câmara institui o ano da democracia, da memória e do ... · agenda de eventos políticos,...

12
foto www.camara.leg.br/camaranoticias Disque - Câmara 0800 619 619 BRASÍLIA-DF, TERÇA-FEIRA, 1º DE ABRIL DE 2014 CÂMARA DOS DEPUTADOS Ano 16 | Nº 3169 O piso salarial de agentes comunitários de saúde e de bombeiros e policiais militares, além do fim da contribuição de aposentados e a jornada de 30 horas para enfermeiros, estão na lista enviada ao presi- dente Henrique Eduardo Alves, que marcou esforço concentrado para a segunda semana de abril. Câmara institui o ano da democracia, da memória e do direito à verdade Ato será assinado hoje no Plenário, em sessão solene que homenageará a resistência e a reconstrução democrática Líderes enviaram à Presidência da Câmara lista com mais de 100 projetos prioritários Líderes partidários querem incluir temas polêmicos na pauta do esforço concentrado Representação Brasileira prepara agenda para reunião Deputada defende que escolas previnam violência Relator discute Plano Nacional de Educação com internautas VIDEOCHAT PARLASUL MULHERES LEIA ESTA EDIÇÃO NO CELULAR O “Ano da Democracia, da Memória e do Direito à Verdade” é uma agenda de eventos políticos, culturais e educativos realizada pela Câmara que se estenderá até o final de 2014. Outros eventos progra- mados incluem exposição, documentários e lançamento de livros. Nesta edição, o Jornal da Câmara rememora os 50 anos do golpe e fatos que marcaram os 21 anos de regime militar. ESPECIAL | 50 ANOS DO GOLPE DE 64 | 9 | 10 | 11 | 8 Piso de bombeiros e policiais está entre prioridades Arquivo Câmara dos Deputados | 2 a 7

Upload: others

Post on 24-Sep-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Câmara institui o ano da democracia, da memória e do ... · agenda de eventos políticos, culturais e educativos realizada pela ... estava ainda em Porto Alegre, onde, apesar da

foto

www.camara.leg.br/camaranoticiasDisque - Câmara 0800 619 619

BRASÍLIA-DF, TERÇA-FEIRA, 1º DE ABRIL DE 2014 CÂMARA DOS DEPUTADOS Ano 16 | Nº 3169

O piso salarial de agentes comunitários de saúde e de bombeiros e policiais militares, além do fim da contribuição de aposentados e a jornada de 30 horas

para enfermeiros, estão na lista enviada ao presi-dente Henrique Eduardo Alves, que marcou esforço concentrado para a segunda semana de abril.

Câmara institui o ano da democracia, da memória e do direito à verdadeAto será assinado hoje no Plenário, em sessão solene que homenageará a resistência e a reconstrução democrática

Líderes enviaram à Presidência da Câmara lista com mais de 100 projetos prioritários

Líderes partidários querem incluir temas polêmicos na pauta do esforço concentrado

Representação Brasileira prepara agenda para reunião

Deputada defende que escolas previnam violência

Relator discute Plano Nacional de Educação com internautas

videoChAt

PArLAsuL

muLheres

LEIA ESTA EDIÇÃO NO CELULAR

O “Ano da Democracia, da Memória e do Direito à Verdade” é uma agenda de eventos políticos, culturais e educativos realizada pela Câmara que se estenderá até o final de 2014. Outros eventos progra-

mados incluem exposição, documentários e lançamento de livros. Nesta edição, o Jornal da Câmara rememora os 50 anos do golpe e fatos que marcaram os 21 anos de regime militar.

ESPECIAL | 50 ANos do GoLPe de 64

| 9

| 10

| 11

| 8

Piso de bombeiros e policiais está entre prioridades

Arquivo Câmara dos deputados

| 2 a 7

Page 2: Câmara institui o ano da democracia, da memória e do ... · agenda de eventos políticos, culturais e educativos realizada pela ... estava ainda em Porto Alegre, onde, apesar da

Diretor: sérgio Chacon (61) 3216-1500 [email protected]

[email protected] | redação: (61) 3216-1660 | distribuição e edições anteriores: (61) 3216-1626

1ª vice-PresidenteAndre Vargas (PT-PR)2º vice-Presidente Fábio Faria (PSD-RN)1º secretárioMarcio Bittar (PSDB-AC)2º secretário Simão Sessim (PP-RJ)3º secretárioMaurício Quintella Lessa (PR-AL)4º secretárioBiffi (PT-MS)

Presidente: Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN)

Diretor de Mídias IntegradasFrederico schmidtCoordenador de Jornalismo Antônio vital

Editora-cheferosalva NunesEditoressandra CrespoJuliano machado Pires

DiagramadoresGilberto mirandaroselene Guedesrenato Palet

suplentes: Gonzaga Patriota (PSB-PE), Wolney Queiroz (PDT-PE), Vitor Penido (DEM-MG) e Takayama (PSC-PR)ouvidor Parlamentar: Nelson Marquezelli (PTB-SP)Procurador Parlamentar: Claudio Cajado (DEM-BA)Corregedor Parlamentar: Átila Lins (PSD-AM)Presidente do Centro de estudos e debates estraté-gicos: Inocêncio Oliveira (PR-PE)diretor-Geral: Sérgio Sampaio de Almeidasecretário-Geral da mesa: Mozart Vianna de Paiva

Mesa Diretora da Câmara dos Deputados - 54a Legislatura SECOM - Secretaria de Comunicação Social

Jornal da Câmara

Impresso na Câmara dos Deputados (DEAPA)

TERÇA-FEIRA1º de abril de 2014

AGENDA

LEIA AGENDA COMPLETA NO CELULAR

1º de abril de 20142 | JORNAL DA CÂMARA

Após 50 anos do golpe de Estado que levou o Brasil a duas décadas de ditadura, a Câmara dos Deputados vai realizar uma série de eventos para lembrar a luta pela volta da democracia e a resistência contra o arbítrio.

A Câmara realiza hoje, às 9h30, sessão solene no Plenário Ulysses Guimarães, por sugestão da depu-tada Luiza Erundina (PSB-SP). En-tre os convidados está Maria There-za Goulart, viúva do ex-presidente João Goulart, deposto pelo golpe que instalou o regime militar.

Durante a sessão solene, a Câ-mara vai inaugurar o “Ano da De-mocracia, da Memória e do Direito à Verdade” – uma agenda de eventos políticos, culturais e educativos que se estenderá até o fim de 2014.

O objetivo é marcar a presença da Casa no resgate histórico do perío-do, por meio da reafirmação da de-mocracia e de homenagens aos que resistiram ao autoritarismo, como lembra a deputada Luiza Erundina. “O Congresso foi diretamente afe-

Nos 50 anos do golpe, Câmara institui oano da memória e do direito à verdade

tado, fechado três vezes. A Câma-ra teve 173 parlamentares cassados. [O ex-deputado] Rubens Paiva ainda hoje está desaparecido, embora haja fortes indícios de ele ter sido assassi-nado nos porões da ditadura. Então, isso explica a necessidade, a impor-tância e o simbolismo dessas mani-festações que estamos a promover no País inteiro durante este ano”.

Após a sessão solene, será aberta a exposição “Instituições Mutiladas, Resistência e Reconstrução Demo-crática (1964-2014)”, no corredor de acesso ao Plenário. A mostra apre-senta um panorama sobre as insti-tuições atingidas pelo governo au-toritário, ao mesmo tempo em que destaca as diversas formas de resis-tência à ditadura e de reconstrução

da democracia.Comissão da Verdade - Erundina

defende a continuidade das investi-gações sobre os desaparecimentos e mortes e a punição dos envolvidos. Ela destaca que esclarecer os fatos do passado é uma forma de evitar que voltem a acontecer no futuro.

Segundo a deputada, a redemo-cratização ainda está inacabada “en-quanto não se passar a limpo, com-pletamente, essa história”.

Também hoje, às 14h, vai ser reinstalada subcomissão da Comis-são de Direitos Humanos e Minorias denominada Comissão Parlamentar da Verdade. A subcomissão foi criada em 2012, quando realizou o projeto de devolução simbólica dos manda-tos dos 173 deputados federais cas-sados pelo regime.

Documentários - Em abril, a TV Câmara apresentará quatro docu-mentários relativos ao tema, dois da série “Memórias” – com o jornalis-ta Mino Carta e com o ex-deputado Waldir Pires –, o filme “Esquerda, Volver” , sobre a perseguição e a ex-pulsão de militares que foram con-trários ao golpe, e uma obra, ainda sem título, sobre a atuação de advo-gados durante a ditadura.

Secretaria da Mulher Visita de jovens mulheres líderes do Programa de Mentorias: Fortaleci-mento em Questões de Gênero e Ju-ventude. 9h

Lei PeléA Comissão do Esporte debate escla-recimentos sobre recursos oriundos da nova Lei Pelé que estão liberados para os clubes investirem na forma-

ção de atletas olímpicos e paraolím-picos. Plenário 8, 14h

BioletricidadeA Frente Parlamentar pela Valori-zação do Setor Sucroenergético e a Comissão de Minas e Energia pro-movem o seminário “O dia da ver-dade sobre a bioeletricidade”. Ple-nário 14, 14h

Bandas e fanfarrasA Comissão de Educação realiza a audiência pública “Dia Nacional de Bandas e Fanfarras.” Plenário 10, 14h30

Telefonia celularAudiência da Comissão de Ciência e Tecnologia debate o acesso de au-toridades às informações relativas à localização de aparelhos de telefonia celular. Plenário 13, 14h30

Habitação ruralA Comissão de Agricultura faz audi-ência sobre a liberação de recursos ao Programa Nacional de Habitação Rural. Plenário 6, 14h30

Cultura e ditadura A Comissão de Cultura promove círculo de leitura de textos teatrais

produzidos no período da ditadura militar. Com os músicos Raimundo Sodré, Márcia Short e Andréia Roseno. Hall da Taquigrafia, 16h

Rubens PaivaLançamento de livro “Perfil Parla-mentar do deputado Rubens Paiva”. Hall do auditório Nereu Ramos, 18h

Exposição sobre a resistência à ditadura militar é um dos eventos programados

Luiz macêdo

Page 3: Câmara institui o ano da democracia, da memória e do ... · agenda de eventos políticos, culturais e educativos realizada pela ... estava ainda em Porto Alegre, onde, apesar da

JORNAL DA CÂMARA | 3

1964: militares depõem Jango, tomam o poder e mergulham o País na ditadura

1º de abril de 2014

O golpe militar de 1964 completou 50 anos. Em 31 de março de 64, tropas rebeladas saíram de Minas Gerais para prender, no Rio, o presidente João Goulart. Em Brasília, o Congresso declarou o cargo vago mesmo sabendo que o presidente estava no Rio Grande do Sul. Dias depois, elegeu o marechal Castelo Branco – o primeiro de uma lista de cinco presidentes militares da ditadura, que durou 21 anos.

Com o argumento de que estavam evitando a instalação de uma dita-dura de esquerda, os militares im-plantaram em 1964 uma ditadura de direita, que durou até 1985, quando assumiu o primeiro presidente civil, ainda eleito de forma indireta.

Em 1960, o Brasil saiu dividido das eleições: com menos da metade dos votos ganhou para presidente o conservador Jânio Quadros, apoiado pela UDN. Para vice foi eleito João Goulart, o Jango, do Partido Traba-lhista Brasileiro, aliado da esquerda.

Jânio assume no Brasil na mes-ma época que John Kennedy se torna presidente dos Estados Unidos. Em plena Guerra Fria com a União So-viética, a preocupação americana é impedir a expansão do comunismo. Jânio tenta implantar uma política externa independente e condeco-ra Che Guevara, herói da revolução cubana.

Em agosto, Jânio renuncia. Deve-ria assumir o vice João Goulart, mas os militares não aceitam. Assume o presidente da Câmara, deputado Ra-nieri Mazzilli.

O então governador do Rio Gran-de do Sul, Leonel Brizola, organiza – pelo rádio – a Rede da Legalidade, movimento de resistência para ga-rantir a posse de Goulart.

O Congresso adota o parlamenta-rismo, mas um plebiscito restabelece o presidencialismo e Jango volta pre-sidente. A inflação em alta assusta a classe média. A mudança na lei de remessa de lucros atinge as multina-cionais. Para tentar distribuir terras, fazer reforma tributária e eleitoral, Jango precisa mudar a Constituição. Sem maioria no Congresso, Goulart recorre à mobilização dos sindicatos.

A instabilidade aqui preocupa os americanos. A Casa Branca passa a considerar a alternativa de um golpe,

para evitar a influência soviética em Brasília. Kennedy autoriza o gasto de milhões de dólares no Brasil em propaganda para criar o clima favo-rável ao golpe e no financiamento de candidatos de oposição a Jango. De-pois do assassinato de Kennedy em novembro de 63, o vice Lyndon John-son mantém os planos para o Brasil.

O ano de 64 começa com agitação social e boatos de golpe. No dia 13 de março, João Goulart participa do co-mício na Central do Brasil. Soldados e marinheiros se entusiasmam com a defesa das reformas de base.

Uma frota americana se aproxima do Porto de Santos com porta-aviões, destróiers, combustível e armas para apoiar o golpe, se necessário. No dia 31, o general Mourão Filho sai com a tropa de Juiz de Fora, em Minas, rumo ao Rio de Janeiro. Tenentes to-mam o Ministério da Guerra. A an-tiga capital concentra os líderes da conspiração: marechal Castelo Bran-co, generais Geisel, Costa e Silva e Golbery.

No Congresso Nacional, a sessão de primeiro de abril passa da meia-

-noite, com muito tumulto. Do Palácio do Planalto, ministros

comunicam por escrito que Jango não havia deixado o País.

Quando o comunicado do Planal-to é lido no Plenário, a energia é cor-tada misteriosamente.

Na madrugada de 2 de abril, o então presidente do Congresso Na-cional, senador Auro de Moura An-drade, declara vaga a presidência da República, alegando que João Gou-lart tinha saído do Brasil. Mas Jango estava ainda em Porto Alegre, onde, apesar da insistência do deputado fe-deral Leonel Brizola para resistir, de-cidiu pedir asilo.

O presidente da Câmara, depu-tado Ranieri Mazzilli, é empossado novamente presidente. Mas quem manda são os militares.

Deputados são presos e governa-dores derrubados. Sai o primeiro ato institucional.

O Congresso elege presidente o marechal Castelo Branco. É o primei-ro de uma série de cinco generais--presidentes, que ficariam no poder durante 21 anos: de 1964 até 1985.

Mandato de João Goulartfoi devolvidosimbolicamente

A sessão do Congresso Na-cional de 2 de abril de 1964 que declarou vaga a presidência da República foi anulada em 18 de dezembro de 2013. O Congres-so devolveu simbolicamente o mandato a João Goulart, que havia sido deposto pelos mili-tares. A réplica do diploma de presidente foi entregue ao filho de Jango, João Vicente Goulart.

O senador Pedro Simon (PMDB-RS), um dos autores do pedido de anulação da ses-são (PRN 4/13), lembrou que o argumento usado para cassar o mandato de Jango foi que ele estava fora do País. Simon res-saltou, porém, já estar prova-do que o presidente estava em Porto Alegre.

O senador informou que du-rante todo o dia 1º de abril de 1964, João Goulart percorreu o País na tentativa de manter a legalidade e o seu mandato. Em um avião da Força Aérea Brasi-leira, deslocou-se do Rio para Brasília. Como a cidade estava sitiada e ele poderia ser preso pelas forças golpistas, Jango decidiu ir para Porto Alegre, onde encontraria aliados.

O deputado Domingos Sá-vio (PSDB-MG), relator do PRN 4/13, destacou que o Congres-so, ao reconhecer os erros do passado, evita que eles voltem a acontecer. “Era preciso anu-lar aquela sessão para, pelo me-nos, registrar que o Brasil de hoje não pactua com atitudes que tiram do povo a possibili-dade de solucionar seus proble-mas por meio do processo de-mocrático”, salientou.

O deputado Chico Alencar (Psol-RJ) acredita que revisões dos fatos, ainda que simbólicas, são fundamentais. “É evidente que não vamos revogar o perío-do tenebroso da ditadura, mas marcamos o compromisso do País com o resgate do passado, a sua verdade e com a democra-cia”, afirmou Alencar.

Jango, deposto em 64, teve o mandato devolvido simbolicamente no ano passado

Wikipedia

Page 4: Câmara institui o ano da democracia, da memória e do ... · agenda de eventos políticos, culturais e educativos realizada pela ... estava ainda em Porto Alegre, onde, apesar da

1º de abril de 20144 | JORNAL DA CÂMARA

Cronologia: da eleição de Jânio Quadros até a volta da normalidade democrática1960Em abril, o presidente da República, Juscelino Kubitschek (PSD), inaugura Brasília. Em outubro, o Brasil sai dividido das eleições gerais: elege como presidente o conservador Jânio Quadros, apoiado pela UDN, e como vice-presidente João Goulart, do PTB, apoiado pela esquerda trabalhista.

1961Jânio toma posse em janeiro. Reata com o FMI, combate a inflação, mas irrita conservadores ao condecorar Che Guevara, herói da revolução comunista em Cuba. Em 25 de agosto, Jânio renuncia e abre uma crise porque os militares não aceitam a posse do vice João Goulart, que estava em viagem à China. Assume interinamente o presidente da Câmara, Ranieri Mazzili. O governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, lança a Campanha da Legalidade para garantir a posse de Jango.

1962O Congresso diminui os poderes do presidente da República, adotando o parlamentarismo. O deputado Tancredo Neves é eleito primeiro-ministro. Diante da crise política, os EUA consideram derrubar o governo brasileiro. Milhões de dólares em propaganda instigam o medo da “ameaça comunista”.

1963Em janeiro, um plebiscito restabelece o presidencialismo e Goulart assume a presidência. Pretende distribuir terras, controlar as remessas de lucros das multinacionais e fazer as reformas tributária e eleitoral. Sem maioria no Congresso, Jango busca apoio dos trabalhadores e sindicatos. Em setembro, ocorre em Brasília a “Revolta dos Sargentos”.

1964Em 13 de março, Jango conclama a população a apoiar as reformas, no

comício da Central do Brasil, no Rio. No dia 30, fala no Automóvel Clube para tenentes e suboficiais. Na madrugada seguinte, tropas golpistas

saem de Minas para prender o presidente no Rio. Jango voa para Brasília e depois para Porto Alegre. Na madrugada de 2 de abril, o Congresso declara

o cargo vago e assume o interino Ranieri Mazzili. Militares baixam o primeiro Ato Institucional, cassam parlamentares, e o Congresso elege o

general Humberto Castello Branco presidente da República.

1965Castello Branco baixa o Ato Institucional 2 em resposta à eleição de governadores de oposição no País. Intervém no Judiciário, acaba com partidos e cria apenas dois: a Arena, que abriga os governistas, e o MDB, de oposição. As eleições previstas para esse ano são suspensas.

1966Em julho, ocorre um atentado a bomba em Recife contra o então ministro da Guerra, Artur Costa e Silva, deixando mortos e recrudescendo o debate entre militares. Apesar da repressão, estouram greves, e estudantes começam a sair novamente às ruas. Militares cassam políticos que os apoiaram, acabando com a esperança de volta à democracia. Baixados o AI-3 e o AI-4.

1967Entra em vigor a Constituição de 1967, elaborada por quatro juristas a pedido do governo e aprovada por uma comissão de 22 parlamentares. Costa e Silva toma posse em março, como presidente indicado pelo Exército e eleito pelo Congresso. Em julho, morre em acidente aéreo o marechal Castello Branco. O movimento estudantil vira trincheira.

Em 1º de abril, Jango (C) embarca para Brasília, antes de se exilar no Uruguai

Fotos: reprodução revista mancheteTropas do Exército de prontidão para garantir a posse do presidente da Câmara, Ranieri Mazzili, na Presidência da República – o que acabou ocorrendo pacificamente

Page 5: Câmara institui o ano da democracia, da memória e do ... · agenda de eventos políticos, culturais e educativos realizada pela ... estava ainda em Porto Alegre, onde, apesar da

JORNAL DA CÂMARA | 51º de abril de 2014

1968No mundo e no Brasil surgem grandes manifestações. No Rio, morre o estudante Edson Luiz, o que provoca novas e maiores passeatas com artistas, religiosos e intelectuais. O deputado Márcio Moreira Alves denuncia torturas e chama o povo para protestar no 7 de setembro. O governo não consegue licença da Câmara para processá-lo e baixa o AI-5, fechando o Congresso em dezembro.

1969Crescem as organizações de luta armada e os assaltos a bancos, roubos de armas e deserção de militares favoráveis aos guerrilheiros, como o capitão Carlos Lamarca. Em setembro, ocorre o sequestro do embaixador americano Charles Elbrick, com a participação de Vera Silva Magalhães, Fernando Gabeira e outros, em troca da libertação de presos políticos como José Dirceu. Morre numa emboscada o ex-deputado e líder da ALN Carlos Marighella.

1970Em janeiro, é presa em São Paulo a militante Dilma Rousseff, da Vanguarda Armada Revolucionária (VAR) Palmares, organização que havia tomado um cofre onde o ex-governador de São Paulo Adhemar de Barros guardava US$ 4 milhões originários de corrupção. Começam incursões militares na região paraense do Bico do Papagaio, no rio Araguaia, onde surgiria a guerrilha rural do PCdoB.

1971Militares conseguem desbaratar os comandos das principais organizações de guerrilha urbana. A repressão se volta contra religiosos, intelectuais e políticos de esquerda. Depois de se encontrar com o amigo Waldir Pires, o ex-deputado Rubens Paiva (PTB-RS) é preso em sua casa, no Rio, e torturado até a morte. Em nota à imprensa, os militares simulam um ataque guerrilheiro, seguido da libertação do preso, o que se revelaria uma farsa para encobrir o crime.

1972Em abril, nova expedição do Exército derrota o foco guerrilheiro

do PCdoB, no Araguaia. Em setembro, o presidente, general Emilio Garrastazu Médici, inaugura o que seria o primeiro trecho da

Transamazônica. Governos militares da América do Sul coordenam ações de repressão, com a Operação Condor.

1973Exilados brasileiros que haviam escapado do Uruguai e da Argentina

são vítimas do golpe militar no Chile, que derruba o primeiro presidente marxista eleito pelo voto popular no continente, Salvador Allende.

Ditadores do Brasil e do Paraguai assinam tratado para construir a usina de Itaipu na fronteira. O general Ernesto Geisel, presidente da Petrobras, é

escolhido para suceder Médici.

1974Em janeiro, o general Geisel é confirmado presidente pelo Congresso, obtendo na eleição indireta 400 votos, contra 76 do candidato do MDB, deputado Ulysses Guimarães. Em novembro, eleições parlamentares dão pela primeira vez vitória numérica à oposição, o que obriga os militares a começar a falar em “abertura lenta e gradual” do regime.

1975Governo dá sinais de distensão, recebendo dirigentes de países da então União Soviética. Mas setores radicais das Forças Armadas não concordam com a abertura de Geisel. Em outubro, o DOI-Codi de São Paulo tortura e mata o jornalista Vladimir Herzog, suspeito de participar de uma célula comunista. Tentam dissimular o crime, divulgando fotos para mostrar que o diretor da TV Cultura teria se enforcado na cela.

1976Em janeiro, o metalúrgico Manuel Fiel Filho é torturado e morto no DOI-Codi, em São Paulo. Geisel manda demitir o general Ednardo D`Ávila, comandante do II Exército, abrindo uma crise com a “linha-dura”. O funeral do ex-presidente JK, morto em acidente de carro não esclarecido, leva multidões às ruas de Brasília, sem repressão ostensiva. Em dezembro, três dirigentes do PCB são mortos em tiroteio em SP, na chamada Chacina da Lapa.

1977Em abril, Geisel fecha o Congresso por duas semanas e baixa um pacote de medidas de reorganização política. Os conservadores perdem a votação no Congresso que aprovou o divórcio. O escritor Jorge Amado, que havia sido militante comunista na juventude, lança o romance “Tieta do Agreste”, sem problemas com a censura.

Arquivo Pessoal

Wikipedia

Em 1971, o ex-deputado Rubens Paiva é preso no Rio e torturado até a morte

Passeata dos 100 mil, no Rio, em junho de 1968: protesto contra a ditadura

Page 6: Câmara institui o ano da democracia, da memória e do ... · agenda de eventos políticos, culturais e educativos realizada pela ... estava ainda em Porto Alegre, onde, apesar da

1º de abril de 20146 | JORNAL DA CÂMARA

1978A visita do presidente democrata Jimmy Carter, dos EUA, mostra que Washington já não apoia a ditadura brasileira. Geisel assina decreto-lei proibindo greve nos serviços públicos e extingue o AI-5 por uma emenda constitucional. Em outubro, o general João Figueiredo é eleito presidente da República pelo Congresso. Em dezembro, é revogado o banimento de 122 brasileiros que estavam proibidos de viver no País.

1982Franco Montoro (PMDB) e Reinaldo Barros (PDS) fazem o primeiro debate

eleitoral na disputa pelo governo de SP. Em junho, são condenados à prisão, pela Lei de Segurança Nacional, os padres franceses Aristides Camio e François Gouriou, e mais 13 posseiros da região do Araguaia. Em novembro, ocorrem eleições para governador, prefeito, deputado

federal e senador. Em dezembro, são presos 91 militantes comunistas que participavam de um congresso em SP.

1981Em fevereiro, o líder metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva condenado com outros sindicalistas a três anos de prisão por “incitamento à desordem coletiva”. A ala radical dos militares promove um atentado a bomba no estacionamento do Riocentro, durante show do Dia do Trabalhador, em que um sargento morre e um capitão do Exército fica ferido.

1987Em fevereiro, instala-se a Assembleia Nacional Constituinte, com deputados e senadores eleitos no ano anterior, para escrever uma nova Constituição para o Brasil pós-ditadura. É lançado o segundo plano econômico, pelo então ministro da Fazenda, Bresser Pereira. Em agosto, o PT lança Lula candidato à Presidência da República. As atenções do País estão voltadas para a nova Constituição.

1985Em janeiro, o Congresso elege pela primeira vez um civil para a Presidência: o oposicionista moderado Tancredo Neves, com 489 votos, contra 180 de Paulo Maluf, candidato dos militares. Tancredo adoece e morre antes de tomar posse e assume seu vice, José Sarney, primeiro presidente civil desde 1964. Logo depois, o Congresso aprova a emenda constitucional que restabelece eleições diretas, praticamente encerrando os 21 anos de ditadura.

1986Em meio a grave crise econômica, o Plano Cruzado troca a moeda, congela preços e mobiliza a população para fiscalizar supermercados. A Polícia Federal usa helicóptero para caçar gado que os fazendeiros escondiam no campo, esperando o fim do congelamento. O plano fracassa em menos de um ano, os juros explodem, volta a hiperinflação. Em novembro, o País realiza eleições diretas para governadores, senadores, deputados federais e estaduais.

1983O ano começa com com forte desvalorização do cruzeiro e crise econômica. Tomam posse 22 governadores eleitos diretamente,

pela primeira vez desde o golpe. É criada em SP a Central Única dos Trabalhadores (CUT). Um jovem deputado de Mato Grosso, Dante

de Oliveira, apresenta uma emenda à Constituição propondo o restabelecimento de eleição direta para presidente. “Diretas Já” vira

bandeira de comícios, primeiro em Pernambuco, depois em Goiás, no Paraná e em outros estados.

1984Ulysses Guimarães assume a liderança da campanha “Diretas Já”. São dezenas de manifestações em todo o País, reunindo cada vez

mais gente. Às vésperas da votação, marcada para 25 de abril, o governo militar decreta “estado de emergência” no Distrito

Federal e em alguns municípios em volta de Brasília, censurando a imprensa, proibindo manifestações e aumentando a repressão

policial-militar. Deputados governistas não comparecem à sessão do Congresso e a emenda das Diretas não atinge a votação

necessária, gerando comoção nas ruas.

1988A Assembleia Constituinte amplia o mandato de José Sarney de quatro para cinco anos, acaba com a censura e criminaliza a tortura. O texto final da Constituição é aprovado por 474 votos (15 contra e 6 abstenções) e promulgado em 5 de outubro, como a “Constituição Cidadã”. Fim de uma era, começo de outra.

1980A visita de 12 dias do papa João Paulo II ao Brasil reforça o clima de alguma liberdade para multidões se reunirem nas ruas sem repressão. No final do ano, o Congresso aprova por unanimidade a emenda constitucional que restabelece eleições diretas para governadores de Estado e do Distrito Federal. O movimento sindical ganha força: intelectuais de esquerda, religiosos e metalúrgicos criam o Partido dos Trabalhadores, no ABC paulista.

1979Em março, assume o último general-presidente, João Figueiredo. Em agosto, após negociação com a oposição e movimentos da sociedade civil, é sancionada a Lei da Anistia, que perdoa de crimes tanto os agentes de Estado que torturaram e mataram quanto os opositores que recorreram à luta armada para derrubar a ditadura. Os principais líderes políticos e militantes que estavam no exílio começam a voltar ao Brasil.

Acervo Câmara dos deputados

Ulysses apresenta ao País a Constituição de 1988, que consolidou a democracia

Page 7: Câmara institui o ano da democracia, da memória e do ... · agenda de eventos políticos, culturais e educativos realizada pela ... estava ainda em Porto Alegre, onde, apesar da

JORNAL DA CÂMARA | 71º de abril de 2014

Personagens históricos contam episódios do período militar em documentários“Aqueles episódios que começavam a espocar nos davam ciência de que o Jango tinha sido envolvido por uma esquerda que queria transformar o Brasil num país marxista mesmo, indubitavelmente”.

“O Marighela disse assim: ‘Eles vão dar o golpe’. Mas o [Luiz Carlos] Prestes [secretário-geral do Partido Comunista do Brasil] estava tão convencido de que estava tudo bem que no dia 25 de março fez uma palestra na ABI e declarou que golpe não ia acontecer”.

“Se não tivesse havido essa ação militar, agredindo a disciplina, a hierarquia, não teria havido 64. Por quê? Pelo erro frontal, fundamental que a esquerda praticou, permitindo o movimento dos sargentos em Brasília, depois permitindo a revolta dos marinheiros”.

“Dentro do governo, nas reuniões de que eu participei – e eu era um civil que participava de todas –, nunca se ouvia uma referência a este problema desagradável, terrível... Nada justifica a tortura, mas eu nunca ouvi nenhuma referência a isso no palácio”.

“Me puseram um capuz na cabeça, ameaçaram de tortura, mas me liberaram. Mas muitos dos nossos [do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap)] foram torturados. Eu mandei uma carta ao [presidente Ernesto] Geisel reclamando, porque o [ministro] Severo Gomes pediu. Eu mandei. E o Geisel perguntou a ele: ‘E este aí, também não é comunista?’”

Já não era mais um movimento estudantil, mas um movimento social, de tomada do poder, é isso que nós queríamos, de transformação daquilo em socialismo... E não era exatamente contra a ditadura, era contra a ditadura militar burguesa, mas nós éramos a favor da ditadura do proletariado. Isso ninguém diz, mas tem que dizer. Faz parte da nossa história”.

Toca o telefone. Era uma secretária do Auro Moura Andrade [presidente do Congresso Nacional] convocando para uma sessão à uma hora da manhã. Chegando lá, o Darcy Ribeiro chegou com uma carta comunicando que o presidente tinha se deslocado para Porto Alegre e, portanto, estava em território nacional. O próprio Moura Andrade faz a leitura e não abre debate: simplesmente ele proclama que o cargo de presidente está vago”

Série Memória Política

n vera sílvia magalhães

n Leonidas Pires Gonçalves

n Beatriz ryff

n Jarbas Passarinho

n tancredo Neves

doCumeNtÁrios dA tv CÂmArA

n Fernando Lyra

n delfim Netto

n helio Bicudo

n henrique Lima

n Almino Affonso

n Clara Charf

n evandro Lins e silva

n Geraldo Freire

n Apolonio de Carvalho

n João Amazonas

n Ferreira Gullar

n Barbosa Lima sobrinho

Outros n A Construção de Fernando henrique

n Jacob Gorender – A esquerda revelada

n marcos Freire – sem Ódio e sem medo

Contos da Resistência

n estudantes e igreja

n Congresso

n Artes e imprensa

n movimento sindical

todos os programas podem ser vistos em tv.camara.leg.br

n Florestan Fernandes – o mestre

n o Pasquim – A subversão do humor

n vladimir Palmeira – A história sem mitos

“Eu acho que o Jango não queria assumir a Presidência da República e depois ele atuou sem vontade política de ser realmente presidente da República”.

Delfim Netto Fernando Henrique Cardoso

Almino Afonso Jarbas Passarinho

Blogspot eBC

eBC Wikipedia

Almino Afonso, deputado pelo PTB em 1964.

General Leônidas Pires Gonçalves, ex-ministro do Exército no governo Sarney

Clara Charf, militante e companheira do líder guerrilheiro Carlos Marighela

Delfim Netto, ministro nos governos militares

Jarbas Passarinho, ministro nos governos militares

Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República

Vera Sílvia Magalhães, militante de esquerda e participante do sequestro do embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick

Hélio Bicudo, chefe de gabinete do Ministério da Fazenda de junho a dezembro de 1963

Page 8: Câmara institui o ano da democracia, da memória e do ... · agenda de eventos políticos, culturais e educativos realizada pela ... estava ainda em Porto Alegre, onde, apesar da

1º de abril de 20148 | JORNAL DA CÂMARA

MERCADO COMUM | o próximo encontro do Parlamento, em montevidéu, será no dia 7

Representação Brasileira discute retomada das reuniões do Parlasul

A Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul  marcou para amanhã uma reunião para dis-cutir a agenda que vai levar para a reunião do Parlamento do Mercosul (Parlasul) no dia 7 de abril.

Também estará em pauta a es-colha dos parlamentares brasileiros que vão ocupar a presidência e a vi-ce-presidência das comissões per-manentes do Parlasul que são des-tinadas ao Brasil.

O próximo encontro do Parla-mento do Mercosul, em Montevi-déu, Uruguai, será realizado qua-tro meses depois da eleição de uma nova Mesa, presidida pelo uruguaio Rubén Martinez Huelmo e que tem o senador Roberto Requião (PMDB--PR) em uma das vice-presidências.

A expectativa é que na primei-ra parte da reunião sejam votadas as mudanças no Regimento Interno do Parlamento. Na segunda parte os representantes dos cinco países que formam o bloco - Argentina, Bra-sil, Paraguai, Uruguai e Venezuela

– poderão retomar os seus trabalhos legislativos.

A Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul é formada por dez senadores e 27 deputados. É presidida atualmente pelo depu-

Newton Lima (D) e Requião (de pé) comandam a Representação Brasileira do Parlasul

MINAS E ENERGIA

tado Newton Lima (PT-SP), com o senador Paulo Bauer (PSDB-SC) na vice-presidência.

A reunião está marcada para as 14h30, no plenário 19 da ala Senador Alexandre Costa do Senado Federal.

MEIO AMBIENTE | Pesquisa relaciona mais de 17 mil mortes em sP a inalação de ar poluído

Poluição atmosférica nas grandes cidades

Cubatão lidera entre as cidades mais poluídas de São Paulo, segundo o levantamento

A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara promove audiência públi-ca, na quinta-feira (3), para discutir a poluição atmosférica nas grandes cidades. O evento foi solicitado pelo deputado Adrian (PMDB-RJ), e ocor-rerá no plenário 8, às 10h.

O parlamentar cita a pesquisa “Mobilidade Urbana e Poluição do Ar: A Visão da Saúde”, segundo a qual 17.443 pessoas morreram no es-tado de São Paulo em 2011, em de-corrência de doenças influenciadas pela inalação de ar poluído – como as cardiovasculares, pulmonares e o câncer de pulmão.

Esse número é mais que o dobro do de pessoas mortas em acidentes de trânsito (7.867) e quase cinco ve-zes maior do que o de mortes provo-cadas por câncer de mama (3.620).

Mortes - A pesquisa, realizada pelo Instituto Saúde e Sustentabi-lidade em parceria com a Câmara Municipal de São Paulo, traz levan-tamento inédito, relacionando índi-ces de poluição das cidades paulistas com registros de mortes.

Os dados mostram que, de 2006 a 2011, a inalação da poeira fina pre-sente no ar contribuiu para a morte

de 99.084 pessoas. Além disso, a ina-lação do ar poluído também trouxe impactos negativos na qualidade de vida da população. O estudo mostra que respirar ar poluído de São Paulo tem tirado cerca de 1,5 ano de vida dos paulistas.

Apesar de o problema estar pre-sente em todo o estado, as maiores concentrações de poluentes ainda estão nas grandes regiões metropo-litanas. Segundo o levantamento, as seis cidades mais poluídas de São

Paulo em 2011, em ordem decrescen-te, foram Cubatão, Osasco, Araçatu-ba, Paulínia, São Bernardo e Santos. A capital paulista foi classificada em 12º lugar no ranking.

Nesses municípios, os níveis de poeira fina e muito fina estão acima dos considerados seguros para a saú-de humana pela Organização Mun-dial da Saúde. “Temos razões para crer que um quadro semelhante se repita em diversas outras regiões metropolitanas”, afirmou Adrian.

Comissão debate crise no sistema elétrico

A crise no sistema elétrico bra-sileiro e suas consequências para o desenvolvimento do País é o tema da audiência pública que a Comis-são de Minas e Energia da Câmara dos Deputados promove amanhã. A audiência ocorrerá no plenário 14, a partir das 11h.

O evento foi solicitado pelos de-putados Davi Alcolumbre (DEM-AP) e Geraldo Thadeu (PSD-MG). Eles ressaltam que, ao longo dos últimos anos, uma sequência de apagões afe-tou o fornecimento de energia elé-trica para diversas regiões do Brasil e colocou em cheque a confiabilidade do sistema elétrico nacional.

Os parlamentares citam repor-tagem veiculada pela Folhapress, no dia 27 de fevereiro, na qual a presi-dente Dilma Rousseff afastou o risco de apagão, tendo afirmado não ser admissível especulação sobre racio-namento de energia elétrica no País e assegurado a existência de segu-rança energética.

No mesmo sentido, em evento no Palácio do Planalto, no dia 3 de fevereiro, o ministro Edison Lobão afirmou que o baixo nível dos reser-vatórios das usinas hidrelétricas no País não representava “nenhum ris-co de desabastecimento”, observam os deputados.

Blecaute - No entanto, no dia 4 de fevereiro, novo blecaute atingiu quatro regiões do País, afetando en-tre cinco e seis milhões de pesso-as, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), provocando transtornos e prejuízos de toda or-dem às populações das regiões afe-tadas.

Risco efetivo - No dia 13 de feve-reiro, de acordo com reportagem do jornal O Globo, o governo admitiu, pela primeira vez, o risco de apagão. Em nota divulgada durante reunião do Comitê de Monitoramento do Se-tor Elétrico (CMSE), o governo afir-mou que o fornecimento de ener-gia estaria garantido em 2014, mas admitiu que, se a situação dos re-servatórios piorasse nos próximos meses, existiria o risco de desabas-tecimento.

“Muito embora se saiba que um sistema de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica não seja imune a falhas, causa grande preocupação a sequência de pro-blemas apresentados pelo sistema nacional, atingindo extensas áreas do território brasileiro e prejudican-do milhões de pessoas e empresas”, afirmam os deputados.

Arquivo Cd

Agência senado

Page 9: Câmara institui o ano da democracia, da memória e do ... · agenda de eventos políticos, culturais e educativos realizada pela ... estava ainda em Porto Alegre, onde, apesar da

JORNAL DA CÂMARA | 91º de abril de 2014

PLENÁRIO | Líderes partidários listaram pontos polêmicos entre cerca de 100 projetos para o esforço concentrado

Piso de agente comunitário pode ser votado

Agentes de saúde protestaram nas galerias contra o adiamento da votação de projeto sobre o piso, em outubro de 2013 “Existe um arsenal de obstrução muito grande (...) então acho que mais prudente é tentar fazer uma pauta de comum acordo.” Arlindo Chinaglia, líder do governo

Com a perspectiva de liberação da pauta do Plenário da Câmara, au-menta a pressão dos deputados pela votação de projetos polêmicos. O piso salarial de agentes comunitários de saúde (PL 7495/06) é uma das pro-postas mais solicitadas pelos líderes para inclusão no esforço concentrado, anunciado pelo presidente da Câma-ra, Henrique Eduardo Alves, previs-to para a semana de 7 a 11 de abril. A matéria está entre as prioridades de PSDB, PR, DEM, SDD, PTB, PCdoB, PSC e PPS.

Os projetos terão sinal verde para a votação em Plenário depois da aná-lise da reabertura de prazo para ade-são das instituições de ensino ao Programa de Estímulo à Reestrutu-ração e ao Fortalecimento das Ins-tituições de Ensino Superior (Proies - PL  6809/13), último projeto que tranca a pauta de votações.

O Plenário da Câmara pode vo-tar nesta semana a Medida Provisó-ria 627/13, que faz várias mudanças na legislação tributária. Será anali-sado o parecer do deputado Eduar-do Cunha (PMDB-RJ) para a maté-ria, com temas como a reabertura de parcelamento de dívidas e a forma de tributação dos lucros de empresas coligadas no exterior.

O relatório de Cunha inclui ain-da vários pontos que não estavam no texto original, como a diminuição de multas para operadoras de planos de saúde no ano de 2014 e a criação de uma contribuição anual sobre a ex-ploração de aeroporto de uso público em áreas particulares.

Outro tema novo é a isenção da taxa para o bacharel em Direito pres-tar o exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), válida para tantas vezes quantas o candidato precisar.

RDC - Também está na pauta das sessões ordinárias a MP 630/13, que originalmente estende o Regime Di-ferenciado de Contratações (RDC) para as obras de presídios. Já o re-latório da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), aprovado pela comissão mista que analisou a MP, permite o uso desse regime em todas as licita-ções e contratos de todas as esferas de governo (União, estados, Distrito Federal e municípios).

Atualmente, o RDC é aplicado em obras da Copa do Mundo, das Olim-píadas, do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e às relacio-nadas à educação, entre outras. Esse regime prevê prazos mais curtos e procedimentos simplificados, facili-tando a contratação de obras e ser-viços de engenharia pela adminis-tração pública.

Dívidas de universidades - Os de-

putados precisam terminar também a votação do PL 6809/13, do Poder Executivo, que reabre o prazo para adesão das instituições de ensino ao Programa de Estímulo à Reestrutu-ração e ao Fortalecimento das Insti-tuições de Ensino Superior (Proies). O programa prevê moratória e parcela-mento de dívidas dessas instituições.

O projeto tranca a pauta de vota-ções das sessões ordinárias, junta-mente com as MPs 627 e 630.

O Plenário já aprovou um subs-titutivo  da Comissão de Educação para a proposta. A votação, no en-tanto, não progrediu porque o DEM e o PSDB queriam votar em separado a emenda do DEM que dispensa as ins-tituições de ensino atualmente vin-culadas ao sistema estadual de mi-grar para o sistema federal, exigência para participar do Proies.

Há um parecer da Comissão de

Constituição e Justiça e de Cidada-nia (CCJ) pela inconstitucionalidade da emenda. Por esse motivo, o Regi-mento Interno impede sua votação.

Crime hediondo - Se a pauta for liberada, outras matérias poderão ser votadas em sessões extraordinárias na quarta-feira, como o projeto que torna hediondos a corrupção e outros crimes contra a administração públi-ca (PL 5900/13, do Senado).

Auto de resistência - Pendente de requerimento para o regime de ur-gência, o Projeto de Lei 4471/12, do deputado Paulo Teixeira (PT-SP), es-pecifica procedimentos para apurar casos de morte violenta envolvendo ações policiais. O objetivo é evitar a ocorrência de casos em que policiais excedem o uso da força e declaram que a vítima resistiu à autoridade (essa conduta acaba dispensando a abertura de inquérito).

MP que altera legislação tributária está na pauta

O líder do PSC, deputado Andre Moura (AL), disse que os agentes já estão mobilizados para vir à Câmara pressionar os deputados. “Vamos pe-dir que o presidente da Câmara cum-pra a palavra e aceite pautar esse pro-jeto. Gostaríamos de ter feito acordo com o governo, mas o governo não quis dialogar”, disse.

Policiais e bombeiros - Vários ou-

tros projetos que aumentariam gastos para o governo também encabeçam a lista de solicitações dos partidos: o piso salarial de policiais e bombei-ros (PEC 300/08 e 446/09); o fim do fator previdenciário (PL 3299/08); o fim da contribuição de aposentados (PEC 555/06); e a jornada de 30 horas para enfermeiros (PL 2295/00).

Para o líder do governo, deputa-do Arlindo Chinaglia (PT-SP), se os líderes insistirem nas polêmicas, o esforço concentrado será frustrado. “Existe um arsenal de obstrução mui-to grande para qualquer segmento que se sentir incomodado – oposição

ou governo –, então acho que mais prudente é tentar fazer uma pauta de comum acordo”, disse. Chinaglia ressaltou, no entanto, que o gover-no “estará preparado” para lidar com qualquer projeto pautado.

O piso salarial de agentes comu-nitários de saúde chegou a ser colo-cado em pauta no dia 23 de outubro de 2013, mas o governo conseguiu adiar a votação para tentar um acor-do. Chinaglia explicou que o Planalto não quer arcar sozinho com os custos do salário e quer repassar para os mu-nicípios e estados o custo dos direitos trabalhistas desses profissionais.

Boates - Os líderes encaminharam uma lista de mais de 100 propostas para serem analisadas durante o es-forço concentrado. Algumas delas têm mais chance de votação, como o projeto que torna mais rígidas as re-gras de seguranças em boates e casas noturnas (PL 2020/07).

O presidente Henrique Alves se-lecionou projetos de combate à vio-lência contra a mulher. Entre eles, a inclusão de diretrizes no SUS para atendimento a vítimas de violência (PL 6295/13); e a criação de auxílio transitório para mulheres em situação de violência doméstica (PL 6296/13).

Luis macedo

Page 10: Câmara institui o ano da democracia, da memória e do ... · agenda de eventos políticos, culturais e educativos realizada pela ... estava ainda em Porto Alegre, onde, apesar da

1º de abril de 201410 | JORNAL DA CÂMARA

A coordenadora da bancada femi-nina na Câmara, deputada Jô Moraes (PCdoB-MG), defendeu tratamento mais ousado e profundo nas escolas para a prevenção da violência contra a mulher.

Em entrevista ao programa “Com a Palavra”, da Rádio Câmara, a par-lamentar comentou resultado de es-tudo do Instituto de Pesquisa Eco-nômica Aplicada (Ipea), segundo o qual 65% dos entrevistados concor-dam total ou parcialmente que mu-lheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas.

Entre 3.810 pessoas ouvidas em todo o País, 58% responderam que, se as mulheres se comportassem, ha-veria menos estupros.

Cultura do machismo - Para Jô Moraes, apesar de avanços contínu-os no combate à violência contra a mulher, como a Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06), ainda há muito a se fazer para mudar a cultura do ma-chismo presente nos mais diversos segmentos da sociedade brasileira.

“O que mais me estranhou é que nós estamos vivendo numa situação em que a segurança pública, as ame-aças, os homicídios, os crimes de as-salto, de roubo a mão armada têm

O deputado Júlio César (PSD-PI) informou sobre a publicação do livro do qual é coautor, O Brasil e o Mundo em Dados Comparativos, que com-para dados do Brasil com os demais países do mundo e do continente, por meio de indicadores reconheci-dos pela ONU e adotados pelo IBGE. César registrou que, em 2011, foi co-autor do livro Brasil em Dados Com-parativos das Unidades Federadas, que faz uma avaliação comparativa em valores absolutos, relativos e per capita de muitos dados sobre o Bra-sil. “Foi um sucesso, não deu para quem queria, já esgotou”, ressaltou.

A apresentação da nova obra éfoi feita pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves. O livro de 480 páginas faz o acompanhamen-to das receitas compartilhadas en-tre a União, os estados e os municí-pios, atendo-se ao IPI e ao Imposto de Renda, principalmente. “Nós, por diversas vezes, identificamos reten-ções, tanto por parte do Tesouro, quanto da Receita. E fizemos com que, de 2009 a 2013, a União pagas-se R$ 8 bilhões a mais aos estados e aos municípios por meio do Fundo de

Jô Moraes: apesar os avanços, ainda falta muito para mudar a cultura do machismo

MULHERES | Jô moraes lamenta dados que mostram que a maioria atribui estupros ao comportamento das vítimas

Deputada quer escolas prevenindo violência de gênero

DISCURSOS

crédito da fotoO deputado Paes Landim (PTB--PI) afirmou que a Codevasf fará uma revolução no sertão do Piauí com o Projeto de Irrigação Marrecas-Je-nipapo, que assentará 200 famílias para a produção de frutas, em unida-des de cinco hectares. O empreendi-mento criará 200 empregos diretos e 600 empregos indiretos, além da con-tratação de 191 homens/dia ao ano para práticas temporárias, ressaltou. As obras de infraestrutura, feitas no âmbito do PAC, estão sendo executa-das “com celeridade”, registrou.

A renda média anual no municí-pio de São João do Piauí deverá se elevar de R$ 822 para R$ 5,4 mil, além de trazer um incremento anu-al de 5.600 toneladas para mais de 17 mil toneladas em sua produção. Os primeiros resultados, afirmou Lan-dim, “ratificaram todas as melhores expectativas do ex-superintendente regional da Codevasf Hildo Diniz”.

Landim relatou que, em 2001, Diniz, recém-empossado, “apaixo-nou-se por São João do Piauí”. Tra-balhava mais no interior do que em Teresina. “Ao me pedir que destinas-se parte dos recursos de uma emenda

Júlio César publica livro com indicadores comparativos do País e unidades federadas

Participação dos Municípios (FPM) e do Fundo de Participação dos Esta-dos (FPE)” diz o deputado.

Júlio César agradeceu ao colega Onofre Santo Agostini (PSD-SC) por ter citado o fato de ele figurar em 5º lugar em ranking dos melhores de-putados publicado pela revista Veja em 2013. Dos 52 citados pela revis-ta, 16 são do PSD, comemorou Júlio César. “Me orgulho muito de ser do PSD, partido que, através de seus membros e de sua presença aqui, foi tão bem avaliado pela Veja, uma das grandes revistas, talvez uma das me-lhores do Brasil”, afirmou.

Júlio César: correção do FPE e do FPM Paes Landim: obras feitas com celeridade

Paes Landim está otimista com projeto de fruticultura irrigada no sertão do Piauí

parlamentar para custear os estudos iniciais, ele, reiteradas vezes, me di-zia: ‘São João do Piauí tem todas as condições para ser uma nova Petro-lina’”, afirmou.

“Lutei para que no Piauí a supe-rintendência do órgão fosse instala-da no interior, próxima aos arranjos produtivos locais”, ressaltou o depu-tado. “Fui voto vencido. Deveríamos ter nos espelhado no vizinho Per-nambuco, onde a sede do órgão fica em Petrolina, no Vale do São Fran-cisco, o que foi fundamental para a implantação do vigoroso polo de fru-ticultura regional”, comparou.

crescido muito e a sociedade tem cla-mado pela punição, pela prevenção, mais policiamento, mais rigor com a pena dos criminosos”, observa Jô Moraes. “Como é que, num momento em que a sociedade pede rigor com o crime, ela tem tamanha tolerância

com o criminoso que ataca as mu-lheres?”.

A deputada defende que, além de um trabalho preventivo profundo nas escolas, é preciso debater o tema com mais intensidade nos meios de comunicação, inclusive nas peças

publicitárias. Jô Moraes critica que, ainda hoje, anúncios explorem a se-xualidade feminina para vender pro-dutos.

Milhares de estupros - O Ipea esti-ma que, a cada ano, existam 527 mil tentativas ou casos de estupros con-sumados no País, dos quais apenas 10% são reportados à polícia.

Os resultados do último levan-tamento do instituto a respeito das percepções quanto à violência contra a mulher motivaram uma campanha pelas redes sociais. O movimento “Eu não mereço ser estuprada” ganhou repercussão nos últimos dias, inclu-sive na mídia internacional.

Mas as mensagens não foram apenas de apoio. Diversas ofensas e ameaças foram direcionadas pela web às participantes do movimento, que tem incentivado as internautas a denunciar as agressões.

“Como é que, num momento em que a sociedade pede rigor com o crime, ela tem tamanha tolerância com o criminoso que ataca mulheres?”

Lucio Bernardo JrGustavo Lima

viola Junior

Deputada Jô Moraes

Page 11: Câmara institui o ano da democracia, da memória e do ... · agenda de eventos políticos, culturais e educativos realizada pela ... estava ainda em Porto Alegre, onde, apesar da

JORNAL DA CÂMARA | 111º de abril de 2014

metAs PrevistAs No reLAtÓrio

Em um ano

n titulação de 60 mil mestres e de 25 mil doutores (a cada ano)

n 100% dos professores do ensino básico com licenciatura na área em que ensinam

n 93,5% da população acima de 15 anos alfabetizada

Em dois anos

n 100% das crianças de 4 e 5 anos na escola (educação infantil)

n 100% dos adolescentes de 15 a 17 anos na escola (ensino médio)

n estabelecimento de critérios de valorização meritocrática na gestão das escolas

n efetivação da gestão democrática das escolas, com instituição de consulta pública

Em dez anos

n 10% do PiB investidos na educação pública

n 100% dos alunos de 4 a 17 anos com deficiência com acesso ao ensino especializado

n 25% dos alunos do ensino médio vinculados ao ensino profissionalizante

n 25% dos alunos da educação básica estudando em tempo integral

n educação em tempo integral em metade das escolas do ensino básico

n expansão em 50% do ensino público profissionalizanten 50% das escolas do País oferecendo ensino integral

ENSINO PÚBLICO | Câmara promove hoje videochat sobre as alterações no PNe em discussão na comissão especial

Relator discute Plano Nacional de Educação

tv rÁdio DESTAqUES Do PoRTAL CâMARA NoTíCiAS

AGÊNCiA

A Câmara dos Deputados reali-za hoje, às 11h, um videochat com o relator do Plano Nacional de Edu-cação (PNE – PL 8035/10), deputado Angelo Vanhoni (PT- PR). O plano, que já havia sido aprovado pelos de-putados em 2012, sofreu alterações no Senado e, por essa razão, voltou para análise da Câmara.

O videochat será transmitido ao vivo pelo portal Câmara Notícias e pela TV Câmara, e terá duração de uma hora. Qualquer pessoa poderá participar, enviando perguntas pela internet (em bate-papo que estará disponível no dia do debate) ou pelo Disque Câmara (0800 619 619).

No último dia 20, Vanhoni apre-sentou um novo parecer à comissão especial da Câmara que analisa o PNE. O texto precisa ser votado na comissão especial e, em seguida, no Plenário.

O PNE estabelece diretrizes, me-tas e estratégias para o ensino no Brasil nos próximos dez anos. O tex-to trata de temas como o percentual mínimo de investimento no setor, o salário de professores, as escolas em

tempo integral e a matrícula de alu-nos com necessidades especiais na rede regular de ensino.

Vanhoni, que também foi relator do texto na Câmara em 2010, defen-de em seu novo parecer a destina-ção de 10% do PIB exclusivamente

para a educação pública, mantendo a redação aprovada pelos deputados em 2012. Os senadores mantiveram o mesmo percentual de investimen-to, mas abriram a possibilidade de universidades particulares recebe-rem recursos por meio do Fies e do ProUni. Vanhoni discorda dessa al-teração.

Críticas - De acordo com a Co-ordenação de Participação Popular da Câmara, o novo Plano Nacional de Educação alcançou em março o primeiro lugar em atendimentos no Disque-Câmara, com 877 ligações, sendo 860 para manifestar críticas ao texto. Desde o início de 2014, o projeto está em segundo lugar em volume de atendimentos pelos ca-nais interativos da Câmara, perden-do apenas para o projeto de marco civil da internet (PL 2126/11).

Somente na semana de 17 a 23 de março, foram 804 comentários con-trários ao PNE e 5 a favor. Um dos pontos mais polêmicos do texto é a diretriz que trata da superação de desigualdades educacionais. O texto aprovado na Câmara fala em “ênfa-se na promoção da igualdade racial, regional, de gênero e de orientação sexual”, o que motivou críticas ao texto.

“Não sou de acordo em colocar as palavras: gênero, igualdade de gêne-ro e orientação sexual. Solicito a reti-rada dessas palavras do Plano Nacio-nal de Educação”, disse Tatiane Dias Figueiredo, de Santa Terezinha (BA).

Também contrária ao texto, Ma-ria Ercilia Mais, de Praia Grande (SP), afirmou, por meio do Disque-Câma-ra, que o projeto contraria seus prin-cípios religiosos. “Sou a favor de uma educação sexual nas escolas e con-trária à liberdade sexual”, disse.

Apesar de o Senado ter modifica-do o texto para tornar genérica a re-ferência às formas de discriminação, Vanhoni se posicionou favorável ao texto da Câmara nesse ponto.

Vanhoni vai responder às perguntas

Zeca ribeiro

Em discussão,o combate aotrabalho infantil

Deputada quer ampliar debate sobre violência

Mino Carta dáentrevista sobreo golpe de 64

@ser

gii m

osca

liuk -

Foto

lia

Page 12: Câmara institui o ano da democracia, da memória e do ... · agenda de eventos políticos, culturais e educativos realizada pela ... estava ainda em Porto Alegre, onde, apesar da

1º de abril de 201412 | JORNAL DA CÂMARA

Luiz Carlos Hauly representa Câmara em início de obras no Paraná

O deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) representou a Câmara na solenidade que marcou o início das obras da Klabin, em Ortigueira, re-

gião de mais baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Paraná. Ex-secretário de Fazenda estadual que formulou essa parceria entre a Kla-

bin e o Governo do Paraná, Hauly lembrou que esse é o maior investimento privado da história do estado.

Mais 24 municípios de Mato Grosso receberam um caminhão--caçamba da segunda etapa do PAC-2. O deputado Ságuas Moraes (PT--MT) destacou a importância da ação do governo federal em benefício dos pequenos municípios. “As prefeituras das cidades menores sempre tiveram muita dificuldade em adquirir maquinário. Por isso a sensibilida-de da presidenta Dilma em garantir a entrega dos equipamentos”, disse.

Ságuas Moraes prestigia entrega de caminhões a pequenas cidades

Em congresso, Inocêncio Oliveira defende recursos permanentes a municípios

O deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE) participou no dia 17/03 da abertura do Congresso Pernambucano de Municípios. Defensor do municipalis-

mo e dirigente regional do PR, Inocêncio enlateceu a iniciativa do governador Eduardo Campos de lançar o Fundo de Apoio ao Desenvovimento dos Munici-

pios, destinando a eles R$ 248 milhões. Inocêncio enfatizou que deve haver um sistema permanente de repartiçao das receitas tributárias.

Duas importantes honrarias foram recebidas nos dias 21 e 23 de março pela deputada Iara Bernardi (PT-SP). Na sexta-feira, ela recebeu o de Cidadã Quadrense, no município de Quadra. No dia 23, Iara recebeu, em São Paulo, o prêmio “Dom Pedro Casaldáliga”, em evento or-ganizado pelo Movimentos dos sem Universidade, por sua atuação como relatora na aprovação da Lei de Cotas.

Iara Bernardi recebe título de cidadã e prêmio Dom Pedro Casaldáliga

Janete Pietá participa do evento 14º Mês da Mulher de Guarulhos

A deputada Janete Pietá (PT-SP) participou em 22/03 do 14ª Mês Especial da Mulher de Guarulhos, para estimular a participação das mulheres na política e dar posse ao Conselho Municipal de Políticas

para as Mulheres. Em discurso, a ministra Eleonora Meniccuci, da Se-cretaria de Políticas para as Mulheres, ressaltou que a deputada Janete

Pietá “é uma guerreira” na luta pelos direitos femininos.

 O deputado Dr. Carlos Alberto (PMN-RJ) homenageou, em 17/03, integrantes da Operação Lei Seca, personalidades e autoridades com o diploma e a medalha do Mérito da Vida. “Como formula-dor e ex-coordenador geral da Operação Lei Seca não poderia deixar de ho-menagear aqueles que durante esse tempo já ajudaram a salvar cerca de 20 mil vidas no trânsito, muitas vezes colocando suas próprias vidas em risco.”

Dr. Carlos Alberto homenageia com medalha integrantes da Operação Lei Seca

Foto

s: di

vulg

ação

SP

Nos estAdos

As informações acima são de responsabilidade exclusiva dos parlamentares. Colaborações podem ser enviadas para o e-mail [email protected]

PE

MT

PR

SP

RJ