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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - UFSC PROGRAMA DE PÓS-GRADUÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL - PPGEC CLASSIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL: uma aplicação em placas cerâmicas para revestimento ANA MARIA DELAZARI TRISTÃO Florianópolis 2005

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - UFSC

PROGRAMA DE PÓS-GRADUÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL - PPGEC

CLASSIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL: uma aplicação em placas cerâmicas

para revestimento

ANA MARIA DELAZARI TRISTÃO

Florianópolis

2005

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - UFSC

PROGRAMA DE PÓS-GRADUÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL - PPGEC

CLASSIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL: uma aplicação em placas cerâmicas

para revestimento

Tese submetida à Universidade Federal de Santa

Catarina como requisito parcial exigido pelo

Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil

- PPGEC, para a obtenção do Título de Doutor em

Engenharia Civil.

Orientação: Prof. Orestes Estevan Alarcon

ANA MARIA DELAZARI TRISTÃO

Florianópolis

2005

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ANA MARIA DELAZARI TRISTÃO

CLASSIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL: uma aplicação em placas cerâmicas

para revestimento

Tese submetida à Universidade Federal de Santa

Catarina como requisito parcial exigido pelo Programa

de Pós-Graduação em Engenharia Civil - PPGEC, para

a obtenção do Título de Doutor em Engenharia Civil.

Florianópolis, 01 de julho de 2005.

_____________________________________ Dr. Glicério Trichês - Coordenador do PPGEC

COMISSÃO EXAMINADORA: ________________________________________________ Dr. Orestes Estevan Alarcon – Orientador – PGMAT/UFSC

______________________________________________________ Dr. Roberto Lamberts – Co-orientador - Professor do PPGEC/UFSC

__________________________________________________________________ Dr. José Octávio Armani Paschoal – Professor do Programa de Pós-graduação do

IPEN/USP e Presidente do Centro Cerâmico do Brasil/SP ___________________________________________________________________

Dr. João Luiz Calmon Nogueira da Gama – Professor do Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil - PPGEC/UFES

______________________________________________________________ Dra. Ursula Blattmann – Professora do Departamento de Ciência da Informação -

PGCIN/UFSC _______________________________________ Dr. Malik Cheriaf – Professor do PPGEC/UFSC

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Dedico essa tese:

À minha querida mãe Paulina, modelo de humildade e sabedoria;

À minha sogra Glória pelo amor e ajuda nos momentos mais difíceis;

Aos meus filhos João Gabriel, André e Elisa pela paciência, carinho e apoio

para vencer os desafios dessa jornada; e,

Ao meu esposo Fernando, companheiro de todos os momentos.

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AGRADECIMENTOS Muitas pessoas contribuíram para o desenvolvimento da tese, entre elas

agradeço as contribuições efetuadas pelos membros da banca do exame de

qualificação, professores (as) Carlos Torres Formoso, Ursula Blattmann e Luis

Gomes.

Ao meu orientador Professor Orestes Estevan Alarcon pela liberdade

oferecida durante os estudos de doutoramento.

Ao meu co-orientador Professor Roberto Lamberts pela confiança e pela

acolhida no infoHab - Centro de Referência e Informação em Habitação.

Ao Professor Malik Cheriaf pela amizade e pelos conselhos nos momentos

mais oportunos.

À professora Gleisy R. B. Fachin do Departamento de Ciência da Informação

da Universidade Federal de Santa Catarina pelo incentivo e pela troca de

conhecimentos sobre sistemas de classificação.

À Universidade Federal do Espírito Santo por conceder o meu afastamento

para concretizar os estudos.

Ao Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil da UFSC em especial a

ex-coordenadora Professora Henriette Lebre La Rovere pela presteza nos trâmites

burocráticos.

Às colegas Fernanda Saffaro, Maria de Fátima Souza, Débora Góis pelas

bibliografias compartilhadas, questionamentos e apoio.

Aos colegas do infoHab Renato Lupiano, Thaís Carrier Mendonça e João

Paulo Silveira pelos momentos vividos e pela ajuda mútua.

Aos demais colegas do Núcleo de Pesquisa em Construção da UFSC pelas

oportunidades de aprendizagem coletiva e amizade.

Às demais pessoas que, de alguma forma, contribuíram para a realização da

tese, incluindo vários outros colegas e amigos não citados mas que também

manifestaram apoio e incentivos sinceros.

Á CAPES/PICDT pelo apoio financeiro.

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Sem classificação não poderia haver nenhum pensamento humano,

ação e organização que conhecemos. A classificação transforma

impressões sensoriais isoladas e incoerentes em objetos

reconhecíveis e padrões recorríveis (LANGRIDGE, 1977, p.11).

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TRISTÃO, Ana Maria Delazari. Classificação da informação na indústria da construção civil: uma aplicação em placas cerâmicas para revestimento. 269 f. 2005. Tese (Doutorado em Engenharia Civil) – Programa de pós-graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2005.

RESUMO

A indústria de placas cerâmicas para revestimento necessita de informações sistematizadas a fim de facilitar o armazenamento, recuperação, acesso e uso da informação sobre a placa cerâmica e seus locais de aplicação ou usos. Na pesquisa estabelece-se as diretrizes para a criação de um sistema de classificação facetada sobre placas cerâmicas para revestimento e seus usos baseando-se nos princípios teóricos da classificação facetada e nas diretrizes das normas da International Standard Organization, a ISO TR 14177 e ISO DIS 12006-2, ambas tratando da classificação da informação na indústria da construção civil. A pesquisa contribui na fundamentação teórica e conceitual para a concepção de sistemas de classificação. Na estruturação do sistema de classificação sobre placas cerâmicas e seus usos, utiliza-se o método analítico sintético, que consiste em identificar, mediante análise de conceitos, os diferentes aspectos contidos na literatura sobre o assunto. São descritas as diversas etapas para elaboração do sistema de classificação, explicitando-se cada uma com seus respectivos desdobramentos. Como resultados, apresenta-se a estrutura do sistema de classificação em suas categorias, classes e subclasses. No sistema de classificação, enfatizam-se duas categorias de informação, as placas cerâmicas e os locais de aplicação definidos como uso. Apresentam-se um exemplo de codificação por meio dos símbolos de notação; um índice e um glossário para facilitar a codificação e recuperação da informação. Conclui-se que o uso da classificação facetada é recomendado para a organização da informação na área da construção civil, devido ao fato que, esta se aplica a uma área do conhecimento, tendo, portanto, um caráter de especialização, pois possibilita a descrição dos assuntos com maior especificidade. Constata-se, ainda, que a estruturação do sistema sobre as placas cerâmicas para revestimento e seus usos pode ser expandida e também servir de base para desenvolvimento de sistemas de classificação para os demais produtos da construção civil, uma vez que na tese se apresenta um conjunto familiar de evidências a partir das quais pode-se construir a estrutura básica de classificação de qualquer assunto. Destaca-se a necessidade urgente da atualização e complementação da norma de especificação sobre placas cerâmicas para revestimento, no que se refere a identificação dos valores das diversas características técnicas nos diferentes grupos de absorção, bem como a relação desses grupos com o local de aplicação ou uso da placa cerâmica. Palavras-chave: Organização do conhecimento. Sistema de classificação facetada. Classificação da informação na indústria da construção civil. Cerâmica para revestimento. Placa cerâmica. Uso. Local de aplicação.

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TRISTÃO, Ana Maria Delazari. Classification of information in the construction industry: an application in ceramic tile for covering. 2005. Thesis (Doctor in Civil Engineering) – Post-Graduation Program in Civil Engineering, Federal University of Santa Catarina State – Florianópolis, Brazil.

ABSTRACT

The industry of ceramic tiles for covering needs systematized information in order to facilitate the storage, recovery, access and use of the information on the ceramic tile and their uses. In the research establish guidelines for the creation of a faceted classification system on ceramic plates for covering and their uses basing on the theorical beginnings of the faceted classification and in the guidelines of the standards of International Standard Organization, to ISO TR 14177 and ISO DIS 12006-2, both treating of the classification of the information in the industry civil construction. The research contributes in the theorical and conceptual basis to the conception of classification systems. In the structuring of the classification system on ceramic plates and their uses, the synthetic analytical method is used, that it consists of identifying, by analysis of concepts, the different aspects contained in the literature on the subject. The several stages are described for elaboration of the classification system, showing each one with their respective unfoldings. As results, the structure of the classification system in their categories, classes and subclasses. In the classification system, two categories of information, the ceramic plates and the defined application places are emphasized as use. They come a systematic of code through notational symbols; an index and a glossary to facilitate the code and recovery of the information. It is ended that the use of the faceted classification is recommended for the organization of the information in the area of the building site, due to the fact that, the area of the knowledge is applied, tends, therefore, a specialization character, because it makes possible the description of the subjects with larger specificity. It is still verified, that the structuring of the system on the ceramic plate and their uses can be expanded and appropriate and also to serve of base for development of classification systems for the too much products of the civil construction, a time that in the thesis if presents a familiar set of evidences from which can be constructed the basic structure of classification of any subject. It stands out the urgent need of the updating and complementation of the specification norm on ceramic plates for covering, in what it refers the identification of the values of the several technical characteristics in the different absorption groups, as well as the relationship of those groups with the application place or use of the ceramic plate. Key words: knowledge Organization. Faceted system classification. Classification of the information in the construction industry. Ceramic for covering. Ceramic tile. Use. Application place.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - Procedimentos para classificar a informação........................................32

FIGURA 2 - Ciclo da informação................................................................................38

FIGURA 3 - O conceito de classificação....................................................................47

FIGURA 4 – Evolução da capacidade produtiva nacional em milhões de m2 por

ano..............................................................................................................................72

FIGURA 5 - Disposição das informações nas embalagens das placas cerâmicas

para revestimento....................................................................................................100

FIGURA 6 - Superação de barreiras na comunicação com o uso de terminologia e

classificação.............................................................................................................102

FIGURA 7 - Modelo básico de processo aplicado ao processo construtivo............113

FIGURA 8 - Proposta de classes ou tabelas de classificação.................................114

FIGURA 9 - Modelo do processo construtivo...........................................................120

FIGURA 10 - Sub-cadeias da construção civil - sub-setor edificações....................121

FIGURA 11 – Diagrama do modelo de classificação do processo construtivo........124

FIGURA 12 - Modelo de funcionamento da base de dados de produtos para a

construção................................................................................................................145

FIGURA 13 - Objetos de produção do ambiente construído....................................149

FIGURA 14 - Mapa conceitual da placa cerâmica para revestimento......................160

FIGURA 15 - Representação gráfica da atividade de assentamento de placas

cerâmicas.................................................................................................................161

FIGURA 16 - Classes da categoria Placa Cerâmica...............................................164

FIGURA 17 – Classificação dos elementos revestidos com placas cerâmicas.......165

FIGURA 18 - Classes e subclasses da categoria de informação Espaços..............167

FIGURA 19 - Classes e subclasses da categoria de informação Edificações.........169

FIGURA 20 - Organização interna da categoria Espaços........................................170

FIGURA 21 – Layout dos códigos na tabela de classificação Placas

cerâmicas.................................................................................................................173

FIGURA 22 - Aspectos cobertos no sistema de classificação................................176

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 - Dados gerais do setor de revestimento cerâmico................................26

QUADRO 2- Empresas e profissionais do setor cerâmico.........................................27

QUADRO 3 – Destino das exportações brasileiras no ano de 2002 (em %).............75

QUADRO 4 – Consumo interno de produtos para revestimentos (em milhões de

m2)..............................................................................................................................77

QUADRO 5 – Nome usual da peça cerâmica em função da sua absorção de água e

resistência mecânica..................................................................................................89

QUADRO 6 - Relação PEI com o Uso.......................................................................90

QUADRO 7 – Resistência à abrasão profunda para não esmaltados.......................91

QUADRO 8 – Comparação da dureza dos minerais, segundo escala Mohs.............92

QUADRO 9 – Relação Valor X Indicações do coeficiente de atrito...........................94

QUADRO 10 - Classes de resistência a manchas ...................................................95

QUADRO 11 – Classes de resistência química.........................................................96

QUADRO 12 – Resistência química..........................................................................96

QUADRO 13 – Relação entre Uso X Propriedades da cerâmica para revestimento.98

QUADRO 14 – Usos específicos e características físicas de avaliação....................98

QUADRO 15 - Usos específicos e características químicas de avaliação.................99

QUADRO 16 - Princípios de especialização e títulos das tabelas da ISO DIS 12006-

2/98...........................................................................................................................126

QUADRO 17 – Tabelas de classificação presentes no sistema Uniclass................132

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LISTA DE TABELAS TABELA 1 – Tabela de classificação das placas cerâmicas – Código P.................176

TABELA 2 – Tabela de classificação dos usos das placas cerâmicas na construção

civil identificado pelas facetas Elementos, Espaços e Edificações – Código U.......185

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AEC- A industria de Arquitetura, Engenharia e Construção.

aecXML – linguagem baseada em XML usada para representar informações na

indústria AEC.

ANTAC - Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído.

BARBI- The Norwegian Building Industry’s Reference Data Library.

bcXML – building construction taxonomy and dictionary.

CDCON – Desenvolvimento de Terminologia e Codificação de Materiais e Serviços

da Construção.

CDD - Classificação Decimal Dewey.

CDU - Classificação Decimal Universal.

CIB - International Council and Inovation in Building and Construction.

CIC-NET – Consórcio Integrado da Construção na Net.

CICS – Construction Information Classification System.

CSC – Construction Specification Canadá.

CSI – Construction Specification Institute.

DXF - Drawing Interchange Format.

EAN – European Article Number.

ebXML- Estrutura global em XML para especificação de negócios.

EDI - Electronic Data Interchange.

EPIC – European Product Information Co-operation.

IAI - International Alliance for Interoperability.

ICIS- International Construction Information Society.

IFC – International Foundation Classes.

IFCXML – IFC em formato XML.

IFD - International Framework for Dictionaries.

ISKO - International Society for Knowledge Organization.

ISO – International Standard Organization.

NBS – National Building Specifications Service.

OCCS - Overall Construction Classification System.

PBQP-H - Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat.

PMEST - Personalidade, Matéria, Energia, eSpaço, Tempo.

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SEAP- Secretaria de Estado da Administração e Patrimônio.

SfB - Samarbettskommitten for Byggnadsfr Cgor.

STEP- Standard for the Exchange of Product Model Data.

SUCAB – Superintendência de Construções Administrativas da Bahia.

TCPO – Tabela de Composição de Preços e Orçamentos.

TIC – Tecnologia da Informação e Comunicação.

UNICLASS - United Classification for the Construction Industry.

WBS – Work Breakdown Structure.

XML – eXtensible Marcation Language.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.........................................................................................................19

1.1 TEMA DA PESQUISA ......................................................................................... 25

1.2 O PROBLEMA DE PESQUISA ............................................................................ 26

1.2.1 Questões da pesquisa....................................................................................... 28

1.2.2 Variáveis............................................................................................................ 29

1.3 OBJETIVOS ......................................................................................................... 29

1.3.1 Objetivo geral .................................................................................................... 29

1.3.2 Objetivos específicos ........................................................................................ 30

1.4 DA RELEVÂNCIA DA PESQUISA ....................................................................... 30

1.5 LIMITAÇÕES DA PESQUISA ............................................................................. 32

1.6 EXPOSIÇÃO METODOLÓGICA .......................................................................... 32

1.7 ESTRUTURA DE APRESENTAÇÃO DA TESE................................................... 34

2 ASPECTOS TEÓRICOS SOBRE SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO.................... 36

2.1 SISTEMAS PARA A ORGANIZAÇÃO DO CONHECIMENTO ............................. 36

2.2 SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO E TESAUROS.............................................. 40

2.2.1 Sistemas de classificação: definições e princípios teóricos............................... 40

2.2.1.1 Princípios de divisão....................................................................................... 43

2.2.1.2 Classes simples e classes compostas ........................................................... 43

2.2.2 Tipos de classificação ....................................................................................... 43

2.2.2.1 Classificações especializadas e gerais .......................................................... 45

2.2.2.2 Classificações analíticas e documentais ........................................................ 45

2.2.2.3 Classificações enumerativas .......................................................................... 45

2.3 SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO FACETADA ...................................................... 46

2.3.1 A teoria da classificação facetada.......................................................................49

2.3.2 Identificação das categorias fundamentais de acordo com os trabalhos do

Classification Research Group (CRG)........................................................................ 50

2.3.3 Etapas para construção do sistema de classificação facetada ......................... 51

2.3.3.1 Definição, síntese e delimitação do assunto a classificar............................... 52

2.3.3.2 Exame da literatura do assunto e seleção da terminologia ............................ 52

2.3.3.3 Identificação das categorias ou facetas principais ......................................... 52

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15

2.3.3.4 Levantamento das facetas e subfacetas ........................................................ 52

2.3.3.5 Estabelecer a ordem dos conceitos dentro de cada faceta ........................... 54

2.3.3.6 Estabelecer a ordenação das facetas ............................................................ 54

2.3.3.7 Estabelecer a ordem de citação ou de combinação das facetas.................... 55

2.3.3.8 Acrescentar a notação.................................................................................... 56

2.3.3.9 Elaborar o índice ............................................................................................ 59

2.4 DIFERENÇAS ENTRE SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO TRADICIONAIS E

SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO FACETADA.......................................................... 61

2.5 RELAÇÃO ENTRE SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO FACETADA, TESAURO,

TERMINOLOGIA, E TEORIA DO CONCEITO............................................................63

2.5.1 Relação entre sistema de classificação facetada e tesauro.............................. 63

2.5.2 A relação entre sistema de classificação facetada, teoria do conceito e

terminologia................................................................................................................ 64

2.6 RELACIONAMENTO ENTRE CONCEITOS PARA A ELABORAÇÃO DA

ESTRUTURA DO SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO................................................... 66

2.6.1 Tipos de relacionamentos entre conceitos ........................................................ 68

2.6.1.1 Relacionamento lógico ................................................................................... 68

2.6.1.2 Relacionamento ontológico ............................................................................ 69

2.6.1.3 Relacionamento de efeito............................................................................... 70

2.7 CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DE UM SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO...... 71

3 CERÂMICA PARA REVESTIMENTO................................................................... 73

3.1 PANORAMA DA INDÚSTRIA BRASILEIRA DA CERÂMICA PARA

REVESTIMENTOS......................................................................................................73

3.2 USO DA CERÂMICA PARA REVESTIMENTO NAS EDIFICAÇÕES .................. 76

3.3 O REVESTIMENTO CERÂMICO COMO UM SISTEMA...................................... 78

3.4 QUALIDADE DA CERÂMICA PARA REVESTIMENTO..................................... 79

3.5 AS PATOLOGIAS NO SISTEMA REVESTIMENTO CERÂMICO ........................ 81

3.6 MELHORIAS IMPLANTADAS NO SETOR DE CERÂMICA PARA

REVESTIMENTO........................................................................................................

815

3.7 ATRIBUTOS DE INTERESSE PARA A ÁREA DA CONSTRUÇÃO CIVIL

CONFORME PADRÃO DA ISO ................................................................................ 86

3.8 OS ATRIBUTOS DA CERÂMICA PARA REVESTIMENTO................................. 87

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16

3.8.1 Características geométricas .............................................................................. 88

3.8.2 Características físicas da cerâmica para revestimento para uso geral e

específico. .................................................................................................................. 88

3.8.2.1 Características físicas uso geral.................................................................... 89

3.8.3 Características químicas da cerâmica para revestimento para uso geral e

específico.. ................................................................................................................. 95

3.8.3.1 Características químicas para uso geral ........................................................ 95

3.8.3.2 Características químicas para usos específicos............................................. 97

3.8.4 Relação entre Uso X Propriedades da cerâmica para revestimento ................ 97

3.9 INFORMAÇÕES NA EMBALAGEM DA CERÂMICA PARA REVESTIMENTO ... 99

4 PADRÕES INTERNACIONAIS PARA A TROCA E COMUNICAÇÃO DE DADOS E INFORMAÇÃO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL...................100

4.1 ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS DE PADRONIZAÇÃO VISANDO À

TROCA DE DADOS E INFORMAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL .......................... 102

4.2 ESFORÇOS DE PADRONIZAÇÃO PARA A TROCA E COMUNICAÇÃO DE

DADOS E INFORMAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL.............................................. 104

4.2.1 Padronização de layers do software Computer Aided Design (CAD).............. 104

4.2.2 Electronic Data Interchange (EDI) .................................................................. 105

4.2.3 Industry Foundation Classes (IFC’s) .............................................................. 105

4.2.4 The Standard for the Exchange of Product Model Data (STEP) .................... 106

4.2.5 Os padrões na indústria AEC baseados em XML .......................................... 106

4.3 PADRÕES INTERNACIONAIS DE CLASSIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO DA

INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL.................................................................... 111

4.3.1 ISO TR 14177/94- Classificação da informação na indústria da construção

civil................. .......................................................................................................... 111

4.3.2 ISO DIS 12006-2/98 - Organization of information about construction works —

Part 2: Framework for classification of information................................................... 119

4.3.3 Diferenças entre as normas ISO TR 14177/94 e ISO DIS 12006-2/98 ......... 127

5. SISTEMAS ÚNICOS DE CLASSIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL.........................................................................................129

5.1 UNITED CLASSIFICATION FOR THE CONSTRUCTION (UNICLASS) ............ 130

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17

5.2 O SISTEMA NORTE-AMERICANO: MASTERFORMAT.................................... 133

5.3 OVERALL CONSTRUCTION CLASSIFICATION SYSTEM - OCCS ................. 135

5.4 O SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO DE PRODUTOS EUROPEUS - EUROPEAN

PRODUCT INFORMATION CO-OPERATION (EPIC) ............................................. 139

5.5 PROJETO CIC-NET – CLASSIFICAÇÃO DE PRODUTOS PARA A

CONSTRUÇÃO EM PORTUGAL............................................................................ 142

5.6 O PROJETO DE DESENVOLVIMENTO DE TERMINOLOGIA E CODIFICAÇÃO

DE MATERIAIS E SERVIÇOS DA CONSTRUÇÃO - CDCON................................. 145

5.7 OS SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO E AS ESPECIFICAÇÕES DE

PRODUTOS E SERVIÇOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL............................................ 149

5.7.1 As especificações de produtos e serviços no Brasil ....................................... 151

6 METODOLOGIA DO SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO FACETADA DE CERÂMICA PARA REVESTIMENTO...................................................................... 155

6.1 ETAPAS PARA CONSTRUÇÃO DO SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO

FACETADA .............................................................................................................. 155

6.1.1 Análise e delimitação do assunto a classificar ............................................... 156

6.1.2 Identificação das categorias e seus desdobramentos.................................... 157

6.1.2.1 Representação dos conceitos revestimento cerâmico e placa cerâmica a

partir do seu campo semântico ................................................................................ 157

6.1.2.2 Análise do modelo básico de processo da norma ISO TR14177/1994 ...... 159

6.1.3 Identificação das facetas e subfacetas – aplicação dos princípios de divisão e

distribuição dos conceitos nas facetas e subfacetas............................................... 162

6.1.4 Ordenação das categorias, facetas e subfacetas............................................ 168

6.1.5 Ordem de citação ou ordem de combinação das facetas............................... 169

6.1.6 Ordem de arquivo........................................................................................... 170

6.1.7 Notação .......................................................................................................... 170

6.1.8 Índice............................................................................................................... 173

6.1.9 Instruções de uso ........................................................................................... 173

6.1.10 Glossário ....................................................................................................... 173

6.1.11 Aplicação em sistemas de recuperação on-line ou locais ............................. 173

7 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS................................................... 175

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18

7.1 OS PRINCIPAIS ASPECTOS COBERTOS NO SISTEMA DE

CLASSIFICAÇÃO..................................................................................................... 175

7.2 ESTRUTURA DO SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO FACETADA PARA

CERÂMICA DE REVESTIMENTO ........................................................................... 176

7.3 SIMULAÇÃO DA APLICABILIDADE DO SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO

FACETADA PARA PLACA CERÂMICA DE REVESTIMENTO................................ 212

8 CONCLUSÕES ..................................................................................................... 215

8.1 DIFICULDADES ENCONTRADAS..................................................................... 218

8.1.1 Considerações com relação às especificações e aos sistemas de

classificação............................................................................................................. 219

8.1.2 Considerações com relação ao CDCON......................................................... 220

8.2 SUGESTÕES PARA FUTUROS TRABALHOS ................................................ 222

REFERÊNCIAS.........................................................................................................225

BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................... 235

APÊNDICE A: INDICE ............................................................................................. 238

APÊNDICE B: GLOSSÁRIO.................................................................................... 245

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19

1 INTRODUÇÃO

A indústria da construção civil constitui-se de atividades heterogêneas que vão

desde a do tipo fabril (construção de prédios, pontes, barragens, etc.) até as de

prestação de serviços (assessoria, consultoria e projetos) e financeiras

(incorporações).

O mercado da indústria da construção civil exige construções de melhor

qualidade, produzidas de forma mais rápida, mais barata e incorporando tecnologia

muito mais complexa. O aumento do nível de exigência dos clientes (públicos e

privados) preocupados em garantir um retorno adequado aos seus investimentos,

implica uma alteração na postura de se conduzir o processo da construção. Ao

mesmo tempo, se assistem a esforços nacionais como o Programa Brasileiro de

Qualidade e Produtividade no Habitat (PBQP-H), Fórum da Construção Civil no

âmbito do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), Estudos Prospectivos da

Cadeia Produtiva da Construção Civil do Ministério da Indústria e Desenvolvimento

Econômico (MIDC) e Plano Estratégico para Ciência, Tecnologia e Inovação da

Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído (ANTAC) visando à

melhoria da qualidade e do índice de produtividade na construção civil, sugerindo,

além de outros fatores, uma maior integração de todos os agentes da cadeia

produtiva.

Sun e Aoud (2000) destacam que a Tecnologia da Informação e Comunicação

(TIC) desempenha um papel importante para a integração dos agentes da cadeia

produtiva da indústria da construção civil seja verticalmente e horizontalmente, e é

amplamente reconhecida como um facilitador para a integração de dados, processos

e participantes no ciclo de vida do projeto da construção. A TIC tem penetrado

lentamente em cada aspecto da construção civil, mas por causa da falta de

integração, as aplicações em TIC são isoladas, o que pode ser atribuído à natureza

fragmentada da indústria da construção, pois cada parte de um determinado projeto

é conduzida por metas e negócios individuais. Essa fragmentação pode ser

distinguida por duas dimensões:

a) grau de fragmentação vertical entre as fases de planejamento, projeto e

construção de um emprendimento;

Page 20: CLASSIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO NA INDÚSTRIA DA ... - … · Classificação da informação na indústria da construção civil: uma aplicação em placas cerâmicas para revestimento

20

b) grau de fragmentação horizontal entre diferentes especialistas em uma dada

fase do projeto da construção, por ex.: arquitetos, engenheiros de estruturas e

engenheiros de sistemas de aquecimento, ventilação e ar condicionado.

Micali (2000) salienta que com o advento do computador, cada área que

compõe a indústria da construção civil foi automatizada de forma independente,

produzindo as chamadas ilhas de automação. As empresas automatizaram seus

processos utilizando ferramentas de software incapazes de comunicarem seus

resultados ou de receberem informações de ferramentas de outras empresas, a não

ser por um processo manual – nível mais baixo de integração.

Monteiro (1998) também destaca que a maior parte da informação produzida

em todo o processo construtivo é gerada a partir de aplicativos em computadores,

após pode ser impressa, copiada e enviada para outro agente da construção. Este,

posteriormente à recepção, procede de forma inversa introduzindo os dados no seu

sistema de informação para processamento interno. Tal procedimento é lento, caro e

falível, pela margem de erro que apresenta no tratamento da informação. Além

disso, quando se trata de trocar informação entre distintos países, as diferenças

lingüísticas e as especificidades locais apresentam dificuldades adicionais, muitas

vezes insuperáveis.

Um projeto da construção de um empreendimento envolve muitas fases no seu

ciclo de vida, iniciando nos estudos de viabilidade até a operação da obra e sua

demolição. Cada um dos profissionais e empresas envolvidos no processo da

construção tem uma cultura organizacional peculiar, objetivos e visões diferenciados

do projeto. Por exemplo, o arquiteto está mais preocupado com a funcionalidade e a

estética, o contratante está mais preocupado com a otimização da logística da

construção. Isto implica conflitos de interesses e problemas de comunicação.

Na prática, cada participante de um projeto da construção civil mantém seu

próprio arquivo para armazenamento dos dados. Os arquivos contendo os dados

dos projetos dos arquitetos diferem em conteúdo e estrutura dos arquivos de dados

dos projetos mantidos pelo engenheiro estrutural ou pelo contratante. Nenhum

destes arquivos provê um quadro completo do objeto a ser construído. De um modo

ou outro, os participantes gerenciam e coordenam as informações dispersas e

necessárias durante o processo da construção. Ao comparar isto, por exemplo, com

a indústria de aeronaves, estas são construídas depois que modelos contendo todas

Page 21: CLASSIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO NA INDÚSTRIA DA ... - … · Classificação da informação na indústria da construção civil: uma aplicação em placas cerâmicas para revestimento

21

as informações necessárias, não somente para a fase de construção, mas também

para o ciclo de vida inteiro do produto. A unicidade dos produtos resultantes das

atividades da construção civil tem sido o maior obstáculo para a contrução de um

modelo de integração da indústria da construção civil [...] (WOESTENENK, 2003).

Caldas e Soibelman (2001) apontam recentes avanços alcançados pela

indústria da construção civil norte-americana na área de Tecnologia e Comunicação

da Informação (TIC) visando à colaboração, à coordenação e à troca de

informações entre empresas que participam de um determinado empreendimento.

Modelos de sistemas de informação têm sido propostos e desenvolvidos a fim de

melhorar a capacidade de integração e troca da informação, podendo-se citar duas

alternativas de modelos descritos a seguir:

a) a criação de um modelo único para o armazenamento de todas as

informações sobre um projeto. Este modelo agrupa as informações referentes

aos elementos do projeto, tais como especificações, programação,

orçamento, dentre outros. Neste caso, o usuário acessaria as informações a

respeito dos elementos do projeto por meio de um arquivo em Computer

Aided Design – 3 Dimenson (CAD 3D). Por exemplo, com o cursor

posicionado sobre o elemento viga, ele obteria automaticamente informações

relativas à sua data de execução, ao seu custo, às especificações, dentre

outras. Toda esta informação é transferida diretamente dos aplicativos

específicos. A dificuldade da utilização de um modelo único é fazer com que

este modelo se torne padrão para todos os membros do projeto. Com a

globalização da informação possibilitada pela Internet, a tendência atual é

contrária à adoção de sistemas padronizados. Cada empresa tem seus

próprios sistemas e fica difícil exigir que todos os participantes de um projeto

e, ainda mais, que todos os projetos utilizem o mesmo sistema;

b) a criação e adoção de um modelo distribuído para o projeto que permita

que os diversos elementos do projeto sejam criados em diferentes locais,

utilizando diferentes sistemas. Este modelo melhor se adapta à situação atual

da construção civil norte-americana, em que um membro de um determinado

projeto, por exemplo, um arquiteto, trabalha em diferentes projetos e diversas

empresas que, por sua vez, utilizam distintos sistemas. Isto faz com que o

conceito de padronização de sistemas ou da criação de sistemas integrados

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22

seja dificilmente aplicável quando se trata de sistemas interorganizacionais. A

adoção do modelo distribuído exige o estabelecimento de protocolos e

padrões de comunicação entre diferentes sistemas. A utilização de esquemas

baseados nos padrões da International Foundation Classes (IFC) e AEC

EXtensible Markup Language (aecXML)1 tem criado as condições necessárias

para sua implementação.

Na Holanda, o Instituto Nacional de Especificações para a Construção Civil

(STABU) tem um sistema que usa um banco de dados relacional contendo 14.000

especificações de produtos e componentes da edificação que podem ser

combinados de diversos modos. Fabricantes introduzem informações de

especificações dos seus produtos no sistema, as quais são associadas com as

informações de especificações gerais do STABU. Um formato obrigatório tem sido

definido para a troca de especificações entre aplicações. Para informações de

custos, diversas bibliotecas de dados comerciais estão disponíveis, algumas das

quais usando planilhas comuns, outras incorporadas em pacotes de softwares

dedicados. Também está disponível uma publicação que descreve as tarefas e

atividades da construção. Contratantes elétricos e mecânicos investem esforços no

desenvolvimento de catálogos eletrônicos dos produtos que eles usam, forçando os

fabricantes a proverem os dados de seus produtos neste formato.

Woestenenk (2003) enfatiza que, embora todos estes sistemas provejam uma

quantidade substancial de informações para os usuários, estas são apenas válidas

dentro do sistema e não entre sistemas. Não há como validar uma parede, num

desenho usando o Computer Aided Design – CAD, com a mesma parede descrita no

sistema de especificação, ou quantificada e calculada em um sistema de estimativa

de custos.

Para vencer esta dificuldade de comunicação e troca de dados entre sistemas

de informação, a Holanda desenvolve o Lexicon que representa a linguagem da

indústria da construção civil. A linguagem comum. é o veículo de comunicação e de

sistematização da informação. Estão envolvidas na elaboração do Lexicon várias

organizações que lidam com informações sobre geometria, qualidade e custos.

1 Os padrões IFC e aecXML serão apresentados no capítulo 4 da tese ao se descrever os padrões internacionais para a troca e comunicação de dados na indústria da construção civil.

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Geometria é o campo de vendedores de Computer Aided Design - CAD,

representados pelo Fórum Systeemhuizen Bouw. Qualidade é o domínio das

especificações representada pelo STABU, o Instituto Nacional de Especificações na

Holanda, e Custos é o domínio de 2 organizações de engenharia de custos: NVBK e

DACE. Todas as organizações estão de algum modo envolvidas na estruturação

eletrônica de dados para o armazenamento e a troca eficiente da informação

(WOESTENENK, 2003).

Micali (2000) ao apresentar um modelo para integração da indústria da

construção civil brasileira descreve que o desenvolvimento de padrões com o intuito

de promover a integração de sistemas computacionais, tem se mostrado uma

atividade muito difícil nos países de primeiro mundo, tendo em vista a complexidade

da gestão de um projeto multidisciplinar, no qual muitos profissionais precisam

interagir, bem como a dificuldade de modelagem e padronização da gama de dados

complexos, presentes nos mais variados processos durante todo o ciclo de vida dos

produtos da construção.

Num país como o Brasil, tem-se como agravante que nas distintas regiões

geográficas usam-se vocabulários não padronizados para os mesmos elementos e

têm-se diferentes visões e sistemas de classificação de produtos e serviços. Amorim

(2002a) ressalta que a falta do predomínio de uma linguagem impede uma

comunicação eficiente entre diversos sistemas de informação. Por exemplo, cada

fornecedor utiliza uma nomenclatura e codificação própria de materiais para

construção.

Amorim (2002a) salienta que a inexistência de sistemas de informação

predominantes na construção civil brasileira reflete a ausência de metodologias de

gestão consagradas. Usualmente o processo da construção finaliza com uma grande

quantidade de dados fragmentados e inconsistentes, e quando necessários

novamente, precisam ser redigitados. Já nos Estados Unidos, o sistema de gestão

deve conter uma documentação oficial padrão. Em geral, a maneira como se

gerencia uma obra está documentada em normas e manuais de boa prática.

Amorim (2002a) apresenta como solução para o problema de troca e

comunicação de dados na indústria da construção civil brasileira a construção de

modelos colaborativos abertos com base de dados comum à diversas empresas

respeitando sub-setores ou cadeias produtivas específicas. Um banco de dados

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central contendo um sistema único de classificação da informação seria

disponibilizado para todos os interessados da cadeia da construção civil. Seria

estabelecida uma infra-estrutura de protocolos de comunicação, linguagens comuns

e outros elementos que viabilizassem a plena troca de informação e, por extensão, a

circulação do conhecimento.

Ainda segundo Amorim (2002a), a terminologia, ou seja, a linguagem formal da

construção civil seria estruturada por uma relação hierárquica entre termos que

exibem diversos critérios de classificação que funcionam como grandes classes de

palavras. Um mesmo objeto, seja processo ou produto da construção, possui um

nome em uma classe e se relaciona com outros objetos de outras classes. Essa teia

de relações contextualiza o objeto e permite uma série de combinações

interessantes. Por exemplo, uma placa cerâmica faz parte do revestimento de pisos

e paredes, que, por sua vez, delimitam espaços de edifícios residenciais, comerciais.

Ao mesmo tempo, a placa cerâmica é um produto para revestimento que pode ser

de vários tipos (grés, porcelanato) e ter características como resistência à abrasão,

absorção, entre outras.

Tais características são chamadas de atributos do objeto. Essas relações

permitem montar um descritivo padronizado para os objetos da construção. Amorim

(2002b) define descritivo como sendo um conjunto de termos e atributos,

hierarquicamente organizados, necessários para a especificação e valoração ou

quantificação de um destes objetos enfocados. A criação de padrões descritivos

associados com sistemas de classificação pode desenvolver uma linguagem mais

compreensiva para o gerenciamento da construção.

No Brasil, face a essa problemática de troca e comunicação de dados na

indústria da construção civil, a ANTAC promove o Projeto de Desenvolvimento de

Terminologia e Codificação de Materiais e Serviços para Construção (CDCON), que

conta com a participação de uma gama de agentes gestores da cadeia da

construção civil, cujo objetivo é obter um consenso em torno de uma terminologia e

normas padronizadas para as informações do universo da construção civil brasileira.

A meta do CDCON é chegar a uma efetiva interoperabilidade de sistemas

computacionais, por meio de uma infra-estrutura comum, com um modelo único para

estruturação, armazenamento e troca eletrônica de informações e o

desenvolvimento de um tesauro (vocabulário controlado).

Page 25: CLASSIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO NA INDÚSTRIA DA ... - … · Classificação da informação na indústria da construção civil: uma aplicação em placas cerâmicas para revestimento

25

Conclui-se que é possível uma eficiente troca de informação através de uma

plataforma comum de tecnologia da informação e comunicação com terminologia

padronizada e um sistema único para classificar a informação na indústria da

construção civil. Instituições como a International Standard Organization (ISO)

estabelece as diretrizes para a classificação da informação na indústria da

construção civil em seus padrões ISO TR14199/1994 e ISO DIS 12006-2/1998.

Uma força tarefa terá que ser realizada, para o desenvolvimento do vocabulário

comum para integração entre aplicações. Acredita-se que seja viável trabalhar em

setores especializados da indústria da construção civil, tendo em consideração os

contextos mais abrangentes, padronizando terminologias e conteúdos específicos.

1.1 TEMA DA PESQUISA

O envolvimento com o tema se deu a partir de 2002 quando a autora2 foi

convidada para participar do projeto de Desenvolvimento de Terminologia e

Codificação de Materiais e Serviços para Construção (CDCON). O projeto CDCON

surgiu em resposta a um edital da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) no

âmbito do Programa de Tecnologia de Habitação (HABITARE), sendo proposto por

alguns grupos de pesquisa voltados para a construção de três universidades

federais, Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Federal de Santa

Catarina (UFSC) e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS),

organizados por meio da ANTAC. A coordenação geral do projeto é de

responsabilidade da UFF.

O objetivo geral do CDCON é o desenvolvimento de terminologia e de um

sistema de codificação de materiais e serviços, para sua caracterização e exata

conceituação e o estabelecimento de um vocabulário controlado, no segmento

edificações.

A tese faz parte de um conjunto de pesquisas iniciadas no Brasil, podendo-se

destacar a tese de doutorado de Jacoski (2003) intitulada “Integração e

interoperabilidade em projetos de edificações – uma implementação com IFC/XML”,

cujo principal objetivo foi demonstrar as possibilidades de integração das

informações do projeto com o uso de arquivos da International Foundation Classes

2 Ao se mencionar autora, entenda-se daqui em diante como a pesquisadora da tese.

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26

(IFC) como instrumento de transferência de informação e sua publicação na Internet,

e a dissertação de mestrado de Lopes (2003), que apresentou uma “Taxonomia do

processo de projeto de edificações”, sendo que seus objetivos foram desenvolver

uma modelagem sistêmica, propor um modelo conceitual e apresentar uma

classificação terminológica do processo de projeto de edificações.

O foco da tese está relacionado à identificação da terminologia, características

do objeto placa cerâmica para revestimentos e seus locais de aplicação expressos

pelas variáveis elementos, espaços e edificações, com vistas a sua classificação e

codificação, mediante um conjunto de termos e atributos, hierarquicamente

organizados, necessários à especificação e valoração ou quantificação do referido

objeto.

Busca-se na tese a sistematização das informações sobre cerâmica para

revestimento, tendo como suporte a teoria da classificação, especificamente a

facetada, aplicando-se métodos e técnicas da ciência da informação para outras

áreas do conhecimento.

1.2 O PROBLEMA DE PESQUISA

A indústria de revestimento cerâmico, conforme dados da Associação Nacional

de Fabricantes de Cerâmica (ANFACER) tem um alto número de empresas, índices

de produção e faturamento, conforme observa-se no Quadro 1.

QUADRO 1 - Dados gerais do setor de revestimento cerâmico Fonte: ANFACER (2003)

MATERIAIS DE REVESTIMENTO CERÂMICO Quantidade Número de Empresas 93

Número de Fábricas 125

Capacidade Instalada (m²/ano) 628.200.000

Produção Total(m²/ano) 534.000.000

Produção Via Seca (%) 53

Produção Via Úmida (%) 47

Faturamento (R$ bilhões) 3,9

Exportação (US$ milhões) 260,8 FOB

Empregos Diretos 22.170

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27

Alarcon et al. (2000) chamam a atenção, ao se considerar o número de agentes

envolvidos na cadeia produtiva dos revestimentos cerâmicos (veja Quadro 2), para a

questão da especificação e da aplicação dos revestimentos cerâmicos, pela

ausência de um sistema de informação que oriente o arquiteto, o engenheiro ou o

construtor na escolha correta da cerâmica para revestimento em função do ambiente

a que se destina e pela falta de assentadores qualificados.

QUADRO 2 - Empresas e profissionais do setor cerâmico. Fonte: Alarcon (2000)

Tipo de Empresa/Profissional Quantidade Estimada

Fornecedores de matéria prima (mineradores e coloríficos) 150

Fabricantes de máquinas e componentes 500

Fabricantes de revestimento cerâmico 70

Fabricantes de argamassa 150

Distribuidoras e lojas 105.000

Engenheiros construtores 40.000

Arquitetos e Decoradores 12.000

Designers 500

Técnicos em cerâmica 3000

Técnicos assentadores 140.000

Os fabricantes e pesquisadores de cerâmica para revestimento estão atentos à

necessidade de sistematização das informações a fim de que o consumidor tenha

uma maior facilidade de encontrar a placa cerâmica que seja realmente adequada

as suas necessidades estéticas, técnicas ou mesmo de custos.

Na pesquisa desenvolvida por Lima, Sichieri e Gonçalves (1998), grande parte

dos problemas, dentre eles destacamento, gretamento, estufamento, que ocorrem

no revestimento cerâmico são conseqüências de falhas na especificação da placa

cerâmica ou no assentamento da mesma. Esses erros acontecem em função de

profissionais despreparados para efetuarem essa tarefa. Sendo assim, em primeiro

lugar, é preciso que profissionais do setor conscientizem-se da importância da

especificação dentro do projeto e da obra, atingindo não só os revestimentos

cerâmicos, mas qualquer outro material de construção.

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28

Stamer, Maggi e Seibel (2001) descrevem que, embora a aparência da placa

cerâmica para revestimento de pisos e paredes seja idêntica, o mesmo não se pode

dizer de suas características físicas. Os pisos cerâmicos devem possuir maior

resistência, especialmente quando colocados em locais externos e de maior

movimento. Os pisos cerâmicos normalmente apresentam um menor grau de

absorção e umidade, isto é, eles são mais densos e, assim, menos sujeitos à

abrasão. Fabricar um revestimento mais denso é mais caro, então não faz sentido

colocar uma placa cerâmica para piso em uma parede.

Por isso, Enrique, Feliu e Agramunt (1996) ressaltam que devido a diversidade

de placas cerâmicas e de locais de aplicação ou uso torna necessária uma

sistematização das informações sobre as placas considerando-se outros aspectos

relevantes além da absorção e do método de fabricação.

Quando se aborda a questão de sistematização, tem-se o suporte da área de

estudos conhecida como organização do conhecimento e da teoria da classificação.

O instrumento que permite a identificação e a recuperação da informação é a

classificação.

O problema de pesquisa analisado na tese consiste em como utilizar as teorias

sobre sistemas de classificação da informação, em especial o sistema de

classificação facetada, para sistematizar as informações necessárias das placas

cerâmicas e seus diversos locais de aplicação. Insere-se o produto placa cerâmica

num universo mais abrangente de sistematização da informação no setor da

construção civil.

1.2.1 Questões da pesquisa

É possível utilizar o referencial teórico de instrumentos para organização do

conhecimento da área de ciência da informação, sobretudo os sistemas de

classificação facetada, em sistemas de informações comerciais e industriais, no

caso, o de placa cerâmica para revestimento?

Partindo-se de três questões básicas: qual a função do produto, ou seja, qual

elemento ou parte da edificação que ele reveste? Qual o espaço ou ambiente e o

tipo de edificação que o elemento revestido compõe? Quais são as características

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29

técnicas que as placas devem atender para os diferentes elementos, espaços e tipos

de edifícios?

A pergunta de pesquisa resume-se em “como sistematizar as informações

sobre a cerâmica para revestimento com vistas a sua classificação e codificação?”.

1.2.2 Variáveis

Através da combinação de três variáveis (elementos, espaços e edificações),

é possível obter a informação de qual é o uso, de maneira que a descrição seja

muito próxima da terminologia usada na prática corrente. Ex.: Paredes (elementos)

de salas cirúrgicas (espaços) de hospitais (edifícios). A cada uso deverão ser

associadas as características físicas e químicas que a placa cerâmica para

revestimento deve atender conforme as exigências de normas técnicas específicas.

Para responder à pergunta da pesquisa na revisão da literatura, abordam-se

aspectos teóricos relativos aos instrumentos usados para a organização do

conhecimento na área de ciência da informação, em especial a teoria da

classificação facetada, e as diretrizes preconizadas nas normas internacionais da

International Standard Organization (ISO) em suas normas a ISO TR 14177/1994:

Classification of information in the construction industry e a ISO/DIS 12006-2/1998:

Organization of information about construction works — Part 2: Framework for

classification of information.

1.3 OBJETIVOS

A pesquisa visa desenvolver uma metodologia para organizar as informações

em setores específicos da construção civil, à luz dos princípios teóricos sobre

sistemas de classificação facetada, demonstrando-se sua aplicabilidade no setor de

cerâmica para revestimento. Para tanto, elencam-se os objetivos gerais e

específicos.

1.3.1 Objetivo geral

Estabelecer diretrizes para a criação de um sistema de classificação facetada

sobre placas cerâmicas para revestimento, baseando-se nos princípios teóricos da

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classificação facetada e nas diretrizes das normas da International Standard

Organization, a ISO TR 14177/1994 e ISO DIS 12006-2/1998.

1.3.2 Objetivos específicos

a) Revisar os sistemas sobre classificação da informação na indústria da

construção civil;

b) Estabelecer procedimentos metodológicos para o desenvolvimento do sistema

de classificação de placa cerâmica para revestimento;

c) Identificar uma estrutura facetada (facetas, subfacetas e focos) com o intuito

de organizar as informações técnicas especializadas sobre o respectivo assunto;

d) Apresentar um índice alfabético dos termos do sistema de classificação com

as notações;

e) Desenvolver um sistema de códigos para expressar o arranjo do sistema de

classificação; e

f) Apresentar um glossário dos termos do sistema de classificação com suas

definições.

1.4 DA RELEVÂNCIA DA PESQUISA

Do ponto de vista de sua contribuição prática, os resultados da pesquisa podem

constituir-se em referência para outros estudos e dar subsídios ao desenvolvimento

futuro de sistemas de classificação de documentos industriais e comerciais, bem

como permitir aos bancos de dados de produtos uma maior especificidade de

conteúdos. Portanto, este trabalho assume a natureza de uma pesquisa descritiva e

aplicada, porque visa gerar conhecimentos para a aplicação prática dirigidos à

solução de problemas concretos, visto que as informações técnicas sobre a placa

cerâmica para revestimento, organizadas de uma forma sistemática, facilitam sua

correta especificação e, conseqüentemente, sua comercialização.

A pesquisa contribui com o conhecimento sobre o uso do sistema de

classificação facetada na área da construção civil. Durante o desenvolvimento da

pesquisa, a autora publicou em revistas especializadas e eventos científicos, os

seguintes artigos:

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TRISTÃO, Ana Maria D. ; FACHIN, Gleisy Regina Bóries; ALARCON, Orestes

Estevan. Sistema de classificação facetada e tesauros: instrumentos para

organização do conhecimento. Ciência da Informação, Brasília, v. 33, n. 2, p. 161-

171, maio/ago. 2004.

TRISTÃO, Ana Maria D. ; FACHIN, Gleisy Regina Bóries; BLATTMANN, Ursula;

ALARCON, Orestes Estevan. SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO FACETADA:

instrumento para organização da informação sobre cerâmica para revestimento.

Artigo aceito a ser publicado no v.14, n.2, 2004, da revista Informação & Sociedade: Estudos. Departamento de Biblioteconomia e Documentação da

Universidade Federal da Paraíba.

TRISTÃO, Ana Maria D. et al. Padrões internacionais para a troca e comunicação de

dados na indústria da construção civil. In: SEMINÁRIO DE TECNOLOGIA DA

INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL, 2., São Paulo, 2005;

Anais...São Paulo: TIC, 2005.

TRISTÃO, Ana Maria D. et al. Em busca de uma linguagem comum para

padronização e comunicação de dados em projetos de edificações. In: WORKSHOP

BRASILEIRO DE GESTÃO DO PROCESSO DE PROJETO NA CONSTRUÇÃO DE

EDIFÍCIOS, 4., Rio de Janeiro, 2004; Anais... Rio de Janeiro: IV WBGPPCE, 2004.

TRISTÃO, Ana Maria D. et al. Classificação da informação na indústria da

construção civil: Um instrumento para gestão de projetos de edificações. In:

WORKSHOP BRASILEIRO DE GESTÃO DO PROCESSO DE PROJETO NA

CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS, 4., Rio de Janeiro, 2004; Anais... Rio de Janeiro: IV

WBGPPCE, 2004.

TRISTÃO, Ana Maria D. et al. Padronização para a troca e comunicação de dados

na construção civil. In: CONGRESSO NACIONAL DA CONSTRUÇÃO-

CONSTRUÇÃO 2004: REPENSAR A CONSTRUÇÃO. Editadas pela Seção de

Construções Civis e FEUP Edições, 2004; Anais... Faculdade de Engenharia da

Universidade do Porto, Portugal, 2004.

TRISTÃO, Ana Maria D.; ALARCON, Orestes E. Sistema de classificação facetado

para especificação de cerâmica de revestimento . São Paulo, SP. 2004. 15 p.

CONFERÊNCIA LATINO-AMERICANA DE CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL:

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32

ENCONTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 10.,

2004, Anais... São Paulo, SP.

1.5 LIMITAÇÕES DA PESQUISA

O sistema de classificação categorizá apenas as informações relativas as

placas cerâmicas, suas características físicas e químicas e os seus locais de

aplicação ou uso identificado pelas facetas elementos, espaços e edificações.

O desenvolvimento operacional do sistema de classificação em linguagem de

programação específica não foi implementado.

1.6 EXPOSIÇÃO METODOLÓGICA

A abordagem da tese é qualitativa, porque não faz uso de métodos ou técnicas

estatísticas, o ambiente natural é a fonte direta para coleta dos dados, e o

pesquisador, o instrumento-chave tanto para o levantamento, quanto para a análise

indutiva das informações.

As fundamentações, levantamentos e identificações utilizam estudos

descritivos, bem como abordagem qualitativa e são desenvolvidos ao longo dos

capítulos 2, 3, 4 e 5, para, finalmente, construir a proposta metodológica

apresentada no capítulo 6.

Com o objetivo de responder à pergunta da pesquisa, buscou-se compreender

os domínios envolvidos, identificando suas propriedades, características, conceitos

básicos, requisitos funcionais e, principalmente, a natureza do conhecimento em

análise, pois a compreensão é que permite a visualização das funcionalidades

básicas requeridas para o sistema de classificação. No sentido de sedimentar esta

compreensão, foram desenvolvidas as seguintes etapas:

1) Fundamentação teórica da área da ciência da informação sobre os

instrumentos usados para a organização do conhecimento, como o sistema de

classificação facetada, com aprofundamento do estudo. Trabalhou-se

fundamentalmente autores consagrados na área de ciência da informação que

investigam sistemas de classificação facetada tanto em nível nacional como

internacional.

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33

2) Levantamento e análise das normas ISO e dos sistemas internacionais de

classificação da informação num contexto mais abrangente, o do setor da

construção civil, com a finalidade de identificar as diretrizes de como classificar

os elementos, os espaços e as edificações, nos quais as placas são

incorporadas.

3) Identificação de problemas e patologias no sistema revestimento cerâmico

advindos da falha de especificação do produto adequado ao uso, a fim de

justificar a necessidade de um sistema de classificação para sistematizar as

informações do setor.

4) Pesquisa sobre os sistemas de classificação únicos na indústria da construção

civil, e levantamento dos padrões usados internacionalmente para a troca e

comunicação de dados nessa indústria.

Portanto, trata-se de uma pesquisa não experimental, com abordagem

qualitativa, caracterizada como uma pesquisa descritiva, bibliográfica e documental.

Para embasar o estudo, foi adotada a seguinte técnica de coleta de dados:

a. Análise bibliográfica do assunto placa cerâmica para revestimento para

a coleta da terminologia específica;

b. Análise bibliográfica sobre classificação da informação no domínio mais

amplo do setor da construção civil para a coleta da terminologia

correlata.

Na Figura 1, ilustra-se, de forma esquemática, a metodologia usada para o

desenvolvimento da tese e conseqüentemente do sistema de classificação,

apontando-se os procedimentos gerais necessários para classificar as informações

sobre a placa cerâmica para revestimento e os pontos a serem considerados em

cada etapa.

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34

Procedimentos Pontos a serem considerados

Aspectos téoricos sobre

classificação (capítulo 2 )

Um escopo da classificação

(capítulos 3, 4 e 5)

Metodologia e estrutura do

sistema de classificação

(capítulos 6 e 7)

Codificação (capítulo 7)

Uma chave de referência (no

apêndice A)

FIGURA 1 - Procedimentos para classificar a informação. Fonte: Tristão (2004).

1.7 ESTRUTURA DE APRESENTAÇÃO DA TESE

Para alcançar os objetivos propostos, a tese está estruturada em 8 capítulos.

No capítulo 1, contextualiza-se o tema da pesquisa, apresentando o problema a

ser investigado, os objetivos, a relevância para a realização deste estudo e a

metodologia utilizada na investigação.

No capítulo 2, apresentam-se os aspectos teóricos sobre os meios utilizados

para a organização e recuperação da informação. São descritos os princípios,

Princípio da Classificação

Conjunto de Informações

Classificação dasInformações

Notação

Índice

Aplicação Resultados

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35

natureza e tipos de sistemas de classificação, com especial ênfase nos sistemas de

classificação facetada.

No capítulo 3, tem-se o universo informacional em que a abordagem facetada

será analisada, que são a placa cerâmica para revestimento e seus aspectos

técnicos.

No capítulo 4, como se insere o revestimento cerâmico num universo mais

abrangente de sistematização da informação na indústria da construção civil, faz-se

um levantamento dos padrões internacionais visando à troca e comunicação de

dados e analisam-se os padrões internacionais ISO TR 14177/1994 e ISO DIS

12006-2/1998 sobre classificação da informação nessa indústria.

No capítulo 5, descrevem-se sistemas vigentes no exterior sobre classificação

da informação na indústria da construção. É apresentado a proposta do CDCON

para o desenvolvimento em âmbito nacional, de um sistema de classificação e de

um vocabulário controlado para a construção civil, sub setor edificações.

No capítulo 6, exibe a metodologia para o desenvolvimento do sistema de

classificação e o detalhamento de suas etapas.

No capítulo 7, enfatizam-se os resultados, que consistem na própria estrutura

do sistema de classificação e se demonstra sua aplicabilidade, por meio de

experimentação com um exemplo de codificação de placa cerâmica para

revestimento com relação a um determinado uso.

No capítulo 8, destacam-se as conclusões dessa pesquisa de doutoramento,

suas contribuições e as sugestões de trabalhos futuros. Em seguida são descritas as

referências bibliográficas e a bibliografia consultada e, nos apêndices A e B,

apresentam-se o índice e o glossário que complementam o sistema de classificação

facetada sobre placas cerâmicas para revestimento.

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36

2 ASPECTOS TEÓRICOS SOBRE SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO

Na verdade, nada nos parece mais "natural", óbvio e indiscutível que as

classificações dos entes, dos fatos e dos acontecimentos que

constituem os quadros mentais em que estamos inseridos. Elas

constituem os pontos estáveis que nos impedem de rodopiar sem solo,

perdidos no desconforto do inominável, da ausência de "idades" ou

"geografias". Só elas nos permitem orientar-nos no mundo à nossa

volta, estabelecer hábitos, semelhanças e diferenças, reconhecer os

lugares, os espaços, os seres, os acontecimentos; ordená-los, agrupá-

los, aproximá-los uns dos outros, mantê-los em conjunto ou afastá-los

irremediavelmente (POMBO, 2002, p.1).

São apresentados os aspectos teóricos sobre os instrumentos usados para a

organização e recuperação da informação. Sistemas para a organização do

conhecimento incluem a variedade de esquemas que organizam, gerenciam e

recuperam a informação. Existem vários tipos de sistemas para organizar o

conhecimento, dentre eles, pode-se citar: terminologias, vocabulários controlados,

sistemas de classificação, cabeçalhos de assuntos, tesauros, dicionários e

glossários. São descritos os princípios, a natureza e os tipos de sistemas de

classificação, em especial os sistemas de classificação facetada.

2.1 SISTEMAS PARA A ORGANIZAÇÃO DO CONHECIMENTO

Da sinonímia dos termos Organização e Conhecimento retira-se a síntese mais

produtiva, ou mais instigadora, para a construção de uma idéia acerca da

Organização do Conhecimento na Sociedade, é aquela que abstrai de Organização,

pelo verbo Organizar, os sentidos de organizar, que são: estabelecer as bases de;

arrumar de determinado modo; colocar em certa ordem (SOUZA, 1998).

Organização do conhecimento é a expressão mais abrangente para designar a

função desempenhada pela biblioteca por meio da classificação. Indica a habilidade

não apenas para identificar itens de informação específicos e definidos de forma

precisa, mas também para demonstrar a completa gama de assuntos disponíveis na

biblioteca e as relações entre si [...] É significativo o fato de que, enquanto os

escritores pré-guerra usavam a expressão organização do conhecimento, os

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escritores modernos têm substituído, frequentemente, por expressões como

recuperação da informação (LANGRIDGE, 1977).

Para que se possa abordar teoricamente a organização do conhecimento como

área de estudos, inicialmente, há de se diferenciar duas concepções de

conhecimento: a) como processo cognitivo individual, constitui-se em uma certeza

subjetiva ou objetivamente conclusiva da existência de um fato ou do estado de um

caso, não sendo transferível e somente podendo ser adquirido por meio de reflexão;

b) como algo sobre o qual existe um certo consenso social. Trabalha-se aqui com o

conhecimento registrado e divulgado (GUIMARÃES3, citado por STRAIOTO (2001)).

Os sistemas para a organização do conhecimento existem desde os tempos

remotos e estão presentes em todas as áreas do conhecimento humano, do modo

simples ao mais complexo. Esses sistemas abrangem classificação, tesauro,

ontologia, e os usuais glossários, dicionários, enciclopédias, guias, específicos a

cada área e, em sua maioria, ligados às bibliotecas e outras organizações de

gerenciamento da informação visando organizar, recuperar e disseminar a

informação.

Desta maneira, adota-se como definições dos termos que seguem, sendo os

mais referenciados na literatura:

Classificação: conjunto de conceitos organizados sistematicamente de acordo

com os critérios ou características escolhidas (ISO TR 14177, 1994).

Tesauro: definido como um vocabulário de termos relacionados genérica e

semanticamente sobre determinada área do conhecimento (MOTTA, 1987).

Ontologia: é uma especificação formal e explícita de uma conceitualização

compartilhada (GRUBER4, citado por GARCIA ( 2003)), na qual:

a) Conceitualização: refere-se a um modelo de fenômeno abstrato no

mundo por ter identificado os conceitos relevantes daquele fenômeno;

3 GUIMARÃES, J. A. C. Perspectivas de ensino e pesquisa em organização do conhecimento em curso de biblioteconomia do Mercosul: uma reflexão. IN: Encuentro de EDIBCIC, 5: la formación profesionales e investigadores de la información para la sociedad del conocimento, 2000. Granada. Actas... Granada: Universidad de Granada, Facultad de Biblioteconomía y Documentación, 2000. p. 206-216. 4 GRUBER, T.R. A Translation Approach to Portable ontology Specifications. Knowledge Acquisition 5, p. 199-220, 1993.

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b) Explícito: significa que o tipo dos conceitos usados e as restrições no

seu uso são definidos explicitamente;

c) Formal: refere-se ao fato de que a ontologia deveria ser lida pela

máquina;

d) Compartilhado: reflete que a ontologia deveria capturar conhecimento

consensual aceito pelas comunidades.

A ontologia é também definida como um conjunto de conceitos e termos que

podem ser usados para descrever alguma área do conhecimento ou construir uma

representação para o conhecimento (SWATOUT; TATE5 citados por GARCIA, 2003).

Glossário é um vocabulário ou livro em que se explicam palavras de

significação obscura; elucidário. E o dicionário é um conjunto de vocábulos duma

língua ou de termos próprios duma ciência ou arte, dispostos, em geral,

alfabeticamente, e com o respectivo significado, ou a sua versão em outra língua

(FERREIRA, 1999).

Os sistemas de classificação são sistemas artificiais de signos normalizados

permitindo uma representação mais fácil e efetiva do conteúdo documental, com o

objetivo de recuperar manual ou automaticamente a informação solicitada pelo

usuário. Os sistemas de classificação propiciam a comunicação entre a linguagem

natural dos usuários e a unidade de informação, eles são utilizados para representar

o conteúdo dos documentos, por isso alguns autores os definem como sistemas

simbólicos instituídos com o intuito de facilitar a comunicação (CAMPOS, 2001).

Estudiosos de diversas áreas do conhecimento têm voltado suas atenções e

pesquisas para a questão da representação da informação, para a organização do

conhecimento e vêem na classificação a maneira de ordenação desse

conhecimento, pensando nas teorias da mesma como parte de uma área de estudos

conhecida como Organização do Conhecimento, também citada como

Representação do Conhecimento. Tanto que a International Society for Knowledge

Organization (ISKO) considera que os princípios teóricos da classificação e as

pesquisas sobre tesauros podem ser utilizados na organização dos mais diversos

5 SWATOUT, W; TATE, A. Ontologies. IEEE Inteligent Systems & their applications, vl 14 n. 1, jan/fev 1999.

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39

sistemas gerais e específicos de organização e representação do conhecimento

(STRAIOTO, 2001).

Souza (2004) assinala a importância da Web e das demais redes digitais para

a troca de informações no panorama mundial são amostras de como a atividade de

organização da informação é necessária para a evolução dos indivíduos,

organizações e da sociedade em geral.

A classificação está presente não apenas nos sistemas de recuperação de

informação, mas na base de sistemas e das atividades da organização do

conhecimento em suas diferentes manifestações como em sistemas de inteligência

artificial e de hipertextos presentes nas novas tecnologias da informação e

comunicação. Estimula estudiosos da área a efetuarem pesquisas no sentido de

desenvolver sistemáticas para organizar a informação em áreas específicas do

conhecimento. Assim, Gomes (1996) caracteriza que a unidade a ser manipulada

nestes sistemas e atividades é o conceito, sendo este a unidade de conhecimento.

Neste contexto, Guimarães, citado por Straioto (2001) ressalta a dimensão

cíclica da organização do conhecimento como o estudo das propriedades de

organização de um determinado conhecimento registrado, sob a perspectiva de

geração de novo conhecimento que, uma vez também registrado, transforma-se em

informação, ou seja, conhecimento em ação que, incorporado a outros saberes, gera

novo conhecimento, reiniciando a fase cíclica.

Dobedei (2002) também destaca a dimensão cíclica da organização do

conhecimento ao apresentar o modelo de caráter sistêmico denominado “Ciclo da

Informação”, ou modelo de “Transferência da Informação”, que reduz a realidade da

representação do conhecimento a seis etapas: produção, registro, aquisição,

organização, disseminação e assimilação. Essas etapas procuram simplificar os

processos criados pela produção, acumulação e uso de conhecimento e os produtos

gerados em suas várias formas representacionais, quer sejam fontes primárias,

secundárias ou terciárias. A autora diz que este modelo, até o momento, é o mais

adequado para representar o processo de transferência da informação, bem como, o

papel exercido por cada segmento social envolvido nesta transferência e a estrutura

das instituições de preservação da memória social. Incorpora no modelo, conforme

Figura 2, o conceito memória documentária, dividindo o universo do conhecimento

em dois subconjuntos: informação e documento.

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FIGURA 2 - Ciclo da informação. Fonte: Dobedei (2002)

Percebe-se, assim, a preocupação das áreas do conhecimento com a produção

e renovação constante do conhecimento e sua organização, num ciclo produtivo

contínuo, e a necessidade, também constante, da adequação desta organização

com as novas tecnologias da informação e comunicação, em que o organizar,

recuperar e disseminar a informação passa a ser a função principal.

Verifica-se que os sistemas de classificação e os tesauros estão sendo os mais

utilizados, tanto em nível nacional como internacional, para a organização do

conhecimento, em todas as áreas do conhecimento humano. Sendo assim,

apresenta-se a seguir um levantamento referencial sobre ambos.

2.2 SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO E TESAUROS

Segundo a literatura, tanto os sistemas de classificação como os tesauros são

utilizados na organização e na representação do conhecimento. Mostra-se, na

seqüência, um levantamento, no qual traça-se um paralelo entre ambos, ao destacar

a relevância de cada um no processo de organização do conhecimento.

2.2.1 Sistemas de classificação: definições e princípios teóricos

Maya Montalvo (1986) descreve que qualquer ato de organização implica um

processo de classificação. As diversas formas de organizar os objetos e os conceitos

deram origem aos sistemas de classificação. Classificação consiste no agrupamento

de coisas que possuem uma determinada propriedade ou característica comum. A

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combinação de conceitos, quando homogêneos, forma as classes e a reunião das

classes diferentes de conceitos forma os sistemas.

Classificação significa a ação e o efeito de classificar. Classificar significa

ordenar e dispor em classes. Uma classe consiste de um número de elementos

quaisquer (objetos e idéias) que possuem alguma característica comum pela qual

devem ser diferenciados de outros elementos e a qual, ao mesmo tempo, constitui

sua própria unidade. A determinação e a seleção das classes compreendidas em um

sistema de classificação estão essencialmente relacionadas com as necessidades

de utilização de cada sistema.

A escolha de uma ou outra característica, em cada área específica, terá como

resultado diferentes arranjos das realidades a classificar e, conseqüentemente, a

constituição de diferentes classificações. Classificar é escolher uma entre outras

classificações logicamente possíveis, procurando encontrar para a escolha feita um

conjunto de razões suficientes. Assim, o resultado de uma classificação é uma rede

ou estrutura de relacionamentos, aplicáveis a qualquer área do conhecimento

(POMBO, 2002).

A classificação é um processo mental por meio do qual podemos distinguir

coisas, seres, ou pensamentos pelas suas semelhanças ou diferenças, estabelecer

as suas relações e agrupá-las em classes de acordo com essas relações. A

classificação torna-se, pois, a arte de colocar diversas coisas desordenadas em um

todo ordenado, conforme Souza6, citado por Straioto (2001).

Classificar é associar objetos idênticos e separar objetos diferentes. Objetos, no

contexto da construção civil, representam tanto objetos materiais, por ex., edifícios,

como imateriais, como conceitos abstratos, por ex., resistência mecânica

(MONTEIRO, 1998).

Resume-se, então, que a classificação é um conjunto de conceitos organizados

sistematicamente de acordo com os critérios ou características escolhidos.

O conceito é uma abstração que precisa de uma definição e um termo para ser

expresso. A definição é uma formulação das características de um conceito que

6 SOUZA, J. S. Classificação: sistemas de classificação bibliográfica. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1943.

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permitem diferenciá-lo de outros. O termo é uma designação que consiste em uma

ou mais palavras, ou um símbolo, usada para denotar um conceito (NBR 13789).

Reportando-se aos conceitos extraídos da norma International Standard

Organization (ISO) TR 14177/94 – Classification of Information in the construction

industry, têm-se as seguintes definições:

a) Classes de classificação: uma unidade de alto nível dentro de uma

classificação expressando um conceito principal;

b) Definição de classe: uma formulação das características essenciais de uma

classe de classificação que desenha uma clara fronteira entre ela e outras

classes de classificação;

c) Tabela de classificação: uma apresentação estruturada de itens de

classificação de uma classe de classificação;

d) Item de classificação: um único conceito definido, unicamente dentro de uma

classe de classificação;

e) Termo de classificação: uma designação de uma classe de classificação ou

item de classificação por meio de uma expressão lingüística;

f) Notação: um identificador alfanumérico. Trata-se de um sistema de códigos

expressando o arranjo de uma classificação.

Geralmente, os sistemas de classificação da informação consistem de três

partes: um esquema de classificação que organiza nomes sistematicamente de

acordo com suas similaridades; uma notação da classificação que substitui itens no

esquema de classificação; e um índice para tornar fácil para o usuário pesquisar a

informação. O esquema de classificação final tem que ter uma função de representar

o campo que é classificado.

Considerando que um dos pontos fundamentais dos sistemas de classificação

é sua divisão em classes, discute-se a seguir esta divisão, na qual a classe é

dividida em subclasses e assim sucessivamente, em unidades subseqüentes à

primeira e associadas a um conjunto cada vez mais particular das propriedades da

classe anterior. As subclasses criadas de acordo com este conceito denominam-se

classes subordinadas. Também é possível associar classes de nível superior, que

representam a inserção do conjunto de propriedades que caracterizam essa classe

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num conjunto mais generalista. As classes criadas desta forma designam-se

subordinantes e as classes no mesmo nível de divisão, são qualificadas como

classes coordenadas. Uma classificação hierárquica é aquela que apresenta uma

estrutura de classes subordinantes – coordenadas – subordinadas. Deste modo, a

divisão das classes baseia-se em princípios de divisão.

2.2.1.1 Princípios de divisão

As classes são divididas em subclasses, de acordo com um aspecto particular

(critério escolhido) que corresponde ao princípio de divisão, isto é, a divisão faz-se

atendendo a uma característica particular da classe. Nas abordagens de

modelização da realidade, este tipo de abordagem é denominada de especialização.

Em modelização também se usa o conceito de decomposição, que pressupõe a

divisão de uma classe de acordo com os componentes dela e não com as

características ou atributos dos seus componentes, como no caso da especialização

(MONTEIRO, 1998).

2.2.1.2 Classes simples e classes compostas

Uma classe simples representa unicamente um princípio de divisão ou uma

característica única, em que ocorre subdivisões mais específicas. Já uma classe

composta reflete mais que um princípio de divisão, podendo ocorrer o

desdobramento do princípio em termos correlatos no âmbito de uma classe

convencional.

Assim, os sistemas de classificação vão sendo construídos em qualquer área,

sendo necessária a identificação de todos os elementos e processos que envolvem

sua estruturação e adequação a um sistema de classificação específico. Desta

forma, encontram-se vários tipos de sistemas de classificação, como se pode

constatar a seguir.

2.2.2 Tipos de classificação

Os tipos de classificação dependem da abordagem e dos objetivos específicos

para as diferentes finalidades de uso do sistema. Neste sentido, são divididas em:

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44

2.2.2.1 Classificações especializadas e gerais

Uma classificação denomina-se especializada se tiver por objetivo um assunto

em particular, como, por exemplo, o sistema de classificação Unified Classification

for the Construction Industry (UNICLASS)7, ou geral, se pretende cobrir o universo

mais abrangente da informação, como, por exemplo, da área de Ciência da

Informação, a Classificação Decimal Universal (CDU).

A Classification Decimal Universal (CDU) é um sistema internacional de

classificação de documentos. Baseia-se no conceito de que todo o conhecimento

pode ser dividido em 10 classes principais, e estas podem ser infinitamente divididas

numa hierarquia decimal. As principais divisões da CDU são:

0 Generalidades. Informação. Organização.

1 Filosofia. Psicologia.

2 Religião. Teologia.

3 Ciências Sociais. Economia. Direito. Política. Assistência Social. Educação.

4 Classe vaga.

5 Matemática e Ciências Naturais.

6 Ciências Aplicadas. Medicina. Tecnologia.

7 Arte. Belas-artes. Recreação. Diversões. Esportes.

8 Linguagem. Linguística. Literatura.

9 Geografia. Biografia. História.

A CDU apresenta-se em dois volumes: Parte 1 – Tabela Sistemática e Parte 2

– Índice Alfabético. A Tabela Sistemática, por sua vez, subdivide-se em outras duas

tabelas: a tabela principal e as tabelas auxiliares, as quais exemplificam os

elementos enumerativos e analítico-sintéticos em todas as classes do sistema da

CDU. Faz uso de números arábicos que, após pesquisados, passam a formar a

notação, que é o código (valor numérico) que representa os conceitos na

classificação e expressa sua ordenação (BLATTMANN, 2001).

7 O sistema Uniclass será descrito no capítulo 5 da tese.

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45

2.2.2.2 Classificações analíticas e documentais

Uma classificação denomina-se analítica quando pretende sistematizar

fenômenos físicos e providencia uma base para a sua explicação e entendimento. È

também denominada como classificação científica ou taxonomia, como exemplo, a

classificação do reino animal. Uma classificação designa-se como documental quando a sua utilização pressupõe a classificação de documentos ou outros tipos de

informação, com o objetivo principal de facilitar a localização dessa informação,

como exemplo, a Classificação Decimal Dewey (CDD), bastante utilizada em

bibliotecas (MONTEIRO, 1998).

Dentre vários tipos de classificação, destacam-se as Classificações

Enumerativas e Classificações Facetadas.

2.2.2.3 Classificações enumerativas

Classificações enumerativas prescrevem um universo de conhecimento

subdividido em classes sucessivamente menores que incluem todas as possíveis

classes compostas (relações sintáticas). Essas classes são organizadas de forma a

apresentar suas relações hierárquicas. Apresenta uma listagem exaustiva de termos,

organizados em classes e subclasses, o que o torna um sistema limitativo, uma vez

que coloca dificuldades à inserção de novos termos. A ordem pré-definida para os

termos, em cada classe, apenas permite a introdução de novos termos de forma

seqüencial. Relativamente à notação, por exemplo, de produtos, os dígitos de

reserva necessários para a introdução de novos produtos são de difícil previsão,

podendo tornar a notação muito extensa (MONTEIRO, 1998).

Nas classificações enumerativas, os assuntos com as suas combinações são

expostos e os símbolos que representam esses assuntos já se encontram prontos

para utilização. São sistemas que listam um grande número de assuntos compostos

( LANGRIDGE, 1977).

As classificações analítico-sintéticas, também conhecidas como classificações

facetadas ou classificações em facetas, trazem listas de conceitos (as denominadas

facetas), com seus respectivos símbolos; quem for classificar deverá combinar esses

símbolos para que os assuntos compostos possam ser adequadamente

representados (PIEDADE, 1983).

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46

Como a proposta desta pesquisa é a análise em facetas (procurando verificar

sua aplicabilidade na organização da informação no setor de cerâmica para

revestimento), detalha-se a seguir o sistema de classificação facetada.

2.3 SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO FACETADA

A Classificação facetada foi desenvolvida por Shiyali Ramamrita Ranganathan

no ano de 1930 e vem sendo largamente discutida na academia como uma solução

para a organização do conhecimento, em decorrência de suas potencialidades de

acompanhar as mudanças e a evolução do conhecimento. Para Ranganathan,

citado por Campos (2001), o conhecimento é a totalidade das idéias conservadas

pelo ser humano através da observação das coisas, fatos e processos do mundo

que o cerca.

Prescott (2003) salienta que a expressão análise em facetas foi adotada por

Ranganathan para indicar a técnica de fragmentar um assunto complexo em duas

ou mais facetas de classes básicas diversas. Os diferentes aspectos/partes

constituintes de um assunto formam as categorias fundamentais conhecidas por

PMEST, que representam: Personalidade (característica distinguindo o assunto);

Matéria (material físico do qual um assunto pode ser composto); Energia (ação que

ocorre com respeito ao assunto); ESpaço (componente geográfico da localização de

um assunto), e o Tempo (período associado com um assunto).

Deste modo, o termo categoria fundamental é usado por Ranganathan para

representar idéias que permitem recortar um “Universo de Assunto”, sendo um

“corpo” ou uma parte de determinado conhecimento a ser organizado e

sistematizado em classes bastante abrangentes. As categorias fundamentais,

segundo Campos (1994) funcionam como o primeiro corte classificatório. Por outro

lado, são elas que fornecem a visão de conjunto dos agrupamentos que ocorrem na

estrutura, possibilitando, assim, o entendimento global da área. Ou seja, uma

categoria é um conjunto de propriedades de qualidades semelhantes, e que na visão

do usuário satisfaz uma mesma necessidade. O uso de categorias na organização

de conceitos e, em conseqüência, na elaboração de uma classificação é um recurso

para o entendimento da natureza do conceito e para a formação das estruturas

conceituais. As categorias possibilitam a sistematização do conhecimento.

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47

A classificação facetada permite maior flexibilidade aos sistemas de

organização do conhecimento por não prendê-los a uma determinada hierarquia de

divisão, vindo a resolver o problema da classificação de assuntos de conceitos

multidimensionais e estabelecer rumos aos estudos teóricos das classificações

bibliográficas, conforme exposto por Barbosa (1972).

Tal classificação é conhecida como um esquema analítico-sintético porque

envolve dois processos distintos: a análise do assunto em facetas e a síntese dos

elementos que constituem o mesmo, sendo, portanto, aplicável a qualquer área do

conhecimento. Analisa-se o assunto fragmentando-o em suas partes constituintes,

decompondo elementos mais complexos (assuntos) em conceitos simples

(conceitos básicos ou facetas) e é sintético na medida em que procura sintetizar,

condensar, examinar cada uma dessas partes para, posteriormente, uni-las de

acordo com as características do documento a ser descrito e representado. O núcleo

central da análise facetada é a distribuição dos termos relacionados com

determinado domínio do conhecimento em facetas homogêneas mutuamente

excludentes e derivadas de uma fonte comum pela aplicação rigorosa de uma só

característica de divisão. Nos sistemas facetados, a divisão é realizada em cadeia,

ou seja, determinado assunto é dividido em subclasses até esgotarem-se as

possíveis divisões (MAPLE, 1995).

Existem controvérsias sobre o significado de categorias, facetas e classes.

Conforme Vickery8, citado por Straioto (2001), categorias são conceitos de alta

generalidade e ampla aplicação, empregados na interpretação do mundo. Piedade

(1983) define categorias como sendo as grandes classes, os grandes tipos de

fenômenos presentes no conhecimento em geral ou numa de suas partes. Langridge

(1977) apresenta algumas considerações significativas ao tentar estabelecer a

diferença entre categorias e facetas, para ele, as categorias são aplicáveis no todo,

ou em grande parte do conhecimento e são conhecidas como categorias

fundamentais. No contexto de uma determinada classe, usa-se o termo faceta, isto

é, usa-se o termo categorias quando se refere à estrutura geral de um esquema de

8 VICKERY, Brian Campbell. Faceted classification : a guide to constrution and use of special schemes. London: Aslib, 1960, 70p.

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48

classificação e facetas quando diz respeito à manifestação dessas categorias em

classes diferentes.

A classificação facetada contém ambas as categorias fundamentais, isto é, os

assuntos básicos e suas facetas, e estas, por sua vez, contêm “isolados”, que são os

diversos assuntos, em âmbito mais específico, dentro de qualquer faceta. Um

assunto básico pode estar sozinho, por exemplo “literatura”, dentro de uma faceta no

assunto “literatura inglesa”. Um isolado, ao contrário, é um termo que media um

assunto básico, tal como o termo “inglês”. Para criar um número de classe, o

assunto básico é nomeado primeiro. Os isolados seguem, entrando de acordo com a

fórmula da faceta. Esta fórmula descreve que cada isolado em cada faceta é uma

manifestação de uma das 5 categorias fundamentais, Personalidade, Matéria,

Energia, Espaço, Tempo.

Deste modo, cada termo dentro de uma faceta é chamado de “isolado”. Os

isolados, as sub-classes, isto é, cada termo em si, embora mantendo as mesmas

amplas relações com a classe que lhes deu origem, estão todos misturados,

apresentando características diferentes. Para que possam receber notações, é

preciso que sejam arrumados dentro das facetas. Aplica-se mais um princípio de

divisão e obtem-se as subfacetas. Segundo Barbosa (1972), subfacetas são grupos

de termos coordenados, derivados pela aplicação de um mesmo princípio de divisão

e mutuamente exclusivos. Se aplicarmos mais uma diferença na classe, tem-se as

subclasses. Se na subclasse aplicar outra diferença, esta passa a ser a classe, mais

uma divisão, se torna subclasse, até o máximo de subdivisões que o assunto

comportar.

Ocorre muitas vezes o fato de, ao classificar um assunto, perceber-se a

necessidade de que uma mesma categoria seja utilizada mais de uma vez, ou seja,

algumas categorias podem aparecer novamente ao se classificar determinado

assunto; surgindo, então, os denominados ciclos.

Em uma determinada classificação, uma coleção de objetos é ordenada dentro

de diferentes classes, em que cada classe é um conjunto composto por seus

membros, e agrupado pelas propriedades relevantes para a classificação. As

propriedades que determinam as classes em uma certa área do conhecimento

podem ser ordenadas por uma crescente especificação envolvendo do geral para o

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particular. Propriedades de um patamar superior são gerais e propriedades de

patamares inferiores são específicas, conforme exposto por Ekholm (1996). Veja

esse contexto representado na Figura 3 - O conceito de classificação.

FIGURA 3 - O conceito de classificação. Fonte: Tristão (2004).

2.3.1 A teoria da classificação facetada

A teoria da classificação facetada é representante de um modelo que utiliza o

método dedutivo para classificar o conhecimento dentro de um domínio. Desta

forma, possui mecanismos de representação para trabalhar com metaníveis

conceituais – as categorias. É a partir delas que os conceitos são ordenados para

formar classes de conceitos. Ranganathan utiliza o método dedutivo para a

organização de uma espécie de classificação bibliográfica que vai denominar uma

policotomia ilimitada. Esta espécie de estrutura de classificação se diferencia da

tradicional classificação utilizada – a dicotômica/binária (CAMPOS, 2004).

Nas classificações facetadas criam-se subclasses a partir de um princípio

simples e particular de divisão da classe principal e se definem classes compostas

por associação destas. Portanto, necessita-se definir a ordem do agrupamento das

facetas. Essa definição chama-se ordem de citação. O ordenamento sistemático em

uma classificação facetada consiste em dispor as facetas em ordem de citação, de

acordo com sua relevância para os usuários da classificação. Ranganathan, ao

lançar seu sistema, utilizou o sinal de dois pontos ( : ) para introduzir qualquer uma

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das facetas. Este sistema significa a possibilidade de inter-relação de conceitos,

rompendo com a tradição hierárquica e tornando possível acompanhar a evolução

do conhecimento.

Maia (2002) destaca que, a partir da preocupação com a questão da

multiplicidade de assuntos presentes em um mesmo suporte informacional, surgem

os sistemas de classificação facetada, abordando um mesmo assunto de diversas

maneiras, representando-o sob várias facetas, para fins de busca. Deste modo, as

facetas constituem diferentes opções de busca para um mesmo documento.

Tendo em vista a importância dos estudos sobre classificação facetada Maya

Montalvo (1983) descreve que em 1953 foi criado o Classification Research Group

(CRG), com sede em Londres para dar continuidade aos estudos de Ranganatahn.

Esse grupo formado por grandes pesquisadores da época, como Vickery, dentre

outros, identificou as categorias que são fundamentais para a organização do

conhecimento de qualquer assunto.

2.3.2 Identificação das categorias fundamentais de acordo com os trabalhos do

Classification Research Group (CRG)

Maya Montalvo (1983) descreve que o Classification Research Group (CRG)

identificou as categorias fundamentais para a organização do conhecimento de

qualquer assunto, que são: Todo, Tipos, Partes, Materiais, Propriedades, Processos,

Operações, Agentes, Espaço, Tempo e Forma, com as as seguintes definições:

1 Todo: é a razão de ser da classificação, constitui o seu produto final

2 Tipo: as várias classes de objetos a classificar

3 Partes: são divisões do todo

4 Materiais: materiais e substâncias constituintes do todo e suas partes

5 Propriedades: qualidades do todo e de suas partes

6 Processos: são as ações e reações inerentes dos objetos.

7 Operações: ações exteriores que se executam sobre os objetos

8 Agentes: são os que executam as ações

9 Espaço: corresponde aos lugares físicos

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10 Tempo: corresponde as divisões cronológicas

11 Forma: é a forma de apresentação dos objetos.

Dependendo do assunto que será classificado, as categorias do CRG se

enquadram de formas distintas. Por exemplo: seja o assunto construção civil –

subsetor edificações, o todo engloba as edificações, seus tipos (os diversos tipos de

edificações) as partes (as paredes, pisos), os materiais (o cimento, o concreto),

propriedades (conforto, durabilidade, segurança), processos (processo de projeto,

construção e manutenção), operações (as diversas operações envolvidas nas

atividades do processo de construção), agentes (o arquiteto, engenheiro, operário e

os equipamentos e ferramentas como guindaste, desempenadeira), espaço (os

diversos ambientes da edificação), tempo (as diversas fases do processo da

construção) e forma de apresentação (os diversos meios de registro e

documentação: plantas, desenhos, dentre outros).

Autores consagrados como Needham (1971), Barbosa (1972) e Piedade (1983)

identificaram as etapas que são necessárias para a construção de um sistema de

classificação facetada.

2.3.3 Etapas para construção do sistema de classificação facetada

Usualmente a construção de um sistema de classificação facetada engloba as

seguintes etapas:

2.3.3.1 Definição, síntese e delimitação do assunto a classificar

Nessa etapa deve-se limitar o tema que vai ser objeto de classificação, assim

como identificar os assuntos de outras áreas com as quais está relacionado.

Needham (1971) disse que, assim, como todas as substâncias são formadas

pela combinação de elementos químicos simples ou compostos, os assuntos nos

documentos são formados pela combinação de conceitos simples ou compostos.

Síntese é um termo usado para se referir à criação de assuntos compostos, por

meio da combinação de elementos simples. É a abstração de um conjunto finito de

conceitos em linguagem natural, que podem representar o documento. Analisam-se

os conceitos em linguagem natural e as formas de representação são apresentadas

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no vocabulário controlado e simbolizam-se os conceitos de acordo com a estrutura

do sistema.

2.3.3.2 Exame da literatura do assunto e seleção da terminologia

O primeiro passo na construção de um sistema de classificação é analisar uma

amostra representativa de documentos daquele assunto, cobrindo todos os tópicos

dentro do assunto, em todos os níveis – como eles podem ser encontrados em uma

bibliografia do assunto – listar os conceitos como eles aparecem. Desta maneira

todos os conceitos simples serão descobertos e representarão os conceitos como

aparecem nos documentos – ter-se-á então a garantia literária (NEEDHAM, 1971).

A coleta de conceitos é realizada por meio da consulta a livros, artigos, revistas,

informes científicos e técnicos.

2.3.3.3 Identificação das categorias ou facetas principais

Os conceitos levantados nas fontes de informação devem ser agrupados, e

relacionados os mais próximos, de acordo com suas semelhanças, realizando uma

lista de conceitos. De posse da lista de conceitos, estes são organizados mediante

sua comparação, em grandes grupos de conceitos semelhantes. Os conceitos são

então agrupados em classes (gêneros), em membros de uma espécie, identificando-

se assim as facetas e subfacetas.

2.3.3.4 Levantamento das facetas e subfacetas

As facetas e subfacetas consistem na reunião de conceitos em grupos e

subgrupos. Este agrupamento é possível mediante a aplicação de sucessivas e

exaustivas características de divisão.

Portanto, os princípios de divisão são usados de uma forma exaustiva para

definir uma categoria, faceta e subfaceta a fim de organizar conceitos coordenados e

mutuamente exclusivos. Organizam-se os conceitos dentro de cada grupo, e depois

são reagrupados em subgrupos e divisões deste, até se chegar ao termo, quando

não cabem mais subdivisões. Existem vários princípios de divisão, podendo-se citar:

1) Divisão em fila: reúne conceitos que resultam da aplicação de um único

princípio de divisão. Exemplo:

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PLACAS CERÂMICAS POR NATUREZA DA SUPERFÍCIE

Esmaltadas Não esmaltadas

2) Divisão em cadeia: reúne conceitos gerados pelas subdivisões sucessivas

desde tópicos gerais a tópicos concretos. Exemplo:

EDIFICAÇÕES POR FINALIDADE

Edific. Residenciais Edific. Comerciais Edific. Industriais por número de familias

Edificações unifamiliares Edificações multifamiliares

Casa

3) Quantidade crescente: arranja conceitos de acordo com uma forma numérica

ascendente ou descendente. Exemplo: Mensal, bimensal, trimestral.

4) Divisão alfabética: usada quando não existe outra alternativa de organização.

Organiza conceitos de igualdade de importância.

5) Divisão genética: agrupa conceitos segundo as semelhanças de origem.

Exemplo: Placa Cerâmica: Placa cerâmica esmaltada: Azulejo.

6) Divisão cronológica ou seqüencial: agrupa conceitos de acordo com uma

seqüência de realização das coisas ou fatos. Em operações que intervém o

elemento humano. Exemplo: Fases do processo da construção: Projeto,

Construção, Uso, Manutenção e Demolição.

7) Divisão evolucionária: similar à anterior, aplicada a processos biológicos.

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8) Contigüidade espacial: reúne áreas geográficas conforme sua proximidade.

Ex.: América: América do Norte: Canadá e Estados Unidos.

9) Consistência na seqüência: aplicada para que conceitos iguais em diferentes

partes do esquema tenham uma ordenação similar.

As características de divisão devem levar a um agrupamento de termos

partindo do geral ao específico, deve ser de forma gradativa e seqüencial,

primeiramente as características de divisão mais genéricas e depois as mais

específicas. Esses agrupamentos devem fazer-se até que hajam esgotado todas as

possíveis características de divisão. O assunto deve ser dividido e subdividido

segundo uma característica de cada vez.

Em síntese, para Maya Montalvo (1986), a aplicação de uma característica de

divisão é um processo pelo qual se diferencia uma espécie de um gênero, ou uma

sub-espécie de uma espécie, adicionando uma característica diferencial à definição

da classe maior.

2.3.3.5 Estabelecer a ordem dos conceitos dentro de cada faceta

Ordenam-se os termos do sistema de classificação com suas respectivas

notações, tratando de conseguir uma seqüência vertical do geral para o particular. A

organização dentro das facetas, sub-facetas e focos são de acordo com os

princípios de divisão aplicados.

2.3.3.6 Estabelecer a ordenação das facetas

A ordem na qual as categorias são apresentadas depende da maneira como os

consumidores buscam e solicitam a informação, a fim de atender, de forma

específica, às necessidades dos mesmos. Normalmente, a categoria que denota um

conceito mais concreto vem antes do abstrato, o simples antes do complexo.

Antes da notação ser adicionada, é preciso definir a ordem relativa das facetas

no esquema em si mesmo. (ex.: as facetas como um todo – não o foco dentro

delas). Por exemplo, deve ser de que forma o layout numa certa categoria de

informação intitulada Propriedades e características?

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Propriedades e Características Propriedades e Características propriedades físicas propriedades químicas Absorção Resistência a manchas Resistência à abrasão OU Resistência ao cádmio e chumbo propriedades químicas propriedades físicas Resistência a manchas Absorção Resistência ao cádmio e Resistência à abrasão chumbo

Esse princípio não é tão importante quando comparado com a questão da

ordem de combinação. Entretanto, tradicionalmente o geral precede o específico, o

abstrato o concreto.

2.3.3.7 Estabelecer a ordem de citação ou de combinação das facetas

Deve-se definir a ordem de citação para diminuir as possíveis alternativas de

organização dos termos, pois ao relacionar as facetas, pode-se determinar inúmeras

combinações de termos formando frases sintáticas do assunto. Para tal é necessário

que as facetas principais sejam citadas numa ordem pré-estabelecida.

Os sistemas de classificação facetados estabelecem uma ordem certa para a

citação dos assuntos compostos. Assim, não é o bibliotecário que escolhe em que

ordem irá colocar o assunto, mas esta vem determinada pelo sistema. Isto visa dar

consistência e coerência na classificação e indexação dos documentos. Ex.:

Personalidade, Matéria, Energia, ESpaço e Tempo (PMEST), conforme estabelecido

por Ranganathan.

Com a finalidade de indicar uma ordem de importância, as categorias são

organizadas em uma ordem de citação. A ordem de citação força uma abordagem

padrão do assunto. Entre categorias usam-se princípios de concretividade

decrescente, ou seja, o concreto precede o genérico e o princípio de utilidade, que é

o critério de importância segundo o ponto de vista do usuário.

A ordem de citação depende da natureza do assunto e do tipo de usuários da

informação em questão. Esta ordem determina a organização dos elementos de um

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assunto em forma seqüencial. Indica o lugar que devem ocupar os termos de

indexação quando descrevem um assunto complexo. A ordem ajuda o usuário na

formulação da estratégia de busca. Deve-se definir a ordem para diminuir as

possíveis alternativas de organização dos termos, pois ao relacionarmos as

categorias umas com as outras, pode-se determinar inúmeras combinações de

termos formando frases sintáticas do assunto. Para tal, é necessário que as

categorias ou facetas principais sejam citadas numa ordem pré-estabelecida.

2.3.3.8 Acrescentar a notação

Notação é um conjunto lógico de símbolos que representam os conceitos de

um sistema de classificação, mostrando a seqüência e organização deste. Tem

como finalidade traduzir, em uma linguagem codificada, as características dos

documentos.

A função primária da notação é traduzir o esquema usado na classificação das

diversas classes. Através dela pode-se representar, de forma mais simples e curta, o

conceito a que está associada. Permite, ainda, a localização mais fácil e rápida da

informação, seja por indicar a sua localização nas tabelas, seja por permitir o

processamento automatizado dos dados. Utiliza-se geralmente uma representação

alfanumérica. Embora a notação seja fundamental na classificação, qualquer que

seja a sua complexidade, é importante referir que a mesma deverá sempre ser

subsidiária em relação aos conceitos. Num processo de classificação, o que está em

evidência é ordenar ou agrupar conceitos, a notação deverá surgir dessa ordenação,

conforme ressalta Langridge (1977).

Portanto, a notação é um instrumento de codificação para facilitar o arranjo dos

itens em um sistema de classificação. É a última parte antes do índice, usada para

mecanizar o arranjo. Precisa-se de um conjunto de símbolos, de preferência

internacionalmente conhecidos, com uma ordem convencional que possa

representar os assuntos do sistema.

A notação deverá ser elaborada a partir de valores ordinais intuitivos. Isto quer

dizer que só se deve utilizar o abecedário romano e ou números árabes na estrutura

principal das tabelas. A numeração árabe poderá ser tratada como frações decimais (isto é, colocando um ponto decimal imaginário antes do número que determina a

ordem), de onde resultará a seguinte ordenação:

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1...11...12...13...131...2...21...22...23..231....3...etc. Ou, em alternativa, poder-se-á

usar os números árabes como inteiros, o que dará origem à seguinte

ordenação:1...2...3...11..12..13...21..22...23...131...231...etc. Ambas as abordagens

apresentam aspectos positivos: como inteiros é mais intuitivo, enquanto o uso como

decimais possibilita a criação de classes subordinadas, pela simples adição de mais

um número ao existente.

As notações deverão apresentar algumas características principais, como:

Ser expressiva: a notação deverá revelar facilmente a estrutura do sistema de

classificação. Por Exemplo:

U1 Elementos

U1 Paredes

U11 Paredes internas e externas

U12 Paredes internas

U13 Paredes externas

Ser hospitaleira: a notação deverá permitir a inclusão de novos assuntos no lugar

correto à medida que eles apareçam sem obrigar a revisão geral da classificação.

Os números inteiros não são hospitaleiros, pois desde que um grupo de números tal

como 1,2,3,4 tenha sido fixado, é impossível acrescentar-se alguma coisa entre 1 e

2, 2 e 3, 3 e 4. Os números decimais são obviamente muito mais hospitaleiros.

Ser mnemônica: deve ser fácil de memorizar. Os artifícios mnemônicos são

apresentados principalmente para garantir que o conceito, mesmo isolado, seja

sempre representado pela mesma notação, independentemente do contexto no qual

ocorre.

Além de sua função obrigatória de preservar a ordem, uma notação pode

mostrar também algumas relações dentro de e entre assuntos. No primeiro caso,

pode mostrar a estrutura facetada dos assuntos. A associação entre e dentro das

facetas pode ser expressa através de símbolos de conexão.

Os símbolos usados para introduzirem as facetas são conhecidos como

indicadores de facetas. Uma notação pode também mostrar a relação

gênero/espécie dentro das facetas. Isso é feito por meio do princípio decimal

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(aplicável tanto letras quanto a números) no qual a divisão decimal implica a

subordinação da espécie ao gênero. Exemplo:

U3 Edificações

U31 Edificações para infra-estrutura quanto à finalidade

U313 Edificações para transportes

U31301 Edificações ferroviárias

U31302 Edificações rodoviárias

Alguns sinais têm sido utilizados para indicar as associações entre facetas na

construção de tabelas compostas. O mais utilizado tem sido o sinal de dois pontos

(:) para a construção de tabelas compostas a partir de tabelas simples.

O sistema de classificação UNICLASS(1997), que será abordado no capítulo

5, apresenta uma sofisticada e eficiente proposta de uso dos sinais indicadores de

facetas, baseada em três sinais principais e dois sinais especialistas, que são:

Sinal de adição ( + ) indica coordenação, sendo usado para descrever assuntos

não consecutivos9 na mesma classe, funcionando como “e”, isto é, se na tabela de

Edificações D32 = escritórios e D52 = igreja, então D32+D52 representará

“escritórios e igreja”.

Sinal de divisão ( / ) indica seqüência, sendo utilizado para descrever assuntos

consecutivos10 na mesma classe, seja D32 os referidos escritórios, D33, Edificações

de comércio e D34, Lojas, então, D32/D34 é equivalente a D32+D33+D34 e

representará edificações de escritórios, comércio e lojas.

Sinal de dois pontos ( : ) é usado para correlacionar idéias diferentes por meio da

combinação de facetas, sejam da mesma tabela ou de tabelas diferentes. Logo, ele

é utilizado para permitir a representação de conceitos complexos, tais como os que

resultam da elaboração de uma tabela composta. O sinal de dois pontos não

especifica qual assunto influencia o outro e a ordem dos assuntos não afeta o

significado das classes combinadas.

9 Classes não consecutivas são classes não subordinadas hierarquicamente, indicam coordenação e são mutuamente exclusivas. 10 Classes consecutivas são classes dependentes e subordinadas hierarquicamente dígito por dígito.

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Por conseguinte, dois números de classes combinadas com o sinal de dois

pontos sempre representam um assunto mais específico do que uma classe em si

mesma.

Sinais de menor e maior que ( < , > ) os sinais de menor que e maior que, são

usados para indicar que um objeto faz parte do outro. São os dois sinais usados

para mostrar que uma construção em si ou um elemento desta está inserido numa

outra de maior escala. A ordem dos números de classes é importante para este

caso. Exemplo do sistema Uniclass: D32<D41 significa um escritório que faz parte

de um hospital. Já D41<D32 significa um hospital que faz parte de um escritório.

Quando se deseja arquivar uma informação sobre um objeto mais amplo, mas

preservando o significado, usa-se o sinal de maior que (>) no lugar de menor que

(<). Exemplo do sistema Uniclass: D41>D32 ainda significa “um escritório que faz

parte de um hospital”, mas agora ele é arquivado mais na seção hospital do que na

seção escritório.

Exceptuando os sinais de “<” ( menor que) e “ >” ( maior que) , todos os demais

são usados no Sistema de Classificação Decimal Universal (CDU) com o mesmo

significado.

2.3.3.9 Elaborar o índice

O índice serve para indicar a localização de determinado termo nas tabelas de

classificação e agrupa assuntos dispersos, resultando na ordem de citação. O

índice serve como vocabulário de entrada e possibilitar guiar até os símbolos

notacionais que formam o vocabulário de indexação.

Segundo Cavalcanti (1982), o elo entre o usuário e a informação é o índice que

se apresenta como um roteiro ordenado, alfabético e sistemático, dos itens de uma

coleção, ou do conteúdo de um documento, acompanhado de referenciais que

permitem a identificação e/ou localização do ítem ou do documento. O índice é um

mecanismo auxiliar, usado tanto na armazenagem, como na busca e na recuperação

da informação.

Num esquema de classificação, é necessário um índice para:

a) Indicar a localização de um determinado termo nas tabelas de

classificação;

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b) Agrupar assuntos dispersos, que resultem, por exemplo, da ordem de

citação.

O índice serve como vocabulário de entrada e guia até os símbolos notacionais

que formam o vocabulário de indexação. O índice deverá possibilitar que se

detectem as diversas localizações de um assunto, independentemente de se

encontrarem em distintas tabelas de classificação.

Deve-se lembar que o índice é uma ajuda adicional ao classificador, e não um

meio primário de classificação. Ao classificar um documento, procede-se à análise

de assunto, uma vez decidida a área de assunto à qual pertence o ítem em questão,

deve-se examinar a seção da classificação que trata daquela área de assunto.

Quando a seção for encontrada, o índice deve ser usado para conferir a propriedade

da classe selecionada e a localização dos assuntos afins (MCILWAINE,1998).

Ao ato, ao processo ou ao resultado da elaboração de entradas para um índice

é dado o nome de indexação. Entrada, na sua definição mais simples, é o conjunto

de informações que representa um documento nas bibliografias, nos índices e nos

catálogos; é o ponto de acesso ao documento (CAVALCANTI, 1982).

Atualmente, tanto os cientistas da informação como os especialistas em

informática documentária reservam o termo indexação para significar a operação de

representar o conteúdo dos documentos, qualquer que seja o método utilizado

(ROBREDO, 1982).

Em síntese, a indexação significa a descrição e representação do conteúdo de

um documento, mediante um número limitado de conceitos extraídos do texto dos

documentos ( palavras-chave) ou de vocabulários controlados. Os termos devem ser

os que melhor representem o conteúdo dos documentos para sua futura

recuperação.

Desta maneira, observa-se que a classificação facetada é a mais recomendada

para ordenar assuntos multidisciplinares e detalhistas como o de cerâmica para

revestimento, onde se podem trabalhar as classes principais ou categorias

fundamentais, as subclasses, as facetas e os termos isolados. Têm-se a seguir,

algumas diferenças entre os sistemas de classificação tradicionais e sistemas de

classificação facetada.

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2.4 DIFERENÇAS ENTRE SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO TRADICIONAIS E

SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO FACETADA

Prieto-Díaz (1991) explica que ambos os esquemas podem representar o

mesmo número de classes. Contudo, no esquema hierárquico, classes com mais de

um elemento são imediatamente incluídas na classificação, enquanto que, para o

esquema facetado, tem-se que sintetizar elementos de múltiplas classes.

Em contrapartida, Kant11, citado por Campos (1978), adverte que os sistemas

cingiram-se, quase sempre, a um tipo de relacionamento entre conceitos, sendo a

relação mais acentuada a de inclusão (gênero-espécie) e foi sobre este único tipo de

relacionamento que foram elaborados os sistemas tradicionais de classificação

bibliográfica. A conseqüência foi a emergência de sistemas rigorosamente

enumerativos.

Os métodos de divisão, ou seja, aqueles que auxiliam a organização do

conhecimento em um dado contexto, foram durante muitos séculos dicotômicos. Na

dicotomia12, encontram-se duas divisões no primeiro estágio, e cada umas destas

divisões formadas, são novamente divididas ocorrendo o mesmo no segundo

estágio, e assim por diante. A representação esquemática da dicotomia chama-se

“Árvore de Porfírio”. Ranganathan propôs uma mudança desta representação,

fazendo uma analogia com um tipo de figueira indiana chamada “Árvore Baniana”,

que se aproxima muito mais de uma árvore de classificação: do tronco original

formam-se de tempos em tempos muitos outros troncos secundários. Cada tronco foi

considerado por Ranganathan como categorias. Assim, os domínios teriam um corte

policotômico, e não dicotômico (CAMPOS, 2004).

Na classificação facetada, a lógica interna do sistema é baseada numa análise

rigorosa do vocabulário. Os termos são classificados dentro de um conjunto padrão

de categorias funcionais. Dentro dessas categorias, uma variedade de relações

semânticas é conhecida, e problemas de controle de vocabulário são tratados. Um

sistema sofisticado de sintaxe provê a ordem e a combinação dos termos intra e

entre facetas (BROUGHTON, 2002).

11 KANT, Immanuel. Crítica da razão pura. Trad. De Valério Rohden. São Paulo., Abril Cultural, 1974, p.9. 12 Dicotomia é divisão lógica de um conceito em dois outros conceitos, em geral contrários, que lhe esgotam a extensão. Ex.: animal = vertebrado e invertebrado (FERREIRA,1998).

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Na análise em facetas se particulariza cada aspecto do assunto. Inicia-se com

todos os termos que se relacionam com o campo do assunto e os organiza segundo

princípios rigorosos, que permitem construir classes por síntese em lugar de divisão

(ROSA, 1976).

Segundo Prieto-Diaz (1991) os esquemas facetados são flexíveis, precisos e

mais adequados à classificação de coleções de muitos elementos e com potencial

de crescimento. Os esquemas facetados são construídos com base na escolha de

uma amostra da coleção a ser classificada, processo denominado “garantia literária”.

Termos são escolhidos dos textos selecionados, agrupados e, então, as facetas são

definidas a partir dos grupos. As facetas são classificadas em ordem de citação e os

termos em cada faceta ordenados arbitrariamente, de acordo com as necessidades

dos usuários. Num sistema de classificação facetada, as facetas podem ser

consideradas dimensões em um espaço de classificação cartesiano, e o valor de

uma faceta é a posição do artefato naquela dimensão. (PRIETO-DIAZ, 2003).

No sistema de classificação facetada considera-se como elementos básicos na

construção dos sistemas de classificação não as classes (como subdivisões de um

todo), mas os conceitos na sua fecunda capacidade de expressão e de combinação

(CAMPOS, 1996).

Em síntese, conclui-se que a principal diferença entre os sistemas de

classificação tradicionais e os sistemas de classificação facetados consiste no

seguinte: a classificação tradicional é construída com ênfase nas subdivisões para

baixo, dentro de classes mais específicas e menores; e freqüentemente, as relações

que são conhecidas são aquelas de super e subordinação do tipo gênero e espécie,

não permitindo relações sintáticas, dificultando assim a classificação de assuntos

multidisciplinares, ou objetos de natureza complexa. Enquanto que a classificação

facetada permite relação de associação entre facetas, sendo a mais apropriada para

ordenar assuntos mutidisciplinares e especializados, uma vez que abarca distintas

lógicas e facilita descrever conteúdos semânticos complexos.

No sistema de classificação facetada, isso é possível, pois nele enumera-se

somente termos simples em suas tabelas, e por um processo de síntese os termos

são combinados para descreverem assuntos com um alto nível de especificidade, ao

permitir a união de uma parte da classificação com qualquer outra.

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63

Na seqüência, descreve-se a relação entre sistema de classificação facetada,

tesauro e teoria do conceito.

2.5 RELAÇÃO ENTRE SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO FACETADA, TESAURO,

TERMINOLOGIA E TEORIA DO CONCEITO

Campos (1994), ao pesquisar a área de representação e recuperação da

informação, mostrou a existência de princípios comuns entre os aspectos teóricos de

instrumentos como os sistemas de classificação e tesauros, que têm por base a

Teoria da Classificação Facetada, a Teoria do Conceito e a Teoria Geral da

Terminologia, para a formação de estruturas sistemáticas, pois os conceitos de uma

área de conhecimento se encontram relacionados entre si. Esses princípios são

constituídos por elementos que estão na base da formação de tal estrutura, que são

os conceitos, as relações entre os conceitos e a própria apresentação do sistema de

conceitos.

2.5.1 Relação entre sistema de classificação facetada e tesauro

Grolier13, citado por Campos (1978), afirmou que os tesauros são as

classificações que não ousam dizer o próprio nome [...] e que a proliferação dos

mesmos é sintoma do crescimento desordenado e anárquico de classificações

dissimuladas. Em contrapartida, Motta (1987) diz que tesauro é um vocabulário de

termos relacionados genérica e semanticamente sobre determinada área de

conhecimento. Nas várias áreas do conhecimento, são desenvolvidos tesauros e

vocabulários de termos, que consistem numa seleção de termos, baseados em

análise de conceitos, nos quais define-se o termo geral, de maior abrangência e sua

relação com termos mais específicos, que representam os conceitos menores.

O sistema de classificação facetada é, atualmente, um caso especial do que

são os chamados vocabulários controlados ou tesauros. Tanto que Dahlberg (1978)

propõe que os tesauros podem ser distribuídos da seguinte maneira:

a) Os que dizem respeito a objetos, como minerais, plantas, animais, etc.. Neste

caso, fala-se de taxonomia;

b) Os que dizem respeito a uma disciplina. Aqui se pode falar de classificações 13 GROLIER, Eric de. La classification cent ans après. Bulletin de l’ Unesco à l’ Intention des Bibliothèques 30 6):349-358,nov./déc. 1976.

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64

mono ou pluridisciplinares ;

c) Os que dizem respeito a todas as disciplinas ou assuntos. São as chamadas

classificações universais.

O desenvolvimento das classificações facetadas, assim como as pesquisas

sobre tesauros trouxeram a convicção de que se deveriam considerar como

elementos básicos na construção dos sistemas de classificação não as classes

(como subdivisões de um todo), mas os conceitos na sua fecunda capacidade de

expressão e de combinação. Mudou também o sentido de sistemas de classificação,

que, ao invés da apresentação sistemática de classes, pensa-se nos conceitos

orientados para o objeto, conforme apresenta-se na Teoria do Conceito

desenvolvida por Dahlberg14, citado por Campos (1996).

2.5.2 A relação entre sistema de classificação facetada, teoria do conceito e

terminologia

A Teoria do Conceito apresenta princípios que podem auxiliar na determinação

do conceito e de suas relações, tanto para elaborar tabelas de classificação, como

para elaborar tesauros. Ou seja, é um método para fixação do conteúdo do conceito

e para seu posicionamento em um sistema de conceitos. O conceito não é apenas

um elemento de significação do termo: o termo acaba sendo um elemento do próprio

conceito – o “terminum”, que sintetiza o conceito como um todo e permite a

comunicação, neste caso, verbal. Não importa se o termo é formado por uma ou

mais palavras, se é constituído por um substantivo mais um adjetivo, etc., o que

importa é que ele denota um referente. Assim, tratar o termo como representante de

um referente, com suas características, é dar a ele um tratamento terminológico

(DAHLBERG, 1978).

O estabelecimento de uma equivalência entre o termo (o definiendum) e as

características necessárias de um referente de um conceito (o definiens), com o

propósito de delimitar o uso do termo em um discurso, resulta na definição deste

conceito dentro de um sistema. A definição não é mais só um recurso para dirimir

14 DAHLBERG, I. (1993) Faceted classification and terminology. TKE’93. Terminology and Knowledge Engineering, Cologne, Aug. 25-27, 1993. Proceedings... Frankfurt/M.: Indeks Verlag. p. 225-234.

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dúvidas no uso do termo, já que possibilita, além da fixação do conceito, seu

posicionamento no próprio sistema de conceitos (DAHLBERG, 1978).

A definição do termo é importante, porque ela fornece características do

conceito que vão permitir seu agrupamento, a formação das categorias e indicar as

relações. Características usadas na comparação entre conceitos conduzem a um

sistema de classificação de conceitos. A melhor definição surge no final da etapa de

estruturação, quando se sabe exatamente qual é o significado do termo e qual a

abrangência útil do conceito. Um termo tem várias definições, escolhe-se a mais útil.

As características identificam, descrevem uma qualidade de um objeto

individual, sendo usadas para definir os conceitos e auxiliar a formação de novos

termos para novos conceitos. Através das características reúnem-se vários

conceitos em classes e subclasses, formando assim os sistemas de classificação e

tesauros, direcionados a cada área do conhecimento. Para os termos pertencerem a

uma classe, devem ter uma característica comum, como por exemplo, ao se definir:

Abstracts: publicação periódica de resumos de artigos;

Revista científica: publicação periódica e contém comunicações científicas;

Características comuns: publicação e periodicidade que aproxima os

conceitos num sistema de classificação. A análise de ambos conceitos mostra que

se trata de uma publicação, que, por sua vez, é um documento, assim chega-se à

classe geral: Documento – Publicação – Publicação periódica – Periódico de

resumos - Abstracts .

Dahlberg (1978) utiliza a noção de categoria sob dois aspectos: como um

recurso para o entendimento da natureza do conceito e para a formação de

estruturas conceituais. A importância fundamental da categoria na estruturação do

conceito e do sistema de conceitos é enfatizada na citação a seguir.

Podemos ver que as categorias têm uma capacidade de estrutura: não

apenas estruturam, de fato, todos os nossos elementos de conhecimento e

unidades de conhecimento; elas fornecem, ao mesmo tempo, por este meio,

o esqueleto, os ossos e os tendões para estruturar todo o nosso

conhecimento. Com o uso consciencioso, então, o corpo do nosso

conhecimento pode se manter unido, pode se mover, pode se manter flexível

e pode crescer organicamente (DAHLBERG, 1978, p. 109).

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66

Na terminologia estudam-se os conceitos como parte de um sistema. Os

termos se definem uns em relação aos outros, formando um sistema. Entenda-se

aqui por terminologia, conforme Irazazabal15, citado por Curras (1995), uma

elaboração de um sistema de conceitos, reflexo da sistematização realizada em um

campo do conhecimento, com fins de entendimento entre os especialistas. Um

desses fins se concretiza nos processos classificatórios desse campo de

conhecimento, para seu melhor uso e aproveitamento.

A terminologia se ocupa, sempre, de uma área de conhecimento na qual há

uma seleção das características relevantes para aquela área e, também, para os

propósitos do trabalho. Assim, conforme a área e de acordo com o ponto de vista

abordado, mudam as características e, conseqüentemente, as relações entre os

conceitos, e é por este motivo que os tesauros são desenvolvidos de forma

específica a cada área do conhecimento. Ao selecionar as características a serem

usadas para definir um conceito, é importante considerar a natureza do sistema de

conceitos a ser construído, bem como as expectativas dos usuários.

Extensão e intensão são as formas de apreensão e identificação do conceito e

influenciam a elaboração de sua definição, em que a extensão é o número de

conceitos que um conceito abarca e intensão é o agregado de características de um

conceito e está relacionada com a delimitação de suas características (CAMPOS,

1994).

Deste modo, intensão é o conjunto de características de um conceito. Quanto

maior o número de características que um conceito possuir, maior sua intensão,

mais específico ele se torna, como, por exemplo: Placa cerâmica é mais específico

do que produto para revestimento, num sistema de classificação a hierarquia seria:

Produto – Produto para revestimento – Placa cerâmica.

2.6 RELACIONAMENTO ENTRE CONCEITOS PARA A ELABORAÇÃO DA

ESTRUTURA DO SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO

Os conceitos se relacionam uns com os outros formando um sistema de

conceitos terminológicos, pois são as representações mentais das relações que

ocorrem entre objetos na realidade empírica. Quando tratadas em um nível

15 IRAZAZABAL, A. “La terminología. ¿Por qué?; en Noticias de la SEDIC, Madrid, 1988, 7-16. Trabajo mecanografiado.

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67

conceitual, passam a ser consideradas relações lógicas e ontológicas. As relações

lógicas resultam da própria compreensão dos conceitos. São chamadas também de

relação de semelhança, de similaridade, de abstração ou genérica. As relações

ontológicas se dão entre o conceito e a realidade. A identificação das relações entre

conceitos permite, em primeiro lugar, o entendimento do próprio conceito, tendo em

vista que os conceitos se definem uns em relação aos outros. Além disso, as

relações auxiliam na formação das estruturas conceituais, em especial, aquelas que

formam renques e cadeias (CAMPOS, 2001).

Ranganathan16, citado por Campos (2001) propõe uma série de conceitos que

estruturam a construção da classificação facetada:

a) Assunto básico: representa as áreas abrangentes do conhecimento;

b) Idéia isolada: juntamente com o assunto básico, forma um componente

específico de assunto;

c) Características: detêm as propriedades, qualidades ou quantificação de uma

propriedade;

d) Cadeias: série vertical de conceitos em que cada conceito tem uma

característica a mais ou a menos conforme a idéia seja descendente ou

ascendente;

e) Renques: são classes formadas a partir de uma única característica formando

séries horizontais;

f) Facetas: são manifestações de categorias do universo de conhecimento

estudado.

Existem regras para se estabelecer uma conduta uniforme na formação dos

renques e cadeias, como os da exaustividade e exclusividade. A exaustividade

define que as classes formadas por um renque devem ser exaustivas, de modo que,

se algum tópico novo surgir, ele deve ser acrescentado à estrutura, e esta tem que

ter hospitalidade para agrupá-lo numa classe existente ou numa classe recém-

formada. A exclusividade estabelece que os elementos formadores dos renques

16 RANGANATHAN, S R. (1967). Phelogema library classification. Bombay, Ásia Publishing House, 1967, 540 p.

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devem ser mutuamente exclusivos, ou seja, nenhum componente da estrutura

(isolado ou assunto básico) pode pertencer a mais de uma classe no renque.

Campos (2001) menciona que Ranganathan elaborou uma série de princípios

que visam permitir que estes conceitos possam ser estruturados de forma sistêmica,

isto é, os conceitos se organizam em renques e cadeias, estas estruturadas em

classes abrangentes, que são as facetas, e estas últimas dentro de uma dada

categoria fundamental. A reunião de todas as categorias forma um sistema de

conceitos de uma dada área de assunto e cada conceito no interior da categoria é

também uma manifestação dessa categoria.

Segundo Svenonius (1991) as inter-relações associativas entre conceitos

oferecem uma base lógica para criação de sistemas especialistas.

Desta forma, procurou-se identificar os vários tipos de relacionamentos

possíveis entre conceitos.

2.6.1 Tipos de relacionamentos entre conceitos

Segundo Gomes (1990) existem vários tipos de relacionamentos entre

conceitos, podendo-se destacar: Lógico (genérico/específico, analítico, de oposição);

Ontológico (partitivo, de sucessão, material/produto) e o De efeito (causalidade,

instrumental, descendência, genealógica, estágios da substância, antogênica). São

detalhados abaixo os diversos tipos de relacionamentos usados na construção de

tesauros e de sistemas de classificação.

2.6.1.1 Relacionamento lógico

Quando existem características comuns nas definições dos conceitos, implica

que há relacionamento direto entre os conceitos.

a) Relacionamento genérico/específico: permite formar as classes dos conceitos.

Os membros (termos) de uma classe são os conceitos que pertencem a um

mesmo gênero. Por exemplo: solo ácido é um tipo de solo – quando se

comparam os conceitos, verifica-se que solo ácido tem todas as características

de solo e mais uma que lhe é própria, específica, o fato de ser ácido. Por isso

sólido ácido é uma espécie de solo.

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Conceitos assim estruturados formam uma hierarquia (vertical), pois ligam

termos superordenados a termos subordinados. A relação de subordinação lógica é

a de gênero – espécie. A coordenação lógica ocorre quando os dois conceitos

analisados são específicos do mesmo termo genérico, ou seja, se dá entre conceitos

de um mesmo renque lógico.

b) Relacionamento analítico: relacionamento não só hierárquico. Como, por

exemplo: o arquivamento está presente em arquivos

correntes/intermediários/permanentes. O arquivamento é a característica que os

une, então o termo arquivamento está associado a arquivo corrente,

intermediário e permanente. Está relacionando, mas não é um tipo de, ou

espécie de, a relação se dá segundo o processo (arquivamento) e não o

gênero/espécie. É necessário analisar o conteúdo, as características dos

conceitos para se estabelecer as relações.

c) Relacionamento de oposição ou quase sinônimos: apresentam-se de três

maneiras distintas: os relacionamentos de oposição contraditórios

(ausente/presente; numérico/não numérico); os relacionamentos de oposição

contrária (amizade/inimizade; amor/ódio); e o relacionamento

positivo/indiferente/negativo (muito valioso/valioso/pouco valioso).

2.6.1.2 Relacionamento ontológico

As relações ontológicas são relações indiretas entre conceitos porque resultam

das propriedades que possuem os representantes dos conceitos (os objetos do

mundo empírico). Caracterizam-se pela contigüidade no tempo e no espaço ou pela

conexão de causa e efeito. São classificadas em dois grupos distintos: relações de

contato e relações de causalidade.

a) Relações de contato são as relações partitivas e as de sucessão são baseadas

num elo sucessivo de causas, como parentesco, material-produto, instrumentos e

seus usos. As relações ontológicas ocorrem quando um conceito é visto também

como um objeto individual, como, por exemplo: avião anfíbio – como conceito, ele

é um tipo de avião, como objeto individual, tem partes apropriadas, como a

aterrissagem e amerrisagem. Estas partes têm uma relação partitiva com avião

anfíbio. Para o avião anfíbio pousar na terra e na água, ele tem que ter partes

apropriadas, estas partes guardam com o conceito avião anfíbio uma relação

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partitiva. Em que TEP – designa PARTE e TGP – designa o TODO. Outro

exemplo: Física TEP Física Nuclear; Física Nuclear TGP Física.

b) As relações partitivas são indiretas e se dão entre objeto, mas não são as únicas.

Quando as relações se dão no tempo e espaço ou pela conexão causa/efeito,

são associativas. Então, nas relações ontológicas o termo é visto como um

objeto. Podem ser partitivas (TEP, TGP) e de associação (TA). Na relação

associativa indicando a relação material – produto, desde a matéria-prima até o

produto final, pode ser representada da seguinte forma: Clínquer (material) TA

Cimento (produto).

2.6.1.3 Relacionamento de efeito

Trata-se de associação indicando o efeito, como: a) causalidade (pista molhada

= acidente); b) instrumentalidade (Tabela de temporalidade-TA = eliminação; broca

de perfuração-TA = Broca); e c) descendência (relação genealógica, ontogênica e

estágios de substância). Como exemplos: Urânio I TA Urânio II.

Características não equivalentes são usadas na formação de sistemas de

conceitos diferentes, seja, por exemplo, um edifício pode ser classificado por função

ou uso em: igreja, teatro, escola; ou por partes da estrutura em: infra-estrutura,

estrutura, supra-estrutura.

A vantagem de se trabalhar com conceito e, portanto, com definições é a

segurança no estabelecimento das relações. Veja o caso, por exemplo, de janela,

que é conceituada como um vão; e janela basculante como uma estrutura que veda

o vão, ou seja, janela basculante não é um tipo de janela. Logo, a relação que se

estabelece entre estes dois termos é associativa e não de gênero-espécie.

Em síntese, neste capítulo procurou-se contextualizar os princípios e a

natureza dos sistemas de classificação, com destaque aos sistemas de classificação

facetada, como um sistema diferente face à necessidade de desenvolvimento de

sistemas que acompanhassem a evolução constante do conhecimento.

Nota-se, de acordo com os levantamentos efetuados, que a classificação

facetada e o tesauro são os mecanismos mais utilizados e, os mais estudados, como

recurso para a organização do conhecimento. Ambos, pelo fato de trabalhar o

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conceito, apresentam-se mais aptos à atender a demanda em todas as áreas do

conhecimento.

Salienta-se, também, que os tesauros são mecanismos que formam uma

estrutura de conceitos, ou seja, criam uma lista de termos relacionados entre si,

definindo os termos mais usados, quer de forma geral, quer de forma mais

específica e suas co-relações. Já os sistemas de classificação, além de criarem

termos gerais e específicos, os distribuem em classes ou categorias gerais e

específicas, usando facetas ou subclasses, enfim, cria-se um sistema co-relacionado

e indica-se o uso de signos, no qual determinado assunto, ou material, ou produtos,

ou serviço é substituído por um código (notação) e, assim, organizado e facilmente

recuperado. Portanto, enquanto os tesauros têm dois planos de trabalho - o plano

das idéias ou plano dos conceitos e o plano verbal ou plano das relações, o sistema

de classificação abrange os três planos de trabalho, o plano dos conceitos, o plano

de suas relações e o plano da notação ou codificação. O tesauro e o sistema de

classificação possuem diferentes níveis e profundidades de organização e podem

coexistir em um sistema de recuperação da informação, complementando um ao

outro as especificidades da área.

Um sistema de classificação deve apresentar algumas características para que

seu uso seja difundido e para que não se torne obsoleto, conforme destaca-se na

seqüência.

2.7 CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DE UM SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO

Um sistema de classificação deve apresentar algumas características para que

acompanhe a evolução do conhecimento e para que tenha seu uso difundido.

Monteiro (1998) salienta que um sistema de classificação deve apresentar as

seguintes características principais:

Estabilidade: alterar um sistema de classificação é um processo caro e difícil,

com repercussões relevantes na sua penetração no mercado. Daí a

importância destes sistemas se basearem em modelos internacionais, que lhe

garantam um período de duração adequado, sem a introdução de alterações

profundas.

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72

Compatibilidade com a modelização para computadores: a realidade da

construção civil quanto da cerâmica para revestimento é particularmente

complexa, tanto no que diz respeito aos recursos físicos como humanos. As

perspectivas com que estes recursos são usados, ou a forma como intervêm no

processo, são muito variadas, pelo que se torna muito importante poder

representar essa realidade através de meios informáticos. Assim, o sistema de

classificação deverá auxiliar na implementação do processo de modelização

para computadores, constituindo uma ferramenta essencial na simplificação de

toda esta realidade.

Flexibilidade: um sistema de classificação não deverá ser imposto aos

usuários sem que antes tenha conquistado o seu espaço, de forma que não se

torne uma obrigação, mas sim uma vantagem. Deverá permitir utilizar todas as

tabelas em diferentes níveis de detalhe (pelo menos dois), de maneira que

cada usuário possa utilizá-las de acordo com o grau de profundidade que

necessite. Este requisito é atingido mediante procedimento da notação

proposta. Deverá também ser possível utilizar parte do sistema para um fim

específico. A classificação por facetas possibilita concretizar esta exigência.

Revisão e desenvolvimento: deverá ser possível alterar e acrescentar

elementos à classificação, sempre que se verifique necessário, sem que isso

comprometa a estabilidade do sistema. O sistema deve acompanhar a

evolução do mercado no que tange a novos produtos, métodos, espaços. Sua

estrutura deverá prever revisões mais ou menos profundas, com a regularidade

adequada.

A construção de um sistema de classificação implica conhecimentos da teoria

da classificação e do assunto a ser mapeado. No capítulo 3 aborda-se-á o universo

informacional no qual a classificação facetada será desenvolvida, o setor de placa

cerâmica para revestimento e seus aspectos técnicos.

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73

3 CERÂMICA PARA REVESTIMENTO

A cerâmica para revestimento constitui um segmento da indústria de

transformação, de capital intensivo, inserido no ramo de minerais não-metálicos, e

tem como atividade a produção de placas para revestimentos de pisos e paredes,

representando, juntamente com a cerâmica estrutural vermelha (tijolos, telhas e

outros refratários), as louças, a cal e o vidro, uma cadeia produtiva que compõe o

complexo industrial de materiais de construção (STAMER; MAGGI; SEIBEL, 2001).

Os materiais cerâmicos para revestimento inserem-se num mercado bastante

significativo para a economia brasileira na medida em que compõem, juntamente

com os demais segmentos da indústria cerâmica, aproximadamente 1% do Produto

Interno Bruto (PIB). O Brasil, antecedido pela China, Itália e Espanha, constituem-se

nos maiores produtores mundiais (BUSTAMANTE; BRESSIANI, citados por

ABITANTE ( 2004)).

3.1 PANORAMA DA INDÚSTRIA BRASILEIRA DA CERÂMICA PARA

REVESTIMENTOS

A indústria brasileira de cerâmica para revestimento se consolidou como uma

das principais de todo o mundo ao ultrapassar a cifra de meio bilhão de metros

quadrados produzidos ao longo do ano. A produção, em 2002, foi de 508,3 milhões

de m2. O setor desenvolveu um parque fabril peculiar, onde expressiva parte de sua

produção é fabricada pelo processo de via seca. Esse método, menos oneroso e

com qualidade à altura das exigências das normas internacionais, contribuiu para

desenvolver o maior mercado consumidor do mundo ocidental, com vendas no

território nacional na ordem de 456,3 milhões de m2. Estudos mostram que cerca de

US$ 2.2 bilhões sejam movimentados pelas 120 indústrias de cerâmica para

revestimento no Brasil, considerando toda a cadeia produtiva, comercial e de

serviços (ANFACER, 2005).

A maior concentração de fábricas de cerâmica para revestimento localiza-se

nos Estados de São Paulo e de Santa Catarina, mas há fábricas também no Paraná,

Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia,

Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Ceará e Pará.

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74

O consumo do produto nacional é de 61,4% na região sudeste e 38,6% nas

demais regiões do país. Nas Figuras 4, pode-se observar a evolução da capacidade

produtiva nacional em milhões de m2 por ano (ANFACER, 2005).

FIGURA 4 – Evolução da capacidade produtiva nacional em milhões de m2 por ano. Fonte: ANFACER(2005)

O setor de cerâmica para revestimento engloba os produtos denominados:

azulejos, pisos cerâmicos, pastilhas ou mosaicos. Os azulejos são materiais

cerâmicos utilizados no revestimento de paredes e são comercializados no mercado

brasileiro com três tipos: decorados, coloridos e brancos. Já os pisos cerâmicos são,

por definição, materiais cerâmicos para revestimento de pisos.

A distribuição geográfica das indústrias de cerâmica para revestimento no

Brasil apresenta diferenças entre as indústrias de pisos cerâmicos e azulejos. No

caso de azulejos, a quantidade produzida na região Sul representou, em 1991, cerca

de 85% da produção do país; a das regiões Norte/Nordeste, 11%, enquanto que a

região Sudeste produziu 4%. Este perfil de distribuição de produção não mostrou

alterações significativas em relação ao ano de 1989, quando se contabilizou o maior

volume de produção da história (AMBONI, 1997).

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75

Os produtores nacionais aumentaram sua participação no mercado mundial,

atingindo a quarta colocação em volume de produção. O Brasil é o segundo maior

mercado consumidor de cerâmica para revestimento do mundo. O mercado

internacional, em 2001, apresentou dados que mostram o crescimento da

participação da China e o acirramento da disputa entre os maiores exportadores do

mundo. Num ano atípico para a indústria nacional, o crescimento do volume

exportado foi de apenas 4,8%. Já em 2002, registrou-se crescimento superior a 24%

nas vendas externas.

Os mercados são voltados para a produção nacional. Em média, 75% dos

revestimentos fabricados são consumidos no Brasil e 25% são exportados. Os

produtores nacionais aumentaram sua participação no mercado mundial, atingindo,

no ano de 2001, a terceira colocação em exportações, perdendo para a Itália e a

Espanha.

Os Estados Unidos da América (EUA) são os maiores importadores mundiais.

Compraram mais de US$ 88 milhões de produtos brasileiros, o que posiciona a

indústria nacional como o 4º maior fornecedor, com uma participação

aproximadamente de 12% das importações.

O trabalho incessante de cada indústria, aliado ao esforço da Anfacer e ao

apoio da Apex, surtiu efeito em 2002 no que se refere ao comércio exterior. As

exportações superaram US$ 205 milhões, para um volume embarcado de 73,9

milhões de m2. No ano de 2002, a África do Sul ampliou consideravelmente as

importações de cerâmicas do Brasil, alcançando o 3º posto entre os maiores

compradores. Foram mais de US$ 15 milhões destinados para esse país. No Quadro

3, destaca-se o destino das exportações brasileiras no ano de 2002, segundo dados

da ANFACER.

QUADRO 3 - Destino das exportações brasileiras no ano de 2002 (%). Fonte: ANFACER (2005).

América do Norte América Latina África Europa Mercosul Oceânia Ásia

51,3 24 10,7 5,3 5,3 2,3 1,1

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76

As indústrias de cerâmica para revestimento, cuja produção mundial, seguindo

uma tendência crescente, já ultrapassou cerca de 3,0 bilhões de metros quadrados,

por ano, vêm sofrendo uma significativa evolução tecnológica, o que tem permitido

uma expansão cada vez maior no emprego desses materiais em vários tipos de

edificações [...] (PASCHOAL; MENEGAZZO, 1999).

3.2 USO DA CERÂMICA PARA REVESTIMENTO NAS EDIFICAÇÕES

Existem duas razões principais do porquê as paredes e os pisos das

edificações são usualmente revestidos com vários materiais. Uma está relacionada

com os requisitos estéticos, ou seja, para melhorar a aparência e tornar o piso ou

parede mais agradável aos olhos. A outra é para satisfazer requisitos funcionais,

para proteger o piso ou parede de ações agressivas do ambiente, com uma

superfície apresentando características adequadas de impermeabilidade,

estabilidade, durabilidade e que seja de fácil limpeza.

Vários materiais e técnicas podem ser usados para revestir pisos e paredes. As

paredes podem ser revestidas com diversos produtos, dentre eles: produtos à base

de cimento ou gesso; pintura; papel; tecido ou cortiça. Os pisos podem ser

revestidos com pedras naturais tais como granito ou mármore; madeira; carpete.

Um dos materiais tradicionais mais importantes e amplamente usados para

revestir pisos e paredes são as placas cerâmicas. A placa cerâmica é um material

muito antigo. O primeiro exemplo de uso para revestir e decorar superfícies foi

datado por volta do século VI A.C. nas civilizações da antiga Babilônia. Ao longo

dos séculos, a tecnologia de fabricação e o potencial decorativo da placa cerâmica

têm sido gradualmente ampliados e melhorados. Por cerca de 100 anos a placa

cerâmica se manteve como um produto de luxo, sendo usada no revestimento de

pisos e paredes de opulentas casas. No século passado, especialmente após a 2ª.

Guerra, a produção de cerâmica para pisos e paredes sofreu considerável

desenvolvimento com o advento da técnica de produção em massa, especialmente

em alguns países tais como a Itália, que tem uma longa tradição no uso da

cerâmica. A habilidade de produzir placa numa escala industrial fez abaixar os

preços e tornar a placa cerâmica um produto acessível para o povo em geral

(PALMONARI; TIMELLINI, 1989).

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77

Os revestimentos têm grande importância na definição do padrão do edifício, na

valorização econômica do imóvel e nas características estéticas do conjunto. Os

aspectos estéticos formam a imagem da edificação, constituem-se naquilo que os

clientes vêem. Os revestimentos, juntamente com o tamanho dos ambientes, a

localização do imóvel, a presença de elevador, o número de vagas na garagem,

entre outros, são usados pelos clientes subjetivamente para apropriar o valor do

imóvel (ABITANTE, 2004).

A tecnologia construtiva brasileira baseada no projeto e na construção com

sistemas estruturais em concreto armado e sistemas de vedação

predominantemente em alvenaria de blocos, e as características climáticas do país

asseguram um elevado potencial de uso da cerâmica para revestimento, tanto em

pisos quanto em paredes.

Os produtos cerâmicos para revestimento de piso e parede têm como principais

produtos concorrentes as tintas, nos revestimentos verticais; e a madeira, pedra

natural e carpete, nos revestimentos horizontais (IEL, 1999).

Segundo dados do BNDES (2000) as vantagens que o revestimento cerâmico

apresenta em comparação aos produtos concorrentes no que diz respeito à estética,

design, durabilidade, manutenção e higiene refletem num volume maior de vendas

da cerâmica com relação aos produtos substitutos, conforme observa-se no Quadro

4 a seguir.

QUADRO 4 - Consumo interno de produtos para revestimentos (milhões m2). Fonte: BNDES. Informe Setorial, N. 15- Ago/2000.

Produto Quantidade %

Cerâmica 359 78,5

Pedras/Mármores 40 8,5

Tapetes 30 7,0

Forrações 15 3,5%

Carpetes 11 2,0

Carpetes madeira/laminados 05 1,0

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78

O revestimento cerâmico tem sido um forte substituto para outros tipos de

revestimento, na medida em que sua utilização, antes limitada às áreas molhadas,

atualmente se estende por toda a edificação. O uso mais freqüente do revestimento

cerâmico é: revestimento interior residencial (cozinhas, banheiros); revestimento

exterior (fachadas, prédios urbanos); pavimento exterior (quintais, passeios);

pavimentos e revestimentos de locais públicos (hospitais, escolas, aeroportos);

pavimentos e revestimentos diversos como saunas, piscinas, salas de cirurgia,

pavimentos industriais, câmaras frigoríficas, indústrias alimentares, dentre outros.

A beleza e a versatilidade dos revestimentos cerâmicos valorizam qualquer tipo

de ambiente, visto que proporcionam também algumas vantagens técnicas diante de

papéis de parede ou carpetes, necessitando de menor número de intervenções para

a manutenção, pois não oferecem problemas de durabilidade, descascamento,

manchas ou desgaste e, em fachadas, são mais resistentes que qualquer tipo de

pintura. Em adição ao baixo custo de manutenção e à alta durabilidade, os

revestimentos cerâmicos são resistentes ao fogo e antialérgicos (LIMA, 2003).

A razão para a considerável difusão da placa cerâmica para revestir pisos e

paredes deve-se a sua vasta extensão de cores, formas e possibilidades decorativas

que permitem ao projetista e arquiteto uma variedade de soluções de designer

distintamente superior àquelas que são possíveis com outros materiais, e por outro

lado as suas características técnicas são superiores. É de conhecimento público,

também confirmado através de ensaios em laboratórios, que a cerâmica para

revestimento possui maior resistência ao ataque químico do que o mármore e o

granito, não precisa ser cortada e raspada como a madeira, não queima e não é

danificada quando em contato direto com o fogo ou corpos incandescentes, tais

como cigarros [...] (PALMONARI; TIMELLINI, 1989).

Na cultura técnica da construção civil, o termo revestimento cerâmico é

aplicado indistintamente como sinônimo de placa cerâmica. Mas revestimento

cerâmico é um conceito mais amplo, podendo ser analisado como um sistema.

3.3 O REVESTIMENTO CERÂMICO COMO UM SISTEMA

Cecrisa (2003) descreve que o revestimento cerâmico é composto por um

conjunto de elementos distintos que funcionam como uma estrutura organizada. Em

princípio, é constituído por:

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a) substrato (base);

b) argamassa de regularização (emboço) e argamassa de assentamento;

c) placa cerâmica;

d) diferentes tipos de juntas;

e) argamassa de rejuntamento.

O sistema revestimento cerâmico deve ser projetado paralelamente ao projeto

arquitetônico da construção, de acordo com cada área e necessidade, para que se

possa escolher o tipo de revestimento, as argamassas colantes e de rejuntamento

adequadas, e projetar os diferentes tipos de juntas, conforme as normas vigentes.

A finalidade e as vantagens do revestimento cerâmico podem se assim

descritas: proteção; facilidade de limpeza (é higiênico); antialérgico; beleza (possui

infinitas opções decorativas); adequado ao clima (conforto térmico); durável (quando

de boa qualidade); não inflamável e valorização do imóvel.

Sabbatini e Campanate (2002) relatam que o revestimento tem que cumprir

importantes funções, que são, genericamente:

a) proteger os elementos de vedação dos edifícios;

b) auxiliar as vedações no cumprimento de suas funções, como o isolamento

termo-acústico, a estanqueidade à água e aos gases, etc.;

c) regularizar a superfície dos elementos de vedação;

d) constituir no acabamento final.

O setor de cerâmica para revestimento, a partir de 1990, implementou

importantes mudanças na estratégia competitiva de suas indústrias, passando a

buscar diferenciação mediante a melhoria técnica dos produtos, das variações

tipológicas, da conformidade com as normas técnicas e do fortalecimento da marca

[...] (ABITANTE, 2004).

3.4 QUALIDADE DA CERÂMICA PARA REVESTIMENTO

Foi criado o Centro Cerâmico do Brasil (CCB), credenciado em 1996 pelo

Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). O

CCB é o organismo certificador credenciado para certificação do sistema de

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80

qualidade ou certificação de produto. A certificação significa que a indústria atende a

requisitos pré-estabelecidos, podendo significar para o usuário, garantia de

qualidade.

Com aproximadamente R$ 100 milhões em investimentos, no ano de 2002, na

ampliação e modernização de suas fábricas, o Brasil conta hoje com um dos mais

atualizados parques fabris. Outro aspecto, que confere um conceito de liderança da

indústria nacional, é que 80% da produção está em conformidade com as normas

internacionais de produto e sistemas de qualidade. Na busca do aprimoramento

constante, o setor investe na instalação e manutenção de centros de treinamento e

desenvolvimento tecnológico, em cursos técnicos e de nível universitário

(ANFACER, 2005).

A expectativa do usuário consumidor de cerâmica para revestimento é a

qualidade, ou seja, a adequação ao uso. De acordo com Enrique (1996), existem

três níveis de expectativas do consumidor ao adquirir uma placa cerâmica para

revestimento com suas respectivas características em cada nível, que são os

seguintes:

1) antes do uso (a forma, tamanho, aparência (cor, brilho, decoração, design));

2) colocação e armazenamento (maior ou menor facilidade de colocação das

placas e com o transporte antes da colocação), mais importante para o construtor,

o lojista e o assentador. Problemas na curvatura e gretagem podem se manifestar

durante o armazenamento, devido a uma falta de acordo entre esmalte e suporte;

3) no uso (ocorrem reclamações de falta de adequação do produto ao uso e falhas

de colocação).

Há basicamente três tipos de consumidores de cerâmica para revestimento:

compradores de revestimentos cerâmicos, arquitetos e empresas construtoras (em

países como a Alemanha são pequenas empresas especializadas na colocação dos

revestimentos cerâmicos). Cada um desses consumidores têm distinta forma de

tomar decisões no processo de compra e utilizam critérios diferentes. Arquitetos são

bem informados, necessitam de informações mais técnicas e possuem um critério

estético mais refinado, tornando-se os consumidores mais sofisticados nesse

aspecto. As empresas construtoras estão interessadas na qualidade e nos preços

mais baixos (LIMA, 2003).

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Os usuários, desde os mais qualificados tecnicamente (engenheiros e

arquitetos) aos menos qualificados (balconistas de lojas), não conseguem

especificar e selecionar qual a placa cerâmica mais indicada para os diversos

ambientes e usos. Embora exista normalização técnica sobre o assunto, tanto na

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) quanto na Standard Organization

International(ISO), as especificações apresentadas nas normas técnicas são

desconhecidas e de difícil interpretação pela maioria dos usuários. Além disto, como

agravante, encontra-se no mercado uma grande diversidade de produtos e soluções,

com relação às placas cerâmicas e seus acessórios (argamassas de assentamento

e rejunte), acarretando mudanças nos métodos de assentamento (LIMA, 1997).

Segundo Lima (2003), há uma situação de carência de informações sobre os

materiais, especificação e aplicação do sistema de revestimento cerâmico. As

bibliografias e as informações sobre as características técnicas e procedimentos de

aplicação encontram-se dispersas, consegue-se alguma informação a respeito, nos

diversos sites das empresas produtoras de cerâmica para revestimento e nas

associações de classes como a Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica

(ANFACER) e no Centro Cerâmico do Brasil (CCB).

A divulgação dos produtos é, na sua maioria, feita através de catálogos

impressos pelas indústrias. Nos catálogos se destacam os produtos esteticamente e

algumas das suas características técnicas. Em alguns catálogos são encontrados

apenas dimensões dos produtos e o índice de resistência ao desgaste como o

Porcelain Enamel Institute (PEI). Geralmente, não são indicadas a resistência ao

choque térmico e a ausência de chumbo e cádmio solúveis, ainda que essas

características sejam utilizadas apenas para casos específicos. Os dados, de forma

clara nos catálogos, facilitariam a correta especificação do produto para os diversos

usos, evitando-se futuras patologias (LIMA, 2003).

3.5 AS PATOLOGIAS NO SISTEMA REVESTIMENTO CERÂMICO

Quanto aos revestimentos verticais, de acordo com Maciel e Melhado (2002),

de modo geral, não existe, na construção civil, um projeto definido, tanto que vise o

produto como ao processo. As decisões relativas à sua aplicação são tomadas na

própria obra, muitas vezes, por pessoas não qualificadas e não capacitadas. O

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revestimento é visto apenas como acabamento e como forma de esconder as

imperfeições da base, que são as estruturas e vedações.

Essa pouca atenção dada aos revestimentos tem como resultado a incidência

de falhas e problemas patológicos como trincas, fissuras e descolamentos, que

comprometem o desempenho do edifício como um todo.

Uma das patologias mais comuns é o descolamento da placa cerâmica, devido

principalmente à inadequação da argamassa colante e do rejuntamento, frente às

necessidades de aplicação. O descolamento torna-se mais grave quando ocorre em

fachadas, sobretudo em virtude do assentamento incorreto das placas, resultando

em mau preenchimento do tardoz com argamassa. Causas relacionadas

diretamente à qualidade das placas podem ocorrer, mas não são tão comuns. A falta

de juntas de movimentação que permitam a dilatação e contração é outro fator

importante no descolamento de placas cerâmicas.

Ao entrevistar empresas construtoras e escritórios de engenharia e arquitetura,

Lima (2003) obteve os seguintes resultados: 48% dos entrevistados disseram já ter

tido problemas com o sistema revestimento cerâmico, seja na fase de projeto (com

dificuldades de especificar os materiais), na fase de execução (problemas nos

procedimentos ou mão-de-obra) ou em reclamações após entrega da obra. E com

relação às empresas fabricantes do setor cerâmico, foi averiguado que as mesmas

recebem, em média, 50 reclamações por mês. Os problemas mais citados: a)

diferença de tonalidade; b) sujeira ou encardido; c) riscos; d) empeno; e) variação

dimensional; f) defeito de superfície; g) lascamento; h)manchamento. Normalmente é

um conjunto de variáveis que provocam o problema, como erros na especificação e

no assentamento.

Com freqüência, a especificação do material cerâmico para revestimentos

reduz-se a decisões relativas à tipologia, como padronagem, formato e dimensões. A

durabilidade é considerada de forma implícita, como se fosse a cerâmica um

material intrinsecamente durável. Comumente, o único parâmetro utilizado para a

especificação do material, no sentido de adequá-lo às condições de utilização,

consiste na resistência à abrasão, sendo, em geral, esta conduta adotada tanto por

especificadores quanto por proprietários.

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Todavia, uma placa cerâmica pode ser adequada para determinado uso e ser

inadequada para outro. Por exemplo, uma placa cerâmica para revestimento de

pisos de salas cirúrgicas terá requisitos mais rígidos do que uma placa cerâmica

para revestimento de pisos de um banheiro de uma edificação residencial. Esses

requisitos se refletirão nas suas propriedades ou conjunto de atributos. Neste caso, é

possível que a sala cirúrgica exija como atributo da placa cerâmica para

revestimento um alto grau de resistência química ou abrasão, ou seja, a associação

é do espaço e seu uso para o elemento e deste para o produto que cumprirá com a

função do elemento (CDCON, 2003).

Pesquisas vêm sendo desenvolvidas nas universidades, com o intuito de

desenvolver metodologias que permitam a prevenção, o diagnóstico e a recuperação

de patologias em revestimentos cerâmicos, através da discussão de conceitos como:

diagnóstico, patologia, durabilidade, manutenção e recuperação, bem como situar

sua ocorrência no Brasil e no exterior, por meio da análise da bibliografia

especializada e de levantamentos realizados em campo (SABBATINI; CAMPANATE,

2002).

Stamer, Maggi e Seibel (2001) destacam que, no projeto desenvolvido em

conjunto pelo Centro Cerâmico do Brasil (CCB) e pelo Instituto de Pesquisas

Energéticas e Nucleares (IPEN), identificou-se uma deficiência tecnológica

generalizada permeando todos os agentes da cadeia produtiva, incluindo: a) os

agentes responsáveis pela normalização; b) os projetistas; c) os fabricantes de

cerâmica; d) os fabricantes de argamassas e rejuntes; e) as empresas construtoras

e os agentes responsáveis pela formação de mão-de-obra. Foram identificados os

seguintes gargalos no sistema de especificação:

1. Na Construção Civil:

a) produtos fora de especificações técnicas;

b) não qualificação da mão-de-obra de assentamento; e

c) métodos de ensaios não representando o que ocorre na prática (os

ensaios de resistência de aderência da argamassa colante).

2. No Produto:

a) tonalidades diferentes;

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b) riscos e manchas; e

c) calibre: as tolerâncias admitidas pela NBR 13.818/1997 são

excessivas.

3. Na Fase de Assentamento:

a) uso de argamassa colante inadequada;

b) falta de impermeabilização em locais úmidos; e

c) falta de juntas.

4. Nas Normas e Métodos de Ensaios:

a) as empresas consideram não-representativos e demandam a revisão de

alguns métodos de ensaio, definidos pela NBR 13.818/1997.

5. Nas Matérias-Primas para Fabricação de Argamassas:

a) composição química do cimento muito variável; e

b) desconhecimento de como as impurezas presentes no cimento

interferem nas propriedades finais das argamassas.

6. No Desenvolvimento de Tecnologia Construtiva:

a) inexistência de requisitos de desempenho, como, por exemplo,

resistência de aderência à tração, resistência de aderência ao

cisalhamento, comportamento frente à dilatação térmica, entre outros;

b) inexistência de parâmetros de projeto;

c) inexistência de sistemas de produção que incluam o controle de

qualidade;

d) inexistência de metodologia para o diagnóstico e a recuperação de

patologias;

e) inexistência de sistemas de gestão do processo de produção; e

f) inexistência de sistemas de gestão da comercialização.

Com o objetivo de se estabelecer ações para uma produção de melhor

qualidade e níveis de preços competitivos internacionalmente, parcerias entre as

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universidades, centros de pesquisa e associações têm sido estabelecidas para

melhorar o quadro do setor.

3.6 MELHORIAS IMPLANTADAS NO SETOR DE CERÂMICA PARA

REVESTIMENTO

Com relação à disseminação das informações, uma iniciativa de melhoria do

setor foi a criação do Portal CeramicaBrasil (www.ceramicabrasil.org.br), um

ambiente virtual de comunicação via Internet que armazena, organiza e disponibiliza

informações, produtos e serviços para o setor cerâmico. Seu objetivo é constituir-se

num sistema de informações, de referência nacional e internacional, relacionado ao

setor cerâmico, envolvendo toda a cadeia produtiva: fornecedores de matérias-

primas, fabricantes de máquinas e componentes, fabricantes de cerâmica,

fabricantes de argamassas colantes e rejuntes, distribuidores e lojas, construtoras,

associações, certificadoras, sindicatos, além de profissionais – consultores,

especialistas, engenheiros, arquitetos, designers, assentadores de cerâmica, entre

outros (ALARCON et al., 2000).

Tanto o profissional especificador, quanto o consumidor final, nem sempre

podem contar com orientação adequada no balcão da revenda. No ano de 2002,

por iniciativa da Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica (ANFACER),

iniciou-se o desenvolvimento do software denominado Codificação, Especificação da

Cerâmica para Revestimento (CODECER), tendo como premissa a necessidade de

um sistema de classificação e especificação da cerâmica para revestimento que

facilitasse a comercialização do produto e que garantisse um uso adequado das

placas cerâmicas no ambiente a ser revestido. Essa necessidade foi levantada

durante o Fórum Mundial de Cerâmica de Revestimento na ocasião da feira

Covering 2001 em Miami, USA, onde, no ano seguinte, o Brasil, representado pela

ANFACER, teve uma participação de destaque com a apresentação do CODECER.

Tal software encontra-se em fase de protótipo com uma versão alfa, na forma de um

sistema especialista.

O software CODECER resume as características essenciais dos revestimentos

em três itens no caso de pisos - Resistência, Durabilidade e Limpabilidade - e em

dois no caso de paredes - Absorção de água e Limpabilidade. Cada item é avaliado

numa escala de um a cinco, formando a série de três algarismos (RDL) para

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aplicações em piso e de dois (AL) para paredes. O software também permite conferir

as exigências mínimas de RDL e AL em função do local de aplicação, tais como

banheiros, garagens, fachadas, restaurantes, depósitos, laboratórios e piscinas.

O uso do programa é simples: basta responder cinco perguntas sobre o

uso previsto e automaticamente o Codecer dará a especificação mínima para

aquele ambiente, considerando todas as variáveis envolvidas. A partir do

lançamento do software, os fabricantes passarão a informar na embalagem o RDL

ou o AL de cada produto.

As condições de trabalho que a placa estará submetida, por ex.: as tensões

que ela sofrerá nos ambientes nos quais é aplicada, devem ser avaliadas por quem

for escolher a placa, a fim de fazer uma escolha cuidadosa, considerando-se o

amplo espectro de produtos disponíveis no mercado. O conhecimento das

características técnicas e atributos das placas cerâmicas é fundamental para os

responsáveis pelo projeto de revestimento de pisos e paredes das edificações.

Os atributos que são de interesse, conforme a ISO, para a indústria da

construção civil são descritos a seguir.

3.7 ATRIBUTOS DE INTERESSE PARA A ÁREA DA CONSTRUÇÃO CIVIL

CONFORME PADRÃO DA ISO

Segundo a norma ISO/TR 14177/1994 da International Standard Organization

que define as diretrizes para a classificação da informação na indústria da

construção entre os tipos de atributos usados em conjunto com tipos de objetos que

são de interesse para a indústria da construção, estão:

a) atributos de identificação, localização e de tamanho: grupo de atributos que

descreve a existência física de produtos da construção. Todo objeto possui um

nome, um tamanho, e uma localização em relação a outros objetos, incluindo não

somente a posição (geográfica), mas as articulações entre objetos (topologia).

b) atributos de composição: grupo de atributos que descreve de que o objeto

atual é feito e como é construído, independentemente de como essa construção

afeta sua performance (desempenho). Somente dois atributos de composição

compartilhados foram identificados: “Material” e “Forma”. Ambos também possuem

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um número substancial de valores compartilhados, os quais devem ser utilizados

como terminologia padrão sempre que estes atributos forem especificados.

c) atributos de desempenho/performance: grupo de atributos que descreve os

requisitos ou propriedades sem assumir uma solução específica de design, nem

descrever do que o objeto é feito ou como é construído. Por exemplo, a construção

interna de um boiler tem uma influência em sua performance, mas a saída de calor

do boiler pode ser definida sem a referência à construção interna. A saída de calor é

um atributo de performance, enquanto “tipo” ou “construção” (do objeto) é um

atributo de composição.

Os atributos de performance são classificados conforme os fatores

necessidades humanas e demandas da natureza (física, química, dentre

outras), pois estas regem a performance de uma obra. Existem cinco grupos:

1) Amenidade e Conforto; 2) Saúde e Segurança; 3) Estrutura; 4)

Durabilidade; e 5) Operação e Manutenção.

d) atributos de aquisição: grupo de atributos que está relacionado ao processo

de compra e venda, movendo itens de um lugar ao local da obra, e

incorporando ítens individuais para dentro de toda a construção. Esses

atributos descrevem o custo de produção, armazenagem, transporte ou

montagem de objetos e os preços de compra, venda e de impostos

incidentes.

3.8 OS ATRIBUTOS DA CERÂMICA PARA REVESTIMENTO

O conhecimento das características técnicas e de desempenho da cerâmica

para revestimento de piso e parede é de fundamental importância, a fim de

especificar e assentar o produto corretamente. Dentre as características, conforme

NBR 13818/1997, pode-se mencionar:

• características geométricas: dimensão dos lados, curvatura (aos lados e

diagonais), empenamento (desvio de um vértice em relação ao plano formado

pelos outros três).

• características físicas: absorção de água, resistência ao impacto, resistência à

compressão, resistência à flexão, resistência à abrasão, dilatação (térmica,

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expansão por umidade), resistência à gretagem, resistência ao choque

térmico, resistência ao gelo, resistência ao escorregamento.

• características químicas: resistência química, resistência ao ataque químico e

resistência a manchas, facilidade de limpeza e manutenção das condições de

higiene.

• características qualitativas: estabilidade de cores.

Abaixo, descrevem-se as características geométricas, físicas e químicas da

placa cerâmica.

3.8.1 Características geométricas

As seguintes características geométricas devem ser verificadas na fabricação

da placa cerâmica:

a) retitude dos lados: desvio medido no meio do lado plano da placa conforme o

anexo S da NBR 13818/1997.

b) ortogonalidade: desvio no esquadro das placas, afetando a retangularidade

dos ângulos, ou seja, o esquadro da placa, medido conforme o anexo S da NBR

13818/1997.

c) curvatura central: flecha vertical no centro de uma placa em relação ao plano

definido por três dos seus quatro vértices, medido conforme o anexo S da NBR

13818/1997.

d) curvatura lateral: flecha vertical de um lado, em relação ao plano definido por

três dos quatro ângulos, medida conforme o anexo S da NBR 13818/1997.

e) empeno: desvio de um vértice com relação ao plano definido pelos outros

vértices. Pode ser visualizado como o balanço da placa sobre uma diagonal,

medido conforme o anexo S da NBR 13818/1997.

3.8.2. Características físicas da cerâmica para revestimento para uso geral e

específico

As características físicas da cerâmica para revestimento são classificadas

conforme a norma NBR 13818/1997 em características físicas de uso geral e

específico.

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3.8.2.1 Características físicas uso geral

Na sequência se descrevem as principais características físicas da placa

cerâmica para uso geral.

a) absorção de água: quantidade de água que uma peça cerâmica pode absorver.

Expressa em percentual, é uma propriedade associada ao corpo da peça (biscoito),

uma vez que o esmalte possui baixa absorção por ser uma superfície vitrificada. A

importância desse parâmetro está relacionada com a sua influência direta sobre

outras características, tais como as propriedades mecânicas, as resistências a

mudanças bruscas de temperatura e à geada.

De modo geral, pode-se relacionar o tipo da peça cerâmica com sua absorção

de água e resistência mecânica, conforme Quadro 5 a seguir.

QUADRO 5 – Nome usual da peça cerâmica em função da sua absorção de água e resistência mecânica. Fonte: Soares Filho e Onoe (1999).

Nome usual

Absorção

(%)

Grupo Porosidade Carga de ruptura

e>7,5 cm

(N)

Módulo de ruptura

(N/mm2)

Porcelanato 0 a 0,5 Ia Baixa > 1300 >35

Grés 0,5 a 3 Ib Baixa média > 1300 > 35

Semigrés 3 a 6 IIa Média > 1000 >22

Poroso 6 a 10 IIb Média alta > 900 > 18

Semi-poroso 10 a 20 III Alta > 600 > 15

Azulejo 10 a 20 III Alta > 400 > 15

Azulejo Fino 10 a 20 III Alta > 200 > 12

b) carga de ruptura e módulo de resistência à flexão: resistência própria do material

cerâmico é denominada módulo de resistência à flexão (expresso em N/mm2 ou

kgf/cm2) e revela a medida de coesão interna do material. A carga de ruptura

(expressa em N ou kgf) depende tanto do material cerâmico quanto da espessura da

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peça (NBR 13818/1997). Atualmente pretende-se adotar apenas a carga de ruptura,

como parâmetro para a resistência da peça cerâmica.

c) resistência à abrasão: é a característica mecânica da superfície da peça e

representa a própria resistência ao desgaste provocado pelo trânsito de pessoas e

objetos. De modo geral, são dois os principais defeitos resultantes dos vários tipos

de ações abrasivas: a remoção de material da superfície da peça que é

progressivamente consumido e a alteração da perda do brilho, variações de

tonalidade, dentre outros.

A diferença fundamental entre esmaltados e não esmaltados é que a placa

cerâmica esmaltada possui duas camadas distintas, o biscoito e o esmalte

(superfície), e estas apresentam características físicas e químicas diferenciadas,

enquanto que os revestimentos não esmaltados se constituem de um corpo único.

Têm-se dois métodos para avaliar a resistência do produto à abrasão, um para

peças esmaltadas e outro para não-esmaltadas. As placas cerâmicas esmaltadas

são sempre ensaiadas por abrasão superficial (NBR 13818-Anexo D), avaliando-se

apenas a camada esmaltada. O método americano internacionalmente reconhecido

como Porcelain Enamel Institute (PEI) qualifica os produtos de acordo com a

avaliação visual do desgaste provocado na cerâmica por um aparelho com esferas

de aço que giram sobre sua superfície.

As classes de abrasão e a indicação de uso, em função da resistência à

abrasão superficial, é feita segundo Quadro 6 a seguir.

QUADRO 6 - Relação PEI com o Uso. Fonte: Soares Filho e Onoe (1999)

N 0 de giros Classe PEI Resistência Uso (ambientes)

100 PEI 0 - Desaconselhável para pisos.

150 PEI 1 Baixa Banheiros e quartos de dormir residenciais.

600 PEI 2 Média Ambientes residenciais sem porta para fora.

1500 PEI 3 Média alta Cozinhas residenciais, corredores, escritórios.

2200 PEI 4 Alta Estabelecimentos comerciais localizados internamente.

12000 PEI 5 Altíssima Áreas públicas de alto tráfego: shopping

centers, aeroportos, bancos, escolas,

padarias, restaurantes, bares, etc..

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Para placas não-esmaltadas, o método prevê a medida do volume de material

removido da superfície da peça, quando submetida à ação de um disco rotativo de

material abrasivo. No Quadro 7 apresenta-se os valores de resistência à abrasão

profunda para produtos extrudados e prensados.

QUADRO 7 – Resistência a abrasão profunda para não-esmaltados. Fonte: NBR 13818/1997

RESISTÊNCIA À ABRASÃO PROFUNDA PARA PRODUTOS NÃO ESMALTADOS (em mm3)

Produtos extrudados Produtos Prensados

BIa Menor ou igual a 175 AI Menor ou igual a 275

BIIb Menor ou igual a 175

AIIa Menor ou igual a 393 BIIa Menor ou igual a 345

AIIb Menor ou igual a 649 BIIb Menor ou igual a 540

AIII Menor ou igual a 2365 BIII

O caso dos não-esmaltados significa uma situação de igualdade entre o corpo

e a superfície cerâmica, não havendo diferença entre base e esmalte. As placas

não-esmaltadas são, quase sempre, utilizadas em alto tráfego e, por esse motivo, o

ensaio de abrasão ultrapassa o limite superficial. Neste caso, a resistência ao

desgaste é inversamente proporcional à taxa de absorção de água da placa

cerâmica; menor absorção indica maior resistência à abrasão profunda. Isto é

particularmente importante quando se compra pisos para uso público, industrial ou

para portas de entrada.

Juntamente com a absorção de água, as classes de resistência à abrasão

formam o conjunto das principais características para pisos.

d) resistência à gretagem: o fenômeno da gretagem corresponde ao aparecimento

de finas fissuras ou trincas de formato geralmente circular ou espiral, que se forma

sobre a superfície esmaltada da peça. O gretamento ocorre principalmente em

decorrência da expansão por umidade, que provoca o aumento do corpo cerâmico e

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aparecimento de tensões na camada de esmalte. Como conseqüência, o esmalte

fissura, criando pequenas fendas, tão finas como um fio de cabelo.

e) expansão por umidade (EPU): é o aumento da peça cerâmica sob a ação da

umidade. No entanto, não é a simples presença de água nos poros que vai

determinar o aumento dimensional, mas reações químicas entre a água e os

minerais argilosos que estão presentes no corpo cerâmico.

f) resistência ao risco - dureza mohs: significa o desgaste da peça cerâmica através

do risco, com perda de brilho e de beleza. A classificação que define resistência ao

risco para vários tipos de produtos adota a escala Mohs. Tomando como referência

a dureza do diamante na classe Mohs igual a 10, são definidas categorias, sempre

comparando com as durezas de materiais naturais (NBR 13818/1997).

Em geral, a resistência ao risco em placas cerâmicas esmaltadas brilhantes é

inferior a 4 (menos resistente) e, em produtos rústicos, superior a 7 (mais resistente).

Pode haver desgaste por risco sem haver desgaste por abrasão, mas o contrário

não é possível. O desgaste por abrasão ocorre após um determinado tempo de uso

e é provocado pelo tráfego constante e repetitivo, quando a camada superficial do

esmalte desgasta por abrasão (relatado pelo PEI) e é gradativamente removida

(podendo haver também a presença de risco), fazendo aflorar os microporos

internos da camada de esmalte, onde a sujeira penetra e se acumula, encardindo o

piso. No caso do risco, o processo é mais rápido, pois o esmalte é removido -

riscado - pela fricção de uma partícula, em geral de areia, ou por outro material de

dureza superior ao piso, podendo ocorrer ainda na primeira semana de uso. No

Quadro 8 apresenta-se uma comparação da dureza dos minerais, segundo a escala

Mohs.

QUADRO 8 - Comparação da dureza dos minerais, segundo a escala Mohs. Fonte: NBR 13818/1997

Durezas de vários minerais (escala Mohs

Talco 1 Feldspato 6

Gesso 2 Quartzo 7

Calcita 3 Topázio 8

Fluorita 4 Corindon 9

Apatita 5 Diamante 10

Page 93: CLASSIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO NA INDÚSTRIA DA ... - … · Classificação da informação na indústria da construção civil: uma aplicação em placas cerâmicas para revestimento

93

3.8.2.2 Características físicas da cerâmica para revestimento para usos específicos

Na sequência se descrevem as principais características físicas da placa

cerâmica para uso geral.

a) resistência ao congelamento (usos em regiões frias): essa propriedade é

importante para a escolha de revestimentos externos, onde o clima alcance baixas

temperaturas e em situações especiais de uso, quando o ambiente seja submetido a

temperaturas baixas, como, por exemplo, em frigoríficos. A penetração da água na

placa cerâmica e seu posterior congelamento fazem com que o volume da água

dentro da peça aumente, provocando desagregação do material, que pode ter suas

propriedades técnicas e estéticas comprometidas. Esta característica depende

quase que exclusivamente da absorção de água. Um material anti-gelo deve

apresentar absorção máxima de 3% e baixa porosidade (NBR 13818/1997 - Anexo

M).

b) resistência à dilatação térmica: o aumento da peça cerâmica pode ocorrer por

duas formas: dilatação térmica (NBR 13818- Anexo K) ou expansão por umidade. A

dilatação térmica acontece principalmente em locais que recebem grande fluxo de

calor como lareiras, churrasqueiras etc. Quanto à dilatação térmica, tem-se que as

placas cerâmicas possuem uma dilatação da ordem de 8 a 9 mícrons por metro por oC. Esta não é uma dilatação alta, comparada com outros materiais da obra, motivo

por que a dilatação é um ensaio crítico somente para lareiras e churrasqueiras.

c) resistência a mudanças bruscas de temperatura (choque térmico): o termo choque

térmico refere-se à tensão que o corpo sofre quando submetido a bruscas variações

de temperatura, tais como quando o piso ou azulejo, intencionalmente ou não, entra

em contato com material quente ou frio (exemplos: líquidos ferventes, vapores

quentes usados para limpeza, revestimentos assentados em áreas externas,

mudanças de temperatura inesperadas, dentre outros). Significa que o revestimento

tem a capacidade de resistir a uma grande variação de temperatura, com ciclos de

frio - quente - frio, sem sofrer perda de sua integridade e mantendo suas

propriedades. Esta característica tem relação com índice de absorção de água -

menor absorção, maior resistência ao choque térmico. Pode ocorrer em ambientes

externos em locais de noites muito frias e dias quentes, em box de chuveiros e em

saunas e lareiras.

Page 94: CLASSIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO NA INDÚSTRIA DA ... - … · Classificação da informação na indústria da construção civil: uma aplicação em placas cerâmicas para revestimento

94

d) resistência ao escorregamento (coeficiente de atrito): é uma propriedade

intimamente relacionada com à segurança garantida ao usuário ao caminhar sobre o

revestimento. Quanto maior o coeficiente de atrito, menor é o deslizamento. Esta

característica anti-derrapante deve ser investigada quando se tratar de áreas

sujeitas à molhagem como pisos externos, áreas circundantes de piscinas, piscinas

destinadas à fisioterapia e à prática de hidroginástica, rampas, degraus, banheiros,

locais laváveis constantemente e áreas externas, além de ambientes públicos em

geral e áreas industriais, ambientes hospitalares e laboratórios.

Muitos dos pisos cerâmicos, esmaltados ou não esmaltados, apresentam

rugosidades ou adição de cristais de óxido ou de areia abrasiva sobre sua

superfície, o que aumenta substancialmente sua resistência ao escorregamento. O

coeficiente de atrito dinâmico é considerado o parâmetro para mensurar o índice de

escorregamento; maior atrito, menor escorregamento. No entanto, quanto maior o

coeficiente de atrito, mais áspera é a superfície e maior é a dificuldade de limpeza.

Assim, o índice 01 de coeficiente de atrito seria ótimo se considerado isoladamente;

mas, quando é necessário unir resistência ao escorregamento com a facilidade de

limpeza, o ideal é ficar entre os limites de segurança apresentados no Quadro 9 a

seguir.

QUADRO 9 - Relação Valor X Indicações do coeficiente de atrito. Fonte: Lima (1998).

COEFICIENTE DE ATRITO

Valor Indicações

0,4 Satisfatório para instalações normais

0,4 a 0,7 Recomendado para uso onde se requer resistência ao escorregamento

> 0,7 Recomendado para locais onde o risco de escorregamento é muito intenso

(áreas externas em aclive ou declive).

e) resistência ao impacto: significa a capacidade da peça cerâmica em manter suas

propriedades inalteradas após o choque inesperado - impacto - de um objeto. Esta é

uma característica típica para pisos. Esta propriedade é necessária em locais onde

se trabalha com cargas pesadas (ambientes industriais) com possibilidades de fortes

impactos, ou mesmo em ambientes residenciais onde há possibilidade de queda de

Page 95: CLASSIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO NA INDÚSTRIA DA ... - … · Classificação da informação na indústria da construção civil: uma aplicação em placas cerâmicas para revestimento

95

objetos mais pesados, como em cozinhas ou locais propensos a sofrer

constantemente pequenos impactos.

3.8.3 Características químicas da cerâmica para revestimento para uso geral e

específico

As características químicas da cerâmica para revestimento são classificadas

conforme a norma NBR 13818/1997 em características físicas de uso geral e

específico.

3.8.3.1 Características químicas para uso geral

Na sequência se descrevem as principais características químicas da placa

cerâmica para uso geral.

a) resistência a manchas: é um índice de limpabilidade que avalia a maior ou menor

facilidade de remoção de manchas e a sua capacidade de não se alterar na

presença de produtos químicos agressivos, seja por meio de reação química, seja

pela absorção do produto químico.

A classe de resistência a manchas indica, em termos práticos, a facilidade de

limpeza das placas cerâmicas. A resistência a manchas é dividida em classes de

limpabilidade de 1 a 5, como se pode visualizar no Quadro 10. Quando a placa

consegue ser limpa apenas com uso de água, é considerada com grande facilidade

de limpeza (classe 5); mas quando há impossibilidade de remoção de manchas,

mesmo com fortes produtos de limpeza, esta cerâmica é considerada classe 1.

QUADRO 10 - Classes de resistência à manchas. Fonte: NBR 13818/97

Classe 1 Impossibilidade de remoção da mancha

Classe 2 Mancha removível com ácido clorídrico/acetona

Classe 3 Mancha removível com produto de limpeza forte

Classe 4 Mancha removível com produto de limpeza fraco

Classe 5 Máxima facilidade de remoção de manchas

Deve-se considerar a inter-relação entre a classe de limpabilidade e o

coeficiente de atrito para algumas cerâmicas com superfícies rugosas ou

Page 96: CLASSIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO NA INDÚSTRIA DA ... - … · Classificação da informação na indústria da construção civil: uma aplicação em placas cerâmicas para revestimento

96

granilhadas. Nestas situações, quanto maior a resistência ao escorregamento, mais

difícil de limpar a placa. Quando as duas características são requeridas para o

mesmo uso, deve ser realizada uma avaliação crítica para definir prioridades.

b) resistência química: é a capacidade que a peça cerâmica possui de se manter

inalterável em contato com produtos químicos, ácidos ou bases. Uma peça cerâmica

pode ser classificada em três classes de resistência, de acordo com o Quadro 11 a

seguir.

QUADRO 11 – Classes de resistência química. Fonte: NBR 13818/97

Classe A Resistência química mais elevada

Classe B Resistência química média

Classe C Resistência química mais baixa

Estas classes de resistência química podem ser determinadas para:

1. Produtos domésticos e de piscina;

2. Ácidos e álcalis, onde essas substâncias podem ser ensaiadas em dois níveis

de concentração:

a. baixa concentração - L (low);

b. alta concentração - H (high).

Com essa diversidade de tipos e classificações, foram estabelecidos códigos

para a resistência química, conforme Quadro 12 abaixo.

QUADRO 12 - Resistência Química. Fonte: NBR 13817/97

NÍVEIS DE RESISTÊNCIA QUÍMICA TIPOS DE PRODUTOS

Alta Média Baixa

PRODUTOS DOMÉSTICOS E DE PISCINA A B C

Alta concentração H HA HB HC ÁCIDOS

E ÁLCALIS Baixa concentração L LA LB LC

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97

Em função da placa ser esmaltada ou não, sua resistência ao ataque químico

difere. Portanto, para complementar a informação sobre essa característica,

acrescenta-se, antes do código de resistência ao ataque químico, a referência -

esmaltada ou não esmaltada - para cada tipo de placa cerâmica.

1. G - glazed - para placa esmaltada (exemplo: GHA - placa esmaltada com alta

resistência a ácidos e álcalis de alta concentração);

2. U - unglazed - para placa não esmaltada (exemplo: ULC - placa esmaltada

com baixa resistência a ácidos e álcalis de baixa concentração).

Quando as placas cerâmicas tiverem contato com substâncias diferentes das

definidas no ensaio (em laboratórios, indústrias químicas e outros), estas devem ser

testadas, antes da aplicação, nas mesmas condições de concentração e

temperaturas às quais serão submetidas.

3.8.3.2 Características químicas para usos específicos

Na sequência se descrevem as principais características químicas da placa

cerâmica para uso específico.

a) resistência ao chumbo e ao cádmio solúveis: estar livre da liberação de chumbo e

cádmio é uma exigência essencial para placas que mantêm contato direto com

alimentos. É uma característica específica para placas cerâmicas esmaltadas, já que

é na composição do esmalte que estas substâncias podem estar presentes. Resistir

ao chumbo e cádmio solúveis significa que o material cerâmico - especificamente o

esmalte - não libera o chumbo nem cádmio em presença de ácido acético (vinagre).

É preciso ter grande cuidado em locais como açougues e câmaras frigoríficas,

pois essas substâncias (chumbo e cádmio), quando liberadas, podem prejudicar a

qualidade dos alimentos, tornando desaconselhado seu consumo.

3.8.4 Relação entre Uso X Propriedades da cerâmica para revestimento

No Quadro 13 apresenta-se a relação entre alguns locais de uso da placa

cerâmica com suas exigências específicas e propriedades de absorção, abrasão,

manchas e ataque químico.

Page 98: CLASSIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO NA INDÚSTRIA DA ... - … · Classificação da informação na indústria da construção civil: uma aplicação em placas cerâmicas para revestimento

98

QUADRO 13 - Relação entre Uso X Propriedades da cerâmica para revestimento. Fonte: Soares Filho e Onoe (1999)

Uso Exigências

específicas

Absorção de

Água (%)

Abrasão Manchas Ataque

químico

Fachadas EPU < 0,6 mm/m

Isento de gretamento

0 a 6

> PEI 1

Classe 5

Classe A

Hospitais

Coeficiente de atrito > 0,4

0 a 10

PEI 5

Classe 4/5

Classe A/B

Garagens Carga de ruptura > 900 N

Resistência ao impacto

EPU < 0,6 mm/m

0 a 10

PEI 5

Classe 4/5

Classe A/B

Escadas Coeficiente de atrito> 0,4

EPU < 0,6 mm/m

0 a 10 PEI 5 Classe 4/5 Classe A/B

Pisos Escritório

Coeficiente de atrito > 0,4

EPU < 0,6 mm/m

0 a 10

PEI 5

Classe 5

Classe A/B

Segundo a norma NBR 13818/97 as características físicas que devem ser

avaliadas em função da aplicação ou uso específico das placas cerâmicas para

revestimento são conforme Quadro 14.

QUADRO 14 – Usos específicos e características de avaliação. Fonte: NBR 13818/97

Usos Características

Fachadas, piscinas e saunas Expansão por umidade

Pisos industriais Resistência ao impacto

Pisos antiderrapantes Coeficiente de atrito

Lareiras e assemelhados Dilatação térmica e choque térmico

Pisos Carga de ruptura e expansão por umidade

Ambientes externos em regiões sujeitas a neve e

geada, em câmaras frigoríficas

Resistência ao congelamento

Segundo a norma NBR 13818/97 as características químicas que devem ser

avaliadas em função da aplicação ou uso específico das placas cerâmicas para

revestimento são conforme Quadro 15.

Page 99: CLASSIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO NA INDÚSTRIA DA ... - … · Classificação da informação na indústria da construção civil: uma aplicação em placas cerâmicas para revestimento

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QUADRO 15 – Usos específicos e características de avaliação. Fonte: NBR 13818/97

Usos Características

Proteção industrial Resistência química de alta concentração

Contato com alimentos Determinação da presença de chumbo e cádmio solúveis

3.9 INFORMAÇÕES NAS EMBALAGENS DAS PLACAS CERÂMICAS PARA

REVESTIMENTO

De acordo com a norma da ABNT sobre especificações e métodos de ensaio

das placas cerâmicas para revestimento - NBR 13818/97, as informações que

devem constar nas caixas que embalam as peças cerâmicas são as seguintes:

a) marca do fabricante ou marca comercial e o país de origem;

b) identificação de primeira qualidade;

c) tipo de placa cerâmica ( grupo de absorção);

d) tamanho nominal, dimensão de fabricação e formato modular ou não modular;

e) natureza da superfície: esmaltado, ou não-esmaltado;

f) classe de abrasão PEI ( peças esmaltadas);

g) nome ou código de fabricação do produto;

h) informações da data de fabricação, lote, etc.

i) número de peças;

j) metros quadrados que cobrem;

k) especificação (dimensão) de junta de assentamento pelo fabricante.

Após descrever o assunto a ser classificado e com o objetivo de fundamentar o

aporte temático do objeto de estudo, a placa cerâmica para revestimento, no

capítulo 4, apresentam-se os padrões internacionais para a troca e comunicação de

dados e informações na construção civil e as diretrizes da International Standard

Organization (ISO) para classificação da informação na indústria da construção civil.

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100

4 PADRÕES INTERNACIONAIS PARA A TROCA E COMUNICAÇÃO DE DADOS E INFORMAÇÃO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Numa fase de globalização da economia mundial e com o aumento de

competitividade que se tem verificado no setor da construção civil, urge apresentar

soluções para o problema de comunicação e troca de dados no processo da

construção. As soluções apontadas passam pela troca eletrônica de informação,

através de protocolos padronizados, que permitam a transferência de informação

estruturada entre diversas aplicações de diferentes computadores [...] (MONTEIRO,

1998).

Historicamente, computadores são usados para resolverem problemas muitos

específicos dentro da indústria de Arquitetura, Engenharia e Construção (AEC),

lidando com um ambiente fragmentado que tem sido referido na literatura como

ilhas de automação ou ilhas de informação. Ao longo do tempo se expôs uma

gama de aplicações e uma enorme oportunidade para trocar informação. Entretanto,

mecanismos correntes de troca de informação, tais como arquivos de formato

Drawing Interchange Format (DXF), formato mais usado de intercâmbio de dados de

softwares Computer Aided Design (CAD), para sistemas de informação pequenos,

são inadequados. Os negócios da área de ferramentas de computação e tecnologias

da informação proverão uma base forte que una todas as áreas de computação da

AEC (FROESE, 1994).

A indústria de AEC superou a magnitude e complexidade dos projetos da

construção, em parte, pela divisão do trabalho dentro de pequenos pacotes

tradicionais, bem definidos e especializados. Isto implica uma diversidade de

especialistas tais como projetistas e sub-contratantes que colaboram em um projeto.

Embora este enfoque tenha servido bem à indústria, ele lida com sérias dificuldades

na comunicação e transferência de informação entre os participantes. A inexistência

de uma linguagem comum implica a redigitação de dados, baixa integração entre

softwares, baixa integração entre agentes da cadeia produtiva e uso incipiente da

tecnologia da informação.

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101

Diferentes países e segmentos da construção civil têm chegado a um número

coincidente: o uso da tecnologia da informação contemporânea pode reduzir 30% o

custo de projetos na área da construção civil, principalmente no que se refere ao

desperdício causado pela inabilidade no compartilhamento de informações (MICALI,

2000).

O processo da construção é rico em informação. O fluxo de informação é

complexo porque envolve um grande número de agentes e interfaces. De acordo

com a norma ISO TR 14177/94, que estabelece as diretrizes para a classificação

da informação na indústria da construção civil, muitas das barreiras de interface no

processo de comunicação podem ser superadas pelo uso de mecanismos, tais como

classificação, codificação e terminologia controlada, conforme se observa na Figura

5.

FIGURA 5- Superação de barreiras na comunicação com o uso de terminologia de classificação. Fonte: Tristão (2004)

Como afirma Stouffs e Krishnamurti (2001) a questão é simples, se todos os

parceiros de um projeto adotam os mesmos conceitos, vocabulário e linguagem,

quaisquer dados expressos nessa linguagem serão acessíveis a cada um.

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102

Com o objetivo de resolver o problema da troca de dados na construção civil, a

questão da padronização tem sido o centro de atenção de muitas pesquisas.

Organizações internacionais têm empreendido esforços para o desenvolvimento de

padrões que viabilizem as trocas comercias internacionais na indústria AEC,

conforme se apresenta a seguir.

4.1 ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS DE PADRONIZAÇÃO VISANDO À

TROCA DE DADOS E INFORMAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

O trabalho de padronização para a troca e comunicação de dados na indústria

da construção civil tem sido conduzido pelo International Council and Inovation in

Building and Construction (CIB – W78) e pelo comitê da International Standard

Organization ISO TC 59 – sub-comitê SC-13, que é responsável pela organização da

informação no processo construtivo. Dois documentos importantes foram publicados,

a ISO TR 14117/1994 –Classificação da informação na indústria da construção, e a

ISO DIS 12006-2/1998 - Organization of information about construction works —

Part 2: Framework for classification of information. Ambos os documentos vêm

servindo de linha orientadora para os desenvolvimentos mundiais no assunto.

Na ISO, o comitê técnico TC 59 Building construction é responsável pela

padronização nos seguintes campos:

a) terminologia para edifícios e engenharia civil;

b) organização da informação no processo construtivo: projeto, produção,

manutenção e demolição;

c) definição das exigências geométricas gerais para edifícios e engenharia civil,

incluindo coordenação modular (os seus princípios básicos), regras gerais para

juntas, tolerâncias e forma; e

d) elaboração de regras gerais de desempenho de edifícios e obras de engenharia

civil.

Ainda na ISO têm-se outras comissões de estudo envolvidas no processo de

padronização:

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103

a) ISO TC10 SC1 – comitê técnico sobre Technical product documentation -

Basic conventions dedicado às convenções e definições básicas, tais como a

terminologia do processo construtivo;.

b) ISO TC10 SC8 – comitê técnico sobre Construction documentation,

responsável pela documentação do processo da construção, tendo

apresentado uma proposta de norma para a organização e denominação de

layers para Computer Aided Designer (CAD), com base na definição dos

elementos de acordo com a ISO DIS 15567-1;

c) ISO TC184 -SC4 – industrial data comitê técnico que desenvolve trabalhos

na área dos sistemas de automação industrial e integração, como o protocolo

Standard for the Exchange of Product Model Data (STEP) e o STEP Physical

File Format (ISO 10303-21) para transferência eletrônica de dados (EDI).

Desenvolve uma linguagem de modelagem da informação designada por

EXPRESS e técnica de notação gráfica denominada EXPRESS-G.

Apresentou ainda o Building Construction Core Model (BCCM) que é uma

proposta de modelo do processo construtivo em EXPRESS. Esta última não

foi ainda aprovada, pois necessita ser integrada com o modelo de

classificação proposto pela ISO TC59/SC13.

Além da International Standard Organization (ISO) há outras organizações

envolvidas no processo de padronização para a troca e comunicação de dados na

indústria da construção civil, destacando-se:

United Nations Directories for Electronic Data Interchange for Administration,

Commerce and Transport (UN/EDIFACT) que desenvolve proposta para a

transferência eletrônica de dados (EDI) para facilitar o desenvolvimento de um

mercado internacional. Define os padrões para mensagens de negócios no setor da

construção de caráter universal e generalista, sendo os grupos dedicados à

construção o JM7 AEC, EBES EEG05 (EBES Expert Group 05 AEC).

International Construction Information Society (ICIS) - uma sociedade internacional

de organizações que lidam com Sistemas de Especificação. Eles compilaram um

relatório comparando os métodos de classificação usados por vários sistemas de

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especificação nacional (a maioria dos sistemas de classificação são baseados em

elementos e serviços da construção).

European Product Information Co-operation (EPIC) - desenvolveu um sistema

internacional de classificação de produtos que identifica dois mil grupos de produtos

baseados em 3 facetas (função, forma e material). O padrão mais recente encontra-

se na sua segunda versão - EPIC 2.0.

International Council and Inovation in Building and Construction (CIB) - produziu

uma Master List de cabeçalhos para arranjo e apresentação de informação em

documentos técnicos para projeto e construção (CIB, 1993).

4.2 ESFORÇOS DE PADRONIZAÇÃO PARA A TROCA E COMUNICAÇÃO DE

DADOS E INFORMAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Destaca-se a seguir os diversos padrões e suas aplicações para viabilizar o

trabalho cooperativo e o intercâmbio de dados padronizados entre todos os agentes

do processo da construção.

4.2.1 Padronização de layers do software Computer Aided Design (CAD)

O comitê da ISO, o TC10/SC8/WG13 – Computer-aided design (CAD)

technique – Use of computer for the preparation of construction documentation,

responsável pela documentação do processo da construção, está desenvolvendo

um padrão internacional para organização e denominação de layers em desenhos

no CAD. Seu objetivo é a identificação de layers individuais com três categorias de

informação obrigatórias: agentes (a parte responsável), elemento construção (tipo de

componente), e elemento gráfico (cores), complementado por quatro categorias

opcionais – status (ex.:estrutura existente, para ser demolida, nova estrutura),

segmento tempo, segmento espaço (localização) e uma categoria opcional a ser

definida pelo usuário.

No Brasil, a Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura (ASBEA) está

desenvolvendo trabalho similar de padronização de denominações de layers para

desenhos em CAD.7

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105

4.2.2 Electronic Data Interchange (EDI)

EDI é a transferência eletrônica de dados entre diferentes companhias usando

redes como a Internet, usando padrões com formato de dados acordados. EDI é um

mecanismo que facilita a operação de negócios como compra e venda eletrônica.

Seu uso está bastante difundido nessa área e está migrando para áreas técnicas,

tais como CAD, catálogos de produtos e outros. Com o objetivo de implementar EDI

dentro da indústria, é necessário que sejam definidos padrões e protocolos para

cada tipo de mensagem que pode ser trocada. A organização EDIFACT,

estabelecida nas Nações Unidas é responsável pela criação dos padrões.

Os esforços de desenvolvimento de mensagem EDI dentro da indústria da

construção incluem uma lista de elementos individuais da construção, suas

quantidades e seus custos. Outra área de desenvolvimento de mensagens EDI é a

troca de dados CAD.

4.2.3 Industry Foundation Classes (IFC’s)

A Industry Foundation Classes foi criada para promover a interoperabilidade

através de domínios. É um produto da International Alliance for Interoperability (IAI),

organização que tem, entre seus membros, aproximadamente 600 companhias,

entre as quais, Autodesk e Bentley, fornecedores dos softwares Autocad e

Microstation, respectivamente. A IAI tem trabalhado para definir e implementar uma

linguagem comum visando a integração das informações do projeto, em todo o ciclo

de vida do produto. A intenção da IAI é especificar como “as coisas” que ocorrem em

um projeto da construção (incluindo coisas reais como porta, janela e conceitos

abstratos como espaço, organização, processo) podem ser representadas

eletrônicamente. Cada coisa ou objeto é chamado de “classe”. A palavra classe é

usada para descrever uma variedade de coisas que têm características comuns. Por

exemplo, toda porta apresenta a característica de abrir e permitir a entrada para um

espaço. Essas classes ou especificações representam uma estrutura de dados que

suporta um modelo eletrônico do projeto, útil no compartilhamento de dados através

das aplicações. As IFC’s são especificadas por meio do consenso dos membros da

indústria AEC/FM, possibilitando o desenvolvimento de uma linguagem comum. As

IFC’s têm dois tipos de documentos de especificação. O primeiro tipo ajuda os

profissionais a entenderem os conceitos específicos de cada disciplina, contidos no

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106

modelo de informação, usando a linguagem Express-G do padrão STEP. O

segundo serve como guia para desenvolvedores de software implementarem

interoperabilidade no seu produto utilizando o padrão de interface IFC, baseado na

linguagem MIDL da Microsoft.

4.2.4 The Standard for the Exchange of Product Model Data (STEP)

STEP trata-se de um padrão internacional para representação e troca de dados

de produtos interpretáveis por computador. O STEP trata-se de um esforço da

International Standard Organization (ISO) para produzir padrões de alto nível,

chamados “modelos de produto” para a troca de informações técnicas de produtos

dentro das indústrias. Modelos de produtos STEP são modelos de dados ricos,

projetados para prover uma descrição bastante completa e com estrutura orientada à

objetos. A modelagem para defini-los são extensas e formais. Como resultado, os

modelos STEP são complexos para desenvolver e usar, mas eles representam uma

importante ferramenta para capacitar a troca de informações técnicas entre distintas

aplicações de sistemas computacionais através da indústria. O STEP, é atualmente,

a área mais ativa de pesquisa na área de padronização da informação na

Arquitetura, Engenharia e Construção (FROESE,1994).

O formato de arquivo físico STEP tem emergido como um formato neutro para

troca de dados de produtos. Um arquivo STEP é um arquivo texto que contém

valores de dados. Sua estrutura conta com um modelo conceitual, no qual se define

e se explicita as especificações padronizadas dos dados que sejam interpretados

pelo STEP. No modelo conceitual se define o contexto e o significado dos dados que

serão trocados. Ele é usado com um algoritmo de decodificação para ler e escrever

arquivos físicos STEP que contêm ambos os dados e seu contexto associado, desta

maneira, possibilitando comunicação efetiva e flexível entre sistemas

computacionais (SUN; AOUD, 2000).

4.2.5 Os padrões na indústria AEC baseados em XML

XML é o acrônimo de Extensible Markup Language, definida como uma

linguagem de marcação de dados (meta-markup language) que provê um formato

para descrever dados estruturados. Isso facilita declarações mais precisas do

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107

conteúdo e resultados mais significativos de busca através de múltiplas plataformas.

O XML é um padrão para troca de dados, via rede internet, de baixo custo.

XML como o HTML deriva do SGML. A grande diferença é que o HTML

descreve a aparência e as ações em uma página na rede, enquanto o XML não

descreve nem aparência, nem ações, mas sim o que cada trecho de dados é ou

representa. Em outras palavras, o XML descreve o conteúdo do documento.

Os arquivos XML são arquivos texto, mas não são tão destinados à leitura por

um ser humano como o HTML. Os documentos XML são arquivos texto porque

facilitam que os programadores ou desenvolvedores "debuguem" mais facilmente as

aplicações, de forma que um simples editor de textos pode ser usado para corrigir

um erro em um arquivo XML. Mas as regras de formatação para documentos XML

são muito mais rígidas. As especificações oficiais do XML determinam que as

aplicações não podem tentar adivinhar o que está errado em um arquivo, mas sim

devem parar de interpretá-lo e reportar o erro.

O XML permite a definição de um número infinito de tags. O XML provê um

sistema para criar tags para dados estruturados. Um elemento XML pode ter dados

declarados como sendo preços de venda, taxas de preço, um título de livro, ou

qualquer outro tipo de elemento de dado. Como as tags XML são adotadas por

intranets de organizações, e também via Internet, haverá uma correspondente

habilidade em manipular e procurar por dados, independentemente das aplicações

onde são encontrados. Uma vez que o dado foi encontrado, ele pode ser distribuído

pela rede e apresentado em um browser de várias formas possíveis, ou então esse

dado pode ser transferido para outras aplicações para processamento futuro e

visualização.

Em suma, O XML vai permitir o surgimento de uma nova geração de

aplicações de manipulação e visualização de dados via internet.

O desenvolvimento de XML consiste na criação de vocabulários que serão

processados por programas. O vocabulário consiste em tags como as do HTML e as

aplicações ocorrem simplesmente com o browser. A diferença está na possibilidade

de customização deste vocabulário conforme a necessidade, criando padrões para

várias indústrias. Têm-se exemplos como a Chemical Markup Language usada no

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108

intercâmbio de descrições de fórmulas ou moléculas e a Mathematical Markup

Language usada para descrever e trocar fórmulas e símbolos matemáticos

(JACOSKI, 2003).

Na indústria da construção, a linguagem baseada em XML é utilizada para

representar a informação dos setores da Arquitetura, Engenharia e Construção

(AEC). Essas informações incluem projetos, documentos, materiais, componentes,

organizações, profissionais e atividades como propostas, design, estimativas,

cronogramas e construção. O objetivo principal é a troca de informação do setor da

AEC na internet, podendo-se destacar os seguintes padrões baseados em XML:

bcXML, aecXML, ebXML, IFCXML, cujas funções são descritas a seguir.

a) building construction taxonomy and dictionary (bcXML)

Na comunidade européia, foi criado um projeto chamado E-construct contendo

um esquema de taxonomia e um dicionário em XML chamado Building

Construction eXtensible Mark-up Language (bcXML) que é focado em produtos,

recursos, métodos de trabalho e regulamentos da construção (E-CONSTRUCT,

2002).

Esta nova tecnologia da informação ajuda a prover a indústria com uma infra-

estrutura de comunicação de baixo custo que suporta negócios eletrônicos entre

clientes, arquitetos, engenheiros, fornecedores (de componentes, sistemas e

serviços), empreiteiros e sub-empreiteiros. Eles integrarão com “E-commerce” e

aplicações de projeto e engenharia e darão suporte às empresas de construção

virtuais, além dos limites dos estados europeus.

b) architecture engineering construction eXtensible Mark-up Language (aecXML)

Linguagem baseada em XML usada para representar informações na indústria

AEC. As informações podem ser recursos, tais como projetos, documentos,

materiais, partes, organizações, profissionais e atividades como propostas, projeto,

estimativa e construção. A linguagem aecXML objetiva facilitar a troca de

informação de dados da indústria AEC usando-se a Internet. Esta iniciativa está

aliada à International Alliance for Interoperability (IAI). Sua missão é usar a

tecnologia da informação nas fases de projeto, construção e operação das

edificações e desenvolver um ambiente no qual os programas de computador

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109

possam compartilhar e trocar dados automaticamente (sem intervenção e tradução

humana), independente do tipo de software ou onde os dados possam estar

residindo (AECXML, 2002).

c) electronic business eXtensible Mark-up Language (ebXML)

O departamento das Nações Unidas UN/CEFACT- United Nations Centre for

Trade Facilitation and Electronic Business e a Organization for the Advancement of

Structured Information Standards (OASIS) juntaram esforços para iniciar um

projeto de padronização de especificações em XML. A iniciativa ebXML foi criada

para desenvolver uma estrutura técnica que possibilite usar XML de uma maneira

consistente para a troca de dados em meio eletrônico, objetivando criar um

mercado eletrônico único global (EBXML,2002).

d) IFC em formato XML (IFCXML)

A meta desse projeto (a extração ifcXML e avaliação de projeto) é a provisão

de conteúdo e estrutura acordados internacionalmente de especificação IFC2x (e

qualquer subconjunto válido) para a comunidade XML. Os seguintes casos de uso

devem ser considerados: Capacitar a troca de arquivos de dados IFC,

alternativamente, como exemplo, documentos XML; Capacitar o reuso de conteúdo

e estrutura IFC dentro de iniciativas baseadas em XML para troca e

compartilhamento na indústria da construção e no gerenciamento de obras.

e) International Framework for Dictionaries (IFD)

O IFD foi desenvolvido pelo comitê ISO TC 59/SC 13/WG 6 - Framework for

object-oriented information exchange. O IFD representa um modelo padronizado em

Express (linguagem parecida com arquivo de texto que permite abrir arquivos tanto

no formato texto como no modelo 3D, dependendo do software utilizado) de acordo

com a ISO/DIS 12006-3/2001 - Organization of information about construction works

- Part 3: Framework for object-oriented information exchange, também conhecida

como modelagem de produto. Ele consiste na modelagem do objeto descrevendo

suas características sem uma preferência de grupo ou uma ordem de

especialização. O objeto aqui é central, concentrando todas as suas características.

Um objeto pode ser agrupado com o auxílio de sistemas de classificação que

utilizam uma ou mais características deste para sua classificação.

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110

Assim, a IFD especifica um modelo de informação, numa linguagem

independente, que pode ser usada para o desenvolvimento de vocabulários na

construção civil. Biblioteca de dados baseados na ISO 12006-3/2001 - Organization

of information about construction works - Part 3: Framework for object-oriented

information exchange capacita sistemas de classificação, modelos de objetos e de

processos serem referenciados numa estrutura comum.

Diversos países têm iniciado a construção de dicionários baseados no modelo

de informação do IFD. Na Holanda, tem-se uma iniciativa da indústria da construção

que criou a BARBI - The Norwegian Building Industry’s Reference Data Library, que

consiste numa biblioteca de dados de referência numa linguagem neutra, orientada

à objeto. E na Noruega, tem-se o LEXICON, que foi desenvolvido pelo STABU

(Instituto de Especificações da Holanda) e que se constitui num conjunto de

conceitos, agrupados em categorias. Os conceitos no Lexicon representam a

linguagem da indústria da construção (BARBI,2000).

Atualmente, os dois maiores esforços de padronização na indústria da

construção civil são o ISO STEP e o IFC. No padrão ISO STEP, o critério mais

importante, de como manter a integridade semântica do projeto na base de dados,

ainda não está encaminhado. O desafio de se decifrar a imensa quantidade de

informações contidas no padrão é também apontado como responsável pela grande

resistência a sua adoção. O padrão IFC possui um escopo bastante limitado, apenas

para edifícios. Possui poucos recursos financeiros, tornando o progresso lento,

porém muito mais ágil do que o STEP. O IFC tem seu foco direcionado quase que

exclusivamente para as aplicações em CAD (MICALI, 2000).

Os protocolos para transferência eletrônica de dados, tais como o STEP e o

EDIFACT, que possibilitam a troca de informação entre distintos sistemas

computacionais sem intervenção humana são desenvolvidos por organizações

importantes como a ISO e a ONU, respectivamente, por serem considerados

instrumentos fundamentais na reorganização mundial do comércio.

Com o crescente uso de linguagens texto como a XML, os vocabulários

adquiriram uma grande importância na troca e comunicação de dados, ao permitirem

padronizar a semântica da nomenclatura usada pelos diversos agentes da cadeia da

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111

construção civil. Os padrões bcXML, aecXML, ebXML e IFCXML desenvolvidos no

setor refletem esse fato.

Os diversos países do mundo apresentam seus modelos de sistemas únicos

para estruturar as informações válidas em seu território, em contrapartida, a

International Standard Organization (ISO) visando uma melhoria do fluxo da

informação nas trocas comerciais no setor da construção civil, publicou os padrões

ISO TR 14177/1994 e ISO DIS 12006-2/1998 com o intuito de definir as diretrizes

para classificar a informação em todo o ciclo de vida do processo da construção. Na

seqüência, analisam-se os padrões ISO TR 14177/1994 e ISO DIS 12006-2/1998.

4.3 PADRÕES INTERNACIONAIS DE CLASSIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO DA

INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Existem vários padrões nacionais de classificação da informação de produtos e

serviços da área da construção civil, como exposto no estudo de Monteiro (1998).

Mas há necessidade de as organizações internacionais desenvolverem um padrão

de sistema de classificação para dar suporte ao aumento dos negócios

internacionais no setor. A International Standard Organization (ISO) publicou as

normas ISO TR 14177/1994 - Classification of Information in the construction

industry que, após revista, foi publicada numa versão resumida como ISO DIS

12006-2/1998 - Organization of information about construction works — Part 2:

Framework for classification of information, ambas representando um refinamento

dos sistemas de classificação existentes na área.

4.3.1 ISO TR 14177/94- Classificação da informação na indústria da construção civil

Em 1994, a ISO editou o padrão ISO TR 14177/199417 preparado pelo comitê

TC59 / SC13 - Organization of information about construction works, tendo por base

o trabalho iniciado pelo International Council and Inovation in Building and

Construction (CIB) na sua comissão de trabalho W74.

O objetivo principal do relatório ISO TR 14177/1994 é fornecer as diretrizes

para uma melhoria do fluxo de informação, tendo por base um modelo de

17 Análise adaptada do documento de Monteiro (1998).

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112

representação de todo o processo da construção, dotando a indústria da construção

civil de linhas orientadoras para a organização da informação.

A ISO TR 14177/1994 faz uma análise das partes intervenientes do processo

da construção propondo uma classificação de classes e tabelas nas quais se define

seu escopo e função. Apresenta uma análise sumária do processo de padronização

internacional, estabelecendo uma ponte entre o modelo apresentado e os modelos

de representação da realidade orientada a objetos e define as características e a

forma de uso da classificação e das tabelas propostas.

Os agentes da construção são definidos, nesta norma, de uma forma

interessante, pois não se foca na identificação dos recursos humanos empregados e

nas funções que tradicionalmente cada agente executa, mas sim no conjunto de

atividades que têm de ser realizadas para o desenvolvimento do processo

construtivo, definindo-se o agente da construção como aquele que é responsável por

determinada atividade desse processo.

A ISO TR 14177/1994 descreve o processo construtivo por modelos gráficos

representando o que são recursos, atividades e resultados. Na Figura 6, mostra-se o

modelo básico de processo. A natureza e orientação do processo são controladas

por exigências do usuário e regulamentos.

FIGURA 6 - Modelo básico de processo aplicado ao processo construtivo. Fonte: ISO TR 14177/94

RECURSOS: Recursos físicos e de informação. SAÍDA:

Resultado desta atividade incorporando o resultado de todas as atividades anteriores relacionadas

t

PROCESSO

RESTRIÇÕES: Exigências, regulamentos e informação relacionada.

ENTRADA: Resultado das atividades anteriores nas quais foram incorporados os recursos físicos e de informação.

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113

Observando o modelo básico de processo da Figura 6, têm-se as seguintes

definições:

a) Recursos: são elementos que atuam ativamente na realização do processo. Ex:

Recursos físicos e de informação;

b) Restrições: são elementos de controle do processo. Ex.: Exigências,

regulamentos, informação relacionada, entre outros;

c) Entrada: são os elementos a serem transformados pelo processo. Ex.: Resultado

das atividades anteriores nas quais foram incorporados os recursos físicos e de

informação;

d) Saída: são os resultados do processo. Ex..: Resultado da atividade incorporando

todas as atividades anteriores relacionadas com esta.

O processo construtivo constitui-se em: Processo de produção; processo de

projeto e processo de gestão. As fases de produção e projeto estão diretamente

relacionadas com as atividades da construção e com os elementos projetados. Os

processo de produção e de projeto podem ser definidos como os processos que são

ativados pelos recursos, exigências, regulamentos e outras informações

relacionadas, conforme se representou na Figura 6. As atividades do processo de

gestão são aquelas que suportam todas as fases do ciclo no que diz respeito à

programação do tempo, do custo, da utilização mais racional dos recursos físicos,

financeiros etc

A ISO TR 14177/1994 aborda que a obra e suas partes são o foco de interesse

para o processo da construção, representando os recursos físicos empregues e os

resultados do processo construtivo de acordo com a estrutura de classificação

apresentada na Figura 7.

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114

Recursos físicos e resultados da construção

Instalações Espaços Elementos Atividades Produtos Recursos

Complementares

Informação relacionada

Gestão e Direção

Atributos

FIGURA 7 - Proposta de classes ou tabelas de classificação. Fonte: ISO TR 14177/94

De acordo com a Figura 7, os recursos usados no processo da construção

podem ser recursos físicos e de informação. Os recursos físicos se subdividem em 3

tipos: produtos para a construção; recursos complementares, tais como

equipamentos e produtos não incorporáveis; e recursos humanos. As informações

se subdividem em dois tipos: informação de referência, como regulamentos,

elementos técnicos e funcionais; e informação específica, que é a saída principal da

fase de concepção e projeto.

Os resultados da construção, são o propósito final do processo, assumindo

diferentes perspectivas em função da fase do ciclo do processo em que são

considerados. Na fase de concepção e projeto, os espaços e as funções da obra são

contemplados e estudados como modelos desejados da realidade. Na fase de

produção, as partes da obra são produzidas. Na fase de uso, a obra é usada e

mantida e, na fase de demolição, termina o seu ciclo de vida.

A ISO TR 14177/94 apresenta as seguintes definições e usos das diversas

classes ou tabelas de classificação apresentadas na Figura 7:

a) Instalações: definem-se como sendo uma estrutura física, incluindo a sua

envolvente exterior, servindo a uma ou mais funções. Um edifício é um caso

particular de instalações, sendo composto por espaços mais ou menos

enclausurados servindo de abrigo para pessoas ou equipamentos. As seguintes

classes principais, função do princípio estabelecido são contempadas na tabela

instalações: 1. Transportes; 2. Infra-estruturas; 3. Indústria; 4. Administração e

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115

Comércio; 5. Saúde; 6. Recreio; 7. Militares; 8. Educação; 9. Cultura; 10.

Residenciais.

b) Espaços: definem-se como áreas ou volumes com fronteiras reais ou teóricas e

caracterizam-se de acordo com a sua função. . Ex.: espaços de recreação, espaços

residenciais, espaços de circulação, espaços de manutenção de aeronaves, etc.

Esta tabela pode ser usada para informação geral sobre exigências de projeto;

especificações de projeto; organização de desenhos de projeto.

Estabelece-se como princípio de divisão, para as tabelas de instalações e

espaços, o uso ou atividade principal que se desenvolva nelas. Contudo, alerta-se

para as diferentes perspectivas com que se podem observar estas realidades, para a

interligação que existe entre instalações e espaços no sentido do que a mesma

realidade pode ser um espaço ou uma instalação, caso esteja ou não inserida em

outra realidade. Como exemplo, refere-se que uma padaria é uma instalação, se

considerada isoladamente, ou poderá ser um espaço, se for, por exemplo, uma

padaria dentro de um shopping center.

c) Elementos: são as partes físicas das instalações com uma função característica

definida sem indicar a solução técnica, método ou forma de construção. Podem

assumir a forma de elementos desenhados quando as soluções técnicas são

definidas. Como exemplos de elementos têm-se as fundações, pilares, pavimentos,

instalações elétricas, dentre outros.

É importante esclarecer o conceito de elemento desenhado e a sua relação

com as atividades de construção. Elemento desenhado é um elemento para o qual

foi definida a solução técnica ou forma de construção. Um elemento desenhado

pode consistir numa ou em várias atividades de construção. Seja, por exemplo:

Fundações Diretas: Escavação + concreto pré-moldado + vigas de concreto + forma

de madeira.

Esta tabela serve para análise de soluções técnicas; especificações;

numeração de desenhos; denominação de layers em CAD; livrarias de CAD;

informação genérica para desenhos; informação histórica de projeto; informação

histórica de custos; planejamento de custos; mapas de quantidades; gestão da

construção; gestão de patrimônio; transações em EDI.

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116

d) Atividades da construção: podem ser uma ou várias partes físicas das

instalações, resultantes da aplicação de uma técnica particular ou método de

construção, aplicado a um produto ou elemento de construção, durante a fase de

produção.

A tabela de Atividades da construção aplica-se para classificar as partes

físicas dos edifícios, vistas como resultado da aplicação de uma técnica particular ou

método de construção, a um produto para a construção e/ou a um elemento

desenhado na fase de produção. Como exemplos têm-se: paredes de alvenaria de

tijolo; pavimentos em ladrilhos hidráulicos, dentre outros.

Esta tabela serve para definição de especificações de obras de engenharia

civil; definição de regras de medição; elaboração de mapa de quantidades;

elaboração de orçamentos; organização de métodos de construção; denominação

de ‘Layer’s ‘ em CAD; transações em EDI.

Esta tabela é de grande importância, uma vez que a listagem das atividades da

construção é geralmente um documento contratual entre alguns dos agentes da

construção, nomeadamente entre os contratantes e os empreiteiros principais e

entre estes e os subempreiteiros. Funciona, na prática corrente da construção, como

uma interface entre os projetos e a construção. Existem em vários países listagens

deste tipo, coincidindo, de uma forma geral, nos conceitos, mas sendo muito

diferentes na estrutura e notação.

Esta classe é influenciada tanto pelas entradas - os recursos, como pelas

saídas - as partes físicas construídas, por isso representa um conceito dual. Elas

são relacionadas a certos tipos de elementos projetados e, por conseguinte, muitos

deles têm dois títulos de entrada. Exemplo: trabalho de revestimento de piso com

placa cerâmica.

No que se refere à definição das atividades de construção, a ISO TR 14177

reconhece a complexidade da tarefa. Com relação à estrutura da tabela estabelece

as seguintes recomendações:

a) Cada atividade de construção deverá ter uma localização padrão fixa e única

de forma a facilitar a procura da informação;

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117

b) Deverá existir um subgrupo que cubra as atividades complexas;

c) A tabela deverá ser suficientemente flexível de modo a permitir a inserção de

novas seções.

Alguns das classes principais desta tabela são: trabalhos preparatórios;

demolições; movimentos de terras; estrutura; envolvente; acabamentos; mobiliário e

equipamento; serviços de engenharia como instalações elétricas, instalações de

HVAC, rede de abastecimento de água, saneamento e drenagem de águas pluviais,

rede de segurança contra incêndios, redes de automação e e transportes.

e) Produtos para a construção: definem-se como sendo os produtos, componentes

ou kits que sejam incorporados de forma permanente nas construções, incluindo

mobiliário e equipamento.

Para a elaboração da tabela Produtos, a ISO TR 14117/1994 se reporta aos

trabalhos do European Product Information Co-Operation (EPIC) criado em 1990

para desenvolver um sistema de troca de informação de produtos para a construção,

no âmbito da comunidade européia.

Esta tabela serve para: desenvolvimento de bases de dados de produtos;

elaboração de catálogos de produtos; catalogação de normas de produtos;

especificações de produtos; livrarias em CAD; informação genérica sobre produtos;

elaboração de encomendas de produtos; e transações em EDI.

f) Recursos complementares: definem-se como os recursos utilizados no processo

construtivo, mas que não são incorporados de forma permanente nas construções,

como por exemplo: equipamentos; máquinas; ferramentas, e todos os outros

objetos de caráter semelhante.

Esta tabela serve para elaboração de lista de preços de equipamento;

elaboração de lista de preços de aluguel de equipamento; dentre outros.

g) Direção e gestão: usada para classificar as atividades relacionadas com a

gestão dos aspectos logísticos, legais e financeiros de todo o processo construtivo,

quer na fase de projeto, de produção, de manutenção ou de uso. Como exemplo,

têm-se: informação sobre legislação; aspectos contratuais; comunicação; finanças;

contabilidade; controle de custos; análise de custos e planos de produção.

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118

h) Atributos: possibilita estruturar as propriedades e características dos objetos

físicos de todos os tipos, seja para os produtos, atividades, elementos de

construção ou instalações. São aplicáveis a todas as fases do ciclo do processo

construtivo e, no que tange aos resultados, assumem a forma de performances ou

exigências, em função do status ser construído ou por construir, correspondendo

à fase de produção ou às fases de concepção e projeto, respectivamente.

Os atributos sempre foram utilizados para fornecerem informações sobre

objetos. Os atributos têm um domínio, o tipo de dados e dentro destes um valor. De

acordo com o tipo de valor, pode-se caracterizá-los da seguinte forma: De valor

absoluto (por exemplo: 10 Cº); De grupo de valores (por exemplo: 10-15 Cº); De

valor não mensurável (por exemplo: quente). A ISO TR 14177/1994 propõe os

seguintes grupos de atributos:

a) Atributos de performance, de que poderão ser subgrupos: as características de

estabilidade, de segurança contra incêndio, higrotérmicas, acústicas,

durabilidade, econômicas, entre outras;

b) Atributos de função, que estarão associados ao uso ou atividade final, seja

para as instalações ou elementos, conforme apresentado anteriormente, ou para

produtos, que vão ser referidos na tabela de funções EPIC;

c) Atributos de forma, tais como superfície, volume, área;

d) Atributos de localização, que incluem tanto a informação geográfica como

topográfica;

e) Atributos de materiais, que descrevem tanto o material constituinte dos objetos

como a respectiva estrutura molecular. A CIB Master List: Headings for the

arrangement and presentation of information in technical documents for design

and construction inclui atributos como peso, densidade e características

sensoriais (CIB,1993);

f) Atributos de preço, que deverão indicar os custos de produção, de

armazenagem, de montagem, de transporte, taxas;

g) Atributos de produção, que deverão indicar os tempos de produção,

armazenagem, transporte, ou montagem dos objetos.

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A tabela atributos é usada para: organização técnica de documentos;

estruturação da base de dados de produtos; estruturação de tabelas adicionais de

produtos por atributos primários; definição de exigências para projetos e recursos em

geral.

Em síntese, a norma ISO TR 14177/1994 avança em diversos aspectos

importantes. Na prática, usava-se uma única tabela de classificação baseada em um

critério de divisão para qualquer área de aplicação e existiam poucas relações entre

diferentes tabelas. Ao contrário, o relatório ISO descreve uma série de tabelas

aplicáveis em diversas áreas com inter-relações bem definidas. Reconhece a

emergência das tecnologias de informação na indústria da construção e o aumento

do intercâmbio de informações por meio de computadores. Ressalta o papel das

diversas tecnologias da informação existentes, tais como modelos de produto,

ISO/STEP e EDI, e aponta os benefícios do emprego de técnicas de modelagem

como IDEFO e NIAM para o trabalho de classificação. Salienta a natureza dinâmica

dos padrões e levanta questões sobre o desenvolvimento, propriedade e

manutenção das tabelas de classificação em nível internacional (FROESE, 1994).

4.3.2 ISO DIS 12006-2/1998 - Organization of information about construction works

— Part 2: Framework for classification of information

No sub-setor edificações, o universo do conhecimento a classificar, isto é, o

objeto da classificação deve estar relacionado com o seu produto final - o edifício e

as suas partes. A norma ISO 12006-2/1998 identifica três classes gerais ou partes

essenciais do modelo de classificação, que são os Recursos, os Processos e os

Resultados, conforme se apresenta na Figura 8.

FIGURA 8 - Modelo do processo construtivo. Fonte: ISO DIS 12006-2/1998

O modelo simples da Figura 8 é aplicável às diversas fases do ciclo de vida das

construções, que são: planejamento, projeto, fabricação de materiais e componentes

fora do canteiro, execução e uso englobando a operação e manutenção das obras

Recursos Processos Resultados

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civis e, mais recentemente, demolição. Em cada fase intervêm diferentes recursos,

processos, produzindo diferentes resultados.

Na fase de produção, o Processo corresponde ao método de construção de um

edifício, os Recursos são os produtos para a construção, os equipamentos, os

agentes e as informações associadas à execução e o Resultado gerado é o edifício

construído. Durante a fase de projeto, o Processo refere-se ao método para projetar

um edifício, os Recursos poderão ser os projetistas, as ferramentas de desenho, as

reuniões com os clientes etc., e o Resultado corresponderá ao projeto do edifício. O

mesmo se aplica à fase de manutenção e de demolição.

As três classes gerais apresentadas no modelo da Figura 8 podem ser

representadas em termos de Entrada (materiais, serviços, equipamentos, dentre

outros), Processos/Construção (ato, efeito ou modo de construir) e Saída (Edifício e

suas partes), reproduzindo as sub-cadeias presentes na cadeia da construção civil

conforme se observa na Figura 9.

FIGURA 9 - Sub-cadeias da cadeia da construção civil: sub-setor edificações. Fonte: Tristão (2004)

Materiais

Serviços

Equipamentos

Fomento e apoio

CONSTRUÇÃO/Processos

Edifício e suas partes

ENTRADAS/ Recursos

SAÍDA/ Resultados

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121

Considerando-se que o conceito e seus relacionamentos são os ingredientes,

ou seja, a base para o desenvolvimento do sistema de classificação e que as

classes do sistema são formadas pelo agrupamento de conceitos semelhantes e

relacionados, ao se definir Recursos, Processos e Resultados, as características

presentes nestas definições, constituirão as demais classes que irão representar a

estrutura do sistema de classificação. A seguir, se apresenta as definições dos

conceitos Recursos, Processos e Resultados no contexto da construção civil.

a) Recursos:

1) Pré-requisito necessário para que determinada atividade possa ser realizada.

Diz respeito a materiais, equipamentos, informações, projetos e atividades

antecedentes (IEL,1999).

2) Objetos utilizados em um processo da construção para alcançar um

resultado. Objeto significa qualquer parte do mundo percebida ou concebida.

Nota: podendo ser material ou imaterial (ISO 12006-2).

A partir das características presentes no conceito Recursos, a ISO DIS

12006-2/1998 propõe as seguintes classes para sistematizar as informações sobre

os recursos usados no processo da construção: produtos para a construção;

recursos complementares (equipamentos); agentes da construção; e recursos de

informação.

b) Processos

1) São os meios pelos quais os recursos de construção são transformados em

resultados da construção. (ISO DIS 12006-2/1998).

2) É o fluxo do trabalho com entradas e saídas claramente definidas e tarefas

que seguem uma seqüência e que dependem umas das outras de forma

sucessiva para produzir um bem ou um serviço que tem valor para um grupo

de clientes, sendo as entradas materiais, equipamentos, informações e

conhecimento (GONÇALVES, 2000).

3) Contemplando os vários níveis, de acordo com o relatório (CDCON, 2003):

a) Processo (nível 1): conjunto de atividades interligadas e interdependentes

que visam à execução de um sistema da edificação.

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122

b) Sub-processo (nível 2): conjunto de atividades interligadas e

interdependentes, com fundamentos em uma mesma área técnica, que

intervém na execução de um sistema ou elemento da edificação.

c) Atividade (nível 3): conjunto de ações com técnica dominante única para

compor um serviço ou processo. Quando a atividade for parte de sub-

processo, é associada a um determinado momento (fase) do ciclo de vida do

processo.

d) Ação (nível 4): transformação sobre um objeto real ou virtual, atribuída a

um agente da construção.

A partir das características constantes no conceito Processos, a ISO DIS

12006-2/1998 propõe as seguintes classes para sistematizar as informações:

direção e gestão; métodos de trabalho; classes relacionadas com o processo

construtivo, como o ciclo de vida do processo construtivo e categoria da informação.

c) Resultados: definem-se como o objeto que é criado ou tem o seu estado

alterado, como resultado de um ou mais processos de construção, utilizando um ou

mais recursos de construção. O resultado da construção pode ter existência física ou

ser unicamente uma projeção dessa realidade, como é o caso de um projeto

(MONTEIRO, 1998).

A partir das características presentes no conceito Resultados, a ISO DIS

12006-2/1998 sugere as seguintes classes para estruturar as informações:

construção (inclui tanto as obras de construção como de engenharia civil);

construção complexa; espaços; especialização das entidades construídas:

elementos de construção; elementos desenhados; e resultado das atividades de

construção .

Em síntese, o modelo de classificação proposto pela ISO DIS 12006-2/1998

pode ser representado no diagrama de modelo para o processo construtivo,

conforme Figura 10 a seguir.

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123

FIGURA 10 – Diagrama do modelo de classificação do processo construtivo. Fonte: ISO DIS 12006-2/1998 adaptado pela autora.

Seguem as definições de cada classe do modelo, segundo a norma ISO DIS

12006-2/1998.

Na classe geral Resultados da construção têm-se as seguintes classes com

suas respectivas definições:

a) Construção: entende-se como uma construção isolada, de escala significativa,

servindo a uma ou várias funções ou usos. Constitui uma unidade básica da nossa

envolvente, reconhecida pela comunidade como independente, seja um hospital, um

edifício, uma ponte ou uma estrada. Uma via também poderá ser parte de uma

entidade, quando a sua escala não a separa desta última.

b)Construção complexa: é o conjunto de duas ou mais construções. Exemplo: um

porto (que é constituído por docas, edifícios de escritórios, oficinas, vias etc.), um

aeroporto, um parque de escritórios, um centro comercial, etc..

c)Espaços: entende-se uma zona tridimensional, associada a um edifício ou outra

entidade de construção, que pode ser delimitada fisicamente ou imaginariamente.

Uma das propriedades relevantes do espaço é a natureza das suas fronteiras, outra

Recursos da construção

Processos da construção

Recursos de Informação

Recursos complementares

Produtos para a construção

Agentes da construção Direção e gestão

Ciclo de vida do processo

Categoria de Informação

Construção

Espaços

Elementos

Resultados da construção

Construção complexa

Propriedades e características

Métodos de trabalho

Resultado das Atividades

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124

é a função ou uso ativo a que este se destina. Usualmente os espaços são

identificados por esta característica.

d)Elementos: são as partes da entidade construção que por si só, ou em

combinação com outras, têm uma função predominante na entidade construção. Se,

por exemplo, considerarmos a envolvente exterior como uma das funções

predominantes dos edifícios, pode-se referir como elementos as paredes exteriores,

o telhado, o pavimento, dentre outros.

e)Resultados das atividades de Construção são os resultados obtidos na fase de

produção, de manutenção ou demolição, identificados de acordo com um dos

seguintes pontos:

1. tipo de agente de construção que a executa;

2. produtos de construção usados;

3. elemento de construção resultante;

4. trabalhos preparatórios.

Na classe geral Processos de construção têm-se as seguintes classes com

suas respectivas definições:

a) Direção e gestão: enquadram as atividades do processo construtivo relacionadas

ao planejamento, à administração e à direção dos trabalhos.

b) Métodos de trabalho são os processos de construção utilizados para a criação

de resultados de construção. São exemplos destes: a concretagem, a aplicação de

reboco projetado, etc..

c) Ciclo de vida do processo construtivo entende-se o período de tempo de vida

da entidade construção, dividido pelos diversos tipos de intervenção a que está

sujeita, como concepção, o projeto, a produção, o uso e manutenção, ou a

demolição.

d) Categoria da informação indica como a informação relativa a uma determinada

fase do ciclo de vida do processo construtivo deverá ser entendida, seja "como

projetado", "como exigido" ou "como construído". A importância desta classe está

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125

associada com a necessidade de indicar aos agentes do processo construtivo se

determinada informação é uma exigência de projeto ou se é, por exemplo, o

desempenho da solução executada.

Na classe geral Recursos de construção têm-se as seguintes classes com

suas respectivas definições:

a) Produtos para construção incluem-se os produtos, componentes ou kits, que

se destinam ou façam parte de forma permanente do resultado da construção.

b)Recursos complementares são os recursos utilizados durante o processo

construtivo, que não serão incorporados de forma permanente no resultado da

construção.

c)Agentes da construção são os recursos humanos utilizados no processo

construtivo.

d) Recursos de informação está relacionada com a caracterização da

informação utilizada para suportar o processo construtivo, como, por exemplo,

desenhos, textos específicos ou genéricos, especificações, regulamentos, etc..

A classe geral Propriedades e características serve para caracterizar todos

os objetos das demais classes, de acordo com perspectivas particulares.

As diversas classes apresentadas na Figura 11 podem ser divididas usando-se

diferentes princípios de especialização, resultando em tabelas de classificação. Pode

aplicar-se mais que um princípio de divisão a uma classe, em função da sua

relevância, dando origem a diferentes tabelas, ou ao contrário, poder-se-ão agrupar

classes numa única tabela. No Quadro 16, seguem alguns exemplos de classes,

princípios de especialização e títulos adotados pela ISO DIS 12006-2/1998.

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QUADRO 16 - Princípios de especialização e títulos das tabelas da ISO DIS 12006-2/1998.

CLASSE PRINCÍPIO DE ESPECIALIZAÇÂO

TÍTULOS

Construção (entidade) Forma Edifícios, vias, túneis, barragens.

Construção (entidade) Função Hospitais, escolas, habitação.

Construção Complexas Função ou Uso ativo Complexos de transportes:

aeroportos, auto-estradas.

Espaços Grau de enclausuramento Espaço aberto, espaço coberto,

espaço ao ar livre.

Espaços Função ou Uso Ativo Espaços de saúde: sala de operações,

sala de consulta.

Elementos Função predominante Elementos de suporte: pilares, vigas.

Elementos desenhados Tipo de trabalho Paredes interiores de gesso

acartonado.

Resultados da atividade de

construção

Tipo de trabalho Escavações, ancoragem, alvenaria.

Direção e gestão Tipo de processo Gestão administrativa, gestão

financeira, gestão de projetos.

Ciclo de vida do processo

construtivo

Fase do processo Idéia, concepção, projeto, produção,

uso e manutenção, demolição.

Categoria de informação Relacionada com a fase do

processo

Concepção, viabilidade, preparação,

projeto/orçamentação, produção,

métodos de construção.

Produtos para a construção Função Produtos para revestimento, produtos

para acesso, produtos para

fechamento, produtos fins gerais.

Recursos complementares Função Equipamento, ferramentas, utensílios.

Agentes da construção Disciplina Clientes, arquitetos, engenheiros e

empreiteiros.

Recursos de Informação Meio usado Livros, jornais, fotografias, arquivos

digitais.

Propriedades e Características Tipo Composição; forma e dimensão; peso

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127

Embora esses princípios não sejam os únicos possíveis, são os considerados

os mais importantes e, por isso, recomendados pela ISO. Caso este documento

venha a ser aprovado, como se prevê, a utilização desta recomendação por cada

país pode ser flexível, pretendendo unicamente a ISO que se mantenha a

uniformidade nos níveis mais altos, isto é, a tabela, o princípio de especialização que

lhe dá origem e eventualmente os títulos (classes subordinadas principais). As

tabelas poderão ser utilizadas individualmente ou como facetas para representar

realidades complexas.

Na seqüência, apresenta-se as principais diferenças entre as normas ISO TR

14177/1994 e ISO DIS 12006-2/1998.

4.3.3 Diferenças entre as normas ISO TR 14177/1994 e ISO DIS 12006-2/1998

Ambas as normas não contêm as tabelas de classificação em si, mas definem

muitos dos conceitos técnicos que destacam os sistemas de classificação e

descrevem uma estrutura para estabelecer uma série de tabelas de classificações

inter-relacionadas.

Existe claramente, na proposta da ISO DIS 12006-2/1998, uma influência nítida

das linguagens de modelagem da informação. Esse caminho era apontado no

primeiro dos documentos, mas as tabelas propostas tinham mais a ver com aspectos

particulares do processo construtivo do que com técnicas de modelagem. Este fato é

significativo, pois representa o fim de uma prática que tinha sido utilizada por todas

as propostas de classificação anteriores e o início de uma nova metodologia, muito

mais complexa, mais rica em informação e muito mais profunda, que está

especialmente adaptada aos meios informáticos atuais e às linguagens orientadas

por objetos. A utilização desta metodologia permite que se oberve um objeto de

diferentes perspectivas, sendo, por exemplo, para os espaços a função ou grau de

enclausuramento.

Por outro lado, a extrema especialização que se verifica nestes modelos de

classificação traduz-se no fato de as tabelas propostas pela ISO DIS 12006-2

corresponderem unicamente a uma perspectiva da matéria, ao contrário das

soluções anteriores, que na mesma tabela continham por vezes perspectivas

diferentes da realidade que descreviam (MONTEIRO, 1998).

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No modelo do processo construtivo, segundo a ISO DIS 12006-2/1998, o

conceito de Resultados da construção apresentado é muito mais amplo do que o

da proposta inicial e marca de forma substancial todo o modelo proposto, pois tanto

os recursos como os processos são considerados unicamente como meios para

obtê-los. Esta proposta considera um produto aplicado como um resultado da

construção e define uma tabela para os resultados das atividades da construção e

outra para os métodos ou operações da construção. O modelo é diferente dos

anteriores, em que se propunha uma tabela de atividades da construção, Work

Section, a qual representava as atividades da construção (fosse pelo tipo de

trabalho, fosse pelo agente que as executava), em que se listava o conceito da

transformação de produtos em elementos por operações da construção.

Em síntese, conclui-se que melhorar a comunicação e a troca da informação

são desafios técnicos e organizacionais que devem ser superados. Um desses

desafios é a padronização das estruturas dos sistemas de classificação da

informação na indústria AEC, em seus níveis mais altos, ou classes gerais, conforme

apresentado nos padrões ISO TR 14177/1994 e ISO DIS 12006-2/1998. Isto

significa definir a linguagem que pode ser usada para comunicar a informação entre

as diversas partes envolvidas no processo da construção. Por isso, vários países da

Europa e da América do Norte têm seus sistemas únicos de classificação da

informação com predomínio no território nacional. Os principais sistemas baseados

nas diretrizes estabelecidas pela ISO TR14177/1994 e ISO DIS 12006-2/1998 são

apresentados no capítulo 5.

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5 SISTEMAS ÚNICOS DE CLASSIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Desde 1940 existe um fascínio com relação ao problema intelectual de como

organizar as informações na indústria da construção civil para sua subseqüente

recuperação e re-uso em projetos da construção. A solução foi encontrada no

desenvolvimento de sistemas de classificação, sistemas de especificação

padronizados, sistemas de informação de produtos e sistemas de informação de

custos (MARITZ; KLOPPER; SIGLE, 2005).

Sistemas de classificação da informação na construção civil têm sido usados

com o objetivo de auxiliar a organização racional, o armazenamento e a recuperação

da informação. Foram criados como um meio prático para trocar informações sobre

desenhos, orçamentos, especificações e catálogos de produtos (WRIGHT, 1998).

Maritz; Klopper e Sigle (2005) salientam que, com o avanço da computação,

diversos países começaram a rever seus Construction Information Classification

System (CICS), já que na prática usava-se uma única tabela de classificação

baseada em um critério de divisão para qualquer área de aplicação e existiam

poucas relações entre as diferentes tabelas. Em sua maioria, os sistemas de

classificação estabelecidos nos vários países refletem a técnica, os modos

construtivos ali predominantes. Através do trabalho de organizações internacionais

como a International Organization for Standardisation (ISO), o Conseil International

du Batiment (CIB), a International Construction Information Society (ICIS) e a

International Alliance for Interoperability (IAI) diversos países se beneficiaram com os

padrões acordados para desenvolvimento de um sistema de classificação que

suportasse o aumento dos negócios internacionais de produtos e serviços da

construção.

Países como a Holanda, Noruega, Suécia e Inglaterra têm seus sistemas de

classificação associados a novas linguagens tais como XML, e adequados às

propostas delineadas na ISO DIS 12006-2/1998.

A seguir, apresentam-se os diversos sistemas de classificação da informação

na indústria da construção civil, dentre eles o Uniclass, o Masterformat, OCCS,

EPIC, CIC-NET, e a proposta de um sistema único no Brasil, o CDCON.

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130

5.1 UNITED CLASSIFICATION FOR THE CONSTRUCTION (UNICLASS)

Com base no artigo de Leen e Boyd (2000) apresenta-se um histórico da

criação do sistema de classificação britânico intitulado UNICLASS.

Em 1994, um comitê da ISO (TC59/SC13 WG 2) desenvolveu a ISO TR 14177

na qual se estabeleciam as diretrizes para o desenvolvimento da estrutura de um

sistema internacional de classificação da informação na indústria da construção

civil. A nova estrutura da ISO organizava as informações em oito facetas, incluindo:

instalações, espaço, elemento, atividades, produtos, auxílios, gerenciamento e

atributos. Os Construction Information Classification System (CICS) existentes até

então, nos vários países eram para fazer apenas um Work Breakdown Structure

(WBS), mas o escopo da classificação ISO se expandia dentro do ciclo de vida da

informação incluindo gerenciamento e produtos da construção.

O National Building Specifications Service (NBS), situado em Londres,

desenvolveu em 1994 um novo Construction Information Classification System

(CICS) com o nome de “Uc/ci”para se adequar ao padrão ISO e ser superior ao

primeiro sistema formal de classificação da informação na indústria da construção, o

SfB acrônimo de Samarbetskommitte´n for Byggnadsfra¨gor introduzido na Suécia

há mais de 50 anos, com uso bastante difundido nesse país por arquitetos e outros

profissionais. O SfB, por muitos anos, tornou-se o modelo para classificar

informações sobre especificação, produtos e custos através da Europa, USA e

outras partes do mundo.

Após revisão o Uc/ci foi publicado e um novo CICS finalmente foi completado

com o nome de Uniclass em setembro de 1997. Uniclass significa classificação

unificada para a indústria da construção. O desenvolvimento do Uniclass foi

conduzido pelo Comitê de Informação de Projetos da Construção, que consistia de

4 organizações, incluindo o Royal Institute of Measurement, Chartered Surveyors,

Civil Engineers Institute e Royal Institute of Architects da Inglaterra.

O sistema Uniclass têm tabelas de classificação que servem a três sistemas,

que são: o Common Arrangement of Work Sections (CAWS), usado para os

trabalhos de arquitetura na Europa; o Electronic Product Information Co-operation

(EPIC), usado para classificar produtos em sistemas comerciais eletrônicos; e o Civil

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Engineering Standard Method Measurement (CESMM), usado para a classificação

de atividades para fins de orçamentos em projetos de engenharia civil.

O Uniclass pode ser usado para classificar informações em bibliotecas

especializadas na área da construção civil, através de sua associação com o

sistema de Classification Decimal Universal (CDU). O Uniclass é útil para organizar

bibliotecas de materiais e para estruturar documentação de produtos e informações

de projeto. É também usado para classificar informações geradas durante o ciclo de

vida da construção. O ciclo de vida aqui significa todos os estágios em um projeto,

tais como fase de planejamento, incluindo contratos e gerenciamento de

programação; a fase de projeto, incluindo estimativas de custos e gerenciamento de

desenhos; a fase de construção, incluindo gerenciamento de compra e operações da

construção.

O sistema de classificação Uniclass compreende 15 tabelas, cada uma das

quais representa um aspecto diferente da informação na construção civil. Cada

tabela pode ser usada sozinha para a classificação de um tipo particular de

informação, mas, em contrapartida, termos de diferentes tabelas podem ser

combinados para classificar assuntos complexos.

Muitas dessas tabelas estão inter-relacionadas, visto que a mesma palavra ou

palavras similares podem aparecer em mais de uma tabela. Por exemplo, janela aparece na tabela Produtos para a Construção, na tabela Elementos e na tabela

Atividades. A diferença é que, na tabela produtos para a construção, janela são

produtos na prateleira; na tabela Elementos, janela são partes da edificação e, na

tabela Atividades, janela significa o processo de instalar janela e seus resultados

são classificados. No Quadro 17 têm-se as principais tabelas do Uniclass.

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132

QUADRO 17 - Tabelas de classificação presentes no sistema Uniclass. Fonte: Uniclass (1997) Tabelas Exemplos

A. Form of information Livro, microficha, revista, norma, dicionário.

B. Subjects diiicplines Arquitetura, engenharia, planejamento urbano.

C. Management Marketing, análise de riscos, gestão da qualidade.

D. Facilities Hospital, prisão, biblioteca.

E. Construction entities Pontes, barragem.

F. Space Sala, átrio, corredor, espaço privado.

G. Elements for buildings Piso, parede, telhado, serviços de iluminação.

H. Elements for civil engineering works Fundação pilar, rampa.

J. Work section for buildings Concreto in situ, alvenaria de blocos de vidro.

K. Work section for civil engineering

works

Estabilização de solo, estacamento, revestimento de

túneis.

L. Construction products Tijolos, coletores solares, mobília de escritório.

M. Construction aids Máquinas e ferramentas, andaime.

N. Properties and characteristics Tamanho, forma, tolerância.

P. Materials Madeira, cimento, plástico, pedra.

Q. Universal Decimal Classification Matemática, esporte, geografia, história.

As tabelas A, B e C são sumários gerais preocupados com a forma de

informação ou campo de gerenciamento. As tabelas D, E, F, G, H e K consistem de

instalações, espaços, elementos e operações para trabalhos de engenharia civil e de

arquitetura. As tabelas L, M, N, P e Q são úteis para classificar informações

relacionadas a produtos de construção, materiais e atributos. As quatro tabelas D, F,

G e J podem ser usadas para representar objetos físicos de itens de trabalho em um

projeto da construção (LEEN; BOYD, 2000).

O Uniclass é um sistema de classificação multi-tabela hierárquico e foi o

primeiro sistema de classificação da informação na indústria da construção baseado

na ISO DIS 12006-2/1998.

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133

5.2 O SISTEMA NORTE-AMERICANO: MASTERFORMAT

Em 1920, o American Institute of Architects (AIA) publicou a primeira edição de

um sistema para classificar informações sobre material de construção. Em 1963, o

Construction Specification Institute (CSI) publicou o formato CSI para especificações

da construção com 16 divisões. Em 1972, sete organizações, incluindo o CSI e o

Construction Specification Canadá (CSC), publicaram o Índice Uniforme da

Construção (UCI). Tratava-se de um sistema de formatos para arquivamento de

dados de especificação, análise de custos e dados de projetos. O CSI e o CSC

modificaram o UCI para ser aplicado não apenas em obras de arquitetura, mas

também em obras civis e, publicaram a 1a. edição do sistema Masterformat em

1978. O sistema Masterformat substituiu o UCI e tem sido o Construction Information

Classification System (CICS) representativo da América do Norte.

O Masterformat é usado na indústria da construção civil norte-americana para:

organizar manuais de projetos; nomear arquivos de dados de produtos

estabelecendo relações entre produtos e especificações e indicação do fabricante do

produto; organizar uma biblioteca de dados do produto, dos fornecedores e sub-

contratores; fazer inventário de produtos da construção; estimativas de custos de

itens de linha; organizar projetos ligando requisitos entre documentos

complementares (produtos nomeados no projeto com os usados nos documentos de

contrato); relacionar objetos de projetos e especificações; coletar dados do mercado

da construção por meio de agências de pesquisa que usam o Masterformat para

identificar produtos especificados em um projeto que está sendo lançado, permitindo

que os usuários percebam as substituições e vendas potenciais de seus produtos e

serviços em um projeto particular; auxiliar gerentes de obras por meio da

identificação de produtos incorporados em suas edificações; e, por fim, identificar

itens que podem ser referenciados em diversos documentos (CSI; CSC, 1995).

O Masterformat tem sido usado por muitos anos para classificar informações

sobre os produtos usados na construção civil. Isto, entretanto, não era o seu

propósito original. O objetivo principal do Masterformat era a organização do manual

do projeto. Contudo, nos anos de 1960, o formato começou a ser usado para

classificar produtos e outras informações técnicas. Ele acabou se se tornando o

padrão na América do Norte para este segundo propósito. É agora quase impossível

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134

achar uma fonte de informação de produto da construção que não use o

Masterformat como uma de suas ferramentas de pesquisa organizacional.

Embora pareça que o Masterformat seja organizado tendo como princípio de

divisão os produtos usados na construção, ele é organizado com base nas

atividades da construção. As divisões 3 a 6 parecem ser divisões de materiais

devido aos seus títulos: concreto, alvenaria, metais, madeira e plásticos, mas a

referência era para trabalhos em concreto, trabalhos em alvenaria, etc... Os títulos

foram diminuídos para evitar a repetição da palavra work. O sistema é organizado da

maneira como as atividades da construção são conduzidas na prática. Desta forma,

uma análise mais profunda do Masterformat revela que de fato ele pode ser mais do

que uma localização lógica para muitos produtos. Na seqüência, estão alguns

exemplos:

a) Tubo em aço aparece nas classes: 02510- distribuição de água; 02550-

distribuição de energia canalizada; 05520- corrimão e gradeamento; 13910-

materiais e métodos básicos de proteção ao fogo; 15100- serviços de

construção- tubulação; 15200- processo de encanamento ou 15300-

tubulação de proteção ao fogo.

b) Pavimentação de tijolo aparece nas classes: 02780 – unidades para

pavimentação; 04210 – unidades de argila para alvenaria ou 09630- alvenaria

de piso.

c) Placa de gesso aparece nas classes: 06160 - forro; 07220- isolamento de

telhado e deck; 07820- placa à prova de fogo e 09250- placa de gesso.

Stutzman (2001) salienta como lidar com esta situação de ter mais do que uma

localização lógica para arquivar informação de produtos? Se considerarmos que

estamos trabalhando com nossa própria biblioteca, as escolhas são feitas baseadas

em nossa própria experiência, prática, preferências e usos mais freqüentes do

produto. Outros que usam nossa biblioteca, incluindo pessoal administrativo,

precisam aprender nossas práticas individuais. Se, entretanto, nossa biblioteca de

dados de produtos está na área pública, o problema fica mais difícil. Agora existem

vários fabricantes desejando ter seu produto particular classificado no Masterformat

em uma determinada localização ou localizações por razões competitivas.

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135

Classificar produtos em um sistema no qual não há uma localização específica

para cada produto, dificulta a consistência do sistema de arquivamento. O problema

muda dramaticamente quando se passa para o domínio da era eletrônica. A

acessibilidade e o volume de informações técnicas têm crescido exponencialmente,

e ter uma localização para arquivar a informação tornou-se imperativo. Ligar essas

informações com outros dados, tais como especificações e custos, é primordial à

manutenção de dados. O sistema de arquivamento impreciso representa uma

grande desvantagem.

O MasterFormat, atualmente encontra-se em sua quarta versão, e contém 43

divisões, a saber:

0 - Procurement & Contracting, Requirements; 1 - General Requirements;2 -

Existing Conditions; 3 – Concrete; 4 – Masonry; 5 – Metals; 6 - Wood & Plastics; 7 -

Thermal & Moisture Protection; 8 - Doors & Windows; 9 – Finishes; 10 – Specialties;

11 – Equipment; 12 – Furnishings; 13 - Special Const; 14 - Conveying Equip; 21 -

Life Safety & Facility Protection; 22 – Plumbing; 23 – HVAC; 24 – Electrical; 25 –

Communications; 31 - Site & Underground; Construction; 32 - Site Improvements; 33

– Transportation; 34 - Waterway & Marine; Construction; 41 - Fluid Treatment; 42 -

Power Generation; 43 – Processes.

Um novo sistema está em desenvolvimento para superar os problemas

descritos sobre o Masterformat, seu nome é Overall Construction Classification

System (OCCS).

5.3 OVERALL CONSTRUCTION CLASSIFICATION SYSTEM - OCCS

O sistema de classificação intitulado Overall Construction Classification System

(OCCS) é um sistema que classifica as informações referentes ao ambiente

construído desde a fase de concepção até à fase de demolição. As informações

sobre o sistema OCCS foram obtidas no site http://www.occsnet.org. O sistema de

classificação OCCS é o principal esforço de padronização na indústria da construção

(OCCS NET, 2002).

O sistema Omniclass se vale das seguintes atividades de padronização

corrente:

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a) US National CAD Standard US National CAD Standard;

b) MasterFormat;

c) Industry Alliance for Interoperability (IAI);

d) Industry Foundation Classes (IFC’s);

e) XML-based language used to represent information in the Architecture,

Engineering, and Construction (AEC) industry (aecXML);

f) International Construction Information Society (ICIS).

O OCSS é uma iniciativa da indústria da construção, liderada pelo Construction

Specifications Institute (CSI) e International Alliance for Interoperability (IAI). Tem

como diretrizes: ser um padrão aberto; ter ampla participação da indústria ; não ser

governado por qualquer organização; utilizar sistemas legais existentes; ser norte-

americano no escopo; e compatível com iniciativas internacionais.

O seu comitê de desenvolvimento tem 80 membros ativos, 50 organizações

representadas, diversas organizações voluntárias para o consenso das revisões. Os

líderes se reúnem quinzenalmente através de vídeo conferências, e os grupos de

trabalho, mensalmente e ocorrem workshops periódicos. Existe um e-mail ativo e um

espaço de trabalho colaborativo, o Buzzsaw.com e um sítio na internet no endereço

http://www.occsnet.org.

As associações envolvidas disponibilizam sua terminologia que é usada para

garantir consistência nas tabelas do OCCS, e consiste numa planilha que contem as

seguintes colunas: termos preferidos; termos relacionados (genérico, específico,

associado); acrônimos; abreviações e símbolos.

As bases conceituais das tabelas do OCCS são as seguintes:

a) ISO TC59/SC13/WG2 (1988); ISO TC59/SC13/WG2 (1988)

b) Classification of information in the construction industry: ISO Technical Report

(14177/1994);

c) Organization of information about construction works (ISO/DIS 12006-2/1998);

d) Framework for object-oriented information exchange information exchange

(ISO/PAS 12006-3/2000).

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137

O sistema OCCS é composto de doze tabelas inter-relacionadas nas quais são

classificados objetos que descrevem o ambiente construído sob uma variedade de

pontos de vista. As entradas nas tabelas podem ser combinadas umas com as

outras a fim de refinar a classificação e descrever objetos discretos. Atualmente, o

sistema tem as seguintes tabelas de classificação: 01.Obras (grandes construções);

02. Entidades Construídas; 03. Espaços; 04. Elementos; 05. Atividades; 06.

Produtos; 07. Fases do Processo; 08. Serviços do Processo; 09. Participantes do

Processo; 10. Auxílios do Processo; 11. Informações do Processo; 12. Atributos.

As tabelas do OCCS são organizadas de maneira mais facetada do que

enumerativa. O mesmo objeto pode ser compreendido de múltiplas perspectivas ou

facetas. A intersecção entre as tabelas provê uma classificação detalhada de um

objeto particular. A tabela produtos tem uma localização para cada produto, do

ponto de vista de um produto que pode ser comprado. A tabela Elementos pode ter

múltiplas localizações baseada na função que o produto desempenha em um projeto

da construção. A tabela work results (a mesma do Masterformat) pode ter várias

localizações baseada nas atividades/resultados dos trabalhos com múltiplos usos na

prática da construção.

Um produto na tabela Produtos pode então estar relacionado a seus múltiplos

usos/localizações na tabela Elementos e/ou tabelas Atividades. Não mais

fabricantes, classificadores e consumidores da informação terão que tomar decisões

arbitrárias sobre onde um produto pode ou deve ser posicionado em um sistema de

classificação. Os produtos poderão ser encontrados por vários meios, mas serão

classificados em uma única localização.

O objetivo do sistema OCCS é: gerenciar informação de recursos; facilitar o

armazenamento e recuperação da informação; promover compreensão; assegurar

um enfoque consistente e compreensivo para uma tarefa; prover uma estrutura para

gerenciamento do custo total; permitir documentação do ciclo de vida completo;

fornecer check-lists para eliminar omissões; encorajar tomadas de decisões lógicas;

gerar opções e alternativas; reduzir redundância de dados; avançar na

interoperabilidade, promover desenvolvimento de software orientado a objetos.

OCCS concebe uma estratégia global de classificação por meio da identificação

das informações baseada numa lógica de fluxo de trabalho, da seguinte forma:

provedores de especificações master norte-americana (e usuários de grandes firmas

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138

de projeto) necessitam criar um novo formato de documento em bibliotecas de

especificações; esse novo formato de documentos serão o início de uma nova

geração de documentos eletrônicos mestres para desenhos, especificações, análise

de custos, e outros relatórios de projetos específicos; igualmente, vendedores de

softwares de Computer Aided Design (CAD) e de custos necessitam criar um

software de interface para associar e trocar informação dentro e entre os processos

da construção.

Esse possível conceito de produção do documento total inclui uma compilação

de diversas bibliotecas e sub-bibliotecas, com o intuito de criar e gerenciar

informação de projeto, de acordo com o progresso do projeto e de acordo com as

decisões que são tomadas.

Esse conceito de documento total é único para a indústria, único no sentido de

apresentar uma visão estratégica que suporte a troca de informação de documentos

nas diversas fases do projeto da construção, permitindo: relacionar informações de

diversos tipos de documentos; seguir um fluxo de trabalho natural de criação do

documento, reusar as decisões já tomadas e expandi-las com um maior nível de

detalhe; minimizar duplicação de esforços, se a decisão tomada pode ser

direcionada para o próximo nível do documento de projeto; oferecer um eficiente

método para que usuários possam produzir documentos na forma que a indústria

está tradicionalmente acostumada; e todo o tempo, trabalhando em um banco de

dados comum de informação.

Os conceitos classificados no OCCS serão relacionados com as IFC’s da IAI e

os títulos dos padrões nacionais de softwares CAD. Em síntese, as palavras e

termos nos desenhos serão as mesmas palavras e termos usados em todos os

documentos de projeto, criando uma ligação amigável entre documentos. Portanto, o

OCCS se beneficia dos desenvolvimentos da ISO, ICIS, IAI e dos desenvolvimentos

de padrões nacionais CAD, criando uma singular estratégia para classificar e

identificar todas as informações do processo da construção, com uma visão ampla e

futurista.

A maioria dos sistemas únicos de classificação da informação na indústria da

construção civil usa o sistema European Product Information Co-operation (EPIC)

para classificar os produtos da construção. Tendo em vista a importância do EPIC,

descreve-se o mesmo a seguir .

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139

5.4 O SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO DE PRODUTOS EUROPEUS - EUROPEAN

PRODUCT INFORMATION CO-OPERATION (EPIC)

O sistema European Product Information Co-operation (EPIC) surgiu da

necessidade de cooperação entre países europeus para o desenvolvimento de uma

base de dados comum contendo informações de produtos para a construção. Em

1999, o sistema se encontrava em sua segunda versão. As informações sobre o

EPIC estão disponíveis na internet no endereço <http://www.epicproducts.org/>.

No desenvolvimento do European Product Information Co-operation Group

(EPIC) estão envolvidas as organizações: CSTB em Sophia Antipolis; WTCB/CSTC

- Brussels; BPS Centret - Hörsholm; Danish Building Centre - Hörsholm; Heinze

GmbH - Celle; Institut de Tecnologia de la Construcció de Catalunya (ITEC) -

Barcelona; NBS Services - Newcastle upon Tyne; Nederlandse

Bouwdokumentatie (NCA) - Deventer; Norwegian Building Centre - Oslo;

Rakennustieto - Helsinki; RIBA Information Services - London; Schweizer

Baudokumentation - Blauen; STABU - Ede; Swedish Building Centre - Solna.

O objetivo do EPIC é criar um conjunto de grupos de produtos da construção,

incluindo uma notação, na qual todos os produtos do mercado tenham uma

codificação que possa ser utilizada como referência na Indústria Européia de

Construção, pois, até então, não existia nenhuma metodologia unificada de

classificação de produtos, globalmente aceita na Europa. O EPIC definiu então uma

base comum para trocar informações de produtos para a construção no continente

europeu.

Na gênese desta proposta de classificação estava a necessidade sentida por

um vasto conjunto de instituições, de desenvolver e operar uma base de dados

comum de produtos para a construção, que permitisse, além das vantagens óbvias

da uniformização na linguagem, criar uma ferramenta que contribuísse para o

esforço internacional que tem sido empreendido na transferência eletrônica de

dados.

O EPIC apresenta dois conceitos chaves, que são:

a) Produto para a construção: significa qualquer produto que seja incorporado

de uma maneira permanente nas construções, incluindo ambas, edificações e

obras de engenharia civil. O EPIC expandiu seu escopo incluindo o ítem mobília

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140

a fim de atender às necessidades de seus membros, que solicitam informações

sobre mobília como parte de seu serviço.

b) Grupo de produto para a construção: um conjunto de produtos para a

construção que compartilham atributos comuns (características) relevantes para

seleção e especificação. Um grupo de produto é diferenciado de outro por meio

de descritivo, relacionados a atributos de desempenho ou outros atributos. Um

grupo de produtos representa um conjunto particular de produtos que partilham

determinadas características ou que têm em comum propriedades que permitem

a sua especificação conjunta.

O sistema de notação ou codificação de produtos é usado para definição de

especificações de produtos; definição de exigências sobre produtos; elaboração de

lista de quantidades; rotinas administrativas que envolvem a designação de produtos

(cotações, dentre outras). Esse sistema é utilizado para classificar informação sobre

desenhos de produtos, informação técnica, listas de preços ou para a definição de

atributos característicos de produtos para efeitos de certificação.

Segundo a ISO TR 14177/94, a proposta para uma classificação internacional

de produtos para a construção tem grande importância devido ao aumento dos

negócios internacionais neste sentido e à grande variedade de classificação de

elementos e seções de trabalho usados para organizar e codificar informação de

produto. Além das propostas do EPIC, não há na prática nenhuma classificação de

produto como tal. Espera-se que os vários sócios do EPIC introduzam essa nova

classificação em seus respectivos países.

Monteiro (1998) destaca que o sistema de classificação EPIC está estruturado

para Electronic Document Interchange (EDI), por tratar-se de um sistema de

classificação rígido, no qual o produto só pode ter uma posição (isto é, só é olhado

numa perspectiva) e apresenta uma listagem exaustiva dos produtos com suas

notações. A EAN - organização mundial responsável pelos códigos de barra, que

edita um sistema utilizando o protocolo do EDIFACT- o EANCOM, adotará a

classificação de produtos para a construção proposta pelo EPIC. Se considerarmos

que esta organização está representada em oitenta e oito países e que o seu

sistema é utilizado hoje por mais de seiscentas e setenta mil empresas, podemos,

com alguma segurança, prever uma forte penetração da classificação EPIC na

indústria da construção civil.

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141

A metodologia proposta pelo EPIC (1999) baseia-se em trabalhos anteriores

realizados pelo RIBA Companies Ltd e pelo Swedish Building Centre. Sua estrutura

é composta por duas facetas: Função e Material, o que permite caracterizar

adequadamente todos os grupos de produtos. Nesse contexto, Função significa o

desempenho que o produto deverá cumprir dentro do resultado final da construção e

Material significa a matéria principal que compõe o produto.

A classificação de cada uma das facetas é desenvolvida de forma hierárquica.

A classificação é rígida, pois cada produto é localizado num grupo, de forma a

adequar-se às bases de dados e à transferência eletrônica de dados. Porém, novos

produtos surgem no mercado, enquanto outros são retirados. A estrutura de

classificação deve ser flexível para permitir isto. A proposta EPIC (1999) exibe para

a faceta Função as seguintes classes: A. Ground Treatment and retention;

B. Construction works products; C. Structural and space division; D. Access,

barriers, circulation; E. Covering, cladding, lining; F. General purpose: Construction

fabric; G. Supply and distribution of liquids and gases; H. Sanitary, laundry,

cleaning; J. Waste handling; K. Electric power and lighting; L. Climate control

(HVAC); M. Information and communication; P. General purpose: Services;

Q. Fixtures and furnishings.

Cada país, na Europa, usa suas classificações de elementos ou atividades da

construção como princípio de divisão para classificar e codificar os produtos para a

construção.

Monteiro (1999) afirma que a complexidade do modelo EPIC pode constituir-se

num elemento de resistência à sua aceitação pelo mercado. Todavia, cada país

pode usar sua própria classificação de elementos ou de atividades para codificar

seus produtos para a construção, desde que esteja atento para a manutenção da

equivalência dos conceitos, por meio da criação de um dicionário que permita o

relacionamento, entre a tabela de função EPIC e a tabela proposta por cada país.

Foi o que Portugal fez no âmbito do Projeto CIC-NET.

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142

5.5 PROJETO CIC-NET – CLASSIFICAÇÃO DE PRODUTOS PARA A

CONSTRUÇÃO EM PORTUGAL

O projeto CIC-NET é uma rede de cooperação estratégica entre empresas do

processo da construção. As informações sobre o projeto CIC-NET foram obtidas no

endereço: www.cic-net.org/. (CIC- NET, 2002)

O CIC-NET é um consórcio multidisciplinar liderado pela J. Gomes, uma

sociedade composta por empresas de construção, um gabinete de engenharia e três

empresas de fabricação e comercialização de materiais de construção. O consórcio

conta com a colaboração de quatro entidades sub-contratadas: duas associações de

empresas do setor, a Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras

Públicas (AICCOPN) e a Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de

Construção (APCMC); e dois institutos de pesquisa especializados nas áreas de

intervenção do projeto, o Instituto de Construção (IC) e o Instituto de Engenharia de

Sistemas e Computadores do Porto (INESC/Porto).

No projeto CIC-NET identificou-se um conjunto de atividades consideradas pelo

consórcio como prioritárias para o aumento da competitividade das empresas

promotoras. No projeto investiga-se e desenvolve-se soluções para a definição de

formatos para: a) a troca de informações na engenharia; b) para cadernos de

encargos e propostas; c) uma estrutura de classificação e codificação de produtos

para a construção; e d) construção de uma interface com os fornecedores de

materiais.

O projeto CIC-NET, segundo seus formuladores, tem como objetivo contribuir

para a uniformização da informação no universo da construção mediante a

elaboração de uma estrutura de classificação e codificação de produtos para a

construção civil, associada à especificação e implementação de uma base de dados

de demonstração.

No caso específico da codificação dos produtos para a construção, a ausência

de normalização impede a troca avançada de informação. O objetivo é, em

alternativa à atual situação, onde cada empresa cria e usa códigos próprios, definir

um padrão que possibilite dinamizar a troca de dados técnicos. Para isso, o CIC-

NET realizou um levantamento, o mais exaustivo possível, dos materiais existentes

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143

no mercado português, permitindo uniformizar os procedimentos, normalmente

adotados, resultando na utilização de uma linguagem comum aos diversos

intervenientes. Foi, ainda, desenvolvida uma base de dados que permitirá a posterior

introdução, de informações completas sobre os produtos para a construção

comercializados em Portugal. A base de dados, assim constituída, facilita a seleção

de produtos e de uma maneira geral, facilita as diversas operações que abrangem

os produtos para a construção.

A organização da informação sobre os produtos, na base de dados do CIC-

NET, se deu a partir de propostas internacionais de classificação da informação de

produtos para a construção civil, o sistema EPIC(1994). O sistema adota uma

estrutura de classificação por facetas, associada a uma notação alfanumérica. As

facetas consideradas são: Função; Forma; Material constituinte. Foram elaboradas

tabelas de classificação segundo cada uma dessas facetas, sendo a classificação de

um determinado tipo de produto resultado da combinação das três facetas.

O conjunto de propriedades e características ou atributos dos produtos é

definido em outra tabela organizada por famílias. Nela constam atributos de

identificação comercial, dimensões, aspecto, composição, o modo de produção,

condições de aplicação em obra, propriedades físicas e químicas, características de

desempenho mecânico, higrotérmico e acústico, classificações associadas a

sistemas exigenciais, dentre outros.

Na codificação única dos produtos para a construção, foram definidos critérios

de atribuição de códigos que passarão necessariamente pela adoção de um modelo

de funcionamento da base de dados, conforme se observa na Figura 11, o qual

pressupõe a existência de uma entidade administradora. Para tanto, foi criada uma

biblioteca digital de produtos para a construção, classificados e codificados,

permitindo assim a aplicação do modelo. Os produtos são classificados pelo

administrador de acordo com a “Classificação CIC-NET”, e ser-lhes-á atribuído um

código segundo os critérios definidos pelo projeto.

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144

FIGURA 11 - Modelo de funcionamento da base de dados de produtos para a construção. Fonte: CIC-NET (2002).

No modelo da Figura 11, os fabricantes e comerciantes são os responsáveis

pelo fornecimento de dados sobre as propriedades e características dos produtos,

bem como da informação que os identifica. A introdução dessa informação na base

de dados deverá ser controlada pelo administrador. Os especialistas correspondem

a um conjunto de pessoas autorizadas pelo administrador para introduzir, em

campos pré-determinados, informações sobre especificações relativas ao sistema de

classificação ou aos produtos. As especificações sobre os produtos poderão também

ser introduzidas pelo fabricante ou comerciante, desde que autorizado pelo

administrador. O acesso à informação por parte do usuário final poderá assumir

várias formas.

Cada produto genérico tem associado a si um conjunto de atributos,

especificados na base de dados. O preenchimento, total ou parcial, dos valores

desses atributos pode variar, para os diferentes produtos existentes no mercado.

Esses produtos, que a base de dados designa por produtos específicos, são

arrumados no campo do produto genérico a que correspondem. A inserção dos

produtos específicos na base de dados será a partir da introdução das informações

fornecidas pelos fabricantes e (ou) comerciantes, segundo as especificações do

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145

administrador da base e dos especialistas. Para cada produto, constam, ainda,

informações úteis sobre os fabricantes e comerciantes respectivos como, por

exemplo, a designação, o código, o endereço e os contactos.

Uma denominação e codificação única de produtos para a construção civil

usada durante todo o processo construtivo e, generalizada para todos os seus

agentes é altamente vantajosa, pois facilita o comércio eletrônico, possibilita a

identificação de produtos similares e maior equalização nos orçamentos.

Atentos a esse fato, no Brasil, um grupo de pesquisadores de três

universidades (UFF, UFSC e UFRGS) organizados através da Associação Nacional

de Tecnologia do Ambiente Construído, em resposta a um edital da Financiadora de

Pesquisas (FINEP) no âmbito do Programa HABITARE, apresentou em 2002, o

projeto intitulado Desenvolvimento de Terminologia e Codificação de Materiais e

Serviços da Construção (CDCON) que detalha-se a seguir.

5.6 O PROJETO DE DESENVOLVIMENTO DE TERMINOLOGIA E CODIFICAÇÃO

DE MATERIAIS E SERVIÇOS DA CONSTRUÇÃO - CDCON

No Brasil, não existe um sistema de classificação de materiais e serviços da

construção civil amplamente aceito no mercado. Iniciativas como a Tabela de

Composição de Preços e Orçamentos (TCPO) da Editora Pini são mais voltadas

para a orçamentação. Setores governamentais como secretarias e

superintendências de obras públicas como a Secretaria de Estado da Administração

e do Patrimônio (SEAP) e a Superintendência de Construções Administrativas da

Bahia (SUCAB) têm seus sistemas de classificação de produtos, serviços e

equipamentos com a finalidade de comprar, orçar e elaborar cadernos de encargos.

Porém, como seu uso é restrito, esses sistemas não se estabelecem como uma

referência nacional.

Outras iniciativas de estruturação da informação no setor da construção já

foram observadas na proposta de classificação desenvolvida pelo Instituto de

Pesquisas Tecnológicas do estado de São Paulo (IPT/SP), por solicitação do Banco

Nacional de Habitação (BNH) em 198118. Ela é voltada para o tratamento de

18 ver IPT/SP (1981a, 1981b, 1981c, 1981d)

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informações e composta por cinco “árvores classificatórias”, ou facetas,

(“Construções”; “Elementos e Componentes”; “Materiais”; “Processos” e “Atributos”).

As empresas de construção civil, as quais são os elos entre os demais agentes

da cadeia da construção civil, têm seus próprios sistemas para armazenar e

recuperar a informação, dificultando assim a troca e o compartilhamento das

informações com os demais agentes da cadeia produtiva.

Na construção civil brasileira existe uma enorme variedade de materiais,

serviços e equipamentos, oriundos de diferentes setores, desde a extração mineral

manual até indústrias de processo e de transformação com tecnologias sofisticadas.

Cada um desses setores possui características próprias que se refletem em

linguagens técnicas específicas, sendo que alguns já definiram suas terminologias,

contudo, elas não são bem disseminadas e podem ser até conflitantes. Quando se

utilizam os produtos na construção, obriga-se a aplicar suas sistemáticas de

especificação e referência, algumas vezes com problemas decorrentes do

desconhecimento do contexto específico (CDCON, 2001).

Fatores estruturais do próprio setor da construção civil, tais como porte e

tecnologia das empresas, dificultam a elaboração de uma referência unificada ou

padronizada de seus produtos. Embora a cadeia de produção não seja extensa, ela

é variada horizontalmente e cada participante define seus próprios códigos de

referência a seus produtos, gerando uma grande dificuldade de caracterizá-los de

modo indiscutível e, também, de identificar as similaridades (CDCON, 2001).

Face a problemática exposta, o projeto CDCON tem como objetivo geral o

desenvolvimento de terminologia e de um sistema de codificação de materiais e

serviços para construção, segmento edificações, para sua caracterização e exata

conceituação.

No projeto CDCON, destaca-se que uma codificação padronizada de materiais

e serviços da construção permitiria, por exemplo, que um mesmo código de barras

fosse interpretado ao longo da fabricação, distribuição, venda, recebimento e

aplicação de um material, de modo integrado aos respectivos sistemas de controle.

Ou que um sistema de planejamento de obras buscasse, através da internet, de

modo automático, as alternativas de preço e qualidade para determinado material.

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147

Na proposta CDCON, acredita-se que seja possível atingir um consenso e

estabelecer uma referência única, uma especificação completa (série de dígitos

predefinidos) que identificaria o gênero do produto ou serviço (a partir de uma

classificação hierárquica ou matricial), indicando uma especificação básica, grupo

inicial de dígitos, levando a uma caracterização de produtos e ou serviços similares

ou compatíveis para a mesma função no processo de referência na classificação,

sem possibilidade de dúvida. A outra parte do código indicaria dígitos descritivos do

fabricante, modelo e versão que seriam compatibilizados em conjunto com a EAN

Brasil (associação responsável pelo sistema de código de barras no Brasil).

O maior problema que se observa é justamente desenvolver a primeira parte

do código, a que leva a uma caracterização de produtos ou serviços similares ou

compatíveis. Já os demais conjuntos apresentam pouca complexidade, como a

questão das embalagens que passam, quase forçosamente, por criação de listas

públicas de referência (CDCON, 2001).

A estrutura de classificação de materiais, produtos e serviços da edificação,

proposta pelo CDCON, articula algumas facetas já contidas na norma ISO TR

14177/94, concentrando-se nas facetas Processo (processos da construção);

Matéria (materiais de construção); Componente (produtos para construção); e

Espaço (espaços da construção). Ela agrupa as facetas voltadas aos objetos

vinculados à produção do ambiente construído, como os produtos, processos,

agentes e documentos, ao lado daquelas que se constituem de informações

complementares aos primeiros, ou seja, atributos destes objetos, conforme se

verifica na Figura 12.

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148

Objetos da produção doambiente construído

Objetos doambiente

construído

Processos

Produtos paraa construção

MatériaForma

Grandezas

UnidadesEntidades

Espaços

Complexos

Desempenho

Atributoscomerciais

Agentes Equipamentos

sistemasinformatizados

Elementos

Processos deconcepção

Processos deexecução

Processosgerenciais

FIGURA 12 - Objetos de produção do ambiente construído. Fonte: Relatório Parcial: CDCON (2003)

Assim, o primeiro nível de classes de facetas reflete a separação indicada na

Figura 12, ou seja, os Produtos da construção, os Processos necessários para obtê-

los, e os Produtos para a Construção, necessários para a produção. Tais facetas

compõem a terminologia específica, em que os conceitos devem ser considerados

dentro do contexto do universo enfocado.

Os seguintes benefícios são esperados em tempo da implantação do projeto

CDCON: aumentar a produtividade; facilitar o comércio eletrônico; equalizar preços

de produtos e serviços; facilitar o comércio de produtos e serviços; garantia da

qualidade; facilitar a especificação de produtos nos projetos arquitetônicos; permitir

interoperabilidade dos sistemas de gestão e comércio; tornar as licitações públicas

mais transparentes; e agilizar os orçamentos de obras e serviços.

Os sistemas de classificação da informação na indústria da construção civil têm

geralmente associados a sua estrutura, além de outras ferramentas, programas com

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149

relação às práticas de especificação, em sua maioria, bases de dados textuais. A

seguir, descreve-se a relação entre sistemas de classificação e as especificações.

5.7 OS SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO E AS ESPECIFICAÇÕES DE PRODUTOS

E SERVIÇOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Na maioria dos países da América do Norte e da Europa, institutos de

especificações são responsáveis pelo desenvolvimento de sistemas únicos de

classificação da informação na indústria da construção. Por ex., na Inglaterra, tem-se

o National Building Specifications Service (NBS) – Londres, que desenvolveu o

sistema Uniclass, nos Estados Unidos da América (E.U.A), o Construction

Specifications Institute (CSI) responsável pelo Masterformat, na Austrália, o Natspec

– Especificações Nacionais, e no Canadá, o Construction Specification

Canada(CSC). Todos os institutos possuem sistemas de classificação e

especificação de produtos e serviços da construção civil, que são amplamente

difundidos no mercado. Os sistemas têm associado a sua estrutura diversas

ferramentas, sendo a mais usada as especificações master, que geralmente são

textos padronizados sobre especificações que auxiliam na execução do manual de

projeto, bem como nos processos de compra de materiais e na contratação de

serviços. Esses sistemas ajudam na organização, armazenamento e recuperação de

uma ampla variedade de informações sobre produtos, especificações, custos,

desenhos, requisitos dos usuários, dentre outros.

O que se descreve a seguir foi baseado no artigo de Stutzman (2001) no qual

salienta-se as especificações como ferramentas de coordenação nos projetos da

construção civil.

Nos Estados Unidos da América, as especificações são usadas como

ferramentas de integração. Os arquivos de especificações são basicamente arquivos

de processadores de textos. O conteúdo do texto é importante, é a experiência

coletiva da firma de projeto. Todas as lições aprendidas durante a fase de execução

são representadas naquele texto. Tipicamente, os arquivos de especificações eram

revisados e copiados para cada projeto usando métodos eletrônicos de cortar e

colar. Especificadores tinham que rever, cuidadosamente, cada documento para

achar o texto que deveria ser modificado, a fim de acomodar requisitos de projeto

específico. As edições dos documentos eram feitas por digitadores com pouco

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150

conhecimento de especificações. A vida era simples, com tempo suficiente, uma

coordenada e compreensiva especificação de projeto poderia ser preparada.

Os computadores e aplicações ficaram mais sofisticados, essas melhorias

proviam novos meios para a produção mais rápida e de melhor qualidade das

especificações. A tecnologia migrava de processadores de textos de mainframe e

máquinas standalone para o desktop de especificadores. O processo de edição das

especificações ficou mais técnico. Especificadores e digitadores de texto precisavam

conhecer as possibilidades da tecnologia que permitia a numeração automática de

parágrafo e os estilos podiam ser usados para controlar cada aspecto da aparência

da especificação final. Especificadores produziam rascunhos e especificações finais

com aparência inteiramente diferente, então não havia erros sobre qual versão

estava sendo usada. Novas ferramentas de processadores de textos incluíam

hyperlinks e macros que minimizam o consumo de tempo para execução de tarefas

repetitivas.

As especificações têm sido coleções de documentos de projetos passados, que

podem ser úteis para trabalhos futuros. As pessoas escrevem o processo, ele é

importante para apresentar o conteúdo em um formato compreensível.

No futuro, nas especificações serão separados o conteúdo da estrutura e serão

usados objetos inteligentes associados a elementos de desenhos. Especificações

correntes são criadas e distribuídas em páginas impressas ou eletrônicas. A

tecnologia atual requer que conteúdo e estrutura estejam entrelaçados. Entretanto, a

estrutura é irrelevante para transportar uma mensagem. A sua função é faze-la

reconhecível e compreensível para o leitor.

Para a integração eficiente entre objetos e elementos de desenhos, as

especificações devem ser desprovidas de dados crus ou conteúdo. A estrutura será

controlada pela linguagem XML, que será compreendida por cada plataforma de

máquina, cada processador de texto e cada ferramenta de publicação na internet. A

indústria da construção civil desenvolverá um padrão de especificação em XML. Um

padrão acordado, assegurando aplicações universais, similares ao que a química, a

matemática, finanças e outras indústrias já começaram.

Por causa da integração de dados com desenhos e objetos inteligentes, será

importante manter uma única fonte de conteúdo específico. A informação será

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151

automaticamente atualizada para especificações e desenhos, contando com uma

fonte de informação básica. Na área da construção civil a International Association

Interoperability (IAI) e o Construction Specification Institute (CSI) estão explorando

tecnologias e modelos para tornar a integração da informação uma realidade.

As especificações terão um papel adicional no processo da construção, elas

não serão um produto acabado. Em vez disso, serão um processo de comunicação

entre a equipe de projeto. Da tabela inicial de conteúdo para registro dos

documentos finais, especificações serão usadas para compartilhar conhecimento

coletivo, explorar soluções alternativas e registrar decisões. As especificações serão

vivas, documentos continuamente ativos, representando o status do projeto corrente.

5.7.1 As especificações de produtos e serviços no Brasil

Atualmente, as especificações de produtos e serviços para a construção civil

brasileira carecem de regras que permitam uma boa acuidade. Ao consultarmos

referências a um mesmo produto em diversos pontos da cadeia de produção da

construção, seja no momento do projeto, na compra, ou no controle, verificamos que

ele pode estar sendo descrito de modos diversos. Esta variabilidade leva a erros e

re-trabalho, bem como perdas em busca e detalhamento da informação. É

necessário compatibilizar esse conjunto de informações de modo a que a leitura por

estes diferentes sistemas seja coerente, algo que ainda não acontece (GETICON,

2002).

Outro ponto importante nesta avaliação é a qualidade do conteúdo, pois a falta

de referências mínimas implica situações nas quais as informações relevantes não

são fornecidas, dificultando a seleção e uma decisão bem embasada. A

responsabilidade sobre o conteúdo também é variada, sendo às vezes o fabricante

que fornece os dados, outras o próprio responsável pelo sistema de comércio ou

divulgação. Não existindo uma referência neutra, cabe ao usuário pautar-se pelo seu

próprio conhecimento ou pela relação de confiança que pode ser gerada com o

fornecedor da informação (GETICON, 2002).

Portanto, o cenário ideal para a especificação de produtos e serviços da

construção civil é aquele em que os códigos e as descrições dos itens são uniformes

internamente na construtora e também perante seus fornecedores e fabricantes,

eliminando erros de compreensão. Além disso, a tipificação exata dos produtos para

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152

a construção oferece condições para que o comprador selecione as melhores

alternativas para cada situação enfrentada por sua empresa, inclusive, empregando

normas técnicas e certificações quando oportuno.

Alguns problemas foram identificados em construtoras brasileiras com relação à

especificação de materiais, conforme relatório final das Oficinas de Compras

apresentado pelo Sindicato da Indústria da Construção (SINDUSCON) do Distrito

Federal, que são:

a) falta de padronização de unidades (metro, kg, un, etc.);

b) especificações técnicas dos fabricantes diferentes para um mesmo produto

(similaridade);

c) especificações técnicas internas à empresa (uso de apelidos);

d) especificações técnicas mal formuladas por parte dos órgãos licitadores;

e) deficiência de dados técnicos nos sites dos fabricantes;

f) ausência de informações em meio eletrônico a fim de localizar dados técnicos

relacionados a produtos e não só de fabricantes;

g) informações técnicas sobre o produto não detalhadas devidamente pelo

solicitante;

h) falta de treinamento técnico padronizado para o Comprador e Solicitante;

i) não observância dos produtos/fabricantes das normas técnicas;

j) falta de conhecimento sobre especificações técnicas por parte do vendedor;

k) orçamentos enviados ao comprador sem especificações completas do

produto (marca, linha, classificação, rendimento);

l) falta de conhecimento sobre especificações e normas técnicas de produtos

por parte dos engenheiros, mestres de obra e demais envolvidos no processo

de compra (obra e escritório);

m) falta de recursos informatizados na comunicação obra – escritório;

n) falta de especificações sobre as condições de entrega e recebimento de

materiais na obra;

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o) falta de treinamento pelos responsáveis pelo manuseio, estocagem e

acondicionamento de materiais;

p) especificação de itens fora de linha.

Em síntese, nesse capítulo foi demonstrado que hoje existe um enquadramento

internacional e nacional que permite a otimização dos recursos empregados na

execução do processo construtivo, por meio de uma linguagem comum a todos os

agentes, criada com base em modelos de representação de todo o processo

construtivo, que possibilite a utilização da tecnologia de informação já disponível, e

que a sua divulgação generalizada é possível através de protocolos de comunicação

abertos e internacionalmente aceitos.

Verificou-se que, nos últimos anos, foram produzidos documentos

fundamentais para o desenvolvimento da referida linguagem comum, que são:

a) Classification of information in the construction industry (ISO TR 14177/94);

b) Organization of information about construction works — Part 2: Framework for

classification of information (ISO CD12006-2/98) ;

c) United Classification for the Construction (UNICLASS,1997) ;

d) European Product Information Co-operation (EPIC,1999)

Para um país como o Brasil, que não tem tradição na utilização de instrumentos

padrão para a troca de informação no processo construtivo, algumas dificuldades

existentes terão que ser enfrentadas para a implementação de um sistema de

classificação único e generalizado para todos os agentes.

Assim, acredita-se que o CDCON deve propor um modelo intermediário, mais

simples, que permita iniciar de forma mais rápida a produção de tabelas nacionais.

Dentre elas, considera-se emergente para o Brasil um sistema de classificação único

de produtos e serviços.

Um sistema de classificação único de produtos proporcionaria, à curto prazo,

uma significativa economia de recursos e a definição de um padrão mínimo de

qualidade para a indústria da construção, pois tornaria possível, entre outras coisas:

associar aos produtos os processos de certificação em vigor; o conhecimento das

propriedades e características dos produtos de forma mais aprofundada, a

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154

harmonização das nomenclaturas usadas e a transferência eletrônica de dados nas

relações comerciais.

Um sistema de classificação único de serviços possibilitaria: a definição de

especificações exigenciais para o conjunto das atividades de construção; a definição

de graus de risco para cada uma das atividades e as conseqüentes medidas de

prevenção; a elaboração de planos de inspeção para cada grupo de atividades; a

definição das regras de medição de cada uma das atividades; a elaboração de

estatísticas de custos; a diminuição de custos e dos prazos na preparação de

orçamentos.

No capítulo 6, de metodologia, empregam-se no assunto cerâmica para

revestimento, os princípios teóricos abordados no capítulo 2, as diretrizes

estabelecidas pela ISO para classificação da informação na indústria da construção

descritas no capítulo 4 e os sistemas de classificação como o Uniclass enfatizado no

capítulo corrente.

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155

6 METODOLOGIA DO SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO FACETADA DE PLACA CERÂMICA PARA REVESTIMENTO

Neste capítulo, descrevem-se as etapas para desenvolvimento do sistema de

classificação facetada de cerâmica para revestimento. Os princípios de divisão são

detalhados a fim de se identificar as facetas e subfacetas de cada categoria de

informação do sistema.

Para a realização do sistema de classificação, utiliza-se o método analítico

sintético, que consiste em identificar, mediante análise de conceitos, os diferentes

aspectos contidos na literatura sobre cerâmica para revestimento. A análise em

facetas é um instrumento que facilita a representação, organização e posterior

recuperação da informação.

6.1 ETAPAS PARA CONSTRUÇÃO DO SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO

FACETADA

Segundo Cann (2002) no âmbito da construção civil, as recomendações

metodológicas feitas pela International Construction Information Society (ICIS) para a

classificação de produtos e serviços da construção civil são principalmente baseadas

na obra de Needham (1971), indicando que a classificação pode realizada usando-

se uma abordagem de baixo para cima (método indutivo) ou de cima para baixo

(método dedutivo).

No método indutivo, numa aproximação do particular para o geral, identificam-

se todos os objetos (coisas ou conceitos) que pertencem a uma classe, agrupando-

os posteriormente por uma característica particular que assumirá o papel de

princípio de divisão.

No método dedutivo, numa aproximação do geral para o particular, identificam-

se primeiro todos os princípios de divisão que são aplicáveis na tabela principal para,

em seguida, serem listados todos os objetos possíveis associados a cada um dos

princípios de divisão, obtendo-se, desta forma, as diversas facetas relacionadas à

tabela principal.

Na tese se adota uma abordagem mista, envolvendo os dois métodos: o

dedutivo e o indutivo. É dedutivo na medida em que se estabelecem, a priori, as

categorias de informação do sistema. Isto quer dizer que a análise do domínio se

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156

deu por divisão lógica, repartindo o universo em subconjuntos específicos, e que

as classes principais, ou primeiras categorias, não surgem por aproximações

específicas do conjunto de conceitos daquele domínio, características da indução,

mas por decisão antecipada tendo em vista a finalidade do sistema. É indutivo na

medida em que, uma vez identificadas as categorias ou classes principais, se

identificam os objetos (conceitos, termos e definições) através da terminologia

referente à cerâmica para revestimento, para, em seguida, ordenar esses termos

formando as diferentes classes no âmbito das categorias já definidas.

Baseando-se em autores consagrados como Needham (1971), Barbosa (1972)

e Piedade (1983) adotada-se na tese as seguintes etapas para realização do

sistema de classificação facetada de cerâmica para revestimento: análise e

delimitação do assunto a classificar; identificação das categorias e seus

desdobramentos; identificação das facetas e sub-facetas – aplicação dos princípios

de divisão e distribuição dos conceitos nas facetas e sub-facetas; ordenação das

categorias, facetas e sub-facetas; ordem de citação ou ordem de combinação das

facetas; ordem de arquivo; notação; índice; instruções de uso e glossário.

A seguir o detalhamento de cada uma das etapas, com seus respectivos

desdobramentos, são descritos na seqüência.

6.1.1 Análise e delimitação do assunto a classificar

Nessa etapa, analisaram-se vários documentos para o levantamento da

terminologia referente às placas cerâmicas para revestimento. Coletaram-se

conceitos analisando-se documentos como normas da Associação Brasileira de

Normas Técnicas (ABNT), Manuais Especializados, Revista Cerâmica, Boletins da

Associação de Fabricantes de Cerâmica (ANFACER), Livros, Teses e Dissertações.

As referências bibliográficas consultadas são apresentadas no item 6.1.10 ao se

descrever sobre o glossário que complementa o sistema de classificação.

Além dos diversos documentos técnicos supracitados, foram objetos de

consulta para o levantamento da terminologia três sistemas específicos sobre

cerâmica para revestimentos:

a) Sistema de Especificação e Codificação no Setor de Revestimentos

Cerâmicos (CODECER), que trata-se de um sistema especialista que indica, por

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157

meio de um código, qual a placa mais adequada para as diversas funções, seja

para piso ou parede, nas diversas condições de uso (ambientes externos e

internos). São considerados como atributos relevantes na seleção da placa os

critérios: Resistência, Durabilidade e Limpeza.

b) Elaboração de um Software para Especificação do Sistema Revestimento

Cerâmico. Pesquisa realizada por Lima (2003), no Programa de Pós-Graduação

Interunidades em Ciência e Engenharia de Materiais, Departamento de

Arquitetura e Urbanismo da Escola de Engenharia de São Carlos - EESC – USP.

c) Guia de la Baldosa Cerámica. 1. edición, Julio de 1998. Serie guias de la

calidad. Generalitat Valenciana – Conselleria de Obres Publiques, Urbanisme,

Transports.

No trabalho, a discussão dos conceitos está restrita ao universo do

conhecimento necessário para a compreensão do objeto a ser classificado, que são

as placas cerâmicas para revestimento e seus locais de aplicação ou uso.

6.1.2 Identificação das categorias e seus desdobramentos

Para identificação das categorias respaldou-se teoricamente tendo em conta as

seguintes abordagens.

6.1.2.1 Representação dos conceitos revestimento cerâmico e placa cerâmica a

partir do seu campo semântico

Campo semântico é definido como um conjunto de classificações correlatas

que associam um grupo de palavras, ou ainda, a possibilidade que as unidades

lexicais de uma língua têm de se reunir em grupos estruturados de tal modo que

cada unidade fica definida pelo lugar que ocupa, respectivamente, em relação às

demais.

Na estruturação da informação de qualquer área do conhecimento, a formação

do campo semântico é um requisito fundamental. Em documentação, a formação do

campo semântico determina a possibilidade de organizar a informação, na medida

em que pode estruturar as categorias, agrupar conceitos e estabelecer relações

lógico-lingüísticas entre eles. O campo semântico se propõe como tradução explícita

do termo definido e, por essa razão, resulta de uma operação de expansão que

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158

explicita a diferença específica do termo em relação a um traço constante (IBICT,

1987).

Revestimento cerâmico é definido como um conjunto formado pelas placas

cerâmicas, pela argamassa de assentamento e pelo rejunte (NBR 13816/97).

Revestimento cerâmico é o nome que se dá ao recobrimento de uma

determinada área, utilizando-se placas cerâmicas com rejunte e argamassa colante

adequadas. Como regra, ele deve ter as seguintes características:

impermeabilidade, incombustibilidade, durabilidade, além de ser antialérgico e de

fácil limpeza (GLOSSÁRIO, 2002).

Os seguintes campos semânticos podem ser observados nas definições do

conceito Revestimentos Cerâmicos: Recobrimento (ATIVIDADE), Determinada área

(ESPAÇO), Placas cerâmicas (PRODUTO), Rejunte e Argamassa colante

(ACESSÓRIOS), Impermeabilidade, incombustibilidade e durabilidade, antialérgico e

de fácil limpeza (PROPRIEDADES).

Placa Cerâmica é definida segundo a norma NBR 13816 (1997) como um material composto de argila e outras matérias primas inorgânicas, geralmente

utilizadas para revestir pisos e paredes, sendo conformadas por extrusão

(representada pela letra A) ou por prensagem (representada pela letra B), podendo

também ser conformada por outros processos (representada pela letra C). As placas

são então secas e queimadas à temperatura de sinterização. Podem ser

esmaltadas, em correspondência aos símbolos GL (esmaltado - glazed) ou UGL

(não-esmaltado - unglazed), conforme a norma ISO 13006. As placas são

incombustíveis e não são afetadas pela luz.

Considerando-se os campos semânticos a partir das definições dos conceitos

Revestimento Cerâmico e Placa Cerâmica, pode-se, identificar, a priori, a rede de

conceitos que esses conceitos abarcam e identificar as categorias de informação

ilustradas no mapa conceitual, de acordo com a Figura 13.

Os mapas conceituais identificam uma ordem crescente e interligada de

conceitos contextualizados dentro de uma área de conhecimento, assunto ou tema.

Para Novak (2001) um mapa conceitual constitui-se em um conjunto de conceitos

inter-relacionados, segundo uma estrutura hierárquica proposicional e permite,

através de recursos gráficos, enfatizar as relações mais importantes entre conceitos.

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159

FIGURA 13 - Mapa conceitual da placa cerâmica para revestimento. Fonte: Tristão (2004).

Percebe-se que, para organizar a informação sobre as placas cerâmicas para

revestimento, as seguintes categorias ou facetas principais devem ser previstas: a)

placa cerâmica e suas tipologias; b) propriedades e atributos qualitativos das placas

cerâmicas; c) elemento ou parte da edificação em que a placa é incorporada; d)

espaços ou ambientes; e e) edificações e seus diversos tipos.

6.1.2.2 Análise do modelo básico de processo da norma ISO TR1417/1994

O modelo básico de processo da ISO TR 14177/94 – Figura 6, apresentado

anteriormente no capítulo 4 da revisão bibliográfica, pode ser aplicado ao processo

da construção como um todo e também a cada uma das atividades do processo.

Neste sentido, a execução do revestimento cerâmico se enquadra como uma

atividade do sub-processo de Revestimentos e Acabamentos do processo de

execução de edifícios. Esta atividade pode ser desmembrada de acordo com este

modelo e representada graficamente em termos de recursos, restrições, atividades e

resultados, como se verifica na Figura 14.

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FIGURA 14 - Representação gráfica da atividade de assentamento de placas cerâmicas. Fonte: Tristão (2004).

Observa-se na Figura 14 a existência de vários elementos básicos, tais como:

produtos, recursos de informação, equipamentos, ferramentas, resultando no

revestimento apto para uso. A princípio, todos eles são objetos de classificação, na

concepção de um sistema de classificação mais detalhado.

Reportando-se aos estudos do Classification Research Group (CRG) no qual

foram identificadas as categorias fundamentais para organização do conhecimento

de qualquer assunto como: (Todo ou produto final, Tipos, Partes, Materiais,

Propriedades, Processos, Operações, Agentes, Espaço, Tempo e Forma) pode-se

aplicar essas categorias no contexto de cerâmica para revestimento da seguinte

forma:

1 Todo: a placa cerâmica.

2 Tipos: os vários tipos de placa cerâmica.

3 Partes: as partes da placa cerâmica.

4 Materiais: materiais e substâncias constituintes da placa cerâmica;.

Restrições como as normas técnicas, controle tecnológico dos materiais e equipamentos.

Revestimentos internos e externos aptos para ocupação.

Assentamento de placas cerâmicas

Após execução da vedação, das instalações prediais e colocação das esquadrias e impermeabilização. O que significa identificar o substrato.

Argamassa revestimento, cerâmica, argamassa de assentamento, rejuntes, juntas flexíveis, elementos de fixação, equipamento para mistura (argamassa de assentamento e revestimento), equipamento projeção (chapisco e argamassa revestimento), bombeamento e armazenamento (silos); Elevadores, gruas e transporte vertical de fachada ( balancim). Recursos de informação: Projeto ( especificação, detalhamento, demarcação juntas); Execução ( assentamento, fixação juntas).

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5 Propriedades: qualidades da placa e de suas partes.

6 Processos: são as ações e reações inerentes as placas cerâmicas.

7 Operações: diferentes maneiras de assentamento das placas cerâmicas.

8) Agentes: inclui o elemento humano como assentador, arquiteto, especificador,

engenheiro e os equipamentos (ex.: guindaste, grua) e as ferramentas (ex.:

desempenadeira).

9 Espaços: correspondem aos lugares físicos nos quais as placas são

assentadas.

10 Tempo: indicando fases cronológicas que coincidem com as fases do

processo da construção, como as fases de especificação, compra, projeto

(detalhamento de juntas) e aplicação das placas cerâmicas.

11 Forma: forma de apresentação dos documentos referentes a placa cerâmica.

Como os objetivos do trabalho são apresentar uma metodologia para

organização da informação em setores específicos da construção civil; demonstrar

sua aplicabilidade no setor de cerâmica para revestimento e dar continuidade aos

trabalhos já desenvolvidos no sistema Codecer (2002), decidiu-se por trabalhar em

algumas categorias de informação consideradas mais prioritárias. Contudo, ressalta-

se a importância de desenvolvimento de um sistema completo que abrangesse as

onze categorias de informação estabelecidas pelo CRG.

Portanto, na tese, as categorias de informação trabalhadas para o

desenvolvimento do sistema de classificação são as seguintes:

a) Placa cerâmica;

b) Elementos

c) Espaços Identificam o local de aplicação ou uso.

d) Edifícios

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A identificação do local de aplicação nas embalagens das placas cerâmicas

não é exigida segundo a norma NBR 13818/97. Contudo, ela é de fundamental

importância na aquisição da placa cerâmica adequada ao uso.

As categorias de informação supracitadas são desdobradas em facetas e sub-

facetas, obtendo as classes e subclasses, cada uma consistindo de conceitos

reunidos em grupos e subgrupos dentro de cada categoria. Este agrupamento é

possível mediante a aplicação de sucessivas características de divisão.

6.1.3 Identificação das facetas e sub-facetas – aplicação dos princípios de divisão e

distribuição dos conceitos nas facetas e sub-facetas

As facetas e sub-facetas são estruturadas a partir de um conceito definido, mas

sempre abrangidas pelo conceito da classe imediatamente superior. A seguir,

detalha-se os princípios de divisão usados na criação das facetas e sub-facetas do

sistema de classificação facetada de cerâmica para revestimento.

a) CATEGORIA DE INFORMAÇÃO: PLACA CERÂMICA

Representa a placa cerâmica e seus tipos. Os princípios de divisão usados

para definirem as facetas e sub-facetas dessa categoria de informação foram

baseados na norma da ABNT NBR 13818/97 que estabelece como as placas

cerâmicas são classificadas. Aos princípios descritos na norma foram acrescidos

outros, a fim de estabelecer as relações entre as placas com suas características

função dos grupos de absorção. Na Figura 15 detalha-se as classes mencionadas

na NBR 13818/97.

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FIGURA 15- Classes e subclasses da categoria Placa Cerâmica. Fonte: da autora

b) ELEMENTOS

São as partes da edificação nas quais a placa é incorporada.

Para a categoria de informação elementos, foram usados os princípios de

divisão de acordo com o sistema europeu de classificação de produtos da

construção civil – EPIC (1999) em sua classe Produtos para revestimentos e

acabamentos. Mostra-se na Figura 16 como são classificados os elementos, em

suas classes e subclasses.

PLACACERÂMICA

Natureza dasuperfície

Grupo de Absorção efunção do método de

fabricaçãoGrupo AI

Esmaltadas

Classe PEI 0

Classes

Abrasãosuperficial

Resistencia aomanchamento

Classe 5

ResistênciaAtaquequímico

GA

Módulode resistência à

flexão

= 23 Mpa

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FIGURA 16 - Classificação dos elementos revestidos com placas cerâmicas: por função. Fonte: Tristão (2004)

Conforme Ferreira (1999), o conceito exposição refere-se ao modo pelo qual

um edifício, aposento, objeto, obra de arte, etc., recebem a luz e, localização se

reporta ao ato ou efeito de localizar. Função, trata-se da função que o produto

desempenha no processo de execução do edifício, segundo EPIC (1999). No caso

da cerâmica para revestimentos, além de outras, sua função principal é revestir

pisos e paredes das edificações.

Definem-se piso como uma superfície construída externa ou interna que

recobre o chão ou elemento estrutural horizontal, e sobre a qual se pisa

(ALBERNAZ, 1998) e parede como elemento de fecho, de vedação ou de seleção

de ambientes, geralmente construído de alvenaria e tijolos (CORONA; LEMOS,

1972).

Os elementos por função se dividem nas classes definidas na sequência.

Pisos e Paredes Internos e Externos: incluem as placas cerâmicas

projetadas para revestimentos internos e externos e usadas para revestir pisos e

paredes.

Pisos e Paredes Internas: incluem as placas cerâmicas projetadas para

revestimentos internos e usadas para revestir pisos e paredes.

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Pisos e Paredes Externas: incluem as placas cerâmicas projetadas para

revestimentos externos e usadas para revestir pisos e paredes.

Pisos Internos e Externos: incluem as placas cerâmicas projetadas para

revestimentos internos e externos e usadas para revestir pisos.

Pisos Internos: incluem as placas cerâmicas projetadas para revestimentos

internos e e usadas para revestir pisos.

Pisos Externos: incluem as placas cerâmicas projetadas para revestimentos

externos e e usadas para revestir pisos.

Paredes Internas e Externas: incluem as placas cerâmicas projetadas para

revestimentos internos e externos e usadas para revestir paredes.

Paredes Internas: incluem as placas cerâmicas projetadas para revestimentos

internos e usadas para revestir paredes.

Paredes Externas: incluem as placas cerâmicas projetadas para revestimentos

externos e e usadas para revestir paredes.

c) ESPAÇOS

Esta categoria de informação constituída pelos conceitos que definem os

ambientes da edificação nos quais as placas cerâmicas são usadas. Os espaços da

edificação são as partes da edificação com uso específico, delimitadas fisicamente

ou por fronteiras abstratas (OCCS NET, 2001).

Para desenvolvimento da categoria de informação ESPAÇOS, valeu-se de dois

documentos: o sistema britânico Uniclass (tabela F); o relatório do Instituto de

Pesquisas Tecnológicas (IPT) (Classe geral A), ambos abordando a classificação

dos Espaços das edificações.

As classes gerais da categoria ESPAÇOS apresentam-se conforme Figura 17.

Essas classes abrangem os Espaços mais freqüentes que representam uma

porcentagem majoritária dos Espaços nos quais as placas cerâmicas para

revestimento são usadas.

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FIGURA 17 - Classes e subclasses da categoria de informação Espaços. Fonte: Uniclass e IPT- Ded/BNH-DEPEA, adaptado pela autora.

Os espaços se subdividem em espaços internos e espaços externos, sendo

definidos, segundo o sistema de classificação norte-americano Overall Construction

Classification System (OCCS NET, 2001), como:

Espaços internos: espaços situados no interior do envelope do edifício.

Espaços externos: espaços conectados ou associados ao edifício, mas

localizados fora do envelope do edifício e que podem ser cobertos e parcialmente

fechados.

Espaços de uso coletivo: espaços simples que desempenham uma atividade

específica associada ao uso coletivo.

Espaços de uso privativo: espaços simples que desempenham uma atividade

específica associada ao uso privativo.

Espaços para serviços: espaços simples que desempenham uma atividade

específica associada a serviços.

ESPAÇO

Espaço deuso

coletivo

Espaço deuso

privativo

Espaçopara

serviços

. Hall de entrada,. portaria,. saguão,

. sala de jantar.

. Quarto,. banheiro,

. toilete,

. closet.

. Adega,. armazem,. despensa,. depósito.

Classes e Subclasses

Espaço deestocagem

Espaço decirculação

. Área de serviço, . cozinha,

. lavanderia,. garagem.

Espaço Interno

* Horizontal: . Corredores,

. galerias, . passagens.

* Vertical: . Elevadores,

. escadas, . rampas.

Espaço Externo . Deck,. play-ground,

. solário,. varanda,. terraço,

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167

Espaço para estocagem: espaços simples que desempenham uma atividade

específica associada à estocagem.

Espaços de circulação: espaços simples que desempenham uma atividade

específica associada à circulação de pessoas, veículos ou bens.

Espaço de circulação horizontal: espaços simples que desempenham uma

atividade específica associada à circulação horizontal de pessoas, veículos ou

bens.

Espaço de circulação vertical: espaços simples que desempenham uma

atividade específica associada à circulação vertical de pessoas, veículos ou bens.

d) EDIFICAÇÕES

Esta categoria é constituída por conceitos que definem os tipos de edificações.

Para o desenvolvimento de suas classes e subclasses baseou-se em dois

documentos: no sistema de Classificação Decimal Universal (CDU), em suas

subdivisões (721-729), nas quais 72 significa arquitetura em geral, 721, projetos de

edifícios, 725, edifícios públicos, 726, arquitetura eclesiástica, 727, edifícios para fins

educacionais, 728, arquitetura de residência; e no relatório do IPT –Ded/BNH-

DEPEA (classe geral A), ambos tratando da classificação dos diversos tipos de

construções e edificações (UDC CONSORTIUM, 1997).

As classes gerais e subclasses da categoria Edificações apresentam-se de

acordo com a Figura 18. As Edificações se subdividem em Edificações para infra-

estrutura, Edificações habitacionais, Edificações comerciais e administrativas,

Edificações para serviços e Edificações industriais. Essas classes abrangem as

edificações mais freqüentes que representam uma porcentagem majoritária das

edificações que usam a cerâmica para revestimento em seus pisos e paredes.

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FIGURA 18 - Classes gerais da categoria de informação Edificações19.

Fonte: Tristão (2004).

Para Ferreira (1999), o conceito Função se refere à utilidade, ao uso, ou a

serventia, e finalidade se refere ao fim a que se destina uma coisa, objetivo, alvo,

destinação.

6.1.4 Ordenação das categorias, facetas e sub-facetas

A ordem é usada para se obter uma organização interna e gradativa dos

grupos, conforme se apresenta na Figura 19.

19 No Brasil, as delegacias e penitênciárias são geralmente subordinadas a orgãos institucionais ou do estado.

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169

FOCOS: banheiro sanitário toilete (divisão da sub-faceta)

FIGURA 19 - Organização interna da categoria Espaços. Fonte: da autora

6.1.5 Ordem de citação ou ordem de combinação das facetas

Observando a ordem das categorias estabelecidas pelo grupo CRG, as

diretrizes apontadas pelas normas ISO TR 14177/1994 e ISO DIS 12006-2/1998,

bem como a ordem estabelecida no sistema de classificação Uniclass, definiu-se a

seguinte a ordem para as categorias do sistema de classificação sobre cerâmica

para revestimento:

1. Todo e Tipo: a placa cerâmica e suas tipologias;

2. Propriedades e características das placas cerâmicas;

3. Elemento ou parte da edificação em que a placa é incorporada;

4. Espaços ou ambientes;

5. Edificações e seus diversos tipos.

CATEGORIA ESPAÇOS

FACETA: Espaços internos(divisão da categoria)

FACETA: Espaços externos (divisão da categoria)

SUBFACETA: Espaços internos de higiene ( divisão da faceta)

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170

6.1.6 Ordem de arquivo

Ordenam-se os elementos do sistema de classificação com suas respectivas

notações, tratando de conseguir uma seqüência vertical do geral para o particular. A

organização dentro das categorias, ou seja, nas facetas, subfacetas e focos, se dá

de acordo com os princípios de divisão aplicados. A ordem de arquivo dentro da

notação deve ter uma organização seqüencial vertical. Ex.: Características e

Propriedades.

Características Físicas

Características Físicas de Uso geral

Absorção.

Na ordem de arquivo, a regra é que o geral vem sempre antes do específico.

6.1.7 Notação

As categorias, facetas, subfacetas e focos representam a estrutura interna do

sistema de classificação das placas cerâmicas para revestimento. Esses elementos

são distinguidas pelas suas notações.

Na tese utiliza-se uma notação mista de letras e números inteiros e decimais.

As letras são usadas para representar as categorias. Para a codificação da categoria

Uso e das suas facetas: Elemento, Espaço e Edificação usam-se as letras U, U1, U2

e U3 respectivamente. Portanto, as categorias de informação do sistema são

representadas por letras e distinguem-se pelas seguintes notações:

P Placas cerâmicas

U Uso representado pelas facetas:

U1 Elementos;

U2 Espaços;

U3 Edificações.

As facetas, sub-facetas e focos são representados pelas letras de suas

respectivas categorias acrescidas de números inteiros e decimais. A notação é

hierárquica; por exemplo: P41, P42, P43, etc. são sempre subclasses de P4. Se

para algum propósito não precisa-se de detalhes completos conforme as tabelas do

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171

sistema pode-se omitir dígitos e classificar num nível mais alto da hierarquia. Isto

permite usar o sistema com diferentes graus de detalhamento.

A notação pode ser ampliada como nas frações decimais e o seu tamanho

geralmente reflete o nível hierárquico. Conceitos de níveis equivalentes dentro de

uma determinada classe têm números do mesmo tamanho.

Para melhor implementação do sistema classificação facetada adota-se o uso

dos seguintes sinais, baseado em estudos e usos dos sistemas UNICLASS, EPIC e

CDU, que são:

( : ) sinal de dois pontos, que permite a combinação entre facetas da mesma

tabela ou de tabelas diferentes. Apresenta um modo simples de combinar classes,

sendo também compatível com os sistemas de recuperação computadorizados.

Exemplo: P012: U11212 significa placa não esmaltada para piso interno.

( > ) e ( < ) sinais de maior que e menor que, são usados para indicar que um

objeto faz parte do outro.

(+) O sinal de adição é usado para indicar um assunto mais amplo de classes não

consecutivas20. Ex.: P11+P0311 significa placa cerâmica esmaltada do grupo de

absorção AI.

(/) sinal de barra oblíqua liga o primeiro e o último número de uma série de números

consecutivos para formar um conceito mais abrangente, ou uma série de conceitos.

Ex.: P031/P035= P031+P032+P033+P034+P035 e significa placas cerâmicas

abrangendo todos os grupos de absorção.

( ‘ ) O sinal de apóstrofo é usado como um processo de síntese de duas ou mais

subdivisões diretas de uma classe, geralmente com função de síntese ou integração,

designando assuntos compostos mediante notação composta. As vezes são

apresentados na íntegra, mas muitas vezes são derivados dos números principais

mediante divisão paralela. Exemplo: P21101’ 021’05 este código significa de acordo

com a tabela P: Placas cerâmicas do grupo de absorção AI, espessura ≥ 7,5 mm,

com módulo de resistência ≥ 23, carga de ruptura=1100 N, classe GB. Este código

20 Classes não consecutivas são classes não subordinadas hierarquicamente, indicam coordenação e são mutuamente exclusivas. Classes consecutivas são classes dependentes e subordinadas hierarquicamente dígito por dígito.

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172

foi formado a partir de P211, P21101, P211021 e P21105. Conforme observa-se o

apóstrofo permite a fusão das informações em único código.

Na Figura 20 a seguir apresenta-se um exemplo do layout típico dos códigos

nas tabelas do sistema de classificação facetada para cerâmica de revestimento. A

cada subdivisão é acrescentado um ponto decimal imaginário em uma ordem

numérica ascendente. Ex.: P41 vem antes de P411.

Inclui os vários tipos de placas cerâmicas

Classifica as placas quanto ao grupo de absorção e método de fabricação.

Classifica as placas cujo grupo de absorção varia entre 0 < Abs. < 0,5

Classifica as placas cujo grupo de absorção varia entre 0< Abs. < 0,5 e cujo método de fabricação seja extrudado. Grupo de placas classificadas como AI e cujo módulo de resistência à flexão é ≥ 23 Mpa.

FIGURA 20: Layout dos códigos na tabela de classificação Placa cerâmica. Fonte: da autora.

P PLACA CERÂMICA

Notas em itálico

Nível mais alto

Nível 1 P2

Grupo de absorção e função do método de fabricação

P21 0 < Absorção < 0,5

Grupo Ia

P211 Método extrudado Grupo AI

Nível 2

Nível 3

Nível 4 P21101 ≥ 23

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173

6.1.8 Índice

Emprega-se na tese o tipo de organização alfabética (índice alfabético) palavra

por palavra com seus símbolos notacionais referentes às tabelas do sistema de

classificação.

6.1.9 Instruções de uso

Para facilitar a compreensão e utilização do sistema de classificação,

destacam-se no capítulo 7 Análise e Discussão dos Resultados, dois exemplos

específicos de aplicabilidade do sistema ao se descrever como proceder na

codificação das placas cerâmicas com relação aos seus usos.

6.1.10 Glossário

O glossário complementa o sistema de classificação, sendo apresentado no

Apêndice B da tese. Os termos que aparecem no glossário foram definidos com

base nas seguintes fontes bibliográficas:

Albernaz (1998); Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) - NBR 13753

(1997); Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) - NBR 13754 (1997);

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) - NBR 13755 (1997); Associação

Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) - NBR 13.816 (1997); Associação Brasileira

de Normas Técnicas (ABNT) - NBR 13.817 (1997); Associação Brasileira de Normas

Técnicas (ABNT) - NBR 13.818 (1997); CDCON (2002); Codecer (2002); Corona e

Lemos (1972); Costa (1982); EPIC (1999); Ferreira (1999); Glossário de Arquitetura

e Construção (2002); International Standards Organization - ISO TR 14177(1994);

OCCS NET (2000); Schmidt (2000); Tristão (2004) e Yazigi (1999).

6.1.11 Aplicação em sistemas de recuperação on-line ou locais (aplicações futuras)

Os números ou códigos que representam as placas adequadas aos diversos

ambientes podem ser usados em buscas em sistemas de recuperação. O número ou

código funciona como um mecanismo de localização, desde que o sistema possa

entender toda a pontuação na entrada e na saída de dados.

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174

Esses mesmos números ou códigos representando as informações podem ser

impressos no formato de código de barras nas embalagens das placas cerâmicas e

serem capturados por leitora ótica.

A estrutura do sistema de classificação com suas categorias, facetas, sub-

facetas e focos é apresentada no capítulo 7 de Análise e Discussão dos Resultados.

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175

7 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Os resultados da pesquisa constituem-se no sistema de classificação facetada

para placa cerâmica de revestimento, complementado com um índice alfabético e

um glossário. O índice contendo os termos do sistema é organizado alfabeticamente

com suas notações e o glossário contendo os termos com suas definições, ambos

são apresentado respectivamente nos apêndices A e B. A estrutura do sistema de

classificação é mostrada nas tabelas 1 e 2 detalhadas a seguir.

A aplicabilidade do sistema de classificação é demonstrada por meio da

codificação de placas cerâmicas para um determinado uso. Os conceitos resultantes

da análise das placas e seus usos são relacionados com suas sub-facetas, facetas e

categorias correspondentes.

7.1 OS PRINCIPAIS ASPECTOS COBERTOS NO SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO

Os aspectos cobertos no sistema de classificação podem ser observados na

Figura 21, na qual têm-se representados o assunto núcleo a placa cerâmica e as

suas características e seus locais de aplicação ou uso identificado pelas facetas

Elementos, Espaços e Edificações.

FIGURA 21 - Aspectos cobertos no sistema de classificação. Fonte: da autora

Placa cerâmica Uso

Elemento Espaço Edificação

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176

7.2 ESTRUTURA DO SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO FACETADA PARA

CERÂMICA DE REVESTIMENTO

Na seqüência apresentam-se as tabelas de classificação desenvolvidas no

trabalho que são: Tabela 1 - Classificação das placas cerâmicas e Tabela 2 -

Classificação do uso ou local de aplicação das placas cerâmicas.

Tabela 1 - Classificação das placas cerâmicas – Código P

P – PLACA CERÂMICA NOTAÇÃO FACETA SUBFACETA OU

FACETA FOCO OU SUBFACETA

FOCO

FOCO

P1

P11

1 Esmaltada

P12

1 Natureza da superfície

2 Não esmaltada (corpo único)

P2 2 Grupo de absorção(%) de água em função do método de fabricação

P21

1 0<Absorção <0,5 Grupo Ia

P211 1 Extrudado Grupo AI

P21101

01 Módulo Resistência à flexão (Mpa) ≥ 23

P21102 02 Carga de ruptura (N)

P211021

1 Espessura ≥ 7,5 mm ≥ 1100

P211022

2 Espessura < 7,5 mm ≥ 600

P21103

03 Resistência à abrasão profunda (mm3) (não esmaltados) ≤ 275

P21104

04 Resistência ao manchamento

P211041 1 Placas esmaltadas

P2110411 1 Classe 3

P2110412 2 Classe 4

P2110413 3 Classe 5

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177

NOTAÇÃO FACETA SUBFACETA

OU FACETA FOCO OU SUBFACETA

FOCO

FOCO

P211042

2 Placas não esmaltadas A declarar

P21105

05 Resistência aos agentes químicos de uso domésticos e para tratamento em piscinas

P211051 1 Placas esmaltadas

P2110511 1 Classe GA

P2110512 2 Classe GB

P211052 2 Placas não esmaltadas

P2110521 1 Classe UA

P2110522 2 Classe UB

P21106

0621

Expansão por umidade (mm/m) A declarar

P21107

07

Dilatação térmica linear Por acordo

P21108

08

Resistência ao choque térmico Por acordo

P21109

09

Resistência ao gretamento Não gretar

P21110 10 Coeficiente de atrito

P211101

1 < 0,4 A declarar (satisfatório para instalações normais)

P211102

2 ≥ 0,4 A declarar (recomendado para uso onde se requer resistência ao escorregamento)

P21111

11 Resistência a abrasão superficial A declarar (para pisos esmaltados)

21 Da classe 06 até a classe 17 todas as características da placa cerâmica tem como valor “A declarar” ou “Por acordo”, Menciona-se este fato apenas nesse grupo de absorção, apesar de que ocorre o mesmo nos demais grupos de absorção.

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NOTAÇÃO FACETA SUBFACETA

OU FACETA FOCO OU SUBFACETA

FOCO

FOCO

P21112

12 Dureza Mohs Por acordo

P21113

13

Resistência ao congelamento Por acordo

P21114

14

Resistência ao impacto Por acordo

P21115

15

Cádmio e chumbo solúveis Por acordo

P21116

16 Resistência aos ácidos e álcalis de alta concentração A declarar

P21117

17 Resistência aos ácidos e álcalis de baixa concentração A declarar

P212

2 Prensado Grupo BIa

P21201

01 Módulo Resistência a flexão ≥ 35

P21202

02 Carga de ruptura

P212021

1 Espessura ≥ 7,5 mm ≥ 1300

P212022

2 Espessura < 7,5 mm ≥ 700

P21203

03 Resistência à abrasão profunda (mm3) (não esmaltados) ≤ 175

P21204

4 Resistência ao manchamento

P212041

1 Placas esmaltadas ≥ Classe 3

P212042

2 Placas não esmaltadas A declarar

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179

NOTAÇÃO FACETA SUBFACETA OU

FACETA FOCO OU SUBFACETA

FOCO

FOCO

P21205

5 Resistência aos agentes químicos de uso domésticos e para tratamento em piscinas

P212051

1 Placas esmaltadas ≥ Classe GB

P212052

2 Placas não esmaltadas ≥ Classe UB

P22

2 0,5<Absorção<3,0 Grupo Ib

P221

1 Prensado Grupo BIb

P22101

01 Módulo Resistência a flexão ≥ 30

P22102 02 Carga de ruptura

P221021

1 Espessura ≥ 7,5 mm ≥ 1100

P221022

2 Espessura < 7,5 mm ≥ 700

P22103

03 Resistência à abrasão profunda (mm3) (não esmaltados) ≤ 175

P22104 04 Resistência ao manchamento

P221041 1 Placas esmaltadas ≥ Classe 3

P221042 2 Placas não esmaltadas A declarar

P22105

05 Resistência aos agentes químicos de uso domésticos e para tratamento em piscinas

P221051

1 Placas esmaltadas ≥ Classe GB

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180

NOTAÇÃO FACETA SUBFACETA OU

FACETA FOCO OU SUBFACETA

FOCO

FOCO

P221052

2 Placas não esmaltadas ≥ Classe UB

P23 3 3 <Absorção< 6 Grupo IIa

P231 1 Extrudado Grupo AIIa

P23101

01 Módulo Resistência a flexão ≥ 20

P23102 02 Carga de ruptura

P231021 1 Espessura ≥ 7,5 mm ≥ 950

P231022 2 Espessura < 7,5 mm ≥ 600

P23103

03 Resistência à abrasão profunda (mm3) (não esmaltados) ≤ 393

P23104 04 Resistência ao manchamento

P231041 1 Placas esmaltadas ≥ Classe 3

P231042 2 Placas não esmaltadas A declarar

P23105

05 Resistência aos agentes químicos de uso domésticos e para tratamento em piscinas

P231051

1 Placas esmaltadas ≥ Classe GB

P231052

2 Placas não esmaltadas ≥ Classe UB

P232 2 Prensado Grupo BIIa

P23201

01 Módulo Resistência a flexão ≥ 22

P23202 02 Carga de ruptura

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181

NOTAÇÃO FACETA SUBFACETA OU FACETA

FOCO OU SUBFACETA

FOCO

FOCO

P232021 1 Espessura ≥ 7,5 mm ≥ 1000

P232022 2 Espessura < 7,5 mm ≥ 600

P23203

03 Resistência à abrasão profunda (mm3) (não esmaltados) ≤ 345

P23204 04 Resistência ao manchamento

P232041 1 Placas esmaltadas ≥ Classe 3

P232042 2 Placas não esmaltadas A declarar

P23205

05 Resistência aos agentes químicos de uso domésticos e para tratamento em piscinas

P232051

1 Placas esmaltadas ≥ Classe GB

P232052

2 Placas não esmaltadas ≥ Classe UB

P24

4 6 <Absorção< 10 Grupo IIb

P241

1 Extrudado Grupo AIIb

P24101

01 Módulo Resistência a flexão ≥ 17,5

P24102

02 Carga de ruptura ≥ 900

P24103

03 Resistência à abrasão profunda (mm3) (não esmaltados) ≤ 649

P24104 04 Resistência ao manchamento

P241041 1 Placas esmaltadas ≥ Classe 3

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182

NOTAÇÃO FACETA SUBFACETA OU

FACETA FOCO OU SUBFACETA

FOCO

FOCO

P241042 2 Placas não esmaltadas A declarar

P24105

05 Resistência aos agentes químicos de uso domésticos e para tratamento em piscinas

P241051

1 Placas esmaltadas ≥ Classe GB

P241052

2 Placas não esmaltadas ≥ Classe UB

P242

2 Prensado Grupo BII b

P24201

01 Módulo Resistência a flexão ≥ 18

P24202 02 Carga de ruptura

P242021 1 Espessura ≥ 7,5 mm ≥ 800

P242022 2 Espessura < 7,5 mm ≥ 500

P24203

03 Resistência à abrasão profunda (mm3) (não esmaltados) ≤ 540

P24204 04 Resistência ao manchamento

P242041 1 Placas esmaltadas ≥ Classe 3

P242042 2 Placas não esmaltadas A declarar

P24205

05 Resistência aos agentes químicos de uso domésticos e para tratamento em piscinas

P242051

1 Placas esmaltadas ≥ Classe GB

P24205

2 Placas não esmaltadas ≥ Classe UB

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183

NOTAÇÃO FACETA SUBFACETA OU

FACETA FOCO OU SUBFACETA

FOCO

FOCO

P25

5 Absorção > 10 Grupo III

P251

1 Extrudado Grupo AIII

P25101

01 Módulo Resistência a flexão ≥ 8

P25102

02 Carga de ruptura ≥ 600

P25103

03 Resistência à abrasão profunda (mm3) (não esmaltados) ≤ 2365

P25104 04 Resistência ao manchamento

P251041 1 Placas esmaltadas ≥ Classe 3

P251042 2 Placas não esmaltadas A declarar

P25105

05 Resistência aos agentes químicos de uso domésticos e para tratamento em piscinas

P251051

1 Placas esmaltadas ≥ Classe GB

P251052

2 Placas não esmaltadas ≥ Classe UB

P252

2 Prensado Grupo BIII

P25201

01 Módulo Resistência a flexão

P252011

1 Espessura ≥ 7,5 mm ≥ 15

P252012

2 Espessura < 7,5 mm < 12

P25202 02 Carga de ruptura

P252021 1 Espessura ≥ 7,5 mm ≥ 600

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184

NOTAÇÃO FACETA SUBFACETA OU

FACETA FOCO OU SUBFACETA

FOCO

FOCO

P252022 2 Espessura < 7,5 mm ≥ 200

P25203

03 Resistência à abrasão profunda (mm3) (não esmaltados) ≤ 540

P25204 04 Resistência ao manchamento

P252031 1 Placas esmaltadas ≥ Classe 3

P252032 2 Placas não esmaltadas A declarar

P25205

05 Resistência aos agentes químicos de uso domésticos e para tratamento em piscinas

P252051

1 Placas esmaltadas ≥ Classe GB

P252052

2 Placas não esmaltadas ≥ Classe UB

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185

Tabela 2 - Classificação do uso ou local de aplicação das placas cerâmicas na construção civil, identificado pelas facetas Elementos, Espaços e Edificações – Código U. U USO OU LOCAL DE APLICAÇÃO

U1 ELEMENTOS

U2 ESPAÇOS

U3 EDIFICAÇÕES

Tabela U1 – ELEMENTOS

NOTAÇÃO FACETA SUB-FACETA OU FACETA

FOCO OU SUB-FACETA

FOCO

U11

U111

1 Função

1 Piso e Parede

U11111 1 Exposição

U111111 1 Interno e externo

U111112 2 Interno

U111113 3 Externo

U112 2 Piso

U1121 1 Exposição

U11211 1 Interno e externo

U11212 2 Interno

U11213 3 Externo

U113 3 Parede

U1131 1 Exposição

U11311 1 Interno e externo

U11312 2 Interno

U11313 3 Externo

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186

Tabela U2 – ESPAÇOS

NOTAÇÃO FACETA SUB-FACETA OU FACETA

FOCO OU SUB-FACETA

FOCO

U201 U2011 U20111

U2011101 01 Ático

U2011102 02 Átrio

U2011103 03 Casa de máquina

U2011104 04 Desvão

U2011105 05 Jirau

U2011106 06 Mezanino

U2011107 07 Pavimento

U2011108 08 Porão

U2011111 11 Piso Térreo

U2011112 12 Sobreloja

U2011113 13 Sótão

U2011114

01 Espaços habitacionais quanto à localização

1 Espaços internos

1 Espaços internos por tipologia

14 Subsolo

U20112

U2011201

01 Atelier

U2011202 02 Gabinete

U2011203 03 Hall de entrada

U2011204 04 Jardim de inverno

U2011205 05 Lavabo

U2011206 06 Portaria

U2011207 07 Refeitório

U2011208

2 Espaços internos de uso coletivo

08 Saguão

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187

Tabela U2 – ESPAÇOS

NOTAÇÃO FACETA SUB-FACETA OU FACETA

FOCO OU SUB-FACETA

FOCO

U2011210

10 Sala por função

U20112101 1 Sala de espera

U20112102 2 Sala de estar

U20112103 3 Sala de jogos

U20112104 4 Sala de leitura

U20112105 5 Sala de som

U20112106 6 Sala de TV

U20112107 7 Sala de visita

U2011211

11 Salão de festa

U20113

U2011301 01 Aposento

U2011302 02 Banheiro

U2011303 03 Closet

U2011304 04 Dormitório

U2011305 05 Quarto

U2011306 06 Suíte

U2011307 07 Toilete

U2011308

3 Espaços internos de uso privativo

08 Vestiário

U20114

U2011401 01 Abrigo p/ veículos

U2011402 02 Adega

U2011403 03 Área de Serviço

U2011404 04 Bar

U2011405 05 Copa

U2011406 06 Cozinha

U2011407

4 Espaços internos para serviços

07 Despensa

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188

Tabela U2 – ESPAÇOS

NOTAÇÃO FACETA SUB-FACETA OU FACETA

FOCO OU SUB-FACETA

FOCO

U2011410 10 Garagem

U2011411 11 Lavanderia

U2011412 12 Quarto de costura

U2011413 13 Quarto de despejo

U2011414

14 Rouparia

U20115

U201151 1 Horizontal

U20115101 01 Corredor

U20115102 02 Galeria

U20115103 03 Hall de distribuição

U20115104 04 Hall de entrada

U20115105 05 Passadiço

U20115106 06 Passagem

U20115107

5 Espaços internos de circulação

07 Saguão

U20115108 08 Vestíbulo

U201152 2 Vertical

U20115201 01 Elevador

U20115202 02 Escada

U20115203 03 Rampa interna

U20115204

04 Torre de circulação vertical

U2012

U20121

U2012101

2 Espaços externos

1 Espaços externos por tipologia

01 Balcão

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Tabela U2 – ESPAÇOS

NOTAÇÃO FACETA SUB-FACETA OU FACETA

FOCO OU SUB-FACETA

FOCO

U2012102 02 Calçada

U2012103 03 Churrasqueira

U2012104 04 Deck

U2012105 05 Guarita

U2012106 06 Jardim

U2012107 07 Muro

U2012108 08 Pátio

U2012110 10 Play-ground

U2012111 11 Piscina

U2012112 12 Portaria

U2012113 13 Saliência

U2012114 14 Solário

U2012115 15 Terraço

U2012116

16 Varanda

U20122

U2012201 01 Corredor coberto

U2012202

2 Espaços externos de circulação

02 Claustro

U2012203 03 Estacionamento coberto

U2012204 04 Passadiço elevado

U2012205 05 Passeio

U2012206 06 Rampa externa

U202 02 Espaços para atividades administrativas

U20201

01 Escritório

U20202 02 Sala de recepção

U20203 03 Sala de reunião

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U2 - ESPAÇOS

NOTAÇÃO FACETA SUBFACETA OU FACETA

FOCO OU SUBFACETA

FOCO

U20204 04 Sala de trabalho

U20205 05 Sala VIP

U20206 06 Sanitário público

U203

U20301 01 Administração

U20302 02 Alimentação

U20303 03 Área de manipulação de alimento

U20304 04 Área c/ tráfego rodado

U20305 05 Atendimento ao público

U20306 06 Bar

U20307 07 Câmara frigorífica

U20308 08 Cantina

U20310

03 Espaços para atividades comerciais

10 Estacionamento coberto

U20311 11 Galeria Comercial

U20312 12 Lanchonete

U20313 13 Lavabo p/ funcionário

U20314 14 Loja

U20315 15 Refeitório

U20316 16 Restaurante

U20317 17 Sanitário

U20318

18 Vestiário

U204

U20401 01 Chão de fábrica com equipamento leve

U20402

04 Espaços para atividades Industriais

02 Chão de fábrica com equipamento pesado

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191

U2 - ESPAÇOS

NOTAÇÃO FACETA SUBFACETA OU FACETA

FOCO OU SUBFACETA

FOCO

U2403 03 Rampa molhada c/ graxa ou gordura

U2404

04 Show-room

U205

U20501

01 Anfiteatro

U20502

05 Espaços para atividades culturais

02 Palco

U20503 03 Palco italiano

U20504 04 Platéia

U20505 05 Sala de cinema

U20506 06 Sala de concerto

U20507

07 Teatro

U206

U20601

01 Jardim

U20602 02 Jardim de inverno

U20603 03 Quadra

U20604 04 Sala de dança

U20605 05 Sala de ginástica

U20606 06 Salão de jogos

U20607 07 Salão de festa

U20608

06 Espaços para recreação, lazer e prática de esportes

08 Sauna

U207

U2701 01 Auditório

U2702 02 Biblioteca

U2703 03 Ginásio

U2704

07 Espaços para fins educacionais e científicos

04 Laboratório

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192

U2 – ESPAÇOS

NOTAÇÃO FACETA SUBFACETA OU FACETA

FOCO OU SUBFACETA

FOCO

U2705 05 Oficina de trabalho

U2706 06 Pátio coberto

U2707 07 Pátio descoberto

U2708 08 Quadra esportiva

U2710 10 Sala de aula

U2711

11 Secretaria

U208

U20801 01 Adro

U20802 02 Batistério

U20803 03 Campanário

U20804 04 Coro

U20805

08 Espaços para atividades religiosas

05 Sacristia

U209 09 Outros espaços

U210

U21001 01 Paiol de munição

U21002

10 Espaços para atividades militares

02 Praça de armas

U211

U21101 01 Consultório

U21102 02 Dispensário

U21103

11 Espaços para atividades de saúde

03 Enfermaria

U21105 05 Sala de consulta

U21106 06 Sala de exame

U21107

07 Sala de fisioterapia

U212

U21201 01 Cela

U21202

12 Espaços para segurança

02 Guarita

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193

U2 – ESPAÇOS

NOTAÇÃO FACETA SUBFACETA OU FACETA

FOCO OU SUBFACETA

FOCO

U213

U21301 01 Área de embarque

U21302 02 Área de desembarque

U21303 03 Estacionamento

U21304

13 Espaços para atividades relacionadas a infraestrutura

04 Plataforma de carregamento

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194

Tabela U3 - EDIFICAÇÕES

NOTAÇÃO FACETA SUB-FACETA OU FACETA

FOCO OU SUB-FACETA

FOCO

U31 U311

1

Edificações para comunicação

U31101 01 Central de correios e telégrafos

U31102 02 Central de rastreamento

U31103 03 Central telefônica

U31104 04 Estação emissora de rádio

U31105 05 Estação emissora de TV

U31106 06 Farol

U31107 07 Posto telefônico

U31108 08 Torre de telecomunicação

09 Outras edificações para comunicação

U312

U31201

01 Depósito de gas

U31202 02 Depósito de petróleo

U31203 03 Estação transformadora

U31204 04 Refinaria de petróleo

U31205 U312051

05 Usina hidroelétrica

1 Barragem

U312052 2 Represa

U31206 06 Usina nuclear

U31207 07 Usina termo-elétrica

U31299

2 Edificações para produção de energia

99 Outras edificações

U313

1 Edificações para infra-estrutura quanto à finalidade

3 Edificações para transportes

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195

NOTAÇÃO FACETA SUB-FACETA OU FACETA

FOCO OU SUB-FACETA

FOCO

U3131

U313101 01 Estação ferroviária

U313102

1 Edificações ferroviárias

02 Gare

U3132

U313201 01 Abrigo p/ pedestre

U313202 02 Edifício garagem

U313203 03 Estação rodoviária

U313204 04 Estacionamento

U313205 05 Pedágio

U313206 06 Posto de gasolina

U313207

2 Edificações rodoviárias

07 Terminal rodoviário

U3133

U313301 01 Terminal de carga

U313302 02 Terminal de containers

U313303 03 Terminal de ferry-boat

U313304 04 Terminal de passageiros

U313309

3 Edificações Portuárias

09 Outras edificações portuárias

U3134

U313401

4 Edificações Aeroviárias

01 Aeroporto

U3135

U313501

01 Hangar

U313502 02 Torre de controle

U313503 03 Terminal de carga

U313504

1 Edificações para infra-estrutura quanto à finalidade

3

Edificações para transportes

5 Edificações Aeroportuárias

04 Terminal de passageiro

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196

NOTAÇÃO FACETA SUB-FACETA

OU FACETA FOCO OU SUB-FACETA

FOCO

U32 U321 U3211

U321101 01 Bloco de apartamento

U321102 02 Apart-hotel

U321103

1 Habitações multi-familiares por tipologia

03 Sobrado

U3212

U321201 01 Albergue

U3210202 02 Casa de estudante

U321203 03 Centro de triagem

U321204 04 Hospedaria

U321205

1 Habitações multi-familiares

2 Habitações multi-familiares temporárias por função e por período de permanência

05 Motel e Pensão

U322 U3221

U322101 01 Casa de campo

U322102 02 Casa de praia

U322103

2 Edificações habitacionais quanto ao número de famílias residentes

2 Habitações unifamiliares

1 Habitações unifamiliares temporárias

03 Casa de montanha

U3222

U322201 01 Casa urbana

U322202

2 Habitações unifamiliares por localização

02 Casa de vila

U3223

U322301 01 Casarão

U322302 02 Castelo

U322303 03 Mansão

U322304

2 Edificações habitacionais quanto ao número de famílias residentes

2 Habitações unifamiliares

3 Habitações unifamiliares por padrão de qualidade

04 Palacete

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197

NOTAÇAO FACETA SUB-FACETA

OU FACETA FOCO OU SUB-FACETA

FOCO

U33

U331

U3311

U331101 01 Açougue

U331102 02 Antiquário

U331103 03 Armarinho

U331104 04 Avícola

U331105 05 Bar

U331106 06 Boutique

U331107 07 Café

U331108 08 Camisaria

U331110 10 Cantina

U331111 11 Casas de chá

U331112 12 Churrascaria

U331113 13 Confeitaria

U331114 14 Cooperativa

U331115 15 Distribuidora

U331116 16 Floricultura

U331117 17 Joalheria

U331118 18 Cooperativa

U331120 20 Joalheria

U331121 21 Lanchonete

U331122 22 Laticínio

U331123

3 Edificações Comerciais e Administrativas 1

Edificações para fins comerciais e financeiros

1 Edificações para comércio varejista por produto comercializado

23 Leloeiro

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198

NOTAÇÃO FACETA SUB-FACETA

OU FACETA FOCO OU SUB-FACETA

FOCO

U331124 24 Livraria

U331125 25 Mercearia

U331126 26 Padaria

U331127 27 Papelaria

U331128 28 Pastelaria

U331130 30 Peixaria

U331131 31 Pizzaria

U331132 32 Quitanda

U331133 33 Relojoaria

U331134 34 Sapataria

U331135 35 Sorveteria

U331138 38 Tabacaria

U331140

40 Ótica

U3312 2 Edificações para comércio varejista por arranjo físico

U331201 01 Centro Comercial

U331202 02 Lojas

U331203 03 Loja de departamentos

U331204 04 Loja para vendas por atacado

U331205 05 Magazine

U331206 06 Mercado

U331207 07 Showroom

U331208

08 Supermercado

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199

NOTAÇÃO FACETA SUB-FACETA

OU FACETA FOCO OU SUB-FACETA

FOCO

U3313

U331301

01 Auto-elétrica

U331302 02 Barbearia

U331303 03 Bazar

U331304 04 Borracharia

U331305 05 Câmara de comércio

U331306 06 Carpintaria

U331307 07 Casa de câmbio

U331308 08 Chaveiro

U331310 10 Copiadora

U331311 11 Funilaria

U331312 12 Galeria de lojas

U331313 13 Lavandaria

U331314 14 Marcenaria

U331315 15 Mercado aberto

U331316 16 Mercado coberto

U331317 17 Oficina de sapateiro

U331318 18 Oficina mecânica

U331321 21 Posto de gasolina

U331322 22 Retifica

U331323 23 Salão de beleza

U331324 24 Salão de cabeleireiro

U331325

3 Edificações Comerciais e Administra-tivas

1 Edificações para fins comerciais e financeiros

3 Edificações para serviços de pequeno porte por atividade

25 Tinturaria

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200

NOTAÇÃO FACETA SUB-FACETA

OU FACETA FOCO OU SUB-FACETA

FOCO

U3314 4 Edificações para guarda e conservação de mercadorias

U331401 01 Almoxarifado

U331402 02 Depósito de garrafas

U331403 03 Depósito de guarda de móveis e de bens

U331404 04 Depósito de lenha e madeira

U331405 05 Depósito de vinho e vinagre

U331406 06 Galpão

U331407 07 Reservatório

U331408

08 Silo

U3315

U331501

5 Edificações para comércio atacadista

01 Armazem

U3316

U331601 01 Edifício de bancos

U331602

1 Edificações para fins comerciais e financeiros 6

Edificações para fins financeiros

02 Edifício para bolsa de valores

U332

U3321

U332101

2 Edificações administrativas

1 Edificações da Administração Pública

01 Câmara de deputados

U332102 02 Câmara de vereadores

U332103 03 Cartórios

U332104 04 Casa da Moeda

U332105 05 Centros civicos

U332106

3 Edificações Comerciais e Administrativas

06 Chancelaria

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201

NOTAÇÃO FACETA SUB-FACETA

OU FACETA FOCO OU SUB-FACETA

FOCO

U332107 07 Consulado

U332108 08 Edificio de Corpo de bombeiro

U332110 10 Edifício de escritório

U332111 11 Embaixada

U332112 12 Entreposto

U332113

13 Escritório

U332114 14 Escritório panorâmico ou escritório aberto

U332115 15 Fôro

U332116 16 Ministério

U332117 17 Palácio do Governo

U332118 18 Prefeitura Municipal

U332120 20 Residência Oficial

U332121 21 Tribunal

U332199

3 Edificações Comerciais e Administrativas

2 Edificações Administrativas

1 Edificações da Administração Pública

99 Outras edificações

U34

U341

U3411

U341101 01 Ambulatório

U341102 02 Banco de sangue

U341103 03 Casa de saúde

U341104 04 Centro de fisioterapia

U341105 05 Centro de saúde

U341106 06 Clínica dentária

U341107 07 Clínica médica

U341108

4 Edificações para serviços

1 Edificações para serviços de assistência e saúde por função específica

1 Unidades de atendimento por natureza da atividade principal

08 Consultório

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202

NOTAÇÃO FACETA SUB-FACETA

OU FACETA FOCO OU SUB-FACETA

FOCO

U341110 10 Dispensário

U341111 11 Hospital

U341112 12 Hospital escola

U341113 13 Hospital infantil

U341114 14 Hospital veterinário

U341115

1 Unidades de atendimento por natureza da atividade principal

15 Maternidade

U341116 16 Posto de puericultura

U341117 17 Posto de Saúde

U341118

4 Edificações para serviços

1 Edificações para serviços de assistência e saúde por função específica

18 Pronto socorro

U341120 20 Sanatório

U341199

99 Outras

U3412

U341201 01 Centro de reabilitação física

U341202

02 Crematório

U341203 03 Laboratório de análise clínica

U341204 04 Laboratório de radiologia

U341205 05 Necrotério

U341206

2 Unidades de apoio por atividade predominante

06 Oficina de prótese

U3413

U341301 01 Albergue

U341302

02 Asilo

U341303 03 Berçário

U341304 04 Centros de triagem

U341305

4 Edificações para serviços

1 Edificações para serviços de assistência e saúde por função específica

3 Unidades de permanência por tipo de usuário

05 Creche

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203

NOTAÇÃO FACETA SUB-FACETA

OU FACETA FOCO OU SUB-FACETA

FOCO

U341306 06 Jardim de infância

U341307 07 Internato

U341308

08 Orfanato

U342

U3421

U342101 01 Conservatório e Academia

U342102 02 Curso vestibular

U342103 03 Escola de primeiro grau

U342104 04 Escola de segundo grau

U342105 05 Escola maternal

U342106 06 Escola técnico profissionalizante

U342107 07 Externato

U342108 08 Faculdade

U342110 10 Ginásio

U342111 11 Grupo escolar

U342112 12 Instituto de Ensino Superior

U342113

13 Instituto de treinamento profissional e especializado

U342114 14 Internato

U342115 15 Pré-escola

U342116

1 Edifícios Escolares

16 Universidade

U3422

2 Edificações para serviços educacionais, científicos e culturais por função específica

2 Edificações culturais

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204

NOTAÇÃO FACETA SUB-FACETA

OU FACETA FOCO OU SUB-FACETA

FOCO

U342201 01 Anfiteatro

U342202 02 Auditório

U342203 03 Concha acústica

U342204 04 Coreto

U342205 05 Sala de conserto

U342206 06 Teatro

U342207 07 Teatro ao ar livre

U342208 08 Teatro coberto

U342210 10 Teatro de arena

U342211 11 Teatro de bolso

U342212

12 Teatro de

marionete U3423

U342301 01 Biblioteca

U342302 02 Cinemateca

U342303 03 Estação metereológica

U342304

3 Edificações especiais

04 Galeria de arte

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205

NOTAÇÃO FACETA SUB-FACETA

OU FACETA FOCO OU SUB-FACETA

FOCO FOCO

U342305

U34230501 01 Arco

U34230502 02 Comemorativo

U34230503 03 Em memória

U34230504 04 Estátua

U34230505 05 Histórico

U34230506 06 Marco

U34230507 07 Mausoléu

U34230508 08 Obelisco

U34230510 10 Panteão

U34230511

05 Monumento

11 Religioso

U342306 06 Museu

U342307

07 Observatório

U342308 08 Pinacoteca

U342310 10 Planetário

U342311

11 Salão de exposição

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206

NOTAÇÃO FACETA SUB-FACETA OU FACETA

FOCO OU SUB-FACETA FOCO

U3424 U342401

01 Edifícios inst. técnicas

U342402 02 Edifícios de sociedades cientificas e culturais

U342403 03 Estações experimentais

U342404 04 Edifícios de institutos de pesquisa

U342405

2 Edificações para serviços educacionais, científicos e culturais por função específica

4 Edifícios de sociedades científicas e especializadas. Edifícios de instituições técnicas. Institutos de pesquisa. Laboratórios. Estações experimentais

05 Laboratório

U343

U3431

U343101 01 Aquário

U343102 02 Área de recreação

U343103 03 Auto-cine

U343104 04 Aviário

U343105 05 Balneário (termas)

U343106 06 Belvedere

U343107 07 Boate

U343108 08 Cabaré

U343110 10 Casa de jogos

U343111 11 Casa noturna

U343112 12 Cassino

U343113 13 Chafariz

U343114 14 Cinema

U343116 16 Circo

U343117 17 Clube associativo

U343118 18 Clube recreativo

U343120

4 Edificações para serviços

3 Edificações para serviços de diversão e lazer

1 Edificações para diversões públicas

20 Discoteca

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207

NOTAÇÃO FACETA SUB-FACETA

OU FACETA FOCO OU SUB-FACETA FOCO

U343121 21 Jardim botânico

U343122 22 Jardim zoológico

U343123 23 Local de reunião

U343124 24 Mirante

U343125 25 Orquidário

U343126 26 Parque de diversão

U343127 27 Parque público

U343128 28 Praça

U343130 30 Quiosque

U343131

31 Salão de baile

U3432

U343201 01 Arena

U343202 02 Autódromo

U343203 03 Clube esportivo

U343205 05 Centro esportivo

U343206 06 Estádio

U343207 07 Ginásio

U343208 08 Hipódromo

U343210 10 Piscina coberta

U343211 11 Piscina coletiva

U343212 12 Piscina descoberta

U343213 13 Pista coberta

U343214 14 Pista descoberta

U343215 15 Quadra coberta

U343216 16 Quadra descoberta

U343217

2 Edificações para práticas esportivas

17 Raia

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208

NOTAÇÃO FACETA SUB-FACETA

OU FACETA FOCO OU SUB-FACETA FOCO

U343218 18 Rinque

U343220

20 Velódromo

U3433

U343301 01 Camping

U343302 02 Hospedaria

U343303 03 Hotel

U343304 04 Motel

U3430305

3 Edificações para hospedagem

05 Pensão

U344

U3441

U344101 01 Academia militar

U344102 02 Arsenal

U344103 03 Base Aérea

U344104 04 Campo de manobra

U344105 05 Estande de tiro

U344106 06 Fortaleza

U344107 07 Forte

U344108 08 Paiól

U344110 10 Posto de Bombeiro

U344111 11 Posto de Salvamento

U344112

1 Edificações militares

12 Quartel

U344201 01 Cadeia Pública

U344202 02 Casa de Detenção

U344203 03 Colônia penal

U344204 04 Penitenciária

U344205

4 Edificações para serviços

4 Edificações para fins militares

2 Delegacias de polícias, Edifícios para prisão

05 Presídio

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209

NOTAÇÃO FACETA SUB-FACETA OU FACETA

FOCO OU SUB-FACETA FOCO

U344206 06 Prisão Abergue

U344207

07 Reformatório

U345

5 Edificações para fins religiosos por função específica

U3451

U345101 01 Basílica

U345102 02 Capela

U345103 03 Catedral

U345104 04 Centro paroquial

U345105 05 Igreja

U345106 06 Mesquita

U345107 07 Santuário

U345108 08 Sinagoga

U345110

1 Edificações para culto

10 Templo

U352

U345201 01 Abadia

U345202 02 Convento

U345203 03 Mosteiro

U345204 04 Presbítero

U345205

2 Edificações Residenciais

05 Seminário

U3453

U345301 01 Capela mortuária

U345302 02 Cemitério

U345303 03 Cripta

U345304

3 Edificações funerárias

04 Jazigo

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210

NOTAÇÃO FACETA SUB-FACETA

OU FACETA FOCO OU SUB-FACETA FOCO

U35

U351

U3511

U351101 01 Cozinha industrial

U351102 02 Destilaria

U351103 03 Frigorífico

U351104 04 Indústria alimentícia

U351105 05 Indústria de bebidas e gelo

U351106 06 Indústrias de borracha

U351107 07 Indústria de celulose,

papel e papelão U351108 08

Indústria de couros, peles

e produtos similares U351110 10

Indústria editorial e gráfica

U3510111 11 Indústria de fumo

U351112 12 Indústria de madeira

U351113 13 Indústria de material de transporte

U351114 14 Indústria de material elétrico e comunicação

U351115 15 Indústria mecânica

U351116 16 Indústria metalúrgica

U351117 17 Indústria de minerais não metálicos

U351118 18 Indústria de mobiliário

U351120 20 Indústria de perfumarias, sabões e velas

U351121

5 Edificações Industriais 1

Edificações segundo o tipo de indústria ou produto

1 Indústrias de transformação por finalidade

21 Indústria de produtos de matéria plástica

Page 211: CLASSIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO NA INDÚSTRIA DA ... - … · Classificação da informação na indústria da construção civil: uma aplicação em placas cerâmicas para revestimento

211

NOTAÇÃO FACETA SUB-FACETA

OU FACETA FOCO OU SUB-FACETA FOCO

U351122 22 Indústria têxtil

U351123 23 Indústria de tintas e corantes

U351124 24 Indústria de vestuário, calçado e artefato de tecido

U351125 25 Laticínio

U351126 26 Matadouro

U351127 27 Refinaria de açúcar

U351128 28 Torrefação de café

U351199

99 Outras

U3512

U351201 01 Areeiro

U351202 02 Argileiro

U351203 03 Mina

U351204 04 Olaria

U351205 05 Pedreira

U351206

2 Indústrias Extrativas

06 Plataforma de petróleo

Page 212: CLASSIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO NA INDÚSTRIA DA ... - … · Classificação da informação na indústria da construção civil: uma aplicação em placas cerâmicas para revestimento

212

7.3 SIMULAÇÃO DA APLICABILIDADE DO SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO

FACETADA PARA PLACA CERÂMICA DE REVESTIMENTO

Com o intuito de demonstrar a aplicabilidade do sistema em questão, é

apresentado um exemplo de codificação de placas cerâmicas adequadas ao uso ou

local de aplicação. As placas são codificadas usando-se os símbolos notacionais

adotados no sistema.

Embora exista normalização técnica a cada grupo de absorção de placa

cerâmica, muitas das características associadas não estão legitimadas nas normas e

são acordados pelas partes interessadas, mas de suma importância para

complementar o sistema de classificação em vigor.

Para validar a aplicabilidade do sistema, valeu-se do trabalho de Lima (2003)

no qual foram desenvolvidas fichas contendo as características técnicas das placas

cerâmicas pertinentes para cada uso com seus respectivos valores.

Para classificar uma placa cerâmica para determinado uso, com suas

respectivas características técnicas devem-se seguir alguns procedimentos:

1. Analisar a descrição das características exigidas das placas e a descrição do

uso e identificar os termos existentes;

2. Identificar no índice do sistema os códigos que correspondam à descrição de

cada termo;

3. Verificar na estrutura do sistema as categorias a que pertence cada termo;

4. Mediante síntese da notação e aplicando a ordem de citação, formar o

símbolo notacional ou código que represente a descrição usando os símbolos

de conexão;

A seguir demonstra-se um exemplo de como codificar as placas cerâmicas

adequadas ao uso.

Exemplo 1:

Para o uso piso interno de sala cirúrgica de hospital, a placa cerâmica deve

atender as seguintes características, conforme informações extraídas de Lima

(2003).

Page 213: CLASSIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO NA INDÚSTRIA DA ... - … · Classificação da informação na indústria da construção civil: uma aplicação em placas cerâmicas para revestimento

213

Placa esmaltada: Carga de ruptura >=110; PEI 5; Dureza Mohs >=7; Resistência

química >GB e resistência a manchas=5 e coeficiente de atrito f >= 0,4

(recomendado para uso onde se requer resistência ao escorregamento).

Na seqüência apresenta-se como se chegou aos códigos correspondentes a

cada termo. Cabe ressaltar que a codificação será usada em tempo da entrada de

dados no sistema, quando da sua implementação.

1. Codificação interna das características das Placas Cerâmicas P Placa cerâmica P211 Placa cerâmica do grupo AI P211021 Placa cerâmica com carga de ruptura ≥110 P21111 Placa cerâmica com abrasão superficial com valor a declarar P21112 Placa cerâmica com dureza Mohs com valor por acordo P2110511 Placa cerâmica de resistência química GA P2110413 Placa cerâmica de resistência a manchas=5 P211102 Placa cerâmica coeficiente de atrito >=0,4

O código da Placa é: P211’021’11’12’0511’0413’102

2. Codificação interna do Uso: piso interno de centro cirúrgico de hospital U1 ELEMENTOS U11 Elementos quanto a função U112 Piso U1121 Piso quanto à exposição U11212 Interno U2 ESPAÇOS U211 Espaços para atividades de saúde U21104 Centro cirúrgico U3 EDIFICAÇÕES U34 Edificações para serviços U341 Edificações para serviços de assistência e saúde por função específica U3411 Unidades de atendimento por natureza principal U341111 Hospital

O código do Uso é:

U11212+ U21104+ U341111

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214

Com relação aos resultados apresentados no trabalho, não se teve como

objetivo desenvolver um sistema de classificação completo, que abrangesse todas

as categorias de informação contempladas pelo grupo de pesquisa Classification

Research Group –CRG descrito no capítulo 2, mas tão somente demonstrar as

possibilidades de aplicação do sistema de classificação facetada, para as categorias

de informação placas cerâmicas e seus locais de aplicação ou uso.

Na seqüência apresentam-se as conclusões da pesquisa.

Page 215: CLASSIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO NA INDÚSTRIA DA ... - … · Classificação da informação na indústria da construção civil: uma aplicação em placas cerâmicas para revestimento

215

8 CONCLUSÕES

A partir da contextualização obtida pela revisão da literatura, envolvendo os

princípios teóricos sobre sistemas de classificação; as diretrizes estabelecidas pelas

normas internacionais ISO TR14177/1994 - Classification of information in the

construction industry, ISO DIS 12006-2/1998 - Organization of information about

construction works — Part 2: Framework for classification of information e os

diversos sistemas de classificação únicos na área da Construção Civil, entre eles o

Uniclass - Unified Classification for the Construction Industry e o EPIC - European

Product Information Co-operation, desenvolveu-se um modelo de sistema de

classificação da informação sobre cerâmica para revestimentos baseado na

necessidade de se ter um acesso facilitado na recuperação da informação referente

à placa cerâmica adequada ao uso.

Observou-se, na revisão bibliográfica, uma inexistência, em nível nacional, de

trabalhos sobre o uso da classificação facetada para sistematização das

informações na área da construção civil, bem como em setores específicos como o

de cerâmica para revestimentos.

Dentre os vários tipos de classificações existentes, optou-se pela facetada

devido ao fato que, os elementos básicos na construção dos sistemas de

classificação facetada não são as classes (como subdivisões de um todo), mas os

conceitos na sua fecunda capacidade de expressão e de combinação. Por isso, ela

é mais flexível e permite a inserção de novos termos com facilidade, sem prescindir

de uma total revisão do sistema, além do mais, representa melhor o caráter

multidimensional presente nas necessidades dos usuários em suas formulações de

busca da informação.

Na tese, procurou-se indicar as possíveis etapas a serem percorridas para a

estruturação do conhecimento em uma área específica, neste caso, as placas

cerâmicas para revestimentos. A estrutura com base na teoria facetada é revelada

pela sobreposição de seus renques e cadeias, sendo totalmente hierárquica,

evidenciando as relações de gênero-espécie e todo-parte. Experimentações como

esta podem auxiliar na consolidação de princípios teóricos da organização do

conhecimento em suas diversas áreas, por meio da elaboração do referencial

Page 216: CLASSIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO NA INDÚSTRIA DA ... - … · Classificação da informação na indústria da construção civil: uma aplicação em placas cerâmicas para revestimento

216

teórico-metodológico apresentado, bem como fornecer subsidios a pesquisas

semelhantes em outros assuntos.

As classificações facetadas, por estarem organizadas em categorias e não em

disciplinas, possibilitam a descrição mais apropriada dos assuntos especializados.

As facetas ou classes de conceitos parecem estar mais estreitamente associadas ao

modo pelo qual as pessoas pensam ou agrupam conceitos.

A análise em facetas coordena conceitos e permite que um assunto, por mais

complexo que seja, possa ser representado pela síntese dos termos de mais de uma

faceta. Portanto, a análise em facetas corresponde ao processo mental através do

qual são enumerados possíveis conjuntos de características que formam as bases

de classificação de um assunto, ou ainda, é um instrumento que facilita a

representação e posterior recuperação da informação. É preciso esclarecer que o

domínio de cerâmica para revestimentos é apenas um exemplo, pois a análise aqui

descrita pode ser aplicada a outras áreas do conhecimento, em especial, a

continuidade dos demais assuntos que compõem a construção civil.

No presente esquema de classificação, adotou-se uma notação mista, uma vez

que a combinação de símbolos adequa-se melhor às características de um sistema

de classificação facetada. Decidiu-se que as categorias estariam representadas por

letras do alfabeto romano, já que estes são numerosos e possibilita uma maior

representação. Utilizou-se dígitos decimais na codificação das facetas, sub-facetas e

focos, o que proporciona a constante atualização do sistema. Adotou-se também

que principio de hospitalidade prevalecesse sobre as outras qualidades da notação

(como o princípio de memorização) com a finalidade de garantir a atualização e

expansão do esquema. A notação baseada em letras e algarismos arábicos tem

uma natureza tão expressiva que a subordinação e a coordenação ficam

freqüentemente evidenciadas, tornando-se, por isto, apropriada para a busca

automatizada.

Os esquemas analíticos sintéticos ou facetados, como os demais, necessitam

ser revisados e atualizados periodicamente, mas, por sua estrutura flexível, são

capazes de acompanhar mais rapidamente o desenvolvimento das ciências porque

permitem a inserção de novos termos sem que, com isso, seja alterada a sua

estrutura.

Page 217: CLASSIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO NA INDÚSTRIA DA ... - … · Classificação da informação na indústria da construção civil: uma aplicação em placas cerâmicas para revestimento

217

Por meio dos esquemas facetados se descreve com a maior especificidade

possível a necessidade de informação do usuário. Possibilitam a classificação de um

assunto específico, pois, apresenta maior flexibilidade e sua análise é realizada em

forma de facetas, nas quais a natureza dos conceitos e termos selecionados entre

grupos homogêneos possui características bem definidas. O sistema de

classificação facetada permite a descrição de assuntos complexos e

multidimensionais. Assim, com a finalidade de organizar o conhecimento sobre

placas cerâmicas para revestimentos, visando a uma representação e recuperação

de maneira mais efetiva, analisaram-se as relações que podem ser estabelecidas

entre as categorias, subcategorias, facetas, sub-facetas e focos e procedeu-se à

divisão desses elementos.

Os objetivos do trabalho foram atingidos, conforme observa-se no capítulo 7,

Análise e Discussão dos Resultados, quando da apresentação da estrutura para o

sistema de classificação facetada para placas cerâmicas de revestimento. Nesta

estrutura, se apresenta uma tabela especificamente para as placas, tabela P, onde

estão arroladas todas as informações inerentes às placas cerâmicas. Destaca-se

aqui, a falta de informações técnicas e a não definição das diversas características

técnicas da placa na norma de especificação sobre placas cerâmicas para

revestimento. Existe a necessidade urgente da atualização e complementação da

norma de especificação, no que se refere a identificação dos valores das diversas

características técnicas nos diferentes grupos de absorção, bem como a relação

desses grupos com o local de aplicação ou uso da placa cerâmica.

Destaca-se também a veracidade do sistema desenvolvido, através dos

princípios da metodologia facetada aplicados a documentos técnicos como fichas

técnicas da placa cerâmica, por meio dos exemplos de aplicabilidade apresentados

no capítulo de Análise e Discussão dos Resultados.

Complementando o sistema de classificação facetada para placas cerâmicas,

desenvolveu-se um índice (apêndice A) e um glossário (apêndice B), como recursos

para a padronização e recuperação dos dados.

Deste modo, a estrutura apresentada em facetas, sub-facetas e focos foi

delineada a partir do corpus analisado. Outras possibilidades de divisão podem ser

apresentadas, já que há diversas formas de se relacionar categorias, facetas e

Page 218: CLASSIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO NA INDÚSTRIA DA ... - … · Classificação da informação na indústria da construção civil: uma aplicação em placas cerâmicas para revestimento

218

focos, dependendo do ponto de vista de quem está analisando os elementos a

serem divididos.

Houve dificuldades com relação à terminologia comercial, pois, há divergências

na nomenclatura. Por isso, na tabela P deu-se prioridade ao uso da terminologia

padronizada nas normas da ABNT.

Conclui-se que a tabela de classificação de uso apresentada na tese poderá

servir de base para codificação de outros produtos da área da construção civil.

Os códigos de identificação da placa, para cada uso, obtidos por meio da

estrutura e da notação do sistema apresentado na tese, poderão ser associados

com o código EAN – European Article Number (código que identifica o produto

mundialmente) da placa, complementando o sistema com informações específicas

do produto.

Conclui-se, portanto, que o uso da classificação facetada é recomendado para

a organização da informação na área da construção civil, devido ao fato que, esta se

aplica a uma área do conhecimento, tendo um caráter de especialização, pois

possibilita a descrição dos assuntos com maior especificidade. Constata-se, ainda,

que a estruturação do sistema sobre as placas cerâmicas para revestimento e seus

usos pode ser expandida e também servir de base para desenvolvimento de

sistemas de classificação para os demais produtos da construção civil, uma vez que

na tese se apresenta um conjunto familiar de evidências a partir das quais pode-se

construir a estrutura básica de classificação de qualquer assunto no âmbito da

construção civil.

8.1 DIFICULDADES ENCONTRADAS

A inexistência da definição dos valores das várias características técnicas das

placas cerâmicas na norma de especificação das placas cerâmicas e a falta da

relação das características com os usos impediu que o sistema fosse mais detalhado

se houvesse normalização para tal.

O envolvimento com o tema da pesquisa se deu a partir da inserção da autora

no projeto CDCON - Desenvolvimento de terminologia e codificação de materiais e

serviços da construção civil. Ao integrar-se no projeto, conhecendo a bibliografia

Page 219: CLASSIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO NA INDÚSTRIA DA ... - … · Classificação da informação na indústria da construção civil: uma aplicação em placas cerâmicas para revestimento

219

deste e o envolvimento do grupo multidisciplinar, a autora deparou-se com

dificuldades, como a não definição clara dos problemas que o CDCON estaria

resolvendo, como a metodologia de trabalho adotada. Em inúmeros contatos, várias

questões e sugestões foram encaminhadas aos coordenadores do projeto, as quais

apresentam-se a seguir, de forma genérica:

8.1.1 Considerações com relação às especificações e aos sistemas de classificação

Os países do primeiro mundo têm seus sistemas únicos de classificação da

informação na indústria da construção civil, que, juntamente com a terminologia

padronizada, definem uma linguagem comum para organizar e trocar informações

entre os agentes da cadeia produtiva. Dentre os sistemas existentes, por exemplo, o

sistema norte-americano de especificações Masterformat tem associado a sua

estrutura diversas ferramentas, sendo a mais usada a SPECTEXT, formada por

textos sobre especificações que auxiliam a execução do manual de projeto. O

sistema OCCS é uma evolução do Masterfomat, tendo em vista a necessidade de

ferramentas para classificar os tipos de projetos, os processos, as fases, os

equipamentos, os agentes e a necessidade de integração de documentos e

sistemas de informação para dentro de um único sistema.

Alguns artigos escritos em outros idiomas apontaram a evolução das

especificações como ferramentas de coordenação (entre desenhos e projetos) e a

mudança do CAD de um conjunto de linhas para um conjunto de objetos. A

integração do CAD com um banco de dados de especificações, demonstrando

possibilidades futuras de sistemas de especificação usarem objetos inteligentes,

mediante a ligação desses objetos a elementos de desenhos. O conteúdo será

separado da estrutura que igualmente será controlada por uma interface

desenvolvida em XML que será compreendida por cada plataforma de máquina,

cada processador de texto e cada ferramenta de publicação na Internet. Tecnologias

e modelos são explorados pela International Alliance for Interoperability e pelo The

Construction Specifications Institute para tornar a integração uma realidade.

No Brasil, as especificações de produtos e de serviços são incompletas. Não

existe um banco de dados único de codificação de produtos e serviços para a

construção civil válido no território nacional, e que seja usado por todos os agentes

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220

da cadeia da construção civil desde os fabricantes, fornecedores, lojistas, arquitetos

e as empresas construtoras. Um sistema de codificação único de produtos e

serviços que inclua as especificações técnicas seria útil para associar informações

desses produtos e serviços em outros sistemas, tais como, elaboração de

orçamentos, custos e planejamento. A inexistência de um sistema único no Brasil foi

apontada no projeto CDCON.

8.1.2 Considerações com relação ao CDCON

No que diz respeito ao CDCON consideram-se relevantes os seguintes

aspectos:

a) analisar a experiência e os caminhos percorridos em outros países como

Suécia, Estados Unidos e Inglaterra são fundamentais para auxiliar no

desenvolvimento, entendimento dos conteúdos e finalidades dos sistemas de

classificação únicos;

b) descentralizar as ações e os possíveis encaminhamentos do projeto CDCON.

Projeto desta envergadura necessita da criação de um comitê técnico de padrões

de tecnologia da informação no âmbito da construção civil, com todas as partes

interessadas representadas: universidades, AsBEA, CREA, Anamaco, sindicatos

da indústria da construção, ABNT, IPT, e outros, a fim de estabelecer padrões nas

áreas de CAD, Custos, Recursos de informações e Especificações. O comitê será

responsável para promover e difundir a adoção do novo sistema pela indústria e

gerenciar a mudança;

c) encomendar uma pesquisa nacional para diagnosticar o grau de desorganização

tecnológica dentro da indústria da construção. Embora exista a tecnologia, é

provável que haja uma inabilidade para se comunicar eficientemente, seja entre os

agentes, seja na manipulação da enxurrada de informação que é criada

diariamente, seja na integração de ferramentas computacionais;

d) encomendar uma pesquisa nacional junto às empresas construtoras e

superintendências de obras públicas mais representativas do mercado nacional

sobre a predisposição das mesmas para a implementação, em nível nacional, de

propostas de normalização da classificação da informação, com o objetivo de

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221

promover uma linguagem comum aos diversos agentes do processo da

construção, pois, como diz o jargão, um sistema sem usuário é tão bom quanto

nenhum;

e) estudar esforços similares em outros países, como Singapura e Portugal, que, a

exemplo do Brasil, estão iniciando o processo de desenvolvimento de seus

sistemas únicos de classificação da informação na indústria da construção;

f) estabelecer parceria com a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto,

para a troca de experiências. O projeto CIC-NET já nasce tendo no seu bojo a

participação de empresas construtoras, associações de materiais de construção e

universidades. Iniciativas anteriores exclusivas no meio universitário não

funcionaram;

g) participar da Aliança Internacional de Interoperabilidade (IAI) para garantir que

os padrões nacionais estejam alinhados com os padrões internacionais;

h) criar um grupo de estudos na ANTAC sobre tecnologia da informação com

intuito de direcionar pesquisas para esta área de desenvolvimento;

i) consenso com relação à terminologia parece algo inexeqüível, face ao elevado

número de termos e conceitos da área. No exterior, é a indústria que disponibiliza

a terminologia adotada no sistema. Sugere-se usar ao máximo o acervo da ABNT,

considerando que os termos existentes nas normas técnicas já são consensuados.

j) adquirir as normas de terminologia, classificação, procedimento e especificação

de produtos e serviços. A terminologia é o vocabulário controlado que auxilia na

comunicação e é essencial tanto para a indexação de documentos no sistema

como para recuperação da informação.

k) estabelecer parcerias, dada a demanda de recursos informacionais, humanos e

tecnológicos, parece ser fundamental. Neste sentido, sugerem-se as parcerias

com:

1)Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), para obtenção do acervo

de normas do comitê de construção civil;

2) Instituto de Pesquisas Tecnológicas do estado de São Paulo (IPT/SP), pelo

seu desenvolvimento de importantes relatórios na década de 80 sobre

Terminologia da Construção e pela sua integração junto ao banco de dados de

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222

materiais de construção do Instituto Nacional de Tecnologia Industrial – INTI, na

Argentina;

3)Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (AsBEA) por ter iniciado

um trabalho de padronização de nomes de layers, arquivos e convenções de

desenhos para CAD;

4)articulação conjunta com o PBQP-H na criação de uma biblioteca digital de

produtos da construção civil, através do sistema único de codificação de produtos

a ser implantado. Todas as informações referentes aos produtos certificados da

cesta básica constarão no banco de dados nacional, incluindo seu estágio de

certificação;

5)Caixa Econômica Federal e Superintendências de Obras Públicas para a

elaboração automatizada de caderno de encargos a serem empregados em

obras financiadas por estes órgãos.

6)Associação de fabricantes de materiais de construção, para difundir e

incentivar junto aos fabricantes o uso do novo sistema de codificação de produtos

a ser desenvolvido.

7)CREA, Sindicato e Câmaras da Indústria da Construção para sensibilizar,

divulgar e estimular o uso do sistema de classificação CDCON junto às empresas

da construção.

8.2 SUGESTÕES PARA FUTUROS TRABALHOS

Na tese, pretendeu-se demonstrar as potencialidades da análise facetada para

a estruturação do conhecimento sobre placas cerâmicas. Sugere-se que a estrutura

apresentada seja complementada com outras categorias de informação, como, por

exemplo, a inclusão da categoria técnica de assentamento, tendo em vista

possibilidades futuras de expansão do sistema para atender finalidades específicas.

Em termos de continuidade da pesquisa, propõe-se a implementação de um

sistema completo para a construção civil baseado no modelo teórico apresentado.

Sugere-se ainda:

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223

a) a adoção da metodologia utilizada na tese para organizar o conhecimento em

outros assuntos, considerando-se suas especificidades e os aspectos teóricos

abordados neste trabalho;

b) que os padrões internacionais para a troca e comunicação de dados na

construção civil mostrados no capítulo 4 e os sistemas únicos de classificação da

informação na indústria da construção civil apresentados no capítulo 5 sejam

tópicos para outras pesquisas, mais aprofundadas sobre as iniciativas de

padronização em nível internacional;

c) estudo do perfil do usuário de placa cerâmica com a finalidade de identificar sua

necessidade de informação nas fases de especificação, projeto, aquisição,

assentamento e manutenção da placa cerâmica;

d) a continuidade da pesquisa complementando a vinculação das placas

cerâmicas às técnicas de assentamento, os acessórios, materiais e as

ferramentas usadas;

e) que o glossário exposto na tese sirva como base para o desenvolvimento de um

vocabulário controlado (base de dados de descritores) para indexação e

recuperação da informação sobre placa cerâmica. É importante que a

terminologia seja consensuada e padronizada no setor. A norma NBR

13816/1997 da ABNT, que trata da terminologia referente a placa cerâmica para

revestimentos, poderia ser expandida englobando não apenas a placa cerâmica,

mas o sistema revestimento cerâmico.

Como na tese a classificação dos espaços e das edificações foi respaldada em

sistemas de classificação internacional como o Uniclass e a CDU, sugere-se que a

mesma seja utilizada como texto base para classificar e padronizar os usos ou locais

de aplicação da placa cerâmica. É possível estabelecer novos arranjos e

reagrupamentos dos termos classificados com o objetivo de simplificar a

classificação dos usos.

Quando os diversos usos estiverem classificados e padronizados, propõe-se

que estes sejam relacionados com as características físicas e químicas da placa.

Essas relações servirão como dados de entrada para alimentar o sistema de

classificação, em tempo de sua implementação.

Propõe-se também:

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224

a) que na norma ABNT NBR 13818/97 sobre especificações e métodos de

ensaios de placas cerâmicas para revestimentos, sejam elaboradas tabelas

relacionando-se as características físicas e químicas da placa cerâmica para

os diversos usos e estabelecendo-se valores dessas características para

cada local de aplicação da placa cerâmica;

b) que sejam desenvolvidas normas de terminologia no âmbito da construção

civil – CB 02 da ABNT para padronização da terminologia referente a

edificações, obras de engenharia civil, espaços, partes da edificação e das

obras de engenharia civil, materiais, operações, documentação e

equipamentos, agentes, características e propriedades, dentre outras;

c) a divulgação de trabalhos dessa natureza em eventos científicos, além da

publicação na forma de artigos em revistas especializadas, para contribuir

com o conhecimento sobre o uso do sistema de classificação facetada na

área da construção civil em seus diversos sub-setores.

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225

REFERÊNCIAS

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AMBONI, Nério. O caso Cecrisa S.A.: uma aprendizagem que deu certo. 1997. 338 f. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) – Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 1997.

AMORIM, Sérgio R. Leusin. Babel virtual. Revista construção mercado, São Paulo, ano 55, n. 15, p. 20-23, out. 2002a.

AMORIM, Sérgio R. Leusin. Tecnologia de informação, padronização e os canais de distribuição de insumos para a construção civil: uma abordagem de estratégias. In: SEMINÁRIO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL, 2002b, Curitiba. Anais... Curitiba: UFPr, 2002b.

ANFACER. Associação nacional dos fabricantes de cerâmica. Disponível em: <www.anfacer.com.br>. Acesso em: 15 jan. 2005.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 13753: Revestimento de piso interno ou externo com placa cerâmica e com utilização de argamassa colante – Procedimento. Rio de Janeiro, 1996.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 13754: Revestimento de paredes internas com placas cerâmicas e com utilização de argamassa colante – Procedimento. Rio de Janeiro, 1996.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 13755: Revestimento de paredes externas e fachadas com placas cerâmicas e com utilização de argamassa colante – Procedimento. Rio de Janeiro, 1996.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 13789: Terminologia - Princípios e métodos - Elaboração e apresentação de normas de terminologia. Rio de Janeiro, 1997.

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238

APÊNDICE A: INDICE - A – Abadia U345201

Abrigo p/ veículos U2011401

Abrigo para pedestre U313201

Adega U2011402

Administração U20301

Adro U20801

Aeroporto U313401

Agência bancária U331601

Açougue U331101

Albergue U341301

Almoxarifado U331401

Ambulatório U341101

Anfiteatro U342201

Antiquário U331102

Apart-hotel U321102

Aposento U2011301

Área de serviço U2011403

Área de manip.de alimento U20303

Área c/ tráfego rodado U20304

Armazem U331501

Armarinho U331103

Arsenal U344102

Asilo U341302

Atelier U2011201

Atendimento ao público U20305

Ático U2011101

Átrio U2011102

Auditório U342202

Auto-cine U343103

Autódromo U343202 Auto-elétrica U331301

- B – Balcão U2012101

Balneário (termas) U343105

Banco de sangue U341102

Banheiro U2011302

Bar U331105

Barbearia U331302

Barragem U312051

Base Aérea U344103

Basílica U345101

Batistério U20802

Bazar U331303

Belvedere U343106

Berçário U341303

Biblioteca U342301

Bloco de apartamento U321101

Boate U343107

Borracharia U331304

Boutique U331106

- C –

Cabaré U343108

Cadeia Pública U344201

Café U331107

Calçada U2012102

Câmara de comércio U331305

Câmara de deputados U332101

Câmara frigorífica U20307

Câmara de vereadores U332102

Camisaria U331108

Campanário U20803

Cantina U331110

Capela mortuária U345301

Capela U345102

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239

Cartório U332103

Casa de câmbio U331307

Casa de detenção U344202

Casa da moeda U332104

Casarão U3223.01

Casa de campo U3221.01

Casa de máquina U2011103

Casa noturna U343111

Casa de praia U322102

Casa de saúde U341103

Casa urbana U322201

Castelo U3223.02

Cassino U343113

Catedral U345103

Cela U21201

Central correios e telégrafos U31101

Central de rastreamento U31102

Central telefônica U31103

Centro de saúde U341105

Chafariz U343114

Chancelaria U332106

Chão de fáb. c/equip. leve U20401

Chão de fáb. c/equip. pesado U20402

Churrascaria U331112

Churrasqueira. U2012103

Cinema U343115

Cinemateca U342302

Claustro U201202

Clínica dentária U341106

Clínica médica U341107

Closet U2011303

Clube associativo U343117

Clube recreativo U343118

Colônia penal U344203

Confeitaria U331101

Conservatório U342101

Copiadora U331308

Concha acústica U342203

Consulado U332107

Consultório U341108

Convento U345202

Cooperativa U331114

Copa U2011405

Coreto U342204

Coro U20804

Corredor U20115101

Cozinha U2011406

Cozinha industrial U351101

Creche U341305

Crematório U341202

- D – Deck U2012104

Depósito de garrafas U331402

Depósito de gás U31212

Depósito de guarda de

móveis e de bens U331403

Dep. de lenha e madeira U331404

Dep. de vinho e vinagre U331405

Depósito de petróleo U31211

Despensa U2011407

Destilaria U351102

Desvão U2011104

Discoteca U343120

Dispensário U341110

Distribuidora U331115

Dormitório U2011304

- E – Edifícação administ. U332

Edifícação da adminis-

tração pública U33201

Edificação funerária U3453

Edifícação industrial U35

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240

Edifício de bancos U331601

Edifício para bolsa

de valores U331602

Edificações comerciais U331 Edifício de corpo

de bombeiro U332108

Edificação cultural U3422

Edifício de escritórios U332110

Edificações para fins

financeiros U3316

Edifício garagem U313202

Edifícação para serviços

de assistência à saúde U311

Edifícação para serviços

de diversão e lazer U343

Edifício instit. de pesquisa U3424

Edifícação p/fins religiosos U345

Elementos U1

Elevador U20115201

Embaixada U332111

Enfermaria U21103

Entreposto U332112

Escada U20115202

Escola de primeiro grau U342103

Escola de segundo grau U342104

Escola maternal U342105

Escola técnico profiss. U342106

Escritório U20201

Espaço habitacional U201

Espaço habitacional interno U2011

Espaço habitacional externo U2012

Espaço para atividades administrativas U202

Espaço para atividades comerciais U203

Espaço para atividades

industriais U204

Espaço para atividades culturais U205

Espaço para atividades de lazer U206

Espaço para fins educac. e científicos U207

Espaço para atividades religiosas U208

Espaço para atividades

militares U210

Espaço para atividades de saúde U211

Espaço para segurança U212

Espaço para atividades relacionadas a infraestrutura U213

Estacionamento U313204

Estádio U343206

Estação emissora de rádio U31104

Estação emissora de TV U31105

Estação ferroviária U313101

Estação metereológica U342303

Estação rodoviária U313203

Estação transformadora U31203

Estande de tiro U344105

Externato U342107

- F –

Farol U31106

Floricultura U331116

Fôro U332116

Fortaleza U344106

Forte U344107

Frigorífico U351103

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241

Funilaria U331311

- G –

Gabinete U2011202

Galeria U20115102

Galeria de arte U342304

Galeria comercial U20311

Galpão U331406

Garagem U2011410

Gare U313102

Ginásio U342110

Grupo escolar U342111

Guarita U2012105

- H – Hall de entrada U2011203

Hall de distribuição U20115103

Hangar U313501

Hipódromo U343208

Hospedaria (*) U321204

Hospital U341111

Hotel U343303

- I – Igreja U345105

Indústria alimentícia U351104

Indúst. de bebidas e gelo U351105

Indústria de borracha U351106

Indúst. celulose, papel D351107

Indúst. couros, similares U351108

Indúst. editorial e gráfica U351109

Indústria de fumo U351110

Indústria de madeira U351111

Indúst. mat. transporte U351112

Indúst. mat. elét. comum. U351113

Indústria mecânica U351114

Indústria metalúrgica U351115

Indúst. minerais n/ metál. U351116

Indústria de mobiliário U351117

Indúst. perf., sabões velas U351118

Indúst. produt. mat. plást. U351119

Indust. prod. Farm.med. U351120

Indústria química U351121

Indústria têxteis U351122

Indústria de tinta e corante U351123

Indúst. vest., calç. tecidos U351124

Internato U341307

Instituto de ensino superior U342112

Instituto de pesquisa U342404

Instit. trein. profiss. especial. U342113

- J – Jardim U343121

Jardim botânico U343122

Jardins zoológico U343123

Jardim de infância(*) U341306

Jardim de inverno U20602

Jirau U2011105

Joalheria U331120

- L – Laboratório U342405

Laborat.de análise clínica U341203

Laborat. de radiologia U341204

Lanchonete U331121

Laticínio U331122

Lavanderia U2011411

Livraria U331124

Lavabo U2011205

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242

Loja U331202

Loja de departamentos U331203

Lojas p/ vendas por atacado U331204

- M –

Magazine U331205

Mansão U322303

Matadouro U351128

Marcenaria U331315

Maternidade U341115

Mausoléu U342357

Mercado U331206

Mercado aberto U331316

Mercado coberto U331317

Mercearia U331127

Mesquita U345106

Mezanino U2011106

Mirante U343125

Ministério U332117

Moinho de vento U31204

Monjolo U31205

Monumento U3423.05

Motel U321205

Mosteiro U345203

Muro U2012107

Museu U342306

- N – Necrotério U341205 - O – Obelisco U34230508

Observatório U3423513

Oficina mecânica U331318

Oficina de prótese U341206

Oficina de sapateiro U331317

Olaria U351204

Oleoduto U31210

Orfanato U341308

Ótica U331140

- P –

1. Padaria U331126

Paiol de munição U21001

Palácio do governo U332118

Prefeitura municipal U332120

Palacete U322304

Palco U20502

Palco italiano U20003

Panteão U3423510

Papelaria U331130

Parede U113

Parede interna e externa U11311

Parede externa U11313

Parede interna U11312

Parque de diversão U343127

Parque público U343128

Pastelaria U331131

Passadiço U20115105

Passeio U2012205

Pátio U2012108

Pátio coberto U2706

Pátio descoberto U2707

Pavimento U2011107

Platéia U20504

Play-ground U2012110

Planetário U3423515

Pedágio U313205

Peixaria U331132

Penitenciária U344204

Pensão U343305

Pinacoteca U3423514

Piscina U2012111

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243

Piscina coberta U343210

Piscina coletiva U343211

Piscina descoberta U343212

Piso U112

Piso interno e externo U11211

Piso externo U11213

Piso interno U11212

Piso e Parede U111

Piso e Parede interno e

externo U111111

Piso e Parede interno U111112

Piso e Parede externo U111113

Pizzaria U331131

Placa cerâmica P

Placa cerâmica esmaltada P11

Placa cerâmica n/ esmaltada P12

Placa cerâmica do grupo AI P211

Placa cerâmica do grupo BIa P212

Placa cerâmica do grupo BIb P221

Placa cerâmica do grupo AIIa P231

Placa cerâmica do grupo BIIa P232

Placa cerâmica do grupo AIIb P241

Placa cerâmica do grupo BIIb P242

Placa cerâmica do grupo AIII P251

Placa cerâmica do grupo BIII P252

Plataforma de carregamento U21304

Praça de armas U21002

Porão U2011108

Portaria U2012112

Posto de bombeiro U344110

Posto de gasolina U313206

Posto telefônico U31107

Praça U343130

Pré-escola U342115

Presbítero U345204

Pronto socorro U341118

Postos de puericultura U341116

Presídio U344205

Posto de saúde U341117

- Q – Quadra U20603

Quadra coberta U343215

Quadra descoberta U343216

Quartel U344112

Quarto U2011305

Quarto de costura U2011412

Quarto de despejo U2011413

Quiosque U343131

Quitanda U331134

- R – Rampa interna U20115203

Rampa externa U2012206

Rampa molhada c/ graxa

ou gordura U2403

Refeitório U2011207

Refinaria de açúcar U351130

Refinaria de petróleo U31207

Reformatório U344207

Relojoaria U331135

Represa U312102

Reservatório U331407

Restaurante U20316

Retifica U331322

Rouparia U2011414

- S –

Sacristia U20805

Saguão U2011208

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244

Sala de aula U20710

Sala de cinema U20505

Sala de cirurgia U21104

Sala de consulta U21105

Sala de concerto U20506

Sala de dança U20604

Sala de fisioterapia U21107

Sala de ginástica U20605

Sala de jogos U20112103

Sala de espera U20112101

Sala de estar U20112102

Sala de leitura U20112104

Sala de recepção U20202

Sala de som U20112105

Sala de visita U20112107

Salão de baile U343132

Salão de beleza U331323

Salão de cabeleireiro U331324

Salão de exposição U3423516

Salão de festa U2011211

Salão de jogos U20606

Sanitário U20317

Sanitário público U20206

Santuário U345107

Sapataria U331136

Sauna U20608

Secretaria U20711

Seminário U345205

Show-room U2404

Sinagoga U345108

Sobrado U321103

Sobreloja U2011112

Solário U2012114

Sorveteria U3311037

Sótão U2011113

Sub-solo U2011114

Suite U2011306

Supermercado U331208

- T – Tabacaria U331138

Teatro U342206

Teatros de arena U342210

Teatro de bolso U342211

Teatro de marionete U342212

Templo U345110

Terminal de carga U313503

Terminal de container U313302

Terminal rodoviário U313207

Terminal de ferry-boat U313303

Terminal de passageiros U313304

Terraço U2012115

Tinturaria U331325

Toilete U2011307

Torrefação de café U351131

Torre de controle U313502

Torre de telecomunicação U31108

Tribunal U332122

- U –

Universidade U342117

Usina hidroelétrica U31205

Usina nuclear U31206

Usina termoelétrica U31207

- V –

Varanda U2012116

Vestiário U2011308

Vestíbulo U20115108

- Z – Jazigo U345304

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245

APÊNDICE B: GLOSSÁRIO

- A –

Abadia: Edifício que abriga ordem monástica cujo superior ou superiora é um abade ou abadessa e

cujos curas recebem a dignidade de abade (COSTA; DOUCKLIN, 1982).

Abrigo: Lugar onde o homem pode se proteger das intempéries. No uso corrente indica locais como

garagem, também chamada de abrigo de carro (ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO, 2002).

Abrigo para carro: Dependência da habitação, coberta na parte superior e aberta nas laterais,

destinada a resguardar veículos contra a ação de agentes atmosféricos (COSTA; DOUCKLIN, 1982).

Abrigo para pedestre: Construção situada em espaço aberto, com ou sem paredes de vedação,

destinada a proteger pessoas das intempéries (ALBERNAZ; LIMA, 1998).

Adega: Dependência da habitação onde se guardam vinhos, azeites e outras provisões (COSTA;

DOUCKLIN, 1982).

Administração: Lugar (sala, conjunto de salas, ou edifício, etc.) onde se alojam os administradores

de uma instituição, empresa, etc (FERREIRA, 1999).

Adro: Espaço aberto fronteiro à igreja que antigamente era cercado ou murado (COSTA; DOUCKLIN,

1982).

Aeroporto: Aeródromo que dispõe de instalações próprias para os serviços de chegada e partida de

aeronaves, assim como de atendimento de embarque e desembarque de passageiros (FERREIRA,

1999).

Açougue: Estabelecimento onde se vendem carnes, especialmente frescas (CDCON, 2004).

Albergue: Lugar onde se recolhem aqueles que precisam de cuidados ou os que não têm onde

morar (CDCON, 2004).

Almoxarifado: Depósito de objetos, materiais e matérias-primas (FERREIRA, 1999).

Ambulatório: Departamento hospitalar para atendimento (curativos, primeiros socorros, pequenas

cirurgias, exames, etc.) de enfermos que se podem locomover (FERREIRA, 1999).

Anfiteatro: Compartimento ou ambiente aberto ou fechado frequentemente de forma semi-circular ou

aproximada provido de arquibancada em degraus para facilitar a visibilidade das pessoas em todo o

sentido do talude (FERREIRA, 1999).

Antiquário: Estabelecimento onde se comerciam antiguidades (FERREIRA, 1999).

Apart-hotel: Hotel em que há apartamentos residenciais para os quais se oferecem serviços de

limpeza, lavanderia, etc (FERREIRA, 1999).

Aposento: Compartimento de casa, especialmente o quarto de dormir (FERREIRA, 1999).

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Área de serviço: Dependência da habitação que serve de apoio aos trabalhos domésticos (COSTA;

DOUCKLIN, 1982).

Área de manipulação de alimento: Área onde há a manipulação de alimentos, como em

restaurantes e cozinhas industriais (CODECER, 2002).

Área c/ tráfego rodado: Área onde há a circulação de rodas, como carrinhos de supermercado

(CODECER, 2002).

Armazem: Grande estabelecimento comercial, geralmente atacadista, e de secos e molhados

(FERREIRA, 1999).

Armarinho: Loja onde se vendem tecidos, material de costura e atavios femininos (FERREIRA,

1999).

Arsenal: Edifício com armazéns e dependências próprias para fabricar e guardar aparelhos, armas e

munições bélicas (CORONA; LEMOS, 1972).

Asilo: Casa de assistência social onde são recolhidas para sustento ou também para educação,

pessoas pobres e desamparadas, como mendigos, crianças abandonadas, órfãos, velhos, etc

(FERREIRA, 1999).

Atelier: Oficina onde trabalham em comum certos artesãos ou operários (FERREIRA, 1999).

Atendimento ao público: Setor da agência/empresa/instituição que executa o atendimento ao

público (CODECER, 2002).

Ático: Parte do volume superior de uma edificação, destinada a abrigar casa de máquinas, piso

técnico de elevadores, caixas dágua e circulação vertical (CODECER, 2002).

Átrio: Em prédios de maior porte, em geral suntuosos, amplo recinto de distribuição da circulação

(ALBERNAZ; LIMA, 1998).

Auditório: Sala acusticamente tratada, onde se proferem palestras, conferências, aulas especiais,

etc (FERREIRA, 1999).

Auto-cine: Local de espetáculos, onde se projetam filmes cinematográficos, que podem ser

assistidos do interior dos veículos automóveis (FERREIRA, 1999).

Autódromo: Conjunto de pistas e edifícios (instalações para administração, arquibancadas, controle,

oficinas de reparos, etc.), para corrida de automóveis (FERREIRA, 1999).

Auto-elétricas: Lugar onde se fazem consertos elétricos em veículos automóveis (FERREIRA, 1999).

- B –

Balcão: Balanço, na altura dos pisos elevados, fronteiro a uma envasadura de acesso e guarnecido

de peitoril ou grade. O termo foi e é mais usado para determinar as sacadas dos edifícios, geralmente

sustentados por mísulas ou cachorros. A palavra é também empregada para designar patamares

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superiores de escadas externas. Varanda alpendrada elevada do solo, na frente das residências. Nos

cinemas, teatros e demais casas de espetáculos, balcão é o nome das platéias suspensas sobre o

primeiro pavimento de localidades (CORONA; LEMOS, 1972).

Balneário (termas): Estabelecimento ou edifício especialmente organizado e equipado para banhos

(FERREIRA, 1999).

Bancos de sangue: Local com equipamento especial, onde se armazenam sangue que servirá para

ser transfundido em organismo, em caso de transfusões (FERREIRA, 1999).

Banheiro: Dependência da habitação dotada de aparelhos sanitários como lavatório, chuveiro e vaso

e destinada ao asseio corporal (COSTA; DOUCKLIN, 1982).

Bar: Local público ou dependência da habitação geralmente provido de balcão onde são servidas

bebidas e comidas ligeiras (COSTA; DOUCKLIN, 1982).

Barbearias: Loja de barbeiro (FERREIRA, 1999).

Basílica: Designação aplicada a qualquer igreja de construção majestosa ou que contenha relíquias

(ALBERNAZ; LIMA, 1998).

Batistério: Nas igrejas, local onde se situa a pia batismal. Em geral é um pequeno recinto localizado

na entrada da igreja (ALBERNAZ; LIMA, 1998).

Bazar: Exposição e venda de determinados artigos, especialmente peças artesanais, em geral para

fins beneficentes (FERREIRA, 1999).

Belvedere: Pequeno mirante de onde se descortina um vasto panorama (FERREIRA, 1999).

Berçário: Seção, nas maternidades, onde ficam os berços com as crianças recém-nascidas

(FERREIRA, 1999).

Biblioteca: Edifício ou dependência da habitação destinado à guarda de livros para uso público ou

particular (COSTA; DOUCKLIN, 1982).

Bloco de apartamento: Cada um dos prédios isolados constituintes de um conjunto de construções

(LINCHO, 1996).

Boate: Estabelecimento comercial, que funciona de noite e, em geral, consta de bar, restaurante,

pista de dança e palco para apresentação de atrações artísticas; casa noturna(FERREIRA, 1999).

Borracharia: Estabelecimento onde se consertam e se vendem pneumáticos (FERREIRA, 1999).

Boutique: Loja pequena, onde se vendem sobretudo artigos de vestuário e bijuterias (FERREIRA,

1999).

- C –

Cabaré: Casa de diversões onde se bebe e dança e, em geral, se assiste a espetáculos de

variedades (FERREIRA, 1999).

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Cadeia Pública: edifício público no qual há clausura para determinadas pessoas que forma presas

(CORONA; LEMOS, 1972).

Café: Estabelecimento comercial dotado de balcão e/ou de pequenas mesas onde se toma café e

outras bebidas (FERREIRA, 1999).

Calçada: caminho mais elevado nas laterais das vias urbanas para uso dos pedestres (COSTA;

DOUCKLIN, 1982).

Câmara de comércio: Edifício onde funciona tribunal de comércio ou corporação de pessoas ligadas

a essa atividade (FERREIRA, 1999).

Câmara de deputados: Edifício público onde se reunem os deputados da câmara federal (COSTA;

DOUCKLIN, 1982).

Câmara frigorífica: Compartimento de temperatura mantida artificialmente baixa, para

armazenamento e conservação de gêneros perecíveis (FERREIRA, 1999).

Câmara de vereadores: Local onde se reúne assembléia deliberativa constituída em corpo legislativo

de vereadores (COSTA; DOUCKLIN, 1982).

Camisaria: Estabelecimento onde se fabricam e/ou vendem camisas (FERREIRA, 1999).

Campanário: Elemento elevado (torre) onde se encontram os sinos, formando parte da construção

ou separada dela (COSTA; DOUCKLIN, 1982).

Cantina: Estabelecimento onde se preparam e servem refeições (FERREIRA, 1999).

Capela mortuária: Local onde se velam defuntos, antes do enterramento (FERREIRA, 1999).

Capela: Construção religiosa de pequeno porte, geralmente sem torres ou com uma e na

nomenclatura eclesiástica, são também chamadas de capelas quaisquer templos que não sejam

igrejas matrizes (CDCON, 2004).

Carpintaria: Oficina de carpinteiro (FERREIRA, 1999).

Cartório: Repartição onde funcionam os tabelionatos, os ofícios de notas, as escrivania da justiça, os

registros públicos, e se mantêm os respectivos arquivos (FERREIRA, 1999).

Casa: Edifício para habitação. Tipo de edifício residencial, de um ou poucos andares, composto por

uma combinação de superfície, teto e paredes, construído segundo normas e padrões adequados à

habitação humana (SCHIMDT, 2000).

Casa de câmbio: Estabelecimento para operação financeira que envolve venda, compra ou troca da

moeda de um país pela de outro (CDCON, 2004).

Casa de detenção: Estabelecimento penitenciário onde se recolhem, para serem corrigidos, menores

delinqüentes ou desocupados, e marginais (FERREIRA, 1999).

Casa da moeda: Estabelecimento onde são cunhadas as moedas e impressos os papéis-moedas por

conta do governo da nação (CORONA; LEMOS, 1972).

Casarão:Casa grande, rica, opulenta, faustosa (FERREIRA, 1999).

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Casa de campo: Casa fora das cidades, em que se passam férias ou fins de semana (FERREIRA,

1999).

Casa noturna: Estabelecimento comercial, que funciona de noite e, em geral, consta de bar,

restaurante, pista de dança e palco para apresentação de atrações artísticas (FERREIRA, 1999).

Casa de praia: Casa projetada pára a faixa litorânea (COSTA; DOUCKLIN, 1982).

Casa de saúde: Hospital particular ou de economia privada, em que o tratamento e as diárias são

pagos pelo cliente, ou, mediante convênio, por entidade privada ou governamental; clínica

(FERREIRA, 1999).

Casa urbana: Casa localizada no perímetro urbano (COSTA; DOUCKLIN, 1982).

Castelo: Casa com alto padrão de qualidade, tanto nos materiais de construção como nas

acomodações (COSTA; DOUCKLIN, 1982).

Cassino: Casa de diversões, com salões para jogos de azar e salões de festas com espaço para

danças, representações teatrais, mesas, etc (FERREIRA, 1999).

Catedral: Diz-se da, ou relativo à principal igreja dum bispado ou arcebispado (FERREIRA, 1999).

Cela: Pequeno dormitório. Nos conventos, cada um dos pequenos quartos dos religiosos. Nas

cadeias ou penitenciárias, cada um dos cubículos onde ficam os presos (CORONA; LEMOS, 1972).

Central de correios e telégrafos: Edifício destinado aos serviços de recebimento e expedição de

correspondência e de transmissão de mensagens entre pontos distantes , por meio de sinais

(COSTA; DOUCKLIN, 1982).

Central de rastreamento: Estação de telecomunicação para determinação a distância, por meio de

radar, rádio ou fotografia, de uma ou mais variáveis características de um satélite, míssil ou veículo

espacial (CDCON, 2004).

Central telefônica: Edifício destinado a conter o centro ao qual vão dar os circuitos telefônicos de um

grupo de assinantes e no qual se efetuam as ligações necessárias (COSTA; DOUCKLIN, 1982).

Centro de saúde: Edifício de manutenção oficial onde é ministrado atendimento médico, higiênico e

social a crianças e adultos (COSTA; DOUCKLIN, 1982).

Chafariz: Construção de alvenaria, com uma ou várias bicas, por onde jorra água que serve para

uso da população, como bebedouro de animais ou, o que é mais comum, como simples ornamento;

fonte (FERREIRA, 1999).

Chancelaria: Repartição por onde correm negócios diplomáticos (FERREIRA, 1999).

Churrascaria: Restaurante onde se serve como especialidade o churrasco (FERREIRA, 1999).

Churrasqueira: Grelha, armação de ferro ou aparelho elétrico, para fazer churrasco (FERREIRA,

1999).

Cinema: Tipo de edificação para reunião do público onde se projetam filmes cinematográficos

(FERREIRA, 1999).

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250

Cinemateca: Local onde se conservam os filmes cinematográficos, em especial os considerados de

valor cultural ou artístico (FERREIRA, 1999).

Claustro: Pátio interior descoberto e geralmente rodeado de arcadas nos conventos ou edifícios que

tiveram esse uso (ALBERNAZ; LIMA, 1998).

Clínica médica: Dependência hospitalar ou edifício destinado a tratamento médico especializado

(FERREIRA, 1999).

Closet: Dependência da habitação formada em um vão com quatro paredes e onde se guardam

roupas (COSTA; DOUCKLIN, 1982).

Clube recreativo/esportivo: Local que tem, geralmente, edificações, piscina, etc., e onde,

comumente pagando uma mensalidade ou taxa, se reúnem pessoas para praticar esportes, jogar,

dançar, etc (FERREIRA, 1999).

Colônia penal: Estabelecimento onde certos condenados cumprem pena, ger. trabalhando

(FERREIRA, 1999).

Confeitaria: Casa onde se fabricam ou vendem bolos, biscoitos, doces, salgadinhos, etc (FERREIRA, 1999).

Conservatório: Estabelecimento público destinado a ensinar as belas artes, principalmente a música

(CORONA; LEMOS, 1972).

Copiadora: Casa comercial especializada em fazer cópias heliográficas, ou fotocópias, etc., de

documentos (FERREIRA, 1999).

Concha acústica: Abóbada formada por um quarto de esfera, ou por paredes côncavas, destinada a

dirigir os sons refletidos (COSTA; DOUCKLIN, 1982).

Consulado: Escritório onde o consul exerce as suas funções; repartição consular (FERREIRA, 1999).

Consultório: Lugar ou casa onde se dão consultas (FERREIRA, 1999).

Convento: Edifício que serve de residência a religiosos de qualquer comunidade (CORONA; LEMOS,

1972).

Cooperativa: Empresa constituída por membros de determinado grupo econômico ou social, e que

objetiva desempenhar, em benefício comum, determinada atividade econômica (FERREIRA, 1999).

Copa: Dependência da habitação geralmente ao lado da cozinha, onde se realizam trabalhos

relacionados com esta, ou se guardam os genêros alimentícios, as louças e os talheres (COSTA;

DOUCKLIN, 1982).

Coreto: Espécie de quiosque construído ao ar livre, para concertos musicais (COSTA; DOUCKLIN,

1982).

Coro: Nas igrejas, balcão destinado aos cantores em cerimônias religiosas. Geralmente o coro é

colocado em piso sobreelevado, acima da porta de acesso e no começo da nave. Outras vezes, está

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situado no fundo da capela-mor. Local, nas igrejas, de onde assistem aos ofícios divinos e religiosas

sem serem vistas pelo público que permanece nas naves (CORONA; LEMOS, 1972).

Corredor: Dependência da habitação cuja função exclusiva é a de facilitar a circulação horizontal

(COSTA; DOUCKLIN, 1982).

Cozinha: Dependência da habitação na qual são preparados os alimentos (COSTA; DOUCKLIN,

1982).

Cozinha industrial: Dependência na qual são preparados alimentos em escala industrial.

Creche: Edifício onde é fornecida assistência diurna a crianças de tenra idade (COSTA; DOUCKLIN,

1982).

Crematório: Edifício onde se queimam cadáveres (COSTA; DOUCKLIN, 1982).

- D –

Deck: plataforma feita de tábuas para circundar piscinas ou espelhos d’ água (COSTA; DOUCKLIN,

1982).

Depósito: Armazém (FERREIRA, 1999).

Depósito de garrafas: Lugar onde se deposita garrafas.

Depósito de guarda de móveis e de bens: Lugar onde se deposita móveis e bens.

Depósito de lenha e madeira: Lugar onde se deposita lenha e madeira (FERREIRA, 1999).

Depósito de vinho e vinagre: Lugar onde se deposita vinho e vinagre.

Despensa: Dependência da habitação onde se guardam comestíveis (COSTA; DOUCKLIN, 1982).

Destilaria: Edifício industrial onde se realizam as operações físicas nas quais componentes em fase

líquida são, progressivamente, vaporizados e condensados (COSTA; DOUCKLIN, 1982).

Desvão: Espaço entre o telhado e o forro de uma edificação (LINCHO, 1996).

Discoteca: Edifício ou sala onde se colecionam discos, e que geralmente é equipado com

aparelhagem de som para audições (FERREIRA, 1999).

Dispensário: Edifício ou dependência hospitalar onde são dados, quase sempre gratuitamente,

assistência e remédios aos doentes pobres ou associados de instituições de beneficiência (COSTA;

DOUCKLIN, 1982).

Distribuidora: Firma ou empresa responsável pela distribuição; distribuidor (FERREIRA, 1999).

Dormitório: Quarto onde se dorme (COSTA; DOUCKLIN, 1982).

- E –

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252

Edifício administrativo: Edifício destinado ao serviço administrativo de empresa particular (COSTA;

DOUCKLIN, 1982).

Edifício de bancos: edifício cuja atividade básica consiste em receber depósitos de dinheiro e

efetuar empréstimos, podendo tb. transacionar com títulos de crédito, privados ou públicos, e prestar

outros serviços de natureza financeira (COSTA; DOUCKLIN, 1982).

Edifícios para bolsa de valores: Edifício destinado à serviços da bolsa de valores (COSTA;

DOUCKLIN, 1982).

Edifício comercial: Edifício destinado à atividade de comércio (COSTA; DOUCKLIN, 1982).

Edificio de corpo de bombeiro: Edificação da corporação que se destina a prestar socorro em

casos de incêndio ou de sinistro (CDCON, 2004).

Edifício cultural: Edifício destinado à disseminação da cultura (COSTA; DOUCKLIN, 1982).

Edifício de escritórios: Edifício destinado à serviços de expediente relativo a qualquer

administração, onde se tratam negócios, e se recebem clientes, etc (COSTA; DOUCKLIN, 1982).

Edifícação para fins financeiros: Estabelecimento destinado a operações financeiras (COSTA;

DOUCKLIN, 1982).

Edifício funerário: Edificação para guarda, enterro, cremação ou velório de defuntos (COSTA;

DOUCKLIN, 1982).

Edifício industrial: Edificação destinada a abrigar numa indústria, parte da função trabalho, na área

de produção industrial (COSTA; DOUCKLIN, 1982).

Edifícação para serviços de assistência à saúde: Qualquer tipo de edificação destinado a dar

atendimento médico às pessoas (COSTA; DOUCKLIN, 1982).

Edificação para comunicação: Edificação destinada a emitir, transmitir e receber mensagens por

meio de métodos e/ou processos convencionados, quer através da lingua escrita, quer de outros

sinais, signos ou símbolos, quer de aparelhamento técnico sonoro e/ou visual (COSTA; DOUCKLIN,

1982).

Edifícação para diversão e lazer: Edifício para divertimento público e lazer de qualquer gênero

(COSTA; DOUCKLIN, 1982).

Edifício garagem: Prédio, com vários pavimentos, que se destina exclusivamente a abrigar veículos

(CDCON, 2004).

Edifício de institutos de pesquisa: Edifício quer por suas características, permite a pesquisa em

determinado campo da ciência ou da tecnologia (COSTA; DOUCKLIN, 1982).

Edifícação da administração pública: Edificação destinada aos serviços administrativos, legislativos

ou judiciários do governo (COSTA; DOUCKLIN, 1982).

Edifícação para fins religiosos: Edificação destinada ao culto a Deus ou à habitação de religiosos

(COSTA; DOUCKLIN, 1982).

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253

Elemento: São as partes da edificação que por si só ou em combinação com outras, tem uma função

predominante. Se, por exemplo, considerarmos a envolvente exterior como uma das funções

predominantes dos edifícios, podem-se referir como elementos dentre outros, as paredes externas, o

telhado (ISO TR 14177, 1994).

Elevador: cabine suspensa por roldanas e contrapesos, utilizada para transportar cargas e

passageiros entre pavimentos de edifícios (SCHMIDT, 2000).

Embaixada: Edifício público destinado à residência ou escritório, ou ambos,de um embaixador

(COSTA; DOUCKLIN, 1982).

Enfermaria: Dependência hospitalar em que se internam doentes (FERREIRA, 1999).

Entreposto: Edifício destinado a depósito de mercadorias em grande quantidade, com o fim de

serem vendidas com exclusividade por uma companhia, ou por um Estado ou governo (CDCON,

2004).

Escada: Elemento construído por uma sucessão de degraus destinado a permitir circulação vertical

entre níveis diferentes para comunicação entre um piso e outro (ALBERNAZ; LIMA, 1998).

Escola de primeiro grau: Estabelecimento onde se recebe ensino primário (TRISTÃO, 2004).

Escola de segundo grau: Estabelecimento onde se recebe ensino secundário (TRISTÃO, 2004).

Escola maternal: Escola para crianças abaixo de 4 anos (FERREIRA, 1999).

Escola técnico profissionalizante: Estabelecimento onde se recebe ensino técnico

profissionalizante (TRISTÃO, 2004).

Escritório: Dependência de um edifício destinada aos serviços administrativos de uma empresa,

dependência da habitação destinada à escrita, ao trabalho intelectual e o próprio espaço interior

decorado para tais fins (COSTA; DOUCKLIN, 1982).

Espaço interno: espaços situados no interior do envelope do edifício (OCCS NET, 2001)

Espaço externo: espaços conectados ou associados ao edifício, mas localizados fora do envelope

do edifício e que podem ser cobertos e parcialmente fechados (OCCS NET, 2001).

Espaço de uso coletivo: espaços simples que desempenham uma atividade específica associada

ao uso coletivo (OCCS NET, 2001).

Espaço de uso privativo: espaços simples que desempenham uma atividade específica associada

ao uso privativo (OCCS NET, 2001).

Espaço para serviço: espaços simples que desempenham uma atividade específica associada a

serviços (OCCS NET, 2001).

Espaço para estocagem: espaços simples que desempenham uma atividade específica associada à

estocagem (OCCS NET, 2001).

Espaço de circulação: espaços simples que desempenham uma atividade específica associada à

circulação de pessoas, veículos ou bens (OCCS NET, 2001).

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Espaço de circulação horizontal: espaços simples que desempenham uma atividade específica

associada à circulação horizontal de pessoas, veículos ou bens (OCCS NET, 2001).

Espaço de circulação vertical: espaços simples que desempenham uma atividade específica

associada à circulação vertical de pessoas, veículos ou bens (OCCS NET, 2001).

Estacionamento: Lugar delimitado onde se estacionam veículos temporariamente (CORONA;

LEMOS, 1972).

Estádio: Campo de jogos esportivos.

Estação emissora de rádio: Centro emissor de rádio (CDCON, 2004).

Estação emissora de TV: Centro emissor de televisão (CDCON, 2004).

Estação metereológica: Posto meteorológico.

Estação rodoviária: Estação final ou ponto de convergência de uma linha rodoviária (CDCON,

2004).

Estande de tiro: Local fechado para o tiro ao alvo.

Externato: Estabelecimento de ensino onde há somente alunos externos (FERREIRA, 1999).

- F –

Farol: Construção junto do mar geralmente de grande altura, em forma de torre, em cuja parte

superior há um foco luminoso para indicar aos navegantes a entrada do porto ou a existência de

recifes na encosta (CORONA; LEMOS, 1972).

Floricultura: Lugar onde se cultivam e vendem flores.

Fôro: Edifício na qual funcionam os tribunais de justiça, que compreendem toda jurisdição de um

município ou comarcas (CORONA; LEMOS, 1972).

Fortaleza: Fortificação; praça fortificada; forte; castelo.

Forte: Construção militar destinada a proteger um lugar estratégico, uma cidade (FERREIRA, 1999).

Frigorífico: Edifício industrial que transforma as carnes em produtos de conserva, ou

estabelecimento que estoca carnes provenientes dos matadouros para vendê-las por atacado aos

açougueiros (COSTA; DOUCKLIN, 1982).

Funilaria: Estabelecimento ou loja de funileiro (FERREIRA, 1999).

- G –

Gabinete: Aposento ou compartimento mais ou menos isolado do uso geral do resto da edificação,

destinado a determinados trabalhos ou usos.

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Galeria: Espaço luminoso intermediário agregado à edificação destinado a levar luz natural a porções

internas da edificação, podendo ser aberto ao exterior (galeria aberta) ou fechado com vidro (galeria

fechada) (CDCON, 2004).

Galeria aberta: Espaço luminoso intermediário agregado à edificação destinado a levar luz natural a

porções internas da edificação, aberto ao exterior (CDCON, 2004).

Galeria Fechada: Espaço luminoso intermediário agregado à edificação destinado a levar luz natural

a porções internas da edificação, fechado com vidro (CDCON, 2004).

Galeria de arte: Edifício destinado a exposições de obras de arte ou de objetos históricos (CORONA;

LEMOS, 1972).

Galeria de lojas: Num edifício, galeria destinada a atividades comerciais, industriais, etc.

Galpão: Tipo de edifício industrial, cuja característica de instalação é ser uma construção coberta e

fechada, em pelo menos três de suas faces, na altura total ou em partes dela, por paredes e tapumes.

Utilizado para manutenção e depósito (SCHIMDT, 2000).

Garagem: Dependência da habitação destinada à guarda de veículos, dotada de cobertura, paredes,

porta e, às vezes janelas (COSTA; DOUCKLIN, 1982).

Gare: Nas estações de estradas de ferro, local onde embarcam ou desembarcam os passageiros

(CORONA; LEMOS, 1972).

Ginásio: Estabelecimento de ensino ginasial.

Grupo escolar: Escola de ensino primário.

Guarita: Torre ou abrigo nos ângulos de uma construção fortificada, destinado às sentinelas

(CDCON, 2004).

- H –

Hall: Recinto ou compartimento de distribuição da circulação de um edifício (ALBERNAZ; LIMA,

1998).

Hangar: Abrigo fechado e coberto, ou galpão, para balões, dirigíveis, aviões, barcos, etc (FERREIRA,

1999).

Hipódromo: Local onde se realizam corridas de cavalos; prado.

Hospedaria: Casa onde se recebem hóspedes, especialmente mediante remuneração; albergaria,

albergue, estalagem, hospedagem.

Hospital: Edifício onde se tratam doentes, pessoas acidentadas, etc., internados ou não (FERREIRA,

1999).

Hotel: Estabelecimento onde se alugam quartos e apartamentos mobiliados, e que provê

habitualmente, refeições, entretenimentos e outros serviços para o público (CDCON, 2004).

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- I –

Igreja: Edifício consagrado ao exercício público do culto católico-romano (COSTA; DOUCKLIN,

1982).

Indústrias alimentícias por ramo de atividade: Edificação de empresa cuja atividade principal é a

produção de alimentos especialmente de forma mecanizada e em grande escala (IPT, 1981d).

Indústria de bebidas e gelo: Empresa cuja atividade é a produção de bebidas e gelo especialmente

de forma mecanizada e em grande escala (IPT, 1981d).

Indústria de madeira: Edificação de empresa cuja atividade principal é a produção de madeira

especialmente de forma mecanizada e em grande escala (IPT, 1981d).

Indústria de produtos de matéria plástica: Edificação de empresa cuja atividade principal é a

produção de matéria plástica especialmente de forma mecanizada e em grande escala (IPT, 1981d).

Indústria de tintas e corantes: Edificação de empresa cuja atividade principal é a produção de tintas

e corantes especialmente de forma mecanizada e em grande escala (IPT, 1981d).

Indústrias de borracha: Edificação de empresa cuja atividade principal é a produção de borracha

especialmente de forma mecanizada e em grande escala (IPT, 1981d).

Indústrias de celulose, papel e papelão: Edificação de empresa cuja atividade principal é a

produção de celulose, papel e papelão especialmente de forma mecanizada e em grande escala (IPT,

1981d).

Indústrias de couros, peles e produtos similares: Edificação de empresa cuja atividade principal é

a produção de celulose, papel e papelão especialmente de forma mecanizada e em grande escala

(IPT, 1981d).

Indústrias de fumo: Edificação de empresa cuja atividade principal é a produção de couros, peles e

produtos similares especialmente de forma mecanizada e em grande escala (IPT, 1981d).

Indústrias de material de transporte: Edificação de empresa cuja atividade principal é a produção

de material de transporte especialmente de forma mecanizada e em grande escala (IPT, 1981d).

Indústrias de material elétrico e comunicações: Edificação de empresa cuja atividade principal é a

produção de material elétrico e comunicações especialmente de forma mecanizada e em grande

escala (IPT, 1981d).

Indústrias de material elétrico e comunicações: Edificação de empresa cuja atividade principal é a

produção de material elétrico e comunicações especialmente de forma mecanizada e em grande

escala (IPT, 1981d).

Indústrias de mobiliário: Edificação de empresa cuja atividade principal é a produção de mobiliário especialmente de forma mecanizada e em grande escala (IPT, 1981d).

Page 257: CLASSIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO NA INDÚSTRIA DA ... - … · Classificação da informação na indústria da construção civil: uma aplicação em placas cerâmicas para revestimento

257

Indústrias de perfumarias, sabões e velas: Edificação de empresa cuja atividade principal é a

produção de perfumarias, sabões e velas especialmente de forma mecanizada e em grande escala

(IPT, 1981d).

Industrias de produtos farmacêuticos e medicinais: Edificação de empresa cuja atividade principal

é a produção produtos farmacêuticos e medicinais especialmente de forma mecanizada e em grande

escala (IPT, 1981d).

Indústrias de vestuário, calçados e artefatos de tecidos: Edificação de empresa cuja atividade

principal é a produção de vestuário, calçados e artefatos de tecidos especialmente de forma

mecanizada e em grande escala (IPT, 1981d).

Indústrias editorial e gráfica: Edificação de empresa cuja atividade principal é a produção editorial e

gráfica especialmente de forma mecanizada e em grande escala (IPT, 1981d).

Indústrias mecânicas: Edificação de empresa cuja atividade principal é a produção de produtos

mecânicos especialmente de forma mecanizada e em grande escala (IPT, 1981d).

Indústrias metalúrgicas: Edificação de empresa cuja atividade principal é a produção de produtos

metalúrgicos especialmente de forma mecanizada e em grande escala (IPT, 1981d).

Indústrias químicas: Edificação de empresa cuja atividade principal é a produção de produtos

químicos especialmente de forma mecanizada e em grande escala (IPT, 1981d).

Indústrias têxteis: Edificação de empresa cuja atividade principal é a produção de produtos têxteis

especialmente de forma mecanizada e em grande escala (IPT, 1981d).

Internato: Escola ou instituição de assistência onde os alunos residem, fazem as refeições e

recebem educação e instrução (CORONA; LEMOS, 1972).

Instituto de ensino superior: Estabelecimento de ensino superior.

Instituto de pesquisa: Estabelecimento de pesquisa.

Instituto de treinamento profissional e especializado: Estabelecimento de treinamento profissional

e especializado.

- J –

Jardim: Área onde se cultivam plantas com finalidade de recreio ou de estudo (COSTA; DOUCKLIN,

1982).

Jardim botânico: Local onde se cultivam e se expõem espécimes botânicos.

Jardins zoológico: Local, ger. nas grandes cidades, destinado à exposição permanente de

espécimes mais ou menos raros de animais.

Jardim de infância: Edifício ou estabelecimento de ensino destinado a ministrar instrução pré-

primária a crianças até os 6 anos de idade (COSTA; DOUCKLIN, 1982).

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258

Jardim de inverno: Dependência da habitação, envidraçada, destinada ao cultivo de plantas

(COSTA; DOUCKLIN, 1982).

Jirau: Construção provisória entre dois andares. É também considerada mobiliário (CDCON, 2004).

Joalheria: Estabelecimento de comércio de jóias (FERREIRA, 1999).

- L –

Laboratório: Lugar destinado ao estudo experimental de qualquer ramo da ciência, ou à aplicação

dos conhecimentos científicos com objetivo prático.

Laboratório de análise clínica: Lugar aonde vão os doentes consultar um médico, receber

tratamento ou submeter-se a exames clínicos, radiografias, etc.

Laboratório de radiologia: Lugar que faz uso dos raios X, em aplicações a diagnóstico e a

terapêutica.

Lanchonete: Estabelecimento especializado no preparo de refeições ligeiras, servidas geralmente no

balcão.

Laticínio: Edificação de empresa cuja atividade principal é a produção de produtos preparados

comestível feito com leite, ou em que ele entra como principal elemento, especialmente de forma

mecanizada e em grande escala

Lavanderia: Estabelecimento onde se lavam e passam a ferro peças quaisquer de vestuário

(COSTA; DOUCKLIN, 1982).

Livraria: Estabelecimento destinado à venda de livros.

CORONA, Eduardo, LEMOS, Carlos A.C. 1972. Dicionário da arquitetura brasileira. Edart. São Paulo.

Lavabo: Dependência da habitação dotada de pia e vaso sanitário (COSTA; DOUCKLIN, 1982).

Loja: Num edifício, dependência destinada a atividades comerciais, industriais, etc (FERREIRA,

1999).

Loja de departamentos: Estabelecimento comercial de grande porte, dividido em seções, cada uma

destas com predominância de determinado tipo de produto.

Loja para vendas por atacado: Estabelecimento comercial que vende por atacado.

- M –

Magazine: Casa onde se vendem artigos de modas loja (FERREIRA, 1999).

Mansão: Residência de grandes dimensões e luxo requintado (FERREIRA, 1999).

Matadouro: Lugar onde se abatem reses para consumo público.

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259

Marcenaria: Oficina, arte ou obras de marceneiro (FERREIRA, 1999).

Maternidade: Hospital, ou setor hospitalar, para mulheres no último período de gravidez e para

intervenções cirúrgicas obstetrícias (FERREIRA, 1999).

Mausoléu: Sepulcro suntuoso.

Mercado: Lugar onde se comercializam gêneros alimentícios e outras mercadorias (FERREIRA,

1999).

Mercado aberto: Lugar aberto ao exterior onde se comercializam gêneros alimentícios e outras

mercadorias (FERREIRA, 1999).

Mercado coberto: Lugar coberto onde se comercializam gêneros alimentícios e outras mercadorias

(FERREIRA, 1999).

Mercearia: Loja onde se vendem a retalho gêneros alimentícios, loja de secos e molhados

(FERREIRA, 1999).

Mesquita: Templo maometano (FERREIRA, 1999).

Mezanino: Andar pouco elevado, entre dois andares altos e encaixado no pé direito de outro

pavimento, em geral parcialmente aberto para este pavimento (ALBERNAZ; LIMA, 1998).

Mirante: Pavilhão situado em lugar alto e bastante desabrigado para que dele se possam apreciar

vistas panorâmicas; observatório.

Ministério: Edifício em que funciona a administração dos negócios do Estado atribuída a cada

ministro (FERREIRA, 1999).

Monumento: Obra ou construção que se destina a transmitir à posteridade a memória de fato ou

pessoa notável.

Motel: Hotel situado à beira de estradas de grande circulação, dotado de apartamentos ou quartos

para hóspedes, estacionamento para automóveis e às vezes, restaurante (FERREIRA, 1999).

Muro: São estruturas corridas de contenção constituídas de parede vertical ou quase vertical apoiada

numa fundação rasa ou profunda (CDCON, 2004).

Museu: Tipo de edifício público em que se expõe, para deleite e educação do público, coleções de

interesse artístico, histórico e técnico (SCHIMDT, 2000).

- N –

Necrotério: Edifício destinado ao depósito de cadáveres a fim de serem identificados ou autopsiados

(COSTA; DOUCKLIN, 1982).

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260

- O –

Obelisco: Monumento quadrangular, agulheado, feito, ordinariamente, de uma só pedra sobre um

pedestal; agulha.

Observatório: Instituição ou serviço de observações astronômicas ou meteorológicas (COSTA;

DOUCKLIN, 1982).

Oficina mecânica: Lugar onde se fazem consertos em veículos automóveis (FERREIRA, 1999).

Oficina de prótese: Lugar onde se fabrica qualquer aparelho que auxilie ou aumente uma função

natural no corpo humano como substituto artificial de uma parte perdida acidentalmente (p. ex.,

dente, braço).

Oficina de sapateiro: Lugar onde se elabora, fabrica ou conserta calçados (CDCON, 2004).

Olaria: Fábrica de produtos cerâmicos; cerâmica.

Orfanato: Edifício destinado ao asilo de órfãos (COSTA; DOUCKLIN, 1982).

Ótica: Estabelecimento onde se vendem e/ou fabricam instrumentos ópticos, sobretudo óculos ou

lunetas (FERREIRA, 1999).

- P –

Padaria: Lugar onde se vende e/ou fabrica pão, bolachas, biscoitos, etc (FERREIRA, 1999).

Paiol de munição: Casa ou depósito destinado ao armazenamento de pólvora (CDCON, 2004).

Palácio do Governo: Grande e suntuoso edifício público, sede do governo, administração ou

tribunal, onde se reúnem os poderes legislativos,executivos e judidiciários. Antigamente, o palácio

onde funcionava a câmara municipal (CORONA; LEMOS, 1972).

Prefeitura Municipal: Prédio onde funcionam os órgãos da administração municipal.

Palacete: Palácio pequeno (ALBERNAZ; LIMA, 1998).

Palco: Tablado destinado a espetáculos e apresentações (ALBERNAZ; LIMA, 1998).

Palco Italiano: Palco retangular, aberto apenas na parte anterior para a platéia (ALBERNAZ; LIMA,

1998).

Panteão: Monumento arquitetônico destinado a perpetuar a memória de homens famosos (heróis

nacionais, artistas, estadistas, etc.), e que, em geral, contém seus restos mortais.

Papelaria: Estabelecimento onde se vendem papel e outros artigos de escritório (FERREIRA, 1999).

Parede: Elemento de fecho, de vedação ou de seleção de ambientes, geralmente construído de

alvenaria e tijolos (CORONA; LEMOS, 1972).

Parede Interna e Externa: incluem as placas cerâmicas projetadas para revestimentos internos e

externos e usadas para revestir paredes (EPIC, 2002).

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261

Parede Interna: incluem as placas cerâmicas projetadas para revestimentos internos e usadas para

revestir paredes (EPIC, 2002).

Parede Externa: incluem as placas cerâmicas projetadas para revestimentos externos e e usadas

para revestir paredes (EPIC, 2002).

Parque de diversão: Local geralmente cercado e dotado de instalações próprias para a diversão de

crianças.

Parques públicos: Jardim público arborizado.

Pastelaria: Estabelecimento onde se preparam ou vendem pastéis (FERREIRA, 1999).

Passadiço: Passeio lateral das ruas; calçada.

Passeio: Caminho um pouco elevado que ladeia as ruas junto às casas e se destina ao trânsito dos

pedestres; calçada.

Pátio: Espaço luminoso externo envolvido lateralmente pelas fachadas de um ou mais edifícios e

aberto ao exterior através do topo ou, algumas vezes, lateralmente, permitindo ventilação natural e

entrada de luz natural em espaços contíguos (CDCON, 2004).

Pátio coberto: Espaço luminoso externo e coberto envolvido lateralmente pelas fachadas de um ou

mais edifícios e aberto ao exterior através do topo ou, algumas vezes, lateralmente, permitindo

ventilação natural e entrada de luz natural em espaços contíguos (CDCON, 2004).

Pátio descoberto: Espaço luminoso externo descoberto envolvido lateralmente pelas fachadas de

um ou mais edifícios e aberto ao exterior através do topo ou, algumas vezes, lateralmente, permitindo

ventilação natural e entrada de luz natural em espaços contíguos (CDCON, 2004).

Pavimento: Parte da edificação situada entre a parte superior de um piso acabado e a parte superior

do piso seguinte ou o teto acima dele (CDCON, 2004).

Plataforma de carregamento: Local onde são carregados, a granel, caminhões ou vagões-tanque

(YAZIGI, 1999).

Platéia: Genericamente, qualquer recinto destinado ao público para assistir a espetáculos, em

teatros, cinemas ou casas de espetáculo (ALBERNAZ; LIMA, 1998).

Play-ground: Local destinado à recreação infantil, aparelhado com brinquedos e/ou equipamentos de

ginástica.

Planetário: Edifício no qual se faz funcionar um aparelho destinado a ensinar o movimento dos astros

pelo sistema de projeção em cúpula cilíndrica (COSTA; DOUCKLIN, 1982).

Pedágio: Local onde se paga esse tributo, passagem (FERREIRA, 1999).

Peixaria: Estabelecimento onde se vende peixe (FERREIRA, 1999).

Penitenciária: Estabelecimento oficial a que se recolhem os condenados à pena de reclusão ou

detenção, os quais, no decorrer do cumprimento da sentença, ficam sujeitos a trabalho remunerado e,

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262

mediante medidas progressivamente aplicadas, recebem assistência para sua reeducação e

readaptação social (COSTA; DOUCKLIN, 1982).

Pensão: Pequeno hotel de caráter familiar (FERREIRA, 1999).

Pinacoteca: Museu de pintura (FERREIRA, 1999).

Piscina: Tanque artificial para natação.

Piscina coberta: Reservatório de água para natação e banho, em recinto coberto.

Piscina coletiva: Reservatório de água para natação e banho de uso coletivo.

Piscina descoberta: Reservatório de água para natação e banho, em recinto descoberto.

Piso: Superfície construída externa ou interna que recobre o chão ou elemento estrutural horizontal, e

sobre a qual se pisa (ALBERNAZ; LIMA, 1998).

Piso e Parede Interno e Externo: incluem as placas cerâmicas projetadas para revestimentos

internos e externos e usadas para revestir pisos e paredes (EPIC, 2002).

Piso e Parede Interna: incluem as placas cerâmicas projetadas para revestimentos internos e

usadas para revestir pisos e paredes (EPIC, 2002).

Piso e Parede Externa: incluem as placas cerâmicas projetadas para revestimentos externos e

usadas para revestir pisos e paredes (EPIC, 2002).

Piso Interno e Externo: incluem as placas cerâmicas projetadas para revestimentos internos e

externos e usadas para revestir pisos (EPIC, 2002).

Piso Interno: incluem as placas cerâmicas projetadas para revestimentos internos e e usadas para

revestir pisos (EPIC, 2002).

Piso Externo: incluem as placas cerâmicas projetadas para revestimentos externos e e usadas para

revestir pisos (EPIC, 2002).

Pizzaria: Restaurante especializado em pizza (FERREIRA, 1999).

Placa cerâmica para revestimento: Material composto de argila e outras matérias primas

inorgânicas, geralmente utilizadas para revestir piso e paredes, sendo conformadas por extrusão

(representada pela letra A) ou por prensagem (representada pela letra B), podendo também ser

conformada por outros processos (representada pela letra C). As placas são então secadas e

queimadas à temperatura de sinterização. Podem ser esmaltadas, em correspondência aos símbolos

GL (glazed) ou UGL (unglazed), conforme ISO 13006. As placas são incombustíveis e não são

afetadas pela luz (NBR 13816,1997).

Placa cerâmica esmaltada (GL - glazed) - São formadas pela base de argila (biscoito) e posterior

esmaltação para conferir acabamento superficial. São representadas pelo símbolo - GL (glazed) (NBR

13816, 1997).

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Placa cerâmica não esmaltada: São placas que têm corpo único, ou seja, são placas compostas

apenas pelo biscoito, sem aplicação da camada de esmalte. São representadas pelo símbolo - UGL

(unglazed) (NBR 13816, 1997).

Placa cerâmica extrudada: É um processo de fabricação de placas cerâmicas para revestimento,

cujo corpo foi conformado no estado plástico em uma extrusora (maromba) para a seguir ser cortado.

Este processo é representado pela letra A. Pode ser tipo ‘precisão’ e tipo ‘artesanal’. Pouco praticado

no Brasil, representa algo como 2 a 3% da produção nacional, mas inclui produtos de alta qualidade,

para fins especiais (CODECER, 2002).

Placa cerâmica prensada: É um processo de fabricação de placas cerâmicas para revestimento,

cujo corpo foi conformado em prensas, a partir de uma mistura finamente moída. Este processo é

representado pela letra B. É o processo praticado com primazia e que cobre quase a totalidade da

produção nacional (CODECER, 2002).

Placa cerâmica do grupo AI: placa cerâmica com absorção <= 0,5 e cujo método de fabricação seja

extrudado (NBR 13817, 1997).

Placa cerâmica do grupo BIa: placa cerâmica com absorção <= 0,5 e cujo método de fabricação

seja prensado (NBR 13817,1997).

Placa cerâmica do grupo BIb: placa cerâmica com absorção >0,5 e <= 3,0 e cujo método de

fabricação seja prensado (NBR 13817, 1997).

Placa cerâmica do grupo AIIa: placa cerâmica com absorção > 3,0 e <= 6,0 e cujo método de

fabricação seja extrudado (NBR 13817, 1997).

Placa cerâmica do grupo BIIa: placa cerâmica com absorção > 3,0 e <= 6,0 e cujo método de

fabricação seja prensado (NBR 13817, 1997).

Placa cerâmica do grupo AIIb: placa cerâmica com absorção >6,0 e <= 10 e cujo método de

fabricação seja extrudado (NBR 13817, 1997).

Placa cerâmica do grupo BIIb: placa cerâmica com absorção >6,0 e <= 10 e cujo método de

fabricação seja prensado (NBR 13817, 1997).

Placa cerâmica do grupo AIII: placa cerâmica com absorção > 10 e cujo método de fabricação seja

extrudado (NBR 13817, 1997).

Placa cerâmica do grupo BIII: placa cerâmica com absorção > 10 e cujo método de fabricação seja

prensado (NBR 13817, 1997).

Praça: Lugar público cercado de edifícios; largo.

Praça de armas: Área geralmente descoberta no interior das fortificações, destinada aos exercícios

ou revistas militares e concentração das tropas (ALBERNAZ; LIMA, 1998).

Porão: Espaço situado entre o solo e o primeiro piso da construção, e com altura tal que permita

minimamente dispor nas suas paredes externas pequenos vãos de janelas, óculos e seteiras. Tem

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264

como função básica impedir o contato entre o solo e o primeiro piso da edificação, isolando a

estrutura do soalho da umidade do chão (ALBERNAZ; LIMA, 1998).

Portaria: Vestíbulo de edifício, de estabelecimento ou de repartição onde há, de ordinário, um

porteiro ou pessoa encarregada de prestar informações, receber correspondência, etc.

Posto de Bombeiro: Lugar onde ficam os bombeiros que pertencem a uma instituição de assistência

pública encarregada de combater incêndios, fazer salvamentos e socorrer acidentados em outros

tipos de sinistros.

Postos de gasolina: Estabelecimento equipado para a venda de gasolina, álcool, óleos, lubrificantes.

Pré-escola: Estabelecimento de ensino elementar que engloba o maternal, o jardim-de-infância e o

curso de alfabetização.

Presbíterio: Nas igrejas, espaço elevado situado à frente do altar-mor (ALBERNAZ; LIMA, 1998).

Pronto socorro: Edifício ou depêndencia hospitalar destinado a atender casos médicos de urgência

(COSTA; DOUCKLIN, 1982).

Posto de puericultura: Edifício equipado para atendimento médico, higiênico e social das crianças,

tendo em vista seu desenvolvimento físico e moral (COSTA; DOUCKLIN, 1982). Presídio: Edifício público destinado a prisão de criminosos condenados a uma reclusão por tempo

determinado quase sempre longo (CORONA; LEMOS, 1972).

Posto de saúde: Estabelecimento ou repartição subordinada a um órgão central, e que se destina ao

atendimento da saúde pública.

- Q –

Quadra: Campo de esportes especialmente para tênis, voleibol, basquetebol, etc.

Quadra coberta: Campo coberto de esportes especialmente para tênis, voleibol, basquetebol,

Quadra descoberta: Campo descoberto de esportes especialmente para tênis, voleibol, basquetebol,

Quartel: Edifício construído para alojamento de soldados, cujo nome vem do fato de antigamente ser

construído com quatro faces e um pátio central (FERREIRA, 1999).

Quarto: Dependência da habitação privativa de determinada pessoa ou determinado uso (COSTA;

DOUCKLIN, 1982).

Quarto de despejo: Quarto onde são guardados objetos fora do uso (COSTA; DOUCKLIN, 1982).

Quintal: Dependência da habitação em área lateral ou de fundos, que serve como pátio, terreiro,

jardim, horta ou pomar (COSTA; DOUCKLIN, 1982).

Quiosque: Pequena construção, em geral ornamentada e com características pitorescas, situada em

ruas e praças da cidade, destinada usualmente à venda de jornais, flores, plantas e etc. Atualmente é

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muito encontrado, com forma padronizada, na orla marítima de muitas cidades, para venda de

refeições rápidas (ALBERNAZ; LIMA, 1998).

Quitanda: Pequena mercearia (FERREIRA, 1999).

- R –

Rampa: Superfície inclinada que constitui, dentro ou fora dos edifícios, em elementos de circulação

vertical permitindo ligação entre dois ambientes com diferença de nível, para movimentação de

trabalhadores e materiais, construida solidamente, com piso completo, rodapé e guarda-corpo

(YAZIGI, 1999).

Rampa molhada c/ graxa ou gordura: Rampa exposta a graxa e gordura (CODECER, 2002).

Refeitório: Sala para refeições, nas comunidades, colégios, etc.

Refinaria de açúcar: Usina onde se procede à clarificação do açúcar de cana para consumo

comercial.

Reformatório: Estabelecimento oficial que abriga, sob regime disciplinar, menores delinqüentes ou

degenerados, para tratamento, reajustamento, correção, assim como para lhes dar conhecimentos

gerais, educação moral e cívica, habilitá-los em artes e ofícios, e adaptá-los à sociedade (FERREIRA,

1999).

Relojoaria: Loja que fabrica ou conserta relógios (FERREIRA, 1999).

Reservatório: Lugar mais ou menos amplo, ou recipiente próprio para acumular ou reservar certas

coisas; depósito.

Restaurante: Casa onde são servidas refeições ao público, por meio de pagamento. Dependência de

hotel onde são servidas refeições (CORONA; LEMOS, 1972).

Retifica: Oficina especializada em retificar motores.

Rouparia: Local onde se guardam ou vendem roupas.

- S –

Sacaria: Indústria de sacos.

Sacristia: Nas igrejas, dependências para guarda de parâmetos e objetos do culto e onde os padres

vestem os hábitos litúrgicos (ALBERNAZ; LIMA, 1998).

Saguão: Em edifícios de maior porte, principalmente públicos ou coletivos, amplo recinto na entrada

do prédio usado frequentemente como local de espera (ALBERNAZ; LIMA, 1998).

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Sala de aula: Sala em que se leciona.

Sala de cinema: Sala destinada a projeção de filmes cinematográficos (COSTA; DOUCKLIN, 1982).

Sala de cirurgia: Recinto apropriado para o exercício de cirurgia, seja em hospital ou centro

cirúrgico.

Sala de concerto: Local onde um artista, um conjunto musical ou uma orquesta se apresenta ao

público (COSTA; DOUCKLIN, 1982).

Sala de consulta: Recinto apropriado para o exercício de consultas médicas.

Sala de dança: Recinto apropriado para o exercício da dança.

Sala de espera: Compartimento qualquer onde se faz hora ou se aguarda o momento de ser

atendido.

Sala de estar: Sala onde são recebidas as visitas (COSTA; DOUCKLIN, 1982).

Sala de fisioterapia: Recinto apropriado para o tratamento de doença por meio de exercícios e de

agentes físicos.

Sala de ginástica: Recinto apropriado para o exercício de ginástica.

Sala de jantar: Sala da casa onde geralmente se tomam as refeições principais.

Sala de jogo: Sala destinada aos jogos (COSTA; DOUCKLIN, 1982).

Sala de leitura: Sala apropriada para o exercício da leitura.

Sala de recepção: Seção, em escritório, hotel, hospital, em congressos, etc., que se encarrega de

receber as pessoas, receber e distribuir a correspondência e encomendas, dar informações, etc

(FERREIRA, 1999).

Salão de baile: Grande sala de reunião dançante de caráter festivo e não raro formal.

Salão de beleza: Estabelecimento comercial freqüentado, geralmente por mulheres, especializado

em tratamentos para aprimorar o aspecto físico, tais como, por exemplo, limpeza de pele,

massagens, banhos, trato dos cabelos (FERREIRA, 1999).

Salão de cabeleireiro: Estabelecimento comercial freqüentado, geralmente por mulheres,

especializado no trato dos cabelos.

Salão de exposição: Sala de exposição constituída de estandes, onde diferentes expositores

promovem e vendem seus produtos e serviços; feira; salão.

Salão de festa: Dependência da habitação destinada às festas ou local de caráter público ou semi-

público programado para festas ou reuniões (COSTA; DOUCKLIN, 1982).

Sanitário público: local público equipado com vaso sanitário, toalete, mictório (CDCON, 2004).

Santuário: Templo, igreja, basílica, capela.

Sapataria: Loja onde se vendem calçados.

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267

Sauna: Construção especialmente programada onde se toma certo tipo de banho a vapor (COSTA;

DOUCKLIN, 1982).

Secretaria: Local ou repartição onde se faz o expediente relativo a qualquer administração e se

guardam ou arquivam os documentos importantes.

Seminário: Estabelecimento escolar onde se formam os eclesiásticos.

Show-room: Ambiente preparado especialmente para apresentação e/ou demonstração de produtos

e equipamentos a clientes.

Sinagoga: Edificio religioso israelita (COSTA; DOUCKLIN, 1982).

Sobrado: Casa assobradada.

Sobreloja: Pavimento intermediário entre o térreo ou rés-do-chão e o primeiro andar, em geral

encontrado em prédios comerciais (ALBERNAZ; LIMA, 1998).

Solário: Originalmente, nos hospitais, terraço ou varanda exposto à luz do sol destinado aos

tratamentos por radiação solar ou simplesmente aos banhos de sol para doentes (ALBERNAZ; LIMA,

1998).

Sorveteria: Local onde se vendem sorvetes e outras iguarias, para consumo imediato, que são

servidas em mesinhas ou em balcões (FERREIRA, 1999).

Sótão: Dependência da habitação situada entre o forro do último pavimento e o telhado usado como

compartimento principalmente para depósito (ALBERNAZ; LIMA, 1998).

Subsolo: Parte de uma construção localizada abaixo do rés-do-chão (FERREIRA, 1999).

Suite: Dependência da habitação que consiste em quarto de dormir conjugado a um banheiro

(COSTA; DOUCKLIN, 1982).

Supermercado: Loja de auto-serviço onde em ampla área se expõe à venda grande variedade de

mercadorias, particularmente gêneros alimentícios, bebidas, artigos de limpeza doméstica e

perfumaria popular (FERREIRA, 1999).

- T –

Tabacaria: Estabelecimento onde se vendem cigarros, charutos, tabaco, objetos de fumantes

(FERREIRA, 1999).

Teatro: Lugar ou edifício destinado à representação de obras dramáticas, óperas ou outros

espetáculos públicos (CDCON, 2004).

Teatros de arena: Casa de espetáculos cujo palco fica ao centro e ao nível da platéia circundante

(FERREIRA, 1999).

Teatro de bolso: Teatro de pequenas dimensões (FERREIRA, 1999).

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Teatro de marionetes: Edifício onde se representam as diversas espécies de

fantoches,especialmente marionetes; teatro de fantoches.

Templo: Edifício religioso destinado ao culto público de diversas religiões não católicas (COSTA;

DOUCKLIN, 1982).

Terminal de carga: Instalação própria para descarregamento ou carregamento de grandes cargas.

Terminal de container: Instalação própria para descarregamento ou carregamento de container.

Terminal rodoviário: Estação de embarque e desembarque de passageiros de linhas de ônibus

interurbanos, interestaduais e internacionais; estação rodoviária.

Terminal de ferry-boat: Estação de embarque e desembarque de passageiros de ferry-boat.

Terraço: Dependência da habitação que consiste numa plataforma colocada no alto de um edifício,

coberta ou descoberta, que serve de lugar de recreio ou descanso, para tomar sol ou ar fresco

(COSTA; DOUCKLIN, 1982).

Tinturaria: Estabelecimento onde se tingem panos.

Toalete: Compartimento com lavatório e espelho, para as senhoras recomporem o penteado, a

pintura, etc., e que, em geral, tem anexo um gabinete sanitário.

Torrefação de café: Estabelecimento onde se faz torrefação de café.

Torre de controle: Construção onde funciona o órgão do sistema de proteção ao vôo, que controla e

coordena o movimento de aeronaves na área circunvizinha de um aeródromo, e abaixo de

determinada altitude (FERREIRA, 1999).

Tribunal: Edifício público destinado ao julgamento ou à administração da justiça, local, geralmente

sobrelevado, onde se tomam assento os juízes e demais pessoas ligadas àquele mister. Lugar onde

a pessoa é julgada (CORONA; LEMOS, 1972).

- U –

Universidade: Instituição de ensino superior que compreende um conjunto de faculdades ou escolas

para a especialização profissional e científica, e tem por função precípua garantir a conservação e o

progresso nos diversos ramos do conhecimento, pelo ensino e pela pesquisa.

- V –

Varanda: Dependência da habitação e de capela com teto suspenso por si só ou suportado por

pilastras ou colunas, sobre portas ou vãos de acesso (COSTA; DOUCKLIN, 1982).

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Vestiário: Compartimento, em geral dotado de certas comodidades, onde os membros de uma

corporação, uma equipe, etc., trocam a vestimenta comum por uniformes, trajes especiais, ou roupas

de trabalho, e guardam seus pertences (FERREIRA, 1999).

Vestíbulo: Dependência da habitação entre a porta principal e o interior, destinada a facilitar a

circulação interna (COSTA; DOUCKLIN, 1982).

- Z -

Jazigo: Pequena edificação, nos cemitérios, destinada ao sepultamento de várias pessoas

(FERREIRA, 1999).

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