pela casa.

    PulgasMantenha limpos tapetes e assoalhos. Use saquinhos de tule com folhas de hortel, mastruo ou

    ramos frescos de erva-de-santa-maria. Coloque embaixo de colches e estofados.

    PernilongosElimine focos de gua parada em casa. Coloque leo queimado (de automvel) ou creolina em poos

    d'gua de terrenos baldios. Use telas nas janelas. Feche as janelas ao escurecer. Use pedaos de cnforaqueimada ( venda em farmcias e casas de ervas) num pires. Coloque na cabeceira da cama, ou nos

    travesseiros, um raminho de alfazema. Inseticida: 750 ml de gasolina, 250 ml de querosene, 0,05 ml decnfora e 15 bolinhas de naftalina. Misture e deixe em infuso por 15 dias. Pulverize com bomba flit.

    TraasEspalhe nos armrios e gavetas, gros de pimenta do reino e naftalina.

    RatosUse ratoeiras pela casa. Os ratos ficam desesperados com o cheiro da arruda, assim, s colocar

    uns raminhos espalhados pela casa.

    UTILIZANDO A PANELA DE BARRO

    Segundo Stracci, o homem deve seguir a natureza, a terra da qual veio e qual regressa um dia. Comoo sol, o ar e a gua, a terra capta os princpios vitais e constitui o mais poderoso agente de regeneraofsica. Assim, quando se cozinham alimentos em panelas de barro, eles conservam mais suas propriedades,promovendo mais sade e felicidade.

    Na escolha de panelas de barro, deve-se rejeitar aquelas envernizadas e vitrificadas, pois no servempara guardar alimentos ou cozinhar, sendo apenas teis para decorao. Essas camadas sobre o barro sopiores do que o alumnio.

    As panelas de barro esto esquecidas nas mos dos artesos e nas lojas de artesanato, sendousadas como peas decorativas e negligenciadas na cozinha, onde deveria ser o seu lugar. Talvez o seu usono venha a resolver todos os problemas de sade - afinal, o alumnio no o nico grande causador decncer e reumatismo, mas pode evitar o consumo de mais esse veneno e prevenir o desenvolvimento denovas doenas.

    Curtir ou curar as panelas de barro muito fcil. Tenha em mos folhas verdes de mamona, coloquesobre elas leo de milho e esfregue as panelas por fora e depois por dentro. Em seguida, passe somente oleo, sem a folha de mamona. Ferva gua na panela por 5 minutos e depois retire-a do fogo. Repita a mesmaoperao mais duas vezes. Algumas pessoas curam sua panela de barro passando leo e depois enchendode farinha de mandioca, colocando-a em forno quente. Nas primeiras vezes em que se utilizam panelas jcuradas deve-se usar fogo baixo. Quando alguma pea se racha devido a alguma batida ou m cura, svezes possvel resolver esse problema fervendo-se apenas leite nela. Aconselha-se tambm lav-la comsabo neutro ou areia, com folhas de dente-de-leo e de milho, esfregando at que fique bem limpa.

  • 8/14/2019 Coletanea de Horticultura e tcnicas Naturais

    25/48

    25

    O QUE H PARA SE LER

    Abramovay, Ricardo / "O que a fome?" / Brasiliense, S. Paulo.Brodsky, Greg / "O livro da cura natural" / Ground, S. Paulo.Correia, Pio / "Dicionrio de plantas teis" / 6 volumes.Crane, Eva / "O livro do mel" / Nobel, S. Paulo.Dorst, Jean / "Antes que a natureza morra" / Brasiliense, S. PauloFaria, Raul de / "Horticultura para todos" (srie Stios e Fazendas).Ferri, Mrio Guimares / "Ecologia e poluio" / Coleo Prisma Brasil, Melhoramentos, S. Paulo.Filho, Canchio / "Indstrias Rurais"/ Instituto Campineiro de Ensino.Fornari, Ernani / "Pequeno manual de agricultura alternativa" / Sol Nascente, S. Paulo.Gomes, Pimentel / "Fruticultura brasileira"/ Nobel, S. Paulo.Idem / "Adubos e adubaes"/ Nobel, S. Paulo

    Hiroshi, Edson / "Unidade da vida"/ Espade, S. Paulo.Hooper, Ted / "Guia do apicultor"/ Europa-Amrica, Lisboa.Iorich, N. / "As abelhas farmacuticas com asas"/ Mir Moscovo, Lisboa.Kikuchi, Bernardete / "Arte fundamental da vida"/ Musso Publicaes, S. Paulo.Kikuchi, Tomio / "Sobrevivncia e destino humano"/ Musso Publicaes, S. Paulo.Koepf, Petterson & Schaumann / "Agricultura biodinmica" / Nobel, S. Paulo.Masson, Bernard / "Prpolis, um antibitico natural"/ Global, S. Paulo.Mollison, Bill & Holmgren, David / "Permacultura um"/ Ground, S. Paulo.Nofziger, Margaret / "Controle natural da natalidade"/ Ground, S. Paulo.Primavesi, Ana Maria / "Manejo ecolgico do solo"/ Nobel, S. Paulo.Ribeiro, Marco / "Maravilhas curativas"/ Ground, S. Paulo.Rushi, Augusto / "Agroecologia"/ Horizonte Editora, Braslia.Sanchez, Mario / "Comunidades de subsistncia" / Imeri, S. Paulo.Idem & Martina / "Fruticultura mgica" / Imeri, S. Paulo.Scanzerla, Edilio / "Biodigestor a soluo"/ Agrodora, S. Paulo.Seymour, John / "Guia prtico da autosuficincia"/ Martins Fontes, S. Paulo.Souza, Ingls de / "Poda das plantas frutferas"/ Nobel, S. Paulo.Teixeira, Luiz Gonzaga / "Utopia, manual do militante"/ Ibrasa, S. Paulo.Weise, Helmut / "Nova apicultura"/ Livraria e Editora Vras, S. Paulo.Werner, David / "Onde no h mdico" / Edies Paulinas, S. Paulo."A floresta e a conservao do solo"/ Melhoramentos, S. Paulo."Crianas e lavouras" / Melhoramentos, S. Paulo."Fascculos de tecnologias adaptadas"/ Embrater, Braslia."Centro de Estudos Avanados"/ Imeri, Goinia."Chcaras e quintais""Planeta 137-A - Guia do Peregrino"/ Grupo de Comunicao Trs, S. Paulo.

  • 8/14/2019 Coletanea de Horticultura e tcnicas Naturais

    26/48

    26

    ESPCIE CLIMAPOCA

    PLANTIOLOCAL INICIAL

    PLANTIOINCIO GERM.

    (DIAS)ESPAAMENTO

    INCIO COLHEITA(DIAS APSPLANTIO)

    ABBORA MENINA quente set/jan definitivo 5 3x3 90

    ABBORA SECA GIGANTE quente set/dez definitivo 5 4x4 150

    ABOBRINHA CASEIRA quente ago/fev definitivo 5 1.5x1 60

    ACELGA ameno mar/ago definitivo 6 0.4x0.3 70

    AGRIO ameno ano todo definitivo 6 0.2x0.2 70

    ALCACHOFRA ameno abr/jun definitivo 10 2x1 120

    AIPO (SALSO) ameno mar/mai sementeira 12 1x0.3 160

    ALFACE ameno ano todo sementeira 5 0.3x0.3 80

    ALHO POR ameno mar/jul sementeira 6 0.5x0.15 150

    ALMEIRO ameno ano todo definitivo 5 0.3x0.05 40-50

    ASPARGO ameno ago/nov sementeira 12 1.5x0.5 720

    BERINGELA quente ago/fev sementeira 8 1x0.5 100

    BETERRABA ameno ano todo definitivo 6 0.25x0.05 70

    BRCOLIS ameno fev/jun sementeira 4 1x0.5 100

    CEBOLA ameno mar/mai sementeira 6 0.4x0.1 180

    CEBOLINHA ameno ano todo sementeira 6 0.3x0.2 60

    CENOURA ameno ano todo definitivo 7 0.3x0.05 90

    CHICRIA ameno ano todo sementeira 5 0.3x0.3 90

    COUVE MANTEIGA ameno ano todo sementeira 4 1x0.5 60-90

    COUVE CHINESA ameno mar/set sementeira 4 0.8x0.3 60

    COUVE-FLOR ameno ano todo sementeira 4 1x0.5 90

    COUVE RBANO ameno mar/ago definitivo 4 0.4x0.2 50

    ERVILHA EM GRO ameno mar/jul definitivo 5 0.5x0.2 60-80

    ERVILHA TORTA ameno mar/jul definitivo 5 1x0.2 60-80

    ESPINAFRE ameno mar/jul definitivo 7 0.5x0.4 50-60

    FAVA ameno mar/jul definitivo 5 1x0.3 90-120

    FEIJO VAGEM TREPADOR quente ago/fev definitivo 5 1x0.5 50-60

    FEIJO VAGEM BAIXO quente ago/fev definitivo 5 0.5x0.2 50-60

    JIL quente ago/fev sementeira 7 1.2x0.8 90

    MELANCIA quente set/jan definitivo 5 2x2 90-100

    MELO quente ago/jan definitivo 5 2x1.5 90-100

    MOSTARDA ameno ano todo sementeira 4 0.3x0.2 60

    NABO ameno mar/jul definitivo 4 0.3x0.1 50

    PEPINO quente ago/mar definitivo 5 1x0.5 70

    PIMENTA quente ago/fev sementeira 7 1.2x0.8 120

    PIMENTO quente ago/fev sementeira 7 1x0.5 100-120

    QUIABO quente ago/fev definitivo 5 1x0.4 80-90

    RABANETE ameno ano todo definitivo 4 0.2x0.05 25

    REPOLHO ameno ano todo sementeira 4 0.8x0.4 120

    RCULA ameno ano todo definitivo 5 0.2x0.05 40

    SALSA quente ano todo definitivo 10 0.3x0.1 70

    TOMATE quente ago/jan sementeira 6 1x0.6 100

  • 8/14/2019 Coletanea de Horticultura e tcnicas Naturais

    27/48

    27

    FLORES

    ESPCIE CLIMALOCAL INICIAL

    PLANTIOPOCA

    PLANTIOESPAAMENTO

    (em cm)CICLO

    ALTURA daPLANTA (cm)

    AMOR PERFEITO ameno sementeira fev/mar 20-25 anual 15-20

    BOCA DE LEO quente sementeira ago/mar 25-40 anual 60-80

    CALNDULA quente sem/canteiro ago/mar 20-30 anual 40-50

    CENTUREA quente canteiro set/mar 20-30 anual 40-60

    CELSIA quente sem/canteiro set/mar 25-30 anual 40-60

    CRAVINAS ameno sementeira mar/out 20-25 anual 20-30

    CRAVO ameno sementeira mar/out 20-30 anual 50-70

    CRISNTEMO quente sem/canteiro set/fev 30-40 anual 50-60

    ERVILHA DE CHEIRO ameno canteiro fev/jul 15-20 anual 80-120

    ESPORINHA quente canteiro jul/fev 20-30 anual/perene 100-150

    GOIVOS quente sem/canteiro set/fev 25-30 anual 50-60

    GYPSOPHILA

    (Mosquitinho)quente sem/canteiro set/fev 20-30 anual 40-50

    MYOSTIS quente canteiro jul/mar 20-25 perene 30-40

    PETNIA quente canteiro ano todo 20-40 anual 20-30

    PHLOX quente sem/canteiro ano todo 10-15 anual/perene 20-40

    PORTULACA quente canteiro set/mar 15-20 anual 20-40

    RAINHA MARGARIDA quente sem/canteiro ago/abr 30-40 anual 60-90

    SEMPRE VIVA ameno sem/canteiro fev/jul 25-30 anual 60-100

    VERBENA ameno sem/canteiro ano todo 20-25 anual/perene 20-40

    ROTAO DE CULTURAS

    Por exemplo: onde foi plantada uma cultura de razes profundas, deve-se plantar em seguida uma derazes superficiais, para que se beneficie dos nutrientes trazidos tona pela cultura anterior.

    Onde se plantou uma tuberosa (beterraba, por exemplo) deve-se plantar em seguida uma verdura(alface, por exemplo), e assim por diante.

    H tambm o fator repouso. Mesmo adubando e tratando, a terra precisa periodicamente de um

    repouso. Deve-se tambm alternar o plantio das monocotiledneas com as dicotiledneas.Assim, a rotao correta seria: verduras - cereais - leguminosas - descanso.

    PLANTAS COMPANHEIRAS

    As chamadas plantas companheiras, ou associaes favorveis vegetais, so outro elemento til eeficaz no trabalho de agricultura alternativa.

    Os insetos so preponderantemente olfativos e as culturas possuem um cheiro caracterstico, queatrai seus amigos ou predadores. Certas ervas plantadas com essas culturas, confundem o olfato do insetoe diminuem seu ataque. Plantas de razes profundas tornam o solo mais penetrvel para plantas de razes

    curtas. Uma planta que necessita de muita luz pode ser boa companheira de outra que precisa de sombraparcial.

    Segue-se uma lista de algumas plantas e suas companheiras e antagonistas:

  • 8/14/2019 Coletanea de Horticultura e tcnicas Naturais

    28/48

    28

    PLANTA COMPANHEIRAS ANTAGONISTAS

    Abbora nastrcio, milho batata, legumes tuberosos

    Alface cenoura, rabanete, pepino,moranguinho, alho por.

    --------------------

    Alho alface, beterraba, segurelha,

    tomate, couve, roseira.

    ervilha, feijes

    Alho-por cebola, aipo, cenoura ----------------------

    Aspargo tomate, salsa, manjerico cebola, alho, gladolo

    Batatafeijes, milho, repolho, berinjela,

    alho, ervilhas, couve,tagotes.

    abbora, pepino, girassol,tomate, ma.

    Beringela feijes ------------------------

    Beterraba cebola feijo trepador

    Cebola (ver Alho) (ver Alho)

    Cebolinha verde cenoura ervilha, feijes

    Cenoura

    ervilha, alface, feijes, cebola,

    cebolinha, bardana, rabanete,alecrim,alho por, slvia, tomate endro

    Couve slvia, alecrim, menta, losna. ----------------------

    Ervilhacenoura, nabo, rabanete, pepino,milho, feijes, abbora (a ervilha

    fixa nitrognio no solo).cebola, alho, batata, gladolos.

    Espinafre moranguinho ------------------------

    Famlia cruciferae (repolho,couve-flor, brcolis,

    couve-de-bruxelas, etc.)

    plantas aromticas, batata, aipo,endro, camomila, slvia, alecrim,menta, hortel pimenta, poejo,

    lavanda, tomilho, beterraba,cebola (os aromticos detm a

    lagarta da couve).

    moranguinho, tomate,feijo-trepador.

    Feijes em geral

    milho, batata, cenoura, pepino,aromticas, couve, repolho,

    segurelha, couve-flor. Plante aoredor das outras ervas.

    aipo, alho-por, funcho

    Feijo arbustivo girassol, batata, pepino, milho,moranguinho, aipo, segurelha.

    cebola

    Feijo trepador milho, segurelha cebola, beterraba, girassol

    Girassol pepino, feijo, tomate batata

    Milho batata, ervilha, feijes, pepino,abbora, melo, melancia. batata, funcho, repolho

    Moranguinho espinafre, borragem, alface repolho

    Nabo ervilhas, feijes, hortel tomatePepino

    girassol, feijes, milho, alface,ervilha, alface, rabanete. batata, ervas aromticas

    Rabanetealface, ervilha, agrio, cenoura,nastrcio, pepino (o rabanete

    repelente de insetos).acelga

    Salsa tomate, aspargo. ------------------------

    Salso (aipo)alho-por, tomate, couve-flor,

    repolho, feijo arbustivo -------------------------

    Soja cresce com tudo, auxilia a todos. --------------------------

    Tomatecebolinha, cebola, salsa,

    aspargo, tagetes, nastrcio,

    cenoura.

    ------------------------

  • 8/14/2019 Coletanea de Horticultura e tcnicas Naturais

    29/48

    29

    MEL EXPRESSO:suporte econmico para as comunidades rurais.

    (Valdo Frana)

    De acordo com o ltimo encontro das comunidades rurais, o fracasso de muitos empreendimentos

    comunitrios est intimamente ligado sua insuficincia produtiva e econmica. Muitas unidades que aindaresistem so subvencionadas por recursos externos, e poucas atingiram o status produtivo gerador dasriquezas necessrias auto-suficincia das necessidades vitais (habitao, alimentao, sade, educao,lazer, transportes).

    A prtica agrcola com culturas anuais, hortalias e de frutas e at mesmo a criao de animais paracarne ou leite, so vulnerveis economicamente aos acasos do mercado, do clima, das pragas, das doenase da falta de subsdio oficial. As perspectivas de lucro por unidade de capital investido so cada vez menorese, em alguns casos, o retorno negativo.

    O empobrecimento da agricultura e do meio rural brasileiro fato consumado e afeta em cheio ascomunidades rurais. Aquelas que possuem integrantes de alto nvel e potencial tcnico, associados filoso-fia e conscincia ecolgica, que so requisitos mnimos ao desenvolvimento de atividades agrcolas sofis-ticadas, podero com a apicultura solucionar o impasse econmico de suas unidades de produo.

    Um dos limitantes do crescimento e lucratividade da apicultura nacional est relacionado ao manejoprimoroso exigido pelos enxames para seu fortalecimento e consequentemente melhor aproveitamento dasfloradas naturais e artificiais componentes de nosso pasto agrcola. Durante as chuvas prolongadas, ventani-as, invernos rigorosos, secas e nas entressafras das floradas, os enxames se aniquilam, diminuindo bastan-te a produtividade nas pocas propcias. A alimentao artificial dos enxames nestas pocas uma neces-sidade tcnica para o aumento da produo e consequente diminuio dos custos. O mel expresso, que produzido pela alimentao artificial (no floral), poder ser rentvel economicamente nestas fases crticasde acesso ou disponibilidade de pasto floral.

    O uso de caldo de cana in natura colocado em cochos para alimentao coletiva das colmias, comorealimentao em espaos curtos de tempo, poder evitar a fermentao do caldo e servir produo domel. Este mel tem qualidade superior quele produzido atravs do melado evaporado a calor, pois no hperda de vitaminas termo-sensveis, que so incorporadas ao mel, alm das enzimas do trato fisiolgico dasabelhas.

    O uso do xarope de frutas, preservado pela prpria concentrao dos acares das frutas, servir nos para a produo de mis exticos como tambm para aproveitar os excedentes comerciais frutcolasocorrentes nos picos das safras. Desta maneira estaramos viabilizando a fruticultura nas pocas de merca-do desfavorvel e proporcionando uma melhor renda ao agricultor.

    A cana de acar, por ser de fcil plantio e de alta produtividade por rea, incentivar apirios commaiores concentraes de colmias e altas produes, baixando os custos e ampliando a rentabilidade.Alcanado este objetivo, o mercado ser estabilizado pela oferta adequada do produto que atualmente atingepreos exorbitantes.

    INCINERADOR DE ANIMAIS

    O que fazer com aves mortas, sunos e restos de parto dos animais? Acabe com esse problema e comseus transtornos, construindo um incinerador de tonel,muito prtico, de fcil fabricao e eficiente.Para cons-tru-lo, fazer uma abertura pequena num tonel de lato,o suficiente para caber os animais a serem incinera-dos. A seguir, fix-lo em um suporte de tijolos, de ma-terial refratrio ou pedras. Para faz-lo funcionar, colo-car o que tiver para ser incinerado, juntar leo queima-

    do e pr fogo. Depois de queimado, s virar o tonelcom a abertura para baixo e recolher as cinzas.(Emater-PR/Acarpa).

  • 8/14/2019 Coletanea de Horticultura e tcnicas Naturais

    30/48

    30

    PROJETO DE UM CURRAL

    Para fazer o confinamento, so necessrias instalaes, que podem ser simples. Por exemplo, nosexperimentos feitos pelo professor Jos Carlos Pereira, o mais simples o curral a cu aberto. So instala-es rsticas, com uma rea de 10 a 14 m 2 por animal. Normalmente os cochos e bebedouros so espalha-

    dos ao longo das cercas. Os cochos para minerais e para a mistura melao-uria devem ser cobertos epodem ser construdos em madeira ou alvenaria. As cercas construdas com arame liso, cordoalha de ao,rguas, vares de madeira rolia ou arame farpado. No caso de se usar arame farpado, conveniente inter-calar o arame com madeira rolia, para evitar ferimento nos animais. recomendvel calar a rea prximaaos cochos e bebedouros para impedir a formao de lama. Essa instalao utilizada de maneira eficienteapenas na poca seca.

    Pode-se fazer o curral parcialmente coberto. Ao contrrio do anterior, os cochos so cobertos e feitosombreamento para os animais. A rea coberta calada e ligeiramente inclinada. O resto da rea pode sercalada ou cascalhada, para evitar formao de lama. Com estas instalaes, pode-se colocar at umanimal em cada 6 m2. Para cobrir as instalaes, pode-se usar telhas comuns ou sap. Essas instalaesdevem ser dimensionadas para conter de 50 a 100 animais, quando os cochos so colocados ao longo dacerca. Quando os cochos so colocados dentro dos currais, podem abrigar at 200 animais. Os cochos com

    acesso por ambos os lados devem apresentar de 0,35 m a 0,40 m linear por animal, e o acesso apenas porum lado de 0,50m a 0,60m por animal.O professor Jos Carlos Pereira estudou diversos confinamentos realizados em Minas Gerais, durante

    a fese de pesquisa.Na Fazenda Morro Vermelho, em Campo Belo, MG, o confinamento durou 66 dias - de 10 de junho a

    15 de setembro. Foram colocados, em curral a cu aberto, calado, dotado de bebedouros e cochos paravolumosos e mistura mineral, 40 mestios, castrados, descornados, com 30 meses e peso inicial de 320 kg. fornecido concentrado e volumoso de manh e tarde: cada animal recebeu, em mdia, 10 kg de silagemde milho, 7 kg de capim guatemala, 2 kg de milho desintegrado (rolo) e 4 kg de cama de frango. Os animaisapresentaram ganho de peso mdio dirio de 0,980 kg, converso alimentar de 23,5:1 e rendimento decarcaa de 52%.

    Outro confinamento foi feito na Fazenda Ilha Alegre, em Jequitinhonha, MG, com durao de 61 dias -de 19 de julho a 17 de setembro. Foram colocados 29 novilhos (3/4 de Indubrasil e 1/4 Nelore), inteiros, sem

    descorna, idade de 38 meses e peso vivo inicial de 417 kg, a cu aberto. A rao foi fornecida duas vezes aodia, na seguinte proporo por animal: 15 kg de silagem de napier e cana, 10 kg de capim napier picado, 4,5kg de rolo, 2 kg de fub e 0,1 kg de uria. Os animais apresentaram ganho de peso de 1,58 kg/dia e aconverso alimentar foi de 20:1.

    O terceiro confinamento, feito du-rante a pesquisa, foi desenvolvido naFazenda Campo Novo, tambm emJequitinhonha, MG. Durou 70 dias - de 6de julho a 13 de setembro. Foram colo-cados, a cu aberto, 39 novilhos mesti-os (Holands-Zebu), castrados, semdescorna; 12 com 30 meses e peso vivo

    de 326 kg, e 27 com 28 meses e 275kg. Cada animal recebeu, em mdia, 25kg de capim napier picado, 2 kg de roloe 6 kg de cama de frango, fornecidosdas 8 s 16 horas. Os animais apresen-taram ganho de peso de 1,2 kg (os de30 meses) e 1,1 kg (os de 28 meses). Aconverso, no perodo, foi respectivamen-te de 27,5:1 e 30:1.

  • 8/14/2019 Coletanea de Horticultura e tcnicas Naturais

    31/48

    31

    CAIXA PARA CAPTURAR ABELHAS

    Em Araguari, MG, comum o uso de caixas de papelo para capturar abelhas. um mtodo eficiente,melhor ainda se forem usadas as caixas de encomendas - tipo CE/05 - do Correio, nas quais so feitaspequenas adaptaes. Basta pegar a caixa aberta e colocar doissarrafos de madeira de 20 x 4 x 2 cm, na frente e no fundo (ver dese-

    nho), pregando-os externamente com duas tiras de eucatex ou com-pensado de 20 x 4 x 0,5 cm, de modo que o papelo fique entre aspartes de madeira e as tiras. Os sarrafos da parte de dentro serviro deapoio para os caixilhos e para corrigir o espaamento. Agora s mon-tar a caixa, seguindo as marcas de dobraduras. No seu interior, colocarcaixilhos do tipo Langstroth, com 1/3 de cera alveolada em cada umadelas, para atrair as abelhas e servir de base para que os favos nosejam puxados desordenadamente. Fechar a caixa aps a colocaodos caixilhos, revestindo-a com um saco plstico de cem litros, paraevitar problemas de chuva. A seguir, fazer uma abertura de 10 cm2, pelomenos (10 x 1 ou 5 x 2 cm), sobre o plstico e o papelo, para entradae sada das abelhas. Finalmente, fixar pregos externamente sobre astiras e os sarrafos, passar um arame de lado a lado e pendurar a caixacom um prego num tronco, numa altura de 2,5 metros do cho. Usar acaixa no mximo at dois meses aps a captura do enxame, transferin-do as abelhas para colmia Langstroth padro. (Correio do Apicultor).

    COMEDOURO PARA AVES

    Pequenos avicultores, do Rio Grande do Sul, desenvolveram esse comedouro prtico e barato, quepode ser construdo facilmente no s-tio. Para calcular o comprimento docomedouro deve-se considerar o nme-ro de aves. Assim, calcula-se um es-pao de 5 cm por frango e 7,5 cm porave adulta. O comedouro consiste deuma calha comprida, com 23 cm delargura, com dois suportes nas cabe-ceiras e uma travessa longitudinal queimpede as aves de entrar e espalhar arao. O comedouro, com ps em for-ma de tringulo, deve ficar a 25 cm dosolo.

    UM MARCADOR DE ESPAAMENTO

    Com um marcador de espaamento nas linhas, ser bem mais fcil plantar tomate, pimento, repolho,etc. O aparelho formado basicamente de corpo e roseta. O corpo uma haste com uma cavidade por ondevai girar a roseta (a), o cabo de apoio (b) e uma travessa (c), que ser usada para dirigir o aparelho. Para faz-lo, use uma tbua de 1,30m, 15 cm de largura e uma polegada de espessura. Faa na tbua uma cavidade

    de 35 cm, com largura de 7 cm. Em seguida faa uma roseta, em forma de estrela, tambm de madeira. Aroseta possui seis braos, duas rodas de 18cm de dimetro e 2 cm de espessura, alm de um eixo (parafu-so) de 4 x 5/16 polegadas, que servir de apoio entre as duas peas, dando tambm o movimento giratrio(fig.B). Instale a roseta no corpo do marcador (fig.C). Est pronto o aparelho. Para us-lo, coloque uma mo

  • 8/14/2019 Coletanea de Horticultura e tcnicas Naturais

    32/48

    32

    no ponto de apoio e outra na direo, movimentando o instrumento para frente e caminhando ao mesmotempo. As pontas dos braos deixaro marcas no solo, onde sero feitas as covas para colocao dasmudas. Se preferir um espaamento maior ou menor, diminua ou aumente o comprimento dos braos.(Emater-PE).

  • 8/14/2019 Coletanea de Horticultura e tcnicas Naturais

    33/48

    33

    CARRINHO PARA RAO

    No jogue fora o seu carrinho de mo, de ferro, j fora de uso. Ele pode ser muito til na confeco deum carro para a distribuio de rao nos avirios ou nos cochos do gado leiteiro. muito simples a suafabricao. Basta ter um tambor de leo vazio, do grande, no qual feita uma abertura lateral de 50cm. Aseguir, o tambor fixado em uma estrutura de carrinho de mo, por meio de suportes de madeira. Finalmen-

    te, colocar quatro abas, tambm de madeira, para facilitar o trabalho com a rao. (Material elaborado pelaEmater-PR/Acarpa).

    ACABE COM O GORGULHO NOS GROS

    Um mtodo de controle das pragas de gros armazenados para consumo, ou de sementes paraplantio futuro, muito prtico, foi desenvolvido por famlias paraenses. muito eficiente e evita o gorgulho, semo inconveniente de produtos txicos. Pegue um tambor vazio de 200 litros, ou uma lata de querosene de 20litros, um pouco de lcool e pimenta-do-reino. Lave o vasilhame por dentro com lcool, deixe secar e emseguida, espalhe uma fina camada de pimenta-do-reino moda. Coloque os gros at a metade do recipiente,

    espalhe mais pimenta e complete com os gros. Cubra com uma camada de pimenta-do-reino, feche orecipiente e no ter problemas com gorgulhos (Emater-PA).

  • 8/14/2019 Coletanea de Horticultura e tcnicas Naturais

    34/48

    34

    CARPIDEIRA

    Para realizar capinas em lavouras de milho, soja, feijo e arroz, nada melhor do que utilizar umacarpideira manual com roda. Paraconstru-la so usados uma armaode madeira leve, uma lmina de fer-

    ro com a parte inferior cortante, umaroda de madeira de 10 cm de raio ecom um furo de 3 cm de dimetro,uma travessa de sustentao demadeira, acoplada ao cabo dacarpideira, e um eixo de madeira de15 cm de comprimento. Esse eixoser encaixado na roda e nas parteslaterais dos cabos.

    Para usar a carpideira, empur-re-as para a frente e para trs, nummovimento de vai-vm. Ela vai, en-to, arrancando as ervas daninhasde at 5 cm de altura. A lmina nor-malmente penetra 2 a 3 cm no solo,variando conforme o tipo de solo.Observe a sequncia dos desenhospara a construo da carpideira(Emater/Acarpa-PR).

    ARMADILHA PARA RATOSCom uma caixa de madeira bem vedada ou uma lata de que-

    rosene vazia, possvel fazer uma armadilha muito eficiente paracapturar ratos. A caixa ou lata, contendo gua no seu interior, deveficar bem fechada por uma tampa mvel - menor que a abertura dosrecipientes - suspensa por dois pregos, fixados nas laterais, for-mando um eixo, que dever girar em torno de si mesmo, por qual-quer diferena de peso em um dos pontos da tampa, voltando nova-mente ao ponto de equilbrio. Desse modo, com o peso do rato, atampa girar ao redor de seu eixo e o rato cair dentro da gua,morrendo por afogamento. Para atrair o rato, na parte central da

    tampa, ficar um suporte para fixar a isca. A armadilha deve sercolocada em lugares onde aparecem muitos ratos e num local defcil acesso aos mesmos. Dentro de um paiol, a lata deve ter umarampa para os ratos chegarem at ela. Pode ser, tambm, enterra-da quase ao nvel do solo. (Emater/PR/Acarpa).

  • 8/14/2019 Coletanea de Horticultura e tcnicas Naturais

    35/48

    35

    CHOCOLATE CASEIRO

    O chocolate caseiro delicioso e tem ainda a vantagem de no levar os produtos qumicos e misturas.Para faze-lo, coloque um quilo de amndoas de cacau secas em assadeira ou panela e leve ao fogo paratorrar, mexendo sempre com uma colher de pau. Depois de algum tempo, para verificar se a casca saifacilmente das amndoas, aperte-as entre os dedos. Se isso acontecer retire do fogo e descasque todo ocacau torrado, que , a seguir, passado em moinho de moer cereais. Depois, junte massa obtida dois litrosde leite e dois quilos de acar, batendo a seguir no liquidificador. Peneire e leve ao fogo, mexendo constan-temente com uma colher de pau, at que a massa comece a soltar do fundo da panela. A est no pontocerto. Agora s preparar o chocolate, de duas maneiras: em tabletes ou em p. No caso de preferir emtabletes, basta despejar a metade da massa em assadeira untada com manteiga, deixar esfriar um pouco ecortar em tabletes. Com a outra metade, se quiser, pode fazer em p. Para isso, mexa vigorosamente attornar-se granulado (fora do fogo) e, finalmente, passe em moinho ou peneira de arame fino. Est pronto,ento, para colocar no leite, preparar bolos, pudins, etc. (Material divulgado pelo Departamento de Educa-o-Ceplac).

    O PLANTIO DE RABANETE

    Em regies de clima frio, com temperatura de 8 a 220C, possvel plantar rabanete o ano inteiro; noslocais de vero quente e chuvoso, os meses de abril e junho so os mais indicados. As melhores cultivaresso o Redondo Vermelho e o Champion, conforme pesquisas do Centro Nacional de Pesquisa de Hortaliasda Embrapa, que recomenda o plantio de sementes em sulcos distanciados de 20 a 30 cm, numa profundi-dade de 1 a 2 cm, utilizando-se um grama de sementes por metro de sulco. A seguir, cobrir as sementes comleve camada de terra e irrigar diariamente. Fazer um raleamento quando as plantas estiverem com 3 a 5 cm

    de altura, deixando entre elas um espao de 2 a 3 cm. Se quiser, pode plantar as mudas arrancadas emoutro canteiro. A colheita feita com 25 a 30 dias do semeio, ocasio em que as razes esto com 2 a 3 cmde dimetro.

    MANDIOCA

    Os tcnicos da Embrapa realizaram pesquisa em Cruz das Almas, na Bahia, e chegaram conclusode que o plantio de mandioca em fileiras duplas melhor do que o mtodo tradicional, que geralmente usa oespaamento de 1m entre linhas, variando a distncia entre as plantas de 0,60 a 1m.

    O sistema de plantio em fileiras duplas, segundo os tcnicos, um arranjo de espaamento em quese procura aproximar as fileiras de mandioca, deixando entre cada duas fileiras duplas um espao maior queo tradicional. Com isso, obtm-se as seguintes vantagens: facilita o consrcio com outras culturas, aumen-tando a possibilidade de renda do agricultor, alm do melhor aproveitamento das pequenas reas. Possibilitaa utilizao sucessiva da mesma rea, pela rotao das fileiras duplas de mandioca com a cultura consorci-ada. Aumenta a produo e a produtividade pelo melhor aproveitamento da luz e do gs carbnico (efeito debordadura). Facilita a utilizao do cultivo mecnico e a fiscalizao do ataque de pragas e contrle biolgi-co. Facilita a aplicao de defensivos e possibilita a cobertura vegetal nos espaos livres, para incorporaode matria orgnica. Reduz a necessidade de capinas dentro das fileiras duplas e melhora o controle daeroso.

    O resultado do experimento coduzido pela Embrapa mostrou que o plantio em fileiras duplas (2m x0,60 x 0,60) aumentou em 25% a produtividade das razes em relao ao tratamento tradicional. Os tcnicoslembram que, mesmo que no houvesse aumento da produo, o plantio em fileira dupla teria a vantagem depossibilitar a utilizao dos espaos livres, deixados pelas fileiras duplas, por outras culturas como milho,feijo, arroz, sorgo, amendoim, aumentando a receita do agricultor.

  • 8/14/2019 Coletanea de Horticultura e tcnicas Naturais

    36/48

    36

    BRCOLIS

    O brcolis uma hortalia de caule longo, folhas verde-escuras, nervuras pouco salientes, pednculoslongos e afastados uns dos outros. Na haste central, forma-se uma cabea de botes florais de cor verde enas axilas das folhas nascem as brotaes florais em grande nmero. Seu nome Brassica oleracea,variedade itlica. Foi introduzida na Itlia, por volta de 1600, vindo da Grcia ou da Ilha de Chipre. de

    introduo recente no Brasil, atravs dos Estados Unidos, para onde foi levada pelos emigrantes italianos.So muitas as cultivares de brcolis. Elas se diferenciam umas das outras pelo tamanho da cabeade botes florais emitidos pela haste central, pelo ciclo de produo, pelo tamanho dos botes florais. Omercado paulista prefere as cultivares de botes florais grados. Aqui so plantadas duas cultivares: Ramosoe Jundia. A primeira surgiu espontaneamente na Capital, sendo depois melhorada pelo Instituto Agronmicode Campinas. uma variedade com ciclo de cerca de 180 dias, com cabea central relativamente pequena,mas com brotao lateral numerosa e com botes florais grados. A colheita se inicia aos 55 dias aps otransplante, e prossegue durante 3 meses, dando cerca de 10 colheitas, com intervalos de 8 a 10 dias entreelas. A cultivar Jundia, tambm obtida no Instituto Agronmico, tem os botes florais menores, mas com ahaste floral emitindo uma cabea bem grande, e com brotaes laterais menos numerosas. A colheita dacultivar se inicia aos 80 dias depois do transplante.

    Em So Paulo e estados vizinhos, o semeio de brcolis feito entre fevereiro e junho. Nas regiesserranas, pode ser antecipado e terminar mais tarde. Semear em canteiros adubados com 15 litros de

    esterco de curral, 150 g de superfosfato simples, 30 g de cloreto de potssio e 4 g de brax por metroquadrado, bem misturados terra do canteiro, 8 a 10 dias antes da semeadura. No canteiro, fazerespaamentos de 15 cm com 2 cm de profundidade e a colocar 50 sementes por metro linear de sulco.Molhar, diariamente, e, quando as mudinhas estiverem com seis folhas (30 a 35 dias aps o semeio),transplantar para as covas definitivas.

    Fazer covas no espaamento de 1m x 50cm, adubando-as com 3 a 5 litros de esterco de curralcurtido, 150 gramas de superfosfato simples, 20 g de cloreto de potssio, e 3 g de brax comercial. Aos 20e 40 dias aps o transplante, fazer adubaes em cobertura com sulfato de amnio, colocando-se 15 g decada vez. Repetir a adubao aps a primeira e terceira colheitas. Aos 20 e 40 dias fazer uma pulverizaocom mobilidato de sdio, na dosagem de 10 g por 5 litros de gua, adicionando 2 ou 3 cc de espalhanteadesivo.

    Regar duas a trs vezes por semana, fazendo capinas sempre que necessrio e cobrir o terreno dos

    canteiros com palha de arroz, capim cortado ou serragem grossa, para diminuir a necessidade de regas emelhorar a qualidade do terreno para os anos seguintes.O pulgo a praga mais frequente do brcolis, principalmente nos meses de junho a setembro.

    Controle as colnias de pulges pequenas, encontradas na parte inferior e superior das folhas, esmagando-as com os dedos ou com jatos fortes de gua de irrigao. Quando as colnias estiverem localizadas nosbrotos, fazer pulverizao com calda de fumo. Fazer a calda fervendo-se, durante 5 minutos, 20 gramas defumo de rolo picado em 2 litros de gua, e completando com gua, aps a fervura, at o volume de 3 litros.Use a calda no mesmo dia. Se no conseguir controlar os pulges, fazer pulverizaes com inseticidasfosforados sistmicos, como Folidol ou Phosdrim, ou com peretrides, como o Decis, por exemplo, nasdosagens recomendadas pelos fabricantes e observando-se os perodos de carncia.

    A lagarta da couve outra praga frequente. Ela a forma jovem de uma borboleta branca, com asbordas das asas escuras, que voam sobre as hortas. Seus ovos so de cor amarelada, postos na parte debaixo das folhas novas, em conjuntos muito regulares. Ela ataca principalmente nos meses mais quentes doano. O controle feito esmagando-se os ovos com os dedos, simplesmente esfregando-os contra a folha, oufazendo catao das lagartinhas. Existe no mercado um inseticida biolgico especfico para lagartas, prepa-rado pelo Bacillus Thuringiensis, incuo para o homem e com resultados satisfatrios no controle destapraga. Se surgirem outras pragas na plantao de brcolis, controle-as com pulverizaes idnticas scontra o pulgo e a lagarta. A fusariose ou amarelecimento ataca o brcolis, deixando as folhas mais baixasamareladas, geralmente de um s lado da planta, estendendo-se depois por toda a planta. Cortando-se ocaule transversalmente notam-se pontos escuros numerosos, o que confirma a fusariose. O nico controlepossvel no fazer mais o plantio de qualquer planta da famlia das crucferas nos canteiros onde a doenaocorreu. Outra doena comum o mofo cinzento, caracterizado pela presena de uma espcie de mofo decor cinzenta, debaixo d