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ANO 9 – Nº 2064 / 2056 SÃO PAULO, 24 A 27 DE JUNHO DE 2006 R$ 2,00 AGENDA Comitiva paranaense apresenta projetos do Centenário em São Paulo Em visita a São Paulo para mostrar um dos marcos principais do Centenário paranaense, o Parque do Japão, e tentar unificar algumas ações referentes aos 100 anos, uma comitiva liderada pelo prefeito de Maringá, Sílvio Magalhães Barros, e pelo deputado estadual Luiz Nishimori, mostrou os principais pontos do empreendimento, bem como os detalhes sobre o funcionamento do Parque. Com inauguração prevista para 2008, o Parque do Japão terá 100 mil m² e contará com um centros de cultura e esportes, além de um típico jardim japonês. | pág 4 CIDADES FUTEBOL RICARDO LOPES/PMM AGRICULTURA Confira no Nikkei Rural desta edi- ção matéria sobre um projeto de lei que tramita na Câmara Municipal que pode proibir, caso sancionado, caixas ou engradados de madeira no acondicionamento, transporte, dis- tribuição e venda de alimentos in natura em SP. Leia também: O impasse com Japão abala exporta- ções de cogumelo e uma campanha para estimularo consumo de alimen- tos orgânicos. | págs 7 e 8 OSASCO COMEMORA OS 98 ANOS DA IMIGRA- ÇÃO japonesa com a realiza- ção de uma sessão solene amanhã (25), na Câmara Mu- nicipal. Às 15h, será celebra- da missa em memória aos imi- grantes falecidos e em segui- da acontece a sessão solene. A cerimônia será finalizada com apresentações culturais. A iniciativa é do vereador Fumio Miazaki. A Câmara Municipal de Osasco fica na Rua Acenbo, 100 (Jardim Umuarama). A 10ª CAMINHADA IN- TERNACIONAL acontece amanhã (25), com largada pre- vista para às 7h30 da Praça da Liberdade. A chegada e en- cerramento será no Pavilhão Japonês do Parque do Ibira- puera. Mais informações na Associação Liberdade Arukô Tomonokai pelo tel.: 11/3207- 2690. O 41º FESTIVAL DE MÚ- SICA E DANÇA FOL- CLÓRICA JAPONESA , um dos eventos comemorati- vos do aniversário da imigra- ção japonesa programado pelo Bunkyo, acontece hoje (24) e amanhã (25), a partir das 10h, no Grande Auditório da enti- dade. Considerado uma das mais importantes manifesta- ções artísticas da comunidade nipo-brasileira, o Gueinosai (como é conhecido), reúne no palco da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa, diferen- tes grupos, professores e alu- nos de vários estilos de baila- dos, praticantes de músicas tradicionais, teatro, entre ou- tras manifestações artísticas. Entrada franca. O Bunkyo fica na Rua São Joaquim, 381. Informações pelo tel.: 11/3208- 1755. METRÔ DE SP COME- MORA OS 98 ANOS da imi- gração japonesa com a expo- sição itinerante “Festivais do Japão”, mostra que reúne os principais festivais promovidos pela comunidade nipo-brasilei- ra (Festival do Japão, Tanaba- ta Matsuri – Festival das Es- trelas, e Hanamatsuri – Festi- val das Estrelas, entre outros). A programação inclui as esta- ções Brás, República e Largo 13. TANABATA MATSURI E FESTA JUNINA num nó lo- cal. É a proposta da Associa- ção Miyagui Kenjin do Brasil, que realiza hoje (24) e ama- nhã (25), a primeira edição do Arraial das Estrelas Assisten- cial – Festa Junina e Festival das Estrelas, cuja proposta é unir as cultura brasileira e ja- ponesa. “EMPREENDER PARA O FUTURO” é o tema do se- gundo Congresso Brasileiro sobre o Movimento Dekasse- gui que acontece entre os dias 29 de junho e 2 de julho, na ci- dade de Campo Grande (MS). Coordenado pelo Sebrae-MS (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Mato Grosso do Sul), o evento contará com palestras e apresentação de casos de sucesso voltados aos nikkeis, comunidade científica, empre- endedores e empresários. MÚSICA Uma das principais bandas do rock bra- sileiro, o CPM 22 prepara-se para pisar em solo japonês para uma série de shows no país, na turnê que marca a estréia do grupo no exterior. Antes do embarque, o baterista da banda, Ricardo “Japinha”, falou sobre as expec- tativas das apresen- tações e o que espe- ra encontrar de novi- dades no outro lado do mundo.| pág 6 DIVULGAÇÃO ESPORTES O 3º Torneio Nippon Intercolonial, realizado em Arujá entre os dias 15 e 18 deste mês, reuniu 2.500 atletas de 96 entidades nipo-brasileiras. O evento trouxe este ano 13 modalidades e mostrou a forte presença dos nikkeis nos campos e quadras esportivos. Novidade também foi o Matsuri Night, que integra as comemorações pré-Cen- tenário. | pág 9 DIVULGAÇÃO Torça pelo Brasil no JAM Warehouse Marcos Visnevski (um dos proprietári- os), o chef Alexandre Tanamate, os ge- rentes Ernani de Mattos e Ricardo Leite (da esq. para dir.) fazem parte do time do JAM Warehouse, que transmite os jogos da Copa e oferece uma rodada de chope a cada gol do Brasil. Na matéria, duas receitas para você: o oto maguro e o ca- marão à borboleta, dos mais pedidos da casa do Itaim-Bibi. | pág 5 RESTAURANTES MARCUS HIDE A reportagem do Jornal Nikkei acompanhou a parti- da entre Brasil e Japão, váli- da pela última rodada da fase de classificação da Copa, em dois locais distintos. No Bunkyo, o clima era de festa e confraternização. O evento reuniu cerca de 400 pessoas, superando as expectativas dos organizadores, que já pensam em repetir a dose na próxima Copa. Num outro canto da cidade, num bar, a empolgação deu lugar a pro- vocações e histerias. Foi um gol contra de uma minoria de torcedores. | pág 9

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Page 1: CIDADES Comitiva paranaense apresenta projetos do ... · O bairro da Liberdade e suas lojas tradicionais japonesas (3) Há 23 anos na Liberdade, o barbeiro Motohide Yahiro segura

ANO 9 – Nº 2064 / 2056 — SÃO PAULO, 24 A 27 DE JUNHO DE 2006 — R$ 2,00

AGENDA

Comitiva paranaense apresentaprojetos do Centenário em São Paulo

Em visita a São Paulo para mostrar um dos marcos principais do Centenário paranaense, o Parque do Japão, e tentar unificar algumas ações referentesaos 100 anos, uma comitiva liderada pelo prefeito de Maringá, Sílvio Magalhães Barros, e pelo deputado estadual Luiz Nishimori, mostrou os principaispontos do empreendimento, bem como os detalhes sobre o funcionamento do Parque. Com inauguração prevista para 2008, o Parque do Japão terá100 mil m² e contará com um centros de cultura e esportes, além de um típico jardim japonês. | pág 4

CIDADES

FUTEBOL

RICARDO LOPES/PMM

AGRICULTURAConfira no Nikkei Rural desta edi-ção matéria sobre um projeto de leique tramita na Câmara Municipalque pode proibir, caso sancionado,caixas ou engradados de madeira noacondicionamento, transporte, dis-tribuição e venda de alimentos innatura em SP. Leia também: Oimpasse com Japão abala exporta-ções de cogumelo e uma campanhapara estimularo consumo de alimen-tos orgânicos. | págs 7 e 8

OSASCO COMEMORAOS 98 ANOS DA IMIGRA-ÇÃO japonesa com a realiza-ção de uma sessão soleneamanhã (25), na Câmara Mu-nicipal. Às 15h, será celebra-da missa em memória aos imi-grantes falecidos e em segui-da acontece a sessão solene.A cerimônia será finalizadacom apresentações culturais.A iniciativa é do vereadorFumio Miazaki. A CâmaraMunicipal de Osasco fica naRua Acenbo, 100 (JardimUmuarama).

A 10ª CAMINHADA IN-TERNACIONAL aconteceamanhã (25), com largada pre-vista para às 7h30 da Praça daLiberdade. A chegada e en-cerramento será no PavilhãoJaponês do Parque do Ibira-puera. Mais informações naAssociação Liberdade ArukôTomonokai pelo tel.: 11/3207-2690.

O 41º FESTIVAL DE MÚ-SICA E DANÇA FOL-CLÓRICA JAPONESA,um dos eventos comemorati-vos do aniversário da imigra-ção japonesa programado peloBunkyo, acontece hoje (24) eamanhã (25), a partir das 10h,no Grande Auditório da enti-dade. Considerado uma dasmais importantes manifesta-ções artísticas da comunidadenipo-brasileira, o Gueinosai(como é conhecido), reúne nopalco da Sociedade Brasileirade Cultura Japonesa, diferen-tes grupos, professores e alu-nos de vários estilos de baila-dos, praticantes de músicastradicionais, teatro, entre ou-tras manifestações artísticas.Entrada franca. O Bunkyofica na Rua São Joaquim, 381.Informações pelo tel.: 11/3208-1755.

METRÔ DE SP COME-MORA OS 98 ANOS da imi-gração japonesa com a expo-sição itinerante “Festivais doJapão”, mostra que reúne osprincipais festivais promovidospela comunidade nipo-brasilei-ra (Festival do Japão, Tanaba-ta Matsuri – Festival das Es-trelas, e Hanamatsuri – Festi-val das Estrelas, entre outros).A programação inclui as esta-ções Brás, República e Largo13.

TANABATA MATSURI EFESTA JUNINA num nó lo-cal. É a proposta da Associa-ção Miyagui Kenjin do Brasil,que realiza hoje (24) e ama-nhã (25), a primeira edição doArraial das Estrelas Assisten-cial – Festa Junina e Festivaldas Estrelas, cuja proposta éunir as cultura brasileira e ja-ponesa.

“EMPREENDER PARA OFUTURO” é o tema do se-gundo Congresso Brasileirosobre o Movimento Dekasse-gui que acontece entre os dias29 de junho e 2 de julho, na ci-dade de Campo Grande (MS).Coordenado pelo Sebrae-MS(Serviço Brasileiro de Apoio àsMicro e Pequenas Empresasde Mato Grosso do Sul), oevento contará com palestrase apresentação de casos desucesso voltados aos nikkeis,comunidade científica, empre-endedores e empresários.

MÚSICA

Uma das principaisbandas do rock bra-sileiro, o CPM 22prepara-se para pisarem solo japonês parauma série de showsno país, na turnê quemarca a estréia dogrupo no exterior.Antes do embarque,o baterista da banda,Ricardo “Japinha”,falou sobre as expec-tativas das apresen-tações e o que espe-ra encontrar de novi-dades no outro ladodo mundo.| pág 6

DIVULGAÇÃO

ESPORTES

O 3º Torneio Nippon Intercolonial, realizado em Arujáentre os dias 15 e 18 deste mês, reuniu 2.500 atletas de96 entidades nipo-brasileiras. O evento trouxe este ano13 modalidades e mostrou a forte presença dos nikkeisnos campos e quadras esportivos. Novidade também foio Matsuri Night, que integra as comemorações pré-Cen-tenário. | pág 9

DIVULGAÇÃO

Torça pelo Brasil no JAM Warehouse– Marcos Visnevski (um dos proprietári-os), o chef Alexandre Tanamate, os ge-rentes Ernani de Mattos e Ricardo Leite(da esq. para dir.) fazem parte do time doJAM Warehouse, que transmite os jogosda Copa e oferece uma rodada de chopea cada gol do Brasil. Na matéria, duasreceitas para você: o oto maguro e o ca-marão à borboleta, dos mais pedidos dacasa do Itaim-Bibi. | pág 5

RESTAURANTESMARCUS HIDE

A reportagem do JornalNikkei acompanhou a parti-da entre Brasil e Japão, váli-da pela última rodada da fasede classificação da Copa, emdois locais distintos. NoBunkyo, o clima era de festae confraternização. O eventoreuniu cerca de 400 pessoas,superando as expectativasdos organizadores, que jápensam em repetir a dose napróxima Copa. Num outrocanto da cidade, num bar, aempolgação deu lugar a pro-vocações e histerias. Foi umgol contra de uma minoria detorcedores. | pág 9

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2 JORNAL NIKKEI São Paulo, 24 a 27 de junho de 2006

P A N O R A M AFotos: Marcus Kiyohide Iizuka

EDITORA JORNALÍSTICAUNIÃO NIKKEI LTDA.

CNPJ 02.403.960/0001-28

Rua da Glória, 332 - LiberdadeCEP 01510-000 - São Paulo - SP

Tel. (11) 3208-3977

Fax (11) 32085521

E-mail:[email protected]

Diretor-Presidente: Raul TakakiDiretor Responsável: Daniel Takaki

Jornalista Responsável: Takao Miyagui (Mtb. 15.167)

Redator Chefe: Aldo ShigutiRedação: Rodrigo Meikaru, Cíntia Yamashiro,

Juliana Kirihata, Aline Inokuchi e Gilson YoshiokaFotógrafo: Marcus Kiyohide Iizuka

Publicidade:

Tel. (11) 3208-3977 – Fax (11) 3341-6476

Periodicidade: quarta-feira e sábado

Assinatura semestral: R$ 80,00

E-mail: [email protected]

Quase ao lado do 1º DP (Sé), a barbearia Kimura funciona há 13 anos. Segundo a proprietária Mitsuko Kimura, 99% dos clientes sãohomens. Nas fotos abaixo (à direita), as competentes funcionárias Setsuko Suzaki e Yuriko Higashi fazem serviços como corte de cabelo,barba, lavagem e máscara.Rua Américo de Campos, 76 – Liberdade – tel. 3207-2964

O bairro da Liberdade e suas lojas tradicionais japonesas (3)

Há 23 anos na Liberdade, o barbeiroMotohide Yahiro segura com maestria atesoura. Já o fiel cliente Akio Ishii corta ocabelo há 43 anos. E Teruo Yahiro segue ospassos do pai adquirindo os conhecimentose aprendendo a dominar o corte perfeito.Rua Barão de Iguape, 180-Atel. 9197-2738

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São Paulo, 24 a 27 de junho de 2006 JORNAL NIKKEI 3

COMUNIDADE 1

Nisseis superam desconfiança e assumem kenjins

No total de 47 associa-ções de província, 16já têm nisseis na pre-

sidência. Considerada por al-guns uma transição natural, epor outros um risco para a exis-tência das associações, a mu-dança, bem recebida ou não,já começou. Responsável pelaligação do governo de uma pro-víncia e o Brasil, um kenjinkaipromove o intercâmbio de es-tudantes brasileiros e japone-ses e viagens de isseis, alémde outras atividades, como fes-tivais e concursos. Ito Nobu-hiko, assessor do Kenren (Fe-deração das Associações deProvíncias do Japão no Bra-sil), afirma que alguns dos nis-seis eleitos não dominam bema língua japonesa, e que “àsvezes encontram dificuldadesde comunicação”.

Eleito presidente da Asso-ciação Cultural e RecreativaOkayama Kenjin do Brasil em2006, Kenzo Neguishi é umdos representantes da novageração. Para ele, a entradade descendentes não sofre tan-ta resistência dos veteranos,mas o sucesso na presidênciadas associações depende deuma certa ajuda: “A gente pedeorientação para os antigos di-retores, porque existe muitodiálogo com a província no Ja-pão”. Neguishi acredita que osmais interessados na existên-cia e atuação das associaçõessão os japoneses. “A turma daprovíncia do Japão precisa doskenjinkais para vir para cá”.Neguishi diz ainda, que a atu-ação das províncias no Brasilé menos efetiva que a de anti-gamente, e lembra que a lon-ga vida das entidades depen-

ARQUIVO/JORNAL NIKKEI

O Bunkyo (Sociedade Bra-sileira de Cultura Japonesa)realiza amanhã (25), a partirdas 9 horas, no palco do Gran-de Auditório, cerimônia emhomenagem aos idosos com 99anos ou mais. Este ano, serãohomenageados 34 personali-dades indicadas pelas diversasentidades nipo-brasileiras es-palhadas pelo País. Os home-nageados receberão um diplo-ma, uma lembrança e umaquantia em dinheiro ofertadapelo Banco Sudameris, umcostume que teve inicío com oBanco América do Sul e émantida até os dias de hojepelo Sudameris.

Confira as relações dos ho-menageados: Kumezo Goto(99 anos), Tamae Yoshikawa(99), Fumi Watanabe (99),

Sokiti Ebara (100), SuekoSuguiyama (100), KikunoIzumi (102), Seisuke Unten(99), Komatsu Okinokabu (99),Takao Iwaki (99), Uto Oshiro(99), Takako Muraoka (99),Matsu Ashidani (99), KikunoKanto (99), Kenji Imamura(99), Harumi Kawano (99),Shinjiro Shimada (102), JunIenaga (99), Kame Yonamine(99), Tsuru Sakurai (99), TsutaWatahiki (99), Taka Hoshiko(99), Itika Okada (99), Kazu-masa Nakayama (99), KenjiHatai (99), Hatue Sato (99),Itsuji Toshimitsu (100), SumikoSakihama (99), Masako Yama-saki (100), Zenzaburo Yama-moto (99), Ei Abe (99), TamaeTakagaki (99), Susuye Shimura(99), Zenichi Kamiyama (99),Mizuyoshi Sato (99).

COMUNIDADE 3

Bunkyo homenageia idososdurante o Gueinosai

nesa. “O nissei, e mesmo osansei, precisa ter orgulho e nãoguardá-lo para si, tem que ativá-lo. Se tiverem orgulho elesaprenderão a cultura japonesae vão respeitá-la”, afirma o pre-sidente do kenjinkai de Miyagi.

Se depender da vontade denisseis como Geraldo Issamu,os kenjinkais ainda terão vidalonga. “Estamos trabalhandopara ter uma continuidade. Nósdo Ishikawa lidamos com jo-vens de várias idades. Meuobjetivo é não perder a tradi-ção”. Para Koichi Nakazawa,porém, não só os presidentesdas associações precisam seesforçar para conservar a cul-tura, mas todos os descenden-tes. “No último domingo (18),foi o concurso de Miss Tana-bata Karaokê. As quatro garo-tas vencedoras foram questio-nadas se dominavam a línguajaponesa. Nenhuma delas sa-bia, apesar de cantarem em ja-ponês. É uma coisa a se pen-sar, não é?”, indaga o presiden-te. O nissei Akeo Yogui, por suavez, aponta que a afinidade dosdescendentes com uma provín-cia específica é cada vez maisdifícil de existir, mas dificulda-des como esta não significam,para ele, desistência: “Não épor isso que vamos deixar delutar. As coisas em que acredi-tamos vamos procurar preser-var”, conclui Yogui.

Segundo Ito Nobuhiko, des-de 1960 mais de 5000 pessoasjá foram ao Japão pelo traba-lho dos kenjinkais. Ele diz quea procura pelas bolsas de es-tudo continua, mas que “a mai-oria dos interessados é sanseiou yonsei”.

(Juliana Kirihata)

de dos mais novos também.“Não sei até quando os ken-jinkais vão durar, mas a gentetem que sempre ensinar osmais jovens a participar”.

Já Akeo Yogui, da Associ-ação Okinawa Kenjin do Bra-sil, notou a resistência de al-guns isseis quando, em 2005,assumiu a presidência. “Haviapessoas que achavam que ospresidentes deveriam serisseis, pelo menos até 2008,quando haverá a comemora-ção do centenário (da imigra-ção japonesa no Brasil)”, lem-bra. Mas, após mais de um anono cargo, Yogui conseguiu aca-bar com a desconfiança sobre

a competência de um nissei.“Logo concluíram que não ha-veria dificuldades, e houve umentendimento. Acabei rece-bendo muito apoio dos isseis,inclusive aqueles que achavamque o eleito deveria ser um ja-ponês. Eles têm me incentiva-do bastante”, conta. Yoguiacredita que a maneira de ad-ministrar de um nissei é dife-rente da utilizada por um issei.“Hoje o nikkei está envolvidocom a sociedade como umtodo, não só com uma provín-cia, com um kenjinkai. Masnenhuma transição deve serbrusca, e sim lenta, pacífica efruto de entendimento”.

Enquanto cada vez maiskenjinkais têm presidentes nis-seis, Koichi Nakazawa, queocupa o cargo na AssociaçãoMiyagi Kenjin do Brasil, enxer-ga alguns problemas devido àmudança. “Eles (nisseis) têmdificuldade mesmo é na comu-nicação com a província. Al-guns kenjinkais estão paradosnessa relação com o Japão”,diz o issei. E completa: “Achoque eles têm que se esforçarmais na comunicação. Têmque procurar melhorar rela-ções de comércio, apresentareventos, tecnologias de cadaprovíncia. A Associação Miya-gi, por exemplo, tem o Festival

O issei Koichi Nakazawa, que prevê dificuldades com a mudança... ... e o nissei Akeo Yogui, que acabou superando a desconfiança

Tanabata. Se não tiver nadafica difícil”, analisa Nakazawa.

Futuro - Desde que assumiu apresidência da AssociaçãoIshikawa-ken do Brasil em fe-vereiro de 2005, o nissei Geral-do Issamu Kobori já notou al-gumas mudanças na atuaçãodas pessoas na entidade. “Hou-ve uma participação dos jovens,um pouco mais acentuada quenos outros anos. Antes existiamais dificuldade de comunica-ção com os isseis”, conta. Navisão de Nakazawa, o futurodas associações depende doorgulho que as novas geraçõessentem da descendência japo-

Depois de lutar para con-seguir viabilizar a tempo o Fes-tival do Japão, a comissãoorganizadora praticamente fe-chou toda a programação doevento, marcado para os dias15, 16, 22 e 23 de julho no Cen-tro de Exposições Imigrantes.Em sua nona edição, o Festi-val – que enfrentou algumasdificuldades principalmente naparte organizacional –, ganhaneste ano contorno novos, ape-sar de manter praticamente omesmo formato geral das edi-ções anteriores.

Segundo o coordenadorgeral do evento, Keiji Kato,apesar das poucas mudançaspropostas pela organizaçãodesse ano – fruto da troca dediretoria ocorrida no mês demaio –, o festival está mais doque garantido em termos deatividades e participação dekenjinkais, que neste ano che-ga a 42. “Mudanças profundasnão fizemos nenhuma. Achoque o principal mesmo foi essaunião entre os organizadores,voluntários, enfim, toda a co-missão organizadora. Mas umdos pontos que gostaria de des-tacar é o aumento no númerode kenjinkais participantes.Com isso, ganhamos mais di-versidade na área gastronômi-co, um dos maiores destaquesda festa”, afirma ele.

No encontro com a impren-sa nikkei ocorrido na últimaquinta-feira (22), a questãoorçamentária, um dos pontosque gerou mais dúvidas nasduas últimas edições, tambémfoi levantada. Se no ano ante-rior a arrecadação totaldivulgada pelo Kenren (Fede-ração das Associações de Pro-víncias do Japão no Brasil)chegou a R$ 1 milhão, nesteos planos são mais “modes-tos”. Segundo o atual tesourei-ro do Festival, Hiromu Ohnishi,a idéia é chegar aos R$ 700mil através de cotas de patro-cínio e venda de espaços, sem

levar em consideração a ren-da obtida na bilheteria.

Com o aumento no númerode dias do Festival do Japão,os organizadores esperamtambém reunir mais público.No geral, a expectativa paraos dois fins de semana é atraircerca de 150 mil pessoas, deacordo com o presidente doKenren, Ossamu Matsuo.“Gostaria muito de superaresse número, mas vai depen-der do clima e da vontade dopúblico. Fizemos algumas pe-quenas inovações, como o au-mento no número das cadei-ras e mesas, o que dá umamaior comodidade a todos.Realmente estamos muito oti-mistas quanto ao Festival e te-nho certeza que o sucesso serepetirá”, assegura.

Programação – Em ritmo for-te de trabalho para acertar osúltimos preparativos, as comis-sões montadas para cuidaremdos espaços culturais já adian-tam as atrações que devemfazer a alegria do público noFestival.

Uma das mais esperadas,a área gastronômica valoriza-

COMUNIDADE 2

Comissão organizadora acerta últimos detalhes para Festival do Japão

rá os trabalhos dos kenjinkais.Como neste ano participam 42,os pratos típicos a serem ofe-recidos ganham mais diversi-dade em comparação às edi-ções anteriores. Entre as no-vidades, destaque para iguari-as como o sasadango (doceembrulhado com bambu), ohoutou (sopa dos samurais) eo okonomiyaki (pizza japone-sa) serão oferecidos pelas as-sociações das províncias deNiigata, Yamanashi e Wakaya-ma, respectivamente.

Quem também aproveita aocasião para mostrar novida-des é a área destinada às cri-anças. As atividades serão ins-piradas nos festivais japone-ses, especialmente o HinaMatsuri (Festival das Bone-cas); Kodomo no Hi (Dia dasCrianças) e Tanabata Matsuri(Festival das Estrelas). Con-tando com espaço de 500 m²,as atividades estarão divididasem sete áreas: Narração deContos e Lendas japonesas;Pintura & Arte; Origamis Fes-tivos; Mini Festival das Estre-las; Cozinha Oriental com re-ceitas típicas; Pipas & Papa-gaios e Foto Fantasia.

A exemplo do espaço re-servado aos pequenos, a áreade Artes Marciais receberádemonstrações de senseis(mestres) e alunos de diversasartes marciais orientais. Todasas atividades dessa área sãogratuitas e abertas ao público.

“Essa nova área é destina-da às crianças, com o projeto‘Budô para Crianças’, que é afilosofia das artes marciais ja-ponesas. O projeto consiste emapresentar uma mentalidadediferente, tirando o estereóti-po de que a arte marcial é so-mente agressão e violência”,explica Vésper Otake, coorde-nador da Área de Esportes do9º Festival do Japão. Na partede apresentações, sobem aopalco atletas de aikidô, karatê,judô, kendô, naguinata, kempo,sumô, iai jutsu e shintaido.

Na parte de artes e espe-táculos, com apresentações edemonstrações no palco prin-cipal, o Festival do Japão apre-senta grupos de danças e mú-sicas folclóricas japonesas, quedivulgam danças folclóricascomo Yosakoi Soran, TanabataOdori e Hyogo Ondo, além deinstrumentos musicais típicos,

como o taikô, o kotô e ashakuhachi (flauta japonesa).Além dessas atrações, um dosdestaques que sempre chamaa atenção do público é o con-curso Miss Festival do Japão.

Em meio a tantos prepara-tivos e atrações, os interessa-dos em participar do eventocomo um voluntário, tambémterão oportunidade de mostrarserviço. Para coordenar todaa parte de infra-estrutura emobilização da força jovem, oresponsável pela parte de Re-cursos Humanos do Festival,Roberto Sekiya, garante que600 voluntários devem partici-par do evento. “Ainda estamosaceitando cadastros de pesso-as interessadas em participar.Os voluntários terão a oportu-nidade e o privilégio de traba-lhar na organização de umgrandioso evento. Além disso,

vão fazer amizade com pesso-as de idades, culturas e regi-ões diferentes. E serão embai-xadores da cultura japonesanestes quatro dias”, adiantaSekiya, lembrando que nosanos anteriores caravanas doEspírito Santo, Paraná e MatoGrosso do Sul, além de SãoPaulo.

Aos interessados em fazero cadastro para ser um dosvoluntários ou mesmo parasaber a programação comple-ta do Festival do Japão, o sitepara mais informações é:www.festivaldojapao.com. Aorganização informa ainda queas caravanas de outras cida-des interessadas em visitar oevento devem, se possível, con-centrar a visita nos sábados,em virtude da feira livre queacontece ao lado do pavilhão.

(Rodrigo Meikaru)

Festival do Japão apresentará, no palco principal, grupos de danças e músicas folclóricas

DIVULGAÇÃO

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4 JORNAL NIKKEI São Paulo, 24 a 27 de junho de 2006

Em visita a São Paulopara uma reunião comrepresentantes de enti-

dades representativas e em-presariado local, lideranças deMaringá, no Paraná, mostra-ram que os preparativos locaispara o Centenário andam apassos largos, em especial naconstrução de um dos princi-pais marcos dos 100 anos pa-ranaense, o Parque do Japão– Memorial Imin 100.

Encabeçado pelo prefeitode Maringá Sílvio MagalhãesBarros e pelo deputado esta-dual Luiz Nishimori, o encon-tro congregou mais de 120 pes-soas interessadas em sabermais detalhes do empreendi-mento, e avaliar as possibilida-des de cooperar no projeto,cujo início das obras está mar-cado para o segundo semes-tre.

Animado com o encontro emostrando disposição para vi-sitar o Jornal Nikkei, Barrosconfirmou que os estudos paraviabilização do Parque estãopraticamente prontos, faltandoapenas alguns detalhes para, defato, ser colocado em prática.Sobre o encontro com lideran-ças paulistas, o prefeito confir-mou que as conversas “produ-ziram resultados positivos”, des-tacando o interesse da grandemaioria em cooperar na ação.

“Já lançamos a pedra fun-damental no último mês demaio e, de lá para cá, conse-guimos chamar muita atençãopara o Parque. Essa visita queestamos realizando nada maisé do que uma forma de mos-trar ao pessoal fora do Paranáque estamos firmes e fortesrumo ao Centenário. Pela res-posta, senti que podemos simunificar essa festividade juntocom outros estados, especial-mente São Paulo, que possuiuma grande comunidadenikkei”, afirma Barros.

Na visão de Barros, a cons-trução e o funcionamento doParque em Maringá trarão im-pactos positivos não só à co-munidade nikkei, mas tambémà toda população que hoje vivena cidade, em especial por con-gregar em um único local cen-tros turístico, cultural e esporti-vo, servindo à população comoopção de lazer e prática de ati-vidades culturais e esportivas.

No campo econômico, ainauguração de um complexode tamanha expressão estimu-lará a os negócios locais, emvirtude do número de turistasque visitará o Parque. “Valelembrar que, apesar de seruma ação relacionada com os100 anos de imigração japone-sa no Brasil, o Parque do Ja-pão servirá como um pólo de

cultura e esportes a toda po-pulação. Claro que o foco serána preservação da cultura ja-ponesa e tudo que nele forconstruído terá como referên-cia o Japão. Contudo, ao inau-gurarmos um complexo tãogrande, seria até injusto seraberto somente a uma parcelada comunidade. Acredito tam-bém que com o funcionamen-to a todo o vapor, vamos esti-mular cada vez mais o turismolocal”, explica Barros.

Pensando nessa coletivida-de, um colegiado formado porprofissionais de variadas áreastécnicas tanto do Brasil quantodo Japão (arquitetos, engenhei-ros e paisagistas, além de vo-luntários com participação tam-bém de técnicos da Jica - Agên-cia de Cooperação Internacio-nal do Japão) criou uma Oscip(Organização da SociedadeCivil de Interesse Público), quecuidará somente dos assuntospertinentes ao Parque do Japão.Além de viabilizar o projeto, aentidade ficará responsáveltambém por cuidar da manu-tenção do espaço após a inau-guração, prevista para 22 dejunho de 2008.

O presidente da Oscip,Claudio Haruo Mukai, explicaque o primeiro passo dentro docronograma será a construçãodo Centro Esportivo, após o go-verno Federal disponibilizar ver-bas para dar início à obra. Equi-pado para a prática de diversasmodalidades, o Centro já foiescolhido de antemão pelo Mi-nistério do Esporte como o cen-tro de excelência do judô no suldo País. “Realmente essa am-plitude toda que o Parque doJapão já está tendo mostra queestamos no caminho certo. Épor isso que estamos realizan-do visitas em São Paulo, justa-mente para mostrar o potenci-

al e o que pode ser feito emMaringá. Nos próximos dias,um técnico da Jica visitará aárea para fazer um levantamen-to do que será viável ou não nolocal”, explica.

Além do Centro Esportivo,o local – com cerca de 100 milm² localizado entre os parquesItaipu e Industrial, próximo aoContorno Sul da cidade - trarátambém um Centro Culturaldotado de teatro para 1300pessoas, um Instituto de Estu-dos Japoneses da Universida-de Estadual de Maringá, e umautêntico “Jardim Imperial”,que terá seu estudo arquitetô-nico e paisagístico coordena-do por profissionais da cidadede Kakogawa, co-irmã deMaringá, onde técnicos já tra-balham para apresentar umapaisagem japonesa dentro damata virgem brasileira. Segun-do Mukai, o governo da pro-víncia de Hyogo e Jica uniramesforços para construir umparque genuíno, dentro daspossibilidades climáticas brasi-leiras.

“A idéia da comissão espe-cial é fazer com que os visi-tantes do Parque do Japão dis-ponham de instalações comamplas áreas verdes, lagos ecascatas, onde a natureza pos-sa ser contemplada em sua ple-nitude em cada estação doano. E, claro, tendo como re-ferência a paisagem japonesa”,descreve o presidente, lem-brando que para coroar todo oprocesso, está em estudo ummonumento – de estilo japonês– desenvolvido por arquitetoslocais para ser fincado na en-trada do Parque.

Imin 100 – Acompanhando acomitiva de Maringá, o depu-tado estadual Luiz Nishimoriaproveitou a ocasião para con-

CIDADES/MARINGÁ

Comitiva visita São Paulo paraunificar projetos do Centenário

solidar de vez a união entre oCentenário paulista e parana-ense. Para ele, o estigma derivalidade entre os dois esta-dos está totalmente descarta-do. O importante, diz, “é unirforças para realizar uma ho-menagem grandiosa aos imi-grantes japoneses”.

“Não existe rivalidade en-tre paranaenses e paulistas, demaneira alguma. Inclusive,nossa visita a São Paulo ser-viu justamente para conversar-mos sobre a possibilidade dese realizar ações concretasem conjunto. Uma delas jáapresentada por nós é a ‘ado-ção’ da logomarca utilizadapor aqui nas atividades envol-vendo o Centenário, que seráimplementada em todas asações do Imin 100 [grupo quecuida dos festejos locais]. Ou-tro ponto que gostaria de des-tacar é que recentemente lan-çamos a idéia de se fazer umaespécie da ‘tocha da imigra-ção’ que percorrerá todas asregiões do Paraná, uma formasimbólica de conseguir prestaruma justa homenagem a todasas cidades que possuemrepresentatividade nikkei. Es-tendemos essa idéia para SãoPaulo, sugerindo que a tochacomece sua saga em Santos”,afirma o deputado.

Outra novidade apresenta-da é a formalização da direto-ria do Imin 100, que será defi-nida somente após as eleiçõesno segundo semestre. Contu-do, até lá, os trabalhos conti-nuam “andando normalmente”.“Acredito que esse clima deunião que hoje temos em vári-os municípios paranaenses re-sultará em um grande festejo.E, melhor ainda, se fosse juntocom São Paulo”, finalizaNishimori.

(Rodrigo Meikaru)

CIDADES/SANTOS

O Clube Estrela de Ourorealizou no último dia 17, emsua sede, a tradicional Festa daImigração. O evento contoucom a presença do prefeito deSantos, João Paulo TavaresPapa; da secretária de Turis-mo, Wania Seixas; do secre-tário de Esportes, Lidney Cas-tro Valejo; do ex-deputado fe-deral, Koyu Iha; da deputadafederal Telma de Souza (PT)e do gerente adjunto da SPU(Secretaria do Patrimônio daUnião), Esmeraldo Tarquino,além de representantes dasentidades nikkeis da BaixadaSantista Associação Japonesade Santos (Hiroshi Endo), As-sociação Okinawa de Santos(Yukimori tamashiro), Associ-ação Okinawa de São Vicen-te Seitetsu Iha), AssociaçãoNipo-Brasiliera de São Vicen-te (Ajifu), AA Atlanta(PauloMiyashiro) e Estrela de OuroFC (Sadao Nakai).

No dia 18, com a presen-ça do cônsul geral do Japãoem São Paulo, Masuo Nishi-bayashi, foi realizada a cerimô-nia de depósito de flores no

túmulo de Sakae Mine e noMonumento do Imigrante.

Sobre a devolução do Ca-sarão, onde funcionava a es-cola de língua japonesa e quehoje encontra-se em poder doExército, Sadao Nakai infor-mou que a SPU solicitou à co-missão encarregada de acom-panhar o processo o estatutoda legítima proprietária do imó-vel, a Associação Japonesa deSantos, e comprovação de le-gitimidade de sucessão. “Soli-citamos ao Consulado Geral doJapão em São Paulo este do-cumento pois entendemos queé o órgão correto para estacomprovação”, informouNakai, acrescentando que odocumento está sendo provi-denciado e deve ser peça doprocesso no SPU”.

Nakai disse que na últimasegunda-feira (19), o prefeitode Santos solicitou formalmen-te ao ministro da Justiça,Marcio Thomas Bastos, a agi-lidade no processo de devolu-ção, por ocasião da presençado ministro na cidade de San-tos.

Prefeito pede agilidade nadevolução do imóvel

A Coordenadoria de Assis-tência Técnica Integral (Cati)de Mogi das Cruzes, em par-ceria com as Prefeituras eCasas da Agricultura de Mogie Biritiba Mirim, realizará o“Seminário Regional de Sus-tentabilidade no Agronegóciodo Alto Tietê”, na próximaquarta-feira (28). O objetivo élevantar questões técnicas elegislativas para que o produ-tor possa se capacitar.

Serão convidados todos osprodutores rurais da região, as-sim como vereadores, prefeitose autoridades em geral. “Vamosconversar principalmente sobrelegislação, para saber comoganhar dinheiro sem entrar emconflito com as leis. Tambémpretendemos despertar o inte-resse nos participantes paraoutros cursos”, disse o diretortécnico regional da Cati, Gilber-to Figueiredo.

Entre os temas que serão

debatidos estão agregação devalor no agronegócio, capaci-tação rural, legislação para ouso do solo, combate à erosão,uso da água, sanidade rural eprodução integrada de hortali-ças. Os palestrantes são re-presentantes de empresas, ór-gãos públicos e institutos.

“Este evento é super im-portante para capacitação dosprodutores rurais. Hoje, nãobasta dominar as tecnologiasde produção. É preciso agre-gar novas informações, se pro-fissionalizar e se tornar umempresário rural”, assinala oprefeito Junji Abe, com conhe-cimentos de quem foi presiden-te do Sindicato Rural de Mogidas Cruzes por mais de 20anos consecutivos.

O evento começa às 14 ho-ras, na Estrada Mogi-Salesópolis, km 9, no Cocuera.É necessário confirmar presen-ça pelo telefone: 11/4799-6402.

CIDADES/MOGI DAS CRUZES

Mogi sedia seminário regionalde agronegócio no dia 28

Objetivo do Seminário é levantar questões técnicas e legislativas

DIVULGAÇÃO

Comitiva de Maringá em visita à redação do Jornal Nikkei: sem rivalidade com os paulistas

A Federação Brasileira deRádio Taissô realizou no dia18 de junho, no Sambódromodo Anhembi, em São Paulo, o24º Festival Nacional de Rá-dio Taissô em comemoraçãoaos 98 anos da imigração ja-ponesa no Brasil e o Dia Ofi-cial de Rádio Taissô Munici-pal e Estadual. O evento con-tou com a participação demais de mil ginastas de 32entidades.

O Departamento de RádioTaissô do Bunkyo de Regis-tro esteve presente com umacomitiva formada por 30 pes-soas. Na volta, o grupo apro-veitou para assistir o primeirotempo do jogo entre Brasil eAustrália no restaurante Ta-kayama, em plena serra deMiracatu, e acompanhou o fi-nal da partida no restauranteFazendeiro (distante cerca de60 km de Registro), onde co-memorou a vitória do Brasil.

Karaokê – A Uces (UniãoCultural e Esportiva Sudoeste)promoveu, no último dia 18, o13º Concurso de KaraokêInfanto-Juvenil da Uces noBunkyo de Piedade. Participa-ram 195 cantores amadores de17 regiões (Atibaia, Avaré,Capão Bonito, Caucaia, Ibiúna,Itapetininga, Itapeva, Itu,Mairinque, Piedade, Pilar doSul,Piracicaba, Registro, São

CIDADES/REGISTRO

Bunkyo participa do Festival Nacional de Rádio Taissô em SPMiguel Arcanjo, Sorocaba,Vargem Grande e Campinas).De Registro, participaram seiscandidatos, sendo que trêsconseguiram classificação:Osvaldo Sassaki (1º lugar nacategoria A-5, com a músicaShutyaku-eki Made), ShinitiFunaki (2º lugar na categoriaEspecial-4, com Yukyu noOtoko), e Luiza Shimizu (1ºlugar na categoria Extra-5,

com Onna Hitiri no Nihonkai).

Engueikai – Amanhã (25), às10h, acontece o Engueikai deRegistro no salão social do Re-gistro Base Ball Clube com pro-moção do do Bunkyo local e doRBBC. No cardápio, pratos tí-picos da culinária japonesacomo yakissoba, sushi etempurá preparados pelo RengoFujinkai.

JORNAL NIKKEI

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São Paulo, 24 a 27 de junho de 2006 JORNAL NIKKEI 5

R E S T A U R A N T E S

OTO MAGURO

Ingredientes- 100gr de atum- 60gr de robalo- 60gr de polvo- 60gr de prego- 60gr de salmãoPara o molho:- 1 colher (sopa) de mantei-ga- 3 colheres (sopa) de molhode ostra- 1 colher (sopa) de gengibreralado- 250ml de saquê seco- 1 pitada de sal- 1 colher (sopa) de shoyu tra-dicionalPara decoração:- 10gr de gengibre fatiado- 10gr de cebolinha- ½ pimenta dedo-de-moça

Modo de preparar

Rolls:1 - Corte o atum em três ti-ras de 15cmx2,5 cm e reser-ve2 - Corte o salmão, robalo,prego e polvo em três tiras de8cmx1,5cm e reserve3 - Coloque as três tiras deatum lado a lado (paralela-

mente), coloque as três tirasdo salmão por cima das deatum bem no início perpendi-cularmente e sucessivamen-te uma por cima das outrasas de robalo, prego e polvo.Segure tudo e vire enrolandonas tiras de atum, de formaque ficarão envoltas no atum.4 - Corte os três rolos exata-mente no intervalo das tirasde atum e reserve

Molho:Coloque a manteiga na frigi-deira em fogo médio/baixo.Após derreter, acrescente omolho de ostra, gengibre ra-lado, shoyu, saquêr, sal e mis-ture até ficar homogêneo.Sempre com o fogo aceso,coloque os rolls sobre o mo-lho e espere dar uma levegrelhada, vire e aguarde omesmo do outro lado.

Montagem:Retire os rolls da frigideira emonte dois lado a lado, noprato, e o terceiro por cima,formando uma pequena pirâ-mide. Coloque o molho quen-te por sobre os rolls e decorecom o gengibre, cebolinha ea pimenta. Sirva quente.

Um ambiente que misturagastronomia com cultura e,nesta época de ano, futebol.No JAM Warehouse valetudo. E o mais diferencial: acasa foi projetada no Itaim cominspiração de ambientepraiano, com pé direito alto esustentado por toras de madei-ra eucalipto.

É neste cenário que o tor-cedor poderá curtir os jogos daCopa do Mundo em três tele-visões de plasma 42” e, se aSeleção Brasileira marcar gols,o cliente também sai ganhan-do. A cada gol que Ronaldo ecia. marcar, uma rodada dechope Heineken será servidaaos presentes na casa. Entãose você se interessou, a pro-moção já está de pé para apróxima terça-feira (27), aomeio-dia, bem no horário dealmoço, quando acontece oprimeiro confronto brasileirodas oitavas-de-final, contraGana.

E o cardápio? Uma boapedida é o Especialidade, com-posto por sashimis e sushis, jáque o carro-chefe da casa é oenroladinho de arroz, como dizo gerente operacional Ricardode Souza. O combinado parauma pessoa, que inclui noveunidades de cada, custa R$41,00. Para quatro, R$ 161,00(com 25 sashimis e 28 sushis).

O chef “itiban” da casa,Alexandre Tanamate, que con-ta com o auxílio de outros setesushimen, sugere ainda o Es-pecialidade Premium, que trazcomo ingredientes produtosmais exóticos. Mini-polvo, en-guia, ovas de salmão, tobikoblack (ovas de peixe-voador),massago wasabi, “o que eu ti-ver à disposição no dia, já queisso depende também da tem-porada de pescas”, diz ele. Oindividual custa R$ 61,00 epara quatro pessoas sai por R$239,77. Podem ser empana-dos, defumados, semi-grelha-dos, com o uso do maçarico,que confere ao peixe um sa-bor diferenciado.

Mas se você prefere algo“mais simples” para o almoço,

pode escolher seu prato princi-pal, que terá direito a salada,otoshi (entrada), gohan,missoshiru e sobremesa. A casaoferece ainda música ao vivoque a cada dia varia. Seja MPB,rock, pop, blues, jazz (já viu umpiano de cauda num restauran-te japonês em São Paulo?).Apenas durante a Copa osmúsicos não vêm ao almoço,somente aos jantares, a partirdas 21 horas – e para o couvertartístico paga-se R$ 4,00.

Todo esse ar cultural dá ajustificativa do nome da casa:JAM (Japanese food, Arts andMusic). Os cinco sócios qui-seram fazer dele um restau-rante diferenciado. Todo mêsum artista é convidado a ex-por seus trabalhos no interiorda casa. A vez agora é de CrisMason, com mais de dez óle-os sobre tela nas paredes co-loridas ou de tijolo, com ilumi-nação natural durante o dia.Exceção, ela fica até julho,quando a mostra deve sersubstituída – talvez por foto-grafias ou esculturas. De noi-te, o clima no interior fica maischarmoso, com as velas ace-sas. No mezanino, que possuilounge e pode ser fechado paraeventos, o convidado pode che-

gar mais perto do teto, feito debambus trançados.

E outro serviço é levar ossushimen e cardápio até ondeo contratante desejar. Sejauma reunião formal em casaou mesmo casamentos. Paraisso, é necessário combinar oevento pelo menos 48 horasantes.

Alexandre, o “Itiban” –Com 16 anos de experiência,o chef sansei AlexandreTanamate já sabe o que quer.Liberdade para criar. E noJAM pode fazer isso perfeita-mente. No primeiro restauran-te em que trabalhou, o Shin-Zushi (Paraíso), “comecei porcuriosidade”. “Os donos cha-maram meus irmãos, que fo-ram ao Japão, então eu fuiaprender”, disse. Já começouservindo lagosta viva, pitu vivo,o peixe San Pierre vivo... “Osjaponeses curtem, o que assus-ta aos ocidentais.”

E lá, o público era formadomais por isseis. Mas aprendeua lidar com todos os outros, nosdiversos locais e mesmo redesde fast food em que serviasushis; de jovens a idosos,nikkeis a ocidentais, como éagora no atual. “Lá [no primei-

ro] aprendi a ter agilidade, des-de abrir peixe vivo, ficar maisatento, e vejo que a cozinhatradicional é mais detalhista, epor isso mais sedentária. Aquivemos o conjunto do todo, tra-go legumes e verduras orien-tais e invento pratos na hora”,compara.

Um deles é o sushi commorango e geléia de damasco.“Assim aprende-se como sãoos restaurantes de São Paulo,e temos a nossa base. Aqui ocardápio agrada a todos osgêneros”, salienta. Até mesmoo internacional. No ano passa-do, o JAM ganhou prêmio darevista Cool Awards na cate-goria restaurante, concorren-do com outros fortes nomes dacidade, de cozinhas variadas.

(Cíntia Yamashiro)

JAM WAREHOUSERUA LOPEZ NETO, 308, ITAIM-BIBI

TEL.: 11/3079-4259ALMOÇO – DE SEGUNDA A SEXTA, DAS

13H ÀS 17H; SÁBADO E DOMINGO, DAS

12H ÀS 16H). JANTAR – SEGUNDA E

DOMINGO, DAS 19H ÀS 24H30; TERÇA EQUINTA, DAS 19H À 1H, SEXTA E SÁBADO,DAS 19H À 1H30.ACEITA CHEQUE E TODOS OS CARTÕES

ESTACIONAMENTO COM MANOBRISTA:ISENTO NO ALMOÇO E R$ 10,00 (JANTAR)

JAM Warehouse conta com criaçõesinusitadas de Alexandre Tanamate

No mês passado, o JAMWarehouse inovou seu cardá-pio e colocou à disposição dosfreqüentadores da casa umanovidade: uma saqueria com40 rótulos entre bebidas na-cionais e importadas. Na en-trada, está colocado um taru(barril de madeira que arma-zena o saquê) e a “saquewoman”, devidamente ca-racterizada com quimono emaquiada ao estilo kabuki, seincumbe de servir um AzumaKirin de cortesia tirando a be-bida com uma concha direta-mente ao vasilhame.

“Assim que o cliente che-ga, ela oferece um saquê para

estimular a degustação”,afirma o coordenador demarketing do restaurante,Ernani de Mattos. São seteopções de degustação, mis-turando ou não os saquêse shochus. Os preços va-riam entre R$ 21,00 e R$65,00.

Além de combinar compeixes e frutos do mar, diz-se entre as propriedades dosaquê favorecer as confra-ternizações e prolongar avida. Vale consumi-loquente ou frio. Lá, a pre-ferência é pelo gelado, emtemperatura baixa, costu-me seguido mais no Brasil,

Saqueria oferece degustação com opções variadas da bebidapor ser um país tropical. En-tre as inúmeras garrafas dasaqueria, localizada logo naentrada, vale destacar oHakushika Gold, com flocosde ouro.

Com a bebida originadado Japão produzida por meioda fermentação do arroz dápara fazer muitas invenções,como a saquerinha, que já éservida em muitos bares dacidade. E a shochurinha tam-bém. No JAM as frutas paracompô-las são as mais varia-das possíveis, desde abacaxie framboesa até outras comocarambola, jabuticaba oulichia.

Com 16 anos de experiência, o chef Alexandre Tanamate já sabe o que quer: liberdade para criar

MARCUS HIDE

Ingredientes- 6 camarõesPara risoto:- 3 camarões pi-cados- 50gr de shimeji- 100gr de arroz(japonês comcomum)Para temperodo camarão:- 3 folhas desálvia- 1 ramo (pequeno) de ale-crim- 1 ramo (pequeno) de man-jericão

Para tempero do risoto:- 3 colheres (chá) de azeite- 1 colher (chá) de ajinomoto- 1 envelope de Hondashi- sal a gosto

CAMARÃO À BORBOLETA

(porção para duas pessoas)

- pimenta do reino a gosto

Modo de prepararCamarão: coloque-os na fri-gideira com azeite e alecrime deixe dourarRisoto de shimeji: piique oshimeji, os três camarões emisture-os com o gohan eazeite

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6 JORNAL NIKKEI São Paulo, 24 a 27 de junho de 2006

A Asebex (AssociaçãoBrasileira de Ex-Bolsistas noJapão) promove amanhã (25)a “Palestra de Divulgação deBolsas”, direcionada a interes-sados e futuros candidatos abolsas de estudo no Japão ofe-recidas pelo governo japonêse outras entidades.

Contando com a presençade representantes de entida-des responsáveis pela divulga-ção e escolha dos bolsistas,caso da Jica (Agência de coo-peração Internacional do Ja-pão) e da Nippon Zaidan en-tre outros, o encontro estámarcado para às 14 horas noauditório do Kumon, localiza-do à rua Tomaz Carvalhal, 686,Paraíso. De acordo com osorganizadores, o objetivo é pas-sar informações para estudan-tes universitários, graduados einteressados em estudar noJapão através de bolsa de es-tudos.

Para Eduardo KatsuhikoKashimata, bolsista kenpikenshu no ano de 2004 pelaprovíncia de Saitama e atual

presidente da Asebex, a pales-tra é uma boa oportunidadepara esclarecer dúvidas dosinteressados em estudar ouestagiar no Japão. “Este é umevento muito importante, poismostrará quais os tipos de bol-sa que existem atualmente, nosentido de fornecer a maiorquantidade de informaçõespossíveis que possam auxiliarna escolha da modalidade quemelhor atenda aos objetivos docandidato, e também duranteo próprio período da bolsa.Além disso, é uma palestragratuita e aberta ao público emgeral”, explica ele.

Além de obter informaçõesa respeito das bolsas de estu-do, o presidente garante que oencontro será uma excelenteoportunidade para integrar jo-vens que desejam ir ao Japão,além de ouvir breves relatos deex-bolsistas de cada modalida-de existente.

Para mais informações, otelefone para contatos é: 11/8261-9650 ou pelo sitewww.asebex.org.br.

ENTIDADES

Asebex promove palestra sobrebolsas de estudos no JapãoO Instituto Tomie Ohtake

inaugura no próximo dia 28 aexposição de Artur Lescher,que corresponde ao quintomódulo do projeto Criativida-de: Ação e Pensamento. Ela-borado em parceria com a Fun-dação Carlos Chagas, o obje-tivo é aproximar o público daarte contemporânea. Durantetodo um semestre, uma classeformada por alunos e profes-sores de escolas secundárias,públicas e privadas, discute erealiza exercícios ligados a artecontemporânea. Simultanea-mente, os participantes acom-panham o pensamento e o pro-cesso de produção de umaexposição de um artista espe-cialmente convidado para oprojeto. Dessa vez, na seqüên-cia de Ana Maria Tavares,Amélia Toledo, Rochelle Costie Nuno Ramos, o artista é opaulistano Artur Lescher.

Nesta exposição, tirandopartido da arquitetura do Insti-tuto, Lescher optou por apre-sentar três robustas instala-ções que ocupam três espaçosdistintos. Em uma das salas,apresenta a obra inédita, da

série Rios, desenvolvida ao lon-go do primeiro semestre, naqual utiliza 20 km de bobina depapel, quase 300 quilos domaterial que, ao se desenrolarde duas roldanas, desenha umcircuito que se relaciona como cubo da sala.

Carretéis – Em Daqui paramais além, apresentada naBienal do Mercosul (2005) eque vai ocupar 130m² do Gran-de Hall do Instituto TomieOhtake, dois carretéis gigan-

EXPOSIÇÃO

Instituto Tomie Ohtake apresenta Artur Lescher

Exposição apresenta três robustas instalações no Tomie Ohtake

DIVULGAÇÃO

tes com fios de metal enrola-dos deixam rastros sobre ogrande retângulo de saibro. Noterceiro espaço, a obraPlasmatium (2004), tambéminédita na cidade, realizadacom a colaboração de GabrielaGreeb, é composta de um col-chão quadrilátero d’água dis-posto no centro da sala querecebe sobre si a projeção deum filme projetado na parededo fundo, no qual se vê o pla-no fechado dos pés de umapessoa passeando justamente

sobre o colchão que ele temem frente. Graças à projeção,a parede real do fundo trans-forma-se no suporte de apre-sentação do mesmo chão emque o visitante está.

Artur Lescher vem sendocada vez mais reconhecidopelo modo como compreendea escultura e a noção correlatade instalação. Recentementefoi premiado no mais importan-te concurso de escultura pú-blica do Japão, o KajimaSculpture Competition, algunsmeses depois de sua significa-tiva participação na Bienal doMercosul, encerrada em de-zembro de 2005, juntamentecom a longa exposição de suasduas grandes esculturas dian-te do MALBA, o mais impor-tante museu argentino.

EXPOSIÇÃO: ARTUR LESCHERQUANDO: DE 29 DE JUNHO A 13 DE

AGOSTO, DE TERÇA A DOMINGO, DAS 11ÀS 20H. ABERTURA: 28 DE JUNHO, ÀS 20H

(SOMENTE PARA CONVIDADOS)ONDE: INSTITUTO TOMIE OHTAKE (AV.FARIA LIMA, 201 – ENTRADA PELA RUA

COROPÉS)INFORMAÇÕES PELO TEL.: 11/2245-1900

DIVULGAÇÃO

Em clima de quentão e qua-drilha, alguns colégios nipo-bra-sileiros dão início às tradicio-nais festas juninas, com atra-ções diversas e muita descon-tração.

Hoje, a partir das 11 horas,o Colégio Oshiman realiza sua“Festa Junina”. O evento, or-ganizado pelos alunos da oita-va série com apoio dos profes-sores, conta com barracas dejogos (pescaria, boca do palha-ço, boliche) e de comidas. Ospais dos alunos também contri-buem ajudando nas barracas decomida. “A gente faz um rodí-zio. Enquanto um grupo se di-verte, o outro trabalha.” contaa professora e coordenadorada festa, Nicimara Cassidori.

Além das brincadeiras, ha-verá as apresentações dasquadrilhas dos alunos. Às 11h,é hora dos pequeninos (pré-escola e maternal)se apresen-tarem. Às 13h30, é a vez dosalunos de 1º a 4º série mostra-rem o que ensaiaram e, às16h30, entram em cena os alu-nos de 5º a 8º juntamente comos pais e convidados, encer-rando a festa. “Como gosta-mos e mostramos muita a cul-tura japonesa nos eventoscomo Undokai, a Festa Juninatem o propósito de mostrar acultura brasileira.” conta a pro-fessora Nicimara Cassidori.

“Os alunos que fizeram osconvites. Houve uma seleçãoe foram escolhidos os melho-res”, explica a aluna da oitavasérie, Fernanda Hayassaka.Dentro do convite feito a mãopelos alunos, encontra-se umtexto escrito por Mary Ishimi-ne Nishitauma, uma das alu-nas da oitava série do Colégioexplicando a origem dessa co-memoração e o por quê se cha-ma Festa Junina. A professo-ra organizadora da festa con-ta que são esperados cerca de700 a 800 pessoas aproxima-damente. A entrada tem umpreço simbólico de R$ 2,00.Local: rua Ferdinando Galiani,01, São Paulo.

Também hoje, a escolaYotien Oen promove sua tra-dicional festa junina, no bairrodo Jabaquara. Aberto ao pú-blico em geral, a festa contarácom as atrações mais do queconhecidas pelo público, casodas barracas de comidas típi-cas trazendo pamonha, milhoverde e quentão; e de brinca-deiras como boca do palhaçoe pescaria, além da parte deintegração entre os alunos daescola.

Ao final, a atração maisesperada é a quadrilha, forma-da por pais e alunos da Yotien.Devidamente caracterizados,os participantes realizam, em

clima de muita alegria e des-contração, a coreografia dasmúsicas sertanejas.

De acordo com o diretoradministrativo da escola,Eduardo de Azevedo Alvaren-ga, neste ano são esperadascerca de 400 pessoas na fes-ta. “A cada ano conseguimostrazer mais e mais pessoas, quese sentem muito à vontade nanossa festa junina. E neste anonão será diferente, pois o even-to contará com muitas atra-ções, tanto para os pais quan-to para os alunos”, afirma.

Com entrada gratuita, a fes-ta começa às 10h30 na Asso-ciação Cultural e AssistencialNipo-Brasileira do Jabaquara(rua Nhandirobas, 388, Jaba-quara). Mais informações pelotel 11/5011-2565.

Amanhã, é a vez do Colé-gio Pioneiro (av. dr. AltinoArantes, 1098, Vila Clementi-no) reunir diversas culturas emsua Festa Junina, que contarácom uma enorme variedade decomidas, brincadeiras e diver-são.

O evento conta com inúme-ras barracas de comida queincluem pastel, churrasco,obentô, refrigerantes, hot-dog,entre outros e um deliciosoyakissoba que é servido no re-feitório da escola. Além dascomidas salgadas, os convida-dos poderão saborear bolosfeitos pelas mães dos alunosda oitava série e frutas comchocolate, uma especialidadedos alunos do colegial.

Na parte de atividades, ha-verá barracas de brincadeirascoordenadas pelos professo-res, bem como o “Bingo doPioneiro”. Todas as séries,desde o maternal até o EnsinoMédio irão apresentar suasdanças de quadrilha. O que énovidade neste ano é a apre-sentação de danças típicas dospaíses participantes da Copa doMundo, como, por exemplo, adança típica japonesa Mura-matsuri (Festa na Aldeia). “To-dos os enfeites da festa terãocores de alguns times da Copa.E algumas barracas serãodedicadas a países diferentes.O Brasil, por exemplo, serárepresentado na barraca depescaria.” conta Vera Lúciade Felice, diretora do EnsinoFundamental e organizadora dafesta. Já para o diretor do En-sino Médio, Fernando IsaoKawahara, o evento ganhaprojeção pois faz uma misturada comunidade nikkei com osaspectos de uma festa brasi-leira. ”É um momento de con-fraternização” enfatiza o dire-tor. A festa terá início as 10h eterminará às 17h e a entradacusta R$ 5,00.

Abanda CPM 22 partiuem viagem para o Ja-pão ontem(23), onde

realizará uma mini-turnê detrês shows. Depois de duastentativas frustradas por con-ta de problemas com vistos,passagens, calendário, entreoutros, a banda tem showsagendados nas cidades deGunma (dia 30/06), Nagano(01/07) e Nagoya (02/07). An-tes, a banda faz escala emNova Iorque, onde permane-cerá cinco dias até seguir paraas aguardadas apresentaçõesna terra do sol nascen-te.

Para o baterista da banda,Ricardo Di Roberto, o Japinha,a primeira incursão do grupoem terras estrangeiras seráuma nova etapa na carreira dabanda: “Esse é o nosso primei-ro show internacional. Acredi-to que é importante adquiriresse tipo de experiência”, afir-ma.

Japinha diz que a principalmotivação do grupo é tocarpara uma platéia no exterior,“para enriquecer o nosso cur-rículo. Será uma oportunidadede atendermos os pedidos dosnossos fãs do outro lado domundo. É uma galera que sentefalta das coisas do Brasil, queabsorve o que está se passan-do aqui por somente pelainternet”.

Prova de que essa motiva-ção é estritamente musical é ovalor do cachê oferecido pe-los organizadores do evento.“Os shows no interior de SãoPaulo e em todo o Brasil sãomais lucrativos. Para viabilizaressa apresentação fora, cobra-mos o mesmo cachê do mer-cado brasileiro. Os gastos comestada e passagem são altosporque temos uma equipegrande, de 15 pessoas”, expli-ca.

O nikkei acredita que a re-lação com o público não serámuito diferente da que mantémcom os fãs no Brasil. “Os bra-sileiros que estão trabalhandono Japão vão comparecer emmassa. Temos contato comalguns via e-mail, e notamosque eles são como o pessoaldaqui. Outros artistas que jáestiveram por lá, como oCharlie Brown Jr, o Tihuana eo Vinny, confirmaram que aplatéia é quente”.

Antes de seguir para o Ja-pão, a banda vai passar algunsdias em Nova Iorque para des-

cansar e conferir os atrativosda cidade. “Quero compraracessórios de computador, ele-trônicos e um relógio, além depassar em grandes lojasespecializadas em música,como a Tower Records”, afir-ma.

O baterista diz, ainda, quea banda vai observar as novi-dades de instrumentos musi-cais nos dois países, referên-cias quando o assunto é pro-dução e confecção. “O Lucia-no, um de nossos guitarristas,quer comprar um violão. Euquero uma caixa, pratos e ou-tros acessórios. Já estamosacostumados com os produtosestrangeiros - todos nossosequipamentos são importa-dos”.

Em relação aos custos, omúsico coloca que no exterioros preços podem ser maisacessíveis: “Já trouxemos vá-rias coisas dos Estados Unidos,mas ouvi dizer que os instru-mentos musicais, no Japão, sãomuito caros”, diz. Ele afirmaque não existem conflitos comos patrocinadores quanto à uti-lização de equipamentos deoutras marcas. “Posso usá-lospara gravações em estúdio oupara incrementar a minha ba-teria. É importante estar atua-lizado com os novos lançamen-tos do mercado.”

Sobre as influências que aincursão por terras estrangei-ras pode trazer para o som dabanda, Japinha é taxativo:“Acredito que não vamos mu-dar o nosso estilo. A banda játem uma essência – que é o

som melódico, o peso e a rapi-dez. É lógico que dentro desseformato é possível fazer mu-danças, mas elas não são tãomarcantes como em outrasbandas. O Sepultura, por exem-plo, utilizou ritmos brasileiros noCD Roots. O Chorão, doCharlie Brown, mistura rap,ska e reggae, que têm a ver comeles”, explica.

O baterista lamenta a faltade tempo para conhecer me-lhor as cidades em que o CPM22 vai se apresentar. “Osshows não são espaçados e,por isso, não teremos tempo deconhecer melhor o país, quetem um cultura totalmente di-ferente do Brasil. Gostaria deficar mais tempo”, conclui.

Sangue japonês - O nikkeiadmite que foi influenciadotambém por alguns costumesdo Japão por conta da convi-vência com sua avó. “Costu-mava fazer orações do Budis-mo com ela, além de usar al-gumas saudações em datasespeciais”, relembra.

Apesar do pouco contatocom a cultura japonesa, o mú-sico afirma que sua identifica-ção com ela é praticamentevisceral. “Sou mestiço, crescino meio de primos de outrasascendências. Acho que minhaadmiração pelos valores e tra-dições da terra dos meus avósé devido ao meu sangue japo-nês”.

Reconhecimento dos fãs -No ano passado, Japinha foieleito pela audiência da MTV

para integrar a “banda dos so-nhos”, que contou com o gui-tarrista Edgar Scandurra, obaixista Champignon e avocalista Pitty. “Podia encer-rar a carreira depois deste dia”,diz. Os músicos apresentaram,de improviso, o clássico “IWanna be Sedated”, dosRamones, grupo de punk rockamericano. “A Pitty foi a ma-estro da banda”, conta onikkei.

Considerado um dos músi-cos mais bonitos do Brasil,Japinha desconhece a sua po-pularidade com o público fe-minino do Japão. “Acho queo assédio é maior por aqui.Talvez as japonesas e as des-cendentes sejam mais tímidas,vou ter que conferir pessoal-mente”, brinca.

Ele afirma, porém, que estámais preocupado com o papelde músico do que com o cari-nho das fãs. “Esse tipo de re-conhecimento é divertido, masnão levo muito a sério. Doumais atenção para o lado mu-sical e para as mensagens doCPM. Sou novo e tento pas-sar isso para os jovens - é comose fosse uma obrigação mi-nha”, conclui.

Próximo lançamento – Emjulho, a banda lança o CDMTV ao Vivo, que registra atrajetória da banda iniciada em1995. O repertório conta comcinco músicas inéditas, além dehits como “Regina Let´s Go”,“O mundo dá voltas”, “Irrever-sível, entre outros.

(Gilson Yoshioka)

CPM 22 parte para turnê no Japãode olho em mercado internacional

MÚSICA

Banda leva as canções recheadas de “punch” e melodia aos brasileiros no Japão

FIM DE SEMANA

Colégios realizam festasjuninas em São Paulo

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São Paulo, 24 a 27 de junho de 2006 JORNAL NIKKEI 7

NIKKEI RURAL

Além dos dribles dos cra-ques brasileiros na Copa, osprodutos agropecuários doBrasil também estão presen-tes no cotidiano dos alemães,por intermédio da Campanhado Agronegócio e do Alimen-to Brasileiro, promovida pelaSecretaria de Relações Inter-nacionais do Agronegócio(SRI) do Ministério da Agri-cultura, Pecuária e Abasteci-mento (Mapa).

Expostas em 125 pilaresluminosos e em 36 placas pró-ximas às principais estaçõesdo metrô de Berlim, as peçaspromocionais mostram a ex-celência do alimento brasilei-ro, com suas carnes, frutas ecafés, além de manifestaçõesculturais, como o futebol, osamba, o carnaval e a dança.A campanha de rua tambémse estende a Munique - ter-ceira maior cidade da Alema-nha, com cerca de 1,3 milhãode habitantes -, onde foramespalhados 71 painéis.

O objetivo da ação pro-mocional é construir a ima-gem dos produtos agrícolasbrasileiros junto ao consu-midor final alemão, diz a co-

ordenadora de Ações noMercado Externo da SRI,Telma Gondo. “Estamosmostrando a qualidade, asanidade e a segurança ali-mentar de nossos produtosagropecuários.”

Com a campanha, o Mapaquer mostrar aos consumido-res alemães que o Brasil nãoé apenas um exportador decommodities agrícolas, comoa soja e café verde. “Tam-bém queremos ser conheci-dos como um país que pro-duz e exporta produtos comvalor agregado, como os ca-fés industrializados”, ressal-ta Telma Gondo.

Além das peças expostasnas ruas de Berlim e Muni-que, a Campanha do Agrone-gócio e do Alimento Brasilei-ro tem outras ações. No dia12, por exemplo, o Mapa pro-move em Frankfurt o semi-nário o Agronegócio comoPropulsor do Desenvolvimen-to Mundial. Também estãosendo realizadas sessões dedegustação do café gourmertbrasileiro nos eventos naCasa das Culturas do Mun-do, em Berlim.

Campanha promove oagronegócio do Brasil na Copa

Ao preço médio de R$170,13, o governo arrecadouR$ 4.223.395 milhões no lei-lão de 25 mil sacas de caférealizado hoje (21/06) pelamanhã, no Paraná, por meiodo sistema eletrônico do Ban-co do Brasil. Do total, 24.825mil sacas ou 99,3% foramcompradas.

As 10 mil sacas de café

ofertadas do armazenadasApucarana I (PR) foram ven-didas, assim como as 8 milsacas do armazém MaringáI. Das 7 mil sacas de caféoferecidas do armazémMaringá II, 6.825 mil foramvendidas. O café arábica lei-loado hoje era da safra 87/88,tipos 6 e 7 e bebida Rio eRiada.

Leilão de café vende 99,3%das 25 mil sacas ofertadas

Termina neste sábado aFeicorte 2006 (Feira Interna-cional da Cadeia Produtiva daCarne). A mostra aconteceno Centro de Exposições Imi-grantes, onde ocupa 50.000m²de área coberta, com cercade 3.000 animais e mais de20 raças de aproximadamen-te 450 criadores de todo opaís.

Com mais de 40.000 visi-tantes em cada edição, pro-venientes do Brasil e mais de50 países, a Feicorte temcomo destaque, além de ge-ração de negócios, outras ati-vidades que integram o even-to: Exposições Nacionais, Jul-gamentos e premiação deanimais de 20 raças Taurinas,Zebuínas e Sintéticas. Diver-sos leilões, congresso interna-cional, cozinha interativa, pa-lestras, workshops e várioseventos especiais promovi-dos por entidades e associa-ções relacionadas à cadeiaprodutiva da carne.

A programação contoucom uma palestras especialda pesquisadora da EmbrapaGado de Corte, vinculada aoMinistério da Agricultura,Esther Cardoso, sobre a im-

plantação do SAPI (SistemaAgropecuário de ProduçãoIntegrada) na cadeia produ-tiva da carne bovina . A es-pecialista detalhou todas asbases funcionais do selo degarantia e enfatizou os bene-fícios que a iniciativa rendeua outros segmentos doagronegócio, como a fruticul-tura, que conquista cada vezmais espaço no mercado in-ternacional.

A implantação do SAPI napecuária de corte visa umconjunto de normas e proce-dimentos capazes de garan-tir a qualidade do produto fi-nal, com base na identifica-ção e rastreabilidade, desdea utilização de insumosagropecuários na produçãoaté as gôndolas das redesvarejistas.

Local - Situado em localprivilegiado, na Rodovia dosImigrantes, a apenas 850metros do TerminalJabaquara do Metro, 3km doAeroporto Nacional deCongonhas, 7km do CentroHoteleiro e financeiro de SãoPaulo, 10km do centro da ci-dade e a 25km do AeroportoInternacional de Guarulhos.

Feicorte termina hoje em SP

Um projeto de lei, que tra-mita na Câmara de São Paulo,pode proibir, caso sancionado,caixas ou engradados de ma-deira no acondicionamento,transporte, distribuição e ven-da de alimentos in natura nomunicípio. A medida pode pre-judicar todos os agricultoresque comercializam na cidade,já que terão de substituir ossuportes por similares de plás-tico.

O texto, de autoria davereadora Noemi Nonato(PSB), diz que “não poderãoingressar em territóriopaulistano alimentos in natura,provenientes de outras regiões,armazenados em caixas ouengradados de madeira”. A ini-ciativa servirá para garantirmaior higiene em relação aoalimento consumido no muni-cípio.

Caso seja sancionada naforma do texto original do pro-jeto, nº 285/2006, entretanto,será aplicada uma multa de R$90,00 para cada caixa ou en-gradado transportado. A mul-ta será endereçada ao respon-sável, que poderá ser conside-rado o remetente (enquanto amercadoria não for recebida),o transportador, caso a merca-doria seja de outro estado oude outro município paulista, ouo destinatário, após o recebi-mento da mercadoria.

Caixas e engradados de madeirapodem ser proibidos em São Paulo

Tudo parecia bem até o iní-cio do ano, quando os produ-tores do cogumelo Agaricusblazei (popularmente conheci-do como cogumelo-do-sol) fo-ram surpreendidos pela notíciade que o Japão, um dos maio-res centros consumidores doproduto, reduziria a compra doproduto. O motivo, segundo osexportadores: uma notícia queestava circulando no País deque os efeitos medicinais doproduto, que há mais de 30anos eram considerados efica-zes na cura de diversas doen-ças, não eram reais, segundolaboratórios japoneses.

Segundo o produtor AtushiTakami, que costumava co-mercializar mensalmente 150kg do Agáricus blazei, hoje, ovolume de comercialização foireduzido a 40 kg por mês.“Atualmente estou vendendopara mercados como Taiwan

e Alemanha, além do comér-cio nacional”, disse.

De acordo com levanta-mento realizado pelo módulode cogumelo da Faculdade deCiências Agronômicas (FCA)da Unesp, cerca de 90% doque era produzido no Brasilera exportado para o Japão.

Preocupados com a situa-ção, os pesquisadores daUnesp, que já vinham estudan-do o perfil dos cultivadores docogumelo em várias regiões doestado de São Paulo (Mogi dasCruzes, Piedade e São José do

Rio Preto), estão debatendo oassunto, para poder orientar osprodutores sobre a melhor for-ma de solucionar o problema.

Por enquanto, o que é pos-sível considerar, segundo a bi-óloga Meire Cristina Noguei-ra de Andrade, do módulo decogumelos da FCA, que o nú-mero de funjicultores vem di-minuindo drasticamente.

Em visitas realizadas noscentros de produção doAgaricus blazei, os pesquisa-dores, sob a coordenação daprofa. Dra Marli Teixeira de

Impasse com Japão abalaexportações de cogumelo

Almeida Minhoni observaramque, enquanto alguns produto-res estão com estoques de co-gumelos desidratados, aguar-dando melhorias no mercado,outros estão adaptando suasestruturas para o cultivo deoutras culturas comestíveis,como o Agaricus bisporus e oPleorotus.

Para os que apostam naretomada, resta ter esperança.“No começo do ano a crise foipior. Agora sinto que está co-meçando a melhorar”, disse oprodutor Takami.

Para os defensores da lei,ela segue uma tendência mun-dial, com o argumento que éecologicamente viável, umavez que as caixas sãoreutilizáveis e higienizáveis. “Operigo da incidência de ratos émuito grande, com as caixasde madeira”, diz o engenheiroAgrônomo Arnaldo Prado Lei-te Jr.

Para o diretor de RelaçõesPúblicas do Sindicato dosPermissionários em Centraisde Abastecimentos de Alimen-tos do Estado de São Paulo(Sincaesp), há uma tendênciade se substituir as caixas demadeira por plástico. “Mas

isso deve ser feito com umcerto tempo de adaptação, enão de uma hora para outra,como eles querem”, diz.

Pelo lado dos produtores, opresidente do Sindicato Ruralde Ibiúna, município responsá-vel por boa parte do abaste-cimento da Ceagesp São Pau-lo e das grandes redes de su-permercado, pensa diferente.“O produtor já tem problemassuficientes para se preocupar,agora é pego de surpresa commais esta questão”.

Para fontes ligadas ao pro-cesso, há um certo lobby deempresas fabricantes de cai-xas de plástico para que a lei

seja aprovada, que pode resul-tar no ponto de vantagem naqueda de braço com os produ-tores. “Se a situação já estádifícil agora, imagina com osoutros suportes, que deixarãoos produtos mais caros, espan-tando ainda mais o consumi-dor final?”, questiona Eigi.

O projeto de lei já passouaudiências públicas, desde quefoi elaborado, e corre o riscode entrar em vigor muito embreve. Caso isso aconteça,produtores, transportadores ecompradores terão 120 diaspara se adequarem à nova de-terminação do município deSão Paulo.

Caixas de madeiras podem ser substituídas por similares de plástico, em São Paulo

Ao longo do primeiro semestre, pesquisadores e produtores se reuniram para avaliar crise

Agaricus blazei

Produtos brasileiros estão presentes em feira na Alemanha

Internacional

A exemplo do Brasil, o Ja-pão também pretende ter veí-culos abastecidos com etanol.A notícia de um experimentocom o combustível renovávelfoi publicada no jornal japo-nês The Yomiuri Shimbun. Se-gundo a reportagem, a ilha deMiyakojima, onde já se pro-duz cana-de-açúcar, seriaadaptada para produzir e utili-zar etanol no abastecimento deseus vinte mil veículos.

Japão planeja experimento com etanolO governo irá patrocinar o

projeto que contará tambémcom refinaria na própria ilha.Os postos de gasolina locaisserão reformados para rece-ber e distribuir a mistura, diz ojornal. Para o veículo de im-prensa, os resultados do expe-rimento podem culminar coma adoção do combustível portodo Japão.

O uso da ilha de Miyakojimaé uma sugestão do ministro da

Agricultura, Pecuária e Abas-tecimento, Roberto Rodrigues,que esteve visitando o paíspara conversar com a minis-tra do Meio Ambiente e De-senvolvimento de Okinawa,Yoriko Koike. Os encontrosaconteceram em 2004 e no anopassado.

Em maio, o ministro daAgricultura, Floresta e Pescado Japão, Shoichi Nakagawa,esteve no Brasil para conhe-

cer o modelo brasileiro de pro-dução de etanol. Foi a primei-ra vez que um ministro da agri-cultura japonês esteve no paísem mais de 24 anos. A mistu-ra de álcool à gasolina japone-sa é opcional e está limitada a3%. O governo daquele paísvem analisando a possibilida-de de aumentar para até 10%.O incremento da mistura po-deria abrir um mercado para3,6 bilhões de litros de álcool.

FOTOS: TERUYUKI HOZONO

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8 JORNAL NIKKEI São Paulo, 24 a 27 de junho de 2006

NIKKEI RURAL

CULINÁRIA

Modo de Fazer:Refogue a cebola e o pimentão numa panela de tefal para não grudar. Junte o

peixe temperado com o sal, pimenta e molho shoyu. Abafe e deixe cozinhar opeixe. Sirva quente. Rende 4 porções de 190 calorias/cada.

Benefícios nutricionais do PeixeO peixe é rico em ácidos graxos ômega-3, um tipo de gordura insaturada, que modificam a composição do sangue, através

do aumento dos níveis de HDL (o colesterol “bom”, que previne doenças cardíacas), e da diminuição dos níveis de triglicéridese de LDL (o colesterol ‘’ruim’’, que favorece as doenças cardíacas).

Os ácidos graxos também evitam a adesão e a coagulação das plaquetas sangüíneas e aumentam a flexibilidade dosglóbulos vermelhos, facilitando a circulação.

Os peixes também são ricos em vitaminas do complexo B, e os mais gordurosos em vitaminas A, D e K. Dos minerais,estão mais disponíveis: iodo, magnésio, cálcio, fósforo, potássio, cobre e flúor.

Além de tudo isso, é uma excelente fonte de proteína de alta qualidade, são bem menos calóricos, se comparados com ascarnes bovina, suína e aves.

Peixe Ocidental400 gramas de filé de peixe em cubos

1 pimentão em cubos

1 cebola pequena em cubos

3 colheres sopa de shoyuSal e pimenta a gosto

Célia Priscilla de Barros CazzolaNutricionista e Personal DietCRN: 12308Tels: (11) 9116-0792 e (15) 3241-2923E-mail: [email protected]

O governo Federal promo-ve a II Semana dos AlimentosOrgânicos, que acontece de 23a 30 de junho. Até agora, 13estados e o Distrito Federal jáconfirmaram uma programa-ção especial para o evento.Dezenas de seminários, feiras,palestras, degustações, circui-tos gastronômicos, visitas afazendas orgânicas, entre ou-tras iniciativas serão realizadasno Acre, Alagoas, Bahia,Brasília, Goiás, Mato Grossodo Sul, Pará, Paraná,Pernambuco, Rio de Janeiro,Rio Grande do Sul, SantaCatarina e São Paulo.

Segundo o coordenadorgeral de Desenvolvimento Sus-tentável do Ministério da Agri-cultura, Rogério Dias,o objetivo da campanha é esti-mular o consumo responsávelde alimentos. “A semana dosAlimentos Orgânicos temcomo proposta ser um marcodentro de uma campanhaininterrupta voltada ao escla-recimento da sociedade, maisespecificamente o consumidorurbano, sobre o que é de fatoum alimento orgânico, seusbenefícios e vantagens”.

Para Rogério Dias, promo-ver o produto orgânico é umamaneira de incentivar tambémboas práticas no campo. “Estacampanha procura clarear al-gumas dúvidas que a popula-ção possa ter sobre os orgâni-cos e transformar o consumi-dor urbano num aliado dos pro-dutores”. Durante a II Sema-na dos Alimentos Orgânicos,serão distribuídos folders, ade-sivos e materiais publicitárioscom o objetivo de aproximar oconsumidor do produto orgâ-nico.

Atualmente, a produçãoorgânica brasileira ocupa cer-ca de 6,5 milhões de hectarese envolve aproximadamente 20mil produtores, dos quais 80%são pequenos. Entre os parcei-

ros da iniciativa estão tambéma Associação Brasileira deSupermercados (Abras), Co-missões da Produção Orgâni-ca nas Unidades da Federação(CPOrg), Banco do Brasil,Sebrae, WWF, Planeta Orgâ-

Campanha promove alimento orgânicopara estimular consumo no Brasil

A II Semana do alimentoorgânico terá uma série de ati-vidades no Parque da ÁguaBranca, em São Paulo, e tam-bém em municípios do interi-or e do litoral paulista.No domingo, 24 de junho, ha-verá, além da feira orgânicaque já acontece normalmen-te, promovida pela Associa-ção de Agricultores Orgâni-cos (AAO), a abertura comum café da manhã orgânico,que será aberto ao público.

Em seguida, tem iníciouma série de palestras e de-bates, nos períodos da tardee da manhã.

No mesmo dia, emPiracicaba (SP), acontece afeira orgânica, que terá ori-entação sobre produtos e pro-dução orgânica do GrupoAmaranthus (ESALQ-USP).

Na segunda, dia 26, acon-tece o lançamento das basespara o planejamento estraté-gico institucional da produçãoorgânica, na Superintendên-cia do MAPA, em São Pau-lo. A atividade será conduzidapelos membros da Comissãoda Produção Orgânica(CPOrg/SP), às 14h. No pe-

nico e Sindiorgânicos. A realização é uma parce-

ria entre o Ministério da Agri-cultura, Pecuária e Abasteci-mento, Meio Ambiente, De-senvolvimento Social e Com-bate à Fome, Desenvolvimen-

to Agrário, entre outras enti-dades que pretendem incenti-var o consumo de produtosorgânicos. A Primeira Sema-na de Alimentos Orgânicosaconteceu entre 10 e 16 desetembro do ano passado.

ríodo da manhã, serão reali-zadas, no mesmo local, pales-tras sobre produção de orgâ-nicos vegetais e pecuários.

Em Ubatuba, litoral deSão Paulo, acontece, na quar-ta-feira (28), uma série depalestras sobre temas que vãodesde certificação atécomercialização ética e soli-dária.

No dia seguinte, mais umapalestra. Desta vez sobreperspectivas e benefícios pro-porcionados pelos alimentosorgânicos, com MarceloLaurino, do MAPA. O even-to acontece na Casa SantaLuzia Al. Lorena, em SãoPaulo. No mesmo local, nodia 30, haverá uma feira or-gânica, com degustações edemonstrações.

I Feira Orgânica deIbiúna

No dia 2 de julho (domin-go), acontece a Feira Orgâ-nica do município de Ibiúna,promovida pelo Sindicato Ru-ral local, com o apoio doMAPA, do Sebrae, da prefei-tura, das associações de or-gânicos locais e promoção dojornal Folha do Campo.

Programação da II Semanado Alimento Orgânico em SP

Mais de 20% dos 520 par-ticipantes da Feira Nacionalde Agricultura Familiar e Re-forma Agrária, que se encer-ra neste domingo (25/06), emBrasília, apresentam produtosorgânicos dos mais variadostipos, entre eles grãos, polpade frutas, licores, doces, chás,farinhas e castanhas.

Além de conservar o solo,o cultivo de alimentos orgâni-cos garante a sobrevivênciado trabalhador rural e de suafamília, fortalecendo o víncu-lo do homem com a terra. Éo caso da produtora de docese geléias Dirce Maria deAndrade Biojone, que parti-cipa pela terceira vez da Fei-ra. A produtora procura plan-tar frutas da região que sãomais resistentes a pragas,como mamão, goiaba, jabuti-caba, pitanga e acerola.

Dirce destaca a importân-cia da produção de orgânicose da oportunidade de partici-par da Feira. “Os produtos or-gânicos são importantes por-que não agridem o meio am-biente, são feitos de forma

artesanal e garantem alimen-tos mais saudáveis na nossamesa. Participar da Feira éuma boa oportunidade para ospequenos produtores comoeu, não só por causa das ven-das, mas pela divulgação quepodemos fazer através da de-gustação”, ressalta.

No sul do País, LeonardoOswald produz feijão e bata-tas orgânicos. Ele faz partedas 1,6 mil famílias que inte-gram a Cooperativa Mista dePequenos Produtores da Re-gião Sul (COOPAR), no mu-nicípio de São Lourenço doSul (RS), e que produzem demaneira agroecológica no es-tado.

O produtor, que participa-rá pela primeira vez da Feira,também destaca outro incen-tivo para se produzir orgâni-cos: a conservação do meioambiente. “Tenho consciên-cia de que é preciso conser-var o meio ambiente porqueprecisamos dos recursos quea natureza nos dá para conti-nuar nossa produção”, diz oprodutor.

Orgânicos são destaque naIII Feira de Agricultura Familiar

De risotos, saladas a vinhos, é possível observar uma grande variedade em termos de gastronomia

Orgânicos garantem sobrevivência do trabalhador no campo

FOTOS: PORTAL ORGÂNICO

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São Paulo, 24 a 27 de junho de 2006 JORNAL NIKKEI 9

Terminou domingo (18) emArujá o 3º Torneio Nippon In-tercolonial Poliesportivo, quereuniu na sede do NipponCoutry Club 2.500 atletas de96 entidades em 13 modalida-des. Eram elas: basquete, bei-sebol, judô, natação, malletgolf, gatebol, karatê, futebol,voleibol, handebol, tênis demesa, tênis de campo e corri-da de rua – novidade este ano.

De acordo com o coorde-nador da competição e primei-ro vice-presidente do Nippon,Valter Sassaki, foi a maiorquantidade de modalidadesesportivas já reunidas numacompetição da comunidadenikkei. E isso foi possível gra-ças ao grande espaço físico doclube Nippon – de 320 milmetros quadrados –, do qualele é o primeiro vice-presiden-te. “A intenção é aproveitar anossa estrutura para reunirtodos esses esportes”, dizia nodia da abertura da competição.

Além de associações nipo-brasileiras de São Paulo e in-terior do Estado, o evento con-tou ainda com a participaçãode atletas de Brasília, Curitibae Londrina. Devido a distân-cia, muitos se hospedaram nasdependências do clube duran-te os dias de competição queaproveitou o feriado prolonga-do de Corpus Christi para reu-nir equipes e público.

Após o término do torneio,Sassaki encarou o saldo finalcomo positivo. “O evento ocor-reu dentro do planejado nas 13modalidades, e essa é a finali-dade principal, juntá-las no mes-mo local e mesma data.” E aexpectativa foi superada pelosorganizadores, quecontabilizaram apenas no dia deabertura cerca de 6.100 pesso-as que entraram no clube.

Durante as partidas, elelembra que “houve presençade público principalmente nascategorias menores, com ospais, avós e outros familiares”.

Para ele, que também coorde-na a Comissão de Esportes daAssociação para Comemora-ção do Centenário da Imigra-ção Japonesa no Brasil, o In-tercolonial deste ano ganhoumaior dimensão por integrar ascomemorações que antece-dem os cem anos.

Sassaki acrescentou aindaque para 2008 “o objetivo éfazer um evento ainda maior,colocando esportes que nãotemos praça, como golf, kendô,sumô e outras modalidades doatletismo, e reunir até 5 milatletas em vários clubes deSão Paulo, como o Ibirapuerae o estádio do Bom Retiro noperíodo entre maio e julho, queserão o ápice dos festejos.

Matsuri Night – Um eventoinédito, que se juntou este anoao Torneio Nippon Intercolo-nial Poliesportivo para propa-gar os objetivos do Centená-rio. A intenção era chamar aatenção dos jovens para essahistória, como bem disse KokeiUehara na cerimônia de aber-tura: “é uma oportunidade pararelembrar a memória dos ve-lhos imigrantes que já se fo-ram; o Brasil está se tornandoum país multirracial”.

3º TORNEIO NIPPON INTERCOLONIAL

Organização comemora sucesso e Centenárioplaneja evento maior para 2008

Resultados de algumasmodalidades

TÊNIS DE CAMPOCat. veterano (60 anos)Nippon campeãCooper vice-campeã

Cat. damas (55 anos)Nippon campeãCooper vice-campeã

BEISEBOLCategoria T-bolBastos campeãNippon vice-campeã

KARATÊCategoria juvenilNippon campeã

JUDÔCategoria masterNippon campeã

GATEBOLLChave ouroKyuyu 1º lugarMizuho 2º lugar

Chave prataSuzano 1º lugarMatilde 2º lugar

VOLEIBOLCat. elite masc. adultoNippon campeãSantos vice-campeã

Cat. sub 18 femininoNippon campeãSantos vice-campeã

De acordo com o coorde-nador da Comissão de Jovens,Cláudio Kurita, “a nova gera-ção quer ajudar, e contamosaqui com 80 voluntários de di-versas entidades; é um passopara 2008”. A isso soma-se aspartes cultural e social. Entreas atrações, show da cantorajaponesa Mariko Nakahira euma nova sensação: o MatsuriDance, que cria coreografiasao som de ritmos pop com otaikô. Kurita explicou que apósiniciativas de Londrina e Ma-ringá, o grupo Ishin de YosakoiSoran foi convidado a fazer ademonstração no Nippon. Apraça de alimentação foi umadas áreas mais disputadas danoite. Nas pelo menos oito bar-racas, que tiveram filas imen-sas, as entidades beneficentesnikkeis não deixaram de ven-der tempurás, yakisobas eyakitoris. Só quando os produ-tos acabaram. “Não conseguicomer o que queria, devido aogrande número de pessoas.Acho que os quiosques nãoestavam preparados”, afirmouo administrador Rogério Naka-mura, 35, que, no entanto, dis-se ter valido a pena ir de SãoPaulo para a sede do clube,em Arujá. “É um evento gran-

de, ao qual nunca tinha vindoe queria conferir a abertura dosjogos. Até encontrei um ami-go que não via há dez anos.”

Para o diretor da equipe debeisebol e softbol do NipponBlue Jays, Kazuo Aoyagui, oevento é muito forte, “como sefosse uma olimpíada”. “Come-çamos há três anos e a cadaedição tentamos encaixar umacategoria diferente para dispu-tar.” Desta vez, participarampela equipe o juvenil do softbolfeminino, o T-Bol (até 8 anos)e o pré-infantil (veja algunsresultados no box).

Torneio de beisebol foi uma das atrações do Intercolonial

DIVULGAÇÃO

Casa cheia, torcida des-contraída e, ao final,um conto de fadas com

um final um tanto melancóli-co. Tal definição é a que me-lhor explica a aura predomi-nante na partida Brasil e Ja-pão transmitida pelo Bunkyona última quinta-feira (22), queterminou com um elástico 4 a1 para os brasileiros.

Em meio à 520 pessoaspresentes no Ginásio de Espor-te da entidade, que pela primei-ra vez organizou um eventodesse tipo, o clima antes, du-rante e depois do jogo pratica-mente não se alterou: algunspequenos grupos tentando im-provisar uma roda de samba –meio desengonçada, é verda-de –, misturado com o forteritmo de um grupo de taikô pre-sente no local, este sim combatidas marcantes e ritmocontagiante, que por vezescombinavam com os parcosgritos de “Nippon, Nippon!”.Tudo no mais perfeito clima deintegração, uma das teclas queo próprio Bunkyo vem baten-do a anos.

Na luta para conseguir veros lances no telão montadoespecialmente para a ocasião– sim, dezenas de profissionaisde imprensa “atrapalharam” avisão do jogo – um detalhe cha-mou a atenção: como os japo-neses e os descendente sãometódicos, mesmo na hora detorcer. Para uns, que faziamaté mesmo as contas para sa-ber quanto tempo o Japão ti-

nha para fazer um gol, o máxi-mo que se ouvia era um gemi-do de “abunai” (perigoso)quando o Brasil atacava. Já nahora do Japão, a grande maio-ria ficava em silêncio, soltan-do gritos discretos com asfinalizações contra o gol deDida. Aliás, vale ressaltar aquique, diferentemente das torci-das espalhadas ao redor domundo, quem comandava otempo e o ritmo da festanipônica no Bunkyo não era umlíder de torcida específico, massim os jornalistas presentes,que ditavam inclusive o mo-mento de tocar o pandeiro e ahora de bater no bumbo. Curi-oso ou não?

Aos torcedores presentesque se inflaram de glórias como primeiro gol japonês mas queaos poucos foram murchandono decorrer da partida, o resul-tado parecia o menos importan-te, afinal, o Brasil já havia ga-rantido a vaga já na partida an-terior e o Japão, apesar de terchances de se classificar, sabiaque as chances de vencer osatuais pentacampeões era mis-são das mais difíceis, para nãodizer impossível. O primordialmesmo era a confraternizaçãoe o clima de descontração totalem uma entidade dita como“séria. Segundo um dos torce-dores presentes no ginásio,Tamio Oguchi, nascido no Ja-

pão e radicado no Brasil hámais de 40 anos, “assistir a umapartida de futebol no Bunkyoentre Brasil e Japão é uma for-ma de unir a geração mais ve-lha com os jovens”, deixandoclaro que quer ver mais açõescomo essa em eventos grandi-osos, caso da Copa do Mundo.“Tinha um outro pensamento doBunkyo, sempre muito compor-tado e sério. Vendo agora todaessa bagunça, no bom sentido,acho que mais ações como essadevem ser implementadas”, dis-se ele acompanhado de suamulher e do filho, todos torce-dores do Brasil, diga-se de pas-sagem. “O jogo em si era aqui-lo que eu já esperava, o Brasil

COPA DO MUNDO

Partida entre Brasil e Japão prova força doBunkyo no quesito integração

tem mais é que jogar com osreservas mesmo para trazer ocaneco.”

Fim de jogo, hora de ir paracasa. Da mesma maneira queentraram silenciosos e com-portados, os torcedores nipo-brasileiros deixam as depen-dências do ginásio de formadiscreta, uns reclamando doJapão enquanto outros dandopalpites absurdos sobre o quepoderia ser feito para ganhardo Brasil. “Se o Edmundo fos-se naturalizado, queria ver seesse time não engrenava”, afir-mou o palmeirense EdsonSaito, após muitas rodadas de

Evento no Bunkyo reuniu mais de 500 pessoas no Ginásio de Esportes da entidade: confraternização

JORNAL NIKKEI

amendoim e cerveja. Enquan-to isso, a comissãoorganizadora fazia festa peloalcance da audiência, antesnunca vista dentro da comuni-dade nikkei. Saldo final: se parao Japão restou um “sayonara”pra lá de triste, por outro, ficaa prova de que organizar even-tos grandes como o da Copa éuma forma de integrar cadavez mais a comunidade nipo-brasileira e chegar, assimcomo a bola do jogo, “redon-da” para o Centenário da Imi-gração Japonesa, a ser come-morado daqui a dois anos.

(Rodrigo Meikaru)

Como muitos brasileiros,decidi assistir a partida entreBrasil e Japão num bar. Trêse meia e tudo tranqüilo. Es-colhi ficar perto de uma tele-visão de 29 polegadas – ha-via ainda outras duas, de 20e 14 polegadas espalhadaspelo salão. Aos poucos o lo-cal foi sendo invadido, literal-mente. O verde e amarelotomou conta do bar. Munidosde cornetas e apitos e tudomais que se imagina que pos-sa tirar o sossego, eles foramchegando. Vinham em gru-pos, alguns com crianças.Poucos descendentes de ja-poneses. Tudo era motivopara festa. Mas à medida queo jogo se aproximava, o cli-ma ia esquentando. O fana-tismo, então, passou a falarmais alto.

Ainda no vestiário, a ima-gem do técnico da SeleçãoJaponesa, o brasileiro Zico,cumprimentando os jogado-res brasileiros foi alvo de apu-pos. “Traidor” e “mercená-rio” foram algumas das ex-pressões “publicáveis”. Logoo Zico, que tantas alegriasdeu para o futebol brasileiro.É, no mínimo, uma tremendainjustiça com o “Galinho deQuintino”. Como dizia umpoeta – e que sinceramentenão lembro o nome –, a me-mória é solúvel em álcool.

O apito inicial do árbitrodava bem uma noção dos 90minutos que viriam a seguir.Xingamentos e palavrões fa-zem parte do “vocabulário”usado nos estádios, mas daípartir para insultos é outra coi-sa. Era óbvio a provocação.Pura selvageria, pensei. Éra-mos inimigos declarados noterritório deles, mesmo semdar qualquer bandeira. Mas,é claro, está na cara.

Em minoria, não reagi-mos. Até porque, achava queera um brasileiro com cara de

japonês. Confesso, tenho querever essa minha condição.Até o “abre o olho japonês”tudo ia bem. Se bem queachava que essa expressãoencontrava-se em desuso.Mas a coisa acaboudescambando para a baixa-ria. Coisas pesadas mesmo.Ainda tentei confabular comum torcedor mais próximo.Em vão. Até mesmo as“marias-chuteiras” entraramna onda. O gol de Tamada,aos 33 minutos do primeirotempo foi uma espécie decala-boca. Deu vontade devibrar. Pensei na reação de-pois e achei melhor me con-ter. Mas admito que deixeiescapar um riso irônico e algocomo “vão ter que engolir”.

Mesmo por alguns mo-mentos senti como é doce avingança. Mas juro, estavatorcendo para o Brasil. Penaque durou pouco. A cada golbrasileiro, as provocações au-mentavam. Pensei na tal daconfraternização, em 98 anosde imigração, na relaçãoamistosa entre os dois paí-ses... Nem contra a Argenti-na vi algo parecido.

Fim de jogo, eu e mais ou-tros três nikkeis, que tambémse achavam brasileiros comoeu, fomos tirar satisfação comalguns gatos pingados querestaram. Esperamos, primei-ro, para que os alcoolizadosse retirassem até porque dis-cutir com bêbado não leva anada. Mas não queria levarsatisfação para casa, como sediz popularmente. Alguns,acompanhados das taismarias-chuteiras, pediramdesculpas. Falaram que foi o“calor da partida”. Tudo bem.A Seleção Brasileira pode terdado espetáculo na Alema-nha. Mas, por aqui, ondeacompanhei o jogo, o show foio da baixaria.

(Aldo Shiguti)

Onde é proibido torcer

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10 JORNAL NIKKEI São Paulo, 24 a 27 de junho de 2006

TRADIÇÃO

Além das atrações naci-onais, o 41º Festival deMúsica e Dança Fol-

clórica Japonesa, ou Gueino-sai (como é conhecido), queacontece hoje (24) e amanhã(25), no Grande Auditório doBunkyo (Sociedade Brasileirade Cultura Japonesa), contarátambém com uma atração in-ternacional. Trata-se do showda cantora japonesa MarikoNakahira, programado para osdois dias do evento.

Este é o terceiro ano que acantora realiza turnê pelo Bra-sil, interpretando um repertó-rio que inclui não somente maisde uma centena de cançõespopulares japonesas, comotambém as internacionais, in-cluindo várias brasileiras.

Considerado uma das maisimportantes manifestações ar-tísticas da comunidade nipo-brasileira, o Gueinosai reúne nopalco do Bunkyo diferentesgrupos, professores e alunosde vários estilos de bailados,praticantes de músicas tradi-cionais, teatro, entre outrasmanifestações artísticas.

Com a finalidade de promo-ver uma “revitalização” doevento, neste ano foram intro-duzidas algumas mudanças namontagem da programação.Assim, além de incluir os gru-pos e pessoas escolhidas na tra-dicional seletiva, foram feitosconvites especiais aos grupos,professores e praticantes con-siderados representativos emsuas respectivas modalidades.

Além disso, para promovermaior divulgação da chamada“arte japonesa de palco”(gueino), serão introduzidas, ao

longo do Festival, as explica-ções de cada uma das atra-ções em duas línguas (japonês/português) visando proporcio-nar maior proximidade comaqueles nikkeis e não-nikkeisque, apesar de não conhece-rem a língua, estão interessa-dos em cultura japonesa.

Atrações – Estão programa-das as seguintes modalidades:música clássica (koto, shami-sen, shakuhachi), música fol-clórica (minyo), música popu-lar (kayo) e karaokê; dança

Estão abertas as inscriçõespara o 14º Concurso MissRyuso do Brasil, que aconteceno dia 30 de julho e irá elegeras candidatas mais belas, des-cendentes da ilha de Okinawa.O evento, tradicional e organi-zado pelo Centro Cultural Oki-nawa do Brasil, ganha nesteano duas novidades: as reali-zações também dos concursosMister Uchinanchu e MissMissô, ambos com candidatosmasculinos.

De acordo com a coorde-nadora, Cida Guenka, o even-to tem ainda objetivo cultural.“Divulgamos o bingata [kimonotradicional de seda com aces-sórios]. E este ano teremos umdia a mais, o sábado, já que atéo ano passado era só o domin-go. Vamos fazer um bazarmaior, teremos workshops eshows”, afirma ela, explican-do que para isso contam como apoio da prefeitura deDiadema.

“Antigamente [até 2004],mandávamos a vencedorapara Okinawa. Mas os custosficaram altos e as companhiasaéreas não conseguem maisdar como cortesia”, lamenta.Para esta edição, os prêmiosda Miss Ryuso, Miss Simpa-tia, 1ª e 2ª Princesas, além dostrês primeiros colocados nasduas categorias masculinas,ainda não foram definidos. Noentanto, vale o incentivo daparticipação da candidata, quepoderá contar com torcida,cuja mais animada receberáum troféu.

Os desfiles serão no dia 30.Para participar, as candidatasdevem seguir os seguintes re-quisitos: ser descendente daprovíncia de Okinawa (porparte de pai ou da mãe), teridade mínima de 16 anos (nas-

cida em 1990) e máxima de 25anos (nascida em 1981), serindicada por um shibu, entida-des coligadas ou por empresase não ter ganhado nenhumaedição anterior (ex-candidataspodem concorrer). A ficha deinscrição deve ser apresenta-da, até o dia 18 de julho, comuma cópia de RG e duas fo-tos: uma no tamanho 5x7cm eoutra 10x15cm (para ser ex-posta em painel no dia do con-curso). A taxa é de R$ 50,00,e haverá dois ensaios, em 23de julho (13h às 16h) e em 29de julho (das 9h às 12h), nosquais elas deverão levar umpar de tênis, um de chinelos eum kimono comprido simples.

Miss Missô - Aproveitandoa realização do Concurso MissRyuso, o Centro Cultural Oki-nawa do Brasil resolveu inse-rir mais duas categorias paradiversificar a competição, erealiza no mesmo dia 30 de ju-lho o Concurso Mister Uchi-nanchu e o Concurso MissMissô. Em ambas, os candida-tos são homens, descendentesde Okinawa, sem limite de ida-de e devem ser indicados porum shibu, entidades coligadasou empresas.

“Resolvemos fazer issopara inovar e deixar o eventomais animado”, diz Cida, expli-cando que o Uchinanchu, cujainspiração veio de concursosemelhante no Havaí, elegeráos peitos mais peludos sob ohappi. “São gozações, é umafarra.” Já no Missô, brincadei-ra originada por entidade regi-onal de São Matheus – onde acomunidade okinawana é forte–, os homens se vestirão demulher e desfilarão de qualquertraje feminino e de biquíni.

“O pessoal tem vergonha,mas até agora temos quatronomes inscritos, na faixa dos 30anos. Como este é um concur-so piloto, estamos testando enão temos idéia de quantos can-didatos ainda virão”, afirma.

Para eles, o prazo de ins-crição, que vai até o dia 25 dejulho, é isento de taxa. A fichade inscrição para os concur-sos pode ser adquirida pelos te-lefones 11/6216-7867 (Cida)ou 2276-9616 (Alice, de noite)ou pelo e-mail [email protected].

Mariko Nakahira é uma dasatrações do 41º Guenosai

clássica (buyo), dança em gru-po (dambu – dantai buyo) en-volvendo vários estilos e dan-ças típicas de diferentes regi-ões do Japão como a de Oki-nawa e a ocidental (youbu)com dança espanhola e tangoargentino; yosakoi soran; taikô.Destaque também para a apre-sentação do kagura, as dançase músicas sagradas doxintoísmo e para o rokyoku(narrativa melódica popular,acompanhada por shamisen,sobre temas históricos e con-tos tradicionais).

14º MISS RYUSO

Inscrições estão abertas eaceitam candidatos para

Na parte musical tambémestarão se apresentando o gru-po de taisho-goto (tipo de kotocriado e desenvolvido na eraTaisho - 1912-1926) e os me-lhores cantores de karaokê(apresentação do cantor acom-panhada de playback).

Neste ano, o Gueinosai es-tará colaborando com a Cam-panha de Agasalho promovidapela Prefeitura Municipal deSão Paulo. Assim, a entradaserá franca, mas os interessa-dos deverão trocar o convitepor um agasalho

No hall do Auditório, osbazaristas estarãocomercializando uma varieda-de de produtos japoneses, na-cionais e importados. Além dis-so, o Bufê Ozaki será respon-sável pelo setor de alimenta-ção e, entre várias opções, es-tará servindo o obentô (R$ 8,50incluindo refrigerante) e terá oself-service (R$ 10,00 comrefrigerante).

O Bunkyo fica na Rua SãoJoaquim, 381. Informaçõespelo tel.: 11/3208-1755

Este ano organizadores decidiram priomover uma revitalização no evento

IDIVULGAÇÃO

Evento irá eleger as mais belas descendentes de Okinawa

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