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CÓDIGO DE OBRAS ATUALIZADO/1 1 CÓDIGO DE OBRAS DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO DÉCIMA-TERCEIRA EDIÇÃO 2007 www.editoraauriverde.com.br [email protected] [email protected]

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CÓDIGO DE OBRAS ATUALIZADO/1 1

CÓDIGO DE OBRAS DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO

DÉCIMA-TERCEIRA EDIÇÃO

2007

www.editoraauriverde.com.br [email protected] [email protected]

CÓDIGO DE OBRAS DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO

DÉCIMA-TERCEIRA EDIÇÃO

2007

EDITORA AURIVERDE Fundada em 1963

Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, com fins comerciais,

sujeitos os infratores a sanções civis e criminais.

Organização: Equipe Técnica Auriverde.

Editora Auriverde Largo de São Francisco de Paula, n.º 26 – sala 1001 Centro – Rio de Janeiro – RJ, telefax: 21 2224-9957

Estrada do Guandu , n.º 60, telefax: 21 3395-3047 Santa Cruz – Rio de Janeiro – RJ.

www.editoraauriverde.com.br [email protected]

[email protected]

A EDITORA AURIVERDE foi fundada em 1963 com o objetivo de di-

fundir o conhecimento da lei ao homem do povo. Na época as obras jurídicas e de legislação estavam em compêndios e tratados volumosos, ricamente enca-dernados e de elevado valor, ou seja, o conhecimento da lei estava restrito a uma elite de advogados, juristas e intelectuais. O homem do povo, a popula-ção em geral, não tinha acesso ao conhecimento da lei, conseqüentemente, aos seus direitos. Nasceu então a AURIVERDE, publicando e distribuindo a le-gislação em pequenas obras de acabamento simples e baixo custo, sendo, in-clusive, a pioneira na distribuição de livros jurídicos em bancas de jornais.

É essa a nossa filosofia até hoje, levar o conhecimento jurídico ao maior número possível de brasileiros, de maneira clara, explicada, objetiva e a um custo acessível. Nossas obras são atualizadas, bem acabadas, com inser-ções de leis e decretos citados no texto, pois para nós o conhecimento, não só o jurídico, mas em todas as áreas é o diferencial que fará com que nós brasi-leiros, façamos do nosso País uma nação mais próspera e justa.

Líbero Coelho de Andrade, filho. Editor

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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LEI N.º 3.145, DE 8 DE DEZEMBRO DE 2000.

INSTITUI PROCEDIMENTO PARA ATUALIZAÇÃO DE CRÉDITOS DA FAZENDA PÚBLICA MUNICIPAL

E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS. O Prefeito da Cidade do Rio de Janeiro: Faço saber que a Câmara Municipal decreta e

eu sanciono a seguinte lei: Art. 1.° Em face da extinção da Unidade Fiscal

de Referência (UFIR), em 1.º de janeiro de 2001 todos os valores que, na atual legislação do Municí-pio do Rio de Janeiro, estiverem expressos em Uni-dades Fiscais de Referência ou, se expressos origi-nalmente em Unidades de Valor Fiscal do Município do Rio de Janeiro (UNIF), tenham sido objeto da conversão a que se refere o art. 2.º do Decreto n.º 14.502, de 29 de dezembro de 1995, bem como os créditos da Fazenda Pública Municipal, tributários ou não, constituídos ou não, e inscritos ou não em dívida ativa, serão atualizados pela variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geo-grafia e Estatística (IBGE), acumulada no exercício de 2000, após, se for o caso, sua conversão em reais mediante a sua multiplicação pelo valor da UFIR vigente em 1.º de janeiro de 2000.

Art. 2.º Em 1.º de janeiro de cada exercício posterior a 2001, os valores que tenham sido com vertidos pela regra do art. 1.º, assim como os demais créditos da Fazenda Pública municipal, tributários ou não, constituídos ou não, e inscritos ou não em dívida ativa, serão atualizados pela variação do Índice de Preços ao Consumidor Am-plo Especial (IPCA-E), apurado pelo Instituto Bra-sileiro de Geografia e Estatística (IBGE), acumula-da no exercício anterior.

Art. 3.º Caso o índice previsto nos arts. 1.º e 2.º desta lei seja extinto, ou de alguma forma não possa mais ser aplicado, será adotado outro índice que reflita a perda do poder aquisitivo da moeda, dando-se prioridade para o Índice de Preços ao Consumidor-RJ (IPC-RJ), calculado pela Fundação Getúlio Vargas.

Art. 4.º Os procedimentos de que trata esta lei serão adotados sem prejuízo para a incidência de multas e juros moratórios previstos na legisla-ção fiscal do Município.

Art. 5.° Esta lei entrará em vigor e produzirá efeitos na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Rio de Janeiro, 8 de dezembro de 2000. LUIZ PAULO FERNANDEZ CONDE [Publicada no "Diário Oficial" do Município do

Rio de Janeiro, de 11/12/2000.]

DISPOSITIVOS DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL

.......................................................................

TÍTULO VII

DA ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA

.......................................................................

CAPÍTULO II

Da política urbana

Art. 182. A política de desenvolvimento urba-

no, executada pelo Poder Público municipal, con-forme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.

§ 1.º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de 20.000 (vinte mil) habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expan-são urbana.

§ 2.º A propriedade urbana cumpre sua fun-ção social quando atende às exigências fundamen-tais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.

§ 3.º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro.

§ 4.º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do pro-prietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:

I — parcelamento ou edificação compulsórios; II — imposto sobre a propriedade predial e

territorial urbana progressivo no tempo; III — desapropriação com pagamento medi-

ante títulos da dívida pública de emissão previa-mente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até 10 (dez) anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.

Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até 250 (duzentos e cinqüenta) metros quadrados, por 5 (cinco) anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.

§ 1.º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil.

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§ 2.º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.

§ 3.º Os imóveis públicos não serão adquiri-dos por usucapião. .......................................................................

TÍTULO VIII

DA ORDEM SOCIAL

.......................................................................

CAPÍTULO VI

Do meio ambiente

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente

ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presen-tes e futuras gerações.

§ 1.º Para assegurar a efetividade desse di-reito, incumbe ao Poder Público:

I — preservar e restaurar os processos ecoló-gicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas;

II — preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as enti-dades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;

III — definir, em todas as unidades da Fede-ração, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a altera-ção e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua pro-teção;

IV — exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publi-cidade;

V — controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;

VI — promover a educação ambiental em to-dos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente;

VII — proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.

§ 2.º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degra-dado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.

§ 3.º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.

§ 4.º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacio-nal, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, den-tro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recur-sos naturais.

§ 5.º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discrimina-tórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.

§ 6.º As usinas que operem com reator nu-clear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas. .............................................................................

__________

LEI N.o 10.257, DE 10 DE JULHO DE 2001.

Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constitui-ção Federal, estabelece diretrizes gerais da

política urbana e dá outras providências. O Presidente da República: Faço saber que o Congresso Nacional decreta

e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I

Diretrizes gerais Art. 1.o Na execução da política urbana, de

que tratam os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, será aplicado o previsto nesta lei.

Parágrafo único. Para todos os efeitos, esta lei, denominada Estatuto da Cidade, estabelece normas de ordem pública e interesse social que regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental.

Art. 2.o A política urbana tem por objetivo or-denar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:

I — garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à mora-dia, ao saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações;

II — gestão democrática por meio da participação da população e de associações representativas dos

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vários segmentos da comunidade na formulação, execução e acompanhamento de planos, progra-mas e projetos de desenvolvimento urbano;

III — cooperação entre os governos, a inicia-tiva privada e os demais setores da sociedade no processo de urbanização, em atendimento ao inte-resse social;

IV — planejamento do desenvolvimento das cidades, da distribuição espacial da população e das atividades econômicas do Município e do terri-tório sob sua área de influência, de modo a evitar e corrigir as distorções do crescimento urbano e seus efeitos negativos sobre o meio ambiente;

V — oferta de equipamentos urbanos e comu-nitários, transporte e serviços públicos adequados aos interesses e necessidades da população e às características locais;

VI — ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar:

a) a utilização inadequada dos imóveis urbanos; b) a proximidade de usos incompatíveis ou in-

convenientes; c) o parcelamento do solo, a edificação ou o

uso excessivos ou inadequados em relação à infra--estrutura urbana;

d) a instalação de empreendimentos ou ativi-dades que possam funcionar como pólos geradores de tráfego, sem a previsão da infra-estrutura cor-respondente;

e) a retenção especulativa de imóvel urbano, que resulte na sua subutilização ou não utilização;

f) a deterioração das áreas urbanizadas; g) a poluição e a degradação ambiental; VII — integração e complementaridade entre

as atividades urbanas e rurais, tendo em vista o desenvolvimento socioeconômico do Município e do território sob sua área de influência;

VIII — adoção de padrões de produção e consumo de bens e serviços e de expansão urbana compatíveis com os limites da sustentabilidade ambiental, social e econômica do Município e do território sob sua área de influência;

IX — justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de urbanização;

X — adequação dos instrumentos de política econômica, tributária e financeira e dos gastos públicos aos objetivos do desenvolvimento urbano, de modo a privilegiar os investimentos geradores de bem-estar geral e a fruição dos bens pelos dife-rentes segmentos sociais;

XI — recuperação dos investimentos do Poder Público de que tenha resultado a valorização de imóveis urbanos;

XII — proteção, preservação e recuperação do meio ambiente natural e construído, do patri-mônio cultural, histórico, artístico, paisagístico e arqueológico;

XIII — audiência do Poder Público municipal e

da população interessada nos processos de im-plantação de empreendimentos ou atividades com efeitos potencialmente negativos sobre o meio ambiente natural ou construído, o conforto ou a segurança da população;

XIV — regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda mediante o estabelecimento de normas especiais de urbanização, uso e ocupação do solo e edifica-ção, consideradas a situação socioeconômica da população e as normas ambientais;

XV — simplificação da legislação de parcelamen-to, uso e ocupação do solo e das normas edilícias, com vistas a permitir a redução dos custos e o au-mento da oferta dos lotes e unidades habitacionais;

XVI — isonomia de condições para os agentes públicos e privados na promoção de empreendi-mentos e atividades relativos ao processo de ur-banização, atendido o interesse social.

Art. 3.o Compete à União, entre outras atri-buições de interesse da política urbana:

I — legislar sobre normas gerais de direito ur-banístico;

II — legislar sobre normas para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios em relação à política urbana, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional;

III — promover, por iniciativa própria e em conjunto com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de sa-neamento básico;

IV — instituir diretrizes para o desenvolvi-mento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos;

V — elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desen-volvimento econômico e social.

CAPÍTULO II

Dos instrumentos da política urbana

Seção I

Dos instrumentos em geral

Art. 4.º Para os fins desta Lei, serão utiliza-dos, entre outros instrumentos:

I — planos nacionais, regionais e estaduais de ordenação do território e de desenvolvimento eco-nômico e social;

II — planejamento das regiões metropolita-nas, aglomerações urbanas e microrregiões;

III — planejamento municipal, em especial: a) plano diretor; b) disciplina do parcelamento, do uso e da

ocupação do solo;

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c) zoneamento ambiental; d) plano plurianual; e) diretrizes orçamentárias e orçamento anual; f) gestão orçamentária participativa; g) planos, programas e projetos setoriais; h) planos de desenvolvimento econômico e social; IV — institutos tributários e financeiros: a) imposto sobre a propriedade predial e ter-

ritorial urbana (IPTU); b) contribuição de melhoria; c) incentivos e benefícios fiscais e financeiros; V — institutos jurídicos e políticos: a) desapropriação; b) servidão administrativa; c) limitações administrativas; d) tombamento de imóveis ou de mobiliário

urbano; e) instituição de unidades de conservação; f) instituição de zonas especiais de interesse

social; g) concessão de direito real de uso; h) concessão de uso especial para fins de moradia; i) parcelamento, edificação ou utilização com-

pulsórios; j) usucapião especial de imóvel urbano; l) direito de superfície; m) direito de preempção; n) outorga onerosa do direito de construir e

de alteração de uso; o) transferência do direito de construir; p) operações urbanas consorciadas; q) regularização fundiária; r) assistência técnica e jurídica gratuita para as

comunidades e grupos sociais menos favorecidos; s) referendo popular e plebiscito; VI — estudo prévio de impacto ambiental (EIA)

e estudo prévio de impacto de vizinhança (EIV). § 1.º Os instrumentos mencionados neste ar-

tigo regem-se pela legislação que lhes é própria, observado o disposto nesta lei.

§ 2.º Nos casos de programas e projetos ha-bitacionais de interesse social, desenvolvidos por órgãos ou entidades da Administração Pública com atuação específica nessa área, a concessão de direito real de uso de imóveis públicos poderá ser contratada coletivamente.

§ 3.º Os instrumentos previstos neste artigo que demandam dispêndio de recursos por parte do Poder Público municipal devem ser objeto de con-trole social, garantida a participação de comunida-des, movimentos e entidades da sociedade civil.

Seção II

Do parcelamento, edificação ou utilização compulsórios.

Art. 5.º Lei municipal específica para área in-

cluída no plano diretor poderá determinar o parce-lamento, a edificação ou a utilização compulsórios do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, devendo fixar as condições e os prazos para implementação da referida obrigação.

§ 1.o Considera-se subutilizado o imóvel: I — cujo aproveitamento seja inferior ao mí-

nimo definido no plano diretor ou em legislação dele decorrente;

II — (VETADO). § 2.º O proprietário será notificado pelo Poder

Executivo municipal para o cumprimento da obri-gação, devendo a notificação ser averbada no cartório de registro de imóveis.

§ 3.º A notificação far-se-á: I — por funcionário do órgão competente do

Poder Público municipal, ao proprietário do imóvel ou, no caso de este ser pessoa jurídica, a quem tenha poderes de gerência geral ou administração;

II — por edital quando frustrada, por 3 (três) vezes, a tentativa de notificação na forma prevista pelo inciso I.

§ 4.º Os prazos a que se refere o “caput” não poderão ser inferiores a:

I — 1 (um) ano, a partir da notificação, para que seja protocolado o projeto no órgão municipal competente;

II — 2 (dois) anos, a partir da aprovação do projeto, para iniciar as obras do empreendimento.

§ 5.o Em empreendimentos de grande porte, em caráter excepcional, a lei municipal específica a que se refere o “caput” poderá prever a conclusão em etapas, assegurando-se que o projeto aprova-do compreenda o empreendimento como um todo.

Art. 6.o A transmissão do imóvel, por ato “inter vivos” ou “causa mortis”, posterior à data da notifi-cação, transfere as obrigações de parcelamento, edificação ou utilização previstas no art. 5.o desta Lei, sem interrupção de quaisquer prazos.

Seção III

Do IPTU progressivo no tempo

Art. 7.o Em caso de descumprimento das con-

dições e dos prazos previstos na forma do “caput” do art. 5.o desta lei, ou não sendo cumpridas as etapas previstas no § 5.o do art. 5.o desta Lei, o Município procederá à aplicação do imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU) progressivo no tempo, mediante a majoração da alíquota pelo prazo de 5 (cinco) anos consecutivos.

§ 1.º O valor da alíquota a ser aplicado a cada ano será fixado na lei específica a que se refere o “caput” do art. 5.º desta lei e não excederá a 2 (du-as) vezes o valor referente ao ano anterior, respeitada a alíquota máxima de 15% (quinze por cento).

§ 2.º Caso a obrigação de parcelar, edificar

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ou utilizar não esteja atendida em 5 (cinco) anos, o Município manterá a cobrança pela alíquota má-xima, até que se cumpra a referida obrigação, garantida a prerrogativa prevista no art. 8.º

§ 3.º É vedada a concessão de isenções ou de anistia relativas à tributação progressiva de que trata este artigo.

Seção IV

Da desapropriação com pagamento em títulos

Art. 8.o Decorridos 5 (cinco) anos de cobrança

do IPTU progressivo sem que o proprietário tenha cumprido a obrigação de parcelamento, edificação ou utilização, o Município poderá proceder à desa-propriação do imóvel, com pagamento em títulos da dívida pública.

§ 1.º Os títulos da dívida pública terão prévia a-provação pelo Senado Federal e serão resgatados no prazo de até 10 (dez) anos, em prestações anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indeni-zação e os juros legais de 6% (seis por cento) ao ano.

§ 2.º O valor real da indenização: I — refletirá o valor da base de cálculo do

IPTU, descontado o montante incorporado em função de obras realizadas pelo Poder Público na área onde o mesmo se localiza após a notificação de que trata o § 2.º do art. 5.o desta Lei;

II — não computará expectativas de ganhos, lucros cessantes e juros compensatórios.

§ 3.º Os títulos de que trata este artigo não te-rão poder liberatório para pagamento de tributos.

§ 4.º O Município procederá ao adequado aproveitamento do imóvel no prazo máximo de 5 (cinco) anos, contado a partir da sua incorporação ao patrimônio público.

§ 5.º O aproveitamento do imóvel poderá ser efetivado diretamente pelo Poder Público ou por meio de alienação ou concessão a terceiros, observando-se, nesses casos, o devido procedimento licitatório.

§ 6.º Ficam mantidas para o adquirente de imóvel nos termos do § 5.º as mesmas obrigações de parcelamento, edificação ou utilização previstas no art. 5.o desta lei.

Seção V

Da usucapião especial de imóvel urbano

Art. 9.º Aquele que possuir como sua área ou

edificação urbana de até 250m2 (duzentos e cin-qüenta metros quadrados), por 5 (cinco) anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.

§ 1.º O título de domínio será conferido ao

homem ou à mulher, ou a ambos, independente-mente do estado civil.

§ 2.º O direito de que trata este artigo não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de 1 (uma) vez.

§ 3.º Para os efeitos deste artigo, o herdeiro legítimo continua, de pleno direito, a posse de seu antecessor, desde que já resida no imóvel por ocasião da abertura da sucessão.

Art. 10. As áreas urbanas com mais de 250m2 (duzentos e cinqüenta metros quadrados), ocupadas por população de baixa renda para sua moradia, por 5 (cinco) anos, ininterruptamente e sem oposição, onde não for possível identificar os terrenos ocupados por cada possuidor, são sus-ceptíveis de serem usucapidas coletivamente, des-de que os possuidores não sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural.

§ 1.º O possuidor pode, para o fim de contar o prazo exigido por este artigo, acrescentar sua posse à de seu antecessor, contanto que ambas sejam contínuas.

§ 2.º A usucapião especial coletiva de imóvel urbano será declarada pelo juiz, mediante senten-ça, a qual servirá de título para registro no cartó-rio de registro de imóveis.

§ 3.º Na sentença, o juiz atribuirá igual fração ideal de terreno a cada possuidor, independente-mente da dimensão do terreno que cada um ocu-pe, salvo hipótese de acordo escrito entre os con-dôminos, estabelecendo frações ideais diferenciadas.

§ 4.º O condomínio especial constituído é in-divisível, não sendo passível de extinção, salvo deliberação favorável tomada por, no mínimo, 2/3 (dois terços) dos condôminos, no caso de execu-ção de urbanização posterior à constituição do condomínio.

§ 5.º As deliberações relativas à administração do condomínio especial serão tomadas por maioria de votos dos condôminos presentes, obrigando tam-bém os demais, discordantes ou ausentes.

Art. 11. Na pendência da ação de usucapião especial urbana, ficarão sobrestadas quaisquer outras ações, petitórias ou possessórias, que ve-nham a ser propostas relativamente ao imóvel usucapiendo.

Art. 12. São partes legítimas para a proposi-tura da ação de usucapião especial urbana:

I — o possuidor, isoladamente ou em litiscon-sórcio originário ou superveniente;

II — os possuidores, em estado de composse; III — como substituto processual, a associa-

ção de moradores da comunidade, regularmente constituída, com personalidade jurídica, desde que explicitamente autorizada pelos representados.

§ 1.º Na ação de usucapião especial urbana é obrigatória a intervenção do Ministério Público.

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§ 2.º O autor terá os benefícios da justiça e da assistência judiciária gratuita, inclusive perante o cartório de registro de imóveis.

Art. 13. A usucapião especial de imóvel urba-no poderá ser invocada como matéria de defesa, valendo a sentença que a reconhecer como título para registro no cartório de registro de imóveis.

Art. 14. Na ação judicial de usucapião especial de imóvel urbano, o rito processual a ser observado é o sumário.

Seção VI

Da concessão de uso especial para fins de moradia

Arts. 15 a 20. (VETADOS).

Seção VII

Do direito de superfície Art. 21. O proprietário urbano poderá conce-

der a outrem o direito de superfície do seu terre-no, por tempo determinado ou indeterminado, mediante escritura pública registrada no cartório de registro de imóveis.

§ 1.º O direito de superfície abrange o direito de utilizar o solo, o subsolo ou o espaço aéreo relativo ao terreno, na forma estabelecida no con-trato respectivo, atendida a legislação urbanística.

§ 2.º A concessão do direito de superfície po-derá ser gratuita ou onerosa.

§ 3.º O superficiário responderá integralmen-te pelos encargos e tributos que incidirem sobre a propriedade superficiária, arcando, ainda, propor-cionalmente à sua parcela de ocupação efetiva, com os encargos e tributos sobre a área objeto da concessão do direito de superfície, salvo disposição em contrário do contrato respectivo.

§ 4.º O direito de superfície pode ser transfe-rido a terceiros, obedecidos os termos do contrato respectivo.

§ 5.º Por morte do superficiário, os seus direi-tos transmitem-se a seus herdeiros.

Art. 22. Em caso de alienação do terreno, ou do direito de superfície, o superficiário e o proprie-tário, respectivamente, terão direito de preferên-cia, em igualdade de condições à oferta de tercei-ros.

Art. 23. Extingue-se o direito de superfície: I — pelo advento do termo; II — pelo descumprimento das obrigações

contratuais assumidas pelo superficiário. Art. 24. Extinto o direito de superfície, o pro-

prietário recuperará o pleno domínio do terreno, bem como das acessões e benfeitorias introduzi-das no imóvel, independentemente de indeniza-ção, se as partes não houverem estipulado o con-

trário no respectivo contrato. § 1.º Antes do termo final do contrato, extin-

guir-se-á o direito de superfície se o superficiário der ao terreno destinação diversa daquela para a qual for concedida.

§ 2.º A extinção do direito de superfície será averbada no cartório de registro de imóveis.

Seção VIII

Do direito de preempção

Art. 25. O direito de preempção confere ao

Poder Público municipal preferência para aquisição de imóvel urbano objeto de alienação onerosa entre particulares.

§ 1.º Lei municipal, baseada no plano diretor, delimitará as áreas em que incidirá o direito de preempção e fixará prazo de vigência, não superior a 5 (cinco) anos, renovável a partir de 1 (um) ano após o decurso do prazo inicial de vigência.

§ 2.º O direito de preempção fica assegurado durante o prazo de vigência fixado na forma do § 1.o, independentemente do número de alienações referentes ao mesmo imóvel.

Art. 26. O direito de preempção será exercido sempre que o Poder Público necessitar de áreas para:

I — regularização fundiária; II — execução de programas e projetos habi-

tacionais de interesse social; III — constituição de reserva fundiária; IV — ordenamento e direcionamento da ex-

pansão urbana; V — implantação de equipamentos urbanos e

comunitários; VI — criação de espaços públicos de lazer e

áreas verdes; VII — criação de unidades de conservação ou

proteção de outras áreas de interesse ambiental; VIII — proteção de áreas de interesse históri-

co, cultural ou paisagístico; IX — (VETADO). Parágrafo único. A lei municipal prevista no §

1.º do art. 25 desta lei deverá enquadrar cada área em que incidirá o direito de preempção em uma ou mais das finalidades enumeradas por este artigo.

Art. 27. O proprietário deverá notificar sua in-tenção de alienar o imóvel, para que o Município, no prazo máximo de 30 (trinta) dias, manifeste por escrito seu interesse em comprá-lo.

§ 1.º À notificação mencionada no “caput” se-rá anexada proposta de compra assinada por ter-ceiro interessado na aquisição do imóvel, da qual constarão preço, condições de pagamento e prazo de validade.

§ 2.º O Município fará publicar, em órgão ofi-cial e em pelo menos um jornal local ou regional de grande circulação, edital de aviso da notificação

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recebida nos termos do “caput” e da intenção de aquisição do imóvel nas condições da proposta apresentada.

§ 3.º Transcorrido o prazo mencionado no “caput” sem manifestação, fica o proprietário au-torizado a realizar a alienação para terceiros, nas condições da proposta apresentada.

§ 4.º Concretizada a venda a terceiro, o pro-prietário fica obrigado a apresentar ao Município, no prazo de 30 (trinta) dias, cópia do instrumento público de alienação do imóvel.

§ 5.º A alienação processada em condições diversas da proposta apresentada é nula de pleno direito.

§ 6.º Ocorrida a hipótese prevista no § 5.º o Município poderá adquirir o imóvel pelo valor da base de cálculo do IPTU ou pelo valor indicado na proposta apresentada, se este for inferior àquele.

Seção IX

Da outorga onerosa do direito de construir Art. 28. O plano diretor poderá fixar áreas

nas quais o direito de construir poderá ser exerci-do acima do coeficiente de aproveitamento básico adotado, mediante contrapartida a ser prestada pelo beneficiário.

§ 1.º Para os efeitos desta lei, coeficiente de aproveitamento é a relação entre a área edificável e a área do terreno.

§ 2.º O plano diretor poderá fixar coeficiente de aproveitamento básico único para toda a zona urbana ou diferenciado para áreas específicas den-tro da zona urbana.

§ 3.º O plano diretor definirá os limites má-ximos a serem atingidos pelos coeficientes de aproveitamento, considerando a proporcionalidade entre a infra-estrutura existente e o aumento de densidade esperado em cada área.

Art. 29. O plano diretor poderá fixar áreas nas quais poderá ser permitida alteração de uso do solo, mediante contrapartida a ser prestada pelo beneficiário.

Art. 30. Lei municipal específica estabelecerá as condições a serem observadas para a outorga onerosa do direito de construir e de alteração de uso, determinando:

I — a fórmula de cálculo para a cobrança; II — os casos passíveis de isenção do paga-

mento da outorga; III — a contrapartida do beneficiário. Art. 31. Os recursos auferidos com a adoção da

outorga onerosa do direito de construir e de altera-ção de uso serão aplicados com as finalidades previs-tas nos incisos I a IX do art. 26 desta lei.

Seção X

Das operações urbanas consorciadas Art. 32. Lei municipal específica, baseada no

plano diretor, poderá delimitar área para aplicação de operações consorciadas.

§ 1.º Considera-se operação urbana consorciada o conjunto de intervenções e medidas coordena-das pelo Poder Público municipal, com a participa-ção dos proprietários, moradores, usuários perma-nentes e investidores privados, com o objetivo de alcançar em uma área transformações urbanísticas estruturais, melhorias sociais e a valorização am-biental.

§ 2.º Poderão ser previstas nas operações ur-banas consorciadas, entre outras medidas:

I — a modificação de índices e características de parcelamento, uso e ocupação do solo e subsolo, bem como alterações das normas edilícias, conside-rado o impacto ambiental delas decorrente;

II — a regularização de construções, reformas ou ampliações executadas em desacordo com a legislação vigente.

Art. 33. Da lei específica que aprovar a opera-ção urbana consorciada constará o plano de opera-ção urbana consorciada, contendo, no mínimo:

I — definição da área a ser atingida; II — programa básico de ocupação da área; III — programa de atendimento econômico e

social para a população diretamente afetada pela operação;

IV — finalidades da operação; V — estudo prévio de impacto de vizinhança; VI — contrapartida a ser exigida dos proprie-

tários, usuários permanentes e investidores priva-dos em função da utilização dos benefícios previs-tos nos incisos I e II do § 2.º do art. 32 desta lei;

VII — forma de controle da operação, obriga-toriamente compartilhado com representação da sociedade civil.

§ 1.º Os recursos obtidos pelo Poder Público municipal na forma do inciso VI deste artigo serão aplicados exclusivamente na própria operação urbana consorciada.

§ 2.º A partir da aprovação da lei específica de que trata o “caput”, são nulas as licenças e autorizações a cargo do Poder Público municipal expedidas em desacordo com o plano de operação urbana consorciada.

Art. 34. A lei específica que aprovar a operação urbana consorciada poderá prever a emissão pelo Município de quantidade determinada de certificados de potencial adicional de construção, que serão alie-nados em leilão ou utilizados diretamente no paga-mento das obras necessárias à própria operação.

§ 1.º Os certificados de potencial adicional de construção serão livremente negociados, mas con-

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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versíveis em direito de construir unicamente na área objeto da operação.

§ 2.º Apresentado pedido de licença para cons-truir, o certificado de potencial adicional será utiliza-do no pagamento da área de construção que supere os padrões estabelecidos pela legislação de uso e ocupação do solo, até o limite fixado pela lei específi-ca que aprovar a operação urbana consorciada.

Seção XI

Da transferência do direito de construir

Art. 35. Lei municipal, baseada no plano dire-

tor, poderá autorizar o proprietário de imóvel ur-bano, privado ou público, a exercer em outro local, ou alienar, mediante escritura pública, o direito de construir previsto no plano diretor ou em legisla-ção urbanística dele decorrente, quando o referido imóvel for considerado necessário para fins de:

I — implantação de equipamentos urbanos e comunitários;

II — preservação, quando o imóvel for consi-derado de interesse histórico, ambiental, paisagís-tico, social ou cultural;

III — servir a programas de regularização fundiária, urbanização de áreas ocupadas por po-pulação de baixa renda e habitação de interesse social.

§ 1.º A mesma faculdade poderá ser concedi-da ao proprietário que doar ao Poder Público seu imóvel, ou parte dele, para os fins previstos nos incisos I a III do “caput”.

§ 2.º A lei municipal referida no “caput” esta-belecerá as condições relativas à aplicação da transferência do direito de construir.

Seção XII

Do estudo de impacto de vizinhança

Art. 36. Lei municipal definirá os empreendi-

mentos e atividades privados ou públicos em área urbana que dependerão de elaboração de estudo prévio de impacto de vizinhança (EIV) para obter as licenças ou autorizações de construção, amplia-ção ou funcionamento a cargo do Poder Público municipal.

Art. 37. O EIV será executado de forma a contemplar os efeitos positivos e negativos do empreendimento ou atividade quanto à qualidade de vida da população residente na área e suas proximidades, incluindo a análise, no mínimo, das seguintes questões:

I — adensamento populacional; II — equipamentos urbanos e comunitários; III — uso e ocupação do solo; IV — valorização imobiliária;

V — geração de tráfego e demanda por trans-porte público;

VI — ventilação e iluminação; VII — paisagem urbana e patrimônio natural

e cultural. Parágrafo único. Dar-se-á publicidade aos

documentos integrantes do EIV, que ficarão dispo-níveis para consulta, no órgão competente do Po-der Público municipal, por qualquer interessado.

Art. 38. A elaboração do EIV não substitui a elaboração e a aprovação de estudo prévio de impacto ambiental (EIA), requeridas nos termos da legislação ambiental.

CAPÍTULO III

Do plano diretor

Art. 39. A propriedade urbana cumpre sua

função social quando atende às exigências funda-mentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor, assegurando o atendimento das necessidades dos cidadãos quanto à qualidade de vida, à justiça social e ao desenvolvimento das atividades econômicas, respeitadas as diretrizes previstas no art. 2.o desta lei.

Art. 40. O plano diretor, aprovado por lei mu-nicipal, é o instrumento básico da política de de-senvolvimento e expansão urbana.

§ 1.º O plano diretor é parte integrante do processo de planejamento municipal, devendo o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e o orçamento anual incorporar as diretrizes e as prio-ridades nele contidas.

§ 2.º O plano diretor deverá englobar o terri-tório do Município como um todo.

§ 3.º A lei que instituir o plano diretor deverá ser revista, pelo menos, a cada 10 (dez) anos.

§ 4.º No processo de elaboração do plano dire-tor e na fiscalização de sua implementação, os Pode-res Legislativo e Executivo municipais garantirão:

I — a promoção de audiências públicas e de-bates com a participação da população e de asso-ciações representativas dos vários segmentos da comunidade;

II — a publicidade quanto aos documentos e informações produzidos;

III — o acesso de qualquer interessado aos documentos e informações produzidos.

§ 5.º (VETADO). Art. 41. O plano diretor é obrigatório para ci-

dades: I — com mais de 20.000 (vinte mil) habitantes; II — integrantes de regiões metropolitanas e

aglomerações urbanas; III — onde o Poder Público municipal preten-

da utilizar os instrumentos previstos no § 4.º do art. 182 da Constituição Federal;

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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IV — integrantes de áreas de especial interes-se turístico;

V — inseridas na área de influência de em-preendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental de âmbito regional ou na-cional.

§ 1.º No caso da realização de empreendi-mentos ou atividades enquadrados no inciso V do “caput”, os recursos técnicos e financeiros para a elaboração do plano diretor estarão inseridos entre as medidas de compensação adotadas.

§ 2.º No caso de cidades com mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, deverá ser elaborado um plano de transporte urbano integrado, compatível com o plano diretor ou nele inserido.

Art. 42. O plano diretor deverá conter no mí-nimo:

I — a delimitação das áreas urbanas onde po-derá ser aplicado o parcelamento, edificação ou utilização compulsórios, considerando a existência de infra-estrutura e de demanda para utilização, na forma do art. 5.o desta lei;

II — disposições requeridas pelos arts. 25, 28, 29, 32 e 35 desta lei;

III — sistema de acompanhamento e controle.

CAPÍTULO IV

Da gestão democrática da cidade Art. 43. Para garantir a gestão democrática

da cidade, deverão ser utilizados, entre outros, os seguintes instrumentos:

I — órgãos colegiados de política urbana, nos níveis nacional, estadual e municipal;

II — debates, audiências e consultas públicas; III — conferências sobre assuntos de interesse

urbano, nos níveis nacional, estadual e municipal; IV — iniciativa popular de projeto de lei e de

planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano;

V — (VETADO). Art. 44. No âmbito municipal, a gestão orça-

mentária participativa de que trata a alínea “f” do inciso III do art. 4.o desta lei incluirá a realização de debates, audiências e consultas públicas sobre as propostas do plano plurianual, da lei de diretri-zes orçamentárias e do orçamento anual, como condição obrigatória para sua aprovação pela Câ-mara Municipal.

Art. 45. Os organismos gestores das regiões metropolitanas e aglomerações urbanas incluirão obrigatória e significativa participação da popula-ção e de associações representativas dos vários segmentos da comunidade, de modo a garantir o controle direto de suas atividades e o pleno exer-cício da cidadania.

CAPÍTULO V

Disposições gerais Art. 46. O Poder Público municipal poderá fa-

cultar ao proprietário de área atingida pela obriga-ção de que trata o “caput” do art. 5.o desta lei, a requerimento deste, o estabelecimento de consór-cio imobiliário como forma de viabilização financei-ra do aproveitamento do imóvel.

§ 1.º Considera-se consórcio imobiliário a forma de viabilização de planos de urbanização ou edifica-ção por meio da qual o proprietário transfere ao Poder Público municipal seu imóvel e, após a realiza-ção das obras, recebe, como pagamento, unidades imobiliárias devidamente urbanizadas ou edificadas.

§ 2.º O valor das unidades imobiliárias a se-rem entregues ao proprietário será correspondente ao valor do imóvel antes da execução das obras, observado o disposto no § 2.º do art. 8.o desta lei.

Art. 47. Os tributos sobre imóveis urbanos, assim como as tarifas relativas a serviços públicos urbanos, serão diferenciados em função do interesse social.

Art. 48. Nos casos de programas e projetos ha-bitacionais de interesse social, desenvolvidos por órgãos ou entidades da Administração Pública com atuação específica nessa área, os contratos de con-cessão de direito real de uso de imóveis públicos:

I — terão, para todos os fins de direito, cará-ter de escritura pública, não se aplicando o dispos-to no inciso II do art. 134 do Código Civil;

II — constituirão título de aceitação obrigatória em garantia de contratos de financiamentos habitacionais.

Art. 49. Os Estados e Municípios terão o pra-zo de 90 (noventa) dias, a partir da entrada em vigor desta lei, para fixar prazos, por lei, para a expedição de diretrizes de empreendimentos ur-banísticos, aprovação de projetos de parcelamento e de edificação, realização de vistorias e expedição de termo de verificação e conclusão de obras.

Parágrafo único. Não sendo cumprida a deter-minação do “caput”, fica estabelecido o prazo de 60 (sessenta) dias para a realização de cada um dos refe-ridos atos administrativos, que valerá até que os Esta-dos e Municípios disponham em lei de forma diversa.

Art. 50. Os Municípios que estejam enqua-drados na obrigação prevista nos incisos I e II do art. 41 desta lei que não tenham plano diretor aprovado na data de entrada em vigor desta lei, deverão aprová-lo no prazo de 5 (cinco) anos.

Art. 51. Para os efeitos desta lei, aplicam-se ao Distrito Federal e ao Governador do Distrito Federal as disposições relativas, respectivamente, a Município e a Prefeito.

Art. 52. Sem prejuízo da punição de outros agentes públicos envolvidos e da aplicação de outras sanções cabíveis, o Prefeito incorre em improbidade administrativa, nos termos da Lei n.º

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8.429, de 2 de junho de 1992, quando:

[Lei n.º 8.429, de 02/06/1992 (D. O. de 03/06/1992): “Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agen-tes públicos nos casos de enriquecimento ilíci-to no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta, in-direta e fundacional e dá outras providências.”] I — (VETADO); II — deixar de proceder, no prazo de 5 (cin-

co) anos, o adequado aproveitamento do imóvel incorporado ao patrimônio público, conforme o disposto no § 4.º do art. 8.o desta lei;

III — utilizar áreas obtidas por meio do direi-to de preempção em desacordo com o disposto no art. 26 desta lei;

IV — aplicar os recursos auferidos com a ou-torga onerosa do direito de construir e de altera-ção de uso em desacordo com o previsto no art. 31 desta lei;

V — aplicar os recursos auferidos com opera-ções consorciadas em desacordo com o previsto no § 1.º do art. 33 desta lei;

VI — impedir ou deixar de garantir os requisitos contidos nos incisos I a III do § 4.º do art. 40 desta lei;

VII — deixar de tomar as providências neces-sárias para garantir a observância do disposto no § 3.º do art. 40 e no art. 50 desta lei;

VIII — adquirir imóvel objeto de direito de preempção, nos termos dos arts. 25 a 27 desta lei, pelo valor da proposta apresentada, se este for, comprovadamente, superior ao de mercado.

Art. 53. [Revogado pela Medida Provisória n.º 2.180-35, de 24/08/2001.]

Art. 54. O art. 4.o da Lei n.o 7.347, de 1985, passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 4.o Poderá ser ajuizada ação cautelar

para os fins desta lei, objetivando, inclusive, evitar o dano ao meio ambiente, ao consumi-dor, à ordem urbanística ou aos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico (VETADO)." (NR)

Art. 55. O art. 167, inciso I, item 28, da Lei

n.º 6.015, de 31 de dezembro de 1973, alterado pela Lei n.o 6.216, de 30 de junho de 1975, passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 167. ............................................ I — .....................................................

................................................................. 28) das sentenças declaratórias de usuca-

pião, independente da regularidade do parce-lamento do solo ou da edificação; ........................................................" (NR)

Art. 56. O art. 167, inciso I, da Lei n.o 6.015, de 1973, passa a vigorar acrescido dos seguintes itens 37, 38 e 39:

"Art. 167. ............................................ I — ..................................................... 37) dos termos administrativos ou das

sentenças declaratórias da concessão de uso especial para fins de moradia, independente da regularidade do parcelamento do solo ou da edificação;

38) (VETADO); 39) da constituição do direito de superfície

de imóvel urbano;" (NR) Art. 57. O art. 167, inciso II, da Lei n.o 6.015,

de 1973, passa a vigorar acrescido dos seguintes itens 18, 19 e 20:

"Art. 167. ............................................ II — .................................................... 18) da notificação para parcelamento, edi-

ficação ou utilização compulsórios de imóvel urbano;

19) da extinção da concessão de uso es-pecial para fins de moradia;

20) da extinção do direito de superfície do imóvel urbano." (NR) Art. 58. Esta lei entra em vigor após decorri-

dos 90 (noventa) dias de sua publicação. Brasília, 10 de julho de 2001; 180.o da Inde-

pendência e 113.o da República. FERNANDO HENRIQUE CARDOSO [Publicada no “Diário Oficial” da União, de

11/07/2001.]

____________

LEI N.º 6.766, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1979.

Dispõe sobre o Parcelamento do Solo Urbano e dá outras providências.

O Presidente da República: Faço saber que o Congresso Nacional decreta

e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1.º O parcelamento do solo para fins ur-

banos será regido por esta Lei. Parágrafo único. Os Estados, o Distrito Fe-

deral e os Municípios poderão estabelecer normas complementares relativas ao parcelamento do solo municipal para adequar o previsto nesta Lei às peculiaridades regionais e locais.

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CAPÍTULO I

Disposições preliminares Art. 2.º O parcelamento do solo urbano pode-

rá ser feito mediante loteamento ou desmembra-mento, observadas as disposições desta Lei e as das legislações estaduais e municipais pertinentes.

§ 1.º Considera-se loteamento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com abertura de novas vias de circulação, de logradou-ros públicos ou prolongamento, modificação ou ampliação das vias existentes.

§ 2.º considera-se desmembramento a subdi-visão de gleba em lotes destinados a edificação, com aproveitamento do sistema viário existente, desde que não implique na abertura de novas vias e logradouros públicos, nem no prolongamento, modificação ou amplicação dos já existentes.

§ 3.º (VETADO). [Incluído pela Lei n.º 9.785, 29/01/1999.]

§ 4.º Considera-se lote o terreno servido de infra-estrutura básica cujas dimensões atendam aos índices urbanísticos definidos pelo plano dire-tor ou lei municipal para a zona em que se situe. [Incluído pela Lei n.º 9.785, 29/01/1999.]

§ 5.º Consideram-se infra-estrutura básica os equipamentos urbanos de escoamento das águas pluviais, iluminação pública, redes de esgoto sani-tário e abastecimento de água potável, e de ener-gia elétrica pública e domiciliar e as vias de circu-lação pavimentadas ou não. [Incluído pela Lei n.º 9.785, 29/01/1999.]

§ 6.º A infra-estrutura básica dos parcela-mentos situados nas zonas habitacionais declara-das por lei como de interesse social (ZHIS) consis-tirá, no mínimo, de: [Incluído pela Lei n.º 9.785, 29/01/1999.]

I — vias de circulação; [Incluído pela Lei n.º 9.785, 29/01/1999.]

II — escoamento das águas pluviais; [Incluí-do pela Lei n.º 9.785, 29/01/1999.]

III — rede para o abastecimento de água po-tável; e [Incluído pela Lei n.º 9.785, 29/01/1999.]

IV — soluções para o esgotamento sanitário e para a energia elétrica domiciliar. [Incluído pela Lei n.º 9.785, 29/01/1999.]

Art. 3.º Somente será admitido o parcela-mento do solo para fins urbanos em zonas urba-nas, de expansão urbana ou de urbanização espe-cífica, assim definidas pelo plano diretor ou aprovadas por lei municipal. [Redação dada pela Lei n.º 9.785, de 29/01/1999.]

Parágrafo único. Não será permitido o par-celamento do solo:

I — em terrenos alagadiços e sujeitos a inun-dações, antes de tomadas as providências para assegurar o escoamento das águas;

II — em terrenos que tenham sido aterrados com material nocivo à saúde pública, sem que sejam previamente saneados;

III — em terreno com declividade igual ou superior a 30% (trinta por cento), salvo se atendi-das exigências específicas das autoridades compe-tentes;

IV — em terrenos onde as condições geológi-cas não aconselham a edificação;

V — em áreas de preservação ecológica ou naquelas onde a poluição impeça condições sanitá-rias suportáveis, até a sua correção.

CAPÍTULO II

Dos requisitos urbanísticos para loteamento

Art. 4.º Os loteamentos deverão atender, pe-

lo menos, aos seguintes requisitos: I — as áreas destinadas a sistemas de circula-

ção, a implantação de equipamento urbano e co-munitário, bem como a espaços livres de uso pú-blico, serão proporcionais à densidade de ocupação prevista pelo plano diretor ou aprovada por lei municipal para a zona em que se situem. [Redação dada pela Lei n.º 9.785, de 29/01/1999.]

II — os lotes terão área mínima de 125m² (cento e vinte e cinco metros quadrados) e frente mínima de 5 (cinco) metros, salvo quando a legis-lação estadual ou municipal determinar maiores exigências, ou quando o loteamento se destinar a urbanização específica ou edificação de conjuntos habitacionais de interesse social, previamente aprovados pelos órgãos públicos competentes;

III — ao longo das águas correntes e dor-mentes e das faixas de domínio público das rodo-vias e ferrovias, será obrigatória a reserva de uma faixa não-edificável de 15 (quinze) metros de cada lado, salvo maiores exigências da legislação espe-cífica; [Redação dada pela Lei n.º 10.932, de 2004.]

IV — as vias de loteamento deverão articular-se com as vias adjacentes oficiais, existentes ou proje-tadas, e harmonizar-se com a topografia local.

§ 1.º A legislação municipal definirá, para ca-da zona em que se dívida o território do Município, os usos permitidos e os índices urbanísticos de parcelamento e ocupação do solo, que incluirão, obrigatoriamente, as áreas mínimas e máximas de lotes e os coeficientes máximos de aproveitamen-to. [Redação dada pela Lei n.º 9.785, de 29/01/1999.]

§ 2.º Consideram-se comunitários os equipa-mentos públicos de educação, cultura, saúde, lazer e similares.

§ 3.º Se necessária, a reserva de faixa não-edificável vinculada a dutovias será exigida no

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âmbito do respectivo licenciamento ambiental, ob-servados critérios e parâmetros que garantam a segurança da população e a proteção do meio ambi-ente, conforme estabelecido nas normas técnicas pertinentes. [Incluído pela Lei n.º 10.932, de 2004.]

Art. 5.º O Poder Público competente poderá complementarmente exigir, em cada loteamento, a reserva de faixa non aedificandi destinada a equipamentos urbanos.

Parágrafo único. Consideram-se urbanos os equipamentos públicos de abastecimento de água, serviços de esgotos, energia elétrica, coletas de águas pluviais, rede telefônica e gás canalizado.

CAPÍTULO III

Do projeto de loteamento

Art. 6.º Antes da elaboração do projeto de lo-

teamento, o interessado deverá solicitar à Prefei-tura Municipal, ou ao Distrito Federal quando for o caso, que defina as diretrizes para o uso do solo, traçado dos lotes, do sistema viário, dos espaços livres e das áreas reservadas para equipamento urbano e comunitário, apresentando, para este fim, requerimento e planta do imóvel contendo, pelo menos:

I — as divisas da gleba a ser loteada; II — as curvas de nível a distância adequada,

quando exigidas por lei estadual ou municipal; III — a localização dos cursos d'água, bos-

ques e construções existentes; IV — a indicação dos arruamentos contíguos a

todo o perímetro, a localização das vias de comu-nicação, das áreas livres, dos equipamentos urba-nos e comunitários, existentes no local ou em suas adjacências, com as respectivas distâncias da área a ser loteada;

V — o tipo de uso predominante a que o loteamento se destina;

VI — as características, dimensões e localiza-ção das zonas de uso contíguas.

Art. 7.º A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, indicará, nas plantas apresentadas junto com o requerimento, de acor-do com as diretrizes de planejamento estadual e municipal:

I — as ruas ou estradas existentes ou proje-tadas, que compõem o sistema viário da cidade e do Município relacionadas com o loteamento pre-tendido e a serem respeitadas;

II — o traçado básico do sistema viário principal; III — a localização aproximada dos terrenos

destinados a equipamento urbano e comunitário e das áreas livres de uso público;

IV — as faixas sanitárias do terreno necessá-rias ao escoamento das águas pluviais e as faixas não edificáveis;

V — a zona ou zonas de uso predominante da área, com indicação dos usos compatíveis.

Parágrafo único. As diretrizes expedidas vi-gorarão pelo prazo máximo de 4 anos. [Redação dada pela Lei n.º 9.785, de 29/01/1999.]

Art. 8.º Os Municípios com menos de 50.000 cinqüenta mil habitantes e aqueles cujo plano dire-tor contiver diretrizes de urbanização para a zona em que se situe o parcelamento poderão dispen-sar, por lei, a fase de fixação de diretrizes previs-tas nos arts. 6.º e 7.º desta Lei. [Redação dada pela Lei n.º 9.785, de 29/01/1999.]

Art. 9.º Orientado pelo traçado e diretrizes oficiais, quando houver, o projeto, contendo dese-nhos, memorial descritivo e cronograma de execu-ção das obras com duração máxima de quatro anos, será apresentado à Prefeitura Municipal, ou ao Distrito Federal, quando for o caso, acompa-nhado de certidão atualizada da matrícula da gle-ba, expedida pelo Cartório de Registro de Imóveis competente, de certidão negativa de tributos mu-nicipais e do competente instrumento de garantia, ressalvado o disposto no § 4.º do art. 18. [Reda-ção dada pela Lei n.º 9.785, de 29/01/1999.]

§ 1.º Os desenhos conterão pelo menos: I — a subdivisão das quadras em lotes, com

as respectivas dimensões e numeração; II — o sistema de vias com a respectiva hie-

rarquia; III — as dimensões lineares e angulares do

projeto, com raios, cordas, arcos, ponto de tan-gência e ângulos centrais das vias;

IV — os perfis longitudinais, e transversais de todas as vias de circulação e praças;

V — a indicação dos marcos de alinhamento e nivelamento localizados nos ângulos de curvas e vias projetadas;

VI — a indicação em planta e perfis de todas as linhas de escoamento das águas pluviais.

§ 2.º O memorial descritivo deverá conter, obrigatoriamente, pelo menos:

I — a descrição sucinta do loteamento, com as suas características e a fixação da zona ou zo-nas de uso predominante;

II — as condições urbanísticas do loteamento e as limitações que incidem sobre os lotes e suas construções, além daquelas constantes das diretri-zes fixadas;

III — a indicação das áreas públicas que pas-sarão ao domínio do Município no ato de registro do loteamento;

IV — a enumeração dos equipamentos urba-nos, comunitários e dos serviços públicos ou de utilidade pública, já existentes no loteamento e adjacências.

§ 3.º Caso se constate, a qualquer tempo, que a certidão da matrícula apresentada como atual não tem mais correspondência com os registros e aver-

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bações cartorárias do tempo da sua apresentação, além das conseqüências penais cabíveis, serão con-sideradas insubsistentes tanto as diretrizes expedi-das anteriormente, quanto as aprovações conse-qüentes. [Incluído pela Lei n.º 9.785, 29/01/1999.]

CAPÍTULO IV

Do projeto de desmembramento

Art. 10. Para a aprovação de projeto de des-

membramento, o interessado apresentará requeri-mento à Prefeitura Municipal, ou ao Distrito Federal quando for o caso, acompanhado de certidão atuali-zada da matrícula da gleba, expedida pelo Cartório de Registro de Imóveis competente, ressalvado o disposto no § 4.º do art. 18, e de planta do imóvel a ser desmembrado contendo:[Redação dada pela Lei n.º 9.785, de 29/01/1999.]

I — a indicação das vias existentes e dos loteamentos próximos;

II — a indicação do tipo de uso predominante no local;

III — a indicação da divisão de lotes preten-dida na área.

Art. 11. Aplicam-se ao desmembramento, no que couber, as disposições urbanísticas vigentes para as regiões em que se situem ou, na ausência destas, as disposições urbanísticas para os lotea-mentos. [Redação dada pela Lei n.º 9.785, de 29/01/1999.]

Parágrafo único. O Município, ou o Distrito Federal quando for o caso, fixará os requisitos exigíveis para a aprovação de desmembramento de lotes decorrentes de loteamento cuja destina-ção da área pública tenha sido inferior à mínima prevista no § 1.º do art. 4.º desta Lei.

CAPÍTULO V

Da aprovação do projeto de loteamento

e desmembramento Art. 12. O projeto de loteamento e des-

membramento deverá ser aprovado pela Prefei-tura Municipal, ou pelo Distrito Federal quando for o caso, a quem compete também a fixação das diretrizes a que aludem os artigos 6.º e 7.º desta Lei, salvo a exceção prevista no artigo seguinte.

Parágrafo único. O projeto aprovado deve-rá ser executado no prazo constante do crono-grama de execução, sob pena de caducidade da aprovação. [Incluído pela Lei n.º 9.785, 29/01/1999.]

Art. 13. Aos Estados caberá disciplinar a aprovação pelos Municípios de loteamentos e desmembramentos nas seguintes condições:

[Redação dada pela Lei n.º 9.785, de 29/01/1999.]

I — quando localizados em áreas de interesse especial, tais como as de proteção aos mananciais ou ao patrimônio cultural, histórico, paisagístico e arqueológico, assim definidas por legislação esta-dual ou federal;

II — quando o loteamento ou desmembra-mento localizar-se em área limítrofe do Município, ou que pertença a mais de um Município, nas regiões metropolitanas ou em aglomerações urbanas, de-finidas em lei estadual ou federal;

III — quando o loteamento abranger área su-perior a 1.000.000m² (um milhão de metros qua-drados).

Parágrafo único. No caso de loteamento ou desmembramento localizado em área de Município integrante de região metropolitana, o exame e a anuência prévia à aprovação do projeto caberão à autoridade metropolitana.

Art. 14. Os Estados definirão, por decreto, as áreas de proteção especial, previstas no inciso I do artigo anterior.

Art. 15. Os Estados estabelecerão, por decre-to, as normas a que deverão submeter-se os pro-jetos de loteamento e desmembramento nas áreas previstas no art. 13, observadas as disposições desta Lei.

Parágrafo único. Na regulamentação das normas previstas neste artigo, o Estado procurará atender às exigências urbanísticas do planejamen-to municipal.

Art. 16. A lei municipal definirá os prazos para que um projeto de parcelamento apresen-tado seja aprovado ou rejeitado e para que as obras executadas sejam aceitas ou recusadas. [Redação dada pela Lei n.º 9.785, de 29/01/1999.]

§ 1.º Transcorridos os prazos sem a manifes-tação do Poder Público, o projeto será considerado rejeitado ou as obras recusadas, assegurada a indenização por eventuais danos derivados da omissão. [Incluído pela Lei n.º 9.785, 29/01/1999.]

§ 2.º Nos Municípios cuja legislação for omis-sa, os prezes serão de 90 dias para a aprovação ou rejeição e de 60 dias para a aceitação ou recu-sa fundamentada das obras de urbanização. [In-cluído pela Lei n.º 9.785, 29/01/1999.]

Art. 17. Os espaços livres de uso comum, as vias e praças, as áreas destinadas a edifícios pú-blicos e outros equipamentos urbanos, constantes do projeto e do memorial descritivo, não poderão ter sua destinação alterada pelo loteador, desde a aprovação do loteamento, salvo as hipóteses de caducidade da licença ou desistência do loteador, sendo, neste caso, observadas as exigências do art. 23 desta Lei.

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CAPÍTULO VI

Do registro do loteamento e desmembramento

Art. 18. Aprovado o projeto de loteamento ou

de desmembramento, o loteador deverá submetê-lo ao Registro Imobiliário dentro de 180 (cento e oitenta) dias, sob pena de caducidade da aprova-ção, acompanhado dos seguintes documentos:

I — título de propriedade do imóvel ou certi-dão da matrícula, ressalvado o disposto nos §§ 4.º e 5.º; [Redação dada pela Lei n.º 9.785, de 29/01/1999.]

II — histórico dos títulos de propriedade do imóvel, abrangendo os últimos 20 (vinte) anos, acompanhado dos respectivos comprovantes;

III — certidões negativas: a) de tributos federais, estaduais e municipais

incidentes sobre o imóvel; b) de ações reais referentes ao imóvel, pelo

período de 10 (dez) anos; c) de ações penais com respeito ao crime con-

tra o patrimônio e contra a Administração Pública; IV — certidões: a) dos Cartórios de Protestos de Títulos, em

nome do loteador, pelo período de 10 (dez) anos; b) de ações pessoais relativas ao loteador,

pelo período de 10 (dez) anos; c) de ônus reais relativos ao imóvel; d) de ações penais contra o loteador, pelo pe-

ríodo de 10 (dez) anos; V — cópia do ato de aprovação do loteamento

e comprovante do termo de verificação pela Pre-feitura Municipal ou pelo Distrito Federal, da exe-cução das obras exigidas por legislação municipal, que incluirão, no mínimo, a execução das vias de circulação do loteamento, demarcação dos lotes, quadras e logradouros e das obras de escoamento das águas pluviais ou da, aprovação de um crono-grama, com a duração máxima de 4 anos, acom-panhado de competente instrumento de garantia para a execução das obras; [Redação dada pela Lei n.º 9.785, de 29/01/1999.]

VI — exemplar do contrato-padrão de pro-messa de venda, ou de cessão ou de promessa de cessão, do qual constarão obrigatoriamente as indicações previstas no art. 26 desta Lei;

VII — declaração do cônjuge do requerente de que consente no registro do loteamento.

§ 1.º Os períodos referidos nos incisos III, “b” e IV, “a”, “b” e “d”, tomarão por base a data do pedido de registro do loteamento, devendo todas elas ser extraídas em nome daqueles que, nos mencionados períodos, tenham sido titulares de direitos reais sobre o imóvel.

§ 2.º A existência de protestos, de ações pes-soais ou de ações penais, exceto as referentes a

crime contra o patrimônio e contra a administra-ção, não impedirá o registro do loteamento se o requerente comprovar que esses protestos ou ações não poderão prejudicar os adquirentes dos lotes. Se o oficial do registro de imóveis julgar insuficiente a comprovação feita, suscitará a dúvi-da perante o juiz competente.

§ 3.º A declaração a que se refere o inciso VII deste artigo não dispensará o consentimento do declarante para os atos de alienação ou promessa de alienação de lotes, ou de direitos a eles relati-vos, que venham a ser praticados pelo seu cônjuge.

§ 4.º O título de propriedade será dispensado quando se tratar de parcelamento popular, desti-nado as classes de menor renda, em imóvel decla-ração de utilidade pública, com processo de desa-propriação judicial em curso e imissão provisória na posse, desde que promovido pela União, Esta-dos, Distrito Federal, Municípios ou suas entidades delegadas, autorizadas por lei a implantar projetos de habitação. [Incluído pela Lei n.º 9.785, 29/01/1999.]

§ 5.º No caso de que trata o § 4.º, o pedido de registro do parcelamento, além dos documen-tos mencionados nos incisos V e VI deste artigo, será instruído com cópias autênticas da decisão que tenha concedido a imissão provisória na pos-se, do decreto de desapropriação, do comprovante de sua publicação na imprensa oficial e, quando formulado por entidades delegadas, da lei de cria-ção e de seus atos constitutivos. [Incluído pela Lei n.º 9.785, 29/01/1999.]

Art. 19. Examinada a documentação e encon-trada em ordem, o oficial do registro de imóveis encaminhará comunicação à Prefeitura e fará pu-blicar, em resumo e com pequeno desenho de localização da área, edital do pedido de registro em 3 (três) dias consecutivos, podendo este ser impugnado no prazo de 15 (quinze) dias contados da data da última publicação.

§ 1.º Findo o prazo sem impugnação, será feito imediatamente o registro. Se houver impug-nação de terceiros, o oficial do registro de imóveis intimará o requerente e a Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, para que sobre ela se manifestem no prazo de 5 (cinco) dias, sob pena de arquivamento do processo. Com tais manifestações o processo será enviado ao juiz competente para decisão.

§ 2.º Ouvido o Ministério Público no prazo de 5 (cinco) dias, o juiz decidirá de plano ou após instrução sumária, devendo remeter ao interessa-do as vias ordinárias caso a matéria exija maior indagação.

§ 3.º Nas capitais, a publicação do edital se fará no Diário Oficial do Estado e num dos jornais de circulação diária. Nos demais Municípios, a pu-blicação se fará apenas num dos jornais locais, se

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houver, ou, não havendo, em jornal da região. § 4.º O oficial do registro de imóveis que efetuar

o registro em desacordo com as exigências desta Lei ficará sujeito a multa equivalente a 10 (dez) vezes os emolumentos regimentais fixados para o registro, na época em que for aplicada a penalida-de pelo juiz corregedor do cartório, sem prejuízo das sanções penais e administrativas cabíveis.

§ 5.º Registrado o loteamento, o oficial de re-gistro comunicará, por certidão, o seu registro à Prefeitura.

Art. 20. O registro do loteamento será feito, por extrato, no livro próprio.

Parágrafo único. No Registro de Imóveis far-se-á o registro do loteamento, com uma indicação para cada lote, a averbação das alterações, a abertura de ruas e praças e as áreas destinadas a espaços livres ou a equipamentos urbanos.

Art. 21. Quando a área loteada estiver situada em mais de uma circunscrição imobiliária, o registro será requerido primeiramente perante aquela em que estiver localizada a maior parte da área lotea-da. Procedido o registro nessa circunscrição, o inte-ressado requererá, sucessivamente, o registro do loteamento em cada uma das demais, comprovan-do perante cada qual o registro efetuado na anteri-or, até que o loteamento seja registrado em todas. Denegado o registro em qualquer das circunscri-ções, essa decisão será comunicada, pelo oficial do registro de imóveis, às demais para efeito de can-celamento dos registros feitos, salvo se ocorrer a hipótese prevista no § 4.º deste artigo.

§ 1.º Nenhum lote poderá situar-se em mais de uma circunscrição.

§ 2.º É defeso ao interessado processar simul-taneamente, perante diferentes circunscrições, pedidos de registro do mesmo loteamento, sendo nulos os atos praticados com infração a esta norma.

§ 3.º Enquanto não procedidos todos os re-gistros de que trata este artigo, considerar-se-á o loteamento como não registrado para os efeitos desta Lei.

§ 4.º O indeferimento do registro do lotea-mento em uma circunscrição não determinará o cancelamento do registro procedido em outra, se o motivo do indeferimento naquela não se estender à área situada sob a competência desta, e desde que o interessado requeira a manutenção do regis-tro obtido, submetido o remanescente do lotea-mento a uma aprovação prévia perante a Prefeitu-ra Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso.

Art. 22. Desde a data de registro do lotea-mento, passam a integrar o domínio do Município as vias e praças, os espaços, livres e as áreas destinadas a edifícios públicos e outros equipa-mentos urbanos, constantes do projeto e do me-morial descritivo.

Art. 23. O registro do loteamento só poderá ser cancelado:

I — por decisão judicial; II — a requerimento do loteador, com anuên-

cia da Prefeitura, ou do Distrito Federal quando for o caso, enquanto nenhum lote houver sido objeto de contrato;

III — a requerimento conjunto do loteador e de todos os adquirentes de lotes, com anuência da Prefeitura, ou do Distrito Federal quando for o caso, e do Estado.

§ 1.º A Prefeitura e o Estado só poderão se opor ao cancelamento se disto resultar inconveni-ente comprovado para o desenvolvimento urbano ou se já se tiver realizado qualquer melhoramento na área loteada ou adjacências.

§ 2.º Nas hipóteses dos incisos II e III, o ofi-cial do registro de imóveis fará publicar, em resu-mo, edital do pedido de cancelamento, podendo este ser impugnado no prazo de 30 (trinta) dias contados da data da última publicação. Findo esse prazo, com ou sem impugnação, o processo será remetido ao juiz competente para homologação do pedido de cancelamento, ouvido o Ministério Público.

§ 3.º A homologação de que trata o parágrafo anterior será precedida de vistoria judicial destina-da a comprovar a inexistência de adquirentes ins-talados na área loteada.

Art. 24. O processo de loteamento e os con-tratos depositados em cartório poderão ser exami-nados por qualquer pessoa, a qualquer tempo, independentemente do pagamento de custas ou emolumentos, ainda que a título de busca.

CAPÍTULO VII

Dos Contratos

Art. 25. São irretratáveis os compromissos de

compra e venda, cessões e promessas de cessão, os que atribuam direito a adjudicação compulsória e, estando registrados, confiram direito real opo-nível a terceiros.

Art. 26. Os compromissos de compra e ven-da, as cessões ou promessas de cessão poderão ser feitos por escritura pública ou por instrumento particular, de acordo com o modelo depositado na forma do inciso VI do art. 18 e conterão, pelo me-nos, as seguintes indicações:

I — nome, registro civil, cadastro fiscal no Mi-nistério da Fazenda, nacionalidade, estado civil e residência dos contratantes;

II — denominação e situação do loteamento, número e data da inscrição;

III — descrição do lote ou dos lotes que fo-rem objeto de compromissos, confrontações, área e outras características;

IV — preço, prazo, forma e local de pagamen-

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to bem como a importância do sinal; V — taxa de juros incidentes sobre o débito

em aberto e sobre as prestações vencidas e não pagas, bem como a cláusula penal, nunca exce-dente a 10% (dez por cento) do débito e só exigí-vel nos casos de intervenção judicial ou de mora superior a 3 (três) meses;

VI — indicação sobre a quem incumbe o pa-gamento dos impostos e taxas incidentes sobre o lote compromissado;

VII — declaração das restrições urbanísticas convencionais do loteamento, supletivas da legis-lação pertinente.

§ 1.º O contrato deverá ser firmado em 3 vias ou extraído em 3 traslados, sendo um para cada parte e o terceiro para arquivo no registro imobili-ário, após o registro e anotações devidas.

§ 2.º Quando o contrato houver sido firmado por procurador de qualquer das partes, será obri-gatório o arquivamento da procuração no Registro Imobiliário.

§ 3.º Admite-se, nos parcelamentos popula-res, a cessão da posse em que estiverem proviso-riamente imitidas a União, Estados, Distrito Fede-ral, Municípios e suas entidades delegadas, o que poderá ocorrer por instrumento particular, ao qual se atribui, para todos os fins de direito, caráter de escritura pública, não se aplicando a disposição do inciso II do art. 134 do Código Civil. [Incluído pela Lei n.º 9.785, 29/01/1999.]

§ 4.º A cessão da posse referida no § 3.º, cumpridas as obrigações do cessionário, constitui crédito contra o expropriante, de aceitação obriga-tória em garantia de contratos de financiamentos habitacionais. [Incl5ído pela Lei n.º 9.785, 29/01/1999.]

§ 5.º Com o registro da sentença que, em processo de desapropriação, fixar o valor da inde-nização, a posse referida no § 3.º converter-se-á em propriedade e a sua cessão, em compromisso de compra e venda ou venda e compra, conforme haja obrigações a cumprir ou estejam elas cum-pridas, circunstância que, demonstradas ao Regis-tro de Imóveis, serão averbadas na matrícula rela-tiva ao lote. [Incluído pela Lei n.º 9.785, 29/01/1999.]

§ 6.º Os compromissos de compra e venda, as cessões e as promessas de cessão valerão como título para o registro da propriedade do lote adquiri-do, quando acompanhados da respectiva prova de quitação. [Incluído pela Lei n.º 9.785, 29/01/1999.]

Art. 27. Se aquele que se obrigou a concluir contrato de promessa de venda ou de cessão não cumprir a obrigação, o credor poderá notificar o devedor para outorga do contrato ou oferecimento de impugnação no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de proceder-se ao registro do pré-contrato, passando as relações entre as partes a serem re-

gidas pelo contrato-padrão. § 1.º Para fins deste artigo, terão o mesmo

valor de pré-contrato a promessa de cessão, a proposta de compra, a reserva de lote ou qualquer outro instrumento, do qual conste a manifestação da vontade das partes, a indicação do lote, o preço e modo de pagamento, e a promessa de contratar.

§ 2.º O registro de que trata este artigo não se-rá procedido se a parte que o requereu não compro-var haver cumprido a sua prestação, nem a oferecer na forma devida, salvo se ainda não exigível.

§ 3.º Havendo impugnação daquele que se comprometeu a concluir o contrato, observar-se-á o disposto nos artigos 639 e 640 do Código de Processo Civil.

Art. 28. Qualquer alteração ou cancelamento parcial do loteamento registrado dependerá de acordo entre o loteador e os adquirentes de lotes atingidos pela alteração, bem como da aprovação pela Prefeitura Municipal, ou do Distrito Federal quando for o caso, devendo ser depositada no Registro de Imóveis, em complemento ao projeto original, com a devida averbação.

Art. 29. Aquele que adquirir a propriedade lo-teada mediante ato “inter vivos”, ou por sucessão “causa mortis”, sucederá o transmitente em todos os seus direitos e obrigações, ficando obrigado a respeitar os compromissos de compra e venda ou as promessas de cessão, em todas as suas cláusu-las, sendo nula qualquer disposição em contrário, ressalvado o direito do herdeiro ou legatário de renunciar à herança ou ao legado.

Art. 30. A sentença declaratória de falência ou da insolvência de qualquer das partes não res-cindirá os contratos de compromisso de compra e venda ou de promessa de cessão que tenham por objeto a área loteada ou lotes da mesma. Se a falência ou insolvência for do proprietário da área loteada ou do titular de direito sobre ela, incumbi-rá ao síndico ou ao administrador dar cumprimen-to aos referidos contratos; se do adquirente do lote, seus direitos serão levados à praça.

Art. 31. O contrato particular pode ser trans-ferido por simples trespasse, lançado no verso das vias em poder das partes, ou por instrumento em separado, declarando-se o número do registro do loteamento, o valor da cessão e a qualificação do cessionário, para o devido registro.

§ 1.º A cessão independe da anuência do lo-teador, mas, em relação a este, seus efeitos só se produzem depois de cientificado, por escrito, pelas partes ou quando registrada a cessão.

§ 2.º Uma vez registrada a cessão, feita sem anuência do loteador, o oficial do registro dar-lhe-á ciência, por escrito, dentro de 10 (dez) dias.

Art. 32. Vencida e não paga a prestação, o contrato será considerado rescindido 30 (trinta) dias depois de constituído em mora o devedor.

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§ 1.º Para os fins deste artigo o devedor-adquirente será intimado, a requerimento do credor, pelo oficial do registro de imóveis, a satisfazer as pres-tações vencidas e as que se vencerem até a data do pagamento, os juros convencionados e as cus-tas de intimação.

§ 2.º Purgada a mora, convalescerá o contrato. § 3.º Com a certidão de não haver sido feito o

pagamento em cartório, o vendedor requererá ao oficial do registro o cancelamento da averbação.

Art. 33. Se o credor das prestações se recu-sar a recebê-las ou furtar se ao seu recebimento, será constituído em mora mediante notificação do oficial do registro de imóveis para vir receber as importâncias depositadas pelo devedor no próprio Registro de Imóveis. Decorridos 15 (quinze) dias após o recebimento da intimação, considerar-se-á efetuado o pagamento, a menos que o credor im-pugne o depósito e, alegando inadimplemento do devedor, requeira a intimação deste para os fins do disposto no art. 32 desta Lei.

Art. 34. Em qualquer caso de rescisão por inadimplemento do adquirente, as benfeitorias necessárias ou úteis por ele levadas a efeito no imóvel deverão ser indenizadas, sendo de nenhum efeito qualquer disposição contratual em contrário.

Parágrafo único. Não serão indenizadas as benfeitorias feitas em desconformidade com o contrato ou com a lei.

Art. 35. Ocorrendo o cancelamento do regis-tro por inadimplemento do contrato e tendo havi-do o pagamento de mais de um terço do preço ajustado, o oficial do registro de imóveis mencio-nará este fato no ato do cancelamento e a quan-tia paga; somente será efetuado novo registro relativo ao mesmo lote, se for comprovada a res-tituição do valor pago pelo vendedor ao titular do registro cancelado, ou mediante depósito em dinheiro à sua disposição junto ao Registro de Imóveis.

§ 1.º Ocorrendo o depósito a que se refere este artigo, o oficial do registro de imóveis intima-rá o interessado para vir recebê-lo no prazo de 10 (dez) dias, sob pena de ser devolvido ao deposi-tante.

§ 2.º No caso de não ser encontrado o inte-ressado, o oficial do registro de imóveis depositará a quantia em estabelecimento de crédito, segundo a ordem prevista no inciso I do art. 666 do Código de Processo Civil, em conta com incidência de juros e correção monetária.

Art. 36. O registro do compromisso, cessão ou promessa de cessão só poderá ser cancelado:

I — por decisão judicial; II — a requerimento conjunto das partes con-

tratantes; III — quando houver rescisão comprovada do

contrato.

CAPÍTULO VIII

Disposições gerais Art. 37. É vedado vender ou prometer vender

parcela de loteamento ou desmembramento não registrado.

Art. 38. Verificado que o loteamento ou des-membramento não se acha registrado ou regular-mente executado ou notificado pela Prefeitura Municipal, ou pelo Distrito Federal quando for o caso, deverá o adquirente do lote suspender o pagamento das prestações restantes e notificar o loteador para suprir a falta.

§ 1.º Ocorrendo a suspensão do pagamento das prestações restantes, na forma do “caput” deste artigo, o adquirente efetuará o depósito das prestações devidas junto ao Registro de Imóveis competente, que as depositará em estabelecimen-to de crédito, segundo a ordem prevista no inciso I do art. 666 do Código de Processo Civil, em conta com incidência de juros e correção monetária, cuja movimentação dependerá de prévia autorização judicial.

§ 2.º A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Fe-deral quando for o caso, ou o Ministério Público, poderá promover a notificação ao loteador prevista no “caput” deste artigo.

§ 3.º Regularizado o loteamento pelo lotea-dor, este promoverá judicialmente a autorização para levantar as prestações depositadas, com os acréscimos de correção monetária e juros, sendo necessária a citação da Prefeitura, ou do Distrito Federal quando for o caso, para integrar o proces-so judicial aqui previsto, bem como audiência do Ministério Público.

§ 4.º Após o reconhecimento judicial de regu-laridade do loteamento, o loteador notificará os adquirentes dos lotes, por intermédio do Registro de Imóveis competente, para que passem a pagar diretamente as prestações restantes, a contar da data da notificação.

§ 5.º No caso de o loteador deixar de atender à notificação até o vencimento do prazo contratu-al, ou quando o loteamento ou desmembramento for regularizado pela Prefeitura Municipal, ou pelo Distrito Federal quando for o caso, nos termos do art. 40 desta Lei, o loteador não poderá, a qual-quer título, exigir o recebimento das prestações depositadas.

Art. 39. Será nula de pleno direito a cláusula de rescisão de contrato por inadimplemento do adquirente, quando o loteamento não estiver re-gularmente inscrito.

Art. 40. A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, se desatendida pelo loteador a notificação, poderá regularizar lotea-mento ou desmembramento não autorizado ou

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executado sem observância das determinações do ato administrativo de licença, para evitar lesão aos seus padrões de desenvolvimento urbano e na defesa dos direitos dos adquirentes de lotes.

§ 1.º A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Fe-deral quando for o caso, que promover a regulari-zação, na forma deste artigo, obterá judicialmente o levantamento das prestações depositadas, com os respectivos acréscimos de correção monetária e juros, nos termos do § 1.º do art. 38 desta Lei, a título de ressarcimento das importâncias despen-didas com equipamentos urbanos ou expropria-ções necessárias para regularizar o loteamento ou desmembramento.

§ 2.º As importâncias despendidas pela Pre-feitura Municipal, ou pelo Distrito Federal quando for o caso, para regularizar o loteamento ou des-membramento, caso não sejam integralmente ressarcidas conforme o disposto no parágrafo an-terior, serão exigidas na parte faltante do lotea-dor, aplicando-se o disposto no art. 47 desta Lei.

§ 3.º No caso de o loteador não cumprir o es-tabelecido no parágrafo anterior, a Prefeitura Mu-nicipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, poderá receber as prestações dos adquirentes, até o valor devido.

§ 4.º A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Fe-deral quando for o caso, para assegurar a regula-rização do loteamento ou desmembramento, bem como o ressarcimento integral de importâncias despendidas, ou a despender, poderá promover judicialmente os procedimentos cautelares neces-sários aos fins colimados.

§ 5.º A regularização de um parcelamento pe-la Prefeitura Municipal, ou Distrito Federal, quando for o caso, não poderá contrariar o disposto nos arts. 3.º e 4.º desta Lei, ressalvado o disposto no § 1.º desse último. [Incluído pela Lei n.º 9.785, 29/01/1999.]

Art. 41. Regularizado o loteamento ou desmem-bramento pela Prefeitura Municipal, ou pelo Distrito Federal quando for o caso, o adquirente do lote, com-provando o depósito de todas as prestações do preço avençado, poderá obter o registro de propriedade do lote adquirido, valendo para tanto o compromisso de venda e compra devidamente firmado.

Art. 42. Nas desapropriações não serão con-siderados como loteados ou loteáveis, para fins de indenização, os terrenos ainda não vendidos ou compromissados, objeto de loteamento ou des-membramento não registrado.

Art. 43. Ocorrendo a execução de loteamento não aprovado, a destinação de áreas públicas exi-gidas no inciso I do art. 4.º desta Lei não se pode-rá alterar sem prejuízo da aplicação das sanções administrativas, civis e criminais previstas.

Parágrafo único. Neste caso, o loteador res-sarcirá a Prefeitura Municipal ou o Distrito Federal

quando for o caso, em pecúnia ou em área equiva-lente, no dobro da diferença entre o total das áreas públicas exigidas e as efetivamente destina-das. [Incluído pela Lei n.º 9.785, 29/01/1999.]

Art. 44. O Município, o Distrito Federal e o Es-tado poderão expropriar áreas urbanas ou de expan-são urbana para reloteamento, demolição, recons-trução e incorporação, ressalvada a preferência dos expropriados para a aquisição de novas unidades.

Art. 45. O loteador, ainda que já tenha ven-dido todos os lotes, ou os vizinhos, são partes legítimas para promover ação destinada a impedir construção em desacordo com restrições legais ou contratuais.

Art. 46. O loteador não poderá fundamentar qualquer ação ou defesa na presente Lei sem apre-sentação dos registros e contratos a que ela se refere.

Art. 47. Se o loteador integrar grupo econômico ou financeiro, qualquer pessoa física ou jurídica desse grupo, beneficiária de qualquer forma do loteamento ou desmembramento irregular, será solidariamente responsável pelos prejuízos por ele causados aos compradores de lotes e ao Poder Público.

Art. 48. O foro competente para os procedi-mentos judiciais previstos nesta Lei será sempre o da comarca da situação do lote.

Art. 49. As intimações e notificações previstas nesta Lei deverão ser feitas pessoalmente ao inti-mado ou notificado, que assinará o comprovante do recebimento, e poderão igualmente ser promo-vidas por meio dos Cartórios de Registro de Títulos e Documentos da comarca da situação do imóvel ou do domicílio de quem deva recebê-las.

§ 1.º Se o destinatário se recusar a dar recibo ou se furtar ao recebimento, ou se for desconhecido o seu paradeiro, o funcionário incumbido da diligência informará esta circunstância ao oficial competente que a certificará, sob sua responsabilidade.

§ 2.º Certificada a ocorrência dos fatos men-cionados no parágrafo anterior, a intimação ou notificação será feita por edital na forma desta Lei, começando o prazo a correr 10 (dez) dias após a última publicação.

CAPÍTULO IX

Disposições penais

Art. 50. Constitui crime contra a Administra-

ção Pública: I — dar início, de qualquer modo, ou efetuar

loteamento ou desmembramento do solo para fins urbanos sem autorização do órgão público compe-tente, ou em desacordo com as disposições desta Lei ou das normas pertinentes do Distrito Federal, Estados e Municípios;

II — dar início, de qualquer modo, ou efetuar loteamento ou desmembramento do solo para fins

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urbanos sem observância das determinações cons-tantes do ato administrativo de licença;

III — fazer, ou veicular em proposta, contra-to, prospecto ou comunicação ao público ou a inte-ressados, afirmação falsa sobre a legalidade de loteamento ou desmembramento do solo para fins urbanos, ou ocultar fraudulentamente fato a ele relativo.

Pena: Reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa de 5 (cinco) a 50 (cinqüenta) vezes o maior salário mínimo vigente no País.

Parágrafo único. O crime definido neste ar-tigo é qualificado, se cometido:

I — por meio de venda, promessa de venda, reserva de lote ou quaisquer outros instrumentos que manifestem a intenção de vender lote em loteamento ou desmembramento não registrado no Registro de Imóveis competente;

II — com inexistência de título legítimo de propriedade do imóvel loteado ou desmembrado, ressalvado o disposto no art. 18, §§ 4.º e 5.º, desta Lei, ou com omissão fraudulenta de fato a ele relativo, se o fato não constituir crime mais grave. [Redação dada pela Lei n.º 9.785, de 29/01/1999.]

Pena: Reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa de 10 (dez) a 100 (cem) vezes o maior salá-rio-mínimo vigente no País.

Art. 51. Quem, de qualquer modo, concorra para a prática dos crimes previstos no artigo ante-rior desta Lei incide nas penas a estes cominadas, considerados em especial os atos praticados na qualidade de mandatário de loteador, diretor ou gerente de sociedade.

Parágrafo único. (VETADO). [Incluído pela Lei n.º 9.785, 29/01/1999.]

Art. 52. Registrar loteamento ou desmem-bramento não aprovado pelos órgãos competen-tes, registrar o compromisso de compra e venda, a cessão ou promessa de cessão de direitos, ou efe-tuar registro de contrato de venda de loteamento ou desmembramento não registrado.

Pena: Detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa de 5 (cinco) a 50 (cinqüenta) vezes o maior salário-mínimo vigente no País, sem prejuízo das sanções administrativas cabíveis.

CAPÍTULO X

Disposições finais

Art. 53. Todas as alterações de uso do solo rural para fins urbanos dependerão de prévia au-diência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA, do Órgão Metropolitano, se houver, onde se localiza o Município, e da apro-vação da Prefeitura Municipal, ou do Distrito Fede-ral quando for o caso, segundo as exigências da legislação pertinente.

Art. 53-A. São considerados de interesse pú-blico os parcelamentos vinculados a planos ou programas habitacionais de iniciativa das Prefeitu-ras Municipais e do Distrito Federal, ou entidades autorizadas por lei, em especial as regularizações de parcelamentos e de assentamentos. [Incluído pela Lei n.º 9.785, 29/01/1999.]

Parágrafo único. Às ações e intervenções de que trata este artigo não será exigível documenta-ção que não seja a mínima necessária e indispen-sável aos registros no cartório competente, inclusi-ve sob a forma de certidões, vedadas as exigências e as sanções pertinentes aos particulares, especi-almente aquelas que visem garantir a realização de obras e serviços, ou que visem prevenir questões de domínio de glebas, que se presumirão assegura-das pelo Poder Público respectivo. [Incluído pela Lei n.º 9.785, 29/01/1999.]

Art. 54. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.

Art. 55. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 19 de dezembro de 1979; 158.º da Independência e 91.º da República.

JOÃO BAPTISTA DE OLIVEIRA FIGUEIREDO

[Publicada no “Diário Oficial” da União, de 20/12/1979.]

____________ LEI N.º 4.591, DE 16 DE DEZEMBRO DE 1964.

Dispõe sobre o condomínio em edificações e

as incorporações imobiliárias.

[Ver neste livro os artigos 1.314 a 1.358 da Lei n.º 10.406, de 10/01/2002 (Novo Código Civil).]

O Presidente da República: Faço saber que o Congresso Nacional decreta

e eu sanciono a seguinte lei:

TÍTULO I

DO CONDOMÍNIO

CAPÍTULO I

Disposições gerais

Art. 1.º As edificações ou conjuntos de edifi-cações, de um ou mais pavimentos, construídos sob a forma de unidades isoladas entre si, desti-nadas a fins residenciais ou não-residenciais, po-derão ser alienados, no todo ou em parte, objeti-

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vamente considerados, e constituirá cada unidade propriedade autônoma, sujeita às limitações desta lei.

§ 1.º Cada unidade será assinalada por de-signação especial, numérica ou alfabética, para efeitos de identificação e discriminação.

§ 2.º A cada unidade, caberá, como parte inse-parável, uma fração ideal do terreno e coisas co-muns, expressa sob forma decimal ou ordinária. [Ver neste livro o artigo 1.331 do Novo Código Civil.]

Art. 2.º Cada unidade com saída para a via pública, diretamente ou por processo de passagem comum, será sempre tratada como objeto de pro-priedade exclusiva, qualquer que seja o número de suas peças e sua destinação, inclusive (VETADO) edifício-garagem, com ressalva das restrições que se lhe imponham.

[Os §§ 1.º, 2.º e 3.º, abaixo transcritos,

foram acrescentados pela Lei n.º 4.864, de 29/11/1965.]

§ 1.º O direito à guarda de veículos nas gara-

gens ou locais a isso destinados nas edificações ou conjuntos de edificações será tratado como objeto de propriedade exclusiva, com ressalva das restri-ções que ao mesmo sejam impostas por instru-mentos contratuais adequados, e será vinculado à unidade habitacional a que corresponder, no caso de não lhe ser atribuída fração ideal específica de terreno.

§ 2.º O direito de que trata o § 1.º deste arti-go poderá ser transferido a outro condômino, in-dependentemente da alienação da unidade a que corresponder, vedada sua transferência a pessoas estranhas ao condomínio.

§ 3.º Nos edifícios-garagens, às vagas serão atribuídas frações ideais de terreno específicas.

Art. 3.º O terreno em que se levantam a edi-ficação ou o conjunto de edificações e suas insta-lações, bem como as fundações, paredes externas, o teto, as áreas internas de ventilação, e tudo o mais que sirva a qualquer dependência de uso comum dos proprietários ou titulares de direito à aquisição de unidades, ou ocupantes, constituirão condomínio de todos e serão insuscetíveis de divi-são, ou de alienação destacada da respectiva uni-dade. Serão, também, insuscetíveis de utilização exclusiva por qualquer condômino (VETADO). [Ver neste livro o artigo 1.331 e 1.339 do Novo Código Civil.]

Art. 4.º A alienação de cada unidade, a trans-ferência de direitos pertinentes à sua aquisição e a constituição de direitos reais sobre ela independe-rão do consentimento dos condôminos, (VETADO).

Parágrafo único. A alienação ou transferên-cia de direitos de que trata este artigo dependerá de prova de quitação das obrigações do alienante

para com o respectivo condomínio. [Redação dada pela Lei n.º 7.182, de 27/03/1984.]

Art. 5.º O condomínio por meação de parede, soalhos e tetos das unidades isoladas regular-se-á pelo disposto no Código Civil, no que lhe for apli-cável.

Art. 6.º Sem prejuízo do disposto nesta lei, regular-se-á pelas disposições de direito comum o condomínio por cota ideal de mais de uma pessoa sobre a mesma unidade autônoma.

Art. 7.º O condomínio por unidades autôno-mas instituir-se-á por ato entre vivos ou por tes-tamento, com inscrição obrigatória no Registro de Imóveis, dele constando: a individualização de cada unidade, sua identificação e discriminação, bem como a fração ideal sobre o terreno e partes comuns, atribuída a cada unidade, dispensando-se a descrição interna da unidade. [Ver neste livro o artigo 1.331 do Novo Código Civil.]

[A Lei n.º 4.864, de 29/11/1965, dispõe:

“Art. 6.º No caso de um conjunto de edifica-ções, a que se refere o artigo 8.º da Lei n.º 4.591, de 16 de dezembro de 1964, poder-se-á estipular o desdobramento da incorporação em várias incorporações, fixando a convenção de condomínio ou contrato prévio, quando a incorporação ainda estiver subordinada a perí-odos de carência, os direitos e as relações de propriedade entre condôminos de várias edifi-cações.”]

Art. 8.º Quando, em terreno onde não houver

edificação, o proprietário, o promitente-comprador, o cessionário deste ou o promitente-cessionário sobre ele desejar erigir mais de uma edificação, observar-se-á também o seguinte:

a) em relação às unidades autônomas que se constituírem em casas térreas ou assobradadas, será discriminada a parte do terreno ocupada pela edificação e também aquela eventualmente reser-vada como de utilização exclusiva dessas casas, como jardim e quintal, bem assim a fração ideal do todo do terreno e de partes comuns, que cor-responderá às unidades;

b) em relação às unidades autônomas que constituírem edifícios de dois ou mais pavimentos, será discriminada a parte do terreno, ocupada pela edificação, aquela que eventualmente for reserva-da como de utilização exclusiva, correspondente às unidades do edifício, e ainda a fração ideal do todo do terreno e de partes comuns, que corres-ponderá a cada uma das unidades;

c) serão discriminadas as partes do total do terreno que poderão ser utilizadas em comum pelos titulares de direito sobre os vários tipos de unidades autônomas;

d) serão discriminadas as áreas que se consti-

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tuírem em passagem comum para as vias públicas ou para as unidades entre si.

CAPÍTULO II

Da convenção de condomínio

Art. 9.º Os proprietários, promitentes-com-

pradores, cessionários ou promitentes-cessionários dos direitos pertinentes à aquisição de unidades autônomas, em edificações a serem construídas, em construção ou já construídas, elaborarão, por escrito, a convenção de condomínio, e deverão, também, por contrato ou por deliberação em as-sembléia, aprovar o regimento interno da edifica-ção ou conjunto de edificações.

§ 1.º Far-se-á o registro da convenção no Re-gistro de Imóveis, bem como a averbação das suas eventuais alterações. [Ver neste livro o artigo 1.333 do Novo Código Civil.]

§ 2.º Considera-se aprovada, e obrigatória para os proprietários de unidades, promitentes--compradores, cessionários e promitentes cessio-nários, atuais e futuros, como para qualquer ocu-pante, a convenção que reúna as assinaturas de titulares de direitos que representem, no mínimo, dois terços das frações ideais que compõem o condomínio. [Ver neste livro o artigo 1.333 do Novo Código Civil.]

§ 3.º Além de outras normas aprovadas pelos interessados, a convenção deverá conter: [Ver neste livro o artigo 1.334 do Novo Código Civil.]

a) a discriminação das partes de propriedade exclusiva, e as de condomínio, com especificações das diferentes áreas;

b) o destino das diferentes partes; c) o modo de usar as coisas e serviços co-

muns; d) encargos, forma e proporção das contribui-

ções dos condôminos para as despesas de custeio e para as extraordinárias;

e) o modo de escolher o síndico e o conselho consultivo;

f) as atribuições do síndico, além das legais; g) a definição da natureza gratuita ou remu-

nerada de suas funções; h) o modo e o prazo de convocação das as-

sembléias-gerais dos condôminos; i) o quórum para os diversos tipos de vota-

ções; j) a forma de contribuição para constituição

de fundo de reserva; l) a forma e o quórum para as alterações de

convenção; m) a forma e o quórum para a aprovação do

regimento interno, quando não incluídos na pró-pria convenção.

§ 4.º No caso de conjunto de edificações, a

que se refere o artigo 8.º, a convenção de condo-mínio fixará os direitos e as relações de proprieda-de entre os condôminos das várias edificações, podendo estipular formas pelas quais se possam desmembrar e alienar porções do terreno, inclusi-ve as edificadas. [Parágrafo acrescentado a este artigo pela Lei n.º 4.864, de 29/11/1965.]

Art. 10. É defeso a qualquer condômino: [Ver neste livro o artigo 1.336 do Novo Código Civil.]

I — alterar a forma externa da fachada; II — decorar as partes e esquadrias externas

com tonalidades ou cores diversas das emprega-das no conjunto da edificação;

III — destinar a unidade a utilização diversa da finalidade do prédio, ou usá-la de forma nociva ou perigosa ao sossego, à salubridade ou à segu-rança dos demais condôminos;

IV — embaraçar o uso das partes comuns. § 1.º O transgressor ficará sujeito ao paga-

mento de multa prevista na convenção ou no re-gulamento do condomínio, além de ser compelido a desfazer a obra ou abster-se da prática do ato, cabendo ao síndico, com autorização judicial, mandar desmanchá-la, à custa do transgressor, se este não a desfizer no prazo que lhe for estipula-do.

§ 2.º O proprietário ou titular de direito à aquisição de unidade poderá fazer obra que (VE-TADO) ou modifique sua fachada, se obtiver a aquiescência da unanimidade dos condôminos.

Art. 11. Para efeitos tributários, cada unidade autônoma será tratada como prédio isolado, con-tribuindo o respectivo condômino, diretamente, com as importâncias relativas aos impostos e ta-xas federais, estaduais e municipais, na forma dos respectivos lançamentos.

CAPÍTULO III

Das despesas do condomínio

Art. 12. Cada condômino concorrerá nas des-

pesas do condomínio, recolhendo, nos prazos pre-vistos na convenção, a cota-parte que lhe couber em rateio. [Ver neste livro o artigo 1.336 do Novo Código Civil.]

§ 1.º Salvo disposição em contrário na con-venção, a fixação da cota no rateio corresponderá à fração ideal de terreno de cada unidade.

§ 2.º Cabe ao síndico arrecadar as contribui-ções, competindo--lhe promover, por via executi-va, a cobrança judicial das cotas atrasadas.

§ 3.º O condômino que não pagar a sua con-tribuição no prazo fixado na convenção fica sujeito ao juro moratório de 1% ao mês, e multa de até 20% sobre o débito, que será atualizado, se o estipular a convenção, com a aplicação dos índices de correção monetária levantados pelo Conselho

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Nacional de Economia, no caso de mora por perío-do igual ou superior a seis meses. [Ver neste livro o artigo 1.336 do Novo Código Civil.]

§ 4.º As obras que interessarem à estrutura integral da edificação ou conjunto de edificações, ou ao serviço comum, serão feitas com o concurso pecuniário de todos os proprietários ou titulares de direito à aquisição de unidades, mediante orça-mento prévio aprovado em assembléia-geral, po-dendo incumbir-se de sua execução o síndico, ou outra pessoa, com aprovação da assembléia. [Ver neste livro o artigo 1.341 do Novo Código Civil.]

§ 5.º A renúncia de qualquer condômino aos seus direitos, em caso algum valerá como escusa para exonerá-lo de seus encargos.

CAPÍTULO IV

Do seguro, do incêndio, da demolição e

da reconstituição obrigatória.

Art. 13. Proceder-se-á ao seguro da edifica-ção ou do conjunto de edificações, neste caso dis-criminadamente, abrangendo todas as unidades autônomas e partes comuns, contra incêndio ou outro sinistro que cause destruição no todo ou em parte, computando-se o prêmio nas despesas or-dinárias do condomínio. [Ver neste livro o artigo 1.346 do Novo Código Civil.]

Parágrafo único. O seguro de que trata este artigo será obrigatoriamente feito dentro de 120 (cento e vinte) dias, contados da data da conces-são do “habite-se”, sob pena de ficar o condomínio sujeito à multa mensal equivalente a um doze avos do imposto predial, cobrável executivamente pela municipalidade.

Art. 14. Na ocorrência de sinistro total, ou que destrua mais de dois terços de uma edifica-ção, seus condôminos reunir-se-ão em assembléia especial e deliberarão sobre a sua reconstrução ou venda do terreno e materiais, por quórum mínimo de votos que representem metade mais uma das frações ideais do respectivo terreno. [Ver neste livro o artigo 1.357 do Novo Código Civil.]

§ 1.º Rejeitada a proposta de reconstrução, a mesma assembléia, ou outra para este fim convoca-da, decidirá, pelo mesmo quórum, do destino a ser dado ao terreno, e aprovará a partilha do valor do seguro entre os condôminos, sem prejuízo do que receber cada um pelo seguro facultativo de sua uni-dade.

§ 2.º Aprovada, a reconstrução será feita, guar-dados, obrigatoriamente, o mesmo destino, a mes-ma forma externa e a mesma disposição interna.

§ 3.º Na hipótese do parágrafo anterior, a minoria não poderá ser obrigada a contribuir para a reedificação, caso em que a maioria poderá ad-quirir as partes dos dissidentes, mediante avalia-

ção judicial, feita em vistoria. Art. 15. Na hipótese de que trata o § 3.º do

artigo antecedente, à maioria poderão ser adjudi-cadas, por sentença, as frações ideais da minoria.

§ 1.º Como condição para o exercício da ação prevista neste artigo, com a inicial, a maioria ofe-recerá e depositará, à disposição do juízo, as im-portâncias arbitradas na vistoria para avaliação, prevalecendo as de eventual desempatador.

§ 2.º Feito o depósito de que trata o parágra-fo anterior, o juiz, liminarmente, poderá autorizar a adjudicação à maioria, e a minoria poderá levan-tar as importâncias depositadas; o oficial de regis-tro de imóveis, nestes casos, fará constar do re-gistro que a adjudicação foi resultante de medida liminar.

§ 3.º Feito o depósito, será expedido o man-dado de citação, com o prazo de 10 (dez) dias para a contestação, (VETADO).

§ 4.º Se não contestado, o juiz imediatamen-te julgará o pedido.

§ 5.º Se contestado o pedido, seguirá o pro-cesso o rito ordinário.

§ 6.º Se a sentença fixar valor superior ao da avaliação feita na vistoria, o condomínio em exe-cução restituirá à minoria a respectiva diferença, acrescida de juros de mora à razão de 1% ao mês, desde a data da concessão de eventual liminar, ou pagará o total devido, com os juros de mora a contar da citação.

§ 7.º Transitada em julgado a sentença, ser-virá ela de título definitivo para a maioria, que deverá registrá-la no registro de imóveis.

§ 8.º A maioria poderá pagar e cobrar da mi-noria, em execução de sentença, encargos fiscais necessários à adjudicação definitiva a cujo paga-mento se recusar a minoria.

Art. 16. Em caso de sinistro que destrua me-nos de dois terços da edificação, o síndico promo-verá o recebimento do seguro e a reconstrução ou os reparos nas partes danificadas.

[A Lei n.º 6.709, de 31/10/1979, deu ao

artigo 17 a seguinte redação:]

Art. 17. Os condôminos que representem, pelo menos, dois terços do total de unidades isoladas e frações ideais correspondentes a 80% do terreno e coisas comuns poderão decidir sobre a demolição e reconstrução do prédio, ou sua alienação, por moti-vos urbanísticos ou arquitetônicos, ou, ainda, no caso de condenação do edifício pela autoridade pú-blica, em razão de sua insegurança ou insalubridade.

§ 1.º A minoria não fica obrigada a contribuir para as obras, mas assegura-se à maioria o direito de adquirir as partes dos dissidentes, mediante avaliação judicial, aplicando-se o previsto no artigo 15.

§ 2.º Ocorrendo desgaste, pela ação do tem-

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po, das unidades habitacionais de uma edificação, que deprecie seu valor unitário em relação ao va-lor global do terreno onde se acha construída, os condôminos, pelo quórum mínimo de votos que representem dois terços das unidades isoladas e frações ideais correspondentes a 80% do terreno e coisas comuns, poderão decidir por sua alienação total, procedendo-se em relação à maioria na forma estabelecida no artigo 15, e seus parágrafos, desta lei.

§ 3.º Decidida por maioria a alienação do prédio, o valor atribuído à cota dos condôminos vencidos será correspondente ao preço efetivo e, no mínimo, à avaliação prevista no § 2.º ou, a critério desses, a imóvel localizado em área pró-xima ou adjacente com a mesma área útil de construção.

Art. 18. A aquisição parcial de uma edifica-ção, ou de um conjunto de edificações, ainda que por força de desapropriação, importará no ingres-so do adquirente no condomínio, ficando sujeito às disposições desta lei, bem assim às da convenção do condomínio e do regulamento interno. [Reda-ção dada pelo Decreto-lei n.º 981, de 21/10/1969.]

Parágrafo único. (VETADO).

CAPÍTULO V

Utilização da edificação ou do conjunto de edificações

Art. 19. Cada condômino tem o direito de u-

sar e fruir, com exclusividade, de sua unidade autônoma, segundo suas conveniências e interes-ses, condicionados, umas e outros, às normas de boa vizinhança, e poderá usar as partes e coisas comuns de maneira a não causar dano ou incômo-do aos demais condôminos ou moradores, nem obstáculo ou embaraço ao bom uso das mesmas partes por todos.

Parágrafo único. (VETADO). Art. 20. Aplicam-se ao ocupante do imóvel, a

qualquer título, todas as obrigações referentes ao uso, fruição e destino da unidade.

Art. 21. A violação de qualquer dos deve-res estipulados na convenção sujeitará o infra-tor à multa fixada na própria convenção ou no regimento interno, sem prejuízo da responsabi-lidade civil ou criminal que, no caso, couber. [Ver neste livro o artigo 1.337 do Novo Código Civil.]

Parágrafo único. Compete ao síndico a i-niciativa do processo e a cobrança da multa, por via executiva, em benefício do condomínio, e, em caso de emitir-se ele, a qualquer condô-mino.

CAPÍTULO VI

Da administração do condomínio

Art. 22. Será eleito, na forma prevista pela convenção, um síndico do condomínio, cujo man-dato não poderá exceder de dois anos, permitida a reeleição. [Ver neste livro o artigo 1.347 do Novo Código Civil.]

§ 1.º Compete ao síndico: [Ver neste livro o artigo 1.348 do Novo Código Civil.]

a) representar, ativa e passivamente, o con-domínio, em juízo ou fora dele, e praticar os atos de defesa dos interesses comuns, nos limites das atribuições conferidas por esta lei ou pela conven-ção;

b) exercer a administração interna da edifica-ção ou do conjunto de edificações, no que respeita à sua vigilância, moralidade e segurança, bem como aos serviços que interessam a todos os mo-radores;

c) praticar os atos que lhe atribuírem as leis, a convenção e o regimento interno;

d) impor as multas estabelecidas na lei, na convenção ou no regimento interno;

e) cumprir e fazer cumprir a convenção e o regimento interno, bem como executar e fazer executar as deliberações da assembléia;

f) prestar contas à assembléia dos condômi-nos;

g) manter guardada, durante o prazo de 5 (cinco) anos, para eventuais necessidades de veri-ficação contábil, toda a documentação relativa ao condomínio. [Alínea acrescentada a este artigo pela Lei n.º 6.434, de 15/07/1977.]

§ 2.º As funções administrativas podem ser relegadas a pessoas de confiança do síndico, e sob a sua inteira responsabilidade, mediante aprova-ção da assembléia-geral dos condôminos.

§ 3.º A convenção poderá estipular que dos atos do síndico caiba recurso para a assembléia, convocada pelo interessado.

§ 4.º Ao síndico, que poderá ser condômino ou pessoa física ou jurídica estranha ao condomí-nio, será fixada a remuneração pela mesma as-sembléia que o eleger, salvo se a convenção dis-puser diferentemente.

§ 5.º O síndico poderá ser destituído, pela forma e sob as condições previstas na convenção, ou, no silêncio desta, pelo voto de dois terços dos condôminos presentes em assembléia-geral espe-cialmente convocada. [Ver neste livro o artigo 1.349 do Novo Código Civil.]

§ 6.º A convenção poderá prever a eleição de subsíndicos, definindo-lhes atribuições e fixando-lhes o mandato, que não poderá exceder de 2 anos, permitida a reeleição.

Art. 23. Será eleito, na forma prevista na

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convenção, um conselho consultivo, constituído de 3 condôminos, com mandatos que não pode-rão exceder de 2 anos, permitida a reeleição.

Parágrafo único. Funcionará o conselho como órgão consultivo do síndico, para assesso-rá-lo na solução dos problemas que digam res-peito ao condomínio, podendo a convenção defi-nir suas atribuições específicas.

CAPÍTULO VII

Da assembléia-geral

Art. 24. Haverá, anualmente, uma assem-

bléia-geral ordinária dos condôminos, convoca-da pelo síndico na forma prevista na conven-ção, à qual compete, além das demais matérias inscritas na ordem do dia, aprovar, por maioria dos presentes, as verbas para as despesas de condomínio, compreendendo as de conservação da edificação ou conjunto de edificações, ma-nutenção de seus serviços e correlatas. [Ver neste livro o artigo 1.348 e 1.350 do Novo Có-digo Civil.]

§ 1.º As decisões da assembléia, tomadas, em cada caso, pelo quórum que a convenção fixar, obrigam todos os condôminos.

§ 2.º O síndico, nos 8 (oito) dias subseqüen-tes à assembléia, comunicará aos condôminos o que tiver sido deliberado, inclusive no tocante à previsão orçamentária, o rateio das despesas e promoverá a arrecadação, tudo na forma que a convenção previr.

§ 3.º Nas assembléias-gerais, os votos se-rão proporcionais às frações ideais do terreno e partes comuns, pertencentes a cada condô-mino, salvo disposição diversa da convenção. [Ver neste livro o artigo 1.352 do Novo Código Civil.]

§ 4.º Nas decisões da assembléia que não envolvam despesas extraordinárias do condo-mínio, o locatário poderá votar, caso o condô-mino-locador a ela não compareça. [Parágrafo acrescentado pela Lei n.º 8.245, de 18/10/1991, e redação dada pela Lei n.º 9.267, de 25/03/1996.]

Art. 25. Ressalvado o disposto no § 3.º do ar-tigo 22, poderá haver assembléias-gerais extraor-dinárias, convocadas pelo síndico ou por condômi-nos que representem um quarto, no mínimo, do condomínio, sempre que o exigirem os interesses gerais. [Ver neste livro o artigo 1.355 do Novo Código Civil.]

Parágrafo único. Salvo estipulação diversa da convenção, esta só poderá ser modificada em assembléia-geral extraordinária, pelo voto mínimo de condôminos que representem dois terços do total das frações ideais. [Ver neste livro o artigo

1.351 do Novo Código Civil.] Art. 26. (VETADO). Art. 27. Se a assembléia não se reunir para

exercer qualquer dos poderes que lhe competem 15 (quinze) dias após o pedido de convocação, o juiz decidirá a respeito, mediante requerimento dos interessados. [Ver neste livro o artigo 1.350 do Novo Código Civil.]

TÍTULO II

DAS INCORPORAÇÕES

CAPÍTULO I

Disposições gerais

[A Lei n.º 4.864, de 29/11/1965, dispõe: “Art. 9.º As disposições dos artigos 28 e

seguintes, da Lei n.º 4.591, de 16 de dezem-bro de 1964, não se aplicam às incorporações iniciadas antes de 10 de março de 1965.

§ 1.º Caracteriza o início da incorporação, para o efeito deste artigo, a venda, promessa de venda, cessão ou promessa de cessão de cota ideal de terreno vinculada a projeto de construção, ou o contrato de construção assina-do pelo incorporador, ou por adquirente.

§ 2.º Os instrumentos de contrato referi-dos no parágrafo anterior somente farão prova de início da execução da incorporação, quando o respectivo imposto do selo tiver sido pago antes da data desta lei.”]

Art. 28. As incorporações imobiliárias, em todo

o território nacional, reger-se-ão pela presente lei. Parágrafo único. Para efeito desta lei, consi-

dera-se incorporação imobiliária a atividade exer-cida com o intuito de promover e realizar a cons-trução, para alienação total ou parcial, de edificações ou conjunto de edificações compostas de unidades autônomas, (VETADO).

Art. 29. Considera-se incorporador a pessoa fí-sica ou jurídica, comerciante ou não, que, embora não efetuando a construção, compromisse ou efeti-ve a venda de frações ideais de terreno objetivando a vinculação de tais frações a unidades autônomas, (VETADO) em edificações a serem construídas ou em construção sob regime condominial, ou que meramente aceite propostas para efetivação de tais transações, coordenando e levando a termo a in-corporação e responsabilizando-se, conforme o caso, pela entrega, a certo prazo, preço e determi-nadas condições, das obras concluídas.

Parágrafo único. Presume-se a vinculação entre a alienação das frações do terreno e o negó-cio de construção, se, ao ser contratada a venda, ou promessa de venda ou de cessão das frações

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de terreno, já houver sido aprovado e estiver em vigor, ou pender de aprovação de autoridade ad-ministrativa, o respectivo projeto de construção, respondendo o alienante como incorporador.

Art. 30. Estende-se a condição de incorpora-dor aos proprietários e titulares de direitos aquisi-tivos que contratem a construção de edifícios que se destinem a constituição em condomínio, sem-pre que iniciarem as alienações antes da conclusão das obras.

Art. 31. A iniciativa e a responsabilidade das incorporações imobiliárias caberão ao incorpora-dor, que somente poderá ser:

a) o proprietário do terreno, o promitente--comprador, o cessionário deste ou promitente--cessionário com título que satisfaça os requisitos da alínea “a” do artigo 32;

b) o construtor (Decretos ns. 23.569, de 11 de dezembro de 1933, e 3.995, de 31 de dezem-bro de 1941, e Decreto-lei n.º 8.620, de 10 de janeiro de 1946) ou corretor de imóveis (Lei n.º 4.116, de 27 de agosto de 1962).

§ 1.º No caso da alínea “b”, o incorporador será investido, pelo proprietário do terreno, pelo promitente-comprador e cessionário deste ou pelo promitente-cessionário, de mandato outorgado por instrumento público, onde se faça menção expres-sa desta lei e se transcreva o disposto no § 4.º do artigo 35, para concluir todos os negócios tenden-tes à alienação das frações ideais de terreno, mas se obrigará pessoalmente pelos atos que praticar na qualidade de incorporador.

§ 2.º Nenhuma incorporação poderá ser pro-posta à venda sem a indicação expressa do incor-porador, devendo também seu nome permanecer indicado ostensivamente no local da construção.

§ 3.º Toda e qualquer incorporação, indepen-dentemente da forma por que seja constituída, terá um ou mais incorporadores solidariamente responsáveis, ainda que em fase subordinada a período de carência, referido no artigo 34.

[A Lei n.º 10.931, de 02/08/2004, acres-

centou o capítulo I-A, com a seguinte reda-ção:]

CAPÍTULO I-A

Do patrimônio de afetação

Art. 31-A. A critério do incorporador, a incor-

poração poderá ser submetida ao regime da afeta-ção, pelo qual o terreno e as acessões objeto de incorporação imobiliária, bem como os demais bens e direitos a ela vinculados, manter-se-ão apartados do patrimônio do incorporador e consti-tuirão patrimônio de afetação, destinado à conse-cução da incorporação correspondente e à entrega

das unidades imobiliárias aos respectivos adqui-rentes.

§ 1.º O patrimônio de afetação não se comu-nica com os demais bens, direitos e obrigações do patrimônio geral do incorporador ou de outros patrimônios de afetação por ele constituídos e só responde por dívidas e obrigações vinculadas à incorporação respectiva.

§ 2.º O incorporador responde pelos prejuízos que causar ao patrimônio de afetação.

§ 3.º Os bens e direitos integrantes do patri-mônio de afetação somente poderão ser objeto de garantia real em operação de crédito cujo produto seja integralmente destinado à consecução da edificação correspondente e à entrega das unida-des imobiliárias aos respectivos adquirentes.

§ 4.º No caso de cessão, plena ou fiduciária, de direitos creditórios oriundos da comercialização das unidades imobiliárias componentes da incorpo-ração, o produto da cessão também passará a integrar o patrimônio de afetação, observado o disposto no § 6.º

§ 5.º As quotas de construção corresponden-tes a acessões vinculadas a frações ideais serão pagas pelo incorporador até que a responsabilida-de pela sua construção tenha sido assumida por terceiros, nos termos da parte final do § 6.º do art. 35.

§ 6.º Os recursos financeiros integrantes do patrimônio de afetação serão utilizados para pa-gamento ou reembolso das despesas inerentes à incorporação.

§ 7.º O reembolso do preço de aquisição do terreno somente poderá ser feito quando da alie-nação das unidades autônomas, na proporção das respectivas frações ideais, considerando-se tão- -somente os valores efetivamente recebidos pela alienação.

§ 8.º Excluem-se do patrimônio de afetação: I — os recursos financeiros que excederem a

importância necessária à conclusão da obra (art. 44), considerando-se os valores a receber até sua conclusão e, bem assim, os recursos necessários à quitação de financiamento para a construção, se houver; e

II — o valor referente ao preço de alienação da fração ideal de terreno de cada unidade vendi-da, no caso de incorporação em que a construção seja contratada sob o regime de empreitada (art. 55) ou por administração (art. 58).

§ 9.º No caso de conjuntos de edificações de que trata o art. 8.º, poderão ser constituídos pa-trimônios de afetação separados, tantos quantos forem os:

I — subconjuntos de casas para as quais este-ja prevista a mesma data de conclusão (art. 8.º, alínea “a”); e

II — edifícios de dois ou mais pavimentos

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(art. 8.º, alínea “b”). § 10. A constituição de patrimônios de afeta-

ção separados de que trata o § 9.º deverá estar declarada no memorial de incorporação.

§ 11. Nas incorporações objeto de financia-mento, a comercialização das unidades deverá contar com a anuência da instituição financiadora ou deverá ser a ela cientificada, conforme vier a ser estabelecido no contrato de financiamento.

§ 12. A contratação de financiamento e cons-tituição de garantias, inclusive mediante transmis-são, para o credor, da propriedade fiduciária sobre as unidades imobiliárias integrantes da incorpora-ção, bem como a cessão, plena ou fiduciária, de direitos creditórios decorrentes da comercialização dessas unidades, não implicam a transferência para o credor de nenhuma das obrigações ou res-ponsabilidades do cedente, do incorporador ou do construtor, permanecendo estes como únicos res-ponsáveis pelas obrigações e pelos deveres que lhes são imputáveis.

Art. 31-B. Considera-se constituído o patri-mônio de afetação mediante averbação, a qual-quer tempo, no Registro de Imóveis, de termo firmado pelo incorporador e, quando for o caso, também pelos titulares de direitos reais de aquisi-ção sobre o terreno.

Parágrafo único. A averbação não será obs-tada pela existência de ônus reais que tenham sido constituídos sobre o imóvel objeto da incorpo-ração para garantia do pagamento do preço de sua aquisição ou do cumprimento de obrigação de construir o empreendimento.

Art. 31-C. Comissão de Representantes e a instituição financiadora da construção poderão nomear, às suas expensas, pessoa física ou jurídi-ca para fiscalizar e acompanhar o patrimônio de afetação.

§ 1.º A nomeação a que se refere o “caput” não transfere para o nomeante qualquer respon-sabilidade pela qualidade da obra, pelo prazo de entrega do imóvel ou por qualquer outra obrigação decorrente da responsabilidade do incorporador ou do construtor, seja legal ou a oriunda dos contra-tos de alienação das unidades imobiliárias, de construção e de outros contratos eventualmente vinculados à incorporação.

§ 2.º A pessoa que, em decorrência do exer-cício da fiscalização de que trata o “caput” deste artigo, obtiver acesso às informações comerciais, tributárias e de qualquer outra natureza referentes ao patrimônio afetado responderá pela falta de zelo, dedicação e sigilo destas informações.

§ 3.º A pessoa nomeada pela instituição fi-nanciadora deverá fornecer cópia de seu relatório ou parecer à Comissão de Representantes, a re-querimento desta, não constituindo esse forneci-mento quebra de sigilo de que trata o § 2.º deste

artigo. Art. 31-D. Incumbe ao incorporador: I — promover todos os atos necessários à boa

administração e à preservação do patrimônio de afetação, inclusive mediante adoção de medidas judiciais;

II — manter apartados os bens e direitos ob-jeto de cada incorporação;

III — diligenciar a captação dos recursos ne-cessários à incorporação e aplicá-los na forma prevista nesta Lei, cuidando de preservar os recur-sos necessários à conclusão da obra;

IV — entregar à Comissão de Representantes, no mínimo a cada 3 meses, demonstrativo do es-tado da obra e de sua correspondência com o pra-zo pactuado ou com os recursos financeiros que integrem o patrimônio de afetação recebidos no período, firmados por profissionais habilitados, ressalvadas eventuais modificações sugeridas pelo incorporador e aprovadas pela Comissão de Re-presentantes;

V — manter e movimentar os recursos finan-ceiros do patrimônio de afetação em conta de de-pósito aberta especificamente para tal fim;

VI — entregar à Comissão de Representantes balancetes coincidentes com o trimestre civil, rela-tivos a cada patrimônio de afetação;

VII — assegurar à pessoa nomeada nos ter-mos do art. 31-C o livre acesso à obra, bem como aos livros, contratos, movimentação da conta de depósito exclusiva referida no inciso V deste artigo e quaisquer outros documentos relativos ao patri-mônio de afetação; e

VIII — manter escrituração contábil comple-ta, ainda que esteja desobrigado pela legislação tributária.

Art. 31-E. O patrimônio de afetação extinguir-se-á pela:

I — averbação da construção, registro dos tí-tulos de domínio ou de direito de aquisição em nome dos respectivos adquirentes e, quando for o caso, extinção das obrigações do incorporador perante a instituição financiadora do empreendi-mento;

II — revogação em razão de denúncia da in-corporação, depois de restituídas aos adquirentes as quantias por eles pagas (art. 36), ou de outras hipóteses previstas em lei; e

III — liquidação deliberada pela assembléia geral nos termos do art. 31-F, § 1.º

Art. 31-F. Os efeitos da decretação da falên-cia ou da insolvência civil do incorporador não atingem os patrimônios de afetação constituídos, não integrando a massa concursal o terreno, as acessões e demais bens, direitos creditórios, obri-gações e encargos objeto da incorporação.

§ 1.º Nos sessenta dias que se seguirem à decretação da falência ou da insolvência civil do

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incorporador, o condomínio dos adquirentes, por convocação da sua Comissão de Representantes ou, na sua falta, de um sexto dos titulares de fra-ções ideais, ou, ainda, por determinação do juiz prolator da decisão, realizará assembléia geral, na qual, por maioria simples, ratificará o mandato da Comissão de Representantes ou elegerá novos membros, e, em primeira convocação, por dois terços dos votos dos adquirentes ou, em segunda convocação, pela maioria absoluta desses votos, instituirá o condomínio da construção, por instru-mento público ou particular, e deliberará sobre os termos da continuação da obra ou da liquidação do patrimônio de afetação (art. 43, inciso III); ha-vendo financiamento para construção, a convoca-ção poderá ser feita pela instituição financiadora.

§ 2.º O disposto no § 1.º aplica-se também à hipótese de paralisação das obras previstas no art. 43, inciso VI.

§ 3.º Na hipótese de que tratam os §§ 1.º e 2.º, a Comissão de Representantes ficará investida de mandato irrevogável para firmar com os adqui-rentes das unidades autônomas o contrato defini-tivo a que estiverem obrigados o incorporador, o titular do domínio e o titular dos direitos aquisiti-vos do imóvel objeto da incorporação em decor-rência de contratos preliminares.

§ 4.º O mandato a que se refere o § 3.º será válido mesmo depois de concluída a obra.

§ 5.º O mandato outorgado à Comissão de Representantes confere poderes para transmitir domínio, direito, posse e ação, manifestar a res-ponsabilidade do alienante pela evicção e imitir os adquirentes na posse das unidades respectivas.

§ 6.º Os contratos definitivos serão celebra-dos mesmo com os adquirentes que tenham obri-gações a cumprir perante o incorporador ou a institu-ição financiadora, desde que comprovadamente adimplentes, situação em que a outorga do con-trato fica condicionada à constituição de garantia real sobre o imóvel, para assegurar o pagamento do débito remanescente.

§ 7.º Ainda na hipótese dos §§ 1.º e 2.º, a Comissão de Representantes ficará investida de mandato irrevogável para, em nome dos adquiren-tes, e em cumprimento da decisão da assembléia geral que deliberar pela liquidação do patrimônio de afetação, efetivar a alienação do terreno e das acessões, transmitindo posse, direito, domínio e ação, manifestar a responsabilidade pela evicção, imitir os futuros adquirentes na posse do terreno e das acessões.

§ 8.º Na hipótese do § 7.º, será firmado o respectivo contrato de venda, promessa de venda ou outra modalidade de contrato compatível com os direitos objeto da transmissão.

§ 9.º A Comissão de Representantes cumprirá o mandato nos termos e nos limites estabelecidos

pela deliberação da assembléia geral e prestará contas aos adquirentes, entregando-lhes o produto líquido da alienação, no prazo de cinco dias da data em que tiver recebido o preço ou cada parce-la do preço.

§ 10. Os valores pertencentes aos adquiren-tes não localizados deverão ser depositados em Juízo pela Comissão de Representantes.

§ 11. Caso decidam pela continuação da obra, os adquirentes ficarão automaticamente sub-rogados nos direitos, nas obrigações e nos encargos relati-vos à incorporação, inclusive aqueles relativos ao contrato de financiamento da obra, se houver.

§ 12. Para os efeitos do § 11 deste artigo, ca-da adquirente responderá individualmente pelo saldo porventura existente entre as receitas do empreendimento e o custo da conclusão da incor-poração na proporção dos coeficientes de constru-ção atribuíveis às respectivas unidades, se outro critério de rateio não for deliberado em assembléia geral por dois terços dos votos dos adquirentes, observado o seguinte:

I — os saldos dos preços das frações ideais e acessões integrantes da incorporação que não tenham sido pagos ao incorporador até a data da decretação da falência ou da insolvência civil pas-sarão a ser pagos à Comissão de Representantes, permanecendo o somatório desses recursos sub-metido à afetação, nos termos do art. 31-A, até o limite necessário à conclusão da incorporação;

II — para cumprimento do seu encargo de administradora da incorporação, a Comissão de Representantes fica investida de mandato legal, em caráter irrevogável, para, em nome do incor-porador ou do condomínio de construção, confor-me o caso, receber as parcelas do saldo do preço e dar quitação, bem como promover as medidas extrajudiciais ou judiciais necessárias a esse rece-bimento, praticando todos os atos relativos ao leilão de que trata o art. 63 ou os atos relativos à consolidação da propriedade e ao leilão de que tratam os arts. 26 e 27 da Lei n.º 9.514, de 20 de novembro de 1997, devendo realizar a garantia e aplicar na incorporação todo o produto do recebi-mento do saldo do preço e do leilão;

III — consideram-se receitas do empreendi-mento os valores das parcelas a receber, vincen-das e vencidas e ainda não pagas, de cada adqui-rente, correspondentes ao preço de aquisição das respectivas unidades ou do preço de custeio de construção, bem como os recursos disponíveis afetados; e

IV — compreendem-se no custo de conclusão da incorporação todo o custeio da construção do edifício e a averbação da construção das edifica-ções para efeito de individualização e discrimina-ção das unidades, nos termos do art. 44.

§ 13. Havendo saldo positivo entre as receitas

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da incorporação e o custo da conclusão da incor-poração, o valor correspondente a esse saldo de-verá ser entregue à massa falida pela Comissão de Representantes.

§ 14. Para assegurar as medidas necessárias ao prosseguimento das obras ou à liquidação do patrimônio de afetação, a Comissão de Represen-tantes, no prazo de sessenta dias, a contar da data de realização da assembléia geral de que trata o § 1.º, promoverá, em leilão público, com observância dos critérios estabelecidos pelo art. 63, a venda das frações ideais e respectivas aces-sões que, até a data da decretação da falência ou insolvência não tiverem sido alienadas pelo incor-porador.

§ 15. Na hipótese de que trata o § 14, o ar-rematante ficará sub-rogado, na proporção atribu-ível à fração e acessões adquiridas, nos direitos e nas obrigações relativas ao empreendimento, in-clusive nas obrigações de eventual financiamento, e, em se tratando da hipótese do art. 39 desta Lei, nas obrigações perante o proprietário do terreno.

§ 16. Dos documentos para anúncio de venda de que trata o § 14 e, bem assim, o inciso III do art. 43, constarão o valor das acessões não pagas pelo incorporador (art. 35, § 6.º) e o preço da fra-ção ideal do terreno e das acessões (arts. 40 e 41).

§ 17. No processo de venda de que trata o § 14, serão asseguradas, sucessivamente, em igual-dade de condições com terceiros:

I — ao proprietário do terreno, nas hipóteses em que este seja pessoa distinta da pessoa do incorporador, a preferência para aquisição das acessões vinculadas à fração objeto da venda, a ser exercida nas vinte e quatro horas seguintes à data designada para a venda; e

II — ao condomínio, caso não exercida a pre-ferência de que trata o inciso I, ou caso não haja licitantes, a preferência para aquisição da fração ideal e acessões, desde que deliberada em assem-bléia geral, pelo voto da maioria simples dos ad-quirentes presentes, e exercida no prazo de qua-renta e oito horas a contar da data designada para a venda.

§ 18. Realizada a venda prevista no § 14, in-cumbirá à Comissão de Representantes, sucessi-vamente, nos cinco dias que se seguirem ao rece-bimento do preço:

I — pagar as obrigações trabalhistas, previ-denciárias e tributárias, vinculadas ao respectivo patrimônio de afetação, observada a ordem de preferência prevista na legislação, em especial o disposto no art. 186 do Código Tributário Nacional;

II — reembolsar aos adquirentes as quantias que tenham adiantado, com recursos próprios, para pagamento das obrigações referidas no inciso I;

III — reembolsar à instituição financiadora a quantia que esta tiver entregue para a construção,

salvo se outra forma for convencionada entre as partes interessadas;

IV — entregar ao condomínio o valor que este tiver desembolsado para construção das acessões de responsabilidade do incorporador (§ 6.º do art. 35 e § 5.º do art. 31-A), na proporção do valor obtido na venda;

V — entregar ao proprietário do terreno, nas hipóteses em que este seja pessoa distinta da pessoa do incorporador, o valor apurado na venda, em proporção ao valor atribuído à fração ideal; e

VI — entregar à massa falida o saldo que porventura remanescer.

§ 19. O incorporador deve assegurar à pessoa nomeada nos termos do art. 31-C, o acesso a to-das as informações necessárias à verificação do montante das obrigações referidas no § 12, inciso I, do art. 31-F vinculadas ao respectivo patrimônio de afetação.

§ 20. Ficam excluídas da responsabilidade dos adquirentes as obrigações relativas, de maneira direta ou indireta, ao imposto de renda e à contri-buição social sobre o lucro, devidas pela pessoa jurídica do incorporador, inclusive por equipara-ção, bem como as obrigações oriundas de outras atividades do incorporador não relacionadas dire-tamente com as incorporações objeto de afetação.

CAPÍTULO II

Das obrigações e direitos do incorporador

Art. 32. O incorporador somente poderá ne-

gociar sobre unidades autônomas após ter arqui-vado, no cartório competente de registro de imó-veis, os seguintes documentos:

a) título de propriedade de terreno, ou de promessa, irrevogável e irretratável, de compra e venda ou de cessão de direitos ou de permuta, do qual conste cláusula de imissão na posse do imó-vel, não haja estipulações impeditivas de sua alie-nação em frações ideais e inclua consentimento para demolição e construção, devidamente regis-trado;

b) certidões negativas de impostos federais, estaduais e municipais, de protesto de títulos, de ações cíveis e criminais e de ônus reais relativa-mente ao imóvel, aos alienantes do terreno e ao incorporador;

c) histórico dos títulos de propriedade do imó-vel, abrangendo os últimos 20 (vinte) anos, acom-panhado de certidão dos respectivos registros;

d) projeto de construção devidamente apro-vado pelas autoridades competentes;

e) cálculo das áreas das edificações, discrimi-nando, além da global, a das partes comuns e indicando, para cada tipo de unidade, a respectiva metragem de área construída;

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f) certidão negativa de débito para com a pre-vidência social, quando o titular de direitos sobre o terreno for responsável pela arrecadação das res-pectivas contribuições;

g) memorial descritivo das especificações da obra projetada, segundo modelo a que se refere o inciso IV do artigo 53 desta lei;

h) avaliação do custo global da obra, atuali-zada à data do arquivamento, calculada de acordo com a norma do inciso III do artigo 53, com base nos custos unitários referidos no artigo 54, discri-minando-se, também, o custo de construção de cada unidade, devidamente autenticada pelo pro-fissional responsável pela obra;

i) discriminação das frações ideais de terreno com as unidades autônomas que a elas correspon-derão;

j) minuta da futura convenção de condomínio que regerá a edificação ou o conjunto de edifica-ções;

l) declaração em que se defina a parcela do preço de que trata o inciso II do artigo 39;

m) certidão do instrumento público de man-dato, referido no § 1.º do artigo 31;

n) declaração expressa em que se fixe, se houver, o prazo de carência (artigo 34);

o) atestado de idoneidade financeira, forneci-do por estabelecimento de crédito que opere no País há mais de 5 (cinco) anos;

p) declaração, acompanhada de plantas eluci-dativas, sobre o número de veículos que a gara-gem comporta e os locais destinados à guarda dos mesmos. [Alínea acrescentada a este artigo pela Lei n.º 4.864, de 29/11/1965.]

§ 1.º A documentação referida neste artigo, após o exame do oficial de registro de imóveis, será arquivada em cartório, fazendo-se o compe-tente registro.

§ 2.º Os contratos de compra e venda, pro-messa de venda, cessão ou promessa de cessão de unidades autônomas são irretratáveis e, uma vez registrados, conferem direito real oponível a terceiros, atribuindo direito a adjudicação compul-sória perante o incorporador ou a quem o suceder, inclusive na hipótese de insolvência posterior ao término da obra. [Redação dada pela Lei n.º 10.931, de 02/08/2004.]

§ 3.º O número do registro referido no § 1.º, bem como a indicação do cartório competente, constará, obrigatoriamente, dos anúncios, impres-sos, publicações, propostas, contratos, prelimina-res ou definitivos, referentes à incorporação, salvo dos anúncios “classificados”.

§ 4.º O registro de imóveis dará certidão ou fornecerá, a quem o solicitar, cópia fotostática, heliográfica, termofax, microfilmagem ou outra equivalente, dos documentos especificados neste artigo, ou autenticará cópia apresentada pela par-

te interessada. § 5.º A existência de ônus fiscais ou reais,

salvo os impeditivos de alienação, não impede o registro, que será feito com as devidas ressalvas, mencionando-se, em todos os documentos, extraí-dos do registro, a existência e a extensão do ônus.

§ 6.º Os oficiais de registro de imóveis terão 15 (quinze) dias para apresentar, por escrito, to-das as exigências que julgarem necessárias ao arquivamento, e, satisfeitas as referidas exigên-cias, terão o prazo de 15 (quinze) dias para forne-cer certidão, relacionando a documentação apre-sentada, e devolver, autenticadas, as segundas vias da mencionada documentação, com exceção dos documentos públicos. Em casos de divergên-cia, o oficial levantará a dúvida segundo as nor-mas processuais aplicáveis.

§ 7.º O oficial de registro de imóveis respon-de, civil e criminalmente, se efetuar o arquiva-mento de documentação contraveniente à lei ou der certidão (VETADO) sem o arquivamento de todos os documentos exigidos.

[A Lei n.º 4.864, de 29/11/1965, acres-

centou ao artigo 32 os §§ 8.º, 9.º, 10, 11 e 12, a seguir transcritos:]

§ 8.º O oficial de registro de imóveis que não

observar os prazos previstos no § 6.º ficará sujeito a penalidade, imposta pela autoridade judiciária competente, em montante igual ao dos emolu-mentos devidos pelo registro de que trata este artigo, aplicável por quinzena ou fração de quinze-na de superação de cada um daqueles prazos.

§ 9.º O oficial de registro de imóveis não res-ponde pela exatidão dos documentos que lhe fo-rem apresentados para arquivamento, em obedi-ência ao disposto nas alíneas “e”, “g”, “h”, “l” e “p”, deste artigo, desde que assinados pelo profis-sional responsável pela obra.

§ 10. As plantas do projeto aprovado (alínea “d” deste artigo) poderão ser apresentadas em cópia autenticada pelo profissional responsável pela obra, acompanhada de cópia da licença de construção.

§ 11. Até 30 de junho de 1966, se, dentro de 15 (quinze) dias da entrega, ao cartório do regis-tro de imóveis, da documentação completa previs-ta neste artigo, feita por carta enviada pelo ofício de títulos e documentos, não tiver o cartório de imóveis entregue a certidão de arquivamento e registro, nem formulado por escrito as exigências previstas no § 6.º, considerar-se-á de pleno direito completado o registro provisório.

§ 12. O registro provisório previsto no pará-grafo anterior autoriza o incorporador a negociar as unidades da incorporação, indicando na sua publicação o número do registro de títulos e do-

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cumentos referente à remessa dos documentos ao cartório de imóveis, sem prejuízo, todavia, da sua responsabilidade perante o adquirente da unidade e da obrigação de satisfazer as exigências posteri-ormente formuladas pelo cartório, bem como de completar o registro definitivo.

Art. 33. O registro da incorporação será váli-do pelo prazo de cento e vinte dias, findo o qual, se ela ainda não se houver concretizado, o incor-porador só poderá negociar unidades depois de atualizar a documentação a que se refere o artigo anterior, revalidando o registro por igual prazo. [A Lei n.º 4.864, de 29/11/1965, elevou para 180 (cento e oitenta) dias o prazo mencionado neste artigo.]

Art. 34. O incorporador poderá fixar, para e-fetivação da incorporação, prazo de carência, den-tro do qual lhe é lícito desistir do empreendimento.

§ 1.º A fixação do prazo de carência será feita pela declaração a que se refere a alínea “n” do artigo 32, onde se fixem as condições que autorizarão o incorporador a desistir do empreendimento.

§ 2.º Em caso algum poderá o prazo de ca-rência ultrapassar o termo final do prazo da vali-dade do registro ou, se for o caso, de sua revali-dação.

§ 3.º Os documentos preliminares de ajuste, se houver, mencionarão obrigatoriamente o prazo de carência, inclusive para efeitos do artigo 45.

§ 4.º A desistência da incorporação será denun-ciada, por escrito, ao registro de imóveis (VETADO) e comunicada, por escrito, a cada um dos adquirentes ou candidatos à aquisição, sob pena de responsabili-dade civil e criminal do incorporador.

§ 5.º Será averbada no registro da incorporação a desistência de que trata o parágrafo anterior, ar-quivando-se em cartório o respectivo documento.

§ 6.º O prazo de carência é improrrogável. Art. 35. O incorporador terá o prazo máximo

de 45 (quarenta e cinco) dias, a contar do termo final do prazo de carência, se houver, para promo-ver a celebração do competente contrato relativo à fração ideal de terreno, e, bem assim, do contrato de construção e da convenção do condomínio, de acordo com discriminação constante da alínea “i” do artigo 32. [A Lei n.º 4.864, de 29/11/1965, dispõe em seu artigo 13: “É de sessenta dias o prazo máximo concedido ao incorporador, no arti-go 35 da Lei n.º 4.591, de 16 de dezembro de 1964.”]

§ 1.º No caso de não haver prazo de carência, o prazo acima se contará da data de qualquer documento de ajuste preliminar.

§ 2.º Quando houver prazo de carência, a obrigação somente deixará de existir se o incorpo-rador tiver denunciado, dentro do mesmo prazo e nas condições previamente estabelecidas, por escrito, ao registro de imóveis, a não-

concretização do empreendimento. § 3.º Se, dentro do prazo de carência, o in-

corporador não denunciar a incorporação, embora não se tenham reunido as condições a que se refe-re o § 1.º, o outorgante do mandato de que trata o § 1.º do artigo 31 poderá fazê-lo nos 5 (cinco) dias subseqüentes ao prazo de carência, e nesse caso ficará solidariamente responsável com o in-corporador pela devolução das quantias que os adquirentes ou candidatos à aquisição houverem entregue ao incorporador, resguardado o direito de regresso sobre ele, dispensando-se, então, do cumprimento da obrigação fixada no “caput” deste artigo.

§ 4.º Descumprida pelo incorporador e pelo mandante de que trata o § 1.º do artigo 31 a obri-gação da outorga dos contratos referidos no “ca-put” deste artigo, nos prazos ora fixados, a carta- -proposta ou o documento de ajuste preliminar poderão ser averbados no registro de imóveis, averbação que conferirá direito real oponível a terceiros, com o conseqüente direito à obtenção compulsória do contrato correspondente.

§ 5.º Na hipótese do parágrafo anterior, o in-corporador incorrerá também na multa de 50% sobre a quantia que efetivamente tiver recebido, cobrável por via executiva, em favor do adquirente ou candidato à aquisição.

§ 6.º Ressalvado o disposto no artigo 43, do contrato de construção deverá constar expressa-mente a menção dos responsáveis pelo pagamen-to da construção de cada uma das unidades. O incorporador responde, em igualdade de condi-ções, com os demais contratantes, pelo pagamen-to da construção das unidades que não tenham tido a responsabilidade pela sua construção assu-mida por terceiros e até que o tenham.

Art. 36. No caso de denúncia de incorporação nos termos do artigo 34, se o incorporador, até 30 (trinta) dias a contar da denúncia, não restituir aos adquirentes as importâncias pagas, estes po-derão cobrá-las por via executiva, reajustado o seu valor a contar da data do recebimento, em função do índice geral de preços mensalmente publicado pelo Conselho Nacional de Economia, que reflita as variações no poder aquisitivo da moeda nacional, e acrescido de juros de 6% ao ano, sobre o total corrigido.

Art. 37. Se o imóvel estiver gravado de ônus real ou fiscal ou se contra os alienantes houver qualquer ação que possa comprometê-lo, o fato será obrigatoriamente mencionado em todos os documentos de ajuste, com a indicação de sua natureza e das condições de liberação.

Art. 38. Também constará, obrigatoriamente, dos documentos de ajuste, se for o caso, o fato de encontrar-se ocupado o imóvel, esclarecendo-se a que título se deve esta ocupação e quais as condi-

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ções de desocupação. Art. 39. Nas incorporações em que a aquisi-

ção do terreno se der com pagamento total ou parcial em unidades a serem construídas, deverão ser discriminadas em todos os documentos de ajuste:

I — a parcela que, se houver, será paga em dinheiro;

II — a cota-parte da área das unidades a se-rem entregues em pagamento do terreno que cor-responderá a cada uma das unidades, a qual deve-rá ser expressa em metros quadrados.

Parágrafo único. Deverá constar, também, de todos os documentos de ajuste, se o alienante do terreno ficou ou não sujeito a qualquer presta-ção ou encargo.

Art. 40. No caso de rescisão de contrato de alienação do terreno ou de fração ideal, ficarão rescindidas as cessões ou promessas de cessão de direitos correspondentes à aquisição do terreno.

§ 1.º Nesta hipótese, consolidar-se-á, no ali-enante em cujo favor se opera a resolução, o di-reito sobre a construção porventura existente.

§ 2.º No caso do parágrafo anterior, cada um dos ex-titulares de direito à aquisição de unidades autônomas haverá do mencionado alienante o valor da parcela de construção, que haja adiciona-do à unidade, salvo se a rescisão houver sido cau-sada pelo ex-titular.

§ 3.º Na hipótese dos parágrafos anteriores, sob pena de nulidade, não poderá o alienante, em cujo favor se operou a resolução, voltar a negociar seus direitos sobre a unidade autônoma, sem a pré-via indenização aos titulares, de que trata o § 2.º

§ 4.º No caso do parágrafo anterior, se os ex-titulares tiverem de recorrer à cobrança judicial do que lhes for devido, somente poderão garantir o seu pagamento a unidade e respectiva fração de terreno objeto do presente artigo.

Art. 41. Quando as unidades imobiliárias fo-rem contratadas pelo incorporador por preço glo-bal, compreendendo cota de terreno e construção, inclusive com parte do pagamento após a entrega da unidade, discriminar-se-ão, no contrato, o pre-ço da cota de terreno e o da construção.

§ 1.º Poder-se-á estipular que, na hipótese de o adquirente atrasar o pagamento de parcela rela-tiva à construção, os efeitos da mora recairão não apenas sobre a aquisição da parte construída, mas, também, sobre a fração ideal de terreno, ainda que esta tenha sido totalmente paga.

§ 2.º Poder-se-á também estipular que, na hipótese de o adquirente atrasar o pagamento da parcela relativa à fração ideal de terreno, os efei-tos da mora recairão não apenas sobre a aquisição da fração ideal, mas, também, sobre a parte cons-truída, ainda que totalmente paga.

Art. 42. No caso de rescisão do contrato rela-

tivo à fração ideal de terreno e partes comuns, a pessoa em cujo favor se tenha operado a resolu-ção sub-rogar-se-á nos direitos e obrigações con-tratualmente atribuídos ao inadimplente, com re-lação à construção.

Art. 43. Quando o incorporador contratar a entrega da unidade a prazo e preços certos, de-terminados ou determináveis, mesmo quando pessoa física, ser-lhe-ão impostas as seguintes normas:

I — informar obrigatoriamente aos adquiren-tes, por escrito, no mínimo de seis em seis meses, o estado da obra;

II — responder civilmente pela execução da incorporação, devendo indenizar os adquirentes ou compromissários, dos prejuízos que a este advie-rem do fato de não se concluir a edificação ou de se retardar injustificadamente a conclusão das obras, cabendo-lhe ação regressiva contra o cons-trutor, se for o caso e se a este couber a culpa;

III — em caso de falência do incorporador, pessoa física ou jurídica, e não ser possível à mai-oria prosseguir na construção das edificações, os subscritores ou candidatos à aquisição de unidades serão credores privilegiados pelas quantias que houverem pago ao incorporador, respondendo subsidiariamente os bens pessoais deste;

IV — é vedado ao incorporador alterar o pro-jeto, especialmente no que se refere à unidade do adquirente e às partes comuns, modificar as espe-cificações, ou desviar-se do plano da construção, salvo autorização unânime dos interessados ou exigência legal;

V — não poderá modificar as condições de pagamento nem reajustar o preço das unidades, ainda no caso de elevação dos preços dos materiais e da mão-de-obra, salvo se tiver sido expressa-mente ajustada a faculdade de reajustamento, procedendo-se, então, nas condições estipuladas;

VI — se o incorporador, sem justa causa de-vidamente comprovada, paralisar as obras por mais de 30 (trinta) dias, ou retardar-lhes excessi-vamente o andamento, poderá o juiz notificá-lo para que no prazo mínimo de 30 (trinta) dias as reinicie ou torne a dar-lhes o andamento normal. Desatendida a notificação, poderá o incorporador ser destituído pela maioria absoluta dos votos dos adquirentes, sem prejuízo da responsabilidade civil ou penal que couber, sujeito à cobrança executiva das importâncias comprovadamente devidas, fa-cultando-se aos interessados prosseguir na obra (VETADO).

VII — em caso de insolvência do incorporador que tiver optado pelo regime da afetação e não sendo possível à maioria prosseguir na construção, a assembléia geral poderá, pelo voto de dois terços dos adquirentes, deliberar pela venda do terreno, das acessões e demais bens e direitos integrantes

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do patrimônio de afetação, mediante leilão ou outra forma que estabelecer, distribuindo entre si, na proporção dos recursos que comprovadamente tiverem aportado, o resultado líquido da venda, depois de pagas as dívidas do patrimônio de afeta-ção e deduzido e entregue ao proprietário do terre-no a quantia que lhe couber, nos termos do art. 40; não se obtendo, na venda, a reposição dos aportes efetivados pelos adquirentes, reajustada na forma da lei e de acordo com os critérios do contrato cele-brado com o incorporador, os adquirentes serão credores privilegiados pelos valores da diferen-ça não-reembolsada, respondendo subsidiariamen-te os bens pessoais do incorporador. [Inciso acres-centado pela Lei n.º 10.931, de 02/08/2004.]

Art. 44. Após a concessão do “habite-se” pela autoridade administrativa, o incorporador deverá requerer (VETADO) a averbação da construção das edificações para efeito de individualização e dis-criminação das unidades, respondendo perante os adquirentes pelas perdas e danos que resultem da demora no cumprimento dessa obrigação.

§ 1.º Se o incorporador não requerer a aver-bação (VETADO), o construtor requerê-la à (VE-TADO), sob pena de ficar solidariamente respon-sável com o incorporador perante os adquirentes.

§ 2.º Na omissão do incorporador e do cons-trutor, a averbação poderá ser requerida por qual-quer dos adquirentes de unidade.

[A Lei n.º 5.143, de 20/10/1966, dispõe: “Art. 15. São revogadas as leis relativas

ao imposto do selo e as disposições em con-trário, e o artigo 11 da Lei n.º 1.002, de 24 de dezembro de 1949, observado o seguinte:

I — aplicar-se-á a legislação vigente à é-poca em que se constituiu a obrigação tributá-ria, no caso de exigência do imposto cujo fato gerador tenha ocorrido até 31 de dezembro de 1966;

II — a complementação periódica do im-posto do selo deixará de ser obrigatória a par-tir de 1.º de janeiro de 1967, ainda que a o-corrência do respectivo fato gerador seja anterior à vigência desta lei;

III — as sanções previstas na Lei n.º 4.505, de 30 de novembro de 1964, regula-mentada pelo Decreto n.º 55.852, de 22 de março de 1965, aplicam-se às infrações das respectivas normas ocorridas durante a sua vigência, ainda que se relacionem com hipóte-ses de incidência que esta lei revoga.”]

Art. 45. É lícito ao incorporador recolher o

imposto do selo devido, mediante apresentação dos contratos preliminares, até 10 (dez) dias a contar do vencimento do prazo de carência a que se refere o artigo 34, extinta a obrigação se, den-

tro deste prazo, for denunciada a incorporação. Art. 46. Quando o pagamento do imposto so-

bre lucro imobiliário e respectivos acréscimos e adicionais for de responsabilidade do vendedor do terreno, será lícito ao adquirente reter o pagamen-to das últimas prestações anteriores à data-limite em que é lícito pagar, sem reajuste, o referido imposto e os adicionais, caso o vendedor não apresente a quitação até 10 (dez) dias antes do vencimento das prestações cujo pagamento torne inferior ao débito fiscal a parte do preço a ser ain-da paga até a referida data-limite.

Parágrafo único. No caso de retenção pelo ad-quirente, esse ficará responsável, para todos os efei-tos, perante o fisco, pelo recolhimento do tributo, adicionais e acréscimos, inclusive pelos reajustamen-tos que vier a sofrer o débito fiscal (VETADO).

Art. 47. Quando se fixar no contrato que a obrigação do pagamento do imposto sobre lucro imobiliário, acréscimos e adicionais devidos pelo alienante é transferida ao adquirente, dever-se-á explicitar o montante que tal obrigação atingiria se sua satisfação se desse na data da escritura.

§ 1.º Neste caso, o adquirente será tido, para todos os efeitos, como responsável perante o fis-co.

§ 2.º Havendo parcela restituível, a restitui-ção será feita ao adquirente, e, se for o caso, em nome deste serão emitidas as obrigações do Te-souro Nacional a que se refere o artigo 4.º da Lei n.º 4.357, de 16 de julho de 1964.

§ 3.º Para efeitos fiscais, não importará em aumento do preço de aquisição a circunstância de obrigar-se o adquirente ao pagamento do imposto sobre lucro imobiliário, seus acréscimos e adicionais.

CAPÍTULO III

Da construção de edificação em condomínio

Seção I

Da construção em geral

Art. 48. A construção de imóveis, objeto de

incorporação nos moldes previstos nesta lei, pode-rá ser contratada sob o regime de empreitada ou de administração, conforme adiante definidos, e poderá estar incluída no contrato com o incorpora-dor (VETADO), ou ser contratada diretamente entre os adquirentes e o construtor.

§ 1.º O projeto e o memorial descritivo das edificações farão parte integrante e complementar do contrato.

§ 2.º Do contrato deverá constar o prazo da entrega das obras e as condições e formas de sua eventual prorrogação.

Art. 49. Os contratantes da construção, inclu-

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sive no caso do artigo 43, para tratar de seus inte-resses, com relação a ela, poderão reunir-se em assembléia, cujas deliberações, desde que aprova-das por maioria simples dos votos presentes, se-rão válidos e obrigatórias para todos eles, salvo no que afetar ao direito de propriedade previsto na legislação.

§ 1.º As assembléias serão convocadas, pelo menos, por um terço dos votos dos contratantes, pelo incorporador ou pelo construtor, com menção expressa do assunto a tratar, sendo admitido comparecimento de procurador bastante.

§ 2.º A convocação da assembléia será feita por carta registrada ou protocolo, com antecedên-cia mínima de 5 (cinco) dias para a primeira con-vocação, e mais 3 (três) dias para a segunda, podendo ambas as convocações ser feitas no mesmo aviso.

§ 3.º A assembléia instalar-se-á, no mínimo, com metade dos contratantes, em primeira convo-cação, e com qualquer número, em segunda, sen-do, porém, obrigatória a presença, em qualquer caso, do incorporador ou do construtor, quando convocantes, e, pelo menos, com metade dos con-tratantes que a tenham convocado, se for o caso.

§ 4.º Na assembléia, os votos dos contratan-tes, serão proporcionais às respectivas frações ideais de terreno.

Art. 50. Será designada no contrato de constru-ção ou eleita em assembléia geral uma Comissão de Representantes composta de três membros, pelo menos, escolhidos entre os adquirentes, para repre-sentá-los perante o construtor ou, no caso do art. 43, ao incorporador, em tudo o que interessar ao bom andamento da incorporação, e, em especial, perante terceiros, para praticar os atos resultantes da aplicação dos arts. 31-A a 31-F. [Redação dada pela Lei n.º 10.931, de 02/08/2004.]

§ 1.º Uma vez eleita a comissão, cuja consti-tuição se comprovará com a ata da assembléia, devidamente inscrita no registro de títulos e do-cumentos, esta ficará, de pleno direito, investida dos poderes necessários para exercer todas as atribuições e praticar todos os atos que esta lei e o contrato de construção lhe deferirem, sem neces-sidade de instrumento especial outorgado pelos contratantes ou, se for o caso, pelos que se sub-rogarem nos direitos e obrigações destes.

§ 2.º A assembléia geral poderá, pela maioria absoluta dos votos dos adquirentes, alterar a composição da Comissão de Representantes e revogar qualquer de suas decisões, ressalvados os direitos de terceiros quanto aos efeitos já produzi-dos. [Redação dada pela Lei n.º 10.931, de 02/08/2004.]

§ 3.º Respeitados os limites constantes desta lei, o contrato poderá discriminar as atribuições da comissão e deverá dispor sobre os mandatos de

seus membros, sua destituição e a forma de pre-enchimento das vagas eventuais, sendo lícita a estipulação de que o mandato conferido a qual-quer membro, no caso de sub-rogação de seu contrato a terceiros, se tenha por transferido, de pleno direito, ao sub-rogatário, salvo se este não o aceitar.

§ 4.º Nas incorporações em que o número de contratantes de unidades for igual ou inferior a 3 (três), a totalidade deles exercerá, em conjunto, as atribuições que esta lei confere à comissão, aplicando-se, no que couber, o disposto nos pará-grafos anteriores.

Art. 51. Nos contratos de construção, seja qual for seu regime, deverá constar expressamen-te a quem caberão as despesas com ligações de serviços públicos, devidas ao poder público, bem como as despesas indispensáveis à instalação, funcionamento e regulamentação do condomínio.

Parágrafo único. Quando o serviço público for explorado mediante concessão, os contratos de construção deverão também especificar a quem caberão as despesas com as ligações que incum-bam às concessionárias, no caso de não estarem elas obrigadas a fazê-las, ou, em o estando, se a isto se recusarem ou alegarem impossibilidade.

Art. 52. Cada contratante da construção só será imitido na posse de sua unidade se estiver em dia com as obrigações assumidas, inclusive as relativas à construção, exercendo o construtor e o condomínio, até então, o direito de retenção sobre a respectiva unidade; no caso do artigo 43, este direito será exercido pelo incorporador.

Art. 53. O Poder Executivo, através do Banco Nacional da Habitação, promoverá a celebração de contratos com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), no sentido de que esta, tendo em vista o disposto na Lei n.º 4.150, de 21 de novembro de 1962, prepare, no prazo máximo de 120 (cento e vinte) dias, normas que estabeleçam, para cada tipo de prédio que padronizar:

I — critérios e normas para cálculo de custos unitários de construção, para uso dos sindicatos, na forma do artigo 54;

II — critérios e normas para execução de or-çamentos de custo de construção, para fins do disposto no artigo 59;

III — critérios e normas para a avaliação de cus-to global de obra, para fins da alínea “h” do artigo 32;

IV — modelo de memorial descritivo dos aca-bamentos de edificação, para fins do disposto no artigo 32;

V — critério para entrosamento entre o cro-nograma das obras e o pagamento das prestações, que poderá ser introduzido nos contratos de incor-poração, inclusive para o efeito de aplicação do disposto no § 2.º do artigo 48.

§ 1.º O número de tipos padronizados deverá

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ser reduzido e na fixação se atenderá primordial-mente:

a) o número de pavimentos e a existência de pavimentos especiais (subsolo, “pilotis”, etc.);

b) o padrão da construção (baixo, normal, alto), tendo em conta as condições de acabamento, a qua-lidade dos materiais empregados, os equipamentos, o número de elevadores e as inovações de conforto;

c) as áreas de construção. § 2.º Para custear o serviço a ser feito pela

ABNT, definido neste artigo, fica autorizado o Poder Executivo a abrir um crédito especial no valor de Cr$ 10.000.000,00 em favor do Banco Nacional da Habi-tação, vinculado a este fim, podendo o Banco adian-tar a importância à ABNT, se necessário.

§ 3.º No contrato a ser celebrado com a ABNT, estipular-se-á a atualização periódica das normas previstas neste artigo, mediante remune-ração razoável.

[A Lei n.º 4.864, de 29/11/1965, dispõe: “Art. 14. Até 31 de dezembro de 1966, os

sindicatos da indústria da construção civil, nas suas respectivas bases territoriais, atenderão ao disposto no artigo 54 da Lei n.º 4.591, de 16 de dezembro de 1964, com base em crité-rios, normas e tipos de prédios padronizados que adotarem, mediante estudos próprios ou contratados.

Parágrafo único. O incorporador, ao elabo-rar a avaliação do custo global da obra para atendimento do disposto na alínea ‘h’ do artigo 32 da Lei n.º 4.591, de 16 de dezembro de 1964, utilizará o custo unitário, divulgado pelo sindicato na forma deste artigo, referente ao tipo de prédio padronizado que mais se apro-xime do prédio objeto da incorporação.”] Art. 54. Os sindicatos estaduais da indústria

da construção civil ficam obrigados a divulgar mensalmente, até o dia 5 (cinco) de cada mês, os custos unitários de construção a serem adotados nas respectivas regiões jurisdicionais, calculados com observância dos critérios e normas a que se refere o inciso I do artigo anterior.

§ 1.º O sindicato estadual que deixar de cum-prir a obrigação prevista neste artigo deixará de receber dos cofres públicos, enquanto perdurar a omissão, qualquer subvenção ou auxílio que plei-teie ou a que tenha direito.

§ 2.º Na ocorrência de omissão de sindicato es-tadual, o construtor usará os índices fixados por outro sindicato estadual, em cuja região os custos de cons-trução mais lhe pareçam aproximados dos da sua.

§ 3.º Os orçamentos ou estimativas baseados nos custos unitários a que se refere este artigo só poderão se considerados atualizados, em certo mês, para os efeitos desta lei, se baseados em

custos unitários relativos ao próprio mês ou a um dos 2 (dois) meses anteriores.

Seção II

Da construção por empreitada

Art. 55. Nas incorporações em que a constru-

ção seja feita pelo regime de empreitada, esta poderá ser a preço fixo, ou a preço reajustável por índices previamente determinados.

§ 1.º Na empreitada a preço fixo, o preço da construção será irreajustável, independentemente das variações que sofrer o custo efetivo dasobras e quaisquer que sejam suas causas.

§ 2.º Na empreitada a preço reajustável o preço fixado no contrato será reajustado na forma e nas épocas nele expressamente previs-tas, em função da variação dos índices adota-dos, também previstos obrigatoriamente no contrato.

§ 3.º Nos contratos de construção por em-preitada, a comissão de representantes fiscali-zará o andamento da obra e a obediência ao projeto e às especificações, exercendo as de-mais obrigações inerentes à sua função repre-sentativa dos contratantes e fiscalizadora da construção.

§ 4.º Nos contratos de construção fixados sob regime de empreitada reajustável, a comissão de representantes fiscalizará, também, o cálculo do reajustamento.

§ 5.º No contrato deverá ser mencionado o montante do orçamento atualizado da obra, calcula-do de acordo com as normas do inciso III do artigo 53, com base nos custos unitários referidos no artigo 54, quando o preço estipulado for inferior ao mesmo.

§ 6.º Na forma de expressa referência, os contratos de empreitada entendem-se como sendo a preço fixo.

Art. 56. Em toda a publicidade ou propaganda escrita, destinada a promover a venda de incorpo-ração com construção pelo regime de empreitada reajustável, em que conste preço, serão discrimi-nados explicitamente o preço da fração ideal do terreno e o preço da construção, com indicação expressa da reajustabilidade.

§ 1.º As mesmas indicações deverão constar em todos os papéis utilizados para a realização da incorporação, tais como cartas, propostas, escritu-ras, contratos e documentos semelhantes.

§ 2.º Esta exigência será dispensada nos anúncios “classificados” dos jornais.

Art. 57. Ao construtor que contratar, por em-preitada a preço fixo, uma obra de incorporação, aplicar-se-á, no que couber, o disposto nos itens II, III, IV, (VETADO) e VI, do artigo 43.

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Seção III

Da construção por administração

Art. 58. Nas incorporações em que a constru-ção for contratada pelo regime de administração, também chamado “a preço de custo”, será de res-ponsabilidade dos proprietários ou adquirentes o pagamento do custo integral da obra, observadas as seguintes disposições:

I — todas as faturas, duplicatas, recibos e quaisquer documentos referentes às transações ou aquisições para construção, serão emitidos em nome do condomínio dos contratantes da construção;

[Lei n.º 4.864, de 29/11/1965, dispõe no §

3.º do artigo 18: “Não incidirá o imposto do selo sobre as obrigações a que se refere o inciso II do artigo 58 da Lei n.º 4.591, de 16 de dezembro de 1964, inclusive sobre o pagamento das pena-lidades aplicadas na forma do disposto nos §§ 8.º e 9.º do artigo 63 da mesma lei, bem como sobre a utilização desses recursos em pagamen-to dos débitos de responsabilidade do condomí-nio, quer feito diretamente pela comissão de re-presentantes, quer não.”]

II — todas as contribuições dos condôminos

para qualquer fim relacionado com a construção serão depositadas em contas abertas em nome do condomínio dos contratantes em estabelecimentos bancários, as quais serão movimentadas pela for-ma que for fixada no contrato.

Art. 59. No regime de construção por admi-nistração, será obrigatório constar do respectivo contrato o montante do orçamento do custo da obra, elaborado com estrita observância dos crité-rios e normas referidos no inciso II do artigo 53, e a data em que se iniciará efetivamente a obra.

§ 1.º Nos contratos lavrados até o término das fundações, esse montante não poderá ser inferior ao da estimativa atualizada, a que se refe-re o § 3.º do artigo 54.

§ 2.º Nos contratos celebrados após o térmi-no das fundações, esse montante não poderá ser inferior à última revisão efetivada na forma do artigo seguinte.

§ 3.º Às transferências e sub-rogações do contrato, em qualquer fase da obra, aplicar-se-á o disposto neste artigo.

Art. 60. As revisões da estimativa de custo da obra serão efetuadas, pelo menos semestralmente, em comum entre a comissão de representantes e o construtor. O contrato poderá estipular que, em fun-ção das necessidades da obra, sejam alteráveis os esquemas de contribuições quanto ao total, ao núme-ro, ao valor e à distribuição no tempo das prestações.

Parágrafo único. Em caso de majoração de

prestações, o novo esquema deverá ser comuni-cado aos contratantes, com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias da data em que de-verão ser efetuados os depósitos das primeiras prestações alteradas.

Art. 61. A comissão de representantes terá poderes para, em nome de todos os contratos e na forma prevista no contrato:

a) examinar os balancetes, organizados pelos construtores, dos recebimentos e despesas do condomínio dos contratantes, aprová-los ou impug-ná-los, examinando a documentação respectiva;

b) fiscalizar concorrências relativas às com-pras dos materiais necessários à obra ou aos ser-viços a ela pertinentes;

c) contratar, em nome do condomínio, com qualquer condômino, modificações por ele solicita-das em sua respectiva unidade, a serem adminis-tradas pelo construtor, desde que não prejudiquem unidade de outro condômino e não estejam em desacordo com o parecer técnico do construtor;

d) fiscalizar a arrecadação das contribuições destinadas à construção;

e) exercer as demais obrigações inerentes a sua função representativa dos contratantes e fiscalizado-ra da construção, e praticar todos os atos necessá-rios ao funcionamento regular do condomínio.

Art. 62. Em toda publicidade ou propaganda escrita destinada a promover a venda de incorpo-ração com construção pelo regime de administra-ção em que conste preço, serão discriminados explicitamente o preço da fração ideal de terreno e o montante do orçamento atualizado do custo da construção, na forma dos artigos 59 e 60, com a indicação do mês a que se refere o dito orçamento e do tipo padronizado a que se vincule o mesmo.

§ 1.º As mesmas indicações deverão constar em todos os papéis utilizados para a realização da incorporação, tais como cartas, propostas, escritu-ras, contratos e documentos semelhantes.

§ 2.º Esta exigência será dispensada nos anúncios “classificados” dos jornais.

CAPÍTULO IV

Das infrações

Art. 63. É lícito estipular no contrato, sem

prejuízo de outras sanções, que a falta de paga-mento, por parte do adquirente ou contratante, de três prestações do preço da construção, quer es-tabelecidas inicialmente, quer alteradas ou criadas posteriormente, quando for o caso, depois de pré-via notificação com o prazo de 10 (dez) dias para purgação da mora, implique na rescisão do contra-to, conforme nele se fixar, ou que, na falta de pagamento, pelo débito respondem os direitos à respectiva fração ideal de terreno e à parte cons-

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truída, adicionada na forma abaixo estabelecida, se outra forma não fixar o contrato.

§ 1.º Se o débito não for liquidado no prazo de 10 (dez) dias, após solicitação da comissão de representantes, esta ficará, desde logo, de pleno direito, autorizada a efetuar, no prazo que fixar, em público leilão anunciado pela forma que o con-trato previr, a venda, promessa de venda ou de cessão, ou a cessão da cota de terreno e corres-pondente parte construída e direitos, bem como a sub-rogação do contrato de construção.

§ 2.º Se o maior lanço obtido for inferior ao desembolso efetuado pelo inadimplente para a cota do terreno e a construção, despesas acarre-tadas e as porcentagens expressas no parágrafo seguinte, será realizada nova praça no prazo esti-pulado no contrato. Nesta segunda praça, será aceito o maior lanço apurado, ainda que inferior àquele total (VETADO).

§ 3.º No prazo de 24 (vinte e quatro) horas após a realização do leilão final, o condomínio, por decisão unânime de assembléia-geral em condi-ções de igualdade com terceiros, terá preferência na aquisição dos bens, caso em que serão adjudi-cados ao condomínio.

§ 4.º Do preço que for apurado no leilão, se-rão deduzidas as quantias em débito, todas as despesas ocorridas, inclusive honorários de advo-gados e anúncios, e mais 5% a título de comissão e 10% de multa compensatória, que reverterão em benefício do condomínio de todos os contra-tantes, com exceção do faltoso, ao qual será en-tregue o saldo, se houver.

§ 5.º Para os fins das medidas estipuladas neste artigo, a comissão de representantes ficará investida de mandato irrevogável, isento do im-posto do selo, na vigência do contrato geral de construção da obra, com poderes necessários pa-ra, em nome do condômino inadimplente, efetuar as citadas transações, podendo para este fim fixar preços, ajustar condições, sub-rogar o arrematan-te nos direitos e obrigações decorrentes do contra-to de construção e da cota de terreno e constru-ção; outorgar as competentes escrituras e contratos, receber preços, dar quitações; imitir o arrematante na posse do imóvel; transmitir domí-nio, direito e ação; responder pela evicção; rece-ber citação; propor e variar de ações; e também dos poderes “ad juditia”, a serem substabelecidos a advogado legalmente habilitado.

§ 6.º A morte, falência ou concordata do con-dômino ou sua dissolução, se se tratar de socieda-de, não revogará o mandato de que trata o pará-grafo anterior, o qual poderá ser exercido pela comissão de representantes até a conclusão dos pagamentos devidos, ainda que a unidade perten-ça a menor de idade.

§ 7.º Os eventuais débitos, fiscais ou para

com a previdência social, não impedirão a aliena-ção por leilão público. Neste caso, ao condômino somente será entregue o saldo, se houver, desde que prove estar quite com o fisco e a previdência social, devendo a comissão de representantes, em caso contrário, consignar judicialmente a impor-tância equivalente aos débitos existentes, dando ciência do fato à entidade credora.

§ 8.º Independentemente das disposições deste artigo e seus parágrafos, e como penalida-des preliminares, poderá o contrato de construção estabelecer a incidência de multas e juros de mora em caso de atraso no depósito de contribuições, sem prejuízo do disposto no parágrafo seguinte.

§ 9.º O contrato poderá dispor que o valor das prestações pagas com atraso seja corrigível em função da variação do índice geral de preços mensalmente publicado pelo Conselho Nacional de Economia, que reflita as oscilações do poder aqui-sitivo da moeda nacional.

§ 10. O membro da comissão de representan-tes que incorrer na falta prevista neste artigo esta-rá sujeito à perda automática do mandato e deve-rá ser substituído segundo dispuser o contrato.

Art. 64. Os órgãos de informação e publicida-de que divulgarem publicidade sem os requisitos exigidos pelo § 3.º do artigo 32 e pelos artigos 56 e 62 desta lei sujeitar-se-ão à multa em importân-cia correspondente ao dobro do preço pago pelo anunciante, a qual reverterá em favor da respecti-va municipalidade.

Art. 65. É crime contra a economia popular promover incorporação, fazendo, em proposta, con-tratos, prospectos ou comunicação ao público ou aos interessados, afirmação falsa sobre a constituição do condomínio, alienação das frações ideais do terreno ou sobre a construção das edificações.

Pena — reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, de 5 (cinco) a 50 (cinqüenta) vezes o maior salário-mínimo legal vigente no País.

§ 1.º Incorrem na mesma pena: I — o incorporador, o corretor e o construtor,

individuais, bem como os diretores ou gerentes de empresa coletiva incorporadora, corretora ou cons-trutora que, em proposta, contrato, publicidade, prospecto, relatório, parecer, balanço ou comunica-ção ao público ou aos condôminos, candidatos ou subscritores de unidades, fizerem afirmação falsa sobre a constituição do condomínio, alienação das frações ideais ou sobre a construção das edificações;

II — o incorporador, o corretor e o construtor in-dividuais, bem como os diretores ou gerentes de em-presa coletiva, incorporadora, corretora ou construto-ra que usarem, ainda que a título de empréstimo, em proveito próprio ou de terceiro, bens ou haveres des-tinados a incorporação contratada por administração, sem prévia autorização dos interessados.

§ 2.º O julgamento destes crimes será de

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competência de juízo singular, aplicando-se os artigos 5.º, 6.º e 7.º da Lei n.º 1.521, de 26 de dezembro de 1951.

§ 3.º Em qualquer fase do procedimento cri-minal objeto deste artigo, a prisão do indiciado dependerá sempre de mandado do juízo referido no § 2.º [Parágrafo acrescentado a este artigo pela Lei n.º 4.864, de 29/11/1965.]

Art. 66. São contravenções relativas à eco-nomia popular, puníveis na forma do artigo 10 da Lei n.º 1.521, de 26 de dezembro de 1951:

I — negociar o incorporador frações ideais de terreno, sem previamente satisfazer às exigências constantes desta lei;

II — omitir o incorporador, em qualquer do-cumento de ajuste, as indicações a que se referem os artigos 37 e 38 desta lei;

III — deixar o incorporador, sem justa causa, no prazo do artigo 35 e ressalvada a hipótese de seus §§ 2.º e 3.º, de promover a celebração do con-trato relativo à fração ideal de terreno, do contrato de construção ou da convenção do condomínio;

IV — (VETADO); V — omitir o incorporador, no contrato, a indica-

ção a que se refere o § 5.º do artigo 55 desta lei; VI — paralisar o incorporador a obra, por

mais de 30 (trinta) dias, ou retardar-lhe excessi-vamente o andamento, sem justa causa.

Pena — Multa de 5 (cinco) a 20 (vinte) vezes o maior salário-mínimo legal vigente no País.

Parágrafo único. No caso de contratos rela-tivos a incorporações, de que não participe o in-corporador, responderão solidariamente pelas faltas capituladas neste artigo o construtor, o cor-retor, o proprietário ou titular de direitos aquisiti-vos do terreno, desde que figurem no contrato, com direito regressivo sobre o incorporador, se as faltas cometidas lhe forem imputáveis.

CAPÍTULO V

Das disposições finais e transitórias

Art. 67. Os contratos poderão consignar ex-

clusivamente as cláusulas, termos ou condições variáveis ou específicas.

§ 1.º As cláusulas comuns a todos os adqui-rentes não precisarão figurar expressamente nos respectivos contratos.

§ 2.º Os contratos, no entanto, consignarão obrigatoriamente que as partes contratantes ado-tem e se comprometam a cumprir as cláusulas, termos e condições contratuais a que se refere o parágrafo anterior, sempre transcritas, “verbo ad verbum”, no respectivo cartório ou ofício, mencio-nando, inclusive, o número do livro e das folhas do competente registro.

§ 3.º Aos adquirentes, ao receberem os respec-

tivos instrumentos, será obrigatoriamente entregue cópia, impressa ou mimeografada, autenticada, do contrato-padrão, contendo as cláusulas, termos e condições referidas no § 1.º deste artigo.

§ 4.º Os cartórios de registro de imóveis, para os devidos efeitos, receberão dos incorporadores, autenticadamente, o instrumento a que se refere o parágrafo anterior.

Art. 68. Os proprietários ou titulares de direi-to aquisitivo sobre as terras rurais ou os terrenos onde pretendam construir ou mandar construir habitações isoladas para aliená-las antes de con-cluídas, mediante pagamento do preço a prazo, deverão, previamente, satisfazer às exigências constantes no artigo 32, ficando sujeitos ao regi-me instituído nesta lei, para os incorporadores, no que lhes for aplicável.

Art. 69. O Poder Executivo baixará, no prazo de 90 (noventa) dias, regulamento sobre o regis-tro no registro de imóveis (VETADO).

Art. 70. A presente lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogados o Decreto n.º 5.481, de 25 de junho de 1928, e quaisquer dispo-sições em contrário.

Brasília, 16 de dezembro de 1964. H. CASTELO BRANCO [Publicada no “Diário Oficial” da União, de

21/12/1964; retificada no de 01/02/1965. Os vetos do Presidente da República foram mantidos, em sua totalidade, pelo Congresso Nacional, em sessão rea-lizada em 13/05/1965, cuja ata foi publicada no “Diário do Congresso Nacional” da mesma data.] ...........................................................................

____________

DISPOSITIVOS DA LEI N.o 10.406, DE 10 DE

JANEIRO DE 2002.

Institui o Código Civil. O Presidente da República: Faço saber que o Congresso Nacional decreta

e eu sanciono a seguinte Lei: .......................................................................

PARTE ESPECIAL

LIVRO III

DOS DIREITOS DAS COISAS

.......................................................................

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

42

TÍTULO III

DA PROPRIEDADE

CAPÍTULO VI

Do condomínio em geral

Seção I

Do condomínio voluntário

Subseção I

Dos direitos e deveres dos condôminos

Art. 1.314. Cada condômino pode usar da coisa conforme sua destinação, sobre ela exercer todos os direitos compatíveis com a indivisão, reivindicá-la de terceiro, defender a sua posse e alhear a respectiva parte ideal, ou gravá-la.

Parágrafo único. Nenhum dos condôminos pode alterar a destinação da coisa comum, nem dar posse, uso ou gozo dela a estranhos, sem o consenso dos outros.

Art. 1.315. O condômino é obrigado, na pro-porção de sua parte, a concorrer para as despesas de conservação ou divisão da coisa, e a suportar os ônus a que estiver sujeita.

Parágrafo único. Presumem-se iguais as partes ideais dos condôminos.

Art. 1.316. Pode o condômino eximir-se do pagamento das despesas e dívidas, renunciando à parte ideal.

§ 1.º Se os demais condôminos assumem as despesas e as dívidas, a renúncia lhes aproveita, adquirindo a parte ideal de quem renunciou, na proporção dos pagamentos que fizerem.

§ 2.º Se não há condômino que faça os pa-gamentos, a coisa comum será dividida.

Art. 1.317. Quando a dívida houver sido con-traída por todos os condôminos, sem se discrimi-nar a parte de cada um na obrigação, nem se esti-pular solidariedade, entende-se que cada qual se obrigou proporcionalmente ao seu quinhão na coisa comum.

Art. 1.318. As dívidas contraídas por um dos condôminos em proveito da comunhão, e durante ela, obrigam o contratante; mas terá este ação regressiva contra os demais.

Art. 1.319. Cada condômino responde aos outros pelos frutos que percebeu da coisa e pelo dano que lhe causou.

Art. 1.320. A todo tempo será lícito ao con-dômino exigir a divisão da coisa comum, respon-dendo o quinhão de cada um pela sua parte nas despesas da divisão.

§ 1.º Podem os condôminos acordar que fique

indivisa a coisa comum por prazo não maior de cinco anos, suscetível de prorrogação ulterior.

§ 2.º Não poderá exceder de cinco anos a in-divisão estabelecida pelo doador ou pelo testador.

§ 3.º A requerimento de qualquer interessado e se graves razões o aconselharem, pode o juiz determinar a divisão da coisa comum antes do prazo.

Art. 1.321. Aplicam-se à divisão do condomí-nio, no que couber, as regras de partilha de he-rança (arts. 2.013 a 2.022).

Art. 2.013. O herdeiro pode sempre re-

querer a partilha, ainda que o testador o proí-ba, cabendo igual faculdade aos seus cessio-nários e credores.

Art. 2.014. Pode o testador indicar os bens e valores que devem compor os quinhões hereditários, deliberando ele próprio a partilha, que prevalecerá, salvo se o valor dos bens não corresponder às quotas estabelecidas.

Art. 2.015. Se os herdeiros forem capa-zes, poderão fazer partilha amigável, por es-critura pública, termo nos autos do inventário, ou escrito particular, homologado pelo juiz.

Art. 2.016. Será sempre judicial a parti-lha, se os herdeiros divergirem, assim como se algum deles for incapaz.

Art. 2.017. No partilhar os bens, observar-se-á, quanto ao seu valor, natureza e qualida-de, a maior igualdade possível.

Art. 2.018. É válida a partilha feita por as-cendente, por ato entre vivos ou de última vontade, contanto que não prejudique a legí-tima dos herdeiros necessários.

Art. 2.019. Os bens insuscetíveis de di-visão cômoda, que não couberem na meação do cônjuge sobrevivente ou no quinhão de um só herdeiro, serão vendidos judicialmen-te, partilhando-se o valor apurado, a não ser que haja acordo para serem adjudicados a todos.

§ 1.º Não se fará a venda judicial se o cônjuge sobrevivente ou um ou mais herdeiros requererem lhes seja adjudicado o bem, re-pondo aos outros, em dinheiro, a diferença, após avaliação atualizada.

§ 2.º Se a adjudicação for requerida por mais de um herdeiro, observar-se-á o proces-so da licitação.

Art. 2.020. Os herdeiros em posse dos bens da herança, o cônjuge sobrevivente e o inventa-riante são obrigados a trazer ao acervo os frutos que perceberam, desde a abertura da sucessão; têm direito ao reembolso das despesas necessá-rias e úteis que fizeram, e respondem pelo dano a que, por dolo ou culpa, deram causa.

Art. 2.021. Quando parte da herança

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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consistir em bens remotos do lugar do inven-tário, litigiosos, ou de liquidação morosa ou difícil, poderá proceder-se, no prazo legal, à partilha dos outros, reservando-se aqueles para uma ou mais sobrepartilhas, sob a guar-da e a administração do mesmo ou diverso inventariante, e consentimento da maioria dos herdeiros.

Art. 2.022. Ficam sujeitos a sobrepartilha os bens sonegados e quaisquer outros bens da herança de que se tiver ciência após a partilha. Art. 1.322. Quando a coisa for indivisível, e

os consortes não quiserem adjudicá-la a um só, indenizando os outros, será vendida e repartido o apurado, preferindo-se, na venda, em condições iguais de oferta, o condômino ao estranho, e entre os condôminos aquele que tiver na coisa benfeito-rias mais valiosas, e, não as havendo, o de qui-nhão maior.

Parágrafo único. Se nenhum dos condô-minos tem benfeitorias na coisa comum e parti-cipam todos do condomínio em partes iguais, realizar-se-á licitação entre estranhos e, antes de adjudicada a coisa àquele que ofereceu mai-or lanço, proceder-se-á à licitação entre os condôminos, a fim de que a coisa seja adjudi-cada a quem afinal oferecer melhor lanço, pre-ferindo, em condições iguais, o condômino ao estranho.

Subseção II

Da administração do condomínio

Art. 1.323. Deliberando a maioria sobre a

administração da coisa comum, escolherá o admi-nistrador, que poderá ser estranho ao condomínio; resolvendo alugá-la, preferir-se-á, em condições iguais, o condômino ao que não o é.

Art. 1.324. O condômino que administrar sem oposição dos outros presume-se representan-te comum.

Art. 1.325. A maioria será calculada pelo va-lor dos quinhões.

§ 1.º As deliberações serão obrigatórias, sen-do tomadas por maioria absoluta.

§ 2.º Não sendo possível alcançar maioria ab-soluta, decidirá o juiz, a requerimento de qualquer condômino, ouvidos os outros.

§ 3.º Havendo dúvida quanto ao valor do qui-nhão, será este avaliado judicialmente.

Art. 1.326. Os frutos da coisa comum, não havendo em contrário estipulação ou disposição de última vontade, serão partilhados na proporção dos quinhões.

Seção II

Do condomínio necessário Art. 1.327. O condomínio por meação de pare-

des, cercas, muros e valas regula-se pelo disposto neste Código (arts. 1.297 e 1.298; 1.304 a 1.307).

Art. 1.297. O proprietário tem direito a

cercar, murar, valar ou tapar de qualquer mo-do o seu prédio, urbano ou rural, e pode cons-tranger o seu confinante a proceder com ele à demarcação entre os dois prédios, a aviventar rumos apagados e a renovar marcos destruí-dos ou arruinados, repartindo-se proporcio-nalmente entre os interessados as respectivas despesas.

§ 1.º Os intervalos, muros, cercas e os tapumes divisórios, tais como sebes vivas, cercas de arame ou de madeira, valas ou ban-quetas, presumem-se, até prova em contrário, pertencer a ambos os proprietários confinan-tes, sendo estes obrigados, de conformidade com os costumes da localidade, a concorrer, em partes iguais, para as despesas de sua construção e conservação.

§ 2.º As sebes vivas, as árvores, ou plan-tas quaisquer, que servem de marco divisório, só podem ser cortadas, ou arrancadas, de co-mum acordo entre proprietários.

§ 3.º A construção de tapumes especiais para impedir a passagem de animais de pe-queno porte, ou para outro fim, pode ser exi-gida de quem provocou a necessidade deles, pelo proprietário, que não está obrigado a concorrer para as despesas.

Art. 1.298. Sendo confusos, os limites, em falta de outro meio, se determinarão de con-formidade com a posse justa; e, não se a-chando ela provada, o terreno contestado se dividirá por partes iguais entre os prédios, ou, não sendo possível a divisão cômoda, se adju-dicará a um deles, mediante indenização ao outro. .................................................................

Art. 1.304. Nas cidades, vilas e povoados cuja edificação estiver adstrita a alinhamento, o dono de um terreno pode nele edificar, ma-deirando na parede divisória do prédio contí-guo, se ela suportar a nova construção; mas terá de embolsar ao vizinho metade do valor da parede e do chão correspondentes.

Art. 1.305. O confinante, que primeiro construir, pode assentar a parede divisória até meia espessura no terreno contíguo, sem per-der por isso o direito a haver meio valor dela se o vizinho a travejar, caso em que o primeiro fi-xará a largura e a profundidade do alicerce.

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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Parágrafo único. Se a parede divisória per-tencer a um dos vizinhos, e não tiver capaci-dade para ser travejada pelo outro, não pode-rá este fazer-lhe alicerce ao pé sem prestar caução àquele, pelo risco a que expõe a cons-trução anterior.

Art. 1.306. O condômino da parede-meia po-de utilizá-la até ao meio da espessura, não pondo em risco a segurança ou a separação dos dois prédios, e avisando previamente o outro condômino das obras que ali tenciona fazer; não pode sem consentimento do outro, fa-zer, na parede-meia, armários, ou obras seme-lhantes, correspondendo a outras, da mesma natureza, já feitas do lado oposto.

Art. 1.307. Qualquer dos confinantes pode altear a parede divisória, se necessário re-construindo-a, para suportar o alteamento; arcará com todas as despesas, inclusive de conservação, ou com metade, se o vizinho ad-quirir meação também na parte aumentada. Art. 1.328. O proprietário que tiver direito a es-

tremar um imóvel com paredes, cercas, muros, valas ou valados, tê-lo-á igualmente a adquirir meação na parede, muro, valado ou cerca do vizinho, embol-sando-lhe metade do que atualmente valer a obra e o terreno por ela ocupado (art. 1.297).

Art. 1.329. Não convindo os dois no preço da obra, será este arbitrado por peritos, a expensas de ambos os confinantes.

Art. 1.330. Qualquer que seja o valor da me-ação, enquanto aquele que pretender a divisão não o pagar ou depositar, nenhum uso poderá fazer na parede, muro, vala, cerca ou qualquer outra obra divisória.

CAPÍTULO VII

Do condomínio edilício

Seção I

Disposições gerais

Art. 1.331. Pode haver, em edificações, par-

tes que são propriedade exclusiva, e partes que são propriedade comum dos condôminos.

§ 1.º As partes suscetíveis de utilização inde-pendente, tais como apartamentos, escritórios, salas, lojas, sobrelojas ou abrigos para veículos, com as respectivas frações ideais no solo e nas outras partes comuns, sujeitam-se a propriedade exclusiva, podendo ser alienadas e gravadas li-vremente por seus proprietários.

§ 2.º O solo, a estrutura do prédio, o telhado, a rede geral de distribuição de água, esgoto, gás e eletricidade, a calefação e refrigeração centrais, e

as demais partes comuns, inclusive o acesso ao logradouro público, são utilizados em comum pelos condôminos, não podendo ser alienados separa-damente, ou divididos.

§ 3.º A cada unidade imobiliária caberá, como parte inseparável, uma fração ideal no solo e nas outras partes comuns, que será identificada em forma decimal ou ordinária no instrumento de instituição do condomínio. [Redação dada pela Lei n.º 10.931, de 02/08/2004.]

§ 4.º Nenhuma unidade imobiliária pode ser privada do acesso ao logradouro público.

§ 5.º O terraço de cobertura é parte comum, salvo disposição contrária da escritura de constitu-ição do condomínio.

Art. 1.332. Institui-se o condomínio edilício por ato entre vivos ou testamento, registrado no Cartório de Registro de Imóveis, devendo constar daquele ato, além do disposto em lei especial:

I — a discriminação e individualização das unidades de propriedade exclusiva, estremadas uma das outras e das partes comuns;

II — a determinação da fração ideal atribuída a cada unidade, relativamente ao terreno e partes comuns;

III — o fim a que as unidades se destinam. Art. 1.333. A convenção que constitui o con-

domínio edilício deve ser subscrita pelos titulares de, no mínimo, dois terços das frações ideais e torna-se, desde logo, obrigatória para os titulares de direito sobre as unidades, ou para quantos sobre elas tenham posse ou detenção.

Parágrafo único. Para ser oponível contra terceiros, a convenção do condomínio deverá ser registrada no Cartório de Registro de Imóveis.

Art. 1.334. Além das cláusulas referidas no art. 1.332 e das que os interessados houverem por bem estipular, a convenção determinará:

I — a quota proporcional e o modo de paga-mento das contribuições dos condôminos para atender às despesas ordinárias e extraordinárias do condomínio;

II — sua forma de administração; III — a competência das assembléias, forma

de sua convocação e quórum exigido para as deli-berações;

IV — as sanções a que estão sujeitos os con-dôminos, ou possuidores;

V — o regimento interno. § 1.º A convenção poderá ser feita por escri-

tura pública ou por instrumento particular. § 2.º São equiparados aos proprietários, para

os fins deste artigo, salvo disposição em contrário, os promitentes compradores e os cessionários de direitos relativos às unidades autônomas.

Art. 1.335. São direitos do condômino: I — usar, fruir e livremente dispor das suas

unidades;

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

45

II — usar das partes comuns, conforme a sua destinação, e contanto que não exclua a utilização dos demais com possuidores;

III — votar nas deliberações da assembléia e delas participar, estando quite.

Art. 1.336. São deveres do condômino: I — contribuir para as despesas do condomí-

nio na proporção das suas frações ideais, salvo disposição em contrário na convenção; [Redação dada pela Lei n.º 10.931, de 02/08/2004.]

II — não realizar obras que comprometam a segurança da edificação;

III — não alterar a forma e a cor da fachada, das partes e esquadrias externas;

IV — dar às suas partes a mesma destinação que tem a edificação, e não as utilizar de maneira prejudicial ao sossego, salubridade e segurança dos possuidores, ou aos bons costumes.

§ 1.º O condômino que não pagar a sua con-tribuição ficará sujeito aos juros moratórios con-vencionados ou, não sendo previstos, os de um por cento ao mês e multa de até dois por cento sobre o débito.

§ 2.º O condômino, que não cumprir qualquer dos deveres estabelecidos nos incisos II a IV, pa-gará a multa prevista no ato constitutivo ou na convenção, não podendo ela ser superior a cinco vezes o valor de suas contribuições mensais, inde-pendentemente das perdas e danos que se apura-rem; não havendo disposição expressa, caberá à assembléia geral, por dois terços no mínimo dos condôminos restantes, deliberar sobre a cobrança da multa.

Art. 1.337. O condômino, ou possuidor, que não cumpre reiteradamente com os seus deveres perante o condomínio poderá, por deliberação de três quartos dos condôminos restantes, ser cons-trangido a pagar multa correspondente até ao quíntuplo do valor atribuído à contribuição para as despesas condominiais, conforme a gravidade das faltas e a reiteração, independentemente das per-das e danos que se apurem.

Parágrafo único. O condômino ou possuidor que, por seu reiterado comportamento anti-social, gerar incompatibilidade de convivência com os demais condôminos ou possuidores, poderá ser constrangido a pagar multa correspondente ao décuplo do valor atribuído à contribuição para as despesas condominiais, até ulterior deliberação da assembléia.

Art. 1.338. Resolvendo o condômino alugar área no abrigo para veículos, preferir-se-á, em condições iguais, qualquer dos condôminos a es-tranhos, e, entre todos, os possuidores.

Art. 1.339. Os direitos de cada condômino às partes comuns são inseparáveis de sua proprieda-de exclusiva; são também inseparáveis das fra-ções ideais correspondentes as unidades imobiliá-

rias, com as suas partes acessórias. § 1.º Nos casos deste artigo é proibido alienar

ou gravar os bens em separado. § 2.º É permitido ao condômino alienar parte

acessória de sua unidade imobiliária a outro con-dômino, só podendo fazê-lo a terceiro se essa faculdade constar do ato constitutivo do condomí-nio, e se a ela não se opuser a respectiva assem-bléia geral.

Art. 1.340. As despesas relativas a partes comuns de uso exclusivo de um condômino, ou de alguns deles, incumbem a quem delas se serve.

Art. 1.341. A realização de obras no condo-mínio depende:

I — se voluptuárias, de voto de dois terços dos condôminos;

II — se úteis, de voto da maioria dos condô-minos.

§ 1.º As obras ou reparações necessárias po-dem ser realizadas, independentemente de autori-zação, pelo síndico, ou, em caso de omissão ou impedimento deste, por qualquer condômino.

§ 2.º Se as obras ou reparos necessários fo-rem urgentes e importarem em despesas excessi-vas, determinada sua realização, o síndico ou o condômino que tomou a iniciativa delas dará ciên-cia à assembléia, que deverá ser convocada imediatamente.

§ 3.º Não sendo urgentes, as obras ou repa-ros necessários, que importarem em despesas excessivas, somente poderão ser efetuadas após autorização da assembléia, especialmente convo-cada pelo síndico, ou, em caso de omissão ou im-pedimento deste, por qualquer dos condôminos.

§ 4.º O condômino que realizar obras ou re-paros necessários será reembolsado das despesas que efetuar, não tendo direito à restituição das que fizer com obras ou reparos de outra natureza, embora de interesse comum.

Art. 1.342. A realização de obras, em partes comuns, em acréscimo às já existentes, a fim de lhes facilitar ou aumentar a utilização, depende da aprovação de dois terços dos votos dos condômi-nos, não sendo permitidas construções, nas partes comuns, suscetíveis de prejudicar a utilização, por qualquer dos condôminos, das partes próprias, ou comuns.

Art. 1.343. A construção de outro pavimento, ou, no solo comum, de outro edifício, destinado a conter novas unidades imobiliárias, depende da aprovação da unanimidade dos condôminos.

Art. 1.344. Ao proprietário do terraço de co-bertura incumbem as despesas da sua conserva-ção, de modo que não haja danos às unidades imobiliárias inferiores.

Art. 1.345. O adquirente de unidade respon-de pelos débitos do alienante, em relação ao con-domínio, inclusive multas e juros moratórios.

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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Art. 1.346. É obrigatório o seguro de toda a edificação contra o risco de incêndio ou destruição, total ou parcial.

Seção II

Da administração do condomínio

Art. 1.347. A assembléia escolherá um síndi-

co, que poderá não ser condômino, para adminis-trar o condomínio, por prazo não superior a dois anos, o qual poderá renovar-se.

Art. 1.348. Compete ao síndico: I — convocar a assembléia dos condôminos; II — representar, ativa e passivamente, o

condomínio, praticando, em juízo ou fora dele, os atos necessários à defesa dos interesses comuns;

III — dar imediato conhecimento à assem-bléia da existência de procedimento judicial ou administrativo, de interesse do condomínio;

IV — cumprir e fazer cumprir a convenção, o regimento interno e as determinações da assem-bléia;

V — diligenciar a conservação e a guarda das partes comuns e zelar pela prestação dos serviços que interessem aos possuidores;

VI — elaborar o orçamento da receita e da despesa relativa a cada ano;

VII — cobrar dos condôminos as suas contribui-ções, bem como impor e cobrar as multas devidas;

VIII — prestar contas à assembléia, anual-mente e quando exigidas;

IX — realizar o seguro da edificação. § 1.º Poderá a assembléia investir outra pes-

soa, em lugar do síndico, em poderes de represen-tação.

§ 2.º O síndico pode transferir a outrem, total ou parcialmente, os poderes de representação ou as funções administrativas, mediante aprovação da assembléia, salvo disposição em contrário da convenção.

Art. 1.349. A assembléia, especialmente con-vocada para o fim estabelecido no § 2.º do artigo antecedente, poderá, pelo voto da maioria absolu-ta de seus membros, destituir o síndico que prati-car irregularidades, não prestar contas, ou não administrar convenientemente o condomínio.

Art. 1.350. Convocará o síndico, anualmente, reunião da assembléia dos condôminos, na forma prevista na convenção, a fim de aprovar o orçamen-to das despesas, as contribuições dos condôminos e a prestação de contas, e eventualmente eleger-lhe o substituto e alterar o regimento interno.

§ 1.º Se o síndico não convocar a assembléia, um quarto dos condôminos poderá fazê-lo.

§ 2.º Se a assembléia não se reunir, o juiz decidirá, a requerimento de qualquer condômino.

Art. 1.351. Depende da aprovação de 2/3

(dois terços) dos votos dos condôminos a altera-ção da convenção; a mudança da destinação do edifício, ou da unidade imobiliária, depende da aprovação pela unanimidade dos condôminos. [Redação dada pela Lei n.º 10.931, de 02/08/2004.]

Art. 1.352. Salvo quando exigido quórum es-pecial, as deliberações da assembléia serão toma-das, em primeira convocação, por maioria de vo-tos dos condôminos presentes que representem pelo menos metade das frações ideais.

Parágrafo único. Os votos serão proporcio-nais às frações ideais no solo e nas outras partes comuns pertencentes a cada condômino, salvo disposição diversa da convenção de constituição do condomínio.

Art. 1.353. Em segunda convocação, a assem-bléia poderá deliberar por maioria dos votos dos presentes, salvo quando exigido quórum especial.

Art. 1.354. A assembléia não poderá delibe-rar se todos os condôminos não forem convocados para a reunião.

Art. 1.355. Assembléias extraordinárias pó derão ser convocadas pelo síndico ou por um quar-to dos condôminos.

Art. 1.356. Poderá haver no condomínio um conselho fiscal, composto de três membros, eleitos pela assembléia, por prazo não superior a dois anos, ao qual compete dar parecer sobre as contas do síndico.

Seção III

Da extinção do condomínio

Art. 1.357. Se a edificação for total ou consi-

deravelmente destruída, ou ameace ruína, os con-dôminos deliberarão em assembléia sobre a re-construção, ou venda, por votos que representem metade mais uma das frações ideais.

§ 1.º Deliberada a reconstrução, poderá o condômino eximir-se do pagamento das despesas respectivas, alienando os seus direitos a outros condôminos, mediante avaliação judicial.

§ 2.º Realizada a venda, em que se preferirá, em condições iguais de oferta, o condômino ao estranho, será repartido o apurado entre os con-dôminos, proporcionalmente ao valor das suas unidades imobiliárias.

Art. 1.358. Se ocorrer desapropriação, a in-denização será repartida na proporção a que se refere o § 2.º do artigo antecedente. .......................................................................

Art. 2.043. Até que por outra forma se disci-plinem, continuam em vigor as disposições de natureza processual, administrativa ou penal, constantes de leis cujos preceitos de natureza civil hajam sido incorporados a este Código.

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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Art. 2.044. Este Código entrará em vigor 1 (um) ano após a sua publicação.

Art. 2.045. Revogam-se a Lei n.o 3.071, de 1.o de janeiro de 1916 — Código Civil e a Parte Primeira do Código Comercial, Lei n.o 556, de 25 de junho de 1850.

Art. 2.046. Todas as remissões, em diplomas legislativos, aos Códigos referidos no artigo ante-cedente, consideram-se feitas às disposições cor-respondentes deste Código.

____________

DISPOSITIVOS DA LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO

.......................................................................

TÍTULO VI

DAS POLÍTICAS MUNICIPAIS

.......................................................................

CAPÍTULO V

Da política urbana

Seção I

Disposições gerais

Art. 421. A política urbana tem com objetivo fundamental a garantia de qualidade de vida para os habitantes, nos termos do desenvolvimento municipal expresso nesta Lei Orgânica.

Art. 422. A política urbana, formulada e ad-ministrada no âmbito do processo de planejamen-to e em consonância com as demais políticas mu-nicipais, implementará o pleno atendimento das funções sociais da Cidade.

§ 1.º As funções sociais da Cidade compreen-dem o direito da população à moradia, transporte público, saneamento básico, água potável, serviços de limpeza urbana, drenagem das vias de circulação, energia elétrica, gás canalizado, abastecimento, iluminação pública, saúde, educação, cultura, creche, lazer, contenção de encostas, segurança e preserva-ção, proteção e recuperação do patrimônio ambiental e cultural.

§ 2.º É ainda função social da Cidade a con-servação do patrimônio ambiental, arquitetônico e cultural do Município, de cuja preservação, prote-ção e recuperação cuidará a política urbana.

Art. 423. Para cumprir os objetivos e diretri-zes da política urbana, o Poder Público poderá intervir na propriedade, visando ao cumprimento de sua função social e agir sobre a oferta do solo,

de maneira a impedir sua retenção especulativa. Parágrafo único. O exercício do direito de

propriedade e do direito de construir fica condicio-nado ao disposto nesta Lei Orgânica e no plano diretor e à legislação urbanística aplicável.

Art. 424. O plano diretor, respeitadas as fun-ções sociais da Cidade e o bem-estar de seus habi-tantes, contemplará os objetivos, metas, estratégias e programas da política urbana.

Art. 425. O plano diretor, como parte inte-grante do processo de planejamento e como ins-trumento da política urbana, tratará o conjunto de ações propostas por esta Lei Orgânica.

Parágrafo único. O plano diretor é instru-mento regulador dos processos de desenvolvimen-to urbano, servindo de referência a todos os agen-tes públicos e privados.

Art. 426. A participação popular no processo de tomada de decisão e a estrutura administrativa descentralizada do Poder Público são a base da realização da política urbana.

Art. 427. O Poder Público garantirá à popula-ção os meios de acesso ao conjunto de informa-ções sobre a política urbana, como forma de con-trole sobre a responsabilidade de suas ações:

I — no plano diretor; II — no processo de elaboração e execução

orçamentária; III — nos planos de desenvolvimento urbanos

e regionais; IV — na definição das localizações industriais; V — nos projetos de infra-estrutura; VI — no acesso ao cadastro atualizado de ter-

ras públicas; VII — nas informações referentes à gestão

dos serviços públicos. Parágrafo único. O acesso às informações,

em linguagem acessível ao cidadão comum, deve ser descentralizado ao âmbito das Regiões Admi-nistrativas.

Art. 428. A formulação e a administração da política urbana levarão em conta o estado social de necessidade e o disposto no art. 422 desta Lei Orgânica.

Seção II

Do desenvolvimento urbano

Subseção I

Dos preceitos e instrumentos

Art. 429. A política de desenvolvimento urba-

no respeitará os seguintes preceitos: I — provisão dos equipamentos e serviços ur-

banos em quantidade, qualidade e distribuição espacial, garantindo pleno acesso a todos os cida-

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

48

dãos; II — justa distribuição dos benefícios e ônus

decorrentes do processo de urbanização; III — ordenação e controle do uso do solo de

modo a evitar: a) a ociosidade, subutilização ou não utiliza-

ção do solo edificável; b) o estabelecimento de atividades considera-

das prejudiciais à saúde e nocivas à coletividade; c) espaços adensados inadequadamente em

relação à infra-estrutura e aos equipamentos co-munitários existentes ou previstos;

IV — compatibilização de usos, conjugação de atividades e estímulo à sua complementaridade no território municipal;

V — integração e complementaridade entre as atividades urbanas e rurais;

VI — urbanização, regularização fundiária e titulação das áreas faveladas e de baixa renda, sem remoção dos moradores, salvo quando as condições físicas da área ocupada imponham risco de vida aos seus habitantes, hipótese em que se-rão seguidas as seguintes regras:

a) laudo técnico do órgão responsável; b) participação da comunidade interessada e

das entidades representativas na análise e defini-ção das soluções;

c) assentamento em localidades próximas dos locais da moradia ou do trabalho, se necessário o remanejamento;

VII — regularização de loteamentos irregula-res abandonados não titulados e clandestinos em áreas de baixa renda, através da urbanização e titulação, sem prejuízo das ações cabíveis contra o loteador;

VIII — preservação das áreas de exploração agrícola e pecuária e estímulo a essas atividades primárias;

IX — preservação, proteção e recuperação do meio-ambiente urbano e cultural;

X — criação de áreas de especial interesse ur-banístico, social, ambiental, turístico e de utiliza-ção pública;

XI — utilização planejada do território e dos re-cursos naturais, mediante controle da implantação e do funcionamento de atividades industriais, comerciais, residenciais, agropecuárias e extrativas;

XII — criação e delimitação de áreas de cres-cimento limitado em zonas supersaturadas da Cidade onde não se permitam novas construções e edificações, a não ser as de gabarito e densidade iguais ou inferiores às que forem previamente demolidas no local;

XIII — a climatização da cidade; XIV — a racionalização, conservação e eco-

nomia de energia e combustíveis; XV — a boa qualidade de vida da população. Art. 430. Para assegurar as funções sociais

da Cidade e da propriedade, o Poder Público pode-rá valer-se dos seguintes instrumentos, além de outros que a lei definir:

I — de caráter fiscal e financeiro; a) imposto sobre a propriedade predial e territo-

rial urbana, progressivo e diferenciado por zonas, e outros critérios de ocupação e de uso do solo;

b) taxas e tarifas diferenciadas por zonas, se-gundo os serviços oferecidos;

c) contribuição de melhoria; d) incentivos e benefícios fiscais; e) recursos públicos destinados especifica-

mente ao desenvolvimento urbano; II — de caráter jurídico-urbanístico: a) desapropriação por interesse social ou uti-

lidade pública; b) servidão administrativa e limitações admi-

nistrativas; c) tombamento de imóveis; d) declaração de área de preservação ou pro-

teção ambiental; e) concessão real de uso ou domínio; f) concessão de direito real de uso resolúvel; g) lei de parcelamento do solo urbano; h) lei de perímetro urbano; i) código de obras e edificações; j) código de posturas; k) lei de solo criado; l) código de licenciamento e fiscalização; III — de caráter urbanístico-institucional; a) programa de regularização fundiária; b) programas de reserva de áreas para utili-

zação pública; c) programas de assentamentos de população

de baixa renda; d) programas de preservação, proteção e re-

cuperação das áreas urbanas; IV — de caráter administrativo: a) subsídios à construção habitacional para a

população de baixa renda; b) urbanização de áreas faveladas e lotea-

mentos irregulares e clandestinos, integrando-os aos bairros onde estão situados.

Art. 431. O processamento para desapropria-ção por interesse social e utilidade pública para o atendimento da política urbana e das diretrizes do plano diretor, adotará como valor justo e real da indenização do imóvel desapropriado, o preço do terreno como tal, sem computar os acréscimos da expectativa de lucro ou das mais-valias decorren-tes de investimentos públicos na região.

Art. 432. O Poder Público, para área incluída no plano diretor, poderá exigir do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado que promova seu adequado aproveita-mento, sob pena, sucessivamente, de:

I — parcelamento ou edificação compulsória, no prazo máximo de um ano, a contar da data de

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

49

notificação pela Prefeitura ao proprietário do imó-vel, devendo a notificação ser averbada no Regis-tro de Imóveis;

II — imposto progressivo no tempo, exigível até a aquisição do imóvel pela desapropriação, cuja ação deverá ser proposta no prazo de dois anos contados da data do primeiro lançamento do imposto;

III — desapropriação por necessidade ou uti-lidade pública efetuada mediante justa e prévia indenização em dinheiro, admitida a indenização em títulos da dívida pública somente no caso de interesse social relevante, previstos na Constitui-ção Federal.

Art. 433. A alienação de imóvel, posterior à data da notificação, não interrompe o prazo fixado para parcelamento e edificação compulsórios.

Art. 434. O imposto progressivo, a contribui-ção de melhoria e a edificação compulsória não incidirão sobre terreno de até duzentos e cinqüen-ta metros quadrados cujos proprietários não te-nham outro imóvel.

Art. 435. O abuso de direito pelo proprietário urbano acarretará sanções administrativas, além das civis e criminais, conforme definido em lei.

Art. 436. É reconhecido o direito de vizinhan-ça, seja pela aplicação da lei civil, seja pelas dis-posições desta Lei Orgânica e, especialmente, quanto ao licenciamento de obras no Município, pelo atendimento do seguinte:

I — qualquer requerimento de licença para construção de obra nova ou modificação que im-plique a construção de pavimentos exigirá a notifi-cação, por edital e por via postal, dos proprietários e dos moradores dos imóveis lindeiros, contendo descrição suscinta da área total edificável, do índi-ce de aproveitamento do terreno e do número de pavimentos e de unidades por pavimentos e no total; [Declarada a Inconstitucionalidade pelo Ór-gão Especial do Tribunal de Justiça — Representa-ção n.º 12/90 — Acórdão de 18/03/92 — Publica-da no “Diário Oficial” do Estado do Rio de Janeiro — Poder Judiciário.]

II — é assegurado aos proprietários e mora-dores dos imóveis lindeiros o direito de intervir no processo para verificar e exigir adequação do pro-jeto à legislação em vigor;

III — a consulta ao processo se fará direta-mente pelos interessados ou por terceiros legal-mente qualificados, os quais poderão manifestar-se a respeito da observância, no projeto, dos re-quisitos legais;

IV — a expedição da licença ficará condicio-nada à decisão, pela autoridade competente, das impugnações apresentadas.

§ 1.º O direito de vizinhança instituído neste artigo poderá ser exercido simultaneamente pelos proprietários lindeiros ou, em substituição a estes,

por associação de moradores legalmente registra-da após assembléia que, especialmente convoca-da, se manifeste pelo exercício desse direito.

§ 2.º Fica o Poder Público obrigado, no ato de expedição da licença, a publicar edital, para co-nhecimento de terceiros, do projeto licenciado, com as indicações mínimas referidas no inciso I.

§ 3.º O descumprimento das disposições des-te artigo implica o cancelamento automático da licença ou sua denegação, além de responsabilizar a autoridade administrativa concedente da licença, de acordo com a sua hierarquia, por infração polí-tico-administrativa ou falta grave. [Declarada a Inconstitucionalidade pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça — Representação n.º 15/90 — Acórdão de 01/08/94 — Publicada no “Diário Oficial” do Estado do Rio de Janeiro — Poder Judiciário.]

Subseção II

Dos assentamentos e das edificações

Art. 437. As terras públicas não utilizadas ou

subutilizadas serão prioritariamente destinadas a assentamentos de população de baixa renda e à instalação de equipamentos urbanos de uso coletivo.

Parágrafo único. Nos assentamentos em ter-ras públicas e ocupadas por população de baixa renda ou em terras não utilizadas e subutilizadas, o domínio u a concessão real de uso será concedi-do ao homem ou à mulher, ou a ambos, indepen-dentemente do estado civil. [Redação da Emenda à Lei Orgânica n.º 13, de 2002, publicada no DCM de 05/07/2002.]

Art. 438. Nos processos de regularização fundiária, o Município proporcionará à população de baixa renda assistência jurídica através de ór-gão próprio ou de convênio com entidades reco-nhecidas pela comunidade que já tenham experi-ência na prestação desse serviço.

Art. 439. O ato de reconhecimento de logra-douro de uso da população não importará a acei-tação da obra ou aprovação do parcelamento do solo, nem dispensa do cumprimento das obriga-ções legais os proprietários, loteadores e demais responsáveis.

Parágrafo único. A prestação de serviços públicos à comunidade de baixa renda independe-rá do reconhecimento de logradouros e da regula-rização urbanística ou registrária das áreas e de suas construções.

Art. 440. Incumbe ao Poder Público elaborar e executar programas de construção de moradias populares e garantir condições habitacionais e de infra-estrutura urbana, em especial as de sanea-mento básico e transporte.

§ 1.º Para esse fim, o Poder Público apoiará: I — a criação de cooperativas e outras formas

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

50

de organização que tenham por objetivo a realiza-ção de programas de construção de moradias po-pulares;

II — a pesquisa e a aplicação de soluções tecnológicas e urbanísticas, alternativas ou autô-nomas, para programas habitacionais e de sanea-mento básico para a população de baixa renda, garantindo-lhes assistência técnica.

§ 2.º As entidades comunitárias e as associa-ções de trabalhadores terão participação garantida na elaboração desses programas.

§ 3.º O orçamento do Município incluirá, obri-gatoriamente, dotações destinadas aos programas de moradia popular.

Art. 441. Os direitos decorrentes da conces-são da licença para lotear, parcelar a terra, edifi-car ou construir cessarão se não for atendida qualquer destas condições:

I — execução total das fundações da edifica-ção em dezoito meses, a contar da data de apro-vação do projeto;

II — não conclusão das obras constantes do projeto aprovado em trinta e seis meses, a contar de sua aprovação;

III — não conclusão das obras constantes do projeto de loteamento aprovado em vinte e quatro meses, a contar da data de sua aprovação.

Art. 442. O Município adotará os procedimen-tos criminais e cíveis cabíveis contra aquele que, proprietário ou não de áreas ou glebas urbanas, parcelar a terra, abrir ruas, construir, vender ou receber qualquer tipo de pagamento de terceiros pela ocupação do lote ou da construção sem auto-rização da autoridade competente.

Art. 443. Qualquer construção ou atividade de urbanização executada sem autorização ou licença é sujeita à interdição, embargo ou demolição, nos termos da legislação pertinente, excetuadas aquelas localizadas nas áreas de regularização fundiária con-forme previsto em legislação específica.

Art. 444. A autorização para implantação de empreendimentos imobiliários e industriais com a instalação de equipamentos urbanos e de infra--estrutura modificadores do meio ambiente, por iniciativa do Poder Público ou da iniciativa privada, será precedida de realização de estudos e avalia-ção de impacto ambiental e urbanístico.

§ 1.º A responsabilidade administrativa para a realização do estudo, contratado após licitação, é do órgão a que compete a autorização, cabendo o ônus do contrato a quem postular.

§ 2.º O relatório será submetido à apreciação técnica da administração.

§ 3.º É garantido o direito de acesso ao relató-rio, em audiências públicas, e de sua contestação às entidades representativas da sociedade civil.

Art. 445. Qualquer projeto de edificação mul-tifamiliar ou destinado à empreendimentos indus-

triais ou comerciais, de iniciativa privada ou públi-ca, encaminhado aos órgãos públicos, para apreciação e aprovação, será acompanhado de relatório de impacto de vizinhança, contendo, no mínimo, os seguintes aspectos de interferência da obra sobre:

I — o meio ambiente natural e construído; II — a infra-estrutura urbana relativa à rede

de água e esgoto, gás, telefonia e energia elétrica; III — o sistema viário; IV — o nível de ruído, de qualidade do ar e

qualidade visual; V — as características sócio-culturais da co-

munidade. Parágrafo único. Os órgãos públicos afetos a

cada item que compõem o relatório de impacto de vizinhança responsabilizar-se-ão pela veracidade das informações contidas nos respectivos pareceres.

Art. 446. O Poder Público é obrigado a emitir, no ato da aceitação da obra, o certificado de sua qualidade, segundo o estabelecido em lei. [Decla-rada a Inconstitucionalidade do art. 446 pelo Ór-gão Especial do Tribunal de Justiça — Representa-ção n.º 12/90 — Acórdão de 18/03/92 — Publicada no “Diário Oficial” do Estado do Rio de Janeiro — Poder Judiciário.]

Art. 447. O projeto apresentado ao órgão públi-co competente para a sua aprovação será fixado em local de fácil acesso público, na Região Administrati-va em que se situa o terreno a ser construído.

§ 1.º Os editais de divulgação do projeto de-verão conter informações que esclareçam suas características e seu conteúdo.

§ 2.º As cópias com descrição do projeto deve-rão ser fornecidas gratuitamente às associações de moradores da área ou das federações municipal ou estadual correspondentes, em caso de inexistência de associação local. [Declarada a Inconstitucionali-dade do parágrafo 2.º pelo Órgão Especial do Tribu-nal de Justiça — Representação n.º 12/90 — Acór-dão de 18/03/92 — Publicada no “Diário Oficial” do Estado do Rio de Janeiro — Poder Judiciário.]

§ 3.º A partir da divulgação do projeto, o ór-gão público competente estabelecerá o prazo limi-te, nunca inferior a vinte e cinco dias úteis, para que a associação de moradores da área emita seu parecer, entregue sob a forma documental.

§ 4.º O órgão público competente realizará au-diência pública, quando solicitada pela associação de moradores local, dentro dos prazos fixados no pará-grafo anterior, com a finalidade de obter informações suplementares sobre o projeto em apreciação.

Art. 448. Qualquer edificação colada nas divisas não poderá ultrapassar a altura de doze metros, seja qual for o uso da edificação ou do pavimento, admi-tidas as exceções que a lei estabelecer.

Art. 449. É vedada a instituição pelo Poder Executivo de estrutura ou órgão, colegiado ou não,

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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que tenha por objetivo a elaboração de normas ou a prerrogativa de interpretar a legislação de uso e ocupação do solo e criar ou atribuir direito ou obrigação nela não previstos ou admitidos.

Parágrafo único. A violação do disposto neste artigo constitui infração político-administrativa da autoridade por ela responsável, por ação ou omissão.

Subseção III

Disposições especiais

Art. 450. O Poder Executivo manterá, atuali-

zando-o permanentemente, cadastro municipal de logradouros, do qual constarão informações sobre a localização, extensão, data de reconhecimento, quando efetuado, evolução histórica, serviços urba-nos existentes e inexistentes, data de implantação dos serviços ou equipamentos urbanos e outros dados acerca da situação legal, urbana e fiscal de cada logradouro, seja reconhecido ou não.

§ 1.º Cada Região Administrativa fica obriga-da a manter atualizados os cadastros de todos os imóveis e logradouros de sua circunscrição e colo-cá-los à disposição das associações de moradores ou de qualquer cidadão.

§ 2.º É livre o acesso das associações de mo-radores e de qualquer do povo às informações constantes do cadastro municipal de logradouros e às cópias existentes nas Administrações Regionais.

§ 3.º A sonegação, a restrição ou o embaraço ao acesso, ao cadastro ou às suas cópias, na for-ma do disposto nos §§ 1.º e 2.º, constituem falta grave do servidor que lhes der causa.

Art. 451. A requerimento de associações de moradores, a Prefeitura cederá espaço em áreas públicas ou em terrenos de propriedade do Municí-pio para a construção de edificação destinada à implantação de telefone público, telefone comuni-tário ou central telefônica comunitária.

§ 1.º São condições essenciais para a obten-ção da cessão que a associação:

I — seja registrada no Registro de Pessoas Jurídicas;

II — conte com diretoria eleita na forma que seu estatuto prescrever;

III — tenha em seu corpo social pelo menos dez por cento dos moradores da área em que se situe o espaço pleiteado.

§ 2.º A edificação será feita com base em projeto previamente aprovado pela Prefeitura, através da respectiva Administração Regional e que preserve as condições urbanas ou ambientais da área onde se situa o espaço pleiteado.

§ 3.º A cessão será feita por prazo não supe-rior a cinco anos, prorrogável sucessivamente a requerimento do cessionário.

§ 4.º As despesas de construção da edificação

correrão por conta da associação favorecida pela cessão.

§ 5.º O espaço cedido só poderá ser utilizado para os fins definidos neste artigo, sob pena de revogação da cessão.

§ 6.º Na hipótese prevista no parágrafo anterior, a Prefeitura, após publicado o ato de revogação da cessão, procederá à demolição da edificação.

Seção III

Do plano diretor

Art. 452. O plano diretor, aprovado pela Câ-

mara Municipal, é o instrumento básico da política urbana.

§ 1.º O plano diretor é parte integrante do processo contínuo de planejamento municipal, abrangendo a totalidade do território do Município e contendo diretrizes de uso e ocupação do solo, zoneamento, índices urbanísticos e áreas de espe-cial interesse, articuladas com as econômico-financeiras e administrativas.

§ 2.º É atribuição do Poder Executivo con-duzir, no âmbito do processo de planejamento municipal, as fases de discussão e elaboração do plano diretor, bem como a sua posterior imple-mentação.

§ 3.º É garantida a participação popular atra-vés de entidades representativas da comunidade, nas fases de elaboração, implementação, acompa-nhamento e avaliação do plano diretor.

§ 4.º O plano diretor será proposto pelo Poder Executivo e aprovado pela Câmara Municipal, na forma do art. 70.

Art. 453. O processo de elaboração do plano di-retor contemplará as seguintes etapas sucessivas:

I — definição dos problemas prioritários do desenvolvimento urbano local e dos objetivos e diretrizes para o seu tratamento;

II — definição dos programas, normas e projetos a serem elaborados e implementa-dos;

III — definição do orçamento municipal para o desenvolvimento urbano, juntamente com as metas, programas e projetos a serem implemen-tados pelo Poder Executivo.

Art. 454. O plano diretor conterá disposi-ções que assegurem a preservação do perfil das edificações de sítios e logradouros de importân-cia especial para a fisionomia urbana tradicio-nal da Cidade, através da manutenção do gaba-rito neles predominante em 5 de outubro de 1989.

Art. 455. Os objetivos e diretrizes do plano diretor constarão, obrigatoriamente, do plano plu-rianual e serão contemplados na lei de diretrizes orçamentárias. [Redação da Emenda à Lei Orgâni-

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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ca n.º 12, de 2002, publicada no DCM de 05/07/2002.]

Art. 456. A destinação do patrimônio imobili-ário será compatibilizada com a política de desen-volvimento urbano expressa nesta Lei Orgânica e no plano diretor.

Seção IV

Das responsabilidades sociais

Art. 457. O Poder Executivo manterá política

de modernização e atualização de seus sistemas administrativos, para garantir a circulação da in-formação no processo de elaboração e execução da política urbana e atender às consultas tanto dos demais setores da administração pública municipal como dos cidadãos.

Art. 458. Todo cidadão tem o direito de ser informado dos atos do Poder Público em relação à política urbana.

Parágrafo único. O Poder Público garantirá os meios para que a informação chegue aos cida-dãos, dando-lhes condições de discutir os proble-mas urbanos e participar de suas soluções.

Art. 459. O Poder Público manterá fundo mu-nicipal de desenvolvimento urbano destinado à implementação de programas e projetos referen-tes à administração da política urbana, sendo ve-dada sua utilização para pagamento de pessoal da administração direta e indireta e de encargos fi-nanceiros estranhos à sua aplicação.

Parágrafo único. É vedada a remuneração, a qualquer título, aos membros do fundo, sendo a participação de cada considerada como relevante serviço público.

CAPÍTULO VI

Do meio ambiente

Seção I

Dos princípios gerais

Art. 460. Todos têm direito ao meio ambiente

ecologicamente equilibrado, patrimônio comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, im-pondo-se à coletividade e em especial ao Poder Público o dever de defendê-lo, garantida sua con-servação, recuperação e proteção em benefício das gerações atuais e futuras.

Art. 461. Visando à defesa dos princípios a que se refere o artigo anterior, incumbe ao Poder Público:

I — estabelecer legislação apropriada, na forma do disposto no art. 30, I e II, da Constitui-ção da República;

II — definir política setorial específica, assegu-rando a coordenação adequada dos órgãos direta ou indiretamente encarregados de sua implementação;

III — zelar pela utilização racional e susten-tada dos recursos naturais, e, em particular, pela integridade do patrimônio ecológico, paisagístico, histórico, arquitetônico, cultural e arqueológico;

IV — proteger a fauna e flora silvestres, em especial as espécies em risco de extinção, as vul-neráveis e raras, preservando e assegurando as condições para sua reprodução, reprimindo a caça, a extração, a captura, a matança, a coleção, o transporte e a comercialização de animais captu-rados na natureza e consumo de seus espécimes e subprodutos e vedadas as práticas que submetam os animais nestes compreendidos também os exó-ticos e domésticos, a tratamento desnaturado;

V — controlar, monitorar e fiscalizar as insta-lações, equipamentos e atividades que comportem risco efetivo ou potencial para a qualidade de vida e o meio ambiente;

VI — estimular a utilização de fontes energé-ticas alternativas não poluidoras, provenientes, de preferência, do Município ou do Estado e, em par-ticular, do gás natural e do biogás para fins auto-motivos, e de equipamentos e sistemas de apro-veitamento da energia solar e eólica;

VII — promover a proteção das águas contra ações que possam comprometer o seu uso, atual ou futuro;

VIII — proteger os recursos hídricos, minimi-zando a erosão e a sedimentação;

IX — efetuar levantamento dos recursos hí-dricos, incluindo os do subsolo, para posterior compatibilização entre os seus usos múltiplos efe-tivos e potenciais com ênfase no desenvolvimento e no emprego de métodos e critérios de avaliação da qualidade das águas;

X — estimular e promover o reflorestamento ecológico em áreas degradadas, sempre que pos-sível com a participação comunitária, através de planos e programas de longo prazo, objetivando especialmente:

a) a proteção das bacias hidrográficas, dos estuários, das nascentes, das restingas, dos man-guezais e dos terrenos sujeitos a erosão ou inun-dações;

b) a fixação de dunas; c) a recomposição paisagística e ecológica; d) a reprodução natural da biota; e) a estabilização das encostas; f) a manutenção de índices indispensáveis de

cobertura vegetal, para o cumprimento do dispos-to nas alíneas anteriores;

XI — promover os meios necessários para evitar a pesca predatória;

XII — disciplinar as atividades turísticas, compatibilizando-as com a preservação de suas

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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paisagens e dos recursos naturais; XIII — garantir a limpeza e a qualidade da

areia e da água das praias, a integridade da paisa-gem natural e o direito ao sol;

XIV — garantir a limpeza e a qualidade dos bens públicos.

Parágrafo único. O Município manterá per-manente fiscalização e controle sobre os veículos de que trata o inciso VI, que só poderão trafegar com equipamentos antipoluentes que eliminem ou diminuam ao mínimo o impacto nocivo dos gases da combustão.

Art. 462. São instrumentos de execução da política de meio ambiente estabelecida nesta Lei Orgânica:

I — a fixação de normas e padrões como con-dição para o licenciamento de atividades potenci-almente poluidoras;

II — a permanente fiscalização do cumpri-mento das normas e padrões ambientais estabele-cidos na legislação federal, estadual e municipal;

III — a criação de unidades de conservação, tais como áreas de preservação permanente, de proteção ambiental, de relevante interesse ecoló-gico ou cultural, parques municipais, reservas biológicas e estações ecológicas;

IV — o tombamento de bens; V — a sinalização ecológica. Parágrafo único. As disposições dos incisos

III e IV poderão ser aplicadas por lei ou por ato do Poder Executivo.

Seção II

Do controle e da preservação do meio ambiente

Art. 463. São instrumentos, meios e obriga-

ções de responsabilidade do Poder Público para preservar e controlar o meio ambiente:

I — celebração de convênios com universida-des, centros de pesquisa, associações civis e orga-nizações sindicais nos esforços para garantir e aprimorar o gerenciamento ambiental;

II — adoção das áreas das bacias e sub-bacias hidrográficas como unidades de planejamento e execução de planos, programas e projetos;

III — estímulo à pesquisa, desenvolvimento e utilização de:

a) tecnologias poupadoras de energia; b) fontes energéticas alternativas, em particular

do gás natural e do biogás para fins automotivos; c) equipamentos e sistemas de aproveitamen-

to da energia solar e eólica; IV — concessão de incentivos fiscais e tributá-

rios, conforme estabelecido em lei, àqueles que: a) implantem tecnologias de produção ou de

controle que possibilitem a redução das emissões poluentes a níveis significativamente abaixo dos

padrões em vigor; b) adotem fontes energéticas alternativas

menos poluentes; V — execução de políticas setoriais, com a

participação orientada da comunidade, visando à coleta seletiva, transporte, tratamento e disposi-ção final de resíduos urbanos, patológicos e indus-triais, com ênfase nos processos que envolvam sua reciclagem;

VI — registro, acompanhamento e fiscalização das concessões de direitos de pesquisa e explora-ção de recursos hídricos e minerais no território municipal, condicionadas à autorização da Câmara Municipal;

VII — implantação descentralizada de usinas de processamento e reprocessamento de resíduos urbanos visando a neutralizar ou eliminar impactos ambientais;

VIII — determinação de realização periódica, por instituições científicas idôneas, de auditorias nos sistemas de controle de poluição e prevenção de riscos de acidentes nas instalações de ativida-des de significativo potencial poluidor, incluindo a avaliação detalhada dos efeitos de sua operação sobre a qualidade física, química e biológica do meio ambiente e sobre as populações, às expen-sas dos responsáveis por sua ocorrência;

IX — manutenção e defesa das áreas de pre-servação permanente, assim entendidas aquelas que, pelas suas condições fisiográficas, geológicas, hidrológicas, biológicas ou climatológicas, formam um ecossistema de importância no meio ambiente natural, destacando-se:

a) os manguezais, as áreas estuarinas e as restingas;

b) as nascentes e as faixas marginais de pro-teção de águas superficiais;

c) a cobertura vegetal que contribua para a estabilidade das encostas sujeitas à erosão e des-lizamentos ou para fixação de dunas;

d) as áreas que abriguem exemplares raros, ameaçados de extinção ou insuficientemente co-nhecidos da flora e da fauna, bem como aquelas que sirvam como local de pouso, abrigo ou repro-dução de espécies;

e) os bens naturais a seguir, além de outros que a lei definir:

1 — os bosques da Barra e da Freguesia; 2 — a Floresta da Tijuca; 3 — as Lagoas da Tijuca, de Jacarepaguá, de

Marapendi, do Camorim, Lagoinha e Rodrigo de Freitas;

4 — as localidades de Grumari e Prainha; 5 — os Maciços da Tijuca e da Pedra Branca; 6 — os Morros do Silvério e Dois Irmãos; 7 — a Serra do Mendanha; 8 — as Pedras Bonita, da Gávea, de Itaúna e

do Arpoador;

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

54

9 — a Fazendinha do IAPI da Penha; f) as lagoas, lagos e lagunas; g) os parques, reservas ecológicas e biológi-

cas, estações ecológicas e bosques públicos; h) as cavidades naturais subterrâneas, inclu-

sive cavernas; i) as áreas ocupadas por instalações militares

na orla marítima; X — criação de mecanismos de entrosamento

com outras instâncias do Poder Público das com-petências e da autonomia municipal;

XI — criação de unidades de conservação re-presentativas dos ecossistemas originais de seu espaço territorial, vedada qualquer utilização ou atividade que comprometa seus atributos essenciais, sendo a sua alteração e supressão permitidas so-mente através de lei;

XII — instituição de limitações administrati-vas ao uso de áreas privadas, objetivando a prote-ção de ecossistemas, de unidades de conservação e da qualidade de vida.

§ 1.º A iniciativa do Poder Público de criação de unidades de conservação de que trata o inciso XI, com a finalidade de preservar a integridade de exemplares dos ecossistemas, será imediatamente seguida dos procedimentos necessários à regulari-zação fundiária, sinalização ecológica, demarcação e implantação de estruturas de fiscalização ade-quadas.

§ 2.º O Poder Público, no que se refere ao in-ciso XI, estimulará a criação e a manutenção de unidades de conservação privadas, principalmente quando for assegurado o acesso de pesquisadores e de visitantes, de acordo com suas características e na forma do plano diretor.

§ 3.º As limitações administrativas a que se refere o inciso XII serão averbadas no Registro de Imóveis no prazo máximo de três meses contados de sua instituição.

§ 4.º A pesquisa e a exploração a que se refe-re o inciso VI deste artigo serão precedidas de licenciamento do órgão municipal competente.

§ 5.º É vedada a afixação de engenhos publi-citários de qualquer natureza:

I — a menos de 200 metros de emboques de túneis e de pontes, viadutos e passarelas;

II — na orla marítima e na faixa de domínio de lagoas;

III — em encostas de morros, habitados ou não; IV — em áreas florestadas; V — na faixa de domínio de estradas munici-

pais, estaduais e federais. § 6.º Para efeito do parágrafo anterior, en-

tende-se como faixa de domínio das estradas o espaço de quinze metros situado nas margens de seu leito.

§ 7.º Fica afastada a vedação do inciso II do § 5.º, caso venha o Município a sediar eventos esporti-

vos de caráter internacional, reconhecidos pelo Co-mitê Olímpico Brasileiro, ficando a afixação de enge-nhos publicitários na orla marítima autorizada apenas durante o período de realização de tais even-tos e na sua área e no seu entorno, na forma da lei. [Parágrafo acrescentado pela Emenda n.º 9, de 2001, publicado no DCM n.º 60, de 28/03/2001 e republicado no DCM n.º 63, de 02/04/2001.]

Art. 464. O Poder Executivo é obrigado a manter a sinalização de advertência nos locais de despejo de esgotos sanitários, industriais ou pato-lógicos, com o fim de esclarecer a população sobre a sua existência e os perigos para a saúde.

Art. 465. São vedadas: I — a fabricação, comercialização, transporte,

armazenamento e utilização de armas químicas e biológicas;

II — a instalação de depósitos de explosivos, para uso civil ou militar, a menos de dois quilôme-tros de áreas habitadas e nas vias de tráfego per-manente.

Art. 466. Não será permitido o ingresso ou a circulação, nos limites da Cidade, de veículos de transporte, coletivo ou não, cujas condições de funcionamento sejam fator de poluição.

Art. 467. Não serão permitidas a concessão de licenças e autorizações, provisórias ou a título precário, para instalação de engenhos publicitários de qualquer natureza que vedem a visão de áreas verdes, praias, lagos, rios, riachos, ilhas, praças e curvas de logradouros públicos ou que coloquem em risco a vida ou segurança da população.

Art. 468. Na proteção ao meio ambiente se-rão considerados os elementos naturais e culturais que constituem a paisagem urbana, tendo por objetivo preservar, melhorar e recuperar a quali-dade ambiental.

§ 1.º Entendem-se por elementos naturais o ar, a água, o solo, o subsolo, a fauna, a flora, os rios, as lagoas, os sistemas lagunares, o mar e suas margens e orlas, os morros e as formações rochosas.

§ 2.º Entendem-se por elementos culturais as edificações, as construções, as obras de arte, os monumentos e o mobiliário urbano.

Art. 469. O Município destinará o uso dos re-cursos hídricos naturais prioritariamente a:

I — abastecimento de água; II — dessedentação de animais; III — irrigação. Parágrafo único. Os usos secundários res-

peitarão os referidos nos incisos I a III. Art. 470. O município reduzirá ao mínimo a

aquisição e utilização de material não reciclável e não biodegradável.

Parágrafo único. O Município é responsável pela informação e educação da população, entida-des privadas e estabelecimentos quanto ao uso

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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dos materiais referidos neste artigo. Art. 471. São consideradas áreas de relevan-

te interesse ecológico para fins de proteção, na forma desta Lei Orgânica, visando à sua conserva-ção, restauração ou recuperação:

I — os sítios e acidentes naturais adequados ao lazer;

II — a Baía de Guanabara; III — a Baía de Sepetiba; IV — as florestas do Município. § 1.º Poderão ainda ser consideradas áreas

para fins de proteção, as de influência de indús-trias potencialmente poluidoras, com o objetivo de controlar a ocupação residencial no seu entorno.

§ 2.º A lei definirá as áreas de relevante inte-resse ecológico, para fins de proteção.

Seção III

Das obrigações do poder público

Art. 472. O Poder Público é obrigado a: I — divulgar, anualmente, os planos, progra-

mas e metas para a recuperação da qualidade ambiental, incluindo informações detalhadas sobre a alocação de recursos humanos e financeiros, bem como relatório de atividades e desempenho relativo ao período anterior;

II — garantir amplo acesso dos interessados às informações sobre fontes e causas de poluição e de degradação ambiental, os níveis de poluição, qualidade do meio ambiente, situações de risco de acidentes e a presença de substâncias potencial-mente danosas à saúde na água potável, nos ali-mentos e nas areias das praias;

III — impedir a implantação e a ampliação de atividades poluidoras cujas emissões possam cau-sar ao meio ambiente condições em desacordo com as normas e padrões de qualidade ambiental;

IV — proibir a estocagem, a circulação e o comércio de alimentos ou insumos oriundos de áreas contaminadas;

V — condicionar a implantação de instalações e atividades, efetiva ou potencialmente causadoras de alteração no meio ambiente e na qualidade de vida, à prévia elaboração de estudo de impacto ambiental, relatório de impacto ambiental (Rima) e impacto ocupacional, que terão ampla publicida-de e serão submetidos ao Conselho Municipal de Meio Ambiente, ouvida a sociedade civil em audi-ências públicas e informando-se aos interessados que o solicitarem no prazo de dez dias;

VI — condicionar a implantação dos dispositi-vos de captação e represamento de água, voltados para o aproveitamento hídrico, de forma a impedir impactos irreversíveis sobre o meio ambiente e sobre populações tanto a montante como a jusan-te do local de captação;

VII — não permitir, nas áreas de preservação permanente, atividades que contribuam para des-caracterizar ou prejudicar seus atributos e funções essenciais, excetuadas aquelas destinadas a recu-perá-las e assegurar sua proteção, mediante pré-via autorização dos órgãos municipais competentes;

VIII — proibir a introdução no meio ambiente de substâncias cancerígenas, mutagênicas e terato-gênicas, e que afetem a camada de ozônio além dos limites e das condições permitidas pelos regulamen-tos dos órgãos de saúde e controle ambiental;

IX — providenciar com vista à manutenção dos ruídos urbanos em níveis condizentes com a tranqüilidade pública;

X — interditar, a bem da tranqüilidade pú-blica, estabelecimentos recreativos, industriais ou comerciais que, situados em área residencial urbana, a pequena distância de habitações ocu-padas, desenvolvam, sem dispor de instalações e meios adequados ao isolamento e à contenção de ruídos, atividades que possam perturbar, mediante poluição sonora, o sossego dos mora-dores locais.

Art. 473. Para a melhoria da qualidade do meio urbano, incumbe ao Poder Público:

I — implantar e manter hortos florestais des-tinados à recomposição da flora nativa e da produ-ção de espécies diversas destinadas à arborização de logradouros públicos;

II — promover ampla urbanização dos logra-douros públicos da área urbana, utilizando cin-qüenta por cento de espécies frutíferas, bem como repor e substituir os espécimes doentes ou em processo de deterioração ou morte;

III — garantir a participação da comunidade local organizada e o acompanhamento de técnicos especializados nos projetos de praças, parques e jardins.

Art. 474. Caberá ao Município, no intuito de evitar a poluição visual, criar medidas de proteção ambiental através de legislação que promova de-fesa da paisagem, especialmente no que se refere ao mobiliário urbano, à publicidade e ao empa-chamento.

Art. 475. É dever de todos preservar as coberturas florestais nativas ou recuperadas existentes no Município, consideradas indispen-sáveis ao processo de desenvolvimento equili-brado e à sadia qualidade de vida de seus habi-tantes.

Parágrafo único. É vedada a redução, a qualquer título ou pretexto, das áreas referidas neste artigo.

Art. 476. Todos os cidadãos têm o direito de denunciar à Procuradoria-Geral do Município infra-ções às normas de proteção ambiental e toda de-gradação do meio ambiente que determine perda de vida ou danos à saúde individual ou coletiva.

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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Parágrafo único. Cabe obrigatoriamente à Pro-curadoria-Geral do Município promover ação civil ou criminal própria, sob pena de responsabilidade.

Art. 477. Os serviços de derrubada de árvo-res somente poderão ser efetuados mediante pré-via autorização do órgão ambiental e sob sua ori-entação.

Art. 478. É dever de todo servidor público envolvido na execução da política municipal de meio ambiente que tiver conhecimento de in-frações às normas e padrões de proteção ambi-ental comunicar o fato ao Ministério Público e à Procuradoria-Geral do Município, para instaura-ção de inquérito, indicando os respectivos ele-mentos de convicção, sob pena de responsabi-lidade funcional.

Parágrafo único. Concluindo o inquérito civil pela procedência da denúncia, o Município ajuizará ação civil pública por danos ao meio ambiente no prazo máximo de trinta dias a contar do recebi-mento da denúncia, sempre que o Ministério Públi-co não o fizer.

Art. 479. O licenciamento da atividade de lavra de jazidas minerais dependerá de prévia prestação de caução que corresponda ao custo total da recuperação do meio ambiente degra-dado, de acordo com a solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.

Seção IV

Dos instrumentos de sanção

Art. 480. Os responsáveis por atividades cau-

sadoras de degradação ambiental arcarão inte-gralmente com os custos de monitoragem, contro-le e recuperação das alterações do meio ambiente decorrentes de seu exercício, sem prejuízo da aplicação de penalidades administrativas e da res-ponsabilidade civil.

Parágrafo único. O disposto neste artigo in-cluirá a imposição de taxa pelo exercício do poder de polícia proporcional aos seus custos totais e vinculada à sua operacionalização.

Art. 481. As infrações à legislação municipal de proteção ao meio ambiente serão objeto das seguintes sanções administrativas:

I — multa diária, observados, em qualquer caso, os limites máximos estabelecidos em lei federal e aplicável somente quando ainda não houver sido imposta por outro ente da Federação;

II — negativa, quando requerida, de licença para localização e funcionamento de outro estabe-lecimento pertencente à mesma pessoa titular do estabelecimento poluidor.

III — perda, restrição ou negativa de conces-são de incentivos e benefícios fiscais ou creditícios

de qualquer espécie concedidos pelo Poder Público àqueles que hajam infringido normas e padrões de prática ambiental, nos cinco anos anteriores à data da concessão.

IV — suspensão temporária da atividade do estabelecimento;

V — negativa de renovação de licença para lo-calização e funcionamento do estabelecimento ou cancelamento da licença anteriormente concedida e fechamento do estabelecimento.

§ 1.º As empresas permissionárias ou conces-sionárias de serviço público são passíveis de, além das sanções previstas nos incisos deste artigo, não terem suas permissões ou concessões renovadas nos casos de infrações persistentes, intencionais ou por omissão.

§ 2.º As sanções previstas nos incisos deste artigo serão aplicadas em caráter sucessivo e cumulativo, conforme o que dispuser regulamento, excetuada a do inciso II, que poderá ser aplicada simultaneamente com a do inciso I.

§ 3.º As penalidades previstas nos incisos IV e V poderão ser impostas diretamente pelo Muni-cípio sempre que se tratar de atividade poluidora de qualquer espécie não licenciada pelo órgão competente do Poder Público estadual, nos termos do art. 10 da Lei Federal n.º 6.938, de 31 de agos-to de 1981.

§ 4.º Estando o estabelecimento poluidor no exercício da atividade licenciada, conforme referido no parágrafo anterior, a aplicação das sanções será requerida pelo Município às auto-ridades federais ou estaduais competentes, de acordo com o estabelecido nos arts. 15 e 16 da Lei Federal n.º 6.938, de 31 de agosto de 1981.

CAPÍTULO VII

Do saneamento básico

Seção I

Disposições gerais

Art. 482. O Município, em consonância com

sua política urbana, o plano diretor e o plano plu-rianual, manterá programa anual de saneamento básico, para execução com seus recursos e, medi-ante convênio, com recursos da União e do Esta-do. [Redação da Emenda à Lei Orgânica n.º 12, de 2002, publicada no DCM de 05/07/2002.]

§ 1.º Consideram-se como saneamento bási-co os serviços referentes à:

I — captação, adução, tratamento e abaste-cimento de água;

II — adução e tratamento dos esgotos sanitá-rios;

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III — limpeza urbana. § 2.º Os serviços a que se refere este artigo po-

derão ser delegados a outros, através de regulamen-tação, quando o município não tiver condições de executá-los, respeitado o previsto no art. 148.

Art. 483. Para ações conjuntas relacionadas com saneamento básico, controle da poluição am-biental e preservação dos recursos hídricos, o Mu-nicípio poderá participar de convênio ou instru-mento congênere com órgãos metropolitanos do Estado ou da União.

Art. 484. O Poder Público executará progra-mas de educação sanitária, de modo a suplemen-tar a prestação de serviços de saneamento básico, isoladamente ou em conjunto com organizações públicas de outras esferas de governo ou entida-des privadas.

Art. 485. A Prefeitura, por iniciativa própria ou a requerimento de qualquer do povo, procederá à interdição imediata do loteamento regular, irre-gular ou clandestino em que se constatar a venda de lotes ou terrenos sem prévia implantação de rede de esgotamento sanitário, abastecimento de água potável e drenagem de águas pluviais, apro-vados pelos órgãos competentes.

§ 1.º Consumada a interdição, o Poder Execu-tivo, através da Procuradoria-Geral do Município oficiará ao Ministério Público do Estado para res-ponsabilização criminal do loteador e de seus pre-postos e agentes.

§ 2.º Constitui falta grave do Secretário Munici-pal competente e do Procurador-Geral do Município o retardamento ou a negligência no cumprimento das disposições deste artigo e seu § 1.º

§ 3.º Ao Poder Executivo é vedada a aprova-ção de qualquer parcelamento em área onde não esteja assegurada a capacidade técnica de presta-ção dos serviços de abastecimento de água, esgo-tamento sanitário e drenagem de águas pluviais.

Seção II

Da proteção dos corpos hídricos

Art. 486. Os lançamentos finais dos sistemas

públicos e particulares de coletas de esgotamento sanitário em corpos hídricos receptores deverão ser precedidos de tratamento adequado.

§ 1.º Para efeitos deste artigo consideram-se corpos hídricos receptores todas as águas que, em seu estado natural, são utilizadas para o lança-mento de esgotos sanitários.

§ 2.º Fica excluído da obrigação definida nes-te artigo o lançamento de esgotos sanitários em águas de lagoas de estabilização especialmente reservadas para este fim.

§ 3.º O lançamento de esgotos em lagos, la-goas, lagunas e reservatórios deverá ser precedido

de tratamento adequado. Art. 487. É vedada a implantação de siste-

mas de coleta conjunta de águas pluviais e esgo-tos domésticos, patológicos ou industriais.

Parágrafo único. As atividades poluidoras deverão dispor de bacias de contenção para as águas de drenagem, de forma a assegurar seu tratamento adequado, quando necessário, a crité-rio do órgão de controle ambiental.

Art. 488. As edificações somente serão licen-ciadas se comprovada a existência de redes de esgoto sanitário e de estação de tratamento ou de lagoa de estabilização capacitadas para o atendi-mento das necessidades de esgotamento sanitário a serem criadas.

§ 1.º Caso inexista o sistema de esgotamento sanitário, caberá ao incorporador prover toda a infra-estrutura necessária, incluindo o tratamento dos esgotos; à empresa concessionária a respon-sabilidade pela operação e manutenção da rede e das instalações do sistema.

§ 2.º Em residências isoladas, em áreas ru-rais, será permitido o tratamento com dispositivos individuais, utilizando-se o subsolo como corpo receptor, desde que afastados do lençol utilizado para o abastecimento de água.

§ 3.º O licenciamento de construção em de-sacordo com o disposto neste artigo ensejará a instauração de inquérito administrativo para a apuração da responsabilidade do agente do Poder Público que o concedeu, o qual poderá ser indicia-do mediante representação de qualquer cidadão.

§ 4.º Após a implantação do sistema de esgo-tos conforme previsto neste artigo, a Prefeitura deverá permanentemente fiscalizar suas adequa-das condições de operação.

§ 5.º A fiscalização será feita pelos exames e apreciações de laudos técnicos apresentados pela entidade concessionária do serviço de tratamento, sobre os quais se pronunciará a administração através de seu órgão competente.

§ 6.º Os exames de apreciações de que trata o parágrafo anterior serão colocados à disposição dos interessados, em linguagem acessível.

Art. 489. O plano diretor reservará áreas pa-ra implantação de estações de tratamento ou la-goas de estabilização a fim de atender à expansão demográfica em cada região do Município.

Seção III

Das vedações

Art. 490. O Poder Público, ou, quando for o

caso, a empresa concessionária do serviço de abastecimento de água, garantirá condições que impeçam a contaminação da água potável na rede de distribuição.

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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Art. 491. São vedadas: I — a criação de aterros sanitários à margem

de rios, lagos, lagoas, lagunas e manguezais e junto a mananciais;

II — a incineração de lixo a céu aberto, em especial a de resíduos hospitalares.

Art. 492. A administração divulgará relatório semestral de monitoragem da água distribuída à população.

Parágrafo único. Quando se tratar de con-cessionária do serviço, procedimento adotado de-verá ser idêntico.

Cidade do Rio de Janeiro, 5 de abril de 1990.

____________

ATO DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

....................................................................... Art. 10. Será criada, no prazo de noventa dias

contados da data da promulgação desta Lei Orgâni-ca, comissão de estudos territoriais, com oito membros indicados pela Câmara Municipal e quatro pelo Poder Executivo, com a finalidade de apresen-tar estudos e projetos sobre o território municipal e sua eventual subdivisão administrativa.

Art. 11. A formação do cadastro municipal de logradouros, instituída pelo art. 450, se iniciará no prazo de noventa dias contados da data da pro-mulgação desta Lei Orgânica e será concluída no prazo de cinco anos.

Parágrafo único. Para a formação do cadas-tro, serão utilizados os dados disponíveis nos dife-rentes órgãos da Prefeitura, os quais serão centra-lizados em órgão a ser definido por ato do Prefeito, sem sacrifício da existência de cópias em outros órgãos. .......................................................................

Art. 16. Fica extinta a Comissão do Plano da Cidade — COPLAN, da Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente, e proibido o licen-ciamento de projetos especiais ou em desacordo com a legislação vigente no Município. [Declarada a Inconstitucionalidade pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça — Representação n.º 26/90 — Acórdão de 25/06/92 — Publicada no “Diário Oficial” do Estado do Rio de Janeiro — Poder Judiciário.] .......................................................................

Art. 52. O Município adotará os procedimentos cabíveis mediante entendimento ou, se necessário, ação judicial, para reintegrar a seu território e, se for o caso, a seu patrimônio a porção de glebas situadas na margem direita do Rio da Guarda, em Santa Cruz, consideradas pelo Estado como pertencentes ao Município de Itaguaí e como tal doadas à Compa-

nhia do Pólo Petroquímico do Rio de Janeiro. § 1.º Caberá à Procuradoria-Geral do Municí-

pio ajuizar as medidas judiciais cabíveis, para efe-tivar o disposto neste artigo.

§ 2.º Comprovado seu domínio sobre a área mencionada, o Município promoverá a regulariza-ção de sua propriedade.

§ 3.º Fica o Poder Executivo autorizado a ce-lebrar acordo com o Estado do Rio de Janeiro para transformar o valor da área citada neste artigo em participação acionária, com direito a voto, em no-me do Município, no capital da Companhia do Pólo Petroquímico do Rio de Janeiro.

Art. 53. O Poder Executivo manterá entendi-mento com o Governo da União para a transferên-cia para o Município de bens imóveis a ela perten-centes e não indispensáveis a seus serviços, para programas e projetos de interesse público.

Parágrafo único. O Município dará priorida-de, nesses entendimentos, à:

I — transferência para o seu domínio da área da antiga Fazenda Nacional de Santa Cruz, a fim de regularizar a posse das famílias que se instala-ram nesta gleba, em particular a população do chamado Bairro Rolas e do Conjunto Habitacional Antares, entre outros:

II — cessão de áreas sob a jurisdição admi-nistrativa dos Ministérios do Exército, Marinha e Aeronáutica, em razão de desativação das instala-ções e unidades militares que nelas funcionavam. .......................................................................

Art. 56. No prazo de três anos contados da data da promulgação desta Lei Orgânica, o Poder Executivo procederá à demarcação, medição e descrição dos bens do domínio municipal.

§ 1.º Nos assentamentos relativos a esses bens se anotarão sempre a sua destinação e, se for o caso, a implementação do equipamento pre-visto para sua área.

§ 2.º Ato do Prefeito definirá a competência para a guarda desses bens. .......................................................................

Art. 67. A adaptação dos bens e edificações em locais de uso público referidos no art. 317 será feita no prazo de um ano contado da data da pro-mulgação desta Lei Orgânica, nos termos do art. 349 da Constituição do Estado e do art. 59 de seu Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. [A Emenda Constitucional n.º 4, de 20/08/1991, renumerou o artigo 349 para 352.]

Art. 68. O Poder Executivo providenciará a demolição de todas as edificações existentes que impeçam o exercício do direito previsto no art. 313, promovendo junto ao Poder Judiciário a nuli-dade dos atos que venham autorizar construções em desacordo com a legislação. .......................................................................

Art. 84. Será de iniciativa do Poder Executivo

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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o projeto de lei do plano diretor da Cidade. Art. 85. No prazo de dois anos contados da da-

ta da promulgação desta Lei Orgânica, o Poder Exe-cutivo elaborará e submeterá à Câmara Municipal:

I — o plano diretor de macrodrenagem; II — o plano diretor de contenção, estabilização e

proteção de encostas sujeitas à erosão e a desliza-mentos, o qual preverá a recomposição da cobertura vegetal com espécies adequadas a tais finalidades.

Art. 86. Nos dois anos posteriores à promul-gação desta Lei Orgânica, o Poder Executivo pro-cederá à concessão de títulos de domínio da terra às comunidades de baixa renda, nos termos do parágrafo único do artigo 437.

Parágrafo único. O título de domínio da terra não será concedido mais de uma vez à mesma pessoa.

Art. 87. O Poder Executivo, no prazo de um ano contado da data da promulgação desta Lei Orgânica, consolidará as disposições legais vigentes que tratam do uso e da ocupação do solo municipal, as quais farão parte do sistema de informações do Município, conforme o disposto no art. 271. .......................................................................

Art. 90. No prazo de noventa dias contados da data da promulgação desta Lei Orgânica, a requerimento do interessado no órgão competen-te, poderão ser regularizadas obras de construção, modificação ou acréscimo já executadas em pré-dios de uso residencial unifamiliar ou ultifamiliar, se atendidas as seguintes condições:

I — comprovação de existência legal do lote pe-lo proprietário ou de área de posse por seu detentor;

II — requisitos mínimos de segurança, habi-tabilidade e higiene de acordo com os padrões e normas técnicas vigentes;

III — respeito ao gabarito, o número de pa-vimentos e altura máxima fixados para o local, conforme a legislação em vigor;

IV — não estejam localizadas em unidades de conservação ambiental de qualquer espécie;

V — não constituam parte de imóvel tombado ou situados em seu entorno;

VI — não ocupem área não edificável; VII — apresentação de plantas-baixas, cor-

tes, fachadas e planta de situação da edificação. Parágrafo único. A legalização da obra impli-

cará o imediato cadastramento para fins de lança-mento da tributação municipal correspondente.

Art. 91. Lei de iniciativa do Poder Executivo disporá, no prazo de noventa dias contados da data da promulgação desta Lei Orgânica, sobre o comércio ambulante ou eventual.

Art. 92. O Prefeito encaminhará à Câmara Municipal, no prazo de cento e vinte dias contados da data da promulgação desta Lei Orgânica, proje-to de criação de comissão municipal de pesca.

Art. 93. Fica instituída a Área de Proteção Ambiental e Recuperação Urbana da Ponta do Ca-

ju, a qual será objeto de atenção especial do Poder Público, na forma que a lei dispuser.

Art. 94. Serão definidos e regulamentados por lei, no prazo de dois anos contados da data da promulgação desta Lei Orgânica:

I — as áreas passíveis e as atividades de po-tencialidade de degradação ambiental;

II — os critérios para o estudo de impacto ambiental e relatório de impacto ambiental.

Art. 95. O Poder Executivo terá o prazo de sessenta dias contados da data da promulgação desta Lei Orgânica, para proceder à retirada dos engenhos publicitários que violam o disposto no art. 463, §§ 5.º e 6.º, e art. 467.

Art. 96. As áreas definidas pelo plano diretor como reserva ecológica e reserva biológica serão demarcadas cartograficamente pelo órgão compe-tente, no prazo de dois anos contados da data da aprovação do plano.

Art. 97. Todos aqueles que na data da pro-mulgação desta Lei Orgânica estiverem exercendo atividades poluidoras terão o prazo de um ano para atender às normas e padrões vigentes na legislação federal, estadual e municipal.

Parágrafo único. A regulamentação deste artigo será objeto de lei no prazo de um ano con-tado da data da promulgação desta Lei Orgânica. .......................................................................

Cidade do Rio de Janeiro, 5 de abril de 1990. [Publicada no “Diário da Câmara Municipal” do

Rio de Janeiro, de 05/04/1990.]

____________

LEI COMPLEMENTAR N.º 16, DE 04 DE JUNHO DE 1992.

Dispõe sobre a política urbana do município, institui o Plano Diretor Decenal da Cidade do Rio de Janeiro, e dá outras providências.

Autor: Poder Executivo.

O Prefeito da Cidade do Rio de Janeiro: Faço saber que a Câmara Municipal decreta e

eu sanciono a seguinte lei:

TÍTULO I

DA POLÍTICA URBANA

Seção I

Disposição Preliminar

Art. 1.° Esta lei complementar estabelece as normas e procedimentos para a realização da

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política urbana do município, fixa as suas diretri-zes, prevê instrumentos para a sua execução e define políticas setoriais e seus programas, bus-cando o pleno atendimento das funções sociais da cidade.

Art. 2.° Fica instituído o Plano Diretor da Ci-dade do Rio de Janeiro, o qual será executado durante dez anos, sem sacrifício de sua revisão no prazo e na forma fixados no artigo 230.

§ 1.° O Plano Diretor é o instrumento bá-sico da política urbana do município e integra o processo contínuo de planejamento da cida-de.

§ 2.° O Plano Diretor será referido nesta lei complementar como Plano Diretor Decenal da Ci-dade e com essa denominação será mencionado nos documentos oficiais.

Seção II

Dos objetivos e instrumentos

Art. 3.° São objetivos da política urbana do Município:

I - garantir o bem-estar e a melhoria da qua-lidade de vida de seus habitantes;

II - ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da Cidade.

Art. 4.º Os objetivos definidos no artigo ante-rior serão alcançados através:

I - de uma ordenação do território que pro-mova um desenvolvimento equilibrado;

II - do controle público sobre a utilização do imóvel urbano;

III - de uma política habitacional que assegu-ra o direito social da moradia;

IV - da total prioridade ao transporte público de alta capacidade;

V - da justa distribuição de infra-estrutura e serviços urbanos;

VI - da valorização da memória construída e da proteção e recuperação dos recursos naturais e da paisagem;

VII - do cumprimento da função social da propriedade;

VIII – da participação popular na gestão da cidade;

IX - do estabelecimento de mecanismos para atuação conjunta dos setores público e privado na transformação urbanística da cidade;

X - do controle, fiscalização e sistematização do mobiliário urbano e dos artefatos de empacha-mento;

XI - da integração entre órgãos e entidades federais, estaduais e municipais, durante a elabo-ração, avaliação e execução de planos, projetos e programas urbanísticos, objetivando a compatibili-zação das leis específicas.

Seção III

Das diretrizes, normas e objetivos do Plano Diretor Decenal.

Art. 5.° Constituem o Plano Diretor Decenal as diretrizes, normas e os instrumentos com vista:

I - à ordenação do território municipal; II - à implantação do sistema municipal de

planejamento e do sistema de defesa da cidade; III - à promoção das políticas setoriais para: a) o meio ambiente natural e o patrimônio

cultural; b) a habitação; c) os transportes; d) os serviços públicos; e) os equipamentos urbanos; f) o desenvolvimento econômico, científico e

tecnológico; g) a administração do patrimônio imobiliário

do município; IV - à ordenação do uso e ocupação do solo. § 1.° O Plano Diretor Decenal regula os pro-

cessos de desenvolvimento urbano, seus progra-mas e projetos e orienta as ações dos agentes púlicos e privados para a totalidade do território municipal.

§ 2.° Os objetivos e diretrizes do Plano Dire-tor Decenal constarão, obrigatoriamente, do Plano Plurianual de Governo e serão contemplados no orçamento plurianual de investimentos.

Art. 6.º São objetivos do Plano Diretor Dece-nal:

I - propiciar ao conjunto da população melho-res condições de acesso à terra, à habitação, ao trabalho, aos transportes e aos equipamentos e serviços urbanos;

II - ordenar o crescimento das diversas áreas da cidade, compatibilizando-o com o saneamento básico, o sistema viário e de transportes e os de-mais equipamentos e serviços urbanos;

III - promover a descentralização da gestão dos serviços públicos municipais;

IV - promover a distribuição justa e equilibra-da da infra-estrutura e dos serviços públicos, re-partindo as vantagens e ônus decorrentes da ur-banização;

V - compatibilizar o desenvolvimento urbano com a proteção do meio ambiente pela utilização racional do patrimônio natural cultural e construí-do, sua conservação, recuperação e revitalização;

VI - estimular a população para a defesa dos interesses coletivos, reforçando o sentimento de cidadania e proporcionando o reencontro do habi-tante com a cidade;

VII - estabelecer mecanismos de participação da comunidade no planejamento urbano e na fis-calização de sua execução;

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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VIII - promover o cumprimento da função social da propriedade urbana.

TÍTULO II

DA FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE

Art. 7.º A propriedade urbana cumpre sua

função social quando atende às exigências funda-mentais de ordenação da cidade expressas no Plano Diretor.

Art. 8.º A intervenção do Poder Público tem como finalidade:

I - recuperar em beneficio coletivo a valoriza-ção acrescentada pelos investimentos públicos à propriedade particular;

II - controlar a densidade populacional com a correspondente e adequada utilização urbana;

III - gerar recursos para o atendimento da demanda de infra-estrutura e de serviços públicos provocada pelo adensamento decorrente da verti-calização das edificações e para implantação de infra-estrutura em áreas não servidas;

IV - promover o adequado aproveitamento dos vazios urbanos ou terrenos subutilizados ou ociosos, sancionando a sua retenção especulativa;

V - criar áreas sob regime urbanístico específico; VI - condicionar a utilização do solo urbano

aos princípios de proteção e valorização do meio ambiente e do patrimônio cultural.

TÍTULO III

DO PROCESSO DE PLANEJAMENTO URBANO

CAPÍTULO I

Disposições gerais

Art. 9.° O planejamento urbano do município orde-

nará o crescimento da cidade, estabelecendo as priori-dades de investimentos e as diretrizes de uso e ocupa-ção do solo, bem como os instrumentos que serão aplicados no controle do desenvolvimento urbano.

Art. 10. Leis específicas estabelecerão nor-mas gerais e de detalhamento do planejamento urbano relativas às seguintes matérias, observa-das as diretrizes fixadas nesta Lei Complementar:

I - parcelamento do solo urbano; II - uso e ocupação do solo; III - zoneamento e perímetro urbano; IV - obras de construções e edificações; V - licenciamento e fiscalização de obras e e-

dificações; VI - licenciamento e fiscalização de atividades

econômicas e posturas municipais; VII - regulamento do Estudo de Impacto Am-

biental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental

(RIMA); VIII - Plano Municipal Integrado de Transpor-

tes e regulamento do sistema de transporte públi-co de passageiros.

Art. 11. O detalhamento das normas gerais de parcelamento da terra e de uso e ocupação do solo será feito em Projeto de Estruturação Urbana (PEU), instituído por lei.

Parágrafo único. O Projeto de Estruturação Urbana define a legislação urbanística das Unida-des Espaciais de Planejamento (UEP), a partir das peculiaridades de cada bairro ou do conjunto de bairros que as compõem.

Art. 12. É garantida a participação da popula-ção em todas as etapas do processo de planeja-mento, pelo amplo acesso às informações, assim como à elaboração, implementação e avaliação de planos, projetos e programas de desenvolvimento urbano, de caráter geral, regional ou local, medi-ante a exposição de problemas e de propostas de soluções.

§ 1.° A participação da população é assegurada pela representação de entidades e associações co-munitárias em grupos de trabalho, comissões e ór-gãos colegiados, provisórios ou permanentes.

§ 2.° (VETADO). § 3.° (VETADO).

CAPÍTULO II

Do sistema municipal de planejamento Art. 13. A lei instituirá o sistema municipal de pla-

nejamento urbano, definindo a sua estrutura, a qual será integrada pelo Conselho Municipal de Política Urbana.

Art. 14. O sistema municipal de planejamento urbano se responsabilizará:

I - pela integração dos agentes setoriais de planejamento e de execução da administração dire-ta, indireta e fundacional do município, assim como dos órgãos e entidades federais e estaduais, quan-do necessário, para aplicação das diretrizes e políti-cas setoriais previstas nesta Lei Complementar;

II - pelo acompanhamento e a avaliação dos resultados da implementação do Plano Diretor Decenal;

III - pela criação e atualização de um sistema de informações sobre a cidade, compreendendo, entre outros, cadastro de terras e infra-estrutura e dados gerais sobre o uso e ocupação do solo urbano;

IV - pela atualização permanente da planta de valores do município;

V - pela ampla divulgação dos dados e infor-mações;

VI - pela realização de análises e formulação de propostas solicitadas aos órgãos do sistema de planejamento pelas instituições da sociedade civil.

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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CAPÍTULO III

Do sistema de defesa da cidade Art. 15. O Poder Executivo manterá sistema de

defesa da cidade, visando a coordenar as ações e atuar preventiva e imediatamente nos casos de ameaça ou dano às suas condições normais de funcionamento.

Parágrafo único. O sistema de defesa da ci-dade será constituído por órgãos públicos munici-pais, facultada a participação de órgãos estaduais e federais e da comunidade.

Art. 16. São meios de defesa da cidade: I - a prevenção dos efeitos das enchentes,

desmoronamentos e outras situações de risco, através de ações do Poder Público, entre as quais:

a) o controle, a fiscalização e a remoção das causas de risco;

b) o monitoramento dos índices pluviométricos; c) a assistência à população diante da ameaça

ou dano; II - o impedimento e a fiscalização da ocupação

de áreas de risco, assim definidas em laudo solicita-do ou emitido pelo órgão técnico competente, e de áreas públicas, faixas marginais de rios e lagoas, vias públicas e áreas de proteção ambiental;

III - a divulgação e a realização de campa-nhas públicas contendo medidas preventivas e de ação imediata de defesa da cidade;

IV - a identificação e o cadastramento de á-reas de risco;

V - a implantação de um programa amplo e de sistema de Educação Ambiental de Prevenção contra o risco junto à população, em especial nas áreas de mais baixa renda;

VI - a cooperação da população na fiscaliza-ção do estado da infra-estrutura de serviços bási-cos, dos despejos industriais, da descarga de ater-ro e das ações de desmatamento.

Art. 17. O município manterá, em caráter permanente, órgão de vistoria e fiscalização das obras públicas de grandes estruturas, para preve-nir a ocorrência de acidentes.

Parágrafo único. A lei definirá a composição, as competências, as atribuições e o funcionamento do órgão.

TÍTULO IV

DOS INSTRUMENTOS E RECURSOS DO PLANO

DIRETOR DECENAL

CAPÍTULO I

Disposições gerais Art. 18. São instrumentos de aplicação do

Plano Diretor Decenal, sem prejuízo de outros

previstos na legislação municipal, estadual e fede-ral e especialmente daqueles relacionados no arti-go 430 da Lei Orgânica do Município:

[Lei Orgânica do Município do Rio de Ja-

neiro: "Art. 430. Para assegurar as funções soci-

ais da cidade e da propriedade, o Poder Públi-co poderá valer-se dos seguintes instrumen-tos, além de outros que a lei definir:

I - de caráter fiscal e financeiro: a) imposto sobre a propriedade predial e

territorial urbana progressivo e diferenciado por zonas, e outros critérios de ocupação e de uso do solo;

b) taxas e tarifas diferenciadas por zonas, segundo os serviços oferecidos;

c) contribuição de melhoria; d) incentivos e benefícios fiscais; e) recursos públicos destinados especifi-

camente ao desenvolvimento urbano; II - de caráter jurídico-urbanístico: a) desapropriação por interesse social ou

utilidade pública; b) servidão administrativa e limitações

administrativas; c) tombamento de imóveis; d) declaração de área de preservação ou

proteção ambiental; e) concessão real de uso ou domínio; f) concessão de direito real de uso resolú-

vel; g) Lei de Parcelamento do Solo Urbano; h) Lei do Perímetro Urbano; i) Código de Obras e Edificações; j) Código de Posturas; k) Lei de Solo Criado; I) Código de Licenciamento e Fiscalização; III - de caráter urbanístico-institucional: a) programas de regularização fundiária; b) programas de reservas de áreas para

utilização pública; c) programas de assentamentos de popu-

lação de baixa renda; d) programas de preservação, proteção e

recuperação das áreas urbanas; IV - de caráter administrativo: a) subsídios à construção habitacional pa-

ra a população de baixa renda; b) urbanização de áreas faveladas e lote-

amentos irregulares e clandestinos, integran-do-os aos bairros onde estão situados. "] I - de caráter institucional: a) o sistema municipal de planejamento; b) o sistema de defesa da cidade; c) os Conselhos Municipais de: 1 - VETADO;

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2 - Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia;

3 - VETADO; 4 - Meio Ambiente; 5 - Política Urbana; 6 - Proteção do Patrimônio Cultural; 7 - VETADO; 8 - Transportes; II - de caráter financeiro-contábil, os Fundos

Municipais de: a) Conservação Ambiental; b) Desenvolvimento Econômico; c) Desenvolvimento Urbano; d) Transportes e Sistema Viário; III - de caráter urbanístico: a) a criação de solo; b) a operação interligada; c) a urbanização consorciada; d) o parcelamento e a edificação compulsó-

rios; e) a desapropriação com pagamento em títu-

los da dívida pública; f) a legislação de parcelamento, uso e ocupa-

ção do solo, obras e edificações; g) a legislação de licenciamento e fiscaliza-

ção; h) os Projetos de Estruturação Urbana; IV - de caráter tributário: a) a contribuição de melhoria; b) o Imposto Sobre a Propriedade Predial e

Territorial Urbana progressivo no tempo, conforme o disposto nos artigos 156, § 1.°, e 182, § 4.°, II, da Constituição da República.

[Constituição do Brasil: "Art. 156. Compete aos municípios institu-

ir impostos sobre: I - propriedade predial e territorial urba-

na; II - transmissão 'inter vivos', a qualquer

título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição;

III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no artigo 155, II, definidos em lei complementar; (Redação dada pela Emen-da Constitucional n.º 3, de 17/03/1993.)

IV - [Revogado pela Emenda Constitucio-nal n.º 3, de 17/03/1993.]

§ 1.º O imposto previsto no inciso I pode-rá ser progressivo, nos termos de lei munici-pal, de forma a assegurar o cumprimento da função social da propriedade.

§ 2.º O imposto previsto no inciso II: I - não incide sobre a transmissão de bens

ou direitos incorporados ao patrimônio de pes-soas jurídica em realização de capital, nem so-

bre a transmissão de bens ou direitos decor-rente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquiren-te for a compra e venda desses bens ou direi-tos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil;

II - compete ao município da situação do bem.

(A Emenda Constitucional n.º 3, de

17/03/1993, deu ao § 3.° a seguinte redação:) § 3.º Em relação ao imposto previsto no

inciso III, cabe à Lei Complementar: I - fixar as suas alíquotas máximas; II - excluir de sua incidência exportações

de serviços para o exterior. § 4.º [Revogado pela Emenda Constitu-

cional n.º 3, de 17/03/1993.] Art. 182. A política de desenvolvimento

urbano, executada pelo Poder Público munici-pal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvi-mento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.

§ 1.º O plano diretor, aprovado pela Câ-mara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de ex-pansão urbana.

§ 2.º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expres-sas no plano diretor.

§ 3.º As desapropriações de imóveis ur-banos serão feitas com prévia e justa indeni-zação em dinheiro.

§ 4.º É facultado ao Poder Público mu-nicipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos ter-mos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado apro-veitamento, sob pena, sucessivamente, de:

I - parcelamento ou edificação compulsó-rios;

II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;

III - desapropriação com pagamento me-diante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegu-rados o valor real da indenização e os juros le-gais."]

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CAPÍTULO II

Dos conselhos municipais Art. 19. Excetuados aqueles com competên-

cia definida em lei, os conselhos são órgãos con-sultivos e de assessoria do Poder Executivo, com atribuições de analisar e propor, assim como dar-lhes publicidade, medidas de concretização das políticas setoriais definidas no título VII desta Lei Complementar e verificar sua execução, observa-das as diretrizes nele estabelecidas.

§ 1.° Os Conselhos de Desenvolvimento Eco-nômico, Ciência e Tecnologia, de Proteção do Pa-trimônio Cultural, de Meio Ambiente e de Trans-portes atuarão em colaboração com o Conselho Municipal de Política Urbana.

§ 2.° São atribuições dos conselhos: I - intervir em todas as etapas do processo de

planejamento; II - analisar e propor medidas de concretiza-

ção de políticas setoriais; III - participar da gestão dos fundos previstos

nesta Lei Complementar, propondo prioridades na aplicação dos recursos, assim como da fiscalização de sua utilização;

IV - solicitar ao Poder Público a realização de audiências públicas, para prestar esclarecimentos à população;

V - realizar, no âmbito de sua competência, audiências públicas.

CAPÍTULO III

Dos fundos municipais

Art. 20. A lei disporá sobre os fundos munici-

pais referidos nesta Lei Complementar, os quais terão natureza contábil-financeira, sem personali-dade jurídica.

Art. 21. Comporão os recursos dos fundos municipais, dentre outros:

I - as dotações orçamentárias; II - as receitas decorrentes da aplicação de

instrumentos previstos nesta Lei Complementar; III - o produto de operações de crédito

celebradas com organismos nacionais e inter-nacionais, mediante prévia autorização legisla-tiva;

IV - as subvenções, contribuições, transferên-cia e participação do Município em convênios, con-sórcios e contratos relacionados com o desenvol-vimento urbano;

V - as doações públicas e privadas; VI - o resultado da aplicação de seus recur-

sos; VII - as receitas decorrentes da arrecadação

de multas por infração da legislação urbanística e

ambiental, na forma que a lei fixar. § 1.° Os recursos dos fundos municipais serão

destinados ao planejamento, execução e fiscaliza-ção dos objetivos, projetos e programas definidos nesta Lei Complementar, vedada a sua aplicação em pagamento de despesas de pessoal da admi-nistração direta, indireta ou fundacional, bem co-mo de encargos financeiros estranhos à sua finali-dade.

§ 2.° O Poder Executivo enviará, anualmente, à Câmara Municipal e aos respectivos conselhos municipais relatórios discriminados dos balancetes dos fundos municipais referidos nesta Lei Com-plementar.

Art. 22. O Fundo Municipal de Desenvol-vimento Urbano, a ser criado na forma do disposto no artigo 20, será vinculado à Secre-taria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente e terá como finalidade dar suporte financeiro à implantação dos objetivos, programas e projetos relativos à habitação e infra-estrutura de saneamento básico nas Áreas de Especial Interesse Social, previstos nesta Lei Complementar.

§ 1.° A lei disporá sobre a composição e a prestação de contas do conselho de administra-ção dos recursos do Fundo Municipal de Desen-volvimento Urbano e as atribuições, competên-cias e funcionamento de sua estrutura organizacional.

§ 2.° VETADO.

CAPÍTULO IV

Da criação de solo

Seção I

Disposições gerais Art. 23. É fixado para todo o município o coe-

ficiente um de aproveitamento do terreno, que permite ao proprietário construir o equivalente à metragem quadrada do terreno, sem qualquer pagamento relativo à criação do solo.

§ 1.° Nas áreas tombadas e nas áreas de en-torno de bens tombados e, ainda, naquelas onde a legislação urbanística fixar índices de aproveita-mento do terreno inferiores a um ou outros parâ-metros urbanísticos dos quais resultem índices de aproveitamento do terreno inferiores a um, o pro-prietário não terá direito de construir a área cor-respondente à metragem quadrada da totalidade do terreno de que trata o "caput" deste artigo.

§ 2.° Para efeito de aplicação do coeficiente um serão computados na área total do terreno os eventuais recursos para ele exigidos.

Art. 24. O Poder Público poderá autorizar a

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criação de solo como excedente do coeficiente um, mediante pagamento, observado o Índice de Aproveitamento de Terreno (IAT) e os demais parâmetros urbanísticos fixados pela legislação.

Art. 25. O valor a ser pago pelo solo criado será calculado pela multiplicação da quantidade de metros quadrados a serem edificados, que excede-rem à área do terreno, pelo valor do metro qua-drado do terreno no mercado imobiliário e por uma fração que considerará o Índice de Aprovei-tamento do Terreno fixado pela legislação e um fator de correção que variará de cinco centésimos a um, conforme o período em que for outorgada a concessão e o bairro onde se localizar o terreno, de acordo com a seguinte fórmula:

SC = (ATE - AT) X (V/A T) X (1/((IAT - IAT X fc) + 1)), sendo:

SC = valor a ser pago pelo solo criado; V = valor do terreno no mercado imobiliário; AT = área do terreno em metros quadrados

não descontados os recuos obrigatórios; ATE = área total edificada em metros quadra-

dos; IAT = índice de aproveitamento do terreno; fc = fator de correção diferenciado por bairro

e por ano. § 1.° O valor a ser pago pelo solo criado será

fixado em Unidades de Valor Fiscal do Município (UNIF) ou outro índice aplicado no município, no ato da expedição da licença de construir, e o seu pagamento poderá ser efetuado em até doze par-celas mensais e sucessivas, a partir da data da comunicação do início da obra, conforme previsto no artigo 97, § 1.º, ficando a expedição do "habi-te-se" condicionada à quitação de todas as parce-las. [Ver nota na página 5.]

§ 2.° Lei de iniciativa do Poder Executivo, proposta em mensagem contendo exposição cir-cunstanciada e tabela de valores, definirá o fator de correção (fc) para cada bairro, que variará pro-gressivamente tendendo a um, de acordo com o período de outorga da concessão, e disporá sobre a disciplina de sua cobrança.

§ 3.° A lei a que se refere o parágrafo anteri-or poderá estabelecer coeficientes de correção (fc) diferenciados por logradouros ou áreas públicas situadas numa mesma Unidade Espacial de Plane-jamento, para atender à variação de valorização do terreno no respectivo bairro.

Art. 26. A lei poderá isentar, total ou parcial-mente, o valor do solo criado, para adequá-lo à di-nâmica do desenvolvimento urbano do município.

Art. 27. O produto da arrecadação da criação do solo reverterá para o Fundo Municipal de De-senvolvimento Urbano e será aplicado exclusiva-mente na execução de projetos de construção de habitações para a população de baixa renda e de implantação de sistema de esgotamento sanitário

nas comunidades por esta ocupadas. § 1.° O orçamento municipal detalhará, a ca-

da exercício, as áreas de aplicação dos recursos do Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano pro-venientes da arrecadação da criação de solo, ve-dada a sua utilização em áreas não incluídas na lei orçamentária.

§ 2.° Responderá na forma da lei a autorida-de de qualquer hierarquia que descumprir o dis-posto neste artigo e no parágrafo anterior ou per-mitir o seu descumprimento.

CAPÍTULO V

Da operação interligada e da urbanização

consorciada

Seção I

Da operação interligada Art. 28. Constitui operação interligada a alte-

ração pelo Poder Público, nos limites e na forma definidos em lei, de determinados parâmetros urbanísticos, mediante contrapartida dos interes-sados, igualmente definida em lei.

Art. 29. Para efeito de utilização das opera-ções interligadas serão estabelecidas as contrapar-tidas dos interessados, calculadas proporcional-mente à valorização acrescida ao empreendimento projetado, pela alteração de parâmetros urbanísti-cos, sob a forma de:

I - recursos para o Fundo Municipal de Desen-volvimento Urbano;

II - obras de infra-estrutura urbana; III - terrenos e habitações destinados à po-

pulação de baixa renda; IV - recuperação do meio ambiente ou do pa-

trimônio cultural. § 1.° A realização de operação interligada de-

penderá, sempre, de parecer favorável do Conse-lho Municipal de Política Urbana.

§ 2.° Nos casos mencionados no inciso IV, se-rão ouvidos, respectivamente, o Conselho Munici-pal de Meio Ambiente e o Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural.

Seção II

Da urbanização consorciada

Art. 30. A urbanização consorciada será utili-

zada em empreendimentos conjuntos da iniciativa privada e dos poderes públicos federal, estadual e municipal, sob a coordenação deste último, visan-do à integração e à divisão de competências e recursos para a execução de projetos comuns.

Art. 31. A urbanização consorciada poderá

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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ocorrer por iniciativa do Poder Público através de propostas dos interessados, avaliado o in-teresse público da operação pelo órgão res-ponsável pelo planejamento urbano do municí-pio e ouvido o Conselho Municipal de Política Urbana.

Art. 32. A lei disporá sobre a disciplina de aplicação da urbanização consorciada.

CAPÍTULO VI

Do Imposto Progressivo Sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana

Art. 33. O imposto progressivo de que trata o artigo 156 da Constituição da República incide sobre imóveis localizados nas áreas constantes do anexo I, nos quais não tenha havido edifica-ções ou cujas edificações estejam em ruínas ou tenham sido objeto de demolição, abandono, desabamento ou incêndio, ou que, de outra for-ma, não cumpram a função social da proprieda-de.

[Constituição do Brasil: "Art. 156. Compete aos municípios institu-

ir impostos sobre: I - propriedade predial e territorial urba-

na; II - transmissão 'inter vivos', a qualquer

título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem co-mo cessão de direitos a sua aquisição;

III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no artigo 155, II, definidos em lei complementar; (Redação dada pela Emenda Constitucional n.º 3, de 17/03/]993.)

IV – (Revogado pela Emenda Constitucio-nal n.º 3, de 17/3/1993.)

§ 1.º O imposto previsto no inciso I pode-rá ser progressivo, nos termos de lei munici-pal, deforma a assegurar o cumprimento da função social da propriedade.

§ 2.º O imposto previsto no inciso II: I - não incide sobre a transmissão de bens

ou direitos incorporados ao patrimônio de pes-soa jurídica em realização de capital, nem so-bre a transmissão de bens ou direitos decor-rente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquiren-te for a compra e venda desses bens ou direi-tos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil;

II - compete ao município da situação do bem.

(A Emenda Constitucional n.º 3, de

17/03/1993, deu ao § 3.° a seguinte redação:)

§ 3.º Em relação ao imposto previsto no inciso III, cabe à Lei Complementar:

I - fixar as suas alíquotas máximas; II - excluir de sua incidência exportações

de serviços para o exterior. ................................................................] § 1.° O imposto não incidirá sobre terreno de

até duzentos e cinqüenta metros quadrados cujos proprietários não tenham outro imóvel.

§ 2.° Lei de iniciativa do Poder Executivo es-tabelecerá, a relação dos logradouros cujos imó-veis serão alcançados pelo imposto referido neste artigo.

Art. 34. O imposto referido no artigo ante-rior incide também sobre a porção da área do terreno superior a cem metros quadrados que exceder a:

I - dez vezes a área construída em terreno si-tuado na Região A de área total superior a seis-centos metros quadrados;

II - cinco vezes a área construída em terreno situado na Região B de área total superior a tre-zentos e sessenta metros quadrados;

III - três vezes a área construída em terreno situado na Região C de área total superior a du-zentos e cinqüenta metros quadrados.

§ 1.° As Regiões A, B e C são as definidas no Código Tributário Municipal.

§ 2.° O disposto no "caput" deste artigo não se aplica a imóveis sujeitos à legislação urbanística ou especial que restrinja o seu aproveitamento, impedindo-os de atingir os níveis de construção previstos.

Art. 35. O fato gerador, o sujeito passivo, a base de cálculo, o lançamento, a forma de pagamento, as obrigações acessórias e as pe-nalidades relativos ao imposto previsto neste capítulo são os estabelecidos no Código Tribu-tário Municipal.

Art. 36. A alíquota do imposto previsto nos artigos 33 e 34 é a definida no Código Tributário Municipal.

[Lei n.º 691, de 24/12/1984 (D. O. de 26/12/1984):

"Aprova o Código Tributário do Município do Rio de Janeiro e dá outras providências."]

Parágrafo único. A alíquota será progressi-va, cumulativamente, a cada ano, observado o limite, condições e hipóteses de isenção fixados em lei.

Art. 37. Dependerá de lei a redefinição de qualquer alteração nas áreas de aplicação do im-posto referido no artigo 33.

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TÍTULO V

DA ORDENAÇÃO DO TERRITÓRIO

CAPÍTULO I

Disposições gerais

Art. 38. O território municipal será ordenado para atender as funções econômicas e sociais da cidade, de modo a compatibilizar o desenvolvi-mento urbano com o uso e a ocupação do solo, suas condições ambientais e a oferta de transpor-tes, de saneamento básico e dos demais serviços urbanos.

Parágrafo único. As condições ambientais serão consideradas a partir das grandes unidades naturais, como maciços montanhosos e baixadas, e da análise da situação das bacias ou sub-bacias hidrográficas delas integrantes, e serão contem-pladas nos Projetos de Estruturação Urbana.

Art. 39. A ordenação do território far-se-á através do planejamento contínuo e do controle do uso e da ocupação do solo.

Art. 40. A regulação do uso e da intensidade da ocupação do solo considerará, sempre:

I - os elementos naturais e culturais da paisa-gem e do ambiente urbano;

II - a segurança individual e coletiva; III - a qualidade de vida; IV - a oferta existente ou projetada de: a) saneamento básico; b) transporte coletivo; c) drenagem; d) outros serviços urbanos essenciais. § 1.° O uso do solo será controlado pela defi-

nição de zonas, de acordo com adequação ou a predominância, em cada zona, do uso residencial, comercial e de serviços, industrial ou agrícola.

§ 2.° A ocupação do solo será controlada pela definição de índices e parâmetros para o parcela-mento da terra, a construção e a edificação.

CAPÍTULO II

Do macrozoneamento

Art. 41. Para ordenação da ocupação do solo,

o território municipal será dividido em: I - macrozonas urbanas; II - macrozonas de expansão urbana; III - macrozonas de restrição à ocupação ur-

bana. § 1.° As macrozonas urbanas são as ocupa-

das ou já comprometidas com a ocupação pela existência de parcelamentos urbanos implantados ou em execução.

§ 2.° As macrozonas de expansão urbana são as destinadas à ocupação, por necessárias ao

crescimento da cidade. § 3.° As macrozonas de restrição à ocupação

urbana são: I - as com condições físicas adversas à ocupa-

ção; II - as destinadas à ocupação agrícola; III - as sujeitas à proteção ambiental; IV - as impróprias à urbanização; V - VETADO.

CAPÍTULO III

Da ordenação para o planejamento

Art. 42. Para o planejamento e controle do

desenvolvimento urbano, o território municipal divide-se em:

I - Áreas de Planejamento (AP); II - Regiões Administrativas (RA); III - Unidade Espaciais de Planejamento

(UEP); IV - bairros. § 1.° As Áreas de Planejamento são formadas

por agrupamento de várias Regiões Administrati-vas e poderão ser divididas em Subáreas de Plane-jamento, em função de fatores sócio-econômicos e de relativa homogeneidade da ocupação.

§ 2.° As Regiões Administrativas são forma-das por uma ou mais Unidades Espaciais de Plane-jamento.

§ 3.° As Unidades Espaciais de Planejamento correspondem às áreas objeto dos Projetos de Estruturação Urbana, constituídas por um ou mais bairros em continuidade geográfica e definidas por analogias físicas ou urbanísticas, segundo indica-dores de integração e compartimentação.

§ 4.° Os bairros correspondem a porções do território que reúnem pessoas que utilizam os mesmos equipamentos comunitários, dentro de limites reconhecidos pela mesma denominação.

Art. 43. A ordenação do território para o pla-nejamento será estabelecida em lei de iniciativa do Poder Executivo, observados os critérios e a ter-minologia fixados neste capítulo.

TÍTULO VI

DO USO DE OCUPAÇÃO DO SOLO

CAPÍTULO I

Dos princípios e objetivos

Art. 224. Permanecem em vigor a legisla-

ção vigente de uso e ocupação do solo, os re-gulamentos de parcelamento da terra, de construções e edificações em geral, de licenci-amento e fiscalização, de assentamento de

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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máquinas, motores e equipamentos e de pos-turas, naquilo que não contrariam esta Lei Complementar e a Lei Orgânica do Município. Art. 44. O uso e ocupação do solo urbano

respeitarão os seguintes princípios e objetivos: I - distribuição equilibrada dos ônus e benefí-

cios da urbanização e atendimento à função social da propriedade, com a subordinação do uso e ocu-pação do solo ao interesse coletivo;

II - proteção do meio ambiente e respeito aos recursos naturais e ao patrimônio cultural como condicionantes da ocupação do solo;

III - não remoção das favelas; IV - inserção das favelas e loteamentos irre-

gulares no planejamento da cidade com vista à sua transformação em bairros ou integração com os bairros em que se situam;

V - prioridade para a ocupação dos vazios ur-banos que não atendam ao interesse coletivo para o adensamento das áreas com potencial de melho-ria de infra-estrutura, controlando-se a expansão da malha urbana;

VI - adensamento ou controle de crescimento de áreas em função da oferta de transportes;

VII - controle do impacto das atividades ge-radoras de tráfego nas áreas já adensadas e nos principais corredores de transportes;

VIII - prioridade na distribuição de investi-mentos públicos para:

a) a Área de Planejamento 3; b) a XVI Região Administrativa - Jacarepaguá,

na Área de Planejamento 4; c) a Área de Planejamento 5; IX - intensificação do processo de descentrali-

zação das atividades econômicas, com a reestrutu-ração e a otimização do uso e da ocupação do solo nos centros de comércio e serviços das Áreas de Planejamento 3, 4 e 5;

X - estruturação das Unidades Espaciais de Planejamento, nos Projetos de Estruturação Urba-na, pela:

a) hierarquia das vias; b) definição das intensidades de uso e ocupa-

ção; c) determinação de áreas para equipamentos

urbanos; XI - adequação dos padrões de urbanização e ti-

pologias das construções às condições sócio -econômicas da população residente, através da legislação urbanís-tica e edilícia;

XII - estímulo à coexistência de usos e ativi-dades de pequeno porte com o uso residencial, evitando-se segregação dos espaços e desloca-mentos longos ou desnecessários;

XIII - direcionamento das indústrias de mé-dio e grande porte ou potencialmente poluidoras para áreas industriais adequadas, conforme a lei

definir, sob o devido controle ambiental; XIV - garantia de espaços para o estabeleci-

mento de indústrias através de zoneamento indus-trial, compatibilizando-o com o da Região Metropo-litana do Rio de Janeiro;

XV - garantia de espaços para o desenvolvi-mento de atividades agrícolas, principalmente para a produção de hortifrutigranjeiros e criação ani-mal;

XVI - limitação de crescimento em zonas su-persaturadas, priorizando a elaboração dos Proje-tos de Estruturação Urbana que as contenham.

§ 1.° Estarão sujeitas a relocalização e, por-tanto, não incluídas no princípio mencionado no inciso III as áreas de favelas ou residências que ocupem:

I - áreas de risco; II - faixas marginais de proteção de águas

superficiais; III - faixa de proteção de adutoras e de redes

elétricas de alta tensão; IV - faixa de domínio de estradas federais,

estaduais e municipais; V - áreas de especial interesse ambiental ou

unidades de conservação ambiental; VI - vãos e pilares de viadutos, pontes e pas-

sarelas e áreas a estes adjacentes, quando ofere-cerem riscos à segurança individual e coletiva e inviabilizarem a implantação de serviços urbanos básicos;

VII - áreas que possam ser dotadas de condi-ções mínimas de urbanização e saneamento bási-co, de acordo com os artigos 50 e 51 desta Lei Complementar.

§ 2.º Os moradores que ocupem favelas em áreas referidas no parágrafo anterior deverão ser relocalizados, obedecendo-se às diretrizes cons-tantes do artigo 138, § 2.°, desta Lei Complemen-tar e do artigo 429, VI, "a", "b" e "c", da Lei Orgâ-nica do Município.

[Lei Orgânica do Município do Rio de Janeiro: "Art. 429. A política de desenvolvimento

urbano respeitará os seguintes preceitos: I - provisão dos equipamentos e serviços

urbanos em quantidade, qualidade e distribui-ção especial. garantindo pleno acesso a todos os cidadãos;

II - justa distribuição dos benefícios e ô-nus decorrentes do processo de urbanização;

III - ordenação e controle do uso do solo de modo a evitar:

a) a ociosidade, subutilização ou não uti-lização do solo edificável;

b) o estabelecimento de atividades considera-das prejudiciais à saúde e nocivas à coletividade;

c) espaços adensados inadequadamente em relação à infra-estrutura e aos equipamen-

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

69

tos comunitários existentes ou previstos; IV – compatibilização de usos, conjugação

de atividades e estímulo à sua complementari-dade no território municipal;

V - integração e complementaridade entre as atividades urbanas e rurais;

VI – urbanização, regularização fundiária e titulação das áreas faveladas e de baixa renda, sem remoção dos moradores, salvo quando as condições físicas da área ocupada imponham risco de vida aos seus habitantes, hipótese em que serão seguidas as seguintes regras:

a) laudo técnico do órgão responsável; b) participação da comunidade interessa-

da e das entidades representativas na análise e definição das soluções:

c) assentamento em localidades próximas dos locais da moradia ou do trabalho, se ne-cessário o remanejamento;

VII - regularização de loteamentos irregu-lares abandonados, não titulados e clandesti-nos em áreas de baixa renda, através da ur-banização e titulação, sem prejuízo das ações cabíveis contra o loteador;

VIII - preservação das áreas de explora-ção agrícola e pecuária e estímulo a essas ati-vidades primárias;

IX – preservação, proteção e recuperação do meio ambiente urbano e cultural;

X - criação de áreas de especial interesse urbanístico, social, ambiental, turístico e de u-tilização pública;

XI - utilização planejada do território e dos recursos naturais, mediante controle da implantação e do funcionamento de atividades industriais, comerciais, residenciais, agrope-cuárias e extrativas;

XII – criação e delimitação de áreas de crescimento limitado em zonas supersaturadas da cidade onde não se permitam novas cons-truções e edificações a não ser as de gabarito e densidade iguais ou inferiores às que forem previamente demolidas no local;

XIII - a climatização da cidade; XIV - a racionalização, conservação e eco-

nomia de energia e combustíveis; XV - a boa qualidade de vida da população."]

CAPÍTULO II

Da ocupação urbana

Seção I

Disposições gerais

Art. 45. A ocupação urbana do município con-

solidará os grandes vetores de crescimento do

centro da cidade para a Zona Norte - Área de Pla-nejamento 3, para a Zona Oeste - Área de Plane-jamento 5, para a região de Jacarepaguá, na Área de Planejamento 4, bem como os vetores que se irradiam a partir de centros de comércio e servi-ços.

Art. 46. As macrozonas urbanas, de expansão urbana e de restrição à ocupação urbana, defini-das de acordo com os vetores de expansão referi-dos no artigo anterior, são as constantes do anexo III, excluídos os limites externos e internos da Zona Econômica Exclusiva (ZEE), estabelecidos no anexo IX.

Art. 47. O uso e ocupação do solo no territó-rio municipal ficam condicionados ao controle da densidade demográfica e do número de empregos, em função da saturação da infra-estrutura e ameaça ao meio ambiente e à memória urbana, mediante o estabelecimento de limites de construção por Unidades Espaciais de Planejamento.

§ 1.° Os limites de construção são estabeleci-dos pelos índices de aproveitamento do terreno fixados para o cálculo do limite máximo de área edificável no lote, e por outros parâmetros urba-nísticos e de proteção complementares.

§ 2.° Os Projetos de Estruturação Urbana po-derão definir índices diferenciados para uma mes-ma Unidade Espacial de Planejamento, a partir das diferentes características das áreas e dos critérios de planejamento, respeitados os índices de apro-veitamento de terreno máximos definidos no qua-dro do anexo II.

Seção II

Das macrozonas de restrição à ocupação urbana

Art. 48. As macrozonas de restrição à ocupa-

ção urbana, constituídas pelas áreas agrícolas, áreas com condições físicas adversas à ocupação, áreas impróprias à urbanização e áreas destinadas à proteção do meio ambiente, terão seus critérios de ocupação definidos segundo suas destinações específicas.

Art. 49. As áreas agrícolas serão delimitadas com vista à manutenção da atividade agropecuária e compreenderão áreas com vocação agrícola e outras impróprias à urbanização, recuperáveis para o uso agrícola ou necessárias à manutenção do equilíbrio ambienta!.

§ 1.° As áreas agrícolas poderão comportar usos residenciais com baixa densidade, atividades de comércio e serviços complementares ao uso agrícola e residencial, agroindústrias e atividades turísticas, recreativas e culturais, em sítios e fa-zendas.

§ 2.° O uso e ocupação das áreas agrícolas observarão as seguintes diretrizes:

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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I - proibição do parcelamento em lotes de pe-quenas dimensões pelo estabelecimento de lotes agrícolas mínimos, em função das características de cada área;

II - proibição da ocupação por conjuntos ha-bitacionais e pelo uso residencial de alta densida-de;

III - estabelecimento de parâmetros de ocu-pação para proteção do uso agrícola nas faixas de transição entre as áreas agrícolas e as macrozonas urbana ou de expansão urbana.

Art. 50. Constituem áreas com condições físi-cas adversas à ocupação urbana as áreas frágeis de encostas e as áreas frágeis de baixadas.

§ 1.º São áreas frágeis: I - de encostas, as sujeitas a deslizamentos,

desmoronamentos e outras alterações geológicas que comprometam ou possam comprometer a sua estabilidade;

II - de baixada, as sujeitas a alagamento, inundação ou rebaixamento decorrente de sua composição morfológica.

§ 2.º As áreas frágeis de encostas terão seus usos condicionados a critérios geotécnicos de ava-liação dos riscos de deslizamentos e se dividem em:

I - passíveis de ocupação, desde que efetua-das, previamente, obras estabilizantes;

II - impróprias à ocupação. § 3.º As áreas frágeis de baixadas terão seus

usos condicionados à avaliação técnica e poderão ser consideradas quanto:

I - a inundação, aquelas que, por suas condi-ções naturais, obstáculos construídos ou deficiên-cias do sistema de drenagem, estejam sujeitas à inundação freqüente;

II - ao do tipo de solo, aquelas cujos solos são classificados como hidromórficos ou que te-nham influência marinha.

§ 4.º As áreas frágeis de baixadas poderão comportar usos agrícolas, de lazer e residenciais de baixa densidade, condicionados estes à realiza-ção de obras de macrodrenagem e à redefinição de cotas de soleira das edificações.

§ 5.º O parcelamento da terra em áreas frá-geis, quando admitida a sua ocupação residencial, na forma dos §§ 2.°, I, e 3.° submetido ao órgão competente de controle do meio ambiente, para exame das restrições locais e dos impactos ambi-entais decorrentes.

Art. 51. As áreas objeto de proteção ambien-tal são passíveis de ocupação residencial ou agrí-cola restrita e usos como lazer ou pesquisa ecoló-gica, com exceção das áreas classificadas como reserva biológica.

Parágrafo único. Nas áreas classificadas co-mo de preservação permanente, não serão permi-tidas atividades que contribuam para descaracteri-

zar ou prejudicar seus atributos e funções essenciais, excetuadas aquelas destinadas a recu-perá-las e assegurar sua proteção, mediante pré-via autorização dos órgãos municipais competen-tes.

CAPÍTULO III

Da estrutura urbana básica

Art. 52. A estrutura urbana básica do municí-

pio é constituída pelas áreas residenciais, pelo sistema de centros de comércio e serviços e pelas áreas industriais, integradas pela rede estrutural de transportes, conforme o anexo VII.

Art. 53. As áreas residenciais caracterizam-se pela predominância do uso residencial, adequado em todo o território municipal, salvo nos locais onde a convivência com outros usos instalados ou condições ambientais adversas cause risco à popu-lação residente e onde seja incompatível com a proteção do meio ambiente.

Parágrafo único. As intervenções urbanas nas áreas de uso residencial respeitarão as carac-terísticas físicas, econômicas, sociais e culturais dos diferentes bairros ou partes de bairros e a estas se adequarão.

Art. 54. O sistema de centros de comércio e serviços é constituído, hierarquicamente, por:

I - centros de alcance metropolitano; II - centros de alcance municipal; III - centros de alcance local; IV - concentrações pontuais ou lineares de

comércio e serviços. § 1.º São consideradas centros de comércio e

serviços as áreas que contenham atividades co-merciais diversificadas e especializadas e serviços financeiros, profissionais, culturais e recreativos.

§ 2.º A organização espacial do sistema de centros de comércio e serviços, observada a racio-nalização do uso do sistema viário e de transpor-tes, terá por objetivo a redução da atratividade de tráfego para a Área de Planejamento 1 e para a Área de Planejamento 2, a partir das seguintes diretrizes de uso e ocupação do solo:

I - expansão das atividades de comércio e serviços da Área Central de Negócios para sua periferia;

II - fortalecimento dos centros de Madureira, Campo Grande e Taquara e consolidação da poli-nucleação existente.

Art. 55. As áreas industriais serão definidas em conformidade com o zoneamento metropolita-no e delimitadas em função de fatores de localiza-ção e seus critérios de uso e ocupação estarão condicionados, sempre, à proteção do meio ambi-ente e do patrimônio cultural e sua adaptação a estes.

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

71

§ 1.º São fatores de localização para a delimi-tação de áreas industriais:

I - o ciclo de produção e suas características; II - a oferta de transportes públicos de pas-

sageiros; III - a possibilidade de escoamento da produ-

ção; IV - a oferta de serviços básicos, como ener-

gia elétrica, gás, telefone, água e esgotamento sanitário;

V - a possibilidade de integração entre indús-trias;

VI - a disponibilidade de mão-de-obra e seu acesso às áreas estabelecidas;

VII - as condições ambientais. § 2.º A lei definirá as tipologias industriais

passíveis de implantação nas áreas industriais. § 3.º As indústrias não poluentes, particular-

mente as vinculadas ao setor terciário, poderão localizar-se nos centros de comércio e nas zonas de uso misto, quando as dimensões de seu porte se compatibilizarem com as características dessas áreas.

§ 4.º A legislação de que trata este artigo te-rá a participação das entidades e contribuintes das citadas áreas.

CAPÍTULO IV

Das áreas sujeitas à intervenção

Art. 56. São consideradas sujeitas a interven-

ção do Poder Público as áreas do território munici-pal que, por suas condições urbanísticas e ambien-tais, necessitem de obras, redefinição das condições de uso e ocupação ou de regularização fundiária.

Art. 57. As áreas sujeitas a intervenção são classificadas em:

I - áreas sujeitas a estruturação e regulariza-ção;

II - áreas sujeitas a reestruturação; III - áreas sujeitas a proteção ambiental. Parágrafo único. As áreas mencionadas nes-

te artigo são as constantes do anexo IV. Art. 58. Serão objeto de estruturação e regu-

larização as áreas ocupadas por favelas, loteamen-tos irregulares e conjuntos habitacionais de baixa renda, assim como as respectivas vizinhanças.

§ 1.° As ações previstas neste artigo compre-endem:

I - regularização fundiária; II - relocalização de moradias, nos casos

mencionados no artigo 44, § 1.°; III - urbanização e integração na malha ur-

bana; IV - recuperação das condições ambientais,

abrangendo a vizinhança.

§ 2.° As áreas referidas neste artigo poderão ser declaradas áreas de Especial Interesse Social, no todo ou em parte.

§ 3.° As áreas mencionadas no parágrafo an-terior serão recuperadas para criação de programa de moradias para população de baixa renda, desde que o laudo técnico indique essa possibilidade.

Art. 59. Serão objeto de reestruturação as áreas que necessitem de revitalização, de renova-ção, de ocupação, de obras ou alterações em sua estrutura física, sistema viário, saneamento básico e equipamentos urbanos ou alterações nas condi-ções de uso e ocupação do solo.

Parágrafo único. As áreas sujeitas a reestru-turação serão gradual e progressivamente decla-radas Áreas de Especial Interesse Urbanístico para a execução dos projetos específicos, obedecendo às prioridades estabelecidas nesta Lei Complemen-tar.

Art. 60. Estarão sujeitas a proteção ambiental as áreas que necessitem de proteção legal e de manutenção, recuperação ou revitalização nas condições do meio ambiente natural ou construído.

Parágrafo único. As áreas sujeitas a prote-ção ambiental serão gradual e progressivamente declaradas Áreas de Especial Interesse Ambiental, para a execução de projetos específicos.

CAPÍTULO V

Das diretrizes de uso e ocupação por áreas

de planejamento

Seção I

Disposições gerais Art. 61. O uso e ocupação do solo nas dife-

rentes Áreas de Planejamento obedecerão ao dis-posto neste capítulo.

Parágrafo único. As Áreas de Planejamento, suas Subáreas de Planejamento e suas Regiões Administrativas, são as constantes dos anexos V e V-A.

Seção II

Da Área de Planejamento 1

Art. 62. As diretrizes de uso e ocupação para

a Área de Planejamento são as seguintes: I - incentivo ao uso residencial permanente e

transitório; II - revitalização e renovação da Cidade Nova,

mediante: a) recuperação da estrutura de equipamentos

e serviços urbanos, através da realização de obras de melhoria do calçamento, da rede de drenagem

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

72

de águas pluviais e da iluminação pública; b) preservação do casario, através de estímu-

los aos moradores para recuperação de suas casas e restauração dos passeios;

c) restauração do Conjunto Proletário da Ave-nida Salvador de Sá, sob orientação e com financi-amento proporcionados pelo Poder Público, que para isso elaborará projeto específico;

d) ocupação dos terrenos ociosos na vizinhan-ça do Centro Administrativo São Sebastião da Ci-dade do Rio de Janeiro, com implantação de pa-râmetros urbanísticos a serem definidos em lei;

e) valorização do entorno da Avenida dos Desfiles, com relocalização de construções existen-tes em passeios de logradouros públicos;

f) prestação regular de serviços públicos, es-pecialmente os de coleta de lixo e limpeza pública;

g) retomada de áreas do patrimônio público apropriadas por particulares e sua destinação a fins econômicos e sociais;

h) urbanização consorciada das áreas danifi-cadas ou prejudicadas pelas obras de construção do metropolitano;

i) vedação da afixação de engenhos publicitá-rios ao ar livre;

III - desenvolvimento das propostas de pro-teção das áreas de Saúde - Gamboa – Santo Cris-to, de Santa Teresa e do Catumbi;

IV – compatibilização dos critérios de prote-ção dos bens preservados ou tombados com seu entorno pela revisão das condições de uso e ocu-pação na área da Praça da Cruz Vermelha e arre-dores;

V - adensamento dos bairros periféricos à Área Central de Negócios, com manutenção de suas características ambientais, econômicas e sociais;

VI - integração do centro e dos diferentes bairros aos projetos de turismo da cidade, com a melhoria de suas condições urbanas;

VII - revitalização da área portuária, como expansão do Centro, garantidas a manutenção e modernização das atividades necessárias ao porto do Rio de Janeiro;

VIII - estímulo à implantação da linha 2 do sistema metroviário até a Praça Quinze de No-vembro;

IX - implantação do sistema cicloviário; X - estruturação da faixa ao longo da linha do

sistema metroviário no bairro do Estácio, com o estímulo à ocupação dos lotes remanescentes com equipamentos de uso coletivo;

XI - criação de condições para estacionamen-to na periferia do Centro, preferencialmente junto às estações metroviárias;

XII - desestímulo à criação de estacionamen-to e revisão de exigência de vagas para as edifica-ções na Área Central de Negócios;

XIII - incentivo à localização de usos e ativi-dades residenciais, comerciais e de serviços liga-dos ao lazer e à cultura, para melhor utilização da infra-estrutura nos horários de ociosidade;

XIV - racionalização dos sistemas de trans-portes de passageiros e individual nos principais eixos viários, privilegiando o transporte coletivo em linhas circulares;

XV - melhoria das condições de operação do bonde de Santa Teresa, com a preservação do sistema existente;

XVI - melhoria das condições ambientais da orla marítima, garantindo o livre acesso aos dife-rentes pontos com o aproveitamento turístico e cultural;

XVII - valorização e conservação das edifica-ções e dos conjuntos arquitetônicos de interesse cultural e paisagístico da área.

Parágrafo único. A Área de Planejamento 1 fica dividida em Subáreas assim definidas:

I - Subárea de Planejamento 1-A: a) I Região Administrativa - Portuária; b) II Região Administrativa - Centro; c) VII Região Administrativa - São Cristóvão; II - Subárea de Planejamento 1-B: a) III Região Administrativa - Rio Comprido; b) XXIII Região Administrativa - Santa Tere-

sa; III - Subárea de Planejamento 1-C: a) XXI Região Administrativa - Ilha de Paquetá. Art. 63. A Área Central de Negócios (ACN)

constitui o principal centro de alcance metropolita-no do sistema de centros de comércio e serviços do município, para fins culturais e comerciais.

Parágrafo único. O uso e ocupação do solo na Área Central de Negócios obedecerá às seguin-tes diretrizes específicas:

I - melhoria das condições urbanísticas, medi-ante alteração em seu desenho, na forma da lei, e execução de projetos de recuperação física dos espaços públicos;

II - proteção do conjunto arquitetônico da Es-planada do Castelo, para manutenção das caracte-rísticas morfológicas das quadras remanescentes do Plano Agache;

III - ocupação prioritária dos lotes vazios da Avenida Presidente Vargas, com revisão, por lei, das condições de ocupação;

IV - transferência da comercialização do pes-cado da Praça Quinze de Novembro para pólo pes-queiro a ser criado em lei;

V - consolidação da legislação da Zona Espe-cial do Corredor Cultural do Centro da Cidade.

Art. 64. Integram o patrimônio paisagístico e cultural do município, sujeitos à proteção ambien-tal, as seguintes áreas e bens localizados no terri-tório da Área de Planejamento 1 (AP1):

I - a orla marítima entre o Aeroporto Santos

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

73

Dumont e a foz do Canal do Cunha, no Caju; II - a Quinta da Boa Vista; III - a área da caixa-d’água da Companhia

Estadual de Águas e Esgotos (CEDAE), no Morro do Tuiuti;

IV - o Observatório Nacional; V - o Morro do Valongo; VI - o Morro da Conceição; VII - o Campo de Santana; VIII - o Passeio Público e o Aqueduto da Lapa; IX - as áreas da Zona Especial do Corredor

Cultural do Centro da Cidade e do Projeto Saúde - Gamboa - Santo Cristo (Projeto Sagas);

X - o bairro de Santa Teresa e as encostas do Maciço da Tijuca;

XI - as ilhas da Baía de Guanabara e especi-almente as Ilhas de Paquetá e Brocoió;

XII - as edificações e os conjuntos arquitetô-nicos da área da Praça da Cruz Vermelha, da Es-planada do Castelo, do Catumbi, da Cidade Nova, do Estácio e de São Cristóvão;

XIII - o Campo de São Cristóvão; XIV - a Praça Quinze de Novembro; XV - a Ponta do Caju; XVI - o Morro do Pinto; XVII - o Morro de São Bento; XVIII - outros conjuntos arquitetônicos e mo-

numentos de valor cultural e paisagístico da área.

Seção III

Da Área de Planejamento 2 Art. 65. As diretrizes de uso e ocupação para

a Área de Planejamento 2 são as seguintes: I - contenção do adensamento dos bairros pa-

ra evitar a saturação da infra-estrutura existente; II - preservação da paisagem, com a proteção

dos monumentos naturais e construídos, em fun-ção do potencial de lazer e turístico de alcance metropolitano, nacional e internacional;

III - reestruturação dos centros de comércio e serviços da Tijuca e de Copacabana, com o esta-belecimento de critérios para a utilização dos es-paços públicos, assegurada a livre circulação de pedestres e a redução da intensidade do transpor-te rodoviário no interior dos centros;

IV - estruturação da faixa ao longo da linha do sistema metroviário nos bairros do Catete, Flamengo, Botafogo e Tijuca, com o estímulo à ocupação dos lotes remanescentes com equipa-mentos urbanos de uso coletivo;

V - criação de condições de estacionamento compatíveis com as características locais em todos os bairros:

VI - racionalização da circulação de veículos co-letivos de passageiros e individual nos principais corredores, para redução da poluição sonora e do ar;

VII - implantação de sistema cicloviário; VIII - prioridade para projetos e investimen-

tos no trecho Tijuca, e suas adjacências, do siste-ma Zona Norte de esgotamento sanitário da Com-panhia Estadual de Águas e Esgotos (CEDAE);

IX - criação e delimitação das áreas de cres-cimento limitado nos bairros de Copacabana, Fla-mengo e Laranjeiras;

X - controle e fiscalização da ocupação de en-costas e vistas panorâmicas, visando à preserva-ção ambiental e paisagística.

Parágrafo único. A Área de Planejamento 2 fica dividida em Subáreas assim definidas:

I - Subárea de Planejamento 2-A: a) IV Região Administrativa - Botafogo; b) VI Região Administrativa - Lagoa; II - Subárea de Planejamento 2-B: a) V Região Administrativa - Copacabana; III - Subárea de Planejamento 2-C: a) VIII Região Administrativa - Tijuca; b) IX Região Administrativa - Vila Isabel; IV - Subárea de Planejamento 2-D: a) XXVII Região Administrativa - Rocinha. Art. 66. Integram o patrimônio paisagístico

do município, sujeitos a proteção ambiental, as seguintes áreas e bens localizados no território da Área de Planejamento 2:

I - a orla marítima, entre o Aeroporto Santos Dumont e a Praia da Gávea, em São Conrado, incluídos as faixas de areia, as formações rocho-sas, as ilhas, as amuradas e os cais de atracamen-to existentes;

II - o Maciço da Tijuca; III - os Morros Azul, Cara de Cão, Cochrane,

Corcovado, da Babilônia, da Catacumba, da For-miga, da Saudade, da Urca, da Viúva, de São Jo-ão, do Cantagalo, do Leme, do Pão de Açúcar, do Pasmado, do Urubu, Dona Marta, dos Cabritos, dos Macacos, Mundo Novo e Nova Cintra;

IV - as Pedras Bonita, da Babilônia, da Gávea, do Arpoador e Dois Irmãos;

V - os Parques da Catacumba, da Chacrinha, da Cidade, do Flamengo, do Pasmado, Garota de Ipanema, Guinle e Laje;

VI - o Parque Nacional da Tijuca; VII - o Jardim Botânico; VIII - a reserva florestal do Grajaú; IX - o Gávea Golfe Clube; X - Os Fortes de Copacabana, de São João e

do Leme; XI - o arquipélago das Cagarras; XII - a Lagoa Rodrigo de Freitas, suas ilhas e

as áreas de seu entorno; XIII - outros conjuntos arquitetônicos e mo-

numentos de valor cultural e paisagístico da área. Parágrafo único. Na hipótese de demolição

de edificação situada no entorno do Morro da Viú-va, o Poder Público instituirá servidão de passa-

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

74

gem para assegurar o acesso a esse bem natural e a sua contemplação.

Seção IV

Da Área de Planejamento 3

Art. 67. As diretrizes de uso e ocupação do

solo para a Área de Planejamento 3 são as seguin-tes:

I - adensamento compatível com a infra-estrutura existente nas áreas de melhor padrão urbanístico;

II - manutenção das características de diver-sidade de usos garantida a convivência equilibrada dos usos residencial, comercial e de serviços e industrial;

III - fortalecimento dos centros de comércio e de serviços do Méier, Bonsucesso, Penha e Madu-reira, pelo estímulo ao crescimento das atividades comerciais e de serviços nos bairros situados em seus respectivos entornos;

IV - reestruturação dos espaços públicos e ra-cionalização do sistema de transportes da área da Grande Madureira, compatibilizando-os com a vocação de centro metropolitano do bairro;

V - localização das atividades de maior porte nos centros de comércio e serviços e as atividades complementares ao uso residencial e pequenas indústrias nos principais corredores de ligação entre os referidos centros;

VI - criação de áreas verdes e espaços para recreação, esporte e lazer;

VII - redefinição da utilização das áreas re-manescentes de exploração mineral em processo de desativação, para criação de espaços de recre-ação e lazer;

VIII - melhoria das condições dos espaços públicos, dotando-os de arborização, equipamentos de uso coletivo, como telefones públicos, caixas de correio e cestas de lixo, entre outros;

IX - implantação prioritária da linha 2 do sis-tema metroviário até a Pavuna e criação de linhas de ônibus, integradas, circulando nos bairros adja-centes, com melhoria das condições operacionais do trecho em funcionamento;

X - criação de rodovia para integração do bairro de Cavalcanti a Madureira, Vaz Lobo, Turia-çu e Rocha Miranda, através da ligação das Ruas Laurindo filho e Licurgo, passando pelo Morro do Dendê, como alternativa para o desvio do fluxo de veículos do centro comercial de Madureira;

XI - melhoria, ampliação e revitalização das passagens de pedestres sobre as vias férreas;

XII - construção e refazimento dos passeios ao longo dos muros das vias férreas, através da fiscalização do cumprimento dessa obrigação legal pela concessionária dos transportes ferroviários suburbanos;

XIII - implantação de sistema cicloviário; XIV - estímulo à melhoria das condições ope-

racionais do sistema ferroviário suburbano e da qualidade das suas estações;

XV - ampliação do sistema de transporte hi-droviário pela Baía de Guanabara;

XVI - controle da poluição do ar e da água provocada pelas indústrias existentes e das que venham a se implantar e impedimento do tráfego de veículos poluentes;

XVII - prioridade para projetos e investimen-tos de drenagem na Baía de Guanabara;

XVIII - prioridade para projetos e investimentos no sistema Zona Norte de esgotamento sanitário da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (CE-DAE);

XIX - recuperação prioritária da Avenida Auto-móvel Clube e das áreas a ela adjacentes em toda a faixa lindeira à linha 2 do sistema metroviário;

XX - integração dos terminais rodoviários, metroviário e ferroviário da Pavuna, com os diver-sos terminais da Baixada Fluminense, principal-mente o de Nova Iguaçu, com a eliminação da passagem de nível da Pavuna e o aumento da capacidade viária da Estrada do Rio do Pau;

XXI - criação de unidade de conservação na área do Instituto Oswaldo Cruz e na área rema-nescente da Ilha dos Macacos, em Manguinhos, e nas Serras da Misericórdia e do Engenho Novo;

XXII - a utilização, pelos meios próprios de direito, das áreas marginais às faixas de domínio da Light vinculadas aos serviços federais concedi-dos de energia elétrica, que, mediante autorização formal do poder concedente, forem progressiva-mente desafetadas daquela concessão;

XXIII - reestruturação e racionalização do sistema viário, de circulação e de transporte públi-co do bairro do Méier e adjacências, com priorida-de para a construção de terminal rodoviário urba-no em área central;

XXIV - interligação dos bairros de Rocha Mi-randa e Colégio com os bairros de Vaz Lobo e lrajá pela adequação e aumento da capacidade viária das Ruas Carolina Amado, Caxambu e Lajeado, interligando a Avenida Monsenhor Félix, em Vaz Lobo, à Estrada do Barro Vermelho;

XXV - criação de via auxiliar ao escoamento do tráfego de veículos da Avenida Ministro Edgard Romero, interligando as Ruas Andrade Figueira, Pescador Josimo e Bezerra de Menezes, até à Ave-nida Vicente de Carvalho;

XXVI - abertura de via de ligação da Rua Ma-noel Machado, em Vaz Lobo, com a Rua Monse-nhor Inácio da Silva, em Turiaçu, com pavimenta-ção adequada ao tráfego de veículos no trecho sob o Morro do Sapê.

§ 1.° A Área de Planejamento 3 fica dividida em Subáreas assim definidas:

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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I - Subárea de Planejamento 3-A: a) X Região Administrativa - Ramos; b) XI Região Administrativa - Penha; c) XXX Região Administrativa - Complexo da

Maré; II - Subárea de Planejamento 3-B: a) XII Região Administrativa - Inhaúma; b) XIII Região Administrativa - Méier; c) XXVIII Região Administrativa - Jacarezi-

nho; d) XXIX Região Administrativa - Complexo do

Morro do Alemão; III - Subárea de Planejamento 3-C: a) XIV Região Administrativa - Irajá; b) XV Região Administrativa - Madureira; IV - Subárea de Planejamento 3-D: a) XX Região Administrativa - Ilha do Gover-

nador; V - Subárea de Planejamento 3-E: a) XXII Região Administrativa - Anchieta; b) XXV Região Administrativa - Pavuna. § 2.° O Poder Público elaborará e executa-

rá programa de recuperação urbana da área compreendida por Acari, Coelho Neto, Barros Filho, Costa Barros, Pavuna e Anchieta, medi-ante:

I - implantação do sistema de esgotamento sanitário;

II - relocalização de moradias que ocupem as áreas referidas no artigo 44, § 1.°;

III - pavimentação de logradouros, incluídos os de favelas e loteamentos irregulares;

IV - desassoreamento de cursos d’água e sua canalização;

V - manutenção da regularidade dos serviços de coleta de lixo e limpeza pública;

§ 3.º VETADO. Art. 68. Integram o patrimônio paisagístico

do município, sujeitos à proteção ambiental, as seguintes áreas e bens localizados no território da Área de Planejamento 3:

I - a orla marítima da Ilha do Governador, da Ilha do Fundão e da praia de Ramos;

II - a Igreja da Penha e seu sítio; III - a Fazendinha da Penha; IV - o Parque Ari Barroso; V - a encosta do Maciço da Tijuca e da Serra

do Engenho Novo; VI - o Várzea Country Clube; VII - a Serra da Misericórdia; VIII - a Serra dos Pretos Forros; IX - a Igreja de São José, no Morro de São

José, em Madureira; X - a Fazenda Capão do Bispo; XI - outros conjuntos arquitetônicos e mo-

numentos de valor cultural e paisagístico da área.

Seção V

Da Área de Planejamento 4 Art. 69. As diretrizes de uso e ocupação do

solo para a Área de Planejamento 4 são as seguin-tes:

I - adensamento compatível com a infra-estrutura existente nos bairros do Pechincha, Freguesia, Taquara, Tanque e Praça Seca;

II - incentivo à localização de atividades ge-radoras de emprego, para redução dos desloca-mentos, mediante o fortalecimento do centro de comércio e serviços Taquara-Tanque;

III - desestímulo ao parcelamento das áreas ocupadas por sítios e granjas nos bairros de Var-gem Grande, Vargem Pequena e Camorim;

IV - revisão, complementação e implementa-ção do sistema viário projetado da Barra da Tiju-ca;

V - recuperação e preservação dos canais da Barra da Tijuca;

VI - criação de área para estacionamento na região Tanque-Taquara;

VII - implantação de sistema cicloviário; VIII - elaboração e execução de macroplano

de drenagem e aterros para a Baixada de Jacare-paguá, o qual dará prioridade à desobstrução de canais de alimentação das lagoas da região, medi-ante estudo e relatório de impacto ambiental;

IX - revisão do estado de variação das lâmi-nas d’água das lagoas, para redefinição das cotas de aterros da região da Baixada de Jacarepaguá;

X - revisão dos critérios de ocupação da área da Baixada de Jacarepaguá, incluindo o centro metropolitano, consideradas as características geológicas;

XI - consolidação das áreas destinadas à ocu-pação industrial, inclusive dos pólos de desenvol-vimento industrial;

XII - criação de unidade de conservação na área da Colônia Juliano Moreira e definição de parâmetros de ocupação compatíveis com a prote-ção da área;

XIII - incentivo ao desenvolvimento de ativi-dades turísticas, desportivas, culturais, de educa-ção ambiental e de pesquisa e proteção da fauna, da flora e dos recursos naturais da região;

XIV - estímulo à implantação de transporte sobre trilhos de alta capacidade para promover a integração dos bairros da Baixada de Jacarepa-guá com Madureira e Penha; com Água Santa e Encantado; com a Ilha do Governador e com a Zona Oeste, com a utilização do corredor deno-minado T-5;

XV - elaboração de planos de recuperação e preservação ambiental do sistema lagunar da re-gião, compreendendo o controle e a fiscalização da

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

76

ocupação das margens das lagoas por edificações e aterros irregulares e do lançamento de esgotos sanitários e industriais sem tratamento ou com tratamento inadequado;

XVI - contenção do processo de ocupação de-sordenada da Baixada de Jacarepaguá, especial-mente nas áreas lindeiras às lagoas, canais e ou-tros cursos d’água;

XVII - manutenção de sistema e medidas de caráter permanente para inibir a ocupação desor-denada de áreas públicas na Baixada de Jacarepa-guá, mediante a criação de programas de oferta de lotes urbanizados e construção de habitações para a população de baixa renda;

XVIII - planejamento integrado de infra-estrutura da Baixada de Jacarepaguá, com as instalações aeroportuárias ali existentes.

Art. 70. Integram o patrimônio paisagístico do município, sujeitos à proteção ambiental, as seguintes áreas localizadas na Área de Planeja-mento 4:

I - as lagoas de Camorim, Jacarepaguá, Lagoi-nha, Marapendi e Tijuca, seus canais e suas faixas marginais;

II - o Parque Chico Mendes; III - a orla marítima da praia da Gávea, em

São Conrado, até à ponta da Praia Funda, incluídas as faixas de areia, as formações rochosas e as ilhas;

IV - a Prainha; V - o bairro de Grumari; VI - os Maciços da Pedra Branca e da Tijuca; VII - as Pedras de Itaúna e do Catemba; VIII - os Morros da Panela, do Bruno, do Ca-

morim, do Cantagalo, do Outeiro, do Portela, do Rangel e do Urubu;

IX - os Bosques da Barra e da Freguesia; X - o Itanhangá Golfe Clube; XI - a Restinga de Marapendi; XII - o Parque Ecológico da Barra da Tijuca,

formado pelos Morros do Amorim e Cantagalo; XIII - outros conjuntos arquitetônicos e mo-

numentos de valor cultural e paisagístico da área.

Seção VI

Da Área de Planejamento 5 Art. 71. As diretrizes de uso e ocupação do

solo para a Área de Planejamento 5 são as seguin-tes:

I - definição de critérios de proteção das áreas de atividades agrícolas, sobretudo de produ-ção hortifrutigranjeira, agroindustriais e de peque-na criação animal, sua delimitação e incentivo à preservação dessa destinação, de modo a evitar a extensão da malha urbana;

II - incentivo à localização de atividades ge-

radoras de emprego, especialmente cooperativas com respectivos mercados ou feiras-livres, para redução dos deslocamentos;

III - estímulo ao desenvolvimento turístico e de lazer da região, especialmente em Guaratiba, Sepetiba, Pedra de Guaratiba, Barra de Guaratiba e no Pico da Pedra Branca;

IV - prioridade para ocupação urbana na faixa de território compreendida entre o lado ímpar da Avenida Brasil e a linha ferroviária;

V - desestímulo à construção de conjuntos habitacionais de grande porte;

VI - criação de faixas exclusivas para trans-porte de alta capacidade nos principais corredores viários, com inversão, quando possível, das cita-das faixas de tráfego;

VII - implantação de sistema cicloviário; VIII - criação de plano de circulação viária

para integração dos bairros da Zona Oeste, inclu-sive ligando os bairros de Bangu e Campo Grande via Rio da Prata, através de túnel ou de outra via;

IX - melhoria das passagens de pedestres e das ligações viárias sobre ou sob a linha férrea;

X - restrição da ocupação intensiva do solo na macrozona de expansão urbana contínua às áreas agrícolas, visando à criação de áreas de transição;

XI - consolidação das áreas destinadas ao uso industrial, com adoção obrigatória de medidas e equipamentos necessários ao controle da poluição atmosférica e o tratamento adequado dos efluen-tes industriais;

XII - controle da exploração mineral, com o estabelecimento de parâmetros compatíveis com a proteção do meio ambiente, vetando-se a retirada de componentes geológicos que impliquem erosão ou decomposição natural dos terrenos no Maciço da Pedra Branca e outros bens naturais;

XIII - fortalecimento dos centros de comércio e serviços, em especial os de Bangu, Campo Grande e Santa Cruz, pela concentração de ativi-dades e reestruturação dos espaços públicos e racionalização do sistema de transportes, inclusive nas áreas da XVII e XIX Regiões Administrativas;

XIV - criação de áreas públicas de lazer, de âmbito local e metropolitano;

XV - criação do Parque Ecológico do Menda-nha, com construção de mirante para visão pano-râmica da área vulcânica secularmente desativada, do lago e da cachoeira existente na região;

XVI - estabelecimento de parâmetros de ocu-pação de transição das áreas contíguas aos gran-des conjuntos habitacionais, para integrá-los à malha urbana, evitando-se o crescimento desor-denado nas áreas, através de projetos integrados entre o já urbanizado com os projetos ainda em estudo a serem executados, integrando-os com as respectivas áreas;

XVII - reflorestamento, manutenção e contro-

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

77

le ecológico do Maciço da Pedra Branca; XVIII - impedimento à implantação de pro-

gramas de reassentamento das populações de baixa renda e de construção de moradias popula-res em áreas classificadas como macrozonas de restrição à ocupação urbana, conforme definição do artigo 41, § 3.º, e naquelas desprovidas de saneamento básico, equipamentos urbanos ou de sistema de transporte adequado;

XIX - implantação de terminais rodoviários in-tegrados ao Plano Municipal de Transportes;

XX - estímulo e proteção às áreas ocupadas por colônias pesqueiras e de pesca artesanal, vi-sando à preservação e desenvolvimento da ativi-dade na região e à organização de centros de co-mercialização direta ao consumidor, através da participação dos pescadores na elaboração, apro-vação e administração de programas de estímulo às atividades pesqueiras e nas decisões relativas a tais atividades, incluindo a criação de entreposto em Sepetiba e Guaratiba;

XXI - pavimentação das vias de escoamento da produção agrícola, e especialmente do trecho da Estrada da Reta do Rio Grande que liga Santa Cruz a Itaguaí, da Estrada do Mendanha e da Es-trada do Guandu;

XXII - melhoria das condições de acesso às comunidades interiores de Campo Grande, com a duplicação de suas vias axiais e especialmente:

a) da Estrada do Pré; b) da Estrada do Mendanha, entre a Avenida

Brasil e a Estrada das Capoeiras; c) da Estrada das Capoeiras, entre a Estrada

do Mendanha e a Estrada do Rio do A; XXIII - implantação de sinalização vertical e

horizontal de trânsito nas vias axiais da Zona Oes-te e especialmente:

a) na Estrada do Pré; b) na Estrada do Mendanha; c) na Estrada das Capoeiras; d) na Avenida João XXIII; e) na Estrada da Pedra; XXIV - prioridade na execução de obras de

drenagem na Baía de Sepetiba; XXV - intensificação do processo de reconhe-

cimento definitivo ou provisório de logradouros públicos na Zona Oeste e afixação de placas com indicação de sua denominação;

XXVI - implantação de central de abasteci-mento e comercialização de produtos hortifruti-granjeiros em Campo Grande, com a ocupação dos boxes exclusivamente por produtores do municí-pio;

XXVII - prioridade para a construção de hospital público especializado em atendimento infantil, clínico e cirúrgico e de hospital-geral com serviços completos de ambulatório e de emergência.

§ 1.° O Poder Executivo elaborará e execu-tará projeto espacial de valorização turística da região de Guaratiba, Sepetiba, Pedra de Guara-tiba e Barra de Guaratiba, o qual conciliará a implantação de serviços e equipamentos urba-nos, notadamente saneamento básico, pavimen-tação de logradouros e implantação de ilumina-ção pública, com a preservação das características rústicas da região.

§ 2.° VETADO. Art. 72. Integram o patrimônio paisagístico

do município, sujeitos à proteção ambiental, as seguintes áreas e bens localizados no território da Área de Planejamento 5:

I - a orla marítima, desde a Ponta da Praia Funda até o Rio da Guarda, incluídas as faixas de areia, os manguezais, as formações rochosas e as ilhas;

II - a Restinga de Marambaia; III - as ilhas da Pescaria, das Baleias, de

Guaraquessaba, de Guaratiba, do Bom Jardim, do Cavado, do Frade, do Tatu, do Urubu, Nova, Suru-guaí e Rasa;

IV - a Reserva Biológica e Arqueológica de Guaratiba;

V - o Maciço da Pedra Branca; VI - as encostas das Serras da Capoeira

Grande, da Grota Funda, da Paciência, de Bangu, de Inhoaíba, do Cantagalo, do Mendanha e do Quitungo;

VII - o Campo dos Afonsos e o Morro da Esta-ção;

VIII - os Morros do Retiro, do Taquaral e dos Coqueiros, em Bangu; da Posse, das Paineiras, do Santíssimo e São Luís Bom, em Campo Grande; do Mirante, em Santa Cruz, e do Silvério, em Pedra de Guaratiba;

IX - a área e a edificação do Matadouro de Santa Cruz;

X - a Igreja de São Salvador do Mundo; XI - a obra da Fazenda Modelo, em Guaratiba; XII - a Igreja de São Pedro, em Senador Vas-

concelos; XIII - a Fazendinha do Viegas, em Senador

Camará; XIV - a Igreja de Nossa Senhora do Desterro,

em Pedra de Guaratiba; XV - o conjunto arquitetônico da Fábrica Ban-

gu e suas palmeiras, em Bangu; XVI - a Igreja de Nossa Senhora do Desterro,

em Campo Grande; XVII - a Igreja de São Sebastião e Santa Ce-

cília e respectivo chafariz, localizada na Praça da Fé, em Bangu;

XVIII - a área do Sítio Burle Marx; XIX - as edificações e os outros conjuntos ar-

quitetônicos e monumentos de valor cultural e paisagístico da área.

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

78

CAPÍTULO VI

Dos projetos de estruturação urbana Art. 73. O Projeto de Estruturação Urbana de-

finirá o controle de uso e ocupação do solo e as ações da administração para as Unidades Espaciais de Planejamento, observados os objetivos, princí-pios, diretrizes setoriais e por Áreas de Planeja-mento definidos nesta Lei Complementar, ouvidas as comunidades diretamente envolvidas.

§ 1.º O Projeto de Estruturação Urbana trata da estruturação das Unidades Espaciais de Plane-jamento pela hierarquização das vias, pela definição das intensidades de uso e ocupação e pela determi-nação de áreas para equipamentos urbanos.

§ 2.º Na elaboração do Projeto de Estruturação Urbana serão consideradas as principais questões urbanísticas da Unidade Espacial de Planejamento e definidas propostas para o seu equacionamento.

§ 3.º Para a elaboração do Projeto de Estrutu-ração Urbana o Poder Executivo poderá declarar e delimitar Áreas de Especial Interesse Urbanístico, às quais serão aplicadas normas transitórias de uso e ocupação do solo que a lei fixar.

§ 4.º O Projeto de Estruturação Urbana será instituído por lei e avaliado e revisto periodica-mente, nos prazos fixados na lei que o instituir.

Art. 74. A lei do Projeto de Estruturação Ur-bana terá como conteúdo mínimo:

I - a delimitação das Zonas e Áreas de Espe-cial Interesse, definido os usos permitidos;

II - a fixação de Índices de Aproveitamento do Terreno e seus parâmetros urbanísticos;

III - a fixação de índices e parâmetros urbanísti-cos para as edificações, compreendendo, entre outros:

a) altura máxima das edificações; b) área mínima útil da unidade edificável; c) taxa de ocupação; d) número máximo de pavimentos das edificações; e) área total edificável, entre outros; IV - restrições que incidam sobre as edifica-

ções ou atividades existentes que não mais satis-façam as condições da Zona ou Área de Especial Interesse em que se situam;

V - a relação dos bens tombados ou preserva-dos, com suas respectivas áreas de entorno;

VI - o quadro de atividades relativo aos usos permitidos para as diversas zonas, número de vagas de garagem e a área mínima destinada a recreação.

Art. 75. Na elaboração do Projeto de Estrutu-ração Urbana serão considerados os pontos crí-ticos relativos a erosão, desmatamento, inunda-ção, poluição hídrica e do ar definidos por bacias hidrográficas onde estão contidas as Unidades Espaciais de Planejamento.

Art. 76. O Projeto de Estruturação Urbana observará os índices máximos de aproveitamento

do terreno definidos para as Unidades Espaciais de Planejamento constantes do quadro do anexo III.

§ 1.° O Projeto de Estruturação Urbana poderá adotar índices diferenciados para cada Unidade Es-pacial de Planejamento para atender às característi-cas de suas Zonas e Áreas de Especial Interesse.

§ 2.° Nas Áreas de Especial Interesse Urba-nístico poderão ser adotados índices de Aprovei-tamento do Terreno maiores que os definidos para as Unidades Espaciais de Planejamento citadas no “caput”, desde que:

I - justificado o interesse coletivo nos termos do Relatório de Impacto de Vizinhança, estabeleci-do pela Lei Orgânica;

II - as alterações desses índices para maior se-jam expressamente previstas e aprovadas por Lei.

Art. 77. São prioritárias para a elaboração dos Projetos de Estruturação Urbana as Unidades Espaciais de Planejamento onde ocorram áreas sujeitas a intervenção ou onde os Índices de Apro-veitamento do Terreno atuais tenham sido altera-dos conforme o anexo VI.

Parágrafo único. A Zona Especial 5, na Baixada de Jacarepaguá, é prioritária para estudos ambientais e posterior alteração, por lei, da ordenação urbanística vigente, visando a compatibilizar o uso e a ocupação do solo com suas características geológicas.

CAPÍTULO VII

Das áreas de crescimento limitado

Art. 78. São consideradas áreas de cresci-

mento limitado as zonas supersaturadas do terri-tório municipal que:

I - tenham índices de densidade superiores a quinhentos habitantes por hectare;

II - que por suas condições físicas, urbanísti-cas e ambientais sejam consideradas pelo Poder Público incompatíveis com o aumento de suas densidades.

Art. 79. As áreas de crescimento limitado se-rão definidas como rua, quadra ou bairro, em sua totalidade ou parcialmente.

Art. 80. Será priorizada a elaboração de Pro-jetos de Estruturação Urbana que compreendam áreas de crescimento limitado.

CAPÍTULO VIII

Do controle do uso e da ocupação do solo

Seção I

Disposições gerais

Art. 81. A legislação de controle do uso e o-

cupação do solo compreende:

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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I - a Lei do Parcelamento do Solo; II - o Código de Obras e Edificações; III - o Código de Licenciamento e Fiscalização; IV - a Lei do Uso e Ocupação do Solo; V - leis ordinárias que disciplinem as matérias

referidas nos incisos anteriores e seus respectivos regulamentos;

VI - demais normas administrativas pertinentes. Art. 82. O condomínio por unidades autônomas,

nos termos do artigo 8.° da Lei Federal n.º 4.591, de 16 de dezembro de 1964, subordinar-se-á à legisla-ção do controle do uso e ocupação do solo.

[Lei n.º 4.591, de 16/12/1964 (D. O. de

21/12/1964): (A Lei n.º 4.864, de 29/11/1965, dispõe:

"Art. 6.° No caso de um conjunto de edifica-ções, a que se refere o artigo 8.° da Lei n.º 4.591, de 16 de dezembro de 1964, poder-se-á estipular o desdobramento da incorporação em várias incorporações, fixando a convenção de condomínio ou contrato prévio, quando a incorporação ainda estiver subordinada a perí-odos de carência, os direitos e as relações de propriedade entre condôminos de várias edifi-cações.")

"Art. 8.º Quando, em terreno onde não houver edificação, o proprietário, o promi-tente-comprador, o cessionário deste ou o promitente-cessionário sobre ele desejar eri-gir mais de uma edificação, observar-se-á também o seguinte:

a) em relação às unidades autônomas que se constituírem em casas térreas ou assobra-dadas, será discriminada a parte do terreno ocupada pela edificação e também aquela e-ventualmente reservada como de utilização exclusiva dessas casas, como jardim e quintal, bem assim a fração ideal do todo do terreno e de partes comuns, que corresponderá às uni-dades;

b) em relação às unidades autônomas que constituírem edifícios de dois ou mais pavimentos, será discriminada a parte do terreno ocupada pela edificação, aquela que eventualmente for reservada como de utili-zação exclusiva, correspondente às unida-des do edifício, e ainda a fração ideal do to-do do terreno e de partes comuns, que corresponderá a cada uma das unidades;

c) serão discriminadas as partes do total do terreno que poderão ser utilizadas em co-mum pelos titulares de direito sobre os vários tipos de unidades autônomas;

d) serão discriminadas as áreas que se constituírem em passagem comum para as vi-as públicas ou para as unidades entre si."]

Seção II

Da lei de parcelamento do solo urbano Art. 83. São modalidades de parcelamento do

solo para fins urbanos o loteamento, o remem-bramento e o desmembramento, conforme defini-dos na legislação federal.

Art. 84. A lei estabelecerá os seguintes pa-râmetros urbanísticos para o parcelamento do solo para fins urbanos, dentre outros:

I - dimensões dos lotes; II - dimensões e características técnicas dos

logradouros, seu reconhecimento e arborização; III - porcentagem e características gerais das

áreas a serem destinadas a uso público; IV - áreas não edificáveis; V - normas de implantação das redes de ser-

viços públicos no subsolo. Parágrafo único. A determinação da por-

centagem das áreas a serem destinadas ao uso público considerará a densidade demográ-fica, prevista para o local e o tipo de uso do solo, não podendo a soma dessas áreas ser inferior a trinta e cinco por cento da área total da gleba, excetuados os loteamentos destina-dos ao uso industrial, cujo porcentual poderá ser inferior, nos termos da Lei Federal n.º 6.766, de 19 de dezembro de 1979.

[Lei n.° 6.766, de 19/12/1979 (D. O. de

20/12/1979): "Dispõe sobre o parcelamento do solo ur-

bano e dá outras providências."] Art. 85. Os projetos de parcelamento ou re-

membramento deverão conter os parâmetros de uso e ocupação dos lotes resultantes.

Art. 86. Os projetos de parcelamento obser-varão as diretrizes a serem fixadas pelo Poder Executivo, definindo no mínimo o sistema viário principal, a porcentagem e a localização das áreas destinadas ao uso público.

§ 1.° VETADO. § 2.° Nos projetos de loteamento, as vias de

circulação obedecerão a disposição hierárquica, consideradas suas características e funções, e serão integradas ao sistema viário existente ou projetado.

Art. 87. Os loteamentos poderão ser execu-tados com ou sem a comercialização dos lotes durante a realização das obras de urbanização.

§ 1.° Na execução de loteamento com comer-cialização dos lotes será exigido cronograma físico-financeiro e garantia, mediante caução de vinte por cento do total dos lotes, da implantação e conclusão das obras.

§ 2.° Na execução de loteamento sem comer-

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

80

cialização dos lotes, a certidão de aprovação do projeto somente será concedida após constatada pelo Poder Público a execução das obras exigidas pela legislação.

Art. 88. A lei estabelecerá padrões diferencia-dos de loteamentos para atendimento das diversas faixas de renda, observadas as diretrizes de uso e ocupação do solo.

Art. 89. Não será permitida a implantação de loteamento ou de grupamento de edifica-ções que impeçam o livre acesso ao mar, às praias, aos rios e às lagoas ou a fruição de qualquer outro bem público de uso comum da coletividade.

Art. 90. A aprovação do parcelamento fica condicionada ao requerimento e concessão de licença de execução das obras.

Art. 91. A lei disporá sobre a regularização de loteamentos e a aprovação e regularização das vilas.

Art. 92. Nas macrozonas de restrição à ocu-pação urbana, o parcelamento do solo em áreas destinadas a atividade agrícola obedecerá a crité-rios específicos fixados em lei.

Seção III

Do Código de Obras e Edificações

Art. 93. O Código de Obras e Edificações dis-

porá sobre as obras públicas ou privadas de demo-lição, reforma, transformação de uso, modificação e construções.

Art. 94. A lei conterá glossário e disposições sobre as seguintes matérias, dentre outras:

I - canteiro de obras; II - edificações, conceituação e parâmetros

externos e internos para a sua construção; III - unidades, compartimentos e áreas co-

muns das edificações; IV - grupamentos de edificações; V - adequação das edificações ao seu uso por

deficientes físicos; VI - aproveitamento e conservação das edifi-

cações tombadas e preservadas, observando a sua proteção e conservação.

Art 95. A lei disporá sobre a revisão das nor-mas vigentes para edificações no que se refere a:

I - dimensionamento das áreas de estaciona-mento de veículos;

II - exigibilidade de apartamento de zelador; III - exigibilidade de área de recreação infan-

til e de pavimento de uso comum, que serão esta-belecidos em função do número de unidades das edificações e a disponibilidade de áreas para lazer na região em que estão situadas;

IV - dimensionamento das áreas de circulação comum das edificações;

V - exigibilidade de elevadores; VI - dimensionamento dos compartimentos

das edificações destinadas ao uso residencial, co-mercial e de serviços. .

§ 1.° As disposições sobre grupamentos de edificação fixarão a área máxima do terreno, fi-cando o Poder Executivo autorizado a estabelecer diretrizes para a implantação das vias, localização das áreas a serem transferidas ao município e exigência dos equipamentos urbanos, observada a densidade populacional projetada para o empre-endimento e sua compatibilidade com o entorno.

§ 2.° Os empreendedores ficam obrigados a adotar técnicas preventivas e de controle para segurança momentânea e futura dos imóveis lin-deiros, na forma fixada em regulamento.

Seção IV

Do Código de Licenciamento e Fiscalização

Art. 96. Dependem de licença: I - a execução de toda a obra de construção,

reconstrução total ou parcial, modificação, acrés-cimo, reforma e conserto de edificações em geral, marquises e muros, contenção do solo, drenagem;

II - a abertura, regularização, desvio, canali-zação de valas ou cursos d’água, perenes ou não;

III - as canalizações e lançamento de águas pluviais;

IV - o parcelamento da terra, a abertura de logradouros e o remembramento;

V - a demolição; VI - a movimentação de terra; VII - as obras de engenharia em geral; VIII - o uso e a modificação de uso das edifi-

cações, a pintura e os pequenos consertos em prédios tombados, preservados ou tutelados loca-lizados em unidades de conservação ambiental;

IX - as obras públicas executadas direta ou indiretamente;

X - a exploração mineral do solo ou do subso-lo;

XI - o assentamento de máquinas, motores e equipamentos;

XII - as obras, reformas ou modificação de uso em imóveis situados em áreas submetidas a regime de proteção ambiental, em área tombada ou em vizinhança de bem tombado.

§ 1.° Não dependerão de licença as obras e as atividades não relacionadas neste artigo, bem como as seguintes, dentre outras que a lei discri-minar e que não interfiram com a segurança de terceiros e nem se projetem sobre área de logra-douro público, tais como:

I - as pinturas e os pequenos consertos de prédios;

II - a construção de galerias e caramanchões, jardins e as pavimentações a céu aberto;

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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III - as instalações de antenas e bombas ele-vatórias de água;

IV - as obras de reforma ou de modificação interna ou de fachada, sem acréscimo de área que não implique alterações das áreas comuns das edificações;

V - a construção, restauração e reforma de passeios.

§ 2.° O disposto no § 1.° não se aplica a imó-veis sujeitos a desapropriação parcial, a recuo ou investidura ou que estejam atingidos por área ou faixa não edificável.

§ 3.° A lei disporá sobre o licenciamento de obras em imóveis ou edificações sujeitos a desa-propriação total ou parcial, a recuo e a investidura ou atingidos por áreas ou faixas não edificáveis.

§ 4.° A execução de obras pelo Poder Público federal, estadual e municipal está sujeita a apro-vação, licença e fiscalização.

§ 5.° As explorações arqueológicas estão su-jeitas à autorização do órgão ou entidade federal competente para a expedição de sua licença.

Art. 97. A expedição da licença será condicio-nada:

I - ao atendimento no projeto de adequação do uso, dos índices e parâmetros urbanísticos e edilícios;

II - à análise do impacto no sistema viário e no meio ambiente;

III - à audiência dos órgãos públicos esta-duais, municipais e federais, quando necessária.

§ 1.° O início das obras será caracterizado pe-la execução das fundações, ficando o interessa do obrigado a comunicá-lo ao órgão fiscalizador.

§ 2.° O autor do projeto assumirá, ante a Pre-feitura e perante terceiros, a responsabilidade do cumprimento no projeto de todas as condições previstas no Código de Obras e Edificações.

§ 3.º Caso se verifique o desrespeito às con-dições do Código de Obras e Edificações será can-celada a licença e serão aplicadas sanções ao pro-fissional.

§ 4.° Os proprietários e responsáveis pela execução da obra assumirão, quando da aceitação da obra ou concessão do "habite-se", a responsa-bilidade de ter respeitado o projeto, durante sua execução.

§ 5.° O desrespeito ao projeto e ao Código de Obras e Edificações implicará o cancelamento da aceitação ou do "habite-se" e a aplicação de san-ções ao proprietário e ao profissional responsável pela obra.

Art. 98. A responsabilidade pelos diferentes projetos, cálculos e memórias relativos à execução de obras e instalações, caberá sempre e exclusi-vamente aos profissionais que os assinarem.

Art. 99. O Código de Licenciamento e Fiscali-zação disporá sobre as normas reguladoras, a

disciplina, as sanções e a obrigatoriedade de res-tauração por danos causados por obras executa-das em logradouros por empresas de serviços públicos, diretamente ou por meio de empreitei-ras.

Seção V

Da fiscalização

Art. 100. A lei disporá sobre a fiscalização das obras e atividades previstas no artigo 96 e seus parágrafos, bem como sobre a aplicação de sanções pelo descumprimento da legislação de controle de uso e de ocupação do solo e das nor-mas e padrões ambientais municipais, estaduais e federais.

§ 1.° O Poder Executivo aplicará as sanções de interdição, embargo, demolição ou multa, na forma e valores disciplinados na regulamentação da lei.

§ 2.° A multa será calculada em função do valor da obra ou instalações, e sua aplicação será periódica, sucessiva e cumulativa, enquanto per-sistir a irregularidade.

§ 3.° O pagamento da multa não implicará a cessação das irregularidades, e sua correção não dispensará o pagamento da multa.

Art. 101. Os danos ao patrimônio público, a usurpação ou invasão de vias ou servidões públi-cas, bem como das galerias e cursos d’água, pere-nes ou não, ainda que situados em terrenos de propriedade particular, estarão sujeitos à fiscaliza-ção e à aplicação de sanções, na forma prevista na lei.

Art. 102. O município poderá, a qualquer tempo, realizar vistoria administrativa, para apu-ração de responsabilidades, constatação de irregu-laridades ou para, preventivamente, determinar providências para eliminação de risco ou ameaça à integridade física de pessoas ou bens.

§ 1.° O município poderá tomar as providên-cias necessárias à eliminação do risco ou ameaça, inscrevendo em dívida ativa o total dos custos da sua intervenção.

§ 2.° O responsável pelo risco ou ameaça não poderá obter licença para quaisquer outras obras enquanto não tomar as providências necessárias à eliminação do risco e quitar a sua dívida.

Art. 103. O município poderá assumir e exe-cutar obras, retomar posse, demolir ou tomar qualquer providência para a preservação da segu-rança e do patrimônio públicos, em situações de emergência, independentemente de prévio proces-so administrativo ou de autorização judicial.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não afasta a responsabilidade civil daqueles que causa-rem danos a terceiros.

Art. 104. A lei disporá sobre a fiscalização em

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

82

Áreas de Especial Interesse Social, com a coopera-ção da comunidade.

Seção VI

Da lei de uso e ocupação do solo

Art. 105. Para controle do uso e ocupação do

solo, o município será dividido em zonas, que po-derão conter, no todo ou em parte, Áreas de Espe-cial Interesse.

§ 1.° Zona é o espaço da cidade perfeitamen-te delimitado por suas características ambientais, para o qual serão previstos controles de densidade demográfica e de limites de construção e a inten-sidade dos diversos usos e atividades econômicas, sociais e culturais.

§ 2.° As zonas não serão sobrepostas e abran-gerão a totalidade do território municipal.

§ 3.° Áreas de Especial Interesse, permanen-tes ou transitórias, são espaços da cidade perfei-tamente delimitados sobrepostos em uma ou mais zonas, que serão submetidos a regime urbanístico específico, relativo a formas de controle que pre-valecerão sobre os controles definidos para a zona ou as zonas que as contêm.

§ 4.° Será garantida a participação popular na delimitação de Áreas de Especial Interesse, atra-vés de audiências públicas com a população local.

Art. 106. As zonas terão as seguintes deno-minações e conceitos:

I - Zona Residencial é aquela onde prevalece o uso para moradias unifamiliares ou multifamilia-res e as atividades de apoio ou complementarie-dade a esse uso. compatíveis entre si;

II - Zona Industrial é aquela onde prevalece a existência de indústrias e de atividades correlatas do setor secundário e inclui aquelas de seu apoio, viabi-lidade e complementação, compatíveis entre si;

III - Zona Comercial e de Serviços é aquela onde prevalece as atividades comerciais e de pres-tação de serviços, classificadas de acordo com as intensidades dessas atividades, admitida a inci-dência de uso residencial e de atividades econômi-cas ligadas aos setores primário e secundário;

IV - Zona de Uso Misto é aquela onde as ati-vidades residenciais, comerciais, de serviços e industriais, compatíveis entre si, coexistem, sem a predominância de qualquer dessas atividades;

V - Zona de Conservação Ambiental é aquela que apresenta características ambientais e paisa-gísticas relevantes para a proteção;

VI - Zona Agrícola é aquela onde prevalece ati-vidades agrícolas e de criação animal e aquela de apoio e complementação compatíveis entre si.

Parágrafo único. As Zonas Industriais serão classificadas em:

I - Zonas de Uso Estritamente Industrial - ZEI;

II - Zonas de Uso Predominantemente Indus-trial - ZUPI.

Art. 107. Cada Área de Especial Interesse re-ceberá apenas uma das seguintes denominações e conceitos:

I - Área de Especial Interesse Urbanístico, des-tinada a projetos específicos de estruturação ou reestruturação, renovação e revitalização urbana;

II - Área de Especial Interesse Social, a que a-presenta terrenos não utilizados ou subutilizados e considerados necessários à implantação de programas habitacionais de baixa renda ou, ainda, aquelas ocu-padas por favelas, loteamentos irregulares e conjun-tos habitacionais, destinadas a programas específicos de urbanização e regularização fundiária;

III - Área de Especial Interesse Ambiental, aquela destinada à criação de Unidade de Conser-vação Ambiental, visando à proteção do meio am-biente natural e cultural;

IV - Área de Especial Interesse Turístico, aquela com potencial turístico e para qual se fa-çam necessários investimentos e intervenções visando o desenvolvimento da atividade turística;

V - Área de Especial Interesse Funcional, aquela caracterizada por atividades de prestação de serviços e de interesse público que exija regime urbanístico específico.

Seção VII

Dos controles

Art. 108. A ocupação das Zonas e Áreas de

Especial Interesse será controlada pela definição de densidades demográficas e prediais específicas.

§ 1.° Os controles serão exercidos por meio da determinação de índices e parâmetros urbanísticos.

§ 2.° Índice urbanístico é a relação mensurá-vel entre o solo e seu aproveitamento edificável, condicionado a usos específicos, a condições ambi-entais e a infra-estrutura de transportes e sanea-mento básico,

§ 3.° Os índices urbanísticos são identificados pelos seguintes parâmetros:

I - para terrenos: a) dimensões do lote (testadas, divisas e áreas); b) recuos, investiduras e limites de profundidade; c) número de edificações e de unidades habi-

táveis no lote; II - para edificações: a) afastamento das edificações e entre as edi-

ficações; b) nível de implantação das edificações (cota

de soleira); c) altura máxima das edificações e/ou número

máximo de pavimentos (gabarito); d) Área Total das Edificações (ATE), para de-

terminação da área máxima de construção das edifi-

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

83

cações, a ser definida pelo valor resultante apurado da multiplicação do Índice de Aproveitamento do Ter-reno estabelecido para o local pela área do terreno;

e) taxa de ocupação; f) dimensões máximas da projeção das edifi-

cações; g) prismas de iluminação e ventilação; h) área mínima da unidade edificável e núme-

ro, dimensões e áreas mínimas dos compartimen-tos internos da edificação;

i) número de vagas para estacionamento de veículos;

j) tipologia das edificações; l) limite de implantação das edificações, de-

correntes das características dimensionais, geoló-gicas e de relevo do terreno;

m) faixas não edificáveis; III - para logradouros: a) dimensões; b) especificações físicas, construtivas e de

lançamento; c) perfis longitudinais; d) destinação geral e especificação de faixas

de uso; e) alinhamento, Art. 109. Os usos serão controlados mediante

a adoção da seguinte classificação: I - uso adequado; II - uso adequado com restrições quanto ao

porte ou as características das edificações, ou sujei-to à adoção de medidas redutoras de impacto;

III - uso inadequado; IV - uso vedado. Parágrafo único. É facultado ao Poder Executi-

vo, mediante lei, ouvido, ainda, o Conselho Municipal de Política Urbana, conceder, na forma e nos casos de interesse público previstos na forma da lei, licença especial para edificação e uso do solo urbano.

Art. 110. As obras de qualquer natureza ou fi-nalidade somente serão licenciadas após verificada a adequação do uso previsto para a Zona ou Área de Especial Interesse em que serão executadas.

TÍTULO VII

DAS POLÍTICAS SETORIAIS

Art. 111. Os objetivos, as diretrizes, os instru-

mentos e os programas para a execução das políticas setoriais do meio ambiente e valorização do patrimônio cultural, habitação, transportes, serviços públicos e equipamentos urbanos, desenvolvimento econômico, científico e tecnológico e administração do patrimônio imobiliário do município observarão estes princípios:

I - participação da comunidade na elaboração, execução e fiscalização das políticas setoriais;

II - divulgação de dados e informações sobre os diversos assuntos relacionados às políticas se-

toriais; III - integração das ações dos órgãos e enti-

dades municipais, estaduais e federais, através do sistema municipal de planejamento urbano;

IV - cooperação com as entidades afins das outras esferas de governo e com os municípios da Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

CAPÍTULO I

Da política de meio ambiente e valorização

do patrimônio cultural

Seção I

Disposições gerais Art. 112. A política de meio ambiente e valori-

zação do patrimônio cultural do município visa à proteção, recuperação e conservação da memória construída da cidade, suas paisagens e seus recur-sos naturais, na realização dos seguintes objetivos:

I - garantia de integridade do patrimônio ecoló-gico, genético, paisagístico e cultural do município;

II - utilização racional dos recursos naturais e culturais;

III - incorporação da proteção do patrimônio cultural e paisagístico ao processo permanente de planejamento e ordenação do território;

IV - aplicação de instrumentos normativos, administrativos e financeiros para viabilizar a ges-tão do meio ambiente natural e cultural;

V - conscientização da população quanto aos valores ambientais, naturais e culturais e à neces-sidade de sua proteção e recuperação;

VI - impedimento ou controle do funciona-mento e da implantação ou ampliação de constru-ções ou atividades que comportem risco efetivo ou potencial de dano à qualidade de vida e ao meio ambiente natural ou cultural;

VII - impedimento ou restrição da ocupação urbana em áreas frágeis de baixadas e de encos-tas, impróprias à urbanização, bem como em áreas de notável valor paisagístico;

VIII - descentralização das ações relativas à política de meio ambiente.

Seção II

Das diretrizes

Subseção I

Da gestão ambiental

Art. 113. O município instituíra sistema de

gestão ambiental para a execução de sua política de meio ambiente e valorização do patrimônio

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

84

cultural, vinculado ao sistema municipal de plane-jamento urbano.

Art. 114. O sistema de gestão ambiental é in-tegrado:

I - pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente; II - pelo Fundo de Conservação Ambiental; III - por entidade a ser criada por lei que fun-

cionará como órgão executivo e de suporte técni-co-administrativo ao sistema;

IV - pelo Conselho de Proteção do Patrimônio Cultural;

V - pelo Fundo de Conservação do Patrimônio Cultural, a ser criado por lei.

Parágrafo único. VETADO. Art. 115. Serão objeto de atuação do sistema

de gestão ambiental o patrimônio cultural construí-do ou agenciado pelo homem e o natural, obser-vando-se para tanto, entre outros fatores, implan-tação de obras, instalações e atividades que potencial ou efetivamente atuem como agentes modificadores do meio ambiente, definidas em lei.

Art. 116. A gestão do patrimônio cultural de-verá ser atribuída ao órgão do Poder Executivo competente para a formulação e a execução da política de patrimônio cultural do Município, inte-grado ao sistema de gestão ambiental.

Art. 117. O sistema de gestão ambiental compreenderá:

I - a formulação e a execução de programas e projetos de interesse da proteção, recuperação e conservação do patrimônio cultural e ambiental, diretamente ou mediante convênio;

II - a implantação de processo de avaliação de impacto ambiental e de controle da poluição;

III - a integração das ações dos órgãos consultivos e executivos municipais encarrega-dos da formulação e execução de política de meio ambiente e valorização do patrimônio cul-tural;

IV - a integração das ações fiscalizadoras do Município com as dos órgãos da União e do Estado e o acompanhamento das tarefas de fis-calização realizadas pelos órgãos setoriais;

V - a integração das Administrações Regionais às tarefas de gestão ambiental;

VI - o exame de projetos, obras ou ativida-des, efetiva ou potencialmente causadoras de de-gradação do meio ambiente, e a exigência, quando for o caso, de estudo e de relatório de impacto ambiental ou garantia de recuperação ambiental, para seu licenciamento;

VII - a fixação de normas para aplicação dos recursos do Fundo de Conservação Ambiental;

VIII - a implantação de sistema de informa-ções geográficas, para o monitoramento da situa-ção ambiental do Município;

IX - a criação de um banco de dados ambientais.

Subseção II

Do processo de avaliação do impacto ambiental Art. 118. Competirá ao órgão executivo cen-

tral do sistema implantar processo de avaliação de impacto ambiental e de vizinhança para o controle das obras, atividades ou instalações potencialmen-te poluidoras ou degradadoras do meio ambiente natural e cultural.

Parágrafo único. VETADO. Art. 119. Para o processo de avaliação do es-

tudo e do relatório de impacto ambiental e de vizi-nhança serão editadas normas técnicas comple-mentares às federais e estaduais.

Art. 120. O licenciamento de obras, instala-ções e atividades e suas ampliações, de origem pública ou privada, efetiva ou potencialmente cau-sadoras de alteração no meio ambiente natural e cultural e na qualidade de vida, estará sujeito à elaboração de Estudo de Impacto Ambiental, de Relatório de Impacto Ambiental e de Relatório de Impacto de Vizinhança.

Art. 121. A exigibilidade, as formas, os pra-zos, os elementos e demais requisitos que deverão estar contidos no Estudo de Impacto Ambiental e/ou no Relatório de Impacto de Vizinhança, para cada instalação ou atividade, ou grupo de instala-ções ou atividades, serão estabelecidos em lei.

Seção III

Dos instrumentos

Art. 122. São instrumentos básicos para rea-

lização dos objetivos definidos no artigo 112, além de outros previstos nesta Lei Complementar e na legislação federal, estadual e municipal:

I - o sistema de gestão ambiental; II - a criação de Unidades de Conservação

Ambiental; III - a declaração de Área de Especial Inte-

resse Ambiental; IV - o tombamento e criação de Áreas de Pro-

teção do Entorno dos Bens Tombados.

Subseção I

Das Unidades de Conservação Ambiental Art. 123. VETADO. Parágrafo único. O ato de criação da Unida-

de de Conservação Ambiental indicará o bem obje-to de proteção, fixará sua delimitação, estabelece-rá sua classificação e as limitações de uso e ocupação e disporá sobre sua gestão.

Art. 124. As Unidades de Conservação Ambi-ental classificam-se em:

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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I - Área de Proteção Ambiental (APA), de do-mínio público ou privado, dotada de características ecológicas e paisagísticas notáveis, cuja utilização deve ser compatível com sua conservação ou com a melhoria das suas condições ecológicas;

II - Área de Proteção Ambiental e Recupera-ção Urbana (APARU), de domínio público ou priva-do, a que apresenta as características descritas no parágrafo anterior e depende de ações do Poder Público para a regulação do uso e ocupação do solo e restauração de suas condições ecológicas e urbanas;

III - Área de Proteção do Ambiente Cultural (APAC), de domínio público ou privado, a que apre-senta relevante interesse cultural e características paisagísticas notáveis, cuja ocupação deve ser compatível com a valorização e proteção da sua paisagem e do seu ambiente urbano e com a pre-servação e recuperação de seus conjuntos urbanos;

IV - Área de Relevante Interesse Ecológico, de domínio público ou privado, com características naturais extraordinárias e que abriga remanescen-tes raros da biota regional a ser protegida ou re-cuperada;

V - Reserva Biológica, área de domínio público destinado à preservação de ecossistemas naturais;

VI - Estação Ecológica, área de domínio públi-co, cujo ecossistema é objeto de conservação para realização de estudos e pesquisas, podendo ser criada no interior de outras unidades de conserva-ção;

VII - Parque, área de domínio público, desti-nada à visitação pública e ao lazer, podendo com-preender Área de Relevante Interesse Ecológico ou Área de Preservação;

VIII - Área de Preservação Permanente, de domínio público ou privado para proteção de ma-nanciais, dunas e remanescentes da Mata Atlânti-ca, na qual fica vedada a exploração de vegetação nativa e qualquer forma de utilização dos recursos naturais.

§ 1.° O órgão executivo do Sistema de Gestão Ambiental estabelecerá a classificação das áreas protegidas existentes segundo as espécies previs-tas neste artigo.

§ 2.° As Unidades de Conservação Ambiental de qualquer classificação não poderão ser tornadas Áreas de Especial Interesse Social, excetuadas as referidas no inciso II.

Subseção II

Das Áreas de Especial Interesse Ambiental Art. 125. Para a avaliação do interesse ambi-

ental de determinada área e a sua classificação como unidade de conservação ambiental, o Poder Executivo poderá declará-la Área de Especial Inte-

resse Ambiental. § 1.° O ato de declaração de especial interesse

ambiental definirá os limites da área e poderá de-terminar a suspensão temporária, nunca superior a cento e oitenta dias, do licenciamento de constru-ção, edificação, acréscimo ou modificação de uso em edificação, parcelamento do solo, abertura de logradouro e instalação de mobiliário urbano.

§ 2.° O ato a que se refere o parágrafo ante-rior não elide o poder de iniciativa da Câmara Mu-nicipal, na forma do artigo 123, em relação à área objeto do ato.

Seção IV

Dos programas

Art. 126. São programas prioritários da polí-

tica de meio ambiente e valorização cultural do município;

I - programa de controle da poluição; II - programa de controle e recuperação das

unidades de conservação ambiental; III - programa de proteção de encostas e de

baixadas sujeitas a inundação; IV - programa de proteção, recuperação e va-

lorização do patrimônio cultural e do ambiente urbano;

V - programa de educação ambiental e de de-fesa do meio ambiente.

Subseção I

Dos programas de controle da poluição

Art. 127. Os programas compreenderão o

monitoramento, a fiscalização e o controle da po-luição, efetiva ou potencial, causada por obras, atividades, instalações e equipamentos.

§ 1.° Na formulação dos programas serão de-finidos padrões ambientais que assegurem:

I - a redução dos efeitos poluidores de emis-sões que agravem a qualidade do ar e da água;

II - o controle de agentes poluidores em áreas de cabeceiras de cursos d’água, dos mangues e das áreas estuarinas;

III - o estímulo à utilização de fontes energé-ticas alternativas para fins automotivos;

IV - a redução dos efeitos da poluição sono-ra e visual em áreas de grande concentração urbana.

§ 2.° Os programas poderão limitar-se a complementar os federais e estaduais, desde que atendidos os padrões ambientais municipais.

§ 3.° A lei estabelecerá, na área de compe-tência do município, penalidades para as ativida-des que poluam o meio ambiente.

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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Subseção II

Do programa de controle e recuperação das uni-dades de conservação ambiental

Art. 128. O programa de controle e recupera-

ção das unidades de conservação ambiental com-preenderá:

I - o cadastramento das unidades de conser-vação ambiental;

II - a edição de normas específicas para con-trole de usos e atividades em unidades de conser-vação ambiental;

III - a criação de incentivos para refloresta-mento ecológico e para criação e manutenção de viveiros de espécies nativas;

IV - o incentivo à criação de unidades de con-servação ambiental de domínio privado, assegura-do o acesso a visitantes e pesquisadores;

V - a edição de normas para proteção do en-torno de reservatórios, mananciais e de bens tom-bados;

VI - a elaboração de plano de recuperação e proteção para o Maciço da Pedra Branca, em coo-peração com os órgãos federais e estaduais com-petentes, e reflorestamento de suas vertentes com prioridade para áreas de proteção de mananciais e faixas marginais dos cursos d’água;

VII - a elaboração de plano de recuperação e proteção para o Maciço da Tijuca incluindo suas vertentes não incorporadas ao Parque Nacional, em cooperação com os órgãos federais e esta-duais;

VIII - a elaboração e execução de programa específico para o Maciço de Gericinó, visando à sua recuperação ambiental e paisagística, em coopera-ção com a União, o Estado do Rio de Janeiro e os municípios cujos territórios integrem a sua verten-te Norte;

IX - a execução de projetos turísticos-ambientais vinculados aos planos de recuperação e proteção dos maciços;

X - a criação, em hortos do município, de can-teiros especializados em plantas admitidas como medicinais, de modo a construir fontes de amos-tras para centros de pesquisas bioquímicas e clíni-cas;

XI - a elaboração de Plano de Manejo para as Unidades de Conservação Ambiental do Município do Rio de Janeiro.

Subseção III

Do programa de proteção das encostas e das bai-

xadas sujeitas a inundação Art. 129. O programa de proteção das encos-

tas e das baixadas sujeitas a inundação compre-

enderá: I - o controle da ocupação das encostas, com

a fixação de limites para a expansão urbana, con-siderada a especificidade de cada área e os riscos de desmoronamento ou deslizamento identifica-dos;

II - o controle do licenciamento de lavras em encostas;

III - o controle da ocupação das baixadas inundáveis, com a definição de cotas de soleira para as construções e edificações, considerada a especificidade de cada área e a recorrência da inundação;

IV - o zoneamento ecológico das baixadas su-jeitas a inundação, para sua destinação ao uso agrícola ou urbano ou para sua classificação em unidade de conservação;

V - a ampliação do sistema de coleta de resí-duos sólidos em favelas e áreas localizadas nas bordas de maciços montanhosos;

VI - a implantação do sistema de esgoto e drenagem em favelas localizadas em encostas, com o tratamento de cobertura necessário à sua conservação;

VII - a execução de obras de contenção, re-florestamento ou drenagem de encostas em:

a) áreas de risco; b) áreas que contribuam para o agravamento

de enchentes; c) áreas de erosão acelerada; d) eixos viários; e) cabeceiras ou emboques de túneis; VIII - a elaboração e execução de planos de

macrodrenagem para as grandes baixadas, que contemplem a recuperação das áreas inundáveis para usos agrícolas ou urbanos;

IX - a elaboração e execução de plano de drenagem das lagoas, tendo em vista a recupera-ção do sistema lagunar;

X - o monitoramento permanente das situa-ções de risco;

XI - a elaboração e execução de projetos in-tegrados de limpeza dos corpos d’água, com prio-ridade para as áreas populosas, com a colaboração dos órgãos estaduais e federais;

XII - a realização de estudos por bacias hi-drográficas, para determinação de taxa de imper-meabilização do solo, a fim de subsidiar a elabora-ção do plano de macrodrenagem e da legislação urbanística;

XIII - o mapeamento das áreas de risco vin-culadas à instabilidade das encostas.

Parágrafo único. Diretamente ou em coope-ração com a União e o Estado, o Município promo-verá obras de drenagem, regularização e canaliza-ção de cursos d’água, conferindo prioridade aos rios que interferem nas condições de vida de áreas densamente povoadas, e especialmente aos se-

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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guintes: I - Rio Acari; II - Rio Cabuçu; III - Rio Cação Vermelho; IV - Rio das Pedras, de Jacarepaguá; V - Rio dos Cachorros; VI - Rio Timbó Superior; VII - Rio Faria Timbó; VIII - Rio Guandu-Mirim; IX - Rio Itá; X - Rio Maracanã; XI - Rio Meriti; XII - Rio Pavuna; XIII - Rio Trapicheiros.

Subseção IV

Do programa de proteção e valorização do patri-mônio cultural e do ambiente urbano

Art. 130. O programa de proteção e valoriza-

ção do patrimônio cultural e do ambiente urbano compreenderá:

I - a delimitação e declaração das Áreas de Proteção do Ambiente Cultural e definição dos critérios de proteção;

II - a proteção e valorização da paisagem e dos conjuntos urbanos de interesse;

III - identificação dos ambientes urbanos a-dequadamente integrados à morfologia da Cidade que terão seu crescimento e renovação compatibi-lizados com as necessidades de proteção;

IV - a elaboração de projetos de recomposi-ção da paisagem, do ambiente urbano e da recu-peração dos logradouros e espaços públicos, vi-sando à sua adequação aos conjuntos protegidos;

V - a revisão dos procedimentos e avaliação permanente da aplicação de isenção do Imposto Sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana como instrumento de incentivo à conservação do patrimônio cultural;

VI - a criação de novos instrumentos de cará-ter tributário, urbanísticos e financeiros de incenti-vo à conservação do patrimônio cultural;

VII - o inventário, classificação e cadastra-mento do patrimônio cultural e paisagístico do município, sua atualização permanente e integra-ção ao banco de dados ambientais;

VIII - a revisão dos Projetos de Alinhamento em vigor para os logradouros incluídos em Áreas de Proteção do Ambiente Cultural que estejam em desacordo com seus critérios de preservação;

IX - a reavaliação das autorizações para ins-talação de mobiliário urbano, de vinculação publi-citária, anúncios indicativos, artefatos e pequenos equipamentos de uso público;

X - o controle e fiscalização das obras, insta-lações e atividades que incidam sobre os bens

tombados e suas áreas de entorno e nas Áreas de Proteção do Ambiente Cultural;

XI - a integração das ações de proteção, con-servação e revitalização do patrimônio cultural entre órgãos e entidades municipais, estaduais e federais e a comunidade.

Art. 131. Na criação de uma Área de Proteção do Ambiente Cultural serão relacionados os bens preservados e os bens tutelados e definidos seus critérios de preservação.

§ 1.° Para controle e acompanhamento dos critérios de preservação, a declaração de Área de Proteção do Ambiente Cultural poderá conter a criação de escritório técnico em função da nature-za e do grau de complexidade da área protegida.

§ 2.° Entende-se por bem preservado aquele que, situado em Área de Proteção do Ambiente Cultural, deverá manter as características que tenham sido identificadas como de importância para a ambiência e identidade cultural da Área, segundo critérios estabelecidos pelo órgão de tute-la.

§ 3.° Considera-se bem cultural passível de preservação aquele que atenda alguma das se-guintes exigências:

I - seja parte de um conjunto de bens de va-lor cultural na área na qual está inserido;

II - apresente características morfológicas tí-picas e recorrentes na área na qual está inserido;

III - constitua-se em testemunho das várias etapas da evolução urbana da área na qual está inserido;

IV - possua inequívoco valor afetivo coletivo ou se constitua em marco na história da comuni-dade.

§ 4.° Entende-se por bem tutelado aquele que, situado em Área de Proteção do Ambiente Cultural, integra a ambiência do bem ou conjunto preservado, podendo ser modificado ou demolido, ficando a nova edificação sujeita a restrições para evitar a descaracterização do conjunto preservado, a critério do órgão de tutela.

Art. 132. As demolições, construções e quaisquer obras a serem efetuadas nas áreas de entorno de bens tombados e nos limites das Áreas de Proteção do Ambiente Cultural deverão ser previamente aprovadas pelos órgãos e entidades municipais, estaduais e federais de tutela.

Art. 133. O órgão responsável pela proteção de bem preservado ou tutelado poderá determi-nar:

I - a realização de obras de recuperação de bens em mau estado de conservação, através de intimação ao proprietário;

II - o embargo de demolições e obras de res-tauração, reforma ou acréscimo, realizados sem prévia autorização;

III - o estabelecimento da obrigatoriedade

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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de reconstrução, no caso de demolição não licenciada ou sinistro de bem tombado ou pre-servado, com a manutenção de suas caracterís-ticas originais;

IV - a cassação de alvará de localização de atividade econômica em funcionamento em bem tombado ou preservado no qual tenha sido executada qualquer tipo de obra sem licença ou em situação que comprometa a integridade do imóvel.

Art. 134. Os acréscimos realizados em bens tombados e preservados, desde que con-dicionados à legislação de proteção e à legis-lação de uso do solo previstas para a área, poderão ser isentados do pagamento do solo criado.

Art. 135. VETADO.

Subseção V

Do programa de educação ambiental e de defesa do meio ambiente

Art. 136. O programa de educação ambiental

e defesa do meio ambiente dará ênfase aos aspec-tos locais de conservação da natureza e de recu-peração do ambiente urbano, considerados em conjunto e compreenderá:

I - a promoção de campanhas educativas de conscientização ambiental;

II - o acompanhamento sistemático de proje-tos-piloto de educação ambiental;

III - o estabelecimento de convênios de coo-peração técnica para o desenvolvimento de proje-tos de educação ambiental;

IV - a utilização de equipamentos urbanos e dos serviços públicos relativos à limpeza urbana;

V - o incentivo à criação, nos parques ecológi-cos, de trilhas ecológicas onde professores, estu-diosos e o público em geral deverão ser orientados sobre as principais espécies vegetais e animais do Município e do Estado.

Seção V

Disposições especiais

Art. 137. Somente será concedida licença pa-

ra estabelecimento comercial ou industrial que possua cozinha se dispuser de equipamento para exaustão com características antipoluentes e que oponha barreira preventiva contra a propagação do fogo.

Parágrafo único. O equipamento para exaustão deverá ter aprovação da Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (FEEMA) e do Corpo de Bombeiros.

CAPÍTULO II

Da política habitacional

Seção I

Dos objetivos Art. 138. A política habitacional do município

visa assegurar o direito social de moradia e reduzir o déficit habitacional, pela realização dos seguintes objetivos:

I - utilização racional do espaço através do controle institucional do solo urbano, reprimindo a ação especulativa sobre a terra e simplificando as exigências urbanísticas para garantir à população o acesso à moradia com infra-estrutura sanitária, transporte e equipamentos de educação, saúde e lazer;

II - relocalização prioritária das populações assentadas em áreas de risco, com sua recupera-ção e utilização imediata e adequada;

III - urbanização e regularização fundiária de favelas e de loteamentos de baixa renda;

IV - implantação de lotes urbanizados e de moradias populares;

V - geração de recursos para o financiamento dos programas definidos no artigo 146, dirigidos à redução do déficit habitacional e à melhoria da infra-estrutura urbana. com prioridade para a po-pulação de baixa renda;

VI - incentivo à participação da iniciativa pri-vada no desenvolvimento dos programas habita-cionais destinados à população de baixa renda.

§ 1.° Os objetivos definidos neste artigo serão atendidos nos programas específicos e na legisla-ção urbanística, tributária e orçamentária.

§ 2.° No caso de necessidade de remaneja-mento de edificações previsto no inciso II deste artigo, serão adotadas, em ordem de preferência, as seguintes medidas:

I - reassentamento em terrenos na própria área;

II - reassentamento em locais próximos; III - reassentamento em locais dotados de in-

fra-estrutura sanitária e transporte coletivo; IV - inserção em outros programas que con-

templem a solução da questão habitacional.

Seção II

Das diretrizes

Art. 139. A política habitacional será coorde-nada pelo órgão responsável pelo planejamento urbano do município e implicará centralização do planejamento, do controle e do acompanhamento das ações definidas para a execução dos progra-

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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mas e projetos pertinentes, bem assim para a proposição de normas, com a participação do Con-selho Municipal de Política Urbana.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não exclui a participação das comunidades interessa-das na forma que a lei fixar.

Seção III

Dos instrumentos

Art. 140. São instrumentos básicos para a rea-

lização da política habitacional, além de outros pre-vistos na legislação federal, estadual e municipal:

I - a declaração e a delimitação de Áreas de Especial Interesse Social, de acordo com o dispos-to nos artigos 107, II, e 138;

II - o solo criado, referido nos artigos 23 a 27;

III - o Imposto Sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana progressivo no tempo, conforme o disposto nesta lei complementar;

IV - a concessão de direito real de uso resolú-vel;

V - a usucapião; VI - a intervenção ativa no mercado de terras

pela obtenção do domínio, da propriedade e da posse pública de amplas áreas de terra de topo-grafia e localização adequadas;

VII - o incentivo ao desenvolvimento de coo-perativas habitacionais e mutirões autogestioná-rios de iniciativa de comunidades de baixa renda.

Subseção única

Das Áreas de Especial Interesse Social

Art. 141. Lei de iniciativa do Poder Executivo

delimitará como Área de Especial Interesse Social os imóveis públicos ou privados necessários à im-plantação de programas habitacionais e os ocupa-dos por favelas, por loteamentos irregulares e por conjuntos habitacionais de baixa renda, conforme previsto no artigo 107.

§ 1.° A declaração de especial interesse social é condição para a inclusão de determinada área nos programas previstos no artigo 146.

§ 2.° A lei estabelecerá padrões especiais de urbanização, parcelamento da terra e uso e ocu-pação do solo nas áreas declaradas de especial interesse social.

Art. 142. Não serão declaradas como Áreas de Especial Interesse Social as ocupadas por as-sentamentos situados em áreas de risco, nas fai-xas marginais de proteção de águas superficiais e nas faixas de domínio de estradas estaduais, fede-rais e municipais.

Parágrafo único. As ocupações irregulares

citadas no "caput" existentes antes da publicação desta Lei Complementar não serão declaradas Áreas de Especial Interesse Social, ficando con-templadas no programa de lotes urbanizados e moradias populares.

Art. 143. Os bens públicos dominicais do Mu-nicípio e as unidades de conservação ambiental somente poderão ser declaradas e delimitadas como Áreas de Especial Interesse Social nos casos de ocupação anterior à data da publicação desta Lei Complementar, respeitados os limites da ocu-pação nessa data, consoante cadastro a ser divul-gado pelo Poder Executivo.

Parágrafo único. A declaração de especial interesse social e o estabelecimento de padrões urbanísticos especiais para áreas situadas em uni-dades de conservação ambiental e em áreas frá-geis de baixadas e de encostas obedecerão aos parâmetros ambientais definidos em lei.

Art. 144. Os proprietários, as cooperativas habitacionais ou outras entidades associativas poderão solicitar a declaração de especial interes-se social para a regularização de áreas ocupadas e a realização de obra de urbanização em consórcio com o Município, na forma dos artigos 164 a 167.

Parágrafo único. A declaração prevista neste artigo deverá ser precedida de parecer do Conse-lho Municipal de Política Urbana.

Art. 145. Para as áreas declaradas de especial interesse social, necessárias à implantação de projetos habitacionais de baixa renda, o Poder Executivo poderá, na forma da lei:

I - exigir a edificação ou o parcelamento com-pulsório, ou ambos;

II - impor o Imposto Sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana progressivo no tempo;

III - desapropriar, mediante pagamento com títulos da dívida pública.

Seção IV

Dos programas

Art. 146. São programas prioritários da polí-

tica habitacional do Município: I - programa de urbanização e regularização

fundiária de favelas; II - programa de urbanização e regularização

fundiária de loteamentos de baixa renda; III - programa de lotes urbanizados; IV - programa de construção de habitações

para a população de baixa renda. § 1.° Os programas poderão prever financia-

mento para aquisição de materiais de construção e assistência técnica a cooperativas habitacionais ou mutirões nos assentamentos de baixa renda, para construção ou melhoria das habitações.

§ 2.° O Poder Executivo regulamentará os

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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programas definidos no "caput". § 3.° Lei específica, na forma da Constituição

da República, estabelecerá isenção do imposto de transmissão de bens imóveis para alienação de imóveis necessários à execução dos programas referidos neste artigo.

§ 4.° Quando o Município promover a regula-rização fundiária e a urbanização com recursos próprios será utilizada a concessão de direito real de uso resolúvel.

§ 5.° O Poder Executivo discriminará nos or-çamentos anual e plurianual as metas a serem atingidas pelos programas dispostos neste artigo.

Subseção I

Do programa de urbanização e regularização fun-

diária das favelas Art. 147. Para fins de aplicação do Plano Di-

retor Decenal, favela é a área predominantemente habitacional, caracterizada por ocupação da terra por população de baixa renda, precariedade da infra-estrutura urbana e de serviços públicos, vias estreitas e de alinhamento irregular, lote de forma e tamanho irregulares e construções não licencia-das, em desconformidade com os padrões legais.

Art. 148. A urbanização e a regularização ur-banística e fundiária serão realizadas mediante intervenções graduais e progressivas em cada favela, para maximizar a aplicação dos recursos públicos e disseminar os benefícios entre o maior número de habitantes.

Art. 149. As favelas integrarão o processo de planejamento da Cidade, constando nos mapas cadastros, planos, projetos e legislação relativos ao controle do uso e ocupação do solo e da pro-gramação de atividades de manutenção dos servi-ços e conservação dos equipamentos públicos nelas instalados.

Art. 150. O programa garantirá a permanên-cia dos moradores na favela beneficiada, pela im-posição de restrições ao uso e ocupação do solo e de outros instrumentos adequados.

Art. 151. A determinação do grau de priori-dade da favela para efeito de sua integração ao programa considerará os seguintes critérios:

I - participação da comunidade no programa; II - viabilidade técnica considerada a relação

custo-benefício social, das intervenções do Poder Público;

III - existência de áreas de risco; IV - proximidade de unidade de conservação

ambiental. Art. 152. As ações previstas nesta seção se-

rão orientadas pelo estudo da situação fundiária e pela elaboração de projeto urbanístico, que obser-vará estas diretrizes:

I - integração da favela ao bairro e ao aglo-merado de favelas onde está situada;

II - preservação da tipicidade da ocupação local; III - previsão da implantação progressiva e

gradual da infra-estrutura, com a definição das obras a serem executadas em cada etapa, de mo-do a manter a complementaridade entre elas e os procedimentos de regularização urbanística a se-rem adotados.

§ 1.° A regularização urbanística compreenderá: I - a aprovação de Projetos de Alinhamento (PA); II - a edição de legislação específica de uso e

ocupação do solo; III - o reconhecimento dos logradouros; IV - a implantação de sistema de fiscalização,

acompanhado de programa de esclarecimento e conscientização sobre suas finalidades e vantagens;

V - a elaboração do cadastro de lotes e edifi-cações para regularização fundiária ou lançamento no cadastro imobiliário do município, ou para am-bos;

VI - a edição de legislação de parcelamento da terra.

§ 2.° A urbanização será executada, com ba-se no projeto urbanístico, através de implantação prioritária de abastecimento de água, esgotamento sanitário, remoção dos resíduos sólidos e elimina-ção dos fatores de risco.

§ 3.° Complementarão a urbanização o trata-mento das vias, a execução da drenagem pluvial e da iluminação pública, a implantação dos projetos de alinhamento e o reflorestamento, quando couber.

§ 4.° Os equipamentos urbanos complemen-tares relativos a saúde, educação, lazer e outros serão implantados obedecida a escala urbana da área e sua localização.

§ 5.° Os projetos de urbanização de favelas contemplarão, quando possível tecnicamente, so-luções que eliminem os fatores de risco para os moradores.

§ 6.° Serão instalados escritórios técnicos lo-cais para conduzir a execução do programa, fazer cumprir a legislação urbanística e prestar assistên-cia técnica e social aos moradores.

Art. 153. A regularização fundiária e a titula-ção das áreas faveladas, dependendo da situação da propriedade da terra, poderão ser promovidas diretamente pelo Poder Público, pelo proprietário ou pelos ocupantes, inclusive através do instituto da usucapião, hipótese em que o município presta-rá assistência técnica aos interessados.

Parágrafo único. Constatada a impossibilidade de a regularização fundiária referida neste artigo ser realizada na forma nele prevista, o município poderá promover a desapropriação ou a aquisição direta da área para os fins indicados no "caput".

Art. 154. A regularização fundiária será pro-movida sob a forma de alienação ou de concessão

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

91

do direito real de uso resolúvel em lotes individuais, condomínio de unidades autônomas ou outras formas convenientes de acordo com a definição do projeto urbanístico.

Parágrafo único. A concessão de direito real de uso resolúvel será concedida ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do esta-do civil, e não será outorgada ao mesmo benefi-ciário mais de uma vez.

Art. 155. O município definirá os procedimen-tos administrativos e os parâmetros de uso e ocu-pação do solo relativos à regularização fundiária promovida por terceiros, de modo a facilitar a aquisição da terra por seus ocupantes.

Subseção II

Do programa de urbanização e regularização fun-

diária de loteamentos de baixa renda Art. 156. Parcelamentos irregulares são os lo-

teamentos e desmembramentos executados em discordância com as normas federais, estaduais e municipais que regulam a matéria.

Parágrafo único. O loteamento cujo promo-tor não seja o proprietário do terreno será inte-grado ao programa de urbanização e regularização fundiária de favelas, sem prejuízo da propositura das medidas judiciais cabíveis.

Art. 157. O acompanhamento permanente do programa de urbanização e regularização fundiária dos loteamentos de baixa renda será coordenado por núcleo de regularização, grupo de trabalho de caráter permanente com representantes das co-munidades envolvidas, mantido pelo Poder Execu-tivo, com as atribuições e composição fixadas em regimento interno.

Art. 158. A determinação do grau de priori-dade da área, observada a situação fundiária, para efeito de sua integração ao programa, obedecerá aos seguintes critérios:

I - participação da comunidade no programa; II - quantitativo da população a ser beneficia-

da; III - o número porcentual de ocupação dos

lotes; IV - o custo global das obras; V - a viabilidade técnica, considerada a rela-

ção custo-benefício social, das intervenções do Poder Público;

VI - o grau de deficiência da infra-estrutura instalada;

VII - a existência de áreas de risco; VIII - a proximidade de unidades de conser-

vação ambiental; IX - o tempo de existência da comunidade e

de seu abandono pelo Poder Público. Art. 159. Na execução do programa, a inter-

venção do município será precedida da notificação ao loteador para promover a regularização.

Subseção III

Do programa de lotes urbanizados e de moradias

populares Art. 160. São objetivos do programa: I - promover o reassentamento das popula-

ções de baixa renda, localizadas nas áreas citadas no artigo 142;

II - implantar lotes urbanizados e moradias para população de baixa renda.

Art. 161. O programa de lotes urbanizados e de moradias populares observará o padrão urba-nístico e de infra-estrutura definidos para lotea-mentos de interesse social em legislação própria, dando prioridade à produção de lotes urbanizados em projetos de pequeno e médio porte.

Art. 162. O programa será desenvolvido na macrozona urbana e na macrozona de expansão urbana.

Parágrafo único. Em casos especiais, especi-ficados e detalhados em lei e ouvido o Conselho Municipal de Política Urbana, o programa poderá ser executado fora dessas macrozonas, desde que em locais providos de saneamento básico e de transportes coletivos e situados fora dos limites de unidades de conservação ambiental e de zonas agrícolas.

Art. 163. Na promoção de reassentamento de populações de baixa renda, o lote urbanizado será provido de embrião de unidade habitacional, o qual, obrigatoriamente, deverá dispor de área útil edificável correspondente a trinta metros quadra-dos, no mínimo.

Parágrafo único. O embrião mencionado no "caput" deverá estar de acordo com as normas técnicas capazes de garantir sua ampliação dentro de padrões de segurança.

Art. 164. Os proprietários interessados em participar do programa poderão requerer ao Poder Executivo o estabelecimento de consórcio para a execução, em suas propriedades, de projetos de urbanização ou de edificação de interesse social ou de ambos, ouvido o Conselho Municipal de Política Urbana e observados os seguintes requisitos:

I - elaboração do plano e execução das obras de urbanização ou de construção de moradias, pelo município;

II - transferência pelo proprietário ao municí-pio de fração da área urbanizada para população de baixa renda.

Parágrafo único. O valor da fração da área urbanizada que permanecerá no domínio do pro-prietário equivalerá ao valor de toda a gleba, antes da implantação da infra-estrutura, excluídas as

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

92

áreas de destinação pública obrigatória. Art. 165. O procedimento administrativo ins-

taurado para a celebração do consórcio será ins-truído, entre outras, com as seguintes informa-ções:

I - valor da gleba, atribuído por órgão avalia-dor do município;

II - memória descritiva do projeto de urbani-zação ou de edificação, ou de ambos, com as res-pectivas plantas;

III - prazo de execução das obras, com cro-nograma;

IV - indicação da área urbanizada que perma-necerá com o proprietário da terra com a definição de sua metragem, localização e valor.

Art. 166. As obras de urbanização ou de edi-ficação, ou de ambos, em terrenos de propriedade de cooperativas, associações de moradores ou entidades afins sem fim lucrativo poderão ser rea-lizadas através do regime de consórcio, regulado nesta seção, ou pelo município, direta ou indire-tamente, com o reembolso do seu custo, mediante garantia real ou pessoal.

Art. 167. Para viabilizar a execução de proje-tos habitacionais para a população de baixa renda, o município poderá reduzir e adotar padrões diferenci-ados de exigências urbanísticas e de infra-estrutura, mediante requerimento do empreendedor ou pro-prietário e ouvido o Conselho Municipal de Política Urbana, desde que:

I - a redução proposta seja admitida em lei; II - não seja afetada a oferta de saneamento

básico para a comunidade a ser atendida; III - sejam asseguradas as condições de se-

gurança, higiene e habitabilidade do conjunto do empreendimento e de suas habitações.

§ 1.º Os padrões diferenciados de exigências urbanísticas e de infra-estrutura serão regulamen-tados em lei.

§ 2.º No ato da aprovação do projeto, serão exigidos o cronograma de execução das obras e o plano de comercialização dos lotes ou moradias, que garantirão a destinação dos produtos finais à população de baixa renda.

§ 3.º O descumprimento das obrigações pelo proprietário implicará sua exclusão do programa e a caducidade da licença, e o obrigará a cumprir as exigências prescritas pela legislação urbanística vigente, sem prejuízo da aplicação das penalida-des cabíveis.

CAPÍTULO III

Da política de transportes

Art. 168. A política municipal de transportes visa a facilitar o transporte de pessoas e bens no município, tendo como base os seguintes princípios:

I - no espaço viário o transporte coletivo terá prioridade em relação ao transporte individual;

II - no estabelecimento da política tarifária de cada modo de transporte e integração física e tari-fária entre os diferentes modos de transporte pú-blico deverá ser atendido o deslocamento total do cidadão e não um conjunto de viagens tratadas isoladamente, independentemente de a gestão ser municipal, estadual ou federal;

III - estará assegurada a participação da co-munidade e dos usuários no planejamento e na fiscalização dos órgãos gerenciadores e operado-res de transporte;

IV - a necessidade de aperfeiçoamento nos transportes levará em consideração, prioritaria-mente, a proteção individual dos cidadãos e a pro-teção do meio ambiente.

Art. 169. A política de transportes do municí-pio dará prioridade absoluta ao transporte público de passageiros de alta capacidade, na realização dos seguintes objetivos:

I - promoção da melhoria dos sistemas viá-rios, de circulação de veículos e de pedestres, de transporte de passageiros e de cargas, pela racio-nalização do sistema de transporte rodoviário de passageiros e da descentralização das atividades geradoras de tráfego, em harmonia com a prote-ção do meio ambiente, para assegurar os padrões de qualidade dignos de seus usuários;

II - estabelecimento de planejamento e de operação de transportes de forma integrada aos sistemas federal e estadual;

III - democratização do sistema viário, com prioridade do seu uso para o transporte público coletivo rodoviário sobre o transporte individual, combinada com medidas restritivas ao estabeleci-mento nos centros de comércio e serviços e inte-gração de ambos através da implantação de áreas de estacionamento próximas aos terminais de transporte público de passageiros situados fora da área central da cidade;

IV - integração do sistema de transporte de cargas rodoviárias aos terminais de cargas de grande porte e sua compatibilização com os pro-gramas de desenvolvimento aeroportuário, portuá-rio e ferroviário, com racionalização das atividades de carga e descarga na cidade;

V - melhoria da qualidade do tráfego, com ên-fase na fiscalização, operação, policiamento, edu-cação e engenharia de tráfego;

VI - estabelecimento de política tarifária para os transportes públicos de passageiros, pela consi-deração do deslocamento e não da viagem;

VII - investimento e participação, mediante convênio, no controle, ordenamento e gerência dos transportes de alta capacidade de responsabi-lidade do Estado ou da União que operem no terri-tório do Município;

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

93

VIII - estabelecimento de horários especiais de tráfego de veículos de transporte de cargas nas vias de circulação intensa de veículos e especial-mente na Avenida Brasil;

IX - criação da Companhia Municipal de Transportes Urbanos.

Art. 170. VETADO.

Seção I

Das diretrizes

Art. 171. Os planos-programas, normas e projetos da política de transporte do município observarão as seguintes diretrizes:

I - quanto aos transportes públicos de passa-geiros:

a) prioridade para o transporte público de alta capacidade, com a garantia de tarifa compatível com o poder aquisitivo dos seus usuários;

b) participação da iniciativa privada, sob a for-ma de investimento, na implantação da superestru-tura e operação do sistema, nos termos que a lei fixar;

c) racionalização do sistema de transporte ro-doviário, para melhoria da qualidade dos desloca-mentos, com a implantação de faixas, pistas e corredores exclusivos e o estabelecimento de for-mas de gerenciamento e controle da operação;

d) estabelecimento de programa de informa-ção do controle operacional do transporte por ôni-bus, para sua dinamização, acompanhamento e monitoramento de prestação do serviço, do seu custo e ressarcimento;

e) obrigatoriedade de adaptação dos padrões técnicos dos veículos para adequação quanto ao acesso à circulação de deficientes físico-motores, idosos, gestantes e pessoas obesas;

f) melhoria da qualidade da prestação dos serviços de transportes de passageiros por ônibus e revisão da sistemática de permissão e concessão visando à sua racionalização, evitando a sobrepo-sição a outras modalidades de transportes;

II - quanto aos sistemas viário e de circula-ção:

a) planejamento e execução do sistema viário segundo critérios de segurança e conforto da po-pulação e da defesa do meio ambiente, obedecidas as diretrizes de uso e ocupação do solo;

b) implantação de passagem para pedestres, através de passarelas, passagens subterrâneas, sinais luminosos ou sonorizadores em frente a supermercados, centros comerciais e principais condomínios na Avenida das Américas;

c) restrição ao estacionamento de veículos nos centros de comércio e serviços, com sua im-plantação e consolidação nas periferias dos referi-dos centros, integrados ao sistema de transporte de passageiros, e liberação da superfície para ou-

tros aproveitamentos, pela construção de gara-gens subterrâneas, quando possível;

d) planejamento e operação da rede viária municipal de acordo com o Plano Municipal Inte-grado de Transportes, com o estabelecimento da hierarquização das vias para sua utilização priori-tária pelo transporte público de passageiros, atra-vés de vias e faixas exclusivas;

e) criação de sistema de comunicação visual de informação, orientação e sinalização nas vias, que atenda às necessidades do sistema viário, através da sinalização gráfica vertical e horizontal e semafórica, considerando também o interesse turístico;

f) redução das interferências da sinalização gráfica vertical e do mobiliário urbano nos espaços destinados à circulação de pedestres, garantindo seu deslocamento;

g) desenvolver um programa cicloviário muni-cipal que permita a utilização segura de bicicleta como veículo de transporte, através da implanta-ção de sistemas cicloviários, compreendendo ciclo-vias, ciclofaixas, bicicletários, sinalização adequa-da e elaboração de normas, regras e campanhas educativas para sua correta utilização;

III - quanto à proteção do meio ambiente; a) estímulo a substituição dos veículos polu-

entes, com a adoção preferencial de veículos leves sobre trilhos, trolebus, ônibus e táxis movidos a gás natural;

b) estímulo à implantação e distribuição de gás natural nos postos de abastecimento;

c) estímulo à adaptação dos veículos de transporte coletivo, de cargas e particulares a padrões de operação que reduzam as emissões de gases poluentes, resíduos ou suspensão e poluição sonora;

d) ação efetiva do Poder Público de controle, monitoramento e fiscalização, diretamente ou em conjunto com órgãos da esfera estadual ou fede-ral, dos índices de poluição atmosférica e sonora nas principais vias de circulação do Município, vi-sando a torná-los compatíveis com os níveis tole-rados pela legislação.

Seção II

Do sistema operacional de transportes

Art. 172. O sistema municipal de transportes é constituído pelos subsistemas:

I - viário; II - de circulação; III - de transporte público de passageiros; IV - de transportes de cargas; V - cicloviários. § 1.° O subsistema viário compreende a ma-

lha viária física de uso público, a qual se divide em:

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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I - vias principais ou arteriais; II - vias coletoras; III - vias locais; IV - vias especiais; V - vias exclusivas para: a) ônibus; b) bicicletas; c) pedestres. § 2.° O subsistema de circulação compreende

as funções das vias, seus equipamentos e sua sinalização, que pode ser:

I - gráfica: a) horizontal; b) vertical; II - semafórica. § 3.° O subsistema de transporte público de

passageiros compreende: I - as linhas; II - os veículos e os equipamentos; III - as ligações complementares; IV - as unidades de conexão modal e inter-

modal constituída por: a) terminais; b) estações; c) pontos de embarque e desembarque; d) estacionamentos integrados. § 4.° O subsistema de transporte de cargas

compreende: I - as rotas; II - os veículos; III - os pontos de carga e descarga; IV - os terminais: a) públicos; b) privados. § 5.° A subdivisão constante deste artigo não

considera a modalidade do transporte.

Seção III

Das atividades geradoras de tráfego Art. 173. As atividades geradoras de tráfego

serão analisadas e monitoradas quanto aos impac-tos sobre o sistema viário.

§ 1.° Os projetos que impliquem a implanta-ção ou expansão de atividades geradoras de tráfe-go serão acompanhados de estudos de avaliação dos seus impactos a serem submetidos ao órgão municipal de transportes e ao Conselho Municipal de Meio Ambiente, observado o disposto nos arti-gos 403, 405, 408 e 416 da Lei Orgânica do Muni-cípio.

[Lei Orgânica do Município do Rio de Ja-

neiro: "Art. 403. O órgão responsável pelo pla-

nejamento, operação e execução do controle

do trânsito consultará as entidades represen-tativas da comunidade local, sempre que hou-ver alteração significativa do trânsito na sua região.

Art. 405. O trânsito em cada bairro deverá ser estabelecido levando-se em conta as ca-racterísticas locais e o plano diretor.

Art. 408. O licenciamento de obras ou de funcionamento depende de parecer prévio so-bre o impacto no volume e no fluxo de tráfego, nas áreas do entorno.

Art. 416. Toda e qualquer obra relacionada com a União ou estado, vinculada a atividade de transporte, alteração de itinerário de transpor-tes coletivos intermunicipais e interestaduais na malha viária do município, e a localização de terminais rodoviários, incluídos os relativos ao transporte intermunicipal de passageiros, estarão condicionadas às diretrizes e critérios do plano diretor e dependerão de prévia auto-rização do Poder Executivo.

§ 1.º Os terminais de que trata este arti-go serão equipados de forma a propiciar confor-to, proteção e segurança aos usuários de trans-porte coletivo e incluirão, sanitários e instalações para o comércio de gêneros ali-mentícios.

§ 2.º Nos terminais serão afixados os ho-rários e itinerários."] § 2.° As atividades geradoras de tráfego exis-

tentes serão analisadas pelos órgãos municipais de transportes e de urbanismo, para adequação do seu funcionamento e das edificações que as abri-gam às condições de fluidez e segurança da via, de acordo com estudo de avaliação dos impactos produzidos no tráfego local.

Seção IV

Do plano municipal integrado de transportes

Subseção I

Do alcance e das formas

Art. 174. O Poder Executivo elaborará Plano

Municipal Integrado de Transportes, de caráter geral e Planos de Circulação e Sistema Viário, de caráter local.

Art. 175. O Plano Municipal Integrado de Transportes será elaborado com a colaboração dos órgãos competentes do Estado, da União e do Conselho Municipal de Transportes e contemplará todas as modalidades de transporte urbano e solu-ções de curto, médio e longo prazo, observado o disposto nos artigos 403, 408 e 416 da Lei Orgâni-ca do Município.

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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[Lei Orgânica do Município do Rio de Ja-neiro:

"Art. 403. O órgão responsável pelo pla-

nejamento, operação e execução do controle do trânsito consultará as entidades represen-tativas da comunidade local, sempre que hou-ver alteração significativa do trânsito na sua região.

Art. 408. O licenciamento de obras ou de funcionamento depende de parecer prévio so-bre o impacto no volume e no fluxo de tráfego, nas áreas do entorno.

Art.416. Toda e qualquer obra relacionada com a União ou estado, vinculada a atividade de transporte, alteração de itinerário de trans-portes coletivos intermunicipais e interestadu-ais na malha viária do município, e a localiza-ção de terminais rodoviários, incluídos os relativos ao transporte intermunicipal de pas-sageiros, estarão condicionadas às diretrizes e critérios do plano diretor e dependerão de pré-via autorização do Poder Executivo.

§ 1.º Os terminais de que trata este artigo serão equipados de forma a propiciar conforto, proteção e segurança aos usuários de trans-porte coletivo e incluirão sanitários e instala-ções para o comércio de gêneros alimentí-cios.

§ 2.º Nos terminais serão afixados os ho-rários e itinerários."] Art. 176. O Plano Municipal Integrado de

Transportes disporá de uma base de informações sobre transportes, definirá a rede estrutural de transporte e a rede estrutural do sistema viário, compreendendo os seguintes planos setoriais:

I - plano de circulação viária; II - plano de terminais de transportes de pas-

sageiros; III - plano de estacionamento de veículos; IV - plano cicloviário; V - plano de passagens protegidas e vias de

pedestres; VI - plano de transportes de carga e de ter-

minais multimodais; VII - plano de ação para situações de emer-

gência; VIII - plano de ação de eventos especiais. Parágrafo único. A base de informações de

transportes será constituída pelo conjunto dos estudos, pesquisas e dados necessários à atualiza-ção permanente do Plano, padronizados para a Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

Art. 177. A definição da rede estrutural de transportes contemplará a operação integrada físico-operacional e tarifária das modalidades de transportes.

§ 1.° A base da rede estrutural de transportes compreende o conjunto de ligações, relacionadas no anexo VIII, por onde se realiza a movimenta-ção de passageiros por meio de transportes públi-cos em suas diferentes modalidades, e está defini-da no anexo VII desta Lei Complementar.

§ 2.° A rede estrutural de transportes a ser desenvolvida orientará os estudos e projetos, para implantação gradual e progressiva de obras ou operações sobre o território municipal pelos órgãos das esferas municipal, estadual ou federal.

§ 3.° A rede estrutural de transportes será hierarquizada da seguinte forma:

I - arterial primária, para as ligações de maior capacidade;

II - arterial secundária, para as ligações em faixas ou pistas exclusivas, integradas e terminais-tronco alimentadores, efetuadas por ônibus de grande capacidade;

III - grande coleta, para ligações cujas carac-terísticas viárias, de investimentos prioritários ou de situações em áreas de adensamento habitacio-nal sejam fundamentais para a conexão da rede.

Art. 178. A definição da rede estrutural viária contemplará:

I - a hierarquização das vias; II - os projetos de alinhamento para as vias

principais; III - as prioridades das soluções de drena-

gem; IV - a criação de faixas e vias exclusivas para

transporte público; V - a garantia de espaços destinados a pedes-

tres, através da regulamentação do uso dos pas-seios;

VI - a criação de ciclovias e ciclofaixas em to-das as áreas de planejamento urbano da Cidade.

Art. 179. O plano de circulação viária relativo ao sistema viário estrutural da Cidade contempla-rá:

I - as funções e operações das vias; II - os equipamentos de trânsito; III - a comunicação visual e a sinalização grá-

fica horizontal e vertical e semafórica. Art. 180. O plano de transporte de cargas e

de terminais multimodais definirá: I - rotas; II - tipos de veículos; III - horários de circulação; IV - localização dos pontos de carga e descar-

ga e dos terminais públicos e privados, inclusive para lixo urbano e cargas perigosas, compatíveis com os sistemas viário e de circulação.

Art. 181. Os planos locais de circulação e sis-tema viário serão desenvolvidos para cada Unida-de Espacial de Planejamento e elaborados em con-junto com Projetos de Estruturação Urbana e contemplarão:

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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I - a revisão dos projetos de alinhamento das vias;

II - a solução de pontos críticos de tráfego; III - a revisão do mobiliário urbano; IV - a regulamentação do uso dos passeios; V - as funções e operações das vias; VI - os equipamentos de trânsito; VII - a comunicação visual e a sinalização.

Seção V

Dos instrumentos Art. 182. O instrumento básico para a execu-

ção da política de transportes é o Fundo Municipal de Transportes, sem prejuízo da aplicação de ou-tros instrumentos previstos na legislação federal, estadual e municipal.

§ 1.° O Fundo financiará projetos de implan-tação, operação e melhoria dos sistemas viário, de circulação, de transporte público de passageiros e de transporte de cargas.

§ 2.° O Fundo ficará vinculado ao órgão mu-nicipal encarregado da formulação e execução da política de transportes.

Art. 183. Constituirão receitas do Fundo Mu-nicipal de Transportes, além das previstas no arti-go 21, os recursos obtidos:

I - na exploração de publicidade nos bens e equipamentos ligados ao sistema de transportes;

II - nas operações interligadas. Parágrafo único. Nas operações interligadas,

poderá ser dispensada, na forma da lei, a obriga-toriedade de garagens nas Zonas da Cidade de restrição ao transporte individual, como contrapar-tida da contribuição, ou de investimento em obras de infra-estrutura urbana.

Seção VI

Dos programas

Art. 184. A Secretaria Municipal de Transpor-

tes, com a consultoria e o assessoramento do Conselho Municipal de Transportes será responsá-vel pela elaboração e acompanhamento dos se-guintes programas:

I - programa de política tarifária para o trans-porte público de passageiros;

II - programa de municipalização de rodovias; III - programa de regulamentação da presta-

ção de serviços de transportes; IV - programa de incentivo à utilização de gás

natural; V - programa de incentivo à implantação de

transporte de passageiros de alta capacidade; VI - programa de segurança de trânsito; VII - programa de capacitação dos órgãos de

gerência. Art. 185. O programa de municipalização de

rodovias terá por finalidade o desenvolvimento de estudo de viabilidade para apresentação ao Estado e à União de proposta de municipalização de suas rodovias situadas no território do Município.

Art. 186. O programa de regulamentação da prestação de serviços de transportes das empresas concessionárias e permissionárias estabelecerá as normas e formas de gerenciamento e operação do sistema de transportes de passageiros por ônibus.

Art. 187. O programa de incentivo à utiliza-ção de gás natural terá por finalidade o desenvol-vimento de estudos para a criação de estímulos à utilização desse combustível.

CAPÍTULO IV

Da política de serviços públicos e equipamen-

tos urbanos Art. 188. A política de serviços públicos e

equipamentos urbanos visa à justa distribuição da infra-estrutura urbana e dos serviços urbanos, na realização dos seguintes objetivos:

I - promoção da distribuição e da apropriação dos serviços públicos e dos equipamentos urbanos de forma socialmente justa e equilibrada na Cida-de;

II - compatibilização da oferta e da manuten-ção dos serviços públicos e de seus respectivos equipamentos com o planejamento do Município e o crescimento da Cidade;

III - aplicação de instrumentos que permitam ao Município a intervenção eficaz nos serviços públicos, para melhoria da qualidade de vida dos habitantes e do meio ambiente urbano;

IV - ordenação da ocupação e dos sistemas operacionais no subsolo.

Seção I

Das diretrizes

Art. 189. Na implantação e distribuição de

serviços públicos e equipamentos urbanos serão observadas as seguintes diretrizes:

I - reavaliação da delimitação dos territórios dos Distritos de Educação e Cultura, da Secretaria Municipal de Educação, para fazê-los coincidir com os limites das Regiões Administrativas;

II - elaboração de política para atendimento educacional de crianças de zero a seis anos, com prioridade para a população de baixa renda e por-tadora de deficiência;

III - realização periódica de censo escolar das crianças de até quatorze anos, das portadoras de deficiência, para definição do programa de educa-

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

97

ção especial, e das crianças que não tiverem aces-so à escola na idade própria;

IV - garantia de uma escola pública de quali-dade, através do planejamento eficaz da rede pú-blica, levando-se em conta a demanda real, espa-ço físico adequado à prática educacional e às ações preventivas de saúde do educando e a ex-tensão diária do horário de atendimento;

V - delimitação dos territórios dos Distritos Regionais de Saúde, a serem definidas pelo Siste-ma Único de Saúde e coincidentes com os limites das Áreas de Planejamento fixadas nesta Lei Com-plementar;

VI - prioridade da ação preventiva sobre a curativa, com ênfase na implantação dos serviços de saneamento básico, precedendo à instalação de novas unidades de saúde;

VII - utilização das unidades de conservação ambiental como áreas de lazer, quando compatí-vel, ouvidos os órgãos competentes;

VIII - incentivo à utilização de ruas, equipa-mentos institucionais, estacionamentos e outros como espaço alternativo para o lazer;

IX - obrigação de manutenção dos usos de salas de espetáculos nas edificações existentes ou nas que vierem a ser construídas no mesmo local;

X - estabelecimento de critérios para implan-tação e melhoria dos serviços de iluminação públi-ca, considerando-se a hierarquia das vias, a popu-lação beneficiada e a precariedade dos equipamentos instalados;

XI - incentivo à criação de um Conselho de Municípios para equacionamento das questões relativas a serviços públicos e equipamentos urba-nos de alcance metropolitano.

Parágrafo único. São equipamentos urbanos os prédios e as instalações, móveis ou imóveis, destinados à prestação dos serviços públicos ou à utilização de interesse coletivo.

Art. 190. Não serão implantados serviços e equipamentos urbanos nas áreas ocupadas consi-deradas de risco ou impróprias à ocupação urbana, assim definidas pelos órgãos competentes.

Art. 191. O Poder Executivo fiscalizará a ade-quação, operação e manutenção dos serviços pú-blicos e equipamentos urbanos, pelos seus órgãos de licenciamento e pelas Administrações Regio-nais.

Parágrafo único. A prestação dos serviços de água e esgoto poderá ser objeto de celebração de convênio com concessionárias, obedecido o disposto nos artigos 31, 148, 149, 150 e 482, § 2.°, da Lei Orgânica do Município.

[Lei Orgânica do Município do Rio de Ja-

neiro: "Art. 31. A competência para a exploração

de serviços de água e esgoto, referida no arti-

go 30, VI; ‘a’, será exercida pelo município di-retamente, através de organismo próprio, ou mediante concessão.

Parágrafo único. A atribuição da concessão e a conclusão do respectivo convênio depen-dem de autorização prévia da Câmara Munici-pal.

Art. 30. Compete ao município: VI - organizar e prestar, diretamente ou

sob regime de concessão ou permissão, entre outros, os seguintes serviços:

a) abastecimento de água e esgotamento sanitário;

Art. 148. A prestação de serviços públicos

poderá ser delegada a particular mediante concessão ou permissão, através de processo licitatório, na forma da lei.

§ 1.º Os contratos de concessão e os ter-mos de permissão estabelecerão condições que assegurem ao Poder Público, nos termos da lei, a regulamentação e o controle sobre a prestação dos serviços delegados, observado o seguinte:

I - no exercício de suas atribuições, os funcionários públicos investidos do poder de policia terão livre acesso a todos os serviços e instalações das empresas concessionárias ou permissionárias;

II - estabelecimento de hipóteses de pe-nalização pecuniária, de intervenção por prazo e de cassação, impositiva esta em caso de contumácia no descumprimento de cláusulas do acordo celebrado ou de normas protetoras da saúde e do meio ambiente.

§ 2.º Lei complementar disporá sobre o re-gime da concessão, permissão ou autorização de serviços públicos, o caráter essencial desses serviços, quando assim o determinar a legisla-ção federal, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação e as condições de caduci-dade, fiscalização e rescisão da concessão, permissão ou autorização.

§ 3.º A lei regulará: I - os direitos dos usuários; II - as obrigações dos concessionários ou

permissionários quanto à oferta e manutenção de serviços adequados;

III - as condições de exploração, sob con-cessão ou permissão, a intervenção nas con-cessionárias ou permissionárias, a desapropri-ação ou encampação de seus bens e sua reversão ou incorporação ao patrimônio do município, observada a legislação federal e es-tadual pertinente.

Art. 149. As empresas concessionárias ou permissionárias e os detentores de autoriza-

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

98

ções de serviços públicos sujeitam-se ao per-manente controle e à fiscalização do Poder Pú-blico, cumprindo-lhes manter adequada exe-cução do serviço e plena satisfação dos direitos dos usuários.

Parágrafo único. As concessões, permis-sões ou autorizações podem ser revistas a qualquer tempo, desde que comprovado o descumprimento das leis municipais e dos cri-térios e normas estabelecidos pelos órgãos de direção.

Art. 150. O Poder Público fará incluir em todos os contratos ou termos de concessões, permissões ou autorizações de serviço público cláusula obrigando as empresas a respeitar, em relação aos seus empregados, os direitos individuais e coletivos prescritos na Constitui-ção da República, na Constituição do Estado e nesta Lei Orgânica.

Art. 482. O município, em consonância com sua política urbana, o plano diretor e o plano plurianual de governo, manterá progra-ma anual de saneamento básico, para execu-ção com seus recursos e mediante convênio, com recursos da União e do estado. .................................................................

§ 2.º Os serviços a que se refere este ar-tigo poderão ser delegados a outros, através de regulamentação, quando o município não tiver condições de executá-los, respeitado o previsto no artigo 148."] Art. 192. As despesas pela prestação dos ser-

viços de esgotamento sanitário e pluvial, drenagem, produção e distribuição da água potável fluorada, serão cobradas mediante a imposição de tarifas e taxas diferenciadas, observados os aspectos técni-cos, os custos, a destinação social dos serviços e o poder aquisitivo da população beneficiada.

Art. 193. Os imóveis transferidos ao Municí-pio serão adequados pelo proprietário do parcela-mento da terra ao funcionamento dos equipamen-tos para eles previstos.

§ 1.° A destinação dos imóveis será decidida pelo órgão responsável pela execução da política urbana.

§ 2.° O proprietário do parcelamento será responsável pela segurança e conservação dos imóveis até à aceitação definitiva das obras de urbanização.

Art. 194. O município criará estruturas des-centralizadas para realização de pequenos serviços de manutenção nas unidades municipais de pres-tação de serviços públicos.

Parágrafo único. O Poder Executivo discri-minará na Proposta Orçamentária Anual os pro-gramas referentes aos serviços de manutenção relativos às unidades mencionadas no "caput".

Art. 195. A localização dos seguintes equipa-mentos urbanos observará as diretrizes de planeja-mento da cidade definidas nesta Lei Complementar e será submetida à apreciação do órgão responsável pelo planejamento urbano e da comunidade local:

I - unidades escolares de primeiro grau; II - unidades destinadas ao atendimento às

crianças de zero a seis anos; III - unidades de saúde primárias e secundárias; IV - bibliotecas públicas e demais equipamen-

tos da área de cultura; V - área de lazer.

Seção II

Dos instrumentos

Art. 196. São instrumentos básicos para a

execução da política de serviços públicos e equi-pamentos urbanos, sem prejuízo de outros previs-tos nesta Lei Complementar e na legislação fede-ral, estadual e municipal:

I - a Empresa Municipal de Esgoto e Drena-gem, a ser criada por lei;

II - a contribuição de melhoria, na forma da lei; III - a Lei de Parcelamento do Solo Urbano; IV - o Fundo Municipal de Desenvolvimento

Urbano. § 1.° A lei definirá a competência e as atribuições

da Empresa Municipal de Esgoto e Drenagem, contem-plando, dentre elas, o planejamento, a implantação, a operação e a fiscalização dos sistemas de drenagem urbana e de esgotamento sanitário do Município, bem como a destinação final de seus produtos.

§ 2.° A Lei de Parcelamento do Solo Urbano conterá diretrizes para a distribuição dos equipa-mentos urbanos no território municipal.

Seção III

Dos programas

Art. 197. São programas prioritários da polí-

tica de serviços públicos e equipamentos urbanos; I - programa de esgotamento sanitário; II - programa de drenagem; III - programa de limpeza urbana; IV - programa de abastecimento de água; Parágrafo único. O Poder Executivo discrimina-

rá nos orçamentos anual e plurianual as metas a se-rem atingidas pelos programas referidos neste artigo.

Subseção I

Do programa de esgotamento sanitário

Art. 198. O programa de esgotamento sanitá-

rio terá o seguinte conteúdo mínimo:

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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I - implantação gradual, em todo o território municipal, do sistema separador absoluto das re-des de esgotamento sanitário e de drenagem, com a proibição de sua conexão;

II - eliminação gradual, conforme definido em plano de trabalho, das conexões existentes entre os sistemas de esgotamento sanitário e de drenagem;

III - fiscalização permanente da operação e funcionamento do sistema separador absoluto, me-diante a exigência e a análise de laudos técnicos;

IV - exigência de tratamento que garanta a proteção da saúde humana e dos ecossistemas para o lançamento de esgotos sanitários nos cor-pos hídricos receptores, assim considerados os cursos d’água que em seu estado natural recebem esgotos sanitários;

V - exigências de tratamento, com a mesma qualidade do previsto no inciso IV, para lançamen-to de esgoto sanitário na rede pluvial de drena-gem, até à implantação de esgoto sanitário na rede pluvial de drenagem, até à implantação do sistema separador absoluto;

VI - localização das estações de tratamento de esgoto referidas no artigo 489 da Lei Orgânica do Município;

[Lei Orgânica do Município do Rio de Ja-

neiro: "Art. 489. O plano diretor reservará á-

reas para implantação de estações de trata-mento ou lagoas de estabilização a fim de a-tender à expansão demográfica em cada região do município."] VII - definição, em conjunto com o órgão es-

tadual responsável, das áreas de competência do município para implantação do programa de esgo-tamento sanitário.

Subseção II

Do programa de drenagem

Art. 199. O programa de drenagem terá o

seguinte conteúdo mínimo: I - definição, em conjunto com o órgão esta-

dual responsável, das áreas de competência do município para a realização dos serviços de meso-drenagem e macrodrenagem;

II - planejamento, implantação, manutenção, limpeza, licenciamento e fiscalização da rede de microdrenagem;

III - exigência de implantação de rede de drenagem pelo parcelador do solo;

IV - reorganização e ampliação do cadastro da rede de drenagem, para apoio do planejamento e da conservação dos sistemas;

V - elaboração do plano de macrodrenagem,

em colaboração com o órgão estadual competente; VI - exigência da pavimentação imediata do

logradouro em áreas de aclive acentuado, após a implantação da rede de drenagem, para garantia de sua preservação;

VII - exigência da garantia de infiltração de parcela das águas pluviais, na urbanização de áreas de baixada, especialmente daquelas situa-das em nível de altitude inferior a cinco metros;

VIII - programação e exigência de reflores-tamento, quando recomendável, para garantia da eficácia do sistema de drenagem.

Parágrafo único. A exigência a que se refere o inciso VII considerará índices de impermeabiliza-ção definidos para cada área.

Subseção III

Do programa de limpeza urbana

Art. 200. O programa de limpeza urbana terá

o seguinte conteúdo mínimo: I - tratamento de resíduos sólidos, mediante a

instalação de usinas de reciclagem e composta-gem, em complementação às operações de desti-nação final do lixo;

II - implantação do programa nas comuni-dades de baixa renda, condicionada à manifes-tação da Companhia Municipal de Limpeza Urba-na (COMLURB) quanto à estratégia, métodos e técnicas a serem adotados;

III - implantação gradual do sistema de cole-ta seletiva do lixo, para separação do lixo orgânico daquele reciclável, precedida de campanha educa-tiva que a viabilize;

IV - garantia de manipulação adequada de li-xo patogênico, tóxico ou perigoso em geral.

Parágrafo único. O Poder Público poderá exigir de estabelecimentos produtores dos tipos de lixo referidos no inciso IV processamento que ga-ranta a eliminação dos riscos para a saúde pública e o meio ambiente.

Subseção IV

Do programa de abastecimento de água Art. 201. O programa de abastecimento de

água terá o seguinte conteúdo mínimo: I - promoção da municipalização, por etapas,

dos serviços de produção e distribuição de água potável fluorada;

II - proibição da implantação da rede de distri-buição de água sem a previsão do seu esgotamento;

III - garantia de qualidade e quantidade de água necessária ao adequado consumo da popula-ção, mediante a realização de pesquisa de fontes alternativas no subsolo.

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

100

CAPÍTULO V

Da política de desenvolvimento econômico, científico e tecnológico.

Art. 202. A política municipal de desenvolvi-

mento econômico, científico e tecnológico visa à promoção do desenvolvimento equilibrado do muni-cípio, através da realização dos seguintes objetivos:

I - integração do desenvolvimento econômico, científico e tecnológico do Município com o da Re-gião Metropolitana do Rio de Janeiro e do Estado;

II - compatibilização do desenvolvimento econômico, científico e tecnológico com a proteção do meio ambiente;

III - melhoria da qualidade de vida da popu-lação, da distribuição de renda e da elevação do nível de empregos;

IV - integração do desenvolvimento econômi-co com a oferta de habitações, de sistema viário e de transportes e de saneamento básico;

V - descentralização das atividades econômicas no espaço urbano, para redução dos deslocamentos;

VI - distribuição e localização de comércio e serviços de caráter local nas áreas residenciais, privilegiando as pequenas e médias empresas.

Art. 203. O município manterá programas permanentes de formação e qualificação de profis-sionais e especialistas para as áreas de educação, ciência e tecnologia através de:

I - VETADO; II - instituição de sistemas de bolsas de estu-

do para estimular vocações, formação e pesquisas nas áreas mencionadas no "caput";

III - criação de prêmios municipais que esti-mulem e recompensem desempenhos que contri-buam para o progresso da educação, da ciência e da tecnologia do município;

IV - celebração de convênios e contratos com as universidades públicas da Região Metropolitana do Rio de Janeiro para realização de estudos, pes-quisas e projetos sobre a realidade econômica, social e física do Município.

Seção I

Das diretrizes

Art. 204. O Município promoverá o desenvol-

vimento econômico, científico e tecnológico de todos os setores da economia, em especial das microempresas e das pequenas e médias empre-sas, ordenando sua distribuição espacial, obser-vando as seguintes diretrizes;

I - quanto ao desenvolvimento econômico, ci-entífico e tecnológico em geral:

a) participação no processo decisório metro-politano e estadual e estabelecimento de coopera-

ção com os demais municípios da Região Metropo-litana do Rio de Janeiro;

b) implantação de projetos habitacionais em locais próximos a pólos de indústrias não poluen-tes e absorvedoras de mão-de-obra;

c) estímulo à implantação de microempresas, pequenas e médias empresas e aquelas de uso intensivo de mão-de-obra, próximo das áreas resi-denciais de baixa renda;

d) estímulo à legalização das atividades eco-nômicas informais, ligadas à microempresa, à pequena empresa, à empresa familiar e à indústria de fundo de quintal ou caseira, pela promoção de programas de apoio ao setor;

II - quanto ao desenvolvimento do setor pri-mário:

a) estímulo às atividades agrícolas pelo apoio ao sistema de produção e comercialização;

b) difusão de técnicas voltadas para produtos de alto valor comercial;

c) apoio às iniciativas de integração da agri-cultura com a indústria e os serviços;

d) desenvolvimento de atividade pesqueira, com apoio à comercialização e industrialização;

e) estímulo e difusão de práticas agrícolas com uso de adubação orgânica do solo, utilização de defensivos biológicos e adoção de rotação de culturas e consorciamento de espécies vegetais;

III - quanto ao desenvolvimento do setor se-cundário:

a) estímulo ao desenvolvimento e à moderni-zação do setor industrial, com elevação da sua produtividade e competitividade e sua compatibili-zação com a proteção do meio ambiente;

b) promoção do desenvolvimento industrial, com prioridade para indústrias não poluentes, de alto valor de transformação, de tecnologia de pon-ta e absorvedoras de mão-de-obra;

IV - quanto ao desenvolvimento do setor ter-ciário:

a) promoção da descentralização das ativida-des do setor terciário;

b) dinamização das atividades do setor terciá-rio, pela adequação das exigências de instalação e funcionamento às especificidades de sua natureza e porte;

c) integração dos diversos centros de comér-cio e serviços através do sistema de transportes;

d) estímulo à coexistência dos usos residen-cial, de comércio e serviços e industrial não polu-ente de pequeno porte;

e) estabelecimento de política de apoio ao de-senvolvimento das atividades turísticas, com a participação da iniciativa privada;

f) estímulo ao turismo, com o estabelecimen-to de áreas de interesse turístico e de critérios para sua proteção e utilização e de melhoria das condições de limpeza urbana, segurança, trans-

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

101

porte e informação; g) incentivo à implantação de atividades com-

patíveis com a proteção do patrimônio cultural ou paisagístico nas áreas turísticas;

h) apoio às iniciativas de modernização do porto do Rio de Janeiro, com a realização das alte-rações necessárias na estrutura urbana, na área portuária e na sua vizinhança;

i) apoio à implantação de serviços de "check in" de passageiros e recepção de bagagens, inte-grado ao Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro.

Seção II

Dos instrumentos

Art. 205. São instrumentos para a execução

da política de desenvolvimento econômico, científi-co e tecnológico, sem prejuízo de outros previstos na legislação federal, estadual e municipal:

I – a edificação e o parcelamento compulsó-rio, o imposto progressivo no tempo e a desapro-priação com títulos da dívida pública, na forma do artigo 182, § 4.°, II, da Constituição da República.

[Constituição do Brasil: "Art. 182. A política de desenvolvimento

urbano, executada pelo Poder Público munici-pal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvi-mento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.

§ 4.º É facultado ao Poder Público munici-pal, mediante lei especifica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei fe-deral, do proprietário do solo urbano não edifi-cado, subutilizado ou não utilizado, que pro-mova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:

I - parcelamento ou edificação compulsó-rios;

II - Imposto Sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana progressivo no tempo;

III - desapropriação com pagamento me-diante títulos da dívida pública de emissão previ-amente aprovada pelo Senado Federal, com pra-zo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o va-lor real da indenização e os juros legais."] II - o imposto progressivo sobre a proprieda-

de territorial urbano, previsto nos artigos 33 a 37; III - o Conselho Municipal de Desenvolvimen-

to Econômico, Ciência e Tecnologia; IV - o Fundo de Desenvolvimento Econômico; V - o estabelecimento de Áreas de Especial

Interesse Turístico; VI - a legislação urbanística;

VII - o Banco de Investimento e Desenvolvi-mento Econômico, na forma do artigo 291, § 3.°, da Lei Orgânica do Município.

[Lei Orgânica do Município do Rio de Ja-

neiro: "Art. 291, O município concederá especial

proteção às microempresas e empresas de pe-queno porte, como tais definidas em lei, as quais receberão tratamento jurídico diferenci-ado, visando ao incentivo de sua criação, pre-servação e desenvolvimento através da elimina-ção, redução ou simplificação. conforme o caso. de suas obrigações administrativas, tri-butárias e creditícias.

§ 1.º As empresas referidas neste artigo serão assegurados, dentre outros, os seguin-tes direitos:

I - redução de tributos e obrigações a-cessórias, com dispensa do pagamento de multas por infrações formais, das quais não resulte falta de pagamento de tributos;

II - fiscalização com caráter de orientação, exceto nos casos de reincidência ou de com-provada 'intencionalidade ou sonegação fiscal;

III - notificação prévia. para início de ação ou procedimento administrativo ou tributário-fiscal de qualquer natureza ou espécie;

IV - habilitação sumária e procedimentos simplificados para participação em licitações públicas e preferência na aquisição de bens e serviços de valor compatível com o porte das microempresas e pequenas empresas, quando conveniente para a administração pública;

V - criação de mecanismos simplificados e descentralizados para o oferecimento de pedi-dos e requerimentos de qualquer espécie junto à administração pública, inclusive para obten-ção de licença para localização;

VI - obtenção de incentivos especiais, vin-culados à absorção de mão-de-obra portadora de deficiência com restrição à atividade física;

VII - disciplinamento do comércio eventu-al e ambulante.

§ 2.º As entidades representativas das microempresas e pequenas empresas partici-parão na elaboração de políticas municipais voltadas para esse segmento e no colegiado dos órgãos públicos em que seus interesses sejam objeto de discussão e deliberação.

§ 3.º A lei disporá sobre a criação e o fun-cionamento de banco de investimento e de-senvolvimento econômico do município, orga-nizado sob a forma de sociedade anônima de economia mista e destinado à aplicação de re-cursos financeiros para assistência a microem-presas e pequenas empresas estabelecidas no município."]

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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Seção III

Dos programas Art. 206. São programas prioritários da polí-

tica de desenvolvimento econômico, científico e tecnológico:

I - programa de apoio à atividade econômica em geral;

II - programa de integração dos setores for-mal e informal;

III - programa de estímulo às atividades agrí-colas e pesqueiras;

IV - programa de estímulo à indústria; V - programa de estímulo ao Estudo e à Pes-

quisa Científica. Art. 207. O programa de implantação de pó-

los de desenvolvimento e de distritos industriais será mantido e adaptado às diretrizes e priorida-des desta Lei Complementar.

Subseção I

Do programa de apoio à atividade econômica em

geral Art. 208. O programa de apoio à atividade

econômica em geral terá o seguinte conteúdo mí-nimo:

I - desburocratização dos licenciamentos, es-pecialmente das microempresas e das pequenas e médias empresas;

II - estímulo à implantação de empreendi-mentos especialmente em áreas de baixa renda;

III - estímulo ao desenvolvimento científico e tecnológico;

IV - desenvolvimento de estudos e pesquisas das atividades econômicas;

V - apoio à comercialização de produtos das microempresas e das pequenas empresas.

Subseção II

Do programa de integração dos setores formal e

informal Art. 209. O programa de integração dos seto-

res formal e informal terá o seguinte conteúdo mínimo:

I - estímulo ao associativismo e apoio à co-mercialização de produtos;

II - assistência técnica para aumento da pro-dutividade e cadastramento dos produtos assisti-dos;

III - captação de recursos para fomentos das atividades;

IV - estímulo às atividades econômicas do se-tor informal, garantindo-se-lhes legalização simpli-

ficada e tratamento tributário diferenciado; V - promoção de feiras de comercialização de

artesanato e antiguidades com padronização dos equipamentos, dos artefatos e da sinalização turís-tica.

Subseção III

Do programa de estímulo às atividades agrícolas e

pesqueiras Art. 210. O programa de estímulo às ativida-

des agrícolas e pesqueiras terá o seguinte conteú-do mínimo:

I - estímulo à formação de associações e coo-perativas;

II - execução de obras e serviços necessários de dragagem, drenagem, abertura e manutenção de estradas, eletrificação e transportes;

III - estímulo à comercialização direta do produtor ao consumidor, especialmente em áreas de baixa renda;

IV - estímulo de prática de conservação do solo, recuperação do meio ambiente e manutenção das áreas verdes, associadas à redução ou à eli-minação do uso de agrotóxicos;

V - implantação de projetos-modelo destina-dos a estimular a prática da agricultura orgânica e divulgação de suas técnicas de plantio;

VI - realização de estudos, mediante con-vênios com órgãos universitários e de pesqui-sas, que tenham por objetivo harmonizar a elevação da produtividade com a recuperação do solo;

VII - implantação de hortas comunitárias, quando de interesse da comunidade, principal-mente em terrenos ociosos próprios do Município e, também, nas escolas públicas, com apoio técni-co de entidades de pesquisa, em colaboração com o Poder Público.

Subseção IV

Do programa de estímulo à indústria

Art. 211. O programa de estímulo à indústria

terá o seguinte conteúdo mínimo: I - estímulo à modernização do setor industrial

e incentivo ao desenvolvimento científico e tecno-lógico;

II - estímulo à criação de condomínios e pólos de indústrias, para aproveitamento de serviços comuns de tratamento de despejos, segurança, administração, assistência médica e social e trei-namento de mão-de-obra;

III - elaboração de estudos relativos a fontes energéticas alternativas.

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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Subseção V

Do programa de estímulo ao turismo Art. 212. O programa de estímulo ao turismo

terá o seguinte conteúdo mínimo: I - divulgação da Cidade no Brasil e no exterior; II - implantação de postos de informação de

atendimento ao turista; III - ampliação, organização e divulgação de

roteiros e eventos culturais, históricos, ecológicos, de montanhismo, náuticos, esportivos e científicos;

IV - apoio à realização de congressos, simpó-sios e seminários;

V - implantação de equipamentos urbanos de apoio ao turístico;

VI - implantação de sinalização turística efici-ente e de linhas de transporte coletivo para per-curso dos itinerários turísticos;

VII - criação, recuperação e conservação de centros de lazer e praças;

VIII - incentivo à construção de meios de hospedagem com programas de recuperação de imóveis de interesse cultural e tipologias alternati-vas àquelas contempladas nos regulamentos.

Subseção VI

Do programa de estímulo e a pesquisa científica

Art. 213. O programa de estímulo ao estudo

e à pesquisa científica terá o seguinte conteúdo mínimo:

I - apoio à manutenção e desenvolvimento dos centros de estudos e pesquisa científica existentes;

II - apoio à criação de novos centros de estu-dos e pesquisa científica;

III - elaboração de calendário mínimo de even-tos, tais como:

a) congressos; b) simpósios; c) feiras; d) exposições; IV - criação de prêmio anual; V - inserção nos currículos escolares da rede muni-

cipal de ensino público da disciplina pesquisa científica; VI - incentivo ao intercâmbio entre os diver-

sos centros de estudos e pesquisa científica.

CAPÍTULO VI

Da política de administração do patrimônio imobiliário municipal

Art. 214. A política de administração do pa-

trimônio imobiliário municipal visa a compatibiliza-ção da sua destinação com o desenvolvimento urbano do município, na realização dos seguintes objetivos:

I - promoção de cadastramento e regulariza-ção do patrimônio imobiliário do município e das entidades da administração direta, indireta e fun-dacional;

II - intercâmbio de informações cadastrais entre os diversos órgãos de administração do pa-trimônio da administração direta, indireta e funda-cional do município, do estado e da União;

III - implementação de medidas de guarda, con-servação e aprimoramento dos bens imóveis públicos;

IV - prevalência do interesse público sobre o privado;

V - elaboração de sistema de avaliação patri-monial com ajustes periódicos;

VI - levantamento das propriedades municipais não cadastradas através de pesquisas nos assenta-mentos apropriados, inclusive cartórios e memoriais de loteamentos, visando à efetivação de seu registro.

Seção I

Das diretrizes

Art. 215. O Poder Executivo promoverá estu-

dos para o lançamento do Imposto Sobre Proprie-dade Predial e Territorial Urbana sobre a posse de bens imóveis do município, do estado e da União regularmente transferidos a terceiros.

Seção II

Dos instrumentos

Art. 216. O órgão de administração do patri-

mônio imobiliário é o instrumento básico para exe-cução da política setorial regulada neste capítulo.

Art. 217. O órgão de administração do patri-mônio imobiliário será organizado conforme o dis-posto no artigo 236, § 1.°, da Lei Orgânica do Município e terá as seguintes atribuições, dentre outras que a lei estabelecer:

[Lei Orgânica do Município do Rio de Ja-

neiro: "Art. 236. Os bens imóveis do domínio muni-

cipal, conforme sua destinação, são de uso co-mum do povo, de uso especial ou dominical.

§ 1.º Os bens referidos neste artigo serão administrados por um órgão de patrimônio imobili-ário, organizado sob a forma de autarquia.

§ 2.º Os bens imóveis do domínio munici-pal, enquanto destinados ao uso comum do povo e ao uso especial, são indisponíveis.

§ 3.º A destinação dos bens imóveis do domínio municipal será, fixada por ato do pre-feito, que poderá modificá-la sempre que o e-xigir o interesse público.

§ 4.º Quando a afetação se der por lei municipal, a mudança de destinação será es-

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

104

tabelecida por norma de igual hierarquia. § 5.º A desafetação de bens de uso co-

mum do povo dependerá de prévia aprovação das comunidades circunvizinhas ou diretamen-te interessadas, nos termos da lei."] I - as previstas no Código de Administração

Financeira e Contabilidade Pública do Município relativas à administração do patrimônio imobiliá-rio;

II - a demarcação, medição, descrição e regu-larização jurídica dos bens imóveis municipais, com a anotação, nos seus assentamentos, de sua destinação e da implantação de equipamentos para eles previstos, quando for o caso;

III - elaboração de cadastro, com as informa-ções do inciso anterior, de todos os imóveis da administração direta e indireta do estado e da União;

IV - estabelecimento de convênios com os ór-gãos federais e estaduais para a transferência de imóveis públicos para o Município;

V - promoção de campanha de esclarecimento da população, com a divulgação da competência para guarda, conservação e melhoria dos imóveis públicos, bem como dos princípios que regem a administração desses bens.

Seção III

Do programa de reserva de terras públicas Art. 218. A administração do patrimônio imo-

biliário municipal formulará programa de reserva de terras públicas para proporcionar espaço físico--territorial necessário à execução da política de serviços públicos e equipamentos urbanos e da política habitacional do município, observados os seguintes princípios:

I - a alienação ou utilização privativa dos bens integrantes do patrimônio imobiliário municipal será possível quando não forem necessários ao serviço público, não interessarem à execução de projetos urbanísticos ou não se revelarem de van-tajosa exploração econômica;

II - a alienação será sempre subordinada à exis-tência de interesse público expressamente justificado e precedida de autorização legislativa, avaliação e licita-ção, esta dispensável nos casos de doação em paga-mento, permuta e outras hipóteses previstas em lei;

III - emprego preferencial dos institutos de permissão de uso, de cessão de uso e da conces-são de direito real de uso resolúvel sobre o da alienação, considerada a destinação do bem, espe-cialmente no caso de assentamento de população de baixa renda, conforme o disposto no artigo 146, § 4.°

§ 1.° Quando a alienação se destinar ao as-

sentamento de população de baixa renda, conso-ante o título VII, capítulo II, será dispensada a autorização legislativa.

§ 2.° A outorga de investidura aplica-se em qualquer caso ao regime do parágrafo anterior, dispensada a licitação.

Art. 219. O Poder Público impedirá toda for-ma de utilização por terceiros dos seus bens imó-veis públicos e dos de sua administração indireta e fundacional e especialmente:

I - a utilização irregular dos bens públicos; II - a utilização, a título gratuito, dos bens

imóveis públicos, inclusive aquela que se dá medi-ante a imposição de encargos que decorrem de mera conservação desses bens;

III - a utilização dos bens imóveis públicos mediante pagamento de preço vil ou simbólico;

IV - a restrição irregular de acesso da popula-ção aos imóveis públicos.

§ 1.° Nos casos referidos no inciso IV, o Poder Público poderá propor a permuta desses bens por outros de igual valor, mais convenientes à presta-ção de serviço público e ao uso da coletividade, ouvido o Conselho Municipal de Política Urbana, e consumá-la mediante prévia autorização legislativa.

§ 2.° Enquanto não realizada a permuta pre-vista no parágrafo anterior, o Poder Público promo-verá a cobrança de taxa de ocupação desses bens.

§ 3.° É vedada a permuta no caso de restri-ção de acesso a vias de circulação.

§ 4.° Na hipótese do parágrafo anterior, será cobrado o preço referido no § 2.°, ouvido o órgão municipal competente e considerada a utilidade do logradouro para o sistema viário.

TÍTULO VIII

DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Art. 220. Ficam mantidas ás Áreas de Prote-

ção Ambiental instituídas antes da publicação des-ta Lei Complementar as quais serão classificadas em Áreas de Proteção Ambiental ou em Áreas de Proteção do Ambiente Cultural de acordo com o disposto no artigo 124.

Parágrafo único. Excetua-se do disposto neste artigo as Áreas de Proteção Ambiental já classificadas de outro modo pela Lei Orgânica do Município.

Art. 221. Fica instituída na Zona Oeste do Mu-nicípio a Zona Econômica Exclusiva (ZEE), destinada à implantação de empreendimentos industriais.

§ 1.° Serão admitidos na Zona Econômica Ex-clusiva empreendimentos de comércio e serviços para atender às empresas que nela se instalem e à população radicada nas vizinhanças.

§ 2.° VETADO. § 3.° Os limites externos e internos da Zona

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Econômica Exclusiva são os constantes do anexo 9. Art. 222. Até que sejam revistos e elaborados

os Projetos de Estruturação Urbana, as edificações em lotes situados em logradouros ou quadras que constituam limites de Zona ou permitam diferentes parâmetros urbanísticos terão suas condições de aproveitamento definidas em lei, após a análise pelo órgão responsável pela elaboração dos Proje-tos de Estruturação Urbana, ouvido o Conselho Municipal de Política Urbana.

Parágrafo único. As edificações em lotes re-sultantes de remembramento observarão os pa-râmetros urbanísticos estabelecidos para cada lote original.

Art. 223. Os índices mencionados no artigo 76 valerão para cada Unidade Espacial de Plane-jamento, ressalvados os índices e parâmetros ur-banísticos mais restritos estabelecidos pela legisla-ção vigente, até a elaboração dos respectivos Projetos de Estruturação Urbana.

Art. 224. Permanecem em vigor a legislação vi-gente de uso e ocupação do solo, os regulamentos de parcelamento da terra, de construções e edifica-ções em geral, de licenciamento e fiscalização, de assentamento de máquinas, motores e equipamen-tos e de posturas, naquilo que não contrariam esta Lei Complementar e a Lei Orgânica do Município.

Parágrafo único. VETADO. Art. 225. VETADO. Art. 226. São vedadas aos servidores de ór-

gãos da administração direta, indireta e fundacio-nal do município a prestação de serviços de con-sultoria e a assunção, em empresas privadas, de autoria de projeto e/ou de responsabilidade técni-ca vinculados à execução de obras públicas do município.

§ 1.° Excluem-se da proibição referida no “caput” os servidores municipais integrantes das categorias funcionais Arquiteto e Engenheiro não ocupantes de cargo em comissão ou função grati-ficada, aos quais é facultada a opção pelo exercício exclusivo da função pública.

§ 2.º Na hipótese da opção prevista no parágra-fo anterior, os servidores mencionados farão jus a gratificação de dedicação exclusiva, correspondente a cem por cento do vencimento-base, neste caso cabendo-lhes a vedação expressa no "caput".

Art. 227. Até que seja elaborado Projeto de Estruturação Urbana específico para a área, fica vedada a edificação de novas construções na Roci-nha, exceto aquelas de iniciativa e responsabilida-de dos poderes públicos.

§ 1.° A vedação estabelecida neste artigo não inclui as obras destinadas a melhoria das condi-ções de higiene e segurança nas edificações exis-tentes na data de publicação desta Lei Comple-mentar, nem a transformação de habitações rústicas em edificações de alvenaria, mediante

licença do órgão competente da Prefeitura. § 2.° O Prefeito poderá delegar a responsabi-

lidade do licenciamento previsto no parágrafo an-terior à Administração Regional da XXVII Região Administrativa - Rocinha, nos limites e na forma que o respectivo ato fixar.

§ 3.° Para deter o processo de superadensamen-to da Rocinha e de exploração imobiliária na locação de imóveis na comunidade, poderá o prefeito:

I - desapropriar imóveis e proceder ao paga-mento da respectiva indenização em títulos da dívida pública;

II - determinar a demarcação física dos limi-tes da área de expansão da Rocinha, além dos quais não se permitirá, mesmo após a instituição do respectivo Projeto de Estruturação Urbana, a edificação de construções de qualquer natureza;

III - promover a relocalização das habitações situadas em áreas de risco e nos espaços floresta-dos da região;

IV - instituir sistema de contenção e prevenção de invasão da área florestada do entorno da Rocinha.

§ 4.° O Poder Executivo manterá entendimen-tos com o Estado do Rio de Janeiro com vista à sua participação, inclusive com recursos financei-ros, em programas e projetos do Governo do Es-tado para Urbanização da Rocinha e melhoria das condições de vida de sua população.

Art. 228. Para a consecução dos objetivos da política de transportes prevista nesta Lei Comple-mentar, o Poder Executivo promoverá gestões junto à Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) para a reativação da estação Matadouro, em Santa Cruz, e manterá entendimento com o Governo da União ou, se for o caso, com o Gover-no do Estado, visando à ampliação do ramal do sistema ferroviário da região, notadamente até Sepetiba.

Art. 229. Fixam fixados os seguintes prazos para a adoção de iniciativas e medidas estabeleci-das nesta Lei Complementar:

I - VETADO; II - de cento e oitenta dias: a) Para o encaminhamento à Câmara Munici-

pal, pelo Poder Executivo, de projetos de lei dis-pondo sobre estas matérias:

1 - Imposto Sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana progressivo no tempo;

2 - regulamentação da urbanização consorcia-da;

b) retirada dos engenhos publicitários ao ar livre afixados na área da Cidade Nova, atendendo ao disposto no artigo 62, II, "i";

c) fixação, pelo Poder Executivo, das normas definidoras dos pólos geradores de tráfego, em função dos impactos que possam causar no ambi-ente urbano e na sua área de influência, com vista ao atendimento do disposto no artigo 173, § 2.°;

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d) elaboração, pelo Poder Executivo, do plano de trabalho para a eliminação gradual das cone-xões existentes entre os sistemas de esgotamento sanitário e de drenagem, conforme o estabelecido no artigo 198, II;

e) edição de lei dispondo sobre a composição, as atribuições, as competências, o funcionamento e a prestação de contas do conselho de adminis-trados recursos do Fundo Municipal de Desenvol-vimento Urbano;

III - de um ano, para o encaminhamento à Câmara Municipal, pelo Poder Executivo, dos pro-jetos de lei dispondo sobre estas matérias:

a) detalhamento dos programas da área de transporte referidos nos artigos 184 e 186;

b) normas gerais de parcelamento, uso e o-cupação do solo e obras de edificações;

IV - de dois anos, para: a) adequação, das instalações dos estabele-

cimentos a que se refere o artigo 137 e já licenci-ados às disposições nele contidas;

b) VETADO; V - de três anos, para o encaminhamento à Câ-

mara Municipal, pelo Poder Executivo, destas matérias: a) propostas de Projetos de Estruturação Ur-

bana para todo o território municipal; b) projetos de lei de revisão dos Projetos de

Estruturação Urbana vigentes, para sua adaptação às metas e diretrizes estabelecidas nesta Lei Com-plementar, em consonância com o disposto nos artigos 73 a 77.

§ 1.º O prazo fixado no inciso III, "b", será observado sem prejuízo da iniciativa da Câmara Municipal, nas formas do seu Regimento Interno.

§ 2.º As propostas referidas no inciso V serão votadas no prazo de noventa dias, preterindo qualquer outra matéria, exceto as de prazo consti-tucional, enquanto a Câmara Municipal sobre elas não se pronunciar.

Art. 230. O Plano Diretor Decenal instituído por esta Lei Complementar será revisto pela Câ-mara Municipal, por proposta do Poder Executivo, no prazo de cinco anos contados da data de sua publicação.

Parágrafo único. A revisão de que trata este artigo será precedida de avaliações da aplicação

do Plano Diretor Decenal a cada ano de sua execu-ção e objeto de mensagem especial do Prefeito à Câmara Municipal, com as respectivas conclusões.

Art. 231. Dentro de cento e oitenta dias con-tados da data da publicação desta Lei Complemen-tar, o Poder Executivo encaminhará à Câmara Municipal o detalhamento descritivo dos anexos I, IV, VI e VII referidos, respectivamente, nos arti-gos 33; 57, parágrafo único; 77; 52 e 177, § 1.°, os quais integrarão Lei Complementar. [Redação dada pela Lei Complementar n.º 19, de 14/12/1992.]

Art. 232. Fica o Poder Executivo autorizado a abrir crédito especial para ocorrer às despesas do Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano, po-dendo, para tanto, alterar total ou parcialmente dotações do orçamento vigente.

TÍTULO IX

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 233. O Plano Diretor Decenal da Cidade do Rio de Janeiro foi proposto ao Poder Legislativo pelo Pre-feito Marcelo Nunes de Alencar em 1.° de março de 1991 e aprovado em ... de maio de 1992 pelos mem-bros da 4.º Sessão Legislativa da 3.º Legislatura da Câmara Municipal do Rio de janeiro, Vereadores Aarão Steinbruch, Adilson Pires, Alfredo Syrkis, Américo Camargo, André Luiz, Augusto Paz, Bambina Bucci, Beto Gama, Carlos Alberto Torres, Carlos de Carvalho, Carlos Menezes, Celso Macedo, César Pena, Édson Santos, Eliomar Coelho, Emir Amed, Femando Willi-am, Francisco Alencar, Francisco Milani, Guilherme Haeser, Ivanir de Mello, Ivo da Silva, João Dourado, Jorge Felippe, Jorge Pereira, Laura Carneiro, Ludmila Mayrink, Mário Dias, Maurício Azedo, Nestor Rocha, Neuza Amaral, Paulo César de Almeida, Paulo Emílio, Roberto Ribeiro, Ronaldo Gomlevsky, Ruça-Licia Cani-né, Sami Jorge, Sérgio Cabral, Túlio Simões, Waldir Abraão, Wilmar Palis e Wilson Leite Passos, sob a presidência do Vereador Sami Jorge.

Art. 234. Esta Lei Complementar entrará em vi-gor na data de sua publicação, revogadas as disposi-ções em contrário. ..............................................................................

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ANEXO II ÍNDICES DE APROVEITAMENTO DE TERRENO

Área de Plane-

jamento

Unidade Espa-cial de Plane-

jamento Bairros

Índices de Apro-veitamento de

Terrenos Observações

01 Saúde, Santo Cristo , Gamboa 5,0 02 Caju 2,0

03 Centro 5,0-15,0 Na AC1 e AC2 respectivamente

Catumbi, Rio Comprido, Estácio 2,5 04 Cidade Nova 11,0

05 São Cristóvão, Magueira, Benfica 5,5 06 Paquetá 1,0

1

07 Santa Teresa 1,0

08 Flamengo, Glória, Laranjeiras, Catete, Cosme Velho

3,5-4,0* *Nos logradouros CB-3

09 Botafogo, Humaitá 3,5 10 Urca 1,0 11 Leme, Copacabana 3,5

12 Ipanema, Leblon, Vidigal 3,5-4,0* *Nos logradouros CB-3

13 Lagoa 3,5 14 Jardim Botânico, Gávea 3,5 15 São Conrado 3,5 16 Praça da Bandeira, Tijuca 3,5 17 Alto da Boa Vista 1,0 18 Maracanã, Vila Isabel, Andaraí 4,0 19 Grajaú 3,0 20 Manguinhos 1,5 21 Bonsucesso, Ramos, Olaria 3,0

22 Penha, Penha Circular, Brás de Pina

4,0

23 Cordovil, Parada de Lucas, Vigá-rio Geral, Jardim América

1,5

24 Higienópolis, Maria da Graça, Del Castilho, Jacaré

3,0

25 Inhaúma, Engenho da Rainha, Tomás Coelho

3,0

26 São Francisco Xavier, Rocha, Riachuelo, Sampaio, Engenho Novo

3,0

27 Méier, Cachambi, Todos os San-tos, Lins de Vasconcelos

3,5

28 Engenho de Dentro, Água Santa, Encantado, Piedade, Abolição, Pilares

3,0

29 Vila Cosmos, Vicente de Carva-lho, Vila da Penha

3,0

30 Vista Alegre, Irajá, Colégio 3,0 31 Campinho, Madureira, Vaz Lobo 4,0

32 Quintino Bocaiúva, Cavalcanti, Engenheiro Leal, Cascadura

3,0

33 Turiaçu, Rocha Miranda, Honório Gurgel

2,5

34 Osvaldo Cruz, Bento Ribeiro, Marechal Hermes

2,5

35

Ribeira, Zumbi, Cacuia, Pitan-gueiras, Praia da Bandeira, Co-cotá, Bancários, Freguesia, Jar-dim Carioca, Tauá, Moneró, Portuguesa, Jardim Guanabara

1,5

36 Galeão, Cidade Universitária - Área de especial interesse funcional

2

37 Guadalupe, Anchieta, Parque Anchieta, Ricardo de Albuquerque 1,5

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ÍNDICES DE APROVEITAMENTO DE TERRENO Área de Plane-

jamento

Unidade Espa-cial de Plane-

jamento Bairros

Índices de Apro-veitamento de

Terrenos Observações

38 Coelho Neto, Acari 1,5

39 Barros Filho, Costa Barros, Pa-vuna

1,5

40 Jacarepaguá 1,0

Exceto para áreas situadas em ZE-5, onde ficam mantidos os índices atuais

41 Anil, Gardênia Azul, Cidade de Deus, Curicica

1,0

3

42 Freguesia, Pechincha 3,0 43 Taquara, Tanque 4,0 44 Praça Seca, Vila Valqueire 3,0

45 Joá, Itanhangá, Barra da Tijuca 1,0

Exceto para áreas situadas em ZE-5, onde ficam mantidos os índices atuais

46 Camorim, Vargem Grande, Var-gem Pequena -

Ficam mantidos os índices por subzo-

na na ZE-5

Recreio dos Bandeirantes - Ficam Mantidos os índices por subzona

na ZE-5

4

47

Grumari - APA – Critérios Especiais

48 Deodoro, Vila Militar, Campo dos Afonsos, Jardim Sulacap

2,0

49 Magalhães Bastos, Realengo 2,0

50 Padre Miguel, Bangu, Senador Câmara

3,5

Santíssimo, Senador Vasconce-los

2,0 51

Campo Grande 3,5 52 Inhoaíba, Cosmos 2,0 53 Paciência, Santa Cruz 2,0 54 Sepetiba 1,5

5

55 Barra de Guaratiba, Guaratiba, Pedra de Guaratiba

1,5

ANEXO III

DELIMITAÇÃO DAS MACROZONAS DE RESTRiÇÃO A OCUPAÇÃO URBANA

1 - MACIÇO DA TIJUCA Do encontro da Rua Professor Ataíde com a

curva de nível + 100 m do Morro da Formiga na entrada do Túnel Rio Comprido/Laranjeiras, por esta curva de nível, contornando esse Morro e o Morro Dona Marta, na direção oeste, até encontrar a Rua Caio Melo Franco; por esta, até à Rua Enge-nheiro Alfredo Duarte; por esta (excluída), até à Rua Maria Angélica; por esta (excluída), até a Rua J. Carlos (excluída); por esta, até a Rua Jardim Botânico; por esta (excluída), até à Rua Benjamim Batista; por esta (excluída) e pelo seu prolonga-mento, até atingir a curva de nível + 75 m da Serra da Carioca; por esta, na direção oeste, até

encontrar a Rua Pacheco Leão; por esta (excluí-da), até à Rua Jardim Botânico; por esta (incluí-da), até à Rua Major Rubens Vaz e por esta (incluí-da) e pelo seu prolongamento, até encontrar a curva de nível + 100 m do Morro Dois Irmãos; por esta curva de nível até encontrar a Pedra Dois Irmãos; deste ponto, descendo o espigão do mesmo Morro, até ao encontro com a Avenida Niemeyer; por esta (incluída), até à Avenida Pre-feito Mendes de Morais; deste ponto, subindo a linha de cumeada do Morro Dois Irmãos, até atin-gir a curva de nível + 100 m do Morro Dois Ir-mãos; por esta, na direção sudeste, até encontrar a Rua Iposeira; por esta (incluída) e pelo seu pro-longamento até à Estrada do Joá e deste ponto, por uma linha reta, até o litoral; atravessando a auto-estrada Lagoa-Barra; por esta, na direção sudoeste, até à Ponta do Marisco; deste ponto pela linha de cumeada do Morro junto à Ponta do

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Marisco, até à curva de nível + 75 m; por esta, contornando as Serras dos Três Rios e da Carioca, na direção noroeste, até encontrar a Estrada da Barra da Tijuca; por esta, na direção oeste, até à Estrada do Itanhangá; por esta, até à Estrada de Jacarepaguá; por esta (incluída), até ao Largo da Panela; deste ponto, pelo prolongamento da Ave-nida Afonso da Silveira Filho, até atingir a curva de nível + 50 m, da Serra dos Três Rios; por esta curva de nível, na direção noroeste, contornando a Serra dos Três Rios, até encontrar a Rua Tirol; por esta (incluída), na direção leste e pelo seu prolon-gamento, até encontrar a curva de nível + 100 m; por esta, na direção nordeste, contornando as Serras dos Três Rios, cruzando a Avenida Menezes Cortes e Rua José Braga, contornando os Morros da Bica, do Inácio Dias, São Jorge e Careca; atra-vessando as Ruas Vítor Pentagna e Engenheiro Eufrásio e a Avenida Menezes Cortes; contornando os Morros do Andaraí e do Borel; cruzando a Ave-nida Edson Passos, continuando pela cota + 100 m da Serra Carioca; contornando os Morros da For-miga, do Turano, do Mirante e dos Prazeres, até encontrar a Escadaria Cândido de Oliveira; por esta (excluída), na direção leste, até encontrar a Rua Barão de Petrópolis; por esta, na direção sul, até encontrar a entrada do Túnel Rio Comprido-Laranjeiras e deste ponto por uma linha reta sobre o mesmo túnel até ao ponto inicial.

2 - URCA Do entroncamento da Avenida João Luís Alves

com a Avenida São Sebastião, seguindo pelo lito-ral, contornando o Morro Cara de Cão e o Morro do Pão de Açúcar até à Praia Vermelha; deste ponto, por uma linha reta, na direção sul, até à curva de nível + 25 m; seguindo por esta curva de nível, contornando o Morro da Urca, até encontrar o prolongamento da Rua Joaquim Caetano; deste ponto, por uma linha reta, até ao ponto inicial.

3 - LEME Do entroncamento da Praça Almirante Júlio de

Noronha (incluída), com a Rua Gustavo Sampaio, seguindo por esta (excluída), até à Rua Aureliano Leal, seguindo por esta (excluída) e pelo seu pro-longamento, até encontrar a curva de nível + 50 m; por esta curva de nível, na direção oeste, con-tornando os Morros da Babilônia e de São João, até encontrar as Ladeiras dos Tabajaras; subindo por esta, até ao seu encontro com a Rua Euclides da Rocha; deste ponto, por uma linha reta, pela vertente leste do Morro de São João; subindo por esta vertente, até encontrar a curva de nível + 100 m; seguindo por esta curva de nível, na dire-ção nordeste, contornando o Morro de São João, até encontrar uma linha reta traçada perpendicu-larmente à Ladeira do Leme do ponto que esta

encontra a curva de nível + 25 m; seguindo por esta curva de nível, contornando o Morro da Babi-lônia, até ao seu ponto mais próximo da Praia Vermelha; daí, por uma linha reta, até encontrar essa praia; desse ponto, seguindo pelo litoral, contornando os Morros do Urubu e do Leme, até encontrar o início da praia do Leme; deste ponto, por uma reta, até ao ponto inicial.

4 - SERRA DO ENGENHO NOVO Curva de nível de 50 metros. 5 - SERRA DA MISERICÓRDIA Do entroncamento da Rua Maracá com a Ave-

nida Automóvel Clube; por esta (excluída), na direção noroeste até atingir a curva de nível + 50m; por esta curva de nível, contornando a Serra da Misericórdia, até encontrar o prolongamento da Rua Major Vítor Hugo; por esta, até atingir a curva de nível + 100m; por esta curva de nível, na dire-ção leste, contornando a Serra da Misericórdia, até encontrar o prolongamento da Rua Edmundo Pe-reira; por este, até atingir a curva de nível + 50m; por esta curva de nível, na direção oeste, até en-contrar a Rua Maracá; por esta (excluída), até ao ponto inicial.

6 - CACUIA Do entroncamento da Estrada do Rio Jequiá com

a Rua Ipiru; deste ponto, até ao litoral; por este, na direção oeste, até encontrar o prolongamento da Avenida Almirante Fontenele; seguindo por este e pela Avenida Almirante Fontenele (incluída), até encontrar a Avenida Almirante Alves Câmara Júnior; por esta (incluída), até à Estrada da Bica; por esta (excluída), até encontrar a Estrada do Rio Jequiá; por esta (excluída), até ao ponto inicial.

7 - FREGUESIA (ILHA DO GOVERNADOR) Do encontro do prolongamento da Rua Manoel

Marreiros com o litoral; por este, na direção nor-deste, até encontrar o prolongamento da Travessa Teotônio Freire, por esta (excluída), até à Estrada do Pinhão; por esta (excluída), na direção sudoes-te, até ao seu encontro com a Rua Paraim; por esta (excluída), até à Rua Coronel Rogaciano Men-des; por esta (excluída), até à Rua Miritiba; deste ponto, por uma linha reta, até o final da Rua Ma-rau; por esta (excluída), até atingir a curva de nível + 25m do Morro Bela Vista; por esta curva de nível, na direção leste, até a Rua Magno Mar-tins; por esta, na direção noroeste, até à Rua das Araras; por esta (excluída), até à Rua ltacuá; por esta (excluída), até à Estrada da Porteira; por esta (excluída), até à Rua Tremembé; por esta (excluí-da), na direção noroeste, até à Rua João Teles de Menezes; por esta (excluída), na direção oeste, até à Rua Doutor Manoel Marreiros; por esta (ex-

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cluída), na direção noroeste, até ao ponto inicial. 8 - MORRO DO JURAMENTO Do encontro da Rua Domingos da Silva com a

curva de nível + 50m; por esta curva de nível, na direção nordeste, contornando o Morro do Jura-mento, até à Rua dos Lírios; por esta e pelo seu prolongamento, até atingir a curva de nível + 75m; por esta, na direção oeste, até encontrar o prolongamento da Rua Açaí, até encontrar a curva de nível + 75m; por esta curva de nível, na dire-ção sudoeste, até à Travessa Henrique Azevedo; por esta, na direção norte, até atingir a curva de nível + 100m; por esta curva de nível, na direção oeste, contornando os Morros do Dendê e da Ser-rinha, até encontrar o prolongamento da Rua Do-mingos da Silva; por este, até ao ponto inicial.

9 - MORRO DO SAPÊ Curva de nível de 100 metros. 10 - MORRO COSTA BARROS Curva de nível de 50 metros. 11 - GERICINÓ Do entroncamento da Rua Argos com a Avenida

Brasil; por esta (incluído o lado par), até à Avenida Marechal Alencastro; por esta (excluída), até encon-trar a reta paralela e distante trezentos metros da Avenida Brasil; por esta (incluída), na direção sudo-este, até atingir a curva de nível + 35m do Morro do Jaques; por esta curva de nível, na direção sudoeste, contornando os Morros do Jaques, Monte Alegre e do Batã, até encontrar a Rua H do Projeto Aprovado de Loteamento número 8.793; pelo prolongamento da Rua H, até encontrar a Avenida Brasil; por esta (ex-cluída), até encontrar o limite da Zona Especial 7; por este, até ao limite entre os Municípios do Rio de Janeiro e de Nilópolis; por esta, até encontrar a Rua Otacílio Pedro Vasco; por esta (excluída) e pelo seu prolongamento, até à Rua Boaçu; por esta (incluído o lado ímpar), até à Rua Aripuã; por esta (excluída) e pelo seu prolongamento, até encontrar a Avenida Nazaré; por esta (excluída), até à Rua Paraúna; por esta (excluída), até à Rua Lobo; por esta (incluído o lado par), até à Rua Araí; por esta (incluída o lado par), até à Estrada do Camboatá; por esta (incluído o lado ímpar), até à Rua Marcos de Macedo; por esta (incluído o lado ímpar), até à Rua Condor; por esta (incluído o lado ímpar), até à Rua dos Argos; por esta (incluído o lado ímpar), até ao ponto inicial.

12 - GUARATIBA/MACIÇO DA PEDRA

BRANCA Do encontro do Canal Cortado com a Estrada Ve-

reador Alceu de Carvalho; por esta (excluída), até ao encontro do Canal de Sernambetiba com o litoral; por este, incluído a Restinga da Marambaia, até à Avenida

Carlos da Silva Rocha; por esta (excluída), até à Rua Centro e Trinta e Dois do Projeto Aprovado de Lotea-mento número 6.172; deste ponto, por uma linha reta, até ao ponto de confluência da Rua Serra da Saudade com a Estrada da Capoeira Grande; por esta (excluída), até ao encontro com a Rua B Dois do Pro-jeto Aprovado de Loteamento número 6.466; por esta (excluída) e pelo seu prolongamento; até encontrar a curva de nível + 50m da Serra da Capoeira Grande; por esta, na direção sudoeste, contornando a Serra da Capoeira Grande, até ao ponto mais próximo da Ave-nida das Américas; deste ponto, por uma linha reta perpendicular à Avenida das Américas, até encontrá-la; por esta (excluída), na direção oeste, até à Estrada da Pedra; por esta (excluída), na direção sul, até o encontro com a Rua Francisco Vilhena; por esta (ex-cluída), até à Rua Professor Charles Lachmund; por esta (excluída), até à Rua Vasco Lima, por esta (ex-cluída), até encontrar o prolongamento da Rua Mata-razzo; por esta (excluída), até à Avenida Levi Neves; por esta (excluída), até à Avenida Oswald de Andra-de; por esta (excluída), até à Rua Antônio Pereira da Silva; por esta, até à Rua Tasso de Figueiredo; por esta (excluída), até o litoral; por este, na direção oes-te, até encontrar a reta perpendicular à Estrada São Tarcísio no seu ponto de confluência com a Rua Leila Lopes; pela Estrada São Tarcísio (excluída), na dire-ção norte, até à Estrada Santa Veridiana; por esta (excluída), até à Estrada do Piaí; por esta (excluída), até à Estrada Vasconcelos; por esta (excluída), até à Estrada de Sepetiba; por esta (excluída), na direção sudoeste, até encontrar o prolongamento da Rua Itamogi; por esta, até encontrar a Rua Itamogi; por esta (excluída), até à Rua Buritizal; pela Rua Buritizal (excluída), na direção sudoeste e pelo seu prolon-gamento, até encontrar a Rua da Guarda; por esta (incluída), na direção sudoeste, até à confluência com a Estrada da Praia de Sepetiba; deste ponto, por uma linha reta até o litoral; por este, na direção noroeste, até ao Rio da Guarda; por este, até ao Canal de Santo Agostinho; por este, até encontrar o Canal de São Francisco; por este, na direção nordeste, até encon-trar a linha da Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima; por esta, na direção sudeste, até encontrar a Estrada do Itá; por esta, até encontrar a Avenida Prado Júnior; por esta (excluída), até encontrar o limite da Zona Especial 7; por este, até encontrar uma linha imaginária paralela e distante setecentos metros da Avenida Prado Júnior; por esta linha, na direção sudeste, até à Estrada Vítor Dumas; por esta (excluí-da), na direção sul, até encontrar a Estrada São Do-mingos Sávio; por esta (excluída), até à Estrada de Sepetiba; por esta (excluída), na direção sul, até en-contrar o limite sul do Projeto Aprovado de Loteamen-to número 20.509; por este, até à Rua Dezessete do mesmo Projeto Aprovado de Loteamento; por esta (excluída) e pelo seu prolongamento até encontrar a Estrada Tasso Blaso; por esta (excluída), na direção

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sudeste, até à Estrada Santa Veridiana; por esta (ex-cluída), na direção norte, até encontrar a Estrada da Pedra; por esta (excluída), até à Rua F do Projeto Aprovado de Loteamento número 26.224; por esta (excluída), até atingir o limite sudoeste do Conjunto Habitacional Doutor Otacílio Camará; por este até atingir a linha de cumeada do Morro da Joaquina; por esta, até encontrar a Estrada do Massapê; por esta (incluída), na direção noroeste, até encontrar a curva de nível + 25m; por esta, na direção noroeste, até encontrar a projeção da linha de transmissão da Li-ght;- por esta, na direção nordeste, até encontrar a curva de nível + 100m do Morro de Santa Eugênia; por esta, na direção nordeste, contornando a Serra do Cantagalo, até encontrar a Estrada do Canhangá; por esta (incluída), na direção sudeste, até encontrar a Estrada do Magarça; por esta (excluída), na direção sudoeste, até encontrar a Estrada do Cachimbau; por esta (incluída), até à Estrada do Aterrado do Rio; por esta (incluída), na direção sul, até à Estrada General Pessoa Cavalcanti; por esta (incluída), até a Estrada da Cachamorra; por esta (excluída), na direção leste, até encontrar a Estrada dos Caboclos; por esta (inclu-ída), até à Estrada do Cabuçu; por esta (excluída), na direção noroeste, até ao entroncamento da Estrada do Cabuçu com a Avenida Glicínia; deste ponto, pela Rua Augusta (excluída), até à Rua do Turista; por esta (incluída) e pelo seu prolongamento, até atingir a curva de nível + 50m; por esta, na direção leste, até encontrar o prolongamento do Caminho do Veloso; por este (incluído), na direção norte, até à Estrada Moriçaba; por esta (excluída), até encontrar a Rua Cláudio Ganns; deste ponto, por uma perpendicular à Estrada Moriçaba, passando pela Rua Cláudio Ganns (excluída), até encontrar a curva de nível + 60m; por esta, contornando o Maciço da Pedra Branca, na dire-ção nordeste, até encontrar o prolongamento da Rua Capitão Borges do Couto; por esta (excluída), até ao seu início; deste ponto, pelo seu prolongamento a curva de nível + 75m; por esta, na direção sudeste, contornando o Macíço da Pedra Branca, até ao encon-tro com a Rua Guilherme Veloso; por esta (excluída), até ao ponto de encontro com a curva de nível + 50m; por esta, na direção oeste, contornando o Maci-ço da Pedra Branca, até encontrar a Estrada da Boiú-na no seu ponto mais próximo à Estrada dos Teixei-ras; pela Estrada da Boiúna (incluída), na direção sudoeste, até encontrar a Estrada do Rio Grande (ex-cluída), até à Estrada da Ligação; por esta (excluída), até à Estrada do Outeiro Santo; por esta (excluída), até à Praça São Casemiro (excluída); pela Estrada do Guerenguê (excluída), até à Rua André Rocha; por esta (excluída), até à Estrada da Curicica; por esta (excluída), até a Estrada do Calmete; deste ponto, pelo prolongamento da Estrada do Calmete, até en-contrar a curva de nível + 50m do Morro Dois Irmãos; por esta, contornando na direção sul, até ao encontro com a Estrada Frei Tibúrcio; por esta (incluída), na

direção sudeste, até à Estrada dos Bandeirantes; por esta (excluída) na direção sudoeste, até à Estrada Benvindo de Novais; por esta (excluída), até ao seu encontro com o Canal do Cortado; por este, na dire-ção sudoeste, até ao ponto inicial.

13 - MENDANHA Do entroncamento da Estrada do Mendanha

com o caminho sobre a adutora do Guandu; por este (incluído), na direção oeste, até encontrar o limite do Projeto Aprovado de Loteamento número 35.779; por este limite, até encontrar a Estrada do Pedrego-so; por esta (incluída), na direção sudoeste, até encontrar o Rio da Prata do Mendanha; seguindo por este, na direção sudoeste (incluído), e pelo Rio Guandu-Mirim (incluído), até encontrar o limite entre os Municípios do Rio de Janeiro e Nilópolis; por este limite, até encontrar a curva de nível + 50m da Ser-ra do Mendanha, por esta curva de nível, contornan-do o Morro do Capim Melado, até encontrar o pro-longamento da Estrada General Afonso de Carvalho; por este prolongamento até encontrar o entronca-mento da Estrada General Afonso de Carvalho com a Estrada do Gericinó; por esta (excluída), até à Estra-da do Guandu do Sena; pela Estrada do Guandu do Sena (excluída) até ao encontro desta com o prolon-gamento da Rua Viúva Guerreiro; por esta (excluí-da), até à Travessa Sucre; por esta (excluída), até à Travessa Sorrento; por esta (excluída), até encontrar a Rua Júlio Reis; por esta (excluída), até ao seu fi-nal; deste ponto, por uma linha reta, até à Rua Ota-viano Romeiro; por esta (excluída), até ao seu início; deste ponto, por uma linha reta, até ao início da Estrada Sargento Miguel Filho; por esta (excluída), até ao seu final; pelo prolongamento da Estrada Sargento Miguel Filho, até encontrar a curva de nível + 75m do Morro dos Coqueiros; por esta curva de nível, contornando os Morros do Cafuá, dos Coquei-ros e da Bandeira, descendo o espigão do Morro da Bandeira, até encontrar o entroncamento da Rua Teixeira Campos com a Estrada dos Sete Riachos; por esta, até à projeção da linha de transmissão; por esta linha, até encontrar a curva de nível + 50m; por esta curva de nível, na direção oeste, contornando o Morro do Taquara, até encontrar a Rua Caiará; por esta (incluída), até a Estrada dos Sete Riachos; por esta (incluída), na direção noroeste, até um ponto a duzentos metros do seu encontro com a Rua Caiará; deste ponto, por uma linha reta, até ao final do Ca-minho do Quitungo; por este (excluído), até encon-trar o limite do Projeto Aprovado de Loteamento número 24.477; pelo limite da área loteada desse Projeto Aprovado de Loteamento, até encontrar o Caminho do Ceará; por este (excluído), até encon-trar o prolongamento da Rua do Paraense; por esta (excluída), até à Estrada do Mendanha; por esta (excluída), até ao ponto inicial.

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

112

14 - MORRO DA POSSE Curva de nível 50 metros. 15 - MORRO DAS PAINEIRAS Curva de nível 50 metros. 16 - MORRO LUÍS BOM Curva de nível 50 metros. 17 - MORRO DO SANTÍSSIMO Curva de nível 50 metros. 18 - MORRO MONTE ALEGRE Curva de nível 50 metros. 19 - MORRO JOÃO VICENTE Curva de nível 50 metros. 20 - MORRO DA PACIÊNCIA Curva de nível 50 metros. 21 - MORRO DO SILVÉRIO Curva de nível 25 metros. 22 - PIAÍ Do encontro da Estrada do Piaí com a Rua To-

lândia; por esta, na direção sul, até o litoral; por este, na direção sudeste, até encontrar a Rua Ma-estro Deozílio; por esta, até ao encontro com a Estrada da Pedra; por esta, na direção norte, até à Estrada do Piaí; por esta, até ao ponto inicial.

23 - PALMARES Área delimitada a partir da confluência do leito

do Rio Guandu-Mirim com a antiga Estrada Rio-São Paulo; por esta (incluído apenas o lado ímpar), na direção sul, até o entroncamento com a Avenida Brasil; por esta, na direção sudoeste, excluídos os terrenos lindeiros do lado par compreendidos numa faixa com duzentos metros, até encontrar o prolon-gamento do limite nordeste do Conjunto Habitacional Manguariba; por este prolongamento e pelos limites nordeste e noroeste desse Conjunto Habitacional, até encontrar o Caminho do Cavalo de Pau; por este (incluído apenas o lado ímpar), na direção sul, até à Estrada dos Palmares; por esta (incluído apenas o lado par), na direção oeste, até à Estrada do Morro do Ar; por esta (incluído apenas o lado ímpar), na direção sudoeste, até encontrar o leito do Rio Cação Vermelho; por este, na direção noroeste, até encon-trar o leito do Canal do Itá; por este, na direção sudoeste, até encontrar o prolongamento do limite nordeste do Projeto Aprovado de Loteamento núme-ro 40.190; por este prolongamento e pelo limite nordeste, cruzando o Canal do Guandu, até encon-trar o limite nordeste do Conjunto Habitacional Guandu; por este e pelo limite noroeste do Conjunto Habitacional João XXIII; por este limite e pelo seu

prolongamento, na direção noroeste, até encontrar a Estrada da Reta do Rio Grande; por esta (incluído apenas o lado par); na direção nordeste, até encon-trar o limite nordeste do Projeto Aprovado de Lotea-mento número 38.456; por esse limite, até ao leito do Canal São Fernando; por este, na direção nordes-te, até encontrar o prolongamento do limite nordeste do Projeto Aprovado de Loteamento número 38.798; por esse limite e pelo seu prolongamento, até encon-trar o leito do Canal de São Francisco; por este, na direção nordeste, até encontrar o limite do Município de Nova Iguaçu; por esse limite, na direção leste, até encontrar o leito do Rio Guandu-Mirim; por este, na direção leste, até ao ponto de partida.

24 - MORRO DO FURADO Curva de nível 50 metros. 25 - LAGOINHA Do encontro da Estrada Benvindo de Novais

com a Avenida Jarbas de Carvalho; por esta (ex-cluída), contornando a Lagoinha, no sentido sudo-este, até encontrar a Estrada Benvindo de Novais; por esta (excluída), até ao ponto inicial.

26 - LAGOA DA TIJUCA E JACAREPAGUÁ Do entroncamento da Avenida Arenópolis com

a Avenida Embaixador Abelardo Bueno; por esta (excluída), até ao Arroio Pavuna; a partir deste ponto pela faixa de proteção da SERLA da Lagoa do Camorim; por esta, até à faixa de proteção da Lagoa da Tijuca; por esta, até encontrar a Estrada do Itanhangá no seu ponto mais próximo das margens da Lagoa da Tijuca; pela Estrada do Ita-nhangá (excluída), até à Praça Desembargador Araújo Jorge (excluída); deste ponto, pela faixa de proteção do Canal da Lagoa da Tijuca (margem direita), até ao litoral; retornando pela faixa de proteção da margem direita do Canal da Lagoa da Tijuca até à Lagoa da Tijuca; e pela faixa de pro-teção da Lagoa da Tijuca até encontrar a Vila Par-que do Projeto Aprovado de Loteamento número 27.560; por esta e pelo seu prolongamento, até encontrar a faixa de proteção da Lagoa de Jacare-paguá; por esta, até encontrar a Avenida Arenópo-lis; por esta até ao ponto inicial.

27 - LAGOA DE MARAPENDI Da Avenida Arenópolis, em seu encontro com a

Via 2 do Projeto Aprovado de Alinhamento número 8.997, até seu encontro com a via de ligação daquela à Avenida Sernambetiba; pela linha perpendicular ao Oceano Atlântico que contém o encontro da Avenida Sernambetiba com a via de ligação desta, à Avenida Arenópolis; pelo Oceano Atlântico; pela linha perpen-dicular ao Oceano Atlântico que contém o encontro da Avenida Sernambetiba com limite oeste do Projeto Aprovado de Loteamento número 38.021 até seu

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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encontro com a Avenida Alvorada; pela linha reta que atravessa a Avenida Alvorada e contém os encontros desta com os limites norte e leste do Projeto Aprova-do de Loteamento número 37.474; de seu encontro com a Avenida Alvorada, até ao seu encontro com o lado norte da Avenida Sernambetiba; pelo lado norte da Avenida Sernambetiba; de seu encontro com o limite leste do Projeto Aprovado de Loteamento nú-mero 37.474 até ao seu encontro com a Via Parque do Projeto Aprovado de Loteamento número 27.560; pela Via Parque do Projeto Aprovado de Loteamento número 27.560, de seu encontro com o lado norte da Avenida Sernambetiba, até ao seu encontro com o lado sul da Via 2 do Projeto de Alinhamento número 8.997; pelo lado da Via 2 do Projeto de Alinhamento número 8.997 de seu encontro com a Via Parque do Projeto Aprovado de Loteamento número 27.560 até ao seu encontro com a Lagoa da Tijuca; pela linha reta que atravessa o Canal de Marapendi e contém os encontros da Lagoa da Tijuca com os lados norte e sul da Via 2 do Projeto de Alinhamento número 8.997; pelo lado norte da Via 2 do Projeto de Alinhamento número 8.997 do seu encontro com a Lagoa da Tijuca até ao seu encontro com a Rua Professor Alfredo Co

lombo; pela Rua Professor Alfredo Colombo, pela Avenida das Américas, de seu encontro com a Rua Professor Colombo, até ao encontro com a Avenida Mário Fernandes Guedes; pela Avenida Mário Fernan-des Guedes; pela Via 2 do Projeto de Alinhamento número 8.997 de seu encontro com a Avenida Moisés Castelo Branco Filho; pela Avenida Moisés Castelo Branco Filho, pela Avenida das Américas, de seu en-contro com a Avenida Moisés Castelo Branco Filho, até ao seu encontro com a Avenida Otávio Dupont; pela Avenida Otávio Dupont; pela Via 2 do Projeto de Ali-nhamento número 8.997, de seu encontro com a Avenida Aeronópolis, até ao ponto inicial.

28 - MORRO DO RANGEL Curva de nível 50 metros. 29 - MORRO SITUADO ENTRE A ESTRADA

DO CAPENHA, A RUA GEMINIANO GÓIS E A RUA ARAGUAIA.

Curva de nível 100 metros. 30 - MORRO DO BARRO VERMELHO Curva de nível 100 metros.

ANEXO IV

ÁREAS SUJEITAS A INTERVENÇÃO DO PODER PÚBLICO PARA ESTRUTURAÇÃO E REGULARIZA-ÇÃO, REESTRUTURAÇÃO E PROTEÇÃO AMBIENTAL.

[Com a redação dada pela Lei Complementar n.º 19, de 14/12/1992.]

Áreas sujeitas a

estruturação e re-

gulamentação

Favelas e loteamentos irregulares existentes até a data da publicação desta lei, exce-tuados aqueles situados em áreas de risco, nas faixas marginais de proteção de águas superficiais e nas faixas de domínio de estradas municipais, estaduais e federais res-peitados os artigos 142 e 143 da Lei Complementar n.º 16, de 04 de junho de 1992. Conjuntos habitacionais existentes

Áreas objetos de reestruturação

Área de Planjamen-

to (AP)

Unidade espacial de planejamento

(UEP) Bairros

Área Portuária 1 01 Saúde, Santo Cristo, Gamboa. Bairro do Caju 02 Caju

2 08 Flamengo, Glória, Laranjeiras, Catete.

Áreas remanescen-tes da implantação do Metrô 09 Botafogo. 16 Tijuca, Praça da Bandeira

3 24 Higienópolis, Jacaré, Maria da Graça, Del Castilho.

25 Inhaúma, Engenho da Rainha, Tomás Coelho.

30 Irajá, Colégio.

Áreas sujeitas a

reestabilização

Áreas descritas no Decreto n.º 1.271, de 27 de outubro de 1977 (Áreas Rema-nescentes do Metrô/ZE-9) 39 Barros Filho, Costa Barros,

Pavuna.

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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Áreas objetos de reestruturação

Área de Planjamen-

to (AP)

Unidade espacial de planejamento

(UEP) Bairros

Áreas afetadas pela implantação da Linha Vermelha, e áreas do Saco do Rio Jequiá

3 35 Ribeira, Zumbi, Cacuia, Pi-tangueiras, Praia da Bandeira, Cocotá, Bancários, Freguesia, Jardim Guanabara, Jardim Cari-oca, Tauá, Moneró, Portuguesa.

Áreas afetadas pela implantação da Linha Vermelha

3 39 Barros Filho, Costa Barros, Pavuna.

Área de expansão do centro de comércio e serviços da Taqua-ra/Tanque

4 43 Taquara, Tanque.

Áreas sujeitas a

Reestabilização

Área de expansão do Centro de Comércio e Serviços de Campo Grande

5 51 Campo Grande

Áreas sujeitas a proteção

ambiental

Áreas situadas na Macrozona de restrição à ocupação urbana (anexo III da Lei Com-plementar n.º 16, de 04 de junho de 1992), passíveis de só tornarem unidades de conservação ambiental. Áreas de preservação permanente, entendidas como aquelas descritas na Lei Orgânica do Município em seu artigo 463, inciso IX. Áreas que integram o patrimônio paisagístico e cultural relacionadas, por Áreas de Planeja-mento, nos artigos 64, 66, 68, 70 e 72 da Lei Complementar n.º 16, de 04 de junho de 1992. Áreas consideradas como Zona Especial 1 (ZE-1) descritas no artigo 163, e seus pa-rágrafos, do Decreto n.º 322, de 03 de março de 1976.

ANEXO V

ÁREAS DE PLANEJAMENTO

Área de

Planejamento (AP)

REGIÃO ADMINISTRATIVA (RA)

I RA – Portuária II RA – Centro III RA – Rio Comprido VII RA – São Cristóvão XXI RA – Ilha de Paquetá

AP-1

XXIII RA – Santa Teresa IV RA – Botafogo V RA – Copacabana VI RA – Lagoa

VIII RA – Tijuca IX RA – Vila Isabel

AP-2

XXVII RA – Rocinha X RA – Ramos XI RA – Penha XII RA – Inhaúma XIII RA – Méier XIV RA – Irajá

AP-3

XV RA – Madureira

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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XX RA – Ilha do Governador XXII RA – Anchieta XXV RA – Pavuna

XXVIII RA – Jacarezinho XXIX RA – Complexo do Morro do Alemão

AP-3

XXX RA – Complexo da Maré XVI RA – Jacarepaguá AP-4 XXIV RA – Barra da Tijuca XVII RA – Bangu XVIII RA – Campo Grande XIX RA – Santa Cruz

AP-5

XXVI RA – Guaratiba

ANEXO V-A

SUBÁREAS DE PLANEJAMENTO

Subárea de Planejamento

(AP)

REGIÃO ADMINISTRATIVA (RA)

I RA – Portuária II RA – Centro 1-A VII RA – São Cristóvão III RA – Rio Comprido 1-B

XXIII RA – Santa Teresa 1-C XXI RA – Ilha de Paquetá

IV RA – Botafogo 2-A VI RA – Lagoa

2-B V RA – Copacabana VIII RA – Tijuca 2-C IX RA – Vila Isabel

2-D XXVII RA – Rocinha X RA – Ramos XI RA – Penha 3-A

XXX RA – Complexo da Maré XII RA – Inhaúma XIII RA – Méier

XXVIII RA – Jacarezinho 3-B

XXIX RA – Complexo do Morro do Alemão XIV RA – Irajá 3-C XV RA – Madureira

3-D XX RA – Ilha do Governador XXII RA – Anchieta 3-E XXV RA – Pavuna

ANEXO VI

UNIDADES ESPACIAIS DE PLANEJAMENTO (UEP) PRIORITÁRIAS PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS DE ESTRUTURAÇÃO URBANA (PEU).

[Com a redação dada pela Lei Complementar n.º 19, de 14/12/1992.]

Áreas de Planejamento

Bairros (UEP)

Caju 02 1 Centro 03

Saúde, Santo Cristo, Gamboa (exceto na área da APA descrita na Lei n.º 971, de 04 de maio de 1981, regulamen-tada pelo Decreto n.º 7.351, de 14 de janeiro de 1988).

01

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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Copacabana, Leme 11 Tijuca, Praça da Bandeira 16 2 Alto da Boa Vista 17 Madureira, Campinho, Vaz Lobo 31 Higienópolis, Jacaré, Maria da Graça, Del Castilho 24 Inhaúma, Tomás Coelho, Engenho da Rainha 25

3

Vista Alegre, Irajá, Colégio 30 Taquara, Tanque 43 Barra da Tijuca, Itanhangá, Joá 45 4 Pechincha, Freguesia 42 Campo Grande, Santíssimo, Senador Vasconcelos 51 Deodoro, Vila Militar, Campo dos Afonsos, Jardim Sulacap 48 Magalhães Bastos, Realengo 49

5

Inhoaíba, Cosmos 52

ANEXO VII

ESTRUTURA URBANA BÁSICA, COM REDE ESTRUTURAL DE TRANSPORTE

[Com a redação dada pela Lei Complementar n.º 19, de 14/12/1992.]

A) Sistemas de Centros de Comércio e Serviços

Categoria/ Hierarquia

Bairro Unidade

Espacial de Planejamento

Centro (ACN) 03 Copacabana 11 Madureira 31 Tanque / Taquara 43

1.º) Centro de al-cance metropolitano

Campo Grande 51 2.º) Centro de al-cance municipal

Estácio 04

Botafogo 09 Ipanema 12 Leblon 12 Tijuca 16 Bonsucesso 21 Ramos 21 Penha Circular 22 Méier 27 Irajá 30 Bairros da Ilha do Governador 35 Pavuna 39 Barra da Tijuca 45 Bangu 50 3.º) Centro de al-cance local

Os centros de alcance local a serem definidos nos Projetos de Estruturação Urbana, correspondem aos núcleos de comércio e serviços dos demais bairros

Fazenda Botafogo 38/39 Campo Grande* 51 Paciência 53 Palmares* 53/51

Zona de uso estri-tamente industrial (ZEI)

Santa Cruz 51 Caju 02 São Cristóvão 05 Jacaré-Manguinhos 20/24 Bonsucesso-Penha 21/22/24

Zonas indus-triais

Zonas de uso pre-do-minantemente industrial (ZUPI)

Projeto Rio 20/21/22/23

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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Del Castilho-Inhaúma 24/25/27/28 Acari-Vigário Geral 23/30/38/39 Guadalupe 37/39/48 Jacarepaguá 40/41/43 Camorim 40 Curicica 40/41 Bangu 50 Campo Grande* 51 Inhoaíba 52 Palmares* 53 Santa Cruz 53 Guaratiba 55 Bio-Tecnologia 36 Cine-Vídeo e Comunicação 40 Ótica 40 Tecnologia II 40 Tecnologia I 41 Confecção 46 Calçadista 50

Pólos industri-ais

Zona estritamente in-dustrial (ZEI)

Alumínio e Fundição 53 * Incluídos na Zona Econômica Exclusiva.

B) Rede Estrutural de Transportes

Modo Corredor Principais Centros de

Comércio e Serviços A-tendidos

Unidade Espacial de

Planejamento Rodoviário 04 Estácio-Praça XV de No-

vembro (linha 2) Estácio (2) Centro Praça XV de No-vembro (1) 03

Botafogo-Copacabana Botafogo (2) 09 Copacabana (1) 11 Tijuca-Gavéa Tijuca (2) 16 Gávea (3) 14

Copacabana (1) 11

Proposto

Copacabana-Ipanema (Linha 1) Ipanema (1) 12

Tijuca (2) 16 Estácio (2) 04 Centro (1) 03 Flamengo (3) 08

Tijuca-Botafogo (Linha 1)

Botafogo (2) 09 Estácio (2) 04 São Cristóvão (3) 05

Existente

Estácio-Pavuna (Linha 2)

Pavuna (3) 39

Hidroviário Praça XV de Novembro- Centro (1) 03 Barra da Tijuca Barra da Tijuca (2) 45 Praça XV de Novembro- Centro (1) 03 São Gonçalo São Gonçalo - Marina da Glória-Ilha do Flamengo (3) 08

Proposto

Governador Ilha do Governador (2) 35

Praça XV de Novembro- Centro (1) 03 Ilha do Governador Ilha do Governador 35 Praça XV de Novembro – Centro (1) 03 Paquetá Paquetá (3) 06

Ex i ste Praça XV de Novembro – Centro (1) 03

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

118

nte

Niterói Niterói -

Penha (2) 22 Irajá (2) 30 Madureira (1) 31 Taquara (1) 43 Tanque (1) 43

Rodoviário Proposto

Penha-Barra da Tijuca (T5)

Barra da Tijuca (2) 45

São Cristóvão (3) 05 Ilha do Governador (2) 35

São Cristóvão – Rodovia Washington Luís (via Linha Vermelha) Duque de Caxias -

Ilha do Governador (2) 35 Bonsucesso (2) 21 Tanque (1) 43

Proposto

Ilha do Governador – Jacarepaguá (Via Túnel da Covanca)

Taquara (1) 43

Bangu (2) 50 Penha Circular (2) 22 Ramos (2) 21 Bonsucesso (2) 21

Bangu – Centro (Av. Brasil)

Centro (1) 03 Ilha do Governador (2) 35 Ramos (2) 21 Bonsucesso(2) 21

Ilha do Governador – Centro (Av. Brasil)

Centro (1) 03 Gávea (3) 14 Botafogo (2) 09

Gávea-Centro (Via Botafogo)

Centro (1) 03 Gávea (3) 14 Leblon (2) 12

Gávea-Centro (Via Copacabana)

Ipanema (2) 12 Copacabana (1) 11 Botafogo (2) 09 Centro (1) 03 Ipanema – Rodoviária Ipanema (2) 12 (Via Túnel Rebouças) Estácio (2) 04 Santo Cristo (3) 01

Leblon (2) 12 Estácio (2) 04

Leblon-São Cristóvão (Via Túnel Rebouças)

São Cristóvão (3) 05 Copacabana (1) 11 Estácio (2) 04

Copacabana – São Cris-tóvão (via - Túnel Re-bouças) São Cristóvão (3) 05 Botafogo-Portuária Botafogo (2) 09

Catumbi (3) 04 (Via Túnel Santa Bárba-ra) Santo Cristo (3) 01 Irajá-S. J. de Meriti Irajá (2) 30 (via Rod. Pres. Dutra) São João de Meriti -

Anchieta (3) 37 Anchieta-Pavuna (Via Est. do Rio do Pau-Viaduto da Pavuna

Pavuna (2) 39

Irajá (2) 30

Rodoviário

existente

Irajá-Duque de Caxias (Via Rodovia Washington Luís)

Duque de Caxias -

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

119

Barra da Tijuca (2) 45 B. da Tijuca-Gávea Gávea (3) 14

Vila-Isabel-Taquara Vila Isabel (3) 18 (Via Estrada Grajaú-Jacarepaguá)

Taquara (1) 43

Bangu-Madureira Bangu (2) 50 (Via Campo dos Afonsos) Madureira (1) 31

Bangu (2) 50 Taquara (1) 43

Bangu-Largo do Tanque (Via Estr. do Cafundá)

Tanque (1) 43 Santa Cruz-Deodoro Santa Cruz (3) 53

Campo Grande (1) 51 Bangu (2) 50

(Via Estr. do Morro do Ar e Av. Brasil

Deodoro (3) 48 Campo Grande (1) 51 Bangu (2) 50

Campo Grande-Deodoro (Via Estr. do Mendanha-Av.Brasil) Deodoro (3) 48 Largo do Tanque- Tanque (1) 43 Deodoro (V. Estr. do Ca-fundá)

Deodoro (3) 48

Santa Cruz (3) 53 Santa Cruz-Estrada de Sepetiba (Via Av. Felipe Cardoso)

Sepetiba (3) 54

Santa Cruz (3) 53 Santa Cruz-Pedra de Guaratiba (Via Av. Felipe Cardoso)

Pedra de Guaratiba (3) 55

Santa Cruz (3) 53 Santa Cruz-Barra de Guaratiba (Via Rodovia RJ-071)

Pedra de Guaratiba (3) 55

Campo Grande (1) 51 Campo Grande-Barra de Guaratiba (Via Estr. do Monteiro)

Barra de Guaratiba (3) 55

Campo Grande (1) 51 Campo Grande-Barra da Tijuca (Via Av. das Amé-ricas)

Barra da Tijuca (2) 45

R. dos Bandeirantes 47 Recreio dos Bandeiran-tes-Tanque (Via Estrada dos Bandeirantes)

Tanque 43

Campo Grande 51 Campo Grande-Nova Iguaçu (Via Antiga Estrada Rio-São Paulo)

Nova Iguaçu -

Santa Cruz (3) 53 Itaguaí -

Santa Cruz-Itaguaí (Via Rod. Rio-Santos)

Santa Cruz (3) 53

Rodoviário

Existente

Santa Cruz-Sepetiba (Via Rod. RJ-071 – Estrada de Sepetiba)

Sepetiba (3) 54

Campo Grande (1) 51 Rodoviário Campo Grande-Itaguaí (Via Antiga Estrada Rio-São Paulo e Rod. Rio Santos)

Itaguaí -

Centro (1) 03 Méier (2) 27 Madureira (1) 31 Bangu (2) 50 Campo Grande (1) 51

D. Pedro II – Santa Cruz (Ramal Centro)

Santa Cruz (3) 53

Ferroviário Existen D. Pedro II – Japeri Centro (1) 03

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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Madureira (Magno) (2) 31 (Linha Auxiliar) Deodoro (3) 48 Centro (1) 03 Madureira (Magno) (2) 31

D. Pedro II – Belford Roxo (Linha Auxiliar Pavuna (2) 39

São Cristóvão (3) 05 Bonsucesso (2) 21 Ramos (2) 21 Penha Circular (2) 22

B. de Mauá – Gramacho (Leopoldina)

Vigário Geral (3) 23 Centro (1) 03

te

Ligação Centro – Santa Teresa (Bonde) Santa Teresa (3) 07

ANEXO VIII REDE ESTRUTURAL DE TRANSPORTES – LIGAÇÕES

Sistema Ligação 1 D. Pedro II – Santa Cruz (Ramal Centro) 2 D. Pedro II – Japeri (Linha Auxiliar) 3 D. Pedro II – Belford Roxo (Linha Auxiliar) 4 Barão de Mauá – Gramacho (Linha Leopoldina)

Ferroviário

5 Ligação Centro – Santa Teresa (Bondes) 6 Estácio – Pavilhão (Linha 2) 7 Carioca – Praça Quinze de Novembro (Linha 2) 8 Tijuca – Botafogo (Linha 1) 8A Botafogo – Copacabana (Linha 1) 9 Tijuca – Gávea

Metroviário

10 Copacabana – Ipanema (Linha 1) 11 Praça Quinze de Novembro – Ilha do Governador 12 Praça Quinze de Novembro – Barra da Tijuca 13 Praça Quinze de Novembro – São Gonçalo 14 Praça Quinze de Novembro – Paquetá 15 Praça Quinze de Novembro – Niterói

Hidroviário

16 Marina da Glória – Ilha do Governador 17 Penha – Barra da Tijuca (T 5) 18 Bangu – Centro (via Avenida Brasil) 19 Ilha do Governador – Centro (via Avenida Brasil) 20 Gávea – Centro (via Botafogo) 21 Gávea – Centro (via Copacabana) 22 Ipanema – Rodoviária (via Túnel Rebouças) 23 Leblon – São Cristóvão (via Túnel Rebouças) 24 Copacabana – São Cristóvão (via Túnel Rebouças) 25 Botafogo – Portuária (via Túnel Santa Bárbara) 26 Irajá – São João de Meriti (via Rodovia Presidente Dutra) 27 Anchieta – Pavuna (via Estrada do Rio do Pau, Viaduto da Pavuna) 28 Irajá – Duque de Caxias (via Rodovia Washington Luiz) 29 São Cristóvão – Rodovia Washington Luiz (via Linha Vermelha) 30 Barra da Tijuca – Gávea (via Túnel Dois Irmãos) 31 Vila Isabel – Taquara (via Grajaú – Jacarepaguá) 32 Bangu – Madureira (via Campo dos Afonsos) 33 Bangu – Largo do Tanque (via Estrada do Cafundá) 34 Santa Cruz – Deodoro (via Estrada do Morro do Ar, Avenida Brasil) 35 Campo Grande – Deodoro (via Estrada do Mendanha, Avenida Brasil) 36 Ilha do Governador – Jacarepaguá (via Estrada da Covanca) 37 Largo do Tanque – Deodoro (via Estrada do Cafundá) 38 Santa Cruz – Estrada de Sepetiba (via Avenida Felipe Cardoso) 39 Santa Cruz – Pedra de Guaratiba (via Avenida Felipe Cardoso) 40 Santa Cruz – Barra de Guaratiba (via Rodovia RJ 071)

Rodoviário

41 Campo Grande – Barra de Guaratiba (via Estrada do Monteiro)

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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42 Campo Grande – Barra da Tijuca (via Avenida das Américas) 43 Recreio do Bandeirantes – Tanque (via Estrada dos Bandeirantes) 44 Campo Grande – Nova Iguaçu (via antiga Estrada Rio-São Paulo) 45 Santa Cruz – Itaguaí (via Rodovia Rio-Santos) 46 Santa Cruz – Sepetiba (via Rodovia RJ 071, Estrada de Sepetiba)

47 Campo Grande – Itaguaí (via antiga Estrada Rio-São Paulo, Rodo-via Rio-Santos)

ANEXO IX

LIMITES EXTERNOS E INTERNOS DA ZONA ECO-NÔMICA EXCLUSIVA

1 - LIMITES EXTERNOS Área limitada pela poligonal que começa o en-

troncamento da Estrada do Campinho com a Estra-da do Furado; por esta, incluído apenas o lado ím-par, até à Estrada da Boa Esperança; por esta, incluído apenas o lado ímpar, até setenta metros após o cruzamento com a Rua Pistóia, deste ponto, por uma linha reta, passando pelo limite dos fundos dos lotes da Rua Sergipe até à Estrada do Morro do Ar; seguindo por esta, incluindo apenas o lado par, até à Estrada dos Palmares; por esta, incluído, ape-nas o lado ímpar, até à Estrada da Lama Preta; por esta, incluído apenas o lado par, até a Estrada do Gambá; por esta, incluído apenas o lado par e por seu prolongamento, até o Rio Guandu-Mirim; pelo leito deste até à confluência com o Rio da Prata do Mendanha; por este incluída apenas a margem es-querda, até encontrar a Estrada do Pedregoso; por esta, incluído apenas o lado ímpar, até o limite mais norte do Projeto Aprovado de Loteamento (PAL) n.º 35.779; por este limite até o Caminho Sobre a Adu-tora do Guandu (não reconhecido); pelo eixo deste e por seu prolongamento até à Estrada Guandu do Sena; por esta, incluído, apenas o lado par, até a Estrada dos Sete Riachos, incluído, apenas o lado ímpar, até ao entroncamento da Avenida Brasil; deste ponto. subindo a vertente do Morro do Quin-cas, até seu ponto culminante (cota setenta e sete metros); deste ponto, por uma linha reta, até ao entroncamento do Caminho do Tereré com a Estra-da do Mendanha; por esta, incluído apenas o lado ímpar, até à Avenida Paulo Afonso; por esta, incluí-do apenas o lado par, da Estrada do Mendanha até a Estrada do Pedrogoso; por esta, incluído apenas o lado ímpar, da Avenida Paulo Afonso até à Rua Ba-luarte; por esta, incluído apenas o lado par, da Es-trada do Pedregoso até à Rua Rio de Contas; por esta incluído apenas o lado par, da Rua Baluarte até a Rua Xique-Xique; por esta, incluído o lado par, da Rua Rio de Contas até encontrar o prolongamento da Rua Aurizona; daí, por este prolongamento e pela Rua Aurizona, excluída; pelo Caminho Simões Lobo (não reconhecido), excluído, da Rua Aurizona até à antiga Estrada Rio-São Paulo; por esta, incluí-

do apenas o lado par até encontrar o limite do Pro-jeto Aprovado de Loteamento (PAL) n.º 35.779; por este limite, até encontrar a antiga Estrada Rio-São Paulo; por esta, incluído apenas o lado par, até ao Caminho de Dona Júlia (não reconhecido); por este até encontrar a antiga Estrada Rio-São Paulo e a Avenida Brasil; por esta, incluindo os terrenos lin-deiros com profundidade máxima de duzentos me-tros, até encontrar a Estrada do Tingui; seguindo por esta, incluído apenas o lado ímpar, até ao ponto em que é cortada pela linha de transmissão Santa Cruz-Jacarepaguá, seguindo por esta até a Avenida Manuel Caldeira de Alvarenga; por esta, incluído apenas o lado par, até à Estrada do Tingui (trecho não reconhecido); por esta, incluído apenas o lado par até ao limite do Projeto Aprovado de Loteamen-to (PAL) n.º 33.118; pelo limite deste até encontrar a Rua Frei Timóteo; por esta, incluído apenas o lado par, até ao limite do Projeto Aprovado de Lotea-mento (PAL) n.º 29.604; por este limite, até encon-trar a Estrada do Campinho; por esta, incluído ape-nas o lado par, até ao ponto de partida.

2 - LIMITES INTERNOS 2.1 Área limitada pela confluência da Estrada

dos Palmares com a Rua Floriano Manoel da Fon-seca; por esta, incluído apenas o lado par, até duzentos e vinte e cinco metros após esta conflu-ência; deste ponto, por uma linha reta, até ao ponto de encontro da Estrada Manguariba com o limite norte do Conjunto Manguariba; por este limite e contornando o Conjunto Manguariba, até encontrar a Estrada dos Palmares; por esta, incluído apenas o lado par, até ao ponto de partida.

2.2 Área limitada pelo entroncamento da Rua Agaí com a Avenida Brasil; por esta, incluído ape-nas o lado ímpar, até ao prolongamento da Rua Soldado José Furtado; por esta, incluída, e por seu prolongamento, até à Rua Agaí; por esta, incluído apenas o lado ímpar, até ao ponto de partida.

[Publicada no "Diário Oficial" do Município do

Rio de Janeiro, de 09/06/1992; republicada no de 15/06/1992, 17/06/1992 e 11/08/1994 (esta últi-ma republicação foi em decorrência da decisão da Câmara Municipal do Rio de Janeiro que, em ses-são de 25/06/1992, rejeitou os vetos parciais ao artigo 17, artigo 19, § 2.º, I e II, artigo 62, X, artigo 85 e artigo 87).]

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LEI N.° 1.574, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1967.

Estabelece normas para o desenvolvimento urbano e regional do Estado da Guanabara

e dá outras providências. [Ver neste livro a Portaria O/DGED n.º 68, de

11/03/1983, que dispõe: Aprova a coletânea dos critérios usuais adotados na interpretação das normas regulamentares à Lei n.° 1.574/67.]

O Governador do Estado da Guanabara: Faço saber que a Assembléia Legislativa do

Estado da Guanabara decreta e eu sanciono a se-guinte lei:

CAPÍTULO I

TÍTULO ÚNICO

Disposições iniciais

Art. 1.º Esta lei tem por finalidade instituir

normas genéricas sobre o licenciamento, a execu-ção e a fiscalização de obras, o zoneamento, o parcelamento da terra, as instalações e exploração de qualquer natureza no território do Estado da Guanabara, bem como fixar a natureza dos mate-riais a serem empregados.

§ 1.° O Poder Executivo promoverá as providên-cias necessárias no sentido de dotar os órgãos do Estado de estrutura, meios e normas adequadas ao exato cumprimento das disposições deste artigo.

§ 2.° (VETADO). Art. 2.° A responsabilidade pelos diferentes pro-

jetos, cálculos e memoriais apresentados para o ne-cessário licenciamento de obras, cabe sempre e ex-clusivamente aos profissionais que os assinarem. Da mesma forma, a responsabilidade pela execução de obras de qualquer natureza será atribuída exclusiva-mente aos profissionais que, no respectivo projeto, o assinarem com essa finalidade.

§ 1.° Nos casos onde se fizer desmonte de ter-reno ou extração de areia de rio ou de terreno, para fins comerciais, industriais ou particulares, exigir-se-á sempre a assinatura de termo ou carta de responsa-bilidade nos quais serão fixadas as obrigações por danos eventualmente causados a terceiros.

§§ 2.° a 8.° (VETADOS). Art. 3.° Às repartições do Estado cabe apenas

o encargo do exame de projetos, cálculos e memo-riais a elas apresentados para autorização do licen-ciamento das obras decorrentes. Nessa verificação será examinado, nos seus pormenores, o atendi-mento do que estabelecerá esta lei em sua regu-lamentação, para o que serão feitas as exigências ao seu cumprimento.

Parágrafo único. Urna vez enquadrados nos

preceitos da presente lei, os documentos e dese-nhos que constituem os projetos, cálculos e me-moriais serão visados pela repartição competente, não cabendo ao Estado qualquer responsabilidade pelo mau uso dos mesmos.

CAPÍTULO II

TÍTULO I

Do licenciamento

Art. 4.° Ressalvados os casos explicitamente

determinados, não poderão ser executadas, em qualquer zona do Estado da Guanabara, obras, instalações ou explorações de qualquer natureza sem a devida licença.

Art. 5.° O processamento e a expedição das li-cenças de obras, instalações ou explorações de toda a natureza, serão efetuados de acordo com as instru-ções próprias baixadas pelo Secretário de Estado de Obras Públicas e na forma prevista por esta lei.

§ 1.° (VETADO). § 2.° As obras do poder público estão sujeitas

à aprovação e licença tendo o exame do pedido preferência sobre outro qualquer.

§ 3.° Independem de Licença as pinturas e os pequenos consertos de prédios, a construção de galerias e caramanchões e jardins, as pavimenta-ções a céu aberto, bem como as instalações de antenas e bombas elevatórias de água.

§ 4.° A aprovação de um projeto poderá ser cancelada pela autoridade que o tenha aprovado ou autoridade superior, antes do pagamento da licença, caso seja verificada falta de imposição de qualquer exigência regulamentar anterior ou pos-teriormente publicada, ou decorrido o prazo de 2 (dois) meses, a contar da data da sua publicação, do despacho concessório.

Art. 6.° Nas regras gerais de licenciamento, que serão definidas em regulamento, deverão ser previstas as condições de obrigatoriedade, compe-tência e maneira de requerer, bem como as pesso-as hábeis para tanto. Também serão reguladas a forma da apresentação dos projetos e a situação dos profissionais e firmas habilitadas a projetar, calcular e construir.

Art. 7.° Deverão ser previstas pela regulamenta-ção desta lei as condições peculiares para o licencia-mento das entidades competentes da administração direta e indireta do Estado da Guanabara.

TÍTULO II

Da fiscalização

Art. 8.° O Estado se reserva o direito de, pe-

las suas repartições competentes, proceder a vis-

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

123

torias administrativas, sempre que o justificar o interesse coletivo e, preventivamente, quando houver indícios de ameaça à integridade física de pessoas ou bens de terceiros, quer se trate de terras ou rochas, quer de construções ou instala-ções, total ou parcialmente executadas.

Parágrafo único. As vistorias administrativas serão também promovidas quando se verificar a obstrução ou desvio de cursos de água, perenes ou não, bem como sempre que deixar de ser cumpri-da, no prazo nelas fixado, intimação feita para a legalização ou para a demolição, parcial ou total, de qualquer construção ou instalação, ou para execução de obras de contenção, regularização ou fixação de terras ou rochas.

Art. 9.° Serão passíveis de punição os res-ponsáveis pelas infrações dos dispositivos desta lei ou dela emanados.

Parágrafo único. Serão especificadas, na re-gulamentação desta lei, as diferentes espécies de penalidade.

Art. 10. Na regulamentação da presente lei, serão estabelecidos os tipos e formas de procedi-mento fiscal e definida a competência dos diferen-tes órgãos em relação à fiscalização das obras e atividades licenciadas.

Art. 11. Normas peculiares deverão ser pre-vistas para a fiscalização das obras do governo em geral, quando da regulamentação da presente lei.

CAPÍTULO III

TÍTULO ÚNICO

Do zoneamento

Art. 12. O Estado da Guanabara, para efeito

de aplicação das disposições constantes do artigo 1.º será dividido em zonas que serão delimitadas e indicadas por simbologia adequada no mapa de zoneamento que com suas notas explicativas fica fazendo parte da regulamentação desta lei.

Art. 13. Em cada zona a terra e as edificações só poderão ser usadas para o fins especificados no “Quadro Geral de Uso da Terra” (artigo 16) e suas regulamentações, através dos “Quadros Comple-mentares de Uso da Terra”.

§ 1.° Todo uso ou edificação existente à data da promulgação ou de alteração subseqüente des-ta lei, mas não em conformidade com sua regula-mentação, será mantido com as limitações previs-tas no parágrafo seguinte.

§ 2.° Qualquer uso ou edificação que não sa-tisfaça a regulamentação desta lei não poderá ser:

I — substituído por outro uso não conforme; II — restabelecido após 6 (seis) meses de

descontinuidade; III — prorrogado, embora concedido tempo-

rariamente, a não ser em conformidade com a regulamentação do zoneamento;

IV — reconstruído após avaria que tenha a-tingido 60% (sessenta por cento) de sua área total de construção.

Art. 14. Em qualquer zona, toda edificação e-xistente ou que sofra modificação em 60% (ses-senta por cento) de sua área total de construção, a partir da vigência desta lei, deverá obedecer aos afastamentos mínimos, à altura máxima, ao índice do aproveitamento da área, ao número de unida-des de uso permitidas por lote, fixado para cada zona, tipo de uso, intensidade e forma de uso indi-cados no “Quadro Geral de Uso da Terra” e “Qua-dros Complementares de Uso da Terra” que o re-gulamentam.

Parágrafo único. Nenhum afastamento ou área de ventilação e iluminação, exigidos para qualquer edificação poderá, durante a sua existên-cia, ser ocupado ou considerado como espaço livre para qualquer outra construção ou edificação.

Art. 15. Área de estacionamento de veículos, cobertas ou não, serão previstas nos diferentes lotes.

§ 1.° O espaço para o estacionamento deverá permitir o acesso de veículos, do ou para o logra-douro, e ser considerado como espaço livre, asso-ciado ao uso ou usos permitidos, e não poderá, em nenhum tempo, ser reduzido, de qualquer forma.

§ 2.° Os “Quadros Complementares de Uso da Terra”, que regulamentam o “Quadro Geral de Uso da Terra”, ao estabelecerem as particularidades de cada zona fixarão as condições em cada uma delas para atender aos casos em que não seja possível aplicar este artigo pelas características peculiares da zona ou lote.

Art. 16. Ficam estabelecidas as zonas e os ti-pos de uso, constantes do “Quadro Geral de Uso da Terra”, adiante exposto, com as informações necessárias a seu entendimento.

QUADRO GERAL DE USO DA TERRA

ZONAS USOS R

esi

denci

al

Centr

al

Centr

o-b

air

ro

Indust

rial

Rura

l

Turí

stic

a

Recr

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va

Rese

rva V

erd

e

Esp

eci

al

Residencial ......... AD TO TO TO TO TO TO TO Comercial ........... TO AD AD TO TO TO IN IN Profissões e negó-cios ..................

TO AD AD TO IN TO IN IN

Indústria leve ..... TO TO TO AD TO TO IN IN Indústria em geral IN IN IN AD TO IN IN IN Indústria nociva ou perigosa .............

IN IN IN AD TO IN IN IN

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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Educacional ........ TO AD AD TO TO TO TO IN Recreacional ....... TO AD AD IN TO AD TO IN Saúde-assistência TO AD AD IN TO IN TO IN Cultivo-lavra da terra ..................

IN IN IN IN AD TO TO IN

“Non altius tolandi” – proteção ...........

TO TO TO TO TO TO AD AD

“Non aedificandi” - espaço aberto .....

TO TO TO TO TO TO AD AD

Outros tipos ....... S SF SF SF SF SF SF SF Observação: No “Quadro Geral de Uso da Terra”, a coluna referente aos usos discrimina os fixados nesta lei; a linha referente às zonas discrimina as que serão delimitadas no Estado da Guanabara. Na interseção das linhas e colunas referentes a cada uso e zona encontra-se uma quadrícula na qual está indicado:

1 — pelas letras AD, que o uso é adequado e predominante na zona correspondente;

2 — pelas letras IN, que o uso é inadequado e não compatível com a zona correspondente;

3 — pelas letras TO, que o uso é tolerado na zona correspondente desde que cumpra as exigên-cias de intensidade, dimensão, forma, etc., a se-rem fixadas nos “Quadros Complementares de Uso da Terra” de regulamentação desta lei;

4 — pelas letras SF, que as condições de uso serão fixadas de acordo com a região onde se pre-tende localizá-lo.

§ 1.° A caracterização dos usos permitidos pa-ra cada zona e a especificação de seus tipos e sub-tipos serão feitas junto com os “Quadros Comple-mentares de Uso da Terra” ou farão parte da regulamentação desta lei.

§ 2.° Para facilitar a aplicação desta lei será or-ganizada na sua regulamentação a lista de usos exis-tentes e previstos, permitidos nas várias zonas, indi-cando como eles se grupam dentro da classificação apresentada no “Quadro Geral do Uso da Terra”.

CAPÍTULO IV

Do parcelamento da terra

TÍTULO I

Logradouros

Art. 17. Para os efeitos desta lei os logradou-

ros deverão ser classificados quanto à natureza, espécie, categoria e função.

Art. 18. Os logradouros públicos e os oficial-mente reconhecidos terão designação própria.

Art. 19. Todos os edifícios terão numeração própria com placa oficial em lugar visível e as par-tes autônomas, lojas, apartamentos, salas e gru-pos serão também devidamente numerados.

Art. 20. Só serão realizadas obras de abertura de logradouros públicos ou particulares mediante

autorização prévia pelas repartições competentes, que deverão fiscalizar sua execução posterior, aplicando-se a presente determinação inclusive às permissionárias de serviços públicos.

Parágrafo único. Depende também da autoriza-ção de que trata este artigo a execução daquelas obras, quando realizadas por quaisquer órgãos públicos.

Art. 21. As reposições de pavimentação reali-zadas pelas companhias ou empresas concessioná-rias de serviços públicos, entidades paraestatais, de economia mista ou qualquer órgão do Governo da União, diretamente ou por meio de empreitei-ros, mas sob a sua responsabilidade, além das prescrições técnicas vigentes previstas para as obras executadas pelo Governo do Estado, deverão obedecer às normas que sobre o assunto determi-nem os regulamentos.

Art. 22. A construção e a manutenção dos passeios dos logradouros dotados de meios-fios são obrigatórias em toda a extensão das testadas dos terrenos, edificados ou não, e serão feitas pelos respectivos proprietários, ressalvados os casos explicitamente definidos em regulamento.

Art. 23. A arborização e o ajardinamento dos logradouros públicos serão projetados e executa-dos pelo Governo do Estado.

Parágrafo único. Nos logradouros abertos por particulares, correm por conta dos responsá-veis a promoção e o custeio da respectiva arbori-zação cujo projeto e fiscalização cabem todavia ao Governo do Estado.

Art. 24. Serão baixadas, na forma prevista por esta lei, as disposições relativas à conservação e limpeza dos logradouros e precauções a serem observadas durante a execução das obras neles efetuadas, visando à segurança pública.

§ 1.º Nenhum material poderá permanecer na via pública além do tempo necessário à sua des-carga e remoção, salvo quando se destinar a obras a serem realizadas no próprio logradouro.

§ 2.° (VETADO). § 3.° A usurpação ou invasão da via pública,

bem como a depredação ou destruição de quais quer benfeitorias do Estado, sujeitará o infrator às penas que forem estabelecidas por lei.

TÍTULO II

Terrenos

Art. 25. A ninguém, pessoa física ou jurídica,

é lícito efetuar, sem prévia autorização da reparti-ção competente, o parcelamento ou remembra-mento de áreas dos imóveis de sua propriedade, estendendo-se a interdição deste artigo aos conces-sionários ou permissionários de serviços públicos.

§ 1.° A proibição acima estende-se a todos os atos relacionados com o parcelamento ou remem-

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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bramento, mesmo que efetuados em juízo. § 2.° Embora satisfazendo às demais exigên-

cias desta lei, qualquer projeto de parcelamento ou remembramento poderá ser recusado ou alterado, total ou parcialmente, pelo órgão estadual compe-tente, tendo em vista:

1 — o Plano de Desenvolvimento Urbano do Estado da Guanabara;

2 — o desenvolvimento da região; 3 — a defesa das reservas naturais; 4 — a preservação de pontos panorâmicos; 5 — a manutenção de aspectos paisagísticos,

todos eles a serem fixados na regulamentação per-tinente ao zoneamento do Estado da Guanabara.

Art. 26. Além dos casos explicitamente pre-vistos no artigo 25, não poderão ser executados, sem a prévia licença do órgão estadual competen-te, as seguintes obras nos terrenos:

1 — construção de muralha de sustentação; 2 — abertura, regularização, desvio, canaliza-

ção, capeamento de valas ou cursos de água, pe-renes ou não;

3 — lançamento e canalização, para logradou-ros, das águas pluviais;

4 — consolidação e proteção contra erosões; 5 — terraplenagens; 6 — vedação e fechamento. Art. 27. Os proprietários dos terrenos ficam

obrigados à fixação, estabilização ou sustentação das respectivas terras, por meio de obras e medi-das de precaução contra erosões de solo, desmo-ronamento e contra carreamento de terras, mate-riais, detritos e lixo para as valas, sarjetas ou canalizações públicas ou particulares e logradouros públicos. [Regulamentado pelo Decreto n.° 17.315, de 29/01/1999.]

Art. 28. Os danos, usurpação ou a invasão da via ou servidão públicas, bem como das galerias e cursos de água, perenes ou não, ainda que situa-dos em terreno de propriedade particular, consta-táveis em qualquer época, serão punidos.

Art. 29. Caso o imóvel onde se pretende efe-tuar atos dependentes de licença esteja atingido por projeto de urbanização ou de modificação de alinhamento, deverão ser efetivados o recuo ou a investidura (conforme o caso) anteriormente à aceitação de obras ou concessão do “habite-se” (mesmo parcial).

Art. 30. Todas as vezes em que a licença a ser expedida importar na criação de logradouros públicos, deverá o proprietário do imóvel transferir para o Estado da Guanabara, antes da aceitação das obras, a propriedade das áreas reservadas para os mesmos logradouros acima, bem como a daquelas que devem ser doadas.

Parágrafo único. Só será permitida a cons-trução em lote devidamente transcrito no Registro Geral de Imóveis e o seu aproveitamento será de

acordo com a finalidade prevista nos planos de desenvolvimento do Estado.

CAPÍTULO V

TÍTULO ÚNICO

Das construções e edificações

Art. 31. Não poderão ser executadas, sem

prévia licença do órgão estadual competente, obras de construção e reconstrução parcial ou total de edificações de qualquer natureza, bem como os consertos, reformas e modificações em prédios existentes.

Parágrafo único. Serão especificadas, na forma desta lei, as obras que dependem de simples comu-nicação e as que independem da mesma.

Art. 32. As regras disciplinadoras de ilumina-ção e ventilação dos compartimentos e seus usos serão previstas na regulamentação desta lei que disporá, ainda, acerca dos preceitos relativos aos pisos, paredes, coberturas, fachadas, caixas--d’água, escadas, elevadores e outros elementos de edificação.

Art. 33. Nenhuma construção ou edificação, seja qual for a sua natureza, poderá ser feita sem que seja fornecido, pela repartição estadual com-petente, o termo de alinhamento, altura da soleira e as respectivas numerações.

Art. 34. Serão reguladas, na forma como pre-vê esta lei, as condições de obstrução transitória ou permanente de logradouros públicos e vistas panorâmicas, bem como as relativas a obras de qualquer espécie nas fachadas.

Art. 35. O dimensionamento das construções é função das condições peculiares às zonas, bem como dos índices da densidade demográfica e de aproveitamento, obedecendo às condições de se-gurança, higiene e estética, atendendo às necessi-dades de trânsito, transporte, estacionamento e outros serviços públicos.

Art. 36. As obras de acréscimo, quer no sen-tido vertical, quer no horizontal, modificação ou melhoria das condições higiênicas dos prédios exis-tentes serão executadas na forma prevista pelo regulamento, atendendo também ao que dispõem, nesse particular, os regulamentos de saúde e sa-neamento.

Art. 37. Nas demolições de qualquer nature-za, além das medidas de higiene e segurança exi-gidas pela Consolidação das Leis do Trabalho e pelo Código de Saúde, serão observadas as dispo-sições previstas pelo regulamento.

Parágrafo único. Ao verificar-se a paralisa-ção de uma obra por prazo superior a dois meses. o terreno será fechado por muro, o passeio cons-truído, devendo ser retirado qualquer material cuja

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queda possa ocasionar acidentes, e fechados os vãos da fachada.

Art. 38. Finda a execução de qualquer obra, como observância de todas as prescrições legais, deverá ser pedida e concedida a aceitação pela autoridade fiscalizadora.

Parágrafo único. Verificada a inobservância de qualquer prescrição legal, o pedido será indeferido e conseqüentemente aplicada a penalidade cabível.

Art. 39. Para a execução de qualquer obra se-rá permitida a construção de andaimes fixos ou suspensos e obrigatória a construção de tapumes.

Art. 40. Os materiais empregados nas constru-ções deverão obedecer às especificações dos labora-tórios de ensaios de materiais, oficiais ou particula-res, podendo o Governo do Estado dar força obrigatória às normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e sob forma de regulamen-to complementar à presente lei, inclusive quanto a quaisquer outras normas da mesma ABNT.

CAPÍTULO VI

TÍTULO ÚNICO

Do movimento de terras e explorações Art. 41. Para casos especiais, além das exi-

gências usuais previstas na forma desta lei, o Po-der Executivo poderá estabelecer normas específi-cas de acordo com a natureza do movimento de terras ou exploração e com as prescrições técnicas aconselháveis.

CAPÍTULO VII

TÍTULO ÚNICO

Das instalações

Art. 42. Para os efeitos desta lei, as instala-

ções são divididas em instalações mecânicas em geral e instalações especializadas.

Art. 43. As disposições desta lei deverão a-branger as condições para o assentamento e o funcionamento das instalações a que se refere o artigo 44.

Art. 44. O assentamento de instalações, seja para fins industriais ou comerciais, seja para o uso particular, está sujeito a licença na forma prevista por esta lei.

Parágrafo único. Para o assentamento de instalações a que se refere este artigo, deverão ser atendidas em todos os casos as recomendações das regulamentações de zoneamento, saúde e segurança do trabalho.

Art. 45. As instalações estão subordinadas às seguintes disposições referentes à sua fiscalização:

1 — disposições relativas às declarações; 2 — disposições relativas aos certificados; 3 — disposições relativas às condições de ins-

talação e funcionamento; 4 — disposições relativas a profissionais e firmas.

CAPÍTULO VIII

TÍTULO ÚNICO

Das multas e penalidades Art. 46. As infrações às disposições da pre-

sente lei e de sua complementação serão punidas com multas e outras sanções, como o embargo de obras, a demolição, o desmonte e outros, confor-me escalonamento de penalidades que a regula-mentação determinará.

§ 1.º As multas serão proporcionais ao valor das obras ou instalações executadas ilegalmente e as demais fixadas em tabela própria, que poderá ser atualizada em cada exercício.

§ 2.° Nas reincidências ou no não cumprimen-to das intimações, após a aplicação da primeira multa, as demais serão aplicadas em dobro.

Art. 47. No caso de haver duplicidade de autua-ção, prevalecerá o auto da data mais antiga e, se a data for a mesma, prevalecerá o da Secretaria de Obras Públicas e depois o da circunscrição fiscal.

Art. 48. A aplicação da multa poderá ter lugar em qualquer época, durante ou depois de consu-mada a infração.

Art. 49. O pagamento de multa não sana a in-fração, ficando o infrator na obrigação de legalizar as obras ou instalações executadas sem licença ou demoli-las e desmontá-la.

CAPÍTULO IX

TÍTULO ÚNICO

Anúncios

Arts. 50 a 52. (VETADOS).

CAPÍTULO X

TÍTULO ÚNICO

Disposições finais

Art. 53. Quando, em decorrência de obra ou de

quaisquer fenômenos que alcançam a propriedade imobiliária privada, se configurar ameaça à integridade física de pessoas ou bens, o Estado poderá adotar, à sua custa, todas as medidas que se fizerem necessá-rias, sempre que não forem elas executadas pelos responsáveis direto ou proprietários, nos prazos cons-

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

127

tantes das respectivas intimações, cobrando dos mesmos os custos que houver suportado, acrescido de correção monetária e de multa de 20% (vinte por cento), sem prejuízo das demais sanções cabíveis.

§§ 1.º e 2.° (VETADOS). Art. 54. A ocupação, para fins comerciais, de

calçadas — empachamento — será concedida a critério da autoridade competente na área do ser-viço de fiscalização, observadas as peculiaridades de cada ponto de comércio de cada região.

Parágrafo único. (VETADO). Art. 55. (VETADO). Parágrafo único. (VETADO). Art. 56. (VETADO). §§ 1.º a 8.° (VETADOS). Art. 57. (VETADO). Parágrafo único. (VETADO). Art. 58. A partir da data indicada no artigo 59 ficam

revogados todos os atos (leis, decretos, portarias, ordens de serviço) ou parte desses atos que digam respeito à matéria tratada por esta lei e pelo regulamento a ser baixado pelo Poder Executivo e que colidam com o que for determinado por esses últimos diplomas.

Art. 59. Esta lei entrará em vigor cento e oi-tenta dias após sua publicação, simultaneamente com os atos normativos complementares.

§ 1.° Os expedientes administrativos formados até a data do início da vigência desta lei serão deci-didos de acordo com a legislação anterior, desde que não sejam arquivados ou caiam em perempção.

§ 2.° Os alvarás de licença de obras não iniciadas não poderão ser prorrogados ou revalidados sem obedecer às disposições desta lei.

Rio de Janeiro, GB, 11 de dezembro de 1967; 79.° da República e 8.° do Estado da Guanabara.

FRANCISCO NEGRÃO DE LIMA [Publicada no “Diário Oficial” do Estado da

Guanabara, de 13/12/1967; retificada nos de 18/12/1967 e de 19/12/1967.]

__________

DECRETO-LEI N.° 42, DE 23 DE JUNHO DE 1969.

Aprova o plano-piloto de urbanização e zonea-

mento para a Baixada de Jacarepaguá. [Decreto “E” n.° 2.913, de 23/6/1969: “Cria

grupo de trabalho encarregado de coordenar e diri-gir as atividades de desenvolvimento e implantação do plano-piloto aprovado pelo Decreto-lei n.° 42, de 23/6/1969, para a Baixada de Jacarepaguá”. Decre-to n.° 7.118, de 25/6/1974: “Transforma o Grupo

de Trabalho da Baixada de Jacarepaguá em Supe-rintendência do Desenvolvimento da Barra da Tijuca (SUDEBAR), sem aumento de despesa, e dá outras providências.”]

O Governador do Estado da Guanabara, no

uso das atribuições que lhe confere o § 1.° do arti-go 2.° do Ato Institucional n.° 5, de 13 de dezem-bro de 1968, decreta:

Art. 1.º O zoneamento e a urbanização para a área abrangida pelo projeto aprovado (PA) n.° 5.596 passam a ser regidos pelo plano-piloto ela-borado e apresentado pelo arquiteto Lúcio Costa, baixado em anexo a este decreto-lei.

Art. 2.° A implantação de normas e diretrizes es-tabelecidas no plano-piloto será orientada por grupo de trabalho a ser criado por decreto do Governador.

Art. 3.° Ficam revogados os artigos 9.°, 10, 11, 12, e seu parágrafo único, 13, 14, e 15, da Lei n.° 894, de 22 de agosto de 1957.

[Lei n.° 894, de 22/8/1957 (D.O.-DF de

24/08/1957): “Estabelece a obrigatoriedade de reserva de

áreas e a construção de abrigos destinados ao parqueamento de veículos em dependências de edifícios em bairros novos, e dá outras providên-cias.”] Art. 4.° Nos lotes integrantes dos loteamentos

aprovados e localizados nas áreas extremas já defini-das e parcialmente arruadas, expressamente referidos no plano-piloto, seu aproveitamento máximo poderá ser feito, a critério do grupo de trabalho definido no artigo 2.°, de acordo com as normas seguintes:

I — gabarito máximo: dois pavimentos; II — taxa de ocupação: 50% (em projeção

vertical); III — afastamento frontal mínimo de 3 m; IV — afastamento mínimo das divisas laterais:

2,5 m; V — plantio obrigatório de amendoeiras em

torno das construções já existentes, proibida qual-quer poda;

VI — poderá ser feito o aproveitamento parcial da cobertura, desde que todos os elementos com-ponentes ali projetados:

a) guardem o afastamento mínimo de 5 m em relação ao plano da fachada;

b) ocupem, no máximo, 50% da área do se-gundo pavimento;

c) apresentem a altura máxima de 3 m; VII — no pavimento aberto em “pilotis” pode-

rá haver aproveitamento parcial, observadas as seguintes normas:

a) a distância do seu piso até o do primeiro pavimento será de 3 m, no máximo;

b) a área do “pilotis” poderá ser ocupada por

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

128

elementos construtivos necessários às partes co-muns do edifício em, no máximo, um terço da pro-jeção do primeiro pavimento;

c) o pavimento em “pilotis” será mantido per-manentemente aberto;

VIII — o número máximo de apartamentos corresponderá a um para cada 100 m de terreno.

Art. 5.° Nos lotes dos loteamentos indicados no artigo anterior, a concessão do uso comercial ficará condicionada ao pronunciamento do grupo de trabalho referido no artigo 2.°

Art. 6.° Os pedidos de utilização da terra lo-calizada no restante da área atingida pelo plano- -piloto, qualquer que seja sua forma (desmembra-mento, arruamento, loteamento, edificações, cons-truções, etc.), serão examinados e decididos pelo grupo de trabalho referido no artigo 2.°, de acordo com as diretrizes estabelecidas no plano- -piloto e na forma que for estabelecida em decreto a ser baixado pelo Executivo.

Art. 7.° Este decreto-lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Rio de Janeiro, 23 de junho de 1969. FRANCISCO NEGRÃO DE LIMA [Publicado no “Diário Oficial” do Estado da

Guanabara, de 23/06/1969.]

____________

DECRETO-LEI N.° 222, DE 14

DE NOVEMBRO DE 1969.

Dispõe sobre loteamentos, serviço público de abastecimento de água e reconhecimento

de logradouros. O Governador do Estado da Guanabara, no

uso das atribuições que lhe confere o § 1.º do arti-go 2.° do Ato Institucional n.° 5, de 13 de dezem-bro de 1968, decreta:

CAPÍTULO I

Dos loteamentos

Art. 1.º O prazo a ser inicialmente fixado para

a execução das obras de urbanização de loteamen-tos não excederá de 60 (sessenta) meses.

§ 1.° Quando o prazo inicial for inferior ao li-mite máximo acima referido, admitir-se-ão prorro-gações até aquele limite.

§ 2.° Por despacho do Secretário de Obras Públicas, dar-se-á suspensão do prazo, inicial ou

prorrogado: I — “ex officio”, quando o interesse público o

justificar; II — desde que o requeira o loteador, justifi-

cando e comprovando a necessidade de paralisa-ção das obras.

Art. 2.° Esgotado o período máximo de 60 (sessenta) meses, sem que a execução das obras a que se obrigou o loteador esteja completa, o Secretário de Obras Públicas, se entender que o interesse público o justifica, poderá conceder no-vos prazos, igualmente sujeitos às condições pre-vistas no artigo anterior e seus parágrafos.

Parágrafo único. Na hipótese prevista no presente artigo, a administração, sempre que não o impeçam circunstâncias materiais peculiares a cada caso, deverá:

I — impor todas as novas condições previstas na legislação então em vigor;

II — vincular a prorrogação a cronograma dos serviços a serem executados;

III — exigir que o loteador ou terceiro ofere-çam, em garantia vinculada à execução das obras. lotes ou outros imóveis de valor equivalente às obras a serem executadas, ou que completem a garantia que já tiver sido prestada. Mediante deci-são do Governador, poderão ser admitidas, em casos excepcionais. outras formas de garantia.

Art. 3.° A transferência a terceiros das obrigações assumidas pelo loteador dependerá da concordância expressa do Estado, podendo a administração, por motivos justificados, negar sua concordância

Art. 4.º Os lotes vinculados em garantia à execução de obras de urbanização poderão ser objeto de liberação parcial, nas condições que fo-rem estabelecidas em regulamento.

Art. 5.º Verificada a inexecução das obras de urbanização, deverá o processo, instruído com o orçamento das obras faltantes, ser encaminhado à Procuradoria-Geral do Estado, para a propositura da competente ação judicial.

CAPÍTULO II

Do abastecimento de água

Art. 6.º As obras e instalações vinculadas ao

serviço público de abastecimento de água, bem como a cessão a título gratuito dos bens necessá-rios ao mesmo, deverão ser objeto de instrumento especial a ser firmado com a Companhia Estadual de Águas da Guanabara (CEDAG).

Art. 7.° Ficam transferidos à Companhia Es-tadual de Águas da Guanabara (CEDAG) todos os direitos atribuídos ao Estado da Guanabara na parte concernente ao serviço público de abasteci-mento de água, relativos às obrigações assumidas perante aquele por quaisquer interessados em

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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processo de loteamento ou arruamento. Parágrafo único. Caberá à Companhia Esta-

dual de Águas da Guanabara (CEDAG) promover as medidas administrativas ou judiciais necessárias para exigir o cumprimento das obrigações de que trata este artigo.

CAPÍTULO III

Do reconhecimento de logradouros

Art. 8.º Serão reconhecidas como logradouros pú-blicos as vias de trânsito, objeto de projetos de lotea-mento ou arruamento, cujas obras de urbanização — inclusive as relativas ao serviço público de água — te-nham sido realizadas e aceitas pela administração pú-blica.

Art. 9.º Poderão ser reconhecidas como logradou-ros públicos as vias de trânsito, abertas em licença ou constantes de projetos de arruamento e loteamento, que atendam a requisitos mínimos fixados pelo Poder Executivo.

Art. 10. Poderão ser reconhecidas, condicional-mente, como logradouros públicos, as vias de trânsito abertas sem licença ou constantes de projetos de arrua-mento ou loteamento, que:

I — apresentem condições mínimas para acesso aos lotes;

II — estejam com os serviços de terraplenagem executados;

III — atendam a outros requisitos mínimos fixa-dos pelo Poder Executivo.

§ 1.° Nos logradouros reconhecidos como públi-cos, condicionalmente, nos termos deste artigo, as obras de conservação do logradouro, sua limpeza, ar-borização, calçamento e iluminação continuarão com o loteador ou com seus sucessores a qualquer título.

§ 2.° Os ônus mencionados no parágrafo anterior somente passarão para o Estado quando do reconheci-mento das vias de trânsito, como logradouros públicos, sem condições, de acordo com os artigos 8.° e 9.° des-te decreto-lei.

§ 3.º Ficam reconhecidas, condicionalmente, como logradouros públicos, na forma do presente artigo, todas as vias de trânsito reconhecidas, até a data de vigência deste decreto-lei, de acordo com o artigo 2.° do Decreto n.° 1.657, de 3 de maio de 1963.

Art. 11. O reconhecimento de logradouros será efetuado mediante decreto do Governador do Estado e poderá, a exclusivo critério da administração, abranger somente trechos parciais que preencham as condições necessárias.

Art. 12. O reconhecimento como logradouro públi-co, de acordo com os artigos anteriores:

1 — não eximirá loteadores, profissionais ou quaisquer responsáveis, das multas e outras penalida-des decorrentes da lei, dos termos ou instrumentos assinados;

II — não impedirá, se for o caso, que sejam pro-

postas as medidas judiciais cabíveis para exigir: a) o cumprimento das obrigações decorrentes da

lei, de termos, instrumentos assinados ou projetos técnicos aprovados;

b) a indenização correspondente às obras de urbanização ou de serviço de abastecimento de água que tenham sido efetivadas pelo Estado ou pela Companhia Estadual de Águas da Guanabara (CEDAG), ou cujos encargos tenham sido por estes assumidos.

Parágrafo único. A realização de obras ou a assunção de encargos deverá ser precedida, em cada caso, de prévia vistoria administrativa ou judicial ou orçamento.

CAPÍTULO IV

Das disposições gerais e finais

Art. 13. O loteador em atraso de pagamento dos emolumentos e taxas por mais de sessenta dias, ficará sujeito à multa de dez UFEG. Aplicar-se-á a multa, mensalmente, no caso de persistir o atraso.

Art. 14. Os dispositivos do presente decreto-lei a-plicam-se aos processos em curso, bem como àqueles com prazo para urbanização já vencidos.

Art. 15. Ficam mantidas todas as disposições cons-tantes da Lei n.° 1.574, de 11 de dezembro de 1967, relativas à matéria tratada no presente decreto-lei e que com ele não colidam, revogando-se os artigos 1.º ao 9.° e 18 da Lei n.° 1.692, de 19 de julho de 1968, e demais disposições em contrário constantes da legisla-ção estadual.

Art. 16. O presente decreto-lei entrará em vigor na data de sua publicação.

Rio de Janeiro, GB, 14 de novembro de 1969; 81.º da República e 10.º do Estado da Guanabara.

FRANCISCO NEGRÃO DE LIMA

[Publicado no “Diário Oficial” do Estado da Guana-bara, de 18/11/1969; retificado no de 21/11/1969.]

____________

PORTARIA O/DGED N.° 68, DE 11 DE MARÇO DE 1983.

Aprova a coletânea dos critérios usuais

adotados na interpretação das normas regulamentares

à Lei n.° 1.574/67. O Diretor-Geral do Departamento Geral de

Edificações, no uso de suas atribuições legais, e tendo em vista a autorização do Excelentíssimo Senhor Secretário Municipal de Obras e Serviços Públicos, no processo n.° 06/301.097/83, conside-rando que:

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na aplicação das normas regulamentares da Lei n.° 1.574, de 11 de dezembro de 1967, desde o início de sua vigência até a presente data, foram sendo fixados determinados critérios interpretati-vos que se tornaram usuais;

é necessária a divulgação desses critérios de forma sistematizada, para orientar o exame dos processos de licenciamento no âmbito interno des-te Departamento e para o conhecimento dos pro-fissionais autores de projetos, de modo a reduzir o número de exigências, agilizando e simplificando o licenciamento das edificações,

resolve: Art. 1.º Fica aprovada a coletânea, que acom-

panha esta portaria dos critérios interpretativos usu-almente adotados, no âmbito do Departamento Geral de Edificações, para orientar a aplicação das normas regulamentares à Lei n.° 1.574/67.

Art. 2.° À adoção desses critérios deverá le-var em conta as peculiaridades de cada constru-ção, e, em caso de dúvida a autoridade competen-te deverá suscitá-la perante a direção geral do departamento.

Art. 3.º Esta portaria entrará em vigor na da-ta de sua publicação.

Rio de Janeiro, 11 de março de 1983. Newton Machado Diretor-Geral do O/DGED

COLETÂNEA DOS CRITÉRIOS INTERPRETATI-VOS ADOTADOS NA APLICAÇÃO DAS NORMAS REGULAMENTARES À LEI N.° 1.574/67 QUE ACOMPANHA A PORTARIA N.° 68/83

1 — Quando se tratar de lote de esquina em

que a largura de um dos logradouros for inferior a 9m, na aplicação do artigo 105 do Regulamento de Zoneamento, o afastamento frontal mínimo da edi-ficação afastada das divisas em relação ao logra-douro com largura inferior a 9m, será calculado conforme o inciso 1 do artigo 101 do mesmo Regu-lamento, acrescido da diferença da largura desse logradouro para 12m, quando a edificação tiver mais de cinco pavimentos ou número de pavimen-tos superior ao gabarito fixado para o local por pro-jeto aprovado (PA) ou decreto, mesmo quando esse gabarito for inferior a cinco pavimentos.

2 — O embasamento não afastado das divisas, de edificação afastada das divisas que ficar em esquina, poderá observar o que for determinado para um ou outro logradouro, além dos limites deferidos no inciso I do artigo 121 do Regulamento de Zoneamento, até uma extensão igual à dimen-são mínima do prisma de iluminação e ventilação (PIV) exigido para a edificação, a partir dos limites externos da sua projeção horizontal.

3 — O piso de um mesmo pavimento pode a-presentar mais de um nível desde que o desnível total seja, no máximo, de 1,5m.

4 — Nos terrenos acidentados, as edificações deverão observar as seguintes condições:

a) para reduzir cortes e aterros, em razão da topografia e da natureza geológica do terreno;

a.1) o pavimento de uso comum poderá ter a sua área reduzida até 70% da área da projeção horizontal da edificação. A ocupação do pavimento de uso comum com os elementos citados no item 3 do § 1.º do artigo 132 do Regulamento de Cons-truções e Edificações (RCE) ficará limitado a 50% da sua área;

a.2) o embasamento poderá ficar, pelo me-nos, sob 50% da projeção horizontal da edificação, desde que chegue até a prumada das circulações verticais (escadas e elevadores) desta;

b) os afastamentos e os prismas de ilumina-ção e ventilação exigidos para as edificações afas-tadas das divisas deverão ficar garantidos em todo o entorno das lâminas, a partir do nível do 1.º pavimento destas.

5 — Nos casos em que o projeto aprovado (PA) indicar o 1.º pavimento desdobrado em loja e sobreloja, esta será contada como pavimento no gabarito, isto é, o 1.° pavimento corresponderá a dois pavimentos no gabarito.

5.1 — O disposto neste item aplicar-se-á aos casos em que o projeto aprovado (PA) indicar a sobreloja como facultativa ou apresentar altura do 1.º pavimento igual ou superior a 7,3m com a finalidade lógica de permitir o seu desdobramento em loja e sobreloja.

6 — Na aplicação do § 1.° do artigo 140 do Regulamento de Construções e Edificações (RCE), quando a edificação apresentar pavimentos com alturas, piso a piso, superiores a 3.15m, o número de pavimentos a ser considerado é o obtido pela divisão da altura total dos pavimentos da edifica-ção por 3,15m, desprezada a sua parte fracionária quando inferior a 0,75m, e aumentado de um quando esta parte for igual ou superior ao limite indicado.

7 — Os prismas de iluminação e ventilação e os prismas de ventilação (mesmo quando destina-dos a ventilação de instalações sanitárias) de uma edificação não podem ser fechados ao nível da laje de forro do pavimento de uso comum ou do pavi-mento-garagem, quando não houver pavimento de uso comum, nos casos da aplicação do Decreto n.° 1.321, de 25 de novembro de 1977, e do § 1.º do artigo 151 do Regulamento de Zoneamento. Admi-te-se, porém, a colocação de pérgulas.

8 — Nos casos de aplicação do § 3.° do artigo 140 do Regulamento de Construções e Edificações (RCE), (prismas reduzidos, para sanitários), as aberturas dos vãos para ventilação poderão se

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localizar em qualquer das faces dos prismas. 9 — Todo prisma de iluminação e ventilação

ou prismas de ventilação que se liga diretamente ao logradouro, independentemente da configura-ção regular ou irregular da sua seção horizontal e da sua disposição em planta, caracteriza-se como tipo C ou D, desde que, até o logradouro, sejam obedecidas as dimensões mínimas estabelecidas no artigo 139 do Regulamento de Construções e Edificações (RCE).

10 — No caso de edificação comercial em que for obrigatória a existência de elevadores, admitir-se-á que o “hall” de acesso aos mesmos se localize no pavimento imediatamente inferior ou superior ao térreo, desde que o acesso a este “hall” seja feito por escada rolante com capacidade para atender à edificação e que, pelo menos, um eleva-dor tenha parada no térreo para efeito do que dis-põe a Lei n.° 179/80.

[Lei n.° 179, de 22/09/1980 D.0.-IV, de

24/09/1980): “Autoriza o Poder Executivo a tornar obrigató-

ria a construção de rampa de acesso para defi-cientes físicos, e dá outras providências.”] 11 — A largura mínima e a inclinação máxima

das rampas de acesso apropriadas a cadeiras de rodas utilizadas por paraplégicos são, respectiva-mente, 1,2m e 12,5% (1:8).

12 — O nível do piso do pavimento abaixo do nível do meio-fio do logradouro, quando esse pa-vimento servir de acesso à edificação, poderá ser tomado como cota de soleira, desta, desde que a diferença entre os referidos níveis seja igual ou inferior a 1,5m.

13 — As edificações poderão apresentar até três prumadas de acesso (elevadores e escada) independentes desde que possuam “hall” comum ao nível do pavimento em que se der o acesso às mesmas.

14 — O acesso aos pavimentos com aparta-mentos, nas edificações mistas, não pode ser feito através de galerias de lojas, mesmo ao nível do pavimento térreo.

15 — O acesso aos pavimentos com salas co-merciais pode ser feito através de galerias de lojas desde que o “hall” de acesso seja garantido em abranger parte dessa galeria.

16 — As circulações horizontais de um pavi-mento podem interligar-se através de antecâmaras e dos patamares das escadas enclausuradas.

17 — Num pavimento, o “hall” definido no ar-tigo 91 do Regulamento de Construções e Edifica-ções (RCE) poderá ser dividido em “hall” social e “hall” de serviço desde que a conexão entre eles seja feita por vão com largura mínima de 0,9m.

17.1 — As dimensões e as áreas mínimas dos

“halls” social e de serviço serão exigidas para o número de elevadores que se abrir em cada um deles.

17.2 — O vão que faz a conexão entre os “halls” social e de serviço poderão ter porta desde que não seja empregado qualquer dispositivo que possibilite trancá-la.

18 — O pavimento semi-enterrado que emer-gir mais de 1,5m em relação ao ponto mais baixo do meio-fio em frente à testada do imóvel não é considerado pavimento em subsolo, sendo compu-tado para efeito do número de pavimentos e altura de embasamento da edificação e, quando for o caso, do número de pavimentos da edificação, a área total de edificação (ATE), da taxa de ocupa-ção e de outras condições a que estiver sujeita a edificação.

19 — Quando a edificação ficar na esquina, cada fachada será considerada isoladamente para efeito da medida da altura máxima do embasa-mento. Esta altura será medida no meio de cada fachada.

20 — Nos terrenos acidentados, em aclive, quando a edificação for implantada em nível supe-rior ao do logradouro, os acessos verticais (ram-pas, escadas e torres de elevadores, inclusive os respectivos “halls” e circulação) entre o nível do logradouro e o do primeiro pavimento da edifica-ção, não são considerados integrantes do seu em-basamento, tanto para efeito do número de pavi-mentos quanto da altura do mesmo, desde que na fachada não correspondam a mais da metade da testada do lote.

21 — Quando houver pavimentos-garagens restritos à projeção do pavimento tipo, é admitida a utilização para estacionamento, das áreas desses pavimentos-garagens sob prisma de iluminação e ventilação (PIV) e prisma de ventilação (PV) inter-nos dos tipos A e B a que se refere o artigo 139 do Regulamento de Construções e Edificações. Essas áreas poderão ser cobertas, com exceção dos ca-sos previstos no artigo 7.º desta portaria.

22 — As vagas de veículos em pavimentos em subsolo, enterrados ou semi-enterrados, em cava emergindo, no máximo 1,5m, poderão ser todas excedentes ao número mínimo exigidos para a edificação pela legislação vigente.

23 — As áreas com larguras inferiores a 2,5m ou cujo acesso se faça através de trechos com larguras inferiores a 2,5m (salvo nas hipóteses previstas no Regulamento de Zoneamento não são computadas na área dos locais para estacionamen-to ou guarda de veículos (§ 3.° do artigo 156 do Regulamento de Zoneamento).

24 — Quando o pavimento de uso comum for o pavimento térreo da edificação, poderão ser des-tinadas a estacionamento descoberto de veículos as áreas ao nível desse pavimento:

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a) situadas entre a edificação e as divisas la-terais é de fundos, respeitada uma faixa, junto à edificação, com largura igual à dimensão mínima do prisma de iluminação e ventilação exigido para a edificação;

b) ocupando o afastamento frontal, desde que, simultaneamente, seja respeitada urna faixa junto à edificação, com largura de 1,5m, estendendo-se até os limites externos das faixas laterais a que se refere a alínea “a”, e seja obedecido o afastamento mínimo frontal obrigatório para o local.

24.1 — A ocupação com local coberto para es-tacionamento de veículos somente será permitida nas condições do artigo 149 do Regulamento de Zoneamento.

25 — Os locais descobertos para estaciona-mento ou guarda de veículos nas áreas livres dos lotes deverão respeitar uma faixa junto às edifica-ções residenciais multifamiliares afastadas das divisas, com a largura mínima de 1,5m, quando existirem unidades residenciais no pavimento tér-reo das mesmas.

25.1 — A faixa junto às edificações previstas neste item deverá apresentar desnível de 0,3m em relação aos locais para estacionamento ou guarda de veículos, servindo como calçada para passagem de pedestres.

26 — O disposto no item anterior não se apli-ca quando as áreas destinadas a estacionamento estiverem separadas das edificações com unidades residenciais no pavimento térreo pela circulação de veículos devendo, neste caso, as edificações ele-var-se, pelo menos, 0,75m acima do nível da cir-culação de veículos.

27 — As áreas (terraços) descobertos ao nível do um pavimento-garagem acima do térreo não utilizadas para estacionamento face o disposto no § 2.° do artigo 146 do Regulamento de Zoneamen-to, podem servir para circulação e manobras dos veículos. Tais áreas descobertas, porém, não são computáveis para efeito do cálculo do número de vagas.

28 — Nas rampas de acesso de veículos deve ser garantida a altura livre de 2,2 m, normal à superfície das mesmas. Esta altura não poderá ser reduzida por elementos construtivos de qualquer natureza.

29 — Numa faixa de comprimento mínimo de 6m, em continuidade às rampas, não poderá haver qualquer elemento construtivo (pilares, paredes, e etc.) que impeçam ou prejudiquem o acesso de veículos aos locais de estacionamento.

30 — Os locais para estacionamento ou guar-da de veículos poderão apresentar declividade que não ultrapasse, em qualquer parte, 5%.

31 — A altura do 1.º pavimento-garagem (tér-reo) fica limitada ao máximo de 3,15m e a dos demais pavimentos-garagens, ao máximo de

2,65m respeitadas, entretanto, as alturas máximas previstas nos §§ 4.º e 11 do artigo 148 do Regu-lamento de Zoneamento. Alturas maiores para os pavimentos-garagens somente serão admitidas, quando justificadas, nos casos de terrenos aciden-tados, sempre respeitadas as alturas máximas previstas nos citados §§ 4.º e 11 do artigo 148 do Regulamento de Zoneamento.

32 — Nos edifícios-garagens as vagas reser-vadas para acumulação exigidas pelo artigo 55 do Regulamento de Construções de Edificações (RCE) poderão ficar localizadas:

a) no local de entrada (até os elevadores quando houver);

b) em outro local, em conexão com o de en-trada através de circulação com larguras mínimas de 2,5m em reta e 3m em curva de raio médio mínimo de 5,5m.

32.1 — Os elevadores de carga, inclusive quando se tratar de elevadores de carreta automá-tica, não poderão ser utilizados para acesso de veículos às sagas reservadas para acumulação.

32.2 — Nenhuma área utilizada para saída de veículos poderá servir para localização de vagas reservadas para acumulação.

33 — O número de vagas reservadas para acumulação deverá corresponder a, pelo menos, 5% do número de vagas do edifício-garagem quando este for dotado de elevadores de carga. Quando o acesso de veículos for por rampa, essa proporção será reduzida para 2,5%.

34 — Os locais destinados às vagas reserva-das para acumulação ficam dispensados de aten-der à proporção de 25m² de área útil por vaga, desde que demonstrada a possibilidade de sua ocupação considerando para cada veículo uma vaga com 2,5m de largura e 5 m de comprimento.

35 — Quando houver galeria de pedestres es-tabelecida por projeto aprovado (PA), a faixa de 7m a que se refere a alínea “f” do artigo 54 do Regulamento de Construções e Edificações será contada a partir do alinhamento interno dessa galeria. Quando o acesso de veículos aos diversos pavimentos for por rampa, a faixa de 2m a que se refere à alínea “e” do artigo 54 do Regulamento de Construções e Edificações também será contada a partir do alinhamento interno da galeria.

36 — O local para atender aos serviços de controle e recepção não precisa estar em compar-timento fechado. A sala ou ambiente de espera e as instalações sanitárias para usuários deverão localizar-se no pavimento de acesso de veículos ou no pavimento de saída, quando a entrada e saída forem em níveis diferentes.

37 — Nos edifícios-garagens providos de ele-vadores para veículos, de carreta automática, não é obrigatório elevador para passageiros, salvo se o mesmo for exigido pelo Corpo de Bombeiros.

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38 — Nos casos de edifícios-garagens e de aplicação do artigo 12 do Decreto n.° 1.321/77, em que as vagas demarcadas ficarem localizadas formando ângulos de 90º, 60º e 45° com as circu-lações, estas deverão ter larguras mínimas de 5m, 4,2m e 3m, respectivamente.

39 — As pequenas áreas das lojas e salas co-merciais, tais como vestíbulos e passagens com largura inferior a 2m, quando não computadas na área útil mínima dessas unidades comerciais, tam-bém não são computadas no cálculo do número mínimo de vagas exigido para as mesmas e vice-versa.

40 — No cálculo do número de vagas exigido para lojas, quando fizerem parte destes comparti-mentos, com a finalidade lógica de depósito, será adotada para esses compartimentos a proporção de uma vaga para cada 200m² de área útil, desde que atendam, simultaneamente, as seguintes con-dições:

a) ocupem, no máximo, 20% da área de cada loja;

b) não tenham acessos independentes; c) estejam localizados em fundo de loja. 41 — A área útil do jirau quando superior a

50m² será incluída na área útil da loja para efeito de cálculo do número de vagas de veículos neces-sários para a loja.

42 — Para efeito do cálculo do número mínimo de vagas necessário para as edificações, não são computadas, nas áreas úteis ou brutas das unida-des, as áreas de terraços descobertos.

43 — Estão compreendidos entre os compar-timentos para lazer, recreação e serviços do con-domínio, permitidos nos pavimentos de uso co-mum das edificações, dependências para sauna, vestiários e instalações sanitárias, salas para fes-tas, jogos, ginástica e para outras atividades co-munitárias, copa, pequenos depósitos e dependên-cias para faxineiro, obedecida a limitação de ocupação fixada pela legislação vigente.

44 — O pavimento de uso comum, nas condições do artigo 132 do Regulamento de Construções e Edifi-cações (RCE), é permitido em edificações residenciais multifamiliares, mistas, comerciais e em edificações de uso exclusivo tais como sedes administrativas, hotéis, hospitais e estabelecimentos de ensino.

45 — No pavimento de uso comum será admi-tida a existência de elementos de circulação verti-cal, a menos de 3m da fachada, com tratamento arquitetônico adequado, quando as condições do terreno e do projeto não favorecerem outra solu-ção, da mesma forma que o previsto no § 2.° do artigo 134 do Regulamento de Construções e Edifi-cações (RCE) para o coroamento da edificação. Outros compartimentos poderão ser admitidos também a menos de 3m da fachada, no pavimento de uso comum da edificação, cuja projeção hori-zontal apresentar pouca largura, em terrenos de

pequena profundidade ou de esquina em que os alinhamentos dos logradouros formem ângulo de pequena abertura, exigido sempre tratamento adequado da fachada.

46 — Nas áreas externas à projeção horizontal das edificações, mesmo ao nível do pavimento de uso comum, são permitidas sobressaindo-se acima do nível do piso:

a) até 1,5m, casas de máquinas para exaus-tão mecânica;

b) até 1,2m, elementos construtivos tais co-mo: piscina, “decks” e laternins para ventilação.

47 — A caixa de escada e a casa de máquinas, quando as condições do terreno e do projeto não favorecem outra solução, poderão ficar junto às fachadas laterais e de fundos, nos casos de apro-veitamento de cobertura acima do último pavimen-to das edificações afastadas das divisas, previstos no artigo 120 do Regulamento de Zoneamento, mantendo o mesmo afastamento deste último pa-vimento, sem qualquer acréscimo, desde que haja dado tratamento arquitetônico adequado, não po-dendo esses elementos ocuparem, em extensão, mais de 30% da respectiva fachada.

48 — Poderá ser admitida pequena redução do afastamento de 5m do plano da fachada, no apro-veitamento da cobertura, apenas para a caixa de escada e para a casa de máquinas e a caixa de elevadores, quando as condições do terreno e do projeto não recomendarem outra solução.

49 — O afastamento mínimo de 5m em edifica-ção ao plano da fachada voltada para a testada do lote, no aproveitamento da cobertura acima do úl-timo pavimento das edificações afastadas das divi-sas, previsto no item 4 do inciso II do artigo 120 do Regulamento de Zoneamento, será exigido nas edificações que apresentarem fachada voltada dire-tamente para a testada do lote. Existindo entre as edificações e a testada do lote outras edificações ou existindo entre as edificações e o alinhamento do logradouro para o qual o lote tenha testada divisa do lote, face a sua cobertura dessas edificações, o afastamento mínimo de 3m em relação ao plano da fachada voltada para o logradouro.

50 — No aproveitamento da cobertura das edificações afastadas das divisas, os afastamentos mínimos em relação aos planos das fachadas late-rais e de fundos serão exigidos mesmo que os afastamentos dessas edificações em relação às divisas ou entre si forem superiores aos mínimos previstos na legislação.

51 — As lajes de teto das varandas e sacadas do último pavimento das edificações afastadas das divisas, balanceadas sobre os afastamentos fron-tal, das divisas e entre edificações, conforme o artigo 115 do Regulamento de Zoneamento, pode-rão ser utilizadas como pisos de terraços descober-tos ao nível do aproveitamento da cobertura pre-

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visto pelo artigo 120 do Regulamento de Zoneamen-to, não podendo entretanto essas áreas de piso serem acrescida à área do último pavimento para efeito do que dispõem os itens 1, 2 e 4 do inciso II do mesmo artigo 120 do Regulamento de Zonea-mento.

52 — E admitida a coexistência de dependên-cias de unidades residenciais situadas no último pavimento de urna unidade residencial de cobertu-ra, bem como de compartimentos destinados a atividades sociais do condomínio, na mesma pru-mada de acesso, nos casos de aproveitamento de cobertura previsto no artigo 120 do Regulamento de Zoneamento.

53 — O beiral com a profundidade máxima de 0,8m, exigido pelo artigo 206 e seu § 1.º do Códi-go de Segurança Contra Incêndio e Pânico (COS-CIP), aprovado pelo Decreto estadual n.° 897, de 21 de setembro de 1976, ao nível do piso de apro-veitamento da cobertura, poderá ser incorporado a esse piso, como terraço descoberto, não podendo a área correspondente a esse beiral ser acrescida à área do último pavimento para efeito do que dis-põem os itens 1, 2 e 4 do inciso II do artigo 120 do Regulamento de Zoneamento.

54 — As muretas e os gradis dos terraços descobertos, ao nível do piso do aproveitamento da cobertura, devem ter altura máxima de 1,2m.

55 — A caixa-d’água, a caixa de escada e o “hall” de acesso à casa de máquinas dos elevado-res, quando formarem um só conjunto com a casa de máquinas, no coroamento da edificação, não ficarão sujeitas às restrições dos itens 1 e 3 do artigo 134 do Regulamento de Construções e Edifi-cações (RCE), podendo ficar junto às fachadas exigido tratamento arquitetônico adequado.

56 — As muretas do telhado poderão contor-nar as lajes dos tetos das varandas do último pa-vimento para efeito de composição da fachada.

57 — As espessuras mínimas das paredes ex-ternas e internas e das lajes são respectivamente de 15cm, 10cm e 15cm.

58 — O artigo 153 do Regulamento de Cons-truções e Edificações não é aplicável aos compar-timentos não-habitáveis, considerando que estes só estão sujeitos a condições de ventilação.

59 — Pode existir instalação sanitária ao nível do jirau com a altura mínima de 2,2m.

60 — Os compartimentos para serviçais (quar-tos de empregada) podem possuir área superior a 5m desde que a solução prevista seja compatível com as características da unidade residencial.

61 — As galerias de lojas devem ter o pé-direito mínimo de 3m.

62 — Quando uma galeria de lojas envolver. em pequenos trechos, escada rolante, caixa de escada ou torre de elevadores com o seu “hall” de acesso, cada ramo desses trechos deverá ter lar-

gura mínima: a) igual ou superior à metade da que for cal-

culada para a galeria considerando, nesse cálculo, toda a sua extensão, de acordo com o disposto no § 2.° do artigo 85 do Regulamento de Construções e Edificações;

b) de 3m quando a largura calculada de acordo com o inciso anterior for menor que essa medida.

63 — As circulações em um mesmo nível, de utilização coletiva, terão as suas larguras calcula-das tomando-se por base, para efeito de aplicação do disposto nas alíneas “a” e “b” do artigo 85 do Regulamento de Construções e Edificações, a sua extensão a partir de qualquer das circulações ver-ticais (escada, elevadores, escada rolante) que servem o pavimento.

63.1 — No caso de escada, a extensão da cir-culação será contada a partir do eixo do vão de entrada na antecâmara quando a mesma for en-clausurada ou do eixo do seu trecho de descida ou de subida quando não for enclausurada.

63.2 — No caso de elevador, a extensão da circulação será contada a partir do eixo de qual-quer dos elevadores.

63.3 — No caso de escada rolante, a extensão da circulação será contada a partir do eixo do seu trecho de subida ou de descida.

64 — A largura da galeria de lojas ao nível do acesso pelo logradouro, para efeito de aplicação do disposto no § 2.° do artigo 85 do Regulamento de Construções e Edificações, será calculada em fun-ção da sua extensão contada a partir do seu início na fachada frontal da edificação até o seu final.

64.1 — Quando a galeria de lojas apresentar ramos, a largura de cada ramo será calculada em função da sua extensão a partir do início da galeria na fachada frontal até o final do ramo considerado.

64.2 — Quando a galeria de lojas apresentar dois acessos pelo mesmo logradouro ou por logra-douros diferentes, a largura da galeria será calcu-lada em função da metade da sua extensão conta-da a partir de um dos seus acessos na fachada até o outro acesso.

64.3 — Quando a galeria de lojas apresentar mais de dois acessos por logradouro ou por logra-douros diferentes, a largura da galeria será calcu-lada da mesma forma que a prevista no parágrafo anterior, considerando-se de cada vez, dois aces-sos diferentes e adotando-se para cada trecho da galeria a maior largura encontrada para o mesmo.

65 — No caso de galeria de lojas em subsolo ou acima do nível de acesso pelo logradouro, para efeito de aplicação do disposto no § 2.° do artigo 85 do Regulamento de Construções e Edificações, a largura de cada trecho será calculada em função de sua extensão contada a partir do seu acesso por quaisquer das circulações verticais (escada, elevador ou escada rolante) até o seu final, apli-

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cando-se, ainda, os mesmos critérios dos parágra-fos do artigo 59.

65.1 — Quando a galeria a que se refere este item apresentar vários ramos ou acessos por mais de uma circulação vertical, a sua largura será cal-culada, aplicando-se os mesmos critérios dos pa-rágrafos do artigo anterior.

66 — No caso de galeria de lojas em subsolo ou acima do nível de acesso pelo logradouro, não servidas por escada rolante, as escadas de acesso a essas galerias deverão ter, no mínimo, 3m de largura.

67 — São admitidas a altura dos comparti-mentos para serviçais com 2,4m e a largura do vão de acesso a esses compartimentos com 0,7m.

68 — As áreas dos vãos de ventilação de compartimentos para serviçais (quarto de empre-gada), de salas de administração de condomínios, e de saias e quartos de dependências para zelado-res deverão corresponder, no mínimo, a 1/8 das áreas dos respectivos compartimentos.

69 — É tolerada, no vão que ventila um terra-ço coberto, conforme dispõe o artigo 149 do Regu-lamento de Construções e Edificações, a colocação de elementos vazados (cobogó, por exemplo) e de esquadrias, ressalvadas as exigências da Compa-nhia Estadual de Gás.

70 — Quando houver galeria de pedestres in-dicada em projeto aprovado (PA), a área total da edificação será reduzida do produto da área da galeria pelo número de pavimentos contidos na altura da mesma.

71 — Nos locais onde houver projeto aprovado (PA) ou decreto indicando limite de profundidade máxima de construção com ou sem formação de área coletiva, as áreas das lojas e as áreas dos seus acessos projetados além desse limite não são computadas para efeito do limite máximo da área total da edificação (ATE).

72 — Jardineiras e saliências, com a profundi-dade máxima de 0,4 m, são toleradas em balanço sobre o afastamento frontal mínimo, nas fachadas dos embasamentos e do pavimento de uso co-mum.

73 — Jardineiras e saliências destinadas a colo-cação de ar-condicionado, a elementos estruturais e a quebra-sóis permitidas em balanço, de acordo com o artigo 114 do Regulamento de Zoneamento, com a profundidade máxima de 0,4m, podem distar menos de 1,5 m das divisas laterais dos lotes, nos casos de edificações não afastadas das divisas.

74 — Sacadas e jardineiras, permitidas em balanço, de acordo com o artigo 114 do Regula-mento de Zoneamento, com a profundidade máxi-ma de 0,8m, podem contornar, sem solução de continuidade, as arestas das edificações afastadas das divisas, nos encontros das fachadas.

75 — Jardineiras balanceadas nas fachadas, de

acordo com o artigo 114 do Regulamento de Zonea-mento, podem ficar junto a banheiros, cozinhas e áreas de serviços das unidades residenciais.

76 — Sacadas e varandas balanceadas nas fa-chadas, de acordo com o artigo 114 do Regula mento de Zoneamento. não podem ficar juntos a áreas de serviços e cozinhas.

77 — São admitidas muretas nas varandas e sa-cadas permitidas pelo artigo 114 do Regulamento de Zoneamento, como fechamento parcial do perímetro das mesmas, para efeito de aplicação do artigo 75 do Regulamento de Construções e Edificações.

78 — Varandas, sacadas, jardineiras e outros elementos construtivos balanceados nas fachadas, de acordo com o artigo 114 do Regulamento de Zoneamento, poderão ultrapassar o limite máximo de profundidade de construção para o local mesmo quando houver formação de área coletiva, respei-tado o que dispõe o artigo 212 do mesmo Regula-mento.

79 — As áreas das varandas e sacadas permi-tidas em balanço, de acordo com o artigo 114 do Regulamento de Zoneamento, não são incluídas para efeito da taxa de ocupação máxima, da área total da edificação (ATE), das áreas úteis mínimas das unidades, do cálculo do número mínimo de vagas de veículos e das dimensões máximas da projeção horizontal das edificações.

80 — As partes das varandas e sacadas, que não estão em balanço, não se aplicam as disposições do artigo 114 do Regulamento de Zoneamento, sen-do essas partes computadas para efeito da área total da edificação (ATE), da taxa de ocupação máxima, das áreas úteis mínimas das unidades, do número mínimo de vagas de veículos e das dimensões máxi-mas da projeção horizontal das edificações.

81 — Quando os afastamentos frontais, late-rais, de fundos e entre edificações forem maiores que os mínimos exigidos pela legislação, as pro-fundidades das varandas e sacadas, balanceadas nas fachadas, com as características definidas no artigo 114 do Regulamento de Zoneamento, pode-rão ser superiores aos limites estabelecidos nesse artigo, desde que os aumentos dessas profundida-des não importem, de qualquer forma, em ocupa-ção dos afastamentos mínimos maior que a permi-tida pelo referido artigo 114 do Regulamento de Zoneamento. As partes dessas varandas e saca-das, junto às fachadas, que corresponderem aos excessos de profundidade em relação aos limites estabelecidos no artigo 114 do Regulamento de Zoneamento, serão computadas para efeito da taxa de ocupação máxima, da área total de edifi-cação (ATE), das áreas úteis mínimas das unida-des, do número mínimo de vagas de veículos e das dimensões máximas da projeção horizontal das edificações.

82 — Nas edificações residenciais multifami-

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liares e de uso exclusivo, notadamente quando não localizadas em centros de bairro (CB), as marqui-ses deverão limitar-se às entradas das edificações e só poderão apresentar maior extensão quando justificada do ponto de vista arquitetônico como elemento decorativo, não estando sujeitas às dis-posições do artigo 104 do Regulamento de Cons-truções e Edificações.

83 — As marquises com mais de 3m de balan-ço, mesmo em edificações comerciais, deverão ser justificadas e concedidas por despacho do diretor-geral do O/DGED.

84 — As marquises deverão ficar devidamente caracterizadas nos projetos (plantas baixas e cor-tes) e não deverão ter outra utilização.

85 — Nas edificações de esquina afastadas das divisas, as fachadas acima do pavimento tér-reo, poderão apresentar balanço sobre a linha de concordância dos afastamentos frontais mínimos exigidos para as mesmas pelo artigo 101 do Regu-lamento de Zoneamento, com a profundidade má-xima de 1,5 m, mas nesse trecho em balanço, não serão permitidas varandas e sacadas.

86 — Quando uma edificação residencial multi-familiar afastada das divisas possuir quatro pavi-mentos residenciais (com apartamentos) mas um pavimento (térreo) destinado a estacionamento, acessos, portaria, locais para medidores de força, luz e gás, local centralizado de lixo e local para bombas, nesse pavimento térreo poderão ser locali-zados também a área de recreação (“playground”), o compartimento destinado à administração, as dependências do zelador e outros usos comuns, desde que as dimensões dos afastamentos mínimos correspondam a uma edificação com cinco pavimen-tos e o pavimento térreo fique restrito à projeção horizontal dos pavimentos superiores.

86.1 — Excetuam-se do disposto neste item os casos previstos no Decreto n.° 1.321, de 25 de novembro de 1977.

87 — Quando uma edificação residencial mul-tifamiliar não afastada das divisas possuir quatro pavimentos residenciais (com apartamentos) mais um pavimento (térreo) destinado a estacionamento, acessos, portaria, locais para medidores de força, luz e gás, local centralizado de lixo e local para bombas, nesse pavimento poderão ser localizados também o compartimento destinado à administra-ção, a área de recreação as dependências do zela-dor e outros usos comuns e as dimensões dos prismas de iluminação e ventilação serão corres-pondentes a uma edificação com quatro pavimen-tos. Contudo, essas partes comuns serão compu-tadas para efeito da área total de edificação (ATE) e o pavimento térreo deverá ficar restrito à proje-ção horizontal dos pavimentos superiores.

88 — Nos hotéis e hotéis-residenciais as di-mensões mínimas das circulações serão corres-

pondentes ao uso residencial, conforme dispõe a alínea “a” do artigo 85 do Regulamento de Cons-truções e Edificações, respeitadas, entretanto, as larguras mínimas de 2m e 1,5m, respectivamente, para hotéis e hotéis-residenciais.

89 — Nos centros de bairros (CB) das ZR-4 e ZR-5 das X (Ramos), XI (Penha), XII (Méier), XIII (Engenho Novo), XIV (Irajá), XV (Madureira), XVII (Bangu), XVIII (Campo Grande), XIX (Santa Cruz) e XXII (Anchieta) Regiões Administrativas, o cálculo do número mínimo de vagas de veículos será feito com base no quadro integrante do § 2.° do artigo 12 do Decreto n.° 1.321, de 25 de novembro de 1977, nos casos em que este decreto se aplica.

90 — As áreas (terraços) descobertas ao nível de um pavimento-garagem acima do térreo, não utilizadas para estacionamento face o disposto no § 2.° do artigo 146 do Regulamento de Zoneamento e nem para circulação e manobras dos veículos con-forme permitido pelo item 21 destas normas pode-rão servir como local para recreação desde que completamente isoladas das áreas de garagem e de acesso de veículos por muretas ou gradis com no mínimo, 1,2m de altura.

91 — Os compartimentos destinados a salas e dormitórios poderão comunicar-se com o prisma de iluminação e ventilação por reentrância ou ter-raço coberto, retangular ou quadrado, com largura mínima de 2m e profundidade igual ou inferior a 1,25 vezes a sua largura, desde que as dimensões do vão de iluminação e ventilação sejam calcula-das considerando como integrando o compartimen-to a parte da reentrância ou terraço, à frente do vão até a face do prisma.

92 — Os compartimentos destinados a cozinhas, copas e quartos para serviçais podem comunicar-se com o prisma de ventilação ou de iluminação e venti-lação por reentrância ou terraço coberto, retangular ou quadrado, com largura mínima de 1,5m e profun-didade igual ou inferior a 1,25 vezes a sua largura, desde que as dimensões do vão de ventilação sejam calculadas considerando como integrando o compar-timento a parte da reentrância ou terraço, à frente do vão até a face do prisma.

93 — As áreas dos vãos de ventilação dos quar-tos para serviçais, dos locais dos medidores de luz e de gás, e das casas de máquinas de elevadores e de ventilação mecânica deverão corresponder, pelo menos, a 1/8 da sua respectiva área de piso.

94 — No caso de edificação afastada das divi-sas, para efeito do cálculo da área do local para administração, somente entram no cômputo da área total da edificação as áreas de construção das unidades residenciais e/ou comerciais.

95 — Em edificação comercial ou mista, o lo-cal para administração com acesso por partes co-muns poderá situar-se no nível do jirau acima do “hall” do pavimento de acesso, quando o pavimen-

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to for térreo com lojas. 96 — No caso de logradouro com greide em ram-

pa, o pavimento-garagem, embora emergente mais de 1,5m em relação ao ponto mais baixo do meio-fio do logradouro correspondente à testada do lote, não será computado para efeito de exigência de elevador e do número de elevadores (artigo 98 do Regulamento de Construções e Edificações), desde que:

I — o acesso de pedestres à edificação não ocorra nesse pavimento;

II — não haja outro pavimento-garagem em nível inferior.

97 — Serão admitidos quartos para serviçais com área acima de 5m até 8m com vãos de ventila-ção abertos para prisma de ventilação (PV), em uni-dades residenciais cuja área útil, número de compar-timentos e qualidade de construção justificar tal área para esses compartimentos, desde que:

I — o acesso aos mesmos seja feito por circu-lação de serviço ou pela cozinha:

II — a sua localização não permita, no futuro, a abertura de vão de acesso pela parte social da unidade.

98 — As áreas dos quartos para serviçais não ficam sujeitas ao limite máximo definido no artigo anterior desde que:

a) se comuniquem com o exterior por prisma de iluminação e ventilação (PIV);

b) as áreas dos vãos de iluminação e ventila-ção correspondem às exigidas para compartimen-tos habitáveis;

c) a sua localização não permitida, no futuro, a abertura de vão de acesso pela parte social da uni-dade, quando a área de quarto for inferior a 9m;

d) esses quartos sejam considerados, para to-dos efeitos, como compartimentos habitáveis, quando a sua área for igual ou superior a 9m;

99 — Mesmo quando o pavimento de uso co-mum for elevado, acima do nível do térreo, analo-gamente ao que dispõe o artigo 149 do Regulamen-to de Zoneamento, é permitido, nos fundos do lote, local coberto para estacionamento ou guarda de veículos, com até dois pavimentos, respeitada uma faixa livre junto à edificação, com a largura corres-pondente à dimensão mínima do prisma de ilumina-ção e ventilação (PIV) exigida para a edificação.

99.1 — A cobertura do 2.° pavimento--garagem não pode ficar em nível superior ao do piso do pavimento imediatamente acima do pavi-mento de uso comum nem o local pode ter altura superior a 5,3m.

100 — As áreas das instalações sanitárias das salas comerciais não são computadas na área útil mínima dessas unidades para efeito do cálculo do número mínimo de vagas exigido para as mesmas.

[Publicada no “Diário Oficial” do Estado do Rio

de Janeiro, parte IV, de 17/03/1983.]

DECRETO “E” N.º 3.800, DE 20 DE ABRIL DE 1970.

Aprova os regulamentos complementares à Lei do Desenvolvimento Urbano do Estado da Guanabara, e dá outras providências.

O Governador do Estado da Guanabara, no

uso de suas atribuições legais, decreta: Art. 1.º Ficam aprovados os Regulamentos de

Zoneamento, de Parcelamento da Terra, de Edifi-cações e Construções, de Assentamento de Máqui-nas, Motores e Equipamentos, e de Licenciamento e Fiscalização, que acompanham, em anexo, este decreto. [O Decreto n.º 322, de 3/3/1976, aprovou o novo Regulamento de Zoneamento.]

Art. 2.º O exame para licenciamento, em to-das as matérias disciplinadas nos regulamentos de que trata o artigo 1.º, fica no âmbito exclusivo da Secretaria de Obras Públicas.

Art. 3.º Os expedientes administrativos forma-dos até a data de publicação deste decreto serão decididos de acordo com a legislação anterior, desde que não sejam arquivados ou caiam em perempção.

Parágrafo único. Os alvarás de licença de obras não iniciadas não poderão ser prorrogados ou revali-dados sem obedecer às disposições deste decreto.

Art. 4.º Será permitida a aplicação de normas dos regulamentos agora aprovados em projeto para o qual haja ou não alvará, desde que o mes-mo seja revisto de modo que fique totalmente enquadrado naqueles regulamentos.

Art. 5.º Para efeitos de aplicação dos regula-mentos ora aprovados, será adotado o glossário que, em anexo, acompanha este decreto.

Art. 6.º Ressalvadas as hipóteses explicita-mente previstas nos regulamentos aprovados por este decreto, ficam mantidos:

1 — projetos aprovados e decretos específicos de alinhamento e de urbanização atualmente em vigor;

2 — os atuais limites máximos de construção, com ou sem formação de área coletivas, fixados por projetos aprovados ou decretos específicos;

3 — todas as normas legais e regulamentos sobre a matéria contida no título V, seções I e II, do Regulamento de Zoneamento.

Parágrafo único. Quando, em projetos apro-vados de urbanização, haja previsão de construção de galerias de pedestres, o subsolo correspondente a estas galerias não poderá ser utilizado a não ser para assentamento de canalizações destinadas a serviços públicos.

Art. 7.º Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação, ficando revogados, nos termos do artigo 58 da Lei n.º 1.574, de 11 de dezembro de 1967, os Decretos n.ºs 6.000, de 1.º de julho de 1937, “E” 1.077, de 8 de junho de 1968, e de-mais disposições em contrário.

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[Decreto n.º 6.000, de 01/07/1937: “Estabelece o Código de Obras do Distrito

Federal e dá outras providências.”]

Rio de Janeiro, 20 de abril de 1970; 82.º da República e 11.º do Estado da Guanabara.

FRANCISCO NEGRÃO DE LIMA

____________

REGULAMENTO DE ZONEAMENTO

[Revogado pelo Decreto n.º 322, de 3/3/1976. Insere-se neste livro o novo regula-mento, aprovado pelo mesmo decreto.]

REGULAMENTO DE PARCELAMENTO DA TERRA

CAPÍTULO I

Abertura de logradouros, loteamento

e desmembramento.

Seção I Abertura de logradouros

Subseção I Condições técnicas do projeto

Art. 1.º Fica obrigatoriamente subordinada

aos interesses do Estado da Guanabara a abertura de logradouro, em qualquer parte de seu território, feita por iniciativa privada, através de projeto de arruamento, sejam quais forem as zonas de sua localização, tipo e dimensões.

Parágrafo único. Os projetos de abertura de logradouro e seus detalhes poderão ser aceitos ou recusados, tendo em vista as diretrizes estabeleci-das pelos diferentes aspectos do plano diretor e os planos parciais elaborados pela Secretaria de Obras Públicas, podendo ser impostas, pelo órgão estadual competente, exigências no sentido de corrigir as deficiências dos arruamentos projetados.

Art. 2.º Os projetos de abertura de logradou-ros de iniciativa particular deverão ser organizados de maneira a não atingirem nem comprometerem propriedades de terceiros, de particulares ou de entidades governamentais, não podendo dos mesmos projetos resultar qualquer ônus para o Estado; além disso, e das demais disposições des-te regulamento, serão observadas as determina-ções dos diversos artigos da presente seção.

Art. 3.º Os logradouros deverão obedecer às seguintes dimensões mínimas, no que se refere à largura e caixa de rolamento:

a) 9m de largura e 5m de caixa de rolamento, quando para os mesmos tenham testada lotes

residenciais de terceira e quarta categorias, exclu-sivamente, e não tiverem trechos de mais de 200m de extensão, sem encontrar um logradouro de 12m de largura mínima;

b) 12m de largura e 6m de caixa de rolamen-to nos demais casos e nos logradouros de acesso ao logradouro público.

§ 1.º Nos loteamentos com até cinqüenta lo-tes residenciais de quarta categoria será permitido logradouros de acesso com 8m de largura e 5m de caixa de rolamento.

§ 2.º Serão permitidas travessas de 6m de lar-gura e 3m de caixa de rolamento, numa extensão máxima de 50m, não podendo haver nenhum lote com acesso ou testada exclusiva para tais travessas.

§ 3.º Poderão ser exigidas dimensões superio-res às especificadas acima, a critério do órgão estadual competente, sempre que necessárias ao sistema viário.

§ 4.º As calçadas terão os passeios da mesma largura, não podendo ser inferior a 1,5m.

§ 5.º As quadras não deverão ter extensão superior a 200m, a não ser em casos especiais, como composição obrigada com logradouros públi-cos existentes, seus prolongamentos e em terre-nos de declividade acentuada, a critério do órgão estadual competente.

Art. 4.º Os logradouros que por sua caracte-rística residencial ou por condições topográficas exigirem a sua terminação sem conexão direta para veículos, com outro logradouro, poderão ado-tar qualquer dos seguintes tipos de terminação.

§ 1.º Os passeios das calçadas em todos os casos contornarão todo o perímetro do viradouro, com largura não inferior aos passeios das calçadas do logradouro de acesso.

§ 2.º Nos casos de emprego das soluções pre-vistas neste artigo, será obrigatória a conexão do

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retorno de veículos com outro logradouro, se hou-ver possibilidade, por meio de uma passagem de pedestre plana ou em degraus com as seguintes larguras, em relação ao comprimento: Largura Comprimento

3m ..... até 60m;

4m ..... de 60m até 120m

6m ..... de mais de 120m, até o limite máximo de 200m.

§ 3.º Quando a conexão para passagem de pedestres entre dois logradouros entra em contato com um espaço aberto destinado a parque ou jar-dim, não serão computados, no seu comprimento, os trechos em que aquele fizer parte deste.

Art. 5.º A concordância dos alinhamentos de dois logradouros projetados, ente si, e dos alinha-mentos destes com os logradouros existentes, será feita por curva de raio mínimo de 5m no primeiro caso e de 6m no segundo caso.

Art. 6.º A rampa máxima dos logradouros se-rá de 6%, admitindo-se entretanto, excepcional-mente, para pequenos trechos de extensão nunca superior a 100m, rampas até 8%.

§ 1.º Os logradouros situados em regiões aci-dentadas poderão ter rampas, até 15%, em tre-chos não superiores a 100m.

§ 2.º Para os logradouros ou trechos de logra-douros em que se tenham de vencer diferenças de nível correspondentes a rampas superiores a 15%, o órgão estadual competente determinará as condições a serem adotadas em cada caso particular, podendo permitir rampas até 25% com trechos máximos de 50m, sempre reduzindo a 15%, numa distância mí-nima de 40m, admitida após a redução novas pro-gressões e reduções nos limites indicados.

Art. 7.º Quando um projeto de arruamento inte-ressar a algum pontos panorâmico, ou algum aspecto paisagístico, serão obrigatoriamente postas em práti-ca as medidas convenientes para a sua necessária defesa, podendo o Governo do Estado exigir, como condição para aceitação do projeto, a construção de mirantes, belvederes, balaustradas e a realização de qualquer outra obra porventura necessária ou provi-denciar no sentido de assegurar a perene servidão pública sobre os mesmos pontos e aspecto.

Subseção II

Pavimentação, obras e serviços complementares. Art. 8.º Os interessados na abertura de novos

logradouros deverão realizar, à sua custa, sem qualquer ônus para o Estado, todas as obras de terraplenagem, pavimentação, meios-fios, arbori-zação, pontes, pontilhões, bueiros, galerias, linha adutoras, troncos alimentadores e distribuidores, redes de esgotamentos, muralhas e quaisquer outras obras que venham a ser exigidas para con-

tenção de talude e estabilidade de encosta, tudo de acordo com os respectivos projetos visados.

§ 1.º As obras de estabilização, consolidação e proteção dos taludes, assim como aquelas ne-cessárias ao perfeito escoamento das águas, são obrigatórias em todo o Estado da Guanabara, sem qualquer exceção.

§ 2.º É obrigatória a arborização das áreas des-tinadas a praças, jardins e recreação, bem como dos passeios com largura superior a 2m. [Redação dada pelo Decreto n.º 4.874, de 12/12/1984.]

Art. 9.º Apenas quando não houver rede geral para ligação, será dispensada a execução de gale-rias de águas pluviais, desde que se trate de lo-gradouros que se encontrem em região onde o sistema seja separador absoluto e cuja extensão não ultrapasse 100m, podendo seu escoamento ser feito superficialmente.

Art. 10. Fica dispensada a apresentação de projeto de esgotos sanitários nas regiões onde ainda não esteja em funcionamento o sistema se-parador absoluto.

Art. 11. As obras de ligação das galerias de águas pluviais e esgotos sanitários com as galerias do Estado serão executadas pelo próprio pessoal do Estado, de acordo com as normas dos órgãos competentes.

Parágrafo único. Tratando-se de galerias, canalizações e dispositivos que não pertençam ao Estado, as modificações que se tornarem indispen-sáveis poderão, mediante requerimento do interes-sado, ser requisitadas pelo Estado, mas nesse caso o mesmo interessado pagará adiantadamente a importância do orçamento que for apresentado pela repartição, companhia ou empresa proprietá-ria da galeria, canalização ou dispositivo que tiver de ser modificado; o interessado fica responsável ainda pelo pagamento de qualquer despesa acaso excedente do orçamento apresentado, fazendo o Estado a cobrança executiva com correção mone-tária e acréscimo de 20%, se o pagamento não for efetuado dentro do prazo marcado pelo Estado.

Art. 12. A concordância de calçamento do lo-gradouro que esteja sendo aberto por particular, com o calçamento dos logradouros públicos, será sempre executada pelo Estado, quando se tratar de calçamento asfáltico, e pelo Estado ou por quem for por ele determinado, quando se tratar de outros tipos de calçamento.

§ 1.º Em qualquer caso, as despesas com a concordância, avaliadas previamente pelo Estado, correrão por conta do interessado e serão pagas de acordo com as normas dos órgãos competentes.

§ 2.º O sacrifício de árvore ou de árvores da arborização pública em conseqüência da abertura de logradouro por particular será, quando indis-pensável, feito de acordo com as normas do órgão competente.

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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§ 3.º A remoção de postes ou de qualquer ou-tro dispositivo correrá também por conta do inte-ressado, procedendo-se nesse caso de acordo com o estabelecido no parágrafo único do artigo 11.

Art. 13. Nos logradouros dos loteamentos a serem aberto nas I a IX e XX e XXVIII Regiões Administrativas, será exigido tipo econômico de pavimentação, de acordo com as especificações aprovadas pelo órgão estadual competente, para o local.

§ 1.º Nas demais regiões administrativas será permitida a compactação com revestimento de saibro, desde que a declividade dos logradouros projetados não seja superior a 6%, cabendo ao órgão estadual competente exigir a determinação do índice de consistência e a estabilização do solo, se necessário.

§ 2.º Nos logradouros em que for permitida a compactação com revestimento de saibro, será exigida a pavimentação das concordâncias dos logradouros projetados com o logradouro público, acrescida de uma extensão mínima de 30m, de acordo com o tipo de pavimentação existente ou com o tipo que for determinado pelo órgão estadual competente, adotando-se o mesmo critério em frente aos núcleos comerciais projetados onde será exigido tipo de pavimentação econômico su-perior à compactação com revestimento de saibro.

§ 3.º Será permitido o enquadramento, às disposições do presente artigo, dos loteamentos aprovados anteriormente e cujos proprietários requeiram a modificação das especificações da pavimentação, dispensada a assinatura de termo, mediante despacho do órgão estadual competente, responsável técnico da pavimentação e nos casos em que o revestimento de saibro seja permitido, diretamente através do órgão estadual competente responsável administrativo da fiscalização.

Art. 14. Nos logradouros a serem abertos, se-rão permitidos meios-fios de concreto e, nos casos em que a pavimentação possua revestimento as-fáltico, deverão ser dotados de sarjetas ou linha de água.

Subseção III

Obrigações a serem cumpridas durante a execução

das obras

Art. 15. A execução de obras de abertura dos logradouros deverá obedecer integralmente aos projetos visados, dispensada a assinatura de termo de obrigações.

Parágrafo único. Qualquer modificação a ser introduzida na execução somente poderá ser feita após entendimento do interessado com os órgãos estaduais competentes, devendo constar do cadas-

tro, cuja apresentação será indispensável para aceitação das obras.

Art. 16. Sempre que na execução de obras de abertura de logradouros for verificada a sua inter-ferência com obras de serviços públicos existentes ou em construção, será modificado o projeto ou haverá entendimento do interessado com os res-pectivos serviços.

Parágrafo único. As alterações provenientes dessa interferência serão feitas sem qualquer ônus para o Estado, inclusive a reposição da pavimenta-ção, quando necessária.

Art. 17. Durante a execução dos trabalhos deverão ser permanentemente mantidos no local das obras o alvará e uma cópia do projeto visado, a fim de serem exibidos às autoridades fiscais, sempre que solicitados.

Art. 18. Enquanto durarem os trabalhos, os logradouros em execução serão vedados ao trânsi-to público; somente depois da aceitação dos logra-douros, poderão ser liberados ao trânsito.

Art. 19. Durante a execução das obras, o pro-fissional responsável deverá pôr em prática todas as medidas possíveis para garantir a segurança dos operários, do público e das propriedades vizi-nhas e providenciar para que o leito do logradouro no trecho prejudicado pelas mesmas obras seja, permanentemente, mantido em perfeito estado de limpeza.

§ 1.º Quaisquer detritos caídos das obras e bem assim resíduos de materiais que ficarem so-bre qualquer parte do leito do logradouro público deverão ser imediatamente recolhidos, devendo, caso necessário, ser feita a varredura de todo o trecho do mesmo logradouro cuja limpeza ficar prejudicada, além de irrigação para impedir o le-vantamento do pó.

§ 2.º O responsável por uma obra porá em prática todas as medidas possíveis no sentido de evitar incômodo para a vizinhança pela queda de detritos nas propriedades vizinhas ou pela produ-ção de poeira ou ruído excessivo.

§ 3.º É proibido executar nas obras qualquer serviço que possa perturbar o sossego dos hospi-tais, escolas, asilos e congêneres, situados na vizi-nhança, devendo ser realizados em local distante, sempre que possível, os trabalhos que possam, pelo ruído, causar aquela perturbação.

§ 4.º Nas obras situadas nas proximidades dos estabelecimentos referidos no parágrafo pre-cedente e nas vizinhanças de casas de residência é proibido executar antes das sete horas e depois das dezenove horas qualquer trabalho ou serviço que produza ruído.

§ 5.º A não ser com licença especial, que o órgão estadual competente poderá conceder em se tratando de obras afastadas de qualquer habi-tação ou estabelecimento comercial, não será

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

141

permitido o funcionamento de britadores ou de outros mecanismos ou aparelhos ruidosos, salvo quando se tratar de obras executadas na via pública.

Subseção IV

Aceitação de obras

Art. 20. Uma vez concluídas as obras de um

ou mais logradouros, o interessado poderá reque-rer a sua aceitação e o seu reconhecimento ao órgão estadual competente, o qual deverá exigir do interessado as declarações necessárias dos outros órgãos do Estado e referentes aos serviços executados.

§ 1.º Essa aceitação poderá ser requerida par-celadamente e, à medida em que as obras dos logra-douros forem sendo concluídas por trechos definidos, sendo concedida por despacho do engenheiro-chefe do órgão estadual competente, após a entrega das declarações necessárias dos diversos órgãos do Esta-do, referentes aos serviços executados.

§ 2.º A verificação do não-cumprimento dos projetos técnicos aprovados e de suas especifica-ções poderá importar na execução das correções pelo Estado, através do órgão estadual competen-te; se o pagamento do valor das obras executadas não for efetuado dentro do prazo estabelecido pelo Estado, será o mesmo cobrado executivamente, com correção monetária e acréscimo de 20%, além das multas máximas permissíveis.

Art. 21. O despacho final do requerimento de aceitação deverá ser exarado dentro do prazo de trinta dias, contados da data da entrega de todos os documentos necessários ao órgão estadual competente.

§ 1.º Se no prazo marcado neste artigo não for despachado o requerimento, as obras executa-das no logradouro, ou logradouros, serão conside-radas aceitas.

§ 2.º A notificação de qualquer exigência ao interessado, feita de acordo com as normas que regulam o processo administrativo, suspenderá a contagem do prazo mencionado no parágrafo ante-rior, contando-se integralmente um novo prazo, a partir da data em que a exigência for satisfeita.

Art. 22. Depois de aceitas as obras de abertu-ra de um logradouro pelo órgão competente, o Governador baixará decreto reconhecendo-o como logradouro público e dando-lhe a necessária de-nominação.

Art. 23. Nenhuma responsabilidade poderá recair sobre o Estado, em conseqüência de prejuí-zos supostamente causados a terceiros pela exe-cução de obras de abertura de logradouro.

Subseção V

Reconhecimento de logradouros

[A vigente redação dos artigos 24 a 30, aqui observada, foi aprovada pelo Decreto “E” n.º 6.527, de 14/9/1973.]

Art. 24. Serão reconhecidas como logradou-

ros públicos as vias de trânsito objeto de proje-tos de loteamento e/ou arruamento, cujas obras de urbanização — inclusive as relativas ao servi-ço público de água e de esgotos sanitários — tenham sido realizadas e aceitas pela adminis-tração pública.

Art. 25. Poderão ser reconhecidas como lo-gradouros públicos as vias de trânsito, abertas sem licença ou constantes de projetos de arrua-mento e/ou loteamento, desde que atendam aos seguintes requisitos:

a) haja decorrido o prazo de três anos de a-bandono processual que, no caso de existir termo assinado, será contado a partir da data do término estipulado no termo de obrigações ou da última prorrogação;

b) apresentem condições mínimas para o acesso aos lotes;

c) esteja o projeto de loteamento e/ou arrua-mento devidamente inscrito no registro geral de imóveis, com lotes vendidos ou prometidos à ven-da por escritura publica.

Parágrafo único. O reconhecimento de que trata esta artigo será efetivado através de despa-cho do Secretário de Estado de Obras Públicas;

Art. 26. Poderão ser reconhecidas, condicio-nalmente, como logradouros públicos, as vias de trânsito abertas sem licença ou constante de pro-jetos de arruamento e/ou loteamento, desde que, observado o disposto no parágrafo único do artigo anterior, atendam aos requisitos “a” e “b” do mesmo artigo e, caso não haja projeto de arrua-mento e loteamento aprovado, tenham lotes pa-gando imposto territorial ou predial, através de benfeitorias construídas, não legalizadas.

§ 1.º Nos logradouros a serem reconhecidos como públicos, condicionalmente, nos termos des-te artigo, será elaborado pelo órgão estadual com-petente, “a priori”, o projeto de alinhamento refe-rente a área abrangida pelos logradouros, desde que sejam fornecidos pelos interessados elementos que permitam reconstituir a situação dos lotes existentes.

§ 2.º As vias de trânsito abertas sem licença ou constantes de projetos de loteamento não aprovados e que sejam reconhecidas como logra-douros públicos, condicionalmente, nos termos deste artigo, somente poderão passar para o Esta-do, sem condições, após a apresentação de certi-

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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dão que comprove a inscrição do projeto de lotea-mento no registro geral de imóveis, de acordo com o Decreto-lei n.º 271, de 28 de fevereiro de 1967, e o cumprimento das exigência que tenham sido formuladas pelo Estado.

[Decreto-lei n.º 271, de 28/02/1967 (D.O.

de 28/02/1967): “Dispõe sobre loteamento urbano, res-

ponsabilidade do loteador, concessão de uso e espaço aéreo, e dá outras providências.”]

§ 3.º Nos logradouros reconhecidos como pú-

blicos, condicionalmente, nos termos deste artigo, as obras de conservação de logradouro, sua limpe-za, arborização, calçamento e iluminação, continu-arão com o loteador ou com seus sucessores a qualquer título.

§ 4.º Os ônus mencionados no parágrafo an-terior somente passarão para o Estado quando do reconhecimento das vias de trânsito como logra-douros públicos, sem condições, de acordo com os artigos 24 e 25 deste regulamento.

Art. 27. O reconhecimento de logradouros se-rá efetuado mediante decreto do Governador do Estado, e poderá, a exclusivo critério da adminis-tração, abranger somente trechos parciais que preencham as condições necessárias e tenham interligação com logradouros já oficialmente reco-nhecidos.

Art. 28. O reconhecimento como logradouro público, de acordo com os artigos anteriores:

I — não eximirá loteadores, sucessores, pro-fissionais ou quaisquer responsáveis, das multas e outras penalidades decorrentes de lei, decretos, termos ou instrumentos assinados;

II — não impedirá, se for o caso, que sejam propostas as medidas judiciais cabíveis para exigir:

a) o cumprimento das obrigações decorrentes de lei, decretos, termos, instrumentos assinados ou projetos técnicos aprovados;

b) a indenização correspondente a obras de urbanização, de serviços de abastecimento de água ou relativos a esgotos sanitários que tenham sido efetivados pelo Estado, pela Companhia Esta-dual de Águas (CEDAG) ou pela Empresa de Saneamento da Guanabara (ESAG), ou cujos en-cargos tenham sido por estes assumidos.

Parágrafo único. A realização de obras ou as-sunção de encargos deverá ser precedida, em cada caso, de prévia vistoria administrativa ou judicial e orçamento das obras a serem executadas.

Art. 29. A indenização prevista no artigo anterior poderá ser feita em dinheiro, apólices, ações, bens imóveis ou lotes, inclusive do próprio loteamento, devidamente avaliados pelo órgão estadual compe-tente, comprovadamente liberados e isentos de qualquer ônus.

Parágrafo único. O reconhecimento de lo-gradouros, cujas obras não tenham sido concluí-das, impedirá a liberação ou transferência de lotes caucionados, permanecendo o vínculo dos mesmos ao Estado, até a conclusão das medidas judiciais.

Art. 30. O Estado, caso o interesse público o justifique, poderá, excepcionalmente, reconhecer logradouros constantes de projetos de arruamento e/ou loteamento aprovado, cujas obras de urbaniza-ção ainda não tenham sido concluídas e estejam com prazo de execução em vigor, desde que:

I — os logradouros apresentem condições mí-nimas de acesso aos lotes;

II — haja edificações construídas em número superior a 30% dos lotes do logradouro.

Parágrafo único. O reconhecimento dos lo-gradouros capitulados no presente artigo não libe-ra, em hipótese alguma, o loteador, das obrigações assumidas, que continuarão sob sua total respon-sabilidade até a conclusão da urbanização.

Subseção VI

Nomenclatura de logradouros

Art. 31. Na escolha de novos nomes para os

logradouros públicos do Estado, serão observadas as seguintes normas:

I — nomes de brasileiros já falecidos que se tenham distinguido:

a) em virtude de relevantes serviços presta-dos ao Estado ou ao Brasil;

b) por sua cultura e projeção em qualquer ramo do saber humano;

c) pela prática de atos heróicos e edificantes; II — nomes curtos, eufônicos e de fácil pro-

núncia, tirados da história, geografia, flora, fauna e folclore do Brasil ou de outros países, e da mito-logia clássica;

III — nomes curtos, eufônicos e de fácil pro-núncia, extraídos da Bíblia Sagrada, datas e santos do calendário religioso;

IV — datas de significação especial para a His-tória do Brasil ou Universal;

V — nomes de personalidades estrangeiras com nítida e indiscutível projeção universal.

§ 1.º Os nomes de pessoas não poderão con-ter senão o mínimo indispensável à sua imediata identificação (inclusive título), dando-se preferên-cia aos nomes de duas palavras.

§ 2.º Na aplicação das denominações será ob-servada, tanto quanto possível, a concordância de nomes com o ambiente local; nomes de um mes-mo gênero ou região serão, sempre que possível, grupados em ruas próximas; os nomes mais ex-pressivos serão usados nos logradouros mais im-portantes.

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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Art. 32. Nas ruas particulares não serão da-dos nomes em duplicata ou que se possam con-fundir com nomes já dados ou a serem dados a logradouros ou outra rua particular.

Art. 33. A partir da data da publicação deste re-gulamento, fica vedada a aplicação dos seguintes nomes:

[Decreto n.º 47, de 26/6/1975: “Art. 1.º Fi-

cam restabelecidas as alíneas ‘a’ e ‘d’, do artigo 33, e alínea ‘a’ do inciso I do artigo 44, do Regu-lamento de Parcelamento da Terra, aprovado pe-lo Decreto ‘E’ n.º 3.800, de 20 de abril de 1970”. O Decreto “E” n.º 7.548, de 11/11/1974, tinha revogado as alíneas “a” e “d”, deste artigo.]

a) nomes em duplicata ou multiplicata, em

qualquer caso, mesmo quando em logradouros de espécies diferentes;

b) denominações de pronúncia semelhante ou aproximada a outras já existentes, prestando-se a confusão;

c) nomes de pronúncia difícil, excetuando-se os de pessoas de indiscutível projeção histórica;

d) denominações diferentes, mas que se refi-ram aos mesmos lugares, pessoas ou fatos;

e) denominações inexpressivas, vulgares, ca-cofônicas ou pouco eufônicas de coisas;

f) nomes de pessoas que não se enquadrem no que determina o artigo 31 deste regulamento.

Art. 34. A nomenclatura dos logradouros pú-blicos do Estado deverá obedecer à ortografia aprovada pela Academia Brasileira de Letras, em 12 de agosto de 1943.

Parágrafo único. Excetuam-se os casos es-peciais de nomes próprios de personalidades ilus-tres, a juízo do Governador.

Art. 35. A regulamentação do emplacamento de prédios, terrenos, vias e logradouros públicos ou particulares é privativa do Estado.

Art. 36. No início e no fim de cada logradouro serão colocadas duas placas e uma em cada esqui-na; nos cruzamentos, cada rua receberá duas pla-cas, das quais uma na esquina da quadra que ter-mina e sempre à direita e a outra em posição diagonalmente oposta na quadra seguinte.

Art. 37. As placas de nomenclatura serão de ferro esmaltada, com letras brancas, em relevo sobre fundo azul-escuro, para as vias e logradouros públi-cos, em fundo vermelho para os particulares.

Art. 38. É obrigatória por parte dos proprietá-rios dos imóveis a colocação das placas oficiais indicativas dos logradouros, nas paredes dos pré-dios, muros ou vedação de qualquer espécie, mesmo quando afastadas do alinhamento oficial.

Parágrafo único. A desobediência ao que de-termina este artigo sujeita o infrator ao pagamento da multa de uma UFEG e ao dobro nas reincidências.

Art. 39. Em situações especiais, a juízo do Secretário de Estado de Obras Públicas, a coloca-ção de placas oficiais indicativas dos logradouros poderá ser feita pelo Estado.

Parágrafo único. A não-observância do dispos-to neste artigo sujeita o proprietário à mesma pena-lidade prevista no parágrafo único do artigo anterior.

Art. 40. Em todos os casos que o Estado jul-gar necessário ou conveniente, poderá ser utilizada a posteação existente de concessionários ou per-missionários de serviços públicos, sejam autarqui-as, empresas ou companhias estaduais ou fede-rais, para a colocação de placas oficiais indicativas dos logradouros públicos.

Art. 41. A denominação e o emplacamento das vias e logradouros particulares, assim como o emplacamento dos prédios neles existentes, de-penderão de requerimento dos proprietários, ao qual deverão ser anexadas: placas da via ou logra-douro, em escala de 1:1.000 (um por mil), feita em relação ao logradouro público mais próximo, e prova do pagamento do valor das placas, tanto de nomenclatura como de numeração.

Parágrafo único. A denominação e a numeração não implicam no reconhecimento das vias e logradou-ros, como públicos, por parte do Estado; servirão ape-nas para diferenciá-los dos oficialmente reconhecidos.

Art. 42. A iniciativa de alterar a denominação do logradouro público oficialmente reconhecido é atribuição privativa do Executivo e só poderá ser feita mediante autorização legislativa, sempre que se torne necessária, de acordo com as normas estabelecidas neste regulamento, ressalvado o disposto no parágrafo único do artigo 44.

Art. 43. As espécies de logradouros oficiais serão: rua, avenida, estrada, praça, largo, praia, parque, jardim, alameda, rodovia, túnel, ponte, viaduto, galeria, travessa, campo, ladeira, escada, beco, pátio, passagem elevada, trevo e passarela, mantidas as espécies tradicionais já existentes.

Art. 44. Será revista a nomenclatura dos lo-gradouros, adotadas as seguintes normas gerais:

I — poderão ser indicados para mudança:

[Decreto n.º 47, de 26/6/1975: “Art. 1.º Ficam restabelecidas as alíneas ‘a’ e ‘d’, do ar-tigo 33, e a alínea ‘a’ do inciso I do artigo 44, do Regulamento de Parcelamento da Terra, a-provado pelo Decreto ‘E’ n.º 3.800, de 20 de abril de 1970”. O Decreto “E” n.º 7.548, de 11/11/1974, tenha revogado a alínea “a” deste inciso.]

a) nomes em duplicata ou multiplicata, salvo quando, em logradouros de espécies diferentes, a tradição tornar desaconselhável a mudança; não se concretizando esta hipótese, será mantido o nome mais antigo;

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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b) denominações que substituam nomes tradi-cionais, cujo uso persiste entre o povo, e que, tanto quanto possível, deverão ser restabelecidas;

c) nomes de pessoas sem referência histórica que as identifique, salvo quando a tradição tornar desaconselhável a mudança;

d) nomes diferentes homenageando a mesma pessoa, lugar ou fatos salvo quando a tradição tornar desaconselhável a mudança;

e) nomes de difícil pronúncia e que não sejam de pessoas ou fatos de projeção histórica;

f) nomes de eufonia duvidosa, significação imprópria ou que se prestem a confusão com outro nome dado anteriormente;

II — serão mudados para outros locais os nomes de pessoas ilustres, colocados em locais impróprios ou inexpressivos;

III — serão desdobrados em dois ou mais lo-gradouros distintos aqueles divididos por obstáculos de impossível ou difícil transposição, tais como linha de estradas de ferro, vias de grande penetração, etc., ou demasiadamente extensos, quando suas características forem diversas segundo os trechos;

IV — será, pelo contrário, unificada a denomi-nação de logradouros que apresentem, desneces-sariamente, diversos nomes em trechos contínuos com as mesmas características.

Parágrafo único. As alterações previstas na alínea “a” e nos itens III e IV independem de auto-rização legislativa.

Art. 45. Sempre que, de acordo com as normas estabelecidas neste regulamento, houver mudança de nomes de logradouro público, oficialmente reco-nhecido, ou de numeração de imóvel, a repartição competente comunicará o fato “ex officio” aos ofícios do Registro Geral de Imóveis do Estado, dispensada a exigência de certidão aos proprietários.

§ 1.º Os ofícios do Registro Geral de Imóveis farão automaticamente a necessária averbação.

§ 2.º Não poderá ser cobrada importância al-guma, seja a que título for, tanto pela repartição do Estado como pelos ofícios do Registro Geral de Imóveis, em conseqüência da alteração havida e sua conseqüente averbação.

Seção II

Loteamento e desmembramento

Subseção única

[O artigo 46 está a seguir reproduzido com

a redação aprovada pelo Decreto n.º 323, de 3/3/1976.]

Art. 46. Os lotes, partes autônomas do proje-

to, quanto às suas dimensões mínimas, são assim discriminados:

I — lote de primeira categoria — testada mí-nima de 100m e área mínima de 50.000m2;

II — lote de segunda categoria — testada mí-nima de 50m e área mínima de 10.000m2;

III — lote de terceira categoria — testada mí-nima de 20m e área mínima de 1.000m2;

IV — lote de quarta categoria — testada mí-nima de 15m e área mínima de 600m2;

V — lote de quinta categoria — testada míni-ma de 12m e área mínima de 360m2;

VI — lote de sexta categoria — testada míni-ma de 9m e área mínima de 225m2;

VII — lote de sétima categoria — testada mínima de 8m e área mínima de 120m2, exclusi-vamente com testada para logradouros com largu-ra igual ou inferior a 9m.

[O artigo 47 está aqui transcrito com a re-

dação que recebeu do Decreto n.º 323, de 3/3/1976.] Art. 47. Um lote será classificado numa cate-

goria quando a sua área for igual ou superior à mínima fixada para essa categoria e inferior à mí-nima fixada para a categoria imediatamente supe-rior, de acordo com o artigo anterior. O lote de primeira categoria terá área igual ou superior a 50.000m2.

§ 1.º Observado o disposto neste artigo, um lote não poderá ter testada inferior à mínima esta-belecida pelo artigo anterior para a categoria em que for classificado.

§ 2.º Em casos especiais e justificáveis, a admi-nistração municipal poderá exigir lotes com dimen-sões superiores às fixadas no artigo anterior, bem como permitir a implantação de lotes com dimen-sões inferiores.

§ 3.º Não é permitido o remembramento de lotes:

1 — de sétima categoria, quando do remem-bramento resultar:

a) lote de sexta categoria com frente apenas para logradouro com 8m de largura;

b) lotes de quinta categoria ou de categoria superior, com frente apenas para logradouro com largura igual ou inferior a 9m;

2 — de sexta categoria, quando do remem-bramento resultar lote de quinta categoria ou de categoria superior, com frente apenas para logra-douro com 9m de largura.

§ 4.º Os lotes definidos no artigo anterior e classificado de acordo com este artigo são permitido nas áreas das diversas zonas compreendidas nas diferentes regiões administrativas, de acordo com o estabelecido no Regulamento de Zoneamento, in-clusive quanto às suas dimensões mínimas.

§ 5.º É permitido o remembramento de lotes existentes, mesmo que o lote resultante possua

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

145

área inferior ao limite mínimo exigido para a região administrativa e zona em que o mesmo se encontre, observado o disposto no § 3.º deste artigo.

Art. 48. Em todos os loteamentos deverão existir núcleos de comércio local, na proporção mínima de um lote comercial para vinte e cinco lotes residenciais.

§ 1.º Em casos especiais, de acordo com decisão do Secretário de Estado de Obras Públicas, poderá ser dispensada a exigência contida neste artigo.

§ 2.º Estes lotes comerciais deverão ter afas-tamento frontal de 8m, para estacionamento; a área assim definida será descontada do total da área de estacionamento exigida para o lote.

Art. 49. Quando um lote apresentar testada em curva côncava ou em linha quebrada, forman-do concavidade e sendo satisfeito o limite mínimo de área, será admitida para a testada dimensão menor que os mínimos estabelecidos no artigo 46, devendo, porém, o lote apresentar largura média com dimensão correspondente a esses mínimos.

Art. 50. Quando o lote estiver situado em es-quina de logradouros para os quais existir a exi-gência do afastamento da construção em relação ao alinhamento, a testada menor será acrescida do valor do afastamento exigido para o outro logra-douro, de maneira a compensar a área atingida pelo segundo afastamento.

Art. 51. Serão admitidos, para remate do lo-teamento, no caso de não ser possível a divisão exata do terreno, até dois lotes no máximo, em cada série de lotes contínuos, apresentando testa-da e área mínima reduzidas de 15% no máximo, em relação aos valores fixados no artigo 46.

Parágrafo único. A tolerância acima não se aplica aos lotes de esquina.

[Decreto “E” n.º 6.168, de 15/5/1973:

“Art. 2.º A doação de área prevista no artigo 52 do Regulamento de Parcelamento da Terra, do Decreto “E” n.º 3.800, de 20 de abril de 1970, será sempre relativa à parte do terreno situada abaixo da cota 60.”] Art. 52. Sendo a área total dos terrenos a ur-

banizar em um mesmo projeto, ou em mais de um projeto, compreendendo terrenos contínuos, per-tencentes ao mesmo proprietário. superior a 30.000 m2, uma parte correspondente a 6% dessa área total será obrigatoriamente cedida ao Estado, gratuitamente, a fim de ser ela utilizada para pra-ças, jardins ou outros espaços livres ou para im-plantação futura, pelo Estado, de serviços públi-cos; essas áreas deverão ser descritas na certidão do loteamento para fins de inscrição no Registro Geral de Imóveis.

§ 1.º As áreas dos logradouros projetados e áreas “non aedificandi” não podem ser incluídas na citada porcentagem de 6%.

§ 2.º O Estado reserva-se o direito de recusar as áreas reservadas pelo requerente aos fins pre-vistos neste artigo.

§ 3.º Caso seja efetuado desmembramento de área superior a 30.000m2, sendo loteada área inferi-or a 30.000m2 oriunda do referido desmembramen-to, o lote ou lotes desmembrados ficarão onerados de 6%, sobre o total do terreno, para doação futura ao Estado, quando for feito o loteamento da área.

Art. 53. Nos loteamentos com mais de cin-qüenta lotes e menos de 30.000m2 de área, será reservada área de recreação equivalente ao míni-mo de 12m2 por lote, fora das vias de circulação e tendo no mínimo, em sua menor dimensão, 10m de largura média.

[Transcreve-se o artigo 54 com a nova re-

dação aprovada pelo Decreto “E” n.º 7.689, de 13/12/1974.]

Art. 54. Será exigida, antes da aceitação final

das obras dos logradouros do loteamento, a cons-trução de escolas-padrão, de acordo com o projeto fornecido pela Secretaria de Educação, e obedeci-das as seguintes determinações:

I — loteamento com menos de mil lotes — i-sento;

II — loteamento com mil ou mais lotes e me-nos de dois mil lotes — uma escola-padrão com doze salas convencionais e sete salas especiais;

III — loteamento com dois mil lotes ou mais — uma escola-padrão com doze salas convencio-nais e sete especiais por dois mil lotes e mais uma escola-padrão, com as mesmas características, para cada dois mil lotes ou fração deste parâmetro que exceder os dois mil lotes iniciais.

§ 1.º A hipótese de isenção de construção de escola não exclui a obrigatoriedade de cessão gra-tuita, ao Estado, da respectiva área, que será cor-respondente a 2% da área loteada, além daquela exigida pelo artigo 52, ressalvado o disposto no parágrafo seguinte.

§ 2.º A área obtida de acordo com o parágrafo anterior, quando inferior a 1.500m2, será comple-mentada por parte da área exigida pelo artigo 52, de modo a atingir este limite.

§ 3.º A área destinada à construção de esco-las deverá ter ainda as seguintes características:

a) aclividade ou declividade inferior a 10%, em pelo menos 50% da área total;

b) forma retangular, com testada mínima, pa-ra logradouro público, correspondendo a 25m para cada escola-padrão;

c) não ser atravessada por cursos de água, vales, córregos, riacho, etc.

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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§ 4.º Na aprovação do projeto deverá ficar consignada, na área destinada à escola, a obrigação da construção e doação da mesma, condição indis-pensável à aceitação final das obras dos logradou-ros, admitida a aceitação parcial correspondente a, no máximo, 50% dos lotes com frente para os lo-gradouros projetados, antes do cumprimento da exigência da construção e doação da escola.

CAPÍTULO II

Defesa dos aspectos paisagísticos e dos

logradouros e cursos de água

Seção I

Defesa dos aspectos paisagísticos

Art. 55. O Regulamento de Zoneamento defini-rá os locais, obras e monumentos do Estado cujas condições de visibilidade devam ser mantidas.

Parágrafo único. Sempre que necessário se-rão definidos todos os detalhes que devam ser atendidos nas obras a serem realizadas próximas a tais locais, inclusive estilo arquitetônico, tipo de fachada, seu revestimento e quaisquer outros jul-gados indispensáveis para obtenção da preserva-ção dos aspectos típicos e tradicionais, locais.

Seção II

Defesa dos logradouros

Art. 56. Os terrenos não construídos, com

testada para logradouro público, serão obrigatori-amente fechados no alinhamento existente ou projetado.

§ 1.º Nos terrenos situados em logradouros dotados de pavimentação ou apenas de meio-fio, o fechamento será feito por muro, gradil, cerca de arame (fio ou tela) ou muros de placas de concreto pré-moldado. [Redação dada pelo Decreto n.º 2.217, de 20/7/1979.]

§ 2.º O fechamento deverá observar as se-guintes condições:

1 — altura mínima de 1,8m; 2 — os arames deverão ser lisos; 3 — nos fechamentos com cerca de arame (fio

ou tela), será obrigatório o plantio, na parte inter-na do lote e em toda a sua extensão, de vegetação apropriada para formação de cerca viva. [Redação dada pelo Decreto n.º 2.217, de 20/7/1979.]

§ 3.º Quando se tratar de terreno em nível superior ao do logradouro, o Estado poderá exigir que o fechamento seja feito por meio de muralha de sustentação, mediante prévia licença do órgão estadual competente, se a mesma vier a ter altura superior a 3m.

§ 4.º Os muros de terrenos situados nas en-costas serão de altura que não prejudique a visibi-lidade do panorama, considerado o observador colocado no logradouro.

§ 5.º O Estado poderá exigir a redução da al-tura dos muros já construídos, para que seja atendi-do o disposto no parágrafo anterior.

§ 6.º Também poderá ser exigido que os mu-ros de determinados logradouros obedeçam a altu-ra e tipo especiais.

Art. 57. Os proprietários de terrenos, baldios ou não, são obrigados a mantê-los limpos, capi-nados e drenados.

Art. 58. Os proprietários de terrenos edifica-dos em logradouros dotados de meio-fio são obri-gados a construir passeios em toda a extensão da testada, obedecendo ao tipo, desenho, largura, declividade e demais especificações aprovadas para o logradouro.

§ 1.º É obrigatório manter os passeios em perfeito estado de conservação, empregando nos consertos o mesmo material previsto para o logra-douro.

§ 2.º Também é obrigatório por parte dos proprietários, a conservação dos gramados dos passeios ajardinados, nos trechos correspondentes à testada de seus imóveis.

§ 3.º Os passeios à frente de terrenos onde estejam sendo executadas edificações ou constru-ções devem ser mantidos, como os demais, em bom estado de conservação, tolerando-se que os reparos necessários sejam executados com reves-timento diferente; tão logo, porém seja terminada a obra, todo o passeio deverá ser reconstruído de acordo com o exigido para o local.

§ 4.º Os proprietários de terrenos que não possuam edificações são obrigados a atender as determinações do presente artigo, excetuando-se os localizados nas XVI, XVII, XVIII, XIX, XXII, XXV e XXVI Regiões Administrativas. [Redação dada pelo Decreto n.º 5.280, de 23/8/1985.]

Art. 59. O proprietário de imóvel é obrigado à reparação ou construção do passeio que se façam necessárias em virtude de modificações impostas pelo Estado, salvo quando ele o tenha construído há menos de um ano.

Art. 60. Quando se fizerem necessários repa-ros ou reconstruções de passeio, em conseqüência de obras realizadas por concessionários ou permis-sionários de serviço público, por autarquias, em-presas ou fundações do Estado, ou ainda em con-seqüência do uso permanente por ocupantes do mesmo, caberá a esses a responsabilidade de sua execução, feita de maneira a não resultarem re-mendos, ainda que seja necessário refazer ou substituir, completamente, todo o revestimento.

Art. 61. Todo aquele que, a título precário, ocupe logradouro público, nele fixando barracas ou

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similares, ficará obrigado a prestar caução, quando da concessão da autorização respectiva, em valor que será arbitrado pela autoridade que deva auto-rizar a ocupação, e destinada a garantir a boa con-servação ou restauração do logradouro.

§ 1.º Não será prestada caução pela localiza-ção de bancas de jornal e barracas de feiras-livres, ou quaisquer outras instalações que não impliquem em escavação da pavimentação.

§ 2.º Findo o período de utilização, e verifica-do, pelo órgão estadual competente, que o logra-douro foi recolocado nas condições anteriores à ocupação, poderá o interessado requerer o levan-tamento da caução.

§ 3.º O não-levantamento da caução, no pra-zo de cinco anos, a partir da data em que poderia ser requerido importará na sua perda, em benefí-cio do Estado.

Art. 62. As fachadas dos prédios construídos no alinhamento ou visíveis do logradouro, bem como os muros de frente de terrenos, devem ser mantidos em boas condições de conservação e pintura.

Parágrafo único. Constatado que as facha-das, muros ou passeios de imóveis tombados se acham em mau estado de conservação, a fiscaliza-ção oficiará ao Diretor do Departamento de Fiscali-zação, da Secretaria de Justiça, pedindo as provi-dências cabíveis.

Art. 63. Os tapumes das obras deverão ser mantidos em bom estado de conservação.

Art. 64. A intimação para construir ou conser-var muro ou passeio, e conservar fachadas ou tapumes, não importa em reconhecer ou legalizar situações irregulares ou ilícitas relacionadas com obras de qualquer espécie, executadas sem licen-ça, pelos proprietários ou ocupantes de imóveis.

Art. 65. A construção, reconstrução ou reparo de passeios e as obras de conservação de fachadas que não importem em sua modificação serão reali-zadas independentemente de licença, comunica-ção, ou qualquer outra formalidade.

§ 1.º Se a intimação tiver por objeto a cons-trução, reconstrução ou conservação de muro, fica ela equiparada à licença “ex officio” para a execu-ção da obra visada, salvo se ocorre a hipótese prevista no § 3.º do artigo 56 deste regulamento, quando será necessário a licença do órgão esta-dual competente para concedê-la.

§ 2.º O proprietário do imóvel, ou que deva ter a iniciativa e os ônus da obra, é responsável pela qualidade e adequação do material emprega-do, sob pena de ser obrigado a mandar refazê-la.

Art. 66. Escrever, pendurar faixas ou colar cartazes de qualquer espécie, sobre coluna, facha-da ou parede cega de prédio, muro de terreno, poste ou árvore de logradouro público, monumen-to, viaduto ou qualquer outro local exposto ao

público, inclusive calçadas e pistas de rolamento, constitui infração.

Parágrafo único. A critério do Diretor do De-partamento de Fiscalização, da Secretaria de Justi-ça, sem o uso de árvores, postes ou monumentos públicos e desde que haja comprovado interesse público, a exibição dos engenhos a que se refere este artigo poderá ser levada a efeito por órgão público sob a responsabilidade de autoridade de primeiro nível. [Parágrafo acrescentado pelo De-creto “E” n.º 5.348, de 8/2/1972.]

Art. 67. Para os efeitos deste regulamento, o promitente comprador, o cessionário e o promiten-te cessionário, desde que imitidos na posse do imóvel, são equiparados ao proprietário.

§ 1.º Equiparam-se também ao proprietário os locatários, os posseiros, os ocupantes ou os comodatários de imóveis pertencentes à União, estados, municípios ou autarquias.

§ 2.º Tratando-se de imóvel loteado, a res-ponsabilidade pelo cumprimento das obrigações previstas neste regulamento é do proprietário do loteamento, a menos que o adquirente do lote ou dos direitos a ele relativos não haja executado obras no mesmo.

Art. 68. Os rebaixamentos a se fazerem nos meios-fios dos logradouros, destinados à entrada de veículos, só poderão ser executados obedecen-do às normas estabelecidas pelo órgão estadual competente.

Parágrafo único. Caso existam obstáculos que impeçam a entrada dos veículos, como postes, árvores, hidrante, etc., a remoção, quando possí-vel, será feita pelo órgão ao qual estejam afetos, às expensas do interessado.

Art. 69. O rebaixamento dos meios-fios é obrigatório sempre que houver a entrada de veícu-los nos terrenos ou prédios, com a travessia desse passeio, sendo proibida a colocação de cunhas ou rampas, fixas ou móveis, na sarjeta ou sobre o passeio junto às soleiras do alinhamento, para acesso de veículos.

Art. 70. Não é permitida a colocação ou cons-trução de degraus fora do alinhamento dos terre-nos. [Redação dada pelo Decreto n.º 323, de 3/3/1976.]

Art. 71. Quando forem executadas obras em logradouros públicos, estas deverão ser devida-mente cercadas e sinalizadas, com dispositivos adequados que permitam completa visibilidade à noite.

Art. 72. A usurpação ou a invasão da via pú-blica e a depredação ou a destruição das obras, edificações, construções e benfeitorias (calçamen-tos, meios-fios, passeios, pontes, galerias, mura-lhas, balaustradas, bueiros, ajardinados, árvores, bancos) e quaisquer outros dispositivos públicos dos jardins, das praias e dos logradouros em geral,

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das obras existentes sobre os cursos de água, nas suas margens e no seu leito, constatáveis em qualquer época, serão, além do que prevê o Códi-go Penal, sujeitas ao seguinte:

a) verificada a usurpação ou invasão do logra-douro, por obra permanente, à demolição necessá-ria para que a via publica fique completamente desimpedida e a área invadida reintegrada à servi-dão do público;

b) providência idêntica será tomada no caso da invasão por cursos de água, com desvio de seus leitos ou modificação de sua seção de vazão;

c) as despesas decorrentes dessas demoli-ções, acrescidas de correção monetária e ainda de multa estipulada pelo órgão estadual competente, correrão todas por conta dos infratores;

d) as despesas para reparar os danos de qualquer espécie, causados nos logradouros públi-cos, nos cursos de água e nos serviços de obras em execução nos logradouros públicos serão inde-nizadas pelos infratores, acrescidas de correção monetária e de multa, estipuladas pelo órgão esta-dual competente.

Seção III

Defesa dos cursos de água

Art. 73. Compete aos proprietários de terre-

nos atravessados por cursos de água ou valas, córregos, riachos, etc., canalizados ou não, ou que com eles limitarem, a sua conservação e limpeza, nos trechos compreendidos pelas respectivas divi-sas, de forma que suas seções de vazão mante-nham-se sempre desimpedidas.

Parágrafo único. Quaisquer desvio ou toma-da de água, modificação da seção de vazão, cons-trução ou reconstrução de muralhas laterais, mu-ros, etc., na margem, no leito ou sobre os cursos de água, valas, córregos ou riachos, etc., canaliza-dos ou não, só poderão ser feitos com permissão do órgão estadual competente, sendo proibidas todas as obras ou serviços que venham impedir o livre escoamento das suas águas.

Art. 74. Qualquer projeto de construção ou edificação, seja residencial, comercial, industrial, de qualquer natureza, seja de particulares, seja de concessionários ou permissionários de serviço pú-blico, por autarquias, empresas, fundações ou companhias dos estados ou do Governo Federal, e cuja obra seja distanciada até 50m de um curso de água, vala, córrego ou riacho, etc., canalizados ou não, somente poderá ser visado após o exame pelo órgão estadual competente das condições de vazão.

§ 1.º Para tal, o órgão estadual competente, além de determinar a largura da faixa de prote-ção, sempre referida ao eixo do curso de água,

vala, córrego ou riacho, etc., canalizados ou não, onde não será permitida qualquer espécie de cons-trução ou edificação, poderá exigir a execução de obras de melhoria da seção de vazão, retificação, regularização, etc., desde que o mesmo atravesse o terreno ou com ele seja lindeiro.

§ 2.º Para a aceitação das obras e conseqüen-te “habite-se”, deverá ser apresentada pelo proprie-tário declaração, fornecida pelo órgão estadual competente, de que forma executadas e cumpridas as determinações do mesmo.

§ 3.º A não-figuração nos projetos, seja de que natureza for, de cursos de água, vala, córrego, riacho, etc., canalizados ou não, nas condições determinadas no presente artigo, constitui falta grave, invalidando a aceitação de qualquer projeto, mesmo já licenciado e em execução, devendo a obra ser embargada inconti-nenti, após a constatação do fato.

§ 4.º Em casos especiais, quando for possível o desvio ou retificação do curso de água, vala, córrego ou riacho, etc., canalizados ou não, quando incidir sobre o local projeto de urbanização que determine a mudança de curso, quando as condições de vazão sejam mantidas adequadas, por decisão do Secretá-rio de Estado de Obras Públicas, ouvidos os órgãos competentes, será tolerada sua canalização com construção sobre a mesma, desde que observadas todas as precauções, inclusive posição de sapatas das fundações, e liberada totalmente a faixa corres-pondente à mesma, mantendo sempre uma largura igual à da canalização, mais uma faixa de segurança, dimensionada pelos mesmos órgãos.

Art. 75. A responsabilidade na conservação e limpeza dos cursos de água, valas, córregos ou riachos, etc., canalizados ou não, e na manutenção de livre escoamento de sua água é exclusiva do proprietário dos terrenos ou imóveis atravessados ou limitados pelos mesmos, dispensada a assinatu-ra de qualquer termo de obrigações.

[O Decreto n.º 2.677, de 8/7/1980, acrescen-

tou ao capítulo II a seção IV a seguir reprodu-zida.]

Seção IV

Defesa paisagística das encostas

Art. 76. A construção de edificações nos ter-

renos acidentados e nas encostas observará as seguinte condições:

I — não poderão ser executados cortes e aterros que desfigurem o perfil e as condições naturais da encosta e/ou prejudiquem o aspecto paisagístico local;

II — sem prejuízo do que dispõe o inciso an-terior, os cortes e aterros não poderão ter mais de 3m de altura, em qualquer ponto;

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III — ainda sem prejuízo do que dispõe o inciso I, cortes e aterros com a altura superior à indicada no inciso anterior serão admitidos quando comprovadamente necessários à execu-ção de:

1 — acessos de pedestres e veículos; 2 — garagens embutidas ou semi-embutidas,

nos casos previstos no item 2, do § 1.º, do artigo 145, do Regulamento de Zoneamento;

3 — embasamento com pavimento exclusiva-mente destinado a estacionamento ou guarda de veículos, caso em que o limite de altura dos cortes fixado no inciso II poderá ser acrescido da altura desse embasamento;

4 — obras de contenção indispensáveis à se-gurança ou à regularização da encosta, autorizadas pelo órgão municipal competente;

IV — o piso do pavimento da edificação, em ní-vel inferior, deverá distar, no máximo, 5m do terreno natural, em qualquer ponto, e a estrutura aparente da edificação, justificada pela declividade do terreno, não poderá ser fechada nem poderá apresentar lajes de piso a vigas de contraventamento;

V — as disposições do inciso anterior aplicam-se aos pisos não assentes no terreno, exteriores à edificação;

VI — os limites exteriores das áreas de piso a que se referem os incisos IV e V anteriores, nos trechos em que houver estrutura aparente, deve-rão guardar um afastamento mínimo de 1,5m em relação a divisas laterais e de fundos do terreno;

VII — os acessos à edificações deverão ficar assentes no terreno natural.

Seção V

Arborização

Art. 77. Na execução de loteamento é obrigató-

rio o plantio de mudas de árvores, em número míni-mo correspondente a uma muda para cada 160m2 ou fração de área total destinada ao loteamento.

§ 1.º As mudas de árvores a que se refere este artigo devem ter pelo menos 2m de altura, dando-se preferência às espécies florestais nati-vas.

§ 2.º O plantio obedecerá às normas da Dire-toria de Parques e Jardins, sendo obrigatória a colocação de tutor, amarrilhos e protetores padro-nizados.

§ 3.º O projeto de arborização discriminará o número de mudas de árvores a serem planta-das nos passeios, nas praças, nos jardins e em outras áreas adequadas, e definirá uma área de reserva para arborização com o mínimo de 25m2 para cada árvore necessária ao complemento do número de mudas determinado por este artigo.

REGULAMENTO DE CONSTRUÇÕES E EDIFICAÇÕES

CAPÍTULO I

Generalidades

Art. 1.º Para os efeitos de aplicação das nor-

mas deste regulamento, uma construção, além da sua definição geral (vide glossário), é caracterizada pela existência do conjunto de elementos constru-tivos, contínuo em suas três dimensões, com um ou vários acessos às circulações ao nível do pavi-mento de acesso.

Art. 2.º Para os efeitos de aplicação das normas deste regulamento, uma edificação, além da sua definição geral (vide glossário), é caracterizada, tam-bém, valendo-se do conceito expresso no artigo 1.º

Art. 3.º Dentro de um lote, uma construção ou edificação é considerada isolada das divisas quando a área livre, em torno do volume edificado, é contínua em qualquer que seja o nível do piso considerado.

Art. 4.º Dentro de um lote, uma construção ou edificação é considerada contígua a uma ou mais divisas, quando a área livre deixar de contor-nar, continuamente, o volume edificado no nível de qualquer piso.

CAPÍTULO II

Classificação dos tipos de edificações

Art. 5.º Conforme utilização a que se desti-

nam, as edificações classificam-se em: a) residenciais; b) não-residenciais; c) mistas.

[O Decreto n.º 3.044, de 23/4/1981, deu ao capítulo III a seguinte redação:]

CAPÍTULO III

Edificações residenciais

Seção 1

Generalidades

Art. 6.º As edificações residenciais, segundo o

tempo de ocupação de suas unidades, classificam-se em permanente e transitórias.

§ 1.º As edificações residenciais permanentes são unifamiliares ou multifamiliares:

1 — considerada unifamiliar a edificação quando nela existir uma única unidade residencial;

2 — considerada multifamiliar a edificação quando nela existirem duas ou mais unidades resi-

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denciais, constituindo edificação de apartamentos e a parte de uso residencial de edificação mista de que trata o capítulo V deste regulamento.

§ 2.º As edificações residenciais transitórias são: 1 — hotéis, hotéis-residência, motéis e congê-

neres; 2 — internatos, pensionatos e asilos. Art. 7.º No caso de haver duas ou mais edifi-

cações residenciais permanentes dentro de um lote, formar-se-á o “grupamento de edificações residenciais”, que poderá ser de edificações uni e/ou multifamiliar.

Seção 2

Edificações residenciais permanentes

Subseção 2.1

Generalidades

Art. 8.º Toda unidade residencial permanente

será constituída, no mínimo, de dois compartimen-tos habitáveis, um banheiro e uma cozinha.

Subseção 2.2

Unifamiliares

Art. 9.º Sem prejuízo de que estabelecem as

demais normas deste regulamento, as edificações residenciais unifamiliares isoladas das divisas do lote ficarão dispensadas das exigências contidas no artigo 73.

Subseção 2.3

Multifamiliares

Art. 10. A edificação residencial multifamiliar

possuirá: a) portaria, em local centralizado; b) local centralizado para coleta de lixo ou dos

resíduos de sua eliminação, na forma do regula-mento e das normas técnicas do órgão municipal competente;

c) local centralizado para a administração de edificação com mais de sete unidades residenciais ou área total de edificação (ATE) superior a 800m2; esse local terá área equivalente a 0,5% da área total de edificação (ATE), sendo exigida a área mínima de 4m2; se a área resultante for su-perior a 50m2, é aceitável este limite.

d) dispositivos exigidos pelo Código de Segu-rança Contra Incêndio e Pânico;

e) local para os medidores de gás canalizado, de acordo com o regulamento do órgão estadual competente;

f) área de recreação proporcional ao número de compartimentos habitáveis, nas edificações com mais de sete unidades residenciais ou área total da edificação (ATE) superior a 800m2 de acordo com as seguintes condições:

I — proporção mínima de 1m2 por comparti-mento habitável, não podendo, no entanto, ser inferior a 40m2;

II — indispensável continuidade, não poden-do, pois, o seu dimensionamento ser feito por adi-ção de áreas parciais isoladas;

III — forma tal que permita, em qualquer ponto, inscrição de circunferência com raio mínimo de 2,5m;

IV — acesso através de partes comuns; V — isolamento das passagens de veículos e

dos locais de estacionamento por mureta com altu-ra mínima de 0,7m;

VI — não dar acesso e/ou ventilação ao local centralizado para coleta de lixo ou dos resíduos de suas eliminação;

VII — não ser localizada na cobertura da edi-ficação;

g) caixas receptora de correspondência, em local centralizado, de acordo com as exigências da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.

Seção 3

Edificações residenciais transitórias

Art. 11. Nas edificações destinadas a hotéis,

hotéis-residência e motéis existirão como partes comuns obrigatórias:

a) “hall” de recepção para serviços de portaria e comunicações;

b) sala de estar; c) compartimento próprio para a administra-

ção; d) compartimento para rouparia e guarda de

utensílios de limpeza; e) compartimento para guarda de bagagem; f) local próprio para prestação de serviços de

alimentação; g) instalações sanitárias do pessoal de servi-

ço, independentes; h) entrada de serviço independente. Parágrafo único. É aplicável o disposto nas

alíneas “b”, “d” e “e” do artigo 10. Art. 12. As edificações destinadas a hotéis e

hotéis-residência poderão ter um pavimento de uso comum, nas condições do § 1.º do artigo 132, nele podendo existir, inclusive, locais próprios para lazer e para a prestação de serviços de alimenta-ção e de outros serviços próprios de atividades hoteleiras.

Art. 13. As unidades habitacionais dos hotéis serão constituídas, no mínimo, de um comparti-

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mento habitável (quarto) e um banheiro privativo e as unidades habitacionais de hotéis-residência, no mínimo, de dois compartimentos habitáveis (sala e quarto), um banheiro e uma cozinha.

§ 1.º A classificação e as dimensões dos com-partimentos das unidades habitacionais estarão sujeitas às mesmas disposições que regulam as unidades residenciais de edificações residenciais unifamiliares, multifamiliares e mistas, não poden-do, entretanto, possuir dependência para serviçais.

§ 2.º A área mínima útil de qualquer unidade habitacional de hotel-residência é de 40m2, quais-quer que sejam a zona e a região administrativa em que se situe o hotel-residência.

Art. 14. As unidades de hotel-residência poderão receber numeração própria, como apartamentos, da mesma forma que as unidades residenciais de edificação residencial multifamiliar e mista, consti-tuindo unidades autônomas.

Art. 15. O número de unidades habitacionais de um hotel-residência não poderá ser inferior a quarenta.

Art. 16. Hotel e/ou hotel-residência terão que atender integralmente a todos os dispositivos que regulamentam a Lei n.° 1.574, de 11 de dezembro de 1967, no que lhe forem aplicáveis, não se admi-tindo, entretanto, transformação de uso de edifica-ção existente para hotel-residência. [Ver neste livro a Lei n.° 1.574/67.]

§ 1.° E vedada a transformação de uso de ho-tel-residência para qualquer outro uso, quer seja ela residencial ou comercial, não podendo as edifi-cações destinadas a hotel-residência sofrer modifi-cações com a finalidade de desvirtuar o uso e/ou desfigurar as condições que lhe são próprias.

§ 2.° As exigências específicas contidas no § 1.º deste artigo deverão ser obrigatoriamente gravadas, por meio de registro próprio, no registro geral de imóveis e averbadas à margem dos títulos de proprie-dade de cada unidade.

CAPÍTULO IV

Edificações não-residenciais

Seção 1

Generalidades

Art. 17. As edificações não-residenciais são

aquelas destinadas a: a) uso industrial; b) locais de reunião; c) comércio, negócios e atividades profissionais; d) estabelecimentos hospitalares e laboratórios; e) estabelecimentos escolares; f) usos especiais diversos.

Art. 18. Uma unidade não-residencial terá sempre instalação sanitária privativa.

Art. 19. As edificações não-residenciais terão equi-pamento para extinção de incêndio, de acordo com as normas exigidas pelo Corpo de Bombeiros, assim como local para os medidores de gás canalizado, de acordo com o regulamento respectivo, excetuando-se os casos previstos no mesmo regulamento. [Redação dada pelo Decreto “E” n.° 5.524, de 23/06/1972.]

Seção 2

Edificações destinadas ao uso industrial

Art. 20. As edificações não-residenciais desti-

nadas ao uso industrial obedecerão, além das normas estabelecidas nos regulamentos da Lei n.° 1.574, de 11 de dezembro de 1967, a todas as disposições da Consolidação das Leis do Trabalho e, no que couber, àquelas integrantes do Regula-mento do Despejo Industrial (Decreto “E” n.° 2.721, de 4 de março de 1969).

Seção 3

Edificações destinadas a locais de reunião

Subseção 1

Generalidades

Art. 21. São considerados locais de reunião: 1 — estádios; 2 — auditórios, ginásios esportivos, “halls” de

convenções e salões de exposições; 3 — cinemas; 4 — teatros; 5 — parques de diversões; 6 — circos. Art. 22. As partes destinadas a uso pelo pú-

blico, em geral, terão que prever: a) circulação de acesso; b) condições de perfeita visibilidade; c) espaçamento entre filas e séries de assentos; d) locais de espera; e) instalações sanitárias; f) lotação (fixação). Art. 23. As circulações de acesso em seus di-

ferentes níveis obedecerão às disposições constan-tes do capítulo VI (circulações).

§ 1.° Quando a lotação exceder de cinco mil lugares, serão sempre exigidas rampas para o escoamento de público dos diferentes níveis.

§ 2.° Quando a lotação de um local de reu-nião se escoar através de galeria, esta manterá uma largura mínima constante, até o alinhamento do logradouro, igual à soma das larguras das por-tas que para ela se abram.

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§ 3.° Se a galeria a que se refere o parágrafo anterior tiver o comprimento superior a 30m, a largura da mesma será aumentada de 10% para cada 10 m ou fração do excesso.

§ 4.° Será prevista, em projeto, uma demons-tração da independência das circulações de entra-da e saída de público.

§ 5.° No caso em que o escoamento de lotação dos locais de reunião se fizer através de galeria de lojas comerciais, as larguras previstas nos §§ 2.° e 3.° deste artigo não poderão ser inferiores ao dobro da largura mínima estabelecida por este regulamento para aquele tipo de galeria.

§ 6.° As folhas de portas de saída dos locais de reunião, assim como as bilheterias, se houver, não poderão abrir diretamente sobre os passeios dos logradouros.

§ 7.° Quando houver venda de ingressos, as bilheterias terão seus guichês afastados, no míni-mo, de 3m, do alinhamento do logradouro.

Art. 24. Será assegurada, de cada assento ou lugar, perfeita visibilidade do espetáculo, o que ficará demonstrado através de curva de visibilidade.

Art. 25. Entre as fitas de uma série existirá espaçamento e no mínimo, 0,9m, de encosto a encosto.

Art. 26. Os espaçamentos entre as séries, bem como o número máximo de assentos por fila, obedecerão às medidas mínimas abaixo:

1 — espaçamento mínimo entre as séries: 1,2m; 2 — número máximo de assentos por fila:

quinze. Parágrafo único. Não serão permitidas sé-

ries de assentos que terminem junto às pare-des.

Art. 27. Será obrigatória a existência de locais de espera, para o público, independentes das circulações.

Art. 28. Será obrigatória existência de instala-ções sanitárias para cada nível ou ordem de assen-tos ou lugares para o público, independentes da-quelas destinadas aos empregados.

Art. 29. Para o estabelecimento das relações que têm como base o número de espectadores, será sempre considerada a lotação completa do recinto.

Subseção 2

Estádios

Art. 30. Os estádios, além das demais condi-

ções estabelecidas por este regulamento, obedece-rão, ainda, às seguintes:

a) as entradas e saídas só poderão ser feitas através de rampas; essas rampas terão a soma de suas larguras, calculadas na base de 1,4m para cada mil espectadores, não podendo ser inferiores a 2,5m;

b) para o cálculo da capacidade das arqui-bancadas e gerais, serão admitidas, para cada metro quadrado, duas pessoas sentadas ou três em pé;

e) deverão possuir instalações sanitárias cal-culadas na proporção mínima de uma para cada quinhentos espectadores, distribuídas de forma que 40% se destinem a mictórios.

Subseção 3

Auditórios, ginásios esportivos, “halls” de

convenções e salões de exposições. Art. 31. Os auditórios, ginásios esportivos,

“halls” de convenções e salões de exposições obe-decerão às seguintes condições:

a) quanto aos assentos: I — atenderão a todas as condições estabele-

cidas nos artigos 24, 25 e 26; II — o piso das localidades elevadas se de-

senvolverá em degraus com altura e profundida-de necessárias à obtenção da curva de visibilida-de;

b) quanto às portas de saída do recinto onde se localizam os assentos:

I — haverá sempre mais de uma porta de saí-da e cada uma delas não poderá ter largura inferi-or a 2m;

II — a soma das larguras de todas as portas de saída equivalerá a uma largura total correspon-dente a 1m para cada cem espectadores;

III — o dimensionamento das portas de saída independe daquele considerado para as portas de entrada;

IV — terão a inscrição SAÍDA sempre luminosa: c) quanto às localidades elevadas: o guarda-

corpo terá a altura máxima de 1m: d) quanto aos locais de espera: os locais de

espera terão área equivalente, no mínimo, a 1m² para cada oito espectadores;

e) quanto à renovação e condicionamento do ar: os auditórios com capacidade superior a tre-zentas pessoas possuirão, obrigatoriamente, equi-pamento de condicionamento de ar; quando a lo-tação for inferior a trezentas pessoas, bastará a existência de sistema de renovação do ar.

Subseção 4

Cinemas

Art. 32. Os cinemas atenderão ao estabeleci-

do nas subseções 1 e 2 desta seção. Art. 33. As cabinas onde se situam os equi-

pamentos de projeção cinematográfica atenderão ao que estabelece a Portaria n.° 30, de 7 de feve-reiro de 1958, do Ministério do Trabalho.

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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Subseção 5

Teatros Art. 34. Os teatros atenderão ao estabelecido

nas subseções 1 e 3 desta seção. Art. 35. Os camarins serão providos de insta-

lações sanitárias privativas.

Subseção 6

Parques de diversões Art. 36. A armação e montagem de parques

de diversões atenderão às seguintes condições: I — o material dos equipamentos será incom-

bustível; II — haverá, obrigatoriamente, vãos de en-

trada e saída, independentes; III — a soma total das larguras desses vãos

de entrada e saída será proporcional a 1m para cada quinhentas pessoas, não podendo, todavia, ser inferior a 3m cada um;

IV — a capacidade máxima de público permi-tida no interior dos parques de diversões será pro-porcional a uma pessoa para cada metro quadrado de área livre reservada à circulação.

Subseção 7

Circos

Art. 37. A armação e montagem de circos,

com coberturas ou não, atenderão às seguintes condições:

I — haverá, obrigatoriamente, vãos de entra-da e saída, independentes;

II — a largura dos vãos de entrada e saída se-rá proporcional a 1m para cada cem pessoas, não podendo, todavia, ser inferior a 3m cada um;

III — a largura das passagens de circulação será proporcional a 1 m para cada cem pessoas, não podendo, todavia, ser inferior a 2m;

IV — a capacidade máxima de espectadores permitida será proporcional a duas pessoas, senta-das, por metro quadrado.

Seção 4

Edificações destinadas a comércio, negócios

e atividades profissionais. Art. 38. As unidades destinadas a comércio,

negócios e atividades profissionais são as lojas e salas comerciais.

Art. 39. As edificações que, no todo ou em parte, abriguem unidades destinadas a comércio, negócios e atividades profissionais, além dos de-

mais dispositivos deste regulamento, atenderão obrigatoriamente às condições previstas no artigo 10 (exceto área de recreação).

Parágrafo único. Tais edificações terão tam-bém, obrigatoriamente, marquise ou galeria cober-ta, nas seguintes condições:

a) em toda a extensão da testada, quando a edificação for contígua às divisas laterais do lote;

b) em toda a frente das unidades a que se re-fere este artigo e situada ao nível do pavimento de acesso, quando a edificação estiver isolada de uma ou mais divisas.

Art. 40. Nas lojas será permitido o uso transi-tório de estores protetores localizados nas extre-midades das marquises, desde que abaixo de sua extremidade inferior deixe espaço livre com altura mínima de 2,2m.

Art. 41. Nas edificações onde, no todo ou em parte, se processarem o manuseio, fabrico ou venda de gêneros alimentícios, deverão ser satisfeitas todas as normas exigidas pela Secretaria de Saúde.

Parágrafo único. A obrigatoriedade de aten-dimento dessas normas é extensiva às instalações comerciais para o fim de que trata este artigo.

Seção 5

Estabelecimentos hospitalares e laboratórios Art. 42. As edificações destinadas a estabele-

cimentos hospitalares e laboratórios de análise e pesquisa obedecerão às condições estabelecidas pela Secretaria de Saúde.

Seção 6

Estabelecimentos escolares

Art. 43. As edificações destinadas a estabele-

cimentos escolares obedecerão às condições esta-belecidas pela Secretaria de Educação e Cultura.

Seção 7

Usos especiais diversos

Subseção 1

Generalidades

Art. 44. São considerados como edificações

de usos especiais diversos: a) os depósitos de explosivos, munições e in-

flamáveis; b) os depósitos de armazenagem; c) os locais para estacionamento ou guarda de

veículos e os postos de serviço e de abastecimento de veículos.

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Subseção 2

Depósitos de explosivos, munições e inflamáveis. Art. 45. As edificações para depósitos de ex-

plosivos e munições terão de obedecer às normas estabelecidas em regulamentação própria do Minis-tério do Exército, e os de inflamáveis às do órgão estadual competente.

Subseção 3

Depósitos de armazenagem

Art. 46. Quando os depósitos de armazena-

gem se utilizarem de galpões, estes deverão satis-fazer a todas as condições estabelecidas por este regulamento.

§ 1.° Para qualquer depósito de armazenagem será obrigatória a construção, no alinhamento do logradouro, de muro com altura mínima de 2,5m.

§ 2.° A carga e descarga de quaisquer merca-dorias deverão ser feitas no interior do lote.

Subseção 4

Locais para estacionamento ou guarda de veículos

[A Lei Complementar n.° 33, de

28/11/1997, deu ao artigo 47 a seguinte reda-ção:] Art. 47. Os locais para estacionamento ou guar-

da de veículos dividem-se em dois grupos, a saber: a) cobertos; b) descobertos. § 1.° Os locais para estacionamento ou guar-

da de veículos em locais cobertos ou não, quando se configurarem como parte integrante das edifica-ções com “habite-se” concedido para as atividades de “shopping center”, hipermercados, supermerca-dos, bancos, casas de saúde e postos de serviços e revenda de combustíveis, não podem objetivar finalidade comercial.

§ 2.° O disposto no parágrafo anterior não se aplica aos locais para estacionamento ou guarda de veículos em área coberta, existentes em edifi-cações de uso exclusivo, com “habite-se” concedi-do para a atividade de edifício-garagem, nos ter-mos do § 1.º do art. 71 do Regulamento de Zoneamento, aprovado pelo Decreto n.° 322, de 3 de março de 1976.

§ 3.º O disposto no § 1.° não se aplica, ainda, aos locais para estacionamento ou guarda de veí-culos em terrenos descobertos, cujo uso exclusivo seja para estacionamento descoberto, nos termos do que dispõe o art. 57 deste Regulamento.

Art. 48. Nas edificações as áreas mínimas obri-gatórias para locais de estacionamento ou guarda de veículos serão calculadas de acordo com as normas estabelecidas pelo Regulamento de Zoneamento.

Parágrafo único. Nos casos de acréscimo em edificações existentes, a obrigatoriedade de reser-va de estacionamento ou guarda de veículos só incidirá para as áreas ou unidades acrescidas.

Art. 49. As áreas livres (excluídas aquelas destinadas ao afastamento mínimo frontal, desde que não se trate de lote de quarta categoria, re-creação infantil e circulações horizontais de veícu-los e pedestres, situadas ao nível do pavimento de acesso) e locais cobertos destinados a estaciona-mento ou guarda de veículos, poderão ser conside-rados, no cômputo geral, para fins de cálculo das áreas de estacionamento; no caso das vilas exis-tentes, as ruas internas serão igualmente conside-radas para fins do cálculo das áreas de estaciona-mento ou guarda de veículos.

Art. 50. As vagas exigidas para edificações em construção ou a serem construídas, quer fi-quem reservadas em área coberta ou descoberta, deverão ficar caracterizadas para que unidades, residenciais ou comerciais, fiquem vinculadas.

§ 1.º Para uma mesma unidade, residencial ou comercial, só será permitida a vinculação de tantas vagas quantas estabeleçam a proporcionali-dade fixada no Regulamento de Zoneamento.

§ 2.º O “habite-se” para as edificações de que trata este artigo será concedido uma vez que fique comprovado, por documento hábil, estarem cum-pridas as determinações nele contidas.

§ 3.º As garagens e os parqueamentos de carros das edificações que estejam sendo utiliza-das para outros fins, salvo haja licença concedida anteriormente pelo Estado, serão interditados tão logo seja apurada a irregularidade, sujeitando o infrator às penalidades das leis que regem o licen-ciamento de edificações no Estado.

§ 4.º Se o infrator for titular de atividade comercial e se a irregularidade persistir a despei-to das sanções aplicadas, o respectivo licencia-mento será cassado.

[O Decreto n.º 2.367, de 8/11/1979, deu

ao artigo 51 a seguinte redação:]

Art. 51. Estão isentas de obrigatoriedade da existência de locais para estacionamento ou guar-da de veículos:

a) as edificações residenciais unifamiliares em lotes situados em logradouros cujo “grade” seja em escadaria;

b) as edificações residenciais unifamiliares em lotes internos de vilas, em que os acessos às mes-mas, pelo logradouro, tenham largura inferior a 3,7m;

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c) mediante assinatura de termo, as edifica-ções residenciais unifamiliares em fundos de lotes, onde na frente haja outra edificação ou construção executada antes da vigência deste regulamento, desde que a passagem lateral seja inferior a 3,7m;

d) as edificações residenciais unifamiliares em lotes existentes, inclusive lotes internos de vila, que tenham área igual ou inferior a 200m2 e/ou testada igual ou inferior a 6m;

e) as edificações residenciais multifamiliares e mistas, com até dois pavimentos, desde que o número total de unidades residenciais e não--residenciais seja igual ou inferior a dois, em lotes existentes que tenham área igual ou inferior a 200m2 e/ou testada igual ou inferior a 6m, ou acesso por servidão pública ou particular com lar-gura inferior a 3,7m;

f) as edificações não-residenciais com até dois pavimento, deste que o número de unidadesseja igual ou inferior a dois, em lotes que tenham área igual ou inferior a 200m2 e/ou testada igual ou inferior a 6m.

Parágrafo único. Do termo a que ser refere a alínea “c” deste artigo constará a obrigatoriedade da previsão de reserva dos locais de estaciona-mento ou guarda de veículos, inclusive as corres-pondentes à edificação dos fundos, quando da eventual execução de nova edificação na frente ou de sua reconstrução total.

[O Decreto n.º 52, de 01/07/1975, deu ao

artigo 52 a seguinte redação:]

Art. 52. Se por quaisquer circunstâncias, in-clusive por motivo de proibição, com exceção das isenções previstas no artigo anterior e no quadro n.° 11 do Regulamento de Zoneamento, não for possível que se tenha, numa edificação, local para estacionamento ou guarda de veículos, a constru-ção dessa edificação só será permitida se esse local para estacionamento ou guarda de veículos, obrigatório, for garantido em edifício-garagem existente ou a ser construído, distante, no máxi-mo, 1.000m, dos limites do lote em que se pretende construir a edificação de que trata este artigo.

§ 1.° A concessão de “habite-se” do edifício-garagem deverá preceder àquela da edificação à qual esteja vinculada. [O vigente Regulamento de Zoneamento foi aprovado posteriormente à data da edição do Decreto n.° 52/75, pelo Decreto n.° 322, de 03/03/1976.]

§ 2.° Quer se trate de edifício-garagem exis-tente ou a ser construído, o vínculo, que será per-manente, entre um deles e a edificação, ficará gravado no alvará de obras, escrituras públicas e no órgão estadual competente incumbido do con-trole e lançamento do imposto predial; no caso de complementação de áreas de estacionamento ou

guarda de veículos em edifício-garagem existente, a vinculação será previamente comprovada através de escritura pública; as demais medidas que per-mitirão ao Estado controlar essa vinculação são válidas também para este caso.

§ 3.° Será permitido também a existência con-junta numa mesma edificação ou em edificações distintas, num mesmo lote, de local de estaciona-mento ou guarda de veículos em edifício-garagem.

Art. 53. Os locais de estacionamento ou guar-da de veículos, que sejam cobertos ou descober-tos, deverão atender às seguintes exigências:

a) os pisos serão impermeáveis e dotados de sistema que permita um perfeito escoamento das águas de superfície;

b) as paredes que os delimitarem serão in-combustíveis e, nos locais de lavagem de veículos, elas serão revestidas de material impermeável;

c) terá de existir sempre passagem de pedes-tres com largura mínima de 1,2m, separada das destinadas aos veículos.

Art. 54. Seja para fins privativos ou comerciais, os locais cobertos para estacionamento ou guarda de veículos deverão atender, ainda, às seguintes exigências:

a) quando não houver laje de forro, o trave-jamento da cobertura será incombustível;

b) se não houver possibilidade de ventilação direta, deverão ser garantidas perfeitas condições de renovação do ar ambiente por meio de dispositivos mecânicos;

c) a altura mínima será de 2,5m; d) havendo mais de um pavimento, todos eles

serão interligados por escada; e) quando providos de rampas, estas deverão

obedecer às condições seguintes: 1 — ter início a partir da distância mínima de

2m da linha da testada da edificação; 2 — largura mínima de 2,5m quando construí-

das em linha reta, e 3m quando em curva, sujeita esta ao raio mínimo de 5,5 m;

3 — as rampas que ligarem o pavimento do aces-so a até dois pavimentos imediatamente superiores ou inferiores poderão ter inclinação máxima de 20%, e aquelas que servirem aos pavimentos seguintes, em nível superior ou inferior, poderão ter inclinação má-xima de 15%. Entre estas rampas e aquelas com in-clinação superior a 15% deverá existir circulação hori-zontal com o comprimento mínimo de 6m; [Redação dada pelo Decreto n.° 52, de 01/07/1975.]

f) quando for prevista a instalação de elevado-res para transporte de veículos, deverá ser obser-vada uma distância mínima de 7m entre eles e a linha de fachada, a fim de permitir as manobras necessárias a que o veículo saia, obrigatoriamente, de frente para o logradouro.

Art. 55. Os edifícios-garagem, além das nor-mas estabelecidas neste regulamento deverão atender ainda às seguintes:

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156

a) a entrada será localizada antes dos serviços de controle e recepção e terá de ser reservada área destinada à acumulação de veículos correspondente a 5%, no mínimo, da área total das vagas;

b) a entrada e saída deverão ser feitas por vãos, no mínimo, com larguras mínimas de 3m cada um, tolerando-se a existência de um único vão com largura mínima de 6m;

c) quando houver vãos de entrada e saída voltados cada um deles para logradouros diferen-tes, haverá no pavimento de acesso passagem para pedestres nos termos do artigo 53, alínea “c”, que permita a ligação entre esses logradou-ros;

d) quando providos de rampas ou de elevado-res simples de veículos, em que haja circulação interna desses veículos, deverá haver, em todos os pavimentos, vão para o exterior na proporção mí-nima de um décimo da área do piso; as pistas de circulação, nesse caso, deverão ter largura mínima de 3m;

e) quando providos apenas de rampas e des-de que possuam cinco ou mais pavimentos, deve-rão ter, pelo menos, um elevador com capacidade mínima para cinco passageiros;

f) deverão dispor de salas de administração, espera e instalações sanitárias para usuários e empregados, completamente independentes;

g) para segurança de visibilidade dos pedes-tres que transitam pelo passeio do logradouro, a saída será feita por vão que meça, no mínimo, 2,5m para cada lado do eixo da pista de saída, mantida esta largura para dentro do afastamento até 1,5m, no mínimo; estão dispensados desta exigência os edifícios-garagem afastados de 5m ou mais em relação ao alinhamento do logradou-ro;

h) nos projetos terão de constar obrigatoria-mente as indicações gráficas referentes às locali-zações de cada vaga de veículos e dos esquemas de circulação desses veículos, não sendo permiti-do considerar, para efeito de cálculo das áreas necessárias aos locais de estacionamento, as rampas, passagem e circulação;

i) a capacidade máxima de estacionamento terá de constar obrigatoriamente dos projetos e alvarás de obras e localização; no caso de edifí-cio--garagem provido de rampas, as vagas serão de marcadas nos pisos e, em cada nível, será afixado um aviso com os dizeres abaixo:

AVISO CAPACIDADE MÁXIMA DE

ESTACIONAMENTO ...... VEÍCULOS

A utilização acima destes limites é perigosa e ilegal, sujeitando os infratores às penalidades da

legislação.

Art. 56. Os locais cobertos para estaciona-mento ou guarda de veículos, para fins privativos, poderão ser construídos no alinhamento quando a linha de maior declive fizer com o nível do logra-douro ângulo igual ou superior a 45%; as disposi-ções deste artigo aplicam-se quando a capacidade máxima for de até dois veículos.

Art. 57. Os locais descobertos para estaciona-mento ou guarda de veículos para fins comerciais, no interior dos lotes, além das demais exigências conti-das neste regulamento deverão atender ainda às seguintes:

a) existência de compartimento destinado à administração;

b) existência de vestiário; c) existência de instalações sanitárias, inde-

pendentes, para empregados e usuários.

Subseção 5

Postos de serviço e de abastecimento de veículos Art. 58. Nas edificações para postos de abaste-

cimento de veículos, além das normas que forem apli-cáveis por este regulamento, serão observadas as concernentes à legislação sobre inflamáveis e, no que couber, aquelas referentes ao Regulamento do Despe-jo Industrial (Decreto “E” n.° 2.721, de 04/03/1969).

§ 1.º Os tanques de combustível deverão guardar afastamentos frontais e de divisas mínimo de 5m, e as bombas 4m.

§ 2.° É aplicável o Decreto “N” n.° 1.114, de 26 de agosto de 1968.

[Decreto n.° 1.114, de 26/08/1968 (D.O.-

GB de 28/08/1968): “Regulamenta o licenciamento de ativida-

des acessórias, com postos de abastecimento de veículos automotores. “] Art. 59. A limpeza, lavagem e lubrificação de veí-

culos devem ser feitas em boxes isolados, de modo a impedir que a poeira e as águas sejam levadas para o logradouro ou neste se acumulem; as águas de super-fície serão conduzidas para caixa separadas das galeri-as, antes de serem lançadas na rede geral.

Art. 60. Os postos de serviço e de abastecimento de veículos deverão possuir compartimento para uso dos empregados e instalações sanitárias com chuveiros.

Art. 61. Deverão possuir instalações sanitárias para os usuários separadas das de empregados.

CAPÍTULO V

Edificações mistas

Art. 62. As edificações mistas são aquelas des-

tinadas a abrigar as atividades de diferentes usos.

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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Art. 63. Nas edificações mistas onde houver uso residencial serão obedecidas as seguintes condições:

a) no pavimento de acesso e ao nível de cada piso, os “halls”, as circulações horizontais e verti-cais, relativas a cada uso, serão obrigatoriamente independentes entre si;

b) além da exigência prevista no item ante-rior, os pavimentos destinados ao uso residencial serão grupados continuamente;

c) é aplicável o disposto na alínea “e” do artigo 10.

CAPÍTULO VI

Condições gerais relativas às edificações

Seção 1

Preparo do terreno, escavações.

Art. 64. Na execução do preparo do terreno e es-cavações serão obrigatórias as seguintes precauções:

a) evitar que as terras alcancem o passeio e o leito dos logradouros;

b) o bota-fora dos materiais escavados deve ser re-alizado com destino e locais determinados pelo Estado;

c) adoção de providências que se façam neces-sárias à sustentação dos prédios vizinhos limítrofes.

Seção 2

Fundações

Art. 65. O projeto e execução de uma fundação,

assim como as respectivas sondagens, exame de labo-ratório, provas de carga, etc., serão feitos de acordo com as normas adotadas ou recomendadas pela Asso-ciação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Seção 3

Estruturas

Art. 66. O projeto e execução de estrutura de

uma edificação obedecerão às normas da Associa-ção Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Art. 67. A movimentação dos materiais e equi-pamentos necessários à execução de uma estrutura será sempre feita, exclusivamente, dentro do espaço aéreo delimitado pelas divisas do lote.

Seção 4

Paredes

Art. 68. Quando forem empregadas paredes

autoportantes em uma edificação, serão obedeci-das as respectivas normas da Associação Brasileira

de Normas Técnicas para os diferentes tipos de material utilizado.

Art. 69. As paredes externas de uma edifica-ção serão sempre impermeáveis.

Art. 79. As paredes divisórias entre unidades independentes, mas contíguas, assim como as adjacentes às divisas do lote, garantirão perfeito isolamento térmico e acústico.

Art. 71. Nas unidades contíguas, haverá sem-pre parede corta-fogo, quando a estrutura da co-bertura for comum às mesmas.

Art. 72. As paredes adjacentes às divisas do lote terão sempre fundações próprias e deverão impedir a ligação e continuidade dos elementos estruturais da cobertura com os de outra já exis-tente ou a ser construída.

Seção 5

Pisos e tetos

Art. 73. Os pisos e tetos serão executados

com material incombustível.

[O Decreto “E” n.º 5.524, de 23/6/1972, acrescentou ao artigo 73 o seguinte parágrafo único:] Parágrafo único. As edificações residenciais

unifamiliares isoladas das divisas do lote ficarão dispensadas das exigências deste artigo.

Art. 74. Os pisos dos compartimentos assen-tes diretamente sobre o solo deverão ser imper-meabilizados.

Seção 6

Fachadas

[Ver o Decreto n.º 51/75 (artigos 3.º e

4.º).]

Art. 75. É livre a composição de fachadas. Art. 76. Nas edificações será permitido o ba-

lanço sobre a área de afastamento mínimo frontal exigido pelo Regulamento de Zoneamento, acima do pavimento térreo, de acordo com o artigo 114 do Regulamento de Zoneamento.

Seção 7

Coberturas

Art. 77. As coberturas das edificações serão

construídas com materiais que permitam: a) perfeita impermeabilização; b) isolamento térmico.

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

158

Art. 78. Nas edificações destinadas a locais de reunião e de trabalho, as coberturas serão construídas com material incombustível.

Art. 79. As águas pluviais provenientes das coberturas serão esgotadas dentro dos limites do lote, não sendo permitido o deságüe sobre os lotes vizinhos ou logradouros.

Art. 80. As unidades dos pavimentos recu-ados das edificações existentes, a que se refere o artigo 87 do Regulamento de Zoneamento, poderão chegar até o plano da fachada, desde que mantidas sua composição arquitetônica e as condições mínimas previstas por este regu-lamento, para iluminação e ventilação dos com-partimentos acrescidos e dos anteriormente existentes ao nível do pavimento em que se situem os demais. [Redação dada pelo Decreto n.º 323, de 03/03/1976.]

Seção 8

Reservatório de água

Art. 81. Toda edificação deverá possuir pelo

menos um reservatório de água próprio. Parágrafo único. Nas edificações com

mais de uma unidade independente, que tive-rem reservatório de água comum, o acesso ao mesmo e ao sistema de controle de distribuição se fará, obrigatoriamente, através de partes comuns.

Art. 82. Os reservatórios de água serão dimensionados pela estimativa de consumo mínimo de água por edificação, conforme sua utilização, e deverá obedecer aos índices da tabela abaixo:

UTILIZAÇÃO DA EDIFICAÇÃO

CONSUMO litro/dia

Unidades residenciais .. 300 por compartimento habitável

Hotéis (sem cozinha e sem lavanderia) .........

120 por hóspede

Estabelecimentos hospi-talares ......................

250 por leito

Unidade de comércio, negócios e atividades profissionais ..............

6 por metro quadrado de área útil

Cinemas, teatros e au-ditórios .....................

2 por lugar

Garagens .................. 50 por veículo Unidades industriais em geral .........................

6 por metro quadrado de área útil

Art. 83. Sem prejuízo do que estabelecem os demais artigos desta seção, as caixas-d’água obedecerão aos dispositivos regulamentares do órgão estadual responsável pelo abastecimento de água.

Seção 9

Circulação em um mesmo nível

Art. 84. As circulações em um mesmo nível, de utilização privativa, em uma unidade residen-cial ou comercial, terão largura mínima de 0,8m.

Art. 85. As circulações em um mesmo nível, de utilização coletiva, cujo comprimento será cal-culado à partir das circulações verticais, terão as seguintes dimensões mínimas para:

a) uso residencial — largura mínima de 1,2m para urna extensão máxima de 10m; excedido esse comprimento, haverá um acréscimo de 0,02m, na largura, para cada metro ou fração do excesso;

b) uso comercial — largura mínima de 1,2m para uma extensão máxima de 10m; excedido esse comprimento, haverá um acréscimo de 0,05m, na largura, para cada metro ou fração do excesso;

c) acesso aos locais de reunião — largura mínima de 2,5m para locais cuja área destinada a lugares seja igual ou inferior a 500m² excedida essa área, haverá um acréscimo de 0,05m, na largura, para cada 10m² de excesso.

§ 1.° Nos hotéis e motéis, a largura mínima será de 2m, nos hotéis-residência, será de 1,5m. [Reda-ção dada pelo Decreto n.° 3.044, de 23/04/1981.]

§ 2.° As galerias de lojas comerciais terão a largura mínima de 3m para uma extensão de, no máximo, 15m; para cada 5m, ou fração de exces-so, essa largura será aumentada de 10%.

Art. 86. Os elementos de circulação que estabele-cem a ligação de dois ou mais níveis consecutivos são:

1 — escadas; 2 — rampas; 3 — elevadores; 4 — escadas rolantes. Art. 87. Os elementos de circulação que esta-

belecem a conexão das circulações verticais com as de um mesmo nível são:

1 — “hall” do pavimento de acesso (em cone-xão com o logradouro ou logradouros);

2 — “hall” de cada pavimento. Art. 88. Nos edifícios de uso comercial o “hall”

do pavimento de acesso deverá ter área proporcional ao número de elevadores de passageiros e ao núme-ro de pavimentos da edificação; essa área “S” deverá ter uma dimensão linear mínima “D”, perpendicular às portas dos elevadores e que deverá ser mantida até o vão de acesso ao “hall”.

Art. 89. As áreas e distâncias mínimas a que se refere o artigo 88 atenderão aos parâmetros da seguinte tabela:

NÚMERO DE ELEVADORES NÚMERO DE

PAVIMENTOS

1 2 3 Acima de 3

S m2 8,00 10,00 18,00 * até 5 D m 1,50 1,50 1,80 *

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

159

S m2 — 12,00 20,00 * 6 a 12 D m — 1,80 2,00 * S m2 — 14,00 24,00 * 13 a 22 D m — 2,00 2,20 * S m2 — 16,00 28,00 * acima de 22 D m — 2,20 2,50 *

* 10% a mais sobre os índices estabele-cidos para três elevadores, para cada eleva-dor acima de três.

Parágrafo único. Para as edificações até oito pavimentos, em lotes com área máxima de 150m2, os valores de S e D serão, respectivamente, 8m2 e 1,2m.

Art. 90. Nos edifícios de uso comercial a área dos “halls” de cada pavimento “S1” e sua dimensão linear “D1” perpendicular às portas dos elevadores não poderão ter dimensões inferiores às estabele-cidas na seguinte tabela:

NÚMERO DE ELEVADORES NÚMERO DE

PAVIMENTOS

1 2 3 Acima de 3

S1 m2 4,00 5,00 9,00 * até 5 D1 m 1,50 1,50 1,80 * S1 m2 — 6,00 10,00 * 6 a 12 D1 m — 1,80 2,20 * S1 m2 — 7,00 12,00 * 13 a 22 D1 m — 2,00 2,20 * S1 m2 — 8,00 14,00 * acima de 22 D1 m — 2,20 2,50 *

* 10% a mais sobre os índices estabele-cidos para cada elevador acima de três.

Parágrafo único. Para as edificações até oito pavimentos, em lotes com área máxima de 150 m2, os valores de “S1” e “D1” serão, respectiva-mente, 4m2 e 1,5m.

Art. 91. Nos edifícios residenciais dotados de elevadores o “hall” do pavimento de acesso poderá ter área igual à do “hall” de cada pavimento; essa área “S2“ e sua dimensão linear “D2“ perpendicular às portas dos elevadores não poderão ter dimen-sões inferiores às estabelecidas na seguinte tabela:

NÚMERO DE ELEVADORES NÚMERO DE

PAVIMENTOS

1 2 3 Acima de 3

S2 m2 3,00 6,00 9,00 * até 5 D2 m 1,50 1,50 1,50 * S2 m2 — 6,00 9,00 * 6 a 12 D2 m — 1,50 1,50 * S2 m2 — 6,00 9,00 * 13 a 22 D2 m — 1,50 1,50 * S2 m2 — 6,00 9,00 * acima de 22 D2 m — 1,50 1,50 *

* 10% a mais sobre os índices estabeleci-dos para três elevadores, para cada elevador acima de três.

Parágrafo único. Para as edificações até oito pavimentos, em lotes com área máxima de 150 m2, os valores de “S2” e “D2” serão, respectiva-mente 3m2 e 1,5 m.

Art. 92. No caso das portas dos elevadores serem fronteiras umas às outras, as distâncias “D”,

“D1” e “D2” estabelecidas nos artigos 88, 89, 90 e 91 serão acrescidas de 50%.

Art. 93. Nos edifícios servidos apenas por es-cadas ou rampas, serão dispensados os “halls” em cada pavimento e o “hall” de acesso não poderá ter largura inferior a 1,5 m.

Art. 94. Nos edifícios, seja de uso residencial, seja de uso comercial, haverá, obrigatoriamente, interligação entre o “hall” de cada pavimento e a circulação vertical, seja esta por meio de escada, seja por meio de rampas.

Art. 95. As dimensões mínimas dos “halls” e circulações, estabelecidas nesta seção, determi-nam espaços livres e obrigatórios, nos quais não será permitida a existência de qualquer obstáculo de caráter permanente ou transitório.

Seção 10

Circulação de ligação de níveis diferentes

Subseção 1

Escadas

Art. 96. As escadas deverão obedecer às nor-

mas estabelecidas nos parágrafos seguintes: § 1.º As escadas para uso coletivo terão lar-

gura mínima livre de 1,2m e deverão ser construí-das com material incombustível.

§ 2.º Nas edificações destinadas a locais de reu-nião o dimensionamento das escadas deverá atender ao fluxo de circulação de cada nível, somado ao do nível contíguo (superior e inferior), de maneira que ao nível da saída no logradouro haja sempre um somatório de fluxos correspondente à lotação total.

§ 3.º As escadas de acesso às localidades ele-vadas nas edificações que se destinam a locais de reuniões deverão atender às seguintes normas:

a) ter largura de 1m para cada cem pessoas e nunca inferior a 2m;

b) o lance extremo que se comunicar com a saí-da deverá estar sempre orientado na direção desta.

§ 4.º Nos estádios, as escadas das circulações dos diferentes níveis deverão ter largura de 1,5m para cada mil pessoas e nunca inferior a 2,5m.

§ 5.º As escadas de uso privativo, dentro de uma unidade unifamiliar, bem como as de uso niti-damente secundário e eventual, como as de adegas, pequenos depósitos e casas de máquinas, poderão ter sua largura reduzida para um mínimo de 0,6m.

§ 6.º O dimensionamento dos degraus será feito de acordo com a fórmula 2A + B = 0,63m, onde A é a altura ou espelho de degrau e B a profundidade do piso, sendo a altura máxima igual a 0,185m.

§ 7.º Nas escadas de uso coletivo, sempre que o número de degraus consecutivos exceder de dezesseis será obrigatório intercalar um patamar

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

160

com a extensão mínima de 0,8m e com a mesma largura do degrau.

§ 8.º Nas escadas circulares deverá ficar as-segurada uma faixa mínima de 1,2m de largura, na qual os pisos dos degraus terão as profundida-des mínimas de 0,2m e 0,4m nos bordos internos e externos, respectivamente.

§ 9.º Os degraus da escadas de uso coletivo não poderão ser balanceados ensejando a forma-ção de “leques”.

§ 10. As escadas do tipo “marinheiro”, “cara-col” ou em “leque”, só serão admitidas para aces-sos a torres, adegas, jiraus, casas de máquinas ou entrepisos de uma mesma unidade residencial.

Subseção 2

Rampas

Art. 97. As rampas para uso coletivo não poderão

ter largura inferior a 1,2m e sua inclinação atenderá, no mínimo, à relação 1:8 de altura para comprimento.

Subseção 3

Da obrigatoriedade de assentamento de elevadores

Art. 98. A obrigatoriedade de assentamento

de elevadores é regulada de acordo com os diver-sos parágrafos desta subseção, atendendo-se que o pavimento aberto em “pilotis” e sobreloja são considerados, para efeitos deste artigo, com para-das de elevador.

§ 1.º Nas edificações a serem construídas, acrescidas ou reconstruídas, será obedecido o dis-posto no seguinte quadro, de acordo com o núme-ro total de pavimento. PAVIMENTOS 4 4 sobre

“pilotis” 5 5 sobre

“pilotis” 6 ou mais

Número mínimo de elevadores

isento 1 1 2 2

§ 2.º Nos casos de obrigatoriedade de assen-tamento de dois elevadores, no mínimo, todas as unidades deverão ser servidas por, pelo menos, dois elevadores.

§ 3.º Nos casos de obrigatoriedade de assen-tamento de um elevador, no mínimo, todas as unidades deverão ser servidas.

§ 4.º As unidades situadas no último pavi-mento poderão deixar de ser servidas por eleva-dor, desde que o pavimento imediatamente infe-rior seja servido por, pelo menos, um — em edificações de quatro pavimento — ou dois — em edificações de seis pavimento ou mais — elevado-res, tendo aquelas unidades acesso direto aos mesmos elevadores.

§ 5.º Onde houver obrigatoriedade da exis-tência de sobrelojas em projetos aprovados de

urbanização, estas não precisam ser servidas por elevador.

§ 6.º Para as edificações até oito pavimentos, a serem construídas, acrescidas ou reconstruídas, em lotes existentes como área máxima de 150m2, poderá ser permitido o assentamento de um único elevador.

§ 7.º O assentamento de elevadores nas edifi-cações a serem construídas, acrescidas ou recons-truídas, com previsão de inclusão de subsolos, obedecerá ao disposto no quadro abaixo:

Número de pavi-mentos acima do nível de logradouro

Número de pavi-mentos abaixo do nível do logradouro

ASSENTAMENTO DE

ELEVADORES Até 4 inclusive

Acima de 4

Até e inclusive

Mais de 3

Obrigatório — sim — sim Nota: Em qualquer outra hipótese que não es-

teja prevista no quadro acima o assentamento de elevadores obedecerá ao estabelecido no § 1.º deste artigo, sendo tolerado, apenas, que os pavi-mentos extremos deixem de ser atendidos pelas paradas desses elevadores, atendendo o § 4.º

§ 8.º Os subsolos utilizado como garagens ou depósitos não precisam ser servidos por elevadores.

§ 9.º Nos edifícios hospitalares ou asilos de mais de um pavimento, será obrigatória a instala-ção de elevadores.

§ 10. As edificações destinadas a hotéis e a hotéis-residência com quatro ou mais pavimentos, qualquer que seja a sua natureza, terão, pelo me-nos, um elevador, [Redação dada pelo Decreto n.º 3.044, de 23/04/1981.]

Art. 99. Em qualquer dos casos de obrigatorie-dade de instalação de elevador, deverá ser satisfeito o cálculo de tráfego e intervalo de tráfego, na forma prevista pela norma adequada da ABNT e pelo Regu-lamento Para Instalação e Conservação de Aparelho de Transporte, devendo os tempos componentes do tempo total de viagem ser justificados. [Redação dada pelo Decreto n.º 5.858, de 23/11/1972.]

Subseção 4

Escadas rolantes

Art. 100. Nas edificações onde forem assentadas

escadas rolantes, estas deverão obedecer à Norma NB-38, da Associação Brasileira de Normas Técnicas. [Ver neste livro o artigo 33 da Lei n.º 2.743, de 07/01/1999.]

Seção 11

Jiraus

Art. 101. Só será permitida a construção de

jiraus em galpões, grandes áreas cobertas ou

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

161

lojas comerciais, desde que satisfaçam as seguin-tes condições:

a) não prejudicar as condições de iluminação e ventilação do compartimento onde for construído e contar com vãos próprios para iluminá-los e ven-tilá-los, de acordo com este regulamento (conside-rando-se o jirau como compartimento habitável);

b) ocupar área equivalente a, no máximo, 50% da área do compartimento onde for construí-do;

c) ter altura mínima de 2,2m e deixar com es-sa mesma altura o espaço que ficar sob sua proje-ção no piso do compartimento onde for construído;

d) quando os jiraus forem destinados a depó-sitos poderão ter altura mínima de 1,9m, e escada de acesso móvel.

Art. 102. Não é permitido o fechamento de jiraus com paredes ou divisões de qualquer es-pécie.

Seção 12

Chaminés

Art. 103. A chaminé de qualquer nature-

za, em uma edificação, terá altura suficiente para que o fumo, a fuligem ou outros resíduos que possam expelir, não incomodem a vizi-nhança.

§ 1.º A altura das chaminés não poderá ser inferior a 5m do ponto mais alto das coberturas existentes num raio de 50m.

§ 2.º Independentemente da exigência do parágrafo anterior ou no caso da impossibili-dade de seu cumprimento, poderá ser obriga-tória a instalação de aparelho fumívoro conve-niente.

§ 3.º As chaminés para gás canalizado, quan-do houver, serão regidas por regulamento do ór-gão estadual competente.

Seção 13

Marquises

Art. 104. A construção de marquises na fachada

das edificações obedecerá às seguintes condições: a) serão sempre em balanço; b) A face extrema do balanço deverá ficar

afastada do meio-fio de, no mínimo, 1m; c) ter altura mínima de 3m, acima do nível do

passeio; d) permitirão o escoamento das águas plu-

viais exclusivamente para dentro dos limites do lote;

e) não prejudicarão a arborização e ilumina-ção pública, assim como não ocultarão placas de nomenclatura ou numeração.

Seção 14

Vitrinas e mostruários

Art. 105. A instalação de vitrinas e mostruá-rios só será permitida quando não advenha prejuí-zo para ventilação dos locais em que sejam inte-gradas e não perturbem a circulação do público.

§ 1.º A abertura de vãos para vitrinas e mos-truários em fachadas ou paredes de circulação horizontais será permitida desde que o espaço livre dessas circulações, em toda a sua altura, atenda às dimensões mínimas estabelecidas neste regu-lamento.

§ 2.º Não será permitida a colocação de bal-cões ou vitrinas nos “halls” de entrada e circulação das edificações.

§ 3.º A distância mínima entre a vitrina e o piso será de 0,4m e o balanço, no máximo, 0,2m.

Seção 15

Tapumes, andaimes e proteção para

execução de obras.

Subseção 1

Tapumes

Art. 106. Durante a execução de obras de edificação será obrigatória a colocação de tapume em toda a testada do lote.

§ 1.º Ficam dispensados da exigência de colo-cação de tapume:

a) as edificações situadas em logradouros se-cundários, com até dois pavimentos;

b) as demolições de edificações situadas a mais de 10m do logradouro;

c) as obras de modificação e acréscimo que não interessem à fachada da edificação;

d) a construção, reparo ou demolição de muro no alinhamento, com até 2,5m de altura.

§ 2.º O tapume deverá ser mantido enquanto for necessário, para garantir a segurança dos pe-destres.

§ 3.º O tapume de que trata este artigo deve-rá atender as seguintes normas:

a) sua altura não deverá ser inferior a 2,5m, terá que apresentar bom acabamento, compatível com o logradouro, ser arrematado na base e no topo e ser mantido em conservação permanente;

b) o material a ser usado nos tapumes poderá ser todo aquele aprovado por órgão de tecnologia;

c) quando for construído em esquina de logra-douros, as placas existentes indicadoras de tráfego de veículos e outras de interesse público serão para ele transferidas e fixadas de forma a serem bem visíveis;

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

162

d) deverão garantir efetiva proteção às árvo-res, aparelhos de iluminação pública, postes e outros dispositivos existentes, sem prejuízo da eficiência de tais aparelhos.

§ 4.º O tapume somente poderá ocupar parte do passeio de logradouro quando a edificação a ser executada for no alinhamento ou em casos estri-tamente necessários, devidamente justificados, obedecidas as seguintes condições:

a) a faixa compreendida entre o tapume e o ali-nhamento do logradouro não poderá ter largura su-perior à metade do passeio, nem exceder de 2m;

b) o tapume deverá ser recuado para o ali-nhamento do logradouro tão logo a estrutura da obra esteja concluída.

§ 5.º Será permitida, a título precário, a coloca-ção de tapume ocupando a área de recuo quando em um dos lotes vizinhos ainda houver edificação ou muro no antigo alinhamento; deverão, contudo, ser observadas as seguintes condições:

a) quando o terreno for de esquina ou apre-sentar testada superior a 20m, o tapume deverá ser recuado para o alinhamento projetado, tão logo a estrutura da obra esteja concluída;

b) a ocupação da área de recuo pelo tapume poderá ser negada se as condições locais exigirem a colocação do tapume no alinhamento projetado;

c) O Governo do Estado poderá exigir, em qualquer tempo, quando se tornar necessário, o recuo do tapume para o alinhamento projetado.

Art. 107. Nas edificações ou demolições de prédio com três ou mais pavimentos, a serem exe-cutadas no alinhamento do logradouro, e nas edifi-cações ou demolições de prédios com oito ou mais pavimentos, afastados ate 6m do alinhamento do logradouro, é obrigatório, além do tapume de que trata o artigo 106 deste regulamento, a construção, no início da obra, de galeria coberta para proteção dos transeuntes, sobre o passeio, até 0,5m de dis-tância do meio-fio e no máximo com 3m de largura, acompanhando o tapume em toda a sua extensão.

§ 1.º A galeria deverá ser suficientemente resis-tente aos eventuais impactos provocados pela queda de materiais e com acabamento compatível, de for-ma a não prejudicar a estética do logradouro.

§ 2.º Será permitida a existência de comparti-mentos superpostos à galeria como complemento da instalação provisória da obra, sem qualquer balanço além dos limites estabelecidos para a galeria.

Art. 108. Os tapumes de obras paralisadas por mais de cento e vinte dias terão que ser retirados.

Subseção 2

Andaimes

Art. 109. Os andaimes, que poderão ser apoia-

dos no solo ou não, obedecerão às seguinte normas:

a) terão de garantir perfeita condições de segu-rança de trabalho para os operários e transeuntes;

b) os seus passadiços e elementos de amarra-ção não poderão se situar abaixo da cota de 2,5m em ralação ao nível do passeio do logradouro;

c) quando apoiados no passeio público não poderão ter passadiços com largura inferior a 1m nem superior a 2m, respeitadas sempre as normas contidas no artigo 106, § 3.º, deste regulamento.

Art. 110. Os andaimes externos fixos serão obrigatoriamente amarrados às paredes do prédio e dotado da necessária estabilidade.

Parágrafo único. Os andaimes quando colo-cados sobre o passeio público, para execução de consertos no alinhamento do logradouro, deverão ser isolados por tapumes e galeria, observando-se determinações dos artigos 106 e 107 deste regu-lamento.

Art. 111. Os andaimes móveis do tipo “jaú” serão apoiados em perfis metálicos “duplo I” com espaçamento máximo de 2m de eixo a eixo, de-vendo cada perfil ficar suspenso por dois cabos de sustentação, de aço, devidamente dimensionados, sem emendas, e cada qual com um guincho.

§ 1.º Os andaimes terão um corrimão de ferro com seção mínima de um quarto de polegada dis-tante 1,2m do nível do estrado, e um rodapé em todo o perímetro do estrado, com 0,3m de altura; todo o andaime, entre rodapé e corrimão, ficará fechado lateralmente com um pano.

§ 2.º O estrado do andaime será em chapas metálicas ou em tábuas de madeira de primeira qualidade, com 0,025m de espessura mínima, devidamente pregada com uma ultrapassagem de 0,5m sobre os apoios nos perfis metálicos e nas emendas.

§ 3.º Os guinchos serão obrigatoriamente do-tados de dispositivos de segurança com perfeita manutenção.

§ 4.º As cabeceiras dos andaimes serão fe-chadas, na forma do § 1.º deste artigo.

Art. 112. Os andaimes das obras paralisadas por mais de cento e vinte dias terão que ser retirados.

Seção 3

Proteção para execução de obras

Art. 113. Nas construções de edificações até

doze pavimentos, ou altura equivalente, é obriga-tória a colocação de plataformas fixas de proteção no nível do 3.º, 6 º e 9.º pavimentos, em todo o perímetro da construção.

§ 1.º As disposições deste artigo não se apli-cam nas construções de edificações até quatro pavimentos.

§ 2.º As plataformas serão colocadas logo após a concretagem da laje do piso imediatamente

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

163

superior, e retiradas somente no início do revesti-mento externo da edificação.

§ 3.º As plataformas, que serão mantidas em perfeito estado de conservação e segurança, devem ser construídas com tábuas de pinho de primeira qualidade ou material equivalente, devidamente pregadas, com espessura mínima de 0,025 m, ten-do o bordo externo de 0,9 m de altura, com inclina-ção de 45º e apoiadas em peças de madeira de lei ou perfis metálicos devidamente dimensionados e fixados na estrutura da edificação.

Art. 114. Nas edificações de mais de doze pavimentos, além da proteção de que trata o artigo 113, relativamente aos pavimentos infe-riores, é obrigatório o fechamento de todo o perímetro da edificação com tela metálica, des-de o piso do décimo-segundo pavimento até o último pavimento.

§ 1.º Colocar-se-á a tela a uma distância mí-nima de 1,2m das faces externas da edificação, tendo como apoio peças de madeira de lei ou per-fis metálicos fixados no piso de cada pavimento e ligados por passarela de madeira de primeira qua-lidade e com dimensões necessárias para suportar os esforços a que estarão sujeitos.

§ 2.º A tela será colocada logo após a con-cretagem da laje do piso do pavimento imedia-tamente superior e retirada somente no início do revestimento externo da edificação.

§ 3.º A tela, de arame galvanizado número quatorze, no mínimo, com malha de 0,03m, no máximo, será fixada na estrutura de que trata o § 1.º deste artigo, através de cabo com diâmetro mínimo de um oitavo de polegada, sempre entre-laçado nas malhas da tela, colocadas horizontal-mente na altura das passarelas, verticalmente na direção dos apoios, e cruzados nas diagonais de cada plano.

Art. 115. As torres utilizadas no transporte vertical de materiais serão de madeira de pri-meira qualidade, em tubos ou em perfis metáli-cos e fixados em todos os pavimentos.

§ 1.º Nos prédios de mais de doze pavi-mentos a torre será obrigatoriamente metálica.

§ 2.º É vedado o transporte de pessoas nas pranchas destinadas ao transporte de material, devendo aquele ser feito em pranchas especi-ais, em torres com estrutura metálica, providas de cobertura e fechamento lateral, com materi-al resistente, até a altura de 2m, com o indis-pensável dispositivo de segurança. É admitido o fechamento lateral com tela metálica.

Art. 116. Todas as aberturas nos pisos, in-clusive as dos poços de elevadores e as dos poços de ventilação, serão fechadas e protegi-das contra a queda de pessoas e objetos.

Art. 117. As áreas internas de iluminação e ventilação serão fechadas no nível do teto do

primeiro pavimento para a proteção contra a queda de material.

Art. 118. Nas obras paralisadas por mais de cento e vinte dias, as proteções externas deverão ser retiradas.

Art. 119. Quando se tratar de obra de edi-ficações contíguas às divisas de terreno aciden-tado, havendo edifícios construídos nos lotes vizinhos que se situem em níveis mais baixo, ou se, em relação àquelas obras, houver uma dife-rença de nível acentuada entre o logradouro e o lote em questão, serão aplicáveis as disposições estabelecidas no artigo 113, e seus parágrafos, mesmo que essas edificações ou construções tenham um só pavimento, ainda que com me-nos de 6 m de altura.

Subseção 4

Condições gerais

Art. 120. Os tapumes, os andaimes e os

dispositivos de proteção e segurança adotados para a execução de obras, quando não ocupem o passeio do logradouro, poderão ser executa-dos com a licença da obra, ficando isento de apresentação de projeto e de licenças próprias.

§ 1.º Excetuam-se os casos em que houver ocupação do passeio do logradouro ou da área de recuo; estes casos estão sujeitos à apresen-tação de projeto e de licença própria, atenden-do às condições desta seção.

§ 2.º Quando já existir processo de cons-trução em andamento, embora ainda não tenha sido visado o projeto ou expedida a licença para a execução das obras, o tapume, quando não ocupando o passeio do logradouro ou a área de recuo, poderá ser licenciado mediante simples requerimento, não podendo o prazo inicial ul-trapassar noventa dias.

Art. 121. Para efeito de aplicação das disposi-ções desta seção, serão considerados todos os pavimentos situados acima do nível do terreno circundante, qualquer que seja sua finalidade.

CAPÍTULO VII

Classificação dos compartimentos

Seção 1

Generalidades

Art. 122. Para os efeitos do presente regula-

mento, um compartimento será sempre considerado pela sua utilização lógica dentro de uma edificação.

Parágrafo único. Essa utilização far-se-á de maneira privativa, pública ou semipública.

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

164

Art. 123. Os compartimentos, em função de sua utilização, classificam-se em:

a) habitáveis; b) não-habitáveis. Art. 124. Os compartimentos habitáveis são: a) dormitórios; b) salas; c) lojas e sobrelojas; d) salas destinadas a comércio, negócios e

atividades profissionais; e) locais de reunião. Art. 125. Os compartimentos não-habitáveis são: a) salas de espera, em geral; b) cozinhas e copas; c) banheiros, lavatórios e instalações sanitárias; d) circulações em geral; e) depósitos para armazenagem; f) garagens; g) frigoríficos; h) vestiários de utilização coletiva; i) câmaras escuras; j) casas de máquinas; l) locais para despejo de lixo; m) áreas de serviço, cobertas. Art. 126. Os compartimentos de maneira ge-

ral, obedecerão a limites mínimos de: a) área de piso; b) largura; c) vãos de iluminação e ventilação; d) altura; e) vãos de acesso. Art. 127. Os vãos de iluminação e ventila-

ção serão dimensionados para cada tipo de uti-lização dos compartimentos e suas dimensões calculadas de acordo com o que estabelece o capítulo IX deste regulamento.

Art. 128. A dimensão estabelecida como altura de um compartimento deverá ser manti-da constante em toda a área do mesmo, não sendo admitidos rebaixos ou saliências, no teto, que possam alterar essa dimensão para menos que o limite mínimo.

Art. 129. A subdivisão de compartimento, com paredes que cheguem até o teto, só será permitida quando os compartimentos resultantes atenderem, total e simultaneamente, a todas as normas deste regulamento, no que lhes forem aplicáveis.

Art. 130. As folhas de vedação de qualquer vão, quando girarem, deverão assegurar movimento livre correspondente a um arco de 90º, no mínimo.

Seção 2

Compartimentos habitáveis

Art. 131. Os compartimentos habitáveis obe-

decerão às condições seguintes, quanto às dimen-sões mínimas:

COMPARTIMENTOS Área m2

Largura m

Altura m

Largura dos

vãos de acesso

Dormitórios a) quando existir um apenas b) mais de um ............. Salas............................ Lojas e sobrelojas ......... Salas destinadas a comér-cio, negócios e atividadesprofissionais ...................

12,009,0012,0025,00

*25,00

2,002,002,003,00

3,00

2,602,602,603,00

2,60

0,700,700,801,00

0,80

Locais de reunião

Áreas, alturas e larguras de acessos deverão ser compa-tíveis com a lotação, calcula-das segundo as normas deste regulamento.

* Inclusive instalações sanitárias.

Seção 3

Pavimentos de uso comum

Art. 132. Os pavimentos de uso comum, obri-gatórios ou não, terão altura mínima útil de 2,6m e máxima de 4,5m.

§ 1.º Este pavimento não será incluído no nú-mero máximo de pavimentos, nem sua área compu-tada na área total máxima da edificação, desde que:

1 — seja destinado a uso comum; 2 — nele só haja acessos, dependências de ze-

lador e de administração e área de recreação, veda-do seu uso para estacionamento de veículos;

3 — os elementos citados no item 2 ocupem no máximo 50% da projeção dos pavimentos superiores e sejam colocados a partir de uma distância mínima de 3m do plano da fachada.

§ 2.º O pavimento de que trata este artigo nun-ca poderá ser fechado nem apresentar o balanço permitido pelo artigo 76 deste regulamento, devendo ficar limitado à projeção dos pavimentos superiores.

Seção 4

Compartimento não-habitáveis

[Sobre a matéria, ver também neste livro o Decreto n.º 52, de 01/07/1975.]

Art. 133. Os compartimentos não-habitáveis obedecerão às seguintes condições, quanto a di-mensões mínimas:

COMPARTIMENTOS Área m2

Largura m

Altura m

Largura dos

vãos de acesso

Cozinhas e copas ........ 4,00 1,50 2,50 0,70

Banheiros, lavatórios e instalações sanitárias ..

1,50 0,80 2,30 0,60

Áreas de serviço cober-tas ............................

— — 2,50 0,70

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

165

Circulações comuns — — 2,60 1,00

Salas de espera para público ......................

* — 2,60 *

Garagens ................... 20m² por

veículo — 2,50 2,50

Vestiários de utilização coletiva .....................

** — 2,60 0,80

Casas de máquinas ..... — — 2,00 —

Locais para despejo de lixo ...........................

— — 2,80 —

* Compatível com a lotação ** Compatível com o número de usuários

§ 1.º Os banheiros e instalações sanitárias não poderão ter comunicação direta com salas, cozinhas e copas.

§ 2.º Quanto aos revestimentos deste com-partimento, deverá ser observado o que se segue:

a) as cozinhas, copas, banheiros, lavatórios, insta-lações sanitárias e locais para despejo de lixo terão pisos e paredes revestidos com material impermeável que ofereça as características de impermeabilidade dos azulejos, ladrilhos de cerâmicas, etc., devidamente comprovadas pelos institutos de tecnologia oficiais;

b) será permitido nas garagens, terraços e ca-sas de máquinas o piso em cimento liso, devida-mente impermeabilizado.

Art. 134. Acima do último teto de todas as edificações multifamiliares ou para salas comer-ciais ou das de qualquer uso, que apresentarem mais de quatro pavimentos ou altura correspon-dente, só poderão existir as caixas-d´água, as casas de máquinas e seu “hall” de acesso, obede-cidas as seguintes disposições:

1 — caixa-d’água com altura máxima de 2m acima do último teto projetado;

[O item 2 vai aqui transcrito com a reda-

ção aprovada pelo Decreto n.º 5.858, de 23/11/1972.] 2 — casa de máquinas cuja altura máxima,

medida em relação à soleira da última parada do elevador, poderá ser no máximo:

6,5m — para elevadores com velocidade até 90 m/min;

8m — para elevadores com velocidade acima de 90m/min e até 105m/min;

9m — para elevadores com velocidade acima de 105 m/min e até 180 m/min;

13m — para elevadores com velocidade acima de 180 m/mim;

3 — “hall” de acesso à casa de máquinas com altura máxima de 2m acima da altura do teto pro-jetado.

§ 1.º Esses elementos da edificação, tratados neste artigo, deverão apresentar afastamento mí-

nimo de 3m do plano da fachada voltada para o logradouro, e de todas as fachadas quando se tra-tar de edificação afastada das divisas.

§ 2.º Será tolerado o projeto das caixas de elevador e da escada junto às fachadas quando houver tratamento arquitetônico adequado.

CAPÍTULO VIII

Iluminação e ventilação das edificações

Art. 135. Para efeitos de iluminação e ventila-

ção, o espaço exterior a uma edificação, em toda sua altura, fora do lote, são os logradouros públi-cos e as servidões públicas.

Art. 136. Prisma frontal é o prisma de iluminação e ventilação cuja seção horizontal for constituída pela testada do lote, divisas laterais e linhas de afastamento.

Art. 137. O espaço exterior, de que trata o artigo 135, e o prisma frontal não estão sujeitos a limites de dimensões para aplicação das disposi-ções deste capítulo.

Art. 138. As dimensões da seção horizontal dos prismas, a que se refere este capítulo, terão que ser constantes em toda a altura da edificação, bem como a sua natureza, se de iluminação e de ventilação ou só de ventilação.

Parágrafo único. Ressalvada a hipótese pre-vista na seção 6 do capítulo VI, não serão permiti-dos saliências ou balanços nas dimensões mínimas estabelecidas para a seção desses prismas.

Art. 139. Os prismas de iluminação e ventila-ção e os prismas de ventilação terão suas faces verticais definidas:

a) pelas paredes externas da edificação; b) pelas paredes externas da edificação e divi-

sa ou divisas do lote; c) pelas paredes externas da edificação, divisa

ou divisas do lote e linha de afastamento (quando este existir);

d) pelas paredes da edificação e linha de afas-tamento (quando este existir).

Art. 140. As seções horizontais mínimas dos prismas a que se refere este capítulo serão propor-cionais ao número de pavimentos da edificação, conforme a tabela seguinte:

Dimensões mínimas das seções horizontais dos prismas ao nível do último pavimento NÚMERO

DE PAVIMENTOS Prisma de ilu-

minação e ventilação (ML)

Prisma de ventilação (ML)

até 2 pavimentos 3,00 x 3,00 1,50 x 4,00

3 pavimentos 3,20 x 3,20 1,80 x 3,40

4 pavimentos 3,80 x 3,80 2,30 x 2,80

5 pavimentos 4,60 x 4,60 2,60 x 2,60

6 pavimentos 5,40 x 5,40 3,00 x 3,00

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

166

7 pavimentos 6,20 x 6,20 3,40 x 3,40

8 pavimentos 7,00 x 7,00 3,80 x 38,0

9 pavimentos 7,80 x 7,80 4,20 x 4,20

10 pavimentos 8,60 x 8,60 4,60 x 4,60

11 pavimentos 9,40 x 9,40 5,00 x 5,00

12 pavimentos 10,20 x 10,20 5,40 x 5,40

acima de 12 pavimentos * *

* Para as seções horizontais dos prismas de iluminação e ventilação, acima do décimo-segundo pavimento, serão acrescidos, por pa-vimento, 0,7m às suas dimensões mínimas; para os prismas de ventilação esses acréscimos serão de 0,3m; da mesma maneira se os pris-mas se ligarem diretamente ao logradouro (á-reas C e D do artigo 139), as dimensões refe-rentes aos prismas de iluminação e ventilação poderão ser reduzidas de 30%.

§ 1.º As dimensões mínimas da tabela deste artigo são válidas para alturas de compartimento até 3m; quando essas alturas forem superiores a 3m, para cada metro de acréscimo na altura do compartimento, as dimensões mínimas ali estabe-lecidas serão aumentadas de 10%.

§ 2.º Nas edificações de até dois pavimentos será tolerada a largura mínima de 1,5m nos casos do prisma C.

§ 3.º Será tolerada a ventilação, única e ex-clusivamente, para instalações sanitárias, por meio de prisma de ventilação tendo as dimensões redu-zidas até a metade das estabelecidas para o pavi-mento, com dimensão mínima de 1m.

Art. 141. A seção horizontal mínima de um prisma de iluminação e ventilação ou só de venti-lação poderá ter forma retangular desde que:

a) o lado menor tenha, pelo menos, 70% das dimensões estabelecidas na tabela do artigo 140;

b) o lado maior tenha dimensão necessária a manter a mesma área resultante das dimensões estabelecidas na referida tabela.

§ 1.º Para essas áreas de forma retangular, as aberturas de vão para iluminação e ventilação, ou só de ventilação de um compartimento, só se-rão permitidas quando localizadas no lado menor do retângulo, nos casos das áreas A e B.

§ 2.º No caso de prisma de ventilação, a di-mensão mínima resultante será 1,5m.

Art. 142. Em uma unidade residencial será permitida a ventilação de compartimentos destina-dos à utilização por serviçais, com área compreen-dida entre 4m2 e 5m2 e uma dimensão mínima de 1,5m através de prisma de ventilação.

Art. 143. Quando houver área coletiva para i-luminar e ventilar edificações de uma quadra, essa área será considerada para os efeitos do que dispõe esta capítulo, desde que respeitado o artigo 573 do Código Civil.

Art. 144. Para os efeitos de aplicação do que dispõe este capítulo, é aceito o direito real de servi-dão recíproca de áreas comuns contíguas às divisas.

§ 1.º A comunhão de áreas para a formação de prismas de iluminação e ventilação ou de venti-lação fica subordinada à concordância mútua dos proprietários dos lotes contíguos, estabelecida por escritura pública ou termo de obrigações assinado no órgão estadual competente, ambos devidamen-te registrados no Registro Geral de Imóveis.

§ 2.º No caso de existir diferença de nível en-tre os lotes, a comunhão a que se refere o pará-grafo anterior será considerada a partir do nível do mais alto.

CAPÍTULO IX

Iluminação e ventilação dos compartimentos

Art. 145. Todo e qualquer compartimento de-

verá ter comunicação com o exterior através de vãos ou dutos pelos quais se fará a iluminação e ventilação ou só a ventilação dos mesmos.

Parágrafo único. A exaustão de gases devida à combustão de gás canalizado e a ventilação ne-cessária para este caso seguirão normas do regu-lamento do órgão estadual competente.

Art. 146. Só poderão se comunicar com o ex-terior através de dutos de ventilação os seguinte compartimentos:

A. Habitáveis: 1 — auditórios e “halls” de ventilações; 2 — cinemas; 3 — teatros; 4 — salões de exposições. B. Não-habitáveis; 1 — circulações; 2 — banheiros, lavatórios e instalações sanitárias; 3 — salas de espera, em geral; 4 — subsolos. § 1.º Os locais de reunião mencionados neste

artigo deverão prever equipamentos mecânicos de renovação ou condicionamento de ar.

§ 2.º Nas unidades residenciais e nas unida-des destinadas a comércio, negócios e atividades profissionais, os dutos a que se refere o item “b” deste artigo serão horizontais e não poderão ter comprimento superior a 6m.

Art. 147. Os vãos de iluminação e ventila-ção, quando vedados, deverão ser providos de dispositivos que permitam a ventilação perma-nente dos compartimentos.

Art. 148. Nos dormitórios, a vedação de um vão de iluminação e ventilação será feita de ma-neira a permitir o escurecimento e a ventilação dos mesmos, simultaneamente.

Art. 149. O vão que ventila um terraço cober-to terá sua largura igual à dimensão desse terraço,

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

167

adjacente ao prisma de ventilação que com ele se comunica; a largura mínima desse vão será de 1,5m e sua altura não poderá ser inferior a 1,5m.

Art. 150. Nenhum vão de iluminação e venti-lação ou duto de ventilação que se comunique com o exterior através de terraços cobertos pode-rá distar mais de 2m dos limites da largura esta-belecida pelo artigo 149.

Art. 151. Nenhum vão será considerado co-mo iluminando e ventilando pontos do comparti-mento que dele distem mais de duas vezes e meia o valor da altura desse compartimento, quaisquer que sejam as características dos pris-mas de iluminação e ventilação ou só de ventila-ção; se o vão se localizar em reentrância do com-partimento, o fator acima será dois.

§ 1.º O limite de duas vezes e meia o valor da al-tura do compartimento poderá ser excedido desde que seja dada uma área ao vão de iluminação e ventila-ção, igual a, no mínimo, um quarto da área do com-partimento a iluminar e ventilar; esta regra não se aplica nos casos de compartimentos em reentrância.

§ 2.º Os compartimentos habitáveis não po-derão apresentar quaisquer vãos para prisma de ventilação.

Art. 152. A soma total das áreas dos vãos de iluminação e ventilação de um compartimento, assim como a seção dos dutos de ventilação, terão seus valores mínimos expressos em fração da área desse compartimento, conforme a tabela seguinte:

Compartimentos Vãos que se comu-

nicam diretamente com o exterior

Comunicação atra-vés dos dutos — seção mínima

Habitáveis 1/6 * Não-habitáveis 1/8 1/6

* Variável, compatível com o volume de ar a renovar ou condicionar.

Art. 153. Quando a iluminação do comparti-

mento se verificar por uma só de suas faces, não deverá existir nessa face pano cego de parede que tenha largura maior que uma vez a largura ou soma das aberturas.

[O capítulo X foi acrescentado pelo Decre-

to n.º 2.299, de 27/9/1979.]

CAPÍTULO X

Disposições finais

Seção única

Arborização

Art. 154. Na construção de edificações de uso residencial, com área total de edificação

(ATE) superior a 150m2, é obrigatório o plantio de uma muda de árvore para cada 150m2 ou fração da área total de edificação (ATE).

Art. 155. Na construção de edificações de uso não-residencial, com exclusão daquelas destinadas a uso industrial e a usos especiais diversos, com área total de edificação (ATE) superior a 90m2, é obrigató-rio o plantio de uma muda de árvore para cada 90m2 ou fração da área total de edificação (ATE).

Art. 156. Na construção de edificações des-tinadas a uso industrial e a usos especiais diver-sos, com área total de edificação (ATE) superior a 60m2, é obrigatório o plantio de uma muda de árvore para cada 20m2 ou fração da área total de edificação (ATE).

[O Decreto n.º 4.874, de 12/12/1984, deu

aos artigos 157 e 158 a seguinte redação:]

Art. 157. Se comprovada a impossibilidade total ou parcial de plantio de mudas no lote cor-respondente à edificação, o fornecimento de mudas de árvores à Secretaria Municipal de O-bras de Serviços Públicos poderá substituir essa obrigação, total ou parcialmente, caso em que o número de mudas a serem fornecidas será igual a três vezes o que restar para o exigido de acor-do com os artigos 154, 155 e 156 deste regula-mento, conforme o caso.

Art. 158. O plantio de mudas de árvores em área pública ou de preservação permanente também poderá substituir, total ou parcialmente, o plantio no lote correspondente à edificação, caso em que o número de mudas a serem plan-tadas será igual a duas vezes o que restar para o exigido de acordo com os artigos 154, 155 e 156 deste regulamento, conforme o caso.

Art. 159. As mudas de árvores deverão cor-responder a essência florestais nativas de, pelo menos, 1,5m de altura.

REGULAMENTO PARA O ASSENTAMENTO DE MÁQUINAS, MOTORES E EQUIPAMENTOS.

CAPÍTULO I

Generalidades

Art. 1.º Este regulamento estabelece normas

para o assentamento de máquinas, motores e equipamentos:

a) de aparelhos de transporte verticais, horizon-tais ou inclinados, para passageiros, cargas e veículos;

b) de exaustão e condicionamento de ar; c) de coleta e eliminação de lixo; d) de aparelho de recreação; e) de projeção cinematográfica;

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

168

f) de distribuição hidráulica; g) de distribuição interna de energia elétrica; h) de distribuição interna de gás; i) de distribuição interna de rede telefônica; j) de extinção de incêndio; l) de coleta de esgotos sanitários e água pluviais; m) de geradores, recipientes de vapor e cal-

deiras de aquecimento. § 1.º O assentamento de máquinas, motores

e equipamentos não especificamente citados neste artigo obedecerá, todavia, às condições estabeleci-das nos Regulamentos de Zoneamento e Edifica-ções, de acordo com as finalidades de sua utiliza-ção e localização.

§ 2.º Os aparelhos de transporte a que ser re-fere o item “a” são:

1 — elevadores; 2 — monta-cargas; 3 — escadas rolantes; 4 — planos inclinados; 5 — teleféricos; 6 — outros de natureza especial. Art. 2.º São responsáveis pelo assentamento

de máquinas, motores e equipamentos, descritos no artigo 1.º, o proprietário dos mesmos ou aquele que esteja registrado como responsável pelo as-sentamento ou pela conservação, ou por ambos.

Art. 3.º O assentamento de máquinas, moto-res e equipamento deverá ser feito de modo a não permitir a produção de ruídos, trepidações, calo-res, odores, fumaças, fuligens, poeiras e gases, que possam constituir incômodo para terreiros.

Parágrafo único. Para verificar o cumprimen-to do disposto neste artigo, o órgão estadual com-petente, em qualquer época, poderá inspecionar as máquinas, motores e equipamentos, exigindo as alterações que forem julgadas necessárias e esta-belecendo regras e instruções para sua execução.

CAPÍTULO II

Aparelhos de transporte

Arts. 4.º a 28. [Revogados pelo Decreto “E” n.º

5.857, de 23/11/1972. Ver neste livro a lei n.º 2.473, de 07/01/1999, que dispõe sobre a instalação e conservação de aparelhos de transporte.]

CAPÍTULO III

TÍTULO ÚNICO

Seção única

Condicionamento e exaustão de ar

Art. 29. As instalações de condicionamento de

ar deverão obedecer às prescrições das Normas

TB-1 e NB-10, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Art. 30. Qualquer elemento construtivo das instalações de condicionamento e exaustão de ar não poderá alterar as características mínimas fixa-das para as edificações.

CAPÍTULO IV

Coleta e eliminação de lixo

Arts. 31 a 40. [Revogados pelo Decreto “E”

n.º 4.813, de 1/3/1971.]

CAPÍTULO V

Aparelhos de recreação

Art. 41. Em cada aparelho de recreação deve-rá existir, em local visível, inscrição indicando o limite máximo de carga e o número máximo de usuários, além dos quais é perigosa e ilegal a sua utilização.

Art. 42. Nos parques de diversões, explorados comercialmente, os aparelhos de recreação deve-rão estar isolados das áreas de circulação.

Art. 43. Quando os aparelhos de recreação fo-rem movimentados por motores e transmissões, deverá ser expedido, pelo respectivo fabricante ou assentador, um certificado de garantia de funcio-namento que será fixado em local bem visível.

CAPÍTULO VI

Aparelho de projeção cinematográfica

Art. 44. Os equipamentos dos aparelhos de

projeção cinematográfica serão assentados de acordo com a Portaria n.º 30, de 7 de fevereiro de 1958, do Ministério do Trabalho.

[Portaria n.º 30, de 07/02/1958 (D.O. de

8/2/1958): “Art. 1.º São estabelecidas as seguintes

normas técnicas para cabinas de projeção de cinemas, em todo o território nacional:

I — Assegurar, por meio de sistemas de exaustão ou condicionamento de ar, os índices de conforto térmico adotado pela Divisão de Higiene e Segurança do Trabalho (artigos 165, seu parágrafo único, e 166, da CLT).

II — Instalar exaustão direta sobre os pro-jetores que remova para o exterior da cabina os aerodispersóides tóxicos produzidos pelo ar-co voltaico (artigos 166 e 167, da CLT).

III — Instalar visor contra ofuscamento nos projetores cinematográficos ou fornecer

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

169

aos operadores óculos adequados para o mes-mo fim (artigo 188 da CLT).

Parágrafo único. São consideradas insalu-bres, em grau médio, as cabinas de projeção cinematográfica que não observarem as normas técnicas constantes deste artigo, bem como as que não possuírem esses dispositivos em per-feito funcionamento.

Art. 2.º São estabelecidas ainda as seguin-tes normas complementares de higiene e segu-rança do trabalho:

I — A área mínima da cabina será de 12m2, com pé-direito mínimo de 3m (artigos 199 e 222, da CLT).

II — A cobertura da cabina deverá ser de material isolante para abrigar o operador da ir-radiação solar (artigo 179 da CLT).

III — Os aparelhos termogeradores, tais como dínamos, transformadores, resistências, geradores, deverão ser colocados em recinto anexo, fora das cabinas (parágrafo único do artigo 167 da CLT).

IV — As instalações sanitárias privativas das operadores deverão constar de: vaso, chu-veiro, armário individual, lavatório, com sabão e toalha (artigos 170, 171, 172 e 173 da CLT).

Art. 3.º As cabinas de projeção a serem construídas, ou reformadas, a partir da vigên-cia destas normas deverão obedecer obrigato-riamente ao disposto nos artigos 1.º e 2.º” ................................................................]

CAPÍTULO VII

Distribuição hidráulica

Art. 45. O assentamento dos equipamentos pa-

ra a distribuição hidráulica nas construções e edifica-ções obedecerá às normas e prescrições do órgão estadual responsável pelo abastecimento.

CAPÍTULO VIII

Distribuição interna de energia elétrica

Art. 46. O assentamento dos equipamentos

de distribuição interna de energia elétrica nas construções e edificações obedecerá às normas e prescrições do órgão estadual competente e das empresas concessionárias responsáveis pelo seu fornecimento.

CAPÍTULO IX

Distribuição interna de gás

Art. 47. O assentamento dos equipamentos

de distribuição interna de gás canalizado, nas

construções e edificações, obedecerá ao regula-mento do órgão estadual competente.

CAPÍTULO X

Distribuição interna da rede telefônica

Art. 48. O assentamento de equipamento de

distribuição interna da rede de telecomunicações obedecerá às normas e prescrições baixadas pela Telecomunicações Brasileiras, SA. (TELEBRÁS), pelo órgão estadual competente ou pelas empresas concessionárias. [Redação dada pelo Decreto n.º 1.774, de 20/9/1978.]

CAPÍTULO XI

Extinção de incêndios

Art. 49. O assentamento de equipamento de

extinção de incêndios obedecerá às normas e pres-crições do Corpo de Bombeiros, a quem caberá sua fiscalização e aceitação. [Ver neste livro o Decreto estadual n.º 247, de 21/7/1975, e o seu regula-mento, o Decreto n.º 897, de 21/9/1976.]

CAPÍTULO XII

Coleta de esgotos e águas pluviais

Art. 50. O assentamento dos equipamentos

de coleta de esgotos sanitários e de águas pluviais obedecerá às normas e prescrições dos respectivos órgãos estaduais competentes, aos quais estejam afetos seus licenciamento.

CAPÍTULO XIII

TÍTULO ÚNICO

Seção única

Art. 51. Os geradores de vapor serão conside-

rados em três categorias, sendo a classificação baseada no resultado da multiplicação da capaci-dade total da caldeira, expressa em metros cúbi-cos, pelo número de graus centesimais acima de 100º (cem graus) de temperatura da água, corres-pondente à pressão máxima que for estabelecida para a mesma caldeira.

§ 1.º Quando funcionarem duas ou mais cal-deiras, comunicando-se entre si direta ou indire-tamente, a capacidade a ser considerada para esse cálculo será correspondente à soma das capacida-de das diversas caldeiras.

§ 2.º A classificação das caldeiras pelas três categorias será a seguinte:

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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1.ª categoria — quando o produto for superior a duzentos;

2.ª categoria — quando o produto for inferior a duzentos e superior a cinqüenta;

3.ª categoria — quando o produto for inferior a cinqüenta.

§ 3.º As caldeiras de 1.ª categoria deverão ser dotadas de duas válvulas de segurança.

§ 4.º As caldeiras de 1.ª categoria só poderão ser assentadas em oficinas de um só pavimento e estão obrigatoriamente afastadas de uma distância mínima de 5m, de qualquer elemento construtivo das edificações vizinhas, ou das divisas do lote.

§ 5.º Tratando-se de caldeira de 1.ª categoria, o órgão competente do Estado exigirá, como medida de segurança, a construção, entre o ponto em que a caldeira for assentada e as construções vizinhas, de um muro de proteção suficientemente resistente.

§ 6.º O assentamento de caldeira de 1.ª cate-goria à distância superior a 10m das divisas do lote poderá ser feito independentemente da exigência estabelecida no § 5.º

§ 7.º As caldeiras de 2.ª categoria poderão ser assentadas no interior das edificações onde não existir habitação.

§ 8.º As caldeiras de 3.ª categoria poderão ser assentadas em qualquer edificação.

Art. 52. Sempre que julgar necessário, o ór-gão competente poderá exigir inspeção conforme a Norma NB-55, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Art. 53. Os recipientes de vapor, de mais de 0,100m3 de capacidade, qualquer que seja sua for-ma, alimentados com vapor fornecido por caldeira separada, deverão ser dotados de aparelhamento de segurança, podendo ser submetidos à prova de pres-são, a juízo do órgão estadual competente.

REGULAMENTO DE LICENCIAMENTO E FISCALIZAÇÃO

CAPÍTULO I

Generalidades

Seção I

Das obras e atividades sujeitas a licenciatura-

mento

Art. 1.º Depende de licença a execução de obras de construção e reconstrução, total ou parcial, de modificações, acréscimos, reformas e consertos de edifícios, marquises, muros de frente ou de divisa, canalização de cursos de água, de qualquer obra nas margens dos mesmos cursos, muralhas, muros de arrimo, desmonte ou explora-

ção de pedreiras, saibreiras, etc., arruamentos, lote-amentos, desmembramentos, remembramentos, assentamentos e acréscimo de equipamentos e motores de demolições.

§ 1.º Depende também de licença o uso das edificações para qualquer atividade.

§ 2.º Independe de licenciamento a execução de obras não especificadas neste artigo e que não impliquem em cumprimento de qualquer exigência específica feita pela Lei n.º 1.574, de 11 de de-zembro de 1967, e seus regulamentos, não interfi-ram com a área de logradouro público, mesmo por projeção, e com a segurança de terceiros.

Art. 2.º [Revogado pela Lei n.º 704, de 03/01/1985.]

Seção II

Do pedido de licenciamento

Subseção 2.1

Requerimento

Art. 3.º O pedido de licenciamento, seja qual

for seu fim, será dirigido à autoridade competente para apreciá-lo.

§ 1.º O requerimento será firmado pelo pro-prietário ou pelo interessado, indicando sua qualifi-cação e endereço; quando o requerimento for fir-mado por procurador deverá ser juntado o competente instrumento de procuração.

§ 2.º No requerimento serão especificamente discriminados:

a) nome e endereço dos escritórios dos profis-sionais que assinam o projeto, quando for obriga-tória sua apresentação, de acordo com as suas respectivas categorias;

b) nome e endereço do explorador, quando se tratar de exploração de substâncias minerais;

c) endereço da obra; d) espécie da obra; e) prazo para execução da obra. § 3.º Os documentos que instruírem o pro-

cesso de licenciamento poderão ser apresentados em fotocópias; nenhum documento poderá ser devolvido sem que dele fique fotocópia no proces-so.

Subseção 2.2

Projeto

Art. 4.º De acordo com a espécie da obra, os

respectivos projetos serão apresentados com obedi-ência às normas estabelecidas neste regulamento.

§ 1.º As pranchas terão sempre as dimensões mínimas do formato A-4 (NB-8 da Associação Bra-

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

171

sileira de Normas Técnicas), podendo ser apresen-tadas em cópias.

§ 2.º Serão sempre, no mínimo, dois jogos completos, dos quais, depois de visados, um será entregue ao requerente junto com o alvará, e con-servado na obra, e o outro será arquivado.

Art. 5.º As escalas mínimas serão: a) de 1:2.000 para as plantas gerais esque-

máticas de localização; b) de 1:500 para as plantas de situação e per-

fil do terreno em relação ao meio-fio; c) de 1:100 para as plantas baixas; d) de 1:100 para fachadas e cortes, se o edifí-

cio projetado tiver altura superior a 30m, e 1:50 nos demais casos;

e) de 1:25 para os detalhes. § 1.º Haverá sempre escala gráfica. § 2.º A escala não dispensará a indicação das

cotas. § 3.º As cotas prevalecerão no caso de diver-

gência com as medidas tomadas no desenho, atendidas sempre as cotas totais.

Art. 6.º Nos projetos relativos a alterações será utilizada a seguinte convenção:

a) traço cheio para as partes existentes; b) traço interrompido para as partes novas ou

renovar; c) pontilhado para as partes a demolir ou retirar. § 1.º O projeto, quando de arquitetura, pode

ser complementado com indicação em cores, de acordo com a seguinte convenção:

a) preto, para as partes existentes; b) vermelho, para as partes novas ou a renovar; c) amarelo, para as partes a demolir ou retirar. § 2.º Os projetos desta espécie de obras se-

rão apresentados na escala de 1:50. Art. 7.º Todas as folhas do projeto serão assi-

nadas pelo requerente, indicada sua qualidade, e pelos profissionais, de acordo com suas atribuições.

Parágrafo único. Os projetos poderão ser apresentados e estudados sem a assinatura do profissional responsável pela execução da obra, mas seu licenciamento e a expedição do respectivo alvará serão precedidos, obrigatoriamente, da apo-sição daquela assinatura.

Art. 8.º A retificação ou correção dos proje-tos, inclusive de cotas, poderá ser feita por meio de ressalvas em local adequado, sempre à critério do órgão licenciador; as ressalvas serão sempre rubricadas e datadas pelo autor do projeto, assim como visadas e datadas pela autoridade que tenha permitido a correção.

Art. 9.º Sem licença do Estado, o profissional responsável pela execução de uma obra não pode-rá modificar o respectivo projeto e estas modifica-ções deverão sempre ser requeridas pelo titular do processo.

Seção III

Processamento. Expedição dos alvarás

Art. 10. Se do exame do projeto resultar a verificação de que há erro ou insuficiência de ele-mentos, será feita a respectiva exigência, que será publicada no “Diário Oficial” ou mesmo em boletim afixado na sede do órgão licenciador.

Art. 11. As exigências não deverão ser feitas parceladamente, mas de uma só vez, na parte relativa a cada repartição.

Art. 12. Será aplicável o Decreto “E” n.º 3.187, de 23 de setembro de 1969, que regula o processo administrativo.

Art. 13. [Revogado pelo Decreto n.º 9.767, de 08/11/1990.]

Art. 14. Do alvará constarão: a) número do processo de licenciamento; b) nome do requerente e sua qualificação; c) endereço da obra; d) espécie da obra; e) características da obra; f) nome e endereço comercial do profissional

responsável pela execução da obra; g) discriminação de taxas; h) quaisquer outros detalhes considerados necessários. Art. 15. O alvará e o projeto visado deverão

ser conservados sempre no local da obra para efei-to de fiscalização.

Seção IV

Validade e cancelamento das licenças de obras

Art. 16. A licença para execução de qualquer obra só terá validade após terem sido pagas as taxas previstas no Código Tributário, calculadas em função da natureza de cada obra, o que dará ao contribuinte, que a requerer, o direto de execu-tá-la pelo prazo que for fixado no alvará.

§ 1.º Uma vez expedida a guia a que se refere o artigo 13, se dentro de trinta dias, a contar da data de sua expedição, não tiverem sido pagas as taxas devidas, estará automaticamente cancelada a licença concedida. [O artigo 13 foi revogado pelo Decreto n.º 9.767/90.]

§ 2.º Em conseqüência do disposto no pará-grafo único do artigo 3.º da Lei n.º 1.574, de 11 de dezembro de 1967, o licenciamento de obras não importa em autorização para sua execução desde que venha ferir direitos de terceiros.

Art. 17. As obras que não sofrerem solução de continuidade no seu andamento terão suas licenças prorrogadas tantas vezes quantas se tor-narem necessárias até sua conclusão, ressalvada qualquer disposição específica.

Parágrafo único. As prorrogações deverão ser requeridas até trinta dias após o término do

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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prazo fixado no último alvará, sob pena de multa e embargo das obras.

Art. 18. Quando uma obra não tiver sido iniciada ou, se iniciada, estiver paralisada por período su-perior a sessenta dias, a licença já concedida e o projeto visado, se houver, estarão cancelados, findo o prazo fixado no alvará para sua execução.

§ 1.º No caso de obra não iniciada, a conta-gem das taxas para expedição de novo alvará terá processamento como se fora licença nova.

§ 2.º Para as obras iniciadas, mas que estejam paralisadas, além da contagem das taxas para reinício, por prazo a critério do contribuinte, será cobrada, para cada seis meses ou fração de paralisação, uma taxa de 10% sobre aquela constante do último alvará.

Art. 19. Durante o prazo de validade de uma licença para execução de qualquer obra, se ficar devidamente comprovado por documento hábil que sobre o imóvel incidem impedimentos judiciais ao início da mesma será permitido ao interessado incorporar o prazo não utilizado, em novo alvará a ser expedido, uma vez que seja paga a taxa calcu-lada pela aplicação da fórmula:

T1 x n T = 10% x ___________

N

onde T = taxa para atualização de prazo; T1 = taxa paga no alvará inicial; N = prazo (em meses) fixado no alvará, e n = número de meses não utilizados. Art. 20. O pagamento da taxa estabelecida no

artigo 19 não exclui o pagamento de outras que te-nham sido legalmente criadas ou acrescidas depois de terem sido calculadas as taxas pagas ou a pagar.

Art. 21. Quando tiver de ser feita restituição de taxas pagas ou parte delas, a importância a ser restituída sofrerá desconto de 10% em benefício dos cofres estaduais.

Art. 22. Ao Governo do Estado é facultado ne-gar a contagem das taxas previstas nos artigos 18 e 19 deste regulamento se, à época dos requerimen-tos, houver novas determinações legais às quais as licenças já concedidas não venham atender.

Seção V

Profissionais habilitados e firmas ou entidades habi-litadas ao desempenho das atividades específicas de projetar, de construir, de edificar e de assentar e con-

servar máquinas, motores e equipamentos.

Subseção 5.1

Profissionais habilitados

Art. 23. São considerados profissionais legal-mente habilitados ao desempenho das atividades

específicas de projetar, de construir, de edificar e assentar e conservar máquinas, motores e equi-pamentos, aqueles que estiverem devidamente registrados no Conselho Regional de Engenhari-a, Arquitetura e Agronomia, da 5.ª Região, em suas categorias profissionais, e estiverem inscritos no Registro de Profissionais do órgão estadual competente.

§ 1.º A inscrição do profissional habilitado no Registro de Profissionais se fará em livro próprio e a folha, destinada exclusivamente a cada um, de-verá receber os seguintes lançamentos:

a) nome por extenso e abreviatura usual; b) número da carteira profissional expedida

pelo CREA, data de sua expedição e anotação da profissão cujo exercício fora autorizado pela mes-ma carteira;

c) indicação do diploma acadêmico ou científi-co que o profissional possuir e do instituto que o houver expedido, de acordo com o que constar da carteira profissional;

d) setores de responsabilidade profissional, conforme especificado no artigo 24;

e) assinatura individual e rubrica; f) endereço profissional; g) quitação do imposto sobre serviços através

do carimbo competente; h) anotações de ocorrência relativas às obras

de responsabilidade do profissional e aos projetos, cálculos, memórias, etc.;

i) anotações de multas, suspensões e quais-quer outras penalidades.

§ 2.º Para controle do órgão estadual compe-tente será organizado um fichário, com fichas indi-viduais para cada profissional, nas quais serão inscritos:

a) assinatura e rubrica do profissional; b) anotações relativas à sua identificação, de

acordo com os lançamentos do registro; c) anotações dos projetos e obras pelos quais

o profissional é responsável, indicando o tipo e endereço das obras;

d) setor ou setores de responsabilidade profis-sional;

e) endereço profissional atualizado. § 3.º A inclusão de um novo profissional no

Registro de Profissionais far-se-á pela simples apresentação da carteira do CREA, com registro da 5.ª Região, e com a prova de quitação dos impos-tos estaduais relativos ao exercício da profissão.

§ 4.º A atualização permanente do endereço profissional far-se-á, na respectiva ficha, pelo carim-bo do imposto sobre serviços, que deve constar dos requerimentos para licenciamento de atividades.

Art. 24. Os setores de responsabilidade pro-fissional, para as diferentes categorias profissionais e segundo a natureza dos encargos, serão aqueles definidos pelo Conselho Regional de Engenharia,

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Arquitetura e Agronomia, da 5.ª Região, de acordo com o que estabelece a Lei Federal n.º 5.194, de 24 de dezembro de 1966.

[Lei n.º 5.194, de 24/12/1966 (D.O. de

27/12/1966): “Regula o exercício das profissões de en-

genheiro, arquiteto e engenheiro-agrô-nomo, e dá outras providências.”]

Parágrafo único. O exercício das atividades

constantes desse quadro poderá ser feito por fir-mas ou entidades (pessoas jurídicas), devidamente inscritas no órgão estadual competente, com capa-cidade para cumpri-las.

Art. 25. Somente os profissionais registrados poderão assinar os projetos, os cálculos e as me-mórias apresentados ao Estado ou assumir a res-ponsabilidade pela execução das obras ou assen-tamento de máquinas, motores e equipamentos.

Parágrafo único. Constitui falta grave a as-sunção fictícia de responsabilidade de execução ou assentamento.

Art. 26. O profissional responsável pelo proje-to e execução de obras de assentamento e conser-vação de máquinas, motores e equipamentos, deverá fazer parte de uma firma instaladora ou conservadora, conforme o caso, devidamente re-gistrada e licenciada, para poder fabricar ou mon-tar as peças do maquinismo e dos equipamentos em questão, assim como executar os ditos assen-tamentos e conservá-los.

Art. 27. Um profissional registrado não pode-rá fazer parte de mais de uma firma habilitada ao desempenho das atividades específicas de proje-tar, construir edificar, e de assentar e conservar máquinas, motores e equipamentos.

Parágrafo único. É facultado, todavia, a qualquer dessas firmas substituir, por outro, o profissional suspenso ou impedido, desde que de-vidamente inscrito pela mesma.

Art. 28. Terminado o prazo para pagamento dos impostos estaduais relativos às atividades profissionais, o profissional registrado terá sua habilitação perante o Estado suspensa, até prova do pagamento dos referidos tributos.

Art. 29. Os projetos, as memórias e os cálcu-los, apresentados ao Estado, terão como respon-sáveis exclusivos os profissionais habilitados que os assinarem como autores, e a responsabilidade da execução de qualquer obra de construção, edifi-cação, assentamento e conservação de máquinas, motores e equipamentos, caberá exclusivamente aos profissionais habilitados que tiverem assinado os respectivos projetos como responsáveis pela sua execução.

§ 1.º Não caberá ao Estado qualquer respon-sabilidade decorrente do exame e aceitação de

quaisquer projetos, memórias ou cálculos, bem como da execução das obras respectivas.

§ 2.º Se houver descumprimento das condi-ções de licenciamento de uma obra e, por isso, for constatada irregularidade técnica que ameace a segurança do que estiver sendo executado ou a de terceiro, o Estado promoverá imediata vistoria administrativa a fim de tomar as providências ca-bíveis.

Art. 30. Os profissionais responsáveis pelo as-sentamento de qualquer equipamento e de sua conservação respondem pelo cumprimento das nor-mas do regulamento respectivo, sendo essa respon-sabilidade extensiva, sobretudo, aos dispositivos de segurança obrigatoriamente empregados.

Art. 31. Os profissionais habilitados respon-dem perante o Estado solidariamente com as fir-mas pelas quais estão inscritos.

Subseção 5.2

Firmas ou entidade habilitadas

Art. 32. São consideradas firmas ou entidades

habilitadas ao desempenho das atividades específi-cas de construir, edificar, assentar e conservar máquinas, motores e equipamentos, aquelas que, além de satisfazerem as disposições da Lei federal n.º 5.194, de 24 de dezembro de 1966, estiverem inscritas no Registro de Firmas do órgão estadual competente.

[Lei n.º 5.194, de 24/12/1966 (D.O. de

27/12/1966): “Regula o exercício das profissões de en-

genheiro, arquiteto e engenheiro-agrônomo, e dá outras providências.”]

Parágrafo único. A inscrição de uma firma

ou entidade habilitada, no registro do órgão es-tadual competente, se fará em livro próprio, e a folha, destinada exclusivamente a cada firma, deverá receber os seguintes lançamentos:

a) qualificação completa das pessoas que compõem sua diretoria;

b) prova do cumprimento do artigo 5.º da Lei Federal n.º 5.194, de 24 de dezembro de 1966.

[Lei n.º 5.194, de 24/12/1966 (D.O. de

27/12/1966): “Art. 5.º Só poderá ter em sua denomi-

nação as palavras engenharia, arquitetura ou agronomia a firma comercial ou industrial cu-ja diretoria for composta, em sua maioria, de profissionais registrados nos conselhos regi-onais.”]

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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c) qualificação completa de seus profissionais legalmente habilitados;

d) assinaturas e rubricas de cada profissio-nal;

e) quitação anual dos impostos estaduais relativos ao licenciamento das atividades especí-ficas de construir, edificar, assentar ou conser-var máquinas, motores e equipamentos;

f) anotação de ocorrências relativas às obras executadas pela firma ou entidade;

g) anotações de multas, suspensões e quaisquer outras penalidades.

Art. 33. Cada firma ou entidade poderá ter mais de um profissional registrado no órgão esta-dual competente, mas, para cada um de suas obras, apenas um profissional responderá perante o Estado.

Art. 34. As firmas ou entidades que contra-tarem obras com o Estado deverão estar inscri-tas no Registro Geral de Empreiteiros, da Se-cretaria de Obras Públicas, e só poderão participar de concorrência quando fizerem pro-va dessa inscrição.

Parágrafo único. A inscrição de que trata es-te artigo será revista anualmente.

Seção VI

Entidades habilitadas a assentar e conservar apa-

relhos de transporte.

Arts. 35 e 36. [Revogados pelo Decreto “E” n.º 5.857, de 23/11/1972.]

Seção VII

Operadores de aparelhos de transporte

e de instalações mecânicas

Art. 37. Os operadores de aparelhos de trans-porte e de instalações mecânicas, conforme a res-pectiva natureza ou categoria, são:

a) os cabineiros possuidores de carteira de habilitação expedida pelo Estado da Guanabara;

b) os operadores de caldeira e os foguistas, possuidores de carteira de habilitação expedida pelo Estado da Guanabara ou pelo Ministério da Marinha.

Art. 38. Para obtenção da carteira de habilita-ção, o candidato a operador apresentará a docu-mentação necessária exigível e se submeterá a exame perante o órgão estadual competente, que elaborará os respectivos programas.

Art. 39. Aprovado que seja no exame, o can-didato receberá sua carteira de habilitação.

§ 1.º Na carteira serão anotadas as matrículas e baixas de matrícula de seu possuidor, devendo

ser apresentada ao órgão estadual competente por ocasião de cada um desses atos.

§ 2.º O pedido de matrícula será feito por meio de requerimento do proprietário da instalação e o pedido de baixa será requerido pelo operador ou pelo proprietário.

Art. 40. Para cada categoria será organizado um registro dos operadores, em livros e fichários.

Seção VIII

Suspensão de exercício

Art. 41. Os profissionais, as firmas ou enti-

dades habilitadas ao desempenho das atividades específicas de projetar, de construir e edificar, quando cometerem infrações às disposições da Lei n.º 1.574, de 11 de dezembro de 1967, e seus regulamentos, além das penalidades previs-tas pela legislação federal e das multas estabe-lecidas pela seção VI do capítulo VI deste regu-lamento, ficarão sujeitos a:

1 — suspensão aplicada pelo chefe do órgão encarregado do registro, por prazo que perdura-rá até que seja efetuado o pagamento, quando a multa imposta não for paga dentro de trinta di-as;

2 — suspensão por três meses a um ano, a-plicada pelo diretor do órgão estadual competen-te;

3 — suspensão por prazo superior a um até cinco anos, aplicada pelo Secretário de Estado de Obras Públicas;

4 — cancelamento definitivo do registro, de-terminado também pelo Secretário de Obras Públicas;

Parágrafo único. A suspensão poderá ser aplicada simultaneamente à firma ou à entidade e ao profissional, quando a infração cometida implicar em co-responsabilidade.

CAPÍTULO II

Licenciamento do parcelamento

e utilização da terra

Seção I

Do desmembramento e remembramento

Art. 42. O pedido de licença para desmem-bramento ou remembramento será feito por reque-rimento acompanhado dos seguintes documentos:

a) título de propriedade, transcrito no Registro Geral de Imóveis, da área ou áreas a desmembrar ou remembrar;

b) projeto

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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Art. 43. Examinada e aceita a documentação e atendidas as exigências que se fizerem necessá-rias, a licença será concedida, sendo fornecida certidão para competente averbação no Registro Geral de Imóveis, junto com uma cópia visada do projeto.

Parágrafo único. Somente após a averbação dos novos lotes no Registro Geral de Imóveis o Estado poderá conceder licença para construção ou edificação nos mesmos.

Seção II

Da abertura de logradouros e do loteamento

Art. 44. O pedido de licença para aprovação

do projeto para abertura de logradouro e lotea-mento de terrenos será feito por meio de requeri-mento acompanhado dos seguintes documentos:

a) título de propriedade, transcrito no Registro Geral de Imóveis, dos terrenos a serem arruados e loteados;

b) certidão negativa de ônus reais; c) declaração expressa do credor hipotecário,

se existente, passada em cartório, autorizando o arruamento ou loteamento;

d) declaração de possibilidade de abasteci-mento de água potável fornecida pela CEDAG;

e) cópia do projeto, aprovado pelo órgão es-tadual competente, de “grade” e esgotamento pluvial;

f) projeto. Art. 45. O projeto, apresentado em uma úni-

ca tela, acompanhado de cinco cópias, constará de:

a) planta geral, de localização, esquemática, que compreenda a região onde o terreno estiver localizado e os logradouros públicos vizinhos reconhecidos, com a configuração daquele em sua posição exata e as respectivas confronta-ções;

b) plano de conjunto, do arruamento e do lo-teamento completo, no qual deverão ser figurados os logradouros e praças a serem abertos, e os limítrofes existentes, assim como todas as áreas “non aedificandi”, ou de reserva, qualquer que seja sua natureza, e os lotes vinculados e áreas a se-rem doadas para implantação futura de serviços públicos.

§ 1.º A tela em que forem desenhados os projetos de arruamento e loteamento conterá, num quadro situado embaixo e à direita, os seguintes dizeres, escritos a nanquim, bem legíveis, aos quais os proprietários aporão “de acordo”:

“Desde a data da inscrição deste loteamen-to no registro geral de imóveis, passarão a in-tegrar o domínio do Estado da Guanabara as

áreas destinadas a ruas, praças, jardins e re-creação, bem como as destinadas a edifícios públicos e outros equipamentos urbanos. Não será passada certidão dos lotes pelas reparti-ções do Estado, não serão processadas guias de transmissão das vendas dos mesmos, nem será dado o “habite-se” das construções respectivas, antes da execução e aceitação definitiva das obras do arruamento figurado neste projeto. Outrossim, ficam vinculados os seguintes lotes que não poderão ser vendidos antes dessa acei-tação.” (Decreto-lei federal n.º 271, de 28/02/1967).

[Decreto-lei n.º 271, de 28/02/1967 (D.

O. de 28/02/1967): “Dispõe sobre loteamento urbano, respon-

sabilidade do loteador, concessão de uso e es-paço aéreo, e dá outras providências.”]

§ 2.º Serão vinculados, no mínimo, 20% do

número total de lotes projetados com frente para os logradouros a serem abertos, para garantia de execução das obras, sempre que possível em área contínua.

Seção III

Inscrição

[A repetição do artigo 45 neste regula-

mento é originária da publicação no “Diário Oficial”.]

Art. 45. Após a aprovação do projeto de

arruamento e loteamento será fornecida certi-dão do projeto, junto com uma cópia visada do projeto, para competente inscrição no Registro Geral de Imóveis, pelo requerente e às suas custas, devendo nela constar, obrigatoriamente, o seguinte:

a) descrição das áreas destinadas a logra-douros (ruas, avenidas, praças, jardins, par-ques, recuos, etc.), bem como as destinadas a edifícios públicos e outros equipamentos urba-nos; doação das demais áreas indicadas no projeto como as destinadas a outros usos pelo Estado, quando for o caso;

b) indicação de todos os gravames que re-caírem sobre os lotes e a obrigação, por parte do requerente, de fazê-los constar dos docu-mentos de transmissão de propriedade, bem como para as áreas “non aedificandi”, espaços livres e áreas de servidão;

c) quaisquer outras indicações pertinentes ao ato, cuja especificação seja julgada necessá-ria;

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d) a proibição de venda, promessa de ven-da, ou cessão de direitos dos lotes constantes do projeto aprovado e nele descritos, declarado que não serão fornecidas certidões dos lotes pelas repartições do Estado, não serão proces-sadas guias de transmissão nem será dado o “habite-se” das construções respectivas antes da execução e aceitação definitiva das obras de arruamento figurado no projeto;

e) indicação de todos os lotes vinculados como garantia da execução das obras;

f) a validade da certidão para fins também de inscrição no Registro Geral de Imóveis do memorial de incorporação, exigido pela Lei fe-deral n.º 4.591, de 16 de dezembro de 1964, desde que provada a concessão de financiamen-to para as obras, com declaração fornecida pelo Banco Nacional da Habitação, ou de seus agen-tes do sistema financeiro.

Parágrafo único. A certidão somente será concedida após a prova de efetivação da inves-tidura, quando houver.

Seção IV

Prazo

Art. 46. O prazo a ser inicialmente fixado pa-

ra execução das obras de urbanização de lotea-mento não excederá a sessenta meses.

§ 1.º Quando o prazo inicial for inferior ao li-mite máximo acima referido admitir-se-ão prorro-gações até aquele limite.

§ 2.º Por despacho do Secretário de Estado de Obras Públicas, dar-se-á suspensão do prazo inicial ou prorrogação:

1 — “ex officio”, quando o interesse público o justificar;

2 — desde que o requeira o loteador, justifi-cando e comprovando a necessidade de paralisa-ção das obras.

[O artigo 47 está em seguida transcrito

com a redação aprovada pelo Decreto “E” n.º 6.527, de 14/09/1973.]

Art. 47. Esgotado o período máximo de ses-

senta meses, sem que a execução das obras a que se obrigou o loteador esteja completa, o Secretário de Estado de Obras Públicas, se entender que o interesse público o justifica, poderá conceder no-vos prazos, igualmente sujeitos às condições pre-vistas no artigo anterior e seus parágrafos.

§ 1.º Na hipótese prevista neste artigo, a ad-ministração, sempre que não o impeçam circunstân-cias materiais peculiares a cada caso, deverá:

1 — impor todas as novas condições previstas na legislação então em vigor, sempre que possível;

2 — vincular a prorrogação a cronograma dos serviços a serem executados, individualizando os logradouros a serem aceitos por períodos semestrais.

§ 2.º A não-conclusão das obras previstas no cronograma dos serviços, por períodos semestrais, importará na aplicação de multa diária de cinco UNIF, vigente desde o último dia do prazo do período até a data do despacho que conceda a aceitação.

Art. 48. A transferência a terceiros das obri-gações assumidas pelo loteador dependerá da con-cordância expressa do Estado, podendo a adminis-tração, por motivos justificados, negar a sua concordância.

Art. 49. Verificada a inexecução das obras de urbanização deverá o processo, instruído com o orçamento das obras faltantes, ser encaminhado à Procuradoria-Geral do Estado, para a propositura da competente ação judicial.

Art. 50. As obras e instalações vinculadas ao serviço público de abastecimento de água, bem como a cessão a título gratuito dos bens necessá-rios ao mesmo, deverão ser objeto de instrumento especial a ser firmado com a Companhia Estadual de Águas (CEDAG).

Art. 51. Ficam transferidos à Companhia Es-tadual de Águas (CEDAG) todos os direitos atribuí-dos ao Estado da Guanabara na parte concernente ao serviço público de abastecimento de água, rela-tivo às obrigações assumidas perante aquele por quaisquer interessados em processos de loteamen-to e arruamento.

Parágrafo único. Caberá à Companhia Esta-dual de Águas (CEDAG) promover as medidas ad-ministrativas ou judiciais necessárias para exigir o cumprimento das obrigações de que trata este artigo.

Seção V

Execução das obras

Art. 52. A licença para a execução das obras

será concedida após a aprovação dos projetos de arruamento e loteamento e de “grade” e esgotamen-to pluvial, e inscrição no registro geral de imóveis da certidão do loteamento referida no artigo 45 e do termo de vinculação referido no § 2.º do artigo 44, devendo o interessado apresentar ao órgão estadual competente o cronograma das obras.

Parágrafo único. Os projetos de abasteci-mento de água potável e de esgotamento sanitário (exigido somente nas regiões onde o sistema for separador absoluto) serão aprovados pelos órgãos estaduais competentes, podendo ser apresentados posteriormente ao órgão estadual encarregado de fiscalizar o conjunto das obras de arruamento e loteamento.

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Art. 53. As obras, conforme o seu andamen-to, poderão ser aceitas parcialmente, desde que os trechos submetidos a essa aceitação estejam to-talmente concluídos e com acesso por outro logra-douro já aceito ou reconhecido pelo Estado, man-tendo vinculados sempre, pelo menos, 20% do número de lotes a urbanizar, liberados os demais.

Art. 54. O não-cumprimento das obrigações sujeitará o loteador às cominações legais cabíveis, inclusive multas e ações judiciais, a serem propos-tas pelo Estado, o qual poderá promover, se lhe convier, a incorporação definitiva, ao seu patrimô-nio, dos lotes vinculados.

Art. 55. A licença para a construção de edifi-cações nos lotes poderá ser expedida paralelamen-te à execução das obras dos logradouros desde que requerida pelo proprietário, caso integre o plano habitacional, através de financiamentos con-cedidos pelo Banco Nacional da Habitação ou seus agentes do sistema financeiro.

§ 1.º O órgão estadual competente, antes de expedir o alvará de licença para a construção, anexará ao processo declaração, apresentada pelo proprietário, fornecida pelo Banco Nacional da Ha-bitação ou seus agentes do sistema financeiro, indicando a tramitação de processo de financia-mento para a construção solicitada.

§ 2.º Os “habite-se” das construções ficam condicionados à aceitação das obras dos logradou-ros onde se localizem, independentemente de ato oficial de reconhecimento de logradouro.

Art. 56. O loteador em atraso de pagamento dos emolumentos e taxas, por mais de sessenta dias, ficará sujeito à multa de dez UNIF, aplicar- -se-á a multa, mensalmente, no caso de persistir o atraso.

Parágrafo único. O pagamento das taxas e emolumentos correspondentes à fiscalização das obras de urbanização, será devido a partir de no-venta dias da data da aprovação do projeto, inde-pendente do não-início das mesmas e por período mínimo de 6 meses.

CAPÍTULO III

Licenciamento para exploração de substâncias

minerais do solo e subsolo

Seção I

Da exploração em geral

Art. 57. O pedido de licença para a explora-ção de substâncias minerais do solo ou subsolo será feito por requerimento acompanhado dos seguintes documentos:

1 — prova de propriedade do terreno;

2 — autorização para a exploração dada pelo proprietário do terreno, caso não seja ele o reque-rente; se o requerente for titular de decreto fede-ral de pesquisa ou de lavra, deverá ser feita a pro-va competente;

3 — autorização da Secretaria de Segurança Pública, no caso de uso de explosivos, determi-nando quais os tipos que poderão ser empregados;

4 — planta de situação, em três vias, dando a localização relativa ao logradouro e ao prédio ou esquina mais próxima, com indicação do relevo do solo por meio de curvas de nível, contendo a deli-mitação da área a ser explorada, com localização das respectivas instalações, das edificações mais próximas dos logradouros, mananciais e cursos de água situados em uma faixa de largura de 100m em torno da área a ser explorada. Escala mínima: 1:2.000;

5 — desenhos com as indicações dos perfis do terreno, em três vias, em número que permita o perfeito entendimento da topografia local.

Art. 58. Para a exploração de areia de rio, o respectivo processo deverá ser instruído com pare-ceres favoráveis dos seguintes órgãos:

a) Departamento Nacional de Obras e Saneamento, do Ministério do Interior;

b) Serviço Nacional de Malária, do Ministério da Saúde.

Art. 59. Para a exploração de areia ou saibro de depósito sedimentar, deverão os respectivos processos ser instruídos com:

a) parecer favorável do Serviço Nacional de Malária, do Ministério da Saúde;

b) declaração do órgão competente da Secre-taria de Agricultura, sobre a imprestabilidade do terreno para qualquer cultura.

Art. 60. Para a exploração de pedreiras, para a qual é aplicável o Decreto “E” n.º 2.757, de 1.º de abril de 1969, o requerimento, além das exi-gências feitas no artigo 57, deverá ser acompa-nhado de:

[Decreto “E” n.º 2.757, de 01/04/1969 (D.

O. de 02/04/1969): “Dispõe sobre o regime de exploração de

pedreiras no Estado da Guanabara e dá outras providências.”]

a) plano de fogo, quando utilizado fogo ou fo-

gacho; b) indicação das medidas de segurança e pro-

teção, e atendimento das necessidades de tráfego em função do volume de produção e horário de distribuição.

Art. 61. A licença para qualquer exploração é concedida sempre por prazo fixo, temporário e contínuo, e nunca excedente do fim do exercício em que tiver lugar.

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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§ 1.º O órgão estadual competente fixará o prazo e o número de prorrogações da licença, em função da localização e vulto da exploração permi-tida.

§ 2.º A licença será intransferível. Art. 62. O titular da licença se responsabilizará

por todo e qualquer dano porventura causado pela exploração, direta ou indiretamente, aos logradouros ou outras benfeitorias públicas, ou ainda, a terceiros e suas propriedades, independentemente das res-ponsabilidades civil e criminal que no caso couberem, o que ficará consignado em termo ou carta de res-ponsabilidade.

Art. 63. O pedido de prorrogação de uma li-cença para exploração referente ao exercício sub-seqüente ao vencido, será apresentado ao órgão estadual competente, instruído com o documento de licença do exercício anterior.

§ 1.º A juntada de plantas e perfis, atualiza-dos na data do período de prorrogação, é necessá-ria em caso de se pretender, dentro do novo prazo solicitado, exceder dos limites da área inicialmente fixada para a exploração ou de se pretender modi-ficar a área explorável.

§ 2.º O Estado poderá denegar o pedido de prorrogação da licença se julgar inconveniente ou desaconselhável o prosseguimento dos trabalhos.

§ 3.º Nos casos de interrupção, paralisação ou término da exploração, o Estado poderá estabelecer prazos de prorrogação para a execução de obras necessárias a:

a) recomposição dos aspectos paisagísticos; b) segurança e garantia de terceiros ou dos

logradouros públicos. Art. 64. O órgão estadual competente, ao

conceder o licenciamento, deverá estabelecer nor-mas que delimitem a área a ser explorada, tendo em vista a desfiguração dos aspectos paisagísticos e a estabilidade dos terrenos.

Art. 65. Para a concessão da licença de ex-ploração, e durante intervalos não superiores a cento e oitenta dias, os locais de exploração serão inspecionados pelo órgão estadual competente para verificação do cumprimento do disposto neste regulamento.

Seção II

Do desmonte para abertura de

logradouros particulares

Art. 66. O licenciamento de desmonte para o fim de abertura de logradouros por particulares deverá ser precedido pelo registro do alvará de licença para abertura do referido logradouro, no órgão estadual competente, ainda que o serviço compreenda apenas o desmonte a frio e qualquer que seja o seu vulto.

Art. 67. Nos casos de desmonte a fogo ou fogacho, além do termo de responsabilidade, será exigida a carta de responsabilidade do “blaster”.

Seção III

Termo de responsabilidade

Art. 68. Nos casos de desmonte a fogo, a fo-

gacho ou misto, e de extração de areia ou saibro, será exigida do responsável a assinatura do termo de responsabilidade, ou carta de responsabilidade assinada pelo “blaster”.

Parágrafo único. Esse termo ou carta poderão ser exigidos, também para os casos de desmonte a frio, a critério do órgão estadual competente.

Art. 69. Nos termos de responsabilidade, pa-ra cada caso, o Estado imporá as restrições e pres-crições, inclusive de ordem técnica, que julgar convenientes e necessárias, marcará prazos, exigi-rá medidas a serem postas em prática para a se-gurança e o acautelamento do interesse público e de particulares.

Seção IV

Depósito de garantia

Art. 70. Ficam sujeitas a depósito de garantia

em dinheiro as licenças para os desmontes que te-nham a probabilidade de produzir danos aos logra-douros públicos ou às propriedades particulares.

§ 1.º O órgão estadual competente, para ca-da pedido de licença, fixará a importância do depó-sito, que variará segundo o tipo, localização, mé-todos empregados, vulto, risco e prazo de exploração.

§ 2.º Esse depósito de garantia antecede sempre à concessão do alvará.

Art. 71. Todas as licenças para exploração de substâncias minerais do solo e subsolo que tenham sido concedidas até a data da vigência do presente regulamento só terão validade até 31 de dezembro de 1970; serão prorrogadas aquelas que, a reque-rimento dos seus interessados, satisfizerem a to-dos os requisitos desse regulamento.

CAPÍTULO IV

Licenciamento de construções, de edificações

e de demolições.

Seção I

Condições gerais

Art. 72. O pedido de licença para execução de obras de construção ou de edificação, de acréscimo

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

179

ou modificações (inclusive de uso), em prédios exis-tentes, será feito por meio de requerimento, instruído pelos seguintes documentos:

1 — projeto, de acordo com o que estabelece o capítulo I, subseção 2.2, do presente regulamento;

2 — documento hábil que prove as dimensões do lote, conforme transcritas no Registro Geral de Imóveis;

3 — relatório de sondagens e projeto de fun-dações, quando se tratar de edificação com mais de três pavimentos, para fins exclusivos de consul-tas futuras, quando estas se impuserem;

4 — projeto esquemático dos elevadores. [Item acrescentado pelo Decreto “E” n.º 5.858, de 23/11/1972.]

§ 1.º Nos casos de obras de reforma ou de modificação interna ou de fachada, é dispensada a apresentação do documento indicado no item 2.

§ 2.º É facultada a apresentação de fotogra-fias ou perspectivas que sirvam para melhor ins-truir o projeto.

§ 3.º Nos casos em que uma construção ou edificação possa interferir com aspectos paisagísti-cos e panorâmicos, a apresentação de fotografias ou perspectivas poderá ser exigida pelo órgão es-tadual competente.

§ 4.º A exigência contida no item 3 poderá ser cumprida até o início da execução das obras, anotando-se esta ressalva no respectivo alvará.

[Os §§ 5.º, 6.º e 7.º, a seguir reproduzi-

dos, foram aditados a este artigo pelo Decreto n.º 5.858, de 23/11/1972.]

§ 5.º O projeto esquemático dos elevadores

apresentará os seguintes elementos: a) planta baixa da casa de máquinas e da

caixa do elevador, em escala 1:100, sendo dispen-sável a marcação de portas e janelas;

b) corte, passando pela casa de máquinas, caixa e poço do elevador, com a marcação da pro-fundidade do poço, distância da soleira da primeira à última parada, e distância da soleira da última parada à parte inferior da laje do piso da casa de máquinas, bem como pé-direito da casa de máqui-nas;

c) declaração em legenda:

“O presente projeto obedece às disposi-ções da NB-30 e do Regulamento Para Instala-ção e Conservação de Aparelhos de Transporte e é relativo à instalação de .... elevadores de .... passageiros, com velocidade de ....., ofere-cendo uma capacidade de transporte de ...... passageiros, em .... minutos, para o edifício (residencial, comercial, etc.), a ser construído na (endereço da obras.”

d) conforme o caso, a legenda deverá incluir ainda as seguintes declarações:

1 — “O conjunto de elevadores será dota-

do de comando automático em grupo (ou en-tão esclarecer por que está dispensado desta exigência).

2 — “Os elevadores atendem ao intervalo de tráfego definido no Regulamento Para Ins-talação e Conservação de Aparelhos de Trans-porte” (quando se tratar de edificações resi-denciais com mais de quinze pavimentos, excluídos o pavimento de uso comum, os pa-vimentos com lojas e os pavimentos gara-gens).

e) assinatura do profissional responsável pela

firma instaladora. § 6.º Deverá ser apresentado novo projeto

esquemático, no caso de substituição de projeto aprovado ou de modificações de projeto aprovado que impliquem em alterações substanciais na parte relativa aos elevadores.

§ 7.º O projeto esquemático de elevadores para automóveis, automáticos ou não, deverá ser previamente visado pelo órgão estadual competen-te da Secretaria de Obras Públicas. O visto depen-derá da apresentação do cálculo de tráfego e do projeto arquitetônico.

A legenda referida no § 5.º deverá incluir uma das seguintes declarações:

1 — “O tempo médio para a retirada de

um carro é inferior a dois minutos e a garagem será evacuada em menos de quatro horas” (quando se tratar de elevadores do tipo dotado de transportador automático).

2 — “A instalação tem capacidade para transportar em sessenta minutos dois terços da capacidade de garagem e obedece ao que dispõe o capítulo III do Regulamento Para Ins-talação e Conservação de Aparelhos de Trans-porte” (para as demais instalações de apare-lhos de transporte).

Seção II

Das obras parciais em construções e edificações

existentes

[O Decreto n.º 8.048, de 26/08/1998, deu aos artigos 73, 74 e 75 a seguinte redação:] Art. 73. Nas construções e edificações exis-

tentes em logradouros para os quais não houver projeto aprovado de modificação de alinhamento, poderão ser licenciadas obras de acréscimo ou de modificação, quando essas obras observarem as

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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normas do Regulamento de Construções e Edifica-ções e as do Regulamento de Zoneamento.

Parágrafo único. É admitida reforma ou modificação no trecho sujeito ao afastamento mí-nimo frontal exigido pelo artigo 100 do Regula-mento de Zoneamento ou por decreto específico, PA ou PAL, desde que mantidas as características exteriores e a volumetria da modificação neste trecho.

Art. 74. Nos imóveis atingidos por projeto de recuo progressivo ou por projeto de urbanização, quando não obedecido o respectivo projeto, serão permitidas as seguintes obras:

1 — reforma e modificações internas, na parte não atingidas pelo projeto;

2 — reforma e modificações no trecho atingido pelo projeto de recuo progressivo ou por projeto de urbanização, desde que mantidas as caracterís-ticas externas e a volumetria da edificação neste trecho;

3 — acréscimos verticais, na parte não atingi-da pelo projeto;

4 — acréscimos horizontais, na parte não atingida pelo projeto.

§ 1.º Quando o recuo não atingir a edificação existente, será o mesmo de execução obrigatória nos casos dos itens 3 e 4 deste artigo.

§ 2.º A concessão de licença para as obras mencionadas nos itens 2, 3 e 4 deste artigo, ouvi-do o órgão competente quanto ao interesse na execução dos respectivos projetos de alinhamento, fica ainda condicionada a assinatura do termo, por força do qual o município fica exonerado de indeni-zar as obras.

§ 3.º Prevalecem as demais normas do Regu-lamento de Construções e Edificações e do Regu-lamento de Zoneamento em vigor para as obras a serem licenciadas, observado o disposto no artigo 14 da Lei n.º 1.574/67.

Art. 75. Nos casos em que o imóvel (terreno edificado ou não) for totalmente atingido por pro-jeto de urbanização para abertura de novos logra-douros, alargamento ou prolongamento dos exis-tentes ou, mesmo parcialmente atingidos deixe remanescente inaproveitável para construção ou edificação, somente poderão ser permitidas as seguintes obras:

1 — reforma e modificações internas, na parte não atingida pelo projeto;

2 — reforma e modificações desde que manti-das as características exteriores e a volumetria existente.

Parágrafo único. A concessão de licença pa-ra as obras mencionadas no item 2 deste artigo, ouvido o órgão competente quanto ao interesse na execução dos respectivos projetos de alinhamento, fica ainda condicionada a assinatura do termo, por

força do qual o município fica exonerado de indeni-zar as obras.

Art. 76. As obras de acréscimos em constru-ções ou edificações existentes, mas que não satis-façam ao estabelecido no Regulamento de Zonea-mento quanto ao uso, não poderão ser licenciadas.

Parágrafo único. Nos imóveis sujeitos a de-creto de desapropriação somente serão permitidas obras que tenham por fim conservá-los ou evitar que se deteriorem (Decreto-lei n.º 3.365, de 21 de junho de 1941; Código Civil, artigo 63, § 3.º).

Seção III

Dos edifícios públicos. Obras do Estado.

Art. 77. De acordo com o que estabelece a

Lei federal n.º 125, de 03 de dezembro de 1935, a construção de edifícios públicos não poderá ser feita sem licença do Estado; as obras deverão ser executadas obedecendo às determinações do pre-sente regulamento e demais posturas estaduais.

Art. 78. O pedido de licença para execução de obras de um edifício público será feito por meio de ofício dirigido ao Estado pelo Ministério, órgão autônomo ou autarquia interessados, devendo esse ofício ser acompanhado de duas vias do pro-jeto de edificações.

Parágrafo único. Além da assinatura do pro-fissional legalmente habilitado, o projeto deverá trazer o visto de servidor responsável com a indi-cação do respectivo cargo ou função.

Art. 79. O processamento das licenças para obras de edifícios públicos tem caráter prioritário.

Seção IV

Das demolições

Art. 80. Os prédios de uma ou mais unidades

residenciais, existentes e habitados, só poderão ser parcial ou totalmente demolidos após sua de-socupação total.

Art. 81. A demolição de qualquer construção, executados apenas os muros de fechamento até 3m de altura, só poderá ser executada mediante licença expedida pelo órgão estadual competente.

§ 1.º Tratando-se de edifício com mais de dois pavimentos ou de qualquer construção que tenha mais de 8m de altura, no alinhamento dos logradouros públicos ou afastados deles, a demoli-ção dependerá sempre de licença e só poderá ser efetuada sob a responsabilidade de profissional legalmente habilitado.

§ 2.º No requerimento em que for pedida a licença para uma demolição compreendida no pa-rágrafo precedente, será declarado o nome do profissional responsável, o qual deverá assinar o

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

181

mesmo requerimento juntamente com o proprietá-rio ou seu representante legal.

§ 3.º Em qualquer demolição, o profissional responsável ou o proprietário, conforme o caso, porá em prática todas as medidas necessárias para garantir a segurança dos operários, do público, das benfeitorias dos logradouros e das propriedades vizinhas e, bem assim, para impedir o levantamen-to de pó; molhando o entulho e fazendo a irrigação do logradouro público; além disso, o responsável pelas demolições fará varrer, sem levantamento de pó, toda a parte do logradouro público que ficar com a limpeza prejudicada pelos seus serviços.

§ 4.º O órgão estadual competente poderá, sempre que julgar conveniente, estabelecer as horas, mesmo à noite, dentro das quais uma de-molição deva ou possa ser feita.

[O Decreto n.º 9.729, de 26/10/1990, a-

crescentou ao artigo 81 os §§ 5.º e 6.º com a seguinte redação dada pelo Decreto n.º 19.013, de 05/10/2000:]

§ 5.º A demolição e a alteração das edifica-

ções construídas até 1960, inclusive, somente se-rão autorizadas após o pronunciamento favorável do Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural do Rio de Janeiro, respeitadas as disposi-ções constantes dos parágrafos anteriores. O pedi-do de licença para demolição ou para alteração será instruído com a documentação comprobatória da data da conclusão da obra.

§ 6.º Caberá ao Departamento-Geral de Pa-trimônio Cultural, da Secretaria Municipal de Cultu-ra, informar o Conselho sobre a data provável da construção, na inexistência, comprovada, da do-cumentação exigida no parágrafo anterior.

Art. 82. Ultimada que seja a demolição de um prédio, a comunicação deste fato deverá ser feita imediatamente, pelo órgão licenciado, ao setor arrecadador competente.

Seção V

Conclusão das obras. “Habite-se”. Aceitação.

Art. 83. Depois de terminada a construção de

um prédio, qualquer que seja o seu destino, para que possa ser o mesmo habitado, ocupado ou utili-zado, deverá ser pedido o “habite-se” pelo titular do processo, por meio de requerimento apresenta-do ao órgão estadual competente.

§ 1.º O requerimento do “habite-se” deve ser acompanhado dos seguintes documentos:

a) ficha de inscrição do imóvel no órgão esta-dual competente;

b) certificado de funcionamento e garantia dos elevadores e dos equipamentos de coleta e elimi-nação de lixo;

c) certificado expedido pelo Corpo de Bombei-ros do Estado da Guanabara, referente à instalação contra incêndios;

d) declaração dos órgãos estaduais competen-tes relativa às ligações nas redes públicas de abas-tecimento de água potável, de esgoto sanitário e de águas pluviais, nos termos dos regulamentos respectivos;

e) certificado de instalação de tubulações tele-fônicas e de sua aprovação, e comprovante de pagamento do cabo interno ou documento de isen-ção; [Redação dada pelo Decreto n.º 1.774, de 20/09/1978.]

f) prova, quando couber, de atendimento do artigo 55 do Decreto-lei Complementar n.º 03, de 24 de outubro de 1969;

[Decreto-lei Complementar n.º 03, de

24/10/1969 (D. O. GB de 24/10/1969): “Art. 55. Quando o terreno em que se pre-

tender construir for atingido por projeto apro-vado, que modifique o respectivo alinhamento, será exigida a assinatura de termo de recuo antes de aceitação da obra ou concessão do ‘habite-se’, mesmo parcial.

§ 1.º Havendo conveniência ou interesse público, poderá o Estado promover o proces-samento amigável do recuo, independente-mente do pedido de licença de obras, caso em que a execução do recuo é obrigatória.

§ 2.º A avaliação das áreas de recuo com-pete ao Departamento de Patrimônio.”]

g) declaração do órgão estadual competente

relativa à aprovação de instalações para recebi-mento de gás canalizado, nos termos do regula-mento respectivo; [Alínea acrescentada pelo De-creto “E” n.º 5.524, de 23/06/1972.]

h) declaração do responsável pela edificação, comprovando o plantio de mudas de árvore ou seu fornecimento para plantio à Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos, em obediência aos artigos 154 a 159, do Regulamento de Constru-ções e Edificações, conforme o caso. [Alínea acrescentada pelo Decreto n.º 2.299, de 27/09/1979.]

§ 2.º O “habite-se” será concedido pelo órgão estadual competente, depois de ter sido verificado estar a obra completamente concluída, de acordo com o projeto aprovado, o passeio construído, colocada a placa de numeração e a documentação referida no parágrafo anterior completa.

Art. 84. Será concedido “habite-se” parcial nos seguintes casos:

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I — quando se tratar de um prédio composto de parte comercial e parte residencial e puder cada uma ser utilizada independentemente da outra;

2 — quando se tratar de edificação multifami-liar, caso em que poderá ser concedido “habite-se” para unidade residencial que esteja completamen-te concluída, sendo necessário que pelo menos um elevador esteja funcionando, com o respectivo certificado, quando se tratar de unidade situada acima da quarta laje (contando a do pavimento de acesso);

3 — quando se tratar de prédio em vila, es-tando calçada e iluminada a rua da vila desde a entrada, no logradouro, até o fim da testada do prédio a habitar;

4 — quando se tratar de mais de um prédio construído no mesmo lote, devendo as obras ne-cessárias para perfeito acesso a este prédio, inclu-sive de urbanização, se houver, estar concluídas.

Art. 85. Depois de terminadas as obras de acréscimo, modificações ou reconstrução, deverá ser pedida, por requerimento apresentado ao ór-gão estadual competente, a aceitação das mesmas obras.

§ 1.º O requerimento de aceitação deve ser acompanhado dos seguintes documentos:

a) ficha de inscrição do acréscimo, quando houver nos órgãos estaduais competentes;

b) certificado de funcionamento e garantia de elevadores, se houver novos;

c) declaração do órgão estadual competente, referente à ligação de esgoto, se houver instala-ções sanitárias novas;

d) prova, quando couber, de atendimento do Decreto-lei Complementar n.º 03, de 24 de outu-bro de 1969;

e) declaração do órgão estadual competente referente à instalação de gás canalizado, quando modificada. [Alínea acrescentada pelo Decreto “E” n.º 5.524, de 23/06/1972.]

§ 2.º A aceitação será despachada pelo órgão estadual competente, depois de ter sido verificado terem sido as obras executadas de acordo com o projeto aprovado e a documentação referida no parágrafo anterior completa.

Seção VI

Numeração das edificações

Art. 86. Todas as edificações existentes ou

que vierem a ser construídas no Estado da Guana-bara serão, obrigatoriamente, numeradas de acor-do com as disposições constantes dos diversos parágrafos deste artigo, para fins cadastrais.

§ 1.º A numeração das edificações e terre-nos, e bem assim das unidades autônomas exis-tentes em uma mesma edificação ou em um mes-

mo terreno, só poderá ser designada pela Secretaria de Obras Públicas.

§ 2.º É obrigatória a colocação de placa de numeração do tipo oficial em lugar visível, no muro de alinhamento, na fachada, ou em qualquer parte entre o muro de alinhamento e a fachada, para caracterização da existência física da edificação no logradouro, não podendo ser colocada em ponto que diste mais de 2,5m acima do nível da soleira do alinhamento, nem a distância superior a 10m em relação ao alinhamento; as placas serão de ferro esmaltado, com algarismos brancos em fundo azul-escuro para as edificações em logradouros públicos, em fundo vermelho para aquelas de lo-gradouros particulares.

§ 3.º A Secretaria de Obras Públicas, quando julgar conveniente ou for requerido pelos respecti-vos proprietários, poderá designar numeração para lotes de terreno.

§ 4.º A partir da data de início da vigência deste regulamento, às edificações e aos terrenos localizados em novos logradouros, ou em logra-douros que ainda não tenham sido oficialmente numerados, serão distribuídos os números, que correspondem à distância, em metros, entre o início do logradouro e o centro da testada respecti-va, com aproximação de 1m; essa distância será medida, para os imóveis de cada lado, a partir da interseção do alinhamento respectivo com os mais próximos alinhamentos do logradouro de origem; para os imóveis situados à direita de quem percor-rer o logradouro do início ao fim, serão distribuídos os números pares, e para os imóveis do outro la-do, os números ímpares; nas praças e largos, ori-enta-se o seu maior eixo e toma-se, para início, a extremidade deste eixo mais próxima da rua prin-cipal de penetração.

§ 5.º As edificações numeradas de acordo com o sistema adotado anteriormente à data de início da vigência deste regulamento, conforme a respectiva situação, terão sua numeração revista, reservando-se para cada número a testada de 5m e observada a numeração existente; a Secretaria de Obras Públicas providenciará, no entanto, para que seja feita com a possível urgência a revisão da numeração antiga, obedecendo nessa revisão ao que determina o § 4.º

§ 6.º Quando em um mesmo edifício houver mais de uma unidade autônoma (apartamentos, escritórios, etc.) e quando em um mesmo terreno houver mais de uma casa destinada a ocupação independente, cada um destes elementos deverá receber numeração própria, distribuída pela Secre-taria de Obras Públicas, com referência, sempre, à numeração da entrada pelo logradouro público.

§ 7.º Para todas as unidades autônomas (apartamentos, escritórios, etc.) de uma mesma edificação, de um pavimento, e para várias casas

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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residenciais que existam em um mesmo terreno, a numeração será distribuída segundo a ordem natu-ral dos números.

§ 8.º A numeração dos novos edifícios e das respectivas unidades será designada por ocasião do processamento da licença para a edificação e distribuída para todas as unidades autônomas pro-jetadas sobre a planta de cada pavimento, obede-cido o seguinte critério:

a) nos prédios até nove pavimentos a distribuição dos números para cada unidade autônoma será representada por três algarismos, onde os dois primeiros indicam a ordem de cada uma delas nos pavimentos em que se situarem; o último algaris-mo, ou seja, o correspondente ao da classe das centenas, representará o número do pavimento em que as unidades se encontrem;

b) nos prédios com mais de nove pavimentos a distribuição dos números para cada unidade au-tônoma será representada por números com qua-tro algarismos onde, também, os dois últimos, ou seja, os das classes das centenas e unidades de milhar, indicarão o número do pavimento em que cada uma delas se encontre.

§ 9.º A numeração a ser distribuída nos pa-vimentos abaixo do de nível de acesso e nas so-brelojas será procedida das letras maiúsculas “SS” e “SL”, respectivamente.

§ 10. Quando existir mais de uma casa no in-terior do mesmo terreno e mais de uma unidade em cada casa, a numeração dessas unidades será distribuída de acordo com os §§ 6.º, 7.º e 8.º

§ 11. As lojas receberão sempre numeração própria; essa numeração será a do próprio edifício, seguida de uma letra maiúscula para cada unidade independente, sendo as letras distribuídas na or-dem natural do alfabeto; havendo lojas com aces-so por logradouros diferentes daqueles pelo qual o prédio tenha sido numerado, poderão elas ser dis-tinguidas do mesmo modo, com o número, porém, que couber ao edifício no logradouro pelo qual tiverem acesso (numeração suplementar da edifi-cação).

§ 12. Quando um edifício ou terreno, além de sua entrada principal, tiver entrada por outro ou outros logradouros, o proprietário, mediante re-querimento, poderá obter a designação da nume-ração suplementar relativa à posição do imóvel em cada um desses logradouros.

§ 13. Nos edifícios-garagens a numeração das vagas de automóveis será análoga àquela es-tabelecida pelos §§ 6.º, 7.º e 8.º, sendo cada nú-mero precedido da letra “V”.

§ 14. A Secretaria de Obras Públicas procede-rá à revisão da numeração dos imóveis que não estejam numerados de acordo com o que dispõe o § 5.º deste artigo e bem assim a daqueles que futuramente, como conseqüência da alteração do

início do logradouro ou por qualquer outro motivo, apresentam tal necessidade; a mesma providência será posta em prática para as unidades autônomas (apartamentos, escritórios, etc.) de um mesmo edifício, cuja numeração estiver em desacordo com as disposições deste artigo no que lhes for aplicá-vel; para os imóveis numerados diretamente sobre os logradouros, a Secretaria de Obras Públicas fará, por ocasião da revisão, a substituição das placas de numeração, devendo providenciar para que sejam expedidas intimações aos respectivos proprietários, indicando o prazo conveniente para a substituição das placas de numeração das unida-des autônomas distintas de um mesmo edifício, quando necessário, em conseqüência da revisão; em todos os casos ficarão os proprietários sujeitos ao pagamento, juntamente com o imposto predial ou territorial, da taxa estabelecida em lei orçamen-tária.

§ 15. É proibida a colocação, em um imóvel, de placa de numeração indicando número que não tenha sido oficialmente distribuído pela Secretaria de Obras Públicas ou contendo qualquer alteração na numeração oficial.

§ 16. O Estado intimará os proprietários dos imóveis encontrados sem placa de numeração oficial, com essa placa em mau estado, ou com placa contendo numeração em desacordo com a que tiver sido oficialmente distribuída, e pela falta de cumprimento da intimação aplicará a penalida-de estabelecida por este decreto.

Art. 87. O órgão estadual competente da Se-cretaria de Obras Públicas, quando proceder à revisão da numeração de um logradouro, promo-verá a feitura de expedientes internos que possibi-litarão a publicação, no “Diário Oficial”, de extratos dos mesmos, para conhecimento do público, e bem assim lhe possibilitará verificar a que número da antiga numeração corresponde o novo número designado.

CAPÍTULO V

Do licenciamento do assentamento de máquinas, motores e equipamentos.

Seção I

Do assentamento em geral

Art. 88. A licença para assentamento de no-

vas máquinas, motores e equipamentos, para fins industriais ou comerciais, assim como de acrésci-mos aos já existentes, será concedida com obedi-ência das determinações do Regulamento de Zo-neamento, tendo em vista a natureza e o fim da maquinaria.

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Parágrafo único. Excetuam-se da obriga-toriedade de licenciamento prévio os equipamen-tos que empregue motores cuja soma de potên-cia seja inferior a três HP, desde que ligados na rede de iluminação elétrica e que se destinem a acionar operatrizes cujo funcionamento não ve-nha, de qualquer modo, causar prejuízos a ter-ceiros.

Art. 89. O pedido de licença para assenta-mento ou modificação será feito por meio de requerimento apresentado ao órgão estadual competente.

§ 1.º Nesse requerimento deverá constar a relação ou “coleta” de que se compõe o equipa-mento, em duas vias, obedecendo às normas bai-xadas pelo órgão estadual competente.

§ 2.º Tratando-se de aparelhos de transpor-te, serão observadas as disposições do respectivo regulamento. [Redação dada pelo Decreto n.º 5.858, de 23/11/1972.]

§ 3.º Em qualquer caso, o órgão estadual competente poderá exigir, ainda, a apresentação de planta, desenho, fotografia, catálogo ou ou-tros elementos esclarecedores relativos ao equi-pamento ou ao local a que o mesmo se destina.

Art. 90. Os equipamentos de caráter tem-porário destinados à execução de obras serão licenciados e registrados pelo local da sede ou escritório dos seus responsáveis, que poderão transportá-los para qualquer ponto do Estado da Guanabara.

Art. 91. As declarações das coletas e reque-rimentos serão feitos sob a inteira responsabilida-de do interessado e servirão de base ao estudo do processo.

Art. 92. Tratando-se de equipamento que não esteja sujeito, de acordo com este regulamen-to, à apresentação de certidão de funcionamento e de garantia ou provas especiais, o início do funcio-namento fica autorizado.

Seção II

Do assentamento de aparelhos de transporte

Arts. 93 a 95. [Revogados pelo Decreto “E”

n.º 5.857, de 23/11/1972.]

Seção III

Do assentamento de caldeiras de aquecimento, geradores e recipientes de vapor.

Art. 96. O requerimento para licença de as-

sentamento de caldeiras de aquecimento, gerado-res e recipientes de vapor será acompanhado de descrição detalhada do respectivo equipamento.

Art. 97. Acompanham ainda o requerimento plantas com indicação completa das características do local onde se pretende fazer o assentamento: locação, dimensão, uso, etc.

Seção IV

Do assentamento de equipamentos

para eliminação de lixo

Art. 98. Os pedidos de licença para assenta-mento de equipamentos para eliminação de lixo, de qualquer espécie, deverão ser processados no âmbito do órgão estadual competente, de acordo com o respectivo regulamento.

Art. 99. Os projetos apresentados deverão ser examinados pelo órgão estadual competente, no qual deverão ser atendidos todos os pedidos de esclarecimento e exigências legais.

CAPÍTULO VI

Fiscalização

Seção I

Generalidades

Art. 100. Ao Estado assiste o direito de, em

qualquer tempo, exercer função fiscalizadora, no sentido de verificar a obediência aos preceitos da Lei n.º 1.574, de 11 de dezembro de 1967, e sua regulamentação.

§ 1.º Os funcionários investidos em função fiscalizadora poderão, observadas as formalidades legais, inspecionar bens e documentos de qualquer espécie, desde que relacionados com a legislação específica.

§ 2.º O desrespeito ou desacato a funcionário no exercício de suas funções ou empecilho oposto à inspeção a que se refere o parágrafo anterior, sujeitará o infrator não só às multas previstas nes-te regulamento, como também à autuação pela autoridade policial.

Seção II

Auto de infração

Art. 101. Em decorrência de transgressão à

Lei n.º 1.574, de 11 de dezembro de 1967, e sua regulamentação, será lavrado auto de infração, pelo funcionário que a houver constatado, inde-pendentemente de testemunhas.

Parágrafo único. O auto de infração será la-vrado de acordo com o seguinte modelo: .......................................................................

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Art. 102. O auto de infração será lavrado em quatro vias, manuscritas ou à máquina, permitido o emprego de papel carbono.

§ 1.º A primeira via do auto aguardará na repartição, pelo prazo de dez dias, o pagamento da multa, findo o qual será remetida para co-brança judicial; a segunda via será entregue na residência ou sede do infrator, mediante recibo; a terceira via será remetida ao órgão de controle e a quarta via permanecerá no talão.

§ 2.º Havendo recusa do infrator em rece-ber o auto, o autuante certificará essa ocorrência no verso das primeira, terceira e quarta vias.

§ 3.º Não sendo conhecido o paradeiro do in-frator, o teor do auto deverá ser publicado no “Diário Oficial”, certificada esta providência, no verso do auto, com a citação da data da respectiva publicação.

Art. 103. Se no prazo de dez dias a multa imposta não for paga, o chefe da repartição au-tuante certificará o fato, capitulará a infração e a multa no verso da primeira via, e a remeterá, por ofício, ao órgão de controle, que a encami-nhará à Procuradoria-Fiscal para cobrança judici-al.

Art. 104. O auto de infração não poderá ser lavrado em conseqüência de requisição ou despacho; sua lavratura deverá ser precedida de verificação pessoal do funcionário por ela res-ponsável.

Art. 105. O funcionário que lavrar o auto de infração assume por este inteira responsabili-dade, sendo passível de punição, por falta grave, no caso de omissão, erro ou excesso.

Art. 106. Os autos relativos a infrações de dispositivos legais de ordem técnica, inclusive a falta do “habite-se”, serão lavrados, privativamen-te, pelos engenheiros e arquitetos da Secretaria de Obras Públicas.

Parágrafo único. Os autos de infração, que não sejam de ordem técnica, serão lavrados pelos engenheiros e arquitetos da Secretaria de Obras Públicas e também pelas circunscrições fiscais.

Art. 107. Verificado que, em conseqüência da lavratura de auto de infração, subsiste ainda, para o infrator, uma obrigação a cumprir, será expedido edital fixando o prazo para seu cumprimento.

Parágrafo único. O prazo para cumpri-mento do disposto no edital será fixado pela autoridade que o expedir e não poderá exceder de trinta dias.

Art. 108. Pela fixação do edital se haverão por obrigados ao cumprimento do que nele estiver determinado os infratores e quaisquer outros inte-ressados que sejam expressamente mencionados no edital.

Art. 109. A desobediência ao edital acarreta-rá, independentemente do que nele se determinar, a aplicação de multa.

Parágrafo único. Na primeira autuação por desrespeito ao edital, será anexada uma cópia deste ao auto de infração; nas autuações que se seguirem basta mencionar, no auto, o número do edital.

Art. 110. É assegurado aos infratores o direi-to de recorrer dos autos de infração, apresentan-do, em sua defesa, alegação em termos.

Parágrafo único. Os recursos interpostos não terão efeito suspensivo.

Art. 111. Os autos e editais lavrados deverão ser remetidos à publicação no “Diário Oficial”, no prazo de quarenta e oito horas.

Art. 112. Os diretores dos departamentos in-teressados na execução desta seção baixarão as instruções que se tornarem necessárias para o seu fiel cumprimento.

Seção III

Intimação

Art. 113. As intimações para cumprimento de disposições que integram o conjunto de atos cons-tituídos pela Lei n.º 1.574, de 11 de dezembro de 1967, e sua regulamentação, poderão ser expedi-das pelos distritos e serviços dos departamentos interessados ou pelas circunscrições fiscais do De-partamento de Fiscalização.

§ 1.º As solicitações para expedição de inti-mações serão feitas por memorando ou ofício, citando o dispositivo em que as mesmas intima-ções devam ser baseadas e indicando o prazo a ser fixado.

§ 2.º O chefe do órgão autuante providencia-rá para que uma intimação solicitada seja expedi-da sem demora e, dentro do prazo de quatro dias do recebimento da solicitação, restituirá à autori-dade solicitante o memorando ou ofício com infor-mação das providências que tiver tomado.

§ 3.º Decorrido o prazo que tiver sido fixado e verificando-se a falta de cumprimento da intima-ção, o processo será novamente remetido ao chefe do órgão autuante para que seja aplicada a penali-dade cabível.

§ 4.º O chefe de circunscrição fiscal, com os seus auxiliares, velará pela observância dos prazos marcados nas suas intimações e imporá as penali-dades convenientes.

§ 5.º No caso de haver interposição de recur-so, será ele juntado ao processo relativo à intima-ção, para que, depois do necessário despacho, seja feito o arquivamento, se o despacho for favorável, ou para que o processo tenha prosseguimento com

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

186

as providências convenientes, no caso de despacho contrário.

§ 6.º Mediante requerimento apresentado pe-lo interessado, a autoridade autuante poderá pror-rogar o prazo fixado na intimação.

Seção IV

Embargo e interdição

Art. 114. Os embargos e as interdições serão

efetivados pelo Departamento de Fiscalização, da Secretaria de Justiça.

§ 1.º Salvo nos casos de ameaça à segurança pública, o embargo ou a interdição deverão ser precedidos da autuação cabível.

§ 2.º Os órgãos interessados na efetivação de embargos e interdições solicitarão a providência, diretamente à circunscrição fiscal da jurisdição, por ofício ou em processo já existente.

§ 3.º Da solicitação deverão constar, especi-ficamente, todos os elementos justificativos da medida a ser efetivada e a referência à autuação já procedida.

§ 4.º Recebida a solicitação referida no § 2.º, o chefe da circunscrição fiscal, dentro de quarenta e oito horas, acusará o recebimento e informará sobre as providências que tiver tomado.

§ 5.º Quando, por constatação do órgão es-tadual competente, se verificar que haja perigo para a saúde, ou para a segurança do público ou do próprio pessoal empregado nos diversos servi-ços, ou ainda para a segurança de estabilidade ou a resistência das obras em execução, dos edifícios, dos terrenos ou dos equipamentos, o embargo ou a interdição são aplicáveis, de um modo geral, em todos os casos de execução de obras, qualquer que seja o fim, a espécie ou o local, nos edifícios, nos terrenos ou nos logradouros; em todos os casos de exploração de substâncias minerais do solo e do subsolo e de funcionamento de equipamentos me-cânicos, industriais, comerciais ou particulares; em todos os casos de funcionamento de aparelhos e dispositivos de diversões, nos estabelecimentos de diversões públicas, etc.

Art. 115. O embargo terá também lugar sempre que, sem alvará de licença regularmente expedido e registrado, ou sem licença, estiver sen-do feita qualquer obra ou funcionando qualquer exploração ou equipamento que depender de licença.

Art. 116. São passíveis, ainda, de embargo as obras licenciadas, de qualquer natureza, em que não estiver sendo obedecido o projeto visado, respeitado o alinhamento ou o nivelamento, cum-prida qualquer das prescrições do alvará de licença e ainda quando a construção ou os assentamentos do equipamento estiverem sendo feitos de maneira irregular ou com o emprego de materiais inade-

quados ou sem as condições de resistência conve-nientes, de que possa resultar prejuízo para a se-gurança da construção ou do equipamento.

Art. 117. O embargo poderá ser feito em to-dos os casos em que se verificar a falta de obedi-ência a limites, a restrições ou a condições deter-minados em licenciamentos ou estabelecidos nas licenças, ou nos atestados, ou nos certificados para exploração de minerais ou funcionamento de equi-pamentos mecânicos e de aparelhos de diverti-mento.

Art. 118. O embargo ou a interdição terão também lugar nos casos dos equipamentos mecâ-nicos e de aparelhos que dependam de prova ou de vistoria prévia e da expedição de atestado ou de certificados de funcionamento e garantia e quando o mesmo funcionamento se verificar sem a obediência a tais exigências.

Art. 119. O embargo ou a interdição em con-seqüência de falta de licença ou de falta de apre-sentação de alvará de licença, ou de certificados de funcionamento e garantia deverão ser feitos pelo chefe de circunscrição fiscal, independente-mente de solicitação de qualquer outro órgão.

Art. 120. O embargo em conseqüência de fa-lhas ou erros técnicos, ou em conseqüência de discordância com o projeto visado, diferença de alinhamento ou nivelamento, ou falta de obediên-cia a prescrições de ordem técnica do alvará ou da licença, deverá ser feito depois da necessária cons-tatação por parte do órgão estadual competente.

Art. 121. Após a lavratura de um auto de in-fração, serão expedidos, quando couber, editais de embargo e de legalização, com prazo de cumpri-mento de até trinta dias, para o de legalização.

Art. 122. O chefe de circunscrição fiscal e seus auxiliares deverão velar pela observância e a manutenção do embargo ou da interdição, poden-do solicitar o auxílio de força pública, quando ne-cessário, para fazê-los respeitar.

Art. 123. Quando se tornar necessário, além do embargo, a demolição ou o desmonte, total ou parcial, de uma obra, de um equipamento ou de aparelhos, ou a execução de providências relativas à segurança, na exploração de minerais, será ex-pedida intimação que tenha de ser feita para tal fim, pela autoridade autuante.

§ 1.º No caso de não ser cumprida a intima-ção e tratando-se de obras de assentamento de equipamento, de exploração ou de funcionamento não legalizáveis, será realizada uma vistoria admi-nistrativa para servir de base à autorização a ser dada pelo Secretário de Estado de Obras Públicas, da necessária demolição.

§ 2.º No caso de julgar necessário, por moti-vo de segurança, que se proceda à demolição ime-diata ou ao desmonte imediato, além da providên-cia indicada neste artigo, será realizada vistoria

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

187

administrativa, para servir de base ao procedimen-to conveniente.

Art. 124. O levantamento do embargo só po-derá ser autorizado depois de aprovado o paga-mento da legalização.

Parágrafo único. Se a obra, o assentamento de equipamentos, a exploração ou o funcionamen-to não forem legalizáveis, o levantamento de em-bargo só poderá ser concedido depois da demoli-ção, o desmonte ou a retirada de tudo que tiver sido executado em desacordo com a lei.

Seção V

Vistoria administrativa

Art. 125. A vistoria administrativa terá lugar

de acordo com o estabelecido no artigo 8.º, e seu parágrafo único, da Lei n.º 1.574, de 11 de de-zembro de 1967.

Art. 126. A vistoria, em regra geral, deverá ser realizada na presença do proprietário ou de quem legalmente prove representá-lo, intimado previamente pelo chefe de circunscrição fiscal, e terá lugar em dia e hora previamente marcados, salvo nos casos julgados de ruína iminente.

§ 1.º Não sendo conhecido ou encontrado o proprietário ou o seu representante legal, o chefe de circunscrição fiscal fará a intimação por meio de edital publicado no “Diário Oficial” do Estado.

§ 2.º Imediatamente depois de efetivada a intimação ou de publicado o edital, o chefe de cir-cunscrição fiscal fará, a respeito, uma comunicação escrita, diretamente encaminhada à dependência da Secretaria de Obras Públicas, de onde tiver partido o pedido de intimação.

§ 3.º Além da intimação ao proprietário, dire-ta ou por edital, o chefe de circunscrição fiscal fará afixar um edital no local onde a vistoria se deva realizar, consignando no mesmo o dia e hora da vistoria.

Art. 127. No caso de se encontrar fechada, na hora marcada para a vistoria, a propriedade a ser vistoriada, a comissão, se julgar necessário, solicitará ao chefe de circunscrição fiscal, e este tornará efetiva, a interdição da mesma, a não ser que haja suspeita de ruína iminente, caso em que a comissão fará a vistoria, qualquer que seja o recurso de que necessite lançar mão, para tanto recorrendo à autoridade policial.

Art. 128. Na hipótese de não comparecer o proprietário ou o seu representante legal, a comis-são de vistoria fará um rápido exame a fim de apurar se o caso admite adiamento; se concluir pela afirmativa, será marcada nova vistoria que se realizará à revelia do proprietário, se pela segunda vez deixar de comparecer por si ou pelo seu repre-sentante legal.

Parágrafo único. Na intimação e no edital relativos à segunda vistoria deverá constar que a diligência se efetuará como determina este artigo, mesmo que o proprietário deixe de comparecer ou de se fazer representar.

[O Decreto “N” n.º 16.847, de

14/07/1998, deu aos artigos 129, 130 e 131 a seguinte redação:] Art. 129. A conclusão do laudo de vistoria se-

rá informada à autoridade competente, para de-terminar as medidas administrativas cabíveis, con-forme o caso.

§ 1.º Não sendo cumprido o que determina o laudo de vistoria no prazo para o qual houver sido intimado o responsável, a autoridade competente determinará a adoção das medidas administrativas cabíveis, dentre as quais as seguintes:

1 — despejo e interdição, não sendo necessá-ria demolição nem desmonte;

2 — desmonte ou demolição, precedidos de despejo e/ou interdição, quando necessários, em caso de usurpação ou invasão de bem público, ameaça de ruína, ou para salvaguarda da seguran-ça pública, observância de norma legal ou regula-mentar, ou, ainda, para prevenção ou reparação de danos ao meio ambiente, ao patrimônio cultu-ral, a direitos de consumidor ou a outros interesses difusos, coletivos ou pessoais homogêneos.

§ 2.° Nas situações previstas no item 2 do § 1.º deste artigo, a vistoria será realizada indepen-dentemente das formalidades previstas nos artigos 125 a 128.

Art. 130. Nas hipóteses previstas no item 2 do artigo anterior, a demolição ou o desmonte serão executados de acordo com o seguinte proce-dimento:

a) interdição da edificação, remoção de mora-dores e ocupantes, recolhimento ao depósito públi-co dos bens encontrados — se não retirados pelos proprietários — e, após a delimitação, do material remanescente;

b) lavratura de termo de demolição ou des-monte, conforme o caso, subscrito por duas tes-temunhas, e, se possível, pelo proprietário, mora-dor ou ocupante do imóvel, com narração dos incidentes ocorridos e descrição dos objetos encon-trados e do material resultante da demolição ou do desmonte, com registro do destino que lhes tenha sido dado.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não impede que o município opte por adotar as medi-das judiciais cabíveis.

Art. 131. Nas hipóteses não contempladas nos itens 1 e 2 do artigo 129, os órgãos municipais competentes encaminharão o processo administra-

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

188

tivo à Procuradoria-Geral do Município, para fins de eventual propositura da ação judicial cabível.

§ 1.° A Procuradoria-Geral do Município co-municará ao órgão competente a decisão judicial que autorizar a medida pleiteada, para cumpri-mento no menor prazo possível.

§ 2.° Não sendo possível ao município efetivar a medida autorizada, a Procuradoria-Geral reque-rerá sua execução por terceiros, como permitir a lei processual.

§ 3.° Para cobrança dos responsáveis, por meio de execução fiscal, os custos e despesas de implementação das medidas administrativas serão previamente orçados apropriados e encaminhados à Procuradoria-Geral, com os seguintes documen-tos:

a) demonstrativo detalhado das despesas, por cada órgão ou entidade municipal, com pessoal, materiais e equipamentos;

b) certidão de editais de licitação e de contra-tos de obra pública e de serviço público, quando for o caso.

§ 4.° O município notificará o responsável do valor orçado para cada medida administrativa, concedendo-lhe dez dias para implementá-la(s). mediante compromisso, ou depositar a importância respectiva.

§ 5.° Efetivada a medida pelo município, a au-toridade competente extrairá a respectiva nota de débito e a encaminhará à Procuradoria-Geral no prazo de 30 (trinta) dias, para cobrança judicial.

§ 6.° O agente municipal que, sem expressa e fundamentada autorização, não observar os proce-dimentos dos §§ 3.° a 5.° deste artigo responderá pelos prejuízos que causar.

Art. 132. No caso de ameaça à segurança pública, pela iminência de queda ou desmorona-mento de terrenos particulares em que se exija a execução de trabalhos de consolidação, escora-mento, corte de terreno ou mesmo a execução de obras, construção de muralhas, etc., o Secretário de Estado de Obras Públicas determinará a execu-ção do que for julgado necessário pelo laudo da Comissão de Vistoria.

Art. 133. Quando, em conseqüência de um laudo de vistoria, os serviços de demolição, des-monte ou a execução de trabalhos e obras forem realizados ou custeados pelo Estado, diretamente com o seu próprio pessoal, ou por empreitadas, contratos, etc., as despesas correspondentes, acrescidas de correção monetária e multa de 20%, serão pagas pelo proprietário, procedendo-se à cobrança executiva se o pagamento não for efetuado depois de publicado editais durante cinco dias.

Art. 134. Dentro do prazo fixado na intima-ção resultante de um laudo de vistoria e com tem-po necessário para as indispensáveis informações,

o interessado poderá apresentar qualquer recurso ao Governador, por meio de requerimento.

§ 1.º Esse requerimento será informado com urgência e seu encaminhamento deverá ser feito de maneira a chegar a despacho do diretor do de-partamento respectivo, da Secretaria de Obras Públicas, antes de decorrido o prazo marcado pela intimação para o cumprimento das exigências do laudo.

§ 2.º O recurso não suspende a execução das providências a serem tomadas, de acordo com as prescrições deste regulamento, nos casos de ruína iminente ou ameaça à segurança pública.

Art. 135. Uma vistoria poderá ser realizada por comissão permanente de vistorias que venha a ser criada, ou por três engenheiros da Secretaria de Obras Públicas, designados pelo Secretário de Estado de Obras Públicas; quando os três engenheiros per-tencerem ao mesmo departamento, a comissão po-derá ser designada pelo respectivo diretor.

Seção VI

Multas

Art. 136. Pelas infrações às disposições da

Lei n.º 1.574, de 11 de dezembro de 1967, e seus regulamentos, serão aplicadas multas de acordo com os parágrafos deste artigo.

Para simplificar, serão designados por: PRPA — profissionais responsáveis pelos proje-

tos apresentados; PREO — profissionais responsáveis pela execu-

ção das obras, instalações, inclusive assentamentos; Req. — requerente titular do processo, qual-

quer que seja sua qualidade; Prop. — proprietário, promitente comprador,

cessionário e promitente cessionário, imitidos na posse.

§ 1.º Por apresentar projeto em evidente de-sacordo com o local, ou falsear medidas, cotas e demais indicações do projeto:

ao PRPA — 0,5 a 5 UNIF. § 2.º Por omitir nos projetos e existência de

cursos de água ou de topografia acidentada que exija obras de contenção do terreno:

ao PRPA — 1 a 10 UNIF. § 3.º Por executar obra, instalação ou assen-

tamento de máquinas, motores ou equipamentos sem a devida licença:

ao Prop. e ao profissional ou à firma instalado-ra simultaneamente — 0,2 a 10 UNIF.

§ 4.º Por assunção fictícia de responsabilida-de de execução de uma obra, instalação ou assen-tamento e conservação de equipamentos:

ao profissional ou à firma instaladora ou con-servadora — 1 a 5 UNIF;

ao Prop. — 0,5 a 5 UNIF.

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

189

§ 5.º Por executar obra, instalação ou assen-tar motores ou equipamentos em desacordo com o projeto aprovado ou a licença:

ao PREO ou à firma instaladora ou conserva-dora — 1,5 a 10 UNIF;

ao Prop. ou ao Req., conforme o caso — 0,5 a 10 UNIF.

§ 6.º Por imperícia devidamente apurada, na execução de qualquer obra ou instalação:

ao PREO ou à firma instaladora ou conserva-dora — 1 a 10 UNIF.

§ 7.º Por habitar unidade de habitação sem o necessário “habite-se”:

Ao Prop. — 0,5 a 2 UNIF. § 8.º Por ocupar prédio ou instalação sem o

necessário “habite-se” ou “aceitação das obras”: ao Prop. — 0,5 a 5 UNIF. § 9.º Por não executar em obra, instalação,

assentamento ou exploração as proteções necessá-rias para a segurança dos operários, vizinhos e transeuntes:

ao PREO ou à firma responsável — 1 a 20 UNIF. § 10. Por não conservar as fachadas, paredes

externas ou muros de frente das edificações: ao Prop. — 0,2 a 5 UNIF. § 11. Por deixar materiais depositados na via

pública por tempo maior que o necessário à des-carga ou remoção:

ao Prop. ou ao PREO ou responsável, conforme o caso — 0,2 a 2 UNIF.

§ 12. Por falta de conservação dos tapumes e instalações provisórias das obras:

ao PREO — 0,5 a 5 UNIF. § 13. Por explorar substâncias minerais do

solo e subsolo sem a devida licença: ao Prop. ou ao responsável, conforme o caso

— 0,5 a 10 UNIF. § 14. Por obstruir, dificultar a vazão ou des-

viar cursos de água ou valas: ao Prop. ou ao PREO — 1 a 10 UNIF. § 15. Por falta de sinalização em obra no lo-

gradouro público: ao PREO — 0,2 a 2 UNIF. § 16. Por ocupação indevida, dano ou prejuí-

zo de qualquer natureza à via pública, inclusive danos a jardins, calçamentos, passeios, arboriza-ção e benfeitorias: ao infrator, de 1 a 50 UNIF. [Redação dada pelo Decreto n.º 2.578, de 25/04/1980.]

§ 17. Por falta de conservação do calçamen-to, passeio ou muros de fechamento dos terrenos edificados ou não:

ao Prop. — 0,2 a 5 UNIF. § 18. Por não fechar no alinhamento existen-

te ou projetado os terrenos baldios: ao Prop. – 0,2 a 2 UNIF. § 19. Por cortar ou sacrificar árvore sem li-

cença: ao proprietário do terreno ou responsável,

conforme o caso — 20 a 50 UNIF por árvore. [Re-dação dada pelo Decreto n.º 2.300, de 27/09/1979.]

§ 20. Pela colocação nos logradouros públi-cos, sem licença, de dispositivo ou instalações de qualquer natureza:

ao responsável — 0,5 a 5 UNIF. § 21. Por falta de funcionamento nas condi-

ções estipuladas ou por funcionamento deficiente das instalações de ar-condicionado ou de exaustão mecânica, exigidos pela legislação:

ao responsável — 1 a 10 UNIF. § 22. Por fazer funcionar instalações e apare-

lhos de transporte, sem firma conservadora habili-tada:

ao Prop. — 0,5 a 10 UNIF. § 23. Por manter aparelhos de transporte

sem cabineiros, quando exigível: ao Prop. — 0,1 a 1 UNIF. § 24. Por manter aparelhos de transporte em

funcionamento, de maneira irregular ou com dis-positivos de segurança com defeito:

à casa conservadora — 0,5 a 10 UNIF. § 25. Por fazer funcionar máquinas, motores

ou equipamentos sem operador, quando exigível: ao Prop. ou responsável — 0,1 a 1 UNIF. § 26. Por fazer funcionar equipamentos ou

aparelhos sem o certificado de funcionamento e garantia, quando exigível:

ao Prop. ou responsável e à firma instaladora, simultaneamente — 1 a 5 UNIF.

§ 27. Por não autorizar a casa conservadora a executar os consertos necessários ao perfeito funcionamento dos aparelhos de transporte:

ao Prop. — 0,5 a 10 UNIF. § 28. Por paralisar o funcionamento de apa-

relhos de transporte, sem a devida justificativa técnica:

ao Prop. — 0,5 a 5 UNIF. § 29. Por não comunicar ao Estado a neces-

sidade de execução de consertos nos aparelhos de transporte, ou assunção de responsabilidade:

à casa conservadora — 0,5 a 5 UNIF. § 30. Por executar serviços privativos de casa

instaladora: à casa conservadora — 0,5 a 5 UNIF. § 31. Por instalar, nos aparelhos de transpor-

te, peças e equipamentos não aprovados pelo Es-tado:

à casa conservadora — 0,5 a 5 UNIF. § 32. Por fazer declarações inexatas relativas

às instalações nas coletas, cálculos e requerimentos: ao Req. ou à casa conservadora ou à casa ins-

taladora — 0,5 a 5 UNIF. § 33. Por desrespeitar o embargo ou a inter-

dição por motivo de segurança ou saúde das pes-soas, ou por motivo de segurança, estabilidade e

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

190

resistência de obras, dos edifícios, terrenos ou instalações:

ao responsável pelo desrespeito — 0,5 a 10 UNIF.

§ 34. Por não cumprir intimação para des-monte, demolição ou qualquer providência prevista na legislação:

ao Prop. ou ao PREO — 0,5 a 5 UNIF. § 35. Por não cumprir intimação decorrente

de laudo de vistoria: ao Prop. ou ao PREO — 1 a 10 UNIF. § 36. Por infração às disposições relativas à

defesa dos aspectos paisagísticos, dos monumen-tos e das construções típicas:

ao responsável — 0,2 a 10 UNIF. § 37. Por fazer uso de explosivos, em des-

montes, sem licença: ao Prop. ou ao responsável — 0,5 a 5 UNIF. § 38. Por falta de precaução ou por projetar

estilhaços sobre a via pública ou os imóveis vizi-nhos, nos desmontes ou nas explorações de pe-dreiras:

ao responsável — 0,5 a 5 UNIF. § 39. Por exceder os limites fixados nas ex-

plorações minerais e pelo uso de explosivos nos desmontes:

ao Prop. ou responsável — 0,5 a 5 UNIF. Art. 137. Pelo não-cumprimento do edital de

embargo serão aplicadas multas diárias de valor igual à do auto de infração correspondente.

Art. 138. Pena não-obediência ao edital de legalização serão aplicadas multas de até o valor da obra executada ou do equipamento assente sem licença, na seguinte forma:

1 — de 30% do valor — até trinta dias, venci-do o prazo do edital;

2 — de mais 30% do valor — entre trinta e sessenta dias após vencido o prazo do edital;

3 — de mais 40% do valor — após sessenta dias do vencimento do prazo do edital.

§ 1.º Os prazos referidos neste artigo serão interrompidos quando o infrator solicitar a legaliza-ção, e pelo período em que não tenha ocorrido perempção.

§ 2.º Decorridos os prazos indicados neste artigo, a legalização não poderá ser concedida sem que tenha havido as autuações nele previstas.

Art. 139. As multas pela execução de obras e assentamento de equipamentos sem licença terão seu valor aumentado para cinco vezes, quando na ocasião da lavratura do auto de infração os mes-mos já estiverem concluídos.

Art. 140. Por infração a qualquer disposição da Lei n.º 1.574, de 11 de dezembro de 1967, e sua regulamentação, omitida nas discriminações dos artigos 130, 131 e 132, serão aplicadas multas que, de acordo com a gravidade da falta, variação de 0,2 a 10 UNIF.

Art. 141. De acordo com o disposto no artigo 46, § 1.º, da Lei n.º 1.574, de 11 de dezembro de 1967, as multas discriminadas nos parágrafos do artigo 138 serão aplicadas conforme a gravidade da infração, dentro dos limites indicados.

Art. 142. Quando os PREO autuados exerce-rem suas atividades como registrados por firmas, estas serão passíveis da mesma penalidade.

Parágrafo único. A multa não exclui a pos-sibilidade de aplicação da pena de suspensão, a ser fixada pelo Secretário de Estado de Obras Pú-blicas, seja para o profissional, seja para a firma.

Art. 143. Pelas infrações das disposições deste regulamento, os autos de infração e seus respectivos editais poderão ser lavrados pelos dis-tritos ou serviços dos departamentos interessados ou pelas circunscrições fiscais do Departamento de Fiscalização, da Secretaria de Justiça.

Parágrafo único. No caso de haver duplici-dade de autuação, prevalecerá o auto de data mais antiga, devendo, no caso de autuação simultânea de mesma data, prevalecer o lavrado pelos depar-tamentos interessados.

Art. 144. A aplicação da multa poderá ter lu-gar em qualquer época, durante ou depois de constatada a infração.

Art. 145. O pagamento da multa não sana a infração ficando o infrator na obrigação de legalizar as obras e instalações executadas sem licença ou demoli-las, desmontá-las ou modificá-las.

Art. 146. A importância da multa sofrerá um desconto de 30% se for paga até dez dias após a lavratura do auto de infração.

[O Decreto n.º 2.299, de 27/09/1979, a-

crescentou a este Regulamento o artigo 147 a seguir reproduzido:]

Art. 147. A multa prevista no § 19 do artigo

136 será cancelada quando o infrator comprovar o plantio de cinco mudas de árvore ou o fornecimen-to à Secretaria Municipal de Obras e Serviços Pú-blicos de vinte mudas de árvore, por árvore corta-da ou sacrificada.

Parágrafo único. As mudas de árvore de-vem corresponder a essências florestais nativas de, pelo menos, 1,5 m de altura.

ANEXO

GLOSÁRIO DA LEI N.º 1.574, E SEUS

REGULAMENTOS. Acesso:

Chegada, entrada, aproximação, trânsito, pas-sagem; em arquitetura significa o modo pelo qual se chega a um lugar ou se passa de um local a outro, por exemplo, do exterior para o interior ou

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de um pavimento para o seguinte; em planeja-mento urbano é a via de comunicação através da qual um núcleo urbano se liga a outro. Acréscimo:

É o aumento de uma construção ou edificação em área ou em altura. Afastamento:

É a menor distância entre duas edificações ou entre uma edificação e as linhas divisórias do lote onde ela se situa; o afastamento é frontal, lateral ou de fundos quando essas divisórias forem, res-pectivamente, a testada, os lados ou os fundos do lote. Altura de um compartimento ou de um pavi-mento:

É a distância vertical entre o piso e o teto des-se compartimento ou desse pavimento. Altura de uma fachada:

É o seguimento de uma vertical, medido ao meio e no plano de uma fachada e compreendido entre o nível do meio-fio e um plano horizontal que passe pela parte mais alta da mesma fachada, quando se tratar de edificação no alinhamento de logradouro; tratando-se de edificação afastada do alinhamento a altura da fachada é medida entre o mesmo plano horizontal e o nível do terreno cir-cundante. Alvará:

É a licença administrativa para realização de qualquer obra particular ou exercício de uma ativi-dade e caracteriza-se pela guia quitada referente ao recolhimento das taxas relativas ao tipo de obra ou atividade licenciada. Andaime:

Estrutura provisória onde trabalham operários de uma obra. Andar:

O mesmo que pavimento. Anteprojeto:

Esboço, etapa anterior ao projeto definitivo de uma edificação; constitui a fase inicial do projeto e compõe-se de desenhos sumários, perspectivas e gráficos elucidativos, em escala suficiente à perfei-ta compreensão da obra planejada. Anúncio:

Qualquer letreiro destinado à propaganda e que não se relacione ao uso ou atividade pertinen-te em um lote ou edificação. Apartamento:

É uma unidade autônoma de uma edificação destinada ao uso residencial permanente, com acesso independente através de área de utilização comum e que compreende, no mínimo, dois com-partimentos habitáveis, um banheiro e uma cozi-nha. Área bruta:

É a área resultante da soma de áreas úteis com as áreas das seções horizontais das paredes.

Área bruta do pavimento (ABP) É a soma da área útil do pavimento com as

áreas das seções horizontais das paredes. Área bruta da unidade (ABU)

É a soma da área útil da unidade (AUU) com as áreas das seções horizontais das paredes que separam os compartimentos. Área coletiva:

É a área instituída por ato do Poder Executivo e delimitada, em projeto específico, no interior de um quarteirão, e comum às edificações que a cir-cundam, destinada à servidão permanente de ilu-minação e ventilação. Área de condomínio:

É toda a área comum de propriedade dos con-dôminos de um imóvel. Área livre:

É o espaço descoberto, livre de edificações ou construções, dentro dos limites de um lote. Área “non aedificandi”:

É a área na qual a legislação em vigor nada permite construir ou edificar. Área de superposição de faixas de edificação:

É a área decorrente da superposição de fai-xas de edificações resultantes da fixação de dois ou mais limites de profundidade dessas edifica-ções. Área total da edificação:

É a soma das áreas brutas dos pavimentos. Área útil:

É a área do piso de um compartimento. Área útil do pavimento (AUP):

É a soma das áreas úteis das unidades com as áreas úteis das partes comuns, em um pavimento. Área útil da unidade (AUU)

É a soma dos compartimentos, habitáveis ou não, da unidade. Armazém:

Edificação destinada a armazenar matérias-primas, produtos, mercadorias, máquinas, etc. Banheiro:

É o compartimento de uma edificação destina-do a instalação sanitária com, no mínimo, lavabo, chuveiro ou banheiro e vaso. Bar:

Estabelecimento comercial onde se servem re-feições ligeiras e bebidas, inclusive as alcoólicas, em balcões ou em mesas. Caixa-de-rua:

Parte dos logradouros destinado ao rolamento de veículos. Calçada:

O mesmo que passeio. Casa de cômodos:

É a edificação residencial multifamiliar que possui vários domicílios que não constituem unida-des autônomas e sem instalações sanitárias priva-tivas para um desses domicílios.

CÓDIGO DE OBRAS Auriverde

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Circulações: Designação genérica dos espaços necessários

à movimentação de pessoas ou veículos; em uma edificação são os espaços que permitem a movi-mentação de pessoas de um compartimento para outro, ou de um pavimento para outro. Cobertura:

É o último teto de uma edificação. Compartimento:

Diz-se de cada uma das divisões dos pavimen-tos da edificação. Conserto em uma edificação:

É o conjunto de pequenas obras de manuten-ção que não modifica nem substitui a comparti-mentação e os elementos construtivos essenciais da edificação, tais sejam pisos, paredes, telhados, esquadrias, escadas, etc. Depósito:

Lugar aberto ou edificação destinada a arma-zenagem; em uma unidade residencial é o compar-timento não-habitável destinado à guarda de uten-sílios e provisões. Desmembramento:

É um aspecto particular do parcelamento da terra que se caracteriza pela divisão de uma área de terreno sem abertura de logradouros. Edícula:

Edificação complementar à edificação princi-pal, sem comunicação interna com a mesma. Edificação:

É a construção destinada a abrigar qualquer atividade humana. Edificações contíguas:

São aquelas que apresentam uma ou mais pa-redes contíguas às de uma outra edificação, este-jam dentro do mesmo lote ou em lotes vizinhos. Edificação isolada:

Aquela não contígua às divisas do lote. Edificação de uso exclusivo:

É aquela destinada a abrigar só uma ativida-de comercial ou industrial de uma empresa, apre-sentando uma única numeração. Edificação residencial multifamiliar:

Aquela destinada ao uso residencial multifami-liar; o conjunto de duas ou mais unidades residen-ciais em uma só edificação. Edificação residencial unifamiliar:

Aquela que abriga apenas uma unidade resi-dencial. Edifícios de apartamentos:

O mesmo que edificação residencial multifamiliar. Edifício comercial:

É aquele destinado a lojas ou a salas comerci-ais, ou a ambas, e no qual unicamente as depen-dências do porteiro ou zelador são utilizadas para o uso residencial. Edifício-garagem:

Aquele destinado à guarda de veículos.

Edifício misto: É a edificação que abriga usos diferentes, e

quando um destes for o residencial o acesso às unidades residenciais se faz sempre através de circulações independentes dos demais usos. Edifício público:

Aquele no qual se exercem atividades de gover-no, administração, prestação de serviços públicos, etc. Edifício residencial:

É aquele destinado ao uso residencial. Escritório:

Sala ou grupo de salas destinado ao exercício de negócios, das profissões liberais, de comércio e de atividades afins. Estacionamento de veículos:

Local coberto ou descoberto em um lote desti-nado a estacionar veículos. Favela:

Solução precária do problema habitacional uti-lizando edificações improvisadas, sem atender às legislações vigentes. Fundo de lote:

É a parte adjacente à divisa ou às divisas de fundos. Gabarito:

Significa as dimensões regulamentares permiti-das ou fixadas para uma construção ou edificação. Galpão:

É a edificação destinada geralmente a fim in-dustrial ou comercial constituída por cobertura apoiada em paredes ou colunas, cuja área é fecha-da parcial ou totalmente em seu perímetro. Garagem:

Área coberta para guarda individual ou coleti-va de veículos. Grupamento de edificações:

É o conjunto de duas ou mais edificações em um lote. Habitação coletiva:

É aquela destinada ao uso residencial de um grupo de pessoas, normalmente não unidas por laços familiares, ligadas por interesses diversos. “Habite-se”:

Denominação comum da autorização especial, dada pela autoridade competente, para a utilização de uma edificação. “Hall” de elevador:

É o espaço necessário ao embarque e desem-barque de passageiros, em um pavimento, com área e dimensão mínimas, fronteiras às portas dos elevadores, fixadas pela legislação em vigor. Hotel:

É a edificação residencial transitória, com uni-dades habitacionais constituídas, no mínimo, de um compartimento habitável (quarto) e um ba-nheiro privativo, cujo acesso é controlado por ser-viço de portaria, e dispondo de partes comuns adequadas. [Redação dada pelo Decreto n.º 3.044, de 23/04/1981.]

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Hotel-residência: É a edificação residencial transitória, com uni-

dades habitacionais constituídas, no mínimo, de dois compartimentos habitáveis (sala e quarto), um banheiro e uma cozinha, com numeração pró-pria, cujo acesso é controlado por serviço de porta-ria, e dispondo de partes comuns adequadas. [Hotel-residência foi anexado a este glossário pelo Decreto n.º 3.044, de 23/04/1981.] Instalação das obras:

Serviços preliminares que antecedem qualquer obra e incluem, normalmente, limpeza de terreno, exame das construções ou edificações vizinhas, demolições, colocação de tapumes e tabuletas, ligações provisórias de água, força e luz, assenta-mento de equipamentos diversos e a construção de abrigos para ferramentas e escritório para o pessoal necessário à administração de uma obra. Instalação sanitária:

Conjunto de peças e vasos sanitários destina-do ao despejo e esgotamento de águas servidas e dejetos provenientes da higiene dos usuários de uma edificação. Investidura:

É a incorporação a uma propriedade particular de uma área de terreno do patrimônio estadual adjacente à mesma propriedade, que não possa ter utilização autônoma, com a finalidade de per-mitir a execução de um projeto de alinhamento ou de modificação de alinhamento aprovado pelo Go-verno do Estado. Jirau:

É o piso elevado no interior de um comparti-mento, com altura reduzida, sem fechamento ou divisões, cobrindo apenas parcialmente a área do mesmo e satisfazendo às alturas mínimas exigidas pela legislação. Lanchonete:

Estabelecimento comercial onde se servem re-feições ligeiras e bebidas, exceto as alcoólicas, em balcões ou em mesas. Letreiro:

Composição de letras, siglas ou palavras para identificação de uso ou atividade em um lote ou edificação. Levantamento do terreno:

Determinação das dimensões e todas as ou-tras características de um terreno em estudo, tais como: sua posição, orientação, relação com os terrenos vizinhos e logradouros, etc. Licença:

É a autorização dada pela autoridade compe-tente para execução de obra, instalação, localiza-ção de uso e exercício de atividades permitidas. Linha de fachada:

É aquela que representa a projeção horizontal do plano da fachada de uma edificação, voltada para o logradouro.

Local para despejo de lixo: Em uma edificação é o compartimento fechado

onde se situam os tubos coletores de lixo ao nível de cada pavimento, com as folhas de vão de ace-sos abrindo para seu interior. Logradouro público:

É toda a parte da superfície do Estado desti-nada ao trânsito público, oficialmente reconhecida e designada por uma denominação. Loja:

Edificação ou parte desta destinada ao exercí-cio de uma atividade comercial, industrial ou ar-mazenagem, geralmente abrindo para o exterior (lote ou logradouro) ou para uma galeria de lojas. Lotação:

A capacidade, em número de pessoas, de qualquer local de reunião. Lote:

Parcela autônoma de um loteamento ou des-membramento, cuja testada é adjacente a logra-douro público reconhecido. Loteamento:

É um aspecto particular do parcelamento da terra, que se caracteriza pela divisão de uma área de terreno em duas ou mais porções autônomas envolvendo, obrigatoriamente, a abertura de lo-gradouros públicos sobre os quais terão testadas as referidas porções que passam, assim a ser de-nominadas lotes. Meio-fio:

Arremate entre o plano do passeio e o da pista de rolamento de um logradouro. Memória descritiva:

Documento escrito que acompanha os dese-nhos de um projeto de urbanização, de arquitetu-ra, de assentamento de máquina, ou de uma insta-lação, no qual são explicados e justificados: os critérios adotados, as soluções, os detalhes escla-recedores, a interpretação geral dos planos, seu funcionamento ou a operação de dispositivos de uma máquina ou equipamento. Modificação de uma edificação:

É o conjunto de obras que, substituindo parcial ou totalmente os elementos construtivos essenciais de uma edificação (tais sejam: pisos, paredes, cober-turas, esquadrias, escadas, elevadores, etc.), modifi-ca a forma, a área ou a altura da compartimentação. Motel:

Hotel onde o abrigo de veículos, além de cor-responder ao número de compartimentos para hóspedes, é contígua a cada um deles. “Non aedificandi”:

Proibição de construir ou edificar em determi-nadas zonas estabelecidas por leis, decretos ou regulamento. “Non altius tolandi”:

Restrição que limita altura de uma construção ou edificação.

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Parcelamento da terra: Divisão de uma área de terreno em porções

mínimas, sob a forma de desmembramento ou loteamento. Passeio:

Faixa em geral sobrelevada, pavimentada ou não, ladeando logradouros ou circundando edifica-ções, destinada exclusivamente ao trânsito de pedestres. Pátio:

Área confinada e descoberta, adjacente à edi-ficação ou circunscrita pela mesma. Pavimento:

É o conjunto de áreas cobertas ou descobertas em uma edificação, situadas entre o plano de um piso e o teto imediatamente superior. Pérgula:

Elemento decorativo executado em jardins ou espaços livres, consistindo de um plano horizontal, definido por elementos construtivos vazados, sem constituir, porém, cobertura. Piso:

É a designação genérica dos planos horizontais de uma edificação, onde se desenvolvem as dife-rentes atividades humanas. Prestação de serviços:

Atividade comercial que se ocupa da prestação de serviços cotidianos através de ofícios, tais como sapateiro, barbeiro, tintureiro, funileiro, vidraceiro, borracheiro, etc. Prisma de iluminação e ventilação:

É o espaço “non aedificandi”, mantido livre, dentro do lote, em toda a altura de uma edifica-ção, destinada a garantir, obrigatoriamente, a iluminação e a ventilação dos compartimentos habitáveis que com ele se comuniquem. Prisma de ventilação:

É o espaço “non aedificandi”, mantido livre, dentro do lote, em toda a altura de uma edificação, destinado a garantir a ventilação dos compartimentos não-habitáveis que com ele se comuniquem. Recuo:

É a incorporação ao logradouro público de uma área de terreno pertencente a propriedade particu-lar e adjacente ao mesmo logradouro a fim de possibilitar a realização de um projeto de alinha-mento ou de modificação de alinhamento aprovado pelo Governo do Estado. Reforma de uma edificação:

É o conjunto de obras que substitui parcial-mente os elementos construtivos essenciais de uma edificação (tais sejam: pisos, paredes, cober-turas, esquadrias, escadas, elevadores, etc.), sem modificar, entretanto, a forma, a área ou a altura da compartimentação. Remembramento:

É o reagrupamento de lotes contíguos para constituição de unidades maiores.

Reparo de uma edificação: O mesmo que conserto de uma edificação.

Restaurante: Estabelecimento comercial onde se servem re-

feições completas, em mesas ou balcões com as-sentos, servindo ou não bebidas alcoólicas. Sala comercial:

Unidade de uma edificação destinada às ativi-dades de comércio, negócios ou das profissões liberais, geralmente abrindo para circulações inter-nas dessa edificação. Serviços pessoais:

Aspecto peculiar da prestação de serviços que prescinde de loja para sua realização e pode ser prestado a domicílio; ex.: manicuro, massagista, despachante, bombeiro-hidráulico e eletricista. Sobreloja

É o pavimento situado sobre a loja, com acesso ex-clusivo através desta e sem numeração independente. Tapume:

Vedação provisória que separa um lote ou uma obra do logradouro público. Telheiro:

É a construção destinada exclusivamente a fim industrial ou a depósito, constituída apenas por uma cobertura apoiada, pelo menos em parte, em colunas, e aberta em seu perímetro. Testada do lote:

É a linha que separa o logradouro público do lote e coincide com o alinhamento existente ou projetado pelo Governo do Estado. Teto:

A superfície interior e superior dos comparti-mentos de uma edificação. Unidade autônoma:

É a parte da edificação vinculada a uma fração ideal de terreno, sujeita às limitações da lei, constituída de dependências e instalações de uso privativo, destinada a fins residenciais ou não, assinalada por designação especial numérica ou alfabética, para efeitos de identificação e discriminação. Unidade residencial:

É aquela constituída de, no mínimo, dois com-partimentos habitáveis, um banheiro e uma cozi-nha. Vistoria administrativa:

É a diligência efetuada por, no mínimo, três engenheiros ou arquitetos do Estado, com a finali-dade de verificar as condições de uma construção, de uma edificação, de um equipamento ou de uma obra, em andamento ou paralisada, e ainda de terrenos, não só quanto à sua estabilidade como quanto à sua regularidade.

[Publicado em suplemento ao “Diário Oficial”

do Estado da Guanabara, de 04/05/1970; retifica-do no de 15/05/1970.]