cÂncer de mama masculino: diagnÓstico e tratamento

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FACULDADE MARIA MILZA TECNÓLOGO EM RADIOLOGIA CÂNCER DE MAMA MASCULINO: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ELIAN DE SOUZA ROSÁRIO OLIVEIRA GOVERNADOR MANGABEIRA-BA 2020

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1

FACULDADE MARIA MILZA

TECNÓLOGO EM RADIOLOGIA

CÂNCER DE MAMA MASCULINO: DIAGNÓSTICO E

TRATAMENTO

ELIAN DE SOUZA ROSÁRIO OLIVEIRA

GOVERNADOR MANGABEIRA-BA

2020

ELIAN DE SOUZA ROSÁRIO OLIVEIRA

CÂNCER DE MAMA MASCULINO: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

Monografia apresentada ao curso de Tecnólogo em Radiologia da Faculdade Maria Milza - FAMAM, como requisito parcial para obtenção do título de tecnóloga.

Orientadora: Profª Dra. Gilmara Alvarenga. Fachardo Oliveira

GOVERNADOR MANGABEIRA/BA

2020

Ficha catalográfica elaborada pela Faculdade Maria Milza, com os dados fornecidos pelo (a) autor(a)

Bibliotecárias responsáveis pela estrutura de catalogação na

publicação: Marise Nascimento Flores Moreira - CRB-5/1289 / Priscila dos

Santos Dias - CRB-5/1824

Oliveira, Elian de Souza Rosário O48c

Câncer de mama masculino: diagnóstico e tratamento / Elian de Souza

Rosário Oliveira. - Governador Mangabeira - BA , 2020.

46 f.

Orientadora: Gilmara Alvarenga. Fachardo Oliveira.

Trabalho de Conclusão de Curso (Tecnólogo em Radiologia) - Faculdade Maria Milza, 2020 .

1. Câncer de Mama. 2. Câncer de Mama Masculino. 3. Neoplasia Mamária. 4.

Exames de Imagem. I. Oliveira, Gilmara Alvarenga. Fachardo , II. Título.

CCD 616.49

ELIAN DE SOUZA ROSÁRIO OLIVEIRA

CÂNCER DE MAMA MASCULINO: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

Aprovado em __/__/__

BANCA DE APRESENTAÇÃO

____________________________________________

Profª. Dra. Gilmara Alvarenga. Farchado Oliveira

Orientadora

____________________________________________

Membro Avaliador

____________________________________________

Membro Avaliador

_________________________________________

Profº Karen Luane Sá Santa Barbara Sobra

Profª de TCC II

GOVERNADOR MANGABEIRA – BA,

2020

Dedico este trabalho a minha família que

tanto amo e que sempre esteve ao meu

lado, apoiando minhas escolhas e me

incentivando a melhorar sempre. Dedico

também aos homens diagnosticados com

câncer de mama, os quais foram a

inspiração para realização deste trabalho.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus em primeiro lugar, por ter me dado a vida, por estar

sempre ao meu lado, me guiando e protegendo. Deus é aquele que alimenta a

nossa alma e nos enche de esperança para nos deixar de pé e nunca desistir.

Obrigado senhor Deus por me dar forças nos momentos que pensei que não iria

conseguir.

Tenho muito que agradecer a minha família, a minha mãe Maria que

sempre acreditou nos meus sonhos e me incentivou a continuar lutando. A

minha querida filha Layrana pela paciência e compreensão nos momentos em

que não me fiz presente, por todo amor e carinho a mim ofertado.

Ao meu esposo toda a minha gratidão por estar sempre ao meu lado

torcendo pelas minhas conquistas. Aos meus irmãos e sobrinhas que sempre

vibraram e se orgulharam de mim. Amo muito todos vocês!

Sou eternamente agradecida pela dedicação e gentileza da professora e

orientadora Gilmara Fachardo. Sempre me compreendeu e, com toda sua

paciência, me ajudou e incentivou na construção deste trabalho, fazendo dessa

trajetória mais suave e tranquila.

Agradeço também a minha fiel companheira dessa intensa caminha,

Juliana, a qual esteve comigo nos momentos bons e ruins, me dando força e

palavras de incentivo. Levarei esta amizade sempre em meu coração.

Aos professores a minha imensa e sincera gratidão, a todos que

contribuíram direta ou indiretamente para minha formação, o meu muito

obrigado.

“Que os vossos esforços desconfiem as impossibilidades, lembrai-vos de que

as grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossível”.

(Charles Chaplin)

RESUMO

O câncer de mama é considerado, a nível mundial, um problema de saúde

pública e, apesar dessa neoplasia ser predominante entre as mulheres, os

homens também podem ser acometidos. A incidência é rara, onde para cada

1.000 casos de mulheres com câncer de mama, 1 homem é diagnosticado, o

que representa cerca de 1% de todos os casos de câncer mamário. Entre os

principais fatores de risco estão a síndrome de klinefelter, anormalidades dos

testículos, histórico familiar e mutação genética nos genes BRCA1 e BRCA2. A

manifestação clínica mais recorrente é apresentação de massa sobreolhar

indolor e palpável. Algumas vezes apresenta uma retração do mamilo,

hemorragia e ulceração, com predominância do lado esquerdo. A neoplasia

mamaria no indivíduo masculino, se comparado ao mesmo estágio, apresenta

prognóstico semelhante ao do indivíduo do sexo feminino. Entretanto, existe um

atraso no diagnóstico em virtude da baixa suspeita tanto dos médicos quanto

dos pacientes. Sendo assim, esse trabalho tem como objetivo geral identificar os

principais métodos utilizados no diagnóstico e tratamento do câncer de mama

masculino por meio de uma revisão de literatura. Trata-se de uma pesquisa

bibliográfica, de caráter exploratória e descritiva. Foi realizado um levantamento

bibliográfico a partir das bases de dados Pubmed, Scielo, BVS e Lilacs, com

auxílio dos descritores, mamografia, neoplasia da mama e saúde do homem e

posterior seleção de 15 artigos. Devido à ausência de padronização em

consequência da escassez de estudos, o câncer de mama masculino segue os

mesmos protocolos utilizados em mulheres. Para o diagnóstico, a mamografia

se apresentou de forma satisfatória em consequência da alta sensibilidade do

mamógrafo, sendo capaz de revelar a neoplasia ainda em estágio inicial e tendo

como método de diagnóstico complementar a ultrassonografia, que apesar de

ser um recurso coadjuvante, se mostrou bastante eficaz. Em relação aos

tratamentos, observou-se que a radioterapia tem um papel fundamental devido

a ação da radiação ionizante na aniquilação de células cancerígenas, processo

de extrema importância pois reduz o diâmetro tumoral contribuindo para o

sucesso geral do tratamento. Constatou-se também que, devido à ausência de

parênquima mamário no sexo masculino, o método cirúrgico mais empregado é

a mastectomia radical modificada. Em virtude da neoplasia mamaria masculina

apresentar elevados números de receptores hormonais, os pacientes tratados

com hormonioterapia apresentaram respostas positivas a terapia

medicamentosa, todavia os efeitos colaterais do tamoxifeno não são totalmente

conhecidos. Mesmo não havendo sistematização nos métodos de investigação

e tratamento, os recursos utilizados se mostraram eficientes. Entretanto, ficou

evidente que a procura por atendimento médico primário pelos homens está

muito abaixo do esperado, visto que as questões sociais e culturais refletem

diretamente na ausência dessa população nos serviços de saúde.

Palavras chave: Neoplasia mamária, Terapêutica, Exames de imagem.

ABSTRACT

Breast cancer is considered, worldwide, a public health problem and, although this neoplasm is prevalent among women, men can also be affected. The incidence is rare, where for every 1,000 cases of women with breast cancer, 1 man is diagnosed, which represents about 1% of all breast cancer cases. Among the main risk factors are klinefelter syndrome, testicular abnormalities, family history and genetic mutation in the BRCA1 and BRCA2 genes. The most recurrent clinical manifestation is a painless and palpable mass. Sometimes it presents a nipple retraction, hemorrhage and ulceration, with predominance on the left side. Breast cancer in the male individual, when compared to the same stage, has a prognosis similar to that of the female sex. However, there is a delay in diagnosis due to the low suspicion of both doctors and patients. Therefore, this work has the general objective of identifying the main methods used in the diagnosis and treatment of male breast cancer through a literature review. This is an exploratory and descriptive bibliographic research. A bibliographic survey was carried out from the Pubmed, Scielo, BVS and Lilacs databases, with the help of the descriptors, mammography, breast cancer and men's health and subsequent selection of 15 articles. Due to the lack of standardization as a result of the scarcity of studies, male breast cancer follows the same protocols used in women. For the diagnosis, mammography was satisfactory as a result of the high sensitivity of the mammograph, being able to reveal the neoplasia still in its initial stage and using ultrasound as a complementary diagnostic method, which despite being a supporting resource, proved to be quite effective. In relation to treatments, it was observed that radiotherapy has a fundamental role due to the action of ionizing radiation in the annihilation of cancer cells, an extremely important process as it reduces the tumor diameter contributing to the overall success of the treatment. It was also found that, due to the absence of mammary parenchyma in males, the most widely used surgical method is modified radical mastectomy. Due to the fact that male breast cancer presents high numbers of hormone receptors, patients treated with hormone therapy showed positive responses to drug therapy, however the side effects of tamoxifen are not fully known. Even though there is no systematization in the methods of investigation and treatment, the resources used proved to be efficient. However, it was evident that the demand for primary medical care by men is much lower than expected, since social and cultural issues directly reflect the absence of this population in health services. Keywords: Breast neoplasia, Therapeutics, Image exams.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO…………………………………………………….. 11

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA…………………………………….. 14

2.1 CÂNCER DE MAMA EM MULHERES………………………... 14

2.2 CÂNCER DE MAMA EM HOMENS…………………………… 15

2.2.1 Fatores hormonais e genéticos………………………….... 16

2.2.2 Fatores ambientais e ocupacionais…………………….… 16

2.2.3 Fatores dietéticos e obesidade……………………………. 17

2.2.4 Classificação de tumores…………………………………... 17

2.2.5 Apresentação clínica………………………………………... 18

2.2.6 Prognóstico…………………………………………………... 18

2.2.7 Conhecimento dos homens sobre o câncer de mama masculino…………………………………………………………….

19

2.2.8 Conhecimento dos profissionais de saúde sobre o câncer de mama masculino……………………………………….

20

2.2.9 Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem………………………………………………………………

21

2.3 DIAGNÓSTICO POR IMAGEM………………………………... 22

2.3.1 Mamografia…………………………………………………… 22

2.3.2 Ultrassonografia……………………………………………... 24

2.4 TRATAMENTO………………………………………………….. 25

2.4.1 Radioterapia………………………………………………….. 25

2.4.2 Cirurgia………………………………………………………... 26

2.4.3 Hormonoterapia……………………………………………… 26

3 METODOLOGIA…………………………………………………... 28

3.1 TIPO DE ESTUDO………………………………………………. 28

3.2 COLETA DOS ARTIGOS…………………………………… 28

3.3 SELEÇÃO DOS ARTIGOS PARA ANÁLISE……………... 28

3.4 ANÁLISE DE DADOS……………………………………….. 28

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO…………………………………. 30

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................... 34

REFERÊNCIAS…………………………………………………….... 35

APÊNDICE 40

11

1 INTRODUÇÃO

O câncer pode ser definido como o desenvolvimento desordenado de

células malignas. Pertence à classe de doenças não transmissíveis, podendo

formar tumores, invadir tecidos adjacentes e até mesmo órgão distantes por um

processo conhecido como metástase (SOUZA et al 2017; GUIMARÃES, 2019).

No final do século XIX e começo do século XX, o câncer era considerado

contagioso e também associado a falta de limpeza física e moral. O

adoecimento, principalmente em mulheres homossexuais e bissexuais, eram

associados a “pecados e vícios” relacionados as práticas sexuais. Atualmente,

apesar de todo avanço nas áreas de pesquisa em genética, diagnóstico e

tratamento, o câncer ainda se apresenta de forma obscura e as causas do

surgimento dessa doença ainda não são totalmente conhecidas. Acredita-se que

fatores ambientais, aos quais o homem é constantemente exporto, sejam

responsáveis por causarem desordem genética, que são apontados como

possíveis agentes carcinogênicos (TAVARES; TRAD, 2005).

Segundo a ORGANIZAÇAO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS), os tipos de

câncer mais frequentes nos países desenvolvidos e nos países

subdesenvolvidos são: câncer de pulmão, cólon e reto e de estômago. No Brasil,

em 2001, os tumores de pulmão, próstata, estômago, esôfago, boca e faringe

foram as principais causas de morte na população masculina, enquanto os

tumores de mama, pulmão, colo de útero, estômago, cólon e reto foram as

principais causas de morte entre as mulheres (GUERRA; GALLO; MENDONÇA,

2005).

O câncer de mama é considerado, a nível mundial, um problema de saúde

pública. Estudos apontam que, no ano de 2017, o carcinoma mamário foi a

neoplasia que mais acometeu as mulheres, com crescimento gradativo das

incidências e mortalidade, ficando atrás apenas dos casos de câncer de pele não

melanoma. Para o ano de 2019, foram esperados 59.700 novos casos no Brasil,

com sua incidência maior entre as mulheres da região Sul, Sudeste, Centro-

Oeste e Nordeste do país (BEZERRA et al., 2018; INCA, 2019).

Apesar dessa neoplasia ser predominante entre as mulheres, os homens

também podem ser acometidos. Entretanto a incidência é rara, onde para cada

1.000 casos de mulheres com câncer de mama, 1 homem é diagnosticado, o que

12

representa cerca de 0,8% a 1% de todos os casos de câncer mamário. Além da

diferença da taxa de incidência, existem outras particularidades que diferem essa

neoplasia entre ambos os sexos, podendo se destacar a faixa etária.

O surgimento da neoplasia na mama masculina acontece por volta dos 67

anos de idade, enquanto nas mulheres se apresenta, em média, aos 62 anos.

Todavia, estudos médicos tem descrito casos de pacientes entre cinco a 93

anos. Conforme a idade avança, a incidência também aumenta, atingindo um

patamar por volta dos 80 anos. As neoplasias da mama em pacientes do sexo

masculino geralmente são do tipo ductal, classificados como tumores invasores,

sendo apenas 10% in situ. O câncer de mama em homens apresenta um

percentual maior de receptores de estrogênio, quando comparados ao cancro da

mama feminina (TRAJANO et al., 2018; SILVA et al., 2008).

Entre os principais fatores de risco estão a síndrome de klinefelter,

anormalidades dos testículos, histórico familiar, mutação genética nos genes

BRCA1 e BRCA2, uso de bebidas alcoólicas, obesidade, doenças hepáticas,

trauma na mama e tratamento anterior na região torácica com uso de radiação

ionizante (RODRIGUES et al., 2012; COELHO et al., 2018).

A manifestação clínica mais recorrente é a apresentação de massa

sobreolhar, indolor e palpável. Algumas vezes apresenta uma retração do

mamilo, hemorragia e ulceração, com predominância do lado esquerdo. A

avaliação geralmente é feita através do exame físico e o uso do exame de

mamografia é indispensável para avaliação da massa mamaria. O exame de

ultrassonografia também pode ser usado para complementação do diagnóstico,

principalmente para o estudo dos gânglios linfáticos (MEIRELES et al., 2013;

MARQUES, 2012).

A neoplasia mamária no indivíduo masculino, se comparado ao mesmo

estágio, apresenta prognóstico semelhante ao do indivíduo do sexo feminino.

Entretanto, existe um atraso no diagnóstico em virtude da baixa suspeita, tanto

dos médicos quanto dos pacientes (FREITAS et al.,2008).

O tratamento do câncer de mama em homens normalmente é guiado pelo

estádio da enfermidade, saúde geral e a idade do paciente. Não existe um

protocolo, dado a raridade da doença. No entanto são utilizados os mesmos

protocolos dos tratamentos de câncer de mama em mulheres (MEIRELES et al.,

2013).

13

Os homens tendem a procrastinar a busca pelos serviços de saúde o que,

na maioria das vezes, ocorre devido às questões culturais, machismo e

desinteresse pela busca de atendimento médico (RAMOS et al., 2017).

A falta de recursos e o pouco conhecimento prático dos profissionais de

saúde a respeito da neoplasia mamaria masculina causam instabilidade na

qualidade dos serviços prestados (OLIVEIRA; SILVA; BARROS, 2013). Diante

disso, alguns questionamentos devem ser levantados, como por exemplo: o

câncer de mama masculino é um tema negligenciado pelos homens e

profissionais de saúde?

É notória a carência de estudos a respeito do tema, o que provavelmente

se dê pela baixa incidência da doença (TRAJANO et al., 2018). Contudo, é

imprescindível que estudos sobre o tema sejam realizados afim de sanar a falta

de informação e preconceito, proporcionando assim uma maior chance de cura

através do diagnóstico precoce.

Diante desse cenário, esse trabalho tem como objetivo geral identificar os

principais métodos de diagnóstico e tratamento do câncer de mama masculino,

por meio de uma revisão de literatura. Os objetivos específicos são verificar os

principais desafios encontrados pelos homens no cuidado da saúde, constatar

os diferentes exames utilizados para diagnosticar o câncer de mama masculino

e debater sobre as principais estratégias utilizadas no tratamento.

14

2 REVISÃO BIBLIOGRAFICA

2.1 CÂNCER DE MAMA EM MULHERES

O câncer de mama é apontado como uma das principais causas de morte

entre as mulheres brasileiras. Estima-se que de 5% a 10% dos casos de câncer

mamário são de caráter hereditário, o histórico de acometimento de familiares

de primeiro grau e alguns fatores específicos como, câncer de mama em

pessoas do sexo masculino, presença de nódulo maligno bilateral, são

importantes indicadores de risco de câncer de mama hereditário. Com avanços

tecnológicos na área da biologia molecular, possibilitou a identificação de

mutações genéticas, destacando-se o gene BRCA1 e BRCA2 como supressores

tumorais (MICHELLI et al., 2013).

Além da hereditariedade, existem outros fatores de risco como hábitos de

vida, influencias ambientais e idade avançada. A obesidade é responsável por

aumentar os níveis de estrogênio produzidos nos tecidos adiposos. A exposição

à radiação ionizante também é apontada como uma das principais influencias

ambientais, sendo a dose diretamente proporcional, e inversamente proporcional

a idade da mulher quando exposta a radiação (SILVA, 2011).

O estudo populacional da sobrevida de mulheres com câncer de mama

ajuda a compreender o comportamento da enfermidade mediante os fatores e

prognóstico. Entre os fatores mais importantes em mulheres com neoplasia

mamaria estão o tamanho do nódulo, raça, atraso para iniciar o tratamento e

pouco poder aquisitivo. Pesquisas mostram que quando o câncer de mama é

diagnosticado no estágio inicial, a taxa de sobrevida fica entre 80% a 90%. No

entanto quando a doença é identificada tardiamente e com presença de

metástase, a taxa de sobrevida de 5 anos fica em torno de 30% (AYALA, 2019).

Entre os métodos de investigação, está o exame clínico e a mamografia

de rastreamento, que geralmente é realizada em pacientes assintomáticas.

Existe também a mamografia de diagnóstico, realizada a partir de queixas das

pacientes que apresentam sinais e sintomas do câncer mamário. A evolução em

imaginologia mamária contribuiu para o diagnóstico da neoplasia da mama em

estágio cada vez mais precoce, tendo como exemplos as técnicas de

tomossíntese, mamografia com uso de contraste, a tomografia por emissão de

15

pósitrons, a ressonância magnética, e a ultrassonografia (NASCIMENTO;

PITTA; RÊGO,2015; ALVES et al., 2019).

O controle do câncer mamário se dá através da descoberta precoce em

que a neoplasia se encontra contida nos parênquimas mamários. Quando

apresenta tamanho máximo de três centímetros, possibilita o uso de tratamentos

menos invasivos e com maiores chances de cura. O exame clínico e a

mamografia se destacam como métodos mais eficazes para diagnosticar o

câncer precocemente, tendo em vista que o autoexame só constata a neoplasia

quando se apresenta em estágio mais avançado (SILVA, 2011).

A cirurgia conservadora em conjunto com a radioterapia são os métodos

mais adequados para iniciar o tratamento. A cirurgia é dividida em mastectomia

segmentar e parcial, tumorectomia e quadrantectomia, enquanto a radioterapia

é a modalidade que faz uso da radiação ionizante para inibir o crescimento das

células cancerígenas. Existem também tratamentos mais especifico, como

terapia antiangiogênica que age inibindo os fatores de crescimento celular e a

imunoterapia (AZEVEDO; SILVA; SOUZA, 2018).

2.2 CÂNCER DE MAMA EM HOMENS

As mamas são constituídas dos mesmos tecidos em ambos os sexos até

o momento da puberdade. A partir da puberdade, as mamas femininas

apresentam um desenvolvimento dos lóbulos, ductos e volume, diferente dos

homens onde não ocorre esse desenvolvimento (SILVA, 2015).

A origem do câncer de mama na população do sexo masculino é

desconhecida, mas são conhecidos fatores de risco ligados ao surgimento e

desenvolvimento dessa neoplasia. São eles: histórico familiar, deficiência

hepática, terapias hormonais prolongadas, anormalidades testiculares,

obesidade, síndrome de klinefelter, mutações no gene BRC1 e BRC2 e

ginecomastia que, apesar de não ser considerado um fator de risco

isoladamente, apresenta bastante associação com o cancro da mama masculina

(SILVA; XAVIER, 2018).

Segundo Dantas et al., (2015), os homens não possuem hábitos no

cuidado preventivo com a saúde e se expõem aos fatores externos de riscos, o

que os deixam vulneráveis a diversos agravos, incluindo o câncer de mama.

16

2.2.1 Fatores hormonais e genéticos

O câncer mamário no homem apresenta quantidades maiores de

receptores hormonais se comparado ao câncer de mama em mulheres. Além

das gônadas, existem outros locais no corpo humano onde acontecem a

produção do estrogênio, como no osteoblasto, hipotálamo, musculo liso da aorta

e do endotélio vascular (MOTA, 2010).

O déficit de testosterona e excesso de progesterona no organismo,

produto do desequilíbrio hormonal, elevam as chances de os homens

desenvolverem câncer de mama. Em alguns casos o desequilíbrio se dá por

tratamentos hormonais para o câncer de próstata ou devido ao uso continuo de

estrogênio pelos transexuais. A predisposição genética também é um fator

importante, pois pode aumentar o risco de desenvolvimento da doença em 2,5

vezes. Além disso, os portadores da síndrome de Klinefelter, que tem como

característica principal a presença de um cromossomo X a mais (47 XXY),

exibem testículos atrofiados, ginecomastia, níveis elevados de gonadotrofinas e

baixos níveis de testosterona. (MEIRELES, 2013).

A faixa etária de idade de homens portadores da síndrome de Klinefelter

com câncer de mama é de aproximadamente 58 anos, idade inferior à média de

incidência dessa população com ausência da síndrome. A ocorrência do câncer

de mama pode ser 20 vezes mais comum em portadores da Síndrome de

Klinefelter. As mutações genéticas no gene BRCA1 E BRCA2 são responsáveis

por, em média, 30% a 86% dos canceres de mama hereditário em mulheres, em

contrapartida, o câncer de mama herdado na população musculina, fica em torno

de 4% a 40%. Estudos feitos pelo Instituto Nacional de Câncer mostraram que o

risco acumulativo para homens de 70 anos, portadores de mutações no gene

BRCA1, é de 1,2%. No entanto, se comparar o homem com a mesma faixa etária

de idade, porém sendo portador da mutação no gene BRCA2, o risco

acumulativo de desenvolver o cancro de mama aumenta para,

aproximadamente, 6,5%. (HAAS; COSTA; SOUZA, 2009).

2.2.2 Fatores Ambientais e Ocupacionais

Os fatores ambientais ligados diretamente as atividades ocupacionais,

como exposição a altas temperaturas e químicos diariamente, contribuem com o

aumento da frequência do câncer de mama masculino. As indústrias de sabão e

17

perfumes são as mais citadas em estudos, contudo, pesquisas mostram que a

exposição profissional crônica a gasolina e ao fumo representam também um

fator de risco. A exposição a campos eletromagnéticos produzido pelas

indústrias podem inibir a glândula pineal e com isso causar a diminuição da

melatonina, entretanto, não se sabe claramente o tempo de exposição

necessário em relação ao risco de desenvolver a neoplasia (MARQUES; JÚLIO,

2012; SILVA; SILVA, 2018).

2.2.3 Fatores Dietéticos e Obesidade

O consumo de bebidas alcoólicas aparenta ser um fator de risco para

ambos os sexos, devido sua influência nos níveis hormonais. O indício de que a

ingestão frequente de álcool diminui a concentração de testosterona não tem

fundamento científicos. No entanto, o consumo prolongado de álcool é apontado

como fator importante para o surgimento de doenças hepáticas, como cirrose e

insuficiência hepática e essas patologias contribuem para o aumento dos níveis

de estrogênio no organismo. Uma pesquisa europeia mostrou que os homens

que consumem uma quantidade superior a 90g/ dia de álcool tem probabilidade

seis vezes maior de desenvolver a neoplasia mamaria se comparado ao homem

que consome uma quantidade inferior a 15g por dia. Assim também a obesidade

desempenha um papel importante de risco para o hiperestrogenismo em

homens, pois o homem acima do peso apresenta níveis elevados de estrogênio

circulante devido a atuação da enzima aromatose nos tecidos adiposos, que

transforma a testosterona em estradiol e a androstenediona em estrona. A

obesidade duplica o risco de o homem ter câncer de mama (MEIRELES, 2013).

2.2.4 Classificação dos Tumores

Através da classificação da expressão gênica molecular em quatro

fenótipos (RE+/LUMINAL, NORMAL SÍMILE, HER2- POSITIVO E BASAL)

apresentado por Freitas et al., (2008), foi possível delinear padrões diferentes de

expressão biológica dos carcinomas de mama com importantes inferências

prognósticas e terapêuticas. São cinco os tipos de câncer de mama que pode

afetar os homens, sendo eles: o carcinoma ductal in situ, cuja formação

acontece nos ductos mamário, não é invasivo e não se espalha para os tecidos

18

adjacentes; o carcinoma ductal invasivo que é o mais agressivo e se espalha a

partir dos ductos e se desenvolve no tecido adiposo, o carcinoma lobular invasivo

que é o tipo mais raro, tem predominância no tecido adiposo da mama; a doença

de Paget cuja enfermidade pode estar ligada ao carcinoma ductal invasivo ou in

situ, inicia-se nos ductos mamários causando pústula no mamilo, coceira, edema

podendo também ocorrer sangramento e o câncer de mama inflamatório, que

causa inflamação da mama, rubor, pirose e inchaço, é raro no homem e não

apresenta formação de nódulo. O tipo histológico de carcinoma mamário com

maior prevalência no sexo masculino é o carcinoma ductal, sendo incomum o

tipo lobular. Cerca de 10% dos casos apresentam a enfermidade in situ, a maior

predominância é do tipo invasor (RODRIGUES; BEZERRA; PASSOS, 2018).

Os tumores de mama em homens apresentam quantidades maiores de

receptores hormonais quando comparado aos tumores de mama feminina.

Aproximadamente 80% dos carcinomas mamário masculino exibem receptores

de estrogênio e cerca de 80% a 90% apresenta receptores positivos de

progesterona (COSTA et al., 2019).

2.2.5 Apresentação clínica

O quadro clínico geralmente se inicia de forma silenciosa, com

abaulamento do tecido mamário próxima a região retro aureolar e encolhimento

da pele, podendo evoluir com presença de nódulo, sendo acompanhado ou não

de dor mamaria, presença de secreção papilar e surgimento de nódulo na região

axilar (MARQUES; JÚLIO, 2012; ARRUDA et al.,2014).

2.2.6 Prognóstico

A raridade do câncer de mama em homens e a baixa suspeita clínica

influenciam para o atraso do diagnóstico e por consequência disso, a

identificação da enfermidade em estágios mais avançados, implicando em um

pior prognóstico, encaminhando esse paciente tardiamente para o profissional

especializado. Geralmente existe um grande intervalo de tempo entre a

percepção da alteração na mama e a consulta médica. Devido a quantidade

reduzida de tecidos mamários é comum constatar a neoplasia em estádio mais

avançado, com a existência de comprometimento da pele ou parede torácica,

19

mesmo quando o tumor se apresenta com tamanho reduzido. Diante desses

casos o paciente é submetido a terapias radicais como, mastectomia radical ou

radical modificada (ESPINOLA; FALCONE; TORRESAN, 2013; AZEVEDO:

MONTEIRO, 2018).

2.2.7 Conhecimento dos homens sobre o câncer de mama masculino

O processo saúde - doença tem como determinante entre outros fatores,

o comportamento social do indivíduo. O estudo da masculinidade como resultado

da modulação social auxilia na compreensão das dificuldades sofridas pelos

homens no cuidado da saúde. Alguns hábitos que são considerados prejudiciais

a saúde e que são praticados principalmente pelos homens como a ingestão de

bebidas alcoólicas, má alimentação e tabagismo os tornaram alvos de estudos

na Europa e também no Brasil, por ser de extrema relevância no perfil de

morbimortalidade nessa população (PASCHOALICK; LACERDA;

CENTER.2006).

As particularidades no gênero masculino e feminino são moldadas pelo

contexto social e cultural ao qual os sujeitos estão inseridos assim, a

masculinidade não está somente determinada pelos aspectos biológicos, os

aspectos psicológicos e sociais também inferem de forma direta na modulação

da virilidade. A compreensão da masculinidade numa perspectiva cultural dita

um modelo que inclui normas e padrões a serem seguidos pelos homens. O

esperado acerca do ser homem pela sociedade não está delimitado apenas nas

relações interpessoais, mas está também na forma em que os homens percebem

e tratam seus corpos. O corpo masculino ainda é visto como forte e viril,

responsável pelo sustento da família (COSTA JUNIOR; MAIA, 2009).

Alguns indicadores apontam que o índice de mortalidade é superior no

sexo masculino devido a fatores biológicos e principalmente comportamentais.

Um estudo realizado por Gomes; Nascimento e Araújo (2007), com o intuito de

entender o motivo dos homens buscarem menos os serviços de saúde do que

as mulheres, mostrou que para essa população a definição de “ser homem” está

fortemente ligada a virilidade, fortaleza e invulnerabilidade, transparecendo

assim o receio de demostrar fragilidade ao procurar os ambientes de saúde, o

qual eles acreditam não pertencer. Entretanto, existe outra questão levantada

durando a pesquisa para justificar a baixa procura, como os horários de

20

funcionamento dos serviços básicos de saúde que coincide com o horário de

trabalho. Se por um lado o trabalho dificulta a procura por atendimento médico,

por outro facilita, pois na maioria das empresas é necessário que o funcionário

realize exames de rotina para o fichamento do mesmo (LAURENTI; GOTLIEB,

2005).

Estudos mostram que a presença dos homens nos serviços de Atenção

Primaria a Saúde é inferior à da mulher, mesmo apresentando taxas

significativas nos perfis de morbimortalidade. Alguns autores relacionam essas

questões a sociabilização dos homens o qual acreditam que as práticas no

cuidado com a saúde, não são práticas masculinas (NASCIMENTO; ARAUJO,

2007; RODRIGUES, 2012).

Uma pesquisa realizada por Souza et al., (2017), a respeito do

conhecimento do homem e a prevenção do câncer de mama no gênero, mostrou

que 69,4% dos homens entrevistados tem consciência de que o câncer de mama

também pode acometer os homens e 30,6% deles desconhecem essa

informação. Enquanto outra pesquisa realizada por Trajano et al., (2018), com

o mesmo sentido de estudar o conhecimento dos homens sobre a neoplasia

mamaria, mostrou que 22,6% dos entrevistados tem conhecimento, mas 77,4%

narraram que desconhecem essa patologia em homens.

A falta de cuidados e manutenção da saúde contribuem para que o acesso

desses homens aos serviços de saúde aconteça por meio da assistência

especializada, quando a doença já está instalada no corpo. Com isso ocorre o

aumento não somente dos gastos públicos, mas também com o sofrimento físico

e psicológico desses pacientes (VIEIRA et al., 2013).

2.2.8 Conhecimento dos profissionais de saúde sobre o câncer de mama

em homens

A população masculina apresenta dificuldade de identificar suas carências

de saúde, rejeitando a probabilidade de adoecer frente aos padrões de

masculinidade e força em virtude da preconcepção social. Acrescenta-se a isso

a deficiência que o Brasil apresenta no cuidado a saúde do homem,

principalmente nas unidades básicas de saúde, que tem como foco principal as

classes populacionais vistas como vulneráveis, como crianças, mulheres,

21

adolescentes e idosos, tornando assim a inclusão do homem na assistência à

saúde um trabalho árduo (SILVA; XAVIER, 2018).

Oliveira; Silva; Barros (2013), realizaram um estudo em três unidades de

saúde nas zonas LESTE/SUDESTE de TERESINA (PI) com intuito de analisar e

reconhecer os saberes e práticas dos profissionais médicos e enfermeiros sobre

o câncer de mama masculino. Quando indagados sobre o conhecimento a

respeito da temática, as respostas foram bastantes parecidas. Afirmaram que

conhecem muito pouco e somente na teoria, na prática nunca tiveram

experiências. Essas informações enfatizam a inexistência de sistematização no

atendimento dispensado aos homens e os poucos serviços destinados a essa

população apresentam falta de recursos, causando fragilidade na qualidade do

atendimento prestado.

Frente a essas dificuldades, o Ministério da Saúde criou a POLITICA

NACIONAL DE ATENÇAO INTEGRAL À SAUDE DO HOMEM (PNAISH), que

tem por finalidade proporcionar melhores condições de saúde para o público

masculino (LEAL; FIGUEIREDO; SILVA, 2012).

2.2.9 Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH)

Nos anos 80 houve um movimento no Brasil chamado de reforma

sanitária, essa reforma revolucionou a saúde pública no país. O direito a saúde

que antes era somente da classe trabalhadora, passou a ser direito de todos e

dever do estado. Tem como princípio, três pilares: “Universalidade, Integralidade

e Equidade”. No entanto, apesar da consolidação do Sistema Único de Saúde

(SUS), a distribuição de insumos e serviços principalmente no setor oncológico

é muito inferior ao desejado, causando assim atrasos significativos no

diagnóstico e tratamento de pacientes portadores de neoplasias (GUIMARÃES,

2019).

Segundo Fontes et al., (2011), a atenção primária em saúde foi criada

para ser a porta de entrada da população aos serviços de saúde. Entretanto, a

baixa procura da população masculina a esses serviços entre outros fatores

contribuiu para que o Ministério da Saúde criasse um programa voltado

exclusivamente para o público masculino. A PNAISH foi criada em 2008 com o

objetivo de dirigir as ações em saúde e incentivar o autocuidado da população

masculina com idade entre 20 e 59 anos. A união da PNAISH e APS (Atenção

22

Primaria em Saúde) fortalece as ações e serviços, principalmente a

conscientização da vulnerabilidade resultante e da construção da masculinidade

fundamentada em paradigmas sociais e culturais (OLIVEIRA et al., 2015; VIEIRA

et al., 2013).

2.2 DIAGNÓSTICO POR IMAGEM

O câncer de mama em homens é diagnosticado tardiamente, a partir dos

60 anos. O diagnóstico na maioria das vezes só acontece quando o câncer já

está em estágio avançado devido ao desconhecimento do paciente sobre a

doença e até mesmo do profissional médico (HAAS; COSTA; SOUZA, 2009).

No Rio Grande do Sul, estado Brasileiro onde apresenta maior taxa de

incidência dessa neoplasia em homens, o diagnóstico teve um aumento

significativo. No ano de 2008 foram diagnosticados 1.990 casos, com um

agravante de mortalidade de homens de diversas idades, dados que enfatizam

ainda mais a relevância dos homens em procurar a assistência médica (AMARAL

et al., 2017).

2.3.1 Mamografia

Mesmo não havendo um protocolo especifico para investigação de

neoplasias da mama masculina, se faz necessário exames de imagens. A

mamografia se apresenta como um recurso excepcional para esse fim, pois os

aparelhos apresentam alta sensibilidade possibilitando a visualização das

estruturas mamárias com riqueza de detalhe. Esse método usa radiação

ionizante e é considerado como exame padrão ouro para o diagnóstico, capaz

de detectar lesões em estágio inicial. Nos casos onde o paciente apresenta

lesões palpáveis, nessas circunstâncias a lesão pode não aparecer nas imagens

radiográficas ou pode aparecer parcialmente, necessitando assim de exames

complementares (ANDRADE, 2014; RODRIGUES; BEZERRA; PASSOS, 2018;

ARAUJO et al 2018).

Usualmente são realizadas duas incidências padrão, sendo elas a

craniocaudal e médio lateral oblíquo. As mamas são comprimidas para obtenção

das imagens causando um pequeno desconforto, porém suportável. Havendo

necessidade, o médico pode requisitar incidências complementares que pode

23

confirmar ou descartar a suspeita. Para gerar uma imagem de qualidade, a

mama precisa ser comprimida, pois essa medida ajuda na distinção anatômica

da mama minimizando a espessura e possibilitando maior contato com o

receptor, desassociando as estruturas e evitando sobreposição (ANDRADE,

2014).

Na incidência craniocaudal, o paciente fica em pé ou sentado, de frente

para o aparelho, mama sobre o receptor, cabeça virada para o lado, a mama é

tracionada para frente afim de alinhar o mamilo com o centro do receptor para

que o raio central fique direcionado para o centro da mama. A incidência média

lateral oblíqua é uma complementação da incidência crânio caudal. O paciente

precisa estar em ortostase ou sentado, a mama suspensa, cabeça virada para o

lado oposto, membros superiores relaxados, o braço do lado da mama

radiografada precisa estar segurando o suporte do equipamento, aparelho na

angulação de 45 graus, a mama é estirada e comprimida, a parte superior da

bandeja precisa estar repousando sob a clavícula e o raio central incidindo no

centro da base da mama (RODRIGUES; BEZERRA; PASSOS, 2018).

Quando as imagens mamográficas apresentam alterações é importante

que o laudo anexado as imagens traga informações de fácil compreensão para

os demais profissionais. A classificação BI-RADS é uma ferramenta que facilita

o entendimento da lesão. Através dessa classificação é possível saber se

somente o exame de mamografia é suficiente para dar o diagnóstico ou se é

preciso a utilização de outros métodos complementares (SILVA; XAVIER, 2018).

As classificações BI-RADS são divididas em seis categorias: BI-RADS1

imagem normal, sem alterações; BI-RADS2 achado benigno; BI-RADS3 quando

é encontrado alterações com grandes chances de ser benigna, porém o médico

indica acompanhamento por pelo menos 2 anos; BI-RADS4 achado suspeito, o

paciente precisa ser submetido a exame de biopsia, para descartar ou confirmar

a suspeita; BI-RADS5 achado com risco elevado de malignidade em até 95% de

chance de ser câncer e BI-RADS6 cuja classificação é usada em pacientes com

confirmação da neoplasia (MARCONATO; SOÁREZ; CÍCONELLI, 2011).

24

2.3.2 Ultrassonografia

A descoberta do efeito piezelétrico feita em 1880 pelos irmãos Curie

resultou na ultrassonografia (USG) que conhecemos hoje. Através de

experimentos eles perceberam que a aplicação de uma pressão mecânica sobre

determinados cristais seria capaz de produzir um potencial elétrico entre as faces

externas opostas, gerando som numa frequência maior que 20KHz, conhecido

posteriormente como ultrassom. Os irmãos perceberam também que a aplicação

do ultrassom nos cristais piezelétrico revertia a energia mecânica em elétrica.

Quando um pulso de ultrassom é emitido, ele esbarra no obstáculo e retorna a

sua origem com informações da estrutura encontrada (SEOANE; GARCIA;

FRÕES, 2011).

Desde a década de 70, a USG já era cotada para o uso no diagnóstico

das patologias da mama, em especial o câncer de mama. No entanto, esse

método de diagnóstico apresentava inúmeras deficiências como por exemplo

baixa qualidade de imagem e incapacidade de identificar microcalcificações. Por

um tempo essa técnica ficou em desuso, até que nos anos 80, com o progresso

da tecnologia, o ecógrafo possibilitou registros em tempo real e o melhoramento

de resolução de imagem, a USG de fato conquistou um espaço de destaque no

diagnóstico de anomalias mamarias.

Apresenta pontos positivos quando comparado a outros meios de

diagnóstico como a não utilização de radiação ionizante, não é um método

invasivo e tem um índice elevado de aceitação pelos pacientes, além de fornecer

informações que complementam outros exames. A década de 90 foi um grande

marco para a tecnologia de USG. A tecnologia desenvolvida nessa década é

utilizada até os dias atuais, onde houve aumento no índice de resolução dos

equipamentos de sonografia, surgimento do Doppler colorido, monotomia

interligado a USG, imagens tridimensionais entre outros.

Apesar de todo avanço sofrido, o diagnóstico final é sempre guiado pelo

laudo histopatológico. Todavia o baixo custo e facilidade ao acesso é o que torna

a USG tão utilizada pelos pacientes (NASCIMENTO; PITA; RÊGO, 2015).

A ultrassonografia é um excelente aliado nos casos em que o paciente

apresenta uma chance elevada de desenvolver câncer mamário. O exame

também é considerado como método complementar da mamografia,

25

considerando as limitações da mesma. Por outro lado, o uso dos dois métodos

no diagnóstico pode elevar o custo e aumentar as chances de resultados falso-

positivo. Existem ferramentas que podem ser acrescidas aos exames, que

reduzem a ocorrência desses resultados falso-positivos como, doppler,

elastografia mamaria, meios de contraste entre outros (VIEIRA et al., 2018).

2.4 TRATAMENTO

No contexto geral, o tratamento do câncer de mama no homem deve ser

guiado pelo estágio da enfermidade. Entretanto, as recomendações são

baseadas nos protocolos usados no tratamento do câncer de mama em

mulheres, tendo em vista que devido a raridade em homens, não existe

protocolos específicos para esse público (MEIRELES, 2013).

2.4.1 Radioterapia

O tratamento de radioterapia usa como principal ferramenta a radiação

ionizante em áreas pré-determinadas com objetivo de eliminar ou reduzir células

malignas. Pode ser usada antes ou após o tratamento cirúrgico, dependendo do

que o médico julgar necessário. A radioterapia também contribui nos casos em

que não há chance de cura, pois a radiação age diminuindo o tamanho da

neoplasma, proporcionando melhor qualidade de vida ao paciente em estado

terminal (AZEVEDO; SILVA; SOUZA, 2018).

Durante o tratamento a radiação ionizante ataca as células malignas. A

dose é previamente calculada e o feixe é direcionado milimetricamente para o

ponto exato da neoplasia, causando menor dano possível as células sadias

(HAAS; COSTA; SOUZA, 2009).

Existem duas modalidades de tratamentos na radioterapia, a

braquioterapia; que são sementes radioativas implantadas diretamente no tumor

e a teleterapia; que consiste em um feixe de radiação ionizante de alta potência

que incide diretamente no alvo, sendo este o método mais utilizado no combate

ao câncer de mama (MARTA et al 2011).

Um estudo realizado por Monsanto et al., (2013), com intuito de avaliar a

influência da radioterapia na qualidade de vida dos doentes com cancro de

mama, mostrou que não ocorreu mudanças significativas na saúde global dos

26

pacientes, no entanto foi identificada uma diminuição das funções cognitivas. Em

contrapartida, houve uma evolução da função emocional. Os autores associam

essa melhora ao apoio ofertado pelos profissionais de saúde, especificamente

aos técnicos de radioterapia.

2.4.2 Cirurgia

A cirurgia é primordial na terapia do cancro de mama no homem. O

método cirúrgico padrão para o câncer mamário nos homens antes dos anos 70

era a mastectomia radical, mesmo método usado em mulheres. Porém esse

procedimento tem sido gradualmente substituído por métodos menos invasivos,

como a mastectomia simples ou radical modificada conforme o tamanho da

lesão. O esvaziamento axilar é realizado sempre que a avaliação cirúrgica indica

comprometimento dos gânglios da axila, como principal parte do tratamento

(MEIRELES, 2013).

A cirurgia conservadora é indicada em pacientes em estágio I e II. As duas

técnicas utilizadas nesse método é a quadrantectomia, no qual é feito a

ressecção de toda área da mama onde se apresenta o tumor, incluindo fáscia do

musculo peitoral e pele. Já na tumorectomia é retirada toda neoplasia incluindo

a borda dos tecidos mamário não afetados.

Antes do procedimento cirúrgico é necessário a realização do exame de

mamografia para o planejamento pré-operatório. A análise histológica não é

obrigatória, mas, é um importante aliado no processo cirúrgico. Todavia a

mastectomia conservadora não é indicada em casos em que o paciente

apresenta restrição a radioterapia, tendo em vista que se faz necessário o uso

da radiação ionizante nos tecidos mamário residual (TIEZZI, 2017).

A mastectomia radical modificada é um método muito indicado para os

homens devido à ausência de parênquima mamário. Na maioria dos casos, os

tumores se apresentam na região retro areolar, palpável, não permitindo o uso

do método conservador (LEME; SOUZA, 2006).

2.4.3 Hormônioterapia

A terapia através de hormônio baseia-se no uso de substancias similar ou

supressoras de hormônio, afim de impedir o desenvolvimento tumoral. É um

tratamento longo, porém apresenta taxas satisfatórias quando aliados as outras

27

terapias. O tratamento hormonal só é indicado após avaliação prévia o qual

demostre que o tumor mamário apresenta receptores positivos de progesterona

e estrogênio. Estudos demostram que o uso inadequado do tamoxifeno (tipo de

terapia hormonal de maior uso em todo mundo) traz prejuízos significativos a

saúde (BRITO; PORTELA; VASCONCELLOS, 2014).

A adesão da hormonioterapia no tratamento do câncer de mama aumenta

a sobrevida de forma significativa, principalmente se essa adesão for feita em

estágio inicial da doença, podendo diminuir as taxas de reincidências e aumentar

a sobrevida em até 15 anos. Outro benefício da terapia hormonal é que a

medicalização é feita por via oral e pelo próprio paciente, permitindo uma melhor

qualidade de vida durante o tratamento (GUEDES et al., 2017).

Pesquisas realizadas mostraram que cerca de 90% dos canceres

mamário masculino apresentam receptores hormonais. Logo, a hormonioterapia

é fundamental no tratamento dessa patologia nesse público. Todavia ainda não

existem estudos aprofundados sobre a tolerância masculina ao tamoxifeno,

algumas literaturas relatam alguns efeitos adversos como, ganho de peso, baixo

libido, depressão e tromboembolismo (MOTA, 2010).

28

3 METODOLOGIA

3.1 TIPO DE ESTUDO

Trata-se de uma revisão de literatura com caráter exploratório, que de

acordo com Marconi; Lakatos (2002), se propõe a uma investigação de um

conhecimento estudado, procurando responder uma indagação levantada em

cima de um tema proposto e assim propiciar a síntese de informações de um

determinado assunto.

3.2 COLETA DOS ARTIGOS

Foi realizado um levantamento de trabalhos relacionados ao tema nas

bases de dados Pubmed, Scielo, BVS e Lilacs. A busca por trabalhos aconteceu

no período de setembro a dezembro de 2019, por meio dos descritores neoplasia

mamária, terapêutica e exames de imagem.

3.3 SELEÇÃO DOS ARTIGOS PARA ANÁLISE

Os critérios de inclusão utilizados se basearam em publicações de língua

portuguesa, com abordagem da temática escolhida e priorização das datas de

publicação entre os anos 2005 a 2019.

Os critérios de exclusão foram artigos em língua estrangeira, estudos que

não se relacionaram com os objetivos do trabalho e publicações anteriores a

2005.

Foram pré-selecionados 97 referências por meio da leitura dos títulos e,

após leitura dos resumos, foram selecionados15 para a construção da revisão

de literatura. Em posse dos artigos, realizou-se uma leitura exploratória de cada

estudo.

3.4 ANÁLISE DE DADOS

A análise dos dados foi realizada de forma descritiva, possibilitando ao

profissional avaliar a qualidade das evidencias sobre o tema investigado e,

29

consequentemente, fornecendo subsídios para a tomada de decisão, além da

identificação de lacunas do conhecimento para a realização de pesquisas

futuras.

30

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram analisados 15 artigos selecionados a partir dos critérios de inclusão

preestabelecidos. Na análise dos artigos foi possível observar que, dentre os

autores, estavam envolvidos médicos, enfermeiros e profissionais das técnicas

radiológicas.

Quanto ao delineamento metodológico dos estudos, dez artigos tiveram

abordagem qualitativa, quatro artigos com abordagem quantitativa e um trabalho

com ambas as abordagens. Dentre esses trabalhos seis foram revisões de

literatura, quatro investigações de campo, e em cinco foram utilizados métodos

de coleta de dados secundários a partir de programas, sites e prontuários. No

apêndice estão os quadros sobre os artigos contidos nesta revisão de literatura

e as suas principais abordagens.

Observou-se que o câncer de mama é um tema bastante difundido em

todo mundo. O que pouco se sabe é que tal neoplasia também afeta os homens,

numa proporção bem inferior, apenas 1% de todos os casos de câncer mamário.

Contudo, essa enfermidade pode ser letal quando descoberta tardiamente

(TRAJANO et al., 2018).

Em um panorama geral, o cancro mamário se apresenta de forma

bastante parecida em ambos os sexos, porém existem algumas singularidades

no sexo masculino como o grande atraso no diagnóstico, fator que compromete

significativamente o prognóstico do paciente, além da maior exposição aos

fatores externos de risco, com o agravante da ausência de hábitos de cuidados

preventivos da saúde (DANTAS et al 2015; LEME; SOUZA, 2006; COELHO et

al 2018).

Alguns estudos mencionam que os fatores hormonais e genéticos são

responsáveis por uma parcela importante dos casos de câncer de mama

masculino, como a mutação do gene BRCA2 representando até 40% desses

casos. Se essa mutação estiver associada a síndrome de Klinefelter, a média de

idade para o acometimento pode diminuir para até 58 anos, sendo 9 anos mais

precoce. O consumo de bebidas alcoólicas e obesidade são importantes fatores

externos de risco, pois ambos aumentam os níveis de estrogênio circulante no

organismo, contribuindo para o desequilíbrio hormonal (HAAS; COSTA; SOUZA,

2009; MEIRELES, 2013).

31

De acordo com os resultados apresentados a masculinidade vai além dos

aspectos biológicos. Ser homem no contexto social está ligado a virilidade,

fortaleza, invulnerabilidade e tais aspectos impactam negativamente no cuidado

com a saúde. A procura por atendimento médico primário é muito abaixo do

esperado, visto que as questões sociais e culturais inferem diretamente na

ausência desse público nos postos de saúde (GOMES; NASCIMENTO;

ARAÚJO, 2007; RODRIGUES, 2012).

O desconhecimento da população masculina sobre câncer de mama

torna-se também um empecilho para o diagnóstico precoce. A descoberta

acontece de forma tardia e, na maioria dos casos, ocorre quando já existe um

comprometimento de tecidos e órgãos, ocasionando em prognóstico pouco

favorável (MARQUES; JÚLIO, 2012).

Segundo Oliveira; Silva e Barros (2013), a carência de estudos

relacionados a neoplasia mamaria masculino e a baixa ocorrência da mesma,

implica na ausência de padronização no diagnóstico e tratamento, sendo

empregadas as mesmas abordagens em ambos os sexos. Os profissionais de

saúde como médicos e enfermeiros detém pouco conhecimento teórico e prático

sobre a temática, evidenciando a necessidade de novos estudos.

Observou-se que a Política Nacional de Atenção Integral a Saúde do

Homem (PNAISH) surgiu da necessidade de políticas voltadas exclusivamente

ao cuidado preventivo da saúde dessa classe e de ações de conscientização e

desconstrução de paradigmas sociais, onde a masculinidade é superestimada e

vista através de uma ótica irreal, no qual o corpo masculino se apresenta como

invulnerável (OLIVEIRA et al., 2015; VIEIRA et al., 2013).

Nota-se que, embora não exista padronização para o diagnóstico da

neoplasia mamária masculina, a mamografia e a ultrassonografia são os

métodos de diagnóstico por imagem mais utilizados. Devido à alta sensibilidade

que os mamógrafos apresentam, o exame de mamografia é capaz de identificar

alterações mamárias ainda em estágio primário. As incidências realizadas para

obtenção de imagens são as mesmas utilizadas em mulheres, ou seja,

craniocaudal e mediolateral oblíqua (ANDRADE, 2014; RODRUIGUES;

BEZERRA; PASSOS, 2018).

A ultrassonografia se apresenta como coadjuvante para diagnosticar o

câncer mamário em estágio inicial. Ao longo do tempo os equipamentos sofreram

32

mudanças ao qual favoreceu o diagnóstico através desse método. No entanto,

essa técnica precisa ser aliada a outros métodos como a mamografia e o exame

histológico para obtenção do diagnóstico final. A ultrassonografia tem como

principais vantagens a aquisição de imagens em tempo real, ausência de

radiação ionizante e o baixo custo (NASCIMENTO; PITA; RÊGO, 2015).

Para Meireles (2013), o tratamento empregado no câncer de mama

masculino dependerá de alguns fatores, todavia são aplicados os mesmos

protocolos utilizados em mulheres. Um estudo mostrou que, aproximadamente

90% dos canceres mamário masculino apresentaram receptores hormonais, o

que indica resposta positiva ao tratamento. Entretanto existem efeitos adversos

ao tamoxifeno, medicamento utilizado no tratamento, e a tolerância masculina

ainda não foi profundamente estudada (MOTA, 2010).

Constatou-se que a radiação ionizante é uma ferramenta poderosa no

combate ao câncer de mama por meio da modalidade de radioterapia. A radiação

age diretamente nas células malignas, combatendo o crescimento desordenado,

proporcionando maior chance de sucesso no procedimento cirúrgico. Além de

ser utilizados em alguns casos no qual o paciente não responde mais aos outros

tratamentos, a radiação atrasa o crescimento da neoplasia, promovendo uma

melhor qualidade de vida ao paciente na fase final da vida (AZEVEDO; SILVA;

SOUZA, 2018).

As pesquisas mostraram que não há alterações significativas na saúde

geral do paciente quando se usa radiação ionizante por meio da radioterapia.

Porém, alguns pacientes apresentam redução das funções cognitivas, mas

avanços da função emocional foram alcançadas, e atribuídas a assistência

prestada pelos profissionais das técnicas radiológicas (MONSANTO et al., 2013).

A cirurgia é uma das primeiras escolhas para tratar o câncer da mama. A

técnica de mastectomia modificada é a mais utilizada em homens devido à

ausência de parênquimas mamário apresentados por essa população. Na

presença de comprometimento dos gânglios axilares é feito o esvaziamento

dessa área. Ainda assim, o método conservador não é indicado ao paciente que

não poderá ser submetido a radioterapia após o processo cirúrgico, devido a

importância do uso da radiação para eliminar células malignas residuais

(MEIRELES, 2013; TIEZZI, 2017).

33

Por ser uma neoplasia em que muito dos seus aspectos se assemelham

ao câncer de mama feminino, a enfermidade mamaria masculina responde

positivamente aos tratamentos praticados em mulheres, o que é muito bom!

Todavia algumas singularidades devem ser estudadas para que ajustes sejam

feitos afim potencializar o processo terapêutico

34

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A avaliação do cenário atual do câncer de mama masculino mostrou que,

apesar do aspecto de raridade, a neoplasia mamaria representa um risco

importante a saúde do homem. Tem como principais fatores de risco

desequilíbrio hormonal, mutação do gene BRC2, síndrome de Klinefelter,

obesidade e alcoolismo. A descoberta da doença ocorro de forma tardia devido

à baixa suspeita clínica, ausência de conhecimento da população sobre tema e

rejeição masculina frente a possibilidade de adoecimento.

Ficou evidenciado que, embora não exista padronização para o diagnóstico

e tratamento, os métodos empregados se mostraram bastante eficazes. Todavia

novos estudos devem ser realizados para melhor compreensão dos reais efeitos

adversos provocados no organismo masculino com o tratamento hormonal

através do tamoxifeno.

Compreende-se a importância de voltar a atenção as fragilidades da

população masculina e conscientização dos agravos a saúde. Poucos são os

trabalhos que abordam o câncer de mama masculino, o que justifica a escassez

de conhecimento dos profissionais de saúde. Os poucos estudos existentes são

antigos, fortalecendo a necessário de realização de novos estudos que abordem

essa temática.

35

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40

APÊNDICE

Quadro 1: Artigos selecionados para a revisão de literatura e suas principais abordagens.

Artigo Autor Ano Título Objetivo Metodologia Resultados principais Conclusão

Art. 1 Azevedo;

Silva; Souza.

2018

As diferentes

Formas que os Tratamentos

Radioterápicos

Auxiliam as Mulheres com

Câncer de Mama

que Poderão ser Submetidas a

Cirurgia

Conservadora.

Avaliar como a

radioterapia pode auxiliar na evolução das mulheres

que irão passar pelo

tratamento do câncer de mama, conhecendo a

melhor forma terapêutica e

analisando como a cirurgia conservadora pode

melhorar a autoestima.

Trata-se de uma pesquisa descritiva de caráter qualitativo,

onde foram analisados artigos das

bases de dados Scielo e Lilacs, entre os anos de 2011 e 2018. Foi realizado também buscas em sites

que trazem informações confiáveis acerca do câncer de mama.

A radioterapia é usada no tratamento do câncer de mama

sendo capaz de destruir as células malignas, diminuir o

risco de recidiva local e

aumentar a sobrevida da paciente.

Conclui-se que a radioterapia tem um papel fundamental na

diminuição da recidiva local. Evidente a equivalência entre os

dois métodos de tratamento

cirúrgico no qual diz respeito à sobrevida global.

Art. 2 Coelho et

al. 2018

Predisposição

hereditária ao câncer de mama e sua relação com

os genes BRCA1 e BRCA2: revisão da

literatura.

Realizar uma revisão da literatura, sobre câncer de

mama hereditário

destacando portadores de mutações germinativas

nos genes BRCA1 e

BRCA2 que apresentam susceptibilidade para o

desenvolvimento do

câncer de mama.

Para o desenvolvimento do tema proposto foram realizadas

pesquisas em bases de dados científicos. Os artigos foram

analisados quanto ao

reconhecimento do tema. O levantamento bibliográfico foi

executado por meio da seleção de

estudos publicados entre os anos de 2005 a 2016. As palavras-chave

utilizadas para busca foram:

“câncer de mama, gene BRCA1, gene BRCA2 e predisposição

hereditária”.

Os genes supressores tumorais, como os genes BRCA1 e

BRCA2, quando mutados, ocorre um mecanismo de perda de função de ambos os alelos,

ou seja, um alelo mutante é herdado e o segundo alelo é

inativado por um evento

somático. Além disso, genes supressores tumorais, quando

mutados, suprimem os

chamados genes protetores que regulam diretamente o

crescimento celular.

Para diagnosticar essas mutações depende-se de

técnicas moleculares, que estão

cada vez mais sofisticadas. No entanto, até o momento, os

estudos apontam que os testes

moleculares dependem da incorporação de tecnologia e da

formação de uma equipe

extremamente qualificada.

Art. 3 Rodrigues;

Bezerra; Passos.

2018

Mamografia para

Diagnóstico do Câncer de Mama

em Homens.

Analisar a importância em fazer exame de

mamografia nos homens e do quão perigosa a doença é, podendo

também atingi-los.

Esse trabalho foi pesquisado com característica exploratórias, embora

se fale bastante em mamografia e que seja uma técnica já bem

detalhado, porém, existe pouco

material relacionados ao tema proposto nos últimos 12 anos.

O exame de mamografia é um dos melhores exames de

diagnóstico por imagem na atualidade, por conta da sua

sensibilidade e exatidão quando

feito por um profissional competente.

Portanto, é muito importante para os homens fazer e exames

rotineiros de mamografias após

atingir uma idade avançada ou que esteja dentro dos fatores de

risco, para que se tenha um

acompanhamento adequado e que o diagnóstico não seja tardio.

continua...

...continuação

Artigo Autor Ano Título Objetivo Metodologia Resultados principais Conclusão

Art. 4 Trajano et al. 2018

Avaliação do Conhecimento

dos Homens sobre Neoplasia

Mamaria

Masculina.

Identificar o conhecimento dos homens sobre a

neoplasia mamaria masculina e investigar o

fornecimento de

orientação para a prática preventiva por parte dos profissionais da saúde.

Trata-se de um estudo do tipo exploratório, descritivo com

abordagem quantitativa. O local de realização da pesquisa foi a área de abrangência da Unidade de

Saúde da Família José Gomes Filho situado no município de

Água Branca – PB. A coleta de

dados foi realizada durante o mês de Abril e Maio de 2017com os homens que compareceram à

Unidade de Saúde.

Quando questionados sobre o conhecimento a respeito do

câncer de mama masculino, 22,6% respondeu que

conhecem, e 77,4% relataram

não conhecer. E quando questionado se já receberam

algum tipo de orientação sobre

o tema pelos profissionais de saúde 3,2% responderam que sim, e 96,8% responderam que

não.

Ao final desta pesquisa, identificou-se que a maior parte

dos homens não possuem conhecimento sobre a neoplasia

mamária masculina. Sendo

assim, é necessário que sejam intensificadas atividades na

educação em saúde voltada ao

câncer de mama masculino, sejam elas de forma individual e coletiva por parte do profissional

de saúde.

Art. 5 Dantas et al. 2015

Câncer de mama em homem: uma

realidade

brasileira.

Identificar a ocorrência de hospitalizações e óbitos por câncer de mama em

homens no Brasil.

Estudo exploratório, de abordagem quantitativa, com

análise estatística descritiva. Para

o processo de coleta de dados foi utilizado o site do DataSUS

utilizando as variáveis internações

por Câncer de Mama e a prevalência de óbitos pela

patologia, registrados por locais de

internações em todo o Brasil.

A ocorrência, com maior prevalência, do CAMH na

raça/cor branca e destaque na região Sudeste e Sul,

demonstra que os homens

dessas regiões estão mais expostos aos fatores de risco para esse problema, seja por

hábitos alimentares, hábitos nocivos ou fatores genéticos. A

faixa etária de internações e

óbitos mais prevalente foi após os 60 anos, corroborando com

outros estudos.

As Regiões Sudeste e Sul têm

apresentado valores mais significativos de internações e óbitos por CAMH, revelando a

necessidade de todo o território brasileiro se mobilizar no sentido

de fortalecer as políticas

públicas voltadas para esse contingente populacional e as práticas de prevenção para o

câncer de mama, que em nossa realidade estão voltadas apenas

para o grupo feminino.

Art. 6 Nascimento; Pitta; Rêgo.

2015

Analise dos Principais

Métodos de

Diagnóstico de Câncer de mama como Propulsor

no Processo Inovativo.

Objetivo elucidar as

vantagens e problemas das técnicas tradicionais em diagnóstico, o que

tem de inovador no mercado para o

diagnóstico precoce do

câncer de mama e os motores/desafios nesse

avanço.

Este estudo foi construído através

do levantamento de dados encontrados na literatura. A pesquisa foi feita na base de

dados Scielo, do dia 19 de janeiro a 24 de janeiro de 2015. Com as

seguintes palavras chaves:

Câncer, câncer de mama, inovação e diagnóstico.

Nos pilares da imaginologia mamária estão a mamografia e

a ecografia, que passaram por sucessivos refinamentos

tecnológicos ao longo dos

anos. Somando se a estas estão as mais recentes como a

ressonância Magnética, com

cerca de 15 anos, que também se modificou bastante e a mais

recente, a tomossíntese.

Cada vez mais a ciência avança e com isso nos proporciona acessos aos mais modernos

métodos de diagnósticos. Contudo, os acessos a estas técnicas não são igualitários,

muitos precisam, mas não tem condições de pagar pelos

melhores métodos. A maior

parte dos investimentos que geram produtos inovadores vem

do capital privado e o mesmo

espera retorno do que investiu.

continua...

...continuação

Artigo Autor Ano Título Objetivo Metodologia Resultados principais Conclusão

Art. 7 Oliveira et al. 2015

A saúde do homem em

questão: busca por atendimento

na atenção básica

de saúde.

Descrever o perfil sociodemográfico de

morbidade e frequência da busca por um serviço

de saúde de homens

adultos cadastrados em um setor do PMF do

município de Niterói (RJ)

e verificar as diferenças entre os indivíduos que

procuraram e os que não

procuram atendimento.

Trata-se de um estudo transversal,

com dados secundários, realizado em um setor do Módulo Matapaca do Programa Médico de Família

(PMF) em Niterói (RJ). A população do estudo foi

constituída por homens na faixa

etária de 25 a 59 anos, segundo o recorte de faixa etária preconizado

pela PNAISH.

O perfil dos homens que buscaram e daqueles não buscaram atendimento na

unidade de saúde apresentou diferenças estatisticamente significativas (p < 0,05) nas

seguintes variáveis: idade, escolaridade, seguro social e

referência à morbidade no

momento do cadastro. A média de idade dos homens que

procuraram atendimento na

unidade de saúde (41 anos) foi maior do que aqueles que não

procuraram.

Os resultados estão em conformidade com o esperado,

pois os homens que referiram ter algum problema de saúde no momento do cadastro foram os

que procuraram muito mais o serviço de saúde. Há a

necessidade de se sensibilizar

esse segmento populacional para a utilização da atenção

básica como porta de entrada no

Sistema Único de Saúde.

Art. 8 Monsanto et

al. 2013

Influência do Tratamento de Radioterapia na

Qualidade de Vida dos Doentes

com Cancro de

Mama.

Avaliar a influência da

radioterapia na qualidade de vida dos doentes com

cancro da mama.

A amostra é constituída por 47 doentes do sexo feminino que

realizaram radioterapia no Centro Hospitalar Barreiro Montijo, submetidas previamente a

cirurgia.

Através dos resultados verificou-se que não ocorreram alterações significativas no que

se refere à avaliação global da saúde e, segundo a literatura consultada, a radioterapia não

influencia a qualidade de vida dos doentes.

Assim, considera-se que a avaliação global da saúde não é influenciada pelo tratamento de

radioterapia; porém, verifica-se uma melhoria a nível da função

emocional no final do

tratamento.

Art. 9 Oliveira; Silva;

Barros 2013

Saberes e Praticas dos

Profissionais Médicos e

Enfermeiros sobre

o Câncer de Mama Masculino.

Identificar e descrever os

saberes e práticas dos profissionais de saúde no

tocante ao câncer de

mama masculino.

O presente estudo foi descritivo, com abordagem qualitativa,

realizada em três das 34 Unidade de Saúde (UBS), vinculadas a

Coordenadoria Regional de Saúde

Leste (CRS) que dá cobertura a todas UBS localizadas nas zonas Leste/Sudeste de Teresina (PI).

Observa-se que de acordo com as falas são poucos os

conhecimentos em relação à

prática, avalia-se que todos informam conhecer a temática

estudada, porém não

abordaram na prática ou não tiveram experiência com cliente

com essa neoplasia.

É de fundamental importância

que os médicos e enfermeiros procurem identificar as

fragilidades dos homens acerca

da prevenção do câncer de mama e desenvolver um papel ativo nas ações dirigidas para

essa problemática. Dessa forma, contribuir para suprir com uma

assistência qualificada as

lacunas de conhecimento nessa área da saúde.

continua...

...continuação

Artigo Autor Ano Título Objetivo Metodologia Resultados principais Conclusão

Art.

10 Vieira et al. 2013

Atendimento da

População Masculina em

Unidade Básica

Saúde da Família: Motivos para

a(Não)Procura.

Conhecer os motivos que afastam do atendimento de

saúde prestado em uma

Unidade Básica de Saúde (UBSF) situada no extremo

sul do Brasil.

Para cada objetivo, delineou-se um caminho metodológico

específico. Para conhecer os motivos que levaram os homens a procurar de

atendimento de saúde, realizou um estudo descritivo,

qualitativo por meio de

pesquisa documental.

Verificou-se que a construção

da masculinidade e a representação de “ser forte,

ter corpo resistente e

invulnerável” contribui para dificultar a adoção de ações

que promove a saúde.

Os estereótipos de gênero

contribuem para o afastamento da população masculina das UBSF. Nesse sentido, tanto a população

masculina precisa mudar sua percepção em relação ao cuidado

com a própria saúde.

Art. 11

Marques; Júlio.

2012

Câncer de Mama

Masculino: uma revisão

sistemática.

Compreender as principais alterações que podem

ocorrem nos diferentes organismos, realizada por

meio de revisão

bibliográfica.

A pesquisa apresentou uma abordagem qualitativa,

designada como revisão integrativa sistemática (RIS). Por se tratar de revisão de

literatura, e pelo tema abordado ser pouco conhecido nos dias atuais, a pesquisa foi

realizada de acordo com base de dados em livros, revistas,

publicações avulsas.

O câncer de mama masculino

apresenta prognóstico semelhante à feminina quando

em comparação com os

mesmos estágios, porém, como acomete pacientes mais

idosos, geralmente é

associado a outras comorbidades.

A pesquisa realizada sobre câncer

de mama em homens, nos mostrou que mesmo sendo uma neoplasia

com diagnóstico e tratamento

semelhante a causada em sexos femininos, tem uma taxa de casos fatais maior do que em relação a

das mulheres, isso devido a falta de informação e conscientização da

sociedade.

Art.

12

Rodrigues, Victor

Fernandes Santos.

2012

Tendência Temporal das Internações e

Óbitos por Câncer de Mama em

Homens no Brasil

entre 1997 e 2008.

Analisar a tendência temporal e a distribuição

por região das internações

e óbitos por câncer de mama na população

masculina no Brasil entre

os anos 1997 e 2007.

Realizou-se um estudo de análise de série temporal das

taxas médias anuais das

internações e óbitos por Câncer de Mama no Brasil e suas regiões entre 1997 e

2008. Os registros das internações e óbitos foram

obtidos no banco de dados do

Departamento de Informática do SUS (DATASUS) do

Ministério da Saúde.

No período entre 1998 e 2007 foram registrados 19.054

óbitos por câncer de mama, sendo (97,6%) mulheres e

(2,4%) homens; e internações,

sendo (98,1%) mulheres e (1,9%) homens. Houve um

predomínio dos óbitos e das

internações na região sudeste com 45% dos óbitos

masculinos.

Devido a baixa incidência da

doença, não se justifica um programa de rastreio populacional entre os homens, como é feito na

população feminina. Mas seria importante a conscientização da população quanto a possibilidade

dessa doença e da sua gravidade.

continua...

...continuação

Artigo Autor Ano Título Objetivo Metodologia Resultados principais Conclusão

Art. 13

Haas; Costa; Souza.

2009

Epidemiologia do

Câncer de Mama em Homens

Avaliar os aspectos epidemiológicos, clínicos,

diagnósticos e terapêuticos do câncer de mama em

homens

A busca por artigos científicos foi realizada nas seguintes

bases de dados: BIREME - Biblioteca Virtual em Saúde,

que possibilita acesso à Lilacs.

Utilizou-se como restrição para inclusão: artigos

publicados nos últimos cinco

anos, idiomas inglês, português e espanhol e pesquisas em humanos.

Em geral, os homens com a neoplasia têm uma maior

duração dos sintomas do que as mulheres. O tamanho do tumor e o envolvimento de

linfonodo axilar são os mais importantes fatores

prognósticos. Quando

pareados em idade e estágio, os homens e as mulheres têm

semelhantes prognósticos.

Vários comentários recentes sobre

o câncer de mama masculino têm sumarizado a epidemiologia, clínica,

patologia, genética, marcadores

moleculares, e os tratamentos. Estes comentários salientam que

embora existam semelhanças entre

os sexos femininos e masculinos, existem também distintas

diferenças.

Art. 14

GOMES; NASCIMENTO;

ARAÚJO.

2007

Por que os homens buscam

menos os serviços

de saúde do que as mulheres? As explicações de

homens com baixa escolaridade e homens com

ensino superior

Analisar as explicações

presentes em discursos masculinos sobre a pouca procura dos homens por

serviços de saúde. Essa análise pode ser

importante para se refletir

sobre as dificuldades, os obstáculos e as

resistências associadas à

saúde do homem numa dimensão relacional de

gênero.

O presente estudo é parte de

uma investigação que se volta para a Construção da

Masculinidade como um Fator

Impeditivo do Cuidar de Si. Neste estudo, foram seguidos

princípios da pesquisa

qualitativa. A partir de uma entrevista com 28 homens,

sendo 10 com baixa

escolaridade, 08 com ensino superior e 10 médicos.

Os estudos apontam também para o fato de homens não se reconhecerem como alvo do

atendimento de programas de saúde, devido às ações

preventivas se dirigir quase

que exclusivamente para mulheres. Assim, os serviços

públicos costumam ser

percebidos como um espaço feminizado, frequentado

principalmente por mulheres e

composto por uma equipe de profissionais formada, em sua

maioria, também por

mulheres.

Como foram vistos, os dados da

pesquisa reforçaram, de certa forma, a idéia de outros estudos

que associam a pouca procura por

serviços de saúde por parte de homens a um modelo hegemônico de masculinidade. As inferências

deste estudo apontaram que o imaginário de ser homem pode

aprisionar o masculino em amarras

culturais, dificultando a adoção de práticas de autocuidado.

Art. 15

Leme; Souza. 2006

Câncer de Mama em homens:

aspectos epidemiológicos,

Clínicos e

Terapêuticos.

Avaliar os aspectos

epidemiológicos, clínicos e terapêuticos do câncer de

mama em homens.

Foi realizado um estudo descritivo, retrospectivo, de 25

casos de neoplasia de mama masculina no município de

campinas, no período de 1992

a 2005.

O primeiro sinal clínico é, na maioria das vezes, descoberto

pelo próprio paciente e normalmente é a presença do nódulo mamário que auxilia a

procura de auxílio médico.

Considerando também que, pela

raridade desta doença, não se justificam campanhas populacionais de rastreio e prevenção do câncer

de mama masculino.

Fonte: Autora da pesquisa, 2020.