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Colégio São Paulo Irmãs Angélicas Prof. Victor Corrêa 3ªsérie

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Colégio São Paulo – Irmãs Angélicas Prof. Victor Corrêa

3ªsérie

As questões literárias do Enem estão incluídas na prova de Redação e de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. Esta matriz engloba, além da criação de um texto dissertativo-argumentativo, avaliação do conhecimento de uma língua estrangeira, testes de Literatura, Língua Portuguesa, análise textual, esportes, dança, expressão corporal, códigos e tecnologias virtuais, semiótica, comunicação, artes plásticas, música, artes visuais e teatro.

Predomina neste exame o caráter interdisciplinar. Mesclam-se, por exemplo, ilustrações e obras literárias; um texto de literatura e a criação de um pintor; uma história em quadrinhos e um poema; uma canção e o trecho de um conto, e muitas vezes uma questão de língua portuguesa é alicerçada em uma passagem de um livro.

Isso permite que o estudante seja avaliado simultaneamente em várias esferas do conhecimento. Assim ele tem a oportunidade de articular suas várias leituras, conquistas intelectuais e saberes, conectando até mesmo dados sobre eras, escolas e autores antigos a eventos atuais.

As questões exploram todas as vertentes desta matriz e para isso utilizam inúmeros recursos e ferramentas. Assim, o aluno poderá encontrar, ao longo da prova, individualmente ou nas combinações mais díspares, quadrinhos, ilustrações, pinturas, letras de músicas, passagens de obras literárias, analogias de trechos de obras da literatura com artigos jornalísticos ou análises literárias, fragmentos de e-mails, postagens ou twitters, reproduções de esculturas e outras obras de arte, charges, anúncios publicitários, entre outros meios. Com a ajuda desses instrumentos, os enunciados verificam a bagagem cultural, linguística e tecnológica do candidato.

O único porém é que a maior parte das questões não avalia, de fato, o conhecimento do estudante sobre Literatura, ou seja, seu domínio sobre a história, os períodos, as escolas, os movimentos, os autores e características de cada um deles. Raras são as perguntas que exigem do candidato esse saber.

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As demais exigem a leitura atenta dos enunciados, dos textos e de outros meios utilizados, sejam eles verbais ou visuais. Lógico que, mesmo assim, há um grau de dificuldade, pois o aluno precisa ter o hábito de ler e também de articular seus vários conhecimentos e experiências de vida.

É necessário, igualmente, que o estudante saiba relacionar os textos entre si e com outros ingredientes culturais, tenha a capacidade de articular este saber, as leituras e a experiência existencial e cultural, sem falar na interação de todo esse arsenal com os temas atuais. Mas, antes de tudo, ele tem que compreender exatamente qual a finalidade de cada pergunta.

Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Hilda Hilst, funções e figuras de linguagem, análise dos quadros de Tarsila do Amaral, a poesia de Camões, tiras de histórias em quadrinhos, especialmente Calvin e Haroldo, Rachel de Queiroz, João Cabral de Melo Neto, Manoel de Barros, Cacaso, Mário de Andrade, Guimarães Rosa, Modernismo, Literatura Contemporânea, canções de Noel Rosa, são temas recorrentes nas provas.

Quando o relógio anda para trás e aponta para escolas mais antigas, a tendência é abordar o Romantismo, o Arcadismo, o Simbolismo e o Classicismo de Camões.

Geralmente os enunciados são muito longos e alguns atingem uma grande complexidade, daí a necessidade de uma leitura atenciosa e da interpretação da própria questão, para que ao abordar os textos, charges, quadrinhos ou imagens presentes no seu circuito, o aluno saiba o que deve buscar em cada um deles. Assim, ao partir para as alternativas, encontrará mais facilmente a resposta correta. Se o candidato não compreender o que está sendo requisitado em uma dada questão, ficará difícil encontrar a solução ideal. Portanto, quem está sempre com um livro nas mãos terá muitas vantagens sobre quem não costuma ler.

• Produção e recepção de textos artísticos: interpretação e representação do mundo

para o fortalecimento dos processos de identidade e cidadania – Artes Visuais: estrutura

morfológica, sintática, o contexto da obra artística, o contexto da comunidade. Teatro:

estrutura morfológica, sintática, o contexto da obra artística, o contexto da

comunidade, as fontes de criação. Música: estrutura morfológica, sintática, o contexto

da obra artística, o contexto da comunidade, as fontes de criação. Dança: estrutura

morfológica, sintática, o contexto da obra artística, o contexto da comunidade, as fontes

de criação. Conteúdos estruturantes das linguagens artísticas (Artes Visuais, Dança,

Música, Teatro), elaborados a partir de suas estruturas morfológicas e sintáticas;

inclusão, diversidade e multiculturalidade: a valorização da pluralidade expressada nas

produções estéticas e artísticas das minorias sociais e dos portadores de necessidades

especiais educacionais.

• Estudo do texto literário: relações entre produção literária e processo social,

concepções artísticas, procedimentos de construção e recepção de textos –

produção literária e processo social; processos de formação literária e de

formação nacional; produção de textos literários, sua recepção e a

constituição do patrimônio literário nacional; relações entre a dialética

cosmopolitismo/localismo e a produção literária nacional; elementos de

continuidade e ruptura entre os diversos momentos da literatura brasileira;

associações entre concepções artísticas e procedimentos de construção do

texto literário em seus gêneros (épico/narrativo, lírico e dramático) e formas

diversas.; articulações entre os recursos expressivos e estruturais do texto

literário e o processo social relacionado ao momento de sua produção;

representação literária: natureza, função, organização e estrutura do texto

literário; relações entre literatura, outras artes e outros saberes.

Competência de área 4 - Compreender a arte como saber cultural e estético gerador de significação e integrador da organização do mundo e da própria identidade.

H12 - Reconhecer diferentes funções da arte, do trabalho da produção dos artistas em seus meios culturais.

H13 - Analisar as diversas produções artísticas como meio de explicar diferentes culturas, padrões de beleza e preconceitos.

H14 - Reconhecer o valor da diversidade artística e das inter-relações de elementos que se apresentam nas manifestações de vários grupos sociais e étnicos.

Competência de área 5 - Analisar, interpretar e aplicar recursos expressivos das linguagens, relacionando textos com seus contextos, mediante a natureza, função, organização, estrutura das manifestações, de acordo com as condições de produção e recepção.

H15 - Estabelecer relações entre o texto literário e o momento de sua produção, situando aspectos do contexto histórico, social e político.

H16 - Relacionar informações sobre concepções artísticas e procedimentos de construção do texto literário.

H17 - Reconhecer a presença de valores sociais e humanos atualizáveis e permanentes no patrimônio literário nacional.

Soneto VII Onde estou? Este sítio desconheço: Quem fez tão diferente aquele prado? Tudo outra natureza tem tomado; E em contemplá-lo tímido esmoreço. Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço De estar a ela um dia reclinado: Ali em vale um monte está mudado: Quanto pode dos anos o progresso! Árvores aqui vi tão florescentes, Que faziam perpétua a primavera: Nem troncos vejo agora decadentes. Eu me engano: a região esta não era; Mas que venho a estranhar, se estão presentes Meus males, com que tudo degenera! COSTA, C. M. Poemas. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 7 jul. 2012.

(ENEM 2016) No soneto de Cláudio Manuel da Costa, a contemplação da paisagem permite ao eu lírico uma reflexão em que transparece uma a) angústia provocada pela sensação de solidão.

b) resignação diante das mudanças do meio ambiente. c) dúvida existencial em face do espaço desconhecido. d) intenção de recriar o passado por meio da paisagem. e) empatia entre os sofrimentos do eu e a agonia da terra

Receita Tome-se um poeta não cansado, Uma nuvem de sonho e uma flor, Três gotas de tristeza, um tom dourado, Uma veia sangrando de pavor. Quando a massa já ferve e se retorce Deita-se a luz dum corpo de mulher, Duma pitada de morte se reforce, Que um amor de poeta assim requer. SARAMAGO, J. Os poemas possíveis. Alfragide: Caminho, 1997.

(ENEM 2016) Os gêneros textuais caracterizam-se por serem relativamente estáveis e podem reconfigurar-se em função do propósito comunicativo. Esse texto constitui uma mescla de gêneros, pois a) introduz procedimentos prescritivos na composição do poema. b) explicita as etapas essenciais à preparação de uma receita. c) explora elementos temáticos presentes em uma receita. d) apresenta organização estrutural típica de um poema. e) utiliza linguagem figurada na construção do poema.

Antiode Poesia, não será esse o sentido em que ainda te escrevo: flor! (Te escrevo: flor! Não uma flor, nem aquela flor-virtude – em disfarçados urinóis). Flor é a palavra

Flor; verso inscrito no verso, como as manhãs no tempo. Flor é o salto da ave para o voo: o salto fora do sono quando seu tecido se rompe; é uma explosão posta a funcionar, como uma máquina, uma jarra de flores.

MELO NETO, J. C. Psicologia da composição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997 (fragmento).

(ENEM 2016) A poesia é marcada pela recriação do objeto por meio da linguagem, sem necessariamente explicá-lo. Nesse fragmento de João Cabral de Melo Neto, poeta da geração de 1945, o sujeito lírico propõe a recriação poética de a) uma palavra, a partir de imagens com as quais ela pode ser comparada, a

fim de assumir novos significados.

b) um urinol, em referência às artes visuais ligadas às vanguardas do início do século XX. c) uma ave, que compõe, com seus movimentos, uma imagem historicamente ligada à palavra poética. d) uma máquina, levando em consideração a relevância do discurso técnico-científico pós-Revolução Industrial. e) um tecido, visto que sua composição depende de elementos intrínsecos ao eu lírico.

PICASSO, P. Guernica . Óleo sobre tela. 349 × 777 cm. Museu Reina Sofia, Espanha, 1937. Disponível em: http://www.fddreis.files.wordpress.com. Acesso em: 26 jul. 2010 (Foto: Reprodução/Enem)

O pintor espanhol Pablo Picasso (1881–1973), um dos mais valorizados no mundo artístico, tanto em termos financeiros quanto históricos, criou a obra Guernica em protesto ao ataque aéreo à pequena cidade basca de mesmo nome. A obra, feita para integrar o Salão Internacional de Artes Plásticas de Paris, percorreu toda a Europa, chegando aos EUA e instalando-se no MoMA, de onde sairia apenas em 1981. Essa obra cubista apre - senta elementos plásticos identificados pelo

A] painel ideográfico, monocromático, que enfoca várias dimensões de um evento, renunciando à realidade, colocando-se em plano frontal ao espectador. B] horror da guerra de forma fotográfica, com o uso da perspectiva clássica, envolvendo o espectador nesse exemplo brutal de crueldade do ser humano. C] uso das formas geométricas no mesmo plano, sem emoção e expressão, despreocupado com o volume, a perspectiva e a sensação escultórica. D] esfacelamento dos objetos abordados na mesma narrativa, minimizando a dor humana a serviço da objetividade, observada pelo uso do claro-escuro. E] uso de vários ícones que representam personagens fragmentados bidimensionalmente, de forma fotográfica livre de sentimentalismo.

A obra de Rubem Valentim apresenta emblemas que, baseando-se em signos de religiões afro-brasileiras, se transformam em produção artística. A obra Emblema 78 relaciona-se com o Modernismo em virtude da A - simplificação de formas da paisagem brasileira. B - valorização de símbolos do processo de urbanização. C - fusão de elementos da cultura brasileira com a arte europeia. D -alusão aos símbolos cívicos presentes na bandeira nacional. E -composição simétrica de elementos relativos à miscigenação racial.

Psicologia de um vencido Eu, filho do carbono e do amoníaco, Monstro de escuridão e rutilância, Sofro, desde a epigênese da infância, A influência má dos signos do zodíaco. Profundissimamente hipocondríaco, Este ambiente me causa repugnância … Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia Que se escapa da boca de um cardíaco. Já o verme – esse operário das ruínas – Que o sangue podre das carnificinas Come, e à vida em geral declara guerra, Anda a espreitar meus olhos para roê-los, E há de deixar-me apenas os cabelos, Na frialdade inorgânica da terra. Augusto dos Anjos