cinema

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1 Autora: Heidi Strecker Título: Cinema – emoções em movimento Pesquisa iconográfica: Heidi Strecker e Tempo Composto Ltda. Ilustrações: Luli Penna Formato: 17 x 24,5 cm N. o de páginas: 32 Elaboração: Shirley Bragança Ficha Resenha Cinema – emoções em movimento – Heidi Strecker PROJETO DE LEITURA Heidi Strecker é for- mada em Letras e em Filosofia pela USP, com pós-graduação em Teoria Literária pela Unicamp. Sua experiência como professora de redação e filosofia no ensino fundamental e médio ampliou seu potencial comuni- cativo, abrindo caminhos para outras atividades e projetos: trabalhou como colaboradora da Folha de S.Paulo , da revista Arte em São Paulo e das revis- tas eletrônicas Intervista e Cineguia , elaborando resenhas, críticas e repor- tagens sobre literatura e cinema; Foi membro do júri do Prêmio Jabuti de li- teratura adulta e participou de diversas bancas corretoras de redação (como a da PUC - SP e a do Enem); fundou e dirigiu a ONG Centro de Alfabetização Natural (alfabetização de adultos). Atualmente a autora se dedica à Na- nook Editorial, como diretora e colabo- ra com artigos para a revista eletrônica Trópico . No volume Cinema – emoções em movimento , Heidi Strecker compar- tilha com o leitor o seu olhar sobre os temas de que mais gosta: cinema e lite- ratura. A autora 11 anos INDICAÇÃO: leitores a partir de ensino fundamental Gênero: paradidático Palavras-chave: ponto de vista, manipulação de imagens, comunicação Tema transversal: pluralidade cultural Interdisciplinaridade: Artes, Ciências, Matemática e Português Quadro sinóptico A obra Cinema – emoções em mo- vimento faz parte da coleção comuni- cação Hoje, cuja proposta é convidar o leitor a refletir sobre a forma de co- municação das pessoas na sociedade contemporânea e as mídias utilizadas por elas sem esquecer as contribuições e influências no comportamento hu- mano, a partir de um viés histórico. Neste volume a autora traz flashes da história do cinema, as etapas de construção da linguagem audiovisu- al e os gêneros que são apresentados por meio do diálogo permanente en- tre o texto verbal e o não verbal, o que auxilia na compreensão do assunto. “No século XVI, um cientista alemão juntou uma caixa, uma fonte de luz e uma lente e, com isso, criou a lanter- na mágica – um aparelho óptico que reflete e amplia as imagens a distân- cia. Faltava, porém, dar movimento a essas imagens.”( Pág. 3) “O que caracteriza o documentário é o fato de ele ser um filme de não ficção, um registro da realidade.” (Pág. 17)

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Page 1: Cinema

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Autora:Heidi Strecker Título:Cinema – emoções em movimentoPesquisa iconográfi ca: Heidi Strecker e Tempo Composto Ltda.Ilustrações: Luli PennaFormato: 17 x 24,5 cm

N.o de páginas: 32Elaboração: Shirley Bragança

FichaResenha

Cinema – emoções em movimento – Heidi StreckerPR

OJE

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E LE

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Heidi Strecker é for-mada em Letras e em Filosofia pela USP, com pós-graduação em Teoria Literária pela Unicamp. Sua experiência como professora de redação e fi losofi a no ensino fundamental e médio ampliou seu potencial comuni-cativo, abrindo caminhos para outras atividades e projetos: trabalhou como colaboradora da Folha de S.Paulo, da revista Arte em São Paulo e das revis-tas eletrônicas Intervista e Cineguia, elaborando resenhas, críticas e repor-tagens sobre literatura e cinema; Foi membro do júri do Prêmio Jabuti de li-teratura adulta e participou de diversas bancas corretoras de redação (como a da PUC - SP e a do Enem); fundou e dirigiu a ONG Centro de Alfabetização Natural (alfabetização de adultos).Atualmente a autora se dedica à Na-nook Editorial, como diretora e colabo-ra com artigos para a revista eletrônica Trópico. No volume Cinema – emoções em movimento, Heidi Strecker compar-tilha com o leitor o seu olhar sobre os temas de que mais gosta: cinema e lite-ratura.

A autora

11anos

INDICAÇÃO:

leitores a partir de

ensinofundamental

Gênero: paradidático

Palavras-chave: ponto de vista, manipulação de imagens, comunicação

Tema transversal: pluralidade cultural

Interdisciplinaridade: Artes, Ciências, Matemática e Português

Quadro sinóptico

A obra Cinema – emoções em mo-vimento faz parte da coleção comuni-cação Hoje, cuja proposta é convidar o leitor a refl etir sobre a forma de co-municação das pessoas na sociedade contemporânea e as mídias utilizadas por elas sem esquecer as contribuições e infl uências no comportamento hu-mano, a partir de um viés histórico.

Neste volume a autora traz fl ashes da história do cinema, as etapas de construção da linguagem audiovisu-al e os gêneros que são apresentados por meio do diálogo permanente en-tre o texto verbal e o não verbal, o que auxilia na compreensão do assunto.

“No século XVI, um cientista alemão juntou uma caixa, uma fonte de luz e uma lente e, com isso, criou a lanter-na mágica – um aparelho óptico que refl ete e amplia as imagens a distân-cia. Faltava, porém, dar movimento a essas imagens.”( Pág. 3)

“O que caracteriza o documentário é o fato de ele ser um fi lme de não fi cção, um registro da realidade.” (Pág. 17)

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O texto é conciso e dá ao leitor uma visão geral do assunto. Ele está dis-tribuído em boxes, que favorecem a leitura tradicional (da esquerda para a direita e de cima para baixo), e em hipertexto (pelas janelas, de maneira não seqüencial, não linear).

O projeto gráfi co da obra sugere movimento, atraindo o olhar do leitor; e a sua organização, por ser temáti-ca, favorece o trabalho do professor na elaboração de roteiro de pesquisa para aprofundamento dos assuntos abordados.

>> Resenha

Os fi lmes (documentário ou fi cção) são resultado de um processo de ma-nipulação de imagens estáticas, fo-tografadas do real, que reproduzem o movimento da vida. Esse movimento ci-nematográfi co contínuo, parecido com o da realidade, deve-se ao fenômeno de ilusão de óptica, que ocorre da se-guinte forma: “captura-se” uma fi gu-ra em movimento com intervalos de tempo muito curtos entre cada “foto-grafi a”, os chamados fotogramas. Es-ses fotogramas, num mínimo de vinte e quatro por segundo, são projetados posteriormente nesse mesmo ritmo. A

Conversa com o professor

impressão de movimento se dá porque o nosso olho guarda uma imagem na retina por um tempo maior que 1/24 de segundo. Dessa maneira, ao cap-tarmos uma imagem, a anterior ainda está na retina; por isso não percebe-mos a interrupção entre as imagens fo-tografadas. Mas essa impressão pode ser desfeita se interferirmos na veloci-dade da fi lmagem.

A linguagem audiovisual é outro fa-tor que corrobora esse processo de manipulação das imagens, pois o seu conjunto de convenções e códigos admite a construção de mensagens retiradas de uma realidade natural ou construída, para serem reproduzidas posteriormente. Esse sistema simbó-lico trabalha com elementos que per-mitem tocar a emoção do receptor. Essa emoção é explorada por meio da visão e da audição, que acionam ou-tros sentidos (olfato, paladar e tato) pela sugestão, com o intuito de levar o receptor a vivenciar, como experiên-cia primeira, as emoções da história narrada mediante um pacto sensorial, que poderá ser seguido pela razão.

As formas lingüísticas e a constru-ção da narrativa estão baseadas no olhar do diretor. É ele quem decide o ângulo de visão em que as cenas serão produzidas, a seqüência des-sas cenas e o seu tempo de exposi-

ção na tela, como também a emoção que deverá ser repassada ao receptor. Tudo isso faz da linguagem cinema-tográfi ca uma sucessão de seleções e escolhas, a partir de um ponto de vista: decide-se por fi lmar o objeto de perto ou de longe, em movimento ou não, por esse ou por aquele ângulo. Na montagem, escolhem-se determina-dos planos em detrimento de outros e a seqüência em que as cenas serão exibidas e, fi nalmente, determinam-se os efeitos sonoros.

Portanto, é fundamental que o leitor seja despertado para essas percepções e conceitos para que se aproprie des-ses modos de produção e, a partir da refl exão sobre essas realidades cons-truídas na tela, seja capaz de interfe-rir na sociedade em transformação, “pautando-se por uma compreensão histórica que busque analisar as for-ças em confl ito e coloque-se como instrumento do de-senvolvimento do ser humano total”. (Cur-rículo da Educação Bá-sica das Escolas Públi-cas do DF, 2002)

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Como ponto de partida para a for-mação de conceitos, sugerimos uma proposta de trabalho que utilize a pro-paganda, por ser excelente material de desconstrução, tendo em vista que vei-cula mensagens curtas, apresentadas em diferentes suportes textuais (revis-tas, jornais, televisão, rádio), e traz, em seu conteúdo, grande apelo à suges-tão e a proposição de pactos sensoriais com o consumidor. Com ela pode-se discutir a interferência e o impacto do suporte textual na visão do receptor; o modo de leitura que o receptor faz de cada propaganda em cada supor-te textual; os elementos constitutivos

desse gênero textual; e os recursos uti-lizados pelo produtor para convencer o consumidor: cores, enquadramento, jingles, imagem de celebridades etc.

Nesse contexto, a obra Cinema – emoções em movimento vem contribuir para o desenvolvimento do trabalho em sala de aula, pois auxilia professor e alu-no na compreensão de assuntos com-plexos por meio da discussão e refl exão dos temas apresentados. São facilitado-res desse processo a diagramação e o projeto gráfi co da obra.

Para isso, é imprescindível o desen-volvimento de diferentes atividades em sala de aula que explorem a ques-tão do olhar – do ponto de vista tanto do produtor de mensagens quanto do receptor – por meio da desconstrução do objeto em estudo, destacando vá-rios elementos, tais como: objetivo da mensagem; enquadramento do obje-to (plano médio, plano geral, primeiro plano); interferência da luz sobre esse objeto; posição do objeto; efeitos so-noros (fala, música ou ruídos); cores utilizadas, fi gurino, tempo de exposi-ção de cada cena, organização, ritmo etc. Essas atividades permitirão ao aluno transformar as informações re-cebidas em conhecimento, por meio de aprendizagens signifi cativas.

>> Conversa com o professor

“(...) Aprendizagens signifi cativas ca-racterizam-se pelo fato de as novas in-formações apoiarem-se em conceitos relevantes preexistentes na estrutura cognitiva da pessoa. Esses conceitos, denominados subsunçores, originam-se das experiências de vida de cada ser humano, por processos como o de formação de conceitos (...)”

(Currículo da Educação Básica das Escolas Públicas do DF, 2002)

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Cinema – emoções em movimento é mais uma obra da coleção Comunica-ção Hoje que chama a atenção do lei-tor para uma forma de narrar histórias. Ela coloca o leitor em contato com a tecnologia do cinema e sua linguagem por meio de uma perspectiva de linha do tempo.

A diagramação da obra desconstrói a forma tradicional de ler no Ocidente (da esquerda para a direita e de cima para baixo), pois faz alusão à lingua-gem do computador (texto dinâmico e não seqüencial), o que valoriza a proposta do livro, que é guiar o lei-tor pelo olhar. Essa forma de leitura é permitida ao leitor porque os tex-tos e as ilustrações estão distribuídos em boxes de forma inovadora, mas sem prejudicar o sentido do texto. É importante ressaltar que esses boxes mudam de tamanho a cada página, o que instiga no leitor um olhar de observador; ou seja, um olhar que concentra o pensamento e os senti-dos com vontade de ver, de perceber os detalhes signifi cativos.

Esse exercício, proposto na obra de maneira muito sutil, favorece a que-bra do olhar mecanizado do dia-a-dia e permite a síntese da informação em conhecimento, por meio da articula-ção dos códigos verbal e não verbal.

Comentários sobre a obraEssas informações estão organizadas

na obra por temas que funcionam como links, despertando no leitor a vontade de se aprofundar no assunto. A ação é facilitada porque o projeto gráfi co su-gere ao aluno um direcionamento para roteiro de pesquisa sobre determinado tema apresentado. Isso se dá por meio de informações e subtítulos apresenta-dos nos boxes em cada página. Cabe ao professor fomentar, com atividades envolventes, o interesse do aluno pelo assunto e orientá-lo no desenvolvimen-to da pesquisa, fornecendo material bi-bliográfi co adequado.

No volume são apresentados ao leitor um breve histórico do cinema, seus gêneros e as etapas da realiza-ção de um fi lme, com informações bem concisas, mas que levam o lei-tor à refl exão e a várias discussões: a representação da realidade utilizando a linguagem audiovisual; o olhar, o ponto de vista de determinado grupo que tem voz na sociedade; a interfe-rência de seleção e enquadramento de imagens no processo de constru-ção da história.

“A maioria das cenas de um fi lme é rodada fora da ordem cronológica da história. São muitas e muitas horas de fi lmagem, e pode acontecer de a mesma cena ter de ser realizada vá-rias vezes. Parece um caos: casal se beijando antes de se conhecer, bandi-do preso antes de cometer o crime... Para defi nir as etapas de trabalho e providenciar tudo o que será necessá-rio para a realização das cenas, é feito um plano de fi lmagem.” (Pág. 11)

As curiosidades estão presentes em todos os temas eleitos pelo livro e dão ao leitor um motivo a mais para se en-volver com a obra. Elas oferecem ao professor ótima oportunidade de tra-balho de pesquisa. Sugerimos a ela-boração de um minicatálogo de curio-sidades sobre o cinema, obedecendo em estrutura e organização o modelo de dicionário.

Sugestão de atividade

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ATIV

IDA

DES

PRO

POST

AS

Preparando a leitura

1.º momento1. Selecione alguns exemplos dados

no livro Os Cinco Sentidos – Visão (coleção Crianças Curiosas) que ex-plorem a ilusão de óptica. A partir deles, discuta com a turma esse fe-nômeno e o sentido da visão.

2. Uma segunda opção é a realização de mágicas dentro da sala de aula. A turma discutirá a questão do olhar e o sentido da visão a partir dos truques de mágica. (Mostre-me como Fazer – Livro de atividades. Pág. 192)

3. Terceira opção: selecione imagens de paisagens retiradas de revis-tas, jornais, calendários, internet e outros. Divida a turma em gru-pos. Distribua as imagens entre os grupos. Recorte duas tiras de car-tolina nas dimensões 1,5 cm x 10 cm. Junte e prenda as duas tiras por uma das extremidades com um clipe. Em seguida peça aos alunos que selecionem uma parte da ima-gem recebida, enquadrando-a num ângulo reto ou obtuso. Dobre a gra-vura e deixe à mostra somente a parte selecionada. Cada grupo exi-birá a parte selecionada da sua ima-gem, e os outros alunos levantarão hipóteses sobre o objeto, na tenta-tiva de descobrir o que ele é. Depois

disso, o grupo desdobrará a gra-vura, confi rmando ou não as hipó-teses levantadas.

2.º momento1. Depois desse exercício do

olhar, leve para a sala de aula propagandas interessantes que dialoguem com fi lmes ou telas reti-radas de sites, revistas, jornais e ana-lise a construção da mensagem, destacando os elementos verbais e não verbais.

Na bibliografia dada, você encontrará duas sugestões de propagandas retiradas de revistas que fazem menção à tela e fi lmes: uma do “Boticário”(tela), outra da bebida “Campari” (fi lme).

Page 6: Cinema

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P U B L I C I D A D EOs textos publicitários utilizam uma linguagem que, embora pareça produção es-

pontânea, com um tom informal, mais próximo da oralidade do que da escrita, é intencionalmente elaborada, estilizada para atingir um determinado público e manter o produto sempre em destaque. Esses textos podem apelar para humor, curiosidade, contraste, quebra de expectativa; enfi m, elementos que estimulem o desejo, induzam à ação e exerçam certa pressão psicológica nos consumidores.

As mensagens procuram passar idéias de bem-estar, prazer, lucro, prestígio, que o consumidor alcançará ao adquirir o produto.2. Grave propagandas veiculadas na televisão que explorem o humor para atrair a

atenção do consumidor. (Exemplo: propaganda dos carros Ford, 2007 – “Bicho não pode comprar carro, mas você pode”.) Reúna todo o material, selecione as propa-gandas de acordo com o interesse da sua turma e discuta com os alunos cada uma delas, analisado-as a partir do roteiro abaixo:

a) Quem são os possíveis destinatários do texto publicitário? Que informações do texto nos levam a identifi cá-los?

b) Que recursos o produtor dessa men-sagem utiliza para atrair a atenção do telespectador, despertar seu interesse e estimulá-lo a consumir o produto?

c) Quais as características desse texto, tendo em vista os objetivos a serem atingidos?

d) Qual o enquadramento escolhido pelo produtor da mensagem?

e) A propaganda da Campari faz referên-cia ao fi lme Dama de Vermelho, que nos remete à atriz Marilyn Monroe. Que ele-mentos da propaganda nos permitem fazer essa leitura? (Pergunta específi ca para a propaganda da Campari veicula-da pela revista Veja – ver Bibliografi a.)

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Outra opção: promova uma sessão da série Contos Desfeitos, da TV Escola. Analise com os alunos o enquadramen-to, o material utilizado para a caracte-rização dos personagens e a composi-ção do cenário; a trilha sonora, ruídos e o tempo de exibição do fi lme.

Compare com os fi lmes de desenho animado que os alunos conheçam.

Aguce a curiosida-de dos alunos com as perguntas: De onde vêm essas histórias? Quem são seus autores? O que elas têm de especial para cir-cular até hoje?

1. Selecione e grave cenas de fi lmes citados no livro e enfatize: fi gurino, efeitos especiais, enquadramento e trilha sonora.

2. Faça uma leitura dos temas: “Como é feito um fi lme?”, “Etapas na realiza-ção de um fi lme” e “Arte do cinema”.

3. Exiba as cenas dos fi lmes selecio-nadas e comente-as, entremeando-as com a leitura dos trechos referentes ao assunto abordado na cena.

4. Destaque na composição da cena: a interferência dos ruídos e o tipo de emoção que eles despertam no espec-tador; a escolha do enquadramento (close, plano geral, plano médio etc.). Nas cenas dos fi lmes de época: fi gu-rino, cenário e fotografi a. Filmes de ação: efeitos especiais. Romance e suspense: trilha sonora e ruídos.

5. Mostre aos alunos a importância da composição da cena na constru-ção de um fi lme.

(Para que o aluno compreenda me-lhor o assunto, você pode fazer uma pequena montagem: grave algumas cenas de fi lmes conhecidos e substi-tua alguns elementos por outros: uma cena romântica com um fundo musi-cal de fi lmes de suspense ou comédia, por exemplo. Comente a reação dos alunos em relação às cenas vistas.)

Trabalhando a leitura

Leve para a sala de aula livros so-bre o tema e apresente aos alunos a diversidade de paráfrases e paródias publicadas.

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LUZES, CÂMERA, AÇÃO!“O roteiro é a história do fi lme con-

tada de uma forma técnica. Ele vale como guia de fi lmagem. É um texto completo que descreve a ação, os per-sonagens e os diálogos. Contém tam-bém a indicação de planos, enqua-dramentos e movimentos de câmera. O roteiro pode ser original, ou seja, criado por um autor, ou adaptado de alguma obra literária.” (Pág. 8)

Agora é a sua vez, turma! Escolha uma das opções de trabalho e PAR-TICIPE!

1. A partir da sugestão do roteiro de audiovisual abaixo, peça aos alunos que elaborem uma propaganda de um produto que tenha relação com o cinema, a ser veiculada na televi-são.

2. Após a exibição da série Contos Desfeitos, da TV Escola, os alunos deverão escolher um dos episódios e elaborar uma paródia da história utilizando a linguagem audiovisual e objetos do dia-a-dia na composi-ção dos personagens e cenários.

Explorando a leitura

>>

Sugestão de roteiroObjetivo (o que se pretende com a veiculação da propaganda). Duração (o tempo de veiculação do comercial na televisão: 1’, 1’30”).Roteiristas (os participantes do grupo).Sinopse (um resumo da proposta da propaganda).

Título:IMAGENS ÁUDIO/SOM

Registrar o número de cenas a serem fi lmadas e a seqüência, detalhando cada uma delas.

CENA 1 a) Imagens internas (ambiente fechado) ou

externas (ao ar livre). Descrever a cena.b) Enquadramento de objetos e pessoas.c) Horário do registro da cena.d) Local da cena.e) Duração da cena.f) Figurino.

1. Registrar a seqüência em que o som apare-cerá: música, ruído ou fala de alguém.

2. Registrar literalmente a fala dos persona-gens.

CENA 2Idem.

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No desenho animado, trabalha-se com uma série de desenhos, cada um dos quais representa uma posição su-cessiva, com pequenos detalhes de mo-vimento de uma fi gura ou objeto. Esses quadros são fotografados por uma má-quina cinematográfi ca especial e reve-lados numa fi ta contínua. Na projeção, esse fi lme produz uma imagem em que as fi guras e objetos desenhados pare-cem mover-se como se fossem dotados de vida. Para cada 10 minutos de fi lme são necessários 14 mil fotogramas, ou seja, 14 mil desenhos diferentes. O uso do computador facilitou muito o traba-lho, que era inicialmente todo manual. Hoje há programas especiais para a ela-boração de animação por computador, o que permitiu grande expansão da pro-dução.

O primeiro desenho animado de longa metragem foi Branca de Neve e os Sete Anões, feito em 1937 por Disney (Oliveira e Garcez, 2001). www.animacaodeimagens.blogspot.com

Quer saber mais?

Outras obras AZEVEDO, Ricardo. Nossa Rua Tem

um Problema. São Paulo: Ática, 1999. (É um livro muito interessante, porque mostra o ponto de vista do menino e da menina sobre a rua em que mo-ram. O projeto gráfi co do livro permi-te ao leitor escolher de qual ponto de vista ele quer iniciar a leitura.)

CIBOUL, Adèle. Os Cinco Sentidos. São Paulo: Salamandra, 2003. (Esse livro faz parte de uma coleção para-didática chamada Crianças Curiosas; apresenta à criança os cinco sentidos, satisfazendo suas curiosidades de for-ma interativa.)

LONGOUR, Michele. O Corpo. São Paulo: Salamandra, 2003. (Esse livro faz parte de uma coleção paradidáti-ca chamada Crianças Curiosas; apre-senta à criança o corpo, satisfazendo curiosidades de forma interativa.)

OLIVEIRA, Eduardo. Enquanto Isso na Índia. Porto Alegre: Projeto, 2000. (Flip book, um livro de animação.)

OLIVEIRA, Jô e Garcez, Lucília. Ex-plicando a Arte: Uma iniciação para entender e apreciar as artes visuais. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001. (A obra traz a história da arte e os principais recursos e técnicas empregados nas artes visuais por meio de uma propos-ta lúdica que estimula o leitor a dedi-

car um olhar novo e atento a tudo o que o rodeia.)

Mostre-me como Fazer – Livro de atividades. São Paulo: Editora Edel-bra – Indústria Gráfi ca e Editora Ltda., 1999. (O livro traz várias atividades manuais que podem ser realizadas pe-las crianças, desenvolvendo várias ha-bilidades.)

SIEBER, Allan. Salvem as Baleias. Por-to Alegre: Projeto, 2000. (Flip book, um livro de animação.)

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FilmesArte e Ciência: como a ciência e a

tecnologia abriram novas possibili-dades para a arte – Da invenção do cinema e da tevê à manipulação das imagens.

Duração: 26’07’’Realização: Filmoption – CSM Pro-

ductions, Canadá, 1991. Veiculação: TV Escola – Ministério

da Educação. Secretaria de Educação a Distância.

Uma Pequena História do Cinema: Walter Lima Jr. e Davi Neves comen-tam a história do cinema no Brasil com cenas marcantes que fi caram gravadas no inconsciente dos espec-tadores.

Duração: 38’19’’Realização: Governo do Estado do

Rio de Janeiro. Programa TV Escola.Veiculação: TV Escola – Ministério

da Educação. Secretaria de Educação a Distância.

DVD Curta Brasília. Vol. 1: gênero Cinema Nacional. Direção: Elvis Kle-ber, Ítalo Cajueiro, René Sampaio, Betse de Paula, Cibele Amaral, José Eduardo Belmonte. Anos de produ-ção: 1997, 2000, 2002, 2003. País

de produção: Brasil. Duração: 63 min. Distribuição: Cult Filmes. Região Mul-tizonal Áudio LPCM Stereo (Portu-guês) Vídeo Widescreen. Cor: colo-rido com partes em preto-e-branco. Lobisomem e o Coronel (2002), Dire-ção: Elvis Kleber e Ítalo, 10’; Sinistro (2000), René Sampaio, 17’; Leo 1313 (1997), Betse de Paula, 6’ ; Momento Trágico (2003), Cibele Amaral, 16’; Um Trailer Americano (2002), José Eduardo Belmonte, 14’.

http://www.2001video.com.br

Page 11: Cinema

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AN

EXO

TEÓ

RICO

Ao pensarmos sobre releituras e dia-logismo e no desafi o do leitor em des-lindar um texto, com toda a sua com-plexidade, sentimos a necessidade de sugerir um caminho para você, pro-fessor. Por isso indicamos a Metodo-logia dos Três Olhares, concebida por Francisca Nóbrega, no Rio de Janeiro, e a Estética da Recepção, concebida por Hans Robert Jauss, na Alemanha, como instrumentos valiosos para au-xiliar no processo de leitura de textos verbais e não verbais.

Nessa metodologia o leitor tem a função de explorar o texto na sua plurissignifi cação, reconstruindo-o de acordo com o seu horizonte de expe-riências.

“Ler é dotar de sentido, tirar à luz os sentidos possíveis que a obra traz em si e em sua relação com as demais. Cada leitura é uma nova escrita do texto. O ato de criação não seria o autor, mas o leitor.” (Bella Jozef)

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MOMENTOS DO OLHAR

1.o MOMENTOOlhar receptivo

2.o MOMENTOOlhar mediador

3.o MOMENTOOlhar ativo

O que aconteceEncontro do leitor com um mundo que não conhece

Encontro do leitor com o mundo signifi cativo

Encontro do leitor com o mundo

novo que agora conhece

O que faz

Uma leitura que apanha os elementos signifi cativos,

sinais, referentes

Uma leitura de diálogo com o texto, por meio

da pergunta e da resposta

Uma leitura de cruzamento do ver e do sentir, do exterior e do interior, ou seja,

cruzar experiências

Como faz Olha e vê Olha, vê, interroga e busca

Olha, encontra, associa, reúne,

interioriza, vê e lê

O que importa

Reconhecer os elementos signifi cativos,

sinais, referentes

O exame da realidade

representada, por meio do

questionamento da busca dos porquês, causas e motivos

A integração do novo que se vê e do antigo que é a experiência

do já visto, fusão de horizontes, ampliação de conhecimento

O que resultaCompreensão

VER-POR-CONHECER

InterpretaçãoVER-E-PENSAR

AplicaçãoVER-PENSAR-LER

Método dos três olhares à luz da estética da recepção

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O primeiro momento corresponde-ria ao nosso nível de leitura literal, no qual o leitor deverá reconhecer os elementos da superfície do tex-to, tais como personagens, espaço, tempo, dominando, evidentemente, o código da língua portuguesa. Nos textos não verbais o leitor observará a presença de cores ou ausência de-las, formas, texturas, ícones etc.

O segundo momento corresponde-ria ao da interpretação, quando o lei-tor, pelo exercício da hermenêutica, dialoga com o texto. É o momento em que se faz uma leitura mais apu-rada, tendo por base o horizonte de expectativa, da primeira leitura, correspondendo, para nós, ao nível da leitura contextualizada, no qual o aluno deverá interpretar o texto.

O terceiro momento é formado pelos dois precedentes, é o da re-cepção efetiva do texto, quando há formação de julgamento estético e com ele a atualização do texto. Esse momento abarca dois níveis de leitu-ra: o nível da leitura crítica, no qual o aluno deverá apreender o discurso temático e ampliar o seu horizonte de expectativa, dialogando com outros textos, formadores de sua história de leituras e que abordem o mesmo tema, e o nível da metaleitura, no qual o aluno deverá ter o domínio

do conhecimento, pela apropriação do discurso metalingüístico.

Bibliografi a

BERNADET, Jean-Claude. O Que É Ci-nema? São Paulo: Brasiliense, 1980.CARVALHO, Nelly de. Publicidade – A linguagem da sedução. São Paulo: Ática, 2001.COELHO, Nely Novaes. Literatura In-fantil – Teoria, análise e didática. São Paulo: Moderna, 2000.FORTUNA, Felipe. Visibilidade: Ensaio sobre Imagens e Interferências. Rio de Janeiro: Record, 2000.MACHADO, Arlindo. A Arte do Ví-deo. São Paulo: Brasiliense, 1988.PAULINO, Graça. Tipos de Texto, Mo-dos de Leitura. Belo Horizonte: For-mato Editorial, 2001.Salto para o Futuro: Educação do Olhar – Secretaria de Educação a Distância. Brasília: Ministério da Educação e do Desporto, SEED, 1998, v. 2.

Revistas“Mulheres do Brasil”. Revista Cláudia, n. 534, 2006.Revista Veja, edição especial, ago. 2005.Época, edição 488, set. 2007.

“ALICE descobre o espelho”. Ciên-cia Hoje das Crianças. Rio de Janeiro, SBPC, ano 17, n. 147, jun. 2004.

Siteswww.cineduc.gov.org.brhttp://www.mnemocine.com.br

FilmesA Dama de Vermelho (The Woman in Red). Direção: Gene Wilder. Origem: Estados Unidos. Duração: 87 minu-tos. Tipo: Longa-metragem (1984).