clovis gonçalves - administração eclesiastica - apostila

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Instituto Bíblico Betel Japonês Seminário Teológico Evangélico E-mail: [email protected] Coordenação Acadêmica Plano de Curso: Administração Eclesiástica Prof.: Clóvis Gonçalves Ricardo Carga Horária: 30 H/A Nº de Créditos: 02 I) Objetivo Geral: Preparar o aluno a desenvolver atividades administrativas e eclesiásticas de uma organização cristã evangélica. II) Objetivos Específicos: 1) Definir termos relativos à Administração Eclesiástica e conhecer sua importância. 2) Conhecer a Igreja, sua Missão, Características e Tipos de Governo. 3) Mostrar como desenvolver a Organização de uma Entidade Eclesiástica. 4) Apresentar a Divisão Administrativa de uma Organização Eclesiástica. 5) Dar noções concernentes à Integração, Membresia e Disciplina. 6) Dar noções concernentes às Regras Parlamentares e de Direção de Reuniões. 7) Promover o desenvolvimento de um Planejamento Estratégico. 8) Instruir quanto ao gerenciamento do Tempo. 9) Preparar para o desenvolvimento de Cerimônias Eclesiásticas. III) Programa do Curso: 1) Definições e Considerações Iniciais a) O que é Administração? b) O que é Organização? c) O que é Tecnologia? d) O que é Gerenciamento? e) O que é Política? f) O que é Prioridade? g) O que é Valores? h) O que é Gerenciamento por Objetivos? i) Objetivos da Administração j) O que é Administração Eclesiástica? k) A Administração Eclesiástica sob o ponto de vista bíblico 2) A Igreja a) A Igreja Universal e Local b) A Missão da Igreja c) Características Ideais de uma Igreja d) Tipos de Governo Eclesiástico 3) Regras Parlamentares e de Direção de Reuniões 4) A Igreja e a Integração, Membresia e Disciplina 5) A Organização de uma Entidade Eclesiástica a) Documentos Obrigatórios b) Documentos Quando possui Empregados c) Documentos para Congregações d) Levantamento de fundos 6) A Administração de uma Entidade Eclesiástica a) Organograma e Os tipos possíveis de Departamentos ou Ministérios b) O Departamento de Administração (1) Secretaria (2) Tesouraria 7) A Igreja e sua Programação a) Liturgia de um Culto b) Calendário de Atividades c) Relatório de Atividades 8) O Planejamento Estratégico de uma Entidade Eclesiástica a) O que é Planejamento? b) Por que devemos planejar? c) O que pode atrapalhar o estabelecimento de objetivos? d) Visionando e) O Planejamento Estratégico f) Planejando e estabelecendo: (1) Propósito (2) Objetivo Primário (3) Objetivos Secundários (4) Alvos (5) Declaração da Missão 9) Gerenciamento do Tempo 10) Cerimônias Eclesiásticas a) Batismo b) Recepção de Novos Membros c) A Santa Ceia d) Casamento e) Dedicação de Crianças f) Ação de Graças por Aniversário de 15 anos g) Apresentação e ordenação de Obreiros h) Bodas de Prata e de Ouro i) Culto Fúnebre 1

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Page 1: Clovis Gonçalves - Administração Eclesiastica - Apostila

Instituto Bíblico Betel Japonês Seminário Teológico Evangélico

E-mail: [email protected]

Coordenação Acadêmica Plano de Curso: Administração Eclesiástica Prof.: Clóvis Gonçalves Ricardo Carga Horária: 30 H/A Nº de Créditos: 02 I) Objetivo Geral: Preparar o aluno a desenvolver atividades administrativas e eclesiásticas de uma organização cristã

evangélica. II) Objetivos Específicos:

1) Definir termos relativos à Administração Eclesiástica e conhecer sua importância. 2) Conhecer a Igreja, sua Missão, Características e Tipos de Governo. 3) Mostrar como desenvolver a Organização de uma Entidade Eclesiástica. 4) Apresentar a Divisão Administrativa de uma Organização Eclesiástica. 5) Dar noções concernentes à Integração, Membresia e Disciplina. 6) Dar noções concernentes às Regras Parlamentares e de Direção de Reuniões. 7) Promover o desenvolvimento de um Planejamento Estratégico. 8) Instruir quanto ao gerenciamento do Tempo. 9) Preparar para o desenvolvimento de Cerimônias Eclesiásticas.

III) Programa do Curso:

1) Definições e Considerações Iniciais a) O que é Administração? b) O que é Organização? c) O que é Tecnologia? d) O que é Gerenciamento? e) O que é Política? f) O que é Prioridade? g) O que é Valores? h) O que é Gerenciamento por Objetivos? i) Objetivos da Administração j) O que é Administração Eclesiástica? k) A Administração Eclesiástica sob o ponto

de vista bíblico 2) A Igreja

a) A Igreja Universal e Local b) A Missão da Igreja c) Características Ideais de uma Igreja d) Tipos de Governo Eclesiástico

3) Regras Parlamentares e de Direção de Reuniões 4) A Igreja e a Integração, Membresia e Disciplina 5) A Organização de uma Entidade Eclesiástica

a) Documentos Obrigatórios b) Documentos Quando possui Empregados c) Documentos para Congregações d) Levantamento de fundos

6) A Administração de uma Entidade Eclesiástica a) Organograma e Os tipos possíveis de

Departamentos ou Ministérios b) O Departamento de Administração

(1) Secretaria (2) Tesouraria

7) A Igreja e sua Programação a) Liturgia de um Culto b) Calendário de Atividades c) Relatório de Atividades

8) O Planejamento Estratégico de uma Entidade Eclesiástica a) O que é Planejamento? b) Por que devemos planejar? c) O que pode atrapalhar o estabelecimento de

objetivos? d) Visionando e) O Planejamento Estratégico f) Planejando e estabelecendo:

(1) Propósito (2) Objetivo Primário (3) Objetivos Secundários (4) Alvos (5) Declaração da Missão

9) Gerenciamento do Tempo 10) Cerimônias Eclesiásticas

a) Batismo b) Recepção de Novos Membros c) A Santa Ceia d) Casamento e) Dedicação de Crianças f) Ação de Graças por Aniversário de 15 anos g) Apresentação e ordenação de Obreiros h) Bodas de Prata e de Ouro i) Culto Fúnebre

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ÍNDICE

PLANO DE CURSO: ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA _____________________________________________ 1

ÍNDICE _________________________________________________________________________________________ 2

I. DEFINIÇÕES E CONSIDERAÇÕES INICIAIS ___________________________________________________ 4 1. O QUE É ADMINISTRAÇÃO? ____________________________________________________________________ 5 2. O QUE É ORGANIZAÇÃO?______________________________________________________________________ 5 3. O QUE É TECNOLOGIA? _______________________________________________________________________ 5 4. O QUE É GERENCIAMENTO? ___________________________________________________________________ 5 5. POLÍTICA __________________________________________________________________________________ 5 6. PROCEDIMENTOS ____________________________________________________________________________ 5 7. PRIORIDADE ________________________________________________________________________________ 6 8. VALORES __________________________________________________________________________________ 6 9. GERENCIAMENTO POR OBJETIVOS ______________________________________________________________ 6 10. OBJETIVOS DA ADMINISTRAÇÃO: _____________________________________________________________ 6 11. O QUE É ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA? _____________________________________________________ 6 12. A ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA SOB O PONTO DE VISTA BÍBLICO__________________________________ 6

II. A IGREJA _________________________________________________________________________________ 8 1. A IGREJA UNIVERSAL E LOCAL_________________________________________________________________ 8 2. A MISSÃO DA IGREJA_________________________________________________________________________ 8 3. CARACTERÍSTICAS IDEAIS DE UMA IGREJA _______________________________________________________ 8 4. TIPOS DE GOVERNO ECLESIÁSTICOS ____________________________________________________________ 8

(1) O Governo Congregacional ________________________________________________________________ 8 (2) O Governo Episcopal _____________________________________________________________________ 9 (3) O Governo Episcopal Supervisionado ________________________________________________________ 9 (4) O Governo Presbiteriano __________________________________________________________________ 9

III. REGRAS PARLAMENTARES E DE DIREÇÃO DE REUNIÕES __________________________________ 9 1. O QUE SÃO REGRAS PARLAMENTARES? __________________________________________________________ 9 2. COMO ESTAR PREPARADO PARA DIRIGIR UMA REUNIÃO? ___________________________________________ 11 3. COMO LIDERAR UMA REUNIÃO? _______________________________________________________________ 11

IV. A IGREJA E A INTEGRAÇÃO, MEMBRESIA E DISCIPLINA___________________________________ 11 1. FORMAS DE INTEGRAÇÃO E MEMBRESIA ________________________________________________________ 11 2. A DISCIPLINA NA IGREJA_____________________________________________________________________ 12

V. A ORGANIZAÇÃO DE UMA ENTIDADE ECLESIÁSTICA _____________________________________ 14 1. DOCUMENTOS OBRIGATÓRIOS ________________________________________________________________ 15 2. DOCUMENTOS OBRIGATÓRIOS QUANDO AS IGREJAS POSSUEM EMPREGADOS ___________________________ 16 3. DOCUMENTOS OBRIGATÓRIOS PARA AS CONGREGAÇÕES___________________________________________ 17 4. LEVANTAMENTO DE FUNDOS__________________________________________________________________ 17

VI. A ADMINISTRAÇÃO DE UMA ENTIDADE ECLESIÁSTICA ___________________________________ 19 1. ORGANOGRAMA E OS TIPOS POSSÍVEIS DE DEPARTAMENTOS OU MINISTÉRIOS _________________________ 19

a) O Organograma ______________________________________________________________________ 19 b) Os Tipos Possíveis de Departamentos e Ministérios________________________________________ 20

2. O DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO ________________________________________________________ 23 a. Secretaria ____________________________________________________________________________ 23 b. Tesouraria ___________________________________________________________________________ 34

VII. A IGREJA E SUA PROGRAMAÇÃO _______________________________________________________ 35 1. ORGANOGRAMA E OS TIPOS POSSÍVEIS DE DEPARTAMENTOS OU MINISTÉRIOS _________________________ 35

a) Liturgia de um Culto __________________________________________________________________ 35 b) Calendário de Atividades _______________________________________________________________ 38 c) Relatório de Atividades ________________________________________________________________ 38

VIII. O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE UMA ENTIDADE ECLESIÁSTICA ___________________ 39 1. O QUE É PLANEJAMENTO?____________________________________________________________________ 39 2. POR QUE DEVEMOS PLANEJAR? _______________________________________________________________ 39

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3. O QUE PODE ATRAPALHAR O ESTABELECIMENTO DE OBJETIVOS? ___________________________________ 39 4. VISIONANDO_______________________________________________________________________________ 41 5. O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO _____________________________________________________________ 41 6. PLANEJANDO E ESTABELECENDO: _____________________________________________________________ 42

a) Propósito_____________________________________________________________________________ 42 b) Objetivo Primário _____________________________________________________________________ 42 c) Objetivos Secundários _________________________________________________________________ 42 d) Alvos ________________________________________________________________________________ 43 e) Declaração da Missão _________________________________________________________________ 43

IX. GERENCIAMENTO DO TEMPO ____________________________________________________________ 44

X. CERIMÔNIAS ECLESIÁSTICAS ____________________________________________________________ 47

ANEXOS _______________________________________________________________________________________ 48

BIBLIOGRAFIA:________________________________________________________________________________ 68

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Introdução

Trabalhar para o Senhor da Seara é um grande prazer, mas infelizmente, por ignorância ou desconhecimento, muitos estão trabalhando e adquirindo muitos transtornos, não só por causa da desorganização, mas também por causa dos problemas que chegam até a justiça comum, tirando assim a alegria de servir ao Mestre. O motivo disto é a falta de cuidados para com uma área extremamente importante e utilizada por todas as organizações eclesiásticas, que é a Administração Eclesiástica.

Com o intuito de tentar cooperar com os alunos do Instituto Bíblico Betel Brasileiro e outros seminários, a resolverem seus problemas com estes assuntos e incentiva-los a seguir adiante com uma segurança maior, fornecemos esta apostila como fonte de consulta e material didático para a matéria de Administração Eclesiástica, em sala de aula.

Tudo o que aqui foi apresentado é fruto de uma pesquisa da bibliografia apresentada aqui, no fim dos anexos, além da experiência como pastor de igreja e professor, formado em administração e teologia, além da cooperação dos alunos, interessados e dedicados, procurando servir melhor ao nosso Deus Zeloso, que requer ordem e decência.

Entretanto, apesar de muitas vezes chegar a descrever capítulos inteiros dos livros consultados, este material não substitui os livros, e gostaríamos de lhe incentivar a tê-los em sua biblioteca como fonte de pesquisa e estudos. Até porque, é impossível trazer todos os assuntos pertinentes só neste compendio.

Com certeza, por causa da dinâmica e do desenvolvimento tecnológico das organizações, termos que melhorar e atualizar nossa apostila. Se você quiser, pode entrar em contato conosco e dar a sua sugestão e/ou fazer quaisquer questionamentos que podem ajudar no desenvolvimento deste trabalho.

Que o Senhor vos abençoe!

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I. Definições e Considerações Iniciais 1. O que é Administração? Ato de administrar, gerenciar, dirigir negócios; servir, repartir, dar, prover; a arte ou prática de realizar uma política no governo, nos negócios ou nos assuntos públicos; o ato de administrar o governo do dia.

A função de garantir que a política e procedimentos sejam adotados; a constante supervisão a fim de que os alvos e objetivos de curto e longo prazo de um determinado grupo, departamento, unidade ou estrutura sejam compreendidos e os planos sejam eficazmente executados para atingir tais alvos e objetivos.

2. O que é Organização? É definida como o conceder uma estrutura ordeira ou orgânica a um grupo ou estrutura; arranjar as partes de algo,

de modo a funcionar como um todo; tomar providências e preparar para uma abordagem ordeira à atividade a ser realizada; a maneira pela qual algo é organizado; a associação ou sociedade de pessoas trabalhando juntas com o mesmo fim, como por exemplo, o desenvolvimento de um ministério específico.

Organizar é a atividade e procedimentos para estruturar um grupo de pessoas [uma organização], fornecendo uma estrutura para suas atividades. É dispor as tarefas, os recursos, o tempo e as pessoas a fins para alcançar os alvos estabelecidos. Isto é feito do propósito e objetivos da equipe.

3. O que é Tecnologia? Tecnologia é o conhecimento científico aplicado praticamente a todas as áreas da vida, tais como física, química,

biologia, astronomia, geologia, computação, engenharia, etc.

4. O que é Gerenciamento? "É a avaliação racional de uma situação e a escolha sistemática de alvos e propósitos; desenvolvimento sistemático

de estratégias para alcançar esses alvos; reunião dos recursos exigidos; projeto, organização, direção e controle racional das atividades requeridas para se chegar a procedimentos selecionados". (Theodore Levitt, professor da Havard Business Scholl)

O gerente é uma pessoa que lida, dirige ou controla apoiado pelo poder da organização formal e pela autoridade de sua posição, sendo responsável por tecnologias e sistemas, por outras pessoas e seus trabalhos.

5. Política A política é formada de diretrizes gerais ou regulamentos da organização que as pessoas necessitam seguir para

cumprir os alvos, objetivos e propósito da mesma. A política é um plano ou decisão em vigor feita para ser aplicada a situações recorrentes ou questões importantes para a organização. Isso elimina a tomada de decisão cada vez que ocorre uma situação.

Infelizmente, quando a política é utilizada como "escudo" para se esconder por trás dele, em lugar de avaliar as situações em particular que podem não "caber" dentro de todos os critérios da política, a burocracia reina soberana! A política deve ser usada como diretriz, porém deve ser flexível o suficiente para permitir exceções.

6. Procedimentos Os procedimentos são listas de instruções necessárias dadas passo a passo, esboçando como as tarefas serão

cumpridas. Os procedimentos variam nos detalhes. Dependendo da tarefa que estiver sendo realizada e da quantidade de criatividade permitida para executá-la. Ajudam a nos manter na rota certa, fazendo com que os erros e deslizes sejam menos freqüentes. Os procedimentos são um tipo de plano estabelecido para manter certo padrão de desempenho, organização e controle a fim de realizar as tarefas rotineiras.

A política e os procedimentos podem se tornar muito burocráticos e como resultado disso, podem fazer com que a organização retarde o passo e até mesmo venha a se estagnar. Assim, ela não poderá mais permanecer na linha de frente. A política e os procedimentos devem ser Guias e não Mestres da organização. Desculpas como: "nunca fizemos desta maneira antes" ou "nossa política é... logo, não podemos abrir uma exceção..." são indicações de que as regras e os procedimentos se tornaram mestres em vez de guias para a organização.

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7. Prioridade As prioridades são indicadores da importância de certas tarefas algumas destas são mais críticas a serem

executadas do que outras. Abrir a correspondência e processá-la, por exemplo, é mais crítico, e, portanto, leva maior prioridade do que assegurar-se de que o chão seja varrido diariamente. A correspondência pode conter doações ou pagamentos para a organização, fornecendo assim dinheiro e recursos para mantê-la funcionando. Ter um chão limpo e bem varrido é também importante, especialmente se você trabalha com equipamento "sensível ao pó" como computadores e máquinas xerográficas. O processamento da correspondência deveria ocorrer antes de se varrer o chão - porém ambos precisam ser feito!

8. Valores Os valores são necessários a fim de se manter a ética e o caráter da organização. Quando do estabelecimento de

propósitos, objetivos e alvos da organização, precisamos conservar em mente o sistema de valores ou aqueles que nos são importantes. Por exemplo, valores tais como: a honestidade, a sinceridade, a integridade etc. Nas organizações evangélicas e nas igrejas, o sistema de valores é baseado nas Escrituras, usando os de Jesus como modelo.

9. Gerenciamento por objetivos O Gerenciamento por objetivos é um termo utilizado para descrever o processo de gerenciar uma organização

cujas pessoas sejam leais, fiéis e responsáveis ao propósito, objetivos e alvos da filosofia de fundação. Esta abordagem determina seu curso de ação. Porém, muito freqüentemente, falta-lhe o importante elemento do desenvolvimento das pessoas e dos relacionamentos interpessoais.

10. Objetivos da Administração: 1) Simplificar o trabalho: há muitas maneiras de se fazer uma coisa. Porém devemos procurar aquela que seja mais

prática e eficiente, que melhor corresponda à realidade.

2) Facilitar a produção: através da simplificação do trabalho, conseguimos facilitar a sua produção e, conseqüentemente, produzir mais e melhor.

A Administração secular possui três grandes ramos:

a) Pessoal, que cuida das pessoas de que se compõe a firma, preocupando-se com a situação disciplinar, a integração, o treinamento, a produtividade, a administração, a demissão, as férias, a substituição, etc.

b) Financeiro, que analisa a receita e programa as despesas.

c) O & M - Organização e Métodos, que estuda e pesquisa a maneira de a organização operar, estabelecendo as seqüências mais lógicas e o tempo preciso.

11. O que é Administração Eclesiástica? É a atividade exercida pelo pastor e pelos líderes de ministérios, relativa à administração da igreja.

12. A Administração Eclesiástica sob o ponto de vista bíblico Em muitos casos, a Bíblia tem sido citada por sua demonstração de princípios administrativos, tanto no Velho

quanto no Novo Testamento.

No Novo Testamento, o próprio apóstolo Paulo declara: ”O nosso Deus não é Deus de confusão.” “Faça-se tudo decentemente e com ordem”. (1 Co 14.33, 40).

“Uma boa administração não impede a necessária operação do Espírito Santo.”

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Um dos exemplos mais notórios é a linha de autoridade estabelecida por Moisés em atenção ao conselho de Jetro, seu sogro, em Êxodo 18.13-27.

1. 13 No dia seguinte assentou-se Moisés para julgar o povo; e o povo estava em pé junto de Moisés desde a manhã até a tarde.

Observação e inspeção pessoal.

2.

14 Vendo, pois, o sogro de Moisés tudo o que ele fazia ao povo, perguntou: Que é isto que tu fazes ao povo? Por que te assentas só, permanecendo todo o povo junto de ti desde a manhã até a tarde?

Interrogatório – Investigação perspicaz.

3.

15 Respondeu Moisés a seu sogro: É por que o povo vem a mim para consultar a Deus. 16 Quando eles têm alguma questão, vêm a mim; e eu julgo entre um e outro e lhes declaro os estatutos de Deus e as suas leis.

Resolução de conflito – correção.

4. 17 O sogro de Moisés, porém, lhe replicou: Não é bom o que fazes. Julgamento. O

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5. 18 Certamente desfalecerás, assim tu, como este povo que está contigo; porque isto te é pesado demais; tu só não o podes fazer.

Avaliação do efeito sobre o líder e sobre o povo.

6. 19 Ouve agora a minha voz; eu te aconselharei, e seja Deus contigo: sê tu pelo povo diante de Deus, e leva tu as causas a Deus;

Instrução técnica. Aconselhamento. Representação. Determinação de procedimentos.

7. 20 Ensinar-lhes-ás os estatutos e as leis, e lhes mostrarás o caminho em que devem andar, e a obra que devem fazer.

Ensino. Trabalho de demonstração. Delegação da especificação. Seleção. Estabelecimento. Qualificações. Atribuição de responsabilidade.

8.

21 Além disto procurarás dentre todo o povo homens de capacidade, tementes a Deus, homens verazes, que aborreçam a avareza, e os porás sobre eles por chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinqüenta e chefes de dez;

Cadeia de comando.

9.

22 E julguem eles o povo em todo o tempo. Que a ti tragam toda causa grave, mas toda causa pequena eles mesmos a julguem; assim a ti mesmo te aliviarás da carga, e eles a levarão contigo.

Extensão do controle. Julgamento. Avaliação. Limites para tomar decisão. Administração por exceção.

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10. 23 Se isto fizeres, e Deus to mandar, poderás então subsistir; assim também todo este povo irá em paz para o seu lugar.

Explicação dos benefícios.

11. 24 E Moisés deu ouvidos à voz de seu sogro, e fez tudo quanto este lhe dissera; Ouvindo. Pondo em prática.

12. 25 E escolheu Moisés homens capazes dentre todo o Israel, e os pôs por cabeças sobre o povo: chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinqüenta e chefes de dez.

Escolha, seleção. Atribuição de responsabilidades. Extensão do controle.

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13.

26 Estes, pois, julgaram o povo em todo o tempo; as causas graves eles as trouxeram a Moisés; mas toda causa pequena, julgaram-na eles mesmos. 27 Então despediu Moisés a seu sogro, o qual se foi para a sua terra.

Julgamento. Avaliação. Administração por exceção.

Page 8: Clovis Gonçalves - Administração Eclesiastica - Apostila

II. A Igreja Na linguagem comum, o vocábulo igreja é aplicado ao edifício em que se realiza o culto cristão; uma

congregação de adoradores crentes; um estabelecimento religioso; determinado tipo de ordem eclesiástica; conjunto de todos os crentes em Cristo e um grupo local de discípulos cristãos associados num pacto com propósitos religiosos.

De acordo com o Novo Testamento, uma igreja cristã é o grupo de pessoas chamadas e separadas da multidão comum, em virtude de uma vocação divina, escolhidas para serem santas, investidas nos privilégios e incumbidas dos deveres de cidadania no reino de Cristo. São os separados do mundo, batizados sob profissão de fé em Cristo, unidas sob pacto para o culto e o serviço cristão, sob a suprema autoridade de Cristo, cuja palavra é sua única lei e regra de vida em todas as questões de fé e pratica religiosa.

1. A Igreja Universal e Local A Igreja Universal

É o conjunto de todos os salvos em todas as épocas e lugares quer os que já estão na glória quer os que estão sobre a terra. A Igreja de Cristo independe de denominação.

A Igreja Local Representa uma pequena parte da Igreja Universal. É formada pelo conjunto de salvos em Cristo de um

determinado local, cidade, distrito ou município.

Esta igreja é, simultaneamente, organismo e organização, pois é o povo de Deus organizado num tríplice aspecto: espiritual, social e econômico, para atender à missão a qual Deus a constituiu.

2. A Missão da Igreja Adoração (glorificação ao nome de Deus)

A Igreja é um precioso presente de Deus, e para Deus, na qual Ele se deleita em sua adoração. Adorar e glorificar a Deus em espírito e em verdade é uma missão da igreja. (Jo 3.23-24; At 13.1-3)

Edificação (aperfeiçoamento, fortalecimento, crescimento dos salvos) Esta é uma missão qualitativa que a igreja tem para consigo mesma. O ensino visa atender às necessidades dos

membros e, desta maneira, fortalecer e edificar a Igreja. (Ef 3.14-21; 4.11-16; Gl 4.19-20; Jo 17.15-23; 1 Pe 3.15; 2 Pe 3.18)

Evangelização (testemunho) É anunciar o Evangelho e o seu poder, aumentando, assim o número de salvos (At 1.8; Mt 28.18-20; Lc 24.47).

Ganhar almas é a maior missão da Igreja, apesar de não ser a única.

3. Características Ideais de uma Igreja Estar presente e vive para desempenhar sua missão tríplice

Liderança própria (nativa)

Reprodução própria

Sustento próprio

4. Tipos de Governo Eclesiásticos O Novo Testamento, particularmente o Livro de Atos, não é específico a respeito de uma estrutura eclesiástica em

especial, mas ensina que havia uma estrutura ali e que ela é necessária hoje.

Os seguintes exemplos indicam algumas das diferentes possibilidades de estrutura organizacional:

(1) O Governo Congregacional

A congregação é a comunidade que governa, a qual indica uma mesa diretora a quem o pastor presta contas.

Congregação

8

Mesa Diretora

Pastor

Page 9: Clovis Gonçalves - Administração Eclesiastica - Apostila

(2) O Governo Episcopal

(3) O Governo Episcopal Supervisionado

O pastor indica uma mesa diretora que supervisiona a congregação.

Mesa Diretora

Congregação

Obs.: Esta estrutura em particular é ideal para a liderança autocrática na qual o pastor se torna o “ditador benevolente” . Não é recomendada, porém, é comumente utilizada.

Pastor

Congregação

Mesa Diretora

Superintendente Distrital

Conselho Nacional de Diretores Conselho Nacional de Diretores supervisiona o Superintendente Distrital. Este supervisiona o pastor. O pastor supervisiona a mesa diretora, que por sua vez supervisiona a congregação.

Pastor

(4) O Governo Presbiteriano

Pastor

Mesa Diretora

Congregação

A mesa diretora, ou presbitério, é a

entidade que governa, para quem o pastor presta contas. Ele supervisiona a congregação.

III. Regras Parlamentares e de Direção de Reuniões 1. O que são Regras Parlamentares?

São certas regras ou leis que regem a palestra ou reunião em conjunto.

O seu objetivo:

9

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10

Visam gerar ordem através do emprego de normas adequadas ao grupo deliberativo, principalmente para um melhor aproveitamento do tempo gasto na reunião e aproximação de uma tomada de decisão acertada e coerente para todos os participantes.

Regras Fundamentais:

1. Falar um de cada vez:

2. Ir diretamente ao assunto; e

3. Decidir, tão logo haja opinião formada.

Algumas regras para serem usadas em reuniões deliberativas:

a) Ordem – Aplicação constante e invariável das normas durante o tempo que durar a reunião, possibilitando a coordenação dos trabalhos.

Ordem nos Trabalhos – Toda reunião deve ter um horário de início e de término e deve obedecer a uma sucessão de partes programadas

(a) Constituição de uma Mesa Diretora

(b) Verificação do Quorum

(c) Declaração de abertura da reunião pelo senhor Presidente

(d) Leitura da ata da reunião anterior

(e) Leitura do expediente recebido (i) Avisos (ii) Relatórios das comissões (iii) Pedidos

(f) Ordem do dia (i) Questões pendentes (ii) Novos assuntos (iii) Pauta do dia

(g) Anúncios

(h) Encerramento

b) Funções da Diretoria ou Mesa e demais participantes nas reuniões

Devem ser estabelecidas nos estatutos da igreja. Podem ser:

(a) Presidência

(b) Vice-Presidência

(c) Secretaria

(d) Membros

c) Apresentação, Discussão e Votação de Propostas

(1) Apresentação

(a) Dita pelo próprio presidente

(b) Pedindo a palavra ao presidente, podendo ser repetida de forma clara pelo presidente

(c) Por meio de propostas escritas

“Cabe ao presidente perguntar se há apoio para a proposta.”

(2) Discussão

(a) Apoiada a proposta apresentada dispõe-se à discussão de forma organizada e respeitosa

(b) O encerramento se dá quando não há mais oradores inscritos ou quando já se chegou à formação de opiniões sobre o assunto a ser deliberado.

(3) Votação

(a) Nominal (pública e individual)

(b) Secreta (escrita e colocada em uma urna)

(c) Mecânica

(d) Simbólica (quando feita em conjunto através de um sinal ou da voz dizendo “SIM”)

Page 11: Clovis Gonçalves - Administração Eclesiastica - Apostila

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2. Como estar preparado para dirigir uma reunião? 1 - Faça um resumo

a) Prepare um resumo detalhado dos tópicos a serem discutidos.

b) Determine os objetivos a serem alcançados. Faça uma lista dos pontos a serem salientados.

2 - Planeje a direção da reunião

a) Determine qual a aproximação a ser usada:

(1) O que dizer

(2) Como dizer

(3) Como introduzir tópicos e idéias

(4) Como controlar uma discussão

b) Estabeleça um horário: qual a duração da discussão de cada tópico e de cada problema.

3 - Tenha pronto todo o material

a) Os panfletos, as folhas de informação, os materiais de referência que deverão ser usados, etc.

b) Cartões, diagramas, gráficos, cartazes, suficiente espaço de quadro de giz, giz apagador e todo o material necessário para demonstrações.

4 - Mantenha o local de reuniões convenientemente arrumado e organizado adequadamente.

3. Como liderar uma reunião? 1 - Inicie a reunião

a) Cumprimente o grupo

b) Faça observações de introdução, ore, leia um texto bíblico e discuta-o brevemente.

c) Coloque o grupo à vontade

d) Mostre qual o objetivo da reunião, qual o problema a ser discutido e quais os objetivos que se deseja alcançar.

2 - Oriente a discussão

a) Inicie a discussão (1) Exponha os fatos (2) Faça perguntas diretas ou gerais (3) Dê uma opinião (4) Use demonstrações, filmes ou auxílios visuais de qualquer espécie.

b) Encoraje a participação (1) Troca de idéias e experiências: faça com que todos sejam participantes. (2) Controle a discussão evitando ressentimentos e monopolização da reunião. (3) Mantenha a discussão dentro do assunto.

c) Consiga aceitação dos resultados (1) Reajuste as idéias e as opiniões de modo que a maior parte do grupo as aceite. (2) Peça que as opiniões e as idéias sejam expressas novamente antes da votação. (3) Faça muitas tentativas até que as conclusões sejam aceitas pela maioria do grupo.

d) Resuma a discussão (1) Mostre pontos altos da reunião. (2) Faça uma avaliação das idéias, das opiniões, das sugestões e das experiências apresentadas. (3) Chegue a conclusões ou a soluções – indique o que foi conseguido com a reunião. (4) Determine um plano de ação a ser tomado.

IV. A Igreja e a Integração, Membresia e Disciplina 1. Formas de Integração e Membresia

a) Pelo Batismo (Mt 28.19; At 2.38)

É necessário que seja devidamente casado (1 Co 7.2,10,11; Hb 13.4) ou solteiro, e que tenha experimentado a salvação pela fé em Jesus.

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Casos de Rebatismo:

(1) Se não foi feito o batismo conforme o modelo bíblico adotado pela igreja.

(2) Se foi batizado antes da convicção de salvação.

(3) Se a pessoa pede por motivo justo.

b) Por Carta de Transferência ou Mudança

Quando expedida por outra igreja da mesma fé e/ou ordem.

c) Por Aclamação

Membros que deram um testemunho de vida cristã comprovada publicamente, freqüentando a igreja a qual quer ligar-se há algum tempo.

(a) Membros de organizações genuinamente evangélicas. (b) Membros de igrejas que desapareceram. (c) Membros de igrejas que não dão carta de transferência. (d) Membros cujos documentos foram extraviados.

Além do que prescreve o estatuto da igreja, deve o membro:

1º) Consagrar-se.

2º) Aprender a levar as almas a Cristo.

3º) Honrar, respeitar, sustentar a obra com dízimos.

4º) Assistir aos cultos.

5º) Votar nas várias reuniões.

6º) Participar da ceia.

7º) Visitar e ser visitado.

8º) Tomar parte nas atividades da igreja.

9º) Ser separado, eventualmente, para obreiro local.

Perigos a serem evitados:

1º) Pensar o pastor somente no número de membros.

2º) Pensar demais em apoio financeiro ou social.

3º) Ter na igreja, como membros, pessoas que não querem se comprometer com o bom exemplo.

4º) Ter na igreja, como membros, pessoas que crêem em doutrinas diferentes:

Não só falharão, como induzirão outros ao erro.

Em pouco tempo, serão mais prejudiciais que úteis.

5º) Aceitar como membros pessoas que se separam bruscamente de suas igrejas originais.

Ás vezes são contenciosos por natureza.

Não se conformam por não serem agraciados com cargos.

Pessoas excluídas de outras igrejas não devem ser recebidas como membros, exceto após a mais cuidadosa investigação de todos os fatos do caso, e mesmo assim, só quando se tornar manifesto que a exclusão era injustificável e que a igreja que a determinou se recusa, tenazmente a fazer justiça para com o membro excluído.

Em qualquer que seja o caso, o novo ou futuro membro deverá ter uma conversa com o pastor, para estar bem–informado do ritmo do trabalho, evitando, assim, problemas futuros. Isso se aplica mesmo a pessoas vindas de igrejas da mesma denominação de outras regiões. É um dever da nova igreja explicar tudo para que não haja mal-entendido. No trabalho de Deus, mais vale a qualidade que a quantidade. Claro que tudo deve ser feito com humildade, respeito e mansidão.

2. A Disciplina na Igreja A disciplina é uma benção e uma necessidade na igreja (At 5.1-11; 2 Ts 3.6-14; Rm 16.17-18; 1 Co 5). Jesus

falou sobre a disciplina (Mt 18.15-17). Deus é um deus de ordem. Como Pai disciplina os seus filhos na família (Hb 12.5-11), assim deve haver disciplina na igreja. Apesar da igreja não ter condições de obrigar a consciência do membro, ela tem de julgar sobre a observação dos ensinos bíblicos e cristãos por parte dos que a ela pertencem.

1 - Propósito da Disciplina

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Não se deve considerar a disciplina com caráter negativo, um castigo por parte da igreja. A disciplina tem caráter positivo:

a) Corrigir uma má situação (2 Co 7.9).

b) Restaurar o caído (Gl 6.1; Mt 6.14-15).

c) Manter o bom testemunho na igreja (1 Tm 3.7; 2 Tm 1.11).

d) Advertir os demais membros para que não se descuidem (1 Co 5.6-7).

e) Apelar à consciência do ofensor para que pense sobre sua conduta.

2 - Motivos para Disciplina

a) Conduta desordenada ou desaprovada pela igreja (2 Ts 3.11-15).

b) Imoralidade (1 Co 5).

c) Contenda – espírito divisionista (Rm 16.17,18; 2 Co 13.1; 1 Tm 3.15,20).

d) Propagação de falsas doutrinas (Tt 3.10-11).

e) Filiação às organizações ou igrejas incompatíveis com o cristianismo.

f) Outros.

3 - Categorias de Ofensas

a) Particulares.

b) Públicas.

4 - Método ou Procedimento na Disciplina (Jesus ensinou: Mt 18.15-18)

a) Na medida do possível, deve-se tratar o problema entre as pessoas afetadas.

b) Duas ou três testemunhas.

c) Não se arrependendo o ofensor, ou se o caso tomar proporções e chegar ao conhecimento de muitos, deve ser levado à igreja.

d) Caso se recuse humildemente a reconhecer sua falta, e a pedir perdão, deve o ofensor ser excluído do rol de membros (Mt 18.18; 2 Ts 13.14; 1 Co 5.11). Arrependendo-se, que seja perdoado, se a falta não for tal que exija exclusão imediata.

e) Se o caso for de flagrante escândalo para a igreja, ao ser comprovado, deve ser imediatamente disciplinado, tudo porém com justiça.

5 - Como tratar a pessoa sob disciplina

a) Não tratá-lo como inimigo (2 Ts 3.15).

b) Em vez disso, devemos ganhá-lo de novo (Tg 5.19,20).

c) Esta é uma tarefa para pessoas espirituais (Gl 6.1).

d) O disciplinado poderá ser posteriormente restaurado, desde que se revele realmente arrependido.

6 - Casos de Defesa Extra-bíblica

a) Advogado.

b) Justiça comum.

7 - Publicidade na Disciplina

a) Não deve ser aplicada em secreto.

b) Toda a igreja (ou conselho) deve decidir.

c) Sendo público, o culpado sentirá melhor a desaprovação da sua conduta.

d) Ao voltar, tudo deve ficar sanado; ninguém tem o direito de trazer à memória os fatos perdoados.

8 - Atitude do pastor ou líder frente ao procedimento de disciplina do membro:

a) Deve ministrá-la com espírito de humildade e de amor (Gl 6.1).

b) Ter a consciência que a disciplina não é um castigo, ela visa redimir e restaurar.

c) Não ter espírito de represália ou revanche, dificultando a submissão da pessoa.

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d) O bom pastor dá a vida... e deve estar ansioso pela volta da ovelha que se perdeu, mesmo que seja em outra igreja.

e) A disciplina deve ser aplicada imparcialmente.

f) A disciplina nunca deve se tornar em arma nas mãos do pastor ou do dirigente, como meio de impor a sua própria vontade. Nada há mais reprovável que amedrontar membros com disciplina para colocá-los na linha. Além do mais, pastor não é ditador, mas sim, um guia e exemplo do redil (1 Pe 5.1-3).

V. A Organização de uma Entidade Eclesiástica Para que exista uma entidade eclesiástica reconhecida oficialmente é necessário que exista um grupo reunido em

assembléia para decidir sobre sua criação e formação, ou outra entidade que determine a sua organização.

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1. Documentos Obrigatórios Rubens Moraes, no seu Livro Legislação para Igrejas e outras Entidades sem fim Lucrativos apresenta que as

instituições sem fins lucrativos, como no caso das igrejas e entidades de outras naturezas, mesmo não tendo empregados registrados, deverão possuir obrigatoriamente os documentos a seguir.

Alguns modelos e orientações pertinentes podem ser encontrados no anexo deste material.

1) Estatuto

“O estatuto é o documento fundamental constitutivo do grupo, isto é, o conjunto de normas que estabelecem a estrutura e a organização da sociedade ou do grupo.

Diz-nos o doutor Miguel Gonçalves que “desde o momento em que o homem é levado ao desejo de se associar, com os mais variados objetivos, tem ele necessidade de que, num documento hábil, fiquem estabelecidas as normas concretas das restrições que o seu direito individual sofrerá em benefício do direito do grupo, a par das obrigações que, em contrapartida, lhe caberão e aos seus companheiros.

O próprio Código Civil Brasileiro, em seus artigos 16 a 22, estabeleceu que “nenhuma sociedade pode existir ou funcionar no território nacional sem ser juridicamente constituída”, e prescreve as condições para a constituição jurídica de qualquer sociedade de natureza religiosa, cultural, etc.

De conformidade com a Lei 6.884 de 09/12/80, é obrigatória a assinatura do advogado e do presidente da entidade em todas as folha, na margem esquerda. Deve-se fazer o mesmo quando, eventualmente, se fizer uma reforma do estatuto.

2) Inscrição no Cadastro do CNPJ

A Lei 4.503 de 30/11/64, preceitua:

“Artigo 1º - É obrigatória a inscrição no CNPJ, instituído no Ministério da Fazenda, da igreja sede e suas filiais, cuja identificação será pelo número de ordem e barra.”

3) Carimbo do CNPJ

Tendo em vista o Decreto 61.514 de 12/10/67, que tornou obrigatório o uso do carimbo do CNPJ para a igreja matriz e filiais.

4) Livro de Inspeção do Trabalho

A consolidação das Leis do Trabalho, Portaria 1º, Artigo 628, Decreto-Lei 5.452 de 01/05/43, alterado pelo Decreto-Lei 229 de 28/02/67, torna obrigatória a utilização do Livro de Inspeção do Trabalho, o qual pode ser comprado em qualquer papelaria ou casa do ramo. Este livro deve ser registrado em cartório no prazo de 30 dias, após o registro do estatuto da igreja.

Obs.: O registro feito depois deste prazo acarretará multa

5) Livro Caixa

Pelo Regulamento do Imposto de Renda, a igreja é obrigada a possuir um Livro Caixa, contendo o Termo de Abertura e o de Encerramento, o qual, depois de registrado em cartório, deve iniciar a escrituração com o Balanço de Abertura.

6) Livro Ata

A igreja é obrigada a possuir também um Livro Ata, devidamente registrado em cartório, contendo o Termo de Abertura e o de Encerramento.

7) Rais

A Consolidação das Leis do Trabalho preceitua: “Todas as igrejas, enumeradas no Decreto 76.900 de 23/12/75, devem apresentar anualmente, dentro do prazo legal, o RAIS NEGATIVO, quando não possuírem empregado”.

8) Declaração de Isenção de Imposto de Renda de Pessoa Jurídica

De acordo com o Decreto Federal nº 1.041, todas as igrejas estão obrigadas a entregar à Receita Federal, no mês de junho de cada ano, sua declaração de isenção do imposto de renda de pessoa jurídica.

9) Matrícula no INSS

A igreja ou entidade filantrópica sem fins lucrativos, após a posse de seu estatuto registrado em cartório e do número de registro no CNPJ, deve providenciar sua matrícula no INSS.

10) Licença de Funcionamento e Publicidade

As igrejas e entidades de outras naturezas devem providenciar a inscrição de taxa de funcionamento e publicidade, na prefeitura de sua cidade, quando o município exigir.

11) Ata de Eleição da Última Diretoria

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As igrejas e entidades de outras naturezas devem transcrever em Ata a eleição da diretoria, e providenciar o seu registro em cartório.

12) Imposto Sindical Patronal

As igrejas e entidades de outras naturezas são consideradas empregadoras. Portanto, deverão recolher no mês de janeiro de cada ano o imposto patronal ou solicitar isenção.

13) Outros Documentos Obrigatórios

a) Escritura definitiva dos imóveis;

b) Contrato de cessão de direito dos imóveis;

c) Contrato de locação dos salões alugados.

A maioria das igrejas registra em cartório apenas o estatuto, e tira o CNPJ no Ministério da Fazenda. Desse modo, além de cometer o gravíssimo erro de não cumprir as obrigações exigidas por lei, sujeita-se ao risco de sofrer elevadas multas e outras penalidades, dependendo do caso.

14) Documentos Essenciais mas não Obrigatórios

a) Livro de Registro de Casamentos

Este livro é do mesmo tipo que se usa para ata, devendo conter os termos de abertura e de encerramento, com a finalidade específica de se registrar as celebrações de casamentos na igreja.

b) Livro de Registro de Apresentação de Criança

Semelhante ao anterior, este livro também deve conter os termos de abertura e de encerramento. É utilizado com a finalidade específica de fazer as anotações dos nomes de crianças apresentadas na igreja

c) Boletim Informativo

As igrejas devem elaborar um boletim informativo, a fim de atender possíveis exigências do IBGE (Instituto Brasileiro Geral de Estatísticas), contendo os itens seguintes:

(1) Quantidade de celebração de casamentos; (2) Quantidade de crianças apresentadas; (3) Quantidade de novos convertidos; (4) Número de membros batizados nas águas; (5) Número de membros batizados com o Espírito Santo, se for o caso; (6) Número de pessoas visitadas (enfermas ou não); (7) Outros dados que se fizerem necessários.

2. Documentos Obrigatórios quando as Igrejas possuem Empregados As igrejas e entidades de outras naturezas, que tiverem empregados registrados, devem possuir os seguintes

documentos:

1) Todos os Documentos Descritos Acima;

2) Livro de Registro de Empregados, devidamente registrado em cartório;

3) Folha de Pagamento;

4) Recibo de Pagamento de Salários;

5) Recibo de Férias;

6) Recibo de Pagamento da 1ª e 2ª Parcelas do 13º Salário;

7) Ficha de Salário-Família, quando for o caso;

8) Guia de Recolhimento do INSS;

9) Guia de Recolhimento do FGTS;

10) Guia de Recolhimento do PIS;

11) Guia de Recolhimento da Contribuição Sindical;

12) Prova da Entrega do Cadastro Geral, no Correio;

13) Prova da Entrega do Seguro Desemprego;

14) Quadro de Horário de Trabalho;

15) Carteira Profissional Atualizada;

16) Prova da Entrega do RAIS, com dados do Empregado;

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17) Prova da Compra de Vale Transporte;

18) Prova da Compra de Vale Refeição;

19) Anexar ao quadro de horário de trabalho as guias dos últimos seis meses recolhidos ao INSS, e enviar mensalmente uma xérox ao sindicato da classe;

20) Identidade e CPF de todos os membros da diretoria;

21) Carnê do INSS do Presidente e dos demais Membros da Diretoria, quando for o caso.

3. Documentos Obrigatórios para as Congregações 1) Livro Ata

O Livro Ata da congregação deve conter o endereço da mesma, o Termo de Abertura e o de Encerramento, além de constar que ela é subordinada à igreja matriz, a qual é sua fiel mantenedora. Este livro deve ser assinado pelo presidente da entidade.

Obs.: 1. No Livro de Ata da congregação serão transcritos somente os seguintes assuntos:

a) Número de membros em comunhão;

b) Número de membros apresentados para o batismo;

c) Número de crianças apresentadas;

d) Número de casamentos e o nome do pastor celebrante;

e) Nome do tesoureiro e do secretário da congregação, nomeado para este fim;

f) Todos os casos de membros disciplinados pela congregação.

Obs.: 2. A congregação deve possuir uma cópia da ata que deu posse, por tempo determinado, ao seu dirigente.

Obs.: 3. A igreja matriz é o órgão central e mantenedor da congregação. Assim, todos os atos civis, representações perante terceiros, isenção de impostos, recebimentos de verbas, registros, processos, contratos, financiamentos, contabilidades e balanços são da competência da igreja matriz, sua fiel mantenedora.

2) Cartão do CNPJ. Ministério da Fazenda

A congregação deve possuir um cartão original do CNPJ.M/Fazenda, com o mesmo número do CNPJ da Sede, com exceção do número de barra e do dígito.

3) Carimbo do CNPJ.M/Fazenda

A congregação é obrigada a possuir um carimbo padronizado do CNPJ.M/Fazenda, e outro para ficar em pode da Sede.

4) RAIS

A congregação é obrigada a possuir uma xerox, como prova da entrega do RAIS NEGATIVO. O original ficará arquivado na Sede.

5) Taxa de Funcionamento e Publicidade

A congregação é obrigada a possuir uma xerox da taxa de funcionamento e publicidade e do número de inscrição do CCM da prefeitura do município onde estiver localizada, se for o caso. O original deve ser arquivada na Sede.

6) Livro Caixa

As congregações deverão possuir um, adquirido em qualquer papelaria. Este livro possui duas vias e deve ser escriturado com uso de papel carbono.

7) Documentos Essenciais mas não Obrigatórios

a) Livro de Registro de Casamentos da Congregação

b) Livro de Registro de Apresentação de Criança na Congregação

c) Boletim Informativo da Congregação, com a finalidade de manter a Sede informada e para os mesmos fins do Boletim da Sede.

4. Levantamento de Fundos Desembarace seu Pensamento

Encare a Realidade

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É preciso dar atenção prioritária a esta tarefa, caso contrário o resto, e todo o ministério que você representa, não passarão de mera conversa “fiada”. Se você for um líder, sua tarefa primordial será levantar os recursos financeiros que lhe possibilitarão executar a obra que vai liderar.

Enfrente o Inimigo

Se você propuser a fazer algo que Deus quer seja feito, o inimigo utilizará uma estratégia astuciosa para fazê-lo desistir. Raramente tentará convence-lo de que seu alvo está errado. Em vez disso, ele promoverá certas percepções para tornar seu trabalho impossível. Com freqüência ele implanta idéias aparentemente piedosas, mas erradas, acerca do levantamento de fundos.

Geralmente, pensamentos como: “O dinheiro entrará automaticamente” , “faça como Jorge Mueller”, “é errado pedir dinheiro”, “seu princípio orientador deveria ser informação sem solicitação”, são idéias erradas, especialmente as que trazem uma auréola de aparente santidade. Estas devem ser confrontadas e refutadas. Fazer isso, porém, significa desafiar as tradições populares. Todavia, se você acompanhar os outros, é provável que fique parecido com eles, não disporá dos recursos que possibilitem realizar a obra que Deus lhe determinou. Este é um dos truques mais sujos de Satanás. Essa é a vitória mais crucial que você precisa alcançar.

Confronte a Má Teologia

Livre-se das “fábulas profanas e caducas” com aparência de piedade, porém são idéias heréticas, populares, que circulam entre muitos evangélicos.

Confronte a Relutância em Pedir

Tal relutância é resultado do orgulho pessoal, egoísta, do medo da rejeição, ou do sentimento sublimado de dúvida quanto à validade genuína da causa sendo representada... com freqüência disfarçada como preocupação pelos sentimentos dos outros.

Reconheça o Levantamento de Fundos como Ministério

O levantamento de recursos não é um mal necessário, ou pior ainda, um mal desnecessário. Nos termos do Reino, os que contribuem beneficiam-se mais mediante suas doações do que o próprio dinheiro entregue à causa que você representa. Ajudar as pessoas a experimentar essa alegria agora e, ao mesmo tempo, acumular tesouros no céu, em si mesmo constitui um ministério maravilhoso.

Reconheça que há muito Dinheiro Disponível

Há muito dinheiro à disposição, para financiar várias vezes, todas as igrejas e todos os ministérios cristãos existentes. Os cristãos possuem o dinheiro. O materialismo é apenas uma parte do problema. O maior é a falha por parte dos ministérios em comunicar de modo adequado.

Esclareça a sua Missão Faça o que é Básico

Crie o seu Planejamento Estratégico e apresente: a Declaração de Propósitos, a Declaração de Missão, o Plano de Ação e a Descrição do Problema, de uma forma convincente, da necessidade a que se propõe atender e a capacidade de suprir tal necessidade.

Essa apresentação tem o objetivo de convencer o leitor cético. Deve ser breve. Uma, ou no máximo três páginas.

Participe Você Também

Dê generosamente à causa para a qual você pede que os outros contribuam. Siga o exemplo de Davi quanto ao levantamento de fundos (1 Cr 29).

Trabalhe Segundo uma Estratégia Esforce-se no tempo para levantamento de fundos e invista neste ministério. Concentre-se nas pessoas. Faça dos relacionamentos pessoais com doadores chaves de alta prioridade. Faça

amizade por meio de contatos telefônicos, viagens pelo campo, dádivas de pequenas lembranças, envio de cartas, visitas, etc.

Peça dinheiro para atender às necessidades das pessoas, não às despesas fixas de sua organização. Reconheça que as pessoas contribuem para as pessoas, justificadas pela causa. A maior parte delas dá dinheiro

porque tem mais confiança em você como pessoa, do que na causa que você representa. Alavancas – Opere através de outras pessoas de sua equipe, e por meio de voluntários, faça as pessoas com quem

você trabalha parecerem ainda melhores aos olhos dos outros. Assuma riscos, reconhecendo a diferença entre temeridade e risco, imprudência e ousadia. Não é seguro tentar

estar seguro, especialmente no trabalho do Senhor, onde a fé deve estar no centro. Concentre-se nas áreas de resultados. 80% de suas rendas provêm de 20% de seus esforços. Descubra quais são

esses 20%. Concentre-se neles. Comunique-se

(a) Com freqüência – mais ou menos uma carta por mês é o suficiente.

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(b) Abertamente – não esconda as necessidades do ministério.

(c) Com simplicidade – os boletins devem ser de leitura fácil, de aspecto gráfico atraente.

Não tente impressionar os leitores com sua tremenda espiritualidade! Evite os tratados longos e pesados. O números de palavras numa circular típica das organizações sem fins lucrativos deveria ser reduzido a um terço. Conte histórias a respeito de pessoas. Mostre fotos. Deixe bastante espaço em branco.

1. Pare de comunicar-se com pessoas que já tiveram três ou mais oportunidades de participar financeiramente, mas decidiram não fazê-lo. Na verdade, já disseram “não”. Você desperdiça seu dinheiro e o tempo de tais pessoas, se continuar a escrever-lhes. (È evidente que devemos excetuar as pessoas que sabemos ser parceiros de oração.)

2. Enfatize o produto, não o processo. As pessoas estão interessadas em vidas transformadas. Demonstram pouco interesse por prédios, máquinas, tecnologia e burocracia.

3. Trate os contribuintes perspicazmente. Acuse o recebimento de ofertas dentro de 24 horas. Agradeça pelo telefone. Arranje meios para que possam fazer conveniente transferência eletrônica de dinheiro.

4. Ganhe novos doadores, mantenha os doadores existentes e promova os atuais doadores a níveis mais elevados de participação.

5. Procure motivar apoio financeiro através dos amigos da equipe. Com relativamente pouco trabalho (digamos seis semanas de tempo integral e esforços concentrados), os membros da equipe podem individualmente, em seu próprio nome, conseguir uma boa quantia, como sustento ministerial.

6. Não sugira. Não dê a entender. Peça.

7. Ignore as queixas infundadas. Você irá receber reclamações. Elas vêm, em geral, de pessoas que não contribuem e estão procurando desculpas para continua nada ofertando. Tais pessoas procurarão atrair a atenção para supostas falhas de sua parte. Não dê ouvidos. Por outro lado, atenda aqueles que apresentam queixas legítimas, em geral, os que contribuem. Esses são os que se interessam de verdade pela obra.

8. Ande judiciosamente na máxima integridade. Aja sempre coberto pela autoridade abrangente de uma junta diretora externa. Estabeleça normas fiscais e princípios para o levantamento de fundos, e por escrito. Reconheça a tendência humana de abusar do dinheiro e do poder; contudo, não crie barreiras ao progresso. Evite as limitações irrelevantes.

9. Seja mestre e aprendiz. Aprenda com os outros. Partilhe com eles.

10. Envide esforços na busca do máximo bem. Este não é apenas um dever cristão; é a forma básica do testemunho cristão... é a comunicação não-verbal que dá credibilidade á comunicação verbal.

11. Desenvolva um sistema de registro de motivação de contribuintes, de históricos de doações (quanto foi dado e quando), bem como um modo de interromper o envio de correspondência a pessoas que não atendem aos apelos. Utilize um pequeno computador. Inicie tão logo quanto possível, de modo que passe a dispor de um histórico em forma de dados para futuras referências. Eventualmente seu sistema deverá prover relatórios administrativos que o capacitem a concentrar-se nos esforços mais eficazes.

12. Atribua honra a igreja local. Estimule o apoio de seu ministério à igreja local, de modo que seu trabalho nela não se faça em substituição à contribuição financeira. Mas como um adendo.

13. Comece já. Não espere. Você nunca vai atingir uma situação de total prontidão para executar um trabalho perfeito de levantamento de fundos. Inicie agora mesmo. Você pode realizar sua primeira visita ou redigir sua primeira carta apresentando as grandes oportunidades, dentro de duas horas após ter lido estas palavras. Descubra razões por que você deve empenhar-se já, em vez de desculpas para ficar protelando.

VI. A Administração de uma Entidade Eclesiástica 1. Organograma e os Tipos Possíveis de

Departamentos ou Ministérios

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É um quadro geométrico representativo de uma organização ou de um serviço, e que indica os arranjos e as inter-relações de suas unidades constitutivas, o limite das atribuições de cada uma delas, as subordinações, etc.

Segue um exemplo de organograma e a seguir uma estrutura de Departamentos ou Ministérios possíveis. É claro que esta organização dependerá da denominação e do tamanho da igreja.

Dep

arta

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Imprensa

a) O Organograma

Imagem e Som

Publicações

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20

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Assessoria de Comunicação

Biblioteca

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Escola Dominical

Ensino e Treinamento

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Áreas de Ação

Planejamento

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Assistência Médica e Benefícios

Alimentação e Roupas

Hospedagem

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Obras

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Ensino Secular

Ensino Teológico

Missões Estrangeiras

Missões Nacionais

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Segurança

Transporte

Economia e Finanças

Secretaria

Material

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Lar Pessoal

b) Os Tipos Possíveis de Departamentos e Ministérios a) Departamento de Homens

b) Departamento de Mulheres

c) Departamento de Jovens

d) Departamento de Adolescentes

e) Departamento de Crianças

f) Departamento de Administração (1) Economia e Finanças • Contabilidade • Tesouraria

(2) Hospedagem

Page 21: Clovis Gonçalves - Administração Eclesiastica - Apostila

(3) Livraria • Envio (4) Material • Supervisão • Almoxarifado

k) Departamento de Educação • Compras (1) Biblioteca (5) Obras (2) Escola Dominical (6) Pessoal • Curso para Professores (7) Secretaria • Secretaria (8) Segurança • Setor Adolescente (9) Serviços Gerais • Setor Adulto • Alimentação • Setor Infantil • Conservação e Limpeza • Setor Jovem • Manutenção • Setor Jovens Casais • Serviço Telefônico • Setor Novos Convertidos. (10) Transportes

(3) Ensino e Treinamento g) Departamento de Assistência Social • Curso para Novos Convertidos (Batismo)

(1) Alimentação e Roupas • Curso para os Membros (2) Assistência de Saúde • Curso para os Obreiros • Clínica de Saúde Multi-Profissional (4) Ensino Teológico • Caixa Funerária (5) Ensino Secular

(3) Amparo • Alfabetização • Asilo • 1º grau • Creches • 2º grau • Lar Comunitário • Supletivo • Orfanato • Faculdade

• Cursos Diversos (Artesanato, Culinária, Costura, etc.)

h) Departamento de Música (1) Treinamento • Curso de Música l) Departamento de Comunicação • Curso para Instrumentos Específicos (1) Assessoria de comunicação • Ensaios • Avisos, editais, agenda

(2) Som e Gravação • Convites, divulgação • Aparelhos • Entrevistas • Instrumentos musicais • Informações, propagandas

(3) Grupos Musicais • Relações Públicas • Orquestras (2) Imprensa • Corais • Jornal • Conjuntos • Rádio • Cantores • TV

(3) Publicações i) Departamento de Evangelização • Criação e Arte (1) Material • Editoração • Aparelhos de Som • Impressão • Folhetos • Livros • Livros Específicos

(4) Imagem e Som • Manuais para Evangelização • Aparelhos (2) Planejamento • Estúdio • Recenseamento • Audiovisuais • Organização, etc.

(3) Áreas • Aconselhamento • Cidade (Rua, Comércio, Edifícios, Escolas,

Favelas, Indústrias, etc.) • Viciados, etc.

j) Departamento de Missões (1) Secretaria • Organização • Treinamento • Controle de Sustento

(2) Missões Nacionais • Envio • Supervisão

(3) Missões Estrangeiras 21

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2. O Departamento de Administração

a. Secretaria Esta é um órgão de grande importância para o bom funcionamento de uma igreja organizada. Ela poderá

fornecer à direção, se bem atualizada nos seus serviços, informações de todas as atividades programadas, bem como atender às mais diversas solicitações.

Instalações da Secretaria a) Para um perfeito desempenho de suas atividades, deve a Igreja dispor de um local (sala) próprio para a Secretaria, e

de fácil acesso aos membros.

b) A sala deve ser bastante agradável, gerando boa impressão.

c) Geralmente, os ambientes de trabalho devem ser bastante iluminados, para evitar cansaço e sonolência devidos ao esforço provocado pela má iluminação.

d) Sempre que possível, deve a sala ter lâmpadas fluorescentes (luz do dia) e as paredes de cor clara, para refletirem maior quantidade de luz.

Mobiliário a) Mesa do Secretário da Diretoria.

b) Mesa do (a) Secretário (a), funcionário (a).

c) Mesa (caso haja mais de um secretário de expediente).

d) Mesa de datilografia.

e) Máquina de escrever ou computador.

f) Armário para a guarda de todo o material de escritório e livros.

g) Arquivos de aço para as fichas dos membros da igreja.

h) Mimeógrafo ou máquina de xerox.

Material de Escritório i) Papel timbrado (A4 - 210x297; Ofício - 220x330)

j) Papel almaço, blocos, etc.

k) Envelopes

l) Pastas suspensas

m) Fichas

n) Grampeador, perfurador, cola, tesoura, porta-lápis, borracha, elástico, canetas, etc.

Atribuições do Secretário (na Diretoria) É de bom alvitre que o Secretário da Igreja possua habilidade de profissional para o desempenho da função. A

Igreja poderá manter uma secretária capaz, em tempo integral, se o volume de trabalho assim o exigir, uma vez que, geralmente, o secretário, membro da Diretoria, sempre exerce funções ministeriais (e muitas vezes materiais), o que o impede de dar diariamente assistência à Secretaria, mas as pessoas designadas para essas atividades estarão sob sua supervisão.

Dada a importância da função de secretário, deve ele possuir as seguintes qualificações:

1) Maturidade espiritual

2) Educação exemplar

3) Boa caligrafia

4) Boa redação

5) Ser zeloso

6) Se possível, ter disponibilidade de tempo.

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Variando, de acordo com o Estatuto, as principais atribuições de um Secretário são:

a) Lavrar as atas das Assembléias, em livro próprio, assiná-las e apresentá-las para aprovação nas assembléias seguintes.

b) Assinar, com o presidente, os documentos oficiais da Igreja.

c) Manter em dia o fichário de membros e todos os serviços afetos à Secretaria.

d) Confeccionar e expedir toda a correspondência sob sua responsabilidade.

e) Manter atualizados todos os dados estatísticos na sua gestão.

f) Prestar relatório de suas atividades.

g) Tratar com urbanidade e amor cristão todas as pessoas que necessitam de seus serviços.

h) Cumprir outras providências determinadas pela direção da Igreja.

Notas:

1. Dificilmente um secretário lavra as atas no momento em que a Assembléia se realiza, a não ser em Convenções em que as sessões seguintes exigem a leitura da ata da sessão anterior. (Geralmente, as sessões das igrejas são mensais, o que facilita a confecção da ata com maior atenção e cuidado).

2. Apontar, então, os assuntos de maneira clara e objetiva. O trabalho torna-se mais fácil quando o secretário recebe a ordem do dia.

3. O lançamento da ata deve ser feito na mesma semana da realização da Assembléia, pois o tempo e as múltiplas ocupações apagam de nossa mente fatos importantes que, no momento da sessão, não foram anotados.

4. Os apontamentos não devem ser feitos num pedaço de papel qualquer, para evitar o perigo de extravio. Um bloco especial é o ideal. Tão logo termine a sessão, deve o bloco ser levado à guarda da secretaria.

5. As dúvidas quanto a decisões tomadas devem ser tiradas no momento, com o pastor da igreja.

Competência do Secretário (a), Funcionário (a) Quase sempre é do sexo feminino, recebendo da igreja o seu salário e tendo, inclusive, sua carteira assinada e

todas as suas obrigações sociais satisfeitas (CLT).

Cabe-lhe, assim:

a) A recepção de todos os membros e visitantes durante o expediente da semana, que tenham algo a tratar.

b) A datilografia ou digitação de toda a correspondência de rotina.

c) O atendimento às solicitações da Diretoria.

d) A confecção do boletim da Escola Bíblica Dominical e da Igreja.

e) A mimeografia ou fotocópia dos documentos a serem encaminhados às Assembléias.

f) A confecção dos cartões de membros.

g) O atendimento telefônico durante o expediente, prestando as informações pertinentes.

h) O controle de assentamentos nas fichas dos membros da igreja (mudança, recomendação, exclusão, etc.)

i) Endereçar e postar cartas, impressos e pacotes.

j) Consultar listas telefônicas, dicionários, códigos postais, manuais.

k) Organizar e consultar arquivos por assunto, data ou ordem.

l) Receber, classificar, distribuir e arquivar a correspondência.

m) Atender a reclamações e pedidos; fazer encomendas.

n) Supervisionar e repassar instruções a outros funcionários,

o) Acompanhar e verificar o estoque de material.

p) Planejar a rotina do escritório.

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Documentos da Secretaria

• O Rol de Membros A elaboração do Rol de membros de uma igreja é de grande importância, pois através dele todas as

informações serão obtidas prontamente.

É ele o registro de todos os membros batizados nas águas.

O Rol pode ser de membros.

1) Ativos

2) Inativos.

Há o rol permanente, que revela quantos membros ao todo já passaram pela igreja. Nele, são incluídos os nomes de membros por ordem de chegada. Chama-se, também, o livro de registro numérico dos membros da Igreja.

Essa numeração deve ser ininterrupta no registro dos nomes, pois nas futuras comemorações poder-se-á verificar quais os membros mais antigos. Nunca se substitui um nome já registrado, somente para aproveitar o número, em caso de morte ou exclusão do rol. O número dado a um membro jamais deve passar a outro.

Rol Inativos É o que registra os nomes dos membros que, por qualquer razão, se afastaram da igreja.

Pode conter divisões;

1) Excluídos

2) Transferidos

3) Falecidos

Para os membros excluídos e transferidos há uma esperança de que retornem à igreja, sendo novamente reintegrados ao Rol Ativo (ao voltarem as fichas são removidas do Passivo para o Ativo, sem a necessidade de registrar novamente a pessoa que volta).

Os crentes excluídos não devem ser abandonados totalmente (a menos que assim o desejem) e a igreja deve ajudá-los a solucionar os seus próprios problemas para tornarem ao convívio fraternal.

A elaboração do Rol Numérico Começa-se a assentar os nomes mais antigos da igreja, em sua ordem cronológica, podendo, para isto, consultar os registros antigos, como fichas, livros, relações, atas, boletins e informações verbais dos membros da igreja. É preciso cuidado na pesquisa para que o registro seja o mais fiel possível, evitando-se constrangimento.

No caso de haver lacunas, uma alteração possível é a numeração anual. Assim, em cada ano eclesiástico se começa nova numeração, a partir do nº 1, seguindo-se uma barra e o respectivo ano (por exemplo, 1/65, 1/70, 1/85, etc.) Quando for completada a pesquisa, é só numerar em ordem cronológica e se terá a ordem completa e atualizada.

A secretaria de expediente deve manter atualizado o fichário, incluindo a ficha dos admitidos e retirando a dos excluídos, colocando-as nas respectivas seções do arquivo. Isto ajudará tanto o pastor quanto a Comissão de Visitas. Quanto aos falecidos, a transferência do ativo pode ser feita imediatamente.

É necessário observar que muitos candidatos não comparecem ao batismo, e suas fichas, já preenchidas, devem ser arquivadas normalmente sem que esses candidatos sejam membros da igreja. Assim, antes de arquivar a ficha, deve o batizado comparecer à Secretaria para formalizar detalhes de documentação, fazendo-se a respectiva confirmação.

A secretaria pode exigir, também, e imediatamente após o batismo, a lista de chamada dos candidatos, visando separar as fichas dos que não compareceram.

Os membros aceitos com carta de mudança são imediatamente registrados no Rol de Membros. Quando a igreja solicita à outra a carta de transferência de determinado membro, este só deve ser registrado após a comunicação recebida. Não havendo resposta, o crente pode ser aceito por aclamação. Já nos casos de reconciliação, o processo é simples, pois basta colocar a respectiva ficha no arquivo ativo.

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• Livros O Livro de Atas É nas atas que se farão os registros das ocorrências verificadas durante as reuniões, e, por terem valor legal,

devem ser redigidas em livros próprios e jamais em folhas avulsas. São, para o futuro, a base supletiva da organização do grupo, pois irão conter a jurisprudência das decisões adotadas pela presidência e pelo grupo, em grau de recurso, nos casos em que os Estatutos e o Regimento Interno sejam lacunosos ou omissos. As atas servem, nestes casos, como suplemento do Regimento Interno.

Aspectos do Livro de Atas:

1. Deve ser registrado no Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas.

2. Suas folhas devem ser numeradas e rubricadas (geralmente vêm numeradas).

3. Deve conter o Termo de Abertura e Termo de Encerramento.

4. O livro de atas deve ser no tamanho 22x33cm, sendo os textos manuscritos.

5. Nos cultos, faz-se somente um rascunho dos acontecimentos para, mais tarde, consigná-los no livro de Atas. Consideremos os pontos:

a) Termos de Abertura

“Contém este livro (50 ou 100 ou mais) folhas tipograficamente numeradas e por mim rubricadas com a rubrica (constar neste parêntese e rubrica) que uso como 1º secretário, as quais servirão para o registro das atas das sessões ordinárias (ou extraordinárias) da Igreja Evangélica..., tomando este o nº 01 (etc.).”

Local e data

Assinatura e carimbo da igreja.

b) Termo de Encerramento

(última página)

Repetir o mesmo, alterando somente a expressão “servirão” para “serviram”.

Devem as atas conter o seguinte roteiro:

1. Cabeçalho

a) Constar o número da ata, obrigatoriamente o nome da associação, o local, data e hora da reunião, com a indicação de seu início e seu término, bem como a finalidade da reunião.

b) Se a reunião é ordinária ou extraordinária e, neste caso, quem a convocou, esclarecendo-se o indispensável para a sua validade.

c) O número de membros presentes para que se constate a verificação do “quorum”.

2. Corpo

É o registro dos assuntos, à medida em que vão sendo tratados; devem, ser numerados estes assuntos. As deliberações tomadas em relação a cada um dos itens do temário, a autoria e as propostas devem ser registradas para reconhecimento futuro. Em casos especiais, as propostas são transcritas na íntegra.

3. Encerramento ou Fecho

A ata deve ser assinada apenas pelo Secretário, que a lavrou, e pelo Presidente da reunião na qual a ata é aprovada, e o seu fecho habitual é: “Nada mais havendo a tratar, foi encerrada a sessão com orações e graças a Deus, lavrando-se, para constar, a presente ata, que vai assinada por mim (primeiro, segundo ou “ad hoc”) secretário, e pelo presidente desta igreja.

Devido à sua importância entre as muitas recomendações existentes, registremos as que se seguem:

1. A ata deve ser resumida, sem que sua elaboração tenha caráter literário; opiniões ou comentários do Secretário sobre os registros são dispensáveis. Em casos especiais o Presidente pode autorizar transcrições fundamentais para que fiquem registrados pontos importantes sobre propostas de grande valor.

2. A Ata é impessoal. Expressões como: “O irmão Fulano apresentou brilhante proposta...” devem ser supressas. O correto é: “O irmão Fulano apresentou proposta...”

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3. Números e datas devem ser escritos por extenso, o mesmo ocorrendo com nomes com siglas. Deve-se grafar, por extenso, os números considerados fundamentais, e repeti-los em algarismos para facilidade da leitura, entre parênteses.

4. A ata não deve conter espaços vagos, linhas em branco, rasuras ou entrelinhas. Ocorrendo rasuras ou entrelinhas, estas devem ser ressalvadas no fim da ata, com a assinatura do presidente.

5. Quando ocorrer algum erro, deve o Secretário usar a expressão “digo” e prosseguir a redação.

Exemplo: “O senhor presidente chamou, digo, falou sobre o novo plano...”

Quando, após o fecho da ata, for notado erro de redação, usa-se o resumo: “em tempo”, seguindo-se o que se deseja acrescentar ou retificar.

6. A aprovação da ata é dada na reunião seguinte, devendo os membros prestar atenção à sua leitura. Cabendo correções admitidas, devem constar da ata seguinte. Ex.: “Cedida a palavra ao 1º Secretário, foi lida a ata no dia..., sem emendas (ou com a seguinte emenda: onde se lê..., leia-se...)

Após a leitura da ata, o senhor presidente pergunta se há alguma emenda a fazer. Não havendo, ele mesmo a declara aprovada.

7. Devem constar das atas relatórios dos conselhos e comissões, em resumo, com as respectivas deliberações. Há exceções, quando os relatórios constam na íntegra.

8. Devem haver dois livros distintos: um para a lavratura das atas, outro para o registro da presença (conforme determinar o Estatuto).

9. As propostas não aprovadas não necessitam ser registradas em ata, a não ser em casos especiais.

Assim, das atas constarão necessariamente:

a) A natureza da reunião.

b) A hora, dia, mês, ano e local da sua realização.

c) O nome de quem a presidiu.

d) Os membros presentes e ausentes, com justificativa (em Assembléia Gerais, não).

e) O expediente recebido e remetido.

f) A síntese das resoluções tomadas.

g) O resultado das votações.

h) Se solicitado, declaração de voto.

i) Qualquer outro fato tratado na reunião.

Linguagem da Ata

Ata é, pois, o registro de decisões. “O registro no qual se relata o que se passou numa sessão, convenção, congresso, etc.”

É necessário que haja fidelidade no resumo dos assuntos, pois apesar de em alguns casos muito se falar, realmente os fatos e decisões são poucos.

Além de deixar do lado de fora a aspereza de linguagem, o secretário, se não for taquígrafo, abandonará os adjetivos, os advérbios, que não sejam essenciais; as preposições e as locuções prepositivas, à semelhança do que se faz nos termos dos telegramas. Essa medida em muito ajudará o secretário a anotar mais rapidamente o que estiver sendo dito para, mais tarde, em sua linguagem concluir a ata.

a) Geralmente, as igrejas têm seus cultos de membros às terças-feiras e, algumas delas, fazem atas em todos eles. Todavia, este processo pode ser mudado, lendo-se a ata, apenas, uma vez por mês, em dia estabelecido no Estatuto (primeiro dia do mês ou outro), condensando-se todos os assuntos das quatro semanas.

b) Não são todos os cultos ou reuniões em que se registra uma ata. Apenas nos de membros, nas Assembléias Gerais Extraordinárias, na Ordenação de Ministros, na Jubilação de pastor, nas reuniões do ministério (ou presbitério) ou diretoria.

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Modelo de Ata de Igreja

Ata nº.... Aos seis dias do mês de fevereiro de mil novecentos e setenta e nove, reuniram-se os membros da Igreja Evangélica..., em sua sede, na Rua..., nesta cidade; às vinte horas, o irmão presidente, pastor..., declarou aberta a sessão, a fim de tratar de assuntos gerais de competência da igreja e de seus membros. Após os hinos... e a leitura da Palavra de Deus, feita pelo irmão..., foi cedida a palavra ao irmão Secretário..., que leu a ata do dia..., foi cedida a palavra ao irmão Secretário..., que leu a ata do dia..., aprovada sem emendas (ou com a emenda...) Em seguida, (seguem-se os assuntos enumerados). Nada mais havendo a tratar, foi encerrada a sessão com orações e graças a Deus, lavrando-se, para constar, a presente ata, que vai assinada por mim (primeiro, segundo “ad hoc”) secretário, e pelo presidente desta igreja.

Atas com implicações legais

Há estatutos cujos artigos exigem uma categoria de atas que são de implicações legais, como: eleição, posse, jubilação e demissão de pastor; aquisição, oneração e alienação de imóveis; eleição e posse da diretoria da Igreja; reforma de estatuto; balanço anual. Registre-se que são atas normais, numeradas na mesma seqüência em que entram as demais.

1) Se forem realizadas dentro do curso de uma sessão regular deve-se:

a) Anotar na ata da sessão regular a interrupção dos trabalhos para a sessão especial e depois seu reinício.

b) Registrar a ata da sessão especial em separado, em seqüência à regular, e com seu próprio número.

2) Depois, no final da ata da sessão especial, deixar doze linhas em branco para uso do cartório (visto que tais atas deverão ser registradas em cartório, logo depois de sua aprovação).

Exemplo

Ata nº 02

Aos seis dias do mês de fevereiro de mil novecentos e oitenta e cinco, reuniram-se os membros da Igreja Evangélica..., em sua sede, na..., nesta cidade. As dezenove horas e trinta minutos são interrompidos os trabalhos da sessão regular da igreja e o presidente, pastor..., declara aberta a sessão para a... (citar o fim para o qual foi convocada: eleição, posse, reforma de estatuto, etc. Não esquecer de citar a aprovação.) Tendo sido a presente sessão convocada exclusivamente para esse fim, o senhor presidente declara o encerramento desta sessão, seguindo-se a sessão regular da igreja. Para que esta tenha validade em todos os seus termos, eu, 1º secretário, lavrei a presente ata, que vai subscrita por mim e pelo presidente da igreja. (Deixar 12 linhas em branco para uso do cartório).

O Livro de Presença De acordo com o disposto no Estatuto sobre as Assembléias, que podem ser Ordinárias ou Extraordinárias,

deve o secretário observar:

1) Assembléias Gerais Ordinárias

Em geral, são realizadas uma vez por mês, para tratar dos assuntos administrativos da igreja. Para que as decisões tomadas produzam seus efeitos legais, nas atas, a maioria estatutária será comprovada pelas assinaturas no LIVRO DE PRESENÇA DAS ASSEMBLÉIAS GERAIS ORDINÁRIAS. A cada mês, o secretário colocará uma mesa, no “hall” de entrada da igreja, ou outro local apropriado, para que os membros possam assinar o livro de presença. Na folha respectiva, deverá constar um cabeçalho: “Assembléia Geral Ordinária do dia ___/___/ ___, ... horas, realizada na... (igreja ou outro local).”

Nota. Se, porém o Estatuto dispuser que a maioria, para funcionamento, é a dos presentes, dispensa-se o Livro de Presença.

2) Assembléias Gerais Extraordinárias

As Assembléias Gerais Extraordinárias reúnem-se, comumente, para tratar de assuntos como:

a) Eleição, posse e demissão de pastor.

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b) Aquisição de imóveis.

c) Reforma de Estatuto e Regimento Interno.

d) Discussão do Balanço Anual.

São reuniões, portanto, de convocação específica com seu “quorum” próprio. Estes assuntos são, em geral, da mais alta importância com implicações que envolvem a justiça em geral.

O livro de Presença não pode ser esquecido, procedendo-se da mesma forma como o das Assembléias Gerais Ordinárias.

3) Outras Reuniões

É comum o registro de assinaturas em livros de presença para reuniões de:

a) Diretoria da Igreja

b) Ministério ou Presbitério

c) Obreiros em Geral

d) Sociedade de Senhoras

e) Diretoria de Mocidade, etc.

O Livro de Registro de Matrimônio A igreja pode dispor de dois livros para o registro dos matrimônios que efetua:

1. Um livro onde apenas constar a cerimônia de realização do matrimônio, com o número de ordem, data, nome dos noivos, quem efetuou o casamento e o local.

Estes registros auxiliam as informações prestadas ao IBGE, anualmente, bem como para o relatório da secretaria no fim de cada gestão.

2. O livro especial para transcrição de termos de casamento com efeito civil.

Cabe à secretaria providenciar um livro de atas para assentar os termos de casamentos realizados na igreja ou sob sua responsabilidade, com efeitos civis.

A igreja que não desejar imprimir um livro especial, poderá transcrever num livro de atas os dados indicados no modelo e com suas respectivas assinaturas.

O Livro de Aniversariantes A secretaria eficiente poderá munir-se de um livro com índice numérico, de 1 a 12, representando,

respectivamente, os meses do ano, para o registro dos aniversários dos membros de sua igreja. Sendo o número de membros for muito elevado, poderá distribuir por congregação.

Num livro geral de 400 folhas, poderão constar os 365 dias do ano, divididos por meses. Isso poderá facilitar ainda mais o controle dos aniversariantes, uma vez que cada folha corresponderá a um dia. Este sistema facilita a ordem cronológica de datas.

O livro de índice numérico de 1 a 12 registrará, nos respectivos meses, as datas, fora da ordem cronológica, tendo-se, logicamente, que se agrupar os aniversariantes de cada dia. Isto facilita o controle dos aniversariantes quando se desejar enviar cartões de congratulações ou se fizer menção nos cultos.

As igrejas com número pequeno de membros poderão, ter apenas um livro, com os detalhes já referidos.

O Livro de Registro de Nascimento e Apresentação de Criança Este livro, como o de matrimônio, deverá conter número de ordem, a data do nascimento, nome do pai e da mãe, quem o apresentou ao Senhor e a data da apresentação.

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• O Cartão de Membro Há uma grande variedade de modelos de cartões de membros nas nossas igrejas, porém os dados a serem preenchidos quase nunca variam.

O cartão de membro serve como prova de que o membro está em comunhão com a igreja. Algumas igrejas fornecem um comprovante anual, com carteirinha plastificada ou vulcanizada, (tipo cartão de crédito). Outras, deixam retângulos no verso para que, anualmente, sejam carimbados pela Secretaria, revalidando, assim, o cartão.

A fim de que o portador disponha de mais um documento de identidade, sempre se deve deixar espaço para a sua assinatura e a do pastor da igreja.

Os dados que devem constar de um cartão de membro são os seguintes:

1. Timbre da igreja

2. Registro nº

3. Local para a foto (de preferência) 2x2

4. Nome do membro

5. Filiação

6. Data de nascimento

7. Naturalidade/Nacionalidade

8. Data de batismo

9. Cargo

10. Membro desde

11. Assinatura do portador

12. Assinatura do presidente.

• Formulários Diversos 1. Ficha de membro

2. Carta de mudança (ou transferência)

3. Carta de Recomendação.

• Envelopes de Dízimos Os tradicionais envelopes de dízimos são encontrados nas livrarias. Há igrejas que, fugindo ao tradicional, imprimem o seu próprio envelope, constando nele: o nome, retângulos com o nome dos meses e local para a quantia e a assinatura do tesoureiro, e um versículo bíblico.

• Cartão de Decisão (Veja modelo no anexo)

• Recibos (talões) (Veja modelo no anexo)

• Correspondência O volume de correspondência de uma secretária varia de acordo com o tamanho da igreja , seu

relacionamento com as demais e, também o seu envolvimento social.

Além das atribulações inerentes , vê-se o Secretário envolvido com uma diversificação muito grande de cartas, ofícios, jornais, folhetos , etc., que além de Ter de dar-te destino, precisa deter-se numa classificação nacional e estar pronto para responder ao que lhe couber.

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Em muitos casos, o próprio pastor é quem cuida do assunto, pois nem sempre o secretário está disponível em tempo integral para o desempenho desta tarefa. Quando, porém , a igreja tem um secretário permanente, isto passa a ser sua rotina de trabalho.

A Correspondência Recebida A primeira providência que uma igreja deve tomar é alugar uma Caixa Postal na Agência dos Correios,

próximo à Igreja. Quando isto não é possível, o próprio endereço serve para o recebimento de toda a correspondência.

Diariamente devem ser separados todos os periódicos e as cartas: as do pastor lhe serão entregues pessoalmente ou colocadas sobre a sua mesa. Há muitas cartas particulares enviadas para o endereço da igreja , isto porque os membros não tendo facilidade de receber correspondência onde residem, fornecem o endereço da igreja. Esta correspondência deve, estão, ficar em local disponível, sem interferir no bom andamento dos trabalhos.

Os assuntos que merecem resposta ficam a critério do pastor da igreja , que os distribuirá entre seu “staff” ou à própria secretaria.

Folhetos de propaganda podem ser úteis ou não. O secretário eficiente que acompanha o trabalho da igreja, sabe o que é preciso e que poderá ser útil. Alguns desses folhetos devem ser arquivados para consulta no tempo próprio, se puderem ser usados em curto prazo. Outros não interessam á igreja. É preciso discernimento para não serve.

Classificação da Correspondência 1. O OFÍCIO

Embora na função pública seja o mais comum tipo de redação oficial, o encontramos em uso em outras organizações, sindicatos, companhias, igrejas, etc., cuja importância e complexidade de funções exijam contrato diuturno com entidades de outras espécies.

“Ofício”( do latim “officium”de ‘ob + facio”) deriva, etimologicamente, de “facere”, significando dever, ofício, obrigação moral, deferente, obséquio. É, na realidade, entre os demais tipos de correspondência oficial, o que possui emprego mais amplo, mais variado.

As partes de um ofício são:

a) Cabeçalho

Também chamado timbre, já vem impresso na parte superior do papel, e a abrange o emblema do órgão expedido respectivo nome.

b) Epígrafe

Também chamado de título, escreve-se a três linhas e abaixo do cabeçalho. À esquerda: iniciais da seção emitente e o número do ofício; ou somente a palavra “Ofício” e o número do documento.

Ex.: AD/OF.01/85

Ofício nº 035/86

À direita: Localidade de data, escritas na mesma linha da epígrafe. Abaixo do título, depois de três linhas, na margem esquerda, usa-se as contrações “DO” e “AO”, assim:

Ex.: Do Senhor Diretor de Publicações da CPAD

Ao Senhor Presidente do Conselho de Doutrina da CGADB

c) Ementa

Geralmente designada pela palavra “ASSUNTO”, colocada logo após a contração “AO”. Quando o assunto já foi anteriormente tratado, ou se faz citação de ofício ou aviso anterior, emprega-se a palavra “Referência”.

d) Invocação ou Vocativo

Deve ficar na linha de parágrafo, com dois pontos (:) ou vírgula (,) não tem cabimento o ponto final, nem a ausência de pontuação. É a forma de tratamento adequada ao destinatário, e usa-se três linhas abaixo do título.

e) Contexto

Também a três linhas abaixo da invocação, é dividido em itens numerados, e compõem-se de três elementos essenciais:

1º) Começo

No começo há referência ao assunto de modo vago, sem focalizá-lo propriamente.

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2º) Contexto propriamente dito ou exposição

Aí se desce ao assunto, dividindo-o ou não em parágrafos, de acordo com a complexidade que apresente. Esses parágrafos só são numerados a partir do segundo; não se numeram o primeiro e o fecho.

3º) Fecho – chavão

Pomposo ou simples, também na dependência da importância do destinatário, como fórmula de despedida.

f) Assinatura e iniciais do redator e datilógrafo

A três ou quatro linhas abaixo do fecho, deve constar o nome do emitente do ofício, datilografado em caixa alta, sem o traço da assinatura. Na margem esquerda, na última linha , colocar as iniciais do redator e do datilógrafo.

Ex:. NK/ ep

g) Endereço protocolar

Este endereço protocolar dispensa , em regra, o DO..., AO..., ASSUNTO...,virá sempre no final da primeira página. Pode ser duas linhas abaixo da assinatura, compreendendo a forma de tratamento, o nome do destinatário, o cargo do destinatário e seu endereço.

Ex:. ILMO. Sr.

Pr. Nils Taranger

Assembléia de Deus de Porto Alegre

Rua General Neto, 384

90460- Porto Alegre - RS

Pode, ainda o ofício conter mais um dado, quando outros papéis o acompanham. Trata-se da palavra “ANEXO”, colocada a duas linhas abaixo da assinatura, seguida de dois pontos, especificando quais os documentos constantes do ofício .

h) Continuação

Caso o Ofício tenha de continuar em outra folhas, datilografe o título em cada página de continuação, acrescentando um travessão e o número da folha.

Ex:. Ofício nº 035/86 – fl.2

A numeração dos ofícios recomeça anualmente. Atualmente, muitas empresas vêm dispensando em sua correspondência a margem feita pela direita, cuidando apenas de não dividir as sílabas. Também os parágrafo iniciam imediatamente na margem esquerda. Outras, ainda primam por esse detalhe, isto é, são impecáveis na margem direita. Convém lembrar que foi usado para preencher espaço inacabado de margem. Isto é inteiramente dispensável.

2. CARTAS

a) Definição

Carta é “uma conversa longa entre pessoas ausentes; porém uma conversa escrita”. As cartas em geral são de:

a. Cortesia

São as que exigem cuidados e arte, e os seus assuntos são variados como: de pedido, de promessa, de apresentação, etc.

b. Amizade

Nesse tipo de carta, a pena pode correr com liberdade e alongar-se em afetos.

c. Negócios

Têm estas caráter particular, exigindo clareza e brevidade.

b) Cartas de Apresentação

a. Tamanho do papel

O uso do papel tamanho ofício (22 x 33 cm) cede lugar ao tamanho universal, isto é, 210 x 297 mm, tamanho chamado A-4.

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b. Qualidade do papel

Varia de acordo com a organização, e tem sido uma preocupação constante das firmas comerciais, por se tratar do “cartão de visitas”, pois ela reflete “quem somos”, “a quem dirigimos” e “qual o objeto de que nos queremos ocupar”.

c. Formas de apresentação

i. Margem

a) Esquerda

Iniciada a 10 ou 15 toques datilográficos, pois será a parte perfurada para arquivar.

b) Direita

De 2 cm a menos.

c) Cima

De 3 a 4 cm.

d) Inferior

Aproximadamente 2,5 cm.

ii. A datilografia deve ser limpa e correta.

iii. O uso de instrumentos de correção adequados, como lápis, borracha, toque mágico e outros, produzirá boa apresentação do trabalho.

iv. O espaço mais usado é o dois (2) da máquina de escrever, o que facilita a leitura.

v. A margem direita de cada parágrafo deve ser uniforme, com separação de sílabas margeadas, evitando-se a tradicional barra (/) para completar o espaço de palavra que não atinge a margem ideal.

d. Partes da Carta

1) Cabeçalho

Inclui: sigla do emitente, data e local, identificação do destinatário, referência.

2) Texto

Trata-se do corpo da carta, podendo ser dividido em parágrafos.

3) Fecho

Usa-se a fórmula simples de saudação. Quando nos dirigimos a alguém de cargo igual ou inferior ao nosso, a expressão mais freqüente é “CORDIALMENTE”. “ATENCIOSAMENTE” usa-se quando o destinatário ocupa cargo superior. Assinatura. Pós-escrito. Anexos. Cópia. Abreviaturas do redator e do datilógrafo.

Outros Documentos Conforme for necessário a igreja poderá produzir novos documentos. É claro que os documentos aqui

apresentados podem ter suas variantes, além da produção informatizada se for o caso, facilitando assim os trabalhos da secretaria.

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b. Tesouraria Toda igreja deve estabelecer um sistema que regule a participação dos crentes na sua vida financeira. O

assentamento de todo o movimento bem como a apresentação de relatórios, exime de quaisquer dívidas os responsáveis pela guarda do tesouro na Casa do Senhor.

Nada que dependa de material é feito sem dinheiro. Portanto, o tesoureiro é o homem-chave na organização e, conseqüentemente, na gestão do dinheiro. Quando o tesoureiro trabalha fielmente, isto reflete nos de fora, motivando-os a tomarem parte na obra da igreja.

O tesoureiro é eleito dentre os membros da igreja local, por um período regimental ou estatutário, cujas atribuições, entre muitas são:

a) Receber e guardar o dinheiro, depositando-o em agência bancária.

b) Efetuar pagamentos autorizados pelo presidente.

c) Registrar as entradas e saídas em livro próprio.

d) Manter em dia a escrituração da Tesouraria.

e) Assinar com o presidente ou pastor cheques e demais documentos da tesouraria.

f) Organizar e apresentar à igreja balancete mensal e o balanço anual, devidamente examinados pela Comissão de Contas ou Finanças.

Escrituração

Diário de Caixa São impressos em duas vias, onde são lançados os pagamentos (saídas), como também os recebimentos

encontrados. A primeira via, após escriturada, deve ser destacada, juntando-se a ela os comprovantes nela lançados; a segunda via, carbonada, fica presa ao próprio livro.

Preenchimento

a) Primeira coluna: Usar o código de Plano de Contas referente ao lançamento.

b) Segunda coluna: É para o histórico do lançamento.

c) Terceira coluna: Utilizada para o número do lançamento, isto é, o número da página do Diário de Caixa, separado por uma barra, seguindo o número da seqüência do lançamento.

d) Quarta coluna: Para o registro da quantia de entrada, conforme comprovante.

e) Quinta coluna: Para o registro do valor de saída, também conforme comprovante.

Livro Caixa Deve ter suas páginas numeradas, termos de abertura e encerramento, para o competente relatório mensal da

tesouraria. Pode ser registrado no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas.

Guarda de Documento Deve-se manter da melhor maneira, guardados para a devida comprovação, todos os documentos fiscais. É

aconselhável que os recibos sejam colocados em folha de papel, em ordem cronológica de lançamento, e arquivados em pastas próprias. Documentos referentes a impostos e taxas, guias de recolhimento, etc., devem ser agrupados em separado.

Relatório É o documento emitido pelo tesoureiro, periodicamente, compreendendo a soma de cada conta no período de

janeiro a dezembro.

Balancete É o documento que apresenta os saldos das contas para a devida verificação.

Livro ou Relação de Dizimistas

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VII. A Igreja e sua Programação 1. Organograma e os Tipos Possíveis de Departamentos ou Ministérios

a) Liturgia de um Culto Karl Barth afirmou certa vez que o culto cristão é o ato mais importante, mais relevante e mais glorioso na vida do

homem.

Dr Samuel D. Faircloth, citando o Dr. George Peters, disse que “a fim de ministrar aos outros a igreja tem de aprender a ministrar a si própria e a edificar-se num tipo de comunidade de qualidade.”

Todos nos empenhamos em prestar a mais excelsa das adorações, e a nossa índole espiritual induz-nos a adorá-lo. Mas o que muitos não querem admitir é que o culto, por mais simples e singelo, não prescinde da liturgia.

Alguns movimentos não toleram sequer a hipótese de uma liturgia no culto cristão (pietistas, puritanos e algumas comunidades de fé pentecostal), achando que a liturgia acabará pó destruir a espontaneidade, a modéstia e a beleza espiritual. Todavia, mesmo sem o admitir, tem-se uma liturgia.

A liturgia tem início quando nos reunimos com o propósito de adorar a Deus na beleza de sua santidade. Prossegue com a oração e os cânticos congregacionais e a proclamação do Evangelho. Encerra-se com a impetração da bênção apostólica.

Só há uma maneira de se evita-la: deixar de se reunir e não mais celebrar publicamente a bondade divina. Até mesmo a devoção individual reclama uma liturgia. O mal não está na liturgia, e sim no formalismo que vem destruindo igrejas e mumificando grandes movimentos.

(1) O Verdadeiro Sentido da Liturgia

A palavra liturgia é originada do grego leitourgia :

Leitos = Público

Ergon = Trabalho

Literalmente, significa serviço público. Na Antiga Grécia, o termo era usado para designar uma função administrativa num órgão governamental. Desde sua origem a liturgia tem uma forte conotação com o serviço que os súditos devem prestar ao rei.

O termo passou, com o tempo, a designar o culto público e oficial da Igreja Cristã. Hoje, é definido como a forma pela qual um ato de adoração é conduzido. Numa linguagem mais técnica, a liturgia é o elenco de tudo o que concorre para a boa condução de uma reunião religiosa. Teologicamente, a definição é bastante simples: é tudo o que, diante de Deus, exprime a devoção de uma comunidade de fé: cânticos, leituras bíblicas, testemunhos, pregação, movimentos, etc.

(2) A Liturgia no Antigo Testamento

O culto levítico era extremamente pomposo. Em virtude de seu harmonioso elenco de sons e gestos, constituía-se num espetáculo de raríssima beleza. Haja vista a observação da rainha de Sabá ao visitar o rei Salomão. A soberana do país do Sul enalteceu a Jeová ao observar como os hebreus portavam-se na Casa de Deus (1 Re 10.4-5).

Os ministros do altar não poupavam esforços nem minúcias na condução do culto. Tudo tinha de sair perfeito; nenhum detalhe era esquecido. A apresentação do sumo sacerdote, dos ministros da música e dos demais levitas não contemplava a menor hipótese de falha.

(3) A Liturgia no Novo Testamento (1 Co 14.26)

Apesar do Cristianismo não ser uma religião sacerdotal, é impossível dissociar o seu culto da liturgia. O próprio Cristo ia à sinagoga e participava ativamente dos serviços aí realizados (Lc 4.16-22). Mais tarde, o mesmo faria Paulo. O primeiro lugar que o apóstolo visitava, ao chegar numa cidade era a sinagoga (At 13.5). Em nenhum momento criticou o culto hebreu. Propôs-se até a fazer um voto essencialmente judaico para não escandalizar a sua nação (At 21.23-24).

Sendo hebreus os primeiros membros da igreja, o culto cristão, no início, em nada diferia do culto judaico. As diferenças eram nos dias escolhidos para reunião, que os cristão o faziam no primeiro dia da semana a fim de rememorar a ressurreição do Senhor (At 20.7) e em todas as reuniões celebravam a Santa Ceia – a mais importante e solene cerimônia da Igreja.

O espírito do NT não é contrário à liturgia, entretanto é importante entendermos que a liturgia não pode ser um fim em si mesma; é um acessório, não a essência na adoração. Por isso temos de precaver-nos contra o formalismo.

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(4) O Formalismo (liturgismo e ritualismo)

É a ênfase exagerada às formas externas da religião em detrimento de sua essência: a plena comunhão com Deus. É a liturgia pela liturgia. O formalismo foi muito combatido pelos profetas e por Nosso Senhor (Is 29.13; Mt 6.1-6), por ser um obstáculo à expansão do Reino.

Sejamos pois equilibrados. Se por um lado não podemos fazer da liturgia um fim em si mesma, por outro não devemos desprezá-la como o faziam os sacerdotes do tempo de Malaquias, que achavam um enfado o culto do Senhor (Ml 1.13). O equilíbrio é fundamental. E se Paulo insta aos romanos a serem fervorosos no espírito, não deixa de recomendar aos coríntios a que tudo façam com decência e ordem (Rm 12.11; 1 Co. 14.40)

O Dr Samuel D. Faircloth apresentou algumas considerações que seria importante verificarmos:

1) Problemas fundamentais

a) O ritual ou cerimônia em tensão ou conflito com os seus aspectos espirituais.

b) Muitos israelitas experimentavam verdadeira e íntima adoração espiritual, expressando o seu amor e gratidão a Deus por meio do louvor público, nos salmos e nas orações. Contudo, outros ficaram pela margem, observando os movimentos, mas vazios de qualquer benção ou edificação espiritual pessoal

c) Cristo participou nos dois (templo e sinagoga) mas sempre indicou a adoração que é o amor do coração para com Pai celestial. A adoração verdadeira é um culto oferecido a deus não só em termos de adoração no templo, mas de serviço ao nosso semelhante (Lc 10.25; Mt 5.23; Jo 4.20-24; Tg 1.27).

d) É evidente que o dia de culto por excelência era o Dia do Senhor (At 20.7). i) A adoração era prestada nos lares dos crentes ii) A simplicidade seria a nota chave destes cultos de adoração nas casas, que consistiam, na maior parte dos

casos, de louvor (Ef 5.19; Cl 3.16), oração, leitura das Escrituras e exposição. iii) A festa de amor (ágape), seguida pela Ceia do Senhor eram também características comuns do culto cristão.

e) A ênfase em tudo seria sobre o Espírito e o íntimo amor e devoção do coração (Jo 4.23-24; Fp 3.3).

f) Muita da nossa moderna atividade religiosa congregacional não resulta num significativo encontro com o nosso Deus.

2) Algumas regras simples a ter em mente quando se planejas as reuniões congregacionais da igreja:

a) Lembrar que Deus quer falar a cada pessoa do auditório. Ele fará isso através do corpo, não apenas do púlpito.

b) A verdade básica do evangelho deve ser claramente comunicada de forma verbal e não verbal.

c) Os crentes primitivos reuniam-se para: i) Adoração ii) Oração iii) Comunhão à Mesa do Senhor iv) Serem Instruídos na Fé v) Darem dos Seus Bens vi) Se Ajudarem Mutuamente, e vii) Desempenharem a sua Missão (At 2.41-47; Gl 6.2)

d) Será que o Espírito Santo tem liberdade em cada culto? (1 Ts 5.19 – As igrejas estão a extinguir o Espírito.)

e) Será que cada culto aumenta o sentimento de fraternidade da casa ou família de Deus? será que os presentes demonstram a sua unidade em Cristo, seu Senhor? (Fp 2.1-4; Ef 2.19)

f) Será compreensível a linguagem usada no culto? Será entendida a mensagem de Deus?

g) Serão os líderes absolutamente claros quanto aos alvos do culto? “Que quereis dizer com este culto?” Êx 12.26 Os Elementos do Culto

A liturgia da Igreja Primitiva, ao contrário do culto levítico, era simples e carismática. Os dons espirituais faziam parte dos serviços, e ninguém estranhava quando alguém manifestava-se noutras línguas, pois eram estas interpretadas, exortando, consolando e edificando os fiéis, e descobrindo os corações aos incrédulos. Todas as coisas, porém eram feitas com decência e ordem.

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1. O Início do Culto

a) Antes do Culto i) Recomenda-se que nenhum trabalho seja realizado durante a hora que precede o início do culto. ii) Este período deve ser dedicado à oração (feita em voz baixa), à leitura bíblica e à reflexão individuais.

Enquanto isto, o pastor pode ficar na porta do templo apenas para recepcionar os crentes, com cumprimentos rápidos e à meia voz.

b) O Momento do Culto i) Deve ser pontual no começo. ii) Deve se fazer uma convocação com uma chamada à oração ou um prelúdio de algum hino com um

instrumento suave como teclado ou órgão. iii) Os hinos cantados devem estar em ligação com a mensagem a ser pregada.

2. A Leitura Bíblica

a) Deve ser feita logo após o primeiro hino.

b) Deve estar em harmonia com o tema do culto.

c) É indispensável que o leitor saiba ler com reverência, pausa e ritmo, para que a mensagem seja bem compreendida, podendo ser: i) Leitura responsiva – aquela na qual a congregação repete os versículos lidos pelo pastor, não podendo ser

muito extensa para que não enfastie os presentes. ii) Leitura alternada – aquela na qual se lê um versículo e a congregação lê o seguinte. iii) Leitura individual – feita apenas pelo pastor ou dirigente do culto.

3. A Oração Sacerdotal

a) Logo após a leitura bíblica.

b) Deve ser feita de maneira que toda a congregação possa ouvi-la e confirma-la.

4. Os Cânticos Congregacionais e Avulsos

a) Devem estar selecionados previamente.

b) Devem ser feitos em conexão com a mensagem pregada.

c) Após a apresentação dos visitantes, é bom que se cante um hino de comunhão e se faça um incentivo para que todos se cumprimentem.

d) Durante o efertório é muito importante cantar um hino específico.

5. Testemunhos

a) Dependendo do culto, no máximo dois e que estes não tomem muito tempo. Em cinco minutos pode-se falar muita coisa. Basta ser objetivo e claro.

b) Que o pastor ouça primeiramente os testemunhos e sonde-lhes o conteúdo. Pois determinados fatos acabam por comprometer a espiritualidade do culto, levando os presentes ao fastio, à irreverência e à murmuração.

c) Que sejam desestimulados detalhes que evoquem cenas de violentas ou sensuais

6. A Proclamação do Evangelho

a) Deve-se dedicar pelo menos 50 minutos à exposição da Palavra de Deus

b) Se possível, deve ser precedido por um hino apropriado e por uma oração em favor do mensageiro.

c) O pregador, de acordo com o combinado, pode fazer o apelo. Por isso, é imprescindível que em cada mensagem seja exposto o Plano da Salvação.

7. O Apelo

a) Pode ser feito pelo pregador ou por outro obreiro.

b) Não deve ser outra mensagem e nem destoar do que foi pregado.

c) Os seguintes cuidados devem ser observados:

i) Objetividade e clareza; pois o apelo é a conclusão e não o sermão.

ii) Firmeza e ternura na convocação dos pecadores para que venham à frente receber a Jesus.

iii) Não cite ninguém pelo nome. Isto causará constrangimento, e acabará por afugentar os demais visitantes. Deixe que a mensagem fale por si. Nem por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor.

iv) Utilize o tema central da mensagem para reforçar o apelo.

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8. A Decisão

a) É um dos momentos mais importantes do culto.

b) Tão logo um ouvinte atenda ao apelo, um obreiro ou conselheiro deve encaminhá-lo à frente, para que ele não se sinta deslocado. A partir deste momento, já poderemos manifestar-lhe, de forma mais intensa, o amor cristão. A integração do novo convertido começa exatamente com a chamada para o altar.

c) Se eles se ajoelharem faça-o também.

d) Terminada a oração, se possível, entregue a cada novo convertido um exemplar da Bíblia e outras literaturas apropriadas à integração do recém-converso.

e) Tome nota do nome e do endereço do convertido. Se este recusar-se a dá-los, não insista. Deixe que o Espírito Santo faça a obra.

9. Os Anúncios

a) Devem ser feitos com eficiência e rapidez, sendo previamente escritos de forma clara e objetiva.

b) Algumas igrejas adotam o boletim de culto onde constam todas as suas atividades e limitam-se, no final de cada culto, a reforçar apenas os trabalhos especiais e extraordinários.

c) Não se justifica gastar dez ou vinte minutos em anúncios!

10. A Impetração da Bênção

a) Algumas igrejas despedem os fiéis com a bênção apostólica (2 Co 13.13). Outras usam a bênção araônica (Nm 6.22-27) ou uma outra passagem adequada. Ou simplesmente revezam-nas.

b) Em não poucas igrejas a bênção apostólica é cantada com a participação de toda a congregação.

c) A bênção pode ser impetrada pelo pastor ou outro ministro autorizado e por ele designado.

11. O Poslúdio

a) Impetrada a bênção, seria recomendável que fosse tocado uma música suave como poslúdio, enquanto a congregação, reverentemente sentada, esperasse o pastor e seus auxiliares chegarem à porta do templo para cumprimentar os crentes, realçando a comunhão com o rebanho.

b) Enquanto ele estiver despedindo-se dos fiéis que nenhum instrumento seja executado, pois o pastor tem de ouvir e ser ouvido.

Observação: Estas sugestões podem ser livremente adaptadas, levando-se em conta as particularidades de cada igreja. Acima de tudo, o pastor deve buscar sempre a inspiração do Espírito Santo para que o culto seja realmente uma bênção a todos os fiéis.

b) Calendário de Atividades (veja modelo anexo)

c) Relatório de Atividades (veja modelo anexo)

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VIII. O Planejamento Estratégico de uma Entidade Eclesiástica “Aquele que deseja se tornar bem sucedido deve pensar no final antes de se engajar no começo.”

[Léon A. Danco, Diretor Executivo, The Centre for Family Business]

“Se pudéssemos saber primeiro onde estamos e para onde vamos, poderíamos melhor decidir o que fazer e como fazê-lo.” [Abraão Lincoln]

1. O que é Planejamento?

Planejamento é o processo pelo qual são estabelecidos e comunicados, num curso de ação funcional e prático a todos os envolvidos, a visão, o propósito, os objetivos, os alvos, a declaração da missão e as tarefas.

O planejamento engloba a tomada de decisões, a localização de impasses e a solução de problemas. Ele proporciona um perspectiva e quais os passos para a sua execução. O planejamento fornece o "mapa de trabalho" para a organização.

O plano é um projeto utilizado para descrever como uma organização espera atingir seus alvos. É um programa de ação ou uma estrutura de atividades para comunicar como vamos fazer com que a visão se torne realidade, para consumar o propósito e descrever a estratégia de como os objetivos e alvos serão alcançados. O visionar é o trampolim do qual deslancha o planejamento.

2. Por que Devemos Planejar? O planejamento é um processo que precisa ser realizado em base contínua: diária, semanal, mensal e anualmente.

A decisão de não planejar, em si já é um plano, porém acarretará ineficiência e fracasso. O planejamento faz a diferença, quer encaremos o futuro com o nosso propósito sendo cumprido, quer o encaremos de modo aleatório. Se a pessoa não se importa para onde vai, qualquer estrada a conduzirá até lá! O planejamento é um processo necessário e é também um ciclo. Você planeja, orça, organiza, opera, controla, avalia e mede em face aos planos, e então faz os ajustes necessários.

Uma quantia razoável de tempo de qualidade gasta no planejamento nunca é perda de tempo; é extremamente produtivo! Todo planejamento deve ser seguido de ação imediata, caso contrário, dentro de pouco tempo o plano se torna ultrapassado e sem valor!

O planejamento cria a estratégia para alcançar nossos objetivos, mas por que precisamos deles?

1º. Alvos e objetivos claros auxiliam o líder implementar métodos e procedimentos claros.

2º. Objetivos claros tornam mais fácil medir o cumprimento do propósito da organização. Ele nos mantém "na mira" para que não nos deviemos do propósito.

3º. Alvos objetivos claros capacitam a cada indivíduo a usar o seu tempo de modo eficiente e produtivo. Onde os objetivos não são claros, perde-se muito tempo na realização de tarefas que não se ateiem ao propósito da organização.

4º. Objetivos claros auxiliam a medir o desempenho dos trabalhadores. Infelizmente, muitas vezes as pessoas não se esforçam para alcançar qualidade em seu envolvimento com suas igrejas e ministérios do mesmo modo como o fazem em seus negócios e empregos.

1 Co 9.24-26 mostra claramente que Paulo tinha um plano e sabia onde se encontrava a linha de chegada. Sabia por que estava correndo. Neemias é outro exemplo de planejador.

O planejamento nos leva a viver e agir com ordem da maneira ensinada em 1 Co 14.10. Jesus defendeu e claramente ensinou que devemos olhar para a frente, planejar bem e ter objetivos claros (Lc 14.28-32).

Deus promete nos proporcionar direção e sabedoria para um bom planejamento (Sl 32.8;37.23). Ele estabeleceu um plano para você e para mim que se encaixam no seu plano-mestre. Você pode ver o quão importante é o planejar para nossas vidas pessoais, bem como para as nossas organizações, pois lidamos com um Deus que planeja muito bem. Não O desapontemos!

3. O que pode Atrapalhar o Estabelecimento de Objetivos?

1. Tradição

Inúmeras vezes, na igreja e em situações dentro do ministério, confundimos tradição com vontade de Deus. Pensamos ser a tradição o que ele deseja; em vez disto, pode ser totalmente diferente. Precisamos estar disposto a fazer as mudanças necessárias em nossos alvos e objetivos a fim de sermos obedientes a Deus. “Sempre fizemos deste jeito. Então, por que mudar?” Esse tipo de declaração indica que a pessoa não está disposta a deixar Deus estar no controle e realizar as mudanças que se fizerem necessárias. Se vamos realizar o propósito de Deus para as nossas vidas, é muito importante termos flexibilidade para ouvir e obedecer a Sua calma voz dentro de nós. A flexibilidade para fazer as mudanças necessárias é essencial.

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2. Sentimento

Assim como a tradição, o sentimento pode nos impedir de fazer a vontade de Deus e de cumprir em nós o Seu propósito. Às vezes vivemos no passado. Pensamos que o que era eficaz há cinqüenta anos o será também hoje! Vivemos em tempos de mudanças! Nosso propósito não precisa mudar, mas nossos métodos sim!

3. “Status quo”

O “status quo” não constitui necessariamente a vontade de Deus. Jesus não fazia parte do “status quo” e seus métodos e ensinamentos não eram nem tradicionais nem sentimentais. Ele provocou muita agitação entre os líderes religiosos, fariseus e hipócritas de Seu tempo. Os apóstolos fizeram a mesma coisa. Deus mudou? Ele espera que nos tornemos complacentes e nos conformemos ao “status quo” ? Não!

4. Medo

O medo do desconhecido ou o medo de mudança pode atrapalhar as pessoas a realizarem uma avaliação eficaz e as mudanças necessárias. Mas as Escrituras dizem que “Deus não nos deu um espírito de medo, mas um espírito de força, de amor e de sobriedade.” (2 Tm 1.7)

Por vezes as pessoas temem o assentamento de objetivos e alvos porque pensam significar que estão tentando “tomar o lugar e fazer o trabalho do Espírito Santo. Todavia, a soberania de Deus e a responsabilidade do homem “andam de mãos dadas.” Muitas vezes as pessoas se prendem a tarefas rotineiras e portanto pensam que as mudanças ameaçam sua segurança. Ao lidar com tal situação, seja paciente e, em oração, ajude aqueles que lutam contra as mudanças. Descubra o que está causando o medo. Pode ser que tenha algum fundamento. É responsabilidade do líder gerencial descobrir e avaliar esses medos.

5. Descuido

É muito fácil planejar e organizar atividades que sejam boas, mas que não cumprem os objetivos e propósito da organização. O líder gerencial precisa determinar e eliminar atividades que não alcancem diretamente os objetivos. É fácil se tornar distraído.

Outro descuido é uma super-ênfase em pequenos detalhes que nos divergem do propósito e cumprimento do objetivo primário. Como resultado, não haverá atenção e esforços suficiente em cima das atividades.

6. Teologia Falha

Com freqüência são dadas desculpas para o planejamento ineficaz. Por exemplo, a frase “se você se sentir guiado pelo Espírito Santo” pode ser usada como desculpa para não planejar. Algumas vezes o que é requerido não é o “sentir” e sim, o “fazer”. É preciso obedecer a Deus e fazer o que Ele requer.

O Espírito Santo habita no verdadeiro cristão, e uma das razões é a de capacitá-lo e equipá-lo a fazer o que Deus deseja que seja feito através dos seres humanos! Isso inclui o uso de nossa “massa cinzenta”, nossas habilidades e capacidades! O Espírito Santo já construiu prédios de igreja usando tijolos, argamassa, cimento etc. sem pessoas para executarem a obra? Somos ferramentas nas mãos de Deus através das quais Ele cumpre Seu plano. Precisamos permitir que Ele nos use, e ao mesmo tempo precisamos aceitar Sua soberania. Ele é, em última análise, o responsável pelo resultado eternos, porém devemos ser obedientes ao Seu plano e propósito para nós (veja Jr 18.1-10 e a historia de Jonas). Freqüentemente Deus revela Seu plano para nós de maneiras bem comuns, ao darmos um passo de fé e começarmos a tecer planos. Ele criou a cada um com um cérebro para ser usado-não para ficar apodrecendo! Devemos usá-lo para a Sua glória, e isto inclui o planejamento!

7. Avaliação Inadequada

Inúmeras vezes acontece de existir planejamento inicial, mas depois não há avaliação alguma, nem tampouco uma continuidade de planejamento. Este precisa acontecer em base contínua. A avaliação regular assegura que o plano esteja sendo concretizado ou mostra como ele deve ser ajustado, modificado ou atualizado.

8. Resistência e Oposição

A resistência e oposição ocorrem repetidas vezes devido à insegurança e medo de mudanças. Pode haver resistência por causa da falta de conhecimento ou falta de confiança. Pode existir aos “líderes” que traçam todos os planos sem consultar aqueles que estão envolvidos na realização dos mesmos. Neste caso o líder é culpado. Ele deve se esforçar para ter um envolvimento dos indivíduos bem como da equipe no processo de planejamento.

9. Inveja

A inveja tem, muitas vezes, atrapalhado o planejamento eficaz mais do que qualquer outro sentimento. A inveja dentro do trabalho de Deus, seja dentro ou fora da organização, é extremamente destrutiva [Pv 27.4, Atualizada: “Cruel é furor e impetuosa a ira, mas quem pode resistir à inveja?”] Aqueles que são “acometidos” de inveja precisam fixar sua atenção em Deus e na visão deles. A inveja acontece, muitas vezes, porque um indivíduo se sente inseguro, insignificante, e insatisfeito com aquilo que tem.

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• • • • • •

Deus aceita a cada um de nós como somos, porque Ele nos criou! A pessoa invejosa precisa aceitar esse fato pela fé e se desfazer dos grilhões da inveja que a prendem e a impedem de realizar aquilo que Deus lhe deu para fazer. Precisa planejar e utilizar os recursos a ela outorgados, sejam quão diferentes forem dos concedidos a outra pessoa.

10. Orgulho

O orgulho também pode perturbar o planejamento eficiente e sábio. Satanás tentará destruir planos eficazes e sábios porque ele não quer ver os cristãos obterem êxito no cumprimento do propósito de Deus para as suas vidas.

4. Visionando

O planejar é uma atividade necessária para se passar do "agora" ao "mais tarde", para se mudar as coisas "do jeito que são" para "o jeito que deveriam ser".

Planejar é divisar um curso de ação a ser utilizado na consecução de um objetivo ou alvo por meio do recolhimento de informações pertinentes, avaliação de várias alternativas e escolha da melhor para colocar em andamento um plano de ação de modo eficaz e eficiente. O planejamento é caracterizado por seu envolvimento...

... com o futuro,

... com ação,

... por pessoas de ação.

O líder gerencial eficaz responde às seguintes perguntas:

O QUE deveria ser feito?

POR QUE deveria ser feito?

QUANDO deveria ser feito?

ONDE deveria ser feito?

COMO deveria ser feito?

QUEM deveria fazê-lo?

Uma das questões mais fundamentais a ser levantadas ao planejamento é:

“Qual é o denominador ou traço comum, a distinção singular, pelo qual deveríamos ser conhecidos?”

Os relacionamentos de trabalho e a alta moral das pessoas são melhoradas por meio de um bom planejamento. As tarefas designadas são cumpridas com maior eficiência e com o mínimo de instruções.

O planejamento é um princípio bíblico básico (Lc 14.28-33; Pv 20.18). O apóstolo Paulo, por exemplo, sabia da importância de se determinar alvos (Fp 3.13,14). Jesus tinha um claro propósito estabelecido quando veio ao mundo e sabia quando o havia cumprido (João 17).

O planejamento é bíblico. Aqueles que dizem que ele elimina a liberdade do Espírito Santo de determinar o curso de ação, estão se esquivando de um planejamento eficaz. Precisamos buscar a sabedoria e direção de Deus em nossos planejamento.

5. O Planejamento Estratégico

A estratégia é o plano ou o curso de ação, o processo ou programa utilizado para cumprir o propósito e objetivos, política e decisões no que concerne à utilização geral dos recursos.

No planejamento estratégico da organização, o bom líder gerencial considera fatores externos tais como outras organizações, "mercados" , necessidades, condições econômicas, meios e fatores internos tais como o pessoal e recursos.

O planejamento estratégico consiste na tomada de decisão hoje à luz das expectativas de amanhã. Ele enfoca o propósito da organização e prepara objetivos e alvos adequados para realizar tais propósitos. Engloba maior tomada de risco e constitui uma responsabilidade no nível de liderança superior.

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6. Planejando e Estabelecendo: Ao considerarmos a função do PLANEJAMENTO, é imprescindível que definamos e esclareçamos como

empregar vários termos, alguns dos quais são com freqüência incorretamente intercambiados.

a) Propósito “POR QUE ESTAMOS AQUI?”

O propósito de uma organização deve ser declarado em sentença concisa e definir a razão da existência daquela. Ele responde à pergunta: "Por que estamos aqui?" Constitui uma declaração fundamentada na visão dos líderes e do povo. O propósito transforma a imagem ou quadro da visão em comunicação verbal. Ele traz a visão de detrás das nuvens para a esfera prática! O “propósito” é comumente chamado de "Declaração de Propósito."

b) Objetivo Primário “COMO IREMOS EXECUTAR NOSSO PROPÓSITO?”

O passo seguinte é o estabelecimento de nossos objetivos. A determinação destes significa "decidir de antemão o que será realizado num dado período de tempo”. Doutro modo ela se torna em planejamento sem razão, sem meta e sem prestação de contas.

Onde não existem objetivos claros e específicos, não existe necessidade de liderança e organização. As estruturas organizacionais se evolvem e desenvolvem a partir dos objetivos. Estes representam a única base verdadeira para os organogramas das organizações.

O objetivo primário de uma organização deve ser declarado de forma concisa numa sentença. Ele define a metodologia geral pela qual a organização pretende alcançar seu propósito. Responde à pergunta: "Como iremos executar nosso propósito? Que estratégia introduziremos para cumpri-los?

É de longo prazo e não traz detalhes no que diz respeito aos processos e métodos exatos. É bastante envolvente pois requer muita dedicação e lealdade para vê-lo realizado. O objetivo primário deve motivar as pessoas e incutir nelas disposição a um maior esforço e sacrifício. Está sujeito a mudanças ao longo do processo (por exemplo, mudança nas necessidades, no pessoal etc.) Há, geralmente, apenas um objetivo primário na organização. No organograma, o objetivo primário é representado pelo mais alto nível de autoridade.

c) Objetivos Secundários “COMO CUMPRIREMOS NOSSO OBJETIVO PRIMÁRIO?”

Os objetivos secundários devem executar o objetivo primário. Respondem à pergunta: "Como cumpriremos nosso objetivo primário?" Os objetivos secundários dividem o primário em unidades exeqüíveis. existem vários objetivos secundários necessário em todo o processo de planejamento de uma organização.

Alvos

Objetivo Secundário

Objetivo Secundário

Objetivo Secundário

Alvos Alvos

Objetivo Primário

Propósito

Cada objetivo secundário deve ser declarado concisamente numa sentença. Estes são mais específicos e de curto prazo. Apesar de serem chamados "secundários", isto não significa que carreguem menor importância do que o objetivo primário. São o desdobramento dos objetivos primários em várias unidades funcionais, em departamento, em atividades etc.

Os objetivos secundários da organização se torna o objetivo primário dos departamentos. Depois existem objetivos secundários estabelecidos dentro dos departamentos. Estes se tornam os objetivos primários das sub-unidades ou dos sub-departamentos. Os objetivos secundários devem ser realistas, contemporâneos e inovadores. Os objetivos secundários são geralmente menores no que tange à organização e ao esforço. São mais fáceis de sustentar a motivação e o interesse. O pessoal que inicia o trabalho, normalmente estará por perto para vê-lo concluído.

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d) Alvos “COMO ALCANÇAREMOS NOSSOS OBJETIVOS SECUNDÁRIOS?”

Os alvos de uma organização são de curto prazo imediatos, mensuráveis, realistas e necessários para cumprir os objetivos secundários os alvos devem ser atingíveis. Declare os alvos de forma concisa, específica, acurada e precisa. Em outras palavras, eles devem ser claros.

Alguns acham que o estabelecimento de alvos é contrário à soberania de Deus e às Escrituras. Deus é certamente soberano e pode revogar o estabelecimento de qualquer alvo, objetivo, propósito, visão ou estratégia! Ele governa este universo. Ele está no controle! O fato é que Deus usa primordialmente as pessoas! Elas lhe prestam contas e são responsáveis perante Ele! Assim, na realidade, quando determinamos alvos e objetivos, guiados e dirigidos pelo Senhor, demonstramos nossa confiança e nossa fé na capacitação de nosso soberano Deus para cumpri-los! Estamos depositando nossa confiança Nele para realizar sua obra em nós e através de nós? “Pois é Deus quem opera em vós o querer e o operar, segundo a sua vontade”. (Fp 2.13)

Os alvos auxiliam a comunicar às pessoas o que se espera delas. Eles ajudam eliminar a duplicação desnecessária de trabalho ou a omissão de tarefas. Os alvos ajudam a minimizar os conflitos.

As Tarefas

As tarefas são as atividades realizadas para se atingir os alvos. São geralmente as atividades de rotina, regularmente repetidas na organização.

Os Padrões

Os padrões de uma organização são como régua que medem a eficiência do cumprimento dos alvos. Os padrões controlam e medem também o progresso em direção ao alcance dos alvos.

Meta

Meta é um termo que tem sido empregado de várias maneiras. Neste material usamo-lo para definir aquilo que estamos nos esforçando para conseguir ou o que desejamos fazer, por exemplo, temos como meta cumprir o chamado de Deus em nossas vidas. Nossa meta é alcançar nossos alvos, objetivos e propósito. É cumprir nossa declaração de missão e propósito. É usar eficazmente o plano estratégico.

e) Declaração da Missão A "Declaração da Missão" que inclui a "Declaração de Propósito", contém o propósito, o objetivo primário e a

filosofia básica da organização. O propósito e o objetivo primário são compostos de uma sentença cada um; entretanto a Declaração da Missão é mais longa e mais inclusiva (um parágrafo de extensão).

A visão é o sonho, a idéia, a imagem ou quadro do que se deseja ver tornar-se realidade para a organização. O propósito declara a razão de sua existência e a declaração de missão "a classifica e ordena." A Declaração de Missão deve mostrar...

... a razão da existência da organização

... os limites em torno de suas atividades [Indica o que deveria e o que não deveria ser feito. Os Estatutos da organização são da grande valia neste ponto.]

... seus objetivos e alvos e como serão alcançados

... seu "ethos" [caráter, espírito, filosofia, convicção, valores]

A Declaração da Missão indica a quem servimos ou ajudamos ("o mercado"), o que fazemos, o que antecipamos serem os benefícios e resultados e onde iremos realizá-los.

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IX. Gerenciamento do Tempo Por Harold Taylor, Harold Taylor time Consultants Inc.

O valor do tempo é determinado pela oferta e pela procura. Ele é a mercadoria mais valiosa de todas porque é um recurso não-renovável. Deus quer que sejamos bons mordomos do tempo que Ele nos deu para fazer coisas e alcançar os alvos e os objetivos os quais nos tem proposto realizar.

Como você pode fazer o tempo trabalhar em seu favor? A chave para o gerenciamento do tempo eficiente é substituir tarefas menos importantes por aquelas que levam você para mais perto de seus objetivos pessoais e dos objetivos da organização. Existem 10 hábitos-chaves a serem desenvolvidos em sua vida.

Hábito Nº 1 – Desenvolva uma filosofia e uma política de gerenciamento do tempo. Para ser eficiente no gerenciamento do tempo, precisamos substituir as tarefas de menor importância pelas de

maior relevância. Roberto Orr discorreu a respeito da importância de especificar um propósito conciso e meticuloso, de estabelecer objetivos, de desenvolver um declaração de missão e de definir alvos. Sua filosofia de gerenciamento de tempo está baseada em visão, propósito, objetivos e alvos. O QUEM É IMPORTANTE PARA VOCÊ?

Seu plano de administração do tempo é um guia para ser usado no planejamento de suas tarefas, compromissos, reuniões e outras atividades. Ele implica reservar determinados período do dia para atividades específicas.

Um exemplo de plano de administração do tempo é empregar sua hora de trabalho mais produtiva em sua tarefa prioritária. Sua hora mais produtiva é o período do dia em que você tem mais energia, e quando sua criatividade e percepção estão no melhor nível.

Por exemplo, se sua hora mais produtiva for na parte da manhã, planeje uma “hora tranqüila” das 9h às 10:30 para realizar o trabalho mais importante (por exemplo, escrever um livro etc.). Agende as tarefas rotineiras para o período da tarde, quando você se sentir com menos disposição, menos energético e com menor criatividade.

Hábito Nº 2 – Livre-se do material acumulado Se você tem uma pilha de papéis acumulada sobre sua escrivaninha, no chão, na mesa de trabalho, você precisa

limpá-la dali, pegue quatro caixas e rotule-as: “Revistas”, “Correspondências de Segunda Classe”, “Rotina” e “Prioridade”. Organize todo o material dentro dessas quatro categorias. Não perca tempo tentando decidir em qual categoria algo deve ser classificado (por exemplo, “Rotina” ou “Prioridade”). Se estiver em dúvida, opte pela caixa da “Rotina” para os itens de menor prioridade. Após completar a seleção, reserve pelo menos duas horas de cada dia para trabalhar na caixa “Prioridade”. Aloque tempo para trabalhar nas outras caixas, porém não utilize sua “hora mais produtiva” para fazê-lo.

Hábito Nº 3 – Planeje suas atividades Se começar com sua lista de 10 itens a realizar chegar à noite com uma de 15, incluindo os 10 do início, você

poderá ser uma vítima da falácia da lista de coisas “a fazer”. Uma lista de coisas a fazer não significa uma promessa de tê-las feitas.

Em vez disso, planeje as coisas “que devem ser feitas” diretamente em sua agenda, juntamente com seus compromissos.

Por exemplo, o desenvolvimento de um manual de diretrizes nunca deve permanecer na lista de coisas “a fazer”. Esboce o tempo necessário em seu planejamento, digamos entre 2:30hs e 4hs da tarde, e trate-o como se fosse uma reunião com alguém.

Deixe um curto tempo extra para aquelas interrupções inevitáveis que fatalmente acontecem. Com freqüência, as interrupções são oportunidades disfarçadas e você deve ser flexível o suficiente para fazer o melhor uso delas quando surgirem (Ef 5.15).

Não se desanime se alguma de suas atividades planejadas tive que ser alterada. O planejamento é uma linha mestra e deve ser maleável. Resista à tentação de mudar sua agenda para acomodar tarefas de menor importância do que a atividade originalmente planejada.

Assim como os médicos não param de marcar consultas por serem freqüentemente chamados em emergências, nenhum de nós deve recusar-se a planejar tarefas ou uma hora silenciosa com Deus por medo que o telefone toque, ou alguém que apareça sem avisar ou porque nosso planos são freqüentemente alterados.

Coloque as coisas mais importantes em primeiro lugar. Reserve o tempo para Deus, para a família e para 20% das atividades que produzirão 80% dos resultados no cumprimento de seu propósito e de seus objetivos. Reserve tempo para trabalhar nas atividades relacionadas aos alvos.

Estabeleça uma data de cumprimento para cada alvo e objetivo, bem como a quantidade de tempo requerida na realização de cada um. Estime o número de horas que seriam necessárias para executar a tarefa e acrescente o tempo extra para cobrir os atrasos inesperados. Então lance tudo na agenda.

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Hábito Nº 4 – Organize a si mesmo e o seu escritório Se você tiver um escritório, sua localização, apresentação e condições exercem seu tempo. Crie um ambiente de

escritório que encoraje a economia de tempo e dinheiro. Se puder influenciar a disposição do escritório principal, faça-o.

Disponha as mesas para que coincidam com o fluxo de trabalho. Coloque o equipamento de forma a minimizar os passos, levando em conta, ao mesmo tempo, as possíveis distrações. Descentralize os armários de estoque para que os suprimentos de todos estejam à mão. Se necessitar de uma sala de estoque centralizada, facilite a localização dos vários itens.

Tenha um grande calendário de parede. Registre nele todos os compromissos, conferências, viagens de negócios, férias, prazos importantes, etc., para que todos possam vê-los.

Disponha suas ferramentas de trabalho e móveis em torno de sua mesa de trabalho. Não coloque arquivos e estantes freqüentemente utilizados do outro lado da sala. Tenha tudo ao alcance do dedos.

Seu organizador pessoal deve ser mantido consigo (sobre sua mesa, em sua pasta de trabalho quando viajar, etc.) Assim você terá todas as informações relevantes à sua disposição. Essa pasta/organizador deve conter o seguinte:

Agenda/calendário para um ano – Esta deve ser diária e subdividida em espaços de meia hora para facilitar o planejamento.

Registro de delegação – Registro das tarefas que você delega, a quem e a data em que precisa ser concluída.

Caderneta de telefones – Registro dos telefonemas que dá e recebe, duração das chamadas e toda a informação pertinente discutida.

Lista de endereços e telefones – Deve ser organizada em ordem alfabética para facilitar o acesso. Em vez de guardar cartões comerciais, que geram desordem e perda de tempo quando se procura um número, mantenha a informação na lista de seu organizador.

Papel para anotações a fim de registrar qualquer informação quando participar de cursos, cultos, entrevistas etc.

Sua escrivaninha não foi feita para depósito, portanto conserva-se livre de seus papéis de trabalho, com exceção dos projetos nos quais estiver trabalhando no momento. Os demais projetos devem ser guardados num arquivo de acompanhamento em sua gaveta ou arquivo.

Hábito Nº 5 – Controle a avalanche de informação e papéis de trabalho O sistema de arquivo de acompanhamento consiste em um arquivo suspenso para cada mês do ano e um rotulado

de “Próximo Ano”. Você precisará de um conjunto de pastas de arquivo marcadas de 1 a 31, correspondendo aos dias do mês, e colocadas no arquivo suspenso do mês atual. Quando tiver esvaziado a pasta do dia, mova-a para o próximo mês do arquivo suspenso.

Seus planejadores contém seu plano de trabalho, o arquivo de acompanhamento é um complemento de seu planejador. Para um projeto maior, use pastas coloridas com os nomes dos projetos para que sejam prontamente reconhecidos. Arquive-as nos arquivos de acompanhamento.

Itens tais como descrições de cargos, minutas de reuniões, estatutos, documento importantes, circulares, etc., podem ser mantidos em pastas de três furos para facilitar o acesso. Pequenos recortes de jornais e revistas, citações, esboços, etc., podem ser afixados em fichas de arquivos e arquivados segundo suas categorias.

Lembre-se de que a chave para o arquivamento eficiente é a recuperação, e não o armazenamento, portanto construa um sistema que satisfaça suas necessidades. Quanto mais for dedicado a arquivar uma correspondência, menor será o tempo gasto em recuperá-la.

Se outra pessoa efetua o arquivamento para você, anote qualquer informação necessária (por exemplo, se isso deve ser acompanhado posteriormente, a data de registro do acompanhamento, etc.). È mais fácil escrever algumas palavras num pedaço de papel do que ter uma secretária imaginando o que fazer com aquilo e depois precisar gastar horas tentando encontrar o que foi arquivado!

Não escreva quando pode comunicar-se por telefone! Mantenha a ligação curta e vá direto ao ponto a fim de economizar nas chamadas interurbanas e no tempo. Isto reduz a quantidade de papel desnecessário a ser arquivado! Sempre anote um breve esboço do assunto a ser tratado antes de dar o telefonema, para que não desvie do assunto partindo para conversa sem importância, improdutiva e desnecessária, ou, a fim de que não se esqueça dos tópicos dos quais intenciona tratar!

Hábito Nº 6 – Seja o próprio controlador Reconheça seu maior desperdiçador de tempo: você mesmo! Quando você assume o controle de si próprio, pode

apontar com precisão outros desperdiçadores de tempo e tornar-se mais eficiente em seu trabalho. A maioria dos desperdiçadores de tempo será eliminada por uma organização adequada, sistemas, procedimentos e autodisciplina.

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A procrastinação e a desatenção são dois hábitos que constantemente infernizam os administradores. O sentir-se soterrado por enormes tarefas e projetos pode ser evitado quando você os subdivide em unidades menores a serem trabalhadores. Logo perceberá que o projeto inteiro está concluído – um passo de cada vez! Controle suas ações decidindo “FAZE-LO AGORA!”.

Não é interessante que nenhum de nós interrompemos os outros sem motivo, não fazemos telefonemas desnecessários, nem falamos demais, não travamos bate-papos inúteis, não causamos incômodo por falar demasiado alto, estabelecemos prazos fora da realidade nem nos atrasamos para os compromissos etc.? Entretanto, constantemente esses desperdiçadores de tempo e essas interrupções nos estão sendo impostas!

A verdade é que é muito mais fácil encontrar falhas nos outros do que em nós mesmos. Precisamos nos olhar objetivamente. Devemos estar conscientes do que estamos fazendo e administrar-nos livrando-nos dos hábitos de trabalho prejudiciais que atrapalham os outros.

Hábito Nº 7 – Não deixe que os outros roubem seu tempo As interrupções são inevitáveis. Grandes oportunidades surgem inesperadamente. Para levar em consideração as

interrupções, reserve mais tempo do que imagina precisar para a realização de uma tarefa e deixe bastante tempo não-planejado para trabalhar nas prioridades imprevistas que aparecem o dia-a-dia (Cl 4.5).

Faça com que as “horas tranqüilas” coincidam com seu horário mais produtivo de trabalho e com suas tarefas prioritárias. A “hora tranqüila” é um bloco de tempo relativamente livre de interrupções que você reserva para uma tarefa específica. Avise sua secretária para selecionar as chamadas telefônicas e os visitantes. Se não tiver secretária, afixe um recado na porta de seu escritório comunicando que você estará disponível em determinado horário.

Então, discipline-se para trabalhar nas tarefas mais importantes. Você não deve ter mais de duas ou três horas de “tempo reservado” no dia.

É muito importante que você permita a si mesmo um “PERÍODO DE REFLEXÃO” (tempo em que busca direção e perspectiva para o que está fazendo na vida). O PERÍODO DE REFLEXÃO é o momento de avaliação para checar se você está realmente realizando o propósito de Deus para a sua vida. NÃO FIQUE ATRASADO NO SEU PERÍODO DE REFLEXÃO!

Agora que programou sua “hora tranqüila”, vejamos quão tranqüila poderá torná-la. Se você trabalha num escritório aberto, torne-o tão privativo quanto possível colocando divisórias, etc. Desapareça da vista das pessoas que passam em frente de sua mesa. Se elas o virem, faz parte do instinto humano dar uma palavra de cumprimento que freqüentemente conduz a uma longa conversa. Estimule as pessoas a marcar entrevistas. Se não o fizer, estará dizendo-lhes que não valoriza seu tempo e que não será capaz de servi-las tão eficazmente.

Hábito Nº 8 – Delegue para obter bons resultados A delegação é a parte mais importante de ser um administrador. É o processo de entregar o trabalho a um

subordinado com a quantidade de autoridade necessária para levar a cabo a responsabilidade delegada. Sem delegação os pequenos negócios permanecem pequenos, os não-lucrativos permanecem não lucrativos, os empregados medíocres permanecem medíocres.

Hábito Nº 9 – Evite a armadilha das reuniões É fácil tornar-se tão voltado a reuniões a ponto de não fazer mais nada! Agende-as para o final do dia ou antes do

almoço se desejar uma reunião breve. Planeje-as; recorra a ordens do dia e inclua a pauta de seus objetivos; convide somente aqueles que contribuam ou tirem proveito das reuniões. Inicie na hora marcada. Previna-se contra uma ou duas pessoas que monopolizem a discussão. Encoraje todos à participação. A reunião estará concluída quando o seu objetivo tiver sido cumprido; portanto, não prolongue cansativamente. Resuma as ações a serem adotadas e as pessoas responsáveis pelas mesmas. Distribua as minutas prontamente.

Hábito Nº 10 – Ajude seus liderados a administrar o tempo deles Eis aqui algumas maneiras de ajudar a reduzir as interrupções entre a equipe:

1. Acumule suas questões ou tarefas se não forem urgentes e então interrompa a pessoa uma ou duas vezes ao dia.

2. Quando pensar em telefonar a alguém, anote o seu nome, o número de telefone e o assunto. Não faça a ligação imediatamente, pois podem surgir outros pontos para discussão.

3. Resista ao ímpeto de agir no impulso. Mantenha uma pasta rotulada “cópias” na qual você coloca os papéis a serem copiados reduzindo assim o número de idas e vindas à máquina copiadora.

4. Mantenha uma pasta para as pessoas com quem você tem contato freqüentemente de modo a ajuntar os itens que exijam a atenção delas.

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5. Comunique-se com sua secretária. Ao sair do escritório, diga-lhe quando pretende retornar; ao fechar sua porta, informe-a quanto tempo permanecerá inacessível a telefonemas e visitas.

6. Não estabeleça prazos fora da realidade; contudo seja específico em todas as tarefas.

7. Mantenha amplo estoque de material em seu local de trabalho, evitando freqüentes idas à área central de fornecimento.

8. Respeite as “horas tranqüilas” das outras pessoas e as portas fechadas. Se chegarem mais cedo para executar um trabalho, coopere não se sociabilizando durante o horário mais produtivo delas.

9. Dê instruções claras quando designar tarefas a outrem.

10. Não use sua própria necessidade de intervalo como desculpa para interromper os outros; eles podem estar numa disposição de espírito totalmente oposta.

Os líderes gerenciais eficientes são bons mordomos do tempo. Nunca ignoram o Provedor do tempo. Buscam constantemente a Sai sabedoria (Tg 1.5). Não trabalham desnorteadamente; mas, através de planejamento e autodisciplina (1 Co 9.26), cumprem os alvos que promovem o Reino de Deus, em todo o tempo confiando em Seu controle amoroso (Fp 4.6, 7)

X. Cerimônias Eclesiásticas Cada cerimônia depende da igreja e da denominação, entretanto segue anexo alguns exemplos de cerimônias

tirados do Manual do Ministro, da Bíblia do Ministro, da Editora Vida, e de outras fontes, incluindo o trabalho de alunos em sala de aula.

As principais cerimônias eclesiásticas são: 1º. Batismo 2º. Recepção de Novos Membros 3º. A Santa Ceia 4º. Casamento 5º. Dedicação de Crianças 6º. Ação de Graças por Aniversário de 15 anos 7º. Apresentação e Ordenação de Obreiros 8º. Bodas de Prata e de Ouro 9º. Culto Fúnebre

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Anexos Modelos de Cerimônias

DEDICAÇÃO DE CRIANÇAS Para algumas denominações, nas Sagradas Escrituras não há nenhum ensinamento ou exemplos que autorizem o

batismo de crianças. Conforme ensinamento do Novo testamento, o candidato ao batismo deve ter se arrependido de seus pecados (Atos 2:38), e ter crido em Jesus Cristo (Atos 8:37). Aqueles que ainda não podem fazer o uso completo da razão, não estão em condições de cumprir esses dois requisitos. As crianças estão nesta condição.

Por outro lado, as Escrituras ensinam acerca da apresentação pública das crianças a Deus, durante a qual pedimos ao Senhor que abençoe as crianças e a vida que elas terão pela frente.

Quando assim procedemos, estamos seguindo a prática admitida pela Igreja de todos os tempos. Não é o batismo em água, e sim uma apresentação de crianças a Deus, uma ação de graças e de fé, uma súplica pela bênção divina.

CERIMÔNIA Hino ou corinho

Os pais trarão a criança à frente enquanto se canta um hino ou corinho apropriado.

Leitura bíblica

O ministro fará a leitura das seguintes passagens :

“Traziam-lhe crianças para que as tocasse, mas os discípulos os repreendiam. Jesus, porém, vendo isto, indignou-se, e disse-lhes: Deixai vir a mim as criancinhas, e não as impeçais, pois das tais é o reino de Deus. Em verdade vos digo que quem não receber o reino de Deus como crianças, de maneira nenhuma entrará nele. E tomando-as nos braços e impondo-lhes as mãos, as abençoou.” (Marcos 10:13-16).

“Trouxeram-lhe então algumas crianças, para que lhes impusesse as mãos, e orasse. Mas os discípulos os repreendiam. Jesus, porém, disse: Deixai os pequeninos, e não os impeçais de vir a mim, pois dos tais é o reino dos céus. E , tendo-lhes imposto as mãos, partiu dali.” (Mateus 19:13-15).

“Ouve, ó Israel : O Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma,e de toda a tua força. Estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração. Tu as inculcarás a teus filhos, e delas farás assentado em tua casa, andando pelo caminho, deitando-te e levantando-te. Também as atarás na tua mão por sinal, e te serão por faixa entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais da casa, e nas portas.” (Deuteronômio 6:4-9). “Assim também não é da vontade de vosso Pai que está nos céus que um deste pequeninos se perca.”( Mateus 18:14).

Exortação à Igreja - Dirigindo-se à igreja, o ministro dirá:

“Meus amados irmãos e amigos, Deus ordenou a família como uma instituição divina desde o começo da humanidade. Os filhos são herança que o Senhor tem confiado ao cuidado de seus pais. Portanto, os pais têm perante Deus e a sociedade a responsabilidade de velar pelos seus filhos. Damos testemunho de que Cristo é Rei e Senhor sobre nossa vida e a vida de nossos filhos.

“Nós nos comprometemos, enquanto nos for possível, a instruir este menino (ou esta menina, ou estas crianças), em sua lei e em sua santa vontade. A Bíblia nos oferece muitos exemplos disto.

“Joquebede instruiu ao seu filho Moisés depois de tê-lo entregue ao Senhor. Ana reconheceu que seu filho Samuel pertencia a Jeová. Maria levou seu filho ao templo para dedicá-lo a Deus.

“Os pais deste menino (ou desta menina) reconhecem sua responsabilidade de educar, ensinar e exortar a esta criatura no temor e obediência da Palavra de Deus desde seus primeiros anos de vida.

“Trazemos à presença de Deus as crianças que ele nos tem confiado, as dedicamos a ele e suplicamos que ele as abençoe.”

Pacto

O ministro pedirá aos pais que assumam um compromisso com relação à criança, fazendo-lhes as seguintes perguntas :

Ministro: “Diante de Deus e destas testemunhas, vocês prometem criar esta criança no temor do Senhor ?”

Os Pais responderão: “Sim, prometemos.”

Ministro: “Vocês prometem, além disto, guia-la diariamente no pleno conhecimento do caminho do Senhor ?”

Os Pais: “Sim, prometemos.”

Ministro: “Vocês prometem instruí-la para que conheça a Cristo como seu Salvador pessoal ?”

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Os Pais: “Sim, prometo.”

Ministro: “Promete, enquanto estiver sob o controle de vocês, dar a esta criatura um exemplo sólido e piedoso da vida cristã?”

Os Pais: “Sim, prometemos.”

Ministro: “Vocês apresentam este menino ( ou esta menina ) em solene e sincera dedicação a Deus ?”

Os Pais: “Sim, prometemos.”

Ministro: “Vocês prometem dedicar-se a criar este menino (ou esta menina) na doutrina e nos ensinamentos da santa Palavra de Deus ?”

Os Pais: “Sim, prometemos.”

Ministro: “Prometem criar este menino (ou esta menina) na prática diária da oração, e ajudar-lhe a formar o caráter cristão, e a fazer tudo que estiver ao alcance de vocês para criá-lo em seu lar, em um ambiente de devoção a Deus ?”

Os Pais: “Sim, prometemos.”

Ministro: “Baseando-me no fato de vocês terem prometido diante de Deus e desta congregação dedicar esta criança a Deus, e o terem afirmado com suas próprias palavras, eu os exorto a se dedicarem a esta sagrada obrigação com sabedoria, perseverança e esforço.”

Dedicação

Tomando a criança nos braços (se não houver inconveniente) e colocando as mãos sobre ela, o ministro dirá:

“( nome da criança), nós dedicamos você ao Deus Pai, e ao Espírito Santo. Que o Senhor lhe fortaleça todos os dias de sua vida.”

Oração dedicatória

“Agora, Pai, Criador do céu e da terra, nós te rogamos pelo bem-estar desta criança. Livra-a das cadeias do pecado e das enfermidades do corpo. Que à medida que ela for crescendo em idade e estatura,cresça também na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Dá aos seus pais sabedoria para que a criem em seus caminhos. Nós a dedicamos a tua honra e ao teu serviço, em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Amém.”

Hino ou corinho final

Uma vez que o ministro tenha orando, um hino ou um corinho será cantado. Enquanto a igreja canta, os pais voltarão aos seus assentos e o ministro voltará ao púlpito para se despedir da congregação.

AÇÃO DE GRAÇAS POR ANIVERSÁRIO DE QUINZE ANOS É muito importante para uma jovem chegar à idade de quinze anos. É como se ela dissesse ao mundo que já é uma

mocinha. Essa idade proporciona à jovem, aos seus pais e à igreja uma incomparável oportunidade de testemunhar de sua fé em Cristo.

Entrada do cortejo

Uma música instrumental suave será executada.

O ministro conduzirá pelo braço a mãe da aniversariante, e a deixará em um dos lados da plataforma. Ele se situará ao lado direito da cadeira colocada para a aniversariante, e ali permanecerá de pé durante toda a cerimônia.

A seguir desfilarão 14 pares de moças e rapazes.

Cada rapaz conduzirá uma moça pelo braço esquerdo. Cada uma das moças terá uma flor na mão (podem ser usados cravos ou açucenas). À medida que forem entrando, os casais se posicionarão em ambos os lados da cadeira destinada a aniversariante, ao longo da plataforma, o rapaz de um lado e a moça de outro. Cada fileira terá, alternadamente, um rapaz e uma moça.

Entrada da aniversariante

Outra música apropriada será executada.

A aniversariante entrará segurando o braço de seu pai (ou, em substituição, o braço de quem ela escolher), caminhará lentamente até a plataforma, e se sentará na cadeira especialmente decorada para a ocasião.

Dirigindo-se aos presentes, o ministro dirá:

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“Amados irmãos, é para mim um privilégio dar-lhes as boas-vindas em nome de Jesus Cristo por ocasião desta cerimônia de ação de graças pelos 15 anos de vida de (nome da aniversariante), filha de (nomes e sobrenomes dos pais). Com grande alegria invocamos a presença de Deus para este ato e sobre a vida desta jovem. Oremos.”

Oração

“Pai amado, nós nos aproximamos de ti neste momento para agradecer-te pela vida de (nome da aniversariante). Damos-te graças porque tu a tens abençoado até esta formosa idade de 15 anos. Imploramos-te que o teu Santo Espírito continue a guardá-la e a proteja durante todos os dias de sua vida. Em nome de Jesus Cristo, nós te pedimos. Amém.”

Entrega de flores e leitura bíblica

Nesse momento outra música de fundo será executada.

Cada moça – começando pela última que entrou caminhará até a cadeira onde se encontra a aniversariante, lhe entregará a flor e lerá para ela em uma Bíblia – na qual estão marcados os 14 textos que hão de ser lidos – o texto bíblico que lhe corresponde, de modo que todos possam ouvir. (A primeira moça, que entrou com a Bíblia, após ler seu texto, a entregará à segunda, e a segunda à terceira, e assim sucessivamente).

Moça 1: “Como purificará o jovem o seu caminho? Observando-o segundo a tua palavra.” (Salmo 119:9).

Moça 2: “Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento.” (Eclesiastes 12:1).

Moça 3: “Ninguém despreze a tua mocidade, mas sê exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza.” (1 Timóteo 4:12).

Moça 4: “Alegra-te, jovem, na tua juventude, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade. Anda pelos caminhos do teu coração, e pela vista dos teus olhos, mas sabe que por todas estas coisas te trará Deus a juízo.” (Eclesiastes 11:9).

Moça 5: “Exorta semelhantemente os moços a que sejam moderados. Em tudo te dá por exemplo de boas obras.

Na doutrina mostra integridade, reverência...” (Tito 2:6, 7).

Moça 6: “Foge também dos desejos da mocidade; e segue a justiça, a fé, o amor, e a paz com os que, com um coração puro, invocam o Senhor.” (2 Timóteo 2:22).

Moça 7: “Mulher virtuosa, quem a achará? O seu valor muito excede o de rubis.” (Provérbios 31:10).

Moça 8: “Aquele, pois, que sabe o bem que deve fazer e não o faz, comete pecado.” (Tiago 4:7).

Moça 9: “Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei.” (Gálatas 5:22,23).

Moça 10: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, pois dele procedem as saídas da vida.” (Provérbios 4:23).

Moça 11: “Bem-aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus.” (Mateus 5:8).

Moça 12: “Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte.” (Mateus 5:14).

Moça 13: “Quando disseste: Buscai o meu rosto; o meu coração te disse: O teu rosto, Senhor, buscarei.” (Salmo 27:8).

Moça 14: “O mesmo Deus de paz vos santifique completamente. E todo o vosso espírito, alma e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.” (1 Tessalonicenses 5:23).

Entrega da Bíblia e coração

Quando todas as moças tiveram entregado as flores e lido o texto bíblico diante da aniversariante, entrará o líder dos jovens da igreja ou a esposa do ministro, receberá a Bíblia das mãos da última moça, se colocará ao lado da jovem e dirá:

“Permita o Senhor que você guarde em seu coração, como um ramo de flores que nunca murchará, os sábios conselhos que a Palavra de Deus tem-lhe dado. Se voe seguir com fidelidade a vontade de Deus para você, receberá no final a coroa da vida.”

Em seguida, a pessoa que pronunciar estas palavras entregará à aniversariante a Bíblia na qual foram lidos os 14 textos antecipadamente marcados, e colocará sobre sua cabeça uma coroa que estava mantendo segura na outra mão.

Intervenção dos pais

O pai da aniversariante falará brevemente sobre algum fato destacado na vida de sua filha. Também a mãe falará alguns minutos acerca dela. (Um dos dois poderá revelar os objetivos da aniversariante).

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Oração

O ministro convidará toda a igreja a colocar-se de pé, e orará assim:

“Soberano Deus, nós te louvamos nesta hora, e uma vez mais pedimos tua bênção em favor de (nome da jovem). Faz com que tua Palavra sempre dê fruto abundante em sua vida. Em nome de Jesus Cristo nós te pedimos. Amém.”

Saída do cortejo e da aniversariante

Uma música suave e majestosa será executada nesse momento enquanto os participantes se preparam para sair. Os casais começarão a sair da plataforma para a porta, na ordem inversa da que entraram. Por último, sairá a aniversariante.

Nota: Se não for possível formar 14 casais, poderão ser formados 7, ou 14 moças sozinhas, caso não haja suficientes rapazes para acompanhá-las. O importante é que o total das pessoas some 15. Antes da oração do ministro, a aniversariante poderá ter a oportunidade de dizer algumas palavras de reconhecimento a seus pais, seus líderes espirituais e aos irmãos da igreja. Se ela desejar, poderá cantar nesse momento.

CERIMÔNIA DE CASAMENTO Música para entrada das testemunhas (todos de pé). Entrada do noivo com sua mãe. Entrada do pai do noivo com a mãe da noiva. Entrada das crianças. Entrada da noiva com seu pai (início da marcha nupcial). O noivo cumprimenta o futuro sogro. Pega a noiva, se dirigindo ao altar (término da marcha nupcial).

“Podem sentar-se. Senhoras e senhores, nossos irmãos e irmãs, estamos aqui reunidos, nesta casa de oração, nesta noite, com o objetivo de celebrarmos o enlace nupcial religioso com efeito civil do (nome do noivo), com a (nome da noiva) e neste instante autorizado pelas leis de meu país, conforme determina a lei civil 6.015/73, investido das funções de juiz de paz gostaria de pergunta ao (nome do noivo) se é de livre e espontânea vontade que o sr recebe a (nome da noiva) como sua legítima esposa prometendo-lhe ser fiel na saúde e na doença até que a morte os separe?

O noivo responde:

“Da mesma forma, investido dos mesmos poderes, eu pergunto a (nome da noiva) se é de livre e espontânea vontade que você recebe ao (nome do noivo) como seu legítimo esposo prometendo-lhe ser fiel na saúde e na doença até que a morte os separe?

A noiva responde:

E diante de vosso mútuo consentimento, eu vou pedir que todos se coloquem mais uma vez de pé. Neste instante vamos dirigir uma oração a Deus e vamos pedir que a graça do Senhor venha cobri-los e que a mão do Senhor una em definitivo a (nome do noivo) e a (nome da noiva).

Este momento de oração é um momento de introspecção, por isso, eu gostaria de convidar a todos a curvarem suas cabeças e fecharem os seus olhos e a pensarem em Deus.

Solo dedilhado no teclado

Oração: “Pedimos que a bênção da tua presença seja uma realidade na vida de (nome da noivo) e de (nome da noiva), que fizeram um juramento solene diante de ti e destas testemunhas, de modo que a lembrança desta hora santa os fortaleça e os console em meio a todas as provas e mudanças que o futuro lhes trouxer. Que a plenitude de tua presença seja uma realidade em todas essas situações, ó senhor, e manifesta a tua sabedoria, o teu amor e a tua direção neste casamento. Amém.”

“Ouviremos agora uma canção.”

“Irmãos e irmãs aqui presentes, que a paz e a graça de nosso Senhor Jesus cristo seja com todos vós. Amém?”

“Gostaria de pedir a todos, neste momento de homilia, o máximo de atenção, onde o pastor, diante desses dois servos, ministrará a palavra do senhor, tenho este casal no meu coração como irmãos e amigos, e tive o privilégio de ver nascer e incentivar este amor, o qual abençoei, desde os primeiros dias, me sinto honrado neste instante de estar selando, em definitivo, esta união.”

“Meus caros e queridos (nome do noivo) e (nome da noiva). A palavra diz em Mateus 16:24 então disse Jesus aos seus discípulos: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz, e siga-me;”

“Diz também em I Co 13: a partir do verso 4 o amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece, não se porta inconvenientemente, não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta, o amor jamais acaba.”

Utilizar as velas. “Vocês agora são um só corpo, uma só carne diante do senhor. O homem que ama a sua esposa ama a si mesmo, consegue entender isto? Deus os vê assim, unidos terão que decidir as coisas em conjunto, que o seu prazer (nome do noivo) seja amar e agradar a (nome da noiva) e que seu prazer (nome da noiva) seja amar e agradar a (nome do noivo).

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Deus não pede de nos que sejamos perfeitos, quem não tem perfeição para dar a deus, dá para Deus um coração para que ele o encha de amor. Que Deus os abençoe e que sejam felizes.”

“Vamos receber as alianças” (entrada de uma criança com as alianças sobre a bíblia)

Pregação sobre as alianças

“Nesse instante, (nome do noivo) e (nome da noiva) seguindo o conselho de Deus eu quero pedir que vocês fiquem um de frente para o outro e olhem atentamente um no olho do outro e ao receber de mim estas alianças vocês vão trocá-las e estarão assim exteriorizando o amor, a paixão que um tem pelo outro.”

“(nome da noiva) coloque no dedo anular da mão esquerda de (nome do noivo) e olhando nos olhos dele repita comigo:”

“(nome do noivo) com esta aliança eu me caso contigo. E te digo aonde quer que tu fores, irei eu e onde quer que tu pousares ali pousarei eu. Porque o teu Deus é o meu Deus e o teu povo é o meu povo. Faça-me Senhor o que bem lhe aprouver se de outra coisa que não seja a morte me separe de ti.”

“Eu peço a Deus força, alegria, e esperança para te fazer o homem mais feliz da terra.”

“Da mesma forma (nome do noivo) coloque a aliança no dedo anular da mão esquerda de (nome da noiva) e repita comigo:”

“(nome da noiva) com esta aliança eu me caso contigo. E te digo aonde quer que fores, irei eu e onde quer que tu pousares ali pousarei eu. Porque o teu Deus é o meu Deus e o teu povo é o meu povo. Faça-me Senhor o que bem lhe aprouver se de outra coisa que não seja a morte me separe de ti.”

“Eu peço a Deus força, alegria, e esperança para te fazer a mulher mais feliz do mundo.”

“Ajoelhem-se os noivos. Todos de pé, por favor. O casal dêem as mãos”

Pondo a mão direita sobre as dos noivos o ministro dirá:

“Faremos agora a bênção sobre as alianças.”

Oração: (tocador dedilha uma música)

“Passaremos neste instante a assinatura do livro, convidamos o casal, os pais do casal e as testemunhas para virem assinar o livro.” (tocador canta uma canção)

“Nesse instante autorizado pelas leis de meu país e pelas escrituras sagradas na figura de ministro do evangelho de nosso Senhor Jesus cristo vos pronuncio casados na relação marido e esposa e não separe o homem aquilo que Deus uniu.”

Bênção pastoral

“Nesse instante eu vos convido a se ajoelharem mais uma vez e convido toda a igreja a ficar de pé para juntos ministramos a bênção araônica a este casal tão simpático. Estenda suas mãos para o casal.”

Bênção araônica

Levantando-os. “Eis a mão do pastor para simbolizar que todas as vezes que necessitarem de um conselho estarei a disposição.”

Voltados para o público... “Eu vos apresento o casal (nome do noivo) e (nome da noiva) uma salva de palmas para o casal. Podem ir são seus primeiros passos como casal.”

(Tocador toca uma música bem animada, de preferência que se posa bater palmas.)

“(nome do noivo) e (nome da noiva) esses foram os primeiros passos dados na vida de um casal, eu espero que os outros passos sejam dados efetivamente na casa do Senhor, vão em paz e sejam felizes e que o senhor vos acompanhe todos os dias de vossas vidas.”

As crianças saem logo após. Depois os pais. Logo após as testemunhas

“Agradeço a presença de todos os convidados, os noivos convidam a todos a participarem de um coquetel, logo após os cumprimentos, aqui mesmo na igreja.”

“Muito obrigado. Boa noite e que Deus os abençoe.” O CULTO FÚNEBRE

Instruções para o ministro

Tão logo o ministro receba a notícia da morte de um membro de sua igreja, deverá ir imediatamente ao lar do falecido para oferecer sua ajuda e consolo espiritual aos parentes.

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O ministro averiguará discretamente os planos da família para o sepultamento, e ajudará em tudo o que for possível. Pode fazer qualquer sugestão que lhe pareça pertinente, sempre com total cuidado em agir com tato e sensibilidade.

Um detalhe que deve ficar bem claro é o lugar e a hora do sepultamento, e se a cerimônia vai ser realizada na igreja, no lar ou em uma capela mortuária.

Se o ministro conhece bem a família, evitará a todo o custo que eles tenham gastos excessivos, como acontecem com freqüência quando as emoções intensas tomam conta do coração e dos sentidos.

O culto fúnebre é uma oportunidade digna da maior consideração e meditação, ideal para se levar a um público heterogêneo a mensagem de esperança e salvação no Senhor Jesus Cristo. Mas isto deve ser feito com a sensibilidade que a ocasião requer, e não como uma campanha evangelística.

Portanto, a mensagem deve ser breve, simples e fácil de ser compreendida, para não se perder seu objetivo primordial: consolar a família do falecido, e levar os assistentes a um momento de meditação sobre o futuro encontro com Deus.

Para o culto em casa ou na igreja, o ministro chegará na hora indicada, e não começará a cerimônia até receber autorização da família. O ministro deverá ter preparado antecipadamente o programa do culto.

Temas e Textos para Mensagens

Coragem para viver e fé para morrer

“Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão.” (1 Coríntios 15:58).

Tudo posso em Cristo

“Posso todas as coisas naquele que me fortalece.” (Filipenses 4:13).

Ancorados na rocha

“Pois no dia da adversidade ele me esconderá no seu pavilhão; no oculto do seu tabernáculo me esconderá, e por-me-á sobre uma rocha.” (Salmo 27:5).

A terra prometida

“Deus enxugará de seus olhos toda a lágrima. Não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, pois já as primeiras coisas são passadas.” (Apocalipse 21:4).

Que é a vida?

“Ora, não sabeis o que acontecerá amanhã. O que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, e logo se desvanece.” (Tiago 4:14).

Nele está a vida

“Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens.” (João 1:4).

O consolo de Cristo

“Sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos da parte de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus. E por isso também gememos, desejando ser revestidos da nossa habitação, que é do céu, porque, estando vestidos, não seremos achados nus. Pois também nós, os que estamos neste tabernáculo, gememos angustiados, não porque queremos ser despidos, mas revestidos, para que o mortal seja absorvido pela vida. Ora, quem para isto mesmo nos preparou foi Deus, o qual nos deu o penhor do Espírito. Pelo que estamos sempre de bom ânimo, sabendo que, enquanto estamos presentes no corpo, estamos ausentes do Senhor. (Andamos por fé e não por vista). Mas, temos a confiança, preferindo deixar este corpo e habitar com o Senhor.” (2 Coríntios 5:1-8).

Vida em abundância

“O ladrão só vem para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância.” (João 10:10).

O último inimigo

“Ora, o último inimigo que há de ser destruído é a morte.” (1 Coríntios 15:26).

O céu é muito melhor

“Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir e estar com Cristo, o que é muito melhor.” (Fp 1:23).

A casa de meu Pai

“Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar.” (João 14:2).

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Os mortos bem-aventurados

“Então ouvi uma voz do céu, que dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, descansarão dos seus trabalhos, pois as suas obras os acompanharão.” (Apocalipse 14:13).

A despedida de Paulo

“Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda.” (2 Timóteo 4:7-8).

Quando a morte é estimada

“Preciosa é à vista do Senhor e morte de seus santos.” (Salmo 116:15). CERIMÔNIA Na residência ou no templo

Fundo musical

Uma música solene será tocada.

Caminhando do ministro e deslocamento do féretro para diante do púlpito

Se o culto está sendo celebrado na igreja, o ministro deve sair para receber o féretro na porta do templo, ou espera-lo de pé diante do púlpito.

Depois de recebê-lo na porta, ele caminhará diante do féretro até o púlpito. O féretro será colocado diante do púlpito.

Oração

O ministro, reconhecendo a soberania de Deus, pedirá que ele abençoe o culto que está sendo celebrado.

Leitura de uma passagem bíblica de adoração

Hino ou corinho cantado pela igreja

Leitura bíblica

Poderá ser lida uma ou duas passagens, ou uma seleção de várias das passagens bíblicas que aparecem nas páginas anteriores.

Oração

O ministro recordará nossa esperança de viver eternamente com Cristo, e agradecerá a Deus pela vida exemplar da pessoa falecida. Pedirá ao Senhor que console os familiares, dando-lhes força e conforto durante a angústia e tristeza.

Hino especial

Um solista ou um grupo musical cantará um hino

Homenagem póstuma

Um ministro, ou um parente, ou um amigo da pessoa falecida falará alguns minutos em memória dela.

O Pai Nosso

Mensagem

De acordo com a ocasião, esta mensagem poderá ser selecionada da seção intitulada Temas e textos para mensagens.

Hino

Poderá ser cantado um hino favorito da pessoa falecida.

Bênção pastoral

“Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria como da ciência de Deus. Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os teus caminhos. Quem compreendeu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele e por ele e para ele são todas as coisas. Glória, pois, a ele eternamente. Amém.”

Desfile perante o féretro

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No cemitério

É costume, em muitas igrejas evangélicas, o ministro acompanhar os parentes da pessoa falecida até o cemitério. Quando o primeiro culto fúnebre for concluído, o ministro despedirá os presentes sem pronunciar a bênção pastoral, e se dirigirá ao cemitério, onde haverá um breve culto.

Ao chegar ao cemitério, o ministro caminhará à frente dos que conduzem o féretro, sendo seguido pelos familiares e amigos do(a) falecido(a). Chegados ao sepulcro, baixarão o féretro. Antes de sepultá-lo, um culto será realizado.

Oração

Serão invocados o amor e a providência divinos, com a esperança eterna que Deus nos oferece.

Leitura bíblica - O ministro fará a leitura das seguintes passagens:

“O homem, nascido da mulher, é de bem poucos dias e cheio de dificuldade. Nasce como a flor, e murcha; como uma sombra passageira, não permanece.” (Jô 14:1-2).

“Nu saí do ventre de minha mãe, e nu tornarei para lá. O Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor.” (Jô 1:21).

“E o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu.” (Ec 12:7).

A entrega do corpo à terra

O ministro jogará um punhado de terra (uma só vez) sobre o féretro, enquanto pronuncia as seguintes palavras:

“Porquanto aprouve a Deus, Todo-poderoso, em sua infinita providência, separar deste mundo a alma deste irmão, (ou irmã, ou criança, conforme for o caso); portanto, nós entregamos o seu corpo à terra. Terra à terra, cinza à cinza, pó ao pó, com a esperança e a certeza da ressurreição para a vida eterna de todos os que dormiram em Cristo.”

Leitura bíblica adicional (opcional)

“Não vos maravilheis disto, pois vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz e sairão: Os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida, e os que praticaram o mal, para a ressurreição da condenação.” (Jô 5:28-29).

“Mas de fato Cristo ressurgiu dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que dormem.” (1 Co 15:20).

“Assim também é a ressurreição dos mortos. Semeia-se o corpo em corrupção, é ressuscitado em incorrupção. Semeia-se em ignomínia, é ressuscitado em glória. Semeia-se em fraqueza, é ressuscitado em poder. Semeia-se corpo animal, é ressuscitado corpo espiritual. Se há corpo animal, há também corpo espiritual.” (1 Co 15:42-44).

“Pois convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade. E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória. Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó morte, a tua vitória?” (1 Co 15:53-55).

Oração

“Nosso pai celestial, que de acordo com a tua misericórdia e a tua sabedoria puseste fim aos dias do teu servo (serva ou criança, conforme for o caso), dá-nos o amparo de tua misericórdia infinita, para prosseguirmos nossa peregrinação terrenal e vencermos os sofrimentos, as tentações e os perigos que nos esperam, e para finalmente chegarmos ao porto seguro da saúde e da vida eterna através de Jesus Cristo, Senhor nosso. Amém.”

Bênção pastoral

“Que a graça, a misericórdia e a paz de nosso Senhor Jesus Cristo sejam com todos vocês, agora e para sempre.”

BODAS DE PRATA Apresentação dos esposos

Dirigindo-se aos presentes, o ministro dirá:

“Queridos irmãos e amigos, estamos reunidos na presença de Deus e destas testemunhas a fim de celebrar os votos de vinte e cinco anos de casamento de nossos irmãos (nomes e sobrenomes dos esposos).

“Louvamos a Deus pelos casais vitoriosos, que têm-se mantido fiéis a seus votos. Disto são exemplo digno de honra nosso irmão (nome do esposo) e sua querida esposa (nome da esposa), com os quais nós nos alegramos agora, celebrando este aniversário de bodas de prata. É para mim uma grande honra dirigir a cerimônia de um aniversário tão glorioso e transcendental.”

Renovação de votos - Dirigindo-se aos esposos, o ministro dirá:

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“Durante vinte e cinco anos, vocês têm-se conservado fiéis em seus votos, tendo empenhado sua palavra e seu amor. Os anos têm transcorrido na infinita sucessão do tempo, e a vida tem-se mostrado agitada, com os muitos acontecimentos do viver diário. Vocês têm sido açoitados por enfermidades, divergências de opinião, problemas familiares; enfim, adversidades mil! Porém, nada disto tem dobrado vocês; pelo contrário, com virtuosa sabedoria e paciência, vocês tem permanecido fiéis um ao outro.”

Dirigindo-se ao esposo, o ministro lhe dirá que repita estas palavras:

“Eu, (nome do esposo), neste dia de nossas bodas de prata, reafirmo-lhe minha lealdade, e prometo-lhe, com a ajuda de Deus, ser fiel esposo até que a morte nos separe. Portanto, uma vez mais, comprometo a minha palavra e meu amor.”

Dirigindo-se à esposa, o ministro lhe dirá que repita estas palavras:

“Eu, (nome da esposa), tendo a felicidade de celebrar nossas bodas de prata, e havendo dado bom exemplo à nossa família, prometo-lhe, com a ajuda de Deus, continuar sendo fiel esposa, até que a morte nos separe. Portanto, uma vez mais, comprometo a minha palavra e o meu amor.”

Entrega de alianças

Dirigindo-se ao esposo, o ministro lhe dirá que repita estas palavras:

“Querida esposa, que esta aliança seja um símbolo de pureza,fidelidade e perpetuidade de nosso sincero amor.”

Dirigindo-se à esposa, o ministro lhe dirá que repita estas palavras.

“Querido esposo, em honra dos seus esforços e de sua fidelidade a Deus, à sua esposa e à nossa família, entrego-lhe esta aliança, símbolo de nosso amor inseparável e constante”.

BODAS DE OURO Apresentação dos esposos

Dirigindo-se aos presentes, o ministro dirá:

“Queridos irmãos e amigos, estamos reunidos na presença de Deus e destas testemunhas a fim de celebrar os votos de cinqüenta anos de casamento de nossos irmãos (nomes e sobrenomes dos esposos).

“Louvamos a Deus pelos casais vitoriosos que têm-se mantido fiéis a seus votos. Disto são exemplo digno de honra nosso irmão (nome do esposo) e sua digna esposa (nome da esposa), com os quais nós nos alegramos agora, celebrando este aniversário de bodas de ouro. É para mim uma grande honra dirigir a cerimônia de um aniversário tão glorioso e transcendental.”

Renovação de votos

Dirigindo-se aos esposos, o ministro dirá:

“Durante cinqüenta anos vocês têm-se conservado fiéis em seus votos, tendo empenhado sua palavra e seu amor. Os anos têm transcorrido na infinita sucessão do tempo, e a vida tem-se mostrado agitada, com os muitos acontecimentos do viver diário. Vocês têm sido açoitados por enfermidades, divergências de opinião, problemas familiares; enfim, adversidades mil! Porém, nada disto tem dobrado vocês; pelo contrário, com virtuosa sabedoria e paciência, vocês tem permanecido fiéis um ao outro.”

Dirigindo-se ao esposo, o ministro lhe dirá que repita estas palavras:

“Eu, (nome do esposo), nesta cerimônia comemorativa de nossas bodas de ouro, reafirmo-lhe as promessas que fiz há cinqüenta anos, rogando a Deus que não permita que nada, a não ser a morte, nos separe. Portanto, uma vez mais, eu comprometo a minha palavra e meu amor.”

Dirigindo-se à esposa, o ministro lhe dirá que repita estas palavras:

“Eu, (nome da esposa), que celebro com você estas bodas de ouro, prometo-lhe, com a ajuda de Deus, cumprir as promessas que lhe fiz há cinqüenta anos, e ser fiel esposa até a morte. Portanto, eu comprometo a minha palavra e o meu amor.”

Entrega de alianças

Dirigindo-se ao esposo, o ministro lhe dirá que repita estas palavras:

“Querida esposa, com esta aliança reafirmo-lhe as promessas que lhe fiz. Que ela seja o símbolo de pureza e perpetuidade de nossas promessas de fidelidade um para com o outro.”

Dirigindo-se à esposa, o ministro lhe dirá que repita estas palavras:

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“Querido esposo, com esta aliança eu declaro-lhe o meu amor e a minha constância, e em honra dos seus esforços e de sua fidelidade a Deus, à sua esposa e à nossa família, reafirmo-lhe minhas promessas e minha fidelidade.” Modelos de Documentos 1. Modelo e Assuntos Relativos ao Estatuto

a) Por que uma igreja deve ter um estatuto?

São vários os motivos. O pastor J. F. Sobrinho apresenta estas quatro razões:

(a) Uma igreja sem estatuto é como uma igreja-fantasma, não existe juridicamente e está sujeita a muitos perigos. Uma das conseqüências mais graves da inexistência de estatuto será o conceito que os próprios membros farão da sua igreja e o tipo de comprometimento de que se julgarão devedores. Uma igreja sem forma jurídica afigura-se, aos olhos dos seus membros, como uma entidade abstrata, inobjetiva, com a qual eles deverão manter também compromissos mais ou menos abstratos e inobjetivos. Quando a igreja se torna pessoa jurídica, pelo registro do seu estatuto, adquire uma conceituação mais concreta, sem nenhum prejuízo para os seus fins espirituais.

(b) Uma igreja sem estatuto não pode ser representada juridicamente. Não pode ser proprietária de nada, nem reclamar quaisquer direitos. Ficará sempre dependendo de outras entidades para representar-se juridicamente, o que traz inúmeros inconvenientes, além de uma conceituação de tutela que, ao menos indiretamente, interfere no princípio de autonomia eclesiástica.

(c) Se não bastassem as razões acima, há ainda uma razão mais forte e atual para que cada igreja tenha seu estatuto registrado. Trata-se da necessidade de inscrever-se a igreja no CGC – Cadastro Geral de Contribuintes, para efeito de inscrição como contribuinte do INSS. Há uma idéia errada por aí de que, se a igreja não for inscrita no INSS, estará a salvo de fiscalização. Respondemos: A falta de inscrição não isenta a igreja de obrigações sociais. A legalização de qualquer obra que a igreja faça dependerá da certidão negativa do INSS. Os empregados da igreja, como seres humanos que são, precisam ser amparados pela previdência social. E mais: no caso de acidente, doença ou invalidez, qualquer empregado da igreja poderá procurar os seus direitos, e a falta de inscrição do INSS será agravante e não atenuante. Por último, qual é o testemunho que uma igreja deve dar na sociedade, no que toca ao amparo ao trabalhador?

(d) Um estatuto bem elaborado é uma segurança para a igreja. Sem estatuto, a igreja corre perigo de desvios doutrinários e patrimoniais e fica mais sujeita a caprichos de lideranças mal-informadas ou mal-intencionadas.

Assim é que a primeira coisa que uma igreja deve fazer é aprovar os seus estatutos, passando a existir também como pessoa jurídica.

b) Denominações usuais em estatutos

Citaremos, a seguir, algumas denominações usuais em estatutos, podendo divergir em certos casos:

1. NOME – com a finalidade de defini-lo.

2. SEDE E FORO – onde terá sua atividade em caráter principal e onde serão exercidos os seus direitos.

3. FINALIDADES – caracterizando as razões de sua existência, o que irá fazer, o que pretende, até que ponto terá penetração na vida social.

4. DURAÇÃO – desde os prazos ilimitados aos determinados.

5. MEMBROS – suas finalidades, direitos, deveres perante o grupo, condições para admissão e exclusão.

6. DIRETORIA – o órgão que vai gerir os interesses e negócios do grupo, ou que o representará.

7. ASSEMBLÉIAS GERAIS – poderão ser ordinárias (aquelas realizadas em datas fixadas previamente pelo estatuto), ou extraordinárias (em datas diversas). Modo de convocação, competência e meios.

8. QUORUM – número de membros necessariamente presentes nas sessões para deliberar.

9. ELEIÇÕES – processo, período, duração dos mandatos e maioria exigida para a eleição.

10. PATRIMÔNIO – o seu capital.

11. MODIFICAÇÕES ESTATUTÁRIAS – regras para se evitarem modificações constantes – exigência de dois terços.

12. DISPOSIÇÕES GERAIS – o que não foi explicitado anteriormente.

Note-se que o estatuto é de natureza constitutiva, estática, sem se deter em estudos minuciosos, pois no momento em que os participantes de determinado grupo se reúnem para deliberar, as suas normas de trabalho estão estabelecidas no Regimento Interno.

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c) Esclarecimentos

i) Deve-se escrever estatuto e não estatutos.

ii) Os artigos devem ser escritos assim: Art. 1º; Art. 2º até Art.9º, a partir daí, deve-se escrever: Art. 10; Art. 11; etc.

iii) Os parágrafos podem ser escritos abreviadamente: § 1º, § 2º, etc.

iv) Quando se tratar de um só parágrafo, deve-se escrever apenas: Parágrafo Único.

v) Os capítulos devem ser escritos em algarismos romanos e em letras maiúsculas: CAPÍTULO I, CAPÍTULO II, ETC.

vi) Na linha abaixo do capítulo deve-se escrever a que o mesmo se refere, precedido de uma das seguintes preposições: DO, DA, DOS, DAS; como no exemplo abaixo:

CAPÍTULO I

DA DENOMINAÇÃO, OBJETIVO, SEDE E FORO

CAPÍTULO II

DOS SÓCIOS, SEUS DIREITOS E DEVERES

Obs.: Referindo-se ao último capítulo do estatuto não deve constar a palavra DAS; conforme o exemplo abaixo:

CAPÍTULO XII

DISPOSIÇÕES GERAIS

Pelo regulamento do imposto de renda, Decreto 1.041 de 11/01/94, artigo 159 do Código Tributário Nacional, Lei 5.172 de 25/10/66, artigo 14, alínea II, para que as igrejas não venham a perder a isenção do referido imposto e o número do CGC.M/Fazenda, não pode constar no estatuto as seguintes redações, conforme explicações abaixo:

a. Qualquer pagamento aos pastores e obreiros, mesmo despesas administrativas, ou outro título qualquer, qualificado como remuneração por serviços prestados;

b. As palavras, no exterior ou internacional, ou qualquer outra que qualifique fora do território nacional.

d) Complementos dos estatutos

Outros elementos necessários devem constar do estatuto, para facilitar as atividades:

a) Administração;

b) Responsabilidade;

c) Declaração formal de que a igreja não visa a lucros;

d) Declaração da origem e aplicação dos bens, e prestação de contas;

e) Destinação da sociedade em caso de cisão;

f) Definição genérica de tarefas da Diretoria;

g) Previsão de um Regimento Interno;

h) Declaração de que cabe ao pastor a presidência da igreja;

i) Quorum para decisões vitais, como compra e venda de imóveis, eleição e demissão do pastor, reforma do estatuto, etc.

O que não deve constar de estatuto pode fazer parte de um regimento interno, que não precisa ser registrado, mas que terá valor jurídico se for previsto no estatuto e aprovado pela igreja, constando nas atas:

a) Particularidades sobre cultos;

b) Organizações internas da igreja;

c) Métodos de trabalho, inclusive de contribuição;

d) Afirmações de caráter doutrinário;

e) Especificação sobre uso de propriedades, com exceção do templo;

f) Especificações sobre entidades filiadas à igreja (estas, se necessário, poderão reger-se por estatuto próprio);

g) Especificação sobre modo de recebimento ou exclusão de membros.

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e) Modelo

Entre as muitas variadas formas de composição de estatuto, apresentamos, a seguir um modelo: ESTATUTO DA IGREJA EVANGÉLICA...

CAPÍTULO I DA DENOMINAÇÃO, SEDE E FINS

Art. 1º - Constitui-se na cidade..., na data de..., a IGREJA EVANGÉLICA... neste estatuto doravante designada

simplesmente por “Igreja”. Art. 2º - Trata-se de uma entidade religiosa, sem fins lucrativos, constituída por tempo indeterminado e número ilimitado de membros. Parágrafo único. São membros fundadores todos aqueles que assinam a ata de fundação da Igreja. Art. 3º - Tem sua sede na... Art. 4º - A Igreja tem seu foro na cidade de... Art. 5º - São objetivos da Igreja:

a) Promover cultos de adoração a Deus; b) Divulgar o Evangelho de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo em todo o território nacional; c) Fomentar o estudo da Bíblia Sagrada e da educação em todos os graus; d) Cooperar com outras igrejas e instituições que tenham as mesmas finalidades; e) Cuidar dos pobres, enfermos necessitados, dos órfãos, das viúvas e da velhice desamparada.

CAPÍTULO II

DOS MEMBROS

Art. 6º - São membros da Igreja pessoas de qualquer nacionalidade, sexo, ou cor, que aceitem voluntariamente as suas doutrinas e disciplina e que, em reunião ordinária, forem aceitas como membros.

§ 1º - Perderá a condição de membro aquele que o solicitar ou que seja excluído pela Igreja em assembléia. § 2º - Nenhum bem ou direito patrimonial será exigido por aquele que deixar de ser membro, qualquer que seja o motivo. § 3º - Os direitos e deveres do membro, bem como as condições para ser membro, acham-se contidos no Regimento Interno.

CAPÍTULO III DA ORGANIZAÇÃO DA IGREJA

Art. 7º - A Igreja é composta de Sede e Congregações, que tomarão nome do lugar onde se encontrarem, exceto a congregação em que funcionar a Sede da Igreja que denominar-se-á “Sede”. Art. 8º - São órgãos dirigentes da Igreja:

a) Diretoria b) Assembléia Geral

Art. 9º - A Diretoria da Igreja será composta de 7 (sete) membros: a) Presidente b) Vice-Presidente c) 1º Secretário d) 2º Secretário e) 1º Tesoureiro f) 2º Tesoureiro.

Art. 10 – Nenhuma remuneração será concedida a qualquer dos membros da Diretoria pelo exercício de suas funções.

Art. 11 – Só poderão ser membros da Diretoria os membros em comunhão com a Igreja. Art. 12 – No caso de vacância de um ou mais cargos da Diretoria, esta, juntamente com o presbitério, reunir-se-á

extraordinariamente para a escolha e preenchimento do cargo ou dos cargos. Art. 13 – A Diretoria reunir-se-á, quando necessário, por convocação do Presidente do púlpito da Igreja e em edital

afixado no local de avisos, num prazo não inferior a 8 (oito) dias. Art. 14 – O quorum para as sessões da Diretoria será de 5 (cinco) membros, e as decisões far-se-ão por maioria

simples e por escrutínio e, em caso de empate, caberá ao Presidente o voto de desempate. Art. 15 – A Assembléia que eleger a Diretoria, elegerá a Comissão de Contas, que será composta de 3 (três)

membros, cujas atribuições acham-se contidas no Regimento Interno.

CAPÍTULO IV DA COMPETÊNCIA

Art. 16 – O pastor da igreja deverá ser o seu presidente, e servirá por tempo indeterminado, a critério da igreja, e os demais membros da Diretoria terão mandato de 1 (um) ano, podendo ser reeleitos.

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Parágrafo Único - O pastorado da Igreja será exercido pelo Pastor, bem como a orientação da Igreja e a direção dos atos de culto e das reuniões solenes, por tempo indeterminado e enquanto bem servir, a critério da própria Igreja: Art. 17 – São deveres e atribuições do Presidente:

a) Convocar e presidir as Assembléias, bem como as reuniões da Diretoria. b) Decidir, nas Assembléias e reuniões da Diretoria, com voto de Minerva. c) Assinar com o secretário, as atas das Assembléias depois de devidamente aprovadas. d) Assinar cheques e demais documentos de crédito com o 1º Tesoureiro, em conta conjunta. e) Assinar, com o 1º Secretário, as notas e documentos da Igreja. f) Assinar escrituras de compra e venda, de hipotecas, de compromisso; bem como quaisquer outros

documentos, sempre mediante prévia autorização da Igreja, em Assembléia. g) Autorizar, com o 1º Tesoureiro, todas as contas e gastos, assinando os recibos e demais documentos da

Tesouraria, de acordo com o resolvido pela Diretoria. h) Dirigir e manter a ordem nas discussões. i) Velar pelo bom desempenho da Igreja, observar e fazer cumprir o estatuto, o Regimento Interno e as

Resoluções da Assembléia. j) Representar, de fato, a Igreja perante as suas co-irmãs, e Convenções sendo que, a sua atuação nesse sentido

será sujeita a “referendum” da Assembléia. k) Representar a Igreja ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente. Art. 18 – O Vice-Presidente assumirá as atribuições e deveres do Presidente, por ausência ou impedimento legal

deste. Art. 19 – São deveres e atribuições do 1º Secretário.

a) Assistir às Assembléias Ordinárias e Extraordinárias e a Reuniões da Diretoria e outras, redigindo as atas respectivas, em livros próprios, para aprovação da Igreja, assinando-as com o Presidente.

b) Assinar, com o Presidente, a correspondência e documentos da Igreja. c) Cuidar do livro de presença das Assembléias Ordinárias. d) Encarregar-se do registro de membros, expedição de cartões, fazendo os devidos assentamentos

individuais, em arquivos próprios. e) Preparar o relatório anual e submetê-lo à Assembléia em reunião administrativa realizada na primeira

quinzena de janeiro de cada ano, de acordo com as instruções do Presidente. Art. 20 – Compete ao 2º Secretário auxiliar o 1º Secretário em suas funções e substituí-lo em sua ausência ou em

seu impedimento. Art. 22 – São atribuições do 1º Tesoureiro:

a) Assistir às reuniões da Diretoria e Assembléias. b) Contabilizar todas as entradas e saídas, na forma da lei e em livros próprios, das contribuições

recebidas dos membros da Igreja, ou não, e subvenções governamentais para os fins a que se destinam.

c) Abrir e manter as contas correntes em bancos autorizados, e, em nome da Igreja, depositar somas, títulos e valores diversos; liquidar os gastos inerentes à Igreja, cujos pagamentos e retiradas serão feitos através de cheques assinados em conta conjunta com o Presidente.

d) Apresentar o balanço mensal à Assembléia Geral Ordinária, bem assim a prestação de contas de sua gestão em balanço anual, em reunião administrativa, realizada na primeira quinzena de janeiro.

Art. 23 – Compete ao 2º Tesoureiro auxiliar o 1º Tesoureiro em suas funções e substituí-lo em seus impedimentos.

CAPÍTULO V DAS ASSEMBLÉIAS

Art. 24 – As Assembléias podem ser Ordinárias e Extraordinárias, lideradas pelo Presidente. Parágrafo Único. Integram a Mesa da Assembléia os demais membros da Diretoria. Art. 25 – A Assembléia Ordinária reunir-se-á mensalmente na Sede, em datas e condições previstas ao Regimento Interno, para tratar de assuntos da vida administrativa da Igreja, sendo a Assembléia o poder máximo da Igreja. Art. 26 – A eleição da Diretoria realizar-se-á na Sede da Igreja, na primeira quinzena do mês de janeiro de cada ano, quando a Diretoria será imediatamente empossada. Art. 27 – As Assembléias Extraordinárias serão convocadas pelo Presidente, do púlpito da Igreja, com, pelo menos, 8 (oito) dias de antecedência, e com a menção dos assuntos a serem tratados. Art. 28 – O quorum para as Assembléias Extraordinárias será de metade mais um dos membros da Igreja, em primeira convocação, e de uma Quinta parte dos membros, em Segunda convocação 30 (trinta) minutos depois, sendo as decisões tomadas pelo voto da maioria de 2/3 (dois terços) dos membros presentes. Art. 29 – A Assembléia Extraordinária reunir-se-á para considerar os seguintes assuntos.

a) Eleição, posse, e demissão do pastor. b) Aquisição, oneração e alienação de imóveis. c) Eleição e posse da Diretoria da Igreja, pelo período correspondente. d) Reforma deste estatuto e aprovação e reforma do Regimento Interno. e) Discutir, aprovar, modificar ou rejeitar o Balanço Anual.

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Art. 30 – As resoluções da Assembléia Ordinária são tomadas por maioria simples de votos, salvo nos casos em que o estatuto preveja maioria especial.

CAPÍTULO VI DA RECEITA, DESPESA E PATRIMÔNIO

Art. 31 – A receita da Igreja será constituída das contribuições, dos dízimos e ofertas voluntárias de seus membros ou não, incluindo-se subvenção ou auxílio dos Poderes Públicos ou entidades privadas. Parágrafo único. Toda a receita será aplicada exclusivamente na consecução das finalidades a que a Igreja se destina, integralmente no país, na manutenção e no desenvolvimento dos objetivos sociais, conforme a Lei 5.172 de 25/10/66 do C.T.N. (Código Tributário Nacional), artigo 14, inciso II. Art. 32 – O patrimônio da Igreja será constituído de doações, legados, bens móveis, imóveis ou semoventes que possua ou venha a possuir, e que serão registrados em seu nome e utilizados tão-somente para a consecução dos seus fins dentro do território nacional e no exterior. Art. 33 – Os membros da Igreja não responderão individual e subsidiariamente pelas obrigações que seus administradores por ventura contraírem, porém, responderá a Igreja, com seus bens, por intermédio da Diretoria. § 1º – A Igreja não responderá por dívidas contraídas por qualquer de seus membros, sem que para isso tenha dado a prévia-autorização por escrito. § 2º - É vedada a remuneração, de qualquer espécie, dos membros da diretoria e de outros dirigentes, bem como a distribuição de lucros, dividendos, bonificações ou vantagens do patrimônio ou rendas da instituição a dirigentes, administradores, mantenedores ou membros, sob qualquer forma ou pretexto.

CAPÍTULO VII

DA REFORMA DO ESTATUTO

Art. 34 – A reforma do estatuto só poderá ser feita por proposta da Diretoria ou por iniciativa de 1/3 (um terço) dos membros da Igreja. A convocação da Assembléia Extraordinária para esse fim será feita nos termos gerais dos Artigos 31, 32 e 33 deste estatuto. Art. 35 – Para o disposto no Artigo anterior, serão exigidos 2/3 dos membros presentes, para cada artigo, separadamente, que deva ser modificado, suprimido ou acrescentado.

CAPÍTULO VIII DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 36 – Os casos omissos neste estatuto serão resolvidos em Assembléia Geral. Art. 37 – A Igreja, para facilitar a consecução de suas finalidades, deverá criar interna e externamente, tantas comissões, organizações e congregações quantas forem necessárias, de acordo com o presente Estatuto. Art. 38 – A Igreja deverá ter um regimento interno aprovado em Assembléia Extraordinária e de acordo com o presente estatuto. Art. 39 – Todo movimento de reforma doutrinária, ainda que surja por 1 (um) ou pela maioria dos membros, e que fuja aos preceitos bíblicos ou aos costumes da Igreja, será considerado ilegal, dando este estatuto amparo aos que permanecerem fiéis aos princípios e à tradição da Igreja, bem como a todos os direitos sobre os bens móveis a seu cargo. Art. 40 – A Assembléia Geral que porventura resolver a dissolução da Igreja, resolverá também quanto ao destino de seus bens, após solvidos seus compromissos. O presente estatuto foi aprovado em sua íntegra pela Igreja em Assembléia Extraordinária de... (data). Assinam:

(Cidade), ...... de ........................... de 2............

___________________________________ Nome e Assinatura do Presidente

Número do RG (identidade) e do CPF

___________________________________ Nome e Assinatura do Advogado

Número da OAB e do CPF

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f) Registro do Estatuto

Vamos ver agora os procedimentos para o registro de um estatuto em Cartório.

i) Uma vez elaborado o estatuto, por Comissão competente, o pastor da Igreja convocará uma Assembléia Geral Extraordinária para a sua aprovação.

ii) Havendo quorum (metade mais um) suficiente para a abertura da sessão, o secretário fará a leitura do estatuto, capítulo por capítulo, e o presidente pedirá a aprovação. Caso haja emendas, estas serão registradas, seguindo-se a leitura até o final.

iii) Aprovado na sua íntegra, deve o secretário transcrevê-lo no livro de atas da igreja, não incluindo as discussões sobre o assunto, somente o preâmbulo e o texto do estatuo.

g) O modelo da ata para a aprovação do estatuto pode ser o seguinte:

“Ata nº... Aos... dias do mês de... do ano de..., a Igreja..., reunida em sessão convocada especificamente para esse fim, aprovou o seguinte estatuto: “Estatuto da Igreja... Art. 1º - com o nome de Igreja... (transcrever todo o texto do estatuto, sem espaço, nem linhas em branco). A seguir, se precedeu a eleição da Diretoria da novel (nome da instituição). Os candidatos foram escolhidos e seus nomes compõem a Diretoria, nos cargos assim qualificados: Presidente: ..................., brasileiro, casado, Ministro do Evangelho, residente e domiciliado nesta cidade de ................., portador da identidade RG ................. e do CIC ...............; (o mesmo deve ser feito para cada cargo). Nada mais havendo a tratar, foi encerrada a reunião com orações e graças a Deus, lavrando-se, para constar, a presente ata, que, após lida e aprovada, vai subscrita por mim, secretário, e por todos os membros da Diretoria”.

___________________________________ Nome e Assinatura do Secretário Ad Hoc

Número do RG (identidade) e do CPF

___________________________________ Nome e Assinatura do Presidente

Número do RG (identidade) e do CPF

___________________________________ Nome e Assinatura do Advogado

Número da OAB e do CPF

Toda a diretoria da Igreja deve assinar essa ata, que pode ser aprovada na mesma sessão. Deixar, ao final, 12 a 15 linhas para os carimbos do Cartório.

h) Para o Competente Registro em Cartório, deve-se:

i) Datilografar a ata que contém a transcrição do estatuto em 3 (três) vias de preferência em papel timbrado da Igreja devendo ser assinada por toda a Diretoria.

ii) Ofício ou Requerimento ao Cartório

Deve ser redigido (datilografado/digitado) um ofício ou requerimento nos seguintes termos, com firma reconhecida do requerente:

Ao: Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas Assunto: Registro do Estatuto e da Eleição da Diretoria Ilustríssimo Senhor Oficial de Cartório de Registro das Pessoas Jurídicas. A Igreja..., com sede na rua ..., nesta cidade, vem mui respeitosamente solicitar a V.S. se digne mandar registrar a ata da Igreja..., onde consta a eleição da diretoria da igreja citada e a aprovação do seu estatuto, nesse cartório. Requer, ainda, que mande arquivar nesse Cartório uma cópia do referido estatuto. Nestes termos, pede deferimento. Local. Data

___________________________________ Nome e Assinatura do Presidente

Número do RG (identidade) e do CPF

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i) Para o Competente Registro do Estatuto, deve-se:

i) Para fazer o registro do estatuto, mande publicar um extrato do Estatuto no Diário Oficial do Estado (o extrato é cobrado por centímetro). Leve uma xerox do estatuto à agência do Diário Oficial para cadastrar e obter um desconto de 50% na publicação.

ii) Datilografar, num formulário especial da Imprensa Nacional, um resumo do estatuto, com as seguintes indicações: nome, sede, finalidade, composição da diretoria, representação em juízo, administração e destinação do patrimônio em caso de devolução.

iii) Exemplo do resumo:

“A Igreja..., fundada em..., tendo sua sede na..., é uma sociedade civil, sem fins lucrativos, cuja finalidade é,... é composta de número ilimitado de membros que aceitam suas doutrinas e disciplinas. Será administrada por uma diretoria eleita anualmente e representada pelo seu presidente, tendo a Assembléia como órgão máximo, em que todos os membros têm voto e voz. Em caso de dissolução, os bens remanescentes serão entregues à...

O Estatuto poderá ser reformado, se necessário, e sua duração é de prazo indeterminado. Local. Data

___________________________________ Nome e Assinatura do Presidente

iv) Comprar quatro exemplares do Diário Oficial do Estado onde foi publicado o extrato, para anexar no estatuto.

v) Fazer quatro cópias xerox do estatuto.

vi) Juntar todos esses documentos e dar entrada no Cartório de Registro das Pessoas Jurídicas. Em poucos dias, o Cartório registrará o estatuto em livro próprio, ficará com uma cópia, devolverá o original e as cópias, e fornecerá quantas certidões forem solicitadas. Recomenda-se pedir ao Cartório mais de 3 (três) vias do Estatuto, autenticadas, para registrar no CGC e outros órgãos.

j) Reforma do Estatuto

i) Justificativa

A reforma do estatuto de uma igreja pode ser imposta por vários motivos. Mencionamos os mais comuns:

(1) Mudança de nome

A própria igreja pode mudar seu nome, conforme a conveniência. O município onde ela se localiza, mencionado no estatuto, pode mudar seu nome ou condição, como aconteceu com o Estado da Guanabara, que passou a ser o Município do Rio de Janeiro. A Convenção, que obrigatoriamente deve ser mencionada como destinatária do patrimônio em caso de dissolução, também pode alterar seu nome.

(2) Atualização da Metodologia

Estatutos antigos continham normas de trabalho que se tornaram obsoletas ou então eram omissos em setores importantes para a vida da igreja.

(3) Imposições legais

Muitos estatutos de igrejas não se enquadram nos dispositivos legais, especialmente no que se refere à imunidade, tributária, que é um direito constitucional. Para gozar de imunidade tributária, a igreja precisa ser caracterizada como uma entidade que:

a) não tem fins lucrativos;

b) não remunera os membros da diretoria;

c) não distribui rendas ou dividendos:

d) aplica no território nacional a sua receita e patrimônio. Se essas cláusulas não constarem do estatuto, a igreja terá de fazer anualmente uma declaração por escrito sobre cada item.

ii) Procedimento

Como reformar o estatuto de uma igreja:

(1) A primeira medida é convocar uma Assembléia Geral da igreja nos termos do estatuto em vigor, tendo como finalidade específica a reforma do estatuto.

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(2) Pode-se nomear uma comissão de estatuto em uma sessão mensal. Essa comissão facilitará o trabalho da assembléia geral se já tiver um projeto pronto para que a Igreja possa discutir e votar.

(3) A igreja, reunida em Assembléia Geral, aprova a reforma. É lavrada uma ata contendo apenas os artigos reformados, mesmo que a numeração seja toda alterada. Neste caso, basta inserir no apêndice após o último artigo, onde se diz. “Este estatuto foi aprovado, registrado no cartório, etc.”, uma declaração de que, em face dessa reforma, a numeração dos artigos foi alterada. Dessa ata não deve constar o processo de votação nem as emendas não aprovadas, mas exclusivamente o novo texto aprovado.

iii) Registro

Após a aprovação da reforma e da respectiva ata, deve ser providenciado o seu registro, o mais breve possível.

(1) Datilografar em 3 (três) vias a ata da Assembléia que reformou o estatuto.

(2) Anexar um requerimento solicitando seja registrada a reforma do estatuto no referido cartório. Este fará a publicação no Diário Oficial.

(3) O cartório dará certidão da reforma. O novo texto do estatuto entra em vigor em seus próprios termos. Se o texto diz que “esta reforma entra em vigor na data de sua aprovação, ou de sua publicação”, será conforme constar.

iv) Divulgação

Efetivada a reforma, e só depois disso, deve ser providenciada a divulgação entre os membros da igreja.

(1) Se não for possível a impressão ou mimeografia do estatuto reformado em número suficiente para todos os membros, uma cópia datilografada deve ser afixada em local visível (um mural).

(2) A divulgação para a igreja deve ser do inteiro teor do novo estatuto e não apenas dos artigos reformados.

(3) Caso tenha sido alterado o nome da igreja, é recomendável publicar a mudança na imprensa denominacional para conhecimento das demais igrejas. Informações detalhadas quanto ao custo da publicação oficial e do registro, número de cópias da ata, prazos, etc., poderão ser obtidas diretamente no Cartório do Registro de Pessoas Jurídicas.

MODELO DE ATA DE REFORMA DO ESTATUTO

Ata número... da Assembléia Plenária de reforma do estatuto. Aos dezenove dias do mês..., a Igreja... reuniu-se em sua sede em Assembléia Geral, nos termos do estatuto em vigor, para tratar da reforma do estatuto. Foi aprovada a reforma dos artigos abaixo mencionados, que passam a ter a seguinte redação: (Segue-se a nova redação dos artigos reformados.) Tendo sido convocada para esse fim, concluída a matéria, foi a sessão encerrada após a aprovação desta ata que vai assinada pelos membros da Diretoria.

MODELO DE EXTRATO DE ESTATUTO PARA PUBLICAÇÃO NO DIÁRIO OFICIAL

“Reforma de estatuto. A Igreja..., com sede na Rua..., reunida em sua sede nos termos do estatuto em vigor, aprovou a reforma dos artigos abaixo mencionados de seu estatuto, que passaram a ter a seguinte redação: ...” (Segue-se o novo texto dos artigos reformados). A seguir, a data e as assinaturas.

2. Cartão do CNPJ

a) A entidade eclesiástica não inscrita

i) Estará impedida de inscrever-se no INSS, FGTS, PIS, e o conseqüentemente, não poderá fazer nenhum recolhimento dessas obrigações sociais.

ii) Não poderá apresentar Declaração de Rendimentos ao Imposto de Renda.

iii) Não poderá ter zelador ou outro qualquer empregado registrado.

iv) Não poderá efetuar transações comerciais a prazo.

v) Não poderá levantar empréstimos, nem mesmo na Junta Patrimonial, pois que essa Junta, sendo regida pelas mesmas normas, exige o número de inscrição da igreja, para imprimi-lo nas notas promissórias e outros documentos do empréstimo.

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A inscrição no CNPJ, é pré-requisito obrigatório para inscrição em qualquer outro órgão de registro, e deve, por isso, ser feita antes de qualquer outra inscrição. Como já vimos, a igreja que não se inscrever no CNPJ, estará grandemente limitada em suas transações para com terceiros.

b) Como inscrever-se no CNPJ (Documentos):

i) Ficha de inscrição, devidamente preenchida em 3 (três)vias. (São encontradas em papelaria).

ii) Estatuto registrado no Cartório de Registro das Pessoas Jurídicas.

iii) Cópia da ata de eleição da Diretoria.

Seguindo as instruções da SRF, a igreja deve inscrever-se junto ao órgão da Secretaria da Receita Federal do município em que está localizada.

3. Isenção do Imposto de Renda

a) Documentos exigidos:

i) Requerimento ao Delegado da Receita Federal, solicitando o reconhecimento da isenção.

ii) Cópia do Estatuto atualizado, autenticada.

iii) Balanços Contábeis e Demonstrativos da Receita e Despesas dos últimos cinco anos, assinados por Contador ou Técnico de Contabilidade registrado.

iv) Número e ano de sua inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes – Ministério da Fazenda.

v) Prova do reconhecimento de Utilidade Pública da União dos Estados (hoje não exigida).

Obs.: A isenção poderá ser concedida sem as provas mencionadas no item acima, mas as doações feitas não serão abatidas na renda bruta se as instituições não fizerem prova da Utilidade Pública.

vi) Prova de que publica semestralmente a documentação da Receita obtida e da Despesa realizada no período anterior, sem o que as doações recebidas não serão abatidas na renda bruta.

vii) Declaração

a) De que aplica todos os recursos no atendimento de suas finalidades sociais.

b) De que mantém escrita em livros revestidos das formalidades legais.

c) De que não remunera os membros da Diretoria, não distribui lucros ou dividendos, sob nenhuma forma.

viii) Relação da Diretoria nos últimos cinco anos.

ix) Prova de que prestou as informações dos rendimentos pagos no último qüinqüênio e recolheu o Imposto de Renda na fonte dos rendimentos pagos a terceiros.

4. Isenção do Imposto Sobre Serviços e IPTU

a) Documentos exigidos:

i) Requerimento ao Prefeito Municipal.

ii) Estatutos registrados em Cartório de Registro Público das Pessoas Jurídicas (fotocópia autenticada ou impresso do Diário Oficial).

iii) Atestado da Diretoria em exercício, semelhante ao da Entidade Filantrópica.

iv) Número do CNPJ e número do INSS.

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5. Modelos de Ofícios

Logotipos

Nomes da Igreja

(Endereço, telefone, CNPJ, etc.)

Iniciais da Igreja

Emitente e nº ofício/ano

Do: Cargo do emitente ( e Igreja, setor , etc.)

Ao: Cargo do destinatário (e Igreja, setor, etc.)

Assunto: Resumo do assunto principal

Cargo do destinatário

O primeiro parágrafo de qualquer tipo de correspondência oficial não é numerado. Refere-se o assunto, em teste. No ofício-resposta resumem-se os pontos vitais do trabalho a que se responde.

2. Este segundo parágrafo passa a ser numerado. Aqui começa o contexto propriamente dito. Entra-se no assunto e dependerá muito da complexidade deste a sua divisão em preliminares, assunto propriamente dito e conclusões.

3. Os parágrafos continuam a ser numerados. Nem sempre depois de ponto final abre-se novo parágrafo. Este só existirá quando se focalize aspecto novo de determinado problema, o que nem sempre é coisa fácil.

4. Deve sempre examinar o assunto se esgotou. Isto é importante, mas muito mais importante é reler o rascunho, procurando fugir de quaisquer erros: acentos, colocação de pronome, pontuação, etc.

Este último parágrafo não está numerado : é o fecho–chavão. Imprime ênfase á redação e é uma das características da relação oficial. Sua pompa dependerá da importância do destinatário.

Nome do emitente

Cargo

Anexo (se houver)

Iniciais do redator e do datilógrafo

Endereço protocolar. O mesmo do envelope

Sempre na primeira página.

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Governador do Estado do Ceará SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO Gabinete do Secretário

Fortaleza, 23 de Janeiro de 1985

OF. Nº 13/85

Senhor Presidente,

Em atendimento á sua solicitação constante do Ofício datado de 06 de novembro de 1984, apraz-me informar a V.Sª. que foi baixado, pelo excelentíssimo Senhor Governador do Estado, o Decreto nº 17.031, de 10 de Janeiro de 1985, que dispensa do “ponto” os servidores estaduais que compareceram à 27ª Assembléia Geral Ordinária da Convenção Geral das Assembléias de Deus do Brasil.

Sirvo-me do ensejo para apresentar a V. Sª. as protestos de minha elevada estima e consideração.

Antônio dos Santos Cavalcante

Secretário de Administração

Ilmo Sr.

Pr. Manoel Ferreira

D.D Presidente da Mesa Diretora

End. Estrada Vicente de Carvalho, 1083

CEP 21.210 – Rio de Janeiro, RJ

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Bibliografia: 1. Anotações do Dr Samuel D. Faircloth na Disciplina Planejamento Estratégico para o Desenvolvimento da Igreja do

Curso de Mestrado do Betel Brasileiro.

2. Bíblia do Ministro – Manual do Ministro. São Paulo: Vida, 1996.

3. Côrrea de Andrade, Claudinor. Manual da Harpa Cristã. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.

4. Ferreira, Ebenézer Soares. Manual da Igreja e do Obreiro. Rio de Janeiro: JUERP, 1989.

5. Kessler , Nemuel e Câmara , Samuel. Administração Eclesiásticas. Rio de Janeiro: CPAD, 1987.

6. Moraes, Rubens. Legislação para Igrejas e outras entidades sem fins lucrativos. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.

7. Orr, Roberto A. Liderança que Realiza. Anápolis/GO: Asas de Socorro, 1994.