cÂncer de mama masculino: diagnÓstico e tratamento
TRANSCRIPT
1
FACULDADE MARIA MILZA
TECNÓLOGO EM RADIOLOGIA
CÂNCER DE MAMA MASCULINO: DIAGNÓSTICO E
TRATAMENTO
ELIAN DE SOUZA ROSÁRIO OLIVEIRA
GOVERNADOR MANGABEIRA-BA
2020
ELIAN DE SOUZA ROSÁRIO OLIVEIRA
CÂNCER DE MAMA MASCULINO: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
Monografia apresentada ao curso de Tecnólogo em Radiologia da Faculdade Maria Milza - FAMAM, como requisito parcial para obtenção do título de tecnóloga.
Orientadora: Profª Dra. Gilmara Alvarenga. Fachardo Oliveira
GOVERNADOR MANGABEIRA/BA
2020
Ficha catalográfica elaborada pela Faculdade Maria Milza, com os dados fornecidos pelo (a) autor(a)
Bibliotecárias responsáveis pela estrutura de catalogação na
publicação: Marise Nascimento Flores Moreira - CRB-5/1289 / Priscila dos
Santos Dias - CRB-5/1824
Oliveira, Elian de Souza Rosário O48c
Câncer de mama masculino: diagnóstico e tratamento / Elian de Souza
Rosário Oliveira. - Governador Mangabeira - BA , 2020.
46 f.
Orientadora: Gilmara Alvarenga. Fachardo Oliveira.
Trabalho de Conclusão de Curso (Tecnólogo em Radiologia) - Faculdade Maria Milza, 2020 .
1. Câncer de Mama. 2. Câncer de Mama Masculino. 3. Neoplasia Mamária. 4.
Exames de Imagem. I. Oliveira, Gilmara Alvarenga. Fachardo , II. Título.
CCD 616.49
ELIAN DE SOUZA ROSÁRIO OLIVEIRA
CÂNCER DE MAMA MASCULINO: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
Aprovado em __/__/__
BANCA DE APRESENTAÇÃO
____________________________________________
Profª. Dra. Gilmara Alvarenga. Farchado Oliveira
Orientadora
____________________________________________
Membro Avaliador
____________________________________________
Membro Avaliador
_________________________________________
Profº Karen Luane Sá Santa Barbara Sobra
Profª de TCC II
GOVERNADOR MANGABEIRA – BA,
2020
Dedico este trabalho a minha família que
tanto amo e que sempre esteve ao meu
lado, apoiando minhas escolhas e me
incentivando a melhorar sempre. Dedico
também aos homens diagnosticados com
câncer de mama, os quais foram a
inspiração para realização deste trabalho.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus em primeiro lugar, por ter me dado a vida, por estar
sempre ao meu lado, me guiando e protegendo. Deus é aquele que alimenta a
nossa alma e nos enche de esperança para nos deixar de pé e nunca desistir.
Obrigado senhor Deus por me dar forças nos momentos que pensei que não iria
conseguir.
Tenho muito que agradecer a minha família, a minha mãe Maria que
sempre acreditou nos meus sonhos e me incentivou a continuar lutando. A
minha querida filha Layrana pela paciência e compreensão nos momentos em
que não me fiz presente, por todo amor e carinho a mim ofertado.
Ao meu esposo toda a minha gratidão por estar sempre ao meu lado
torcendo pelas minhas conquistas. Aos meus irmãos e sobrinhas que sempre
vibraram e se orgulharam de mim. Amo muito todos vocês!
Sou eternamente agradecida pela dedicação e gentileza da professora e
orientadora Gilmara Fachardo. Sempre me compreendeu e, com toda sua
paciência, me ajudou e incentivou na construção deste trabalho, fazendo dessa
trajetória mais suave e tranquila.
Agradeço também a minha fiel companheira dessa intensa caminha,
Juliana, a qual esteve comigo nos momentos bons e ruins, me dando força e
palavras de incentivo. Levarei esta amizade sempre em meu coração.
Aos professores a minha imensa e sincera gratidão, a todos que
contribuíram direta ou indiretamente para minha formação, o meu muito
obrigado.
“Que os vossos esforços desconfiem as impossibilidades, lembrai-vos de que
as grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossível”.
(Charles Chaplin)
RESUMO
O câncer de mama é considerado, a nível mundial, um problema de saúde
pública e, apesar dessa neoplasia ser predominante entre as mulheres, os
homens também podem ser acometidos. A incidência é rara, onde para cada
1.000 casos de mulheres com câncer de mama, 1 homem é diagnosticado, o
que representa cerca de 1% de todos os casos de câncer mamário. Entre os
principais fatores de risco estão a síndrome de klinefelter, anormalidades dos
testículos, histórico familiar e mutação genética nos genes BRCA1 e BRCA2. A
manifestação clínica mais recorrente é apresentação de massa sobreolhar
indolor e palpável. Algumas vezes apresenta uma retração do mamilo,
hemorragia e ulceração, com predominância do lado esquerdo. A neoplasia
mamaria no indivíduo masculino, se comparado ao mesmo estágio, apresenta
prognóstico semelhante ao do indivíduo do sexo feminino. Entretanto, existe um
atraso no diagnóstico em virtude da baixa suspeita tanto dos médicos quanto
dos pacientes. Sendo assim, esse trabalho tem como objetivo geral identificar os
principais métodos utilizados no diagnóstico e tratamento do câncer de mama
masculino por meio de uma revisão de literatura. Trata-se de uma pesquisa
bibliográfica, de caráter exploratória e descritiva. Foi realizado um levantamento
bibliográfico a partir das bases de dados Pubmed, Scielo, BVS e Lilacs, com
auxílio dos descritores, mamografia, neoplasia da mama e saúde do homem e
posterior seleção de 15 artigos. Devido à ausência de padronização em
consequência da escassez de estudos, o câncer de mama masculino segue os
mesmos protocolos utilizados em mulheres. Para o diagnóstico, a mamografia
se apresentou de forma satisfatória em consequência da alta sensibilidade do
mamógrafo, sendo capaz de revelar a neoplasia ainda em estágio inicial e tendo
como método de diagnóstico complementar a ultrassonografia, que apesar de
ser um recurso coadjuvante, se mostrou bastante eficaz. Em relação aos
tratamentos, observou-se que a radioterapia tem um papel fundamental devido
a ação da radiação ionizante na aniquilação de células cancerígenas, processo
de extrema importância pois reduz o diâmetro tumoral contribuindo para o
sucesso geral do tratamento. Constatou-se também que, devido à ausência de
parênquima mamário no sexo masculino, o método cirúrgico mais empregado é
a mastectomia radical modificada. Em virtude da neoplasia mamaria masculina
apresentar elevados números de receptores hormonais, os pacientes tratados
com hormonioterapia apresentaram respostas positivas a terapia
medicamentosa, todavia os efeitos colaterais do tamoxifeno não são totalmente
conhecidos. Mesmo não havendo sistematização nos métodos de investigação
e tratamento, os recursos utilizados se mostraram eficientes. Entretanto, ficou
evidente que a procura por atendimento médico primário pelos homens está
muito abaixo do esperado, visto que as questões sociais e culturais refletem
diretamente na ausência dessa população nos serviços de saúde.
Palavras chave: Neoplasia mamária, Terapêutica, Exames de imagem.
ABSTRACT
Breast cancer is considered, worldwide, a public health problem and, although this neoplasm is prevalent among women, men can also be affected. The incidence is rare, where for every 1,000 cases of women with breast cancer, 1 man is diagnosed, which represents about 1% of all breast cancer cases. Among the main risk factors are klinefelter syndrome, testicular abnormalities, family history and genetic mutation in the BRCA1 and BRCA2 genes. The most recurrent clinical manifestation is a painless and palpable mass. Sometimes it presents a nipple retraction, hemorrhage and ulceration, with predominance on the left side. Breast cancer in the male individual, when compared to the same stage, has a prognosis similar to that of the female sex. However, there is a delay in diagnosis due to the low suspicion of both doctors and patients. Therefore, this work has the general objective of identifying the main methods used in the diagnosis and treatment of male breast cancer through a literature review. This is an exploratory and descriptive bibliographic research. A bibliographic survey was carried out from the Pubmed, Scielo, BVS and Lilacs databases, with the help of the descriptors, mammography, breast cancer and men's health and subsequent selection of 15 articles. Due to the lack of standardization as a result of the scarcity of studies, male breast cancer follows the same protocols used in women. For the diagnosis, mammography was satisfactory as a result of the high sensitivity of the mammograph, being able to reveal the neoplasia still in its initial stage and using ultrasound as a complementary diagnostic method, which despite being a supporting resource, proved to be quite effective. In relation to treatments, it was observed that radiotherapy has a fundamental role due to the action of ionizing radiation in the annihilation of cancer cells, an extremely important process as it reduces the tumor diameter contributing to the overall success of the treatment. It was also found that, due to the absence of mammary parenchyma in males, the most widely used surgical method is modified radical mastectomy. Due to the fact that male breast cancer presents high numbers of hormone receptors, patients treated with hormone therapy showed positive responses to drug therapy, however the side effects of tamoxifen are not fully known. Even though there is no systematization in the methods of investigation and treatment, the resources used proved to be efficient. However, it was evident that the demand for primary medical care by men is much lower than expected, since social and cultural issues directly reflect the absence of this population in health services. Keywords: Breast neoplasia, Therapeutics, Image exams.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO…………………………………………………….. 11
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA…………………………………….. 14
2.1 CÂNCER DE MAMA EM MULHERES………………………... 14
2.2 CÂNCER DE MAMA EM HOMENS…………………………… 15
2.2.1 Fatores hormonais e genéticos………………………….... 16
2.2.2 Fatores ambientais e ocupacionais…………………….… 16
2.2.3 Fatores dietéticos e obesidade……………………………. 17
2.2.4 Classificação de tumores…………………………………... 17
2.2.5 Apresentação clínica………………………………………... 18
2.2.6 Prognóstico…………………………………………………... 18
2.2.7 Conhecimento dos homens sobre o câncer de mama masculino…………………………………………………………….
19
2.2.8 Conhecimento dos profissionais de saúde sobre o câncer de mama masculino……………………………………….
20
2.2.9 Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem………………………………………………………………
21
2.3 DIAGNÓSTICO POR IMAGEM………………………………... 22
2.3.1 Mamografia…………………………………………………… 22
2.3.2 Ultrassonografia……………………………………………... 24
2.4 TRATAMENTO………………………………………………….. 25
2.4.1 Radioterapia………………………………………………….. 25
2.4.2 Cirurgia………………………………………………………... 26
2.4.3 Hormonoterapia……………………………………………… 26
3 METODOLOGIA…………………………………………………... 28
3.1 TIPO DE ESTUDO………………………………………………. 28
3.2 COLETA DOS ARTIGOS…………………………………… 28
3.3 SELEÇÃO DOS ARTIGOS PARA ANÁLISE……………... 28
3.4 ANÁLISE DE DADOS……………………………………….. 28
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO…………………………………. 30
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................... 34
REFERÊNCIAS…………………………………………………….... 35
APÊNDICE 40
11
1 INTRODUÇÃO
O câncer pode ser definido como o desenvolvimento desordenado de
células malignas. Pertence à classe de doenças não transmissíveis, podendo
formar tumores, invadir tecidos adjacentes e até mesmo órgão distantes por um
processo conhecido como metástase (SOUZA et al 2017; GUIMARÃES, 2019).
No final do século XIX e começo do século XX, o câncer era considerado
contagioso e também associado a falta de limpeza física e moral. O
adoecimento, principalmente em mulheres homossexuais e bissexuais, eram
associados a “pecados e vícios” relacionados as práticas sexuais. Atualmente,
apesar de todo avanço nas áreas de pesquisa em genética, diagnóstico e
tratamento, o câncer ainda se apresenta de forma obscura e as causas do
surgimento dessa doença ainda não são totalmente conhecidas. Acredita-se que
fatores ambientais, aos quais o homem é constantemente exporto, sejam
responsáveis por causarem desordem genética, que são apontados como
possíveis agentes carcinogênicos (TAVARES; TRAD, 2005).
Segundo a ORGANIZAÇAO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS), os tipos de
câncer mais frequentes nos países desenvolvidos e nos países
subdesenvolvidos são: câncer de pulmão, cólon e reto e de estômago. No Brasil,
em 2001, os tumores de pulmão, próstata, estômago, esôfago, boca e faringe
foram as principais causas de morte na população masculina, enquanto os
tumores de mama, pulmão, colo de útero, estômago, cólon e reto foram as
principais causas de morte entre as mulheres (GUERRA; GALLO; MENDONÇA,
2005).
O câncer de mama é considerado, a nível mundial, um problema de saúde
pública. Estudos apontam que, no ano de 2017, o carcinoma mamário foi a
neoplasia que mais acometeu as mulheres, com crescimento gradativo das
incidências e mortalidade, ficando atrás apenas dos casos de câncer de pele não
melanoma. Para o ano de 2019, foram esperados 59.700 novos casos no Brasil,
com sua incidência maior entre as mulheres da região Sul, Sudeste, Centro-
Oeste e Nordeste do país (BEZERRA et al., 2018; INCA, 2019).
Apesar dessa neoplasia ser predominante entre as mulheres, os homens
também podem ser acometidos. Entretanto a incidência é rara, onde para cada
1.000 casos de mulheres com câncer de mama, 1 homem é diagnosticado, o que
12
representa cerca de 0,8% a 1% de todos os casos de câncer mamário. Além da
diferença da taxa de incidência, existem outras particularidades que diferem essa
neoplasia entre ambos os sexos, podendo se destacar a faixa etária.
O surgimento da neoplasia na mama masculina acontece por volta dos 67
anos de idade, enquanto nas mulheres se apresenta, em média, aos 62 anos.
Todavia, estudos médicos tem descrito casos de pacientes entre cinco a 93
anos. Conforme a idade avança, a incidência também aumenta, atingindo um
patamar por volta dos 80 anos. As neoplasias da mama em pacientes do sexo
masculino geralmente são do tipo ductal, classificados como tumores invasores,
sendo apenas 10% in situ. O câncer de mama em homens apresenta um
percentual maior de receptores de estrogênio, quando comparados ao cancro da
mama feminina (TRAJANO et al., 2018; SILVA et al., 2008).
Entre os principais fatores de risco estão a síndrome de klinefelter,
anormalidades dos testículos, histórico familiar, mutação genética nos genes
BRCA1 e BRCA2, uso de bebidas alcoólicas, obesidade, doenças hepáticas,
trauma na mama e tratamento anterior na região torácica com uso de radiação
ionizante (RODRIGUES et al., 2012; COELHO et al., 2018).
A manifestação clínica mais recorrente é a apresentação de massa
sobreolhar, indolor e palpável. Algumas vezes apresenta uma retração do
mamilo, hemorragia e ulceração, com predominância do lado esquerdo. A
avaliação geralmente é feita através do exame físico e o uso do exame de
mamografia é indispensável para avaliação da massa mamaria. O exame de
ultrassonografia também pode ser usado para complementação do diagnóstico,
principalmente para o estudo dos gânglios linfáticos (MEIRELES et al., 2013;
MARQUES, 2012).
A neoplasia mamária no indivíduo masculino, se comparado ao mesmo
estágio, apresenta prognóstico semelhante ao do indivíduo do sexo feminino.
Entretanto, existe um atraso no diagnóstico em virtude da baixa suspeita, tanto
dos médicos quanto dos pacientes (FREITAS et al.,2008).
O tratamento do câncer de mama em homens normalmente é guiado pelo
estádio da enfermidade, saúde geral e a idade do paciente. Não existe um
protocolo, dado a raridade da doença. No entanto são utilizados os mesmos
protocolos dos tratamentos de câncer de mama em mulheres (MEIRELES et al.,
2013).
13
Os homens tendem a procrastinar a busca pelos serviços de saúde o que,
na maioria das vezes, ocorre devido às questões culturais, machismo e
desinteresse pela busca de atendimento médico (RAMOS et al., 2017).
A falta de recursos e o pouco conhecimento prático dos profissionais de
saúde a respeito da neoplasia mamaria masculina causam instabilidade na
qualidade dos serviços prestados (OLIVEIRA; SILVA; BARROS, 2013). Diante
disso, alguns questionamentos devem ser levantados, como por exemplo: o
câncer de mama masculino é um tema negligenciado pelos homens e
profissionais de saúde?
É notória a carência de estudos a respeito do tema, o que provavelmente
se dê pela baixa incidência da doença (TRAJANO et al., 2018). Contudo, é
imprescindível que estudos sobre o tema sejam realizados afim de sanar a falta
de informação e preconceito, proporcionando assim uma maior chance de cura
através do diagnóstico precoce.
Diante desse cenário, esse trabalho tem como objetivo geral identificar os
principais métodos de diagnóstico e tratamento do câncer de mama masculino,
por meio de uma revisão de literatura. Os objetivos específicos são verificar os
principais desafios encontrados pelos homens no cuidado da saúde, constatar
os diferentes exames utilizados para diagnosticar o câncer de mama masculino
e debater sobre as principais estratégias utilizadas no tratamento.
14
2 REVISÃO BIBLIOGRAFICA
2.1 CÂNCER DE MAMA EM MULHERES
O câncer de mama é apontado como uma das principais causas de morte
entre as mulheres brasileiras. Estima-se que de 5% a 10% dos casos de câncer
mamário são de caráter hereditário, o histórico de acometimento de familiares
de primeiro grau e alguns fatores específicos como, câncer de mama em
pessoas do sexo masculino, presença de nódulo maligno bilateral, são
importantes indicadores de risco de câncer de mama hereditário. Com avanços
tecnológicos na área da biologia molecular, possibilitou a identificação de
mutações genéticas, destacando-se o gene BRCA1 e BRCA2 como supressores
tumorais (MICHELLI et al., 2013).
Além da hereditariedade, existem outros fatores de risco como hábitos de
vida, influencias ambientais e idade avançada. A obesidade é responsável por
aumentar os níveis de estrogênio produzidos nos tecidos adiposos. A exposição
à radiação ionizante também é apontada como uma das principais influencias
ambientais, sendo a dose diretamente proporcional, e inversamente proporcional
a idade da mulher quando exposta a radiação (SILVA, 2011).
O estudo populacional da sobrevida de mulheres com câncer de mama
ajuda a compreender o comportamento da enfermidade mediante os fatores e
prognóstico. Entre os fatores mais importantes em mulheres com neoplasia
mamaria estão o tamanho do nódulo, raça, atraso para iniciar o tratamento e
pouco poder aquisitivo. Pesquisas mostram que quando o câncer de mama é
diagnosticado no estágio inicial, a taxa de sobrevida fica entre 80% a 90%. No
entanto quando a doença é identificada tardiamente e com presença de
metástase, a taxa de sobrevida de 5 anos fica em torno de 30% (AYALA, 2019).
Entre os métodos de investigação, está o exame clínico e a mamografia
de rastreamento, que geralmente é realizada em pacientes assintomáticas.
Existe também a mamografia de diagnóstico, realizada a partir de queixas das
pacientes que apresentam sinais e sintomas do câncer mamário. A evolução em
imaginologia mamária contribuiu para o diagnóstico da neoplasia da mama em
estágio cada vez mais precoce, tendo como exemplos as técnicas de
tomossíntese, mamografia com uso de contraste, a tomografia por emissão de
15
pósitrons, a ressonância magnética, e a ultrassonografia (NASCIMENTO;
PITTA; RÊGO,2015; ALVES et al., 2019).
O controle do câncer mamário se dá através da descoberta precoce em
que a neoplasia se encontra contida nos parênquimas mamários. Quando
apresenta tamanho máximo de três centímetros, possibilita o uso de tratamentos
menos invasivos e com maiores chances de cura. O exame clínico e a
mamografia se destacam como métodos mais eficazes para diagnosticar o
câncer precocemente, tendo em vista que o autoexame só constata a neoplasia
quando se apresenta em estágio mais avançado (SILVA, 2011).
A cirurgia conservadora em conjunto com a radioterapia são os métodos
mais adequados para iniciar o tratamento. A cirurgia é dividida em mastectomia
segmentar e parcial, tumorectomia e quadrantectomia, enquanto a radioterapia
é a modalidade que faz uso da radiação ionizante para inibir o crescimento das
células cancerígenas. Existem também tratamentos mais especifico, como
terapia antiangiogênica que age inibindo os fatores de crescimento celular e a
imunoterapia (AZEVEDO; SILVA; SOUZA, 2018).
2.2 CÂNCER DE MAMA EM HOMENS
As mamas são constituídas dos mesmos tecidos em ambos os sexos até
o momento da puberdade. A partir da puberdade, as mamas femininas
apresentam um desenvolvimento dos lóbulos, ductos e volume, diferente dos
homens onde não ocorre esse desenvolvimento (SILVA, 2015).
A origem do câncer de mama na população do sexo masculino é
desconhecida, mas são conhecidos fatores de risco ligados ao surgimento e
desenvolvimento dessa neoplasia. São eles: histórico familiar, deficiência
hepática, terapias hormonais prolongadas, anormalidades testiculares,
obesidade, síndrome de klinefelter, mutações no gene BRC1 e BRC2 e
ginecomastia que, apesar de não ser considerado um fator de risco
isoladamente, apresenta bastante associação com o cancro da mama masculina
(SILVA; XAVIER, 2018).
Segundo Dantas et al., (2015), os homens não possuem hábitos no
cuidado preventivo com a saúde e se expõem aos fatores externos de riscos, o
que os deixam vulneráveis a diversos agravos, incluindo o câncer de mama.
16
2.2.1 Fatores hormonais e genéticos
O câncer mamário no homem apresenta quantidades maiores de
receptores hormonais se comparado ao câncer de mama em mulheres. Além
das gônadas, existem outros locais no corpo humano onde acontecem a
produção do estrogênio, como no osteoblasto, hipotálamo, musculo liso da aorta
e do endotélio vascular (MOTA, 2010).
O déficit de testosterona e excesso de progesterona no organismo,
produto do desequilíbrio hormonal, elevam as chances de os homens
desenvolverem câncer de mama. Em alguns casos o desequilíbrio se dá por
tratamentos hormonais para o câncer de próstata ou devido ao uso continuo de
estrogênio pelos transexuais. A predisposição genética também é um fator
importante, pois pode aumentar o risco de desenvolvimento da doença em 2,5
vezes. Além disso, os portadores da síndrome de Klinefelter, que tem como
característica principal a presença de um cromossomo X a mais (47 XXY),
exibem testículos atrofiados, ginecomastia, níveis elevados de gonadotrofinas e
baixos níveis de testosterona. (MEIRELES, 2013).
A faixa etária de idade de homens portadores da síndrome de Klinefelter
com câncer de mama é de aproximadamente 58 anos, idade inferior à média de
incidência dessa população com ausência da síndrome. A ocorrência do câncer
de mama pode ser 20 vezes mais comum em portadores da Síndrome de
Klinefelter. As mutações genéticas no gene BRCA1 E BRCA2 são responsáveis
por, em média, 30% a 86% dos canceres de mama hereditário em mulheres, em
contrapartida, o câncer de mama herdado na população musculina, fica em torno
de 4% a 40%. Estudos feitos pelo Instituto Nacional de Câncer mostraram que o
risco acumulativo para homens de 70 anos, portadores de mutações no gene
BRCA1, é de 1,2%. No entanto, se comparar o homem com a mesma faixa etária
de idade, porém sendo portador da mutação no gene BRCA2, o risco
acumulativo de desenvolver o cancro de mama aumenta para,
aproximadamente, 6,5%. (HAAS; COSTA; SOUZA, 2009).
2.2.2 Fatores Ambientais e Ocupacionais
Os fatores ambientais ligados diretamente as atividades ocupacionais,
como exposição a altas temperaturas e químicos diariamente, contribuem com o
aumento da frequência do câncer de mama masculino. As indústrias de sabão e
17
perfumes são as mais citadas em estudos, contudo, pesquisas mostram que a
exposição profissional crônica a gasolina e ao fumo representam também um
fator de risco. A exposição a campos eletromagnéticos produzido pelas
indústrias podem inibir a glândula pineal e com isso causar a diminuição da
melatonina, entretanto, não se sabe claramente o tempo de exposição
necessário em relação ao risco de desenvolver a neoplasia (MARQUES; JÚLIO,
2012; SILVA; SILVA, 2018).
2.2.3 Fatores Dietéticos e Obesidade
O consumo de bebidas alcoólicas aparenta ser um fator de risco para
ambos os sexos, devido sua influência nos níveis hormonais. O indício de que a
ingestão frequente de álcool diminui a concentração de testosterona não tem
fundamento científicos. No entanto, o consumo prolongado de álcool é apontado
como fator importante para o surgimento de doenças hepáticas, como cirrose e
insuficiência hepática e essas patologias contribuem para o aumento dos níveis
de estrogênio no organismo. Uma pesquisa europeia mostrou que os homens
que consumem uma quantidade superior a 90g/ dia de álcool tem probabilidade
seis vezes maior de desenvolver a neoplasia mamaria se comparado ao homem
que consome uma quantidade inferior a 15g por dia. Assim também a obesidade
desempenha um papel importante de risco para o hiperestrogenismo em
homens, pois o homem acima do peso apresenta níveis elevados de estrogênio
circulante devido a atuação da enzima aromatose nos tecidos adiposos, que
transforma a testosterona em estradiol e a androstenediona em estrona. A
obesidade duplica o risco de o homem ter câncer de mama (MEIRELES, 2013).
2.2.4 Classificação dos Tumores
Através da classificação da expressão gênica molecular em quatro
fenótipos (RE+/LUMINAL, NORMAL SÍMILE, HER2- POSITIVO E BASAL)
apresentado por Freitas et al., (2008), foi possível delinear padrões diferentes de
expressão biológica dos carcinomas de mama com importantes inferências
prognósticas e terapêuticas. São cinco os tipos de câncer de mama que pode
afetar os homens, sendo eles: o carcinoma ductal in situ, cuja formação
acontece nos ductos mamário, não é invasivo e não se espalha para os tecidos
18
adjacentes; o carcinoma ductal invasivo que é o mais agressivo e se espalha a
partir dos ductos e se desenvolve no tecido adiposo, o carcinoma lobular invasivo
que é o tipo mais raro, tem predominância no tecido adiposo da mama; a doença
de Paget cuja enfermidade pode estar ligada ao carcinoma ductal invasivo ou in
situ, inicia-se nos ductos mamários causando pústula no mamilo, coceira, edema
podendo também ocorrer sangramento e o câncer de mama inflamatório, que
causa inflamação da mama, rubor, pirose e inchaço, é raro no homem e não
apresenta formação de nódulo. O tipo histológico de carcinoma mamário com
maior prevalência no sexo masculino é o carcinoma ductal, sendo incomum o
tipo lobular. Cerca de 10% dos casos apresentam a enfermidade in situ, a maior
predominância é do tipo invasor (RODRIGUES; BEZERRA; PASSOS, 2018).
Os tumores de mama em homens apresentam quantidades maiores de
receptores hormonais quando comparado aos tumores de mama feminina.
Aproximadamente 80% dos carcinomas mamário masculino exibem receptores
de estrogênio e cerca de 80% a 90% apresenta receptores positivos de
progesterona (COSTA et al., 2019).
2.2.5 Apresentação clínica
O quadro clínico geralmente se inicia de forma silenciosa, com
abaulamento do tecido mamário próxima a região retro aureolar e encolhimento
da pele, podendo evoluir com presença de nódulo, sendo acompanhado ou não
de dor mamaria, presença de secreção papilar e surgimento de nódulo na região
axilar (MARQUES; JÚLIO, 2012; ARRUDA et al.,2014).
2.2.6 Prognóstico
A raridade do câncer de mama em homens e a baixa suspeita clínica
influenciam para o atraso do diagnóstico e por consequência disso, a
identificação da enfermidade em estágios mais avançados, implicando em um
pior prognóstico, encaminhando esse paciente tardiamente para o profissional
especializado. Geralmente existe um grande intervalo de tempo entre a
percepção da alteração na mama e a consulta médica. Devido a quantidade
reduzida de tecidos mamários é comum constatar a neoplasia em estádio mais
avançado, com a existência de comprometimento da pele ou parede torácica,
19
mesmo quando o tumor se apresenta com tamanho reduzido. Diante desses
casos o paciente é submetido a terapias radicais como, mastectomia radical ou
radical modificada (ESPINOLA; FALCONE; TORRESAN, 2013; AZEVEDO:
MONTEIRO, 2018).
2.2.7 Conhecimento dos homens sobre o câncer de mama masculino
O processo saúde - doença tem como determinante entre outros fatores,
o comportamento social do indivíduo. O estudo da masculinidade como resultado
da modulação social auxilia na compreensão das dificuldades sofridas pelos
homens no cuidado da saúde. Alguns hábitos que são considerados prejudiciais
a saúde e que são praticados principalmente pelos homens como a ingestão de
bebidas alcoólicas, má alimentação e tabagismo os tornaram alvos de estudos
na Europa e também no Brasil, por ser de extrema relevância no perfil de
morbimortalidade nessa população (PASCHOALICK; LACERDA;
CENTER.2006).
As particularidades no gênero masculino e feminino são moldadas pelo
contexto social e cultural ao qual os sujeitos estão inseridos assim, a
masculinidade não está somente determinada pelos aspectos biológicos, os
aspectos psicológicos e sociais também inferem de forma direta na modulação
da virilidade. A compreensão da masculinidade numa perspectiva cultural dita
um modelo que inclui normas e padrões a serem seguidos pelos homens. O
esperado acerca do ser homem pela sociedade não está delimitado apenas nas
relações interpessoais, mas está também na forma em que os homens percebem
e tratam seus corpos. O corpo masculino ainda é visto como forte e viril,
responsável pelo sustento da família (COSTA JUNIOR; MAIA, 2009).
Alguns indicadores apontam que o índice de mortalidade é superior no
sexo masculino devido a fatores biológicos e principalmente comportamentais.
Um estudo realizado por Gomes; Nascimento e Araújo (2007), com o intuito de
entender o motivo dos homens buscarem menos os serviços de saúde do que
as mulheres, mostrou que para essa população a definição de “ser homem” está
fortemente ligada a virilidade, fortaleza e invulnerabilidade, transparecendo
assim o receio de demostrar fragilidade ao procurar os ambientes de saúde, o
qual eles acreditam não pertencer. Entretanto, existe outra questão levantada
durando a pesquisa para justificar a baixa procura, como os horários de
20
funcionamento dos serviços básicos de saúde que coincide com o horário de
trabalho. Se por um lado o trabalho dificulta a procura por atendimento médico,
por outro facilita, pois na maioria das empresas é necessário que o funcionário
realize exames de rotina para o fichamento do mesmo (LAURENTI; GOTLIEB,
2005).
Estudos mostram que a presença dos homens nos serviços de Atenção
Primaria a Saúde é inferior à da mulher, mesmo apresentando taxas
significativas nos perfis de morbimortalidade. Alguns autores relacionam essas
questões a sociabilização dos homens o qual acreditam que as práticas no
cuidado com a saúde, não são práticas masculinas (NASCIMENTO; ARAUJO,
2007; RODRIGUES, 2012).
Uma pesquisa realizada por Souza et al., (2017), a respeito do
conhecimento do homem e a prevenção do câncer de mama no gênero, mostrou
que 69,4% dos homens entrevistados tem consciência de que o câncer de mama
também pode acometer os homens e 30,6% deles desconhecem essa
informação. Enquanto outra pesquisa realizada por Trajano et al., (2018), com
o mesmo sentido de estudar o conhecimento dos homens sobre a neoplasia
mamaria, mostrou que 22,6% dos entrevistados tem conhecimento, mas 77,4%
narraram que desconhecem essa patologia em homens.
A falta de cuidados e manutenção da saúde contribuem para que o acesso
desses homens aos serviços de saúde aconteça por meio da assistência
especializada, quando a doença já está instalada no corpo. Com isso ocorre o
aumento não somente dos gastos públicos, mas também com o sofrimento físico
e psicológico desses pacientes (VIEIRA et al., 2013).
2.2.8 Conhecimento dos profissionais de saúde sobre o câncer de mama
em homens
A população masculina apresenta dificuldade de identificar suas carências
de saúde, rejeitando a probabilidade de adoecer frente aos padrões de
masculinidade e força em virtude da preconcepção social. Acrescenta-se a isso
a deficiência que o Brasil apresenta no cuidado a saúde do homem,
principalmente nas unidades básicas de saúde, que tem como foco principal as
classes populacionais vistas como vulneráveis, como crianças, mulheres,
21
adolescentes e idosos, tornando assim a inclusão do homem na assistência à
saúde um trabalho árduo (SILVA; XAVIER, 2018).
Oliveira; Silva; Barros (2013), realizaram um estudo em três unidades de
saúde nas zonas LESTE/SUDESTE de TERESINA (PI) com intuito de analisar e
reconhecer os saberes e práticas dos profissionais médicos e enfermeiros sobre
o câncer de mama masculino. Quando indagados sobre o conhecimento a
respeito da temática, as respostas foram bastantes parecidas. Afirmaram que
conhecem muito pouco e somente na teoria, na prática nunca tiveram
experiências. Essas informações enfatizam a inexistência de sistematização no
atendimento dispensado aos homens e os poucos serviços destinados a essa
população apresentam falta de recursos, causando fragilidade na qualidade do
atendimento prestado.
Frente a essas dificuldades, o Ministério da Saúde criou a POLITICA
NACIONAL DE ATENÇAO INTEGRAL À SAUDE DO HOMEM (PNAISH), que
tem por finalidade proporcionar melhores condições de saúde para o público
masculino (LEAL; FIGUEIREDO; SILVA, 2012).
2.2.9 Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH)
Nos anos 80 houve um movimento no Brasil chamado de reforma
sanitária, essa reforma revolucionou a saúde pública no país. O direito a saúde
que antes era somente da classe trabalhadora, passou a ser direito de todos e
dever do estado. Tem como princípio, três pilares: “Universalidade, Integralidade
e Equidade”. No entanto, apesar da consolidação do Sistema Único de Saúde
(SUS), a distribuição de insumos e serviços principalmente no setor oncológico
é muito inferior ao desejado, causando assim atrasos significativos no
diagnóstico e tratamento de pacientes portadores de neoplasias (GUIMARÃES,
2019).
Segundo Fontes et al., (2011), a atenção primária em saúde foi criada
para ser a porta de entrada da população aos serviços de saúde. Entretanto, a
baixa procura da população masculina a esses serviços entre outros fatores
contribuiu para que o Ministério da Saúde criasse um programa voltado
exclusivamente para o público masculino. A PNAISH foi criada em 2008 com o
objetivo de dirigir as ações em saúde e incentivar o autocuidado da população
masculina com idade entre 20 e 59 anos. A união da PNAISH e APS (Atenção
22
Primaria em Saúde) fortalece as ações e serviços, principalmente a
conscientização da vulnerabilidade resultante e da construção da masculinidade
fundamentada em paradigmas sociais e culturais (OLIVEIRA et al., 2015; VIEIRA
et al., 2013).
2.2 DIAGNÓSTICO POR IMAGEM
O câncer de mama em homens é diagnosticado tardiamente, a partir dos
60 anos. O diagnóstico na maioria das vezes só acontece quando o câncer já
está em estágio avançado devido ao desconhecimento do paciente sobre a
doença e até mesmo do profissional médico (HAAS; COSTA; SOUZA, 2009).
No Rio Grande do Sul, estado Brasileiro onde apresenta maior taxa de
incidência dessa neoplasia em homens, o diagnóstico teve um aumento
significativo. No ano de 2008 foram diagnosticados 1.990 casos, com um
agravante de mortalidade de homens de diversas idades, dados que enfatizam
ainda mais a relevância dos homens em procurar a assistência médica (AMARAL
et al., 2017).
2.3.1 Mamografia
Mesmo não havendo um protocolo especifico para investigação de
neoplasias da mama masculina, se faz necessário exames de imagens. A
mamografia se apresenta como um recurso excepcional para esse fim, pois os
aparelhos apresentam alta sensibilidade possibilitando a visualização das
estruturas mamárias com riqueza de detalhe. Esse método usa radiação
ionizante e é considerado como exame padrão ouro para o diagnóstico, capaz
de detectar lesões em estágio inicial. Nos casos onde o paciente apresenta
lesões palpáveis, nessas circunstâncias a lesão pode não aparecer nas imagens
radiográficas ou pode aparecer parcialmente, necessitando assim de exames
complementares (ANDRADE, 2014; RODRIGUES; BEZERRA; PASSOS, 2018;
ARAUJO et al 2018).
Usualmente são realizadas duas incidências padrão, sendo elas a
craniocaudal e médio lateral oblíquo. As mamas são comprimidas para obtenção
das imagens causando um pequeno desconforto, porém suportável. Havendo
necessidade, o médico pode requisitar incidências complementares que pode
23
confirmar ou descartar a suspeita. Para gerar uma imagem de qualidade, a
mama precisa ser comprimida, pois essa medida ajuda na distinção anatômica
da mama minimizando a espessura e possibilitando maior contato com o
receptor, desassociando as estruturas e evitando sobreposição (ANDRADE,
2014).
Na incidência craniocaudal, o paciente fica em pé ou sentado, de frente
para o aparelho, mama sobre o receptor, cabeça virada para o lado, a mama é
tracionada para frente afim de alinhar o mamilo com o centro do receptor para
que o raio central fique direcionado para o centro da mama. A incidência média
lateral oblíqua é uma complementação da incidência crânio caudal. O paciente
precisa estar em ortostase ou sentado, a mama suspensa, cabeça virada para o
lado oposto, membros superiores relaxados, o braço do lado da mama
radiografada precisa estar segurando o suporte do equipamento, aparelho na
angulação de 45 graus, a mama é estirada e comprimida, a parte superior da
bandeja precisa estar repousando sob a clavícula e o raio central incidindo no
centro da base da mama (RODRIGUES; BEZERRA; PASSOS, 2018).
Quando as imagens mamográficas apresentam alterações é importante
que o laudo anexado as imagens traga informações de fácil compreensão para
os demais profissionais. A classificação BI-RADS é uma ferramenta que facilita
o entendimento da lesão. Através dessa classificação é possível saber se
somente o exame de mamografia é suficiente para dar o diagnóstico ou se é
preciso a utilização de outros métodos complementares (SILVA; XAVIER, 2018).
As classificações BI-RADS são divididas em seis categorias: BI-RADS1
imagem normal, sem alterações; BI-RADS2 achado benigno; BI-RADS3 quando
é encontrado alterações com grandes chances de ser benigna, porém o médico
indica acompanhamento por pelo menos 2 anos; BI-RADS4 achado suspeito, o
paciente precisa ser submetido a exame de biopsia, para descartar ou confirmar
a suspeita; BI-RADS5 achado com risco elevado de malignidade em até 95% de
chance de ser câncer e BI-RADS6 cuja classificação é usada em pacientes com
confirmação da neoplasia (MARCONATO; SOÁREZ; CÍCONELLI, 2011).
24
2.3.2 Ultrassonografia
A descoberta do efeito piezelétrico feita em 1880 pelos irmãos Curie
resultou na ultrassonografia (USG) que conhecemos hoje. Através de
experimentos eles perceberam que a aplicação de uma pressão mecânica sobre
determinados cristais seria capaz de produzir um potencial elétrico entre as faces
externas opostas, gerando som numa frequência maior que 20KHz, conhecido
posteriormente como ultrassom. Os irmãos perceberam também que a aplicação
do ultrassom nos cristais piezelétrico revertia a energia mecânica em elétrica.
Quando um pulso de ultrassom é emitido, ele esbarra no obstáculo e retorna a
sua origem com informações da estrutura encontrada (SEOANE; GARCIA;
FRÕES, 2011).
Desde a década de 70, a USG já era cotada para o uso no diagnóstico
das patologias da mama, em especial o câncer de mama. No entanto, esse
método de diagnóstico apresentava inúmeras deficiências como por exemplo
baixa qualidade de imagem e incapacidade de identificar microcalcificações. Por
um tempo essa técnica ficou em desuso, até que nos anos 80, com o progresso
da tecnologia, o ecógrafo possibilitou registros em tempo real e o melhoramento
de resolução de imagem, a USG de fato conquistou um espaço de destaque no
diagnóstico de anomalias mamarias.
Apresenta pontos positivos quando comparado a outros meios de
diagnóstico como a não utilização de radiação ionizante, não é um método
invasivo e tem um índice elevado de aceitação pelos pacientes, além de fornecer
informações que complementam outros exames. A década de 90 foi um grande
marco para a tecnologia de USG. A tecnologia desenvolvida nessa década é
utilizada até os dias atuais, onde houve aumento no índice de resolução dos
equipamentos de sonografia, surgimento do Doppler colorido, monotomia
interligado a USG, imagens tridimensionais entre outros.
Apesar de todo avanço sofrido, o diagnóstico final é sempre guiado pelo
laudo histopatológico. Todavia o baixo custo e facilidade ao acesso é o que torna
a USG tão utilizada pelos pacientes (NASCIMENTO; PITA; RÊGO, 2015).
A ultrassonografia é um excelente aliado nos casos em que o paciente
apresenta uma chance elevada de desenvolver câncer mamário. O exame
também é considerado como método complementar da mamografia,
25
considerando as limitações da mesma. Por outro lado, o uso dos dois métodos
no diagnóstico pode elevar o custo e aumentar as chances de resultados falso-
positivo. Existem ferramentas que podem ser acrescidas aos exames, que
reduzem a ocorrência desses resultados falso-positivos como, doppler,
elastografia mamaria, meios de contraste entre outros (VIEIRA et al., 2018).
2.4 TRATAMENTO
No contexto geral, o tratamento do câncer de mama no homem deve ser
guiado pelo estágio da enfermidade. Entretanto, as recomendações são
baseadas nos protocolos usados no tratamento do câncer de mama em
mulheres, tendo em vista que devido a raridade em homens, não existe
protocolos específicos para esse público (MEIRELES, 2013).
2.4.1 Radioterapia
O tratamento de radioterapia usa como principal ferramenta a radiação
ionizante em áreas pré-determinadas com objetivo de eliminar ou reduzir células
malignas. Pode ser usada antes ou após o tratamento cirúrgico, dependendo do
que o médico julgar necessário. A radioterapia também contribui nos casos em
que não há chance de cura, pois a radiação age diminuindo o tamanho da
neoplasma, proporcionando melhor qualidade de vida ao paciente em estado
terminal (AZEVEDO; SILVA; SOUZA, 2018).
Durante o tratamento a radiação ionizante ataca as células malignas. A
dose é previamente calculada e o feixe é direcionado milimetricamente para o
ponto exato da neoplasia, causando menor dano possível as células sadias
(HAAS; COSTA; SOUZA, 2009).
Existem duas modalidades de tratamentos na radioterapia, a
braquioterapia; que são sementes radioativas implantadas diretamente no tumor
e a teleterapia; que consiste em um feixe de radiação ionizante de alta potência
que incide diretamente no alvo, sendo este o método mais utilizado no combate
ao câncer de mama (MARTA et al 2011).
Um estudo realizado por Monsanto et al., (2013), com intuito de avaliar a
influência da radioterapia na qualidade de vida dos doentes com cancro de
mama, mostrou que não ocorreu mudanças significativas na saúde global dos
26
pacientes, no entanto foi identificada uma diminuição das funções cognitivas. Em
contrapartida, houve uma evolução da função emocional. Os autores associam
essa melhora ao apoio ofertado pelos profissionais de saúde, especificamente
aos técnicos de radioterapia.
2.4.2 Cirurgia
A cirurgia é primordial na terapia do cancro de mama no homem. O
método cirúrgico padrão para o câncer mamário nos homens antes dos anos 70
era a mastectomia radical, mesmo método usado em mulheres. Porém esse
procedimento tem sido gradualmente substituído por métodos menos invasivos,
como a mastectomia simples ou radical modificada conforme o tamanho da
lesão. O esvaziamento axilar é realizado sempre que a avaliação cirúrgica indica
comprometimento dos gânglios da axila, como principal parte do tratamento
(MEIRELES, 2013).
A cirurgia conservadora é indicada em pacientes em estágio I e II. As duas
técnicas utilizadas nesse método é a quadrantectomia, no qual é feito a
ressecção de toda área da mama onde se apresenta o tumor, incluindo fáscia do
musculo peitoral e pele. Já na tumorectomia é retirada toda neoplasia incluindo
a borda dos tecidos mamário não afetados.
Antes do procedimento cirúrgico é necessário a realização do exame de
mamografia para o planejamento pré-operatório. A análise histológica não é
obrigatória, mas, é um importante aliado no processo cirúrgico. Todavia a
mastectomia conservadora não é indicada em casos em que o paciente
apresenta restrição a radioterapia, tendo em vista que se faz necessário o uso
da radiação ionizante nos tecidos mamário residual (TIEZZI, 2017).
A mastectomia radical modificada é um método muito indicado para os
homens devido à ausência de parênquima mamário. Na maioria dos casos, os
tumores se apresentam na região retro areolar, palpável, não permitindo o uso
do método conservador (LEME; SOUZA, 2006).
2.4.3 Hormônioterapia
A terapia através de hormônio baseia-se no uso de substancias similar ou
supressoras de hormônio, afim de impedir o desenvolvimento tumoral. É um
tratamento longo, porém apresenta taxas satisfatórias quando aliados as outras
27
terapias. O tratamento hormonal só é indicado após avaliação prévia o qual
demostre que o tumor mamário apresenta receptores positivos de progesterona
e estrogênio. Estudos demostram que o uso inadequado do tamoxifeno (tipo de
terapia hormonal de maior uso em todo mundo) traz prejuízos significativos a
saúde (BRITO; PORTELA; VASCONCELLOS, 2014).
A adesão da hormonioterapia no tratamento do câncer de mama aumenta
a sobrevida de forma significativa, principalmente se essa adesão for feita em
estágio inicial da doença, podendo diminuir as taxas de reincidências e aumentar
a sobrevida em até 15 anos. Outro benefício da terapia hormonal é que a
medicalização é feita por via oral e pelo próprio paciente, permitindo uma melhor
qualidade de vida durante o tratamento (GUEDES et al., 2017).
Pesquisas realizadas mostraram que cerca de 90% dos canceres
mamário masculino apresentam receptores hormonais. Logo, a hormonioterapia
é fundamental no tratamento dessa patologia nesse público. Todavia ainda não
existem estudos aprofundados sobre a tolerância masculina ao tamoxifeno,
algumas literaturas relatam alguns efeitos adversos como, ganho de peso, baixo
libido, depressão e tromboembolismo (MOTA, 2010).
28
3 METODOLOGIA
3.1 TIPO DE ESTUDO
Trata-se de uma revisão de literatura com caráter exploratório, que de
acordo com Marconi; Lakatos (2002), se propõe a uma investigação de um
conhecimento estudado, procurando responder uma indagação levantada em
cima de um tema proposto e assim propiciar a síntese de informações de um
determinado assunto.
3.2 COLETA DOS ARTIGOS
Foi realizado um levantamento de trabalhos relacionados ao tema nas
bases de dados Pubmed, Scielo, BVS e Lilacs. A busca por trabalhos aconteceu
no período de setembro a dezembro de 2019, por meio dos descritores neoplasia
mamária, terapêutica e exames de imagem.
3.3 SELEÇÃO DOS ARTIGOS PARA ANÁLISE
Os critérios de inclusão utilizados se basearam em publicações de língua
portuguesa, com abordagem da temática escolhida e priorização das datas de
publicação entre os anos 2005 a 2019.
Os critérios de exclusão foram artigos em língua estrangeira, estudos que
não se relacionaram com os objetivos do trabalho e publicações anteriores a
2005.
Foram pré-selecionados 97 referências por meio da leitura dos títulos e,
após leitura dos resumos, foram selecionados15 para a construção da revisão
de literatura. Em posse dos artigos, realizou-se uma leitura exploratória de cada
estudo.
3.4 ANÁLISE DE DADOS
A análise dos dados foi realizada de forma descritiva, possibilitando ao
profissional avaliar a qualidade das evidencias sobre o tema investigado e,
29
consequentemente, fornecendo subsídios para a tomada de decisão, além da
identificação de lacunas do conhecimento para a realização de pesquisas
futuras.
30
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram analisados 15 artigos selecionados a partir dos critérios de inclusão
preestabelecidos. Na análise dos artigos foi possível observar que, dentre os
autores, estavam envolvidos médicos, enfermeiros e profissionais das técnicas
radiológicas.
Quanto ao delineamento metodológico dos estudos, dez artigos tiveram
abordagem qualitativa, quatro artigos com abordagem quantitativa e um trabalho
com ambas as abordagens. Dentre esses trabalhos seis foram revisões de
literatura, quatro investigações de campo, e em cinco foram utilizados métodos
de coleta de dados secundários a partir de programas, sites e prontuários. No
apêndice estão os quadros sobre os artigos contidos nesta revisão de literatura
e as suas principais abordagens.
Observou-se que o câncer de mama é um tema bastante difundido em
todo mundo. O que pouco se sabe é que tal neoplasia também afeta os homens,
numa proporção bem inferior, apenas 1% de todos os casos de câncer mamário.
Contudo, essa enfermidade pode ser letal quando descoberta tardiamente
(TRAJANO et al., 2018).
Em um panorama geral, o cancro mamário se apresenta de forma
bastante parecida em ambos os sexos, porém existem algumas singularidades
no sexo masculino como o grande atraso no diagnóstico, fator que compromete
significativamente o prognóstico do paciente, além da maior exposição aos
fatores externos de risco, com o agravante da ausência de hábitos de cuidados
preventivos da saúde (DANTAS et al 2015; LEME; SOUZA, 2006; COELHO et
al 2018).
Alguns estudos mencionam que os fatores hormonais e genéticos são
responsáveis por uma parcela importante dos casos de câncer de mama
masculino, como a mutação do gene BRCA2 representando até 40% desses
casos. Se essa mutação estiver associada a síndrome de Klinefelter, a média de
idade para o acometimento pode diminuir para até 58 anos, sendo 9 anos mais
precoce. O consumo de bebidas alcoólicas e obesidade são importantes fatores
externos de risco, pois ambos aumentam os níveis de estrogênio circulante no
organismo, contribuindo para o desequilíbrio hormonal (HAAS; COSTA; SOUZA,
2009; MEIRELES, 2013).
31
De acordo com os resultados apresentados a masculinidade vai além dos
aspectos biológicos. Ser homem no contexto social está ligado a virilidade,
fortaleza, invulnerabilidade e tais aspectos impactam negativamente no cuidado
com a saúde. A procura por atendimento médico primário é muito abaixo do
esperado, visto que as questões sociais e culturais inferem diretamente na
ausência desse público nos postos de saúde (GOMES; NASCIMENTO;
ARAÚJO, 2007; RODRIGUES, 2012).
O desconhecimento da população masculina sobre câncer de mama
torna-se também um empecilho para o diagnóstico precoce. A descoberta
acontece de forma tardia e, na maioria dos casos, ocorre quando já existe um
comprometimento de tecidos e órgãos, ocasionando em prognóstico pouco
favorável (MARQUES; JÚLIO, 2012).
Segundo Oliveira; Silva e Barros (2013), a carência de estudos
relacionados a neoplasia mamaria masculino e a baixa ocorrência da mesma,
implica na ausência de padronização no diagnóstico e tratamento, sendo
empregadas as mesmas abordagens em ambos os sexos. Os profissionais de
saúde como médicos e enfermeiros detém pouco conhecimento teórico e prático
sobre a temática, evidenciando a necessidade de novos estudos.
Observou-se que a Política Nacional de Atenção Integral a Saúde do
Homem (PNAISH) surgiu da necessidade de políticas voltadas exclusivamente
ao cuidado preventivo da saúde dessa classe e de ações de conscientização e
desconstrução de paradigmas sociais, onde a masculinidade é superestimada e
vista através de uma ótica irreal, no qual o corpo masculino se apresenta como
invulnerável (OLIVEIRA et al., 2015; VIEIRA et al., 2013).
Nota-se que, embora não exista padronização para o diagnóstico da
neoplasia mamária masculina, a mamografia e a ultrassonografia são os
métodos de diagnóstico por imagem mais utilizados. Devido à alta sensibilidade
que os mamógrafos apresentam, o exame de mamografia é capaz de identificar
alterações mamárias ainda em estágio primário. As incidências realizadas para
obtenção de imagens são as mesmas utilizadas em mulheres, ou seja,
craniocaudal e mediolateral oblíqua (ANDRADE, 2014; RODRUIGUES;
BEZERRA; PASSOS, 2018).
A ultrassonografia se apresenta como coadjuvante para diagnosticar o
câncer mamário em estágio inicial. Ao longo do tempo os equipamentos sofreram
32
mudanças ao qual favoreceu o diagnóstico através desse método. No entanto,
essa técnica precisa ser aliada a outros métodos como a mamografia e o exame
histológico para obtenção do diagnóstico final. A ultrassonografia tem como
principais vantagens a aquisição de imagens em tempo real, ausência de
radiação ionizante e o baixo custo (NASCIMENTO; PITA; RÊGO, 2015).
Para Meireles (2013), o tratamento empregado no câncer de mama
masculino dependerá de alguns fatores, todavia são aplicados os mesmos
protocolos utilizados em mulheres. Um estudo mostrou que, aproximadamente
90% dos canceres mamário masculino apresentaram receptores hormonais, o
que indica resposta positiva ao tratamento. Entretanto existem efeitos adversos
ao tamoxifeno, medicamento utilizado no tratamento, e a tolerância masculina
ainda não foi profundamente estudada (MOTA, 2010).
Constatou-se que a radiação ionizante é uma ferramenta poderosa no
combate ao câncer de mama por meio da modalidade de radioterapia. A radiação
age diretamente nas células malignas, combatendo o crescimento desordenado,
proporcionando maior chance de sucesso no procedimento cirúrgico. Além de
ser utilizados em alguns casos no qual o paciente não responde mais aos outros
tratamentos, a radiação atrasa o crescimento da neoplasia, promovendo uma
melhor qualidade de vida ao paciente na fase final da vida (AZEVEDO; SILVA;
SOUZA, 2018).
As pesquisas mostraram que não há alterações significativas na saúde
geral do paciente quando se usa radiação ionizante por meio da radioterapia.
Porém, alguns pacientes apresentam redução das funções cognitivas, mas
avanços da função emocional foram alcançadas, e atribuídas a assistência
prestada pelos profissionais das técnicas radiológicas (MONSANTO et al., 2013).
A cirurgia é uma das primeiras escolhas para tratar o câncer da mama. A
técnica de mastectomia modificada é a mais utilizada em homens devido à
ausência de parênquimas mamário apresentados por essa população. Na
presença de comprometimento dos gânglios axilares é feito o esvaziamento
dessa área. Ainda assim, o método conservador não é indicado ao paciente que
não poderá ser submetido a radioterapia após o processo cirúrgico, devido a
importância do uso da radiação para eliminar células malignas residuais
(MEIRELES, 2013; TIEZZI, 2017).
33
Por ser uma neoplasia em que muito dos seus aspectos se assemelham
ao câncer de mama feminino, a enfermidade mamaria masculina responde
positivamente aos tratamentos praticados em mulheres, o que é muito bom!
Todavia algumas singularidades devem ser estudadas para que ajustes sejam
feitos afim potencializar o processo terapêutico
34
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A avaliação do cenário atual do câncer de mama masculino mostrou que,
apesar do aspecto de raridade, a neoplasia mamaria representa um risco
importante a saúde do homem. Tem como principais fatores de risco
desequilíbrio hormonal, mutação do gene BRC2, síndrome de Klinefelter,
obesidade e alcoolismo. A descoberta da doença ocorro de forma tardia devido
à baixa suspeita clínica, ausência de conhecimento da população sobre tema e
rejeição masculina frente a possibilidade de adoecimento.
Ficou evidenciado que, embora não exista padronização para o diagnóstico
e tratamento, os métodos empregados se mostraram bastante eficazes. Todavia
novos estudos devem ser realizados para melhor compreensão dos reais efeitos
adversos provocados no organismo masculino com o tratamento hormonal
através do tamoxifeno.
Compreende-se a importância de voltar a atenção as fragilidades da
população masculina e conscientização dos agravos a saúde. Poucos são os
trabalhos que abordam o câncer de mama masculino, o que justifica a escassez
de conhecimento dos profissionais de saúde. Os poucos estudos existentes são
antigos, fortalecendo a necessário de realização de novos estudos que abordem
essa temática.
35
REFERÊNCIAS
ALVES, P. C., et al. Efeitos de intervenção educativa no conhecimento e atitude sobre detecção precoce do câncer de mama. Rev Rene (Online), Fortaleza, v. 20, n. 1, 2019.
AMARAL, D. E. D., et al. Câncer de mama masculino: o contexto do sobrevivente. Rev. enferm. UFPE on line, Pelotas, v. 11, n. 5, p. 1783-1790, 2017.
ANDRADE, S. A. F. A importância do exame de mamografia. Rev. UNILUS Ensino e Pesquisa, São Paulo, v. 11, n. 23, p. 114-117, 2014.
ARAÚJO, I. B. S., et al. Câncer de mama em homens. Rev. Investig, Bioméd.
São Luis, v.10, p. 272-279, 2018. AYALA, A. L. M., et al. Sobrevida em 10 anos em mulheres com câncer de mama: coorte história de 2000-2014. Ciência & Saúde Coletiva, Santa
Catarina, v. 24, p. 1537-1550, 2019. AZEVEDO, F. S.; PARMIGIANI, A. B. Abordagem do câncer de mama masculino na atenção primária: revisão da literatura sobre aspectos epidemiológicos, fatores de risco, manifestações clínicas e encaminhamento precoce ao especialista. Revista científica da escola de saúde de GOIÁS-RESAP, v. 4, n. 2, 2018. AZEVEDO, G. M. R.; SILVA, E. C.; SOUZA, A. P. B. As diferentes formas que os tratamentos radioterápicos auxiliam as mulheres com câncer de mama que poderão ser submetidas à cirurgia conservadora. Revista Saúde & Ciência Online, Campina Grande, v. 7, n. 2, p. 103-113, 2018.
BEZERRA, H. S., et al. Avaliação do acesso em mamografias no Brasil e indicadores socioeconômicos: um estudo espacial. Revista Gaúcha de Enfermagem, Rio Grande do Sul, v. 39, 2018.
BRITO, C.; PORTELA, M. C.; VASCONCELLOS, M. T. L. Fatores associados à persistência à terapia hormonal em mulheres com câncer de mama. Revista de Saúde Pública, v. 48, p. 284-295, 2014.
COELHO, A. S., et al. Predisposição hereditária ao câncer de mama e sua relação com os genes BRCA1 e BRCA2: revisão da literatura. Barretos, RBAC, v. 50, n. 1, p. 17-21, 2018. COSTA, M. C. B., et al. Câncer de mama masculino: uma revisão de literatura do último dez anos. Revista Eletrônica Acervo Saúde, Amazonas, v. 11, n. 2, p. 1-8, 2019. COSTA-JÚNIOR, F, M.; MAIA, A. C. B. Concepções de homens hospitalizados sobre a relação entre gênero e saúde. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 25, n. 1, p. 55-63, 2009.
36
ESPINOLA, J. P.; FALCONE, A. B. M.; TORRESAN, R. Z. Câncer de mama masculino: análise de 12 casos em uma única instituição. Revista Brasileira de Mastologia, Campinas, v. 23, n. 3, p. 87-91, 2013.
FONTES, W. D.,et al. Atenção à saúde do homem: interlocução entre ensino e serviço. Rev. Acta Paul Enferm, São Paulo, v. 24 p. 431-433, 2011. FREITAS, A. M. Souza., et al. Perfil imuno-histoquímico de carcinomas mamários invasores em homens. Revista Bras Patol Med Lab, Rio de Janeiro,
v.44, n.5, p.375-380, 2008. GOMES, R.; NASCIMENTO, E. F.; ARAÚJO, F. C. Por que os homens buscam menos os serviços de saúde do que as mulheres? As explicações de homens com baixa escolaridade e homens com ensino superior. Rev. Cad. Saúde Pública, Rio de janeiro, v.23, p. 565-574, 2007.
GUEDES, J. B. R., et al. Fatores associados à adesão e à persistência na hormonioterapia em mulheres com câncer de mama. Rev Bras Epidemiol, Juiz de Fora, v. 20 p.636-649, out-dez., 2017. GUERRA, M, R., et al. Risco de câncer no Brasil: tendências e estudos epidemiológicos mais recentes. Rev bras cancerol, v. 51, n. 3, p. 227-234, 2005. GUIMARÃES, C. D. Masculinidade e Saúde de Homens com câncer de Mama. Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais, Brasília, 2019. HAAS, P.; COSTA, A. B.; SOUZA, A. P. Epidemiologia do câncer de mama em homens. Revista do Instituto Adolfo Lutz, Florianópolis, v. 68, n. 3, p. 476-
481, 2009. INCA. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. A situação do
Câncer de mama no Brasil: síntese de dados dos sistemas de informação. /
Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. - Rio de Janeiro,
2019. Acesso em: 20 de set. 2019.
LAURENTI, R.; JORGE, M. H. P. M.; GOTLIEB, S. L. Davidson. Perfil epidemiológico da morbi-mortalidade masculina. Rev. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 10, p. 35-45, 2005. LEAL, A. F.; FIGUEIREDO, W. S.; NOGUEIRA-DA-SILVA, G. S. O percurso da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde dos Homens (PNAISH), desde a sua formulação até sua implementação nos serviços públicos locais de atenção à saúde. Ciência & Saúde Coletiva, v. 17, n. 10, p. 2607-2616, 2012.
LEAL, H. S.; CUBERO, Daniel; GIGLIO, Auro Del. Hormonioterapia paliativa em câncer de mama: aspectos práticos e revisão da literatura. Rev. Bras Clin Med, São Paulo, v. 8, n. 4, p. 338-343, 2010.
37
LEME, L. H. S.; SOUZA, G. A. Câncer de mama em homens: Aspectos epidemiológicos, clínicos e terapêuticos, Rev. Ciênc. Méd. Campinas, v.15, p.391-398, 2006 LIMA, A. A. “Do rosa ao azul” No Câncer de Mama: uma pesquisa bibliográfica sobre a neoplasia mamária nos diferentes gêneros, Rev. Eletrôn. Atualiza Saúde, Salvador, v. 1, p. 42-50. 2015.
MARCONATO, R. F.; SOÁREZ, P.; CICONELLI, R. M. Custos de mutirões de mamografia de 2005 e 2006 na direção regional de saúde de Marília. Rev. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.27, p. 1529-1536, 2011.
MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Técnicas de pesquisa: planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisas, elaboração, análise e interpretação de dados. ed. 6- Atlas, São Paulo: 2002. MARQUES, D. L.; JÚLIO, I. C. F. Câncer de Mama Masculino: uma revisão sistemática. REVISTA UNINGÁ, Maringá, v. 34, n. 1, 2012. MARTA, G. N., et al. Câncer de mama estádio inicial e radioterapia: atualização, Rev. Assoc. Med. Bras, São Paulo, v. 57 p.468-474, 2011.
MEIRELES, A. S. Cancro da Mama no Homem a propósito de um caso de Tumor de Células Granulares. 2012-2013, Dissertação (Mestrado Integrado Em Medicina) Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto Largo Prof. Abel Salazar, 2013. MICHELLI, R. D., et al. Câncer de mama hereditário e rastreamento em população de alto risco. Rev. Bras. Mastologia, Barretos, v. 23, n. 2, p. 52-58,
2013. MONSATO, F., et al. Influência do Tratamento de Radioterapia na Qualidade de Vida Dos Doentes Com Cancro de Mama. Rev. Saúde e Tecnologia, v. 9,
p. 40-44, 2013. MOTA, M. C. Cancro da Mama no Homem. Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, 2010. NASCIMENTO, F. B.; PITTA, M. G.R.; RÊGO, M. J. B. M. Análise dos principais métodos de diagnóstico de câncer de mama como propulsores no processo inovativo. Arquivos de Medicina, Recife, v. 29, n. 6, p. 153-159,
2015. OLIVEIRA, C. F.S.; SILVA, É. N. C.; BARROS, I. C. Saberes e práticas dos profissionais médicos e enfermeiros sobre o câncer de mama masculino. Revista Multiprofissional em Saúde do Hospital São Marcos,Teresina,k v. 1, n. 2, p. 35-43, 2013.
38
OLIVEIRA, M., et al. A Saúde do Homem em Questão: Busca por Atendimento na atenção Básica de Saúde. Rev. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro.
v. 20, p. 273-278, 2015. RAMOS, S. S., et al. Conhecimentos, mitos e implicações para o cuidado de enfermagem no câncer de mama masculino. Revista Enfermagem Atual InDerme, Rio de Janeiro, v. 83, n. 21, 2017. RODRIGUES, É. S. B.N.; BEZERRA, J,S.; PASSOS, A. G. Mamografia para diagnóstico do câncer de mama em homens. Anais do 14 Simpósio de TCC
e 7 seminários de IC da Faculdade ICESP. P.1815-1824, 2018. RODRIGUES, V. F. S. Tendência temporal das internações e óbitos por câncer de mama em homens no Brasil entre 1997 e 2008. 2012. 02 f.
Trabalho de conclusão de Curso (Graduação em Medicina), Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2012. ROSELE, P. C; LACERDA, M. R; CENTA, M. L. Gênero Masculino e Saúde. Rev. Cogitare Enferm, Paraná, v. 11, p.80-8, 2006. SILVA, P. A.; RIUL, S. S. Câncer de mama: fatores de risco e detecção precoce. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, v. 64, n. 6, p. 1016-1021, 2011. SILVA, M. F.; XAVIER, M. O câncer de mama masculino: relato de caso e revisão de literatura. 2018, Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Saúde Coletiva) - Universidade Federal do Paraná, Matinhos, 2018. SILVEIRA, N. M. T., et al. Fatores Genéticos associados ao Câncer de Mama masculino: Uma Revisão de Literatura. Jornal Interdisciplinar de
Biociências, Teresina, v.1, p.27-30, 2016. SOUZA, A. F., et al. CONHECIMENTO DE HOMENS SOBRE A EXISTÊNCIA E PREVENÇÃO DO CÂNCER DE MAMA MASCULINO. Revista Ciência e Saúde On-line, Pindamonhangaba, v. 2, n. 1, 2017. TAVARES, J. S. C.; TRAD, L. A. B. Metáforas e significados do câncer de mama na perspectiva de cinco famílias afetadas. Cadernos de Saúde Pública,
v. 21, p. 426-435, 2005. TRAJANO, J. L. Almeida., et al. Avaliação do Conhecimento dos Homens sobre Neoplasia Mamária Masculina. Revista saúde e Ciência, João Pessoa, v.7,
p.502, 2018. TIEZZI, D. G. Cirurgia Conservadora no Câncer de mama. Rev. Bras. Ginecol. Obst. Rio de Janeiro, v. 29, p. 423-428, 2007.
VIEIRA, W. L.,et al. A Importância da Ultrassonografia no Câncer de Mama. Rev. SBUS. Goiânia, v. 24, p. 41-48, 2018.
39
VIEIRA, D. K. L., et al. Atendimento da População Masculina em Unidade Básica de Saúde Motivos da Família: Motivos para a (não) procura. Rev. Esc. Anna Nery. Rio de Janeiro, v.17, p. 120-127, 2013.
Quadro 1: Artigos selecionados para a revisão de literatura e suas principais abordagens.
Artigo Autor Ano Título Objetivo Metodologia Resultados principais Conclusão
Art. 1 Azevedo;
Silva; Souza.
2018
As diferentes
Formas que os Tratamentos
Radioterápicos
Auxiliam as Mulheres com
Câncer de Mama
que Poderão ser Submetidas a
Cirurgia
Conservadora.
Avaliar como a
radioterapia pode auxiliar na evolução das mulheres
que irão passar pelo
tratamento do câncer de mama, conhecendo a
melhor forma terapêutica e
analisando como a cirurgia conservadora pode
melhorar a autoestima.
Trata-se de uma pesquisa descritiva de caráter qualitativo,
onde foram analisados artigos das
bases de dados Scielo e Lilacs, entre os anos de 2011 e 2018. Foi realizado também buscas em sites
que trazem informações confiáveis acerca do câncer de mama.
A radioterapia é usada no tratamento do câncer de mama
sendo capaz de destruir as células malignas, diminuir o
risco de recidiva local e
aumentar a sobrevida da paciente.
Conclui-se que a radioterapia tem um papel fundamental na
diminuição da recidiva local. Evidente a equivalência entre os
dois métodos de tratamento
cirúrgico no qual diz respeito à sobrevida global.
Art. 2 Coelho et
al. 2018
Predisposição
hereditária ao câncer de mama e sua relação com
os genes BRCA1 e BRCA2: revisão da
literatura.
Realizar uma revisão da literatura, sobre câncer de
mama hereditário
destacando portadores de mutações germinativas
nos genes BRCA1 e
BRCA2 que apresentam susceptibilidade para o
desenvolvimento do
câncer de mama.
Para o desenvolvimento do tema proposto foram realizadas
pesquisas em bases de dados científicos. Os artigos foram
analisados quanto ao
reconhecimento do tema. O levantamento bibliográfico foi
executado por meio da seleção de
estudos publicados entre os anos de 2005 a 2016. As palavras-chave
utilizadas para busca foram:
“câncer de mama, gene BRCA1, gene BRCA2 e predisposição
hereditária”.
Os genes supressores tumorais, como os genes BRCA1 e
BRCA2, quando mutados, ocorre um mecanismo de perda de função de ambos os alelos,
ou seja, um alelo mutante é herdado e o segundo alelo é
inativado por um evento
somático. Além disso, genes supressores tumorais, quando
mutados, suprimem os
chamados genes protetores que regulam diretamente o
crescimento celular.
Para diagnosticar essas mutações depende-se de
técnicas moleculares, que estão
cada vez mais sofisticadas. No entanto, até o momento, os
estudos apontam que os testes
moleculares dependem da incorporação de tecnologia e da
formação de uma equipe
extremamente qualificada.
Art. 3 Rodrigues;
Bezerra; Passos.
2018
Mamografia para
Diagnóstico do Câncer de Mama
em Homens.
Analisar a importância em fazer exame de
mamografia nos homens e do quão perigosa a doença é, podendo
também atingi-los.
Esse trabalho foi pesquisado com característica exploratórias, embora
se fale bastante em mamografia e que seja uma técnica já bem
detalhado, porém, existe pouco
material relacionados ao tema proposto nos últimos 12 anos.
O exame de mamografia é um dos melhores exames de
diagnóstico por imagem na atualidade, por conta da sua
sensibilidade e exatidão quando
feito por um profissional competente.
Portanto, é muito importante para os homens fazer e exames
rotineiros de mamografias após
atingir uma idade avançada ou que esteja dentro dos fatores de
risco, para que se tenha um
acompanhamento adequado e que o diagnóstico não seja tardio.
continua...
...continuação
Artigo Autor Ano Título Objetivo Metodologia Resultados principais Conclusão
Art. 4 Trajano et al. 2018
Avaliação do Conhecimento
dos Homens sobre Neoplasia
Mamaria
Masculina.
Identificar o conhecimento dos homens sobre a
neoplasia mamaria masculina e investigar o
fornecimento de
orientação para a prática preventiva por parte dos profissionais da saúde.
Trata-se de um estudo do tipo exploratório, descritivo com
abordagem quantitativa. O local de realização da pesquisa foi a área de abrangência da Unidade de
Saúde da Família José Gomes Filho situado no município de
Água Branca – PB. A coleta de
dados foi realizada durante o mês de Abril e Maio de 2017com os homens que compareceram à
Unidade de Saúde.
Quando questionados sobre o conhecimento a respeito do
câncer de mama masculino, 22,6% respondeu que
conhecem, e 77,4% relataram
não conhecer. E quando questionado se já receberam
algum tipo de orientação sobre
o tema pelos profissionais de saúde 3,2% responderam que sim, e 96,8% responderam que
não.
Ao final desta pesquisa, identificou-se que a maior parte
dos homens não possuem conhecimento sobre a neoplasia
mamária masculina. Sendo
assim, é necessário que sejam intensificadas atividades na
educação em saúde voltada ao
câncer de mama masculino, sejam elas de forma individual e coletiva por parte do profissional
de saúde.
Art. 5 Dantas et al. 2015
Câncer de mama em homem: uma
realidade
brasileira.
Identificar a ocorrência de hospitalizações e óbitos por câncer de mama em
homens no Brasil.
Estudo exploratório, de abordagem quantitativa, com
análise estatística descritiva. Para
o processo de coleta de dados foi utilizado o site do DataSUS
utilizando as variáveis internações
por Câncer de Mama e a prevalência de óbitos pela
patologia, registrados por locais de
internações em todo o Brasil.
A ocorrência, com maior prevalência, do CAMH na
raça/cor branca e destaque na região Sudeste e Sul,
demonstra que os homens
dessas regiões estão mais expostos aos fatores de risco para esse problema, seja por
hábitos alimentares, hábitos nocivos ou fatores genéticos. A
faixa etária de internações e
óbitos mais prevalente foi após os 60 anos, corroborando com
outros estudos.
As Regiões Sudeste e Sul têm
apresentado valores mais significativos de internações e óbitos por CAMH, revelando a
necessidade de todo o território brasileiro se mobilizar no sentido
de fortalecer as políticas
públicas voltadas para esse contingente populacional e as práticas de prevenção para o
câncer de mama, que em nossa realidade estão voltadas apenas
para o grupo feminino.
Art. 6 Nascimento; Pitta; Rêgo.
2015
Analise dos Principais
Métodos de
Diagnóstico de Câncer de mama como Propulsor
no Processo Inovativo.
Objetivo elucidar as
vantagens e problemas das técnicas tradicionais em diagnóstico, o que
tem de inovador no mercado para o
diagnóstico precoce do
câncer de mama e os motores/desafios nesse
avanço.
Este estudo foi construído através
do levantamento de dados encontrados na literatura. A pesquisa foi feita na base de
dados Scielo, do dia 19 de janeiro a 24 de janeiro de 2015. Com as
seguintes palavras chaves:
Câncer, câncer de mama, inovação e diagnóstico.
Nos pilares da imaginologia mamária estão a mamografia e
a ecografia, que passaram por sucessivos refinamentos
tecnológicos ao longo dos
anos. Somando se a estas estão as mais recentes como a
ressonância Magnética, com
cerca de 15 anos, que também se modificou bastante e a mais
recente, a tomossíntese.
Cada vez mais a ciência avança e com isso nos proporciona acessos aos mais modernos
métodos de diagnósticos. Contudo, os acessos a estas técnicas não são igualitários,
muitos precisam, mas não tem condições de pagar pelos
melhores métodos. A maior
parte dos investimentos que geram produtos inovadores vem
do capital privado e o mesmo
espera retorno do que investiu.
continua...
...continuação
Artigo Autor Ano Título Objetivo Metodologia Resultados principais Conclusão
Art. 7 Oliveira et al. 2015
A saúde do homem em
questão: busca por atendimento
na atenção básica
de saúde.
Descrever o perfil sociodemográfico de
morbidade e frequência da busca por um serviço
de saúde de homens
adultos cadastrados em um setor do PMF do
município de Niterói (RJ)
e verificar as diferenças entre os indivíduos que
procuraram e os que não
procuram atendimento.
Trata-se de um estudo transversal,
com dados secundários, realizado em um setor do Módulo Matapaca do Programa Médico de Família
(PMF) em Niterói (RJ). A população do estudo foi
constituída por homens na faixa
etária de 25 a 59 anos, segundo o recorte de faixa etária preconizado
pela PNAISH.
O perfil dos homens que buscaram e daqueles não buscaram atendimento na
unidade de saúde apresentou diferenças estatisticamente significativas (p < 0,05) nas
seguintes variáveis: idade, escolaridade, seguro social e
referência à morbidade no
momento do cadastro. A média de idade dos homens que
procuraram atendimento na
unidade de saúde (41 anos) foi maior do que aqueles que não
procuraram.
Os resultados estão em conformidade com o esperado,
pois os homens que referiram ter algum problema de saúde no momento do cadastro foram os
que procuraram muito mais o serviço de saúde. Há a
necessidade de se sensibilizar
esse segmento populacional para a utilização da atenção
básica como porta de entrada no
Sistema Único de Saúde.
Art. 8 Monsanto et
al. 2013
Influência do Tratamento de Radioterapia na
Qualidade de Vida dos Doentes
com Cancro de
Mama.
Avaliar a influência da
radioterapia na qualidade de vida dos doentes com
cancro da mama.
A amostra é constituída por 47 doentes do sexo feminino que
realizaram radioterapia no Centro Hospitalar Barreiro Montijo, submetidas previamente a
cirurgia.
Através dos resultados verificou-se que não ocorreram alterações significativas no que
se refere à avaliação global da saúde e, segundo a literatura consultada, a radioterapia não
influencia a qualidade de vida dos doentes.
Assim, considera-se que a avaliação global da saúde não é influenciada pelo tratamento de
radioterapia; porém, verifica-se uma melhoria a nível da função
emocional no final do
tratamento.
Art. 9 Oliveira; Silva;
Barros 2013
Saberes e Praticas dos
Profissionais Médicos e
Enfermeiros sobre
o Câncer de Mama Masculino.
Identificar e descrever os
saberes e práticas dos profissionais de saúde no
tocante ao câncer de
mama masculino.
O presente estudo foi descritivo, com abordagem qualitativa,
realizada em três das 34 Unidade de Saúde (UBS), vinculadas a
Coordenadoria Regional de Saúde
Leste (CRS) que dá cobertura a todas UBS localizadas nas zonas Leste/Sudeste de Teresina (PI).
Observa-se que de acordo com as falas são poucos os
conhecimentos em relação à
prática, avalia-se que todos informam conhecer a temática
estudada, porém não
abordaram na prática ou não tiveram experiência com cliente
com essa neoplasia.
É de fundamental importância
que os médicos e enfermeiros procurem identificar as
fragilidades dos homens acerca
da prevenção do câncer de mama e desenvolver um papel ativo nas ações dirigidas para
essa problemática. Dessa forma, contribuir para suprir com uma
assistência qualificada as
lacunas de conhecimento nessa área da saúde.
continua...
...continuação
Artigo Autor Ano Título Objetivo Metodologia Resultados principais Conclusão
Art.
10 Vieira et al. 2013
Atendimento da
População Masculina em
Unidade Básica
Saúde da Família: Motivos para
a(Não)Procura.
Conhecer os motivos que afastam do atendimento de
saúde prestado em uma
Unidade Básica de Saúde (UBSF) situada no extremo
sul do Brasil.
Para cada objetivo, delineou-se um caminho metodológico
específico. Para conhecer os motivos que levaram os homens a procurar de
atendimento de saúde, realizou um estudo descritivo,
qualitativo por meio de
pesquisa documental.
Verificou-se que a construção
da masculinidade e a representação de “ser forte,
ter corpo resistente e
invulnerável” contribui para dificultar a adoção de ações
que promove a saúde.
Os estereótipos de gênero
contribuem para o afastamento da população masculina das UBSF. Nesse sentido, tanto a população
masculina precisa mudar sua percepção em relação ao cuidado
com a própria saúde.
Art. 11
Marques; Júlio.
2012
Câncer de Mama
Masculino: uma revisão
sistemática.
Compreender as principais alterações que podem
ocorrem nos diferentes organismos, realizada por
meio de revisão
bibliográfica.
A pesquisa apresentou uma abordagem qualitativa,
designada como revisão integrativa sistemática (RIS). Por se tratar de revisão de
literatura, e pelo tema abordado ser pouco conhecido nos dias atuais, a pesquisa foi
realizada de acordo com base de dados em livros, revistas,
publicações avulsas.
O câncer de mama masculino
apresenta prognóstico semelhante à feminina quando
em comparação com os
mesmos estágios, porém, como acomete pacientes mais
idosos, geralmente é
associado a outras comorbidades.
A pesquisa realizada sobre câncer
de mama em homens, nos mostrou que mesmo sendo uma neoplasia
com diagnóstico e tratamento
semelhante a causada em sexos femininos, tem uma taxa de casos fatais maior do que em relação a
das mulheres, isso devido a falta de informação e conscientização da
sociedade.
Art.
12
Rodrigues, Victor
Fernandes Santos.
2012
Tendência Temporal das Internações e
Óbitos por Câncer de Mama em
Homens no Brasil
entre 1997 e 2008.
Analisar a tendência temporal e a distribuição
por região das internações
e óbitos por câncer de mama na população
masculina no Brasil entre
os anos 1997 e 2007.
Realizou-se um estudo de análise de série temporal das
taxas médias anuais das
internações e óbitos por Câncer de Mama no Brasil e suas regiões entre 1997 e
2008. Os registros das internações e óbitos foram
obtidos no banco de dados do
Departamento de Informática do SUS (DATASUS) do
Ministério da Saúde.
No período entre 1998 e 2007 foram registrados 19.054
óbitos por câncer de mama, sendo (97,6%) mulheres e
(2,4%) homens; e internações,
sendo (98,1%) mulheres e (1,9%) homens. Houve um
predomínio dos óbitos e das
internações na região sudeste com 45% dos óbitos
masculinos.
Devido a baixa incidência da
doença, não se justifica um programa de rastreio populacional entre os homens, como é feito na
população feminina. Mas seria importante a conscientização da população quanto a possibilidade
dessa doença e da sua gravidade.
continua...
...continuação
Artigo Autor Ano Título Objetivo Metodologia Resultados principais Conclusão
Art. 13
Haas; Costa; Souza.
2009
Epidemiologia do
Câncer de Mama em Homens
Avaliar os aspectos epidemiológicos, clínicos,
diagnósticos e terapêuticos do câncer de mama em
homens
A busca por artigos científicos foi realizada nas seguintes
bases de dados: BIREME - Biblioteca Virtual em Saúde,
que possibilita acesso à Lilacs.
Utilizou-se como restrição para inclusão: artigos
publicados nos últimos cinco
anos, idiomas inglês, português e espanhol e pesquisas em humanos.
Em geral, os homens com a neoplasia têm uma maior
duração dos sintomas do que as mulheres. O tamanho do tumor e o envolvimento de
linfonodo axilar são os mais importantes fatores
prognósticos. Quando
pareados em idade e estágio, os homens e as mulheres têm
semelhantes prognósticos.
Vários comentários recentes sobre
o câncer de mama masculino têm sumarizado a epidemiologia, clínica,
patologia, genética, marcadores
moleculares, e os tratamentos. Estes comentários salientam que
embora existam semelhanças entre
os sexos femininos e masculinos, existem também distintas
diferenças.
Art. 14
GOMES; NASCIMENTO;
ARAÚJO.
2007
Por que os homens buscam
menos os serviços
de saúde do que as mulheres? As explicações de
homens com baixa escolaridade e homens com
ensino superior
Analisar as explicações
presentes em discursos masculinos sobre a pouca procura dos homens por
serviços de saúde. Essa análise pode ser
importante para se refletir
sobre as dificuldades, os obstáculos e as
resistências associadas à
saúde do homem numa dimensão relacional de
gênero.
O presente estudo é parte de
uma investigação que se volta para a Construção da
Masculinidade como um Fator
Impeditivo do Cuidar de Si. Neste estudo, foram seguidos
princípios da pesquisa
qualitativa. A partir de uma entrevista com 28 homens,
sendo 10 com baixa
escolaridade, 08 com ensino superior e 10 médicos.
Os estudos apontam também para o fato de homens não se reconhecerem como alvo do
atendimento de programas de saúde, devido às ações
preventivas se dirigir quase
que exclusivamente para mulheres. Assim, os serviços
públicos costumam ser
percebidos como um espaço feminizado, frequentado
principalmente por mulheres e
composto por uma equipe de profissionais formada, em sua
maioria, também por
mulheres.
Como foram vistos, os dados da
pesquisa reforçaram, de certa forma, a idéia de outros estudos
que associam a pouca procura por
serviços de saúde por parte de homens a um modelo hegemônico de masculinidade. As inferências
deste estudo apontaram que o imaginário de ser homem pode
aprisionar o masculino em amarras
culturais, dificultando a adoção de práticas de autocuidado.
Art. 15
Leme; Souza. 2006
Câncer de Mama em homens:
aspectos epidemiológicos,
Clínicos e
Terapêuticos.
Avaliar os aspectos
epidemiológicos, clínicos e terapêuticos do câncer de
mama em homens.
Foi realizado um estudo descritivo, retrospectivo, de 25
casos de neoplasia de mama masculina no município de
campinas, no período de 1992
a 2005.
O primeiro sinal clínico é, na maioria das vezes, descoberto
pelo próprio paciente e normalmente é a presença do nódulo mamário que auxilia a
procura de auxílio médico.
Considerando também que, pela
raridade desta doença, não se justificam campanhas populacionais de rastreio e prevenção do câncer
de mama masculino.
Fonte: Autora da pesquisa, 2020.