cidade e espaços livres

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Caderno contento o processo de desenvolvimento do trabalho de concusão do Curso de Arquitetura e Urbanismo pela Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo. O trabalho recebeu aprovação no dia 17/11/2011, obtendo nota em valor dez.

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  • Universidade de So Paulo, Instituto de Arquitetura e Urbanismo de So Carlos

    Comisso de Apoio Permanente: Eulalia Portela Negrelos, Joubert Jose Lancha, Karin Maria S. Chvatal, Paulo Cesar Castral, Paulo Yassuhide Fujioka, Simone Helena T. Vizioli

    Caderno de Processos de TGI

    Cidade e Espaos Livres Proposio de um sistema de espaos livres para So Carlos, SP

    Ana Paula Oliveira FavrettoTrabalho de Graduao Integrado, 2011

  • APRESENTAO

    Este Trabalho de Graduao Integrado (TGI) trata o tema dos espaos livres pblicos urbanos relacionados de forma sistmica, de modo que sejam elementos estruturadores na paisagem urbana. A abordagem do tema foi feita com o intuito de reafi rmar a importncia destes espaos para as cidades, pois a existncia de sistemas de espaos livres bem planejados e qualifi cados no pode ser considerada como luxo ou elemento suprfl uo de embelezamento da cidade, mas sim como uma necessidade bsica. O objetivo deste trabalho apresentar diretrizes para a defi nio de um sistema de espaos livres em determinada regio da cidade de So Carlos, SP e propor o projeto de qualifi cao de trs espaos contidos neste sistema.

    SUMRIOIntroduo ..................................................................................05Reviso Bibliogrfi ca ................................................................07Primeiras Aes Projetuais ........................................................21Defi nies e Diretrizes do Sistema de Espaos Livres ..............43Proposta de qualifi cao para 03 Espaos Livres ......................61Referncias Bibliogrfi cas .........................................................70

  • INTRODUOA metodologia proposta para o desenvolvimento do Trabalho de Graduao Integrado (TGI) em 2011 teve por objetivo colocar o TGI como espao da experimentao/ laboratrio de arquitetura. Para tanto, o processo fora iniciado a partir de um momento de questionamentos a respeito do que motivaria e atrairia o aluno, defi nindo assim qual seria o universo projetual de interesses, anseios e apreciaes do aluno, de forma que este universo de idias viesse a guiar todo o conjunto de aes projetuais conseguintes. Dentro deste desenvolvimento, o presente trabalho tem como universo de idias e interesses a questo dos espaos livres pblicos, e a considerao de sua importncia e funes no meio citadino. Funes estas que abrangem desde questes relacionadas infra-estrutura urbana (relacionadas preservao ambiental, ao clima, trocas energticas, drenagem, etc.) como ao campo sociocultural (atividades polticas e pblicas, recreativas, culturais, etc.). Este TGI se aproxima principalmente questo dos espaos livres como locais potenciais para a implementao da vegetao urbana, capaz de trazer inmeros benefcios urbe, e do intercmbio cultural, da vida pblica. Considera-se que a proposio dos espaos livres deve levar em conta a diversidade de situaes encontradas nas cidades, e a necessidade tanto da existncia de locais em que predomine o uso de vegetao, como tambm locais menos vegetados, capazes de propiciar a realizao das mais diversas manifestaes polticas e culturais, como feiras, festivais, eventos, etc. A opo por trabalhar dentro da chave dos sistemas de espaos livres foi tomada com base na importncia de se promover a disperso destes espaos no meio urbano - importncia que apontada tanto na literatura que trata dos benefcios proporcionados pela vegetao urbana, como por autores que discorrem a respeito da importncia destes espaos no desenho urbano e na promoo da diversidade cultural e pela crena de que, tanto por parte dos citadinos (usurios) como dos governantes e agentes ligados construo das cidades, apreender os espaos livres urbanos como um sistema um passo muito importante para que se d a devida ateno e considerao a estes espaos. fundamental, tambm, entender que o sistema de espaos livres , no mnimo, to importante quanto os outros

  • sistemas que estruturam uma cidade, e que espaos livres bem planejados e qualifi cados no podem ser vistos como um luxo um bnus proporcionado a algumas cidades, mas sim como necessidade bsica vida do homem urbano. A existncia de cidades que apresentam sistemas de espaos livres bem estruturados e de qualidade precisa deixar de ser exceo para tornar-se regra.

    Este caderno de processos de TGI traz o resultado do trabalho desenvolvido durante o ano de 2011, e est estruturado em quatro partes principais, sendo elas: 1. Reviso bibliogrfi ca onde apresentada uma breve reviso de textos que guiaram a formao do universo conceitual do projeto; 2. Primeiras aes projetuais que apresenta as primeiras tomadas de deciso de projeto, como a escolha da cidade, a aproximao ao recorte de projeto e as leituras realizadas; 3. Defi nio do sistema e diretrizes que apresenta a defi nio das reas livres que compem o sistema proposto, e a apresentao de diretrizes de uma linguagem esttica para conectar cognitivamente o sistema; e 4. Proposio de trs espaos livres onde so apresentados projetos para trs das reas livres do sistema proposto.

  • 7REVISO BIBLIOGRFICA

    O VERDE E O URBANO

    Uma srie de autores discorre a respeito dos benefcios proporcionados pela vegetao em relao melhoria do conforto e qualidade de vida no ambiente urbano. Estudos apontam diversas caractersticas benfi cas que o uso da vegetao pode proporcionar, dentre elas esto: sombreamento, infl uncia na temperatura e umidade do ar, atenuao e refl exo da radiao solar, diminuio de gastos energticos com mecanismos ativos de condicionamento de ar, capacidade de fi ltrar poluentes, interferncia na velocidade dos ventos, benefcios para o solo e infl uncia positiva no comportamento humano. De acordo com Albrecht (1998), Santamouris (2001), Pouey, Freitas e Sattler (2003) as rvores atuam contra a poluio atmosfrica, absorvendo, atravs dos estmatos de suas folhas, gases poluentes, interceptando partculas, e dissolvendo, na superfcie mida de suas folhas, poluentes solveis em gua. Porm a capacidade de reter ou resistir a poluentes varia de acordo com a espcie, ou mesmo entre indivduos de uma mesma espcie. (ALBRECHT, 1998). O autor ressalta tambm que as rvores podem obstruir ou desviar a viso dos observadores, agindo assim como minimizadora da poluio visual.Segundo Duarte e Serra (2003) a vegetao atua em relao poluio do ar, de forma direta atravs da fi ltragem de poluentes e de forma indireta incrementando as condies de ventilao na cidade, afetando a disperso de poluentes. Espaar as rvores e reas verdes efi caz no que diz respeito fi ltragem de poluentes. (GIVONI, 1998) importante, ainda, destacar a capacidade das rvores em reduzir a velocidade do vento. Heisler (19891 apud SANTAMOURIS, 2001) mostra que um aumento de 10% da 1 HEISLER, G. M. (1989). `Site design and microclimate research`. Final outcome to the Argonne

    * O interesse pelo tema Cidade e Vegetao surgiu e foi sendo desenvolvido ao longo dos anos de graduao, intensifi cando-se ainda mais por ocasio do desenvolvimento de uma trabalho de iniciao cientfi ca abordando o tema da arborizao urbana. O tpico O Verde e o Urbano, aqui apresentado, contm trechos do Relatrio Final de Iniciao Cientfi ca, orientado pela Professora Karin M. S. Chvatal e fi nanciado pela FAPESP.

  • 8rea vegetada em uma regio marcada por uso residencial, capaz de reduzir de 10 a 20% a velocidade do ar, enquanto que um aumento de 30% de rea vegetal reduz a velocidade de 15 a 35%. Segundo Albrecht (1998) a existncia ou no da vegetao urbana pode determinar o efeito positivo ou negativo do vento para o conforto humano. No perodo do inverno, a ao da velocidade do vento pode contribuir para um maior resfriamento do ar, sendo que a combinao de uma temperatura de 7C com uma velocidade de vendo de 16 Km/h proporciona, atravs da aplicao do ndice de resfriamento pelo vento, uma temperatura efetiva de 0C (HEISLER2, 1974 apud ALBRECHT, 1998) De acordo com Santamouris (2001) as rvores e reas vegetadas, alm de se estabilizarem o solo contra eroso, fi ltrar poluentes do ar e diminuir a velocidade do vento, atuam de forma signifi cativa na diminuio da temperatura e de gastos energticos no ambiente urbano, atravs do sombreamento e do processo de evapotranspirao. Mascar, Giacomin e Cuadros (2007) exaltam o papel das sombras nas cidades subtropicais, descrevendo-as como ricas, complexas, e capazes de tornar as cidades habitveis nas estaes quentes. Os autores consideram, em especial, as sombras proporcionadas pelas rvores, caracterizando-as como frescas, devido passagem de ar pelas folhas e evapotranspirao, alm de belas, vibrantes e perfumadas. Os autores afi rmam que no meio urbano, principalmente nas regies onde prevalecem os climas tropicais e subtropicais midos, o sombreamento a principal funo desempenhada pela arborizao. A manuteno do equilbrio energtico do ambiente favorecida pelo sombreamento, uma vez que se impede a excessiva absoro da radiao solar, que seria posteriormente re-emitida aquecendo o ar. (OMETTO3,1981 apud MODNA; VECCHIA, 2003) Segundo Akbari e Taha4 (1992 apud ABREU, 2008), o sombreamento proporcionado por

    National Laboratory, University Park, PA: US Department of Agriculture Forest Service, northeast Forest Experimental Station.2 HEISLER, G. M. Trees and confrot in urban areas. Journal Forestry, Washington, 72 (8): p. 113-125. 1974.3 OMETTO, J. C. Bioclimatologia vegetal. Ed. Agronmica Ceres, So Paulo, 495 p, 1981.4 AKBARI, H.; TAHA, H. The impact of trees and White surfaces on residential heating and cooling energy use in

  • 9rvores e arbustos pode reduzir de 15 a 35% os gastos com condicionamento de ar no perodo de vero. Estudos realizados por Bueno-Bartholomei (2003) mostraram uma reduo de 1,5C na temperatura interna de salas de aula aps a colocao de rvores que sombreavam sua fachada exterior. A respeito da evapotranspirao, Santamouris (2001) descreve-a como a combinao entre os processos de transpirao vegetal e de evaporao. Ocorre, portanto, mudana de fase da gua lquida, transpirada, para o estado gasoso, processo em que h absoro de calor, que retirado do ambiente. Desta forma, a evapotranspirao das plantas contribui para a reduo da temperatura urbana.Pouey, Freitas e Sattler (2003) tambm ressaltam que, como parte de sua funo fi siolgica, as rvores liberam umidade para o ambiente, e citam que segundo Higueras5 (1997) um metro quadrado de bosque libera, anualmente, 500 Kg de gua. Moffat e Schiler (19816 apud SANTAMOURIS, 2001), atravs de estimativas sobre a quantidade de gua transpirada por uma rvore num dia de vero, e da poro de calor necessria para a evaporao deste lquido, concluram que, em mdia, o efeito de resfriamento proporcionado por uma rvore era semelhante ao de cinco aparelhos de ar condicionado. Santamouris (2001) mostra que, alm das contribuies para o conforto trmico das cidades, as rvores assumem um papel social, citando uma srie de estudo a este respeito, entre eles um realizado por Ulrich (1984), comprovando que o perodo de ps operatrio, a possibilidade de complicaes e a necessidade de doses de analgsicos era menor para pacientes que tinham a vista de suas janelas voltadas para ambientes com paisagens vegetais, do que para aqueles que possuam uma vista voltada para uma parede do interior do prdio. O autor apresenta tambm estudos onde constatam que a presena de rvores capaz de elevar o valor das propriedades, tornar a cidade mais atraente, infl uenciar na escolha dos locais de moradia, e interferir positivamente no temperamento das pessoas. Modna e Vecchia (2003) afi rmam que a presena de rvores no ambiente urbano de extrema

    four Canadian cities. Energy, the International Jounal, Oxford, v.17, n. 2, p. 141 149, 1992.5 HIGUERAS, E. Urbanismo bioclimtico. Dissertao (Doutorado). Escola Tcnica Superior de Arquitetura de Madrid, 19976 MOFFAT, A.; SCHILER, M. Landscape designs that save energy. William Morrow and Company, New York, 1981.

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    importncia para garantir s pessoas boas condies de sade fsica e mental.Brown & Dekay7 (2000 apud ABREU, 2008) demonstraram atravs de estudos hipotticos, que cidades com populao superior a um milho de habitantes apresentam possibilidade de reduo de temperatura se apresentarem superfcies evaporativas maiores que 10-20% da rea da cidade.Givoni (1991; 1998), Spirn (1995), Honjo e Takakura (1990/91) e Assis (1990) consideram que as reas verdes possuem um efeito localizado, recomendando, portanto, sua distribuio pelas reas de espao construdo. Duarte e Serra (2003) a partir de uma determinada dimenso, o aumento de rea de um nico parque apresenta uma modifi cao muito pequena nas condies climticas de seu entorno, porm a diviso e disperso desta rea em maior quantidade de pequenos parques ampliam seus benefcios climticos. Portanto os autores defendem a existncia de reas verdes e superfcies de gua em cada bairro, sendo que os parques urbanos podem servir como elementos que proporcionem a interligao dos bairros e compartilhem servios e equipamentos. Duarte e Serra (2003) apontam que no Brasil, devido retrao vegetal no perodo das secas, a manuteno da vegetao facilitada por sua diviso em conjuntos de reas verdes de menor dimenso. Os autores atentam para o fato de que mais investigaes devem ser realizadas a fi m de otimizar o tamanho das reas verdes e o investimento correspondente a ser empregado nestes espaos, em relao economia energtica e a melhoria de qualidade de vida da populao. Sendo assim, a partir do princpio de uma melhor distribuio de reas verdes, a validade do parmetro que apresenta a quantidade de rea vegetada para cada habitante mostra-se questionvel, uma vez que no refl etida a distribuio deste verde pela cidade. Os mesmos autores afi rmam que existe equivalncia de importncia e benefcios para a populao entre a disponibilidade e a distribuio e qualidade dos espaos produzidos. ESPAOS DE SOCIABILIDADE E INTERCMBIO CULTURAL

    7 BROWN, G. Z.; DEKAY, M. Sun, Wind & Light: Architectural Design Strategies. 2 ed. Aufl age: Wiley VCH Verlag/ GmbH & Co. KGaA, 2000. 381p. v. XlX

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    A sociedade atual vem se tornando cada vez mais urbana, e de acordo com Silva (2003) Nos ltimos trs sculos os habitantes das cidades tm procurado manter a satisfao emocional e inata de uma relao entre indivduos e ambiente, estabelecida no curso da evoluo humana por meio da criao de espaos verdes.(p.1) Lobada e De Angelis (2005) em um trabalho que busca refl etir a respeito dos espaos pblicos vegetados na organizao de aglomerados urbanos, atenta para o fato de que, sobretudo nas ltimas dcadas, a discusso sobre os problemas ambientais tem-se tornado mais intensa, e assim vem se constituindo como temtica obrigatria no cotidiano das cidades. Segundo os autores, as reas verdes tornaram-se, portanto, os principais cones de defesa do meio ambiente pela sua degradao, e pelo exguo espao que lhes destinado nos centros urbanos. (LOBADA; DE ANGELIS, 2005, p.129)Macedo e Custdio et. al. (2009), com o intuito de verifi car e contextualizar as transformaes ocorridas nos espaos livres das cidades brasileiras contemporneas discorrem a respeito do processo de reestruturao urbana, diagnosticado no incio dos anos 90, que fora defl agrado por uma crise econmica mundial dos anos 80. Como principais caractersticas desta crise os autores apontam: o rompimento com o acordo capitalista fordista, pelo conseqente retorno de avassalador liberalismo econmico, ancorado em uma revoluo tcnico-cientfi co-informacional sem par e em um elogio suspeito da democracia e da cidadania. (p. 1). Os autores apontam que o redimensionamento do contraditrio (confl ituoso e complementar) par espao-tempo pode ser observado em todos os aspectos e escalas, indo desde o cho da fbrica ao cotidiano domstico, do campo econmico, stricto sensu, ao cultural, comportamental e sentimental. (p.1). Dentre as caractersticas resultantes deste processo, os autores apontam para uma alterao na estrutura do sentimento dos citadinos, ampliando suas sensaes de incertezas, medos, competitividade, depresso, etc.Ascher (2010) expe que os avanos cientfi cos e tecnolgicos, principalmente no que diz respeito aos meios de comunicao, esto vinculados a uma modifi cao das relaes sociais das novas urbanidades, segundo ele O aumento das possibilidades de ao e interao em uma distncia espacial e temporal tal que os indivduos podem ter a impresso de poder estar em muitos lugares e tempos simultneos

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    (p.38). Ascher aponta que este deslocamento vincula-se a um progressivo enfraquecimento das comunidades locais (deixando claro que isto no signifi ca a total extino das relaes neste mbito), uma vez que o local j no o lugar obrigatrio da maioria das prticas sociais nos diversos campos do trabalho, da famlia, do lazer, da poltica, da religio, etc. (p.38) Ainda quanto s novas relaes sociais urbanas Silva (2003) coloca, com base em levantamentos bibliogrfi cos, que a vida nas cidades tornou a convivncia mais confl ituosa e sujeita a disputas e intrigas, ocasionando uma fragilizao dos laos sociais. Alm disto, os citadinos desenvolveram doenas e sndromes relacionadas ao excesso de trabalho e a uma reduzida convivncia social. Brouwne e Whitaker (1973 apud Silva 2003) defendem a importncia das reas verdes na melhoria da convivncia entre os citadinos, pois estes espaos seriam destinados ao rompimento com a rotina de trabalhos, encontros entre as pessoas, caminhadas e contato com ar puro, promovendo assim melhoria na sade fsica e mental dos habitantes. Macedo (2010) reconhece que as reas verdes (vegetao) possuem um papel fundamental nas cidades brasileiras, tanto quando relacionada a questes de drenagem urbana, como na melhoria de microclimas, diversifi cao da vida animal e fator de embelezamento das cidades, porm atenta tambm para a grande importncia dos espaos no vegetados para inmeras prticas de relevncia cultural: das feiras s festas populares, das manifestaes polticas valorizao de determinadas paisagens e patrimnios culturais (p.5). A respeito das praas urbanas, Teixeira (2006, p.2) evidencia que estes espaos so locais privilegiados de encontro, de troca, de convivialidade e de sociabilidade na cidade, condensando em si as razes de natureza poltica, social, econmica, que historicamente conduziram ao aparecimento e estruturao das cidades e que constituem a sua essncia. Rocha Jr. (2009) defende que para a recuperao de cidades antigas e a criao de novas estruturas urbanas fazem-se necessrias transformaes de ordem econmica, social, poltica e cultural e o agenciamento de espaos capazes de favorecer o encontro das pessoas, a troca de idias e o congraamento como as praas. Allan Jacobs (1995) ao tratar da temtica das ruas, que segundo Macedo (2010) so os principais

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    espaos livres citadinos, afi rma que as ruas assumem um papel maior do que a mera funcionalidade, so mais do que o equivalente s redes de gua, de esgoto e de eletricidade. O autor coloca que as ruas no so apenas espaos fsicos lineares capazes de guiar os fl uxos de pessoas e objetos, e ressalta que a comunicao continua sendo seu objetivo principal, assim como o acesso pblico livre s propriedades. Segundo o autor:

    In a very elemental way, streets allow people to be outside. Barring private gardens () or immediate access to countryside or parks, streets are what constitute the outside for many urbanites; places to be when they are not indoors. And streets are places of social and commercial encounter and exchange. They are where you meet people () The street is movement: to watch, to pass, movement especially of people: of fl eeting faces and forms, changing postures and dress. You see people ahead of you or over your shoulder or not at all, absorbed in whatever has taken hold of you for the moment, but aware and comforted by the presence of others all the same. It is possible to stand in one place or sit and watch the show. The show is not always smiles of greetings or lovers hand in hand. There are cripples and beggars and people with abnormalities, and, like the lovers, they can give a

    pause: they are reasons for refl ection and thought () (JACOBS, 1995, p. 4)

    De uma forma muito elementar, ruas permitem que as pessoas estejam fora. Excetuando jardins privados ou acessos imediatos ao campo ou a parques, as ruas so o que constituem o exterior [outside] para muitos habitantes urbanos [urbanites]; locais para quando no estejam em interiores [indoors]. E ruas so locais de encontro comercial e social e de trocas. So aqueles onde voc encontra pessoas (...). A rua movimento; para olhar, para passar, movimento especialmente de pessoas. Os rostos e formas fugazes, das poses e roupas mudando a todo momento. Voc v pessoas sua frente ou por cima do seu ombro ou de forma alguma, absorto em qualquer coisa que esteja te ocupando naquele momento, mas consciente e confortado pela presena de outros na mesma situao. possvel fi car em algum lugar ou sentar e assistir ao espetculo. O show no sempre de cumprimentos risonhos ou de amantes de mos dadas. H aleijados e mendigos e pessoas com deformidades e, como os amantes, eles podem motivar uma pausa: h razes para refl exes e o pensar.

    (JACOBS, 1995, p. 4 - traduo)Acerca da esfera de vida pblica, Macedo e Custdio et. al. apontam que:

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    A manifestao da esfera de vida pblica envolve a produo cultural, a construo da cidadania, do interesse pblico, do bem pblico constitudo socialmente diante do confl ito de interesses individuais ou de grupos e, na cidade, teria a realizao nos espaos pblicos ruas, caladas, praas, parques e outros [...] (MACEDO; CUSTDIO et. al. 2009)

    O ser visto e ouvido por outras pessoas algo importante nesta esfera, uma vez que todos vem e ouvem de ngulos diferentes. Este o sentido da vida pblica [...] (ARENDT 8, 1991, p. 69 apud MACEDO; CUSTDIO et. al., 2009, p.3). Com base em revises bibliogrfi cas, os autores apontam para a observao de um fenmeno de acentuada decadncia da esfera pblica, aps as transformaes ocorridas aps o fi m da segunda grande guerra, e para o incremento de uma esfera social que vem em substituio esfera de vida pblica. A esfera social estaria ligada a relaes de economia e mercado sendo fortalecida por uma ideologia de consumo, onde os bens agregando o papel de garantir status a indivduos e grupos. A cidade da reestruturao econmica recente (...) passa ento a ser tida como lcus de um grande espetculo, onde so considerados os espaos para ver e ser visto os espaos de vitrine e pretensa transparncia (VIRILIO, 2005, p. 24 apud MACEDO, CUSTDIO et. al. 2009, p.3). Os autores ressaltam, porm, que o ver e ser visto da esfera social no equivalente ao ver e ser visto na esfera pblica, uma vez que esta se caracteriza por comportamentos padres, permitindo e atraindo indivduos padro, de forma que as prticas e cdigos no constituem um cenrio de alteridade e diversidade. Outra caracterstica, colocada pelos autores, que Os espaos pblicos urbanos, na perspectiva da esfera social, so priorizados para o divertimento (hedonismo fugaz via consumo) e no para a cultura e ao poltica (construtoras do cidado e da cidadania) (MACEDO, CUSTDIO et. al. 2009, p.3 -4). Apesar dos autores concordarem que de fato as cidades vm sofrendo uma progressiva decadncia da esfera pblica, estes enfatizam que no se pode decretar sua extino, pois tal esfera e os espaos pblicos urbanos, tidos como os mais possibilitadores da manifestao da vida pblica, so

    8 ARENDT, Hannah. A condio humana. Rio de Janeiro: Forense Universitria, 1991.

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    imanentes a toda e qualquer cidade da / na histria. (p.4)

    [...] a existncia de espaos pblicos urbanos onde se pode ver e ser visto por todos mesmo que utilizados prioritariamente para o divertimento (pela esfera social) signifi ca que h esperana e possibilidade de construo, recuperao, organizao e realizao da esfera de vida pblica na cidade contempornea. (MACEDO, CUSTDIO et. al. 2009, p.4)

    A VISO SISTMICA DOS ESPAOS LIVRES

    Magnoli (2006) conceitua o espao livre como: [...] todo espao (e luz) nas reas urbanas e em seu entorno, no coberto por edifcios. A amplitude que se pretende diz respeito ao espao e no somente ao solo no cobertos por edifcios; tambm diz respeito aos espaos que esto ao redor, na aurola da urbanizao, e no somente internos, entre tecidos urbanos (MAGNOLI, 2006, p. 202)

    De acordo com Macedo (2010) O conceito de sistema de espaos livres [...] se sobrepe, contendo e ampliando o conceito usual de reas verdes freqentemente utilizado no pas, que tem como base a necessidade de espaos livres dotados de vegetao.(p.4) Ainda de acordo com o autor, esta idia seria reducionista, uma vez que desconsidera algumas caractersticas de fundamental importncia ao espao urbano como a complexidade e diversidade das formas de apropriao e apreenso social e o fato real da impossibilidade fsica e mesmo da inconvenincia da existncia de vegetao em determinados espaos livres. (p.5)Entende-se como sistema de espaos livres (SEL) urbanos os elementos e as relaes que organizam e estruturam o conjunto de todos os espaos livres de um determinado recorte urbano desde a escala intra-urbana regional. (p.3)De acordo com Silvio Macedo (2010), esto contidos no sistema de espaos livres (SEL) urbanos todos os espaos livres existentes em um determinado recorte escalar, sejam eles pblicos ou privados

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    independendo de sua dimenso, localizao, qualifi cao ou propriedade. O autor aponta que a idia de SEL relaciona-se existncia de vnculos de ordem funcional e organizacional, uma vez que apenas os espaos pblicos apresentam a potencialidade de se conectar fi sicamente, e isto se d principalmente pelo sistema virio. valido notar que Os espaos livres pblicos no so, necessariamente, todos conectados fi sicamente [...] a conexo fsica apenas uma das inmeras formas de relaes entre os espaos livres. (p.4)

    Parte-se, portanto, do princpio que toda a cidade possui um sistema de espaos livres que produzido durante seu processo de formao tanto pelo Poder Pblico como pela iniciativa privada (p.4) Macedo (2010) coloca tambm que tal sistema uma necessidade bsica na existncia das cidades, uma vez que fundamental no desenvolvimento da vida cotidiana, assume papel estrutural na composio da paisagem urbana, participa da constituio da esfera de vida pblica (geral e poltica) e da esfera de vida privada, um elemento de importncia fundamental na conservao de recursos ambientais e dinmicas ecolgicas existentes dentro e na vizinhana de reas urbanas, tendo papel estrutural na drenagem local. (p.4) Lobada e De Angelis (2005) defendem tambm que a evoluo dos espaos livres seja um dos principais sistemas formadores do organismo urbano, no entanto, evidenciam que dentro da maneira como fenmeno urbano tem sido conduzido h, de modo geral, predominncia das questes econmicas sobre as scio-ambientais, o que faz com que elementos de carter pblico sejam deixados em segundo plano ou considerados como problemas.

    Em sua grande maioria, as cidades brasileiras esto passando por um perodo de acentuada urbanizao, fato este que refl ete negativamente na qualidade de vida de seus moradores. A falta de planejamento, que considere os elementos naturais, um agravante para esta situao. Alm do empobrecimento da paisagem urbana, so inmeros e de diferentes amplitudes os problemas que podem ocorrer, em virtude da interdependncia dos mltiplos subsistemas que coexistem numa cidade. (...) Em pleno sculo XXI, est evidente a importncia do planejamento do

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    meio fsico urbano; no entanto, a preocupao de quem planeja ainda est centrada nas caractersticas scio-econmicas, relegando a dependncia dos elementos naturais. (LOBADA; DE ANGELIS, 2005, p.130)

    Frente a esta tendncia de desenvolvimento, caso no se tomem providencias quanto a reabilitao das reas verdes pblicas - no apenas relativa a suas estruturas fsicas, mas tambm quanto a suas funes geoambientais, estticas e sociais caminha-se para um cenrio em que os nicos espaos de uso coletivo tendem a ser cada vez mais privados shoppings centers, condomnios residenciais, edifcios polifuncionais e no as nossas praas, parques e vias. (LOBADA; DE ANGELIS, 2005).

    OS ESPAOS LIVRES NO DESENHO URBANO

    Segundo Magnoli (2006), o espao livre vincula-se fundamentalmente localizao relativa s edifi caes, ou seja, aos seus ocupantes. O enfoque de espao livre enquanto objeto de desenho s relevante desde que analisado em face das atividades e necessidades do homem urbano (p.202) Ainda de acordo com Magnoli a defi nio e o enfoque de espao livre torna a questo da quantidade de espaos livres secundria, trazendo em primeiro plano a importncia relativa a onde esto os espaos livres e (...) articula o onde com as permeabilidades dos edifcios e da urbanizao (...) nas diversas escalas desde o bairro, conjunto de bairros, ncleos urbanos, metrpoles, sub-regies, regies. (p.202) A fi gura a seguir ilustra as questes relativas a esta localizao e estruturao dos espaos livres:

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    Fonte: MAGNOLI, 2006

    A autora expe de maneira enftica que a distribuio e confi gurao dos espaos livres na cidade assumem papel primordial, e deve se dar de tal forma que traga enriquecimento s atividades do homem urbano. tambm colocado que a apropriao destes espaos pelo homem se d em diversos mbitos (locais, setoriais, urbanos, metropolitanos, etc.) em funo da proximidade espacial. A distribuio de espaos livres para serem apropriados pelo homem (sistema de parques) fi ca vinculada s maneiras de acesso disponveis em cada uma das escalas de urbanizao e a freqncia do usurio. (MAGNOLI, 2006, p.203)O atendimento do cidado nas vrias escalas de urbanizao e a diversidade de apropriaes em atividades variadas, diversifi cadas, especfi cas ou no, ativas ou passivas, para todos os cidados em idade, sexo, isolados ou em grupos, leva distribuio de espaos diversifi cados no interior, na periferia e no exterior da mancha urbana. Diversifi cados em confi gurao, em acessibilidade, em desenho, em manuteno. (p.203)

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    PRIMEIRAS AES PROJETUAIS

    Dentro da temtica dos espaos livres, que confi gura o universo de interesses projetuais deste trabalho, e da necessidade de selecionar um cidade para a qual ser desenvolvido um projeto, destacaram-se duas possiveis hipteses de atuao: uma delas seria a de intervir em regies onde os problemas causados pelo descaso com os espaos livres j estivessem amplamente consolidados, como, por exemplo, no caso das cidades metropolitanas. A outra hiptese seria a de atuar em cidades mdias que ainda esto passando por um processo de expano, podendo-se considerar que nestas cidades as intervenes assumem o papel de prevenir a ampliao e agravamento dos problemas relativos ao descaso com os espaos livres. Para o desenvolvimento deste TGI optou-se pela segunda hiptese de atuao, selecionando-se como objeto de estudo uma cidade de mdio porte, a cidade de So Carlos, SP.

  • 22

    So Carlos localiza-se no centro geogrfi co do Estado de So Paulo, a uma distncia de 255 km da capital paulista. Sua populao de 221.936 habitantes, sendo que 213.070 destes residem em rea urbana. A cidade possui o ttulo de capital da tecnologia por ser marcada por rigor acadmico, So Carlos dispe de trs campi de duas universidades de grande relevncia nacional (2 campi da USP e um campus da UFSCar) assim como dois centros de pesquisa da EMBRAPA. O setor industrial conta com a presena de grandes industrias como a Volkswagen (motores), Tecumseh (compressores), Faber Castell (lpis), Electrolux (geladeiras e foges), etc. (Dados obtidos no portal digital da prefeitura de So Carlos, SP) Assim como outras cidades brasileiras, So Carlos apresenta uma srie de carncias a respeito de seu sistema de espaos livres, tanto no que diz respeito sua quantidade como quanto sua qualifi cao. Portanto, considerou-se vivel a propsio de uma interveno neste sistema.

    Uma vez estabelecida a viso sistmica de espacos livres como universo de conceitos projetuais e selecionada a cidade de So Carlos, SP para receber a interveno, faz-se necessria uma aproximao a um recorte de projeto mais especfi co para a proposio do projeto, e em busca de selecionar esta regio da cidade foram realizados levantamentos (sintetizados na fi gura ao lado), e por meio da sobreposio de informaes como: ligaes rodovirias, vias principais, existncia de corpos dgua, localizao dos campi universitrios da USP e da UFSCar, zonas de interesse histrico e de ocupao induzida (defi nidas pelo plano diretor municipal), disponibilidade de espaos livres (qualifi cados ou apenas no construdos), manchas onde ainda se observa a existencia de lotes vagos, etc. foi selecionado o recorte escalar que ser apresentado a seguir.

    So Carlos, SP

  • 23

    Legenda:

  • 24

    O recorte com destaque em cor, despertou especial interesse principalmente devido aos seguintes fatores:

    Contm as nascentes dos crrego Santa F, Mineirinho e Cambu, alm da presena de mata siliar preservada ao longo destes corpos dgua;

    Localiza-se, em sua maioria, na zona de ocupao induzida, defi nida pelo Plano Diretor Municipal;

    um eixo de crescimento da cidade que est em um amplo processo de desenvolvimento.

    Possui ainda uma quantidade signifi cativa de lotes disponveis para a construo

    Situa-se entre os dois Campi da USP

    Possui quantidade signifi cativa de espaos livres com grande potencial para requalifi cao e criao de parques e praas.

  • 25

    O Plano Diretor Municipal apresenta a inteno da criao de um conjunto de vias arteriais que atravessa uma ampla parcela territorial localizada prxima ao recorte de projeto. Estas diretrizes virias demonstram a existncia de grande potencial de expanso da cidade para essa parcela territorial, que hoje est situada fora do permetro urbano. Com a expanso da cidade para esta regio acredita-se que o recorte urbano selecionado (indicado pelo retngulo branco) tende a ganhar ainda mais relevncia, e por situar-se em rea de ocupao induzida, imagina-se a possibilidade de verticalizao para alguns dos bairros nele compreendidos. A regio em destaque engloba os seguintes bairros: So Carlos I. II, III, IV, Loteamento Social Santa Angelina, Jardim Santa Felcia, Planalto Paraso, Jardim Alvorada, Morada dos Deuses, Jardim Bandeirantes, Parque Santa Marta, Jardim Centenrio e Jardim Santa Paula.

    LEGENDA:

    Rodovia Washington Luiz Transposio e acesso rodovia Linha frrea Campi Universitrios Vias principais reas onde se percebe promissora potencialidade de urbanizao

    Diretrizes virias: Criao de vias arteriais Transposio da rodovia Transposio e acesso rodovia

    reas livres: APPs Pblicas qualificadas (praas, jardins, centros esportivos, etc.) No edificadas e no qualificadas

    T

  • 27

    Leituras e Impresses

    Aps a seleo da regio da cidade de So Carlos que abrigaria a proposta de interveno deste TGI, iniciou-se a frequentao esta parcela da cidade. Foi realizada uma srie de visitas a esta rea, e registradas impresses e dados da regio, que sero apresentados a seguir.

  • 28

    LEGENDA:

    REA NO LEVANTADA ZONA RURAL (PASTAGEM) LINHA FRREA MATA PRESERVADA CAMPI USP VAZIOS COMERCIO / SERVIOS EQUIPAMENTOS E REAS DESTINADAS AO USO INSTITUCIONAL REAS LIVRES RESIDENCIAL MDIO- MDIO ALTO MDIO - MDIO BAIXO MDIO BAIXO MDIO BAIXO - BAIXO CONDOMNIO RESIDENCIAL

    Levantamento de usos do solo

  • 29

    Mediante observaes e refl exes, foi possvel apreender que o sistema de espaos livres da regio subdivide-se em trs subsistemas ou estruturas de espaos livres, sendo que um relaciona-se presena de corpos dgua e mata siliar preservada, outro ligando-se ao conjunto de vias principais (onde se tem maior possibilidade de desenvolvimento comercial ou disponibilidade de outros equipamentos) e o terceiro constitudo por espaos circundados por vias locais e ocupao predominantemente residencial.

    Espaos livres relacionados a: Corpos dgua Vias Principais Vias Locais

  • 30

    1

    2

    Ruas Miguel Petroni e Miguel Joo

    Os espaos livres rompem com a massa construida e permitem apreenso do binrio R. Miguel Petroni - R. Miguel Joo

    Espao Livre 1 Espao Livre 2

  • 31

    Espao Livre 01

    Centro esportivo de Santa Felcia

    Espao Livre 02

    Espao Livre 1 Espao Livre 2

    Intenso fl uxo de veculos

    Faixa de estavionameto praticamente contnua ao longo de toda a via

    Caladas estreitas

    Sensao de que a caixa da rua seja

    estreita

  • 32

    Defi cincia quanto arborizao urbana; presena marcante da fi ao eltrica

    Presena praticamente contnua da faixa de estacionamento; caladas em pssimo estado; grande difi culdade de travessia

  • 33

    Abertura da calha da rua por ocasio do espao livre 02; existncia de grande exteno de um muro de fundo de um condomnio residencial; vista privilegiada da skyline da cidade a partir do espao livre 02.

    Intenso fluxo de veculos; vista da skyline; ligao entre o espao livre 01 e o centro esportivo de Santa Felcia

  • 34

    Rua Miguel Petroni e Av. Joo Dagnoni

  • 35

    Rua Miguel Petroni

  • 36

  • 37

    Intenso fl uxo de veculos

    Intenso fl uxo de veculos

    Calada estreita no canteiro central

  • 38

  • 39

    Av. Joo Dagnoni

  • 40

    Av. Bruno Ruggiero Filho

  • 41

    A Av. Bruno Ruggiero Filho apresenta um porte estrutural, vias amplas e canteiro central generoso, porm a ocupao de seu entorno marcada ainda por uma ambincia bastante bairrista.

    Acredita-se que com o crescimento da cidade de So Carlos, em um futuro prximo, a Av. Bruno Ruggiero consolidar sua grande importncia estrutural para a cidade, e seu entorno ser ocupado por edifcios de comrcio e servios, ocorrendo uma verticalizao nesta

    regio da cidade.

  • 43

    DEFINIO E DIRETRIZES DO SISTEMA DE ESPAOS LIVRES

  • 45

    Os destaques em cor da fi gura ao lado correspondem aos espaos livres que sero qualifi cados ou requalifi cados e s vias que recebero tratamento diferenciado de caladas e arborizao. As vias destacadas confi guram os percursos principais entre estes espaos livres, e devem ser qualifi cadas de forma que a populao reconhea estes percursos e, mesmo no conhecendo a localizao exata, saiba que ao caminhar por estas vias encontrar uma sequncia de espaos livres.

  • 46

    Como apresentado anteriormente, estes espaos livres podem ser classifi cados como pertencentes a trs estuturas de espaos, e cada uma destas estruturas apresentam caractersticas e abrangncias peculiares, que devem ser consideradas no projeto de seus espaos livres.

  • 47

    Os espaos livres que se relacionam existncia de corpos dgua e mata siliar preservada devem ter tratados sob um foco ambiental e preservacionista, pois constituem as fl orestas urbanas, fundamentais para a preservao de recursos hdricos, biodiversidade vegetal e animal, etc. Desta forma, estes espaos no precisam estar totalmente acessveis ao habitantes, porm muito importante seja feita, para alm das reas de preservao permanente, a qualifi cao de parques e bosques que alm de confi gurar espaos de fruio para os citadinos, funcionem como uma faixa de transio entre a mata e a cidade. A consolidao destas faixas de transio tambm possuem um importante papel na preservao das matas, pois impede que as reas de mata sejam ocupadas irregularmente.

    Os espaos localizados no interior dos bairros, que so margeados por vias locais e possuem o seu entorno ocupado predominantemente pelo uso residencial, assumem uma abrangncia mais local, sendo utilizados principalmente pelos moradores da vizinhana. Estes espaos so os que esto mais fortemente presente no cotidiano dos moradores, so locais onde a populao se envolve em prticas rotineiras de exerccios fsicos, as mes ou babs passeiam cotidianamente com as crianas, os idosos fazem pequenas caminhadas e encontram os amigos, a comunidade se rene em eventos locais, etc.

    Os espaos livres ligados s principais vias da cidade so locais de abrangncia municipal, so espaos de maior visibilidade e geralmente so circundados por uma ocupao de uso comercial e de servios. Estes espaos tem a potencialidade para abrigar equipamentos pblicos relacionados aos mais diversos usos (cvicos, culturais, esportivos, recreativos, etc.)

  • 49

    D

    C BA

    A respeito da estrutura de espaos livres que se relaciona s vias principais, os levantamentos apontaram para quatro frentes de atuao que seriam: A (Miguel Petroni)- Reestruturao de via comercial j consolidada - defi nio de caladas, mobilirios, dispositivos que facilitem a travessia de pedestres, novas propostas de estacionamento, diretrizes a respeito da fachada das lojas e dispositivos publicitrios - requalifi cao e uma praa e criao de uma nova praa. B (Miguel Petroni) - Diretrizes para a consolidao de regio comercial - defi nio de caladas, mobilirios, dispositivos que facilitem a travessia de pedestres, propostas de estacionamento - Qualifi cao do canteiro central (muito utilizado atualmente como circuito de caminhada), Criao de praas que ajudem a resguardar a regio residencial da dinmica da via de grande fl uxo e que proporcionem atividades ligadas ao esporte. C (Av. Joo Dagnoni) - Qualifi cao da ampla rea de canteiro central, propondo atividades de lazer passivo e ativo considerando as limitaes colocadas pela existncia da rede de alta tenso. D (Av. Bruno Ruggiero) - Considerando a estrutura fsica das vias (ampla/ alargada) e seu plano de ampliao (apresentado acima juntamente a um conjunto de diretrizes para a construo de vias arteriais), se aceita a hiptese da ocorrncia de um processo de verticalizao ao longo da via, e desenvolvimento de atividades comerciais e de servios, prope-se, portanto, alm de espaos de lazer e esportes, a qualifi cao de espaos destinados atividades cvicas e culturais.

  • 50

    Condomnio Residencial

    Centro Esportivo

    Posto Policial

    reas/EquipamentosInstitucionais

    reas/EquipamentosInstitucionais

    Entidade assistencialLar Rosa de Saron

    APercurso / CaminhadaRedesenho de caladas e mobilirio, reduo da faixa de estacio-namento, facilitar travessias,Criao e requalificao de praasAtendendo a demandas e Atraindo demandasTratamento artstiico de muros

    Percurso LazercontemplativoLazerativo

    Espao para Eventos e feiras CEMEI - Educaoinfantil

    Instituio de Sade

    Escolas EstaduaisEns. Fundamental e

    Mdio

  • 51

    Ecoponto Cancha demalha

    B

    Desnivel das vias

    Percurso / Caminhada /Atividade fsicaDesenho de caladas e mobilirio / Retirada da faixa de esta-cionamento - propor bolses / Qualificao do canteiro central / Proposio de travessias

    Qualificao de praasCircuito de caminhada e ciclismo Academia ao ar livre Atividades Passivas/ Contemplativas/ Desprogramadas

    Percurso Lazercontemplativo Instituio de Sade

    CEMEI - Educaoinfantil

    Academia ao ar livre Caminhada Lazer Esportivo

  • 52C

    Cancha de malhaPontoEcolgico

    Patrimnio Indisponvel

    Percurso / Caminhada /Atividade fsica

    Conexo de internet wireless

    Qualificao de praas - Considerando a limitao da linha de alta tenso / ou revisando a possibilidade de sua reti-rada; - Verificar as limitaes a respeito do patrimnio indisponvel

    Playground infantil

    Playground adulto Conexo Wi-fi

  • 53D

    CULTURAL

    Guarda CivilMunicipal

    Escola doFuturo

    Requalificao de praa - PlaygroundEquipamento cultural e praa para eventosQualificao de praas com atividades esportivasRequalificao de praa para atividades de caminhada/ corrida

    Percurso

    Lazercontemplativo

    Academia ao ar livre

    Caminhada

    Lazer Esportivo

    Instituio de Sade

    CEMEI - Educaoinfantil

    Playground infantil

    Playground adulto

    Conexo Wi-fi

    CULTURAL

    Espao para Eventos e feiras

    Edifi cio cultural

    Escola de ensino bsico

    Escolas EstaduaisEns. Fundamental e

    Mdio

  • 54

    Para alm de ligaes fsicas

    Para alm da ligao fsica entre os espaos livres do sistema proposto, que se d por meio das ruas, sentiu-se a necessidade de aplicar diretrizes de uma linguagem esttica que pudesse ligar estes espaos cognitivamente, de forma que o usurio fosse capaz de compreender estes espaos como um sistema. A defi nio de uma liguagem esttica, aplicada a todo o sistema, tem tambm a funo de estabelecer um discurso, que est amplamente relacionado com a j apresentada subdiviso deste sistema em trs subsistmas ou estruturas de espao. Cada uma das trs estruturas de espao (espaos relacionados existncia de corpos dgua e mata preservada, circundados por vias locais e ocupao residencial, ligados s vias principais e com entorno marcado

    por uso ligado ao comrcio e servios) possue um nvel de abrangencia e um foco (potencialidades e intenes) diferenciados. Cada um destes espaos apresenta uma diferente funo na cidade, e a idias de planej-los em conjunto buscar que o todo (a totalidade do sistema) seja superior soma de suas partes. Mediante uma srie de anlises e refl exes, optou-se por trabalhar com uma linguagem de gradao que vai de uma esttica naturalizada (nas regies prximas s matas) at uma esttica claramente artifi ciosa (na estrutra de espaos livres relacionada s vias principais). importante ressaltar que mesmo as reas qualifi cadas por uma esttica naturalizada so frutos do artifcio, pois so paisagens planejadas e fruto da ao humana de manipular elementos naturais.

  • 55

    Linguagem de Gradao:

    Esttica Naturalizada Esttica Artificiosa

    Trabalha-se, portanto, com uma linguagem de gradao que vai de uma esttica naturalizada at uma esttica onde as marcas do artifcio so explicitadas. Esta gradao possui trs estgios, que se relacionam s trs estruturas de espao observadas na regio selecionada para a proposio do sistema de espaos livres. A utilizao desta linguagem de gradao busca, alm de enfatizar a necessidade da existncia de espaos livres de diferentes qualidades na cidade, trabalhar o imaginrio da populao buscando despertar a ateno do indivduo para fenmenos simples, porm muito ricos, como a projeo de sombras, as relaes com a gua, etc. que muitas vezes passam despercebidos.

    Com o intuito de guiar o desenvolvimento desta linguagem de gradao durante o projeto dos espaos livres, foram desenvolvidos quatro grupos de aes projetuais, que relacionam-se relao com a gua, aplicao de pisos, projeo de sombras e aos tetos.

  • 56

    Contemplativo/ Visual - sem intervir projetualmente nos cursos dgua Construo orgnica d e regos de

    gua

    I. Relao com a gua

  • 57

    Adio Subtrao

    Passarelas Trilhas Caminhos - sobrepostos

    II. Pisos

  • 58

    III. Projeo de sombras

    A partir de elementos construdos e luz solar

    A partir de elementos construdos e luz artifi cial

    A partir do natural - elementos do meio fsico e luz solar

  • 59

    Natural - rvores

    Pergolados

    Marquises

    IV. Tetos

  • 1 2

    3

  • 61

    PROPOSTA DE QUALIFICAO PARA 03 ESPAOS LIVRES

    Aps a defi nio dos espaos livres para a composio do sistema, e da apresentao de diretrizes, parte-se para a realizao da proposta de qualifi cao de alguns destes espaos. Foram selecionadas 3 reas a serem qualifi cadas, sendo que cada uma destas reas representa um dos estgios da linguagem de gradao, proposta neste trabalho. As fi guras ao lado destacam e localizam as reas selecionadas.

  • 1 2

    3

    Espao 01 - Relaciona-se existncia de corpos dgua (com destaque para a nascente do crrego Santa F) e mata ciliar preservada. Representa, na lgica da gradao, o estgio de esttica mais naturalizada

  • 64

    As imagens ao lado apresentam a mancha de mata preservada e uma reformulao do traado virio que circunda o espao 01. A imagem (a) representa as vias atuais e a imagem (b) corresponde s modifi caes do traado.

    (a) (b)

  • 65

    Lazer Contemplativo

    Lazer Contemplativo

    Trilhas

    Apoio e equipamentos esportivos

    Viveiro de mudas

    Passarela

    Refl orestar

    Implantao Geral

    Escala 1:7500

  • 66

    Nascente do crrego Santa F

    Lazer Contemplativo

    Passarela

    Refl orestar

    Viveiro de mudas

    Refl orestar

    Escala 1:2500

  • 67

    rvores com geometria em domo

    Quadras Esportivas

    Apoio (Santrios, Bebedouros, etc.)

    Clareira de AusnciasA clareira de ausncias constitui-se de uma rea que no receber plantio de rvores, e abrigar algumas esculturas assim bancos de toras de madeira (presentes tambm nos outros espaos qualifi cados). Com esta clareira busca-se despertar no usurio uma refl exo a respeito das transformaes dos elementos naturais, e ressaltar, por meio da ausncia, a importncia da vegetao

    Clareira de Frutferas

    Trilhas

    Refl orestar

    Caminho sobreposto

    rvores com geometria cilndrica

    rvores com geometria triangular

    rvores com geometrias variadas

    Escala 1:2500

  • 69

    Lazer Contemplativo

    Trilhas

    Clareira de Frutferas

    Escala 1:2500

  • 1 2

    3

    Espao 02 - Na lgica da gradao, representa o estgio intermedirio. Este espao liga-se estrutura de espaos livres circundada por vias locais e ocupao residencial.

  • 72

    Qualifi cao de percursos

  • 73

    Caminho sobreposto

    Piso : AdioLago : construo orgnica

  • 74

    Deck de madeiraPiso semi-permevelPlantio de herbceasPlantio de gramaLagoAcademia ao ar livre

    Implantao

  • 75

    Corte AA

  • 76

  • 77

  • 78

  • 79

  • 80

  • 81

  • 1 2

    3

    Espao 03 - Na lgica da gradao, representa o estgio de linguagem esttica mais artifi ciosa. Este espao liga-se estrutura de espaos livres margeada por vias arteriais e com ocupao de comrcio e servios.

  • 84

    Qualifi cao de percurso

    Qualifi cao de percursoQualifi cao de percurso

    As palmeiras plantadas no canteiro central da Av. Bruno Ruggiero Filho servem como marcos que indicam sua interseco com as outras vias qualifi cadas como percursos principais entre os espaos livres do sistema

  • 85

    Foi realizado o prolongamento dos seguintes eixos para dentro da rea de projeto: eixos de duas vias de percurso entre os espaos livres, uma que passa pelos trs estgios da linguagem de gradao e outro que liga seus plos opostos; e eixos de prolongamento das vias que se fi nalizam no tereno.

  • 86

    Na Figura acima esto representados os eixos apresentados na pgina anterior e, na cor vermelha, os caminhos deixados, mediante o uso, pela populao.

    O prolongamento dos eixos defi nem diferenciaes na direo de assentamento do piso, e a marca de uso existentes so evidenciadas por um plano de piso diferenciado.

  • 87

    Implantao

    ab c

    a - Apoio (banheiros, bebedouros,

    depsitos, etc.b - Caf/ livrariac - Acesso ao edifciod - Pontos de luz no choe - Espelho dguaf - Sprinklersg- Vagas de estacionamento para

    idosos e defi cientes fsicos

    d

    f

    e

    g

  • 88

    Espelho dgua

    Sprinklers

    Estares introspectivos

    Edifcio CulturalBibliotema / Midiateca

    Espao para realizao de eventos 02

    Espao para realizao de eventos 01

  • 89

    marca dois eixos de percurso, um que passa pelos 3 estgios

    de gradao e outro que liga os seus dois plos

    Escadaria/ Arquibancada

    Espao para eventos (shows, feiras, etc.)

    Plano de piso diferenciado, marcando os caminhos deixados pela populao no terreno no qualifi cado

    Deck de madeira

  • 90

  • 91

  • 92

  • 93

  • 94

  • 95

  • REFERENCIAS BIBLIOGRFICAS

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    Cidade e Espaos livres.pdfCaderno de TGI R04b