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CIRCO DA MISÉRIA O maior desespetáculo da Terra

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CIRCO DA MISÉRIA

O maior desespetáculo da Terra

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PROPOSTA Nome do projeto: “Circo da Miséria” Proponente: Jefferson Vasques Rodrigues Temática geral: miséria; população em situação de rua; solidariedade; circo; fantasia. Área preponderante: artes cênicas Categoria: espetáculo de rua de palhaço Faixa etária: livre Tempo total da atividade: 50 minutos Orçamento: R$200,00 + arrecadação no chapéu Contato: [email protected]

Descrição: Com este projeto busca-se trazer às mentes e corações, de modo sensível e reflexivo, a temática da miséria e da população em situação de rua. Isso ocorrerá através da apresentação do “desespetáculo” de palhaço “Circo da Miséria” de Jeff Vasques (50 minutos), seguido de lançamen-to do livro infanto-adultil “Psiu! uma estória infantil para adultos ou uma história já madura para crianças”, também de Jeff Vasques. O livro também aborda a temática da miséria e da população em situação de rua e será vendido a preços populares, abaixo do valor de mercado (R$ 8,00), estimulan-do sua circulação.

Necessidades técnicas: Por se tratar de apresentação de rua, o “desespetáculo” podo ocorrer em qualquer espaço, desde que não haja separação entre o plano de atuação do palhaço e do público (não deve haver palco italiano elevado). Recomendamos teatros de arena, onde o público pos-sa acomodar-se sentado na sombra. Não há necessidade de iluminação além da natural ou geral que permita ao palhaço enxergar o público. Não há necessidade de aparelhagem de som, já que o próprio palhaço opera seu som durante a apresentação por controle remoto (o aparelho de som é também objeto cênico, ficando dentro do seu carrinho de feira). O artista também possui microfo-ne headset que poderá ser utilizado caso o espaço e a quantidade de público a isso obriguem.

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JUSTIFICATIVAA miséria e o preconceito contra a população em situação de rua

O Brasil é o 8º país com maior desigualdade social no mundo. São 4,8 milhões de pessoas sobrevivendo sem qualquer renda mensal, e ainda mais 11,43 milhões de pessoas com renda até 70 reais mensais. Isso nos leva a terrível constatação de que a cada 10 brasileiros, um se encontra em situação de extrema pobreza (dados IBGE).

Decorre dessa situação o alarmante número de pessoas em situação de rua que, segundo pesquisa realizada em 71 dos maiores municípios do Brasil, é de 50 mil adultos (dados IBGE). Esse número, certamente, é muito maior, já que a pesquisa não cobriu a totalidade das cidades menores e nem contabilizou crianças e adoles-centes.

Além de sofrerem com a miséria de sua condição, a população em situação de rua sofre com uma miséria ainda maior: o preconceito que lhes atribui a falsa imagem de vagabundos, perigosos, sujos, loucos, e, ainda, de coitados-incapazes. Por isso são tratados com repulsa e/ou violência por boa parte da população, quando não são ignorados (invisibilizados), outra cruel e silenciosa forma de violência. Essas agressões não partem apenas da população, mas também do Estado: seja ao não lhes garantir os direitos à dignidade humana, seja ao violentá-los concretamente através de sua força policial e de remoções forçadas ilegais.

O palhaço como consciência social

Apesar dessa gravíssima situação social estar presente no cotidiano da quase totalidade da população brasilei-ra, observa-se, em geral, o “embotamento” da humanidade dos indivíduos que não mais enxergam a miséria, perdendo a capacidade de se solidarizar e revoltar, condição que, aos seus olhos, se “naturaliza”, tornando-se “impossível de mudar”.

A arte tem a potencialidade para re-sensibilizar os corações anestesiados pelo cotidiano desumanizante. Entendemos que o palhaço, em especial, ocupa um papel privilegiado para essa re-sensibilização ao expor sua (nossa!) “fragilidade” e “fracasso” e, ao mesmo tempo, sua (nossa!) força, com seu enfrentamento ingenu-amente confiante dos problemas encontrados em seu caminho. Por maiores que sejam as tragédias em que se vê envolvido, o palhaço sempre se dispõe a enfrentá-los, fazendo de sua figura “miserável”, paradoxalmente, portadora de enorme potência de vida. O riso gerado pelo palhaço torna seu público mais sensível à sua pró-pria vida e às suas condições, um riso que ri do outro, mas de si também; que se comove e se re-pensa ao ver sua própria condição humana exposta.

Dentre todas as linhagens de palhaço, é a tradição do palhaço-vagabundo a que melhor potencializa o efeito desejado no “Circo da Miséria”, tanto por essa estirpe de palhaço enfrentar as misérias da situação de rua, como por seu lirismo que também comove, além de fazer rir. A tradição dos palhaços-vagabundos tem em Carlitos, de Charles Chaplin, sua encarnação mais famosa. Esses palhaços usam da criatividade e de toda seu “jeitinho esperto” para garantirem o seu ganha-pão, como abordado por Antônio Cândido em “A dialética da malandragem” e eternizado em figuras como João Grilo, do “Auto da Compadecida” de Ariano Suassuna.

Portanto, o “Circo da Miséria” é importante para o público de nossos dias por fortalecer a apresentação de rua, das formas mais acessíveis e populares de arte; por resgatar o palhaço-vagabundo, tradição ausente nas práticas atuais circenses e por tratar de forma sensível, tocante e provocativa uma temática pouco usual aos espetáculos de palhaço. Além de sua originalidade, é interessante ressaltar que a construção do “desespetácu-lo” se deu em constante contato com a população em situação de rua que guiou, direta e indiretamente, sua construção. Portanto, além de buscar dialogar com o público em situação de casa, queremos que o povo da rua possa se ver na obra e se sentir representado e tocado.

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O DESESPETÁCULO!Jeff Vasques trabalha há vários anos com a perspectiva da arte associada à consciência social. Mais recentemen-te (ao longo de todo o ano de 2015), aproximou-se do Fórum da Popu-lação em Situação de Rua de Cam-pinas e, assim, estabeleceu contato mais direto com as demandas dessa população, desenvolvendo com eles, por meses, oficinas semanais de pa-lhaço e teatro, participando de suas atividades, reuniões e manifestações públicas. Dessa aproximação resul-tou o espetáculo “Circo da Miséria” e o livro infanto-adultil “PSIU!”, guia-do pelas conversas e apresentações parciais feitas à essa população.

No espetáculo de palhaço “Circo da Miséria”, Jeff Vasques, ou melhor, Magrólhos, o protagonista desse gran-de cerco chamado “miséria”, acorda em mais uma praça como um saltimbanco em roupas surradas, carregan-do consigo fome, sonhos e o pó das estradas. Chega como um mambembe, como mais um catador colhendo nos lixos o que já não tem serventia para lhes dar nova vida; chega como um “palhaço-vagabundo”, armando sua lona preta sob a qual dorme e sobre a qual levanta o picadeiro de sua luta diária por sobrevivência.

Após acordar em cima da lixeira, Magrólhos – esfomeado – começa a vasculhar o lixo a procura de sua so-brevivência e é do encontro com o lixo, com os restos da nossa sociedade que nascem todos os números desse “desespetáculo”. “Desespetáculo” porque as peripécias pela qual passa Magrólhos são terrivelmente espetacu-lares, miséria e circo, tristeza e alegria, num mesmo palgo: algo para se desver! rever! e transformar! Fuçando no lixo, Magrólhos dá vida aos objetos, alimentando assim sua imaginação e esperança; confronta-se com a sujeira e com os restos; apaixona-se por uma passante; anda na corda bamba por ela; disputa a comida com um gato (tradicional número do “gato no saco”; e dança seu “sonho de valsa” com um vestido achado no lixo,

dando assim vida a si mesmo, numa tentativa frustrada de fugir da solidão.

Ora provocando risos, ora comovendo, Magrólhos convi-da os espectadores a adentra-rem o maior desespetáculo da Terra e romperem o cerco que os imobiliza, convidando-os a oferecer a mão, a comparti-rem indignação e solidarieda-de. Magrólhos é o peregrino que todos, no fundo, somos, vagando a procura de humani-dade nos restos e ruínas de um mundo tão desumano.

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O LIVRO INFANTO-ADULTIL

“Psiu! uma estória infantil para adultos ou uma história já madura para crianças”

Em “Psiu!”, como o subtítulo apresenta, Jeff Vasques narra uma estória para todas as ida-des, que “faça acordar os homens e adorme-cer as crianças”, como dizia Drummond. A narrativa é corajosa ao trazer para a literatura “infantil”, ou “infanto-adultil” como o autor prefere, a realidade da miséria que não pode mais ser escondida do olhar da criança que é, freqüentemente, subestimado.

Em “Psiu!”, acompanhamos o cotidiano de um velhinho, a que todos chamam com “psius!”, um ser humano rico de imaginação, alegrias e tristezas, que vive em situação de rua, de lua e de luta. Psiu subverte suas misé-rias, dentro do (im)possível, com sua ima-ginação: brinca de ser invisível; trabalha, à noite, cuidando dos silêncios; colhe nas ruas suas belezas inúteis, ou “inutilezas”; e tem

por amigos a natureza e as coisas simples da cidade que, em geral, passam desapercebidas pelos cidadãos apressados. Através do traço sensível e de belas colagens da artista plástica Letícia Graciano, e do projeto gráfico de Denis Forigo, Jeff Vasques cria este conto de fadas e de fatos, uma história ao mesmo tempo ficcional e real. “PSIU!” foi selecionado pelo edital FICC 2014/2015 da Secretaria de Cultura de Campinas, que financiou sua produção, o que evidencia sua qualidade.

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Currículo Artístico de Jeff VasquesComo palhaço:Jeff Vasques pesquisa a arte da palhaçaria há mais de 10 anos. Formou-se em cursos com os seguintes mes-tres: João Mendes (2000-2002); Ana Elvira Wuo (2002; 2003); Esio Magalhães (2013); Luciane Olendzki (2013-2014); mestre internacional Eric Le Bont (2013); mestre internacional Chacovachi (2013). Realizou curso de improvisação/teatro-esporte com Estela Huergo (Argentina, 2013) e curso de teatro com o Bar-racão Teatro – Campinas (2012); realizou curso “A máscara e o ator” com Tiche Vianna (2016). Trabalhou como palhaço em hospitais de Campinas e região com o grupo “Libertadores do Riso” (2002-2004). De-senvolveu projetos de incentivo à leitura e escrita em saraus que utilizavam do palhaço, literatura e música (projeto “Sarau” juntao à prefeitura de Campinas, 2003-2004); projetos de formação de professores em arte-educação através do palhaço (projeto “Procura-se os sentidos” com a pref. de Campinas, 2002-2003). Ministrou curso de palhaço para crianças e adolescentes (Campinas, 2003); curso intensivo de impro/te-atro-esporte para a Cia. De Arak e para a Trupe Do Poporopó (2013). Realizou diversas intervenções de palhaço em espaço públicos e apresentações de cenas em eventos, saraus e cabarés. Apresentou em 2012 o espetáculo “O homem da cabeça de pape-lão” (Barracão Teatro, Campinas) e o espetáculo de palhaços “Do pó ao poporopó: Funeral Clown” (2014, Trupe do Poporopó). Em 2015 estreio seu “desespetáculo” de palhaço solo de rua “Circo da Miséria”.

Como escritor:Jeff Vasques escreve regularemente há mais de 20 anos, tendo cursado Letras na Unicamp/Campinas, formando-se em 2007. Após o curso de Letras, intensifica seu desejo de profissiona-lizar-se nessa arte: constitui, com outros amigos poetas de Campinas, um coletivo através do qual organiza saraus regulares. Lança quatro livros de poesia: “Subverso” (2009), “Nada comum dia após o outro” (2011), “Te dou a minha palavra” (2013) e “Amor livre-se” (2014). Recebe reconhecimento em prêmios de caráter regional, nacional e inter-nacional. Vale mencionar que, em 2008, foi selecionado com mais 7 poetas portugueses para publicação em um concurso internacional de poesia em Portugal (organizado pela CGTP), sendo o único estrangeiro selecionado. Seu livro infanto-adultil “Psiu!” foi selecionado pelo edital FICC 2014/2015 da Secretaria da Cultura de Campinas/SP, sendo publicado com financiamento público. Desenvolve, em paralelo ao traba-lho literário, projetos de arte-educação em literatura e literatura infantil na formação de professores e de novos leitores, junto à prefeitura de Campinas (2003, 2004, 2010). Em 2011, traduziu o livro “Nascimento Volátil” da poeta colombiana Angie Gaona (publicado pela Editora CEMOP-Fábrica de Cultura) e, atual-mente, está organizando e traduzindo poemas para uma antologia de poesia social da América Latina. Em seu blog (www.eupassarin.wordpress.com) expõe parte de sua produção e traduções. Também já participou de mesas de debate envolvendo literatura e resistência na américa latina, como na USP em 2011. Recen-temente, sua poesia “Tempoaotempo” foi publicada em livro didático da editora FTD; traduções suas de poemas de Che Guevara foram publicadas na revista “Territórios Transversais”; e foi convidado pelo SESC-Sorocaba para um bate-papo sobre poesia no projeto VaraU.

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SINOPSESDesespetáculo de palhaço: “Circo da Miséria” (Jeff Vasques, palhaço Magrólhos)

Sinopse: “Magrólhos”, o palhaço-errante deste grande cerco chamado miséria, acorda em mais um pica-deiro-praça, carregando em seus bolsos sonhos, fome e o pó das estradas. Arma do lixo a lona preta de seu circo sob a qual convida todo o público passante para que participem do maior desespetáculo da Terra!”

Duração aproximada: 45 minutosClassificação etária: livreIngresso: no chapéu (cada um contribui com o valor que avalie adequado à apresentação e ao seu bolso)

Ficha TécnicaCriação e atuação: Jeff Vasques (palhaço Magrólhos)Orientação: Luciane OlendskiAssistente de direção: Taiane RaffaFigurino: Ângela SauerbronnArte divulgação: Denis ForigoFotos: Natasha Motta

Livro infanto-adultil: “PSIU! (uma estória infantil para adultos ou uma história já madura para crianças)” (Jeff Vasques)

Sinopse: “Psiu!”, nome pelo qual chamam o velhinho desta estória, “vivia andando” pelas ruas da cidade, ou melhor, “andava vivendo”. Ia e vinha, pra lá e pra cá. Mas não tinha pra onde ir nem pra onde voltar, nem lá nem cá. Numa mistura entre conto de fadas e um conto de fatos, acompanhe a vida de Psiu: como brincava de ser invisível aos passantes; como colhia as inutilezas que trazia em seu carrinho; e como cuidava, à noite, dos silêncios, trabalho que ninguém mais fazia!

Custo: R$5,00

Ficha TécnicaAutor: Jeff VasquesIlustrações: Letícia GracianoDesign Gráfico: Denis Forigo

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ORÇAMENTO

R$ 200,00 (cachê artístico) + contribuição no chapéu arrecadada na apresentação