clipping - 13 de fevereiro de 2014 – quinta-feira · clipping - 13 de fevereiro de 2014 ......

22
Clipping - 13 de fevereiro de 2014 – quinta-feira A íntegra das matérias está disponível na sequência da relação de manchetes. Gazeta do Povo Editorial / Alívio para o caixa - Artigo / Causa mortis - Coluna do leitor / Black blocs 1 - Protesto Violento / Grupo paga por tumulto, diz advogado - Discussão / Crime gera debate sobre punição a violência em manifestações - Reforma Agrária / Marcha do MST acaba em tumulto - Reinaldo Bessa / Democracia do chope 1 - Mobilidade / Transporte alternativo ainda é realidade distante - Frota / Táxis tiram carros de circulação, mas adesão é baixa - Justiça / MP aguarda anulação do júri do caso Telma - Enade / Alunos de Jornalismo da UFPR vão tentar garantir aulas na Justiça - Carlos Ramalhete / Justiceiros - Oeste do Paraná / Cansado de esperar cirurgia pelo SUS, homem se mutila - Mais médicos / Médica cubana tem registro cancelado - Finanças estaduais / STF libera empréstimo de R$ 817 mi e abre brecha para mais R$ 1,7 bilhão - Parte do financiamento da Arena será usada para garantir PPPs - Discussão / Ministro Negou A Participação De Requião No Processo - Acusações / Liberação De Recursos Esquenta Os Ânimos Na Assembleia - Micro empresa, macro imposto - Olho vivo / Moradia O presidente da Assembleia, deputado Valdir Rossoni, mandou recolher o projeto que dá auxílio-moradia para juízes e desembargadores. Não colocará em pauta enquanto tudo não for muito bem explicadinho pelo autor do projeto, o Tribunal de Justiça -.Paranaprevidência / TC recomenda ação para sanar déficit previdenciário - Impasse / Projeto que institui auxílio- moradia no TJ terá nova discussão - Operação / Gaeco faz apreensões na prefeitura de Campo Mourão - Notas Políticas / Comissão vermelha Bem Paraná Política em debate / Auxílio-moradia - Caminhoneiros / PRF faz blitz da Lei do Descanso - Paraná / A partir de hoje, Curitiba é a capital mundial da bicicleta - Na Justiça / Petraglia perde processo contra Cid Campelo Folha de Londrina Informe Folha / Mananciais 1 - Presidente da AL suspende trâmite de projeto do TJ - Geral / BNDES deve liberar empréstimo para Arena Folha de São Paulo Debates / Impunidade à vista - País Em Protesto / Morte gera debate inflamado sobre punição a violência em protestos O Diário do Norte do Paraná Impasse para Conselhos Tutelares Gazeta do Povo Editorial / Alívio para o caixa

Upload: others

Post on 23-Sep-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Clipping - 13 de fevereiro de 2014 – quinta-feira · Clipping - 13 de fevereiro de 2014 ... Baixada a tempo para a Copa do Mundo na próxima terça-feira, ... (Proinveste), do Banco

Clipping - 13 de fevereiro de 2014 – quinta-feira A íntegra das matérias está disponível na sequência da relação de manchetes. Gazeta do Povo Editorial / Alívio para o caixa - Artigo / Causa mortis - Coluna do leitor / Black blocs 1 - Protesto Violento / Grupo paga por tumulto, diz advogado - Discussão / Crime gera debate sobre punição a violência em manifestações - Reforma Agrária / Marcha do MST acaba em tumulto - Reinaldo Bessa / Democracia do chope 1 - Mobilidade / Transporte alternativo ainda é realidade distante - Frota / Táxis tiram carros de circulação, mas adesão é baixa - Justiça / MP aguarda anulação do júri do caso Telma - Enade / Alunos de Jornalismo da UFPR vão tentar garantir aulas na Justiça - Carlos Ramalhete / Justiceiros - Oeste do Paraná / Cansado de esperar cirurgia pelo SUS, homem se mutila - Mais médicos / Médica cubana tem registro cancelado - Finanças estaduais / STF libera empréstimo de R$ 817 mi e abre brecha para mais R$ 1,7 bilhão - Parte do financiamento da Arena será usada para garantir PPPs - Discussão / Ministro Negou A Participação De Requião No Processo - Acusações / Liberação De Recursos Esquenta Os Ânimos Na Assembleia - Micro empresa, macro imposto - Olho vivo / Moradia O presidente da Assembleia, deputado Valdir Rossoni, mandou recolher o projeto que dá auxílio-moradia para juízes e desembargadores. Não colocará em pauta enquanto tudo não for muito bem explicadinho pelo autor do projeto, o Tribunal de Justiça -.Paranaprevidência / TC recomenda ação para sanar déficit previdenciário - Impasse / Projeto que institui auxílio-moradia no TJ terá nova discussão - Operação / Gaeco faz apreensões na prefeitura de Campo Mourão - Notas Políticas / Comissão vermelha Bem Paraná Política em debate / Auxílio-moradia - Caminhoneiros / PRF faz blitz da Lei do Descanso - Paraná / A partir de hoje, Curitiba é a capital mundial da bicicleta - Na Justiça / Petraglia perde processo contra Cid Campelo Folha de Londrina Informe Folha / Mananciais 1 - Presidente da AL suspende trâmite de projeto do TJ - Geral / BNDES deve liberar empréstimo para Arena Folha de São Paulo Debates / Impunidade à vista - País Em Protesto / Morte gera debate inflamado sobre punição a violência em protestos O Diário do Norte do Paraná Impasse para Conselhos Tutelares Gazeta do Povo Editorial / Alívio para o caixa

Page 2: Clipping - 13 de fevereiro de 2014 – quinta-feira · Clipping - 13 de fevereiro de 2014 ... Baixada a tempo para a Copa do Mundo na próxima terça-feira, ... (Proinveste), do Banco

Se as pendências realmente tiverem sido regularizadas, não há motivo para o Senado não liberar os empréstimos para o governo estadual

O governo estadual espera, para os próximos dias, a liberação de alguns empréstimos que podem aliviar a situação financeira crítica pela qual passam os cofres paranaenses e que, de quebra, ainda seriam a garantia de que Curitiba efetivamente receberá os quatro jogos da Copa do Mundo previstos para a cidade. A concessão de alguns desses empréstimos, no entanto, tem obstáculos a enfrentar, como os alegados problemas do estado com a Lei de Responsabilidade Fiscal e, ainda pior, o perigo de que a campanha eleitoral de 2014 pese mais que os critérios técnicos nas decisões que serão tomadas em breve.

O caso mais simples é o do pacote de R$ 250 milhões que o governo estadual pediu formalmente ontem ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Dentro desse valor estão os R$ 65 milhões que seriam necessários para garantir o fim da reforma da Arena da Baixada a tempo para a Copa do Mundo na próxima terça-feira, a Fifa anuncia sua decisão final sobre a presença da capital paranaense na Copa. É lamentável que os custos para bancar a mais recente revisão do valor necessário para terminar o estádio venham, mais uma vez, do poder público. Por mais que se trate de empréstimo, e não de investimento a fundo perdido, é dinheiro do cidadão pagador de impostos que poderia ter sido revertido para várias outras finalidades, certamente bem mais urgentes.

Recentemente dissemos que, por mais interessante que fosse manter a Copa em Curitiba, isso não poderia ser feito a qualquer preço.

O maior dos empréstimos esperados, R$ 817 milhões do Programa de Apoio ao Investimento dos Estados e do Distrito Federal (Proinveste), do Banco do Brasil, precisaria apenas de um aval da Secretaria do Tesouro Nacional para ser liberado. No entanto, para isso o governo estadual precisaria convencer a STN de que está cumprindo a Lei de Responsabilidade Fiscal. A secretária de Estado da Fazenda, Jozélia Nogueira, disse à Gazeta do Povo que a documentação está em ordem e foi entregue ao STN, que deveria tomar uma decisão hoje. Mas graças a uma liminar concedida ontem pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o empréstimo já foi autorizado e poderá ser liberado nos próximos dias.

Por fim, três empréstimos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) que somam cerca de R$ 325 milhões precisam passar pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, e depois pelo plenário da Casa. Um deles, de R$ 144 milhões para o programa Família Paranaense, será votado pela CAE na próxima terça-feira, pois já teve aval da Casa Civil, pela qual passa todo pedido de crédito internacional. Os outros dois – R$ 161,3 milhões para o Paraná Seguro e R$ 20,4 milhões para o Profisco ainda precisam passar pela Casa Civil antes de ir ao Senado.

Os três senadores do Paraná (Alvaro Dias, do PSDB; Gleisi Hoffmann, do PT; e Roberto Requião, do PMDB) fazem parte da CAE. Gleisi certamente será a candidata petista ao governo do Paraná; Requião tenta convencer seu partido a lançá-lo como candidato; e Dias é aliado de Beto Richa, que tenta a reeleição. Tanto Gleisi quanto Requião já criticaram a gestão de Richa pelos problemas financeiros; Requião, inclusive, chegou a denunciar o governo estadual ao STN e aos Ministérios Públicos Federal e Estadual foi essa denúncia, aliás, que travou a liberação do empréstimo do Proinveste.

Precedente para preocupação existe. Em dezembro de 2012, Requião bloqueou a liberação de um empréstimo de US$ 350 milhões do Banco Mundial. O crédito já tinha sido aprovado sido aprovado pelo Ministério da Fazenda, pela STN, pela Comissão de Financiamentos Externos do Ministério do Planejamento, pela presidente Dilma Rousseff e pela então ministra Gleisi, com quem Richa tinha acabado de se desentender por causa de questões ligadas à tarifa de energia elétrica. Nada disso foi suficiente para o ex-governador, que tinha aprovado empréstimos semelhantes para outros estados.

Em janeiro, o governo estadual admitiu uma dívida de R$ 1,1 bilhão com fornecedores, e alegou que foi justamente a demora na liberação desses empréstimos, que vêm sendo negociados desde 2011, que levou a essa situação. Quem vem perdendo com isso é a

Page 3: Clipping - 13 de fevereiro de 2014 – quinta-feira · Clipping - 13 de fevereiro de 2014 ... Baixada a tempo para a Copa do Mundo na próxima terça-feira, ... (Proinveste), do Banco

população, que vê prejudicada a prestação de serviços importantes. É preciso lembrar que o governo ainda tem sua parte a fazer para colocar as contas sob controle. Mas, se as pendências realmente tiverem sido regularizadas, não haverá motivo para não liberar os empréstimos. Que a disputa eleitoral não contamine um assunto de grande importância para o estado. Artigo / Causa mortis Demétrio Magnoli

Santiago Ilídio Andrade era nossos olhos e nossos ouvidos. Sem o trabalho dele, e de tantos colegas seus, cinegrafistas, jornalistas, funcionários de apoio, não teríamos notícias ou só teríamos versões das partes interessadas. O assassino de Santiago e seus cúmplices diretos, que compraram, transportaram e acenderam o rojão de vara, provavelmente não miravam o cinegrafista, mas os policiais. Contudo, sabemos pela palavra deles que devotam um mesmo ódio a jornalistas e policiais.

Faz sentido: eles odeiam a democracia e, deploravelmente, não estão sozinhos. Santiago não é uma vítima “acidental”. Santiago é um cadáver circunstancial, mas anunciado

desde as jornadas de junho. O que faziam, na periferia e na fímbria das manifestações, os vândalos, os depredadores, os mascarados? Eles abriam picadas no rumo de seu El Dorado: o sangue de alguém, qualquer um, policial, transeunte, jornalista, cinegrafista ou manifestante. “Abaixo a ditadura 2.0”, leio numa página de Facebook consagrada à propagação do vandalismo. Os covardes, rosto escondido, precisavam provar a tese que justificaria sua própria existência: a democracia é uma farsa, a máscara da ditadura.

Santiago teve seu crânio destroçado por um foguete ideológico. Os autores da tese não acenderam o rojão de vara, não o transportaram e não o compraram. Esses intelectuais de araque, que são as fontes de inspiração do assassinato, talvez nunca tenham se misturado a uma manifestação de rua. Eles circulam em esferas sanitizadas: universidades, ONGs, movimentos sociais, partidos políticos. Mas, enquanto a investigação policial desvenda os nomes de quem pode ser indiciado, cabe a nós decifrar as ideias que os mobilizam. O perigo está nelas: os pavios imateriais de foguetes ainda não lançados.

Santiago morreu porque, atrás dos assassinos, renasce uma velha teoria sobre a política e a democracia. As páginas eletrônicas dos black blocs definem a nossa democracia como um “Estado policial”. Um professor da FGV-SP, Rafael Alcadipani da Silveira, atribuiu a “estratégia da violência” aos “jovens das periferias”, “vítimas da violência cotidiana por parte do Estado”. A expressão “contraviolência” foi difundida por intelectuais radicais nas décadas de 1970 e 1980 para celebrar o método de “ação direta” empregado por organizações extremistas que, cindidas, dariam origem a agrupamentos terroristas como o Baader-Meinhof, na Alemanha, e as Brigadas Vermelhas, na Itália.

As fórmulas incendiárias daqueles intelectuais ressurgem entre nós, como frutos podres de uma crise política e moral.

Santiago está morto porque a fronteira entre a violência “simbólica” e a violência “real” só existe no pensamento depravado dos cultores da violência “simbólica”. Bruno Torturra, o chefão da Mídia Ninja, um “instituto” informal financiado com recursos públicos, definiu o Black Bloc como “uma estética” e fez a defesa da violência nas manifestações, “desde que dirigida aos bancos”. O filósofo-ativista Pablo Ortellado, um herdeiro ideológico dos arautos europeus da “contraviolência”, declarou sua paixão pela “ação simbólica” de depredação de uma agência bancária, um simulacro da “ruína do capitalismo” situado “na interface da política com a arte”. Mas por que eles nutrem uma obsessão exclusivista pelos bancos? O linchamento de um policial não poderia ser descrito como símbolo da “ruína da repressão de Estado”? O assassinato de um jornalista não anunciaria o almejado “controle social da mídia”?

Santiago morreu de excesso de violência “simbólica”, mas não apenas disso. “Não vamos parar, o poder é nosso!”, escreveu o Black Bloc RJ na hora da notícia do falecimento do cinegrafista.

A causa mortis tem ramificações complexas, que deitam raízes na condescendência nacional com a violência “justa”. A imprensa apressou-se, com razão e cumprindo seu dever, a denunciar as

Page 4: Clipping - 13 de fevereiro de 2014 – quinta-feira · Clipping - 13 de fevereiro de 2014 ... Baixada a tempo para a Copa do Mundo na próxima terça-feira, ... (Proinveste), do Banco

truculências policiais contra manifestantes pacíficos nos primeiros protestos de junho mas custou a usar a palavra “vândalos” para qualificar os idiotas mascarados que se movem em busca de sangue.

Um certo número de sindicalistas, alguns deles ligados ao PSol, firmaram um pacto de aliança com os black blocs na greve dos professores do Rio de Janeiro. Numa nota asquerosa, mas típica, o Sindicato dos Jornalistas do Rio omitiu a origem do projétil que vitimou Santiago. Fora algumas honrosas exceções, não se ouviu uma palavra de condenação ao vandalismo sair da boca dos célebres “intelectuais de esquerda”.

Santiago é uma vítima, entre tantas outras não ligadas a manifestações, da inclinação do governo a produzir rimas entre “pobreza” e “violência”. Três meses atrás, o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, anunciou que buscava “interlocutores” entre os black blocs para “compreender este fenômeno social” e entender “até que ponto a cultura da violência vivida na periferia já emigrou para esse tipo de ação”. O poderoso ministro, representação onipresente de Lula no governo Dilma, fala uma linguagem paralela à dos intelectuais engajados na justificação dos black blocs. “Cultura da violência”? “Fenômeno social”? Não, de jeito nenhum: o rojão que matou Santiago é um projétil político dirigido contra o alvo da democracia.

Santiago morreu porque damos ouvidos a Gilberto Carvalho, não a Reynaldo Simões Rossi, o coronel da PM espancado por uma chusma de covardes durante uma manifestação em São Paulo.

Rossi disse que seu dever era respeitar os manifestantes e isolar a “minoria de criminosos e vândalos” que “se apropriam de manifestações legítimas”. Há algo de profundamente errado com um país incapaz de enxergar a face do mal, quando ela se esconde atrás da máscara de uma ideologia. A memória de Santiago exige que, finalmente, separemos os manifestantes dos vândalos – tanto nas palavras quanto nas ações. Demétrio Magnoli é sociólogo. Coluna do leitor / Black blocs 1

O editorial “Defensores de assassinos” (Gazeta, 12/2) e o artigo de Diego Escosteguy foram de uma precisão cirúrgica. O direito à livre manifestação deve ser garantido à população, mas dentro das regras de uma sociedade democrática e respeitando a pluralidade de opiniões. Nos países ditos de primeiro mundo, qualquer atividade em local público deve ser comunicada à autoridade policial e alguém é identificado como responsável pelo evento. Aqui, o “é proibido proibir” contaminou todas as camadas da população. Toshikazu Hassegawa, professor e administrador

Black blocs 2 Quanto tempo ainda o governo vai demorar para decretar a ilegalidade dos black blocs? Quem participa de uma manifestação escondendo o rosto não pode ter boas intenções. E isso acaba por comprometer a ação daqueles que realmente lutam por mudanças. Black blocs são vândalos, arruaceiros que só visam tumultuar e devem ser severamente punidos. Fred Branco

Black blocs 3 A morte do cinegrafista Santiago Andrade não pode ter sido em vão. A prisão dos envolvidos, verdadeiros terroristas urbanos desprovidos dos princípios básicos da educação, da cidadania, do respeito à ordem pública e da convivência democrática, deve servir de divisor de águas para frear a ousadia dos que fazem uso do radicalismo, numa atitude antidemocrática e contra a lei penal. Milton Corrêa da Costa

MST Sobre o artigo de Fernando Prioste a respeito dos 30 anos do MST (Gazeta, 12/2), interessante que o movimento não existe juridicamente e não pode ser acionado na Justiça por danos a terceiros. Quando o MST invade e dizima milhares de pés de laranja, seria uma “ação popular das massas”? Quando invade uma fazenda, expulsa proprietários e colonos, seria a “luta pela hegemonia de outro modelo de produção”? E os que obtiveram as terras e depois as venderam? Não é agindo de maneira terrorista que o MST irá prosperar. Pode até crescer, mas as ervas daninhas também crescem. Hélio Azevedo de Castro, economiário aposentado

Auxílio-moradia A criação do auxílio-moradia para juízes (Gazeta, 12/2) é mais uma dessas aberrações criadas por quem deveria zelar pelo direito do cidadão. Qual a justificativa plausível para esse tratamento privilegiado e discriminatório em relação aos demais cidadãos? Se queremos um país

Page 5: Clipping - 13 de fevereiro de 2014 – quinta-feira · Clipping - 13 de fevereiro de 2014 ... Baixada a tempo para a Copa do Mundo na próxima terça-feira, ... (Proinveste), do Banco

melhor para nossos filhos e netos, o exemplo deve vir justamente daqueles que devem zelar pelo princípio da igualdade prevista na nossa Carta Magna. Celso Osnaldo Izepão

Apagão Provavelmente estamos diante de um caso de alucinação coletiva envolvendo milhões de brasileiros. Para responder à questão do apagão, Dilma e o ONS dizem que não houve falta de investimentos no setor, não houve sobrecarga, não houve falha humana, não houve raio, não houve queimadas, não houve nada; ademais, o sistema seria robusto, bom, confiável. Se o sistema é de fato infalível, só falta perguntar à presidente se houve, afinal, um apagão. Marcus Fadel

Médicos cubanos Exercer uma profissão que cuida da saúde dos seres humanos é de uma grandeza sem igual. É fazer o possível e mesmo o impossível para que o paciente não venha a óbito.

Não é admissível que um médico exerça sua sagrada profissão “acorrentado” a fatores políticos. Não é admissível um profissional receber 8% do seu salário e o restante ser entregue ao governo cubano. Wilson Oliveira Trindade, bacharel em Direito, Londrina PR

Patrimônio O descaso não beira somente as estações ferroviárias (Gazeta, 8/2) que marcaram uma época de grande importância para a história econômica do Paraná, mas diversos outros edifícios e monumentos que estão, literalmente, abandonados à própria sorte. Não basta “tombar”, é preciso ter ações efetivas de preservação e conservação, antes que o tempo apague por completo a memória histórica de seu povo. Marcelo Rebinski, historiador Protesto Violento / Grupo paga por tumulto, diz advogado Jonas Tadeu Nunes, que defende jovem acusado pela morte de cinegrafista, afirma que manifestantes são aliciados para promover violência Agência Estado

O advogado Jonas Tadeu Nunes, que defende Caio Silva de Souza, preso na madrugada de ontem em Feira de Santana (BA) pela morte do cinegrafista Santiago Andrade, acusou partidos políticos e movimentos sociais de aliciar e pagar a jovens pobres da periferia para participar de protestos e promover atos de violência e “terrorismo social”. Segundo a polícia, essa hipótese já é investigada desde o ano passado.

Defensor também do tatuador Fábio Raposo, que ajudou a acender o rojão que atingiu o cinegrafista da TV Bandeirantes, Nunes disse que ouviu de outros “três ou quatro” manifestantes o mesmo relato “categórico” sobre recrutamento de manifestantes para provocar tumulto e atos de vandalismo. Com o argumento de que deve manter o sigilo profissional, o advogado não revelou os nomes de partidos e movimentos que, além de pagar, distribuiriam “máscaras e fogos de artifício” aos manifestantes.

“O Caio é um jovem miserável, muito pobre. Esses jovens são aliciados por grupos, recebem ajuda financeira, uma espécie de mesada para participar dessas manifestações, nesse sentido de terrorismo social”, disse Nunes em entrevista à Rádio Jovem Pan, na manhã de ontem. À TV Globo News, o advogado afirmou que Souza recebia “R$ 150 por manifestação”.

Também à TV Globo, Caio de Souza afirmou que “alguns (manifestantes) são convocados, sim, outros, não” e que não sabia quem os convocava. Questionado pela Jovem Pan sobre quem seriam os aliciadores dos jovens, Jonas Tadeu Nunes respondeu: “Vocês deveriam investigar vereadores em Câmaras Municipais, deputados estaduais em Assembleias Legislativas. A Polícia Federal deveria investigar diretórios regionais de partidos, movimentos sociais que fomentam financeiramente essas manifestações”, afirmou.

A hipótese de que partidos estariam por trás dos protestos violentos também foi defendida ontem pelo governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), que não apontou nomes ou provas. Ele afirmou que os dois suspeitos de lançar o rojão que matou o cinegrafista Santiago Andrade estão “inseridos em um contexto maior”. “Há partidos políticos e organizações embutidos nessas ações.

Essas questões não devem ficar camufladas, é preciso tirar a máscara”, disse Cabral, em solenidade no Palácio Guanabara.

Page 6: Clipping - 13 de fevereiro de 2014 – quinta-feira · Clipping - 13 de fevereiro de 2014 ... Baixada a tempo para a Copa do Mundo na próxima terça-feira, ... (Proinveste), do Banco

Investigação O chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso, informou que existem inquéritos, abertos desde o ano passado, para apurar o aliciamento de pessoas que participam das manifestações por grupos políticos. “A mera análise das imagens (das manifestações) nos induz a concluir que muitas dessas pessoas não parecem fazer o que querem. Essas pessoas não agem soltas, sozinhas”, afirmou o delegado. Em entrevista, jovem confessou ter acendido rojão Agência O Globo

Ao falar hoje sobre os acontecimentos que culminaram com a morte do cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade, Caio Silva de Souza confessou ter acendido o rojão durante a manifestação de quinta-feira passada, na Central do Brasil. Em entrevista à TV Globo, ele alegou que não sabia que se tratava de um rojão. “Acendi sim. Nem sabia que aquilo era um rojão”, admitiu o acusado.

A informação, porém, não foi prestada oficialmente à polícia, pois Caio afirmou que só prestará depoimento em juízo. Ontem, o advogado Jonas Tadeu Nunes, que defende Fábio Raposo, outro acusado de participação no fato, deu uma nova versão para o que aconteceu no dia do protesto.

Ao contrário do que tinha sido dito inicialmente pelo próprio Fábio, Jonas afirmou que seu cliente também ajudou a acender o rojão.

“O Fábio ajuda a acender o pavio e o Caio vai, abaixa, posiciona e joga o pavio no chão. Mas ele não direciona para atingir o cinegrafista. Aquilo foi uma negligência, uma inconsequência, uma irresponsabilidade deles”, argumentou o advogado. Discussão / Crime gera debate sobre punição a violência em manifestações

A morte do cinegrafista da TV Band Santiago Andrade alimentou um debate apaixonado sobre o maior rigor na punição a manifestantes, com polêmica de sobra entre autoridades e analistas e redes sociais em chamas.

Os secretários de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, e de São Paulo, Fernando Grella, defendem a tipificação de novos crimes no Código Penal e o aumento das penas existentes. Já o Congresso discute até projeto que pode enquadrar manifestantes numa rigorosa lei antiterrorismo, com penas de até 40 anos de prisão.

Grella defende mais que dobrar a pena para lesão corporal de 5 para 12 anos de prisão nos casos graves além de aumentar em um terço as penas por agressão e assassinato de policiais. Já Beltrame, que esteve ontem com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, sugere, entre outras medidas, proibir o uso de máscaras e determinar o agendamento de manifestações com 48 horas de antecedência. Ele quer tipificar o crime de desordem para quem agredir ou danificar patrimônio.

Excesso de lei As iniciativas dividem especialistas de todos os espectros. A maioria pede punição rigorosa a atos violentos, mas é contra a ideia de criar novas leis a reboque dos crimes ocorridos em protestos. “No Brasil, se imagina que tudo precisa de uma lei nova. De 1940 a 2013, foram 150 novas leis penais”, diz o jurista Luiz Flávio Gomes. Para ele, a polícia já tem mecanismos para prender os manifestantes por condutas como lesão corporal, dano, homicídio e até pela lei de organização criminosa.

O ex-presidente do STF, Carlos Velloso, defende a aplicação da lei antiterror a protestos. “Um ato como esse que praticaram essas pessoas, que acabaram ocasionando a morte do cinegrafista, pode ser tipificado como ato terrorista”, afirmou.

Máscaras Para o promotor criminal Francisco Cembranelli, há fatos que justificam a discussão de uma nova lei. “Os mascarados vêm aparecendo e provocando atos de desordem. Acredito que o próprio fato de esconder a identidade mostra que o propósito não é tão nobre.”

Nesta linha, o sociólogo Demétrio Magnoli defende a proibição do uso de máscaras e afirma que o indiciamento de manifestantes que carregam armas e bombas é “urgente e necessário”. Para ele, o uso de máscara é um comportamento “tendente à delinquência”. Magnoli diz ser a favor das prisões

Page 7: Clipping - 13 de fevereiro de 2014 – quinta-feira · Clipping - 13 de fevereiro de 2014 ... Baixada a tempo para a Copa do Mundo na próxima terça-feira, ... (Proinveste), do Banco

para averiguação de manifestantes mascarados. “A polícia tem direito de prender alguém por conta de comportamento suspeito”. Reforma Agrária / Marcha do MST acaba em tumulto Confusão na Praça dos Três Poderes começou quando um grupo de manifestantes e policiais trocaram empurrões. Saldo foi de 24 feridos Agência Estado

Uma marcha do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ontem em Brasília acabou em pancadaria na Praça dos Três Poderes, interrompeu a sessão no Supremo Tribunal Federal (STF) e levou a presidente Dilma Roussseff a agendar um encontro com seus integrantes hoje no Palácio do Planalto. O saldo foi de 30 policiais e 2 sem-terra feridos, dos quais um foi detido.

Os manifestantes, que participam nesta semana do VI Congresso Nacional do MST, reclamavam da “estagnação” da reforma agrária no país e gritavam “Dilma cadê a reforma agrária?” e “Dilma ruralista”. Também seguravam faixas com os dizeres “1.600 camponeses mortos”, “Mensalão, julgamento de exceção”, “STF, crime é condenar sem provas” e “Cadê o julgamento dos tucanos?”. O objetivo da marcha era entregar ao secretário-geral da Presidência da República, ministro Gilberto Carvalho, um documento com os compromissos feitos pelo governo para a reforma agrária e que, segundo eles, não foram cumpridos.

Mas a entrega não foi tranquila. O tumulto começou quando um grupo de pessoas que estava na marcha e policiais trocaram empurrões. A polícia chegou a usar bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo e balas de borracha no embate. Já os militantes jogaram cruzes de madeira e pedras. Em um segundo momento de tensão, um grupo de manifestantes derrubou grades em frente do Planalto e arremessou parte das grades e tonéis de plástico nos policiais, que conseguiram fazer o grupo recuar.

A confusão levou o vice-presidente do STF, Ricardo Lewandowski, a suspender a sessão plenária de julgamentos. Ele anunciou que a segurança da corte havia alertado que havia risco de invasão ao prédio. Do lado de fora do Supremo, manifestantes derrubaram grades que isolavam o edifício. Seguranças e policiais, então, fizeram um cordão de isolamento para tentar impedir a invasão do tribunal.

Gilberto Carvalho acabou tendo de receber o documento em uma das vias de acesso ao Palácio do Planalto. Ele disse, após o tumulto, que a presidente Dilma deve ter um encontro com líderes do MST hoje às 9 h. No momento das manifestações, ela não estava no Palácio do Planalto, mas no Palácio da Alvorada, residência oficial da presidente. Rojão foi lançado contra policial

O comandante da unidade de Polícia Regional Metropolitana da PM-DF, coronel Cesar, disse que um grupo de pessoas começou a agredir os policiais, arrebentando uma grade que impedia o acesso à Praça dos Três Poderes. Diante da reação, ele ordenou que um grupo de choque resgatasse 15 policiais que estavam sendo agredidos. O coronel disse não ser possível afirmar que o grupo que começou a agressão era de infiltrados ou do próprio movimento e que em nenhum momento a polícia interferiu na logística e no trajeto desenhado pelo MST. Segundo ele, os policiais feridos tiveram cortes na boca, no nariz e na cabeça. Um dos policiais foi atingido por um rojão nas nádegas. Um militante foi detido.

Já João Paulo Rodrigues, da direção do MST, disse que o confronto ocorreu porque alguns militantes tentaram se dirigir a um ônibus para buscar as cruzes, que seriam utilizadas em um ato de protesto. Policiais teriam entrado no ônibus, tomado a chave do motorista e agredido os militantes. João Paulo disse que, apesar do incidente, a marcha foi tranquila. Reinaldo Bessa / Democracia do chope 1 Peitando a parada 1

Page 8: Clipping - 13 de fevereiro de 2014 – quinta-feira · Clipping - 13 de fevereiro de 2014 ... Baixada a tempo para a Copa do Mundo na próxima terça-feira, ... (Proinveste), do Banco

O deputado estadual Ney Leprevost (PSD) fez um duro pronunciamento ontem na Assembleia Legislativa para criticar a Portaria 1.253, de 12 de novembro de 2013, do Ministério da Saúde, citada anteontem pela coluna. A portaria determina que mulheres com menos de 50 anos não poderão mais fazer mamografias bilaterais preventivas pelo SUS. Os exames só serão custeados pelo governo às mulheres entre 50 e 69 anos.

Peitando a parada 2 Autor de lei estadual que faculta o exame a todas as mulheres, Leprevost disse na tribuna que vai denunciar o Ministério da Saúde à Organização Mundial da Saúde e solicitará providências à Procuradoria-Geral da República para que garanta mamografias a todas as mulheres independentemente da idade. “Tem dinheiro pra fazer porto em Cuba, mas não tem pra pagar mamografia?”, disse o parlamentar. Mobilidade / Transporte alternativo ainda é realidade distante Pesquisa mostra que uso do autómovel em Curitiba só perde – e por pouco – para o transporte coletivo. Por outro lado, bike é mais usada do que o táxi Talita Boros Voitch, especial para a Gazeta do Povo

Apesar de outras alternativas de mobilidade urbana ganharem cada vez mais espaço nas cidades, quase metade dos cidadãos que vivem em Curitiba (44,21%) ainda utiliza o carro como principal meio de locomoção. É o que revela um estudo realizado pelo Instituto Paraná Pesquisas a pedido da Gazeta do Povo. Em dezembro de 2013, a frota na capital chegou a 1.350.462 veículos – o que dá uma média de 1,3 carro por habitante. Mesmo sendo o ônibus a modalidade mais utilizada (46%), ele ultrapassa só em 1,74% os carros na preferência popular. A moto aparece na terceira colocação, com apenas 3,47%. Já a bicicleta é usada por 3,09%. Considerado por especialistas como uma boa opção para a mobilidade urbana, o táxi não é usado por nem 1% da população.

Uma das explicações para a baixa adesão ao ônibus, diz a pesquisa, pode estar no valor da tarifa: 61,20% das pessoas ouvidas acham a passagem de ônibus hoje em R$ 2,70 cara. Outros 34% consideram o valor justo. “As pessoas normalmente acham tudo caro, mas o problema principal é a lotação. Pegar o ônibus cheio no horário de pico acaba incentivando as pessoas a usarem o carro”, analisa Murilo Hidalgo, diretor do Paraná Pesquisas.

A impressão da população no valor da passagem faz sentido, ainda mais depois que o Tribunal de Contas do Estado (TCE-PR) determinou na semana passada, em caráter liminar, a redução da tarifa técnica de ônibus de Curitiba em R$ 0,43. Atualmente, essa tarifa é de R$ 2,9994. Com a redução, ela passaria para R$ 2,5694 valor inferior ao que é cobrado dos usuários. A previsão é que a tarifa técnica do transporte coletivo seja revista no fim do mês.

Apesar de ser apenas o sexto estado mais populoso do Brasil, no ranking dos que possuem mais carros o Paraná aparece em terceiro lugar, com pouco mais de 6 milhões de veículos em circulação, atrás apenas de São Paulo (mais de 23,6 milhões) e Minas Gerais (mais de 8,5 milhões).

Por sinal, São Paulo e Minas são, respectivamente, os dois estados mais populosos do país. Além de Curitiba, que tem a maior frota, Londrina aparece na sequência, com 340.842

veículos. Maringá (286.867), Cascavel (190.467) e Ponta Grossa (170.466) completam o top 5. Incoerência Gilza Blasi, professora do Departamento de Transportes da Universidade Federal

do Paraná (UFPR), afirma que a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre os carros, que durou cinco anos, também contribuiu para a explosão da frota. “Considero uma política completamente irresponsável incentivar a compra de veículos individuais. Pessoas de rendas menores tiveram acesso, o que podemos considerar positivo, mas na questão da mobilidade, é uma completa incoerência”, conclui.

Renda Mesmo sendo a oitava capital em população, Curitiba aparece em quarto no ranking do Produto Interno Bruto (PIB), com mais de R$ 58 bilhões em 2011. No ranking de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), Curitiba também é a quarta capital do país, atrás apenas de Brasília (DF), Vitória (ES) e Florianópolis (SC). “O poder aquisitivo do curitibano é alto e a renda vem

Page 9: Clipping - 13 de fevereiro de 2014 – quinta-feira · Clipping - 13 de fevereiro de 2014 ... Baixada a tempo para a Copa do Mundo na próxima terça-feira, ... (Proinveste), do Banco

crescendo ano a ano. Muitas pessoas compraram carro e a qualidade do transporte público não melhorou”, afirma Murilo Hidalgo, da Paraná Pesquisas. Frota / Táxis tiram carros de circulação, mas adesão é baixa

Apenas 0,39% dos curitibanos usam os táxis em seus deslocamentos pela cidade. A baixa oferta de carros, aliada ao valor pouco popular da corrida, é apontada como determinante para o baixo índice de adesão, segundo a professora do Departamento de Transportes da UFPR Gilza Blasi. De acordo com ela, o táxi é um grande aliado da mobilidade urbana, já que tira carros das ruas e promove maiores espaços de estacionamento.

“O problema começa obviamente pela disponibilidade. Temos em Curitiba a mesma frota há 30 anos. Com o aumento da oferta, melhora o número de usuários que utilizam os táxis. Isso inclusive contribui para a baixa da tarifa”, afirma.

Gilza destaca que o táxi é utilizado como opção aos carros particulares na maioria das grandes metrópoles. No Brasil, capitais como o Rio de Janeiro e São Paulo possuem uma boa oferta de veículos e são apontadas como exemplos na disponibilidade e tarifas.

“Na região central de Curitiba, para se deslocar em menos tempo, o táxi é ideal. O usuário compensa o valor do deslocamento pelo custo do estacionamento do carro, mas a espera por um táxi precisa diminuir. Rapidez conta”, reitera.

Na capital paranaense, a proporção é de um táxi para cada 778 pessoas. Em janeiro foi finalizada a primeira etapa da licitação das novas 750 placas de táxi. A expectativa, segundo a Urbs, é que os táxis comecem a rodar a partir de abril.

21% foi quanto caiu, na última década, o Índice de Passageiros por Quilômetro (IPK) no transporte coletivo da Região Metropolitana de Curitiba, passando de 2,07 no ano 2000 para 1,63 em 2010. Por outro lado, São José dos Pinhais teve a maior variação entre as sete cidades com maior frota do estado. O município tem de 160 mil veículos 78% mais que os 89 mil de apenas seis anos atrás.

“Mas como ainda não chegamos a um nível de saturação das vias, a tendência é que os congestionamentos fiquem ainda piores antes de a situação começar a melhorar”, diz Garrone Reck, do Departamento de Transportes da UFPR. Entrelinhas / Corrida proibida Marcela Campos (Interina: Adriana Czelusniak)

Viajantes que estavam no ponto do Shopping Estação, esperando o ônibus Aeroporto, foram abordados por um taxista de São José dos Pinhais oferecendo a corrida por R$ 15 por pessoa, ontem, por volta das 18h30. Para quem não sabe, taxista de Curitiba não pode pegar passageiro em São José dos Pinhais e vice-versa. Os taxistas que pegam uma corrida fora da cidade em que atuam cobram a chamada taxa de retorno: um porcentual que deve cobrir as despesas para voltar ao município de origem, uma vez que é proibido pegar passageiro em outra cidade. Provavelmente, o taxista de São José dos Pinhais já havia cobrado o adicional e queria ganhar ainda mais, voltando “carregado” para o aeroporto. Justiça / MP aguarda anulação do júri do caso Telma Promotores pedem que seja feito um novo julgamento para apurar morte da professora, assassinada no Litoral Da Redação

Mais de dois anos após a condenação de Paulo Estevão de Lima, o Paulinho do Brejo, a 18 anos e nove meses de prisão pela morte da professora Telma Fontoura, o Ministério Público do Paraná (MP-PR) aguarda conclusão do relator do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) sobre a realização de um novo júri do caso. Em maio do ano passado, o MP pediu a anulação do julgamento, realizado em novembro de 2011, alegando que as provas constantes no processo foram coletadas de forma ilícita e ilegítima.

Page 10: Clipping - 13 de fevereiro de 2014 – quinta-feira · Clipping - 13 de fevereiro de 2014 ... Baixada a tempo para a Copa do Mundo na próxima terça-feira, ... (Proinveste), do Banco

Segundo a assessoria de imprensa do MP, o recurso de apelação está parado no TJ-PR, aguardando a conclusão do relator. A defesa de Paulo Estevão de Lima, que segue preso há mais de dois anos na Casa de Custódia de Curitiba, vai conversar com o relator do caso na próxima semana, para ver se o parecer seguirá o do Ministério Público. O advogado Cezar Giovani Ferreira da Silva disse que tentará trazer o novo júri de Matinhos para Curitiba.

“Eles o prenderam à tarde e, como ele não confessava, foram na casa, pegaram calça, tênis e uma bituca de cigarro. Depois fizeram o DNA e disseram ter encontrado a bituca na praia”, defende o advogado. Segundo Silva, há detalhes não investigados no caso, como a lista de pacientes atendidos pela psicóloga e o fato de a cova ter sido feita antes da morte, o que indica premeditação.

A psicóloga Telma Fontoura foi encontrada morta no balneário Shangri-lá, em Pontal do Paraná, em 12 de julho de 2010, após desaparecer enquanto caminhava no dia anterior. Ela era professora da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e passava férias no Litoral. Enade / Alunos de Jornalismo da UFPR vão tentar garantir aulas na Justiça

Alunos aprovados em Jornalismo na Universidade Federal do Paraná no processo seletivo 2014 tiveram uma reunião ontem com o Ministério Público Federal para discutir formas de garantir a matricula dos recém-aprovados. O curso foi suspenso em dezembro de 2013 pelo Ministério da Educação devido à baixa avaliação dos alunos no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes.

Membros do centro acadêmico também participaram da reunião no MPF. Os alunos devem solicitar a um advogado a elaboração de um mandado de segurança para que a universidade assegure que os calouros sejam matriculados em outros cursos da área de Comunicação na volta às aulas, marcada para o dia 17, até que o problema seja resolvido. O MPF deverá fazer uma recomendação para que a universidade acate a sugestão. Segundo a UFPR, a instituição não foi notificada da reunião. Carlos Ramalhete / Justiceiros

Percebida hoje como símbolo de barbárie, a lei de Talião (“olho por olho, dente por dente”) foi um avanço no direito penal primitivo. Trata-se de uma forma de impedir punições desmesuradas: quem quebra um dente de outro não deve ter dois dentes quebrados; quem vaza um olho não deve ser executado.

Para que se possa ter este ou qualquer outro princípio penal civilizatório, contudo, é necessário que haja alguma ordem social. Que haja juízes ainda que estejamos falando do cacique da tribo ou de um conselho de idosos.

O Brasil de hoje não tem mais esta ordem. A legislação em vigor, bem como suas interpretações, efetivamente impedem a punição de criminosos contumazes. Gangues de rapazolas andam pelas ruas das capitais, aterrorizando os mais fracos (senhoras de idade, principalmente), arrancando-lhe os bens, estuprando, batendo e mesmo matando. E nada lhes acontece. O policial que os conduz à delegacia passa lá mais tempo, cuidando da papelada, que o criminoso, que sai rindo.

Neste contexto, o que se tem é a pior espécie de barbárie, a que não obedece nem mesmo à lei de Talião. Grupos de latagões, movidos pela melhor das intenções, procuram proteger seus concidadãos, “caçando” os criminosos, dando-lhes uns tapas, humilhando-os etc. Sem que haja um sistema judicial mínimo, contudo, o que se tem é uma reação desproporcional, em que cada criminoso capturado pelos “justiceiros” paga pelos crimes de todos os seus colegas de má vida. Não se tem o limite de um olho por um olho, de um dente por um dente, porque o criminoso é percebido como avatar de toda a criminalidade, como o Mal encarnado.

Para o mesmo Estado que não pune os criminosos, contudo, é mais fácil punir os “justiceiros”, mais ainda quando como cada vez mais vem acontecendo não se trata de milicianos, mas de simples rapazes de classe média, cansados de ver a mãe ou a avó serem assaltadas.

O culpado pela ação deles, contudo, é o Estado. É a inação deste que provoca aqueles à ação. Uma ação desordenada, uma ação cujo potencial de injustiça é incomensurável. Mas é uma

ação que não ocorreria se, ligando para o 190, uma viatura aparecesse; que não ocorreria se um

Page 11: Clipping - 13 de fevereiro de 2014 – quinta-feira · Clipping - 13 de fevereiro de 2014 ... Baixada a tempo para a Copa do Mundo na próxima terça-feira, ... (Proinveste), do Banco

assaltante de 1,80 metro de altura, com 17 anos, ficasse preso em vez de voltar para a rua praticamente no dia seguinte. Não é uma ação sem causa: é uma reação à inação do Estado.

Se não houver uma reforma urgente de todo o sistema penal e processual penal brasileiro, será em breve impossível conter este tipo de reação desordenada de parte da população. Oeste do Paraná / Cansado de esperar cirurgia pelo SUS, homem se mutila Idoso de 84 anos sentia fortes dores por causa de uma hérnia inflamada. Usando um estilete, ele cortou o local e deixou a secreção vazar Luiz Carlos da Cruz, correspondente em Cascavel

O desespero causado pela dor e a demora em ser atendido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) levaram um aposentado de Cascavel, no Oeste, a tomar uma decisão extrema. Orlando Vaz, 84 anos, usou um estilete para fazer uma incisão na parte inferior esquerda do abdômen onde ele tinha uma hérnia. Vaz acreditava que com isso resolveria o problema.

A “autocirurgia”, em parte, deu certo. Com a incisão, uma cápsula de pus se rompeu e a secreção vazou, aliviando a dor. O caso ocorreu em junho do ano passado, mas só agora foi tornado público pelo aposentado, após ele ser convocado para uma consulta no Centro Regional de

Especialidades onde deveria dar início aos encaminhamentos para a cirurgia. Vaz conta que foi operado de hérnia há seis anos, mas no início do ano passado o problema

voltou. Ele se consultou no dia 24 de abril de 2013, quando foi encaminhado para uma nova consulta, desta vez com um cirurgião. Cansado de esperar e sofrendo com as dores, ele tomou a decisão de cortar o abdômen. “Tomei um banho e passei a faquinha de baixo para cima, aí vazou. Estava preto aquilo, era maior do que um ovo de galinha, eu não aguentava a dor. Graças a Deus aliviou bem”, relata.

O aposentado, que só avisou a esposa após ter feito o procedimento sozinho, diz que agora não precisa mais da cirurgia. Ele deveria ter feito a nova consulta ontem, mas não compareceu. Apesar de com frequência ainda vazar secreção do local e sentir dores ao caminhar, Vaz diz que não vai buscar atendimento médico.

O diretor da 10.ª Regional de Saúde em Cascavel, Miroslau Bailak, disse que o paciente não era de responsabilidade do Estado. “Esse paciente iria consultar ontem (terça-feira). Aí se o médico achar que é uma hérnia tem que fazer uma solicitação de internação hospitalar e só então ele entra na gestão da 10.ª Regional para a gente pedir a cirurgia. Nós não tínhamos conhecimento desse paciente, ele estava ainda no âmbito do município”, afirmou. Mais médicos / Médica cubana tem registro cancelado Agência O Globo

A médica cubana Ramona Matos Rodríguez teve seu registro profissional cancelado pelo Ministério da Saúde. A medida foi publicada no Diário Oficial da União ontem. É o primeiro caso a se tornar público de profissional cubano a abandonar o programa Mais Médicos. Ramona disse se sentir enganada pelo governo cubano, que retinha a maior parte do salário pago pelo governo brasileiro aos médicos participantes do programa.

Ramona começou a trabalhar ontem na Associação Médica Brasileira (AMB). Ela terá um salário de R$ 3 mil, superior ao que ganhava no Mais Médicos, e vai trabalhar na área administrativa como assessora da diretoria e presidência da AMB, na sede da entidade em Brasília. Ela também terá direito a benefícios e garantias trabalhistas, como vale-refeição, vale transporte e plano de saúde.

A AMB foi uma das entidades médicas que se opuseram ao programa Mais Médicos. Entre outras coisas, por ser contrária ao trabalho de médicos formados no exterior que não tenham passado pelo exame de revalidação do diploma. Finanças estaduais / STF libera empréstimo de R$ 817 mi e abre brecha para mais R$ 1,7 bilhão

Page 12: Clipping - 13 de fevereiro de 2014 – quinta-feira · Clipping - 13 de fevereiro de 2014 ... Baixada a tempo para a Copa do Mundo na próxima terça-feira, ... (Proinveste), do Banco

Liminar destravou a operação negociada desde 2012 pelo governo do Paraná e deve acelerar o desfecho de outros quatro financiamentos André Gonçalves, correspondente

Alvo de conflito entre a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) e o governo do Paraná desde 2012, o empréstimo de R$ 817 milhões do Banco do Brasil para o Paraná dentro do Programa de Apoio ao Investimento de Estados e do Distrito Federal (Proinveste) foi destravado ontem pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Liminar concedida pelo ministro Marco Aurélio Mello deve provocar a liberação dos recursos até a próxima segunda-feira. A interpretação também pode agilizar o desfecho de outras quatro operações de crédito negociadas pela gestão Beto Richa (PSDB) e que somam R$ 1,7 bilhão.

Lançado pelo governo federal em julho de 2012, o Proinveste ofereceu um total de R$ 20 bilhões em financiamentos, como medida de combate à crise financeira internacional. De todos os estados brasileiros, apenas o Paraná ainda não conseguiu acesso à sua fatia dessa verba. O plano é destinar os recursos para obras em estradas (R$ 430,6 milhões), segurança pública (R$ 186,4 milhões) e para a capitalização do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (R$ 200 milhões).

A decisão do STF foi uma resposta a uma ação cautelar apresentada pela Procuradoria-Geral do Estado (PGE) em novembro do ano passado. No processo, a PGE defende que a competência constitucional de aferir as condições financeiras do estado para a concessão de aval da União no empréstimo cabe ao Tribunal de Contas do Estado (TC). Até agora, o principal entrave para a liberação dos recursos do Proinveste era o entendimento da STN de que o Paraná descumpria o limite de gastos com pessoal previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal na contramão de relatórios do TC.

Marco Aurélio acatou os argumentos da PGE e determinou que a União “observe os parâmetros versados pelo Tribunal de Contas local”, que permitem a autorização do empréstimo. A procuradora-geral do Paraná, Marisa Zandonai, enviou ontem ofícios com o teor da decisão para a STN, a Advocacia-Geral da União (AGU) e o Banco do Brasil.

Os recursos devem ser liberados dentro de quatro dias úteis. Procurada pela reportagem, a Advocacia-Geral da União não informou se pretende recorrer da decisão liminar.

Marisa destacou que a PGE pode solicitar ao STF a extensão do alcance da liminar para outras operações que forem travadas pelo mesmo problema. “Se algum dos três empréstimos que dependem agora do aval do Senado sofrerem com esse empecilho, vamos pedir a extensão”, diz. Além disso, ela vai entrar na segunda-feira com a ação principal para garantir uma decisão final do plenário do STF sobre o caso.

Trâmites Das outras quatro negociações em andamento além do Proinveste, três envolvem o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Uma delas, de US$ 60 milhões (R$ 145,2 milhões) para o programa Família Paranaense, está na pauta de votação de terça-feira da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Outras duas, que somam US$ 75,7 milhões (R$ 183,2 milhões), devem ser encaminhadas pela Casa Civil à CAE nos próximos dias. Todas foram autorizadas pela STN, mas podem ser barradas pelos senadores.

Outro empréstimo de US$ 557 milhões (R$ 1,348 bilhão) negociado com o Credit Suisse ainda tramita na STN. Os recursos serão utilizados para a reestruturação da dívida do estado com a Copel. Parte do financiamento da Arena será usada para garantir PPPs Katna Baran

O governo do estado protocolou ontem um pedido de financiamento de R$ 250 milhões no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com o objetivo de assegurar a conclusão das obras da Arena da Baixada dentro do prazo estipulado pela Fifa. Se confirmado, o empréstimo também deve aliviar o caixa do estado. Isso porque uma parte do dinheiro vai abastecer o Fundo de Desenvolvimento Estadual (FDE) para atender outros projetos de infraestrutura.

Page 13: Clipping - 13 de fevereiro de 2014 – quinta-feira · Clipping - 13 de fevereiro de 2014 ... Baixada a tempo para a Copa do Mundo na próxima terça-feira, ... (Proinveste), do Banco

Ainda não há previsão de posicionamento da instituição financeira. Em nota divulgada ontem, o governo do estado diz que a análise deve ser prioritária. Se liberada, a verba será dividida em três partes: uma para completar o orçamento da Arena, outra para restituir o FDE dos R$ 65 milhões emprestados à obra entre dezembro (R$ 26 milhões) e janeiro (R$ 39 milhões) e a última, de R$ 120 milhões, será usada pelo governo, através do FDE, para garantir Parcerias Público-Privadas (PPPs).

Conforme a assessoria do Executivo, esse incremento no caixa do Fundo é necessário para o estado dar uma contrapartida aos investidores que pretendem fazer parcerias com o poder público.

Segundo a Fomento Paraná, agente financeiro responsável pelo gerenciamento dos recursos, quatro projetos do estado devem ser atingidos pelo empréstimo: as duplicações das rodovias PR-323, PR-092, PR-445 e PR-280.

Obras A proposta mais adiantada é a que prevê a duplicação da PR-323, entre Guaíra e Maringá, no Noroeste do estado. O projeto, feito pela Odebrecht, está com o edital de licitação aberto.

Serão 207 km de obras com previsão de investimento de R$ 7,7 bilhões da iniciativa privada ao longo dos 30 anos de concessão, segundo o Executivo. Ainda estão em análise os projetos de duplicação da PR-092, entre Jaguariaíva e Cornélio Procópio; da PR-445, que liga Apucarana a Londrina; e da PR-280, entre General Carneiro e Francisco Beltrão. Discussão / Ministro negou a participação de Requião no processo

Além de abrir caminho para a liberação do empréstimo de R$ 817 milhões do Proinveste, a liminar concedida pelo ministro Marco Aurélio Mello impediu a participação do senador Roberto Requião (PMDB) no processo como amicus curiae (amigo da corte). Requião tentou entrar na discussão para alertar o STF sobre o que define como “manipulação” dos gastos com pessoal da gestão Richa para burlar a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Assessor do senador e ex-secretário estadual de Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari diz que a decisão já era esperada. “A liminar foi concedida sem levar em conta os argumentos que queríamos apresentar. Tudo isso se trata de uma manobra fiscal perigosa. O Requião fez a parte dele”, disse Delazari.

A manobra teria provocado a redução do valor declarado pelo estado com pagamento de aposentados e pensionistas, a partir de julho de 2013, retroativo a janeiro do mesmo ano. Segundo Delazari, foram descontados desses gastos R$ 225 milhões por mês, que acabaram alocados como aporte financeiro. As contas teriam permitido ao estado ficar dentro dos limites da LRF.

O mesmo argumento foi utilizado em uma denúncia encaminhada por Requião à STN em dezembro do ano passado e que atrasou a tramitação do empréstimo do Proinveste. Acusações / Liberação de Recursos esquenta os ânimos na Assembleia

A liberação do empréstimo de R$ 817 milhões ao Paraná esquentou os ânimos na Assembleia Legislativa. Líder do governo, o deputado Ademar Traiano (PSDB) acusou em plenário a ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann (PT) de retardar o processo e mentir sobre a situação financeira do estado. As declarações desagradaram o deputado Péricles de Mello (PT), que disse que o líder do governo estaria mentindo e que os empréstimos não estavam liberados por questões burocráticas.

“O único caminho que encontramos para provar a todos os políticos de Brasília ligados ao PT, que criaram barreiras tentando inviabilizar o estado do Paraná, foi a Justiça. E a Justiça tarda, mas não falha”, disse Traiano.

Já o líder da oposição, deputado Elton Welter (PT), disse em entrevista durante a sessão que a liberação dos empréstimos foi positiva e elogiou a presidente Dilma Rousseff (PT) por prorrogar o prazo do Proinveste. Ele afirmou ainda que o governo “se faz de vítima” para justificar sua “incapacidade técnica para resolver seus problemas”. Chico Marés R$ 300 milhões vão ressarcir gastos

Page 14: Clipping - 13 de fevereiro de 2014 – quinta-feira · Clipping - 13 de fevereiro de 2014 ... Baixada a tempo para a Copa do Mundo na próxima terça-feira, ... (Proinveste), do Banco

Dos R$ 817 milhões previstos em investimentos pelo Proinveste, R$ 300 milhões já foram desembolsados pelo governo do estado e vão entrar como reembolso. A tendência é que essa parte dos recursos seja utilizada para amenizar as dificuldades financeiras para o pagamento de fornecedores.

Em janeiro, a secretária estadual da Fazenda, Jozélia Nogueira, declarou que as dívidas chegaram a R$ 1,1 bilhão. Jozélia e o governador Beto Richa têm declarado que os atrasos na liberação dos empréstimos foram o principal motivo para o acúmulo dessas pendências. Celso Nascimento / Que rufem os tambores!

“Rufem os tambores! Viva!”clamou entusiástico o líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Ademar Traiano, ao confirmar para o plenário, ontem, a decisão liminar do ministro do STF, Marco Aurélio, determinando à União a liberação de aval ao Paraná para tomar empréstimo de R$ 817 milhões do programa Proinveste.

Segundo o parlamentar, o governo estadual foi obrigado a recorrer à Justiça porque a então ministra-chefe da Casa Civil, senadora Gleisi Hoffmann, e a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) barravam este e outros pedidos de financiamento do Paraná sob a alegação de que o estado não cumpria exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), gastando com funcionalismo mais do que o limite permitido.

A liminar do ministro Marco Aurélio manda que a STN considere como válidos os dados do Tribunal de Contas do Paraná que atestam que o governo não chegou a atingir o ponto em que estaria impedido de receber empréstimos, repasses e avais da União. Mas ele não deixa de anotar que, no decorrer dos vários processos envolvendo solicitações de financiamentos, partiu da própria Fazenda estadual a informação de que havia extrapolado (e muito) os limites.

O ministro aceitou a alegação do governo de que havia cometido “um engano” e que os índices que apresentou depois é que estavam corretos, milésimos abaixo do teto fatal. Portanto, reconheceu Marco Aurélio, não haveria mais razão para barrar o empréstimo.

Antes da decisão de Marco Aurélio, a STN já havia dado parecer favorável ao pleito do Paraná quando, no finalzinho de 2013 e durante o mês passado, o senador Roberto Requião levantou dúvidas quanto à honestidade da contabilidade paranaense. Segundo o senador, em documentos que encaminhou à STN, ao Ministério Público Federal e ao próprio STF, o governo do estado teria “fraudado” números para adequá-los às exigências legais. E tudo parou novamente.

Marco Aurélio não chegou a discordar de Requião, apenas afirmou que, neste assunto, o senador não era parte legítima para meter o bedelho. E encerrou o caso. Micro empresa, macro imposto

Setores empresariais do Paraná estão em pé de guerra com a secretária da Fazenda, Jozélia Nogueira. Segundo eles, a pretexto de melhorar a arrecadação, a secretária pode dizimar milhares de micro e pequenas empresas com a implantação do sistema de “substituição tributária”.

Pelo mecanismo, o estado recolhe o ICMS diretamente do fabricante ou do distribuidor (caso dos combustíveis, cigarros e bebidas, por exemplo) que embute o tributo já no preço de venda aos varejistas. O governo estadual quer estender a sistemática para dezenas de produtos incluindo alguns de primeira necessidade: facilita a fiscalização e aumenta a receita.

Micro e pequenas empresas, enquadradas no Simples, gozam de isenções ou de alíquotas menores.

Com a substituição tributária perderiam estas vantagens, o poder de competição e, consequentemente, podem morrer.

Ontem, dois contatos importantes ocorreram: um, do presidente da Associação Comercial do Paraná, Edson Ramon, com a secretária Jozélia, que prometeu levar a reclamação ao Confaz. Outro, do presidente da Fecomércio, Darci Piana, com a senadora Gleisi Hoffmann, a quem endereçou pedido de socorro.

Page 15: Clipping - 13 de fevereiro de 2014 – quinta-feira · Clipping - 13 de fevereiro de 2014 ... Baixada a tempo para a Copa do Mundo na próxima terça-feira, ... (Proinveste), do Banco

E Gleisi, após falar com o ministro das Micro e Pequenas Empresas, Afif Domingos, prometeu para hoje discurso no Senado. Para ela, a substituição tributária, além de provocar prejuízo para os comerciantes, produzirá outros efeitos colaterais danosos para a economia: aumenta a carga tributária, provoca inflação e encarece o custo de vida. Olho vivo / Moradia O presidente da Assembleia, deputado Valdir Rossoni, mandou recolher o projeto que dá auxílio-moradia para juízes e desembargadores. Não colocará em pauta enquanto tudo não for muito bem explicadinho pelo autor do projeto, o Tribunal de Justiça.

Ainda falta O governo estadual está prestes a colocar no caixa R$ 817 milhões emprestados. Mas seriam necessários outros R$ 300 milhões para empatar com a dívida confessada de R$

1,1 bilhão que o estado contraiu com milhares de prestadores de serviços. Fatiamento Fatiado em várias outras serventias, o cartório da 4.ª Vara da Fazenda de Curitiba

alega que ficou sem meios de subsistência. Sua titular há 30 anos, Regina Piasecki apelou ao CNJ para anular as resoluções do Tribunal de Justiça que promoveram a divisão. Paranaprevidência / TC recomenda ação para sanar déficit previdenciário

O Tribunal de Contas do Paraná (TC-PR) aprovou com ressalvas e recomendações as contas do ano de 2011 da Paranaprevidência, órgão responsável pelo pagamento das pensões de servidores estaduais aposentados. Uma das ressalvas diz que não foram tomadas providências, na época, para sanar o déficit previdenciário. O déficit foi calculado pelo TC em R$ 3,8 bilhões em 2011 56,4% maior que o déficit do ano anterior. Na época, o Fórum das Entidades Sindicais dos Servidores Públicos do Paraná havia estimado que o déficit seria bem maior, chegando a R$ 7,3 bilhões. O déficit é a diferença entre o que é pago pelos servidores e pelo governo do estado à Paranaprevidência e o que esses funcionários deverão receber no futuro. Os dados mais recentes, de 2012, ainda não foram calculados pelo tribunal. Segundo a Paranaprevidência, as irregularidades já foram sanadas desde a promulgação, em 2012, da lei que reestruturou o plano de custeio do órgão. Impasse / Projeto que institui auxílio-moradia no TJ terá nova discussão Chico Marés

O presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, deputado Valdir Rossoni (PSDB), deve interromper a tramitação do projeto que cria o auxílio-moradia para juízes e desembargadores do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ). Segundo o deputado, a questão deverá ser rediscutida com o presidente do TJ, desembargador Guilherme Luiz Gomes. O deputado alega que o momento não é oportuno para a votação da proposta, que tramita na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia, e que este projeto não será votado “no afogadilho”.

Rossoni apresentou um ofício na semana passada pedindo que o projeto fosse devolvido à presidência. O presidente da CCJ, deputado Nelson Justus (DEM), teria respondido que, como já havia um relator trabalhando com a proposta, não seria possível devolvê-lo. A reportagem tentou entrar em contato com Justus, mas não teve sucesso. Sendo assim, o projeto deverá ser retirado de tramitação depois da votação final na comissão, na terça-feira da semana que vem.

Parecer favorável Apresentado no final do ano passado, o projeto possibilita que o presidente do TJ regulamente o benefício por meio de decreto, e não apresenta o valor do benefício e quem poderá ser beneficiado. A proposta entrou na pauta da CCJ na última terça-feira. O relator do processo, deputado Alexandre Cury (PMDB), apresentou um parecer favorável à tramitação do projeto, mas Tadeu Veneri (PT) fez um pedido de vistas, adiando a votação para a próxima terça-feira. Veneri adiantou que apresentará um voto em separado recomendando a devolução do projeto ao TJ. Operação / Gaeco faz apreensões na prefeitura de Campo Mourão Carlos Ohara, especial para a Gazeta do Povo

Page 16: Clipping - 13 de fevereiro de 2014 – quinta-feira · Clipping - 13 de fevereiro de 2014 ... Baixada a tempo para a Copa do Mundo na próxima terça-feira, ... (Proinveste), do Banco

Agentes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) cumpriram mandado de busca e apreensão na tarde de ontem na prefeitura de Campo Mourão, no Centro Oeste do estado. A ação faz parte de uma operação iniciada no ano passado para investigar a ação de uma suposta quadrilha, com cargos no alto escalão, que cobraria uma parte do salário de ocupantes de cargos em comissão.

Foram apreendidos um computador, documentos e uma agenda na sala ocupada por Raimundo Machado, chefe de gabinete da prefeita Regina Dubay (PR). Na semana passada, um diretor municipal da secretaria de Saúde foi preso acusado de concussão (extorsão praticada por funcionário público), quando arrecadava os valores pagos por funcionários em cargos de confiança.

Depoimentos indicam que a arrecadação ocorria em diferentes secretarias e os valores eram entregues ao chefe de gabinete da prefeitura, Raimundo Machado.

O delegado do Gaeco, Elmano Ciríaco, que comandou a ação, preferiu não comentar o caso. Segundo ele, na próxima segunda-feira o órgão deverá divulgar informações sobre o caso. Em nota enviada à imprensa na noite de domingo, a prefeita Regina Dubay, que está em

Brasília, disse que desconhecia o esquema e que determinou que a Procuradoria Jurídica do município instaure sindicância interna e acompanhe a investigação do Gaeco. Notas Políticas / Comissão vermelha

A Comissão Estadual da Verdade do Rio não parece preocupada com a imparcialidade. Em ato realizado ontem, um coral entoou a Internacional, o antigo hino das socialistas. Os membros do coral cantaram de punhos cerrados, gesto repetido por militantes na plateia. A Comissão da Verdade vem sendo criticada por investigar apenas os crimes cometidos por agentes da ditadura militar e não incluir em sua pauta os atos cometidos por guerrilheiros. Bem Paraná Política em debate / Auxílio-moradia

Um pedido de vistas do deputado Tadeu Veneri (PT) adiou para a semana que vem a votação, pela Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa, do projeto que prevê o pagamento de auxílio-moradia aos juízes e desembargadores do Estado. Veneri alegou falta de dados sobre o impacto financeiro da proposta. Além disso, ele alega que o projeto não prevê critérios para a concessão do benefício. Segundo o petista, da forma como está, o auxílio pode ser pago mesmo a magistrados que tenham residência própria ou estão aposentados. O Tribunal de Justiça, autor da proposta, alega princípio da similaridade com os membros do Ministério Público Estadual, que já têm previsão de pagamento do auxílio moradia. O projeto não informa o valor do benefício, que seria definido pelo TJ em regulamentação interna.

Pauta O presidente da Assembleia, deputado Valdir Rossoni (PSDB), disse que não vai permitir que o projeto seja votado apressadamente. Ele afirmou ter pedido à CCJ a devolução do projeto. O presidente da comissão, deputado Nelson Justus (DEM), retrucou alegando que a proposta já havia sido distribuída ao relator, deputado Alexandre Curi (PMDB), e em processo de votação. E que o projeto será votado na próxima terça-feira. Rossoni afirmou que pretende conversar com a cúpula do TJ sobre o assunto. E que há o risco de outros poderes quererem o mesmo benefício. “Todos são servidores públicos, sejam do TJ, MP, do Executivo e Legislativo. E têm que ser tratados da mesma forma”, alegou.

Nepotismo O Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE/PR) negou recurso contra decisão anterior que determinou a devolução de aproximadamente R$ 2,7 milhões pelo ex-prefeito e seis servidores comissionados do Município de Maria Helena (Noroeste do Estado). Uma inspeção realizada pelo Tribunal em 2009 comprovou 20 irregularidades graves na administração do prefeito

Page 17: Clipping - 13 de fevereiro de 2014 – quinta-feira · Clipping - 13 de fevereiro de 2014 ... Baixada a tempo para a Copa do Mundo na próxima terça-feira, ... (Proinveste), do Banco

Osmar Trentini entre os anos de 2005 e 2008. As principais irregularidades foram licitações fraudulentas, contratação irregular de parentes, pagamentos indevidos de materiais e serviços, além de publicidade com promoção pessoal em ano eleitoral. Caminhoneiros / PRF faz blitz da Lei do Descanso

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) realiza blitz educativa, amanhã, para orientar motoristas sobre a Lei do Descanso. A blitz será realizada das 9 às 11 horas em frente ao Posto Policial da PRF no Contono Leste entre o trevo da BR-277 sentido Paranaguá e da BR-376 sentido Joinville.

A ação fará parte do lançamento do Fórum Estadual em Defesa da Lei do Descanso, que será realizado em Curitiba amanhã às 14 horas na Assembleia Legislativa. Paraná / A partir de hoje, Curitiba é a capital mundial da bicicleta Fórum Mundial debate alternativas de mobilidade com os modelos cicloviários para as grandes cidades

A partir de hoje Curitiba é considerada a Capital da Bicicleta, por sediar o mais importante evento do calendário do cicloativismo mundial. A terceira edição do Fórum Mundial da Bicicleta (FMB) segue até domingo. O encontro traz o conceito “A Cidade em Equilíbrio” e busca incentivar o uso da bicicleta, resgatar ideias de planejamento urbano voltadas para as pessoas e espaços de convivência, apontando soluções para harmonizar pedestres, ciclistas, motoristas e demais atores do trânsito.

O evento conta com 500 inscritos de mais de 80 cidades sendo 16 capitais brasileiras e o Distrito Federal e outros 7 países, que vão acompanhar as quase 100 atividades gratuitas previstas na programação oficial. Serão realizados painéis, palestras, oficinas, workshops, pedaladas, festas, ciclecine e outros encontros.

O evento ocorrerá simultaneamente em espaços como o Teatro da Reitoria da UFPR, Sesc Paço Municipal, e Museu Oscar Niemeyer além de atividades e oficinas na Bicicletaria Cultural, Cinemateca e outros espaços ao ar livre.

A realização do III FBM é resultado de uma campanha de financiamento coletivo (crowdfunding) através da plataforma Catarse, na qual 513 apoiadores doaram R$ 38.560 para tornar possível o evento.

Em 2012, aconteceu a primeira edição do fórum em Porto Alegre. A data escolhida, 25 de fevereiro, marcou o atropelamento coletivo de ciclistas que aconteceu na capital gaúcha no ano anterior. A segunda edição em 2013, organizada na mesma cidade, atraiu mais de sete mil pessoas de todo mundo. E também serviu de estímulo à discussão de novas formas de garantir mais estrutura para os ciclistas e mais segurança no trânsito para a população em geral. Na Justiça / Petraglia perde processo contra Cid Campelo Justiça nega que advogado tenha cometido crime contra o presidente do Atlético Silvio Rauth Filho

O duelo entre o advogado José Cid Campelo Filho e o presidente do Atlético, Mario Celso Petraglia, teve mais um round. Ontem, Campelo recebeu sentença favorável do 4º Juizado Especial Criminal de Curitiba. A ação foi movida por Petraglia, que acusou o advogado de ter cometido “injúria” e “difamação”. Se fosse condenado, teria que pagar multa em dinheiro, em valor estabelecido pelo juiz responsável.

O caso é referente a uma declaração em 21 de novembro de 2012. Em entrevista por telefone para o Bem Paraná, Cid Campelo respondeu a acusações de Petraglia, feitas durante depoimento para a CPI das Obras da Copa 2014 na Assembleia Legislativa. “Agora será uma ação judicial. Minha resposta a tudo que foi falado é a seguinte. Se o entendimento é quem rouba mas faz é válido, então não tenho mais nada a falar”, afirmou Campelo naquela ocasião.

Page 18: Clipping - 13 de fevereiro de 2014 – quinta-feira · Clipping - 13 de fevereiro de 2014 ... Baixada a tempo para a Copa do Mundo na próxima terça-feira, ... (Proinveste), do Banco

Em 20 de novembro, o presidente do Atlético acusou Campelo de se beneficiar do cargo de diretor-jurídico no clube. “Por indicação dele, contratamos novos escritórios de advocacia”, declarou Petraglia, na CPI. “Esse senhor tinha o intuito de se beneficiar da entidade. Tinha intenções claramente de buscar benefícios no clube”, completou o dirigente.

Cid Campelo foi diretor-jurídico e vice-presidente do Conselho Deliberativo do Atlético até outubro de 2012. Ao deixar os cargos, o advogado pediu que Petraglia renunciasse à presidência do clube e afirmou que não concordava com contratos relativos às obras na Arena.

Na sentença recebida ontem por Cid Campelo, a juíza Letícia Marina Conte justificou sua decisão. “A expressão ´quem rouba mas faz´ é precedida da expressão ´se o entendimento´ em alusão à posição da CPI quanto às investigações que então se operavam quanto ao emprego de verbas públicas em obras da Copa do Mundo de 2014 e não especificamente à conduta do querelante”, escreveu. “Na avaliação contextual dos fatos pertinentes, não se identifica a vontade deliberada de difamar ou injuriar”, completou.

O presidente do Atlético ainda pode recorrer dessa decisão. “Estou tranquilo. A sentença está bem fundamentada”, disse Cid Campelo. O advogado revelou que também está movendo ações contra o dirigente sobre as acusações públicas. Folha de Londrina Informe Folha / Mananciais 1

Uma audiência pública na Assembleia Legislativa (AL) discutiu ontem a proteção de mananciais de abastecimento público no Paraná. Proposto pelo líder da oposição, deputado Elton Welter (PT), o encontro contou com as participações de representantes do Ministério Público (MP), da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sema), da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária (Abes) e da Emater.

Mananciais 2 Segundo o petista, a ideia foi discutir alternativas ao projeto de lei 721/2013, de autoria do Poder Executivo, que no final do ano passado foi retirado de pauta para adequações e novas fundamentações técnicas. "A legislação tem de tramitar, mas com um viés que garanta abastecimento e qualidade da água no futuro", disse. Welter explicou que alguns pontos da matéria acabavam por privilegiar setores da economia, como o agronegócio.

A expectativa, conforme o parlamentar, é que a partir das discussões o governo encaminhe nova proposta à Casa. Presidente da AL suspende trâmite de projeto do TJ Mariana Franco Ramos, Reportagem Local

Curitiba O presidente da Assembleia Legislativa (AL) do Paraná, Valdir Rossoni (PSDB), pediu ontem à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa a devolução do projeto de lei que institui o auxílio moradia aos juízes e desembargadores do Estado. A votação da proposta, encaminhada em dezembro do ano passado pelo Tribunal de Justiça (TJ), já tinha sido adiada devido a um pedido de vista do deputado Tadeu Veneri (CCJ). A matéria busca "a simetria entre o Poder Judiciário e o Ministério Público (MP)", cujos servidores já teriam direito a tal vantagem.

Segundo Rossoni, a ideia é que os parlamentares obtenham mais tempo para analisar o conteúdo do projeto, sem precisar votá-lo "no afogadilho". "Tenho percebido que o momento que vivemos no País é de muita dificuldade. Nós deveríamos discutir melhor esse projeto, para colocarmos na pauta em momento mais oportuno", completou, sem especificar uma data.

O tucano disse ainda que deve marcar uma reunião com o presidente do TJ, Guilherme Luiz Gomes, e com demais interessados para debater o assunto. A medida já foi utilizada pelo chefe do Legislativo quando da votação do projeto que aumentava as custas dos cartórios judiciais e extrajudiciais.

Page 19: Clipping - 13 de fevereiro de 2014 – quinta-feira · Clipping - 13 de fevereiro de 2014 ... Baixada a tempo para a Copa do Mundo na próxima terça-feira, ... (Proinveste), do Banco

"O que cabe ao presidente é ter o equilíbrio de fazer a leitura da sociedade e de verificar a possibilidade de votação ou não de determinados projetos. Todos são servidores públicos, do TJ, do MP, do Executivo e do Legislativo. Portanto, todos têm de ser tratados da mesma forma”. Geral / BNDES deve liberar empréstimo para Arena Rodrigo Batista, equipe Bonde

Curitiba O BNDES deve sinalizar até amanhã a liberação do empréstimo para conclusão das obras da Arena da Baixada. O aporte financeiro deve garantir para os meses de março e abril o montante necessário para que a CAP/SA siga com os trabalhos e entregue o estádio a tempo para a realização dos quatro jogos da Copa do Mundo em Curitiba.

O secretário de Urbanismo da capital, Reginaldo Cordeiro, afirmou ontem estar confiante com o avanço das obras do estádio, mas explicou que uma sinalização positiva do BNDES ainda é necessária para garantir os recursos. "Tenho certeza de que a Copa fica em Curitiba", destacou.

Em janeiro, a Fifa deu ultimado a Curitiba para que o estádio do Atlético-PR mostre evolução até o dia 18 de fevereiro. O local passará por nova avaliação da entidade. Para garantir o recurso, o governo do Paraná protocolou ontem um pedido de financiamento de R$ 250 milhões ao BNDES.

Deste total, serão utilizados R$ 65 mi para a obra da Arena da Baixada, como empréstimo. O restante ficará com o governo. O Atlético-PR, entretanto, terá que dar garantias de que vai pagar a dívida.

Mobilidade Uma das obras de mobilidade urbana pode não ficar pronta para a Copa. Trata-se do Terminal Santa Cândida, uma exigência do Ministério Público Federal (MPF) para melhorar a integração entre a capital e a região metropolitana. "Tivemos problemas com a empresa que executa a obra. Mas negociamos com a Caixa Econômica Federal e haverá recurso para o terminal, mesmo que ele seja concluído depois da Copa", afirmou Cordeiro.

As demais obras de mobilidade não preocupam a Prefeitura, segundo o secretário. Ele acredita que todas ficarão prontas até maio, cerca de 30 dias antes do início da Copa. As obras complementares, que incluem integração do estádio com estacionamentos, setor de imprensa e entorno do estádio, serão entregues em abril. Folha de São Paulo Debates / Impunidade à vista Luiz Antonio Marrey 58, é procurador de Justiça Criminal, ex-procurador-geral de Justiça em São Paulo e ex-presidente do Movimento do Ministério Público Democrático. Roberto Livianu 45 é promotor de Justiça, coordenador nacional da campanha Não Aceito Corrupção e presidente do Movimento do Ministério Público Democrático

As ideias do movimento iluminista representam um divisor de águas na história da civilização, especialmente no campo punitivo.

Até então, a pena de morte era a regra e determinada sem critério pelos humores e vontade absolutista do monarca, sem processo, sem contraditório e sem preocupação qualquer com o direito de defesa. Tínhamos a própria negação de um direito penal. Poder ilimitado do rei diante do frágil povo.

O Iluminismo revolucionou o tema e apresentou um novo modelo social e jurídico-penal instituindo limites ao poder punitivo, consolidando a ideia de John Locke da dispersão do poder como essencial para a cidadania e eficiência do Estado.

A essência da tripartição do Poder (Executivo, Legislativo e Judiciário) se vê presente até hoje em nossa Constituição, que, em 1988, investiu o Ministério Público (MP) no papel de defensor jurídico do povo, incumbindo-o de concretizar a cidadania social. Entre os papeis entregues ao MP, presente no Brasil há mais de 400 anos, destaca-se a defesa do patrimônio público e a promoção da ação penal pública, dentro do devido processo penal democrático.

Page 20: Clipping - 13 de fevereiro de 2014 – quinta-feira · Clipping - 13 de fevereiro de 2014 ... Baixada a tempo para a Copa do Mundo na próxima terça-feira, ... (Proinveste), do Banco

Esse cenário, construído num processo legislativo legítimo e democrático, gerou referência coloquial ao MP como o quarto poder, independente e fiscal dos demais.

Os que atuamos no MP somos bem fiscalizados pelo povo, pelo Judiciário, pela imprensa, pelos advogados, pelas corregedorias, pelo Conselho Nacional do Ministério Público. Se erramos, somos punidos.

No entanto, mesmo após a histórica rejeição da PEC 37 (proposta de emenda constitucional), que reafirmou o poder de investigação criminal do MP, em respeito à voz das ruas, que pugnou pela melhoria do controle da corrupção no Brasil, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) editou, no apagar das luzes de 2013, uma resolução que, ao arrepio da Constituição Federal, impede o livre exercício funcional do MP e da polícia para apurar crimes eleitorais.

A resolução nº 23.396/13 exige que promotores e policiais peçam ao Judiciário para trabalhar realizando investigações sobre crimes eleitorais, como se fossem subordinados a ele. Um retorno ao absolutismo.

Essa resolução, ente normativo não proveniente do processo legislativo democrático, mas da caneta de magistrados eleitorais, torna letra morta a Constituição e a legislação infraconstitucional, como, por exemplo, o Código Eleitoral brasileiro, lei federal.

Magistrados aplicam leis. Não podem criá-las. Quem cria leis é o Poder Legislativo. As disciplinas do MP e da polícia no Brasil não podem provir de resoluções do TSE.

Num país em que o índice de punição por crimes eleitorais é baixo, em que o abuso do poder econômico é realidade secular, em que é elevada a percepção da corrupção, que, ademais, aniquila o sistema público de educação, saúde e segurança, qual lógica justifica o bloqueio do livre trabalho do MP e da polícia na apuração de crimes eleitorais, já que as normas sempre devem visar o bem comum? Com a palavra, o TSE. País Em Protesto / Morte gera debate inflamado sobre punição a violência em protestos Secretários de Segurança de SP e Rio fazem campanha pela aprovação de leis mais rigorosas Maioria dos analistas é contra a criação de novas leis e projeto que enquadra manifestante em crime de terrorismo Artur Rodriguesgiba Bergamim Jr. De São Paulo

A morte do cinegrafista da TV Band Santiago Andrade alimentou um debate apaixonado sobre o maior rigor na punição a manifestantes, com polêmica de sobra entre autoridades e analistas e redes sociais em chamas.

Os secretários de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, e de São Paulo, Fernando Grella, defendem a tipificação de novos crimes no Código Penal e o aumento das penas existentes.

Já o Congresso discute até projeto que pode enquadrar manifestantes numa rigorosa lei antiterrorismo, com penas de até 40 anos de prisão.

Grella defende mais que dobrar a pena para lesão corporal de 5 para 12 anos de prisão nos casos graves, além de aumentar em um terço as penas por agressão e assassinato de policiais.

Já Beltrame, que esteve ontem com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, sugere, entre outras medidas, proibir o uso de máscaras e determinar o agendamento de manifestações com 48 horas de antecedência.

Ele quer tipificar o crime de desordem para quem agredir ou danificar patrimônio. As iniciativas dividem especialistas de todos os espectros ouvidos pela Folha. A maioria pede punição rigorosa a atos violentos, mas é contra a ideia de criar novas leis a

reboque dos crimes ocorridos em protestos. "Temos leis que podem penalizar quem cometer atrocidades como esse caso do jornalista

atingido por aquele rojão. É um homicídio", afirma o desembargador Antonio Carlos Malheiros. O jurista Luiz Flávio Gomes diz que leis oportunistas foram criadas em momentos de

comoção, como a de crimes hediondos após o sequestro do empresário Abílio Diniz, em 1990. Em sua visão, elas não foram capazes de reduzir o números de crimes.

Page 21: Clipping - 13 de fevereiro de 2014 – quinta-feira · Clipping - 13 de fevereiro de 2014 ... Baixada a tempo para a Copa do Mundo na próxima terça-feira, ... (Proinveste), do Banco

"No Brasil, se imagina que tudo precisa de uma lei nova. De 1940 a 2013, foram 150 novas leis penais", diz ele.

Para Gomes, a polícia já tem mecanismos para prender os manifestantes por condutas como lesão corporal, dano, homicídio e até pela lei de organização criminosa.

Para o promotor criminal Francisco Cembranelli, porém, há fatos que justificam a discussão de uma nova lei.

"Os mascarados vêm aparecendo e provocando atos de desordem. Acredito que o próprio fato de esconder a identidade mostra que o proposito não é tão nobre."

Para o sociólogo Demétrio Magnoli, a proibição do uso de máscaras e o indiciamento manifestantes que carregam armas e bombas é "urgente e necessário".

Para ele, o uso de máscara é um comportamento "tendente à delinquência". Magnoli diz ser a favor das prisões para averiguação de manifestantes mascarados.

"A polícia tem direito de prender alguém por conta de comportamento suspeito." Terrorismo Vladimir Safatle, professor livre-docente do Departamento de Filosofia da USP,

afirma que a criação de leis como a que pode enquadrar manifestantes por crime de terrorismo é um mecanismo para barrar protestos contra governos.

"Acho que faz parte da covardia moral da polícia brasileira tentar sempre lidar com manifestações fazendo apelos a leis de criminalização, seja tipificação de manifestantes por terroristas, seja lei específicas contra manifestação", diz ele.

Safatle afirma, porém, que a conduta que levou à morte do cinegrafista da Band é "absolutamente inaceitável".

O ex-presidente do STF, Carlos Velloso, defende a aplicação da lei antiterror a protestos. "Um ato como esse que praticaram essas pessoas que acabaram ocasionando a morte do cinegrafista pode ser tipificado como ato terrorista", afirma.

A pesquisadora Esther Solano, da Unifesp (Universidade Federal Paulista), que estuda a atuação dos "black blocs" desde agosto, diz que a violência do grupo aumentou tanto quanto a da polícia nas manifestações.

Ela afirma que, nas conversas recentes que mantém com adeptos da tática, não notou uma mudança de postura.

"Eu esperava [com a morte de Santiago] mais autocrítica deles em relação a táticas e estratégia", diz.

Segundo ela, os "black blocs" são hoje um grupo mais heterogêneo. "Pessoas com mais formação política estão ao lado de meninos de 14, 15 anos, talvez movidos pela adrenalina, animados pela raiva que têm da PM."Colaborou Mariana Haubert, de Brasília O Diário do Norte do Paraná Impasse para Conselhos Tutelares Ederson Hising

Um imbróglio envolvendo os conselheiros tutelares de Paranavaí (a 73 km de Maringá), prefeitura e o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) culminou na paralisação das atividades dos órgãos no município.

Os conselheiros optaram por deixar os cargos na última sexta-feira. Eles aguardam posicionamento do Ministério Público para saber se retornarão ao trabalho. Enquanto isso, uma equipe da Secretaria de Assistência Social formada por psicólogo, assistente social, motorista e auxiliar administrativo tem prestado orientações a quem procura o conselho e uma nova eleição foi marcada.

Os cinco conselheiros, eleitos em 2011, deveriam encerrar o mandato em dezembro de 2013. Mas uma resolução do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente

(Conanda) deu margem para que o mandato fosse prorrogado até 2015. Isso porque, conforme a

Page 22: Clipping - 13 de fevereiro de 2014 – quinta-feira · Clipping - 13 de fevereiro de 2014 ... Baixada a tempo para a Copa do Mundo na próxima terça-feira, ... (Proinveste), do Banco

resolução, os conselheiros de todo o País eleitos entre 2011 e 2012 deveriam permanecer no cargo até 2015, quando haverá unificação no processo eleitoral do órgão.

Com base na normativa, em setembro do ano passado, o CMDCA deliberou favoravelmente pela prorrogação do mandato. Em dezembro, o órgão e representantes do município revogaram a decisão por conta de uma lei municipal de 1992, que prevê mandato de 3 anos aos conselheiros.

“Não havia outra saída a não ser a convocação de uma nova eleição. Estamos corrigindo uma falha que os conselheiros cometeram no ano passado ao optarem pela prorrogação do mandato. Não se trata de uma lei federal, e sim uma resolução, que por sinal vai contra a lei municipal”, diz o procurador jurídico do município, Antônio Homero Madruga Chaves.

No entanto, a presidente do Conselho Tutelar de Paranavaí, Claudia Picoli, afirma que houve uma sucessão de erros no caso. “Estão querendo cumprir lei municipal em cima de uma federal, a 12.969. A eleição deveria ter sido convocada 6 meses antes do mandato e estão fazendo em prazo de 60 dias”, justifica Claudia.

“Houve um erro em cima do outro. Para nós, ou corrigia a revogação e continuava como era ou nós não iríamos compactuar com o erro deles”, explica.

De acordo com ela, a decisão de deixarem os cargos aconteceu por não haver amparo legal para que os conselheiros continuassem até a realização das novas eleições. “O Ministério Público informou que não havia nenhuma ilegalidade fazer isso”, garante.

Ela reclama ainda que em nenhum momento houve contato da Prefeitura de Paranavaí com os conselheiros tutelares para tentar solucionar o problema. “Mesmo assim, o que o MP decidir nós acataremos. Já me prontifiquei à promotoria. Somos conselheiros pela causa e não pelos salários.”

Para solucionar o impasse jurídico, o procurador do município informa que seria necessário que o CMDCA tivesse enviado uma minuta pedindo alteração na lei municipal, mas como o órgão entrou em férias não teria sido possível fazer o encaminhamento. A alteração também precisaria passar pela Câmara. A reportagem entrou em contato com a 5ª Promotoria de Paranavaí, mas a promotora responsável pelo caso estava em audiência.

Eleições De acordo com a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, Angela Carvalho Kotsubo, de qualquer forma seria convocado um processo eleitoral para preencher os cargos de suplência do conselho que estão vagos.

Conforme ela, os interessados em se candidatar a uma das dez vagas cinco efetivos e cinco suplentes do Conselho Tutelar de Paranavaí têm até o dia 10 de março. O mandato vai de abril deste ano a janeiro de 2016 e o processo de escolha será conduzido pelo CMDCA e fiscalizado pelo Ministério Público, com base em leis federal e municipal.

Local O Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Paranavaí fica na Rua Pará, 1.132. Entre os pré-requisitos para se candidatar ao cargo, destacam-se a necessidade de comprovação de experiência na área da infância e juventude, morar no município há pelo menos 2 anos, ter o ensino médio completo e Carteira Nacional de Habilitação. O salário é de R$ 2.292,00.

Outras informações no (44) 3902-1132.