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Londrina 2014 CENTRO DE PESQUISA EM CIÊNCIAS DA SAÚDE MESTRADO EM CIÊNCIAS DA REABILITAÇÃO CINTIA CRISTINA SANTI MARTIGNAGO ANÁLISE DA PROLIFERAÇÃO CELULAR E DA EXPRESSÃO GÊNICA DE CÉLULAS FIBROBLÁSTICAS DE CAMUNDONGOS (L929) SUBMETIDAS À TERAPIA LASER DE BAIXA POTÊNCIA

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Londrina 2014

CENTRO DE PESQUISA EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

MESTRADO EM CIÊNCIAS DA REABILITAÇÃO

CINTIA CRISTINA SANTI MARTIGNAGO

ANÁLISE DA PROLIFERAÇÃO CELULAR E DA EXPRESSÃO GÊNICA DE CÉLULAS FIBROBLÁSTICAS DE

CAMUNDONGOS (L929) SUBMETIDAS À TERAPIA LASER DE BAIXA POTÊNCIA

Londrina 2014

CINTIA CRISTINA SANTI MARTIGNAGO

ANÁLISE DA PROLIFERAÇÃO CELULAR E DA EXPRESSÃO GÊNICA

DE CÉLULAS FIBROBLÁSTICAS DE CAMUNDONGOS (L929) SUBMETIDAS À TERAPIA LASER DE BAIXA POTÊNCIA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação (Programa Associado entre Universidade Estadual de Londrina - UEL e Universidade Norte do Paraná - UNOPAR), como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Ciências da Reabilitação. Orientador: Prof. Dra. Regina Célia Poli-Frederico Coorientador: Prof. Dr. Rodrigo Franco de Oliveira

AUTORIZO A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.

Dados Internacionais de catalogação na publicação

Universidade Norte do Paraná

Biblioteca Central

Setor de Tratamento da Informação

Martignago, Cintia Cristina Santi

M333a Análise da proliferação celular e da expressão gênica de células

fibroblásticas submetidas à terapia laser de baixa potência / Cintia

Cristina Santi Martignago. Londrina: [s.n], 2014.

xii; 75f.

Dissertação (Mestrado). Ciências da Reabilitação. Universidade

Norte do Paraná/Universidade Estadual de Londrina.

Orientadora: Profª Drª. Regina Célia Poli-Frederico

1- Ciências da reabilitação - dissertação de mestrado –

UNOPAR/UEL 2- Colágeno tipo 1 3- Expressão gênica 4- Proliferação celular 5-

Terapia laser de baixa frequência 6- Fator de crescimento endotelial vascular I-

Poli-Frederico, Regina Célia; orient. II- Universidade Norte do Paraná. III-

Universidade Estadual de Londrina.

CDU615.8

CINTIA CRISTINA SANTI MARTIGNAGO

ANÁLISE DA PROLIFERAÇÃO CELULAR E DA EXPRESSÃO GÊNICA DE CÉLULAS FIBROBLÁSTICAS DE CAMUNDONGOS (L929) SUBMETIDAS À TERAPIA

LASER DE BAIXA POTÊNCIA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação (Programa Associado entre Universidade Estadual de Londrina [UEL] e Universidade Norte do Paraná [UNOPAR]), como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Ciências da Reabilitação.

BANCA

EXAMINADORA

____________________________________

Dra. Regina Célia Poli Frederico

Prof. Orientador Universidade Norte do

Paraná

_______________________

_____________

Dra. Deise Aparecida de Almeida Pires Oliveira

Membro Interno Universidade Norte do

Paraná

___________________________________

Dra. Cristina Pacheco

Soares Membro Externo

Universidade do Vale do Paraíba

Londrina, 18 de fevereiro de 2014.

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, meu guia e Senhor que conduziu

meus passos até aqui. Estando sempre ao meu lado dando força, coragem e animo

para não desistir mesmo quando tudo dava errado.

Faltam palavras para agradecer a minha família, principalmente a

minha mãe (Janete) e aos avós maternos (Nene e Dino) pelo amor incondicional,

carinho, paciência, confianças e é claro “apoio financeiro” em mais essa etapa da

minha vida. Por cada palavra de incentivo, motivação e até mesmo o silêncio de

vocês quando não entendiam nada do que eu estava falando. Saber que poderia

contar com vocês tornou tudo menos difícil. Obrigada por acreditar em mim, mesmo

quando eu não acreditava. Amo vocês.

Ao meu Pai Iris Martignago (in memória) que infelizmente não

esteve presente fisicamente na minha vida, mas tenho certeza que de onde quer

que ele esteja sempre olhou por mim.

Aos meus tios Gilberto, Jussara, Alessandro e Adenilson, saber que

posso contar sempre com vocês é muito importante.

As minhas primas Tairini, Sarah, Ellen e Gabriela por agüentarem a

minha chatice, que foi ainda maior nesses últimos anos. Sei que as vezes meus

abraços e beijos eram muitos, chegavam até a incomodar, mas eles me acalmavam,

faziam com que qualquer problema sumisse, por alguns instantes.

A minha orientadora professora Dra. Regina Célia Poli-Frederico não

apenas por ter aceite a difícil tarefa de orientar uma fisioterapeuta sem experiência

alguma em biologia molecular e celular, mas também por todo conhecimento

partilhado, paciência na orientação e incentivo que tornaram possível a conclusão

desta dissertação. Serei eternamente grata.

Ao meu coorientador, professor Dr. Rodrigo Franco de Oliveira e a

professora Dra. Deise Aparecida de Almeida Pires Oliveira que quando tudo parecia

estar perdido não mediram esforços para que esse estudo passasse de um projeto e

fosse colocado em prática. Por estarem sempre dispostos a me auxiliar partilhando o

conhecimento de vocês.

Aos professores Dra. Cristina Pacheco Soares, Dr. Newton Soares e

suas equipe de pesquisa (não nomearei, pois possivelmente esquecerei algum)

que além de nos receberem em seus laboratórios para a cultura e irradiação das

células, não mediram esforços para auxiliar na realização do experimento,

partilhando as experiências e o conhecimento.

Aos professores Dr. Paulo Adona e Paulo Monzani e sua equipe do

laboratório (Tobias e Samuel) que além de nos receber em seus laboratórios,

auxiliaram na realização das análises, partilharam todo o conhecimento e ainda

fizeram a nossa estadia em Tamara mais agradável com os momentos de conversa

e descontração.

A Priscila de Oliveira, pelo auxílio e companhia durante a realização

desse projeto.

A Emily Ruzzon, não tenho palavras para agradecer tudo que me

ensinou durante nossas horas e horas de laboratório além da paciência que teve

comigo, principalmente às vezes meu humor não era dos melhores (e olha que não

foram poucas).

Ao meu ex supervisor de estágio e hoje querido amigo Alisson

Gustavo Bráz que muito me ensinou e incentivou para seguir na carreira acadêmica.

As amigas, Simone, Morgana, Aline e Manu. Tenho certeza que

muitas vezes vocês pensaram que eu utilizei os estudos como um álibi para meu

isolamento, mas mesmo assim sempre insistiram em manter contato.

A Susi e Paula, que foram e são muito mais que amigas. Além de

todos os conselhos, palavras de carinho, conforto e estímulo me acolheram em sua

família, tornando o distanciamento da minha família mais fácil.

Agradeço aos meus colegas de mestrado, em especial a Myrian,

Simone e Larissa. Obrigada por todo o apoio, auxílio, conversas e caronas.

Obrigada a todos!

“As grandes obras são executadas, não pela força, mas pela perseverança.”

Samuel Johnson

MARTIGNAGO, Cintia Cristina Santi. “Análise da proliferação celular e da expressão gênica de células fibroblásticas de camundongo (L929) submetidas à terapia lesar de baixa potência”.2014. Número total de Folhas: 71. Trabalho de Conclusão de Curso do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação – Universidade Norte do Paraná, Londrina, 2014.

RESUMO

A Terapia Laser de Baixa Potência é utilizada frequentemente nas clínicas de reabilitação por exercer importantes efeitos nos processos da cicatrização. O objetivo deste estudo foi analisar os efeitos da irradiação laser de baixa potência 904 nm Arseneto de Gali (AsGa) nas doses de 2 e 3 J/cm2 na proliferação celular e na expressão dos genes colágeno 1alfa 1 (COL1α1) e do fator de crescimento endotelial vascular (VEGF) em cultura de células fibroblásticas de camundongo. As células fibroblásticas foram divididas em 3 grupos; G1- Grupo controle (que não recebeu irradiação), G2- irradiado a 2 J/cm2 e G3- irradiado a 3 J/cm2 em placas de 24 poços com laser de AsGa (904 nm). Os grupos de células que foram submetidas à avaliação da proliferação celular receberam irradiação em três momentos distintos (24, 48 e 72 horas após a semeadura), já para as células submetidas à análise de expressão gênica a irradiação ocorreu em 24 e 48 horas após a semeadura. Ambas as análises foram realizadas em triplicata. Para o estudo da proliferação celular foi realizado o ensaio colorimétrico de MTT (brometo de [3-(4,5-dimetiltiazol)-2,5-difeniltetrazólio]) 24 horas após cada irradiação, já a análise de expressão gênica foi feita pelo método de RT-PCR em tempo real 48 horas após a primeira irradiação. Na análise da proliferação celular foi observado que a dose de 3 J/cm2 promoveu um aumento estatisticamente significante na proliferação celular 24 h após a primeira irradiação (p=0,026) em comparação ao grupo não irradiado. Já para a análise da expressão gênica foi possível detectar diferença estatisticamente significante na expressão dos genes estudados entre os grupos avaliados. As células irradiadas apresentaram um aumento de 1,78 na expressão do RNAm do gene COL1α1 (p=0,036). No G3 não houve diferença estatisticamente significante (p=0,138) na expressão desse gene tanto em relação ao G1 quanto ao G2. Para a expressão do gene VEGF foi observado um aumento em sua expressão nos dois grupos tratados em relação ao grupo controle. No G2 houve um aumento na expressão de 2,054 (p= 0,037) e no G3 o gene VEGF apresentou um aumento nos níveis de mRNA de 2,562. Entretanto, não foram observadas diferenças significativas entre G2 e G3 (p>0,05). Foi concluído que a irradiação com laser de baixa intensidade estimula tanto a proliferação celular quanto a expressão dos genes COL1 α 1 e VEGF em cultura de células fibroblásticas de camundongos.

Palavras-chave: Cicatrização. Expressão Gênica. Proliferação Celular. Terapia Laser de baixa potência.

MARTIGNAGO, Cintia Cristina Santi Martignago.” Analysis of cell proliferation and gene expression in mouse fibroblast cells (L929) subjected to low-level laser therapy”. 2014. Total number of sheet: 71. Completion of course work in the Graduate Program in Rehabilitation Sciences – Universidade Norte do Paraná, Londrina, 2014.

ABSTRACT

Low Level Laser Therapy is frequently used in rehabilitation clinics as it exerts significant effects on the healing processes. The aim of this study was to analyze the effects, of Gallium Arsenide (Ga-As) low-level laser irradiation at a wavelength of 904 nm and doses of 2 and 3 J/cm2, on cell proliferation and on the expression of 1alfa 1 (COL1α1) collagen genes and vascular endothelial growth factor (VEGF) in the fibroblast cells of mice. The fibroblast cells were divided into 3 groups; G1 – Control group (which did not receive irradiation), G2 – irradiated at 2 J/cm2 and G3 – irradiated at 3 J/cm2 on 24-well culture plates with a Ga-As laser (904 nm). The groups of cells that had been subjected to the evaluation of cell proliferation received irradiation at three different times (24, 48 and 72 hours after seeding), while for those cells subjected to an analysis of gene expression, the irradiation occurred 24 and 48 hours after seeding. Both analyses were performed in triplicate. For the study of cell proliferation, the MTT (3-(4,5-dimethylthiazol)-2,5-diphenyltetrazolium bromide) colorimetric assay was carried out 24 hours after each irradiation while the analysis of gene expression was performed in real time using RT-PCR, 48 hours after the first irradiation. For the analysis of cell proliferation, it was found that the dose of 3 J/cm2

promoted a statistically significant increase in cell proliferation 24 hours after the first irradiation (p=0.026), when compared to the other groups. With the analysis of gene expression, it was possible to detect a statistically significant difference in the expression of the genes being studied between the groups evaluated. The irradiated cells showed a 1.78x increase in the expression of the RNAm of the COL1α1 gene (p=0036). In G3, there was no statistically significant difference (p=0.138) in the expression of this gene in relation to both G1 and G2. As for the VEGF gene, an increase in expression was observed in both the treated groups when compared to the control group. In G2, there was an increase in expression of 2.054 (p= 0.037) and in G3, the VEGF gene exhibited an increase in the levels of mRNA of 2.562. No significant differences, however, were observed between G2 and G3 (p>0.05). It was concluded that irradiation using low-intensity laser has a photobiomodulation effect by stimulating both cell proliferation and the expression of the genes COL1 α 1 and VEGF in a culture of the fibroblast cells of mice. Key words: Cell Proliferation. Gene expression. Low Level Laser Therapy. Healing.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Comparação da viabilidade celular entre os grupos nos diferentes

momentos avaliados. .............................................................................................. 30

Figura 2 – Expressão relativa do gene COL1α1 nos grupos irradiados ................. 44

Figura 3 – Expressão relativa do gene VEGF nos grupos irradiados ..................... 45

LISTA DE TABELAS

Tabela 01- Análise dos grupos irradiados a 2 e 3 J/cm2 nos diferentes momentos

avaliados (24horas após cada irradiação) ............................................................... 39

Tabela 02 – Sequências de primers utilizados para análise da expressão gênica das

células irradiadas. .................................................................................................... 44

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AsGa Arseneto de Gálio

ATP Trifosfato de adenosina

cDNA Ácido Desoxirribonucléico complementar

COL1α1 Colágeno tipo 1 alfa 1

COL1 Colágeno tipo 1

Ct Cycle Threshold

DNA Ácido Desoxirribonucléico

DMSO Dimetilsulfóxido

E Eficiência da Reação

MTT Brometo de [3-(4,5-dimetiltiazol)-2,5-difeniltetrazólio]

RNAm Ácido Ribonucléico Mensageiro

PCR Reação em Cadeia da Polimerase

RNA Ácido Ribonucléico

RT-qPCR Transcriptase Reversa-Reação Cadeia da Polimerase quantitativa

TLBP Terapia Laser de Baixa Potência

VEGF Fator de Crescimento Endotelial Vascular

λ Comprimento de onda

nm Nanômetro

μL Microlitro

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12

2 REVISÃO DE LITERATURA - CONTEXTUALIZAÇÃO ........................................ 13

2.1 TERAPIA LASER DE BAIXA POTÊNCIA ............................................................ 13

2.1.1 Histórico... ........................................................................................................ 13

2.1.2 Características do Laser... ................................................................................ 14

2.1.3 Efeitos Fisiológicos do Laser... ......................................................................... 15

2.1.4 Efeitos Terapêuticos do Laser... ....................................................................... 15

2.2 REPARO TECIDUAL COM UTILIZAÇÃO DO LASER ........................................ 16

2.3 PROLIFERAÇÃO CELULAR ............................................................................... 17

2.4 REAÇÃO EM CADEIA DA POLIMERASE QUANTITATIVA EM TEMPO

REAL......................... ................................................................................................ 18

3 OBJETIVO

3.1 GERAL ................................................................................................................19

3.2 ESPECÍFICO ...................................................................................................... 19

4 ARTIGO:

4.1 Efeitos da terapia laser de baixa potencia na proliferação de células

fibroblásticas.............................................................................................................20

4.2 Efeito da Terapia Laser de Baixa Potência na expressão gênica do colágeno e

fator de crescimento endotelial vascular em células fibrobláticas.............................34

CONCLUSÃO

GERAL ..................................................................................................................... 49

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 50

ANEXOS ................................................................................................................... 53

ANEXO A – Normas de formatação do periódico da Revista Fisioterapia e Pesquisa

.................................................................................................................................. 54

ANEXO B – Normas de formatação Laser in Medical Science ................................ 58

ANEXO C – Parecer consubstanciado do CEP ........................................................ 70

12

1 INTRODUÇÃO

A terapia a laser de baixa potência (TLBP) é definida como a

aplicação terapêutica de laseres com potência relativamente baixa para o tratamento

de doenças e lesões, utilizando dosagens que não provoquem qualquer

aquecimento detectável nos tecidos irradiados1. Ela atua fotobiomodulando

importantes funções em nível celular, mas os mecanismos biológicos envolvidos

após esse tipo de irradiação ainda não foram totalmente esclarecidos2, pois seus

efeitos dependem da combinação de alguns fatores tais como: comprimento de

onda, dose, potência, tempo e número de irradiações, propriedades ópticas dos

tecidos, tipos de células irradiadas, além das características fisiológicas das células

no momento da irradiação3,4.

Sabe-se que a TLBP exerce efeitos antiinflamatórios importantes

nos processos de cicatrização como: redução de mediadores químicos, de citocinas,

do edema, da migração de células inflamatórias e incremento de fatores de

crescimento5. Adicionalmente, promove a neovascularização6 e a proliferação de

diferentes tipos celulares7-9. Segundo Trainer10 a primeira vez que foi realizada a

irradiação a laser de baixa potência foi em 1960 por Maimann, e desde então muitas

investigações vêm sendo realizadas não apenas com o intuito de elucidar seu

mecanismo de ação, mas também com a perspectiva de identificar a dose

adequada para otimizar o efeito dessa terapia.

Os altos custos dos tratamentos de reparo tecidual aumentam a

importância dos estudos em busca de tratamentos coadjuvantes, capazes de

interagir com o tecido lesado acelerando o processo de reabilitação11. Nessa

perspectiva cada vez mais se investiga a utilização da TLBP, uma vez que a

fotobiomodulação induzida pelo laser é um recurso terapêutico não farmacológico

que contribui para acelerar a recuperação dos tecidos biológicos12. Apesar disso,

ainda não existem protocolos padronizados para suas diversas aplicações. Diante

do exposto, este trabalho teve por objetivo estudar qual dentre as doses estudadas

(2 e 3 J/cm2), no comprimento de onda de 904 nm, possui o efeito modulador tanto

na proliferação de células fibroblásticas de camundongo quanto na expressão

gênica do colágeno 1 alfa 1 e do fator de crescimento endotelial vascular, proteínas

estas que estão relacionadas ao processo de reparo tecidual e consequente

reabilitação.

13

2 REVISÃO DE LITERATURA – CONTEXTUALIZAÇÃO

2.1 TERAPIA LASER DE BAIXA POTÊNCIA

2.1.1Histórico

A palavra laser originou-se do acrômio de Light Amplification by

Stimulated Emission of Radiation (Luz Amplificada por Emissão Estimulada por

Radiação). Suas bases teóricas foram demonstradas e comprovadas ainda em 1917

pelo brilhante Albert Eisten que expôs os princípios físicos da emissão estimulada13.

A utilização do laser iniciou-se na década de 60 e atualmente é

usado em diversas áreas da saúde (oftalmologia, odontologia, dermatologia e

fisioterapia, por exemplo)10. As décadas de 60 e 70 foram marcadas pelo surgimento

de vários tipos de laseres, sendo os mais conhecidos: o de Rubi em 1960 (primeiro

laser a ser fabricado), ainda no mesmo ano surgiu o laser de Hélio-Neônio,

posteriormente o de diodo (1962-1963). Em 1963 foi a vez do laser de Dióxido de

Carbono, seguido pelo laser de íons (1964), o laser de corante orgânico (1966) e o

laser de Onda Química Contínua (1969). O laser Excimer foi inventado em 1970 e o

laser de elétrons livres em 197610.

Os tratamentos experimentais em pacientes iniciaram na década de

1970, após relatos de resultados positivos da irradiação com a Terapia Laser de

Baixa Potência (TLBP) em culturas de células e em experimentos animais6.

Inicialmente a TLBP recebeu o nome de fotobioestimulação. Atualmente sabe-se

que esse termo é inapropriado, pois os laseres também têm o potencial, mesmo em

intensidade terapêuticas, de inibir os processos celulares, sendo assim a

terminologia mais adequada a ser utilizada é fotobiomodulação.

Atualmente dentro da fisioterapia os laseres mais utilizados para a

reabilitação são os de diodo em que a radiação é obtida a partir da estimulação de

um diodo semicondutor formado por cristais como: arseneto de gálio (AsGa), de

arseneto de gálio e alumínio (AsGaAl) e fosfato de índio-gálio-alumínio (AlGaInP)14.

14

2.1.2 Características do Laser

As principais características do laser, que o diferencia da luz normal

são: monocromaticidade, colimação e coerência.

Resumidamente, Agne15 define a monocromaticidade como sendo

um único comprimento de onda, dando a esta a natureza de luz pura; a colimação

como a propriedade da luz de ser paralela, praticamente inexistindo qualquer

divergência angular ao longo de sua distância percorrida e a coerência o

deslocamento ordenado de suas ondas que oscilam uniformemente.

Outra característica importante do laser é o comprimento de onda

(λ), que é definido como sendo à distância percorrida pela onda em uma oscilação

completa. O λ é um fator muito importante a ser escolhido para a aplicação, pois é

ele quem define a profundidade de penetração no tecido alvo. Laseres com

propriedade de luz invisível (λ de aproximadamente 750 a 1300 nm) a cada 4 mm de

profundidade pode perder 50% de energia. Já o laser com propriedades visíveis

(como o laser de Helio - Neônio) perde 50% de energia em 0,5 mm de profundidade,

o que o torna aplicável na biomodulação superficial, mas não para uma penetração

profunda o suficiente para a terapia ortopédica e reumatológica16.

Os laseres podem ser classificados de acordo com diferentes

critérios, dentre eles a potência da emissão de radiação podendo ser laser de alta,

média e baixa potência13,17,18:

Alta Potência: radiações emitidas com alta potência,

fornecendo à radiação um potencial destrutivo, utilizado para

viabilizar as cirurgias realizadas com o uso de raio laser.

Média potência: radiações emitidas com potência medianas,

aplicadas com finalidade terapêutica, sem potencial

destrutivo.

Baixa potência: radiações emitidas com potência baixa,

também com finalidades terapêuticas e sem potencial

destrutivo.

15

2.1.3 Efeitos Fisiológicos do Laser

Os efeitos fisiológicos da TLPB podem ser divididos em:

bioquímicos, bioelétricos e bioenergéticos. O laser tem potencial de acelerar reações

bioquímicas como: a liberação de substâncias préformadas (histamina, bradicinina e

serotonina), e modificar as reações enzimáticas (inibindo-as ou estimulando-as).

Estudos realizados por Karu et al19, demonstraram que a irradiação a laser pode

estimular a produção de adenosina trifosfato (ATP) no interior das células

acelerando a mitose16,19.

Uma vez que a radiação a laser proporciona um aumento na

produção do ATP, a eficiência da bomba de sódio e potássio é melhorada, com isso,

a diferença de potencial elétrico existente entre o interior e exterior da célula é

mantida com maior eficiência. Sendo assim, o efeito bioelétrico da radiação a laser

se resume na manutenção do potencial de membrana13.

Demir et al.20 relataram que o laser possui ainda o potencial para

acelerar atividades fibroblásticas, síntese do colágeno, neovascularização, aumento

de atividade leucocitárias e fagocitárias.

2.1.4 Efeitos Terapêuticos da TLBP

Como consequência aos seus efeitos fisiológicos a irradiação a laser

de baixa potência proporciona os seguintes efeitos terapêuticos: antiinflamatório,

analgésico, antiedematoso e estimulante do trofismo dos tecidos13 acarretando desta

maneira em um reparo tecidual acelerado e ordenado.

Campana et al.21 demonstraram que a TLBP controla a produção de

substâncias liberadas nos fenômenos de dor e inflamação, como as prostaglandinas,

prostaciclinas e serotoninas. Desta maneira, confirmando as propriedades tanto

antiinflamatórias como analgésicas da TLBP.

O efeito circulatório da TLBP foi demonstrado por Miró et al.22 em

seu estudo sobre a ação do laser na microcirculação. Estes pesquisadores

concluíram que o aumento tanto na microcirculação como na vasodilatação é em

resultado da elevação do metabolismo tecidual e da normalização da homeostase,

favorecendo assim a diminuição de edemas.

Estudo realizado por Lievens23 demonstrou efeito antiedematoso do

16

laser, ao irradiar animais com a TLBP após procedimento cirúrgico. O autor

constatou que ocorria a ativação do fluxo linfático dos animais pertencentes ao

grupo tratado em comparação ao grupo controle devido à regeneração dos vasos

linfáticos.

Com o aumento da produção de ATP, a velocidade mitótica é

elevada, o que proporciona uma maior velocidade de cicatrização e também melhora

do trofismo tecidual13.

2.2 REPARO TECIDUAL COM A UTILIZAÇÃO DO LASER

Herdy et al.24 definem a reparação tecidual como substituição das

células atingidas por outras do mesmo tipo e a mesma função, provenientes da

proliferação de elementos parenquimatosos ainda viáveis do foco de lesão, levando

a restituição perfeita da estrutura original25.

O reparo tecidual é um processo complexo que aborda a

regeneração e a formação de cicatriz, sendo dividido em fases (inflamatória,

proliferativa e de remodelamento) nas quais participam eventos diversos e

interligados25, compreendendo uma sequência de eventos celulares e moleculares

que interagem para que ocorra a restauração do tecido lesado11.

A fase inflamatória inicia-se no momento da lesão tecidual, é nela

que o tecido lesado é removido e que ocorre a deposição dos componentes da

matriz extracelular na área lesionada. A fase proliferativa é marcada pela formação

do tecido de granulação, proliferação e migração de células do tecido conjuntivo e

repitelização26. Já na fase de remodelamento ocorre a maturação dos elementos e

alterações na matriz extracelular, ocorrendo o depósito de proteoglicanos e

colágeno11.

A utilização do laser no reparo tecidual vem sendo estudada há

muitos anos, os primeiros pesquisadores a estudar sobre a cicatrização de feridas

com o auxílio da TLBP foram Mester et al.27 ainda na década de 60. Desde então

pesquisas tem sido realizadas com o propósito de identificar os parâmetros mais

indicados para a aceleração do reparo tecidual.

Com o intuito de avaliar os efeitos do laser em queimaduras de

terceiro grau Mester et al.28 realizaram uma pesquisa onde após induzir a

queimadura de terceiro grau em animais, os pesquisadores irradiaram a área lesada

17

com laser de Rubi com dose de 1,0; 4,0; e 5,0 J/cm2 e constataram que a TLBP

pode auxiliar no processo de cicatrização de queimaduras principalmente na dose

de 1 J/cm2.

Nos estudos realizados por Pinfild et al.29 determinaram o papel da

irradiação com laser de Hélio-Neônio na dose de 3 J/cm2 na viabilidade de retalhos

cutâneos em animais. Estes autores detectaram que a irradiação a laser na dose de

3 J/cm2 foi eficiente para aumentar a viabilidade do retalho cutâneo em ratos.

Rocha Jr. et al.6 ao estudarem o comportamento de feridas cutâneas

de ratos irradiados com TLBP (λ 870 nm) com dose de 3,8 J/cm2 observaram que

nas lesões submetidas ao tratamento, a cicatrização tecidual foi mais rápida e

organizada, pois acelerou a proliferação tecidual e aumentou a vascularização local,

formando um tecido de granulação mais organizado6.

Com o objetivo de avaliar os efeitos da TLPB (λ 632,8 nm) na

cicatrização de feridas cutâneas de ratos Busnardo e Biondo-Simões30 realizaram

ferimentos cirúrgicos em animais e os irradiaram com 4 J/cm2 pelo período de 3, 7 e

14 dias. Concluíram que a TLBP não modifica a qualidade da reação inflamatória,

mas diminui a intensidade dela, assim como aumenta a deposição do colágeno no

início do processo cicatricial e não intere na maturação da cicatriz.

Embora muitas pesquisas relatando o efeito da TLBP tenham sido

publicadas nos últimos anos, os resultados dos efeitos dessa terapia no reparo

tecidual ainda são conflitantes e merecem uma investigação mais apropriada.

2.3 PROLIFERAÇÃO CELULAR

A proliferação celular pode ser definida como o surgimento de uma

nova célula a partir de outra pré-existente, sendo necessária e importante para o

processo de reparo tecidual. Uma das técnicas utilizadas atualmente para avaliar a

proliferação celular é o ensaio de MTT (brometo de [3-(4,5-dimetiltiazol)-2,5

difeniltetrazólio]).

O MTT é um ensaio colorimétrico rápido, que mede a atividade

mitocondrial, sendo assim ocorre apenas em células vivas. Baseia-se na absorção

do sal MTT pelas células viáveis, que reduzem este composto em suas mitocôndrias

pela ação da enzima succinato desidrogenase a um produto chamado formazan,

cuja coloração é roxa. Este produto, acumulado dentro da célula, é extraído através

18

da adição de dimetilsulfóxido (DMSO) e outros solventes apropriados31. A

capacidade das células em reduzirem o MTT fornece uma indicação da atividade e

da integridade mitocondrial, que são interpretadas como medidas da viabilidade

celular. Este ensaio foi descrito inicialmente por Mosman em 1983 e, desde então,

tem sido usado para avaliar a citotoxicidade, viabilidade celular e proliferação de

células vivas31.

2.4 REAÇÃO EM CADEIA DA POLIMERASE QUANTITATIVA EM TEMPO REAL

(RT-qPCR)

A reação em cadeia da polimerase (PCR) em tempo real está sendo

amplamente utilizada para investigação biológica, sendo extremamente útil na

determinação da expressão gênica32. Ela distingue-se dos outros métodos

disponíveis para a expressão do gene em termos de precisão, sensibilidade e

resultados rápidos, sendo estabelecido como o padrão ouro para a análise de

expressão gênica33. A transcriptase reversa- reação em cadeia da polimerase (RT-

PCR) realiza a conversão do RNA em DNA complementar (cDNA) e em seguida

amplifica exponencialmente esta molécula32.

A quantificação da expressão gênica pode ser realizada de duas

maneiras distintas: absoluta ou relativa. Na quantificação absoluta o número de

cópias no mRNA é determinado por comparação a uma curva padrão34. Já a

expressão gênica relativa é determinada a partir da comparação da expressão do

gene-alvo com um ou mais genes denominados “housekeeping” ou genes

endógenos-controle, que são genes que apresentam sua expressão teoricamente

constante32.

A análise da expressão relativa pode ser realizada com o auxílio de

softwares como o REST 0935, que leva em consideração os valores do Cycle

Threshold (Ct) e a Eficiência da reação (E) para realizar os cálculos. O valor do Ct é

o ciclo no qual a fluorescência aumenta sensivelmente, sendo então considerada a

primeira fluorescência detectada. Este valor serve para calcular a quantidade inicial

do cDNA em cada amostra.

19

3 OBJETIVOS

3.1 GERAL

Avaliar os efeitos da terapia a laser de baixa potência (comprimento

de onda de 904 nm), com doses de 2 e 3 J/cm2, na proliferação celular e expressão

dos genes COL1α1 e VEGF de células fibroblásticas de camundongos.

2.2 ESPECÍFICOS

Analisar e comparar os efeitos da TLBP nas doses de 2 e 3 J/cm2 na

proliferação celular;

Investigar os possíveis efeitos da TLBP na expressão dos genes

COL1α1 e VEGF;

Correlacionar os efeitos da TLBP nas doses de 2 e 3 J/cm2 na

expressão dos genes COL1α1 e VEGF.

20

Efeito da Terapia Laser de Baixa Potencia na Proliferação de Células

Fibroblásticas de camundongos.

(Para Submissão na Revista Fisioterapia e Pesquisa)

Effect of therapy laser of low intensity on the proliferation of fibroblast cells

from mice.

Efeitos da Laserterapia na proliferação Celular

Martignago CCS1,Pires-Oliveira DAA

2, Oliveira RF

2, Oliveira PD

3, Pacheco Soares C

4, Poli-Frederico

RC2.

Universidade Norte do Paraná, UNOPAR, Laboratório de Biologia Molecular, Londrina Paraná. Universidade Vale do Paraíba, UNIVAP, Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento, Laboratório de

Cultivo Celular, São José dos Campos, SP, Brasil

1 Mestre em Ciências da Reabilitação, Programa Associado UEL-UNOPAR, Londrina(PR).

2 Doutor (a), Docente, Mestrado em Ciências da Reabilitação, Programa Associado UEL- UNOPAR,

Londrina(PR).

3 Mestranda em Ciências da Reabilitação, Programa Associado UEL-UNOPAR, Londrina(PR).

4 Doutora, Docente do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade Vale do Paraíba

UNIVAP, São José dos Campos, SP, Brasil

Regina Célia Poli-Frederico Laboratório de Biologia Molecular, Universidade Norte do Paraná (UNOPAR) Av. Paris 675, Jd Piza, CEP 86041-140. Cx. P. 401, Londrina, PR, Telefone: 43-3371-7820 Fax: 43-3371-7741 E-mail: [email protected]; [email protected]

21

RESUMO Terapias que possuam potencial de estimular o metabolismo e a proliferação celular podem acelerar o processo de cicatrização, com este intuito, a terapia laser de baixa potência (TLBP) é utilizada frequentemente nas clínicas de reabilitação por exercer importantes efeitos nos processos iniciais da cicatrização. O objetivo deste estudo foi avaliar a proliferação celular das células fibroblásticas de camundongos (L929) após irradiação com laser de baixa potência (904nm) usando as doses de 2 e 3J/cm2. As células fibroblásticas foram irradiadas com laser de baixa potencia de Arseneto de Gálio (904nm) a cada 24hs totalizando três aplicações e foram divididas em 3 grupos: G1- Grupo controle, G2- irradiado a 2 J/cm2 e G3- irradiado a 3 J/cm2. A análise da proliferação celular foi realizada em triplicada pelo método de MTT (brometo de [3-(4,5-dimetiltiazol)-2,5-difeniltetrazólio]). Foi observado que a dose de 3 J/cm2 promoveu um aumento estatisticamente significante na proliferação celular 24 h após a primeira irradiação (p=0,026) em comparação ao grupo não irradiado. Os resultados do presente estudo demonstram que a TLBP no comprimento de onda de 904nm apresentou efeitos biomodulador estimulando a proliferação de células fibroblásticas de camundongos na dose de 3J/cm2. Palavras Chave: Proliferação Celular, Reabilitação, Terapia laser de baixa potência. ABSTRACT Therapies that have the potential to stimulate the metabolism and cell proliferation can accelerate the healing process and it is with this aim that low-level laser therapy (LLLT) is frequently used in rehabilitation clinics as it exerts significant effects on the initial phases of the tissue repair process. The aim of this study was to evaluate the cell proliferation of the fibroblast cells of mice (L929) following irradiation with low-level laser (904nm), using doses of 2 and 3 J/cm2. The fibroblast cells were irradiated using a Gallium-Arsenide low-level laser (904nm) every 24 hours, in a total of three applications, and they were divided into 3 groups: G1 - Control group, G2 - irradiated at 2 J/cm2 and G3 - irradiated at 3 J/cm2. The cell proliferation analysis was performed in triplicate using the MTT (3-(4,5-dimethylthiazol)-2,5-diphenyltetrazolium bromide) method. It was found that the 3 J/cm2 dose promoted a statistically significant increase in cell proliferation 24 hours after the initial irradiation (p=0.026) in contrast to the non-irradiated group. The results of the present study demonstrate that LLLT at a wavelength of 904nm exhibits biomodulation effects, stimulating the proliferation of the fibroblast cells in mice at a dose of 3J/cm2. Key Word: Cell proliferation, Laser therapy Low-level, Rehabilitation.

22

Introdução

A terapia laser de baixa potência (TLBP) é um recurso bastante utilizado nas

clínicas de reabilitação por exercer importantes efeitos biomoduladores nas células e

tecidos1, dentre eles, observa-se a redução de mediadores químicos, citocinas,

edema, diminuição da migração de células inflamatórias, e consequente aumento de

fatores de crescimento2,3 e da neovascularização4, demonstrando efetividade na

proliferação de diferentes tipos celulares1,3,5, contribuindo diretamente para o

processo de reabilitação tecidual2. Os tratamentos experimentais com TLBP

iniciaram em pacientes na década de 1970 após relatos de resultados positivos da

TLBP em culturas de células e em experimentos animais4. A TLBP é baseada no

princípio de que os fotorreceptores do citocromo C, componente da cadeia

transportadora de elétrons, pode ser fotoestimulada levando à modulação das

propriedades celulares6.

Entretanto, os mecanismos biológicos envolvidos após esse tipo de irradiação

ainda não foram totalmente esclarecidos7, já que seus efeitos dependem de vários

fatores como: comprimento de onda (λ), dose, potência, tempo e número de

irradiações, propriedades ópticas dos tecidos e tipo de células irradiadas, além das

características fisiológicas das células no momento da irradiação8,9. Esta diversidade

de parâmetros dificulta estudos dos mecanismos biológicos envolvidos.

Quando a irradiação laser no espectro invisível interage com as células e

tecidos na dose adequada, ocorre ativação de funções como: mastócitos, aumento

na produção de ATP mitocondrial e organização do citoesqueleto3, acarretando a

ativação de fibroblastos, acelerando reações bioquímicas, síntese e organização das

fibras do colágeno e neovascularização10.

Estudo realizado11 com o propósito de avaliar o efeito biomodulador do laser

em células osteoblásticas usando a TLBP (λ 830 nm) com dose de 3 J/cm2, revelou

que as células osteoblásticas submetidas a irradiação mostraram alterações na

morfologia mitocondrial alterando a sua atividade e consequentemente aumentando

a proliferação celular.

Rocha Jr. et al.4 pesquisaram o comportamento de feridas cutâneas

provocadas na região dorsal de ratos ao serem ao irradiadas com TLBP (λ 870 nm)

com dose de 3,8 J/cm2 após procedimento cirúrgico e detectaram que nas lesões

submetidas ao tratamento a cicatrização tecidual foi mais rápida e organizada, pois

acelerou a proliferação tecidual, aumentou a vascularização local, formando um

23

tecido de granulação mais organizado. No entanto, Lev-Tov et al.6 ao irradiarem

células fibroblásticas normais com TLBP (λ 830 nm) nas intensidades de 80, 160 e

320 J/cm2 observaram uma diminuição significante no crescimento celular sem

alterar sua viabilidade.

Embora a literatura seja escassa sobre os efeitos da TLBP utilizando λ 904

nm, há estudos que avaliaram sua eficácia na sintomatologia dolorosa12, na resposta

inflamatória13,14, na atividade da cadeia respiratória mitocondrial15, síntese de pró-

colágeno16 e na proliferação celular11,16,17. Tendo em vista a ampla gama de doses

que podem ser utilizados na TLBP, o objetivo deste estudo foi avaliar a proliferação

das células fibroblásticas de camundongo (L929) após irradiação com laser diodo de

AsGa (904 nm) nas doses de 2 e 3 J/cm2.

Materiais e métodos

Para a realização deste estudo experimental utilizou-se células fibroblásticas,

derivados de tecido conjuntivo de camundongos, da linhagem L929 (ATCC CCL-1

CTC) fornecida pelo Instituto Adolfo Lutz-SP, Brasil. O estudo recebeu aprovação do

Comitê de Ética da Universidade Norte do Paraná (UNOPAR), sob o protocolo nº

462.478.

Cultura Celular

As células foram rotineiramente cultivadas em garrafas de 25 cm2 (TPP,

Zollstrasse- Suíça) com meio de cultura MEM (Minimum Essencial Medium, Gibco

TM- Invitrogen Corporation, Grad Island, USA) suplementado com 10 % de Soro Fetal

Bovino (Gibco®, by Life Technologies) e 1% de antibiotico-antimicótico (Gibco®, by

Life Technologies), mantidos em estufas de 5% de CO2, a 37ºC (Thermo Forma

Scientific, Waltham, MA). As células utilizadas neste experimento seguiram as

recomendações de utilização para o teste de toxicidade in vitro que constam na ISO

10993-5. Durante a realização do experimento o meio de cultura foi trocado a cada

48 horas.

24

Irradiação a Laser

Foi utilizado um laser diodo de Arseneto de Gálio (AsGa) da marca KLD®

(Biosistemas Equipamentos Eletrônicos Ltda, Brasil), com comprimento de onda 904

nm, taxa de repetição de 10 KHz, potência de saída de 50 mW, largura de pulso de

100 ns, pico de potência de 50 W, feixe de área de 0,01cm2 e ciclo ativo de 0,1%.

A irradiação foi realizada em 24, 48 e 72 horas após a semeadura em placas

de 24 poços, com 18 mm de diâmetro, contendo 1 x 106 células/mL. Com o intuito de

avaliar a faixa biomoduladora do laser, foram divididos em 3 grupos: G1- Grupo

controle (que não recebeu irradiação); G2-irradiado a 2 J/cm2 e G3- irradiado a 3

J/cm2. A irradiação foi realizada ao abrigo de luz em ambiente escuro com a ponteira

da caneta de laser em contato direto na placa. Cada poço foi dividido em 2

quadrantes e irradiado por 24 segundos no total, sendo 12 segundos em cada

quadrante para o (G2). Para o G3 foi realizada a irradiação por 36 segundos no total,

sendo 18 segundos em cada quadrante.

Teste de proliferação celular por MTT

O teste de proliferação foi realizado em triplicada, pelo método de MTT

(brometo de [3-(4,5-dimetiltiazol)-2,5-difeniltetrazólio]). Esse método é utilizado para

avaliar a citotoxicidade, proliferação e ativação celular18. O meio foi retirado de cada

poço e adicionado 200 μL de MTT a uma concentração final de 0,5 mg/mL, sendo

incubado por 1 hora a 37ºC em atmosfera de 5% de CO2. Em seguida, retirou-se o

MTT e adicionou-se a cada poço 200 μL de Dimetil Sulfóxido (DMSO). As placas

foram mantidas sob agitação por 30 minutos para a solubilização dos cristais de

formazana. A concentração foi quantificada espectroscopicamente por meio de um

leitor de microplacas (Leitor ELISA - SpectraCount – Packards Istrument, Offeburg –

Alemanha), em um comprimento de onda de 570 nm. Os resultados foram

expressos em percentagem de proliferação das células tratadas em relação ao

grupo controle, sendo calculada de acordo com a fórmula descrita abaixo segundo

Huertas et al.19:

Porcentagem Proliferação= (Grupo tratado/Grupo Controle)x100

25

Análise estatística

Os resultados foram expressos com valores de média e desvio padrão. Para

comparação e verificação de diferenças estatisticamente significante entre os

grupos, utilizaram-se a Análise de Variância (ANOVA) One Way e o teste post hoc

de Tukey. Para a comparação entre as avaliações foi realizado o teste de ANOVA

de medidas repetidas. Os valores de p < 0,05 foram considerados estatisticamente

significantes.

Resultados

Ao comparar o número de células viáveis dos grupos G1 (controle), G2 (2

J/cm2) e G3 (3 J/cm2), foi observado uma diferença estatisticamente significante

entre eles apenas 24 horas após a primeira irradiação (p= 0,029). Nos tempos de

48h e 72h não foi constatado diferença estatisticamente significante entre os grupos

(p=0,621 e p=0,084, respectivamente).

Verificou-se uma diferença estatisticamente significante entre o G1 e G3 no

tempo de 24 horas após a primeira irradiação. A TLBP na dose de 3 J/cm2 promoveu

um aumento na proliferação celular quando comparado ao grupo não irradiado G1

(p=0,026). Não foi observada diferença estatisticamente significante entre as demais

comparações: G1 versus G2 e G2 versus G3 (Figura 01).

Ao realizar a análise de medidas repetidas dos grupos nos diferentes tempos

avaliados, verificou-se uma diferença estatisticamente significante (p=0,01) apenas

nas células irradiadas do G3, onde ocorreu uma diminuição de células viáveis de 24

para 72 horas (p=0,035), como demonstrado na tabela 01.

26

Discussão

Os efeitos fotoquímicos do laser dependem de uma combinação de alguns

parâmetros, como: comprimento de onda, densidade de energia e frequência da

irradiação1,19, porém a falta de padronização destes dificulta a escolha dos

parâmetros apropriados da TLBP a serem utilizados na prática clínica2, o presente

estudo objetivou identificar qual dentre as doses pesquisadas neste estudo resultaria

em uma biomodulação na proliferação celular e desta maneira favorecendo o

processo de reparo tecidual.

Nossos resultados demonstraram um aumento estatisticamente significante

na proliferação celular do grupo irradiado com TLBP (λ 904 nm) na dose de 3 J/cm2

24 horas após a primeira exposição. Esse efeito bioestimulador 24 horas após uma

única irradiação também foi encontrado por Chen et al.20, após irradiarem células

fibroblásticas derivadas do tendão de Aquiles de porcos com TLBP (λ 820 nm) nas

doses de 1, 2, e 3 J/cm2 .

Em relação às taxas de proliferação celular após múltiplas aplicações da

TLBP nosso resultado (3 irradiações) corroboraram com o encontrado por Pereira et

al.21 (4 exposições) e também por Szymanska et al.22 (irradiou as células 2 vezes).

Pereira et al.21 após irradiarem células odontoblásticas com TLBP (λ 830 nm)

nas doses de 0,8 e 4,2 J/cm2 verificaram que após 3 dias de irradiação os grupos

apresentaram uma porcentagem de proliferação semelhante ao grupo controle, não

havendo diferença estatisticamente significante. Assim como Szymanska et al.22 ao

irradiarem células endoteliais com TLBP a 635 nm e 830 nm (doses de 2, 4 e 8

J/cm2) por 2 vez consecutivas como objetivo de avaliar a os efeitos da exposição a

laser na luz visível e invisível não observaram diferença estatisticamente significativa

nos grupos irradiados com TLBP no espectro invisível. No entanto observaram um

aumento significativo na proliferação celular nos grupos irradiados com TLBP no

espectro visível em todas as doses avaliadas. Essa divergência pode ser devido à

diferença no mecanismo de atuação dos laseres, uma vez que, a TLBP usada no

espectro eletromagnético visível fornece uma fotobiomodulação inicial na atividade

mitocondrial, ativando uma cadeia de eventos biológicos. No entanto, quando a

irradiação ocorre no espectro infravermelho, há estímulo dos canais da membrana

plasmática, resultando em mudanças na permeabilidade da membrana, temperatura

e gradiente de pressão23.

27

Nossos resultados discordam dos relatos de Frozanfar et al.24, Basso et al.25 e

Pires-Oliveira et al.17, onde Frozanfar et al.24 investigaram a influência da TLBP (λ

810 nm) na proliferação celular após 3 aplicações de laser a 4 J/cm2 (uma a cada 24

horas) em cultura de células de fibroblastos. Os resultados demonstraram que

múltiplas aplicações da irradiação a laser proporcionam um efeito biomodulador na

proliferação celular. Assim como nos estudos realizados por Basso et al.25 que ao

avaliar o efeito da TLBP (λ 780 nm) após 3 aplicações do laser (uma a cada 24

horas) sobre as células fibroblásticas humanas com diferentes doses, observaram

um aumento na proliferação celular nos grupos irradiados a 0,5 e 3 J/cm2 (sem

apresentar diferença entre esses grupos).

Pires-Oliveira et al.17 ao irradiarem células fibroblásticas L929 com TLBP λ

904 nm com dose de 50 mJ/cm2 e 6 J/cm2 por 3 dias consecutivos, verificaram um

efeito biomodulador na proliferação, sendo observado um melhor efeito na dose de

50 mJ/cm2. No presente estudo foi encontrado um efeito fotobiomodulador,

estimulando apenas no grupo irradiado a 3 J/cm2 e 24 horas após a primeira

irradiação, já o grupo irradiado com 2 J/cm2 manteve-se durante todo o experimento

em similaridade ao grupo controle. Levando em consideração a grande diferença

entre as doses utilizadas na pesquisa de Pires-Oliveira17 esperava-se que os

resultados encontrados em nosso estudo fossem similares já que as doses usadas

estão entre 50 mJ/cm2 e 6 J/cm2. Uma explicação para esta discrepância poderia ser

a falta de sincronização do ciclo celular, uma vez que o efeito fotobiomodulatório do

laser depende do estado fisiológico da célula no momento da irradiação23.

O campo de ação do laser é muito amplo e estudos vêm demonstrando a

contribuição desta irradiação no processo de reparo tecidual, particularmente em

relação à influência na modulação de diferentes tipos celulares no processo de

cicatrização. De modo geral, os processos biológicos evidenciados por estudos se

concentram no aumento da atividade mitocondrial11,17, aumento do número de

fibroblastos e síntese de colágeno e neovascularização10. Tais achados sugerem

que efeitos biológicos favoreçam a maior velocidade no reparo tecidual no grupo de

células submetidas a TLBP devido ao aumento na proliferação celular.

Tendo em vista que é importante reduzir a área da ferida de forma tão rápida

quanto possível, a fim de aliviar o estresse e reduzir a possibilidade de infecção2 e

que a proliferação celular é um dos eventos envolvidos nesse processo, é

importante o estudos da utilização da TLBP com doses indicadas para as fases

28

iniciais do reparo. Desta maneira estudamos em nossa pesquisa doses que são

indicadas para essa fase e constata-mos que o efeito da TLBP é dose dependente,

sendo que a de 3 J/cm2 promove um efeito biomodulador estimulando a proliferação

celular.

29

Conclusão

O presente estudo concluiu que a TLBP no comprimento de onda de 904 nm

possui potencial fotobiomodulador na proliferação celular de acordo com a dose e o

número de exposições a irradiações. Na dose de 3 J/cm2 24 horas após a primeira

irradiação apresentou efeito bioestimulador na proliferação celular.

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32

Figura 01- Comparação da proliferação celular entre os grupos nos diferentes momentos avaliados. * p=0,029 em relação ao grupo controle. Tabela 01- Análise dos grupos irradiados a 2 e 3 J/cm2 nos diferentes momentos avaliados.

DP: desvio padrão.

24 Horas % ± DP

48 Horas % ± DP

72 Horas % ± DP

24 Horas vs. 48

24 Horas vs. 72

48 Horas vs. 72

Controle 100 100 100 --- --- ---

2 J/cm2 131,05 ± 22,9 90,85 ±17,9 117,85 ± 11,4 0,328 0,582 0,443

3 J/cm2 145,64 ± 13,9 93,28 ±8,3 105,58± 8,0 0,157 0,035* 0,842

33

Effect of Low Level Laser Therapy on the gene expression of collagen and

vascular endothelial growth factor in a culture of fibroblast cells in mice

Efeito da Terapia Laser de Baixa Potência na expressão gênica do colágeno e

fator de crescimento endotelial vascular em cultura de células fibroblásticas de

camundongo

(Para Submissão na Laser Medical Science)

Martignago CCS1, Oliveira RF2, Pires Oliveira DAA2, Oliveira PD3, Pacheco Soares C4, Monzani PS5, Poli-Frederico RC2.

1 Mestre em Ciências da Reabilitação, Programa Associado UEL-UNOPAR, Londrina(PR).

2 Doutor (a), Docente, Mestrado em Ciências da Reabilitação, Programa Associado UEL- UNOPAR,

Londrina(PR).

3Mestranda em Ciências da Reabilitação, Programa Associado UEL-UNOPAR, Londrina(PR).

4Doutor(a), Docente do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade Vale do Paraíba

UNIVAP, São José dos Campos, SP, Brasil

5 Doutor, Docente da Universidade Norte do Paraná, Londrina (PR)

Regina Célia Poli-Frederico Laboratório de Biologia Molecular, Universidade Norte do Paraná (UNOPAR) Av. Paris 675, Jd Piza, CEP 86041-140. Cx. P. 401, Londrina, PR, Telefone: 43-3371-7820 Fax: 43-3371-7741 E-mail: [email protected]; [email protected]

34

Resumo

A terapia a laser de baixa potência (LLLT) é amplamente utilizada nas clínicas de reabilitação com o objetivo de acelerar o processo de cicatrização tecidual, entretanto as bases moleculares do efeito da LLLT não estão completamente estabelecidas. O presente estudo teve por objetivo avaliar a influência da exposição de diferentes doses da LLLT (904 nm) sobre a expressão dos genes colágeno tipo1 alfa 1 (Col1α1) e do fator de crescimento endotelial vascular (VEGF) em células fibroblástica de camundongo (L929) cultivadas in vitro. As células fibroblásticas foram irradiadas com laser de Arseneto de Gálio (904 nm) a cada 24 horas por 2 dias consecutivos, mantidas na estufa a 37ºC, com 5% de CO2 e divididas em 3 grupos: G1- Grupo controle, G2- irradiado a 2 J/cm2 e G3- irradiado a 3 J/cm2. Após a irradiação, o RNA total foi extraído e usado na síntese de cDNA. A expressão gênica foi analisada por reação em cadeia da polimerase em tempo real. As células irradiadas do G2 apresentaram aumento estatisticamente significante de 1,78 na expressão do RNAm do gene COL1α1 (p=0,036) em relação ao G1 e G3. Para o gene VEGF foi observado um aumento na expressão nos dois grupos irradiados em relação ao grupo controle. No G2 houve um aumento na expressão de 2,054 e o G3 de 2,562 (p= 0,037) para este gene. A terapia laser de baixa potência (904 nm) influenciou a expressão dos genes COL1α1 (2 J/cm2) e VEGF (2 e 3 J/cm2) em cultura de células fibroblásticas de camundongo. Palavras chaves: Colágeno tipo I; expressão gênica; terapia a laser de baixa potência; Fatores de Crescimento Endotelial Vascular.

Abstract

Low-level laser therapy treatment (LLLT) is widely used in rehabilitation clinics with the aim of accelerating the process of tissue repair, however the molecular bases of the effect of LLLT have not been fully established. The goal of the present study was to evaluate the influence of the exposure of different doses of LLLT (904 nm) on the expression of collagen genes type I alpha 1 (Col1α1) and vascular endothelial growth factor (VEGF) in the fibroblast cells of mice (L929) cultivated in vitro. Fibroblast cells were irradiated with a Gallium-Arsenide laser (904 nm) every 24 hours for 2 consecutive days, stored in an oven at 37ºC, with 5% CO2 and divided into 3 groups: G1 - Control group, G2 – irradiated at 2 J/cm2 and G3 – irradiated at 3 J/cm2. After irradiation, the total RNA was extracted and used in the cDNA synthesis. The gene expression was analyzed by real-time polymerase chain reaction. The cells irradiated in G2 exhibited a statistically significant growth of 1.78 in the expression of the RNAm of the COL1α1 gene (p=0.036) in comparison with G1 and G3. As for the VEGF gene, an increase in expression was observed in the two irradiated groups in comparison with the control group. There was in increase in expression in G2 of 2.054 and G3 of 2.562 (p=0.037) for this gene. Low-level laser therapy (904 nm) had an influence on the expression of the genes COL1α1 (2 J/cm2) and VEGF (2 e 3 J/cm2) in a culture of the fibroblast cells of mice. Keywords: Type I collagen; gene expression; low-level laser therapy; Vascular Endothelial Growth Factors.

35

Introdução

A Terapia laser de baixa potência (TLBP) é amplamente utilizada em

tratamentos clínicos que visam reduzir a dor, diminuir processos inflamatórios, como

também promover a cicatrização tecidual [1]. Estudos [2-5] têm sido conduzidos com

a finalidade de compreender o processo de cicatrização de feridas, sua

complexidade e diversidade [6]. Pesquisas recentes tem relatado um grande

número de proteínas que desempenham funções importantes no processo de

proliferação celular induzida por TLBP, [7] dentre elas destacam-se o colágeno tipo 1

(COL1)[1,8,9] e o fator de crescimento vascular endotelial (VEGF) [6,10-12] por

estarem intimamente ligadas a esse processo.

O colágeno é uma proteína fibrosa insolúvel encontrada na matriz extracelular

e nos tecidos conectivos constituindo o arcabouço extracelular para todos os

organismos multicelulares [13]. Atualmente são conhecidos 27 tipos diferentes de

colágeno [14], sendo o colágeno tipo I o mais abundante encontrado em ossos,

tendões, pele, ligamento, córnea, pulmão, sistema vascular, e em muitos outros

tecidos intersticiais [15], é uma proteína extremamente importante no processo de

reparo tecidual. Ele possui cadeias peptídicas α1 e α2 que são codificados pelo gene

do colágeno tipo I α 1 (COL1α1) e colágeno tipo I α 2 (COL1α2), respectivamente

[16].

Estudos prévios têm demonstrado que a aplicação da TLBP em culturas

celulares de fibroblastos e células epiteliais promove o aumento na proliferação

celular e na expressão gênica do COL 1 [17-19].

Um dos processos pelos quais a TLBP exerce efeitos benéficos no reparo

tecidual é a indução do processo de angiogênese [10]. O gene VEGF está

relacionado com o potencial angiogênico, uma vez que sua ação estimula a

proliferação e migração de células endoteliais, e a formação de novos vasos

sanguíneos [11].

A compreensão dos mecanismos moleculares envolvidos na angiogênese

induzida por TLBP possibilitará o aperfeiçoamento e o surgimento de técnicas

clínicas a serem usadas no reparo tecidual. Cury et al.[10] investigaram os efeitos do

TLBP a 660 nm e 780 nm em fluências de 30 e 40 J/cm2 na expressão gênica de

três importantes mediadores angiogênicos (VEGF, HIF-1 e MMP-2), e constatou que

36

ambos os comprimentos de onda utilizados foram capazes de alterar a expressão do

gene VEGF culminando no aumento da quantidade de novos vasos sanguíneos.

Estudo tem demonstrado que a TLBP 904 nm além de alterar a atividade

mitocondrial também atua fotobiomodulando a proliferação celular [20], mas, pouco

se sabe sobre o efeito da TLBP na expressão gênica. No presente trabalho foi

avaliado o efeito da TLBP (904 nm) sobre a expressão dos genes COL1α1 e do

VEGF em células fibroblásticas de camundongo (L929) visando relacionar

alterações da expressão gênica com o processo de reparo tecidual.

Materiais e métodos

O experimento foi realizado utilizando células fibroblásticas, derivadas do

tecido conjuntivo de camundongos, da linhagem L929 (ATCC CCL-1 CTC), fornecida

pelo Instituto Adolfo Lutz-SP, Brasil. O estudo recebeu aprovação do Comitê de

Ética da Universidade Norte do Paraná (UNOPAR), sob o protocolo nº 462.478.

Cultura Celular

As células foram cultivadas em garrafas de 25cm2 (TPP, Zollstrasse- Suíça)

com o meio de cultura MEM (Minimum Essencial Medium, Gibco TM- Invitrogen

Corporation, Grad Island, USA) suplementado com 10% de Soro Fetal Bovino

(Gibco®, by Life Technologies) e 1% de antibiótico-antimicótico (Gibco®, by Life

Technologies), mantidos em estufa com atmosfera de 5% de CO2 a 37ºC (Thermo

Forma Scientific, Waltham, MA). O experimento foi realizado de acordo com as

recomendações preconizadas pela ISO 10993-5, para utilização de cultura celular

em teste de toxicidade in vitro.

Irradiação a Laser

A irradiação celular foi realizada com uso do laser diodo de Arseneto de Gálio

(AsGa) da marca KLD® (Biosistemas Equipamentos Eletrônicos Ltda, Brasil), com

comprimento de onda de 904 nm, taxa de repetição de 10 KHz, potência de saída de

50 mW largura de pulso de 100 ns, pico de potência de 50 W, área de feixe de

0,01cm2 e ciclo ativo de 0,1%.

37

As células foram irradiadas 24 horas após a semeadura, por dois dias

consecutivos uma vez a cada 24 horas em placas de 24 poços, com 18 mm de

diâmetro. Para a semeadura utililizou-se 1 ml de células na concentração de 1 x 106

células/mL.

A faixa biomoduladora do laser foi avaliada em três grupos experimentais: G1-

Grupo controle, que não recebeu irradiação; G2- irradiado a 2 J/cm2 e G3- irradiado

a 3 J/cm2. A irradiação foi realizada ao abrigo de luz em ambiente escuro com a

ponteira da caneta laser em contato direto na placa. Cada poço foi dividido em dois

quadrantes, para o G2 a irradiação se deu por 24 segundos no total, sendo 12

segundos para cada quadrante, já para o G3 foi realizada por 36 segundos, sendo

18 segundos em cada quadrante. O experimento foi realizado em triplicata.

Extração do RNA

O RNA total foi extraído com o uso do kit High Pure RNA Isolation (Roche®

Roche Applied Science), de acordo com as instruções do fabricante. Após a sua

extração, o RNA foi quantificado com o auxilio do Fluorômetro Qubit 2.0® (Life

Technologies). A extração do RNA foi realizada 24 horas após a última irradiação,

seguida da reação de RT-PCR.

RT- PCR

A síntese do cDNA foi realizada utilizando 5 μg do RNA total e o kit

Superscript III reverse transcriptase (Invitrogen, Life Technologies) utilizado de

acordo com as instruções do fabricante.

PCR em Tempo Real

As reações em cadeia da polimerase (PCR) em tempo real foram realizadas

em um termociclador Step One Plus System (Applied Biosystems) nas seguintes

condições: 10 minutos a 95ºC, 40 ciclos de 15 segundos a 95ºC e 60 segundos a

60ºC seguido pela curva de melting nas seguintes condições: 95ºC por 15 segundo,

60ºC por 60 segundos e para finalizar 95ºC por 15 segundos. A reação de 15 μL

final continha 7,5 μL do MasterMix SybrGreen PCR (2X) (Applied Biosystems), 0,75

38

μL de cada primer (100M) (Tabela 1), 3 μL água livre de DNase e RNase e 3 μL do

cDNA da amostra previamente diluído 10 vezes. A expressão relativa dos genes foi

calculada utilizando o gene de referência β-Actina e normalizada pela expressão dos

genes em relação ao grupo controle. A sequência de primers utilizados estão

especificados na Tabela 01.

Análise estatística

Os dados foram analisados segundo o método de Pfaffl [21] e calculados com

auxílio do Software Reset 2009 [22], considerando valores de desvio padrão e teste

estatístico “Pair wise fixed reallocation”, assumindo significância p<0,05.

Resultado

A análise dos resultados mostrou uma diferença estatisticamente significante

no G2 (2 J/cm2) em relação aos níveis de expressão do RNAm do COL1α1 após a

irradiação com laser a 904 nm quando comparado ao G1 (controle). As células

irradiadas apresentaram um aumento de 1,78 vezes na expressão do RNAm do

gene COL1α1 (p=0,036). Enquanto no G3 (3 J/cm2) não houve diferença

estatisticamente significante (p=0,138) na expressão desse gene em relação ao G1

(Figura 01).

Na expressão do gene VEGF foi observado diferença estatisticamente

significante nos dois grupos tratados em relação ao grupo controle. No G2 foi

verificado aumento na expressão de 2,054 (p= 0,037) enquanto que no G3 o

aumento nos níveis de RNAm foi de 2,562 (Figura 2). Não foi observada diferença

significativa entre G2 e G3 (p>0,05).

39

Discussão

A TLBP é uma abordagem terapêutica com aplicações clínicas gerais, em

particular no tratamento de doenças inflamatórias ou para a cicatrização de feridas

[10]. A aplicação da TLBP nesses tratamentos é dificultada pela diversidade dos

parâmetros a serem utilizados [23]. Portanto a adequação dos parâmetros que

favorecem e modulam a produção de proteínas relacionadas ao processo de

reabilitação tecidual, permitirá o aumento da eficiência da TLBP nos tratamentos

clínicos.

No presente estudo, a irradiação a laser (λ 904 nm) de cultura de células

fibroblásticas de camundongo promoveu o aumento na expressão gênica do

COL1α1 na dose de 2 J/cm2. Em pesquisas realizadas anteriormente por Frozanfar

et al. [9] ao investigarem a influência da TLBP (λ 810 nm) na expressγo do gene

COL1 após três aplicações de laser a 4 J/cm2 em cultura de fibroblasto humanos

gengivais, constataram que múltiplas aplicações da irradiação a laser

proporcionaram um efeito estimulatório nos níveis de RNAm do COL1.

A irradiação de células fibroblásticas derivadas do tendão de Aquiles de

porcos com TLBP (λ 820 e 635 nm) nas doses de 1, 2, e 3 J/cm2 por Chen et al. [1]

proporcionou o aumento na expressão do RNAm do gene do COL1 24 horas após a

uma única exposição de irradiação em todas as doses utilizadas.

Basso et al. [8] avaliaram o efeito da TLBP (λ 780 nm) sobre as células de

queratinócitos humanos com diferentes doses após 3 aplicações do laser com

intervalo de 24 horas entre as exposições e observaram um aumento na expressão

do RNAm do gene do COL1 nos grupos irradiados a 0.5, 1.5 , 3 e 5 J/cm2.

Nossos resultados corroboram com os dados encontrados em cultura de

células de: fibroblastos humana, de porcos e em queratinócitos humanos, pois após

duas aplicações do laser (λ 904 nm) na dose de 2 J/cm2 em células de fibroblastos

de camundongos, foi observado efeito biomodulador aumento a expressão do gene

COL1α1. Porém o mesmo efeito não foi observado na dose de 3 J/cm2.

Os resultados demonstraram um efeito biomodulador na expressão do gene

VEGF tanto na dose de 2 J/cm2 quanto na dose de 3 J/cm2. Esses dados concordam

com os achados de Cury et al. [10] e de Basso et al. [8], sugerindo uma relação

deste gene com o processo de neovascularização após a TLBP.

40

Cury et al. [10] ao irradiarem animais com TLBP (λ 660 e 780 nm) com doses

de 30 e 40 J/cm2, por 4 dias consecutivos após procedimento cirúrgico, e os

resultados demonstraram aumento significante da expressão do gene VEGF em

todos os grupos avaliados. Basso et al. [8] verificaram um aumento na expressão do

gene VEGF em células de queratinócitos humanos irradiadas com TLBP (λ 780 nm)

em diferentes doses (0,5; 1,5; 3; 5 e 7 J/cm2).

Resultados discordantes foram encontrados por Rodrigues et al. [12] que

demonstraram uma diminuição na expressão do RNAm do gene VEGF nos grupos

experimentais irradiados com TLBP (λ 660nm) com dose de 10 e 50 J/cm2 após 7

dias de cirurgia. Entretanto, no 14º dia foi verificado um aumento na expressão de

RNAm do gene VEGF, em ambas as fluências, comparado com o controle, e no 21º

dia apenas para no grupo irradiado a 50 J/cm2 foi detectado aumento da expressão

desse gene. Os autores enfatizaram que a discordância em relação aos valores

encontrados na primeira avaliação pode estar relacionada com o processo

inflamatório sofrido pelos animais.

Adicionalmente, outros estudos não encontraram diferença estatisticamente

significante entre o grupo controle e os grupos irradiados a laser em relação a

expressão do gene VEGF [6, 24].

Ao irradiarem células fibroblástica com TLBP (904 nm) Pires e Oliveira et al.

constataram que o uso dessa terapia acarreta uma intensa atividade mitocondrial

[20], pois a TLBP modula processos bioquímicos relacionados à respiração celular

mitocondrial e à síntese de ATP no local lesionado, aumentando a expressão de

genes e estimulando o recrutamento de células, resultando na aceleração do

processo de reparo [12]. Estudos prévios demonstraram que a TLBP apresenta um

efeito biomodulatório na expressão de colágeno que é importante na migração e

adesão celular no local lesionado estimulando o metabolismo de células do tecido

conectivo [25], além disso, a TLBP pode melhorar a cicatrização através do aumento

da angiogênese [10].

Vários autores têm relatado em estudos clínicos os benefícios da TLBP na

cicatrização de tecidos, mas outros demonstram a ausência desses efeitos [26,27].

Os dados conflitantes da literatura são resultados das variações nos fatores de

tratamento e limitações dos experimentos [5]. Além disso, não estão claros os

mecanismos de ação celular e molecular do TLBP. Desta forma, justifica-se a

realização de mais estudos para elucidar os efeitos das diferentes densidades de

41

energia e comprimentos de onda sobre o crescimento de células fibroblásticas e

consequente reparo tecidual.

O resultado do presente estudo revelou a ocorrência de um significante

aumento na expressão dos genes COL1α1 e do VEGF, que estão intimamente

relacionados aos eventos de cicatrização tecidual, participando diretamente na

remodelação do tecido e da neovascularização, justificando a utilização da TLBP na

prática clínica.

42

Conclusão

Com base nos resultados do presente estudo, demonstrou-se que a TLBP

nos parâmetros apresentados foi capaz de estimular a expressão dos genes

COL1α1 e VEGF em cultura de células fibroblásticas de camundongos. As células

irradiadas com 2 J/cm2 mostraram um aumento na expressão gênica tanto do gene

COL1α1 como do gene VEGF, já as irradiadas a 3 J/cm2 estimulou apenas a

expressão gênica do RNAm do gene VEGF. Desta maneira conclui-se que a dose

de 2 J/cm2 é mais efetiva que a de 3 J/cm2 para a estimulação do reparo tecidual,

uma vez que ela apresentou um efeito biomodulador estimulando a expressão tanto

do COL1α1 como a do VEGF.

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45

Tabela 01- Sequências de primers utilizados para análise da expressão gênica das células irradiadas.

Gene Sequência

Col1 α1 F: 5’-ACATGCCGCGACCTCAAGAT-3’ R: 5’-ATGTCTAGTCCGAATTCCTG-3’

VEGF F: 5’-TTCTTTTGAGCGATCATCCCGGTCC-3’ R: 5’-TTGCAGCAACTCCTCCAAACT-3’

Β-Actina F: 5’-AAGTCCCTCACCCTCCCAAAAG-3’ R: 5’-AAGCAATGCTGCACCTTCCC-3’

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

Control 2 J/cm2 3 J/cm2

Col1α1

Figura 01- Expressão relativa do gene COL1α1

*

p 0.036

46

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

Control 2 J/cm2 3 J/cm2

VEGF

Figura 02 - Expressão relativa do gene VEGF

*

p 0.037

*

p 0.037

47

CONCLUSÃO GERAL

Com a realização desta pesquisa constatamos que;

Ao comparar as doses de 2 e 3 J/cm2, o grupo irradiado a 3

J/cm2 apresentou um efeito biomodulador proliferação celular enquanto o grupo de 2

J/cm2 não diferiu do grupo controle;

A TLBP nas doses utilizadas nesse experimento demonstrou um

efeito biomodulador tanto para a expressão do gene COL1α1 como para a do gene

VEGF;

As células que sofreram irradiação a 2 J/cm2 aumentaram a

expressão do RNAm do gene COL1α1;

A expressão gênica do VEGF apresentou um aumento

estatisticamente significante em ambas às doses utilizadas (2 e 3 J/cm2) em relação

ao grupo controle, mas esse aumento não diferiu entre os grupos irradiados.

48

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ANEXOS

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ANEXO A

Normas para a publicação na Revista Fisioterapia e Pesquisa

Instruções aos Autores

Escopo e política

Todo manuscrito enviado para FISIOTERAPIA E PESQUISA é examinado pelo Editores Associados, para consideração de sua adequação às normas e à política editorial da Revista. Os manuscritos que não estiverem de acordo com estas normas serão devolvidos aos autores para adequação antes de serem submetidos à apreciação dos pares. Em seguida, o manuscrito é apreciado por dois ou três pareceristas de reconhecida competência na temática abordada, garantindo-se o anonimato. Dependendo dos pareceres recebidos, os autores podem ser solicitados a fazer ajustes que serão examinados para aceitação. Uma vez aceito, o manuscrito é submetido à edição de texto, podendo ocorrer nova solicitação de ajustes formais. O não cumprimento dos prazos de ajuste será considerado desistência, sendo o artigo retirado da pauta da Revista. Os manuscritos aprovados são publicados de acordo com a ordem cronológica do aceite.

Responsabilidade e ética

O conteúdo e as opiniões expressas são de inteira responsabilidade dos autores. Artigos de pesquisa envolvendo seres humanos devem indicar, na seção Metodologia, sua expressa concordância com os padrões éticos e com o devido consentimento livre e esclarecido dos participantes (de acordo com a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, que trata do Código de Ética para Pesquisa em Seres Humanos). As pesquisas com humanos devem trazer na folha de rosto o número do parecer de aprovação pelo respectivo Comitê de Ética em Pesquisa, que deve estar registrada no Conselho Nacional de Saúde. Estudos de autores estrangeiros devem estar de acordo com Comittee on Publication Ethics (COPE). Estudos envolvendo animais devem explicitar o acordo com os princípios éticos internacionais e instruções nacionais (Leis 6638/79, 9605/98, Decreto 24665/34) que regulamentam pesquisas com animais e trazer na folha de rosto o número do parecer de aprovação pela respectiva Comissão de Ética em Pesquisa Animal.

A menção a instrumentos, materiais ou substâncias de propriedade privada deve ser acompanhada da indicação de seus fabricantes. A reprodução de imagens ou outros elementos de autoria de terceiros, que já tiverem sido publicados, deve vir acompanhada da autorização de reprodução pelos detentores dos direitos autorais; se não acompanhados dessa indicação, tais elementos serão considerados originais dos autores do manuscrito.

A revista Fisioterapia e Pesquisa, preferencialmente publica Artigos Originais, Artigos de Revisão Sistemática e Metanálises e Artigos Metodológicos. Além disso, pode publicar Editoriais, Cartas ao Editor e Resumos de Eventos como Suplemento.

Forma e preparação dos manuscritos

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1. 1 – Apresentação:

O texto deve ser digitado em processador de texto Word ou compatível, em tamanho A4, com espaçamento de linhas e tamanho de letra que permitam plena legibilidade. O texto completo, incluindo páginas de rosto e de referências, tabelas e legendas de figuras, deve conter no máximo 25 mil caracteres com espaços.

2. 2 – A página de rosto deve conter:

a) título do trabalho (preciso e conciso) e sua versão para o inglês; b) título condensado (máximo de 50 caracteres) c) nome completo dos autores, com números sobrescritos remetendo à afiliação institucional e vínculo, no número máximo de seis; d) instituição que sediou, ou em que foi desenvolvido o estudo, (curso, laboratório, departamento, hospital, clínica etc.), faculdade, universidade, cidade, estado e país; e) afiliação institucional dos autores (com respectivos números sobrescritos); no caso de docência, informar título; se em instituição diferente da que sediou o estudo, fornecer informação completa, como em “d)”; no caso de não-inserção institucional atual, indicar área de formação e eventual título; f) endereço postal e eletrônico do autor principal; g) indicação de órgão financiador de parte ou todo o estudo, se for o caso; f) indicação de eventual apresentação em evento científico; h) no caso de estudos com seres humanos ou animais, indicação do parecer de aprovação pelo comitê de ética; no caso de ensaio clínico, o número de registro do Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos-REBEC (http://www.ensaiosclinicos.gov.br) ou no Clinical Trials (http://clinicaltrials.gov/).

3. 3 – Resumo, abstract, descritores e key words:

A segunda página deve conter os resumos em português e inglês (máximo de 250 palavras). O Resumo e abstract devem ser redigidos em um único parágrafo, buscando-se o máximo de precisão e concisão; seu conteúdo deve seguir a estrutura formal do texto, ou seja, indicar objetivo, procedimentos básicos, resultados mais importantes e principais conclusões. São seguidos, respectivamente, da lista de até cinco descritores e key words (sugere-se a consulta aos DeCS – Descritores em Ciências da Saúde da Biblioteca Virtual em Saúde do Lilacs (http://decs.bvs.br/) e ao MeSH – Medical Subject Headings do Medline (http://www.nlm.nih.gov/mesh/meshhome.html).

4. 4 – Estrutura do texto:

Sugere-se que os trabalhos sejam organizados mediante a seguinte estrutura formal:

a) Introdução – estabelecer o objetivo do artigo, justificando sua relevância frente ao estado atual em que se encontra o objeto investigado; b) Metodologia – descrever em detalhe a seleção da amostra, os procedimentos e materiais utilizados, de modo a permitir a reprodução dos resultados, além dos métodos usados na análise estatística; c) Resultados – sucinta exposição factual da observação, em seqüência lógica, em geral com apoio em tabelas e gráficos –cuidando tanto para não remeter o leitor unicamente a estes quanto para não repetir no texto todos os dados dos elementos

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gráficos; d) Discussão – comentar os achados mais importantes, discutindo os resultados alcançados comparando-os com os de estudos anteriores; e) Conclusão – sumarizar as deduções lógicas e fundamentadas dos Resultados e Discussão.

5. 5 – Tabelas, gráficos, quadros, figuras e diagramas:

Tabelas, gráficos, quadros, figuras e diagramas são considerados elementos gráficos. Só serão apreciados manuscritos contendo no máximo cinco desses elementos. Recomenda-se especial cuidado em sua seleção e pertinência, bem como rigor e precisão nos títulos. Note que os gráficos só se justificam para permitir rápida apreensão do comportamento de variáveis complexas, e não para ilustrar, por exemplo, diferença entre duas variáveis. Todos devem ser fornecidos no final do texto, mantendo-se neste, marcas indicando os pontos de sua inserção ideal. As tabelas (títulos na parte superior) devem ser montadas no próprio processador de texto e numeradas (em arábicos) na ordem de menção no texto; decimais são separados por vírgula; eventuais abreviações devem ser explicitadas por extenso na legenda. Figuras, gráficos, fotografias e diagramas trazem os títulos na parte inferior, devendo ser igualmente numerados (em arábicos) na ordem de inserção. Abreviações e outras informações vêm em legenda, a seguir ao título.

6. 6 – Referências bibliográficas:

As referências bibliográficas devem ser organizadas em sequência numérica, de acordo com a ordem em que forem mencionadas pela primeira vez no texto, seguindo os Requisitos Uniformizados para Manuscritos Submetidos a Jornais Biomédicos, elaborados pelo Comitê Internacional de Editores de Revistas Médicas – ICMJE (http://www.icmje.org/index.html).

7. 7 – Agradecimentos:

Quando pertinentes, dirigidos a pessoas ou instituições que contribuíram para a elaboração do trabalho, são apresentados ao final das referências.

Envio dos manuscritos

Para a submissão do manuscrito, o autor deve acessar a Homepage da SciELO disponibilizada abaixo, com o seu login e senha. No primeiro acesso, o autor deve realizar o cadastro dos seus dados. Juntamente com o manuscrito, devem ser enviados no item 4 do processo de submissão - TRANSFERÊNCIA DE DOCUMENTOS SUPLEMENTARES, os três arquivos disponibilizados abaixo, devidamente preenchidos e assinados e a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa.

a) Carta de Encaminhamento (Download) - informações básicas sobre o manuscrito.

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b) Declaração de Responsabilidade e Conflito de Interesses (Download) - é declarada a responsabilidade dos autores na elaboração do maunscrito, bem como existência ou não de eventuais conflitos de interesse profissional, financeiro ou benefícios diretos ou indiretos que possam influenciar os resultados da pesquisa.

c) Declaração de Transferência de Direitos Autorais (Download) - é transferido o direito autoral do manuscrito para a Revista Fisioterapia & Pesquisa / Physical Therapy & Research, devendo constar a assinada de todos os autores .

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ANEXO B

Normas para submissão da revista Laser in Medical Science

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ANEXO B

Parecer consubstanciado do CEP

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