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a invenção do desafio a história da LPR

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a invenção do desa�oa história da LPR

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A LPRO sonho de tornar-se uma das maiores montadoras de estandes

do Brasil tornou-se realidade. Aos 25 anos de idade, a LPR, nascida

em Londrina, Norte do Paraná, conquistou o Brasil e foi longe na

prestação de serviços a empresas em diversos pontos do planeta.

Ao realizar seu sonho, a LPR tornou realidade também um atendi-

mento inovador, oferecendo ao cliente - além da montagem -, um

leque de opções, como a locação de móveis, os painéis de led para

shows e eventos e a tecnologia da impressão digital em grandes

imagens, entre outros produtos. Isso graças à rede de empresas

parceiras que montou em torno de si e que possibilitou oferecer

novidades e inovações ao longo de sua trajetória no mercado.

A expansão do negócio abriu-se em várias frentes de trabalho e

hoje a LPR atua com �liais em São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio

de Janeiro, onde já possui duas �liais em centros de convenções

que são referência na capital �uminense.

Em 2011, a empresa rea�rma sua capacidade para produzir e

colocar em prática estruturas para grandes eventos. A matriz,

localizada em Londrina, conta com departamento de criação,

marcenaria, serralheria e setores administrativos. Em uma área de

15 mil m² os projetos se tornam realidade e a LPR mantém seu

compromisso de buscar novos caminhos e soluções para seus

clientes.

A história da LPR tem muitas outras histórias junto dela e, por

isso, traz um pouco de cada coração e de cada vida em sua própria

trajetória. Vale a pena conhecer esses homens e mulheres que

participam desse sonho iniciado em 1985, tornado possível pela

coragem de acreditar na invenção do desa�o.

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LPR | 1

“Nunca fiquei preso ao que já foi feito, ao que já foi experimentado.”

Francesco Matarazzo (1854-1937)Imigrante italiano, criador do maior império empresarial

da América Latina entre os séculos XIX e XX, no Brasil

rpL

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LPR | 2A matriz da LPR, em Londrina (PR), em 2011: fábrica de projetos ousados

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LPR | 3

Este livro foi idealizado conforme seu título sugere, “Invenção

do desafio”, mas uma invenção baseada no trabalho, na seriedade e

na honestidade. Conceitos como planejamento e estratégia vieram

mais tarde, pois num primeiro momento, há 25 anos, tudo estava

por fazer, as oportunidades brotavam por todos os lados, o espírito

empreendedor, aliado à vontade de fazer acontecer, somados a cola-

boradores empenhados e comprometidos bastavam.

O funcionário ideal era aquele que dedicava 100% do seu tempo

à empresa, o melhor currículo era no qual constavam 10, 15, 20

anos de “casa”. Hoje, inúmeras mudanças ocorreram, faz-se neces-

sário definir metas, objetivos, integrar conhecimento teórico e práti-

co. As palavras-chave nos dias de hoje são inquietação, insatisfação,

observadas nos jovens, porém com persistência, necessária em tudo

o que fazemos na vida. Persistência, insisto, não teimosia, pois a

teimosia nos paralisa, não nos permite ver que a direção precisa

ser mudada, que os ventos não estão mais favoráveis e, quando isso

acontece, é necessário humildade e inteligência emocional.

Estar aberto a novas oportunidades, ser arrojado, acreditar que

é possível e estar disponível para ver o futuro, somados à experi-

ência do passado, faz de nós a maior montadora de estandes do

Brasil. Com esse pensamento e atitudes, rompemos fronteiras, não

só físicas, como culturais. Saímos do Norte do Paraná, conhecido

por seu pioneirismo e, com esse mesmo sentimento, fomos montar

estandes em três continentes, e assim caminhamos, acreditando ser

possível inventar e se reinventar a cada dia.

A reinvenção de todos os dias, há 25 Anos

PEdrO SPErANdiO LOPESLondrina, novembro de 2011.

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LPR | 4

A HISTÓRIA DA LPR

a força do nome

a semente da LPR

os primeiros sonhos

os primeiros estandes

histórias para contar

a invenção do desafio

7

18

33

41

11

www.lpr.com.br

www.lprlocacoes.com.br

www.lprleds.com.br

Londrina, novembro de 2011

TexTo e eDIçãoTeresa Godoy ([email protected])

IMAGeNS ANTIGAS Arquivo LPR, arquivo pessoal Pedro Lopes, arquivo Folha de Londrina, acervo histórico de Londrina.

CAPAFoto: Montagem no pavilhão, de Saulo Ha-ruo ohara.

FoToS ATUAISNil Gonçalves, Saulo Haruo ohara, equipe LPR e filial LPR do Rio de Janeiro.

ReALIZAçãoDepartamento de Comunicação LPR

MATRIZLondrina - PR - Av. Dr. Francisco xavier Toda, 525 - Pq. Ind. Cacique - CeP 86072-410 - Fone: + 55 (43) 2104-9000 - Fax: + 55 (43) 2104-9009

FILIAISNova Petrópolis - RS - Rua Erwinio Roloff, 63 - Bairro Bavária - CeP 95150-000 - Fone: + 55 (54) 3281-1896

São Paulo - SP - Rua Sampaio Corrêa, 311 - Bairro do Limão - CeP 02710-080 - Telefax: + 55 (11) 3951-7290.

Rio de Janeiro - RJ - Av. Salvador Allen-de, 6555 - Riocentro - Barra da Tijuca - CeP 22780-160 - Fone: + 55 (21) 3545-4150 - Fax + 55 (21) 3345-4170

Rio de Janeiro - RJ - Av. Paulo de Frontin nº 1 - espaço Solar - Centro de Convenções Su-lAmérica - CeP 20260-010 - Fone: + 55 (21) 2213-4414.

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LPR | 5

a construção desta história

os que vieram primeiro56a tecnologia da transformação62a genética da evolução76no mundo das feiras89a LPR, o Brasil e o mundo102na velocidade dos anos 2000118uma lição de ousadia129o desafio145a invenção do desafio

diário de bordo

171176

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Em 2010, a equipe de monta-gem da LPR trabalhou vestindo o uniforme dos 25 anos da empresa,

orgulhosamente exibido Brasil afora.

Vestindo a camisa

LPR | 6

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LPR | 7

Março de 2010. Ao voltar para o pavilhão do

Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em

Brasília, o funcionário da empresa de montagem

se dá conta de que está sem sua credencial. dei-

xara no próprio pavilhão, antes de sair, sua re-

ferência como membro da montadora oficial da-

quele evento.

Faz calor no Planalto Central do Brasil e o suor

que cola a camiseta ao corpo é amenizado, em

parte, com a conversa travada com o segurança.

- Amigo, sou da LPr e faço parte da equipe

que montou praticamente todos os estandes des-

sa feira.

O guarda permanece impassível, ouvindo o

jovem sôfrego.

- Pois é... – continuou o rapaz - por incrível

que pareça, esqueci minha credencial lá dentro e

preciso entrar.

Preparado para dizer não, o segurança olha

detidamente para o trabalhador, bem mais jovem

do que demonstra sua responsabilidade. Mede-o de

cima abaixo, detendo o olhar na manga da camiseta,

cuja estampa não deixa dúvidas: lá está a logomarca

dos 25 anos da empresa na qual o funcionário traba-

lhou nos últimos 13 anos de sua vida.

O segurança ouvira falar da empresa o suficiente

para entender como resolver aquela situação.

- rapaz, se você trabalha na LPr - com esses 25 anos

todos de estrada - você pode entrar como quiser aqui.

Orgulhoso e agradecido, o funcionário levanta a ca-

beça e entra pelo grande portal, de onde pode ver em

grande angular boa parte da primeira fachada da feira

que ajudou a estruturar. Ao pisar novamente naquele

imenso pavilhão, há poucos dias completamente va-

zio, sente a força do trabalho que realiza e o quanto

aquilo tudo representa para os dezenas de colegas de

Londrina, São Paulo, rio de Janeiro e rio Grande do

Sul. Essa feira gigantesca que ajudou a erguer faz parte

de uma história que começou há 25 anos, tempo em

que um evento desse porte ninguém imaginava exis-

Capítulo I

o orgulho

A força do nome

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LPR | 8

A forçA do nome

Empresas de alto conceito no mercado brasileiro e

mundial compõem o portfólio da LPR em seus 25 anos

de atuação em eventos nacionais e internacionais.

O II Salão Nacional dos Territórios Ru-

rais é uma promoção do Ministério do

Desenvolvimento Agrário, criado para

apresentar os avanços da política terri-

torial em todas as regiões brasileiras.

O evento, realizado em março de 2010,

em Brasília, teve a montagem da em-

presa LPR, de Londrina.

Nomes de peso

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LPR | 9

empresa paranaense, nascida em Londrina.

Como o ii Salão Nacional dos Territórios

rurais, realizado em Brasília naquele março

de 2010, muitos outros eventos e feiras haviam

sido montados pela equipe da LPr, recheando

um currículo de 25 anos, uma trajetória que não

começou do dia para a noite mas que fez dias e

noites de muito trabalho se transformarem numa

empresa com homens e mulheres acreditando na

força de um desafio. Era gente que se orgulhava

de cada conquista diária estampada na camiseta

cuja logomarca queria dizer:

Orgulhosamente, a serviço da LPR.

A forçA do nome

tir. Não havia feiras tão profissionais e os eventos

corporativos e de negócios ainda engatinhavam

nos diversos estados brasileiros.

Quantas centenas de milhares de metros qua-

drados haviam sido montados pela LPr desde en-

tão? O que mudou desde que os primeiros estan-

des de madeira haviam sido implantados e, depois,

substituídos por tecnologias realmente avançadas?

Tudo isso fora criado na fábrica de ideias cha-

mada LPr. Aquele imenso cenário também signi-

ficava a realização de toda uma equipe que ali,

na capital do Brasil, representava uma tradição

de duas décadas e meia. Era a história de uma

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As primeiras conquistas da LPR são lembradas com alegria e saudade por aqueles que participaram das primeiras montagens da empresa em sua trajetória de 25 anos.

na ponta do lápis

LPR | 10

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Capítulo II

Histórias para contar

oi de Londrina que saíram os

primeiros tímidos estandes

com a marca LPr para parti-

cipar de eventos fora do eixo

Norte do Paraná. A cidade foi

o terreno ideal para o início

das atividades da empresa.

Embora o setor de eventos

jamais tenha conquistado

status econômico considerá-

vel na ex-Capital Mundial do Café, a área de

montagem nasceu ali com um espírito empre-

endedor e ganhou notoriedade no país, com a

qualidade oferecida pela primeira empresa do

setor na região.

dos pioneiros eventos promovidos pela

LPr a empresa migrou naturalmente para a

montagem de estandes, prestando serviços,

então, aos promotores de eventos de todo o

país. Quando se deu conta, a LPr havia con-

quistado de vez a preferência de grandes e importan-

tes empresas na montagem de feiras e congressos, até

alcançar o status de destacada montadora dos jogos

Pan-Americanos sediados no rio de Janeiro, em 2007.

Mas os primeiros dos 25 anos não foram nada fáceis,

como é de praxe em todo início de jornada. Ainda assim,

os mais antigos se recordam dessa época com muita ale-

gria pela oportunidade de vencer as dificuldades. Muni-

dos da coragem, da intuição e de muito improviso, os pri-

meiros funcionários eram valorosos soldados da brigada

LPr que abria picadas no setor de eventos paranaense.

Saudando a reputada fama da LPr de hoje, os fun-

cionários mais antigos acompanharam as mudanças que

viram acontecer na empresa. São boas e saudosas lem-

branças, diz o pioneiro Aparecido Lopes Samuel, o Seu

Cido. Ele ri muito quando se lembra da timidez vergo-

nhosa com que ele e seus colegas desciam os materiais

da velha F-4000 para montar os tacanhos primeiros es-

tandes nas feiras pelo Paraná e interior de São Paulo. “do

nosso lado, bem ali, estavam grandes empresas do setor

fLPR | 11

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LPR | 12

na época, com materiais diferentes e bonitos, e

gente especializada. Ficávamos acanhados com

aquelas montadoras importantes do nosso lado.

Eles tinham umas carretonas bonitas, eram todos

bem vestidos, uniformizados... Nossa Senhora!

Nós montávamos seis, sete estandes, enquanto

eles montavam aquele mundaréu!”

Esses primeiros percalços, entretanto, torna-

ram-se alavancas para as conquistas da empre-

sa, foram exemplos que a pequena equipe da

LPr usou para se espelhar e fazer mais e me-

lhor. “É impressionante olhar para a LPr hoje e

ver como tudo se transformou!”, confirma Seu

Cido. de repente, 25 anos se passaram “como

um tiro” – expressão muito utilizada naqueles

anos 1980 de tantas transformações.

O homem que desfia essas lembranças é o

mesmo Cido de sorriso franco e boa risada que

iniciou uma jornada ao lado do empresário Pedro

Lopes, muito antes que ele sonhasse em montar a

LPr. A empresa começou com cinco, seis funcio-

nários, conta Seu Cido. “Nós trabalhávamos no

almoxarifado e fazíamos um pouco de tudo”. E

o que ele chama de “tudo” eram tarefas distribuí-

das para quase todos, da limpeza do material ao

carregamento da carga para a montagem dos es-

tandes. “A gente carregava o caminhãozinho, via-

java, montava os estandes na feira e até dormia

dentro deles, quando não havia condições para

ficar em hotel. E não foram poucas vezes, não!

históriAs pArA contAr

SEU CIDO: a memória traz à tona os primeiros

anos da empresa, desafiantes, difíceis mas bons

de serem relembrados.

Valeu a pena tudo isso. Valeu a pena tantos anos de trabalho. É bacana participar desse trabalho e

ter histórias para contar.

“ “

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LPR | 13

Na lembrança do Seu Cido, a velha caminho-

nete F-4000 era mais ou menos assim, uma

força modesta, porém gloriosa, no trabalho

de transportar os sonhos da empresa.

Tudo isso só nós cinco fazendo. Hoje já perdi a

conta de quantos funcionários somos.”

NA VELHA F-4000

No início, como os outros, Seu Cido também

estava aprendendo. “Começamos a viajar, correr

este país. Eu parava mais no mundão aí do que

em casa.” A caminhonete comia as estradas do in-

terior do Paraná e de São Paulo, sempre recheada

de materiais. Aquilo tudo reunido seguia para as

primeiras feiras que a LPr começou a montar um

pouco aqui, outro tanto ali. “A gente virava a noi-

te na estrada, ia para tudo quanto é lugar”. Cia-

norte, Maringá, Garça, Araçatuba... Paraná e São

Paulo eram destinos certos nos primeiros anos.

depois vieram rio Grande do Sul, Santa Catarina,

rio de Janeiro, e até Angola - na África -, além

dos Estados Unidos, vários países da Europa e os

Emirados Árabes Unidos.

Aos poucos, o que era sonho tornou-se reali-

dade. A estratégia foi se estruturando e sustentan-

do as novidades. Tudo que era visto como dife-

rente nas feiras a pequena equipe da LPr absorvia

imediatamente e levava de volta para Londrina,

onde as conversas e a vontade de mudar davam

conta de transformar em realidade. Assim, nas

viagens seguintes, quando a LPr chegava para a

montagem de novos estandes, um passo novo

havia sido dado. “Tínhamos aquela vontade de

alcançar os melhores, de crescer”, relembra Seu

Cido, nutrido do mesmo entusiasmo que o trou-

xe até a primeira década do século XXi trabalhan-

do na empresa que ama. “Foi essa vontade, essa

pressa de vencer, que fez com que a LPr crescesse

rapidamente, contratasse mais pessoas, até che-

gar ao que somos hoje, uma grande empresa,

umas das melhores do Brasil, trabalhando para

outros países, abrindo filiais.”

Em poucos anos, a LPr seguia a par e passo

com o mercado. As feiras já exigiam outros ma-

teriais, deixando para trás os tempos da madeira

pintada. O que começou pequeno ganhou corpo

e expressão e o sonho da LPr já não cabia mais

na velha caminhonete nem no pequeno barracão

dos primeiros tempos. Foi preciso mudar. Os ma-

históriAs pArA contAr

Page 16: clique aqui para baixar o livro em pdf

teriais ganhavam novo perfil e a pequena empre-

sa já não vencia mais atender a tantos pedidos.

Uma nova estratégia de organização interna ga-

nhou corpo. Seu Cido estava lá e viu a equipe seguir

uma coordenação especial sob a liderança do novo

colega Valdemir Alves da Silva, até hoje um senhor

diretor do setor na empresa, hoje chamado de lo-

gística. No comando do almoxarifado, Valdemir era

mais um companheiro na virada dos dias e noites

misturados à regra básica seguida pela equipe: ja-

mais atrasar uma montagem. “Virávamos uma, duas

noites trabalhando, dormindo só um pouquinho...”,

recorda-se Seu Cido. “Os motoristas ficavam espe-

rando com o caminhão para carregar porque a feira

ia começar e não podíamos atrasar.”

AVENTUrAS POr AÍ

Seu Cido é a própria memória da empresa

quando puxa os fatos como se fosse um filme pas-

Foi uma vitória montar em tempo recorde aqueles estandes inovadores que só as empresas experientes montavam. Por isso comemoramos.

“ “PEDRO LOPES: na feira em Maringá, no

Paraná, um grande feito marcou a agenda

da jovem empresa, com orgulho.

LPR | 14

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sado com delicadeza. Lembra-se dos sufocos e das

dificuldades com a mesma alegria. Tudo faz parte

da história que ajudou a construir. Puxa do seu

arquivo pessoal as poucas e boas que viveu pela

estrada afora. Como aquela vez em que os rapazes

chegaram no tempo justo para montar o estande

numa feira e, por conta disso, acabaram ficando

sem “teto” para dormir, pois a feira já ia começar.

O jeito foi se ajeitar debaixo do caminhão mesmo,

onde todos puderam dormir o sono dos justos de-

pois de tanto trabalho.

Numa outra vez, em Ourinhos, interior de

São Paulo, o aperto foi pela falta de recursos para

comprar duas passagens que levassem Seu Cido

e o Valdir dali para Garça, destino do evento se-

guinte na agenda da LPr. “dentro da cabine do

caminhão não cabia todo mundo. Então, fomos

eu e o Valdir em cima da carga, nos ajeitando para

não sermos descobertos pelos guardas.”

Ele ri ao lembrar. recorda-se com uma boa gar-

galhada da friagem que ele, seus colegas e até o pa-

trão Pedro Lopes passaram na lendária Festa da Uva,

em Caxias do Sul, nos idos dos anos 1990. “Lembro-

-me de uma vez que até nevou! Eu estava com duas

blusas pesadas e ainda tremia de frio. Na casa em

que ficamos, eu é que levantava cedo para fazer o

café. Para que a água não congelasse na torneira, no

dia seguinte, era preciso colocá-la num balde grande

antes de dormir. Era isso todos os dias.”

histórias para contar

DEPOIS DE MUITO TRABALHO, nos pio-

neiros tempos da empresa, era nos ve-

lhos estandes de madeira que os heróicos

montadores da LPR iam dormir.

LPR | 15

Page 18: clique aqui para baixar o livro em pdf

No final, tudo dava certo e, em meio às bai-

xas temperaturas do Sul, a equipe da LPr tinha lá

suas maneiras de vencer o frio: com muita ener-

gia gerada pelo trabalho braçal e, no final, com

um bom copo de vinho para comemorar. Afinal,

era a Festa da Uva.

Eram tempos pioneiros, tempo de muitos de-

safios. Havia sufoco e havia compensações movi-

das à adrenalina exigida pelo tempo, o implacável

senhor da LPr. Foi na Expoingá, feira agrope-

cuária de Maringá (Norte do Paraná), que o reló-

gio tornou-se um cruel patrão. “Já chegamos um

pouco tarde, e quando terminamos e vimos que

havia dado tempo de montar todos os estandes,

pulamos de alegria”, recorda-se o Cido de 70

anos, jovem de novo com a alegria de poder

contar essa história com a mesma satisfação com

que a viveu no passado. “Eram muitos estandes.

Viramos noites, mas entregamos no prazo”.

O empresário Pedro Lopes confirma. Ele

também lembra como se fosse hoje. “Foi a pri-

meira vez que montamos um estande externo

com telhado. Como esse tipo de estande era

algo inovador, montado apenas por empresas

muito experientes, tornou-se um desafio impor-

tante para nós naquela feira de Maringá. Então,

realmente, foi uma comemoração. E os estandes

ficaram de fato bonitos, eram os mais bonitos

estandes da feira”, ressalta Pedro, sem modéstia

e com uma boa dose de nostalgia. Afinal, era na

LPR | 16

dureza daquelas horas contadas que a LPr ia fa-

zendo escola entre todos aqueles que aceitaram

o desafio de pertencer à empresa.

“Nessa época, a gente ainda dormia no es-

tande para economizar. Levava cobertor, pijama.

Enfrentava banheiro com água fria... Nós já pas-

samos por cada uma, hein?!”. Na memória do

Seu Cido, a lembrança é sempre boa, embora

fossem tempos difíceis. Seu sorriso franco de-

monstra que aqueles tempos pioneiros são

como um troféu para as vitórias conquistadas

até hoje. Seus olhos brilham e ninguém diz que

esse homem passou tantos dias fora de casa, de-

dicado ao trabalho, que quase não viu suas três

filhas crescerem. Hoje sente orgulho da família

que construiu junto à esposa rosa e da história

que ele ajudou a escrever na empresa.

NA ATiVA

Há alguns anos Seu Cido não viaja mais. Tra-

balha no almoxarifado da matriz, em Londrina,

um dos corações da LPr: por ali, todas as artérias

e todos os fatos circulam. A conexão com os de-

partamentos e com a vida da indústria é um vital

encontro em que se misturam o conhecimento, a

mão-de-obra, a experiência, a liderança e muito,

muito trabalho. Ali, o veterano homem dos primei-

ros tempos mantém-se na ativa. Não quer parar.

São quase 30 anos ao lado do empresário Pe-

históriAs pArA contAr

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LPR | 17

dro Lopes, pois começou quando ainda trabalhava

no Londrina Country Club, onde era funcionário

de serviços gerais, e o empresário, presidente do

clube. dali, Pedro o levaria para trabalhar com ele e

sua equipe na construtora que dirigia e, na sequên-

cia, para a empresa de eventos que montaria. Cido

é colaborador de primeira hora. É um dos muitos

aventureiros que compuseram e continuam a fazer

parte da jovem LPr que jamais envelhece. “E eu,

como a empresa, não tenho tempo de envelhe-

cer”, diz ele, satisfeito com sua filosofia.

Há quem lhe pergunte se valeu a pena tanta

dedicação, e ele nem titubeia: “Eu digo que valeu

porque é bacana participar de uma empresa que

a gente viu nascer, acompanhou, participou, viu

crescer. Valeu a pena, sim, e muito. Criei as mi-

nhas filhas; tudo que tenho devo ao meu trabalho

aqui. Estou feliz. Tenho história para contar.”

históriAs pArA contAr

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A semente da LPRCapítulo III

c tonomia de fazer valer por conta própria a sua

vontade de realizar. Esse poder tem lhe permitido

construir um lugar independente, podendo viver

milhares de anos através da vida dos povos que

para lá seguiram, oriundos de estados e países os

mais diversos.

Terra de forasteiros, a cidade forjou muitas em-

presas com essa mesma vontade, empresas que nas-

ceram nos primeiros tempos - na década de 1930

- e que ainda hoje convivem com as mais caçulas,

fazendo andar rápido a segunda maior cidade do

Paraná - depois da capital Curitiba -, a terceira do

Sul do país. Foi em Londrina, metrópole mutante e

jovem senhora, que a LPr deu os primeiros passos

ontar a história de uma empresa

é quase sempre contar a história

de quem a criou e sua terra natal,

assim como falar de uma família

é, necessariamente, relembrar

seus antepassados. A LPr nasceu

em Londrina, o que já esclarece muito sobre sua

identidade. Para quem não conhece, Londrina é

uma cidade do Norte do Paraná conhecida por

sua juventude eterna.

É verdade!

Esse pedaço do Brasil localizado no Sul do

país, e que tem apenas 77 anos de vida, construiu

uma história rica e diversa pautada sempre na au-

LPR | 18

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A semente dA lpr

na década de 1980, tornando-se conhecida, anos

depois, em todo o país e no exterior.

Quando a década de 1980 chegou, com suas

mudanças pontuais na economia, na política e

nos costumes, Londrina vivia o primeiro passo de

uma cidade se verticalizando assustadoramente.

A “província” que vivera tantos anos sob a custó-

dia do ouro verde, tornando-se a Capital Mundial

do Café, ia ganhando outro perfil entre a década

de 1970 e de 1980, um perfil que encarava os no-

vos tempos de uma indústria diferente; não mais

a cultura exclusivista do café mas um movimento

que começava a revolucionar o terceiro setor. A

construção civil, os muitos projetos no setor edu-

cacional e a força de uma medicina de vanguarda

iam colecionando pontos para a cidade que ficou

tantos anos dependente da monocultura.

Com o lastro da Universidade Estadual de

Londrina - a primeira - e das faculdades diversas

anos depois, a educação e a cultura ganharam

força, promovendo debates com os festivais inter-

nacionais de teatro e de música com um vigor só

visto em grandes centros.

Londrina fervilhava nos anos 1980. Quem vi-

veu, sabe. Quem não viu, deve ter ouvido falar e

sente ainda hoje as marcas de uma cidade que

deu tudo de si para chegar ao século XXi vigorosa

e ciente da sua vocação para a prestação de servi-

ços. A indústria dos negócios ganhou força onde

antes se reivindicava um parque industrial base-

ado nas chaminés e na baixa qualidade de vida.

Também foram anos muito difíceis, apesar da

esperança que se espelhava no rosto dos brasilei-

ros. Com a abertura política, o retorno das elei-

ções diretas para os principais cargos políticos e

a volta dos civis ao poder trouxeram um facho

de luz à combalida fé do brasileiro-londrinense,

sufocada durante 20 anos com a ditadura militar.

Por todo o país, um lampejo de felicidade pairava

do café à construção civil, Lon-drina viveu muitas transforma-ções em poucas décadas.

LPR | 19

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nas ruas, espalhada pelas mãos que aplaudiam o

movimento das Diretas Já. Londrina viu o lendá-

rio Calçadão ficar completamente tomado por

uma multidão de 50 mil pessoas, homens e mu-

lheres em busca do sonho prometido, exigindo

eleições diretas para Presidente.

Na década de 1980, os jovens que acorriam

do vizinho Estado de São Paulo – como seus an-

tepassados, que fincaram raízes no início da colo-

nização da cidade -, gozavam seus dias no movi-

mento estudantil ou nos botecos e agitadas festas

das “repúblicas”. As tais “revoluções”, no atacado

e no varejo, movimentavam a vida desses novos

habitantes da cidade, nesse período já preceden-

do o movimento educacional que a região metro-

politana da cidade viveria anos depois, com suas

18 instituições de ensino superior e as muitas en-

tidades educacionais que tornaram Londrina uma

referência em educação no Paraná.

Foi nessa época de mudanças, com crises eco-

nômicas de toda a ordem e com o Brasil abrindo-

-se para si mesmo e para o mundo, que as em-

presas “modernas” descobriram o ser humano.

O país começava a investir em recursos humanos

nas empresas, lastreado, principalmente, pela

Constituição de 1988, que precisava reverter a

falta de direitos suprimidos por mais de 20 anos

de ditadura. Os brasileiros abriram-se à mudança,

aos direitos da mulher de ter direito à licença-

-maternidade, aos direitos da criança e do ado-

lescente. As mulheres deram passos mais firmes

para ganhar o mercado de trabalho em massa.

A semente dA lpr

A revolução dos espigões levou os olhos dos londri-nenses para o alto.

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Londrina seguia nessa toada.

O Brasil vivia já as conseqüências do malfada-

do milagre econômico, herança que os militares

iam deixando para os brasileiros sob o disfarce

da “abertura ampla e irrestrita”. Com o financia-

mento externo mais caro, a economia brasileira

entrou num período de dificuldades crescentes,

que levaram o país ao desequilíbrio da balança

de pagamentos e ao descontrole da inflação. Era

a recessão chegando, abrindo crises em todos os

lugares, ainda que o propalado Plano Cruzado

tentasse tudo para reverter os problemas. Vivia-

-se o mergulho numa longa recessão que pratica-

mente bloqueou todo o crescimento econômico,

ou o que se dizia haver dele.

Em plena década da abertura política, Londri-

na ganhava projeção com o terceiro setor se orga-

nizando, ainda que as lideranças clamassem por

uma vocação industrial, convocando os adminis-

tradores a atrair indústrias para fabricar empre-

gos. Mas a cidade produzia sua própria manufa-

tura, tendo na construção civil seu alicerce maior.

Todos precisavam de moradia – de estudantes a

empresários – e o marketing dos espigões ex-

plodiu, altaneiro. Construtoras de diversos tama-

nhos erguiam seus projetos dirigidos a diversas

classes sociais, fabricando moradias e empregos.

A tendência vinha de longa data.

Na década de 1950, a evasão de divisas levou um

empreendedor da cidade a inventar um desafio. O

dinheiro ganho na cidade estava sendo investido em

outras localidades, principalmente Curitiba e São

Paulo. Para tentar combater esse processo, o empre-

sário rômulo Veronesi iniciou, em 1957, uma série

de lançamentos imobiliários que iriam ajudar a man-

ter na cidade uma parcela maior dos ganhos com as

plantações de café e com o comércio. O primeiro

lançamento de Veronesi foi o Edifício Bosque, em

parceria com o jornalista e empresário João Milanez.

Em 1958, Veronesi lançou o Edifício Centro Co-

mercial, que vendeu em uma semana todos os 220

primeiros apartamentos. depois foram lançados os

edifícios Júlio Fuganti, Cinzia, Galeria Folha de Lon-

drina e Panorama, símbolos de uma época áurea da

cidade subindo aos céus.

Os prédios começaram a subir, um a um, en-

chendo os olhos dos londrinenses, e até mesmo

A semente dA lpr

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daqueles que chegavam de cidades maiores. Mui-

tos ganharam dinheiro nessa época sabendo ofe-

recer ou comprar o imóvel certo na ocasião certa.

Era preciso correr para acompanhar a força

das casas e prédios que iam brotando pela cida-

de. Casas de madeira conviviam com palacetes

na Avenida Higienópolis e espigões pululavam

no centro, mostrando a “modernidade” daquela

gente que, estimulada pela construção civil, não

media tijolos para gastar o dinheiro ganho na

lavoura do café e no comércio. A tendência, por-

tanto, seguia fazendo escola nos agitados anos

1980. Foi nesse cenário que nasceu a Lopes &

Andrade, construtora que tinha à frente o enge-

nheiro civil Pedro Sperandio Lopes, formado na

primeira turma de engenharia civil da Universi-

dade Estadual de Londrina, e a empresária de

confecções rosana Andrade.

Com a construtora, foi possível a eles erguer

muitos sonhos, participando dessa época de tan-

tas realizações na construção civil da cidade.

O rEALiZAdOr

Mas a terra natal do empresário Pedro Lopes o

convocava a uma participação ainda maior. Como

se não bastasse o trabalho à frente da construtora

e a direção do Londrina Country Club, que aceitara

ocupar nos primeiros anos da década de 1980, Pe-

dro acabou assumindo outro desafio nesse período.

Wilson Moreira, um mineiro tinhoso que nunca

abandonava nada no meio do caminho, foi enfático

ao convidar Lopes para assumir a Autarquia de Es-

portes e Turismo da Prefeitura de Londrina, a Ame-

tur. Foi direto também ao retrucar a recusa do enge-

nheiro, que disse estar lisonjeado com o convite mas

que não podia aceitar porque não havia votado nele

e sim em seu adversário nas últimas eleições.

- Não estou procurando eleitor, mas gente que

saiba trabalhar – disse, convicto, o prefeito.

Foi o que bastou para que aquele homem de

31 anos, agitado e cheio de energia, aceitasse o

desafio de entrar para a equipe do famoso Wilson

Moreira, um empresário mineiro que adminis-

trou Londrina entre 1983 e 1988. Ele fez fama e

fortuna na região Norte do Paraná por conta de

sua obstinação, força de trabalho e poder de eco-

nomia. Era famoso por sua “mão fechada”, mas

era conhecido também, e principalmente, por

sua capacidade de realizar. Assim, receber um

convite desse homem de ação, que tanto prestí-

gio tinha na sociedade londrinense, era uma hon-

raria digna de vaidade.

Mas, para quem dispensava a vaidade sem pro-

pósito – como Pedro Lopes -, ser chamado para

compor a equipe que fez uma das mais brilhantes

administrações públicas de Londrina, já era, de

qualquer forma, um certificado de competência.

Ele confirma: “Trabalhar com o dr. Wilson foi

um aprendizado. Nas reuniões comandadas por

ele, eu me sentia como um aluno diante de um

professor rigoroso. Todo projeto que apresentá-

vamos tinha que estar acompanhado dos prós e

dos contras. Não bastavam apenas os prós; se o

A semente dA lpr

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O prefeito Wilson Moreira (no centro, de óculos), homenageia pioneiros de

Londrina, ao lado de autoridades da época. A festa havia sido coordenada

por seu secretário Pedro Lopes, a quem convidara para compor o governo.

projeto não contivesse os contras, ele simples-

mente o ignorava.”

Constavam na cartilha de Moreira os fatos re-

ais, sem maquiagem. Era assim que ele conseguia

realizar tanto: pondo os pés inteiramente no chão.

E foi assim que Pedro Lopes entendeu. “Ele me en-

sinou: faz a lista de prós e dos contras e veja qual

que ganha. Veja o que tem numa e o que tem na

outra; se as duas colunas estiverem meio empata-

das, não faça nada; isso indica que é para tentar um

outro projeto. É preciso ter pelo menos 80% de

prós para que você realize o projeto”, ensinou Mo-

reira, que, aliás, era também um engenheiro, como

Pedro Lopes, mas especializado em eletricidade.

Até hoje, 27 anos depois de protagonizar uma

das mais respeitadas e brilhantes administrações

à frente da Ametur – a autarquia que dirigiu entre

A semente dA lpr

1984 e 1986 -, Lopes confessa que a listinha não

lhe deixa errar na maioria dos planos que empre-

ende. Na LPr, empresa da qual se orgulha e com

a qual fez história no Paraná e no Brasil, os prós

e os contras continuam sendo uma justa medida

nos momentos cruciais de decisões da empresa.

Foi assim em muitos momentos da vida em-

presarial e naqueles primeiros anos que antece-

deram a criação da LPr. Pode-se dizer, aliás, que

a LPr tinha já sua semente lançada nos primeiros

atos de trabalho de Lopes à frente da Ametur,

ou até muito antes, quando o engenheiro civil

– dono da então Construtora Lopes & Andrade,

com cerca de 200 funcionários - nem sonhava em

se tornar um realizador de eventos.

“Fui convidado para a Ametur devido ao bom

trabalho que fiz no Londrina Country Club. O

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À frente da Ametur, o engenheiro

Pedro Lopes reorganizava a autar-

quia, com uma administração enér-

gica e arrojada, que convidava Lon-

drina para as promoções culturais

e esportivas da cidade. A imprensa

deu espaço para que o secretário de

esportes expressasse sua opinião e

mostrasse um trabalho diferente e

fundamental para a administração

pública na época.

O secretário de esportes

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LPR | 25

clube estava praticamente parado e precisava de

um empurrão”, relembra Lopes, que junto a uma

boa equipe de trabalho passou a dirigir o Country

com muito entusiasmo. No rol de desafios, os no-

vos diretores enfrentaram uma extensa ficha de

inadimplentes – cujas dívidas foram todas pagas

graças a um plano de cobrança sui generis pro-

posto por Lopes. A ideia era publicar no jornal

de maior circulação da cidade, a Folha de Lon-

drina, os nomes dos “famosos” inadimplentes. E

eles eram mesmo muito famosos – de políticos,

a empresários e representantes do high society

local -, o que acabou por resultar no pagamento

das dívidas. Ao lado do “saneamento básico” das

mensalidades, a equipe de Lopes protagonizou

uma extensa e prazerosa lista de promoções so-

ciais que movimentou a agenda social do clube.

resultado: a nova política administrativa ganhou

pontos junto aos associados e à sociedade londri-

nense como um todo. Pedro Lopes ficou em evidên-

cia mostrando sua capacidade de realização, e o pre-

feito Wilson Moreira gostou disso. Por isso o convite.

Já à frente da Ametur, outro desafio: reorgani-

zar a autarquia, propondo mudanças substanciais

na direção, com promoções diferenciadas para o

esporte e o turismo, e ainda, responder à altu-

ra aos críticos da sua nomeação, que alardeavam

pela cidade o fato de Lopes assumir um órgão pú-

blico que cuidava dos esportes.

- O que um engenheiro entende de esportes?

– questionavam aos quatro cantos.

Alimentado pelos desafios, Lopes foi em frente

e fez de sua gestão uma histórica passagem pelo ór-

gão. É de se registrar, por exemplo, a iniciativa pio-

neira de angariar patrocínios para os esportes, algo

incomum na cidade e, inclusive, no país daquela

época. A parceria tão comum hoje entre patroci-

nadores e eventos esportivos não era corriqueira,

afinal, eram os primeiros anos da década de 1980,

tempo em que nem o esporte nem as atividades

culturais viviam desse expediente. O país estava

engatinhando na abertura política e econômica e

as leis de mercado estavam ainda muito atreladas

ao sistema conduzido pela ditadura militar.

Londrina, sempre à frente em muitos aspec-

tos, em 1984 dava os primeiros sinais de que seria

possível viver novos tempos. Ao repórter que o

inquiriu sobre as transformações pretendidas na

A semente dA lpr

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A consagração

Contrariando as vozes dissonantes, Lopes destacou-se na Ame-

tur, pôs a casa em ordem, criou ideias revolucionárias para o

setor na época e levou artistas importantes para se apresentar

no cartão postal da cidade, o Lago Igapó. O palco flutuante,

projetado para a ocasião, mostrou-se um sucesso no show do

Cinquentenário. A comunidade compareceu em peso e o su-

cesso foi estampado na imprensa, nos dias seguintes.

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Ametur, onze dias apenas após sua posse, Pedro

Lopes foi enfático, antes mesmo que o jornalista

ligasse o gravador. “Sabe o que é? Com a revolu-

ção de 1964, a minha geração ficou amortecida.

Uns poucos resolveram ir à luta, a maioria deci-

diu ficar ausente de tudo. Agora, que estamos

recuperando um espaço, temos que aproveitar,

soltar aquela energia que estava contida.”

Pedro Lopes entendia o recado de seu tempo

e, por isso, abraçou a oportunidade que teve para

mostrar como se fazia uma boa gestão. Anunciou

novidades, como a Olimpíada do Trabalhador,

a venda de espaços publicitários no Ginásio de

Esportes Moringão – palco de jogos importantes

para a cidade -, cobrança da taxa de manutenção

das cadeiras cativas do Estádio do Café – expe-

diente criado anos antes e jamais cobrado dos

“donos” das cadeiras. “Fui atrás de grandes patro-

cinadores. Fiz contatos junto aos executivos do

Banestado (o Banco do Estado do Paraná) e do

Bamerindus para patrocinarem nossos eventos

esportivos, e isso foi o máximo na cidade!”. As

duas instituições financeiras já não existem, mas,

principalmente o Bamerindus – um banco genui-

namente paranaense -, ficou muito conhecido

nas décadas de 1980 e 1990 por seu expressivo

apoio à agenda cultural do Paraná e do Brasil.

Com status de secretário de esportes, Pedro

Lopes antecipou a era dos patrocínios privados

em Londrina e puxou a fila dos grandes eventos

promovidos de forma profissional com a partici-

pação expressiva da população da cidade. “To-

mei a iniciativa, por exemplo, de contatar a em-

presa de eventos do Luciano do Valle – o locutor

de TV que se tornou empresário do marketing

esportivo no Brasil - e acabei levando para Lon-

drina a luta do Maguila – o lutador de boxe mais

famoso da época no país. Além disso, levamos

para a cidade as seleções feminina e masculina

de basquete e, em contato com o Osmar Santos,

o maior locutor esportivo da época – ícone na

rede Globo -, levei o vôlei masculino e feminino

para brilhar na cidade”.

Era tudo novidade. E foi tudo um sucesso.

A imprensa cobriu com um espaço muito es-

pecial, dando às atividades do secretário Pedro

Lopes uma projeção à altura do trabalho que em-

preendia.

Folha de Londrina, 30 de março de 1984.

“Já familiarizado com a Ametur, Pedro re-

velou os seus planos, no mínimo audaciosos.

Ideias é o que não faltam a esse jovem que está

disposto a vencer o desafio.”

Pedro Lopes estava com 31 anos. Tinha energia

e fôlego para aceitar os desafios - e, melhor, para

inventá-los diante do que a vida lhe propunha.

Foram dias e dias de muitos acontecimentos

com uma lista grande de eventos promovidos

pela Ametur, autarquia que, no mínimo, estava

sendo chacoalhada pelo empresário Pedro Lopes,

aquele que diziam não ter condições de dirigir

um órgão responsável pelo esporte.

A semente dA lpr

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Assim, vencendo a natural resistência a seu

nome, até mesmo os esportistas e pessoas liga-

das ao setor - que antes o renegavam - passaram

a aplaudir as realizações da Ametur. A autarquia,

por sua vez, tornou-se presente na comunidade e

geradora de prazer junto aos cidadãos pagadores

de impostos de Londrina. isso porque, o enge-

nheiro civil traçou um plano de trabalho tão ou-

sado na direção da instituição que ele próprio se

revelou um promoter dos mais arrojados, numa

época em que esse termo sequer estava na moda.

realizou tão ou mais que a famosa lista dos prós

e contras de Wilson Moreira, e ganhou de vez o

respeito da comunidade londrinense, atraindo a

atenção daqueles que nem imaginavam a possibi-

lidade de ver o engenheiro civil Pedro Sperandio

Lopes erguer uma carreira no setor de eventos.

O clímax dessa verdadeira prova de fogo foi,

sem dúvida, o calendário de comemoração do

Cinquentenário de Londrina, uma série de eventos

engrenados e projetados para acontecer durante o

ano de 1984. “No dia do aniversário da cidade, 10

de dezembro, promovemos três bailes”, relembra

Lopes, em depoimento ao livro Wilson Moreira – a

política da eficiência, de José Antonio Pedriali. “O

palco flutuante no Lago igapó, onde Arrigo Barna-

bé deu um show, e Paulo Autran encenou, propor-

cionou momentos inesquecíveis. Construir o palco

foi um desafio aos céticos, que diziam que ele não

resistiria ao peso. Projetamos um palco capaz de

suportar várias vezes o peso previsto.”

Um sucesso!

Quem esteve nesse show de apresentações

culturais nem sequer percebeu que o palco era

móvel.

Foi um ano histórico! Além das comemorações

dos 50 anos da cidade, Pedro havia sido chamado

também para um outro trabalho, a organização

da Exposição Agropecuária de Londrina, que no

ano seguinte comemoraria suas bodas de prata.

Ali, Lopes lançou de vez a semente para a criação

da LPr. Foram necessárias muitas doses de ener-

gia naquele ano intenso, quando os frutos de um

trabalho dedicado à realização surgiam às pencas

para o engenheiro Pedro Lopes.

Conciliar tudo foi outro malabarismo possível

para o administrador de desafios.

de um lado, a direção da Ametur, exigindo

criatividade e atitudes enérgicas; de outro, mais

doses de disposição para encarar a montagem de

sua primeira edição da tradicional feira agrope-

cuária de Londrina. Foram dias agitados mesmo!

Chegar às 7 horas da manhã para as indefectíveis

reuniões do Prefeito Wilson Moreira com sua

equipe tornou-se um ponto de honra para Pedro

Lopes naquele período. “imagina como eu chega-

va para essas reuniões...”, recorda-se o empresá-

rio, no livro de memórias de Moreira.

As atividades daquele ano envolveram a co-

munidade e mostraram o prazer de Londrina por

realizar por conta própria. “Foi um ano inteiro de

muitas realizações. Foi um absurdo o quanto fize-

mos”, relembra Lopes, sem modéstia. “Foi muito

intenso! Considerei meu trabalho na Ametur um

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grande prazer. Era bom de ver o ginásio de espor-

tes lotado com tanta gente! E encher o estádio

para os eventos da Ametur era algo que ninguém

tinha conseguido fazer antes”.

O apoio da imprensa, divulgando o trabalho

da Ametur, foi fundamental, relembra o ex-secre-

tário, salientando que a peça importante nesse

quebra-cabeças foi o fato dos jornalistas enten-

derem que “eu era um cara sério; com isso, não

precisei pagar para divulgarem os trabalhos da

Ametur: o sucesso foi um passaporte natural para

a divulgação de tudo que foi realizado”.

NOVOS dESAFiOS

E, enfim, quando as realizações chegaram ao

topo e Pedro Lopes teve sua motivação com prazo

de validade vencido, o prefeito Wilson Moreira foi

avisado: seu secretário de esportes buscava novas

tarefas, novos projetos; queria deixar o poder pú-

blico. “Sou movido a desafios; quando tudo pa-

rece mais ou menos pronto e parado, eu enlou-

queço”, diz Lopes. resultado: o prefeito Wilson

Moreira, que também era o desafio em pessoa,

não aceitou de jeito nenhum a recusa de Lopes.

Tinha certeza de que aquele realizador precisava

continuar na Prefeitura, ajudando a cidade.

Moreira pensou bem, “cozinhou” Pedro du-

rante um tempo – bem ao estilo mineiro - e, fi-

nalmente, encontrou outra tarefa para o homem

que adorava assumir missões quase-impossíveis:

Pedro Lopes seria o titular da Codel, a Compa-

nhia de desenvolvimento de Londrina, órgão

responsável pela administração dos negócios

promovidos pela prefeitura visando o desenvolvi-

mento da cidade. O trabalho intenso junto à Ame-

tur deu mais do que um passaporte válido para

Lopes assumir a Codel. Haveria muito por fazer.

Havia outro prazo importante para realizar o que

Moreira havia escalado para Lopes.

“dr. Wilson resolveu terminar a obra da rodo-

viária – pois Londrina estava deficitária com um

terminal muito antigo - e me colocou para cuidar

do condomínio, um sistema de cotas que ele criou

para viabilizar o terminal rodoviário à época”.

Era mais uma ideia ousada de Londrina. O

projeto do terminal rodoviário, que havia sido

proposto na gestão anterior, de Antonio Belinati,

e que, inclusive, fora projetado pelo renomado

arquiteto Oscar Niemeyer, estava parado há cin-

co anos, em vias de ser posto de lado pelo alto

custo de sua execução. A Folha de Londrina de

22 de junho de 1986 noticiou que “já haviam

sido gastos cerca de 20 milhões de cruzados para

a desapropriação do terreno, e investidos cerca

de 17 milhões de cruzados nas edificações (...),

que seriam necessários ainda mais 45 milhões de

cruzados para concluir o terminal, totalizando 82

milhões de cruzados, o que foi viabilizado graças

à venda de cotas a empresários de Londrina.”

Era preciso realizá-lo, pois a rodoviária an-

tiga já não comportava mais o fluxo de 25 mil

passageiros/dia, um movimento que dava bem a

dimensão da região metropolitana que ia se for-

A semente dA lpr

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mando tendo Londrina como centro. Pois bem:

Wilson Moreira queria resolver de vez mais essa

equação aparentemente insolúvel. “Por sua mag-

nitude, seria um projeto dirigido mais à capital

São Paulo, não para a Londrina daquela época.

Para se ter uma ideia – compara Lopes - o investi-

mento representava mais que o orçamento de um

ano do município só para essa obra.”

Mas era preciso fazer. E Moreira era realizador.

Ele então se reuniu e negociou as mudanças pes-

soalmente com o arquiteto Niemeyer, visando à

economia na construção. Foi a única obra, no ex-

tenso currículo do renomado arquiteto, a sofrer

uma alteração. Lopes ficou responsável pelo or-

çamento e pelas cotas a serem negociadas com os

futuros condôminos. “Vendi mais de 70 milhões

em cotas e paguei a rodoviária com o dinheiro

das vendas. E para as pessoas que compraram foi

um bom negócio. Puderam pagar os impostos

cinco anos depois e rendeu muito mais do que

qualquer aplicação financeira da época. Não fos-

se pelas cotas, não haveria rodoviária como ela é

hoje. Aliás, essa foi a única obra em que o Oscar

Niemeyer aceitou mudar alguma coisa. É a única

obra dele que tem estrutura metálica, com telha-

do de alumínio.”

Em 1988, Londrina conhecia sua nova estação

rodoviária, em substituição ao terminal inaugura-

A semente dA lpr

Rodoviária com grifeCom o projeto assinado pelo renomado arquiteto Oscar Niemeyer, a rodoviária de Londrina tornou-se uma realidade sob a administração de Wilson Mo-reira e coordenação de vendas das cotas de condo-mínio a cargo do secretário Pedro Lopes.

LPR | 30

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A semente dA lpr

do em 1952, tendo projeto de outro famoso ar-

quiteto brasileiro, João Batista Villanova Artigas,

o papa da arquitetura dos anos 1950.

Assim, oito anos após ter aberto uma cons-

trutora, Pedro Lopes tornava-se responsável, em

grande parte, pela construção de uma agenda de

eventos destacados para o esporte e o turismo da

cidade, além da importante obra empresarial da

estação rodoviária de Londrina. Mas atuar como

servidor público era um viver transitório para Pe-

dro Lopes, o empresário livre e sem amarras. Seu

negócio era a iniciativa privada e tão logo os desa-

fios foram carecendo de incentivos vitais na admi-

nistração pública, Lopes foi voltando à dedicação

exclusiva de sua construtora, da qual não havia

se desligado. Todavia, o engenheiro que montara

sua construtora aos 24 anos de idade, aos 35 -

quando deixou a administração pública -, estava

mais ansioso do que nunca por realizar projetos

diferenciados. Precisava de um novo desafio, esse

substantivo abstrato que traçou o conceito de sua

vida e fez desenhar projetos ainda mais ousados

nos anos seguintes.

Pedro foi realizar eventos.

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LPR | 32

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LPR | 33

Capítulo IV

omo se vê, é da gênese de Londrina

empreender com autonomia, so-

mando os talentos locais às ideias

oriundas de todos os cantos do

país. Foi assim nas empresas mais

antigas, tem sido assim nas mais

jovens. Aquele intenso movimento migratório do

início do século XX, que recheou a cidade de ho-

mens e mulheres em busca de seus sonhos, hoje

impulsiona Londrina em áreas que a tornam re-

ferência em todo o país. A cidade se mantém re-

ceptiva aos “de fora” e, por isso, também, cultiva

em sua verve cosmopolita a liberdade de quem

pode fazer o inverso: exportar produtos, serviços

e conhecimento para outras cidades e grandes ca-

pitais, como São Paulo e rio de Janeiro.

A LPr é o exemplo mais claro desse talento de

portas abertas.

Como Londrina, a empresa tem em seus qua-

dros pessoas de diversas regiões e, principalmen-

te, de variadas gerações. Por essa mesma porta

que recebe o mundo, a LPr exporta seu trabalho

e vê saírem prontas ideias transformadas em pro-

dutos e serviços que ultrapassam aquela máxima

de que, no mínimo, o que é bom só pode ser feito

nos grandes centros. Londrina prova o contrário

e mostra o porquê nessa mistura de gerações. A

história de trabalho dessa cidade explica muito

do que se fez em apenas 77 anos para construir

uma metrópole de meio milhão de habitantes.

Quando deu os primeiros passos na década

de 1980, a LPr era uma jovem empresa seguindo

os passos da cidade que lhe deu vida. Autônoma

e valente, uniu um punhado de pessoas dispostas

a fazer valer seus sonhos. Como Londrina, que

recebeu imigrantes e outros brasileiros em suas

lavouras e na cidade, a LPr contou com a parceria

de homens como João Ferreira de Lima, cearense

“arretado” que completou 87 anos em plenas bo-

das de prata da empresa que ama.

Como o colega Cido – paulista de Birigui -,

Seu João é outro importante personagem desta

história que se mostra igualmente impressiona-

do com o tamanho da empresa que ele ajudou

a construir. Não fosse pela memória já falhando

e ninguém diria que o valente cearense está pró-

cOs primeiros sonhos

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os primeiros sonhos

SEU JOÃO (À DIREITA) E O AMOR

PELA EMPRESA: só falha a memória

dos fatos mas a memória do coração

está intacta. A empresa de sua vida

nunca desaparecerá. Mesmo apo-

sentado, ele gosta de visitar a LPR,

revendo as pessoas e revivendo os

velhos tempos.

Era uma época difícil. Não tinha facilidade, não. Agora tudo é mais fácil, é uma beleza!

“ “LPR | 34

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ximo dos seus 90 anos. Já se aposentou, mas é

de lei sua ida à empresa sempre que tem vonta-

de. Chega, circula pelos departamentos e recheia

suas conversas com um presente tirado da sacola

que leva no ombro direito, atravessada na diago-

nal, como um moleque dos tempos do velho esti-

lingue. de lá, tira com um sorriso e uma conversa

boa, um punhado de balas que enche sua mão e

com as quais presenteia seus colegas em meio a

muita conversa.

Seu João adora passar horas falando e ouvin-

do o que têm a dizer esses “meninos”, como ele

chama os funcionários mais jovens, sejam eles de

que idade forem. O mais antigo deles, o próprio

Pedro Lopes, é também um desses “garotos” que

Seu João adota como parceiros de sua história.

Com ele mantém o respeito protocolar comum

entre patrão e empregado mas não se atém à dis-

tância natural desses mandamentos. Gasta tempo

com Pedro, como com qualquer outro colega,

e tem conversas informais com ele como se vi-

zinhos fossem de quarteirão. E Pedro, que não

desperdiça um bom papo com aqueles de quem

LPR | 35

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LPR | 36

em 1931 -, também teve na LPr uma parceira im-

portante nesse período. Como Seu Cido, Pedro

recorda-se do frio que passaram no rio Grande

do Sul, por conta desse evento, em contraste com

o forte calor que deixavam para trás no Norte do

Paraná. “Era um sofrimento!”, recorda-se, rindo

muito. “E foi justamente na Festa da Uva que de-

mos um salto no mercado, até pela importância

da festa naquela época”, afiança Lopes.

Seu João se lembra vagamente dessas conver-

sas que os montadores voltavam contando de suas

aventuras pelos eventos afora. Todavia, tem bem

claro na memória o trabalho que ajudava a empe-

nhar na empresa antes que a equipe partisse levan-

do os materiais para a montagem fora de Londrina.

Ele era da turma que permanecia na fábrica. Seu

João cuidava dos serviços gerais. “Naquela época

eu tinha força, não sentia o trabalho. Agora não te-

nho força para nada.” Mas é com esse pouquinho

de energia que Seu João reúne suas lembranças

para visitar a casa que o acolheu por tantos anos.

“Quando eu comecei, eles eram da área de cons-

trução civil. Então, eu trabalhava com concreto,

fui pedreiro, assistente de pedreiro”. Esses conhe-

cimentos Seu João levou para a “fábrica de estan-

des”, onde aprendeu a construir uma outra forma

de trabalho e de vida.

reclamando da memória, que anda muito

ruim, segundo ele, Seu João recorda-se, no en-

tanto, dos primeiros tempos da transição dos

negócios da LPr, quando essa mesma construção

civil que o acolheu nos primórdios conviveu, du-

gosta, sempre tem uma boa palavra de afeto e

entusiasmo para o João que o acompanhou tam-

bém nessa jornada da LPr. “Outro dia nos encon-

tramos no corredor e a conversa durou toda a

manhã”, conta o antigo funcionário. Envolvidos

na troca de informações de dois velhos amigos,

ambos nem se deram conta de que o tempo pas-

sara... e Seu João acabou perdendo o ônibus que

o levaria de volta para casa. relembrando a oca-

sião, o velho funcionário se emociona. “Não tem

problema. Fui para casa em outro ônibus, pois o

que eu não podia perder era essa conversa com

ele, que estava muito boa!”

Se o velho João tem pela empresa o maior res-

peito, a LPr tem pelo antigo funcionário muita

gratidão. E esse bom relacionamento de “colegas”

é assim como uma marca registrada do empresá-

rio Pedro Lopes. Ele faz questão de ressaltar essa

qualidade que vê em si e que torna as relações

com a equipe mais forte, bem ao estilo espanhol

carismático e muito franco, conhecido por todos.

Alguns desses momentos de proximidade

com os funcionários ocupam parte da memória

da LPr e estão principalmente naqueles desafian-

tes tempos do início e na afirmação da empresa

no mercado fora de Londrina. O empresário re-

lembra com carinho que também viajava com os

montadores para acompanhar alguns processos

da montagem, como aconteceu na famosa Festa

da Uva, em Caxias do Sul, na década de 1990,

quando a LPr deu um grande salto em sua carrei-

ra como montadora. O destacado evento - criado

os primeiros sonhos

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LPR | 37

os primeiros sonhos

rante algum tempo, com a promoção de eventos,

negócio que começava a despontar para a LPr.

“Eles me falaram que iam trabalhar só com a

montagem, que iriam entrar em outro ramo. Foi

quando a dona rosana me chamou e disse:

- Seu João, agora vamos trabalhar de outro

modo e se deus quiser vai ser muito bom para nós!

Eles tinham fé no meu serviço e eu rendia

bem”, conta orgulhoso o Seu João da boa con-

versa, já enchendo a mão com suas balas para

oferecê-las, simpático e sereno. Torna a reclamar

da memória mas imediatamente se recorda de

que foi tão bem recebido na empresa nos anos

1980 como já havia sido na cidade, na década de

1950, tão logo chegou do interior de São Pau-

lo, onde aportou ao chegar do Ceará. “Era uma

época difícil. Não tinha facilidade, não. Agora

é tudo mais fácil, é uma beleza!” Sem perder o

encanto que o tornou apaixonado pela empresa

que o acolheu há tantos anos, o bom e velho

João não tem dúvidas: “isso aqui é minha mora-

da; esse povo é minha família”. E como tal, ele

assim tratava os colegas e patrões, sempre com

um cumprimento carinhoso.

- Oi. Passei aqui para cumprimentar a senhora.

Bom dia!

O gesto diário e matinal jamais falhava, relem-

bra a empresária rosana Andrade, fundadora da

LPr junto ao ex-marido Pedro Lopes. Hoje atu-

ando na área de produtos orgânicos, rosana re-

lembra aquele carinho diário que Seu João tinha

com todos e o prazer que sentia ao oferecê-lo,

sem distinção. “Seu João era o nosso mascote, o

funcionário mais antigo e também um membro

querido da família LPr. Quando a empresa ain-

da era pequena, ele chegava mais cedo que todo

mundo, fazia o cafezinho e levava para o Pedro.

Era todo santo dia. Muito delicado, muito sensí-

vel, foi nos conquistando. Hoje, para ele, ir a LPr

é um passeio a lhe aguçar as boas lembranças da-

quele tempo.”

E é mesmo verdade. A ida à empresa, sempre

que pode, lhe dá um ânimo especial naquele dia

que se dedica a sair do seu bairro e peregrinar

pela LPr. A peregrinação, aliás, é assunto de sua

própria vida. No passado, foi assim que encon-

trou seu destino nas terras paulistas e depois na

terra roxa do Norte do Paraná. das lavouras de

São Paulo para o sonho do Eldorado Londrina,

Seu João não teve dúvidas: partiu para o Norte

do Paraná com sua esposa Francisca. Conhecia o

café, cultura com a qual trabalhara nas fazendas

paulistas. Poderia fazer ainda mais na Capital do

ouro verde. As notícias chegavam do Norte do

Paraná com muito entusiasmo e os trabalhadores

do interior de São Paulo se encantavam. Os cole-

gas animados falavam para o João:

- Vamos pro Paraná, João! Lá está um absurdo,

uma maravilha!

“de fato, as lavouras eram a coisa mais lin-

da!” – relembra ele, testemunha da fase áurea da

Londrina de prosperidade. “das fazendas paulistas

vim para o Paraná com minha esposa Francisca.

Plantava milho, arroz, feijão no meio das ruas do

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LPR | 38

cedo, às seis horas, porque eu acordava às cinco.

Fazia o café em casa e depois preparava o café na

empresa. E o Pedro gostava do meu café!

Ele dizia:

- Ô, Seu João, meu café acabou, faz um cafezi-

nho para mim...

E aquele café ele bebia com gosto!”

desse carinho, ainda que a memória falhe,

Seu João nunca vai se esquecer. “Eu sei que passei

muita coisa, fiz muita coisa aqui, agradei muito a

eles... Sei disso porque já chegou um costado de

gente aqui e eles continuam gostando de mim.”

Seu João nunca mais voltou para o Ceará. A es-

posa Francisca faleceu há 15 anos e seus seis filhos

levam cada um a sua própria vida. Embora tenha

trabalhado tantos anos numa empresa que mon-

ta estandes para feiras e eventos, João nunca foi

a uma feira, pois seu serviço era ajudar na fábrica

de Londrina. de forma indireta, no entanto, ele

sempre trabalhou para que cada evento recebesse

direitinho os estandes a serem montados na oca-

sião. É como se ele estivesse lá também. “Sempre

trabalhei aqui dentro ajudando em tudo. Fiz tudo

com muito prazer, nunca falhei. Graças a deus eu

era uma pessoa forte, tinha saúde.”

OS MAiS VELHOS

Como Londrina precisou dessa gente valente, a

LPr teve ao lado esses homens vigorosos que ves-

tiram a camisa para suá-la com prazer. Seu Cido

café. Tinha muita fartura nesse negócio.” Mas com

a geada de 1975, que acabou com o café do Nor-

te do Paraná e o sonho da Capital Londrina, tudo

mudou. “Trabalhei na erradicação do café morto.

Batalhei tanto que nem lembro tudo que fiz”.

Como tantos outros órfãos do café – proprietá-

rios de terra ou trabalhadores braçais - Seu João foi

para a cidade se empenhar na construção civil, como

pedreiro. “E acabei trabalhando na construtora do

Seu Pedro; eles me ampararam muito. Eu trabalhei

lá até de ajudante de caminhão, trazendo cimento,

areia, terra... o que precisasse eu fazia. Fui criando

amizade com as pessoas e permaneci na LPr”.

Às vezes, aquele jovem João cheio de energia

bate à porta do velho João aposentado e, cheio

de saudades, puxa-lhe alguns fatos da memória

que ele nem sempre se lembra de organizar no

dia a dia. Nessa hora, o ex-funcionário da LPr

ganha fôlego e, cheio de vontade, pega o ônibus

e segue para a empresa como fez durante tantas

décadas, agora, apenas percorrendo os depar-

tamentos para manter acesa a chama dos bons

tempos. “Se eu pudesse vir trabalhar um pou-

quinho para ter a preocupação desse serviço,

mas não tem mais jeito...”, resigna-se o cearense

que fez sua vida no Sul e que sabe, na tranqui-

lidade de seu coração laborioso, que a vida é

a roda da transformação. Mas não deixa de so-

nhar como se a memória fosse uma maquininha

de tornar o passado um presente bem gostoso:

“Eu trabalhava aqui o dia inteiro e feliz. Chegava

os primeiros sonhos

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LPR | 39

foi outro que a cidade recebeu como migrante

em busca de trabalho. Ele chegou menino ao

Norte do Paraná, acompanhando a família de Bi-

rigui, no Oeste Paulista, e viu tudo isso se erguer

com tamanha força que sabe ser ele mesmo um

dos milhares de responsáveis por tudo quanto

foi construído na cidade. “Aqui era tudo café e

mato. Londrina não tinha nada, era tudo chão”.

Hoje com dois netos e as filhas criadas e estuda-

das, Seu Cido tem até tempo para lembrar do

trabalho num frigorífico, dos serviços gerais no

Country Club e da lida de pedreiro na Constru-

tora Lopes & Andrade, onde atuou por cinco

anos. “Sempre gostei de trabalhar!”, diz, com

determinação esse “colega” do Pedro Lopes, que

se comunica com um sorriso e uma expressão

de dever cumprido.

Hoje nos cuidados com os tapetes e mate-

riais que está encarregado de limpar tão logo

chegam das feiras, Seu Cido mantém a mesma

responsabilidade dos tempos de menino, quan-

do ajudava a família na lavoura, em Bela Vista do

Paraíso, a 43 km de Londrina. O compromisso

é o mesmo também para Seu João, que não de-

sempenha mais tarefas na empresa. Ainda que

nada faça, já aposentado, não abre mão de sua ida

os primeiros sonhos

à fábrica onde viu sonhos serem construídos. É

uma forma de recarregar seus pulmões saudosos

do ar da LPr que ele respirou por toda a vida.

Seu João, assim como Seu Cido, viu os últimos

25 anos passarem por seus olhos e suas mãos

como um registro de suas próprias histórias. Cio-

so de suas tarefas hoje na empresa – mais leves

que as do passado -, Seu Cido não tem medo de

envelhecer. diz ele sobre seus 70 anos: não são

nada demais, apenas o natural. E acrescenta, sem

desdenhar da longa experiência, que não tem

tempo para ficar velho.

de fato, todos têm uma trajetória importante

dentro do caminho maior trilhado pela LPr. Os

mais antigos, naturalmente, terão sempre mais

histórias para contar. daqui a 25 anos, esse poder

será passado aos mais jovens de hoje. Como Seu

Cido e Seu João, esses “meninos” de hoje serão

os senhores do amanhã, donos de um tempo que

já se foi e que precisará ser relembrado para que,

de fato, possa permanecer para sempre.

É a própria vida fazendo girar a roda da trans-

formação, sem a qual, ninguém nem empresa

alguma poderá seguir evoluindo. Lá na frente,

como os antigos, os jovens de hoje também en-

tenderão o valor dos que fizeram primeiro.

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LPR | 40

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LPR | 41

Capítulo V

LPr nasceu assim, desses muitos

desafios que aconteceram nos pri-

meiros anos da década de 1980.

Nem bem deixava as últimas rea-

lizações na Prefeitura de Londri-

na como secretário de esportes, e

Pedro Lopes já se envolvia em novas invenções.

Lastreado pelas recentes realizações no Londrina

Country Club e na vitoriosa passagem pela Ame-

tur, ele começou a receber convites inusitados.

“As pessoas começaram a me procurar para fazer

festas; pediam que eu ajudasse na promoção de

eventos”.

- Pedro, dá uma força aí. Você entende disso.

“Eu fui dando essa força que pediam, ajudava

aqui, ali... Mas chegou um momento em que pa-

rei e pensei: espera aí, se eu entendo disso mes-

mo, então esse é um trabalho, ora essa. Sou um

especialista”.

E Pedro passou a cobrar pelos serviços que só

ele sabia fazer.

A primeira empreitada foi uma campanha para

vender ações do Londrina Esporte Clube, o time

de futebol da cidade. Pedro aceitou, realizou e,

logo, o segundo evento se apresentou, um con-

vite que o encantou. O amigo Brazílio de Araujo

Neto, então presidente da Sociedade rural do Pa-

raná e companheiro na direção do Country, suge-

ria seu nome para tomar conta da organização da

Exposição Agropecuária e industrial de Londrina.

Pedro estava à frente da Ametur nesse período

mas não recusou estar também na organização da

maior feira agropecuária do Paraná. Tratava-se de

um evento dos mais tradicionais da cidade, um

acontecimento anual que envolvia os setores agrí-

cola, comercial e industrial e que, ano a ano, ia

conquistando público e participantes de diversos

estados brasileiros.

A Exposição de Londrina ainda não havia se

tornado tão profissional quanto nos dias atuais,

quando figura entre as maiores e mais completas

do país. Eram os primeiros passos nesse sentido,

aOs primeiros estandes

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LPR | 42

O primeiro evento

O primeiro evento oficial a ser considerado na agenda histórica da LPR foi a Exposição Agro-

pecuária e Industrial de Londrina. Com a chamada Exposição de Prata da Sociedade Rural do

Paraná, a LPR iniciou suas atividades como empresa promotora de eventos no Norte do Paraná.

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LPR | 43

dados inclusive com a colaboração expressiva do

engenheiro Pedro Lopes. Era mais uma aventura

séria a suscitar o nascimento de uma empresa.

Era o caminho definitivo para a criação da LPr.

“Nessa época, não existíamos ainda como em-

presa constituída, mas isso logo se tornou reali-

dade”, lembra Pedro Lopes. O sucesso da orga-

nização do evento gerou resultados expressivos

que se tornaram frutos sendo colhidos em outras

regiões. Com o know-how da primeira feira, a

Construtora Lopes & Andrade transmutou-se

numa marca de organização de eventos agrope-

cuários por todo o Paraná. LPR – as iniciais do

sobrenome e dos nomes de Pedro e rosana – nas-

ceram para o mundo corporativo também como

logomarca e sinal de respeito no mercado de

eventos paranaense.

“Quando montamos a LPr, ela se tornou como

uma extensão da construtora na parte técnica”,

relembra rosana Andrade. Aliás, a construtora ca-

minhou lado a lado com a promotora de eventos

durante cinco anos, quando então, já dona de si e

líder num mercado que ia se estabelecendo forte,

a LPr passou a caminhar sozinha. Pedro e rosa-

na passaram a se dedicar exclusivamente à em-

presa de eventos, a LPR Publicidade, Promoção

e Montagem, que promoveu e organizou, como

primeiros trabalhos, a Exposição Agropecuária e

industrial de Londrina e a FiC - Feira da indústria

e Comércio, sediada no Londrina Country Club.

Começava um novo tempo para os empresá-

rios londrinenses, que passaram a realizar feiras

em diversos lugares do Paraná. A paixão pelo tra-

balho pegou as estradas rumo a outras regiões do

Estado e a primeira parada foi a cidade de Cianor-

te, 220 km a Noroeste de Londrina, onde aconte-

ceu a segunda feira agropecuária organizada pela

LPr. depois vieram Guarapuava, Maringá, Umu-

arama, Paranavaí, Pato Branco... e, mais adiante,

Assis, Ourinhos e Garça, entre outras cidades do

Estado de São Paulo.

Se era feira agropecuária, lá estava a LPr. “E or-

ganizávamos o evento como um todo”, relembra

rosana, cujo trabalho expressivo na área levou-a

a obter o registro de publicitária. “desde o proje-

to inicial, com definições de espaço, distribuição

de trabalho, segurança, portaria, chegando até a

contratação dos artistas de shows populares da

feira. Tudo era feito pela LPr”.

Sem dúvida, o embrião de formação da LPr

foi a atuação de Lopes naquela 25ª Exposição de

Londrina, em abril de 1985. “O material utilizado

na montagem dessa exposição veio de outra cida-

de, mas foi o suficiente para que em setembro de

1985 Pedro Sperandio Lopes e rosana Andrade

fundassem a LPr, passando a contar com seu pró-

prio material”, relembram os fundadores.

A LPr adquiriu prestígio e ganhou a adesão

de outros parceiros. Primeiro veio o Walter dre-

ves – engenheiro oriundo da construtora; depois,

o ismail Loução, encarregado das vendas de es-

paços para a montagem dos estandes nas feiras

que a LPr organizava. Quando havia três eventos

simultâneos, Pedro, rosana e Walter se dividiam

os primeiros estAndes

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LPR | 44

O primeiro evento multisetorial

A assinatura da LPR seguia, orgulhosamen-

te, no material de divulgação da FIC - a Feira

da Indústria e Comércio de Londrina, o pri-

meiro evento multisetorial da LPR - Publici-

dade, Promoção e Montagem. Os estandes,

nessa época, ainda eram terceirizados. Mas

logo a LPR passaria a montá-los também,

tornando-se expert no assunto.

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LPR | 45

para assumir cada um o seu papel no evento em

nome da empresa. rosana se lembra da rotina de

organização dessas feiras e o quanto palmilhou

as cidades do Paraná para ajudar a colocar de pé

eventos que entraram para a história da empresa.

GANHANdO EXPEriÊNCiA

A década de 1980 estava quase acabando

quando um novo acontecimento se colocou

como uma bússola apontando o poder e a ca-

pacidade dos empresários da LPr. O Brasil co-

memorava os 80 anos da imigração japonesa, e

Londrina, como uma das grandes e principais

colônias japonesas do país, queria fazer bonito,

comemorar a data à altura.

A LPr foi chamada. A experiência da Exposi-

ção Agropecuária fazia escola. Os líderes nikkeys

queriam um grande evento e Pedro Lopes preten-

dia mostrar do que era capaz. resultado: a Expo

imin foi um sucesso absoluto. O evento que co-

memorou os 80 anos de imigração japonesa no

Brasil fez história em Londrina e mudou os ru-

mos da LPr.

Era 1988. Nesse evento da Aliança Brasil-Ja-

pão, organizado e montado pela LPr, a empresa

adquiriu experiência e comprovou sua capacida-

de para a realização de eventos de porte nacio-

nal. Foram mais de 100 estandes montados e uma

estrutura que envolvia uma esmerada decoração

no estilo japonês. Além disso, a estrutura contava

com palco para shows e danças, pavilhão cultural,

histórico, agrícola, locais para a apresentação de

tradições japonesas, como a cerimônia do chá,

entre outras.

O evento alcançou importância nacional e re-

cebeu celebridades como o então Presidente da

república, José Sarney, o Governador do Paraná,

As logomarcas da LPR na década de 1990: dois momentos da imagem corporativa da empresa que também cuidava dos materiais publicitários dos eventos que promovia.

os primeiros estAndes

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LPR | 46

Álvaro dias, o Príncipe Fumihito, do Japão, e sua

comitiva. depois desse evento, com o pedido ante-

cipado dos promotores para que a LPr realizasse a

comemoração dos 90 anos da imigração japonesa,

a empresa entendeu que estava pronta, que pode-

ria, sim, realizar eventos de qualquer porte.

PELA ESTrAdA AFOrA

Naquela época não havia computador, não

havia celular, o laptop era impensável. Era tudo

feito “na unha”, como se dizia. A organização e

a promoção de eventos exigiam, portanto, muito

mais de seus profissionais. rosana Andrade não

se esquece das estratégias e da criatividade neces-

sárias para que tudo acontecesse com a qualidade

imprescindível. “Eu viajava pelas cidades com mi-

nhas caixas de arquivo, cada uma delas contendo

o material referente ao evento de cada local. Eu

praticamente levava o escritório comigo. As caixi-

nhas de arquivo eram o meu laptop. Tinha tudo

lá, tudo guardadinho e organizado”, conta a em-

presária, entre boas lembranças e muita saudade.

Mesmo não estando mais à frente dos negócios da

LPr, rosana trata com o carinho merecido a his-

tória que ajudou a construir. São boas lembran-

ças que lhe valeram experiências impossíveis de

serem dimensionadas por qualquer medida que

não seja o sentimento de construção e idealismo.

É desse Hd afetivo que rosana retira fatos para

reconstituir um pouco desse passado histórico.

Na cidade-sede do evento, a LPr se instalava

no pavilhão onde acontecia a feira, e dali partiam

as ações para aquela cidade. Eram reuniões o

Os estandes de empresas londrinenses rechearam o pavilhão do Londrina Country Club.

FIC - um sucesso no Londrina Country Club

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LPR | 47

dia todo com as pessoas que seriam contratadas,

com as empresas de comunicação e publicidade

- outdoors, jornais, TVs -, pessoal de segurança,

empresa disso, empresa daquilo. do latão de lixo

que ficaria localizado na entrada do evento à vei-

culação dos comerciais nas TVs, passando pelas

exigências e luxos dos cantores e bandas que se

apresentariam na feira, tudo era visto e cuidado

em detalhes pela LPr. rosana gostava desse de-

safio. “Contratávamos os artistas e cuidávamos

de tudo para que sua apresentação acontecesse

conforme o contrato. Toda a agenda artística era

por nossa conta. Se o cantor quisesse comer os-

tra, por exemplo, lá íamos nós atrás das ostras.

Um queria toalha quente, o outro, fria...” Era um

ritual que também precisava ser cumprido, em

detalhes.

Estava aberto o primeiro calendário de feiras multisetoriais promovidas pela LPR no Paraná.

A LPR assina sua primeira feira como promotora

ROSANA ANDRADE. A promoção e or-

ganização dos eventos exigia muito

trabalho e boas estratégias. A logística

incluía até levar o escritório da empre-

sa até onde estavam os eventos. E tudo

funcionava muito bem.

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LPR | 48

O Imin 80

O IMIN 80, A FESTA DA IMIGRAÇÃO JAPONESA NO BRASIL. Com essa importante promo-

ção, realizada em Londrina, os diretores da LPR entenderam que já possuíam capacida-

de para montar eventos em nível nacional. Foi um sucesso!

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LPR | 49

de volta a Londrina, tudo era exposto nas

reuniões com a equipe. Orçamentos, propostas,

lay-outs de material promocional e de estandes...

assim toda a equipe podia acompanhar o que

acontecia sob responsabilidade de cada um. A

LPr criou um esquema próprio de organização

dos eventos e tornou-se referência no interior do

Paraná e Sul de São Paulo. O dono do evento fi-

cava descansado, pois tudo estava por conta dos

profissionais da empresa londrinense.

O pioneirismo e a forma arrojada de atuar

nesse setor abriram caminho a um novo mercado

de feiras nos dois Estados. rosana explica: “Nós

procurávamos os presidentes das feiras agrope-

cuárias, ou mesmo as prefeituras e associações

comerciais que promoviam as feiras, e propúnha-

mos uma nova maneira de realizar eventos, base-

ados em patrocínios, organização profissional e

resultados de bilheteria. Era o que a LPr chamava

de assessoria geral. A feira já começava totalmen-

te paga e o lucro do evento ficava pela bilheteria.

Tivemos muito resultado nessa época. Era um re-

torno muito bom”. Era tudo na ponta do lápis e

detalhado para um controle exímio. A parceria só

funcionava porque havia organização. E era disso

que cuidava a LPr.

Quando a empresa passou a montar seus pró-

prios estandes, já no final da década de 1980, a

lista de obrigações de cada responsável tornou-se

ainda maior. Quem partisse para cuidar do evento

em cada cidade tornava-se, também um “diretor

de montagem”, cargo que hoje tem encarregados

específicos na LPr, chamados de supervisores de

montagem. Mas nos primeiros tempos, eram os

próprios donos da LPr que cuidavam disso. “Che-

gávamos à cidade e alojávamos os montadores; dis-

tribuíamos os materiais e as pessoas por pavilhões.

demarcávamos tudo”, relembram rosana e Pedro.

E assim como não existiam computadores

para auxiliar na organização e criação dos proje-

tos, também não haviam sido inventados os mate-

riais mais tecnológicos que hoje integram a mon-

tagem de estandes, facilitando completamente

a vida das empresas do setor. No lugar do atual

octanorm - perfis com estrutura de alumínio - es-

tavam as paredes e divisórias de madeira.

O serviço exigia muito mais de todo mundo,

pois havia etapas que não podiam ser prepara-

das na fábrica em Londrina antes de partir para

os eventos. A divisória, por exemplo, precisava

ser pintada de branco para tampar as inscrições

e marcas do evento anterior, e esse trabalho só

podia ser feito no pavilhão da própria feira para

evitar que as paredes sujassem durante a viagem.

As marcas anteriores eram tampadas com massa

corrida antes da pintura e, uma vez prontas, as

placas recebiam as testeiras, que ficavam no alto e

onde seriam pintadas as logomarcas ou os nomes

das empresas expositoras.

Na década de 1990, novas tecnologias permiti-

ram mais recursos para a área gráfica e de design,

o que tornou mais ágil essa última etapa da mon-

tagem. Mesmo assim, ainda eram necessários vá-

rios cuidados com o material, recorda-se Teodoro

os primeiros estAndes

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O SETOR AGROPECUÁRIO. As feiras agropecuárias frequentaram o calendário da LPR durante 13 anos. Do Paraná a São Paulo, a organização da empresa ficou conhecida por sua qualidade, profissionalismo e resultados.

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O SETOR AGROPECUÁRIO. As feiras agropecuárias frequentaram o calendário da LPR durante 13 anos. Do Paraná a São Paulo, a organização da empresa ficou conhecida por sua qualidade, profissionalismo e resultados.

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Os estandes externos criados e montados pela LPR eram atração nas feiras agropecuárias. Empresas como a Londriquímica...

Os estandes nas feiras agropecuárias

Aparecido Haura, funcionário do almoxarifado

que acompanhou as mudanças nos últimos 14

anos. “Quando já fazíamos as pinturas em madei-

ra feitas na própria fábrica, às vezes passávamos a

noite toda pintando. As placas precisavam secar,

então, as espalhávamos ao longo do barracão e,

no dia seguinte, íamos juntando todas elas para

embalar e mandar para a feira”, conta Teodoro.

A logística era completamente diferente dos

dias atuais. Em vez de organizadas montagens

com materiais separados por estande, o cami-

nhão chegava ao evento repleto de caibros, sar-

rafos e outros materiais para fazer as paredes e o

piso todo em madeira. Era preciso contar não só

com a mão-de-obra especializada e todo o know-

-how da empresa mas também com a ajuda de

todos os santos. isso porque, se chovesse ou es-

tivesse um tempo úmido, pintar as divisórias era

um trabalho ingrato. rosana se lembra de uma

feira em Guarapuava, no extremo sul do Paraná,

cujo clima frio e úmido impedia que a massa e

a tinta secassem. “Passávamos a massa e ela es-

corria, tornávamos a passar e ela escorria... Era

um grande estresse... mas tudo sempre acabava

acontecendo, de uma forma ou de outra.”

Eram as aventuras do período, muitas das

quais ajudaram a empresa a entender onde me-

lhorar, como aperfeiçoar, quando crescer. Foi na

montagem de estandes que a LPr também ga-

nhou fatias maiores no mercado, principalmente

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LPR | 53

... o Banestado, a Tam e o Banco do Brasil tinham o acompanhamento exclusivo da LPR como montadora em todos os eventos nacionais de que participavam

O know-how dos estandes externos da época

nos primeiros tempos das feiras agropecuárias.

A empresa ocupou espaço considerável no se-

tor graças ao ineditismo e à ousadia. “Ficamos mui-

to conhecidos porque as feiras agropecuárias ainda

não ofereciam esse serviço de montagem de estan-

de. Cada empresa que participava desses eventos,

expondo seus produtos, montava sua própria bar-

raca, punha sua mesinha e vendia suas coisinhas.

Nós ajudamos a profissionalizar o setor”, aponta

rosana Andrade, fiel à trajetória da empresa.

Assim, organizar a feira e também poder mon-

tar os estandes foi uma tacada de mestre. A LPr

acertou em cheio. Mais uma vez, a oportunida-

de bateu às portas da empresa e a invenção do

desafio se fez. “Pensei: sou engenheiro, então

combina com o nosso negócio a ideia de mon-

tar os estandes”. Pedro Lopes tinha razão. “Com

cinco anos de trabalho, agregando a montagem

à organização, ficamos imbatíveis porque além

de comercializar a área de exposição, vendíamos

também o estande”.

Esse foi um momento de investimento para

a empresa, que adquiriu material próprio para

montagem, comprou caminhões e consolidou-

-se no setor agropecuário, sendo responsável

pelas mais importantes feiras do Paraná, como

as de Londrina, Maringá, Cascavel e Umuarama.

Vieram feiras do vestuário, como a Expovest, de

Cianorte; feiras de informática, como a infotech;

culturais e gastronômicas, como a Festa da Uva

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LPR | 54

INSTALADA EM BAIRRO INDUSTRIAL com lo-

gística estratégica, a nova matriz da LPR em

Londrina foi inaugurada em 1995, ganhando

mais espaço e incorporando novos processos

a sua rotina fabril e de montagem.

a matriz

de Caxias do Sul; e multisetoriais, como a Feira

internacional industrial do Norte do Paraná - a

Londrina sem fronteiras.

Com o tempo, no entanto, a prática de orga-

nizar o evento e montar os estandes das feiras

apresentou um novo conflito e a mesma ideia

de unir as duas atividades também demonstrou

um caminho controverso. Pedro Lopes relembra:

“Eu, como organizador, muitas vezes precisava

dizer não, para que pudéssemos seguir o padrão

proposto pela nossa própria organização; no en-

tanto, como vendedor de estande, eu precisava

dizer sim para promover a comercialização dos

espaços”. Ou seja, a LPr passou a caminhar numa

estrada com mão dupla onde a regra determinava

uma contramão.

dessa forma, um novo caminho se abriu, natu-

ralmente. “Ficamos só com o setor de montagem.

Foi quando o primeiro parceiro saiu, o ismail. Ele

vendia áreas e, como não fazíamos mais a venda de

os primeiros estAndes

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LPR | 55

espaços nos eventos, ele seguiu seu próprio cami-

nho. Ficamos só com a montadora. Era o início da

década de 1990. E na realidade vi que esse era o

nosso negócio: organizar e montar estande.”

razão de seu início e motivo de sua evolução

no mundo dos eventos, as feiras agropecuárias fre-

quentaram o calendário da LPr durante 13 anos.

de 1985 a 1998 a empresa londrinense projetou,

organizou e comandou dezenas de feiras do se-

tor pelo Paraná e Sul de São Paulo. Mas, como os

novos tempos assinalaram a opção exclusiva pela

montagem de estandes, assim também chegou a

hora de dedicar-se a outros mercados, ampliando a

agenda e marcando pontos em regiões fundamen-

tais, como a capital São Paulo, por exemplo.

dona de uma agenda multisetorial já considerá-

vel, a LPr passou a vislumbrar o mercado nacional

com mais determinação. O foco eram os eixos de

maior fluxo econômico, grandes centros polarizado-

res de feiras de negócios, como a capital paulista,

e também regiões-sede de produção segmentada,

como o rio Grande do Sul, onde se concentravam

os pólos moveleiro e vinícola, entre outros.

A empresa queria voar mais alto e os primei-

ros testes foram feitos em São Paulo, a partir de

1994. Na região metropolitana da capital paulista

foi montado o primeiro escritório fora de Londri-

na, o que ajudou a ampliar os horizontes da LPr

não só na direção de grandes centros como tam-

bém vislumbrando o mercado externo.

No ano seguinte, foi a vez de Canoas, região

metropolitana de Porto Alegre, receber a segun-

da filial da LPr. Nesse mesmo ano, em agosto de

1995, a matriz em Londrina ganhava novo espa-

ço para o tamanho que a empresa ia adquirindo.

Mudou-se então da Av. Tiradentes para o Bairro

industrial Cacique. Embora mais distante do cen-

tro da cidade, a nova área apresentava liberdade

para crescer espacialmente e uma logística mais

aperfeiçoada, com acesso aos principais pontos

de entrada e saída da cidade. A LPr mudou-se,

então, para a Av. dr. Francisco Xavier Toda, 525,

onde está até hoje.

Estavam lançadas as bases para os voos mais

altos. Para seguir à risca o que mandava o dNA da

empresa, a LPr não podia deixar de inventar no-

vos desafios. E eles chegariam tão logo o próximo

passo fosse dado.

os primeiros estAndes

Page 58: clique aqui para baixar o livro em pdf

Capítulo VI

uitos passos fo-

ram dados e tantos

bons desafios foram

vencidos, tendo o

talento como uma

das principais ferra-

mentas da equipe LPr. Um bom exemplo está no

traço dos que ajudaram a desenvolver o setor de

imagens e de logotipia, que impulsionou a LPr

no momento em que foi exigido da empresa su-

prir mercados mais profissionais. de uma forma

figurativa, a LPr sempre contou com muitos e

bons artistas em sua trajetória, alguns da área de

organização, outros da área de vendas, muitos da

área de montagem, outros tantos da criação de

projetos.

Especificamente no design merece destaque

o artista gráfico Wanderley Cerci, outro gran-

de companheiro de primeira hora da LPr e que

ajudou a escrever a história da empresa com seu

traço criativo e seu talento inato. Mais conheci-

do como Mudinho, por causa de sua deficiência

fono-auditiva, Wanderley é protagonista de uma

boa parte da saga gráfica da empresa, tendo co-

meçado num tempo em que o computador se-

quer imaginava existir. Tudo era feito à mão, de

forma artesanal.

Com pelo menos 23 anos dedicados à LPr, o

artista gráfico que começou a desenhar profissio-

nalmente ainda jovem, atravessou muitos anos

descrevendo em traços a evolução de uma arte

que ganhou novos contornos a partir da década

de 1990. Nesse período, seu talento com o lápis

mOs que vieram primeiro

LPR | 56

Page 59: clique aqui para baixar o livro em pdf

e o pincel recebeu o apoio da tecnologia, tão logo a informática aterrissou na empresa. Mas uma

outra revolução não menos importante já havia sido empreendida anos antes, quando Wanderley

rascunhou as primeiras letras e imagens para o empresário Pedro Lopes em suas pioneiras incur-

sões no mundo empresarial.

A sintonia entre os dois logo se fez. Pedro não se esquece de que nos primeiros anos de

convivência foi essa sintonia que selou a boa parceria que criaram no cotidiano da empresa.

“Nós nos entendíamos muito bem, independente do tipo de linguagem que cada um

utilizava para se comunicar”, revela Pedro Lopes.

Wanderley, por sua vez, confirma que a conexão de ideias foi harmoniosa desde o

início, o que permitiu um diálogo tranquilo na convivência profissional. “Sempre

gostei muito do Pedro e sempre me dei muito bem com ele”, conta o artista,

tendo o filho Fabiano como intérprete. Esse clima de camaradagem colabo-

rou muito para que o trabalho fosse realizado sempre de maneira serena,

sem qualquer sobressalto ou preconceito. “Meu pai sempre foi muito

bem recebido na LPr e valorizado pelo seu trabalho”, reconhece Fa-

biano, que junto ao irmão Paulo tornou-se parceiro do pai no trabalho

prestado à empresa.

A boa conversa e o jeito descontraído do empresário Pedro Lopes

tratar a todos sem distinção jamais deixaram dúvidas sobre o talento e a

capacidade de Wanderley. O bom humor de Pedro estava sempre presente

mantendo o equilíbrio, inclusive quando a situação podia parecer inusitada

ou prestes a sair do controle. Era o caso de momentos de aparente tensão que

acabavam se tornando boas anedotas contadas depois entre os funcionários

da empresa. Alguns desses momentos aconteceram durante eventos fora

de Londrina, no tempo em que o desenhista ainda precisava subir em

escadas para pintar as testeiras dos estandes, desenhando ali as logo-

marcas e pincelando as cores necessárias para definir as marcas de

cada empresa. Com o estande já pronto, essa era a última fase da

montagem, trabalho que só mesmo o desenhista poderia fazer.

Era uma tarefa totalmente artesanal e muitas vezes deman-

dava um bom tempo para ser realizada, dependendo da

complexidade da imagem. Mas isso não era problema

na p

onta

dos

ded

os

LPR | 57

Page 60: clique aqui para baixar o livro em pdf

LPR | 58

te gritava lá de baixo ser outro.

Pedro Lopes viu isso acontecer uma vez e ou-

viu muita reclamação por conta disso:

- Olha, aquele seu pintor é um grosso, sem

educação, a gente fala com ele e ele nem respon-

de, nem sequer olha para trás!...

Pedro Lopes então explicava, calmo como

nunca.

- Sabe o que é? Ele não escuta.

- Nossa! - desculpava-se a pessoa.

- Eu não sabia!.

E seguia-se uma ladainha de “puxa, não foi

por mal”, contornada por uma sequência de “não

tem problema, fique tranquilo”, conduzida por

Pedro Lopes.

os que vierAm primeiro

Com tudo feito à mão, eram o pincel e o talento as “tec-nologias” de Wanderley, nos idos de 1980 e 1990.

Os traços do passado

para o paciencioso domador das letras e tintas.

Era nesse clima de concentração do artista

que o cliente chegava e notava, por exemplo, al-

guma diferença na cor da marca sendo pintada.

Olhava para o alto e reclamava:

- Ei, rapaz! Essa letra aí está errada. Não é as-

sim a marca.

Em cima da escada, de costas, nada do Wan-

derley responder. Ele continuava em seu paciente

e silencioso trabalho lá no alto.

- Ei, amigo. Estou falando com você. Essa mar-

ca não está certa - repetia o cliente, já num tom

acima, irritando-se.

Nada do desenhista se abalar. Silenciosamen-

te, prosseguia pintando o tom da cor que o clien-

Page 61: clique aqui para baixar o livro em pdf

LPR | 59

Competente, claro, Wanderley fez uma cópia

perfeita.

Quando Pedro foi chamado pelo dono da clínica

para ver a arte que o desenhista havia feito, achou

que fosse receber um elogio, mas ficou perplexo:

de fato, o artista havia sido completamente fiel ao

modelo. Na parede da clínica, desenhada com per-

feição, lá estava a mulher com o seio à mostra e, bem

ao lado, todas as voltas do espiral que o xerox exibia,

de fora a fora, na página do livro. E tudo no formato

gigante da parede da clínica, bem na fachada. “Ele

desenhou tudo, inclusive o sombreado das marcas

do espiral”, conta o filho Fabiano, confirmando o

que Pedro Lopes já havia se fartado de relatar, aos

risos, pelos corredores da empresa.

Wanderley também ri, bem humorado. Nunca

teve qualquer problema para enfrentar as limita-

ções que a vida lhe impôs. Assim como os colegas

mais antigos - o Cido e o João - Wanderley gosta

de se lembrar de passagens na empresa que para

ele representam sua própria história de vida.

Natural de Porecatu, a 83 km de Londrina,

Wanderley começou sua carreira de desenhista na

capital Curitiba, onde também se casou e consti-

tuiu família. Mas foi no Norte do Paraná que seus

desenhos ampliaram os horizontes das empresas

em que trabalhou. “descoberto” pelo empresário

Pedro Lopes quando trabalhava numa agência de

out-doors em Londrina, logo Wanderley passou a

integrar a equipe LPr, levando seu talento para

as placas, imagens e sinalizações dos eventos pro-

movidos e montados pela empresa.

os que vierAm primeiro

Se havia alguém da LPr por perto, logo o

cliente ficava sabendo que não adiantava nada

reclamar daquela forma com o desenhista. Quase

sempre, a cena era digna de risadas contidas... de-

pois é que todos comentavam à larga, sem travas.

Essa “saia justa” tornou-se folclore e história na

empresa, como tantas outras que o livro da LPr

tem a missão de registrar.

Outro fato que entrou para o anedotário da

LPr ocorreu bem no início da empresa, quando

Pedro Lopes indicou Wanderley para um serviço

“extra”. Um amigo precisava de um desenhista

para pintar a fachada de uma clínica médica - era

ginecologista - e pediu ajuda ao Pedro. Ele in-

dicou o Wanderley e, como sempre fazia nessas

ocasiões, entregou-lhe a imagem na qual deveria

se basear. Era assim que normalmente acontecia.

Pedro entregava ao Wanderley um modelo para

ser reproduzido.

- Olha, esse é um cartão do Fulano de quem

lhe falei. Essa imagem com a marca tem que ser

colocada na placa nessa posição, na parede assim,

assim e assim... demonstrava.

Minucioso e preciso como era, Wanderley

sempre reproduzia fielmente tudo que estava no

impresso. No caso da clínica, tratava-se de uma

imagem de uma mulher com um seio à mostra,

desenhada num livro encadernado no formato

espiral. Para facilitar, Pedro tirou um xerox do li-

vro e entregou o modelo ao Wanderley e, como

de praxe, frisou que precisava ser tal e qual estava

no impresso.

Page 62: clique aqui para baixar o livro em pdf

os que vierAm primeiro

Os tempos mudaram, exigindo

agilidade. “Antigamente você che-

gava nas feiras com uma semana

de antecedência. Seu cliente che-

gava faltando quatro dias para a

abertura da feira; ia acompanhar a

montagem do estande, junto com

você, e ficava lá até o final do even-

to. Hoje, tudo está tão rápido e as

pessoas estão tão ocupadas que

não há mais esse acompanhamen-

to; o cliente chega exatamente no

dia do evento e o estande já está

pronto”, compara o filho Fabiano.

Tanto tempo se passou e Wan-

derley continua desenhando sua

história com a mesma precisão,

mas sem pressa de analisar os

fatos. Ele se diz feliz com essas

mudanças porque foram elas que

lhe exigiram melhorar a técnica e

atender mais clientes, além de po-

der ter sua própria empresa, acom-

panhar os filhos e suas máquinas,

manter com a família o mesmo

carinho. Como Seu Cido, Wander-

ley sente-se um jovem aos 73 anos,

acompanhando o melhor que a

vida lhe oferece.

desses pitorescos episódios

vêm as boas lembranças e toda a

experiência que somente o tempo

pode oferecer, com sua generosi-

dade e sabedoria. “Hoje está tudo

mais fácil e rápido em relação ao

que fazíamos naquele tempo”,

recorda-se Wanderley. “Antes de-

morava uma hora para fazer uma

plaquinha. Muitas vezes, era preci-

so esperar um tempão para que ela

secasse para só então passar uma

segunda mão, quando não pegava

bem a primeira”.

A tecnologia, naquele tempo,

era o próprio talento do profissio-

nal. Era preciso contar muito com

a criatividade nas ocasiões em que

os desafios despontavam. Wander-

ley se virava: com um equipamen-

to de luz projetava a imagem na

parede, bem grande, para ver os

detalhes com precisão. Era seu mo-

delo. Muita coisa também era feita

na guilhotina, como as chamadas

letras-molde, feitas em adesivo.

Eram produzidas uma a uma, ma-

nualmente. “Hoje, isso é história”,

conceitua Wanderley.

LPR | 60

Page 63: clique aqui para baixar o livro em pdf

LPR | 61

os que vierAm primeiro

O TALENTO. Tudo era feito artesanalmente nos primeiros anos da

empresa, tendo o talento de Wanderley como mola-mestra.

Page 64: clique aqui para baixar o livro em pdf

LPR | 62

Capítulo VII

ntre feiras agropecuárias e mul-

tisetoriais e um conhecimento

profundo da organização de

eventos, a década de 1990 ha-

via passado com muito apren-

dizado para a equipe da LPr.

Se a década anterior havia sido de muito trabalho

no lançamento do alicerce, nos dez anos seguin-

tes o investimento haveria de ser na ampliação

do que havia sido criado. A LPr corria para tornar

realidade o sonho de ser uma das maiores monta-

doras do país. “Queríamos ampliar nossa área de

atuação, trabalhando em diversas frentes”, pon-

tua Pedro Lopes.

O fato de a LPr ter se especializado na organi-

zação dos eventos durante muitos anos concedia-

-lhe, por assim dizer, um passaporte diplomático

no mercado de montagem, afinal, o know-how

adquirido como promotora tornava a equipe ex-

pert no “produto feira” como um todo. “Quan-

do passamos exclusivamente para a montagem,

tínhamos algo a mais: conhecíamos cada passo

de um evento, sabíamos onde estávamos pisan-

do, portanto, tínhamos segurança para oferecer

eA tecnologia da transformação

Page 65: clique aqui para baixar o livro em pdf

LPR | 63FUNCIONÁRIOS DA LPR durante uma confraternização promovida pela empresa, na década de 1990.

Maior e mais exigente, a LPR dos anos 1990 precisava imprimir agilidade e profissionalismo para competir no grande mercado brasileiro. Para isso, contava com a força de sua equipe, num clima de união sempre presente.

Sentimento de equipe

Page 66: clique aqui para baixar o livro em pdf

LPR | 64

ao cliente muito mais do que um estande bem

montado. Podíamos oferecer um produto com

soluções”, avalia Pedro Lopes.

A empresa, enfim, partia para uma segunda

etapa em sua jornada iniciada no calor dos agita-

dos anos 1980. Na década de 1990, o Brasil vivia

a euforia de novidades introduzidas no país pela

abertura ao produto estrangeiro, em contraponto

à reserva de mercado que pontuou os anos ante-

riores, uma política obtusa do Governo Sarney.

Quando as portas ao mercado externo se abri-

ram, exibíamos uma cara de espanto pelos nos-

sos acanhados computadores “feitos em casa”.

Encantados com as maravilhas que podiam ter

nas mãos, por conta da importação, os brasileiros

também passaram a entender do que eram capa-

zes. Havia um grau maior de comparação entre o

que se produzia aqui e o resto do mundo. O país

podia olhar “para fora” abertamente, buscando

saídas para o produto tecnológico obsoleto que

tinha nas mãos.

E mesmo que tenhamos sofrido com o desas-

troso governo de Fernando Collor de Mello, o

primeiro presidente civil eleito pelo voto direto

depois de anos de militarismo no poder, ainda

assim estávamos felizes com o que podíamos con-

quistar tendo a liberdade nas mãos. A memória

recente de um tempo de barbaridades ainda pai-

rava nos corações de muitos e até isso foi usado

como álibi silencioso para a política econômica

desastrosa de Collor, que sequestrou a poupança

da classe média brasileira de maneira absurda.

A redenção veio em 1994, com o Plano real,

administrado pelo Governo itamar Franco, sob

a condução do então ministro da Fazenda, Fer-

nando Henrique Cardoso. Já no poder pelo voto

direto, em 1995 FHC – como ficou conhecido

– acabou com a inflação, extinguindo a cultura

da desvalorização do dinheiro com consequente

poder à produção, ao trabalho e ao investimento.

Tudo isso refletiu nas empresas, deu realidade

e consistência aos ganhos empresariais. Aparen-

temente parecíamos ganhar menos – ao contrá-

rio dos tempos de inflação galopante – mas tínha-

mos dinheiro de verdade, valorizado. Criávamos,

enfim, uma nova geração de pessoas nascidas

sem conhecer o desespero de estocar produtos

para garantir preço menor nem ter que passar

orçamento de serviços com prazo de validade de

apenas algumas horas. Nasciam novos tempos,

com ações mais ágeis e uma vontade de acertar.

Nas empresas em Londrina, cidade jovem e com

a primeira geração ainda viva e atuante, os anos

1990 viam os “filhos da cidade” assumirem cargos

e pensar a gestão com um jeito diferente. Nas com-

panhias nascidas há pouco mais de 10 anos havia

sangue novo pondo referências mais ousadas na ad-

ministração. Pais e filhos começavam a trocar ideias,

a debater as diferenças. Muitas empresas, todavia,

não resistiram a esse embate, à passagem do bastão

no comando. Na cidade – e até mesmo no Estado

do Paraná e no país – algumas companhias tradicio-

nais não resistiram às trocas de comando. Outras,

não sobreviveram à mudança dos tempos.

A tecnologiA dA trAnsformAção

Page 67: clique aqui para baixar o livro em pdf

LPR | 65

Em Londrina, a vocação para a prestação de

serviços continuava firme, apontando para seto-

res “limpos” de uma indústria que não precisava

poluir para gerar empregos e divisas para a ci-

dade. A informática dava passos largos no setor

de software e o conhecimento em suas diversas

áreas ia ganhando poder e exportando produtos.

Falava-se muito na “produção de eventos”, mas

ainda pouco se fazia profissionalmente para que

essa economia se tornasse importante para mo-

ver a cidade.

Enquanto isso, os políticos demagogos, visí-

veis somente em época de eleições, continuavam

pregando a velha ladainha de que era preciso

“atrair mais indústrias para Londrina” e, por in-

dústrias, entendia-se as fábricas no velho esti-

Esse era o recado dos diretores da LPR para aqueles tempos de mudan-

ças. A missão era ganhar jogando com força, inteligência e entusiasmo.

Competir com entusiasmo

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LPR | 66

lo “revolução industrial”, com suas chaminés e

toda a poluição que no passado representava o

progresso. Sem os políticos - e apesar deles -, a

cidade continuava sua trajetória, baseando-se na

agroindústria valente, num comércio em busca

de alternativas, erguendo um setor de saúde or-

ganizado, uma medicina de ponta em várias espe-

cialidades e um espaço educacional e de cultura

destacado para o porte de “cidade média” que

Londrina ostentava. A cidade se sobressaía com a

pesquisa, levada ao Brasil e ao mundo com o selo

da Embrapa Soja - com sede no município - e os

eventos culturais, com destaque para o Festival

internacional de Teatro e o Festival de Música, um

dos mais tradicionais do país.

No início da década a inauguração do hori-

zontal Catuaí Shopping Center mudou os rumos

do consumo e da geografia da cidade. Transfor-

mou absolutamente a Zona Sul, levando para

essa região um boom imobiliário que até o final

da década de 2000 ainda prosseguia, com cada

A informatização da em-presa tornou-se ferramenta imprescindível em todos os departamentos, da admi-nistração à logística.

A tecnologia

A tecnologiA dA trAnsformAção

Page 69: clique aqui para baixar o livro em pdf

LPR | 67

vez mais investimentos em residências, condomí-

nios verticais e horizontais, comércio e negócios

diferenciados e focados na qualidade de vida.

Nunca mais Londrina foi a mesma.

Ágil e em busca do tempo perdido, os anos

1990 deram celeridade à produção londrinense,

como bem demonstra a história da LPr. Ela é um

exemplo de como Londrina podia, sim, investir

no terceiro setor, ganhar com isso e ainda expor-

tar conhecimento e produtos de alta performan-

ce, como já acontecia em áreas da informática e

da pesquisa. Seguindo em frente e conquistando

cada dia mais clientes fora do Paraná, a LPr man-

tinha sua matriz na cidade, de onde partiam os

Da velha máquina de escrever, passando pelos rústicos computadores dos anos 1980 e chegando às “modernas” máquinas dos anos 1990, a LPR acompanhou a evolução das comunicações.

A evolução

Page 70: clique aqui para baixar o livro em pdf

LPR | 68

estandes que iam ganhando espaço em feiras e

eventos nas capitais e pelo Brasil afora, mostran-

do para que serve afinal um desafio.

Foi com esse espírito de conquista que rafael

Andrade Lopes assumiu suas primeiras funções na

LPr, em 1991. Filho dos fundadores da empresa,

Pedro e rosana, o jovem de apenas 17 anos iniciou

sua vida empresarial procurando entender como a

empresa funcionava e, por isso, escolheu começar

pelo almoxarifado, onde buscou organizar o setor.

Aos poucos, passou por vários outros departamen-

tos, recolhendo informações para galgar, aos pou-

cos, os degraus da experiência.

Com ele, a empresa entrou definitivamente na

era da informação via tecnologia da informática,

uma ferramenta da qual nenhuma empresa mais

podia prescindir já naqueles anos. rafael pesqui-

sou, acreditou e instigou um novo conceito de

comunicação interna utilizando a informática

como ferramenta-mestra. O sistema de produção

de projetos implantado sob sua coordenação so-

mou pontos fundamentais tão logo implantado.

Com isso, a empresa ficou mais ágil nos proces-

sos e mais atenta à qualidade.

Passar pelos diversos departamentos da em-

presa – a começar pelo vital almoxarifado – deu-

-lhe a base e também o olhar panorâmico sobre

a organização e os métodos a serem implantados

para que a LPr avançasse sem modéstias no mer-

cado que buscava. Esse processo também foi fun-

damental para interligar as filiais – que em 1994

chegava a São Paulo, em 1995, ao rio Grande do

Sul e, finalmente, em 2007, ao rio de Janeiro.

instalar-se na capital fluminense foi estratégico na

A tecnologiA dA trAnsformAção

DA PRANCHETA PARA O COMPUTADOR. O setor de projetos ganhou agilidade e maiores possibilidades para a criação de estandes.

Page 71: clique aqui para baixar o livro em pdf

LPR | 69

conquista de importantes eventos internacionais e na criação

de outras frentes de trabalho para a evolução da empresa.

Enfim, na década de 1990, a expansão da empresa entrou

numa segunda grande etapa. impulsionada pelas novas ideias

dos fundadores de dedicar-se exclusivamente à montagem

e conquistar os grandes mercados de feiras, a LPr buscou e

conquistou novo perfil. Quem começou a trabalhar ali nessa

época se lembra bem do clima de convocação para crescer. “A

partir desse período, muita coisa mudou aqui dentro”, confir-

ma o diretor de logística Valdemir Alves da Silva. Na empresa

desde 1994, ele se orgulha do trabalho que tem podido re-

alizar desde então junto à equipe do setor que ele também

ajudou a estruturar. Valdemir começou como encarregado

do almoxarifado e acompanhou os grandes saltos que a LPr

deu rumo à expansão tão sonhada por seus diretores. Hoje, a

comparação é inevitável. “Quando entrei, o departamento era

pequenininho. Éramos três funcio-

nários aqui dentro, num setor que

representava 5% do que é hoje”.

A evolução é nítida em todos os

sentidos. “Tínhamos dois compu-

tadores, e com aquela tela azul”,

recorda-se Mara Pisconti, que en-

trou na empresa em 1995, viveu

diversas etapas na organização e

hoje comanda o trabalho inédito

de controladoria no setor financei-

ro da empresa. “Nós disputávamos

aquele computador que era, assim,

como um padre ali parado, espe-

rando para que fôssemos confessar

com ele”. Hoje parece muito engra-

çado, mas a cerimônia que se criava

em torno daquela máquina era coisa

muito séria. Ninguém podia ir che-

gando e utilizando, como se fosse

dele. Havia um certo protocolo que

ninguém deixava de respeitar.

- E aí, você vai usar o computador

agora? – perguntava um.

- Não, pode usar – respondia o

outro.

Esse “dá licença” era muito co-

mum pois, ao contrário dos dias

atuais, ninguém tinha seu próprio

computador na mesa. Tinha mesmo

é que pedir bênção ao “grande sa-

cerdote”.

A tecnologiA dA trAnsformAção

VALDEMIR, O DIRETOR DE LOGÍSTICA diz que quando começou na empresa o departamento representava 5% do que ostenta nos prósperos dias de hoje.

Page 72: clique aqui para baixar o livro em pdf

LPR | 70

A internet, por sua vez, chegou timidamente

quase no final da década e, assim mesmo, aquela

“banda fina”, discada, através da linha telefônica.

Na empresa, era outra cerimônia para utilizar a tal

revolução. Ela também funcionava plugada num

único computador disponível que ficava instalado

numa sala exclusiva, onde os funcionários iam pe-

dir licença para utilizar. “Quando estávamos espe-

rando alguma informação que vinha pela internet,

era preciso ir a toda hora na sala para ver se a tal

mensagem já havia chegado”, recorda-se Vincenzo

Tadeu Eterno, gestor da área de comunicação vi-

sual da LPr. Vincenzo é outra testemunha ocular

dessa história; sua área, como nenhuma outra, al-

çou voos gigantescos desde que ele chegou à LPr

em 1993.

E o medo de usar aquela máquina e cometer

um erro desastroso, pondo tudo a perder no ema-

ranhado de teclas, letras e números que passavam

pela tela? Afinal, até então, a única referência de

“tecnologia” que as empresas haviam experimen-

tado na comunicação era a máquina de escrever e,

num grau ainda mais evoluído, o fax, maravilha do

intercâmbio empresarial que fez sucesso a partir

da década de 1980 e que também revolucionou o

conceito de informação corporativa. Parecia mági-

ca poder enviar um documento para outra empre-

sa numa cidade distante apenas com uma ligação

telefônica, um toque na máquina do fax emissor

e outro no fax receptor. Com a chegada do fax ao

Brasil, o mundo nunca pareceu tão ao alcance de

todos, portanto, menor do que nunca.

Da primeira tímida plotter, na dé-

cada de 1990, às impressoras de

grande formato e qualidade foto-

gráfica (fotos ao lado), a evolução

nunca mais parou.

A revolução digital

A tecnologiA dA trAnsformAção

Page 73: clique aqui para baixar o livro em pdf

LPR | 71

A tecnologiA dA trAnsformAção

As grandes imagensCom a evolução da tecnolo-

gia, o setor gráfico da LPR

passou a oferecer qualidade

de imagem digital e solu-

ções estéticas mais apro-

priadas para os clientes de

importantes feiras nacionais

e internacionais.

Como muitos dos membros da equipe, Vin-

cenzo também foi convocado a assumir um de-

safio na empresa, mas jamais imaginara que esse

desafio fosse permanecer constante, convocan-

do-o diariamente a se reinventar em seu trabalho.

Convidado pelo colega de faculdade rafael An-

drade Lopes, Vincenzo foi conhecer uma máqui-

na que a empresa havia adquirido e que ninguém

sabia como operar. Embora tivesse estudado ad-

ministração, como rafael, Vincenzo era um

curioso que “trabalhava com computador”

no iapar – o instituto Agronômico do Pa-

raná -, onde estagiava. E foi munido de sua

curiosidade que o rapaz apareceu um dia

na empresa do colega e conheceu a tal má-

quina. Era uma plotter - impressora de grandes

formatos - que a LPr havia adquirido para produ-

zir adesivos de identificação para os estandes que

montava. Tratava-se de uma tecnologia desconhe-

cida por todos ali, mas havia uma promessa de

que, uma vez funcionando, ela poderia permitir

avanços no setor em que tudo era feito à mão.

distante das máquinas atuais - que não só produ-

zem letras como imprimem imagens gigantescas

Page 74: clique aqui para baixar o livro em pdf

LPR | 72

O diretor de logística, Valdemir Alves da

Silva, falando à equipe, nos anos 1990.

Era uma época de muitas mudanças na

empresa e a sintonia entre a equipe era

um objetivo almejado pelos diretores da

LPR. As dinâmicas de grupo eram ativi-

dades que faziam parte desse processo.

Nas confraternizações, o espírito de equi-

pe marcava presença, demonstrando que

a união precisava ser constante para que a

corporação levasse seus sonhos à realidade.

Preparando o crescimento

A tecnologiA dA trAnsformAção

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LPR | 73

A tecnologiA dA trAnsformAção

com qualidade e definição impecáveis -, a plotter

daquela época fazia apenas o recorte das letras.

Seria um avanço surpreendente, mas ninguém

sequer imaginava como fazer funcionar aquele bi-

cho-de-sete-cabecas. “Atendi o convite do rafael e

comecei a mexer na máquina. Fui me adaptando

e consegui fazer funcionar”, relembra Vincenzo,

à época acostumado a utilizar o Wordstar – pro-

grama de texto muito rústico cuja tela era aquela

azul à qual alguns poucos “iluminados” tinham

acesso na empresa. Assim, de tanto que “fuçou”,

Vincenzo acabou entendendo mesmo “de com-

putador”. A cartilha da área administrativa que

ele deveria seguir, por causa do curso que fez, foi

ficando de lado pois o estudo da tal máquina ha-

via apaixonado de vez o rapaz, capturando-o defi-

nitivamente para o mundo da imagem. Quando o

desafio da plotter apareceu na LPr, Vincenzo des-

cobriu o que de fato fazer com seu talento. “Tanto

que eu havia passado em 1995 num concurso da

Prefeitura mas preferi ficar na LPr”.

Vincenzo não se esquece da convivência com

aquele robozinho, nos seus primeiros dias na em-

presa. “A máquina parecia mesmo um robô cor-

tando as letras, depois que elas eram trabalhadas

pelo programa. Era uma atração: o pessoal passa-

va pelo corredor e parava para olhar. Eu também

nunca tinha visto aquilo”.

Naqueles primeiros anos da década de 1990

havia uma ansiedade por novos materiais para o

setor gráfico voltado à área de montagem. Come-

çava-se a trabalhar com o vinil e com o recorte de

letras. Já era realizada, por exemplo, a aplicação

de adesivo nas feiras. “Subíamos naquelas barra-

cas externas e aplicávamos o adesivo nas lonas.

Eu e meu pai viramos muitas noites trabalhando

nesses eventos”, recorda-se Fabiano Cerci, com

entusiasmo.

Eram tempos heroicos também nesse setor.

Algumas dificuldades, no entanto, iam sendo ven-

cidas. Ao contrário dos anos 1980 e boa parte dos

anos 1990, algumas divisórias dos estandes po-

diam embarcar para as feiras já com a aplicação das

imagens feita na fábrica da LPr. Naturalmente que

havia uma ou outra parede ou divisória que preci-

sava ser terminada diretamente no local do evento,

com a aplicação de tinta para depois esticar a lona,

mas, no geral, as mudanças de aplicação de ima-

gem nos estandes não tinham mais volta.

depois do passo inicial com a primeira plotter

debutando na empresa, outros avanços vieram. A

segunda máquina adquirida pela LPr, tempos de-

pois, já apresentava nova tecnologia. A impressão

à base de água em papel impressionava, embora

fosse necessário envernizar a imagem para que ela

não desaparecesse diante da umidade. depois,

outros recursos chegaram, os anos passaram, o

setor evoluiu tanto que, em determinado perío-

do, já era possível chamar a tecnologia disponível

de “digital”, ou seja, totalmente produzida ten-

do o computador como ferramenta principal.

Até que a empresa atingisse a excelência e a

rapidez exigidas pelas feiras modernas, muita his-

tória havia se passado e foi com essa experiência

Page 76: clique aqui para baixar o livro em pdf

LPR | 74

A tecnologiA dA trAnsformAção

vivida que a equipe LPr pôde dar o passo tecnoló-

gico mais apropriado para o setor de montagem.

Foi valorizando os mais experientes e incentivando

os mais novos que se chegou à evolução prome-

tida. Aliás, o encontro de gerações aconteceu na

maioria dos setores-chave da empresa, o que per-

mitiu avançar com segurança aceitando os desafios

futuros. Aquele momento vivido em 1993 foi um

primeiro passo rumo à completa informatização

em todos os setores, o que viria a acontecer, com o

foco constante na atualização, anos depois.

Aqueles que viveram a transição da pranche-

ta para o computador, enfrentaram dificuldades

para se adaptar. Tudo porque havia uma diferen-

ça entre o espaço real e o espaço virtual. Mas a

evolução proposta com a chegada do computa-

dor tornou a vida da empresa muito melhor; tudo

ganhou agilidade e profissionalização. Por exem-

plo: tornou-se uma facilidade apagar um erro

ou ter à mão blocos de objetos de uso frequen-

te prontos para serem utilizados. Na prancheta,

esse processo significava ter que refazer o serviço

muitas vezes.

MUdANÇAS CONSTANTES

Com a tecnologia, é claro, chegou também a

responsabilidade de quem produz com qualida-

de. O mercado passou a exigir ainda mais da LPr

e a rapidez, que antes demandava uma semana,

logo se tornou tão urgente que os serviços come-

çaram a ser executados de um dia para o outro,

provocados por um mercado em expansão, ten-

do empresas maiores como clientes, acostumadas

A EVOLUÇÃO DA TECNOLOGIA

alcançou os patamares dese-

jados na LPR. Desde aqueles

primeiros passos dados na in-

formática, em 1993, aos dias

atuais, os processos indus-

triais ganharam agilidade e

profissionalização, tornando

a empresa uma das mais rá-

pidas e confiáveis do merca-

do brasileiro de montagem.

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LPR | 75

A tecnologiA dA trAnsformAção

a um padrão diferenciado de negócios. Era exata-

mente esse o caminho escolhido pela LPr. “Era

isso o que buscávamos”, confirma o Pedro Lopes

que ousou acreditar nas mudanças constantes.

diante delas – a cada dia mais ousadas - a LPr se

acostumou a não parar, desvendando os segredos

de programas de design específicos e poderosos,

materiais de montagem leves e práticos, métodos

de organização e logística velozes e funcionais.

diz a filosofia oriental que toda caminhada

começa com o primeiro passo. Nesse ensina-

mento atribuído a Confúcio está contida a ideia

de que não se pode parar, pois o segundo pas-

so já é o primeiro de outra caminhada. Era o

que a LPr já considerava um “desafio sem fim”

em meados da década de 1990, um combustí-

vel para seguir em frente, aperfeiçoando, crian-

do, ampliando e confirmando sua vocação nos

anos 2000.

Cada passo não representava somente o pri-

meiro de uma caminhada mas um passo adiante

em diversas direções.

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Capítulo VIII

A genética da evolução

Quem vem depois aprende a li-

ção mas também ensina. É da

lei humana reunir os antigos

e os novos para que ambos

aprendam a passar a expe-

riência e ela siga renovada.

A LPr parece ter aprendido

essa lição com louvor. Tem

conseguido seguir em frente

reunindo o melhor da experiência do passado

com a força e a coragem das ideias inovadoras

do presente. Embora jovem, é uma senhora

empresa no auge de seus 25 anos muito bem

vividos, o que é muito expressivo nesse nosso

mundo corporativo tão volátil.

Talvez isso se dê exatamente pelo equilí-

brio das ideias entre a geração que deu início a

tudo e a geração que assumiu a continuidade.

Os mais velhos têm confiado na centelha dos

mais novos e esses parecem não desdenhar do

que lhes foi oferecido. O veterano Seu Cido diz

gostar desse encontro das gerações, sentimento

que vem acompanhado positivamente das pala-

vras do fundador Pedro Lopes.

Pedrocomeçou tudo com muito entusias-

mo, dono de seus próprios sonhos.

Foto

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da

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ênci

a

LPR | 76

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Eles começaram lá atrás e continuam se-

guindo em frente, tendo ao lado a força da

nova geração. “Hoje, é tudo gente jovem que

trabalha na LPr”, confirma o Senhor Cido de 70

anos que se veste com jovialidade, envergando

com orgulho a camiseta que exibe a logomarca

dos 25 anos da empresa. Sem participar dire-

tamente das feiras e eventos há alguns anos,

Seu Cido convive com diversas gerações de

profissionais na empresa, mas para ele todos

são jovens e ele confessa que adora mesmo é

estar entre os mais novos. Eles lhe dão a exata

medida do tempo que já passou e também da

energia que é possível manter para estar numa

empresa tão dinâmica.

O termo “jovem” utilizado pelo veterano

Cido não é um exagero; é, antes de mais nada,

a marca da LPr ao longo de seus 25 anos de

vida. de fato, a empresa tem uma média jovem

entre seus cerca de 200 funcionários, inclusi-

ve entre os diretores das empresas parceiras

da LPr. Mais do que meros números de idade

cronológica, essa jovialidade se explica princi-

palmente pela rapidez com que a companhia

Rafaeldá continuidade ao negócio da

família, com suas próprias ideias.

LPR | 77

Page 80: clique aqui para baixar o livro em pdf

LPR | 78

assimila novas ideias e encara bons desafios que

nem sempre pareceriam plausíveis a empresas

mais rígidas. Ela anda rápido e costuma ter em

suas fileiras um grande número de pessoas dis-

postas a acompanhá-la.

isso é o que significa jovialidade.

É também do dNA do próprio negócio estar

pronto para encarar o novo e o antigo renovado,

características que deram início à empresa com

a primeira geração e hoje ganhou impulso ainda

maior com a segunda geração dirigindo os negó-

cios. Há uma renovação constante, uma espécie

de genética da transformação que pega a todos in-

distintamente e permite a troca de informações e

experiências para que a empresa se mantenha sem-

pre na vanguarda de seu setor. É o que permite aos

empresários Pedro Lopes e rafael Andrade Lopes,

pai e filho, afirmarem, sem falsa modéstia, que o

olhar da empresa está sempre dirigido para a fren-

te, nunca para os lados. Para eles, esse é um dos

segredos de estar sempre na vanguarda do bom

atendimento ao mercado, focando exclusivamente

o cliente e suas necessidades. “Não nos preocupa-

mos com a concorrência, sinceramente; ocupamos

o tempo em melhorar nosso trabalho e atender o

mercado com o que sabemos fazer de melhor”.

Foi com esse olhar visionário, certamente her-

dado dos pais, que o jovem rafael pôs em prática

um plano audacioso para conquistar a montagem

dos Jogos Pan-Americanos no rio de Janeiro, em

2007, duas décadas depois de seus pais criarem

uma pequena empresa de eventos no Norte do

Paraná. Era 2007 e a LPr vencia uma concorrên-

cia nacional, sendo escolhida entre outras tantas

empresas brasileiras para montar cinco pavilhões

do riocentro, num importante evento esporti-

vo internacional sediado no Brasil. O dNA não

deixava dúvidas e o que parecia um grande risco

tornou-se uma conquista tal qual os primeiros

passos dados pelos pais nos cinco primeiros anos

da década de 1980.

Foi assim também no início. Tudo parecia lou-

cura quando seus pais deixaram o aparentemen-

te sólido ramo da construção civil em Londrina

para embrenhar-se na promoção de eventos pelo

Paraná e, depois, partirem para o setor de mon-

tagem de estandes, palmilhando diversos estados

brasileiros com fé e vontade. O engenheiro civil

e a empresária abraçaram as novidades e também

enfrentaram as diferenças, enquanto os filhos iam

aprendendo que erguer os sonhos é uma questão

de coragem e organização.

O filho primogênito rafael levou o desafio

dos pais adiante quando chegou a hora de esco-

lher seu próprio caminho. Como os aprendizes

do passado remoto, que recebiam as primeiras

orientações dos mestres para continuar no ofício,

rafael absorveu tudo que julgava necessário na

empresa, para depois escalar picos mais altos. “O

rafael trabalhou em todos os departamentos. Pas-

sou por tudo aqui dentro”, conta Pedro Lopes,

orgulhoso com a escolha do filho e por ter podi-

do acompanhá-lo em cada passo dado na empre-

sa. “rapidinho ele pegou gosto por tudo. E ele é

A genéticA dA evolução

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LPR | 79

mais sério que o pai”, brinca Pedro Lopes.

O orgulho se explica não somente porque ra-

fael esteja continuando o negócio da família mas,

principalmente, porque está indo adiante com

ideias próprias, respeitando o legado da empresa.

dEdiCAdO AO TrABALHO

O perfil aparentemente tranquilo de rafael

é uma característica que o ajuda sobremaneira

a vencer os dias agitados da empresa, nos quais

estão inseridos contatos com clientes, reuniões

com os outros parceiros e com líderes dos diver-

sos departamentos, viagens para participar de li-

citações e um sem-parar de atividades que o deixa

conectado o tempo todo aos negócios. Há muita

coisa a ser feita e a praticidade ajuda muito nesses

momentos.

rafael é um homem prático. Seus 39 anos não

deixam transparecer a maturidade que está por

trás dos sonhos ousados que ele desenha para si

e para a empresa com a qual aprendeu a convi-

ver desde os 17 anos de idade. Naturalmente que

passou pelos diversos setores até chegar à dire-

ção onde hoje está, e foi justamente essa trajetó-

ria que o tornou capacitado a entender a engre-

nagem da LPr e as muitas faces que ela assume

no dia-a-dia agitado de um calendário rígido para

feiras e eventos Brasil afora.

rafael é dedicado ao trabalho. Sempre foi.

desde criança buscava formas de ganhar seu pró-

prio dinheiro, inventando estratégias para vender

produtos e serviços. Limões no pé viravam, rapi-

damente, jarras de limonada vendidas a bom pre-

ço na esquina de casa. Garrafas vazias de bebidas

rendiam bem uns trocados ao pequeno Lopes,

que comercializava os vasilhames a interessados

na reutilização do material. Teve tino comercial

desde muito pequeno. “Eu gostava de ganhar di-

nheiro. Moleque, aos 10 anos, descobri que papel

já valia alguma coisa, que garrafas vazias valiam

mais do que se imaginava. Via uma garrafa de

uísque vazia na casa de um tio, ia lá e recolhia.

Na casa da minha avó, juntava as revistas. Tudo

para vender. Se visse um pé de abacate, subia

nele, pegava uns 50 frutos e ficava na porta de

casa vendendo. Ganhava um pouquinho em cada

lugar – relembra - e podia comprar meu sorvete,

meu chocolate... Eu me virava.”

Vem desse tempo também o desejo de nunca

depender de ninguém ou de, pelo menos, traçar

o mapa de sua própria trajetória no mundo do

trabalho. Na fase adulta, não encontrou barreiras

para se decidir por uma carreira profissional. Em-

bora tenha buscado alternativas fora de Londrina

- estudando na capital Curitiba -, foi mesmo na

cidade em que nasceu que brotou a vontade de

administrar o negócio da família. Abraçou com

carinho e dedicação aquela empresa iniciada pe-

los pais, revelando-se um surpreendente homem

de negócios, como a infância já havia adiantado.

Graduou-se em administração no ensino supe-

rior mas suas ideias não nasceram exatamente dos

livros; brotaram da vida prática, alimentadas pela

A genéticA dA evolução

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LPR | 80

veia de iniciativa própria e um crédito no olhar vi-

sionário. São ideias engendradas por uma mente

especialmente devotada a transformar a empresa

que começou pequena numa importante fonte de

atendimento total ao setor de eventos do Brasil.

Tempera bem a organização e a força herdadas da

mãe com a coragem e a energia conquistadora do

pai. É um homem gentil que sabe cobrar resulta-

dos e impor responsabilidades.

Talvez venha daí a liderança responsável que

tem aflorado nos diversos departamentos da LPr,

com profissionais bastante comprometidos com

suas áreas, uma semente plantada com fé e von-

tade pelos pais e que vem dando resultados pro-

fícuos na veia enérgica de uma boa geração de

colaboradores.

O próprio rafael se diz satisfeito com os re-

sultados, mas não se acomoda de jeito nenhum.

Para ele, esses resultados não são, nem de perto,

o que imagina para a empresa num futuro nada

distante. Ele quer mais. Sua ambição vem bem

acompanhada por uma boa dose de estratégias

paulatinamente acrescentadas ao dia a dia, como

se soassem naturais ao que o mercado pede. Sabe

que muitas delas poderiam parecer riscos maio-

res do que são aos olhos da maioria, por isso pre-

fere discuti-las aos poucos e, homeopaticamente,

ir introduzindo as mudanças que imagina. Com

menos velocidade do que gostaria, é verdade,

mas de forma segura à aceitação de todos.

Aliado às conversações com o pai – quando

as diferenças surgem naturalmente – e às cons-

Agitado e visceral, disposto a empreen-der e vencer. Nunca enjeitou desafios.

O jovem Lopes

Anos 1990

A genéticA dA evolução

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LPR | 81

Conectado às mudanças, combina energia e controle rumo aos objetivos. Não enjeita desafios.

O jovem Andrade Lopes

tantes mudanças que propõe aos novos parcei-

ros, o modo de trabalhar de rafael vai se fazendo

notar em cada passo importante dado pela em-

presa num mercado que é, muitas vezes, viciado

em se conformar com o que já está instituído.

Ele aprendeu em sua jornada nos negócios que

o mundo corporativo exige velocidade nas mu-

danças; entretanto, os homens e mulheres que

movimentam esse mesmo universo nem sempre

digerem rapidamente a agilidade tão necessária.

Há que se ter paciência, ele sabe.

Além do mais, é saudável compreender que

nada se faz sozinho no mercado globalizado. Su-

bir na árvore, colher os abacates e vendê-los sem

ajuda de alguém é aventura de um tempo distan-

te. Os resultados que aquele menino empreende-

dor quer nos dias de hoje exige paciência, tenaci-

dade e colaboração em doses iguais.

interessante é que tudo isso tenha aconteci-

do sem que, na juventude, rafael tivesse planos

exatos e específicos para trabalhar na empresa da

família. Era a década de 1990 e a LPr dividia a

promoção de feiras com o trabalho de montagem

de estandes. rafael chegou exatamente nesse pe-

ríodo, o que lhe permitiu ver nascer, com todas as

características de uma gestação, o foco exclusivo

na área de montagem, tempos depois.

Na empresa, começou no almoxarifado. E, de

cara, viu a chance de organizar tudo por ali. Era

um espaço pequeno, nada do que se parece

hoje a grande central de materiais, departa-

mentos e logística onde se concentram as prin-

A genéticA dA evolução

Anos 2000

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LPR | 82

cipais atividades da fábrica de estandes da LPr.

dali, rafael seguiu para o setor de compras

que, à época, não tinha todo o volume que hoje

agita a empresa em suas muitas atividades. Ali,

sua atuação foi ampliar a rede de fornecedores,

buscando mais cotações e preços reduzidos.

depois de passar pelo almoxarifado e o se-

tor de compras, ele foi conhecer os detalhes do

departamento financeiro. “Como sempre gostei

de organização – fruto do curso de administra-

ção que fiz - também resolvi organizar o fluxo

de informações por intermédio da informática”.

Eram os primeiros tempos da “computação” nas

empresas e a LPr logo aderiu à “modernidade”

da época. O que hoje nos admiramos de ver

como peças de museu – computadores grandes

e desengonçados -, naqueles primeiros anos de

1990 eram máquinas festejadas como verdadei-

ros deuses nas companhias brasileiras. As luzes

verdes e amareladas dos monitores brilhavam

bruxuleantes e todos se revelavam súditos da-

quela incipiente tecnologia de uma era que se

mostraria “revolucionária”.

Os primeiros rudimentos de informações

da LPr alimentaram essas incríveis máquinas

jurássicas até que, pela evolução e muito in-

vestimento no setor, elas se transformaram em

parceiras ágeis dos profissionais do setor. Foi

assim que logo os dados e a comunicação da

empresa ganharam uma agilidade espantosa e

os projetos desenhados à mão nas velhas pran-

chetas de arquitetura migraram para as telas

dos computadores, revolucionando o setor de

criação de projetos na LPr da década de 1990.

Uma ideia luminosa do então aprendiz de

empresário rafael Andrade Lopes.

Curioso, ele não sossegava. Foi numa visi-

ta a Fenasoft, em São Paulo, que - em busca

de novidades - encontrou parceiros perfeitos

para um novo salto na multiplicação dos dados

e da tecnologia da empresa. Encontrou o que

precisava num estande pequenininho, onde se

exibia um módulo do software Autocad especí-

fico para desenvolver móveis planejados. “Pen-

sei: se ele desenvolveu um módulo específico

para armários, por que não para estande?”. O

pensamento estava correto. O dono da empre-

sa, que aliás estava na feira, confessou a rafa-

el que também já havia pensado no assunto.

“Com eles, desenvolvemos o Grapho – progra-

ma específico para o setor - e hoje utilizado

no Brasil inteiro para esse fim”, indica rafael.

“Unimos nossas ideias, ele foi para Londrina,

deslocou uma equipe sua para acompanhar a

implantação do programa na LPr, e ali nascia

o setor de projetos informatizados. O que era

manual tornou-se digital”, recorda-se, com pra-

zer, o jovem empresário.

Era 1996 e a informática ia se tornando fer-

ramenta obrigatória nas empresas. Quem não

quisesse ficar para trás, não podia prescindir

do computador nas atividades empresariais. Se

não era possível informatizar tudo, ao menos

nos setores administrativos e de criação a tec-

A genéticA dA evolução

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LPR | 83

nologia ia se impondo de forma irreversível.

Foi assim também na LPr, que ampliava seu

raio de ação pelas capitais.

rafael se orgulha de ter podido dar esse passo

fundamental para a evolução da empresa. Foi sua

natural curiosidade e uma ânsia de evoluir que

propiciaram saltos como esse na LPr. A visita a

feiras em busca de novos fornecedores foi o pon-

tapé inicial para que um novo tempo inaugurasse

um perfil tecnológico na empresa. Hoje, a pran-

cheta é lembrada até com uma certa ternura pe-

los mais antigos; os mais novos, esses já nasceram

navegando numa mesa virtual, onde a criação, o

design e a realidade convivem num mesmo espa-

ço de tempo ágil e urgente.

SEM MEdO dE APOSTAr

Aos poucos, os espaços e as ideias da empre-

sa foram se tornando tão familiares ao ex-novato

rafael que ele foi se sentindo à vontade para im-

plantar projetos que iam brotando na sua cabeça

e dando comichões para ganharem o mundo real.

Foi conhecendo o terreno em que pisava que o

empresário pôde vislumbrar uma miríade de pos-

sibilidades. dela nasceu, por exemplo, a ideia de

ampliar o leque da LPr, transformando em novos

negócios as oportunidades que iam surgindo a

cada nova conquista de mercado. Foi assim que

a LPr Locações tornou-se um novo foco de atu-

ação. São histórias de negócios geradas dentro

da LPr, que surgiram de um desafio vivido pela

empresa, ganhando vida própria. Além de prestar

serviços à LPr, as empresas parceiras têm autono-

mia para atender o mercado. A ousadia ganhou,

aos poucos, a adesão de outros profissionais que

já conheciam o roteiro de trabalho e que iam se

tornando aliados em novas frentes de trabalho.

Sem medo de apostar nesse modelo de ges-

tão, rafael se diz ainda a meio caminho do que

pretende. “Sempre pensando na próxima etapa,

digamos assim”. Seu projeto de atender como um

todo o mercado de eventos caminha seguro rumo

a um alvo que ele vê claramente como possível.

Montar estandes, diz ele, já está um pouco no li-

mite. Pelo menos em volume. “Poderíamos optar

por aumentar nossa meta em número de estan-

des montados; eu optei por crescer ampliando o

leque de serviços para o cliente.”

Esse é o mercado que carece de suprimentos,

acredita o homem que cresceu com sua empresa,

alicerçada no trabalho duro de seus pais e condu-

zida hoje com a responsabilidade de quem pre-

cisa continuar, dando o melhor de si, até como

uma forma de gratidão. Costuma ser assim entre

os orientais, e rafael gosta de observar filosofias

como as que privilegiam o fazer com determina-

ção e assertividade. Os problemas, diz ele, fazem

parte do viver; e viver numa empresa com tantas

atividades reunidas é assim como administrar a

vida com desafios e soluções. Tudo depende do

olhar que se tem sobre cada fato.

Foi mais ou menos isso que ele ouviu, um dia,

circulando por uma das muitas feiras brasileiras

A genéticA dA evolução

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Esmeradas obras da criação artesanal, os projetos dos estandes eram desenhados à mão pelos projetistas da LPR. Para aprovação do cliente, eram depois envia-dos pelo correio.

FEITO À MÃO

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Desenhados a lápis, com re-toques feitos a nanquim, os projetos criados para os ex-positores tinham riqueza de detalhes traçados em papel especial para apresentação ao cliente.

A “TECNOLOGIA” DA PRANCHETA

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LPR | 86

que a LPr montava. Parados num estande, dois

homens conversavam sobre os problemas que

um deles havia tido recentemente. O que estava

desanimado com os acontecimentos ouviu do in-

terlocutor, um senhor de origem oriental, a bordo

de seu sotaque japonês, o seguinte ensinamento:

- Se você vê problema grande, problema fica

grande mesmo. Se você olha para problema

como se ele fosse pequeno, problema fica mes-

mo pequeno.

“Eu acredito que tudo tenha uma solução”,

emenda rafael. “Se não tiver, como diz o próprio

ditado, solucionado está. Temos que ir em frente.”

Essa filosofia, adaptada nas mais diversas situações,

segundo ele, lhe dá uma força incrível para acre-

ditar e se reerguer quando algo parece perdido.

“isso me tranquiliza: ser capaz de resolver um pro-

blema, de alguma forma, por pior que ele seja.” As-

sim como a lição do senhor oriental naquela feira,

ensinamentos de pessoas que já perderam tudo na

vida e reconquistaram sua posição novamente lhe

dão força para acreditar e seguir em frente.

Essa força surgiu em sua vida justamente

quando rafael entendeu sua própria capacida-

de para realizar, quando encontrou seu lugar na

empresa e passou a trilhar seu caminho da forma

como deveria ser, com seu jeito próprio e único.

Na diferenciação, o filho encontrou-se; a primeira

trajetória empreendida pelo pai já estava feita e

era preciso prosseguir conduzindo a empresa nos

novos tempos. “São formas diferentes de pensar,

que precisam ser respeitadas em suas particulari-

dades”, conceitua rafael.

Pedro Lopes sabe disso. Vê na rotina do filho,

agitada e recheada de compromissos, um tempo

que já não lhe cabe. Ele também foi assim, exi-

gente com os dias e as noites, correndo contra o

relógio para cumprir o que prometera aos clien-

tes, os quais tratava como amigos. Seu jeito caris-

mático toma conta dos negócios num formato de

coração; é visceral.

Mas o tempo é outro e Pedro está aprendendo

a respeitá-lo. “Trabalhar de madrugada, trabalhar

a noite inteira, correr e fazer tudo ao mesmo tem-

po... eu não tenho mais pique para isso”, concor-

da. “Antigamente eu passava a noite escrevendo

para entregar papel no outro dia, com as tarefas

de cada um. Hoje o pessoal recebe as ordens do

rafael por e-mail e logo cedo. Ele vê tudo, toma

decisões, enxerga o miudinho...”

É... muita coisa mudou; só não mudou o res-

peito que rafael conquistou junto ao pai e aos

funcionários, o mesmo respeito que sempre teve

por aquele que deu o primeiro passo. “Ele é com-

petente!”, elogia o pai. “Ele é muito importante

para a empresa”, diagnostica o filho.

As ideias entre pai e filho nem sempre encon-

tram a mesma sintonia; duas personalidades origi-

nais e determinadas, ambos sabem a força de cada

um, por isso, há que se adequar gestos e estra-

tégias para que os passos necessários sejam da-

dos harmoniosamente. Não há como mudar duas

gerações diferentes. Há como respeitar os pen-

samentos díspares, encontrando o meio termo

A genéticA dA evolução

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LPR | 87

entre eles. Mas foi assim que a LPr se fez, com as

escolhas naturais exigidas de cada um. E escolhas

nem sempre são acertadas; mas precisam ser feitas.

“Acho que meu pai mudou o jeito dele, ao longo

do tempo”, acredita rafael. “Mudei. A vida me en-

sinou”, pondera Pedro. “Ele era mais parecido com

o que eu sou hoje”, compara o filho. “Hoje vou

mais com calma”, professa o pai, dizendo que, com

a idade, passou a analisar com mais cuidado todas

as situações, ponderando os prós e os contras.

O equilíbrio é mesmo um ideal que todos

buscam e é essa busca que faz o caminho ser tão

prazeroso.

À parte a natural diferença de gerações e as

ideias próprias de cada um, pai e filho sentem-se

fortalecidos pela presença um do outro na em-

presa. isso tem lhes permitido aprender a ousar

com os pés no chão, experimentando o gosto das

novidades, tal como exige o mercado, com um

bom roteiro na mão. Até porque as mudanças são

muito mais rápidas na LPr do ano 2011.

Como é de lei para cada geração, cada um a

seu modo deu uma nova forma à empresa, con-

tribuindo com fases distintas desse negócio apai-

xonante em que se transformou o agitado mundo

dos eventos.

A genéticA dA evolução

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Page 91: clique aqui para baixar o livro em pdf

LPR | 89

s feiras de negócios tornaram-

-se definitivamente a especiali-

dade da LPr. Em 1995, aos 10

anos de vida, a empresa selava

seu acordo com um mercado

que vinha conhecendo desde a

década anterior e que agora lhe parecia perfei-

tamente possível ser explorado de forma ainda

mais intensa e específica.

A LPr projetava-se para o Brasil, levando

sua garra à prestação de serviços no setor de

montagem. E a ocasião parecia feita especial-

mente para isso. As feiras de negócios amplia-

vam sua importância no chamado business

world, tornando-se centros especializados para

encontros entre empresários, clientes e forne-

cedores. Tudo isso soava em perfeita sintonia

com o final do século XX.

Nesse período, o Brasil e o mundo estavam

novamente se transformando. Apostava-se mui-

to numa fórmula “renovada” de um novo capita-

lismo, um jeito moderno de ir “socializando” os

bens e produtos, ocupando praticamente todo o

espaço deixado pelo “fracasso” do chamado so-

cialismo nos países do Leste Europeu. Era assim

Capítulo IX

que se falava sobre as tendências

daquele período.

As feiras de negócios - uma

espécie de vitrine dessa mudan-

ça - passaram a ganhar um novo

espaço no Brasil e, especialmente

em São Paulo, chamavam a aten-

ção dos empresários de forma ain-

da mais expressiva. Atraíam como

negócios em si mesmo, com uma

gama enorme de serviços sendo

oferecidos e movimentando uma

escala impressionante de ativida-

des e profissionais. do promotor

do evento às empresas montado-

ras, passando pelos clientes dos

produtos expostos e chegando

aos ganhos diretos e indiretos do

movimento da feira, criava-se uma

cadeia supreendente de negócios.

Paralelamente, eram excelentes in-

centivadores para as cidades que

sediavam o evento, demonstrando

uma força a impulsionar a econo-

mia dos municípios.

aNo mundo das feiras

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LPR | 90

Nesse período, o mundo globalizado começa-

va a esboçar novo desenho no planeta, atraindo

países para eventos nos quais todos podiam falar

a mesma língua: o idioma das relações comer-

ciais. Em São Paulo, o Parque Anhembi se tornava

o espaço perfeito para esse cenário, pois a capital

paulista era o centro das atenções para as promo-

ções do chamado turismo de negócios. Afinal, ali

estava instalado o maior pavilhão de exposições

da América Latina à época. Os eventos já começa-

vam a ser vistos - de forma mais enérgica - como

grandes estimuladores da economia dos muni-

cípios, pois movimentavam os diversos setores

com receitas variadas, impulsionando o aumen-

to no números de empregos diretos e indiretos,

ocupação em hotéis e recolhimento de impostos.

Tudo isso sem falar na geração de negócios entre

os próprios fornecedores dos eventos, como era

o caso das empresas montadoras.

Um relatório de 1998 da Embratur - a Empre-

sa Brasileira de Turismo - já demonstrava que o

“turista de eventos” gastava três vezes mais do

que um turista “convencional” que estivesse pas-

seando em férias. Parecia tentador estimular esse

grande negócio – o evento.

Aberto ao mundo, o Brasil ia conhecendo

melhor o que o mercado de eventos poderia lhe

oferecer interna e externamente. Empresários e

governo passaram a enxergar nas feiras um uni-

verso ímpar a ser explorado para gerar dividen-

dos, enquanto as cifras aumentavam e os dados

estatísticos engordavam as pesquisas do setor,

demonstrando que esse mercado crescia, em mé-

dia, mais de 10% a cada ano. ia longe o tempo em

que a pioneira Fenit - a Feira Nacional da indús-

tria Têxtil - inaugurara como novidade o setor de

grandes eventos no país. O pioneiro evento acon-

teceu em 1958 e reuniu 97 expositores na feira

que fez história, marcando o “início das grandes

mostras industriais e comerciais no país”. Agora,

o número de expositores crescera e as feiras reu-

niam mais de uma centena de expositores.

São Paulo ia se tornando a meca do turismo de

eventos, dando os primeiros passos largos nesse

sentido na década de 1990. Em poucos anos - já no

século seguinte -, a capital dos paulistas se tornaria

a sede de 90 mil eventos anuais, com uma média

de um evento a cada 6 minutos. A maior cidade da

América Latina seria responsável também por 75%

dos eventos de negócios de todo o país, sediando,

na década de 2010, 120 das 172 grandes feiras re-

alizadas no Brasil.

Esse cenário se delineava com rapidez, o que

logo transformou o futuro num presente concreto.

rUMO A SÃO PAULO

A pouco mais de 500 quilômetros dali, os em-

presários londrinenses da LPr não tinham mais

dúvidas. A capital paulista era mesmo o local ide-

al para a instalação da primeira filial fora do Nor-

te do Paraná. A ideia era aproveitar esse terreno

fértil para expandir o atendimento ao mercado

brasileiro de feiras.

no mundo dAs feirAs

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LPR | 91

Estratégica e fundamental na logística da capital paulista, a primeira filial da LPR instalada fora

do Paraná, em 1994, é um ponto de apoio às diversas atividades da montadora e também refe-

rência para a locação de móveis na região.

A filial São Paulo

1994. A LPr abria mercado, em busca da pri-

meira filial fora do Paraná. Foi com esse propósito

que, à época, rosana Andrade visitou os grandes

promotores de eventos de São Paulo, levando

o histórico da LPr, com vistas a entrar no setor

multisetorial. Ficavam para trás os bons tempos

de organização das feiras agropecuárias parana-

enses. “durante um jantar que promovemos em

Maringá, anunciamos oficialmente que a LPr ia

parar de fazer a feira”, recorda-se rosana, lem-

brando que as etapas seguintes não foram fáceis

mas que a garra da empresa mantinha-se intacta.

“Sempre trabalhamos em grande estilo, sempre

fomos muito unidos e corajosos.”

dedicando-se exclusivamente à atividade de

montagem já nessa época, a equipe da LPr des-

cobriu-se também apaixonada pelo setor. A ideia

de embrenhar-se mais profundamente na área de

montagem ganhou definitivamente as mentes e o

coração desses paranaenses que não enjeitavam

desafio; muito ao contrário, inventavam a cada

dia novas formas concretas desse substantivo abs-

trato. O universo da montagem, de forma exclusi-

va, era uma outra realidade para a empresa, o que

no mundo dAs feirAs

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A decisão de atender exclusivamente o setor de montagem permitiu à LPR um incremento de novas tecnologias, novas estratégias

de organização e um know-how único para atender feiras grandes e promotores de eventos exigentes. A capital São Paulo foi o

“pulo do gato” rumo a novos e promissores mercados.

Know-how em montagem

LPR | 92

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LPR | 93

mereceu estudos dos empresários londrinenses.

“Fui para a Alemanha e fiquei 21 dias para

acompanhar a montagem da tradicional Feira de

Hannover”, lembra rosana. Ela observou que na

meca das feiras, não havia “um fio de cabelo caído

no chão” durante a montagem dos estandes. Não

havia um parafuso no corredor. “Toda a monta-

gem ficava dentro do estande”. A empresária vol-

tou maravilhada e apresentou diversas ideias para

a padronização do trabalho, muitas das quais até

hoje permanecem na rotina do setor de monta-

gem. “Hoje, olho para a LPr e tenho o maior or-

gulho”, compara, emocionada.

EXPEriÊNCiA E rESPEiTO

A criação de um novo departamento comer-

cial também ganhou corpo nesse período. Afi-

nal, agora era preciso atender os novos clientes

de forma diferenciada. “E o novo departamento

comercial englobava as filiais de São Paulo e rio

Grande do Sul, ambas coordenadas pelo escritó-

rio da matriz em Londrina”, recorda-se rosana,

lembrando que ficou nessa função durante 4 a 5

anos, até realmente deixar a empresa para viver

novos negócios.

Já com uma boa história para contar e muita

determinação para vencer, a LPr passou a ser co-

nhecida dos promotores de eventos fora do eixo

do Paraná. Muitos passaram a visitar a matriz em

Londrina para conhecer a estrutura montada para

atender médios e grandes eventos. Muitas parce-

rias firmadas de modo categórico aconteceram

nesse período. “E a gente sempre cuidando mui-

to bem da montagem, escolhendo os melhores

materiais, atendendo aos clientes com um dife-

rencial...”, pontua rosana. “A diferença da nossa

empresa para as outras é que nós havíamos passa-

do por tantos desafios, que sabíamos como lidar

com o cliente da feira, aquele que, por sua vez, era

o cliente do promotor do evento. Conseguíamos

nos colocar no lugar do cliente. A experiência que

tínhamos na organização de eventos nos ajudou

muito nessa escalada. Acompanhar cada detalhe

da organização dos eventos que fizéramos até en-

tão nos dava um diferencial em relação a outras

empresas. Acabávamos ajudando muito mais o

expositor, oferecendo uma espécie de consultoria

informal”. Tudo isso permitiu a LPr ganhar cada

vez mais respeito junto aos promotores de eventos

“porque estávamos sempre surpreendendo”, con-

clui rosana.

Tradicionalmente ligada mais a São Paulo do

que à capital Curitiba, Londrina ia se tornando

“globalizada” para os diretores da LPr. A atual di-

retora comercial da empresa, Milena Lemos de Al-

meida Lopes, recorda-se que esse período marcou

os voos inaugurais da LPr pelo Brasil e pelo mun-

do. integrando a primeira equipe da filial em São

Paulo, nos anos 1990, Milena conhecia bem os

meandros do mercado em que a LPr inaugurava

seus negócios, pois acabara de deixar um cargo

expressivo como executiva de marketing da em-

presa aérea TAM. Então recém-casada com o em-

no mundo dAs feirAs

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presário londrinense Pedro Lopes, a jovem expe-

rimentava desafios novos no setor de montagem

de estandes, do qual havia sido cliente até então.

“Na TAM, eu contratava a LPr para montar

nossos estandes nos eventos. A LPr era nossa

fornecedora”, recorda-se Milena, hoje à frente de

uma competente equipe de vendas e da organi-

zação do setor na LPr. Para ela, o atendimento

prestado pela montadora londrinense à tradicio-

nal empresa áerea brasileira deu uma justa me-

dida do caminho a ser seguido então pela LPr,

afinal, a TAM sempre foi uma empresa exigente,

que trabalhou muito com o conceito de qualida-

de e confiabilidade. “Tê-la como cliente naquela

época foi um sinal de que a LPr estava num bom

caminho. Foi um salto qualitativo”, avalia Milena.

Tendo a filial em São Paulo e o apoio funda-

mental da matriz em Londrina - onde estava toda

a sua estrutura -, aos poucos a LPr foi conquistan-

do uma seleta carteira de clientes, tornando-se co-

nhecida não só na capital paulista como também

em outros estados do país. Quem se lembra bem

dessa época é a atual gerente da filial, Simone

Adeline rodrigues, uma paulistana que diz amar a

“loucura” da metrópole São Paulo. Simone logo se

adaptou à forma diferenciada de trabalho da LPr.

Localizada estrategicamente em Nova Petrópolis, região metropolitana de Porto Alegre,

a filial da LPR no Rio Grande do Sul foi instalada em 1995, logo após a filial São Paulo.

A filial Rio Grande do Sul

no mundo dAs feirAs

LPR | 94

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MILENA LEMOS DE ALMEI-DA LOPES, diretora comercial. Atender o mercado paulista, com foco especial na capital São Paulo, foi um passo deci-sivo para que a LPR ocupasse uma fatia importante do merca-do brasileiro. A empresa se po-sicionou, evoluiu e se destaca nesse competitivo mercado.

Mesmo por que, diz ela, já estava acostumada ao

ritmo ágil de outras empresas nas quais havia atua-

do, como o Sesc - Serviço Social do Comércio - e o

departamento de marketing da TAM.

Simone entendeu logo os desafios da empresa

paranaense recém-instalada em São Paulo. “O tem-

po todo vivemos isso aqui; a cada dia os desafios

são renovados, isso é o que me faz estar na empre-

sa há tanto tempo”, indica a gerente, salientando

que essa diversidade torna o cotidiano nada pre-

visível e, portanto, bom de se trabalhar. “Todos os

dias temos coisas novas”, diz ela, sentindo-se cons-

tantemente desafiada para novos projetos.

Como a primeira funcionária da equipe pau-

listana da LPr, Simone acompanhou de perto as

muitas mudanças vividas pela empresa atenden-

do o mercado paulista, do primeiro escritório

montado em 1994 para a atual sede da filial, inau-

gurada em 2007. A evolução foi grande, impossí-

vel de mensurar.

A parceria São Paulo-Londrina ia frutificando.

Ampliaram-se os contatos com os grandes promo-

tores de eventos, um trabalho sendo feito com

organização e método pela equipe das duas ci-

dades. Era uma nova perspectiva. Estar em São

Paulo era estratégico naquele momento. Ter tido

essa visão foi fundamental para o futuro da em-

presa, para o que viria depois. “O atendimento

a esse novo universo de clientes trouxe a neces-

sidade da empresa melhorar seu trabalho, afinal,

no mundo dAs feirAs

LPR | 95

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estávamos participando de um mercado altamente

competitivo. Em São Paulo, a exigência era outra e

isso foi um desafio gigantesco para a LPr”, analisa

Milena. durante dois anos esse trabalho de formi-

guinha foi sendo realizado com determinação e o

primeiro espaço no Sudeste brasileiro, que antes

era apenas um escritório, transformou-se numa

importante filial para a LPr.

“Melhoramos em tudo, eu acredito. Foi um

momento bom para a empresa, em todos os sen-

tidos. Vieram muitos clientes de fora;

mesmo no Paraná - e no Sul como

um todo -, a empresa abriu muitos

mercados diferentes”. O foco ex-

clusivo na montagem ajudou muito

nesse novo caminho, acredita Pedro

Lopes. “Foi funda-

mental focar nesse objetivo. Tivemos um momen-

to dinâmico que, em seguida, permitiu a abertura

da filial no rio Grande do Sul, outro estado impor-

tante para as feiras-clientes da LPr”.

No Sul, criou-se um outro polo de eventos

específico, por conta do importante mercado de

móveis, vinhos, turismo e lazer. Cidades como as

capitais Florianópolis e Porto Alegre tornaram-se

referência não só na promoção de eventos liga-

dos à economia local, mas também como cida-

des-sede de feiras promovidas por empresas

de outros esta-

no mundo dAs feirAs

LPR | 96

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LPR | 97

dos, ligadas aos mais variados segmentos

de negócios, como a avicultura, o cinema,

o lazer, entre outros.

Para atender esse importante centro de

negócios, a LPr criou em 1995 uma filial

em Canoas, na região metropolitana de

Porto Alegre. Convidado a assumir mais

essa novidade em sua vida de jovem enge-

nheiro, Luiz Basso aceitou o desafio pro-

posto pelo chefe Pedro Lopes. O convite

para implantar o conceito LPr na segunda

unidade fora de Londrina chegou como

uma charada proposta por Pedro.

- Luiz, você tem medo do frio?

- Medo do frio? - respondeu com outra

pergunta o novato na área de montagem.

- É. Você tem problemas com o clima

frio? - tornou a considerar o chefe, já adian-

tando que vinha coisa nova por aí.

Entendendo a charada, Luiz Basso

foi ao ponto.

- Se for para ganhar dinheiro, pode me

mandar até para o Polo Norte.

A equipe LPR passou a oferecer ao mercado brasileiro uma linha diferenciada de estandes, fossem eles

padrão, mistos ou construídos, utilizando materiais especiais e muito engenhosidade.

Estandes especiais

Era para fazer andar a segunda unidade da

LPr fora do eixo paranaense. A primeira já havia

sido instalada em São Paulo pouco mais de um

ano antes. Com um escritório no rio Grande do

Sul, a LPr poderia ter um foco maior nos eventos

daquela região, e Luiz Basso era o homem com-

prometido para acompanhar de perto esse desa-

fio, pensou Pedro Lopes. Já atendia clientes de

estandes há um certo tempo e palmilhava com

segurança a área de montagem, cujo know-how

adquiriu na prática da empresa. Portanto, não viu

problema algum em aceitar a proposta.

Oriundo da Construtora Lopes & Andrade,

Luiz Basso foi convidado a integrar o setor de

montagem da LPr tão logo terminou sua tarefa

de engenharia na construção do Armazém da

Moda, em Londrina. Era um empreendimento

empresarial no qual a construtora de Pedro Lopes

tornara-se parceira. Terminada a construção, Luiz

Basso foi convidado a trabalhar com uma outra

engenharia: a engenharia de montagem de estan-

des, um negócio que ele jamais imaginara existir

antes de receber o convite da empresa.

no mundo dAs feirAs

Page 100: clique aqui para baixar o livro em pdf

LPR | 98

A filial do rio Grande do Sul ficou sob sua co-

ordenação durante três anos, quando voltou para

Londrina. Tempos depois, o endereço da LPr no Sul

mudou para Nova Petrópolis – também na região

metropolitana de Porto Alegre - de onde passou a

dar suporte logístico às montagens de eventos.

Hoje à frente da filial no rio de Janeiro, o di-

retor Luiz Basso lembra-se com alegria daqueles

tempos heroicos em que a montagem começava

a ser decodificada pela equipe da LPr e ele pôde

colaborar com sucesso na formação e desenvolvi-

mento da filial do rio Grande do Sul.

O CrESCiMENTO

Os anos seguintes foram de um desbravamento

tão ou maior que os primeiros tempos. “As feiras

foram dando certo para a LPr. Eu acho – sem querer

ser arrogante - que tudo que é feito com foco, com

objetivo, vai dando certo”. Pensando assim, Pedro

Tornar-se a montadora oficial de importantes eventos nacionais foi uma das grandes conquistas da LPR desde

os anos 1990. Isso significa a confiança dos promotores de feiras e eventos no trabalho da equipe LPR, e um

passaporte a mais para que clientes expositores montem seus estandes com a empresa paranaense.

A montadora oficial

no mundo dAs feirAs

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LPR | 99

Lopes e sua equipe foram acrescentando a seu co-

tidiano as feiras de negócios que exigiam, por sua

vez, materiais mais modernos para a montagem,

métodos mais ágeis para a organização dos trabalho,

uma equipe mais afiada na composição do serviços

e uma logística fiel ao que exigiam os novos tempos.

“As primeiras feiras dessa época foram um

aprendizado e tanto”, reconhece o empresário,

que passou a dominar o know-how do setor como

ninguém nos anos seguintes, chegando a se tornar

uma das maiores empresas de montagem do Brasil

quando os anos 2000 se instalaram. “Minha políti-

ca sempre foi: se vou fazer algo, faço bem feito, o

melhor que eu puder. Até hoje, o que leva nossos

projetos para a frente é o fato de termos a política

de fazer bem feito”. E o conceito acompanhou bem

sua trajetória, pois com os anos, as feiras de negó-

cios ganharam uma importância ímpar no merca-

do brasileiro, seguindo o caminho proposto pelos

países mais desenvolvidos.

Com o tempo, ficou claro para as empresas que

participar de feiras era mais do que importante; era

fundamental. Participar de feiras passou a ser enca-

rado como um investimento, uma peça estratégica

no grande projeto de comunicação empresarial.

OS diFErENCiAiS

Hoje morando em Londrina, para onde se mu-

dou no final dos anos 1990, a diretora comercial

da LPr, Milena Lemos de Almeida Lopes, olha para

trás e vê com respeito a história que a empresa

construiu antes dela e a história que pôde ajudar

a escrever desde que entrou para a equipe LPr.

A soma e a força desses anos todos deram à em-

presa londrinense a marca de uma organização

cosmopolita, como almejavam os pioneiros da

empresa. “A LPr é uma empresa hoje extrema-

mente respeitada, extremamente bem conceitua-

da”, avaliam seus diretores. “Temos, de fato, esse

conceito de confiabilidade”, reforça Milena. “So-

mos recebidos pelos presidentes, pelos diretores

das empresas com todo o respeito. E entregamos

cada montagem de feira com o maior prazer”.

O prazer de realizar, aliás, está no topo da lista

de tarefas cumpridas pela equipe LPr na capital

paulista, há 17 anos. O mundo mudou e o setor

de eventos transformou-se completamente nesse

período; só não mudaram os desafios enfrentados

pela equipe paulistana. “Aqui na LPr gerenciamos

as surpresas do dia a dia e não os planejamentos,

como é de costume em outras empresas”, revela

a gerente Simone Adeline rodrigues. Para manter

o timing e não desafinar das equipes das outras

filiais e da matriz, é preciso ter o foco na princi-

pal característica da LPr: a motivação para o desa-

fio. “E a principal qualidade de uma boa gerente

nessa área é exatamente essa: manter dentro das

pessoas a vontade de trabalhar cada dia com a

mesma garra do dia anterior. Ou melhor”, define.

É também impossível prescindir da criativi-

dade e do auto-controle para manter o foco na

qualidade do serviço. Administrar conflitos, afinal,

exige muita presença de espírito, outra caracte-

no mundo dAs feirAs

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LPR | 100

rística que Simone diz ser necessária para manter

o equilíbrio na administração da filial. Foi o que

aconteceu em diversas ocasiões, quando a gerente

precisou administrar situações sui generis, como

um cliente querendo colocar um elefante dentro

do estande ou aquela cliente que vinha de outro

Estado e que marcava a reunião para discutir o

briefing do estande no salão de cabeleireiro...

As histórias são muitas e refletem a diversida-

de do trabalho que é ouvir, atender e prestar o

serviço necessário para a realização de uma boa

feira. Cada filial deve ter seu próprio “diário” dos

fatos que ultrapassam o lógico e o possível. do

passado, as histórias vêm com a carga do inusita-

do, pois eram tempos pioneiros, repletos de im-

provisação... O que não impedem os dias atuais

de terem suas próprias histórias especiais, como

a essa do elefante dentro do estande, fato que

acabou não se concretizando, graças ao bom sen-

so da funcionária da LPr.

de uma forma ou de outra, persiste o objetivo

de prestar o melhor serviço, seja levando em con-

ta o pioneirismo ou a aplicação de novas tecnolo-

gias. “Hoje a LPr é uma grande empresa porque

buscou melhorar o tempo todo”, avalia Simone,

salientando que o que muda é a aplicação dessas

mudanças. “Se no passado fazíamos de tudo para

acertar, hoje trabalhamos com o objetivo de não

errar em nada. Esse objetivo está na cabeça de

cada funcionário, mesmo que cada um deles não

perceba. E eu me incluo totalmente nisso”.

Com os anos, a experiência, a estrutura e a

capacitação humana reuniram-se num selo pró-

prio que a LPr costuma deixar estampado em

cada início e final de feira. Uma marca de quali-

dade na prestação de serviços que vem fazendo

história no setor de montagem. “Principalmente

a qualidade na prestação de serviços tem sido

uma marca forte da LPr. Esse é um grande dife-

rencial nosso”, afirma a diretora comercial Mile-

na, com orgulho. Ao mesmo tempo, esse mesmo

selo pode abrigar o conceito de confiabilidade

que a empresa conquistou em 25 anos de atu-

ação. É essa confiabilidade que faz do produto

imponderável que vende - um estande, um so-

nho - a certeza de que os anos futuros conti-

nuarão sendo pródigos. “isso é muito bacana!

Nosso cliente compra, na verdade, um projeto,

uma ideia. Ele confia que aquele projeto estará

montado, pronto, no dia marcado, na feira da

qual ele participará. Trair essa confiança é não

prestar o serviço conforme nos compromete-

mos a fazer”.

Outro método que a LPr incorporou a sua

experiência como prestadora de serviços pro-

fissional é o acompanhamento da feira, do iní-

cio ao fim. Esse trabalho diferenciado é muito

importante se o cliente precisar de algum apoio

durante o evento ou se houver a necessidade

de reposição de algum material do estande. “Te-

mos profissionais de manutenção acompanhan-

do o evento durante todo o tempo. Esse é outro

grande diferencial. O cliente se sente assistido”,

indica Milena.

no mundo dAs feirAs

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LPR | 101

Não é pretensioso dizer que a evolução da

LPr acompanhou a evolução das feiras no Brasil.

A trajetória da LPr foi escrita tendo o mercado

como projetista exigente e determinante, mas

o carisma e a coragem da empresa londrinense,

que não teve medo de abrir fronteiras em outros

estados e até no exterior, demonstram que muito

foi feito tendo a visão futurista como um GPS a

orientar as ações da equipe.

Ao pôr os pés na década de 2000 – início de

um novo século, começo de um novo milênio -,

a LPr destilava as intenções que a haviam levado

até ali. Era já uma empresa conceituada em ou-

tros estados brasileiros, com 80% de seu fluxo de

atendimento fora do eixo Norte do Paraná.

Mas ela queria ainda mais.

no mundo dAs feirAs

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LPR | 102

er grande, a maior, quem

sabe? Esse era o sonho

da LPR que inaugurava

o século XXI. E para os

sonhos não há medidas

exatas. Todavia, o olhar

determinado e a projeção programada

podem tornar a vida de uma empresa

muito próxima dos desejos impostos

pela imaginação de seus donos.

Ter alcançado o século XXI contando

quase 20 anos de idade era uma con-

quista esplêndida para uma empresa

brasileira, num tempo em que os espe-

cialistas ditavam como regra um prazo

de cinco anos de vida para a maioria das

companhias nacionais. Aquelas que con-

Capítulo X

s

A LPR, o Brasil e o mundo

Foi através de Angola que a LPR abriu frontei-

ras no mundo internacional. Foi em 2004 .

Uma filial na África

Page 105: clique aqui para baixar o livro em pdf

LPR | 103

Esse traço visionário, carregado de paixão

pelo desafio, continuava direcionando as ações

da empresa, o que dava à LPr o combustível para

seguir ao sabor do mercado e, ao mesmo tempo,

adiantando-se a ele. A forte estrutura montada

em Londrina, na matriz, as estratégicas filiais -

então em dois Estados - e a organização profis-

sional que se alinhavava em torno dos eventos

forneciam a segurança necessária para as metas

almejadas pela equipe.

Embora a noção de grandeza e importância te-

nha se estabelecido formalmente apenas no final

da década de 2000, com os eventos internacio-

nais, a intuição e a experiência da LPr já haviam

traçado um caminho e ele estava sendo trilhado.

A empresa paranaense ia, de fato, se tornando

uma das mais hábeis e competentes na monta-

gem de estandes em grande volume. Ganhava

licitações e conquistava promotores de eventos

graças à capacidade de montar milhares de me-

Atendendo a Embraer, a LPR

atuou em duas frentes fora do

Brasil, importantes para sua car-

reira internacional: a logística

de mock-ups e a montagem de

estandes em diversos países.

Voos altos no exterior

seguissem alcançar essa marca já podiam ser tidas

como vencedoras; as que ousassem ultrapassá-la,

seriam consideradas empreendimentos de muito

sucesso. O que dizer então de uma empresa que,

apesar dos reveses, seguia forte com mais de duas

décadas em seu calendário, já com uma história

para contar?

Os recentes passos dados na direção de um

mercado fora do Paraná, com foco exclusivo na

montagem de estandes, animava toda a equipe da

LPr. O diretor de logística da empresa, Valdemir

Alves da Silva, relembra que nesse período se dis-

cutia muito nas dinâmicas de grupo promovidas

pela empresa quais possibilidades a empresa al-

mejava para crescer: ser a maior ou ser a melhor?

“E quando víamos, o mercado vinha e nos puxava

para um lado que sequer imaginávamos”. O en-

tusiasmo era muito, diz Valdemir, olhando para o

passado não muito distante com o mesmo desejo

de fazer o melhor.

Page 106: clique aqui para baixar o livro em pdf

LPR | 104

Fiel funcionário do pequeno e pioneiro al-

moxarifado desde 1994, Valdemir cresceu com

a empresa nos 17 anos em que atua no setor,

tornando-se, na década de 2000, um dos vários

parceiros que ajudaram a impulsionar a evolução

da LPr no mercado. Crescer, para ele, no entanto,

não foi só comemoração; foi, antes de mais nada,

tomar para si ainda mais responsabilidade. “Com

o crescimento da LPr, tivemos que trabalhar ain-

da mais e isso aconteceu todas as vezes em que

alcançamos metas e conquistamos espaço. É a ló-

gica do mercado, do trabalho, da sobrevivência”,

avalia. Esse conjunto de fatores que move os mer-

cados em todo o mundo tem sido a mola-mestra

da empresa: evoluir com o setor, adiantando-se a

muitas das necessidades dos clientes. “Nós evo-

luímos bastante, tanto em estrutura física quanto

em pessoal”.

Os líderes e a equipe são tops no trabalho a

que se propõem a fazer, e esse comprometimen-

to é uma cultura que vem sendo construída ao

longo dos anos, através da qual a empresa não só

aceita desafios como, principalmente, os inventa.

“Nesse tipo de trabalho que fazemos precisamos

contar com gente que agarre o projeto. Foi as-

sim que crescemos, aceitando esses desafios que

o mercado foi nos apresentando. Nós os encará-

vamos, íamos realizando. É nessa hora que você

cresce; se deixar passar esse momento crucial,

continua daquele mesmo tamanho”.

Foi esse espírito de luta que também norteou

a evolução quando a LPr quis abrir filiais. Foi

tros quadrados em prazos curtos, desafiando o

tempo e a incredulidade de muitos.

Esse potencial permitiu à LPr se transformar

na montadora oficial de diversos eventos impor-

tantes do Brasil. Com os resultados positivos

desse status, tornou-se referência para outros

promotores de eventos, num círculo virtuoso

que ampliou seu calendário anual, desafiou-a a

se modernizar, instigou-a a organizar-se mais pro-

fissionalmente e tornou-a ainda mais capacitada

para novos negócios. Em suma, nos ágeis anos

2000, a ideia de tornar-se a maior empresa do

setor começava a vir acompanhada do desejo de

atender com ainda mais qualidade, encontrando

o equilíbrio entre ser a maior e ser a melhor.

E as estimativas animavam seus diretores. Se-

gundo especialistas do setor de turismo à época,

o mercado de feiras viveria um boom ainda maior

naqueles primeiros anos do século XXi. Afirmava-

-se que em 2003 o mercado de feiras movimenta-

ria, apenas no Brasil, 406% a mais que em 1992,

período em que a LPr praticamente começou a

atuar com exclusividade no setor de montagem.

A própria empresa paranaense ostentava núme-

ros bem valorizados em sua história recente.

“Éramos, no início dos anos 1990, montado-

res de 1000 metros, na totalidade dos eventos;

em 2011, já montávamos 12 mil metros num só

evento, num único pavilhão”, compara Valdemir,

orgulhoso da marca alcançada e, principalmen-

te, honrado por ter parte de sua vida dedicada a

construir esse sucesso.

A lpr, o brAsil e o mundo

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LPR | 105

A lpr, o brAsil e o mundo

esse sentimento de que não se pode parar que

impulsionou a equipe a aceitar um novo desafio

nos primeiros anos de 2000, abraçando uma ideia

totalmente diferente do que a empresa vivera até

então. Era o primeiro passo dado na abertura de

mercados no exterior.

ANGOLA, UM APrENdiZAdO

de Londrina para o mundo! A frase não pare-

cia nada exagerada para os intrépidos empresá-

rios da LPr, e foi com ela a bordo que a empresa

aportou no Sudoeste da África, em 2004, para

uma verdadeira aventura de conquista em um

novo mercado.

“Nossa ida para Angola foi um grande apren-

dizado”, avalia o diretor rafael Andrade Lopes,

lembrando que esse primeiro passo dado fora do

Brasil contou com seu empenho pessoal à época.

Foi rafael - acompanhado pela diretora comercial

Milena Lemos de Almeida Lopes - quem fechou o

primeiro contrato com os representantes da Asso-

ciação industrial de Angola, entidade responsável

pela realização da principal feira de negócios da-

quele país. O diretor da LPr empenhou-se pesso-

almente no fechamento desse acordo que levou

a empressa londrinense a permanecer por quatro

anos como montadora oficial da Filda - a Feira in-

ternacional de Luanda.

Nascida em Benguela - cidade famosa por suas

praias -, Milena deixara o país com a família rumo

ao Brasil quando a guerra civil angolana estou-

rou, em 1975. No Brasil, a família refez sua vida

em São Paulo e Milena tornou-se uma “paulista-

na”. desde então, nunca mais voltara a sua terra

natal, o que acabou acontecendo por conta desse

contrato firmado entre a Filda e a LPr.

desde 2002, com o término da guerra civil dis-

putada entre três facções - a Unita, a FNLA (Frente

Nacional de Libertação de Angola) e o MPLA (Mo-

vimento Popular de Libertação de Angola) – An-

gola vivia um novo clima de desenvolvimento. O

novo governo, liderado pelo MPLA - grupo que

venceu a batalha - buscava reabilitar a infraestru-

tura, totalmente destruída, e manter a estabilida-

de econômica. O governo tentava atrair empresas

internacionais para investir no país. Angola pare-

ceu, então, um país propício aos desbravadores

estrangeiros. Muitos portugueses, chineses, eu-

ropeus e, principalmente, brasileiros, aportaram

naquela ex-colônia portuguesa pensando em

estabelecer-se e investir em novos negócios.

A Filda - a Feira internacional de Luanda - co-

locava-se como porta de entrada para esse encon-

tro com o capital estrangeiro disposto a investir

na reconstrução de um país com tudo por ser

feito, após tantos anos de guerras e destruição.

O Brasil atendeu ao chamado e tornou-se um dos

parceiros angolanos nessa nova empreitada. Em

2003, por exemplo, os brasileiros representaram

importante participação na maior feira multiseto-

rial de Angola. Foi a primeira vez que os brasilei-

ros participaram oficialmente dessa feira africana.

Em 2004, a expectativa era ainda maior.

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LPR | 106

2004 a 2007

angolaA lpr, o brAsil e o mundo

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LPR | 107

A maior feira multisetorial de Angola ganhou o profissionalismo da LPR na

montagem de seus estandes. Participam da feira países do mundo todo.

A FILDA, em Angola

A lpr , o brAsil e o mundo

Era esse espírito de “convo-

cação para a reconstrução do

país”, com aplausos aos investi-

mentos estrangeiros, que levou

também a LPr a aceitar o convite

de José Severino, o presidente

da Associação industrial de An-

gola, um dos responsáveis pela

realização da Filda. Severino era

velho conhecido da família de

Milena, a diretora comercial da

LPr, e havia permanecido em An-

gola após os sucessivos embates

vividos no país. À frente da Asso-

ciação industrial de Angola, Se-

verino conquistara um lugar de

prestígio na sociedade angolana.

“Ele soubera - através da es-

posa que havia visitado o Bra-

sil - que eu estava trabalhando

numa empresa de montagem de

estandes, então teve a ideia”.

- Pois são eles que vão mon-

tar a Filda este ano!

de fato, Severino entrou em

contato com a LPr e aquele as-

sunto tornou-se uma realidade.

Os angolanos queriam o

know-how da LPr para montar

o tradicional evento que acon-

tece na capital Luanda desde

1983, reunindo expositores

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LPR | 108

da África, América, Europa e Ásia. Mas naquele

ano, especificamente, o governo angolano estava

apostando mais alto na feira. O país fervilhava em

busca de novos investimentos. Com eles, a LPr, do

Brasil. “Mas havia um detalhe”, relembra rafael.

“Como era tradição, a feira aconteceria em julho

daquele ano e estávamos em fevereiro quando fe-

chamos o negócio”. do tamanho do desafio era a

vontade de vencê-lo. A equipe aceitou, apesar do

tempo exíguo.

Com o contrato assinado, os profissionais

da LPr deram tratos à bola, organizando todo o

material para a montagem da feira. Semanas se

passaram e como tudo estava pronto, faltando

pouco para começar a feira, os líderes da LPr es-

tavam com o coração na mão. Tudo estava sendo

preparado “na confiança”, como se diz, pois nada

de chegar o primeiro pagamento combinado para

que o embarque do material fosse providenciado.

No Porto de itajaí, em Santa Catarina, o respon-

sável pelo contrato dos contêineres que partiriam

levando o material entrou em contato com rafa-

el, dando o último sinal. dizia ele que se o mate-

rial não seguisse no dia 20 de maio, a LPr corria

o risco de não chegar a tempo na África.

Enquanto isso, de Angola, vinham apenas pa-

lavras de que tudo estava certo. resultado: falta-

vam quatro dias para a data-limite e uma decisão

precisava ser tomada. Pedro Lopes questionou o

filho mas deixou para ele a palavra final, afinal,

ele é quem havia fechado o negócio.

O filho pensou, pensou, e decidiu:

- Vamos arriscar.

E o material embarcou, vencendo, inclusive,

uma greve de fiscais da receita Federal no Porto de

itajaí. A liberação só foi possível graças ao contra-

to que a LPr fechou também com a delegação do

Brasil na feira de Angola. “Íamos montar o pavilhão

do Brasil na Filda, algo com 20 e poucos estandes”.

Vinte dias depois, os contêineres chegavam

a África com todo o material necessário para a

montagem da importante feira. “Houve nesse tra-

balho em Angola de novo um grande avanço”, ava-

lia Milena. “A LPr tem alguns momentos assim em

sua história, momentos de salto em sua evolução, e

aquela ocasião foi um desses saltos”. Além do gran-

de investimento feito em materiais para a montagem

da feira, a LPr colocou à disposição do evento entre

40 e 50 profissionais, que partiram do Brasil rumo

à África para montar, a jato, a maior feira de Angola.

“inclusive nós também pusemos mãos à obra”, re-

lembra a diretora comercial.

A feira foi um sucesso do ponto de vista da em-

presa montadora. Tudo foi executado dentro do

prazo. Os organizadores estavam satisfeitos. Numa

estimativa feita à época, a 21ª edição da Feira in-

ternacional de Luanda - Filda 2004 - havia rendido

300 milhões de dólares em volumes de negócios, o

que era bem satisfatório para a ocasião. O aumento

em participação de expositores também tornara o

evento mais compensador, segundo a organização.

Foram 22 países e 600 expositores, dois países e

200 expositores a mais do que a edição de 2003.

isso representava um incremento substancial ao

A lpr, o brAsil e o mundo

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LPR | 109

evento. O sucesso avaliado pelos organizadores

demonstrava que na edição seguinte seria necessá-

rio ampliar o espaço para acolher os novos exposi-

tores que prometiam chegar ao país.

Para os empresários da LPr a primeira etapa

estava vencida. A montagem fora cumprida com

sucesso e caberia agora se preparar para o retorno

ao Brasil, cuidando do embarque dos materiais de

volta ao outro lado do oceano. No entanto, devido

a um problema alfandegário, a grande carga teria

problemas para retornar ao Brasil. O fato fez os

diretores da LPr avaliarem a possibilidade de per-

manecer em Angola. E assim, começou mais uma

experiência inusitada para a empresa. “Acabamos

abrindo lá uma empresa em parceria com um em-

presário angolano. Com esse arranjo, logo uma

nova feira aconteceria e fomos ficando”, relembra

rafael.

Mais que as diferenças culturais, a falta de in-

fraestrutura do país e a extrema burocracia trans-

formavam o dia a dia numa tarefa bastante compli-

cada para os estrangeiros. Para vencê-la, havia que

ter paciência e muita criatividade. Tudo estava por

ser feito naquela nação tão precisada de mudan-

ças. Foram essas carências que deram à estada da

LPr em Angola o caráter de aprendizado e cresci-

mento, avalia rodolfo Andrade, representante da

LPr na abertura dessa primeira jornada da empre-

sa fora do Brasil. Ele encarava esse trabalho como

uma chance diferenciada em sua carreira.

O jovem rodolfo Andrade, formado em en-

genharia de telecomunicações, decidira aceitar a

proposta feita por rafael Andrade Lopes de co-

mandar a operação em Angola porque vira nessa

mudança de rumos uma grande oportunidade

para sua vida. Atuar na área na qual se gradua-

ra estava fora de cogitação diante do cenário de

privatização do setor de telecomunicações brasi-

leiras da época. Havia poucas perspectivas. A pro-

posta de representar a LPr em Angola, por ou-

tro lado, era tentadora. rodolfo agarrou-a “com

unhas e dentes”, como ele mesmo diz, certo de

que não seriam poucas as suas responsabilidades

no continente africano: “Eu seria os olhos da LPr

na empresa em Angola”, relembra. isso signifi-

cava, à época, atender clientes, vender, faturar,

entregar o estande... Era um gerente geral com

muitas outras atribuições.

A seu lado, o designer Fábio Gioffrê, que se-

guira para Angola, enviado pela LPr para suprir

a área dos projetos. Também ávido por esboçar

um desenho para sua carreira profissional, Fábio

Gioffrê encontrou nova oportunidade a desafiá-

-lo nessa empreitada, assim como a colega de em-

presa, Mara Pisconti, que seguiu à época para as

terras angolanas com a tarefa de cuidar do setor

financeiro, auxiliando rodolfo.

A ida para a África, na verdade, parecia ter che-

gado na hora certa para esses dinâmicos profis-

sionais da LPr, que atravessaram o oceano com

fome de trabalho em sua jovens veias brasileiras.

Fábio Gioffrê relembra que partiu em busca de

ação. Achava-se já pronto para novos desafios

depois de ter se dedicado a criar projetos de

A lpr , o brAsil e o mundo

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LPR | 110

estandes em dois anos de atuação na matriz em

Londrina. Queria mais. O convite para mudar de

país pareceu uma leitura de seus pensamentos.

“Em Angola eu aprendi muito. Aprendi a detalhar

tudo nos projetos, a fazer qualquer tipo de peça,

mobiliário, estande, e a trabalhar com todo tipo

de material, ferro, tecido... Eu projetava e preci-

sava conseguir aquilo que inventava. Como nem

tudo havia por lá, com criatividade ia em busca

de substituir por materiais locais; então, apren-

di a me virar. Quando tínhamos um bom prazo,

o material seguia do Brasil; do contrário, era co-

locar a criatividade à prova”, recorda-se Fábio.

Na condução dos trabalhos, rodolfo Andra-

de, por sua vez, também se virava em mil para

colocar em prática os estandes vendidos para a

grande feira de Angola, programada para acon-

tecer anualmente, no final do primeiro semestre.

A primeira Filda sob sua gestão em Angola foi a

do ano de 2005, que começou a ser preparada

um ano antes. Foram tempos de muito trabalho,

relembra o jovem, salientando que a experiência

atingiu seu ápice em 2007, quando a LPr resolveu

encerrar sua participação na montagem da Filda.

Cumprira sua missão na África. “A experiência foi

rica mas já estava na hora de retornar”, relembra

rodolfo que, sem imaginar, tinha já outro desafio

esperando por ele e sua determinação. Trabalhar

fora do Brasil ainda faria parte dos planos do jo-

vem - mal sabia ele - e esses planos estavam nas

asas da Embraer, a empresa brasileira fabricante

de aeronaves para o transporte civil.

Na avaliação da diretoria da LPr o momento

era de encerrar essa etapa na África. A empresa

brasileira manteve-se, entretanto, como fornece-

dora dos materiais para a montagem dos estan-

des da Filda e de outros eventos que a empresa

parceira angolana haveria de contratar no futuro.

dessa experiência permaneceu também o apren-

dizado, o know-how que a LPr levou para muitos

de seus trabalhos de nível internacional, tanto

dentro como fora do Brasil. “Angola foi como

uma faculdade”, avalia o designer Fábio Gio-

ffrê, que viveu uma experiência rica e profícua

no país. “Foi um desafio especial e fundamental

para mim, o primeiro na LPr e já uma tarefa tão

importante”, resume rodolfo. “Agradeço ao rafa-

el e ao Pedro pela confiança”. “Nós fomos para

lá, fizemos nosso trabalho, obtivemos muita ex-

periência, mas estava na hora de voltar”, avalia

a diretora comercial Milena Lemos de Almeida

Lopes, para quem o processo de instalar-se em

outro país e, especialmente em Angola, estava já

com o prazo vencido. Na bagagem, a equipe LPr

trouxe um ganho incalculável: o conhecimento,

a experiência e a transformação só possíveis pela

realização de um bom trabalho.

“A empresa passou a ter uma visão de mun-

do completamente diferente. Abrimos uma

nova porta. A LPr passou a ser um empresa

internacional. Além do conhecimento de uma

nova cultura, ganhamos um know-how dife-

renciado. Tendo que fazer acontecer sem uma

estrutura mínima necessária, ganhamos uma

A lpr, o brAsil e o mundo

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LPR | 111

Na Europa, Estados Unidos e Emirados Árabes, a LPR fez todo o trabalho de logística,

que levou estandes e mock-ups da Embraer para diversos eventos Estandes e mock-ups.

segurança muito grande para realizar qualquer

evento sem medo”, conclui a diretora comer-

cial. Fazer acontecer mesmo sem ter as ferra-

mentas adequadas foi a mais importante lição

que a LPr trouxe do continente africano. “Vol-

tamos melhores, mais amadurecidos”, concor-

da o diretor rafael Andrade Lopes.

A segurança adquirida com o primeiro tra-

balho internacional levou a empresa para cima,

mais uma vez. Era o mercado surpreendendo e

puxando a LPr para uma visão diferente, um

lugar inimaginado. Parecia o suficiente para a

empresa empreender outra grande aventura,

após deixar Angola. E foi o que aconteceu.

nas asas da Embraer

NOVOS E OUSAdOS VOOS

Animado com a possibilidade de prospectar

novos clientes e empreender voos mais altos, rafa-

el passara a se dedicar a essa tarefa pessoalmente.

Queria conquistar clientes com peso internacional.

Seu alvo naquele momento era a Embraer, a Em-

presa Brasileira de Aeronáutica, fabricante mundial

de aviões comerciais. “A conquista da conta já foi

difícil”, conta ele, lembrando a possibilidade que

tinha nas mãos e a vontade de vencer com ela.

O primeiro contato já lhe permitiu participar

de uma reunião na empresa. Em seguida, direto-

res da Embraer foram a Londrina conhecer a LPr.

A lpr , o brAsil e o mundo

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LPR | 112

A lpr, o brAsil e o mundo

A apresentação dos mate-

riais da Embraer ganhou

espaços sofisticados, con-

forme requeria a ocasião.

O cenário

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LPR | 113

A lpr , o brAsil e o mundo

Esse padrão fazia parte das etapas de aprovação da

capacidade da empresa. “A Embraer precisava ter

certeza de que teríamos condições de atendê-los”.

O projeto deu certo. A Embraer aprovou a par-

ticipação da LPr na montagem de seus estandes

em eventos internacionais. O gerenciamento dessa

operação requeria um profissional confiável, que

a administrasse à altura de sua importância. Para

isso, rafael designou o valente rodolfo Andrade,

que já estava a caminho do Brasil, deixando para

trás três anos dedicados à empreitada em Angola.

“Montamos inicialmente os estandes da Embraer

nos Estados Unidos, e aprendemos muito, tanto

com as diferenças culturais quanto com o padrão

diferenciado de seus materiais e formas de atuar”,

recorda-se rafael. Enfim, o trabalho foi feito e a

confiança do cliente totalmente conquistada.

Por conta disso, logo uma nova oportunidade

surgiu. A Embraer propôs que a LPr cuidasse da

logística de seus mock-ups - maquetes dos aviões

em tamanho real. Levar esses mock-ups para as

feiras em diversos países era a forma de apresen-

tar o produto para os futuros clientes. Com esse

verdadeiro show-room, era possível entrar, ir até

a cabine, sentir o conforto e a segurança da aero-

nave. A LPr providenciaria o transporte do mock-

-up para cada país onde seriam realizados 20 even-

tos para exposição da aeronave. Enfim, era todo o

trabalho de logística, montagem e desmontagem

do mock-up e a apresentação do produto no local,

com montagem, contratação de caminhão, empi-

lhadeira, recepcionista, tenda, buffet, carpete, cafe-

zinho... boa parte do que LPr já sabia fazer combi-

nada com outra boa parte do que a equipe estaria

aprendendo ao prestar esse serviço.

rafael pensou: do tamanho do desafio seria

a força da experiência. rodolfo Andrade enviou

a proposta de investimento para a empresa e,

de forma surpreendente, a aprovação chegou

rapidamente. Enquanto desembarcava no Bra-

sil, recém-chegado do trabalho em Memphis,

nos Estados Unidos, rafael recebia pelo celular a

informação de que a proposta da LPr havia sido

aprovada pela Embraer.

- rafael, o pessoal aprovou nossa proposta -

informou rodolfo, responsável por negociar com

a diretoria da empresa de aviação.

Ele sorriu de satisfação, enquanto rodolfo ter-

minava de dar a informação completa: era quinta-

-feira e já havia um evento para montar o mock-

-up na terça-feira, em roma, na itália.

- E agora? - pensou rafael, mal havia saído do

aeroporto de Guarulhos.

do pensamento à ação, o empresário foi rá-

pido. Não havia tempo para chegar a Londrina e

criar uma estratégia. Era preciso ser ágil naquele

momento. Pensou imediatamente no Bruno, o ra-

paz que havia feito a logística do embarque para

Memphis. Passou a mão no celular e ligou.

- Bruno, estou indo para Congonhas pegar o

voo para Londrina. Preciso falar com você no ae-

roporto dentro de uma hora, pode ser?

Em Congonhas, rafael foi direto ao ponto,

logo após explicar a proposta.

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LPR | 114

A lpr, o brAsil e o mundo

- Preciso que você embarque hoje para a Europa.

Bruno também foi direto.

- Hoje não dá, porque preciso providenciar

diversas coisas. Mas na sexta eu embarco; no sá-

bado já estou lá, na hora do almoço.

de fato, nos dois meses seguintes, foi possível

realizar uma logística especialmente para conduzir

a Embraer nas asas da LPr. O primeiro trajeto in-

cluía Genebra, Turim, roma e Paris, no evento Air

Show 2007. Foi um sucesso, apesar do estresse ini-

cial. Tudo aconteceu conforme o roteiro previsto e

a empresa foi adquirindo mais um know-how em

atendimento internacional, conhecimento que se

tornaria muito útil à equipe, tempos depois.

A segunda etapa do projeto de logística foi

assumida por rodolfo, já que o Bruno não pôde

continuar o trabalho. O primeiro evento da agenda

sob sua responsabilidade aconteceu em São Paulo,

o Athina Onassis International Horse Show, uma

das maiores competições internacionais de hipis-

mo. No espaço externo da Sociedade Hípica Paulis-

ta, onde acontecia a última etapa do evento, a LPr

cuidou da exposição do jato executivo Phenom

100 da Embraer, em tamanho real. Atlanta, nos

Estados Unidos, foi a próxima parada, seguida da

Europa e, finalmente, chegando à cidade de dubai,

nos Emirados Árabes Unidos. O trabalho exigia um

atendimento amplo, tanto que rodolfo continuou

a conciliar montagem de estande com logística e

passou a contar com a colaboração de um parceiro

já bem conhecido, o designer Fábio Gioffrê, com

quem dividira os dias de trabalho em Angola. “An-

tes da crise de 2008, o mercado de aviação estava

aquecidíssimo”, relembra rodolfo, “e a Embraer

estava muito bem posicionada nesse mercado,

pois contava, além do know-how e da competên-

cia, com uma mão de obra mais barata do que seus

concorrentes.”

Os anos de experiência no Brasil

e em Angola tornaram-se ferra-

mentas importantes para a cria-

ção de uma pequena fábrica de

montagem provisória na Alema-

nha. Tudo para tornar mais ágil

a logística de trabalho naquela

região da Europa.

A fábrica

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LPR | 115

A lpr , o brAsil e o mundo

O trabalho, portanto, também estava aquecido.

No roteiro seguinte, a montagem de estandes para

a Embraer em Genebra, na Suíça, e em Londres,

na inglaterra. Já bem por dentro da logística e dos

custos e investimentos necessários para a monta-

gem de estandes, rodolfo achou por bem alugar

um armazém na Alemanha, onde pudessem mon-

tar uma minifábrica de estandes que os ajudaria a

estar mais próximos dos eventos com qualidade

garantida e custos sob controle. “O que era mais

barato, enviávamos do Brasil. O que não era possí-

vel seguir daqui, montávamos lá”, explica rodolfo.

Fábio Gioffrê foi quem comandou a equipe da pe-

quena fábrica. “Montamos nossa base na Alemanha

e fomos fazer estandes em Genebra e na inglater-

ra. Em uma semana adquirimos todo o material

e montamos uma marcenaria, praticamente uma

empresa”, recorda-se, sem susto.

Com essa estrutura montada, a LPr enviou do

Brasil 15 profissionais e em 20 dias praticamen-

te foi construído o grande estande para abrigar

os mock-ups da Embraer. “Fomos para Genebra,

montamos, desmontamos, voltamos para a Alema-

nha e, ali, fizemos outros estandes, agora para le-

var para o evento em Londres”. Entre abril e agos-

to de 2008, a equipe LPr convocada para esse

desafio trabalhou precisamente nesse projeto da

Embraer, que incluía dois eventos em especial: o

Farnborough Air Show, na Inglaterra, e uma feira

de jatos executivos, em Genebra. Para cada um

dos eventos havia uma linha diferente de avião

oferecida pela Embraer.

O trabalho em si foi prazeroso e realizador,

mas as burocracias de cada país provocaram mui-

to cansaço e estresse na equipe. Fábio não se es-

quece do tempo em que foi barrado, com mais 12

pessoas, na alfandêga inglesa, sem poder ingres-

sar no país porque faltava um visto temporário.

Mesmo com uma carta da Embraer informando

que eles estavam a serviço e que ficariam apenas

30 dias, ainda assim, os ingleses permaneceram

irredutíveis.

Na França, onde buscou auxílio no consulado,

Fábio entendeu que a liberação do visto levaria

pelo menos uns 10 dias. O cliente não poderia

esperar, pensou. Havia prazo, havia um contrato,

havia o compromisso, e o nome da LPr estava em

jogo. rapidamente, fez contato com rodolfo, que

deixou o Brasil rumo a Portugal. Ali, contratou

16 funcionários da empresa parceira de mon-

tagem angolana e seguiu para Paris, onde se

encontrou com o colega Fábio. Este lhe passou

o projeto detalhadamente e rodolfo rumou

para a inglaterra, com a equipe portuguesa.

“Não medimos esforços nem investimento para

realizar o trabalho para o qual havíamos sido

contratados. Entrei na inglaterra com 8 dias de

atraso, mas o pessoal já estava lá, trabalhando

e tudo deu certo no final”, recorda-se Fábio,

com satisfação.

Quando pegou o canudo de Engenharia em

Telecomunicações, no Sul de Minas, em 2003,

rodolfo Andrade já sabia que a vida o levaria a

cálculos bem diferentes daqueles que projetou

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LPR | 116

A lpr, o brAsil e o mundo

A montagem dos estandes da Em-

braer, como este nos Estados Uni-

dos, proporcionaram a abertura

de mais uma fronteira no conheci-

mento da equipe LPR. Abriu-se um

novo conceito de montagem para a

empresa brasileira.

Novo conceito

A invenção do desafio chegou ao setor

de logística e, ao trabalho de monta-

gem dos estandes, a LPR uniu os ser-

viços de transporte, montagem e des-

montagem dos mock-ups da Embraer.

Novo desafio

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LPR | 117

para si, quando resolveu estudar para seguir

essa carreira. Ele tinha a certeza de que pode-

ria fazer qualquer coisa, menos engenharia.

“Eu pensava: quero ser um gestor”, e foi isso

que encontrou na primeira proposta de traba-

lho feito pela LPr, em 2004. Hoje, aos 32 anos,

tem certeza de que não errou ao escolher esse

caminho. Ele se diz um administrador de desa-

fios, mote que parece estar em toda a parte na

empresa que inventa desafios.

Foram tempos de muito trabalho. Entre

2007 e 2009, a LPr dedicou-se de forma especial

A lpr , o brAsil e o mundo

ao atendimento da Embraer. O último evento a

contar com a participação da LPr foi em Orlan-

do, nos Estados Unidos. depois, com o contra-

to cumprido, outros horizontes foram buscados

pela empresa londrinense, a essa altura, já com

uma nova sede no rio de Janeiro e muitas outras

ideias sendo postas em prática. A adrenalina con-

tinuava sendo o motor a alavancar os negócios

da empresa que, em 2007, realizara um trabalho

importantíssimo que mudaria os rumos da sua

administração, selando definitivamente sua pre-

sença na agenda dos eventos internacionais.

Page 120: clique aqui para baixar o livro em pdf

Capítulo XI

o tão aguardado século XXi che-

gou, sem qualquer sobressalto e

contrariando as estimativas dos

“futurólogos de plantão” que

propagavam que o mundo acaba-

ria por completo nesse período.

O que acabou, isso sim, foi uma

era de tranquilidade e vagareza,

um tempo em que era possível viver as 24 horas

de um dia sem ter a sensação de que ele voava.

Quando o novo milênio começou, noticiando a

chegada de seus primeiros anos, os dias e meses

passaram a ter uma velocidade supersônica. Com

ele, e a tal globalização, que aproximou distân-

cias, o mundo de fato tornou-se pequeno.

Talvez para uma montadora como a LPr es-

ses fatos já fossem corriqueiros, afinal, não era de

hoje que o relógio se tornara um patrão rigoro-

so a cobrar da equipe o cumprimento de metas

ousadas, visando atender os clientes expositores

com agilidade e presteza. Os anos 2000, portan-

to, pareceram caber como uma luva na empresa

paranaense, que já ocupava espaço importante

no mercado de montagem, conquistando pro-

motores de eventos com sua forma de atuar bem

comprometida.

A LPr já havia “ganhado o mundo” com sua

participação em três continentes distintos -

América, África e Europa -, o que lhe angariou

rica experiência na logística internacional e tam-

bém um conhecimento extra de montagem fora

do Brasil. Mas seria em seu país de origem que

haveria de experimentar um gosto diferente na

conquista de um grande evento de reconheci-

mento continental.

Em 2007, a LPr tornou-se a montadora dos

Jogos Pan-Americanos daquela temporada, im-

portante evento internacional sediado no rio

de Janeiro, sob a responsabilidade de uma das

maiores empresas internacionais de eventos, a GL

Events, grupo francês que administra o Riocentro

Exhibition & Convention Center. Tendo a conces-

são do riocentro por 50 anos, a companhia fran-

cesa - através de sua subsidiária no Brasil, a Fagga

Eventos - contratou nada menos que a LPr para

cuidar da montagem nos cinco pavilhões onde

Na velocidade dos anos 2000

E

LPR | 118

Page 121: clique aqui para baixar o livro em pdf

aconteceu parte dos Jogos Pan-Americanos.

O evento, aliás, também selou uma importan-

te parceria do rio de Janeiro com o turismo de

negócios, setor que já vinha sendo fortalecido na

capital fluminense desde os primeiros anos da-

quela década. isso graças a uma ação do governo

local em parceria com a iniciativa privada, que

trabalhou para colocar a cidade no topo do pódio

dos eventos de negócios.

Em julho de 2002, conforme noticiou o jor-

nal O Estado de S. Paulo, na reportagem Rio

quer provar que pode receber grandes eventos,

a prefeitura da cidade lançava uma campanha

para estimular o turismo de negócios, mercado

que havia movimentado no Brasil cerca de r$37

bilhões no ano anterior. A intenção era divulgar a

infraestrutura da cidade para receber exposições,

congressos e feiras de todos os tamanhos.

O riocentro era o foco principal dessa impor-

tante campanha, o local que, cinco anos depois,

entraria também para a história da LPr, marcan-

do mais uma fase fundamental de transformação

da empresa paranaense. Em 2002 - quando o rio

de Janeiro foi anunciado como a sede oficial dos

XV Jogos Pan-Americanos -, os mais de 500 mil

metros quadrados do importante pavilhão de

eventos ainda não haviam se conectado ao sonho

de ampliação da empresa londrinense, mas esse

encontro não tardaria a acontecer.

O certo é que a prefeitura do rio de Janeiro

e seus parceiros - o Rio Convention & Visitors

Bureau, as associações comerciais da Barra da

Tijuca e do recreio dos Bandeirantes, além de

companhias aéreas e do setor hoteleiro da re-

gião - queriam acrescer ao já famoso destino

turístico o título de sede fundamental de even-

tos na área de negócios, fortalecendo a agenda

turística da região.

LPR | 119

Page 122: clique aqui para baixar o livro em pdf

LPR | 120

Esse projeto foi a semente de uma série de ou-

tros acontecimentos que levaram o rio a ganhar

destaque como cidade-sede de negócios em diver-

sas áreas, culminando com a realização de promo-

ções esportivas de grande destaque internacional,

anos depois, como os Jogos Pan-Americanos. Com o

sucesso do Pan, a ex-capital do Brasil ganhou ainda

mais notoriedade, mostrando-se capaz de sediar ou-

tros importantes acontecimentos da área esportiva.

Essa é uma história bem interessante, mas

vale lembrar, antes de contá-la, o que a década de

2010 reservou para o Brasil e o mundo.

O MUNdO ViA iNTErNET

Foi na primeira década dos anos 2000 que a

internet finalmente se consolidou como veículo

de comunicação de massa expressivo e definiti-

vo. Nunca mais o mundo foi o mesmo depois da

agilidade revolucionária da maior rede de com-

putadores do mundo, turbinada pela agilidade de

softwares e da banda larga, cada vez mais velozes

e capazes de armazenar uma infinidade de dados

e informações jamais vistos na humanidade.

A democratização da comunicação parece ter

alcançado o maior espectro possível, com possi-

bilidades infinitas de utilização nas mais variadas

áreas, da medicina à educação, da arte e cultura

ao jornalismo. Com o advento da banda larga e

sua alta velocidade de transmissão de dados, no-

vas possibilidades se abriram para o vídeo, o áu-

dio e os softwares de todos os tipos e tamanhos,

dirigidos aos públicos mais variados e à maioria

das classes sociais no mundo.

No final da década de 2010, as redes sociais

alcançaram uma importância sem igual, reunin-

do milhões de pessoas em torno de conceitos de

“amizade” e “opiniões instantâneas”, na expres-

são mais aguçada do que se chamou globaliza-

ção. Com a internet, o mundo de fato tornou-se

uma aldeia global. instalou-se definitivamente o

comércio eletrônico, movimentando milhões em

moedas de todos os lastros. Parecia não haver

mais limite para o “contato” virtual.

A tecnologia da comunicação revolucionou

todos os setores, com destaque para o celular,

tornando-o a cada dia mais um aparelho de mil

e uma utilidades. Travestido de TV, máquina foto-

nA velocidAde dos Anos 2000

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LPR | 121

gráfica, filmadora ou computador, o celular - que

na década de 1990 era apenas um telefone móvel -,

ganhou o status de “escritório virtual”, utilidade

doméstica e “parque de diversões”, com possibi-

lidades infinitas e bem ao estilo do período.

Com a chegada do tablet, um minimulti-

computador com recursos de leitura, internet

multimídia, acesso a bibliotecas virtuais, jornais,

revistas e livros, muito se falou na extinção dos

meios de comunicação tradicionais, feitos à base

de papel e, mais uma vez, o livro foi dado como

um veículo com os dias contados.

No Brasil, um dos maiores “clientes” da inter-

net no mundo, a tecnologia não havia ajudado

ainda a tornar o país menos desigual. A educação

continuava sendo um problema - não a solução

que deveria ser -, a política brasileira continuava

movida à corrupção e o país tinha seu primeiro

presidente operário, Luiz inácio Lula da Silva,

eleito para dois mandatos seguidos, depois de

amargar três derrotas em eleições anteriores.

dando continuidade aos projetos econômicos

e sociais iniciados nos governos de Itamar Franco

e Fernando Henrique Cardoso, o governo de Lula

protagonizou uma série de investimentos sociais

e ganhou o mundo com a fama de ter permitido

a ascensão dos mais pobres com a criação de uma

“nova classe média” no país. Enquanto isso, em

2008, uma grave crise econômica assolava parte

do mundo ocidental, tendo o foco principal nos

países ricos, como os Estados Unidos e parte do

continente europeu. Em contraponto a tanta cri-

se estava a ascensão dos países chamados “emer-

gentes”, entre eles a China, a Índia e o Brasil. O

maior país da América Latina tornava-se conhecido

em todo o planeta como a grande possibilidade de

investimento para o mundo capitalista.

O BrASiL rEdESCOBErTO

Os brasileiros viviam um oásis econômico, com

melhores salários, economia estável, consumo aque-

cido e muitos eventos sendo promovidos em todo

o país. Com os investidores estrangeiros apostando

suas fichas no Brasil, boa parte dos eventos promo-

vidos por aqui contavam com estandes patrocinados

por empresas internacionais, interessadas em apre-

sentar seus produtos ao mercado nacional.

Subitamente, o mundo “descobriu” o Brasil

e essa descoberta deu ainda mais impulso ao país

como sede de eventos internacionais. Sua estabilida-

de econômica, acompanhada das condições naturais

superprivilegiadas, deram ao país o status de desti-

no certo na promoção do turismo de negócios. Em

2008, a grande imprensa dava o tom do que corria

por esse mercado. As reportagens eram positivas.

Em texto publicado pelo jornal O Estado de S.

Paulo, em julho de 2008, a então presidente da

Embratur, Jeanine Pires, salientava que “o Brasil

está consolidado entre os dez países que mais re-

cebem eventos internacionais no mundo, de acor-

do com a International Congress and Convention

Association (iCCA). desde 2003, a Embratur de-

senvolve uma política intensa de captação de even-

nA velocidAde dos Anos 2000

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LPR | 122

tos, que permitiu que o Brasil saísse do 19º lugar

no ranking mundial para a 8ª posição, em 2007”.

Exatamente nesse ano, segundo a Organização

Mundial do Turismo (OMT), 140 milhões de pes-

soas no mundo haviam viajado a negócios ou para

eventos, o que havia movimentado, segundo dados

da reportagem do Estadão, algo em torno de US$

150 bilhões. destacando o forte investimento no se-

tor e as amplas possibilidades que o país ainda tinha

a explorar, a imprensa mostrava que havia muito por

fazer mas que muito já estava sendo consolidado,

colocando o Brasil, portanto, no rol dos países pro-

pícios a receber eventos internacionais.

“O bom momento da economia brasileira tem

impacto direto nas viagens de negócios. Segundo

a World Travel & Tourism Council, o Brasil será o

país que mais crescerá no mundo no segmento

[de turismo] em 2008. É a hora certa para nos

consolidarmos como um grande destino de even-

tos internacionais”, afirmava, categoricamente, a

presidente da Embratur.

O dESAFiO dO PAN

Aqui, novamente a história tornava a ficar in-

teressante para a LPr. Em 2007 - seguindo a ten-

dência nacional - a empresa também consolidava

um trabalho que vinha sendo erguido, tijolo por

tijilo, desde 2003, coincidentemente, o ano em

que o rio de Janeiro passou a investir em seu

próprio futuro como “capital de eventos”. Foi em

2003 que um namoro à distância teve início entre

a LPr e a Cidade Maravilhosa.

Tudo começou em Porto Alegre (rS), onde a

montadora atendia a interseg, feira da área de se-

gurança pública, no pavilhão da Fiergs, a Federa-

ção da indústria do rio Grande do Sul. Em meio

à correria de entrega do evento aos clientes, os

diretores Pedro Lopes e Luiz Basso receberam um

comunicado da federação gaúcha de que a impor-

tante promotora de eventos, a Fagga, pedia uma

indicação de três montadoras para atender a seus

eventos pelo país, inclusive no rio de Janeiro.

Luiz Basso, hoje diretor da filial LPr no rio de

Janeiro, se lembra desse encontro até hoje.

“Atendemos as executivas da Fagga, ali mesmo na

Fiergs, e levamos aquele nosso jeito simples e práti-

co de atendimento, acompanhado da nossa experi-

ência e da nossa paixão em montar eventos”. Elas

ficaram impressionadas, recorda-se Luiz Basso, um

apaixonado pelo que faz. resultado: a LPr ganhou

a preferência da Fagga, passando a montar diversos

eventos da empresa no Brasil. “Eles ficaram, de fato,

muito impressionados com a qualidade do nosso

trabalho”, ressalta o engenheiro civil, especializado

em montagem de estandes e há 17 anos na LPr.

Quando, em 2007, os jogos Pan-Americanos

deram o sinal verde para a licitação dos serviços

de montagem, o jovem rafael Andrade Lopes não

teve dúvidas de que havia, sim, uma grande chan-

ce da LPr ocupar espaço naquele internacional

evento que tomaria conta do rio de Janeiro. Ten-

do o suporte do experiente Luiz Basso, trabalhou

incansavelmente para que a montadora londri-

nA velocidAde dos Anos 2000

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LPR | 123

nense se tornasse fundamental nesse processo.

representando a segunda geração de inventores

de novos desafios da empresa, rafael foi concreti-

zar esse importante negócio para a LPr.

Ter a chance de montar os Jogos Pan-Americanos

começava a fazer sentido para a paranaense LPr. Sua

equipe acreditou nessa possibilidade e pôs mãos à

obra. Parecia um sonho - como tantos outros já rea-

lizados pela LPr. E como todos eles do passado, esse

também poderia dar certo... por que não?

rafael foi em frente. Preparou o projeto, com

sua equipe, obedecendo aos ítens do briefing pro-

posto pela empresa contratante, e que solicitava a

apresentação da estrutura da empresa, a relação

de clientes, os maiores e mais importantes traba-

lhos e os mais recentes. “Preparamos um senhor

material! Foram utilizadas duas caixas contendo a

apresentação da LPr. Afinal, eles deixaram muito

claro que queriam conhecer a empresa mesmo!”

A apresentação da proposta seria feita no rio de

Janeiro e, para isso, o jovem empresário quis ater-

rissar com antecedência na Cidade Maravilhosa.

“Pensei: vou com calma para apresentar a propos-

ta tranquilamente”.

Embarcou no voo das 16 horas em Londri-

na, no dia anterior à apresentação e, um pouco

cansado das atividades intensas daquela semana,

acabou pegando no sono. Não sem antes cuidar

pessoalmente das duas caixas que continham

todo o dossiê e o portfólio da LPr, um verdadeiro

estudo sobre a empresa, suas atividades e estru-

tura. Colocou as duas preciosidades no comparti-

mento de bagagens, bem próximas de sua enxuta

mochila de mão e, tranquilo, relaxou. dormiu a

viagem toda.

O rio estava lindo, como sempre. rafael esta-

va ansioso, mas tranquilo, pois sentia-se prepara-

do. Pegou a mochila, desceu do avião. Na recep-

ção das bagagens, pegou sua mala e seguiu para

o hotel. A beleza da praia de Copacabana, à frente

da qual rafael se instalou, convidou o empresário

a um passeio, e ele não se fez de rogado. Vestiu-

-se informalmente e resolveu caminhar pela areia.

A sensação de bem-estar o tomou por inteiro.

rafael respirou profundamente o ar de Copaca-

bana e, quando ensaiou os primeiros passos para

uma corrida saudável nas areias, as pernas bam-

bearam. O coração foi à boca. de repente, a men-

te voltou à rotina e o rapaz caiu em si:

- Cadê as caixas? - perguntou-se, desesperado.

E ele mesmo respondeu para si.

- Elas ficaram no avião!

de fato, descera da aeronave levando sua

bagagem de mão mas deixara para trás as duas

caixas preciosas. Enquanto dormia, a aeromoça

resolvera ajeitar a bagagem de outro passageiro

e tirara as caixas de perto da mochila de rafael.

Colocou-as mais à frente. Ao descer do avião, re-

laxado e tranquilo, o jovem apagara da mente seu

bem mais precioso naquela viagem.

Não adiantou o esforço da busca, através de

inúmeros telefonemas para a companhia aérea.

descobrira que o avião seguira para o recife, Na-

tal, e sabe-se-lá para onde mais... nada de caixas.

nA velocidAde dos Anos 2000

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LPR | 124

nA velocidAde dos Anos 2000

A montagem dos Jogos Pan-Americanos foi um marco na

história da LPR. Além da qualidade do serviço prestado,

a empresa ganhou uma visibilidade fantástica junto aos

promotores de eventos do Rio de Janeiro. Um novo tempo

ficou marcado para a empresa paranaense.

A conquista e os resultados

resolveu atender à intuição e à praticidade, pois

agora, apesar de ter chegado com antecedência ao

rio, o tempo começava a ficar curto e intolerável.

Ligou para os líderes de sua equipe direta na

LPr em Londrina e programou imediatamente uma

operação de emergência. do rio, comandou o re-

envio dos materiais, que chegaram via internet para

que imprimisse num escritório express. “Trabalhan-

do a noite toda, a partir das 23 horas, foi possível

reorganizar 80% do que estava no outro material”,

relembra rafael, hoje podendo contar essa história

com muito mais tranquilidade, um episódio que pôs

à prova sua capacidade e a habilidade de sua equipe

para resolver com agilidade e precisão um hiato que

poderia ter posto a perder a conquista de um evento

como os Jogos Pan-Americanos do rio de Janeiro.

No dia seguinte, portanto, o representante da

LPr estava a postos, podendo apresentar suas “duas

caixas perdidas”, agora “refeitas” em seu conteúdo.

Ele também refeito, sentia-se seguro com seu “ar-

senal” de informações sobre a empresa. Tanto que

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LPR | 125

nA velocidAde dos Anos 2000

pôde responder à altura, sem arrogância e sem mui-

ta conversa, quando um dos concorrentes se achou,

de antemão, já um vencedor naquela disputa.

- isso aqui é a minha proposta - disse ele,

olhando para os lados ao protocolar uma espécie

de livro, contendo seu portfólio.

Ele queria dizer com esse gesto: “Pelo tamanho

da minha apresentação, esse trabalho já é meu.”

Sem dar importância ao falastronismo do con-

corrente, o empresário londrinense pegou suas

duas caixas de conteúdos da LPr e também protoco-

lou o acervo. Os olhos do concorrente arregalaram:

- Nossa! Você está brincando!? isso tudo é por-

que se trata de arquibancadas?

- Não, é só overlay mesmo! – respondeu rafael,

referindo-se às instalações temporárias que ocupa-

riam os pavilhões do riocentro durante os jogos do

rio 2007 e que também eram alvo da licitação na-

quele momento.

O incidente foi apenas um fato a demonstrar

que o que estava em jogo ali era a capacidade de

realizar e, claro, a história construída por trás de

uma marca.

As propostas foram abertas e, como se tratava

de uma licitação privada, a empresa tinha liberda-

de para avaliar as propostas como lhe conviesse.

O que se buscava era a competência e não valo-

res, como numa licitação pública. “A ideia era que

os cinco pavilhões fossem distribuídos para cinco

empresas, cada uma se responsabilizando por um

espaço”, relembra rafael.

O portfólio da LPr ganhou a preferência e graças

a uma negociação que levou em conta a capacida-

de da empresa em trabalhar com grandes volumes

de montagem, a LPr tornou-se a empresa escolhida

para montar todos os cinco pavilhões dos Jogos Pan-

-Americanos, onde estavam sediados doze modali-

dades, o International Broadcast Center e o Main

Press Center. Segundo a Fagga Eventos, em seu site,

foi “a primeira vez na história que um Centro de

Convenções foi totalmente adaptado e transforma-

do em Complexo Multi-Esportivo capaz de receber

12 modalidades esportivas, além de abrigar o Me-

dia Center e o International Broadcasting Center,

por meio de instalações temporárias [ overlay ]

que ocuparam os cinco pavilhões do riocentro,

bem como sua área externa”. Mas a vida sempre

reserva uma surpresa e premia aqueles que se de-

dicam com sinceridade e esforço. O encontro da

LPr com o riocentro, o rio de Janeiro e os Jogos

Pan-Americanos desenhava-se sob a linha de um

traçado firme. O futuro inventado a partir desse

desafio começou, mais uma vez, a desenhar novo

caminho. Uma inusitada proposta surgia, diante da

mostra de capacidade da empresa .

- Vocês têm bastante móveis? - quiseram saber.

- Sim, temos - respondeu rafael.

- Você não quer olhar o briefing do mobiliário

para ver se a sua empresa tem condições de pegar

esse item também?

É que a maioria das empresas com as quais

a organização do evento estava pesquisando só

queria oferecer um tipo de móvel: só cadeiras ou

só geladeiras, por exemplo.

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LPR | 126

nA velocidAde dos Anos 2000

rafael examinou a lista do mobiliário e arre-

galou os olhos: de fato, a LPr tinha todo o tipo

de mobiliário mas o número pedido para aquele

evento era realmente grande, muito além de sua

disponibilidade. Mas, do tamanho do desafio é a

força que se consegue empreender para vencê-lo,

e o empresário de Londrina aceitou considerar a

possibilidade de participar de mais essa concor-

rência. Preparou, junto a sua equipe, um levanta-

mento de custos para a aquisição dos móveis ne-

cessários, e apresentou a proposta para atender o

Pan-Americano também nesse quesito.

resultado: a LPr ganhou a concorrência tam-

bém para o mobiliário. Nascia aí mais um desafio,

inventado pelo jovem empresário rafael Andrade

Lopes. E desse desafio, outros vieram, transfor-

mados em novas empresas do grupo, brotadas da

semente da confiança na sua própria capacidade.

Veio o Pan-Americano, vieram os dias do evento,

tudo acontecendo conforme o esperado e, fi-

nalmente, ao encerrar suas atividades, o grande

evento internacional deixava como herança a dú-

vida: o que fazer com aqueles milhares de móveis

adquiridos para responder à demanda do Pan?

“Foi aí que tive a ideia de uma empresa de

locação de móveis”, recorda-se rafael. Nascia a

LPr Locações, a primeira empresa a ser criada

para atender a LPr e também para prestar servi-

ços a outras companhias do Brasil.

Mas essa é outra história, que mais adiante,

revelará a importância da invenção do desafio

também para o cotidiano da LPr nos anos 2000.

Da necessidade fez-se a oportunidade. A imensa variedade de móveis adquiridos pela LPR para atender aos Jogos

Pan-americanos resultou numa boa oportunidade: abrir uma locadora de móveis. A ideia deu certo.

Onde nasce a oportunidade

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LPR | 127

nA velocidAde dos Anos 2000

Ao final do Pan-Americano, além dos resulta-

dos positivos com as novas ideias da empresa, o

reconhecimento chegou de forma bem inusitada.

Ao chegar ao riocentro, para onde foi represen-

tando a LPr - pois rafael estava em Angola -, Pe-

dro Lopes recebeu o aperto de mão do cliente

que, satisfeito, disse-lhe:

- Parabéns! Não ouvi falar de vocês durante

todo o evento!

Pedro Lopes não disse nada. Não havia enten-

dido o que aquele “elogio” significava, vindo da

boca de um importante empresário francês.

Esperou pela segunda frase. Quem sabe nela

estivesse a explicação. de fato:

- É que não ouvir o nome da empresa mon-

tadora durante todo o evento significa que não

houve problemas com a montagem. Quando te-

mos problemas na montagem, o que mais se ouve

é reclamação, e, por consequência, o nome da

empresa montadora.

Aí, sim, Pedro Lopes relaxou, e sorriu, tendo a

certeza daquele verdadeiro elogio. Os parabéns

eram, por direito, de toda a equipe que trabalhou

para que aquela “invenção de desafio” tivesse o re-

sultado feliz.

O esforço havia valido a pena. Tantos sustos

e tanta expectativa haviam se mostrado, afinal,

coerentes com a história da empresa paranaense

que, a partir daquele ano de 2007, passaria a ser

conhecida como a montadora brasileira que se

tornou “oficial” durante os Jogos Pan-Americanos

sediados no Brasil. Brotavam desse valoroso em-

penho uma parceria importante com a Fagga/GL

Events e o espaço para a montagem da filial da

LPr no rio de Janeiro, exatamente nas dependên-

cias do riocentro.

Com o nascimento do setor de locações de

móveis, a LPR inaugurava um novo tempo

em sua estrutura, ampliando o atendimen-

to a seus clientes no setor de montagem e,

ainda, abrindo um leque de opções infinitas

na área de locações. Com um catálogo re-

cheado de opções, a LPR Locações tornou-

-se um verdadeiro banco de móveis pronto a

atender clientes em todo o Brasil.

Banco mobiliário

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LPR | 128

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LPR | 129

Uma lição de ousadia

007. Como acontecera em outras fases de sua história, a

LPr alcançava uma nova etapa, e mais uma vez vivia uma

metamorfose que a levaria a outro estágio de evolução. A

lição de ousadia no episódio dos Jogos Pan-Americanos

deixou como resultado uma série de aprendizados que

foram sendo incorporados pela equipe ao longo dos anos

seguintes, permitindo que, tanto financeira quanto estrate-

gicamente, a empresa tomasse caminhos positivos rumo a uma gestão mais

enxuta e moderna. A criação de uma realidade diferente para a administração

da empresa foi um desses saltos importantes a desenhar uma nova fisiono-

mia para a montadora.

Com a instalação da filial no rio de Janeiro, em 2007, a LPr fechava o

triângulo da logística iniciado com as unidades de São Paulo e rio Grande

do Sul. Nascia também a LPr Locações, dedicada a ser a locadora oficial de

mobiliários para o riocentro. Além disso, a partir de 2007, diversas ações

ganharam peso na direção de uma administração mais participativa e ágil: os

líderes de setores conquistaram mais força e autonomia, a comunicação da

empresa passou a ser vista com mais profissionalismo (com ações internas

em recursos humanos e administração, e externas, com divulgação on line),

Capítulo XII

2

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umA lição de ousAdiA

LPR | 130

A frota própria da LPR aten-

de o setor de montagem e de

locações, estando à disposi-

ção da matriz, em Londrina

e também das filiais em São

Paulo, Rio Grande do Sul e

Rio de Janeiro.

Estratégia e logística

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LPR | 131

os negócios da LPr receberam o incremento de

novos parceiros e um atendimento mais amplo e

direcionado.

A LPr que brotava dos Jogos Pan-Americanos

era, de fato, outra empresa, assim como fora re-

novada a LPr dos anos 1990, apostando no mer-

cado nacional. A empresa surgida em 2007 era

essa que não parava de cobrar e mostrar resul-

tados, numa organização mais ágil e determina-

da. Personagem que viveu duas épocas distintas

e tão importantes para a LPr, o engenheiro civil

Luiz Basso foi quem assumiu a direção da filial

do rio de Janeiro nesse período. Sua trajetória vi-

nha desde 1994, quando deu os primeiros passos

na montagem de estandes e conheceu uma LPr

pequena em Londrina. Agora, ela se tornara uma

importante montadora a se destacar no cenário

do turismo de eventos brasileiro. Essa conquis-

ta se deu, diz Luiz Basso, pela motivação e pelo

comprometimento que se vê na equipe LPr, algo

difícil de encontrar em companhias brasileiras até

mais afamadas.

Tendo vivido uma trajetória tão singular e

abrangente, como foi a evolução da LPr entre a

década de 1990 e 2000, Luiz Basso não tem dú-

vidas de que a “caipira” empresa do Norte do Pa-

raná mostrou que não existem fronteiras para a

competência e a vontade de realizar. A LPr com

filiais no rio de Janeiro, em São Paulo e rio Gran-

de do Sul - e a ampla rede de serviços que criou

para atender todo o Brasil - é a melhor prova de

que não é preciso nascer numa capital para ser

competente e comprometida. dessa história de

comprometimento que ultrapassou duas déca-

das e meia originou-se uma empresa moderna e

dinâmica que ganhou o respeito de clientes das

capitais e do interior desse Brasil tão recheado de

diferenças e de regionalidades.

Quem também aposta nessa conquista é a ge-

rente comercial da LPr Locações do rio de Janei-

ro, a paranaense Bia Yuri Sato Martins de Souza.

Há apenas sete anos na empresa, Bia entendeu

rápido a cultura organizacional da LPr, levando

o conceito do desafio para a filial que abria suas

Instalada no Riocentro, no Rio de

Janeiro, a empresa paranaense

tem sua estrutura voltada para a

área de montagem e também para

a LPR Locações.

Empresa e filial

umA lição de ousAdiA

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LPR | 132

Criada para oferecer aluguel de móveis

a empresas brasileiras, a LPR Locações

nasceu após os Jogos Pan-America-

nos, em 2007. Hoje, os móveis da LPR

Locações estão presentes em cenários

de programas de TV, shows e eventos

os mais variados, numa agenda a cada

dia mais ampla.

Aluga-se portas no rio. Chegou à unidade carioca em fe-

vereiro de 2008 sabendo pouco sobre locação de

móveis mas não demorou a captar todas as nu-

ances de um setor conquistado com garra pela

LPr. Hoje, diz ela, a LPr é uma empresa de ponta

na área de locação, destacando-se especialmen-

te no setor de aluguel de móveis para eventos.

“Nesse sentido, somos imbatíveis”, diz ela, lem-

brando que foi possível conquistar esse espaço

importante no mercado graças à capacidade da

diretoria em entender que não bastava se lançar

no mercado; era preciso apresentar um trabalho

diferenciado, com uma atenção mais do que es-

pecial ao setor.

Page 135: clique aqui para baixar o livro em pdf

LPR | 133

fazer mais e melhor. “Estamos bem posicionados,

atentos ao mercado e sem medo de enfrentar as

perspectivas que continuam anunciando boas

novas”, avalia. “É ainda melhor poder ter a segu-

rança, saber que tudo que fazemos depende de

um trabalho em cadeia e que a estrutura da LPr

nos oferece essa certeza. Afinal, para se prestar

um bom serviço dependemos de uma rede inter-

ligada, são diversos setores e pessoas unidas para

alcançar o resultado final.”

Uma experiência jamais pode ser assim cha-

mada se não transformar aqueles que dela par-

ticipam. A ampliação das atividades da empresa,

a criação de uma rede de parceiros e o investi-

mento em comunicação que a diretoria passou

a apoiar de 2007 em diante são exemplos claros

Hoje, a gerente de locações – que é formada

em relações públicas – não se intimida em avaliar

a LPr como a maior locadora do Brasil voltada

para eventos. A classificação, segundo ela, pode

ser entendida tanto em quantidade quanto em

capacidade de atendimento. “Se no início das

nossas atividades no rio o desafio era construir

um método de trabalho, hoje temos um processo

próprio de atendimento, de armazenagem e de

logística. Vencemos esses desafios. Estabelece-

mos nossa própria equipe, conquistamos clien-

tes, consolidamos a empresa no mercado”.

Hoje, avalia a gerente, os desafios estão em

escalas diferentes, como, aliás, tem sido próprio

da história da empresa. Tão logo um desafio se

cumpre, outro se instala para instigar a equipe a

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LPR | 134

umA lição de ousAdiA

dessa transformação vibrante. rafael Andrade Lo-

pes confirma, satisfeito, que foi ele, sim, o artífice

dessa recente LPr multifaces. É cem por cento dele

a ideia de expandir a atuação da montadora, crian-

do uma rede de empresas parceiras para trabalhar

negócios diferenciados que atendam ao setor de

eventos em sua totalidade. Tudo isso criado sob o

signo da oportunidade e da independência.

A HiSTóriA FOi MAiS OU MENOS ASSiM...

Quando os Jogos Pan-Americanos termina-

ram, a LPr estava com um volume fantástico de

móveis para os quais não havia demanda no setor

de montagem. Foi então que o jovem inventor

de desafios rafael Andrade Lopes teve a ideia de

montar uma locadora de móveis, prestando servi-

ços a outras empresas do Brasil e estando à dispo-

sição da própria LPr. Nascia a LPr Locações, com

sede no rio de Janeiro.

A ideia de transformar um aparente “problema”

numa solução exata foi um tiro certeiro. É o que o

slogan da empresa tão bem apregoa: Pensando so-

luções. Aliás, é o que a cultura da LPr determina que

seja feito: mais que aceitar o desafio, inventá-lo. Tan-

to foi assim que, tempos depois, um novo negócio

surgia desse primeiro passo. Com o sucesso da LPr

Locações surgiu a ideia da WWL, uma empresa dedi-

cada à importação de móveis. “Na busca por novos

móveis, em feiras na China, enxergamos a possibili-

dade de ampliar nosso leque de atendimento”, con-

ta rodolfo Andrade, hoje diretor da WWL.

Se por um lado há a intenção de oferecer mais

serviços ao mesmo cliente, há também a importân-

cia dessas empresas parceiras como fornecedoras

da própria LPr, já que o volume de materiais exigi-

do pela montadora é gigantesco. São milhares de

metros de imagens necessários para uma só feira,

por exemplo. “Então, por que não formar uma par-

ceria que forneça especialmente para ela?”, pensou

rafael. A estratégia funcionou muito bem com a

LPr Locações e a locação de mobiliário; e também

com a WWL e a importação e venda de móveis. “É

gratificante ver a evolução da empresa”, confir-

ma outro importante parceiro, o Valdemir Alves

da Silva, diretor de logística da LPr. “Na década

de 1990 éramos 5% do que somos hoje; agora,

crescemos mais rapidamente em menos tempo,

assumindo compromissos gigantescos”. Por isso,

ainda que forme parcerias no mercado, a LPr

mantém-se como a célula maior, na opinião de

Valdemir.

As parcerias têm sido um mote importante para

o caráter multifaces que a LPr assumiu, após 2007,

tanto como empresa compradora quanto como

empresa prestadora de serviços. Graças a essas

parcerias, hoje a empresa paranaense oferece um

leque de opções nos eventos que assume. Além da

capacidade de montagem e locações, coloca à dis-

posição tecnologias de empresas parceiras como a

dos painéis de led, importantes tanto para shows

quanto grande eventos que exigem multimídias.

Por outro lado, as parcerias com promotoras

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LPR | 135

de eventos têm sido votos de confiança que a LPr

conquistou no mercado. Graças a elas, foi possível

instalar-se em centros de eventos, como o riocentro

- onde está desde 2007 - e, mais recentemente, em

2010, no Centro de Convenções SulAmérica, espaço

multiuso localizado no centro do rio de Janeiro. No

complexo - inaugurado em 2007, com capacidade

para receber simultaneamente palestras, workshops,

congressos, convenções e feiras nacionais e interna-

cionais - a LPr abriu mais uma frente de trabalho

visando atender à demanda do local.

À frente dessa nova fronteira, a diretora Mari-

na Andrade Lopes, entusiasta dos desafios, como

é de praxe na família. A jovem está entusiasmada

com a função que assumiu à frente da nova LPr no

centro do rio de Janeiro. Formada em marketing

e propaganda e tendo atuado desde 2007 na filial

instalada no riocentro, Marina explica que a nova

unidade tem como suporte toda a tradição da LPr,

e ainda conta com um diferencial: abriga o show-

-room de móveis da LPr Locações, o que auxilia

clientes que queiram conhecer in loco o produto

oferecido pela empresa no setor de locações.

“Abracei cem por cento essa filial”, diz Marina,

salientando que dessa forma responde à confiança

que a diretoria está depositando em seu trabalho,

um trabalho aliás com o qual convive não é de

hoje. irmã mais nova de rafael, ela se acostumou,

desde criança, a acompanhar os pais nos eventos

que a empresa promovia e organizava. Adulta,

atuou nas áreas de marketing e vendas na matriz

em Londrina.

Quando surgiu a oportunidade de atuar na fi-

lial do rio de Janeiro, em 2007, Marina se viu dian-

te de uma grande oportunidade num mercado que

não tem parado de crescer, desde os primeiros

anos da década. “O rio de Janeiro tem se torna-

do um centro fundamental no quesito turismo de

eventos”, avalia a profissional, agora à frente da fi-

lial que ocupa um belo e histórico solar no centro

da Cidade Maravilhosa. O local, tombado pelo Pa-

trimônio Histórico do Município, tem a companhia

de dois edifícios comerciais bem contemporâneos

e o Centro de Convenções SulAmérica recheado de

tecnologia para receber eventos os mais variados.

É no antigo e belo solar que a nova filial LPr

umA lição de ousAdiA

Um dos edifícios do

Centro de Convenções

SulAmérica, no Rio de

Janeiro: uma importan-

te parceria com a LPRfot:

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com

.br

Page 138: clique aqui para baixar o livro em pdf

LPR | 136

umA lição de ousAdiA

está instalada, pronta a atender clientes como

montadora oficial do complexo SulAmérica. “Aqui

me sinto a representante da LPr numa unidade

da empresa”, orgulha-se Marina. “Está sendo uma

oportunidade em todos os sentidos e muito bom

para o meu amadurecimento”. Ela fala com paixão

desse novo momento em sua vida e revela que é

da sua personalidade fazer com paixão tudo que

assume. Para ela, esse é um dos mais importantes

ingredientes a mover a empresa: a paixão. Traba-

lhar na LPr, segundo diz, exige dedicação. Por isso,

alguns avaliam como um vício, que toma conta de

quem se dedica ao trabalho da empresa. Marina

se emociona ao dizer que sente muito orgulho da

família, dos pais, do irmão rafael. “realizar com

sucesso, fazendo o que se deve fazer, é uma forma

de retribuir com orgulho tudo que eles fizeram lá

atrás. Quero levar isso para a frente.”

diante desse importante momento comercial

que lhe coube assumir, Marina se diz assober-

bada, porém, muito feliz, pois se sente cobra-

da para que mostre do que é capaz. Esse tipo

de desafio move seus instintos e a deixa mais

motivada ainda para corresponder ao que lhe

foi proposto. E, de fato, o movimento é inten-

so no grande complexo de eventos SulAmérica,

um centro de convenções que nasceu como um

conglomerado de prédios e pavilhão de even-

tos, tendo a parceria público-privada como in-

centivo em sua construção. Para a LPr, é outro

grande passo. “Trata-se de uma expansão muito

grande”, avalia Marina, lembrando que a empre-

sa tem se posicionado com firmeza e arrojo na ca-

pital fluminense. “E a matriz está apostando mais

do que nunca no rio de Janeiro, justamente por-

que a filial tem exigido isso com seu movimen-

O Solar (à esquerda na foto), patrimônio histórico, em parceria com o Centro de Con-venções SulAmérica (prédio à direita): uma nova frente de trabalho posta em prática pela LPR no Rio de Janeiro.

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LPR | 137

umA lição de ousAdiA

to e seus resultados. A LPr está acompanhando

essa evolução do rio e, por isso, crescendo com

o setor e ocupando espaços com qualidade”,

avalia a diretora.

COMUNiCAÇÃO E AÇÃO

Foi no calor do pós-2007 - que deu origem a

esse espírito de conquista de um mercado ainda

mais amplo - que nasceram ideias ainda mais de-

safiadoras para a LPr. A vontade de tornar a em-

presa globalizada já vinha sendo trabalhada, mas

ganhou corpo com a “conquista do rio”.

Como toda boa ideia, logo a semente deu novos

frutos e lá estava nascendo, fresquíssimo, um novo

departamento de comunicação que cuidaria não só

do setor de e-commerce para a venda de móveis,

mas também de todas as ações de comunicação da

LPr. Para isso - entre outras coisas - é preciso não

ter medo do tempo, conforme ensina uma das jo-

vens parceiras da LPr forjadas no calor dessa nova

administração iluminista. Com 26 anos de idade -

e apenas 9 dias mais velha que a própria empresa

onde trabalha -, a jornalista Ana Carolina Favarão diz

que aprendeu a trabalhar como uma verdadeira do-

madora do tempo. Para ela, que entrou na empresa

no final de 2007, o encontro com a LPr lhe trouxe a

certeza de que é possível realizar com o pouco que

se tem. “Aprendi que é possível planejar e que é pos-

sível também improvisar, se for imprescindível”.

Hoje liderando uma das mais novas frentes de

trabalho criadas para atuar em parceria com a LPr

Gazetinha, o jornal interno da LPR, é um dos pri-meiros veículos de comunicação a integrar a equi-pe da empresa, na matriz e filiais.

Comunicação interna

Page 140: clique aqui para baixar o livro em pdf

LPR | 138

- a área de comunicação -, Ana vê com esperança

a nova gestão que a empresa adotou a partir de

2007 e que coloca o planejamento como o líder

de todas as ações, parceiro também da imprevi-

sibilidade. É aquela velha história do roteiro: ele

existe até para que o viajante, ao se perder, possa

saber se encontrar. “Na LPr a cultura do plane-

jamento está mudando para que possamos estar

mais seguros até quando for necessário improvi-

sarmos”, diz Ana.

Jornalista por formação, Ana tem aprendi-

do que o espectro de visão de um profissional

precisa ir muito além daquilo que aprendeu nos

bancos acadêmicos. Por isso, a jovem tem utili-

zado com razão os ensinamentos da “faculdade

LPr”, um dia a dia que ensina, por exemplo, que

o jornalismo deve extrapolar a ideia de um sim-

ples texto de divulgação da empresa; o ofício da

profissão pode - e precisa - ser utilizado como um

caleidoscópio, a mostrar as múltiplas facetas de

uma empresa e seu mercado, permitindo planejar

a comunicação para um cotidiano imprevisível.

Em sua curta e intensa carreira na empresa,

Ana tem aprendido rápido, como é da cultura

LPr. Tanto que, em menos de cinco anos, tornou-

-se responsável pelo planejamento de toda a área

de comunicação, uma “diplomação” comum a

quem entende rápido o mecanismo de funciona-

mento da empresa. de fato, o cotidiano da LPr

forma profissionais especializados. “Grande par-

te dos funcionários é ‘fabricado’ aqui mesmo”,

confirma o diretor de logística, Valdemir Alves da

Concurso de cartões de Natal, visita do Papai Noel à em-presa, trabalhos sociais junto a creches e uma manhã especialmente voltada aos aniversariantes do mês, com café da manhã e bate papo. São algumas das ações do Departamento de Recursos Humanos em parceria com a Comunicação da empresa.

Ações em RH

Page 141: clique aqui para baixar o livro em pdf

LPR | 139

As confraternizações de fim de

ano sempre foram marcadas na

agenda da LPR como bons e im-

portantes momentos de encontro

entre funcionários. Em 2010 não

foi diferente.

Fim de ano

umA lição de ousAdiA

Silva. “Ninguém chegou aqui pronto. A maioria

se formou dentro da empresa. Por isso é que as

pessoas que estão aqui há 12, 15 anos, têm real-

mente a ‘cara’ da empresa, se consideram uma

espécie de pais e mães de um pedacinho da LPr”.

Ana concorda. diz que, além do amor à pri-

meira vista pelo dinamismo da empresa, aprendeu

todos os dias com o trabalho que passou a desen-

volver na área do jornalismo empresarial. Em com-

pensação, também sabe que pôde levar sua pró-

pria contribuição à corporação: um outro olhar

para a comunicação da empresa. Não à toa,

chegou à montadora no exato momento em

que ela precisava avançar nesse setor. “Com

o pós-Pan-Americano - como chamamos

aqui - nasceu uma preocupação de cuidar

da imagem da LPr, de ampliar esse setor.

Foi quando criamos o departamento de comunica-

ção. depois começamos a trabalhar com o concei-

to de unidade da marca, com a padronização dos

materiais, passando a orientar para que todos os

departamentos utilizassem a comunicação interna

e externa de forma padronizada”.

Page 142: clique aqui para baixar o livro em pdf

LPR | 140

As boas-vindas aos novos funcionários são feitas

logo que eles entram na empresa, com o Manual

de Integração LPR.

Manual de Integração

umA lição de ousAdiA

Nasceram, num primeiro momento dessa in-

tegração de ideias, o informativo interno Gazeti-

nha, os cartões de aniversário dirigidos aos fun-

cionários, a realização dos cafés da manhã para

comemorar os aniversários de funcionários e o

envio de news letters para atualização constante

dos clientes. Também tomou frente nessa nova

etapa da comunicação a criação de sites especí-

ficos e independentes para algumas áreas da em-

presa, como locações e venda de móveis.

As ações internas ganharam a parceria do de-

partamento de recursos humanos, que ampliou

sua atuação e contratou uma profissional espe-

cialmente para desenvolver a integração entre

o trabalho de orientação e de planejamento do

capital humano da empresa. integração, aliás, é

a palavra correta para definir a parceria entre o

setor de comunicação e o de recursos humanos,

ambos empenhados em fazer valer a verdadeira

cultura organizacional da LPr.

Há duas décadas, talvez as empresas não en-

contrassem nenhum parentesco entre as duas

áreas mas a LPr está realizando esse encontro de

maneira bastante correta na atualidade. É uma

forma inteligente de promover ações internas

porque une os dois setores que falam diretamen-

te com o funcionário. A política de recursos hu-

manos tem estimulado muito a equipe da empre-

sa para novos desafios.

Os planos são muitos e as estratégias já ga-

nharam a forma da cultura do desafio. É o caso

de promoções como a que envolveu os filhos de

funcionários num concurso para escolher o car-

tão do Natal de 2010. Além dos três desenhos

premiados com uma bicicleta para cada criança,

as outras produções foram expostas no mural da

empresa para estimular os “artistas” estreantes e

para que os funcionários conhecessem o trabalho

de todos.

Page 143: clique aqui para baixar o livro em pdf

LPR | 141

umA lição de ousAdiA

Outra ação importante na área de recursos

humanos é o Manual de integração, criado para

apresentar a empresa ao funcionário recém-admi-

tido na equipe. Esse importante instrumento de

comunicação faz parte do projeto maior da LPr

de fidelizar o colaborador, levando-o a conhecer

a empresa, sua história e a razão de sua existência.

Tudo para que o funcionário entenda a importân-

cia de fazer parte dessa família empresarial. Nes-

se sentido, também este livro com a história da

LPr torna-se uma peça fundamental na estratégia

do rH, afinal, a história da empresa compõe um

dos aspectos essenciais para o convívio do fun-

cionário com os colegas, para que ele consiga se

localizar no mapa da construção da empresa, en-

tendendo qual é o seu papel nessa engrenagem.

Se as ações do rH andam a todo vapor, os

planos da comunicação não ficam atrás. Há uma

estratégia sendo pensada e posta em prática pelo

departamento de comunicação, que hoje coorde-

na todo o planejamento da área na LPr. O site da

empresa está em constante reformulação, tendo

ganhado, inclusive, um espaço exclusivo para o

cliente conhecer projetos de estandes e poder

escolher aquele que mais se adequa à sua neces-

sidade. “O cliente pode entrar, ver o projeto, mu-

dar as cores e modificar alguns detalhes, visando

melhorar o processo interno de produção e o

externo de atendimento”, explica a jornalista Ana

Carolina Favarão.

Padronização da imagem, padronização da

comunicação, criação de veículos internos e ex-

ternos para falar com os diversos públicos, cone-

xão com o funcionário, com o cliente e com o

mundo. Esse conjunto de ações tornou a comu-

nicação um processo imprescindível. “Hoje, to-

dos reconhecem a importância da comunicação

dentro da empresa”, afirma Ana, lembrando que

esse também foi um “trabalho de formiguinha”

até alcançar o respeito que a comunicação deve

e precisa ter numa companhia do tamanho e da

história da LPr.

Essa é hoje a tarefa fundamental da Comuni-

cação, falando para públicos variados e impres-

cindíveis. “A LPr já está presente em mais de 15

redes sociais. Além de ser estratégico é obrigató-

rio nos dias atuais”, afirma Ana. Estão em anda-

mento, em caráter de planejamento, a assessoria

de imprensa e o projeto de uma rede social exclu-

siva da empresa que interligue os funcionários,

oferecendo chats, servidor com documentos ge-

rais da empresa, treinamento e reuniões on line,

enfim, “é a tecnologia como ferramenta a serviço

da organização da empresa”.

A CONTrOLAdOriA

Tantas mudanças exigiram reformulações no

ritmo interno, o que resultou num amplo traba-

lho também para o setor financeiro. Nesse senti-

do, a gerente do setor, Mara Pisconti, foi convida-

da mais uma vez a participar das mudanças.

Antiga parceira de desafios desde os anos

1990, Mara foi braço direito da diretoria à época

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LPR | 142

para a regularização do departamento pessoal.

Hoje, depois de ter vivido fases distintas na em-

presa - inclusive participando ativamente da ex-

periência da empresa em Angola, no início dos

anos 2000 -, Mara se dedica exclusivamente à área

financeira, com destaque para um trabalho que

está mostrando resultados: a controladoria. “Trata-

-se do controle de todas as despesas que passam

pela LPr com o apoio de um acompanhamento

específico e permanente”, explica a profissional.

Com o volume de transações dos dias atuais,

é necessário acompanhar tudo muito de perto no

sistema da empresa, desde o momento em que

o departamento comercial capta os eventos até

o fechamento total da agenda, meses depois. O

controle, no entanto, é diário. “Elaboramos um

manual em 2009, visando facilitar e organizar

ao máximo todos os movimentos financeiros da

empresa, para que as pessoas sejam orientadas e

possam caminhar com suas próprias pernas”.

Criado há dois anos e meio, o trabalho de

controladoria já mostra resultados, aponta Mara.

“Os resultados positivos são fantásticos; se você

comparar com as prestações de contas de 2008,

quando começou a ser implantado o novo sis-

tema, já é possível sentir a diferença, tanto no

planejamento dos negócios como no direciona-

mento das despesas e investimentos”. Segundo

a gerente, com esse sistema economiza-se, hoje,

cerca de 20% nas despesas. “Conforme o tipo de

gasto, a economia é até maior, chegando muitas

vezes a 50%”. Por isso, também, Mara não tem

dúvidas: “A controladoria é totalmente necessá-

ria; é imprescindível ter alguém olhando para

isso constantemente”, avalia.

O olhar de quem viu a empresa passar por mui-

tas fases é o mesmo que aprendeu a enxergar as

mudanças como necessárias, conforme o momen-

to exigia. E a LPr mudou muito nesses anos todos,

aponta a arguta observação da profissional. “Hoje

as pessoas sabem mais sobre a empresa e partici-

pam mais dela”, acredita Mara. “Hoje também são

dadas mais oportunidade e abertura para a partici-

pação. A comunicação está melhor, não há dúvida.

umA lição de ousAdiA

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LPR | 143

Há envolvimento, há participação. Muitas coisas

mudaram também nos cargos e funções. Foram

criados novos cargos, como o meu próprio, que

não existia. Hoje cada um tem a sua informação

e, se existir dúvida, ela é colocada para que seja

discutida, para todos trocarem ideias”.

Para a diretora comercial da LPr, Milena Lemos

de Almeida Lopes, nunca se buscou tanto projetar

e planejar como agora. Há muito a ser feito, diz

ela, mas as chances estão sendo aproveitadas ao

máximo. A gestão da empresa tem, por trás, uma

história como base, experiências que valem ouro.

dizendo-se motivada com o momento por que

passa a empresa, Milena vê os últimos quatro anos

como marcos de uma etapa importante para o

crescimento da LPr, algo que foi buscado lá atrás,

nos primeiros tempos da empresa. “Estou muito

motivada e sentindo que todos também estão. É

bom ver o trabalho dando resultado, chegando ao

que se sonhou. Temos muito orgulho da LPr”, ani-

ma-se Milena. Para ela, não há nada mais gratifican-

te do que chegar ao fim de um evento e receber o

aperto de mão ou o sorriso satisfeito dos clientes,

agradecidos. “Só isso já vale todo o esforço!”.

umA lição de ousAdiA

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LPR | 144

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LPR | 145

Capítulo XIII

ai longe o tempo em que uma pe-

quena caminhonete F-4000 e cinco

camaradas davam conta do recado.

Já é história aquela época em que o

material de montagem era retirado do

caminhão no local da exposição ten-

do ao lado importantes empresas do setor, com seus

funcionários uniformizados, chamando a atenção para

seu estilo organizado e grandioso, em contraste com a

modéstia do material da LPr em seus primeiros anos.

Vinte e cinco anos depois, os imponentes cami-

nhões da LPr também estacionam solenemente nos

pátios dos pavilhões de eventos mostrando profis-

sionalismo, obedecendo às normatizações do setor e

revelando uma equipe altamente especializada, reco-

nhecida em todo o Brasil”. Essa constatação é a reali-

zação de um sonho que parecia distante nos tempos

em que Seu Cido e a pequena equipe da LPr desciam

seus materiais da velha caminhonete e dormiam na

estrutura do próprio estande, enquanto os dias trans-

corriam longos para a pouca experiência de monta-

gem. Eram a raça e a vontade de fazer que moviam

aquela equipe ávida por se tornar, um dia, uma das

maiores empresas de montagem do Brasil.

vO desafio

Page 148: clique aqui para baixar o livro em pdf

LPR | 146

No século XXi, essa cena tornou-se possível em

cada uma das dezenas de cidades por onde passa a

equipe LPr, sugerindo que há muito mais a ser

realizado quando se tem a competência como

guia. E é na montagem propriamente dita que

o selo de qualidade da empresa se mostra mais

visível, atravessando fronteiras e marcando seu

espaço no mercado. É na montagem que o ta-

lento e a história da LPr se constroem, como

um quebra-cabeças, ganhando sentido e pondo

de pé a força de uma história que vem sendo

construída com empenho e inteligência.

LPr 24 HOrAS

Quando uma feira de negócios abre suas por-

tas nos grandes pavilhões de feiras, os empresá-

rios e clientes ansiosos que entram pelo portão

principal não têm ideia do que acontece nos

bastidores de uma empresa como a LPr. A “en-

trega do evento” é apenas a última etapa de um

trabalho que parece fugir aos rótulos e padrões

quando o assunto é normatização, planejamen-

to e organização. Para esse tipo de serviço, que

é “construir” um cenário de negócios, é neces-

sário mais que adrenalina. Comprometimento é

a palavra.

“Há algo que eu falo sempre para quem co-

meça aqui: você pode até não gostar da empre-

sa, pode querer ir embora com um mês apenas

de trabalho mas, se você fica, você vicia nesse

trabalho. Com essa adrenalina com a qual nós

convivemos, é preciso estar comprometido para

permanecer. Tudo é muito rápido e precisa ser

bem feito”. diretor de logística e um exímio co-

ordenador do almoxarifado da LPr há 17 anos,

Valdemir Alves da Silva fala com conhecimento de

causa. Para ele, correr contra o tempo é mais que

uma obrigação; é a certeza de que os clientes que

acreditaram na LPr poderão continuar confian-

do. “Para isso, vivemos um desafio todos os dias”,

ilustra Valdemir. Um desafio que é a verdadeira

história da LPr, uma história que começa todas as

manhãs por trás da aparente calma que reina na

matriz da empresa, em Londrina, onde um belo

jardim bem cuidado recorta sua fachada moder-

na, emoldurando a força de uma missão sem fim.

A capacidade para administrar grandes estru-

turas e grandes eventos, como diz o texto do site

da empresa, não foi uma vitória alcançada com

pouco suor. A estrutura e os profissionais foram

afinados para prestar um serviço justo e, ao mes-

mo tempo, encantador. do departamento de

criação, passando pela marcenaria, serralheria e

setores administrativos, são 15 mil m² na matriz

voltados especificamente à atividade que fez e faz

história na LPr.

“É difícil citar tudo o que aconteceu nesses

anos, lembrar de todos os fatos. Temos marcados

dentro da gente todas as conquistas e todos os

tombos que caímos para chegar onde chegamos”,

avalia Valdemir. “Quantas situações foram con-

tornadas e vencidas e quantas lembranças temos

conosco que são história e a própria cultura da

o desAfio

Page 149: clique aqui para baixar o livro em pdf

LPR | 147

empresa!?” Para o veterano diretor do almoxa-

rifado são essas histórias e esses sacrifícios que

garantem o sucesso do negócio e também a es-

tabilidade que hoje sentem os novatos, aqueles

que chegam com o sonho de começar numa das

empresas mais confiáveis do setor de montagem

brasileiro. Esse tempo sofrido e os desafios ven-

cidos com tanta determinação são como uma ga-

rantia de que as novas gerações possam começar

e prosseguir com novos amanhãs.

Que o diga o veterano Osvaldo Bento Filho,

colaborador desde 1994, 17 anos de empresa que

o transformaram, fazendo de sua vida uma dedica-

ção inteira ao setor de montagem. Encarregado do

setor de almoxarifado, Osvaldo deu seus primeiros

passos numa LPr bem pequena, que ele viu crescer

enquanto ele próprio evoluía, aprendendo a ser

profissional. Em sua atividade, ele é responsável

o desAfio

Nem bem o dia amanhece

e os desafios estão aqueci-

dos na “fábrica de sonhos”

que é a LPR. O comprome-

timento fala mais alto e o

trabalho não para.

Nos bastidores

Page 150: clique aqui para baixar o livro em pdf

LPR | 148

por separar os materiais e manter a organização e

ordem no setor de peças e utensílios que comanda

com precisão. Ali, de minuto em minuto, um cole-

ga aparece em busca de um mínimo item que só o

Osvaldo sabe onde está. “Quando eu entrei na em-

presa, eram apenas seis pessoas no almoxarifado.

Hoje, são mais de 50, só na matriz”, compara Os-

valdo, que não perde tempo, separando o material

solicitado. Ele também percorre o Brasil ajudando

na separação de materiais nos eventos. “Em 2010

- orgulha-se - viajei mais de 20 mil quilômetros.”

Os mil quilômetros de história que fazem sua

vida na empresa também relembram um tempo

em que Osvaldo controlava tudo manualmente.

Com o computador, tudo mudou. Permanecem as

lembranças boas de muito trabalho, muita ativida-

de, pouco tempo ocioso. “A gente já viu muito sol

se pôr aqui dentro. Foram tempos em que viráva-

mos a noite. Hoje, com a organização e os méto-

dos, isso não é mais preciso.”

Essa é a vida real de uma empresa, diz Val-

demir, para quem as noites passadas inteiras na

preparação de material de montagem e os dias

seguintes, prosseguidos sem descanso para que a

fábrica continuasse, são sinais de uma vitalidade

que hoje se mostra inteira, no selo de confian-

ça conquistado pela LPr. “Uma empresa é isso e

sua formação acontece em várias fases, algumas

boas, outras ruins, e nem sempre sabemos dar

nome a todas elas. São vários objetivos, vários

planos, e um caminho a seguir, sempre. Não se

pode parar. Quando entrei aqui, havia um plano;

aí crescemos, já era preciso ter outro plano... e

assim, foram tantos planos e tantos deles que fo-

ram se modificando...” Os objetivos também são

mutáveis, acredita Valdemir. Hoje é um; amanhã

ele poderá estar ultrapassado. E é sempre preciso

colocar objetivos alcançáveis para que, uma vez

atingido, outro se coloque como meta. “São vá-

rios degraus que você vai galgando.”

Assim, quando uma feira tem início sob o selo

de montagem oficial da LPr, também se ergue

Belos e imponentes, os estandes da LPR se constroem com a soma de muitos detalhes.Nos detalhes.

Page 151: clique aqui para baixar o livro em pdf

LPR | 149

o desafio

nos milhares de metros quadrados dos grandes

pavilhões uma vida toda feita de trabalho e tena-

cidade, muitas vidas envolvidas na tarefa de pres-

tar um serviço diferenciado. Naquele momento,

quando os portões da feira se abrem, a montado-

ra que nasceu em Londrina torna-se nacional, in-

ternacional, globalizada, atendendo empresários

de diversas regiões do país e do mundo.

Na matriz e nas filiais, enquanto isso, as equi-

pes de vendas já estão trabalhando em outra feira,

mantendo contato com antigos e novos clientes,

na busca por atender cada expositor e entender o

que ele precisa para que seu estande alcance o ob-

jetivo que pretende. Logo, esse atendimento se

materializará num projeto criado pela equipe de

design, analisado pelo engenheiro supervisor

para ser traduzido em valores cujo orçamento

voltará às mãos da equipe do comercial para

que remetam ao cliente. Aprovado, o projeto

ganha uma análise especial de outra equipe: o

pessoal do levantamento.

No almoxarifado da matriz, o coração da

LPr, ainda se sente a energia dos últimos ma-

teriais embarcados para os eventos da ocasião.

Nas filiais, o movimento é diferente, porém,

não menos intenso, pois os almoxarifados das

filiais são a síntese da matriz. Oriundo da fábri-

ca em Londrina e há quatro anos e meio no rio

de Janeiro, rubens Aparecido Haura adminis-

tra diversas tarefas reunidas na função de su-

pervisão do almoxarifado. É de sua responsabi-

lidade todo o trabalho que circula pelo setor, a

frota de veículos, a programação de entregas e

o controle do estoque, com entradas e saídas de

material, inclusive as transferências realizadas

entre as filiais. Tudo isso, acompanhado por in-

termédio de um sistema específico implantado

na empresa.

Graças ao grande movimento instaurado

na filial – que reúne montagem e locação de

móveis -, a unidade do rio de Janeiro tem um

ritmo intenso e que cresce a cada dia. “E a

Cada passo, cada pessoa é uma peça fundamental na montagem dos cenários produzidos pela montadora.

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LPR | 150

o desAfio

O tempo orienta os pro-

cessos de produção. O cro-

nograma traça o roteiro

enquanto a equipe se mo-

vimenta no ritmo da preci-

são e do cumprimento de

prazos os mais variados.

As horas

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LPR | 151

o desAfio

tendência é aumentar cada vez mais,

pois temos grande variedade de mó-

veis”, conta o profissional que está há

15 anos na LPr, tendo iniciado suas

atividades no almoxarifado da matriz,

em 1996. É tempo suficiente para assis-

tir à grande mudança operada no ritmo

e na evolução da LPr. “Envolve um vo-

lume muito grande de trabalho”, admi-

te rubens, se dizendo sempre disposto

para enfrentar os diversos desafios que

hoje a filial do rio de Janeiro tem pela

frente. Para rubens, não há outra pala-

vra que se encaixe melhor à realidade

da LPr, do seu nascimento aos dias de

hoje. A palavra é trabalho.

QUANTidAdE E QUALidAdE

Se convier e a empresa puder, o ca-

lendário estará recheado com três even-

tos ao mesmo tempo, o que tornará a

dinâmica fábrica uma verdadeira linha

de montagem. Homens e mulheres,

distribuídos em suas funções, estarão

montando tomadas e interruptores, se-

lecionando móveis, limpando tapetes e

carpetes, separando materiais, imprimin-

do imagens e adesivando peças com lo-

gomarcas de cada expositor.

No setor de marcenaria, onde está a

coordenação dos estandes construídos,

o ritmo não é menor. Pelo contrário. Carlos Alber-

to Moraes, encarregado do setor de marcenaria,

e Fábio Gioffrê, designer e expert na área de es-

tandes construídos, conduzem com maestria um

dos setores que mais crescem nos últimos anos,

mostrando a força da qualidade na produção de

estandes. depois de alcançar recordes em volu-

me e rapidez de montagens-padrão, a LPr vem

investindo na estética e na originalidade de seus

estandes construídos, uma tendência cada vez

maior em eventos diferenciados.

Carlinhos – como é mais conhecido na em-

presa – diz que os critérios de exigência nesse

setor seguem os mesmos padrões da LPr: rapi-

dez com qualidade. Para isso, ele e Fábio Gioffrê

acompanham tudo, da produção à entrega dos

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LPR | 152

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LPR | 153

A multiplicidade de itens é mar-

ca registrada da empresa. A todo

momento, um novo móvel, uma

nova parede, um novo objeto che-

ga para compor um dos vários es-

paços dos almoxarifados. E o que

não existe, se inventa.

De tudo um pouco

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LPR | 154

estandes, conforme exigem a agenda e o volume

de trabalho nas grandes feiras. Marceneiro desde

os 15 anos de idade, Carlinhos ingressou na LPr

para atender o setor de móveis, mas logo migrou

para a marcenaria, por exigência da demanda. O

ritmo se tornou intenso e ele passou a acompa-

nhar todas as etapas da produção, acompanhan-

do a supervisão da montagem, nos eventos de

maior fluxo. “Vou para as feiras acompanhar a

montagem para conferir tudo”, conta Carlinhos.

Nessa função, quando necessário e a feira exigir,

ele se divide com Fábio, acompanhando cada de-

talhe da montagem e só deixando o local quando

o estande estiver de acordo com o que foi deter-

minado no projeto.

É um trabalho mais minucioso esse de estan-

des construídos. A produção - feita por marcena-

rias terceirizadas – é toda acompanhada pelos

responsáveis da marcenaria LPr. Os serviços de

serralheria e pintura, entretanto, são totalmen-

te realizados na fábrica da matriz, em Londrina.

Acompanhando as exigências de sustentabilida-

de, hoje 70% do material do estande construído

é reaproveitado. “Estamos desenvolvendo novos

sistemas com encaixes inteligentes de paredes

para que o reaproveitamento da madeira seja ain-

da maior no futuro”, indica Carlinhos.

Como acontece com a maioria dos diretores

e gerentes de vendas, locação, logística, almoxa-

rifado e montagem, a mesa do setor de marce-

naria também tem várias pastas com os detalhes

de cada evento. Elas se revesam, uma sobre a ou-

tra, ganhando prioridade à medida que o serviço

pede e avança. Essas indicações, presentes em

todos os setores, são o guia geral de homens e

mulheres da LPr que não param um só minuto

desde que entram na empresa. São elas a ligação

entre o setor administrativo - de onde partem as

o desAfio

Rapidez com qualidade são as máximas do

setor de marcenaria, onde as ideias andam

na velocidade da agenda de eventos. Ali,

são criados e administrados os projetos de

estandes construídos, outra área em que a

LPR vem se destacando nos últimos anos.

Ideias arrojadas

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LPR | 155

decisões e os projetos - e os diversos departamen-

tos de montagem e logística.

O quebra-cabeça encontra seu clímax naquele

grande espaço do almoxarifado, onde, organizada-

mente, habitam materiais, móveis, eletrodomésti-

cos e um sem-número de itens que vão desde um

mínimo parafuso a um moderno aparelho de ar

condicionado, todos eles imprescindíveis para dar

vida aos milhares de estandes e espaços de feiras e

congressos cuja montagem têm o selo da LPr.

Olhando hoje pelo túnel do tempo, tudo pa-

recia mais simples há 25 anos. Mas não é bem

assim. É verdade que o mercado se tornou com-

plexo, com tantas variáveis e multiplicidade de

produtos e serviços, mas é também verdade que

as empresas sempre foram profissionais e, tanto

ontem quanto hoje, a exigência sobre o trabalho

é a mesma. Talvez no passado o volume fosse

menor, isso é fato; hoje, para atender a demanda

que a LPr um dia sonhou e trabalhou para ter, é

preciso estar organizado e atualizado, o que dá

a impressão de que tudo ficou mais trabalhoso.

No comparativo dessa história é possível sen-

tir a evolução em metros quadrados. O que levava

semanas para ficar pronto, hoje é realizado em

poucos dias. É também de sua estrutura poder

atender dois ou três eventos grandes ao mesmo

tempo, o que a diferencia no mercado. Poucos

conseguem tanto com o mesmo comprometi-

mento e agilidade. E isso se deve à experiência e à

capacidade profissional e produtiva da empresa.

Foi para isso que a equipe LPr trabalhou tanto lá

o desAfio

Nos departamentos de logística (no alto), comercial (no cen-

tro) e no financeiro (acima), o dia a dia da empresa pulsa em

ideias que agilizam os processos em busca de soluções para a

moderna empresa em que se transformou a LPR.

Soluções ágeis

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LPR | 156

nos manter lá. Permanecer no topo é um desafio

enorme, maior até do que conquistá-lo.”

A proposta é se reinventar sempre, melhorar

sempre e trabalhar para que todas as empresas

parceiras andem no mesmo passo. “Agora a em-

presa está caminhando para algo bem monitora-

do e bem equilibrado”, garante André, confiante.

rOTiNA dETALHiSTA

Em 2011, os paralelos vão ganhando distância e

tudo que aconteceu há pouco já vai entrando para

a rica história da empresa. A praticidade ganha

pontos e incorpora o slogan Pensando soluções,

criado para demonstrar que o cliente terá seu aten-

dimento feito da melhor forma possível, sem so-

bressaltos. isso quer dizer que o comprometimen-

to é total, permitindo que haja respostas para tudo.

Ninguém, nenhum cliente fica sem uma solução,

sem uma resposta para o seu questionamento.

atrás, dando consistência àquela pequena empre-

sa de montagem surgida de um primeiro propósi-

to de organizar eventos no Norte do Paraná.

Para o diretor André Hass, há 18 anos na em-

presa, o crescimento da LPr foi vertiginoso, mas

há que estar sempre preparado para novas crises

- esses momentos com os quais as empresas bra-

sileiras estão bem familiarizadas. A própria LPr vi-

veu altos e baixos ao sabor da economia mundial

e nacional, e também após ter dado passos largos

que necessitaram de uma corrida para alcançar o

leme no momento seguinte.

Hoje a empresa caminha estruturada e, aos

poucos, também se prepara para viver os sonhos

os quais todos têm se empenhado para colocar

em prática. André Haas diz que o planejamento

é a ferramenta do momento e que deve ser uti-

lizada nessa jornada rumo a mais crescimento.

“Precisamos estar preparados para chegar lá e

o desAfio

A ferramenta do momento na LPR tem o

nome de planejamento. O diretor André Hass

diz que assim torna-se possível realizar so-

nhos. “Manter-se no topo é um desafio muito

grande, para isso, é preciso estar estrutura-

do”, diz ele.

Planejamento

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LPR | 157

Com a experiência nasceram departamentos

que auxiliam na estruturação dessas soluções,

permitindo agilidade e rapidez no atendimento

aos eventos. É o caso do setor de levantamento,

por exemplo, no qual a equipe lida com uma roti-

na detalhista, cuja receita é a pormenorização dos

materiais utilizados em cada estande. É para ali

que segue o projeto de um estande criado pelo

departamento de design. Com o projeto aprova-

do pelo expositor, a equipe levanta todas as peças

que vão compor esse estande: alumínio, parafu-

sos, octanorm, mobiliário, vidros, piso... e passa

para o Valdemir, do setor de logística. Esse ma-

terial já fica separado especialmente para aquele

estande. Ali também é preparado o comando das

logomarcas, a medida das placas onde serão apli-

cadas as imagens da empresa, conforme o proje-

to criado pelos designers da LPr.

A evolução também chegou aí.

Como nos demais setores da empresa, a

área de levantamento viveu muitas mudanças

nos últimos anos, através das quais foi possível

alcançar uma organização mais ágil a cada novo

ano de trabalho. Essas mudanças se deram em

vários níveis, desde o investimento em versões

mais avançadas de software até a logística do

trabalho de levantamento. Também foi preciso

acrescentar novos materiais à rotina e à organi-

zação, pois depois de ter atendido a montagem

dos Jogos Pan-Americanos no rio de Janeiro,

em 2007, a LPr ampliou enormemente seu ca-

tálogo de materiais, com uma grande lista de

itens de mobiliário; logo, foi necessário acres-

centar novas bibliotecas ao sistema 3d, que é

o sistema que atende o setor de levantamento

e está em sintonia com a área de criação de

projetos.

É como se diz na empresa: nada para; a roti-

na da LPr é uma mudança constante. E vem daí

sua força e impulso para atender grandes fluxos

o desAfio

Sempre em alta no departamento

de projetos, a criatividade caminha

ao lado da eficiência. É preciso estar

atento, diz André Luiz Geovanini (à di-

reita na foto), utilizando as ferramen-

tas do design como aliadas e o cuidado

na busca da qualidade.

Criatividade

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LPR | 158

o desAfio

de eventos na agenda, a cada ano mais recheada

de desafios a serem vencidos.

O COTidiANO

Muito chão foi percorrido para que essa evo-

lução fosse alcançada. Mudou o mundo, muda-

ram as pessoas, cresceu a tecnologia, evoluiu a

organização. Só uma coisa não mudou: a rigidez

e a determinação do relógio a cobrar resultados

rápidos e certeiros de uma equipe sempre dispos-

ta a acertar. E essa é uma qualidade que não pode

faltar onde o compromisso é a palavra de ordem

numa rotina nada convencional.

O cotidiano da LPr não é similar a nada que

se conheça em termos de indústria, de empresa,

de negócio. É um trabalho muito específico, para

o qual são necessários ferramentas e aprendizado

diferenciados. “Na LPr, não existe nenhum pro-

duto igual ao outro. Cada estande, cada painel

para shows, cada montagem é um produto úni-

co e original”, aponta o engenheiro João Márcio

Manzano Ceciliato. É esse trabalho minucioso

que dá ao engenheiro e sua equipe a possibilida-

de de orçar o valor do estande que será repassado

ao cliente pelas mãos dos vendedores.

Com sete anos dedicados à LPr, João diz que

para esse trabalho não existe uma mão de obra

disponível no mercado, formada por escolas ou

instituições. É no dia a dia que se molda um pro-

fissional da área de montagem; a empresa é a pró-

pria escola. “A montadora é uma grande faculda-

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LPR | 159

o desAfio

de”, ensina o engenheiro João, com ares de quem

ainda tem fome de aprender sempre.

O cotidiano da LPr é, de fato, um mundo à par-

te. Trabalha-se muito, meses a fio, para construir

um “cenário” montado para apenas quatro ou cinco

dias. Entretanto, nos bastidores, muito antes, cente-

nas de pessoas já desenvolveram suas tarefas ardu-

amente, ponto por ponto, transformando o imenso

quebra-cabeças num show-room de especialidades.

Nos estandes, durantes as feiras, ou nos congressos

e eventos que monta, está um pouco do coração e

do suor de cada funcionário da empresa.

A LPr constrói sonhos, põe em prática ideias

que movimentam outros negócios, faz acontecer

o comércio, a indústria, o setor de serviços, ex-

pondo de modo bonito e elegante a produção

que o Brasil tem orgulho de produzir.

É bastante trabalho! dependendo da época,

o calendário reúne mais de um evento - dois,

três ao mesmo tempo - e há que ser versátil. O

trabalho está em toda a parte: na montagem de

uma grande feira no Sul e, simultaneamente, co-

meçando a ser comercializado no departamento

comercial da matriz ou das filiais da LPr, em três

diferentes estados do país.

Na filial São Paulo, Edilene daniel Guedes

representa bem essa versatilidade. Ela é ás no

trabalho de conciliar diversidades desde junho

do ano 2000, quando passou a integrar a equipe

da LPr, em Londrina. Era o dia seguinte ao seu

aniversário e Edilene começava nova fase em sua

vida: de secretária em uma clínica médica passou

A montagem dos estandes é tarefa que exige

continuidade e atenção. Há que se ter um olhar

para o projeto idealizado pelos designers da em-

presa e outro para a área onde se erguerá o es-

tande de cada cliente. É um trabalho de equipe.

Em equipe

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LPR | 160

o desAfio

a vendedora de área de montagem e de estande.

Boa de venda, acabou se tornando uma expert

em comercialização de estandes básicos, uma

das especialidades da LPr. “Eu gosto do estande

básico”, diz Edilene, lembrando que mais impor-

tante do que o tamanho do estande é a forma do

cliente trabalhar a feira. “Tem que ser simpático,

usar material de apoio, não adianta ficar lá num

estande lindo e com cara amarrada.”

Tendo começado em Londrina no início dos

anos 2000, e se mudado para São Paulo há quatro

anos, Edilene diz que o prazer de trabalhar na LPr

é igual, pois a cultura do desafio proposto pela LPr

é o mesmo em qualquer uma das unidades da em-

presa. Aliás, como a maioria dos que trabalham na

LPr, Edilene ama o desafio. A única coisa de que

não gosta é o estresse de pessoas que se extremam

nas horas mais complicadas. “Tudo tem que ser fei-

to com jeito e bom senso. Eu gosto de ver aquele

papel de projetos concretizado em feira. Atingir

esse objetivo é mágico, é mágico ver tudo aquilo se

erguer, deixando o papel para se tornar realidade.”

O volume de trabalho é muito grande mas

o friozinho na barriga, na estreia de cada novo

evento, é o combustível a mover pessoas como

Edilene, uma parceira de longa data da LPr. Ela

fala da importância da sintonia no trabalho entre

todos os departamentos e elogia das telefonistas

aos montadores, passando por todos os departa-

mentos que tornam possível a realização de cada

evento. “A começar dos proprietários, que man-

têm o espírito familiar mas não se esquecem de

investir na profissionalização”, aponta Edilene.

Para ela, é isso que tem permitido à empresa evo-

luir com direção nos últimos anos.

É difícil explicar o dia a dia de uma empresa

como a montadora LPr. Só vivendo para crer. É

um cotidiano que exige atenção e controle acu-

rado, pois o produto que chega ao pavilhão de

exposições é um quebra-cabeças que precisa ter

Nas vendas e no contato com o

cliente ou na montagem, direta-

mente nos pavilhões de feiras, a

sintonia entre as equipes precisa

ser mantida, afinal, dois ou mais

eventos podem estar acontecendo

simultaneamente.

Sintonia

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LPR | 161

o desAfio

encaixe perfeito. Para isso, suas peças são cuida-

dosamente criadas para atender às necessidades

do cliente e precisam chegar ao destino devida-

mente roteirizadas, prontas para serem utilizadas

conforme foram concebidas no projeto. Nesse

ponto, entra a logística da LPr.

A área de logística do transporte completa o tra-

balho de toda uma equipe. Para que tudo aconteça

de forma afinada, o projeto de logística conta com

um programa específico para controle de custos

no transporte e uma ampla rede de organização da

frota que percorre diversas cidades do país. É uma

nova visão para o controle da frota de caminhões

que levam e trazem os materiais das feiras.

Esse controle do transporte é como um fecha-

mento à altura de todo o trabalho realizado até

aquela etapa. É a outra ponta dessa história - que

começou lá atrás com uma velha F-4000 trotando

nas estradas do Paraná e São Paulo. São os novos

tempos com grandes volumes de negócios e de

trabalho a exigir rígidos controles das viagens re-

alizadas, do abastecimento por cartão nos postos

credenciados à empresa, um sistema que permite

à LPr controlar tim-tim por tim-tim o abastecimen-

to, o local, a quilometragem e os custos da viagem.

Foi essa racionalização com sistema próprio de

logística que permitiu à LPr reduzir custos e ga-

nhar em agilidade. E esse dois componentes são

fundamentais em grandes feiras que exigem, por

exemplo, a presença de 30 caminhões carregados

com material de montagem. A logística da LPr hoje

tem tecnologia, tem controle e tem programação.

Ela é fundamental e, por isso, tem vida própria.

VELOCidAdE COM QUALidAdE

Volume de trabalho não é novidade na LPr. A

empresa é conhecida por sua capaciade em lidar

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com a palavra quantidade. O jovem André Luiz

Geovanini, de 29 anos, viu aumentar o número de

projetos sobre sua mesa desde que entrou na em-

presa, há 10 anos. Criativo, tem procurado, nesse

período, acompanhar todas as mudanças para que

as ferramentas novas sejam aliadas na administra-

ção dessa grande quantidade de trabalho.

Designer formado, André entendeu logo que

a empresa precisava mais do que um especialis-

ta, por isso, como líder, procurou se envolver em

diversas etapas, procurando ter a visão panorâ-

mica de quem lidera e pretende crescer com

o que faz. Para ele, só é possível melhorar na

qualidade do serviço se os erros forem detecta-

dos e corrigidos rapidamente. Os relatórios de

final de feira - feitos regularmente - têm esse

propósito. E neles estão envolvidos todos os

setores ligados diretamente à montagem da

feira. “Já dá para sentir a diferença no nível de

qualidade”, diz André, e isso se deve, também,

segundo ele, à sintonia maior entre todos os

setores, inclusive à conversa com os encarre-

gados de montagem. “Agora trocamos ideias,

investigamos juntos as falhas; a comunicação

está bem melhor”, diagnostica.

deixar a sala de criação e seguir para as fei-

ras foi outro passo importante. É como se o

projeto virtual fosse passear nos pavilhões dos

eventos para conhecer sua versão real, posta

em prática. Sete dias antes de inaugurar uma

feira, lá está um pequeno batalhão de olhares

detetivescos, em busca do melhor resultado. E

o desAfio

LPR | 162

Page 165: clique aqui para baixar o livro em pdf

LPR | 163

esse olhar com lente de aumento precisa estar

presente em tudo, pois se o forte da LPr é a

velocidade de montagem, é preciso trabalhar

para que a qualidade esteja junto nesse pro-

cesso. “Nós conseguimos trabalhar com vários

eventos aos mesmo tempo, e só garantimos os

resultados no final porque temos várias equi-

pes”, diz ele. “E se for preciso, varamos noites

para entregar no prazo”.

dETECTANdO MELHOriAS

A evolução e o investimento deram novos

ares à rotina, mas é preciso estar atento para

que o know-how seja permanentemente apri-

morado. Para isso, os diversos setores estão

sempre discutindo todos os processos da em-

presa, com destaque, inclusive, para as melho-

rias que nascem dos erros.

o desAfio

Tem sido justamente essa a proposta do se-

tor comercial nos últimos tempos: debater os

erros e construir acertos. Concorrem para essa

ideia, as reuniões com os funcionários envol-

vidos em cada etapa, encontro que permite a

cada um sugerir e analisar projetos com itens

diferenciados e trocar informações, antes e de-

pois do evento. A importância dessa discussão

é confirmada quando a equipe chega à feira,

para a entrega dos estandes. Na montagem e

na finalização estão o termômetro do que foi

debatido anteriormente.

A análise pós-feira completa o quadro, do

qual se destacam e são avaliados os erros, os

acertos, o que pode ser melhorado, onde a

presença da empresa poderia ter sido mais in-

cisiva... enfim, é feito um raio-x que permite

melhorar, acrescentar, evoluir. Essa avaliação

tem sido vista com bons olhos pelos líderes

As equipes de montagem seguem para

os pavilhões de exposição munidas dos

projetos que orientarão seu trabalho. O

supervisor de montagem é quem con-

duz o processo, orientando para que

cada passo seja seguido à risca.

O projeto

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de setores, certos de que estão no melhor ca-

minho. Eles são unânimes em afirmar que essa

democratização dos resultados tem aproximado

mais as pessoas envolvidas. Todos passam a ter

ainda mais comprometimento, pois entendem

o sentido do seu trabalho, a importância de ser

uma peça fundamental nessa engrenagem.

É o que se chama envolver as pessoas numa

rede de trabalho e de confiança. Esse método -

tão simples e eficaz - tem permitido avanços na

qualidade dos serviços, tanto que a cada três

meses, ou mesmo no final do ano, quando são

apresentados os números da empresa, é possí-

vel enxergar o crescimento. Para os líderes da

empresa, falam mais alto a sintonia e a sinceri-

dade no modo de trabalhar.

É fundamental também que os departa-

mentos trabalhem unidos, em harmonia, pois

um depende do outro, assim como cada item

minúsculo do estande concorre para sua sus-

tentação e beleza. “Como a LPr trabalha muito

bem com a velocidade - somos ágeis em reali-

zar todos os processos até a montagem final do

estande -, precisamos estar bem focados para

não perder de vista os detalhes”. A avaliação é,

mais uma vez, de André Luiz Geovanini, líder

do setor de projetos e orçamentos. Estar aten-

to, segundo ele, é também não deixar passar

em branco as novidades, estar por dentro do

mercado, sintonizado aos novos materiais, a

modos diferenciados de projetar os estandes

com criatividade, “e sempre tendo em vista

a praticidade e o custo compatível para os

clientes”.

É preciso sinceridade, muita sinceridade.

Pedro Lopes costuma dizer que a empresa só

não pode errar na verdade dos fatos. Para ele,

está fora do contexto a ideia de dizer sim quan-

do é preciso ser sincero, dizendo não ao clien-

te. “O que está errado é prometermos aquilo

que não vamos poder cumprir”, preconiza o

fundador da LPr. Nesse quesito, Pedro Lopes

é irredutível. Para ele, a sinceridade é a base

da construção de uma grande empresa, “é o

o desAfio

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LPR | 165

alicerce que sustenta a marca, o nome que

construímos com tanta dedicação”. Vem daí,

diz ele, a confiança que o mercado tem hoje na

empresa que semeou há 25 anos e hoje colhe

os frutos.

Confiança. Essa é a palavra que, ainda em

tempos de promessas vãs, deve valer como

ponto final para empresas que acreditam e

pensam em soluções, como a LPr. E, diga-se

de passagem, tudo que a empresa vende é pura

confiança, é conceito, pois, se grande parte

dos clientes adquirem os estandes sabendo da

capacidade da empresa em prestar um bom

serviço, há outra parcela que, montando o es-

tande pela primeira vez com a LPr, aposta na

indicação de outros clientes ou, simplesmente,

na promessa “vendida” pelo bom atendimento.

LOGÍSTiCA E MONTAGEM

dias antes do evento inaugurar, vendedores,

supervisores ou mesmo os diretores seguem para

supervisionar o trabalho final de montagem e

entregar a feira aos expositores. isso significa

que os clientes vão receber uma “visita” do pro-

fissional da LPr antes e durante os primeiros dias

do evento. “Esse momento é importante porque

trata-se de um pós-venda, de uma atenção espe-

cial que o cliente recebe da nossa equipe”, apon-

ta a diretora comercial Milena Lemos de Almeida

Lopes. “E é um prazer poder entregar a feira

com a confiança de que está tudo bem”.

É preciso ter, antes de mais nada, nervos de

aço e foco no alvo para participar dessa corrida

contra o tempo que é a montagem de estrutu-

ras para eventos, a conquista do cliente, a cria-

ção de um cenário que exige de homens e mu-

lheres dias e meses debruçados sobre a venda

de um espaço virtual que se transformará num

estande, uma espécie de escritório temporário

do expositor para receber seu cliente naqueles

poucos dias de feira.

Quem está na coordenação da montagem

acostumou-se a ver o projeto se transformar

em realização, todavia, sabe que são necessá-

rias muita sintonia e profissionalização nesse

processo. O experiente supervisor de monta-

gem Cesar Henning, hoje na filial de São Paulo,

acompanha a evolução da montagem não é de

hoje.

Começou na LPr como empreiteiro, entre

1996 e 1999 - um free-lancer a prestar servi-

ços para a empresa - e tornou-se funcionário

a partir de 2003. desde 2007 como supervisor

de montagem, Cesar é um fiel parceiro da em-

presa, a qual aprendeu a respeitar e a qual se

dedica com prazer desde que o dia começa na

empresa. Coordena as montagens, as ativida-

des da locadora de móveis, faz as separações

de romaneio e organiza as rotas de entrega e

retirada. Conta com 23 colaboradores na lo-

cadora e seis na equipe de montagem. Cesar

é - como ele mesmo diz - um coringa, estando

sempre à disposição, seja na filial São Paulo ou

o desAfio

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LPR | 166

mesmo na filial do rio de Janeiro, se for preci-

so. “Me encaixo em qualquer lugar, em qualquer

situação, ajudo nas licitações e feiras no rio de

Janeiro, estou sempre à disposição.” Atento e

pronto, César vive a empresa com o compro-

metimento necessário, por isso, diz que a me-

lhor palavra para definir a LPr é família, afinal,

“passo mais tempo na empresa...”

Nacional ou internacional, um evento não

precisa de rótulo especial para ter, nos bastido-

res, a energia posta em prática por uma equipe

comprometida com o que faz. Na verdadeira fá-

brica de estandes e cenários de eventos em que

se transformou a LPr, um dia é pouco para tan-

ta produção, e um mês é feito de muito mais

que 30 dias. Que o diga o agitado Agnaldo José

Leite, o Pitu, integrante da equipe veterana dos

montadores da LPr. Há 16 anos na empresa,

Pitu é a própria marca LPr em ação quando os

eventos chegam aos pavilhões de exposição

através da equipe de montagem.

Expert no assunto, hoje Pitu é um dos su-

pervisores de montagem, posto que atingiu

graças a sua dedicação e conhecimento, o que

pode ser dito também do irmão, Ademir Lei-

te - o Magrão -, outro dedicado funcionário

que comanda as montagens pelo Brasil afora.

“Comecei como auxiliar de montagem, não

sabia nada, mas fui aprendendo, porque eu

sou muito curioso. Acabei me identificando

com o serviço”. Esse é o Pitu, cheio de ener-

gia, mas o irmão, o Magrão, também é assim,

e atento ao trabalho no pavilhão vazio, que vai

ganhando recheio conforme ele coordena os

rapazes da equipe de montagem. “Não se pode

perder tempo e nenhum detalhe”, diz Magrão,

já correndo para supervisionar outro setor do

pavilhão numa feira que abrirá em alguns dias,

O setor de logística reúne processos avançados e precisos para que a frota seja utilizada de forma racional, atendendo às várias regiões brasileiras.

A fundamental logística

o desAfio

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LPR | 167

no Norte do Paraná. Aos poucos, aqueles mate-

riais descidos do caminhão vão ganhando for-

ma e sentido, e logo, uma feira será erguida,

viva e pulsante.

Pitu já perdeu as contas de quanto andou

por esse Brasil afora. Até no exterior ele já es-

teve, conta, orgulhoso. Tanto andar, entretan-

to, não apagou os primeiros passos, logo que

começou na empresa. Até hoje, as imagens do

primeiro evento não lhe escapam da mente.

Foi em Paranavaí, no Noroeste do Paraná, que

Pitu estreou no setor de montagem. “Era uma

feira agropecuária. Tinha de tudo um pouco.

desde venda de carro até boi e parque de di-

versões. Foi a primeira vez que participei de

um evento como montador”, recorda-se.

O que mudou de lá para cá é uma vida toda,

compara Pitu. “Nunca imaginei que a LPr teria

a estrutura que tem hoje. Eu olho para trás,

vejo o que mudou e fico meio abismado. Nem

parece verdade!”, admira-se o supervisor de

montagem que está sempre na estrada. O mes-

mo que, várias vezes, voltou a Londrina ape-

nas para trocar a mala e pegar a estrada de

novo. “Já cheguei a ficar fora 52 dias, entre um

evento e outro”. O orgulho dele é também po-

der contar que viajou para os Estados Unidos

e Europa, montando estandes para clientes

em feiras internacionais. “Até em dubai eu já

estive!”, espanta-se com sua própria coragem

para aventuras.

Mas só é possível contar quilômetros por-

que eles são fatos de uma história construída

com muito trabalho. E organização, porque -

como bem diz o montador - a montagem só se

faz com organização e método. Colaboraram

para isso as muitas mudanças do setor e as

tecnologias que vieram para ajudar na evolu-

ção. São melhorias que aconteceram nesses 16

anos em que Pitu e o irmão Magrão estão na

LPr. “Tudo ficou mais detalhado, tudo chega

mais organizado para os montadores. E quan-

do isso acontece, a possibilidade de erros é

muito menor”.

O dESAFiO

O conhecimento deve andar de mãos dadas

com o bom senso. É o que se costuma obter

com os anos de experiência numa empresa

comprometida com a qualidade. O cliente é o

alvo desse cenário. O engenheiro João Márcio

Manzano Ceciliato exemplifica.

Projetar nem sempre é só uma ideia boni-

ta. Na hora de executar, o estande pode ficar

muito caro. Nessa hora, uma troca de material

mais em conta pode dar um efeito parecido

e a execução torna-se mais barata. “Não é só

engenharia; precisamos pensar em tudo. Tem

que pensar na dificuldade que o montador vai

ter na hora de executar aquilo, no custo. Tem

que ser prático.”

É fundamental saber o que o cliente vai

expor no estande, qual é o negócio dele?

o desAfio

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LPR | 168

Se a feira é uma exposição de equipamentos

industriais e o cliente tem uma máquina de 7

toneladas para ser exposta, é preciso ter todas

as informações detalhadas para que o estande

suporte, sustente e, ainda, obedeça a critérios

muito rígidos e específicos; do contrário, os pro-

blemas certamente virão. “Vamos aprendendo a

ter o olho clínico de quem vê antes. Vamos nos

precavendo de possíveis problemas que possam

acontecer”. Por isso, o bom projeto, diz o enge-

nheiro, é aquele que traz o maior número pos-

sível de informações que o vendedor conseguir

obter do cliente. É uma matemática mágica cujas

contas devem compatibilizar custos, estética,

praticidade, estabilidade e satisfação do clien-

te. Tudo isso para que a LPr possa multiplicar

a qualidade do atendimento, evoluindo sempre.

“Se tiver tudo isso, estamos no caminho certo”,

preconiza o engenheiro João.

E o que é estar no caminho certo para uma

empresa que inventou um caminho próprio,

desde o início, ampliando seu atendimento

para diversos setores? O caminho é seguir em

frente com o melhor que a empresa pode ofe-

recer: seu comprometimento com o cliente,

com o mercado. Para Bia Yuri Sato Martins

de Souza, gerente comercial de locações no

rio de Janeiro, o atendimento da LPr cresceu

tanto de maneira linear – no setor de grandes

feiras e eventos - quanto de forma multilateral

– atendendo eventos os mais variados, o que

passou a acontecer a partir de 2007, com a

criação da LPr Locações, com filiais no rio de

Janeiro e em São Paulo.

Com a área de locações a LPr ampliou seu

leque de atendimento, extrapolando o calen-

dário convencional de feiras e atingindo um

sem-número de eventos que não obedecem

a uma agenda rígida. “O setor de locações

tornou a LPr mais conhecida do público em

geral, divulgando sua marca de forma mais

ampla”, avalia Bia Yuri. Hoje, os móveis da

LPr são locados para shows, programas de

TV, festas oficiais, comemorações públicas

e privadas, eventos corporativos em hotéis,

em empresas, na praia ou em lugares os mais

inusitados. É que o mercado de eventos criou

asas, ampliou-se, ganhou espaço com milhões

de possibilidades... e a LPr, pensando em

crescer, vem conseguindo assimilar a multi-

plicidade de acontecimentos que o Brasil do

final da década está propiciando. Só inves-

tindo muito em profissionalização é possível

atender a tanta demanda. “E a LPr está con-

seguindo porque, lá atrás, aceitou o desafio

de abrir-se, ouvindo o que tinham a dizer as

novas gerações”, conclui Bia Yuri.

É um trabalho de equipe. Tudo precisa es-

tar sincronizado. Se uma das partes falhar, lá

na frente o plano não vai funcionar. Ajustar

os ponteiros de todos os relógios é essencial

quando tem início uma maratona, como a

montagem de um evento ou a entrega de um

lote de móveis importantes para a estreia de

o desAfio

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LPR | 169

um programa ou ainda o show de um cliente

que confiou na marca da empresa. A união da

equipe é fundamental sempre; sem ela, não há

tecnologia que resolva.

o desAfio

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LPR | 170

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LPR | 171

Capítulo XIV

A invenção do desafio

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LPR | 172

já passa das 9 horas quando o “fun-

cionário” mais antigo da LPr chega

para “bater o ponto” na terceira

manhã da semana. Veste roupa es-

portiva e passa pelas salas cumpri-

mentando as pessoas. Muito à von-

tade, caminha pelo longo corredor

da empresa como quem chega à

própria casa depois da ginástica, um

pouco cansado e outro tanto alivia-

do com os resultados da empreitada

matinal. O Pilates, afinal, ajusta as

“juntas”, proporciona bem-estar, or-

ganiza os músculos e reorganiza o corpo; logo, a

mente fica em dia, e é disso que ultimamente tem

precisado esse tão diligente trabalhador da LPr

que desde as sete da manhã já está por dentro de

tudo que acontece na empresa.

A primeira conversa do dia é com o Valdemir,

o diretor de logística, responsável pelo centro de

movimentação da fábrica, o almoxarifado. Valde-

mir chega às 6 horas e logo recebe o primeiro te-

lefonema de Pedro Lopes, que quer saber a quan-

tas anda tal serviço, como ficou resolvido um

problema que apareceu no final do dia anterior,

firulas e importâncias que Pedro gosta de parti-

cipar e ser participado. Enquanto o filho rafael,

prático que só ele, dispara os e-mails da manhã e

“conversa” virtualmente com todos, o pai prefere

o modo antigo. Passa a mão no telefone e troca

ideias com quem precisar.

Só depois de se inteirar dos fatos é que Pedro

sai para sua ginástica, duas vezes por semana. Cui-

da de si, prestando um pouco mais de atenção a

sua saúde e ao bem-estar, combustíveis que o man-

têm em dia para respirar o ar fundamental da LPr.

Quando não há ginástica, Pedro gosta de chegar

mais cedo, como antigamente, olhando para tudo

com o carinho de quem construiu essa empresa,

como a sua própria vida. Aos poucos, os anos já

A invenção do desAfio

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LPR | 173

começam a pesar, apesar da energia vigorosa que

nutre seus milhares de dias dedicados a criar pro-

jetos e inventar desafios. digamos que esse desafio

em particular – a dedicação a si mesmo e à sua saú-

de – seja só mais um dos muitos que o “inventor”

da LPr vem enfrentando desde que a empresa deu

os primeiros passos na década de 1980.

Os desafios pessoais costumam mesmo pa-

recer mais difíceis quando as conquistas profis-

sionais já se sentem seguras num caminho sedi-

mentado. Pedro está investindo na saúde depois

de investir anos na correria de uma empresa que

nasceu com a assinatura muito particular de sua

família. Como a maioria de todos nós que se de-

dica de corpo e alma ao trabalho e se lembra de

si mesmo só muito depois, Pedro faz jus ao nome

dado pelos pais, que lhe ensinaram a correr atrás

do seu sonho de forma bem concreta.

A invenção do desAfio

Pedro é determinado.

Por isso é que o longo corredor na entrada

da empresa é pequeno para a disposição do ho-

mem que há 25 anos ajudou a criar um local de

trabalho que é a sua própria vida. duas décadas

e meia depois, o trabalhador mais antigo da LPr

não pensa em aposentadoria – como todos os

O homem que inventou esse desafio é o mesmo que passeia pela

empresa, orgulhoso do que construiu com sua família. Nos velhos

tempos, quando ainda fumava, Pedro Lopes foi imortalizado numa

caricatura feito por um funcionário, um gesto de carinho em que o

desenhista o retrata de pé, com a mão esquerda descansada sobre o

quadril tendo nos dedos, à vontade, o cigarro que o acompanhava na

rotina estressante dos primeiros dias da empresa. Também com cari-

nho, Pedro mantém o desenho num quadro pendurado na parede de

sua sala, na empresa. É um retrato do líder sempre em dia.

Retrato do líder

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LPR | 174

homens e mulheres de ideias. Chega de manhã

à empresa sentindo-se em sua própria casa, pois

é isso que representa a LPr para esse cidadão de

Londrina que, juntamente com uma equipe valo-

rosa, conquistou o Paraná, o Brasil e diversos paí-

ses do mundo com sua certeza de que, às dúvidas

deve-se responder com trabalho, muito trabalho.

A conversa picadinha, de porta em porta, nas

salas que antecedem e ultrapassam o seu próprio

escritório, é o reconhecimento diário de que

esse território tem uma marca muito particular.

Pedro visita cada pedaço da empresa, nos diver-

sos departamentos, levando uma boa conversa e

sua atenção especial a cada um dos funcionários,

como se assim fazendo, reconhecesse todos os

dias o território que ele mesmo criou para si e

para todos. É fundamental confirmar que esse co-

tidiano é o sentido de estar ali todos os dias.

A marca LPr, aliás, tornou-se também o ob-

jetivo de vida de centenas de pessoas que passa-

ram e ainda passam pela empresa, dedicando boa

parte de suas vidas a construir um lugar bom de

trabalhar, oferecendo soluções para seus clientes,

como bem apregoa o slogan.

É assim como uma boa lição de vida passada

do pai para os filhos, centenas de filhos que ali

trabalham e fazem sua história junto com a his-

tória da empresa, uma espécie de família que os

anos, a experiência e a vontade de vencer trans-

formaram no verniz especial com que a LPr con-

quistou o mundo corporativo moderno.

Nessa trajetória cotidiana que faz a história de

tanta gente, a LPr ganhou vida própria, tornou-

-se um ser com certidão de nascimento, infância,

adolescência e maturidade, um registro especial

na vida dos que a ela se dedicam.

Esse é o significado daquele brilho nos olhos

do Pedro Lopes que cumprimenta a todos com

uma disposição digna de quem construiu um so-

nho e o divide com os seus, todos os dias.

As pistas estão em toda a parte. Elas estão na

ponta de orgulho que se vê nos olhos do homem

e no seu carisma quando fala com os clientes;

estão na forma com que conduz a empresa com

seu filho rafael e na maneira visceral com que

defende seus princípios, os da permanência de

ideias e os da mudança constante. Há na LPr esse

traço fundamental que a torna original, ontem e

hoje. A jovem empresa de 25 anos parece seguir

a máxima do filósofo que diz que “só a mudança

é permanente”. Como um ser vivo em constante

ebulição, a LPr tem ritmo, modos e pensamentos

de uma tenacidade sempre em dia.

Quem participa dessa rotina sem marasmos

pode não perceber, mas um observador exter-

no, convidado a escrever a história da empresa,

percebe de imediato que nenhum dia é igual ao

outro nesse enorme bastidor de montar grandes

eventos que é a LPr. É visível, também, o quanto

as ideias nascem e são postas e dispostas ao lon-

go de poucos dias, num entusiasmo que não tem

medo de propor, mudar, transformar.

Pedro não tem modéstia quando fala dessa

história. Aliás, nenhum dos membros dessa equi-

A invenção do desAfio

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LPR | 175

A invenção do desAfio

pe parece se importar com essa tal modéstia meio

sem utilidade no cotidiano de trabalho duro da

empresa. Percebe-se, antes, muito orgulho em

cada gesto, orgulho de pertencer a um grupo

de pessoas realizadoras. Talvez também por isso,

com esse mesmo sentimento, Pedro percorra to-

das as manhãs o corredor da empresa, as salas e

os departamentos, contando e ouvindo histórias

de pessoas de todas as idades. Sabe que não fez

nada sozinho e também se orgulha disso; sorri

ao relembrar fatos dos que com ele fizeram a em-

presa e não se furta a citá-los em cada pedaço de

lembrança que lhe vem à cabeça. Mas, avisa, de

tudo não se lembra, prefere que cada autor de

um “causo” conte sua própria versão.

Pedro gosta de contemplar o que construiu

com sua grande equipe, pessoas que ajudaram a

montar a LPr como só uma empresa que entende

de montagem pode fazer.

É por isso que, com uma ponta de orgulho

pelo trabalho realizado e outra ponta de inveja

pela juventude da empresa que jamais envelhece,

que Pedro Lopes “bate o ponto” todas as manhãs,

mantendo viva a ideia original dos primeiros tem-

pos, quando a LPr atual, com seu movimento e

prestígio, nem sonhava em existir.

Page 178: clique aqui para baixar o livro em pdf

Diário de bordo

LPR | 176

d o primeiro sonho às mais re-

centes realizações, muitos

anos se passaram e a experi-

ência da LPr tornou-se a base

para novas conquistas. Um

pouco desse trabalho, feito a muitas mãos,

foi registrado para a posteridade, para fu-

turos aprendizados, e merece ser visto.

A esse conjunto de experiências pode-

mos chamar de álbum de registros ou um

diário de bordo, cujas anotações são fotos

ou instantâneos feitos por membros da

equipe em suas viagens para realizar mon-

tagens e logística em diversas regiões do

planeta. de Norte a Sul do Brasil, em diver-

sas regiões do mundo, passando por quatro

continentes, a equipe LPr levou seu know-

-how e também aprendeu a ser melhor.

Homens e mulheres integraram essa

equipe viajante, buscando conhecimento e

trazendo experiência, pensando e levando

soluções a clientes mundo afora.

Page 179: clique aqui para baixar o livro em pdf

LPR | 177

Da Europa aos Emirados Árabes Unidos, passando pela Ásia e circulando por todo o Brasil, a LPR levou sua equipe a diversos pontos

do planeta, apta a prestar serviços e apresentar seu estilo de trabalho a povos de variadas culturas. Foi, fez e venceu.

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LPR | 178

NOS ESTADOS UNIDOS

Os bastidores em Orlando

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LPR | 179

EM TERRAS NORTE-AMERICANAS. Foi na América

do Norte que os primeiros voos foram empreendidos

no trabalho com a Embraer. Percorrendo o roteiro

que incluiu Orlando e Memphis, entre outros locais,

a equipe LPR montou os estandes da empresa aérea

brasileira e cuidou de cada detalhe da logística dos

mock-ups das aeronaves. Valeu o trabalho!

Page 182: clique aqui para baixar o livro em pdf

LPR | 180

Preparando o cenário em Miami

MUITO TRABALHO NA MONTAGEM. Contando

com a parceria de montadores americanos, a LPR

trabalhou com afinco na montagem do grande es-

tande que recebeu os clientes da aviação civil em

Miami. Ali também a Embraer teria seu espaço va-

lorizado pela criatividade da montadora brasileira.

Nos bastidores, instalados em um grande galpão,

o sucesso ganhava forma.

Page 183: clique aqui para baixar o livro em pdf

LPR | 181

NA ESTREIA, ÊXITO. Os jatos executivos da Embraer ganha-

ram importante espaço na feira em Miami, graças ao tra-

balho conjugado de brasileiros e norte-americanos. A LPR,

mais uma vez, mostrou seu comprometimento.

Page 184: clique aqui para baixar o livro em pdf

LPR | 182

NA EUROPA

França Inglaterra

ENTRE OS EUROPEUS. Foi possível realizar um

planejamento especial para conduzir a marca

Embraer pela Europa. A logística no continente

incluiu países como a França (com o Air Show

2007), a Inglaterra, a Alemanha, a Espanha, a

Itália e a Suíça. A equipe LPR registrou alguns

desses momentos, como a chegada e a monta-

gem do mock-up a Paris (fotos à esquerda) e a

Barcelona (foto acima), com a maquete do Phe-

nom 300 da Embraer, em maio de 2008.

Espanha

Page 185: clique aqui para baixar o livro em pdf

LPR | 183

E uma pausa para o registro da equipe

CONHECENDO CULTURAS. A equipe de

supervisores e montadores da LPR traba-

lhou duro nos diversos países para onde

levou sua garra e conhecimento. E embora

o tempo fosse exíguo e a agenda aperta-

da, sempre houve espaço para praticar o

espírito de família e amizade comum à equipe LPR.

Nas pausas, algumas fotos para relembrar o traba-

lho duro e o prazer de construir e conhecer novas

paisagens e as diferentes culturas.

Page 186: clique aqui para baixar o livro em pdf

LPR | 184

Na Alemanha, uma fábrica especial

MONTANDO O QUEBRA-CABEÇA. Especialmente

arquitetado para a montagem do mock-up da Em-

braer, na Alemanha, o armazém alugado pela LPR

viu nascer o cenário para a estreia do show-room

do Phenom 300. Aliás, aí está parte do mock-up

Phenom 300 - embalado na chegada à Alemanha, à

espera da montagem, em duas ocasiões (fotos ao

lado). Em junho de 2007 e em abril de 2008.

Page 187: clique aqui para baixar o livro em pdf

LPR | 185

Na Suíça, mais um sucesso

CRIAÇÃO E MONTAGEM DE BELOS

ESPAÇOS. Os projetos especial-

mente criados pela LPR para expôr

os mock-ups e receber os clientes

da Embraer na Europa atingiram a

perfeição. Eram locais projetados

para receber em grande estilo,

tendo em mente o importante pro-

duto que ali estava sendo exposto.

Em Genebra, a qualidade dos ma-

teriais e da criação ganharam seu

ápice na turnê européia. Mais um

orgulho para a equipe LPR, que ia

conquistando territórios e respeito

também no exterior.

Page 188: clique aqui para baixar o livro em pdf

LPR | 186

NA ÁFRICA

Angola

África do Sul

Em CapeTown, na África do Sul, a LPR marcou pre-

sença com a logística do mock-up do avião Phenom

300. Foi em setembro de 2008.

EXPERIÊNCIA INUSITADA. Foi em Angola que a

LPR inaugurou sua participação no mercado ex-

terno, abrindo uma frente de trabalho importante

para o futuro da empresa. Entre 2004 e 2007, a

empresa cuidou, como montadora oficial, da mon-

tagem da FILDA, a Feira Internacional de Angola,

que levou a equipe a conquistar experiência inter-

nacional. Um desafio inusitado.

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LPR | 187

DIRETO NA FONTE. A China foi o destino da jornalista Ana Carolina Favarão, do Departamento

de Comunicação da LPR. Em setembro de 2008, ela foi em busca de novidades para o setor

de móveis, visitando importante feira do setor, realizada na capital Pequim. No diário de bordo

estava o objetivo: ampliar o catálogo da área de locações da LPR.

NA ÁSIA

China

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LPR | 188

NOS EMIRADOS ÁRABES UNIDOS

Dubai

LOGÍSTICA NOS EMIRADOS ÁRABES. A

estratégia da LPR ampliou sua área de atu-

ação quando a equipe de montagem ater-

rissou em Dubai, nos Emirados Árabes Uni-

dos. Na imponente cidade, a LPR cuidou da

montagem dos estandes e da logística dos

mock-ups das aeronaves Phenom 300 e Li-

neage 1000, da Embraer. No diário de bordo

estava anotado: outubro de 2007.

Page 191: clique aqui para baixar o livro em pdf

LPR | 189

NO BRASIL

Belo Horizonte São Paulo

EVENTO INTERNACIONAL. No giro pelo mundo, São

Paulo também integrou o diário de viagens da equipe

LPR. Atendendo a Embraer, a LPR marcou presença no

Athina Onassis International Horse Show, importante

evento internacional de hipismo, cuja etapa final foi

realizada em São Paulo, em agosto de 2008.

EM MINAS GERAIS. Belo Horizonte foi escala obrigatória tam-

bém dos mock-ups da Embraer, para onde seguiu a equipe

LPR em janeiro de 2008. Na capital mineira, mais uma etapa

do giro pelo mundo anotado no diário de bordo da montadora.

Angra dos Reis

EM ANGRA. A Marina Verolme, em Angra dos Reis

(RJ), foi a parada seguinte do mock-up do avião

Phenom 100. Ali, mais uma vez, a aeronave da Em-

braer foi apresentada a clientes muito especiais.

JACAREPAGUÁ. Fazendo escala no Rio de Janeiro,

a equipe LPR registrou sua presença no Aeroporto

de Jacarepaguá, com o mock-up da aeronave Phe-

nom 100. Foi em dezembro de 2007.

Rio de Janeiro

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LPR | 190

NOVAS FRONTEIRAS. Amplian-

do seu raio de ação, a LPR foi

ainda mais longe nas fronteiras

brasileiras, levando seu know-

-how. A equipe foi a responsá-

vel pela montagem da V Fiam,

a Feira Internacional da Amazô-

nia, realizada em 2009, na capi-

tal Manaus.

Em Manaus

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LPR | 191

LOGÍSTICA AFIADA. Contando com seus 25 anos de

experiência em montagem, com logística especial-

mente afiada para atender longas distâncias, a LPR

cumpriu à risca as determinações da V FIAM, em

2009. A feira, que apresenta as novidades em fabrica-

ção de produtos da biodiversidade amazônica, contou

com 12 mil metros quadrados para abrigar 390 expo-

sitores, empresas regionais e delegações de diversos

países como o Chile, Peru, Portugal, Japão e Equador,

entre outros. Foi um desafio e tanto, cumprido com

sucesso pela equipe LPR, trabalhando a milhares de

quilômetros de sua matriz, no Sul do país.

Um desafio e tanto, a milhares de quilômetros da matriz.

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LPR | 192

No Pará

OPERAÇÃO CIDADANIA XINGU. Somando know-how e forte estrutura de mon-

tagem, a equipe LPR foi especialmente destacada para atender a Operação

Cidadania Xingu. Trata-se de uma iniciativa da empresa Norte Energia, em

parceria com o Governo Federal, que percorreu uma dezena de municípios pa-

raenses levando mutirões de cidadania aos povos do extremo norte brasileiro.

Page 195: clique aqui para baixar o livro em pdf

LPR | 193

CIDADANIA COM FORTE ESTRUTURA. A Operação

Cidadania Xingu, que aconteceu em agosto de 2011,

permitiu a realização de mais de 100 mil atendimentos

a moradores das localidades do Pará. Foi montada, na

ocasião, pela LPR, uma forte estrutura para atendimen-

to à população, contando com estandes, palcos para

apresentações e áreas de atendimento nos setores

bancário, de documentação, de políticas públicas, en-

tre outros programas de valorização da cidadania.

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LPR | 194

Feiras e estandes

Os 25 anos de vida da LPr são tam-

bém a trajetória de evolução do

mercado de feiras e eventos. Nes-

sas duas décadas e meia, o setor

evoluiu em todos os sentidos, dos

materiais disponíveis à tecnologia de softwa-

res. Esse avanço, aliado à conceituada equipe

de designers da LPr, tornou possível proje-

tos que aliam beleza e funcionalidade para o

expositor. A LPr soube entender essa evolu-

ção, colocando à disposição de seus clientes

um sem-número de possibilidades para cada

evento e setor. Aqui, alguns exemplos de es-

tandes mistos e construídos, que permitiram

utilizar materiais diversos.

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LPR | 195

Para expressar o verdadeiro cenário de cada em-

presa e seus produtos, a LPR constrói estandes

com originalidade e beleza, mas não se esquece

da funcionalidade e da segurança.

Beleza e funcionalidade

Um cenário de negócios

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LPR | 196

Estandes externos

Desafios especiais, os estandes externos fazem parte da história da LPR, remontando os primeiros anos em que

a empresa se dedicava à organização dos eventos agropecuários no Paraná e São Paulo. Vem daí a semente de

imponentes obras, criadas e estruturadas para atrair público e receber clientes especiais das empresas expositoras

em grandes shows do setor agrícola, como o Agrishow e a Exposição de Londrina.

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LPR | 197

Especialmente para eventos de grande porte,

que contam com amplo espaço ao ar livre - caso

dos eventos agropecuários -, a LPR tem uma

solução para cada empresa. Os projetos levam

em conta tanto o paisagismo externo quanto a

decoração interna, com destaque para o produto

e o cliente, as grandes estrelas das feiras.

Espaços diferenciados

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LPR | 198

Megashows e megafestivais

C om a montagem de diversos ambientes no

Rock in Rio 2011, a LPr selou definitiva-

mente sua experiência em atender gran-

des eventos. O megafestival de rock - um

dos maiores do mundo - foi realizado nos

dias 23, 24, 25, 29 e 30 de setembro e 1º e 2 de outubro,

no rio de Janeiro, e reuniu 160 atrações nos sete dias,

movimentando a Cidade do rock com um público esti-

mado em 700 mil pessoas.

Já com o nome consolidado no rio de Janeiro,

a LPr conquistou mais um importante espaço na

agenda turística da cidade. No espaço Village, que

funcionou como um shopping, com 28 lojas, a LPr

montou o piso deck, a estrutura e a cobertura da fa-

chada, além dos pilares e testeiras de todas as lojas.

A empresa também foi a responsável pela cenogra-

fia interna da loja Leader (espaço Village), das lojas

Hortifruti e de produtos oficiais na rock Street, a

rua cenográfica de 160 metros quadrados inspirada

na cidade de New Orleans. Na área ViP, que recebeu

cerca de 4000 pessoas por dia, a LPr fez a montagem

de balcões e do carpete da tenda. E teve muito mais,

conforme demonstram as fotos feitas especialmente

na Cidade do rock.

Coberturas do Village

Paredão da Eletrônica

Mobiliário especial da Rock Street

Page 201: clique aqui para baixar o livro em pdf

LPR | 199

Rock in Rio 2011

Móveis dos camarins dos palcos Sunset e MundoCobertura do mezanino da empresa Souza Cruz

Área interna da sala de imprensa

Balcões e carpetes da área vip

Mobiliário do estande do Ecad

Móveis dos contêineres da produção

Page 202: clique aqui para baixar o livro em pdf

LPR | 200

Bibliografia básica

LIVROS

O Desafio - A História do Hospital Evangélico de Londrina. Teresa Godoy, Midiograf ii -

Londrina, 2008.

Londrina! Cidade de braços abertos. O olhar de um pé vermelho da segunda geração.

José Luiz Alves Nunes. Edição do autor. Londrina, 2010.

Londrina Paraná Brasil: raízes e dados históricos - 1930-2004. Associação Pró-memória

de Londrina e região. Londrina, 10 de dezembro de 2004.

Wilson Moreira e a política da eficiência. José Antonio Pedriali. instituto Teotônio Vilela.

Julho de 2007.

REVISTA

A vocação para a indústria de eventos. Entrevista de rosana Andrade à jornalista Teresa

Godoy. revista Sucesso - Edição 20 - Ed. branco & preto. Londrina, abril de 2002.

JORNAIS

Folha de Londrina, edições de:

15 de março de 1984

16 de março de 1984

10 de abril de 1984

12 de abril de 1984

14 de abril de 1984

12 de dezembro de 1984

21 de junho de 1988: Londrina, uma cidade especializada em construir,

reportagem de Silvana Leão, para a Folha de Londrina, edição de 10 de dezembro de 2010.

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LPR | 201

SITES

www.bonde.com.br/folha/folhad.php?id_ folha=2-1--5927-20101022

www.bonde.com.br/folha/?id_ folha=2-1--4494-20101210

www.botschaftangola.de/content.php?offset=48&nav=news/archiv&year=2004&month=7

www.brindice.com.br/noticia/399/feiras-de-negocios-trazem-otimo-retorno-para-empresas-que-sabem-aproveita_las.

www.couromoda.com/index.php?http://www.couromoda.com/noticias/setor_ gerais/Gnoticia_3178.html

www.estadao.com.br/arquivo/suplementos/2002/not20021121p72325.htm

www.fagga.com.br

www.feirasdobrasil.com.br/guia/especiais.asp?area=edguia&codigo=1

www.grimmixx.blogspot.com/

www.londrinahistorica.blogspot.com/2011/05/o-centro-de-londrina-em-outros-tempos_17.html

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www.portalangop.co.ao (portal ANGOP – Agência Angola Press)

http://spindola.blogspot.com/2007/06/24-filda-feira-internacional-de-luanda.htmlpt.globalvoicesonline.org/2008/09/28/

angola-um-novo-eldorado-africano-para-estrangeiros/

http://egal2009.easyplanners.info/area05/5766_Nascimento_Gustavo.pdf

www.riocentro.com.br

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LPR | 202

Este livro foi composto em apple garamond e impresso pela Midiograf Gráfica e Editora para a

LPr sobre papel polen bold Ld 80 g, em novembro de 2011.

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Tudo começou em Londrina, no Paraná, e hoje está

no Brasil e no mundo com toda a tecnologia

disponível, o know-how necessário e o comprometi-

mento fundamental. A história da LPR foi montada

com coragem e segue com estrutura forte, tendo

como base a força da paixão que ergue sonhos em

feiras e eventos por todo o Brasil.