claudio borba - direito tributário - teoria e 1000 questões - capítulos 1 e 2 (2007)

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5/10/2018 ClaudioBorba-Direitotributrio-Teoriae1000Questes-Captulos1e2(2007)-slidepdf.com http://slidepdf.com/reader/full/claudio-borba-direito-tributario-teoria-e-1000-questoes-capitulos-1-e-2-2007 1/28 , SERlE PROVAS E CONCURSOS Direito Tributario 1 TEORIA E 1000 OUESTOES 22' EOI~Ao ATUALlZAOA ATE A EC 53/2006. PHD NOVO CODIGo CIVil E ATUAlIZA~OES DO CODIGO DE PROCESSO CIVil E PElA LEI COMPLEMENTAR 122/2006 ."tiI(••• ei Qualidade ~~NPA~~ -_IE Preencha a ficha de cadastro no final d es le liv ro e recebo grotuilomente informoc;6es sobre os lonc;omentos e as promoc;6es da EditoraCampus/Elsevier .. Consulle tornbem nosso cotoloqo complete e ultirnos lanc;amenlos em www.campus.com.br ELSEVIER Claudio Borba 2' Tiragem CAMPUS CONCURSOS

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,

S E R lE P R O V A S E C O N C U R S O S

D i r e i t o

T r i b u t a r i o1

T E O R I A E 1 0 0 0 O U E S T O E S

2 2 ' E O I ~ A o A T U A L lZ A O A A T E A E C N ° 5 3 / 2 0 0 6 . P H D N O V O

C O D IG o C IV i l E A T U A l I Z A ~ O E S D O C O D IG O D E P R O C E S S O

C IV i l E P E lA L E I C OM P L E M EN TA R N ° 1 2 2 / 2 0 0 6

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Qualidade

~~NPA~~- _ I E

Preencha a ficha de cadastro no final desle livro

e recebo grotuilomente informoc;6es

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C la u d i o B o rb a

2' T i r a g e m

CAMPUSCONCURSOS

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1 2.24. A gente F isca l de T ributos Estadua is - SE FAZ - P I- 2001 .... 743

12.25. Agente Tribu tario Estadual- ATE - M ato G rosso do Sui - 2001 . . 746

1 2.26 . A uditor do T esouro M unic ip al - P re fe itu ra M un ic ipa l d e N ata l ..

1 2,27 . F isca l de Tributos de M ato G rosso - O utubro de 2001 ....

, . 753

. . . , . 756

1 2.28. F isca l de T rib utos M unic ipa is - N ive l S upe rior - B elford R oxo -

R J - 2001 , . . . , 760

1 2.2 9. A ge nte F is ca l d e R en da s - S ec re ta ria d e E sta do d os N eg oc io s

da F azen da - E stado de S ao P aulo - Janeiro de 2 002

12,30. F isca l de T ributos - Prefe itura de N itero i - 2002 .

1 2.3 1. P ro cu ra do r F ed er al d e 2 0 Catego ria - UnB/CESPE - AGU - 2002, 771

12.32, Aud itor F isca l da Receita Federa l- AFRF - 2002. . .. . 775

1 2.33 , C oncurso P ub lico para F isca l de T rib uto s E stadua is - P ara - 2002 ..

1 234. P rova de Tecnico da R eceita F edera l - E SAF - Feve re iro de 2006 .

76 7

, 7 69

78 2

78 6

CAPiTULO 13

Provas Simuladas 791

Bibliografia 87S

Capitulo ' I

lntroducao

A existencia de urn Estado se deve ao faro de que uma sociedade, para so-

breviver, precisa Sf organizar e lazer corn que cer tos objet ivos sejarn a lcanca-

dos ou, ao rnenos, perscguidos incansavelmerue.

A Constituicao federal deterrnina, em seu art . 3", quais sao os obj etivos

[undamcntals cia Republica Fedcrativa do Brasil:

Art. 3". Constituern objetivos fundamentals cia Republica Federa-

tiva do Brasil:1-construir uma sociedade livre, jus ta e solidar ia;

II - garantir 0 desenvolvimento naeional;

III - e rradicar a pobreza e a margina li zacao e reduz ir as desigual-

dades sociais e regionais;

IV - promover 0bern de todos, scm preconceitos, raca, sexo, cor ,

idade e quaisquer outras formas de discr iminacao.

Para poder Iuncionar e cumprir seus deterrninados fins, 0Estado necessita

estruturar-se, como qualquer outra organizacao, ter eleitos patrimoniais e de-

senvolver atividades f inanceiras, arrecadando recursos para os dispendios exi-

gidos para sua existencia e seu Iuncionamento, e tendo acesso a instrumcntosde credito , alern de adequar receitas e despesas atraves de mecanismos sistema-

ucos de planejarnento orcarnentario.

A ariviclade I inanceira do Estado solre a inf luencia de discipli nas de carater

cientrfico, isto e, regidas por leis extraidas ciaobservacao dos lenomenos e que

afirmam que, em determinadas condicoes, ciapratica de ccr tos atos dccorrerao

cer tas consequencias , Tais disciplinas sao asseguintes, na licao de Rubens Go-

mes de Souza, em sua ohm C om p en ciio d e L eg ;is /w ;d o T rib Lltc ir ia , Ed. l-inancci-

ras, Rio dc lanc iro, 1964:

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Di re ito T ri bu tar ic - C la ud io Bo rb a CAMf' t IS Cap it ul o I l nt roducao

~~I

~ Iu

~I

~ I I<n

(I ) EWllomia FilldnCfira, que cstuda os elementos cconornicos disporuvcis

ao Esrado e os rccursos a disposicao, obiidos cia explorucao do seu pro-

prio patrimonio ou do patrirnonio de tercciros, a Iim de resolver proble-

mas linanceiros:

h) l 'o lttiUl Financfim, que escolhe, dcntre os elementos e recursos elenca-

dos pcla Economia Financeira, aquelcs que dcvern scr indicados na pra-

r ica, em cada caso par ti cula r;

c ) T t' cn ic a Finl1nceira, Iinulmcrue, t' a par te da c ie ri ci a da Adrnini st racao

que cstuda a atividadc do Estado sob 0ponto de vista das conclusocs cia

Polu ica Fiuauccira para cadu casu par ti cula r.

• cxigencia de tributes que vieram , a o correr do tempo, ganhando signili-

cades dil erentes, s cndo inicialrnerue prestacocs em bens ou rnoeda exigi-

da pelos vcncedorcs dos povos vencidos, pelo se n hor feudal dos vassalos,

pela r ealeza dos sudito s e. modcrnarncntc, prestacces apenas pccuniar ias

exigidas peios Estados dos cidadaos.

A cvolucao destas Iorrnas de obtcncao de recursos vern, com 0 passar dos

tempos, ganhando contornos mais modernos e dernocraticos e sendo objeto de

estudo de diversos juristas que acabararn pm dividi-las em dois grandes grupos

de ingresses publicus, dilerenciados pclo carater de rcsutuihilidadc, prcscnic

em urn dos grupos e ausente no Dutro.

Ao grupo de ingressos puhlicos do qual a rcstituicao nao e caractertstica, os

doutrinadores charnaram de reccitas, em contrapartida com os ernprestimos

que, obv iamcnte, ter n de ser elevolvidos.

Por tanto, con lorr ne ensina Alior nar Baleeiro , em Uma lnlrociw;do c t C i t'n c ia d a s

Finan (a s , Ed. Forense, Rio de janei ro (p. 110) , rcceita ( "a entrada que, in tegran -

do-se ao patrimonio publico sern quaisquer reservas, condicoes ou correspon-

dencia no passive, vern acrescer 0 seu vulto, como clemente novo e positive".

Estas receiias podern ser originarias ou derivadas, dependendo de ser obti-

das da exploracao do patrimonio da propria administtacao ou do patrimonio

de particulates:

Estas ciericias das fin ancas apenas orien turn a atuacao cia admiuistracao,

necessirando 0C;overno de norrnasjurrdicas que tornern as suas decisoes cxi-

g lvei s perante a populacao.

Atualmentc, a materia e rcgulada nao S(, pcla Constiruicao federal, mas

iambem pela Lei nl.!4.320, de 17/03/l964, que [ixa normas gerais de Direito Fi-

nanceiro aplicaveis na elaboracao e no controle dos orcamentos e balances da

Uniao, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munictpios, que continuum a vi-gorar no que nao Iorem conflitantes com a Constituicao.

Portanto, as Iorues e a administracao dos recursos Iinanceiros do Estado sao

primeirarnente estudadas pela Ciencia das Financas e normatizadas pelo Direi-

to Financciro em scus quatro grandes capuulos: a Receita, a Despesa, 0Credi-

to PUblico e 0Orcamento . Desses capuulos, int ercs sa -nos 0da Rcce it a Publi ca

e, dentro dele, 0 das Receitas Tributarias,

No que d iz r espeito a s recei tas publicas, 0 Estado como organizacao vern,

atraves dos tempos, alterando a forma de obte-las, valendo-se dos mais diver-

sos meio s, tais como :

CONTRIBUI~6ES

D E M E L H O R IA

• extorsoes sobre outros povos, que constituern as reparacoes de guerra,

mode rna mente ainda utilizadas, ernbora de mancira velada, atraves de

mecanismos econornicos;

• cobranca de penalidades pecuniarias, que sao as ruultas pcla pratica de

atos ihcitos:

• utilizacao de conlisco. atraves cia apropriacao total ou parcial da proprie-

dade privada;

• exp loracao do sell proprio patr imon io, po r mcio de venda de hen s e serv icos;

• cmprcstimos quer scjarn compulsorios ou lucultattvos:

• doa<.;()cs de quulqucr natu reza, o riundas cla liber alid ade de tcrcr iros:

r§TAXAS

no

2s :

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4 C A M P U S Capitulo I - lnt roducaoi re ito T ri bu tar io - Cl audi o Bo rb a FLSEVllm

su

'"Ingresso Publico - E todo aquele valor que entra para os corres da Uniao ,

dos Estados, do Distrito Federal e dos Municipios. E importante nao conlundtr

ingresso publico com tarila ou prec,;opublico, uma vez que, enquanto 0primei-

ro cria apenas urna relacaojuridica do Poder Publico para com 0usuar io , os se-

gllndos criam duas rclacoes jundicas, a saber, do Pcder Publico para com a

concess ionaria ou permiss ionaria do service publico e des tas COI11 0 usuario ,

conforme se pock observar nas f iguras a seguir :

II - as terras devolutas indispensaveis a defesa das fronteiras, das

fortificacoes e construcoes militares, das vias federais de cornuni-

cacao e a preservacao ambiental , def inidas em lei;

lll-os lagos, rios e quaisquer correntes de agua em terrenos de

seu dorntnio, ou que banhem mais de urn Estado, sirvam de li-

mites com outros parses, ou se estendam a territorio estrangei-

ro ou dele provenham, bern como os terrenos marginais e as

praias fluviais;

IV - as i lhas fluv iai s e lacust res nas zonas li rmt rofes com outros

patses; as praias marttimas; as ilhas oceanicas e as costeiras, exclui-

das, destas, asque contenham a sede de Munictpios, exceto aque-

las areas afetadas ao service publico e a unidade ambiental federal ,

e as referidas no art. 26, II;

V - os recursos natu rais da pla ta forma continental e da zona eco -

n6mica exclusiva;

VI - 0mar territorial;

VII - os te rrenos de marinha e seus acrescidos;

VIII - os potenciais de energia hidraulica;

IX- os recursos minerais, inclusive os do subsolo;

X - as cavidades naturais subte rraneas e os si tios a rqueologicos e

pre- historicos;

Xl - as terras tradicionalrnente ocupadas pelos indios.

['(lllLR PU~l.l(()

DU<I.'> rclucoc-, jundtcas

PODLR 1IJIl11Ul

Receitas Publicas Originarias - Sao aquelas obtidas atraves cia exploracao

do proprio pat rimonio da adrninist racao, por meio da venda de bens ou servi -

cos. Neste caso , a administracao a tua sem exerce r 0 seu poder de soberania,

nao havendo, pois, obrigatoriedade no seu pagamento pe lo part icu lar. Sao,

por tanto, receitas contratuais de c1ireito privado, tam bern charnadas receitas

patri rnoniais,

Para que possamos entender perfeitarnente o concerto de receita originaria

ou patrimonial, necessario se Iaz verificar 0 l[ue c considerado bern publico.

Art . 26 da CF. Inc luem-se ent re os bens dos Estados:

I-as aguas superf iciais ou subterraneas, f luentes, emergent~s e

em deposito , ressalvadas , nes te caso, na forma da lei , as dec orren-

tes de obras da Uniao;

II-as a reas, nas ilhas oceanicas e costei ras, que est ive rem no seu

dommio, excluidas aquelas sob dominio da Uniao, Municipios ou

terceiros;

I II - as i lhas f luviais e lacus tres nao per tencentes a Uniao;

IV - as te rras devolutas nao compreendiclas ent re as da Uniao.Art. 20 da CF. Sao bens da Uniao:

1- os que a tua lmente lhe pertencem e os que the vie rern a se r at ri-

butdos;

Os bens citados nos dispositivos constitucionais nao sao naturalmente os

unicos pertencentes a Uniao, aos Estados, Dist rito Federa l ou Municipios. 0

Codigo Civil , no art . 99 e paragrafo unico, e mais abr-ingente na conceituacao

deste patrim6nio publico:

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Di rei to T ribut ar io - Cl audi o Bo rb a FLSEYIEI{ CAMPUS Capitulo I - lnt roducao

~coU

~ Art. 99. Sao bens publicos:

I - os de uso comum do povo, ta is como rios, mares, estradas, ruas

e pracas;

II-os de usa especial, tais como edificios ou terrenos des tinados a

se rvice ou estabelecimento da administracao federal , e stadua l,

terri torial ou municipal , inclusive os de suas autarquias;

III - as dorninicais, que constituem 0patrim6nio das pessoas juri-

dicas de di rei to pub lico, como obj eto de direito pessoal , ou real,

de cada uma dessas entidades,

Paragrafo unico, Nao d ispondo a le i em contrario, consideram-se

dorninicais os bens pertencentes as pessoas juridicas de direito

publ ico a que se tenha dado est rutura de d irei to privado.

No Direito Constitucional brasile iro scr ia inqualilicavcl absurdoafir-

mar que a cobranca dos emprestimos compulsorios nao f ica subme-

tida ao regime dos tributes: sendo assim, os autores que nao atri-

buem natureza tributaria os subrnetern a duplo regime jund ico c . . . )

E no tocarue ,1scontribuicoes puraliscais:

Ora, se a estrutura org,lnica de materia trlbutave I e que lhe em-

pre sta sua natureza jurtdica, a evidencia, sempre que tal estrutura

se conlormar as regras gerais que hospedam os princ ipios pro-

pries do Dircit o Tributario , sua natureza jurtdica esirutural so

pock sc r iornada C01110 tributaria.

De conlormidade com estas opiniocs que, rnodernamente, prcdominarn en-

tre os doutrinador cs, se uverrnos que cvcntualrncntc optar em considcrar os

ernprestirnos cornpulsorios e as contribuicoes paraliscais como tributos, evi-

dcntcmcntc vamos considcra-Ios como tal.

Ressalte-se, ainda, a criacao de nov os tipos de coruribuicoes que cornecam a

surgir, como aquela cr iada pela Emenda Const itucional n" 39 . de 19/1212002,

para 0 custeio do servico de ilurninacao publica, a ser cobra da pelos Munier-

pi os e pelo Distrito Federal, conlorme art. 149-A da Consti tuicao Federal.

o estudo destas rcccitas tributarias ganhou tarnanha impor tanc ia e s ign ifi -

cado que acabou por Iazer com que surgisse, atraves de uma especializacao

dentro do Diretto Financciro, um novo ramo de direito publico, que e 0 nosso

Diretto Trihutario:

o art. 103 do mesmo Codigo Civil cria 0concei to e rnbr iona rio de rece ita ori-

ginar ia ou patrimonial , ao auior izar a rernuneracao do uso des te patrimonio:

Art. 103.0 usa comum dos bens publicos pode ser gratuito ou re -t ributdo, conforme for estabelecido legalmente pela ent idade a

cuja administracao pertencerem.

Reeeitas Publicas Derivadas - Sao as receitas para cuja auler idade, 0 Esta-

do adona a sua condicao de soberania, exigindo-as de forma cornpulsoria, ex-

plorando Iinanc eiramcnte bens pertencentes ao patrimonio de particulates.

Sao coercitivamente impostas ao cidadaos, constituindo receitas obrigatorias

de direito publico.

Portanto, os tributos sao ingressos publicos proprios derivados (receitas

derivadas) que, para alguns doutrinadores, sao definidos como impostos, taxas

e contribuicoes de melhoria e, para outros, tam bern os ernprestimos cornpulso-

rios e as contribuicocs parafiscais.

No tocante ao cara re r t ribu ta rio dos e rnprc st imos compulsorios e das con-

tribuicocs parafiscais, c importantc citar a opiniao de lvcs Gandra Marlins, em

sua obra S is t em a T rih utd rio n a C o n.s ti tu i(a .o de 1988, Ed. Sara iva , Sao Paulo .

1990, no tocante aos primeiros.

i\ Constituicao Federal cit a hens dominio da Uniao e dos Estados nos arts.

20 c 26, rcspcctivamcruc:

('()N.<;TIII'(I()NAI

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Direito Trlbuta rio - C laudio Borba ELSFYIER

1:oU

"Desta forma, 0Diretto Tributar io e um ramo do direi to publico com objeto,

principios e ins ti tutes proprios, mas que tern urna relacao de dependencia com

os dernais rarnos, dada a unicidade do Direi to .

Capitulo '2

Tributos

2.1. Definlcao

E a principal especie de receitz

como melhor conceito 0 descrito

TRIBUTO E TOO

s !C(

EMMOEDA OU CUJO

S IQUE NAo CONSTI

INS!

COBRADA MEDlANT

PLENA

Numa anal ise cuidadosa dess

dientes que dis tinguern um tribu

1) e um encargo financeiro de

contrihuin te e ohrigado a t

a der ivada obtida pelo ( jrgao tributante e tern

no proprio CTN, em seu art. 3'2:

A PRESTAcAo PECUNIARIA ~

-)M-P-U-L-SO-'R-IA-------------" < J

J

=rl=U=j=D=A=P=O=R==LE=I================~1~

E ATVIDADE ADMNISTRATIVA

( JMENTE VINCULADA

VALOR NELA SEPOSSAEXPRIMR

TUA SANCAo DE ATO ILlClTO

e conceito, e Iacil encont rar todos os ingre-

to de qualquer ou tro t ipo de recci ta esta tal :

natureza pecuniaria e compulsoria, no qual 0

' ntregar dinheiro, pecunia, ao Estado;

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12

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3)

Direito Tributario - Claudio Borba CAMPUS Capitulo 2 - Tributes 13

o tribute deve ser pago em valor mcnetario direto (rnoeda, cheque ou

vale postal), nao podendo alguern liquidar uma divida tributaria me-

diante a uti lizacao de eleitos patrimoniais au s imbolicos diversos, salvo

se a lei tributaria expressamente a autor izar .

o tribute nao pode ser confunelido com punicao por comprornetimento

de ato ilicito. A sancao ou apenacao por ato ilicito e represeniada pela

penalidade pecuniaria , que caracteriza uma outra modalidade de receita

derivada estatal;

4) somente a lei pode inst ituir ou aumentar tributo , na o podendo a adrni-

nistracao fiscal Iazer isso a seu critcrio; 0pr in c ip io a u l ega l idade e a pri-

meira Iimitacao constitucional a cornpetencia tributaria;

5) a divida const itutda em re lacao aos t ributes devera ser cobrada por auto -

r idaele adminis trat iva competente, que atuara atendcndo ao que estabe-

Ieee a legi slacao especrfica. 0 a to de cobrar tributes dos cont ribui rues

nao podera ser di scric ionario, i sto e, tera que se r vinculado a le i, nos l i-

mites da lei . Na atividade vinculada, a autoridade administrativa agira

exatarnente como determina a norma legal;6) tributo nao se confunde com tar ifa ou prec;o publico, como e ° caso da

conta ele luz residencial, conta de telefone, coma de gas, passagem de

onibus, metro, barcas e outros prec;os publicos.

para 0 custeio do service de iluminacao publica, a ser cobrada pelos Munict-

pios e Distrito Federal, conforme 0 art. 149-A da Constituicao Federal.

Aseguir, vamos estudar a diferenciacao entre irnpostos, taxas e contribuicoes

de rnelhoria, alem elos ernprestimos compulsorios e contribuicocs parafiscais,

2 .2 .1 . T axa s

Antes de estudarrnos os dispositivos constitucionais e do CTN a respeito

clas taxas, e importante que se faca uma distincao entre esse t ipo de tribute e as

tarilas ou prccos publicus.

Os doutrinadores tern se debrucado no esiudo dos criterios de dilercncia-

cao; no entanto , 0que nos parece mais logico e pragmatico C 0 fa to de que, en-

quanto a taxa cria apenas uma relacao jurtdica do Poder Publico para com 0

usuar io , os precos publicos on tar ifas criam duas relacoes jur tdicas, a saber , do

Poder Publico para com a concessionaria ou permtssionaria elo service publico

e destas com 0 usuario, conforme se pode observar nas Iiguras a seguir:

2.2. Especies de Tributos

A Constituicao Federa l (art. 145) eo CTN (art. 5!'.) relacionam como tribu-

tos : impostos, taxas e contr ibuicoes de melhoria; adernais, em dispositivos sub-

sequentes, ambos se relerem aos ernprestimos cornpulsorios e as contribuicoes

parafiscais (ou especiais), incluindo-os, pois, no sistema tributario e sujeitan-

do-os as reg ras de tributacao.Oesta forma, existe uma discussao doutrinaria a respeito do carater tributa-

rio destas duas receitas, COIll alguns doutr inadorcs as considcrando tributes e

outros discordanclo desta classi fica( ; - i ' i°,conforme ja loi comeruado na inrrodu-

cao des ta obra,

Para eleito ell 'prova objet iva, no cntanto, sempre que tivermos que optar se

consideramos ou nao como t ributes, vamos considcra -los como tal .

Ressalta-se. ainda, a criacao de novos tipos de contr ibuicocs que cornccam a

surgir, como aquela criada pela Erncnda Constitucional 1 1 ' - ' 3l), dc 19/1212002,

PODEll PIIBLlCO

rOJ)l'R PUBLIc()

Ainda com relacao aos criterios de dilerenciacao, citamos 0ensinameruo de

Marcelo Alexandrine e Vicente Paulo, que fazem urn paralelo entre esses COI1-

cei tos r ia obra D i re i to T r i bu t a ru : no C o ns ti tu i( :[ w e n o S TF (5. ed. , Rio deIaneiro,

Impetus Dcsenvolvimenro Educacional , 2002, p. 15\ cuja leuura rccornenda-

mos por sua exce lcncia.

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CAMPUS Capitulo 2 - Tributosi rei to Tr ibut ar lc - C laudi o Borb a FLSEVJJ' :R

Il-axas, em razao do exerc ic io do poder de pol icia ou pe la uti li-

zacao, efetiva ou potencial , de services publicos espectf icos e divi-

stveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposicao;

PRE(:O PUBLICO (TARIFA)

De uma anal ise inicial desse dispositivo , podemos observar que as ta-

xas podcm ser cobradas pelo exerctcio do poder de policia (taxas de pol t-

cia) Oll pe la u t il izacao de services publicos por parle da po pulacao (taxas

de service).

No entanto, as normas gerais relativas it sua instituicao estao previstas nos

arts. 77 a 80 do Codigo Tributario Nac iona l:

Regime jundico contratual

jundico de direuoC . . )

§22 . Astaxas nao poderao ter base de calculo propria de impostos.

Compulsoricdadc , nao havcndo

autonornia de vontacle

Decorte de autonomia de vonrade

do usuario

Nao admire rcscisao Admitc rescisao

Pagamento proporcional il utilizacao

S() a utilizacao cletiva enseja

cobranca

rode scr cobrada pela utilizacao

do service

Art. 77. As taxas cobradas pela Uniao, pelos Estados , pelo Dis tr i-

to Federal ou pelos Municipios, no ambito de suas respectivas

atr ibuicoes , tern como fato gerador 0 exerctcio regular do poderde pohcia , ou a u til izacao, e fet iva ou potencial , de se rvico publ i-

co espectf ico e divis tvel , prestado ao contr ibuinte ou posto a sua

disposicao.

Sujeicao aos princtpios tributaries Nao-sujei<;ao aos principios

tributarios

Finalizando 0 t crna , o Supremo Tribunal Federal , a traves de sua Surnula

n" 545, estabelcce ouiro criterio de distincao entre taxa e. tarifa ou preco de ser-

vico publico, destacaudo a cornpulsoriedade e 0 carater legal:

Paragrafo unico. A taxa nao pode ter base de calculo ou Iato gera -

dor identicos aos que correspondam a imposto, nem ser calculada

em funcao do capital das empresas.

Antes de analisarmos 0 caput do dispositive, e importante chamar a atencao

para 0 seu parag rafo unico , juntamente com o § 2~do art. 145 da Constituicao

Federal, transcrito anteriorrnente.

• Enquanto 0 disposi tivo consti tuc iona l protbe que as taxas tenham base de

calculo propria de impostos, 0 CTN protbe que tenha base de calculo ou Iato

gerador proprios de irnpostos e que sejam calculadas em virtude do capital das

ernpresas, impondo, por tanto , normas mais ngidas.

No ql lc diz respei io an ca ru t , podemos represerua- lo da seguinte forma:

Sumula nQ 545, STF

"Precos de services pub l ico s e taxa s ndo se c on fu nd em , p or qu e e st as , d ife rc nt e-

m e nt e d aqu ele s, s ao c om p ul s6r ia s e te m s ua c ob ra ru ;a w n di ci on ad a a previa au -

t o r iz a (a o o f (a m e n t a ri a , em re la (ao a lei q u e a s i n s ti t ui u ."

Estabelecidas as difcrencas. a taxa como especie de tribute esta prevista no

art . 145, 1I, da nossa Constuuicao Federal:

Art . 145. A Uniao , os Estados, 0 Distrito Federal e os Municipios

poderao instituir os seguintes tributes:

(...)

, , _ I

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Exercicio

regular

do

podcr

de

pohciu

Direi to Tributario - Claudio Borba ELSEVIER Capitulo 2 - Tributos 17CAMPUS

Paragraio unico, Considera-se regular 0 exercicio do poder de polfcia

quando desernpenhado pelo orgao competente nos limites da lei apli-

cavel, com observancia do processo legal e, tratando-se de arividade

que a lei tenha como discricionaria, sem abuse (JU desvio de poder.

Faro gerador

da taxa

No que diz r espei to ao poder de pol tc ia, va le transcrever li coes de Hely Lo-

pes Meirelles (Dircit« A d m in i sl ra li vo B ra s il ei ro , 14. ed. , Sao Paulo, RT, 1989).

Poder de policia e a faculdade de que dispoe a Administracao Publica

para condicionar e restringir 0uso e gozo de bens, atividades e direi-

tos individuais, em benehcio da colet ividade ou do proprio Estado.

Desde ja convern dist inguir a policia adrninistrativa, que nos inte-

ressa neste estudo, da pol tc ia j udic iari a e da policia de manu ten-

< ; f l O cia ordem publica, esrranhas as nossa cogitacoes. Advir ta-se,

porern, que a policia adminis trat iva inc ide sobre os bens, direi tos

e atividadcs, ao passo que asoutras atuam sobre as pessoas, 111(l1vi-

dualmente ou indiscr iminadamente. A policia adrninistrativa e

inereme e se difunde por toda a Adrninistracao Publica, enquanto

que as dernais sao privativas de determinados orgaos (Pohcias Ci-

vis) ou corporacoes (Pohcias Militates).

• A r azao do poder de pohcia e 0 interesse social, e 0seu fundamen-

to esta na suprernacia geral que 0 Estado exerce em seu territorio

sobre todas aspessoas, bens e atividades, suprernacia que se revela

nos mandarnentos constitucionai s e nas normas de ordem publi -

ca, que a cada passo opoem condicionamentos e res tr icoes a~)sdi-

rei los individuais em favor da colet ividade, incumbindo ao Poder

Publico 0 seu policiamento administrative.

A cada rest ricao de di rei to individual - expressa ou irnpl ici ta em

norma legal- corresponde equivalente poder de policia adrninistra-tiva a Administracao Publica, para torna-Ia efenva e Iaze-la objetiva.

cletiva

de service publico

especifico e divisivel

presiado Oll

Da in terpretacao do art . 77 do CTN ressa lt e-se 0 fato de que as taxas saot ributos vinculados, isto e , aqueles que revelam no aspecto material do faro

gerador a presenca de atividade estatal diretarnente vinculada ao sujeito

passive.

2 .2 , L I. T ax as d e Policia

Sao taxas cobradas pelo exercicio regular do poder de policia pela autor ida-

de cornpe ten te. 0 a rt. 78 do CTN define 0 que vern a ser 0poder de pohcia e 0

seu exercicio regular:

Art . 78. Considera-se poder de pohcia atividade da administracaopublica que, limitando ou disc iplinando di rei to, interesse ou l i-

berdade, regula a pra tica de ato ou abstencao de fato, em razao de

interesse publico concernente a seguranca, a higiene, a ordem, aos

costumes, a di sc ipl ina da producao e do mercado, ao exerc ic io de

atividades econornicas dependentes de concessao ou autor izacao

do Poder Publico, a tranquilidade publica ou ao respeito a proprie-

dade e aos direi tos individuais ou colet ivos .

Como exernplo de taxas cohradas pelo exercicio regula r do poder de poll-

cia, podernos enurnerar:

• • taxa de inspecao sanitaria (TlS): cobrada por var ios Municipios dos esta-

belecimentos que possuem ins talacoes sanirar ias, como res taurantes, ba-

res c congenercs, pe la Iisca li zacao real izadu pe!o Poder Publico nestas

mcsmas instalacocs;

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Direito Tributario - C l au di o B o rb a CAMPUS Capitulo 2 - T ri bu to s

• taxa de obras ern lograclouros publicus (TOLP): cobrada clasempreitciras

que realizarn obras publicas pelo controle do Poder Publico no que diz

respc ito ao cumprimento do cronograma, das normas de seguranca e de

outros dctalhcs contratuais;

• • taxa de alvara (TA): cobrada em luncao da autorizacao que 0 municipio COI1-

cede para que urn estabelecimeruo possa se instalar em dcierminado local.

(_)individuo racional quer e pede todos osservices proptcios a higie-

ne, ,1 saude publica, a incolumidade propria, da familia ou de terce i-

ro s etc. Mas, se irracionalmente os recusa ou os negl igencia, a le i

pode obriga-lo ao usn de tais services, ate no interesse clacoletivida-

de. Certos services trazern vantagern pela sua existeucia mesrna, ua

previsao de que poss;.lmser indispensaveis numa ernergencia, como

os de cornbate ao incendio, 0de ambulancias de pronto-socorro etc.

Sepermanecem de proniidao, noitc e dia, representarn vantagern ele-

i iva para quem pode dispor deles numa vicissi tude, que pende sobre

a cabeca de todos . 0 custo ser ia csmagador sc fosse cobrado de cada

um que a des tivesse de recorrer, Cobrado pelo usn potencial , asse-

melha-se a um seguro ou prcvidencia contra 0 risco certo quaruo a

sua probabilidadc c incerto quanto a pessoa que va solre-lo.

2 .2 .1 .2 . T axas de Service

No que diz rcspeito a t axa cobrada em virtudc da ut ili zacao de services pu-

blicos, ()CTN dedica (]art. 79, cxplicando 0que vern a ser serv ice espec ifico e

divisivel, COIllO tam hem a diferenca entre uti lizacao efetiva e potencial :

Art . 79. Osservices publicos a que se refere 0art. 77 consideram-se:

I - utilizados pelo contribuinte:

a) efe tivamente , quando por ele usufruidos a qualquer utulo;

b) potencialmente, quando, sendo de uti lizacao cornpulsoria, se-

jam postos a sua disposicao mediante atividade adrninistrativa em

efetivo funcionamento;

II - espectf icos , quando possam ser clestacados em unidades auto-

nornas de intervencao, de uti lidade ou de necessidade publicas;

III - divisiveis, quando suscenveis de utilizacao, separadamente,

por parte de cada urn dos seus usuaries.

E importante que sejam tecidos cornentar ios a respeito das def inicoes pre-

vi stas no art. 79 do CTN.

• Servico especi fico - quando puderern se r destacados em unidades au to-

nornas de atuacao da administracao. Como exernplo, a exisiencia do Cor-

po de Bombei ros para 0 risco potencial de fogo. Em outras palavras, 0

contribuinte sabe exatamente por qua l a tiv idade estaial espcc ifi ca ell 'esta pagando 0 tributo.

Urna boa visao do que e service cspectfico , em co n t raste aos services

gera is, esta na li cao de Roque Carraza:

Os services publicus se dividem em gerais e espcctf icos . Os servi-

cos publicos gerais, diros tarnhcrn universals , sao os prestados uti

universi , isto e, indist intamente a toelos os cidadaos, Ell'S alcan-

earn a comunidade , como um toe lo considerada , benef iciando

numero indeterminado (ou, pelo rnenos, indeterrninavel) de

pessoas. E 0 caso dos services de il uminacao publica, de segu-

ranca publ ica, de d iplomae ia , de de lesa externa do pa is e tc.

• Ut il izacao efet iva - oeorre quando 0 service ell ' Iato e uti lizado pelo con-

tribuinte.

• Uti lizacao potencial- quando, mesmo nao uti lizado eleuvamente 0ser-

vico, considera-se potencialmente uti lizado pelo contr ibuinte. Desta for-

ma,o Iato de urn proprietario ell 'urn imovel nunca ter eferivamente uti li -

zado 0servico do Corpo de Bombeiros nao dispensa 0pagamento da taxa

ell:incendio, ja que 0 service foi coloeado ~lsua disposicao.

Esses services, acrescenta Carrazza, sao custeados pelos impostos. Os servi-

<';OS publicos espccificos, segundo 0 mesrno autor, "tambern chamados singula-

res , sao os prcstados uli s ingul i . Rcfercm-se a urna pcssoa ou a urn numcro deter-

minado (ou, pc!o menos, detcnninavel) de pcssoas . Sao de uti lizacao individual

e mensuravel. Gozarn, por tanto, de divis ibil idade, e dizer , cia possibilidade de

avaliar-sc a utilizacao cfetiva ou potencial, individualmcnte considcrada" (Cursu

de Dire'ito COllslitliciOlWI Tribuldrio, II. cd., Sao Paulo, Malheiros, IYYH,p. ~27).

Para melhor enrcndimeruo do conceito de uti l izacao potencial , cuamos a li-

cao de Aliomar Balcciro (D ir ei to T rib utc ir io Bm sU eir o, to. ed., Rio de Janeiro,

Forcnse, 1992, p.352):

19

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Capitulo 2 - Tributos20 Direito Tributaric - Claudio Borba C A M P U S 21

w

j\ Na visao de Aliornar Baleei ro, "e divisive ! quando possa ser ut ili zado em

condicoes tais que sc apure a ut iIizacao individual pelo usuario" iDu eito Tr ibu-

t d ri o B r as i le i ro , 10. ed., Rio de janeiro, Forense , 1992, p. 354).

Ainda com relacao ao terna, afirma Bernardo Ribeiro de Moraes: "Sao, pois,services que podem ser individual izados, permit indo que se ideruifique e se

avalic, isoladamente do complexo da atividade estatal , a parcela uti lizada indi-

vidualmentc pela pessoa ou grupo de pessoas" (C om pend io d e Direito Tr ibu td-

r io , 4. ed., Rio dejaneiro, Forense, 1995, Vol. 1, p. 534).

Com re lacao ao fato de 0 service ter de ser espectf ico e divis ive] , e interes-

sante a opiniao de Hugo de Brito Machado:

No tocante ao service de iluminacao publica, e importante sal ientar que Ioi

aprovada em 20 de dezernbro de 2002 a Emenda Constitucional n '239, criando 0

an. 149-A da Constituicao Federal e seu paragralo unico, que autorizam a cobran-

ca, pelos Municipios e DF, de contr ibuicao para 0 custeio deste service publico:

1 1co

U • Servico divisiveI- segundo 0Codigo Trihutario Nacional, quando pude-

1 rem ser uti lizados pelos usuaries, individualmente.

Art. 149-A da CF. Os Municipios e 0 Distrito Federal poderao

inst itui r cont ribuicao, na forma das respect ivas lei s, pa ra 0 cus-

teio do service de ilurninacao publica, observado 0 disposto no

art . 150, I e Ill.

Paragrafo unico, E facu ltadaa cobranca da contr ibuicao a que se

refere 0 capu t , na Iatura de consumo de energia eletr ica,

Nao e Iacil ddinir 04ue seja urn service publico especilico e divi-

sivel. Diz 0Codigo que os services sao cspectl icos quando possam

ser des tacados em unidades autonomas de intervencao, de uti lida-

de ou de necessidade publicas, e divi sivei s quando suscetfveis de

uti lizacao, separadamente, por par te de cada um de seus usuar ios

(a rt. 79 , itens II e I ll ). Nao obstante estejam tais def inicoes conti-

das em dispositivos separados, cuida-se de duas definicoes insepa-

ravels, no sentido de que um service nan pode ser divisivel se nao

for especihco. Nao tern sentido pratico, portanto, separar tais defi-

nieces, como a indicar que a taxa pode ter como fato gerador a

p restacao de urn se rvice publ ico espect fico, ou de urn service pu-

blico divisivel. Alias, isto decorre do proprio dispositivo constitu-

clonal, que se refere a service especifico e divisive! (C ur so d e D ir ei -

to Tribuuuio, 11. ed. , Sao Paulo, Malheiros , 1996, p. 325).

Como exernplo de taxas cohradas pela utilizacao de services, podernos citar:

• taxa para a expedicao de certidoes;

• taxa de conservacao de estradas, quando 0 service for prestado direta-

mente pelo Poder Publico, cuja constitucionalidade esta conlirmada pelaSumula nQ348, do Supremo Tribunal Federal ;

• t axa de incendio (TI), cobrada pelos Estados pelo service de ataque e pre-

vencao de incendio.

Como as taxas podem ser instinndas por qualquer das quatro pessoas jur i-

dicas de dire ito publico, 0 legislador def ine, no art . 80 do CTN, as atr ibuicoes

de cada uma:

Seguindo a mesilla logica dos autores citados, 0Supremo Tribunal federal

tem decidido pela inconstitucionalidade de taxas cobradas pelo service de ilu-

rninacao publica por diversos municipios , em vir tude de 0service ser inespeci-

fico, nao-mcnsuravel, indivisrvel e insuscet tvel de utilizacao separadamente

pe l os usuaries, confor mc estabclecido em sua Sumula n'-' 670:

Art . 80. Para e fei to de instituicao e cobranca de taxas, conside-

r am-se compreendidas no ambito das at ribuicoes da Uniao , dos

Estados, do Dist rito Federa l ou dos Munic ipios aque las que , se-

gundo a Constituicao Federal , as Constituicoes dos Estados, as

Leis Organicas do Dis tr ito Federal e dos Munictpios e a legis lacao

com elas compative l, competem a cada uma dessas pessoas de di-

reito publico.

Sumula nQ670, STF

" 0 s er vic ;o d e i1 um in a (c lo p L ib li ca n t'i o r o de Set r em un cra do m ed ia nte ta xa ."

De acordo com os disposit ivos ja ana li sados, podernos ti rar as scguin tes

conclusoes a respeito das taxas .

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22 Di rei to T ri bu tar ie - Cl audi o Bo rb a CAMPUS Capitulo 2 - Tributos

• As taxas se caracterizarn pela criacao de um nexo direto de atencao entre

credor e devedor. Portanto, ao contrario dos irnpostos, 0 coruribuinte

sabe exatamente 0motive pelo qual esta pagando, caracterizando um tri-

buto vinculado.

• Sao criadas pcla Uniao, pelos Estaclos ou pelo Distrito Federal e pelos Muni-

cipios, conlorme as atribuicoes de cada um, resultando do cxerctcio do (10-

der de policia ou cia prestacao (efetiva ou potencial) de services publicos.

• 0 seu Iato gerador e, pois, uma interferencia deterrninada da entidadc es-

taial c redora na v ida do cont ribuinte.

• A taxa nao pode ter base de calculo ou fato gerador identicos aos que COf-

respondarn a irnposto, nern ser calculada em virtude do capital das ern-

presas (art. 145, S 2", da CF e art. 77, paragralo uuico, do CTN).

o legislador brasileiro consolidou os do is tributes arnericanos em urn sri e

criou a nossa contribuicao de melhoria.

o nosso C()(ligo Tributario Nacional dedicou os arts. 81 e 82 a este tipo es-

pecia l de tributo:

Art. 81. A contribuicao de melhoria cobrada pela Uniao, pelos

Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Munictpios, no ambito de

suas respectivas atribuicoes, e instituida para fazer face ao custo

ele obras public as de que decorra valorizacao imobiliaria, tendo

como limite total a despesa realizada e como limite individual 0

acrescimo de valor que da obra resultar para cada imovel benefi-

ciado.

2.2.2. Contribuicces de Melhoria Como podemos obscrvar, a legislacao brasileira impoe um limite maximo

individual e um total para a cobranca, aelotando como criterio para 0 primciro

a valorizacao de cad a irnovel e para 0 segundo 0 custo da obra real iz ada :

As contribuicocs de rnclhoria estao previstas no art. 145, Ill, da nossa Cons-

utuicao federal:

Art. 145. A Uniao, os Estados , °Distr ito Federa l e os Munic ipios

poderao instituir os seguintes tributos:

C . . )

III - contribuicao de melhoria, elecorrente de obras publicas,

A contribuicao de mclhoria cohrada pela Uniao ,

pelns Estados, pelo Distr ito Federal ou pelos

Munic ipi os , no ambito de suas respectivas

arrihuicoes. e i ns ti tu tda par a I aze r fa ce ao cust o

de ohras publicas

ESlC t ributo teve or igem na Inglaterra , com 0 nome de b e tt er m e nt t ax . A medida

que 0 govemo londrino ia fazendo obras publicas que valorizavam os imoveis, os

proprietaries nao construtarn nada e esperaVam pOI esta valorizacao, obtendo ga-

nhos com a especulacao imobi liaria e a travancando 0 c re sc imento da c idade .

o governo, e n rao, considerando que 0dinheiro com que lez a obra publica

loi de toda a populacao, e nao somente de quem teve os seus imoveis valoriza-

dos, resolveu tirar destes proprietaries uma parte deste ganho on, mesmo, todo

ele, devolvendo a populaca o, transformando-o em rcceita publica.

Os american os copiararn esta ideia e criaram os charnados spec i a l assess-

men t , tributos espcciais, dos quais Iazem parte 0 c o s t . a s s e s s n lt ' n t e 0 be l le / i t as -

s e s sme n t , ambos com a ideia do tribute ingles, senelo 0 prime iro cobraclo para

que a obra publica possa ser rcalizada e0segundo, apos a realizacao cia obra de

que decorra valor izacao irnobiliaria.

de que decorra

valorizacao imohiliaria

o acrcscimo de valor que da

ob ra r csulta r par a cada imovel

bcncficiudo.

A despes a t ota l pa ra r ca li za cao

da ohra puhlic«.

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24 Di rei to Tr ibut ar tc - Cl audio Bo rb a ELSEVIER CAMPUS Capitulo 2 - Tributos 25

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Art. 82. A lei relat iva a contr ibuicao de melhoria observara os se-

guintes requisitos mmimos:

I-publicacao previa dos seguintes elementos:

a) memorial descr it ivo do projeto;

b) orcamento do custo da obra;

c) de te rminacao da parce la do custo da obra a ser financiada pela

contribuicao;

d) delimitacao da zona beneficiada:

e) determinacao do fator de absorcao do beneficio da valor izacao

para toda a zona ou para cada uma das areas diferenciadas, nela

contidas;

I I - Iixacao de prazo nao inferior a 30 (trinta) dias, pa ra impugna-

cao, pelos inte ressados, de qualquer dos elementos re feridos no

inciso anterior;

III - regulamentacao do processo administrativo de instrucao e

julgamento da impugnacao a que se refer e 0 inciso anter ior, sem

prejuizo da sua apreciacao judicial.

§ 1Q. A contr ibuicao relat iva a cada imovel sera determinada pelo

rateio da parcela do custo da obra a que se re fere a ahnea c ,do inci -

so I, pelos imoveis situados na zona beneficiada em funcao dos

respectivos fatores individuals de valorizacao.

§ 2Q.Por ocasiao do respective lancamento, cada contr ibuinte de-

vera se r not ificado do montante da contribuicao, da forma e dos

prazos de seu pagamento e dos e lementos que integraram 0 res-

pectivo calculo.

Art. 1Q. A Contribuicao de Melhoria, prevista na ConstituicaoFe-

deral, tern como fato gerador 0acrescimo do valor do imovel loca-

li zado nas areas beneficiadas di reta ou indiretamente por obras

publicas.

o art. 82 do CTN traz algumas exigencias para que 0 legislador possa exer-

cer esta competencia tributaria atr ibuida pela Constituicao Federal:

A cont ribuicao de melhoria tern as norrnas gerais para a sua inst ituicao rc -

guladas pelo Decreto-Lei n~195, de 24 de Ievereiro de 1967, recepcionado pe-

los pos teriores s is temas constitucionais naquilo que nao Ihes [oi confl itante.

A seguir, selecionarnos os dispositivos mais irnportantes a respeito deste

Dccreto-Lei n~ 195/67:

Art . 2Q.Sera devida a Contr ibuicao de Melhoria, no caso de valor i-

zacao de im6veis de propriedade privada, em vir tu de de qualquer

das seguintes obras publicas:

I-abertura, alargamento, pavimentacao, i luminacao, arbor iza-

cao, esgotos pluviais e outros melhoramentos de prar;as e vias pu-

blicas;

II - construcao e ampliacao de parques, campos de desportos,

pontes, tuneis e viadutos;

III - construcao ou ampl iacao de si stemas de transi te rapido, in-

clusive todas as obras e edificacoes necessarias ao funcionamento

do sistema;

IV - services e obras de abastecimento de agua potavel , esgotos ,instalacoes de redes eletricas, telefonicas, transportes e comunica-

coes em gera l ou de suprimento de gas, funiculares, ascensores e

instalacoes de comodidade publica;

V - protecao contra secas, inundacoes, erosao, ressacas, e de sane a-

men to e drenagem em geral , diques, cais, desobstrucao de barras,

portos e canais, retificacao e regularizacao de cursos d'agua e irriga-

r;ao;

VI - construcao de estradas de ferro e construcao, pavimentacao e

melhoramento de estradas de rodagem;

VII - construcao de aerod romes e aeroportos e seus acessos;

VIII - aterros e realizacoes de embelezamento em geral , inclusive

desapropriacoes em desenvolvimento de plano de aspecto paisa-

gistico.

An. 32. A Contribuicao de Melhoria a ser exigida pela Uniao ,

Estados, Dist rito Federa l e Municip ios. para Iazer face ao custo

das obras publ icas, se ra cobrada pe la Unidade administrat iva

que as reali za r, adotando-se como cr i ter io 0 benehcio resultan-

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26 Direito Tribuhrio - C l au di o B or ba EI,SEVIFH CAM f ' U S Capitul o 2 - Tributos

1'"coU t e da obra, calculado at raves de indices cadastra is das respec t i-

vas zonas de influencia, a serem fixados em regulamentacao

deste decreto-lei.

§ 12.A apuracao, dependendo da na tureza das obras, fa r-se -a le -

vando em conta a situacao do im6vel na zona de influencia, sua

testada, a rea , finalidade de exploracao econornica e out ros ele-

mentos a serem considerados, isolada ou conjuntamente.

§ 22. A deterrninacao da Contribuicao de Melhoria far-se-a ratean-

do, proporcionalmente, 0 custo parcia l ou tota l das obras, entre

todos os irnoveis incluidos nas respectivas zonas de inf luencia.

§ 32. A Contribuicao de Melhoria sera cobrada dos proprietarios

de irnoveis do dommio privado, s ituados nas areas direta e indire-

tamente beneficiadas pela obra.

§ 42. Reputam-se fei tas pcla Uniao as obras executadas pelos Ter-

ritorios.

RE N2 115.8631 SP - sA o PAULO

Relator(a): Min. CELIO BORJA

Julgamento: 29110/1991 Orgao julgador: SEGUNDA

TURMA Publicacao: OJ DATA 08/0511992 PP-06.268 EMENT

VOL-O 1660 -03 1 '[ ,-00520 RTJ VUL-OOUH-02 1'1'-00600

Art.8Q

Responde pelo pagamento da Contr ibuicao de Melhoria0

proprietario do irnovel ao tempo do seu lancamento, e esta res-

ponsabilidade se transmite aos adqui rentes e sucessores, a qua l-

quer titulo, do domfnio do im6ve l.

EmentaRECURSO EXTRAORDINARIO. Constitucional. Tributario.

Contr ibuicao de mclhoria. Art . 18, l l, da CF/67, com redacao dada

pela EC n<.23/R3. Recapearneruo asfaltico. Nao obstante alterada a

redacao do inciso II do an. 18 pe la Emenda Constitucional

n-' 23/83, a valorizacao imobil iari a decorrente de obra publ ica -

requisite insito a contribuicao de melhoria - persiste como laio

gerador dessa especic tributaria. Hipotese de recapeameruo de via

publica jjasfaltada: simples service de rnanurencao e conservacao

que nao acarrct a valor izacao do imovcl, nan rcndcndo cnscjo a

imposicao desse tribute. RE conhecido e provido.

Podernos tirar asseguintes conclusoes, em Iuncao do nosso estudo a respci-

to das contribuicoes de melhoria:

Art. 12.A Contribuicao de Melhoria sera paga pelo contribuinte de

forma que a sua parcela anual nao exceda a 30A)tres pOI cento) do

maior valor fiscal do seu imovel, atualizado a epoca da cobranca.

• e instinnda para Iazer face ao custo de obras publicas de que decorra va-

lorizacao di reta ou indire ta do imove I ( art. 1Q do Decreto- Lei n<.295/(7),

tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual 0

acrescimo de va lor que da ohra resul tar para cada imove l heneliciado;

• as contribuicoes de rnelhoria , como as taxas, ta rnbem se revest em da ('011-

dicao de cornpetencia comum as tres areas tributantes e apresentam

como caractertstica principal a sua vinculacao a urna dctcrminada ativi-

dade estatal, caracterizando tarnbern um tributo vinculado:

• cada entidade podera insti tui -la por obras pub licas rea li zadas deruro das

suas respectivas atrihuicoes;

• a contr ibuicao de melhoria rode ser cobrada depoi s c ia obra publica rcali-

zada ou quando realizada em parte suficierue para valor izar determinado

imovel (art. 9<.2o Dccretn-Lei n<.2(5/67);

• emhora ()ar t. HI do CTN estabeleca um valor 111,\xiIT10otal a ser cobrado

de cada contr ihuinle, qual scja a valor izacao de seu i rnovcl , ( ) art. 12 do

Art. 9Q. Executada a obra de melhoramento na sua totalidade ou

em parte suficiente para beneficiar determinados imoveis, de

modo a justificar 0 inicio da cobranca da Contribuicao de Melho-

r ia, proceder-se-a ao lancarnento referente a esses im6veis depois

de publicado 0 respectivo demonstrativo de custos.

(...)

Vale rcssaltar que e pacif icado no STF 0entendirnenro de que 0simples re-

capcamenro de via publicas nao da motivo para cobranca de contribuicao de

mclhoria, uma vez que nao ha va lorizacao efet iva elo irnovcl, como podcmos

observar no acordao a segui r:

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28

IIoU

Direito Tributario - Claudio Borba CAM P U S Capitulo 2 - TributosFLSFVIEI\

Decre to-Lei n-' 195/67 impoe urn limi te maximo de forma que a parccla

anua l a se r paga nao exceda 3% do valor fi scal do imovel, forcando que a

cobranca seja dividida em quantos anos Iorem necessaries para nao ultra-

passar este limite;

• responde pela contr ibuicao de melhoria 0 proprieta rio na epoca do Ian-

camento do tribute e esta responsabilidade se transmite aos adquirentes

e sucessores , a qualquer t itulo, do dornmio do irnovel (ar t. 8!.2do Deere-

to-Lei nl! 195/67).

[ inanceiro para outra pessoa dif iculta a graduacao na medida exata a capacida-

de de contribuir.

Oeste modo, 0ICMS e 0 IPI incidentes sabre determinado produto tern 0

rnesmo valor quando tal produto e adquirido par alguem muito pobre ou

muito rico.

oCodigo Tributar io Nacional traca, no art . 16, a caractertst ica que diferen-

cia os impostos das taxas e contr ibuicoes de melhoria:

2 .2 .3 . Impastos

Art. 16. Impasto e a t ributo cuja obrigacao tern por Ia to gerador

uma situacao independente de qualquer atividade estatal especif i-

ca, relativa ao contribuinte.A Constituicao Federal cria a competencia para inst ituir os irnpostos no seu

art. 145, I : Pode-se deduzir , portanto, que () imposto e urn tr ibuto nao-vinculado por

excelencia, j a que o seu fato gerador e uma situacao independente de qualquer

atividade estatal espectfica relauva ao conrribuirue.

Art . 145. A Uniao, as Estados , 0Distrito Federal e os Municipios

poderao instituir as seguintes tributes:

I-mpostos;

§ lQ . Sempre que posstve l, os impostos terao cara ter pessoa l e se-rao graduados segundo a capacidade economica do contr ibuinte,

facultado a administracao tributaria, especialmente para conferir

efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos in-

dividuai s enos term os da lei, 0 patrimon io, as rendimentos e as

atividades economicas do contribuinte.

Imposto e 0 tribute cuja obrigacaotern por fato gerador uma situacao

IINDEPENDENTE

DE

Iqualquer atividade estatal

ESPECiFICA,

relativa ao contnbuinte.

(...)

o paragra fo primeiro do disposit ivo const ituc iona l determina que os im-

postos , sempre que possivel, terao carater pessoal e serao calculados de acordo

com a capacidade econornica do contr ibuinte. Emhora seja apenas uma orien-

tacao ao legis lador, e nao uma imposicao, representa uma significativa tenden-

cia que devera orientar 0 nosso sistema tributario.

Na verdade, a grande maioria dos impostos no Brasil nan e graduada de

acordo com a capacidade econornica do contr ihuiri t.e e, muito menos, tern ca-

rater pessoal.

Nos casos em que a inc idcncia e di reta e pessoa l, e Iaci l identi fica r quai s as

pessoas que serao tributadas. como no imposto de renda: mas, se 0 imposto f

real e tern incidencia indirera, como no [PI ou do [eMS, a transferencia do onus

Nao ha, portanto, a existencia de uma atuacao especifica que jusufique a

sua cohranca por par te do Estado, sendo seu ohjet ivo a pura e s imples captacao

de r iqueza para a Fazenda Publica.

Este carater de nao ser contraprestacional e ainda mais ev iden te no art. 167,

IV, da Constituicao Federal , que protbc, salvo em algumas excecoes, a vincula-

cao da rece ita de impostos a orgao, fundo ou despesa:

29

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30 Di rei to T ri bu ta ri o Cl audi o Bor ba ELSEVIE1{ CAMf'US Capitulo 2 - Tributos

Art. 167. Sao vedados:

C . . . )

IV- a v incu lacao de recei ta de impastos a orgao, fundo ou despe-

sa, ressalvadas a repar ticao do produto da arrecadacao dos impos-

tos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinacao de recursos

para as acoes e se rvicos publicos de saude , para manutencao e de-

senvolvimento do ens ino e para realizacao de atividades da admi-

nis tracao tributaria, como determinado , respectivarnente, pelos

arts. 198, § 2l!, 212 e 37, XXII, e a prestacao de garant ias as ope-

racoes de credito por antecipacao de recei ta, previ stas no an. 165,

§ Sl!,bern como 0 disposto no §4l!deste artigo;

(...)

§ 4l!. E permitida a vinculacao de receitas proprias geradas pelos

impostos a que se referem os art s. 155 e 156, e dos recursos de que

tratam os arts. 157, 158 e 159, 1, a e b, e II, para a p restacao de ga-

rantia ou contragarantia a Uniao e para pagamento de debitos para

com esta.

Paragrafo unico, E Iacultado aos Estados e ao Dis tr ito Federal vin-

cula r a programa de apoio a inc lusao e promocao socia l a te cinco

decimos por cento de sua rece ita t ributaria hquida , vedada a apl i-

cacao desses recu rsos no pagamento de:

I-despesas com pessoal e encargos sociais ;

(...)

II - servico da drvida;

III- qualquer outra despesa corrente nao vinculada diretarnente

aos inves timentos ou acoes apoiados.

Art . 216. Constituem patrimonio cultural brasi leiro osbens de na-

tureza material e imaterial , tornados individualrnente ou em con-

junto, por tadores de referencia a ident idade, a acao, a memoria

dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos

quais se incluem:

1- as formas de expressao;

II-os modos de criar, faze r e v iver;

I II - as criacoes ciennficas, art ts ticas e tecnologicas;IV- as obras , objetos , documentos, edificacoes e demais espacos

destinados as rnanifestacoes artistico-culturais;

V - os conjuntosurbanos e sitios de valor htstorico, paisagtstico,

artistico, arqueologico, paleontologico, ecologico e cientifico.

C . . )

§ 6!l. E facultado aos Estados e ao Dis tr ito Federal vincular a fundo

estadual de fomento a cultura ate cinco decirnos por cento de sua re-

ceita tributaria Iiquida, para 0financiamento de programas e projetos

culturais, vedada a aplicacao desses recursos no pagamento de:

I-despesas com pessoal e encargos sociais;

II - service da dtvida;III- qualquer outra despesa corrente nao vinculada diretamente

aos inves timentos ou acoes apoiados.

No que diz respe ito a vinculacao da recei ta de impostos, e importante que

sej a fei to u rn cornenta rio sobre os arts. 204, parag rafo unico , e 216, § 1~,da

Constituicao Federal , com redacao dada pela Emenda Constitucional n~42, de

2003, que permitem a vinculacao nao de urn de terminado imposto, mas de urn

deterrninado percentual ciareceita liquida total, conforme se observa a seguir:

Art . 204. Asacoes governamentais na area ciaass is tencia social se-

rao reali zadas com recursos cia orcamen to da seguridade soc ial ,

previstos no art. 195, alem de outras fontes, e organizadas com

base nas seguintes diretrizes:1- descentralizacao pohtico-administrativa, cabendo a coordena-

cao e as normas gera is a esfera federal e a coordenacao e a execu-

cao dos respectivos programas as esfe ras estadua l e municipal,

bem como a entidades beneficen tes e de assistencia social;

II - pa rtic ipacao cia populacao, po r meio de organtzacoes repre-

sentativas, na lormulacao das po lit icas e no controle das acoes em

todos os ruveis.

Ainda com relacao a citada vinculacao, tarnbern nao podemos dcixar de ci-

ta r a possibi lidade de que ciaexista para a criacao do Fundo de Combate e Erra-

dicacao de Pobreza, conforme dcterminarn as arts. 80, 82 e 83 do Ato das Dis-

POSi(:l)cS Constituc ionais Transi tor ia -; corn redacao dada pcla Ernenda Consii-

tucional n~ 42 , de 2003:

31

no

2u.

;; ;

/

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32 C A M P U S Capitulo 2 - TributosD irei to Tributa rio - C laudio Borba ELSEVIER

"c

oU Art. 80 do ADCT. Compoem 0Fundo de Combate e Erradicacao

da Pobreza:

1- a parcela do produto da ar recadacao correspondente a urn adi-

cional de oito centesimos por cento, aplicavel de 18 de junho de

2000 a 17 de junho de 2002, na ahquota da contribuicao social de

que trata0

art . 75 do Ato das Disposicoes Constitucionais Transi-torias;

u-a parcela do produto da arrecadacao correspondente a urn adi-

c iona l de c inco pontos percen tuai s na al iquota do Imposto sobre

Produtos Indust rial izados - IPI, ou do imposto que vier a substi-

tut-lo, incidente sobre produtos superfluos e aplicavel ate a extin-

cao do Fundo;

IIl- 0 produto da ar recadacao do imposto de que trata 0 art. 153,

inciso VII , da Constituicao;

IV - dotacoes orcamentarias;

V- doacoes, de qualquer natureza, de pessoas f is icas ou jur tdicas

do Pais ou do exter ior;

VI- outras receitas, a serem definidas na regularnentacao do refe-

rido Fundo.

§ 1 2. Aos recursos integrantes do Fundode que trata este artigo nao

se aplica 0disposto nos arts. 159 e 167, inciso IV, da Constituicao,

assim como qualquer desvinculacao de recursos orcamentarios.

(...)

Art. 82. Os Estados, 0Distri to Federal e os Munictpios devem ins-

tituir Fundos de Combate a Pobreza, com os recursos de que t rata

este arugo e outros que vierem a destinar, devendo os referidos

Fundos ser gcr idos por entidades que contem com a participacao

da sociedade civil.

§ 1Q. Para 0 financiarnenro dos Fundos Estaduais e Distrital, pode-

ra ser criado adicional de ate dais pontos percentuais na aliquota

do Imposto sobre Ci rculacao de Mercadorias e Services - ICMS,

sobre os produtos e services superfluos e nas condicoes def inidas

na le i complementar de que tra ta 0 art . 155, § 22, XII, da Consti-

tuicao, nao se aplicando, sobre este percentual, 0disposto no art .

158, IV, da Constituicao

U val or a s er p ago e hxado pel a lei.[SS U05 autonomos, pa~.o I

i , independe ntc do valor da merca- I I I1 mensa . me .n IC e rn v u o rc s. ' I 'j1

r:IX()S; r I doria,scrvi(,,'o ()U patrtmonio trihu- ..){OS lCM~ lixado por csuma-

. i lath'!, [iva para microcmprcsas

1 - - - · . _ . I A ,,1''1"°1 <1 t lim 1)<1((11","1O l i E I ----I·

II gr,Hl ll ' maun U (os I tnpos-

I 'ROI 'Og, 10- I '"J" "d ""10,,," E 1 " " ', 1 1 1 1 0 . V , I I MS IR 11'1NAfLi(vTnf Il<Hlldt'<\LOldouHn,\h<.ls(t\clal 1(l"'~U)m()o < . , , '!

101 couu ()S 'I1 culo

~-~,~~---.;__-- ~~-----------~-~~-----_----~------.___

§ 2 Q . Para 0 financiamento dos Fundos Munic ipa is, podera ser

criado adicional de ate meio ponto percentual na ahquota do

Imposto sobre se rvices ou do imposto que vier a subst itui-Io, so-

bre services superfluos.

An. 83. Lei federal definira os produtos e services superfluos a

que se refe rem os arts. 80, II, e 82, § 2 Q .

o impasto pode ser considerado () t rihuto por excelencia, nao apenas por

representar a mais importante e s ignificativa das tres especies, mas tarnbern por

ter como caracterfst ica principal a simples exigencia de transferencia compul-

sor ia de recursos da comunidade para os cofres publicos, a par tir da ocorrencia

de situacao prevista em lei. Quante a s outras duas especies, elas envolvern van-

tagem ecou6mica OLl presiacao de retorno para os seus pagadores .

Os doutrinadores classificam os impostos de acordo com varios criterios:

a) quaruo a base econ6mica;

b) quanto a sua alrquota;

c) quanto a forma de percepcao; e,

d) quanto ao objeto de incidencia.

o CTN adotou a class if icacao quanto a base econ6mica, tratando-se, por-

tanto, da (mica que tem atualmente fundamento jur idico.

SOBRE COMERCIO

EXTERIOR;

lncidem sobre operacoes de im-

portacao ou exportacao.11e IE

Incidern sobre a propriedade de

ben s movei s ou imovei s e sobre 0

ganho do t raba lho ou do capit al .

SOBRE

PATRIMONJO

E RENDA; e

QUANTO

A BASE

ECONOMICA

lR, ITR. IGF, ITO, IPVA.

ITBI e IPTU

Inc idem sobre a c ir cula cao debens

on valnres, bern como a produrao

dos hens.

SOBRE PRODU<;:Ao

[0 CiRCULA(:AoIPI , IOF, ICMS e ISS

I(~I !AN I ( )

.-\ AU(21!()T,\

33

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34 CAMPUS Capitulo 2 - Tributosi rei to T rfbuta ri o - Cl audi o Bo rb a

acoU

- - - , - ~ - - - - - -- " " " - - - - - ' - ~Rccacrn dir euuue nrc sobr c O C ( ) : r - - - - - ' - - - . .--~--lI _ , _ rrrbuirue, scndo.esl~ irnp{)~Slbdi- i .. , _ , i

~

' _ ll_I ,RE[UO, c t ado de t r a n s l e n r tributa riame n- JR, [PI U, rt R e outros "

()lIANTO A ic {) onus [inancriru para t crcci-

FORMA DE '-1--"-"-'----------'I-----------1

I)FRCEPCl\O S~'h)P~~SSiVt_~isde rcpas se do ()n~s I:i-!

! L nanccu o pam ten-en-ox, nu nuuonu I ICMS tSS IPI 101' c outros 1

l - - - - - - - - - -I~DIRE~:S ~ : : : , ; ~ ~ : , : l : ~ r C ~ i: , : : o (< l I ( i n U S s o b r ( ' o " ," , ~ ~ ~ I

t I lnc idcm sobre a fes , 0hem, a coisu, I 1, I I sC,JaelJ,merc<ld()ria,produtll()(,pa~ I [IR, uru. [TO [TIl[ (01 I! I I l

! (l[I,'\N'r'l 1 , RLAl,S: u-i monio. Na rnaioria cue, ve",zcl,,'I n-os - l l

-. dcscnnstdera absolu.ameruc -I ;Il)~l[lJFro DE! gum do conrribuintc.

INUDrNU/\

IInc idem sobre a pes soa do corur i- i _

[)ESSOAIS buinte C nao s ob rc a I (R) [OF c outros, !L _ . . _ . _ _ _ _ _ _ l _ _ Icoisa. __ j

CONTRIBUlc;:OES

DE MELHORIAIMPOSTOSAXAS

ejj= As taxas e contribuicoes de melhoria sao chamadas t ributos vinculados e

os impostos, de tributos nao-vinculados. A expressao nao-vinculada, com

que se qual ifica o imposio, nada [em a ver com a qual ihcacao da a tividadc

administrativa vinculada da cobranca do tributo, na definicao legal do

mesmo, Quando se diz que 0 imposto e tributo nao-vinculado, 0que se esta

afirmando e que 0 fato gerador do imposto nao seliga a atividade estatal es-

pectfica relativa ao contribuinte.

w/'Os impostos proporcionais podem ser progressivos ou regress ivos, quan-

do suas ahquotas respectivamente aumentam ou diminuem de acordo

com determinado crit erio, ta is como base de calculo, como no caso do IR

(art. 153, § 22, I, da CF), cumprimento da funcao soc ia l da propr iedade,

como no caso do IPTU (art. 156, § 12, da CF), ou produt ividade rural

como no caso do lTR (art, 153, § 42, da CF). Anatu reza jundica do tribute , ou se ja, 0 lato de ser imposto, taxa ou contr i-

buicao de melhoria , e de terminada pelo seu fa to gerador, sendo i rrelevante a

des tinacao da receita e a sua denominacao,

Ta l de te rrninacao esta previ sta no art , 4~ do CTN:

2 .2 .4 . D isp osic oes C om un s a T axas. C on trib uico es de M e lh oria e

Impostos

Conforme podemos condui r no estudo das tres espec ies de t ributes, as ta-

xas e contr ibuicoes de melhoria caracterizam-se por haver urn vinculo entre 0

fato gerador e de terminado service ou melhoria de im6vel como decorrente de

obra publica realizada.No caso dos impostos, a grande caractertst ica e a ausencia deste vinculo.

Podemos representar este Iato da seguinte forma:

A natureza [urtdica especilica

do tribute e determinada

I

pelo seu fato gerador

J

sendo trrclcvunte para qualiiica-la I-: ~

A denorninacao e dernaisdestinacao legal do produto de

carar tert st i cas Iormais adotadas511a arrecadacao.

em lei.

35

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36 Direi to Tributa rio - C laudio Borba CAMPUS Capitulo 2 - Tributos 37

nas situacoes em que tivermos que optar entr e considera -los ou nao como t ri-

butos, terernos que considera-los como tal .

o art. 148 da Constituicao Federa l e que cria a cornpe tencia para sua insti -

tuicao pela Uniao:

Portanto, se determinado municipio criou um tribute cujo fato gerador e

uma situacao independente de qualquer atividade estatal especif ica relat iva ao

contr ibuinte e 0 denominou taxa, este t ributo e urn irnposto independente da

denominacao dada.

Importante chamar a a tencao para a fato de que a destinacao da receit a e ir -

relevante em se tratando de impastos, taxas e contr ibuicoes de melhoria. Estas

duas ul tir nas sao t ributos vinculados porque ha urn vinculo entre quem paga e

quem reeebe 0 beneficia, e nao pela destinacao <.10 valor arrecadado.

Sendo assim, as valores arrecadados com taxas e contribuicoes de melhoria

podcrao ser aplicados onde a admin istracao achar por bern aplica -los, 0 que

nao lhes ret ira a caractertst ica de tributes vinculados.

Desta forma, podemos, atraves do esquema pratico a seguir, verificar a

relacao que existe, para as diversas especies tributarias, da receita e de sua

destinacao:

Taxas e

contribuicoes de

melhoria

Ar t. 148. A Uniao , mediante lei cornplementar, podera insti tuir

emprestimos cornpulsorios:

I - para atender a despesas extraordinarias, decorrentes de calami-

dade publica, de guerra externa ou sua iminencia;

II-no caso de investimento pub lico de carate r u rgente e de rele-

vante interesse nacional, observado a disposto no art. 150, III, b.

Parag rafo unico. A aplicacao dos recursos provenientes de em-

presume compulsorio sera vinculada a despesa que fundamentou

sua instituicao,

A destinacao da receita e irrelevante para

determinar a natureza jundica do tribute, mas

e permitida.

lmpostos

Emprestimos

cornpulsorios

E obrigat6ria a aplicacao dos recursos nos

motivos que geraram sua instituicao.

Contrihuicoes

parafiscais

A destinacao da receita e irrelevante para

determinar a natureza jundica do tributo e

vedada pela Constituicao Federal, com

algumas excecoes.

podera

insritui-los

Medi an te LEI

COMPLEMENTAR

por rnotivo de

Existem contribuicoes com destinacoes da receita

determinadas pela Constituicao Federal e outras,

nao.

Nao obedece

aos principios

da anterioridade

e da noventena.

Despesasextraordinarias.

decorr en tes de

calamidade publica,

guerra extern a ou

sua iminencia.

lnves timento publico

de carater urgente

e de relevante

interesse nacional.

Obedece aos

pr inctp io s da

an ter io ri dade e

da noventena.

Embora venha a se r objeto de nosso estudo no desenrolar desta obra, e im-

portante que seja fei to urn breve cornentar io sobre 0art . 150, I ll , b e c,da Cons-

tituicao Federal, que eria os principios da anterioridade e da noventena,

2.2.5. Ernpresti rnos Compuls6rios

Os ernpres timos cornpulsorios sao um tipo de receita anpica, com caracte-

r is tica de rest ituibi lidade, j a que terao que ser devolvidos dentro de determina-

do prazo. Este fato Iaz com que sur jam enorrnes discussoes dout rina rias a res-

pe ito do Iato de considera -Ios ou nan como tributos.j a v imos, no cntanto, que

An. 150. Sem pre juizo de outras garantias asseguradas ao contri-

buinte, e vedado a Uniao, aos Estados, ao Distrito Federal e aos

Municipios:

1Il-cobrar tributos:

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38 CAMPUSireito Tributa rio ~ Claudio Borba FLSI':VIFI{ Capi tu lo 2 -. Tributos

1Uw C . . )

b) no mesmo exercicio finance iro em que haja sido pub lic ada a le i

que os ins ti tuiu ou aumentou;

c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido pu-

bl icada a lei que os inst ituiu ou aumen tou, observado 0 disposto

na ahnea b ;

(...)

a rr ec ad ac ao io i c om e tu la pelf) Esuulo a d clc rm in ad as e ntula des a UW no ma s, e m fa -

vo r d as qu ais r eve rt i.a () p ro du to a rr ec ad ad o" (D ir eilo T rib uia rio B ra sile ir o; 10.

ed., Ed. Forense - RJ, 1992).

Estas contr ibuicoes , citando a definicao de Rubens Gomes de Souza, "cor-

r es po nd a» a o e m pr eg o d as fin an c; us p ub lic as com o bjc ti vo s e xt ra ji sc ai », n ew vi sa n-

do p r e c i p uame n t e it obtencao d e rec eiL as , m as o bje t iva nd o re gula r o u m od ifica r a

d is t r ibui{ i io da r iq ue za n a ci on a l, e qu il ib r ar os n ive is d e preco s d e u tilid ad es o u de

sa la rio s, b em co mo o utra s Jin alid ade s ew niJm ica s o u so cia is semeiharues".

A doutr ina denomina estas contr ibuicoes de paraf iscais ou especiais . Com

relacao a estas dcnominacoes, cito 0 cornen tario de Leandro Paulsen, em sua

ohra D ir ei to T rt bu ia ri o - C o ns ti tu ic ;i io e C(jd igo Trioutario it lu z d a D ou tr ir ta e d a

}ur i sp rudenc ia (6. ed., Ed. Liv raria do Advogado - RS, 2004), que chama a ten-

c . ; , 1 0 para 0 anacronismo da "cxpressao contribuicoes parafiscais":

Portanto, salvo algumas excecoes que irernos analisar pos teriormente, urn

tribute so podera ser exigido no exercfcio seguinre ao cia puhlicacao cia lei que

o instituiu.

Os emprestirnos compulsorios, conforme dererrninam os arts. 14Hc 150,

~ I~, ciaConstituicao Federal, S() sao submetidos a estes principios quando ins-

tituidos por motive de investirnento publico de carater urgente c de rclcvantc

interesse nacional.

Alern disto, an corurario dos imposios, taxas e contribuicoe-, de melhoria

para os qua is a dest inacao c ia receit a e irr elevante, no caso dos ernprestimos

cornpulsorios , a aplicacao dos recursos tera que ser vinculada aos motives que

geraram a sua instiuucao.

E importante charnar a atencao para 0 Iato ell 'que, no caso de guerra exter-

na ou sua irninencia , poderao ser insriundos tanto emprest imos compulsor ios

quanto impostos extraordinarios.

Finalmente, 0paragralo unico do refer ido dispositivo constitucional deter-

mina que a aplicacao dos recursos esta vinculada ao motivo que gerou a sua

ins ti tuicao. Desta forma, a lei cornplernentar ins ti tuidora do cmprest imo com-

pulsorio que determine aplicacao diversa sera inconstitucional.

No en t anto, ha de se ressaltar que, uma vez que a refcrida lei determine a

vinculacao constitucional, ° lato de eventual clescumprimento pelas autorida-

des nao afeta a validaele cia imposicao tributaria, acarretando apenas a respon-

sabilidade administrat iva, penal f civil dos rcsponsaveis.

A IOC\H..<10 "contribuicoes parafiscais" esta em desuso. Designava - e

ainda sc podcr ia usa-Ia nesta cstri ta acepcao - as contr ibuicoes ins-

tituidas em favor de entidades que, ernbora desernpenhassem ativi-

dade de interesse publico, nao cornpunham a Adrninistracao Dire-

ta. Chamavam-se paraf iscais porque nao eram destinadas ao orca-

mento do ente poltr ico. Digo que tal expressao esta em desuso por-

que tcmos, atualmerue, tanto contr ibuicoes des tinadas a outras en-

tidades como destinaclas a propria Administracao, sern que se possa

estabelecer, entre elas, qualquer distincao no que diz respeito a sua

natureza ou ao regimejundico a que sesubmete. A locucao "contri-

buicoes para fisca is", poi s, nao se presta para designar 0 genera

"conrrihuicoes". Ser ou nan parafiscal e urna caractertstica aciden-

tal, que, norrnalrnente, sequer diz com a finalidade da contribuicao,

mas com 0cntc que dcscmpcnha a atividade respectiva.

Tais contr ibuicoes sao class if icadas em quatro tipos , conforms os arts. 149

e 149-A cia Constituicao Federal:

2.2.6. Contribuicoes Paraf iscais o.u Especia is Art. 149. Compete cxclusivarnente a Uniao instiruir contrihuicoes

soc ia is, de inte rvencao no dorrunio econornico e de inte resse das

categorias profiss ionais ou econornicas , como instrumento de sua

aiuacao nas respectivas areas, observado 0 Jisposto nos art s. 146,

Aexprcssao "parafiscal", conlorme ensina Aliornar Baleciro , "parccc IeI' sido

c m rr cg a ci a p e la p ri m Cl f' (! VfZ em um c/u(umenlojiI1C1l1cciro c/cllominadu ' Invcntar iu

Schuman ' , I1UFrall(Cl. em 1 9 46 , d esi g nC ln clo calas COI1LI'ihLli(iln cuju alrihui«10 de

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40 Direi to Tributi ir io - C laudio Borba ELSEVIER

§oU Il l, e 150, I e Il l, e sem preju izo do previ sto no art. 195, § 62, relati-

vamente as contribuicoes a que alude 0 dispositivo.

§ 12. Os Estados, 0 Distri to Federal e os Municipios instituirao

contr ibuicao, cobrada de seus servidores, para 0custeio, em bene-

hcio destes, do regime previdenc iario de que t rata 0 art . 40, cuj a

aliquota nao sera infer ior a da contr ibuicao dos servidores t itula-

res de cargos efetivos da Uniao.

§ 22. Ascontribuicoes sociais e de intervencao no dommio econ6-

mico de que t rata 0 capu t deste artigo:

I_ao incidirao sobre as receitas decorrentes de exportacao:

II _ poderao inc idi r sobre a importacao de petroleo e seus deriva -

dos , gas natural e seus der ivados e alcool combustivel;

1Il- incidirao tarnbem sob re a importacao de produtos estrangei-

ros ou services;

IV_ poderao ter ahquotas:

a) ad valorem, tendo por base 0 f aturamento, a recei ta bruta ou 0

valor da operacao e, no caso de importacao,0

valor aduaneiro;b) espect fica, t endo por base a unidade de med ida adotada.

Paragrafo incluido pela Emenda Constitucional n2 33, de

11/12/2001:

§ 32. A pessoa natural des tinataria das operacoes de importacao

podera se r equiparada a pessoa j undica, na forma da lei .

Paragrafo incluido pela Emenda Constitucional n2 33, de

11/12/2001:

§ 42. A lei def inira as hip6teses em que as contr ibuicoes incidirao

uma (mica vez,

Art. 149-A. Os Munieipios e 0Distrito Federal poderao instituir con-

tribuicao, na forma das respectivas leis, para 0 eus teio do service de

iluminacao publica, observado 0disposto no art. 150 , I e III.

Paragralo unico. E facul tada a cobranca da contribuicao a que se

refere 0 capu t , na fa tura de consumo de energia eletri ca .

De acordo, portanto , com estes di sposi tivos const i tuc iona is. podemos

rnoutar 0 quadro a s('gllir com as quatro espccies de contribuicoes parafiscais

ou cspcciais:

CAMPUS

Os f', Df eM

irisrituirao

contnhuicocs socials

em bcnchcio dos seus

scrvidorcs para CUSLco

do l" t :giml'

previdenciario

(ONTRIIIUI<;:(lES

PARAFISCAlS

OU [SPECIAlS

Capitulo 2 - Tributos

DfCOMIE-TENCIA

EXCILISIVA

DA liNIAO

DE COMPE-

TtNUA DOS l _ _ _ _ jMU~IIClPI()S ! l

E DODr

41

SOCIAlS

Cont rihuirru-x para 0 INSS,

1----1 contrihuicocs rais como PIS,

PASEI~ CPMF c outras

Coruribuicoc-, para controle du

producao agricola, dacornercializacao de cornbusuvcis,

da uavcgacao de CabOI<lgcm,

como 0Adicional de

Frt-tc para Rcnovacao da Marinha

Mercarue l'outras,

DF INTERVENC;AoNO DOMINIO 1_

ECON()MICO

DE INTERESSE

HContrihuicoes sindicais, JAS CATEGORIAS

PROF1SSIONAIS coruribuicoes para CREA, O,\lJ,

OU EC ON () MI C AS , --_ C_R _M . .. _C_ R_O- ,- ,C_R_C_e_'_lU_1_ " _ s . _ _ _ ,

~

Contribuicao criada pclaDE 1l.lJM1NACAO EC n" 39102 e out ras scmclhantes

PUBLICA que venhum a set criadas.

Obs.: alguns autores denominam a primeira especie das contribuicocs pa-

rafiscais de competencia exclusiva da Uniao como de seguridade socia l, dei -

xando a expressao social para 0genero. Portanto, se considerarrnos apenas as

con tribuicoes de cornpe tencia exclusiva da Uniao, podemos nos deparar com

as seguintes denorninacoes doutrinarias:

Contribui(,,:ues

parafiscaisDe iruervencao

no dominio

cconornico

Dc interesse as

cUegorias

pmfissionais

on econorntcas

Sociais De seguridade

social

De intcrvcncao

no donunio

(C lll1() mico

ou Cnntrinui,oes

socials t--

De interesse dus

GlleWlna."i

profis:-;il)llai.s

ou economicas

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42 Direi to Tributa rio - C laudio Borba

1 1oU Por uma questao de posicionamento doutrina rio e coerenc ia com 0 texto

constitucional, adoto nes ta obra a dcnorninacao contr ibuicoes paraf iscais ou

espcciais, para 0 genero, e socials , para a especie.

C:hamo a atcncao, no eruaruo, para 0 la to de que algumas bane as exarnina-

doras de concursos tern uti lizado a out ra denorninacao dout rinaria, havendo

necessidade de que 0 aluno esteja atento as duas possibilidades.

E importante chamar a atencao para 0 la to de que somente a Uniao podcra

inst ituir corur ibuicces paraf iscais em gcral , so cabendo aos Estados, Dis tr ito

Federa Ie Municipios, conforme art . 149, ~ l!l ,ciaConstituicao federal , ins ti-

tuir contribuicoes sociais em benehcio clos seus servidores, para 0 regime pre-

videnciario de que tra ta 0 art. 40 da mesma Carta Magna, com redacao cia

Emenda Constitucional nil 41, de 2003:

Art. 40. Aos servidores t itulares cle cargos efetivos cia Uniao, dos

Estados, do Distri to Federal e closMunictpios, incluidas suas au-

tarquias e fundacces , e assegurado regime de previdencia de cara-

ter contr ibutivo e solidario, mediante contribuicao do respeetivo

ente publico, dos servidores ativos e inativos e dos pensionis tas,

observados criterios que preservem 0equihbrio financeiro e atua-

ria l e 0 disposto neste artigo.

As contr ibuicoes paraf iscais sao criadas como regra geral por lei ordinar ia,

respeitando normas gerais previstas em lei cornplernentar, j a que 0 art. 149 da

Constituicao Federal exige a obediencia ao art. 146, Ill, que reproduzimos aqui:

Art. 146. Cabe a lei complementar:

1- dispor sobre conflitos de competencia, em materia tributaria,

entre a Uniao, os Estados , 0Distrito Federal e os Munictpios;

I I - regular as l imitacoes constitucionais ao poder de tributar;

lll- estabelecer normas gerais em materia de legislacao tributaria,

especialmente sobre:

a) defimcao de tributos e de suas especies, bern como, em relacao

aos impostos discriminados nesta Constituicao, ados respectivos

fatos geradores, bases de calculo e contribuintes;

b) obr igacao, lancamento. creduo, prescricao e decadencia tribu-

tarios;

C A M P U S Capitulo 2 - Tributos

e) adequado t ratamento t ributario ao a to cooperative prat icado

pelas soeiedades cooperativas.

d) definicao de t ratamento dife renciado e favorecido para as mi-

eroempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regi-

mes especiais ou simplificados no easo do imposto previsto no art .

155, II, das cont ribuicoes previstas no art. 195, [ e §§ 12 e 13, e d a

contr ibuicao a que se refere 0 art. 239.

Paragrafo unico. A le i complementar de que t rata 0 ineiso 1lI, d ,

tam bern podera inst itui r um regime unico de arrecadacao dos im-

postos e contribuicoes da Uniao, dos Estados, do Distrito Federal

e dos Munictpios , observado que:

I-sera opcional para 0 contrtbuinte;

II - poderao se r estabe lec idas condicoes de enquadramento di fe-

renciadas por Estado;

1lI - 0 recolhimento sera unificado e eentral izado e a dis tr ibuicao

da parcela de reeursos pertencentes aos respectivos entes federados

sera imediata, vedada qualquer retencao ou condieionamento;IV - a arrecadacao, a fisca lizacao e a cobranca poderao ser com-

partilhadas pelos entes feclerados, adotado cadastro nacional uni-

co de contribuintes

Colocamos que, regra geral , a inst ituicao e des LaIorrna.j a que as contr ibui-

coes socials, em determinadas si tuacoes que irernos analisar em seguida, terao

que ser institutdas por lei complementar.

Tambem como regra geral , a inst ituicao das contr ibuicoes paraf iseais tern

que respeitar os principios da legalidade, i .r retroatividade e anter ioridade da lei

tributaria, previ.stos no art. 150,1 e IIl, a, b, da Constituicao Federal, que repro-

duzimos aqui:

Art . 150. Sem prejuizo de outras garantias asseguradas ao contr i-

buinte, e vedado a Uniao , aos Estados, ao Distri to Federal e aos

Munictpios:

1-exigi r ou aurnen tar tributo sem le ique 0 estabeleca (Principio

da legalidade);

I II - cobrar tributos:

43

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44 Direi to Tributa rio - C laudio Borba ELSEVlER

a) em relacao a fatos geradores ocorridos an tes do imcio da vigen-

cia da lei que os houver instituido ou aumentado (Princ ipio da i r-

retroatividade);

b) no mesmo exercicio financei ro em que haja sido publicada a lei

que os instituiu ou aumentou (Princ ipio da anterioridade),

Novamente, t ivemos que usar a expressao regra gera l, a med ida que as con-

tribuicoes do tipo social nao obedecern ao principio da anter ioridade, conlor-

me veremos a seguir.

Desta forma, afora as excecoes das contribuicoes do tipo social no que cliz

respeito a ins ti tuicao por lei ordinar ia e obediencia ao princrpio da anter iorida-

de, podemos representar a instituicao das contribuicoes parafiscais da seguinte

forma:

CONSTITUICAO FEDERAL

2.2.6.1. Contribuicoes Sociais

Ascontribuicoes sociais nao sao limitadas as de seguriclade social, uma vez

que podem ser ins tiundas para qualquer hnalidade que for r ia direcao closobje-

tivos cia ordem social.

Desta forma, varnos estuda- las, estabelecendo uma divisao em contr ibui-

coes sociais gerais e para a Segurielade Social .

CAMPUS 45ap it ul o 2 - Tr ibut os

a) Contribuicoes sociais gerais

Sao todas aquelas que elizem respeito a algum padrao elerelacionamento em

comunidade que nao abrangem a seguridade soc ial , ta is como 0 Fundo de Ga-

rantia do Tempo de Service - FGTS e aquelas voltadas para uma questao de

educacao em geral, como e 0 caso do salario-educacao do an. 212, § 5.'!,da

Constituicao Federal, entre outras.

Concluindo e citanelo a licao de Marco Aurelio Greco, "(.J sa o a que ia s que

d e co r r em de a lg um tip o d e p ad ra o d e c on vive nc ia em s oc ie d ad e " (C o n tr ib ui <; oe s -

Uma f i gu r a sui gener is , Ed. Dialetica, 2000, p. 151).

b) Cont ribuicoes sociai s para a Seguridade Social

Cornpoern 0grupo maior emais importante das contribuicoes parafiscais, a

pon to de 0 constituinte dedicar-lhes disposicoes especiais em seu art. 195.

Portanto ,a Seguriclade Social sera financiaela pela sociedade de forma direta

e indireta, com recursos provenientes dos orcarnentos elaUniao, dos Estados,

do Distrito Federal ou dos Municipios de tres t ipos de contribuicoes sociais:

Art. 195. A seguridade social sera I inanciada por toda a sociedade,

de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos

provenientes dos orcamentos da Uniao, dos Estados, do Distri to

Federal e dos Munictpios, e das seguintes contr ibuicoes sociais:

1-do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na

forma da lei , incidentes sobre:

a) a folha de salaries e demais rendimentos do trabalho pagos ou

creditados, a qualquer titulo, a pessoa fisica que the preste service,

mesmo sem vinculo empregaticio;

b) a recei ta ou 0 faturamento:

c) o lucro;

II-do trabalhador e dos demais segurados da previdencia social ,

nao incidindo contribuicao sobre aposentadoria e pensao conce-

didas pelo reg ime geral de previdenc ia socia l de que t rata 0 art.

201;

III- sabre a receita de concursos de progn6sticos;

IV - do importador de bens ou services do exterior, ou de quem a

lei a ele equiparar.

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Capitulo 2 ~ Tributos6 Direi to Tributa rio ~ Claudio Borba ELSFVIEI{ CAMPUS 4 7

roU Cobradas dos crnpregadores, da crnpresa e da entidade

-a cla cquiparada, incidentes sobre a folha de salario e

demais rcndirncntos do trabalho pagos a qualquer pessoa

lisiea, rnesmo sem vinculo cmprcgaucio, sobre a receita ,

o Iaturamento esobre 0 lucro.

CONTR1I3Ul(()ESCo hradus dos trabalhadores. incidc n t cs sobrcPARAA I---

a-

remuneracao dos rnesmos.SEGURLDADESOCIAL

I---Incidenres sohre a receita do concurso de prognosticos,

que sao as lotcrias autorizadas.

'--Cobradas do importador de bcns ou servicos do exter ior,

ou dequem a lei a ele cquiparar.

Com relacao a mater ia, citarnos a licao de Marcelo Alexandrine e Vicente de

Paulo, em sua excelente ohra D ir eito T rib uta rio n a C o ns ti tu il; Cw e n o S TF , Edito-

ra Impetus, 2004, p. 244 e 245'

Art. 195, § 42, da CF. A le i podera instituir outras fontes destina-

das a garantir a manutencao ou expansao da seguridade social,

obedecido 0 disposto no an. 154, 1.

" (. . . ) E n t re t a n to , e isso d ev e sa e n Ja ti za d o, ( ) S TF je i s ed im e nto u ju -

r is p ruc le nc ia n o s e nlid o c le que n do se apl i ca a s c o nt ri bu i(o e s s oc ia is

n o va s a s eg un da pa r te d o in c is o I do ar t . 154 c ia C ar ta M ag na , ous e ja , que d as nd o d ev em re r fa to g era do r o u ba se d e ca lw lo p r6p rio s

d os im po s to s d is c r im in a do s n a Cottstitui(do (R E n !!.242.615, r eI .

M in . M arc o Aure lio , 17/08/1999; RREE ttl! 231.096; 258.774;

25 2.24 2, R eI. M in . M or eir a A lv es )".

Reforcando ainda 0 arcabouco jurisprudencial, citamos excer-

to do voto do Ministro Ilmar Galvao, no REx n2 146.733-SP, des-

tacado por Leandro Paulsen em sua obra C on sti tu i(a o e C I)c lig o

Tr ibu tar io a L uz d a D outr in a e d a .Ju ris pr ud en ciC l, Livraria Editora

do Advogado, 2004, p. 543:

" C . .. ) 0 q ue v ed a 0 ar t . 195, § 4!!., q ue q ua i sq ue r ( Ju tr a s w n t ri bu i-

(IJe S, p a ra fin s d e s e gur id ad e so cia l, ve nha m a ser i ns ti tu ic la s s ob re o s

je no m en os e co no m ic os d es cr iio s n os incises 1,II, III e IVdo ca pu t C . . ) " .

Copilando todos estes dispositivos citados e adaptando-os a jurisprudencia

do STF, conc luimos que novas cont ribuicces sociais, a lem daque las quat ro

previstas no ca pu t do art. 195 da Const itu icao Federal , terao que obedecer as

seguintes determinacoes:

estes quatro tipos de contribuicoes sociais obedecern a rt'gra geral de institui-

cao por lei ordinaria, respeitando normas gerais previstas em lei complementar.

No entanto, 0constituinte criou a possibilidade de que novas contribuicoes

[ossern criadas para manutencao ou expansao cia Seguridade Social:

Estas novas corur ibuicoes deverao obedecer ao an. 154, I , da Constituicao

Federal, que, entre outras exigencias, preve lei complernentar para instituicao:

An. 154. A Uniao podera inst ituir:

1-mediante lei complementar, impostos nao previstos no art igo

anter ior (en tenda-se nes te caso novas contr ibuicoes) , clesde que

se jam nao-cumula tivos e nao tenham fato gerador ou base de cal -culo proprios dos discriminados nesta Constituicao,

(...)

Criacao de (Jutras contribuicoes sociais,

alern daquelas citadas nos quatro

incisos do art. 195, ou seja, cobradas dos

ernpregadores, dos trabalhadores, sobre a

receita do concurso de prognosticos

e dos importadores.

/•\\Instituicao pm I

Ilei complemeruar.

I

Terao que ser nao-cumulativas, Nao pode rao ter mesrna base de

compensando-se 0 que for devido calculo e Iato gcrador das

em cada operacao com 0 rnoruarue coruribuicoes]a eitadas nos qualm

cohrado nas anteriores. incisos do art. ILJ5daCr:

E importante chamar a atcncao para 0 l ato de que j a e pac tli co nas dec isoes

do STF que as novas cont ribuicoes criadas corn fundamento no art . 19'5, ~ 4'-',

poderao ter Iato gerador e base de calculo ident icos aos de irnpostos, limi tan-

do-se a vedacao a base de calculo e an laro gerador das corur ibuicocs socials . ci-

tados nos incises do mcsmo artigo.

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48 Direi to Tributario - Cl au di o Bo r ba ELSEV!EI, CAMPUS Capitulo 2 - Tributos

~ou E importante lembrar que a Contr ibuicao Provisoria sabre Movimentacao

Financeira - CPMF teve que ser criada pela Emenda Constitucional n£ 12, e

nao por lei complernentar por ser t ipicarnente cumulativa.

Com relacao ao cumprimento des tas exigencias para a ins ti tuicao de novas

contribuicoes socials. chamamos atencao para 0 fa to de que a posicao do STF,

com relacao a materia, evidencia-se no sentido de que nao se aplica as novas

contr ibuicoes a segunda par te do inciso Ido art . 154 da Constituicao Federal,

ou se ja, elas poderiam ter fa to gerador ou base de ca lcu lo dos impostos previ s-

tos na Constituicao Federal.

Para aprofundamento des ta pos icao jur isprudencial , recornendamos a Lei-

tura da obra D ir ei to T ri bu ia ri o n a C o ns ti tu iC ;( 1o e n o ST F, de Marcelo Alexandri-

no e Vicente de Paulo, da Editora Impetus , que trata a mater ia de rnaneira clara,

objetiva e eletalhada.

Uma caracterist ica marcante que diferencia as contr ibuicoes sociais para a

segurielacle social das outras contribuicoes parafiscais e 0 fato de que nao obe-

decem ao principio elaanter ioridade, podendo ser cobradas noventa dias apos a

publicacao da lei que as instituir, conforme determina0

paragrafo sexto do art .195 cia Constituicao Federal:

§ 2Q .A proposta de orcarnento ciaseguridade social sera elaborada

de forma integraela pelos orgaos responsaveis pela saude, previ-

dencia social e ass istencia social, tendo em vista as metas e prior i-

dades estabelecidas na lei de diretrizes orcamentarias, assegurada

a cada area a gestae de seus recursos.

§ 3Q• A pessoa juridic a em debito com 0sistema da seguridade social,

como estabelecido em lei, nao podera contratar com 0Poder Publico

nern dele receber beneficios ou incentivos fiscais ou crediticios.

§ 4Q . A le i podera instituir outras fontes destinadas a garanti r a

manutencao ou expansao cia seguridade social, obedecido 0 dis-

posto no art . 154,1.

§ S Q . Nenhum beneficio ou service da seguridade social podera ser

criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de

custeio total.

§ 6l2.As contr ibuicoes sociais de que trata este art igo 56 poderao

ser exigidas, ap6s decor ridos noven ta diasda data da publ icacao

da lei que ashouver ins ti tuido ou modificado, nao selhes aplican-

do 0 disposto no art. 150, Ill,b.

§ 7Q.Sao isentas de contr ibuicao para a seguridade social as enti-

dades beneficentes de assistencia social que atendam as exigencias

estabelecidas em lei.

§SQ.0 proelutor, 0 parceiro, 0meeiro e 0 arrendatario rurais e 0

pescador artesanal , bern como os respectivos conjuges, que exer-

earn suas atividades em regime deeconomia familiar, scm eIl}pre-

gados permanentes, contribuirao para a seguridade social mediante

a aplicacao de uma aliquota sobre 0 resultado da comercializacao

da producao e Iarao jus aos beneftcios nos te rmos da le i.

S 9.2.As contr ibuicoes sociais previstas no inciso I do capu t deste

art igo poderao te r ahquotas ou bases de calculo diferenciadas, em

razao elaatividade economica, da uti lizacao intensiva de mao-de-

obra , do porte da empresa ou da cond icao est rutura l do mercado

de trabalho.

S 10. A lei def inira os cri terios de transferencia de recursos para 0

si st ema unico de saude e acoes de assist encia soc ia l da Uniao para

os Estados, 0Distr ito Federal e os Municipios, e dos Estados para

os Municipios, observada a respectiva contrapar tida de recursos.

Art. 195, § 6Q, da CF. As cont ribuicoes soc ia is de que t rata este ar-

t igo so poderao ser exigidas apos decorridos noventa dias da data

da publ icacao da lei que as houver inst ituido ou modificado, nao

se lhes aplicando 0 disposto no art . 150, III, b.

Nao podemos deixar de atentar para 0 Iato de que de qualquer maneira terao

que ser obeelecidos os noventa elias,mesmo que estes ultrapassem 0primeiro dia

do exerctcio seguinte ao da publicacao da lei que ins ti tuiu a contr ibuicao.

Para encerrarmos 0 estudo a respeito elascontribuicoes sociais, elestacamosa segui r os paragra los do ar t. 195 da Consti tuicao Federal , nao anali sados in-

dividualmente, com as alteracoes determinadas ate a Emenda Constitucional

n£42, de 2003:

§ lQ.As receitas dos Estados, do Dis tr ito Federal e dos Munictpios

dest inadas a seguridade soc ial constarao dos respectivos orca-

memos, nao integrando 0orcamento da Uniao.

49

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50 CAMPL J S Capitulo 2 - TributosDi rei to Tr ibut ar ie - C laudi o Bo rb a ELSFVIEI{

1 1ucou § 11. E vedada a concessao de remissao ou anist ia das contr ibui-

coes sociais de que tratam os incisos I, a, e II des te art igo, para de-

bites em montante super ior ao f ixado em lei complementar .

§ 12. Alei def inira ossetores de atividade econornica para os quais

as cont ribuicoes inc identes, na forma dos inci ses I, b, e IV do c a -

put, serao nao-cumulativas,

§ 13. Aplica-se 0disposto no § 12 inclusive na hip6tese de substi-

tuicao gradual , total ou parcial , da contr ibuicao incidente na forma

do inciso I,a, pela incidente sobre a receita ou 0 faturamento. (NR)

Art. 177, § 42 , da CF. A lei que instituir contribuicao de interveneao

no dornmio econornico relat iva as atividades de importacao ou co-

mercial izacao de petroleo e seus clerivados, gas natural e seus der i-

vados e alcool combustivel devera atender aos seguintes requisitos:

1- a a liquota da contr ibuicao podera ser:

a) di ferenciada por produto ou uso;

b) rec luz ida e restabe lec ida por a to do Poder Execu tivo , nao se lhe

aplicando 0 disposto no art . 150, Ill, b;

H- os recursos arrecadados serao destinados:

a) ao pagamento de subsidies a precos ou transporte de alcool

combusuvel, gas natural e seus der ivados e der ivados de petroleo;

b) ao Iinanciamento de projetos ambientais relacionados com a

industria do pe troleo e do gas;

c) ao financiamento de programas de infra-estrutura de trans-

portes.

2.2.6.2. Contribuicoes de lntervencao no Dominio Econ6mico

Muitas vezes, a Uniao tern que in terv ir no dominio econorn ico com ()obje -

tivo de controlar a producao de deter rninados generos, a fim de manter, por

exernplo, os seus prec.;osestaveis no cornercio exterior.

Urn dos exernplos mais npicos ocorre na producao de acucar. Se toc1asas

usinas do Brasi l proc1uzissem a sua capacidade maxima ele producao, haver ia

uma superproducao no mercado inte rnacional e 0 prec.;odespencaria, deixan-do 0 respective parque inelustrial em situacao dificilima.

Para evitar isto, 0 Governo Federal estabelece que eleterminada usina que,

por exernplo, tenha capacielade de producao ele400 mil sacas so podera produ-

z ir 250 mil , controlane lo a producao ele todas as usinas por interesse dos pro-

prio s usinei ros, que tern a conscienc ia de que 0fato de todos uti li zare rn a sua

capacidade max ima de producao resulta ra em excesso de acucar no mercado

internacional, Iorcando 0 preo:,;opara baixo.

o governo, no entanto, t ern urn custo para manutencao deste controle, in-

clusive para fazer os estudos necessaries para estimar a provavel producao

mundia l atraves ele satel ite s que verificam as areas plantae las com cana-de-

acucar em todo 0mundo.Para cus tear estas despesas, sao cobradas as respeciivas conrr ibuicoes das

pessoas interessaelas, como os produiores de acucar, plamadores de cana, produ-

tores de laranja, cafe e outros produtos para osquais este controle r necessario.

Como exernplo de contr ibuicao de intervencao no dominio economico. de-

vemos citar aquela relat iva as atividades de importacao ou cornercializacao de

pctrulco e seus der ivados, gas natural e seus clerivados e alcool combusnvel,

criada pela Emenda Constitucional n-' 33, de 11112/200 I , que introduziu 0 R 42

ao art. 177 da CF:

2.2.6.3. Contribuicoes de Interesse de Categorias Profissionais ou

Econ6micas

Sao contr ibuicoes cornpulsorias criaelas pela Uniao e elest inadas a s indica-

tos , conselhos como CREA, CRM, CRO, organizacoes como OAB, OEB. e ainda

aquelas cobraelas em prol de entidades privaelas vinculaelas ao sistema sindical,

como SENAl, SENAC, SESC, SESI, SENAR e outras.

Para efeitos didaticos, vamos dividi- Ias em dois grupos, a saber :

• coruribuicoes sindicais; e

• contr ibuicoes des tinadas a entidades privadas ligadas ao s istema sindical.

a) Contr ibuicoes s indicais

Dentro des te grupo, estao todas aquelas cobradas em prol eleenudades sin-

elicais ou representat ivas de categorias profiss ionais ou econornicas como 0

CREA, CRM, CRO, OAB, OEB e outras,

Importante chamar a atencao para 0Iato de que coexistern no sistema sind i-

cal hrasileiro dois tipos de contribuicoes. Uma facultativa e outra cornpulsoria,

5() se cnquadrando como contr ibuicao paraf iscal aquela obrigat6r ia.

o art . 8~, caput e 0 incise IV, c ia nossa Const i tuicao Federal trata das duas,

f risando a falta de obrigatnr iedade daquelas I ixadas pcla Assernbleia Geral c ia

51

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52 Direito Tribut3rio Claudio Borba FLSEVIEl{ CAMPUS

-~coU

<V

>oC ;:

<V

a

en tidade sindica l, sem pre jutzo daque las fixadas por lei , portanto de carate r

cornpulsorio:

Capitulo 2 - Tributos

2.3. Quadro Geral das Especies Tributarias

Resumindo 0 que ja foi vis to com relacao a tributos, podemos representar

suas especies, em obediencia as constantes modificacoes do texto constitucio-

nal , da seguinte forma:

Art. 82 da CF. E l ivre a associacao pro f iss ional ou s indical, obser-

vado 0seguinte:

(...)

IV - a assernb leia geral fixara a contribuicao que, em se tratando

de categoria profissional , sera descontada em Iolha, para cus teio

do sistema confederativo da representacao s indical respectiva, in-

dependente mente da contribuicao prevista em lei .r l Impostos J

Pode-se conc lui r, portanto, que sao dois os tipos de con tribuicoes, incon-

Iundiveis entre s i, embora des tinadas a mesma entidade representat iva de cate-

goria pro fissional ou economica.

o proprio Codigo Tributar io Nacional Iaz uma relerencia as contr ibuicoes

s indicais , no seu art . 217, l:

HContribuicoes

de melhoria._______.rt. 217 do CTN. As disposicoes desta Lei, notadamente as dos

arts. 17, 74, §22, e 77, paragrafo unico, bern como a do art. 54 daLein !l5.025, de 10 de junho de 1966, nao exduem a incidenc ia e a

exigibilidade:

I - da "contribuicao sindical", denominacan que passa a ter 0

Imposto Sindical de que tra tam os art s. 578 e segs. da Consolida-

cao das Leis do Trabalho, sem prejuizo do disposto no art. 16 da

Lei n !l4 .589, de 11 de dezembro de 1964.

l Tributos }

b) Contribuicoes des tinadas a entidades privadas ligadas ao s is tema sindical

O art . 240 da Constituicao Federal separa nit idamente ascontribuicoes des-

t inadas a entidades privadas ligadas ao sistema sindical aqui estudadas daque-

las class il icadas como sociais, previstas no art . 195 da mesma Constituicao.

Contributcoes

t-- parafiscais

on especiais

Art . 240 . Ficam ressa lvadas do disposto no art. 195 as a tua is con-

tribuicoes compulsorias dos empregadores sobre a folha de sa la-

rios, destinadas as entidades privaclas de service social e cleforma-

cao profissional vinculaclas ao sistema sindical.

Como exernplo destas cont ribuicoes, podernos c it ar aquelas inst ituidas

pela Uniao e destinadas a entidades como 0 SENAI, SENAC, SENAR, SESI,

S E s e e (Jutras.Y

Emprestimos

cornpulsorios,____________.

Nominados ( art s. 1 45 ,1 , 1 '» , 1 ') ') c 156 da C f' )

Iesiduals (art. 154 , I, d a CF)

Extraordinarios de gue rr a ( ar t. 1 54 , I I. ,.I. CF)

De pohcia ( ar t. 145,11, prime ir a par te . da CF)

Ie ser vi ce s ( ar t. 1 45 , 11,,cgullda parte , c iaCF)

Obras publi ca s que valor iz am i rnovei s ( ar t. 145, I ll , da CI' )

De seguridade

social

Sociais

Gerais

(art. 149, primeira

par te , da Cf)

ClDE

(art. 149, segunda

par te , da CF)

ICPE(art. 149, terceira

par te , da CF)

Municipais

e distritais

( ar t. 149-A da CF)

J

Nornmadas

(an. l4Y, pnmrira puru,

cle a rt . ]9 5, I a IV , da CF )

Residuals

(art, 149, primeira parte ,

e lf a rt . 195, § 4 ', da t ::F)

De previdencia para os

servidores dos E,Df e M

(art. 149, § I', da CF)

Calarnidade ou gue rr a (a rt 1 4K, I , d a CF)

Ie invest imcnto (urt., 14K.II , c ia U·)

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54 Direito Tributario - C l au d io B or ba ELSEVIEI{

vcoU 2 .4. Funs;ao dos Tributos

>

~ Hoje em dia, com a modcrnizacao do Direito Tributario, os tributes vern

'"~ cada vez mais sendo utilizados com outros objetivos que nao somente a sim-

ples arrecadacao, Embora 0 assunto esteja mais l igado a Ciencia das Fmaucas,

citamos aqui 0 ensinamento de Hugo de Bri to Machado (Curso de D ir ei to T ri -

butdrio, 11. ed., Sao Paulo, Malheiros , 1996, p. 46) :

No estagio a tua l das Iinancas publ icas, dihcilmente um tribu to e

ut il izado apenas como instrumento de arrecadacao. Pode ser a ar-

recadacao ()seu principal objet ivo, mas nao c 0 unico.

o tribute tambcm e largarnente utilizado com 0objetivo de inter-

Ierir 11aeconomia privada, estimulando atividades, setores eCOl1{)-

micos ou regioes, desestirnulando 0 consume de certos bens e

produzindo, f inal mente, os mais diversos efeitos na economia.

Assim, quanto a seu objetivo, 0 tribute e:

• Fiscal =j> quando seu principal ob jet ivo e a arrecadacao de recur-

sos financeiros para 0Estado;

• Extraliscal =j> quando seu objetivo principal e a interferencia no

dommio econornico, buscando urn efeito diverso da s imples arre-

cadacao de recursos Iinanceiros;

• Parafiscal =j> quando 0 seu obj et ivo e a arrccadacao de recursos

para 0 custeio de atividades que, em princrpio, nao integram fun-

coes pr6prias do Estado, mas este as desenvolve atraves de entida-

des especificas.