turismo em ponta negra e os sistemas de espaços livres

Turismo em Ponta Negra e os sistemas de espaços livres:

inércia urbana e especulação imobiliária

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Estudos Contemporâneos do Habitat

Viviane Gomes Medeiros

Verônica Maria Fernandes de Lima

Tupã

Julho - 2015

III SIMPÓSIO NACIONAL DE GERENCIAMENTO DE CIDADES

II ENCONTRO TÉCNICO E CIENTÍFICO PARA CONSTRUÇÃO DE CIDADES VERDES

Introdução

Introdução Objetivos Métodos de análise Conceitos Sobre o bairro de Ponta Negra Espaços livres Considerações finais

Turismo em Ponta Negra e os sistemas de espaços livres

Ponta Negra:

bairro ícone do turismo natalense, que em tese, deveria oferecer

espaços públicos bem cuidados e atrativos;

bairro da tradição e da comunidade nativa;

A cobertura vegetal do bairro abrange 55% do seu território;

especulação imobiliária que age sobre este território;

O que se observa na realidade: uma grande quantidade de lotes

privativos que não cumprem a função social da propriedade, isolados

entre si e sem conexão física ou simbólica

Objetivos


Objetivo geral:

Refletir qual a relação entre os espaços livres existentes no bairro de Ponta Negra e as

atividades turísticas que são desempenhadas naquele espaço urbano, apontando

caminhos para uma melhor utilização dos mesmos frente à pressão do setor

imobiliário.

Objetivos específicos:

1. divulgar os resultados parciais da pesquisa “Os Sistemas de Espaços Livres

Públicos e a Urbanidade – um Diagnóstico da Situação dos Espaços Livres na cidade

de Natal” em linguagem gráfica, facilitando a leitura de dados e democratizando a

informação;

2.apontar relações entre a atividade turística e a ociosidade dos espaços livres no

bairro de Ponta Negra;

3.relacionar os critérios de proteção e gestão presentes na legislação com a situação

dos espaços livres do bairro de Ponta Negra.


Metodologia Raquel Tardin (2010)



Pesquisa geral x recorte

Itens analisados:

Atributos do suporte biofísico

Atributos perceptivos

Possibilidades de acesso

Vínculos de planejamento

Pesquisa de campo

Sistematização da

informação

Mapeamento e

georeferenciamento

Diagnóstico e análise

Figura 1 – Espaços livres no

bairro de Ponta Negra

Fonte: elaboração própria

Espaços livres



Segundo Macedo (1995), os espaços livres são todas as ruas, praças,

largos, pátios, quintais, parques, jardins, terrenos baldios, corredores

externos, vilas, vielas por onde as pessoas circulam no seu dia-a-dia.

Além de ter importante função ambiental, estes lugares têm ainda

uma função fundamental – ser espaço de criação e congraçamento,

local de possibilidades para o coletivo, onde ocorrem atividades e

trocas sociais, tais como: manifestações populares; festas;

comemorações; protestos.

Conexão física x Conexão funcional

Os sistemas de espaços livres



Figura 2 - Sistemas de Parques de Boston, de Olmsted

Fonte: http://tinyurl.com/npaz2lr

Alguns têm o propósito de regular o crescimento urbano, seja formando

cinturões verdes; propondo uma infraestrutura verde contínua ou buscando

reconectar campo e cidade; seja consolidando aqueles espaços como um

conjunto para que não se perdesse estas “peças territoriais não consolidadas

no meio da urbanização existente” (Tardin, 2010)

Evolução histórica territorial

1930: Construção da rua principal

1940: Ocupação pelas casas

de veraneio

1950: Disputas pelo território

1970 e 1980: Construção dos

conjuntos Alagamar e Ponta

Negra

2000: Verticalização e

investimentos no

turismo

Fonte dos dados: SILVA, 2013

NEGREIROS et al., 2014

45% de lotes não

construídos

28% de áreas

verdes não

acondicionadas

10% Praças

10% canteiros e

estacionamentos

1,5% heliporto e

orla marítima

Uso esportivo,

cemitério, uso

institucional...

Resultados



Lotes bem arborizados;

Declividade suave até a faixa de orla marítima, o que gera

uma dificuldade de acesso;

Atributos perceptivos compostos pelas paisagens oferecidas

pelas ZPAs, ainda que a verticalização de edifícios já forme uma

barreira a estes cenários;

Legislação: Zonas de Proteção Ambiental, Área Especial de

Interesse Social, Zona Especial de Interesse Turístico, e Áreas

non edificandi.

Espaços âncora:

• Orla marítima;

• Campo do Botafogo,

Praça do Cruzeiro e

demais espaços de

importância local;

• Área non edificandi.

Considerações finais



Apesar do massivo investimento turístico, não foi dada a

devida atenção aos espaços para a coletividade;

Este investimento ocorreu de forma concentrada, deixando

de valorizar a cultura que a Vila de Ponta Negra, berço do bairro,

tem a oferecer;

Grande quantidade de lotes não construídos de área

considerável - devido a uma consolidação urbana temporalmente

fragmentada – gera conflitos entre empresários e população

nativa;

O papel do poder público: a proteção sem a ação de qualificar

o espaço a ser utilizado;

Degradação ambiental que degenera as qualidades

paisagísticas iniciais.

Referências bibliográficas CHADDAD, João. Composição paisagística em parques e jardins. Piracicaba: FEALQ, 2000. FURUKAVA, Camila. Parâmetros de aplicação do Plano Setorial como instrumento do Plano Diretor. 2009. Trabalho de Graduação (Graduação em Arquitetura e Urbanismo). Centro de Tecnologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2009. MACEDO, Silvio et al.Sistema de espaços livres: o cotidiano, apropriações e ausências. Rio de Janeiro: UFRJ, 2009. ______. Espaços Livres. Paisagem Ambiente: Ensaios. 1995, no.7, p. 16-19. MACEDO, Silvio S.; PELLEGRINO, Paulo R. M. Do éden à cidade -Transformação da paisagem litorânea brasileira. In: YÁZIGI, Eduardo; CARLOS, Ana Fani A.; CRUZ, Rita de Cássia A. Turismo: espaço, paisagem e cultura. São Paulo: Hucitec, 1999. MAGNOLI, Miranda M.E.M. Espaço livre – Objeto de trabalho. Paisagem e ambiente, v.21, p.175-198, 2006. NEVEROVSKY, Catarina. De gata borralheira à cinderela: nova espacialidade decorrente do desenvolvimento turístico, diferenciada pelo estilo de vida em Ponta Negra, Natal, RN. 2005. 233f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal: UFRN, 2005. QUEIROGA, Eugênio F. Sistemas de espaços livres e esfera pública em metrópoles brasileiras. RESGATE, v.19, nº 21, jan./jun. 2011. p.25-35. TARDIN, Raquel. Espaços livres: sistema e projeto territorial. Rio de Janeiro: 7Letras, 2010.

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