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Marcelo Bernardes - Paulista radicado em Santa Catarina, corintiano e colecionador Por Ricardo Seelig | Em 06/01/08 | Acessos: 7.039 Tweet Visite a comunidade desta seção no Orkut Tem colecionador espalhado por todo esse nosso Brasil. Tem gente que gosta de um estilo, outros de outro. Tem paulista radicado em Santa Catarina, e são muitos. Um deles é Marcelo Bernardes, figuraça que mostra agora a sua coleção para vocês. Marcelo Bernardes

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Estudos Organizador

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Page 1: Colector Room 3

Marcelo Bernardes - Paulista radicado em Santa Catarina, corintiano e colecionador

Por Ricardo Seelig | Em 06/01/08 | Acessos: 7.039

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Visite a comunidade desta seção no Orkut

Tem colecionador espalhado por todo esse nosso Brasil. Tem gente que gosta de um estilo, outros de outro. Tem paulista radicado em Santa Catarina, e são muitos. Um deles é Marcelo Bernardes, figuraça que mostra agora a sua coleção para vocês.

Marcelo Bernardes

Page 2: Colector Room 3

Vinis de bandas nacionais

Vinis clássicos

Vinis clássicos anos setenta

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Vinis clássicos anos setenta

Vinis thrash metal

Page 4: Colector Room 3

CDs de bandas nacionais

CDs de thrash metal

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Álbuns ao vivo clássicos

CDs de hard rock

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Mais CDs de hard rock

DVDs

Page 7: Colector Room 3

Metallica - Box Live Shit

Raven - Live At The Inferno

Page 8: Colector Room 3

Lynyrd Skynyrd - Freebird Special Edition

Govt Mule - Box Deepest End

Page 9: Colector Room 3

EP do Fates Prophecy

Dio - Digipack triplo

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Ítem mais estranho

Pra começar o nosso papo, eu queria que você se apresentasse aos nossos leitores.

Bem, meu nome é Marcelo, tenho 39 anos, sou paulistano, atualmente morando em Joinville (SC). Trabalho com vendas em uma operadora de turismo e sou corintiano, na alegria e na tristeza!!!

Como foi o seu primeiro contato com o rock?

Cara, quando eu era moleque bem novinho andava com uns amigos que curtiam funk e outros ritmos pop dos anos setenta. Embora estivesse naquele meio, sempre me senti um estranho no ninho. Quando ouvia uma música de rock tocando em algum lugar, aquilo sempre me chamava a atenção e parecia que algo despertava dentro de mim. Quando o Kiss veio para o Brasil em 1983 eu pirei, percebi que era aquilo que eu curtia e mergulhei de cabeça no rock’n roll.

Mais ou menos com que idade você percebeu que essa paixão não tinha cura, e que iria acompanhá-lo por toda a vida?

Quando comecei a trabalhar, em 1984. No meu primeiro salário comprei um aparelho de som 3x1, e passei a comprar discos. Comecei do zero e minha primeira compra foi o “Piece of Mind” do Iron Maiden e o “Love at First Sting” do Scorpions. Desde então nunca mais na minha vida deixei de comprar alguma coisa todos os meses. Sempre que recebia o salário, já separava a verba para os vinis.

Você consegue dizer em que momento você se transformou de um fã normal de música em um colecionador?

Acho que foi quando descobri as lojas especializadas no centro de SP. Adorava ir na Woodstock e ficar vasculhando as prateleiras. Nessa época a loja ainda era numa galeria na José Bonifácio, bem pequena em relação ao que se tornou depois, mas já era uma loucura para um garoto que começava a descobrir o rock’n roll. Nessa época também comecei a freqüentar sebos e lojas que vendiam discos usados, principalmente a Wop Bop, que tinha muita coisa boa com preços bem acessíveis. Nessa época eu descobri que o que eu conhecia de rock era só a pontinha do iceberg e que existia um universo enorme a ser explorado.

Qual o tamanho da sua coleção?

Minha coleção não é muito grande em quantidade, até porque há algum tempo atrás andei me desfazendo de algumas coisas e me arrependo amargamente. Tenho aproximadamente uns 1.500 itens entre vinil, CDs e DVDs.

Também tenho uma coleção de mais ou menos seiscentas revistas de rock. Tenho praticamente todas as Metal, revista famosa dos anos 80, quase todas as Rock Brigade desde a primeira que foi vendida em banca (Kerry King do Slayer na capa) e algumas outras como Bizz Heavy e outras importadas.

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De quais grupos você possui mais material, quais são as suas bandas favoritas?

As bandas que mais possuo material são sem dúvida Scorpions e Black Sabbath.

As favoritas são várias. Além de Scorpions e Sabbath, posso citar AC/DC, Accept, Iron Maiden, Judas Priest, Ozzy Osbourne, Deep Purple, Rainbow, Whitesnake, Dio, Beatles, Queen, Rolling Stones, Lynyrd Skynyrd, Led Zeppelin, Thin Lizzy, Foghat, Saxon ... enfim, a lista é enorme.

E o estilo que você mais gosta, qual é?

Hard Rock anos 70 e Heavy Metal tradicional. Também gosto bastante do Thrash bay area anos 80.

Vamos fazer então uma cronologia da sua vida de colecionador: qual foi o primeiro álbum que você comprou, e porque?

Como já disse antes, minha primeira compra foram dois discos: “Piece Of Mind” do Iron Maiden e “Love At First Sting” do Scorpions. O Iron Maiden eu confesso que comprei por causa da capa (risos). Não conhecia o som da banda, ainda estava engatinhado no mundo do rock, mas curti muito o disco, principalmente “ The Trooper” e “Flight of Icarus”.

O Scorpions comprei porque na época estava tocando “Still Loving You” direto nas rádios. Era a única música deles que eu conhecia, mas quando ouvi as outras do disco, principalmente “Bad Boys Running Wild”, “Rock You Like a Hurricane” e “Big City Nights”, percebi que tinha algo especial nas mãos. Aliás, sem querer desmerecer o Iron, pois o “Piece of Mind” é um puta disco, eu acho que o grande culpado de eu estar aqui hoje foi esse álbum do Scorpions. Posso afirmar sem qualquer dúvida que esse disco mudou minha vida.

Esse álbum é realmente muito bom. Qual foi o número máximo de itens que você já adquiriu de uma única vez?

Cara, nunca fiz assim grandes compras, até porque nunca tive tanta grana sobrando pra isso, mas acho que minhas maiores compras foram uma vez que estava tendo uma liquidação de CDs no Eldorado da Pamplona e eu comprei 17 de uma só vez, e também quando alguém se desfez de uma coleção de discos de vinil em um sebo e eu comprei 32 discos de uma tacada, todos em excelente estado de conservação.

Qual item você considera o mais raro da sua coleção?

Putz cara, ai você me pegou, pois não sou o tipo de pessoa que fica atrás de coisas raras e caríssimas. Sempre compro aquilo que curto e que ainda não tenho. Não sou de ficar comprando versões diferentes de um mesmo disco com as mesmas músicas, ou de comprar versões piratas inaudíveis só porque são raras. Tenho muitos discos de vinil clássicos e alguns até bem difíceis de encontrar, mas nada impossível.

Mas, pra não passar em branco, vou citar o vinil duplo ao vivo do Raven, “Live at the Inferno”. Esse em vinil é bem difícil de achar, pelo menos aqui no Brasil. No eBay de

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vez em quando até rola. Comprei ele lacrado no Museu do Disco em 1985, me custou dois meses de salário, era office-boy e ganhava pouco, mas valeu a pena, é um clássico. E tenho também o primeiro compacto do Fates Prophecy, grande banda nacional que hoje está ai fazendo muito sucesso.

E o mais bonito, qual é pra você?

Tenho uma edição especial em digipack triplo do “Inferno: Last in Live” do Dio. São dois CDs e um DVD. Acho que é o item de minha coleção que mais curto, pois além de ser esteticamente muito bonito, também é um puta disco.

Existem alguns lançamentos estranhos, e de vez em quando alguns acabam caindo nas nossas mãos. Qual você considera o item mais diferente e curioso do seu acervo?

Meu, sem dúvida é o CD da banda Suínos Tesudos. Comprei esse disco em uma lojinha do centro de SP por causa da capa que me chamou muito a atenção. O som da banda ... Bem, digamos apenas que é meio estranho e não fez minha cabeça. Tentei me desfazer desse CD algumas vezes, mas nenhum sebo se interessou pelo disquinho. Decidi então que ia ficar com ele, que ele seria o patinho feio da coleção (risos).

Existe algum disco que você passou um tempão atrás até consegui-lo para a sua coleção?

Sinceramente, não ... Não sou muito de ficar atrás de uma determinada coisa. Eu tenho uma lista de itens a serem adquiridos e deixo ao acaso, sempre que cruzo com algum item da lista e tenho a oportunidade de adquirir, eu pego. Mas não sou de ficar correndo atrás, mesmo porque são tantas coisas que ainda quero ter que fica até difícil decidir para qual vou dar prioridade.

E que itens tem nessa lista então?

Bem, tem um em especial que realmente eu quero faz tempo, mas ainda não consegui. Já achei uma vez no eBay, mas o vendedor não enviava pra outros países. Estou falando do álbum “Kickdown”, de 1984, da banda Black Angels. É um Hard Rock clássico estilo anos 70 muito bom. Um amigo meu me emprestou esse disco uma vez na década de oitenta e eu tenho gravado em fita cassete até hoje. Infelizmente perdi o contato com esse amigo faz tempo, senão ia tentar negociar o disco com ele.

Como você guarda e conserva a sua coleção?

Procuro manter todos os itens sempre limpos e organizados em ordem alfabética. Os CDs sempre com caixinhas novas e os vinis sempre com plásticos novos para dar uma aparência melhor. Guardo os CDs e os vinis em estantes próprias, em um pequeno quarto de minha casa. Os DVDs, por falta de opção, estou deixando na estante da sala. Pretendo em breve fazer uma estante sob medida em que possa acomodar todos os itens de maneira apropriada.

Quais são os itens que você mais gosta entre todos da sua coleção?

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Gosto do já citado Dio, “Inferno: Last in Live”, “Deepest End” do Gov’t Mule (box-set com dois CDs e um DVD, todos ao vivo), “Beatles Capitol Records” (box-set com a reprodução fiel dos quatro primeiros álbuns dos Beatles na discografia norte-americana).

Também gosto muito do DVD do Lynyrd Skynyrd “Vicious Cycle Live” e várias outras coisas. Na realidade eu gosto de tudo que tenho, é difícil dizer qual eu gosto mais.

Onde você costuma comprar os itens para o seu acervo? Que lojas você indica, aquelas que possuem os itens mais difíceis de se encontrar, para quem está começando agora a sua coleção?

Atualmente compro na Rock Total que é uma loja especializada aqui em Joinville, pela internet no mercado livre e Amazon.com, e quando vou a SP sempre passo pela Galeria. Aliás, vale citar que com o dólar em baixa, mesmo com as taxas de importação, as vezes é muito mais vantajoso comprar de fora do que aqui no Brasil. Alem do que na Amazon.com você encontra de tudo, é uma tentação.

Você é casado, namora, tem um relacionamento com alguém? Faço essa pergunta porque gostaria de saber como essa pessoa vê essa sua dedicação a sua coleção.

Sou casado. Amo minha esposa Adriana, ela é muito importante na minha vida.

Com relação ao rock’n roll, ela é evangélica, mas mesmo assim ela gosta de rock que não seja muito pesado e que não tenha letras agressivas ou satânicas, embora eu sempre diga pra ela não levar para esse lado, pois falar do diabo até a Bíblia fala. Acredito que as bandas preferidas dela são Pink Floyd, Scorpions, Queen, Whitesnake, Beatles e mais algumas coisas nessa linha. No geral ela aceita bem meu gosto musical e entende minha paixão e dedicação ao rock’n roll. Inclusive alguns de meus itens mais legais foi ela quem me deu de presente.

Agora, o bicho pega quando eu resolvo escutar Slayer ou Venom por exemplo. A encrenca já começa a partir das capas (risos). Mas apesar das diferenças o convívio é pacífico, harmonioso e as vezes até inusitado, como por exemplo quando saímos para dar um passeio ela com uma camiseta com mensagens bíblicas e eu de Black Sabbath (risos).

E os seus amigos, já colocaram algum apelido em você depois de todos esses anos dedicados aos discos, ou vêem você como uma espécie de “consultor”, aquele cara que conhece tudo e que tem dicas preciosas para passar?

Meus amigos também estão sempre comprando seus disquinhos. É claro que de vez em quando rola alguma consulta ou coisa assim, mas eu também às vezes os consulto, pois também não sei ou conheço tudo e sempre rola uma troca de informações.

Onde você costuma pesquisar a respeito de discos raros que você está procurando, de novos lançamentos, essas coisas. Em que fontes você busca essas informações?

Hoje é tudo mais fácil e consequentemente um pouco mais sem graça. Consulto sempre na internet em sites especializados e em sites de lojas do exterior.

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Lembro de como eram as coisa antes da internet ... Costumávamos ficar em sebos revirando as prateleiras e sempre rolava aquela reunião com a galera nos pontos de encontro no centro de SP. As informações eram passadas de boca em boca e quando alguma banda grande estava para lançar um disco novo a expectativa era enorme. Hoje antes do disco chegar nas lojas a gente já viu na internet como vai ser a capa e muitas vezes até já ouviu as músicas em MP3.

Eu, de uns tempos pra cá, adotei o seguinte procedimento: quando está pra sair algum disco novo que é certo que vou comprar, eu não ouço nada antes e tento também não ver a capa, se bem que isso é um pouco mais difícil. Fiz isso como os últimos do Iron Maiden, Scorpions e Ozzy Osbourne e posso te garantir que quando você pega o disquinho na mão e põe pra rolar o tesão é muito maior.

Quais são, para você, os dez melhores álbuns de todos os tempos?

Bem, vou citar dez dos melhores álbuns de todos os tempos e não os dez melhores. E também vou deixar de fora os “ao vivo,” pois aí seria covardia:

Pink Floyd – Dark Side Of The MoonLed Zeppelin – Led Zeppelin IVBlack Sabbath – Black Sabbath Black Sabbath – Heaven and HellLynyrd Skynyrd – Second HelpingAC/DC – Back in BlackScorpions – Fly to the RainbowScorpions – Love at First StingDeep Purple - BurnIron Maiden – The Number of the Beast

O que está rolando no seu som atualmente, e o que você recomendaria para os leitores do Whiplash?

Acho que em termos de qualidade e criatividade as bandas de agora não chegam nem perto das antigas. Tenho ouvido muito e recomendo o “Humanity” do Scorpions, o “Hellraiser” do Krokus e o “Live at Hammersmith Odeon” do Black Sabbath. Tem também o Cornerstone que é muito bom, acho o Doug White um excelente vocalista digno dos grandes vocais da velha safra, e o Wolfmother que também é bem lega,l embora ache que deveriam arrumar um vocalista melhor.

E fugindo um pouco do Hard Rock tem o Edguy que é uma banda muito boa, principalmente os dois últimos álbuns, “Hellfire Club” e “Rocket Ride”, e o Trivium, que apesar de soar muito parecido com o Metallica também é muito bom.

A sua coleção tem um limite? Tipo, você acha que, algum dia, vai parar de comprar discos porque acha que, enfim, tem tudo o que sempre quis ter? Você acha que esse dia chegará, ou ele não existe para um colecionador?

Com certeza esse dia não chegará. O universo do rock’n roll é enorme e você pode passar uma vida inteira comprando coisas e sempre irá ter ainda o que comprar. Eu pelo

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menos tenho uma lista enorme de coisas a serem compradas e uma coisa acaba puxando outra que nem está na lista e acabo comprando.

Já parou para pensar com quem os seus discos ficarão quando você estiver mais velho? Quem será o herdeiro da sua coleção no seu futuro?

Essa é uma pergunta difícil, pois no momento não tenho filhos. Se vier a ter no futuro talvez fique para ele ou eles. Caso contrário, já pensei em quando me aposentar abrir uma loja e colocar minha coleção como capital inicial para o negócio. Mas não sei, isso são apenas planos, o que importa é que enquanto ela estiver comigo vou cuidar com o maior carinho e curtir muito.

O que o rock representa na sua vida?

Sabe quando você tem um dia duro de trabalho, um dia em que parece que todas as suas forças foram sugadas? Pois bem, o rock é o que recarrega minhas baterias. Eu sento à noite por pelo menos uma hora ouvindo um bom rock’n roll no talo é claro, pois é assim que se deve ouvir, e estou pronto para encarar o dia seguinte. Alem do que o rock é uma fuga da realidade, por algum tempo você mergulha naquele som e esquece dos problemas e dificuldades da vida.

Se você tivesse que indicar algumas bandas, e alguns discos, para uma pessoa que nunca teve contato com o rock, o que indicaria?

Poderia indicar coisas muito boas, mas levando em consideração que é um iniciante, para não assustar começaria com algo mais leve, porém de qualidade. Acho que um bom começo seria “Keep the Faith” do Bon Jovi, “Out of This World” do Europe e alguma coisa puxada para o blues, tipo Allman Brothers.

Tem alguma história engraçada ou curiosa que aconteceu com você por causa da música, e que te fez pensar algo como “isso só acontece com um colecionador mesmo”?

Cara, além daquilo de praxe que todo colecionador maluco faz, que é viajar horas apenas pra comprar um disco, deixar de comprar roupa ou sapato para comprar discos, deixar de comer para comprar discos e blá blá bla, não havia me lembrado de nada pra colocar aqui como resposta, até que comecei a tirar as fotos dos itens.

Acho que tirei mais de 100 fotos pra no final fechar nessas. Sempre que concluía percebia que alguma coisa havia sido esquecida e que seria muita injustiça deixar aquilo de fora, então refazia o trabalho. Aí percebi que esse é o tipo de coisa que definitivamente só acontece com um colecionador. Pensa nisso cara, injustiça por ter deixado algo de fora de uma foto, que coisa mais maluca (risos).

Mas é claro que em mais de vinte anos de rock muitas coisas aconteceram, principalmente nas baladas de sábado a noite no saudoso Rainbow Bar e nas domingueiras no Dama Xoc. Bons tempos aqueles, era sempre a mesma galera freqüentando os mesmo lugares, com o tempo acabava rolando naturalmente uma amizade. A moçada era muito unida nessa época, não tinha as subdivisões de hoje, a não ser os posers (risos).

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Pra fechar, que papel você acha que nós, colecionadores, temos na indústria da música, no mundo e aqui no Brasil?

Meu, estamos vivendo a era do MP3, não sei o que virá depois. Conheço uma galerinha da nova safra que mal sabe o que é um disco de vinil. Muitas pessoas que conheço acham que os discos de vinil se tornaram “lixo”. A música hoje parece que se tornou algo frio e descartável, virou um pulso de eletricidade. Hoje ninguém pergunta quantos minutos tem uma música e sim quantos k-bytes ela tem. Ninguém mais se preocupa com a arte da capa, dos encartes, enfim de tudo aquilo que vem embalando a música propriamente dita.

Acho que o papel dos colecionadores, mesmo que não propositalmente, mas por conseqüência de seu hobby, é manter viva a memória da arte da música como um todo, e não somente a parte sonora da coisa.

Mas sinceramente, eu não encano muito com isso não, eu não estou nessa pra cumprir nenhum papel social, faço porque gosto, porque tenho amor e prazer nisso.

Cara, muito obrigado pelo papo, valeu por ter aceito participar da Collector´s Room, e que tudo dê certo na sua vida.

Quem agradece sou eu. Muito obrigado por ter aberto esse espaço para um humilde roqueiro como eu. Sei que minha coleção é bastante modesta perto de algumas que já foram aqui apresentadas, mas meu amor pelo rock’n roll não é menor do que o de ninguém. Grande abraço.

Fonte: Marcelo Bernardes - Paulista radicado em Santa Catarina, corintiano e colecionador - Collector's Room http://whiplash.net/materias/collectorsroom/068033.html#ixzz247c4T9x8