coleção de livros teológicos raros
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Afinal, eu posso beber?
IR. ALEX KUHIM
© Copyright 2009, IR. ALEX KUHIM.
Capa: Lucas Mendonça
Diagramação: Cao Ypiranga
1ª edição
1ª impressão
(2009)
Todos os direitos reservados.
Nenhuma parte desta edição pode
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autorização de IR. ALEX KUHIM.
Livro preparado e editado por
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KUHIM, IR. ALEX
AFINAL, EU POSSO BEBER?. IR. ALEX KUHIM. Pará de
Minas, MG: Virtualbooks, 2009.59p.; 14x20 cm.
ISBN 978-85-60864-57-7
1. Filosofia cristã. 2. Teoria da religião cristã 2. Cristianismo.
Judaísmo.
CDD- 210
PREFÁCIO
É com muita alegria que prefacio este exemplar de
“AFINAL, EU POSSO BEBER”.
Seguramente, esse é um assunto muito polêmico e que
tem gerado muita controvérsia na igreja ao longo de sua
existência. O autor, divinamente inspirado, indo de en-
contro aos anseios da comunidade cristã que necessitava
de uma literatura esclarecedora, abordou esse tema de
maneira muito equilibrada e ética, fundamentando-o na
bíblia.
O amado Ir. Alex Sandro Kuhim Pereira, é um estudio-
so da palavra de Deus e um pesquisador dos hábitos do
povo judeu.
Tenho certeza, que este livro é uma resposta de Deus
aos anseios do Seu povo, sendo um instrumento valioso
de pesquisa e consulta e com certeza vai abençoar gran-
demente a sua vida.
Pr. Carlos Alberto Trindade
AGRADECIMENTOS
Primeiramente quero agradecer a Deus por ter-me dado
entendimento sobre a questão do álcool, pois, sempre ardeu
em meu coração o desejo de esclarecer, aos meus irmãos em
Cristo, a questão de não bebermos vinho.
Em segundo lugar, quero agradecer à minha esposa, Isa,
por ter me ajudado e orado por este livro.
Também agradeço à Irmã Lourdes Monteiro, que foi a
revisora, com muita paciência, deste pequeno livro.
Agradeço ainda, aos professores, mestres, missionários
e amigos, que leram, opinaram e contribuíram para a forma
final deste livro.
Por fim, agradeço a todos aqueles que direta ou indire-
tamente ajudaram em oração ou de qualquer outra forma para
que este singelo livro chegasse até nós.
Que Deus abençoe a todos.
ÍNDICE
PREFÁCIO ............................................................................ - 5 -
AGRADECIMENTOS .......................................................... - 6 -
INTRODUÇÃO ..................................................................... - 8 -
OS SIGNIFICADOS DA PALAVRA VINHO .................. - 10 -
OS TIPOS DE VINHO ........................................................ - 14 -
A QUESTÃO ORGÂNICA ................................................ - 17 -
O PRIMEIRO MILAGRE .................................................. - 20 -
A PÁSCOA E A SANTA CEIA .......................................... - 23 -
O SACERDOTE .................................................................. - 27 -
A RECOMENDAÇÃO DE PAULO A TIMÓTEO .......... - 31 -
O CRISTÃO E O VINHO HOJE ....................................... - 35 -
EPÍLOGO ............................................................................ - 40 -
INTRODUÇÃO
Durante muito tempo, a questão a respeito do consumo de vi-
nho vem sendo, aparentemente, esquecida por nós. Atribuímos tal fa-
to não só à falta de tempo, mas também de estudo e, por que não di-
zer, por medo de trazer à tona um assunto tão polêmico dentro das
igrejas.
Contudo, o propósito deste despretensioso trabalho, pondo em
evidência tal assunto, não é, nem poderia ser, o de encerrar a discus-
são a respeito do mesmo, mas, o de trazê-lo novamente às igrejas
juntamente com as pregações de correção e de santidade, objetivos
que vêm sendo, com a frequência cada vez maior, desviados de suas
finalidades, isto é, hoje se diz mais o que as pessoas querem ouvir
do que o que Deus quer que se diga.
“Conjuro-te, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo,
que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino,
Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas,
repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. Porque
virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comi-
chão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas
próprias concupiscências; E desviarão os ouvidos da verdade, vol-
tando às fábulas” (2Tm 4.1-4).
O motivo de este livro defender, com ênfase e seriedade, a
verdade bíblica, é porque não queremos que o assunto por ele enfo-
cado fique só no papel. Por isso, incitamos para que o leve à sua
Igreja para ser debatido e confrontado com as verdades que apresenta
e, acima de tudo, deixe-se transformar pela força do Evangelho que é
o poder de Deus em nossas vidas. “Porque não me envergonho do
evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo
aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego”. (Rm 1.16)
Colocamos, nesta obra, algumas das questões mais complica-
das e polêmicas que têm sido defendidas pelos adeptos do consumo
de álcool e, junto a elas, os argumentos com os quais as refutamos de
acordo com a Palavra de Deus. Destaco, ainda, que todos os textos
são retirados da versão “Corrigida, Fiel ao texto original” de João
Ferreira de Almeida.
O objetivo deste livro é, exatamente, produzir os esclarecimen-
tos que se fizerem necessários, o que estamos tentando fazer de mo-
do sucinto e objetivo, para que o nosso propósito não seja desvirtua-
do da verdadeira meta que nos anima, ou seja, a de obter através dele
um resultado digno do Senhor para Sua honra e glória.
Por tais razões, acreditamos que os princípios hermenêuticos e
exegéticos, que norteiam as questões ora em discussão, também se
apliquem aos textos menores e similares aos mesmos na Bíblia.
Voltamos, pois, nossos olhos para o estudo bíblico a respeito
do assunto e, com isso, aproveitamos para lhe fazer uma sugestão em
forma de convite:
Se você quiser ser um servo e um sacerdote do Senhor, precisa
conhecer a Sua Palavra e Seus ensinos, pois o povo de Deus “erra
por não conhecer as Escrituras nem o Poder de Deus” (Mt 22.29).
I
OS SIGNIFICADOS DA PALAVRA VINHO
- 11 -
Em nossa pesquisa, encontramos três palavras hebraicas que se
traduzem por “VINHO” no Antigo Testamento: “YAYIN”,
“TIROSH” e “SHEKAR”.
A primeira, “YAYIN”, é a palavra mais comum, genérica, uti-
lizada para indicar diversos tipos de VINHO, fermentado ou não
fermentado, ou seja, para todos os tipos de vinho. Às vezes, como
aparece nos textos bíblicos:
“E começou Noé a ser lavrador da terra, e plantou uma vinha.
E bebeu do vinho, e embebedou-se; e descobriu-se no meio de sua
tenda” Gn 9.20.21;
“Vem, demos de beber vinho a nosso pai, e deitemo-nos com
ele, para que em vida conservemos a descendência de nosso pai. E
deram de beber vinho a seu pai naquela noite; e veio a primogênita e
deitou-se com seu pai, e não sentiu ele quando ela se deitou, nem
quando se levantou” Gn 19.32,33;
“Para os que se demoram perto do vinho, para os que andam
buscando vinho misturado. Não olhes para o vinho quando se mostra
vermelho, quando resplandece no copo e se escoa suavemente” Pv
23.30, 31;
“E, vindo Abigail a Nabal, eis que tinha em sua casa um ban-
quete, como banquete de rei; e o coração de Nabal estava alegre ne-
le, e ele já muito embriagado, pelo que ela não lhe deu a entender
coisa alguma, pequena nem grande, até à luz da manhã. Sucedeu,
pois, que pela manhã, estando Nabal já livre do vinho, sua mulher
lhe deu a entender aquelas coisas; e se amorteceu o seu coração, e
ficou ele como pedra” 1Sm 25.36,37, é utilizada para indicar todos
os tipos de sucos de uva fermentado; outras vezes, “YAYIN” é usa-
da, também, referindo-se ao suco doce não-fermentado da uva e, co-
mo se vê em Is 16.10 “E fugiu a alegria e o regozijo do campo fértil,
e nas vinhas não se canta, nem há júbilo algum; já não se pisarão as
uvas nos lagares. Eu fiz cessar o júbilo”; Lamentações 2.12 “Ao
desfalecerem, como feridos, pelas ruas da cidade, ao exalarem as
suas almas no regaço de suas mães, perguntam a elas: Onde está o
trigo e o vinho?”, ao suco fresco da uva espremida.
O fato de o suco de uva não-fermentado poder ser chamado
VINHO conta com o respaldo de vários estudiosos do assunto. A En-
ciclopédia Judaica, por exemplo, diz: "O vinho fresco antes da fer-
mentação era chamado “YAYIN-MI-GAT” (vinho de tonel)". Além
disso, a Enciclopédia Judaica, Edição de 1971, declara que o termo
Os significados da palavra vinho
- 12 -
“YAYIN” era usado para designar o suco de uva em diferentes eta-
pas, inclusive "o vinho recém-espremido antes da fermentação".
A segunda palavra hebraica, “TIROSH”, também é traduzida
por "vinho". Citada 38 (trinta e oito) vezes no Antigo Testamento,
não é tão genérica como “YAYIN”, seu significado é “vinho novo”
ou “vinho da vindima” e nunca se refere à bebida fermentada, mas
sempre, a não-fermentada da videira, como vemos em Is 65.8 “ainda
no cacho de uvas”, ou em Dt 11.14 “e o vosso mosto”; Pv 3.10 “E
se encherão os teus celeiros, e transbordarão de vinho os teus laga-
res; e Jl 2.24 “o suco doce de uvas recém-colhidas”.
Brown, Driver, Briggs (Léxico Hebraico-Inglês do Velho Tes-
tamento) declaram que tirosh significa "mosto, vinho fresco ou no-
vo". A Enciclopédia Judaica de 1901 diz que tirosh inclui todos os ti-
pos de sucos doces e mosto, mas não “vinho fermentado". Tirosh tem
"bênção nele" (Is 65.8); o vinho fermentado, no entanto, "é escarne-
cedor" (Pv 20.1).
Finalmente, a terceira palavra “SHEKAR”, que aparece 23
(vinte e três) vezes no Antigo Testamento, é geralmente traduzida
por “bebida forte” e, frequentemente, no mesmo contexto, conforme
consta dos textos bíblicos 1Sm 1.15 “Porém Ana respondeu: Não,
senhor meu, eu sou uma mulher atribulada de espírito; nem vinho
nem bebida forte tenho bebido; porém tenho derramado a minha al-
ma perante o SENHOR”; e Nm 6.3 “De vinho e de bebida forte se
apartará; vinagre de vinho, nem vinagre de bebida forte não beberá;
nem beberá alguma beberagem de uvas; nem uvas frescas nem secas
comerá”.
Dizem certos estudiosos que “SHEKAR” refere-se à bebida
fermentada, talvez feita de suco de fruto de palmeira, de romã, de
maçã, ou de tâmara.
“Shekar” relaciona-se com “Shakar”, um verbo hebraico que
pode significar "beber a vontade", além de "embriagar". Na maioria
dos casos, sabe-se que, quando “YAYIN” e “SHEKAR” aparecem
juntas, formam uma única figura de linguagem que se refere às bebi-
das embriagantes1.
Já no Novo Testamento, a palavra grega usada para traduzir
vinho é “OINOS”, que pode referir-se a dois tipos bem diferentes de
1 Robert P. Teachout: "O Uso de Vinho no Velho Testamento", dissertação de doutorado em Teologia, Seminário Teo-
lógico Dallas, 1979.
- 13 -
vinho: o fermentado ou o não fermentado. Essa afirmação é respal-
dada pelos relatos dos próprios escritores seculares e religiosos, além
dos produtores antigos de vinho.
Lúcio Júnio Moderato Columela2 (séc. I), que escreve:
“Para que o suco de uva sempre permaneça tão doce como
quando produzido, siga estas instruções: Depois de aplicar a
prensa às uvas, separe o mosto mais novo [i.e., suco fresco], co-
loque-o num vasilhame (amphora) novo, tampe-o bem e revista-o
muito cuidadosamente com piche para não deixar a mínima gota
de água entrar; em seguida, mergulhe-o numa cisterna ou tanque
de água fria, e não deixe nenhuma parte da ânfora ficar acima da
superfície. Tire a ânfora depois de quarenta dias. O suco perma-
necerá doce durante um ano1” – ou seja, o Vinho doce
2.
2 Columela, Lúcio Júnio Moderato. Agrônomo e escritor romano. Autor de importante tratado sobre agricultura intitu-
lado: Sobre as árvores.
Os significados da palavra vinho
- 14 -
II
OS TIPOS DE VINHO
Na época da colheita da uva, os produtores costumavam divi-
dir seus produtos em partes, cada uma destinada a produzir certo tipo
de bebida. A porção que era pisada num lagar corria, em forma de
sumo, para uma espécie de cuba. Este sumo também era dividido em
partes e, durante o processo de produção, o suco da uva recebia di-
versos nomes, uma vez que cada etapa desse procedimento resultava
num determinado tipo de vinho, tanto que, se o vinho fosse deixado
até a sua etapa final de produção, chegaria ao estágio de vinho fer-
mentado.
Uma daquelas partes do sumo dividido era consumida direta-
mente, sem o tratamento de fermentação, ou seja, o “vinho novo”. A
outra, contudo, era destinada à fermentação. Depois de fermentado, o
vinho recebia diversos nomes e alguns deles eram pouco melhores
que o vinagre e formavam a bebida comum dos operários “e molha o
teu bocado no vinagre” (Rt 2:14)
A “posca” era uma bebida vulgar e barata consumida pelos
soldados romanos. Essa bebida era o resultado da mistura de vinho
azedo sem álcool (tipo vinagre) e água. Este, provavelmente, foi o ti-
po de vinho oferecido a Jesus na cruz: “E um deles correu a embeber
uma esponja em vinagre e, pondo-a numa cana, deu-lho a beber, di-
zendo: Deixai, vejamos se virá Elias tirá-lo” (Mc 15:36). Seus efei-
tos medicinais eram conhecidos pelo povo por prolongar a vida nos
momentos de enfermidade. No caso de Jesus, porém, os soldados lhe
ofereceram a “posca” com o intuito de prolongar-lhe a vida para vê-
lo sofrer ainda mais.
Um terceiro tipo de vinho era o “estupefaciente”, formado por
vinho fermentado e mirra, que produzia uma espécie de inércia física
ou mental em função do seu efeito altamente analgésico. Tal vinho
também era oferecido aos enfermos, na intenção de aliviar-lhes as
dores, até mesmo na hora da morte, como ocorreu no caso de Jesus
“E deram-lhe a beber vinho com mirra, mas ele não o tomou”(Mc
15:23), que o recusou pois, era necessário que ele sofresse por nós.
Devido às substâncias analgésicas contidas na mirra e algumas pro-
priedades medicinais presentes no vinho, Jesus teria suas dores alivi-
adas, mas não era isso que Ele queria, Ele precisava sofrer tudo por
nós, sem nenhum tipo de alívio.
Existia outro tipo de vinho não fermentado, denominado vinho
“aromatizado”, “Levar-te-ia e te introduziria na casa de minha mãe,
e tu me ensinarias; eu te daria a beber do vinho aromático e do mos-
Os significados da palavra vinho
- 16 -
to das minhas romãs” (Ct 8:2), que recebia gotas de óleo aromático à
sua mistura como forma de tornar-lhe mais atraente.
Acrescente-se, a final, mais um outro tipo de vinho existente
na época, totalmente fermentado. Este tipo possuía, sim, alto teor al-
coólico e era muito consumido pelo povo e, em especial, por ocasião
das festas, na época da colheita das uvas “O REI Belsazar deu um
grande banquete a mil dos seus senhores, e bebeu vinho na presença
dos mil. Beberam o vinho, e deram louvores aos deuses de ouro, de
prata, de bronze, de ferro, de madeira, e de pedra” (Dn 5:1;4); “Ai
dos que dormem em camas de marfim, e se estendem sobre os seus
leitos, e comem os cordeiros do rebanho, e os bezerros do meio do
curral. Que cantam ao som da viola, e inventam para si instrumentos
musicais, assim como Davi; Que bebem vinho em taças, e se ungem
com o mais excelente óleo: mas não se afligem pela ruína de José”
(Am 6:4-6); “E no dia do nosso rei os príncipes se tornaram doentes
com frascos de vinho; ele estendeu a sua mão com os escarnecedo-
res” (Os 7:5).
Confundir, por desconhecer, esses cinco tipos de vinho, tem
criado, nos dias de hoje, um grande conflito na cabeça dos servos de
Deus, porque, como vimos, à luz dos textos citados, cada espécie de
vinho tinha uma função, um significado e efeitos específicos para o
povo daquela época.
Portanto, não devemos generalizar o sentido da palavra
“VINHO”, porque, antes, temos que conhecer o contexto da Bíblia
onde ela está inserida.
Precisamos, necessariamente, saber quais os tipos de vinho que
existiam, com os respectivos significados, efeitos e finalidades, a fim
de que se dê aos textos bíblicos a interpretação mais correta e segura
possível.
III
A QUESTÃO ORGÂNICA
Os significados da palavra vinho
- 18 -
O etanol, álcool etílico ou simplesmente álcool, sob forma de
bebida alcoólica, é o sedativo-hipnótico mais consumido no mundo.
É absorvido rapidamente pelo organismo; no entanto, a presença de
alimento pode retardar um pouco este processo. A ingestão de etanol
é prejudicial a pessoas de ambos os sexos. Os homens, contudo,
comparado às mulheres, apresentam maior resistência ao etanol, pois
se registram, em seus organismos, maiores proporções de uma enzi-
ma gástrica que metaboliza o etanol (desidrogenase alcoólica gástri-
ca). Em face dessa diferença orgânica, mulheres alcoólatras apresen-
tam um início mais precoce de danos cerebrais e hepáticos quando
comparadas ao sexo oposto.
O consumo de álcool, em altas doses e por algum período (tan-
to em homens quanto em mulheres) leva à intolerância e à dependên-
cia física. Quando forçados a reduzir ou suspender a ingestão de ál-
cool, os usuários crônicos apresentam a síndrome de abstinência, ca-
racterizada por hiperexcitabilidade, chegando até a psicoses tóxicas e
delirium tremens.
O sistema nervoso central é muito afetado pelo consumo de ál-
cool: em concentrações moderadas, tem efeito euforizante. Já em do-
ses crescentes, pode causar sedação, alívio da ansiedade, fala pastosa,
distúrbio do juízo crítico, comportamento desinibido, (sintomas po-
pularmente conhecidos como embriaguez), vômitos, hipotermia, co-
ma e até morte. O consumo agudo ou crônico de álcool pode levar à
deficiência de memória de fixação. Em casos mais graves pode levar
de distúrbios intelectuais e motores até a amnésia.
O etanol é um potente relaxante uterino e vasodilatador. Por
este último efeito é que se encontram muitas defesas do vinho, do seu
caráter anti-hipertensivo (de baixar a pressão arterial).
Entretanto, já existem diversos trabalhos publicados evidenci-
ando que a participação do álcool no efeito do vinho é secundária: o
principal é advindo de substâncias conhecidas por flavonoides e tani-
nos (presentes abundantemente nas uvas), os quais melhoram a com-
placência (ou diminuem a resistência) dos vasos sanguíneos.
Inclusive, recentemente foi realizado um estudo, comparando-
se o suco de uva com o vinho, quanto às respectivas eficácias anti-
hipertensivas, obtendo-se resultados convincentes: o suco de uva (o
qual contém somente os flavonoides e taninos, excetuando-se o álco-
ol) obteve eficácia semelhante à do vinho. E, mesmo que o álcool
possua um pequeno efeito hipotensor, seus efeitos adversos são mui-
to superiores aos seus “benefícios”.
As mortes ligadas ao consumo de álcool são causadas por pa-
tologias hepáticas, câncer (boca, faringe, laringe, esôfago e fígado),
derrame, acidentes e suicídio. A ingestão de álcool aumenta a secre-
ção gástrica e pancreática, aumentando o risco de gastrite e pancrea-
tite (inflamação no pâncreas).
No sistema cardiovascular, o uso abusivo de álcool lesa o mio-
cárdio (tecido do coração), que pode gerar arritmias. O efeito agudo
do álcool contribui para o perigo reconhecido de misturar-se álcool a
outras drogas dadas como “comuns”.
Os medicamentos sedativo-hipnóticos (tranqüilizantes, antide-
pressivos), analgésicos opióides e antialérgicos são os mais impor-
tantes, capazes de interagir com o álcool e aumentar a depressão do
sistema nervoso central, ameaçando, inclusive, a vida do usuário.
IV
O PRIMEIRO MILAGRE
O Primeiro Milagre
- 21 -
Um dos textos mais invocados por aqueles que querem, a
qualquer custo, provar sua tese de que Jesus nos incita a beber é o do
evangelho de João 2.1-11, “1 E, ao terceiro dia, fizeram-se umas bo-
das em Caná da Galiléia; e estava ali a mãe de Jesus. 2 E foi tam-
bém convidado Jesus e os seus discípulos para as bodas. 3 E, faltan-
do vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Não têm vinho. 4 Disse-lhe Je-
sus: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha
hora. 5 Sua mãe disse aos serventes: Fazei tudo quanto ele vos dis-
ser. 6 E estavam ali postas seis talhas de pedra, para as purificações
dos judeus, e em cada uma cabiam dois ou três almudes. 7 Disse-
lhes Jesus: Enchei de água essas talhas. E encheram-nas até em ci-
ma. 8 E disse-lhes: Tirai agora, e levai ao mestre-sala. E levaram. 9
E, logo que o mestre-sala provou a água feita vinho (não sabendo de
onde viera, se bem que o sabiam os serventes que tinham tirado a
água), chamou o mestre-sala ao esposo, 10 E disse-lhe: Todo o ho-
mem põe primeiro o vinho bom e, quando já têm bebido bem, então o
inferior; mas tu guardaste até agora o bom vinho. 11 Jesus principi-
ou assim os seus sinais em Caná da Galiléia, e manifestou a sua gló-
ria; e os seus discípulos creram nele”, que passaremos a estudar.
A primeira coisa que precisamos ter em mente é que Jesus ti-
nha ido a um casamento em Caná. Ora, um casamento, naquela épo-
ca, era celebrado por sete dias e, para o noivo, a falta de vinho era
uma situação vergonhosa. Por isso, Maria pediu que Jesus fizesse al-
go.
Provavelmente – pelo que depreendemos do texto – Maria sa-
bia do poder de Jesus. No entanto, Jesus recusou o pedido de Maria
porque jamais permitiria ser comandado por outra pessoa que não
fosse o próprio Deus. De forma alguma Jesus foi grosseiro ou mal-
educado com a sua “mãe”. Na verdade, Jesus deu-lhe o tratamento
respeitoso devido, pois era cultura, na época de Jesus, que os homens
chamassem as suas mães ou parentes do sexo feminino de “mulher”.
Apesar da recusa de Jesus, Maria não desanima, porém decide
obedecer a Jesus e deixar que Ele comande as ações e decisões que
haveriam de ser tomadas.
Momentos depois, Jesus decide realizar sua obra miraculosa,
mandando que enchessem seis talhas de pedra, que eram usadas nas
purificações, com água.
Observemos alguns pontos importantes: Primeiramente, as ta-
lhas de pedra simbolizavam a Antiga Aliança – o pacto antigo. Em
O Primeiro Milagre
- 22 -
segundo lugar, a capacidade das seis talhas, somadas, era de mais de
450 litros. Podemos destacar que as águas, retiradas das talhas, eram
utilizadas nas cerimônias de purificação. Por outro lado, sabe-se que
não se colocavam as mãos dentro das talhas, nem mesmo para lavá-
las, pois tal proibição tinha por objetivo não se permitir a contamina-
ção da água purificadora com nossos pecados.
O terceiro detalhe é que não é citado, pelo texto, o momento
em que a água efetivamente se transforma em vinho, ou seja, em al-
gum momento, seja enquanto enchiam as talhas ou no trajeto até o
mestre-sala, a água foi transformada em vinho (aqui, o alcoólico),
O milagre, operado por Jesus, teve dois únicos objetivos ver-
dadeiros. O primeiro foi o de evitar um desastre social, já que era
vergonhoso acabar o vinho durante os festejos de um casamento. O
segundo é o revelado no vv.11, onde lemos que “...manifestou a sua
glória, e os seus discípulos creram nele”. Ou seja, Jesus tinha por
propósito revelar a Sua glória aos seus discípulos, e a declaração de
que eles creram em Jesus marca o início de seu ministério. Vale notar
que em nenhuma parte do texto se diz que Jesus bebeu daquele vi-
nho.
Por isso, concluímos que usar esta passagem, que tem um pro-
pósito tão sublime, como desculpa para justificar nosso desejo subal-
terno, o da ingestão de álcool é, no mínimo, absurda e fere todos os
princípios hermenêuticos e exegéticos. Na realidade, interpretam mal
tais textos bíblicos os que neles encontram incentivos e justificação
para a ingestão de álcool.
Esses cinco tipos de vinho eram muito conhecidos de todo o
povo e por isso também eram muito usados, cada um no seu destino
específico. Confundir esses tipos de vinho pode criar um grande con-
flito na cabeça dos servos de Deus, hoje. Cada vinho citado acima ti-
nha uma função e um significado para o povo. A palavra vinho não
pode ser usada de forma aleatória sem que antes conheçamos o con-
texto onde ela está inserida; os diversos tipos de vinho que existiam
na época e seus respectivos significados, para que possamos, com to-
da segurança possível, interpretar de maneira correta o texto bíblico.
V
A PÁSCOA E A SANTA CEIA
A Páscoa e a Santa Ceia
- 24 -
Quando da instituição da páscoa3, percebemos que Deus tinha
em mente a libertação do seu povo das mãos de faraó. Contudo, pre-
cisamos salientar que Deus não queria que seu povo ingerisse qual-
quer coisa que fosse fermentada “Nenhuma coisa levedada come-
reis; em todas as vossas habitações comereis pães ázimos” (Ex
12:20).
O fermento é dado, na bíblia, como contaminação; é um sím-
bolo do pecado “E, passando seus discípulos para o outro lado, ti-
nham-se esquecido de trazer pão. E Jesus disse-lhes: Adverti, e
acautelai-vos do fermento dos fariseus e saduceus. E eles arrazoa-
vam entre si, dizendo: É porque não trouxemos pão. E Jesus, perce-
bendo isso, disse: Por que arrazoais entre vós, homens de pouca fé,
sobre o não terdes trazido pão? Não compreendeis ainda, nem vos
lembrais dos cinco pães para cinco mil homens, e de quantas alcofas
levantastes? Nem dos sete pães para quatro mil, e de quantos cestos
levantastes? Como não compreendestes que não vos falei a respeito
do pão, mas que vos guardásseis do fermento dos fariseus e sadu-
ceus? Então compreenderam que não dissera que se guardassem do
fermento do pão, mas da doutrina dos fariseus” ( Mt 16.5-12); e
“Não é boa a vossa jactância. Não sabeis que um pouco de fermento
faz levedar toda a massa? Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para
que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque
Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós. Por isso façamos a fes-
ta, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da
malícia, mas com os ázimos da sinceridade e da verdade” (1 Co 5.6-
8). Não foi aleatoriamente que Jesus escolheu o período de Páscoa
para celebrar a Santa Ceia. Primeiro, era preciso que se cumprissem
as Escrituras (cf. Ex 12), depois, para que sempre nos lembrássemos
d’Ele4.
Contudo, faz-se necessário analisarmos alguns pormenores a
respeito do momento específico que Jesus escolheu para instituir a
Sua Santa Ceia.
Primeiro, era época da celebração da Páscoa, momento em que
ninguém poderia alimentar-se com produtos fermentados “Nenhuma
coisa levedada comereis; em todas as vossas habitações comereis
pães ázimos” (Ex 12:20). Daí, podemos deduzir que o vinho servido
3 Ex 12 4 Lc 22.7-22
A Páscoa e a Santa Ceia
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na Santa Ceia foi, com toda certeza, o “vinho novo” – um suco de
uva natural e sem álcool. A linha de raciocínio não poderia ser outra,
porque, se Jesus tivesse bebido vinho fermentado, Ele mesmo estaria,
em primeiro lugar, desobedecendo a um mandamento de Deus, e, por
outro lado, inobservados os costumes judeus, os quais, por ser tam-
bém um judeu, Jesus os seguia e os respeitava indubitavelmente.
Outra questão para analisarmos é o porquê de Jesus não ter
comido pão ou bebido vinho fermentados. A Santa Ceia é um ato de
culto, que tem a forma de uma refeição cerimonial, na qual os Servos
de Deus participam do pão sem fermento – fazendo uma alusão ao
corpo de Cristo que não tinha pecado algum, e do vinho, que também
precisava ser sem fermentação (álcool), pois era um simbolismo à
nova aliança firmada entre Deus e os homens através do sangue, sem
pecado, de Jesus.
Por isso, podemos afirmar com toda convicção que Jesus não
celebrou a Santa Ceia com vinho fermentado, mas sim, com o “vinho
novo”. Porque nada em Jesus poderia ter o fermento do pecado, e, se
assim não o fosse, o seu sacrifício salvífico seria completamente nulo
e dispensável.
As igrejas, em geral, cometem um grave erro ao acharem que
celebrar a Santa Ceia com suco de uva é mera simbologia. Na verda-
de esse tipo de celebração é a correta, pois, foi essa a realizada por
Jesus, com suco de uva. Porém, vale ressaltar que se queremos reali-
zar a Santa Ceia como Jesus nos ensinou e a realizou, devemos reali-
zá-la com suco de uva e pão sem fermento, o que foi esquecido pela
maioria das igrejas. Usar vinho alcoólico e pão com fermento na
Santa Ceia é ferir a santidade de Jesus.
A Páscoa e a Santa Ceia
- 26 -
VI
O SACERDOTE
O Sacerdote
- 28 -
Quando Deus instituiu Arão e seus quatro filhos como Sacer-
dotes, houve uma grande consagração cheia de simbologias que le-
vavam a Cristo5. É sabido de todos que a conduta de todo Sacerdote
tinha que ser pura, sem máculas e o mais irrepreensível possível, pois
o Sacerdote era o mediador entre o povo e Deus6.
Não era permitido ao Sacerdote oferecer qualquer coisa a Deus
de forma impura ou errada “E a carne que tocar alguma coisa imun-
da não se comerá; com fogo será queimada; mas da outra carne,
qualquer que estiver limpo, comerá dela. Porém, se alguma pessoa
comer a carne do sacrifício pacífico, que é do SENHOR, tendo ela
sobre si a sua imundícia, aquela pessoa será extirpada do seu povo.
E, se uma pessoa tocar alguma coisa imunda, como imundícia de
homem, ou gado imundo, ou qualquer abominação imunda, e comer
da carne do sacrifício pacífico, que é do SENHOR, aquela pessoa
será extirpada do seu povo” (Lv 7:19-21), ou entrar no Santo dos
Santos sem a aprovação divina, pois tal procedimento poderia custar-
lhe a vida “Disse, pois, o SENHOR a Moisés: Dize a Arão, teu ir-
mão, que não entre no santuário em todo o tempo, para dentro do
véu, diante do propiciatório que está sobre a arca, para que não
morra; porque eu aparecerei na nuvem sobre o propiciatório” (Lv
16:2). Era necessário todo um ritual de purificação e santificação pa-
ra que o Sacerdote pudesse entrar na presença de Deus (cf. Lv 16.3-
14).
Os filhos de Arão, Nadabe e Abiú, que eram Sacerdotes do Se-
nhor, ousaram entrar na presença de Deus de qualquer maneira. En-
traram no Santo dos Santos de forma errada, ignorando, afrontando e
desprezando os preceitos estabelecidos por Deus7.
Quando a narrativa de Lv 10.1 nos diz: “E os filhos de Arão,
Nadabe e Abiú, tomaram cada um o seu incensário e puseram neles
fogo, e colocaram incenso sobre ele, e ofereceram fogo estranho pe-
rante o SENHOR, o que não lhes ordenara”. Podemos seguramente
afirmar que Nadabe e Abiú não seguiram as instruções, dadas por
Deus, para a oferta de incenso da maneira apropriada. Talvez tenham
usado brasas de outro lugar que não o altar (cf. Lv 16.12; Ex 30.1-9).
Contudo, um outro fator foi determinante para que os filhos de
Arão tivessem desrespeitado as orientações de Deus. Conforme le-
5 Lv 8 6 Ex 29.38-46; 30.1-10 7 Lv 10.1,2
O Sacerdote
- 29 -
mos em Lv 10.8-11 “E falou o SENHOR a Arão, dizendo: Não bebe-
reis vinho nem bebida forte, nem tu nem teus filhos contigo, quando
entrardes na tenda da congregação, para que não morrais; estatuto
perpétuo será isso entre as vossas gerações; E para fazer diferença
entre o santo e o profano e entre o imundo e o limpo, E para ensinar
aos filhos de Israel todos os estatutos que o SENHOR lhes tem fala-
do por meio de Moisés”, podemos assegurar que Nadabe e Abiú agi-
ram de forma irresponsável e errônea devido aos efeitos do “vinho” –
aqui se aplica o vinho fermentado - que tem teor alcoólico e tira o
homem da sua normalidade psíquica e do seu controle emocional.
Existiam normas para que um Sacerdote chegasse diante de
Deus, e estas tinham que ser totalmente seguidas, sob pena de morte,
caso fossem negligenciadas; e a ordenança de não beber vinho fer-
mentado era uma delas Ezequiel 44:15-31.
“Mas os sacerdotes levíticos, os filhos de Zadoque, que guar-
daram a ordenança do meu santuário quando os filhos de Israel se
extraviaram de mim, eles se chegarão a mim, para me servirem, e es-
tarão diante de mim, para me oferecerem a gordura e o sangue, diz o
Senhor DEUS. 16 Eles entrarão no meu santuário, e se chegarão à
minha mesa, para me servirem, e guardarão a minha ordenança; 17
E será que, quando entrarem pelas portas do átrio interior, se vesti-
rão com vestes de linho; e não se porá lã sobre eles, quando servi-
rem nas portas do átrio interior, e dentro. 18 Gorros de linho esta-
rão sobre as suas cabeças, e calções de linho sobre os seus lombos;
não se cingirão de modo que lhes venha suor. 19 E, saindo eles ao
átrio exterior, ao átrio de fora, ao povo, despirão as suas vestiduras
com que ministraram, e as porão nas santas câmaras, e se vestirão
de outras vestes, para que não santifiquem o povo estando com as
suas vestiduras. 20 E não raparão a sua cabeça, nem deixarão cres-
cer o cabelo; antes, como convém, tosquiarão as suas cabeças. 21 E
nenhum sacerdote beberá vinho quando entrar no átrio interior. 22
E eles não se casarão nem com viúva nem com repudiada, mas to-
marão virgens da linhagem da casa de Israel, ou viúva que for viúva
de sacerdote. 23 E a meu povo ensinarão a distinguir entre o santo e
o profano, e o farão discernir entre o impuro e o puro. 24 E, quando
houver disputa, eles assistirão a ela para a julgarem; pelos meus juí-
zos as julgarão; e as minhas leis e os meus estatutos guardarão em
todas as minhas solenidades, e santificarão os meus sábados. 25 E
eles não se aproximarão de nenhum homem morto, para se contami-
O Sacerdote
- 30 -
narem; mas por pai, ou por mãe, ou por filho, ou por filha, ou por
irmão, ou por irmã que não tiver marido, se poderão contaminar. 26
E, depois da sua purificação, contar-se-lhe-ão sete dias. 27 E, no dia
em que ele entrar no lugar santo, no átrio interior, para ministrar no
lugar santo, oferecerá a sua expiação pelo pecado, diz o Senhor
DEUS. 28 Eles terão uma herança: eu serei a sua herança. Não lhes
dareis, portanto, possessão em Israel; eu sou a sua possessão. 29
Eles comerão a oferta de alimentos, e a oferta pelo pecado e a oferta
pela culpa; e toda a coisa consagrada em Israel será deles. 30 E as
primícias de todos os primeiros frutos de tudo, e toda a oblação de
tudo, de todas as vossas oblações, serão dos sacerdotes; também as
primeiras das vossas massas dareis ao sacerdote, para que faça re-
pousar a bênção sobre a tua casa. 31 Nenhuma coisa, que tenha
morrido ou tenha sido despedaçada, de aves e de animais, comerão
os sacerdotes.
VII
A RECOMENDAÇÃO DE PAULO A TIMÓTEO
A Recomendação de Paulo a Timóteo
- 32 -
A tradição de cultivar uvas é bem antiga no meio do povo de
Deus. A Primeira narrativa bíblica a respeito do seu cultivo é encon-
trada em Gn 9.20, através de Noé, que era um lavrador: “E começou
Noé a ser lavrador da terra, e plantou uma vinha”.
Contudo, os efeitos maléficos do uso do vinho (aqui o alcoóli-
co), são imediatamente vividos pelo próprio Noé “E bebeu do vinho,
e embebedou-se; e descobriu-se no meio de sua tenda. E viu Cão, o
pai de Canaã, a nudez do seu pai, e fê-lo saber a ambos seus irmãos
no lado de fora. Então tomaram Sem e Jafé uma capa, e puseram-na
sobre ambos os seus ombros, e indo virados para trás, cobriram a
nudez do seu pai, e os seus rostos estavam virados, de maneira que
não viram a nudez do seu pai. E despertou Noé do seu vinho, e soube
o que seu filho menor lhe fizera (Gn 9:21-24).
Como já dissemos anteriormente8 o vinho tem propriedades
medicinais que podem, de maneira equilibrada e adequadamente,
ajudar no tratamento de algumas enfermidades. Porém, é necessário
saber a que tipo de vinho se refere o texto de 1Tm 5.23.
Paulo orienta a Timóteo: “Não bebas mais água só, mas usa
um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas freqüentes
enfermidades”. A conduta irrepreensível de Timóteo era tão com-
prometida com o progresso do evangelho que, apesar da sua saúde
precária, ele só bebia água e sequer provava vinho, para que não fos-
se dado como pecador “Bom é não comer carne, nem beber vinho,
nem fazer outras coisas em que teu irmão tropece, ou se escandalize,
ou se enfraqueça” (Rm 14:21).
No mundo Greco-Helênico, o vinho era muito usado como
oferenda aos ídolos. O costume era que se derramasse um pouco de
vinho no chão, como oferta aos deuses. Quem poderá saber se uma
porção do vinho que bebe não tenha sido oferecida, pelo seu fabri-
cante ou distribuidor, como libação9 aos deuses estranhos? Se você
beber um vinho em que esta libação tenha ocorrido você estará em
causa comum – em aliança, com tais ídolos “Na verdade pareceu
bem ao Espírito Santo e a nós, não vos impor mais encargo algum,
senão estas coisas necessárias: Que vos abstenhais das coisas sacri-
ficadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da prostitui-
8 Cap II 9 Entre os pagãos, ritual religioso que consistia em derramar um líquido de origem orgânica (vinho, óleo, leite, etc.)
como oferenda a qualquer divindade. Dicionário Aurélio 2003.
A Recomendação de Paulo a Timóteo
- 33 -
ção, das quais coisas bem fazeis se vos guardardes. Bem vos vá” (At
15:28,29).
Contudo, por ser, de uma certa maneira, usado como remédio
pelo povo na época apostólica, Paulo orienta Timóteo a beber “um
pouco” de vinho – provavelmente, pela sequência das palavras, este
vinho fosse diluído em água, ou seja, a “posca” como já vimos no
primeiro capítulo, e não o vinho fermentado.
Não podemos usar a equilibrada orientação de Paulo à Timóteo
como precedente para bebermos. Pois, o vinho, nessa situação, foi
indicado única e exclusivamente como remédio. Hoje, nós temos os
remédios industrializados que são “drogas”, mas, sabemos que usar
drogas é um pecado e um crime previsto em lei.
Porém, quando usamos um remédio, que é uma “droga”, não
estamos pecando contra Deus nem infringindo a lei por que a subs-
tância – ou seja, a “droga”, está sendo administrada de forma medi-
cinal, sem nos provocar maiores danos ou dependências químicas,
apesar de, em alguns casos, existirem tais incidentes.
Foi exatamente dessa forma e com esse intuito que Paulo ori-
entou a Timóteo para que tomasse o vinho – como um remédio – pa-
ra seus problemas estomacais, haja vista que naquela época a medi-
cina não era tão avançada como nos nossos dias. E, sabendo Paulo
que Timóteo não passaria disso, por causa do seu testemunho, que
era conhecido de todos, e seu compromisso com o testemunho a cer-
ca do nome de Jesus sobre a face da terra, indicou tal tratamento.
Vale lembrar que esse vinho era a posca.
Para encerrarmos esta questão, faremos uma breve análise a
respeito do costume de beber vinho na época de Paulo e Timóteo. O
“vinho novo”, de que já tratamos no primeiro capítulo, era usado pela
maioria do povo como a bebida das refeições. Era uma espécie de ca-
fé dos nossos dias e, com certeza, não era fermentado. Apenas nos
dias festivos, nas festas particulares ou nas tabernas, o vinho fermen-
tado era servido.
Por isso, podemos ficar tranquilos, ao lermos que Jesus foi ta-
xado de “beberrão” no meio do seu povo “Veio o Filho do homem,
que come e bebe, e dizeis: Eis aí um homem comilão e bebedor de
vinho, amigo dos publicanos e pecadores”(Lc 7:34). Pois, se Jesus
tivesse bebido o vinho que fosse fermentado, certamente teria se em-
briagado e fatalmente teria perdido seu equilíbrio psicológico, o que
o levaria, indiscutivelmente, ao pecado. Mas, sabemos que Jesus, em
A Recomendação de Paulo a Timóteo
- 34 -
tudo, foi tentado, até mesmo, creio eu, no desejo de beber; porém,
também sabemos que Jesus em nada pecou, como lemos em Hb 4.15
“... temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nos-
sas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas
sem pecado”.
Por isso, podemos assegurar que o vinho que Jesus bebia era
um tipo de suco de uva sem fermentação.
O Cristão e o Vinho Hoje
- 35 -
VIII
O CRISTÃO E O VINHO HOJE
O Cristão e o Vinho
- 36 -
Em todos os capítulos que analisamos no decorrer deste pe-
queno livro, em face da Bíblia, a respeito do VINHO (o alcóolico),
percebemos que não devemos beber. Destaco a questão de não de-
vermos beber porque, na verdade, não podemos obrigar ninguém a
não beber. O que podemos é, à luz da Bíblia, mostrar às pessoas que
Deus proíbe a ingestão de álcool por seus servos e que conduta de-
vem ter quando o assunto versar sobre “beber ou não beber”. Por is-
so, gostaria de fazer uma análise conclusiva sobre os pontos de que
tratamos neste livro, e, para isso, faz-se mister percorrer todo o seu
conteúdo.
Encontramos, através dos ensinos bíblicos, os diversos signifi-
cados da palavra “vinho” e que, para um Sacerdote chegar à presença
de Deus, ou seja, adentrar no lugar Santíssimo era necessário todo
um ritual de purificação que incluía a abstinência do vinho fermenta-
do – ou seja, do álcool. Vimos, também, que o álcool tira o ser hu-
mano de sua total normalidade, independentemente da dose ingerida.
É justamente neste ponto que se encontra a grande questão.
Deus ordenava toda aquela purificação aos Sacerdotes para que, no
momento em que os tais chegassem perante a Santidade de Deus, es-
tivessem completamente puros e no gozo pleno de suas faculdades
mentais, sem nenhuma perda da total consciência.
Vale ressaltar que Deus exigia tais coisas porque queria que a
adoração do povo Sacerdotal fosse sincera, por que “Deus é Espírito,
e é necessário que os que o adoram o adorem em espírito e em ver-
dade” (Jo 4.24), em total ligação espiritual, em total consciência da
plenitude da presença de Deus. Deus queria uma adoração holística
(completa).
Mas, o álcool, por menor que seja a dose ingerida, quebra a to-
tal comunhão entre o nosso espírito e o Espírito Santo de Deus, e é
justamente isso que Deus não quer.
Existe, ainda, uma outra questão. Na época em que Deus insti-
tuiu as regras para a adoração Sacerdotal, o Espírito Santo de Deus
não havia descido para habitar para sempre dentro de nós. Na verda-
de o Espírito Santo, naquela época, quando precisava realizar alguma
coisa, vinha por um certo período de tempo e habitava na pessoa que
Ele tivesse um propósito, como aconteceu com muitos profetas e
homens de Deus; mas, depois de cumprida sua tarefa, o Espírito San-
to retornava aos céus.
O Cristão e o Vinho Hoje
- 37 -
Isso nos leva a uma situação muito singular e constrangedora.
Se naquela época, em que o Espírito Santo não havia descido defini-
tivamente, como nosso Consolador, Deus já exigia santidade e absti-
nência ao álcool, como então agora, que o Espírito Santo habita per-
petuamente em nossos corações, pois, somos templo do Espírito San-
to de Deus, poderemos nos enveredar pelos caminhos do álcool?
O vinho, nos dias de hoje, é produzido com um teor alcoólico
muito maior que o da época bíblica. Os vinhos, hoje, são industriali-
zados, alterados quimicamente e cheios de outras substâncias que
aumentam seu poder embriagante. Na época bíblica, não existiam es-
ses aditivos, tornando assim, o vinho mais suave e menos alcoólico.
O texto de Salmos 51.11 diz: “Não me lances fora da tua pre-
sença, e não retire de mim o teu Santo Espírito”. Deixando claro pa-
ra nós, que o salmista sabia que o Espírito Santo de Deus não habita-
va perpetuamente nele.
Já os textos de 1Co 2.12, At 1.4,8 e 1Co 6.19, nos dizem:
“Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, mas sim
o Espírito que provém de Deus, a fim de compreendermos as coi-
sas que nos foram dadas gratuitamente por Deus” (1co 2.12).
“Estando com eles, ordenou-lhes que não se ausentassem
de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, a qual
(disse Ele) de mim ouvistes... Mas recebereis poder, ao descer so-
bre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jeru-
salém, como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da ter-
ra” (At 1.4,8).
“Ou não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito
Santo, que habita em vós, o qual possuís da parte de Deus, e que
não sois de vós mesmos?”(1Co 6.19).
E isso nos prova que só após a ressurreição e ascensão de Jesus
aos céus o Espírito Santo de Deus passou a habitar em nós definiti-
vamente.
Não importa o tipo de bebida, o que importa é que ela contém
álcool. Um dos pontos bastante defendidos pelos que gostam de be-
ber são as bebidas (cervejas) não alcoólicas. Porém, tais defensores
O Cristão e o Vinho
- 38 -
se esquecem que este tipo de bebida carrega sobre si um estigma de
ser uma bebida comprometedora.
O que você pensaria se, ao chegar a casa, visse seus filhos com
um dedo no nariz, debruçados sobre o vidro da mesa de centro de sua
casa, sugando (cheirando) uma carreira de pó à luz do dia? Prova-
velmente, você tomaria um “choque” e ficaria revoltado. Contudo,
eles poderiam estar fazendo uso do rapé – tabaco em pó, para chei-
rar10
– descongestionante nasal, de efeito rápido e eficaz, bastante po-
pular entre os europeus e moradores do campo, que não é uma “dro-
ga” tipo cocaína ou ópio, é uma substância mais amena que pode ser
usada clinicamente, dependendo de suas dosagens.
Entende agora? Você já imaginou um servo de Deus entrando
num bar, pedindo uma cerveja (mesmo que sem álcool), e degustan-
do-a com o maior prazer do mundo? O que você pensaria a respeito
desse homem? Será que você reconheceria de longe que a cerveja
que ele bebe é a sem álcool? Lembremo-nos sempre das palavras de
Paulo em 1Co 8.8-13:
“Não é, porém, a comida que nos há de recomendar a
Deus; pois não somos piores se não comermos, nem melhores se
comermos. Mas, vede que essa liberdade vossa não venha a ser
motivo de tropeço para os fracos. Porque, se alguém te vir a ti,
que tens ciência, reclinado à mesa em templo de ídolos, não será
induzido, sendo a sua consciência fraca, a comer das coisas sa-
crificadas aos ídolos? Pela tua ciência, pois, perece aquele que é
fraco, o teu irmão por quem Cristo morreu. Ora, pecando assim
contra os irmãos, e ferindo-lhes a consciência quando fraca, pe-
cais contra Cristo. Pelo que, se a comida fizer tropeçar a meu
irmão, nunca mais comerei carne, para não servir de tropeço a
meu irmão”.
Além disso, como já dissemos, o nosso corpo é templo do Es-
pírito Santo11
, e não precisamos do álcool para nos sentir livres, pois,
a liberdade está justamente em não dependermos de qualquer subs-
tância química para nos sentirmos felizes. Não precisamos de ne-
nhuma substância para entrar em contato com Deus, nem para pro-
varmos nada para ninguém. A única coisa de que precisamos embri-
10 Dicionário Aurélio 2003. 11 1Co 6.12-20
O Cristão e o Vinho Hoje
- 39 -
agar-nos é do Espírito Santo, conforme está escrito na Palavra do Se-
nhor:
“E não vos embriagueis com vinho, no qual há devassi-
dão, mas enchei-vos do Espírito...” (Ef 5.18).
É preciso reconhecer a verdade bíblica sobre o não beber des-
tacando especialmente o texto que nos diz:
“Não bebereis vinho nem bebida forte, nem tu nem teus fi-
lhos contigo, quando entrardes na tenda da revelação, para que
não morrais; estatuto perpétuo será isso pelas vossas gerações,
não somente para fazer separação entre o santo e o profano, e
entre o imundo e o limpo...” (Lv 10.9,10). (grifo do autor).
É preciso refletir no texto destacado (sublinhado), pois, o Se-
nhor Deus disse que: “Não bebereis vinho nem bebida forte, nem tu
nem teus filhos; estatuto perpétuo será isso pelas vossas gerações”.
Ou seja, essa é uma ordem perpétua, dada pelo nosso Senhor. Ou a
aceitamos verdadeiramente ou fingimos que ela não está na Bíblia.
O Cristão e o Vinho
- 40 -
IX
EPÍLOGO
Epílogo
- 41 -
Seja qual for sua dependência, por mais que você ache que po-
de controlá-la, e que até mesmo diga que não é um dependente, mas,
apenas um apreciador, você, na realidade, já é um escravo do pecado.
Contudo, faço-lhe um desafio: se você acha que não se inclui
em nenhuma dependência, mas gosta de tomar seu vinho, cerveja, li-
cor ou qualquer tipo de bebida do mesmo gênero, desafio-lhe a ficar
durante 2 anos sem tocar em nenhuma dessas substâncias. Em ne-
nhum dia desses 2 anos, mesmo que seja um casamento, festa, ou fi-
nal de ano, você não poderá ingerir nenhuma dessas substâncias, es-
pecialmente as que contêm álcool.
É aparentemente fácil buscarmos desculpas, ou até mesmo ten-
tarmos manipular a Palavra de Deus para forçarmos um texto para
que ele apóie a ingestão de álcool. Porém, sabemos que isso seria
uma distorção do texto que estaria fora de seu contexto. Na verdade é
duro, para aqueles que amam ingerir álcool, descobrir que Deus não
se agrada que seus Sacerdotes façam uso do álcool, como lemos em
1ª Pe 2.5,9 e Ef 5.18:
“Vós também, quais pedras vivas, sois edificados como
casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecer-
des sacrifícios espirituais, aceitáveis a Deus por Jesus Cristo.
Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa,
o povo adquirido, para que anuncieis as grandezas daquele que
vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”. (1ª Pe
2.5,9)
“E não vos embriagueis com vinho, no qual há devassi-
dão, mas enchei-vos do Espírito...” (Ef 5.18).
E nós, gostando ou não, somos sacerdócio santo do Senhor.
Seja na igreja, na sua casa, no seu trabalho ou onde quer que esteja,
você é um homem e uma mulher de Deus e não pode ficar dando lu-
gar às concupiscências da carne. Pois, os desejos da nossa carne são
contrários aos desejos do Espírito.
“Digo, porém: Andai pelo Espírito, e não haveis de cumprir
a cobiça da carne. Porque a carne luta contra o Espírito, e o
Espírito contra a carne; e estes se opõem um ao outro, para que
não façais o que quereis” (Gl 5.16,17).
Epilogo
- 42 -
Para sermos Sacerdotes do Senhor é necessário o domínio pró-
prio, e para alcançá-lo é preciso que não usemos de nenhuma subs-
tância química que nos tire da total consciência psíquica, espiritual e
emocional, e isso inclui abster-nos do álcool.
Gostaria de encerrar este assunto pedindo a você que medite,
verdadeira e comprometidamente, durante uma semana, na passagem
de Gálatas 5.13-26 “13 Porque vós, irmãos, fostes chamados à liber-
dade. Não useis então da liberdade para dar ocasião à carne, mas
servi-vos uns aos outros pelo amor. 14 Porque toda a lei se cumpre
numa só palavra, nesta: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. 15
Se vós, porém, vos mordeis e devorais uns aos outros, vede não vos
consumais também uns aos outros. 16 Digo, porém: Andai em Espí-
rito, e não cumprireis a concupiscência da carne. 17 Porque a carne
cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-
se um ao outro, para que não façais o que quereis. 18 Mas, se sois
guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei. 19 Porque as obras
da carne são manifestas, as quais são: adultério, prostituição, impu-
reza, lascívia, 20 Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emula-
ções, iras, pelejas, dissensões, heresias, 21 Invejas, homicídios, be-
bedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais
vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas
não herdarão o reino de Deus. 22 Mas o fruto do Espírito é: amor,
gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, tem-
perança. 23 Contra estas coisas não há lei. 24 E os que são de Cris-
to crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências. 25
Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito. 26 Não seja-
mos cobiçosos de vanglórias, irritando-nos uns aos outros, invejan-
do-nos uns aos outros.
Pois sei que, ao final dos sete dias de reflexão, o Espírito Santo
tocará no seu coração e na sua consciência, mostrando-lhe no espíri-
to, no corpo e na alma, que você precisa manter-se puro, sendo Sa-
cerdote e ao mesmo tempo o lugar Santíssimo da habitação do Espí-
rito Santo de Deus. O próprio Espírito Santo lhe convencerá do pe-
cado, da justiça e do juízo “E, quando ele vier, convencerá o mundo
do pecado, e da justiça e do juízo” (Jo 16.8).
Que Deus nos abençoe.
***