cje0497 - a argumentação na comunicação, philippe breton - resumo

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UNIVERSIDADE DE SÂO PAULO ESCOLA DE COMUNICAÇÕES E ARTES DEPARTAMENTO DE JORNALISMO E EDITORAÇÃO Lógica e Práticas Discursivas Jornalísticas Prof a Rosana Lima Soares GRUPO 3 Fernando Yassuo Murata Janaína Castilho Marcoantonio Sueme A ARGUMENTAÇÃO NA COMUNICAÇÃO Philippe Breton O que é Argumentar Primeiramente, comunicar. Não é convencer a qualquer preço (ruptura com a retórica). A argumentação se restringe em nome de uma ética. Raciocinar (convencer pela razão). Uma argumentação nunca será universal (ao contrário da demonstração). Esquema de Shannon: emissor >> mensagem >> receptor. Esse esquema serve para explicar a propagação da informação, mas é insuficiente no caso da argumentação. O Triângulo Argumentativo Opinião ORADOR ARGUMENTO AUDITPORIO Contexto de recepção Opinião: deve ser verossímil. Orador: aquele que argumenta, para si mesmo ou para os outros. Argumento: a opinião apresentada de forma a convencer. Auditório: aquele(s) a quem se dirige o orador na tentativa de convencer. Contexto de recepção: conjunto das opinões, valores e julgamentos que são partilhados por um auditório previamente ao ato da argumentação, desempenhando papel importante na aceitação ou recusa do argumento apresentado. Limites éticos 1) Nem tudo é argumentável, mas apenas aquilo que está no campo da verossimilhança. Também não são argumentáveis a ciência, a fé religiosa e os sentimentos, por se distinguirem da opinião. 2) Nem todos os argumentos são válidos para defender uma opinião. Deve haver coerência nos argumentos apresentados. Usar um argumento muito distante da opinião que se defende é um recurso da demagogia. 3) O auditório deve ser livre para aderir à opinião. Uma estratégia para convencer a qualquer preço é levar o auditório a acreditar que possui total liberdade de escolha. Mecanismos de intervenção na liberdade de escolha Apelo aos sentimentos Uso da sedução (amálgama: relação de contiguidade entre o orador e suas opiniões) Uso freqüente de figuras de estilo (tradição retórica)

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Page 1: CJE0497 - A argumentação na comunicação, Philippe Breton - resumo

UNIVERSIDADE DE SÂO PAULO ESCOLA DE COMUNICAÇÕES E ARTES DEPARTAMENTO DE JORNALISMO E EDITORAÇÃO Lógica e Práticas Discursivas Jornalísticas Profa Rosana Lima Soares GRUPO 3 Fernando Yassuo Murata Janaína Castilho Marcoantonio Sueme

A ARGUMENTAÇÃO NA COMUNICAÇÃO

Philippe Breton O que é Argumentar Primeiramente, comunicar. Não é convencer a qualquer preço (ruptura com a retórica). A argumentação se

restringe em nome de uma ética. Raciocinar (convencer pela razão). Uma argumentação nunca será universal (ao contrário da demonstração). Esquema de Shannon: emissor >> mensagem >> receptor. Esse esquema serve para explicar a propagação da informação, mas é insuficiente no caso da argumentação. O Triângulo Argumentativo Opinião ORADOR ARGUMENTO AUDITPORIO Contexto de recepção Opinião: deve ser verossímil. Orador: aquele que argumenta, para si mesmo ou para os outros. Argumento: a opinião apresentada de forma a convencer. Auditório: aquele(s) a quem se dirige o orador na tentativa de convencer. Contexto de recepção: conjunto das opinões, valores e julgamentos que são partilhados

por um auditório previamente ao ato da argumentação, desempenhando papel importante na aceitação ou recusa do argumento apresentado.

Limites éticos 1) Nem tudo é argumentável, mas apenas aquilo que está no campo da verossimilhança.

Também não são argumentáveis a ciência, a fé religiosa e os sentimentos, por se distinguirem da opinião.

2) Nem todos os argumentos são válidos para defender uma opinião. Deve haver coerência nos argumentos apresentados. Usar um argumento muito distante da opinião que se defende é um recurso da demagogia.

3) O auditório deve ser livre para aderir à opinião. Uma estratégia para convencer a qualquer preço é levar o auditório a acreditar que possui total liberdade de escolha.

Mecanismos de intervenção na liberdade de escolha Apelo aos sentimentos Uso da sedução (amálgama: relação de contiguidade entre o orador e suas opiniões) Uso freqüente de figuras de estilo (tradição retórica)