cláusula de barreira e concorrentes portadores de deficiência - concurso público

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Ementa e Acórdão 26/06/2012 SEGUNDA TURMA AG.REG. EM MANDADO DE SEGURANÇA 30.195 DISTRITO FEDERAL RELATOR :MIN. GILMAR MENDES AGTE.(S) : FERNANDO ANTONIO MARCAL GARCIA ADV.(A/S) : BRUNO BANDEIRA DE CARVALHO AGDO.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA Agravo regimental em mandado de segurança. 2. Concurso público. MPU. 3. Aplicação de cláusula de barreira para prosseguimento no certame a candidatos portadores de deficiência. Possibilidade. 4. Ausência de argumentos suficientes para infirmar a decisão agravada. 5. Agravo regimental a que se nega provimento. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os ministros do Supremo Tribunal Federal, em Segunda Turma, sob a presidência do Senhor Ministro Ricardo Lewandowski, na conformidade da ata de julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Brasília, 26 de junho de 2012. Ministro GILMAR MENDES Relator Documento assinado digitalmente Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 2389191. Supremo Tribunal Federal DJe 14/09/2012 Supremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 5

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decisão do STF sobre o caso em epígrafe, muito importante.

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  • Ementa e Acrdo

    26/06/2012 SEGUNDA TURMA

    AG.REG. EM MANDADO DE SEGURANA 30.195 DISTRITO FEDERAL

    RELATOR : MIN. GILMAR MENDESAGTE.(S) :FERNANDO ANTONIO MARCAL GARCIA ADV.(A/S) :BRUNO BANDEIRA DE CARVALHO AGDO.(A/S) :PROCURADOR-GERAL DA REPBLICA

    Agravo regimental em mandado de segurana. 2. Concurso pblico. MPU. 3. Aplicao de clusula de barreira para prosseguimento no certame a candidatos portadores de deficincia. Possibilidade. 4. Ausncia de argumentos suficientes para infirmar a deciso agravada. 5. Agravo regimental a que se nega provimento.

    A C R D O

    Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os ministros do Supremo Tribunal Federal, em Segunda Turma, sob a presidncia do Senhor Ministro Ricardo Lewandowski, na conformidade da ata de julgamento e das notas taquigrficas, por unanimidade de votos, negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator.

    Braslia, 26 de junho de 2012.

    Ministro GILMAR MENDESRelator

    Documento assinado digitalmente

    Documento assinado digitalmente conforme MP n 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Pblicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereo eletrnico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o nmero 2389191.

    Supremo Tribunal FederalDJe 14/09/2012

    Supremo Tribunal FederalInteiro Teor do Acrdo - Pgina 1 de 5

  • Relatrio

    26/06/2012 SEGUNDA TURMA

    AG.REG. EM MANDADO DE SEGURANA 30.195 DISTRITO FEDERAL

    RELATOR : MIN. GILMAR MENDESAGTE.(S) :FERNANDO ANTONIO MARCAL GARCIA ADV.(A/S) :BRUNO BANDEIRA DE CARVALHO AGDO.(A/S) :PROCURADOR-GERAL DA REPBLICA

    R E L A T R I O

    O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES (RELATOR): Trata-se de agravo regimental interposto contra deciso que negou seguimento ao mandado de segurana, ao fundamento de que no h violao a direito lquido e certo por parte da autoridade coatora em selecionar os candidatos mais bem classificados em nmero razovel para prosseguimento nas demais fases do certame, no se observando, no caso, afronta ao percentual de 5% (cinco por cento) legalmente previsto para reserva de vagas destinadas a portadores de deficincia.

    No agravo regimental, alega-se que os portadores de deficincia no se submetem nota de corte para prosseguimento nas demais etapas do certame, tendo em vista o Procedimento de Controle Administrativo n. 200810000017467 do CNJ e o disposto no art. 37, 1, do Decreto 3.298/99.

    o relatrio.

    Documento assinado digitalmente conforme MP n 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Pblicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereo eletrnico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o nmero 2389192.

    Supremo Tribunal Federal

    26/06/2012 SEGUNDA TURMA

    AG.REG. EM MANDADO DE SEGURANA 30.195 DISTRITO FEDERAL

    RELATOR : MIN. GILMAR MENDESAGTE.(S) :FERNANDO ANTONIO MARCAL GARCIA ADV.(A/S) :BRUNO BANDEIRA DE CARVALHO AGDO.(A/S) :PROCURADOR-GERAL DA REPBLICA

    R E L A T R I O

    O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES (RELATOR): Trata-se de agravo regimental interposto contra deciso que negou seguimento ao mandado de segurana, ao fundamento de que no h violao a direito lquido e certo por parte da autoridade coatora em selecionar os candidatos mais bem classificados em nmero razovel para prosseguimento nas demais fases do certame, no se observando, no caso, afronta ao percentual de 5% (cinco por cento) legalmente previsto para reserva de vagas destinadas a portadores de deficincia.

    No agravo regimental, alega-se que os portadores de deficincia no se submetem nota de corte para prosseguimento nas demais etapas do certame, tendo em vista o Procedimento de Controle Administrativo n. 200810000017467 do CNJ e o disposto no art. 37, 1, do Decreto 3.298/99.

    o relatrio.

    Documento assinado digitalmente conforme MP n 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Pblicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereo eletrnico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o nmero 2389192.

    Inteiro Teor do Acrdo - Pgina 2 de 5

  • Voto - MIN. GILMAR MENDES

    26/06/2012 SEGUNDA TURMA

    AG.REG. EM MANDADO DE SEGURANA 30.195 DISTRITO FEDERAL

    V O T O

    O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES (RELATOR): O agravante no trouxe argumentos suficientes para infirmar a deciso agravada, a qual consignou:

    Colhe-se do Edital de Abertura do certame que foram disponibilizadas 6 vagas para o cargo pleiteado e que Anexo II do referido edital, determinou que fossem corrigidas as provas discursivas dos 17 primeiros portadores de deficincia.

    certo que a grande maioria dos editais de concurso pblico estabelece um limite de candidatos considerados aptos em determinada etapa para prosseguir nas demais fases. Trata-se de critrio de avaliao e de classificao a cargo do organizador do certame.

    Nesses termos, no h qualquer violao a direito lquido e certo por parte da autoridade coatora em selecionar os candidatos melhores classificados em nmero razovel, como ocorreu no presente caso, para prosseguimento nas demais fases do certame, no se observando, no caso, qualquer afronta ao percentual de 5% legalmente previsto, para reserva de vagas destinadas aos portadores de deficincia.

    Como j demonstrado pela deciso ora impugnada, perfeitamente admissvel que editais de concurso pblico estabeleam um limite de candidatos considerados aptos em determinada etapa para prosseguir nas demais fases do certame. Trata-se de critrio de avaliao e de classificao a cargo do organizador do concurso, que deve ser estabelecido com razoabilidade.

    Ademais, relevante frisar que a clusula de barreira para prosseguimento no certame aplica-se a todos indistintamente. Contudo, tendo em vista as peculiaridades referentes concorrncia de candidatos portadores de deficincia, a nota de corte a que se submetem deve ser distinta daquela aplicada aos demais, o que se verificou no caso em

    Documento assinado digitalmente conforme MP n 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Pblicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereo eletrnico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o nmero 2389193.

    Supremo Tribunal Federal

    26/06/2012 SEGUNDA TURMA

    AG.REG. EM MANDADO DE SEGURANA 30.195 DISTRITO FEDERAL

    V O T O

    O SENHOR MINISTRO GILMAR MENDES (RELATOR): O agravante no trouxe argumentos suficientes para infirmar a deciso agravada, a qual consignou:

    Colhe-se do Edital de Abertura do certame que foram disponibilizadas 6 vagas para o cargo pleiteado e que Anexo II do referido edital, determinou que fossem corrigidas as provas discursivas dos 17 primeiros portadores de deficincia.

    certo que a grande maioria dos editais de concurso pblico estabelece um limite de candidatos considerados aptos em determinada etapa para prosseguir nas demais fases. Trata-se de critrio de avaliao e de classificao a cargo do organizador do certame.

    Nesses termos, no h qualquer violao a direito lquido e certo por parte da autoridade coatora em selecionar os candidatos melhores classificados em nmero razovel, como ocorreu no presente caso, para prosseguimento nas demais fases do certame, no se observando, no caso, qualquer afronta ao percentual de 5% legalmente previsto, para reserva de vagas destinadas aos portadores de deficincia.

    Como j demonstrado pela deciso ora impugnada, perfeitamente admissvel que editais de concurso pblico estabeleam um limite de candidatos considerados aptos em determinada etapa para prosseguir nas demais fases do certame. Trata-se de critrio de avaliao e de classificao a cargo do organizador do concurso, que deve ser estabelecido com razoabilidade.

    Ademais, relevante frisar que a clusula de barreira para prosseguimento no certame aplica-se a todos indistintamente. Contudo, tendo em vista as peculiaridades referentes concorrncia de candidatos portadores de deficincia, a nota de corte a que se submetem deve ser distinta daquela aplicada aos demais, o que se verificou no caso em

    Documento assinado digitalmente conforme MP n 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Pblicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereo eletrnico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o nmero 2389193.

    Inteiro Teor do Acrdo - Pgina 3 de 5

  • Voto - MIN. GILMAR MENDES

    MS 30.195 AGR / DF

    comento. Nesses termos, no vislumbro violao a direito lquido e certo por

    parte da autoridade coatora em selecionar os candidatos mais bem classificados em nmero razovel, como ocorreu no presente caso, para prosseguimento nas demais fases do certame.

    Ante o exposto, nego provimento ao agravo regimental.

    2

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    Supremo Tribunal Federal

    MS 30.195 AGR / DF

    comento. Nesses termos, no vislumbro violao a direito lquido e certo por

    parte da autoridade coatora em selecionar os candidatos mais bem classificados em nmero razovel, como ocorreu no presente caso, para prosseguimento nas demais fases do certame.

    Ante o exposto, nego provimento ao agravo regimental.

    2

    Documento assinado digitalmente conforme MP n 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Pblicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereo eletrnico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o nmero 2389193.

    Inteiro Teor do Acrdo - Pgina 4 de 5

  • Deciso de Julgamento

    SEGUNDA TURMAEXTRATO DE ATA

    AG.REG. EM MANDADO DE SEGURANA 30.195PROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR : MIN. GILMAR MENDESAGTE.(S) : FERNANDO ANTONIO MARCAL GARCIAADV.(A/S) : BRUNO BANDEIRA DE CARVALHOAGDO.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DA REPBLICA

    Deciso: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. No participou, justificadamente, deste julgamento o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2 Turma, 26.06.2012.

    Presidncia do Senhor Ministro Ricardo Lewandowski. Presentes sesso os Senhores Ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes, Cezar Peluso e Joaquim Barbosa.

    Subprocurador-Geral da Repblica, Dr. Francisco de Assis Vieira Sanseverino.

    p/ Fabiane DuarteSecretria

    Documento assinado digitalmente conforme MP n 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Pblicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereo eletrnico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o nmero 2518409

    Supremo Tribunal Federal

    SEGUNDA TURMAEXTRATO DE ATA

    AG.REG. EM MANDADO DE SEGURANA 30.195PROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR : MIN. GILMAR MENDESAGTE.(S) : FERNANDO ANTONIO MARCAL GARCIAADV.(A/S) : BRUNO BANDEIRA DE CARVALHOAGDO.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DA REPBLICA

    Deciso: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. No participou, justificadamente, deste julgamento o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. 2 Turma, 26.06.2012.

    Presidncia do Senhor Ministro Ricardo Lewandowski. Presentes sesso os Senhores Ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes, Cezar Peluso e Joaquim Barbosa.

    Subprocurador-Geral da Repblica, Dr. Francisco de Assis Vieira Sanseverino.

    p/ Fabiane DuarteSecretria

    Documento assinado digitalmente conforme MP n 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Pblicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereo eletrnico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o nmero 2518409

    Inteiro Teor do Acrdo - Pgina 5 de 5

    Ementa e AcrdoRelatrioVoto - MIN. GILMAR MENDESDeciso de Julgamento