clipping exacta contabilidade março/01
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CLIPPING
ANO I NÚMERO 14 MARÇO/01
p CLIPPING
2
A adulteração de va-
lores – bem como a presta-
ção de informações falsas e a
omissão de dados ou de com-
provantes fiscais – constitui
crime contra a ordem tribu-
tária e é passível de multa e
prisão, alerta o Sindicato dos
Auditores Fiscais da Receita
Federal (Sindifisco Nacio-
nal).
Quem se utiliza de re-
cibo falso (também chamado
de “recibo gracioso”) para di-
minuir o imposto a pagar, ou
mesmo aumentar o imposto
a restituir, sujeita-se a uma
multa administrativa de até
225% do valor do imposto
fraudado. Além de sanções
penais, que incluem de dois
a cinco anos de reclusão e
multa que varia de R$ 222,38
a R$ 1.143.648.
No ano passado, dois
contribuintes da Bahia ti-
veram de pagar multa de R$
39 mil por usarem recibos
falsos de médicos e den-
tistas. Eles também foram
condenados a dois anos de
reclusão, mas não chegaram
a ser presos, já que não tin-
ham antecedentes criminais.
Durante o processo, ficou
comprovado que as assinatu-
ras das médicas nos recibos
apresentados à Receita Fed-
eral eram falsas.
Comprovantes. Para
evitar problemas com o Fis-
co, o contribuinte deve guar-
dar todos os documentos,
recibos e comprovações rela-
cionadas ao Imposto de Ren-
da por um período de cinco
anos.
Nessa lista, estão in-
cluídos comprovantes de
rendimento; notas fiscais
de despesas hospitalares,
médicas, odontológicas e de
psicólogos; despesas com
educação e previdência; pre-
vidência dos empregados do-
mésticos; entre outros.
Para que as deduções
sejam aceitas pela Receita
Federal, os pagamentos pre-
cisam ser especificados na
declaração de ajuste anual do
IR. Eles devem ser informa-
dos na ficha “Pagamentos e
Doações Efetuados” e com-
provados, quando requisita-
dos, com documentos origi-
nais que indiquem nome,
endereço e CPF ou CNPJ de
quem os recebeu. Na falta de
documentação, a comprova-
ção poderá ser feita por meio
do cheque nominativo uti-
lizado no pagamento.
Por BIANCA PINTO LIMA
Fonte: O Estado de S.Paulo
Contábeis 10.03
Recibo falso no Imposto de Renda dá multa pesada e até prisão
p CLIPPING
3
1. Perder de vista os 20% dos produtos que representam 80% da sua venda
Esse erro é fatal! A análise periódica da demanda deve garantir que você tenha sempre em
estoque aqueles que são os carros-chefes de sua empresa e impulsionam o crescimento.
2. Perder o pico da sazonalidade
A culpa dessa perda, em geral, infelizmente ainda recai sobre atrasos do fornecedor, mas mui-
tos erros ocorrem no processo de compras. Monitore constantemente sua operação.
Exame.com 13.03
Trabalhando por muitos
anos como executivo no varejo
de moda, descobri a principal
questão em uma economia ap-
ertada: saber como equilibrar o
comportamento do consumidor e
o estoque.
Para se manter de acor-
do com as exigências do cliente
e conduzir a tomada de decisão
para uma operação eficiente,
qualquer empresa voltada para a venda de bens
precisa se preocupar com uma boa gestão de es-
toque. O sucesso começa aqui.
Está mais do que na hora de remapear a
estratégia e direcionar toda a cadeia para giros
que considerem aspectos previsíveis, como as sa-
zonalidades, as novas exigências do mercado e o
humor do brasileiro diante das incertezas da eco-
nomia.
Sim, sei que não é nada fácil, mas sepa-
rei aqui os cinco pecados básicos da gestão de es-
toque, que, se considerados constantemente, aju-
dam muito a otimizar recursos:
Os 5 pecados da gestão de estoque de uma empresa
3. Negociar prazos e descontos com fornecedores sem prever atrasos e reajustes
Ainda existe no varejo a situação de se mentir para o papel, o controle das organizações.
Quando a empresa faz o pedido fora do timing ou em cima da hora, cria-se um ciclo vicioso de fingi-
mentos: a empresa finge que pediu a tempo, o industrial finge que vai entregar e você e as pessoas da
empresa fingem que vão vender.
Esse cenário impede que a cadeia de confiança esteja estabelecida e o risco de haver ruptura
de mercadorias (quando falta o produto na loja no ato da compra) fica muito alto. Em geral, esse
número, hoje, gira em torno de 20%.
p CLIPPING
4. Não alimentar continuamente as lojas com itens básicos
Eles podem não ser o motivo pelo qual a loja existe, mas sempre vendem. No mercado
de moda, por exemplo, o consumidor sempre estará de olho numa boa camiseta branca, na leg-
ging preta, no short jeans.
5. Não se antecipar
Não improvise na gestão de estoque, nem espere as coisas acontecerem! Seja analítico e
corajoso para cortar o custo desnecessário sempre, que não agrega valor ao negócio. E tenha na
gaveta mental estratégias de reação rápidas para estar à frente. Varejo é detalhe.
CONTINUAÇÃO Exame.com 13.03
Contábeis 03.03
Os 2 primeiros meses de 2015
não foram nada bons para os contri-
buintes brasileiros. O governo federal
promoveu 5 aumentos tributários e 1
corte substancial de benefícios fiscais
aos exportadores. Confira:
Medida Provisória 669/2015 –
eleva as alíquotas da CPRB em 150%.
Decreto 8.415/2015 – reduz de 3
para 1% (corte de 66%) o benefício fis-
cal do Reintegra para exportadores.
Elevação do IOF para financia-
mento de pessoas físicas, de 1,5% ao ano
para 3% ao ano: Decreto 8.392/2015
Elevação da CIDE e PIS/CO-
FINS sobre combustíveis: Decreto
8.395/2015
Majoração da alíquota do PIS
e COFINS sobre importação: Medida
Provisória 668/2015
Equiparação dos atacadistas de
cosméticos ao industrial, para fins de
IPI (com consequente tributação sobre a
margem de lucro): Decreto 8.393/2015.
Além destas estocadas, man-
têm-se o congelamento da tabela do IRF
(a correção mínima deveria ser de 6,5%,
vetada pela presidenta Dilma), o que faz
os trabalhadores, aposentados e demais
contribuintes pagarem mais imposto.
E o cenário é complementado
com fortes aumentos da energia elétri-
ca, tarifas públicas em geral e elevação
do dólar, juros e inflação. A expectativa
dos empresários é de uma forte recessão
(retração econômica) por conta de tan-
tas medidas recessivas.
Fonte: Guia Tributário
Em Apenas 2 Meses, 5 Aumentos de Tributos Federais e 1 Corte de Benefício Fiscal
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O preenchimento da
declaração do Imposto de
Renda de Pessoa Física (IRPF)
costuma gerar muitas dúvidas
entre os contribuintes. Nesse
caso, para evitar que erros ou
omissão de informações com-
prometam o procedimento,
a recomendação é buscar o
auxílio de profissionais da
área de contabilidade, con-
forme orienta a Fenacon, en-
tidade que reúne mais de 400
mil empresas das áreas de
serviços contábeis, assessora-
mento, perícias, informações
e pesquisas.
Assim como em 2014,
o procedimento pode ser feito
pelo site da Receita Federal
(www.receita.fazenda.gov.br)
até o dia 30 de abril. Este ano,
algumas inovações foram
implantadas, como o recebi-
mento de alertas avisando se
o contribuinte caiu na malha
fina, além da opção de reali-
zar um rascunho do formu-
lário.
“As informações pre-
cisam ser preenchidas com
exatidão para que o docu-
mento não caia na malha
fina, já que a fiscalização da
Receita Federal está cada vez
mais rígida. A inexperiência
do contribuinte é um dos mo-
tivos mais comuns para que
esse problema aconteça,” ex-
plica o presidente da Fenacon,
Mario Berti.
De acordo com Berti,
apesar de não ser obrigatório,
é importante que as pessoas
procurem orientação para
efetuar a declaração. “A as-
sistência assegura o preenchi-
mento adequado dos dados,
bem como a identificação do
melhor modelo: o completo
ou o simplificado”.
O que deve ser declarado
Devem constar na
declaração a aquisição bens
de consumo acima de R$ 5
mil e movimentações contas-
correntes com saldo superior
a R$ 140. “É importante ter
em mãos todas as notas que
comprovem a compra dess-
es produtos, especialmente
veículos e imóveis. Igual-
mente, os extratos bancários
emitidos para fins de declara-
ção de imposto de renda, com
saldos em 31 de dezembro
de 2014, e a informação dos
rendimentos obtidos, se for o
caso. Isso diminui as chances
de fornecer dados impreci-
sos”, afirma Berti.
Também precisam ser
mencionados alguns rendi-
Contábeis 12.03
IR 2015: orientação especializada evita erros e omissão de informações
p CLIPPINGCONTINUAÇÃO Contábeis 23.02
mentos não tributáveis, como
valores de rescisão de contrato,
do FGTS ou de ações judiciais
específicas, conforme orienta o
presidente da Fenacon. “Mesmo
sem a incidência do IR, eles po-
dem ser considerados como di-
vergência. É fundamental não
se esquecer de relacionar esses
dados para evitar cair na malha
fina”, esclarece.
Outra recomendação, de
acordo com Berti, é armazenar
documentos de despesas médi-
cas, inclusive planos de saúde,
além de gastos com educação
própria e de seus dependentes.
“Mas é preciso tomar cuidado,
porque não é possível deduzir
uma compra de óculos ou de
medicamentos, por exemplo.
Também não é possível deduzir
despesas com planos de saúde
e educação de dependentes que
não façam parte da declaração
do contribuinte, mesmo arcan-
do financeiramente com o paga-
mento”, explica Berti.
Novidades
A partir de agora, tam-
bém é exigida a inclusão do CPF
de dependentes com 16 anos ou
mais. Nesse caso, as deduções
são limitadas a R$ 2.156,52 por
dependente. Outra mudança é
que advogados e profissionais
da área de saúde devem começar
a identificar o CPF de todos os
clientes ou pacientes para incluir
na declaração do próximo ano.
O que permanece igual é
a possibilidade de fazer a decla-
ração após o término do prazo,
porém, arcando com multa de
1% ao mês ou fração de atraso,
calculada sobre o total do im-
posto devido apurado na decla-
ração, ainda que integralmente
pago, sendo que o valor mínimo
é de R$ 165,74 e o valor máximo
é de 20% do imposto sobre a
renda devida.
Quem deve declarar?
Renda: Recebeu ren-
dimentos tributáveis , sujeitos
ao ajuste na declaração, cuja
soma anual foi superior a R$
26.816,55; Recebeu rendimen-
tos isentos, não tributáveis ou
tributados exclusivamente na
fonte, cuja soma foi superior a
R$ 40.000,00.
Ganho de capital e op-
erações em bolsa de valores: Ob-
teve, em qualquer mês, ganho de
capital na alienação de bens ou
direitos, sujeito à incidência do
imposto, ou realizou operações
em bolsas de valores, de mer-
cadorias, de futuros e assemel-
hadas; Optou pela isenção do
imposto sobre a renda incidente
sobre o ganho de capital auferi-
do na venda de imóveis residen-
ciais, cujo produto da venda seja
destinado à aplicação na aqui-
sição de imóveis residenciais
localizados no País, no prazo de
180 (cento e oitenta) dias conta-
dos da celebração do contrato de
venda, nos termos do art. 39 da
Lei nº 11.196, de 21 de novem-
bro de 2005.
Atividade rural: Obteve
receita bruta anual em valor
superior a R$ 134.082,75 ; Pre-
tenda compensar, no ano-calen-
dário de 2014 ou posteriores,
prejuízos de anos-calendário
anteriores ou do próprio ano-
calendário de 2014.
Bens e direitos: Teve a
posse ou a propriedade, em 31
de dezembro de 2014, de bens
ou direitos, inclusive terra nua,
de valor total superior a R$
300.000,00.
Condição de residente
no Brasil: Passou à condição de
residente no Brasil em qualquer
mês e nessa condição se encon-
trava em 31 de dezembro de
2014.
Fonte: A Critica
p CLIPPINGContábeis 05.03
Receita Federal cria malha fina para pessoa jurídica
Brasília - A Receita Federal anunciou nesta
quinta-feira, 5, a criação da malha fina para pessoa
jurídica que terá como foco as pequenas e médias
empresas.
O secretário de Fiscalização da Receita
Federal, Iágaro Jung Martins, informou que 26 mil
empresas receberam um comunicado da Receita
no último dia 23 de fevereiro alertando que foram
encontradas incoerências nas declarações de 2012.
As empresas que estão na malha foram ori-
entadas a consultarem no site da Receita (e-Cac) o
extrato lançado apontando essas inconsistências.
Martins disse que a Receita dará 90 dias
para que as empresas avaliem os dados e façam
a autorregularização por
meio de uma retificação
na declaração. Após esse
período, as empresas po-
dem sofrer a qualquer mo-
mento a fiscalização da Re-
ceita Federal.
“A vantagem para
a Receita é autorregular-
ização por gerar uma ar-
recadação espontânea.
Para o contribuinte, a vantagem é que ha-
vendo a autorregularização não há pagamento de
multa que vai de 75% a 225% sobre o valor sone-
gado”, disse.
“Queremos uma relação de transparência
com a pessoa jurídica, principalmente as pequenas
e médias”, afirmou.
A Receita calcula que os créditos lançados
podem somar R$ 7,2 bilhões. Martins garante que
a oportunidade de autorregularização não signifi-
ca um afrouxamento na fiscalização. “Não significa
que a fiscalização da Receita virou gatinho”, afir-
mou.
Exame.com 03.03
A diferença entre ciclo e processo de venda É comum enxergar a
atividade de vendas como uma
habilidade nata. Quase como um
dom. Isso é uma meia-verdade.
É claro que o perfil do profis-
sional faz diferença, mas não é
suficiente.
Vendas têm seu com-
ponente de arte, mas também é
uma ciência que deve ser estuda-
da, desenvolvida e pode ser im-
plementada com muito sucesso.
A arte de vender é muito menos
sujeita ao nosso controle e muito
mais complicada para ensinar. Já
a ciência pode ser ensinada, es-
crita e divulgada.
Por isso, vamos analisar
a pergunta sob a ótica da ciên-
cia de vender. Comportamentos
de compras diferentes levam a
abordagens e processos de ven-
das diferentes. Mas o que é pro-
cesso de vendas, afinal?
Para que uma venda seja
realizada, é necessária uma série
de interações entre comprador e
p CLIPPING
Dúvida do internauta:
Tenho uma filha de 26 anos que
ainda está cursando uma facul-
dade particular, sendo minha
dependente também no plano
de saúde. É possível declarar es-
ses gastos que tenho com ela na
ficha de Doações e Pagamentos?
Em caso positivo, minha filha é
obrigada a fazer uma declaração
de IR para informar que recebeu
esta doação, mesmo não tendo
rendimentos próprios?
Resposta de Marcelo Diniz*:
Primeiramente convém
ressaltar que, no Imposto de
Renda, podem ser considerados
como dependentes:
- Companheiro(a) com
quem o contribuinte tenha filho
ou viva há mais de 5 anos, ou
cônjuge;
- Filho(a) ou enteado(a),
até 21 anos de idade, ou, em
qualquer idade, quando inca-
pacitado física ou mentalmente
para o trabalho;
- Filho(a) ou enteado(a),
se ainda estiverem cursando o
ensino superior ou escola técni-
CONTINUAÇÃO G1 - Exame.com 03.03
Pais podem declarar no IR gastos com filhos não depen-
dentes?
Exame.com 08.03
vendedor. Estas interações po-
dem ser frases de um diálogo,
um script em uma venda por
telefone, visitas ou reuniões, e-
mails, entre outras.
A experiência e a
repetição nos permitem en-
tender, com o tempo, quais os
caminhos mais ou menos efi-
cazes para fechar negócios. Isto
é, conseguimos identificar qual
ou quais as sequências de inte-
rações que nos levam aos mel-
hores resultados. Chamamos a
estes conjuntos de interações de
processo de vendas.
Qualquer venda, seja no
varejo, seja a de produtos mais
complexos em ambientes com
diversas pessoas envolvidas, tem
um tempo para ser concluída.
Em outras palavras, um início, o
meio e o fim. Seja ela concluída
com sucesso ou não.
Dizemos que em qual-
quer venda existe um tempo
em que o vendedor tenta desco-
brir o que o cliente procura,
chamado de investigação. Uma
vez entendida a necessidade
do cliente, o vendedor passa a
apresentar produtos ou serviços
que as endereçam. Este tempo é
chamado de prova.
Finalmente, se o cliente
parece convencido que o produ-
to ou serviço o atende, o vend-
edor tenda fechar o negócio.
Estamos falando do fechamento.
Ao tempo decorrido entre a in-
vestigação, prova e fechamento,
damos o nome de ciclo de ven-
das.
O processo de vendas
é executado ao longo do ciclo
de vendas. Ciclo de vendas e
processos de vendas são coisas
distintas. Diferencia-los é fun-
damental para que as estraté-
gias sejam bem sucedidas. Ciclo
refere-se ao tempo e processo, às
ações. O segredo para se vender
mais é o processo certo no tem-
po adequado.
p CLIPPINGCONTINUAÇÃO G1 - Exame.com 08.03
ca de segundo grau, até 24 anos
de idade;
- Irmão(ã), neto(a) ou
bisneto(a), sem o apoio dos
pais, de quem o contribuinte
detenha a guarda judicial, até
21 anos, ou em qualquer idade,
quando incapacitado física ou
mentalmente para o trabalho;
- Irmão(ã), neto(a) ou
bisneto(a), sem o apoio dos
pais, com idade de 21 anos até 24
anos, se ainda estiver cursando
o ensino superior ou escola téc-
nica de segundo grau, desde que
o contribuinte tenha detido sua
guarda judicial até os 21 anos;
- Pais, avós e bisavós que,
em 2014, tenham recebido ren-
dimentos, tributáveis ou não, até
21.453,24 reais;
- Menor pobre até 21
anos que o contribuinte crie e
eduque e de quem detenha a
guarda judicial;
- E pessoa absolutamente
incapaz, da qual o contribuinte
seja tutor ou curador.
Dessa forma, as despe-
sas da filha de 26 anos, muito
embora dependente no plano
de saúde, não valem para fins de
dedução no Imposto de Renda.
O recomendável, no seu
caso, é que os pagamentos real-
izados em nome da filha de 26
anos sejam, sim, considerados
como doação, sendo o valor total
anual declarado pelo pai na ficha
“Doações Efetuadas” sob o códi-
go “80 - Doações em Espécie”, e,
pela filha, na ficha “Rendimen-
tos Isentos e Não Tributáveis”, na
linha “10 -Transferências Patri-
moniais – doação e herança”.
Ambos devem informar
nome e o CPF do quem doou e
de quem recebeu a doação.
Dessa forma, a filha
poderá declarar a origem dos va-
lores utilizados para o pagamen-
to do curso e do plano de saúde,
sem correr o risco de ser acusa-
da, por exemplo, de omissão de
receitas.
Nesse contexto, são im-
portantes alguns esclarecimen-
tos quanto à doação.
O primeiro ponto é que
elas, sim, devem ser informadas
na declaração de quem as rece-
beu, ainda que a pessoa esteja
dentro do limite da isenção.
Ademais, muito embora
o Imposto de Renda não incida
sobre o valor recebido a título
de doação, o contribuinte deve
ficar atento à lei do estado aonde
declara domicílio tributário. Isso
porque, sobre a doação, incide
o Imposto sobre Transmissão
Causa Mortis e Doação (ITC-
MD).
Via de regra, o imposto
não incide sobre doações de va-
lores não tão significativos. No
estado de São Paulo, por exem-
plo, doações abaixo de 53.125
reais são isentas de qualquer Im-
posto.
Assim sendo, o contri-
buinte deve ter cautela ao infor-
mar valores recebidos a título de
doação pois, se o valor ultrapas-
sar o permitido em Lei, certa-
mente será autuado pelo estado
no qual reside.
p CLIPPINGExame.com 06.03
São Paulo - Parece difícil
escolher entre a declaração com-
pleta ou simplificada do Imposto
de Renda, mas a conta é simples:
basta calcular se as despesas que
podem ser deduzidas excedem
20% dos seus rendimentos ou
passam de 15.880,89 reais. Se
sim, vale a pena preencher a de-
claração completa para ganhar
um desconto maior.
Quanto mais gastos
dedutíveis você tiver, menor
será sua renda tributável, que é
o montante sobre o qual incide
a alíquota de Imposto de Renda.
Esses gastos dedutíveis são as
despesas que podem ser abati-
das da base de cálculo do im-
posto.
Caso contrário, você
sairá no lucro com o modelo
simplificado, no qual o abati-
mento único de 20% - limitado
ao teto de 15.880,89 reais - sub-
stitui todos os gastos passíveis
de dedução.
Geralmente, quem pos-
sui apenas uma fonte de renda,
nenhum dependente e tem
poucos gastos com educação e
saúde, encontra mais vantagem
com a declaração simplificada.
É o caso de jovens em início de
carreira, que não têm filhos e
não recebem salários muito al-
tos.
Por outro lado, quem
ganha mais de 79.404,45 reais
por ano (cerca de 6.617 reais por
mês), vai abater menos de 20%
da renda tributável se optar pela
simplificada, pois não poderá
deduzir mais que o valor limite
de 15.880,89 reais. Por isso, o
modelo completo será mais van-
tajoso.
A maioria dos contri-
buintes pode escolher entre o
modelo simplificado ou comple-
to. Apenas são obrigados a optar
pela declaração completa produ-
tores rurais que têm prejuízo a
compensar e contribuintes que
queiram compensar o imposto
já pago no exterior.
Veja quem está obrigado
a declarar o IR em 2015
O programa do IR mostra a
melhor opção para você
Mesmo que você tenha
uma ideia de qual modelo é
melhor para você, vale a pena
preencher toda a declaração, de-
Declaração de IR completa ou simplificada? Veja qual usar
p CLIPPING
talhando os gastos dedutíveis.
Ao fazer isso, antes de fi-
nalizar o processo e gravar a de-
claração, o programa da Receita
apresenta um quadro compara-
tivo dos dois modelos e você não
corre o risco de optar por um
modelo que seja menos vantajo-
so de acordo com os seus gastos
e receitas.
Vale ressaltar que ape-
nas despesas com comprovação
podem ser deduzidas. Portanto,
mesmo ao preencher a decla-
ração para testar qual modelo é
melhor é recomendável lançar
apenas os gastos com compro-
vante, já que essa será a forma
mais confiável de checar qual é a
melhor opção.
Entenda quais dos seus gastos
podem ser deduzidos
Para fazer a escolha certa
é essencial ficar por dentro de to-
dos os benefícios tributários aos
quais que você tem direito. Al-
guns autônomos, por exemplo,
não sabem que podem deduzir
os gastos do livro-caixa, por isso
optam pelo modelo simples e
acabam pagando mais imposto.
O livro-caixa permite
que os profissionais que não tra-
balham em regime de CLT pos-
sam abater todos os gastos com
aluguel, água, luz, telefone, ma-
terial de expediente ou de con-
sumo.
Além das despesas com
a manutenção do consultório,
um dentista, por exemplo, pode
lançar o material que utiliza nas
consultas, além de gastos com
congressos, revistas e livros, des-
de que possam ser comprovados
com notas e se relacionem com o
exercício da profissão.
Quem é freelancer e tra-
balha em casa também conta
com o benefício. Nesse caso é
permitido deduzir um quinto
das despesas residenciais, exceto
com reparos, conservação e re-
cuperação do imóvel. Na cesta
de descontos, podem ser incluí-
dos os gastos com aluguel, ener-
gia, água, gás, impostos e con-
domínio. Telefones só entram
na conta em caso de assinatura
comercial.
Quem recebe de pessoa
física pode deduzir as despesas
do livro-caixa mensalmente lan-
çando-as no programa Carnê-
Leão, que já calcula a dedução
automaticamente. Se receber
apenas de pessoa jurídica, essa
dedução terá de ser feita na hora
de preencher a declaração e o
contribuinte provavelmente terá
imposto a restituir.
Veja como se regulari-
zar como autônomo sem des-
perdiçar dinheiro.
Gastos dedutíveis
Confira a seguir um re-
sumo dos outros gastos que
podem ser deduzidos pelos
contribuintes que optam pela
declaração completa:
Educação
Limite de 3.375,83 reais
por contribuinte ou dependente
em despesas com ensino técnico,
fundamental, médio, superior,
pós-graduação, mestrado e dou-
torado. Materiais e atividades
extracurriculares, como escolas
de línguas ou cursinhos pre-
paratórios, não entram na lista.
Dependentes
Abatimento limitado a
2.156,52 reais por dependente.
Previdência
O contribuinte pode re-
duzir toda a contribuição desti-
nada ao INSS em 2014. Também
é possível abater o dinheiro in-
vestido na previdência privada
complementar (PGBL) e em
fundo de pensão oferecido pelo
empregador com o propósito de
CONTINUAÇÃO Exame.com 06.03
p CLIPPING
Exame.com 11.03
Como se preparar para pagar mais impostos no seu negócio Os tributos, sejam eles impostos, taxas e
contribuições, são obrigações legais, sujeitos às
mudanças unilaterais. A pequena empresa precisa
preparar o negócio para absorver aumentos nas alí-
quotas ou nos tipos de recolhimento. Nesse caso, o
problema já não afeta somente o caixa, mas o lucro
também.
Há tributos que incidem sobre as receitas
de venda e rendimentos (tais como ISS, IPI, ICMS,
PIS e COFINS) e outros sobre o lucro (Imposto de
Renda e Contribuição Social sobre o Lucro).
Aqueles que incidem sobre a receita repre-
sentam custos variáveis, pois se alteram proporcio-
nalmente em relação à unidade vendida. Se há um
aumento de impostos, há alguns caminhos e cuida-
dos a tomar:
1. Aumentar o preço de venda ou vender mais
É preciso saber se esse percentual pode ser
absorvido no preço olhando o nível de competitivi-
dade do mercado onde se atua. Se o concorrente
não aumentar o preço, ele levará seu cliente, que
por sua vez, também pode estar pagando mais im-
postos e buscando alternativas.
Isso pode levar a uma queda nas vendas
maior que o ganho no preço e, assim, você pode
previdência, observado o limite
de 12% da renda tributável.
Saúde
É permitido deduzir to-
das as despesas médicas, de qual-
quer valor, para o contribuinte e
seus dependentes: gastos com
plano de saúde, consultas com
médicos e dentistas, terapias,
exames, cirurgias e até próteses
dentárias e ortopédicas.
INSS de empregado doméstico
Limitada a um emprega-
do doméstico por contribuinte,
desde que o trabalhador tenha
carteira assinada. O abatimen-
to máximo é de 1.152,88 reais.
Além de não exceder o limite de
abatimento, a dedução não pode
ser maior do que 6% do imposto
devido.
Doações com incentivos fiscais
Limite de 6% sobre o im-
posto devido para o somatório
de doações aos fundos da crian-
ça e do adolescente, aos fundos
de amparo ao idoso e de doações
feitas a projetos aprovados pelo
governo segundo a Lei Rouanet,
a Lei do Audiovisual ou a Lei do
Esporte.
Quem não tiver atingido
o limite global de 6% do IR pode,
ainda em 2015, doar até 3% do
IR devido para fundos da crian-
ça e do adolescente diretamente
no programa da declaração, até
30 de abril. Doações para pro-
jetos aprovados no âmbito do
Programa Nacional de Apoio à
Atenção da Saúde da Pessoa com
Deficiência (Pronas) e do Pro-
grama Nacional de Apoio à At-
enção Oncológica (Pronon) têm
limite de 1% do IR devido cada
um, fora do limite global de 6%.
Pensão judicial
Todo valor estabelecido
judicialmente pode ser deduzi-
do, mas contribuições informais
são consideradas mesadas e não
entram nos critérios de dedução.
CONTINUAÇÃO Exame.com 06.03
p CLIPPING
perder mais dinheiro do que aquele dos impostos.
Analise estrategicamente se a forma de vender pode
ser alterada para ganhar no volume.
Uma margem unitária menor pode ser
compensada por um volume maior e, portanto, por
uma margem total maior. Calcule o quanto você
precisaria vender a mais para compensar esse au-
mento e analise se é viável.
2. Reduzir os custos de produção
Cuidado! Esse é o caminho mais fácil, mas
costuma ser o mais rápido para quebrar. Para man-
ter a lucratividade, a empresa corta insumos essen-
ciais que comprometem a qualidade do que vende e
começa a perder prestígio e receita rapidamente.
Quanto mais perde, mais corta na qualidade
e mais rápido afunda. Algumas dicas: estabelecer
parcerias com fornecedores, procurar por desperdí-
cios que possam ser evitados, inclusive de tempo e
simplificar processos. Isso pode ajudar no aumento
da produtividade e mesmo da produção.
3. Reduzir as despesas fixas
Analise sua infraestrutura e veja o que pode
ser mais bem aproveitado. Essas despesas são fruto
de decisões mais estratégicas, tais como a localiza-
ção do negócio (luguel, IPTU) ou de layout e de
métodos construtivos incompatíveis com a atual
escassez de recursos (escolha da iluminação, das
torneiras) e mesmo de procedimentos que des-
perdiçam recursos como papel, água, comida, entre
outros.
Mudanças nessas despesas, às vezes, demor-
am um pouco mais e até podem exigir um investi-
mento inicial. Mas lembre-se: pode dar uma eco-
nomia para sempre. O que se economizar aqui vai
direto para o lucro.
4. Reduzir o lucro
Se não há mais nada a fazer quanto aos
preços e volume de venda, custos e despesas, é ne-
cessário aceitar a redução na taxa de lucro ou sair
do negócio.
As negociações para pagamento de impos-
tos podem aliviar o caixa, mas não se engane. Seu
negócio deve absorver o parcelamento e os imp-
ostos futuros. Planeje o fluxo de caixa com esses
pagamentos e, para tomar qualquer decisão no seu
negócio, sempre considere as receitas e os lucros
descontados os impostos.
CONTINUAÇÃO Exame.com 11.03
p CLIPPING
Governo beneficiado
A presidente Dilma Rousseff editou
a Medida Provisória 670 para aplicar uma
correção escalonada na tabela do Imposto
de Renda da Pessoa Física, conforme acordo
fechado ontem entre o ministro da Fazenda,
Joaquim Levy, e o presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL). A MP sub-
stitui a proposta de correção linear de 6,5%,
vetada pela presidente. O acordo foi vanta-
joso para a equipe econômica e acabou re-
duzindo o impacto fiscal previsto para esse
ano.
O ministro da Fazenda conseguiu
economizar em R$ 1,325 bilhão a perda de
receita com a correção da tabela em 2015.
Parte do impacto, no entanto, ocorrerá em
2016, quando os contribuintes fizerem o
ajuste do exercício de 2015. Ou seja, uma
parte da perda de arrecadação acaba sendo
transferida para o ano que vem. Enquanto
a correção linear do IRPF em 4,5% custaria
R$ 5,3 bilhões de renúncia fiscal, o escalo-
namento do reajuste acertado ontem sig-
nificará uma renúncia de R$ 3,975 bilhões,
segundo exposição de motivos encaminha-
da ao Congresso. Essa diferença decorre do
acerto com o Congresso para que a correção
da tabela só entre em vigor a partir de 2 de
abril.
Se não tivesse sido vetada pela presi-
dente Dilma Rousseff, a correção da tabe-
la em 6,5% aprovada pelo Congresso em
dezembro de 2014 já estaria em vigor. Neste
caso, no ano cheio, o governo apontava uma
renúncia fiscal de R$ 7 bilhões.
Brasília. Os contribuintes terão
apenas uma compensação parcial no ajuste
do Imposto de Renda Pessoa Física 2016,
ano-base 2015, por causa dos três meses
em que a tabela nova não vigorou, entre
janeiro e março - neste período o governo
arrecadou mais, por causa da vigência da
tabela anterior. A Receita Federal, no en-
tanto, não informou quanto foi arrecadado.
É válido lembrar que a medida de ajuste na
tabela do IRPF, acertada na última terça-
feira (10) entre governo e Congresso, entra
em vigor apenas no mês que vem.
Ainda conforme o órgão, a cor-
reção escalonada da tabela do IRPF nego-
ciada na terça-feira com o Congresso Na-
cional só valerá para 2015. Para o IRPF de
2016, terá de haver uma nova negociação
de reajuste da tabela, segundo técnicos da
Receita.
A Receita, ontem (11), colocou téc-
nicos para explicar a Medida Provisória
670, publicada no Diário Oficial. Ainda de
acordo com o órgão, o reajuste de deduções
de dependentes e gastos de educação do
Imposto de Renda para Pessoa Física ficou
em 5,5%. Para contribuintes com mais de
65 anos, a correção será de 6,5%.
Contábeis 12.03
Nova correção da tabela do IR só a partir de abril
p CLIPPING
Medida Provisória
A MP está publicada no Diário Ofi-
cial da União de ontem. Segundo o texto, a
partir de abril serão aplicadas quatro faixas
de reajuste de acordo com a faixa de renda
do contribuinte: 6,5%, 6%, 5% e 4,5%. Com
isso, contribuintes com renda mensal de até
R$ 1.903,98 ficarão isentos do recolhimen-
to do tributo. Aqueles com renda entre R$
1.903,99 e R$ 2.826,65 serão taxados com
uma alíquota de 7,5%; os que ganham en-
tre R$ 2.826,66 e R$ 3.751,05 serão taxados
a uma alíquota de 15%; para quem recebe
entre R$ 3.751,06 e 4.664,68, a cobrança
será de 22,5%; para contribuintes com renda
superior a R$ 4.664,68, a alíquota será de
27,5%.
Na terça-feira, Levy disse que a me-
dida vai beneficiar os cerca de 25 milhões de
brasileiros que declaram seus rendimentos,
em particular aproximadamente 16 milhões
de pessoas, que ficarão isentas do tributo
neste ano. Outros 5 milhões de contribuintes
serão contemplados com a correção na faixa
de 5,5%.
‘Reajuste anual teria de ser automáti-
co, pela inflação’. Para o advogado tributar-
ista, Erinaldo Dantas Filho, a correção na
tabela do IRPF deveria ocorrer, obrigatoria-
mente, todos os anos, pela inflação e de for-
ma automática, incidindo tanto nas faixas de
alíquotas quanto nas deduções. E tudo isso
sem a necessidade de polêmica.
“Esse joguinho do governo com o
Congresso sobre o reajuste da tabela é para
dar a impressão à sociedade que ele (o gover-
no federal) está beneficiando o contribuinte.
Mas a correção não é benefício nenhum. Se
a tabela não for corrigida, quer dizer que o
governo está é aumentando o valor do im-
posto paulatinamente”, afirma.
Conforme o tributarista, “se no fim
do ano a inflação chega a 6%, significa dizer
que uma pessoa que ao longo do ano gan-
hou um salário de mil reais por mês, terá
que ganhar no ano seguinte, no mínimo, mil
reais mais 6%,- ou R$ 60,00, - para manter o
mesmo padrão de vida. Se isso não acontec-
er, o salário ficará estagnado, perdendo seu
poder de compra”, exemplifica.
No Brasil, segundo Erinaldo Dantas,
o problema também está na lógica da co-
brança de impostos. “Pelo que eu entendo,
renda é tudo que representa acréscimo pat-
rimonial. Então despesas essenciais para so-
brevivência não deviam entrar nessa conta”,
defende.
Outro exemplo de defasagem, se-
gundo o tributarista, diz respeito ao reajuste
do imposto para pessoa jurídica. “Há uma
regra no cálculo do imposto que quando a
empresa tem lucro superior a R$ 20 mil, por
mês, ela paga uma alíquota de 15%, adicio-
nada de 10%. E esse valor não é corrigido há
vinte anos. O problema é que em 1994 pou-
cas empresas tinham um lucro mensal de R$
20 mil, enquanto hoje qualquer lojinha lucra
esse valor no mês. Estamos falando de vinte
anos”, alerta.
CONTINUAÇÃO Contábeis 12.03
p CLIPPING
‘Pequena conquista’
Apesar de reconhecer a defasagem na cor-
reção da tabela do imposto, o presidente do Sindi-
cato das Empresas de Serviços Contábeis (Sescap-
CE), Daniel Coelho, diz que o recém anunciado
reajuste representa uma “pequena conquista”.
“Com o aumento da tabela, a gente consegue atu-
alizar um pouco a margem de cálculo do IRPF.
Mas está longe do necessário. Lembrando
que temos várias faixas de 7,5% a 27%, que ainda
precisam ser reajustadas. Mas como o governo
precisa do dinheiro, devido a má gestão das contas
públicas, ele aumenta os impostos para engordar
a receita. Mesmo assim, o reajuste vai trazer im-
pacto positivo para a sociedade, enquanto o fisco
deixará de arrecadar mais”.
CONTINUAÇÃO Contábeis 12.03
Exame.com 06.03
8 mitos que muitos empreendedores ainda acreditam
São Paulo – A maioria dos brasileiros
sonha em empreender, mas ainda não está pre-
parada para tirar a ideia de negócio do papel.
Alessandro Saade, professor do Master em Em-
preendedorismo e Novos Negócios da BSP –
Business School São Paulo, conta que muitas
pessoas têm a ilusão de que a sua ideia é exclu-
siva. “Alguém pode estar fazendo a mesma coisa
que você em qualquer lugar do mundo. Evoluir a
ideia que é o diferencial”, afirma.
João Bonomo, professor de empreend-
edorismo do Ibmec/MG, conta que muitos em-
presários preferem trabalhar sozinhos e acham
que essa é a melhor maneira. Entretanto, é pre-
ciso ter uma equipe unida para que uma empresa
possa crescer de maneira saudável. “Eu que tive a
ideia, eu que executo e não preciso de mais nada.
É muito raro alguém que consegue trabalhar soz-
inho assim”, completa.
Para Guilherme Junqueira, gestor de
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CONTINUAÇÃO Exame.com 06.03
1. Minha ideia de negócio não precisa de ajustes
Empreendedores que se recusam a aceit-
ar de que sua ideia de negócio ou empresa não é
perfeita precisam parar um momento e refletir.
“Dificilmente o negócio vai ser o que a sua ideia
foi. Para tirar a ideia do papel, o empreendedor
já vai ter que adaptar e fazer concessões”, expli-
ca Saade. Receber críticas é difícil, mas deter-
minados ajustes podem contribuir para que o
negócio ou produto fique ainda melhor.
3. Sou o meu próprio chefe
Ser dono de uma empresa demanda
muita responsabilidade e ser chefe não é uma
tarefa fácil. “Não tem que prestar conta para
ninguém, mas na verdade passa a ter mui-
tos outros chefes, por exemplo, os clientes do
seu negócio”, afirma Saade. Além disso, o em-
preendedor passa a ser responsável pela sua
equipe e por qualquer outro problema que
acontecer no seu empreendimento.
2. Vou ganhar muito dinheiro com a minha em-
presa
Muitos empresários têm a ilusão de que
basta ter uma boa ideia de negócio para ganhar
o mercado rapidamente e faturar muito. “Não é
bem assim, isso é um mito. Os casos são raros”,
afirma Bonomo.
Para Saade, existe ainda aquele em-
preendedor que acredita que todo o dinheiro
do caixa da empresa é dele. “E tem a falsa sen-
sação de que o capital é dele e pode ser usado. A
questão do ganhar dinheiro é muito relativa”, diz.
4. Não tenho concorrentes
Ninguém tem o mesmo produto ou
serviço que o seu? Impossível. Para Bonomo,
um dos principais erros de empreendedores
é o de achar que seu negócio é exclusivo e
não tem concorrentes. “O que diferencia as
empresas é a capacidade de execução”, re-
sume.
5. Não posso contar minha ideia para ninguém
Muitos empreendedores gostam de guar-
dar segredo e evitam falar sobre o seu produto
ou serviço. Para Saade, quanto mais o empreend-
edor falar sobre a ideia, melhor ela fica. “Ela vai
ser criticada e ele terá que pedir ajuda para mel-
horar”, ensina. Determinadas questões podem
não ter passado pela mente do empresário.
projetos da ABStartups, muitos donos de
pequenas empresas ou startups acreditam
que podem crescer sem planejar ou pes-
quisar sobre o mercado. Veja outros mitos
que muitos empreendedores ainda acredi-
tam.
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7. Conheço muito bem o mercado
Consumir um produto ou ser cliente
de um serviço não significa que você con-
hece realmente bem o mercado que deseja
atuar. “O mercado se transforma sempre e
não é porque você tem experiência que você
vai conseguir se posicionar bem”, afirma
Bonomo. Por isso, a pesquisa é essencial para
o planejamento e andamento de qualquer
tipo de negócio.
8. Minha empresa é um sucesso porque está
na mídia
O reconhecimento de uma empresa
pode vir de várias maneiras e, para alguns
empreendedores, a presença na mídia é uma
delas. Muitas vezes, essa presença demanda
investimento e não garante um aumento nas
vendas, por exemplo.
Para Junqueira, donos de pequenas
empresas com dificuldade de caixa não de-
veriam patrocinar eventos ou investir em
brindes caros. “Ter uma conta azul que é
sucesso e não basear em métricas da vaid-
ade. É preciso saber o que é prioridade e não
gastar com coisas que não vão ajudar o negó-
cio”, afirma.
6. Eu consigo fazer tudo sozinho
Comandar uma empresa sem a ajuda
de um sócio é possível, mas não é fácil. “Buscar
ajuda não é uma coisa ruim. O empreendedor
sozinho não conseguirá ir mais rápido ou mais
longe”, afirma Saade.
Para Junqueira, escolher bem os sócios
também contruibui para o sucesso do negócio.
“Hoje você vê várias empresas que não dão certo
porque escolhem mal o sócio. Família e amigos
nem sempre devem ser a primeira opção”, expli-
ca.
CONTINUAÇÃO Exame.com 06.03
p CLIPPING
O que todo pequeno
empresário parece custar a
entender é que a imagem
da sua empresa está intima-
mente ligada a sua própria
imagem como dono. Em
pequenas cidades, como a
minha, por exemplo, uma
empresa é tão comentada
quanto o seu dono é visto.
Por mais chato que
possa parecer, a presença
do pequeno empresário em
eventos de todo o tipo de
expressão é praticamente
obrigatória nesses casos.
E quando eu digo todo o
tipo, estou incluindo desde
aquelas apresentações fei-
tas para uma sala de gradu-
ação em alguma faculdade,
quanto àquelas palestras de
autoajuda de alguma subce-
lebridade no salão principal
do clube.
Porém, é claro que só
aparecer com o corpo, de má
vontade, não resolve. A alma
e a ambição de se expressar
também precisam estar pre-
sentes. É importantíssimo
que o pequeno empreend-
edor tente aproveitar qual-
quer tipo de brecha para
divulgar sua marca durante
esses acontecimentos.
Se for durante um
curso, nosso herói poderia se
apresentar ao ministrante e
dizer que é um pequeno em-
presário da cidade. Acred-
ite, todos os participantes
gostam de ouvir histórias de
empreendedores regionais e
com certeza o professor irá
pedir para que você conte a
sua para o restante da turma.
Já se o local for uma
grande convenção, peça a
palavra na hora que for ab-
erta a sessão de perguntas.
Comece dizendo o seu nome
e uma breve descrição da sua
empresa. Não fique inco-
modado em arquitetar uma
super pergunta, a complexi-
dade não é um fator crucial
nesse momento. O fato é que
você e sua marca precisam
aparecer diante desse imen-
so público.
Desde minha época
de estudante, e agora como
professor, sempre procurei
empresários para prestar
seus depoimentos em al-
guns eventos que organizei.
A grande maioria felizmente
sempre aceitou meus con-
vites, pois perceberam que
esse misto de oportunidade
em divulgar sua marca, com
o desafio pessoal de falar
para um grande público, são
essenciais para alavancar
sua empresa regionalmente.
Pode não parecer, mas
pequenas interações como
essas que foram sugeridas
muitas vezes causam muito
mais impacto do que aquela
marca que patrocinou o
evento, mas na qual o dono
sequer se deu o trabalho de ir
até lá para distribuir alguns
sorrisos, afinal, ele tinha coi-
sas mais importantes para
fazer, como assistir o jogo de
futebol na televisão.
Entretanto, não há
como negar que também já
levei muitos “obrigado, mas
não estou interessado” na
Contábeis 10.03
Se o empreendedor não for visto, sua empresa não será lembrada.
p CLIPPING
cara, principalmente quan-
do solicitei a aplicação de
questionários em suas em-
presas a fim de desenvolver
alguma pesquisa científica.
Eu sou da seguinte
opinião: se a empresa não
consegue ganhar clientes
por indicações e amizades,
irá disputá-los pelo preço, e
preço por preço, meu caro
amigo, eu tenho certeza
que alguma grande rede na
internet venderá por um
muito mais baixo do que o
seu.
A principal lição que eu
quero deixar com esse
texto é que o pequeno em-
presário que não possui
dinheiro para investir em
grandes ações publicitárias,
deve se valer da criativi-
dade, e principalmente da
coragem, para fazer sua
marca aparecer. Por vezes
isso envolverá algum tipo
de sacrifício, como partici-
par de um curso no domin-
go de manhã, mas no mer-
cado competitivo de hoje,
eu posso te garantir, todo
sacrifício em prol da sua
marca se destacar da multi-
dão sempre será válido.
Por: Diego Andreasi
Fonte: Portal Administra-
dores
CONTINUAÇÃO Contábeis 10.03