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    CONFERNCIA MUNICIPAL DE EDUCAO COMUDERECIFE, 05/06/2009, Hotel Jangadeiro

    CIDADE EDUCADORAAlguns desafios para difuso de valores

    republicanos e democrticos a partir da cidade doRecife.

    Jan Bitoun (Prof. de Geografia - UFPE)

    [email protected]

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    ROTEIRO Motivaes de ordem pessoal:

    Educar Entre os muros da escola Laurent Cantet (2008) Educarde fora dos muros;

    Educar: uma experincia entre geraes Os anos 80 como marco; Relaes com a cidade: entusiasmo do conhecimento, revolta contra a

    indiferena Questionar valores que configuram a cidade.

    ------- Os gegrafos so atores sociais e a geografia faz parte da sociedade; as

    suas produes devem ser vistas neste contexto onde domina o movimento

    das coisas, das idias e das estratgias. (BERDOULAY V. Geographie: lieux dediscours in Cahiers de Geographie du Qubec, vol 32, n 87, Dc 1988, p. 247. [Trad.])

    ROTEIRO

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    ROTEIRO A Cidade como texto: O que precisaria ser lido

    Cidade como sociedade poltica: Quanto pesam as dissimetrias noexerccio do poder Qualidade dos processos decisrios

    Cidade como produo material Qualidade de vida Projetos polticos/materiais de cidade Como se sucederam no

    tempo?

    A Cidade como experincia: O que precisaria ser questionado? Relao entre desenvolvimento econmico e desigualdades scio-

    espaciais, remetendo ento ao feixe de escolhas e aes queconfiguraram um estilo de desenvolvimento urbano injusto e

    propcio ao crescimento da violncia. O reconhecimento da diversidade scio-espacial na formao do

    espao urbano do Recife: Um potencial para a riqueza cultural?

    ROTEIRO

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    QUALIDADE DOS PROCESSOS DECISRIOS NUMASOCIEDADE POLTICA MARCADA PELA

    DESIGUALDADE

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    ROTEIRO Cidade como sociedade poltica: Quanto pesam as dissimetrias

    no exerccio do poder Qualidade dos processos decisrios

    A Cidade como texto: O que precisaria ser lido

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    Ambrogio Lorenzetti (1338-1340) Siena

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    Mau Governo

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    Efeitos do Mau Governo na cidade

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    Bom Governo

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    Efeitos do Bom Governo na cidade

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    A cidade,territrio da poltica: espao de interaes verticais

    Territriosvivem uma solidariedade de tipo organizacional, isto , as

    relaes que mantm a agregao e a cooperao entre agentes resultam

    em um processo de organizao, no qual predominam fatores externos sreas de incidncia dos mencionados agentes. Chamemos macroatores

    queles que, de fora da rea, determinam as modalidades internas da

    ao. a esses macroatores que, em ltima anlise, cabe direta ou

    indiretamente a tarefa de organizar o trabalho de todos os outros, osquais de uma forma ou de outra dependem de sua regulao. O fato de

    que cada um deve adaptar comportamentos locais aos interesses globais,

    que esto sempre mudando, leva o processo organizacional a se dar com

    descontinuidades, cujo ritmo depende do nmero e do poder

    correspondente a cada macroagente.

    Milton Santos Por uma outra globalizao Record, 2000

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    A cidade,territrio da poltica: espao de interaes horizontais

    Territrios so produzidos por uma integrao solidria, obtida

    mediante solidariedades horizontais internas, cuja natureza tanto

    econmica, social e cultural como propriamente geogrfica. Asobrevivncia do conjunto - no importa que os diversos agentes tenham

    interesses diferentes - depende desse exerccio da solidariedade

    indispensvel ao trabalho e que gera a visibilidade do interesse comum.

    Tal ao comum no obrigatoriamente o resultado de pactos explcitosnem de polticas claramente estabelecidas. A prpria existncia,

    adaptando-se a situaes cujo comando freqentemente escapa aos

    respectivos atores, acaba por exigir de cada qual um permanente estado

    de alerta, no sentido de apreender as mudanas e descobrir as solues

    indispensveis.

    Milton Santos Por uma outra globalizao Record, 2000

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    A paisagem do Recife reflete a profunda desigualdade social

    e econmica entre seus habitantes. Moradores de BoaViagem, com padro de vida igual ao da Noruega, convivemcom habitantes do Coque, onde as condies de sobrevivnciaso semelhantes s da frica. O Atlas de DesenvolvimentoHumano expe por que os poucos que possuem tanto

    procuram se isolar da multido que sobrevive com topouco.

    Capital pernambucana, de acordo com estudo patrocinadopela ONU, uma cidade de cruel distribuio de renda e um

    crescente abismo social entre a populao mais rica e a maispobre.

    (DIRIO DE PERNAMBUCO: 2005)

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    LINHA DE IMPASSE ANDR SINGER (FSP 10/09/2008)

    "Linha de Passe" desenha um fracasso do conjunto da sociedade. A exasperao doroteiro reflete um pas de feies horrveis

    "LINHA DE PASSE", de Walter Salles e Daniela Thomas, que estreou no

    ltimo fim de semana, cumpre a funo aparente de lembrar ao topoda pirmide como sobrevive (?) a base metropolitana dos brasileiros.Dado o tamanho da desigualdade entre os estratos no Brasil, quemhabita as esferas superiores pode no saber o que se passa a poucosmetros de sua casa. Os condomnios fechados, os muros eletrificados

    e os carros blindados encerram a classe mdia alta numa bolha cujarbita mental est mais perto de Miami do que do Capo Redondo....

    A fico soa to verdadeira que poderia ser um conjunto de

    depoimentos sobre o cotidiano na periferia de So Paulo. O resumodas experincias relatadas simples: qualquer que seja o caminhotentado,para quem teve a "m sorte" de nascer pobre, impossvelescapar de um crculo de violncia e humilhao..

    LINHA DE IMPASSE ANDR SINGER (FSP 10/09/2008)

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    LINHA DE IMPASSE ANDR SINGER (FSP 10/09/2008)"A crescente exasperao que toma conta do roteiro, medida que os

    personagens so detidos por uma invisvel barreira que os impede deencontrar melhor destino, reflete um pas de feies horrveis.

    Ao relegar a maioria de seus membros a relaes permanentementebrutais e desumanas, ele se constitui em um exemplo deanticivilizao.

    Para ficar em apenas um de mltiplos exemplos oferecidos pelos

    autores, note-se como as imagens das massas de jovens candidatos afutebolistas, sendo maltratados e espezinhados apenas por buscaremum lugar ao sol, lembram as prises superlotadas com seus rituaismacabros ou o embrutecedor treino de tropas que foi objeto derecente e polmico tratamento cinematogrfico. Enfim, a barbrie

    est na esquina. Basta querer enxergar e, mesmo que a parcelaaquinhoada prefira virar o rosto, objetivamente o presente estado decoisas limita tambm a chance de realizao humana dos bem-nascidos.

    I di d i i li i did

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    A convivncia na mesma cidade de

    populaes em reas com ndicesde Desenvolvimento Humano todispares significa exatamente oque? Seguramente, nenhuma dessaspopulaes mora na Noruega nemno Gabo.O ndice de DesenvolvimentoHumano no mensura padres devida porque, simplesmente, no foiconcebido para isso!

    Indicadores estatsticos precisam ser politicamente entendidos nas suasintenes e finalidades:

    O que revelam os ndices de Desenvolvimento Humano no Recife

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    O valor do ndice representa, maisdo que as condies de Educao,de Longevidade e de Renda, umestado a partir do qual ser mais oumenos provvel o alcance, pelosindivduos de uma determinadasociedade, de novas capacidades ede liberdades de escolha. Em suma,um baixo ndice significa que osindivduos vivem em condies demisria e opresso que entravam ocrescimento do ser humano emdireo a ele mesmo segundo aexpresso do economista RenPasset, ou que as escolhassimplesmente no esto disponveis

    e muitas oportunidades na vidamantm-se inacessveis, conformeo Relatrio do DesenvolvimentoHumano 2001 (PNUD).

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    Em escala intra-urbana, acoexistncia na mesma cidade deIDH noruegus e gabons significaque existem enormes dissimetriasafetando essas possibilidades deescolha, ou que essas seriammonopolizadas por poucos. Emsuma, constatar que em poucasUnidades de Desenvolvimento

    Humano no Recife se alcana IDHnoruegus no indica que apopulao que l reside adotou asmesmas escolhas que a populaonorueguesa, mas que da qualidadedas suas escolhas dependeram

    muitas aes definidoras do padrode desenvolvimento urbano doconjunto da cidade.

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    PADRES DE PRODUO MATERIAL DA CIDADE:PENSAR QUAIS FORAM AS ESCOLHAS.

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    ASPECTOS GERAIS

    A organizao dos dados revela com clareza as estreitas correlaesentre crescimento econmico e maiores desigualdades sociais. Naperiferia das colinas, historicamente abandonada pelo poder pblico,organizou-se uma sociedade pobre com pequenas diferenas. No centro,

    que no passado e no presente permanece foco de atenes e deinvestimentos, observam-se em Unidades de Desenvolvimento Humanaos piores indicadores da cidade; ao lado de outras, com os melhores. Seo crescimento econmico um insumo indispensvel aodesenvolvimento, se, sem ele no haveria a histrica ampliao da

    esperana de vida, notvel a incapacidade da sociedade local em usaros benefcios do crescimento em prol da construo de perspectivasmenos caricaturalmente desiguais.

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    ASPECTOS GERAIS

    A organizao dos dados revela com clareza as estreitas correlaesentre crescimento econmico e maiores desigualdades sociais. Naperiferia das colinas, historicamente abandonada pelo poder pblico,organizou-se uma sociedade pobre com pequenas diferenas. No centro,

    que no passado e no presente permanece foco de atenes e deinvestimentos, observam-se em Unidades de Desenvolvimento Humanaos piores indicadores da cidade; ao lado de outras, com os melhores. Seo crescimento econmico um insumo indispensvel aodesenvolvimento, se, sem ele no haveria a histrica ampliao da

    esperana de vida, notvel a incapacidade da sociedade local em usaros benefcios do crescimento em prol da construo de perspectivasmenos caricaturalmente desiguais.

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    ASPECTOS GERAIS

    Isso visvel comparando espaos apropriados por diversos segmentossociais, configurando uma muita complexa geografia social no mbito daqual coexistem pessoas que se reconhecem diferentes e cujo acesso aosolo, habitao, servios e trabalho diferencia.

    Isso visvel tambm quando se verifica a relao dos moradores com asgrandes redes coletivas artificiais que condicionam a relao da cidadecom a natureza, entre essas: saneamento bsico (gua e Esgoto)

    manejo das guas pluviais coleta dos resduos slidos transportes

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    A estrutura espacial da desigualdade na periferia dosmorros onde os investimentos chegaram tarde, depois dapopulao ter se assentado; por excelncia, o espao dospobres, ocupado desde os anos 40 do sculo XX.Diferena entre mdias de renda per capita, por UDH,

    de R$ 95,00 a R$ 215,00 (de 1 a 2)(ATLAS DE DESENVOLVIMENTO HUMANO NO RECIFE, 2005)

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    A estrutura espacial da desigualdade na plancie, onde os

    bairros de subrbio se formaram a partir de engenhos estios no decorrer dos sculos XIX e XX, decorrente daconcentrao dos investimentos ao longo dos eixosprincipais ligando o porto s plantaes, conquanto asreas mais afastadas, ao longo dos cursos dgua ficaramao Deus dar;Diferena entre mdias de renda per capita, por UDH,

    de R$130,00 a R$ 1350,00 (de 1 a 10)(ATLAS DE DESENVOLVIMENTO HUMANO NO RECIFE, 2005)

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    Esperana de vida ao nascer em 2000

    UDH Areias / Ins Andreazza, Vila Cardeal e Silva: 70 anos

    UDHAreias / ZEIS Caote, J. Ucha, Beirinha, Rua do Rio, Iraque: 64 anos

    Bairro IPSEP: 76 anos

    Atlas de Desenvolvimento Humano no Recife, 2005

    Na plancie, os espaos crticos situam-se, em geral nas margens dos cursos dgua.

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    Esperana de vida ao nascer em 2000

    UDH Areias / Ins Andreazza, Vila Cardeal e Silva: 70 anos

    UDHAreias / ZEIS Caote, J. Ucha, Beirinha, Rua do Rio, Iraque: 64 anos

    Bairro IPSEP: 76 anos

    Atlas de Desenvolvimento Humano no Recife, 2005

    Na plancie, os espaos crticos situam-se, em geral nas margens dos cursos dgua.

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    A estrutura espacial da desigualdade no Centro (histrico emoderno) onde se concentraram os investimentos: as maisfortes desigualdades.Diferena entre mdias de renda per capita, por UDH, de

    R$ 86,00 a R$ 1864,00 (de 1 a 21)(ATLAS DE DESENVOLVIMENTO HUMANO NO RECIFE, 2005)

    Centro Expandido

    Zona Sul

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    Esperana de vida aonascer em 2000

    UDH Boa Vista, Ilha doLeite, Paissandu:76 anosUDH Coque63 anos

    Diferena:13 anosAtlas de DesenvolvimentoHumano no Recife, 2005

    Uma parte da cidade que recebeumuitos investimentos pblicos e

    privados

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    RECONSTITUIRSUCESSIVOS PROJETOS DE CIDADES

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    CIDADE COLONIAL

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    COMERCIANTES

    IGREJA

    AGRICULTORES

    2. FORMAO HISTRICA DA AGLOMERAO METROPOLITANA: RECIFE

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    O O S C G O O O O C

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    CIDADE LIBERAL

    HIGIENISMO BIOLGICO E HIGIENISMO SOCIAL: O DEBATE SOBRE OS MOCAMBOS

    AS GRANDES OBRAS PARA TORNAR A CIDADE MODERNA E CIVILIZADA: O MODELOHAUSSMANN

    CIDADE DESENVOLVIMENTISTA

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    Anos 50 a 80: Desenvolvimento econmico e lutassociais coletivas

    Povo Classe Operria (Marxistas)

    Povo Organizao e luta comunitria(Igreja progressista)

    CIDADE DESENVOLVIMENTISTA

    Anos 1940 1960

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    Anos 1940 1960

    O Centro corresponde ainda cidade do sculo XVIII;

    Precisa-se prosseguir na suamodernizao;

    O crescimento urbano ocorre nas

    colinas e na Zona Sul;

    O futuro a industrializao (vide

    So Paulo)

    TEMPO DE ESPERANA NO PROGRESSO(MCP; Frente do Recife)

    OLHAR PARA A PERIFERIA

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    OLHAR PARA A PERIFERIA

    O Recife tem um grande nmero de bairros populares cuja populao no

    podemos estimar, mas enorme a sua concentrao sobre os morros doNoroeste da Cidade. um terreno magnfico para fazer uma cidade popularmodelo, mas preciso dar-lhe um tratamento diferente e acreditarmoscom Gilberto Freire que preciso no pensar na sua transformao emhabitat de tipo europeu e, sim, no melhoramento do habitat nativo, sob oaspecto da higiene e num tipo de urbanizao original.O stio magnfico, mas os trabalhos so considerveis. Entretanto temoscerteza que bons urbanistas dariam um tratamento adequado a essegrande bairro que, de uma maneira muito interessante, viria permitir umavida sadia a essa populao subproletarizada ou em rpida via desubproletarizao.

    LEBRET L.J. Srie Planificao Econmica III - CODEPE, RECIFE 1955

    CIDADE NEOLIBERAL

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    De 80 at hoje: Instabilidade econmica e Competitividadeo Indivduos ou grupos estigmatizados / vulnerveis / derisco vs. construo da indiferena e da alienao(ideolgica e material).

    oDesenvolvimento Humano: Processo de ampliaodas capacidades de escolha dos indivduos(Desenvolvimento como liberdade SEN; Teoria daJustia RAWLS ).

    oValor orientador: A competitividade

    CIDADE NEOLIBERAL

    Anos 1990/2000

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    Anos 1990/2000Reinvestir no Centro?

    Busca de novas centralidadesPapel articulador das bacias do Pina ede Santo Amaro

    Reconhecimento de plos ignorando as atividades informais

    Urbanismo de oportunidades

    No Centro, os primeirosreinvestimentos: PRODETUR /MONUMENTA / P. DIGITAL

    POLO MEDICO HOSPITALAR

    A CIDADE EMPREENDEDORA ECOMPETITIVA

    A INTEGRAO SUBORDINADA

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    preciso que se posicione a cidade com funes competitivas que lheassegurem primazia em relao s realidades do Nordeste, do Estado dePernambuco e da Regio Metropolitana do Recife. Para tanto, h queconsiderar o novo paradigma de desenvolvimento nacional que apresenta,

    basicamente, duas variantes: uma, manifestada pela adeso incontinenteao paradigma mundial em curso, consubstanciado na globalizao docapitalismo, na internacionalizao financeira, na liberalizao comerciale na integrao macrorregional de mercados; outra, na perspectiva de umnovo ciclo de crescimento sustentado para o pas. (RECIFE, ProjetoCapital1999)

    A INTEGRAO SUBORDINADA

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    Torres residenciaisem construo

    Futura Expanso Imobiliria

    Futura Expansoimobiliria

    Bairro 1920

    Bairro 40/60

    Bairro Colonial

    AssentamentoPopular

    AssentamentoPopular

    AssentamentoPopular

    Anos 2000: O modelo de interveno do Complexo Turstico-Cultural Recife/Olinda Um Waterfront - um Grande ProjetoUrbano atualmente elaborado.Como e com quais ritmos esto sendo previstas:As novas construes em terrenos e brownsfieldsA reabilitao do patrimnioAs amelioraes do habitat dos pobres?

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    PROJETOS DE CIDADE: UM BALANO

    "Apesar das grandes diferenas existentes entre projetos de cidade, estes comungamna subestimao da diversidade dos sujeitos e das suas capacidades de definir, comcerto grau de autonomia, vontades prprias. Em 1961, o progresso deve mover ahistria e transformar o povo em industriosa classe operria. Em 1999, o paradigmada competitividade leva a selecionar no meio empresarial os parceiros parapromover a cidade. No decorrer de todo esse perodo, o pensamento sobre o

    crescimento da cidade, nas suas feies gerais, no gerou uma plena e livreintegrao da grande maioria dos seus habitantes. Quando integrados em processosparticipativos, segmentos com poucas liberdades de escolha foram limitados adebater necessidades bsicas, tais como a habitao popular, sem muito poder seenvolver em definies de natureza mais geral sobre o futuro da cidade.Conseqentemente, essas definies no alcanaram grande peso, nem grande

    efetividade, resumindo-se a exerccios em grande parte retricos. Alm de atendera alguns interesses localizados, permaneceram assaz desvinculados do pulsar dacidade.

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    O RECONHECIMENTO DA DIVERSIDADE SERIASUFICIENTE?

    ASSOCIADO ACOMODAO COM A DESIGUALDADE

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    DIVERSIDADE: VOZES DA CIDADE

    Circuncidaram meninos. Recitaram-se, nem sempre em voz

    baixa nem de medo, piyyutim saudosos. Talvez mesma horaem que dentro das igrejas papistas e at na rua, em procissesque saam com a licena do Conde, se entoassem louvores emlatim Virgem Maria e ao Menino Jesus; e nas capelas dosReformados, os crentes cantassem em holands, francs ou

    ingls, hinos glorificando outro Deus: o de So Paulo e deCalvino. Enquanto dos matos mais prximos, dos mucambos dosmangues, chegava at s igrejas e s sinagogas de pedra e cal,a assuada de alguma santidade de ndios ou o alarido debandos de negros de Xang ou Santa Brbara adorada

    africana; loas pedindo ao cu milho que desse para encher ascuias; outras encomendando aos santos algum defunto; as maisatrevidas, chamando Exu

    Gilberto Freyre - Sobrados e Mucambos

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    CONCLUSO: NOVAS ESCOLHAS SO POSSVEIS?

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    "Embora Linha de Passe no revele algo indito, contribui para repor aquesto central do perodo, a de saber se ainda temos chance deproduzir uma "virada" civilizatria ou se seremos obrigados a nosconformar com a barbrie transformada em sistema.Haver algum modo de romper a jaula de ferro em que o Brasil est

    preso, apesar dos avanos recentes?

    Conseguiramos promover em curto prazo as profundas mudanasnecessrias para dar s maiorias a chance de uma existncia digna e,assim,humanizar o conjunto de nossas relaes?Ainda h tempo social

    para isso ou as formas em que estamos encarcerados j se tornaraminamovveis?

    LINHA DE IMPASSE ANDR SINGER (FSP 10/09/2008)"Linha de Passe" desenha um fracasso do conjunto da sociedade. A exasperao do

    roteiro reflete um pas de feies horrveis

    UM IMENSO GROTO? OTVIO VELHO (FSP 31/10/2006)

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    Testemunhos como esse se multiplicam e so trazidos por diversosobservadores de vrias regies do pas, sobretudo Norte e Nordeste:

    Atividade intensa na produo e no comrcio local, novas iniciativas,uma nova dignidade.Despercebidas das camadas mdias das nossasmetrpoles, transformaes importantes vm ocorrendo, ainda que asdisparidades sociais permaneam imensas.

    Na falta de conceitos adequados, a tendncia ignorar o que se passaou tentar reduzir tudo imagens anteriores...Ainda est por sefazer a teoria econmica e social de tudo isso.

    -------------------------------------------------------------------------------------------

    OBSERVAR TRS MUDANAS RECENTES DO CONTEXTO BRASILEIRO:A finalizao da transio demogrfica

    A universalizao do ensino fundamental

    A retomada do crescimento econmico ...

    LINHA DE IMPASSE ANDR SINGER (FSP 10/09/2008)

    Hlio Pelegrini (psicanalista) JORNAL DO BRASIL 1981

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    LINHA DE IMPASSE ANDR SINGER (FSP 10/09/2008)

    Trata-se de um pais fascinante, uterino, denso de um peso arquetpicoque o solda ao cho, como um elefante fumador de pio. Eldorado tem a

    fora de um paquiderme primitivo, atolado num mangue. Nas guas domangue a vegetao apodrece e gera o caos fecundo onde a vidafervilha. H vida, paixo e morte em Eldorado, h o homem que explorao homem e o reduz a nada, h o processo espoliativo de naesimperialistas sobre um povo subdesenvolvido, h camponeses sem terrae vastas terras sem camponeses, h uma fome antiqssima para milhes

    de bocas e milhes de pes para reduzidos dentes, h jovens revoltadosardendo de generosidade e velhos corruptos consumidos de cupidez, hsubversivos, ladres, pulhas implacveis, lderes de fancaria, rennciasao poder e corridas para o poder, estratgias, tticas, esquerdas,direitas, centro e periferia, h frentes largas e estreitas, testas de ferro

    e testas pensantes h de tudo e de todas as coisas em Eldorado. Opntano fermenta, o futuro quer nascer da gua parada, bolhas de gsborbulham no negro lenol inconsciente de onde a nao emerge

    g (p )

    LINHA DE IMPASSE ANDR SINGER (FSP 10/09/2008)

  • 8/2/2019 Cidadeeducadora JAN 05062009

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    LINHA DE IMPASSE ANDR SINGER (FSP 10/09/2008)Os homens e as naes quando jovens ou melhor quando ainda

    imaturos aceitam apenas pela metade a responsabilidade deconstruir-se. A outra metade dorme na expectativa do milagre queh de vir. preciso, num momento determinado, que homens enaes assumam seu tempo humano e histrico, seus limites e

    grandezas. A partir da, todos os milagres so possveis. O divino, nohomem, tem que ser obra do homem, no dos deuses. Assim o quer aProvidncia, que ns criou sua imagem e semelhana para que

    possamos realizar, atravs da praxis e do amor ao concreto, aliberdade e a dignidade que nos inerente, como presena do Deusvivo em ns.

    Hlio Pelegrini (psicanalista)

    Texto escrito em 1965 acerca do filme Terra em Transe de Glauber Rochae publicado em agosto de 1981 na ocasio do falecimento do diretor;

    Jornal do Brasil

    PsicanalistaP