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CLIPPING DE NOTÍCIAS 07.07.2008 (Compilado para uso Exclusivo dos integrantes do Escritório) ÍNDICE DE ASSUNTO - Concorrentes - Administrativo - Advogados - Agronegócios - Ambiental - Aviação - Bancário - China - Civil - Comércio Exterior - Concorrência - Consumidor - Diversos - Energia, Petróleo e Gás - Imigração Empresarial - Imobiliário - Judiciário - Mineração - Penal - Processual - Propriedade Intelectual - Seguro - Societário - Tabaco - Tecnologia - Telecomunicação - Trabalhista e Previdenciário - Transgênicos - Tributário CONCORRENTES. Mercado também precisa de advogados: Mudança na legislação requer especialização maior, apontam escritórios. Campos Mello. (Globo) Página 1 de 257

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CLIPPING DE NOTÍCIAS07.07.2008

(Compilado para uso Exclusivo dos integrantes do Escritório)

ÍNDICE DE ASSUNTO

- Concorrentes - Administrativo

- Advogados - Agronegócios

- Ambiental - Aviação

- Bancário - China

- Civil - Comércio Exterior

- Concorrência - Consumidor

- Diversos - Energia, Petróleo e Gás

- Imigração Empresarial - Imobiliário

- Judiciário - Mineração

- Penal - Processual

- Propriedade Intelectual - Seguro

- Societário - Tabaco

- Tecnologia - Telecomunicação

- Trabalhista e Previdenciário - Transgênicos

- Tributário

CONCORRENTES.

Mercado também precisa de advogados: Mudança na legislação requer especialização maior, apontam escritórios. Campos Mello. (Globo)

Programas do governo federal podem provocar novas disputas tributárias. Demarest, TozziniFreire. (Valor)

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ADMINISTRATIVO.

Licitações e pequenas empresas: Pretendendo regulamentar o tratamento favorecido a estas empresas, há privilégios para a aquisição de bens e serviços. (DCI)

Licitações - Governo autoriza desestatização de mais dois trechos de rodovias. (DCI)

Marketing - Gigantes globais disputam a "venda" do País: Associados a agências brasileiras de comunicação, os grupos Fleishman-Hillard, Webwer Shandwick e Edelman entram na batalha por verba de R$ 15 mi. (DCI)

LDO prevê renúncia fiscal de R$ 114 bi em 2009. (Valor)

Transporte - Alstom na disputa pelo trem de alta velocidade no Brasil: Uma missão do governo brasileiro deve ir à França ainda este mês para conhecer o sistema. (Valor)

ADVOGADOS.

Advocacia-empresa: Escritório tem que aliar conhecimento jurídico e gestão. (Conjur)

Mercado também precisa de advogados: Mudança na legislação requer especialização maior, apontam escritórios. (Globo)

Entrevista - Paulo Saboya: Por uma presença maior no cenário político. (JC)

Comissão mantém CLT para sociedade de advogados. (Magister)

AGRONEGÓCIOS.

Biodiesel de dendê, uma alternativa ecológica: Dendeicultura é uma das poucas opções viáveis para a Amazônia, contribui com o meio ambiente, sem limitações tecnológicas (GM)

AMBIENTAL.

Aquecimento – País não cumpre meta climática: Segundo estudo, Brasil deixou de adotar medidas suficientes para reduzir emissões de CO2. (Estado)

Aquecimento Global - Gelo do ártico pode sumir em 5 anos: No último verão, a temperatura da água ficou 4,3º C acima da média e calota polar perdeu 2,85 milhões de km2. (Estado)

Amazônia enfrenta devastação em áreas protegidas: Levantamento mostra que 22,3% dos desmatamentos ocorreram em terras indígenas ou reservas ambientais. (Globo)

Terceiro Setor - Portaria facilita expulsão de ONGs: Governo decide combater os abusos que acontecem no país, especialmente na Amazônia. (JB)

Aquecimento Global - Bush promete ação construtiva sobre clima. (JC)

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Política ambiental: O que se pretende é que a criação do Instituto permita a agilização dos procedimentos administrativos nessa área, aí incluídos os licenciamentos ambientais, cujo prazo ela espera venha a ser reduzido de dois anos para seis meses, ensejado, por outro lado, o aperfeiçoamento da estrutura fiscalizatória. (JC)

Questão amazônica: Mas há uma luz ao fim do túnel, imprecisa, sim, embora palidamente acalentadora da esperança de que, por ato de Deus e vontade dos homens, a questão amazônica passe a dominar o ideário nacional e transforme o que de fato é, um conjunto de grafias em papéis timbrados, em atos de determinação cívica e prioritária no inserir a identidade da Amazônia na identidade maior do País. (JC)

Ásia - Olimpíadas reduzem ritmo de fábricas poluidoras da China: Restrições que visam limpar o ar em cidades do país poderão afetar até consumidores estrangeiros. (Valor)

Clube fechado - Divergências sobre clima marcam G-8: Cúpula dos países ricos começa hoje e expõe diferenças também sobre entrada de novos membros. (Valor)

AVIAÇÃO.

Aviação - Anac proíbe vôo de 25 aviões comerciais por falta de segurança. (DCI)

Sócios afastados vão recorrer contra mudança na VarigLog: Advogado diz que causou surpresa o anúncio de que irmã de Lap Chan assumiria empresa. (Folha)

Aviação - Anac poderá acabar com turismo doméstico (GM)

Velha Varig à sombra de um calote de R$11 bi: Com receitas minguadas, companhia pode ter de enfrentar falência este mês. Maior parte da dívida é com governo. (Globo)

Irmã de Lap Chan é nova sócia da VarigLog: Chan Lup terá 51% de participação e é apresentada como solução para cumprir exigência de controle brasileiro. (Globo)

Anac quer mais capital estrangeiro em aéreas: Presidente da agência reguladora diz que aumento de 20% para 49% é bom para empresas e consumidores. (Globo)

Setor aéreo - Infra-estrutura continua precária, mas caos diminuiu: Um ano após acidente, várias medidas foram abandonadas. (Valor)

Nova Lei de Falências - Parecer do Ministério Público libera Varig de certidão negativa de débito: Posição do órgão é parte do recurso da Fazenda que será julgado no STJ. (Valor)

BANCÁRIO.

Privatização - Governo autoriza retirada do Banco do Piauí do PND. (GM)

CHINA.

Ásia - 'Sucesso da China está no socialismo': Especialistas explicam como os chineses usaram idéias socialistas para garantir o triunfo da economia de mercado. (Estado)

ÁSIA - Ah, se Mao visse a China hoje! Do socialismo teórico ao capitalismo pragmático. (Monitor)

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Ásia - Olimpíadas reduzem ritmo de fábricas poluidoras da China: Restrições que visam limpar o ar em cidades do país poderão afetar até consumidores estrangeiros. (Valor)

CIVIL.

O direito de família e o Código Civil de 2002. (Valor)

COMÉRCIO EXTERIOR.

Acordo - Furlan prevê que Doha pode amenizar crise de alimentos: Com a redução das barreiras e subsídios, ex-ministro acredita que impacto sobre preços dos alimentos pode ser atenuado com aprovação de Rodada. (DCI)

Europa apresenta proposta para Doha: Oferta da UE para o encontro do próximo dia 21, na Suíça, prevê corte de 54% nas tarifas para o setor de agricultura. (Folha)

Lula inicia giro pela Ásia para ampliar relações comerciais: Roteiro, que deve durar sete dias, inclui Japão, Vietnã, Timor Leste e Indonésia. (Folha)

Programas do governo federal podem provocar novas disputas tributárias. (Valor)

CONCORRÊNCIA.

Defesa da Concorrência - Indicação ao Cade divide senadores: Nome de Arthur Badin para presidir Conselho é rejeitado por grandes empresas, que tentam barrar sua aprovação. (Estado)

Congresso - Grandes empresas reagem contra indicação ao Cade: Mercadente decide adiar sabatina de indicado por Lula para presidir o conselho. (Valor)

CONSUMIDOR.

Usuário residencial será indenizado, diz Telefônica. (Valor)

DIVERSOS.

Caso Alstom - Documento mostra 3º nome no caso Alstom: Correspondência de diretor da empresa cita o nome ‘Neves’, que, para promotoria suíça, indicaria alguém ligado ao governo de SP nos anos 90. (Estado)

Polêmica - Presidente do STF quer nova lei do grampo: Mendes reitera as acusações de que policiais violam segredo de escutas. (Estado)

Caso Alstom - Alstom assina novo contrato com metrô de SP: Presidente mundial da empresa está no Brasil, onde anunciou parceria e rebateu denúncias. (Estado)

Entrevista - Patricl Kron: "Empresa não corrompe agentes públicos", diz presidente da Alstom Presidente do grupo rechaça acusações de pagamento de propina a políticos em SP e afirma que caso é baseado em especulação. (Folha)

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Internacional - Príncipe aprova pedido de extradição de Cacciola: Ex-banqueiro deve chegar ao País em 15 dias para cumprir pena de 13 anos de prisão. (GM)

Alstom faz contratos com Metrô-SP e Rio Madeira: Presidente mundial do grupo diz que a empresa ‘não está com uma doença vergonhosa’ nem paga propinas. (Globo)

Recurso - Ações na Justiça contra a Lei Seca: Associação Brasileira de Bares e Restaurantes entra com medida no STF para tentar derrubar a Lei Federal número 11.705/08. (JC)

Fundo soberano terá ação de estatal. (Valor)

ENERGIA, PETRÓLEO E GÁS.

Energia - Cemig e Light fazem parceria para projetos conjuntos. (DCI)

Petróleo & Gás - Plataforma importada deve ser saída imediata à Petrobras: Com a impossibilidade de a indústria brasileira conseguir atender a demanda da estatal, companhia fecha parcerias fora do País para acelerar planos. (DCI)

Energia - Energias do Brasil e MPX iniciam obras da usina termoelétrica de Pecém: Mesmo com a Defensoria Pública do Ceará tentando impedir, as obras da usina de Porto Pecém já começaram. (DCI)

Biocombustíveis - Votação para regular o etanol na Europa é adiada para setembro. (DCI)

Lula recebe informações sobre alta do petróleo - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já recebeu algumas informações sobre o processo de alta no preço do petróleo, informou o secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa. Segundo ele, a área técnica do Ministério da Fazenda está estudando o movimento dessa commodity no mercado internacional e quanto dessa alta se deve ou não à especulação financeira. Segundo Barbosa, a idéia é apresentar ao presidente os argumentos para subsidiá-lo no encontro do G-8.Nota na Íntegra (DCI 07.07.2008 p. A4 Política Econômica)

Reunião de Cúpula - G-8 discute alta do petróleo e crise dos alimentos: Considerados urgentes, os dois assuntos devem ter prioridade no encontro que começa hoje no Japão. (Estado)

O Terceiro Choque do Petróleo - Descobertas brasileiras levam esperanças e incertezas à crise: Grandes empresas reconhecem potencial de novas reservas do País, mas questionam abertura para investimentos. (Estado)

GNL - Petrobras estuda contratos com a holandesa SBM: Estatal está atrás de unidades de gás natural liqüefeito para a região do pré-sal. (GM)

Internacionalização - Estatal e sócia na refinaria dos EUA divergem sobre o negócio. (GM)

Sucroalcooleiro - Exportação antecipada de álcool garante equilíbrio ao mercado: Exportações ajudam a equilibrar oferta interna de etanol neste início de safra. (GM)

'Sem biocombustíveis, petróleo subiria mais': Chefe da Agência Internacional de Energia (AIE) afirma que o etanol brasileiro é promissor e competitivo. (Globo)

Lula vai defender etanol e corte de subsídios em encontro com o G-8: Emergentes querem ampliar agenda de temas a serem discutidos com ricos. (Globo)

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Ainda o petróleo: É possível que o pré-sal seja um gigantesco megacampo que demandaria a "unitização" das reservas, já prevista na Lei do Petróleo. (Globo)

Energia – A criação de empresa de petróleo para o pré-sal: A Petrobras se consolidou e é líder mundial na exploração em águas profundas. (JB)

Petróleo - Brasil é foco de atenção mundial: Descobertas mais raras, disparada do preço do barril e potencial de nonas reservas brasileiras colocam o País em posição de destaque crescente. (JC)

Entrevista - Mauricio Tolmasquim: Perfil exportador de petróleo pode ser consolidado em 2009. (JC)

Petróleo - Atrasos em projetos de exploração preocupam. (JC)

Biocombustíveis - União Européia já cogita firmar acordo com o Brasil. (JC)

Poupar energia fica mais barato - Ex-diretor da Light e ex-presidente da Cerj (hoje Ampla), Renato Vasconcellos comanda o Conselho de Energia da Associação Comercial do Rio. Em outubro, pretende organizar novo Encontro de Energia do Rio de Janeiro (Enerj), dando ênfase ao meio ambiente e à conscientização de se poupar energia. À coluna, afirma que o mau uso de energia chegou a tal ponto que se insere em normas comportamentais e entra no terreno da ética. "Há alguns anos, isso pareceria exagerado, mas a verdade é que empresas, universidades, governos e pessoas físicas têm de melhorar o uso da energia, para dar recursos ao País e salvar o planeta", afirma, acrescentando que "poupar energia é cinco vezes mais barato do que adicionar capacidade através de novas obras". Ele vê com bons olhos a decisão do Governo Lula de retomar as obras de Angra III e até novas centrais nucleares, mas considera um desperdício o uso de gás para termelétricas: "Usa-se o gás para gerar energia, com perda e, na indústria, ocorre uma perda dobrada. As termelétricas a gás são antieconômicas e sua única justificativa é estratégica, para que exista energia para suprir demanda em certo momento".Nota na Íntegra (Jornal do Commercio 07.07.2008 p. A4 Economia)

Etanol no mundo - O governo estuda criar escritórios de representação no exterior para fomentar a venda de biodiesel e etanol. O presidente Lula já confidenciou a idéia a dirigentes da Unica. Investidores privados deverão ser convocados para participar e financiar o projeto.Nota na íntegra. (Relatório Reservado 3414 – 07.07.2008)http://www.relatorioreservado.com.br/Arquivo/2008/RR_08_07_07.asp

G-8 - Japão dá mais ênfase à energia nuclear do que aos biocombustíveis. (Valor)

Light e Cemig juntas - A Light, distribuidora do Rio de Janeiro, e Companhia Elétrica de Minas Gerais (Cemig) trabalharão juntas em geração de energia. Serão formados consórcios e a Light ficará com 51% de cada. Foram formados três logo na largada, para projetos hidrelétricos que já faziam parte da carteira da carioca. Nota na Íntegra (Valor Econômico 07.07.2008 p. D7 Eu& Investimentos)

UE revê biocombustíveis - Representantes do setor de energia da União Européia cogitaram um acordo com o Brasil sobre biocombustíveis, no sábado, durante reunião em Paris. "Tal acordo seria um teste, com critérios rígidos na sustentabilidade e nos problemas sociais", disse o parlamentar da UE Claude Turmes à Reuters. A UE é critica aos biocombustíveis. Nota na Íntegra (Valor Econômico 07.07.2008 p. A13 Internacional)

IMIGRAÇÃO EMPRESARIAL.

Artigo – Imigrantes ilegais são os novos párias do Ocidente: Modo como Europa lida com estrangeiros é diferente dos EUA. (JB)

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IMOBILIÁRIO.

Por dia, estrangeiro compra "6 Mônacos" de terra no país: A cada hora, 0,5 km2 de áreas brasileiras passa às mãos de compradores de fora do país. (Folha)

JUDICIÁRIO.

TJ e TRF suspendem prazos processuais. (JC)

CNJ inicia busca por autonomia do Poder Judiciário. (Valor)

Mudanças em juizados - A Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados aprovou na quarta-feira uma sugestão do Conselho de Defesa Social de Estrela do Sul, Minas Gerais, para aperfeiçoar a legislação dos juizados especiais, a Lei nº 9.099, de 1995. Entre outras mudanças, sugere-se que o civilmente incapaz passe a ter o direito a propor ações nos juizados cíveis. Para isso, ele deverá ser representado por seu responsável legal e ter acompanhamento do Ministério Público. Hoje, o menor de idade e os demais classificados como incapaz não podem ser partes em processos nos juizados. O relator da sugestão, deputado Lincoln Portela (PR-MG), afirmou que não há motivo para afastar o incapaz do direito de ajuizar ação nesses juizados. A sugestão foi transformada no Projeto de Lei nº 3.668, de 2008, de autoria da Comissão de Legislação Participativa. Nota na Íntegra (Valor Econômico 07.07.2008 p. E1 Legislação)

MINERAÇÃO.

Ofertas Públicas - Reservas para operação da Vale começam na sexta-feira. (GM)

Mineração - BHP fecha reajuste com Baosteel. (GM)

Mineração - Cresce a polêmica sobre o monopólio de urânio: Dono da 6a. maior reserva do mundo, o Brasil começa a atrair a atenção de empresas privadas, nacionais e estrangeiras. Mercado movimenta no mundo cerca de US$ 20 bilhões por ano. (JC)

Briga de preços do minério de ferro - BHP Billiton acompanha Rio Tinto: Mineradora anglo-australiana fecha acordo com a chinesa Baosteel. (Monitor)

Ciclo de enriquecimento do urânio no Brasil: Domínio completo até 2014. (Monitor)

A Gerdau vem mantendo conversações com a MBL, produtora de minério de ferro de Minas Gerais.Nota na íntegra. (Relatório Reservado 3414 – 07.07.2008)http://www.relatorioreservado.com.br/Arquivo/2008/RR_08_07_07.asp

Oferta Pública - Vale fará emissão mesmo com mercado desfavorável: Operação da companhia deverá ter sucesso porque já há investidores de porte para garanti-la, segundo fontes do mercado financeiro. (Valor)

BHP ganha mais tempo - As autoridades reguladoras da União Européia (UE) prorrogaram a investigação da oferta hostil apresentada pela BHP Billiton pela compra do Rio Tinto, informou a Bloomberg. A Comissão Européia, encarregada da fiscalização antitruste dos 27 países da UE, vai examinar a aquisição, por US$ 163 bilhões, durante mais 90 dias úteis e divulgar sua decisão até 11 de novembro, conforme disse em comunicado divulgado em Bruxelas. A "investigação inicial indicou que a

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pretendida aquisição levanta sérias dúvidas sobre sua compatibilidade com o mercado único", disse a comissão. Nota na Íntegra (Valor Econômico 07.07.2008 p. B1 Empresas)

PENAL.

Remuneração - Preso que trabalha pode pedir revisão. (JC)

PROCESSUAL.

Diálogos Entre Direito Civil e Direito Processual Civil Quanto à Separação e ao Divórcio Extrajudiciais – Lei Nº 11.441/07. (Magister)

CPC: Para o STJ, é indispensável inclusão de agravo de instrumento em pauta de julgamento. (Migalhas)

Código de processo - A Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) definiu que é indispensável a inclusão de agravos de instrumento na pauta dos julgamentos, não podendo uma regra de regimento interno se sobrepor à determinação do artigo 552 do Código de Processo Civil (CPC). A decisão foi tomada durante o julgamento de um recurso especial do Banco América do Sul em um processo que discute um contrato de prestação de serviços com clientes. O banco recorreu ao STJ após a decisão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) de negar seguimento ao agravo de instrumento por falta de apresentação de peças necessárias. De acordo com o entendimento do TJRS, se as peças necessárias não forem apresentadas, fica prejudicado o conhecimento do caso pelo tribunal, o que resultou na rejeição do recurso. No recurso ao STJ, o banco alegou ofensa a sete artigos do CPC. A quarta turma da corte conheceu parcialmente do recurso e deu parcial provimento apenas no que diz respeito à falta de inclusão do agravo na pauta de julgamentos. Segundo o ministro Aldir Passarinho Junior, é obrigatório tornar pública a inclusão em pauta do agravo de instrumento, sob pena de afrontar o princípio da publicidade dos julgamentos, previsto no Código de Processo Civil. Nota na Íntegra (Valor Econômico 07.07.2008 p. E1 Legislação)

PROPRIEDADE INTELECTUAL.

Patrimônio brasileiro - OAB e Itamaraty se unem para resgatar patentes. (Conjur)

Supermercados - Pequenos mercados reforçam marca própria: As associações de supermercados estão apostando nas marcas próprias para a queda-de-braço com os fornecedores, prevista para o segundo semestre. (DCI)

Drogas antiaids – Genérico do Efavirenz só sai em 2009: Farmanguinhos revê cronograma e estimula desconfiança entre ONGs que apoiaram quebra de patente em 2007. (Estado)

Google terá que fornecer dados de seus usuários: Informações serão usadas em ação da Viacom contra o You Tube por violação de direitos autorais. (Globo)

GM prepara novos cortes de empregos e venda de marcas. (Valor)

Marcas no exterior - O governo federal e o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) podem firmar um acordo e estabelecer parcerias com escritórios de advocacia na Alemanha e nos Estados Unidos para defender os interesses brasileiros em relação a registros de produtos essencialmente nacionais. A possibilidade foi debatida em uma reunião entre o presidente nacional e o

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presidente da comissão nacional de relações internacionais da OAB, respectivamente Cezar Britto e Roberto Busato, e o ministro interino das Relações Exteriores, Samuel Pinheiro Guimarães. Um dos problemas discutidos foi o recente registro da marca "rapadura" pela empresa alemã Rapunzel Naturkost, mas há outros casos, como o açaí e o cupuaçu. No caso da rapadura, o Itamaraty tem negociado com a empresa a devolução do registro, mas as negociações não têm avançado e o apoio da OAB na busca por escritórios de advocacia no exterior para brigar pelo registro pode ser aceito. Nota na Íntegra (Valor Econômico 07.07.2008 p. E1 Legislação)

SEGURO.

Limite para resseguro evita evasão fiscal por empresas. (DCI)

Resseguro - Pesquisa vai mostrar como fundos poderão transferir seus riscos. (DCI)

Seguros - BB terá controle da Aliança Brasil. (GM)

Resseguro para eventual não pode ser seperior a 10%. (Monitor)

SOCIETÁRIO.

Mercado - Em 20 dias, OGX perde R$ 3,5 bi na Bolsa: Ações da empresa de Eike Batista caíram 20% nos últimos quatro dias. (Estado)

Nova variável: Jurisdição especializada pode interferir na escolha do local da sede de empresas. (EJB)

Sócios afastados vão recorrer contra mudança na VarigLog: Advogado diz que causou surpresa o anúncio de que irmã de Lap Chan assumiria empresa. (Folha)

CVM deve aprovar em agosto fusão da BM&F e da Bovespa - A BM&F Bovespa, resultado da fusão da BM&F e da Bovespa Holding, deverá obter registro na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) até o final de agosto. Essa é a expectativa do presidente do Conselho de Administração da nova companhia, Gilberto Mifano. Ele avalia que, a despeito da crise mundial da economia, os investimentos no mercado brasileiro continuarão em um patamar alto, ainda que em menor volume do que o constatado no ano passado. "Se o país tiver produto bom, o investidor estrangeiro ainda tem muito dinheiro", afirmou ontem.Nota na Íntegra (Folha de São Paulo 05.07.2008 p. B6 Dinheiro)

Crise Imobiliária - Acionistas acertam ‘resgate’ do Bradford: Instituições sócias do banco hipotecário acertam aporte de US$ 797 milhões. (GM)

Padrão Contábil - Experiência européia ajudará companhias a adotar o IFRS (GM)

Testes da Cetip - A Cetip inicia este mês os testes com as instituições financeiras para a migração do módulo de distribuição de títulos do mainframe para a plataforma baixa. A mudança vai garantir maior otimização de todo o processo de liquidação das operações.Nota na Íntegra (Gazeta Mercantil 07.07.2008 p. B3 Gazeta Investe)

Águas Turvas - Portuguesa AdP vê o Brasil como "mau negócio": A internacionalização da Águas de Portugal (AdP) para o Brasil, onde adquiriu a ProLagos, na região dos Lagos, Estado do Rio de Janeiro, foi um "mau negócio", afirmou na sexta-feira, o presidente da companhia portuguesa, Pedro Serra. "Nossa preocupação quando chegamos à administração da Águas de Portugal foi a de estancar a hemorragia e acabar com um mau negócio", disse Serra em entrevista, divulgada pela Agência Lusa. A atuação da AdP no Brasil teve início quando era presidida por Mário Lino, atual ministro de Obras

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Públicas, Transportes e Telecomunicações de Portugal. Segundo Serra, à semelhança de outras empresas portuguesas que apostaram no Brasil, a compra da ProLagos acabou por "não correr bem". Por isso, a AdP está analisando "se deve ou não com negócios internacionais". Nota na Íntegra (Gazeta Mercantil 07.07.2008 p. A3 Gazeta Global)

Velha Varig à sombra de um calote de R$11 bi: Com receitas minguadas, companhia pode ter de enfrentar falência este mês. Maior parte da dívida é com governo. (Globo)

Irmã de Lap Chan é nova sócia da VarigLog: Chan Lup terá 51% de participação e é apresentada como solução para cumprir exigência de controle brasileiro. (Globo)

Feira do livro – O grupo português Leya, que namora a Record, tentou comprar a Companhia das Letras, sem sucesso Nota na íntegra. (O Globo - 07.07.2008 p. 10 Rio – Ancelmo Góis)

Feira do livro – O Leya, maior grupo editoral português, com oito editoras, veio fazer compras no Brasil. Deseja adquirir uma ou mais editoras por aqui. Sonha com uma grandona, como a Record. O grupo é do empresário Miguel Paes do Amaral, que fez fortuna no setor de mídia. Nota na íntegra. (O Globo - 07.07.2008 p. 10 Rio – Ancelmo Góis)

Bolsas - Fusão agora no papel: Derivativos unindo juros e ações, e 30% de custos, são as apostas da BM&F Bovespa, que integrará as ações das duas bolsas a partir de agosto, para incrementar os negócios da empresa surgida da unificação e atrair aplicadores. (JC)

Capital aberto para BM&F Bovespa - Registro pode sair em agosto: Presidente da nova empresa fala em reduzir salários que representam custo dos 30%. (Monitor)

CVM recebe sugestões até dia 25 sobre o parecer de orientação que trata dos deveres legais dos administradores nas operações de fusão e incorporação de sociedades controladas. (NF)

Falência da empresa executada não extingue execução em andamento. (TRT DF)

Construção - Mills compra Jahu e prevê crescer 40% em 2008: Negócio contou com aporte de fundos de private equity. (Valor)

Sistema Financeiro - Birmann se diz vítima e abre mão de banco: Banqueiro coleciona acusações, perde negócios e aguarda recurso contra multa da CVM. (Valor)

Incorporações - CVM recebe sugestões até dia 25. (Valor)

Nova Lei de Falências - Parecer do Ministério Público libera Varig de certidão negativa de débito: Posição do órgão é parte do recurso da Fazenda que será julgado no STJ. (Valor)

Gás – Origin recusa oferta de US$ 13,3 bilhões da BG. (Valor)

Começa a cosolidação: Incorporadoras com problemas de caixa podem aderir à onda de fusões ou perder espaço. (Valor)

Fatia maior para o minoritário: Empresas brasileiras elevam a parcela do lucro distribuída aos acionistas, aponta estudo exclusivo feito pelo Ibmec São Paulo para a ValorInveste. (Valor)

Mais poder aos conselheiros: Empresas pagam melhor para ter executivos experientes, que assumam mais responsabilidades e contribuam na administração. (Valor)

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Entre anjos e confrades: Projetos financiados por capital semente e investidores-anjo crescem e já atraem novos participantes. (Valor)

Processos – Riscos jurídicos escondidos: Caso Eternit é exemplo da dificuldade de se estimar perdas. (Valor)

Varejo concentrado: a concentração no setor de supermercados aumentará até o fim do ano. Mas nada de gigante comprando gigante. Wal-Mart, Carrefour e Pão de Açúcar, os principais varejistas do país, estão buscando supermercados regionais. No topo da lista estão Zaffari (RS), Angeloni (PR), Bretas (MG) e Comper (SC). Até o fim do ano, pelo menos uns dois negócios serão concluídos.Nota na Integra (Revista Veja ed. 2068 – 09.07.2008 p. 51)http://veja.abril.com.br/090708/radar.shtml

Invadindo a América: a Vale não desistiu de fazer sua megaaquisição internacional. Na ponta da mira da empresa brasileira estão as americanas Alcoa (gigante do alumínio) e Freeport Mcmoran (produtora de cobre e ouro).Nota na Integra (Revista Veja ed. 2068 – 09.07.2008 p. 51)http://veja.abril.com.br/090708/radar.shtml

TABACO.

Fumante não entra: esqueça os fumódromos. Bares, hotéis e escritórios estão mandando quem fuma para o lado de fora. (Época)

Parece piada: a Holanda proíbe cigarro, que faz mal e paga imposto. Mas permite maconha, que também faz e vem do narcotráficop. (Veja)

Cigarros: fumaça nova - a Souza Cruz está fazendo testes em alguns mercados para lançar no Brasil a centenária marca Dunhill, vendida em mais de 100 países.Nota na Integra (Revista Veja ed. 2068 – 09.07.2008 p. 51)http://veja.abril.com.br/090708/radar.shtml

TECNOLOGIA.

Morte do Windows XP é adiada de novo: Sistema operacional sai das prateleiras na mesma semana em que a Intel desiste do Vista; o que vale a pena fazer? (Estado)

A hora e a vez dos softwares online: Microsoft, Google e Adobe lançam pacotes de programas de escritório que funcionam via internet em qualquer PC. (Estado)

O Novo Firefox em 10 boas dicas. (Globo)

Só quero meu XP de volta. (Globo)

Como se sabe, todo cuidado é pouco: Quanto mais sua senha for uma mistureba estranha de caracteres, melhor ela será. (Globo)

Internet - Cuidados contra o crime cibernético: Brasil é o segundo país que mais recebe spam no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. (JB)

Parceria - Windows Live chega ao BlackBerry. (JC)

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TELECOMUNICAÇÃO.

Energia elétrica, telecomunicações e livre acesso. (CB)

Apagão Online - Telefônica promete ressarcir perdas: Além de descontar o dia sem serviço prestado, empresa deve negociar compensação de outros prejuízos. (Estado)

Telecomunicações – Impostos pesados afastam usuários: Para permitir expansão do uso da telefonia e banda larga, ministros e deputados defendem redução do ICMS. (Estado)

Privatização faz 10 anos e o futuro é a banda larga: Anatel espera a massificação da tecnologia para os próximos 10 anos. (Estado)

Teles pressionam para adiar nova regra: Portabilidade, serviço que permitirá a troca de companhia com a manutenção do número telefônico, enfrenta resistência. (Folha)

Cresce o risco de novas panes na internet, afirma especialista: Rede de transmissão da web no país é uma caixa-preta, diz ex-superintendente da Anatel, que sugere aumento nos investimentos em infra-estrutura de transmissão. (Folha)

Rede de dados no setor público exige proteção. (GM)

Internet - Telefônica começa hoje a negociar perdas: Operadora promete ressarcir os usuários do Speedy pelo tempo que ficou fora do ar. (GM)

Telecomunicações - Motorola elevará vendas a governo e empresas: Grupo dá início à produção, no Brasil, de rádios digitais e está de olho no mercado petrolífero, com novas descobertas de reservas de gás. (JC)

Sky lança serviço pré-pago de TV por assinatura. (Monitor)

Telefonia - Operadoras apostam em notebook 3G: Com chip embutido no computador, usuário poderá ficar conectado permanentemente à internet. (Valor)

Usuário residencial será indenizado, diz Telefônica. (Valor)

Comunicação - NBC faz oferta pelo Wheather Channel. (Valor)

Leilão - Preço de BrT proposto pela Oi corre risco. (Valor)

TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIO.

Falta em audiência: Ambev será investigada por assédio moral no Pará. (Conjur)

Licença-maternidade para o papai - uma decisão inédita do Tribunal Regional do Trabalho, em Campinas, concedeu ao assistente social Gilberto Antônio Semensato o direito à licença-maternidade. Semensato, que adotou uma menina de 8 meses, em março, teve o benefício negado no primeiro processo. Recorreu e ganhou três meses de licença remunerada do trabalho. Também conquistou o direito a salário-maternidade e auxílio-creche. O caso poderá abrir um precedente para que pais solteiros tenham os mesmos benefícios que mães solteiras na hora da adoção. “Muita gente pensa que os cuidados nos primeiros meses podem ser feitos por uma babá, mas nada substitui o amor de um pai ou de uma mãe”, diz Semensato. Nota na Integra (Revista Época n° 529 – 07.07.2008 p. 16)

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http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI7377-15215,00-FALA+BRASIL.html

Trabalhiata - MPT moverá ação contra a AmBev. (GM)

Do ônus da prova no abandono de emprego. (Magister)

Comissão mantém CLT para sociedade de advogados. (Magister)

Falência da empresa executada não extingue execução em andamento. (TRT DF)

Suspenso acordo entre Ambev e procuradoria. (Valor)

TRANSGÊNICOS.

Ameaça Global - Crise de alimentos, transgênicos na mira: País autoriza mais pesquisas de produtos modificados. (Globo)

Greenpeace critica: vantagem de transgênicos é 'canto da sereia': Diretor diz que agricultura ficará nas mãos de multinacionais. (Globo)

TRIBUTÁRIO.

Congresso - Projeto reduz carga de empresa de informática no sistema simplificado. (DCI)

Congresso - "Ampliação das categorias no Supersimples é prioridade": Defesa é do novo presidente da Frente da Micro e Pequena Empresa, deputado Cláudio Antônio Vignatti, que toma posse na quarta-feira. (DCI)

Congresso - CSS mantém disputa entre base e oposição: O trancamento da pauta da Câmara promete novos rounds por causa da votação do último destaque da CSS. (DCI)

Telecomunicações – Impostos pesados afastam usuários: Para permitir expansão do uso da telefonia e banda larga, ministros e deputados defendem redução do ICMS. (Estado)

Reformas - Appy evita detalhar suas novas funções. (GM)

Sem Medo do Leão - Simplificação e a reforma tributária. (JB)

Joalheria – Carga tributária impede crescimento. (JC)

Estado dará isenção de ICMS para campanha beneficente de rede de fast food. (NF)

.Governo dá isenção para estaleiro. (NF)

Programas do governo federal podem provocar novas disputas tributárias. (Valor)

PGFN e Receita discutem normas para CNDs. (Valor)

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ÍNTEGRA DAS NOTÍCIAS

ADMINISTRATIVO

LDO prevê renúncia fiscal de R$ 114 bi em 2009 (Valor Econômico 07.07.2008 p. A2 Brasil)

Folhapress, de Brasília

A renúncia de impostos e contribuições prevista pelo governo para o próximo ano, segundo a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), será de R$ 114 bilhões. Desse total, a LDO estima que R$ 97 bilhões serão renúncias de impostos e contribuições incidentes sobre os setores da economia. Outros R$ 17 bilhões representarão isenções no recolhimento da contribuição previdenciária para o INSS, como a que é dada a entidades filantrópicas e clubes de futebol.

Do total estimado para o próximo ano, a maior parte das renúncias, R$ 29,6 bilhões, ocorrerá entre empresas de comércio e serviços e se deve, principalmente, à redução de tributos para micro e pequenas empresas no programa Super Simples.

No setor industrial, a perda de arrecadação estimada será de R$ 19,2 bilhões e decorre, entre outros projetos, da redução na cobrança de impostos das empresas em atividades na Zona Franca de Manaus e de R$ 2 bilhões em benefícios destinados às montadoras.

Os benefícios dados a projetos de infra-estrutura vinculados ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) vão subtrair R$ 1,4 bilhão da arrecadação. O alto volume das renúncias mostra a opção do governo em conceder desonerações tributárias em vez de promover uma efetiva redução da carga tributária.

A criação de novos tributos e ajustes feitos nas normas nos últimos anos ampliaram o total de impostos pagos pela sociedade. O dado oficial mais atualizado, da Receita Federal, é de 2006, quando a cobrança de impostos e contribuições feita por União, Estados e municípios somou R$ 795 bilhões, o correspondente a 34,23% do PIB (Produto Interno Bruto).

Segundo tributaristas, a opção por conceder desonerações, em vez de cortar ou diminuir tributos, significa privilegiar políticas específicas. Um exemplo é o da política industrial. Fortemente concentrada em ações de estímulo às exportações, a renúncia de tributos nesse programa é de R$ 21,4 bilhões até 2011.

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Transporte - Alstom na disputa pelo trem de alta velocidade no Brasil: Uma missão do governo brasileiro deve ir à França ainda este mês para conhecer o sistema

(Valor Econômico 07.07.2008 p. B7 Empresas)

Raquel Balarin, De São Paulo

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Uma equipe do governo brasileiro deverá ir à França entre os dias 21 e 28 de julho para conhecer o trem de alta velocidade, fabricado naquele país pela multinacional Alstom. A informação foi dada na sexta-feira pelo presidente mundial da Alstom, Patrick Kron, que visitou o país para fechar contratos com o Metrô de São Paulo e com a brasileira Bardella e também para defender a empresa de acusações. A Justiça da Suíça, com apoio da Justiça francesa, investiga se ex-representantes da Alstom teriam montado um esquema de corrupção para ganhar contratos de fornecimento de equipamentos e serviços para obras públicas.

Kron disse que o governo brasileiro já visitou fabricantes de trens de alta velocidade no Japão, Alemanha, Itália e Espanha. "Espero que venham rápido até a França. Somos líderes em trens de alta velocidade", afirmou o presidente francês, ressaltando que não gostaria que as investigações prejudicassem a participação da Alstom no processo de concorrência do trem-bala no Brasil. "Não quero nenhum tratamento especial. Só quero que qualquer tratamento seja baseado em fatos", disse Kron.

O trem de alta velocidade brasileiro deverá ligar as cidades do Rio de Janeiro a São Paulo e Campinas, com ligações para os aeroportos internacionais Tom Jobim (Rio), Guarulhos (São Paulo) e Viracopos (Campinas). A obra, que deverá ter cerca de 550 quilômetros de extensão, faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e está orçada em US$ 9 bilhões.

A Alstom tem grande interesse na obra, que deverá ter seu trajeto divulgado até o fim de agosto e cuja licitação está prevista para o início do próximo ano. A empresa se declara a líder na indústria ferroviária de alta velocidade no mundo. Desde que lançou o primeiro TGV, em 1981, a companhia francesa vendeu 640 trens que superam os 300 quilômetros por hora. "O recorde de velocidade também é nosso. Atingimos 574,8 quilômetros por hora entre Estrasburgo e Paris", afirma Ramon Fondevila, diretor geral de transportes da Alstom Brasil. Ele acredita que o governo brasileiro deverá licitar primeiro o trecho São Paulo/Campinas, até o fim deste ano, e depois Rio/São Paulo (com paradas previstas em Resende, São José dos Campos e Luz e um ramal para o aeroporto de Guarulhos), no primeiro semestre do próximo ano.

O governo brasileiro, segundo declarações recentes da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, deverá exigir a transferência de tecnologia das empresas estrangeiras que participarem do projeto de implantação do trem de alta velocidade, a exemplo do que fez, por exemplo, a Coréia do Sul. Outra exigência será de que elas firmem parcerias com grupos nacionais.

Para Fondevila, esses pré-requisitos não atrapalham os planos da Alstom. "Estamos habituados a transferir tecnologia. No caso da Coréia, começamos a fabricar os trens na França e depois passamos a produzi-los localmente. Também estamos fabricando turbinas de energia hidráulica no Brasil com transferência de tecnologia", diz.

Representantes da Alstom acreditam que uma das vantagens do grupo francês sobre boa parte de seus concorrentes é sua tecnologia de trens. A companhia já lançou o AGV, quarta geração de trens de altíssima velocidade, que não tem locomotiva e é movido por motores em todos os vagões. A velocidade comercial do AGV é de 360 km/h, enquanto o TGV (que tem locomotiva) opera entre 300 e 330 km/h.

O aumento dos investimentos brasileiros em sistemas de transporte metroferroviário tem atraído a Alstom, que faturou no ano passado ? 800 milhões no país. Na semana passada, a companhia fechou um contrato de ? 280 milhões com o Metrô paulista para fornecimento de sistema de controle automatizado para as linhas 1, 2 e 3. Segundo Fondevila, com o novo sistema - que deverá estar concluído em 2010 - o tempo entre os trens no horário de pico deverá cair de 110 segundos para até 60 segundos. "Com isso, será possível aumentar o número de trens."

O sistema do Metrô é chamado de Urbalis, baseado na tecnologia de rádio (CBTC). Quando um trem acelerar, os outros receberão o mesmo comando, assim como quando ele frear, tudo de forma automática. A instalação do sistema deverá começar pela linha 2 (Vila Madalena a Ipiranga) e será feita durante a madrugada, para não paralisar o transporte.

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Outro contrato fechado pela Alstom na semana passada foi a criação de uma sociedade com o grupo nacional Bardella, meio a meio, que exigirá investimentos de ? 35 milhões. Os recursos serão usados na instalação de uma fábrica de equipamentos hidromecânicos, como comportas, em um terreno de 235 mil metros quadrados em Porto Velho (Rondônia). A escolha do lugar se deve à proximidade da usina hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Madeira.

"Nosso foco inicial é Santo Antônio, mas queremos atender outras hidrelétricas no Norte e Nordeste do país e também exportar", afirma Marcos Costa, diretor geral de energia da Alstom Brasil. A companhia francesa é parceira do grupo Odebrecht - vencedor da concorrência para Santo Antônio - também na disputa por Jirau, que foi vencida pelo consórcio liderado pela Suez. A concorrência está sendo contestada.

A fábrica da Indústria Metalúrgica e Mecânica da Amazônia (IMMA) deverá começar a ser construída em outubro e a expectativa é de que esteja concluída em dezembro de 2009. A área de energia da Alstom Brasil encerrou o ano fiscal 2007/2008 (abril a março) com recorde de contratos fechados no período, de 600 milhões de euros, incluindo impostos. Para este ano, a meta é chegar a 800 milhões de euros.

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Licitações e pequenas empresas: Pretendendo regulamentar o tratamento favorecido a estas empresas, há privilégios para a aquisição de bens e serviços

(DCI 07.07.2008 p. A2 Opinião)

Como se sabe, as microempresas e empresas de pequeno porte representam um dos principais alicerces da economia brasileira. São responsáveis por uma boa parcela da geração de renda e de empregos no País.

Ciente dessa importância socioeconômica, o legislador constituinte inseriu, através da Emenda Constitucional nº 6/95, o inciso IX ao artigo 170 da Constituição Federal, para estabelecer que a ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, deve observar o princípio do "tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País".

Com base nessa previsão constitucional foi editada a Lei Complementar nº 123, de 14/12/2006, que instituiu o "Estatuto Nacional das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte", criando um conjunto de normas gerais voltadas ao tratamento diferenciado e favorecido para as atividades empresariais de pequeno porte.

Pretendendo regulamentar o tratamento favorecido a estas empresas, o estatuto estabeleceu privilégios na participação de licitações públicas para a aquisição de bens e serviços.

Analisando-se a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, verifica-se que a mesma foi editada com um intento bastante positivo -o de facilitar o acesso das microempresas e empresas de pequeno porte ao mercado-, materializando, efetivamente, o princípio do tratamento favorecido a essa categoria de empresas previsto no artigo 170, inciso IX, da Constituição Federal.

São muito positivas, por exemplo, as disposições legais relativas à comprovação da regularidade fiscal das microempresas e empresas de pequeno porte. A lei estabelece que tal comprovação deve ser exigida somente para efeito de assinatura do contrato. Além disso, caso haja alguma restrição, é

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assegurado o prazo de dois dias úteis para a regularização da documentação, o pagamento ou o parcelamento do débito.

Esse tipo de previsão permite que um número maior de empresas (micro e pequenas) participe das licitações públicas, tendo em vista que a comprovação prévia da regularidade fiscal se apresenta muitas vezes como um fator inibidor de ingresso dessa categoria em certames licitatórios.

Também é interessante a possibilidade de a União, os estados e os municípios -desde que previsto na legislação do respectivo ente- promoverem licitação destinada exclusivamente à participação de microempresas e empresas de pequeno porte nas contratações cujo valor seja de até R$ 80 mil; ou que estabeleça cota de até 25% do objeto para a contratação dessas empresas em certames para a aquisição de bens e serviços de natureza divisível.

Na mesma linha, o diploma em comento ainda assegura, em seu artigo 44, caput, como critério de desempate, preferência de contratação para as microempresas e empresas de pequeno porte. Até aí, a inovação é muito bem-vinda, na medida em que plenamente observado o propósito da Constituição Federal ao conferir tratamento favorecido às empresas mencionadas.

Contudo, o parágrafo 1º do mesmo dispositivo define que se entendem por "empate" aquelas situações em que as propostas apresentadas pelas microempresas e empresas de pequeno porte sejam iguais ou até 10% superiores à proposta mais bem classificada. Nessa hipótese, a licitante favorecida (micro ou pequena) poderá apresentar proposta de preço inferior àquela considerada vencedora do certame, situação em que será adjudicado em seu favor o objeto licitado.

Em que pese a intenção do legislador ter, certamente, sido das melhores -pautada no princípio do tratamento favorecido a empresas de pequeno porte-, a margem de 10% conferida para efeito de empate se mostra excessiva e acaba por conferir vantagem extrema, e mesmo desleal, nas licitações públicas, o que invade, por conseguinte, o campo de outros princípios de mesmo quilate expressos ou implícitos no texto constitucional, quais sejam, o da igualdade de condições a todos os concorrentes, o da razoabilidade, o da impessoalidade e o da economicidade (o qual, embora não expresso no texto constitucional, se harmoniza integralmente ao princípio da eficiência). A finalidade da licitação, é sabido, é selecionar a melhor proposta à Administração Pública. A Lei Federal nº 8.666/93 afirmou que, além disso, a licitação visa a assegurar a realização do princípio da isonomia (artigo 3º).

Contudo, o que se tem visto na prática, especificamente quanto ao benefício do desempate permitido pela Lei das Micro e Pequenas Empresas, é que muitas empresas favorecidas têm-se utilizado dessa previsão como ferramenta para se sagrar vencedoras de certames com preços significativamente superiores aos que proporiam caso competissem em igualdade de condições com as demais empresas.

Cientes de que terão a chance de reduzir a sua proposta ao valor da menor oferta apresentada por empresas de porte maior, algumas empresas de pequeno porte têm evitado baixar a sua proposta ao mínimo que lhes seria possível, com a estratégia de, utilizando-se da margem dos 10% de desempate, reduzir apenas o necessário para vencer o certame. Tal prática, contudo, não se coaduna com os princípios constitucionais destacados, sendo de rigor que haja uma revisão pontual na Lei Complementar nº 123/06 para suprimir a previsão que assegura, como critério de desempate, preferência de contratação a empresas de pequeno porte ou -o que a nosso interpretar se afigura mais razoável- manter o benefício, apenas reduzindo a margem percentual que define o empate. A regra da igualdade, pois, cuja materialização, conceituada por Rui Barbosa, se dá aquinhoando-se desigualmente os desiguais -e, no presente caso, com o tratamento favorecido das empresas de pequeno porte em relação às demais-, deve ser operada com a observância e o respeito aos princípios norteadores do sistema jurídico aplicáveis à espécie, calcados em critérios razoáveis que evitem opções arbitrárias ou abusivas.

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Licitações - Governo autoriza desestatização de mais dois trechos de rodovias(DCI 07.07.2008 p. A3 Política Econômica)

BRASÍLIA - O governo deu mais um passo formal no processo de licitação das concessões dos trechos baianos das rodovias BR-324 e BR-116 na última sexta-feira. O Conselho Nacional de Desestatização (CND) publicou no Diário Oficial da União resolução que aprova as condições gerais para a realização do leilão. O documento não revela a data da licitação, mas confirma que será feito na Bolsa de Valores de São Paulo. O governo pretende oferecer esses 680 quilômetros de rodovias à iniciativa privada até setembro.

A resolução do CND confirma que será vencedor da disputa o grupo empresarial que se propuser a operar a rodovia cobrando a menor tarifa de pedágio. O preço-teto estipulado pelo governo é de R$ 3,15. As propostas serão apresentadas pelos investidores em envelope fechado.

Atualmente, a minuta do edital do leilão está sendo analisada pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Somente após passar pelo crivo do Tribunal é que o documento poderá ser publicado. O governador da Bahia, Jaques Wagner, disse na quarta-feira que sua expectativa é de que o edital seja liberado até o fim de agosto.

O Conselho Nacional de Desestatização também propôs hoje, por meio de outra resolução, a inclusão de quatro trechos de rodovias federais no Programa Nacional de Desestatização (PND). São eles: BR-060, do entroncamento com a DF-001 até Goiânia; BR-153, da intersecção com a BR-060 até a divisa entre Goiás e Minas Gerais; BR-101, da divisa entre o Espírito Santo e a Bahia até o entroncamento com a BR-324 e BR-163, de Nova Mutum (MT) até a BR-070. O leilão desses trechos de rodovias está entre as prioridades do Programa de Aceleração do Crescimento. A estimativa do governo, divulgada por ocasião do balanço de um ano do PAC, é licitar as estradas em abril de 2009.

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Marketing - Gigantes globais disputam a "venda" do País: Associados a agências brasileiras de comunicação, os grupos Fleishman-Hillard, Webwer Shandwick e Edelman entram na batalha por

verba de R$ 15 mi(DCI 07.07.2008 p. B1 Empresas)

SÃO PAULO - A divulgação do resultado da etapa técnica da licitação que escolherá a empresa que divulgará o Brasil no exterior pela Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, apontou também a vitória parcial das parceiras internacionais das agências habilitadas.

Além da Burson-Masteller, que concorre diretamente como uma operação internacional que possui escritórios no Brasil, estão na disputa indireta as empresas Fleishman-Hillard, Weber Shandwick e Edelman, que já atuam no Brasil. A novidade ficou por conta da entrada da inglesa Bell Pottinger.

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De acordo com o edital, a intenção da Secom é contar com uma estrutura de comunicação no exterior, que atue nos mercados dos Estados Unidos, da Europa e da Ásia. A empresa de comunicação deverá funcionar no Brasil, mas possuir sede, filiais, sucursais ou então manter acordos operacionais com agências instaladas nos mercados citados, além de demonstrar ter experiência comprovada em trabalhos semelhantes e estabelecer prestação de contas periódicas.

Parceiras

A CDN, primeira colocada na etapa técnica, mantém desde 2002 um acordo operacional com a rede norte-americana Fleishman-Hillard, do grupo Omnicom. Atualmente, a CDN atende o Banco Central e o Banco do Brasil, que renderam contratos anuais de R$ 1,5 milhão e R$ 700 mil, respectivamente. "O setor público tem uma necessidade de comunicação enorme e as assessorias de imprensa estão tendo uma grande oportunidade de contribuir", disse João Rodarte, fundador e presidente da CDN, em entrevista concedida ao DCI na publicação do edital. O executivo não quis comentar o resultado divulgado ontem.

A segunda colocada, Publicom, é parceira há 13 anos da Weber Shandwick, uma das maiores agências globais de comunicação, antes de a empresa ser comprada pelo Interpublic, em 2001. Segundo a sócia diretora Luciana Gurgel, a proposta privilegiou os trabalhos que a empresa parceira realizou para Rússia, Colômbia e Bahamas. A empresa foi responsável pelo Plano Colômbia, um trabalho de comunicação que durou de 1986 a 2007 e que tinha como objetivo recuperar a imagem do País, associada ao narcotráfico no exterior, e restabelecer relações com governo americano para buscar ajuda militar e econômica.

"Ela é muito forte na área governamental e sabe quem são os jornalistas e formadores de opinião internacionais. Nós conhecemos o mercado brasileiro e suas particularidades e vamos articular com o governo que tipo de ações serão feitas para responder notícias publicadas lá fora e também mapear o que poderá ser feito nas visitas internacionais para maximizar o contato com mídia, formadores de opinião e entidades locais", comentou.

Estratégia

Tanto a FSB como a Santafé Idéias e Comunicação, que também foram habilitadas, fecharam parcerias internacionais para entrar na concorrência. A primeira fechou uma parceria com a Edelman, que tem escritórios em 49 países e também atua no Brasil. A segunda se uniu à agência inglesa Bell Pottinger, que tem entre os principais acionistas os porta-vozes de Margareth Thatcher e de Tony Blair, Lord Bell e David Hill, e já fez trabalhos de representação para o Catar, para a Argentina e para o México.

Como a agência tem escritórios na Europa e nos Estados Unidos, mas não na Ásia, a Santafé também fechou uma parceria com a East Wei, para atender a exigência do edital, que prevê o atendimento na região. "O acordo é permanente, não se encerra com a licitação e já está gerando prospecções interessantes de investidores internacionais interessados no Brasil, da área imobiliária, que são atendidos pela Bell Pottinger", comentou Etevaldo Dias, fundador e diretor-presidente da Santafé Idéias.

Fundada há 15 anos e com sede em Brasília, a agência está acostumada a trabalhar para o governo muito antes do movimento recente de licitações públicas para a escolha de assessorias de imprensa. Assim como os seus parceiros estrangeiros, Etevaldo Dias também atuou como porta-voz do ex-presidente Fernando Collor, e já atendeu a Caixa Econômica Federal através de um contrato com a agência de publicidade Fischer América, para a produção de boletins de informativos, entre 2006 e 2007.

Atualmente, a agência tem participado de licitações e conquistou as verbas de comunicação estratégica do Ministério da Previdência e do projeto Caixa Cultural, da Caixa Econômica Federal. Também na área pública, a empresa atende a Confederação Nacional do Transporte.

Caso nenhuma empresa entre com recursos até a próxima sexta-feira, dia 11, a abertura das propostas de preços deverá acontecer em 15 de julho.

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ADVOGADOS

Entrevista - Paulo Saboya: Por uma presença maior no cenário político(Jornal do Commercio 07.07.2008 p. B8 Direito & Justiça)

GISELLE SOUZA - DO JORNAL DO COMMERCIO

De espectador a ator. Esse é a principal objetivo do presidente do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), Paulo Eduardo de Araújo Saboya, em relação à instituição que comanda desde maio deste ano. Nesses primeiros meses, o advogado avaliou o trabalho desenvolvido pela entidade, que antecede a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e existe há 165 anos. A conclusão a que chegou é a de que a modificação na postura do instituto se faz necessária para torná-lo mais ativo no cenário nacional. "Ao invés de comentarmos os projetos de lei que chegam ao Congresso, como fazíamos tradicionalmente, vamos tomar a iniciativa, vamos começar a formular e encaminhar projetos ao parlamento. Essa será uma mudança radical na postura do IAB",

afirmou Paulo Saboya, sobre os planos que tem para instituição.

Uma das metas do advogado é fazer com que a entidade passe a contribuir de forma mais contundente no que diz respeito à instalação de um Estado Democrático de Direito Social, com a formulação de propostas que possam contribuir para o aperfeiçoamento do sistema jurídico do País e também proporcionar maior distribuição de renda. Nesse sentido, ele destacou a estratégia que pretende desenvolver a frente do IAB, nos dois anos que terá de mandato. Nela, está incluída ainda a proposta de fazer com que a entidade passe a trabalhar de forma integrada com os órgãos representativos da advocacia nos países que membros do Mercosul.

Por uma presença maior no cenário político

JORNAL DO COMMERCIO - Quais planos o senhor tem para o IAB?

PAULO EDUARDO DE ARAÚJO SABOYA - Queremos reformular o instituto. Isso será feito a partir da experiência obtida nas últimas gestões. Vislumbramos como uma necessidade, por exemplo, aumentar a nossa base física. O espaço que ocupamos atualmente tem sido insatisfatório para o desenvolvimento do nosso trabalho. Pretendemos ocupar mais alguns andares no prédio onde hoje funciona o IAB (Avenida Marechal Câmara, 210 5º andar, Castelo - Rio de Janeiro). Isso, para possibilitar a realização das reuniões comissões permanentes e, sobretudo, a informatização do IAB. Se conseguirmos informatizá-lo, vamos pôr em contato definitivo o conjunto de advogados que fazem parte do instituto, mas não moram no Rio de Janeiro. O âmbito de atuação da entidade é nacional. Então, não queremos regionalizá-la, mas ampliá-la, isso não apenas no Brasil, mas também no Mercosul. Essa é uma das nossas preocupações primárias: nacionalizarmos a nossa atividade e também internacionalizar nossa atuação, buscando uma agenda comum com a Argentina, Uruguai e Paraguai.

Qual o objetivo dessa internacionalização?

- À maior comunicação cultural e econômica. O direito pode ajudar a desemperrar certas amarras que ainda existem para a completa integração entre os países do Mercosul. Tomando como exemplo a União

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Européia, queremos buscar a integração sócio-econômica e cultural entre os países que fazem parte desse bloco.

Como o senhor pretende efetivar esse projeto de internacionalização?

- Buscando o que temos em comum, a partir da unificação das nossas economias, por exemplo, e da análise do direito obrigacional e comercial internacional, para que possamos sugerir ao parlamento latino-americano projetos que regulamentem essas atividades nesses países. Isso, para nós, é muito importante. Estamos começando a entrar em contato com os organismos congêneres ao nosso. Mas outro ponto que pretendemos também é discutir essa reforma tributária. Tal como foi posta, achamos que até um insulto à nação. Não houve debate suficiente e a população não está esclarecida. Recentemente verificamos a elevação da carga tributária, que já está insuportável. Então, pretendemos reunir as melhores cabeças que temos em Direito Tributário para oferecermos uma contrapartida e as nossas sugestões para uma efetiva reforma tributária. Esse é um trabalho que está me mobilizando muito e em qual depositamos muitas esperanças.

O IAB já tem algum projeto pronto em relação à reforma tributária?

- Temos um trabalho feito na gestão anterior e a partir do qual vamos desenvolver os apartes finais. Esse trabalho vai começar já neste mês. As linhas principais desse projeto serão a desoneração do capital produtivo e do trabalho. Estamos começando o debate acerca disso. O que posso dizer de forma definitiva é que não estamos satisfeitos, de forma alguma, com a proposta do governo de reforma tributária. Os juristas brasileiros não estão satisfeitos.

De que forma essa desoneração seria possível?

- Existe uma base oriunda das discussões realizadas nas gestões anteriores. A partir delas é que vamos formular e oferecer uma proposta. A previsão é de quem em 60 dias a gente já tenha esse projeto, se não finalizado, pelo menos muito bem adiantando. Mas também temos outro projeto, em face do lamentável avanço do estado policial que estamos percebendo. Recentemente, foram festejadas algumas mudanças no Código de Processo Penal e das quais não estamos de acordo. A supressão de determinados estágios de coleta de provas, por exemplo, com a justificativa de acelerar o processo penal. Com isso, corre-se o risco de haver julgamentos açodados, muito próximos do evento e, por essa razão, sob forte emoção. Isso não é uma boa política criminal. Não queremos nem que o julgamento se distancie nem ocorra em cima do fato. As modificações estão se encaminhando para lado que não é o mais recomendável. Por isso, nomeie uma comissão para estudar essa matéria. O governo também nomeou uma comissão para reformar o Código, mas os advogados não foram consultados.

Há algum projeto para tornar mais forte a presença do IAB em Brasília?

- Na medida em que nossos projetos tiverem ressonância, acho que isso acabará ocorrendo em decorrência da eficácia do IAB. Não podemos nos impor pela nossa tradição. Ao contrário, temos que usar nossa tradição para mostrar nossa excelência. Queremos que nossas propostas sejam de tal forma proveitosas, de maneira que sejamos sempre consultados.

Em relação à OAB, existe algum plano de trabalho conjunto?

- Na realidade, pretendemos ser o braço acadêmico e cultural da OAB. Essa, aliás, é a uma das principais funções a serem desenvolvida, pois foi para a qual me elegi. Como presidente do Tribunal de Ética de Disciplina da Seccional do Rio de Janeiro, aceitei esse cargo (no IAB) porque me acho capaz de estabelecer essa ponte entre as duas instituições. Tenho freqüentado as reuniões do Conselho Federal, pois o presidente do IAB integra a mesa diretora da OAB. A partir disso, estamos aprofundando nossa relação com o Conselho Federal.

Que outros planos o senhor tem?

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- O que buscamos é transformar o Estado Democrático de Direito em um Estado Democrático de Direito Social, aproveitando a experiência gratificante da Constituição. Já que consolidamos o Estado Democrático de Direito, não deixar de reconhecer que ainda se deve à nação um tratamento correto quanto às questões da saúde, da educação, da violência. Isso é um desfalque, algo em que o Estado não está servindo à sociedade.

Como será a colaboração do IAB nesse sentido?

- Vamos agora mudar um pouco nossa atenção. Ao invés de comentarmos os projetos de lei que chegam ao Congresso, como fazíamos tradicionalmente, vamos tomar a iniciativa, vamos começar a formular e encaminhar projetos ao parlamento. Isso será uma mudança radical na postura do IAB. Ao invés de sermos comentaristas, passaremos agora tentar pegar a rédeas da discussão.

Qual é a estrutura da entidade para que isso ocorra?

- Vamos utilizar o talento dos nossos associados para que eles contribuam com o debate nacional. O que buscamos, em suma, é um novo iluminismo. É chegado o momento de os intelectuais, de uma forma geral, começarem a propiciar outros temas de organização mundial.

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Comissão mantém CLT para sociedade de advogados(Ed. Magister – 07.07.2008)

A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público rejeitou o Projeto de Lei 1888/07, do deputado Juvenil (PRTB-MG), que descaracteriza o vínculo empregatício nos casos de advogados sócios ou associados a uma sociedade regularmente inscrita na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O projeto muda o Estatuto da OAB (Lei 8.906/94), com o objetivo de desobrigar as sociedades de advogados do cumprimento das normas da Consolidação da Leis do Trabalho (CLT, Decreto-Lei 5.452/43).

A comissão aprovou parecer do relator, deputado Vicentinho (PT-SP), que recomendou a rejeição do projeto. Segundo ele, a proposta não contribui para o aperfeiçoamento legal e pode gerar resultados indesejáveis. "O projeto nada acrescenta, pois nem o sócio nem o associado são empregados." Sendo assim, argumentou o relator, sua aprovação "não representaria nada mais que uma supérflua e desaconselhada superposição legislativa".

O relator lembrou que a inclusão de um parágrafo no artigo 442 da CLT, estabelecendo não constituir vínculo empregatício a relação entre uma cooperativa e seus associados, "serviu de pretexto para incontáveis tentativas de burla à legislação que protege o trabalho assalariado". Vicentinho comparou as duas situações, advertindo que a mudança pretendida pelo projeto também poderia dar margem a eventuais fraudes contra o direito trabalhista.

TramitaçãoO projeto, que tramita em caráter conclusivo, ainda será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Se for aprovado por ela, terá de ser analisado em Plenário.

http://www.editoramagister.com/integra.asp?id=118489&tipo=0

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Advocacia-empresa: Escritório tem que aliar conhecimento jurídico e gestão(Conjur – 07.07.2008)

por Marina Ito

Se quiser manter a eficiência do atendimento, o escritório de advocacia precisa ter o mesmo nível de gestão que as empresas para as quais trabalha. Metas de crescimento e de redução de custo, técnicas de gerenciamento e otimização de recursos, aprimoramento jurídico, organização e informação têm de fazer parte da rotina de uma grande sociedade que quer primar pela qualidade. Ou seja, ser grande sem perder a qualidade e pessoalidade de pequeno.

A constatação é do advogado Décio Freire, dono do Décio Freire & Associados, escritório que começou em Minas Gerais e, hoje, possui 11 unidades atuando em tribunais de todo o país. O advogado explica que o escritório funciona como toda empresa. Tem especialistas, que não são advogados, encarregados da administração e das finanças do escritório, há programas de motivação de funcionários, o que garante a prestação de um serviço eficiente para causas simples e complexas.

Mas Décio Freire alerta: “não adianta ter uma mega estrutura, com gestão extremamente moderna, se não tiver o que oferecer ao cliente”. Como toda empresa, se o produto oferecido não for bom, a gestão não faz milagre. No caso do escritório, Décio Freire acredita que o conteúdo jurídico é fundamental.

Segundo o advogado, é preciso entender o escritório de advocacia como uma empresa e, assim como esta, comemorar seu centenário. “Procuro passar para meus advogados que não estamos no mercado como algo passageiro”, afirma.

O advogado recebeu a repórter da revista Consultor Jurídico no escritório localizado no centro do Rio de Janeiro. Contou a rotina de ir a cinco capitais por semana, responder mais de 200 e-mails por dia e cobrar insistentemente os diretores. “Sou tido até como chato”, afirma.

No anuário Análise da Advocacia 2007 o Décio Freire & Associados aparece em nono lugar no ranking dos maiores escritórios do país. O escritório tem 208 advogados, distribuídos em 11 unidades, que tocam 33 mil ações. “No primeiro semestre de 2008 foram realizadas 6.580 audiências, o que dá uma média de 60 por dia útil”. E como não perder audiência ou prazo? “Aí que entra a absoluta necessidade de uma gestão altamente profissional”.

Leia a entrevista

ConJur — O escritório trabalha com empresas. Também atua como uma empresa?Décio Freire — Nos últimos oito anos, o escritório cresceu muito. Credito esse desempenho a duas situações: conteúdo técnico e gestão. Não adianta ter uma mega estrutura, com gestão extremamente moderna, se não tiver o que oferecer ao cliente. A primeira coisa é ter o produto. No nosso caso, ofereceremos um trabalho de advocacia altamente especializado. Mas, hoje, não tem como advogar para grandes empresas, mesmo tendo grande conteúdo jurídico, se não acompanhar a evolução em relação à gestão.

ConJur — O escritório tem que focar na gestão?

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Décio Freire — Sim. A gestão dentro do escritório de advocacia pequeno, médio ou grande é tão importante quanto para qualquer outra empresa. O escritório tem que andar no mesmo nível de desenvolvimento de gestão que as empresas para as quais ele atua, se não acaba por prejudicar a eficiência do atendimento. As empresas buscam resultados. A advocacia passou a ser para a empresa ferramenta muito importante em seu desenvolvimento. Através da advocacia é que a empresa vai deixar de pagar o que não deve e recuperar o que devem a ela. Isso tudo aliado a uma advocacia preventiva, ou seja, que vai evitar que o problema aconteça. Além disso, a empresa exige um relatório extremamente atualizado em relação a andamentos processuais. Um escritório que não tem isso, não consegue atendê-la. Precisa de uma análise de contingenciamento não só baseada na possibilidade de êxito, mas um estudo real de risco de cada ação.

ConJur — E quem administra o escritório, administrador ou advogado?Décio Freire — Há o administrador da área administrativa e da área financeira, um profissional altamente capacitado com especialização em economia e finanças. Desde 2001, a área administrativa e financeira do escritório não é tocada por advogados e sim por especialistas. A área jurídica também é muito organizada em termos estruturais.

ConJur — Como é a estrutura?Décio Freire —Temos 11 unidades e atuamos em mais de 33 mil ações judiciais em todas as áreas, focadas basicamente em empresas. As ações são divididas em núcleos: menos complexas, mais complexas e as emblemáticas. Isso não quer dizer que damos menos importância às menos complexas. É apenas uma questão de estruturação interna. Temos o Grupo de Acompanhamento Processual (GAP), formado por 15 advogados seniores que cuidam, exclusivamente, de 800 dessas 33 mil ações, tidas como mais complexas. Além disso, há outras 200, consideradas emblemáticas, tratadas pessoalmente por mim. E é exatamente a gestão que faz a motivação da equipe, motivo pelo qual o fato de uma ação ser menos complexa não significa que terá um atendimento menos profissional. Claro que o advogado júnior quer chegar a sênior, este, por sua vez, quer chegar a titular de contrato, que quer chegar a gerente de área, que quer chegar a gerente de unidade. Por fim o gerente de unidade quer chegar a diretor regional.

ConJur — E como é a divisão desses profissionais?Décio Freire — Hoje, são cinco diretores regionais subordinados a mim. Cada regional tem de duas a três unidades. Em cada uma delas há gerentes de área, titulares de contratos, advogados seniores, advogados juniores, gerente de estágio, estagiário e funcionários. Cada um quer mostrar seu serviço e qualidade. É como toda empresa. A gestão é absolutamente inerente ao escritório de advocacia. Só assim conseguimos eficiência.

ConJur — Como é possível crescer sem perder a qualidade de serviço?Décio Freire — Essa é a grande questão. Primeiro, trabalhando de sol a sol. Não tem jeito. Se for para crescer perdendo qualidade, prefiro não crescer. O segredo da qualidade é atender como escritório pequeno, estar à frente de tudo, ter a pessoalidade. O dono ou presidente da empresa sabe que se me ligarem no meu celular será atendido. Os gerentes das empresas também conversam com meus gerentes, os diretores das empresas conversam comigo ou com meus diretores. Existe um envolvimento a ponto de internamente tratarmos as ações como se fossemos escritório pequeno, ou seja, nós conhecemos as ações por nomes. Sabemos do andamento delas. Cada advogado do GAP acompanha uma média de 55 processos, o que é muito pouco diante da realidade da advocacia. Com esse número de processos, um profissional capacitado e experiente consegue antever o andamento do processo. Só se cresce com qualidade se der ao cliente a segurança pessoal do atendimento.

ConJur — E se o advogado ficar estagnado na carreira?Décio Freire — A gente costuma dizer para quem entra: você passou na seleção, agora, quem faz a carreira é você. Nós damos todas as oportunidades para a pessoa crescer. Temos um Núcleo de Aperfeiçoamento Profissional (NAP) que se reúne todas as sextas-feiras, em todas as unidades, para discutir as novidades da legislação na semana. O advogado tem de estar informado. Por mais especialista que seja – e tem que ser especializado – é preciso uma noção geral das coisas. Existem

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gerentes de unidade que começaram como estagiários. O gerente de Brasília, por exemplo, está conosco há 12 anos e começou como estagiário. As oportunidades surgem. Sempre existe, como em qualquer empresa os que têm muito mais ímpeto e os que são mais passivos.

ConJur — O senhor citou a seleção para advogados que queiram trabalhar no escritório. Como o senhor vê o nível de advogados que estão no mercado?Décio Freire — Acho que temos de rever a situação. Temos cerca de 1.100 faculdades de Direito no Brasil. Se computarmos 50 alunos formados por semestre, são cerca de 100 mil novos bacharéis por ano no mercado. A OAB, corretamente, implementou o Exame de Ordem e o resultado mostra, de forma muito clara, o nível dos bacharéis. Pela quantidade de advogados que nos procuram, também temos um exame de seleção. Só para ter uma idéia, houve seleção recente para a área trabalhista de uma unidade e recebemos mais de 280 currículos para preencher uma vaga. Há entrevista e prova técnica de múltipla escolha, que visam testar a capacidade do advogado não só com conteúdo jurídico geral, mas também específico. Há, ainda, questões para medir a prática do advogado, por exemplo, sobre a cor de fundo do site do Superior Tribunal de Justiça.

ConJur — Para que?Décio Freire — É para verificar se o candidato tem o hábito de acessar o site, instrumento importante para pesquisas de jurisprudências e de andamentos processuais. Além disso, temos questões que passam pela tradução de textos em inglês, em francês, já que há necessidade de o profissional falar mais de uma língua. Nas provas, não vou negar que tem candidato que nos assustam com as suas respostas. Mas temos tido a felicidade de contratar profissionais excepcionais.

ConJur —O senhor disse que uma das ferramentas importantes para o escritório se refere ao contingenciamento. Como é isso?Décio Freire —O contingenciamento é uma ferramenta imprescindível para as médias e grandes empresas. Isso tem evoluído muito. Anteriormente as empresas organizadas – e cada vez mais as empresas têm que se organizar para enfrentar a concorrência e abertura de mercado – quando faziam suas provisões ou seus registros para o ano subseqüente, registravam em seus balanços o que teria que reservar a titulo de passivo. Muitas vezes, buscavam do escritório de advocacia uma visão a respeito de cada ação e faziam uma análise de risco, se era provável, possível ou remoto. Naturalmente, diante da análise, a auditoria orientava a empresa como proceder. Hoje, a coisa é muito mais real.

ConJur — Em que sentido?Décio Freire —No As empresas começaram a nos exigir – o que eu acho correto – a não só alegar o improvável, possível e remoto, mas também levar em conta o valor da causa e a possibilidade real de perda ou ganho. Antigamente, se o escritório considerasse que o risco era provável em uma ação cujo valor da causa era R$ 2 milhões, por exemplo, provavelmente a empresa seria orientada pela auditoria a contingenciar no seu passivo R$ 2 milhões. Só que, embora a nova legislação processual exija que as ações sejam liquidadas, ou seja, que o advogado apresente pedido certo, determinado e líquido, muitas vezes aquele valor não representa efetivamente o pedido. Ou seja, se liquidar o que está querendo realmente vai ver que o valor dado a causa é maior ou menor.

ConJur — Como funciona o contingenciamento hoje?Décio Freire —Já evoluiu e, hoje, as empresas exigem que o escritório faça uma análise absolutamente real de risco. Por exemplo, se em caso de acidente de veículo, a vítima exije uma indenização por dano moral ou estético no valor de R$ 10 milhões. Ainda que o advogado da empresa analise o processo e veja que existe a possibilidade de perder, vai opinar que a empresa inclua em seu passivo R$ 10 milhões? Não vai. Pela história dos julgamentos, o Brasil, felizmente, ainda não entrou na indústria do dano moral. Há estatísticas que permitem apresentar um parecer à empresa no sentido de não contigenciar o valor do pedido. O advogado já sabe que a ação tramita em tal estado e que, em média, o entendimento do Tribunal de Justiça em relação ao tema tem sido em tal sentido. Não quer dizer que não existam as exceções, mas em média em caso de derrota o valor da indenização pode ficar entre “X” e “Y”. Ao invés de contingenciar R$ 10 milhões, contingencia entre 50 mil e 100 mil, o que impacta muito

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menos no balanço da empresa. Fazendo o contingenciamento dessa forma, as empresas estão agindo de modo muito mais correto com seus acionistas. É muito mais real.

ConJur — O que o senhor acha do marketing na advocacia?Décio Freire — Acho que oferecer serviços atrelados a preço, por exemplo, “faço separação por um salário mínimo” é eticamente muito complicado. Não deve ser permitido. Tem que haver uma certa evolução na interpretação do que seria marketing jurídico. Em qualquer revista especializada, não têm anúncios de escritório de advocacia oferecendo seu serviço, mas informações sobre as áreas de atuações de determinado escritório. Acho que isso é possível e não ofende em nada nosso estatuto.

ConJur — Como que o senhor vê a propaganda dos advogados nos Estados Unidos?Décio Freire — Acho que não se pode admitir a propaganda como estímulo para se buscar o Judiciário. Algo como abrir uma banca no meio da praça da Candelária [no centro do Rio de Janeiro] e ficar com cartazes “vem aqui porque você vai ter seu dinheiro da caderneta de poupança corrigido” não é correto nem ético. Acho que isso acontece nos Estados Unidos. Acredito até que seja um dos motivos que leva as pessoas a ganharem a vida como “fiscais”, ou seja, pessoas comuns que passam o dia buscando na prateleira produtos vencidos para entrar com uma ação de indenização contra o mercado.

ConJur — O Brasil ainda não chegou a essa situação?Décio Freire — Não vejo essa extrapolação no país e espero que não vá por esse caminho. Temos no Brasil grandes escritórios de advocacia com excelentes profissionais. Costumo dizer que não é por falta de lei nem de profissionais do Direito que o país não dá certo. Temos uma legislação que analisa tudo. Cada área do Direito tem uma legislação extremamente específica.

ConJur — Por que o país não dá certo?Décio Freire — Acho que o Brasil está melhorando. Não sou nenhum pregador do caos. Pelo contrário, sou daqueles que acha que pessimista já entra derrotado. Acho que o país precisa de uma reforma tributária profunda, nada paliativo nem utópico. Mas não se vê intenção de mudança. As grandes empresas brasileiras não perdem para nenhuma outra em termos de eficiência, de segurança do trabalho, de tudo, porque são competentes e, ao mesmo tempo, extremamente fiscalizadas.

ConJur — Para conseguir ser uma grande empresa não é preciso sonegar?Décio Freire — Isso não existe. O maior problema é que cada vez menos pessoas pagam mais impostos. Por exemplo, muitas vezes ocorre a uma montadora de veículos ter em um único dia os fiscais das receitas federal, estadual e municipal. Isso não está errado. O que está errado, no meu modo de ver, é um fiscal sair da montadora e parar em um camelô para comprar um isqueiro que veio do Paraguai. A situação, apesar de hipotética, é possível. A empresa paga impostos revoltosos, enquanto a maior parte não paga. Tem que haver uma reforma tributária que permita ao estado arrecadar mais. Mas isso com a redução da carga tributária das empresas para gerar mais empregos e outras empresas também poderem pagar seus impostos.

ConJur — Como é dividida a área consultiva do contencioso no escritório?Décio Freire — Temos a preocupação em prestar a consultoria sem vender aventuras. Trabalhamos para orientar as empresas dentro do que a lei nos permite. O advogado sério sabe que a mágica pode ser uma bomba relógio para a empresa. Nós apresentamos todas as hipóteses para a empresa e mostramos qual o caminho legal a seguir ou o que pode buscar no Judiciário. É claro que também existem impostos, por exemplo, que são criados muitas vezes não com muito cuidado em relação aos critérios constitucionais exigidos para sua criação. É licito a empresa questionar determinados tributos, mas não criar situações mirabolantes para que lese o Fisco. Isso não faz parte de consultoria. Devo ser um dos poucos escritórios de advocacia do país que não vai sentir algum baque quando, de repente, sedimentar que a Cofins é devida por escritório de advocacia.

ConJur — Por que?Décio Freire —Grande parte dos escritórios, confiando nas liminares obtidas pela OAB ou por iniciativas individuais, deixaram de pagar a Cofins. Acostumado a ser advogado de grandes empresas, deposito o

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valor em juízo. Mas não deixo de discutir. Se um dia realmente sedimentar que é devido, a minha parte está paga. Se não for devido, recebo o dinheiro de volta.

ConJur — O senhor enxerga uma tendência de fusão e aquisição de escritórios de advocacia?Décio Freire —Sem dúvida já tem acontecido. A grande evolução na advocacia é que o escritório passou a ser uma empresa como outra qualquer. Desde a micro-empresa precisa ter capacidade de gestão, mesmo se possuir apenas dois funcionários. Na advocacia é a mesma coisa. Tem o escritório de um advogado que precisa aplicar técnicas de gestão sobre o trabalho dele mesmo. Acho extremamente normais as fusões e aquisições dentro da advocacia, embora nós continuemos com a vedação de escritórios estrangeiros.

ConJur — Apesar de ser vedada, a entrada de escritório estrangeiro no país é inevitável?Décio Freire — Se um escritório holandês resolver atuar aqui, fatalmente não dará certo, porque temos todas as nossas nuances legais. O mesmo acontece se um escritório brasileiro abrir uma filial na Rússia só com brasileiros. Acho que a advocacia, até pela forma de atuação, ainda é uma atividade que não permite a evolução para a entrada de escritórios eminentemente estrangeiros.

ConJur — E um escritório de uma região do Brasil que queira abrir uma filial em outra?Décio Freire — Nós priorizamos o trabalho com profissionais da região. Nosso escritório na Bahia é formado por baianos, em São Paulo, por paulistas. É fundamental para o bom desempenho da advocacia que o profissional esteja realmente imerso dentro da sociedade local. Isso faz parte da nossa visão estratégica de atuação.

ConJur — Como está a advocacia no país em termos de negócios?Décio Freire — Nós temos uma visão de Brasil extremamente segura e atual. Há, hoje, uma advocacia crescente no Rio de Janeiro e em São Paulo, onde estão sediadas as empresas de maior porte. Só que nós vemos também oportunidades muito significativas no estado de Espírito Santo, que eu considero não só em franco desenvolvimento, mas com futuro dos mais promissores, tendo em vista extração mineral de mármore, granito e petróleo. A descoberta de petróleo na bacia do Espírito Santo é recente. Na minha opinião, Vitória, daqui uns 10 anos, fatalmente será a cidade não só com a melhor qualidade de vida, mas também de maior desenvolvimento no país. Nós vemos todo o litoral nordestino com excepcionais oportunidades para os advogados, por conta do investimento estrangeiro e do próprio governo federal que prioriza muito essa região, com obras como a duplicação da BR-101.

ConJur — Quais áreas do direito estão em expansão?Décio Freire — Energia, tanto de prospecção como de distribuição e licenciamento ambiental. Também tem a área tributária que é fundamental. As áreas societárias estão em alta por contas das fusões e aquisições. Vejo essas áreas como expoentes no momento, naturalmente, em decorrência da expansão do país. A advocacia expande conforme a economia.

ConJur — E as áreas em baixa?Décio Freire — Não vejo nenhuma área em baixa.

ConJur — O escritório aplica ferramentas de gestão pouco comuns a escritórios de advocacia. Como funcionam?Décio Freire — Temos metas anuais de crescimento e de redução de custos, definidas por nosso conselho de administração, presidido por mim. Temos o Grupo de Qualidade Total (GQT) muito atuante. O advogado trabalha com prazo e papel. Se não primar por um ambiente de qualidade, com a adoção das melhores técnicas de organização não há condições. Nas segundas-feiras, temos reunião de abertura da semana, às 8h30, para que o profissional já fique “aquecido” mais rápido. Temos o Sub Judice mensal impresso o VIP semanal eletrônico, além do clipping interno diário, que faz circular para nossos advogados notícias de mais de 40 jornais do Brasil e do mundo, sobre Direito, Economia, Política e Cotidiano. Advogado tem que estar atualizado.

ConJur — O que é o projeto Somar?

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Décio Freire — São cinco letrinhas mágicas que nós pregamos internamente. Somar é a abreviação de Simplificar os procedimentos, Otimizar o tempo, Minimizar problemas de relacionamento interno – coisa que o jovem tem muito, Agilizar soluções evitando prolongadas conversas sobre questões simples, longos e-mails, Resolver as questões com praticidade, sem vaidade e sem eternizar discussões.

ConJur — Que conselho o senhor daria para um profissional que está entrando no mercado e quer se diferenciar na carreira?Décio Freire — Tenho a preocupação de mostrar para o jovem profissional da advocacia a necessidade de ser comprometido. Hoje, o mundo é muito dinâmico. O jovem tem que ver que não existe tempo para esperar o amanhã, tem que fazer hoje. Muitas vezes, por ainda ser jovem, pensa que tem muito tempo pela frente. A primeira coisa que eu diria para um profissional que está se formando é que realmente estude e se especialize. Segundo, procure ser eficiente. Ou seja, dar o resultado que seu cliente busca pelo melhor valor através do melhor atendimento. E, naturalmente, não se encante por qualquer tipo de aventura que possa lhe trazer algum ganho rápido. Da mesma forma que não se perde tempo para ser eficiente, há todo tempo do mundo para ganhar dinheiro.

ConJur — O jovem começa sem ter os pés no chão?Décio Freire — Hoje, parece que o jovem se forma e fica sonhando com seu R$ 1 milhão aos 35 anos. Tem que saber que 99% da população nunca conseguiu R$ 1 milhão. Vem dessa perspectiva os atos condenáveis, as atuações de advogados questionáveis. O jovem muitas vezes é seduzido pelas questões naturais do nosso capitalismo ou até mesmo por alguns exemplos de pessoas que conseguiram uma tacada, criou um site e ficou milionário. É preciso procurar ser o melhor profissional e ter paciência para atingir um objetivo. O segredo é trabalhar. Não tem outro.

http://www.conjur.com.br/static/text/67854,1

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AGRONEGÓCIOS

Biodiesel de dendê, uma alternativa ecológica: Dendeicultura é uma das poucas opções viáveis para a Amazônia, contribui com o meio ambiente, sem limitações tecnológicas

(Gazeta Mercantil - 07.07.2008 p. C-8 Agronegócio)

Entre as oleaginosas cultivadas, o dendezeiro ou palma como é conhecido é a planta que apresenta a maior produtividade por área cultivada. Produz, em média, 10 vezes mais óleo do que a soja. Em condições ecológicas excelentes, pode produzir até 8 toneladas de óleo por ha/ano. Na Amazônia, produções de 4 a 5,5 toneladas de óleo/ha/ano são normalmente obtidas tanto nas pesquisas da Embrapa quanto em plantações comerciais. Essas resultados são possíveis em quase toda a Amazônia, com regime de chuvas melhor distribuído e déficit hídrico de até 200 mm/ano. O dendê é uma planta perene, uma palmeira de grande porte. Com as práticas culturais adotadas no seu cultivo, constitui-se em um sistema de produção agroindustrial, com aceitável estabilidade ecológica e baixos impactos negativos ao ambiente. Tem a vantagem de ser um sistema altamente produtivo e permanentemente valorizado, em substituição à agricultura itinerante e ao extrativismo predatório da floresta, dominantes na Amazônia e insustentáveis, além de baixa capacidade de geração de renda. A planta produz três anos após o plantio e tem sua produção é distribuída ao longo do ano, por mais de 25 anos consecutivos. É excelente atividade para a geração de empregos permanentes, com excelente

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remuneração, ideal para projetos de colonização. A dendeicultura é uma das poucas opções viáveis para a Amazônia, contribui com o meio ambiente, sem limitações tecnológicas. A dendeicultura irrigada poderá ser uma grande opção sustentável para a geração de ocupação e renda para as regiões menos chuvosas da Amazônia (Sul do Pará, Rondônia, etc), pré-Amazônia (Mato Grosso, Maranhão, Tocantins) e até mesmo para o Nordeste e o cerrado brasileiros, com potencial de produção que pode chegar até 8 toneladas de óleo/hectare/ano. O fruto de dendê produz dois tipos de óleos, extraído por processos físicos: pressão e calor, sem uso de solventes químicos. O óleo de palma ou dendê ocupa hoje o 1 lugar na produção mundial de óleos e ácidos graxos, ultrapassando a soja. Graças ao seu baixo custo de produção, boa qualidade e ampla utilização, o óleo de palma é aplicado como matéria-prima para diferentes segmentos nas indústrias alimentícias, de sabões e cosméticos, oleoquímicas e farmacêuticas. Atualmente, é mais usado na indústria alimentícia, responsável pela absorção de 80% da produção mundial. O óleo de dendê está entre os mais qualificados para o biodiesel, por sua composição, alta produtividade, seu baixo custo, produção distribuída ao longo de todo o ano, oferta regular e crescente, além de destinar-se a áreas de distintas de produção, não competindo com outros cultivos alimentares. O biodiesel precisará contar com todas as vantagens do óleo de dendê para realizar todo o seu potencial social, econômico e ecológico na matriz energética brasileira e mundial. (Edson Barcelos - Especialista em Dendê, Pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental e Atual Diretor Presidente do IDAM - Instituído de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas. [email protected])

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AMBIENTAL

Aquecimento Global - Gelo do ártico pode sumir em 5 anos: No último verão, a temperatura da água ficou 4,3º C acima da média e calota polar perdeu 2,85 milhões de km2

(Estado de São Paulo 06.07.2008 p. A26 Vida&)

Jonathan Leake, Sunday Times, Londres

Novas evidências reforçam a possibilidade de que a calota polar do Oceano Ártico poderá desaparecer nos próximos cinco anos, deixando os ambientalistas desesperados e os executivos do petróleo em êxtase.

Quando Marika Holland anunciou o fim iminente da calota polar sobre o Oceano Ártico há dois anos, ela estava preocupada. Suas descobertas, que se baseavam em previsões feitas por um dos supercomputadores mais poderosos do mundo, foram conferidas e analisadas por outros cientistas, mas ainda pareciam extremas.

“Estávamos sugerindo que a calota polar sobre o Ártico poderia desaparecer dentro de algumas décadas”, diz Marika, pesquisadora sênior do Centro Nacional de Pesquisas Atmosféricas dos Estados Unidos em Boulder, Colorado. “Tínhamos confiança nos nossos métodos, mas o resultado ainda parecia dramático demais.”

Ela e seus colegas das universidades de Washington e de McGill, no Canadá, analisaram o impacto das emissões de gases do efeito estufa sobre o Ártico e inicialmente fizeram a previsão de que a calota polar poderia desaparecer durante o verão até 2040. A conseqüência disso é que a calota de gelo poderia

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desaparecer durante o inverno também, deixando o Pólo Norte permanentemente submerso. Os exploradores seriam obrigados a usar barcos no lugar de trenós.

A idéia de que o gelo do Ártico poderia encolher já corre há bastante tempo, mas a sugestão de que possa desaparecer, e com tamanha velocidade, provocou uma tempestade.

Em poucos meses, porém, as descobertas de Holland foram confirmadas com dramaticidade maior do que se poderia esperar. Todo ano os cientistas usam satélites para medir a área da calota polar ártica conforme ela cresce e encolhe ao longo das estações. No inverno, a calota atinge normalmente 15 milhões de km2 antes de recuar até cerca de 7 milhões de km2.

No último verão as coisas mudaram subitamente. Dia após dia o sol brilhou, elevando as temperaturas da água em 4,3°C acima da média. Até setembro, a calota polar sobre o Ártico havia perdido 2,85 milhões de km2 extras, o equivalente a mais de 12 vezes a área da Grã-Bretanha.

O derretimento reduziu a cobertura de gelo do verão para apenas 4,15 milhões de km2, 43% menos do que em 1979, quando foram iniciadas as observações precisas via satélite. Havia tanto mar aberto que a Passagem Noroeste, a famosa ligação entre Ásia e Europa, tornou-se navegável.

Para Marika e sua equipe, o grande derretimento provocou uma reavaliação considerável. “Dissemos que esse processo de derretimento provavelmente começaria perto de 2025, mas os modelos também mostravam que poderia haver períodos de derretimento rápido muito antes disso. Estamos nos perguntando se é isso que está acontecendo no momento. Se for, então a calota de verão pode não se recuperar mais e até 2013, ou pouco tempo depois disso, pode desaparecer de vez.”

No coração do derretimento do Ártico há um simples fato científico. O gelo é branco, o que faz com que a maior parte da luz do sol que incide sobre ele seja refletida de volta ao espaço. Ao derreter, no entanto, fica em seu lugar o mar aberto, que, sendo mais escuro, absorve a luz e esquenta. Isso ajuda a derreter ainda mais o gelo. O processo continua até que não haja mais gelo para derreter.

Peter Wadhams, professor de física oceânica da Universidade de Cambridge, esteve observando esse processo durante as últimas duas décadas, fazendo viagens sob a calota de gelo polar num submarino equipado com um radar capaz de medir a espessura do gelo. Nesse período, a espessura média do gelo foi reduzida em 40%.

A curto prazo é possível o surgimento de algumas oportunidades econômicas. A possibilidade de novas rotas de navegação, bem como o acesso a reservas de petróleo e outros recursos minerais que se supõe existirem sob o leito oceânico provocaram uma saraivada de reivindicações e contra-reivindicações por parte das nações vizinhas ao Ártico. Os campos de gás e petróleo sob a calota polar ártica são estimados por alguns geólogos em 25% das reservas mundiais não descobertas.

Outros têm um sonho diferente para um Ártico aquecido. Trausti Valsson, professor de planejamento ambiental na Universidade da Islândia em Reikjavik, acredita que, com a alta nas temperaturas, as terras próximas ao Ártico evoluirão até se transformar em um “novo Mediterrâneo”, com cidades e vilas surgindo no norte do Canadá, Alasca e Sibéria.

Tal cenário pode parecer improvável hoje, mas um Ártico livre do gelo teria muitos atrativos - um dos maiores seria a própria Passagem Noroeste, que reduziria imediatamente em mais de 8 mil quilômetros as rotas de navegação entre Ásia e Europa, atualmente feitas pelo Canal de Suez.

Entretanto, a maioria dos pesquisadores climáticos vê tal raciocínio com desespero. “É uma grande ironia”, diz Mark Serreze, do Centro Nacional de Neve e Gelo da Universidade do Colorado, “pensar que o derretimento da calota polar aumentaria o acesso a mais combustíveis fósseis, que aceleraria ainda mais o processo de mudança climática”.

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“Há entre 150 mil e 200 mil massas de gelo no mundo, e a maioria delas está diminuindo”, diz Richard Armstrong, colega de Serreze. “Estimamos que entre 1961 e 2005 o derretimento das geleiras elevou o nível mundial do mar em 20 milímetros.”

É pouco - mas o volume representa a água de apenas 4% das geleiras do mundo. Só a calota de gelo da Groenlândia contém água suficiente para elevar o nível do mar em até 7 metros - e ela também já dá sinais de instabilidade.

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Amazônia enfrenta devastação em áreas protegidas: Levantamento mostra que 22,3% dos desmatamentos ocorreram em terras indígenas ou reservas ambientais

(O Globo 06.07.2008 p. 14 O País)

Bernardo Mello Franco

BRASÍLIA. De cada cinco árvores derrubadas ano passado na Amazônia, uma tombou em reservas indígenas ou de proteção ambiental. Levantamento inédito do Ibama usando dados do Prodes, o sistema que mede por satélite a devastação anual da floresta, mostra que 22,3% das derrubadas ocorreram nas chamadas terras intocáveis, que deveriam estar a salvo das motosserras. Embora o governo tenha comemorado quedas consecutivas na destruição da Amazônia desde 2004, a participação das áreas protegidas no total devastado dobrou no mesmo período. O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, admite que a situação é alarmante.

- É um número terrível. Isso mostra que as nossas reservas não estão bem protegidas, e que não basta criar uma área no papel para garantir a preservação da floresta - diz o ministro.

A devastação das reservas voltou a crescer ano passado, quando 2,3 mil quilômetros quadrados de áreas de reservas ambientais foram ao chão - um aumento de 6,4% em relação à área destruída em 2006. No mesmo período, o desmatamento caiu 20% em toda a Amazônia Legal. Se forem contabilizados os últimos quatro anos, o desmatamento da Amazônia caiu 59%, mas o recuo em áreas de proteção ambiental e terras indígenas não ultrapassou os 12%. O levantamento foi feito, a pedido do GLOBO, pelo Centro de Sensoriamento Remoto do Ibama, que cruzou dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) com o mapa das reservas.

A ausência do Estado é o principal passaporte de entrada de madeireiros e pecuaristas nas áreas de proteção ambiental. Criado em agosto passado para administrar as reservas federais, o Instituto Chico Mendes sofre com problemas comuns a órgãos antigos do governo, como o déficit de pessoal. Segundo um relatório aprovado este mês pelo Tribunal de Contas da União, unidades inteiras, como a Floresta Nacional São Francisco, no Acre, não têm um único servidor para gerenciá-las. "Tem-se como resultado uma capacidade ineficiente para a administração das unidades de conservação, frente aos problemas de invasão, garimpo, roubo de madeira e caça", atesta o TCU.

Para remediar o problema, Minc promete contratar de forma emergencial, nas próximas semanas, 120 técnicos e gestores de unidades. Ele também planeja aproveitar o recrutamento temporário de 2.500

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brigadistas de incêndio, autorizado pela Presidência, para reforçar o combate às queimadas no entorno das reservas.

Governo não sabe a quem punir

O déficit de fiscais é agravado pela falta de integração entre os órgãos federais e pelas falhas no mapeamento da região. Em alguns casos, a sobreposição de terras provoca conflitos entre o Ibama, o Instituto Chico Mendes, a Funai e o Incra, que comanda os assentamentos da reforma agrária. A Floresta Nacional de Roraima, por exemplo, tem 95% de sua área dentro do território dos índios ianomâmis e os outros 5% divididos entre dois assentamentos da reforma agrária.

Cercado por mapas da selva, o diretor do Serviço Florestal Brasileiro, Tasso Azevedo, prepara uma grande operação para definir o uso de áreas verdes que envolvem a rodovia Transamazônica no sul do Amazonas, onde o desmatamento avança com velocidade. Em outra frente, ele tenta identificar os ocupantes das áreas mais vulneráveis dos 36 municípios que mais devastam a floresta.

- Vamos fazer uma varredura para dar nomes aos bois. Hoje, o governo identifica o desmatamento e não sabe a quem punir - afirma Azevedo.

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A metáfora bovina ganhou substância semana passada, quando o Ibama apreendeu 3.100 cabeças de gado em plena Estação Ecológica da Terra do Meio, no Pará. O governo estima que há outros 40 mil animais na reserva. Nas reservas indígenas, o desmatamento tem caído, mas a expansão da fronteira agrícola preocupa a Funai em Mato Grosso e Rondônia.

O maior foco de tensão entre índios e madeireiros está na reserva Kawahiva do Rio Pardo, em Colniza (MT), município que ocupa um dos primeiros lugares no ranking do desmatamento. A coordenadora de Proteção de Terras Indígenas da Funai, Thaís Gonçalves, diz que o assédio do agronegócio é a principal ameaça à integridade das reservas:

- A pressão é maior onde há expansão da fronteira agrícola. Como a Funai não tem poder de polícia, estamos impedidos de prender ou autuar quem pratica crime ambiental nas reservas. Dependemos do apoio da Polícia Federal e do Ibama, mas a proteção das terras indígenas nem sempre é prioridade para esses órgãos.

Enquanto o governo não aperta a fiscalização, os madeireiros continuam a invadir as reservas. Só no mês passado, a Floresta Nacional do Jamanxim, no Pará, perdeu 35 quilômetros quadrados de área florestada, segundo o Sistema de Alerta de Desmatamento da ONG Imazon.

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Terceiro Setor - Portaria facilita expulsão de ONGs: Governo decide combater os abusos que acontecem no país, especialmente na Amazônia

(Jornal do Brasil 05.07.2008 p. A3 País)

Vasconcelo Quadros

Portaria publicada ontem no Diário Oficial da União que obriga todas as entidades autorizadas a trabalhar em áreas indígenas e de proteção ao meio ambiente a se recadastrarem num prazo de 120 dias permitirá a expulsão do país das organizações não-governamentais (ONGs) em situação irregular. Nos próximos três meses, o presidente Lula editará decreto regulamentando, pela primeira vez na história do país, a atuação das ONGs estrangeiras. "Vamos separar o joio do trigo", explicou o ministro da Justiça, Tarso Genro. O governo não revela, mas já tem uma lista com cerca de 20 ONGs estrangeiras sob ameaça de expulsão. Principalmente aquelas ligadas a grupos externos que pregam a internacionalização da Amazônia. Oficialmente há 167 ONGs estrangeiras no país. Destas, 27 atuam na Amazônia, mas apenas sete estão com o registro em ordem.

O governo adotou medidas duras para restringir a presença de organizações não-governamentais (ONGs) estrangeiras na Amazônia. Portaria publicada ontem no Diário Oficial da União obriga todas as entidades autorizadas a trabalhar em áreas indígenas e de proteção ao meio ambiente a se recadastrar num prazo de 120 dias. Caso contrário, não poderão atuar no país. A mesma portaria classifica as ONGs sem fins lucrativos em apenas três categorias e obriga que todas apontem as fontes de financiamento, o tipo de atuação e a finalidade do trabalho desenvolvido em território nacional.

As entidades que estão sendo investigadas pela Polícia Federal por suposta prática de crime ou desvio de finalidade não conseguirão registro. Uma vez comprovado o delito serão expulsas do país e seus dirigentes processados na Justiça.

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Dentro dos próximos três meses, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva editará decreto regulamentando, pela primeira vez na história do país, a atuação de ONGs estrangeiras.

– Vamos separar o joio do trigo – anunciou, ontem, o ministro da Justiça, Tarso Genro, ao reconhecer que a ausência do Estado no controle e acompanhamento das entidades permitiu uma verdadeira farra de entidades estrangeiras na Amazônia.

Diagnóstico

O ministro explicou que o trabalho da Secretaria Nacional de Justiça, que fez o diagnóstico do setor, não vai criminalizar a atuação das ONGs, papel que caberá à Polícia Federal através de cinco inquéritos abertos na região. Genro admitiu, no entanto, que muitas entidades causam danos ao meio ambiente, corrompem e deturpam a cultura indígena, se apropriam de extensas áreas de terra numa região sensível à soberania do país e praticam a biopirataria, roubando conhecimentos tradicionais sobre plantas medicinais ou minério.

Além de pôr fim às atividades ilegais, o governo também sai da defensiva no debate internacional sobre o futuro da região. O aperto às ONGs estrangeiras vai atingir grupos externos que pregam a internacionalização da Amazônia. Lula, com o decreto, faz o segundo agrado às Forças Armadas este ano – o primeiro foi o aumento de salário dos militares – ao atender os apelos por ações que ajudem a garantir a soberania do país.

– Haverá resistências e reação. Não estamos criando uma legislação anti-ONG, apenas separando para distinguir as boas, que serão prestigiadas, das que se desvirtuam. São zonas de anomia, marcadas pela ausência de normas – salientou.

O secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, garantiu: depois que o decreto for editado, o governo vai colocar em funcionamento um arrojado plano de fiscalização das entidades. O decreto presidencial incluirá o Ministério de Defesa no controle, mas alcançará também as entidades nacionais, com normas claras para evitar que estas possam continuar funcionando como fachada para as ONGs internacionais na compra de terras ou outras atividades ilegais.

– O estrangeiro que estiver agindo na ilegalidade pode ser deportado – disse Tuma Júnior.

O Ministério da Justiça não revela, mas tem uma lista com cerca de 20 ONGs estrangeiras problemáticas cujo relatório, produzido inicialmente pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), foi entregue à Polícia Federal, que tem a atribuição de investigar.

Para exemplificar a onda de irregularidades, o secretário contou que uma das que aparecem no levantamento, instalada no Rio para atuar na área de informática, na verdade, produzia imagens fotográficas de aldeias indígenas na Amazônia por meio de um profissional encontrado com visto de turista vencido. No cadastro do Ministério da Justiça constam os nomes de 167 ONGs estrangeiras em todo o país. Destas, 27 atuam na Amazônia, mas apenas sete delas estão com o registro em ordem para atuar em áreas indígenas. O governo sabe, no entanto, que o número real de entidades é infinitamente maior.

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Ásia - Olimpíadas reduzem ritmo de fábricas poluidoras da China: Restrições que visam limpar o ar em cidades do país poderão afetar até consumidores estrangeiros

(Valor Econômico 07.07.2008 p. A12 Internacional)

Dexter Roberts e Chi-Chu Tschang, De Pequim

A Hebei Taihang Cement vem operando com força máxima ultimamente. Suas três fábricas em Pequim trabalham 24 horas por dia, produzindo milhares de toneladas do cimento necessário para construir as instalações olímpicas, como o estádio "Ninho de Pássaro", local da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim, em 8 de agosto.

Os bons tempos, no entanto, podem estar por acabar. O governo ordenou a paralisação das operações da Taihang em Pequim por dois meses, a partir de 20 de julho, até que a Olimpíada e a Paraolimpíada, que acontece entre 6 e 17 de setembro, tenham acabado. Os 400 funcionários procurarão ocupar-se com cursos de treinamento e reparos de equipamentos. A Taihang verá a produção de cimento deste ano cair em 500 mil toneladas, 9% de sua capacidade anual. Caso a província vizinha de Hebei também ordene cortes, como muitos prevêem, o impacto poderia ser ainda pior para a Taihang - sua sede e outra grande fábrica estão na localidade.

A Taihang não está sozinha. Dentro dos esforços para limpar os céus turvos de Pequim para os 10 mil atletas e meio milhão de visitantes estrangeiros esperados para a Olimpíada, a China ordenou amplas restrições sobre boa parte da indústria na capital do país. Outra medida imporá limites estritos sobre o número de carros nas ruas durante os Jogos Olímpicos. A interrupção fabril também deverá estender-se a uma ampla faixa no norte da China e a outras localidades olímpicas, como a cidade industrial de Shenyang, sede alguns jogos de futebol, e no porto de Qingdao, sede dos eventos de vela.

Embora muitas empresas ressaltem que a amplitude das restrições ainda não esteja clara, outras receberam instruções explícitas para paralisar ou restringir a produção. Em abril, a prefeitura da cidade de Pequim anunciou a proibiria todas as construções e limitaria a produção das empresas mais poluidoras durante os jogos. A cidade também alertou que tomará mais medidas "rigorosas" nos dias que antecedem a Olimpíada, caso a qualidade do ar não melhore o suficiente. Os setores mais atingidos serão os de cimento, siderurgia, minério de ferro e o das usinas alimentadas a carvão, na vasta área metropolitana de Pequim.

"Se a China quiser limpar as cidades em um período muito breve - especialmente em termos de poluição - essas são as indústrias a mirar", observa Winnie Lee, chefe do escritório em Hong Kong da Platts, uma fornecedora de informações sobre commodities e fontes de energia. Dito isso, fábricas que consomem um total de 13 gigawatts de eletricidade poderiam ser desligadas - o equivalente a quase metade da capacidade industrial total do México.

Para muitas empresas, o mais oneroso serão os limites ao tráfego. A cidade tirará das ruas quase metade dos 3,3 milhões de veículos da capital, permitindo-lhes o deslocamento apenas em dias alternados, dependendo das placas pares ou ímpares. Embora a regra não comece até 20 de julho, a restrição aos veículos militares e governamentais já começou no dia 1º e, no fim das contas, 70% destes estarão fora de circulação. Também em 1º de julho, cerca de 300 mil caminhões, altamente poluidores - muitos dos quais entregam provisões a lojas e supermercados - sairão de cena e continuarão assim até setembro. A situação levou algumas redes varejistas a reabastecer-se com antecedência. A gigantesca rede de móveis Ikea, por exemplo, fez estoques dos itens mais populares, em sua loja em Pequim.

A paralisação poderia até afetar os consumidores estrangeiros. "Veremos uma composição diferente de mercadorias ou até prateleiras vazias" em algumas varejistas dos EUA e Europa, afirma Bryan Larking, diretor de marketing da consultora GXS, de Gaithesburg, Maryland, que ajuda empresas a dinamizar a cadeia de abastecimento. "Agora é tarde demais para conseguir remessas adicionais, tarde demais para transferir a produção, tarde demais para acumular estoques", diz ele. "Há algumas empresas muito

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grandes e bastante conhecidas que foram pegas completamente desprevenidas com isso". Larkin não quis dizer quais, citando acordos de confidencialidade.

Alguns fabricantes estrangeiros em Pequim já fazem tudo a seu alcance para enfrentar as restrições. A sul-coreana Hyundai Motor, por exemplo, informa ter incrementado em junho a produção de sua fábrica em Pequim, em antecipação a possíveis restrições durante o verão (Hemisfério Norte).

Embora normalmente use caminhões para distribuir os mais de 40 mil Elantras, Sonatas e Accents que produz mensalmente, a companhia analisa a possibilidade de migrar sua logística para o transporte ferroviário.

A siderúrgica Shougang foi uma das primeiras visadas pelas autoridades. Em fevereiro de 2005, o Conselho Estatal da China decidiu reduzir à metade a produção da Shougang em Pequim antes dos Jogos Olímpicos. Assim, três anos atrás, a Shougang começou a paralisar seus fornos a carvão coque e a combustão em Pequim e, no ano passado, já havia reduzido a produção na cidade em 50%, para 4 milhões de toneladas. Neste verão (no Hemisfério Norte), a Shougang planeja produzir apenas 200 mil toneladas de aço por mês em sua usina em Pequim - menos de um terço da capacidade - e a usina será desativada em torno de 2010.

A empresa ergueu novas instalações na cidade de Tangshan, 220 quilômetros a leste de Pequim, mas esta não entrará em operação até outubro. "Fazer cessar a operação de Shougang é crucial para melhorar a qualidade do ar em Pequim mesmo após a Olimpíada", diz Wu Zhenghua, pesquisador do Birô Meteorológico de Pequim. A empresa, diz ele, responde por 40% das emissões de partículas industriais da capital chinesa.

As restrições poderão causar sérias perdas econômicas a algumas empresas. A Beijing Jingneng Thermal Power, uma geradora de eletricidade, recebeu ordens de reduzir as emissões em 30% antes da Olimpíada e, desde 2005, já gastou US$ 44 milhões em dessulfurização e em raspadores para remoção de óxido de nitrogênio.

Agora, a empresa receia que durante os jogos autoridades da capital decidam trazer eletricidade de usinas geradoras distantes e ordenem a Jingneng a limitar a produção em suas quatro unidades a carvão durante uma temporada que usualmente é período de pico. "Se precisarmos restringir substancialmente a geração de eletricidade durante os Jogos Olímpicos, isso evidentemente terá um impacto sobre nossos lucros", diz Yang Xiaohui, secretário do conselho de administração da Jingneng. "Esperamos que mesmo se nossas usinas geradoras de eletricidade não puderem operar a plena capacidade, elas possam funcionar durante a maior parte do tempo".

Os habitantes de Pequim estão se preparando para conviver com as restrições aos automóveis. Embora novas linhas de metrô subterrâneo e de ônibus tenham sido criadas, o tráfego poderá continuar lento porque a cidade bloqueou algumas faixas de tráfego para uso exclusivo de atletas e VIPs. O esquema de rodízio baseado em placas pares e ímpares visa a reduzir os engarrafamentos, mas alguns motoristas estão encontrando maneiras de contornar as barreiras.

Quando Roy Guo, um executivo de 27 anos que trabalha no setor de publicidade comprou seu segundo carro - um utilitário-esportivo da chinesa Chery - ele certificou-se de que a chapa do novo carro terminasse em número ímpar, para complementar o Volkswagen Jetta de placa par que já possui. Seus amigos, para quem seria um luxo excessivo ter um segundo carro, estão compartilhando seus veículos. "Muita gente está planejando um esquema de caronas recíprocas", diz Guo. "Vão no carro de uma pessoa no dia ímpar e no de outra no dia par". (Tradução de Sergio Blum e Sabino Ahumada)

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Clube fechado - Divergências sobre clima marcam G-8: Cúpula dos países ricos começa hoje e expõe diferenças também sobre entrada de novos membros

(Valor Econômico 07.07.2008 p. A13 Internacional)

Assis Moreira, De Rusutsu, Japão

O grupo das oito nações mais ricas do planeta, o G-8, inicia hoje seu encontro anual de três dias com negociações especialmente difíceis sobre como reduzir as emissões de gases de efeito-estufa, o que exige ajustes nas indústrias.

O presidente dos EUA, George W. Bush, sinalizou ontem ao chegar ao Japão que está preparado para ser "construtivo", mas condicionou qualquer acordo sobre mudanças climáticas a uma participação da China e Índia.

Por sua vez, a China teria indicado aceitar compromissos de redução de emissões até 2050, desde que os EUA se comprometam em reduzir substancialmente suas emissões até 2020, segundo analistas que acompanham o encontro. No G-8 do ano passado, na Alemanha, os países concordaram em "considerar seriamente" planos para cortar pela metade as emissões de gases de efeito-estufa por volta de 2050.

As divergências parecem suficientemente fortes para frear um acordo substancial sobre clima. O jornal japonês Asahi Shimbun publicou que os países industrializados aceitariam estabelecer suas metas de médio prazo. Bush chegou a anunciar em abril que os EUA se comprometiam a não aumentar as emissões a partir de 2025. No entanto, o ministro de meio-ambiente do Japão, Ichiro Kamoshita, declarou na TV NHK que Tóquio não tinha como aceitar metas obrigatórias de médio prazo no G-8, alegando que isso seria contra os interesses do país.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve cobrar dos países ricos os compromissos que estes por sua vez cobram dos emergentes. Para o Brasil, os ricos deveriam se comprometer com metas de redução entre 60% e 80% até 2050.

Por outro lado, a pressão deve continuar sobre o G-8 para integrar plenamente o Brasil, China e Índia no clube. O presidente francês Nicolas Sarkozy considerou "não razoável" a ausência dos maiores emergentes da mesa de discussões dos principais temas globais.

O Japão, porém, como o país organizador do G-8 este ano, ajudou pouco numa integração maior do G-5 - Brasil, China, Índia, México e África do Sul. Os japoneses chegaram a convidar os cinco separadamente para diferentes discussões de temas da cúpula, para mostrar que não o considera um grupo.

Depois que o Brasil reclamou que não viria só para a "sobremesa" na quarta-feira, os japoneses ampliariam o debate, mas incluindo Austrália, Coréia do Sul e Indonésia. Tóquio tem pouco interesse em ampliar o clube dos ricos. O G-8 lançou um "diálogo permanente" em 2007 com o G-5, como reconhecimento de novas forças na economia mundial e responsabilidade na governança global.

Os dois grupos desde setembro discutem quatro temas (investimentos, propriedade intelectual, energia e desenvolvimento), utilizando um secretariado na Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Esta semana, o G-8 examinará o relatório do primeiro ano do "diálogo", que mostrou confronto especialmente sobre patentes. Somente no encontro de cúpula do ano que vem, na Itália, é que o G-8 examinará uma eventual entrada do G-5 ou diálogo ampliado a outros temas. Mas analistas consideram

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que o "diálogo" na OCDE é insuficiente, diante da realidade política e econômica. O México, que coordena o G-5, reclama que não está havendo diálogo "de iguais".

Brasil deixa de cumprir acordo

De Rusutsu, Japão

O Brasil cumpriu só parcialmente os compromissos de energia e clima que assumiu com o G-8 no ano passado, de acordo com avaliação da Universidade de Toronto e do "G8 Research Group", formado por 50 pós-graduandos da Universidade de Oxford e da London School of Economics.

O compromisso dos emergentes era estabilizar emissões de gases de efeito-estufa, e promover produção e consumo com uso menos intensivo de energia. O estudo procura avaliar a legitimidade e eficácia desse tipo de compromissos no G-8.

Do lado dos desenvolvidos, o resultado mostra que a União Européia (UE) foi a que mais cumpriu o que prometeu. Programas anunciados por governos sugerem que as nações industrializadas começam a tentar influenciar o comportamento dos consumidores e de empresas para reduzir emissões.

A China foi considerada o que mais respeitou os compromissos do ano passado, entre os emergentes. O México recebeu a segunda melhor nota. Além do Brasil, também Índia e África do Sul teriam cumprido só parcialmente. Niel Bowerman, um dos autores do estudo, nota que o Brasil tomou iniciativas para reduzir a carbonização da economia. Mas aponta a persistência do desmatamento, lembrando que o próprio Ministério do Meio-Ambiente sinalizou que o problema aumentou em 2008.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega amanhã ao Japão para participar de um dia do banquete do G-8. Terá também uma série de encontros bilaterais, que incluirão a discussão sobre acordo agrícola e industrial na Rodada Doha.

Faltava confirmar encontros com os presidentes dos EUA, George W. Bush, e da França, Nicolas Sarkozy, que tem a presidência rotativa da União Européia. Estavam confirmados encontros com os presidentes da China, México, Coréia do Sul, além do primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi e do chefe de governo canadense Stehphen Harper. Lula se encontrará bilateralmente também com o presidente da Rússia, Dimitri Medvedev, e com o primeiro-ministro do Japão, Yasuo Fukuda.

Desta vez, o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, declinou do convite do clube das grandes potenciais e preferiu concentrar esforços em Genebra para salvar a Rodada Doha, na reunião de ministros que começará dia 21.

Os novos textos de compromisso serão divulgados nos próximos dias. Para Lamy, o momento é menos de declaração e mais de discussões bilaterais.

O Brasil é alvo de pouca atenção à margem do G-8, em Hokkaido. Entre os emergentes, o interesse maior é pela China e Índia, neste encontro que tem uma cara bem asiática como queria o Japão.

O que chama mesmo a atenção é a enorme burocracia japonesa, como se pode complicar o que parece fácil, além da tremenda segurança. Os japoneses bloquearam até o banheiro dos ônibus que fazem o transporte na cúpula, por razões de segurança. (AM)

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Aquecimento Global - Bush promete ação construtiva sobre clima(Jornal do Commercio 07.07.2008 p. A5 Economia)

Tabassum Zakaria e Chisa Fujioka - Da agência Reuters

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, prometeu ontem adotar uma posição construtiva nas conversações sobre o aquecimento global, mas disse que um acordo será impossível se a China e a Índia não concordarem em limitar suas emissões de gases estufa. As mudanças climáticas são prioritárias na pauta da cúpula anual do G-8 (grupo dos países mais ricos do mundo mais a Rússia) que começa hoje num hotel de luxo na ilha japonesa de Hokkaido.

"Serei construtivo", disse Bush em coletiva de imprensa após se reunir com o primeiro-ministro japonês Yasuo Fukuda. "Sempre defendi um entendimento comum, e isso começa com uma meta. Também sou suficientemente realista para lhes dizer que, se China e Índia não compartilharem a mesma aspiração, não conseguiremos resolver o problema", disse. China, Índia e 12 outros países vão juntar-se aos integrantes regulares do G-8 em algumas partes da cúpula.

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Política ambiental: O que se pretende é que a criação do Instituto permita a agilização dos procedimentos administrativos nessa área, aí incluídos os licenciamentos ambientais, cujo prazo

ela espera venha a ser reduzido de dois anos para seis meses, ensejando, por outro lado, o aperfeiçoamento da estrutura fiscalizatória.

(Jornal do Commercio 07.07.2008 p. A16 Opinião)

Reunida nesste fim de semana, em Itaipava, com subsecretários, diretores e superintendentes da secretaria, da Superintendência Estadual de Rios e Lagoas (Serla), da Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Feema) e do Instituto Estadual de Florestas (IEF), a secretária do Ambiente, Marilene Ramos, deu início ao processo de implementação do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), o qual unificará os três órgãos, apontando, na oportunidade, a iniciativa como pioneira no País e assegurando que essa fusão dará um novo dinamismo à gestão ambiental no Estado.

O que se pretende é que a criação do Instituto permita a agilização dos procedimentos administrativos nessa área, aí incluídos os licenciamentos ambientais, cujo prazo ela espera venha a ser reduzido de dois anos para seis meses, ensejando, por outro lado, o aperfeiçoamento da estrutura fiscalizatória.

A fusão dos três órgãos tornará possível, ao Instituto, ter uma atuação bastante ampla, seja gerindo os recursos hídricos, seja cuidando também das unidades de conservação e do combate à poluição, além de atuar como agente fiscalizador e na concessão de licenças ambientais. Como destaca, por sinal, a secretária do Ambiente, "não existe no País um órgão que tenha uma gama de atuação tão ampla como será o Inea". Ela informou ainda que, no próximo mês, será concluído o formato e definidos os quadros do Instituto, devendo o governador Sérgio Cabral assinar, até outubro, o respectivo decreto de regulamentação.

A abrangência dos objetivos propostos, no contexto de uma política de defesa e melhoria do meio ambiente que se deseja de fato, e cada vez mais, clara nas suas premissas, eficaz em sua execução e

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conseqüente em seus resultados, pode se aferida, por exemplo, pela ação do Instituto Estadual de Florestas, que está investindo este ano R$ 11,5 milhões em projetos ambientais no Parque Estadual de Três Picos e na Área de Proteção Ambiental (APA) da Bacia do Rio Macacu. O parque tem sede em Cachoeiras e abrange outros quatro municípios (Nova Friburgo, Teresópolis, Silva Jardim e Guapimirim), devendo as melhorias ser inauguradas até o fim do ano. O reflorestamento, por outro lado, abrangerá 800 hectares ao longo das margens do rio, que tem 73 quilômetros de extensão e contribui para o abastecimento do sistema Imunana-Laranjal, da Cedae.

Em diversas frentes, portanto, inclusive com a necessária proteção das matas ciliares, os projetos de preservação dos recursos hídricos e, mais amplamente, de defesa ambiental, vêm ganhando amplitude, e por isso mesmo a expectativa é a de que a criação do Inea virá a consolidá-los e dar-lhes maior amplitude ainda, em proveito, afinal, de um modelo de desenvolvimento interligado ao compromisso de defesa do meio ambiente para as atuais e as vindouras gerações.

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Questão amazônica: Mas há uma luz ao fim do túnel, imprecisa, sim, embora palidamente acalentadora da esperança de que, por ato de Deus e vontade dos homens, a questão amazônica

passe a dominar o ideário nacional e transforme o que de fato é, um conjunto de grafias em papeis timbrados, em atos de determinação cívica e patriótica no inserir a identidade da

Amazônia na identidade maior do País.(Jornal do Commercio 07.07.2008 p. A17 Opinião)

Jayme Magrassi de Sá - Economista, ex-presidente do BNDES

As insidiosas investidas contra a floresta na Amazônia têm dilapidado um patrimônio invulgar do planeta. Denigrem também a imagem e a credibilidade gerenciais da sociedade brasileira, em especial do governo pátrio ( infelizmente nem sempre tão pátrio) Esse lamentável cenário perpetua-se quase que sem alterações ao longo da indefinição do tempo,gerando internamente um mal estar que aos poucos, grão a grão, transformou-se na hoje questão amazônica.E de tal forma que nos leva a acreditar ter a leniência sido uma forma implícita de colocar sob foco social, político, militar e institucional a realidade, o desfrute e as ameaças à imensa região do Hemisfério, denominada de Amazônia Legal brasileira; cuja estrutura geográfica compreende um conjunto de três grandes biomas - amazônia, cerrado e pantanal.

Hoje, no limiar do século XXI, a questão ganha nova configuração, sobretudo pelo descaso, pelos abusos e pela desensofrida prevaricação que lá se registra.

A questão amazônica tornou-se pedra de toque da brasilidade, na medida em que se expressa por nada menos de sete problemas, que se diriam matrizes de uma possível explosão cívica e constitucional - desmatamento, infiltração e dominação externa sob formas dissimuladas, ocupação ilegal de faixas de fronteira, pirataria a n propósitos mercenários e patrimoniais, fronteiras abertas, quistos indígenas, aculturados ou não, questão fundiária.

Não pode mais a sociedade nacional e sua administração política- o governo (Executivo,Legislativo e Judiciário) - negarem-se ou omitirem-se na ação de preservação, em todos os sentidos, do patrimônio segundo linhas demarcatórias da Amazônia Legal. Ação que não se restringe agora a atacar esse ou aquele aspecto da questão, mas que tem que pautar-se pelos impactos internos e perigos de intervenções externas espoliativas e frustrantes da independência total de parcela gigantesca do patrimônio físico brasileiro. Nem pode a sociedade nacional desconhecer o empenho das Forças

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Armadas em favor da região e, como tal, da soberania do País. E, não reconhecer,demais, que esse empenho não é convenientemente assistido e compativelmente acompanhado pelas fontes civis da estrutura gerencial do governo como um todo.

Ao examinar-se o elenco dos sete macroproblemas relacionados acima, se vê que neles deveriam atuar sistematicamente inúmeros órgãos oficiais; do Itamaraty à Polícia Federal, do Meio Ambiente à Reforma Agrária, do Ministério da Agricultura ao Ministério da Energia, do Ibama ao INPE e ao IBGE, sem falar na abrangência do PAS (Programa Amazônia Sustentável), na obrigação congênita da Casa Civil do Governo Central e na sua imensa estrutura administrativa e perqueritiva; para não falar no Ministério dito do futuro. Mas, não, infelizmente. De prático, só a ação das Forças Armadas, em meio do feixo de dificuldades em que se debatem.

Há, já sem dúvida, uma espécie de invasão branca na região, miscigenando objetivos claros e finalidades escusas. Um princípio de dominação solerte, inclusive sob a forma de ação humanitária. Pilha-se, a céu aberto, pode-se dizer, no fecundo reservatório de biodiversidade da região. Confunde-se aculturação de autóctones com enclaves oficialmente preservados e, mais do que isso, verdadeiramente blindados por dispositivos legais. Um majestoso tabuleiro de xadrez subreptício esconde quaisquer indícios de maligno domínio fundiário. Avilta-se o solo nacional a invasões fortuitas, tão a modo de fronteiras abertas e dá-se personalidade às forças que fazem das faixas de fronteira um escancarado desafio a atos jurídicos da soberania nacional.

Desgraçadamente, o citado PAS que reúne oito Estados (AC, AP,AM,MT,PA,RO,RR e TO), além de parte do Maranhão, parece mais um adorno do que um programa de sustentação da evolução regional. O bioma amazônia domina mais de 83% do território da Amazônia Legal; como área de abrangência, esse colosso géo-econômico implicaria numa constante e construtiva ação das unidades federadas a que se jurisdiciona. Mas isso é, por enquanto, uma figura de retórica, algo que serve como espécie de diploma de intenções, mais do que qualquer coisa.

Mas há uma luz ao fim do túnel, imprecisa, sim, embora palidamente acalentadora da esperança de que, por ato de Deus e vontade dos homens, a questão amazônica passe a dominar o ideário nacional e transforme o que de fato é, um conjunto de grafias em papeis timbrados, em atos de determinação cívica e patriótica no inserir a identidade da Amazônia na identidade maior do País.

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AVIAÇÃO

Sócios afastados vão recorrer contra mudança na VarigLog: Advogado diz que causou surpresa o anúncio de que irmã de Lap Chan assumiria empresa

(Folha de São Paulo 07.07.2008 p. B4 Dinheiro)

Medida do executivo chinês, representante de fundo dos EUA, tenta enquadrar empresa aérea na lei que veta controle estrangeiro

AGNALDO BRITODA REPORTAGEM LOCAL

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Os sócios brasileiros afastados do comando da VarigLog (Marco Antonio Audi, Luiz Eduardo Gallo e Marcos Haftel) prometem apresentar recurso à direção da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) caso o empresário Lap Wai Chan -representante do fundo de investimento Matlin Patterson, atual controlador da companhia- apresente pedido de transferência do controle da companhia para a irmã, a chinesa naturalizada brasileira Chan Lup Wai Ohira, 53.Em entrevista publicada ontem na Folha, ela afirma que deverá ficar com 51% da Varig- Log. Para isso, anunciou que utilizará recursos próprios aplicados atualmente "em renda fixa e variável" para assumir a empresa de transporte.Os advogados da Volo do Brasil, empresa que controla a VarigLog, devem protocolar pedido de transferência hoje na Anac. "Os sócios brasileiros foram surpreendidos com essa indicação de Lap Chan, o que demonstra, de forma inequívoca, que ele está tentando burlar o artigo 118 do Código Brasileiro Aeronáutico", diz Marcello Panella, advogado dos sócios afastados do comando da empresa, há três meses, sob acusação de gestão temerária. Ele afirmou que aguardará o pedido do representante do fundo de investimento norte-americano para "tomar as providências". "Se for confirmado, vamos pedir à Anac que se abstenha de acatar tal pedido", diz.A medida do representante do fundo norte-americano tenta corrigir uma situação de ilegalidade da companhia ante as leis brasileiras, que vetam o controle estrangeiro de empresas de aviação. A irmã de Lap Chan é naturalizada brasileira desde os 12 anos, tem marido e filhos brasileiros. Os advogados tentam evitar que a concessão de operação seja cassada pela Anac, sob alegação de que a empresa está descumprindo o Código Brasileiro Aeronáutico, que fixa em 20% a participação máxima de capital estrangeiro nas companhias aéreas.Panella lembrou ontem que a Justiça Federal de Brasília garantiu, por meio de liminar, a manutenção da concessão da VarigLog. No dia de 5 de junho, a Anac deu prazo de um mês para que a VarigLog adequasse sua composição societária às leis brasileiras. "A Justiça considerou o afastamento dos sócios brasileiros uma medida amparada em uma decisão precária, que ainda pode ser derrubada. Não há risco de a concessão ser cassada pela Anac."A tentativa de derrubar a decisão de afastamento dos sócios brasileiros, tomada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, pode começar nesta semana. Panella afirma que está prometida para os próximos dias a publicação do acórdão com a íntegra da decisão do TJ. Ele diz que, a partir da publicação, pode tentar derrubar a decisão em instância superior, em Brasília, ou recorrer pedindo reconsideração no próprio tribunal, em São Paulo.

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Velha Varig à sombra de um calote de R$11 bi: Com receitas minguadas, companhia pode ter de enfrentar falência este mês. Maior parte da dívida é com governo

(O Globo 06.07.2008 p. 34 Economia)

Geralda Doca

BRASÍLIA e RIO. O governo fez esforços para salvar a Varig, enfrenta agora um desgaste político pela interferência da Casa Civil, mas tudo isso não deverá impedir um calote de R$10,7 bilhões, a maior parte com credores estatais. Segundo fontes ligadas ao processo de recuperação da parte antiga da companhia, hoje R$5,3 bilhões são devidos às três classes de credores - que incluem trabalhadores, o fundo de pensão Aerus, Banco do Brasil, Infraero, BR e pequenos fornecedores. Outros R$5,4 bilhões se referem a dívidas tributária e previdenciária, segundo a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional.

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No dia 17, acaba o prazo de recuperação judicial de dois anos, período em que a parte da companhia que não foi vendida - a Flex (nome fantasia da Nordeste), a Viação Aérea Riograndense e a Rio Sul - contou com proteção da Justiça. Agora, a falência poderá ser pedida.

Além disso, o grupo ficará vulnerável às investidas da Fundação Ruben Berta (FRB), a ex-controladora da Varig que muitos consideram a algoz da companhia. Afastada, a FRB já tem planos de voltar ao poder.

Ainda que a Vara Empresarial do Rio consiga brechas na lei para que o grupo continue em recuperação judicial, como o juiz Luiz Roberto Ayoub tem indicado que tentará, a Flex - a parte ativa da velha Varig - não tem caixa suficiente para chegar ao fim do ano. Entre maio de 2007 e abril deste ano, a empresa registrou um fluxo negativo de R$10,7 milhões. Com um avião apenas, sem slots (autorização de pousos e decolagens) em Congonhas, especialistas avaliam que a companhia não tem chances de crescer.

- Essa empresa não tem viabilidade. É calote na certa. Se a empresa não conseguiu honrar suas dívidas, que eram menores há dois anos, quando ela tinha uma rede internacional vastíssima e cobria todo o mercado doméstico, muito menos agora - acredita Paulo Sampaio, diretor da Multiplan Consultores Aeronáuticos.

- Não vejo saída a curto prazo a não ser a falência - diz Vladimir L. Silva, diretor da consultoria Instituto Cepta.

Para um executivo do setor que não quis ser identificado, os principais credores da Varig já assumiram o passivo em seus balanços, e o débito com a Fazenda Nacional já foi inscrita na dívida ativa:

- Prolongar o prazo é iludir os trabalhadores.

Segundo Graziella Baggio, presidente do Sindicato dos Aeronautas, dos 9.500 funcionários, cerca de sete mil foram absorvidos por outras empresas. Mas há milhares de ações trabalhistas contra a Varig, e 6.329 trabalhadores que contribuíram para o Aerus poderão ficar sem seus direitos. Dos R$5,3 bilhões devidos às três classes de credores, mais da metade é do Aerus, diz o fundo.

A Flex tem poucas fontes de receitas. Uma é um contrato com a nova Varig - que foi vendida à VarigLog e revendida à Gol. Quem compra passagem da Gol viaja no avião da Flex na rota Rio-Manaus. A outra são os vôos fretados nos fins de semana - pouco rentáveis, na opinião de analistas. Uma pequena parte dos ganhos vem dos serviços prestados pelo centro de treinamento e do aluguel de imóveis.

A Flex ainda está brigando, sem muito êxito, para receber R$37,8 milhões da VarigLog e R$31,7 milhões da nova Varig. Em seu último relatório, a Deloitte, administrador judicial, diz que a continuidade das operações depende desses créditos.

Segundo credores ouvidos pelo GLOBO, são pouquíssimas as chances de a velha Varig pagar as dívidas. A única esperança é a ação que a empresa move contra o governo pela perdas decorrentes do congelamento tarifário do governo Sarney - causa já ganha pela Transbrasil. A Varig já obteve ganho no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Mas a União recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) e promete entrar com novos recursos se o acórdão não for favorável.

A companhia diz que tem R$7 bilhões a receber, mas, segundo fontes do Ministério Público Federal, o governo não reconhece essa dívida, pois todos os brasileiros teriam pagado pelo congelamento de preços. Além disso, ponderou Sampaio, dois terços das receitas na época eram de embarques internacionais, cujas tarifas não foram afetadas.

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Irmã de Lap Chan é nova sócia da VarigLog: Chan Lup terá 51% de participação e é apresentada como solução para cumprir exigência de controle brasileiro

(O Globo 07.07.2008 p. 18 Economia)

Aguinaldo Novo

Numa manobra para se adequar à legislação, que proíbe que grupos estrangeiros tenham mais de 20% do controle de empresas aéreas no país, o fundo americano Matlin Patterson apresenta hoje à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) os nomes dos novos controladores da VarigLog. Entram em cena a chinesa naturalizada brasileira Chan Lup Wai Ohira como nova sócia majoritária, com 51% de participação, e o executivo Peter Marcussen Miller, um americano também naturalizado brasileiro, com 29% das ações.

Chan Lup é irmã do chinês Lap Wai Chan, representante do Matlin Patterson. Por uma decisão provisória da Justiça de São Paulo, os antigos sócios brasileiros (Luiz Gallo, Marco Antonio Audi e Marcos Haftel) foram afastados da empresa, sob acusação de gestão temerária. Como único controlador, restou o fundo americano, o que contraria o Código Brasileiro de Aeronáutica. Sob ameaça de cassar a concessão da VarigLog, a Anac deu prazo até hoje para que novos sócios fossem indicados.

Chinesa naturalizada brasileira foi sócia da Voloex

O nome de Chan Lup já apareceu antes no caso envolvendo a empresa aérea. Ela foi sócia da Voloex Participações e Investimentos, criada em setembro de 2007 a pedido do irmão. Lap Chan tinha poderes para comprar as ações dos então sócios brasileiros na VarigLog (conforme previa contrato de gaveta) e transferi-las para a Voloex, se adequando à legislação em vigor. A constituição da Voloex, feita com a ajuda do advogado Roberto Teixeira, compadre do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é investigada pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Civil de São Paulo.

Já Miller, que mora em Nova York, é o atual presidente do Conselho de Administração da VarigLog. Pela proposta a ser apresentada à Anac, Chan Lup vai pagar US$800 mil do US$1,3 bilhão arbitrado pela Justiça pelas ações de Gallo, Audi e Haftel.

"Acreditamos no negócio e tenho certeza de que, com uma gestão profissional e competente, poderemos levar a VarigLog a recuperar seu espaço no mercado de transportes de carga" disse a nova sócia, em nota.

Para advogado de ex-sócios, indicação é "escárnio"

Ela é apresentada como administradora, com formação pela PUC-SP e especialização em administração de instituições financeiras pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Seu currículo inclui passagens pelos bancos Comind, ING, Icatu e BNP Paribas. Sobre Miller, a informação é que "ocupou postos executivos" em empresas como a Dresdner Kleinwort Securities e no Bankers Trust Company, nos Estados Unidos.

- A indicação dos dois é um verdadeiro escárnio. Nenhum tem qualificação (para os novos cargos). Além disso, Chan Lup é irmã de Lap Chan e já apareceu como sócia na Voloex - afirmou o advogado Marcelo Panella, que representa os ex-sócios brasileiros da VarigLog. - É mais uma demonstração inequívoca de que o Matlin Patterson continua a desrespeitar a legislação - completou.

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Apesar do prazo dado pela Anac, liminar concedida na quarta-feira passada pela 14ª Vara Federal de Brasília impede a agência de cassar a concessão da VarigLog, até que seja resolvida a briga judicial entre os seus sócios.

MPF: Anac deve anular venda da Varig; Segundo depoimentos, sócios brasileiros eram laranjas do fundo estrangeiro

Geralda Doca

O Ministério Público Federal (MPF) deverá exigir que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) anule o ato que autorizou o fundo de investimentos americano Matlin Patterson e seus sócios brasileiros, reunidos na Volo do Brasil, a comprar a VarigLog e a venda posterior da VRG (parte boa da Varig) para a Gol. Para isso, falta o MPF concluir as investigações que comprovem a ilegalidade da operação inicial, o que pode estar próximo. Segundo uma fonte que está acompanhando as apurações, está cada vez mais claro, pelos depoimentos dos próprios sócios brasileiros, que eles eram mesmo laranjas do fundo estrangeiro.

Para se posicionar, o MPF está fazendo esforços no sentido de mobilizar o Superior Tribunal de Justiça (STJ) a colocar em votação o mais rapidamente possível o mérito da ação apresentada pela diretoria anterior da Anac. Esta questiona a competência da 1ª Vara Empresarial do Rio para decidir sobre assuntos de responsabilidade da agência, como é o caso de concessões de serviços de transporte aéreo.

Na época, o juiz Luiz Roberto Ayoub incluiu os slots e hotrans (permissões para explorar rotas e horários de pousos nos aeroportos) no edital de venda da Varig, que foi comprada da VarigLog. No entendimento do MP, além destes ativos pertencerem à União e não à companhia aérea, o assunto é da competência da Justiça federal e não da estadual, porque a Anac é uma autarquia especial. A decisão final do STJ dará suporte ao pedido de anulação do negócio pelo MP.

A anulação dos dois atos, explicou um procurador, teria motivações diferentes. A autorização dada pela Anac para que a Volo do Brasil, controlada pelo fundo americano, comprasse a VarigLog não respeitou o Código Brasileiro de Aeronáutica (CBA), que limita a participação do capital estrangeiro a 20% nas empresas aéreas. No segundo caso, as razões seriam os prejuízos para o mercado, pois, ao comprar a Varig, a Gol levou também slots e hotrans que estavam em poder da antiga companhia, sobretudo em Congonhas.

Na avaliação do MP, a venda da Varig para a Gol permitiu à companhia ficar em vantagem às pequenas e médias empresas, além de favorecer o duopólio com a TAM. Congonhas, que está esgotado, é responsável por 80% do lucro das empresas, ou seja, sem pousar lá nenhuma companhia consegue sobreviver. Por isso, o MP sustenta que o correto é a Anac fazer a licitação do slots da Varig e não simplesmente concordar que eles fossem repassados à Gol.

Para anular o negócio, o MP deverá, num primeiro momento, recomendar que a Anac revise atos da diretoria anterior do órgão. Depois, os procuradores entrariam com ação cível na Justiça federal, pedindo que o juiz mande que a revisão dos atos ocorra - o Ministério Público não tem este poder.

O MP tem como respaldo a lei 9.784/99, segundo a qual a administração pública pode, a qualquer tempo, rever atos prévios, desde que comprovada a existência de irregularidades. A prerrogativa tem sustentação em duas súmulas do Supremo Tribunal Federal (STF).

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Setor aéreo - Infra-estrutura continua precária, mas caos diminuiu: Um ano após acidente, várias medidas foram abandonadas

(Valor Econômico 07.07.2008 p. A16 Especial)

Daniel Rittner, De Brasília

Um ano depois do acidente aéreo da TAM, no aeroporto de Congonhas, o governo conseguiu conter temporariamente a crise da aviação civil mesmo sem intervenções na estrutura do sistema aéreo e mesmo sem ter colocado em prática várias das medidas anunciadas entre julho e agosto de 2007. A saturação dos aeroportos e o atraso dos projetos de aumento da capacidade, contudo, ainda são uma ameaça para o bom funcionamento do setor. Pelo quarto ano seguido, o mercado doméstico de aviação cresceu acima de 10% e com isso 13 dos 20 maiores aeroportos brasileiros tiveram movimento superior à capacidade instalada em 2007.

Para uma estrutura que comporta 93,6 milhões de passageiros ao ano, no máximo, a quantidade de embarques e desembarques nesses aeroportos chegou a quase 100 milhões no ano passado. Guarulhos, Fortaleza e Goiânia são exemplos do descompasso entre oferta e demanda. O ritmo de saturação aumenta rapidamente: em 2005, de acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), só três aeroportos trabalhavam com movimento maior do que a estrutura atual - Congonhas, Brasília e Vitória.

Enquanto isso, parte dos principais projetos de expansão da infra-estrutura aeroportuária esbarra na qualidade das licitações da Infraero, segundo diagnóstico feito pelo do Tribunal de Contas da União (TCU). Em estudo desde 1997, o terceiro terminal de Guarulhos, que aumentará a capacidade do aeroporto de 16,5 milhões para até 29 milhões de passageiros por ano, teve seu primeiro edital de licitação elaborado em janeiro de 2004. Até hoje, no entanto, a obra não foi iniciada.

A reforma da pista principal de Guarulhos, em estado avançado de deterioração, também se tornou um drama para a Infraero. O cronograma era começar em agosto a recuperação do último dos três trechos da pista, mas o TCU encontrou indícios de irregularidades no contrato para as obras. O tribunal calcula que o contrato, no valor de R$ 270 milhões, tem sobrepreço de R$ 56 milhões. Com esse problema, a obra já foi adiada para 2009, porque demora três meses e precisa ser realizada em período de baixa temporada. O presidente da Infraero, Sérgio Gaudenzi, admite a hipótese de fechar a pista caso não seja possível iniciar a reforma até março, apesar dos prováveis transtornos. "Ela só agüenta mais seis ou oito meses", disse.

O TCU também vê problemas não resolvidos nas obras em outros três aeroportos - todos saturados. Em Macapá, o consórcio do qual a construtora Gautama fazia parte apresentou preços 28% superiores aos de mercado. Para o novo aeroporto de Vitória, o tribunal há mais de um ano pediu a atualização do projeto de engenharia e do orçamento para corrigir sobrepreço de 20%, mas não recebeu resposta. No caso de Florianópolis, a obra foi dividida em etapas e está na praça o edital de licitação da primeira delas, com custo estimado em R$ 114 milhões. Avaliações iniciais do TCU apontam que há indícios de quantidades de serviço superavaliadas (sem embasamento no projeto) e preços acima de mercado, de modo que, desse valor, aproximadamente R$ 40 milhões podem ser economizados.

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Para a Infraero, o atraso na elaboração de uma tabela de preços de obras aeroportuárias está na raiz dos problemas. A Caixa Econômica Federal (CEF) ficou responsável pela formulação de inédita planilha de custos para equipamentos usados na construção de aeroportos. Algo semelhante ao que já existe no Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit) para obras rodoviárias. É essa tabela que permitirá ao TCU comparar melhor esses preços com cotações internacionais e, à Infraero, justificar orçamentos que hoje estariam compatíveis com valores de mercado - mas que têm distorções, de acordo com a estatal, quando as comparações são feitas com base em custos do setor rodoviário. "Até hoje a Caixa não entregou a planilha", lamentou Gaudenzi. "Se não todo, uns 80% do nosso problema com o Tribunal de Contas é porque não temos essa bendita planilha."

Apesar do atraso nas obras, o governo conseguiu tirar a aviação comercial da crise mais aguda de cancelamentos e de problemas de pontualidade. De um pico de 36% de vôos com atraso superior a uma hora, na semana seguinte ao acidente da TAM em Congonhas, esse índice caiu para o patamar de 11% em janeiro e 7% em junho. Gaudenzi acredita que, em três meses, será possível atingir "níveis europeus de pontualidade". Ele sublinhou que os atrasos de meia hora ou mais já diminuíram para 17% dos vôos, na primeira quinzena de junho. Eram 25% há seis meses e os países ricos não têm índices muito abaixo de 15%, compara.

Uma série de medidas pontuais - do enquadramento dos controladores militares pelo Comando da Aeronáutica à escalada de tarifas de pouso para aviões que permanecem estacionados no aeroporto de Congonhas - ajudou a conter o caos. Mas intervenções de maior porte saíram da agenda. É o caso da desmilitarização do controle de tráfego, descartada pelo comandante Juniti Saito, e a construção do terceiro aeroporto de São Paulo.

Ainda que o projeto do novo aeroporto não tenha sido formalmente abandonado, o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva já determinou à Infraero que se concentre na expansão de Viracopos, em Campinas. Um novo plano diretor para o aeroporto prevê até quatro pistas de pouso na área - a segunda poderá começar a ser construída em 2009 - e aumentar a capacidade dos 2 milhões de passageiros atuais para mais de 80 milhões, após 2030.

Tanto o presidente da Infraero quanto Marcelo Guaranys, diretor da Anac, destacam a importância da maior interlocução entre as autoridades do setor. Com a criação da Secretaria de Aviação Civil, no Ministério da Defesa, os órgãos da aviação passaram a dialogar mais e a adotar medidas em conjunto. "Todo mundo entendeu que não ia resolver o problema sozinho", disse Gaudenzi. "Agora trabalhamos juntos", acrescentou Guaranys.

Cada um fez uma parte. A Infraero colocou mais equipamentos de raio-X no acesso às salas de embarque, pretende duplicar a área de check-in em Congonhas com o remanejamento de espaços e propôs que o tempo mínimo de solo para aeronaves em escala ou conexão seja de 30 a 40 minutos, dependendo do aeroporto. "Não dá para embarcar e desembarcar 180 passageiros de um grande avião em menos tempo do que isso", disse Gaudenzi.

Para o diretor da Anac, houve ajustes importantes na grade de vôos. Até o ano passado, segundo ele, as empresas enviavam em cima da hora as malhas aéreas que iam vigorar nos períodos de alta e baixa temporada. Havia demora na aprovação da nova grade pela agência e criava-se um "fato consumado", com uma tabela de vôos muitas vezes apertada demais, com elevado potencial de descumprimento. Agora, as malhas são avaliadas pela Anac com 60 dias de antecedência, ressaltou Guaranys. Para ajustes ao longo da temporada, o prazo para a autorização de horários de vôos deverá cair dos antigos três meses para cinco dias, afirmou o diretor da Anac.

As empresas passaram a formular planos de contingência e a colocar aeronaves de reserva em feriados de maior demanda, como Natal e Semana Santa. Também diminuíram o número de horas voadas por avião, o que reduz o risco de efeito-dominó no caso de atraso em um vôo isoladamente, mas isso tem reduzido o lucro das principais companhias aéreas. No primeiro semestre, invertendo uma tendência

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detectada ano após ano, as aeronaves da TAM voaram 12,6 horas em média - redução de 3,3% sobre o mesmo período de 2007.

Em parte por causa das restrições criadas - a alta dos combustíveis, que representam quase 50% dos custos operacionais das empresas, também é fator preponderante -, o preço das passagens disparou. A Anac levantou o valor médio dos bilhetes em cinco rotas "nobres" do país. Entre abril de 2007 e abril de 2008, as tarifas subiram de 93% (Congonhas-Brasília) a 189% (Congonhas-Santos Dumont). A lei de criação da agência prevê total liberdade tarifária às companhias e não nem intenção nem mecanismos legais para tabelar os preços.

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Nova Lei de Falências - Parecer do Ministério Público libera Varig de certidão negativa de débito: Posição do órgão é parte do recurso da Fazenda que será julgado no STJ

(Valor Econômico 07.07.2008 p. E1 Legislação)

Zínia Baeta, De São Paulo

O Ministério Público Federal é favorável à continuidade da recuperação judicial da Varig, mesmo sem o pagamento da dívida tributária que a empresa possui com a União. Em um parecer do órgão, o subprocurador-geral da República, Durval Tadeu Guimarães, entendeu que a Varig não precisa apresentar a certidão negativa de débitos (CND) para ter a concessão da recuperação judicial. O parecer foi dado em um recurso da Fazenda Nacional que trata do tema e está para ser julgado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Essa será a primeira vez que um tribunal superior se pronunciará sobre a obrigatoriedade ou não de uma empresa em recuperação judicial apresentar no início do processo certidões de regularidade fiscal, como estipula a Lei de Falências e Recuperação Judicial. A depender do resultado, a decisão poderá influenciar tanto as empresas que já estão nesse tipo de procedimento quanto a estratégia da Fazenda para a cobrança dos débitos tributários dessas companhias.

O processo em questão será julgado pela terceira turma do STJ . Na prática, o que a Fazenda Nacional busca é participar, como terceiro prejudicado, do processo de recuperação da Varig. Apesar das tentativas, a Justiça do Rio de Janeiro - tanto a primeira quanto a segunda instância - entendeu que a Fazenda não teria interesse e legitimidade para contestar o plano de recuperação da Varig, homologado sem a apresentação das certidões negativas de débitos. A Fazenda recorreu e o recurso agora aguarda a análise do STJ.

No parecer do Ministério Público Federal, o órgão entendeu que a União, ao forçar a observância da regra de que a recuperação judicial pressupõe a apresentação de certidões de regularidade fiscal, obrigaria as empresas em recuperação, por via indireta, a quitarem seus débitos tributários. Dessa forma, evitaria a via mais onerosa, que seria a execução fiscal. Outro entendimento é o de que uma recuperação pode ser benéfica para o fisco, pois a União terá mais chances de receber o crédito do que no caso de falência da empresa, que segue uma ordem de preferência - o fisco só recebe após o pagamento dos créditos trabalhistas e daqueles com garantia real.

Apesar de a opinião do Ministério Público Federal ser obrigatória em qualquer processo, ela não é vinculativa - ou seja, não obriga a Justiça a segui-la. Ainda assim, o parecer do órgão é importante por se tratar de uma opinião de peso que pode, de alguma forma, influenciar a decisão dos ministros do STJ que irão julgar o processo. O advogado da Varig no processo, José Alexandre Corrêa Meyer, do escritório Motta Fernandes Rocha Advogados, afirma que um parecer favorável do Ministério Público

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Federal em uma ação é sempre bem-vindo, pois pode ser levado em consideração pelos ministros. "Dá um bom encaminhamento ao processo", afirma.

Além da tese de que a obrigatoriedade de apresentação da certidão negativa de débitos inviabilizaria a aplicação da nova Lei de Falências, a Varig afirma estar em uma situação peculiar por ser credora da União em razão de uma ação já julgada pelo STJ - e ainda pendente de decisão no Supremo Tribunal Federal (STF) - que em valores atualizados pode chegar a uma indenização de R$ 5 bilhões. A defesa da empresa também alega que a nova Lei de Falências prevê a aprovação, pelo Congresso Nacional, de uma legislação que ofereça um parcelamento especial para as empresas em recuperação, proposta que ainda tramita na Câmara dos Deputados.

Não há previsão para o julgamento do recurso no STJ, mas a manifestação do Ministério Público Federal é o ultimo procedimento antes que o relator do processo - o ministro Ari Pargendler - profira seu voto. Procurada pelo Valor, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), informou que não iria comentar "o assunto Varig".

Além da Varig, sabe-se que a Fazenda também questionou a recuperação da Parmalat. A Justiça de São Paulo aceito, porém, a homologação do processo sem a apresentação da CND pela empresa.

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Aviação - Anac poderá acabar com turismo doméstico(Gazeta Mercantil - 07.07.2008 p. A-12 Direito Corporativo)

Claudio Magnavita A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) se coloca, mais uma vez, na contramão dos interesses nacionais. O primarismo na gestão da agência é assustador. Coisa de neófitos arrogantes, que acham que entendem e conhecem o setor onde caíram de pára-quedas. A bomba agora é uma medida que pode liquidar com o nosso turismo interno. Trata-se da defesa que a agência vem fazendo da liberação dos preços das passagens internacionais do Brasil para os Estados Unidos e Europa. Querem liberar as tarifas, permitindo que as companhias estrangeiras vendam bilhetes por US$ 300 ou US$ 500, incentivando o turista a deixar o país.

Quando o assunto é colocado em discussão, sabem o que a Anac diz? Que a liberação tarifária vai ajudar o turismo do Brasil, trazendo mais turistas do exterior. Eles afirmam isso com todas as letras. Será que dentro da equipe da Dra. Solange Vieira, presidente da Anac, não existe uma única pessoa com discernimento capaz de informá-la que lá no exterior os preços dos bilhetes aéreos para o Brasil já estão liberados há muito tempo? Não é de hoje que um dos artifícios tarifários utilizado pelos brasileiros é comprar no exterior os bilhetes para viajar saindo do Brasil. A Anac não sabe o quanto a Air France, British Airways, Alitalia, a United ou a American Airlines cobram para vir para o Brasil. Se as tarifas hoje estão mais altas é por conta da lei de oferta e procura.

Os vôos para o exterior estão lotados por conta de uma demanda crescente de brasileiros movidos pelo dólar barato e valorização do real. Liberar os preços significa pressionar ainda mais a demanda. A American Airlines tem no Brasil menos de 1% do seu faturamento mundial. Voar com prejuízo nesta rota não irá quebrá-la. Caso queira, ela pode fazer o mesmo que as grandes companhias fizeram na Amazônia com a Rico, colocando vôos com valores ainda mais baixos que a empresa regional brasileira, que era a única a operar com jatos. Na mesma rota, as grandes nacionais cobravam R$ 120 a R$ 140 para sangrar a Rico. Agora, os mesmos trechos não custam menos de R$ 450. Com sede em Manaus, a Rico não aguentou a pressão. Cancelou as rotas e quase quebrou.

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O Brasil só possui hoje uma empresa de longo curso, a TAM. E o que fez a Anac? Tirou a única proteção de mercado, expondo uma companhia nacional, com o exorbitante custo Brasil nas costas, a uma concorrência predatória contra as gigantes norte-americanas.

O recente acordo firmado com os Estados Unidos é um exemplo disso. Liberou geral. Que venham as "gringas" e que as brasileiras rebolem para enfrentar as concorrentes. O pensamento da Anac é injusto. Exigem uma competitividade das companhias brasileiras que a própria realidade nacional não permite, devido aos custos tributários, às deficiências de infra-estrutura e às altas tarifas aeroportuárias.

Achar que o mercado doméstico será o oxigenador financeiro das companhias brasileiras, já que neste primeiro momento ele ficará reservado para as empresas nacionais, é irracional, principalmente quando o barril de petróleo está beirando os US$ 150.

O setor de turismo deve se unir, principalmente a Região Nordeste, que fica distante do principal mercado emissor que é São Paulo. Voar para Miami vai ser mais barato do que voar para Fortaleza. Isso vai acabar com o turismo doméstico, além de aniquilar as nossas empresas. Assistimos o fim da Varig de longo curso, da Transbrasil, da Vasp e da VarigLog.

As três primeiras voavam para o exterior e por causa de outras duas, Transbrasil e Vasp, o mercado internacional foi corrompido. Está na hora de o turismo brasileiro se mobilizar, do Ministério do Turismo, que tem assento no Conselho de Aviação Civil, levantar esta bandeira. Está na hora de haver uma mobilização contra uma Anac arrogante, que desconhece os interesses do país e que está usando o turismo (o exportativo) para a defesa de uma sandice. Uma atitude semelhante de omissão, como a de permitir que um fundo norte-americano seja proprietário de uma empresa aérea no Brasil e transfira os seus ativos para uma congênere americana de sua propriedade.

Não se trata de defender monopólio, restrições de mercado ou outras argumentações esdrúxulas que podem partir da Anac. Está na hora de defender o turismo doméstico e a evasão de divisas. O Nordeste do Brasil é uma região que precisa do turismo para sobreviver. Muitas vezes é a atividade econômica que faz a diferença entre a pobreza e uma vida digna. Ajudar a migrar o fluxo de brasileiros para o exterior nunca deveria ser encarado como missão maior por uma agência de Estado.

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Aviação - Anac proíbe vôo de 25 aviões comerciais por falta de segurança(DCI 07.07.2008 p. B10 Legislação)

BRASÍLIA - A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) vai suspender, a partir de 4 de agosto, o certificado de aeronavegabilidade (licença para voar) de 25 aeronaves comerciais de passageiros, de cargas e de uso misto (passageiros e cargas) de dez companhias aéreas que não realizaram a instalação do Traffic Allert and Collision Avoidance System (Sistema de Alerta de Tráfego e Anti-Colisão), mais conhecido como TCAS II.

As companhias aéreas mais atingidas serão a Passaredo (carga e passageiros) e a Skymaster (carga), que terão, respectivamente, 100% e 83% de suas frotas impedidas de voar. As demais companhias com aeronaves irregulares são a Meta (67% da frota), a Puma Air (67%), a Rico (50%), a Beta (33%) e a TAF (25%). A Trip terá apenas um de seus 13 aviões paralisado.

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Duas aeronaves da VarigLog também estão irregulares, mas uma delas já estava impedida de voar devido a problemas de segurança operacional detectados pela fiscalização da Anac há duas semanas.

Outra empresa afetada é a Air Minas. Ela possui cinco aeronaves sem o TCAS II, porém quatro delas já contam com uma versão mais simples do equipamento, o TCAS I. Nesse caso específico, a Anac deu prazo à Air Minas até 1° de janeiro de 2009 para a instalação da versão II do TCAS, nessas quatro aeronaves.

Os passageiros que já tiverem adquirido passagem aérea e também as pessoas físicas e jurídicas que tenham contratado serviços de transporte aéreo de carga para vôos a partir de 4 de agosto dessas companhias poderão requerer a devolução do dinheiro pago, caso sejam afetados pelas mudanças de vôos das empresas.

Gol e TAM

A justiça norte-americana negou o pedido de indenização por danos morais e materiais famílias de vítimas do acidente do vôo 1907 da Gol por não considerar-se competente para analisar o caso. No entanto, o tribunal afirma que, caso a corte brasileira "se recusem a exercer a jurisdição, os reclamantes podem acionar esta corte para reabrir as ações".

Para evitar situação semelhante, os órgãos do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor, a TAM e a Seguradora Unibanco AIG instalaram, em abril, a Câmara de Indenização do Vôo 3054. A Câmara é uma alternativa rápida para que os familiares das vítimas do acidente da TAM obtenham indenização sem precisar propor uma ação na Justiça.

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BANCÁRIO

Privatização - Governo autoriza retirada do Banco do Piauí do PND(Gazeta Mercantil 07.07.2008 p. B2 Finanças)

O presidente Luiz Inácio Lula autorizou a saída do Banco do Estado do Piauí (BEP) do Programa Nacional de Desestatização (PND) para dar prosseguimento ao processo de incorporação da instituição pelo Banco do Brasil. O BB trabalha para que a compra seja concretizada até o fim deste ano, assim como as demais operações em andamento. Tais como, Nossa Caixa (SP), Banco de Brasília (BRB), do Distrito Federal, e Banco do Estado de Santa Catarina (Besc). A incorporação do banco catarinense é a mais avançada, entre as demais. A expectativa é de que a operação seja concluída no próximo mês, disse o gerente de projetos do BB, Guilherme André Frantz, à Gazeta Mercantil. O decreto (nº 6.502) assinado pelo Presidente Lula que propõe a exclusão do banco piauiense do PND foi publicado no Diário Oficial da União, da edição de sexta-feira. Criado na década de 1990 para apoiar a privatização de empresas estaduais, o PND está nas mãos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Segundo fontes do banco de fomento, não resta mais nenhum banco na lista do programa, após a saída do banco piauiense. Além do banco do Piauí havia também o Besc que já tinha saído do programa no início deste ano.

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O próximo passo do BEP no processo de incorporação pelo BB é a contratação de uma empresa de auditoria para analisar suas contas, por meio de licitação, explicou Frantz. O Banco do Brasil começou a trabalhar no levantamento das contas do banco piauiense desde abril, com a contratação da consultoria PricewaterhouseCoopers. O gerente do BB não quis antecipar o resultado apurado até agora nas análises do BEP, que deve ter a folha de pagamento dos servidores estaduais e a conta única do Estado, por exemplo, transferidos ao BB. O processo de incorporação do BRB pelo Banco do Brasil é o menos avançado, segundo o BB. Mas a idéia é concretizar todas as operações em 2008. Ainda não está definido se o banco brasiliense será incorporado pelo BB ou se será leiloado para atender ao pleito de Bradesco, Itaú e Santander, disseram fontes do Governo do Distrito Federal (GDF), o principal acionista do banco, que quer R$ 2 bilhões pela instituição, mas os compradores querem pagar apenas R$ 500 milhões. A primeira fase da auditoria do banco foi encerrada na última semana, e a definição final sobre a operação sairá apenas em outubro, previu a fonte. Se de um lado o GDF quer fazer o leilão do banco para tentar faturar mais, de outro há o pedido informal do presidente Lula ao governador José Roberto Arruda para deixar o banco em poder do BB. Segundo esta fonte, o GDF tem pressa de vender o banco porque teme uma depreciação de seu valor financeiro. Argumenta que a instituição pode perder clientes, porque os servidores públicos do Distrito Federal são obrigados a ficar no banco apenas até 2011, e a folha de pagamento dos funcionários é o seu maior ativo, com valor anual de R$ 8 bilhões.

(Viviane Monteiro)Retornar ao índice de assunto

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CHINA

Ásia - 'Sucesso da China está no socialismo': Especialistas explicam como os chineses usaram idéias socialistas para garantir o triunfo da economia de mercado

(Estado de São Paulo 06.07.2008 p. A20 Internacional)

Cláudia Trevisan

O espetacular crescimento da “economia socialista de mercado” da China se explica menos pelas reformas em direção ao livre mercado, adotadas nos últimos 30 anos, e mais pelo que ela tem de “socialista”, afirma o professor Cui Zhiyuan, da Faculdade de Administração e Políticas Públicas da Universidade de Tsinghua, uma das mais prestigiosas do país.

Integrante da Nova Esquerda chinesa, Cui sustenta que a China desenvolveu arranjos institucionais únicos, que permitiram a atração de bilhões de dólares do setor privado para o desenvolvimento da infra-estrutura e o surgimento de fábricas de propriedade coletiva na zona rural, que se transformaram no principal motor do crescimento industrial nos anos 80 e 90.

Além disso, o Estado manteve o controle sobre empresas estratégicas, ainda que parcela das ações seja negociada em Bolsa. “O pesado investimento em infra-estrutura é um dos elementos que diferenciam a trajetória chinesa da de outros países em desenvolvimento que também implementaram programas de abertura e desregulamentação, como Índia e Rússia”, observa Cui.

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A China dos últimos anos é um imenso canteiro de obras, no qual foram levantados aeroportos, portos, estradas, ferrovias, usinas, cidades e novos bairros nas cidades já existentes. A propriedade pública da terra, segundo Cui, é um elemento fundamental na atração da gigantesca quantidade de recursos necessária para a expansão da infra-estrutura na dimensão experimentada pelo país.

Grande parte desses investimentos não sai dos cofres públicos, mas sim dos desembolsos realizados pela iniciativa privada para ter o direito de ocupar a terra por um período de 40 a 70 anos, dependendo do tipo de empreendimento.

Estudo realizado por George Peterson, do Banco Mundial, estima que muitas cidades chinesas financiaram pelo menos metade de seus investimentos em infra-estrutura urbana por meio desse mecanismo. Segundo ele, o procedimento foi incluído na Constituição chinesa em 1988, adotado por Pequim e Xangai em 1992 e no restante do país nos anos seguintes.

Na avaliação de Cui, o arranjo revela a complementariedade entre os setores público e privado na China, mais do que sua oposição. Os recursos arrecadados pela concessão do uso da terra foram responsáveis por alguns dos maiores projetos de infra-estrutura urbana do país, como a criação do novo bairro de Xangai, Pudong, o centro financeiro que se transformou no cartão-postal da nova China.

A região era um pântano com escassas construções até 1990, quando foi transformada em uma das zonas econômicas especiais. Pudong foi levantado em um período de 15 anos, a partir de 1992, e se transformou praticamente em uma cidade, com 1,6 milhão de habitantes, aeroporto internacional e os mais altos arranha-céus da China.

O mecanismo continua a ser utilizado em todo o país e os recursos obtidos crescem rapidamente, na proporção da valorização dos imóveis urbanos. Peterson cita em seu estudo dois leilões recentes de lotes no centro de Xangai que arrecadaram receita de US$ 810 milhões.

O outro elemento que contribuiu para o alto crescimento chinês foi o surgimento de milhares de fábricas de propriedade coletiva na zona rural. Após 1978, no início do processo de reforma econômica, muitos dos moradores das vilas rurais chinesas perceberam que ganhariam mais dinheiro se dedicando à atividade industrial do que à agricultura.

A partir do que restava das brigadas de produção da Revolução Cultural (1966-1976), eles criaram novas empresas, que pertencem a todos os moradores de uma determinada vila. Aqui, a propriedade da terra também teve papel crucial, já que na zona rural ela não pertence a cada família de maneira individual, mas às vilas onde elas vivem. Sem precisar comprar nem pagar aluguel pelo uso do solo, as novas fábricas tinham uma enorme redução de custos e puderam se expandir rapidamente.

“Entre 1978 e 1996, essas indústrias rurais tiveram papel crucial na transição da China de uma economia centralizada para uma economia de mercado”, disse Barry Naughton, professor da Universidade da Califórnia em San Diego. De acordo com Naughton, o número de empregados nas fábricas rurais aumentou de 28 milhões, em 1978, para 135 milhões, em 1996, enquanto o valor agregado por elas ao PIB subiu de menos de 6% para 26% no mesmo período.

Esses milhares de novos empreendimentos passaram a competir com as empresas do Estado, que até então detinham monopólios em seus setores. Com isso, forçaram a reestruturação do setor estatal e a redução dos preços dos produtos industriais.

Apesar de localizadas na zona rural, as fábricas de propriedade coletiva não limitam sua produção ao setor agrícola e produzem em quase todo o espectro industrial - de aço a bens de consumo final.

A terceira característica da “economia socialista de mercado” é a manutenção do controle do Estado em empresas estratégicas. Segundo Cui, isso dá ao governo influência sobre determinadas áreas da economia e permite que o Estado aumente a arrecadação com o recebimento dos dividendos por sua

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participação nas companhias, o que só funciona se elas forem saudáveis e rentáveis e evita o desperdício de recursos públicos.

Com uma maior receita das estatais, o Estado tem menos necessidade de arrecadar recursos com a taxação dos cidadãos. Na China, a carga tributária fica em torno de 18% - metade da brasileira - e o imposto de renda é baixíssimo. “Se a receita do Estado é maior, o governo depende menos da tributação e, assim, pode dar mais incentivos ao setor privado”, diz Cui.

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ÁSIA - Ah, se Mao visse a China hoje! Do socialismo teórico ao capitalismo pragmático(Monitor Mercantil 07.07.2008 p. 6 Internacional)

Xangai / Beijing - As mudanças em Xangai e Beijing (nome oficial da capital chinesa, que alguns ocidentais insistem em ignorar e continuam a chamar de Pequim) - as duas maiores cidades da China - são surpreendentes.

Elas estão muito distantes do quadro que apresentavam há 20 anos. O capitalismo se desenvolve com surpreendente dinamismo, arrasando qualquer sinal de socialismo que pudesse restar, facilitado tremendamente pelo totalitário exercício do poder, em nome, por assim dizer, da "economia socialista de mercado", que sequer menciona, nem por acaso, o nome Partido Comunista da China.

A ausência total de direitos trabalhistas (não existe sequer previdência social para os trabalhadores) e os salários de miséria de dois, três ou no máximo quatro dólares por dia garantem aos empregadores "desempenho operacional mensal extra".

Contudo, Nova York atualmente figura como uma cidadezinha decadente do interior quando comparada com a super moderna Beijing, que já superou até Xangai, há uma década atrás a maior cidade chinesa.

No início do Século XXI, doía o coração de qualquer visitante estrangeiro chegar à então Pequim. Existiam poucas avenidas centrais, que embora fosse super modernas e não permitissem ao visitante saber se ele se encontrava ali ou em Frankfurt, era cortada por travessas onde ele corria o risco de cair desmaiado pela imundice e o fedor, ou até mesmo "cair duro" pela imensa desgraça que seria vislumbrada.

O que estava acontecendo? O visitante poderia ver, se estivesse hospedado nos andares mais altos dos hotéis, tudo aquilo que estava acontecendo atrás das altíssimas chapas que cobriam as obras.

Assim estabelecia contado visual com gigantescas motoniveladoras que terraplanavam, literalmente, bairros inteiros (!) da então Pequim, não deixando pedra sobre pedra na capital chinesa.

Em seguida, nestas gigantescas áreas terraplanadas onde antes viviam centenas de milhares de pessoas, eram traçadas largas avenidas e praças, e simultaneamente se construíam edifícios super modernos com 30, 40 ou mais andares, destinados a escritórios.

E com a renda de 30 anos de um agricultor, hoje se compra um único e mísero metro quadrado destes escritórios!

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Os moradores daquelas casas não eram seus proprietários por causa da natureza experimental do regime socialista anterior. Assim, poderiam ser postos para fora das casas por qualquer deslize político.

E como o regime já se tornou uma "economia socialista de mercado", o estado não tem mais nenhuma obrigação de lhes fornecer teto. Assim, eles deveriam encontrar uma solução sozinhos, de qualquer forma.

A miserabilidade era absoluta e se completava com o esgoto a céu aberto, sujeira, ratos, fedor. Miserabilidade a níveis de Índia...!

Agora, em um gigantesco espaço no centro de Beijing não se vê mais nada daquela miserabilidade. Se ainda existem zonas de pobreza - é lógico que ainda existem -, elas seguramente foram afastadas para muito longe do coração da cidade.

Com os Jogos Olímpicos, a existência de bairros assim comprometeria irremediavelmente a imagem da galopantemente desenvolvida China capitalista.

Ocorre exatamente o contrário. Milhares de modernos edifícios e arranha-céus, erguidos no lugar dos velhos bairros, urram triunfalmente que "o capitalismo venceu definitivamente dentro da própria capital de Mao. Definitivamente e inapelavelmente".

Há menos de uma década, o símbolo do desenvolvido capitalismo chinês era Xangai, mais especificamente a pequena região de Pundong, uma região super moderna criada do zero com aterros técnicos e edifícios modernos realmente impressionantes, quase um "quadro futurista de fantasia espacial" do futuro chinês.

A então Pequim se assemelhava a um mar de atraso no qual havia o esforço de modernizar alguns bairros-ilhas. Hoje, o crescimento da capital chinesa Beijing é muito mais impressionante, apesar de Xangai estar repleta de modernos arranha-céus, a ponto de Pundong não impressionar mais tanto.

Lee Wong - Sucursal do Sudeste Asiático.

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Ásia - Olimpíadas reduzem ritmo de fábricas poluidoras da China: Restrições que visam limpar o ar em cidades do país poderão afetar até consumidores estrangeiros

(Valor Econômico 07.07.2008 p. A12 Internacional)

Dexter Roberts e Chi-Chu Tschang, De Pequim

A Hebei Taihang Cement vem operando com força máxima ultimamente. Suas três fábricas em Pequim trabalham 24 horas por dia, produzindo milhares de toneladas do cimento necessário para construir as instalações olímpicas, como o estádio "Ninho de Pássaro", local da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim, em 8 de agosto.

Os bons tempos, no entanto, podem estar por acabar. O governo ordenou a paralisação das operações da Taihang em Pequim por dois meses, a partir de 20 de julho, até que a Olimpíada e a Paraolimpíada, que acontece entre 6 e 17 de setembro, tenham acabado. Os 400 funcionários procurarão ocupar-se com cursos de treinamento e reparos de equipamentos. A Taihang verá a produção de cimento deste

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ano cair em 500 mil toneladas, 9% de sua capacidade anual. Caso a província vizinha de Hebei também ordene cortes, como muitos prevêem, o impacto poderia ser ainda pior para a Taihang - sua sede e outra grande fábrica estão na localidade.

A Taihang não está sozinha. Dentro dos esforços para limpar os céus turvos de Pequim para os 10 mil atletas e meio milhão de visitantes estrangeiros esperados para a Olimpíada, a China ordenou amplas restrições sobre boa parte da indústria na capital do país. Outra medida imporá limites estritos sobre o número de carros nas ruas durante os Jogos Olímpicos. A interrupção fabril também deverá estender-se a uma ampla faixa no norte da China e a outras localidades olímpicas, como a cidade industrial de Shenyang, sede alguns jogos de futebol, e no porto de Qingdao, sede dos eventos de vela.

Embora muitas empresas ressaltem que a amplitude das restrições ainda não esteja clara, outras receberam instruções explícitas para paralisar ou restringir a produção. Em abril, a prefeitura da cidade de Pequim anunciou a proibiria todas as construções e limitaria a produção das empresas mais poluidoras durante os jogos. A cidade também alertou que tomará mais medidas "rigorosas" nos dias que antecedem a Olimpíada, caso a qualidade do ar não melhore o suficiente. Os setores mais atingidos serão os de cimento, siderurgia, minério de ferro e o das usinas alimentadas a carvão, na vasta área metropolitana de Pequim.

"Se a China quiser limpar as cidades em um período muito breve - especialmente em termos de poluição - essas são as indústrias a mirar", observa Winnie Lee, chefe do escritório em Hong Kong da Platts, uma fornecedora de informações sobre commodities e fontes de energia. Dito isso, fábricas que consomem um total de 13 gigawatts de eletricidade poderiam ser desligadas - o equivalente a quase metade da capacidade industrial total do México.

Para muitas empresas, o mais oneroso serão os limites ao tráfego. A cidade tirará das ruas quase metade dos 3,3 milhões de veículos da capital, permitindo-lhes o deslocamento apenas em dias alternados, dependendo das placas pares ou ímpares. Embora a regra não comece até 20 de julho, a restrição aos veículos militares e governamentais já começou no dia 1º e, no fim das contas, 70% destes estarão fora de circulação. Também em 1º de julho, cerca de 300 mil caminhões, altamente poluidores - muitos dos quais entregam provisões a lojas e supermercados - sairão de cena e continuarão assim até setembro. A situação levou algumas redes varejistas a reabastecer-se com antecedência. A gigantesca rede de móveis Ikea, por exemplo, fez estoques dos itens mais populares, em sua loja em Pequim.

A paralisação poderia até afetar os consumidores estrangeiros. "Veremos uma composição diferente de mercadorias ou até prateleiras vazias" em algumas varejistas dos EUA e Europa, afirma Bryan Larking, diretor de marketing da consultora GXS, de Gaithesburg, Maryland, que ajuda empresas a dinamizar a cadeia de abastecimento. "Agora é tarde demais para conseguir remessas adicionais, tarde demais para transferir a produção, tarde demais para acumular estoques", diz ele. "Há algumas empresas muito grandes e bastante conhecidas que foram pegas completamente desprevenidas com isso". Larkin não quis dizer quais, citando acordos de confidencialidade.

Alguns fabricantes estrangeiros em Pequim já fazem tudo a seu alcance para enfrentar as restrições. A sul-coreana Hyundai Motor, por exemplo, informa ter incrementado em junho a produção de sua fábrica em Pequim, em antecipação a possíveis restrições durante o verão (Hemisfério Norte).

Embora normalmente use caminhões para distribuir os mais de 40 mil Elantras, Sonatas e Accents que produz mensalmente, a companhia analisa a possibilidade de migrar sua logística para o transporte ferroviário.

A siderúrgica Shougang foi uma das primeiras visadas pelas autoridades. Em fevereiro de 2005, o Conselho Estatal da China decidiu reduzir à metade a produção da Shougang em Pequim antes dos Jogos Olímpicos. Assim, três anos atrás, a Shougang começou a paralisar seus fornos a carvão coque e a combustão em Pequim e, no ano passado, já havia reduzido a produção na cidade em 50%, para 4 milhões de toneladas. Neste verão (no Hemisfério Norte), a Shougang planeja produzir apenas 200 mil

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toneladas de aço por mês em sua usina em Pequim - menos de um terço da capacidade - e a usina será desativada em torno de 2010.

A empresa ergueu novas instalações na cidade de Tangshan, 220 quilômetros a leste de Pequim, mas esta não entrará em operação até outubro. "Fazer cessar a operação de Shougang é crucial para melhorar a qualidade do ar em Pequim mesmo após a Olimpíada", diz Wu Zhenghua, pesquisador do Birô Meteorológico de Pequim. A empresa, diz ele, responde por 40% das emissões de partículas industriais da capital chinesa.

As restrições poderão causar sérias perdas econômicas a algumas empresas. A Beijing Jingneng Thermal Power, uma geradora de eletricidade, recebeu ordens de reduzir as emissões em 30% antes da Olimpíada e, desde 2005, já gastou US$ 44 milhões em dessulfurização e em raspadores para remoção de óxido de nitrogênio.

Agora, a empresa receia que durante os jogos autoridades da capital decidam trazer eletricidade de usinas geradoras distantes e ordenem a Jingneng a limitar a produção em suas quatro unidades a carvão durante uma temporada que usualmente é período de pico. "Se precisarmos restringir substancialmente a geração de eletricidade durante os Jogos Olímpicos, isso evidentemente terá um impacto sobre nossos lucros", diz Yang Xiaohui, secretário do conselho de administração da Jingneng. "Esperamos que mesmo se nossas usinas geradoras de eletricidade não puderem operar a plena capacidade, elas possam funcionar durante a maior parte do tempo".

Os habitantes de Pequim estão se preparando para conviver com as restrições aos automóveis. Embora novas linhas de metrô subterrâneo e de ônibus tenham sido criadas, o tráfego poderá continuar lento porque a cidade bloqueou algumas faixas de tráfego para uso exclusivo de atletas e VIPs. O esquema de rodízio baseado em placas pares e ímpares visa a reduzir os engarrafamentos, mas alguns motoristas estão encontrando maneiras de contornar as barreiras.

Quando Roy Guo, um executivo de 27 anos que trabalha no setor de publicidade comprou seu segundo carro - um utilitário-esportivo da chinesa Chery - ele certificou-se de que a chapa do novo carro terminasse em número ímpar, para complementar o Volkswagen Jetta de placa par que já possui. Seus amigos, para quem seria um luxo excessivo ter um segundo carro, estão compartilhando seus veículos. "Muita gente está planejando um esquema de caronas recíprocas", diz Guo. "Vão no carro de uma pessoa no dia ímpar e no de outra no dia par". (Tradução de Sergio Blum e Sabino Ahumada)

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CIVIL

O direito de família e o Código Civil de 2002 (Valor Econômico 07.07.2008 p. E2 Legislação)

Sílvio de Salvo Venosa

O Código Civil de 2002, proveniente de um projeto de 1975, trouxe mínimas alterações no campo do direito de família. Sua elaboração foi açodada nos últimos meses antes da promulgação. Havia a necessidade de serem feitas adaptações para amoldar esse diploma à Constituição de 1988 - e o que se

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fez não foi bem feito e longe está de honrar a cultura jurídica nacional. A união estável, por exemplo, com suas inúmeras vicissitudes, foi muito maltratada pelo legislador, omisso em quase tudo que era necessário regulamentar, tendo em vista o artigo 226, parágrafo 3º da Constituição Federal. Outros temas já de há muito versados pelos tribunais e pela doutrina - como as hipóteses mais concretas de inseminação artificial, a relação filial socioafetiva e o relacionamento homoafetivo - foram simplesmente omitidos pelo legislador em um código que pretende ser o ordenamento civil para o século XXI. Isso se falar na verdadeira barafunda legal criada pelo texto legal em matéria de direito sucessório dos cônjuges e dos companheiros, algo que deve ser urgente e ingentemente corrigido.

Absolutamente cientes dessa situação, os doutrinadores do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFam) apresentaram um texto que se converteu no Projeto de Lei nº 2.285, de 2007, denominado Estatuto das Famílias. Optou-se por derrogar toda a parte de direito de família do Código Civil atual, por parecer inviável apenas a substituição de artigos - ainda porque esse projeto abrange também toda a parte processual, como a ação de alimentos, ações de separação e divórcio, reconhecimento e dissolução de união estável e homoafetiva etc. Atualmente o direito das famílias desgarra-se quase com foros de autonomia dentro do campo do direito privado, com muita influência do direito público, sob as vestes de um terceiro gênero, que é o direito social. Esse sentido de autonomia do direito de família ou das famílias gera a necessidade de especialização profissional de operadores do direito em geral e de tribunais especializados. Essa autonomia não se sente mais unicamente no campo didático, mas também no campo legal.

Já se parte da idéia, no próprio rótulo da lei em projeto, no sentido de que a sociedade apresenta pluralidade de modalidades de famílias. Desde a família monoparental, aquela constituída somente pela mãe, a mais comum, ou pelo pai, não tão incomum, até a denominada família homoafetiva, há um universo amplo a ser descortinado pelos tribunais e que hoje se apresenta em um vazio legislativo. Longe se está, portanto, da tradicional família patriarcal, que ainda é vista na ótica do Código Civil de 2002.

A idéia central do novo direito de família gravita em torno das conquistas sociais de atual Constituição Federal e exige um olhar dinâmico do legislador e do doutrinador sobre as novas famílias do mundo ocidental e suas diversas nuanças. Assim, o texto apresentado disciplina o casamento e as várias entidades familiares que se originam sem casamento ou em paralelo a ele. O casamento continua a ter um número maior de artigos, dada a sua vital importância, mas simplificam-se, tanto quanto possível, as regras formais. Suprime-se o regime de comunhão final de aquestos, colocado no Código Civil de 2002, tão complexo e que nada tem a ver com a sociedade brasileira. Privilegiou-se o divórcio como forma de terminação do vínculo patrimonial, com regras mais simples e compreensíveis para o leigo. A possibilidade de modificação do regime de bens pelo casal persiste, sem mais necessidade de cabal justificação.

O projeto do Estatuto das Famílias reconhece e dá ordenamento jurídico às várias modalidades de famílias que nos rodeiam

Como afirma a exposição de motivos do projeto de lei, no que se refere à união estável, procurou-se eliminar as assimetrias criadas pelo Código Civil de 2002 e as estéreis e cansativas discussões acerca da vigência ou não de toda uma legislação anterior, também toda ela multifacetada e de difícil interpretação. O projeto, já não sem tempo, estatui a união estável como estado civil de convivente, de declinação obrigatória em cada negócio jurídico, dadas as importantes conseqüências que esse estado reflete nas relações sociais e negociais com terceiros. É certo que esse estado civil, por ser em princípio de fato, poderá trazer dificuldades práticas em casos concretos, mas é inelutável que o ordenamento não pode se omitir a esse respeito.

Por outro lado, em tendência universal, o novel estatuto não se furta em reconhecer direitos à convivência estável de pessoas do mesmo sexo - as uniões homoafetivas. No dizer da exposição de motivos do projeto, "ignorar essa realidade é negar direitos às minorias, incompatível com o Estado democrático". Há toda uma atenção à denominada relação familiar socioafetiva, matéria totalmente

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esquecida pelo estatuto de 2002 e questão fundamental atualmente em todo estudo nesse campo e em constantes situações concretas que acorrem aos tribunais de família.

Na segunda parte, o projeto de lei ocupa-se dos processos e procedimentos. Sistematizou-se a dispersão que reina atualmente com inúmeras leis em vigor. Foi dada atenção acurada à ação de alimentos. O Estatuto das Famílias, como era de se esperar, privilegia a conciliação, a ampla utilização de profissionais de ciências auxiliares e o estímulo à mediação extrajudicial.

Esse projeto sofrerá, sem dúvida, crivo impetuoso no Congresso Nacional, mormente pelos representantes de ordens religiosas mais tradicionais e sectárias, pois já se ouvem brados no sentido de que se trata da "demolição" ou "destruição" da família brasileira. O direito não demole ou constrói nada. A sociedade sim. O projeto do Estatuto das Famílias reconhece e dá ordenamento jurídico às várias modalidades de entidades familiares que nos rodeiam e nos tocam direta ou indiretamente.

Ainda que não seja direito positivo, esse projeto nos fornece um quadro muito claro do estágio da sociedade e da família ocidental e brasileira. Mostra-nos não somente o estágio do pensamento jurídico nacional a esse respeito como também a atual orientação de nossos tribunais, os quais, mesmo perante a ausência de lei, têm procurado dar uma resposta acessível e plenamente absorvível pela sociedade, nos termos e limites buscados pelo projeto.

Sílvio de Salvo Venosa é autor de várias obras de direito civil, consultor e parecerista nesta área

Este artigo reflete as opiniões do autor, e não do jornal Valor Econômico. O jornal não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações

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COMÉRCIO EXTERIOR

Europa apresenta proposta para Doha: Oferta da UE para o encontro do próximo dia 21, na Suíça, prevê corte de 54% nas tarifas para o setor de agricultura

(Folha de São Paulo 05.07.2008 p. B14 Dinheiro)

Europeus afirmam que não ocorrerá acordo se não houver maior abertura a mercados de produtos industrializado e serviços

DA ENVIADA ESPECIAL A BRUXELAS

A União Européia apresentou detalhes da proposta que levará para a reunião ministerial tida como a última oportunidade para destravar ainda neste ano a Rodada Doha (de liberalização do comércio mundial). O encontro começa no próximo dia 21, em Genebra. A oferta a ser levada pelo comissário europeu de Comércio, Peter Mandelson, para o setor de agricultura prevê um corte de 54% nas tarifas, além de uma redução de mais de 70% nos subsídios domésticos de efeito distorcivo. Prevê ainda a eliminação de todos os subsídios para exportação a partir de 2013. Na questão da carne, a proposta é que 4% do consumo interno do bloco seja abastecido por meio de exportações com uma tarifa de 22%, o que permitiria, segundo fontes européias, a entrada de 1,3 bilhão de toneladas do produto a tarifas reduzidas -hoje, a tarifa cheia é superior a 100%. Em troca, os europeus esperam uma proposta generosa de novos mercados de produtos industrializados e avanços "significativos" no setor de serviços. "O trabalho de Mandelson é voltar de Genebra com um acordo equilibrado que ofereça novo

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acesso a produtos industrializado e serviços. Se isso não ocorrer, não haverá acordo. É simples assim", disse Peter Power, porta-voz do comissário. Segundo Power, outra questão decisiva para o futuro de Doha é a discussão da chamada cláusula anticoncentração -que impediria que os países em desenvolvimento usassem a flexibilidade de que dispõem para recortar tarifas, concentrando esses cortes em setores específicos. Esperam ainda que os Estados Unidos apresentem sua proposta de corte de subsídios domésticos. Ministros estão em contato contínuo com o objetivo de reduzir suas diferenças e chegar até o final da próxima semana a um documento que sirva de base para a reunião em Genebra. "As chances de sucesso são razoáveis, diria que de 50%. Se não tivéssemos essa [reunião] ministerial, caminharíamos para um fracasso", diz Power. (CAROLINA VILA-NOVA)

A jornalista CAROLINA VILA-NOVA viajou a convite da Comissão Européia

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Lula inicia giro pela Ásia para ampliar relações comerciais: Roteiro, que deve durar sete dias, inclui Japão, Vietnã, Timor Leste e Indonésia

(Folha de São Paulo 06.07.2008 p. A17 Brasil)

Petista, que disse que este seria o "ano da Ásia", já tem visitas marcadas para China e Índia até dezembro e participará de cúpula do G-8

LETÍCIA SANDERDA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva começa a concretizar, na próxima semana, a promessa de fazer de 2008 o "ano da Ásia". A partir de terça-feira, Lula passará por Japão, Vietnã, Timor Leste e Indonésia, num roteiro que o manterá sete dias afastado do Brasil. Até o final do ano, voltará outras duas vezes à região -China e Índia já estão na agenda.De pronto, o interesse brasileiro é o de tentar ampliar um fluxo de comércio que em 2007 chegou a US$ 55,8 bilhões (tirando os países do Oriente Médio), com déficit de US$ 5,6 bilhões para o Brasil. O governo também quer estreitar as relações políticas com esses países, emergentes no plano econômico e cada vez mais ascendentes na política internacional."A Ásia é o continente mais dinâmico do mundo no momento", afirmou o embaixador Roberto Jaguaribe, subsecretário de Assuntos Políticos do Itamaraty. "É uma realidade incontrastável."Após a passagem pelo Japão na cúpula do G-8, Lula chega a Hanói no dia 10 para uma visita de pouco mais de 24 horas a um país que começa a "desabrochar" no cenário internacional, segundo as palavras de um diplomata brasileiro.No Vietnã, a rigidez do regime comunista no plano político vem sendo acrescida de fortes doses de pragmatismo econômico. O país tem sustentado um crescimento de 7,5%, em média, nos últimos anos. Lula quer discutir cooperação em agricultura -o Vietnã é um dos maiores produtores de arroz do mundo- e parcerias na área de defesa, além dos biocombustíveis. Como de costume, o presidente estará acompanhado de comitiva de empresários tanto no Vietnã quanto na Indonésia, onde ele chega no dia 12.A dedicação a temas econômicos também pauta a visita de Lula ao maior país muçulmano do mundo e economia mais importante da Asean (Associação das Nações do Sudeste Asiático). A corrente de comércio entre Brasil e Indonésia chegou a US$ 1,6 bilhão em 2007 e há forte interesse empresarial de ambos os lados.

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O Brasil negocia com a Indonésia um acordo sobre o etanol, tem interesse em vender aviões Supertucano da Embraer para a Força Aérea do país, além de firmar acordos na área de defesa. Do outro lado, indonésios querem investir no setor agrícola no Brasil. O Itamaraty tem interesse em negociar um acordo de livre-comércio com a Asean, mas os diálogos nesse sentido ainda são incipientes.Entre a visita ao Vietnã e à Indonésia, Lula fará uma rápida passagem pelo Timor Leste, o mais novo país a ser reconhecido pela ONU, até hoje em dificuldades para consolidar suas instituições nacionais.Ao lado do presidente José Ramos-Horta, alvo de um atentado em fevereiro, Lula oferecerá cooperação nos setores da máquina pública em que há carência de quadros e nas áreas nas quais os problemas sociais são mais agudos, como educação, justiça e segurança.O Brasil pediu a juristas que ajudem a elaborar o código militar do Timor. Há um projeto para o treinamento de forças timorenses de segurança. E Lula anunciará a prorrogação, até 2010, da presença de professores brasileiros no país -lá, o idioma oficial também é o português.

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Programas do governo federal podem provocar novas disputas tributárias (Valor Econômico 07.07.2008 p. A2 Brasil)

Marta Watanabe, De São Paulo

Os programas de desenvolvimento lançados pelo governo federal deverão gerar novas disputas tributárias. Considerado uma das medidas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infra-Estrutura (Reidi) foi criado no ano passado para fomentar e desonerar os investimentos em infra-estrutura. Para incentivar o desenvolvimento das regiões Norte e Nordeste com instalação de indústrias com produção voltada ao exterior, uma medida provisória convertida em lei na última semana regulou os benefícios tributários das Zonas de Processamento de Exportações (ZPEs).

Tanto a lei do Reidi - de nº 11.488/07 - quanto a das ZPEs - de nº 11.732/08 - amenizam a carga da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e do Programa de Integração Social (PIS) na aquisição de bens de produção que forem incorporados aos ativos dos investimentos habilitados aos incentivos. As duas leis, explica o advogado Luiz Carlos de Andrade Júnior, do escritório Lacaz Martins, estabelecem a suspensão de PIS e Cofins nas compras tanto no mercado interno quanto nas importações. Ou seja, o investidor não precisará recolher 9,25% de PIS/Cofins na aquisição das máquinas.

O problema, aponta ele, é que a incorporação ao ativo imobilizado converte a suspensão das duas contribuições em "alíquota zero" e não em "isenção". Segundo Andrade Júnior, há um resultado prático importante no que parece uma simples questão de nomenclatura. Ele explica que, com a conversão da suspensão em alíquota zero, a Receita Federal não permitirá o cálculo de créditos de PIS e Cofins relacionados aos bens de produção adquiridos com suspensão dos tributos dentro dos incentivos do Reidi e das ZPEs.

Para o advogado, isso deverá praticamente neutralizar o benefício da suspensão das duas contribuições no momento da aquisição. "A vedação ao crédito significa dar com uma mão e retirar com a outra, já que não existirá desoneração tributária de fato." Dentro do sistema chamado de não-cumulativo, o cálculo do PIS e da Cofins devidos leva em conta créditos dos dois tributos que as empresas podem calcular com base na compra de insumos e ativos. Como não haverá crédito do PIS e Cofins nesses casos, diz a

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advogada Ana Cláudia Akie Utumi, sócia do TozziniFreire, o benefício se resume praticamente ao fluxo de caixa, sem redução de carga de PIS e Cofins.

No caso do Reidi, explica Andrade Júnior, já existe um decreto regulamentando o benefício e vedando expressamente o uso do crédito de PIS e Cofins que, no caso de bens de produção, são calculados sobre o valor da depreciação. "Tudo indica que a interpretação sobre o benefício das ZPEs irá pelo mesmo caminho." Com a vedação ao crédito, lembra o advogado, fica inócuo, nesse caso, o benefício no qual o governo federal concedeu depreciação acelerada aos bens de produção. "O bem será depreciado de forma mais rápida, mas não garantirá créditos de PIS e Cofins."

A vedação, acredita o advogado, não deverá ser questão aceita de forma pacífica pelas empresas. "Já recebemos consultas de empresas do setor elétrico sobre o assunto e nosso parecer foi favorável à contestação da proibição ao crédito", diz. Segundo o tributarista, não importa que a legislação tenha denominado como "alíquota zero" o que tem natureza de "isenção" e, por isso, deve preservar o aproveitamento dos créditos. A advogada Ana Cláudia concorda com a possibilidade de questionar. Para ela, a restrição só não poderia ser contestada caso estivesse expressa tanto na lei do Reidi quanto na das ZPEs. "O fato da vedação ser determinada por decreto não resolve. Isso é uma questão de lei."

Há, porém, advogados que discordam. Luiz Felipe Ferraz, do Demarest e Almeida, defende, em princípio, que a lógica do cálculo do PIS e da Cofins é permitir o crédito nos casos de insumos e ativos que tiveram o pagamento das duas contribuições. "Nesse caso, os bens de produção deverão ser adquiridos com suspensão, o que não daria direito ao crédito." Por isso mesmo, lembra, vários itens, como mão-de-obra, por exemplo, já sofrem restrição para crédito dos dois tributos.

Outro item que chamou a atenção na lei tributária das ZPE foi que houve veto ao dispositivo mais polêmico durante o processo de tramitação da MP no Congresso, diz Andrade Júnior. Era um artigo que permitia ao investidor redução significativa de Imposto de Renda durante dez anos.

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Acordo - Furlan prevê que Doha pode amenizar crise de alimentos: Com a redução das barreiras e subsídios, ex-ministro acredita que impacto sobre preços dos alimentos pode ser atenuado com

aprovação de Rodada(DCI 07.07.2008 p. A4 Política Econômica)

SÃO PAULO - O ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, afirmou em entrevista exclusiva ao DCI que, no momento em que o mundo está na iminência de uma crise de alimentos, a aprovação da Rodada de Doha seria uma saída significativa para amenizar a crise. "Torço muito pela aprovação, pois ela beneficiaria a todos. No momento em que o preço dos alimentos aumenta, a redução de tributos e barreiras podem ajudar a baratear os produtos", acredita.

No entanto, o ex-ministro sinaliza que certos entraves prejudicam o consenso entre os países. Um exemplo apontado por Furlan é a recente política agrícola americana, que não trouxe redução de subsídios ao setor. "Decisões como essa acabam jogando contra. A Rodada não anda porque países como Estados Unidos, China, Índia e a União Européia não abrem mão dos subsídios", informa.

Furlan acrescenta que está otimista com a aprovação do tratado em julho, mas caso não ocorra, a decisão deverá ficar só para o próximo ano, já que as eleições americanas impossibilitarão essa

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discussão. Na opinião do presidente do Conselho de Relações Internacionais da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP), Mário Marconini, Furlan está correto ao afirmar que a crise de alimentos é mais uma razão para a provação da Rodada. "Concordo porque, num momento como esse, é preciso liberar a produção e não ficar restringindo. Não há duvida de que qualquer eliminação de barreiras vai ajudar quem é competitivo no setor", informa.

O representante acrescenta que a "Argentina ainda tem essa visão um pouco distorcida da necessidade de restringir a exportação", fato que prejudica um pouco o Brasil, já que as negociações são feitas pelo Mercosul. Além disso, os "elementos preocupantes" da lei agrícola americana "mostram que Washington está com uma posição complicada", observa Marconini.

Segundo o especialista no assunto, está na hora das nações desenvolvidas pararem de gastar com subsídios. "Sinto que as negociações estão num estágio comum. O momento entre a finalização do texto e a reunião dos ministros, torna as coisas meio difíceis nessa hora", diz. Para finalizar, o especialista disse que está realista com a possibilidade da Rodada sair nesse mês. "Pode acontecer, mas infelizmente, tem vários fatores que podem travar o acordo", encerra.

Na última semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que acredita em um acordo nas negociações da Rodada Doha até o final de julho. Na ocasião, citou o confronto em torno dos subsídios agrícolas e bens industriais e disse que o Brasil deve flexibilizar a entrada de produtos industrializados. Lula informou que o Brasil tem uma posição clara na Organização Mundial do Comércio (OMC) e se queixou dos subsídios agrícolas. Ainda segundo Lula, a contrapartida pedida é que todos os países, assim como o Brasil, flexibilizem a entrada dos produtos industrializados em seus mercados.

Para o gerente-geral do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Icone), Rodrigo Lima, a Rodada pode ajudar na queda dos preços, mas é preciso cautela. "Se você analisar pela perspectiva da redução de tarifas e subsídios, seria uma forma de diminuir o protecionismo. Além de permitir que os produtos não tenham os preços artificialmente mantidos", observa.

Lima acrescenta que tudo depende da adesão dos países desenvolvidos. "Em tese poderiam cair os preços, o problema é até que ponto a redução de subsídios seria substancial. Concordo que o fechamento da Rodada pode ajudar na questão de trazer uma certa segurança nas normas de comércio internacional. O ponto mais delicado dos preços dos alimentos é, sem dúvida, o petróleo", acredita.

Na mesma ocasião, Furlan também defendeu a estratégia brasileira de defender a todo custo a qualidade do etanol nacional. "A campanha está sendo bem-sucedida, fazendo a diferenciação entre o etanol brasileiro e o americano. Tenho certeza que esse produto tem tudo para ser a grande commodity do século XXI", prevê o ex-ministro.

Amazônia

Furlan também fez um ataque aos que defendem a internacionalização da floresta amazônica, medida que, para ele, é inadmissível.

"É impossível o Brasil abrir mão da soberania na região. Por isso é preciso que se crie uma base legal forte nacional e um plano de desenvolvimento sustentável para a Amazônia", informa. Já em se tratando de Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP), do governo federal, Furlan preferiu não opinar. "Eu já sou passado", encerra o ex-ministro.

Luiz Fernando Furlan foi homenageado na última semana pelo Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE). Antes de assumir o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Furlan foi, até 1993, presidente do Conselho de Administração da Sadia S.A., empresa em que atuou desde 1976.

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CONCORRÊNCIA

Defesa da Concorrência - Indicação ao Cade divide senadores: Nome de Arthur Badin para presidir Conselho é rejeitado por grandes empresas, que tentam barrar sua aprovação

(Estado de São Paulo 05.07.2008 p. B12 Economia)

Patrícia Cançado e Ana Paula Scinocca

Na próxima terça-feira, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) no Senado deve votar a indicação do advogado Arthur Badin para a presidência do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O nome de Badin não é consenso entre os senadores. Desde que o assunto foi parar na Casa, em 18 de junho, grandes empresas iniciaram um forte movimento pela rejeição do advogado. A pressão é capitaneada por AmBev, Vale e Votorantim, segundo informações que circulam nos bastidores do Senado.

As três empresas negam a existência do lobby. Um executivo ligado a uma delas, no entanto, confirma que os três grupos , que não concordam com a forma como Badin agiu enquanto esteve à frente da procuradoria-geral do Cade, foram aos senadores para tentar barrar a indicação do advogado.

O argumento é que Badin é jovem e impetuoso demais, e por várias vezes cruza o sinal do bom senso. “É legítimo que as empresas defendam seus interesses. Badin acha que o Cade é a instância máxima, que as empresas não podem recorrer à Justiça em decisões do órgão”, diz o executivo. “Ele não está preparado para o cargo.” O executivo diz ainda que há um lobby favorável ao nome de Badin, feito pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), beneficiada em recente decisão do Cade.

Como advogado do Cade, Badin ajudou em vitórias judiciais importantes do órgão. Uma delas foi contra a Vale, que durou anos e chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF). A mineradora foi obrigada a abrir mão dos direitos de preferência na compra do minério excedente da mina Casa de Pedra, da CSN.

Procurado pelo Estado, Badin disse que existe uma fronteira entre defender o direito e fazer do Judiciário um instrumento de procrastinação das decisões do Cade. “O que eu discuto é: qual é o limite desse direito? A Vale, por exemplo, entrou com ação depois que perdeu no Supremo. Vejo isso como um abuso do direito”, diz Badin. “Empresas que perderam brigas importantes vão peitar uma revanche no Senado. Como cidadão, o que me intriga é: por que tanto empenho?”

A AmBev é atualmente investigada em quatro processos pela Secretaria de Defesa Econômica (SDE). A Votorantim é acusada de liderar o cartel do cimento e do concreto, investigada pelo órgão.

Quanto ao suposto apoio da CSN na votação do Senado, Badin diz que não tem nada contra nem a favor da CSN. “É claro que a CSN foi beneficiada, mas podia não ter sido. Agora, por exemplo, estou brigando no Tribunal para cobrar da CSN uma multa de R$ 40 milhões por uma decisão de 1999 do cartel do aço. Já tive vitória parcial contra ela, a Usiminas e a Cosipa.”

Ontem, o líder do DEM na Casa, senador José Agripino Maia (RN), negou que grandes companhias estariam fazendo lobby junto aos senadores para vetar Badin.

Badin afirmou que Agripino proibiu o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) de relatar sua indicação na CAE. Agripino negou. Já Demóstenes deu outra versão para o fato. Ele disse ao Estado ter sido orientado por Agripino a não aceitar a função. “Meu líder me procurou e pediu para que eu não aceitasse a relatoria. Não sei as razões. Não aceitei pois estou respeitando a orientação do meu partido. Mas adiantei ao Agripino que vou votar em favor do Badin, pois tenho informação de que ele é, sim, competente”, disse Demóstenes.

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Agripino afirmou apenas que há um entendimento entre os líderes para que as apreciações de cargos para funções públicas só sejam feitas após o recesso. “Ninguém está aceitando relatoria agora apenas por entendimento dos líderes. Não há nenhuma outra razão”, afirmou o líder do DEM.

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Congresso - Grandes empresas reagem contra indicação ao Cade: Mercadente decide adiar sabatina de indicado por Lula para presidir o conselho

(Valor Econômico 07.07.2008 p. A5 Política)

Juliano Basile e Raquel Ulhôa, De Brasília

A indicação de Arthur Badin para a presidência do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) está ameaçada por pressões de grandes empresas que tiveram interesses contrariados por decisões do órgão. A sabatina de Badin, que estava marcada para amanhã na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), deverá ser adiada por causa dessas restrições e até de um dossiê contra o seu nome.

Badin foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com apoio do ministro da Justiça, Tarso Genro. Na semana passada, senadores do governo e da oposição foram procurados por lobistas de empresas que sofreram revezes no Cade, como Cia. Vale do Rio Doce, Votorantim, Ambev, Nestlé e Cutrale. Como Badin é o atual procurador-geral do Cade e tem obtido vitórias importantes contra essas empresas na Justiça, elas estariam apontando resistências ao seu nome. Na quarta-feira, o líder do DEM, Agripino Maia (RN) pediu ao senador Demóstenes Torres (DEM-GO) para abandonar a relatoria da indicação do nome de Badin. Na sexta-feira, o presidente da CAE, Aloizio Mercadante (PT-SP), fez acordo com Agripino para adiar a sabatina.

Segundo Mercadante, há "preocupação com a natureza do trabalho" de Badin como procurador do Cade e "questionamentos" em relação ao fato de ele ser muito jovem (32 anos). "Os outros três indicados têm uma vida acadêmica mais consolidada", disse, referindo-se aos outros três indicados a conselheiros do órgão - Vinícius Carvalho, Carlos Ragazzo e Olavo Chinaglia, este filho do presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP). Eles serão sabatinados amanhã. A dúvida é quanto à apreciação do nome de Badin. "Não há consenso em relação ao candidato a presidente. Tem muito ruído em torno do nome dele", disse Agripino.

Segundo o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), a decisão de adiar ou não a sabatina será tomada hoje, após consulta às lideranças partidárias. "Se houver risco de aprovação, não vou pôr o nome dele. Ele está preparado para presidir o Cade, mas como há resistência política, quero construir um entendimento para não expor o nome dele", afirmou o pemedebista.

O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), negou que haja veto da oposição ao nome de Badin. "Não é verdade que a oposição esteja vetando a indicação. A oposição deve examinar, na sabatina, o conhecimento, a experiência e a competência dele", afirmou o tucano.

Apesar de ter abandonado a relatoria, Demóstenes elogiou Badin. "Eu disse a ele que votaria a favor porque o conheço e ele é sério", disse o senador do DEM.

Badin foi chefe de gabinete da Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça, entre 2003 e 2005, quando saiu para ocupar o cargo de procurador-geral do Cade. A sua função no órgão

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antitruste é fazer com que as decisões do Cade - que, muitas vezes, impõe restrições às empresas - não sejam barradas por conta de recursos ao Judiciário.

Nos últimos anos, o Cade mandou a Nestlé vender a Garoto e retirou da Vale o direito ao excedente de minério de ferro da Casa de Pedra, o que permitiu à rival CSN vender o produto para outros clientes. A Cutrale responde a processo por cartel no setor de suco de laranja e a Votorantim no setor de cimento. A Ambev possui vários processos no Cade seja por conta de aquisições, ou por reclamações de concorrentes contra práticas da empresa no mercado.

Em meio a essa movimentação, os senadores receberam inclusive um documento apócrifo com entrevistas de Badin à imprensa nas quais ele criticou os recursos da Vale à Justiça. Sob o título "Histórico de ofensas contra a Vale", o dossiê de oito páginas fala em "ataques promovidos pelo procurador-geral" e lista uma série de declarações de Badin a respeito da empresa. Aponta, como exemplo, o fato de Badin ter se referido ao processo da Vale como "um cadáver insepulto", numa alusão ao fato de a companhia recorrer repetidas vezes para não perder o seu direito ao excedente de minério da CSN. O documento traz, inclusive, as defesas da Vale, como as alegações de que a empresa estava apenas procurando os caminhos "lícitos e legítimos" para recorrer contra a decisão do Cade.

Badin disse ao Valor que não tem nada contra a Vale e ressaltou que não foi ele quem impôs restrições à companhia, mas os conselheiros do Cade. "A empresa é um orgulho do país, é adequada para este processo de inserção do país no mercado externo", afirmou o procurador-geral. "Coube a mim apenas defender a decisão no Cade perante a Justiça", completou.

Procurada por este jornal, a Vale preferiu não comentar o assunto. O movimento de lobistas criou desconfortos em alguns senadores que acham um absurdo o fato de grandes companhias quererem escolher quem vai ser o seu xerife e julgar os seus processos. Esses senadores, que não quiseram ser identificados, argumentam que essa pressão indica que Badin conseguiu ser efetivo no combate monopólios.

A Nestlé informou que não tem nenhum tipo de resistência ou pressão ao nome do Badin. A Cutrale também negou restrições ao procurador. A Ambev preferiu não comentar. E o Grupo Votorantim refutou especulações envolvendo a empresa e o processo de indicação de integrantes do Cade. "Essas nomeações são uma prerrogativa exclusiva do governo federal, e serão sempre respeitadas e acatadas pelo Grupo", diz nota da Votorantim.

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CONCORRENTES

Programas do governo federal podem provocar novas disputas tributárias (Valor Econômico 07.07.2008 p. A2 Brasil)

Marta Watanabe, De São Paulo

Os programas de desenvolvimento lançados pelo governo federal deverão gerar novas disputas tributárias. Considerado uma das medidas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infra-Estrutura (Reidi) foi criado no ano passado para fomentar e desonerar os investimentos em infra-estrutura. Para incentivar o desenvolvimento das regiões Norte e Nordeste com instalação de indústrias com produção voltada ao exterior, uma medida provisória

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convertida em lei na última semana regulou os benefícios tributários das Zonas de Processamento de Exportações (ZPEs).

Tanto a lei do Reidi - de nº 11.488/07 - quanto a das ZPEs - de nº 11.732/08 - amenizam a carga da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e do Programa de Integração Social (PIS) na aquisição de bens de produção que forem incorporados aos ativos dos investimentos habilitados aos incentivos. As duas leis, explica o advogado Luiz Carlos de Andrade Júnior, do escritório Lacaz Martins, estabelecem a suspensão de PIS e Cofins nas compras tanto no mercado interno quanto nas importações. Ou seja, o investidor não precisará recolher 9,25% de PIS/Cofins na aquisição das máquinas.

O problema, aponta ele, é que a incorporação ao ativo imobilizado converte a suspensão das duas contribuições em "alíquota zero" e não em "isenção". Segundo Andrade Júnior, há um resultado prático importante no que parece uma simples questão de nomenclatura. Ele explica que, com a conversão da suspensão em alíquota zero, a Receita Federal não permitirá o cálculo de créditos de PIS e Cofins relacionados aos bens de produção adquiridos com suspensão dos tributos dentro dos incentivos do Reidi e das ZPEs.

Para o advogado, isso deverá praticamente neutralizar o benefício da suspensão das duas contribuições no momento da aquisição. "A vedação ao crédito significa dar com uma mão e retirar com a outra, já que não existirá desoneração tributária de fato." Dentro do sistema chamado de não-cumulativo, o cálculo do PIS e da Cofins devidos leva em conta créditos dos dois tributos que as empresas podem calcular com base na compra de insumos e ativos. Como não haverá crédito do PIS e Cofins nesses casos, diz a advogada Ana Cláudia Akie Utumi, sócia do TozziniFreire, o benefício se resume praticamente ao fluxo de caixa, sem redução de carga de PIS e Cofins.

No caso do Reidi, explica Andrade Júnior, já existe um decreto regulamentando o benefício e vedando expressamente o uso do crédito de PIS e Cofins que, no caso de bens de produção, são calculados sobre o valor da depreciação. "Tudo indica que a interpretação sobre o benefício das ZPEs irá pelo mesmo caminho." Com a vedação ao crédito, lembra o advogado, fica inócuo, nesse caso, o benefício no qual o governo federal concedeu depreciação acelerada aos bens de produção. "O bem será depreciado de forma mais rápida, mas não garantirá créditos de PIS e Cofins."

A vedação, acredita o advogado, não deverá ser questão aceita de forma pacífica pelas empresas. "Já recebemos consultas de empresas do setor elétrico sobre o assunto e nosso parecer foi favorável à contestação da proibição ao crédito", diz. Segundo o tributarista, não importa que a legislação tenha denominado como "alíquota zero" o que tem natureza de "isenção" e, por isso, deve preservar o aproveitamento dos créditos. A advogada Ana Cláudia concorda com a possibilidade de questionar. Para ela, a restrição só não poderia ser contestada caso estivesse expressa tanto na lei do Reidi quanto na das ZPEs. "O fato da vedação ser determinada por decreto não resolve. Isso é uma questão de lei."

Há, porém, advogados que discordam. Luiz Felipe Ferraz, do Demarest e Almeida, defende, em princípio, que a lógica do cálculo do PIS e da Cofins é permitir o crédito nos casos de insumos e ativos que tiveram o pagamento das duas contribuições. "Nesse caso, os bens de produção deverão ser adquiridos com suspensão, o que não daria direito ao crédito." Por isso mesmo, lembra, vários itens, como mão-de-obra, por exemplo, já sofrem restrição para crédito dos dois tributos.

Outro item que chamou a atenção na lei tributária das ZPE foi que houve veto ao dispositivo mais polêmico durante o processo de tramitação da MP no Congresso, diz Andrade Júnior. Era um artigo que permitia ao investidor redução significativa de Imposto de Renda durante dez anos.

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CONSUMIDOR

Usuário residencial será indenizado, diz Telefônica (Valor Econômico 07.07.2008 p. B3 Empresas)

Murillo Camarotto, Valor Online, de São Paulo

Uma falha em um roteador instalado na região de Sorocaba foi a responsável pelo "apagão" no serviço de banda larga da Telefônica, que derrubou sistemas de serviços públicos essenciais e deixou usuários sem acesso à internet no Estado de São Paulo, na semana passada. Até sexta-feira, porém, o motivo da falha continuava desconhecido, informou o presidente do grupo Telefônica, Antonio Carlos Valente.

Segundo a empresa, 3,5 mil médios e grandes clientes foram atingidos pela pane, além de aproximadamente 6 mil órgãos públicos, nos níveis federal, estadual e municipal. O número de clientes residenciais atingidos não pode ser identificado. Por esse motivo, disse Valente, todos os assinantes do serviço Speed serão ressarcidos.

Em nota emitida na sexta-feira, a Fundação Procon-SP considerou "tímida" a proposta da Telefônica de conceder aos assinantes um abatimento no valor da próxima fatura por um período de tempo um pouco superior ao que o serviço ficou fora do ar.

Segundo a nota do Procon, para pessoas atingidas de forma indireta pelo problema - como perda do dia de trabalho e não pagamento de conta -, a Telefônica comprometeu-se a criar um mecanismo específico de atendimento pelo call center.

A operadora, informou Valente, contratou o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD) para preparar um laudo independente sobre a falha. A previsão é de o relatório estará concluído em dez dias. A possibilidade de sabotagem não foi totalmente descartada pela empresa.

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DIVERSOS

Caso Alstom - Documento mostra 3º nome no caso Alstom: Correspondência de diretor da empresa cita o nome ‘Neves’, que, para promotoria suíça, indicaria alguém ligado ao governo de

SP nos anos 90 (Estado de São Paulo 06.07.2008 p. A14 Nacional)

Eduardo Reina

Surge um terceiro personagem que teria intermediado negociações entre a Alstom e o governo de São Paulo no final da década de 90. Trata-se de uma pessoa identificada como “Neves”, que consta em comunicado apreendido pela promotoria suíça. Os investigadores suspeitam que seja um pseudônimo de alguém ligado ao governador de São Paulo na época, Mario Covas. Mas não está descartada a hipótese de que seja o sobrenome de alguém que tenha trabalhado na administração estadual ou mesmo de algum intermediário.

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Neves aparece em comunicado enviado por Andre Botto, diretor da Cegelec - empresa da área de energia que foi integrada pelo grupo Alstom em 1997 - na França, para uma pessoa de nome M. Chamussy. Foi escrito em 23 de setembro de 1997. O manuscrito trata da extensão por 12 meses de contrato com a Empresa Paulista de Transmissão de Energia Elétrica (EPTE) - o aditivo 10 ao contrato Gisel - para fornecimento de equipamentos às subestações Aclimação e Miguel Reale, no Cambuci.

Ao lado do nome Neves aparece “8,5%”, que os investigadores acreditam ser o porcentual que essa pessoa teria recebido para fazer a intermediação. Ao lado do número há também a palavra “fait”, feito em português. Logo abaixo está o nome Splendor, com 1% e a rubrica “fait”; e depois C.M. com 7%, sem rubrica de feito.

Esse primeiro comunicado entre os diretores da Cegelec discute o porcentual que C.M. teria de receber. A sigla é revelada mais adiante como Cláudio Mendes, que deveria receber 7% de “remuneração”. No corpo do texto é explicado pelo autor que C.M. trata-se de um intermediário com o governo de São Paulo.

Há até um questionamento sobre o pagamento. “Eu não posso dar ‘ok’ para uma pessoa que eu não conheço e da qual eu jamais ouvi falar”, revela outro trecho do bilhete, possivelmente uma resposta escrita por Chamussy.

A Splendor foi identificada pelo Ministério Público suíço como Splendor y Associados Desenvolvimento Econômico, com escritório em São Paulo e que tinha conta em um banco em Genebra, Suíça. O escritório na capital paulista não existe. E tampouco há registro da empresa na Junta Comercial de São Paulo. Ela recebeu repasses da Alstom que somam R$ 1,2 milhão (3,3 milhões de francos franceses à época). As offshores Janus Holding e a Compania de Asesores de Energia S.A. foram intermediárias nesses depósitos.

A soma dos porcentuais pagos a Neves, Splendor e Cláudio Mendes chega a 16,5% do valor total do aditivo em questão, algo em torno de R$ 100 milhões. E, num segundo bilhete, de 21 de outubro de 1997, entre Andre Botto e Bernard Metz, outro executivo da Cegelec, discute-se a remuneração que seria destinada às finanças do partido no poder na época, o PSDB, ao Tribunal de Contas do Estado e também à Secretaria de Estado de Energia.

Pelo documento, a remuneração foi objeto de “acordo no patamar de 7,5 (%)”. “Se trata da remuneração para o governo local. Ela está sendo negociada via um ex-secretário do governador (RM)”, mostra o comunicado apreendido. Há suspeita dos investigadores de que R.M. seja Robson Marinho, atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. Marinho foi coordenador da campanha eleitoral de Mário Covas em 1994 e chefe da Casa Civil do governo do Estado de 1995 a abril de 1997.

O conselheiro nega que tenha negociado ou intermediado qualquer contrato com a Alstom e o governo paulista. Marinho também nega conhecer as pessoas envolvidas nas investigações do caso e diz que tem sido “vítima de repetidas publicações inverídicas e difamatórias, a começar pela insistência em relacionar seu nome com supostas atividades ilícitas”. Ele assume apenas que no governo de Mário Covas era o único R.M. existente e que viajou à França, em 1998, para assistir às finais da Copa do Mundo com despesas pagas por uma empresa que tinha integrado o grupo Alstom.

Cláudio Mendes, identificado pelos promotores como Claudio Luiz Petrechen Mendes, também negou intermediação nos contratos entre a multinacional francesa e o governo do Estado. Assim como o secretário de Energia na época da suposta propina, David Zylbersztajn, ex-genro do então presidente Fernando Henrique Cardoso.

Um ex-funcionário do setor de finanças da Alstom no Brasil disse ao Estado que a “remuneração” a consultores e intermediários nos contratos podia chegar a 30% do valor total. Essa pessoa - que não quis se identificar - disse que o suborno era repassado pelas empresas subcontratadas.

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Em visita ao Brasil, na semana passada, o presidente mundial da Alstom, Patrick Kron, negou as denúncias contra a empresa e disse que o grupo “não corrompe agentes públicos”.

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Polêmica - Presidente do STF quer nova lei do grampo: Mendes reitera as acusações de que policiais violam segredo de escutas

(Estado de São Paulo 05.07.2008 p.A8 Nacional)

Fausto Macedo

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, disse ontem que fica “irado, indignado” com o vazamento de informações protegidas pelo sigilo e defendeu nova lei do grampo. Ao ser informado de que policiais federais ficaram irados com as críticas que ele fez - atribuindo-lhes divulgação de dados confidenciais de investigações -, o ministro declarou: “Lamento muito, mas na verdade todos nós estamos numa posição de bastante desconforto com essa situação. Todos nós também ficamos irados com toda exposição a que estão submetidos homens públicos a partir de determinadas atitudes que são imputáveis ao aparelho policial.”

As reprovações ao ministro foram feitas por sindicalistas que dirigem entidades de classe da Polícia Federal e que representam os efetivos da corporação. O delegado Amaury Portugal, presidente do Sindicato dos Delegados da Polícia Federal em São Paulo, em artigo publicado no Estado, assinalou que “os policiais federais exigem respeito”. Ele acentuou que “o ministro merece reprimendas”.

Em São Paulo, onde se reuniu com os presidentes dos 5 Tribunais Regionais Federais (TRFs), Mendes não recuou e voltou a apontar para agentes federais quando condenou a violação do segredo sobre escutas telefônicas e outros dados pertinentes a inquéritos. “Quando há vazamento de informação que realmente coloca pessoas dignas sob os maus olhos da população, exatamente porque se quer manipular, nós realmente ficamos indignados, todos nós ficamos indignados.”

EXAUSTÃO

Ao comentar decisão da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de interpelar o ministro da Justiça, Tarso Genro, segundo o qual advogados espalham dados sigilosos, o presidente do STF afirmou que o modelo de interceptação telefônica, “tal como vem sendo praticado, já vem dando sinais de exaustão”.

Ele cobrou responsabilidade e revisão da lei do grampo. “É preciso que o País discuta isso com alguma seriedade e é preciso realmente cobrar uma certa responsabilidade na divulgação desses fatos, obedecer a alguma disciplina. Vivemos situações extremamente constrangedoras e deletérias para a credibilidade da própria Justiça.”

Alertou para o fato de que “o vazamento, especialmente em determinado contexto, ou com determinado propósito, muitas vezes já propicia um tipo de condenação prévia que depois não se confirma”.

Uma vez mais o ministro dirigiu-se à PF, que cuida da execução da escuta nas apurações sobre corrupção e atos lesivos à União. “Vamos ter que discutir um novo projeto de lei, mas também devemos

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adotar uma atitude de autodisciplina por parte dos órgãos responsáveis pela interceptação. Tudo isso precisa ser olhado numa estrutura maior do Estado de Direito.”

Mendes reconheceu a dificuldade para identificar quem fura o sigilo. “É claro que na medida em que se amplia o conhecimento sobre esses dados também existe a possibilidade de se ampliar os vazamentos e de ampliar esse caráter difuso. Quer dizer, a responsabilização fica difícil.”

O ministro advertiu para os embaraços a que estão submetidos alvos de vazamentos. “Criou-se uma cultura no sentido de que aquilo que é eventualmente afirmado por um dado sujeito, em geral pessoas de muito má reputação, assume uma credibilidade que parece a revelação do Evangelho. É extremamente preocupante que se tome como verdades aquilo que é dito por pessoas com idoneidade altamente questionável. Então, é bom que tenhamos bastante cautela.”

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Caso Alstom - Alstom assina novo contrato com metrô de SP: Presidente mundial da empresa está no Brasil, onde anunciou parceria e rebateu denúncias

(Estado de São Paulo 05.07.2008 p. A11 Nacional)

Ricardo Grinbaum e Patrícia Cançado

A multinacional francesa Alstom - acusada de ter organizado esquema de corrupção para conseguir encomendas públicas no Brasil entre 1995 e 2003 - anunciou ontem a assinatura de contrato com o metrô de São Paulo.

Pelo acordo fechado com o governo do Estado, a Alstom fornecerá sistema de controle automatizado de trens para as linhas 1, 2 e 3 do metrô. A empresa receberá 280 milhões pelo serviço. Conhecido como Urbalis, o sistema de sinalização deve começar a ser implantado no ano que vem.

“O contrato é importantíssimo não só pelo tamanho mas em função da tecnologia que será usada, que é muito avançada”, disse o presidente mundial da Alstom, Patrick Kron, que veio ao Brasil para rebater as denúncias contra a empresa.

A Alstom, uma das maiores companhias de engenharia do mundo, tem enorme interesse no mercado brasileiro. E está preocupada com os efeitos que as denúncias sobre o esquema de corrupção para ganhar contratos no governo paulista nos anos 90 possam ter nas licitações públicas em curso no País.

“É importante que essas campanhas midiáticas (as denúncias) não nos impeçam de fazer nosso trabalho, que é oferecer ao Brasil infra-estrutura moderna na área de transporte”, completou Kron, referindo-se especificamente ao contrato bilionário para a implantação do trem bala no País, disputado também por companhias alemãs, japonesas, italianas e espanholas.

Ontem, Kron anunciou dois novos negócios. Além do contrato do metrô, a Alstom construirá fábrica na Amazônia, junto com o grupo brasileiro Bardella - eles criaram uma nova empresa, a Indústria Metalúrgica e Mecânica da Amazônia, para fornecer equipamentos para hidrelétricas. Investimentos na fábrica, em Porto Velho, são estimados em 30 milhões.

O promotor Silvio Marques, do Ministério Público de São Paulo, participará de audiência pública sobre o caso Alstom em 6 de agosto, na Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara, em Brasília. A data foi definida ontem. “Ele poderia participar de reunião no próximo dia 16, mas em agosto a

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promotoria deverá ter mais provas e ter ouvido outras pessoas envolvidas nesse caso”, disse o deputado Ivan Valente (PSOL).

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Entrevista - Patricl Kron: "Empresa não corrompe agentes públicos", diz presidente da Alstom Presidente do grupo rechaça acusações de pagamento de propina a políticos em SP e afirma que

caso é baseado em especulação (Folha de São Paulo 05.07.2008 p. A6 Brasil)

MARIO CESAR CARVALHOTONI SCIARRETTADA REPORTAGEM LOCAL

O presidente mundial da Alstom, o francês Patrick Kron, diz que o grupo que dirige está sendo condenado sem julgamento. A empresa está sob investigação no Brasil, na Suíça e na França sob suspeita de pagar propinas a políticos para obter contratos. Em visita a São Paulo, ele disse à Folha: "Vim para dizer que a Alstom não foi afetada por uma doença contagiosa e que a Alstom não corrompe agentes públicos". Veio também para assinar um contrato com o Metrô de 280 milhões (R$ 706 milhões), para modernização do sistema de controle e sinalização dos trens. Desta vez, a empresa foi escolhida por meio de licitação. Na entrevista a seguir, feita na sede da empresa, o engenheiro nascido em 1953 diz que as acusações contra a Alstom não têm fundamento e que a empresa adota a tolerância zero com desvios éticos.

FOLHA - Os grandes clientes da Alstom são governos. Como é possível atuar nessa área sem se envolver com corrupção? PATRICK KRON - Há uma mescla de setor público e setor privado entre os clientes da Alstom. Mas, já que você mencionou a questão da corrupção, isso me dá a oportunidade de tornar precisas certas coisas. Há dois meses o nome da Alstom no Brasil vem sendo associado a certas práticas que eu condeno, que não são toleradas na nossa empresa. A maneira como a nossa empresa foi tratada [pela mídia] ultrapassou todos os limites do razoável. Vim para dizer que a Alstom não foi afetada por uma doença vergonhosa nem contagiosa e que a Alstom não corrompe agentes públicos. Só peço que a Alstom seja tratada de maneira justa e equilibrada, que as informações sejam baseadas em fatos, não em especulações.

FOLHA - Promotores suíços têm documentos que mostram que a Alstom transferiu cerca de US$ 30 milhões entre 1998 e 2001 para pagar propinas no Brasil, na Venezuela, em Cingapura e na Indonésia. Por que a Alstom pagou propina a políticos de São Paulo, como dizem os investigadores suíços? KRON - O inquérito aberto pelas autoridades suíças, com a colaboração da Justiça francesa, é sobre as atividades de um empresário suíço que teria tido contato com a Cegelec, que a Alstom comprou em 1998 e vendeu algum tempo depois. Até hoje, nenhum funcionário atual ou ex-funcionário da Alstom foi acusado de coisa alguma. Paralelamente, nós realizamos auditorias internas para analisar os documentos aos quais podemos ter acesso. O que eu posso dizer é que essa auditoria não confirma as hipóteses levantadas sobretudo pelo "Wall Street Journal". Não encontramos nenhuma infração à ética nos contratos brasileiros que foram citados no "Wall Street Journal". Nem do Metrô de São Paulo. Gostaria que me mostrassem o contrato de US$ 45 milhões pelo qual foram pagos US$ 7 milhões de

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propina [mencionado em reportagem do "Wall Street Journal"]. Ou então falemos do contrato da hidrelétrica Itá [em Santa Catarina]. Me explicaram que centenas de milhões de dólares foram pagos de propina por esse contrato. Em primeiro lugar, trata-se de uma empresa privada. Em segundo lugar, o contrato com a Itá não ultrapassa US$ 90 milhões. Fomos condenados sem sermos julgados. Fizeram isso com base em insinuações e é isso que quero combater.

FOLHA - Em dois memorandos da Cegelec, um executivo disse estar disposto a pagar 7,5% de propina para obter um contrato da Eletropaulo de R$ 110 milhões. Segundo os documentos, o dinheiro iria para as finanças do partido, para o tribunal de contas e para a Secretaria de Energia. Não são indícios fortes de que a Cegelec, já administrada pela Alstom, corrompia políticos? KRON - O sr. está falando de uma empresa que a Alstom comprou mais tarde. Ela tinha uma atividade -fazia subestações de energia elétrica- que não faz mais parte dos negócios da Alstom. Então, você pode imaginar que para mim não é muito fácil comentar isso. Menos ainda avaliar o que ocorreu ou o que não ocorreu. A Justiça dirá o que aconteceu.

FOLHA - Em 2006, um executivo da Alstom no Brasil foi preso num caso em que havia indícios fortes de corrupção de políticos, inclusive de um senador. Por que a Alstom não ajudou naquela investigação e diz auxiliar os promotores suíços? O Brasil não é sério para receber ajuda da Alstom nessa área? KRON - Não conheço esse caso. A Alstom colabora com autoridades judiciais em todas as partes do mundo. Nós temos um código de ética muito rígido. Nós respeitamos as leis e os regulamentos em todas as partes do mundo. Temos tolerância zero em relação à violação das regras. É por isso que, quando há um processo como o que existe na Suíça e na França, nós pedimos para sermos incluídos como queixosos. Porque, se houve malversação, isso foi em detrimento da empresa, e a empresa precisa ter o direito de se defender.

FOLHA - A polícia brasileira achou dois comprovantes de transferências de 2003, que seriam pagamento de propina: 220 mil e US$ 550 mil. Foi exatamente nesse ano que o sr. tornou-se presidente mundial da Alstom. Foi o sr. que mandou pagar essas propinas? KRON - Não conheço as particularidades desse caso. Mas tenho certeza de que se houvesse atitudes criticáveis ali as autoridades judiciais teriam se apossado dessa documentação.

FOLHA - O nome Alstom no Brasil é associado a corrupção e a pagamento de propina a políticos. O que a empresa pretende fazer para mudar essa imagem? KRON - O objetivo da nossa conversa é tentar convencê-lo de que não existe um caso Alstom. Nossa empresa não tem uma doença contagiosa. Somos a favor da transparência. Quando há uma ação judicial, nós sempre colaboramos com a Justiça. Acho que as acusações sem provas que fazem contra nós não têm fundamento. O que me parece muito importante é que nossos clientes e nossos parceiros mantenham a confiança em nós. Isso é demonstrado em um contrato que assinamos [anteontem] com o Estado de São Paulo para modernização das linhas 1, 2 e 3 do Metrô. Isso é demonstrado também pela decisão de nós e da Bardella de investir numa nova unidade em Rondônia. Nenhum dos 4.000 funcionários que temos aqui merecem ser tratados do modo como foram nas últimas semanas.

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Fundo soberano terá ação de estatal (Valor Econômico 07.07.2008 p. C3 Finanças)

De Brasília

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O projeto de lei que cria o Fundo Soberano Brasileiro (FSB), enviado na semana passada ao Congresso Nacional, tem abrangência maior que a inicialmente anunciada pelo governo. Um dos artigos permite que ele seja integralizado com ações de empresas estatais que excedam o necessário para manutenção de seu controle pela União.

Pelo que havia sido anunciado, o fundo seria composto apenas pelo superávit primário e por recursos levantados pela emissão de títulos públicos. O texto do projeto de lei estabelece ainda, genericamente, que o fundo poderá ser composto por "outros direitos com valor patrimonial" da União.

Assim, pelo projeto, o fundo soberano poderá ser composto por ações de estatais, como o Banco do Brasil, que superem os 51% necessários para manter o controle da empresa. Essa é a segunda destinação dada no governo Lula às ações das estatais que excedem o controle. Antes, as ações já haviam sido destinadas à formação do fundo garantidor das Parcerias Público Privadas (PPP).

No governo Fernando Henrique Cardoso, a política era fazer ofertas pulverizadas das ações de estatais que excedessem o controle, que podiam ser compradas pelos trabalhadores com recursos do FGTS.

Na prática, o fundo irá funcionar como se fosse uma reserva internacional administrada pelo Ministério da Fazenda. No artigo 4º , o projeto diz que o fundo poderá ser formado pela "emissão de títulos da dívida pública". Ou seja, o acúmulo de ativos no fundo poderá ser feito à custa também do aumento da dívida mobiliária interna, como já ocorre com as reservas internacionais. Assim, o custo de manutenção dessa parte do fundo soberano será semelhante ao do acúmulo de reservas: ele representará a diferença entre os juros internos pagos nas captações com títulos público feitas no país e os juros internacionais recebidos nas aplicações do fundo no exterior.

Essa parte do fundo soberano será incorporada à contabilidade pública. Quando o governo emitir títulos para capitalizar o fundo, ele aumentará a dívida mobiliária, mas as aplicações dos recursos serão considerados ativos do governo, o que significa que a dívida líquida do setor público se manterá estável.

Apesar dessa engenharia contábil, aportes no fundo feitos pela emissão de títulos deverão ter impacto negativo na percepção de risco fiscal, porque, embora a dívida líquida não sofra impacto, a dívida bruta vai crescer. Esse é o indicador de solvência mais importante para agências de classificação de risco.

O projeto prevê que o fundo soberano irá fazer aplicações em papeis emitidos no exterior por instituições financeiras federais, como o BNDES. O projeto também diz, de forma genérica, que o Ministério da Fazenda poderá comprar diretamente "ativos financeiros no exterior".

O texto estabelece um mandato amplo para as aplicações do fundo: promover investimentos em ativos no Brasil e no exterior; formar poupança pública; mitigar efeitos dos ciclos econômicos e fomentar projetos de interesse estratégicos no país e no exterior. Aspectos centrais, como a política de aplicação, diretrizes de gestão administrativa e regras de supervisão prudencial serão regulamentados via decreto presidencial.

O projeto cria, dentro do fundo soberano, o Fundo Fiscal de Estabilização Financeira (FFIE), que não pode receber aportes de recursos originados da emissão de títulos públicos. O governo tinha dito que o FFIE teria caráter apenas de promover a poupança pública e suavizar os ciclos econômicos. O texto apresentado ao Congresso, porém, diz que o FFIE terá como finalidade também o "fomento a projetos de interesse estratégico do país " no exterior. Assim, as aplicações no FFIE não se limitam a ativos conservadores, que fortaleçam a percepção de solidez das contas fiscais.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que num primeiro momento o fundo iria apenas atuar para aumentar a poupança pública e segurar a demanda do governo em um momento em que o Banco Central procura contar a inflação. Esse compromisso, porém, não consta do projeto. A tendência é que seja regulamentado posteriormente.

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A prestação de contas das aplicações do fundo serão semestrais. É uma periodicidade bem maior do que as contas fiscais do governo, divulgadas mensalmente, e que a abertura dos dados das reservas internacionais, conhecidas diariamente, com dois dias de defasagem.

Analistas econômicos econômicos têm insistido que, como o mandato do fundo é genérico, só as demonstrações contábeis poderão assegurar que as aplicações são para ampliar a poupança pública. (AR)

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Internacional - Príncipe aprova pedido de extradição de Cacciola: Ex-banqueiro deve chegar ao País em 15 dias para cumprir pena de 13 anos de prisão

(Gazeta Mercantil 07.07.2008 p. A12 Direito Corporativo)

O ex-banqueiro Salvatore Cacciola, detido desde setembro de 2007 em Mônaco, será extraditado para o Brasil. O ministro da Justiça, Tarso Genro, recebeu na sexta-feira a confirmação de que o chefe do Poder Executivo em Mônaco, príncipe Albert II, concordou com o pedido de extradição. Cacciola deverá chegar ao Brasil nos próximos 15 dias. Mais que obrigar o ex-banqueiro a cumprir a pena em prisão brasileira - 13 anos e meio de condenação, por um dos maiores golpes contra o mercado financeiro -, o governo tem outro objetivo: recuperar os R$ 1,5 bilhão desviados do Banco Central aos bancos Marka e Fonte-Cindan, em 1998. Informações que chegaram ao Ministério da Justiça apontam que boa parte da fortuna circula na Itália em dinheiro vivo, depositado em instituições financeiras ou convertida em vários tipos de investimentos em nome de Cacciola e seus familiares. Como o Brasil não tem acordo de extradição com a Itália, o ex-banqueiro se sentiu à vontade para transferir seus ativos sem necessitar dos expedientes tradicionais de lavagem de dinheiro. Há suspeitas, no entanto, que Cacciola tenha se utilizado também das facilidades de paraísos fiscais para camuflar parte do capital. O Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), órgão vinculado à Secretaria Nacional de Justiça, intensificou as ações para bloquear o dinheiro. "Vamos repatriar os recursos públicos desviados, mas essas ações devem correr em sigilo e dependem ainda de decisões judiciais", disse o secretário Nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior. A partir de hoje a Polícia Federal começa a montar o planejamento da operação de remoção de Cacciola para o Brasil. Um delegado e dois agentes devem viajar ao Principado de Mônaco assim que estiverem concluídos os detalhes burocráticos que estão sendo discutidos entre as embaixadas dos dois países. Cacciola deverá ser algemado e colocado num vôo comercial. Ele será entregue pela Polícia Federal ao juiz da 6ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, em que estão todos os processos referentes à falência dos bancos Marka e Fonte-Cindan e onde o ex-banqueiro sofreu a primeira condenação. Na avaliação do Ministério da Justiça, os advogados de defesa ainda podem tentar um recurso no Supremo Tribunal Federal (STF).

(Vasconcelos Quadros e Agência Brasil)

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Recurso - Ações na Justiça contra a Lei Seca: Associação Brasileira de Bares e Restaurantes entra com medida no STF para tentar derrubar a Lei Federal número 11.705/08

(Jornal do Commercio 07.07.2008 p. A11 País)

DA REDAÇÃO

Entidades ligadas a bares e restaurantes começam a recorrer à Justiça na tentativa de derrubar a Lei Federal 11.705/08, a chamada Lei Seca, que prevê multa de R$ 955, perda da carteira de habilitação e até mesmo prisão para quem for flagrado dirigindo com mais de 0,2 grama de álcool por litro de sangue. Os argumentos não questionam diretamente a taxa limite de consumo de álcool, considerada exagerada, mas a própria constitucionalidade da nova lei.

Nesta sexta-feira, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) entrou no Supremo Tribunal Federal (STF) com uma Ação Declaratória de Inconstitucionalidade (Adin), argumentando que a lei fere princípios de "razoabilidade, proporcionalidade, individualização e isonomia", como previstos na Constituição Federal. A Abrasel argumenta ainda, em segundo plano, os impactos econômicos sobre o setor, que emprega 6 milhões de pessoas.

O presidente-executivo da Abrasel, Paulo Solmucci Jr, afirma que a lei é inconstitucional porque obriga o cidadão a produzir prova contra si mesmo, ao exigir o uso de bafômetro ou exame de sangue. Segundo ele, a lei também infringe outros direitos previstos na Constituição, como o de não ser considerado culpado até que a decisão judicial transite em julgado. Ele frisa, contudo, que a entidade é contra a combinação bebida e direção.

"Na média nacional, registramos até aqui uma queda de 25% na receita de bares e restaurantes, que são os mais afetados pela lei. Isso representaria uma perda anualizada de R$ 12 bilhões na receita do setor. É claro que não esperamos manter esse patamar de queda de receita, mas o dado serve para indicar o impacto potencial sobre o setor", afirma Paulo Solmucci Jr.

As maiores quedas foram registradas em Belo Horizonte (40%), Salvador (30%), Rio Grande do Sul (25%), Rio de Janeiro (25%) e São Paulo (20%), segundo informou a Abrasel. Em Belo Horizonte, cidade mais afetada até aqui, bares e restaurantes já teriam começado a reduzir o quadro de funcionários, de acordo com Solmucci Jr. Ele lembra que um ajuste de 10% no número de funcionários do setor significaria uma redução de 600 mil postos de trabalho.

A ação foi protocolada no final da tarde de sexta-feira, mas seu mérito só poderá ser avaliado em agosto, quando terminará o recesso do judiciário. Em julho, contudo, a associação ainda pode conseguir uma decisão em caráter liminar, o que dependerá do presidente do STF, ministro Gilmar Mendes. O ministro da Justiça, Tarso Genro, descartou recentemente, no entanto, mudanças no texto. "A lei é boa, está dando certo", disse ele.

Já a Confederação Nacional do Comércio (CNC) estuda um aditamento (acréscimo de informação) em uma Adin impetrada no STF em fevereiro deste ano. A ação de inconstitucionalidade impetrada, com pedido de liminar, era referente à proibição da venda de bebidas alcoólicas nas rodovias federais e vias de acesso no País. O aditamento acrescentaria nessa ação a questão da Lei Seca em áreas urbanas.

multa.O presidente do Sindicato de Hotéis, Bares e Restaurante do Rio de Janeiro (SindRio), Alexandre Sampaio, afirma que a punição prevista pela Lei Seca fere princípio constitucional de proporcionalidade ao prever multa de R$ 955 para infratores, valor duas vezes superior a renda média da população. Também fere princípios de razoabilidade, na medida em que prevê até mesmo prisão pelo consumo de "quantidades consideradas ínfimas de álcool".

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Segundo Sampaio, além das medidas judiciais, o sindicato estuda apresentar alternativas no Congresso Nacional para a criação de uma legislação complementar ou emenda na Lei Seca. Entre as propostas em estudo está a segmentação por idade da quantidade de álcool por litro de sangue para quem dirige. Ele diz acreditar que pessoas na faixa de 25 a 45 anos, por exemplo, teriam "maior percepção da responsabilidade" sobre beber e dirigir.

"Até 25 anos, por exemplo, poderia até se manter os atuais 0,2 grama de álcool por litro de sangue. Na faixa dos 25 aos 45 anos, por exemplo, poderia haver um teor um pouco mais alto. Isso porque as pessoas mais maduras tendem a ter percepção maior da responsabilidade (de beber e dirigir). É estatisticamente comprovado", diz Sampaio, acrescentando que, neste último caso, poderia ser adotado um teto de 0,8 grama de álcool por litro de sangue.

Entidades do setor afirmam não ter encomendado estudos sobre os limites em que beber não afeta a direção, o que dependeria do metabolismo individual que cada pessoa. Elas alegam, no entanto, que o padrão americano e europeu, considerados rigorosos, tem como teto de 0,6 a 0,8 grama por litro de sangue. "Entedemos que teor alcóolico está exagerado. Deveria ser seguida a linha de países desenvolvidos", acrescenta Sampaio.

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ENERGIA, PETRÓLEO E GÁS

Reunião de Cúpula - G-8 discute alta do petróleo e crise dos alimentos: Considerados urgentes, os dois assuntos devem ter prioridade no encontro que começa hoje no Japão

(Estado de São Paulo 07.07.2008 p. B5 Economia)

AE - Agencia Estado

HOKKAIDO - A alta dos preços internacionais do petróleo e dos alimentos consumirá, entre hoje e quarta-feira (dia 9), boa parte da agenda dos líderes do grupo dos sete países mais ricos do mundo e a Rússia, o G-8. A reunião de cúpula anual do G-8, desta vez realizado em um resort na ilha de Hokkaido, no Norte do Japão, oficialmente será dedicada às questões climáticas - aquecimento global e definição de metas de redução de emissão de gases do efeito estufa até o fim do ano que vem (tarefa deixada pelos membros da Organização das Nações Unidas, ONU, em dezembro passado, em Bali), para que possam ser aplicadas a partir de 2012.

A fome, entretanto, falará mais alto. A resposta do G-8 para as conseqüências imediatas e visíveis do aumento dos preços internacionais dos alimentos deverá mais uma vez ser paliativa - a ajuda alimentar dos países ricos aos pobres. Não há expectativas de que sejam adotadas medidas efetivas para reduzir a especulação nos mercados futuros agrícolas e de petróleo, como regras de controle sobre os capitais voláteis ou eliminar os subsídios concedidos pelas maiores economias do mundo a seus produtores rurais. A pressão dos países mais vulneráveis e dos organismos financeiros igualmente está posta na solução de curto prazo da ajuda alimentar.

O Banco de Desenvolvimento Asiático (ADB, na sigla em inglês) alertou na semana passada que 1 bilhão de asiáticos gastam pelo menos 60% de seus salários com comida, e serão alvo de desnutrição

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por causa do aumento dos preços dos alimentos. A instituição planeja abrir uma linha de US$ 1 bilhão para financiar programas de reforma no setor agrícola este ano, dos quais US$ 500 milhões seriam desembolsados imediatamente para socorrer produtores mais pobres. A cifra deve dobrar em 2009. O Banco Mundial deve destinar US$ 10 bilhões para programas para reduzir a fome e os custos de sementes e fertilizantes para produtores dos países mais pobres.

Além do plano emergencial, a alta dos preços internacionais do petróleo e dos alimentos tende a emergir nas discussões do G-8 pelo seu aspecto mais devastador para a economia e o bem-estar das sociedades - a inflação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O Terceiro Choque do Petróleo - Descobertas brasileiras levam esperanças e incertezas à crise: Grandes empresas reconhecem potencial de novas reservas do País, mas questionam abertura

para investimentos (Estado de São Paulo 06.07.2008 p. B4 Economia)

Jamil Chade

Tupi, Carioca, Santos. Diante da perspectiva do fim da era da energia barata, esses nomes se tornaram focos de atenção para americanos, europeus e asiáticos. Na semana que passou, os maiores líderes do setor se reuniram em Madri no Congresso Mundial do Petróleo, para debater o futuro da energia. Com a previsão de que descobertas serão cada vez mais raras, as novas reservas brasileiras oscilam entre admiração e esperança e a incerteza sobre qual será o rumo que o País tomará diante de suas novas riquezas.

Nos corredores e salas de imprensa, o presidente da Petrobrás, Sérgio Gabrielli, foi obrigado a responder uma dezena de vezes que não sabe ainda qual o volume de petróleo dessas reservas. “Sabemos que temos muito.” Representantes do governo da Holanda insinuaram ao Estado que as grandes empresas já teriam feito seus cálculos e, de fato, o potencial seria enorme.

O próprio presidente da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), Chakib Khalil, deixou claro que se trata de algo expressivo, que pode mudar a geografia da exploração no mundo.

As descobertas no Brasil ainda ocorrem em um momento em que as projeções apontam que a demanda vai continuar crescendo acima da oferta. “Não há problema de falta de petróleo. Temos isso por pelo menos 50 anos sem nenhum problema”, afirmou Khalil. “Mas o problema é a produção.” Por ano, a Chevron alerta que o mundo terá de investir cerca de US$ 120 bilhões em produção se quiser chegar em 2030 com um abastecimento adequado.

O que ocorre é que muitas das reservas se encontram em países que estão sofrendo graves instabilidades políticas ou enfrentando pressões internacionais, entre eles Irã, Nigéria, Casaquistão e Sudão.

Portanto, os campos no Brasil, apesar da dificuldade tecnológica, são considerados uma das grandes descobertas dos últimos anos em um país democrático, estável e aberto ao mundo. “Por isso a corrida

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agora para evitar que o governo modifique leis e deixe as grandes empresas de fora dos lucros bilionários”, afirmou um consultor de uma grande empresa, que pediu para não ser identificado.

As multinacionais do setor já anunciaram que vão pressionar o governo contra a revisão da lei e a eventual criação de uma empresa 100% nacional para explorar as reservas.

“Temos muito interesse no País. Mas, numa revisão das questões fiscais dos contratos para as próximas reservas, o governo precisa entender que a extração exigirá um volume enorme de investimentos. Será uma das operações mais caras já realizadas”, alertou o presidente mundial da Exxon, Rex Tillerson. “Sei que os brasileiros e seu governo querem extrair petróleo. Mas não podem colocar leis que vão dificultar isso.”

Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), sem um quadro legal definido e sem modelos de contrato para a exploração, os investimentos podem atrasar e as descobertas podem levar mais tempo que o previsto para dar resultados.

A AIE não esconde que Tupi é uma das esperanças para que o mundo saia da crise do petróleo. Mas alerta que a expansão da produção no Brasil pode sofrer atrasos. A agência ainda deixa claro que não há como contar com uma produção já plena das novas reservas diante da falta de um marco legal e das discussões no governo para a modificação das leis.

“A Petrobrás estima que haverá aumento de 1 milhão de barris por dia em Tupi, com reservas de 5 a 8 bilhões de barris. Mas, com questões sobre os modelos de contratos e necessidade de investimentos, além de um atraso crônico na construção de poços no Brasil, optamos por ser cautelosos em relação às nossas perspectivas”, disse a AIE. A agência ainda questiona a capacidade de a Petrobrás retirar um volume grande de petróleo nos primeiros anos.

NACIONALISMO

Outro alerta das multinacionais está relacionado a decisões dos governos de restringir a entrada de estrangeiros ou cobrar preços altos. “Quando os preços do petróleo estão altos, há uma tendência de se cortar alianças. Precisamos resistir a isso”, apelou Tillerson.

“A indústria em todo o mundo está no limite da capacidade. Precisamos ficar atentos às tentações nacionalistas e protecionistas”, disse o vice- presidente da Chevron, John Wattson. Questionado se temia que o governo brasileiro seguisse esse rumo, Gabrielli se recusou a comentar. “Não falo sobre isso. O setor está acostumado à mudança de humor dos governos.”

Se Gabrielli insiste que ele não é a única voz nas decisões do País sobre o futuro das reservas, no cenário internacional poucos fazem a distinção entre governo e Petrobrás. “Quem ficou próximo à Petrobrás vai ganhar com essas novas descobertas. Lamentamos não termos ficado mais próximos”, afirmou o presidente da Total, Christophe de Margerie.

Outro que parece considerar a Petrobrás e as novas descobertas na mesma equação são os chineses. O presidente da estatal China National Offshore Oil Corp (CNOOC), Fu Chengyu, deixou claro na semana passada que quer a Petrobrás no Mar da China. Mas quer também uma participação nos novos blocos do Brasil.

Para tentar desfazer essa impressão, Gabrielli deu uma entrevista ao jornal que circulava na cúpula do petróleo garantindo: a Petrobrás não pedirá ao governo para ter privilégios nas novas reservas. Durante o evento, não faltaram questões ainda sobre o impacto das reservas na economia do País e sobre as garantias de transparência e combate à corrupção.

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Gabrielli admite que está “preocupado” com a possibilidade de o Brasil sofrer a “doença holandesa” . Ele acredita, porém, que a diversificação da economia brasileira impedirá que os impactos negativos desse fenômeno se proliferem.

O conceito se refere ao impacto que grandes descobertas podem ter na economia. A teoria aponta para a desindustrialização dos países onde se encontra petróleo e a valorização exagerada da moeda local. Como conseqüência, o setor manufatureiro sofreria para exportar e poderia entrar em crise. O termo foi criado nos anos 70 para explicar a queda no setor industrial holandês depois da descoberta de gás natural no país.

Para analistas da ONU que acompanham o mercado do petróleo, as descobertas no Brasil são espelho do dilema que enfrentam as multinacionais hoje. Há apenas 30 anos, 70% das reservas conhecidas no mundo estavam nas mãos das grandes petroleiras privadas. Hoje, 80% estão nas mãos de estatais. A questão, para muitos, será saber que caminho o Brasil tomará

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'Sem biocombustíveis, petróleo subiria mais': Chefe da Agência Internacional de Energia (AIE) afirma que o etanol brasileiro é promissor e competitivo

(O Globo 06.07.2008 p. 33 Economia)

Deborah Berlinck

PARIS. O preço do petróleo não vai voltar nunca mais aos níveis de dez anos atrás e pode aumentar ainda mais. Resultado: consumidores vão ter que mudar seu comportamento, países produtores de petróleo vão ter que investir mais na produção e países consumidores não terão outra saída que não seja buscar maior eficiência energética. É o que diz o japonês Nobuo Tanaka, diretor-geral da Agência Internacional de Energia (AIE), com sede em Paris. Ele parte em defesa do etanol brasileiro, que, segundo ele, é muito competitivo. Reconhece que os biocombustíveis contribuíram para a alta dos preços dos alimentos, mas é categórico: sem biocombustíveis, "o preço do petróleo seria bem maior".

O senhor disse que o mundo vive o terceiro choque do petróleo. Qual o cenário mais positivo e o mais negativo como conseqüência disso?

NOBUO TANAKA: O peso do petróleo está ficando cada vez maior. Isso tem impacto muito grande nos países em desenvolvimento, especialmente os que não têm recursos. Nos países da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, que reúne os países ricos), como os Estados Unidos, há destruição da demanda. Isto é: pessoas estão passando a usar carros menores, deixando de usar carro, e as companhias aéreas estão com problemas. Há muitas indicações de que a demanda está caindo nos EUA.

E nos países em desenvolvimento?

TANAKA: Alguns países em desenvolvimento contiveram o preço (ao consumidor) por meio de subsídios. Mas agora estão tendo que abrir mão dos subsídios porque não é sustentável. Indonésia, Malásia, Tailândia, Sri Lanka abriram mão. Índia e China aumentaram os preços para os consumidores. Os consumidores vão ter que mudar de comportamento.

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Isso não é bom?

TANAKA: De fato, temos que viver com os altos preços. No primeiro e no segundo choque do petróleo, o Japão mudou dramaticamente sua estrutura econômica, tornando-a mais eficiente. O choque atual está empurrando China e Índia a um sistema energético mais eficiente.

O senhor não tem cenário positivo para o choque atual?

TANAKA: Se a alta de preços for transmitida para os consumidores e eles mudarem o comportamento, e o mercado de petróleo ficar menos apertado, a situação de mercado vai melhorar.

Podemos esperar mais aumento de preços do petróleo?

TANAKA: Há vários projetos de investimentos anunciados por Arábia Saudita, Kuwait, Iraque. Mas precisamos de mais projetos de investimentos.

O senhor acha que estes investimentos vão estabilizar o preço?

TANAKA: Estabilizar, provavelmente. Mas não vamos mais voltar aos níveis de dez anos atrás.

O que os países devem fazer?

TANAKA: Os países produtores, investir. E os países consumidores precisam fazer mais em matéria de eficiência energética e conservação de energia. Precisam investir mais em energias alternativas. O desafio é duplo: segurança energética e mudanças climáticas.

O senhor faz um apelo a uma revolução energética?

TANAKA: Exatamente. A revolução energética é necessária para lidar com o problema da mudança climática, porque temos que reduzir em 50% até 2050 as emissões de CO (dióxido de carbono emitido na atmosfera por uso de combustíveis fósseis, como petróleo).

Sua agência calculou que esta revolução energética vai custar um investimento de US$45 trilhões. Países como EUA resistem a esta revolução.

TANAKA: Os preços altos vão levar os países nesta direção. Onde está indo o ganho com o alto preço do petróleo? Hoje vai para os países produtores. Mas se houver investimento em energia renovável e eficiência energética, este ganho vai voltar para os países consumidores. Não há saída.

Que papel a especulação está tendo na alta de preços?

TANAKA: Não negamos que há especulação. Especulação, dólar fraco e riscos geopolíticos estão amplificando o nível de preço do petróleo. Mas sem mudar a situação de oferta e demanda, não vamos nos livrar da especulação. Só acusar especuladores não vai resolver o problema.

O aumento da demanda continua em países como China e Índia, apesar do preço elevado.

TANAKA: A grande questão é: o quão resistente são as economias da China e da Índia. Por causa dos preços altos e do alto crescimento, o peso fiscal de subsidiar preço do petróleo está ficando cada vez maior. Impossível manter isso para sempre.

O Brasil fez importantes descobertas de petróleo recentemente. O senhor vê o país como grande exportador?

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TANAKA: Certamente. Isso pode levar algum tempo, porque é em mar profundo. O Brasil também é um país muito competitivo em produção de etanol à base de cana-de-açúcar. Acho que o Brasil terá um futuro interessante para o crescimento econômico.

O senhor acha justo responsabilizar biocombustíveis pela alta de preços de alimentos?

TANAKA: Há diferentes tipos de biocombustíveis. Alguns são muito competitivos, como os de cana-de-açúcar no Brasil. E outros precisam de subsídios. Estamos dizendo o seguinte: sim, biocombustíveis contribuíram para os altos preços dos alimentos. Mas sem biocombustíveis, o preço do petróleo poderia ser bem maior. Biocombustíveis representam um milhão de barris por dia. Mas achamos que é preciso verificar com cuidado a sua sustentabilidade (dos biocombustíveis). Estamos recomendando muito o desenvolvimento de biocombustíveis de segunda geração.

O Brasil conta em ter maior fatia para seu etanol no mercado mundial.

TANAKA: O etanol brasileiro é muito competitivo. O comércio de etanol é muito taxado. Se isso mudar, o futuro do etanol brasileiro é muito promissor.

Alguns dizem que a Europa errou ao estabelecer que, até 2020, um total de 10% da energia usada em transportes deve ser de biocombustível.

TANAKA: Às vezes metas como essa são necessárias para promover novas tecnologias ou alternativas. O problema é que há tantas metas para energia alternativa, eficiência energética. E algumas destas metas são contraditórias.

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Lula vai defender etanol e corte de subsídios em encontro com o G-8: Emergentes querem ampliar agenda de temas a serem discutidos com ricos

(O Globo 06.07.2008 p. 33 Economia) Eliane Oliveira e Gilberto Scofield Jr.*

BRASÍLIA, PEQUIM e BUENOS AIRES. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarca hoje para o Japão disposto a inserir na agenda da reunião do G-8 (EUA, Japão, Alemanha, Canadá, França, Itália, Reino Unido e Rússia) a inflação global de alimentos, a alta do petróleo e os biocombustíveis. Articulado com os colegas do G-5 (Brasil, África do Sul, Índia, China e México), Lula quer ampliar o leque de assuntos a serem tratados no encontro entre emergentes e desenvolvidos, na quarta-feira.

- Não queremos só a sobremesa - resumiu uma fonte do governo brasileiro.

O G-8 se reúne num luxuoso hotel na ilha de Hokkaido, a 70 quilômetros da cidade de Sapporo, entre os dias 7 e 9. Desta vez, as conversas entre G-8 e G-5 - normalmente restritas a um almoço - durarão seis horas, um recorde. O desafio é ampliar a agenda do Processo de Heiligendamm, que estabeleceu como temas desenvolvimento, energia, inovação e investimentos.

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- Lula e os demais líderes do G-5 desejam dar ênfase às questões do aumento dos preços dos alimentos e dos biocombustíveis - disse, na quinta-feira, o porta-voz da Presidência, Marcelo Baumbach.

O presidente quer transmitir a mensagem de que os biocombustíveis não podem ser culpados pela inflação dos alimentos. Além da forte demanda global, Lula destacará a especulação nas bolsas decorrente da crise imobiliária americano e a desvalorização do dólar. Países pobres e em desenvolvimento acabaram sendo afetados e, no caso do Brasil, criticados por buscarem fontes de energia limpa, explicaram fontes.

Sobre a inflação de alimentos e petróleo, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que o Brasil "é parte da solução, não do problema":

- Temos de desmascarar os interesses em jogo. Todos sabem que o etanol é necessário.

Lula defenderá, mais uma vez, o fim dos subsídios agrícolas nos países ricos. Sua estratégia é fazer com que o G-5 cobre de europeus, americanos e japoneses um acordo, até o fim de julho, na Rodada de Doha.

A articulação do G-5 ocorrerá na terça-feira, véspera do encontro com o G-8. Os chefes de Estado dos países emergentes vão discutir situação econômica internacional, segurança alimentar, energia, aquecimento global e desenvolvimento.

- O G-5 pode incluir esses temas na agenda, mas não será fácil - disse Denise Gregory, diretora do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri).

Milhares protestam e quatro são presos no Japão

O presidente do Banco Mundial (Bird), Robert Zoellick, enviou na semana passada uma carta ao G-8 alertando para os efeitos dessa crise nos países mais pobres. Ele pediu uma ajuda imediata de US$10 bilhões dos ricos para evitar a fome e a instabilidade política nos países mais afetados. Zoellick disse que a crise não é uma "tsunami silenciosa", mas "uma catástrofe produzida pelo homem".

Já as ONGs vão mirar os programas de biocombustíveis de União Européia e EUA, baseados em milho e outros alimentos, além dos subsídios à produção de etanol. Estudo da ONG inglesa ActionAid afirma que a alta de 82% nos preços das commodities agrícolas desde 2006 empurrou 260 milhões de pessoas para a fome. Segundo o estudo, os subsídios agrícolas de EUA e Europa para o etanol variam entre US$16 bilhões e US$18 bilhões ao ano, quatro vezes mais do que a ajuda alimentar dos países pobres.

- A alta na produção de biocombustíveis e o maior impacto das mudanças climáticas se somaram a uma incomparável redução da ajuda agrícola dada pelos ricos e representam uma enorme ameaça aos países pobres - disse Tom Sharman, diretor da ActionAid.

Lula também terá vários encontros bilaterais. Estão previstas audiências com os presidentes George W. Bush (EUA), Hu Jintao (China) e Dmitri Medvedev (Rússia); e com os primeiros-ministros Silvio Berlusconi (Itália), Stephen Harper (Canadá) e Yasuo Fukuda (Japão).

Ontem, manifestantes contrários à globalização tomaram as ruas de Sapporo, em protesto contra a reunião do G-8. Quatro japoneses foram presos, segundo a polícia local.

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G-8 - Japão dá mais ênfase à energia nuclear do que aos biocombustíveis (Valor Econômico 07.07.2008 p. A13 Internacional)

De Rusutsu

O Japão promove no G-8 mais a energia nuclear, e não os biocombustiveis, para conciliar redução de emissões de gases de efeito-estufa com segurança energética e preço de energia relativamente baixo.

Tóquio quer arrancar o compromisso do G-8 e das grandes economias emergentes de relançarem programas de geração nuclear até que haja energia renovável esteja tecnologicamente pronta para utilização em ampla escala.

Para isso, defende salvaguarda contra proliferação, segurança da energia e contra terrorismo nuclear. Os japoneses listam 31 países, incluindo Brasil e Argentina e México, que querem expandir a geração de energia nuclear. E outros 29, como a Venezuela, Irã e Argélia, grandes produtores de petróleo, que querem desejam introduzir esse tipo de energia.

O plano de fazer o renascimento da energia nuclear pode ser torpedeado pela Alemanha, a única grande economia que ainda resiste ao nuclear depois que a Itália, agora sob a direção de Silvio Berlusconi, decidiu apoiar a energia.

A chanceler alemã, Ângela Merkel, até aceitaria pôr fim ao plano herdado do governo Socialistas-Partido Verde, de fechamento progressivo das centrais até 2021. Mas sabe que, se apoiar o nuclear G-8, corre o risco de quebrar a já frágil coalizão com os socialistas.

O G-8 prepara com o G-5 (Brasil, China, Índia, África do Sul e México) uma declaração conjunta sobre segurança energética e mudança climática, no qual aparecem as opções de energias renováveis e também do nuclear.

Deverão se comprometer a trabalhar na imposição de padrões de eficiência energética para construção de prédios, por exemplo, além de abordagem setorial no combate a emissões, por exemplos nos setores mais poluidores. (AM)

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GNL - Petrobras estuda contratos com a holandesa SBM: Estatal está atrás de unidades de gás natural liqüefeito para a região do pré-sal

(Gazeta Mercantil 07.07.2008 p. C6 Infra-Estrutura)

A Petrobras estuda a possibilidade de a holandesa SBM Offshore NV - a maior fornecedora mundial de plataformas flutuantes para a exploração de petróleo - fornecer uma ou mais instalações flutuantes de gás natural liqüefeito (GNL) para a exploração das maiores reservas descobertas no Hemisfério Ocidental nas últimas três décadas, situadas na camada pré-sal da bacia de Santos.

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"Nós temos de encerrar a atribuição de valores e a avaliação das tecnologias atuais e a SBM trabalha com uma delas e eles têm todas as oportunidades" para obter os contratos, disse José Sérgio Gabrielli, principal executivo da Petrobras, em entrevista concedida na semana passada em Madri. "Nós estamos estudando negociar com todos que tenham tecnologia para GNL flutuante", acrescentou o executivo da estatal. Na sexta-feira, as ações da SBM subiram em Amsterdã pela primeira vez em quatro dias, avançando 2,9%, para € 22,49, o que avalia a empresa, de Schiedam, Holanda, em €3,22 bilhões (US$ 5,06 bilhões). Os equipamentos chamados de flutuadores são capazes de extrair, liquefazer e armazenar gás de localidades remotas em alto-mar, permitindo que as fabricantes de combustíveis desenvolvam campos em regiões onde é impossível instalar redes de dutos e unidades de liquefação em terra. A SBM pretende fornecer instalações flutuadoras de GNL com capacidade para 2,5 milhões de toneladas de gás por ano. A prestadora holandesa de serviços para campos de petróleo disse que espera receber a primeira encomenda no final de 2008 ou início de 2009. Entre as concorrentes da SBM estão a BW Offshore, de Oslo, na Noruega, e a Modec Inc., de Tóquio. Gabrielli recusou-se a comentar quais outras empresas estão sendo sondadas. "Nós vemos o Brasil como um mercado para instalações flutuantes de GNL", disse por telefone Sebastiaan de Ronde Bresser, porta-voz da SBM. "Atualmente, estamos mantendo um diálogo em um nível conceitual com a Petrobras e esperamos poder fornecer à empresa instalações no futuro", completou Bresser. A Petrobras encontrou sinais de grandes depósitos de petróleo próximos de seu campo de Tupi, na bacia de Santos, que sozinho contém cerca de 8 bilhões de barris equivalentes de petróleo recuperáveis, disse Gabrielli no Congresso Mundial do Petróleo. As descobertas próximas dos Estados do Rio de Janeiro e de São Paulo, que incluem Tupi, vão pelo menos triplicar as reservas de petróleo do Brasil, disse o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva em junho passado. O campo de Tupi está localizado na Bacia de Santos, a sudeste de São Paulo. Primeira embarcação No início de junho, a Petrobras informou a saída de Cingapura do primeiro navio de regaseificação de GNL afretado pela estatal e que terá como destino o terminal de Pecém, no Ceará, construído especialmente para receber o insumo importado. A chegada da embarcação está prevista para a primeira quinzena deste mês. Durante o trajeto ao Brasil, o navio receberá, em Trinidad & Tobago, a primeira carga de GNL, adquirida pela Petrobras do BG Group. A capacidade de regaseificação do navio, batizado de Golar Spirit, é de 7 milhões de metros cúbicos diários e a de armazenamento 129 mil metros cúbicos, o equivalente a 77 milhões de metros cúbicos de gás natural. Além da conversão do gás natural do estado líquido para o gasoso, o navio, com 289 metros de comprimento e 56 de altura, também permite o armazenamento do GNL em seus tanques criogênicos. O GNL é transportado a uma temperatura de 162º C negativos e a regaseificação ocorre a bordo do navio. Em seguida, o gás é injetado na malha de gasodutos para atendimento, sobretudo, às usinas termelétricas. O Golar Spirit foi convertido no estaleiro Keppel, em Cingapura. A obra foi iniciada em outubro de 2007 e concluída em tempo recorde, de acordo com informações da estatal.

(Bloomberg News)

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Internacionalização - Estatal e sócia na refinaria dos EUA divergem sobre o negócio(Gazeta Mercantil 07.07.2008 p. C6 Infra-Estrutura)

A Petrobras e a Astra Holdings, parceiras com 50% cada na refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, trombaram de frente na gestão da companhia e o futuro do empreendimento vai ser determinado, possivelmente, por processo de arbitragem. A Petrobras, que comprou metade da refinaria em 2006 e já havia manifestado desejo de levar a outra metade, deverá ficar com o controle total do empreendimento, já que a Astra decidiu exercer o direito de sair do negócio. Segundo fonte próxima às conversas, a Astra teria uma visão de curto prazo enquanto a Petrobras planeja seus investimentos visando o longo prazo, "no mínimo 10 anos", reforçou. "São diferentes visões, a Astra é uma trading, não quer se comprometer, o melhor é que cada uma siga seu caminho", disse a fonte à Reuters. A questão agora é o preço, onde entra a arbitragem e também detalhes do contrato entre as duas. A Petrobras informou em comunicado que "o preço a ser pago é estabelecido por um mecanismo determinado contratualmente". A fonte explicou que a arbitragem está prevista justamente para garantir um preço justo. Ele não soube informar no entanto qual seria o valor dos ativos da Astra. A estatal brasileira pagou US$ 360 milhões pelos 50%o da refinaria em 2006, que tem capacidade para processar 100 mil barris diários de petróleo. Por diversas vezes a Petrobras disse que teria interesse em dobrar a capacidade da unidade. Os problemas entre as duas na gestão da companhia não ficaram claros, apesar dos comunicados divulgados pelas empresas. "Após a falta de concordância entre as partes no conselho diretor da entidade, a Transcor Astra Group também exerceu seu direito de colocar para a Petrobras esse ativo", disse a companhia belga NPM/CNP, que controla a Astra. A companhia informou que iniciou processo nos Estados Unidos para proteger seus interesses na companhia, incluindo o direito de vender. Já a Petrobras disse que havia entrado com processo arbitral ainda antes, em 19 de junho, "para resolver problemas relacionados à falha, pelo Transcor Astra, em cumprir com suas obrigações contratuais na operação". A estatal não disse se ficará com a outra metade, apesar de já ter demonstrado interesse nisso e dos altos preços do petróleo favorecerem o negócio. "A Petrobras, através de seus advogados e consultores, está analisando as condições dessa opção de venda do Transcor Astra", informou. A Petrobras já declarou ter interesse em elevar sua participação no mercado de petróleo e derivados dos Estados Unidos.

(Reuters)

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Sucroalcooleiro - Exportação antecipada de álcool garante equilíbrio ao mercado: Exportações ajudam a equilibrar oferta interna de etanol neste início de safra

(Gazeta Mercantil 07.07.2008 p. C8 Agronegócio)

Por duas semanas seguidas e em plena safra, os preços do álcool no mercado interno subiram. Nos últimos dias, as cotações recuaram um pouco mas estão pelo menos 20% acima dos preços negociados na mesma época do ano passado. O clima desfavorável para a moagem influenciou, mas a outra parte da explicação para a mudança de cenário está nas estatísticas da exportação do produto nos dois primeiros meses desta safra. Entre maio de junho, as usinas brasileiras enxugaram o mercado

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embarcando 735,48 milhões de litros de etanol, 86% mais que os 394,9 milhões do mesmo bimestre de 2007.

Miguel Biegai Jr., analista da Safras & Mercado, avalia que a situação é reflexo da iniciativa de usinas e traddings de firmarem mais contratos de exportação antecipadamente, mesmo com preços mais baixos, até empatando com os custos de produção. "A maior parte desse álcool que está sendo embarcada agora foi negociada no ano passado, a partir de outubro", acrescenta Biegai. Naquele momento, o metro cúbico (m3) do hidratado para exportação foi negociado a US$ 430, valor que atualmente está US$ 530. No caso do anidro, os preços negociados estavam em torno de US$ 490, valor que hoje está por volta de US$ 590, elevação causada, principalmente, por problemas na safra de milho americana. Mercado dos EUA Por conta do cenário desfavorável à produção de etanol nos Estados Unidos, o Brasil elevou a meta de exportação de 3,9 bilhões de litros para 5 bilhões de litros na safra 2008/09, segundo a União da Indústria da Cana-de-açúcar (Unica). De acordo com estimativas da consultoria Bioagência, foram negociados até o momento em torno de 3 bilhões de litros em contratos para

exportação. Os Estados Unidos devem importar - direta e indiretamente - pelo menos dois terços do volume total exportado pelo Brasil. Do total de 735 milhões de litros embarcados em maio e junho, 311,5 milhões de litros foram exportados diretamente aos Estados Unidos. As vendas indiretas - via países da América Central - somaram mais 370,6 milhões de litros, o que significa que o mercado americano consumiu 92% do álcool brasileiro no período. "Houve nas últimas semanas uma corrida dos importadores americanos pelo produto brasileiro", conta Biegai. Os preços do etanol nos Estados Unidos vêm aumentando consideravelmente desde maio deste ano, com a piora da situação das lavouras de milho no país. Saiu do patamar de US$ 2,40 o galão (3,785 litros) para US$ 2,86 na Bolsa de Chicago (CBOT), que referencia os preços nas regiões produtoras dos Estados Unidos. "A demanda americana fica aquecida até novembro. Em dezembro, o frio fica muito rigoroso e o consumo cai", acrescenta Biegai. A União Européia (Países Baixos) comprou 186 milhões de litros de etanol do Brasil nos dois primeiros meses da safra atual. A conseqüência desse volume elevado de exportação foi um equilíbrio maior da oferta no mercado interno, segundo o analista. "Agora, nos últimos dois meses, as usinas estão com parte da produção da safra comprometida com exportação. Se essa organização do setor em firmar contratos antecipados não tivesse ocorrido, o preço no mercado interno não estaria nos níveis que está hoje. As usinas perceberam que levar o álcool no porto para vender no mercado spot é complicado", avalia. Os preços do álcool hidratado encerraram a última semana cotados em R$ 0,7138, recuo de 1,29% em relação à semana anterior, no entanto, 23,49% acima dos R$ 0,5780 de 06 de julho de 2007, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP). O anidro também recuou nesta semana (0,74%), fechando em R$ 0,8147, mas 22% maior que em 06 de julho do ano passado. Para Miriam Bacchi, pesquisadora do Cepea, essa queda é pontual e reflete o fato de ser início de mês. "Algumas unidades produtoras precisam, nesse período, fazer caixa para pagar fornecedores de cana e outras despesas. Por isso, acabam liberando mais produto no mercado. Além disso, a demanda está retraída, pois as distribuidoras estavam relativamente estocadas. Adquiriram volume maior de produto nas últimas semanas com receio de o preço subir mais", acrescenta Miriam, que também é professora da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP).

(Fabiana Batista)

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Petróleo - Brasil é foco de atenção mundial: Descobertas mais raras, disparada do preço do barril e potencial de nonas reservas brasileiras colocam o País em posição de destaque crescente

(Jornal do Commercio 07.07.2008 p. A6 Economia)

Por Jamil Chade - Enviado especial da agência Estado a Madri

Tupi, Carioca, Santos. Diante da perspectiva do fim da era da energia barata, esses nomes se tornaram focos de atenção para americanos, europeus e asiáticos. Na semana que passou, os maiores líderes do setor se reuniram em Madri no Congresso Mundial do Petróleo, para debater o futuro da energia. Com a previsão de que descobertas serão cada vez mais raras, as novas reservas brasileiras oscilam entre admiração e esperança e a incerteza sobre qual será o rumo que o País tomará diante de suas novas riquezas.

Nos corredores e salas de imprensa, o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, foi obrigado a responder uma dezena de vezes que não sabe ainda qual o volume de petróleo dessas reservas. "Sabemos que temos muito." Representantes do governo da Holanda insinuaram que as grandes empresas já teriam feito seus cálculos e, de fato, o potencial seria enorme. O próprio presidente da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), Chakib Khalil, deixou claro que se trata de algo expressivo, que pode mudar a geografia da exploração no mundo.

As descobertas no Brasil ainda ocorrem em um momento em que as projeções apontam que demanda vai continuar crescendo acima da oferta. "Não há problema de falta de petróleo. Temos isso por pelo menos 50 anos sem nenhum problema", afirmou Khalil. "Mas o problema é a produção." Por ano, a Chevron alerta que o mundo terá de investir cerca de US$ 120 bilhões em produção se quiser chegar em 2030 com um abastecimento adequado.

O que ocorre é que muitas das reservas se encontram em países que estão sofrendo graves instabilidades políticas ou enfrentando pressões internacionais, entre eles Irã, Nigéria, Cazaquistão e Sudão. Portanto, os campos no Brasil, apesar da dificuldade tecnológica, são considerados uma das grandes descobertas dos últimos anos em um país democrático, estável e aberto ao mundo. "Por isso a corrida agora para evitar que o governo modifique leis e deixe as grandes empresas de fora dos lucros bilionários", afirmou um consultor de uma grande empresa internacional, que pediu para não ser identificado.

MULTIS. As multinacionais já anunciaram que vão pressionar o governo contra a idéia de uma revisão da lei e a eventual criação de uma empresa 100% nacional para explorar as futuras reservas no Brasil. "Temos muito interesse no País, mas, numa revisão das questões fiscais dos contratos para as próximas reservas, o governo precisa entender que a extração exigirá um volume enorme de investimentos. Será uma das operações mais caras já realizadas", alertou o presidente mundial da Exxon, Rex Tillerson. "Sei que os brasileiros e seu governo querem extrair petróleo (dessas novas reservas), mas não podem colocar leis que vão dificultar isso."

Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), sem um quadro legal definido e sem modelos de contrato para a exploração, os investimentos podem atrasar e as descobertas podem levar mais tempo que o previsto para dar resultados.

A AIE não esconde que Tupi é uma das esperanças para que o mundo saia da crise do petróleo. A agência alerta, porém, que a expansão da produção no Brasil pode sofrer atrasos. A agência ainda deixa claro que não há como contar com uma produção já plena das novas reservas diante da falta de um marco legal e das discussões no governo para a modificação das leis.

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"A Petrobras estima que haverá aumento de 1 milhão de barris por dia de Tupi, com reservas de 5 a 8 bilhões de barris. Com questões sobre os modelos de contratos e necessidade de investimentos, além de um atraso crônico na construção de poços no Brasil, optamos por ser cautelosos em relação às nossas perspectivas", disse a AIE. A agência ainda questiona capacidade de a Petrobras retirar um volume grande de petróleo nos primeiros anos.

Outro alerta das multinacionais está relacionado a decisões dos governos de restringir a entrada de estrangeiros para explorar a área ou cobrar preços altos. "Quando os preços do petróleo estão altos, há uma tendência de se cortar alianças. Precisamos resistir a isso", apelou Tillerson. "A indústria em todo o mundo está no limite da capacidade. Precisamos ficar atentos às tentações nacionalistas e protecionistas", disse o vice- presidente da Chevron, John Wattson.

Questionado se temia que o governo brasileiro seguisse esse rumo, Gabrielli se recusou a comentar. "Não falo sobre isso. O setor está acostumado à mudança de humor dos governos." Se Gabrielli insiste que ele não é a única voz nas decisões do País sobre o futuro das reservas, no cenário internacional poucos fazem a distinção entre governo e Petrobras. "Quem ficou próximo à Petrobras vai ganhar com essas novas descobertas. Lamentamos não termos ficado mais próximos", afirmou o presidente da Total, Christophe de Margerie.

CHINESES. Outro que parece considerar a Petrobrás e as novas descobertas na mesma equação são os chineses. O presidente da estatal China National Offshore Oil Corp (CNOOC), Fu Chengyu, deixou claro, na semana passada, que quer a Petrobrás no Mar da China, mas quer também uma participação nos novos bloco do Brasil.

Para tentar desfazer essa impressão, Gabrielli deu uma entrevista ao jornal que circulava na cúpula do petróleo garantindo: a Petrobras não pedirá ao governo para ter privilégios nas novas reservas. Durante o evento, não faltaram questões ainda sobre o impacto das reservas na economia do País e nas garantias de transparência e combate à corrupção. Gabrielli admite que está "preocupado" com a possibilidade de o Brasil sofrer a "doença holandesa" . Ele acredita, porém, que a diversificação da economia brasileira impedirá que os impactos negativos desse fenômeno se proliferem.

O conceito se refere ao impacto que grandes descobertas podem ter na economia. A teoria aponta para a desindustrialização dos países onde se encontra petróleo e a valorização exagerada da moeda local. Como conseqüência, o setor manufatureiro sofreria para exportar e poderia entrar em crise. O termo foi criado nos anos 70 para explicar a queda no setor industrial holandês depois da descoberta de gás natural no país.

Para analistas da ONU, as descobertas no Brasil são espelho do dilema que enfrentam as multinacionais hoje. Há apenas 30 anos, 70% das reservas conhecidas no mundo estavam nas mãos das grandes petroleiras privadas. Hoje, 80% estão nas mãos de estatais. A questão, para muitos, será saber que caminho o Brasil tomará. "O Brasil será a chave para entender a América Latina nos próximos anos", conclui a AIE.

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Entrevista - Mauricio Tolmasquim: Perfil exportador de petróleo pode ser consolidado em 2009(Jornal do Commercio 07.07.2008 p. A7 Economia)

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Nicola Pamplona - Da agência Estado

Embora admita que o Brasil termine 2008 como importador líquido de petróleo e derivados, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, acredita que, a partir do ano que vem, o País entrará definitivamente na lista dos exportadores mundiais da commodity. Situação que, segundo ele, pode ser mantida a longo prazo mesmo sem novas licitações de áreas exploratórias este ano, uma vez que as descobertas gigantes abaixo da camada de pré-sal, na Bacia de Santos, devem contribuir para acompanhar o crescimento da demanda interna.

Perfil exportador de petróleo pode ser consolidado em 2009

A perda da auto-suficiência é permanente ou pode ser revertida?

MAURÍCIO TOLMASQUIM - Vai ser revertida, é uma questão bastante pontual, que reflete alguns fatores. Primeiro: a demanda está crescendo forte. Em 2007, a alta foi de 5,8%. Só o diesel cresceu 10%.

É um movimento muito ligado ao crescimento econômico do País. Por outro lado, as plataformas do campo de Roncador, P-52 e P-54, que deveriam ter entrado em operação em meados de 2007, só entraram entre o fim de 2007 e o início de 2008. Quando (uma plataforma) entra não produz tudo o que pode, precisa de um tempo para atingir o pico. Por isso, a produção em 2008 deve ficar 6% abaixo da meta.

Esse cenário se mantém em 2009?

-Em 2009, a produção vai crescer, no mínimo, 10%. Aí recuperamos o atraso e passamos a ser exportadores líquidos de forma estruturada e permanente. Com relação aos derivados, a situação só melhora com a entrada da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, prevista para o início da próxima década. Juntando petróleo e derivados, o Brasil já passa a ser exportador líquido a partir do ano que vem.

Então, podemos fechar 2008 sem auto-suficiência...

- Este ano, sim. Tudo depende do crescimento da demanda, mas pode ser que o Brasil feche o ano como importador líquido. É difícil prever o consumo, mas estamos no limiar entre oferta e demanda e há chances de fechar o ano com pequeno déficit ou pequeno superávit.

Voltamos a ter superávit no ano que vem, já que esse momento é resultado de fatores pontuais. A Agência Nacional do Petróleo (ANP) defende a retomada das licitações para manter a auto-suficiência a partir de 2015.

Como o planejamento vê isso?

- A descoberta do pré-sal dá muito mais conforto, porque o petróleo descoberto lá, se confirmadas as estimativas, garante a auto-suficiência por uma quantidade maior de anos. Então, não precisa com urgência de novas licitações. O que vier de novas licitações seria para exportarmos. O que projetamos agora é manter a auto-suficiência com descobertas atuais. Para o futuro, o que está em discussão é quão exportador o Brasil quer ser.

Então é isso que vai nortear as discussões sobre o novo modelo do setor?

- Sim, é isso. Qual o volume o Brasil quer exportar.

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Petróleo - Atrasos em projetos de exploração preocupam(Jornal do Commercio 07.07.2008 p. A7 Economia)

No centro das atenções do mercado internacional de petróleo após a descoberta do pré-sal, o Brasil também figura entre as preocupações de curto prazo sobre a oferta mundial da commodity.

Em relatório divulgado no mês passado, a Agência de Informações em Energia (EIA, na sigla em inglês), órgão ligado ao Departamento de Estado americano, reduziu suas projeções de crescimento da produção brasileira, que vem sendo encarada como uma das principais fontes de petróleo novo nos próximos anos.

Segundo estimativas da EIA, o Brasil só perde para os Estados Unidos em potencial de crescimento de produção até 2009, com capacidade para agregar cerca de 500 mil barris de petróleo à apertada oferta mundial da commodity. No entanto, atrasos na operação de novos projetos levaram a entidade a rever suas projeções para este ano, o que pode causar algum impacto no cenário de preços do petróleo, informa a agência no relatório mensal Projeções Energéticas de Curto Prazo de junho.

"Esperamos um crescimento de 310 mil barris por dia na produção de países não-Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) em 2008, volume um pouco menor do que a previsão do mês anterior. Dados atuais de produção na Rússia, Noruega e México, além de uma redução das expectativas para o Brasil são as principais razões para a revisão para baixo", observa o texto da agência.

Os analistas da EIA completam, porém, que o Brasil, ao lado do Azerbaijão, continua tendo papel-chave no aumento da oferta por países que não são membros da Opep.Para o consultor Jean-Paul Prates, da Expetro, a disparidade entre as expectativas sobre o presente e o futuro do mercado brasileiro de petróleo reflete diferentes ritmos de atuação entre as áreas de exploração e de produção da Petrobras.

"Enquanto a exploração está andando a 100 quilômetros por hora, a produção ainda se prepara para entrar na corrida", compara. "A exploração vem tendo grande sucesso na descoberta de grandes reservas, mas a produção ainda trabalha em campos descobertos nos tempos do monopólio", conclui.

PLATAFORMAS. As grandes plataformas previstas para este ano estão em campos como Roncador ou Marlim Leste, na Bacia de Campos, descobertos ainda na década de 90. Poucas descobertas feitas após o fim do monopólio têm já produção de petróleo, como Golfinho, no Espírito Santo. Prates ressalta, porém, que o atraso de novos projetos não afeta só a Petrobras.

Em seu relatório, a EIA concorda: "Dado o histórico recente, o ritmo do crescimento da oferta não-Opep continua sujeito a possíveis adiamentos em projetos-chave (...) Como resultado, os ganhos líquidos de produção podem ser menores do que as projeções atuais, levando a preços mais altos."

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Biocombustíveis - União Européia já cogita firmar acordo com o Brasil(Jornal do Commercio 07.07.2008 p. A7 Economia)

Pete Harrison - Da agência Reuters

Representantes do setor de energia da União Européia cogitaram um acordo com o Brasil sobre biocombustíveis no sábado, ao final de uma reunião de três dias em Paris, durante a qual eles se afastaram da polêmica meta de biocombustíveis da região.

Apesar de não terem realizado propostas de mudanças concretas para a legislação de biocombustível, os ministros afirmam que a UE falhou em comunicar apropriadamente seus planos para fazer com que 10% do combustível dos transportes terrestres venham de fontes renováveis, como os biocombustíveis, até 2020.

O ministro do Meio Ambiente francês, Jean-Louis Borloo, disse que muitas pessoas entenderam erroneamente que a meta significaria 10% apenas de biocombustíveis.

Borloo afirmou que a UE deixou claro que a meta também inclui veículos elétricos recarregáveis, usando eletricidade verde ou alimentados por hidrogênio - tecnologia em desenvolvimento que apesar de não poder ser utilizada nos dias de hoje pode ter um papel fundamental até 2020. Há 18 meses, os biocombustíveis pareciam uma idéia ótima, mas seu valor agora não parece mais tão claro, acrescentou o ministro.

Ao se distanciar dos biocombustíveis, os ministros esperam dissipar as cresces críticas de que a meta está contribuindo para o desmatamento e está ajudando a pressionar os preços dos alimentos, já que parte crescente da produção agrícola é usada para produzir biocombustíveis em vez de alimentos.

ITÁLIA E FRANÇA. "Nós precisamos decidir se a meta pode ser mantida", afirmou o secretário de Estado alemão, Jochen Homann, a jornalistas. "Ela pode ser modificada." A França e a Itália também questionaram a meta nas últimas semanas, e a Inglaterra está avaliando um limite próprio, baseado nas metas da UE.

Borloo afirmou ainda que há amplo apoio à sugestão do parlamentar da UE Claude Turmes que afirmou que a União Européia deveria realizar um acordo bilateral com o Brasil para importar biocombustíveis. Turmes, que está liderando a lei de energia renovável no Parlamento Europeu, vem pressionando para que as propostas dos biocombustíveis sejam revistas para evitar efeitos prejudiciais para as florestas e a biodiversidade. "Minhas análises mostram que o único país de onde podemos importar de forma sustentável, e em quantidades substanciais, combustíveis agrícolas para a UE, no momento, é o Brasil", disse.

"Tal acordo seria um teste, com critérios rígidos na sustentabilidade e nos problemas sociais", acrescentou. "Ao mesmo tempo, o Brasil teria que nos mostrar que está combatendo o desmatamento." Turmes revelou na sexta-feira que ele possui amplo apoio parlamentar para propor mudanças na meta do UE, passando este para 4%, além de reduzir seu prazo para 2015.

Um quinto dos combustíveis de fontes renováveis precisará ser de uma segunda geração de biocombustíveis ou veículos elétricos, e haverá uma grande revisão em 2015 para decidir se é necessário aumentar a meta para 8% ou 10% até 2020, acrescentou ele.

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Energia - Cemig e Light fazem parceria para projetos conjuntos(DCI 07.07.2008 p. A7 Indústria)

BELO HORIZONTE - A Cemig e a Light informaram, na sexta-feira, que assinaram um memorando de entendimentos para o desenvolvimento de projetos conjuntos de geração de energia.

Segundo comunicado da estatal mineira, o acordo tem por objetivo a produção de planos de negócios para tais projetos. A participação da Cemig nos consórcios a serem criados será de 49% e da Light será 51%, sendo majoritária.

Através da Cemig Geração e Transmissão, foram formalizados consórcios para os empreendimentos Paracambi, Itaocara e Lajes, localizados no estado do Rio de Janeiro. Estes acordos ainda dependem de aprovação dos órgãos reguladores competentes, entre os quais a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Além disso, a Cemig informou que tem intenção de participar em conjunto com a Light de futuras oportunidades de negócios em geração de energia elétrica, num total de pelo menos 300 MW.

No setor de distribuição, a Cemig, participante do consórcio TBE Centro-Oeste, junto com a Empresa Amazonense de Transmissão de Energia, arrematou a concessão de um lote com duas linhas de transmissão a serem implantadas em Goiás. A Light, por sua vez, fechou um contrato com a Votorantim Energia no valor de R$ 2 bilhões.

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Petróleo & Gás - Plataforma importada deve ser saída imediata à Petrobras: Com a impossibilidade de a indústria brasileira conseguir atender a demanda da estatal, companhia

fecha parcerias fora do País para acelerar planos(DCI 07.07.2008 p. A8 Indústria)

SÃO PAULO - Apesar da corrida das empresas para conseguir atender à demanda da Petrobras, a indústria brasileira, que possui muitos entraves para o fornecimento de materiais e equipamentos para a estatal, deve mesmo perder a oportunidade de ganhar mais espaço no mercado.

O desafio dos produtores nacionais, segundo o vice-presidente da Associação Brasileira de Infra-Estrutura e Indústrias de Base (Abdib), Ralph Lima Terra, vai além da capacidade tecnológica insuficiente. "Outro gargalo é a saturação da infra-estrutura física. Hoje, os estaleiros não conseguem assumir novas encomendas para entregar até 2012, mas sim somente depois desta data", garante Terra, considerado um dos grandes especialistas do setor.

Segundo o executivo, essa espera é impossível para a Petrobras e suas parceiras, que têm prazos para desenvolver os campos, ações em bolsas de valores internacionais e desafios para encaixar

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encomendas, inclusive nos estaleiros de outros países, também bastante sobrecarregados por causa do aquecimento do mercado de petróleo.

Sabendo da impossibilidade de se produzir internamente boa parte dos equipamentos, componentes e peças que serão necessários, com custos competitivos, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, já finaliza entendimentos com a empresa holandesa SBM Offshore NV para o fornecimento de uma ou mais instalações flutuantes de gás natural liquefeito (GNL) para a exploração dos campos da região de Tupi. Entre as concorrentes da SBM estão a BW Offshore Ltd., de Oslo, na Noruega, e a Modec Inc., de Tóquio. Gabrielli recusou-se a comentar quais outras empresas estão sendo sondadas.

A SBM, que pretende fornecer instalações flutuadoras de GNL com capacidade para 2,5 milhões de toneladas de gás por ano, afirmou que espera receber a primeira encomenda já no final de 2008 ou início de 2009. As negociações com a companhia, a maior fornecedora de plataformas flutuantes para a exploração de petróleo do mundo, pode acabar com o sonho de crescimento e revitalização da indústria naval do Brasil.

De acordo com o especialista da Abdib, o Brasil necessita de um plano de longo prazo para conseguir se inserir no mercado global de petróleo e gás, não somente como produtor de insumo, mas também como um fornecedor mundial de bens e serviços.

"Os desafios envolvem desde a fabricação e a montagem de componentes, equipamentos, plataformas e navios para atividades diversas bem como a formação de recursos humanos e a capacidade financeira para assumir riscos. A existência de uma indústria nacional forte e abrangente, de classe mundial e com elevado componente tecnológico, seria ainda uma vantagem comparativa para a Petrobras e operadores instalados no Brasil", afirma.

Embate com a Astra

A Petrobras e a Astra Holding, que detém juntamente com a estatal brasileira 50% da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, bateram de frente na gestão da companhia e o futuro do empreendimento vai ser determinado, possivelmente, por processo de arbitragem.

A Petrobras, que comprou metade da refinaria há dois anos, já havia indicado que queria a outra metade. Agora, ela deverá ficar com o controle total, já que a Astra decidiu exercer o direito de sair do negócio.

De acordo com comunicado divulgado pela estatal, "o preço a ser pago pela opção é estabelecido segundo um mecanismo determinado contratualmente. A Petrobras, através de seus advogados e consultores, está analisando as condições dessa opção de venda do Transcor Astra".

A estatal brasileira pagou US$ 360 milhões s pelos 50% da refinaria em 2006, que tem capacidade para processar 100 mil barris diários de petróleo. Por diversas vezes, a Petrobras disse que teria interesse em dobrar a capacidade da unidade.

"Após a falta de concordância entre as partes no conselho diretor da entidade, o Transcor Astra Group também exerceu seu direito de colocar para a Petrobras esse ativo", disse a companhia belga NPM/CNP, que controla a Astra. A companhia afirmou que iniciou processo nos EUA para proteger seus interesses na companhia, incluindo o direito de vender. Já a Petrobras disse que havia entrado com processo arbitral ainda antes, em 19 de junho, "para resolver problemas relacionados à falha, pelo Transcor Astra, em cumprir com suas obrigações contratuais".

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Energia - Energias do Brasil e MPX iniciam obras da usina termoelétrica de Pecém: Mesmo com a Defensoria Pública do Ceará tentando impedir, as obras da usina de Porto Pecém já começaram

(DCI 07.07.2008 p. A8 Indústria)

RIO DE JANEIRO - Apesar de a Defensoria Pública do Ceará tentar o embargo, a MPX Energia e sua parceira no empreendimento, Energias do Brasil, informaram na sexta-feira que as obras para a instalação da UTE Porto do Pecém começaram.

Com previsão inicial de geração para o início de 2012, a usina de Pecém terá sua entrada em operação antecipada para abril de 2011, segundo Eduardo Karrer, diretor presidente da MPX Energia.

A usina, que tem capacidade instalada de 720 MW e energia assegurada de 615 MW médios, já vendeu toda a sua produção no último leilão A-5, com o preço em torno de R$ 120/MWh. Karrer explicou que o leilão só prevê a venda da energia a partir de 2012. "Com o início das obras, poderemos vender esta energia para o mercado livre", afirmou.

O contrato de engenharia, construção e montagem (Engineering, Procurement and Construction - EPC) da planta foi firmado na modalidade "empreitada global" (lump sum turn key), com preço e prazo fixos e garantias de execução e de performance da unidade e prevê ainda mecanismos de incentivo ao consórcio construtor para antecipação da entrega dos módulos.

"Este projeto representa um importante passo para a diversificação da matriz elétrica e energética do Brasil, assim como o início da fase de construção e montagem de um dos principais projetos do portfólio da MPX", disse Karrer.

A Defensoria Pública do Ceará entrou com uma ação na Justiça para interromper o início das obras da usina de Pecém, localizada no litoral do estado, em função do impacto ambiental causado pelo uso do carvão para a geração de energia.

Refinaria

O Porto de Pecém receberá também investimentos da Petrobras,já que a empresa irá instalar no local uma refinaria premium ao custo total de US$ 11 bilhões. A refinaria será altamente qualificada para o processamento de óleo pesado e de uma mistura com óleo leve para a produção de um diesel de melhor qualidade para concorrer no mercado europeu.

O protocolo de intenções, assinado com o governo do Ceará em junho, prevê a avaliação da área para a construção da unidade destinada a um processamento de 300 mil barris por dia.

Além do diesel - que vai corresponder a 60% do processamento do óleo - a refinaria deverá produzir querosene de aviação, nafta e gás liquefeito de petróleo destinados ao atendimento do mercado interno, além de coque que poderá atender à siderurgia local.

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Biocombustíveis - Votação para regular o etanol na Europa é adiada para setembro(DCI 07.07.2008 p. B2 Agronegócios)

SÃO PAULO - A votação do texto preliminar para estabelecer a regulamentação do uso dos biocombustíveis na União Européia, que ocorreria no dia 16, foi adiada para setembro. A informação é de Geraldine Kutas, assessora internacional da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) em Bruxelas, durante entrevista ao DCI. "A nova data ainda não foi definida", disse. Porém, a data mais provável é setembro.

O texto preliminar será votado pela Comissão de Indústria e Energia do bloco. O uso dos biocombustíveis é um dos capítulos da diretiva que será estabelecida para o uso de energia renovável no bloco. "A legislação será definida somente em dezembro", disse a representante das usinas brasileiras na Europa.

O adiamento já era esperado por conta da quantidade de envolvidos na discussão, entre parlamentares europeus, sociedade civil e governos de países.

Um dos pontos preocupantes para o Brasil durante essa discussão diz respeito ao local de produção do biocombustível. Os europeus poderiam definir, por exemplo, barrar a entrada do produto no bloco dependendo dos tipos de áreas onde foram produzidas a cana-de-açúcar. Os biocombustíveis não poderiam ter como origem matéria-prima obtida em terras com reconhecido valor de alta diversidade e nem em pastagens de alta biodiversidade - decisão que poderia prejudicar o Brasil. Ponto crucial também envolve os 10% de combustíveis renováveis que serão acrescentados aos fósseis.

Segundo a Unica, é preocupante que as pastagens sejam colocadas na discussão, já que pastagens degradadas são áreas prioritárias para a expansão da cana no Brasil. Segundo a entidade, expandir nessas áreas é positivo, porque gera, inclusive, um crédito e não perda de carbono. Plantar cana em pastos degradados significa seqüestrar mais carbono do que esse tipo de solo contém se deixado como está. Apesar da questão das áreas de alta biodiversidade ser preocupante, segundo a Unica, ainda está nebulosa pois não se definiu o que é exatamente considerada uma pastagem de alta diversidade, por exemplo.

Geraldine diz que a entidade trabalha no sentido de modificar a visão européia sobre falta de terras e conseqüências disso para a produção de alimentos - preocupação do bloco. "Do ponto de vista europeu, não sobra terra. Mas não é a realidade brasileira". O aumento da produtividade por hectare também é sempre ilustrado nos encontros que a Unica promove junto a deputados e ONGs. "São apresentados dados científicos, de universidades brasileiras."

A votação do texto preliminar para estabelecer a regulamentação do uso dos biocombustíveis na União Européia, que ocorreria no dia 16, foi adiada para setembro. A informação é de Geraldine Kutas, assessora internacional da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) em Bruxelas, durante entrevista ao DCI.

O adiamento já era esperado por conta da quantidade de envolvidos na discussão, entre parlamentares europeus, sociedade civil e governos. Um dos pontos preocupantes para o Brasil diz respeito ao local de produção do biocombustível, como as pastagens degradadas, e também o acréscimo de 10% de etanol nos combustíveis fósseis.

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Ainda o petróleo: É possível que o pré-sal seja um gigantesco megacampo que demandaria a "unitização" das reservas, já prevista na Lei do Petróleo.

(O Globo - 06.07.2008 p. 7 Opinião)

Artigo - Aloizio Mercadante

Em artigo anterior neste jornal e no Senado estimulei discussão sobre o marco regulatório do petróleo, tendo como pano de fundo as extraordinárias descobertas do pré-sal, que mudaram inteiramente a realidade dos hidrocarbonetos no Brasil.

Alguns tentaram apequenar esse debate transformando diálogo estratégico para a nação em conflito provinciano em torno da distribuição de royalties. Felizmente, boa parte da opinião pública começa a perceber que a discussão proposta diz respeito ao futuro do Brasil e visa a evitar que cometamos os erros históricos de muitos países produtores de petróleo, os quais gastaram mal a riqueza que poderia tê-los levado a dar salto qualitativo de desenvolvimento.

Nesse contexto, é necessário esclarecer pontos importantes. Em primeiro lugar, é imprescindível que as concessões da ANP relativas às áreas que não estão no pré-sal tenham continuação. Tais áreas não necessitam de novas regras, já que são prospectadas com risco. Em segundo, é vital que os contratos relativos aos campos de pré-sal já descobertos sejam respeitados. Não podemos criar incertezas jurídicas que afetem nossa confiabilidade internacional.

Agora, bem, em relação aos campos ainda não prospectados do pré-sal são necessárias novas normas. Todas as 18 prospecções exploratórias acharam grandes quantidades de gás e óleo, uma taxa de sucesso de 100%. É possível que o pré-sal seja um gigantesco megacampo que demandaria a "unitização" das reservas, já prevista na Lei do Petróleo. Assim sendo, é muito provável que futuros leilões de exploração de campos nessa área, caso realizados com as regras atuais, não vendam concessões em contratos de risco, mas bilhetes premiados com grande retorno garantido. Ora, como o óleo das reservas pertence à União, a concessão sem risco, pela qual a propriedade do petróleo passaria à empresa, implicaria prejuízo ao interesse público.

Dito isto, creio ser necessário debater cuidadosamente o tema e julgo precipitada a proposta de criar estatal para gerir as novas reservas. No Brasil, temos empresa pública, a Petrobras, com vasta experiência e tecnologia comprovada. Por tal razão, oponho-me à sua exclusão do gerenciamento das novas áreas. Ela deve ser a grande parceira do Estado brasileiro na exploração do pré-sal. Um regime de partilha bem calibrado, como defende a Petrobras, a ser gerenciado pela ANP, pode ser alternativa viável.

Deve-se rever também os critérios que embasam a distribuição das participações especiais para a União, os estados e os municípios. Pela norma atual, apenas os poços de grande produtividade têm de pagar até 40% do valor de sua produção em participações especiais. Por isso, entre janeiro e março deste ano, somente 14 das 74 plataformas marítimas e 6 das 179 em terra pagaram essas participações. Porém, dado o preço internacional do barril, os poços têm hoje muito mais rentabilidade. A revisão desses critérios aumentaria consideravelmente o recolhimento das participações, sem prejudicar investimentos.

É necessário, ademais, rever a hiperconcentração na distribuição dos royalties. Nove municípios fluminenses recebem 62% do total dos royalties municipais, ao passo que os outros 5.555 municípios brasileiros (83 do Rio de Janeiro) pouco recebem. Com as novas descobertas, tal hiperconcentração será multiplicada. Ademais, é preciso modificar os parâmetros para se definir os entes federados "confrontantes" às áreas de produção. Como o próprio IBGE reconhece, os critérios em vigor privilegiam os municípios com margens costeiras convexas e prejudicam muito aqueles com zonas costeiras côncavas, potencializando a hiperconcentração.

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O debate essencial, contudo, tange ao uso dos recursos do petróleo. Temos de evitar a "doença holandesa", que vitimou países da Opep, levando-os a desperdiçar sua riqueza em consumo de bens importados e gastos perdulários, a criar gigantescas burocracias e a não construir os fundamentos destinados a promover o desenvolvimento sustentado. A criação de fundo soberano, como o da Noruega, nos permitiria usar os recursos com critérios intergeracionais e investir em educação e projetos estruturantes para o desenvolvimento do Brasil.

Estamos diante de oportunidade histórica que não pode ser desperdiçada. Com os recursos do pré-sal poderemos ascender a novo patamar de desenvolvimento. Temos vantagens relativamente a muitos grandes produtores de petróleo, como economia diversificada e vasto potencial de crescimento endógeno. Mas a vantagem crucial é a democracia, que nos permite debater livremente todas as questões, inclusive, e ainda, o petróleo.

ALOIZIO MERCADANTE é senador (PT-SP).

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IMOBILIÁRIO

Por dia, estrangeiro compra "6 Mônacos" de terra no país: A cada hora, 0,5 km2 de áreas brasileiras passa às mãos de compradores de fora do país

(Folha de São Paulo 07.07.2008 p. A10 Brasil)

Entre novembro de 2007 e maio de 2008, pessoas físicas e jurídicas do exterior compraram 1.523 imóveis rurais e venderam 151 aqui

EDUARDO SCOLESEDA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A cada hora, fazendeiros e investidores estrangeiros têm comprado ao menos 0,5 km2 de terras brasileiras. Isso significa que, ao final de um dia, 12 km2 estarão legalmente em mãos de pessoas físicas ou jurídicas de outras nacionalidades.Isso equivale a uma área semelhante a seis vezes o território de Mônaco (com área de 1,95 km2) ou a 7,5 vezes a extensão do parque Ibirapuera (área de 1.584 km2).O ritmo da chamada "estrangeirização" de terras foi medido pela Folha a partir de dados do SNCR (Sistema Nacional de Cadastro Rural) num intervalo de seis meses, entre novembro de 2007 e maio de 2008. Nesse período, estrangeiros adquiriram pelo menos 1.523 imóveis rurais no país, numa área somada de 2.269,2 km2. No mesmo intervalo, eles se desfizeram de ao menos 151 imóveis rurais, que totalizam 216 km2.Entre compras e vendas, o saldo é de 1.372 imóveis a mais na mão de estrangeiros -2.053,2 km2.De acordo com o documento do SNCR obtido pela reportagem, o total de áreas em nome de estrangeiros no país passou, no intervalo, de 38,3 mil km2 para 40,3 mil km2, um ritmo puxado pela soja, mas também motivado pela pecuária, pelos incentivos oficiais à produção de etanol e biodiesel e pelo avanço do preço da terra.O levantamento leva em conta apenas aqueles que, ao registrar a terra, declararam-se estrangeiros. Ou seja, não inclui as empresas nacionais de capital estrangeiro e muito menos aqueles que se utilizam de "laranjas" brasileiros para passar despercebidos pelos cartórios.

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Não é possível confrontar o atual ritmo com períodos anteriores. Isso porque as áreas adquiridas até então aparecem somadas no cadastro, sem a data das negociações.Como comparação, o atual avanço de estrangeiros no país supera o ritmo do governo federal na desapropriação de áreas para a reforma agrária.Nesses seis meses, enquanto fazendeiros, empresas ou grupos estrangeiros compraram ao menos 2.269 km2 no país, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Guilherme Cassel (Desenvolvimento Agrário) assinaram decretos de desapropriação de terras que somam 1.760 km2, uma diferença de 22%.Com a comparação desfavorável, os sem-terra reclamam. "Daqui a pouco, vamos voltar ao estado de colônia", afirma Marina dos Santos, da direção do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).Procurados por meio de suas assessorias, o Ministério do Desenvolvimento Agrário e o Incra não quiseram comentar os dados. O SNCR é vinculado ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária.

LegislaçãoA investida ocorre no momento em que o governo busca mecanismos legais para frear a entrada de estrangeiros em terras do país. Hoje a aquisição de terras é permitida a pessoas físicas de outra nacionalidade residentes no país e a pessoas jurídicas estrangeiras autorizadas a atuar no Brasil.Um parecer da AGU (Advocacia Geral da União) permite ainda que empresas brasileiras controladas por capital estrangeiro comprem imóveis rurais.Entre novembro de 2007 e maio de 2008, Mato Grosso liderou em volume de novas áreas sob o controle de estrangeiros -de 7.547,1 km2 para 8.074,5 km2. Atrás de MT aparecem MS, SP, BA e MG.Em relação ao número de imóveis comprados por estrangeiros nesse intervalo, São Paulo lidera, com ao menos 888 novas áreas, seguido de RJ (162), BA (131) e MG (72).Entre as regiões, o Centro-Oeste registrou o maior avanço, seguido de Sudeste, Nordeste e Sul. Já no Norte houve um efeito contrário: o total de áreas em nome de estrangeiros diminuiu em 127 km2.Para Cesário Ramalho da Silva, presidente da SRB (Sociedade Rural Brasileira), o foco dos "produtores" estrangeiros é a soja. Já os "investidores" buscam especialmente usinas do setor sucroalcooleiro.Diretor-técnico da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), Antonio de Pádua Rodrigues afirma que os estrangeiros compram apenas a área da usina. Já o terreno para o plantio da cana é arrendado de um proprietário brasileiro. "Geralmente o investimento [dos estrangeiros] não é em terra valorizada, não é em terra produtiva. Ninguém [de outro país] vai comprar terra para continuar fornecendo cana para usina", afirma Rodrigues.

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JUDICIÁRIO

TJ e TRF suspendem prazos processuais(Jornal do Commercio 07.07.2008 p. B9 Direito & Justiça)

"Tanto o desembargador Vallim Bellocchi, do TJ-SP; quanto a desembargadora Marli Ferreira, do TRF-3, foram sensíveis aos pleitos da OAB-SP no sentido de evitar que os prazos continuassem correndo, o que certamente traria prejuízos ao jurisdicionado", afirmou o presidente da OAB-SP, Luiz Flávio Borges D´Urso.

O Tribunal Regional Federal - 3ª Região divulgou a Portaria 5.490/08 suspendendo os prazos processuais no dia 3 de julho no Tribunal e na Seção Judiciária do Estado de São Paulo.

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A OAB SP justificou que diversos atos processuais são digitais, praticados e comunicados pela rede mundial de computadores e que a devolução dos prazos irá evitar prejuízos ao jurisdicionado.

Na avaliação da Seccional Paulista da OAB, a falha técnica na rede de computadores é um evento imprevisto, alheio à vontade das partes, o que caracteriza motivo suficiente para que a Justiça permita o retorno do processo ao momento em que a parte poderia sofrer um prejuízo.

Veja a íntegra:

Comunicado TJ-SP

O Excelentíssimo Senhor Desembargador Presidente do Tribunal de Justiça, COMUNICA a suspensão dos prazos processuais no Foro Judicial de 1ª e 2ª Instâncias do Estado e na Secretaria do Tribunal de Justiça, a partir de 03/07/2008, enquanto perdurarem os problemas técnicos na rede informatizada em todo o Estado.

PORTARIA Nº 5490, DE 3 DE JULHO DE 2008

Dispõe sobre a suspensão dos prazos processuais na Justiça Federal da 3ª Região.

A PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA TERCEIRA REGIÃO, no uso de suas atribuições regimentais,

CONSIDERANDO a dificuldade de acesso à internet e sistemas informatizados decorrentes dos problemas técnicos enfrentados pela prestadora de serviços Telefonica,

R E S O L V E:

Art. 1º Suspender, no dia 03.07.2008, os prazos processuais no Tribunal e na Seção Judiciária do Estado de São Paulo.

Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Publique-se. Registre-se. Cumpra-se.

MARLI FERREIRA

Presidente

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MINERAÇÃO

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Briga de preços do minério de ferro - BHP Billiton acompanha Rio Tinto: Mineradora anglo-australiana fecha acordo com a chinesa Baosteel

(Monitor Mercantil 07.07.2008 p. 3 Financeiro)

A mineradora anglo-australiana BHP Billiton fechou um acordo com a siderúrgica chinesa Baosteel sobre o reajuste no preço do minério de ferro, com um aumento em linha com os já anunciados pela mineradora Rio Tinto. O acordo encerra uma das mais longas e difíceis rodadas de negociação anual em torno do principal insumo da siderurgia, a ponto de alguns observadores do mercado sugerirem que as discussões deste ano podem marcar o começo do fim do antigo sistema de preços de referência.

A BHP anunciou ter fechado acordo para o preço de US$ 1,4466 por tonelada do minério de ferro fino e US$ 2,0169 para o produto premium granulado. A Rio Tinto acertou com a Baosteel nos mesmos termos em no dia 23 do mês passado, com os preços representando um aumento de 79,88% em relação aos de 2007 para o minério fino e de 96,5% para o granulado.

"Agora buscaremos fechar com o restante de nossos clientes sob os acordos de fornecimento de longo prazo na China e em outros países", disse o presidente de Comercialização da BHP Billiton, Tom Schutte.

Sistema de preços

Nos anos anteriores, o preço acordado entre uma das três maiores produtoras de minério de ferro - BHP, Rio Tinto e Vale - e uma grande siderúrgica servia de referência para as outras mineradoras e fabricantes de aço, que então acompanhavam o reajuste. O primeiro sinal de que este ano seria diferente veio em fevereiro, quando a Vale anunciou ter fixado o preço com as siderúrgicas asiáticas, mas sem que o reajuste fosse o mesmo para todos os produtos.

A mineradora brasileira obteve um aumento de 65% para o preço do minério fino e de 71% para o minério de qualidade superior do complexo Carajás. Então, desviando-se ainda mais do padrão, as mineradoras australianas recusaram-se a aceitar os preços da Vale, com a Rio Tinto liderando a mudança, empurrada pela oferta de compra hostil que recebeu da rival BHP Billiton.

A Rio Tinto produz mais minério do que a BHP e apostava em um grande reajuste para aumentar os lucros e fortalecer sua defesa contra a oferta de compra. Para conseguir um preço mais alto, a Rio Tinto levantou o argumento que a BHP havia utilizado sem sucesso em 2005 - o de que as mineradoras australianas deveriam receber um prêmio em relação ao minério da Vale, a fim de refletir o fato de que seus produtos pagam menos frete para chegar às siderúrgicas asiáticas.

As siderúrgicas chinesas resistiram e acusaram a Rio Tinto de quebra de contratos, ameaçando boicotar seu minério no mercado à vista. Mas a demanda permanentemente aquecida e o aumento dos preços à vista fortaleceu a posição da Rio Tinto, que acabou obtendo preços mais elevados do que os da Vale.

Segundo analistas, o preço da Rio Tinto refletiu um prêmio de frete de US$ 7,43 por tonelada em relação ao minério brasileiro e as mineradoras australianas podem conseguir reajustes ainda mais altos nas negociações futuras para refletir um diferencial de frete que atualmente gira em torno de US$ 50 por tonelada.

Entre outras importantes siderúrgicas regionais, a japonesa Nippon Steel e a sul-coreana Posco, que já acertaram com a Rio Tinto, informaram hoje que ainda não fecharam o acordo com a BHP. As informações são da Dow Jones.

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Oferta Pública - Vale fará emissão mesmo com mercado desfavorável: Operação da companhia deverá ter sucesso porque já há investidores de porte para garanti-la, segundo fontes do mercado

financeiro(Valor Econômico 07.07.2008 p. D7 Eu& Investimentos)

Por Vera Saavedra Durão, do Rio

A Vale do Rio Doce pretende levar adiante a oferta global de ações mesmo com uma condição desfavorável de mercado, afirmou Roberto Castello Branco, diretor da companhia, a dezenas de investidores reunidos no hotel Unique, em São Paulo, durante a primeira apresentação da operação, ocorrida na sexta-feira, informaram fontes do mercado financeiro. Segundo os interlocutores, a emissão deverá ter sucesso porque já há investidores de porte para garanti-la.

A reação favorável na bolsa na sexta-feira ajudou a compensar a queda dos papéis da Vale nos pregões anteriores e a reforçar as impressões positivas. As ações ordinárias (com direito a voto) fecharam em alta de 1,08% e as preferenciais classe A (sem voto) subiram 1,17%. Amanhã, no Rio, acontece a segunda apresentação da oferta.

A mineradora planeja arrecadar R$ 21,4 bilhões (sem lote suplementar), com base na na cotação de R$ 55,01 para a ação ordinária e de R$ 46,04 para a preferencial classe A, em 1º de julho. Em dólar (valor de sexta-feira), este valor representa cerca de US$ 13,4 bilhões, abaixo dos US$ 14 bilhões pretendidos sem oferta suplementar.

Pela cotação das ações na sexta-feira, a captação cai para R$ 20,3 bilhões ou US$ 12,6 bilhões. Deste total, pouco mais de um terço será subscrito pelos controladores, reunidos na Valepar. Os atuais acionistas da companhia terão direito à oferta prioritária para não verem diluídas suas fatias na empresa, uma vez que a Vale está emitindo novas ações. A data base considerada pela mineradora para decidir quem são seus acionistas é dia 15 de julho. O detentor de ações da empresa neste dia terá direito a fazer a reserva de sua parte primeiro, na proporção de 0,085 nova ação para cada uma detida, seja ordinária ou preferencial. A expectativa de operadores de corretoras é que deva sobrar para o mercado comprar um volume de papéis correspondente a cerca de US$ 6 bilhões.

A Vale destinará no mínimo 10% e no máximo 20% de cada espécie de ação emitida - descontada a oferta prioritária - para a pessoa física. A empresa adotou o filtro contra especuladores de primeira hora, chamados "flippers", que compram em ofertas iniciais para vender logo na largada, de olho no lucro rápido. Quem não tiver histórico de manutenção de ações nas últimas quatro ofertas será considerado sem prioridade de alocação. No varejo, os investidores terão de fazer reserva para compra das ações com valor mínimo de R$ 3 mil e máximo de R$ 300 mil .

O período de reserva para a colocação começa dia 11 e se estende até 15 de julho. Dia 16, após o recebimento de todas as solicitações de investimento, será fixado o preço para os papéis na oferta.

Dos recursos líquidos a serem obtidos pela Vale com este aumento de capital , ela pretende destinar 66,66% para seu programa de investimentos e para aquisições. Os restantes 33,34% serão usados para ampliar a flexibilidade financeira da empresa, meio contraída desde a compra da Inco. Mas o mercado continua apostando que a mineradora se prepara para ir às compras. No documento divulgado pela CVM, a Vale, mesmo garantindo que isto não vai ocorrer por agora, adianta que vai precisar de dinheiro para concluir "uma ou mais aquisições estratégicas". E ainda revela que essas potenciais compras de ativos podem ser "grandes operações ou diversas operações menores que irão requerer grande soma de capital".

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Ofertas Públicas - Reservas para operação da Vale começam na sexta-feira(Gazeta Mercantil 07.07.2008 p. B3 Gazeta Investe)

A Vale divulgou, na sexta-feira, os detalhes da oferta pública primária (novas ações) que incluirá papéis preferenciais e ordinários da companhia. Investidores de varejo que queiram participar da operação terão entre os dias 11 e 15 para fazê-lo. A lista contendo o nome das corretoras habilitadas para atuar durante o período de reservas será divulgada no dia 11. O valor mínimo de investimento é de R$ 3 mil e o máximo, de R$ 300 mil. A oferta da mineradora compreenderá 421,3 milhões de ações, das quais 256,9 milhões ordinárias e as restantes 164,4 milhões do tipo preferencial. Caso haja excesso de demanda, um lote suplementar, com 15% das ações preferenciais da companhia, serão emitidos na operação. Caso isso ocorra, a oferta da Vale levantará mais de R$ 21 bilhões. O montante é baseado na cotação de fechamento das ações na sessão da última sexta-feira. Os atuais acionistas controladores da Vale terão prioridade na distribuição dos papéis. Entre 10% e 20% de cada classe de ação da companhia deverá, segundo o documento divulgado, ser destinado a investidores de varejo. O preço que as ações terão na oferta será divulgado no dia 16. A oferta da Vale incluirá a listagem simultânea na Euronext Paris. A colocação de ações no Brasil terá como coordenadores cinco bancos: Credit Suisse, Bradesco BBI, BB Investimentos, Itaú BBA e Unibanco. O coordenador-líder da colocação de ações é o Credit.

Perspectivas

Na avaliação de analistas de investimento, a oferta pública da Vale ocorre em um momento adequado para a compra dos papéis, com grande espaço para valorização. "Do ponto de vista dos fundamentos da companhia, é um ativo de excelente qualidade, já que a China deve continuar consumindo as principais matérias-primas fornecidas pela Vale", afirma o responsável pelo departamento de análises da CMA, Luiz Rogê. Na avaliação do especialista, a compra de ações da Vale é, para o investidor, mais vantajosa do que comprar Petrobras. "As ações da mineradora estão bem menos sujeitas a riscos regulatórios e governamentais", compara Rogê. Relatório da CMA estima preço-alvo médio de R$ 73,34 para as ações prefereciais da Vale nos próximos 12 meses, uma valorização de mais de 67%. A corretora Spinelli estima valorização de 57% no valor dos papéis até o fim do ano, levando em consideração o preço das ações em 30 de junho. As justificativas para a alta, de acordo com a corretora, são o fato de a empresa possuir uma das maiores margens operacionais do setor, além de ser positivamente afetada pelos reajustes globais dos preço de minério de ferro, um dos principais insumos fornecidos pela empresa a seus clientes.

Aquisições

O mercado aguarda com expectativa uma possível aquisição de grande porte da mineradora. O perfil e o valor pago pelas hipotéticas aquisições podem alterar o comportamento das ações da Vale no mercado. "A compra das ações da companhia é extremamente interessante. Afinal, as perspectivas de longo prazo são muito boas. Mas, a depender do valor desembolsado em novas aquisições, o mercado pode interpretar que a empresa ficará muito alavancada", diz o gerente do departamento de análise da Modal

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Asset, Eduardo Roche. "Isso acontecerá, por exemplo, se a Vale realizar captação em dívida para viabilizar essas compras", explica. Para Rogê, da CMA, é necessário aguardar os próximos movimentos da Vale. "A empresa ainda não falou sobre o assunto."

(Luciano Feltrin) Retornar ao índice de assunto

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Mineração - BHP fecha reajuste com Baosteel(Gazeta Mercantil 07.07.2008 p. C4 Indústria)

A mineradora australiana BHP Billiton, terceira maior exportadora mundial de minério de ferro, obteve um aumento de preços de 97% para o minério fornecido à siderúrgica chinesa Baosteel Group Corp.. O percentual equipara-se ao acordo alcançado pelo Rio Tinto Group. O Baosteel vai pagar com aumento o minério fornecido no período de 12 meses iniciado em 1 de abril deste ano, disse a BHP em comunicado. A empresa pretende fechar acordos com os demais clientes na China e de outros países. Os preços do minério de ferro quase quadruplicaram desde 2001, alcançando um nível recorde, devido à disparada da demanda por parte da China. Isso elevou os custos das siderúrgicas e os lucros das mineradoras. Elas poderão ganhar mais 20% no ano que vem, num momento em que a demanda supera a oferta e novos projetos sofrem adiamento, disse a Merrill Lynch. no mês passado. "Não surpreende que a BHP tenha aceitado os mesmos preços acordados pelo Rio Tinto, uma vez que a BHP é a menor das três principais exportadoras (de minério de ferro) para a China", disse Luo Wei, analista da China International Capital Corp. "Os preços do minério de ferro deverão se manter estáveis, ou se elevar apenas ligeiramente no ano que vem com a desaceleração da produção siderúrgica", afirmou. O acordo firmado na sexta-feira pela BHP com o Baosteel, ao lado do Rio Tinto, firmado a 23 de junho, ultrapassa a elevação de 71% concedida em fevereiro à brasileira Companhia Vale do Rio Doce (Vale), maior fornecedora mundial de minério de ferro. O Rio Tinto e a BHP queriam que as siderúrgicas asiáticas pagassem mais pelo minério delas, procedente da Austrália, devido ao fato de seu transporte ser mais barato do que o originário do Brasil. O acordo do Rio Tinto inclui um acréscimo, chamado de ágio de frete, no valor de US$ 7,50 a tonelada, informou a BHP no mês passado.

Acordo BHP-Rio Tinto

As autoridades reguladoras da União Européia (UE) prorrogaram a investigação da oferta hostil apresentada pela BHP Billiton pela compra do Rio Tinto, transação que, se efetivada, resultará em uma empresa que terá o controle sobre um terço da produção mundial de minério de ferro.A Comissão Européia, encarregada da fiscalização antitruste dos 27 países da UE, vai examinar a aquisição, por US$ 163 bilhões, durante mais 90 dias úteis e deverá divulgar sua decisão até 11 de novembro, conforme informou em comunicado divulgado na sexta-feira. "A investigação inicial indicou que a pretendida aquisição levanta sérias dúvidas sobre sua compatibilidade com o mercado único", afirmou a comissão. A Divisão Antitruste do Departamento de Justiça dos EUA aprovou parcialmente ao negócio na semana passada, após análises. A aquisição também precisa ser aprovada pela Austrália e pela África do Sul. As siderúrgicas asiáticas e européias manifestaram-se contrárias à concretização da compra, alegando que ela dará influência excessiva à BHP sobre os preços do minério de ferro. Juntas, as mineradoras

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concorrerão com a Vale como a maior fornecedora da matéria-prima básica para a produção de aço. O órgão regulador sediado em Bruxelas deverá aprovar a transação ou obrigar à adoção de mudanças, entre as quais vendas de ativos.

(Bloomberg News)

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Mineração - Cresce a polêmica sobre o monopólio de urânio: Dono da 6a. maior reserva do mundo, o Brasil começa a atrair a atenção de empresas privadas, nacionais e estrangeiras.

Mercado movimenta no mundo cerca de US$ 20 bilhões por ano(Jornal do Commercio 07.07.2008 p. A4 Economia)

Daniele Carvalho - Da Agência estado

O interesse em acelerar o programa nuclear brasileiro, revelado pelo governo com a criação do Comitê de Desenvolvimento do Programa Nuclear Brasileiro, na última quinta-feira, reacendeu a polêmica sobre a quebra do monopólio na exploração de urânio no País. Dono da sexta maior reserva do minério no mundo, o Brasil começa a atrair a atenção de empresas privadas, nacionais e estrangeiras. O mercado de urânio movimenta no mundo cerca de US$ 20 bilhões por ano. Um quilo do produto chega a custar US$ 100. Estimativas apontam que as reservas nacionais do minério podem ocupar o segundo lugar no ranking mundial.

Para o presidente da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), Alfredo Tranjan Filho, não existe monopólio na exploração de urânio no País, uma vez que o estatuto de criação da INB, de 1998, já permite a operação com parceiros privados, o que a difere da Petrobras. "A INB pode operar por meio de consórcios e parcerias. No caso da Petrobras, antes da abertura do mercado, a estatal era obrigada a atuar sendo 100% dona de suas subsidiárias. Aí sim, existia monopólio", relata Tranjan.

Ainda segundo Tranjan, antes de se discutir a abertura da exploração e a possibilidade de exportação de excedente, é preciso que o País defina qual será o seu programa nuclear. "Uma empresa privada que quer deter 100% de um negócio de exploração de urânio não interessa ao País. Não se pode tomar decisão sem sabermos qual programa será adotado no longo prazo. Temos que pensar no consumo e nas reservas estratégicas."

A defesa pela manutenção da regras é engrossada por Paulo Metri, conselheiro do Clube de Engenharia e especialista no assunto. "O urânio é um bem muito valioso, e será mais, no futuro. Não há garantia de real taxação que retribua, por longo prazo, à sociedade, a entrega deste bem supervalorizado, se não existir o monopólio. Além disso, para o Brasil atuar geopoliticamente, o urânio precisa estar em empresa do Estado."

Durante a criação do Comitê de Desenvolvimento do Programa Nuclear Brasileiro, o ministro das Minas e Energia, Edson Lobão, disse que o Brasil contará com 60 mil megawatts (MW) de energia nuclear em 2060, frente aos 2 mil MW produzidos atualmente. Lobão é favorável à quebra do monopólio da exploração de urânio no País. O coro pró-abertura é engrossado pelo Instituo Brasileiro de Mineração (Ibram), que defende a abertura tanto para empresas nacionais quanto para multinacionais.

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parcerias. A possibilidade da formação de consórcio e parcerias com a INB - nos moldes do fechado com a Galvani Mineração no mês passado - não atenderia aos anseios do setor. "O Brasil detém reservas suficientes para o seu consumo e exportação. Os consórcios não são interessantes porque as decisões tomadas na esfera governamental não acompanham o ritmo da iniciativa privada", defende Marcelo Ribeiro Tunes, diretor de Assuntos Minerários do Ibram.

Uma terceira linha de defesa é a da Associação Brasileira de Energia Nuclear (Aben), que propõe a abertura gradual do mercado. "É preciso rever a legislação. Antes de quebrar o monopólio, deve-se buscar caminhos alternativos, como quando o INB abriu a concorrência para um parceiro privado explorar mina de sua propriedade (Santa Quitéria -CE)", diz o presidente da Aben, Francisco Rondinelli. Em uma segunda etapa, se buscaria explorar o urânio presente em minas que não são de propriedade da INB.

"Em reservas onde se lavram outros minérios, há incidência de urânio. As empresas não têm interesse em fazer a separação porque não ganhariam nada, uma vez que o urânio encontrado nestes casos é de propriedade da INB. Mas se a legislação fosse flexibilizada, seria possível aumentar a produção sem quebra do monopólio", defende o presidente da Aben. O último passo seria a quebra total do monopólio.

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PENAL

Remuneração - Preso que trabalha pode pedir revisão(Jornal do Commercio 07.07.2008 p. B9 Direito & Justiça)

DA REDAÇÃO

Condenado que trabalha durante o cumprimento da pena tem direito de reivindicar a revisão dos valores que recebe. Essa foi a interpretação do Superior Tribunal de Justiça (STJ) ao analisar conflito de competência sobre qual juízo competiria o julgamento desse tipo de ação. Na avaliação dos ministros da Terceira Turma, cabe a vara criminal apreciar essa demanda.

A ação foi movida por um apenado em regime semi-aberto de Mato Grosso do Sul. Ele propôs, na Justiça do Trabalho, ação contra a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário em Dourados, pedindo "o reconhecimento do direito à remuneração decorrente do trabalho realizado em três quartos do salário mínimo de todo o período trabalhado".

O juiz daquele juízo declarou-se incompetente para analisar a questão. Segundo afirmou, a remuneração obtida com esse trabalho não se limita apenas à contraprestação pelo trabalho realizado, mas às várias destinações estabelecidas em lei, como indenização por danos causados pelo crime, assistência à família e ressarcimento ao Estado de despesas com a manutenção do condenado. São, portanto, questões exclusivamente ligadas à execução penal.

Os autos foram remetidos à 3ª Vara Criminal de Dourados, que indeferiu o pedido do detento "por falta de previsão legal", mas suscitou o conflito de competência ao STJ. A ação foi relatada pelo ministro Felix

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Fischer, cujo voto foi seguido pela maioria dos ministros da Seção. Na avaliação dele, a questão levantada pelo detento tem natureza de um incidente da execução penal, já que diz respeito ao trabalho realizado pelo preso durante o cumprimento da pena. Por isso, cabe ao juiz da execução julgar o pedido.

O relator, ministro Nilson Naves, votou para que se encaminhassem os autos a uma vara de natureza cível, já que o pedido apresentado é para que o órgão penitenciário pague algo ao detento (remuneração, juros, correção monetária). Um pedido que, para Naves, não tem natureza penal.

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PROCESSUAL

Diálogos Entre Direito Civil e Direito Processual Civil Quanto à Separação e ao Divórcio Extrajudiciais – Lei Nº 11.441/07

(Ed. Magister – 07.07.2008)

Fernanda TartuceMestre em Direito Processual Civil e Graduada pela Faculdade de Direito da USP. Professora e Sub-Coordenadora dos cursos de pós-graduação lato sensu da Escola Paulista de Direito (EPD, São Paulo). Professora em cursos preparatórios para as carreiras jurídicas. Advogada Orientadora do Departamento Jurídico do Centro Acadêmico XI de Agosto, da Faculdade de Direito da USP. Membro do IBDFAM.

Flávio TartuceMestre em Direito Civil Comparado e Especialista em Direito Contratual pela PUC/SP. Aluno especial do Curso de Pós-Graduação e Graduado pela Faculdade de Direito da USP. Professor e Coordenador dos Cursos de Pós-Graduação lato sensu da Escola Paulista de Direito (EPD, São Paulo). Professor em cursos preparatórios para as carreiras jurídicas. Advogado em São Paulo. Membro do IBDFAM.

SUMÁRIO: 1. Panorama geral da lei nº 11.441/07. 2. Separação e divórcio extrajudiciais e mediação. 3. Da opção entre as vias judicial e extrajudicial. 4. Competência territorial. 5. Da possibilidade de separação e divórcio extrajudiciais por procuração. 6. Da possibilidade de divórcio indireto extrajudicial. 7. Da possibilidade de reconciliação extrajudicial. 8. Referências bibliográficas.

1. Panorama geral da Lei nº 11.441, de 2007

Em 5 de janeiro de 2007 entrou em vigor em nosso País a Lei nº 11.441 para alterar alguns dispositivos do Código de Processo Civil e instituir a possibilidade de realização de separações, divórcios e partilhas pela via extrajudicial. Apesar de ensejar mudanças apenas no Estatuto Processual, a lei interessa diretamente ao direito material – particularmente ao Direito de Família e das Sucessões. Mesmo tendo apenas cinco dispositivos, o novo regramento traz à tona uma série de discussões de conteúdos técnico e prático.

De início, o art. 982 do CPC foi alterado para prever a possível realização de inventários por escritura pública. 1 Em complemento, o art. 983 do Códex passou a trazer um novo panorama quanto ao prazo de instauração do procedimento. 2 Como se percebe, ambos os dispositivos possibilitam a realização de inventário pela via extrajudicial.

Ainda quanto ao tema de Direito Sucessório, pela nova redação do art. 1.031 do CPC não mais se exige que o inventário extrajudicial seja homologado pelo juiz. 3 A reforma enseja ainda uma correção

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legislativa: menciona-se, agora, o Código Civil de 2002 e não mais a codificação anterior (o que interessa ao direito intertemporal). 4

Nos termos do art. 3º da Lei nº 11.441/07, foi acrescido o art. 1.124-A ao Código Processual. 5 Em síntese, o comando legal possibilita a separação e o divórcio do casal, extrajudicialmente, em Tabelionato de Notas e por escritura pública, sempre que não houver litígio nem filhos menores ou incapazes. A atuação do advogado é essencial para o ato e a gratuidade deve ser assegurada se pobres os requerentes. 6

Esse último e novo dispositivo é o que interessa ao presente trabalho, que pretende analisar questões interdisciplinares, de direito material e de direito processual atinentes à separação e ao divórcio extrajudicial. Na realidade do Direito Pós-Moderno, de explosão legislativa, recomenda-se um diálogo entre as várias fontes legislativas na tentativa de, a partir das diretrizes de complementaridade e coordenação, orientar o aplicador do Direito. 7

Especialmente no tocante ao Direito Civil e ao Direito Processual Civil, é de se ponderar que a relação entre ambos deve ser considerada sob dois aspectos fundamentais: a instrumentalidade e a efetividade.

Com base na instrumentalidade, deve-se conceber o processo como um instrumento de atuação dos valores consagrados no plano do direito material. Em termos de efetividade, deve-se considerar, como bem ponderou Liebman, que, sem o processo, o direito (material) estaria abandonado apenas à boa vontade dos homens, correndo o risco de não ser atuado; já o processo sem o direito (material) seria um mecanismo fadado cair no vazio, privado de conteúdo e objetivo. 8 Como atesta Rodolfo Camargo Mancuso, com tal contribuição o mestre italiano “logrou encontrar o ponto de equilíbrio entre direito e processo, como dois pólos que, sem se sobreporem, antes se implicam e se complementam.” 9

De imediato, deixando-se de lado interesses egoísticos de alguns grupos, entendem os autores que a possibilidade de separação e divórcios extrajudiciais representa um notável avanço para a sociedade brasileira, inclusive porque legislações de outros Países já consagram a possibilidade de se percorrer esse caminho. 10 A nova norma é vantajosa para a sociedade por diminuir a burocracia nos procedimentos de separação, divórcio e inventários. Nos casos de dissolução de casamento e da sociedade conjugal afasta, ainda, a situação indesejável de os cônjuges terem de expor ao Poder Judiciário as mazelas de seus relacionamentos. Falta, todavia, o amplo debate da lei por toda a sociedade – e particularmente pela comunidade jurídica –, para a solução das inúmeras dúvidas que já surgem do seu conteúdo. Também se recomenda fortemente a regulamentação de alguns aspectos essenciais e a adoção de medidas concretas acautelatórias para evitar a perpetração de fraudes e danos. Por certo os operadores do Direito não se furtarão a esses encargos. 11

Assim, o presente artigo pretende abordar algumas questões polêmicas que já surgiram em decorrência da nova lei. Por certo é que o artigo não analisa todos os impasses decorrentes do novo regramento. Como o objetivo das normas também é promover a celeridade processual e a diminuição do que se denominou inflação judiciária, outras questões controvertidas surgiram e ainda virão à tona. Em suma, o presente trabalho está longe de esgotar o debate; seus autores pretendem apenas fomentá-lo.

2. Separação e divórcio extrajudiciais e mediaçãoNo novo panorama trazido pela Lei nº 11.441/07, a autonomia privada e o consenso despontam como importantes elementos para que a via extrajudicial constitua mais uma hipótese de regularização das relações jurídicas atinentes ao matrimônio e ao direito sucessório.

Para que o indivíduo atue de forma autônoma, é importante a consideração de sua dignidade enquanto possibilidade de autodeterminação livre e consciente; assim, deve ser disponibilizada plena informação sobre sua situação jurídica, sendo-lhe dispensado genuíno respeito à sua liberdade.

Quanto ao consenso, é importante haver concordância dos indivíduos em relação ao destino de suas posições jurídicas. Sobreleva que sua anuência seja autêntica e não decorrente de pressões e

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desinformações de qualquer uma das partes. A comunicação e o diálogo são essenciais para o afastamento das animosidades e o estabelecimento da relação em bases conciliatórias.

Como obter o consenso em momentos de acirramentos, animosidades e perdas? A mediação surge como importante técnica em tal contexto ao contemplar uma forma de gerir os conflitos com enfoque precípuo nas pessoas e em seus verdadeiros interesses. Tal método promove uma abordagem mais profunda da controvérsia ao funcionar como um acompanhamento das partes para que possam gerir seus conflitos e formular uma decisão célere, ponderada, eficaz e satisfatória em relação ao impasse instalado. 12

As técnicas para obter tal mister são variadas, tendo por núcleo principal a provocação da reflexão dos indivíduos, fazendo perguntas pertinentes sobre o objeto litigioso e outros elementos relevantes para o deslinde das questões. Assim, tem-se que a regra básica da comunicação fundamental na mediação (assim como na negociação) é escutar com atenção, interrogar para saber mais e ir resumindo o que compreendeu para esclarecer pontos importantes do conflito. 13 O mediador não impõe decisões, mas dirige as regras de comunicação entre as partes. 14

Com a facilitação do diálogo pelo mediador, os sentimentos das partes podem ser enfrentados e compreendidos. 15 Sendo-lhes permitido um espaço apropriado para a reflexão e o resgate de suas próprias responsabilidades, os mediandos poderão separar os sentimentos dos reais interesses, deixando para trás o passado e podendo se reorganizar para os tempos futuros.

No Direito de Família e no Direito das Sucessões, a partir da consideração do parentesco, desponta o aspecto continuativo da relação jurídica entre os indivíduos; eis porque se recomenda que haja uma eficiente e respeitável comunicação entre eles, despontando a mediação como importante instrumento para viabilizá-la.

A relação familiar, afinal, é perene: ainda que haja desconstituição da sociedade conjugal pela separação, remanesce ainda o vínculo – e alguns dos efeitos do casamento, especialmente o da mútua assistência -, até a decretação do divórcio. Após a realização deste, ainda assim pode haver relação continuativa no que se refere à obrigação alimentar. Caso esta não exista e não mais haja qualquer tipo de contato, de qualquer forma, é recomendável que haja paz entre os ex-cônjuges, razão pela qual a mediação sempre tem pertinência como método consensual de abordagem do conflito. 16 Na hipótese da Lei nº 11.441/07, exige-se que o casal não tenha filhos e consensualmente queira a dissolução do matrimônio, sendo muito relevante que contem com a mediação para desfazer os dissensos porventura verificados.

Assim, no âmbito da família, é importante disponibilizar elementos para que seus membros possam reforçar tal instituição de forma que ela mesma supra suas necessidades, sem precisar delegar a solução de suas crises a terceiros. 17 A mediação pode colaborar intensamente neste quadro fornecendo elementos de compreensão e resgate de responsabilidades.

A partir do panorama instaurado com a Lei nº 11.441/07, o advogado deve estar pronto para comunicar às partes não só sobre suas possibilidades de regularização do estado civil (pelas vias judicial e extrajudicial) como também as técnicas disponíveis para a obtenção do consenso, dentre as quais se destacam a negociação e a mediação.

Deve-se considerar, todavia, que nem sempre ambas as partes estão prontas para definir de per si a pendência. Situações emocionais precárias podem prejudicar todo tipo de abordagem para estabelecer o consenso; ademais, em alguns casos, há interesse na instauração de uma demanda judicial justamente para que se mantenha alguma sorte de vínculo com o outro. 18 Nessas hipóteses, podem se configurar consideráveis limitações à adoção das técnicas consensuais, sendo de rigor, caso as tentativas se revelem infrutíferas, que o magistrado imponha sua decisão de modo imperativo. Eis porque não se pode excluir a possibilidade de utilização da via judicial, em pleno cumprimento ao princípio constitucional da inafastabilidade da jurisdição.

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3. Da opção entre as vias judicial e extrajudicialA Lei nº 11.441/07 foi muitíssimo clara ao contemplar a opção pela via extrajudicial acrescentando ao teor do art. 1.124-A do CPC a expressão “poderão ser realizados por escritura pública”. Todavia, há intérpretes apontando que, uma vez presentes os requisitos apontados na lei, deve-se considerar um dever a realização mediante escritura. Tal conclusão, todavia, não se coaduna com uma interpretação lógico-sistemática de nosso ordenamento.

Pelo princípio-garantia da inafastabilidade da jurisdição, também denominado direito de ação, princípio do livre acesso ao judiciário, princípio da ubiqüidade da justiça e princípio da proteção judiciária, é tarefa dos órgãos judiciais dar justiça a quem a pedir, sendo a todos assegurado o direito cívico de solicitar a apreciação de sua pretensão. Enrico Tullio Liebman caracteriza-o como direito genérico, indeterminado, inexaurível e inconsumível. 19 Tal garantia implica o direito de receber do Estado a tutela jurisdicional adequada e apta a conferir efetividade ao pedido tanto para evitar como para reparar a lesão alegada. 20

Compete ao direito processual zelar pela tarefa de administração dos conflitos em conformidade com as diretrizes constitucionais. A respeito disso, assevera Cândido Rangel Dinamarco que o “nosso sistema político-constitucional de oferta do serviço jurisdicional resolve-se no equilíbrio entre uma fundamental promessa de absorção de pretensões de pessoas em busca de satisfação e uma série de limitações ao exercício do poder de recebê-las, processá-las e acolhê-las”. Assim, pondera que a técnica processual constitui a projeção infraconstitucional de tais limitações e visam a criar poderes, deveres, ônus, faculdades, sujeições, eficácias a vincular o magistrado e os litigantes. 21

Ao tratar da exigência de certos requisitos para que a sentença de mérito possa ser proferida, aduz o referido autor que tal condicionamento, técnica consagrada pelas legislações em geral, configura limite legitimamente imposto pela lei processual infraconstitucional à garantia constitucional da ação. 22

Revela-se importante, na perspectiva da relação jurídica, ressaltar a noção de interesse, cujo conteúdo pode ser associado à idéia de vantagem. Como bem explicita Rodolfo de Camargo Mancuso, o interesse liga uma pessoa a certo bem da vida em decorrência de certo valor que tal bem possa representar para o indivíduo. 23 Considera, então, ao mencionar o interesse em sua acepção laica, que a idéia de vantagem nasce e se desenvolve na esfera psíquica da própria pessoa. Seu portador quer, deseja, aspira uma situação e, muitas vezes, não tem como exigir sua satisfação 24.

Sob o aspecto da necessidade, pondera-se que, no exercício da função jurisdicional, o Estado intervém como um terceiro situado acima das partes que só atua quando os titulares da relação estão impedidos de gerar a devida transformação da situação controvertida por seus próprios meios e por suas próprias mãos. 25

O interesse de agir decorre, naturalmente, da demonstração de que a outra parte omitiu-se ou praticou ato justificador do acesso ao Judiciário. 26 Assim, é de questionar se seria possível conceber a existência de efetivo interesse apenas quando a parte tiver comprovado o esgotamento de todas as possibilidades de tentar sanar a controvérsia. Dentre estas, situar-se-ia a hipótese de tentar a realização extrajudicial da separação ou do divórcio.

É fato que não há, em nosso sistema jurídico vigente, como exigir o prévio esgotamento de instâncias administrativas para a parte poder acessar o Poder Judiciário. 27 O artigo 5º, inciso XXXV, da Constituição Federal, ao prever a inafastabilidade, contempla a garantia de que cabe ao Poder Judiciário o monopólio da jurisdição, não sendo admitido, com força vinculativa, o contencioso administrativo. 28 Como bem aponta Alexandre de Moraes, a atual Constituição afastou a jurisdição condicionada ou instância administrativa de curso forçado, sendo que a única exceção ao princípio do livre acesso verifica-se no tocante à justiça desportiva (Constituição Federal, art. 217, §§ 1º 29 e 2º) 30.

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O controle jurisdicional, ao lado do princípio da legalidade, constitui pilar essencial do Estado de Direito. 31 O artigo 5º, XXXV de nossa Lei Maior é o fundamento da jurisdição una por não permitir atuação vinculativa de órgãos do contencioso administrativo. 32

Há diversos precedentes judiciais que reconhecem como indevida a tentativa de submeter a parte à exigência de esgotar a via administrativa antes de acessar o Poder Judiciário na defesa de seus interesses. 33 Irretocável tal conclusão: o comando de que ao legislador não cabe limitar a apreciação de lesão ou ameaça de lesão pelo Poder Judiciário deve ser plenamente observado.

Na hipótese da Lei nº 11.441/07, acertou o legislador ao utilizar a expressão “poderão”, uma vez que a atuação judicial pode ser necessária em diversas hipóteses, não obstante as partes preencham objetivamente os requisitos da lei. Situações subjetivas das partes podem recomendar a adoção da via judicial, como nos casos de anterior má fé com falta de comparecimento de um dos cônjuges ao Tabelionato 34 e na hipótese de assistência judiciária gratuita e gratuidade 35.

Concluímos, portanto, ser essencial que a realização por escritura pública seja vista como uma possibilidade a mais e não como uma obrigação aos indivíduos. Não falta interesse de agir, estando este presente quando a via judicial se revele a mais adequada para a tutela dos interesses envolvidos na situação jurídica.

4. Competência territorialA competência territorial (ou de foro) implica na atribuição pela lei do julgamento da causa a algum dos diversos órgãos jurisdicionais levando em conta a divisão do território nacional em circunscrições judiciárias.

Nas hipóteses da Lei nº 11.441/07, a lavratura de escritura pública não constitui ato jurisdicional, não se devendo falar propriamente em julgador e em sua suposta “competência”. Eis porque o já mencionado grupo paulista de estudos afirmou que “para a lavratura dos atos notariais de que trata a Lei nº 11.441/07 (artigo 8º da Lei nº 8.935/94), é livre a escolha do tabelião de notas, não se aplicando as regras de competência do Código de Processo Civil”. Ora, a lei processual não estabeleceu qualquer regra sobre a matéria e assim procedeu de forma consentânea com o panorama existente no tocante a outros atos atribuídos aos Tabelionatos de Notas. À lei processual não compete dispor sobre tais conteúdos por ser totalmente estranho ao seu objeto natural. Eventualmente uma lei estatal específica poderia abordar o tema para evitar problemas e fraudes, o que parece de todo recomendável em um país de proporções continentais com diversificadas realidades locais. Eis porque o citado grupo de estudos do Tribunal de Justiça de São Paulo recomenda “a criação de um Registro Central de Inventários e de outro de Separações e Divórcios, para concentrar dados e informações dos atos notariais lavrados, prevenir duplicidade de escrituras e facilitar as buscas”.

A respeito dessa conclusão, André Jeremias Ribeiro, titular do 20º Tabelionato de Notas da Capital de São Paulo, aponta sua insatisfação pela inexistência de restrições à escolha do Tabelião ante a absoluta falta de previsão legal. Pondera que, “embora muito se tenha falado de um sistema central de informações, a fim de se evitarem duplicidades de atos, a tendência é que muitas fraudes encontrem facilidades. Com certeza, a territorialidade seria a melhor situação para o acautelamento de direitos.” 36 Concordamos parcialmente com tal assertiva, porquanto há mecanismos suficientes para que as informações circulem suficientemente entre as diferentes serventias. Os sistemas de comunicação podem – e devem – ser melhor utilizados para que haja disponibilidade dos dados a todos os órgãos públicos que solicitarem seu encaminhamento. Também o cidadão, para exercer negócios jurídicos, precisa conhecer o status da outra parte, razão pela qual sobreleva a importância de poder acessar os dados para descobrir o estado civil da outra pessoa.

Nessa esteira, dispõe o Provimento nº 164/CGJ/07 do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, em seu art. 11, que “os documentos necessários à prática de quaisquer dos atos mencionados neste Provimento devem ser arquivados na respectiva serventia, na forma da lei, não subsistindo esta obrigação quando forem microfilmados ou digitalizados”. A preocupação com o arquivamento revela-se

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importante, merecendo elogios a previsão do Tribunal mineiro; afinal, para eventual apuração de responsabilidades por falsidades nas declarações é essencial que os documentos existam e estejam disponíveis aos interessados.

No mais, superada esta falta de controle e de comunicação, parece-nos salutar a facilitação da atuação das partes pela possibilidade de atuar em qualquer tabelionato do país. Com isto, a novel previsão poderá atender aos seus desideratos de contribuir “para desobstruir o Poder Judiciário” e facilitar “a vida das pessoas que desejam se separar se litígio, mediante a instituição de uma formalidade jurídica mais próxima do povo e mais econômica.” 37

5. Da possibilidade de separação e divórcio extrajudiciais por procuraçãoOutra dúvida que decorre da alteração introduzida pela Lei nº 11.441/07 refere-se à possibilidade de se fazer a separação e o divórcio extrajudicial por procuração. A questão gera debates pelo fato de que muitos magistrados não aceitavam que a separação e o divórcio judicial fossem feitos por essa forma. Na opinião dos autores deste artigo, esse rigor formal já não mais se justificava, sendo certo que já havia algumas decisões admitindo a dissolução da sociedade conjugal e do casamento por procuração, principalmente nos casos de um dos cônjuges residir no exterior.

Com o surgimento da nova lei, as formalidades e o tecnicismo exagerado foram deixados de lado, a confirmar a tendência já constatada desde a entrada do Código Civil de 2002 no sentido de facilitar a atuação das partes. 38 Em conclusão, não se pode afastar a possibilidade da separação e do divórcio extrajudicial serem realizados por procuração se o próprio casamento pode seguir essa forma de celebração. 39 Alguns doutrinadores já se manifestam nesse sentido. 40

Quanto ao tema, o Conselho Nacional de Justiça reconheceu a possibilidade de tais atos serem feitos por procuração, desde que lavrada em cartório e com poderes específicos. 41 Na mesma esteira de pensamento, o Tribunal de Justiça de São Paulo, apresentou as conclusões de seu já mencionado grupo de estudos no seguinte sentido: “5.5. O comparecimento pessoal das partes não é indispensável à lavratura de escritura pública de separação e divórcio consensuais, sendo admissível ao(s) separando(s) ou ao(s) divorciando(s) se fazer representar por mandatário constituído, desde que por instrumento público (artigo 657 do CC), com poderes especiais e prazo de validade de 30 (trinta) dias. Segue-se o mesmo raciocínio da habilitação (artigo 1.525, caput, do CC) e da celebração (artigo do 1.535 do CC) do casamento, que admite procuração ad nupcias. Não poderão as duas partes, entretanto, ser representadas no ato pelo mesmo procurador”. 42

Também essa é a conclusão constante do Provimento nº 164/CGJ/07 do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, nos seguintes termos: “Art. 4° As partes poderão ser representadas por procurador em quaisquer dos atos descritos no art. 1° e §§ 1º e 2º deste Provimento, desde que munido de procuração pública com poderes específicos para o ato, outorgada há no máximo 90 (noventa) dias. Parágrafo único. Se a procuração mencionada no caput deste artigo houver sido outorgada há mais de 90 (noventa) dias, deverá ser exigida certidão do serviço notarial onde foi passado o instrumento público do mandato, dando conta de que não foi ele revogado ou anulado”. Ora, não há como discordar dessas conclusões. Se o objetivo da nova lei é promover a desburocratização e a celeridade, a impossibilidade de utilização de procuração para a separação ou para o divórcio extrajudicial seria um total contra-senso.

6. Da possibilidade de divórcio indireto extrajudicialO art. 226, § 6º da Constituição Federal consagra duas modalidades de divórcio: a) o divórcio indireto ou por conversão – precedido de ação de separação judicial; b) o divórcio direto – se os cônjuges estiverem separados de fato há mais de dois anos. 43 O divórcio também está regulamentado pelo art. 1.580 do atual Código Civil. 44

Questão controvertida que merece debate está relacionada à possibilidade do divórcio indireto extrajudicial. A dúvida emergente é a seguinte: seria possível a conversão de uma separação judicial em divórcio por meio de escritura pública? A questão também pode abranger a conversão extrajudicial de

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uma separação que já ocorreu no Tabelionato de Notas. Em uma análise preliminar, podem ser apontadas duas correntes.

A primeira corrente responde negativamente à questão formulada. Isso porque tanto a Constituição Federal quanto o Código Civil de 2002 exigem, para a referida conversão, a exigência de uma ação de separação judicial, não cabendo uma interpretação extensiva para abranger a separação extrajudicial como requisito do divórcio indireto. Este entendimento também parece estar apegado a um rigor formal desnecessário e que não se coaduna com os objetivos da nova lei.

Já para a segunda corrente não haveria qualquer óbice para a referida conversão. Nesse sentido, argumenta Paulo Luiz Netto Lôbo que “tendo em conta os fins sociais da lei e do princípio da desjudicialização que a anima, não há vedação legal para que o divórcio por conversão seja consensual e mediante escritura pública, mantidas as condições acordadas na escritura de separação”. 45 Foi essa a conclusão a que chegou o grupo de estudos constituído pelo Tribunal de Justiça de São Paulo 46, bem como do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. 47

Na verdade, e para confirmar a segunda corrente, já houve uma flexibilização pelo próprio Código Civil de 2002 quanto à conversão em divórcio, pois a nova lei civil já possibilita a conversão de medida cautelar de separação de corpos em divórcio, sem que haja ação de separação judicial (art. 1.580, caput). 48 Também dessa maneira, aliás, vem entendendo nossa jurisprudência. 49 Reforçando, pode-se utilizar o argumento de que se é possível o divórcio direto extrajudicial também o é o divórcio indireto extrajudicial. 50

Encerrando a discussão, e também para confirmar que a segunda corrente parece ser a mais correta, é interessante a construção de Romualdo Baptista dos Santos, no sentido de que não se pode falar mais em separação judicial, mas em separação jurídica. Em outras palavras, deve-se entender que a Constituição Federal e o Código Civil de 2002 exigem que os cônjuges estejam separados juridicamente e não judicialmente, para que a conversão em divórcio seja possível. 51

7. Da Possibilidade de reconciliação extrajudicialPor fim, deve ser discutida a possibilidade de reconciliação extrajudicial entre os cônjuges ser realizada no Tabelionato de Notas. Para esse debate serve como ponto de partida o art. 1.577 do Código Civil pelo qual “seja qual for a causa da separação judicial e o modo como esta se faça, é lícito aos cônjuges restabelecer, a todo tempo, a sociedade conjugal, por ato regular em juízo”. Como se pode perceber, a lei menciona a possibilidade de reconciliação em caso de separação judicial anterior, já que esta não dissolve o casamento, mas apenas a sociedade conjugal havida entre os cônjuges (art. 1.571 do Código Civil).

Diante da tendência já mencionada e o fim social da norma, de desburocratização e agilidade, deve-se compreender que a reconciliação também pode ocorrer no Tabelionato de Notas. 52 Ora, se é possível que a separação e o divórcio ocorram por meio de escritura pública, deve-se entender que a reconciliação também pode seguir essa forma. 53 Merecem privilégio a vontade do casal e os seus direitos existenciais. É de se lembrar que a autonomia privada, ante a valorização da liberdade, tem fundamento constitucional. 54

Encerrando, pode-se afirmar que oferecer entrave à reconciliação por apego formal não está de acordo com o princípio da função social da família. Por esse regramento, as entidades familiares devem ser analisadas dentro do contexto social, como celular mater da sociedade. 55 O óbice à reconciliação extrajudicial afasta justamente essa ampla valorização da família, baseada na afetividade do casal.

8. Referências bibliográficasALVIM, Arruda. Manual de direito processual: parte geral. São Paulo: RT, 2006, v. 1.BARBOSA, Águida Arruda. Mediação familiar: instrumento transdisciplinar em prol da transformação dos conflitos decorrentes das relações jurídicas controversas. 2003. Dissertação (Mestrado) – Direito Civil. Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. São Paulo (orientador Roberto João Elias).

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BERNO, Rosely. Justiça emocional. In: Anais do III Congresso Ibero-Americano de Psicologia Jurídica. Disponível em: www.mackenzie.com.br/universidade/psico/publicacao/ vol6_n1/v6n1_art5.pdf>. Acesso em 20 nov. 2006.BRAGA NETO, Adolfo. Mediação de conflitos em relações familiares. Valor econômico n. 24, setembro de 2004/Caderno E2.CARNEIRO, Athos Gusmão. Jurisdição e competência. São Paulo: Saraiva, 14ª Edição, 2005.CASSETTARI, Christiano. Separação, divórcio e inventário por escritura pública: teoria e prática. São Paulo: Método, 2007. DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. São Paulo: Atlas, 2006.DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias. Manual de Direito das Famílias. São Paulo: RT, 3ª Edição, 2006. DIDIER JR, Fredie e MAZZEI, Rodrigo. Reflexos do Novo Código Civil no Direito Processual. Salvador: Juspodivm, 2ª Edição, 2007.DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de direito processual civil, v. II. São Paulo: Malheiros, 4ª Edição, 2004, p. 110.DINAMARCO, Cândido Rangel. Universalizar a tutela. Disponível no site www.tj.ro.gov.br. Acesso em 12 de dezembro de 2006. FARIAS, Cristiano Chaves. A desnecessidade de procedimento judicial para as ações de separação e divórcio consensuais e a nova sistemática da Lei no11.441/07: o bem vencendo o mal. Disponível em: www.juspodivm.com.br. Acesso em 13 de março de 2007.LIEBMAN, Enrico Tullio. Manual de direito processual civil. Rio de Janeiro: Forense, 1984, vol. 1.LÔBO, Paulo Luiz Netto. Divórcio e separação convencionais. Boletim do IBDFAM nº 42. Ano 7. Janeiro/Fevereiro 2007, p. 5.MACHADO, Antônio Cláudio da Costa. Código de Processo Civil interpretado: artigo por artigo, parágrafo por parágrafo. Barueri: Manole, 6ª Edição, 2007.MANCUSO, Rodolfo de Camargo. A Coisa Julgada e sua Recepção no Código Civil. In O Código Civil e sua interdisciplinaridade: os reflexos do Código Civil nos demais ramos do Direito. Belo Horizonte: Del Rey, 2004.MANCUSO, Rodolfo de Camargo. Interesses difusos. São Paulo: RT, 6ª Edição, 2004.MESQUITA, José Ignacio Botelho de. As novas tendências do direito processual: uma contribuição para o seu reexame. In Teses, estudos e pareceres de processo civil. São Paulo: RT, 2004, vol. 1. MONTEIRO DE BARROS, Flávio Augusto. Separações e divórcios extrajudiciais. Disponível em: www.cursofmb.com.br. Acesso em 14 de março de 2007.MORAES, Alexandre de. Direito constitucional. São Paulo: Atlas, 20ª Edição, 2006.NERY JUNIOR, Nelson e NERY, Rosa Maria de Andrade. Comentários ao Código de Processo Civil comentado e legislação extravagante. São Paulo: RT, 2006, 9ª Edição.REALE, Miguel. Visão geral do novo Código Civil. Jus Navigandi, Teresina, ano 6, n. 54, fev. 2002: http://www1.jus.com.br/doutrina/texto.asp?id=2718>. Acesso em: 12 março 2007.SANTOS, Romualdo Baptista dos. A nova lei de separações e de divórcios extrajudiciais. Disponível em http://www.ibdfam.com.br/public/artigos.aspx?codigo=277. Acesso em 14 de março de 2007SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. São Paulo: Malheiros, 27ª Edição, 2006.TARTUCE, Fernanda. Cabe pedido de assistência judiciária gratuita nos procedimentos extrajudiciais previstos na Lei 11.441/07? Qual o alcance do benefício de gratuidade estabelecido no § 3º do art. 1124-A do CPC? In Separação, divórcio e inventários extrajudiciais: questionamentos sobre a Lei n. 11.441/07. São Paulo: Método, 2007TARTUCE, Flávio e SIMÃO, José Fernando. Direito Civil. Volume 5. Direito de Família. São Paulo: Método, 2006. TARTUCE, Flávio e SIMÃO, José Fernando. Direito Civil. Volume 6. Direito das Sucessões. São Paulo: Método, 2007VEZZULLA, Juan. Mediação: teoria e prática – guia para utilizadores e profissionais. Lisboa: Agora Publicações, 2001.

http://www.editoramagister.com/integra.asp?id=216&tipo=8

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CPC: Para o STJ, é indispensável inclusão de agravo de instrumento em pauta de julgamento(Migalhas – 07.07.2008)

É indispensável a inclusão do agravo de instrumento em pauta de julgamento, não podendo regra de regimento interno se sobrepor à determinação do artigo 552 do CPC (clique aqui). A conclusão é da Quarta Turma do STJ, ao dar parcial provimento ao recurso especial do Banco América do Sul em processo que discute contrato de prestação de serviços com clientes. O banco recorreu ao STJ após a decisão do TJ/RS de negar seguimento a agravo de instrumento por falta de apresentação de peças necessárias. "Agravo de Instrumento. Traslado deficiente. Ausência de peças necessárias. Negativa de seguimento", diz a decisão.

Para o TJ/RS, se as peças necessárias não foram apresentadas, ficou prejudicado o perfeito conhecimento do caso pelo tribunal. E rejeitou o recurso.

No recurso especial para o STJ, o banco alegou que a decisão ofendeu sete artigos do CPC (527, III, 552, 155, 165, 458, II, 525, I, 111, 535, II), além da divergência com a orientação de outros tribunais.

O banco argumentou que o agravo é nulo. "Seja por não ter sido dada oportunidade para o agravado se manifestar, seja por não ter havido publicação em diário oficial", alegou. Sustentou, ainda, que somente as peças obrigatórias levam ao não-conhecimento do recurso, sendo que outras não, ainda que necessárias.

Segundo a defesa dos clientes, não houve prejuízo objetivo e o interesse de ser intimado é deles e não do banco. "O recorrente pretendeu, um ano após, reavivar tema superado, o que foi indeferido em primeiro grau, gerou agravo de instrumento, que, levado em mesa pelo relator, restou improvido".

A Quarta Turma conheceu parcialmente do recurso especial e deu parcial provimento apenas no que diz respeito à falta de inclusão do agravo em pauta de julgamento. Segundo o ministro Aldir Passarinho Junior, é obrigatório tornar pública a inclusão em pauta do agravo de instrumento, sob pena de afrontar o princípio da publicidade dos julgamentos, previsto no artigo 552 do CPC.

"Salvo na hipótese do artigo 557 do CPC, em que é dado ao relator decidir e, havendo agravo regimental, levar o processo em mesa para apreciação do respectivo colegiado, o artigo 552 do mesmo código é cogente em exigir seja dado a agravo o devido processo legal, qual seja, a sua inclusão em pauta, se o relator não tiver feito o uso daquela faculdade", concluiu Aldir Passarinho.

Processo Relacionado : Resp 505088 - clique aqui.

http://www.migalhas.com.br/mostra_noticia.aspx?cod=64141

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PROPRIEDADE INTELECTUAL

GM prepara novos cortes de empregos e venda de marcas(Valor Econômico 07.07.2008 p. B9 Empresas - The Wall Street Journal Americas)

John B. Stoll, The Wall Street Journal, de Detroit

Como reação à profunda queda nas vendas e a uma queda histórica de suas ações, a General Motors Corp. está preparando uma nova rodada de corte de empregos nas áreas administrativas para reduzir custos e começa a considerar se deve se desfazer de outras marcas de veículos além da Hummer, que já está à venda, segundo informaram pessoas familiarizadas com o assunto.

As duas medidas são parte de uma reavaliação estratégica mais ampla e da capacidade da empresa de alcançar a projeção interna de voltar a ter lucro em 2010, disseram as mesmas pessoas.

É provável que o plano de redução de empregos seja aprovado quando o conselho de administração da empresa se reunir, no início de agosto, disseram essas pessoas. A diretoria também pode apresentar ao conselho opções para aumentar a liquidez a fim de que a GM possa passar pelo período de queda, disseram as pessoas.

O conselho deve ouvir ainda as mais recentes idéias da diretoria sobre a possibilidade de a

montadora reduzir o número de marcas que oferece no mercado americano. Atualmente ela vende oito marcas de veículos, mas cinco delas, entre as quais Buick, Saturn e Saab, têm dificuldades para atrair compradores, apesar de oferecerem novos modelos que custaram ã GM bilhões de dólares em desenvolvimento.

As discussões sobre as oito marcas entre os principais executivos se intensificaram nas últimas semanas e assinalam uma possível grande mudança de pensamento na companhia - principalmente do seu presidente, Rick Wagoner. Enquanto planejadores de produtos tratam de futuros carros e caminhonetes, várias pessoas dizem que nada está fora de cogitação. Outras dizem que a Cadillac e a Chevrolet são as principais marcas da GM e não serão eliminadas.

Durante muitas décadas, a GM se concentrou em manter sua participação no mercado como a chave para ganhar dinheiro na América do Norte, mesmo com seus críticos dizendo que ter oito marcas é um desperdício de recursos e leva suas divisões a competir umas contra as outras. Executivos da empresa discordavam, dizendo que as divisões ampliam a abrangência da GM e lhe dão mais condições de enfrentar rivais como a Toyota Motor Corp.

Uma área em que as rivais da GM Chrysler LLC e Ford Motor Co. se concentraram ao enfrentar as dificuldades desse período foi o tamanho dos seus portfólios. A ação da Ford foi drástica, vendendo a Land Rover e a Jaguar, considerando fazer o mesmo com a Volvo e planejando acabar com a Mercury até o fim da década.

Nos últimos anos, de vez em quando conselheiros e executivos levantaram questões sobre a estratégia de marcas, mas estas sempre foram rechaçadas por Wagoner, lembram pessoas ligadas ao assunto. Em fevereiro ainda ele rejeitou publicamente a idéia de acabar com marcas.

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Na questão de marcas já foram feitas mudanças. No mês passado, a GM informou que ia engavetar o desenvolvimento da próxima geração dos seus veículos mais importantes - picapes grandes e utilitários esportivos. Por isso, engenheiros de caminhonetes estão sendo remanejados e a expectativa é de que muitos vão perder o emprego.

No topo da lista de preocupações, pelo menos de acordo com Wall Street, está o encolhimento da liquidez da GM. A empresa vem queimando caixa desde 2005 - cerca de US$ 20 bilhões ao longo de três anos - e o único jeito de aumentar a liquidez tem sido a venda de ativos. Em 2006 ela vendeu o controle da GMAC, seu braço de financiamentos, e no ano passado sua unidade Allison Transmission.

Mais recentemente, a companhia tem discutido o mérito de vender os restantes 49% da GMAC ou lançar mais ações. Mas, dado o estado do mercado de crédito para aquisição da casa própria e de veículos, a GMAC está provavelmente com o menor valor possível.

Há a expectativa de que o conselho suspenda os dividendos. Analistas estimam que a GM necessite de US$ 10 milhões a US$ 15 muilhões em financiamento adicional para se manter até 2010.

David Cole, presidente do Centro para Pesquisa Automotiva, disse que há um punhado de partes interessadas que poderiam colaborar na recuperação da GM, especialmente porque suas perspectivas de longo prazo são boas se a reestruturação tiver sucesso.

Uma opção, disse, seria a GM separar de sua operação internacional da divisão norte-americana. Aí a GM poderia vender ações de sua próspera divisão mundial, que abriga operações lucrativas na Europa, Ásia e América Latina. Ele suspeita que a GM poderia fazer uma oferta pública na qual venderia 15% da empresa.

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Supermercados - Pequenos mercados reforçam marca própria: As associações de supermercados estão apostando nas marcas próprias para a queda-de-braço com os

fornecedores, prevista para o segundo semestre(DCI 07.07.2008 p. B11 Comércio)

SÃO PAULO - As centrais de negócios que reúnem pequenas cadeias de supermercados ganham cada vez mais força. Unidas, elas conseguem negociar com a indústria, e a expectativa é incrementar o faturamento do segmento este ano, principalmente no Estado de São Paulo. Na região, a previsão é passar das atuais 430 lojas ligadas ao Comitê de Central de Negócios da Associação Paulista de Supermercados (Apas) para 520 unidades, sendo o salto do volume de negócios da mesma proporção, ao alcançar R$ 5,5 bilhões este ano, ante R$ 4,6 bilhões do ano passado. Boa parte do incremento virá, conforme a Apas, da venda de itens de marca própria, que dobraram nos últimos três anos.

Para Edivaldo Bronzeri, proprietário do supermercado Ki Legal, em Jundiaí (SP), presidente da central Rede Parceiros e vice-presidente Apas das Centrais de Negócios, são essas centrais que mais facilitam os supermercados a segurar os aumentos de preços na ponta, pois conseguem brigar por melhores números. "É uma ferramenta importante no combate ao aumento de preço, devido ao poder de negociação", ressaltou. Sua rede, Ki Legal, tem 14 lojas com tamanho entre 300 e 500 metros quadrados e de três a seis check-outs (caixas registradoras).

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Bronzeri ressalta que estratégias como ampliar a venda de marca própria nas redes é a tendência para alavancar o faturamento. Até agora, as centrais e o Comitê só tinham trabalhado com produtos sazonais, como ovos de Páscoa e panetones, mas em setembro serão distribuídos 30 mil produtos com a marca própria Privilege, de amaciante, desinfetante e água sanitária. "As centrais só estão aguardando deliberações na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Há também estudos para o lançamento de óleo de soja e leite longa-vida", adiantou Bronzeri.

As vendas de ovos de Páscoa com a marca Privilege somaram 10 toneladas nesta última edição, e os panetones no Natal alcançaram 120 mil unidades. No caso do ovo de chocolate, o resultado foi tão expressivo que acabou sendo a quarta marca mais vendida neste ano no Estado de São Paulo.

A previsão, para este ano, é que só as vendas de panetone aumentem 7%. Em média, os preços são 30% menores do que os de grandes redes. Para se ter uma idéia do poder de venda da marca própria, diz o empresário, a venda de panetones em 2005 saltou de 56 mil unidades para 72 mil, em 2006. No ano passado chegou a 128 mil, ou seja, mais que dobrou nestes últimos três anos.

Com a união de forças por meio das centrais, o varejo de pequeno e médio porte consegue políticas diferenciadas de preços. Um sabonete que era vendido a R$ 1 no atacado, e que também era negociado com o fornecedor direto a R$ 0,93, chegava na central a R$ 0,89, simplesmente pela escala. Assim, os volumes do Comitê da Apas cresceram 18% ano passado e este ano devem chegar a 27%.

Comunicação

Se as vantagens nas compras abrem o sorriso dos associados, eles ficam mais contentes ainda em ter mais acesso a serviços como degustações, promoções e material de publicidade que seriam impensáveis se eles atuassem como uma ilha no mercado. Todo o portfólio de produtos de grandes fornecedores, que antes tinha acesso difícil, passa a ficar mais próximo. Os associados podem ainda ter à disposição estrutura logística e, em alguns casos, de compras internacionais.

"Com patrocínio de uma multinacional, no final de julho, vamos distribuir 2 milhões de tablóides de ofertas em todo o estado, com o mesmo preço e com atendimento em 500 lojas simultaneamente. Com a mesma entrada de custo, serão divulgados 17 produtos em 22 categorias", comemorou Henrique Costa, proprietário do Supermercados Costa do Sol , em Ribeirão Preto (SP), e diretor da central de negócios Rede 10, que hoje representa um modelo de gestão neste segmento. Seus 25 associados são supermercados com até 400 m² e que têm de duas a quatro check-outs.

Mesmo com uma administração impecável, com sólido crescimento de 17% em 2007 e faturamento de R$ 36 milhões, o empresário reclama que ainda tem dificuldades para negociar com 5% das indústrias, que "sempre tentam entender e reconhecer o trabalho da central". Mas ele afirma que as "multinacionais, que analisaram o projeto da central e abriram as portas, agora podem falar do retorno que todas essas centrais já deram".

Depois da recente inflação de preços nos alimentos, as associações de supermercados estão tentando segurar os preços, mas a queda-de-braço com a indústria está cada vez mais difícil, pois a pressão de alta é forte, e como contam com o poder de barganha pelo volume, alguns supermercadistas acreditam que podem segurar os preços por um período incerto. Por outro lado, o preço dos produtos de marcas próprias das redes são em média entre 15% e 18% menores do que os de linha, e esse percentual não deve ser repassado para o consumidor final.

Perfil

As redes do Comitê da Apas estão em 420 cidades do Estado de São Paulo, mas, para alguns supermercadistas, esse é um negócio praticamente inexplorado e que deve crescer bastante graças ao poder de negociação e a maior acesso às grandes indústrias. O crescimento do Comitê deve-se ao número de lojas e à entrada de mais duas centrais que trouxeram seus afiliados, este ano.

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"Não podemos definir o crescimento apenas como quantitativo, ou seja, em número de centrais de negócios ou de supermercados ligados a elas. O crescimento nos últimos anos acontece de forma qualitativa, ou seja, a eficiência nas negociações junto aos fornecedores melhorou muito, as negociações estão mais agressivas", disse a consultora de varejo da Apas, Stella Maris Beluzzi.

Para ela, há no Brasil cerca de 249 centrais de todos os segmentos (não só de supermercados), totalizando mais de 13,5 mil pontos-de-venda. O faturamento é estimado em cerca de R$ 25 bilhões. As centrais do segmento de supermercados representam 48% desse total, perfazendo, portanto, cerca de R$ 13 bilhões.

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Patrimônio brasileiro - OAB e Itamaraty se unem para resgatar patentes(Conjur – 06/07/2008)

O governo federal e o Conselho Federal da OAB vão firmar acordo com escritórios de advocacia na Alemanha e nos Estados Unidos para defender os interesses do país sobre registros de produtos nacionais.

O assunto foi discutido na sexta-feira (4/7) em reunião no Itamaraty. Estiveram presentes o presidente nacional da OAB, Cezar Britto, o presidente da Comissão Nacional de Relações Internacionais da entidade e membro honorário vitalício da OAB, Roberto Busato, e o ministro interino das Relações Exteriores, Samuel Pinheiro Guimarães.

Registros imprópriosO alerta sobre as patentes de produtos nacionais foi feito pela OAB, que manifestou ao Itamaraty a preocupação da entidade com o registro recente da marca “rapadura” pela empresa alemã Rapunzel Naturkost AG. A seccional da entidade no Ceará alertou o Conselho Federal da OAB, que acompanha o problema de perto desde a data do registro indevido do produto no exterior.

No caso da empresa alemã e a rapadura, as negociações não têm avançado e o apoio da OAB — no sentido de buscar escritórios parceiros no exterior para brigar pelo registro do termo — pode ser aceito.

Durante a reunião, Busato e o responsável pelos assuntos de patentes e registros pelo Itamaraty, Kenneth Nóbrega, debateram a questão. Nóbrega informou aos representantes da OAB que o Itamaraty tem encontrado dificuldades para negociar com a empresa alemã pela devolução do registro. Iniciativa semelhante vem sendo conduzida em relação a outros produtos tipicamente brasileiros, como o açaí e o cupuaçu.

http://www.conjur.com.br/static/text/67842,1

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SEGURO

Seguros - BB terá controle da Aliança Brasil(Gazeta Mercantil 07.07.2008 p. A6 Nacional)

Em decisão tomada em comum acordo entre os sócios, foi assinada, na sexta-feira, a proposta de compra, pelo BB Banco de Investimento, da totalidade das ações que a Companhia de Participações Aliança da Bahia tinha na Companhia de Seguros Aliança do Brasil. A venda da participação acionária ainda está condicionada à autorização da Superintendência de Seguros Privados (Susep), que regula o setor. A Aliança do Brasil foi criada em 1997 e tem como acionistas o BB Banco de Investimento - cuja participação é de 70% do capital total e 40% do capital votante - e a Companhia de Participações Aliança da Bahia, que detém 30% do capital total e 60% do capital votante. Segundo Marco Geovanne Tobias da Silva, gerente de relações com investidores do Banco do Brasil, tão logo ocorra a Susep de a autorização será comunicada formalmente a conclusão da negociação. Aliança do Brasil Sediada na cidade de São Paulo, a Aliança do Brasil possui atuação em todo o território brasileiro e conta com cerca de 600 colaboradores, entre funcionários, estagiários e terceiros. Com uma diversificada carteira de produtos, composta por mais de 40 tipos de seguros cobrindo riscos pessoais e patrimoniais, a companhia oferece soluções que atendem às necessidades de pessoas físicas e jurídicas, em todos os segmentos, inclusive o agronegócio. Atualmente sua carteira de riscos pessoais e de outros ramos acumula mais de 9,3 milhões de clientes, de acordo com informações do site da empresa.. Fundada em 1870, a Aliança da Bahia está presente nas principais praças do território nacional e em países do Mercosul. Desde 1929, a companhia opera no Uruguai. A seguradora atua nos segmentos de multiriscos, de riscos nomeados e riscos operacionais, para complexos empresariais de vários setores da atividade econômica como mineração, metalurgia, construção civil, alimentício, cervejaria, papel e celulose. Também oferece produtos nas áreas de riscos de responsabilidade civil e patrimoniais de pessoas físicas e jurídicas.

(Lucia Rebouças)

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Limite para resseguro evita evasão fiscal por empresas(DCI 07.07.2008 p. A4 Política Econômica)

Brasília - Decreto que limita em 10% a cessão do resseguro para as resseguradoras eventuais foi publicado no último dia 2, no Diário Oficial da União. Pela nova regra, a seguradora poderá ceder diretamente para o ressegurador eventual, no máximo, 10% da carteira anual de negócios de resseguro. O ressegurador, por sua vez, poderá transacionar 50% do valor do negócio, através do sistema de retrocessão, com uma resseguradora admitida, eventual ou local, desde que retenha 50% do risco.

O objetivo é evitar a evasão de recursos, destacou o titular da Superintendência de Seguros Privados (Susep), Armando Vergílio. Que um pequeno ressegurador viesse [do exterior] e se colocasse aqui no

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mercado apenas como [ressegurador] eventual e começasse a absorver uma enorme gama de negócios, contrapondo-se a nossa vontade de estabelecer um novo mercado.

O superintendente esclareceu que o Congresso Nacional, ao fazer a abertura do resseguro no Brasil, em janeiro do ano passado, objetivou criar um mercado ressegurador local competitivo. Criou-se uma regra de preferência, que, nos três primeiros anos, remete a uma oferta preferencial de 60% para os [resseguradores] locais e, posteriormente, após o terceiro ano, 40%. Daí em diante, essa regra é perene. Em todo e qualquer risco, que seja cedido em resseguro, terá que ser feita a oferta preferencial ao ressegurador local, disse. O ressegurador admitido tem que constituir um escritório de representação no Brasil e apresentar um mínimo de reserva no País de US$ 5 milhões, ou equivalente em moeda estrangeira.

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Resseguro - Pesquisa vai mostrar como fundos poderão transferir seus riscos(DCI 07.07.2008 p. A11 Finanças)

SÃO PAULO - Ampliar a gama de possibilidades de transferência de risco dos fundos de pensão é um dos objetivos da Munich Re, primeira empresa estrangeira do setor de resseguro a atuar no País como operadora local. Este é o primeiro passo para a Munich Re iniciar a comercialização de produtos de resseguro no Brasil.

Para isso, uma pesquisa, em parceria com a Mercer, junto aos fundos de pensão será lançada no site da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp), associação que reúne cerca de 300 fundos de pensão na próxima semana.

Segundo Mônica Fraga, diretora da Mercer, o objetivo do questionário é avaliar o interesse do mercado potencial em transferir riscos para o ressegurador. "A vantagem do resseguro é oferecer condições de risco melhores", diz Mônica. Segundo ela, o mercado de resseguros no Brasil é muito novo e ainda não está delineado.

De acordo com a Secretaria de Previdência Complementa (SPC), há divergências entre as Leis Complementares 109 e 126 (que abriu o mercado de resseguro) e é preciso aguardar o resultado da pesquisa para que a lei possa ser revista.

Resultado

A pesquisa será divulgada no final de outubro. A contratação do resseguro para os fundos já está em avaliação pela SPC, que após o resultado da pesquisa irá propor uma regulamentação do tema para o setor. A Superintendência de Seguros Privados (Susep) conseguiu cumprir sua meta de liberar a operação de 20 corretoras de resseguros até o fim de junho com a entrada da Colemont Brasil Corretagem de Resseguros.

O monopólio do mercado foi quebrado em 17 de abril. Desde então, estão autorizadas a operar de forma local, com reservas 100% nacionais, as resseguradoras Munich Re, J. Malucelli e IRB-Brasil. A espanhola Mapfre Re atua em caráter eventual (empresa constituída no exterior, sem escritório de representação no Brasil). Além da Scor Re, estão como admitidas Transatlantic Re, Lloyd's, XL Re, Scor Global Life, Swiss Re e Swiss Re America.

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De acordo com dados da Susep, o Brasil conta pedidos de operação de 32 resseguradoras, sendo que 14 já estão aprovadas, incluindo o antigo Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), e as 18 restantes estão em processo de análise.

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SOCIETÁRIO

Mercado - Em 20 dias, OGX perde R$ 3,5 bi na Bolsa: Ações da empresa de Eike Batista caíram 20% nos últimos quatro dias

(Estado de São Paulo 05.07.2008 p. B18 Negócios)

Irany Tereza

Protagonista da maior oferta pública da história da Bovespa, a OGX - braço de petróleo e gás do grupo de Eike Batista - perdeu R$ 3,5 bilhões em valor de mercado desde seu ingresso na Bovespa, em 13 de junho. Mesmo assim, a petroleira, que tem como único ativo as áreas exploratórias arrematadas no 9º leilão da ANP, representa hoje, em valor de mercado, 7,21% da Petrobrás.

A Petrobrás, que faturou no ano passado R$ 170,5 bilhões , está cotada em R$ 436,7 bilhões, ou pouco mais de US$ 170 bi. Já a estreante OGX atinge R$ 31,5 bilhões. As cifras foram calculadas pela consultoria Economática, com base no valor das ações no último dia 2.

A OGX fez sua estréia batendo recordes e, com valor de R$ 35 bilhões, apossou-se do 12º do ranking das maiores companhias de capital aberto brasileiras. Ao longo do mês passado, as ações da empresa de Eike, que já iniciaram sua trajetória na Bovespa com a extraordinária cotação de R$ 1,131,00, continuaram subindo, como centro das apostas de investidores estrangeiros, e alcançaram o pico de R$ 1.364,00, no dia 26.

Isso tudo sem furar um só poço de petróleo. Ao passo que a Petrobrás acumula, ao longo de 55 anos de atividade, ativos que vão da exploração de petróleo à distribuição de derivados. A estatal opera com 109 plataformas de produção, extrai mais de 1,9 milhão de barris por dia e possui 15 refinarias para o processamento do produto. A OGX prevê iniciar seus trabalhos de perfuração apenas em setembro de 2009.

O revés do idílio da empresa de Eike com o mercado começou esta semana. Na quarta-feira, quando o Índice Bovespa registrou sua terceira maior desvalorização do ano, com queda de 3,61%, a OGX caiu 13,24%. Nos quatro primeiros dias de julho, a empresa acumulou baixa de 19,9%. A perda é atribuída pelo mercado à saída de investidores estrangeiros, que compõem mais de 60% do grupo de tomadores das ações da empresa.

ESTRANGEIROS

“Saiu quem tem mão mole. Os fundamentalistas ficaram”, disse ao Estado uma fonte ligada à OGX, ao confirmar a saída de parte dos estrangeiros. Mas atribui a queda a um reflexo do movimento global das bolsas. “O mercado no mundo inteiro está derretendo. A perda da OGX foi apenas na parcela negociada que estava acima da linha d'água. A empresa arrecadou um recorde no mercado, no topo do nível de oferta. É claro que esta situação atual se reverte”, aposta.

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Um dia antes de sua estréia na bolsa, a OGX arrecadou R$ 6,711 bilhões com a oferta de 5,9 milhões de ações. A empresa, criada em 2007 especificamente para participar do leilão da ANP, espera aprovação do órgão regulador para efetivar a compra da participação de uma das empresas que dividem parceria numa área do pré-sal. O nome do bloco exploratório e o da empresa que está vendendo a participação ainda não foram divulgados, mas o processo já está em análise na ANP.

Na OGX, a percepção é de que as perdas na Bovespa apenas replicaram uma situação que vem se repetindo em todo o mercado, de transferência de ações de um setor para o outro.

O consultor de petróleo Marcio Melo afirma que as apostas na OGX estão não apenas no projeto de Eike, mas nas pessoas que ele levou para a companhia. “Quem toca a empresa são técnicos experientes, que participaram dos projetos que resultaram nas descobertas das reservas do pré-sal pela Petrobrás. O investidor está comprando a aposta na expertise. Eles acreditam que nos poços que a OGX vai perfurar, será encontrado petróleo. Por que você acha que eles fariam aquele lance enorme pela área que o Eike levou? Só precisavam mesmo do dinheiro para os trabalhos exploratórios.”

IPO da OGX foi o maior do mundo no trimestre

Andrea Vialli

A oferta inicial de ações (IPO)da OGX Petróleo e Gás foi a maior realizada no mundo no segundo trimestre de 2008, revela um estudo internacional da consultoria Ernst & Young. O IPO da empresa, realizado dia 11 de junho, captou US$ 4,12 bilhões. Na segunda posição ficou o banco saudita Al Inma Bank, que levantou US$ 2,7 bilhões. Outra empresa brasileira que aparece no ranking é a Hypermarcas, de produtos de consumo, na 19.ª posição, com captação de US$ 364 milhões. De acordo com o estudo, os países do Bric (grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia e China) foram responsáveis por 76 operações de abertura de capital (29% do total) e levantaram, juntos, US$ 12 bilhões.

Segundo a consultoria, o último trimestre mostra um encolhimento do número de IPOs em relação ao primeiro trimestre do ano e principalmente em relação ao segundo trimestre de 2007. A captação de recursos, por exemplo, foi 59% menor em relação ao segundo trimestre de 2007. O mesmo se reflete no número de aberturas de capital: caíram 54% em relação ao mesmo período do ano passado. O declínio, de acordo com a Ernst & Young, pode ser atribuído a fatores como a alta volatilidade dos mercados, a desaceleração na economia mundial e também à escalada no preço do petróleo, cenário que traz grandes incertezas para as aplicações em bolsa de valores.

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Capital aberto para BM&F Bovespa - Registro pode sair em agosto: Presidente da nova empresa fala em reduzir salários que representam custo dos 30%

(Monitor Mercantil 07.07.2008 p. 3 Financeiro)

Até meados de agosto a BM&F Bovespa poderá obter o registro de companhia aberta e possa começar a negociar seus papéis no pregão da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). A expectativa do presidente do Conselho de Administração da nova empresa, Gilberto Mifano, ao apresentar nesta sexta-feira, durante palestra para executivos da Câmara de Comércio Brasil- França, o cronograma da BM&F Bovespa.

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A fusão entre as duas bolsas foi aprovada em maio deste ano, mas, ainda hoje as ações das companhias continuam sendo negociadas separadamente no pregão paulista. Segundo o presidente, o principal benefício para o investidor com a fusão será o aumento de liquidez dos papéis. Atualmente, as ações das BM&F e da Bovespa ocupam o décimo lugar no ranking dos ativos mais negociados na bolsa paulista.

Demissões à vista

Durante a palestra, Mifano lembrou que a fusão vai exigir um corte de 25% dos custos da BM&F Bovespa ao longo dos próximos três anos. Ele admite que boa parte dessa redução virá da folha de pagamentos, que atualmente representa cerca de 30% dos custos. Atualmente, as duas companhias têm 1,4 mil funcionários.

Mifano explicou que a redução no número de membros do conselho de administração da nova companhia promovida esta semana foi mais um passo na melhora da governança corporativa.

Crise

O presidente do Conselho de Administração da BM&F Bovespa admitiu que o desempenho do mercado de capitais em 2008 será bem mais modesto do que o registrado no ano passado, quando a Bolsa de Valores de São Paulo foi palco de 64 ofertas públicas de ações. Mas, apesar da queda da Bovespa nos últimos dias e da fuga de investidores estrangeiros, Mifano traçou um cenário positivo para o Brasil. Segundo ele, o mercado de capitais brasileiro apresentou no primeiro semestre um desempenho diferenciado em relação ao restante do mundo, o que permitiu que a Bovespa terminasse o período ainda contabilizando ganhos.

"Seria imaturo imaginar que a gente ia ficar aqui no bem bom. Não somos mais uma ilha, com as fronteiras fechadas. É claro que vai sobrar algum rescaldo para nós. Mas, nunca estivemos em uma posição tão boa de enfrentar essa ameaça", afirmou.

Ao minimizar o impacto da aversão a risco no mercado brasileiro, o executivo citou como exemplo o fato da fuga de investidores estrangeiros nas últimas semanas não ter pressionado a cotação do dólar. "Daqui a pouco os investimentos financeiros voltam. Aqui estão as boas oportunidades. O que saiu foi pouco perto do que os investidores estrangeiros têm aqui no Brasil e perto do que eles têm no mundo. Isso nem abalou o dólar", comentou.

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Sócios afastados vão recorrer contra mudança na VarigLog: Advogado diz que causou surpresa o anúncio de que irmã de Lap Chan assumiria empresa

(Folha de São Paulo 07.07.2008 p. B4 Dinheiro)

Medida do executivo chinês, representante de fundo dos EUA, tenta enquadrar empresa aérea na lei que veta controle estrangeiro

AGNALDO BRITODA REPORTAGEM LOCAL

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Os sócios brasileiros afastados do comando da VarigLog (Marco Antonio Audi, Luiz Eduardo Gallo e Marcos Haftel) prometem apresentar recurso à direção da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) caso o empresário Lap Wai Chan -representante do fundo de investimento Matlin Patterson, atual controlador da companhia- apresente pedido de transferência do controle da companhia para a irmã, a chinesa naturalizada brasileira Chan Lup Wai Ohira, 53.Em entrevista publicada ontem na Folha, ela afirma que deverá ficar com 51% da Varig- Log. Para isso, anunciou que utilizará recursos próprios aplicados atualmente "em renda fixa e variável" para assumir a empresa de transporte.Os advogados da Volo do Brasil, empresa que controla a VarigLog, devem protocolar pedido de transferência hoje na Anac. "Os sócios brasileiros foram surpreendidos com essa indicação de Lap Chan, o que demonstra, de forma inequívoca, que ele está tentando burlar o artigo 118 do Código Brasileiro Aeronáutico", diz Marcello Panella, advogado dos sócios afastados do comando da empresa, há três meses, sob acusação de gestão temerária. Ele afirmou que aguardará o pedido do representante do fundo de investimento norte-americano para "tomar as providências". "Se for confirmado, vamos pedir à Anac que se abstenha de acatar tal pedido", diz.A medida do representante do fundo norte-americano tenta corrigir uma situação de ilegalidade da companhia ante as leis brasileiras, que vetam o controle estrangeiro de empresas de aviação. A irmã de Lap Chan é naturalizada brasileira desde os 12 anos, tem marido e filhos brasileiros. Os advogados tentam evitar que a concessão de operação seja cassada pela Anac, sob alegação de que a empresa está descumprindo o Código Brasileiro Aeronáutico, que fixa em 20% a participação máxima de capital estrangeiro nas companhias aéreas.Panella lembrou ontem que a Justiça Federal de Brasília garantiu, por meio de liminar, a manutenção da concessão da VarigLog. No dia de 5 de junho, a Anac deu prazo de um mês para que a VarigLog adequasse sua composição societária às leis brasileiras. "A Justiça considerou o afastamento dos sócios brasileiros uma medida amparada em uma decisão precária, que ainda pode ser derrubada. Não há risco de a concessão ser cassada pela Anac."A tentativa de derrubar a decisão de afastamento dos sócios brasileiros, tomada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, pode começar nesta semana. Panella afirma que está prometida para os próximos dias a publicação do acórdão com a íntegra da decisão do TJ. Ele diz que, a partir da publicação, pode tentar derrubar a decisão em instância superior, em Brasília, ou recorrer pedindo reconsideração no próprio tribunal, em São Paulo.

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Velha Varig à sombra de um calote de R$11 bi: Com receitas minguadas, companhia pode ter de enfrentar falência este mês. Maior parte da dívida é com governo

(O Globo 06.07.2008 p. 34 Economia)

Geralda Doca

BRASÍLIA e RIO. O governo fez esforços para salvar a Varig, enfrenta agora um desgaste político pela interferência da Casa Civil, mas tudo isso não deverá impedir um calote de R$10,7 bilhões, a maior parte com credores estatais. Segundo fontes ligadas ao processo de recuperação da parte antiga da companhia, hoje R$5,3 bilhões são devidos às três classes de credores - que incluem trabalhadores, o fundo de pensão Aerus, Banco do Brasil, Infraero, BR e pequenos fornecedores. Outros R$5,4 bilhões se referem a dívidas tributária e previdenciária, segundo a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional.

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No dia 17, acaba o prazo de recuperação judicial de dois anos, período em que a parte da companhia que não foi vendida - a Flex (nome fantasia da Nordeste), a Viação Aérea Riograndense e a Rio Sul - contou com proteção da Justiça. Agora, a falência poderá ser pedida.

Além disso, o grupo ficará vulnerável às investidas da Fundação Ruben Berta (FRB), a ex-controladora da Varig que muitos consideram a algoz da companhia. Afastada, a FRB já tem planos de voltar ao poder.

Ainda que a Vara Empresarial do Rio consiga brechas na lei para que o grupo continue em recuperação judicial, como o juiz Luiz Roberto Ayoub tem indicado que tentará, a Flex - a parte ativa da velha Varig - não tem caixa suficiente para chegar ao fim do ano. Entre maio de 2007 e abril deste ano, a empresa registrou um fluxo negativo de R$10,7 milhões. Com um avião apenas, sem slots (autorização de pousos e decolagens) em Congonhas, especialistas avaliam que a companhia não tem chances de crescer.

- Essa empresa não tem viabilidade. É calote na certa. Se a empresa não conseguiu honrar suas dívidas, que eram menores há dois anos, quando ela tinha uma rede internacional vastíssima e cobria todo o mercado doméstico, muito menos agora - acredita Paulo Sampaio, diretor da Multiplan Consultores Aeronáuticos.

- Não vejo saída a curto prazo a não ser a falência - diz Vladimir L. Silva, diretor da consultoria Instituto Cepta.

Para um executivo do setor que não quis ser identificado, os principais credores da Varig já assumiram o passivo em seus balanços, e o débito com a Fazenda Nacional já foi inscrita na dívida ativa:

- Prolongar o prazo é iludir os trabalhadores.

Segundo Graziella Baggio, presidente do Sindicato dos Aeronautas, dos 9.500 funcionários, cerca de sete mil foram absorvidos por outras empresas. Mas há milhares de ações trabalhistas contra a Varig, e 6.329 trabalhadores que contribuíram para o Aerus poderão ficar sem seus direitos. Dos R$5,3 bilhões devidos às três classes de credores, mais da metade é do Aerus, diz o fundo.

A Flex tem poucas fontes de receitas. Uma é um contrato com a nova Varig - que foi vendida à VarigLog e revendida à Gol. Quem compra passagem da Gol viaja no avião da Flex na rota Rio-Manaus. A outra são os vôos fretados nos fins de semana - pouco rentáveis, na opinião de analistas. Uma pequena parte dos ganhos vem dos serviços prestados pelo centro de treinamento e do aluguel de imóveis.

A Flex ainda está brigando, sem muito êxito, para receber R$37,8 milhões da VarigLog e R$31,7 milhões da nova Varig. Em seu último relatório, a Deloitte, administrador judicial, diz que a continuidade das operações depende desses créditos.

Segundo credores ouvidos pelo GLOBO, são pouquíssimas as chances de a velha Varig pagar as dívidas. A única esperança é a ação que a empresa move contra o governo pela perdas decorrentes do congelamento tarifário do governo Sarney - causa já ganha pela Transbrasil. A Varig já obteve ganho no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Mas a União recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) e promete entrar com novos recursos se o acórdão não for favorável.

A companhia diz que tem R$7 bilhões a receber, mas, segundo fontes do Ministério Público Federal, o governo não reconhece essa dívida, pois todos os brasileiros teriam pagado pelo congelamento de preços. Além disso, ponderou Sampaio, dois terços das receitas na época eram de embarques internacionais, cujas tarifas não foram afetadas.

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Irmã de Lap Chan é nova sócia da VarigLog: Chan Lup terá 51% de participação e é apresentada como solução para cumprir exigência de controle brasileiro

(O Globo 07.07.2008 p. 18 Economia)

Aguinaldo Novo

Numa manobra para se adequar à legislação, que proíbe que grupos estrangeiros tenham mais de 20% do controle de empresas aéreas no país, o fundo americano Matlin Patterson apresenta hoje à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) os nomes dos novos controladores da VarigLog. Entram em cena a chinesa naturalizada brasileira Chan Lup Wai Ohira como nova sócia majoritária, com 51% de participação, e o executivo Peter Marcussen Miller, um americano também naturalizado brasileiro, com 29% das ações.

Chan Lup é irmã do chinês Lap Wai Chan, representante do Matlin Patterson. Por uma decisão provisória da Justiça de São Paulo, os antigos sócios brasileiros (Luiz Gallo, Marco Antonio Audi e Marcos Haftel) foram afastados da empresa, sob acusação de gestão temerária. Como único controlador, restou o fundo americano, o que contraria o Código Brasileiro de Aeronáutica. Sob ameaça de cassar a concessão da VarigLog, a Anac deu prazo até hoje para que novos sócios fossem indicados.

Chinesa naturalizada brasileira foi sócia da Voloex

O nome de Chan Lup já apareceu antes no caso envolvendo a empresa aérea. Ela foi sócia da Voloex Participações e Investimentos, criada em setembro de 2007 a pedido do irmão. Lap Chan tinha poderes para comprar as ações dos então sócios brasileiros na VarigLog (conforme previa contrato de gaveta) e transferi-las para a Voloex, se adequando à legislação em vigor. A constituição da Voloex, feita com a ajuda do advogado Roberto Teixeira, compadre do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é investigada pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Civil de São Paulo.

Já Miller, que mora em Nova York, é o atual presidente do Conselho de Administração da VarigLog. Pela proposta a ser apresentada à Anac, Chan Lup vai pagar US$800 mil do US$1,3 bilhão arbitrado pela Justiça pelas ações de Gallo, Audi e Haftel.

"Acreditamos no negócio e tenho certeza de que, com uma gestão profissional e competente, poderemos levar a VarigLog a recuperar seu espaço no mercado de transportes de carga" disse a nova sócia, em nota.

Para advogado de ex-sócios, indicação é "escárnio"

Ela é apresentada como administradora, com formação pela PUC-SP e especialização em administração de instituições financeiras pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Seu currículo inclui passagens pelos bancos Comind, ING, Icatu e BNP Paribas. Sobre Miller, a informação é que "ocupou postos executivos" em empresas como a Dresdner Kleinwort Securities e no Bankers Trust Company, nos Estados Unidos.

- A indicação dos dois é um verdadeiro escárnio. Nenhum tem qualificação (para os novos cargos). Além disso, Chan Lup é irmã de Lap Chan e já apareceu como sócia na Voloex - afirmou o advogado Marcelo Panella, que representa os ex-sócios brasileiros da VarigLog. - É mais uma demonstração inequívoca de que o Matlin Patterson continua a desrespeitar a legislação - completou.

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Apesar do prazo dado pela Anac, liminar concedida na quarta-feira passada pela 14ª Vara Federal de Brasília impede a agência de cassar a concessão da VarigLog, até que seja resolvida a briga judicial entre os seus sócios.

MPF: Anac deve anular venda da Varig; Segundo depoimentos, sócios brasileiros eram laranjas do fundo estrangeiro

Geralda Doca

O Ministério Público Federal (MPF) deverá exigir que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) anule o ato que autorizou o fundo de investimentos americano Matlin Patterson e seus sócios brasileiros, reunidos na Volo do Brasil, a comprar a VarigLog e a venda posterior da VRG (parte boa da Varig) para a Gol. Para isso, falta o MPF concluir as investigações que comprovem a ilegalidade da operação inicial, o que pode estar próximo. Segundo uma fonte que está acompanhando as apurações, está cada vez mais claro, pelos depoimentos dos próprios sócios brasileiros, que eles eram mesmo laranjas do fundo estrangeiro.

Para se posicionar, o MPF está fazendo esforços no sentido de mobilizar o Superior Tribunal de Justiça (STJ) a colocar em votação o mais rapidamente possível o mérito da ação apresentada pela diretoria anterior da Anac. Esta questiona a competência da 1ª Vara Empresarial do Rio para decidir sobre assuntos de responsabilidade da agência, como é o caso de concessões de serviços de transporte aéreo.

Na época, o juiz Luiz Roberto Ayoub incluiu os slots e hotrans (permissões para explorar rotas e horários de pousos nos aeroportos) no edital de venda da Varig, que foi comprada da VarigLog. No entendimento do MP, além destes ativos pertencerem à União e não à companhia aérea, o assunto é da competência da Justiça federal e não da estadual, porque a Anac é uma autarquia especial. A decisão final do STJ dará suporte ao pedido de anulação do negócio pelo MP.

A anulação dos dois atos, explicou um procurador, teria motivações diferentes. A autorização dada pela Anac para que a Volo do Brasil, controlada pelo fundo americano, comprasse a VarigLog não respeitou o Código Brasileiro de Aeronáutica (CBA), que limita a participação do capital estrangeiro a 20% nas empresas aéreas. No segundo caso, as razões seriam os prejuízos para o mercado, pois, ao comprar a Varig, a Gol levou também slots e hotrans que estavam em poder da antiga companhia, sobretudo em Congonhas.

Na avaliação do MP, a venda da Varig para a Gol permitiu à companhia ficar em vantagem às pequenas e médias empresas, além de favorecer o duopólio com a TAM. Congonhas, que está esgotado, é responsável por 80% do lucro das empresas, ou seja, sem pousar lá nenhuma companhia consegue sobreviver. Por isso, o MP sustenta que o correto é a Anac fazer a licitação do slots da Varig e não simplesmente concordar que eles fossem repassados à Gol.

Para anular o negócio, o MP deverá, num primeiro momento, recomendar que a Anac revise atos da diretoria anterior do órgão. Depois, os procuradores entrariam com ação cível na Justiça federal, pedindo que o juiz mande que a revisão dos atos ocorra - o Ministério Público não tem este poder.

O MP tem como respaldo a lei 9.784/99, segundo a qual a administração pública pode, a qualquer tempo, rever atos prévios, desde que comprovada a existência de irregularidades. A prerrogativa tem sustentação em duas súmulas do Supremo Tribunal Federal (STF).

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Construção - Mills compra Jahu e prevê crescer 40% em 2008: Negócio contou com aporte de fundos de private equity

(Valor Econômico 07.07.2008 p. B8 Empresas)

Francisco Góes, Do Rio

A carioca Andaimes Jahu, tradicional fornecedora de andaimes e escoramentos para construções prediais, está mudando de mãos. O grupo Mills, com negócios nas áreas de construção civil, manutenção e montagem industrial e plataformas aéreas, comprou 100% da Jahu. A empresa, que pertencia a um empresário que mora nos Estados Unidos e cujo nome é mantido em sigilo, será incorporada como unidade de negócios.

Para comprar a Jahu, a Mills passou por um processo de capitalização que elevou de 20% para 27% a participação de dois fundos de private equity e outros acionistas no seu capital. A parcela restante do capital da Mills está em poder da família Nacht, herdeira do fundador. Os fundos sócios da Mills são geridos pela Investidor Profissional e pelo The Axxon Group.

O aumento de capital da Mills permitiu cobrir um terço da aquisição da Jahu, disse Ronald Miles, presidente da Mills. Os outros dois terços foram financiados com o banco Itaú em empréstimo de seis anos. O valor da compra da Jahu não foi revelado.

A capitalização da Mills foi importante para dar flexibilidade à empresa que investe no crescimento orgânico e na compra de equipamentos. Só a Mills Rental, divisão da Mills, vai investir US$ 60 milhões entre 2008 e 2012 na compra de 1,5 mil plataformas aéreas.

Parte destes recursos integram o plano de investimentos do grupo Mills para 2008, que prevê desembolsos totais de R$ 200 milhões nas quatro unidades de negócios. O valor também inclui a compra da Jahu. As divisões da Mills são: escoramento e formas de concretagem para construção pesada; manutenção e montagem industrial, o que inclui serviços com andaimes; as plataformas aéreas motorizadas; e a construção predial residencial, segmento no qual o grupo ingressa por meio da Jahu.

Miles prevê que a aquisição da Jahu, cujos clientes são construtoras em capitais do Sul e Sudeste, permitirá explorar sinergias com a Mills. A compra abre a possibilidade do lançamento de produtos, caso das formas para concretagem, negócio no qual a Mills é forte e a Jahu ainda não atua. A previsão é que a Jahu fature R$ 50 milhões este ano, 30% a mais do que em 2007. E para 2009 a estimativa é aumentar o faturamento da Jahu em 50%.

"As projeções se apóiam em oportunidades de mercado e no lançamento de novos produtos", disse Miles. A Jahu possui uma fábrica de andaimes no bairro de São Cristovão, zona Norte do Rio de Janeiro, que poderá ser ampliada. "A Jahu é uma empresa enxuta, sadia e lucrativa, que vem para somar", diz Miles. Com 300 empregados, a empresa tem sede no Rio e filiais em São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre. Reconhecida no mercado, a marca, com 40 anos de atuação no Brasil, deve ser mantida como uma divisão da Mills.

Miles afirmou que neste ano a Mills deve faturar mais de R$ 300 milhões, cerca de 40% acima do que em 2007, como resultado do crescimento do grupo e da própria aquisição da Andaimes Jahu. Em 2007, o grupo faturou R$ 216 milhões. "Com a Jahu e o plano de investimentos em curso podemos pensar, no

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futuro, na abertura do capital", disse Miles. Não há prazos, porém, para uma eventual oferta primária de ações da Mills.

O presidente da empresa não descarta outras aquisições. O aumento de capital feito pela empresa permite, segundo Miles, ter uma folga maior para avaliar novas oportunidades de investimentos.

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Sistema Financeiro - Birmann se diz vítima e abre mão de banco: Banqueiro coleciona acusações, perde negócios e aguarda recurso contra multa da CVM

(Valor Econômico 07.07.2008 p. C8 Finanças)

Vanessa Adachi, Do Rio

Nos últimos anos, sempre que alguém esteve em vias de fazer um negócio com o empresário e banqueiro gaúcho Daniel Benasayag Birmann e buscou informações a seu respeito, invariavelmente encontrou motivos de sobra para ficar com o pé atrás e, muitas vezes, desistir de seguir adiante. Uma simples pesquisa no site de busca Google retorna um vasto número de notícias de teor negativo - incluindo uma curiosa ação de agressão movida contra ele pelo cantor Lobão. A mais crucial delas, entretanto, é outra: em março de 2005, Birmann recebeu a maior multa aplicada até hoje pela Comissão de Valores Mobiliários, além de ter sido condenado em processos menores. Ele recorreu ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional, o Conselhinho, e aguarda julgamento.

"Já estou cumprindo pena", diz Birmann ao Valor, na primeira entrevista em quase dez anos de silêncio, para contar que está abrindo mão do Banco Arbi. O empresário, que mora metade do tempo em Porto Alegre e metade no Rio, diz que há cerca de duas semanas fechou um acordo para transferir os 60% do capital votante que possui do Arbi ao diretor-superintendente da instituição, Luís Fernando Pessôa. A mudança de controlador ainda depende da aprovação do Banco Central.

Pessôa tem hoje 10% do capital do banco e, além da fatia de Birmann, comprará o restante das ações das mãos de outros executivos. Birmann diz que Pessôa pagará preço próximo ao valor patrimonial do banco, que é de R$ 20 milhões. A KPMG tem 30 dias para auditar os números e ele acredita que o valor poderá subir em função de créditos como, por exemplo, os de natureza fiscal. Ele nega rumores de mercado de que estaria simplesmente transferindo o banco para o nome de Pessôa e que se manteria ainda como seu controlador. O comentário é que ele teria tentado vender o Arbi antes, sem sucesso, e que sua saída da linha de frente poderia facilitar negociações futuras. "Isso não faz sentido. Ficar como sócio oculto em um banco seria muito arriscado." Segundo Birmann, o próprio Pessôa, preocupado com o futuro da instituição, vinha procurando parceiros. "Ele não tinha dinheiro para comprar e não achava que eu poderia financiá-lo." Mas Birmann diz que concordou em receber o pagamento em cinco anos. "Não estou recebendo o dinheiro e correndo."

Para apagar a herança de Birmann, o nome do banco vai mudar. A nova marca ainda é segredo. Arbi é uma homenagem ao pai de Daniel, Aron Birmann, fundador do extinto banco Crefisul.

O fato é que Daniel Birmann já vinha matutando e sabia há tempos que precisaria dar um destino diferente a seu banco. "Se eu ficar no banco, atrapalho." Desde que foi multado em R$ 243 milhões e também inabilitado como gestor de companhia aberta pela CVM, sob acusação de ter esvaziado

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patrimonialmente a indústria SAM, do qual é controlador, e prejudicado seus acionistas minoritários em benefício próprio, Birmann perdeu muitas oportunidades. "Qualquer parceiro que não me conhece do passado, hoje não faz negócio comigo", diz. "Não tenho linha de crédito em lugar nenhum."

Apesar das dificuldades, Daniel Birmann não aparenta abatimento. Afora alguns quilos a mais e a barba um pouco mais grisalha, sua fisionomia não se alterou muito em relação aos tempos em que não evitava exposição. Ele substituiu o terno e a gravata por confortáveis camisas pólo. No Leblon, o caro bairro onde mora no Rio, não é raro vê-lo caminhar a pé, de óculos escuros, até o sofisticado restaurante Antiquarius, um dos seus preferidos, onde tem uma mesa cativa, próxima à janela.

O empresário considera que sua imagem sofreu não apenas com a condenação pela CVM, mas também por conta de outra briga envolvendo a mesma indústria SAM, que levou a Justiça a bloquear todos os seus bens no início deste ano. O fundo de pensão da Light, o Braslight, tenta cobrar dele na Justiça debêntures emitidas pela SAM em 1990, compradas pela fundação e que não foram pagas. A Braslight estima que o valor atualizado da dívida supera os R$ 160 milhões. Birmann diz que a dívida é uma fração disso.

A Braslight conseguiu, no início do ano, a decretação da falência da SAM e a extensão dos seus efeitos ao patrimônio pessoal de Birmann. O bloqueio de seus bens foi, posteriormente, suspenso por liminar - o que liberou as ações do banco para ser transferidas.

"Eu tenho dois inimigos na vida. Um é o Sérgio Bermudes e o outro é o Marcelo Trindade", diz ele. O primeiro, conhecido advogado carioca, com notável atuação em processos de falência ruidosos, é o representante da Braslight e tem promovido uma verdadeira cruzada para tentar caçar o patrimônio de Birmann. O segundo, também conhecido advogado, é o ex-presidente da CVM, que estava à frente da autarquia quando Birmann foi condenado. "Fui usado como bode expiatório para dar exemplo ao mercado de um pseudo-endurecimento da fiscalização", dispara.

Um empresário de sucesso nos anos 80 e início dos 90, dono de um conglomerado industrial e financeiro com mais de 20 empresas, Birmann sofreu um revés em meados da década de 90 quando o Banco Arbi enfrentou agudo problema de liquidez. Para capitalizar a instituição, ele passou a vender os ativos que pôde, entre eles, empresas controladas pela SAM, como a Ficap, uma das maiores fabricantes de cabos elétricos do país. O dinheiro foi usado para conceder empréstimos ao Banco Arbi. Segundo a CVM, os empréstimos foram feitos a juros baixos e, às vezes, inexistentes. Além disso, a autarquia levou em conta que a SAM tinha apenas 10% do banco, enquanto Birmann tinha 80%.

Naquela época, o Arbi estava no redesconto e sob risco de intervenção, o que forçava Birmann a estar em constante contato com o Banco Central. "Eu vendi ativos e peguei cheques gigantescos que foram integralmente depositados na conta do banco. Eu cheirava os cheques e os depositava", afirma. Ele cita como exemplo um cheque no valor de US$ 80 milhões que recebeu da Previ pela venda da Caraíba Metais. "Ninguém sabe o quão correto eu fui."

Segundo Birmann, Alkimar Moura, ex-diretor de Normas do Banco Central, foi testemunha de que os cheques recebidos dos compradores das empresas nem passavam por sua conta e eram integralmente destinados ao banco. "O que posso dizer é que, do ponto de vista do Banco Central, o Daniel Birmann, como controlador do Arbi, cumpriu as exigências de capitalização para evitar uma intervenção", afirma Moura. "Sei que ele teve que liquidar ativos para capitalizar o banco, mas não posso fazer uma avaliação sobre a origem do dinheiro."

Quanto à briga com a Braslight, Birmann diz que essa é sua única dívida que nunca foi paga. "Não há cobrança de fornecedores, bancos ou minoritários." Ele diz que não pagou porque se sentiu enganado na negociação das debêntures e que está se armando para reverter a briga na Justiça. Tem em mãos os pareceres de dois ex-ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Sálvio de Figueiredo Teixeira e Adhemar Ferreira Maciel, que consideram que as as debêntures já estavam prescritas quando a Braslight iniciou a cobrança judicial. "E o instrumento de falência foi injustamente usado."

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O empresário diz que pouco restou do conglomerado empresarial que já teve. "Hoje tenho uma empresa de energia feita a partir do lixo, a Usina Verde, e estou pensando em negócios a partir de biomassa e também em áreas de reflorestamento", conta. Birmann diz que se desfez de todo o resto, embora pairem dúvidas a respeito.

Em novembro de 2006, quando a fabricante de biodiesel Brasil Ecodiesel abriu seu capital, surgiu forte desconfiança de que o empresário ainda era seu controlador, porém estava oculto por uma sequência de holdings e trusts em paraísos fiscais. A existência de um controlador oculto, que detinha 47,7% da empresa, foi apontada pelo Valor antes da abertura de capital e levou a questionamentos por parte da CVM, além de reduziu significativamente o volume de recursos captado pela empresa. Ainda assim, o sócio por trás da holding Eco Green Solutions jamais apareceu.

Birmann afirma que já não tem nada a ver com a Brasil Ecodiesel há muitos anos. Diz ter vendido o controle para deixar a empresa crescer. Em maio deste ano, a Eco Green finalmente deixou o bloco de controle da Brasil Ecodiesel. Na ocasião, Nelson José Côrtes da Silveira, sócio da empresa, declarou ao Valor: "para mim, não interessa quem era. Só sei que eu tinha um sócio que pesava como chumbo porque ele não tem cara."

Birmann também garante não ter mais nada a ver com a Mineração Caraíba, que em 2007 quase veio à bolsa. "Me arrependo de ter vendido, o preço do cobre não estava nas alturas como agora." Também na Caraíba, o comprador da participação de Birmann foi uma empresa com sede em paraíso fiscal, de nome Anaconda.

Birmann ainda figura como presidente do conselho da Companhia Brasileira de Cartuchos , fabricante de munição. A empresa, que tinha ações em bolsa, fechou seu capital no ano passado. Ele afirma ter apenas uma participação acionária residual da companhia que já controlou. Mas não é bem assim. A CBC é controlada pela Semisa que, por sua vez, é controlada pela offshore Charles Limited., que pertence a Birmann. Ele desconversa quando o assunto vem à tona. Na época da campanha pelo desarmamento, em 2005, Birmann, que possui ele próprio porte de arma, era um dos grandes defensores do "não".

Daniel Birmann pode encontrar dificuldades para fazer novos negócios ou mesmo manter-se à frente daqueles que já tinha, mas ainda é um homem muito rico. Muito embora isso não possa ser comprovado em suas contas bancárias. Numa ordem de penhora de bens obtida pela Braslight no ano passado, foram encontrados apenas cerca de R$ 100 mil em contas em seu nome, e por um descuido seu. Há tempos ele desenvolveu o hábito de não movimentar contas em seu nome, para proteger-se de ações de penhora e também por causa do fantasma da multa da CVM. Birmann quase nunca usa cheque ou cartão de credito. No Antiquarius, por exemplo, os garçons já estão acostumados a vê-lo sacar um bolo de notas de R$ 50 e contar todas de forma paciente toda vez que a conta chega.

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Incorporações - CVM recebe sugestões até dia 25 (Valor Econômico 07.07.2008 p. D7 Eu& Investimentos)

Catherine Vieira, Do Rio

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A pedido de alguns participantes do mercado, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) estendeu até 25 de julho a data final para o envio de considerações sobre o parecer de orientação que trata dos deveres legais dos administradores nas operações de fusão e incorporação de sociedades controladas.

Uma das principais propostas é a de que nessas operações as decisões sejam tomadas por um comitê de administradores, composto por maioria de conselheiros independentes e formado especialmente para cuidar da transação.

O objetivo da nova diretriz da CVM é esclarecer qual é a postura considerada correta pela autarquia nesses casos e mitigar conflitos de interesse que podem surgir quando existe um mesmo controlador nas duas pontas de uma operação. Nos últimos anos, essas incorporações vêm suscitando conflitos, que opõem acionistas minoritários e controladores.

As primeiras reações ao parecer foram positivas, porém vários advogados destacaram a dificuldade que existe, na prática, em montar um comitê formado com maioria de independentes pinçados entre os administradores da companhia, uma vez que a maioria das empresas brasileiras tem controle definido e não disperso.

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Nova Lei de Falências - Parecer do Ministério Público libera Varig de certidão negativa de débito: Posição do órgão é parte do recurso da Fazenda que será julgado no STJ

(Valor Econômico 07.07.2008 p. E1 Legislação)

Zínia Baeta, De São Paulo

O Ministério Público Federal é favorável à continuidade da recuperação judicial da Varig, mesmo sem o pagamento da dívida tributária que a empresa possui com a União. Em um parecer do órgão, o subprocurador-geral da República, Durval Tadeu Guimarães, entendeu que a Varig não precisa apresentar a certidão negativa de débitos (CND) para ter a concessão da recuperação judicial. O parecer foi dado em um recurso da Fazenda Nacional que trata do tema e está para ser julgado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Essa será a primeira vez que um tribunal superior se pronunciará sobre a obrigatoriedade ou não de uma empresa em recuperação judicial apresentar no início do processo certidões de regularidade fiscal, como estipula a Lei de Falências e Recuperação Judicial. A depender do resultado, a decisão poderá influenciar tanto as empresas que já estão nesse tipo de procedimento quanto a estratégia da Fazenda para a cobrança dos débitos tributários dessas companhias.

O processo em questão será julgado pela terceira turma do STJ . Na prática, o que a Fazenda Nacional busca é participar, como terceiro prejudicado, do processo de recuperação da Varig. Apesar das tentativas, a Justiça do Rio de Janeiro - tanto a primeira quanto a segunda instância - entendeu que a Fazenda não teria interesse e legitimidade para contestar o plano de recuperação da Varig, homologado sem a apresentação das certidões negativas de débitos. A Fazenda recorreu e o recurso agora aguarda a análise do STJ.

No parecer do Ministério Público Federal, o órgão entendeu que a União, ao forçar a observância da regra de que a recuperação judicial pressupõe a apresentação de certidões de regularidade fiscal, obrigaria as empresas em recuperação, por via indireta, a quitarem seus débitos tributários. Dessa forma, evitaria a via mais onerosa, que seria a execução fiscal. Outro entendimento é o de que uma recuperação pode ser benéfica para o fisco, pois a União terá mais chances de receber o crédito do que

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no caso de falência da empresa, que segue uma ordem de preferência - o fisco só recebe após o pagamento dos créditos trabalhistas e daqueles com garantia real.

Apesar de a opinião do Ministério Público Federal ser obrigatória em qualquer processo, ela não é vinculativa - ou seja, não obriga a Justiça a segui-la. Ainda assim, o parecer do órgão é importante por se tratar de uma opinião de peso que pode, de alguma forma, influenciar a decisão dos ministros do STJ que irão julgar o processo. O advogado da Varig no processo, José Alexandre Corrêa Meyer, do escritório Motta Fernandes Rocha Advogados, afirma que um parecer favorável do Ministério Público Federal em uma ação é sempre bem-vindo, pois pode ser levado em consideração pelos ministros. "Dá um bom encaminhamento ao processo", afirma.

Além da tese de que a obrigatoriedade de apresentação da certidão negativa de débitos inviabilizaria a aplicação da nova Lei de Falências, a Varig afirma estar em uma situação peculiar por ser credora da União em razão de uma ação já julgada pelo STJ - e ainda pendente de decisão no Supremo Tribunal Federal (STF) - que em valores atualizados pode chegar a uma indenização de R$ 5 bilhões. A defesa da empresa também alega que a nova Lei de Falências prevê a aprovação, pelo Congresso Nacional, de uma legislação que ofereça um parcelamento especial para as empresas em recuperação, proposta que ainda tramita na Câmara dos Deputados.

Não há previsão para o julgamento do recurso no STJ, mas a manifestação do Ministério Público Federal é o ultimo procedimento antes que o relator do processo - o ministro Ari Pargendler - profira seu voto. Procurada pelo Valor, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), informou que não iria comentar "o assunto Varig".

Além da Varig, sabe-se que a Fazenda também questionou a recuperação da Parmalat. A Justiça de São Paulo aceito, porém, a homologação do processo sem a apresentação da CND pela empresa.

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Crise Imobiliária - Acionistas acertam ‘resgate’ do Bradford: Instituições sócias do banco hipotecário acertam aporte de US$ 797 milhões

(Gazeta Mercantil 07.07.2008 p. B4 Governança Corporativa)

Os maiores acionistas do Bradford & Bingley concordaram em encabeçar uma operação de resgate do banco de crédito hipotecário britânico depois que a TPG abandonou os planos para comprar uma participação de 23%. O Bradford & Bingley foi forçado a ampliar o valor da emissão proposta de ações para 400 milhões de libras (US$ 797,5 milhões) depois que a agência de classificação de risco de crédito Moody’s Investors Service cortou a nota de crédito, conferindo ao banco a menor classificação no Reino Unido e induzindo o grupo americano de compra de ativos TPG a retirar seu investimento planejado. O Investors Legal & General Group e o Standard Life informaram que comprarão as novas ações depois que fecharam com baixa de 18% na sexta-feira. A retirada do grupo TPG é o mais recente revés para o chairman Rod Kent, que enfrenta a pior crise imobiliária desde os anos 1990 e pedidos de renúncia. O aumento súbito de pagamentos atrasados de hipotecas forçou o banco com sede em Bingley, Inglaterra, a diminuir o preço da emissão de ações com direito preferencial de subscrição em junho e reverter promessas anteriores de que não necessitava de novo capital. "O Bradford & Bingley tem cambaleado de um desastre a outro", disse Leigh Goodwin, analista do banco de investimento Fox-Pitt Kelton, em Londres, que classifica as ações como

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"desempenho abaixo da média do mercado". "A principal questão é se isso é uma repetição do Northern Rock em câmera lenta, e parece caminhar rápido para essa situação", disse Goodwin. O banco britânico Northern Rock foi nacionalizado em fevereiro quando se viu privado de fundos em meio à crise de crédito e provocou a primeira corrida para um banco britânico em mais de um século. A Autoridade de Serviços Financeiros da Grã-Bretanha, que admitiu não ter supervisionado adequadamente o Northern Rock, informou que está trabalhando com o Bradford & Bingley e seus subscritores num plano de resgate. "Estamos conversando com todos os investidores envolvidos", disse o porta-voz da FSA, Joseph Eure. As ações caíram para o menor nível desde que o banco emitiu as ações em dezembro de 2000. Isso é 5 pence abaixo do preço planejado de lançamento, o que avalia o banco em US$ 616 milhões. As ações acumulam perdas de 81% neste ano, sendo as de pior desempenho no índice Bloomberg de serviços financeiros e bancos europeus. As ações do Alliance & Leicester, um banco de crédito hipotecário com sede em Leicester, Inglaterra, caíram 12%, fechando em 255,5 pence. As ações do HBOS, maior banco de crédito hipotecário do Reino Unido, perderam 2,8%, fechando em 271,5 pence, abaixo do preço de exercício para sua planejada emissão de ações com direito preferencial de subscrição para levantar capital novo. Instituições financeiras do mundo todo levantaram US$ 321 bilhões em capital depois de terem registrado mais de US$ 400 bilhões em perdas e baixas contábeis desde a desventura do mercado de crédito começou no ano passado. O grupo TPG, com sede em Fort Worth, Texas, exerceu uma cláusula para retirar sua oferta de US$ 356,89 milhões por uma participação no Bradford & Bingley depois que a Moody’s reduziu a nota de dívida do banco de A3 para Baa1 e citou como motivo uma "grande deterioração" na qualidade dos ativos. O rebaixamento teria elevado os custos do TPG para financiar a transação, disse Bruce Packard, analista da Pali International, em Londres. "O fato de o grupo TPG ter incluído a cláusula sobre um possível rebaixamento indica que eles sabiam que isso iria acontecer", disse Packard, numa nota para os clientes. A Associação de Acionistas do Reino Unido informou que vai apoiar os planos revisados do Bradford & Bingley para levantar US$ 797,5 milhões porque a saída do TPG significa menos diluição para outros investidores. O TPG recebeu "tratamento preferencial" na transação que o chairman Kent favoreceu em detrimento da proposta alternativa apresentada no mês passado pela Resolution, companhia de Clive Cowdery, informou a associação. "A empresa não está completamente morta e nós vamos apoiar a emissão de ações com direitos preferenciais de subscrição", disse Roger Lawson, porta-voz da associação. "Persistem ainda problemas sobre o longo prazo e o chairman terá de deixar o posto muito em breve", disse Lawson. Mike Tripitt, analista da Oriel Securities, cortou sua nota para as ações do Bradford & Bingley para "reduzir a posição" na sexta-feira. "É preciso haver mudança de administração e mudança de controle", ele disse. "O rebaixamento da nota de crédito e a retirada do investidor estratégico são preocupantes", disse Tripitt. Kent, de 60 anos, assumiu o posto de chairman do Bradford & Bingley em 2002 e tem atuado como presidente desde 1º de junho, quando Steven Crawshaw se demitiu por motivos de saúde. Crawshaw, de 47 anos, disse aos investidores em abril que o banco estava bem fundado e não necessitava de levantar caixa. Menos de um mês depois, o Bradford & Bingley informou que os atrasos nos pagamentos de hipotecas estavam subindo, causando queda de 56% nas ações. O banco adiou a reunião marcada para hoje para aprovar a participação do TPG e a emissão de ações para meados de julho. O banco informou que seus maiores acionistas apoiam o plano de ampliar o tamanho da emissão de ações de US$ 514,4 milhões. O Legal & General Group, a Standard Life, a M&G Investment Managers a Insight Investment Management, unidade do HBOS, apoiam o plano de financiamento revisado do Bradford & Bingley, informou o banco. "Estamos otimistas com as perspectivas de longo prazo e felizes em participar no financiamento do futuro do Bradford & Bingley", disse o porta-voz da Standard Life, Richard England. A Standard Life tem participação de 5,1% no banco. O porta-voz da Legal & General, Steve Leach, também confirmou o apoio.

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O Citigroup e o UBS permanecem como subscritores, informou o Bradford & Bingley. "Embora estejamos desapontados que o TPG tenha a intenção de terminar seu acordo de subscrição, estou contente que o Citi e o UBS e nossos maiores acionistas continuem apoiando nossa emissão proposta de capital", disse Kent na nota. O Bradford & Bingley reduziu o preço da emissão de ações com direito preferencial de subscrição em um terço em 2 de junho para 55 pence a ação depois de informar que o volume de hipotecas atrasadas subiu 2,2% no final de abril, ante 1,6% no final do ano. O banco tem um contrato com a GMAC de comprar US$ 4,18 bilhões de hipotecas até 2009. A qualidade dos empréstimos está se deteriorando, a um ritmo "expressivamente" rápido, informou a Moody’s. A Resolution, empresa holding que Cowdery formou depois que vendeu sua seguradora este ano por US$ 9,98 bilhões, propôs injetar, no mês passado, US$ 797,5 milhões no Bradford & Bingley. Cowdery, que disse contar com o apoio dos mesmos investidores que agora financiam a mais recente ajuda financeira para o banco, propôs pagar 72 pence a ação por uma participação de 29,9% antes de o banco rejeitar o plano. Cowdery, de 45 anos, ergueu a Resolution com ex-funcionários da seguradora e a vendeu este ano para o Pearl Group, sediado em Londres. Ele tem uma fortuna pessoal de nada menos que US$ 259,19 milhões. O porta-voz da Resolution, Alex Child-Villiers, não disse se a empresa vai considerar uma nova proposta pelo Bradford & Bingley. "Estamos acompanhando o setor bancário para ver como se desenvolve junto com outras oportunidades de serviços financeiros neste trimestre", ele disse. Cowdery estava considerando o investimento no Bradford & Bingley como o primeiro passo para construir "um banco novo, maior e mais sólido" por meio de mais aquisições, ele disse. A Resolution retirou a proposta porque o conselho do Bradford & Bingley estava "obstruindo" e não permitia acesso aos livros do banco. O Bradford & Bingley rejeitou a oferta da Resolution em 27 de junho, informando que faltava clareza sobre "financiamento, mudança de controle e preço". "Não me surpreenderia se a Resolution voltar, mas a um preço de ação mais próximo do pretendido" de 20 pence, disse Sandy Chen, analista da Pammure Gordon, que recomenda "vender" as ações. Esse preço presume "uma recuperação importante" nos lucros, ele disse. A agência de classificação de risco Standard & Poor’s informou que mantém a nota para o Bradford & Bingley em "observação negativa". A saída do grupo TPG é "mais um golpe" para a credibilidade e a flexibilidade financeira do banco de crédito, informou a S&P numa nota.

(Poppy Trowbridge e Jon Menon/Bloomberg News) Retornar ao índice de assunto

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Padrão Contábil - Experiência européia ajudará companhias a adotar o IFRS(Gazeta Mercantil - 07.07.2008 p. B1 Finanças & Mercados)

A experiência européia vai ajudar as companhias de capital aberto brasileiras, que por determinação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), terão que confeccionar seus balanços de acordo com os padrões contábeis internacionais (International Financial Reporting Standard -IFRS), a partir de 2010. "Na migração para o IFRS, o Brasil terá a vantagem de contar com o exemplo do que já fizeram as companhias européias para se adequar às normas. Em 2004, quando as companhias européias começaram a aplicar o IFRS não tinham a quem recorrer", conta Paul Sutcliffe, sócio da empresa de consultoria Ernst & Young. Entre as normas que as empresas deverão experimentar mais dificuldade para adotar o IFRS, Sutcliffe cita a contabilização de contribuições de consumidores e de instrumentos financeiros. A menor dificuldade deverá ficar com a contabilização da perda de valor dos ativos (impairment), acredita o consultor. "A partir deste ano, as companhias terão que enquadrar suas demonstrações contábeis às normas da lei n° 11.638/07, que fez uma tradução fiel da norma internacional, diz.

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Para ajudar a migração ao IFRS, a Ernst & Young desenvolveu um estudo com 32 empresas do setor de serviços públicos de energia, água e esgoto de 14 países europeus. Somente na Europa, 8 mil companhias abertas adequaram-se ao IFRS em 2005. Segundo Sutcliffe, as conclusões do estudo são ferramentas importantes para as companhias brasileiras evitarem erros, custos desnecessários e perda de tempo na adoção do IFRS. Instrumentos Financeiros No Brasil não há norma para a contabilização de instrumentos financeiros, sobretudo derivativos. A dificuldade para as empresas, com exceção dos bancos, será contabilizar os instrumentos financeiros pelo valor justo e não pelo valor histórico como é feito. Vai ser uma grande mudança para o contador brasileiro, diz o consultor. Outro problema a ser enfrentado pelo contador é que a norma International Accounting Standard (IAS) 39, que trata da contabilização dos instrumentos financeiros, fala pouco sobre o cálculo do valor justo. Existem vários valores justos. No câmbio por exemplo, o valor justo é usar a taxa de compra ou de venda? Segundo a pesquisa, todas as companhias utilizaram a isenção existente no IFRS relacionadas aos instrumentos financeiros de "hedging" para alguns de seus contratos de derivativos - geralmente aqueles relacionados à taxa de câmbio, de juros e risco de commodity. A contabilização desses instrumentos como hedging permite que as variações no valor justo no instrumento financeiro sejam registradas diretamente no patrimônio líquido, reduzindo assim a volatilidade dos ganhos. A pesquisa revela ainda que os montantes reconhecidos diretamente no patrimônio líquido foram 80% do total de ganhos nestes instrumentos financeiros, enfatizando o quão significativa é essa regra contábil. Os derivativos mais comuns utilizados no setor de serviços públicos foram contratos de commodity, incluindo compromissos contratuais. Contribuição No setor de serviços públicos, principalmente de energia elétrica, é comum que as empresas recebam doações de seus clientes, que podem ser representadas por bens ou dinheiro para aquisição de equipamentos requeridos para fornecer os serviços concernentes a sua área de atuação. A contabilização para essas contribuições de consumidores não está bem definida no IFRS, diz Sutcliffe. Por esse motivo, a pesquisa revelou diferenças nas práticas contábeis utilizadas pelas empresas. Do universo avaliado, 70% das companhias reconhecem esses pagamentos como uma receita diferida, apropriando os valores ao resultado, ao longo da vida útil do ativo. Já 20% das empresas registraram essas contribuições como uma redução do imobilizado e 10% reconheceram esses recursos diretamente como receita no resultado do período. "A contabilização desses valores deveria ser consistente entre as empresas desse segmento, a partir das orientações contidas no International Financial Reporting Interpretations Committee – (IFRIC D) 24." A orientação, porém, ainda é um esboço, diz. (Lucia Rebouças)

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Bolsas - Fusão agora no papel: Derivativos unindo juros e ações, e 30% de custos, são as apostas da BM&F Bovespa, que integrará as ações das duas bolsas a partir de agosto, para

incrementar os negócios da empresa surgida da unificação e atrair aplicadores

(Jornal do Commercio 07.07.2008 p. B1 Seu Dinheiro)

ANA PAULA CARDOSO - DO JORNAL DO COMMERCIO

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Está prevista para agosto a unificação da Bovespa Holding e da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). O processo de integração das duas bolsas, que passará a ser chamada de BM&F Bovespa, aguarda apenas a aprovação do registro de capital aberto pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), disse o presidente do conselho administrativo da BM&F Bovespa, Gilberto Mifano, em evento promovido pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), na última sexta-feira, no Rio de Janeiro. Redução de custos e novos produtos a serem oferecidos aos investidores prometem incrementar os negócios da nova empresa que nasce da unificação. Para os investidores, aumentam as expectativas em relação á rentabilidade dos papéis das duas bolsas, que passarão a ser um só, negociado no segmento Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo, também a partir de agosto.

Um dia após a divulgação do novo conselho da BM&F Bovespa, que reduziu o antigo número de componentes de 18 para 11, Mifano falou também das perspectivas de redução de custo em até 25% como resultado da integração das duas bolsas. A reestruturação da empresa vai passar ainda por corte de pessoal, que atualmente pesa em 30% na despesa total da companhia. Em torno de 1.400 funcionários, mas o maior custo ainda é o de tecnologia. A redução dos custos não será imediata e sim diluída nos próximos três anos.

A redução nos custos pode significar também novos investimentos. O presidente espera ainda captar recursos com novos produtos Nesta semana que se inicia, a BM&F já vai trazer um novo produto de negociação de taxas de juros. Mifano não pode dar detalhes. Aumentar a capacidade de oferta ao mercado e facilitar a utilização da Bolsa por parte das corretoras e investidores, estrangeiros principalmente, fazem parte das metas da nova companhia.

Embora não possa dar detalhes, Mifano afirmou que tem "coisas vindo". "Quando pudermos integrar os dois mercados, será possível combinar contratos de taxas de juros com ações, com opções de ações, e outras estratégias que poderão ser oferecidas", acrescentou.

Os investidores que detém ações tanto da Bovespa Holding (BOVH3) e BM&F (BMEF3) terão seus papéis trocados por um novo papel, na proporção adequada ao preço médio do ativo na ocasião da unificação. "Os preços hoje estão diferentes, um pouco machucados com toda esta crise nos mercados, mas uma ação da Bovespa Holding vai ser transformada em 1,42 ações da nova empresa e as da BM&F a proporção será 1 para 1 na troca", disse Mifano. Na última sexta as ações ordinárias da Bovespa Holding fecharam a R$ 18,30, alta de 1,1%. Já as ordinárias da BM&F subiram 0,94% e foram cotadas a R$ 12,85.

CRISE. Sobre o cenário atual, Mifano disse não estar preocupado. "A crise atual lembra muito aquela brincadeira: com quem está o mico. Por ninguém saber quem está com o mico na mão, os grandes investidores procuram se proteger e parte desta crise é o fruto da natural reação de se proteger", ilustrou o presidente do conselho de administração da BM&F Bovespa, ao se referir às fortes oscilações do mercado de renda variável no mundo, que acaba respingando no mercado doméstico.

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Mifano fez questão de afirmar que o Brasil está fora do centro da crise, embora aqui aconteça o reflexo, conseqüência natural do funcionamento do mundo globalizado atual. A economia do País está preparada para enfrentar estas ameaças. Para Mifano o ano passado foi fantástico em termos de mercado acionário e confirma a tese de muitos analistas de que o momento de comprar é na baixa.

"As empresas brasileiras estão indo muito bem. O mercado brasileiro sempre foi líquido e continua ainda mais. Mesmo os estrangeiros que saíram, daqui a pouco voltam", completou. "A prova de que estes movimentos de saída de estrangeiros são pontuais é que o dólar quase não foi afetado", continuou.

IPOs. O ano de 2008 será um bom ano, apesar de ter havido uma retração no número de Ofertas Públicas Iniciais de Ações (Ipos, na sigla em inglês). "Numa hora dessa o empresário diz "eu não vou abrir capital agora". Só um teve coragem, que foi o Eike Batista e a coragem dele o diferencia a ponto de ter sido muito bem sucedido. Quase como se a crise não acontecesse. Outros pensaram em fazer em outra hora, o que é natural", disse.

No ano passado foram feitos 64 IPOs, este ano apenas quatro. Para Mifano, ainda há muita liquidez no mundo e o Brasil é dos poucos países que ainda pode atrair muito mais investidores estrangeiros. Apesar da sustentação, em termos de volume nas negociações da Bolsa brasileira atualmente ser causada pela forte entrada de investidores institucionais estrangeiros, o projeto de educação financeira foi confirmado co mo uma das prioridades da BM&F Bovespa.

O presidente fez questão de ressaltar que, em junho, o número de 500 mil investidores pessoa física foi ultrapassado na Bovespa. Perguntado se a marca o estimula a almejar 1 milhão, ele disse: "Tínhamos 80 mil no começo da década. Mas o que são 500 mil para um País que tem a população de 190 milhões de habitantes? É rumo aos 10 milhões", empolgou-se.

IPOs no topo do mundo

As Ofertas Públicas Iniciais de Ações (IPOs, na sigla em inglês) de BM&F e Bovespa holding estão no topo da lista das emissões primárias completadas no mundo, perdendo apenas para uma empresa na Rússia e outra na China. A russa VTB Group lidera o ranking dos IPOs com maior volume financeiro ao atingir a movimentação de US$ 8 bilhões, seguida da China CITIC Bank Coorporation, com movimentação de US$ 4,2 bilhões no lançamento. Os terceiro e quarto lugares do ranking mundial até o momento são ocupados, respectivamente, por Bovespa Holding, com giro financeiro de U$ 3,7 bilhões no primeiro dia de negócios, e BM&F que movimentou US$ 2,9 bilhões no dia da IPO.

Apesar de ter caído de 64 para 4 a proporção de lançamentos de 2007 para este ano, o presidente do Conselho de Administração da BM&F Bovespa, Gilberto Mifano, acredita que a retração do número é fruto do momento pouco desfavorável para os mercados mundo afora. "Não posso fazer previsão de quando os IPOs vão voltar, mas deve haver novas empresas entrando já neste segundo semestre. O Brasil descobriu este viés de capitalização e não há mais como retroceder", comentou Mifano, que lembrou também que 80% dos IPOs são subscritos por empresas estrangeiras. Como a crise vem do exterior, é natural uma pausa momentãnea. (APC)

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Falência da empresa executada não extingue execução em andamento(TRT DF – 04.07.2008)

A Fazenda Nacional teve garantido o direito de executar os créditos decorrentes de multa fiscal contra a massa falida da empresa Sândalo Uniformes Industriais Ltda. A União recorreu da decisão da 3ª Vara do Trabalho de Brasília que, em face da expedição de certidão para habilitação de crédito junto ao Juízo Falimentar, extinguiu a execução contra a massa falida.

A Segunda Turma do TRT 10ª Região acolheu as razões do juiz José Leone Cordeiro Leite, relator do recurso, e decidiu que a execução deve prosseguir. De acordo com o magistrado, a simples expedição da certidão para a habilitação de crédito junto ao juízo universal da falência não é causa suficiente para a extinção da execução envolvendo empresa com falência decretada. Ele afirmou que a certidão não garante o recebimento do crédito, permanecendo o direito do exeqüente de tentar receber o que lhe é devido. (RO-080064-2005-003-10)(Flaubert B. Santos)

http://www.trt10.gov.br/?modulo=/ascom/index.php&ponteiro=31080

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CVM recebe sugestões até dia 25 sobre o parecer de orientação que trata dos deveres legais dos administradores nas operações de fusão e incorporação de sociedades controladas

(Res. Notícias Fiscais – 07.07.2008)

Catherine Vieira, Do Rio

A pedido de alguns participantes do mercado, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) estendeu até 25 de julho a data final para o envio de considerações sobre o parecer de orientação que trata dos deveres legais dos administradores nas operações de fusão e incorporação de sociedades controladas.

Uma das principais propostas é a de que nessas operações as decisões sejam tomadas por um comitê de administradores, composto por maioria de conselheiros independentes e formado especialmente para cuidar da transação.

O objetivo da nova diretriz da CVM é esclarecer qual é a postura considerada correta pela autarquia nesses casos e mitigar conflitos de interesse que podem surgir quando existe um mesmo controlador nas duas pontas de uma operação. Nos últimos anos, essas incorporações vêm suscitando conflitos, que opõem acionistas minoritários e controladores.

As primeiras reações ao parecer foram positivas, porém vários advogados destacaram a dificuldade que existe, na prática, em montar um comitê formado com maioria de independentes pinçados entre os administradores da companhia, uma vez que a maioria das empresas brasileiras tem controle definido e não disperso.

http://www.noticiasfiscais.com.br/contabeis1.asp?preview=18876&data=7/7/2008

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Nova variável: Jurisdição especializada pode interferir na escolha do local da sede de empresas(Esp. Jurídico Bovespa – 07.07.2008)

O impacto da existência de varas empresariais apenas em alguns Estados pode ainda não ser tão relevante, mas já há sinalização de que as empresas estão mais atentas a este fator: quando possível, muitas elegem como foro, para as potenciais discussões futuras, a Justiça do Rio de Janeiro, pois têm mais segurança nos magistrados que atuam nesse tipo de juízo, existentes desde 2001. Em São Paulo, a expectativa é de que haja alguma definição sobre o assunto ainda no segundo semestre desse ano. “É necessário cuidado no momento de avaliar se as ações propostas pelas empresas podem ter prosseguimento nas Varas Especializadas.” A observação é feita pela juíza Márcia Cunha, titular da 2ª Vara Empresarial do Estado do Rio de Janeiro. Segundo ela, são várias as situações em que companhias e estabelecimentos buscam a solução para seus conflitos nesses juízos, mesmo quando as suas sedes estão em outros estados.

Normalmente, pela legislação brasileira, a competência do juízo, que deverá julgar os processos, está relacionada ao local onde as empresas têm as suas sedes. No entanto, há hipóteses em que é possível eleger outro foro para a discussão. Por conta dessas possibilidades, os casos de ingressos de ações na Justiça Estadual do Rio de Janeiro têm aumentado e sugerem, no mínimo, uma reflexão.

Para a juíza, o Judiciário fluminense não pode arcar com ônus de outros Estados. “As custas processuais não cobrem os gastos da estrutura, há um subsídio que é coberto por receitas de tributos recolhidos no Estado, como o ICMS. Assim, as empresas deveriam utilizar os serviços da Justiça do Estado nos quais recolhem seus impostos e contribuições, onde estão as suas sedes. Caso contrário, deveriam passar a considerar o perfil do Judiciário Estadual no momento de definir o local de suas sedes”, afirma.

Hoje, entre as hipóteses em que a competência não é fixada pelo local da sede das empresas em litígio, e nas quais é possível optar por Justiças de outros lugares estão: a ocorrência de dano, como em casos de propriedade intelectual e industrial; na solução de conflitos entre empresas que tenham eleito em seus contratos um foro diferente do local de suas sedes; e prestadoras de serviços coletivos também podem estabelecer em seus contratos a escolha de Judiciários de Estado distinto do lugar de suas sedes.

Já foram criadas varas empresariais em Minas Gerais e em Goiás, no entanto, a maior preocupação é com o Estado de São Paulo, que concentra mais empresas e volume de negócios. A Justiça Estadual paulista também está atenta. No final de 2006, foi instaurado um procedimento na Comissão de Organização Judiciária para verificar as condições a respeito da instalação de varas empresariais no Estado de São Paulo e checar o que será possível fazer. Foram expedidos ofícios para as maiores cidades, a fim de levantar o volume de processos relacionados a matérias empresariais.

“A coleta de dados está sendo finalizada. No segundo semestre deve haver uma sinalização concreta a respeito da efetiva instalação dessas varas no Estado de São Paulo”, afirma o desembargador Armando Sérgio Prado de Toledo do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP). “As Varas Empresariais devem se concretizar no médio prazo em São Paulo”. Segundo ele, há uma preocupação com a questão, mas por conta da dimensão do próprio Judiciário paulista ( hoje são mais de 17 milhões de processos em andamento), há uma dificuldade maior para as definições das necessidades e a realização das mudanças exigidas.

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Há uma percepção de que no Rio de Janeiro existe mais segurança jurídica nas Varas Empresariais. Segundo dados de um estudo realizado pelo pesquisador em Direito e Economia Ivan Ribeiro, com base em acórdãos do período entre 2004 e 2006, há uma redução de 15% na probabilidade da ocorrência de reforma em segundo grau das decisões dadas nesses juízos em comparação às sentenças proferidas por outras varas cíveis da capital, quando a discussão se refere a temas do Direito Empresarial.. No entanto, Toledo lembra que a própria pesquisa registra um volume de aproximadamente 540 recursos referentes a essas varas do estado fluminense. “Em São Paulo, só em Campinas, o número de processos relativos a esse tipo de matéria ultrapassa os 10 mil”.

Para o desembargador do TJSP, a especialização é uma tendência, não só em São Paulo, mas em todos os Estados. “A criação de varas empresariais permite um ambiente jurídico mais seguro, com magistrados mais focados, resultados mais afinados e a possibilidade de julgamentos em prazos menores”, afirma Toledo. É preciso, porém, cuidado para que sejam certificados quais os melhores locais para a instalação dessas varas especializadas.

“A Comissão de Organização Judiciária, a partir do levantamento de dados, deve concluir sobre quais e quantas varas poderão ser, em um primeiro momento, convertidas em varas empresariais”. Com essa definição, a proposta da Comissão será encaminhada para a presidência do TJSP e para a Corregedoria para que possam ser tomadas as medidas administrativas necessárias para a efetivação das mudanças. “Se for preciso a criação de novas varas adicionais, e não apenas a conversão, nesse caso, haverá a exigência de aprovação legislativa com todo o trâmite previsto”, diz.

As Varas Empresariais, de acordo com o desembargador, possivelmente irão incluir a análise de conflitos envolvendo as seguintes matérias: falências e recuperação judicial de empresas (hoje já há varas específicas para essa matéria na Justiça Paulista), declaração de insolvência e execuções contra devedores insolventes, ações coletivas previstas no Código de Defesa do Consumidor, processos relacionados ao Direito Societário, à propriedade industrial e nome comercial, causas nas quais a Bovespa seja parte ou interessada, e questões sobre matéria de Direito Marítimo. Esses temas são o objeto da pesquisa que está em realização pela Comissão de Organização Judiciária.

Desde a criação das Varas Empresariais no Rio de Janeiro, em 2001, vem crescendo as demandas originárias de estabelecimentos e companhias de outros estados, com um destaque para o período a partir de 2005, de acordo com a juíza Márcia Cunha, da 2ª Vara Empresarial. “É possível compreender que exista uma percepção por parte das empresas de que essa escolha dará mais segurança em relação ao resultado da decisão judicial”, diz. A especialização permite uma sinalização dos comportamentos que poderão ser adotados, os juízes têm maior familiaridade com os assuntos, um bom conhecimento de aspectos da macroeconomia, além de perceberem o impacto que suas decisões geram no ambiente econômico-social mais amplo.

No entanto, essa qualidade adquirida pela especialização corre o risco de ser perdida com a presença de um volume de processos que pode se tornar excessivo em razão de ações vindas de outros estados. “A idéia da especialização surgiu a partir da necessidade de uma solução para a sobrecarga que existia nas varas cíveis fluminenses”. Agora, o perigo é haver um aumento de processos nas sete Varas Empresariais que inviabilize os bons resultados.

No entanto, essa qualidade adquirida pela especialização corre o risco de ser perdida com a presença de um volume de processos que pode se tornar excessivo em razão de ações vindas de outros estados. “A idéia da especialização surgiu a partir da necessidade de uma solução para a sobrecarga que existia nas varas cíveis fluminenses”. Agora, o perigo é haver um aumento de processos nas sete Varas Empresariais que inviabilize os bons resultados.

“No entanto, a vida empresarial precisa de respostas rápidas e de profissionais que tenham um conhecimento aprofundado sobre o assunto. Pontos que podem ser solucionados com a criação de varas empresariais”, diz o coordenador do Ibmec São Paulo. Para evitar um engessamento na evolução da jurisprudência, Camargo acredita ser preciso cuidado na escolha dos juízes que ocuparão a função:

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devem possuir uma experiência que lhes ofereça uma base comparativa com outros campos do conhecimento, a especialização necessária, além de maturidade para conseguir agir com inovação. “First move” faz diferença e atrai novos negócios André Antunes Soares de Camargo Nos Estados Unidos, há o reconhecimento da Corte de Delaware como um foro especializado em Direito Empresarial. No entanto, esse posto não foi alcançado a partir de uma determinação oficial, que tenha estabelecido a chancelaria como corte especializada. Esses status foi construído a partir de decisões dadas pelos juízes do local, que foram se especializando. A conseqüência: muitas empresas passaram a constituir sedes em Delaware e a realizar ser negócios nesse Estado. Para impedir novas fugas, outros Estados constituíram cortes especializadas em Direito Empresarial. No entanto, parece que o efeito não foi o esperado.

O pesquisador em Direito e Economia Ivan Ribeiro elaborou o projeto “Segurança Jurídica e Mercado de Valores Mobiliários - O Tribunal de Justiça e a Infra-estrutura de Negócios do Século XXI”, que deverá ser desenvolvido na Yale Law School da Universidade de Yale, a partir do segundo semestre. Na pesquisa, serão examinados os aspectos positivos e negativos de casos como o do estado de Delaware, no que se refere ao julgamento de ações societárias, e do estado de Nova Iorque, nas ações contratuais, para analisar e propor estratégias destinadas ao aprimoramento da Justiça no Brasil, e que possam dar suporte ao crescimento e desenvolvimento do mercado de capitais nacional.

Em razão desse estudo, Ribeiro já levantou algumas informações e compara a situação do Judiciário do Rio de Janeiro, com as suas Varas Empresariais, ao de São Paulo, ainda sem especialização nessa área, com o movimento que aconteceu nos Estados Unidos. “A Chancelaria de Delaware, embora em sua origem não fosse uma justiça especializada em matéria societária, acabou por concentrar a maioria das ações judiciais envolvendo companhias abertas. Hoje mais de 60% dessas companhias nos Estados Unidos escolhem o estado de Delaware como seu local de incorporação, uma proporção mais de dez vezes maior do que o do segundo estado mais procurado, a Califórnia”, afirma. Ou seja, talvez o fato de ter iniciado a especialização, garantiu a Delaware uma vantagem na competição jurisdicional. “O first move pode fazer diferença também no Brasil”.

De acordo com o pesquisador, as condições apresentadas pela forma de julgamento (lei material e processual), em Delaware, e o histórico da corte acabaram por, naturalmente, levar a essa concentração de empresas abertas no pequeno estado americano. “Fenômeno semelhante ocorreu com a Justiça de Nova Iorque, no que se refere às ações originadas em contratos comerciais. O estado concentra mais de 40% das ações contratuais, um número mais de quatro vezes maior que o segundo colocado, o estado de Delaware, onde tramitam pouco mais de 10% das ações”. No caso de Nova Iorque a concentração também se deu de forma natural, em decorrência das características da justiça local e sem a necessidade de uma especialização formal da Justiça.

Como conseqüência, outros estados, como a Pennsylvania, Califórnia, Nevada e Illinois, entre outros, segundo Ribeiro, criaram recentemente alguma forma de justiça empresarial. “Esses estados procuram evitar a evasão de empresas e de contratos através da criação de uma justiça especializada. A iniciativa da criação das cortes empresariais não é apenas uma demanda das Associações de Advogados, que de fato viram minguar os postos de trabalho nas áreas societária e contratual, mas principalmente do poder público, que vê na especialização uma oportunidade de fomentar negócios, aumentar a quantidade de empregos e fazer crescer a arrecadação de impostos. Embora essas iniciativas sejam todas bastante recentes, elas variam muito em sua forma de implantação e no sucesso obtido até agora”.

O advogado e coordenador do Ibmec São Paulo André Antunes Soares de Camargo, avalia que no caso do Brasil a situação possa ser diferente, pois há questões bastante distintas a serem consideradas. “Enquanto nos Estados Unidos a legislação societária é estadual, aqui ela é federal. Com essa característica, os juízes de Delaware puderam desenvolver interpretações mais flexíveis, consolidando maior poder de atuação aos administradores. Um ponto que favorece aos gestores de companhias de controle pulverizado, com uma visão mais adequada ao mercado americano”.

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A definição de sede das companhias também é uma questão a ser considerada. “Nos Estados Unidos há uma maior portabilidade das empresas: a sede não precisa ser o local da gestão, nem tem tantas exigências como no Brasil. Aqui, se constar como sede da empresa apenas uma sala, isso é entendido como fraude. Há uma maior controle burocrático.”

No entanto, em sua análise, Camargo acredita que a especialização da Jurisdição deverá ser incorporada às políticas públicas para atração de investimentos. “Com o amadurecimento do mercado, as companhias deverão considerar cada vez mais essa variável para definir os seus investimentos. Os Estados devem estar atentos a esse ponto”. (A.H.)

http://www.bovespa.com.br/Investidor/Juridico/080707NotA.asp

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TABACO

Parece piada: a Holanda proíbe cigarro, que faz mal e paga imposto. Mas permite maconha, que também faz e vem do narcotráfico

(Revista Veja ed. 2068 – 09.07.2008 p. 102)

Um dos últimos países da União Européia a pôr a lei comunitária em vigor, a Holanda, esgotados todos os quatro anos e seis meses de prazo para aderir, enfim capitulou: desde 1º de julho, é proibido fumar em bares, cafés e restaurantes. Quer dizer, fumar cigarro comum, de tabaco. Consumir maconha e haxixe continua podendo. A legislação propriamente não permite, mas o governo faz vista grossa e as drogas são vendidas e consumidas, na quantidade máxima de 5 gramas por pessoa, nos cerca de 750 cafés da Holanda (metade em Amsterdã). Praticamente uma atração turística no país, esses estabelecimentos são beneficiados pela chamada gedoogbeleid, a política de tolerância do Ministério da Justiça em relação às chamadas drogas leves. Há um problema, porém: o baseado mais comumente vendido nesses locais mistura tabaco e maconha. Os cafés estão oferecendo outras combinações como alternativa, mas não sabem se serão bem aceitas. "O mundo virou de cabeça para baixo", diz Jason den Enting, gerente do café Dampkring. "Nos outros países, a fiscalização vai atrás de maconha no cigarro de tabaco. Aqui, vai atrás de tabaco no cigarro de maconha."

É uma situação paradoxal, a da Holanda. O tabaco, proibido nos cafés, é fabricado legalmente por uma indústria que dá empregos e paga impostos. Já a Cannabis, que também faz mal à saúde... Embora os cafés possam, pela mesma lei não escrita, estocar até meio quilo de maconha e haxixe para oferecer a seus clientes, a importação de grandes volumes de qualquer tipo de droga é atividade proibida, combatida e punida (no caso das leves, a pena máxima é de quatro anos de prisão). É vetada, ainda, a produção local de maconha – um projeto que autorizava o plantio experimental no país foi derrubado pelo governo há um ano. Resultado: a erva fumada nos cafés holandeses vem do narcotráfico, por caminhos ilícitos (a maior parte do Marrocos, fornecedor de 80% da maconha vendida na Europa). Esse é o produto que os freqüentadores podem consumir sem problema, sentados em mesinhas, diante de uma xícara de café e lendo o jornal. Mas tabaco, não. É ou não um espanto?

http://veja.abril.com.br/090708/p_102.shtml

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Fumante não entra: esqueça os fumódromos. Bares, hotéis e escritórios estão mandando quem fuma para o lado de fora

(Revista Época n° 529 – 07.07/2008 p. 131 - 132)

Viviane Pereira

SERVENTIANa entrada, a 1900 Pizzeria avisa sobre a novidade. Alguns clientes trocaram de pizzaria, mas a maioria aprovou

A placa barra o fumante na porta da 1900 Pizzeria, em São Paulo. Não há mais cinzeiros sobre as mesas. Cigarro, agora, só na calçada. Até um dos donos tem de sair do escritório para fumar longe dali. É isso que a maioria dos clientes quer, assegura Erik Momo, o sócio não-fumante da casa. “Não estou mandando embora. Só queremos respeito no ar compartilhado

por todos.”

No hotel Ibis Morumbi, primeiro 100% livre de tabaco da rede, só o hall de entrada tem cinzeiro. “Odor de cigarro fica impregnado em tudo: lençol, carpete, toalha de banho. Às vezes só tinta esconde o cheiro da parede”, diz o gerente Helio Gelinski. Ele conta que, em quarto com fumante, é comum o alarme de incêndio disparar e haver lençóis queimados, e as camareiras discutem sobre quem vai limpar a sujeira.

A aparente postura “espanta cliente” reflete uma tendência mundial. Na semana passada, os coffee shops holandeses, famosos por incluir maconha no cardápio, deixaram de aceitar baforadas de tabaco (a maconha continua permitida). Leis nacionais de Uruguai, Inglaterra, França, Portugal, Noruega e Irlanda também mandam a freguesia fumante para fora, mesmo no inverno. No Brasil, uma lei federal de 1996 já restringia o fumo em locais públicos aos fumódromos, que em tese são áreas isoladas e arejadas, mas na prática são espaços onde a fumaça circula facilmente. Agora, leis municipais tentam pôr ordem na casa. No Rio de Janeiro, um decreto de 31 de maio proibiu o fumo até em varandas com janelas abertas – medida contestada pelo sindicato dos bares e restaurantes. Belo Horizonte, em Minas Gerais, e Florianópolis, em Santa Catarina, com o programa Floripa sem Cigarro, tentam algo parecido. No Estado de São Paulo, o governo começou a dar um selo às empresas livres do fumo. Já foram concedidos 22 selos e 38 empresas estão na fila de espera. Entre elas, restaurantes, hotéis, escritórios e até unidades de saúde.

Numa pesquisa do Instituto Datafolha, 88% das pessoas apoiaram o fim do fumo em ambiente fechado. Numa enquete no site de ÉPOCA, 53% dos 6.439 internautas concordaram e 33% defenderam o fumo em varandas apenas se elas forem isoladas do ambiente interno. Para Paula Johns, diretora da Aliança de Controle do Tabagismo, a única saída eficaz é fumar em área externa, pois micropartículas de fumaça tóxica passam pelos canais de ventilação.

Boemia sem fumaça

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Bares e restaurantes de várias partes do país já vetaram o cigarro. Conheça alguns exemplos Rio Scenarium Na casa noturna, internacionalmente famosa, só se fuma nas varandas e passarelas. Rua do Lavradio, 20, Rio (RJ)

Bolshoi Pub Um artista já cancelou show por não querer sair do palco para fumar no quintal. Rua T-53, 1.140, Setor Bueno, Goiânia (GO)

Bourbon Street O fumódromo não tem vista para os músicos. A fumaça os atrapalhava. Rua dos Chanés, 127, Moema, São Paulo (SP)

Teacher’s Pub Para fumar lá fora e voltar, é só deixar o RG na entrada. Rua Rômulo Samorini, 33, Praia do Canto, Vitória (ES)

Boa Mesa O restaurante ganhou o selo antifumo do governo paulista. Rua Correio de Melo, 80, Bom Retiro, São Paulo (SP)

http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI7369-15201,00-FUMANTE+NAO+ENTRA.html

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TECNOLOGIA

Morte do Windows XP é adiada de novo: Sistema operacional sai das prateleiras na mesma semana em que a Intel desiste do Vista; o que vale a pena fazer?

(Estado de São Paulo 07.07.2008 p. L2 Link)

LUCAS PRETTI

O Windows XP vive uma crônica da morte adiada. No ano passado, a Microsoft anunciou que tiraria o sistema operacional das lojas em janeiro, todo mundo esperneou e a empresa voltou atrás. Marcou nova data para o fim: 30 de junho de 2008 (segunda-feira passada). Todo mundo esperneou e a empresa, de certa forma, voltou atrás de novo. Tirou, sim, o sistema das lojas, mas estendeu o suporte técnico até 2014. Esse drama todo tem um nome: Vista.

O sistema operacional que substitui o XP não emplacou como a Microsoft queria, apesar de as estatísticas apontarem vendas em alta e satisfação de usuários. Um ano e meio após o lançamento, o Vista está em 16,14% dos PCs, contra 71,2% de presença do XP, segundo a Net Applications. A principal razão é que o programa exige computadores mais potentes para rodar direitinho.

Na semana passada, reclamando exatamente do hardware, um alto funcionário da Intel disse ao New York Times que a empresa não adotaria o Windows Vista nos seus computadores corporativos. Pronto. Estava instaurada a polêmica. Se a parceira histórica da empresa de Bill Gates (agora aposentado) não apostou no novo sistema, por que os demais usuários deveriam apostar? “A Intel acha que não compensa adotar o Vista”, disse a fonte ao Times.

A celeuma confunde principalmente empresários, apesar de não serem afetados diretamente pelo fim do Windows XP nas lojas. Para colocar fim à discussão, afinal, o que vale a pena fazer na luta Windows XP versus Vista?

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Há três ações possíveis, baseadas em três perfis de uso. A primeira opção, para empresas que têm o XP instalado e não pretendem trocar as máquinas imediatamente, é esperar até 2010 e fazer a migração diretamente para o Windows 7, o próximo sistema já anunciado. Mas programe-se para investir em máquinas mais potentes em dois anos porque o sucessor do Vista também exigirá bom desempenho.

O gerente de tecnologia da Seteco Contabilidade, Fernando Alcazar, orientou a diretoria a esperar. Eles têm cem computadores em rede. “Vamos mudando conforme a necessidade de comprar novas máquinas, que já virão com o Vista instalado”, afirma. Para ele, o problema é realmente o hardware. “Para rodar bem, o Vista precisa de 2 gigabytes (GB) de memória RAM.”

A segunda opção é investir na compra de licenças Windows Vista Business, versão do programa voltada a empresas (com Outlook e recursos de segurança para redes, por exemplo). É a única forma de fazer o chamado downgrade – pedir para a Microsoft reinstalar o Windows XP. As outras versões do sistema (Home Basic e Home Premium) não dão direito ao cliente de voltar ao sistema antigo. O problema é que a migração pode custar mais caro por um produto que já tem a morte anunciada: um Windows Vista Business sai em média por R$ 699, contra R$ 299 de um Home Basic (leia abaixo).

Para empresas com máquinas de bom desempenho (pelo menos 1 GB de memória RAM, processador de 1 GHz e 64 bits e disco rígido de 80 GB), a migração para o Vista vale a pena. O mesmo ocorre com quem já pretende trocar os computadores e investir em hardware. É a terceira opção; afinal, o Windows 7 provavelmente será desenvolvido com base nos códigos do Windows Vista (leia abaixo).

EM CASAO fim do Windows XP nas preteleiras não quer dizer que quem usa computador em casa nunca mais verá a montanha verde e o céu azul, o papel de parede típico do sistema. Além do suporte até 2014, muitos computadores ainda podem vir de fábrica com o XP instalado. Principalmente PCs com configuração mais simples, como os mininotebooks tão desejados atualmente.

Quem já tem máquinas potentes e quer um Vista, pode agora comprar mais barato. Na semana passada, a Microsoft anunciou novos preços para as versões domésticas do sistema (leia ao lado).

A orientação geral do consultor de tecnologia Orácio Kuradomi, tanto para empresas quanto usuários caseiros, é migrar para o Vista e configurá-lo de forma a melhorar o desempenho. “Brasileiro quer velocidade. Se alterar as configurações de efeitos e baixar o Service Pack 1, o Vista roda direito”, afirma. “Mas sem dúvida é como um carro de luxo: o usuário não precisa de todos os recursos.”

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A hora e a vez dos softwares online: Microsoft, Google e Adobe lançam pacotes de programas de escritório que funcionam via internet em qualquer PC

(Estado de São Paulo 07.07.2008 p. L4 Link)

BRUNO GARATTONI - ESPECIAL PARA O ESTADO

Quando três gigantes do mundo da tecnologia apostam em uma tendência é porque a coisa é séria. Nas últimas semanas, Microsoft, Google e Adobe intensificaram a disputa pelo filão dos softwares online de escritório – programas que rodam via internet, ou seja, não precisa instalar nada no PC.

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Em vez de digitar um texto no Word, por exemplo, é possível usar um editor de textos online: o documento fica armazenado na web, protegido por senha e a salvo de vírus, e pode ser acessado de qualquer máquina (no trabalho, na faculdade, no laptop...). E outras pessoas, quando autorizadas, podem colaborar com o trabalho.Google, Adobe e Microsoft acabam de lançar novas versões de seus editores de texto online, que são gratuitos, superfáceis de usar e bem úteis.

ADOBENo universo dos softwares gráficos, a empresa norte-americana Adobe é líder absoluta: ela é a dona dos megasucessos Photoshop, Flash, InDesign, Illustrator e Dreamweaver, entre outros. E agora invadiu a seara da Microsoft com o Acrobat.com, site de programas online com recursos inovadores.

É só se cadastrar em www.acrobat.com e pronto: os softwares abrem na hora, dentro do seu navegador (o Acrobat.com funciona perfeitamente com o Internet Explorer e o Firefox).

A grande estrela do pacote é o editor de textos Adobe Buzzword, que à primeira vista impressiona. Tem interface gráfica sensacional, com ícones e animações de fazer inveja aos melhores programas offline (aqueles tradicionais, que precisam ser instalados no PC) como o Microsoft Office 2007.

O Buzzword é o primeiro editor de textos construído com a tecnologia Flash, da Adobe (a mesma usada no YouTube, no Last.Fm e em inúmeros outros sites da web 2.0). Embora seja um ponto positivo, isso levanta uma preocupação, pois os sites que usam Flash geralmente são muito pesados.

Pouca gente sabe, mas eles exigem bastante potência de processamento do computador. O YouTube, por exemplo, é aparentemente banal, mas chega a consumir mais de 700 MHz da potência da CPU (processador). Imagine, então, um editor de textos inteiramente feito em Flash, como o Buzzword. Deve ser superpesado, não? Nos testes do Link, isso foi confirmado. Ele ocupa 100 megabytes da memória RAM instalada no computador e durante o uso chega a consumir mais de 1,3 GHz da velocidade do processador.

É muito, mas muito acima do exigido por um editor de textos “clássico” como o Word 2003 (que ocupa menos de 20 megabytes de memória RAM e usa uma parcela ínfima da potência da CPU). Nem o Word mais moderno, a versão 2007, força tanto o computador quanto o Adobe Buzzword.

Em suma: se o seu computador é básico, evite o Adobe Buzzword. Mas quem já usa um PC mais moderno, com chip dual core e pelo menos 1 gigabyte de memória RAM, pode optar pelo software da Adobe sem problemas.

Para imprimir textos ou compartilhá-los eletronicamente com outras pessoas, ele é de longe a melhor opção. O programa tem as melhores fontes (tipo de letra), permite posicionar fotos ou ilustrações com mais precisão e até adicionar comentários à margem dos textos – na forma de janelinhas flutuantes que não interferem no conteúdo principal do documento.

Além disso, ele é o único programa online capaz de abrir textos gravados no formato DOCX, que é o padrão do Word 2007. Tudo isso facilita o compartilhamento, ou seja, o trabalho em grupo.

PONTOS FRACOSPor outro lado, o Buzzword fica devendo uma ferramenta de busca. Todos os textos que você escrever, abrir ou editar ficam amontoados numa só lista de documentos. No Google Documents (leia texto abaixo), não é assim.

Além disso, o produto da Adobe não serve para quem, ao escrever, precisa medir exatamente o número de caracteres dos textos – ele até tem um contador, mas que só mede o número de palavras, não o de toques.

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E, finalmente, o corretor ortográfico está apenas em inglês (para desligá-lo, é só clicar em Buzzword/Settings e desmarcar o item Flag).

O programa também oferece o ConnectNow, sala de reuniões virtual em que até três pessoas podem se comunicar via webcam enquanto editam um documento. Para usar esse recurso, é preciso instalar um plug-in (acessório), mas o processo é bem tranqüilo - basta clicar em OK na janelinha que é exibida na tela. Ponto positivo.

Em suma: se você tem um PC possante, só vai escrever textos, quer que eles fiquem bonitos e pretende compartilhá-los com outras pessoas, o Adobe é uma boa opção.

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Internet - Cuidados contra o crime cibernético: Brasil é o segundo país que mais recebe spam no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos

(Jornal do Brasil 07.07.2008 p. A24 Vida)

Cecilia Minner

O mundo virtual é complexo e cheio de armadilhas. Crimes como roubo de informações, espionagem e ameaça, através de vírus que invadem o computador, fazem parte do dia-a-dia da internet e podem gerar conseqüências no âmbito real. É preciso armar sua máquina com eficientes aplicativos antivírus, anti-spam e firewall para proteger-se contra as pragas tecnológicas. E, ainda, adquirir alguns hábitos e ficar atento aos e-mails simulados.

Os crimes cibernéticos se dão através de vírus desenvolvidos por hackers ou pessoas mal-intencionadas, que se infiltram no sistema operacional de internautas incautos e instala um programa espião, conhecido como spyware. O principal objetivo é roubar informações sigilosas do usuário, como senhas de banco e de cartões para efetuar transações financeiras ilegais.

Atualização

Combater essas pragas virtuais é uma das preocupações do mundo atual. Para prevenir-se é fundamental a instalação de um poderoso programa antivírus que combate os vírus e suas variantes – como o Worm e o Trojan. Mas é imprescindível que o antivírus tenha o mecanismo que permita ao programa atualizar-se automaticamente sobre os vírus recém-lançados, com a maior freqüência possível.

– Alguns antivírus atualizam sua base de dados apenas uma vez por dia. Nesse caso, se um novo vírus for disseminado após a atualização da praga terá 24 horas para agir no sistema. O ideal é um programa que se atualize a cada hora. Assim, o risco de infecção é menor – recomenda Eduardo Freire, diretor da NetOfficer, empresa representante do antivírus GDATA no Brasil.

Como os ataques são sempre ações conjuntas – o vírus se infiltra e instala um programa – para combater essas invasões é preciso, além do antivírus, de um aplicativo firewall pessoal. Este programa monitora todos os recursos do computador, alertando sobre qualquer comportamento anormal do sistema e tentativa de envio de dados não solicitado.

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O spyware também pode se instalar no computador automaticamente, quando o usuário acessa o link de um site não confiável, recebido por e-mail, por exemplo. Essa técnica, chamada de phishing, se aproveita da curiosidade do usuário para instalar códigos maliciosos.

E-mail

Mesmo antiga e já manjada por todos, o e-mail é ainda uma das principais formas de disseminação de vírus. Mensagens divulgando fotos comprometedoras de celebridades, informando dívida pendente ou oferecendo prêmios são, provavelmente, spam – e-mails falsos. Para evitar esse mal é necessário contratar um provedor de e-mail que disponibilize o serviço anti-spam. Assim, as mensagens recebidas são filtradas e os spams detectados, direcionados para uma pasta à parte.

O resultado de pesquisa feita pela empresa de segurança na internet McAfee, divulgado semana passada, apontou o Brasil como o segundo país que mais recebe spam, seguido dos Estados Unidos. Segundo a McAfee, e-mails com propostas financeiras, propagandas e anúncios são os mais enviados.

O professor de pós-graduação de gestão de redes da Faculdade de Informática e Administração Paulista Marcelo Okano sugere atos preventivos contra "armadilhas preparadas para usuários menos preparados". Segundo Okano, é preciso atentar aos navegadores, como Internet Explorer, Firefox e Mozilla:

– É aconselhado manter desabilitado a execução automática de programas, atualizar sempre o navegador para evitar vulnerabilidade e defeitos, e controlar os cookies utilizados pelos sites.

Quanto aos programas de distribuição de arquivos – como eMule, Kazaa e Gnutella – o professor Okano diz que um dos maiores riscos é a contaminação por vírus contidos nos arquivos compartilhados:

– É importante usar a versão mais atualizada do programa, pois o risco de estar contaminado é menor.

O internauta também deve ter cautela com sites de relacionamento e blogs. Geralmente, nesses espaços são exibidos dados pessoais, hábitos, e lugares freqüentados pelo usuário, que acaba exposto a violências físicas, como chantagens e seqüestros, além da virtual. Nesses casos, é indicado que se evite divulgar informações pessoais como telefone e endereço e permitir somente os amigos acessarem o conteúdo da página.

Banco on-line

As transações financeiras online, como compras e movimentação de conta bancária via internet banking, são ações cada vez mais comuns, porém ainda temidas.

– O sistema de 'internet banking' no Brasil é um dos mais seguros do mundo. Os bancos utilizam ferramenta de segurança de ponta. Mas é preciso saber se a página é a oficial do banco: ao entrar no site, atualize a página e procure um ícone de segurança – um cadeado ou uma chave – que garante o sigilo – aconselha José Matias, gerente de suporte técnico da McAfee para América Latina.

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Parceria - Windows Live chega ao BlackBerry(Jornal do Commercio 07.07.2008 p. B10 Tecnologia)

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DA REDAÇÃO

A Research in Motion (RIM) e a Microsoft Corp anunciaram um acordo para incorporar os serviços Windows Live aos smartphones BlackBerry. Como resultado dessa colaboração, os usuários do BlackBerry já podem acessar as facilidades de acesso móvel ao Windows Live Messenger e ampliar o nível de integração entre o Windows Live Hotmail e a plataforma BlackBerry.

A integração vai permitir aos usuários do BlackBerry que utilizam Windows Live Hotmail e Windows Live Messenger se beneficiar com uma arquitetura capaz de promover comunicação em tempo real utilizando tecnologia push que resulta em uma excepcional experiência em comunicação móvel. Para que os usuários passem a ter total acesso a suas contas de Hotmail e Messenger a partir do seu BlackBerry, bastará apenas digitar uma única vez o email e a senha.

"A plataforma BlackBerry já é reconhecida em todo o mundo por promover continuamente recursos otimizados de messaging e nós continuaremos a procurar novos caminhos para proporcionar o mais amplo leque de opções de comunicação e a melhor experiência móvel", afirma Mark Guibert, vice-presidente de Marketing Corporativo da Research in Motion.

"Ao agregar os serviços Windows Live para os smartphones BlackBerry estamos reforçando nossa estratégia de concentrar foco nas necessidades dos nossos clientes".

"Mais de 430 milhões de pessoas em todo mundo usam o Windows Live para se comunicar", destaca Brian Arbogast, vice-presidente da área de Serviços Móveis da Microsoft. "Nosso acordo de colaboração com a RIM permite aos usuários do BlackBerry obter todas as vantagens dos serviços Windows Live em qualquer lugar". A expectativa é de que os serviços Windows Live estejam disponíveis para a plataforma BlackBerry no terceiro trimestre em diversos idiomas.

Serviços

Tecnologia push nos smartphones Blackberry para recebimento automático e sincronização de mensagens do Hotmail

Caixa de entrada própria do Hotmail no smartphone. Os usuários também podem escolher se querem receber mensagens de Hotmail junto com outras contas de emails

Email em formato HTML, o que permite ver gráficos, weblinks e fotos nos emails

Envio de mensagens instantâneas e participação em chats

Informar seu status de presença para sua lista de contatos

Mensagens personalizadas de status

Salvar conversações

Escolha de imagens na tela (avatar)

Envio e recebimento de imagens e arquivos

Uso de mais de 60 emoticons

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TELECOMUNICAÇÃO

Apagão Online - Telefônica promete ressarcir perdas: Além de descontar o dia sem serviço prestado, empresa deve negociar compensação de outros prejuízos

(Estado de São Paulo 05.07.2008 p. C1 Cidades)

Laura Diniz e Rodrigo Brancatelli

Em reunião ontem no Procon, a Telefônica se comprometeu a ressarcir os prejuízos causados a 2,2 milhões de consumidores pela falha no serviço de acesso à internet que durou 23 horas e atingiu 407 municípios paulistas entre anteontem e ontem. As 3.500 empresas clientes também serão indenizadas com base em seus contratos. Participaram representantes do Ministério Público Estadual (MPE), da Procuradoria-Geral do Estado (PGE) e do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), entre outros.

“Na segunda-feira, faremos uma nova reunião e, se houver acordo, o Procon pretende assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com a empresa para formalizar as providências a serem tomadas por eles”, explicou o diretor-executivo do Procon, Roberto Pfeiffer. Com o TAC, a Telefônica ficará desobrigada de pagar a multa de R$ 3.192.000. O MPE também instaurou inquérito para apurar a pane.

Representada por seu presidente, Antonio Carlos Valente, a Telefônica prometeu abater na conta dos assinantes o tempo que o serviço ficou indisponível. Valente afirmou que todas as empresas prejudicadas pelo apagão serão ressarcidas, bem como órgãos públicos municipais, estaduais e federais. “Há multas previstas em todos os contratos, que serão pagas, mas vai ser preciso analisar caso a caso.”

Falta ainda chegar a um acordo sobre quanto será abatido da mensalidade dos clientes - não houve acordo porque o Procon queria um valor maior. “A empresa deveria oferecer uma compensação maior, que abrangesse não só o prejuízo efetivo da indisponibilidade do serviço, como a expectativa frustrada do consumidor de acessar a internet”, disse Pfeiffer.

A pedido do Procon, a Telefônica vai criar um call center para atender às reclamações dos não-assinantes que foram prejudicados pela falha dos sistemas dos bancos, do Judiciário e dos órgãos estaduais. A advogada do Idec, Daniele Trettel, ressaltou que seria positivo fixar um prazo para as respostas.

Os técnicos e fiscais da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) ainda não fecharam o relatório sobre a pane, mas o presidente da agência, Ronaldo Sardenberg, alertou os consumidores para o direito de cobrar descontos na mensalidade pelo tempo em que não tiveram o serviço, além de reparação por prejuízos econômicos.

Segundo Sardenberg, a agência vai esperar o laudo para abrir ou não uma investigação. Dependendo do tipo de problema que provocou a pane, a Telefônica poderá ser multada, disse Sardenberg. Pelo regulamento da Anatel, a multa máxima é de R$ 50 milhões. O apagão da Telefônica vai ser analisado também por um grupo interministerial.

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Sky lança serviço pré-pago de TV por assinatura(Monitor Mercantil 07.07.2008 p. 4 Negócios e Empresas)

A empresa de TV por assinatura Sky anunciou o lançamento de um serviço pré-pago, o Sky Pré-Pago. "Queremos atingir os consumidores que gostariam de ter um pacote de TV paga, porém sem a obrigatoriedade de uma mensalidade", explicou o vice-presidente comercial da empresa, Delfim Moreira. O serviço oferece um pacote com 35 canais de televisão (oito deles de tevê aberta) e 46 canais de áudio, entre rádios e seleções musicais da própria Sky.Segundo ele, para ter o Sky pré-pago, o consumidor precisa adquirir o equipamento básico (antena e decodificador, com instalação) por R$ 299. Com isso, recebe um mês de programação grátis. Depois, pode optar por "carregar" a TV com créditos de 7 dias (R$ 19,90), 15 dias (R$ 29,90) ou 30 dias (R$ 49,90). O pacote básico "pós-pago" da Sky, segundo informado pelo serviço de assinaturas da empresa, tem um custo de equipamento e instalação de R$ 49,90 e mensalidades de R$ 88,90.

"A recarga será feita nas casas lotéricas, bastando fornecer o número do CPF", explica Agrício Neto, vice-presidente de marketing da Sky. "E não há obrigatoriedade de carregar com frequência. A pessoa não perde o acesso, como acontece com os telefones celulares."

Inseridos os créditos, a empresa afirma que o sinal passa a funcionar em cerca de quatro horas e fica em funcionamento o número de dias corridos escolhido pelo cliente. "Faltando dois dias para a recarga acabar, a pessoa recebe uma mensagem na tela da tevê avisando que a carga está no fim", diz Neto. A assistência técnica para os usuários do pré-pago será grátis. "A partir do momento que ele compra o equipamento, ele terá assistência vitalícia."

O público-alvo da empresa os clientes que desejam ter mais canais, porém não querem ter de pagá-los todo mês. "Pessoas que consideravam a tevê paga pouco acessível podem escolher quando querem assisti-la, agora. Ou pessoas com casas de campo, ou até quem tem antenas parabólicas e pretende trocar de equipamento pra ter imagem melhor e mais canais", diz Neto.

Os executivos acreditam que o serviço pré-pago deve ampliar a base de clientes da Sky em 100 mil pessoas até o fim do ano. Atualmente, a Sky tem cerca de 1,7 milhões de assinantes - 30,3% do mercado nacional de TV por assinatura, segundo pesquisa da consultoria PTS.

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Teles pressionam para adiar nova regra: Portabilidade, serviço que permitirá a troca de companhia com a manutenção do número telefônico, enfrenta resistência

(Folha de São Paulo 06.07.2008 p. B5 Dinheiro)

Perda de clientes e dificuldade para implementar sistema preocupam operadoras; mudança, em etapas, deve começar em 1º de setembro

JULIO WIZIACKDA REPORTAGEM LOCAL

No que depender das operadoras de telefonia, a portabilidade numérica, serviço que permitirá mudar de prestadora mantendo o número do telefone (fixo ou móvel), deverá ser adiada.

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Há três anos, um movimento parecido conseguiu postergá-la. A mudança começa aos poucos, a partir de 1º de setembro, mas encontra resistência, principalmente entre as teles fixas.No final de maio, a ABRT (Associação Brasileira de Recursos em Telecomunicações) -que gerencia a portabilidade entre as operadoras- enviou uma carta à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) em que comunicou a preocupação das companhias com o cumprimento de prazos."À medida que avançamos no projeto, foram observados alguns riscos para o cumprimento dos prazos e nos sentimos obrigados a dividir essa visão junto à Anatel com o objetivo de mitigar riscos eventuais", afirmava a ABRT em um trecho da carta.Na resposta, enviada em 3 de junho, a Anatel teria cobrado explicações porque, segundo as operadoras, os relatórios dos testes indicaram o cumprimento dos prazos.Procurados pela Folha na sexta-feira, nem a Anatel nem a ABRT se pronunciaram. Na semana anterior, Luiz Antônio Vale Moura, coordenador-geral do GIP (Grupo de Implantação da Portabilidade), negou problemas com as teles. Foi ele quem assinou a carta à ABRT em nome da Anatel.Segundo empresas de tecnologia envolvidas nesse projeto, os investimentos das operadoras chegam a R$ 400 milhões.Esses valores referem-se à compra de equipamentos para a montagem de um banco de dados por onde trafegarão as informações dos clientes que saírem ou chegarem.Cada sistema desse nas operadoras "conversará" entre si por meio do banco de dados da ABRT, que centralizará todos os cadastros portados.Segundo as empresas contratadas para integrar os sistemas, Telefônica, Embratel, Claro e TIM estariam enfrentando dificuldades devido à complexidade de suas redes de telecomunicações. A Folha consultou as principais delas e todas reafirmaram o cumprimento dos prazos. Boa parte negou problemas na rede.Em duas semanas, elas serão obrigadas a implementar a fase final de testes, quando trocarão não só dados cadastrais com o banco de dados da ABRT como terão de efetivar as chamadas após a portabilidade.A Anatel acredita que o assinante terá de pagar cerca de R$ 10 à operadora de destino e não será preciso informar a empresa de saída. Ainda não está definido se ele terá de pagar toda vez que optar pela portabilidade. Uma vez solicitada a mudança, a operadora terá até cinco dias úteis para concretizá-la, com duas horas de tolerância após o horário informado ao cliente para a conversão.

Competição só na móvelApesar dos empecilhos técnicos, o que mais preocupa as operadoras são as perdas de clientes. Uma pesquisa feita pelo Yankee Group revelou que, na telefonia fixa, 46% dos assinantes trocariam de operadora se pudessem levar o número do telefone. Telefônica e Oi seriam as concessionárias com maior perda de clientes. Na rede móvel, esse índice seria de 48%. No início deste ano, um levantamento do Morgan Stanley indicou que, na telefonia móvel, esse índice seria de 20%. BrT e TIM seriam as mais afetadas.Embora sirvam de termômetro, é preciso cuidado na hora de analisar esses indicadores porque traduzem apenas um desejo do cliente. "Daí a dizer que eles de fato migrarão vai uma longa distância", diz Julio Püschel, do Yankee Group.Um novo relatório do instituto revela ainda que as grandes empresas serão as maiores candidatas à portabilidade. Entre elas, 56% trocariam de prestadoras de call center (0300 e 0800), 46% mudariam a operadora móvel, e 42%, a fixa. Essas empresas serão as maiores beneficiadas com a portabilidade.Isso porque, em geral, elas estão concentradas em áreas das cidades, especialmente nos grandes centros urbanos, onde existe mais de uma operadora. Segundo a própria Anatel, a portabilidade na rede fixa será uma possibilidade para poucos, e os clientes residenciais estão bem longe das vantagens. Apenas 260 municípios, de um total de 5.564 no país, dispõem de duas operadoras fixas.Essa situação também ocorre porque, diferentemente da maioria dos países, no Brasil a portabilidade será implantada antes da desagregação das redes fixas, chamada de "unbundling". Segundo ela, as concessionárias devem alugar parte de sua rede para qualquer outra operadora interessada em competir na sua área de atuação. A Anatel decidiu regulamentá-la mais tarde, até porque a farta oferta de celulares resolveu, em boa parte, a questão do acesso à telefonia."Infelizmente, tudo isso comprometeu a competição na fixa", diz Luiz Moura, do GIP. Segundo ele, será na telefonia móvel que a portabilidade surtirá efeito rápido no bolso do consumidor, com ofertas agressivas em planos e promoções que, na prática, serão convertidos em redução da tarifa.

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Telefônica deve ser a operadora mais afetada

DA REPORTAGEM LOCAL

A Telefônica deverá registrar as maiores perdas com a portabilidade. Segundo pesquisa do Yankee Group, 69% dos entrevistados em São Paulo -área de concessão da operadora- deixariam a Telefônica se pudessem permanecer com o número em outra companhia. Embratel e Net seriam os destinos preferidos.Nos países em que a Telefónica implantou a portabilidade, as perdas giraram em torno de 10%. Um dos principais executivos da empresa crê que não será diferente no Brasil.Na Europa, esperava-se uma reviravolta no mercado, e a portabilidade não afetou nem 5% da base dos clientes na Espanha, na França e em Portugal."Uma pesquisa como essa reflete mais a insatisfação do cliente do que sua intenção de mudança", diz Petrônio Nogueira, líder de mídia e telecomunicações da Accenture, que presta serviços de portabilidade no país e no mundo.Analistas estimam que mudanças acima de 30% na base de clientes da Telefônica no Brasil afetariam a economia espanhola -a operação brasileira representa 13% do faturamento da matriz, responsável por 5% do PIB da Espanha. (JW)

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Telefonia - Operadoras apostam em notebook 3G: Com chip embutido no computador, usuário poderá ficar conectado permanentemente à internet

(Valor Econômico 07.07.2008 p. B3 Empresas)

Talita Moreira, De São Paulo

Até agora, para conectar um notebook à internet sem fios ou cabos, havia basicamente duas saídas. Uma delas era estar ao alcance de uma rede WiFi. A outra era acoplar ao computador um modem externo de telefonia móvel.

Agora, porém, operadoras de celular e fabricantes de PCs começam a oferecer uma nova opção. Estão chegando ao mercado brasileiro os primeiros notebooks que já vêm com um chip de terceira geração (3G) embutido, o que permite ao usuário ficar o tempo todo conectado à web, geralmente em alta velocidade.

A lógica é idêntica à dos telefones móveis - a rigor, a tecnologia é a mesma: onde existe rede de celular, o aparelho capta o sinal da operadora. Como a infra-estrutura de telefonia móvel está presente em boa parte do território brasileiro (e estará em todos os municípios do país dentro de alguns anos), na prática isso significa estar o tempo todo on-line.

Os notebooks já saem de fábrica com o chip de alguma operadora embarcado. O chip acessa a rede dessa operadora e capta a melhor tecnologia disponível no local. Nas cidades onde houver infra-estrutura de terceira geração, ele permitirá ao internauta conectar-se em alta velocidade. Nas regiões em que a 3G ainda não foi instalada, o usuário acessará automaticamente a rede no padrão GSM e navegará com maior lentidão, como se estivesse em linha discada.

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A TIM lança hoje, junto com a Hewlett-Packard (HP) e a Intel, um notebook preparado para a tecnologia 3G. A operadora foi a primeira a apostar no produto, em abril, ao lançar uma parceria com a própria HP, mas destinada exclusivamente ao mercado empresarial. A novidade, agora, é a chegada do pacote às mãos do consumidor comum.

O modelo que chega às lojas custa R$ 3.699. Ao adquirir o equipamento, o consumidor terá conexão ilimitada com velocidade até 1 megabit por segundo (Mbps) durante 90 dias, sem pagar. Depois desse período, o serviço poderá ser contratado por R$ 99,90 mensais.

"Temos a visão de que haverá cada vez mais produtos com chip de 3G embarcado", diz o diretor de planejamento estratégico e novos negócios da TIM, Renato Ciuchini.

O executivo aposta que, dentro de três anos, praticamente todos os notebooks sairão da linha de montagem capacitados a fazer a conexão com as rede 3G. Na avaliação dele, a tecnologia irá se disseminar da mesma forma que ocorreu com o WiFi. Hoje, a maioria esmagadora dos computadores portáteis consegue localizar e acessar essas redes.

Ciuchini também avalia que os notebooks ajudarão a popularizar os sistemas de terceira geração das operadoras. "O acesso à internet móvel é o grande atrativo da 3G", observa.

Desde o ano passado, as operadoras de telefonia celular têm investido na venda de modems externos para acesso à internet. Esses equipamentos tornaram-se um dos produtos mais bem-sucedidos para as companhias do setor. Os computadores com chip interno representam um passo adiante nessa estratégia. Exatamente por isso, todas as empresas têm projetos na área.

A Claro fechou acordo com a Microboard para colocar um notebook 3G no mercado até o início de agosto. A Brasil Telecom (BrT) também está na fase final do processo de escolha do fabricante com o qual estabelecerá uma parceria e deve anunciar, em breve, sua entrada no segmento.

Fiamma Zarife, diretora de serviços de valor agregado da Claro, acredita que a praticidade será o grande atrativo do produto. "O modem embarcado facilita a experiência do cliente. Quem precisa de mobilidade quer algo prático", avalia. Segundo ela, a operadora não terá exclusividade com a Microboard e está em negociações com outros fabricantes para ter mais um ou dois notebooks disponíveis até o fim do ano.

A Microboard investiu entre R$ 2 milhões e R$ 3 milhões no desenvolvimento do produto e na adequação de sua fábrica, em Itajubá (MG), para fazer os notebooks 3G. A fabricação começou há duas semanas.

Enrico Prado, diretor comercial de vendas corporativas da Microboard, avalia que, inicialmente, os consumidores escolherão os notebooks 3G com base na marca da operadora na qual mais confiam - e não no fabricante. "No começo vai ser assim, até que se torne um produto reconhecido pelo mercado", afirma.

Fiamma diz que a competição nas redes varejistas que vendem computadores ficará mais acirrada. "Provavelmente os fabricantes precisarão oferecer o mesmo modelo de computador para várias operadoras, como fazem os fabricantes de celular", afirma.

Para as empresas de telefonia móvel, cada notebook com chip embutido equivale à venda de mais uma linha de celular - daí o interesse no negócio. Junto com o computador, as operadoras vendem pacotes de serviços de dados, o que lhes garante um relacionamento mais duradouro com os clientes. "Esse tipo de produto aumenta a fidelidade dos assinantes e o tráfego de dados da operadora", diz Ciuchini, da TIM.

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Para o consumidor, o pagamento pelo serviço será uma tarifa mensal para acesso à internet por meio da rede de telefonia móvel.

A estratégia é recente no mundo todo e atrai o interesse das grandes operadoras e das principais empresas de computadores. Um levantamento com 180 mil usuários de notebooks feito pela GSM Association (GSMA) - entidade que reúne empresas de telefonia móvel e fornecedores de equipamentos - mostra que 72% deles têm interesse num computador com chip de 3G embutido.

Em fevereiro, a GSMA anunciou a Dell e a Elitegroup Computer Systems (ECS) como as vencedoras de uma competição para desenvolver o notebook mais barato com modem 3G. Ambas apresentaram modelos com custo inferior a US$ 800. Na ocasião, o presidente da associação, Rob Conway, estimou em 70 milhões de unidades, ou US$ 50 bilhões anuais, o mercado potencial para computadores com acesso à banda larga móvel.

"O mercado só não decolou antes porque as redes de terceira geração não tinham escala", diz Prado, da Microboard. Já existem mais de 200 operadoras, no mundo, que oferecem serviços de terceira geração.

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Usuário residencial será indenizado, diz Telefônica (Valor Econômico 07.07.2008 p. B3 Empresas)

Murillo Camarotto, Valor Online, de São Paulo

Uma falha em um roteador instalado na região de Sorocaba foi a responsável pelo "apagão" no serviço de banda larga da Telefônica, que derrubou sistemas de serviços públicos essenciais e deixou usuários sem acesso à internet no Estado de São Paulo, na semana passada. Até sexta-feira, porém, o motivo da falha continuava desconhecido, informou o presidente do grupo Telefônica, Antonio Carlos Valente.

Segundo a empresa, 3,5 mil médios e grandes clientes foram atingidos pela pane, além de aproximadamente 6 mil órgãos públicos, nos níveis federal, estadual e municipal. O número de clientes residenciais atingidos não pode ser identificado. Por esse motivo, disse Valente, todos os assinantes do serviço Speed serão ressarcidos.

Em nota emitida na sexta-feira, a Fundação Procon-SP considerou "tímida" a proposta da Telefônica de conceder aos assinantes um abatimento no valor da próxima fatura por um período de tempo um pouco superior ao que o serviço ficou fora do ar.

Segundo a nota do Procon, para pessoas atingidas de forma indireta pelo problema - como perda do dia de trabalho e não pagamento de conta -, a Telefônica comprometeu-se a criar um mecanismo específico de atendimento pelo call center.

A operadora, informou Valente, contratou o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD) para preparar um laudo independente sobre a falha. A previsão é de o relatório estará concluído em dez dias. A possibilidade de sabotagem não foi totalmente descartada pela empresa.

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Leilão - Preço de BrT proposto pela Oi corre risco (Valor Econômico 07.07.2008 p. D7 Eu& Investimentos)

Fernando Torres, Valor Online, de São Paulo

Acendeu a luz amarela sobre o preço da oferta feita pela Oi (ex-Telemar) por um terço das ações preferenciais da Brasil Telecom em circulação no mercado. Um dos gatilhos colocados pela Oi para a operação é que os papéis não acumulem perda superior a 20% a partir do lançamento da proposta. Mas, desde a semana passada, esse limite está na corda bamba.

Na sexta-feira, a operação ainda atendia aos requisitos estabelecidos pela Oi. No entanto, isso ocorreu porque os papéis subiram 2,53% no último pregão. No dia anterior, a desvalorização das ações havia ultrapassado a barreira dos 20%, ao fechar em R$ 15,86, o que levou a companhia a divulgar fato relevante a respeito do leilão da oferta, agendado para dia 22. A discussão refere-se apenas à operadora Brasil Telecom S.A e não envolve os papéis da holding Brasil Telecom Participações, que também são alvo de oferta análoga.

A Oi informou que, por enquanto, a oferta e suas condições serão mantidas. No entanto, a "companhia reserva-se o direito de rever as condições de preço se as cotações de mercado se mantiverem inferiores a 20% em comparação com o preço de 25 de abril de 2008". Qualquer redução no preço, entretanto, será comunicada previamente aos investidores.

A data de referência usada pela Oi é a do anúncio de aquisição do controle da Brasil Telecom (BrT). A conclusão do negócio depende de aprovações regulamentares. Entretanto, a Oi já vinha tomando medidas relacionadas ao negócio, como a compra de ações preferenciais (sem direito a voto) da BrT diretamente no mercado e ainda o próprio leilão de oferta pública.

Pela proposta feita no dia do anúncio da fusão, a Oi se comprometeu a pagar R$ 23,42 por um terço das preferenciais da operadora no mercado. Mais da metade dos papéis-alvo da operação já foi adquirida diretamente na Bovespa, por valor inferior ao anunciado para o leilão.

A oferta pública faz parte de um conjunto de operações relacionadas à aquisição da BrT. Após o leilão, a companhia anunciou que trocará as preferenciais - os dois terços restantes em circulação no mercado - por papéis da Telemar Norte Leste (TMAR).

Nessa etapa, o investidor receberá pouco mais de 0,25 preferencial da TMAR para cada uma ação da operadora de BrT. Essa ação recebida não terá direito a um dividendo extraordinário, de R$ 17,10 por título, anunciado como parte de todas movimentações societárias ligadas à megafusão. Tal estrutura da operação, com troca de papéis, foi justamente o que pressionou as preferenciais da BrT para baixo no mercado, logo após o anúncio da compra - e o que gerou a oportunidade de aquisição direta e antecipada na bolsa pela Oi a preço inferior ao do leilão.

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Rede de dados no setor público exige proteção(Gazeta Mercantil 07.07.2008 p. A2 Editoriais)

A pane no sistema de transmissão de dados da Telefônica representou significativo alerta de que o País ainda não está preparado para lidar com emergências, de qualquer tamanho, em suas redes digitalizadas. O risco do despreparo não é de somenos, como a realidade mostrou na última quinta-feira. O problema preocupa, em especial no que diz respeito a órgãos de Estado, literalmente de serviços essenciais, incluindo polícia, que operavam sem qualquer teste para enfrentar situações emergenciais. Constatar que a empresa prestadora de serviços de tal relevância não contava com um Plano B, efetivamente operacional, é só uma parte do problema. O Estado, com todo o seu papel regulador, até mesmo porque talvez seja o maior consumidor, também tem responsabilidade porque assinou contratos que, ou não previam situações substitutivas para graves emergências bem definidas ou, então, não testaram esses suportes paralelos convenientemente. O resultado de todo esse descuido, de vendedores e compradores de um serviço essencial, foi a inacreditável pane que vitimou o setor público paulista. Os sistemas da Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp), dos quais dependem desde as delegacias de polícia até os postos do Poupatempo, ficaram sem comunicação na rede dados. Não foi diferente com a Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Município de São Paulo (Prodam), que deixou as secretarias de Educação, Finanças, Saúde e Esporte, além de subprefeituras, sem conexão. A Prodesp cobrou a Telefônica, escudada no contrato assinado, que prevê apenas "níveis mínimos de atendimento", que obviamente não estavam sendo cumpridos. Em outras palavras: o Estado reconhece que não foi previsto no contrato um Plano B para situações emergenciais, só padrões mínimos de operacionalização. É preciso observar, como registrou a imprensa, que o apagão nas redes de banda larga da Telefônica não ocorreu repentinamente, uma vez que problemas técnicos na ferramenta de acesso à internet rápida da empresa já tinham sido registrados desde a terça-feira. Por outro lado, há um predomínio de apenas um prestador de serviço para os órgãos públicos em um modelo que não criou alternativas de fornecimento. Vale notar que o serviço Speedy, da Telefônica, fechou o primeiro trimestre deste ano com 2,166 milhões de usuários (em 407 cidades do estado), o que representava 26,1% de participação do mercado brasileiro, à frente da Brasil Telecom, com 19,8%, e da Net, com 19,2%. É fato que o acesso rápido à internet representa uma fatia pequena, R$ 870,6 milhões, do total da receita operacional bruta da Telefônica, que atingiu R$ 5,557 bilhões no primeiro trimestre deste ano. Estes dados confirmam, no entanto, que o Estado teria opções para cobrar contratos que cobrissem situações emergenciais, uma vez que competição no setor existia. A reação dos órgãos públicos foi muito lenta em relação à gravidade e extensão da pane. A empresa prestadora de serviço, por sua vez, qualificou o problema de "inusitado", reconhecendo que não era possível estimar o prejuízo causado pela interrupção dos serviços a seus clientes corporativos e às instituições públicas, informando que o foco da empresa ao longo da pane era apenas identificar e solucionar o problema o mais rápido possível. No dia seguinte a empresa reconheceu que a pane foi gerada em equipamento de roteamento, que distribui os dados da rede. O presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Ronaldo Sardenberg, o órgão regulador federal, lembrou que, "considerando o vulto de investimentos que fizeram, seria estranho que a empresa não tivesse Plano B", concluindo, que esse Plano B "falhou". Essa observação apenas confirma que sequer a Anatel previu a obrigatoriedade de um plano de contingência para um serviço tão essencial como o de transmissão de dados. Os prejuízos causados pelo apagão foram altos e os direitos dos consumidores precisam ser respeitados. O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo e o Tribunal Regional Federal aceitaram o pedido da Ordem dos Advogados do Brasil de devolução dos prazos processuais porque era impossível obter documentos emitidos pela internet no dia da pane. É um sinal contundente de que a Justiça pretende acatar as queixas dos que foram prejudicados pela interrupção dos serviços. É fato, por outro lado, que a Telefônica fez grandes investimentos para a expansão da rede e de atualização tecnológica. Esses aportes devem ser ponderados quando for avaliada a responsabilidade da empresa na pane, depois que as causas técnicas do acidente forem cuidadosamente apuradas.

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Porém, o direito do consumidor de receber o serviço acordado em contrato também merece toda proteção.

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Internet - Telefônica começa hoje a negociar perdas: Operadora promete ressarcir os usuários do Speedy pelo tempo que ficou fora do ar

(Gazeta Mercantil 07.07.2008 p. C3 TI & Telecom)

A Telefônica começa hoje a avaliar cada contrato de prestação de serviços para grandes empresas e órgãos públicos que inclui cláusula de nível de serviço mínimo, para negociar ressarcimento dos prejuízos acarretados pela falta de acesso à internet ocorrida na última semana. A partir de hoje os principais clientes serão contactados, afirmou o presidente do grupo Telefônica no Brasil, Antônio Carlos Valente, durante entrevista na última sexta-feira. "Os contratos serão analisados um por um", disse, acrescentando que "danos podem ser trocados por novos serviços da Telefônica." Os contratos são regidos por acordos de nível de serviço (conhecidos pela sigla em inglês SLA), que exigem metas como a disponibilidade do sistema por tempo mínimo - por exemplo de 98%. Em cada contrato pode haver exigência de ressarcimento de valores pagos e até faixas de multas à fornecedora por falhar em cumprir cada requisito. Para os assinantes residenciais do serviço Speedy, de internet banda larga, que a empresa diz terem sido afetados indiretamente pela queda de servidores em que se conectavam, haverá ressarcimento pelo tempo total fora do ar. "Ainda que nem todos sofreram o problema, como não temos como identificar os afetados, o período que não houve prestação de serviço será ressarcido", disse. A Telefônica começou a perceber falhas intermitentes em sua rede de internet de tecnologia MPLS - que trafega os dados em pacotes - voltada para clientes corporativos e ao governo na última quarta-feira de manhã. A situação piorou durante o dia para causar panes gerais em serviços públicos e empresas na quinta-feira de manhã. A rede que apresentou defeito conecta 7 mil clientes. Segundo a empresa, ela dá o acesso por meio de 36 mil circuitos. A pane afetou cerca de metade deles e consequentemente a estimativa era de que 50% dos clientes sofreram com isso. Empresas que usavam a outra rede fornecida pela tele, na tecnologia mais antiga de "frame relay", não tiveram problemas. O reestabelecimento do serviço só começou na noite de quinta-feira, tendo ainda uma série de reflexos no dia seguinte. A demora ocorreu pela dificuldade de encontrar o diagnóstico e o ponto exato onde ocorreu a pane, que foi considerada "rara" pela empresa telefônica. Para encontrá-lo, os técnicos precisaram dividir a rede em partes e ir desconectando cada uma delas para verificar os efeitos. Como o problema teve conseqüências amplas, esperava-se que estivesse no topo da infra-estrutura.

(Carlos Eduardo Valim)

Um único equipamento causou a pane

A pane que parou São Paulo começou em um único equipamento localizado em Sorocaba (SP), longe do núcleo da rede da empresa. Um único roteador - um computador em que as funções do hardware e do software são as de receber e redirecionar dados, permitindo a comunicação pela internet - apresentou defeito, que foi causando erros em outras máquinas em que estava conectado e afetando sistemas em camadas superiores da rede.

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O Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (CPqD) foi contratado para elaborar um laudo técnico em 10 dias, que se completam em uma semana, para apontar a falha exata. O equipamento encontra-se lacrado com a equipe da empresa de tecnologia. Segundo o presidente do grupo Telefônica, Antônio Carlos Valente, o roteador provavelmente começou a gerar "figuras de atualização falsas" e elas iniciaram os problemas. O roteador automaticamente vai se atualizando para permitir a passagem dos dados e num desses processos ocorreu o erro. Apesar de considerar quase impossível ter acontecido um ataque externo, como o de um hacker, a empresa ainda não descarta erro humano ou até sabotagem. "Há possibilidades, mas nenhum elemento nos conduziu a isso. A história mostra que é mais provável a inserção de comandos errados de atualização", afirmou Valente. O executivo não revelou o nome do fornecedor do roteador que apresentou o defeito. "A responsabilidade neste momento é toda da Telefônica. Não queremos passar a idéia de que queremos compartilhar a responsabilidade. Nossos fornecedores são todos reconhecidos e os equipamentos são utilizados por operadoras de todo o mundo." A questão principal para a empresa é porque um roteador que nem estava no centro da rede causou um impacto tão grande. "Precisamos saber porque o defeito não ficou limitado e não foi controlado por níveis de proteção superiores da rede", disse. A hipótese mais provável é de que a falha trouxe certas incompatibilidades entre diferentes equipamentos, incluindo falhas em software de segurança que deveria acusar o erro. O problema pode servir como alerta para prestadores de serviços de todo o mundo. Valente evitou relacionar a pane a uma fragilidade específica da Telefônica, mesmo com a empresa sendo acusada em estudo elaborado no último ano pelo Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) do Speedy ser o serviço de banda larga com o maior tempo de indisponibilidade dentre os principais provedores do País. "Sistemas complexos podem ter falhas ", defendeu-se. "As configurações que usamos são as mesmas das outras operadoras. Temos os sistemas protegidos e redundantes."

(C.E.V.)

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Telecomunicações - Motorola elevará vendas a governo e empresas: Grupo dá início à produção, no Brasil, de rádios digitais e está de olho no mercado petrolífero, com novas descobertas de

reservas de gás(Jornal do Commercio 07.07.2008 p. B3 Empresas)

ANDRÉA CORDIOLI - DO JORNAL DO COMMERCIO

Com o início da produção de rádios digitais no Brasil, a Motorola prevê crescimento de 40% este ano na área de soluções para governo e empresas, responsável por sistemas de rádios bidirecionais e produtos de banda larga sem fio. Segundo o vice-presidente dessa área no Brasil, Eduardo Stefano, a manufatura local dos rádios digitais no campus industrial de Jaguariúna, interior de São Paulo, deve representar dez pontos porcentuais dessa expansão.

O executivo não revelou a quantidade de rádios digitais produzidos no País, nem a expectativa de faturamento. De acordo com Stefano, um dos principais motivos que viabilizaram a produção local desses aparelhos foi o contrato firmado com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, que já comprou dez mil rádios.

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"A produção permitirá maior penetração do rádio digital, além de conseguirmos transferir benefícios para os clientes", disse.

A Motorola está de olho no crescimento do mercado petrolífero, com as novas descobertas de reservas de gás e petróleo pela Petrobras.

Segundo informou Stefano, a estatal brasileira já utiliza os rádios digitais da Motorola em todas as suas refinarias e locais de extração de petróleo, uma vez que os aparelhos são intrinsicamente seguros, isto é, eliminam o risco de que faíscas ou centelhas do material eletromagnético provoquem explosão.

ampliação de contratos. "Esses contratos têm sido ampliados. Cada refinaria é contrato novo", disse. De acordo com o executivo, a Motorola decidiu em 2007 iniciar a produção dos rádios digitais no País, mas só recentemente conseguiu a aprovação da sede para o investimento.

"Foi processo longo. Depois, os recursos foram convertidos em equipamentos, treinamentos e insumos", explicou. Ele não revelou o investimento nessa produção.

"O aporte está atrelado ao investimento total em Jaguariúna, cuja cifra anual é de milhões de dólares", afirmou. Desde 1995, a Motorola investiu no Brasil US$ 550 milhões, sendo grande parte destinado à construção do campus industrial de Jaguariúna, onde são produzidos celulares e iDEN (equipamentos digitais de comunicação móvel).

O início da produção de rádios digitais na unidade deverá gerar poucos empregos adicionais aos 7,5 mil existentes hoje. "Temos em Jaguariúna força de trabalho dinâmica, que pode ser realocada. Estamos gerando capacidade produtiva", afirmou.

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Energia elétrica, telecomunicações e livre acesso(Correio Braziliense – 07.07.2008)

Paula Barcellos - Advogada do escritório Doria, Jacobina. Rosado e Gondinho Advogados Associados

O livre acesso ou compartilhamento de infra-estrutura é o aproveitamento da utilidade de uma determinada estrutura que passa a atender, além da atividade principal para a qual foi concebida, outras atividades de utilidade pública, incluindo a obrigação do proprietário de redes de interconexão entre fornecedor e consumidor (telefonia, energia elétrica, gás, etc.) a dar acesso a outros prestadores de serviços que com ele vão competir. Resumidamente, isso pode ocorrer por dois motivos: I) quando a criação de uma infra-estrutura exclusiva torna inviável a exploração econômica do serviço; ou iII) quando faltem meios físicos suficientes para a instalação de uma nova estrutura autônoma.

Assim, o compartilhamento é hoje um dos desafios do Estado como ente regulador, visto que, em muitos casos, a infra-estrutura não pode ser reproduzida por inviabilidade técnica, econômica, ambiental ou física, mesmo que tais instalações sejam essenciais para a entrada de novas empresas no mercado. Essa circunstância caracteriza muitas vezes o poder de impedimento ao acesso de novos agentes pela detentora de tais instalações, inibindo, dessa forma, o exercício da livre concorrência e a entrada de outras empresas em determinado setor.

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A referida essencialidade relaciona-se à concorrência, uma vez que a infra-estrutura essencial é aquela sem a qual um procedimento ou processo industrial ficaria impedido de entrar em atividade. Assim, o detentor de tais instalações pode utilizar esse poder de mercado para impedir novos concorrentes. Diante disso, é a classificação de essencialidade atribuída a uma determinada instalação que justifica a restrição legal ao bem mais precioso de nosso direito — a propriedade — traduzido na aplicação do conceito de compartilhamento de infra-estrutura. Assim,, fica o detentor das instalações consideradas essenciais obrigado a compartilhá-la com terceiro, tendo como base os princípios da livre concorrência e da função social da propriedade.

Importante considerar, porém, que não existe obrigação incondicionada de compartilhar, em razão do direito ao livre acesso ter como requisitos: I) a existência de capacidade ociosa da rede; II) a possibilidade técnica; e III) que não haja sacrifício do direito do proprietário na sua utilização. No setor de energia elétrica e de telecomunicações, a imposição regulatória do livre acesso está presente na obrigatoriedade de compartilhamento das redes com empresas dentro do próprio setor e com empresas de outros setores.

No que tange ao compartilhamento da infra-estrutura entre empresas do setor elétrico e de telecomunicações, é importante frisar que se tem verificado diversas discussões, principalmente com relação à remuneração pela utilização das redes. A questão é, até certo ponto, regulamentada pela Lei nº 9.472/97, igualmente denominada Lei Geral de Telecomunicações (LGT), em seu art. 73 e no art. 15, § 6º da Lei nº 9.074/95. Ambas estabelecem o direito ao livre acesso entre as empresas do próprio setor e autorizam o uso compartilhado da infra-estrutura com prestadoras de serviços de outros setores detentores de atividades que encerrem o interesse público.

Corroborando o dispositivo acima transcrito, a obrigação legal de compartilhar infra-estrutura com outros agentes foi personalizada por meio da Resolução Conjunta Aneel/Anatel/ANP nº 001, de 24 de novembro de 1999, e posteriores alterações, a qual estabeleceu o Regulamento Conjunto para Compartilhamento de Infra-estrutura entre agentes de Setores de Energia Elétrica, Telecomunicações e Petróleo.

A idéia central é a de que, presentes os requisitos mínimos acima mencionados, as empresas não podem negar injustificadamente o acesso de outras de “interesse coletivo” à sua infra-estrutura. O entendimento dos nossos tribunais também reforça o acima mencionado e tem sido no sentido de afirmar a obrigatoriedade do livre acesso, diante da presença de tais requisitos. Entretanto, a questão que tem suscitado maiores discussões e impasse é aquela que possui relação com a remuneração pelo compartilhamento. Sabe-se que a referida remuneração deve ser definida pelas partes, por meio de livre negociação, “observados os princípios da isonomia e da livre competição” e, ainda, nos termos do disposto no artigo 73 da Lei Geral de Telecomunicações, deve ser justa e razoável.

O que ocorre na prática é que muitas negociações são frustradas, em razão de muitas vezes as partes não chegarem a um entendimento do que seria preço justo e razoável. E, como a regra é a da livre negociação, as agências reguladoras apenas podem intervir, arbitrando o preço de compartilhamento, no caso de negociação frustrada e quando a lei expressamente autorizar, ou seja, a regra é a da não intervenção estatal.

Importante frisar, no entanto, que a referida regra de não intervenção, todavia, não autoriza o abuso das prestadoras de serviços públicos na formação do preço, de forma a impedir o direito ao acesso à infra-estrutura garantido pela legislação em vigor e pelo princípio constitucional da livre concorrência. Por esse fato, temos verificado que a atuação do Judiciário tem ganho cada vez mais importância e, na maioria das decisões, esse poder tem arbitrado o preço que entende refletir os conceitos básicos do justo e razoável nos casos levados à sua apreciação.

Considerando que o Poder Público pode ser chamado a intervir, além da via judicial, pela via administrativa, deve-se ter em mente que, quando o abuso se configurar como infração ao direito concorrencial e/ou quando se enquadrar na categoria de abuso do poder econômico, deve-se cogitar a

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intervenção do órgão incumbido de defesa da concorrência, o Cade, já que a exigência de preço excessivo pelas empresas detentoras de instalações essenciais pode configurar-se como infração ao direito concorrência.

http://www2.correioweb.com.br/cbonline/direitojustica/sup_dej_5.htm?

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Cresce o risco de novas panes na internet, afirma especialista: Rede de transmissão da web no país é uma caixa-preta, diz ex-superintendente da Anatel, que sugere aumento nos investimentos

em infra-estrutura de transmissão(Folha de São Paulo - 07.07.2008 p. B-4 Dinheiro)

ELVIRA LOBATO

A capacidade da rede de transmissão de dados do Brasil, por onde trafegam a internet e a telefonia, é uma caixa-preta, e há riscos de novos blecautes no país, como o ocorrido, na semana passada, em São Paulo, afirma o ex-superintendente de Serviços Públicos e de Universalização da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), Edmundo Matarazzo, 53. O consultor diz que as empresas mantêm ""a sete chaves" os dados sobre a capacidade e o nível de utilização das redes. Para ele, o investimento na infra-estrutura de transmissão não acompanhou a demanda. De 1995 para cá, o número de telefones fixos passou de 13 milhões para 40 milhões; e o de celulares, de 1,4 milhão para 130 milhões. Já são 40 milhões os usuários de internet.

FOLHA - Por que o sr. defende a separação da infra-estrutura de transmissão da exploração dos serviços? EDMUNDO MATARAZZO - Por ser um insumo comum para telefonia fixa, celular e internet. Quando um meio de transmissão é atingido, o estrago na prestação de serviços é muito grande.

FOLHA - O senhor tem informação sobre os investimentos feitos pelas empresas na transmissão? Elas têm metas a cumprir nesta área? MATARAZZO - Têm a obrigação de manter a infra-estrutura para o serviço funcionar adequadamente, mas não há metas obrigatórias de investimento. Em caso de interrupção, a Anatel apura e, se houve negligência, a empresa será multada.

FOLHA - A capacidade de transmissão acompanhou a explosão dos serviços? MATARAZZO - Com certeza, não. Quando o modelo atual foi construído, o serviço telefônico fixo era a base de tudo. Fax e internet eram unicamente por acesso discado. A internet evoluiu, cresceu, mas o sistema de transmissão é o mesmo, embora o acesso em banda larga não passe pela central telefônica. Os contratos feitos na privatização da Telebrás [1998] obrigaram as concessionárias a implantarem sistemas digitais de transmissão nas capitais até 2005. Não foram criadas novas metas na renovação dos acordos de concessão. A autoridade deve se preocupar mais em regular os meios de transmissão, até porque os serviços mudam, mas a capacidade de transmissão é sempre essencial.

FOLHA - O apagão em São Paulo deve ser o início de uma discussão sobre a infra-estrutura de internet? MATARAZZO - É o momento para isso, porque o setor está envolvido na discussão do novo Plano Geral de Outorgas (PGO) e do Plano Geral de Atualização da Regulamentação das Telecomunicações no Brasil . O foco da discussão, porém, está na fusão de empresas [compra da BrT pela Oi], na entrada da

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terceira geração do celular e na banda larga nas escolas. Se fosse uma discussão sobre energia elétrica, com metas para aumento de consumo, alguém perguntaria sobre a fonte de energia e a linha de transmissão. Em telecomunicações, como não há fonte de energia, parece que a infra-estrutura virá do céu. Mas não é assim. O que vai difundir a internet não é a banda larga, mas a existência de meios de transmissão pelo Brasil afora. O desafio do país não é colocar um telefone público em lugarejos de até cem habitantes, mas levar o meio de transmissão até lá.

FOLHA - A infra-estrutura de transmissão é a soma das redes de várias empresas. Como o governo poderia, então, coordenar os investimentos? MATARAZZO - No modelo atual, não tem como. Quem faz telefonia fixa vai providenciar estrutura para o negócio dele, e o mesmo acontece na móvel. Para ter coordenação seria preciso integrar os competidores. Está claro para mim que a infra-estrutura de transmissão deveria ser explorada separadamente da prestação de serviços. Não se trata de separar toda a rede, só a que é usada por todos. A construção da infra-estrutura exige investimento antecipado, de amortização demorada, diferentemente do serviço, que é faturado no dia seguinte. Para haver confiabilidade na rede de transmissão, é preciso existir capacidade ociosa, o que conflita com o interesse de competição na prestação de serviços ao usuários. A linha de transmissão é o calcanhar-de-aquiles das comunicações e a capacidade de suportar falhas é muito baixa. A possibilidade de haver blecautes é crescente, pela velocidade de expansão da demanda.

FOLHA - O que o senhor sugere para evitar os blecautes? MATARAZZO - O meio tem de ser compartilhado. Não é possível construir redes de transmissão individuais para telefone fixo, celular e internet. Por isso, são necessários modelos de negócios diferentes para a exploração de serviços e para a infra-estrutura. O prestador de serviços tem de ter a garantia de que não lhe faltará infra-estrutura.

FOLHA - O senhor diria que os dados sobre a rede de transmissão são uma caixa-preta? MATARAZZO - Muito preta. Como consultor, tentei identificar e quantificar a rede de transmissão (capacidade instalada das fibras ópticas, nível de utilização, projeção de vida útil etc.) e não consegui. Os dados são trancados a sete chaves.

FOLHA - A Anatel tem acesso? MATARAZZO - Suponho que sim. Mas, na discussão do PGO, a Anatel não mexe no modelo de infra-estrutura de transmissão, o que seria prioritário.

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Privatização faz 10 anos e o futuro é a banda larga: Anatel espera a massificação da tecnologia para os próximos 10 anos

(O Estado de São Paulo - 06.07.2008 p. B-14 Economia)

Gerusa Marques

O futuro das telecomunicações está na banda larga. A frase dos especialistas em tecnologia é a síntese do que aconteceu no País após dez anos da privatização do Sistema Telebrás, que serão completados no próximo 29 de julho. Uma privatização que praticamente sepultou o telefone fixo, gerou a explosão do celular e pôs o Brasil diante de uma tecnologia que nem fazia parte das previsões de 1998 e hoje pode ser equiparada em importância e necessidade aos serviços de energia, água e saneamento.

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A banda larga é uma tecnologia que amplia a capacidade das redes, aumenta a velocidade de conexão e permite grande variedade de serviços. Seja conectado a um cabo ou pelas tecnologias sem fio, o brasileiro já começa, pela banda larga, a ter acesso a pacotes de serviços - como telefonia, internet e televisão - vendidos por uma mesma operadora e recebidos muitas vezes em um único aparelho, como o computador ou o telefone celular. Virou serviço essencial e é cada vez mais usada por órgãos públicos para atender à população. Serve para conectar os bancos de dados da polícia, departamentos de trânsito, secretarias de Segurança e rede pública de saúde, sem falar nas milhares de empresas privadas e do usuário comum.

O grau de importância da banda larga pode ser medido pelo caos no qual mergulhou São Paulo, quinta-feira passada, com a pane das redes de internet da Telefônica. "A banda larga virou ferramenta indispensável", avalia o ministro das Comunicações, Hélio Costa. No plano estratégico traçado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para os próximos dez anos, o objetivo principal é massificar a banda larga.

A agência estima que os acessos só nessa modalidade de internet passarão dos atuais 8 milhões para 165 milhões em 2018, pela rede fixa ou pela infra-estrutura móvel, como a terceira geração da telefonia celular (3G). "A mesma telefonia celular, que cumpriu a obrigação de universalização que era da telefonia fixa, vai universalizar a banda larga, principalmente com a chegada da terceira geração", afirma Costa.

O ministro faz um balanço positivo da privatização. "Nós todos nos lembramos que há dez anos a gente comprava uma linha telefônica pelo equivalente a US$ 2 mil. Hoje, basta solicitar que a empresa instala."

Esse telefone fixo, vedete do setor de telecomunicações em décadas passadas, ficou obsoleto. Nos últimos dez anos perdeu espaço para o celular, que saiu de 7,4 milhões em 1998 e alcançou no mês passado 130 milhões de aparelhos em uso - ante 40 milhões da telefonia fixa.

Portátil, livre da assinatura básica e com a possibilidade de controle de gastos no sistema pré-pago, o celular progressivamente invadiu as classes C, D e E da população. O aparelho já é ofertado de graça, mas o preço dos serviços continua alto.

INSEGURANÇA

Para o consultor Renato Guerreiro, que estava na presidência da Anatel durante a privatização, a reestruturação em 1998 é um caso de sucesso, com resultados sólidos. "Acho que tem mais vitórias do que a gente poderia imaginar que haveria", disse Guerreiro, afirmando que a "grande beneficiária" foi a sociedade, que passou a ter mais acesso aos serviços.

Ele lembra que, naquela época, foi feito um planejamento para orientar as ações de governo na área de telecomunicações. "Hoje, o setor está muito inseguro, exatamente porque falta um desenho do cenário futuro, que é de responsabilidade do Poder Executivo."

Guerreiro avalia que o Brasil está atrasado no uso dessa infra-estrutura para o cidadão. Para ele, o Estado deve criar serviços para facilitar a vida do brasileiro, como na marcação de consultas e na matrícula em escolas, por exemplo.

Já o ex-ministro das Comunicações Juarez Quadros enxerga na privatização a alavanca de infra-estrutura que ajudou no desenvolvimento e crescimento da economia. Para aplicações mais corriqueiras, como acessar e-mails, baixar vídeos e navegar na internet, a banda larga do celular atende bem. Mas no caso de transmissões mais pesadas, acima de 3 Mbps (megabits por segundo), a rede mais apropriada é a fixa. "O telefone fixo está estagnado, mas a rede não." Ele defende uma modernização das redes das concessionárias, lembrando que em 2025 as concessões serão devolvidas à União, juntamente com as redes, para que seja feita nova licitação.

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Quadros entende que a banda larga traz a necessidade de se mexer nas leis. "A regulação brasileira é divergente e a tecnologia é convergente. É preciso fazer uma revisão do marco regulatório, para que a convergência possa realmente acontecer. Isso é o grande desafio do legislador e do regulador."

O deputado Jorge Bittar (PT-RJ) ressalta que a privatização modernizou a infra-estrutura e trouxe mais acesso aos serviços e mais qualidade, mas cometeu "uma falha gravíssima" de abandonar a política tecnológica industrial. Segundo ele, o País hoje importa "tudo" no setor de telecomunicações, o que tem um peso "gigantesco" na balança comercial brasileira.

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TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIO

Suspenso acordo entre Ambev e procuradoria (Valor Econômico 07.07.2008 p. E2 Legislação)

Luiza de Carvalho, De São Paulo

As procuradorias regionais do trabalho vão retomar as investigações sobre práticas de assédio moral denunciadas por ex-funcionários da Ambev. As investigações tinham sido suspensas devido a um acordo que estava sendo firmado entre a empresa e a Procuradoria Geral do Trabalho (PGT). Mas, na quinta-feira passada, a procuradoria informou que a Ambev não compareceu à audiência marcada para a celebração do acordo. As investigações, se confirmarem a prática, podem gerar ações civis públicas contra a empresa.

Desde 2002, a Ambev tem sofrido milhares de ações judiciais de funcionários que alegam ter sofrido práticas vexatórias como represália por não terem atingido metas de vendas. Em 2006, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 21ª Região, no Rio Grande do Norte, condenou a Ambev a pagar uma indenização de R$ 1 milhão por assédio moral coletivo. A condenação foi evitada por meio de um acordo da empresa com a Procuradoria Regional do Trabalho da 21ª Região.

Há oito meses, as procuradorias regionais do trabalho dos Estados do Pará, Sergipe, Amazonas e Paraná concordaram em suspender investigações sobre denúncias com o mesmo teor contra a empresa caso ela assinasse um acordo com a procuradoria, no qual se comprometia a realizar campanhas contra o assédio moral. Mas, segundo o procurador regional do trabalho José Cláudio Monteiro de Brito Filho, coordenador da negociação, a Ambev "mudou de idéia de repente e não assinou o acordo". Com isso, segundo Brito, ações civis públicas poderão ser ajuizadas contra a empresa. Procurada pelo Valor, a Ambev informou que não se pronunciaria sobre o assunto.

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Trabalhiata - MPT moverá ação contra a AmBev(Gazeta Mercantil 07.07.2008 p. A12 Direito Corporativo)

Após oito meses de negociação, a Companhia de Bebidas das Américas (AmBev) faltou à audiência de conciliação marcada para a última quinta-feira na Procuradoria Geral do Trabalho (PGT). A reunião fixaria acordo nacional relativo às repetidas condenações por assédio moral contra trabalhadores da

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empresa. O termo de compromisso estava pronto desde o dia 27 de junho. A empresa desistiu de assinar o acordo nos termos que haviam sido combinados. Quatro procuradorias regionais do trabalho estavam com procedimentos de investigação suspensos em razão do acordo que se buscava com a empresa. Com a ausência de representantes da AmBev na reunião, o Ministério Público do Trabalho entende estar finalizada a solução do conflito sem acordo e será ajuizada uma ação por dano moral coletivo contra a AmBev. No Pará, procuradores já determinaram a instauração de inquérito civil para que as apurações de ilegalidades sejam retomadas. A empresa terá 15 dias para prestar ao ministério local informações sobre empregados da AmBev no Pará. Entre os dados requisitados estão o número de filiais e empregados no estado, relação de empregados que tiveram contrato de trabalho extinto nos últimos sete anos e de ações movidas por ex-empregados por assédio moral e acidente de trabalho, além de responsáveis por cobranças relativas a metas de desempenho de cada uma das unidades paraenses. Por meio da assessoria de imprensa, a AmBev informou que não irá se pronunciar sobre o assunto e nem detalhar quais procedimentos vai adotar. No mês passado, a AmBev foi condenada a pagar indenização de R$ 10 mil a um ex-funcionário por danos morais. Em 2006, a Justiça obrigou a empresa a compensar seus vendedores em R$ 1 milhão por assédio moral.

(Redação)

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Falência da empresa executada não extingue execução em andamento(TRT DF – 04.07.2008)

A Fazenda Nacional teve garantido o direito de executar os créditos decorrentes de multa fiscal contra a massa falida da empresa Sândalo Uniformes Industriais Ltda. A União recorreu da decisão da 3ª Vara do Trabalho de Brasília que, em face da expedição de certidão para habilitação de crédito junto ao Juízo Falimentar, extinguiu a execução contra a massa falida.

A Segunda Turma do TRT 10ª Região acolheu as razões do juiz José Leone Cordeiro Leite, relator do recurso, e decidiu que a execução deve prosseguir. De acordo com o magistrado, a simples expedição da certidão para a habilitação de crédito junto ao juízo universal da falência não é causa suficiente para a extinção da execução envolvendo empresa com falência decretada. Ele afirmou que a certidão não garante o recebimento do crédito, permanecendo o direito do exeqüente de tentar receber o que lhe é devido. (RO-080064-2005-003-10)(Flaubert B. Santos)

http://www.trt10.gov.br/?modulo=/ascom/index.php&ponteiro=31080

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Do ônus da prova no abandono de emprego(Ed. Magister – 07.07.2008)

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A prova de abandono de emprego deve ser robusta o suficiente para o pleno convencimento do juízo. "In casu", a instrução consolidou a tese patronal, não devendo ser modificada a sentença.

Com esse entendimento da Desembargadora Federal do Trabalho Anelia Li Chum, os Desembargadores da 5ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-SP) reconheceram o abandono de emprego como causa de extinção do vínculo empregatício.

No recurso interposto, a reclamante requereu um exame mais atento da prova produzida pela empregadora, alegando a desautorização da conclusão do pedido de demissão por parte da obreira.

Em seu voto, a Desembargadora Anelia Li Chum observou que: "... alega a Reclamante que o fato constitutivo dos direitos ora pleiteados, estaria consubstanciado em sua abrupta demissão (...), assertiva essa frontalmente contestada pela parte contrária, que afirmou ter a Recorrente abandonado o emprego..." A ré, segundo a Desembargadora, atraiu para si o ônus de comprovar o fato obstativo do direito da autora.

A Desembargadora destacou que: "...ao contrário do afirmado pela Recorrente, a r. decisão hostilizada não concluiu pelo pedido de demissão obreiro como causa de rescisão do contrato de trabalho..." O Juízo de origem entendeu que a reclamada se desincumbira de provar o alegado abandono do emprego, vez que a única testemunha ouvida confirmara a tese defensiva.

Em sua análise, a Desembargadora Anelia Li Chum ressaltou que: "Por seu turno a Autora não trouxe aos autos nenhum elemento que pudesse infirmar a prova validamente produzida pela Reclamada, razão pela qual reconheceu o MM Juízo de origem o abandono de emprego como causa de extinção do vínculo empregatício."

Dessa maneira, os Desembargadores Federais da 5ª Turma decidiram negar provimento ao recurso interposto, mantendo na íntegra a sentença.

O acórdão unânime dos Desembargadores Federais do Trabalho da 5ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-SP) foi publicado em 23/05/2008, sob o nº Ac. 20080404540.

Processo nº TRT-SP 02182.2007.071.02.00-4.http://www.editoramagister.com/integra.asp?id=118483&tipo=0

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Comissão mantém CLT para sociedade de advogados(Ed. Magister – 07.07.2008)

A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público rejeitou o Projeto de Lei 1888/07, do deputado Juvenil (PRTB-MG), que descaracteriza o vínculo empregatício nos casos de advogados sócios ou associados a uma sociedade regularmente inscrita na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O projeto muda o Estatuto da OAB (Lei 8.906/94), com o objetivo de desobrigar as sociedades de advogados do cumprimento das normas da Consolidação da Leis do Trabalho (CLT, Decreto-Lei 5.452/43).

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A comissão aprovou parecer do relator, deputado Vicentinho (PT-SP), que recomendou a rejeição do projeto. Segundo ele, a proposta não contribui para o aperfeiçoamento legal e pode gerar resultados indesejáveis. "O projeto nada acrescenta, pois nem o sócio nem o associado são empregados." Sendo assim, argumentou o relator, sua aprovação "não representaria nada mais que uma supérflua e desaconselhada superposição legislativa".

O relator lembrou que a inclusão de um parágrafo no artigo 442 da CLT, estabelecendo não constituir vínculo empregatício a relação entre uma cooperativa e seus associados, "serviu de pretexto para incontáveis tentativas de burla à legislação que protege o trabalho assalariado". Vicentinho comparou as duas situações, advertindo que a mudança pretendida pelo projeto também poderia dar margem a eventuais fraudes contra o direito trabalhista.

TramitaçãoO projeto, que tramita em caráter conclusivo, ainda será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Se for aprovado por ela, terá de ser analisado em Plenário.

http://www.editoramagister.com/integra.asp?id=118489&tipo=0

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Falta em audiência: Ambev será investigada por assédio moral no Pará(Conjur – 07.07.2008)

Depois de oito meses de negociação, a Companhia de Bebidas das Américas (Ambev) faltou à audiência de conciliação marcada para quinta-feira (3/7) na Procuradoria Geral do Trabalho (PGT). A reunião fixaria acordo nacional relativo às repetidas condenações por assédio moral contra trabalhadores da empresa. O termo de compromisso estava pronto desde o dia 27 de junho.

Quatro Procuradorias Regionais do Trabalho (PRTs) estavam com procedimentos de investigação suspensos em razão do acordo que se buscava com a empresa. No Pará, a PRT já determinou a instauração de inquérito civil para que as apurações sejam retomadas.

A empresa terá 15 quinze dias para prestar ao MPT local informações sobre empregados da Ambev no Pará. Entre os dados requisitados estão o número de filiais e empregados no estado, relação de empregados que tiveram contrato de trabalho extinto nos últimos sete anos e de ações movidas por ex-empregados por assédio moral e acidente de trabalho, além dos nomes dos responsáveis por cobranças relativas a metas de desempenho de cada uma das unidades paraenses da empresa.

A Justiça trabalhista no Brasil tem condenado, constantemente, empresas que humilham funcionários para atingir metas de vendas.

http://www.conjur.com.br/static/text/67857,1

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TRANSGÊNICOS

Ameaça Global - Crise de alimentos, transgênicos na mira: País autoriza mais pesquisas de produtos modificados

(O Globo 06.07.2008 p. 31 Economia) Gustavo Paul

A crise mundial dos alimentos e a preocupação em dobrar, nos próximos dez anos, a produção brasileira de grãos aumentam a importância das pesquisas para melhorar a produtividade agrícola e relançam o foco - e a polêmica - sobre as pesquisas de transgênicos no país. Este ano, o número de pedidos de experimentos em meio ambiente de produtos geneticamente modificados está ascendente: já foram aprovados 49, mais da metade dos 85 liberados em todo o ano passado. Outros 33 pedidos estão na pauta da reunião de julho da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), órgão que regula e libera as pesquisas e a comercialização dos produtos geneticamente modificados. A entidade ainda tem 74 relatórios de pesquisas já realizadas aguardando aprovação.

A maioria desses estudos é de sementes de grãos como milho, algodão, soja e arroz, mas também existem aqueles em torno do feijão resistente a vírus, da alface que servirá de vacina contra a leishmaniose, além de batata, laranja, tomate e mamão modificados. Os experimentos, feitos por multinacionais, mas também por Embrapa, Alellyx (do grupo Votorantim) e Coodetec (Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola), voltam-se ainda a espécies que podem aumentar a produção de madeira e biocombustíveis.

Só na reunião de junho foram aprovados 12 experimentos em campo com variedades transgênicas de eucaliptos, que prometem aumentar a qualidade da madeira e possibilitar um crescimento mais rápido da planta.

- Está aumentando o número de pedidos - diz Walter Colli, presidente da CTNBio.

Essa movimentação vem sendo acompanhada com atenção pelos ambientalistas, que advertem para a falta de conhecimento profundo sobre o efeito a longo prazo da transgenia no ser humano e na diversidade biológica. O Greenpeace teme que a biotecnologia prejudique os agricultores e a produção de alimentos.

- Pode-se ganhar a curto prazo, mas temos que pensar o país num horizonte de 20 a 30 anos - alerta Marcelo Furtado, diretor-executivo do Greenpeace no Brasil.

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A pressão ambientalista contra a transgenia é a principal responsável pelo fato de o Brasil ainda caminhar lentamente no que se refere à liberação comercial dos produtos geneticamente modificados. Em dez anos, apenas cinco sementes tiveram autorização para serem comercializadas no país: a soja resistente a herbicida, o algodão e algumas espécies de milho, estes últimos só no ano passado. São sementes plantadas em outros países, como Estados Unidos, Canadá, China, Índia e Argentina, há muito tempo.

Semente ilegal é chamada Maradona

A CTNbio acumula, desde 2003, dez pedidos feitos por multinacionais de sementes. Neste segundo semestre, deverá ser apreciada a liberação de uma espécie de algodão resistente a herbicida. Por precaução, para evitar questionamentos técnicos e políticos, Colli pediu cinco pareceres científicos de especialistas, que devem apresentar sua posição nos próximos meses.

Sem acesso a sementes que já existem em outros países e de olho nos ganhos proporcionados pelos transgênicos, o agricultor brasileiro continua tentado contrabandear. Desde 2004 têm ingressado sementes clandestinas de algodão no país. Em 2006, o Ministério da Agricultura constatou que 11% da produção local foram plantados com sementes contrabandeadas. As sementes obtidas com essa produção foram incineradas.

Para a Associação Brasileira de Sementes (Abrasem), o cenário continua propício à atividade ilegal, mas os dados são frágeis e pouco confiáveis. Segundo José Américo Rodrigues, superintendente da entidade, cerca de 50% da soja plantada no Brasil ainda são de origem clandestina, na qual se inserem sementes contrabandeadas e as piratas.

Na década passada, foram contrabandeadas sementes de soja da Argentina apelidadas de

Maradona: além de ser argentina, vinha com droga dentro. Atualmente, o ministério identificou outras, apelidadas pelos contrabandistas de Tevez, em alusão ao ex-jogador do Corinthians.

- O volume da semente contrabandeada não tem crescido: está estável. Mas ainda existe, pois se criou um vício de alguns produtores - diz Neumar Francelino, coordenador de Sementes e Mudas da Agricultura.

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Para resolver a questão, dizem alguns especialistas, a solução é acelerar as pesquisas e a liberação das sementes transgênicas.

- Quanto mais demora, maior o risco de pirataria e contrabando, pois o agricultor quer ter os ganhos que a semente proporciona - diz Alda Lerayer, secretária-executiva do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), financiado pelos produtores de sementes.

Enquanto no Brasil ainda se discute a liberação de transgênicos da primeira geração, com um gene modificado, em outros países já se debate a segunda geração, com produtos mais resistentes e dois ou três genes modificados. Em 2011, os americanos devem lançar o milho resistente a seca.

- Outros países estão bastante adiantados nessas pesquisas, e o risco é ficarmos cada vez mais para trás, desperdiçando produção e áreas agricultáveis - afirma o professor José Maria Silveira, pesquisador do Núcleo de Economia Agrícola do Instituto de Economia da Unicamp.

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Greenpeace critica: vantagem de transgênicos é 'canto da sereia': Diretor diz que agricultura ficará nas mãos de multinacionais

(O Globo 06.07.2008 p. 32 Economia)

ONG alerta para efeitos na saúde do ser humano e no meio ambiente

Gustavo Paul

BRASÍLIA. Principal trincheira contra os transgênicos, os ambientalistas não acreditam que o desenvolvimento da biotecnologia será a solução para atender a expansão da demanda mundial por alimentos. Além do pouco conhecimento sobre os efeitos da transgenia no ser humano e no ambiente, eles alegam que há risco para os produtores, que ficam à mercê dos fabricantes de sementes.

Para o diretor-executivo do Greenpeace no Brasil, Marcelo Furtado, há soluções para aumentar a produtividade:

- É preciso rever técnicas agrícolas. As vantagens apregoadas em torno dos transgênicos são cantos da sereia. A agricultura ficará nas mãos de multinacionais.

A ONG acusa as multinacionais de sementes de tentar impor sua tecnologia "como única opção aos agricultores". Segundo o Registro de Contaminação Transgênica 2007, lançado em fevereiro, houve 39 casos de contaminação no ano passado em 23 países, envolvendo arroz, milho, soja, algodão, canola e mamão papaia, entre outros. Essa contaminação prejudicaria financeiramente agricultores que optam por plantações convencionais, com selos de "pureza genética".

Para pesquisador da Embrapa, genética é a única solução

Para os defensores da transgenia, porém, a realidade é outra: fica mais barato produzir. Segundo o presidente da Associação dos Plantadores de Algodão (Abrapa), Haroldo Cunha, um recente projeto de plantação de algodão transgênico em Catuti (MG) fez a produção aumentar de 30 arrobas de algodão por hectare para 180 arrobas de uma safra para outra. A pulverização por herbicida caiu de 12 aplicações para seis:

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- Os agricultores ficaram alucinados com esse resultado.

Dados do Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA, em inglês), entidade financiada por produtores de sementes, apontam que na Índia a rentabilidade aumentou em até US$250 por hectare, elevando a renda dos cotonicultores de US$840 milhões para US$1,7 bilhão no ano passado. De importador de algodão em 2003, a Índia se transformou no segundo maior exportador mundial.

Para Elíbio Rech, pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos, a biotecnologia é a única solução para suprir a demanda de alimentos no mundo e reduzir custos:

- A genética é a opção viável para aumentar a produção de alimentos no mundo.

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TRIBUTÁRIO

Sem Medo do Leão - Simplificação e a reforma tributária (Jornal do Brasil 07.07.2008 p. A20 Economia)

Rubens Branco - Advogado Tributarista

Durante as discussões sobre a reforma tributária, agora colocada em banho-maria e com possibilidade de não mais voltar a ser uma prioridade neste ano eleitoral, o que se verificou é que não houve nenhuma preocupação para que determinados artigos do Código Tributário Nacional e da legislação sejam efetivamente cumpridos pelos governos em geral.

Refiro-me especificamente ao artigo 212 do Código Tributário, cujos poderes executivos federal, estadual e municipal devem, até 31 de janeiro de cada ano, consolidar, em texto único, a legislação tributária de sua competência. Interessante notar que tal disposição do Código, em vigor há quase 41 anos, que eu me lembre, nunca foi cumprida por nenhum governo.

Se tal tivesse ocorrido, a legislação em geral poderia ser melhor compreendida pelos contribuintes e agentes fiscais, pois o que se tem hoje é um emaranhado de leis, portarias, atos normativos, um verdadeiro quebra-cabeça para qualquer um que queira entender e cumprir a legislação em vigor.

Por que ninguém até agora sugeriu – dentre as limitações ao poder de tributar previsto no artigo 150 da Constituição, que seria vedado à União, Estados, Distrito Federal e Municípios – cobrar qualquer tributo antes de publicada a consolidação anual, em texto único, da sua respectiva legislação?

Já que se fala tanto em redução de burocracia, tal medida faria com que todos os entes tributantes tivessem interesse especial em facilitar para a população, agentes fiscais, judiciário, entre outros, a necessária compreensão da legislação para o seu fiel cumprimento.

O que se vê, entretanto, é que parece não haver interesse em se facilitar nada, pois quanto mais complexo o sistema, melhor.

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Outro dispositivo sistematicamente não cumprido é a Lei Complementar nº 95, de 1988. Prevê este dispositivo que cada lei ordinária só deve ter um objeto.

Só para se ter idéia do que falo, a Lei 11.195, de 2005 (produto da conversão da conhecida MP do Bem), contém 132 artigos tratando de pelo menos 27 assuntos diferentes. E mais recentemente a lei nº 11.727, de 23 de junho de 2008, que cuida desde incentivos fiscais para a indústria do turismo e tributação de álcool combustíveis até a redefinição do que seja regime fiscal privilegiado ou paraísos fiscais e hipóteses de créditos de PIS/Cofins.

Se seguidas estas e outras normas previstas na Lei Complementar nº 95/1988 na confecção das leis ordinárias, facilitaria muito a vida de todos no país.

Mais uma vez não se vê a real preocupação em se facilitar nada. Tais dispositivos emitidos, da forma como o foram as Leis 11.195/1988 e 11.727/2008, só prejudicam a aplicação da lei por todos pois são um verdadeiro emaranhado de temas que dificultam a compreensão bem como o seu fiel cumprimento.

Enquanto a simplificação não estiver na agenda de todos, principalmente no momento de uma reforma tributária, e só se pensar na arrecadação e mais impostos, o Brasil vai continuar a caminhar a passos de cágado em direção ao desenvolvimento.

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Programas do governo federal podem provocar novas disputas tributárias (Valor Econômico 07.07.2008 p. A2 Brasil)

Marta Watanabe, De São Paulo

Os programas de desenvolvimento lançados pelo governo federal deverão gerar novas disputas tributárias. Considerado uma das medidas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infra-Estrutura (Reidi) foi criado no ano passado para fomentar e desonerar os investimentos em infra-estrutura. Para incentivar o desenvolvimento das regiões Norte e Nordeste com instalação de indústrias com produção voltada ao exterior, uma medida provisória convertida em lei na última semana regulou os benefícios tributários das Zonas de Processamento de Exportações (ZPEs).

Tanto a lei do Reidi - de nº 11.488/07 - quanto a das ZPEs - de nº 11.732/08 - amenizam a carga da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e do Programa de Integração Social (PIS) na aquisição de bens de produção que forem incorporados aos ativos dos investimentos habilitados aos incentivos. As duas leis, explica o advogado Luiz Carlos de Andrade Júnior, do escritório Lacaz Martins, estabelecem a suspensão de PIS e Cofins nas compras tanto no mercado interno quanto nas importações. Ou seja, o investidor não precisará recolher 9,25% de PIS/Cofins na aquisição das máquinas.

O problema, aponta ele, é que a incorporação ao ativo imobilizado converte a suspensão das duas contribuições em "alíquota zero" e não em "isenção". Segundo Andrade Júnior, há um resultado prático importante no que parece uma simples questão de nomenclatura. Ele explica que, com a conversão da suspensão em alíquota zero, a Receita Federal não permitirá o cálculo de créditos de PIS e Cofins

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relacionados aos bens de produção adquiridos com suspensão dos tributos dentro dos incentivos do Reidi e das ZPEs.

Para o advogado, isso deverá praticamente neutralizar o benefício da suspensão das duas contribuições no momento da aquisição. "A vedação ao crédito significa dar com uma mão e retirar com a outra, já que não existirá desoneração tributária de fato." Dentro do sistema chamado de não-cumulativo, o cálculo do PIS e da Cofins devidos leva em conta créditos dos dois tributos que as empresas podem calcular com base na compra de insumos e ativos. Como não haverá crédito do PIS e Cofins nesses casos, diz a advogada Ana Cláudia Akie Utumi, sócia do TozziniFreire, o benefício se resume praticamente ao fluxo de caixa, sem redução de carga de PIS e Cofins.

No caso do Reidi, explica Andrade Júnior, já existe um decreto regulamentando o benefício e vedando expressamente o uso do crédito de PIS e Cofins que, no caso de bens de produção, são calculados sobre o valor da depreciação. "Tudo indica que a interpretação sobre o benefício das ZPEs irá pelo mesmo caminho." Com a vedação ao crédito, lembra o advogado, fica inócuo, nesse caso, o benefício no qual o governo federal concedeu depreciação acelerada aos bens de produção. "O bem será depreciado de forma mais rápida, mas não garantirá créditos de PIS e Cofins."

A vedação, acredita o advogado, não deverá ser questão aceita de forma pacífica pelas empresas. "Já recebemos consultas de empresas do setor elétrico sobre o assunto e nosso parecer foi favorável à contestação da proibição ao crédito", diz. Segundo o tributarista, não importa que a legislação tenha denominado como "alíquota zero" o que tem natureza de "isenção" e, por isso, deve preservar o aproveitamento dos créditos. A advogada Ana Cláudia concorda com a possibilidade de questionar. Para ela, a restrição só não poderia ser contestada caso estivesse expressa tanto na lei do Reidi quanto na das ZPEs. "O fato da vedação ser determinada por decreto não resolve. Isso é uma questão de lei."

Há, porém, advogados que discordam. Luiz Felipe Ferraz, do Demarest e Almeida, defende, em princípio, que a lógica do cálculo do PIS e da Cofins é permitir o crédito nos casos de insumos e ativos que tiveram o pagamento das duas contribuições. "Nesse caso, os bens de produção deverão ser adquiridos com suspensão, o que não daria direito ao crédito." Por isso mesmo, lembra, vários itens, como mão-de-obra, por exemplo, já sofrem restrição para crédito dos dois tributos.

Outro item que chamou a atenção na lei tributária das ZPE foi que houve veto ao dispositivo mais polêmico durante o processo de tramitação da MP no Congresso, diz Andrade Júnior. Era um artigo que permitia ao investidor redução significativa de Imposto de Renda durante dez anos.

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PGFN e Receita discutem normas para CNDs (Valor Econômico 07.07.2008 p. E2 Legislação)

Alessandro Cristo, De São Paulo

A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e a Receita Federal discutem a edição de normas que facilitem a emissão de certidões negativas de débitos (CNDs) em pelo menos dois pontos: o "congelamento" dos relatórios de débitos quando a certidão é solicitada e a definição de regras para a fiança bancária, concedida por bancos como garantia em execuções fiscais de contribuintes.

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A atualização diária da relação de débitos na Receita há anos incomoda as empresas. "Ao obter o relatório de pendências e quitar os débitos, não é raro o contribuinte ter surpresas quando apresenta as comprovações ao fisco, já que novas pendências podem ter aparecido", explicou o advogado Felipe Fabro, do escritório Gasparino Advocacia, em debate sobre o tema promovido pela Lex Editora na semana passada, entre empresários, advogados e representantes da PGFN e da Receita.

De acordo com o procurador-geral adjunto da PGFN Luiz Dias Martins Filho, está em estudo a edição de um ato normativo pela PGFN e pela Receita Federal que promete resolver a questão até o mês que vem. Se aprovada a norma, os relatórios de pendências da Receita e da PGFN passarão a ser "congelados" por dez dias quando o contribuinte pedir a certidão. "É uma convergência com o que já era feito pela Previdência", afirma.

A PGFN também deve regulamentar o uso de cartas de fiança nas execuções fiscais, previsto na Lei nº 6.830, de 1980. Isso porque a lei prevê o uso da fiança, mas não há regulamentação sobre os procedimentos do fisco para sua aceitação, o que faz com que em cada execução seja aplicada uma regra diferente pela procuradoria. Segundo Martins Filho, a idéia é a edição de um ato normativo com regras para a atuação dos procuradores - como o prazo de validade de um ano para a carta fiança após o trânsito em julgado das execuções e a existência de cláusulas de atualização monetária do valor afiançado pela taxa Selic.

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Reformas - Appy evita detalhar suas novas funções(Gazeta Mercantil 07.07.2008 p. A8 Nacional)

O ex-secretário de Acompanhamento Econômico, Bernard Appy, não deverá cuidar exclusivamente da reforma tributária em suas novas funções no Ministério da Fazeenda. "Vou tratar de outras reformas também, embora a pauta ainda não esteja definida". Appy evitou detalhar suas novas tarefas à frente da secretaria especial que será criada no ministério e reclamou do comportamento da imprensa. "Não vou dar exemplos para não gerar ruídos antes da hora. Infelizmente a imprensa brasileira é muito boa em gerar ruído, então prefiro não falar. Na hora em que tudo estiver pronto, ficarão sabendo." Reforma "factível" A aprovação da reforma tributária este ano é factível, na avaliação de Appy, mas ele reconhece que terá de enfrentar as dificuldades inerentes do período eleitoral. "É um ano mais complicado por causa das eleições", comenta. Ele aposta, no entanto, na disposição que o Congresso Nacional tem demonstrado para aprovar a reforma tributária no menor prazo possível. "Não vimos até agora de nenhum partido uma oposição a priori em relação à reforma tributária, ao contrário do que ocorre com outras matérias", afirmou Appy, que participou na sexta-feira, em São Paulo , do encerramento do Congresso Paulista de Economia realizado pelo Conselho Regional de Economia (Corecon). "Não é um tema simples. Exige bastante negociação, envolve o setor empresarial, estados e municípios, mas a posição do Congresso Nacional é muito positiva", acrescentou o economista do Ministério da Fazenda.

(Jaime Soares de Assis)

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Congresso - Projeto reduz carga de empresa de informática no sistema simplificado(DCI 07.07.2008 p. A5 Política)

BRASÍLIA - O deputado federal Carlos Melles (DEM-MG), um dos principais articuladores da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, aprovada em 2006, está convicto de que vai vencer a resistência do Ministério da Fazenda para reduzir a carga tributária das empresas no Supersimples - o novo regime tributário dos empreendimentos de menor porte que completou um ano ontem.

Pela proposta, essas empresas saem da Tabela V, que exclui o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e o ISS (Imposto Sobre Serviços) do sistema reduzido, para a Tabela III, que contempla todos os oito tributos do Supersimples. "Votaremos a matéria na próxima semana, na quarta-feira", afirmou Melles ao jornal DCI.

Benefício vedado

Atualmente, a esse segmento é vedado esse benefício, por conta de a Receita Federal interpretar que essas e outras empresas, como as de contabilidade, são constituídas por pessoas físicas travestidas de empresas, o que geraria, assim, uma sangria aos cofres da Previdência.

A proposição original é do deputado federal José Pimentel (PT-CE), que assumiu, mês passado, o Ministério da Previdência. Ele coordenava a Frente das Micro e Pequenas Empresas.

A solução defendida por Melles e negociada com a Receita estabelece que a Tabela III será aplicada indistintamente aos dois segmentos, mas somente quando as empresas comprovarem que seus custos com pessoal e encargos; treinamento; e aquisição de equipamentos e tecnologia sejam iguais ou maiores que 50% do faturamento. Nesse caso, a empresa deixa a "Tabela V" e, automaticamente, passa para a "III".

"Não foi fácil, mas conseguimos provar para a Receita Federal que não haverá perdas", ponderou Melles.

Histórico

Como parlamentar, Pimentel avocou o compromisso manifestado pelo governo federal de que reveria o Supersimples depois de um ano em vigência caso a renúncia fiscal ficasse abaixo dos R$ 5 bilhões. Pois com essa constatação, se dariam as condições tributárias para a inclusão de outros segmentos no sistema simplificado.

Em seu relatório, demonstrou que, nos primeiros seis meses de vigência do Supersimples, a renúncia foi de cerca de R$ 700 milhões, o que projetava um patamar muito abaixo do exigido pela Receita Federal.

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Congresso - "Ampliação das categorias no Supersimples é prioridade": Defesa é do novo presidente da Frente da Micro e Pequena Empresa, deputado Cláudio Antônio Vignatti, que toma

posse na quarta-feira(DCI 07.07.2008 p. A5 Política)

BRASÍLIA - No início da tarde da próxima quarta-feira, o Salão Nobre da Câmara dos Deputados está reservado para a troca de comando da Frente Parlamentar de Apoio às Pequenas e Microempresas. No mesmo dia e até o recesso do Congresso Nacional, os seus cerca de 250 integrantes vão tentar emplacar um pacote de projetos que incluem mais 20 categorias aos optantes do Simples Nacional, ou Supersimples - o novo regime tributário do segmento-, que entrou em vigor há um ano, no dia 1º de julho de 2007.

Outra frente de luta é a criação do Microempreendedor Individual (MEI), com receita de até R$ 36 mil por ano. Ele não precisará ter contabilidade e seu tributo será pago na conta de energia. As propostas dos parlamentares foram apensadas ao Projeto de Lei Complementar nº 02/2007. O texto já foi aprovado pela Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, por unanimidade.

"Queremos ser a representação política dos pequenos no Congresso", avisa o novo presidente da Frente Parlamentar, o deputado federal Cláudio Antônio Vignatti (PT-SC), referindo-se aos 6 milhões de micro e pequenas empresas regularizadas no País, aos 10,3 milhões de empreendedores informais e aos 4,5 milhões de agricultores familiares - cenário dos empreendedores em atividade no País que começaram a ver uma luz no fim do túnel com a aprovação da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, em dezembro de 2006, que sinalizou uma série de benefícios nunca antes concedidos ao segmento.

O relatório do deputado federal José Pimentel ao Projeto de Lei Complementar 02/2007 adiciona novas áreas do setor de serviços ao Supersimples. Caso a matéria seja aprovada, poderão aderir ao sistema 20 novos segmentos: escolas técnicas, profissionais e de ensino médio; serviços de instalação, manutenção e reparação de equipamentos industriais e mecânicos; laboratórios de análises clínicas e de patologia clínica; serviços de tomografia, diagnósticos médicos por imagem, registros gráficos e métodos ópticos, bem como ressonância magnética; serviços de prótese em geral; provedores de acesso a redes de comunicação e escritórios de serviços contábeis; serviços de decoração de interiores e paisagismo; representação comercial; corretagem de seguros; serviços de tradução, agências de publicidade e assessorias de imprensa.

Em entrevista ao DCI, Vignatti defende que as medidas que beneficiam e facilitam o quotidiano dos micro e pequenos empresários vão fazer com que "o Brasil conheça o Brasil", ao trazerem esse universo para a formalidade.

O que os micro e pequenos empreendedores podem esperar do senhor, enquanto presidente da Frente Parlamentar?

O nosso pensamento é dar oportunidade, por meio dos projetos, de promover qualidade de vida ao segmento. Permitir que essas pessoas sejam de fato sujeitos cada vez mais preponderantes na economia nacional, fazer com que eles possam gerar outras alternativas de emprego e renda.

No que se refere a projetos, qual a expectativa de apreciação do PLP 02/07, que aumenta a abrangência da Lei Geral?

A princípio, nós vamos fazer um ato na quarta-feira, com a aprovação do Projeto de lei Complementar 02/2007. É claro que, com a pauta trancada, a expectativa não é alta, mas a idéia é de, ao assumirmos a coordenação, ao menos criar um movimento para a votação. Se houver o destrancamento, esse projeto é uma das prioridades. Temos um acordo com o líder do governo deputado Henrique Fontana (PT-RS) e com o presidente da casa, Arlindo Chinaglia. O relator deve ser o Carlos Melles (DEM-MG).

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Um dos pontos mais decisivos dessa matéria trata da entrada de novos segmentos, que poderão obter benefícios da Lei Geral.

Sim. Queremos incluir os contadores, as academias de ginástica - por causa do bem- estar, da saúde por que são responsáveis - mas que estão fora. É também o caso dos fisioterapeutas, uma categoria que ajuda a diminuir os custos do SUS [Sistema Único de Saúde]. É possível que nem todas sejam incluídas imediatamente, mas vamos aos pouquinhos.

A matéria está pacificada, quer dizer, o consenso foi construído?

Tem algumas divergências com o Confaz [Conselho Nacional de Política Fazendária] e com o Ministério da Fazenda, quanto à compreensão do projeto, ou seja, das tratativas. A idéia que defendemos é que todos os beneficiários da Previdência possam ser contemplados com o pagamento dos R$ 50 de imposto.

Qual é a discordância?

A questão está no valor, se permanecem os R$ 50, que defendemos, ou R$ 80, para quem fatura até R$ 120 mil ao ano, que é um universo que está na informalidade. A nossa proposta é que com uma taxa mensal de R$ 50, que vai ser descontada na conta de luz todo mês, eles possam ser incluídos.

Para os pequenos, conforme a classificação que o senhor usa, qual será a vantagem?

Estamos falando de criar a oportunidade para esses empreendedores um dia, de fato, poderem se aposentar, oportunidade também de que eles possam participar das vendas formais, concorrer nas compras públicas, pois poderão emitir nota fiscal para outras empresas - acredito que em alguns casos o pequeno vai tornar-se médio empresário. Isso vai significar uma melhora na sua renda e na sua vida. Você imagina uma pessoa que está há 30 anos trabalhando como costureira e não tem uma nota, não tem uma contribuição comprovada. Nós estamos falando de quem vende algodão- doce, de pipoqueiros, fazedores de churros, de quem fabrica chinelos artesanais, pequenos móveis, de escultores... A maioria dessas pessoas está na informalidade porque o custo da formalização é muito alto.

Mas o governo federal é contra?

O ponto é entre os R$ 50 e os R$ 80. Temos procurado convencer de que o primeiro efeito de uma medida como essa é trazer muita gente para a formalidade, portanto, o projeto é de interesse comum. A Lei Geral já beneficiou bastante, mas não o suficiente. No entanto, estou otimista com as conversações, até porque estamos dando continuidade a uma construção que vinha sendo feita pelo deputado José Pimentel, agora ministro.

O senhor, então, está convicto de que o empreendedor individual vai ser ou está sendo atendido?

A principal constatação é que nós vamos dar a oportunidade de o Brasil conhecer o próprio Brasil. O país real é muito diferente do que nós pensamos. Na área do empreendedor individual, muitos trabalham até quando não conseguem mais, até o limite da saúde e da idade. Nós vamos proporcionar qualidade de vida ao segmento, que representa 98% das empresas do País.

Ainda a respeito da Lei Geral, o número de municípios que a regulamentou é pequeno, cerca de 400 em meio ao total, e há resistência em alguns estados de garantir reduções, no Supersimples, que eram praticadas antes da provação desse projeto...

Eu acho que esse é um processo de sensibilização. Avançamos muito. O parlamento conseguiu pautar essas questões no Brasil. Os estados que de fato conseguiram regulamentar essa legislação têm tido retorno positivo, inclusive na tributação. É preciso entender que se o empreendedor está na formalidade, quando vai tirar uma nota, automaticamente fica forçado a mostrar a entrada do produto, portanto, a

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pagar imposto. Mas acredito que temos de criar um processo de aproximação dos municípios, sobre esse aspecto estou tomando pé da situação. Na semana retrasada, estive tratando diretamente com o governador [paulista] José Serra e com o secretário Guilherme Afif Domingos, que é um entusiasta, e vai nos ajudar.

Voltando à Frente Parlamentar da Micro e Pequena Empresa, como ela está no que se refere à influência política no Congresso?

Estamos numa fase boa, com muitos membros. Além disso, queremos ampliar e fortalecer lideranças, nomeando membros da Frente como coordenadores estaduais. A idéia é dar mais oportunidade para que mais parlamentares façam parte de forma atuante.

Qual a sua posição sobre a Contribuição Social para a Saúde (CSS)?

Eu acho que o debate vai ser resolvido na reforma tributária. A CSS é muito mais controladora do que arrecadadora. A reforma tem de dizer se a CSS vai continuar ou não no futuro.

Novo presidente da Frente da Micro e Pequena Empresa na Câmara, Cláudio Antônio Vignatti, toma posse quarta-feira e defende a inclusão de mais categorias no Supersimples.

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Congresso - CSS mantém disputa entre base e oposição: O trancamento da pauta da Câmara promete novos rounds por causa da votação do último destaque da CSS

(DCI 07.07.2008 p. A6 Política)

BRASÍLIA - O trancamento da pauta da Câmara dos Deputados promete novos rounds esta semana por causa da votação do último destaque da Contribuição Social para a Saúde (CSS). O confronto final está sendo bloqueado por mais três medidas provisórias (MPs), que podem ser votadas, a exemplo do que aconteceu na semana passada. Na ocasião, duas MPs foram a voto após entendimentos entre os líderes partidários da oposição e do governo.

Um novo acordo para votar as MPs em pauta será costurado amanhã. É para definir o que poderá ser votado antes do recesso parlamentar que se inicia em 18 de julho. "Temos questionamentos fortes a respeito da CSS e das MPs", declarou o líder do PSDB, deputado José Aníbal (SP), a fim de ressaltar os interesses, por ora, contraditórios, que fazem com que as matérias se transformem em pontos polêmicos.

Apesar disso, o parlamentar, a propósito de encontrar um acordo para destravar a pauta, afirmou que os partidos de oposição estão dispostos apresentar a lista de prioridades na reunião desta terça-feira. Até lá, o que permanece como entrave é a indisposição de DEM, PPS e PSDB de votar o último destaque da CSS (PLP 306/08) antes que o projeto siga para o Senado. Por esse motivo, a oposição obstrui as MPs que aguardam aprovação pelo plenário.

Medidas provisórias

São três as MPs que estão no meio do confronto da CSS. A primeira que está trancando a pauta é a 429/08, que autoriza a União a participar com R$ 400 milhões do Fundo de Garantia para a Construção Naval (FGCN) e muda regras para estimular a exportação, principalmente das micro e pequenas empresas. A segunda, MP 430/08, abre crédito extraordinário de R$ 7,56 bilhões para custear o reajuste

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salarial de servidores públicos, civis e militares. Por fim, a MP 431/08 reajusta o salário de cerca de 800 mil servidores, cujo impacto financeiro previsto é da ordem de R$ 7,56 bilhões (R$ 4,2 bilhões com os militares e R$ 3,36 bilhões com os civis).

Prejudicada pela obstrução, a apreciação do projeto da reforma tributária teve de ser adiada para o mês de agosto, uma vez que não houve condições para que o presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), garantisse a apreciação do texto do relator da matéria, Sandro Mabel (PR-GO), de forma contínua. Mabel avisou que só avança com o relatório se os debates e a votação ocorrem em seguida.

Lei de Diretrizes

Quanto à Lei de Diretrizes Orçamentárias, para 2009, a LDO, a previsão é de que seja apreciada na quarta-feira, pelo plenário do Congresso Nacional. Por esse propósito, de um lado, a relatora da matéria, senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), cedeu em seu relatório aos questionamentos do DEM e do PSDB, que não aceitaram "válvulas de escape" no relatório para o governo aplicar recursos sem restrição em obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

De outro lado, o presidente da comissão de orçamento, deputado Mendes Ribeiro (PMDB-RS), empenha-se para cumprir o prazo legislativo. A matéria deve ser votada antes do prazo, dia 18, como não acontece há 12 anos no Congresso Nacional.

Desde a última sexta-feira, a lei eleitoral proíbe repasses de verba do governo federal a governos de estados e a prefeituras.

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Estado dará isenção de ICMS para campanha beneficente de rede de fast food(Res. Notícias Fiscais – 07.07.2008)

Santa Catarina conseguiu aprovação, durante a 130ª reunião do Conselho Nacional de Política Fazendária - Confaz, da proposta que isenta de ICMS o sanduíche Big Mac, da rede MacDonald´s, durante o evento MacDia Feliz, que acontece anualmente no dia 25 de agosto. A reunião foi realizada nesta sexta-feira (4) em Palmas, no Tocantins.

A renda obtida pela rede na venda do sanduíche neste dia é revertida a instituições de caridade e hospitais infantis. De acordo com o diretor geral da Fazenda, Nestor Raupp -que representa SC no Confaz -, a isenção significa aproximadamente 12% a mais sobre a renda que o MacDonald´s destina às instituições beneficiadas, que serão indicadas pela Secretaria da Fazenda, Receita ou Tributação. "É uma forma indireta que o Estado tem de auxiliar estas instituições", diz.

http://www.noticiasfiscais.com.br/tributarias1.asp?preview=18866&data=7/7/2008

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Governo dá isenção para estaleiro(Res. Notícias Fiscais – 07.07.2008)

A retomada da indústria naval brasileira ganha mais um estímulo com a aprovação da Medida Provisória 428, que isenta os estaleiros nacionais do pagamento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). A MP foi aprovada na Câmara Federal, na noite da última quarta-feira. O Estaleiro Atlântico Sul (EAS), que está em fase de construção no Complexo de Suape, será um dos beneficiados pela medida.

A emenda isenta do IPI os fornecedores nacionais que integram a cadeia produtiva da indústria naval na aquisição de matérias-primas, peças, partes e componentes usados na construção, conservação, modernização e reparo de embarcações realizadas nos estaleiros brasileiros. A medida vale para compras dentro do Brasil, como forma de aumentar a competitividade em relação aos concorrentes internacionais.

A MP 428 é parte da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) anunciada pelo governo federal em maio e que concede incentivos fiscais estimados em R$ 17 bilhões, até 2011, para diversos setores da economia, dentre eles a indústria naval.

http://www.noticiasfiscais.com.br/tributarias1.asp?preview=18862&data=7/7/2008

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