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1/47 3 Raças Produção de Suínos Ciência e Prática Eduardo Viola

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1/473 Raças

Produção de Suínos

Ciência e Prática

Eduardo Viola

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Raças

• Caracterização das raças puras;• Características produtivas das diferentes raças de suínos;• Melhoramento genético e cruzamentos;• Raças hibridas.

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Introdução

Definição de raça • Constituem raça um conjunto de animais da mesma espécie que apresentam entre si

caracteres morfológicos e fisiológicos semelhantes que os diferencia de outros conjuntos da mesma espécie;

• Estes caracteres são transmitidos aos seus descendentes com regularidade em sucessivas gerações.

Classificadas de acordo com:• Perfil fronto nasal;• Tamanho e orientação das orelhas;• Proporções da cabeça.

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Introdução

Raça• Importância da escolha;

– É o primeiro problema a ser resolvido para quem cria suínos.Fatores a considerar• Sistema de criação;

– Intensivo;– Misto;– Extensivo;

• Ambiente;• Destino da produção.

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Introdução

• Importância do estudo das raças– Varia com o tempo

• Antigamente– Valor exagerado aos padrões raciais;– Importante em cruzamentos;– Importante no estudo do comportamento;– Explica origem, qualidades e defeitos.

• Atual: valor produtivo– Forma e função;– Cruzamentos.

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Introdução

Classificação morfológica• Objetivos:

– Identificação das diferentes raças;– Controle de registro genealógico;– Supervisão do registro genealógico.

Características morfológicas das raças suínas• Pelagem• Orelhas

– Orientação;– Dimensão.

• Perfil cefálico

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Introdução

Classificação morfológica• Objetivos:

– Identificação das diferentes raças;– Controle de registro genealógico;– Supervisão do registro genealógico.

Características morfológicas das raças suínas• Pelagem• Orelhas

– Orientação– Dimensão

• Perfil cefálico

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Introdução

Classificação das raças quanto a pelagem• Branca

– Landrace;– Large White.

• Vermelha– Duroc

• Preta– Totalmente preta: Large Black;– Parcialmente preta: Poland China;– Preta com faixa branca: Wessex e Hampsire.

• Malhada (overa)– Pietran, Piau.

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Introdução

Classificação das raças suínas pelo perfil fronto nasal

• Retilíneo: Pecari, Large Black

• Subconcavilíneo: Duroc-Jersey

• Concavilíneo: Large White

• Ultraconcavilíneo: Berkshire, Midle White

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Introdução

Classificação das raças suínas pelo perfil fronto nasal

• Não tem valor de classificação em animais jovens;• Todas as raças nascem com perfil retilíneo;• Características quanto ao perfil somente após 7 meses.

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IntroduçãoClassificação das raças quanto a orientação das orelhas

• Asiática: Hampshire, Berkshire, Large White– Eretas– Dirigidas laterlamente

• Ibéricas: Duroc-Jersey, Poland China– Pequenas– Levantadas– Dirigidas para frente– Protegem os olhos

• Céltico: Landrace, Wessex, Large Black– Grandes– Caidas– Cobrindo os olhos

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• Tipos de carcaça e evolução– Tipo Banha

– 1890 até 1920– Maturidade precoce– Animais compactos– Alta deposição de gordura– Péssima conversão alimentar

– Tipo bacon• Seleção a partir de 1915• Intermediário entre banha e carne

– Tipo Carne• Seleção a partir de 1925 (Estados Unidos)

– Grande velocidade deposição músculos– Animais compridos– Desempenho reprodutivo– Grande proporções nas regiões de carnes nobres (lombo,

pernil)– Baixa deposição de gordura– Alta capacidade de conversão alimentar– Rendimento de carcaça excelente

Javali

Banha

Carne

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Introdução

Características fisiológicas• Precocidade: Idade à puberdade;• Fertilidade: Capacidade de produzir leitegadas;• Prolificidade: Número de leitões/parto; peso médio/parto;• Habilidade materna: Capacidade de criar leitões, produção de leite, temperamento;• Velocidade de crescimento: Ganho de carne;• Conversão alimentar: Capacidade de transformar o alimento em ganho de peso;• Qualidade da carcaça: Proporção de músculos na carcaça;• Longevidade: Idade em produção.

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Raças européias• Landrace

– Landrace Dinamarques– Landrace Alemão– Landrace Belga

• Large White– Large White Dinamarques– Lage White Espanhol– Large White Canadense

• Pietran• Wessex• Essex• Berkshire• Large Black• Yorkshire

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LandraceOrigem – Dinamarca (1830-1840). Base seleção: suínos alemães, chineses, espanhóis e portugueses.

História• 1887 – Alemanha e Inglaterra proíbem comercio de animais

vivos• 1887 - Dinamarca inicia programa de seleção• 1887 – Criação cooperativa de produtores• 1896 – primeiro centro de melhoramento• Aumentar a exploração da espécie• 1907 – fundada estação de testes (Elscominde)• Diferentes linhagens de landrace surgem em função da

dificuldade de exportação• Alemão, Belga, Suíço

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LandraceReconhecido mundialmente por:• Qualidade de carcaça• Conversão alimentar• Fecundidade

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LandraceCaracterísticas morfológicas• Perfil retilíneo• Orelhas: célticas• Pelagem branca• Despigmentado• Linha dorso lombar: reta• Mamas com boa inserção

Características reprodutivas• Habilidade materna (linha mãe)• Prolificidade (14 leitões/parto)• Precocidade reprodutiva

Características produtivas• Alto rendimento de carcaça (>60%)• Rendimento de cortes nobres elevado• Qualidade de carne• Excelente conversão alimentar (2,38)• Alto ganho peso (>950 g/d)

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Large WhiteOrigem – Inglesa (condado de York)1770-1780 – cruzamento de animais locais com suínos asiáticos

Características morfológicas• Perfil côncavo• Orelhas: asiáticas• Pelagem branca• Grande perímetro torácico• Linha dorso lombar: reta• Mamas com boa inserção

19/473 Raças

Large WhiteCaracterísticas reprodutivas• Habilidade materna (linha mãe)• Prolificidade (16 leitões/parto)• Precocidade reprodutiva

Características produtivas• Alto rendimento de carcaça • Rendimento de cortes nobres elevado• Qualidade de carne• Excelente conversão alimentar • Alto ganho peso • Rusticidade

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PietranOrigem – Bélgica (província de Brababte) – 1919-1920

Características morfológicas• Perfil retilíneo ou sub-côncavo• Orelhas: asiáticas• Pelagem: branca com manchas pretas (overa)• Animal curto• Linha dorso lombar: reta• Desenvolvimento terço anterior

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PietranCaracterísticas reprodutivas• Baixa habilidade materna• Linha macho em cruzamentos industriais• Desarmonia anátomo-funcional• Reduzida capacidade respiratória• Grande massa muscular torácica dificulta expansão do orgãos

internosCaracterísticas produtivas• Alto rendimento de carcaça • Rendimento de cortes nobres elevado• Baixa qualidade de carne – PSE (Gene halotano)• Excelente conversão alimentar • Alto ganho peso

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WessexOrigem – Inglaterra (província de Wessex – West Contry)Século XVII

Características morfológicas• Perfil: sub-côncavo• Orelhas: célticas• Pelagem: preta com faixa branca na altura das cruzes• Animal com bom tamanho corporal• Linha dorso lombar: reta• Pequeno desenvolvimento pernil

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WessexCaracterísticas reprodutivas• Fêmeas prolíficas• Alta habilidade materna• Fêmeas alta produção de leite• Comportamento dócil

• Características produtivas• Rusticidade • Prolificidade• Capacidade de adaptação• Boa conversão alimentar • Bom ganho peso

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Raças americanas

• Duroc–Jersey• Hampshire• Landrace Canadense• Landrace Americano• Poland China• Chester White• Hereford• Lacombe

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DurocOrigem Estados Unidos. Inicio século XIX – padronização suínosvermelhos de New Jersey, Massachussets e Connecticut, New York

Características morfológicas• Perfil: sub- côncavo• Orelhas: ibéricas• Pelagem: vermelha (dourado até vermelho escuro)• Totalmente pigmentado• Linha dorso lombar: arqueada• Mamas com boa inserção

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DurocCaracterísticas reprodutivas• Habilidade materna (linha mãe)• Prolificidade (média – 13-14 leitões/parto)• Precocidade reprodutiva

Características produtivas• Alto rendimento de carcaça (>60%)• Carne marmorizada• Excelente conversão alimentar (<2,3) • Alto ganho peso (>1.000 kg/d)• Animal rústico

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HampshireOrigem Estados UnidosFinal do século XVIII - Inicio século XIX Raça mais utilizada nos EUA – linha macho

Características morfológicas• Origem genética: Essex e Wessex Siddleback• Perfil: côncavo ou sub- côncavo• Orelhas: asiática• Pelagem: preta com faixa branca na região das

cruzes• Animal curto

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HampshireCaracterísticas reprodutivas• Habilidade materna (linha mãe)• Prolificidade (média – 9 leitões/parto)• Precocidade reprodutiva

Características produtivas• Consumo de forragem• Bom rendimento de carcaça• Boa conversão alimentar • Alto ganho peso• Animal rústico

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Poland ChinaOrigem Estados UnidosData: 1816Raça mais utilizada nos EUA – linha

macho

Caracteristicas morfológicas• Perfil: sub- côncavo• Orelhas: ibéricas• Pelagem: preta com faixa branca na

porção inferior dos quatro membros• Animal longo, lombo largo

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Poland ChinaCaracterísticas reprodutivas• Habilidade materna (linha mãe)• Prolificidade • Precocidade reprodutiva

Características produtivas• Consumo de forragem• Bom rendimento de carcaça• Boa conversão alimentar • Alto ganho peso• Animal rústico

31/473 Raças

Raças nacionais• Piau• Pereira• Canastra• Mouro• Tatú• Nilo• Pirapetinga• Canastrão• Caruncho• Sorocaba• Junqueira

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PiauCaracterísticas da raça• Cabeça: média• Pelagem: escura ou preta• Pelos: finos, lisos • Cor: branco-creme, com manchas pretas bem definidas• Peso: 12 meses: 150 kg• Animal tranquilo de temperamento dócil• Pernil: largo e cheio• Dorso: largura média• Dupla utilidade: carne e gordura

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Raças chinesas

• Meiachan• Jiaxing• Jinhua

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A escolha das ração é uma função:• Destino da produção

– Exigências do mercado local• Sistema de produção

– Sistema intensivo confinado– Sistema intensivo ao ar livre– Sistema semi-extensivo– Extensivo

• Das condições do ambiente– Temperatura– Disponibilidade de alimento

Escolha da raça

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Raças sintéticas e cruzamentos

• Cruzamento;• Acasalamento entre machos e fêmeas de raças ou linhas diferentes;• Usado principalmente na produção de machos e fêmeas F1 e produção de animais

para abate;• Permite explorar a heterose ou vigor híbrido;• Permite explorar os efeitos de complementaridade entre raças.

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Raças sintéticas e cruzamentosCruzamentos: A escolha do sistema de cruzamentos deve ser orientada pela forma como o produtor deseja adquirir suas matrizesCompra• Sistema mais caro, necessita adquirir as fêmeas• Mais indicado o uso de cruzamento terminalProdução• Sistema mais barato• Programa de multiplicação interno• Uso de machos é secundário• Cruzamento rotacional ou roto-terminal• Necessidade de mão de obra e administração

– Melhoramento genético– Movimentação de animais no sistema de produção– Tamanho de instalação – sistema de multiplicação de fêmeas– Produção de linha materna – machos– Linha materna e linha terminal no mesmo sistema

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Cruzamentos e raças sintéticas

• Simples – duas raças

Macho A Fêmea B

Animais terminaisF1 (AB)

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Cruzamentos e raças sintéticas

Retrocruzado (“back-cross”)

Animais resultantes do acasalamento de fêmeas F1 com machos da mesma linhagem que compõem a fêmea F1.

Macho Large White Fêmea Landrace

Macho Large White Fêmea F1: ½ LW : ½ L

Machos e fêmeas: 75% LW : 25% L

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Cruzamentos e raças sintéticasTree Cross• Animais resultantes do

cruzamento de três raças;

• Permite explorar 100% a heterose materna das raças que deram origem as fêmeas F1;

• Permite explorar 100% da heterose direta nos animais de abate.

Macho Large White Fêmea Landrace

Macho Duroc Fêmea F1: ½ LW : ½ L

Machos e fêmeas50% D: 25% L : 25% LW

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Cruzamentos e raças sintéticas• Quatro raças

– Fêmeas F1 resultantes do cruzamento entre raças A e B com machos F1 denominados “híbridos” de outra combinação racial;

– Esse cruzamento só se justifica em programas de melhoramento genético quando o produtor tiver animais machos e fêmeas de quatro raças distintas;

– Explora 100% da heterose nos animais para abate.

Macho Pietran Fêmea Duroc

Macho F1: ½ P : ½ D

Machos e fêmeas terminais: 25% D: 25% P: 25% L : 25% LW

Macho Large White Fêmea Landrace

Fêmea F1: ½ LW : ½ L

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Cruzamento terminal• Vantagens:

– Fácilidade de manejo– As coberturas são as mesmas

• Desvantagens– Dificuldade de encontrar os

animais– Definir os objetivos dos

cruzamentos

Pietrain, Hampshireou Duroc, ou P X D

Animais vivos ou sêmen

Y x L Fêmea100% Heterose linha Maternal

Suínos para o mercado100% Heterose Individualnos animais produzidos

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Cruzamento rotacionalSistema rotacional• Vantagens

– Produção própria das fêmeas de reprodução– Sistema de melhoramento genético sob controle– Rebanho voltado para animais terminais

• Desvantagens– Não possui linha materna especializada– Toda genética usada deve ter características maternas

• Número de leitões nascidos• Produção de leite• Desempenho crescimento e terminação• Qualidade de carne

• Necessidade de uso de muitas raças • Pode ser dificil de manejar

– Grande número de animais envolvidos– Diferentes cruzamentos

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Cruzamento rotacional - 2 raças

Suínos Fêmeas: abate

Suínos Machos : abate

Macho Large White Fêmea Landrace

Macho Large White Fêmea F1: ¼ LW : ¾ L

Fêmea F1: ½ LW : ½ L Macho Landrace

Fêmea F1: 5/8 LW: 3/8 L Macho Landrace

Fêmea F1: 5/8 LW: 3/8 L

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Cruzamento rotacional – 3 raças

Macho Large White Fêmea Landrace

Presença de fêmeas com diferentes combinações raciais.

Acasalamento com machos de raças específicas.

Exige controles rigorosos de cruzamentos.

Em comparação ao sistema de cruzamento rotacional com 3 raças:

• Perda de heterose;• Leitões apresentam menor produtividade.

Macho Large White Fêmea F1: ½ LW : ½ H

Fêmea F1: ½ LW : ½ L Macho Hampshire

Fêmea F1: 50% LW 25% L: 25% H

Macho Landrace

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Linhagens comerciais• Linhas macho especializadas

– Produção de carne– Ganho de peso– Conversão alimentar– Rendimento de carcaça

• Linhas fêmeas especializadas– Habilidade materna– Prolificidade– Produção de leite– Longevidade– Ganho de peso de leitões

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Linhagens comerciais• MS-58 (Embrapa) – linha macho

• MS – 60 (Embrapa) – linha macho

• Camborough (Agroceres) – linha fêmea

• Topigs 20 (Daland-topigs) – linha fêmea

• Topigs 40 (Daland – topigs) – linha fêmea

• Degesa – JSR LP90 – linha fêmea

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O que aguardar para o futuro• Melhoria na conversão alimentar (2:1)• Maior capacidade de ganho médio diário• Melhoria na qualidade de carne• Fêmeas mais prolíficas - 35 leitões nascidos/porca/ano• Maior rendimento de carne• Mapeamento genético• Maior resistência a doenças• Suprimir o gene halotano.

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