cidade humana, inteligente e sustentável · processos de gestão, visando a melhoria de vida das...

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cidade humana, inteligente e sustentável Estes são os princípios que irão nortear as ações da Administração Municipal no ano de 2018, inseridas no contexto do novo Tema Integrador apresentado pela Prefeitura do Rio Grande, o “Rio Grande Com Vida”. A proposta busca promover e consolidar Rio Grande como uma cidade humana, inteligente e sustentável. Humana porque percebe em seu povo sua maior riqueza; inteligente, porque busca soluções como a da criatividade e tecnologia nos processos de gestão, visando a melhoria de vida das pessoas; e sustentável porque respeita e incluiu na gestão as dimensões de que perpassam a sustentabilidade - a social, ecológica, econômica, espacial e cultural. A missão fundamental do Programa é a “Proteção e Cuidado com a Vida”. Para o desempenho desta missão o projeto estabeleceu os objetivos que perpassam as ações em construção. Entre eles a contribuição para o desenvolvimento orgânico e sustentável do Município, a promoção do desenvolvimento humano, o fortalecimento de vínculos entre a Prefeitura e a comunidade e o estímulo à solidariedade e protagonismo no cuidado com a cidade. Neste encarte, destacamos as histórias e os projetos de pessoas que estão mudando para melhor a vida de muita gente e que estão inseridas no Programa Rio Grande ComVida, por meio do Projeto Rio Grande: Eu amo, eu cuido. Proteção à vida, desenvolvimento humano, sustentabilidade socioambiental e qualidade de vida Encarte produzido pela Secretaria de Comunicação e Relações Institucionais da Prefeitura Municipal do Rio Grande Equipe de jornalismo Rosélia Falcão Tiago Collares Joanna Vaz Eduardo Reis Jéssica Corrêa Marielle Gautério Nicole Collares Fotografia Marcos Jatahy Audiovisual Bruno Pires Projeto Gráfico e diagramação Joanna Vaz Homenageados Dona Dalva Seu Juca Seu Flávio Carlo e Valmir Dona Gilda Seu Paulo

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cidade humana,inteligente esustentável

Estes são os princípios que irão nortear as ações da Administração Municipal no ano de 2018, inseridas no contexto do novo Tema Integrador apresentado pela Prefeitura do Rio Grande, o “Rio Grande Com Vida”.

A proposta busca promover e consolidar Rio Grande como uma cidade humana, inteligente e sustentável. Humana porque percebe em seu povo sua maior riqueza; inteligente, porque busca soluções como a da criatividade e tecnologia nos processos de gestão, visando a melhoria de vida das pessoas; e sustentável porque respeita e incluiu na gestão as dimensões de que perpassam a sustentabilidade - a social, ecológica, econômica, espacial e cultural.A missão fundamental do Programa é a “Proteção e Cuidado com a Vida”. Para o desempenho desta missão o projeto estabeleceu os objetivos que perpassam as ações em construção. Entre eles a contribuição para o desenvolvimento orgânico e sustentável do Município, a promoção do desenvolvimento humano, o fortalecimento de vínculos entre a Prefeitura e a comunidade e o estímulo à solidariedade e protagonismo no cuidado com a cidade. Neste encarte, destacamos as histórias e os projetos de pessoas que estão mudando para melhor a vida de muita gente e que estão inseridas no Programa Rio Grande ComVida, por meio do Projeto Rio Grande: Eu amo, eu cuido.

Proteção à vida, desenvolvimento humano, sustentabilidade socioambiental e qualidade de vida

Encarte produzido pela Secretaria de Comunicação e Relações Institucionais da Prefeitura Municipal do Rio Grande

Equipe de jornalismo

Rosélia FalcãoTiago Collares

Joanna VazEduardo ReisJéssica Corrêa

Marielle Gautério Nicole Collares

FotografiaMarcos Jatahy

AudiovisualBruno Pires

Projeto Gráfico e diagramaçãoJoanna Vaz

Homenageados

Dona DalvaSeu Juca

Seu Flávio

Carlo e ValmirDona GildaSeu Paulo

Quem frequenta a rua Val Porto, no centro de Rio Grande, há pelo menos 15 anos, certamente já notou a diversidade de árvores frutíferas que embelezam o centro da via. O que pouca gente sabe é que aquela bela paisagem é, literalmente, fruto do trabalho dedicado da aposentada de 87 anos, Dalva Terra Martins, que vive há mais de 20 anos no local. Natural de Curral Alto, em Santa Vitória do Palmar, Dona Dalva veio para Rio Grande aos 6 anos de idade, junto do pai, mãe e outros 5 irmãos pequenos. A família, tipicamente do campo, encontrou morada na Quinta, lugar em que Dalva viveu até os 23 anos de idade, quando mudou para a cidade e passou a trabalhar como tecelã na extinta Fábrica Reinghantz. Pelo seu exemplo, Dalva é uma das inspirações para a implantação do novo programa de governo da Prefeitura, o “Rio Grande ComVida”, que busca promover e consolidar Rio Grande como uma cidade humana, inteligente e sustentável. Viúva e mãe de um único filho, que atualmente reside nos estado do Paraná, Dona Dalva veio morar na rua Val Porto em 1997. Quando os primeiros trilhos do antigo bonde que passava pela rua começaram a ser retirados, ela pôs em prática a ideia que trouxe consigo desde que chegou ao lugar: plantar árvores frutíferas em toda a via. “A ideia surgiu porque eu via muitas crianças e adultos aqui da volta sem ter o que comer. Eu sou de uma família do campo e sei que se plantando, cuidando, e cultivando, tem sempre o que comer na mesa”, ensina a aposentada com toda a simplicidade e, ao mesmo tempo, força que aquelas palavras carregam. Das mãos de Dona Dalva surgiram 85 árvores (frutíferas e ornamentais) que hoje trazem vida, cor e alimento àquele local. São 25 espécies de árvores frutíferas, entre goiabeiras, pitangueiras, abacateiros, amoreiras, pés de manga, pé de café, limoeiros, laranjeiras, pés de abacaxi, bananeira, pés de mamão, pés de batata-doce, entre tantas outras. Flamboiãs, oliveiras e damas-da-noite estão entre as espécies que decoram e

Dedicação, cuidado e carinho com a cidade que inspiram

“Se cada um fizer um pouquinho pelo bem da nossa cidade, juntos podemos fazer muito. Aqueles que tiveram um

pedacinho que seja de terra para plantarem, quero pedir que aproveitem esta oportunidade e cultivem árvores frutíferas,

porque eu sinto que o dia de amanhã vai ser muito duro para a nossa juventude. E se tendo uma frutinha para comer, a

gente sempre sacia a fome e ameniza um pouco a dor”.

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Dalva Terra MartinsReportagem: Rosélia Falcão

Dona Dalva veio para Rio Grande aos 6 anos de idade, junto do pai, mãe e outros 5 irmãos pequenos.

TERRA MARTINSDALVA

perfumam a via quando chega a época de floração. “O perfume das flores é tão intenso que chega até a rua 24 de Maio, através do vento!”, exclama orgulhosa. Irene Terra, de 83 anos, irmã de Dona Dalva também ajuda na conservação do local. A disposição, preocupação e carinho de Dona Dalva com o que construiu são os mesmos de 20 anos atrás, quando começou o projeto. Mas as limitações da idade já dão sinais de que é preciso desacelerar a rotina. “Eu coloco água nos canteiros todos os dias, também faço a capina, coloco adubo, faço a poda, coloco o cercamento. Coloco tudo num carrinho de feira e vou de árvore em árvore vendo do que ela precisa. Mas fico triste quando as pessoas não valorizam e encontro galhos quebrados, madeiras arrancadas, ou mesmo mudas que recém plantei roubadas. Não precisa levar embora, é só passar na minha casa, pedir uma, eu dou. Todo mundo aqui sabe quem eu sou e onde moro. O que está ali é pra ser partilhado, usufruto de todo mundo, mas gostaria que os vizinhos valorizassem mais e ajudassem também a cuidar do local”, pediu.

Reportagem: Marielle Gautério e Nicole Collares

UMA PRAÇA DA COMUNIDADE

PARA A COMUNIDADEA iniciativa do Seu Paulo Ferreira Ávila tocou a vizinhança, que hoje cuida da Praça dos Golfinhos, no Parque Marinha

Eu estou sempre tentando fazer alguma coisa pelo bairro. Já tive projeto de futebol com as crianças e também

trabalhei na EMEF Porto Seguro durante 7 anos como voluntário

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Paulo Ferreira Ávila

Não há nada que pague o sorriso de uma criança. Essa máxima é a grande motivação do aposentado Paulo Ferreira Ávila, morador do Parque Marinha. No auge dos seus 74 anos, Paulo conquistou um dos maiores troféus que a vida pôde lhe dar: o reconhecimento de uma das comunidades mais populosas da cidade. No bairro que o acolheu há 34 anos, todos o conhecem e sabem do seu apreço pelas crianças. Seu combustível diário é a energia que irradia permanentemente no espaço que ele ajudou a construir, com muita dedicação e amor ao próximo. O que antes era um terreno baldio transformou-se em uma pracinha para crianças, aberta à população do bairro.Com a vitalidade de um menino, o aposentado orgulha-se do que faz e é premiado todo o final de tarde, em especial, aos finais de semana e feriados, com o espaço completamente lotado. Natural de Capão do Leão, Paulo veio morar em Rio Grande em 1984, junto da esposa Iara Madruga Ávila. Hoje dedica parte do seu tempo livre cuidando da praça, que já conta com 6 anos de duração no bairro.O homenageado pelo Programa Rio Grande ComVida conta que gosta muito de ajudar aos outros e isso lhe traz muita alegria. “Eu estou sempre tentando fazer alguma coisa pelo bairro. Já tive projeto de futebol com as crianças e também trabalhei na EMEF Porto Seguro durante 7 anos como voluntário”, declarou, afirmando que o local onde hoje está consolidada a “Praça dos Golfinhos” era utilizado como depósito de lixo pelas pessoas.Decidido a mudar a situação, Paulo juntou-se ao seu filho, ao afilhado, Rodrigo Teixeira - responsável pela concepção do projeto da praça - e à esposa, e aos poucos os vizinhos também se envolveram na criação da praça. O afilhado Rodrigo conta que vê na praça a realização de um sonho. “Era um sonho antigo nosso a construção dessa praça. E um sonho meu, em especial, que vivi minha

infância aqui e só tinha como opção pra brincar um terreno baldio. Me sinto realizado vendo as crianças da volta brincando nela. A gente começou bem devagarinho, brinquedo por brinquedo, e hoje ela está assim. Ganhou fama e vem até famílias de outros bairros aproveitar o espaço”, comenta orgulhoso. Os brinquedos e bancos são, em grande parte, de materiais recicláveis, como pneus e tocos de madeiras. O pátio da casa do aposentado virou uma pequena oficina improvisada para a confecção dos brinquedos. “A gente vai organizando o espaço como pode e constrói aqui mesmo. A comunidade também tem ajudado”, conta Dona Iara. A maioria dos objetos são doações da vizinhança, mas alguns materiais tiveram que ser comprados também. A praça criada por Paulo e os vizinhos chega a contar com 50 crianças em dias de sol. “Espero que o programa Rio Grande ComVida nos ajude a qualificar esse espaço, que tantos gostam de passar a tarde para se divertir”, finalizou o homenageado.

No bairro, todos o conhecem e sabem do seu apreço pelas crianças

A história dos artistas Carlo e Valmir, destaques pelo trabalho com reutilização de materiais

Reportagem: Joanna Vaz

CRIATIVIDADE E CONSCIENTIZAÇÃO “Eu cresci vendo meu pai reaproveitar os

materiais. Um fato que me marcou muito foi quando ele, que era uma pessoa muito

habilidosa, precisava de uma chave de fenda e, juntando um material aqui, outro

ali, construiu uma”

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Valmir Lopes, Artista

Transmitir mensagens de consciência e sustentabilidade com métodos de reciclagem e reutilização. Dar vida àquilo que, para muitos, não teria mais utilidade. Esse é o trabalho desenvolvido pelos artistas rio-grandinos Carlo Diego Alves e Valmir Lopes, homenageados pelo Programa Rio Grande ComVida. A iniciativa de produzir móveis com materiais reaproveitados tem, acima de tudo, o propósito de conscientizar a população sobre o descarte adequado do lixo. A dupla vê, em materiais comumente descartados, utilidade e oportunidade de criar e reinventar móveis, deixando os ambientes cheios de vida. Utilizando como principais materiais a madeira e o pneu, a dupla se destaca pelo uso das cores e tecidos marcantes, bem como a criatividade e a capacidade de inovar, o que faz com que o trabalho seja cada vez mais reconhecido na cidade. A reutilização se faz presente na vida dos artistas desde a infância. Valmir tem como inspiração seu pai que, durante anos, serviu de exemplo criando e reinventando coisas devido às necessidades. “Eu cresci vendo meu pai reaproveitar os materiais. Um fato que me marcou muito foi quando ele, que era uma pessoa muito habilidosa, precisava de uma chave de fenda e, juntando um material aqui, outro ali, construiu uma”, relata.Carlo conta que ele e o parceiro procuram sempre relacionar a criação do mobiliário com a cidade. Os materiais mais utilizados são a madeira, que é a base para agregar outras matérias primas, como o pneu e o tecido. A homenagem recebida pelo Programa Rio Grande ComVida despertou a vontade de criar uma coleção pensando no município. Como destaques, foram homenageados a Cadeira Papareia, o Sofá Fioca e o Puff de Pneu. “Sou envolvido com reciclagem desde criança, sempre fui apaixonado por decoração de ambientes. Quando conheci o

Valmir, ele foi meu suporte para isso. Começamos assim, nosso primeiro material feito foi uma cadeira e, a partir daí, tudo foi se construindo”. Carlo conta ainda que os artistas Irmãos Campana são os responsáveis por grande parte da influência da dupla na criação dos materiais. Os Irmãos Campana são reconhecidos internacionalmente por seus trabalhos com Design-arte, cuja temática discute elementos do cotidiano, ou simplesmente produtos sem nenhum valor que são transformados em peças de caráter artístico com uma linguagem única.Carlo e Valmir são grandes exemplos de que, com pequenos gestos, pode-se fazer a diferença. Que a comunidade rio-grandina se inspire cada vez mais em atitudes como essa.

A Cadeira Papareia produzida por Carlo e Valmir foi um dos materiais homenageados no Programa Rio Grande ComVida

A RUA VERDEDO POVO NOVOSeu Juca é responsável pela construção de um amplo espaço verde no interior do município

Sabe aquele ditado popular que diz que uma andorinha só não faz verão? Seu Airton desconhece. Com muito amor à terra, à vida e à natureza, o senhor de 68 anos transformou a realidade da sua rua e tornou-se uma referência positiva no interior do município. Por ali, não há quem não o conheça ou que, pelo menos, já tenha ouvido falar da famosa rua verde do Povo Novo, distrito onde reside. Mesmo que oficialmente a placa indique o nome de Darcy das Neves, a rua absorveu uma nova identidade. Para os moradores dali ou dos arredores trata-se da rua verde, mais uma proposta inserida no Programa Rio Grande ComVida. Airton Lopes da Silva, conhecido carinhosamente pela comunidade do Povo Novo como Seu Juca, se diz um homem do campo, das sementes, das árvores, dos pássaros e da vida. Dedica, quase a integralidade do seu tempo neste precioso habitat, no cuidado de um amplo espaço verde construído com as suas próprias mãos. Plantou, sem a ajuda de ninguém, em um espaço de aproximadamente 200 metros, mais de 100 árvores. “Isso aqui era tudo campo limpo, não tinha nada. Pensei: vou ter que inventar alguma coisa! Quem sabe umas árvores, para fazer sombra... Comecei devagarinho, fui ampliando e hoje está assim, tudo verde”, disse.Um trabalho incrível, iniciado em meados de 2007, e que começa a gerar frutos – literalmente. Boa parte das árvores distribuídas no local são espécies frutíferas, algumas delas coletadas no Horto Municipal do Povo Novo, com destaque para o jambolão, o abacate, o araçá, a banana, a goiaba, o limão, o maracujá, a ameixa e a amora. No entorno da sua casa e de toda a extensão da rua, Jerivás e pingos-de-ouro configuram um verdadeiro santuário verde, compartilhado com vizinhos, amigos e demais seres vivos que habitam o local, em especial, os pássaros. Segundo Seu Juca, trata-se de um local privilegiado para a observação das aves, sobretudo, aos finais de tarde. “Todo dia recebemos a visita e ouvimos o canto de variadas espécies. Convivem conosco a calandra, o sabiá, o pardal, canários, cardeais, bem-te-vis, dentre outros”, ressalta. No mesmo lugar, mostra orgulhoso, ainda há espaço para o cultivo de plantas medicinais, como a canela e o gengibre. O filho de agricultores, que desde os sete anos cultiva a terra com

apreço e devoção destaca o espírito de cidadania que move as suas ações.“Por vezes, alguns dizem: ah, isso é serviço da Prefeitura! Se a gente não correr atrás aí fica difícil, né? Nós, cidadãos e cidadãs, também temos que fazer a nossa parte”, reforça o aposentado, que atualmente trabalha na construção de bancos de madeira que serão espalhados pela rua e ampliarão a área de lazer.Juca diz que recebe diversas visitas ao longo do dia. “As pessoas param e me perguntam como eu construí isso aqui. É muito simples: basta quebrar um galhinho, plantar numa caixinha, deixar na sombra e esperar crescer. O resto, a natureza ajuda. Foi assim comigo e pode ser com outras pessoas”, completou. De acordo com ele, o plantio das árvores na rua desencadeou uma onda de cuidado e preservação por parte de amigos e vizinhos. Alguns, buscaram o diálogo para a construção de iniciativas similares, outros atentaram para a necessidade do descarte correto do lixo e manutenção da limpeza do local.Juca se diz agradecido pelo reconhecimento da Prefeitura, através do Programa Rio Grande ComVida. Acha que a lembrança do seu nome e a divulgação do seu trabalho pode, acima de tudo, incentivar outras pessoas a somarem em prol da coletividade.

Reportagem: Tiago Collares

‘‘Todo dia recebemos a visita e ouvimos o canto de variadas espécies. Convivem conosco a calandra, o sabiá, o pardal,

canários, cardeais, bem-te-vis, dentre outros

Airton Lopes da Silva,Seu Juca

Seu Juca plantou mais de 100 árvores na localidade do Povo Novo

Reportagem: Jéssica Corrêa

SER VOLUNTÁRIA:PRAZER, GILDA LEITEA trajetória de uma idealizadora de projetos que busca retribuir a receptividade da comunidade rio-grandina

Posso dizer que fui acolhida por Rio Grande. Vim para cá por um motivo de saúde e aqui

encontrei tratamento de forma humana. Minha maior alegria é poder contribuir com algo,

através do meu trabalho e carinho

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Gilda Leite da Silva

Na terceira idade, de riso frouxo e esbanjando energia, Gilda Leite da Silva encontrou em Rio Grande uma cidade humana, inteligente e sustentável. Natural de Pelotas, está morando há cerca de 10 anos em nosso município, local onde se sente acolhida pela comunidade e usufrui de parte do seu tempo livre realizando trabalhos, oficinas de artesanato e atividades voluntárias, junto à natureza e das crianças. Empenhada com a causa ambiental, Gilda busca a sustentabilidade nas suas composições artísticas, utilizando de materiais recicláveis, em especial, o reaproveitamento do plástico.Idealizadora do projeto “Mãos que fazem arte”, esta senhora uniu o gosto pelo artesanato e o trabalho voluntário, coordenando um grupo formado por crianças moradoras do bairro Castelo Branco. A iniciativa buscava desenvolver junto aos pequenos, o gosto pela arte, o respeito à natureza e o exercício da cidadania, através da participação em eventos organizados pela Prefeitura Municipal do Rio Grande. Em meio dessas recordações, ela narra com carinho a história do projeto que teve início no ano de 2012, marcando presença na comunidade por cerca de três anos. Atualmente, Gilda mora em outro bairro, mas faz questão de manter seus laços construídos com as pessoas que participaram e lhe apoiaram no decorrer da sua trajetória em Rio Grande. Assim, avaliou novas possibilidades de contribuir com o povo e a cidade que lhe recebeu tão bem. Em 2018, Gilda completou 7 anos como monitora voluntária do Projeto Pé na Areia – Educadores Ambientais Mirins, projeto da Prefeitura Municipal do Rio Grande, através da Secretaria de Município do Meio Ambiente (SMMA). Para Gilda, essa atividade como voluntária, ajuda a fortalecer sua autoestima e se manter próxima de outras gerações. Desde então, sua motivação para participar de outros projetos aumentou cada vez mais. No ano passado, ela fez parte da

organização da exposição “História da Viação Férrea de Rio Grande”, iniciativa que teve apoio da Prefeitura Municipal. Durante a exposição, a comunidade pôde conferir registros históricos da viação e das pessoas que ali atuaram, através de fotos e objetos resgatados daquela época.Inserida dentro do programa “Rio Grande ComVida”, Gilda Leite continua com os seus projetos e trabalhos voluntários, marcando a sua história no município e promovendo o fortalecimento de vínculos entre a Prefeitura e a comunidade. Dessa forma, demonstra o seu sentimento de gratidão pela cidade, que desde a sua chegada apoiou os seus esforços e a acompanhou na promoção da cidadania. “Posso dizer que fui acolhida por Rio Grande. Vim para cá por um motivo de saúde e aqui encontrei tratamento de forma humana. Minha maior alegria é poder contribuir com algo, através do meu trabalho e carinho”, finaliza.

Gilda busca a sustentabilidade nas suas composições artísticas

Hoje tem pessoas gente que ajuda a cuidar, que não deixam que outros destruam nada...

digo para as pessoas que usem a praça, mas que cuidem para que ela possa seguir bonita para todos e todas

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Flávio RodalesReportagem: Eduardo Reis

FLÁVIO RODALESO trabalho de Flávio Rodales é uma prova de que o empenho traz resultado e pode alterar o cenário de um local

Uma praça no bairro Getúlio Vargas chama atenção pela beleza e pela conservação. O local teve seu cenário alterado pela dedicação de uma pessoa obstinada. Morador do bairro, Flávio Rodales teve a iniciativa de transformar em área de lazer um espaço que era usado como depósito de lixo pela comunidade. A motivação nasceu de uma situação que significou muito para o morador. Há alguns anos, uma família de turistas passava pelo local e abordaram ele: “Eram turistas argentinos que pediram orientações. Eu vi que a filha deles não saiu do carro. Ela não gostou do ambiente, do lixo que as pessoas jogavam ali. Aquilo ficou gravado na minha cabeça”, relembra. Flávio decidiu que aquele cenário deveria mudar e passou a realizar a limpeza do local. Entretanto, seu trabalho era dificultado pela falta de colaboração de algumas pessoas. “Na época, coloquei uma placa para não jogarem lixo, mas alguns até colocaram lixo na placa. Mas não desisti e segui limpando”, recorda. Como ideia fixa, ele retirou todo o lixo acumulado na área que é uma das entradas da comunidade. Os vizinhos, aos poucos, passaram a admirar o trabalho de Flávio. “Hoje tem pessoas que ajudam a cuidar. Mas sempre venho dar uma olhada. Digo para elas que usem a praça, mas que cuidem para que possa seguir bonita para todos e todas”, comenta Flávio.Após a limpeza, Flávio passou a desenvolver a praça, fazendo uso apenas de um “carrinho de mão, pá e enxada”. Com o tempo, o cenário foi se tornando mais agradável aos olhos e algumas doações passaram a acontecer. Dessa forma, Flávio conseguiu bancos e alguns brinquedos para as crianças. Também foram doadas mudas de árvores e flores. As plantas, pela sua excelente condição, evidenciam todo o cuidado que Flávio teve com a praça, não só com seu esforço braçal, mas também pela dedicação em transmitir o sentimento de zelo pelo ambiente que estava sendo formado. Ele ainda utilizou

pneus velhos para a criação de vasos para as plantas e até uma mesa. Hoje, ao lado da praça, existe também um campinho de futebol, que é utilizado pelas crianças do bairro, e que foi construído com material doado. Ele organiza campeonatos de futebol e brincadeiras para os mais jovens. Flávio também guarda, orgulhoso, dezenas de fotos das crianças no campinho, evidenciando o seu sentimento de compensação por ver seu trabalho transformando para melhor a vida de muita gente. Já são quase seis anos de trabalho com a praça. Um trabalho altruísta, que inspira. Dedicação que deixou sua marca, marca de uma “Rio Grande ComVida”.Como forma de reconhecimento pelos esforços na revitalização de um espaço comum, o novo programa de governo da Prefeitura, o “Rio Grande ComVida” escolheu Flávio como um de seus homenageados. Através do programa foi realizado o cercamento e pintura da praça, além da recuperação de brinquedos. Flávio também esteve ajudando a equipe da Prefeitura durante todas as atividades, mostrando, mais uma vez, o carinho que tem pelo local que criou e conservou com tanta devoção.

Flávio ao lado de Kimberly, sua primeira ajudante a contruir a praça