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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo CINTHYA COLIGE CARDOSO ILUSTRAÇÃO DA HISTÓRIA DA ARQUITETURA MEDIADA POR REALIDADE AUMENTADA: REPRESENTAÇÃO E ANÁLISE GRÁFICA DO PROJETO E DO EDIFÍCIO CAMPINAS 2020

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo

CINTHYA COLIGE CARDOSO

ILUSTRAÇÃO DA HISTÓRIA DA ARQUITETURA MEDIADA POR

REALIDADE AUMENTADA: REPRESENTAÇÃO E ANÁLISE

GRÁFICA DO PROJETO E DO EDIFÍCIO

CAMPINAS

2020

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CINTHYA COLIGE CARDOSO

ILUSTRAÇÃO DA HISTÓRIA DA ARQUITETURA

MEDIADA POR REALIDADE AUMENTADA:

REPRESENTAÇÃO E ANÁLISE GRÁFICA DO

PROJETO E DO EDIFÍCIO

Dissertação de Mestrado apresentada à

Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e

Urbanismo da Unicamp, para obtenção do

título de Mestra em Arquitetura, Tecnologia e

Cidade, na área de Arquitetura, Tecnologia e

Cidade.

Orientador: Prof. Dr. Daniel de Carvalho Moreira

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA

DISSERTAÇÃO DEFENDIDA PELA ALUNA CINTHYA COLIGE

CARDOSO E ORIENTADA PELO PROF. DR. DANIEL DE

CARVALHO MOREIRA.

ASSINATURA DO ORIENTADOR

______________________________________

CAMPINAS

2020

damore
Assinatura
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL, ARQUITETURA E

URBANISMO

ILUSTRAÇÃO DA HISTÓRIA DA ARQUITETURA MEDIADA

POR REALIDADE AUMENTADA: REPRESENTAÇÃO E

ANÁLISE GRÁFICA DO PROJETO E DO EDIFÍCIO

Cinthya Colige Cardoso

Dissertação de Mestrado aprovada pela Banca Examinadora constituída por:

Prof. Dr. Daniel de Carvalho Moreira

Presidente e Orientador/Universidade Estadual de Campinas – Faculdade de

Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo

Prof. Dra. Simone Helena Tanoue Vizioli

Universidade de São Paulo – Instituto de Arquitetura e Urbanismo

Prof. Dra. Ana Regina Mizrahy Cuperschmid

Universidade Estadual de Campinas – Faculdade de Engenharia Civil,

Arquitetura e Urbanismo

A Ata da defesa com as respectivas assinaturas dos membros encontra-se no

SIGA/Sistema de Fluxo de Dissertação e na Secretaria do Programa da Unidade.

Campinas, 10 de fevereiro de 2020

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AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus pais, Wilson e Doraci, por me apoiarem em tudo o que

decidi fazer e me incentivarem a persistir nos meus sonhos.

Ao meu irmão Gabriel, por torcer sempre pelo meu sucesso e dar suporte

técnico sempre que necessário.

Ao Pedro, por querer realizar meus sonhos e transformá-los em nossos, e por

estar ao meu lado até nos momentos mais difíceis, sempre presente.

À Ana Paula, Alexandre, Carlos Eduardo, Debora, Bruno, Mariela, Renata e

Ruth, pelo suporte técnico e emocional ao longo desses anos.

Ao meu orientador, Daniel, pela confiança, suporte e diversas oportunidades

na área acadêmica desde a graduação.

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[...] formar um museu imaginário da arquitetura e fazê-lo

circular mundo afora.

(RUBINO; GRINOVER, 2009, p.21 e 22)

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RESUMO

A representação do edifício arquitetônico é pauta de discussão entre arquitetos desde

o século XIX, dada sua importância para a compreensão de uma sociedade ou de

uma época. Esta modalidade de representação possibilita interpretar fatos históricos,

sociais, intelectuais, técnicos, estéticos e até mesmo figurativos. A compreensão

dessa forma de representação é um exercício constante de repertório, registro e

documentação do edifício histórico e tem se tornado cada vez mais realística graças

ao desenvolvimento tecnológico e às novas formas de registro gráfico, que extrapolam

o tão consagrado plano do papel. Neste aspecto de uma nova forma de representação

é possível destacar trabalhos que foram desenvolvidos com o auxílio tanto da

Realidade Virtual quanto da Realidade Aumentada. O objetivo deste trabalho foi

apresentar modelos 3D de três edifícios presentes no livro História Global da

Arquitetura, da autoria de Francis D. K. Ching, Mark M. Jarzombek e Vikramaditya

Prakash, que possuem a cúpula como elemento arquitetônico comum. Para o

cumprimento de tal objetivo, este trabalho lançou mão do recurso de Realidade

Aumentada mediado por um dispositivo com câmera, acesso à internet e marcadores.

Os modelos 3D desenvolvidos foram temáticos, conceituais e embasados nas

análises de diferentes formas de representação gráfica de outros edifícios. Análises

estas realizadas por autores consagrados na literatura como Clark e Pause, Simon

Unwin, Francis Ching, Geoffrey H. Baker e Antony Radford, Selen Morkoç e Amit

Srivastava. Como resultado, o trabalho obteve um acervo de modelos 3D que,

mediados por Realidade Aumentada, permitiram a compreensão de características

relevantes dos edifícios estudados, bem como a comparação das soluções adotadas

pelos projetistas em diferentes contextos e épocas.

Palavras chave: arquitetura, abóbadas, representação gráfica, desenho

arquitetônico, realidade aumentada.

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ABSTRACT

As it is paramount to the understanding of societies or eras, the graphic representation

of architectural works has been a central topic of discussion among architects since

the nineteenth century. This modality of graphic representation enables the

interpretation of historical, social, intellectual, technical, aesthetic, and even figurative

facts. Mastery of this form of representation is acquired through a constant exercise

on repertoire, and it is also important for historical building documentation, which has

become increasingly realistic in recent years due to technological advances and novel

techniques of graphic representation that go beyond the well-known paper framework.

In this context, one must highlight the representation of architectural objects aided by

the novel technologies of Virtual Reality and Augmented Reality. This paper aims to

present 3D-models from three buildings that have the dome as a common architectural

element from those presented in the book Global History of Architecture, by Francis D.

K. Ching, Mark M. Jarzombek, and Vikramaditya Prakash. For this objective, this work

has used the Augmented Reality as resource aided by a camera device, internet

access and markers. The developed 3D-models were thematic, conceptual and based

on analyses of different graphical representation of other buildings. These analyses

were proposed by well-known authors such as Clark and Pause, Simon Unwin, Francis

Ching, Geoffrey H. Baker and Antony Radford, Selen Morkoç and Amit Srivastava. As

result, this work obtained a 3D-model collection that, aided by Augmented Reality,

have enabled comprehension of relevant characteristics of each presented building

and comparison of the different solutions adopted by the designers at different times

and contexts as well.

Key words: architecture, dome, design, architectural drawings, augmented reality.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Baker - análises da Villa Savoye em planta ..................................... 38

Figura 2: Baker - análises da Villa Savoye também em perspectiva .............. 38

Figura 3: elementos básicos da análise de Ching .......................................... 45

Figura 4: elementos modificadores da arquitetura .......................................... 46

Figura 5: elementos de análise de diagramas de Clark e Pause .................... 49

Figura 6: análise gráfica da antiga sacristia em Florença – p.44 .................... 50

Figura 7: Panteão romano .............................................................................. 63

Figura 8: Basílica de Santa Sofia .................................................................... 65

Figura 9: Basílica de São Pedro ..................................................................... 68

Figura 10: principais hardwares que fazem a leitura em RA ........................... 71

Figura 11: modelo desenvolvido no Glitch ...................................................... 85

Figura 12: leitura do arquivo inicial através do Three.js .................................. 86

Figura 13: teste com iluminação no Three.js .................................................. 87

Figura 14: cópia do link do “assets” ................................................................ 88

Figura 15: teste de visualização do panteão romano ..................................... 88

Figura 16: exemplos de BarCodes matriz 3x3 utilizadas ................................ 89

Figura 17: exemplos de cartas criadas para a interface em RA ..................... 91

Figura 18: teste realizado com o modelo 3D de estrutura do Panteão ........... 92

Figura 19: fluxograma de desenvolvimento do trabalho ................................. 92

Figura 20: planta, corte e elevação do Panteão romano ................................ 93

Figura 21: diagramas 2D elaborados para o Panteão romano ....................... 94

Figura 22: desenhos base Panteão romano ................................................... 95

Figura 23: conversão de escalas do desenho do Panteão romano ................ 96

Figura 24: desenho em AutoCAD do Panteão romano ................................... 96

Figura 25: aplicação do sistema de coordenadas com medidas .................... 97

Figura 26: adequação dos desenhos 2D para 3D do Panteão romano .......... 98

Figura 27: modelagem da semiesfera - parte 3D ............................................ 98

Figura 28: planta, corte e elevação da Basílica de Santa Sofia ...................... 99

Figura 29: diagramas 2D elaborados para a Basílica de Santa Sofia ........... 100

Figura 30: desenhos base para a Basílica de Santa Sofia ........................... 101

Figura 31: desenho em AutoCAD da Basílica de Santa Sofia ...................... 102

Figura 32: modelo 3D de referência na Basílica de Santa Sofia ................... 102

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Figura 33: planta, corte e elevação da Basílica de São Pedro ..................... 103

Figura 34: diagramas 2D elaborados para a Basílica de São Pedro ............ 104

Figura 35: desenho base para a Basílica de São Pedro ............................... 105

Figura 36: desenho em AutoCAD da Basílica de São Pedro ........................ 106

Figura 37: modelagem em SketchUp da Basílica de São Pedro .................. 106

Figura 38: modelo 3D de escala para o Panteão .......................................... 109

Figura 39: modelo 3D de luz natural para o Panteão ................................... 110

Figura 40: modelo 3D de geometria para o Panteão .................................... 111

Figura 41: modelo 3D de forma para o Panteão ........................................... 112

Figura 42: modelo 3D de hierarquia para o Panteão .................................... 113

Figura 43 modelo 3D de simetria para o Panteão ........................................ 114

Figura 44: modelo 3D de estrutura para o Panteão ...................................... 115

Figura 45: modelo 3D de circulação para o Panteão .................................... 116

Figura 46: modelo 3D de repetição/ritmo para o Panteão ............................ 117

Figura 47: modelo 3D de escala para a Basílica de Santa Sofia .................. 118

Figura 48: modelo 3D de análise climática para a Basílica de Santa Sofia .. 119

Figura 49: modelo 3D de geometria para a Basílica de Santa Sofia ............ 120

Figura 50: modelo 3D de forma para a Basílica de Santa Sofia ................... 121

Figura 51: modelo 3D de hierarquia para a Basílica de Santa Sofia ............ 122

Figura 52: modelo 3D de eixos e simetria para a Basílica de Santa Sofia.... 123

Figura 53 modelo 3D de estrutura para a Basílica de Santa Sofia ............... 124

Figura 54: modelo 3D de circulação para a Basílica de Santa Sofia ............ 125

Figura 55: modelo 3D de repetição/ritmo para a Basílica de Santa Sofia ..... 126

Figura 56: modelo 3D de escala para a Basílica de São Pedro .................... 127

Figura 57: modelo 3D de análise climática para a Basílica de São Pedro .... 128

Figura 58: modelo 3D de geometria para a Basílica de São Pedro .............. 128

Figura 59: modelo 3D de adição das formas ................................................ 129

Figura 60: modelo 3D de hierarquia para a Basílica de São Pedro .............. 130

Figura 61: modelo 3D de eixos e simetria para Basílica de São Pedro ........ 130

Figura 62: modelo 3D de estrutura para a Basílica de São Pedro ................ 131

Figura 63: modelo 3D de circulação para a Basílica de São Pedro .............. 132

Figura 64: modelo 3D de repetição/ritmo para a Basílica de São Pedro ...... 133

Figura 65: utilização das cartas e marcadores para cada edifício ................ 143

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Figura 66: demonstração de três modelos do mesmo tema para análise

comparativa ............................................................................................................. 144

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: conceitos abordados por Baker ..................................................... 25

Quadro 2: aspectos formais abordados por Baker ......................................... 30

Quadro 3: metodologia de análise gráfica arquitetônica proposta por Baker .. 34

Quadro 4: condicionantes da arquitetura segundo Unwin .............................. 39

Quadro 5: componentes primários da arquitetura segundo Unwin ................. 39

Quadro 6: composições arquitetônicas básicas segundo Unwin .................... 42

Quadro 7: elementos modificadores da arquitetura segundo Unwin .............. 43

Quadro 8: interação entre elementos básicos e modificadores segundo Unwin

.................................................................................................................................. 43

Quadro 9: elementos de análise de Ching ...................................................... 46

Quadro 10: 7 naturezas de um edifício arquitetônico segundo Ching ............ 47

Quadro 11: eixos temáticos segundo Ching ................................................... 48

Quadro 12: temas e diagramas de Clark e Pause .......................................... 50

Quadro 13: temas e diagramas de Radfor, Morkoç e Srivastava ................... 55

Quadro 14: comparação das principais características das cúpulas das obras

.................................................................................................................................. 62

Quadro 15: plantas para o projeto da Basílica de São Pedro ......................... 67

Quadro 16: desenvolvedores de softwares de Realidade Virtual ................... 69

Quadro 17: navegadores compatíveis com RA .............................................. 71

Quadro 18: principais frameworks atuais de RA ............................................. 72

Quadro 19: principais softwares/aplicativos de RA sem programação ........... 73

Quadro 20: comparação entre temas abordados pelos autores ..................... 77

Quadro 21: comparação entre temas comuns abordados pelos autores ....... 78

Quadro 22: possibilidades de livros de referência .......................................... 79

Quadro 23: ordem dos tópicos abordados ao longo do texto ......................... 82

Quadro 24: descrição das imagens apresentadas junto ao texto e ordem ..... 83

Quadro 25: comparação entre temas constantemente abordados no livro..... 83

Quadro 26: intervalos de BarCodes escolhidos para cada edifício ................. 90

Quadro 27: modelos 3D e respectivos marcadores do Panteão ................... 133

Quadro 28: modelos 3D e respectivos marcadores da Basílica de Santa Sofia

................................................................................................................................ 137

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Quadro 29: modelos 3D e respectivos marcadores da Basílica de São Pedro

................................................................................................................................ 140

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

2D – Duas dimensões;

3D – Três dimensões;

Barcode – código de barras;

glTF – GL Transmission Format;

GPS – Global Positioning System ou Sistema de Posicionamento Global;

HTML - Hypertext Markup Language ou Linguagem de Marcação de Hipertexto;

QR Code – Quick Responde Code ou código de resposta rápida;

RA – Realidade Aumentada;

RV – Realidade Virtual;

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 19

2. JUSTIFICATIVA .......................................................................................... 21

3. OBJETIVO .................................................................................................. 22

3.1 Objetivo geral ........................................................................................ 22

3.2 Objetivos específicos ............................................................................ 23

4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................... 23

4.1 Difusão e reprodução arquitetônica....................................................... 23

4.2 Análise gráfica ....................................................................................... 24

4.2.1 Design Strategies in Architecture – an approach to the analysis of

form – Geoffrey Baker ........................................................................................ 25

4.2.2 A análise da arquitetura – de Simon Unwin .................................... 39

4.2.3 Arquitetura – forma, espaço e ordem – de Francis Ching .............. 44

4.2.4 Precedentes em arquitetura – de Roger Clark e Michael Pause .... 48

4.2.5 Os elementos da arquitetura moderna – de Radford, Morkoç e

Srivastava .......................................................................................................... 53

4.3 A cúpula como elemento arquitetônico ................................................. 60

4.4 O Panteão romano ................................................................................ 62

4.5 A Basílica de Santa Sofia ...................................................................... 64

4.6 A Basílica de São Pedro ....................................................................... 66

4.7 Realidade Virtual ................................................................................... 69

4.8 Realidade Aumentada ........................................................................... 70

4.8.1 WEB VR / WEB AR ........................................................................ 73

4.8.2 A-FRAME........................................................................................ 73

4.8.3 AR.JS ............................................................................................. 74

4.8.4 Glitch .............................................................................................. 74

5. METODOLOGIA ......................................................................................... 75

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5.1 Ponderações sobre as análises ............................................................ 76

5.2 Escolha dos estudos exploratórios ........................................................ 78

5.3 Desenvolvimento e viabilidade por Realidade Aumentada ................... 84

5.3.1 Opção 1 - Desenvolvimento e modelagem via Glitch e A-Frame ... 85

5.3.2 Opção 2 - Desenvolvimento e importação via Three.js .................. 86

5.3.3 Opção 3 - Desenvolvimento do código via Glitch e A-Frame.......... 87

5.3.4 O código ......................................................................................... 89

5.3.5 Hospedagem em servidor próprio ................................................... 92

6. RESULTADOS ........................................................................................... 93

6.1 Análise 2D do Panteão romano ............................................................ 93

6.2 Modelagem 3D do Panteão romano ...................................................... 94

6.2.1 Desenho do Panteão romano ......................................................... 94

6.2.2 Modelagem do Panteão romano em SketchUp .............................. 97

6.3 Análise 2D da Basílica de Santa Sofia .................................................. 98

6.4 Modelagem 3D da Basílica de Santa Sofia ......................................... 101

6.4.1 Desenho da Basílica de Santa Sofia ............................................ 101

6.4.2 Modelagem da Basílica de Santa Sofia em SketchUp .................. 102

6.5 Análise 2D da Basílica de São Pedro .................................................. 103

6.6 Modelagem 3D da Basílica de São Pedro ........................................... 104

6.6.1 Desenho da Basílica de São Pedro .............................................. 105

6.6.2 Modelagem da Basílica de São Pedro em SketchUp ................... 106

6.7 Elaboração dos modelos conceituais .................................................. 107

6.7.1 Modelos 3D do Panteão ............................................................... 108

Modelo 3D para entorno ........................................................................ 108

Modelo 3D para escala .......................................................................... 109

Modelo 3D para análise climática .......................................................... 109

Modelo 3D para geometria .................................................................... 110

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Modelo 3D para forma ........................................................................... 111

Modelo 3D para hierarquia dos espaços ............................................... 112

Modelo 3D para eixos e simetria ........................................................... 113

Modelo 3D para estrutura ...................................................................... 114

Modelo 3D de circulação ....................................................................... 115

Modelo 3D para repetição/ritmo ............................................................ 116

6.7.2 Modelos 3D da Basílica de Santa Sofia ........................................ 117

Modelo 3D para entorno ........................................................................ 117

Modelo 3D para escala .......................................................................... 117

Modelo 3D para análise climática .......................................................... 118

Modelo 3D para geometria .................................................................... 119

Modelo 3D para forma ........................................................................... 120

Modelo 3D para hierarquia dos espaços ............................................... 121

Modelo 3D para eixos e simetria ........................................................... 122

Modelo 3D para estrutura ...................................................................... 123

Modelo 3D de circulação ....................................................................... 124

Modelo 3D para repetição/ritmo ............................................................ 125

6.7.3 Modelos 3D da Basílica de São Pedro ......................................... 126

Modelo 3D para entorno ........................................................................ 126

Modelo 3D para escala .......................................................................... 126

Modelo 3D para análise climática .......................................................... 127

Modelo 3D para geometria .................................................................... 128

Modelo 3D para forma ........................................................................... 129

Modelo 3D para hierarquia dos espaços ............................................... 129

Modelo 3D para eixos e simetria ........................................................... 130

Modelo 3D para estrutura ...................................................................... 131

Modelo 3D de circulação ....................................................................... 131

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Modelo 3D para repetição/ritmo ............................................................ 132

6.8 Associação de modelos 3D conceituais aos marcadores ................... 133

7. CONCLUSÕES ......................................................................................... 144

8. REFERÊNCIAS ........................................................................................ 146

9. APÊNDICES ............................................................................................. 151

9.1 Apêndice A: primeiro código desenvolvido com Glitch e A-Frame ...... 151

9.2 Apêndice B: segundo código desenvolvido com Glitch e A-Frame ..... 152

9.3 Apêndice C: quinto código desenvolvido com Glitch e A-Frame ......... 153

9.4 Apêndice D: cartas para impressão e visualização dos modelos

desenvolvidos para o Panteão ............................................................................. 160

9.5 Apêndice E: cartas para impressão e visualização dos modelos

desenvolvidos para a Basílica de Santa Sofia ..................................................... 163

9.6 Apêndice F: cartas para impressão e visualização dos modelos

desenvolvidos para a Basílica de São Pedro....................................................... 166

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19

1. INTRODUÇÃO

A arquitetura está diretamente ligada a um povo e uma época e reflete todas

as relações sociais, econômicas e tecnocientíficas pelas quais a sociedade passa

(NAVARRETE, 1998). Por isso, é tão relevante que arquitetos e construtores se

preocupem em registrar seus esboços, projetos e obras construídas. Os textos,

desenhos e fotografias possuem um papel fundamental na compreensão arquitetônica

e são de suma importância para a criação de um repertório dos projetistas,

desenvolvimento de projetos educacionais e/ou registro de edifícios históricos, além

de fazer com que a arquitetura circule ao redor do mundo.

Segundo Smith (1996, apud GRIZ, CARVALHO e PEIXOTO, 2007) os

primeiros registros encontrados de egipcios e assírios, por exemplo, representavam

sempre um ângulo único da figura, enquanto que os primeiros desenhos que

apresentam sombras foram registrados pelos gregos. Já a forma de representação

em perspectiva à mão como é conhecida atualmente tem o seu primeiro registro com

Filippo Bruneleschi no século XV, desenhos estes que ajudavam na percepção de

proporções da edificação (GRIZ, CARVALHO e PEIXOTO, 2007), ainda no século XV,

com o surgimento da imprensa, textos e, posteriormente os desenhos, foram

amplamente difundidos.

Desde a época da popularização da imprensa até a disseminação da cultura

digital, os impressos eram os principais vetores de comunicação, porém com a cultura

digital os dados e informações começaram a ser transmitidos de uma nova forma,

apresentando assim, novas maneiras de visualizar o mesmo edifício, antes impresso

de forma permanente em papel (CARPO, 2001).

A partir da metade do século XX, com o surgimento dos computadores,

começaram o desenvolvimento dos primeiros protótipos para auxiliar tanto o desenho

quanto o desenvolvimento de projetos. Na década de 60 surgiram os primeiros

softwares e com eles as ferramentas CAD - Computer Aided Design1 - e um protótipo

de touchpad. Através dos desenhos em CAD foi possível acelerar o processo de

projeto, permitindo modificações de forma mais rápida e eficaz. Já na década de 70

1 CADAZZ. CAD software - history of CAD CAM. Disponível em: <http://www.cadazz.com/cad-software-

history.htm>. Acesso em: 10 de dezembro de 2019.

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começou-se a desenvolver os primeiros desenhos 3D com auxílio de computador. As

décadas de 80 e 90 foram marcadas respectivamente pela popularização do

computadores pessoais e posteriormente da internet. Já o início do século XXI foi

marcado pela popularização de recursos como a Realidade Virtual e a Realidade

Aumentada, que, apesar do princípio de desenvolvimento datar da década de 50,

foram – e ainda são - amplamente difundidos e tem ganhado destaque com a

quantidade de novos recursos e possibilidades de desenvolvimento, permitindo novas

formas de interação entre o modelo virtual e o usuário.

Ao contrário do que se possa sugerir, a escrita de um profissional que se apresenta ao mundo por meio de imagens, croquis, volumes, linhas e cortes não é algo menor, secundário, que só se realiza quando a tarefa central, a espinha dorsal do ofício - o projeto - é interditada.

A força do texto, - e isso inclui suas fotografias e desenhos - tem um motivo óbvio: a natureza do objeto arquitetônico é a imobilidade. Assim, a arquitetura no papel, por escrito, dos atuais coffe-table books aos panfletos e tratados, tudo isso desempenha esse papel crucial: formar um museu imaginário da arquitetura e fazê-lo circular mundo afora.

(RUBINO; GRINOVER, 2009, p.21 e 22)

A comunicação do arquiteto ocorre principalmente por meio de imagens,

croquis, volumes, linhas e cortes e nem por isso é algo menor, mas sim caminha junto

aos textos. Os arquitetos modernos, por exemplo, utilizaram muito o poder da

comunicação com a finalidade de criar um vocabulário novo e mudar o modo de falar

sobre a arquitetura (RUBINO; GRINOVER, 2009).

Ainda no modernismo os arquitetos começaram a representar diferentes

desenhos partindo de conceitos abstratos e amparados pela geometria e desenho

clássico, inaugurando assim o que hoje é chamado de representações através de

diagramas (FANTINATO, 2018).

Tais questões vão de encontro ao que afirma Fontenelle (2018), que defende a

exploração gráfica da representação arquitetônica em sua totalidade, buscando

representar toda a complexidade do edifício e, desenvolvendo e avaliando, as

diferentes formas de representação de ideias e conceitos em diferentes escalas.

Segundo o autor, o avanço tecnológico e o desenvolvimento de novas técnicas

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construtivas implicaram diretamente na produção arquitetônica e na forma de

representação de uma época.

Segundo Silva e Vizioli (2013 apud VELOSO, 2011), a criatividade e a

capacidade de produção estão diretamente ligadas à percepção e pensamento do

homem e as ferramentas disponíveis. Assim como as formas de desenhar e pensar

estão diretamente ligadas a um estilo e à uma época (HEWITT, 1984).

2. JUSTIFICATIVA

É necessário o homem se habituar a compreender o espaço e isso só se tornará

possível através da difusão de formas coerentes de estudos do edifício e a melhor

forma de se compreender é através do percurso in loco (ZEVI, 2009), porém, nem

todos os estudantes ou amantes da arquitetura terão a oportunidade de visitar um

determinado edifício, sem contar nas obras não mais existentes, portanto, se faz

necessário pensar em alternativas que viabilizem a compreensão do edifício

arquitetônico.

Existem diversas possibilidades que viabilizam a compreensão do edifício e,

com o auxílio da tecnologia, elas se tornam mais próximas e acessíveis. Zevi (2009),

defende em sua obra que a forma mais próxima do percurso in loco é o cinema, que,

através de uma câmera, tem a capacidade de apresentar o deslocamento sucessivo

dos campos visuais. Vale ressaltar que a publicação de Zevi é anterior à computação

gráfica como é conhecida e difundida hoje. Os arquitetos sempre fizeram uso dos

recursos de desenho com a mesma finalidade deste tipo de representação,

principalmente após o Renascimento, quando começaram a utilizar a perspectiva

como uma das principais formas de representação do edifício como um todo.

A cinematografia está entrando na didática, e é preciso ter em mente que, quando a história da arquitetura for ensinada mais com o cinema do que com os livros, a tarefa da educação espacial das massas será amplamente facilitada (ZEVI, 2009, p.51).

Os construtores, com o passar dos anos, possuem o desafio de criar obras

cada vez maiores, sempre superando as anteriores e por isso é de suma importância

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criar um repertório construtivo que apresente soluções já realizadas com a finalidade

de embasar soluções que ainda serão criadas. Nesse aspecto do repertório é possível

ir além e citar o fato de que a tecnologia é um grande aliado, tornando mais rápida a

criação de diversas opções ou até mesmo a simulação e análise de soluções. Só é

possível inovar conhecendo bem as soluções que já foram aplicadas e como se cada

uma delas se comportou em determinada situação. O objetivo deste repertório é

proporcionar confiança ao construtor e projetista, permitindo assim a inovação

(ADDIS, 2009).

Outra forma de compreensão do projeto que vem sendo empregada desde

meados do século XX é a análise projetual, dentre as muitas formas de análise, será

destacado nesse trabalho a análise gráfica (BELTRAMIN, 2015).

Ao longo deste trabalho serão apresentadas tecnologias que podem contribuir

para os estudos do edifício histórico, dentre elas a RV e a RA, sendo o foco da análise

a RA. Serão apresentados também os principais conceitos que podem contribuir para

uma análise sistemática da edificação, buscando auxiliar não só na documentação,

mas também na compreensão do edifício e até mesmo no ensino de arquitetura. O

trabalho será realizado através do estudo de alguns dos principais autores de livros

que apresentam uma série de princípios de análise gráfica de edificações distintas e

são eles: Clark e Pause, Simon Unwin, Francis Ching, Geoffrey H. Baker, Radford,

Morkoç e Srivastava e da comparação de três edifícios históricos e seus principais

conceitos arquitetônicos.

3. OBJETIVO

3.1 Objetivo geral

O presente trabalho teve como objetivo analisar e discutir a forma de

representação da descrição textual referentes a algumas edificações históricas,

compreender a necessidade de expressar graficamente as características e os

conceitos apresentados ao longo do texto e assim, como forma de complementar a

descrição textual. A RA foi a tecnologia escolhida para representar a síntese de

princípios de análise da arquitetura, expressando de forma sintética o raciocínio

arquitetônico projetual com a finalidade de facilitar a compreensão e divulgação dos

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resultados da pesquisa exploratória com análise bibliográfica e explicativa com

estudos aplicados (GIL, c2017).

3.2 Objetivos específicos

Para chegar ao objetivo principal será necessário pontuar e discutir algumas

questões complementares e são elas:

- Discutir as formas de representação do texto descritivo arquitetônico, mapear

e avaliar se apenas com o que é apresentado no texto é possível compreender a

edificação e seus conceitos, além de avaliar se os desenhos que acompanham o texto

são suficientes para tal compreensão, identificando na descrição arquitetônica quais

variáveis são majoritariamente representadas através de desenho arquitetônico, quais

desenhos são necessários, quais conceitos são melhor representados através de

fotos e quais não são representadas no estudo proposto;

- Revisar o conceito de análise gráfica com base nos principais autores da área,

categorizar, exemplificar e comparar os conceitos apresentados e identificar os níveis

de abstração;

- Elaborar estudos para teste e viabilização de uma nova forma de

representação do edifício e seus principais conceitos com o auxílio de RA.

4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1 Difusão e reprodução arquitetônica

Para Zevi (2009), é necessário discutir e repensar a forma na qual a arquitetura

é difundida, bem como os estudos referentes a ela. A forma de difusão comumente

utilizada pelos arquitetos é a representação gráfica através do desenho de plantas,

cortes, elevações ou até mesmo fotografias. Tais formas de expressão apresentam

as seguintes características:

- Planta: forma de representação abstrata passível de receber diversas camadas de

informações, podendo representar tanto o interior, quanto o exterior, porém não

consegue representar a dimensão volumétrica dos espaços.

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- Fachada: é uma vista ortográfica seccional de duas ou até três dimensões que

podem ser representadas através da hierarquia de linhas, permite também a

representação dos materiais empregados e, quando empregada a sombra, pode

trazer informações em uma terceira dimensão, porém também não permite a

compreensão de uma obra como um todo.

- Corte: é uma vista ortográfica seccional na qual se representam as divisões internas

do espaço arquitetônico a partir de um ou mais planos de secção. Permite a

compreensão dos espaços, hierarquias e seus usos. Permite uma compreensão

volumétrica, mas ainda não da totalidade do edifício.

- Fotografia: consegue representar três dimensões e dar uma noção de escala, porém

não representa a essência espacial ou conceitos empregados e por sempre ser tirada

a partir de um único ângulo, não consegue apresentar o conjunto completo da

edificação.

Dentro das formas de representação anteriormente apresentadas é possível

realizar o que se chama de análise gráfica, que consiste em reunir diversos

documentos de uma edificação (podendo ser plantas, cortes, elevações e fotografias)

além de croquis iniciais, esboços conceituais etc e identificar e elaborar formas de

representar determinados conceitos que auxiliaram nas tomadas de decisões

projetuais.

4.2 Análise gráfica

A análise gráfica consiste no estudo analítico de princípios formais e funcionais

através de desenhos, sejam eles de esboços ou técnicos, que representam uma

determinada obra arquitetônica. Essa análise tem como objetivo traduzir a essência

da lógica projetual, bem como peculiaridades de determinados conceitos

arquitetônicos. Segundo Ching (2007), a representação gráfica da arquitetura é a

tradução da integração harmoniosa de partes integrantes de um todo complexo e

unificado.

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Ela é obtida a partir da avaliação da geometria e seus princípios, por sua vez

obtida através da simplificação e sistematização dos contornos ou dos volumes da

edificação e resulta em diagramas que traduzem a organização arquitetônica e

aspectos subjacentes a essa organização, buscando compreender o mote e o

desenrolar do processo projetual.

Segundo Unwin (2013), é de suma importância a criação de um repertório

arquitetônico através da compreensão de conceitos, elementos de composição,

dentre outros, pois a riqueza da arquitetura está justamente em visualizar e entender

os detalhes. Por isso foram escolhidos cinco das principais publicações em análise

gráfica que foram utilizadas como referência de análise das edificações escolhidas.

Um breve resumo de cada análise e forma de apresentação pode ser visto a seguir:

4.2.1 Design Strategies in Architecture – an approach to the analysis of form – Geoffrey Baker

Baker (c1996) considera a arquitetura uma forma de expressão cultural e o

arquiteto um dos principais responsáveis por materializar esta cultura. Levando em

consideração tal papel, Baker propõe alguns temas nos quais considera o papel da

arquitetura como materializador de conceitos. Tais conceitos e seus respectivos

exemplos podem ser vistos no Quadro 1.

Quadro 1: conceitos abordados por Baker

TEMA CONCEITO EXEMPLO

Forças do lugar

Considera questões de topografia e

paisagismo, transferindo um caráter

próprio a cada lugar.

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Genius Loci

Considera questões culturais e

ambientais, propiciando a sensação de

pertencimento ao usuário do espaço.

Natureza

Defende a natureza como fonte de

energia para apreciar a arte e identificar

sua origem.

Arte

Considera a arte como mediadora entre

homem e natureza, sendo assim a

base para a evolução e

desenvolvimento.

Arte como

símbolo

Considera a arte como forma de

manifestação dos sentimentos

humanos.

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Poesia Considera uma forma de apropriação

poética da terra.

Significado de

uso

Considera a arquitetura uma forma de

resposta às necessidades do homem.

Arquitetura

primitiva

Considera a forma básica da

necessidade e conhecimento técnico

de morar.

Arquitetura

vernacular

Compreende a arquitetura que se

desenvolve de acordo com as condições

do lugar como economia e cultura.

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Arquitetura

monumental

Compreende a arquitetura que visa

deslumbrar e tem um alto teor simbólico.

Arte superior Considera edificações que transmitem

teoria através de sua forma própria.

Cultura

Considera a educação e informação de

um determinado grupo e em como tais

conceitos se manifestam na arquitetura.

Status

Considera a arquitetura como uma

forma de identificar e estratificar a

população.

Programa e

lugar

Considera a arquitetura como resultado

de forças tanto internas quanto

externas.

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Orientação e

identidade

Considera a mobilidade como potencial

força e consequente definição dos

espaços.

Movimento

Conceito essencial para a criação de

percursos através da arquitetura,

compreendendo pontes, rampas,

escadas, elevadores etc.

Vistas

É a força resultante do movimento

através da arquitetura e que propicia

uma visualização de um determinado

elemento ou paisagem.

Estrutura

Considera a estrutura para além da

finalidade estrutural, como meio de

expressão de uma cultura ou estilo.

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Geometria

Considera composições matemáticas

entre os elementos que compõem a

arquitetura.

Fonte: da autora (2019) com base em Baker (c1996)

Além de apresentar alguns conceitos arquitetônicos, Baker (c1996) apresenta

também alguns aspectos formais da arquitetura, como pode ser visto no Quadro 2.

Quadro 2: aspectos formais abordados por Baker

TEMA CONCEITO EXEMPLO

Tensão e harmonia

Considera a energia que o arquiteto quer

passar a quem vivencia o espaço. Isso

pode ser obtido através de ritmo,

unidade ou simetria.

]

Permanência e

harmonia

Considera os aspectos simbólicos da

arquitetura e utiliza recursos como

simetria e centralidade.

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Harmonia através da

geometria

Considera a organização geométrica dos

volumes e espaços criados através de

linhas, superfícies, ritmo e harmonia.

Design geométrico

Considera a geometria como norteadora

dos espaços criados. Essencial no

resultado.

Estática centroide

Considera a simetria radial como

norteadora dos espaços. É uma

organização que transmite serenidade e

equilíbrio, muito utilizada na arquitetura

islâmica.

Dinâmica linear

Considera o eixo como norteados da

organização espacial. Cria a sensação

de tensão e energia, muito presente na

arquitetura gótica.

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Dinamismo

Considera as formas e ordenações

compositivas entre diferentes geometrias

e como contribuem para o volume final.

Forças

Considera espécie de eixos invisíveis ao

longo dos quais os principais elementos

se organizam. São os elementos de

tensão que contrapõe aos elementos de

harmonia.

Organização Considera a divisão dos espaços, as

entradas e a circulação entre eles.

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Complexidade e

contradição Considera formas e ornamentos.

Dinâmica e energia da

forma

Considera formas futuristas,

construtivistas ou expressionistas e em

como isso resulta na criação de espaços

e bordas.

Fonte: da autora (2019) com base em Baker (c1996)

Diante de um repertório de conceitos culturais e representativos da arquitetura

e de aspectos formais, Baker (c1996) propõe uma metodologia para realização de

análise gráfica arquitetônica com o objetivo de reconhecer fatores decisivos na etapa

projetual dos edifícios. O autor ainda ressalta que é importante considerar fatores

culturais, tecnológicos e econômicos do contexto da obra. Ele ainda defende o

diagrama como uma potente ferramenta de análise, podendo ser o principal ato do

projeto.

Diagrams: are selective, are about clarity and communication, reveal the essence, are often simple, separate out issues so as to comprehend the complex, make geometric articulation explicit, can quantify the energy in both site and concept, allow a degree of artistic licence, can have a vitality of their own, can explain form and space better than words or photographs. (BAKER c1996. p. 66)

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A metodologia de análise de Baker (c1996) pode ser dividida em duas partes:

a primeira diz respeito a aspectos urbanos, que corresponde a uma leitura do contexto

da paisagem no qual a obra está inserida (e que posteriormente serão chamadas de

Genius Loci e forças do lugar), e a segunda parte que corresponde a aspectos

organizacionais da edificação. Tais temas estão presentes no Quadro 3.

Quadro 3: metodologia de análise gráfica arquitetônica proposta por Baker

FOCO TEMA CONCEITO EXEMPLO

Urbano Topografia

Considera diferenças entre

níveis e aspectos naturais

como vales e rios.

Urbano Rotas

Considera os caminhos

existentes para chegar ao

edifício.

Urbano Eixos de

circulação

Considera as entradas e

fluxos e intensidades para

chegar à edificação.

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Edificação Lajes

transformadas

Considera os planos criados

pelos projetistas, espaços

vazios para entrada de luz e

circulação entre eles, por

exemplo.

Edificação

Forma

genérica e

específica

Considera a forma inicial

para o projeto e os

desdobramentos que fazem

dessa forma única ou

específica para um

determinado uso.

Edificação Malha ou grid

Considera uma malha de

horizontais e verticais

(podendo ser anguladas) que

norteiam a disciplina e

organização dos espaços.

Edificação Massas e

superfícies

Considera as formas básicas

geométricas que compõem a

edificação e como elas

articulam entre si.

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Edificação

Forma

centróide ou

linear

Considera uma direção única

que canaliza a energia da

edificação. A centróide dá a

sensação de estabilidade,

enquanto a linear dá

sensação de atividade.

Edificação Dinâmica da

forma

Considera o raciocínio

compositivo das formas,

permeando desde o conceito

de ponto até a formação de

figuras geométricas

completas.

Edificação Organização

em core

Considera a organização de

todo um sistema ao redor de

uma única estrutura.

Edificação Sistema linear

Considera a organização ao

longo de um eixo, trazendo

ritmo à composição.

Edificação Sistema axial

Remete à arquitetura antiga

na qual há uma simetria

bilateral e uma hierarquia de

espaços e volumes.

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Edificação

Sistema radial

ou

escalonado

Derivado da organização

centróide, cria elementos que

se organizam de forma

sequencial e escalonada ao

redor de um ponto.

Edificação Sistemas

interligados

Considera a relação entre

dois ou mais volumes.

Edificação Distorções

formais

Considera a distorção de

formas genéricas.

Fonte: da autora (2019) e Baker (c1996)

Os modelos de análise de Baker (c1996) levam em consideração temas mais

abrangentes como a forma, a cultura e o contexto no qual a edificação está inserida.

O desenvolvimento desta metodologia de análise e deu origem a uma segunda obra,

que coloca em prática alguns dos princípios de análises desenvolvidos na obra Design

Strategies in Architecture em algumas obras do arquiteto franco-suíço Le Corbusier.

Em sua obra Le Corbusier – uma análise da forma (1998) Baker apresenta diversas

obras segundo seus princípios interpretativos. Tais análises ocorrem tanto em

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esquemas da planta quanto em perspectivas do edifícios, como pode ser observado

nas Figura 1 e Figura 2.

Figura 1: Baker - análises da Villa Savoye em planta

Fonte: Baker (1998)

Figura 2: Baker - análises da Villa Savoye também em perspectiva

Fonte: Baker (1998)

Beltramin (2015) identifica três fatores básicos na análise de Baker: condições

do lugar, requisitos funcionais e cultura, além de apresentar três frentes de

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interpretação: a primeira técnica e artística, a segunda diz respeito à forma e a última

sendo a análise arquitetônica.

4.2.2 A análise da arquitetura – de Simon Unwin

As análises propostas por Unwin (2013) abordam conceitos da concepção do

edifício e interferências do lugar no qual a edificação está inserida. Segundo Unwin

(2013), as condições que determinam o desenvolvimento da arquitetura podem ser

chamadas de principais condicionantes da arquitetura e podem ser vistos no Quadro

4.

Quadro 4: condicionantes da arquitetura segundo Unwin

TEMA CONCEITO

Terreno Área com a qual o edifício se relaciona.

Espaço acima Responsável por emoldurar o edifício.

Gravidade Responsável por manter a arquitetura conectada ao terreno.

Luz Meio de visualização da arquitetura.

Tempo Meio de experimentação da arquitetura.

Fonte: da autora (2019)

Cada obra arquitetônica possui componentes primários básicos condicionantes

e a forma de apresentação dos elementos ocorre tanto de forma textual quanto por

esquemas genéricos podem ser verificados no Quadro 5.

Quadro 5: componentes primários da arquitetura segundo Unwin

TEMA CONCEITO REPRESENTAÇÃO

Área de terreno definida Espaço de terra destinado ao projeto,

independentemente do tamanho.

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Área elevada ou plataforma Área elevada em relação à linha natural

do terreno.

Área rebaixada ou vala Área rebaixada em relação à linha

natural do terreno.

Marco Elemento de destaque e identificação de

um lugar.

Foco Elemento que concentra a atenção dos

usuários.

Barreira Elemento de separação entre ambientes,

seja físico ou não.

Cobertura Abrigo de intempéries, divide a

arquitetura do céu e necessita de apoio.

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Pilares de apoio ou colunas Elementos verticais responsáveis por

suportar a cobertura.

Percursos Elementos pelos quais os usuários se

deslocam.

Pontes Elementos que se sobrepõe a outros e

os supera.

Aberturas - Portas

Elementos que auxiliam na transposição

entre um ambiente e outro, ou entre

interno e externo.

Aberturas - Janelas

Elementos que permitem a passagem de

luz e ar, bem como a conexão visual

entre interno e externo.

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Aberturas - paredes de

vidro

Elementos que permitem transpor

barreiras, incidência de luz e passagem

de ar, além de permitir a conexão visual.

Tirante ou cabo suspenso Elemento capaz de suportar uma

cobertura ou plataforma.

Fonte: da autora com base em Unwin (2013)

Além dos elementos básicos, Unwin (2013) pontua alguns elementos que criam

formas rudimentares quando combinados, que constituem em maneiras distintas de

organizar os elementos arquitetônicos entre si, criando uma noção primária de

espaços e de como as formas articulam entre si para criação de tais espaços. Os

elementos propostos pelo autor podem ser vistos no Quadro 6.

Quadro 6: composições arquitetônicas básicas segundo Unwin

TEMA CONCEITO

Fechamento Barreiras que se encontram e criam um espaço enclausurado.

Cela Elemento em separado dos demais, criando um isolamento.

Edícula De arquitetura simples, junção de colunas que recebem uma cobertura.

Escada Série de plataformas organizadas de maneira a transpor alguma barreira.

Estante Distribuição vertical de plataformas de modo a organizar o espaço.

Fonte: da autora (2019)

Unwin ainda afirma que todos os elementos básicos podem sofrer modificações

de determinadas condicionantes que podem ser vistas no Quadro 7.

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Quadro 7: elementos modificadores da arquitetura segundo Unwin

TEMA CONCEITO

Luz Pode ser natural ou artificial e permite a melhor percepção do espaço, também está

relacionada a questões de conforto do usuário.

Cor Encontrada em parceria com o elemento “luz”, permite destaque e identificação de lugares

Temperatura Pode ou não estar associada ao elemento “luz”, a humanidade emprega a arquitetura como

um recurso para se proteger tanto do calor quanto do frio.

Ventilação Junto da temperatura e umidade identificam o clima de um lugar.

Som Elemento que pode ser potencializado ou minimizado através da arquitetura, permite também

a identificação de uma determinada atividade que ocorra no ambiente.

Odor Elemento resultante de ocupação ou atividade específica realizada em um determinado

ambiente.

Textura e tato Propriedades sensitivas que auxiliam na identificação do lugar.

Escala Se refere ao tamanho de algo relativo ao usuário, seu emprego de forma equivocada pode

prejudicar o uso do espaço.

Tempo Os efeitos do tempo sobre a arquitetura podem ser naturais ou provocados, pode ser o tempo

do passar dos anos ou o tempo de percurso do usuário no espaço arquitetônico.

Fonte: da autora (2019)

Para Simon Unwin (2013) a complexidade arquitetônica é resultado da

interação dos elementos básicos com os elementos modificadores, sendo os mais

comuns apresentados como resultado da interação entre os elementos básicos

formadores da arquitetura e seus modificadores, conforme pode ser observado no

Quadro 8.

Quadro 8: interação entre elementos básicos e modificadores segundo Unwin

TEMA CONCEITO

Elementos que desempenham

a mesma função

Muitas vezes condicionada ao uso do lugar. Uma determinada cobertura pode

também ser um espaço de circulação.

Aproveitamento de espaços

preexistentes

Trata de estabelecer relações com elementos já existentes e que possam

potencializar o uso do espaço.

Tipos de lugares primitivos Elementos de baixa complexidade e que são voltados ao uso. Exemplo:

lareira, cama, altar etc.

Arquitetura como arte de

emoldurar, estruturas e

demarcar

Definição de limites e espaços.

Templos e cabanas Metáfora para usos e crenças humanas.

Geometrias reais Lugares e elementos que existem.

Geometria ideal Envolve aspectos abstratos dos elementos reais.

Fonte: da autora (2019)

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44

4.2.3 Arquitetura – forma, espaço e ordem – de Francis Ching

Ching (2007) faz suas análises arquitetônicas buscando uma compreensão sob

uma ótica sistêmico-estrutural. O autor também considera importante a análise

arquitetônica com a finalidade de enriquecer o repertório de projeto. Sendo a

arquitetura como meio de solução de problemas.

Ele inicia a sua análise ressaltando algumas características do desenho de

projeto desde conceitos como ponto, reta e plano até suas consequências no

desenvolvimento do desenho arquitetônico como simetria, hierarquia, pauta, repetição

e transformação.

Para Ching (2007) o projeto pode ser organizado por eixos principais (linhas) e

a partir de cada um deles surgem formas e espaços, resultando em uma simetria.

Esses, por sua vez, estabelecem uma hierarquia entre si. Elementos mais

característicos podem ser recorrentes e estabelecer um ritmo dentro do projeto.

Quando são visíveis aos olhos no papel ou no espaço tridimensional, esses elementos se tornam forma com características de matéria, formato, tamanho cor e textura. À medida que experimentamos essas formas em nosso ambiente, devemos ser capazes de perceber em sua estrutura a existência dos elementos primários do ponto, da reta, do plano e do volume. (CHING, 2016. p.2)

Sua análise começa apresentando os elementos primários que são conceituais

(Figura 3), mas ao longo do texto e dos desenhos tornam-se elementos do projeto

arquitetônico. Nesse aspecto se enquadram ponto, reta, plano e volume.

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45

Figura 3: elementos básicos da análise de Ching

Fonte: Ching (2007)

Já a forma e suas características como tamanho, cor, textura, posição e

orientação são analisadas como pré-projeto. É da análise da forma que saem as

primeiras volumetrias obtidas através de operações como adição, subtração,

sobreposição e articulação, Figura 4. Posterior à análise de volume é apresentada a

organização espacial obtida pelo estabelecimento dos eixos de circulação, tanto

vertical quanto horizontal e os acessos. Ao final são analisadas e classificadas 7

naturezas conforme Quadro 9.

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Figura 4: elementos modificadores da arquitetura

Fonte: Ching (2007)

Quadro 9: elementos de análise de Ching

TEMA CONCEITO DIAGRAMA

Eixo Reta que divide formas ou espaços de forma

simétrica ou equilibrada.

Simetria Distribuição de formas ou espaços equivalente

em relação a um eixo.

Hierarquia Destaque de um elemento em relação aos

demais.

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Ritmo Movimento que segue um determinado

padrão.

Referência Elemento que reúne e organiza espaços.

Transformação Alterações de elementos diante de contextos

sem a perda da identidade.

Fonte: da autora com base em Ching (2007)

Quanto à organização espacial e tomadas de decisões na etapa projetual,

Ching (2007) apresenta 7 naturezas ou questões que devem ser consideradas durante

o processo de projeto. Quais questões podem ser observadas no Quadro 10.

Quadro 10: 7 naturezas de um edifício arquitetônico segundo Ching

TEMA CONCEITO

Espaço Relações, hierarquia.

Estrutura Forma, cor, textura e proporção.

Delimitação Superfícies, arestas e aberturas.

Movimento Acessos, caminhos.

Tecnologia Soluções de conforto.

Programa de necessidades Resposta às necessidades do usuário.

Contexto Entorno, implantação.

Fonte: da autora (2019)

E a formação e análise gráfica dos espaços pode ser realizada partindo da

análise desde os conceitos de ponto, reta e plano, também propostos por Baker

(c1996) até princípios de organização formal. Os 7 eixos temáticos podem ser

observados no Quadro 11.

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48

Quadro 11: eixos temáticos segundo Ching

TEMA CONCEITO

Elementos primários Ponto, reta, plano e volume.

Forma Composição, coerência, cor, textura, orientação, posição.

A forma e o espaço Volume, escala, limites.

Organização Relação entre espaços.

Circulação Movimento através do espaço.

Proporção e escala Harmonia, tamanho, quantidade, grau.

Princípios ordenadores Composição - eixos, simetria, hierarquia, ritmo, referência e transformação.

Fonte: da autora (2019)

O objetivo do trabalho de Ching é apresentar como a arquitetura sempre pode

ser analisada de forma conotativa, através de seus planos, volumes, seu espaço

físico. Mas lembra que há vários aspectos denotativos que podem trazer mais

significado à obra (aspectos como os apresentados por Unwin, 2013).

4.2.4 Precedentes em arquitetura – de Roger Clark e Michael Pause

Os autores Roger Clark e Michael Pause, em seu livro Precedents in

Architecture: analytic diagrams, formative ideas, and partis (1996) desenvolvem a

análise de projetos arquitetônicos de diferentes naturezas através de diagramas 2D

bem claros e objetivos, que apresentam, principalmente, a relação entre os elementos

arquitetônicos. Para compreensão de tais diagramas há uma legenda criada pelos

autores e que pode ser observada na Figura 5.

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49

Figura 5: elementos de análise de diagramas de Clark e Pause

Fonte: Clark e Pause (1996)

Como exemplo, uma dessas análises pode ser observada nas Figura 6. Foi

escolhida mausoléu dos Médici na Igreja de San Lorenzo do arquiteto Brunelleschi em

Florença, na Itália, por justamente apresentar a cúpula como elemento arquitetônico,

mesmo elemento em comum aos estudos exploratórios selecionados para o presente

trabalho.

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50

Figura 6: análise gráfica da antiga sacristia em Florença – p.44

Fonte: Clark e Pause (1996)

Na primeira folha de análise os autores apresentam algumas breves

informações do edifício, como nome do arquiteto, nome da edificação, localização e

ano da construção, na sequência há um mapa com a inserção urbana, dois cortes,

elevação principal e planta. Na segunda página eles elaboram a análise gráfica que

são análises sintéticas que utilizam principalmente formas simplificadas cujos temas

e suas respectivas representações podem ser observadas no Quadro 12.

Quadro 12: temas e diagramas de Clark e Pause

TEMA CONCEITO DIAGRAMA

Estrutura Pilares, vigas e paredes e seus padrões,

regularidade e complexidade.

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Luz natural Filtragem, bloqueio e reflexão.

Concentração Volumetria.

Da planta ao corte

Planta como gerador da forma, cortes e

elevações como geradores de percepção do

espaço.

Da circulação à

área útil

Elementos estáticos e dinâmica de

uso/circulação.

Da unidade ao

todo Forma, união e sobreposição.

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52

Do repetitivo ao

único

Elementos múltiplos ou únicos que compõem o

espaço.

Geometria

Forma em planta e dos sólidos que compõem

a volumetria – tamanho, proporção, forma e

localização.

Simetria e

equilíbrio Balanço e equilíbrio conceitual.

Aditivo e

subtrativo Cor, volume e materiais.

Hierarquia Organização dos atributos.

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53

Partí Formas básicas tomadas como partido em

planta.

Fonte: da autora (2019) e imagens Clark e Pause (1996)

4.2.5 Os elementos da arquitetura moderna – de Radford, Morkoç e Srivastava

Os autores da obra The Elements of Modern Architecture – Understanding

Contemporary Buildings (Os elementos da arquitetura moderna em tradução livre)

propõe um guia visual de análise de 50 edifícios construídos entre 1950 e 2010. As

análises levam em consideração fatores físicos, sociais, culturais e do contexto no

qual a obra se insere e com o objetivo de complementar materiais que vão desde

descrições até desenhos, fotografias, guias virtuais em RV e visitas in loco.

A maior crítica apresentada pelos autores diz respeito ao fato de que as obras

arquitetônicas mais famosas são repetidamente registradas, fotografadas e

desenhadas sempre da mesma forma, dificilmente há um diagrama que explicita um

conceito ou que faça uma análise do contexto urbano da edificação, por exemplo. A

representação da arquitetura costuma abordar campos distintos de representação e

que cria um distanciamento entre o contexto real e a produção de imagens. Nesse

aspecto, os autores vão de encontro ao que afirma Zevi (2009), dizendo que nada

substitui a experiência sensorial de visitar o local.

Segundo Radford, Morkoç, Srivastava (2014, apud BRUTON e RADFORD,

2012), é preciso entender, discutir e refletir o passado para compreender e construir

o futuro e as novas tecnologias tem apresentado e desenvolvido uma nova forma de

explorar os trabalhos anteriores.

Desenhos são mais precisos e concisos que textos quando se trata de

arquitetura. Croquis e diagramas são utilizados como principal forma de registro para

trabalhos futuros em arquitetura e são muito utilizados para registrar o processo de

projeto. Rever esses registros de obras já construídas pode auxiliar a compreender

conceitos ou situações pensadas pelo arquiteto no momento do projetar, mas que não

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fica tão evidente na obra já edificada ou em seus desenhos técnicos. Um edifício bem

projetado trará soluções e benefícios tanto para o espaço interno criado, quanto para

o contexto imediato no qual está inserido.

As análises sobre o edifício podem ser divididas em três grandes grupos

temáticos e são eles:

- Lugar: se preocupa com a localização física do edifício, como as soluções

projetuais respondem a questões do meio ambiente como insolação, ventilação,

ruídos, flora, fauna e qual é a relação estabelecida com o entorno próximo;

- Pessoas: se preocupa com questões que envolvem a interação entre as

pessoas e o edifício podendo destacar as entradas, as formas de acesso, a forma e

função do edifício, o perfil do usuário, questões ergonômicas e de mobiliário, questões

de conforto, vistas criadas a partir de determinadas áreas, além de poder envolver

questões culturais como religião e simbolismo.

- Tecnologia: envolve questões de tectônica da arquitetura como as soluções

estruturais, os materiais escolhidos, os detalhes e a setorização do edifício a partir

desses materiais e métodos construtivos.

Os autores analisam 50 obras modernas e que não possuem um padrão fixo

de análise, seguem apenas os três grupos temáticos e expressam de maneiras

distintas determinadas características da edificação, podendo ser um mapa de

localização, grids de organização, croquis compositivos, análises geométricas,

diagramas de iluminação, setorização, circulação, perspectivas internas ou externas

a depender de cada caso. Os diagramas são desenhados em preto com destaque em

vermelho para o conceito principal que aborda. Todos as obras apresentadas são

antecedidas por um texto explicativo sobre a obra e um mapa com a localização no

mundo e no país. Exemplos das análises realizadas podem ser vistas no Quadro 13.

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Quadro 13: temas e diagramas de Radfor, Morkoç e Srivastava

TEMA CONCEITO DIAGRAMA

Contexto urbano

Considera o entorno próximo

construído e a apresentação é feita

em planta ou elevação com entorno.

Programa

arquitetônico

Apresenta a solução proposta para o

programa de necessidades dos

usuários e como os espaços se

organizam para responder ao

programa solicitado.

Forma e

materialidade

Destaca elementos formais que

podem ser técnicas construtivas que

resultam em uma determinada forma

icônica;

Análise climática Realiza análise de insolação e

ventilação.

Representatividade

cultural

Considera a cultua local e alguns

símbolos que a caracterizam.

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56

Experiência do

usuário

Apresenta algumas perspectivas que

o usuário teria ao conhecer o espaço

analisado.

Composição formal

Apresenta a solução compositiva com

linhas e formas básicas diante da

topografia, bem como apresenta

escala humana para dimensionar.

Circulação Apresenta trajetos possíveis dos

usuários no espaço analisado.

Materialidade -

texturas

Apresenta diferentes materiais do

edifício através de texturas.

Iluminação Apresenta uma análise de iluminação

complementando a análise climática.

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Cobertura

Apresenta a solução formal

encontrada para a cobertura ou a

“casca” da edificação.

Eixos

Apresenta a forma de eixo escolhida

e como os elementos se organizam

ao longo ou ao redor dele.

Sistema de grid

Apresenta um sistema de grid inicial

que serviu como base organizacional

do espaço e localização de

elementos arquitetônicos.

Acessos Destaca os acessos dos usuários do

espaço.

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Hierarquia de

espaços

Representa quais espaços são

centrais e quais são secundários

quanto ao uso e solução

arquitetônica.

Vistas Representa as vistas pensadas para

os usuários de dentro da edificação.

Operações

volumétricas

Decompõem o conjunto da edificação

em formas geométricas

tridimensionais simples e mostra

como eles se organizam entre si.

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Método construtivo Apresenta as soluções construtivas e

estruturais do edifício.

Elementos de

destaque (vertical)

Apresenta elementos de destaque na

forma vertical.

Fonte: da autora (2019) com base em Radford, Morkoç, Srivastava, 2014

Analisar é uma forma de projetar e projetar é um processo investigativo de

testes e proposições que devem levar em consideração os três aspectos levantados

anteriormente (lugar, pessoas e tecnologia), criando assim um desafio crítico

intelectual. O objetivo maior é poder complementar a compreensão de um edifício,

principalmente se for possível visualizar a análise enquanto percorre a edificação,

permitindo não só compreender melhor o trabalho proposto, como comparar com

outras soluções projetuais já pensadas ou projetadas (RADFORD, MORKOÇ,

SRIVASTAVA, 2014).

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60

4.3 A cúpula como elemento arquitetônico

Geometricamente a cúpula pode ser resumida como um arco que foi

rotacionado ao redor do eixo vertical. Historicamente a cúpula foi muito utilizada a

partir do império romano, sendo aplicados em edifícios de caráter institucional como

os banhos termais e o Panteão romano.

O Panteão romano não foi a primeira cúpula em concreto do império romano.

Já havia registros de cúpulas na região de Pompéia, por exemplo, porém nenhuma

tinha a grandiosidade do Panteão. A obra foi concebida em concreto com o objetivo

de não ser danificado por incêndios, como aconteceu com a estrutura anterior que era

em madeira. Essa edificação possui uma solução estrutural única que consiste em

reduzir o peso da estrutura em concreto utilizando agregados distintos e mais leves à

medida que ganha altura, a segunda solução consiste em utilizar a modelagem em

caixotões que diminuem de tamanho também conforme a altura e, por fim, a alteração

de espessura do concreto que diminui em direção ao topo, sendo finalizado por um

óculo de cerca de 8,9m de diâmetro. As paredes de sustentação são largas, porém

ocas e escondem duas abóbadas de berço (ou de cisalhamento) que auxiliam no

descarregamento da estrutura (ADDIS, 2009, p.51-60).

A Basílica de Santa Sofia tal como é conhecida hoje foi projetada entre os anos

de 532-533 e construída entre 535 e 537. A solução estrutural empregada foi a

colocação de duas semicúpulas laterais que funcionam como contrafortes que

sustenta o peso estrutural exercido pela cúpula, além da cúpula ser sustentada por

quatro grandes arcos que servem como abóbadas de cisalhamento. A cúpula original

foi destruída por terremotos que atingiram a região ao longo do tempo, mas sempre

foi reconstruída (ADDIS, 2009, p.66-69).

A Catedral de Santa Maria del Fiore, também conhecida como Catedral de

Florença, e projetada por Filippo Brunelleschi no início do Renascimento. A

construção foi iniciada em 1425 e terminada após a morte de Brunelleschi em 1536.

A cúpula, de base octogonal e casca dupla, vence um vão de 42m entre paralelos e

que utiliza duas finas cascas de tijolos com estruturas em viga de alvenaria que

chegam a ter 2m de espessura na base (ADDIS, 2009, p.119-125).

Em 1590 Michelangelo projeta a cúpula da Basílica de São Pedro com base em

um modelo matemático. A solução foi uma cúpula de casca dupla, assim como a da

Catedral de Santa Maria del Fiore, e possui três cintas concêntricas de ferro forjado

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na base para evitar que a estrutura abra. Em 1680 foram identificadas várias fissuras

na estrutura, que recebeu esforço estrutural através no qual foi triplicado o número de

cintas. Foi a partir dessa obra que os modelos matemáticos passaram a fazer parte

dos cálculos também na fase de projeto (ADDIS, 2009, p.226-232).

A Catedral de São Paulo, em Londres, projetada e construída por Cristopher

Wren entre os anos de 1675 e 1710, possui um vão de 33m e a solução estrutural

empregada é a mesma da Catedral de Santa Maria del Fiore e da Basílica de São

Pedro: transfere os esforços para anéis de ferro forjado que se encontram na base da

cúpula, aonde os estorços são maiores e ela tende a abrir (ADDIS, 2009, p.204-206).

A partir de 1840 houve uma popularização do uso de ferro fundido ou forjado

na construção civil. No que diz respeito a cúpulas, a primeira cúpula de estrutura em

ferro teve foi a do mercado de trigo de Paris (Halle au Blé), que possuía uma cúpula

em madeira que foi destruída em um incêndio e, entre 1808 e 1813 François-Joseph

Bélanger propõe a construção de uma estrutura em nervuras de ferro fundido e anéis

concêntricos de ferro forjado e a vedação em cobre, que posteriormente foi substituída

por vidro na década de 1880. A localização da indústria da manufatura de ferro foi

determinante para o uso do material, como foi o caso da nova Catedral de Santo

Isaque, em São Petersburgo, na Rússia, em 1835 com 24m de diâmetro e,

posteriormente, o Capitólio dos Estados Unidos, em Washington, construído entre

1856 e 1863. Na sequência foram desenvolvidas estruturas de sustentação como as

treliças espaciais que permitiam vencer grandes vãos (Fachwerk im Raume) e tem

como exemplo a cobertura do mercado de Leipzig, projetado por August Föppi. No

final da década de 1910 Bauersfeld, Franz Dischinger e Ulrich Finsterwalder

construíram as primeiras abóbadas de berço com casca de concreto armado (ADDIS,

2009, p. 295 – 297 e 439).

Mais recentemente, com a popularização e incorporação de técnicas de

modelagem digitais e cálculos estruturais, tornou-se possível criar cúpulas com

materiais extremamente leves (como membranas e estruturas metálicas, por exemplo)

e capazes de vencer enormes vãos. Como exemplos pode-se citar a cúpula de Izumo,

no Japão, construída em 1992 e com um diâmetro de 140m, e a cúpula de do Milênio

(Millenium Dome), em Londres, com 320m de comprimento (ADDIS, 2009, p.581-582).

Uma breve comparação entre as obras com cúpula escolhidas para o presente

trabalho pode ser observada no Quadro 14.

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Quadro 14: comparação das principais características das cúpulas das obras

OBRA ANOS DE

CONSTRUÇÃO

PERÍODO HIST./

ESTILO ARQUIT.

VÃO

(m)

ALTURA DO

CHÃO (m) MATERIAL

PANTEÃO 114-123 Clássico + clássico 43,3 43,3 Casca única em caixotões

em concreto/cimento

SANTA

SOFIA 532-537

Imp. Bizantino +

arquitetura islâmica 30 55

Alvenaria em tijolos e

estrutura em pedras,

asbestos e chumbo

BASÍLICA DE

SÃO PEDRO 1590

Renascimento +

Barroco 42,5 137

Casca dupla em alvenaria de

tijolos com reforço em

tirantes e cintas

Fonte: da autora (2019)

4.4 O Panteão romano

A edificação original do Panteão romano foi proposta pelo político Marco

Vipsiano Agrippa em 27a.C (BRUSCHINI, 2006). Um incêndio destruiu a construção

original no ano de 80d.C e a reconstrução foi idealizada durante o império de

Domiciano (que durou de 81 a 96) mas só foi construído entre os anos de 114 (governo

de Trajano) e 123 (governo de Adriano) por arquiteto desconhecido. O edifício tal

como é conhecido atualmente é apenas parte de um complexo maior edificado e

posteriormente destruído (JONNES, 2014) e pode ser visto na Figura 7. No ano de

608 o imperador bizantino Flávio Focas Augusto, conhecido como Focas, cedeu o

espaço ao Papa Bonifácio IV, que foi responsável por transformar o espaço em uma

igreja cristã e batizou o espaço de Santa Maria e os Mártires. Adentrar o Panteão

romano é uma maneira de compreender a magnificência da Roma antiga. No

Renascimento passou a abrigar a tumba de dos pintores Rafaello e Annibale Carracci,

do compositor Arcangelo Corelli e do arquiteto Baldassare Peruzzi (BRUSCHINI,

2006) e na época da monarquia italiana recebeu Vitor Emanuel ll, Humberto I e sua

esposa Margarida de Saboia.

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63

Figura 7: Panteão romano

Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Panth%C3%A9on,_Rome.jpg

Um pórtico retilíneo de grande altura introduz o vasto interior cupulado: “um espaço cósmico”, iluminado pela luz solar que se derrama do óculo situado na cúspide da cúpula de concreto, por sua vez revestida com uma gradação de materiais (os mais leves no topo). A cúpula se apoia sobre um amplo tambor cilíndrico assentado sobre profundas fundações de concreto. O interior da cúpula, o ático, o pavimento inferior e o piso de mármore são desenhados segundo lógicas distintas, evitando um interior unificado. O piso exibe círculos de granito egípcio vermelho e cinza dentro de quadrados de giallo antico (mármore ornamental), alternados com quadrados de granito vermelho sobre um fundo de mármore frígio branco e púrpura. As paredes laterais são seccionadas por sete êxedras (salas de conversação, com assentos), alternadamente retangulares e curvilíneas, delimitadas por colunas. A êxedra traseira pe guarnecida por colunas livres. Do lado oposto, a santidade da entrada é marcada por uma soleira de mármore africano e um dintel em arco. (JONNES, 2014, p.53)

Atualmente ele consiste em uma rotunda, um bloco de transição acessado

através de escadas e uma sequência de colunas em estilo coríntio que sustentam um

pórtico e respectivo frontão. Na parte interna pode-se destacar os caixotões que

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compõe a ornamentação interna da cúpula de 43,3m de diâmetro e servem também

como alternativa para a redução de peso da estrutura. Os caixotões estão distribuídos

ao longo de 5 fileiras horizontais e diminuem de tamanho conforme se aproximam do

óculo no topo. Outro ponto de destaque é o ático, que foi refeito pelo arquiteto Paolo

Posi no ano de 1740 em estuque, já em 1930 parte do projeto original foi refeito e,

destaca os relicários com frontões em mármore amarelo e granito e porfírio vermelho,

que hoje são ocupados por figuras cristãs (JONNES, 2014).

4.5 A Basílica de Santa Sofia

A basílica foi projetada em 532-33 após um incêndio que destruiu sua primeira

construção. A nova construção começou em 532 e foi finalizada em 537. Em tamanho

pode ser comparada ao Panteão romano, sendo ela um pouco maior – 55 metros de

altura. O volume principal é composto por três naves, sendo que a área central se

organiza em uma planta quadrada coberta por uma cúpula em tijolos e que vence um

vão de 30 metros e que, por sua vez, descarregam a carga estrutural em quatro arcos.

Ainda sobre a solução estrutural: o peso estrutural exercido pela cúpula principal é

distribuído em duas semicúpulas que fazem o papel de contrafortes, que, por suas

vezes, descarregam as forças em diversas outras cúpulas e abóbadas menores. Um

dos destaques da construção é que foi feita em alvenaria e não mais em concreto,

como anteriormente eram edificadas as igrejas. No meio da construção há ferragem

e tirantes que auxiliam na sustentação estrutural (ADDIS, 2009). Uma imagem da

Basílica pode ser vista na Figura 8.

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Figura 8: Basílica de Santa Sofia

Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Santa_Sof%C3%ADa.jpg

Construída pelo imperador Justiniano juntamente com os engenheiros Antêmio

de Trales e Isidoro de Mileto. A construção estrutural da basílica foi feita em fiadas de

pedras aparelhadas organizadas em quadrados e assentadas com asbestos (cal) e

posteriormente foi despejado chumbo entre as fendas, formando um bloco estrutural

único (ADDIS, 2009).

No ano de 557 houve um terremoto na região e a basílica foi atingida,

desabando parte da cúpula original da ala leste, na reconstrução aumentou-se a

flecha da cúpula de 8 para 15 metros, diminuindo assim a carga estrutural. Em 989 a

parte oeste também foi danificada em um terremoto e em 1346 a parte leste voltou a

desabar pelo mesmo desastre, sendo reconstruída novamente (ADDIS, 2009).

A forma interna da igreja foi forjada da seguinte maneira: a construção de alvenaria eleva-se do chão, não em linha reta, mas de maneira a delinear um plano de forma semicircular (que é chamado de meio-cilindro pelos especialistas) que se ergue a uma altura vertiginosa. A extremidade dessa estrutura termina na quarta parte de uma esfera, e acima dela outra forma de meia-lua é erguida pelas partes adjacentes da edificação, maravilhosa em sua beleza, mas ainda atemorizante pela aparente precariedade de sua composição. Parece de alguma maneira flutuar no ar, sem qualquer apoio, pairando suspensa e alheia aos riscos que correm aqueles abaixo dela, ainda assim, é construída com extraordinária firmeza e segurança. Em ambos

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os lados do semicilindro, os pilares foram locados, formando um meio-círculo em planta, como se abrissem espaço para que cada um participasse de um espetáculo de dança, acima deles levanta-se uma forma de meia-lua, aparentemente suspensa... (ADDIS, 2009, p. 56).

Foi santuário da igreja cristã ortodoxa até 1453, quando Constantinopla foi

conquistada pelos turcos e passou a se chamar Istambul. A igreja, consequentemente

foi transformada em mesquita. Posteriormente foi transformada em museu já no

século XX e está na lista de Patrimônio Mundial da UNESCO como uma das obras

primas de arquitetura religiosa mundial.

4.6 A Basílica de São Pedro

Considerado o coração do cristianismo, a Basílica de São Pedro é a maior igreja

do mundo e é o primeiro protótipo de igreja barroca (GAYFORD, 2015) e também está

na lista de Patrimônio Mundial da UNESCO como uma das obras primas de arquitetura

religiosa mundial. A antiga Basílica de São Pedro começou a ser erguida durante o

império de Constantino (326 d.C. e 333 d.C.) como uma basílica paleocristã.

O papa Nicolau V considerou a reconstrução da basílica, já bem deteriorada,

em 1452 e para isso convocou os arquitetos Leon Battista Alberti e Bernardo

Rosellino. O projeto de Rosellino se organiza de forma longitudinal e possui cinco

naves abobadadas, ele também acrescenta um coro, um transepto e uma abside

maior e propõe uma cúpula na cobertura. A obra foi interrompida após a morte do

papa, por falta de recursos e quando as paredes já estavam sendo erguidas. Em 1505

o papa Júlio III retomou o projeto e promoveu um concurso, cujo vencedor foi

Bramante.

A construção anterior foi demolida e em 1506 começou uma nova obra. O

projeto propunha um edifício central em forma de cruz grega e que ocupa um

quadrado em planta com quatro pilares estruturais para suportar uma cúpula no estilo

clássico. além de uma cúpula inspirada na cúpula do Panteão romano. Bramante

morre em 1514. Nos 120 anos seguintes a obra passou por muitas modificações,

diversos pontificados e, consequentemente, arquitetos, dentre eles: Rafael, Giovanni

Giocondo, Giuliano da Sangallo, Baldassare Peruzzi, Antonio da Sangallo e, em 1546

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Michelangelo. O projeto de Rafael propõe a adaptação da planta em cruz grega para

uma cruz latina e três naves. Rafael morre em 1520. Antonio da Sangallo propõe

nessa mesma época a implantação de duas torres sineiras, além de uma lanterna

sobre a cúpula. Sangallo morre em 1546 e em 1547 Michelangelo assume o projeto e

retoma a proposta da planta de Bramante e propõe superfícies variadas, curvas e

angulares, além de imensas colunas que ocupam quase a totalidade da altura da

fachada e com pequenas janelas, além da cúpula que parece ser lançada aos céus

pelas colunas. Para Michelangelo, iluminação era primordial, então propôs retomar

esse conceito do projeto original de Bramante, porém propondo uma redução

significativa da área ocupada pela basílica (GAYFORD, 2015). As diferentes plantas

propostas para a basílica ao longo do tempo podem ser observadas no Quadro 15.

Quadro 15: plantas para o projeto da Basílica de São Pedro

ROSELLINO BRAMANTE RAFAEL MICHELÂNGELO

Fonte: https://upload.wikimedia.org

A cúpula tem 42,56 metros de diâmetro, é a maior cúpula em tijolos do mundo,

porém superada em tamanho pela cúpula do Panteão e foi projetada por Michelangelo

e a obra finalizada por Giacomo Della Porta e recebeu a lanterna superior projetada

por Domenico Fontana (BRUSCHINI, 2006). A solução estrutural para a construção

da cúpula da Basílica de São Pedro conta com três cintas de ferro forjado e uma casca

dupla e que, após um terremoto em 1730, apresentou problemas estruturais de

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fissuras em diversas regiões. Após diversos estudos e cálculos a cúpula recebeu um

reforço estrutural e ferro no ano de 1750 (ADDIS, 2009).

A fachada é precedida por uma escada projetada por Bernini e ornamentada

por quatro pilares e oito colunas da ordem coríntia e ao centro possui um balcão

utilizado para os discursos papais. Seu átrio possui cerca de 218 metros e a cúpula

está a cerca de 137 metros do chão, no centro há um baldaquino em bronze,

conhecido por suas colunas torsas de 29 metros de altura, projetado por Bernini e

Borromini. As principais características da fachada da Basílica podem ser vistas na

Figura 9.

Figura 9: Basílica de São Pedro

Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Saint_Peter%27s_Basilica_2014.jpg

A parte interna da basílica ainda abriga uma série de obras de arte, na qual a

mais famosa é a Pietá, também de Michelangelo. Ainda na parte interna está o acesso

à gruta do Vaticano também conhecido como cripta da Basílica de São Pedro, local

onde estão os túmulos de dezenas de papas e outros membros da realeza e da igreja

(BRUSCHINI, 2006).

A praça de São Pedro, projetada por Gian Lorenzo Bernini, é constituída por

duas sequências de colunas no estilo dórico que se organizam de forma a criar

espécie de “braços” que abraçam o povo na praça (JONNES, 2014).

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4.7 Realidade Virtual

A Realidade Virtual propicia ao usuário uma imersão em um ambiente sintético,

fictício (KIPPER; RAMPOLLA, 2013), através de um dispositivo que o isola da

visualização do ambiente real, comumente chamado de “óculos de Realidade Virtual”.

Como exemplo desse óculos é possível destacar o Oculus Rift. Dentro da mesma

proposta de aplicação da tecnologia através do isolamento do ambiente real, porém

que exigem o smartphone como mediador pode-se cita as tecnologias do Samsung

Gear VR e do Google Cardboard. Para o desenvolvimento de situações ou cenas em

Realidade Virtual é possível elencar os principais desenvolvedores de softwares

(frameworks) no Quadro 16:

Quadro 16: desenvolvedores de softwares de Realidade Virtual

NOME/

FRAMEWORK LOGO CÓDIGO

BIBLIOTECA DE

PROGRAMAÇÃO LINGUAGEM

REQUER

INSTALAÇÃO?

A-Frame

Aberto Three.js HTML e

Javascript Não

Babylon.js

Aberto WebGL HTML e

Javascript Sim

React 360º

Aberto Própria Javascript Sim

Three.js

Fechado WebGL Javascript Não

X3DOM

Aberto WebGL HTML Sim

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XSeen

Fechado Creative Commons HTML e

Javascript Sim

Fonte: da autora (2019) e disponível em: http://createwebxr.com/webVR.html. Acesso em: 13 de novembro de 2019.

4.8 Realidade Aumentada

Segundo Kipper e Rampolla (2013) a RA é uma variação da RV de tal modo

que, enquanto as tecnologias de RV propiciam ao usuário uma verdadeira imersão

em um ambiente sintético, a RA sobrepõe informações digitais ao mundo real,

podendo tais informações serem imagens, áudios, vídeos ou até mesmo sensações

tácteis.

Três características básicas são necessárias para se obter uma RA: combinar

informações entre o mundo real e virtual, possuir interatividade em tempo real e ser

operada e utilizada em um ambiente 3D, trazendo assim informações que não seriam

facilmente detectadas pelo usuário sem a utilização de RA.

Cuperschmid, Ruschel e Freitas (2012) destacam algumas técnicas de

interação que fazem uso da RA:

- Interação espacial (manipulação de objetos virtuais em um ambiente real);

- Interação baseada em comandos (leitura de gestos ou comandos de voz);

- Interação por controle virtual (símbolos gráficos 3D que são lidos por um

equipamento);

- Interação por controle físico (ferramentas físicas ou painel de controle que

permitem acesso tanto ao ambiente real quanto ao virtual).

Para viabilizar o uso de RA são necessários alguns componentes tecnológicos

e plataformas divididos entre as demandas de hardware e de software. Nos hardwares

são necessários computador (desktop, notebook, tablet, smartphone ou óculos de

RA), como pode ser visto na Figura 10, câmera, sistemas de rastreamento (como

GPS, acelerômetros, etc) e infraestrutura de rede; já nos softwares são necessários

um aplicativo ou programa local de reconhecimento em RA, serviços de rede e um

servidor de conteúdo. Os maiores desafios da RA hoje são o reconhecimento e a

precisão dos sensores (KIPPER e RAMPOLLA, 2013).

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Figura 10: principais hardwares que fazem a leitura em RA

Fonte: da autora (2019) e disponível em: http://createwebxr.com/webAR.html. Acesso em: 13 de novembro de 2019.

Quanto aos navegadores compatíveis com RA em cada tecnologia é possível

destacar os presentes no Quadro 17:

Quadro 17: navegadores compatíveis com RA

NAVEGADOR MOBILE DESKTOP

Safari X X

Chrome X X

Edge X X

Mozilla Firefox X X

Mozilla WebXR Viewer X

Samsung Internet X

Fonte: da autora (2019) e disponível em: http://createwebxr.com/webAR.html. Acesso em: 13 de novembro de 2019.

O rastreamento ou acionamento da RA pode ser feito através de algumas

maneiras. As principais e mais comumente utilizadas são:

- Marcadores – consiste em um recurso de rastreamento óptico que utiliza uma

imagem dentro de um padrão visual que é reconhecida pelo sistema de leitura de RA.

- GPS – utiliza dados de geolocalização para realizar a interação. Permite que

o usuário se locomova no espaço sem o uso de marcadores.

- Modelos 3D – consiste em modelos impressos em impressoras 3D e que são

utilizados configurados para serem reconhecidos como marcadores.

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Segundo Cuperschmid, Ruschel e Freitas (2012) É possível classificar a RA de

acordo com a forma utilizada para reconhecimento e a forma de interação

estabelecida entre usuário e equipamento que viabiliza a RA. A primeira opção, e mais

utilizada, é a interface de usuário tangível, utilizada para combinar realidade e

virtualidade através da sensação física da informação digital, exemplo: tocar objetos

virtuais na mesma localização de espaço e tempo; a segunda opção de interface é a

colaborativa, na qual múltiplos displays interagem sobre o mesmo contexto através de

um servidor único; a terceira é a interface híbrida, que combina as duas outras

interfaces e permite a interação de diversas maneiras; e por último, a interface

multimodal, na qual a RA interage com objetos reais, com foco para gestos do corpo

humano ou fala.

A tecnologia vem mudando a maneira de informar e educar as pessoas, por

isso muito se discute a respeito da quantidade de informações disponíveis atualmente

na internet. A RA, quando aplicada para um fim cultural, traz muitos benefícios ao

usuário, dentre eles um maior controle do aprendizado, através da manipulação de

objetos virtuais ou representações de objetos reais.

. Para o desenvolvimento de situações ou cenas em Realidade Aumentada é

possível elencar os principais frameworks no Quadro 18:

Quadro 18: principais frameworks atuais de RA

NOME/

FRAMEWORK CÓDIGO

BIBLIOTECA DE

PROGRAMAÇÃO LINGUAGEM

REQUER

INSTALAÇÃO?

AR.js Aberto Multiplataforma HTML e

Javascript Não

ARtoolKIT Aberto WebGL e Three.js HTML Sim

ARGON.js Antes fechado,

hoje aberto Apache 2.0

HTML Sim

AWE.js Antes fechado,

hoje aberto

WebRTC, WebGL,

Three.js

JavaScript Não

Three.js Fechado WebARonARKit,

WebARonARCore,

HTML Não

X3DOM Aberto WebGL, HTML Sim

Fonte: da autora (2019) e disponível em: http://createwebxr.com/webAR.html. Acesso em: 13 de novembro de 2019.

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Há também a possibilidade de desenvolvimento de RA em softwares que não

necessitam de desenvolvimento do código, propiciando uma interface simplificada que

permite a disponibilização de materiais diversos. Os principais softwares e/ou

aplicativos atuais para desenvolvimento de RA sem a necessidade de programação

específica são apresentados no Quadro 19.

.

Quadro 19: principais softwares/aplicativos de RA sem programação

NOME DESCRIÇÃO

8th Wall Utiliza JavaScript e WebGL como interfaces, além de utilizar o SLAM (Localização e

Mapeamento Simultâneos). Viabiliza a RA em tempo real para dispositivos móveis.

Augmania Suporta imagens, vídeos e objetos 3D. Possui controle em tempo real.

AWE Utiliza realidade mista por meio de navegadores web. É necessário instalar o AWE.media.

Hololink Plataforma entre modelo e marcador a partir de dispositivos móveis.

XR+ Editor web que permite importar modelos 3D, imagens e vídeos. Reconhece marcadores

físicos 2D e QRCodes. É pago.

Zappar Permite a criação de RA e RV, porém requer a instalação de software próprio para o

desenvolvimento. É necessário também treinamento para a utilização, não é tão intuitivo.

Fonte: da autora (2019) e disponível em: http://createwebxr.com/webAR.html. Acesso em: 13 de novembro de 2019.

4.8.1 WEB VR / WEB AR

É uma interface2 de programação em javascript criada em 2014 por

desenvolvedores da RV Mozilla que dispõe de uma biblioteca aberta e acessível para

desenvolvimento de experiências em Realidade Virtual e que desde 2018 tem sido

desenvolvida também para interfaces de Realidade Aumentada. Além de suportar

modelos desenvolvidos em HTML diretamente no navegador, possui também a

possibilidade de importar modelos digitais feitos em softwares de modelagem como o

Blender e o SketchUp.

4.8.2 A-FRAME

É um framework3 de código aberto que permite o desenvolvimento do WebVR,

permitindo a criação de cenas virtuais e modelos através do HTML e utilizando uma

2 Disponível em: https://webvr.info/. Acesso em: 20 de dezembro de 2019. 3 Disponível em: https://aframe.io/. Acesso em: 8 de maio de 2019.

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biblioteca javascript diretamente no navegador. Através do código elaborado é

possível criar cenas, modelar objetos geométricos em um plano de trabalho (cena)

através da definição de medidas, cores, escalas, proporções, rotações e coordenadas

nos eixos X, Y e Z, sendo o eixo X no sentido direita (+) e esquerda (-) da tela, o eixo

Y para cima (+) ou para baixo (-) na tela e o eixo Z para dentro (-) e para fora da tela

(+). Além da modelagem de formas e princípios geométricos, ela também permite a

definição e importação de itens como imagens, iluminação, som e materiais para

texturas, que podem resultar em um modelo estático, porém passível de visualização

360º ou dinâmico, criando uma animação.

4.8.3 AR.JS

O AR.js é um framework também de código aberto que permite a visualização

de RA na Web através do navegador. É possível criar uma interface entre AR.js e o

A-frame. A cena pode ser desenvolvida através da programação do código no A-

frame, bem como a definição e relação dos marcadores de RA (presets). Os

marcadores são imagens externas que quando posicionadas em frente à câmera do

dispositivo, acionam o modelo correspondente definido através do código

desenvolvido no A-frame.

4.8.4 Glitch

O Glitch4 é um recurso online que permite realizar modelagem 3D que

apresenta as ferramentas de desenvolvimento de forma simplificada quando

comparado a outras ferramentas online. Com ele é possível realizar um trabalho

simultâneo de equipe, bem como a verificação das modificações do código do modelo

em tempo real. Para usuários que não possuem muita experiência em

desenvolvimento ele disponibiliza alguns projetos completos que podem ser

modificados de acordo com a necessidade, ou então é possível começar o projeto do

zero. Além disso o Glitch permite a interação tanto entre links internos quanto externos

para carregamento de modelos, imagens ou vídeos.

4 Disponível em: https://glitch.com/. Acesso em: 19 de dezembro de 2019.

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5. METODOLOGIA

A presente pesquisa pode ser classificada como uma pesquisa exploratória

com análise bibliográfica, além de ser explicativa através de estudos aplicados (GIL,

c2017). As etapas que compuseram a pesquisa foram:

- Revisão da bibliografia sobre representação da arquitetura;

- Revisão da bibliografia sobre os principais autores de análise gráfica

arquitetônica;

- Comparação das análises e escolha de critérios para elaboração dos modelos

3D;

- Revisão da bibliografia sobre o panorama atual em RV e RA;

- Escolha de uma das tecnologias para aplicação do trabalho;

- Escolha de uma obra que descrevesse a história da arquitetura como

panorama geral;

- Escolha de um mote para o recorte, no caso, edificações que contivesse o

elemento arquitetônico “cúpula”;

- Escolha de um conjunto de obras dentre as obras com cúpula da história da

arquitetura;

- Pesquisa bibliográfica das obras escolhidas para estudo;

- Pesquisa de desenhos em alta resolução para elaboração dos modelos 3D;

- Desenho 2D de cada uma das obras para posterior modelagem 3D;

- Modelagem 3D da obra e respectivos modelos 3D conceituais;

- Teste de desenvolvimento através dos recursos disponibilizados pela

plataforma Glitch e A-Frame;

- Teste de desenvolvimento e importação dos modelos no Three.js;

- Teste de desenvolvimento e importação dos modelos via Glitch e A-Frame;

- Desenvolvimento do código para viabilização em RA;

- Escolha dos marcadores e seleção de respectivas correspondências;

- Elaboração de cartas identificadoras para visualização dos modelos;

- Disponibilidade dos resultados via servidor;

- Apresentação de discussões sobre o trabalho.

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A parte de revisão bibliográfica dos autores de análise gráfica arquitetônica, da

história dos edifícios selecionados para estudos e das tecnologias possíveis de serem

empregadas já foram apresentadas no presente volume. As demais etapas são

apresentadas na sequência.

5.1 Ponderações sobre as análises

Geoffrey Baker (c1996) não se limita apenas às estruturas físicas que resultam

na edificação, mas sim se concentra em compreender a obra como um todo,

identificando e determinando agentes externos influenciadores na arquitetura e, na

sequência, aplicando a metodologia de análise gráfica por ele elaborada em alguns

edifícios. No geral são conceitos que podem ser encontrados em todas as obras, por

serem genéricos e de fácil aplicação. São poucos os itens que aparecem em apenas

um tipo arquitetônico.

Simon Unwin (2013), por sua vez, faz uma análise mais ampla e repleta de

influenciadores e elementos compositivos. Ele defende também que determinados

critérios podem ou não ser aplicados a uma obra, cabendo analisar se há influência

no resultado. Por consequência de uma análise mais abstrata, acaba não elaborando

uma metodologia única e sim apresentando princípios que podem ou não ser

encontrados em uma análise.

Já Francis Ching (2007) propõe uma abordagem que evidencia a composição

arquitetônica, enfatizando aspectos conceituais da forma e do espaço e decompõe os

edifícios através de uma análise estrutural de conceitos. O foco do trabalho é entender

estruturalmente e construtivamente os elementos formais e conceituais que compõem

a arquitetura. Ele, consequentemente, acaba não elaborando uma metodologia, mas

destacando conceitos que devem ser percebidos durante a análise.

Clark e Pause (1996) desenvolveram um método de análise gráfica

padronizado e aplicável a edificações de diversas naturezas, contemplando desde

edifícios religiosos, até bibliotecas ou residências. Os autores descrevem os critérios

de análise através do desenho 2D que é acompanhado de uma legenda para

identificar os conceitos presentes.

Radford, Morkoç, Srivastava (2014) consideram fatores físicos, sociais e

culturais de 50 obras diferentes. Eles apresentam diversos critérios que podem fazer

parte da análise gráfica da edificação, mas ela não necessariamente consegue ser

aplicada em todas elas. De acordo com o aspecto do local, das pessoas envolvidas e

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das tecnologias empregadas há uma análise diferente, pois, cada edifício é conhecido

por destacar características distintas. Vale ressaltar também que são os únicos

autores que fazem uso da cor nos desenhos, no caso vermelha, além do preto e

branco para elaboração dos modelos de análise, com a finalidade de enfatizar o

conceito principal abordado.

Assim sendo, o presente trabalho aplicará primeiramente alguns dos conceitos

de análise gráfica propostos pelos autores em 2D e desenvolverá para uma

visualização tridimensional utilizando como recurso a RA. No Quadro 20 é possível

observar os elementos abordados pelos principais autores que se repetem em suas

análises.

Quadro 20: comparação entre temas abordados pelos autores

TEMA BAKER UNWIN CHING

CLARK

E

PAUSE

RADFORD,

MORKOÇ E

SRIVASTAVA

Análise climática (iluminação, ventilação) X X X

Circulação (vertical e horizontal, acessos) X X X X X

Cobertura X X

Dinâmica da forma (3D) X X X X

Eixos/simetria X X X X

Elementos de destaque/marcos - representatividade

X X

Elementos primários (ponto, reta e plano) X X

Entorno X X X X X

Escala (dimensão) X X X

Espaços específicos (cela, edícula) X

Estrutura X X X X

Geometria (2D) X X X

Grid X X

Hierarquia dos espaços/elementos centrais X X X X

Materialidade (técnicas construtivas e texturas)

X

Organização de planos (lajes, aberturas, elementos de ligação)

X X

Partido arquitetônico X

Programa de necessidades X X

Relação planta e corte X

Repetição/ritmo X X X X

Tempo X

Vistas (aberturas, portas, janelas, vidros) X X

Fonte: da autora (2019)

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Considerando as análises projetuais realizadas pelos autores e os temas que

aparecem em pelo menos 3 deles, serão elaborados modelos 3D que representem

cada um dos seguintes temas: análise climática, circulação, dinâmica da forma (3D),

eixos e simetria, entorno, escala, estrutura, geometria (2D), hierarquia dos

espaços/elementos centrais e repetição e ritmo. Um resumo dos temas escolhidos

pode ser observado no Quadro 21.

Quadro 21: comparação entre temas comuns abordados pelos autores

TEMA BAKER UNWIN CHING CLARK E

PAUSE

RADFORD,

MORKOÇ E

SRIVASTAVA

Análise climática X X X

Circulação X X X X X

Dinâmica da forma X X X X

Eixos/simetria X X X X

Entorno X X X X X

Escala X X X

Estrutura X X X X

Geometria X X X

Hierarquia dos

espaços/elementos

centrais

X X X X

Repetição/ritmo X X X X

Fonte: da autora (2019)

A ordem de apresentação da escolhida para análise dos edifícios será: entorno,

escala, análise climática, geometria, dinâmica da forma, hierarquia dos

espaços/elementos centrais, eixos e simetria, estrutura, circulação e repetição/ritmo,

resultando assim numa lógica compositiva dos espaços, indo de uma escala urbana

para o edifício, e de uma análise conceitual para uma análise mais detalhada.

5.2 Escolha dos estudos exploratórios

Para a escolha das obras a serem analisadas foi realizada a escolha de um

livro de referência de análise e descrição de obras arquitetônicas. O livro escolhido

teve tanto a parte do texto descritivo da obra quanto as respectivas imagens

analisadas. Para elaboração dessa etapa foram selecionados 5 livros de história de

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arquitetura que tivessem publicações traduzidas para o português considerando os

últimos 10 anos. Assim sendo, os livros escolhidos foram:

- História global da arquitetura, de Francis D. K. Ching, Mark M. Jarzombek

e Vikramaditya Prakash - Senac, 2017

- A história da arquitetura, de Patrick Nuttgens - GEN, 2015

- Entender arquitetura, de Leland M. Rot h, Gustavo Gilli, 2016

- História da arquitetura mundial, de Lawrence Wodehouse, Michael Fazio e

Marian Moffett - Bookman, 2011

- Introdução à história da arquitetura - das origens ao século XXI, de Jose

Ramon Pereira - Bookman, 2010

No Quadro 22 é possível verificar uma comparação entre os cinco volumes

escolhidos como ponto de partida da escolha dos objetos de estudo e análise além de

apresentar os temas e recortes abordados em cada um.

Quadro 22: possibilidades de livros de referência

LIVRO

História global

da arquitetura

A história da arquitetura

Entender arquitetura

História da arquitetura

mundial

Introdução à história

da arquitetura

TÍTULO ORIGINAL A Global History of

Architecture

The Story of Architecture

Understanding Architecture -

Its Elements,

History and Meaning

A World History of

Architecture

Introdución de la Architectura,

Edición Corregida y Aumentada

AUTORES

Francis D. K. Ching,

Mark M. Jarzombek e Vikramaditya

Prakash

Patrick Nuttgens

Leland M. Roth

Lawrence Wodehouse,

Michael Fazio e Marian Moffett

José Ramón Alonso Pereira

ANO DE PUBLICAÇÃO DA PRIMEIRA

EDIÇÃO

2011 1983 2006 2004 2005

ANO PRIMEIRA

TRADUÇÃO PARA PORTUGUÊS

2017 2015 2016 2011 2010

PERÍODO ABORDADO

De 3500 a.C até a

globalização

Do Egito ao século XXI

Do Paleolítico ao pós

modernismo

Da Pré história ao início do

século XXI

Das origens ao

século XXI

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ORGANIZAÇÃO DOS CAPÍTULOS

Ordem cronológica

Ordem cronológica

com atenção aos períodos de

transição

Apresenta conceitos

arquitetônicos seguidos por

uma apresentação

em ordem cronológica

Ordem cronológica

Ordem cronológica

FORMA DE APRESENTAÇÃO DO

CONTEÚDO TEXTUAL

E GRÁFICO

Cada seção possui

resumo, mapa e linha do tempo das construções,

seguido por

subseções de acordo com o

local. Há um texto explicativo,

fotos e desenhos em

preto e branco. Há

relação direta entre desenhos. Todos os desenhos em vista superior possuem

escala gráfica e

norte.

Texto corrido com

referência à fotografias coloridas ou

em preto e branco, algumas plantas, cortes

e elevações em

tamanho reduzido,

sem escala ou qualquer

outra indicação de

medida.

Texto acompanhado por imagens diversas em

preto e branco, podendo ser::

fotos, desenhos,

reproduções etc.

Todas as plantas, cortes

e fachadas

apresentam escalas. Mapas

e plantas apresentam escalas e

norte.

Texto associado a

imagens coloridas ou em preto e

branco. Apresenta diversos tipos de imagens:

plantas, cortes, elevações,

fotos, esquemas,

perspectivas, perspectivas explodidas.

Alguns desenhos técnicos

com medidas, desenhos de implantação

com norte e escala

gráfica. Alguns

desenhos de planta ou

implantação possuem linhas

de chamada que

identificam elementos diversos.

Texto corrido acompanhado de desenhos

representados apenas com

linhas em preto

e branco ou foto, também em preto e

branco.

PARTICULARIDADES Aborda

arquitetura oriental

Aborda

arquitetura das Américas

Aborda apenas

arquitetura ocidental

Fonte: da autora (2019)

Considerando os critérios apresentados no quadro comparativo com ênfase na

qualidade das representações, o livro escolhido para estudo foi o História global da

arquitetura, de Francis D. K. Ching, Mark M. Jarzombek e Vikramaditya Prakash

(2017). Escolhida a obra textual de referência, passou a etapa de escolha de um

recorte temático para análise e o recorte escolhido foi o de obras arquitetônicas que

possuem cúpula como elemento arquitetônico principal. Tal escolha se deu pela

quantidade de informações que existem a respeito dessas obras, a complexidade

estrutural envolvida e a simbologia para a sociedade dos edifícios que as possuem.

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A etapa seguinte dessa análise consistiu em escolher 3 obras dentro das

possibilidades para estudo apresentadas no livro. Para isso foram estabelecidos

alguns critérios: o primeiro critério de escolha foi a obra possuir uma cúpula como

elemento arquitetônico principal. Com base nesse critério o recorte dentro das opções

presentes no livro foi de um total de 16 edificações descritas e foram elas:

- Panteão romano

- Batistério de Ravena

- Igreja de São Sérgio e São Baco

- Basílica de Santa Sofia

- Santa Hipsine

- Cúpula da Rocha

- Mesquita de Córdoba

- Capela Palatina

- Batistério de Pisa

- Catedral de Santa Maria del Fiore

- Basílica de São Pedro

- Taj Mahal

- Basílica dos Inválidos

- Igreja de Saint Paul

- Igreja de Santa Genevieve

- Capitólio dos Estados Unidos da América

O segundo critério para seleção das edificações foi a presença de panoramas

desses mesmos edifícios no acervo online Media Center Image Database da

Columbia University5, tal critério foi importante pois as análises e panoramas dos

edifícios auxiliaram para que se obtivesse uma melhor compreensão dos espaços do

edifício através dos panoramas 360º disponíveis no acervo da universidade. Com isso

chegou-se a um total de 6 edificações e foram elas:

- Panteão romano

5 Disponível em: <http://projects.mcah.columbia.edu/ha/index.html> Acesso em: 20 de agosto de 2018.

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- Batistério de Ravena

- Igreja de São Sérgio e São Baco

- Basílica de Santa Sofia

- Catedral de Santa Maria del Fiore

- Basílica de São Pedro

Dentre essas 6 obras, foram escolhidas 3 e são elas em ordem cronológica de

construção: o Panteão romano, em Roma, na Itália; a Basílica de Santa Sofia, em

Istambul, na Turquia e a Basílica de São Pedro, no Vaticano. A escolha dessas 3 se

deu através de uma pesquisa que considerou a quantidade e qualidade de material já

publicado sobre cada uma das edificações, com o objetivo de facilitar o estudo.

Feita a escolha dos objetos de estudo foram realizadas uma sequência de

análises sobre a descrição textual dos projetos com ênfase na descrição espacial e

também das imagens e desenhos que os representavam.

A primeira análise realizada levou em consideração os temas abordados ao

longo do texto descritivo das três edificações no livro História global da arquitetura, na

sequência foram pontuados os temas na ordem em que são apresentadas, o mesmo

foi feito com as imagens que representavam cada um dos edifícios. Tais

apontamentos seguem, respectivamente, nos Quadro 23 e Quadro 24:

Quadro 23: ordem dos tópicos abordados ao longo do texto

ORDEM PANTEÃO SANTA SOFIA BASÍLICA DE SÃO PEDRO

1º Contexto histórico Período de construção Localização

2º Localização Localização Contexto da construção

3º Período de construção Contexto histórico Demolição da basílica anterior

4º Função atual da edificação Arquitetos Período de construção

5º Materiais Sistema estrutural Arquitetos

6º Modificações Organização em planta

Alterações no projeto e etapas da construção

7º Contexto urbano Materiais Descrição da planta

8º Volumetria Iluminação natural Volumetria

9º Descrição do espaço interno História/reconstrução Solução para janelas

10º Iluminação natural Descrição arquitetônica

Referência da fachada

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11º Descrição da entrada Iluminação artificial Descrição da fachada

12º Percurso de entrada que conduz à cúpula

13º Descrição espacial/estrutural e de medidas

Fonte: da autora (2019)

Quadro 24: descrição das imagens apresentadas junto ao texto e ordem

ORDEM PANTEÃO SANTA SOFIA BASÍLICA DE SÃO PEDRO

1º Foto da fachada no nível da rua

Foto do nártex Foto do entorno

2º Planta com escala Croqui do esquema estrutural Foto da cúpula

3º Corte com escala Corte com escala Foto interna

4º Foto interna da cúpula Planta com escala e norte Foto da fachada

5º Foto interna do edifício Foto semicúpula 3 plantas de 3 arquitetos e suas alterações

6º Detalhe do corte Mapa da localização com escala e norte

Corte e fachada principal sobrepostos

7º Corte e elevação sobrepostos

Fonte: da autora (2019)

A partir de tal análise é possível estabelecer uma comparação entre quais

temas são constantemente apresentados ao longo da descrição de um edifício. O

resultado pode ser observado na Quadro 25.

Quadro 25: comparação entre temas constantemente abordados no livro.

TEMA PANTEÃO SANTA SOFIA SÃO PEDRO

Período de construção X X X

Localização X X X

Referências arquitetônicas

X X

Arquitetos

X X

Volumetria X

X

Materiais X X

Reconstrução

X X

Descrição da arquitetura X X X

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Contexto histórico X

X

Modificações X

X

Contexto urbano X

Iluminação natural X X

Descrição estrutural e de medidas X

X

Fonte: da autora (2019)

Após a realização do levantamento, pode-se concluir que os autores optaram

por não adotar um padrão sequencial ou temático para apresentação das informações

referentes aos edifícios, assim como nem toda a descrição textual está devidamente

representada através das imagens, bem como as imagens não permitem a

compreensão do edifício como um todo.

No Quadro 25 pode-se observar que questões que abrangem período de

construção, localização e uma breve descrição da obra são encontrados nos três

estudos exploratórios, já itens como referências arquitetônicas, descrição da

volumetria, dos materiais, da reconstrução, das modificações ocorridas nas

edificações, da iluminação natural e da estrutura estão presentes apenas em duas

das obras e, por fim, apenas o Panteão romano apresenta uma descrição do contexto

urbano.

5.3 Desenvolvimento e viabilidade por Realidade Aumentada

Para a aplicação dos estudos exploratórios do presente artigo a RV serviu como

fonte de pesquisa de frameworks e desenvolvimento, porém a tecnologia escolhida

para viabilização do trabalho foi a RA por permitir interatividade entre mundo real e

virtual.

Para desenvolvimento e viabilidade do recurso de RA como visualizador dos

modelos desenvolvidos foram realizados alguns testes, sendo o primeiro uma

tentativa de modelagem da geometria do Panteão via Glitch utilizando os recursos de

modelagem geométrica do A-Frame, a segunda tentativa foi importar os modelos

desenvolvidos em SketchUp no Three.js e a terceira uma hospedagem no Glitch com

a importação dos modelos desenvolvidos no SketchUp.

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5.3.1 Opção 1 - Desenvolvimento e modelagem via Glitch e A-Frame

A primeira opção consistiu em programar em HTML com os recursos

formadores de geometrias 3D pré-estabelecidos dentro do próprio A-Frame e

visualização através do Glitch. O edifício utilizado inicialmente para testes foi o

Panteão romano.

Quanto à elaboração do modelo houve uma preocupação em estabelecer um

ponto de referência inicial, pois a programação em HTML é feita a partir de um sistema

de coordenadas x,y,z. A referência utilizada como origem (0,0,0) foi o centro da base

da primeira coluna da fila da direita da fachada principal do Panteão romano.

Para o desenvolvimento desse modelo, tomou-se como base as formas

volumétricas principais do Panteão romano, como cilindros para representar as

colunas, paralelepípedos para representar os espaços de entrada e abaixo do frontão,

prisma triangular para os frontões e esfera para a cúpula e espaço interno, como pode

ser observado no Apêndice A. A volumetria resultante pode ser observada na Figura

11.

Figura 11: modelo desenvolvido no Glitch

Fonte: da autora (2019)

Durante o desenvolvimento dessa volumetria algumas dificuldades foram

encontradas como a modelagem do prisma triangular que representa o frontão da

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fachada principal, a difícil navegabilidade e uma espécie de bug que impediu a

representação do volume em corte na escala necessária.

5.3.2 Opção 2 - Desenvolvimento e importação via Three.js

A segunda opção foi trabalhar com editor do framework Three.js, que permite

a importação de modelos 3D realizados em outros softwares (como o SketchUp, por

exemplo). O modelo desenvolvido no SketchUp foi exportado no próprio software de

modelagem na extensão .OBJ e na sequência importado na plataforma online do

Three.js, como pode ser observado na Figura 12.

Figura 12: leitura do arquivo inicial através do Three.js

Fonte: da autora (2019)

O editor online do Three.js6 permite a aplicação de cores e efeitos de iluminação

- Figura 13, porém a modelagem na própria plataforma não permitia a criação de todas

as formas geométricas necessárias para elaboração do modelo, o que inviabilizou

essa possibilidade.

6 Disponível em: < threejs.org/editor>. Acesso em: 8 de maio de 2019.

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Figura 13: teste com iluminação no Three.js

Fonte: da autora (2019)

5.3.3 Opção 3 - Desenvolvimento do código via Glitch e A-Frame

Nesta opção foi desenvolvido um código de programação em JavaScript e

inserido em uma página HTML em código aberto disponível na plataforma A-Frame.

O A-Frame comumente é utilizado para a criação de cenas de RV, porém identificou-

se que é possível também viabilizar o recurso para RA. As cenas foram criadas a partir

de uma biblioteca em JavaScript e a interface entre o modelo dos edifícios e a sua

respectiva visualização é realizada através do AR.JS, pois é através dele que permite

a leitura dos marcadores previamente estabelecidos e os conecta ao modelo 3D,

permitindo assim uma visão 360º.

O código inserido no Glitch é desenvolvido na aba “index.html”, no canto

superior direito da tela do desenvolvedor. O modelo desenvolvido no SketchUp foi

exportado no próprio software de modelagem para extensão .OBJ, exportado com a

configuração de faces duplas e na sequência importado no Glitch através da aba

“assets”, no canto superior direito da tela do desenvolvedor. Após o arquivo ser

carregado na aba “assets” é gerado um link para cada arquivo e que deve ser colocado

no corpo do desenvolvimento do código para que o devido arquivo seja referenciado

diante de um determinado marcador, como pode ser visto na linha 14 do código

completo no Apêndice B e na Figura 14. O procedimento de substituição do caminho

do arquivo ou “link” deve ser feito de forma manual, arquivo por arquivo entre as abas

“assets” e “index.html”.

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Figura 14: cópia do link do “assets”

Fonte: da autora (2019)

O teste realizado resultou na importação completa da geometria modelada em

SketchUp através da aba “assets”. Foi utilizado um marcador genérico inicial no

formato .JPEG para testes. O resultado pode ser observado na Figura 15.

Figura 15: teste de visualização do panteão romano

Fonte: da autora (2019)

Diante das três opções apresentadas, optou-se por utilizar a terceira opção,

que consiste na elaboração dos modelos através do software de modelagem 3D

SketchUp e na disponibilização de acesso através do Glitch e A-Frame.

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89

5.3.4 O código

A primeira etapa do desenvolvimento do código consistiu em estabelecer quais

seriam os marcadores utilizados para leitura de cada um dos modelos. Os marcadores

escolhidos eram vetorizados e do tipo fiduciais7, compostos por uma série de códigos

gráficos em 2D que se organizam em um quadrado nas cores preta e branca e que

possibilitam o carregamento de arquivos de um servidor responsável, por sua vez,

pelo armazenamento de dados. Esses dados podem ser desde textos até arquivos

multimídia. Os tipos escolhidos foram os BarCodes de matriz 3x3 e que foram

desenvolvidos em uma plataforma externa chamada “ARToolworks”. Os marcadores

foram desenvolvidos em código binário e permitem a criação de até 64 marcadores

considerando a combinação das cores e quadrados que obedeçam a uma matriz 3x3.

Figura 16: exemplos de BarCodes matriz 3x3 utilizadas

Fonte: http://au.gmented.com/app/marker/marker.php

Dentre as 64 possibilidades de marcadores, criou-se uma sequência de temas

abordados em cada edificação e para isso escolheu-se os seguintes intervalos

numéricos de marcadores, seguindo a ordem de apresentação cronológica de cada

edifício histórico e pode ser observado no Quadro 26.

7 Marcadores que viabilizam o carregamento de arquivos hospedados em algum servidor e que servem de referência de medida e proporção para a arquivo a ser carregado.

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Quadro 26: intervalos de BarCodes escolhidos para cada edifício

Nº DOS BARCODES ESCOLHIDOS EDIFICAÇÃO

00 - 14 Panteão Romano

15 – 29 Basílica de Santa Sofia

30 – 44 Basílica de São Pedro

Fonte: da autora (2019)

A príncipio foram elaborados 9 representações 3D para cada edifício histórico,

porém foi deixada uma margem de alguns marcadores caso houvesse a criação de

novos modelos 3D para uma mesma obra.

Na sequência foram retomados os modelos desenvolvidos em SketchUp,

colocados em arquivos separados e com localizado nas coordenadas (0,0,0) da

interface do programa. Após essa separação dos modelos, cada um foi exportado no

formato .OBJ. Para cada modelo foi atribuído um marcador BarCode de matriz 3x3.

Para realizar a leitura do código é necessário ter impresso o marcador. Assim

sendo, com a finalidade de facilitar a identificação de cada modelo foram elaboradas

cartas no tamanho 12x8cm. Cada carta foi dividida em três partes horizontais. A

primeira parte compreende a 2cm da parte superior e contém o nome da obra à qual

ela pertence. Para cada obra foi atribuida uma cor:

- Panteão – laranja

- Basílica de Santa Sofia – roxo

- Basílica de São Pedro – azul

Na segunda parte da carta foi colocado o QRCode no tamanho 5,5cm e com

margens brancas de cerca de 1,3cm, que são necessárias para a correta leitura do

marcador através da câmera. Sem essa margem não é possível realizar a leitura e

carregar os respectivos modelos vinculados. Na terceira e última parte, que

compreende a 2cm da parte inferior da carta contém o tema de análise ao qual o

marcador pertence. Exemplos de cartas elaboradas para cada edifício contendo o

mesmo tema “entorno” pode ser visto na Figura 17.

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Figura 17: exemplos de cartas criadas para a interface em RA

Fonte: da autora (2019)

Após a definição de cada um dos marcadores e seus respectivos modelos, foi

necessário fazer o upload de cada um dos modelos .OBJ, um a um, bem como seus

respectivos marcadores no formato .JPEG.

Carregado cada modelo e seu marcador, foi necessário criar um link para cada

arquivo e substituir o caminho do link na linha do código de programação, na aba

“index.html”.

Isso foi feito num total de 60 vezes, sendo dois para cada modelo e uma para

cada imagem do marcador. Uma extensão era o modelo .OBJ e a outra extensão,

.MTL consitia nas informações de cores de cada modelo.

Para leitura, verificação e validação dos modelos propostos é necessário ter

em mãos um dispositivo eletrônico equipado com uma câmera e que tenha acesso à

internet. Os dispositivos podem ser smartphone, tablet ou computador pessoal. O

marcador determina a orientação do modelo e, quando impresso, permite a

visualização de diversos ângulos de acordo com a movimentação do marcador diante

da câmera, conforme pode ser observado na Figura 18.

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Figura 18: teste realizado com o modelo 3D de estrutura do Panteão

Fonte: da autora (2019)

O código pode ser encontrado na íntegra no Apêndice E desse volume.

5.3.5 Hospedagem em servidor próprio

Além de desenvolver um código através de uma plataforma online para

disponibilização do material, foi também proposta a hospedagem em um servidor

próprio aproveitando os mesmos modelos, marcadores e, inclusive, o mesmo código

de programação desenvolvido no Glitch com o A-Frame. Um esquema geral de todas

as etapas do desenvolvimento pode ser observado na Figura 19.

Figura 19: fluxograma de desenvolvimento do trabalho

Fonte: da autora (2019)

O material disponibilizado no servidor pode ser acessado através do link

<https://opus.fec.unicamp.br/cupula>. Em seguida escolher um navegador web de

preferência, digitar o link anteriormente mencionado na barra do navegador e

posicionar uma das cartas de marcadores em frente à câmera do dispositivo.

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6. RESULTADOS

Feita a escolha dos estudos e uma busca de referências textuais e visuais de

cada obra, passou-se a uma etapa de elaboração de desenhos de referência iniciais

em 2D com o auxílio do software AutoCAD. Para cada obra foram encontrados

desenhos em planta, corte, elevação e até mesmo alguns detalhes que continham

escala gráfica e pudessem servir de referência para os desenhos iniciais e posterior

modelagem. Os estudos são descritos a seguir.

6.1 Análise 2D do Panteão romano

Partindo do modelo base completo do Panteão romano: corte longitudinal,

fachada principal e planta (Figura 20), foram retomados os conceitos de Clark e Pause

(1996) para elaboração das representações 3D.

Figura 20: planta, corte e elevação do Panteão romano

Fonte: da autora (2019)

Os modelos 3D, primeiramente, foram esboçados em papel, à mão livre, com

a finalidade de verificar e aplicar os conceitos da obra, conforme podem ser

observados na Figura 21.

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Figura 21: diagramas 2D elaborados para o Panteão romano

Fonte: da autora (2019)

6.2 Modelagem 3D do Panteão romano

6.2.1 Desenho do Panteão romano

O primeiro passo para o desenvolvimento do modelo 3D foi a busca de material

iconográfico do Panteão que fosse de qualidade e alta resolução. Para isso foi

utilizado o material iconográfico disponibilizado por Antoine Desgodetz, como pode

ser observado na Figura 22.

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Figura 22: desenhos base Panteão romano

Fonte: Antoine Desgodetz8

A partir de tal material e com o auxílio do software de desenho AutoCAD, foram

reproduzidos os desenhos através do recurso 2D do software e todas as medidas

foram passadas da escala gráfica presente nas imagens para o sistema métrico atual,

como pode ser observado na Figura 23.

8 Disponível em: < https://edisciplinas.usp.br/mod/folder/view.php?id=2310257> Acesso em: 09 de maio de 2019.

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Figura 23: conversão de escalas do desenho do Panteão romano

Fonte: da autora (2019)

Um sistema de coordenadas foi criado para auxiliar na organização localização

das formas e facilitar a modelagem - Figura 24 e Figura 25, tomando como referência

e coordenadas (0,0,0) o centro do primeiro pilar do lado direito da fachada principal.

Figura 24: desenho em AutoCAD do Panteão romano

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Fonte: da autora (2019)

Figura 25: aplicação do sistema de coordenadas com medidas

Fonte: da autora (2019)

6.2.2 Modelagem do Panteão romano em SketchUp

O desenho 2D serviu de base para a elaboração do modelo 3D do SketchUp.

Os desenhos foram organizados de forma a obter as devidas medidas em planta, corte

e elevação, como pode ser observado na Figura 26. A modelagem priorizou questões

como escala, proporção e formas principais. Não foram incluídos detalhes

arquitetônicos, texturas ou qualquer representação de material, visto que o foco das

análises é a composição arquitetônica, compreensão de princípios e conceitos.

No caso do Panteão optou-se por representar o sistema de colunatas da

fachada, os frontões, o volume que liga a entrada ao volume principal, o volume

principal e a cúpula.

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Figura 26: adequação dos desenhos 2D para 3D do Panteão romano

Fonte: da autora (2019)

Para o desenvolvimento das análises que precisam ser feitas através do corte

foi necessária a elaboração de um desenho da obra já em corte, conforme

mencionado anteriormente. O maior desafio foi a elaboração da semiesfera - Figura

27.

Figura 27: modelagem da semiesfera - parte 3D

Fonte: da autora (2019)

6.3 Análise 2D da Basílica de Santa Sofia

Partindo dos desenhos 2D da Basílica de Santa Sofia pode-se obter: corte

longitudinal, fachada principal e planta para servirem como base para elaboração dos

diagramas. Figura 28.

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Figura 28: planta, corte e elevação da Basílica de Santa Sofia

Fonte: da autora (2019)

Os diagramas, primeiramente, foram esboçados em papel, à mão livre, com a

finalidade de verificar e aplicar os conceitos da obra, conforme podem ser observados

na Figura 29.

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Figura 29: diagramas 2D elaborados para a Basílica de Santa Sofia

Fonte: da autora (2019)

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6.4 Modelagem 3D da Basílica de Santa Sofia

Para o desenvolvimento do modelo 3D foi realizada a busca de material

iconográfico da Basílica de Santa Sofia que fosse de qualidade e alta resolução. Para

isso foi utilizado o material iconográfico, como pode ser observado na Figura 30.

Figura 30: desenhos base para a Basílica de Santa Sofia

Fonte: http://apuntes.santanderlasalle.es/arte/bizancio/arquitectura/constantinopla_santa_sofia.htm

6.4.1 Desenho da Basílica de Santa Sofia

A partir do material com escala encontrado e com o auxílio do software de

desenho AutoCAD, foram reproduzidos os desenhos através do recurso 2D do

software, como pode ser observado na Figura 31.

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Figura 31: desenho em AutoCAD da Basílica de Santa Sofia

Fonte: da autora (2019)

6.4.2 Modelagem da Basílica de Santa Sofia em SketchUp

Na sequência foi elaborado um modelo 3D de referência com a composição de

alturas e demais medidas com o auxílio do software AutoCAD. Tal elaboração pode

ser vista na Figura 32.

Figura 32: modelo 3D de referência na Basílica de Santa Sofia

Fonte: da autora (2019)

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6.5 Análise 2D da Basílica de São Pedro

Partindo do dos desenhos 2D da Basílica de São Pedro pode-se obter: corte

longitudinal, fachada principal e planta para servirem como base para elaboração dos

diagramas, como pode ser observado na Figura 33.

Figura 33: planta, corte e elevação da Basílica de São Pedro

Fonte: da autora (2019)

Os diagramas 2D, primeiramente, foram esboçados em papel, à mão livre, com

a finalidade de verificar e aplicar os conceitos da obra, conforme podem ser

observados na Figura 34.

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Figura 34: diagramas 2D elaborados para a Basílica de São Pedro

Fonte: da autora (2019)

6.6 Modelagem 3D da Basílica de São Pedro

Para o desenvolvimento do modelo 3D foi realizada a busca de material

iconográfico da Basílica de São Pedro que fosse de qualidade e alta resolução. Para

isso foi utilizado o material iconográfico de Etienne Duperac, como pode ser observado

na Figura 35.

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Figura 35: desenho base para a Basílica de São Pedro

Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/e1/Bernardo_Rosellino.jpg

6.6.1 Desenho da Basílica de São Pedro

A partir do material com escala encontrado e com o auxílio do software de

desenho AutoCAD, foram reproduzidos os desenhos através do recurso 2D do

software, como pode ser observado na Figura 36.

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Figura 36: desenho em AutoCAD da Basílica de São Pedro

Fonte: da autora (2019)

6.6.2 Modelagem da Basílica de São Pedro em SketchUp

Na sequência foi elaborado um modelo 3D de referência com a composição de

alturas e demais medidas com o auxílio do software AutoCAD. Tal elaboração pode

ser vista na Figura 37.

Figura 37: modelagem em SketchUp da Basílica de São Pedro

Fonte: da autora (2019)

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6.7 Elaboração dos modelos conceituais

Para cada uma das obras foi elaborado um modelo 3D de acordo com os temas

selecionados para análise. Os critérios que foram analisados em cada obra para

elaboração do modelo 3D são elencados a seguir:

Entorno - o modelo 3D do entorno busca inserir o edifício no gabarito e

topografia da cidade, permitindo perceber o destaque que a edificação possui no

entorno já edificado.

Escala - o modelo 3D desenvolvido para demonstrar a escala tem como

objetivo principal apresentar o modelo do edifício por completo, desta vez sem o

entorno edificado com a finalidade principal de perceber a escala da cúpula em relação

ao bloco do edifício e de poder comparar a escala dele em relação aos outros dois

edifícios analisados no trabalho.

Análise climática - o modelo 3D referente à análise climática diz respeito a

tomadas de decisões projetuais que consideraram variantes climáticas como

iluminação natural e ventilação e que implicaram no resultado da obra.

Geometria - para elaboração do modelo 3D referente à geometria foram

analisados os desenhos 2D em planta e elevação para descobrir se foi empregado

algum princípio compositivo na organização e distribuição dos elementos na

arquitetura. Dentre os princípios geométricos mais comuns está a proporção áurea.

Dinâmica da forma - o modelo 3D de dinâmica da forma tem como objetivo

decompor o complexo volume da edificação em formas geométricas simples e

identificar como essas formas se articulam, ou seja, como elas se relacionam para

formar o volume da edificação, também chamado de “massa” por alguns autores. Em

geral a composição pode ser por somatória de volumes com ou sem subtração das

áreas em comum.

Hierarquia dos espaços - o modelo 3D referente a hierarquia dos espaços tem

como objetivo identificar a importância dos espaços quando ao uso ou

representatividade. O modelo 3D base para sua elaboração é o mesmo de dinâmica

da forma. Os diferentes tons identificam, do mais claro para o mais escuro, quais são

os espaços mais relevantes.

Eixos e simetria - o modelo 3D referente à eixos e simetria tem como objetivo

identificar em planta e elevação se há simetria e um eixo, ou sistema de eixos, que

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auxiliam na distribuição dos elementos arquitetônicos ou até na organização do

programa.

Estrutura - O modelo 3D referente à estrutura tem como objetivo evidenciar os

materiais estruturais que sustentam o edifício e em como é feita a distribuição de

cargas. Tal modelo 3D é um pouco mais detalhado do que os anteriores por necessitar

de uma compreensão mais detalhada dos elementos no espaço.

Circulação - o modelo 3D referente à circulação tem como objetivo identificar

e até setorizar os espaços e caminhos principais para circulação, além de identificar

os tipos (quem pode circular por qual área, se aplicável). A circulação horizontal está

representada pela cor vermelha, enquanto a circulação vertical está representada pela

cor azul.

Repetição ou ritmo - O modelo 3D referente a repetição ou ritmo tem como

objetivo identificar elementos arquitetônicos que se repetem de forma a marcar um

determinado conceito, podendo ele ser uma fachada, organização em planta,

caminhos etc.

6.7.1 Modelos 3D do Panteão

Modelo 3D para entorno

No caso do Panteão romano não há um grande destaque para a volumetria em

comparação com os edifícios ao redor. Seu volume principal possui a mesma altura

que os edifícios do entorno, superando o gabarito ao redor apenas com parte da

cúpula. Também não há uma grande praça em frente que indique a existência de um

edifício importante. A Piazza de la Rotonda, não é de grandes proporções. Por último,

as cores e materiais do edifício não se destacam a paisagem ao redor. O convite a

adentrar o edifício fica por conta da escadaria e da sequência de colunas que marcam

a fachada na escala do pedestre. O modelo 3D de entorno não foi elaborado para

nenhuma das edificações escolhidas no estudo por questões técnicas.

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Modelo 3D para escala

A cúpula do Panteão romano vence o maior vão dentre os três edifícios

analisados, porém é a que está mais baixa em relação ao nível do chão, por isso não

há grande destaque em relação ao entorno. Como pode ser observado na Figura 38.

Figura 38: modelo 3D de escala para o Panteão

Fonte: da autora (2019)

Modelo 3D para análise climática

No caso do Panteão romano há o singular óculo no topo da cúpula, medindo

cerca de 8,9m de diâmetro e é a única abertura que o volume principal do edifício

possui para o exterior além das portas de entrada. A luz natural percorre a edificação

ao longo do dia e seu efeito sob a arquitetura chama a atenção. No modelo 3D, para

orientação da trajetória do sol foi observado o norte geográfico e orientação do edifício

em relação a ele, como pode ser observado na Figura 39.

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Figura 39: modelo 3D de luz natural para o Panteão

Fonte: da autora (2019)

Modelo 3D para geometria

O Panteão romano possui uma geometria bem particular e que tem como

partido uma esfera, que é uma forma complexa e cujo vazio resultante organiza o

espaço. Pode também identificar uma malha quadriculada cuja proporção próxima à

proporção áurea e que se repete em planta em diferentes escalas, conforme Figura

40.

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Figura 40: modelo 3D de geometria para o Panteão

Fonte: da autora (2019)

Modelo 3D para forma

No Panteão romano é possível identificar o volume como forma resultante de

quatro volumes primários e são eles: cilindro, paralelepípedo, prisma triangular e

esfera. Na Figura 41 é possível observar que o conjunto de colunatas podem ser

entendidos como uma sequência de cilindros que se organizam em uma malha

quadriculada e podem ser entendidos como um volume único que preenchem o

espaço de um paralelepípedo de base retangular, já o frontão da fachada pode ser

entendido como um prisma triangular, enquanto que o volume principal pode ser

reduzido a um cilindro que contém uma esfera na parte interna, formando também a

cúpula. O paralelepípedo é encontrado na escadaria na qual o volume todo se edifica

e na área de transição entre o sistema de colunas da entrada e o espaço interno.

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Figura 41: modelo 3D de forma para o Panteão

Fonte: da autora (2019)

Modelo 3D para hierarquia dos espaços

No caso do Panteão romano, o sistema de colunatas, por sua repetição e

ênfase na fachada possuem uma importância intermediária, enquanto os espaços de

transição e frontão ficam em primeiro plano. A ênfase está na esfera que compõe o

espaço de circulação e a cúpula. Tais elementos podem ser observados na Figura 42.

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Figura 42: modelo 3D de hierarquia para o Panteão

Fonte: da autora (2019)

Modelo 3D para eixos e simetria

No Panteão romano pode-se identificar uma simetria bilateral tanto em planta

quanto na fachada principal. Na organização em planta há também uma distribuição

radial dos elementos ao redor do espaço de circulação. A simetria pode ser observada

na Figura 43.

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Figura 43 modelo 3D de simetria para o Panteão

Fonte: da autora (2019)

Modelo 3D para estrutura

No caso do Panteão romano levaram em consideração o método construtivo e

como foram organizados os elementos estruturais. Há uma atenção especial à forma

estrutura da cúpula, que é feita de forma escalonada. Tal modelo 3D pode ser

observado na Figura 44.

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Figura 44: modelo 3D de estrutura para o Panteão

Fonte: da autora (2019)

Modelo 3D de circulação

Para o Panteão romano foi elaborado um modelo 3D tendo a planta como

referência, pois a circulação principal ocorre em um plano único após o sistema de

escadarias da fachada: primeiramente o usuário passa as colunatas da fachada

principal e depois há um grande espaço circular para livre circulação. Não há um

sentido específico, como pode ser observado na Figura 45.

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Figura 45: modelo 3D de circulação para o Panteão

Fonte: da autora (2019)

Modelo 3D para repetição/ritmo

Para elaboração do modelo 3D do Panteão romano levou-se em consideração

as formas geométricas básicas que o compõem, utilizando como referência o modelo

3D de dinâmica da forma. Através dele é possível identificar uma repetição de

elementos na fachada e na construção da cúpula. A mesma forma se repete para a

elaboração da “casca” do volume principal. Tal modelo 3D pode ser observado na

Figura 46.

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Figura 46: modelo 3D de repetição/ritmo para o Panteão

Fonte: da autora (2019)

6.7.2 Modelos 3D da Basílica de Santa Sofia

Modelo 3D para entorno

No caso da Basílica de Santa Sofia, o entorno é constituído de edificações de

gabarito médio-baixo, além de estar ao lado de uma pequena massa florestal e quase

às margens do estreito de Bósforo, que liga o mar Negro ao mar de Mármara. Na parte

frontal da edificação há uma praça que traz mais imponência ao edifício. A edificação

ganha destaque vertical também por conta dos 4 minaretes. O modelo 3D de entorno

não foi elaborado para nenhuma das edificações escolhidas no estudo por questões

técnicas.

Modelo 3D para escala

A cúpula da Basílica de Santa Sofia é a que vence o menor vão (cerca de 30m)

dentre os edifícios analisados e é a que está a uma altura intermediária em relação

ao nível do chão (cerca de 55m). Como pode ser observado na Figura 47.

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Figura 47: modelo 3D de escala para a Basílica de Santa Sofia

Fonte: da autora (2019)

Modelo 3D para análise climática

No caso da Basílica de Santa Sofia há diversos autores que relatam a entrada

de luz natural pelas diversas aberturas existentes em todas as faces da obra. O efeito

das aberturas no cilindro de sustentação da cúpula é particular e dá a impressão de

que a cúpula flua no ar, tamanha a quantidade de aberturas e pequenos intervalos

entre elas e que compõem a estrutura da cúpula. No modelo 3D, para orientação da

trajetória do sol foi observado o norte geográfico e orientação do edifício em relação

a ele, como pode ser observado na Figura 48.

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Figura 48: modelo 3D de análise climática para a Basílica de Santa Sofia

Fonte: da autora (2019)

Modelo 3D para geometria

A planta da Basílica de Santa Sofia se organiza na proporção de uma cruz

grega, que possui os lados de igual tamanho, resultando em uma organização com

simetria bilateral em dois eixos, como pode ser observado na Figura 49.

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Figura 49: modelo 3D de geometria para a Basílica de Santa Sofia

Fonte: da autora (2019)

Modelo 3D para forma

A Basílica de Santa Sofia é composta por dois grandes volumes em forma de

paralelepípedo, ambos de de base quadrada, um que representa a parte inferior da

basílica e outra que sustenta a cúpula. Alguns semicilindros auxiliam na composição

das abóbadas e solução estrutural. Todas são cobertas por uma cúpula principal ou

abóbadas de berço ou de arestas. Há ainda os contrafortes que foram adicionados

em fase já posterior da construção após a ocorrência de terremotos e que possuem

um volume alto e robusto na construção e, por fim, há ainda a presenta de quatro

minaretes, símbolo dos templos de religião islâmica, como pode ser observado na

Figura 50.

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Figura 50: modelo 3D de forma para a Basílica de Santa Sofia

Fonte: da autora (2019)

Modelo 3D para hierarquia dos espaços

Os espaços principais para os usuários são, certamente, os volumes passíveis

de entrada, que é a base do volume. O volume que sustenta a cúpula é igualmente

importante e está destacado em cinza mais escuro. A cúpula e as semicúpulas são os

elementos de maior simbolismo. Enquanto os demais elementos são apresentados no

modelo 3D em tons mais claros de cinza conforme relevância no caráter da volumetria.

Tais elementos podem ser observados na Figura 51.

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Figura 51: modelo 3D de hierarquia para a Basílica de Santa Sofia

Fonte: da autora (2019)

Modelo 3D para eixos e simetria

No caso da Basílica de Santa Sofia considera uma simetria axial que se

estrutura com o auxílio de duas linhas que se encontram no centro de um retângulo

invisível e cuja proporção é a mesma de uma cruz grega. A fachada possui simetria

bilateral. A simetria e sistema de eixos principais podem ser observada na Figura 52.

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Figura 52: modelo 3D de eixos e simetria para a Basílica de Santa Sofia

Fonte: da autora (2019)

Modelo 3D para estrutura

A solução estrutural aplicada na Basílica de Santa Sofia consiste em um edifício

robusto, com sustentação em arcos e diversos reforços estruturais que foram

aplicados ao longo do tempo para compensar os terremotos que atingiram a região,

como os quatro contrafortes. O modelo 3D pode ser observado na Figura 53 .

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Figura 53 modelo 3D de estrutura para a Basílica de Santa Sofia

Fonte: da autora (2019)

Modelo 3D de circulação

A Basílica de Santa Sofia possui dois níveis de circulação: um no nível do chão,

no qual fica também a entrada principal, e um no pavimento superior, que ocorre nas

duas laterais da edificação, como pode ser observado na Figura 54.

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Figura 54: modelo 3D de circulação para a Basílica de Santa Sofia

Fonte: da autora (2019)

Modelo 3D para repetição/ritmo

Os elementos arquitetônicos que se repetem na Basílica de Santa são,

principalmente os elementos estruturais, como colunas e arcos. Os contrafortes e

minaretes também aparecem quatro vezes e podem ser observados na Figura 55.

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Figura 55: modelo 3D de repetição/ritmo para a Basílica de Santa Sofia

Fonte: da autora (2019)

6.7.3 Modelos 3D da Basílica de São Pedro

Modelo 3D para entorno

No caso da Basílica de São Pedro há uma preocupação de tornar o edifício o

centro das atenções. Há uma larga avenida (Via dela Conciliazione) que termina na

Piazza San Pietro, com seu obelisco e sequência de colunatas e estátuas que

propiciam maior magnitude ao edifício. O gabarito do entorno tem cerca de quatro a

cinco pavimentos, altura que chega à altura do corpo principal da edificação, porém a

cúpula, há cerca de 137m do nível do chão, dá ao edifício a possibilidade de ser

reconhecido de qualquer rua do entorno. O modelo 3D de entorno não foi elaborado

para nenhuma das edificações escolhidas no estudo por questões técnicas.

Modelo 3D para escala

A cúpula da Basílica de São Pedro vence um vão quase igual ao do Panteão

romano (cerca de 42,5m) e é, dentre as obras analisadas, a que tem maior destaque

em altura (cerca de 137m do nível do chão) com relação tanto ao edifício, quanto ao

entorno construído. Tal proporção pode ser observada na Figura 56.

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Figura 56: modelo 3D de escala para a Basílica de São Pedro

Fonte: da autora (2019)

Modelo 3D para análise climática

No caso da Basílica de São Pedro há algumas aberturas nas fachadas, quando

comparadas às aberturas da Basílica de Santa Sofia. A cúpula também parece flutuar

com a quantidade de aberturas que possui em sua base cilíndrica. Tais aberturas,

porém, não estão tão próximas umas das outras quanto na Basílica de Santa Sofia.

No modelo 3D, para orientação da trajetória do sol foi observado o norte geográfico e

orientação do edifício em relação a ele, como pode ser observado na Figura 57.

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Figura 57: modelo 3D de análise climática para a Basílica de São Pedro

Fonte: da autora (2019)

Modelo 3D para geometria

O edifício da Basílica de São Pedro foi estruturado a partir da forma de uma

cruz romana e, além disso, o edifício possui a proporção áurea e a parte central, do

altar, possui as estruturas distribuídas formando dois quadrados concêntricos. Tal

descrição pode ser observada na Figura 58.

Figura 58: modelo 3D de geometria para a Basílica de São Pedro

Fonte: da autora (2019)

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Modelo 3D para forma

O edifício da Basílica de São Pedro pode ser simplificado por um

paralelepípedo de base quadrada na parte central, que recebe a cúpula e toda a sua

estrutura, além de paralelepípedos de base retangular que formam tanto o nártex

quanto as naves central e laterais, além de semicilindros que formam capelas

radiantes. O modelo 3D correspondente pode ser visto na Figura 59.

Figura 59: modelo 3D de adição das formas

Fonte: da autora (2019)

Modelo 3D para hierarquia dos espaços

O elemento principal e mais simbólico, sem dúvidas, é a cúpula. Na sequência

vem a parte do transepto, que, na qual está o altar e o baldaquino de Bernini, além de

ser o espaço sob a cúpula. Na sequência é possível elencar as naves, o nártex e as

capelas laterais. No modelo 3D os espaços vão de um cinza mais claro até um mais

escuro e finalizam com a cúpula destacada em verde, crescendo assim a ordem de

importância dos espaços criados. Tais elementos podem ser observados na Figura

60.

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Figura 60: modelo 3D de hierarquia para a Basílica de São Pedro

Fonte: da autora (2019)

Modelo 3D para eixos e simetria

No caso da Basílica de São Pedro considera-se uma simetria bilateral na qual

todos os elementos se organizam ao longo de dois eixos longitudinais que se cruzam

no transepto e possuem a proporção de uma cruz romana. A simetria e sistema de

eixos pode ser observada na Figura 61.

Figura 61: modelo 3D de eixos e simetria para Basílica de São Pedro

Fonte: da autora (2019)

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Modelo 3D para estrutura

O edifício foi construído em pedra e alvenaria de tijolos. A cúpula descarrega o

seu peso através de finas colunas, que por sua vez descarregam em 4 enormes

colunas no transepto da edificação. A cúpula, ao longo dos anos, necessitou de

reforço estrutural que foi feito com cintas metálicas e tirantes. Tal modelo 3D pode ser

observado na Figura 62.

Figura 62: modelo 3D de estrutura para a Basílica de São Pedro

Fonte: da autora (2019)

Modelo 3D de circulação

A Basílica de São Pedro, por ser o maior e mais simbólico edifício da igreja

católica possui algumas circulações que são abertas ao público e outras que só

membros da igreja tem acesso. O diagrama de circulação mostra em vermelho os

eixos de circulação horizontal e em azul os eixos de circulação vertical. A Basílica

possui uma particularidade: a casca dupla da cúpula permite a e passagem de

pessoas e a chegada até o topo, na base do lanternim. De onde é possível ver a

cidade de Roma. Para a modelagem da circulação interna da cúpula em espiral foi

utilizado o software de modelagem Rhinoceros, pois a forma geométrica necessitava

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de um modelo 3D de dupla curvatura e o software SketchUp não permite a modelagem

de tal geometria. O modelo 3D desenvolvido pode ser observado na Figura 63.

Figura 63: modelo 3D de circulação para a Basílica de São Pedro

Fonte: da autora (2019)

Modelo 3D para repetição/ritmo

Para o desenvolvimento do modelo 3D que evidencia os itens repetidos e que

criam um ritmo para a arquitetura foram identificados principalmente, elementos

estruturais que se repetem tanto na fachada, que foi modificada no projeto de

Michelangelo, propondo colunas mais altas que o projeto inicial, e na parte da nave e

transepto da basílica, aonde a repetição estrutural evidencia o eixo criado ao longo da

cruz romana. Além desses pontos, há também uma repetição radial do sistema

estrutural da cúpula, tanto na parte da dupla curvatura, quanto na base do cilindro que

a sustenta. O modelo 3D elaborado pode ser observado na Figura 64.

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133

Figura 64: modelo 3D de repetição/ritmo para a Basílica de São Pedro

Fonte: da autora (2019)

6.8 Associação de modelos 3D conceituais aos marcadores

Os modelos de análise desenvolvidos para o Panteão romano e seus

respectivos marcadores que viabilizam a leitura em RA podem ser observados nos

Quadro 27. Já os modelos desenvolvidos para a Basílica de Santa Sofia podem ser

observados no Quadro 28. E, por fim, os modelos da Basílica de São Pedro estão no

Quadro 29. E nos Apêndices D, E e F foram disponibilizadas as cartas com

marcadores em tamanho real para validação dos testes dos modelos.

Quadro 27: modelos 3D e respectivos marcadores do Panteão

TEMA Nº

MARCADOR MARCADOR MODELO 3D CONCEITUAL

Entorno 00

O modelo 3D de entorno não foi elaborado para

nenhuma das edificações escolhidas no estudo por

questões técnicas.

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134

Escala 01

Análise

climática 02

Geometria 03

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135

Dinâmica

da forma 04

Hierarquia

dos

espaços/

elementos

centrais

05

Eixos e

simetria 06

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136

Estrutura 07

Circulação 08

Repetição/

ritmo 09

Fonte: http://au.gmented.com/app/marker/marker.php e da autora (2019)

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137

Quadro 28: modelos 3D e respectivos marcadores da Basílica de Santa Sofia

TEMA Nº

MARCADOR MARCADOR MODELO 3D CONCEITUAL

Entorno 15

O modelo 3D de entorno não foi elaborado para

nenhuma das edificações escolhidas no estudo por

questões técnicas.

Escala 16

Análise

climática 17

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138

Geometria 18

Dinâmica

da forma 19

Hierarquia

dos

espaços/

elementos

centrais

20

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139

Eixos e

simetria 21

Estrutura 22

Circulação 23

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140

Repetição/

ritmo 24

Fonte: http://au.gmented.com/app/marker/marker.php e da autora (2019)

Quadro 29: modelos 3D e respectivos marcadores da Basílica de São Pedro

TEMA Nº

MARCADOR MARCADOR MODELO 3D CONCEITUAL

Entorno 30

O modelo 3D de entorno não foi elaborado para

nenhuma das edificações escolhidas no estudo por

questões técnicas.

Escala 31

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141

Análise

climática 32

Geometria 33

Dinâmica

da forma 34

Hierarquia

dos

espaços/

elementos

centrais

35

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142

Eixos e

simetria 36

Estrutura 37

Circulação 38

Repetição/

ritmo 39

Fonte: http://au.gmented.com/app/marker/marker.php e da autora (2019)

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143

Após a viabilização do código e hospedagem dos modelos foi possível ver

acessar através da câmera do dispositivo cada um dos modelos propostos e com cada

uma das cartas de marcadores em mãos. O resultado pode ser visto na Figura 65.

Figura 65: utilização das cartas e marcadores para cada edifício

Fonte: da autora (2019)

A Figura 66 mostra a possibilidade de realizar a leitura de mais de um marcador

ao mesmo tempo, com a finalidade de estabelecer uma comparação entre os três

edifícios. No exemplo foram utilizadas as cartas com os marcadores referentes ao

tema “escala”. Nela é possível comparar os tamanhos das cúpulas, bem como entre

o tamanho da cúpula e a proporção dela no volume construído de cada edifício.

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144

Figura 66: demonstração de três modelos do mesmo tema para análise comparativa

Fonte: da autora (2019)

7. CONCLUSÕES

A presente pesquisa teve como objetivo discutir e representar o texto descritivo

de obras arquitetônicas através de uma caracterização qualitativa e realizou um

estudo exploratório sobre três edificações com o desenvolvimento e aplicação de

recursos de análise gráfica e viabilização através da RA.

O desenho é uma das formas mais antigas de comunicação e o presente

trabalho explorou o recurso do desenho em várias vertentes: desde a análise de

desenhos já realizados até o desenvolvimento do desenho 2D de cada edificação e

evoluindo para o desenho 3D, auxiliando arquitetos e estudantes na criação e

compreensão de um repertório arquitetônico mais amplo através das narrativas

gráficas de análise propostas para o Panteão romano, em Roma, na Itália, a Basílica

de Santa Sofia, em Istambul, na Turquia e a Basílica de São Pedro, no Vaticano.

A modelagem dos edifícios apresentou alguns desafios. A escolha da

modelagem dos edifícios, através do software SketchUp, permitiu a elaboração dos

modelos de forma rápida e eficiente, uma vez que os desenhos 2D já haviam sido

elaborados no software AutoCAD. Apenas no desenvolvimento do modelo 3D do

conceito de circulação para a Basílica de São Pedro foi necessário recorrer ao

software de modelagem Rhinoceros, por permitir a modelagem de formas mais

orgânicas, como era o caso da circulação interna da cúpula, que leva ao lanternim.

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145

Paralelamente à modelagem, houve a questão de viabilização de leitura do

modelo através de diversos frameworks diferentes. Vários testes foram realizados e

optou-se pelo A-Frame que, apesar de ser classificado como um framework de RV,

pode sim ser utilizado para RA.

Quanto aos modelos 3D foi possível dividi-los em dois grandes grupos: os que

são mais detalhados, como foi o caso da “estrutura”, e os que possuem forma

geométrica simplificada, como foi o caso da “concentração”. Em geral, os modelos 3D

elaborados a partir de formas geométricas simplificadas são modelos 3D que remetem

à composição, ao raciocínio dos arquitetos durante a elaboração do projeto, enquanto

os modelos 3D mais detalhados mostram a percepção e identificação de

determinados conceitos que podem ser verificados in loco.

A possibilidade de acessar o material desenvolvido via web pelo usuário, sem

a necessidade de aplicativos ou instalação de programas específicos, porém

condicionado à utilização de navegadores e câmeras simplifica o processo quando

comparado ao acesso via Glitch.

Algumas questões quanto a qualidade de renderização ou bugs no momento

de exportação dos modelos foram encontrados, porém contornados através de novas

configurações no momento de exportar o modelo do software SketchUp.

Por fim, as contribuições do trabalho são a possibilidade de analisar modelos

3D conceituais que abordam o mesmo tema para edifícios distintos, permitindo

compreender como cada arquiteto solucionou as questões arquitetônicas para

problemas similares através da visualização de modelos de análise em RA, além de

permitir uma comparação simultânea entre edifícios e conceitos. O usuário pode

comparar o conceito estrutural utilizado em cada uma das edificações, bem como

pode compreender diversos conceitos de um mesmo edifício simultaneamente, a

depender da composição de marcadores que apresentar diante do dispositivo

escolhido para leitura em RA.

Os modelos elaborados para análise, juntamente com a descrição textual de

cada obra potencializam a compreensão do edifício, elevando a um novo patamar a

compreensão de obras já edificadas, além de permitir uma certa autonomia no estudo

das edificações apresentadas.

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146

8. REFERÊNCIAS

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CHING, F. História global da arquitetura. Coautoria de Mark Jarzombek,

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150

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2019.

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151

9. APÊNDICES

9.1 Apêndice A: primeiro código desenvolvido com Glitch e A-Frame

<!DOCTYPE html> <html> <head> <meta charset="utf-8"> <title>Hello, WebVR! • A-Frame</title> <meta name="description" content="Hello, WebVR! • A-Frame"> <script src="https://aframe.io/releases/0.9.2/aframe.min.js"></script> </head> <body> <!--PARA ESCOLHER AS CORES https://htmlcolorcodes.com/--> <a-scene background="color: #FFFFFF"> <!--POSIÇÃO DA CÂMERA--> <!--<a-entity camera look-controls position="-1.6 4 6"></a-entity> <!--GEOMETRIAS PRIMÁRIAS--> <a-sphere position="-1.4 1.7 -4.3" radius="2.3" color="#EF2D5E" shadow></a-sphere> <a-cylinder position="-1.4 1.7 -4.3" radius="2.6" height="3.4" color="#02F0FE" shadow></a-cylinder> <a-box depth="1.1" width="3.18" height="3" position="-1.5 1.5 -1.7" rotation="0 0 0" color="#EF960D" shadow></a-box> <a-triangle position="-1.4 2 -1" radius="2.3" scale="3 0.8 2" color="#FFFE00" shadow></a-triangle> <a-cylinder segments-radial="3" radius="0.5735" position="-1.45 1.92 -0.605" rotation="-90 0 0" scale="3.13 1.42 0.6" color="#692613"></a-cylinder> <a-box depth="1.42" width="3.1" height="0.3" position="-1.45 1.6 -0.605" rotation="0 0 0" color="#692613" shadow></a-box> <!--PRIMEIRA FILA DE COLUNAS--> <a-cylinder position="0 0.75 0" radius=".09" height="1.5" color="#FF02FB" shadow></a-cylinder> <a-cylinder position="0 0.75 -0.41" radius=".09" height="1.5" color="#FF02FB" shadow></a-cylinder> <a-cylinder position="0 0.75 -0.82" radius=".09" height="1.5" color="#FF02FB" shadow></a-cylinder> <!--SEGUNDA FILA DE COLUNAS--> <a-cylinder position="-0.4 0.75 0" radius=".09" height="1.5" color="#FF02FB" shadow></a-cylinder> <!--TERCEIRA FILA DE COLUNAS--> <a-cylinder position="-0.81 0.75 0" radius=".09" height="1.5" color="#FF02FB" shadow></a-cylinder> <a-cylinder position="-0.81 0.75 -0.41" radius=".09" height="1.5" color="#FF02FB" shadow></a-cylinder> <a-cylinder position="-0.81 0.75 -0.82" radius=".09" height="1.5" color="#FF02FB" shadow></a-cylinder> <!--QUARTA FILA DE COLUNAS--> <a-cylinder position="-1.6 0.75 0" radius=".09" height="1.5" color="#FF02FB" shadow></a-cylinder> <!--QUINTA FILA DE COLUNAS--> <a-cylinder position="-1.2 0.75 0" radius=".09" height="1.5" color="#FF02FB" shadow></a-cylinder> <!--SEXTA FILA DE COLUNAS--> <a-cylinder position="-2 0.75 0" radius=".09" height="1.5" color="#FF02FB" shadow></a-cylinder> <a-cylinder position="-2 0.75 -0.41" radius=".09" height="1.5" color="#FF02FB" shadow></a-cylinder> <a-cylinder position="-2 0.75 -0.82" radius=".09" height="1.5" color="#FF02FB" shadow></a-cylinder> <!--SÉTIMA FILA DE COLUNAS--> <a-cylinder position="-2.5 0.75 0" radius=".09" height="1.5" color="#FF02FB" shadow></a-cylinder> <!--OITAVA FILA DE COLUNAS--> <a-cylinder position="-2.9 0.75 0" radius=".09" height="1.5" color="#FF02FB" shadow></a-cylinder> <a-cylinder position="-2.9 0.75 -0.41" radius=".09" height="1.5" color="#FF02FB" shadow></a-cylinder> <a-cylinder position="-2.9 0.75 -0.82" radius=".09" height="1.5" color="#FF02FB" shadow></a-cylinder> <a-plane position="0 0 0" rotation="-90 0 0" width="10" height="10" color="#BFBFBF" shadow></a-plane> </a-scene> </body> </html>

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152

9.2 Apêndice B: segundo código desenvolvido com Glitch e A-Frame

<!DOCTYPE html> <html> <head> <title>A-Frame + AR.js</title> <script src="https://aframe.io/releases/0.8.0/aframe.min.js"></script> <script src="https://rawgit.com/donmccurdy/aframe-extras/master/dist/aframe-extras.loaders.min.js"></script> <script src="https://jeromeetienne.github.io/AR.js/aframe/build/aframe-ar.js"> </script> </head> <body> <a-scene embedded arjs="debugUIEnabled:false;"> <a-marker preset="hiro"> <a-entity collada-model="url(https://cdn.glitch.com/bd5df8fd-142b-4fe4-bd7d-b6e9040c88a0%2Fpanteao.dae?v=1562170431797)"> </a-entity> <!--caixa azul de teste-- <a-box position="0 0.5 0" color="blue" wireframe="true"></a-box> --> </a-marker> <a-entity camera></a-entity> </a-scene> </body> </html>

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153

9.3 Apêndice C: quinto código desenvolvido com Glitch e A-Frame

<head> <script src="https://aframe.io/releases/0.6.1/aframe.min.js"> </script> <script src = "https://jeromeetienne.github.io/AR.js/aframe/build/aframe-ar.js" > </script> </head> <body style = "margin : 0px; overflow: hidden;"> <a-scene embedded arjs = "detectionMode: mono_and_matrix; matrixCodeType: 3x3, sourceType:

webcam;"> <!-- PANTEAO --> <!-- 01-ENTORNO --> <a-assets> <a-asset-item id="panteao_entorno-obj" src="https://cdn.glitch.com/c81cf213-b16c-4912-b141-

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</a-marker> <!-- 05-DINAMICA DA FORMA --> <a-assets> <a-asset-item id="panteao_forma-obj" src="https://cdn.glitch.com/c81cf213-b16c-4912-b141-

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<!-- Marcador --> <a-marker type= "barcode" value ="37"> <!-- Configurações para visualização do objeto --> <a-entity position="0 0 0" rotation="0 0 0" scale=" 0.02 0.02 0.02" obj-model="obj:

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9.4 Apêndice D: cartas para impressão e visualização dos modelos desenvolvidos para o Panteão

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9.5 Apêndice E: cartas para impressão e visualização dos modelos desenvolvidos para a Basílica de Santa Sofia

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9.6 Apêndice F: cartas para impressão e visualização dos modelos desenvolvidos para a Basílica de São Pedro

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