geração sustentável

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O ano da logística reversa Saiba o que o Governo, as entidades e as empresas estão fazendo para se adequarem à Política Nacional de Resíduos Sólidos Marina Silva: mudanças necessárias nos padrões de produção e consumo Cativa Natureza: cosméticos com rastreabilidade orgânica [ A N O 6 • E D I Ç Ã O 3 1 • R $ 1 4 , 9 0 ] A REVISTA DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL CORPORATIVO 2013

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A revista do desenvolvimento sustentável corporativo

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Page 1: Geração Sustentável

O ano da logística reversaSaiba o que o Governo, as entidades e as empresas estão fazendo

para se adequarem à Política Nacional de Resíduos Sólidos

Marina Silva: mudanças necessárias nos padrões de produção e consumo

Cativa Natureza: cosméticos com rastreabilidade orgânica

[ A N O 6 • E D I Ç Ã O 3 1 • R $ 1 4 , 9 0 ]

A REVISTA DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL CORPORATIVO

2013

GS capa 31 AF

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013 16:14:08

Page 2: Geração Sustentável

Pedalar é curtir!

Paraná

Unimed do Estado do ParanáRua Antonio Camilo, 283 | Tarumã | 82530.450

Curitiba - PR | Tel.: 41 3219.1500 SAC 0800 41 4554

Deficientes auditivos 0800 642 2009www.unimed.coop.br/parana

Page 3: Geração Sustentável

GERAÇÃO SUSTENTÁVEL

04 Editorial

05 Mundo Digital

08 Sustentando

10 Evento 5 Anos

44 Evento HSBC

50 Vitrine Sustentável

28 Gestão Sustentável

36 Meio Ambiente

42 Gestão Estratégica

Ano 6 • edição 31

A reciclagem é o destino final mais adequado para esta revista.Lembre-se: o seu papel é importante para o planeta!

Colu

nas

Mat

éria

s

12 Entrevista Marina Silva

16 Capa O Desafio da destinação dos resíduos sólidos

24 Visão Sustentável Cativa Natureza promete beleza de forma sustentável

30 Tecnologia e Sustentabilidade Da técnica para prática

38 Responsabilidade Social Corporativa Relembre quais foram as ações mais importantes de 2012 para o CPCE e conheça os novos projetos

46 Desenvolvimento Local A sustentabilidade como inspiração

Anu

ncia

ntes

e Pa

rcer

ias

16Capa

3

02 Unimed

09 Senai

15 Senac

23 EBS

29 Consult

34 e 35 Simple Clean

37 Civitas

43 IBF

49 DFD

51 Feicon Batimat

52 Reciclação Expomai

Page 4: Geração Sustentável

Editorial

GERAÇÃO SUSTENTÁVEL

Diretor Executivo Pedro Salanek Filho ([email protected]) • Diretora Admi-nistrativa e Relações Corporativas Giovanna de Paula ([email protected]) • Projeto Gráfico e Direção de Arte Marcelo Winck ([email protected]) • Conselho Editorial Pedro Salanek Filho, Antenor Demeterco Neto, Ivan de Melo Dutra e Lenis-se Isabel Buss • Colaboraram nesta edição Jornalistas: Bruna Robassa e Letícia Ferreira (re-

[email protected]) • Revisora Alessandra Domingues • Assinaturas [email protected] • Fale conosco [email protected] • Impressão Gráfica Capital • ISSN nº 1984-9699 • Tiragem da edição: 10.000 exemplares • 31ª Edição • novembro/dezembro • Ano 6 • 2012

A impressão da revista é realizada dentro do conceito de desenvolvimento limpo. O sistema de revelação das chapas é feito com recirculação e tratamento de efluentes. A revista é produzida com papel certificado. O resíduo das tintas da impressora é retirado em pano industrial lavável, que é tratado por uma lavanderia especializada. As latas de tintas vazias e as aparas de papel são encaminhadas para a reciclagem. Em todas as etapas de produção existe uma preocupação com os resíduos gerados.

Revista Geração Sustentável Publicada pela PSG Editora Ltda. CNPJ nº 08.290.966/0001-12 - Rua Bortolo Gusso, 577 - Curitiba - PR - Brasil - CEP: 81.110-200 - Fone: (41) 3346-4541 / Fax: (41) 3092-5141

www.geracaosustentavel.com.brA revista Geração Sustentável é uma publicação bi-mestral independente e não se responsabiliza pelas opiniões emitidas em artigos ou colunas assinadas por entender que estes materiais são de responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação, armazenamento de banco de dados, sob qualquer forma ou meio, dos textos, fotos e outras criações intelectuais da revista GERAÇÃO SUSTENTÁVEL são terminantemen-te proibidos sem autorização escrita dos titulares dos direitos autorais, exceto para fins didáticos.

As matérias destacadas com o selo "Parceria Geração Susten-tável" referem-se à conteúdos elaborados em parceria com empresas ou instituições que possuem projetos socioam-bientais. Tanto a divulgação dos projetos quanto a distribui-ção dos exemplares são efetuadas de forma conjunta, pela revista e pela empresa mencionada

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A criação de um processo para gestão de resíduos é uma etapa fundamental quando falamos no pós-consumo. Uma mo-bilização nacional começa a ser articulada para a aplicação da logística reversa em todo o Brasil

No estado do Paraná, um fato relevante ocorreu no final de 2012. Diversas entidades setoriais foram “convocadas para apre-sentar e implantar um programa de gerenciamento de resíduos”. Isso mesmo, não me enganei no uso desses verbos relacionados à parte prática... Em se tratando de projetos na área socioam-biental, estávamos mais acostumados a ouvir que representan-tes de diversas entidades estão discutindo ou analisando de-terminado projeto... Agora, as entidades não foram convidadas apenas para discutir, mas convocadas a dizer como implantarão. Apesar dessa relação verbal entre “convidar x convocar” e tam-bém entre “discutir x implantar”, parece que estamos saindo do discurso, que estava esgotando mais rapidamente do que muitos recursos naturais, e definindo objetivos e metas. A so-ciedade, de forma geral, já estava olhando com descrédito para os projetos de sustentabilidade e, em especial, os projetos de gestão de resíduos. Gerou-se um grande movimento com a Lei nº 12.305/2010 (Política Nacional de Resíduos Sólidos) e aos poucos esse movimento foi esfriando, pois faltava essa parte prática. Agora, com toda essa articulação, na qual o foco está na articulação da corresponsabilidade entre os diversos agen-tes locais para pensar e gerenciar de forma coletiva os resíduos, começaremos a ver, em breve, os primeiros resultados práticos.

Essa articulação será importante porque o “negócio resíduo” deverá, necessariamente, ser gerenciado. O resíduo não pode-rá ser desprezado e/ou considerado apenas como subproduto para descarte. Toda uma cadeia, semelhante até as cadeias pro-dutivas, terá que ser organizada. Nesse contexto, produtores,

governo, entidades de classe, consumidores e outros agentes locais serão envolvidos. Na parte prática efetiva, provavelmente as cooperativas de recicladores estarão sendo criadas e as que já existem serão mais bem geridas... Assim veremos a logística reversa saindo do papel!

Na matéria de capa desta edição, você encontrará a opinião de profissionais renomados, como o advogado paranaense Rafa-el Favetti, que participou da elaboração da lei nacional em 2010; o professor Nicolau Leopoldo Obladen, um dos principais con-sultores na área de gerenciamento de resíduos e do coordenador de Resíduos Sólidos da Sema, Carlos Garcez, além de outros pro-fissionais que representam entidades setoriais no Paraná.

Teremos em 2013 esse avanço para comemorar! Sua implan-tação dependeu da criação de uma lei e da regulamentação e do controle local, ou seja, não será por consciência ambiental, mas por imposição da legislação. Como cidadãos, não devemos apenas ficar na torcida para que a lei seja cumprida, mas efeti-vamente nos comprometermos e fazermos a nossa parte como agentes que participam de forma corresponsável.

A edição traz, ainda, uma matéria sobre a Cativa Natureza, empresa que produz cosméticos com rastreabilidade. Na edito-ria “Desenvolvimento Local”, apresentam-se projetos de negó-cios associados ao WTC – Word Trade Center Business Club. No espaço Tecnologia e Sustentabilidade, a cobertura do evento de sustentabilidade da Paraná Metrologia, com a participação da Marina Silva. A matéria da editoria Responsabilidade Social Cor-porativa traz os resultados de 2012 e os projetos para 2013 do CPCE (Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial).

Boa leitura!Pedro Salanek Filho

Corresponsabilidade: Um passo importante para a logística reversa

Page 5: Geração Sustentável

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Revista DigitalO ano da logística reversa

Saiba o que o Governo, as entidades e as empresas estão fazendo

para se adequarem à Política Nacional de Resíduos SólidosMarina Silva: mudanças necessárias nos padrões de produção e consumo Cativa Natureza: cosméticos

com rastreabilidade orgânica

[ A N O 6 • E D I Ç Ã O 3 1 • R $ 1 4 , 9 0 ]

A REVISTA DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL CORPORATIVO

2013

GS capa 31 AFquarta-feira, 23 de janeiro de 2013 16:14:08

Page 6: Geração Sustentável

Sustentando

GERAÇÃO SUSTENTÁVEL

Decoração solidáriaDeixar a casa cheia de estilo pode contribuir para uma vida melhor a quem merece e precisa. As almofadas Solidarium são fabricadas por artesãos de fabriquetas ligadas à cooperativa Dedo de Gente, dirigidas por moças e rapazes do Vale do Jequitinhonha e norte de Minas Gerais. São dez fabriquetas: serralheria, marcenaria, bordados e arranjos florais, cartonagem, tinta de terra, casinhas para passarinhos livres e atédoces e licores. Recentemente, foram incorporadas as fabriquetas de cultura e tecnologia, com serviços na área de audiovisual e softwares. O site (www.dedodegente.com.br) informa: "(o propósito é) gerar possibilidades inovadoras de desenvolvimento humano e profissional, comprometido com os valores de nossa cultura e o ambiente em que vivemos". Aproximadamente 2 mil produtos diferentes já foram criados e 200 estão no portfólio permanente. São 85 cooperados e cerca de 70% do orçamento da cooperativa provêm das vendas. Muitos foram recrutados por empresas da região e dois montaram negócios próprios.

Recarregador limpoUma escultura de pequenos painéis solares, desenvolvida pelo designer francês Vivien Muller (vivien-muller.fr), recarrega gadgets usando somente a energia do sol. O Electree+, em forma de bonsai –miniárvore japonesa -, é modular e suas 27 "folhas" são pequenas placas fotovoltaicas de silício numa superfície total de 1.400 cm², com altura de cerca de 40 cm. A energia produzida pelos painéis durante o dia é armazenada em uma bateria interna de 14 mil mAh, que alimenta uma saída USB. Quando completa, é capaz de recarregar, por exemplo, um iPhone 5 nove vezes, ou um Galaxy S3 três vezes ou ainda um iPad2 duas vezes. Para conseguir a carga completa, é necessária a exposição ao sol por 36 horas. Isso significa que após quatro horas de exposição ele já é capaz de fornecer a recarga para um smartphone. O designer explica a escolha do formato de árvore: “A natureza tem selecionado ao longo de milhões de anos as estruturas mais eficientes de captação de energia solar. A forma de árvore é, portanto, a mais eficiente”. Com informações do Kickstarter (www.kickstarter.com).

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Sustentando

Page 7: Geração Sustentável

Rio 45 graus sustentáveisNeste verão, a Princesinha do Mar do Rio de Janeiro ganha 32 duchas sustentáveis para refresco dos frequentadores. Movidas à bateria solar, bombas de sucção sob a areia levam a água do mar, além de filtrá-la por britas, até próximo ao calçadão de Copacabana. O processo garante limpeza e dessalinização suficientes para os banhos refrescantes, mas não a potabilidade, e a água jorra por cinco segundos após o acionamento do botão. A empresa responsável pelo projeto foi a Blue Sol Energia Solar, que doou os chuveiros à Secretaria Municipal de Meio Ambiente do Rio de Janeiro. Há um ano, uma ducha vem funcionando como teste, com sucesso, em Ipanema, e os mesmos modelos já são usados em praias do Nordeste.

Sustentando

GERAÇÃO SUSTENTÁVEL 7

Reciclagem de eletrônicosAlguns serviços na internet indicam postos de reciclagem de lixo eletrônico no Brasil, como CEMPRE, Descarte Certo, eCycle e E-lixo Maps, este desenvolvido pelo Instituto Sergio Motta que mapeia as organizações que fazem esse tipo de reciclagem e tem quatro mil instituições cadastradas. A informação é importante porque, segundo o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, elaborado pela Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais), 6,7 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos tiveram destino impróprio no país em 2010. O lixo tecnológico (celulares, computadores, TVs, etc.) pode conter metais pesados altamente tóxicos, como mercúrio, cádmio, berílio e chumbo que, liberados em um aterro, podem contaminar o lençol freático e, se queimados, poluir o ar. Além disso, muitos desses componentes eletrônicos podem ser reciclados. Os minerais presentes neles, por exemplo, são aproveitados e isso diminui a pressão por mineração, uma atividade econômica com potencial para causar grande dano ao meio ambiente. Com informações do Portal EcoD:www.ecodesenvolvimento.org/posts/2012/dezembro/descarte-correto-do-lixo-e-fundamental-para-o?tag=rrr

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Sustentando

GERAÇÃO SUSTENTÁVEL 8

Sustentando

Passaporte verdeA sustentabilidade também sai de férias com a Campanha Global Passaporte Verde, uma iniciativa da Força Tarefa Internacional para o Desenvolvimento do Turismo Sustentável, liderada pelo governo francês e composta por 20 países membros, entre eles o Brasil, representado pelos Ministérios do Turismo e do Meio Ambiente. Os ministérios brasileiros, com o PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) e o Ministério da Ecologia e Desenvolvimento Sustentável da França decidiram criar e implementar a campanha para promover um efeito multiplicador de metodologias e projetos estratégicos com base em padrões de consumo e produção sustentáveis entre os seus membros. Paraty, no Rio de Janeiro, foi selecionado como o destino-piloto no Brasil e será estruturado como referência para o turismo sustentável. Para a divulgação internacional foi criado o website Passaporte Verde que apresenta ao turista dicas de escolhas e comportamentos sustentáveis que respeitem e tragam benefício à comunidade visitada e ao meio ambiente.

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Sustentabilidade embutidaNão é somente a madeira maciça que pode ser certificada, mas materiais derivados, como MDFs, MDPs, compensados e outros, produzidos com matéria-prima e processos certificados. Podem receber certificações como o selo FSC (Forest Stewardship Council ou Conselho de Manejo Florestal), uma iniciativa para a conservação e o uso racional das florestas do mundo inteiro. O móvel que recebe o selo FSC teve sua chamada Cadeia de Custódia, certificada por rastreamento desde a colheita da matéria-prima até a comercialização do produto acabado. A certificação de uma área florestal exige que os processos de produção, extração, etc. sejam ecologicamente corretos, socialmente justos e economicamente viáveis. Algumas empresas brasileiras que comercializam mobiliário feito com madeira ou derivados certificados são a Movelaria Paranista (www.movelariaparanista.com.br), Meu Móvel de Madeira (www.meumoveldemadeira.com.br), Tora Brasil (http://www.torabrasil.com.br) e outras.

Page 9: Geração Sustentável

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Page 10: Geração Sustentável

CapaEvento

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30ª edição foi um feito muito espe-cial! Toda a equipe da Revista Ge-ração Sustentável pode celebrar os cinco anos com a publicação desta

edição. Um evento realizado no mês de novem-bro, que reuniu aproximadamente 120 pessoas entre amigos, colaboradores, articulistas e par-ceiros enfatizou que todos os envolvidos com a publicação têm muito a comemorar. Como pre-sente para mais um aniversário, um dia antes do evento realizado no Estação Business School, a revista foi a primeira colocada na categoria Trabalhos Jornalísticos, modalidade revista do Prêmio Itaú de Finanças Sustentáveis, cuja sole-nidade aconteceu em São Paulo.

A abertura do evento foi feita pelo Prof. Judas Tadeu Grassi Mendes, presidente da Estação Business School. A festa em comemoração ao

aniversário da revista ainda contou com a pa-lestra do professor Cleuton Carrijo, que traçou um belo panorama da sustentabilidade corpo-rativa e com uma breve e cheia de emoção re-trospectiva dos cinco anos da revista feita pelo diretor executivo da publicação Pedro Salanek Filho. Histórias dos bastidores, dificuldades e conquistas foram destacadas. Também durante o discurso foram feitas homenagens à equipe de articulistas, parceiros, anunciantes, colaborado-res e especialmente para as pessoas que mais inspiraram e incentivaram a continuidade da re-vista, entre elas Giovanna de Paula, responsável pelas relações corporativas da revista e esposa do diretor Pedro Salanek Filho.

Outros homenageados foram Victor Barbosa, presidente do Conselho Estadual de Cidadania Empresarial (CPCE) da Federação das Indústrias

A

Revista Geração Sustentável: Cinco anos e muitos

motivos para celebrarPrêmio Itaú de Finanças Sustentáveis e evento comemorativo

marcaram semana festiva da Revista Geração Sustentável

Page 11: Geração Sustentável

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do Estado do Paraná (FIEP) pela árdua defesa da sustentabilidade, o articulista Jeronimo Mendes, pelos cinco anos de apoio à publicação e Mar-celo Winck que atua como Diretor de Arte desde que a revista ainda era um plano de negócio.

O evento foi finalizado com um coquetel e confraternização entre os presentes. “Quero agradecer a presença de cada um de vocês e também por acreditarem nesse sonho, que só se tornou possível graças à colaboração e ao incentivo de pessoas que caminharam comigo”, enfatizou o diretor.

30ª edição • A edição comemorativa de cinco anos da revista trouxe uma retrospectiva das 29 edições já publicadas nesse período, além de novas histórias e matérias que enfatizam o posi-cionamento da publicação, que tem como finali-dade principal promover a educação corporativa do gestor em sustentabilidade. Faltaram pági-nas para recapitular os bons exemplos, estraté-gias, estímulos ao desenvolvimento de projetos, inovações, iniciativas e histórias que já fizeram parte das revistas editadas nesse período.

Pedro Salanek Filho e Giovanna de Paula da Geração Sustentável com o Prof. Judas Tadeu Grassi Mendes da Estação Business School

Giovanna de Paula (Diretora Corporativa) entregando o reconhecimento para Jeronimo Mendes da Consult (empresa parceira do projeto nos 5 anos de publicação)

Prof. Cleuton Carrijo, palestrante do evento de 5 anos da Geração Sustentável

Marcelo Winck (Diretor de Arte do projeto) recebendo sua homenagem pela parceria desde o início da revista

Presente adiantadoMatéria da Geração Sustentável ganha prêmio Itaú de Finanças Sustentáveis Ao completar cinco anos, a revista Geração Sustentável foi especialmente distinguida no cenário nacional com o Prêmio Itaú de Finanças Sustentáveis 2012, conferido à jornalista Letícia Lopes Ferreira pela matéria “Saiba como andam as práticas de sustentabilidade dos bancos brasileiros”, publicada na edição 25. A reportagem foi premiada na categoria Trabalhos Jornalísticos, modalidade revista, e ficou entre três finalistas ao lado das revistas Página 22 e Capital Aberto. O prêmio foi entregue à jornalista e ao diretor executivo da revista, Pedro Salanek Filho, no dia 12 de novembro, na Fundação Itaú Cultural, em São Paulo. Realizado a cada dois anos, o prêmio é uma iniciativa do Programa Itaú de Finanças Sustentáveis e seus objetivos são estimular a produção de matérias jornalísticas e trabalhos acadêmicos nacionais sobre finanças sustentáveis, e disseminar o concei-to e o debate sobre o tema por meio de uma rede estruturada com o público participante do prêmio.

Page 12: Geração Sustentável

Entrevista

Em Curitiba, ex-ministra e ex-senadora propõem mudança no padrão atual de produção e consumo

Marina Silva

GERAÇÃO SUSTENTÁVEL 12

letícia Ferreira

Page 13: Geração Sustentável

Uma revolução na maneira de os seres humanos verem o mundo, a vida, uns aos outros e a si mesmos é o que propõe como modelo de desenvolvimento sustentável para o Brasil e o mundo a ativista, ex-ministra do Meio Ambiente e ex--senadora Marina Silva. Esse foi o tema da palestra que ela fez no Seminário Executivo de Sustentabilidade Empresarial, promovido pela Paraná Metrologia e pelo Tecpar,em dezembro, na Fesp (Faculdade de Educação Superior do Paraná), em Curitiba. Em entrevista exclusiva à Geração Sustentável, além de reafirmar esse posicionamento, falou sobre questões de sustentabilidade ligadas ao empresariado, ao pode público e à sociedade no Brasil.

Marina afirmou, durante a palestra, que se não mudarmos não apenas o padrão de produção e consumo, mas a visão do que cremos ser felicidade e prosperidade, não vamos sair da crise global, que acredita sem precedentes e a que chama de crise civilizatória. Lembrando o novo bordão ecológico, disse que o ainda tão almejado padrão dos americanos, japo-neses e europeus não pode ser copiado pelos países em desenvolvimento, ainda que dentro das normas do desenvolvi-mento sustentável, pois o planeta não comportaria, e a mudança é urgente: "Vamos chegar em 2050 com nove bilhões de pessoasna Terra e não há como manter o padrão de produção e consumo de hoje, precisaríamos de cinco planetas".

A ex-ministra acredita que essa nova forma de ser, sentir e pensar gerará novas formas de conhecimento, novos produtos, materiais e empregos e, enfim, uma nova economia criativa. "Não há limites para ser mais solidário, criativo, erudito, mas há limites, sim, por exemplo, para cada um de nós termos um carro."

Para Marina, a base da crise civilizatória é uma crise de valores que separa a ética da política e a ecologia da econo-mia. Entretanto, percebe que surge uma nova forma de ativismo, o autoral: "As pessoas não querem mais ser expecta-doras, mas protagonistas: um protagonismo autoral que não pode descambar para o individualismo ou para a dualidade oposição - situação, mas para ter posição", afirmou.

Ela lembrou que não é errado ter interesse; todos têm, o problema é crer que o seu interesse deve prevalecer sobre o interesse do outro de forma ilegítima, pois há formas cada vez mais colaborativas em que interesses podem coexistir mediados pela ética.

de e aquelas que estão fazendo investimentos reais e se tornando referência de que boas práticas sem perda da competitividade são possíveis.

De modo geral, apesar de ser difícil generalizar num país tão grande e populoso como o Brasil, em que ní-vel você colocaria o empresariado brasileiro?Eu diria que temos uma parte pequena, de vanguar-da, do empresariado que está fazendo seu dever de casa. E há uma maioria de espectadores obser-vando para onde o pêndulo vai se movimentar que, infelizmente, pode estar interditando o que há de mais possibilitador nas condições do Brasil. Nosso país é uma potência ambiental e precisa sê-lo tam-bém pelas suas decisões políticas e pelos seus in-vestimentos.

GERAÇÃO SUSTENTÁVEL

Muito se fala do potencial de desenvolvimento sus-tentável do nosso país. Você acredita que corremos o risco de ficar só no potencial?O risco é duplo - de ficar só potencial e de destruir o potencial -, e este talvez seja o mais grave. O Brasil é o país que reúne as melhores condições para sair do padrão de consumo elevadíssimo de recursos naturais. Já há muitas empresas e negócios, em to-dos os setores da economia brasileira, no caminho de competir respeitando as legislações trabalhista e ambiental, e promovendo qualidade tecnológica com base em pesquisa e inovação: é o aumento de produção por ganho de produtividade criando no-vos produtos, novos materiais, novas oportunida-des. E existem aqueles que ainda estão presos ao final do século 19 e à economia predatória do século 20. Mas o mundo do século 21 será sustentável ou não será.

Você pode citar exemplos dessas empresas e negó-cios?Costumo não citar porque não quero fazer propa-ganda, mas há empresas sérias que têm o desenvol-vimento sustentável como um compromisso e uma visão estratégica, e não apenas um discurso, uma forma de propaganda. Temos três níveis: aquelas que resistem e se contrapõem a essa agenda, aque-las que preferem dourar a pílula como se fosse ver-

13

"Nos últimos dois anos, tivemos um retrocesso muito grande porque, além de não se avançar, se estão removendo as conquistas dos governos anteriores."

Page 14: Geração Sustentável

Você colocaria parte do poder público entre esses ex-pectadores? Você já declarou que o governo é aquele que tem mais ferramentas e, portanto, pode mais e teria mais responsabilidade. O governo tem muita responsabilidade. No decorrer dos anos, tivemos no Brasil uma agenda de avan-ços, em diferentes governos, graças a uma mobili-zação e uma consciência da sociedade que foi, pau-latinamente, conquistando avanços na legislação ambiental e mesmo em sua implementação. Porém, nos últimos dois anos, tivemos um retrocesso mui-to grande porque, além de não se avançar, estão removendo as conquistas dos governos anteriores. Foi o que aconteceu com o Código Florestal, o que aconteceu quando retiraram as competências do Ibama para fiscalizar o desmatamento, e quando, por Medida Provisória, deram poderes à presidente para, por decreto, diminuir as áreas de preservação criadas nos governos anteriores. Eu poderia citar um rol de retrocessos que, infelizmente, trarão um cus-to muito pesado na realidade do Brasil em médio e longo prazos.

Você já mencionou também o poder do consumidor nas mudanças, porém, o que ainda se vê no Brasil é uma corrida consumista desordenada. Como se pode educar e motivar esse consumidor? E é nesse sentido que vai trabalhar o Instituto Marina Silva?Isso é um paradoxo. Ao mesmo tempo em que as pessoas estão sensíveis aos problemas do planeta, parecem não conseguir perceber que é o consumo doentio e tóxico que está destruindo o planeta. Para dar uma ideia, um norte-americano emite uma

quantidade de CO2 equivalente a 25 chineses. Se o padrão desse americano for generalizado, não há planeta para supri-lo, e um modelo que não pode ser universalizado não pode ser defendido.O instituto está sendo iniciado agora e a ideia é tra-balhar a educação e a mobilização para a sustenta-bilidade. Não educação formal, no entanto. O que queremos fazer é algo como o que você está fazendo, acredito, com seus leitores. Você está informando, é uma forma de educação. Ao mesmo tempo, que-remos promover a mobilização, porque não basta a consciência. Já percebo que há uma receptividade muito grande, sobretudo nos jovens, crianças e ado-lescentes. Tenho um amigo que diz que a nossa ge-ração lutou pela liberdade acreditando que, com ela, construiríamos o futuro que quiséssemos, e que os jovens, hoje, têm que usar essa liberdade conquis-tada para lutar para ter um futuro. Isso é dramático, mas realmente acredito na mutação possibilitadora. Há um grupo muito grande, no mundo todo, que co-meça a se deslocar da lógica do poder pelo poder, do dinheiro pelo dinheiro, e começa a criar uma nova superfície, o que, no meu entendimento, é essa mu-tação que vai acontecer na economia, nos negócios e na preferência das pessoas que precisam consumir.

Você acredita que o fato de estar na presidência da República poderia engessar uma pessoa que traz propostas e alega ter valores como os seus?Se você tem valores, ideais e propostas realmente vividos de forma legítima e comprometida, estes podem "desengessar" as estruturas que estão hoje engessadas.

GERAÇÃO SUSTENTÁVEL 14

Entrevista

"Há muitas empresas, em todos os setores da economia brasileira, no caminho de competir

respeitando as legislações trabalhista e ambiental, e promovendo qualidade tecnológica

com base em pesquisa e inovação."

"Ao mesmo tempo em que as pessoas estão sensíveis aos problemas do planeta, parecem

não conseguir perceber que é o consumo doentio e tóxico que está destruindo o planeta."

Page 15: Geração Sustentável
Page 16: Geração Sustentável

Capa

GERAÇÃO SUSTENTÁVEL

O desafio da destinação dos resíduos sólidos

Comprometimento com a logística reversa é o primeiro passo para que Governo, entidades e empresas se ajustem à política nacional e avancem quanto à sustentabilidade de seus processos

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Bruna robassa

Page 17: Geração Sustentável

o dia 23 de novembro de 2012, indús-trias dos mais diversos setores e re-presentantes do comércio paranaense deram um importante passo para a

correta destinação de seus resíduos sólidos e, consequentemente, avançaram em relação à busca e ao aprimoramento da sustentabilidade para seus processos e negócios.

Convocados pelo edital de chamamento 01/2012, da Secretaria Estadual de Meio Am-biente (Sema), fabricantes, importadores, dis-tribuidores e comerciantes de produtos de sig-nificativo impacto ambiental têm como missão “implantar um programa de responsabilidade pós-consumo para fins de recolhimento, trata-mento e destinação final de resíduos sólidos, indicando o conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a des-tinação dos resíduos sólidos ao setor empresa-rial, para que sejam reaproveitados em seu ciclo, ou em outro ciclo produtivo, ou então para outra destinação final ambientalmente adequada”.

É o que explica Luciano Henrique Busato, analista técnico da coordenação de desenvolvi-mento do setor de Fomento e Desenvolvimento do Sistema FIEP, entidade que, junto a sindica-tos e outras associações, como a Associação Comercial do Paraná, (ACP) está envolvida com a mobilização que visa a elaboração de um plano estadual setorial de logística reversa.

Após diversas reuniões e discussões sobre medidas setoriais de médio e longo prazos, foi que, no dia 23 de novembro, 62 sindicatos pa-tronais e a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), representando outros 37 sin-dicatos de um total de 99 sindicatos representa-dos, assinaram um termo de compromisso vin-culado à agenda setorial para o ano de 2013. “O termo é um documento que formaliza a intenção dos setores e empresas a aderir a uma agenda de comprometimento para a realização de um plano setorial de logística reversa. Uma vez que o sindicato tem a função de articular junto aos seus associados a construção de um plano de logística reversa setorial para ser discutido pela cadeia produtiva a partir do primeiro semestre de 2013”, relata o analista.

Plano Estadual • Tanto o edital de chamamen-to quanto a assinatura desse termo de compro-misso fazem parte do Plano Estadual de Resí-duos Sólidos (PERS), que busca modificar, de forma gradual, o comportamento e os hábitos da sociedade paranaense, no que se refere à desti-nação ambientalmente adequada dos resíduos

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“o Plano estadual de resíduos Sólidos (PerS) deverá abranger todo o território do estado, para um horizonte de vinte anos com revisões a cada quatro”Carlos Garcez, coordenador de Resíduos Sólidos da Sema

sólidos. É importante lembrar-se de que o plano estadual está alinhado à política nacional (Lei n.º 12.305/2010). De acordo com o coordenador de Resíduos Sólidos da Sema, Carlos Garcez, o PERS é condição para que os estados tenham acesso a recursos da União destinados a empre-endimentos e serviços relacionados à gestão de resíduos sólidos a partir de 2 de agosto de 2012.

“O PERS deverá abranger todo o território do estado, para um horizonte de vinte anos com revi-sões a cada quatro anos, observando o conteúdo mínimo definido pelo Art. 17 da Lei. Além disso, o PERS deve estar em consonância, principalmen-te, com os objetivos e as diretrizes dos planos plurianuais (PPA) e de saneamento básico, e com a legislação ambiental, de saúde e de educação ambiental, entre outras”, conta Garcez.

Redação da lei • O professor universitário e ad-vogado paranaense Rafael Favetti, que fez parte do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Governo Federal por 8 e 5 anos, respectivamente, partici-pou da redação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e conta que a temática dos resí-duos sólidos foi um dos assuntos que necessita-ram da participação do Ministério da Justiça, em especial quanto à verificação da legalidade do novo ordenamento proposto, enquanto o advo-gado lá atuava. Segundo ele, por tratar de tema atual, a lei apresenta conceitos bastante moder-nos em relação ao assunto.

“Um destaque interessante é que a aplicação da lei ocorre tanto para pessoas físicas quanto jurídicas. Dessa forma, todos estão envolvidos e devem observância às diretrizes estabelecidas”, ressalta. Para o advogado, além deste, os maio-

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res destaques da lei são exatamente a elabora-ção de um plano de logística reversa e a assina-tura do acordo setorial. Favetti também conta que a lei contempla a criação de um Sistema de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sóli-dos, conhecido como SINIR, que visa o auxílio das organizações na gestão dos resíduos, propi-ciando maior atendimento às diretrizes do plano.

A discussão sobre resíduos sólidos é tema relativamente recente para o Governo. “Em 1999, foi proposto projeto de lei que objetivava regular o acondicionamento, a coleta, o trata-mento, o transporte e a destinação dos resíduos de serviços de saúde. Pode-se destacar, porém, como marco inicial da criação de diretrizes so-bre o assunto o ano de 2004, ocasião em que o Ministério do Meio Ambiente instituiu um grupo técnico de pesquisa sobre o tema. Então, após inúmeros fóruns de discussão e audiências pú-blicas realizadas, foi aprovada a Lei nº 12.305, em 2 de agosto de 2010”, lembra o jurista.

Muitos pontos foram ponderados durante a elaboração da lei. A principal dificuldade, se-gundo conta Rafael Favetti, foi justamente pro-curar estabelecer diretrizes que tivessem como objetivo a prática de bons hábitos ambientais, mas sem prejudicar os destinatários dela. “A adequação às diretrizes traçadas pela lei deve transpor a mera obediência, mas se tornar efe-tiva conscientização ambiental. Note-se que as empresas, para adequação à lei, poderão ser obrigadas a desenvolver novas práticas de atu-ação, no sentido de observar o que consta dos planos de resíduos sólidos”, lembra.

Nicolau Leopoldo Obladen, engenheiro civil e sanitarista, ex-professor de saneamento am-biental, hoje diretor técnico da empresa Habitat Ecológico – Consultores Associados, também destaca como principais temas envolvidos com a PNRS o ciclo de vida dos produtos, correspon-

dente ao processo de planejamento, desenvol-vimento do produto, obtenção da matéria-prima e descarte final, a coleta seletiva de materiais recicláveis com a participação das associações/cooperativas de catadores, o encerramento dos lixões até agosto de 2014, e a formalização de consórcios públicos intermunicipais.

Como se organizar • Na opinião de Favetti, as empresas, inicialmente, devem analisar seu atu-al modelo de gestão de resíduos sólidos. Para tanto, é necessário coletar dados sobre a gera-ção de resíduos e determinar seus principais destinos. Por fim, é necessário estabelecer me-tas de redução e diretrizes para a implantação de um plano de gerenciamento que se adeque à realidade e às necessidades da empresa.

O professor universitário ainda defende que, apesar de ser importante o compartilhamento de informações tanto com entidades representa-tivas bem como com os respectivos setores para que haja convergência de opiniões e ideias, é essencial cada empresa elaborar minuciosa-mente seu próprio plano de gerenciamento.

É como pensa também Nicolau Leopoldo Obladen. “As empresas deverão enfrentar a ela-boração de seus próprios PGRS (Plano de Geren-ciamento de Resíduos Sólidos), por iniciativa própria e individualmente. Não existem possi-bilidades de união entre empresas, em virtude da tipicidade variada dos resíduos gerados em cada empresa com características específicas, sob a supervisão dos órgãos ambientais”, diz.

Nas discussões e reuniões realizadas por conta do edital de chamamento da Sema, inclu-sive, atitudes das empresas que já tinham pre-ocupação com a destinação de seus resíduos acabaram virando uma regra para outras indús-trias do setor, como é o caso das indústrias de alimentos, especialmente as avícolas.

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Exemplos • O investimento em cooperativas de reciclagem e a educação ambiental foram as me-lhores alternativas encontradas pelas indústrias do setor para o plano de logística reversa. Para Fábio Guerlles, biólogo responsável pela área ambiental do Grupo GTFoods, indústria avícola de Maringá, e um dos integrantes do grupo que representa o setor de alimentos, o retorno de em-balagens provenientes das indústrias de alimen-tos, especialmente as avícolas é muito difícil de acontecer. “No caso da indústria de bebidas, o retorno é facilitado com a instalação de pontos de entrega voluntário, no entanto, para embala-gens de isopor e plástico, como é o nosso caso, a melhor solução para viabilizar a logística reversa é o investimento em cooperativas”, explica.

O Grupo GTFoods, como diversos outros aba-tedouros avícolas, já costuma prestar incentivo às cooperativas, trabalhando em parceria na doação de materiais recicláveis para coleta. “Ao incenti-var que as cooperativas utilizem nossos materiais no processo de reciclagem, com investimentos na melhoria de sua estrutura e em equipamentos de coleta, estamos criando uma alternativa para au-mentar a retirada de materiais com potencial de reutilização do meio ambiente, ou seja, estamos proporcionando a logística reversa”, explica.

A Associação Brasileira das Empresas de Fil-tros e seus Sistemas - Automotivos e Industriais – Abrafiltros também já tem seu plano de logís-tica reversa. De acordo com João Moura, presi-dente da entidade, desde a fundação da asso-ciação, em 2006, “já antevíamos que o Brasil adotaria um modelo de ação voltado à logística

reversa em função das discussões mundiais em torno da preservação do meio ambiente”, conta.

Moura ainda relata que a associação acom-panhou o desenvolvimento e posterior publi-cação da PNRS, ao mesmo tempo em que foi buscando conhecimento acerca dos aspectos envolvidos para a instituição de um programa de responsabilidade pós-consumo para os fil-tros do óleo lubrificante automotivo.

Por ser uma entidade nacional representa-tiva do setor, a Abrafiltros buscou inicialmente por meio de comunicados e anúncios, alertar e conscientizar as empresas da cadeia de filtros automotivos acerca da necessidade de estabe-lecer um programa de responsabilidade pós--consumo, o qual a entidade denomina de “Des-carte Consciente Abrafiltros”. A associação atua na gestão do programa, que iniciou em julho de 2012, e os custos são compartilhados entre as empresas participantes.

O programa principiou no estado de São Pau-lo e será iniciado a partir de fevereiro no Paraná, conforme os termos de compromisso assinados com os governos estaduais. “Nosso programa consiste na coleta dos filtros usados diretamen-te nos geradores (locais onde é feita a troca dos filtros), como os postos de combustível, uma vez que o consumidor brasileiro não tem por hábito realizar a substituição em casa. Por questão de proporcionalidade, fabricantes e importadores compartilham os custos de coleta conforme o volume comercializado com marca própria em cada estado, de acordo com as metas gradativas de coleta para o setor”, explica.

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Em função dos aspectos logísticos e econô-micos envolvidos, o projeto está sendo reali-zado na condição de programa-piloto para que seja possível analisar os resultados e buscar minimizar os impactos, tanto para as empresas quanto para os consumidores. “Entendemos que a logística reversa é necessária e que as empresas deverão se adaptar a essa nova reali-dade, ainda incipiente no Brasil, que certamente demandará uma série de ajustes entre o poder público e a iniciativa privada. Entendemos que será de grande importância que o governo fe-deral e os governos estaduais atuem como par-ceiros na instituição de políticas de incentivo às empresas engajadas com a logística reversa pós-consumo”, reflete.

Dificuldades do setor • Ainda de acordo com João Moura, a principal dificuldade do setor em elaborar e cumprir um plano de logística rever-sa é que “diferente de outros tipos de resíduos, os filtros do óleo lubrificante automotivo não podem ser reaproveitados, por isso, tudo o que se relacione à logística reversa acaba resultando

em custo e não há retorno direto para a cadeia de filtros”, relata. Mesmo assim, 13 empresas do setor já aderiram simultaneamente ao proje-to na assinatura do termo de compromisso. “Ou-tras empresas estão em processo de filiação à Abrafiltros para participar do programa, que está aberto a novas adesões”, convida o presidente.

Responsabilidade compartilhada • Tania Ka-mienski, da Associação Comercial do Paraná (ACP), defende e ressalta que tanto a ACP como a indústria e os próprios consumidores têm res-ponsabilidade pelo destino final dos resíduos sólidos. Ela destaca, inclusive, que a responsa-bilidade compartilhada está prevista em lei. “A relação do comércio é direta com o consumidor, por isso teremos que atender a política em res-peito ao nosso consumidor e ao meio ambiente. Levaremos algum tempo para acostumar, mas logo será rotina nas empresas”, diz.

É como pensa também um dos redatores da lei. “Acredito que sempre deve haver o diálogo entre a iniciativa pública e a privada, bem como a participação de uma sociedade interessada e

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Assinatura do termo de compromisso para o plano setorial de logística reversa na FIEP

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capaz de exprimir seus anseios. Devemos nos conscientizar que as empresas, o governo e a sociedade são interdependentes e precisam dia-logar sobre temas relevantes”, defende Favetti.

A responsabilidade deve ser compartilhada no momento de colocar o plano em prática, as-sim como foi na elaboração da política estadual e do plano setorial de logística reversa. Segundo conta Carlos Garcez da Sema, o plano estadual foi elaborado em um processo de discussão con-junta em oito encontros regionais com municí-pios, setor produtivo, sociedade civil organizada e outros atores.

Custo • Tania ainda conta que desde que a lei foi aprovada, a ACP tem participado junto à Fiep e aos sindicatos de todos os setores para que seja possível encontrar soluções que viabilizem o cumprimento da PNRS. Ela destaca, também, que o processo de logística reversa tem um pre-ço alto. “O preço da logística reversa e o local para armazenagem dos resíduos no comércio são certamente nosso maior desafio. Muitos pe-quenos comerciantes não têm espaço nem para os estoques deles”, conta.

O engenheiro Nicolau Obladen também apon-ta o alto custo como um dos principais desafios para implantação dos processos. “A lei foi muito bem trabalhada por cerca de 20 anos, mediante

ampla participação da sociedade, de técnicos da área, acadêmicos e representantes de insti-tuições públicas e privadas envolvidas no tema em questão. Não vejo falhas, vejo dificuldades em sua implementação e, principalmente, a sus-tentabilidade financeira dos sistemas a serem implementados ou complementados”, analisa.

Apesar do custo elevado, o comércio poderá fazer a sua parte, tanto que também firmou termo de compromisso com o Governo. “Nesse termo, estabelecemos que serão feitas parcerias com universidades para que cada comerciante possa elaborar seu plano de gerenciamento de resíduo a um custo menor. Também foi estabelecido que a ACP fará um levantamento da quantidade de resíduos e quais são eles para nortear os comer-ciantes a destiná-los corretamente”, conta ela.

Sanções • Segundo Favetti, não se tratam de sanções as consequências para as empresas que não se mobilizarem para a correta destinação de seus resíduos. Ele conta que no caso dos gover-nos – estaduais ou municipais - a principal con-sequência da não adequação da lei (conforme os artigos 16 e 18) é a impossibilidade de “acesso a recursos da União, ou por ela controlados”.

Em relação às empresas, por exemplo – tendo em vista o que aponta o Art. 24 – o processo de licenciamento ambiental do empreendimento ou

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“acredito que sempre deve haver o diálogo entre a iniciativa pública e a privada, bem como a participação de uma

sociedade interessada. Devemos nos conscientizar que as empresas, o governo e a sociedade são interdependentes e

precisam dialogar sobre temas relevantes”Rafael Favetti, advogado

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atividade deve conter o plano de gerenciamento de resíduos, sob pena de não ser aprovado.

“Ainda é interessante lembrar que conforme o parágrafo único do Art. 29, aqueles que forem responsáveis por evento lesivo ao meio ambien-te ou à saúde pública relacionado ao gerencia-mento de resíduos sólidos, deverão ressarcir integralmente o poder público pelos gastos decorrentes das ações empreendidas a fim de minimizar ou cessar o dano causado”, adverte.

Avaliação • A avaliação quanto à mobilização do Paraná para adequação ao plano é bastante otimista. As empresas, cada vez mais, exercem suas atividades com responsabilidades social e ambiental, isso é uma importante constatação. “A implementação da logística reversa é fato louvável, até porque contribui de forma signi-ficativa para o reaproveitamento de produtos e materiais, diminuindo os prejuízos causados ao meio ambiente. No entanto, ainda há muito para caminhar. O desconhecimento do tema e a lamentável ausência de conscientização am-biental ainda são obstáculos a serem transpas-sados”, analisa Favetti.

“Tenho participado da discussão nacional e acredito que no Paraná estamos avançados. Há uma união dos setores para que o PNRS acon-teça de verdade e possamos dar o exemplo ao Brasil”, avalia Tania, da ACP. Ainda, segundo ela, a união de todo setor produtivo é essencial para

barateamento dos custos. Ela também acredita que a PNRS vai ser uma grande oportunidade de geração de emprego e de criação de novas tec-nologias para reciclar materiais. “Acredito que incentivos fiscais para as empresas que preci-saram ser criadas para que a PNRS aconteça é essencial para toda a cadeia da reciclagem”, diz.

Próximos passos • Após a assinatura do termo de compromisso em 2012, o próximo passo para a logística reversa é o cumprimento da chamada Agenda 2013, conforme explica Luciano Busato da FIEP. “A FIEP, por meio da Coordenação de De-senvolvimento, articulará e dará apoio técnico para a realização das reuniões setoriais e cum-primento da Agenda 2013. Entre março e junho de 2013, acontecerão as primeiras 17 reuniões setoriais conforme agenda pré-definida, como re-sultados dessas reuniões, em 60 dias os setores apresentarão um cronograma de atividades para a elaboração, num prazo de 180 dias, de estudo e/ou plano setorial de logística reversa”, conta.

“Difícil prever quando observaremos resul-tados efetivos. O importante é que as empresas buscam, cada vez mais, atuar de forma respon-sável. A intenção da Lei nº 12.305/2010 é esta-belecer diretrizes gerais aplicáveis aos resíduos sólidos para orientar as empresas, os estados e os municípios na adequada gestão desses resí-duos”, analisa Favetti.

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“entendemos que a logística reversa é necessária e que as empresas deverão se adaptar a essa

nova realidade, ainda incipiente no Brasil, que certamente demandará uma série de ajustes entre

o poder público e a iniciativa privada.”João Moura, Presidente da Abrafiltros

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Cativa Natureza promete beleza de forma sustentável

Fabricante nacional oferece cosméticos com altas concentrações de insumos orgânicos

leticia Ferreira

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abonetes, desodorantes, xampus, cre-mes para a pele, maquiagem, tintura para cabelo e outros produtos formam um arsenal que a maioria das pessoas

usa todos os dias ou com frequência para higie-ne, conforto e cuidados com a aparência. Prova-velmente, a maioria dessas pessoas não gasta tempo olhando os rótulos desses produtos e comparando-os com listas de substâncias de uso restrito, como conservantes (formol, derivados de petróleo, chumbo, parabenos e ureia). Muitas pessoas, no entanto, preocupam-se, pois sabem que as leis protetoras dos consumidores podem não ser tão amplas quanto deveriam e não con-siderar, por exemplo, que a quantidade de uma substância potencialmente tóxica é segura em um produto, mas que a avaliação da quantidade cumulativa dessa mesma substância em vários produtos de uso diário ou frequente talvez não seja tão simples.

Uma opção para quem se preocupa e busca informação são produtos de higiene pessoal e cosméticos com rastreabilidade orgânica como os da Cativa Natureza que, segundo sua idealiza-dora, a empresária Rose Bezecry Oliveira, é a pri-meira franquia nacional a comercializar cosméti-cos com insumos orgânicos rastreados no Brasil. A primeira loja, fundada em 2008, em Curitiba, é

localizada no Setor de Orgânicos do Mercado Mu-nicipal de Curitiba, e a franquia tem lojas também em São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e outras cidades do Paraná e, com novas lojas que serão abertas este ano, chegarão também ao Rio de Janeiro.

Rose conta que a marca oferece produtos livres de substâncias agressoras à saúde e ao meio ambiente, não testados em animais, cujo processos de produção, extração e processamen-to de matérias-primas são rastreados por institu-tos nacionais e internacionais de credibilidade. São também processos comercial e socialmente justos, que priorizam produções locais. Ela expli-ca que um adulto utiliza em média nove produ-tos de higiene pessoal por dia, expondo-se a 126 substâncias químicas diariamente, entre as quais 1/3 com potencial cancerígeno; e que 89% dos 10.500 ingredientes utilizados em produtos de higiene pessoal não foram totalmente avaliados quanto à segurança.

Já os produtos Cativa Natureza, afirma, con-tam com o mínimo de 70% de insumos orgâni-cos rastreados pelo IBD - Instituto Biodinamico. Óleos vegetais e essenciais têm 95% e até 100% de organicidade creditados pelo Sisorg (Sistema Brasileiro de Conformidade Orgânica) do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abasteci-

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"Conceito não se vende, constrói-se", empresária

Rose Bezecry Oliveira, idealizadora

da Cativa Natureza

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mento). Além disso, todos os produtos de outras marcas comercializados nas lojas são certifica-dos por outras certificadoras.

O rastreamento segue até o descarte das em-balagens. Após a utilização de qualquer produto Cativa Natureza, o cliente leva a embalagem até uma das lojas, deposita na urna e ganha na hora descontos na compra do mesmo produto ou qual-quer outro das linhas da marca.

Lacuna • Rose conta que sempre quis investir em algo ligado à sustentabilidade e qualidade de vida e decidiu pelos cosméticos ao perceber a la-cuna nesse setor no mercado brasileiro. "Quando me estabeleci em Curitiba, por ser uma cidade comprovadamente com alto nível de exigência e consciência ecológica, vi que o rastreamento da-ria um bom suporte para a comprovação da sus-tentabilidade dos produtos, porque conceito não se vende, constrói-se". Segundo a empresária, quando ela começou seu negócio, as empresas brasileiras especializadas nesse tipo de produto não investiam no mercado nacional, preferindo exportar, mas, com o advento da Cativa Natureza e seu trabalho conceitual, algumas estão se vol-tando para o consumidor brasileiro.

"Nesses quatro anos, ampliamos nossa abrangência em 30%, com perspectivas de maior

expansão", diz. Hoje, a empresa tem parcerias com a Itaipu Binacional, na Cooperativa Gran Lago, que investe na formação de APLs (Arran-jo Produtivo Local) de plantas medicinais; com produtores locais da Grande Curitiba, com a Via Sustentis, fabricante de insumos orgânicos e na-turais; com a Sociedade Vegetariana Brasileira e com o Programa Gols pela Vida do Instituto Pe-queno Príncipe, que tem o rei Pelé como padri-nho.

Além das franquias, a marca tem a Cativa Mó-vel, que nasceu com o propósito de levá-la a fei-ras e eventos. O sucesso da ideia motivou Rose a disponibilizar essa modalidade de negócio mes-mo a quem não é licenciado com loja física, o que facilita para os pequenos empreendedores.

Eficácia • Rose afirma também que os produtos são eficazes, o que é 90% comprovado, principal-mente, pelo retorno dos clientes que seguem vol-tando, pessoas que buscam qualidade de vida ou dependem desse tipo de produto porque já têm algum problema de saúde. Além disso, os preços não são mais altos do que a média dos cosméti-cos comuns no mercado, considerados de quali-dade, e os que têm o preço um pouco mais eleva-do, além da compensação com tudo o que já foi mencionado, são duráveis, mesmo não contendo

endereçosParanáMercado Municipal de CuritibaOrgânicos - Box 514 - Rua da Paz,608 - Centro - Curitiba/PR.(41) 3363-0905

Av. do Batel,1230 - Galeria loja 14 - Batel - Curitiba/PR(41) 3308-0850

Av. João Gualberto, 2049 - Loja 02Cabral - Curitiba/PR(41) 3253-2320

rIo GranDe Do SulVieira de Castro, 52Bom Fim - Porto Alegre/RS(51) 3574-5222

Santa CatarInaNereu Ramos, 31 - SL 01Centro - Caçador/SC(49) 3567-4368

DIStrIto FeDeralSCLN316 - Bloco E - Loja 04Asa Norte / Brasilia/DF(61) 3033-1869

Produtos Cativa natureza contam com mínimo de 70% de insumos orgânicos rastreados

www.cativanatureza.com.br

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conservantes, corantes e fragrâncias sintéticas.O preço um pouco mais elevado dos orgânicos se deve ao custo de produção maior e à produ-tividade menor. Os biofertilizantes usados para o combate de pragas na produção de orgânicos apresentam uma eficiência menor em relação aos fertilizantes químicos, porém, esses produtos deixam resíduos. Além disso, na agricultura or-gânica, não se usam herbicidas para eliminar as ervas daninhas, o que exige maior utilização de mão de obra. O que pode favorecer uma redução gradual dos preços dos orgânicos é o aumento do mercado consumidor. Ou seja, quanto mais pes-soas os consumirem, mais se aumentará a área produzida e, assim, os custos baixarão.

Outro diferencial da Cativa Natureza, explica Rose, é o atendimento especializado e persona-lizado de que a empresária faz questão em todas as lojas da rede, assim como exige que o proprie-tário de cada loja esteja presente por pelo menos um período diário, atendendo os clientes. Todos os franqueados recebem treinamento para que as informações sobre os produtos, inclusive as téc-nicas, estejam sempre disponíveis para os clien-tes, e para que todas as lojas da marca tenham a mesma filosofia de qualidade de vida. Algumas lojas dispõem de espaços para tratamento esté-tico e terapêutico, com utilização exclusiva dos cosméticos rastreáveis.

A Cativa Natureza oferece linhas de produtos para o corpo, cabelos e rosto, o que inclui os de uso diário e óleos, sabonetes e máscaras de argi-la, esfoliantes, loções de limpeza, linha antiaging e até tinturas de cabelo e maquiagem. Os clien-tes são informados não somente do conceito dos produtos rastreáveis, como também dos ingre-dientes de cada um e dos resultados esperados.

Conheça as substâncias

Como saber que o produto é realmente orgânico?

Fabricantes afirmam que, nas quantidades em que são usadas em cada produto, as substâncias apontadas como vilãs não oferecem risco. Para quem quer saber quais são essas substâncias, no entanto, estudos publicados em periódicos científicos comprovaram a associação das seguintes substâncias e o aparecimento de doenças como câncer, dermatites e alergias:• Ureia: proibida para mulheres grávidas;• Parabenos (parabens, methylparaben, ethylparaben, propylparaben e butylparaben);• Conservantes liberadores de formol (quatérnium-15, diazolidinil hora, imidazolidinil uréia e DMDM hidantoína);• Propilenoglicol (propyleneglycol);• Óleo mineral e outros derivados do petróleo (paraffin oil e mineral oil,1,4-dioxano);• Filtros solares com benzofenonas e derivados da cânfora (benzophenone e/ou 3-(4-methyl-benzylidene);• Corantes e essências artificiais• Lanolina ou lanolin, ácido sórbico e bronopol.

Para Rose, da Cativa Natureza, a melhor forma é verificar os rótulos e se o produto é rastreado. Há duas formas de certificação para garantir a origem orgânica do produto: a vertical e a horizontal. Na certifica-ção vertical, uma instituição especializada é credenciada para inspe-ção e certificação, como, no caso dos produtores da empresa, o TecPar (Instituto de Tecnologia do Paraná), a Ecovida e o IBD. Normalmente a inspeção é feita duas vezes por ano, mas podem ser feitas inspeções surpresa.No caso da certificação horizontal, um grupo de agricultores orgâni-cos organiza-se para se ajudarem mutuamente e, com visitas regula-res, verificam a produção de cada um.

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jerÔnimo mendesAdministrador, Coach

Empreendedor, Escritor e Palestrante

Mestre em Organizações e Desenvolvimento Local

pela UNIFAEm cerimônia realizada no Palácio do Planalto, Brasília, em dezembro, a Presidente Dilma Rousseff afirmou querer um “pibão grandão” para o

Brasil em 2013, depois de o Ministro da Fazen-da, Guido Mantega, anunciar uma projeção de crescimento pífio, em torno de 1% em 2012.

A expectativa de um crescimento de 4% para o PIB em 2013 foi manifestada no mesmo dia em que o Banco Central reduziu, pela quar-ta vez no decorrer do ano, a projeção de cresci-mento, de 1,6% para 1%, apesar de o Ministro ter anunciado uma projeção otimista de 4,5% no início do ano.

Ao se confirmar o prognóstico do Banco Cen-tral, a Presidente Dilma encerra 2012 com um “pi-binho” acumulado de 1,8% desde que assumiu a presidência, mesmo tendo alcançado um índice de popularidade de 77%, segundo pesquisa do IBOPE, bem superior aos índices alcançados por seus antecessores, Lula e Fernando Henrique Cardoso, com 58% e 56%, respectivamente.

Na tentativa de garantir os 4% de crescimen-to para 2013, o Executivo recorre mais uma vez à sua receita preferida, um pacote de incentivos com desonerações na ordem de R$ 6,8 bilhões, o qual, até o momento, tem se mostrado inefi-caz, a exemplo do alardeados PAC-1 e PAC-2.

Com as sucessivas prorrogações do IPI para incentivar o consumo de bens duráveis, a ex-tensão da desoneração da folha de pagamento para o governo varejista e a prometida redução na tarifa de energia elétrica, o Governo deixará de arrecadar mais de R$ 40 bilhões em 2013.

Aliado a isso, o Ministro da Fazenda anun-ciou para breve a simplificação do PIS/Cofins e a reforma do ICMS, a fim de colocar em discus-são a guerra fiscal entre unidades da Federa-ção com o nivelamento gradativo das alíquotas interestaduais, até chegar a 4% em 2025.

Em troca, o Governo Federal se propõe a reduzir os juros das dívidas dos Estados e a formar um fundo para compensar os Estados que tiverem perdas, entretanto, a transição de doze anos é longa demais, um indicador da di-ficuldade política de mudar o status quo entre os governos estaduais.

Há também o plano de investimentos em aeroportos anunciado na ordem de 7,3 bilhões de reais, que inclui investimentos na aviação regional, além da concessão dos aeroportos

do Galeão, no Rio de Janeiro, e de Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a qual exigirá investimentos na ordem de 11,4 bilhões de reais. É esperar para ver, e torcer.

Em termos práticos, na falta de uma estra-tégia mais adequada aos interesses do setor privado, o qual, de fato, movimenta o país, há dúvidas quanto ao fôlego e à eficácia das medidas anunciadas para mudar o padrão de crescimento pretendido em vez de apenas im-pulsioná-lo, temporariamente.

Ainda que os juros mais baixos, mantidos sob estreita vigilância do Banco Central, auxiliem no incentivo aos investimentos e na redução do risco empresarial, as restrições continuam. Uma delas é o fato de que o Governo depende do se-tor privado para alcançar a meta de investimen-tos, embora seja difícil admitir o fato.

A mais preocupante de todas é a inflação, esse fantasma que insiste em se posicionar acima de 5% e pode subir ainda mais, em caso de desaceleração do PIB, em 2013. Então, te-mos algo do tipo “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”. Não há milagre nisso.

Na prática, queremos crescer mais, o que significa consumir mais e competir por recur-sos mais escassos sem os investimentos ne-cessários para o crescimento sustentado. A baixa capacidade de investimentos exerce for-te impacto no resultado da economia. Conse-quência: PIB baixo, pressão inflacionária.

A expectativa do Banco Central para o PIB em 2013 gira em torno de 3,3%, ligeiramente inferior à expectativa do Ministro Guido Mante-ga, o qual vem desgastando a própria imagem em decorrência das sucessivas reduções de ex-pectativa do crescimento anunciadas.

Dia desses, ouvi dizer que o pessimista é um otimista bem informado, portanto, nesse caso, prefiro ser realista. Um “pibão grandão”, como almeja a Presidente Dilma, requer muito mais do que pacotes estimulados temporariamente para provocar a alegria do consumidor desinformado.

“Pibão Grandão” requer medidas con-sistentes e duradouras que vão além do seu mandato e que demonstrem a seriedade de um país que ainda luta para se livrar da pecha de emergente. Esse é o desejo não somente da classe política, mas da classe econômica e da classe empresarial, além de ser uma necessi-dade permanente da classe trabalhadora.

O “Pibão” da Presidente Dilma

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"Pibão Grandão” requer medidas consistentes e duradouras que vão além do seu mandato e que demonstrem a seriedade de um país que ainda luta para se livrar da pecha de emergente

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Seminário da Rede Paraná Metrologia expõe metodologias e exemplos do cenário atual da sustentabilidade

Da técnica para a prática

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Bruna robassa

Tecnologia e Sustentabilidade

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isseminar a temática sustentabilida-de para seus associados e a comu-nidade em geral rotineiramente faz parte de trabalhos da Rede Paranaen-

se de Metrologia e Ensaios - Paraná Metrologia. Um seminário com a participação da ambienta-lista Marina Silva, promovido em dezembro de 2012, marcou essa nova proposta que faz parte da rede há pouco mais de um ano. O evento tam-bém contou com a participação de especialistas em metodologias para a aplicação e avaliação da sustentabilidade corporativa, assim como com a exposição de empresas que já adotam práticas e vendem produtos sustentáveis.

“Essa iniciativa da Rede Paraná Metrologia visa trazer para a comunidade paranaense a pos-sibilidade de contatar lideranças e experts do tema sustentabilidade, possibilitando o acesso às boas práticas, cases de sucesso e conceitos atuais que, na continuidade, podem ser inseri-dos no dia a dia das empresas paranaenses, uma vez que esse tipo de evento normalmente ocor-re no eixo Rio – São Paulo”, relata Celso Romero Kloss, diretor superintendente da Rede. Ele tam-bém destaca que o evento teve como principais parceiros o Instituto de Tecnologia do Paraná –Te-cpar, da FESP e da Revista Geração Sustentável, “sem os quais o evento não seria viabilizado”, lembra.

Um dos organizadores do seminário e prin-cipal responsável pela vinda de Marina Silva a Curitiba para participar do evento, o professor, di-retor e consultor da empresa de consultoria Civi-tas Responsabilidade Social e Sustentabilidade, Juvenal Correia Filho, alerta que o momento atual da sustentabilidade nos negócios pode ser dis-tinguido em dois tipos de empresa. “Aquelas que seguem processos arcaicos e fadados ao insuces-so e aquelas empresas atualizadas que investem numa gestão participativa e sustentável”, avalia.

Essas, segundo o consultor, e muitos dos seus stakeholders já estão entendendo que a única forma de progredir e garantir a longevidade nos negócios é fomentando a sustentabilidade em toda a cadeia produtiva. “Temos clientes para os quais desenvolvemos as chamadas “’Rede de Valor”, que envolvem seu grupo de fornecedores, objetivando transferir e fomentar a importância de implantar a responsabilidade social empresa-rial para iniciarem sua caminhada pela sustenta-bilidade”, conta.

Impacto • Um dado que chama atenção do consultor quanto à medição de impacto que a sustentabilidade tem gerado nas empresas e no

mundo é o número de signatários do Pacto Glo-bal da Organização das Nações Unidas (ONU). “Finalizamos 2012 com mais de 5.200 organiza-ções signatárias articuladas por 150 redes ao re-dor do mundo que aderiram voluntariamente ao Pacto Global pela Organização das Nações Uni-das (ONU). Só por esse dado é possível perceber o impacto que a sustentabilidade estácausando nos negócios”, avalia.

O Pacto Global é uma iniciativa desenvolvida com o objetivo de mobilizar a comunidade em-presarial internacional para a adoção, em suas práticas de negócios, de valores fundamentais e internacionalmente aceitos nas áreas de direitos humanos, relações de trabalho, meio ambiente e combate à corrupção refletida em dez princí-pios. Essa iniciativa conta com a participação de agências das Nações Unidas, empresas, sindica-tos, organizações não governamentais e demais parceiros necessários para a construção de um mercado global mais inclusivo, igualitário e sus-tentável.

Insustentabilidades • O professor nomeia como insustentabilidades os desafios para a sustentabilidade corporativa e que formam uma equação complexa de se resolver. Essa equação, de acordo com ele, no entanto, só será resolvi-da quando todas as lideranças e organizações entenderem e sentirem como “um problema de todos”. “Destaco, assim, a insustentabilidade da atual distribuição de riqueza no mundo. O con-sumo afluente de pessoas usando mais do que realmente precisam. Os norte-americanos, por exemplo, preocupados com a obesidade gastam 30 vezes mais tentando emagrecer do que todo o orçamento das Nações Unidas para mitigar a ina-nição”, analisa. A insustentabilidade das estrutu-ras sociais estabelecidas, que já estão chegando ao colapso devido ao crescimento populacional, a insustentabilidade da carga humana sobre a natureza que já apresenta como resultado a curva ascendente da demanda cruzando a cur-va descendente dos suprimentos, também são apontadas pelo consultor como desafios para que se avance nessa área.

Protagonismo • Para derrubar esses tipos de barreiras e até mesmo incentivar cada vez mais a sustentabilidade por meio da articulação de even-tos e atividades voltadas ao tema, o protagonismo de instituições, como a Paraná Metrologia, é es-sencial. “Ser protagonista de uma nova economia é atitude reconhecidamente louvável. Esse é o pa-pel que a Paraná Metrologia desempenha neste

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Acesse: www.paranametrologia.org.br

“essa iniciativa da rede Paraná Metrologia visa

trazer para a comunidade paranaense a

possibilidade de contatar lideranças e experts do tema sustentabilidade, possibilitando o acesso

às boas práticas e cases de sucesso", Celso Kloss,

Diretor Superintendente da Rede Paraná Metrologia

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momento ao trazer o debate da sustentabilidade e registrá-lo com as palavras de Marina Silva e os outros palestrantes”, ressalta o consultor.

Além da palestra de Marina Silva, o seminá-rio contou com a exposição de casos técnicos e práticos. Uma das apresentações foi feita pelo engenheiro Paulo Vodianitskaia, que falou sobre sucesso e sustentabilidade. Ele, que também é diretor de Estratégias Sustentáveis do Instituto Antakarana, entidade que representa a organiza-ção internacional de pesquisa e consultoria The Natural Step (TNS) no Brasil, proporcionou uma reflexão aos participantes com base em sua atu-ação na entidade. “Quais as condições para o su-cesso? São as trazidas pelos cientistas que cria-ram a referência The Natural Step: cuidar de como tocamos, do quanto e do que retiramos da Terra, e do que emitimos; e cuidar das necessidades fundamentais dos seres vivos. Sucesso, que é a melhor tradução de ‘Sustentabilidade’”, relata.

Outra participação importante no seminário foi a do professor Cleuton Rodrigues Carrijo, com a palestra denominada Indicadores de Sustenta-bilidade: Matriz “Kaiños”. “Esta palavra no grego significa novo, no sentido de melhorado, elevado, de maior excelência a respeito do tema”, explica. Ainda segundo relata o professor, além das di-mensões econômica, social e ambiental da sus-tentabilidade, a Matriz Kaiños incorpora também a dimensão cultural –“no sentido de que qualquer iniciativa empresarial dever ser ao mesmo tempo comportamentalmente transformadora, não basta tirar a pessoa da favela, é preciso tirar a favela, da pessoa – favorecendo escolhas de consumo mais conscientes, além da dimensão espacial – no sentido de que ela deve ser também ao mesmo tempo equilibradamente integradora, dentro de uma nova percepção de mundo, pois vivemos um momento de ruptura sem precedentes em toda a história da humanidade”, explica.

O palestrante ainda explica que o principal objetivo desta matriz, demonstrado na palestra, é resignificar o valor empresarial,ou seja, criar va-lor futuro sustentável a partir de uma tomada de conscientização mais profunda, “a partir do mo-mento em que a empresa decide galgar degraus mais elevados de maturidade organizacional co-meçando pela excelência operacional, passando pela gestão de clientes, pela inovação em produ-tos e serviços até chegar num grau de maturidade em que ela incorpora a sustentabilidade em seu DNA – nas pessoas, nos sistemas e nos proces-sos...”, conta. Entre as reflexões proporcionadas pela apresentação,Carrijo lembra: “Pare e pense:

qual o prazo de validade da sua empresa? E se ela deixasse de existir hoje, o que o mundo per-deria, hein? Lembre-se: devemos SER a mudança que queremos VER. Para TER”, propõe.

Cobertura sustentável • A Solbravo S/A tam-bém foi uma das participantes do evento. Além de fabricar um produto que promove a susten-tabilidade – telhas que captam a luz solar para produção de energia – faz parte da estratégia da empresa a promoção e difusão de conhecimento sobre a energia solar no Brasil. A apresentação da Solbravo teve como foco principal a grande oportunidade que é a implantação da indústria de energia solar no Brasil. “Primeiro pela gran-de abundância dessa fonte de energia em todo o território nacional. Por exemplo, o pior lugar no Brasil é melhor que o melhor lugar na Alemanha. Entretanto, a Alemanha já está próxima de atingir 3% de sua energia consumida vindo de fonte so-lar, enquanto, no Brasil, o valor é 0,006%”, relata Rodrigo Silvestre, diretor da empresa.

Alguns dos principais pontos de defesa da Solbravo quanto ao fortalecimento desse tipo de energia no Brasil estão relacionados com a opor-tunidade de criação de novos negócios e postos de trabalho em uma nova economia, além de, principalmente, promover uma mudança na vi-são de mundo dos consumidores. “É na atitude e nos hábitos de consumo das pessoas que reside o sucesso ou o fracasso da indústria de energia solar no Brasil. Isso é válido também para as ou-tras tecnologias de baixo carbono, pois se os con-sumidores não estiverem dispostos a pagar mais dinheiro pelas soluções de maior valor agregado, então não haverá futuro para essas tecnologias”, analisa Silvestre.

Na prática • Atualmente, a Solbravo produz diversos modelos de telhas fotovoltaicas. Para o diretor da empresa, ao manufaturar esse tipo de produto, a Solbravo permite que as pessoas possam ir um passo além do discurso e começar a atuar sobre o problema. “Por exemplo, se qui-sermos sair dos atuais 0,006% da energia con-sumida no Brasil e chegarmos a 2% da energia, teremos que instalar 2.346.807.776 telhas (com base no consumo de energia em 2009). É pouco provável que isso possa ser feito por um único cliente ou mesmo pelo governo, mas poderia ser atingido facilmente se cada habitante instalasse apenas 12 telhas. É tudo uma questão de escolha e oportunidade. Nosso papel é construir as opor-tunidades e depois cabe ao consumidor essa es-

Tecnologia e Sustentabilidade

“o momento atual da sustentabilidade nos negócios pode ser distinguido em dois tipos de empresa: aquelas que seguem processos arcaicos e fadados ao insucesso e aquelas atualizadas que investem numa gestão participativa e sustentável", Juvenal Correia Filho, diretor da Civitas Responsabilidade Social e Sustentabilidade

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colha”, sugere o empresário.Outro exemplo prático apresentado no semi-

nário foi sobre a Embafort, empresa de embala-gens industriais e sistemas construtivos em ma-deira. “Apresentamos aspectos relacionados à inovação e sustentabilidade na área de constru-ção civil a seco, utilizando materiais fabricados à base de madeira de reflorestamento certifica-da”, conta Carla Rabelo Monich, coordenadora de Qualidade e Gestão Integrada. A Embafort de-senvolve produtos, como embalagens automoti-vas, embalagens para exportação, engradados e peças especiais, destinados ao transporte se-guro de produtos. Além de fornecer o produto, a empresa também oferece soluções sobre qual a melhor maneira de transportar cada mercadoria. Ainda segundo Carla, a empresa está buscando cada vez mais alinhamento com os quesitos de sustentabilidade. “Temos utilizado uma aborda-gem por ciclo de vida de produto, indo ao encon-tro da Política Nacional de Resíduos Sólidos e da ISO 14025 – rotulagem ambiental”, relata.

O seminário • Formadores de opinião das mais variadas organizações participaram do seminário

promovido pela Paraná Metrologia, em dezembro de 2012. “Contamos com um público bastante ec-lético, não só na faixa etária como na formação acadêmica. O feedback dos participantes ao final do evento foi muito positivo”, relata o consultor Juvenal Correia Filho.

Na ocasião, Marina Silva avaliou que a crise civilizatória que estamos vivendo é diferente de todas as outras ocorridas na história da humani-dade, já que engloba todo o planeta. “Creio que a principal mensagem deixada pela ambientalista é que o desafio é muito maior e que a solução está na busca de um novo modelo, acabando com o modelo atual que é predatório e insustentável”, lembra. Esse novo modelo deverá buscar a sus-tentabilidade nas dimensões econômica, social, ambiental, cultural, estética, política e ética.

De acordo com Celso Romero Kloss, da Para-ná Metrologia, a Rede compromete-se em repetir este ano uma nova edição do evento. “Ocasião em que novos líderes e especialistas terão parti-cipação ativa dentro do mesmo conceito de dis-ponibilizar boas práticas, tecnologias e casos de sucesso da implementação da prática da susten-tabilidade no ambiente empresarial”, destaca.

“apresentamos aspectos relacionados à inovação

e sustentabilidade na área de construção

civil a seco, utilizando materiais fabricados

à base de madeira de reflorestamento

certificada", Carla Rabelo Monich, coordenadora de Qualidade e Gestão

Integrada da Embafort

Palestra de Marina Silva durante o evento de Sustentabilidade Empresarial em Curitiba

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O turista sustentável carrega poucas malas para ter mais liberdade de deslocamento e para ter a alegre sensação de não precisar escolher roupas. Ele economiza água e energia porque entende que o planeta também precisa tirar férias do ser humano.

GERAÇÃO SUSTENTÁVEL

Turismosustentávelhave you heard about it?

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rosimery defátima oliveiraEspecialista em diagnóstico e planejamento sistêmico

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conceito de turismo sustentável poderia utilizar a máxima de “visi-tar hoje cuidando para garantir que seus filhos e netos possam visitar

o mesmo lugar no futuro tendo acesso às mesmas comodidades”. Então vejamos: se você faz turismo urbano de compras, não se preocupe. A indústria de produção de bens e serviços voltados para o pseudo prazer de di-namizar a circulação/concentração de capital dará conta do recado tranquilamente.

Não há crise econômica que segure o pseudo poder sedutor de voltar de Miami ou de São Paulo ostentando dúzias de sacolas cheias de bugigangas com qualidades diver-sas: marcas, modelos, vaidades e alienação. Trabalhar duro durante onze meses por ano para ter direito a um mês de lazer lhe dá cer-tos direitos, não é? O direito ao desperdício, por exemplo. Banhos diários múltiplos e de-morados, roupa de cama e banho novas todos os dias, impecavelmente limpas e cheirosas. Refeições? As mais caras e exóticas que seu suado dinheirinho poupado ao longo do ano possa pagar. Durante onze meses você lutou e trabalhou duro para ter esses luxos, e ensi-nará seus filhos e netos a fazer o mesmo para ter o mesmo direito na fila de importados e na lista de reserva de um resort de luxo. Ter de gastar cada vez mais dinheiro com isso não importa, basta trabalhar mais (ou ser mais esperto, depende de seus valores) durante os tais onze meses. Onde ir e o que comprar? Não se preocupe. A mídia do consumo se en-carregará de manter-lhes informado: você, seus filhos, netos e bisnetos.

Gostou? Parece divertido? Pode até ser, mas, convenhamos, nada sustentável. En-tão, vamos falar sério. O turismo sustentável envolve a consciência do conceito de susten-tabilidade que eu já publiquei em um artigo nesta mesma coluna (O verdadeiro profissio-

nal da sustentabilidade). Além de conhecer e praticar o conceito, temos que enredar todos os atores sociais no esforço conjunto. Parece muito complicado? Dá muito trabalho? Enten-do, você está de férias, não vamos falar de obrigações. Vamos direto para alguns exem-plos e como você está de férias terá tempo de sobra para adaptá-los ao seu dia a dia. O turista sustentável carrega poucas malas (na ida e na volta) para ter mais liberdade de deslocamento e para ter a alegre sensação de não precisar escolher roupas. Isso é dar férias para preocupações banais! Ele economiza água e energia porque entende que o planeta também precisa tirar férias do ser humano. Ele respeita a biodiversidade e a cultura, pro-duzindo poucos resíduos e participando de atividades culturais locais. Compras? Apenas artesanato que favorece a economia dissi-pando renda. Alimentação? Apenas a básica composta ao máximo de produtos locais, que sempre envolve uma gastronomia bfarta e interessante. Escolhendo o local? Pesquise o que menos utiliza transporte com base em combustíveis fósseis. Alugar bicicletas e ca-minhar são excelentes opções! A economia financeira pode ser tanta que você poderá se dar ao luxo de ter esses momentos de lazer durante aqueles tais onze meses, permitindo espaços de lazer que vão agregar valor e qua-lidade à sua vida, fazer novos amigos e ser mais saudável o ano todo.

E os outros atores sociais? Terão que se adequar ao seu novo estilo de férias. Por que no final das contas eles existem para lhe pro-porcionar o lazer que você espera: lazer sus-tentável. Então trocamos o pseudo prazer por compras pelo real prazer de contribuir para a sustentabilidade. Simples assim! Tudo bem que vamos quebrar a atual pseudo economia centralizadora e poluente. E isso não é ótimo? Boas férias para todos!

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Responsabilidade Socialc o r p o r a t i v a

GERAÇÃO SUSTENTÁVEL

esenvolvimento, inovação e criativida-de são apenas algumas das qualida-des utilizadas para definir o trabalho realizado pelo Conselho Paranaense

de Cidadania Empresarial (CPCE). “O CPCE foi ide-alizado e almeja ser um ator importante na arte do desenvolvimento, da inovação, da criativida-de, da consciência ambiental, dos direitos huma-nos e animais, do estabelecimento de parcerias”, disse Victor Barbosa, presidente da entidade, durante discurso da última reunião de 2012, do Conselho Superior do CPCE.

No decorrer do ano que passou, a entidade re-forçou por meio de ações, parcerias e projetos de-

senvolvidos o seu objetivo de educar, estimular e ajudar pessoas e empresas a tornar o mundo cada vez mais sustentável e melhor por meio de simples mudanças de hábitos e adoção de novas atitudes.

O ano de 2012 foi de muito trabalho, avanços e conquistas para o CPCE. Desde cafés da ma-nhã, diálogos, cursos, seminários, oficinas até congressos fizeram parte dos eventos da entida-de no ano passado. Cada qual com seu objetivo e público, todas as ações promovidas contribuí-ram efetivamente para o crescimento não apenas das pessoas e empresas diretamente envolvidas com o conselho, como também para a socieda-de. “Mais de 22 mil pessoas foram indiretamente

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Retrospectiva Relembre quais foram as ações mais importantes de 2012

para o CPCE e conheça os novos projetos

Bruna robassa

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impactadas em projetos de cidadania desenvolvi-dos pela entidade”, conta a coordenadora execu-tiva do CPCE, Rosane Fontoura.

Também fazem parte das conquistas e avan-ços de 2012 o lançamento do Portfólio de Produ-tos do CPCE, o fortalecimento do Núcleo Indús-tria e Sindicatos (NIS), a realização do Curso de Ensino a Distância (EaD) Empresário do Terceiro Milênio, as novas adesões das empresas para-naenses ao Pacto Global, a distribuição de 5.000 cartilhas sobre Incentivos Fiscais, o Programa de Qualificação do Terceiro Setor, formação da Rede Paranaense do Voluntariado, além da parceria à realização de outras ações institucionais do SESI.

GERAÇÃO SUSTENTÁVEL 39

“a alegria de estar com esse tema nessa reunião é que conseguimos, de certa forma, fazer com que todos entrem em uma concepção efetiva de inclusão", Andrea Koppe, presidente da UNILEHU

Última reunião do Conselho em 2012 • A últi-ma Assembleia do Conselho Superior do CPCE do ano foi diferente das anteriores, já que Victor Bar-bosa optou por convidar cada um dos conselhei-ros a falar um pouco sobre o conselho e as ações das empresas, em vez de ele mesmo resumir essas ações. Por isso, alguns conselheiros tiveram espa-ço para apresentar um case do que pensavam ser as melhores práticas desenvolvidas durante o ano.

“É com a visão de um Paraná de excelência, em desenvolvimento progressista, criativo e com-petitivo que o CPCE desenvolve e organiza os seus programas e encoraja os seus núcleos de compe-tências a estabelecerem plataformas e a idealiza-rem novos projetos, integrando pequenas e mé-dias empresas, organizações do terceiro setor e sindicatos, convidando as grandes companhias, e algumas fazem parte do nosso Conselho, com-partilharem do seu conhecimento, das melhores práticas e dos seus múltiplos e proveitosos sabe-res. E isso está acontecendo!”, destacou Barbosa no discurso de abertura da assembleia.

Pacto Global • Eduardo José Nicolau Feliz, presi-dente da Granotec do Brasil S.A, escolheu como case a adesão das empresas ao Pacto Global. “A primeira sensação que temos ao conhecer o Pacto Global é algo impactante. É mais que um contrato, é algo visceral, como um pacto de san-gue, é um compromisso de fidelidade absoluta, e o global, então, nem se fala, pois é uma coisa planetária”, disse.

Mauro Frasson

Mauro Frasson

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Feliz contou que pensou em recusar o convite para adesão ao pacto, por pensar que já era gran-de sua dificuldade em aderir a pactos menores, imaginou o quanto seria complicado fazer parte de um pacto global. Mudou de ideia. Sua empre-sa tem cerca de 100 funcionários, os quais, junto de suas famílias, representam um universo de cerca de 300 a 400 pessoas que já foram impac-tados pelas ações realizadas.

“A assinatura do pacto tem causado relevân-cia para dar dignidade da ação do trabalho e da correlação do trabalho com a comunidade. O Pac-to Global tem e merece ser divulgado de forma permanente e isso não só por parte das federa-ções e das associações, como também por seus comportamentos do dia a dia, convidando, expli-citando, e deixando claro daquilo que nós esta-mos fazendo. Ninguém precisa começar nada do zero, pois já existem diversas ações estruturadas de grandes empresas”, conta. Na empresa de Fe-liz, isso tem sido feito por meio de voluntariado interno dos funcionários e dos seus familiares.

ODM nas empresas e sindicatos • A aplicação dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) nas empresas e nos sindicatos foi o case escolhido por Rui Gerson Brandt, presidente do Sindicato das Indústrias de Papel e Celulose do Paraná (Sinpacel). Desde o ano passado ele as-sumiu o papel de diretor executivo do Sinpacel e passou a olhar os aspectos que ficam em torno das empresas de uma forma diferente. “Princi-palmente a questão da sustentabilidade, porque o setor de papel e celulose normalmente é um setor em evidência quando se fala em meio am-biente”, analisa.

O empresário ainda faz questão de esclarecer que existe um mito em relação à produção de pa-pel. Ele se refere especialmente às pessoas e em-presas que utilizam frases de rodapé junto à assi-natura de e-mails com mensagens negativas sobre a impressão. “Florestas usadas para a fabricação de papel são florestas plantadas dentro de requi-sitos básicos, principais, fundamentais, especiais, de proteção ao meio ambiente”, esclarece.

Entre as ações do sindicato, que atende aos ODM, está a mobilização para criação de um pro-jeto que vise à logística reversa. “Trabalhar com a geração de renda(ODM1) e a reciclagem(ODM7) são algumas das ações mais efetivas nesse senti-do”, explica Brandt.

Inclusão de PcDs no mercado de trabalho • Andrea Koppe, presidente da Universidade Livre para Eficiência Humana (UNILEHU) destaca a in-clusão da Pessoa com Deficiência (PcD) no mer-cado de trabalho como case. Ela comenta que a inclusão da pessoa com deficiência como tema estratégico do CPCE a deixa triste e contente ao mesmo tempo.Isso porque ainda existe a neces-sidade de colocar isso como um problema social que deve ser tratado prioritariamente e, geral-mente, com um esforço muito grande. “Por ou-tro lado, a alegria de estar com esse tema nessa reunião é que conseguimos, de certa forma, fazer com que todos entrem em uma concepção efetiva de inclusão.Pois, o que estão trabalhando com as empresas é que elas se transformem em ambien-tes coorporativos inclusivos, e não tentem fazer com que as pessoas com deficiência adaptem-se ao mundo que não foi feito para elas”, relata.

Movimento Paraná Educando na Sustentabi-lidade • O coordenador geral dos cursos de ad-ministração, economia e turismo das Faculdades Integradas do Brasil (UNIBRASIL), Claudio Skora, narrou sua experiência no Movimento Paraná Edu-cando na Sustentabilidade. Na escola de negó-cios, que contempla vários outros cursos além de administração, estão sendo implantados, gradati-vamente, os princípios do PRME. Segundo Skora, “a reciclagem da mentalidade dos professores, alunos e da instituição precisa ser constante”.

Destinação de Incentivos Fiscais • Já o repre-sentante do Conselho Regional de Contabilidade do Paraná (CRCPR), Maurício Roberto Candido, deu destaque para a destinação de incentivos fis-cais, trabalho que tem sido feito em nível nacional com relação a voluntariado e incentivos fiscais.

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“o empresário do terceiro Milênio é muito mais comprometido com a qualidade de vida dos seus funcionários e da comunidade, buscando sempre a inovação", Heitor Côrtes Netto da Saint Germain Alimentos

“estamos fazendo um trabalho junto ao Congresso nacional para conseguir

mudar o espelho da declaração, para que fosse possível a destinação no ato do fechamento do imposto de renda", Maurício Roberto Candido representante

do CRC/PR

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“As instituições de assistência social têm desen-volvido a campanha de mobilização, distribuição de cartilhas patrocinadas pelo CPCE e orientando o profissional da classe contábil. Também es-tamos fazendo um trabalho junto ao Congresso Nacional por cerca de quatro anos para conseguir mudar o espelho da declaração do imposto de renda, para que fosse possível a destinação no ato do fechamento do imposto de renda”, relata.

Outros cases de 2012 • A Responsabilidade So-cioambiental Corporativa, o Curso EaD Empresá-rio do Terceiro Milênio, Parcerias Estratégicas e Observatório Brasil foram mais alguns dos cases destacados na última reunião do Conselho.

Para Karina Martins, da Robert Bosch Ltda., fa-lar da responsabilidade socioambiental coorpora-tiva da Bosch é também falar um pouco da história da empresa. “É um tema extremamente importan-te, porque isso está no DNA da empresa. Robert Bosch, quando fundou a empresa há 125 anos, disse que a companhia dele teria que promover educação, saúde, reconciliação dos povos”, conta.

O presidente da Saint Germain Alimentos In-dustrializados, Heitor Côrtes Netto, falou sobre o Empresário do Terceiro Milênio. De acordo com ele, esse profissional é um empresário muito mais comprometido com a qualidade de vida dos seus funcionários e da comunidade, buscando sempre a inovação.

Também foram apresentadas a atuação do Observatório Social do Brasil, pelo presidente Ater Cristófoli, a parceria entre a Secretaria de Estado para Assuntos Estratégicos e o CPCE, pela Chefe de Gabinete da Secretaria de Estado para Assuntos Estratégicos, Clecy Maria Amadori Ca-vet. O case “Sustentabilidade, um caminho para inovação”, foi apresentado por Leticia Passini, do marketing da região sul da Natura Cosméticos.

2013 • Se o ano de 2012 foi de muito trabalho e conquistas para o CPCE, 2013 não vai ser dife-rente. Como principais parcerios para o desenvol-vimento no ano que passou,a coordenadora do CPCE destaca o SESI e a contribuição efetiva de diversas empresas que fazem parte do conselho, principalmente aquelas que têm como os seus dirigentes os vice-presidentes do CPCE: PlantBe-mFertilizantes (Sérgio Luiz Baccarin – Maringá), Instituto Atsushi e Kimiko Yoshii (Kimiko Yoshi – Londrina), Bresolin Ind. e Comércio de Madeiras (Guido Bresolin – Cascavel) e Ney da Nobrega Ribas (IPrintCampos Gerais) e os representantes dos núcleos de competência: Ezilda Furquim – Núcleo de Competência Indústria e Sindicatos; Dauro Bond - Núcleo de Competência Comércio e Serviços; Sonia Ana Charchut Leszczynski - Nú-cleo de Competência Instituições Ensino Supe-rior; e Nilda Mott Loiola - Núcleo de Competência Organização do Terceiro Setor.

Entre os principais objetivos a serem alcan-çados neste ano, ainda de acordo com a coorde-nadora Rosane Fontoura, estão aimplantação do Portal Sustentabilidade, a realização de quatro encontros sobre a Sustentabilidade da Indústria e Sindicatos (NIS), iniciar as ações do Núcleo Saúde e Segurança (NSS) e o lançamento do Ca-tálogo das Boas Práticas. “Além disso, em 2013, pretendemos aumentar, incrementar e ampliar di-versas ações que já estão em andamento, como é o caso do Movimento Paraná Educando na Sus-tentabilidade, Reatiba, Campanha de Incentivos Fiscais, Diálogo de Parcerias Sustentáveis (NCS) e do apoio ao Voluntariado”, conta.

Victor Barbosa, presidente do CPCE, também almeja o desenvolvimento de outros projetos. “Alcançaremos novos voos em 2013 e alinhar- nos-emos aos projetos de maior envergadura do Sistema FIEP, particularmente do SESI”, prevê.

Conheça mais algumas ações do CPCe para 2013• Incrementar a divulgação da Destinação dos Incentivos Fiscais• Realizar o VI Reatiba – Inclusão de Pessoa com Deficiência;• Incrementar as ações do Movimento Paraná Educando na Sustentabilidade com adesão de institui-ções de ensino ao PRME e ao Pacto Global;• Promover o voluntariado no Estado do Paraná;• Fortalecer a capacitação das organizações do Terceiro Setor;• Promover a Responsabilidade Socioambiental Corporativa e Responsabilidade Social Sindical;• Fortalecer as ações das regionais dos Campos Gerais, Oeste, Londrina e Maringá;• Incentivar o debate dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio;• Aumentar a interatividade nas redes sociais, entre outras, e dar continuidade aos outros projetos.

“a primeira sensação que temos ao conhecer o Pacto Global é algo impactante.

É mais que um contrato, é algo visceral, como um pacto de sangue,

é um compromisso de fidelidade absoluta, e

o global, então, nem se fala, pois é uma coisa

planetária", Eduardo José Nicolau Feliz, presidente da

Granotec do Brasil S.A.

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Hugo Weber jr. Consultor em

Marketing Ambiental e Sustentabilidade. Diretor

da AGRESSOR ZERO – Sustentabilidade

Corporativa uando um profissional de Marketing vai lançar um produto novo no mer-cado, ele deverá estabelecer estraté-gias que contemplem o ciclo de vida

deste produto. A empresa produtora desse novo produto espera que ele tenha vida longa e produtiva. Embora não espere que o produto vá durar e vender para sempre, deseja obter lucro razoável para cobrir todos os esforços e riscos investidos. Os padrões de venda e lucro em um típico Ciclo de Vida de um Produto (CVP) são marcados por cinco estágios, assim defini-dos: a) Desenvolvimento do produto: começa quando a empresa descobre e desenvolve uma nova ideia para um produto; b) Introdução: o período em que é introduzido no mercado; c) Crescimento: é o período da rápida aceitação no mercado; d) Maturidade: quando alcançou a aceitação da maioria dos compradores em potencial, e) Declínio: quando já está em ob-solescência, as vendas caem e o produto pode sumir do mercado. Esse é o Ciclo de Vida do Produto trabalhado pelo Marketing tradicional.

Quando esse mesmo produto é desenvolvi-do pelo Marketing com a visão da sustentabili-dade, o Ciclo de Vida Sustentável de Produto é estabelecido em nova dinâmica, tais como: a) Projeto de produtos: São consideradas em seu projeto todas as variáveis da Sustentabilidade nos diversos estágios do Ciclo de Vida desse Produto, apoiando as decisões com respeito à composição de todos os componentes especí-ficos do produto; b)Matéria-prima e insumos: são os produtos primários que comporão o novo produto mais os insumos, energia, água, manutenção, transporte, embalagens, etc. São tratados com os critérios da sustentabilidade, inclusive os produzidos por fornecedores e ter-ceiros em todas as suas variáveis ambientais, sociais, econômicas, culturais e conjunturais; c) Processo de produção: é a manufatura desses produtos dentro da fábrica, os diversos insumos e produtos sendo trabalhados a fim de originar o novo produto, incluindo aí também o trabalho realizado e seus aspectos laborais e legais; d) Uso e consumo: são considerados os aspectos de uso e consumo desse produto, se sua utili-zação é ou não impactante ao meio ambiente, à saúde, bem como suas implicações sociais, legais, etc.; e) Disposição final: analisa-se a dis-

posição final, o destino de suas embalagens e todos os seus componentes, sua reaplicabilida-de, condições de reaproveitamento póstumo e, ainda, sua conversão em outros produtos.

Agora, também, deverão ser observados mais dois aspectos, de suma importância, in-clusive com implicações legais, tal como a lo-gística reversa (Lei 13.205), que é dar solução e retorno ao fabricante ou a empresas consti-tuídas do produto obsoleto ou fora de uso, de suas embalagens e seus componentes para que sejam dispostos de modo responsável no meio ambiente e que ainda tenham um fluxo social e serem tratados como uma nova ativi-dade econômica pelos seus captores.

Outro aspecto primordial nessa nova ques-tão é a manufatura reversa, que é a desmon-tagem do produto e de seus componentes, de modo que, após a logística reversa, eles sejam manipulados, desmanufaturados e dispostos de maneira ambientalmente responsável, im-pedindo assim a colocação inadequada e em locais impróprios e serem reaproveitados/ reu-tilizados de maneira mais nobre, criando um novo ciclo social e econômico.

Esses subsídios às estratégias de Marke-ting das empresas são baseados em análises mais amplas do sistema de produção, iden-tificando oportunidades de melhoramentos nos aspectos ambientais, na sua performance como produto e, principalmente, no seu posi-cionamento perante seu mercado consumidor, com a marca expressiva da sustentabilidade.

Os novos profissionais de Marketing em negócios sustentáveis podem aprender essas habilidades no decorrer de anos de trabalho e experiências acumuladas. Outra opção cada vez mais aceita é acelerar o conhecimento par-ticipando de programas de pós-graduação ou MBA executivo, cujo foco é a sustentabilidade no Ciclo de Vida de Produto. Os melhores entre esses programas são conduzidos por reconhe-cidos especialistas que compartilham não só seus conhecimentos, mas também sua visão e suas experiências para auxiliar outros profis-sionais a desenvolverem suas competências, orientando-os a navegar pelas complexidades sociais, ambientais, culturais e econômicas, rumo a um futuro melhor e mais saudável para toda a humanidade.

O marketing e o ciclo de vida sustentável de produto

Q

Todo produto é constituído somente por duas coisas: cérebro e matéria-prima. Quanto mais cérebro for usado menos matéria-prima será preciso

GERAÇÃO SUSTENTÁVEL 42

Ges

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Coral do HSBC faz o público sonhar em evento natalino

s apresentações do Coral do HSBC ti-veram a participação de 120 crianças, com idade entre 7 e 13 anos, nas festi-vidades do último Natal. Em 2012, que

marca o vigésimo primeiro ano que o espetácu-lo é realizado em Curitiba, o tema foi inspirado na cultura brasileira. Por meio de personagens, como soldadinhos de chumbo, fadas e anjos, o público pode apreciar o encanto promovido, em mais um ano, pelo Instituto HSBC.

O tema “vem sonhar com a gente” caracteri-zou-se por uma encenação com a leitura de di-versos pedidos, realizados pelas crianças para o Papai Noel, que foram encontrados dentro de um baú. Entre uma leitura e outra das cartinhas, o co-

ral cantou músicas natalinas brasileiras. O even-to contou, ainda, com efeitos de luzes e sombras nas janelas do Palácio Avenida, criado por 16 artistas curitibanos, que geraram ainda mais en-canto para as apresentações.

O coral faz parte do Programa HSBC Educação e tem no coral formado pelas crianças sua princi-pal atração de final de ano. O evento ainda conta com a participação de voluntários, chamados de Anjos de Natal, que auxiliam as crianças durante os espetáculos. O Instituto HSBC Solidariedade trabalha em prol do desenvolvimento socioam-biental baseado em três pilares: Educação, Meio Ambiente e Geração de Renda para as comuni-dades.

A

Evento

O tema “vem sonhar com a gente” marcou as apresentações no Palácio Avenida no final de 2012

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Pedro Salanek Filho da revista Geração Sustentável com a Superintendente do Instituto HSBC - Claudia Malschitzky

Giovanna de Paula da Revista Geração Sustentável com o Diretor Executivo do Instituto HSBC - Helio Duarte

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ão é de hoje que o tema sustentabili-dade faz parte dos grupos de discus-sões do mercado corporativo. Além de ser discutida, a temática já serve

de inspiração para criação de novos negócios. É o caso da Madeplast – Madeira Ecológica, que surgiu depois de ser incubada em uma universi-dade de Curitiba em 2008. “Desde sempre o que motivou o desenvolvimento da empresa foi a sus-tentabilidade”, conta Guilherme Bampi, superin-tendente da empresa.

O empresário relata que a equipe responsável pela ideia tinha em mente desenvolver um produ-to ecológico substituto da madeira nobre extrati-va. “Como a Madeplast faz parte de um grupo de empresas que surgiu no ramo florestal em 1945, já possuíamos o conhecimento sobre a madeira e sobre a quantidade de resíduos que sobra na

serraria. Nossa ideia era plastificar os resíduos e dar a durabilidade do plástico à madeira. Tudo isso com resíduos tanto da madeira quanto do plástico”, conta.

A Madeplast é uma das 54 empresas e mais de 200 empresários que fazem parte do World Trade Center Business Club (WTC) em Curitiba, entida-de que tem como objetivo aproximar pessoas e empresas para o desenvolvimento de novos ne-gócios. Entre as atividades realizadas pelo WTC para possibilitar o networking e a troca de ideias estão workshops, mesas redondas, minicursos, ações culturais e atividades lúdicas. A entidade também possui a preocupação de disseminar conceitos que permeiam o mercado corporativo, entre eles a sustentabilidade.

Organizações como a TOTVS (software), o IBQP (produtividade e qualidade), a Itaipu Bina-

desenvolvimento local

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A sustentabilidade como inspiração

N

Associados do WTC contam de que forma aplicam esse conceito em seus negócios

Bruna robassa

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GERAÇÃO SUSTENTÁVEL

PRIME FINEP do Ministério de Ciência e Tecnolo-gia, SENAI Inovação e CNPq RHAE Pesquisador na Empresa. Esses prêmios viabilizaram a concreti-zação da empresa. Fomos graduados na incuba-dora e começamos a comercializar as primeiras peças no final daquele mesmo ano”, conta o su-perintendente da empresa.

Entre 2010 e 2012, a Madeplast desenvolveu seis linhas de produtos com aplicações para deck modular, deck básico, deck estruturado, passare-la, pergolado e revestimento. O alvo da empresa é atender o segmento de construção civil de alto padrão. Os principais clientes da fábrica são as construtoras e as revendas, tanto os revendedo-res especializados que vendem o produto insta-lado quanto as revendas de materiais de constru-ção (bricolagem).

O público-alvo dos produtos são os consu-midores de produtos sustentáveis e de alto pa-drão. “Atualmente, os consumidores têm cada vez mais buscado soluções sustentáveis e mui-tas construtoras têm procurado atingir esse pú-blico, adquirindo produtos ecológicos para seus empreendimentos. A conscientização sobre a sustentabilidade é feita por meio dos materiais de divulgação do produto, da publicidade espon-tânea e do boca a boca”, conta.

Sustentabilidade além do produto • Além de desenvolver um produto sustentável, a Made-plast desenvolve um trabalho social importante por meio da aquisição da matéria-prima 100% re-ciclada, fomentando assim cooperativas de cata-dores e de separação dos resíduos. “A Prefeitura Municipal de Curitiba há décadas tem um progra-ma de separação do lixo que é referência no Bra-sil e no mundo. Aproveitamos essa cadeia de re-ciclagem e utilizamos os insumos reciclados, em especial o plástico que é obtido das embalagens de produtos de limpeza. Essa matéria-prima, so-mada à madeira moída, é o principal componente da Madeplast. Geramos um produto sustentável com responsabilidade social”, explica. Para este ano, a empresa planeja maior investimento em cooperativos focado em capacitação ou em inte-gração com a sociedade.

Conquistas • A atuação inteligente da empre-sa rendeu dois importantes prêmios no quesito sustentabilidade no último ano, o Selo Verde da Master Ambiental, que consiste em ampla audito-ria efetuada na fábrica e nos fornecedores, para assegurar que o produto seja 100% ecológico, e o Prêmio Selo Verde do Instituto Chico Mendes, um reconhecimento público de que a Madeplast atua

47

“o fato de o IBQP estar conectado a um espectro

amplo de empresas e organizações, que

fortalecem nossa cadeia de valor, é fator

fundamental para sermos associados ao WtC”, Sandro Vieira do IBQP

cional, AG7 Partners (construção civil) e a Made-plast estão entre as empresas de destaque no quesito sustentabilidade, segundo Luiz Alberto de Paula Lenz Cesar, diretor regional do World Trade Center. “Não somos uma consultoria, tra-balhamos para aproximar empresas com o obje-tivo de promover a integração e a troca de ideias. Para isso, criamos fóruns e espaços para que os associados apresentem seus cases financeiros, alternativas de mercado, sustentabilidade, entre outros, para que sirvam de exemplo e inspiração uns para os outros”, relata.

Madeira + Plástico • Depois de incubada na universidade, a ideia de criação da Madeplast foi submetida na forma de projeto para diversas entidades que fomentam a inovação no Brasil. “Em 2009, fomos agraciados com três prêmios:

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desenvolvimento local

GERAÇÃO SUSTENTÁVEL 48

com um substituto ecológico da madeira. “Além disso, tivemos a honra de representar o Paraná no maior evento de sustentabilidade do mundo, o Rio+20, a convite do Sebrae Nacional”, conta.

Desafios • O grande desafio da empresa é bai-xar o custo do produto mantendo a mesma quali-dade. “Não temos escala de produção suficiente para fazer frente ao custo da madeira extrativa que ainda existe no mercado, então o produto acaba saindo mais caro do que a madeira natu-ral. Para bater o preço, precisamos sacrificar nos-sa pequena margem de resultado ou até mesmo baixar o preço abaixo do nosso custo para entrar em obras referenciais”, conta Bampi. Ele também reclama que ainda não há incentivo fiscal por par-te do Governo Federal em relação aos tributos.

Outros exemplos • O Instituto Brasileiro de Qua-lidade e Produtividade (IBQP) é outra entidade de destaque no quesito sustentabilidade, segundo o WTC. “O IBQP vem evoluindo ao longo dos úl-timos anos na articulação de projetos e progra-mas que tem como orientadores estratégicos a sustentabilidade e responsabilidade social. De forma mais intensa, nos últimos cinco anos, por intermédio do programa Movimento Paraná Com-petitivo, realizado pelo IBQP em parceria com di-versas organizações, o tema de responsabilidade social tem sido mais apropriadamente desenvol-vido”, conta Sandro Nelson Vieira, do IBQP.

As ações diretas em sustentabilidade e res-ponsabilidade social do IBQP têm sido execu-tadas em parcerias e alianças estratégicas com entidades do terceiro setor, tais como o Instituto Arayara, que é focado na educação para susten-tabilidade e IPD – Instituto de Promoção do De-senvolvimento, onde ações de desenvolvimento local, ORBIS (Observatório de Indicadores de Sustentabilidade) e ODMs (Objetivos de Desen-volvimento do Milênio) que são executados em cooperação com o SESI. “A principal conquista do IBQP, como entidade mobilizadora/estimula-dora desses temas tem sido o interesse que ou-tras empresas e organizações têm mostrado em relação ao assunto”, comemora.

A empresa de software, serviços e tecnologia

TOTVS também é considerada um destaque em sustentabilidade para o WTC. Segundo conta o CEO da TOTVS Curitiba, Claudinei Benzi, a empre-sa tem suas ações voltadas à sustentabilidade e responsabilidade social desde 1998. “Em Curiti-ba, iniciamos os trabalhos em 2009, em forma-to adaptado à realidade regional. Nosso alvo é a inserção de jovens no mercado de trabalho, com formação básica de conceitos e práticas tecnoló-gicas em sistemas de gestão. Nesse sentido, ob-tivemos nos últimos três anos em nossa região o índice de mais de 50% de jovens formados inseridos no mercado de trabalho. Os principais beneficiados do projeto, além dos jovens, são nossos clientes e a própria unidade da TOTVS em Curitiba”, conta.

WTC • O Clube de Negócios WTC é integrante da rede internacional da World Trade Centers Asso-ciation, que se estende por mais de 300 cidades, em mais de 100 países. Fazer parte desse seleto clube tem como principal benefício “a oportuni-dade de relacionamentos profissionais que o clu-be fomenta”, segundo diz o superintendente da Madeplast. “Surgem ideias e negócios das con-versas. O grupo da WTC é bastante seleto e en-volve grandes empresários, isso é excelente para o networking. Os temas abordados nas reuniões também são muito relevantes para os negócios”, relata Bampi.

Para Sandro Vieira do IBQP, “a possibilidade de estar conectado diretamente em uma rede de relacionamento forte que o WTC estabelece é o principal benefício de ser um associado. O fato de o IBQP estar conectado a um espectro amplo de empresas e organizações, que fortalecem nos-sa cadeia de valor, é fator fundamental para ser-mos associados”, conta.

O CEO da TOTVS Curitiba conta que o WTC tem apoiado a empresa na busca de sinergia entre instituições de ensino associadas e o mercado. “O que nos ajuda a multiplicar nossas ações, buscando a manutenção do índice de inserção, porém com aumento do número de participantes nas diversas camadas, jovens, empresas contra-tantes e instituições de apoio”, comemora.

“Como a Madeplast faz parte de um grupo que surgiu no ramo florestal em 1945, nossa ideia era plastificar os resíduos e dar a durabilidade do plástico à madeira. tudo isso com resíduos tanto da m adeira quanto do plástico”, Guilherme Bampi, superintendente da empresa

Quer conhecer mais sobre o WTC Curitiba? Entre em contato no telefone (41) 4141-1020 ou pelo site: www.wtcclub.com.br.

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� o porque ainda não existe um consenso universal sobre o real sig-

ni� cado do termo e os assuntos que estão inseridos no conceito ainda

estão em construção. De fato, nós da ISO temos dado uma contribui-

ção a este debate por meio do grupo de trabalho sobre Responsabili-

dade Social que desenvolve a futura norma ISO 26000 para orientar

esse tema tão variado, complexo e quase sempre controverso.

Se a abordagem usada pelos autores é muito abrangente, na in-

tenção de re� etir sua complexidade, corre-se o risco de tratar o

tema com super� cialidade. Se os autores focam demais em uma

questão ou em um grupo pequeno de temas, � ca difícil transmitir

uma visão geral da ampla gama de conceitos envolvidos. Entretan-

to, os autores deste livro foram hábeis em evitar essas duas armadi-

lhas e conseguiram comunicar toda a riqueza que o verdadeiro

entendimento do conceito de responsabilidade social requer, tanto

na profundidade quanto na abrangência.

• ALAN BRYDEN Secretário-geral da ISO – International Organization for Standardization

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José Carlos Barbieri

Jorge Emanuel Reis C

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José Carlos Barbieri é mestre e doutor em Administração, é professor do Departamento de Administração da Produção e Operações da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV/EA-ESP-POI) desde 1992. Foi professor em reno-madas instituições de ensino superior, como a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul e a Pontifícia Universidade Católica de São Pau-lo. Foi pesquisador do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT). É professor do programa de pós-graduação stricto sensu da EAESP, da linha de pesquisa em gestão ética, socioambiental e de saúde. Pesquisador e coordenador de diversos projetos de pesquisa nas áreas de gestão da inovação, do meio am-biente e da responsabilidade social. Coor de na-dor do Centro de Estudos de Gestão Empresa-rial e Meio Ambiente da FGV/EAESP. Membro do Fórum de Inovação da FGV/EAESP. Parti-cipou da comissão do INMETRO para criação de normas sobre certi� cação de sistemas de responsabilidade social. Participa de comitês cientí� cos de diversas revistas e congressos cientí� cos, nacionais e internacionais, e de vá-rias agências de fomento.CONTATO COM O AUTOR: [email protected]

Jorge Emanuel dos Reis Cajazeira. Enge-nheiro mecânico pela Universidade Federal da Bahia,mestre e doutor pela FGV/EAESP. Exe-cutivo da área de competitividade da Suzano Papel e Celulose, onde trabalha desde 1992. Elei-to pela revista Exame, em 2005, como um dos quatro executivos mais inovadores do Brasil. Foi expert nomeado pela ABNT para a redação das normas ISO 9001 e ISO 14001 (1995-2004), coordenou os trabalhos para a criação da nor-ma NBR 16001 – Responsabilidade Social e pre-sidiu a comissão do INMETRO para criação de um sistema nacional para certi� cação socioam-biental. Em 2004, foi eleito o primeiro brasileiro a presidir um comitê internacional da ISO, o Working Group on Social Responsibility (ISO 26000). É membro do comitê de critérios da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), coordenador do comitê de inovação e ativos intangíveis (FNQ) e ex-presidente do Compromisso Empresarial para a Reciclagem (Cempre).CONTATO COM O AUTOR: [email protected]

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