coleção fábulas bíblicas volume 19 - deus não existe

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  • Coleo Fbulas Bblicas volume 19

    DEUS

    NO

    EXISTE

    Mitologia e Superstio Judaico-crist

    JL

    [email protected]

  • 3

    Todo crente enganado desonestamente pelos parasitas

    religiosos com mentiras e fbulas bobas.

  • 4

    Sumrio 1 - O que o Cristianismo? ........................................................... 6

    1 - A superstio da ferradura da sorte ..................................... 7

    2 - A superstio da orao ..................................................... 8

    3 - A essncia do cristianismo a superstio ............................ 9

    2 - Caractersticas bsicas de Deus ................................................ 11

    1 - Caractersticas do deus bblico .............................................. 11

    1 - Onipotncia ..................................................................... 12

    2 - Oniscincia ...................................................................... 16

    3 - Onipresena .................................................................... 18

    4 - Imutabilidade .................................................................. 20

    5 - Sabedoria infinita ............................................................. 22

    6 - Justia infinita .................................................................. 25

    7 - Verdade Infinita ............................................................... 27

    8 - Amor Infinito. .................................................................. 30

    9 - Perfeio Absoluta. ........................................................... 33

    2 - Paradoxos e contradies >>> ............................................. 36

    1 - Onipotncia ..................................................................... 37

    2 Onibenevolencia .............................................................. 40

    3 - Onipresena .................................................................... 42

    4 Oniscincia ..................................................................... 44

    5 - Perfeio absoluta ............................................................ 48

    3 - Doze provas contra a existncia de deus ................................... 51

    Primeira parte Contra o deus criador ........................................ 51

    Prova 1: A ao de criar inadmissvel .................................... 51

    Prova 2: O Esprito puro no pode determinar o Universo ........... 57

    Prova 3: O perfeito no produz o imperfeito ............................. 65

    Prova 4: Se Deus existe eterno, ativo e necessrio. ................ 73

    Prova 5: O ser imutvel nunca criou. ....................................... 77

    Prova 6: Deus no pode ter criado sem motivo ......................... 81

    Segunda parte contra o deus governador ................................. 92

    Prova 7: O Deus-Governador nega a perfeio do Deus-Criador .. 92

  • 5

    Prova 8: A multiplicidade dos deuses prova que no existe

    nenhum ............................................................................... 94

    Prova 9: Deus no infinitamente bom. O inferno a prova .... 100

    Prova 10: O problema do mal ............................................... 108

    Terceira parte contra o deus justiceiro ................................... 118

    Prova 11: O homem no pode ser castigado nem

    recompensado .................................................................... 118

    Prova 12: Deus viola as regras fundamentais de equidade ....... 126

    Sobre Sbastien Faure ......................................................... 134

    4 - Mais bobagens do Cristianismo >>> .............. Erro! Indicador no

    definido.

    Mais contedo recomendado ................................................. 151

    Livros recomendados ........................................................... 152

    4 - Fontes: ......................................................................... 162

  • 6

    1 - O que o Cristianismo?

    uma superstio bizarra, primitiva e engraada que atribui

    poderes mgicos a um cadver pregado em uma cruz. Atualmente

    tornou-se uma fonte de piadas e diverso para ateus e descrentes

    em todos os quatro cantos do mundo. As pessoas crentes nesta

    superstio so trolladas pelos religiosos com um deus invisvel

    que pai do cadver da cruz, alm de ser ele mesmo; que

    onipotente, mas precisa de intermedirios (os religiosos, claro);

    que onisciente, mas precisa constantemente ser avisado dos

    problemas de sua prpria criao atravs de oraes. Mais

    engraado impossvel. uma mistura de superstio, paganismo,

    idolatria, fanatismo, mitos, mentiras e muita babaquice para

    conseguir ser trollado com essas bobagens.

  • 7

    1 - A superstio da ferradura da sorte

    Vamos imaginar a seguinte situao. Digamos que voc tem

    cncer. Voc est deitado no hospital depois de uma rodada de

    quimioterapia e voc se sente terrvel. Uma pessoa aparece em

    sua sala com um sorriso brilhante no rosto e uma ferradura na

    mo. Ele lhe diz: "Esta uma incrvel ferradura da sorte. Se voc

    tocar esta ferradura, vai curar seu cncer. Mas eu preciso lhe

    cobrar R$ 100,00 para toc-la.

    Voc pagaria ao homem os R$ 100,00?

    Claro que no. Todos ns sabemos que tocar a ferradura ter

    efeito nulo sobre o cncer. A crena na ferradura da sorte pura

    superstio.

    tambm muito fcil de provar cientificamente que a ferradura

    no tem nenhum efeito sobre o cncer (ou qualquer outra coisa).

    A forma como iria faz-lo simples: ns levaramos 1.000

    pacientes com cncer e os dividiramos de forma aleatria em dois

    grupos de 500. Deixaramos 500 dos pacientes com cncer para

    tocarem na ferradura da sorte e os outros 500 como duplo-cego.

  • 8

    Ento poderamos comparar as taxas de remisso de cncer entre

    os dois grupos. O que iramos encontrar seria zero beneficios da

    ferradura. No veramos nenhuma diferena estatstica entre as

    taxas de remisso nos dois grupos de 500 pacientes.

    2 - A superstio da orao

    Agora vamos imaginar outra situao. Voc tem cncer, acabou

    de sair de uma rodada de quimioterapia e voc se sente terrvel.

    Desta vez, uma pessoa aparece na sua sala com um sorriso

    brilhante no rosto e uma bblia na mo. Ele lhe diz:

    "H um ser chamado Deus, que o todo-poderoso,

    onisciente e criador todo-amoroso do universo. Eu sou o

    seu representante na terra. Se me permite orar a Deus em

    seu nome, Deus vai curar seu cncer.

    Voc concorda com a orao, o homem reza em cima de voc por

    10 minutos. Ele invoca todos os poderes de cura de Deus,

    rogando-lhe, recitando versos das Escrituras e assim por diante.

    Depois, quando ele est se preparando para sair, o homem diz,

  • 9

    "Oh, e a propsito, Deus diz que voc deve 10% de dzimo de sua

    renda para a igreja. Voc consideraria fazer uma doao dedutvel

    hoje"?

    A pergunta :

    Existe alguma diferena entre os dois homens, ser que a

    orao tem qualquer efeito maior do que a ferradura?

    A resposta : No.

    A crena na orao to supersticiosa como a crena na

    ferradura da sorte.

    O mais fascinante que podemos provar que a orao no tem

    nenhum efeito exatamente da mesma maneira que ns podemos

    provar que ferraduras no tm efeito. Tomamos 1.000 pacientes

    com cncer. Oramos com 500 deles e deixamos os 500 outros em

    paz. Ento, olhamos para as taxas de remisso cncer de entre

    os dois grupos. O que descobrimos que as oraes tm benefcio

    zero. No veramos nenhuma diferena estatstica entre as taxas

    de remisso nos dois grupos de 500 pacientes. Em outras

    palavras, podemos provar que a crena na orao pura

    superstio. A crena no poder da orao no diferente da

    crena no poder da ferradura da sorte. Estes experimentos foram

    realizados muitas vezes, e eles sempre retornam os mesmos

    resultados. Simplesmente, a orao no tem absolutamente

    nenhum efeito sobre o resultado de qualquer evento. O "poder da

    orao" realmente "o poder da coincidncia". Crena na orao

    pura superstio. A orao no tem absolutamente nenhum

    efeito em cada experimento cientfico que realizamos, porque

    Deus imaginrio.

    3 - A essncia do cristianismo a superstio

  • 10

    Basta ler a definio de superstio em qualquer dicionrio para

    ter a certeza absoluta. Simplesmente no h o que discutir sobre

    isso.

    O dicionrio Michaelis define a palavra "superstio" desta forma:

    su.pers.ti.o

    sf (lat superstitione) 1 Sentimento religioso excessivo ou

    errneo, que muitas vezes arrasta as pessoas ignorantes

    prtica de atos indevidos e absurdos. 2 Crena errnea;

    falsa ideia a respeito do sobrenatural. 3 Temor absurdo de

    coisas imaginrias. 4 Opinio religiosa baseada em

    preconceitos ou crendices. 5 Prtica supersticiosa. 6

    Pressgio infundado ou vo que se tira de acidentes ou

    circunstncias meramente fortuitas. 7 Crendice,

    preconceito. 8 Todo excesso de cuidado ou de exatido em

    qualquer matria. 9 Dedicao exagerada ou no

    justificada. [ref] (clique nos textos em azul para mais

    detalhes).

  • 11

    2 - Caractersticas bsicas de Deus

    Antes que o crente da superstio judaico-crist nos acuse de

    ofender ao seu deus, chamando-o de incompetente, satnico ou

    coisas do tipo, repetimos aqui as caractersticas bsicas de Deus

    para que o prprio crente julgue se as aes de Deus DESCRITAS

    NA BBLIA so compatveis com tais caractersticas fundamentais

    como a oniscincia, a onipresena e a onipotncia. J adianto que

    no, no so nada compatveis, mas absurdamente contraditrias

    e muito fcil perceber atravs de uma leitura bem superficial da

    Bblia.

    1 - Caractersticas do deus bblico

    importante tratar de entender O que e como esse Deus, j

    que o conceito de Deus varia muito entre as pessoas. Para muitos

    Deus somente uma espcie de Energia Universal, para outros,

    Deus somos ns mesmos e inclusive para muitos outros Deus

    poderia ser definido como a natureza que nos rodeia. Todas essas

    definies no so de nosso interesse; no Ocidente, quando

    algum diz que ateu e que no acredita em Deus se refere ao

    Deus Judaico-cristo, o Deus que nos descreve a Bblia e que

    adorado pela maioria da civilizao ocidental. sobre este Deus

    que tratamos no presente trabalho. Ainda que em essncia a

    argumentao contra Deus se possa transferir ao resto dos

    Deuses que existem e existiram no mundo, no so de nosso

    interesse aqui e agora. Sei que a muitos cristos no lhes agrada

    a ideia de conceitualizar o seu Deus, j que segundo eles a

    essncia divina est acima disso e Deus indefinvel. Sem dvida

    a melhor maneira de conhecer Deus atravs do que a Bblia nos

    diz sobre ele. Por sorte a Bblia descreve em numerosas ocasies

  • 12

    como Deus e que caractersticas possui o que deixa

    relativamente simples a nossa tarefa de defini-lo. Essas

    qualidades divinas so por todos conhecidas, mas importante

    defini-las e estabelecer os limites correspondentes. Segundo a

    Bblia algumas das caractersticas de Deus so:

    1 - Onipotncia

    Comearemos agora a analisar as diferentes caractersticas ou

    qualidades que possui Deus com o objetivo de delimitar e

    conhecer de maneira mais clara como se apresenta este ser

    divino. Alm disso, argumentaremos porque no acredito que

    Deus seja um ser onipotente nem acredito que Deus seja o criador

    de todas as coisas. Imagino que nenhum crente cristo se

    atreveria a duvidar desta qualidade divina, j que uma das mais

    abundantes e claras em toda a Bblia. Nomear todos os versculos

    bblicos que afirmam que Deus todo poderoso seria uma tarefa

    titnica. Todos os cristos creem sem nenhuma dvida que Deus

    todo poderoso e que o criador de todas as coisas. S citaremos

    um versculo Bblico para estarmos seguros desta qualidade:

    Genesis 17:1

    1 - Sendo, pois, Abro da idade de noventa e nove anos, apareceu o

    SENHOR a Abro, e disse-lhe: Eu sou o Deus Todo-Poderoso, anda em

    minha presena e s perfeito.

    No h nenhuma razo para acreditar que do ponto de vista

    racional e lgico Deus seja um ser todo poderoso e criador de

    todas as coisas:

    1 - A criao do mal

  • 13

    Se for verdade o que diz a Bblia, que Deus criou todas as coisas,

    ento Deus tambm criou o mal e as calamidades humanas. Se

    pararmos para pensar, isto contraditrio porque se pode dizer

    que tudo o que Deus criou bom e de suas criaes no pode sair

    o mal. Ainda que no acreditem, na Bblia se diz em vrias

    ocasies que Deus criou o mal e as calamidades:

    Isaas 45:6-7

    6.Para que se saiba desde o nascente do sol, e desde o poente, que

    fora de mim no h outro; eu sou o Senhor, e no h outro. 7.Eu

    formo a luz, e crio as trevas; eu fao a paz, e crio o mal; eu sou o

    Senhor, que fao todas estas coisas.

    J 42:11

    11. Ento vieram ter com ele todos os seus irmos, e todas as suas

    irms, e todos quantos dantes o conheceram, e comeram com ele po

    em sua casa; condoeram-se dele, e o consolaram de todo o mal que

    o Senhor lhe havia enviado; e cada um deles lhe deu uma pea de

    dinheiro e um pendente de ouro.

    J 5:18

    18. Pois ele fere, mas dela vem tratar; ele machuca, mas suas mos

    tambm curam.

    Gnesis 2:16

    16 - E o Senhor Deus ordenou ao homem: "Coma livremente de

    qualquer rvore do jardim, 17 - Mas no coma da rvore do

    conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que dela comer,

    certamente voc morrer".

    Como podem ver nestes exemplos, sem dvida Deus criou o mal

    e as enfermidades. Tambm conhecido o ditado popular o mal

    no existe, s a ausncia do bem, isto no tem sentido, j que

    a Bblia trata e nomeia o mal como algo bem definido e no como

    a ausncia do bem.

  • 14

    2 - Literalidade

    Deus no pode literalmente ser o criador de todas as cosas. H

    coisas que por definio Deus no as criou, o homem as criou. Por

    exemplo: Deus no criou o ao que no existe na natureza, pois

    a combinao de ferro, carbono e outros tantos elementos. O

    homem criou o ao, no Deus. Claro que o crente dir: Mas Deus

    criou o ferro, o carbono e tambm o homem, portanto Deus o

    criador indireto do ao e de todas as coisas que o homem inventa

    e fabrica, aqui temos a palavra clave: indireto. Se a premissa

    acima correta: ento Deus o Criador indireto de todas as

    coisas, o que deixa a sua perfeio muito limitada.

    3 - Lgica

    Um argumento que os ns ateus usamos com frequncia para

    demostrar falta de lgica ao afirmar que Deus todo poderoso

    o famoso argumento da pedra pesada. Se Deus todo

    poderoso e pode criar o que deseje, Poderia Deus criar uma pedra

    to pesada que nem ele mesmo pudesse levant-la? Por simples

    lgica, Deus no pode faz-lo. Isto seria o mesmo que afirmar que

    Deus no pode evitar que a soma de uma unidade mais outra

    unidade de como resultado duas unidades, esta uma

    abordagem matemtica bsica e no pode ser quebrada nem

    mesmo por Deus. Diante disso os crentes respondero: Deus s

    pode fazer coisas dentro da lgica. Isso que dizer que Deus tem

    um limitante A Lgica, convertendo-se assim em um ser limitado

    a algo superior a ele e perderia sua essncia perfeita. A

    caracterstica divina ficaria assim: Deus o criador de todas as

    coisas logicamente possveis.

  • 15

    4 - Leis naturais

    Este um argumento levantado por Bertrand Russell: as leis

    naturais so independentes da criao divina Deus deve acatar

    as leis naturais, portanto esto acima de Deus. Vejamos um par

    de exemplos: A lei da gravidade (9,8 mts/seg2) a velocidade

    com que a terra atrai os objetos para o seu centro; e o oxignio

    que forma o ar que respiramos (O2). A pergunta a seguinte:

    Porque Deus criou as leis naturais assim e no de outra forma?

    Deus poderia ter feito a gravidade com valores mais baixos, desta

    forma poderia evitar milhes de mortes por quedas, fraturas,

    acidentes etc. Tambm Deus poderia fazer-nos respirar nitrognio

    e no oxignio, j que o nitrognio mais abundante no ar que o

    oxignio, assim evitaria milhares de mortes por asfixia. O crente

    cristo tem trs possveis respostas a isto:

    Deus fez dessa maneira por que era o melhor para o

    mundo: O melhor? Tantas mortes por culpa da gravidade

    e tantas asfixias so o melhor que Deus poderia fazer?

    Deus fez assim porque ele faz o que deseja: isto equivale

    a dizer que Deus faz o que lhe d na cabea Que sentido

    tem adorar um Deus caprichoso que faz as coisas s porque

    lhe d na telha?

    Deus fez dessa maneira porque tinha que fazer assim:

    Deus est submetido s leis naturais. Esta a nica

    maneira de que Deus poderia faz-lo. Deus no poderia

    criar a gravidade com um valor menor ou nos fazer respirar

    nitrognio porque as leis naturais o impediam. Ou seja,

    Deus deve cumprir e acatar essas leis naturais. Um Deus

    que est submetido a leis superiores a ele, perde sua

    essncia de perfeio absoluta.

  • 16

    Existem inumerveis razes que nos indicam que a onipotncia de

    Deus est muito comprometida. Mas acredito que estas

    abordagens so suficientes para abrir uma base de opinies a

    respeito com o crente cristo que deseje aprender mais sobre o

    Deus que adora.

    2 - Oniscincia

    Seguindo com a anlise das qualidades de Deus veremos agora a

    caracterstica mais polmica e controversa de Deus: sua

    oniscincia ou a capacidade de saber tudo. Tampouco acredito que

    algum crente seja capaz de pr em dvida esta qualidade. Deus

    sabe tudo. Sabe nosso passado, conhece nosso presente e sabe o

    que nos acontecer no futuro. Deus conhece tudo sobre todos ns

    e sobre o mundo. O problema desta caracterstica celestial que

    em muitas das minhas conversas com crentes cristos parece que

    no entendem muito bem o que significa e tendem a mal

    interpret-la. A melhor maneira de eliminar as dvidas sobre isso

    investigar o que diz a Bblia a respeito. Existem vrios versculos

    que esclarecem sobremaneira este ponto:

    J 14:16

    16.Mas agora contas os meus passos; porventura no vigias sobre o

    meu pecado?

    J 23:10

    10.Porm ele sabe o meu caminho; provando-me ele, sairei como o

    ouro.

    J 42:2

    2.Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum dos teus propsitos pode

    ser impedido.

    Salmos 44:21

    21.Porventura no esquadrinhar Deus isso? Pois ele sabe os segredos

    do corao.

  • 17

    Isaas 46:10

    10.Que anuncio o fim desde o princpio, e desde a antiguidade as

    coisas que ainda no sucederam; que digo: O meu conselho ser

    firme, e farei toda a minha vontade.

    J 23:14

    14.Porque cumprir o que est ordenado a meu respeito, e muitas

    coisas como estas ainda tm consigo.

    Lucas 12:7

    7.E at os cabelos da vossa cabea esto todos contados. No temais,

    pois; mais valeis vs do que muitos passarinhos.

    Como podem ver h muitssimos versculos que asseguram que

    Deus sabe tudo. O problema comea quando se afirma que o

    homem tem Livre arbtrio, ou seja, que o homem tem liberdade

    para escolher o que deseja. Este um dos pontos mais quentes

    da conversao Ateu-Crist. muito difcil harmonizar a ideia de

    que podemos escolher livremente e que Deus j sabe todo nosso

    futuro e que nossa histria est escrita de antemo. Sem dvida,

    amigo crente, para voc Deus j sabe quem ser salvo e quem

    no ser. Isso Deus sabe, j que sabe tudo. Mas como posso eu

    escolher se o meu destino j est escrito? Segundo essa premissa,

    no importa o que eu decida, sempre terminarei cumprindo o que

    Deus escreveu para mim. No tenho sada. Muitos crentes tentam

    responder a isso dizendo: Deus pode saber o nosso futuro, mas

    ns no sabemos, saiba ele ou no isso no tem absolutamente

    nenhuma influncia nos acontecimentos futuros, j que

    irremediavelmente acabarei cumprindo o que Deus quer. Alm

    disso, existem tambm vrios versculos que negam que Deus

    seja onisciente e que saiba tudo. um tema espinhoso e

    controverso que se levar vrias linhas para debat-lo e o

    trataremos em numerosas oportunidades. Eu, por ser ateu no

    acredito que o meu destino esteja escrito nem em nada do tipo.

    Ningum sabe o meu futuro. O futuro no existe, o vamos criando

  • 18

    dia aps dia atravs de nossas decises. Considero-me um ser

    livre e no estou nesta vida para cumprir nenhum livro. Sei que

    voc, amigo crente, se considera livre para escolher o que deseja,

    porm isso no contradiz tudo que existe na sua Bblia sobre Deus

    e sua oniscincia? Sim.

    3 - Onipresena

    Deus est em toda parte, o tempo todo. Isto sabe qualquer crente.

    Mas lamentavelmente a Bblia no muito clara a respeito e

    existem poucos versculos que nos indicam isto de forma pontual.

    Ao dizer que Deus se encontra em todo lugar se assume outra

    caracterstica divina: a Invisibilidade. Deus em essncia um ser

    invisvel e etreo. Claro, tem que ser; nada que seja visvel est

    em todo lugar ao mesmo tempo. A imaterialidade um requisito

    obrigatrio para cumprir esta premissa. As qualidades de

    onipresena e invisibilidade trazem consigo vrios problemas ao

    tentar entender isto de forma racional. Apesar de que Deus est

    em todo lugar, a Bblia nos diz que Deus foi visto de maneira

    precisa em vrias oportunidades; inclusive at falou com vrias

    pessoas em determinadas ocasies; isto significa que para ser

    visto e escutado em um momento e lugar preciso deveria estar ali

    e no em todos os lugares. Tambm, fazer-se visvel para vrias

    pessoas sem dvida deixou de ser invisvel, j que as coisas

    invisveis no se podem ver. impossvel dizer com toda

    segurana que Deus invisvel, j que foi visto em vrias

    oportunidades:

    Gnesis 32:30

    30.E chamou Jac o nome daquele lugar Peniel, porque dizia: Tenho

    visto a Deus face a face, e a minha alma foi salva.

    xodo 24:10-11

  • 19

    10.E viram o Deus de Israel, e debaixo de seus ps havia como que

    uma pavimentao de pedra de safira, que se parecia com o cu na

    sua claridade. 11.Porm no estendeu a sua mo sobre os escolhidos

    dos filhos de Israel, mas viram a Deus, e comeram e beberam.

    xodo 31:18

    18.E deu a Moiss (quando acabou de falar com ele no monte Sinai)

    as duas tbuas do testemunho, tbuas de pedra, escritas pelo dedo

    de Deus.

    xodo 33:11

    11.E falava o SENHOR a Moiss face a face, como qualquer fala com

    o seu amigo; depois se tornava ao arraial; mas o seu servidor, o jovem

    Josu, filho de Num, nunca se apartava do meio da tenda.

    xodo 33:23

    23 - E, havendo eu tirado a minha mo, me vers pelas costas; mas

    a minha face no se ver.

    1. Ento, Deus invisvel ou no?

    2. Ou s invisvel s vezes?

    H outra coisa que atenta contra a invisibilidade e o carter etreo

    de Deus, que Deus tem dedos, cara e costas (Gnesis 32:30;

    xodo 31:18; xodo 33:23) isto equivaleria a dizer que Deus est

    composto por algo fsico que se pode ver o que atentaria contra a

    sua condio de ser espiritual o imaterial.

    muito difcil sustentar que Deus um ser espiritual e

    invisvel quando a prpria Bblia nos diz o contrrio.

    Como ponto final, quero fazer uma observao maneira de

    piada:

    1. Por que quando o crente quer referir-se a Deus sempre olha

    ou aponta para cima, para o cu?

  • 20

    2. Se Deus est em todo lugar, no tem sentido busc-lo no

    cu nem entre as nuvens ELE EST EM TODO LUGAR. Ou

    no?

    3. Curioso, no?

    4 - Imutabilidade

    Uma qualidade divina que parece estar muito claramente

    estabelecida nas Santas Escrituras, mas que por sua vez a

    prpria Bblia se contradiz a: Imutabilidade. Isto em poucas

    palavras : Deus o mesmo desde sempre, ele no muda.. Ser

    imutvel significa ser sempre o mesmo, sem experimentar

    nenhum tipo de mudana ou alterao. No mudam nem Deus,

    nem seus desgnios. A Bblia nos diz em vrias oportunidades que

    isto correto, Deus no muda:

    Salmos 102:27

    27.Porm tu s o mesmo, e os teus anos nunca tero fim.

    Salmos 33:11

    11.O conselho do SENHOR permanece para sempre; os intentos do

    seu corao de gerao em gerao.

    Tiago 1:17

    17.Toda a boa ddiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do

    Pai das luzes, em quem no h mudana nem sombra de variao.

    1 Samuel 15:29

    29.E tambm aquele que a Fora de Israel no mente nem se

    arrepende; porquanto no um homem para que se arrependa.

    Malaquias 3:6

    6.Porque eu, o SENHOR, no mudo; por isso vs, filhos de Jac, no

    sois consumidos.

    Hebreus 13:8

    8.Mas, do Filho, diz: O Deus, o teu trono subsiste pelos sculos dos

    sculos; Cetro de equidade o cetro do teu reino.

  • 21

    E muitos outros.

    Apesar de todos estes versculos que sem dvida afirmam que

    Deus Imutvel, tambm em vrias ocasies a prpria Bblia

    parece afirmar o contrrio que Deus muda de opinio e no o

    mesmo desde sempre:

    Gnesis 6:6-7

    6.Ento se arrependeu o SENHOR de haver feito o homem sobre a

    terra e pesou-lhe em seu corao. 7.E disse o SENHOR: Destruirei o

    homem que criei de sobre a face da terra, desde o homem at ao

    animal, at ao rptil, e at ave dos cus; porque me arrependo de

    hav-los feito.

    xodo 32:14

    14.Ento o SENHOR arrependeu-se do mal que dissera que havia de

    fazer ao seu povo.

    Jonas 3:10

    10.E Deus viu as obras deles, como se converteram do seu mau

    caminho; e Deus se arrependeu do mal que tinha anunciado lhes faria,

    e no o fez.

    2 Samuel 24:16

    16.Estendendo, pois, o anjo a sua mo sobre Jerusalm, para destru-

    la, o SENHOR se arrependeu daquele mal; e disse ao anjo que fazia a

    destruio entre o povo: Basta, agora retira a tua mo. E o anjo do

    SENHOR estava junto eira de Arana, o jebuseu.

    Podemos ver claramente duas coisas aqui:

    1. Ou a Bblia se contradiz em vrias ocasies,

    2. Ou isso da Imutabilidade Divina algo ambguo e no

    deve ser levado muito a srio.

    3. Em qualquer dos casos Deus parece meio fora da casinha.

  • 22

    Outro fator que compromete a Imutabilidade de Deus o fato que

    no passado ele mesmo cometeu atos reprovveis e logo depois

    mudou de carter com respeito s suas aes. Por exemplo, todos

    ns recordamos os fatos ocorridos durante o diluvio universal ou

    na destruio das cidades de Sodoma e Gomorra, ambos os fatos

    narrados no Gnesis. Nestas duas situaes houve uma destruio

    total dos seres humanos incluindo crianas e animais inocentes,

    ao que parece foram realizados diretamente por Deus para

    erradicar o mal de ambos os lugares. Imagino que o crente estar

    de acordo comigo de que em ambos os fatos morreram crianas

    completamente inocentes dos pecados de seus pais. Claro, voc

    tambm dir que Deus teve suas razes para faz-lo. Em todos

    os casos em vrias oportunidades Deus no Antigo Testamento se

    nos apresenta como um Deus combativo e vingativo, que

    promoveu mltiplas guerras e inclusive assassinou em vrias

    ocasies pessoas por sua prpria conta. J no Novo Testamento

    vemos um Deus completamente diferente, um Deus que todo

    amor e ternura e que parece esquecer seu passado quando era

    chamado Deus dos Exrcitos.

    Se isto no mudar, no sei o que seria!

    5 - Sabedoria infinita

    A sabedoria de Deus uma das caractersticas divinas mais

    conhecidas pelo crente. Deus infinitamente sbio e nunca se

    equivoca. A Bblia bem especfica em centenas de versculos.

    J 9:4

    4.Ele sbio de corao, e forte em poder; quem se endureceu contra

    ele, e teve paz?

    J 12:13

  • 23

    13.Com ele est a sabedoria e a fora; conselho e entendimento tm.

    Isaas 40:28

    28.No sabes, no ouviste que o eterno Deus, o SENHOR, o Criador

    dos fins da terra, nem se cansa nem se fatiga? inescrutvel o seu

    entendimento.

    Daniel 2:20

    20.Falou Daniel, dizendo: Seja bendito o nome de Deus de eternidade

    a eternidade, porque dele so a sabedoria e a fora;

    Como lgico pensar, a Bblia ao ser totalmente inspirada por

    Deus, no tem erros; nem Jesus, a materializao fsica de Deus,

    tampouco se equivoca ou jamais se equivocou. Bom, descrever

    todos os erros e contradies da Bblia levaria muito tempo, j

    que so muitos, descrever os erros de Jesus tambm, assim para

    no fazer um cansativo trabalho de anlise citaremos apenas uns

    pequenos equvocos de Jesus tal como se encontra na Bblia:

    Mateus 16:28

    28 - Em verdade vos digo que alguns h dos que aqui esto que no

    provaro a morte at que vejam vir o Filho do homem no seu reino.

    Isto, tomado de forma literal um erro, pois morreram todos os

    dessa gerao e Jesus ainda no voltou. Morreram vrias geraes

    e o esperado regresso de Jesus no aconteceu. Claro, voc como

    crente dir: no se deve entender isso de modo literal, sim,

    fato que Jesus usava parbolas para exemplificar algumas partes

    de sua doutrina; porm quando fazia isso ele declarava

    antecipadamente. Em nenhuma parte se assume que isto uma

    parbola. Outros crentes afirmam que a gerao a que se refere

    o versculo no literal e logo comeam a procurar clculos de

    anos e a fazer estranhas explicaes do que poderia ser uma

    gerao. Os prprios crentes tratam logo de consertar esse

    equvoco evidente, sem sucesso claro.

  • 24

    Mateus 12:40

    40 - Pois, como Jonas esteve trs dias e trs noites no ventre da

    baleia, assim estar o Filho do homem trs dias e trs noites no seio

    da terra.

    Este um dos equvocos mais claros e evidentes de Jesus-Deus.

    Neste versculo profetizou que ressuscitaria depois de trs dias e

    trs noites. Todos ns sabemos que Jesus esteve no tmulo no

    mximo por um dia e meio, morreu em uma tarde de sexta-feira

    e j na manh de domingo foi ressuscitado. Para cumprir o que o

    verso diz ele tinha que ter sado do tmulo na manh de segunda-

    feira. No h praticamente nenhuma explicao razovel para

    isso, a menos que voc amigo cristo comece de novo a fazer

    clculos para dar aos "trs dias e trs noites significados

    diferentes.

    Marcos 7:14-15

    14.E, chamando outra vez a multido, disse-lhes: Ouvi-me vs, todos,

    e compreendei. 15.Nada h, fora do homem, que, entrando nele, o

    possa contaminar; mas o que sai dele isso que contamina o homem.

    Eu sei que os crentes cristos tm dado milhares de interpretaes

    a estas palavras de Jesus, alguns dizem que se refere ao pecado,

    palavra ou a centenas de outras coisas. Mas a verdade que

    Jesus quis fazer uma comparao de qualquer uma destas

    interpretaes possveis com o que entra literalmente no homem

    (comida, por exemplo) e o que sai (fezes). Certamente, Jesus ao

    possuir sabedoria infinita deveria saber que existem milhes de

    coisas que, quando ingeridas podem contaminar o corpo causando

    doenas e at a morte. Portanto, esta besteira de que "Nada

    existe fora do homem e que ao entrar nele o possa contaminar

    um erro gigantesco para um ser que se denomina Deus.

  • 25

    Estes so apenas trs exemplos e como dissemos anteriormente,

    citar todos seria tarefa impossvel. Em muitas oportunidades

    analisaremos outros tantos erros com mais calma e ateno.

    Certamente que o leitor crente cristo deve ter muitas respostas

    premeditadas para poder a duras penas justificar todos estes

    erros, a desculpa mais comum utilizada nesses casos : a Bblia

    necessita ser interpretada, claro, com esta resposta podem

    responder a todos os erros que aparecem nas santas escrituras.

    Voc amigo crente j usou esta desculpa alguma vez?

    6 - Justia infinita

    Agora comentaremos brevemente sobre uma caracterstica divina

    que a meu modo de ver uma das mais citadas na Bblia, mas

    por sua vez uma das que menos ateno recebe, A Justia

    eterna de Deus. A santa palavra afirma em numerosas ocasies

    que Deus infinitamente justo e que dar a cada um, o que

    merece.

    Deuteronmio 10:17

    17.Pois o SENHOR vosso Deus o Deus dos deuses, e o Senhor dos

    senhores, o Deus grande, poderoso e terrvel, que no faz acepo de

    pessoas, nem aceita recompensas;

    1 Pedro 1:17

    17 - E, se invocais por Pai aquele que, sem acepo de pessoas, julga

    segundo a obra de cada um, andai em temor, durante o tempo da

    vossa peregrinao,

    Glatas 2:6

    6 - E, quanto queles que pareciam ser alguma coisa (quais tenham

    sido noutro tempo, no se me d; Deus no aceita a aparncia do

    homem), esses, digo, que pareciam ser alguma coisa, nada me

    comunicaram;

    1 Joo 3:7

  • 26

    7 - Filhinhos, ningum vos engane. Quem pratica justia justo, assim

    como ele justo.

    e muitos outros.

    Apesar de todos estes inumerveis versculos que avaliam a

    justia divina, s vezes paramos para pensar se isso tem algum

    fundamento. verdade que deus um ser justo e que sua criao

    justa? Certamente necessrio muita ingenuidade para pensar

    que o mundo ou alguma vez foi um lugar justo. Praticamente

    tudo o que nos rodeia est cheio de injustias: vemos dia a dia

    como gente desonesta progride na vida enquanto gente honesta

    sofre desgraas no merecidas. Observamos como os desastres

    naturais tiram a vida de milhes de pessoas inocentes; sobretudo

    as maiores vtimas da injustia humana, as crianas, so elas que

    normalmente sofrem as maiores consequncias da falta de justia

    a cada momento. Se o crente leitor ainda acredita que a histria

    bblica do dilvio correta, ter que admitir que neste caso

    tivessem que morrer crianas inocentes sem absolutamente

    nenhuma culpa dos erros de seus progenitores. Dessa histria

    absurda surge uma grande dvida, uma dvida que deve corroer

    at o crebro de muitos crentes: Por que se Deus justo, tiveram

    que morrer crianas inocentes nesse dilvio? Jamais se obteve

    uma resposta convincente de qualquer crente, mas certamente

    muitos se consolam com o conhecido autoengano de que Deus

    misterioso e sabe o que faz, mas l no fundo sabem no uma

    resposta para nada.

    Amigo crente, vejamos um exemplo clssico, que certamente

    voc acredita que pode ocorrer: Vamos supor que um ateu

    qualquer, por exemplo, da Sucia (utilizo este pas como exemplo

    porque um dos pases com maior porcentagem de ateus e menos

    crimes), esta pessoa ateia tem uma ficha de vida inatacvel,

  • 27

    nunca cometeu um crime nem qualquer coisa reprovvel, bom

    esposo e grande pai, um bom amigo; com problemas e defeitos,

    claro, como todos ns, mas em termos gerais e diante da

    sociedade um cidado ntegro. Coloquemos no outro extremo,

    um assassino em srie, violador e pedfilo (esta classe de

    criminosos lamentavelmente comum) cuja vida uma desgraa,

    tanto para ele como para os que o rodeiam e que por seus atos

    destruiu a vida de muitas pessoas. Imaginemos que ambos

    morrem. Coisa que certamente ocorrer algum dia, mas o ateu

    morre sem aceitar Jesus como seu salvador e morre sendo ateu,

    apesar de ter sido bom em toda a sua vida; o assassino momento

    antes de morrer se arrepende e aceita Jesus em seu corao,

    claro, me refiro a uma converso real, sincera e totalmente

    honesta, este assassino se arrepende de verdade de seus

    pecados. Segundo a crena crist (e voc como crente cristo

    estar de acordo) o ateu ir quase sem nenhuma dvida ao

    inferno, ou ao lugar de condenao que exista, pela simples razo

    de que rompeu nada mais nada menos que o mandamento mais

    importante, Amar a Deus sobre todas as coisas. E no segundo

    caso, o do assassino arrependido, ir ao paraso ou a seu

    equivalente de recompensa divina, por ele apenas ter tido a sorte

    de haver se arrependido a tempo. Estou certo de que o leitor

    cristo dir: "Bem, cada um teve a oportunidade de escolher e

    escolheu; concordamos, mas essa no a discusso, o que se

    discute se isto justo ou no.

    Sejamos sinceros, parece-lhe justa a condenao do ateu decente

    e o prmio do assassino arrependido? Sua resposta deveria

    oferec-la aos familiares e seres queridos das vtimas do

    assassino.

    7 - Verdade Infinita

  • 28

    De fato, Deus no mente, ele completamente verdadeiro e

    preciso em suas palavras. Sobre isso concordam todos os crentes,

    este , sem dvida, um atributo essencial de Deus. Vamos

    examinar brevemente alguns versos que dizem isso para ficarmos

    mais seguros:

    Tito 1:2

    2.Em esperana da vida eterna, a qual Deus, que no pode mentir,

    prometeu antes dos tempos dos sculos;

    Romanos 3:4

    4.De maneira nenhuma; sempre seja Deus verdadeiro, e todo o

    homem mentiroso; como est escrito: Para que sejas justificado em

    tuas palavras, E venas quando fores julgado.

    1. OK, este ponto est claro agora. Deus no mente.

    2. Correto?

    Sem levar em conta as numerosas contradies e erros que

    poderia ter a Bblia, as quais podem ser interpretadas como

    mentiras ou erros, h dois versculos que de fato confundem o

    leitor e parece que Deus mentiu de forma descarada, inclusive ele

    mesmo descobrindo o engano.

    Jeremias 7:22

    22.Porque nunca falei a vossos pais, no dia em que os tirei da terra do

    Egito, nem lhes ordenei coisa alguma acerca de holocaustos ou

    sacrifcios.

    Este um versculo bastante comprometedor para Deus, porque

    afirma que no decretou algumas ordens, das quais h milhares

    que confirmam que essas ordens foram dadas. Citar aqui todos os

    versculos onde Deus ordenou fazer holocaustos e sacrifcios seria

    um trabalho realmente esgotador devido enorme quantidade

  • 29

    deles. Mas isso no necessrio, pois o prprio Deus responde a

    si mesmo confessando que mentiu cinicamente.

    Ezequiel 20:25-26

    25.Por isso tambm lhes dei estatutos que no eram bons, juzos pelos

    quais no haviam de viver; 26.E os contaminei em seus prprios dons,

    nos quais faziam passar pelo fogo tudo o que abre a madre; para

    assol-los para que soubessem que eu sou o SENHOR.

    Aqui o mesmssimo Deus reconhece que havia ordenado

    holocaustos e sacrifcios, contradizendo o dito em

    Jeremias 7:22.

    Mas uma das coisas mais curiosas sobre as mentirinhas de Deus

    a famosa primeira mentira. Este um argumento muito usado

    pelos ateus porque interessante e sugestivo. Se perguntarmos

    a um crente medianamente informado sobre o Gnesis e a origem

    do homem segundo a Bblia:

    Qual foi a primeira mentira?

    Acredito que depois de pensar um pouco responderia:

    A primeira Mentira foi dita por Satans a Eva, e neste caso o

    crente estaria se referindo a Gnesis 3:4-5 (4.Ento a serpente

    disse mulher: Certamente no morrereis. 5.Porque Deus sabe

    que no dia em que dele comerdes se abriro os vossos olhos, e

    sereis como Deus, sabendo o bem e o mal ...),

    Mas esta a primeira mentira? No, a primeira mentira esta:

    Gnesis 2:16-17 (16.E ordenou o SENHOR Deus ao homem,

    dizendo: De toda a rvore do jardim comers livremente, 17.Mas

    da rvore do conhecimento do bem e do mal, dela no comers;

    porque no dia em que dela comeres, certamente morrers.),

  • 30

    obviamente isto mentira, no dia em que Ado comeu deste fruto

    no morreu. A prova est em Gnesis 5:3-5 (3.E Ado viveu

    novecentos e trinta anos, e gerou um filho sua semelhana,

    conforme a sua imagem, e lhe ps o nome de Sete. 4.E foram os

    dias de Ado, depois que gerou a Sete, oitocentos anos, e gerou

    filhos e filhas. 5.E foram todos os dias que Ado viveu novecentos

    e trinta anos, e morreu.), ou seja, ele viveu muito tempo depois

    que comeu o fruto da rvore.

    Como se pode ver, a primeira mentira foi dita pelo prprio Deus e

    no por Satans como geralmente se costuma crer. Tambm

    sabemos que os crentes possuem milhares de desculpas para

    justificar isto, sejamos sinceros, no algo muito suspeito?

    Deus o pai da mentira?

    Sim, sem dvida!

    8 - Amor Infinito.

    Se existe uma frase que resume todos os sentimentos e

    pensamentos do cristo sincero, esta frase : Deus amor.

    Palavras retiradas de 1 Joo 4:8 (8.Aquele que no ama no

    conhece a Deus; porque Deus amor.). Tenho absoluta certeza

    de que o cristo acredita nesta frase. O cristo devoto, leal e

    convencido possui Deus e Jesus como primeiro pensamento ao

    acordar e ltimo ao dormir. Jamais duvida de sua existncia por

    um momento sequer e nem ao menos por um momento passa por

    sua cabea o pensamento de que Deus e Jesus no sejam puro

    amor e bondade. Ele sabe que Deus bom e que os maus somos

  • 31

    ns e nossas decises. Deus jamais tem culpa de nosso

    comportamento.

    Esse comportamento no muda at que o crente passe a

    ler a bblia de forma imparcial e crtica, coisa que a grande

    maioria evita por medo de perder a f, pois cada vez mais

    comum a frase Deixei de ser cristo depois de ler a Bblia.

    Isso assusta os devotos, para eles perder a f seria como perder

    o cho. Ele perceber e ser obrigado a admitir que haja no

    mundo muitos males dos quais o homem no tem culpa e ter que

    atribuir isso a Deus, o que motivo de verdadeiro pnico em sua

    estreita forma bblica de pensar. Sero obrigadas a usar as

    famosas desculpas: Minha mente limitada para entender a

    mente de Deus. E a grande prola, Os caminhos de Deus so

    misteriosos.

    A Bblia diz em numerosas ocasies que Deus bondade, amor e

    misericrdia:

    Joo 3:16

    16.Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho

    unignito, para que todo aquele que nele cr no perea, mas tenha

    a vida eterna.

    Tito 3:4

    4.Mas quando apareceu a benignidade e amor de Deus, nosso

    Salvador, para com os homens,

    1 Timteo 4:4

    4.Porque toda a criatura de Deus boa, e no h nada que rejeitar,

    sendo recebido com aes de graas.

    Se pensarmos um pouco notaremos de que esta concepo de O

    Deus bom vem basicamente do Novo testamento, pois no Antigo

    Testamento Deus um deus guerreiro e na maioria dos casos

    assassino e sanguinrio.

  • 32

    Nmeros 31:17-18

    17.Agora, pois, matai todo o homem entre as crianas, e matai toda

    a mulher que conheceu algum homem, deitando-se com ele.

    18.Porm, todas as meninas que no conheceram algum homem,

    deitando-se com ele, deixai-as viver para vs.

    Deuteronomio 7:23

    23.E o SENHOR teu Deus as entregar a ti, e lhes infligir uma grande

    confuso at que sejam destrudas.

    Deuteronomio 28:63

    63.E ser que, assim como o SENHOR se deleitava em vs, em fazer-

    vos bem e multiplicar-vos, assim o SENHOR se deleitar em destruir-

    vos e arruin-los; e arrancados sereis da terra a qual passais a possuir.

    1 Samuel 15:2-3

    2.Assim fala o Senhor dos exrcitos: Vou pedir contas a Amalec do

    que ele fez a Israel, opondo-se lhe no caminho, quando saiu do Egito.

    3.Vai, pois, agora e fere a Amaleque; e destri totalmente a tudo o

    que tiver, e no lhe perdoes; porm matars desde o homem at

    mulher, desde os meninos at aos de peito, desde os bois at s

    ovelhas, e desde os camelos at aos jumentos.

    Isaas 37:36

    36.O anjo do Senhor apareceu no campo dos assrios e feriu cento e

    oitenta e cinco mil homens. No dia seguinte, de manh, ao despertar,

    s havia l cadveres.

    Vemos com assombro como Deus ordena fazer coisas

    verdadeiramente abominveis e ele prprio assassinou com suas

    prprias mos a muitas pessoas, assim como matanas onde

    morreram crianas inocentes (Sodoma, Gomorra e o Dilvio

    Universal) O verdadeiramente surpreendente disso que se Deus

    imutvel, como afirmam as escrituras (Salmos 102:27 Salmos

    33:11 Tiago 1:17 1 Samuel 15:29 Malaquias 3:6 Hebreus

    13:8 etc.), porque muda de um Deus de guerra e assassino para

    um Deus de amor e bondade? Se Deus imutvel porque mudou?

    O que fez Deus mudar de opinio?

  • 33

    Sempre que perguntarmos sobre isso a um cristo devoto

    ouviremos prolas como Deus no responsvel pelo mal, so

    os homens os culpados pelas tragdias do mundo. Hoje at

    mesmo a grande maioria dos cristos sabe que isso no correto.

    A prpria Bblia nos diz que Deus o criador do mal (Isaas 45:6-

    7 - Jeremias 18:11 Ams 3:6) e que os homens no causam

    todas as tragdias, como os desastres naturais (vulces,

    terremotos e tsunamis), que so independentes da ao humana

    e tm ocorrido desde sempre e, claro, as vtimas inocentes desses

    desastres so inumerveis. Deus amor pode ser mas

    tambm, segundo a Bblia, um ser que cometeu muitos

    assassinatos, injustias e abusos. Ao que parece se pode ser bom

    e mau ao mesmo tempo. Isso no surpresa, assim somos todos

    ns, s vezes bons, s vezes maus, mas sempre tentando inclinar

    a balana para a bondade. Ser que Deus exatamente igual a

    ns? Pois a Bblia afirma que Fomos criados sua imagem e

    semelhana.

    Ser que o correto no seria: E criou o homem, deus sua

    imagem e semelhana. Tudo leva a crer que sim!

    9 - Perfeio Absoluta.

    A Perfeio a caracterstica de Deus que resume todas as

    qualidades anteriores. Ao dizer que Deus perfeito, se assume

    que um ser isento de falhas e erros. Um estudo crtico da Bblia

    vai nos dar dvidas bastante sensatas sobre cada uma destas

    qualidades, pelo que o termo Perfeio Divina se faz bastante

    dbil, suscetvel e duvidoso. A Bblia nos diz em vrias

    oportunidades que Deus perfeito:

    Mateus 5:48

  • 34

    48.Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste perfeito.

    2 Samuel 22:31

    31.Os caminhos de Deus so perfeitos; a palavra do Senhor pura.

    Ele o escudo de todos os que nele se refugiam.

    Salmos 18:30

    30.Os caminhos de Deus so perfeitos, a palavra do Senhor pura.

    Ele o escudo de todos os que nele se refugiam.

    Se levarmos em conta todas as caractersticas e qualidades

    divinas se observa dramaticamente que Deus tudo menos um

    ser perfeito, vejamos este assunto desde outra perspectiva:

    1. Algo que seja Perfeito significa que est livre de erros,

    algo que no necessita de nada devido ao seu grau de

    perfeio.

    2. Deus, por ser uma criatura absolutamente perfeita no

    deveria precisar de nada, um ser pleno e perfeito, sem

    mancha, portanto no necessita de absolutamente nada.

    3. Sabemos que no assim, Deus necessita

    desesperadamente de ns, deseja muitas coisas de nossa

    parte e temos a obrigao de dar-lhe ou pagaremos as

    consequncias.

    Esta uma pergunta que fao aos crentes:

    1. Porque um ser que, em essncia, a perfeio absoluta

    necessita tantas coisas de ns?

    2. Deus necessita que o adoremos, necessita que o

    veneremos, necessita de nossas oraes, de nosso tempo,

    de nossas obras, enfim Para um ser totalmente perfeito,

    necessita de muitas coisas!

    Comentar todos os versculos bblicos que indicam coisas que

    Deus quer e necessita, como rezas, oraes, tributos, sacrifcios,

    holocaustos, mandamentos, estatutos, atividades e tantos mais,

  • 35

    seria muito extenso e a maioria os crentes os conhece. S

    comentaremos um que mostra como Deus deseja

    exasperadamente nossa humilhao

    1 Pedro 5:6

    6.Humilhai-vos, pois, debaixo da poderosa mo de Deus, para que ele

    vos exalte no tempo oportuno.

    De fato, se voc um cristo devoto e trata de ser uma pessoa

    em Cristo, muito provvel que desperdice grande parte de sua

    energia, tempo e inclusive dinheiro para agradar esse Deus to

    perfeito que no necessita de nada, porm deseja

    desesperadamente um monte de coisas. Imaginemos Deus antes

    da criao do mundo. Um Deus totalmente perfeito que de repente

    necessita criar um mundo e ench-lo de criaturas para que o

    adorem. muito estranho isso! J que em seu estado de perfeio

    no deveria querer ou necessitar de nada. O que levou Deus a

    criar este mundo e seus moradores se ele era perfeito? Alm

    disso, recordemos que Deus onisciente e que Deus j devia

    saber sobre as consequncias deste mundo que criaria. Falando

    srio, amigo crente, Nunca havias pensado nisso? Nunca lhe

    passou pela cabea estas coisas? Existem vrias outras

    caractersticas sobre Deus, porm guiando-nos pela palavra da

    Bblia, estas resumem muito bem o que queremos dizer quando

    falamos de Deus. Quando digo que No creio em Deus digo

    implicitamente que no creio que Deus seja onipotente, nem que

    seja imutvel, nem que seja amor ou perfeito, nem qualquer

    dessas caractersticas. Obviamente o amigo crente no estar de

    acordo, mas ter que conviver com o fato de que a Bblia est a

    meu favor e contra as ideias do crente acerca de seu prprio Deus.

  • 36

    2 - Paradoxos e contradies >>>

    Ao deus bblico (e a qualquer outra deidade criada pela a

    mente humana) foi adicionada uma srie de paradoxos que

    torna impossvel a sua existncia. Quando os autores

    destes seres mitolgicos os criaram sculo aps sculo,

    relato aps relato, no perceberam que estavam compondo

    um personagem to carente de lgica, que o crente teve

    que imaginar um ramo acadmico que tentasse explica-lo;

    com raciocnios filosficos obtusos e enredados com o

    objetivo de demostrar a si mesmo e ao resto das pessoas,

    que esse personagem que lhes haviam vendido no podia

    ser una mera fantasia (teologia).

    Se usarmos as qualidades do deus bblico em particular:

    onipresena, onibenevolncia, oniscincia, onipotncia,

    etc., podemos observar facilmente a impossibilidade de um

    ser com tais caractersticas. Este subproduto de divindades

    anteriores, chamado Deus (do grego Zeus) e composto por

    duas deidades distintas (El e Yav) um personagem

    impossvel e autocontraditrio. Ao crente religioso judaico-

    cristo atual s lhe resta como desculpa em defesa de suas

    crenas afirmarem que estas contradies so mistrios

    e o comportamento deste ser literrio um caminho

    misterioso e inescrutvel. (J conhecemos a facilidade

    que possui esse tipo de pessoa para usar tapa-furos

    quando algo contraria suas crenas absurdas).

    Para comprovar se esse ser pode existir ou no, o que

    faremos presumir que esse personagem literrio existe

    e possui as qualidades que os autores que o compuseram

    lhe atribuem.

  • 37

    1 - Onipotncia

    1 - Paradoxo da onipotncia (M. H. Swan):

    1. Poderia deus criar uma pedra que nem ele mesmo

    poderia levantar?

    2. Deus em sua infinita onipotncia pode criar tal pedra,

    mas se o faz, deixar de ser onipotente, j que no

    poder levant-la.

    2 - Adio ao paradoxo da onipotncia (J. L. Cowan):

    1. Ou Deus pode criar uma pedra que ele no pode

    levantar, ou ele no pode criar uma pedra que no

    possa levantar.

    2. Se Deus pode criar uma pedra que no capaz de

    levantar, ento Deus no onipotente (J que ele no

    pode levantar a pedra em questo).

    3. Se Deus no pode criar uma pedra que ele no possa

    levantar, ento Deus no onipotente (J que ele no

    pode criar a pedra em questo).

    4. Portanto Deus no onipotente.

    5. Se Deus no onipotente, no Deus.

    3 - Contradio da onipotncia com a Onibenevolncia:

    1. Se o mal a ausncia do bem e devido a isso Deus

    no pode atuar contra o mal, no onipotente.

  • 38

    2. Se puder atuar, mas no quer faz-lo, no

    onibenevolente.

    4 - Tentativas de soluo

    Para que o problema fosse resolvido, diversas tentativas

    foram elaboradas. Por exemplo, poder-se-ia assumir que o

    deus onipotente tambm capaz de aprender e progredir,

    logo Ele criaria a pedra inamovvel e em seguida j teria

    poder suficiente para levant-la, sendo assim omnipotente.

    Contudo este problema ainda no pode ser resolvido desta

    maneira, pois com uma pequena alterao do

    questionamento, a onipotncia colocada novamente em

    cheque: Deus poderia criar uma pedra que nunca poderia

    mover?

    Uma tentativa de soluo relacionada ao problema, dentro

    dos padres teolgicos, arbitrariamente decretar que

    "Deus est acima da lgica humana, no estando submisso

    a esta". Dessa forma, seria hipoteticamente possvel que

    Deus fosse onipotente e sua existncia poderia ser cabvel

    com o paradoxo da onipotncia. Mas tal afirmao

    considerada uma variao da falcia argumento da

    ignorncia.

    Toms de Aquino tentou responder esta questo de forma

    elaboradamente complexa. Ele diz que a onipotncia de

    Deus no est em fazer atos impossveis, e sim poder fazer

    todos os atos possveis (Quem criou as coisas impossveis

    at para Deus?). Logo, h coisas que Ele mesmo no pode

    fazer, sem que com isso perca sua onipotncia, segundo a

    definio dada pelo filsofo. Poder-se-ia citar outras

    capacidades impossveis para Deus:

  • 39

    1. Deus no pode fazer eu algum parado e correndo ao

    mesmo tempo (mesmo corpo)

    2. Deus no pode fazer um crculo ser ao mesmo tempo um

    tringulo.

    3. Deus no pode fazer algum mais poderoso que Ele (dizer

    que pode o mesmo que afirmar que Ele no tem poder

    extremo e que algum pode ser superior a Ele)

    4. Deus no pode fazer o passado deixar de ter existido. J

    era, se aconteceu, no pode deixar de ter acontecido.

    So Toms de Aquino se expressa nas seguintes palavras:

    Deus, pela perfeio do seu poder, pode tudo, mas lhe

    escapa potncia o que no tem natureza de possvel.

    (Quem criou a natureza do impossvel?) Assim tambm, se

    atendermos imutabilidade do seu poder, Deus pode tudo

    o que pde; porm, certas coisas que, antes quando eram

    factveis, tinham a natureza de possvel, j no a tm

    quando feitas. E, ento dizemos que no as pode, por no

    poderem elas ser feitas. Pode-se concluir que Toms de

    Aquino afirma que a onipotncia no existe, e que Deus no

    onipotente.

    So Jernimo diz: Deus, que pode tudo, no pode fazer que

    uma mulher violada seja no-violada. Para o caso do

    passado deixar de ter acontecido diz: "O poder de Deus,

    como dissemos, no abrange o que implica contradio.

    Ora, o passado no ter sido implica contradio. Pois, assim

    como a implica dizer que Scrates est e no est sentado,

    assim tambm que esteve e no esteve sentado. Porque,

    se dizer que esteve sentado enunciar um passado, dizer

    que no o esteve enunciar o que no se deu. Por onde,

    no est no poder divino tornar inexistente o passado. E

    o que diz Agostinho: Quem diz: se Deus onipotente torne

    o feito no feito, no v que diz: se onipotente torne falso

  • 40

    o que em si verdadeiro. E o Filsofo: Deus s est privado

    de tornar o feito no feito". Ou seja, So Jernimo afirma

    que Deus est submisso ao tempo e, portanto no tem

    poder sobre ele, ento no sendo onipotente.

    Santo Agostinho diz: Aquele que diz: Se Deus

    onipotente, faa que o que foi feito no tenha sido feito,

    no percebe o que est dizendo: Se Deus onipotente que

    ele faa que o que verdadeiro, enquanto tal, seja falso.

    A Deus s lhe falta isso: tornar no feito o que foi feito.

    Afirmao que recorre ao mesmo erro de So Jernimo.

    2 Onibenevolencia

    1 - Paradoxo do mal (Epicuro):

    1. Ou Deus quer evitar o mal e no pode;

    2. Ou Deus pode e no quer;

    3. Ou Deus no quer e no pode;

    4. Ou Deus pode e quer.

    2 - Adio ao paradoxo do mal (Lactncio):

    1. Se Deus quer [evitar o mal] e no pode, ento impotente,

    e isto contraria a condio de Deus.

    2. Se Deus pode e no quer, ento mau, e isto igualmente

    incompatvel com Deus.

    3. Se Deus no quer e no pode, ento mau e impotente, e,

    portanto, no Deus.

  • 41

    4. Se Deus quer e pode Ento de onde vm os males? E por

    que no acaba com eles?

    3 - Paradoxo relativo oniscincia:

    Deus poderia eliminar sua oniscincia?

    Se puder eliminar sua oniscincia isto contraria sua

    condio de Deus, j que uma das qualidades

    intrnsecas de Deus sua oniscincia. Se um deus

    no onisciente no pode ser deus.

    4 - Paradoxo relativo sua eternidade e existncia:

    1. Deus poderia eliminar sua eternidade ou eliminar sua

    existncia?

    2. Se puder, ento no seria eterno.

    3. Se no puder, ento no seria onipotente.

    4. Se Deus pode eliminar sua eternidade no Deus.

    5. Se Deus no pode eliminar sua eternidade no

    onipotente.

    5 - Paradoxo da autocontradio:

    1. Deus poderia eliminar sua onipotncia?

    2. Se puder eliminar sua onipotncia deixa de ser deus,

    j que uma das qualidades para ser deus ser

    onipotente. Um deus que pode NO ser onipotente

    no pode ser deus.

    3. Se no puder eliminar sua onipotncia no

    onipotente. Um deus que no onipotente no

    deus.

  • 42

    6 - Contradio entre a Onibenevolncia e a onipotncia:

    1. Se o mal a ausncia do bem e deus no atua contra

    o mal,

    2. Ou deus no pode atuar contra o mal porque no

    pode ter acesso (j que est ausente), ento no

    onipresente e tampouco onipotente.

    3. Ou deus no pode atuar contra o mal porque no

    quer, ento no onipotente e nem onibenevolente.

    7 - Adio como contradio entre Onibenevolncia e onipresena:

    Ou deus no pode ter acesso ao mal porque no

    onipresente.

    Ou deus no quer ter acesso ao mal porque no

    onibenevolente (puro amor).

    3 - Onipresena

    1 - Paradoxo e contradio entre onipresena e onipotncia:

    1. Deus poderia NO estar em todas as partes?

    2. Se puder NO estar em todas as partes, no

    onipresente.

    3. Se NO puder NO estar em todas as partes,

    onipresente, mas NO onipotente.

    4. Se, ao ser onipresente no puder ser onipotente, para

    que chama-lo deus?

  • 43

    2 - Resposta desculpa teolgica sobre o paradoxo da

    onipresena:

    1. Se o mal a ausncia do bem e o mesmo acontece

    com a onipresena, Deus est ausente em certas

    partes.

    2. Se existem certas partes onde esse deus est

    ausente, esse deus NO onipresente.

    3 - Contradio com a Onibenevolncia:

    1. Poderia um ser onipresente e onibenevolente no

    atuar contra o mal?

    2. Se deus onipresente (est em todas as partes) e

    no atua contra o mal, no um deus

    onibenevolente.

    3. Se deus onipresente e no pode atuar contra o mal,

    no onipotente.

    4. Se deus onipresente e no quer atuar contra o mal,

    no onibenevolente.

    5. Se no pode detectar o mal, no onipresente nem

    onisciente.

    6. Um deus com falta de alguma destas qualidades no

    deus.

    4 - Extenso:

    1. Se deus observa o mal e no atua, no

    onibenevolente.

    2. Se observar o mal e no puder atuar, no

    onipotente.

  • 44

    3. Se observar o mal e for indiferente a ele, no

    onisciente. (J que se fosse onisciente saberia que

    o mal e tambm saberia todas as suas implicaes)

    4 Oniscincia

    1 - Paradoxo da oniscincia:

    1. Se deus criou todo o conhecimento e ele tinha

    conhecimento de antemo, isto implicaria em uma

    contradio circular: Deus no poderia ter sabido

    tudo antes que existisse nenhum conhecimento para

    saber.

    2 - Paradoxo da predestinao (contradio com o arbtrio):

    1. Se Deus pudesse saber tudo de antemo, seria

    necessrio crer que todos os acontecimentos

    possveis de acontecer estariam predestinados.

    3 - Contradio com a Onibenevolncia e a onipresena:

    1. Se deus sabe que vai acontecer algo ruim e no o

    evita, no onibenevolente.

    2. Se deus sabe que vai acontecer algo ruim e o evita, o

    livre arbtrio no existe.

    3. Se deus sabe que vai acontecer algo ruim e no pode

    evita-lo, no onipotente.

    4. Se deus no sabe que vai acontecer algo ruim, no

    onisciente.

  • 45

    Atuao

    4 - Contradio de sua oniscincia com o livre arbtrio:

    1. Se deus atua de determinada forma para conseguir

    um fim predeterminado (j que deus sabe de

    antemo que consequncias tero), o livre arbtrio

    no existe.

    2. Se deus no atua e com isso se consegue um fim

    predeterminado (que deus sabe que acontecer ao

    no atuar), o livre arbtrio no existe.

    5 - Contradio com sua equidade:

    1. Se deus atua em determinado momento (sabendo,

    devido sua oniscincia, o que acontecer), mas no

    atua em outro, no equitativo.

    2. Se deus atua para conseguir uma determinada causa

    (sabendo, devido sua oniscincia, qual ser o fim),

    no equitativo e contradiz o livre arbtrio.

    3. Se existe um deus e este no pode atuar, no

    onipotente.

    4. Se existe um deus e no quer atuar, no

    onibenevolente.

    Justia e equidade

    6 - Contradies com sua oniscincia:

    1. Se deus onisciente e sabe o que vai acontecer de

    antemo, pode ser justo e equitativo?

  • 46

    2. Se deus eterno (est alm do tempo e do espao),

    no pode ser justo e equitativo e ao mesmo tempo

    onisciente j que, se ao atuar de determinada forma

    beneficiasse a uns prejudicando a outros, no

    poderia ser justo e equitativo.

    3. Se escolher a quem ajudar e a quem no ajudar, no

    justo, nem equitativo, nem onibenevolente.

    4. Se no escolhe a quem ajudar (no ajudando

    ningum), justo e equitativo, mas no

    onibenevolente.

    5. Se no pode escolher, no onipotente.

    6. Se puder escolher, no justo e nem equitativo.

    7. Se no pode ser justo e equitativo, no onipotente.

    8. Se carecer de alguma destas qualidades, no deus.

    7 - Referncia aos castigos:

    Se deus d o livre arbtrio, no pode realizar nenhum

    tipo de justia.

    Se deus realiza qualquer tipo de justia, no existe o

    livre arbtrio. J que se existe o livre arbtrio, no

    existem causas negativas que o condicionem.

    Se deus no atua castigando, no existe justia em

    seu comportamento.

    Se deus no pode realizar justia, no onipotente.

    Se deus no quer castigar (usando sua misericrdia -

    algunos alegam que esta infinita) no justo.

    Se deus no justo, no deus.

    Se deus no pode ser justo, no onipotente.

    Se deus usa sua onipotncia para castigar, no

    justo, nem equitativo e nem misericordioso.

    Se deus castiga, no onibenevolente.

  • 47

    Se deus castiga sabendo de antemo que o faria

    (oniscincia), no existe livre arbtrio.

    8 - Relativo sua misericrdia:

    1. A misericrdia a suspenso da justia. Se a justia

    suspensa em determinadas ocasies, no existe

    equidade.

    9 - Paradoxo teolgico do bem e do mal:

    1. Se o mal a ausncia do bem, o bem a ausncia do

    mal. Se o mal est ausente s existe o bem, se o bem

    est ausente, s existe o mal.

    2. Se deus existe e onibenevolente, por que existe o

    mal? Se deus onibenevolente e est em todas as

    partes (onipresena), por que nem tudo bom?

    3. Se nem tudo bom, deus mau?

    4. Se for mau, no onibenevolente?

    5. Se deus est em todas as partes (onipresena),

    tambm est no mal?

    6. Se deus est no mal, no onibenevolente.

    10 - Contradio com a relatividade:

    Se o bem e o mal so relativos, deus tambm

    relativo. Se deus relativo, no pode ser equitativo.

    Se deus no pode ser relativo, no onipotente.

    Se deus no equitativo, injusto.

    Se deus injusto, no pode ser onibenevolente.

    Se deus no pode ser onibenevolente, no

    onipotente.

  • 48

    A Onibenevolncia (amor infinito) uma qualidade

    de Deus. Se este carece dela, no Deus.

    5 - Perfeio absoluta

    1. Se deus existe, seu grau de perfeio deve medir-se

    (ou comparar-se) com respeito a coisas que so

    tangveis.

    2. Se no existe nada para medir a perfeio desse

    deus, no se pode saber se absolutamente perfeito

    ou se poderia existir algo mais perfeito ainda.

    3. Deus poderia ser absolutamente perfeito? Se a

    perfeio um ideal (um estado inalcanvel, mas

    infinitamente aproximvel) significa que deus jamais

    poder alcana-la.

    4. Se no pode alcana-la no onipotente.

    5. Se existe a perfeio absoluta, no existe o ideal de

    perfeio.

    6. Se no podemos saber se existe a perfeio absoluta,

    no podemos definir deus com essa qualidade.

    1 - Relativo criao:

    1. A perfeio absoluta no pode existir, j que a sua

    existncia autocontraditria com o ideal de

    perfeio.

    2. Algo absolutamente perfeito pode criar algo

    imperfeito?

    3. Se algo absolutamente perfeito cria algo

    imperfeito, significa que esse algo absolutamente

  • 49

    perfeito falhou, logo no absolutamente

    perfeito.

    4. Se deus cria algo imperfeito, deus no

    absolutamente perfeito.

    5. Se deus no absolutamente perfeito, no deus.

    6. Se deus absolutamente perfeito, no possvel

    produzir nenhum tipo de paradoxo ou contradio

    relativa sua existncia.

    2 - Concluso

    A simples ausncia ou contradio de uma s destas

    qualidades faz com que este personagem literrio e

    imaginrio (que segundo seus autores existe e as possui)

    seja uma impossibilidade. No so apenas qualidades

    contraditrias entre si, mas, alm disso, so qualidades

    autocontraditrias. Dito de outra forma, qualidades

    impossveis de ter.

    1. Qualidades inventadas pelas mentes que as imaginaram.

    2. Apenas mentiras exageradas que se tornaram impossveis

    de explicar.

    Um exemplo simples sua existncia seria imaginar a

    possibilidade de existncia de um quadrado redondo.

    Podemos criar o conceito, mas no podemos imaginar nem

    criar e nem demonstrar sua existncia. E o conceito no

    deixa de existir como tal, talvez porque um mistrio ou

    nossa mente limitada e finita. bem mais sensato

    afirmar que so simples contradies, ainda que existam

    pessoas que prefiram acreditar em sua existncia e, por

    essa razo, deveramos ento criar um ramo acadmico

    para explicar porque devem existir quadrados redondos ou

  • 50

    crculos quadrados? Bem, pasmem, j existe! Chama-se

    teologia!

    Bem, ento vamos ver se Deus se comporta de acordo com

    suas caractersticas divinas e superlativas.

  • 51

    3 - Doze provas contra a existncia de deus

    Primeira parte Contra o deus criador

    Prova 1: A ao de criar inadmissvel

    Sbastien Faur (Saint-Etienne, Frana, 6 de janeiro de 1858 - Royan,

    14 de julho de 1942)

    Embora do ponto de vista da lgica simples seja impossvel provar

    a inexistncia de algo, vemos com satisfao que nos argumentos

    apresentados por Faur se demonstra de forma total e

    contundente que a possibilidade da existncia de um ser com a

    caracterstica de Deus praticamente zero. Que criar? valer-

    se de materiais diferentes e utilizando certos princpios

    experimentais, aplicando certas regras conhecidas, aproximar,

    agrupar, associar, ajustar esses materiais, a fim de fazer qualquer

    cosa? No! Isso no criar. Exemplos: Pode dizer-se de uma casa

    que h sido criada? No! H sido construda. Pode dizer-se de um

    mvel que h sido criado? No! H sido fabricado. Pode dizer-se

    de um livro que h sido criado? No! H sido composto e logo

    impresso. Assim, tomar materiais existentes e fazer com eles

    alguma coisa no criar... Que , pois, criar?

    Criar... A verdade que eu estou hesitante em explicar o

    inexplicvel, definir o indefinvel. Tentarei, no entanto, me fazer

    entender. criar algo do nada, formar o existente do no

    existente. Por tanto, eu imagino que voc no encontrar nem ao

    menos uma s pessoa dotada capacidade mdia de raciocnio que

    acredite como se possa fazer alguma coisa com nada.

  • 52

    Suponha um matemtico. Procure o mais competente e ponha-o

    diante de um quadro negro; pea-lhe para escrever zeros e mais

    zeros, e quando a operao terminar, voc pode multiplicar o que

    quiser dividir at cansar, fazer todos os tipos de operaes

    matemticas, e jamais ser extrada a partir do acmulo de zeros

    uma nica unidade. Com nada, nada pode ser feito e de nada,

    nada pode ser obtido. O famoso aforismo de Lucrcio, "ex nihilo

    nihil" uma certeza e evidncia bvia. O gesto criador um gesto

    impossvel de admitir, um absurdo. Criar , portanto, uma

    expresso mstico-religiosa, que pode ser de algum valor aos

    olhos de pessoas que acreditam a quem a f se impe tanto mais

    quanto menos compreende. , contudo, uma contradio para

    todo indivduo culto e sensato, para quem as palavras no tm

    mais valor do que o que adquirem ao contato com a realidade ou

    uma possibilidade.

    Por conseguinte, a hiptese de um Ser verdadeiramente criador

    uma hiptese que a razo rejeita. O Ser criador no existe, no

    pode existir.

    Como indicado pelo primeiro argumento, impossvel criar

    alguma coisa, a no ser comeando com materiais pr-existentes.

    A ao de "Criar" s concebvel em qualquer caso, aos

    componentes primrios do universo. Os tomos primordiais. Se

    Deus "criou" algo, seriam esses tomos, o resto de sua atividade

    seria uma mera construo ou a montagem de um quebra-

    cabea atmico.

    O que seria correto dizer: "Deus criou os tomos, e depois

    construiu o universo.

    Seria esta premissa aceitvel a qualquer crente? Duvido muito.

    difcil que o crente veja Deus apenas como um montador de

    maquetes. As desculpas e argumentaes contra essa prova so

  • 53

    abundantes, ainda que quase sempre erradas e distorcidas.

    Leiamos uma que clssica:

    Notaram a falcia? A "primeira prova" de Faur se pode reduzir

    ao seguinte: "No se pode criar algo de nada; portanto, Deus no

    pode criar algo de nada.Naturalmente, sua premissa "no se

    pode criar algo do nada" assume muitas coisas, inclusive que Deus

    no exista. Ou seja, todo cristo admitir que naturalmente no

    seja possvel criar algo do nada, no entanto, afirmar que Deus

    sim, pode faz-lo sobrenaturalmente.

    No entanto, o ateu no querer aceitar a possibilidade do

    sobrenatural, porm ao fazer isso, tampouco aceita a

    possibilidade de que Deus exista.

    claro que, do ponto de vista ateu, no h nada por sobre o

    natural... Mas o que eles dizem. No entanto, o cristo no tem

    nem por um segundo porque considerar isso como um requisito

    vlido. Muito menos necessidade permitir que um ateu redefina o

    que ele acredita, ou que dite as orientaes sobre como um cristo

    deve pensar ou discutir.

    Assim, vemos que Faur cria um espantalho, tem que inventar

    que o cristo afirma que Deus cria coisas do nada naturalmente

    (o que falso, j que o cristo afirma que Deus o faz

    sobrenaturalmente), em seguida pretende negar que algo

    sobrenatural possa sair do natural (com o que, portanto, o cristo

    comum concordaria).

    Diante disso, o ateu poderia dizer: "se o sobrenatural existe,

    mostre-nos uma evidncia!". Em sua loucura, claro, o ateu pede

    uma evidncia natural, empiricamente verificvel, para algo

    sobrenatural e no comprovvel pelos cinco sentidos (embora

    seus efeitos sejam verificveis). O cristo jamais deveria perder

    tempo com requisitos ilgicos como esse, voc s precisa lembr-

  • 54

    lo novamente e mais uma vez que suas exigncias s mostram a

    inteno de negar as evidncias encontradas. como o que diz:

    mostra-me uma gota de gua de uma polegada. Ao no poder

    mostrar isso, pois a gua no medida em distncia, dir a pessoa

    que as gotas de gua no existem?

    Mas vamos mais alm e analisemos a premissa do ateu sob seus

    prprios mritos. O ateu afirma que no se pode tirar algo do

    nada. Por extenso lgica, coerente, deve tambm dizer que a

    matria eterna, sempre existiu, porque como voc no pode

    obter algo do nada, tudo tem que ter sempre existido.

    E se ns pedssemos ao ateu uma evidncia natural e

    empiricamente VERIFICVEL de que a matria sempre existiu, o

    que nos apresentaria? Dizer que simplesmente sabemos isso,

    falso, j que eu, por exemplo, no sei. (ainda no me

    apresentaram evidncias para apoiar essa afirmao... Por favor,

    leia o pargrafo abaixo para entender o que quero dizer.) Dizer

    que tem que ser simplesmente assim at que se prove o contrrio

    (de novo) absurdo no prprio sistema ateu. No isto "f cega"?

    Por acaso, no sistema ateu, no teramos que verificar todas as

    proposies naturalmente?

    O ateu tem de nos mostrar, aos nossos olhos, em um laboratrio,

    utilizando o mtodo cientfico, utilizando todos os requisitos que

    ele aceita como vlidos e que exige de outros, que a matria

    sempre existiu e nunca teve uma origem. Se no pode fazer isso,

    dentro doa mesmas exigncias do atesmo, sua premissa

    invlida.

    Um ltimo que gostaria de ressaltar: O ateu tenta manipular-nos

    a aceitar a ideia de que algo no pode vir do nada, e que o faz

    com base no que observado empiricamente. No entanto,

    observa-se tambm na cincia que um ser vivo nunca parte de

  • 55

    um objeto animado, mas sempre, em todos os casos, sem

    exceo, o faz a partir de outro ser vivo. O que nos dir o ateu?

    Mais uma vez, pela f cega, nos dir que a vida simplesmente

    tinha que ter comeado h milhes de anos e, se honesto, vai

    admitir que ele acreditasse que comeou a partir de objetos sem

    vida.

    Em resposta a isto, o cristo s tem que usar a mesma exigncia

    do ateu. Mudando as palavras de Faur: "Isso, claro, imagino que

    no h uma nica pessoa dotada de razo possa conceber e

    admitir que de [um objeto inanimado, morto] se possa conseguir

    alguma coisa [com vida]."

    O que nos dir o ateu? compatvel com as suas exigncias, e

    aceitar que seu mesmo sistema e requisitos negam a

    possibilidade de que ele esteja vivo hoje? Ou dir: "Olha, o fato

    que sim, estamos vivos? Bem, se ele diz isso em resposta

    poderamos dizer: "veja, o fato que sim, fomos criados!" O ateu

    no aceitaria essa resposta de ns, e ns tambm no temos que

    aceitar isso de sua parte.

    Esta abordagem por parte do crente muito interessante, j que

    nos demonstra como desviando o assunto e cometendo falsidades

    e usando dados errados (e muito falta senso comum) se pode

    fazer crer que a balana se inclina para o lado cristo.

    1. A base essencial de toda a argumentao de crente muito

    simples:

    2. Deus pode criar do nada, j que Deus Onipotente e seus

    atos so SOBRENATURAIS.

    Claro! ... Com o argumento de que tudo o que entendemos por

    parte de Deus simplesmente um ato sobrenatural de sua parte

    e assim se solucionam todos os problemas. Esse raciocnio pode

    ser aplicado a quase todos os aspectos obscuros ou controversos

  • 56

    de Deus e da Bblia. Lembra-me de uma desculpa usada

    frequentemente pelos crentes, dizendo que todos os

    acontecimentos descritos na Bblia que simplesmente no tinha

    testemunhas foram " inspirados pelo Esprito Santo ", de modo

    que no importa o quo absurdo ou improvvel seja o que nos diz

    a Bblia, sempre ser um fenmeno sobrenatural (a onipotncia

    de Deus) ou a ao do Esprito Santo por trs dele. Crculo

    fechado.

    O Crente levanta uma questo interessante:

    E se ns pedssemos ao ateu uma evidncia natural e

    empiricamente VERIFICVEL de que a matria sempre existiu, o

    que nos apresentaria?

    1. Ento, alude que isso impossvel sem a interveno de

    um evento sobrenatural.

    2. Este um argumento muito falacioso, pois para responder

    isto devemos saber de maneira cientfica e exata que

    ocorreu na origem do universo, algo que ainda objeto de

    estudo da cincia moderna.

    Sabemos que as antigas experincias de Miller e Oparin j deram

    alguns resultados interessantes de como a matria inerte e sob

    condies de laboratrio, pode, sob certas condies similares

    atmosfera primitiva, comportar-se como um proto-ser vivo

    (possibilidade de se criar vida a partir de materiais inertes).

    Alm disso, h indcios de que a matria sempre existiu. A

    primeira lei da termodinmica, tambm conhecida como a "Lei da

    conservao da energia" entre suas muitas implicaes, diz:

    "A massa total de energia no universo constante"

  • 57

    Isso, em palavras simples : toda a energia e massa do Universo

    sempre existiram e sempre existiro e simplesmente se

    transformam. Se isto verdade (na verdade ), no h lugar para

    um criador, porque no haveria o que criar (a matria e a energia

    sempre existiram), um "deus criador" estaria fora do lugar. Seria

    sempre um "Deus organizador" e no criador.

    A rplica comum dos crentes a esta LEI : se a matria sempre

    existiu, ento no houve Big Bang.

    Embora nos custe a entender, a evidncia sugere que houve um

    Big Bang a partir de um ponto primordial fundamental chamado

    "Singularidade", mas de acordo com a 1 lei da termodinmica,

    esta singularidade e todas as caractersticas fsicas associadas a

    ela sempre existiram. Eu entendo que isso muito difcil de

    entender (na verdade eu no entendo muito bem) porque o nosso

    conhecimento do espao-tempo linear e contnuo. Esto

    intrinsecamente incorporados na singularidade de maneira muito

    diferente da forma que conhecemos o tempo e espao. E falar de

    inicio no tem sentido a este nvel. Sem dvida, enquanto mais

    avanam os estudos da astrofsica moderna, iro surgindo

    respostas para isso.

    Prova 2: O Esprito puro no pode determinar o Universo

    Aos crentes que, a despeito de toda racionalidade se obstinam em

    admitir a possibilidade de criao, lhes direi que, em ltimo caso,

    impossvel poder atribuir esta criao a seu Deus. Seu Deus o

    Esprito puro. Portanto, impossvel sustentar que o esprito puro,

    o imaterial, haja determinado o Universo: o material. Veja aqui

    por que:

  • 58

    O esprito puro no est separado do universo por uma diferena

    de grau, de quantidade, mas por uma diferena de natureza, de

    qualidade. De modo que o esprito puro no , no pode ser uma

    amplificao do universo, tampouco o universo poder ser uma

    reduo do esprito puro. A diferena aqui no apenas uma

    distino, uma oposio, oposio de natureza, essencial,

    fundamental, irredutvel, absoluta. Entre o esprito puro e o

    universo no existe apenas um fosso mais ou menos largo ou mais

    ou menos profundo, e que, a rigor, se poderia encher ou

    atravessar, NO, existe um verdadeiro abismo, de uma

    profundidade to imensa que por maior que seja o esforo que se

    realize Ningum NEM nada poderia encher ou atravessar.

    Seguindo ao meu raciocnio desafio o filsofo mais sutil, como o

    matemtico mais competente, a que estabelea uma relao (seja

    qual for, e a melhor relao direta de causa e efeito) entre o

    esprito puro e o universo.

    O esprito puro no admite nenhuma relao material; no tem

    forma, nem corpo, nem matria, nem proporo, nem

    profundidade, nem extenso, nem volume, nem cor, nem som,

    nem densidade, todas essas qualidades inerentes ao Universo e

    que no poderiam ser determinadas pela abstrao metafsica.

    Chegando a este ponto de minha demonstrao, estabeleo

    solidamente, nos argumentos precedentes, a concluso seguinte:

    Temos visto que a hiptese de um poder verdadeiramente criador

    inadmissvel; que mesmo persistindo essa crena, no pode

    admitir-se que o Universo, essencialmente material, tenha sido

    criado pelo Esprito puro, essencialmente imaterial.

    Mas se, como crentes, voc persistir alegando que foi seu deus

    que criou o universo, uma questo se impe; na suposio de que

    foi Deus, onde estava a matria em sua origem, seu princpio?

  • 59

    E bem: de duas coisas uma: ou a matria estava fora de Deus, ou

    era Deus mesmo (no creio que voc poderia colocar deus em

    terceiro lugar). Desta forma, no primeiro caso, se estava fora de

    Deus, no teve este a necessidade de cri-la, posto que j

    existisse, e se coexistia com Deus, no cabe a menor dvida que

    estavam em concomitncia, do que se deduz que vosso Deus no

    criador.

    No segundo caso, ou seja, se no estava fora de Deus, porque

    estava em Deus mesmo, e neste caso, tenho a seguinte

    concluso:

    1. Que Deus no o esprito puro, j que levava em si uma

    partcula de matria; E que partcula! A totalidade dos

    mundos materiais!

    2. Que Deus, levando matria em si mesmo, no teria a

    necessidade de cri-la, dado que j existia e que existindo

    no fez mais que faz-la sair, e neste caso a criao deixa

    de ser um ato de verdadeira criao e se reduz a um ato de

    exteriorizao.

    3. A criao no existe em nenhum dos dois casos.

    Ainda sobre o artigo anterior, presume-se pela definio de suas

    caractersticas bsicas, que Deus algo imaterial, intangvel e

    invisvel e, portanto, no pode e nem deve ter em sua essncia

    nada material ou fsico. Como bem esclarece o argumento: Como

    pode Deus, ao carecer de elementos materiais, formar algo

    material como o Universo? Deus e o Universo so essencial e

    intrinsecamente diferentes e no relacionados.

    Vejamos algumas desculpas e pretextos utilizados pelos cristos

    para contestar esta segunda prova da inexistncia de Deus:

    irnico que sendo ateu, Faure comea seu segundo argumento

    oferecendo-nos uma lio sobre ontologia (essncia ou natureza)

  • 60

    do Esprito. No entanto, note que, de fato deu uma boa

    compreenso da diferena entre o espiritual e o material. Eu

    concordo totalmente com a ltima frase deste pargrafo, que eu

    repito:

    O esprito puro no est separado do universo por uma

    diferena de grau, de quantidade, mas por uma diferena de

    natureza, de qualidade.

    Se tivssemos de dizer de outra maneira, poderamos dizer que o

    Esprito, j que no apenas "mais" ou "superior" ou "mais

    distante" do que o material, mas completamente diferente na

    natureza, no pode ser considerado, medido, ou percebido pelos

    mesmos meios que o material.

    Faur continua a explicar o seu conceito do espiritual, como

    segue:

    Entre o esprito puro e o universo no existe apenas um fosso

    mais ou menos largo ou mais ou menos profundo, e que, a rigor,

    se poderia encher ou atravessar, NO, existe um verdadeiro

    abismo, de uma profundidade to imensa que por maior que seja

    o esforo que se realize Ningum NEM nada poderia encher ou

    atravessar.

    Nada nem ningum? Como sabe Faur isto? No o que cremos

    ns, os cristos, mas uma posio que ele assumiu e defendeu.

    Quer uma relao entre o espiritual e o material? Muito bem, aqui

    est: O Deus todo poderoso pode eliminar esse abismo. Por

    certo, isto contradiz sua premissa de nada nem ningum

    defendida anteriormente, mas porque deve importar-me que a

    verdade contradiga as premissas do ateu? Essa premissa de

    "Ningum NEM nada no foi criada por um cristo, j que todo

    crente compreende as muitas maneiras como Deus tem

  • 61

    "atravessado" tal abismo: o fez na criao, o fez no jardim, o fez

    na sarsa, o fez no torvelinho, o fez nas nuvens, e acima de tudo,

    o fez em Cristo (Filipenses 2:5-7).

    Assim, Paulo tambm disse: E de um s sangue fez toda a

    gerao dos homens, para habitar sobre toda a face da terra,

    determinando os tempos j dantes ordenados, e os limites da sua

    habitao; Para que buscassem ao Senhor, se porventura,

    tateando, o pudessem achar; ainda que no est longe de cada

    um de ns; Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos;

    como tambm alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos

    tambm sua gerao. (Atos 17:26-28).

    O ponto que Deus no necessita cruzar grandes distncias para

    alcanar o Universo, j que no espiritual no existem distncias (

    o mesmo Faur havia admitido no inicio deste argumento e parece

    haver esquecido quase que imediatamente). Vivemos nos

    movemos e existimos (somos) NELE. A tenso do ateu reside

    unicamente na premissa de que "nada nem ningum", na qual

    desejar apegar-se (na qual tem f cega).

    Como temos visto por meus comentrios, seus dois argumentos

    na realidade no se estabelecem sobre una base slida. Tampouco

    temos visto como demostrou que o material no possa surgir do

    imaterial. Estas so afirmaes de vitria sem base alguma.

    Isso s mostra a tentativa desesperada do ateu de forar o relato

    da criao sob um sistema materialista e ateu. Naveguemos com

    cuidado atravs de suas concluses.

    Primeiro Faur exige saber "onde" se encontrava a matria antes

    de ser criada. Admitimos que toda a matria existente, por