apostila de horticultura

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE AGRONOMIA ÁREA DE FITOTECNIA HORTICULTURA GERAL NOTAS DE AULA: 2 a PARTE Luciane Vilela Resende Gustavo Jonnas S. M. Bezerra RECIFE 2003

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE AGRONOMIA

    REA DE FITOTECNIA

    HORTICULTURA GERAL

    NOTAS DE AULA: 2a PARTE

    Luciane Vilela Resende Gustavo Jonnas S. M. Bezerra

    RECIFE 2003

  • Captulo VI: Propagao Assexuada ou Vegetativa 1. Introduo

    Por reproduo assexual entende-se a multiplicao vegetativa de um indivduo, capaz de produzir uma planta geneticamente idntica quela que lhe deu origem, sem a unio de gametas. A regenerao de um novo por via assexual ocorre em plantas superiores devido mitose que ocorre nos pontos de crescimento, como brotos terminais, pices radiculares, cmbio vascular e nos callus originados em tecidos feridos de razes e caules.

    A propagao assexual , portanto, a multiplicao dirigida de partes da planta, baseada na capacidade que certas estruturas vegetais de determinadas espcies possuem, para formar um novo indivduo completo, quando destacadas da planta-me e colocadas em condies propcias. Pela aplicao de diferentes tcnicas, a propagao vegetativa permite a multiplicao em larga escala de uma planta individual, selecionada, reproduzindo fielmente as caractersticas que lhe conferem vantagens adicionais em relao a um padro da espcie.

    A propagao vegetativa feita utilizando-se mtodos naturais e mtodos artificiais. Os mtodos naturais so aqueles que utilizam rgos da planta como veculo de propagao. So eles: caules modificados, razes modificadas e folhas modificadas. E os mtodos artificiais utilizam determinadas tcnicas para propagao da espcie. So elas: estaquia, mergulhia, enxertia e micropropagao.

    2. Estruturas Naturais Caules modificados: acumulam substncias de reserva. Em geral so subterrneos. Bulbos: caule subterrneo de reservas, encurtados, constitudos por folhas escamosas,

    grossas, polpudas, e modificadas de base carnosas, com gemas nas axilas das escamas foliares. Ex.: cebola, alho, narciso, jacinto, etc.

    Cormos ou bulbos slidos: caule subterrneo de reserva, semelhante ao bulbo, porm mais curto e intumescido no contendo folhas polpudas. Tipo bulbo slido, com ns e entrens bem visveis. Ex: gladolo, aafro.

    Estolhos: so caules areos que se desenvolvem a partir das axilas das folhas na base ou coroa da planta. Ex: morangueiro, gernio, etc.

    Rizomas: so caules subterrneos que contm ns e entre-ns, apresentam razes adventcias. Ex: ris, inhame, etc.

    Tubrculos: partes carnudas de rizomas subterrneos. O tubrculo poder ser utilizado todo ou parte dele (quebrando a dominncia apical). Ex: batatinha

    Estoles: caules alongados que crescem rente superfcie do solo. Ex: gramas, morangueiro. Rebentos ou filhotes: desenvolve-se a partir do caule. Ex: abacaxi, etc.

    Razes modificadas: Razes tuberosas: gemas vegetativas e razes adventcias. Ex: batata-doce, begnia, etc. Rebentos de razes: surgem de modo adventcio das razes.

    Folhas modificadas: so folhas carnosas (armazenam reservas), utilizadas na propagao de algumas espcies. Ex: violeta, cactos, etc.

    Rebentos: Podem ocorrer naturalmente como em abacaxi e caqui. Diviso de touceiras: a separao de uma planta em pedaos, contendo raiz, caule e folhas. Ex:

    Alpinia, Espada-deSo Jorge, etc.

  • 3. Mtodos Artificiais Estaquia:

    qualquer parte destacada da planta me, capaz de regenerar folhas e razes formando uma planta completa. um importante processo de propagao vegetativa.

    As estacas podem ser de caule, raiz, folha, e gemas. Por exemplo, a fruta-po propagada por estaca de raiz. Estacas de caule podem ser:

    a) Herbceas: quando se utiliza a ponta do ramo para obteno da estaca. Ex: pingo-de-ouro, Ixora, etc. b) Semi-herbceas ou semilenhosas: quando se utiliza parte intermediria dos ramos. Ex: acerola, roseira, videira, figueira, marmeleiro, romzeira, aveleira, cirigueleira, limeira, etc. c) Estacas Lenhosas: utiliza a parte basal dos ramos. Estacas lignificadas. Estaca de raiz: utiliza o rizoma, por exemplo: o rizoma da bananeira, da fruta-po, etc; Estaca de folha: a parte utilizada a folha com ou sem pecolo, pedao da folha. Ex: violeta

    africana, palma forrageira, etc. Para a obteno de estacas, devero ser obedecidos alguns critrios como: tamanho, que

    dever ser de 20 a 30 cm de comprimento ou com a presena de trs a cinco gemas; a partir de um ramo poder se obter vrias estacas; e a quantidade de brotos e razes, que ir depender das substncias de reservas sendo recomendado esta aquisio no final do perodo chuvoso. Alguns fatores afetam o enraizamento, como: Relao C/N (carbono/nitrognio); Espcie: depende da consistncia do caule e da rapidez de crescimento da planta; Idade dos ramos: at dois anos o mais recomendado, pela maior facilidade de enraizamento; poca do ano: no caso das herbceas poder ser obtida durante o ano todo, enquanto que em

    lenhosas ser aps fase de repouso; Posio do ramo: recomenda-se da rea mediana; Nutrio: pobre, melhor; Ambiente: recomenda-se a temperatura durante o dia 21 a 26C e a noite entre 15 a 21C; Parte do ramo: inferior melhor (maioria das espcies)

    Induo de enraizamento: Hormnios: AIA (cido indol-actico), ANA (cido naftaleno actico); Substrato: areia, solo, vermiculita e gua.

    Vrias plantas so multiplicadas por estacas:

    Surgem razes na parte inferior das estacas em contato com o solo. Brotos aparecem nas partes no enterradas. A quantidade de brotos e razes depende das substncias de reservas das estacas. So abundantes no fim do perodo chuvoso, aps repouso (fim de inverno). Devem ser separadas por tamanho.

    O processo de enraizamento de estacas envolve 2 fases: 1. Iniciao: caracterizada pela diviso celular formando o

    callus. Em seguida ocorre a diferenciao celular em primrdios radiculares.

    2. Crescimento, diviso e alongamento: o primrdio radicular se expande atravs da diviso celular e se alonga.

    O processo de enraizamento est ligado a fatores presentes nas clulas, como hormnios, carboidratos e a fatores do meio, como temperatura, umidade, e luminosidade. A capacidade de um caule de formar razes depende tambm da sua posio na planta. Por exemplo, brotaes laterais tm maior tendncia do que as terminais, brotaes vegetativas enraizam melhor do que florferas. Estas diferenas esto relacionadas com o nvel de auxinas e substncias de reserva presentes.

  • O meio para o enraizamento deve proporcionar umidade e oxignio suficientes e ser livres de doenas.

    Nutrientes so importantes aps o estabelecimento do sistema radicular. Diversas misturas podem ser utilizadas para provocar o enraizamento como: solo, areia lavada, substrato, vermiculita, etc. Mergulhia:

    Quando a parte vegetativa regenerada est ligada planta me. Pode ser em alguns casos um processo natural. uma tcnica pouco usada, em plantas hortcolas em larga escala, sendo mais comum em plantas que se adaptam naturalmente a este mtodo.

    Esta tcnica consiste em enterrar um ramo ou parte de um ramo no destacado da me. O ramo enterrado se enraza, formando uma nova planta, quando ento se procede ao desmame. Convm ir cortando aos poucos para que a plantinha v acostumando a viver exclusivamente suas prprias custas.

    H dois tipos de mergulhia: Mergulhia de Solo: utilizada em plantas herbceas. Neste caso, o galho levado at o

    solo, onde se faz uma cova. Faz-se um anelamento no local onde se deseja que enraze, fixa o galho no solo e cobre, conforme as figuras abaixo. Aps o enraizamento, se faz o desmame, tendo ento, a nova muda.

    Tipos de Mergulhia de solo: Mergulhia Simples: inclina o ramo para baixo e enterra-o parcialmente; Mergulhia de ponta: enterra-se apenas a ponta; Mergulhia de serpentina: enterra-se em vrios pontos.

    Mergulhia Area ou Alporquia: ao contrrio da mergulhia de solo, leva-se o substrato at o galho (Figuras abaixo). Aplicada em espcies lenhosas de difcil enraizamento por outras tcnicas. O substrato utilizado pode ser terra mida, p de coco, fibra de coco, esfagno, etc. Envolve-se com um saco, estopa ou pano mido. Facilita-se o enraizamento ferindo o ramo abaixo da terra. Aps o enraizamento, procede-se o desmame. Bastante usada em fruteiras, como: mangueira e cajueiro. Figura: Esquema da realizao da Alporquia

    1- Anelamento do galho 2 - Envolver local anelado com substrato mido

    3 - Amarrar a base com saco, juta ou plstico

  • OBS.: Pode-se pincelar o local anelado com fungicidas e hormnios de enraizamento

    4 - Umedecer e amarrar na parte superior

    5 - Aps o enraizamento, proceder o desmame.

    Enxertia:

    Envolve a unio de partes da planta por meio da regenerao de tecidos. Sobrepe duas plantas diferentes, proporcionando a unio fsica que lhes permitem desenvolver-se como uma nica planta. A grande vantagem da enxertia poder reunir em um nico indivduo, caractersticas diferentes de dois ou mais indivduos. o principal mtodo de propagao, largamente utilizado em citrus, pessegueiro, macieira, ameixeira, pereira, abacateiro, noz-macadmia.

    Partes de uma planta propagada por enxertia: 1. Porta-Enxerto ou cavalo: A planta que fornece a raiz dita porta-enxerto ou cavalo. O porta-enxerto pode ser uma planta inteira ou uma parte da raiz. O enxerto pode ser uma

    gema, pedao de caule, etc. Pode ser homogneo, quando praticado entre plantas da mesma espcie ou heterogneo, se utilizar espcies diferentes. O porta-enxerto deve conter caractersticas desejveis de raiz, como sistema radicular com boa formao, resistncia a patgenos ou pragas de solo, resistncia a salinidade, estresse hdrico, etc. Exemplo: Sementes de laranjeira, pessegueiro, mangueira, abacateiro, caquizeiro, mirtceas, caramboleira, jaqueira; e estacas de videira, pereira, marmeleiro, macieira, ameixeira, figueira, roseira.

    2. Enxerto ou cavaleiro parte area: Diz respeito parte que conter caractersticas desejveis de copa como bom formato e tamanho de copa, produo com caractersticas desejveis de mercado, como formato e colorao de fruto. Utiliza-se um segmento de ramo que ser denominado de garfo ou uma gema com uma pequena poro de casca, denominado de borbulha.

    3. Interenxerto enxerto intermedirio: O enxerto intermedirio, normalmente pertence a uma cultivar diferente do enxerto e do porta-enxerto, sendo compatvel com ambos, e conferindo caracterstica desejvel copa. Como exemplo, temos a cultivar de macieira Fuji, utilizando o porta-enxerto Marubakaido, ambos muito vigorosos. Utiliza-se neste caso, como interenxerto o porta-enxerto M-9, de efeito ananizante. Este porta-enxerto permite a reduo do vigor da cultivar-copa (Fuji) facilitando o manejo do pomar.

    Finalidade da enxertia: Aproveitamento de caractersticas favorveis do porta-enxerto: Pode definir caractersticas

    importantes da copa, como vigor, produtividade, qualidade do fruto e resistncia a fatores adversos, alm da adaptao a diferentes condies de solo e de clima e a ocorrncia de pragas e patgenos.

    Propagao de plantas com difcil multiplicao por outros mtodos: Se a propagao por outro mtodo for invivel, a enxertia pode permitir a propagao.

    Alterao da cultivar-copa em plantas adultas: Utilizando-se a sobreenxertia, pode-se alterar a copa de um pomar j adulto. Isto pode ocorrer por questes de mercado, hbito de crescimento inadequado, frutos de baixa qualidade, suscetibilidade a pragas e doenas e outros. Estes fatores podem exigir a mudana da cultivar-copa.

  • Correo de deficincias de polinizao: Pode-se utilizar a sobreenxertia para resolver problemas de polinizao, ou mudando a cultivar-copa ou fazendo sobreenxertia em apenas alguns galhos da planta.

    Recuperao de partes danificadas da planta: No caso de perda da copa ou parte desta, pela incidncia de pragas e patgenos possvel, utilizando tcnicas de enxertia, recuperar esta copa.

    Estudo de viroses: Utilizada no caso de indexao, quando se deseja verificar se a planta matriz est isenta de viroses. Tipos principais de enxertia:

    a) Borbulhia; b) Garfagem; c) Encostia. a) Borbulhia: o processo mais utilizado. Neste caso o enxerto uma gema com uma pequena poro de casca. Pode ser do tipo escudagem ou anelamento. Para que o enxerto vingue, deve haver afinidade entre o cavalo e o cavaleiro. Deve haver o entrelaamento dos tecidos de ambos, havendo circulao da seiva.

    Tipos de borbulhia: Borbulhia em T normal;

    1-Retirada da borbulha 2-Retirada da borbulha 3- Corte em T 4- Corte em T

    5- Abertura da janela 6- Colocao da borbulha

    7- Amarrio do enxerto

  • Borbulhia em T invertido; Borbulhia em T duplo; Borbulhia em cruz; Borbulhia de gema com lenho (em casos que a casca no se desprende facilmente); Borbulhia em placa ou escudo; Borbulhia em anel.

    Escudagem: Quando se introduz sobre a casca do cavalo um pedao de casca provido de

    borbulha. Abre-se a casca do cavalo em forma de T ou T invertido () ou T duplo ou em cruz (). O enxerto borbulha colocado em contato com o lenho do cavalo e amarrado. b) Garfagem: o enxerto um ramo. Faz-se uma fenda no topo do galho e encosta-se o enxerto, previamente cortado em bisel. O enxerto recebe o nome de garfo. Tambm chamado de enxertia de fenda. Utilizado em: Videira, macieira, pereira, amexeira, caquizeiro, figueira, sapoti, caju, jabuticaba.

    Tipos de garfagem: Fenda cheia; Meia fenda; inglesa (simples e composta, embutida ordinria e na coroa). c) Encostia: Consiste em aproximar duas plantas, o cavaleiro e o porta-enxerto, sem separar o enxerto da me (soldadura de dois ramos de duas plantas que vivem juntas).

    Vantagens da Enxertia:

    Multiplicar fielmente cultivares, o que no seria possvel por reproduo sexuada; Permite o cultivo de fruteiras em solos que lhes so imprprios, mas propcios aos porta-

    enxertos; Plantas enxertadas crescem menos do que as de p-franco. Ideal para algumas fruteiras: para

    facilitar a colheita e os tratos culturais; Alguns porta-enxertos so imunes, tolerantes ou resistentes a determinadas pragas e doenas; Plantas enxertadas frutificam mais rapidamente. Ex.: laranjeira enxertada 2 anos, p-franco

    5 a 6 anos;

  • possvel fazer novos enxertos em plantas adultas, melhorando o pomar; possvel obter uma rvore com diversas variedades. Por exemplo: laranjas pra, bahia, seleta,

    serra dgua, etc. no mesmo p.

    Objetivos da enxertia: Obter florao e frutificao em perodos mais curtos; Obter resistncia a pragas e doenas; Reproduzir mudas com as caractersticas desejveis; Explorao em terrenos imprprios; Modificar o porte da planta; Restaurar ou substituir a copa das plantas; Assegurar a criao de outras variedades; e Influir na qualidade do fruto.

    Fatores que influenciam no pegamento da enxertia: 1. Compatibilidade entre os tecidos das plantas; 2. Habilidade do enxertador; 3. Fatores climticos:

    Temperatura 26 a 29C (tima); Umidade deve manter sempre mida para evitar que o enxerto desseque. Utilizam-se fitas plsticas no amarrio.

    4. Cavalo deve estar em estado vigoroso de crescimento.

    Obteno dos porta-enxertos: Podem ser obtidas via semente ou via estacas. A semeadura da semente para obteno de porta-enxertos feita em laranjeira, pssego, manga, abacate, caqui, mirtceas, carambola, jaca, etc. As sementes so semeadas em canteiros e posteriormente repicadas para um viveiro em pocas oportunas de acordo com a espcie. Ex.: citrus, em torno de seis meses.

    De estacas so: videira, pereira, marmeleiro, macieira, ameixeira, figueira, roseira. As estacas so preparadas a partir de ramos vigorosos e sadios, de preferncia com galhos com mais de 10 meses de idade. Cortam-se as estacas com 20-25 cm e com no mnimo 2 gemas cada. Estas so plantadas diretamente no viveiro em linhas ou sulcos separadas 20 cm entre si. Posteriormente faz-se a enxertia.

    Diferenas entre Mudas oriundas de Sementes e Mudas oriundas de Propagao Assexuada:

    Itens Semente Vegetativa

    Variabilidade Gentica Presente Ausente

    Sistema radicular Axial pivotante, composto por vrias razes principais, que penetram mais ou menos verticalmente no solo. O sistema radicular mais vigoroso e profundo.

    Fasciculado, com mudana brusca de espessura entre tronco e as razes. O sistema radicular menos vigoroso e mais raso.

    Vida til Maior. Constatado em cajueiro e goiabeira. Maior longevidade.

    Menor. Quando comparado com a propagao sexual.

    Custos Mais barato Mais oneroso

  • 4. Viveiros

    Denomina-se viveiro, o local de manuteno de mudas de plantas hortcolas, at estarem em condies ideais para serem transplantadas para o local definitivo. As mudas podem ser mantidas em canteiros ou vasilhames, dependendo da espcie.

    A escolha do local para instalao do viveiro deve atender s condies de produo de mudas: No deve ser localizado em baixadas midas, devido a maior probabilidade de doenas e geadas; Topografia amena; Possuir gua de boa qualidade para irrigao, mas que esta no passe por lavouras antigas; No estar situado em locais onde transitam pessoas ou animais; e Possuir fcil acesso.

    Os viveiros podem ser classificados, quanto ao tempo de durao em provisrios ou permanentes; quanto altura da cobertura: alta (mais de 2 m) e baixa (a partir de 0,70 m e 1,00 m). Podem ser construdos por diferentes materiais, dependendo do objetivo. Normalmente emprega-se madeira de bambu para os esteios e travessas e para a cobertura, ripas, colmos de capim, folhas de palmeira, sombrite, etc. A cobertura dever estar disposta no sentido norte-sul, com o intuito de regular a insolao no viveiro, proporcionando rea sombreada de 40% a 60%, e para regies muito quentes 60%. No caso de viveiro com canteiros, estes devem ter a largura de 1,00 a 1,20 m e o comprimento variando at 20,00 metros.

    Preparo do solo: No caso de canteiros estes devem ser fumigados, utilizava-se normalmente o brometo de

    metila. A adubao poder ser feita com esterco de curral e adubo qumico. Para enchimento dos vasos ou sacos que sero utilizados como sementeiras, pode ser utilizar terra de barranco, eliminando-se a camada superficial (10 cm), no esquecendo que este material dever estar livre de ervas daninhas. No caso de bandejas de isopor, o substrato pode ser solo peneirado esterilizado, palha de arroz carbonizada, plantmax, etc.

    Algumas espcies de propagao vegetativa:

    Nome comum Nome cientfico Ciclo vegetativo Propgulo vegetativo Produto de interesse

    Abacateiro Persia americana Perene Estacas, Garfagem Frutos Aceroleira Malpighia emarginata Perene Estacas Frutos Abacaxizeiro Ananas comosus Perene Rebentos, filhotes Frutos Ameixeira Prunus sp. Perene Estacas, Borbulhas Frutos Bananeira Musa sp. Perene Rizomas Frutos Batata Solanum tuberosum Anual Tubrculos Tubrculos Batata doce Ipomea batatas Perene Ramas Raiz tuberosa Cana de acar Saccharum officinarum Perene Caule (tolete) Colmos Citros Citrus sp. Perene Borbulhas Frutos Eucalipto Eucaliptus sp. Perene Estacas Tronco Forrageiras Vrias Perene Rizomas/Sementes apomticas Folhas/ caules Goiabeira Psidium guajava Perene Garfagem, Estacas Frutos Macieira Malus sp. Perene Garfagem, Estacas Frutos Mandioca Manihot esculenta Perene Caule (maniva) Raiz tuberosa Mangueira Mangifera indica Perene Garfagem Frutos Morangueiro Fragaria ananassa Anual Estoles Frutos Ornamentais Vrias Anuais Bulbos, Rizomas, etc. Flores Pereira Pyrus sp. Perene Garfagem, Borbulhas Frutos Pessegueiro Prunus persica Perene Estacas, Borbulhas Frutos Seringueira Hevea brasiliensis Perene Estacas, Borbulhas Ltex Videira Vitis sp. Perene Garfagem, Estacas Frutos

  • Captulo VII: Viveiros e instalaes para produo de mudas 1. Introduo

    Uma muda de boa qualidade eleva a produo e rentabilidade dos produtos hortcolas, por isso so necessrios cuidados para obteno de boas mudas, influindo na escolha da planta matriz at a comercializao da muda.

    Viveiros so reas onde ficam concentradas todas as atividades de produo de mudas.

    Vale salientar que a rea na qual a muda ser cultivada dever ter uma boa infra-estrutura,

    adequada racional e tecnificadamente, conforme a atividade, ou seja, eficiente e economicamente

    vivel.

    A escolha da infra-estrutura depende: Quantidade de mudas produzidas; Regularidade desejada de ofertas de mudas; Nmero de espcies a serem propagadas; Mtodo de propagao; Custo das instalaes; e Tecnificao do viveiro (contato contnuo com novas tecnologias).

    2. Tipos de viveiros 2.1. Quanto durao, os viveiros podem ser classificados em:

    a) Permanentes: so fixos, destinados produo por longos anos. Para este tipo de viveiro necessrio fazer um bom planejamento da estrutura, observar as dimenses, o tipo de cultura, as pragas e doenas inerentes desta cultura, as plantas invasoras, a possibilidade de se fazer rotao de culturas, o tipo de solo, etc. Por exemplo: fazer um plantio no solo durante dois anos, neste perodo dever observar as pragas, doenas, plantas invasoras nnnn rotao de cultura.

    b) Temporrios: para produo de mudas durante certos perodos, sendo desativados aps a produo. Representa menor custo, no sendo necessrio infra-estrutura muita apurada.

    2.2. Quanto proteo do sistema radicular: a) Viveiros de mudas de raiz nua: feitos numa rea de solo profundo, que dever ser em

    torno de 1 metro com canteiros delimitados por carreadores. b) Viveiros com mudas em recipientes: exigem menor rea, possibilitando o uso prolongado

    da mesma rea, desde que o substrato venha de local isento de pragas, doenas e propgulos de invasoras.

    3. Localizao dos viveiros Primeiro passo, considerar:

    a) Facilidade de acesso: para livre escoamento da produo atravs das estradas de acesso. No entanto, deve estar afastado de vias pblicas de grande movimento, reduzindo risco de infestao de mudas.

    b) Suprimento de gua: A gua principal insumo para: Irrigao; Tratamentos fitossanitrios; Fertirrigao.

  • Localizao prxima de fontes de gua: reduz custos de canalizao e bombeamento; Boa qualidade (lagos, rios, subterrneos): a fim de evitar gua contendo propgulos de algas,

    pragas, doenas e invasoras. E ainda, partculas suspensas, que reduz a eficincia do sistema de irrigao. Altos teores de silte ou argila impermeabilizam a superfcie do substrato diminuindo a aerao predispondo as mudas s doenas.

    c) Distncia da rea de plantio: Mesma regio do plantio reduz tempo de transporte, perdas com movimentao e custo do

    frete; Observar distncia mnima (50 cm), quanto maior, menor ser o risco de infestao.

    Recomenda-se fazer isolamento, devido a vetores areos de viroses (afdeos) e vetores de solo (nematides).

    d) Ocorrncia de invasoras: as principais so a tiririca (Cyperus rotundus) e a grama seda (Cynodon dactylon), que impedem a comercializao das mudas.

    e) Facilidade de obteno de mo-de-obra: utiliza-se grande quantidade na produo e no manejo.

    f) Declividade da rea: preferencialmente que possua pequena declividade, pois caso seja muito planas ocasionar um acmulo de gua indesejvel para o manejo da rea. Para os canteiros localizados no sentido perpendicular movimentao da gua, reduzir os riscos de eroso. reas com declives acentuados recomenda-se fazer uso das prticas conservacionistas.

    g) Aspectos fsicos do solo: preferencialmente utilizar aqueles que sejam profundos, que possuam textura mediana arenosa; solos muito argilosos dificultam a mecanizao e o desenvolvimento do sistema radicular. Os solos porosos so desejveis porque podem conter matria orgnica e adubos verdes. O encharcamento poder ocasionar podrido nas razes e toxidez de mangans.

    h) Aspectos qumicos do solo: baixa acidez, boa fertilidade natural (reduz custos de implantao), matria orgnica.

    i) Aspectos biolgicos do solo: Matria orgnica flora microbiana ativa, que favorece o desenvolvimento de mudas; Livres de nematides, insetos de solo, fungos (Fusarium, Pythium, Armillaria,

    Phythophtora, Rosellinia, etc), bactrias (Agrobacterium tumesfaciens). Recomenda-se efetuar anlises microbiolgicas do solo;

    Rotao de culturas: forma mais barata de evitar pragas e patgenos no solo. j) Cultivos anteriores. k) Aspectos climticos: o melhor clima depende das espcies a serem propagadas. Os fatores

    limitantes so temperatura, geada, luz e ventos. 4. Dimensionamento do viveiro O dimensionamento do viveiro ir depender da quantidade de mudas para plantio, replantio e da demanda para a comercializao. A densidade das mudas depender da espcie e do tempo de permanncia no local. O perodo de rotao est relacionado com a permanncia da muda no viveiro, desde o plantio at a comercializao, e dependendo da espcie, do mtodo de propagao e do manejo da muda. As dimenses dos canteiros e carreadores dependero das diversas espcies, do grau de mecanizao, quanto mais mecanizados mais os canteiros devero ser largos e os carreadores tambm sero mais longos. As dimenses das instalaes sero determinadas pela quantidade das mudas produzidas, o mtodo de propagao utilizado e o grau de tecnologia utilizado. As reas para rotao de culturas so importantes para o caso de mudas feitas no solo.

  • 5. Seleo das espcies

    Para a implantao do viveiro poder ser utilizada uma nica espcie ou diversas espcies, dependendo da capacidade do mercado, do tipo de clientela, das condies ambientais, das exigncias climticas de vrias espcies. Vale salientar que a economia de escala reduz os custos unitrios sem diminuir a qualidade. 6. Instalaes As instalaes necessitam da mxima eficincia do uso, economicidade para a construo, facilidade no manejo, no grau de sofisticao (as diversas espcies a serem propagadas, quantidade de mudas a serem produzidas e poder aquisitivo do viveirista).

    a) Escritrio: Dados da produo Comercializao Contratao de mo-de-obra

    b) Depsito para equipamentos e ferramentas c) Depsito para produtos qumicos d) Telado: Estrutura de madeira ou metal, coberta com tela de sombreamento (ex.: Sombrite, que

    possibilita cerca de 5 graus de sombreamento 50%, mais utilizado). Manuteno de matrizes isentas de viroses Aclimatizao de mudas e produo Pode ser dotado de irrigao ou nebulizao

    e) Estufa ou casa de vegetao: Completa ou parcialmente fechada Estrutura de metal ou madeira Coberta com plstico anti UV aditivado; acetato de vinil; alumnio e silicatos de

    magnsio proporcionam maior opacidade do plstico infravermelho favorecendo o enraizamento; tambm pode ser utilizados vidro ou fibra de vidro.

    Vantagens: - Controle ambiental: Temperatura, Umidade Relativa (UR) e Fotoperodo - Maximiza a Produo - Reduz tempo necessrio para propagao - Permite a produo de mudas em diferentes pocas do ano - Temperatura e Umidade controladas - Nebulizao: Mantm elevada a U.R. do ar estacas de folha so favorecidas por

    temperaturas e U.R. elevadas; aumenta a velocidade de crescimento. - Estufas no Brasil: elevada Temperatura (35 e 40C limita o desenvolvimento das razes

    na maioria das espcies lenhosas). 7. Recipientes

    So todos e quaisquer materiais destinados a acondicionar substrato, durante a produo de mudas. Constituem a evoluo tecnolgica dos sistemas de propagao.

    7.1. Tipos de recipiente:

    Sacos plsticos: - Dimenses: 8x12 cm e 12x20 cm;

  • - Colorao preta: impede o desenvolvimento de algas e invasoras e melhora o desenvolvimento das razes;

    - So versteis. Tubetes: - Formato cnico, plstico rgido, cor preta; - Estrias: impedem o enovelamento das razes; - Sistema de suporte: ficam suspensos (poda area); - So reutilizveis. Bandejas: - Plstico ou poliestireno expandido; - Clulas com formato piramidal invertido com capacidade de at 20 cm3; - Reutilizveis. Citropotes ou containers: - Plstico rgido preto; - Grande volume de substrato; - Repicagem a comercializao. OBS.: Rizomas, bulbos, estolhos, rebentos, etc. so plantados diretamente no campo.

    8. Desplantao de Mudas Corresponde ao arranquio das mudas do solo do viveiro, isto , o transplante para o local definitivo. Evitar mudas doentes, desnutridas ou passadas. Tipos de mudas:

    Tronco nico de 3 a 4 ramos ou pernadas; 15 cm de dimetro; 50 a 60 cm acima do solo. Razes nuas: - De sementeiras; - Poda do sistema radicular e de folhas; - Comercializao: em feixes, embaladas em sacos de estopa midos, tratados com

    fungicidas. Com torres: - Cultivadas no viveiro na prpria embalagem; - Arrancadas com torro e embaladas em balaios ou casca de bananeira.

    9. Tendncia Substituir os viveiros a cu aberto por viveiros telados, evitando a contaminao das mudas por patgenos e ataques de pragas.

  • Captulo VIII: Micropropagao ou propagao vegetativa in vitro

    1. Introduo Para entender o processo da micropropagao, necessrio conhecer alguns

    conceitos bsicos da cultura de tecidos vegetais: Cultura de tecidos vegetais: conjunto de tcnicas, nas quais um explante (uma clula, um tecido ou um rgo) isolado e cultivado em condies asspticas em meio nutritivo. Fundamenta-se na totipotncia celular que a capacidade que uma clula somtica possui de regenerar um indivduo inteiro. Calo: grupo ou massa de clulas indiferenciadas com crescimento desordenado.

    Variao epigentica: variaes fenotpicas transitrias encontradas em plantas oriundas de cultivo in vitro ou ex vitro. No transmitida atravs das geraes. Variao somaclonal: variao gentica espontnea encontrada em plantas regeneradas de cultura in vitro. 2. Aplicaes da cultura de tecidos Melhoramento gentico: atravs da obteno de variantes somaclonais com caractersticas agronmicas desejveis; Fitopatologia:

    Estudos relao hospedeiro-patgeno; Recuperao de plantas livres de vrus; Plantas transgnicas no controle de fitopatgenos, etc.;

    Micropropagao. 3. Tcnicas de cultivo in vitro Embriognese ou cultura de embries: formao e desenvolvimento do embrio, ocorrido aps a formao do zigoto. Embriognese somtica: formao de embries a partir de clulas somticas sem que ocorra fuso dos gametas. Cultura de meristemas ou pices caulinares: cultivo in vitro de explantes oriundos de excises de pices caulinares (primrdios foliares e regies meristemticas).

    Figura 1: massa de clulas indiferenciadas = callus (singular) ou calo (plural).

  • Cultura de protoplastos ou suspenses celulares: cultivo de clulas desprovidas de parede celular em meio nutritivo lquido sob agitao. Micro-enxertia: enxertia in vitro. 4. Micropropagao ou propagao vegetativa in vitro um conjunto de tcnicas de propagao vegetativa in vitro utilizando propgulos de pequeno tamanho. Aplicao mais prtica e de impacto na Cultura de Tecidos. 1 aplicao: Morel (1960) Cultura de pices caulinares e protocornos em orqudeas Hoje: grande aplicao comercial, nos EUA, Europa e recentemente no Brasil. 4.1. Aplicao comercial da micropropagao: 1 Plano: Limpeza clonal

    Multiplicao de spp. ornamentais herbceas e arbustivas, obtendo-se maior sucesso na primeira.

    2 Plano: Produo de porta-enxertos de frutferas, de clima temperado e rvores elites de essncias florestais.

    4.2. Vantagens da micropropagao: Manter caractersticas da planta matriz. Ex.: propagao vegetativa; Alto rendimento/planta matriz, os propgulos so pequenos; Propagao de plantas livres de vrus e outras doenas; Cultura de meristema ou pices caulinares, micro-enxertia; Controle total das condies ambientais, ou seja, pode ser feita em qualquer poca do ano;

    Figura 2: Esquema da cultura de Meristemas

    Figura 3: meristema apical, presente nos pontos de crescimento

  • Produo intensiva de mudas em curto perodo de tempo e com necessidade mnima de espao. Por exemplo: 30 explantes de abacaxizeiro com 6 a 8 meses dar 1.250.000 mudas e um meristema de bananeira com 9 meses ter 4.000 mudas; Aplicao no melhoramento gentico; Clonagem de espcies de difcil propagao vegetativa; Preservao a longo prazo de plantas matrizes; Obteno de porta-enxertos sadios, como por exemplo de citrus e videira; Aumento de produtividade em algumas espcies. Por exemplo: em morangueiro 22 ton/ha, enquanto que em uma produo normal em mdia seria 3 ton/ha. 4.3. Fatores que limitam o uso mais amplo da propagao in vitro: Custo e mo-de-obra: mudas mais caras, devido ao meio nutritivo e 70% da mo-de-obra; Distncia entre pesquisa e micropropagao comercial (custo excessivo e baixo rendimento); Pouco conhecimento sobre o efeito dos fatores fsicos: comprimento do dia, intensidade da luz, composio espectral da luz, fase gasosa (O2, CO2 e etileno) e a temperatura diurna e noturna; Infeces internas: fungos e bactrias endgenas; Ocorrncia de mutaes: principal barreira da propagao comercial. Elas ocorrem devido instabilidade cromossmica das clulas. A intensidade depende do tipo de propagao, dos reguladores de crescimento, do grau de diferenciao, do gentipo, do nmero de sub-cultivos, do nmero de clulas do explante e do nvel de ploidia; Produo de compostos txicos in vitro, como os fenis. Observa-se um escurecimento da superfcie injuriada do explante e do meio; Dificuldade de enraizamento em plantas lenhosas; Aclimatao. 4.4. Fatores de sucesso: Material inicial livre de doenas; Viabilidade econmica; Facilidade de propagao in vitro; Estabilidade gentica e ausncia de mutaes; e Facilidade de aclimatao.

    4.5. Etapas do processo de micropropagao: Murashige (1974) sistematizao das etapas em processo de micro-propagao. Estgio 0 Condicionamento das plantas matrizes Casa de vegetao ou cmara de crescimento: estresse e contaminantes (cultivo em casa de vegetao visa reduzir o estresse e contaminantes in vitro). As plantas matrizes devem ser sadias afeta o estabelecimento in vitro e qualidade final da muda, vigorosas, isentas de estresse, e estar em pleno crescimento vegetativo; Melhores explantes: prximos regio apical, com intensa atividade meristemtica e consistncia herbcea; Sob condies controladas: em casa vegetao ou em cmaras de crescimento. Reduz estresse e contaminao por patgenos; Poda: pode ser usado para induo de novas brotaes; Armazenamento a frio: induz alongamento de gemas e estimula o crescimento de gemas laterais dormentes;

  • Pr-tratamento com reguladores de crescimento; Tratamento com fungicidas e bactericidas; e Estiolamento: menos lignina e menos fenis. Estgio 01 Estabelecimento do cultivo in vitro Seleo do explante:

    Inicial gemas apicais ou axilares, ou ainda, segmentos foliares, botes florais, etc.; Alta capacidade de regenerao: depende dos gentipos, das condies ambientais, fitorreguladores e, estado de desenvolvimento da planta matriz; Tabela 1: Diferenas relativas capacidade de regenerao in vitro de plantas herbceas e lenhosas

    Plantas herbceas Plantas lenhosas Maior capacidade regenerativa Menor capacidade regenerativa Maior tempo de estudos Estudos mais recentes Fcil induo do rejuvenescimento Difcil induo do rejuvenescimento Maior velocidade de multiplicao Menor velocidade de multiplicao Pouco problema de dormncia Maior problema com dormncia de gemas Menor problema de oxidao fenlica Maior propenso ao explante ser afetado por

    substncias txicas oriundas da oxidao de compostos fenlicos

    Desinfestao relativamente fcil Maior dificuldade de desinfestao Permite uso de material juvenil Exige material adulto para clonagem, criando

    dificuldades para a regenerao Menor variao gentica Maior variao gentica, devido alta

    heterozigose. Fonte: Pierik (1990) Preparo do meio de cultura:

    1 passo Padro: usar meio MS (Murashige e Skoog, 1962); 2 passo Termoterapia na planta matriz: calor mido a 35 C / 30 dias; 3 passo Assepsia do explante: brotaes so tratadas com hipoclorito de sdio e lavadas com

    gua destilada e autoclavada; 4 passo Isolamento dos pices meristemticos em cmara de fluxo laminar; 5 passo Transferncia para salas de crescimento a 25 C, 2000 lux e fotoperodo de 16 horas.

    A partir do meristema brotaes (organognese direta e indireta); Termoterapia: calor mido a 35 C com 30 dias; Assepsia: desinfestao do explante, no atua em patgenos endgenos. A assepsia feita com hipoclorito de sdio ou clcio, cido clordrico, cloreto de mercrio, Twien 20; Reaes de HR; Isolamento dos pices meristemticos em cmara de fluxo laminar; Transferncia para salas de crescimento: 25 C, 2000 lux, fotoperodo de 16 horas; e Meristema Calo / brotaes Estdio 02 Multiplicao (transferncia dos calos para o meio de multiplicao) Explantes: brotaes acrescenta-se citocinina (Meio BAP) ao meio de multiplicao; e Realizao de sub-cultivos. Estdio 03 A Alongamento das brotaes Meio adiciona GA3; Diminui citocinina.

  • Estdio 03 B Enraizamento Meio contendo auxina; In vitro e ex vitro. Estdio 04 Aclimatao Casa de Vegetao. Fatores que afetam na aclimatao: Umidade, temperatura e taxa fotossinttica.

  • Captulo VIII: Instalao de uma empresa hortcola

    Wilson Magela Gonalves Luciane Vilela Resende

    1. Introduo: A agricultura vem ao nvel mundial, experimentando profundas e rpidas mudanas em toda

    a sua cadeia produtiva, sobretudo com a formao de blocos econmicos na Europa e Amrica do Norte.

    No Brasil essas transformaes coincidem com o processo gradual de abertura da economia a partir do incio da dcada atual e com a implantao do MERCOSUL. O perodo de estabilizao da economia, durante o plano real, contribuiu para a modernizao da agricultura brasileira.

    A produo de fruti-hortcolas, enquanto atividade empresarial, de grande importncia scio-econmica no pas, tem buscado a modernidade necessria para melhorar o rendimento e a qualidade de seus produtos para aumentar a competitividade, a condio imprescindvel para enfrentar a concorrncia externa a medida que o processo de globalizao da economia avana. Os desafios so gigantescos em funo da peculiaridade, como a grande dimenso continental profunda, diferenas regionais, e, sobretudo pela falta de tradio do uso de tecnologias de produo. Um exemplo o caso da fruticultura brasileira que apresenta reduzida insero no mercado internacional, mesmo tendo um grande potencial para tal, em funo do baixo uso de tecnologias de produo. Assim, pases como Chile, Equador, Espanha, Israel e at mesmo frica do sul so mais competitivos nas exportaes.

    Na busca incessante por melhor competitividade torna-se imprescindvel que as atividades hortcolas, tenham cada vez mais um carter empresarial dotadas de uma administrao cada vez mais profissional.

    2. O que uma Empresa Rural?

    uma unidade de produo que possui elevado nvel de capital de exportao (dinheiro) e

    alto grau de comercializao (quando maior parte da produo destinada comercializao), tendo como objetivos tcnicos a sobrevivncia, o crescimento e a busca do lucro.

    Portanto, uma atividade tida como empresarial quando busca, dentre outros objetivos, o lucro. Atingir maior ou menor lucro a empresa que for mais eficiente no uso de seus fatores de produo: terra, capital e mo-de-obra.

    Terra: bem utilizada no que se refere s caractersticas do solo, manejo, como rotao de culturas, eroso, cobertura do solo, conservao do solo.

    Capital: emprego em tecnologias como insumos agrcolas, equipamentos, construo de estufas, etc.

    Mo-de-obra: investir em mo-de-obra qualificada principalmente na realizao de tarefas especficas e distribu-las adequadamente, por exemplo. Saber a quantidade de mo-de-obra que vai ser utilizada por perodos de tempo, determinando-se pocas de maior e menor demanda. 3. O que uma empresa hortcola?

    uma empresa rural ligada produo, manuseio e manuteno das culturas hortcolas. caracterizada em funo dos diversos ramos da horticultura como: horticultura, olericultura, floricultura, paisagismo, plantas medicinais e viveiros.

    No planejamento (instalao) devem ser observadas peculiaridades intrnsecas a cada uma destas atividades, como por exemplo: ciclo (anuais ou perenes), tipo de produto comercializado (folha, fruto, flores, mudas, etc), forma de cultivo (convencional ou protegido), destino da produo. Estas caractersticas dentre outras, faz com que haja uma classificao das modalidades e tipos de empresas.

  • As empresas hortcolas so classificadas em modalidades diferentes e em 2 tipos.

    Quadro 1: Tipos X Modalidades de explorao hortcolas

    MODALIDADE TIPO DESTINO OBJETIVO COMERCIAL

    Especializada Diversificada

    Mercado atacadista

    Mercado varejista Indstria

    Lucro Crescimento Prestgio Sobrevivncia

    CASEIRA Diversificada Famlia

    Complementao alimentar

    COLETIVA Diversificada Pessoas da comunidade

    Complementao alimentar

    EXPERIMENTAL Diversificada Organizaes Pesquisadores sociedade

    Avanos cientficos

    Dentre os tipos mencionados, nos interessa no momento a modalidade comercial que se

    configura como empresa. Faz parte do processo de planejamento, optar pelo tipo de empresa diversificada ou

    especializada. Na empresa comercial diversificada cultiva-se mais de uma espcie, como por exemplo: manga, banana, uva ou vrios tipos de hortalias. Na olericultura, uma empresa comercial diversificada aquela tpica dos cintures verdes, prximas s grandes cidades, sendo a sua renda proveniente de uma nica atividade, em torno de 70%. Quadro 2: Caracterizao de uma empresa hortcola especializada x diversificada

    ESPECIALIZADA DIVERSIFICADA VANTAGENS - maior facilidade administrativa;

    - maior eficincia no uso de recurso;

    - maior eficincia de mo-de-obra

    - reduo dos riscos; - possibilidade de melhor

    aproveitamento dos recursos. Ex: terra

    DESVANTAGENS - maiores riscos; - possibilidade de no

    aproveitamento total de recursos

    - dificuldades administrativas.

    3.1. reas de uma Empresa Hortcola: No planejamento devem-se considerar as reas da empresa:

    Produo: est relacionada utilizao de recursos fsicos (terra, gua) e materiais (insumos) necessrios operao da empresa e que podem ser classificados em: Recursos de utilizao: so aqueles aplicados ao processo produtivo, mas no so

    incorporados ao produto final. Ex.: terra, mquina, equipamentos e instalaes fsicas. Recursos produtivos: so aqueles incorporados ao produto final. Ex.: sementes,

    fertilizantes, defensivos, servios, etc. Finanas: previso de recursos monetrios necessrios obteno de insumos, servios equipamentos e demais fatores para a produo e comercializao dos produtos hortcolas (receitas, despesas, investimentos e financiamentos).

  • Comercializao e marketing: relacionadas ao cliente ou consumidor dos produtos. Devem ser considerados alguns aspectos importantes: Pesquisa e anlise de mercado; Conhecer preos e preferncias; Canais de distribuio; Onde comercializar: atacadistas, varejistas e consumidores.

    Recursos humanos: relacionada com as pessoas que fazem parte da organizao. Deve-se considerar: Disponibilidade de mo-de-obra; Qualidade e mo-de-obra; Questes trabalhistas.

    3.2. O processo administrativo: Uma vez definida a modalidade, o tipo de empresa e as reas que a compe, preciso administr-la. A administrao utiliza-se do processo administrativo. Este se compe de:

    1. Planejamento: consiste em fazer os planos que orientaro a produo e serviro de guia para o controle do produtor.

    2. Organizao: agrupar e estruturar todos os recursos da empresa (fsicos e humanos), consiste no arranjo (layout) das benfeitorias e plantaes, preparo de mquinas e equipamentos, etc.

    3. Direo: execuo do que foi planejado e organizado. 4. Controle: medir e corrigir o desempenho do que foi planejado. Verificar se est de acordo com o

    que foi planejado e apontar as falhas. Dentro do processo administrativo temos o planejamento e organizao.

    3.3. Instalao de uma empresa hortcola:

    Observar vrios aspectos associados a momentos de deciso. Estas decises fazem parte do planejamento.

    O planejamento da produo procura determinar antecipadamente o que vai ser produzido, quanto vai ser produzido, quando vai ser produzido e como vai ser produzido.

    Considera ambiente interno e externo.

    Quadro 3: Processos administrativos MOMENTOS DE DECISO ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS

    O que Plantar? Mercado Viabilidade econmica Tecnologia disponvel Modalidade da explorao

    Quanto Plantar? Mercado Viabilidade econmica Disponibilidade de recursos Domnio da tecnologia

    Quando Plantar? Mercado (sazonalidade) Como plantar? Tecnologia disponvel O que plantar?

    Para isso deve-se observar determinados aspectos, como mercado, viabilidade econmica, tecnologia disponvel, modalidade de explorao. Anlise de mercado: busca de informaes de preos e produtos nos principais pontos de consumo do pas e na prpria regio, onde se localiza a empresa rural.

  • Busca de informaes em instituies governamentais, jornais, bolsas de mercadorias, etc. Observar as variaes e tendncias de preos de diversos produtos agropecurios, facilitando

    a tomada de decises sobre o que plantar. Opo pelo mercado (canais de comercializao). Verificar qual o melhor destino para a produo, se mercado local, regional, nacional ou

    exportao. Se for local: verificar hbitos da populao se for regional ou nacional ao nvel de CEASAS. Analisar perodos de safra e entressafra para obteno melhor de preos. Pode-se optar por consumidores mais requintados, supermercados, hotis, indstrias de processamento, etc. Tecnologia disponvel: analisar a tecnologia disponvel e verificar se ela est acessvel aquele empresrio especificamente. A tecnologia pode existir, mas no significa que o empresrio poder utiliz-la naquele momento (falta de capital, falta de treinamento). Ex.: semente hbrida, plantas transgnicas, plasticultura, fertirrigao, etc. Viabilidade econmica: analisar preos praticados no mercado, elaborar custos de produo. fator definido da tecnologia. compensador ou no usar determinada tecnologia. Modalidade de explorao: se diversificada ou especializada. Tendncia => especializao facilidade de administrao Quanto plantar? Para definir quanto plantar deve-se analisar: Mercado: demanda, canais distribuidores como CEASAS, capacidade instalada e efetiva de indstrias processadoras. Responsabilidade de recursos: terra, capital e matria orgnica. Capital prprio ou linhas de crdito. Viabilidade econmica: definir a quantidade que maximiza a renda. Para isto, existem metodologias que indicam as quantidades que vo maximizar a renda, minimizar os custos pagar todas as despesas (ponto de equilbrio). Domnio da tecnologia: define quanto plantar. Se no houver domnio no incio do empreendimento, com a experincia acumulada, o empresrio aumentar a rea de produo. Quando plantar? Analisar a sazonalidade do mercado. Perodos de safra e entressafra. Definir qual sua melhor estratgia, plantar o ano todo ou na entressafra. Caso ocorra pela entressafra, providenciar tecnologia para tal, como estufas, irrigao, cobertura do solo, etc. Para este aspecto existe uma metodologia definida as curvas de sazonalidade: Obteno dos preos nominais; Converso destes para preos reais (corrigidos por determinado ndice IGP), para torn-los comparveis; Indstria define o quando plantar. Diversificada: obedece a uma programao cclica para que se tenha sempre produto em oferta. Portanto sempre teremos os diversos estgios de uma determinada cultura ao mesmo tempo. Este aspecto vlido para culturas anuais. Em culturas perenes o quando plantar obedece a dois fatores bsicos: quando comear a produzir e/ou quando renovar a cultura com base no seu ciclo biolgico.

    Como plantar?

    Definir tecnologias que sero utilizadas e as formas mais modernas.

    Consideraes finais: Por que trabalhar de forma empresarial?

    Administrao profissional; Planejamento da produo; Viso de mercado; Agricultura de preciso; Controle gerencial.

  • Exemplo: Uma das formas de se estabelecer a poca de plantio utilizar-se da anlise de sazonalidade.

    Em algumas culturas podemos utilizar tecnologias que possibilitam o plantio em poca que propicie a colheita num perodo em que os preos mais altos so praticados. Utilizaremos a seguir o exemplo da cultura da banana, mas a metodologia pode ser utilizada para qualquer cultura.

    Preo pago aos produtores e volume comercializado de banana Pacovan na CEAGEPE: Apesar das CEASAs estarem perdendo espao no processo de comercializao, ainda so

    as principais referncias para o produtor em termos de venda da produo e formao de preo. Na CEASA Recife (CEAGEPE), o melhor preo conseguido no inverno perodo de chuvas (abril-agosto), para a banana Pacovan (Quadros 1 e 2) e (Figura 1). Quadro 1: Preos reais para a banana Pacovan na CEASA Recife no perodo de 1990 a 1999 (R$/kg)

    ANO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL MED

    1990 0,31 0,33 0,39 0,37 0,62 0,76 0,69 0,74 0,48 0,52 0,42 0,35 5,98 0,50

    1991 0,30 0,29 0,32 0,60 0,77 0,78 0,71 0,64 0,44 0,36 0,28 0,25 5,74 0,48

    1992 0,23 0,24 0,38 0,43 0,32 0,52 0,47 0,47 0,36 0,24 0,19 0,16 4,01 0,33

    1993 0,40 0,38 0,36 0,52 0,60 0,66 0,56 0,64 0,54 0,38 0,30 0,37 5,71 0,48

    1994 0,36 0,47 0,59 0,72 0,80 0,93 0,73 0,53 0,60 0,50 0,42 0,40 7,05 0,59

    1995 0,38 0,45 0,51 0,66 0,79 0,69 0,72 0,69 0,62 0,57 0,45 0,46 6,99 0,58

    1996 0,33 0,39 0,57 0,68 0,72 0,78 0,79 0,65 0,41 0,25 0,20 0,22 5,99 0,50

    1997 0,28 0,30 0,31 0,31 0,30 0,30 0,29 0,28 0,29 0,25 0,21 0,21 3,33 0,28

    1998 0,27 0,33 0,42 0,53 0,53 0,63 0,64 0,64 0,53 0,33 0,42 0,41 5,68 0,47

    1999 0,47 0,46 0,45 0,52 0,53 0,53 0,54 0,51 0,46 0,42 0,43 0,38 5,70 0,47

    TOTAL 3,33 3,64 4,30 5,34 5,98 6,58 6,14 5,79 4,73 3,82 3,32 3,21

    MEDIA 0,33 0,36 0,43 0,53 0,60 0,66 0,61 0,58 0,47 0,38 0,33 0,32

    Fonte: CEAGEPE, 2000. Correo: IGP-DI (FGV)

    Figura 1: ndices estacionais de comercializao da banana Pacovan (CEASA - Recife - 1990 a 1999)

    nd ices E stac iona is de C om erc ia lizao da B anana P acovan(C E A S A - R ec ife - 1990 a 1999)

    020406080

    100120140160180

    jan fev m ar abr m ai jun ju l ago set ou t nov dez

    P erodo

    Perc

    entu

    al (%

    )

    I_ s_m inI_saz onalI_s_m axM _base

  • no perodo que inclui os meses de abril a agosto onde os preos vo estar acima da mdia, no principal centro de comercializao de banana, CEASA Recife, em Pernambuco. Isto mostra que 1 tonelada de banana, no ms de junho, por exemplo, alcanou R$ 66,00. Os custos e receita com 1 ha de banana em Murup Vicncia PE, os preos mais altos informados pelos pequenos agricultores, no levantamento feito pelas professoras chegou a R$15,00. Considerando o ndice Sazonal, para a banana Pacovan, v-se que h uma variao dos preos em torno de pouco mais de 20%, acima da mdia, chegando a um patamar de 42% acima da do preo, no ms de junho. Considerando o ndice mximo, o preo da banana Pacovan j chegou a ser 71% maior no ms de junho, em alguns dos anos do perodo avaliado. A razo para isso est na diminuio da oferta, principalmente, da regio produtora Zona da Mata, em funo da queda de produo durante o perodo de chuvas. A banana colhida nesse perodo foi cultivada durante o perodo seco j que a rea de irrigao pequena e a produo fortemente afetada pela escassez de gua.

    Quadro 2: ndices estacionais (%) de comercializao da banana Pacovan (CEASA - Recife - 1990 a 1999)

    jan Fev Mar Abr mai Jun jul ago set Out nov dez 60,46 67,84 82,69 115,53 108,8 118,72 117,56 108,48 100,86 67,77 57,57 56,03 75,12 82,42 97,42 123,59 129,69 142,65 137,58 129,79 105,54 81,92 69,27 67,81 93,34 100,11 114,77 132,21 154,58 171,4 161 155,28 110,45 99,02 83,33 82,05 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100

    Fonte: CEAGEPE, 2000.

    A quantidade comercializada, para esta variedade, encontra-se no quadro 3. Ms a Ms, observa-se que o volume mdio, em toneladas, de banana Pacova que passa pela CEASA Recife de, aproximadamente, 33% de toda a banana produzida na Zona da Mata de Pernambuco. Quadro 3: Quantidade de banana Pacovan comercializada na CEAGEPE no perodo de 1990 a 1999 (em toneladas)

    ANO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL MED 1990 5078,0 3920,0 4307,0 3139,0 2650,0 2117,0 2323,0 2487,0 2679,0 3696,0 3901,0 40859,0 40859,0 3404,9 1991 4468,0 3492,0 3295,0 2578,0 1996,0 1909,0 2044,0 2436,0 2886,0 3745,0 3645,0 36295,0 36295,0 3024,6 1992 3633,0 3236,0 2367,0 2400,0 2081,0 2170,0 2523,0 2489,0 3413,0 2878,0 3309,0 33989,0 33989,0 2832,4 1993 2880,0 2537,0 2719,0 2183,0 1940,0 2088,0 1705,0 1867,0 2332,0 2252,0 1859,0 26734,0 26734,0 2227,8 1994 2242,0 1644,0 1520,0 897,0 1253,0 1118,0 1541,0 2015,0 2549,0 2886,0 3480,0 24512,0 24512,0 2042,7 1995 3166,0 2331,0 2495,0 2284,0 2340,0 2286,0 2203,0 2700,0 3521,0 4985,0 5227,0 37722,0 37722,0 3143,5 1996 3628,0 3253,0 2937,0 2621,0 2883,0 2236,0 2837,0 3168,0 3428,0 4578,0 4409,0 40575,0 40575,0 3381,3 1997 4202,0 3560,0 3479,0 3180,0 3216,0 3058,0 3616,0 3837,0 4395,0 5101,0 5630,0 47777,0 47777,0 3981,4 1998 3477,0 2495,0 2401,0 2215,0 2367,0 2141,0 2351,0 2434,0 3199,0 3283,0 2982,0 32392,0 32392,0 2699,3 1999 2465,0 2069,0 2363,0 2022,0 1914,0 1887,0 2751,0 2094,0 2561,0 2707,0 2756,0 28433,0 28433,0 2369,4 TOTAL 35239,0 28537,0 27883,0 23519,0 22640,0 21010,0 23894,0 25527,0 30963,0 36111,0 37198,0 349288 3492 88,0 MEDIA 3523,90 2853,70 2788,30 2351,0 2264,0 2101,0 2389,4 2552,70 3096,30 3611,0 3719,80 Mdia/ms = 2,8 mil t