ciclos de debates direito e gestão pública iii seminário democracia, direito e gestão pública...
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Ciclos de Debates Direito e Gestão PúblicaIII Seminário Democracia, Direito e Gestão Pública
Conferências Nacionais de Saúde e processos participativos na Administração
Pública Federal Brasileira
Elisabete Ferrarezi e Mariana OliveiraCoordenação-Geral de Pesquisa ENAPDiretoria de Comunicação e Pesquisa
Brasília, 24 de novembro de 2011
Objetivos
Estudo de caso sobre experiências participativas: 13ª CNS e 8ª CNS
Analisar avanços, dilemas e a complexidade do mecanismo participativo e do processamento dos resultados na agenda governamental.
Participação social no Estado
Espaços para envolvimento da sociedade nas atividades da política pública – consulta, diálogo ou deliberação.
Aprendizado para governo e sociedade: lidar com a complexidade da AP e decisões coletivas.
Descompasso entre o desenho do aparato estatal e a dinâmica da participação: complexidade exige novas configurações na AP.
Conferências Nacionais
Processos institucionalizados de participação social nos quais sociedade civil e Estado
mobilizam-se, dialogam e deliberam sobre determinada política pública, produzindo
resultados a serem incorporados nas agendas e ações governamentais.
Conferências Nacionais Das 113 conferências realizadas desde
1941, 72 ocorreram entre 2003 e 2010. 40 áreas setorias. Mobilização de cerca de 5 milhões de
cidadãos. Estruturação nos três níveis
governamentais. Composição: sociedade civil e Estado.
Segmento Trabalhadores. Resultados a serem incorporados nas
políticas públicas e ações do setor.
8ª Conferência Nacional de Saúde (1986)
Tradição em participação social do setor da saúde.
4000 participantes, 1000 delegados (50% sociedade e 50% instituições públicas e trabalhadores)
Movimento sanitário: luta política +propostas amadurecidas.
Proposta de implantação de sistema universal e gratuito + participação institucionalizada
Divisor de águas. Pré-constituinte em matéria de saúde.
13ª Conferência Nacional de Saúde (2007)
13ª CNS: Antecedentes
Era SUS: - Realização de 5 conferências. - Número crescente de resoluções e maior
complexidade na composição dos participantes.
13ª CNS: Desenvolvimento do processo
Desafio de superar as dificuldades da 12ª CNS.
4.413 etapas municipais (80% dos municípios) e 27 etapas estaduais e do DF: 5 mil propostas
Ausência de texto-base: Tema Central “Saúde e qualidade de vida: políticas de Estado e desenvolvimento”.
Três eixos temáticos. Mudanças metodológicas.
13ª CNS: Etapa nacional
Desafio de superar gargalos metodológicos e produzir resultados efetivos
Mesas-RedondasApresentação dos Eixos
Temáticos
10 Plenárias TemáticasDebate e votação das:. propostas destacadas originárias das Etapas
Estaduais e do DF . propostas inéditas
Plenária FinalDebate e votação das:. propostas destacadas
que receberam entre 30% e 69% de votos favoráveis em pelo menos 6 plenárias
. propostas inéditas aprovadas nas plenárias
por maioria simples
RELATÓRIO FINALDocumento com:
- propostas do Relatório Consolidado não
destacadas nas plenárias temáticas
- propostas diretamente aprovadas (70%+ votos
favoráveis em pelo menos 6 plenárias)
- propostas aprovadas na Plenária Final
- moções
13ª CNS: Etapa nacional
Relatório Final: - 857 resoluções. 8ª CNS: 54.- 40% propostas aprovadas eram inéditas
(sem debate nas etapas prévias)- Conteúdo: fragmentação (grupos e
interesses específicos). - Grau de exequibilidade variável das
resoluções.- Situação de impasse quanto à priorização e
viabilidade da incorporação.
13ª CNS: propostas polêmicas
Foram suprimidas do relatório final de propostas que eram importantes para o governo, como:
Descriminalização do abortoCriação de Fundação estatal de direito privado
Como o governo lida com a oposição às suas propostas?
Dilemas Processar os resultados das
conferências: Limites jurídico-institucionais Como lidar com aumento da diversidade
e complexidade de atores e interesses em jogo e as propostas antagônicas, genéricas e/ou não consensuais?
Risco de baixa incorporação de resoluções na agenda: governo decide.
Dilemas Baixo acompanhamento das
deliberações encaminhadas, resultando em dificuldades de prestação de contas.
Dificuldade de ministérios negociarem internamente prioridade para implementação das deliberações e de se articular com outros órgãos, inclusive o Legislativo.
Considerações Finais
Qualidade democrática potencial: Conferências => mais atores sociais
nas decisões => aumentam chances de empurrar temas na agenda.
Agregam informações, diagnósticos, propostas e conhecimentos; possibilitam identificar temas e padrões emergentes; potencial de gerar legitimidade, respeito à diversidade, e engajamento com a coisa pública que podem levar a compromissos recíprocos.
Considerações Finais Capacidade de adaptação (resiliência)
do Estado é limitada, condicionada por regras, leis e prerrogativas, dificultando captar inteligência coletiva e emergência que se dá no espaço social.
Aprimorar benefícios da participação exige adaptações e inovações; contexto mudou e os modos democráticos dos processos participativos precisam ser compatibilizados com o modo burocrático das organizações.
Considerações Finais O poder de burocratas e políticos de
incluir temas na agenda muda com processos participativos.
O desafio é fazer valer a expectativa social de influenciar a agenda decisória prioritária e agregar resultados de deliberação coletiva no processo de política pública.
Funcionamento do aparato estatal e sua relação com mecanismos de participação
Construção ainda está em movimento.
Considerações Finais
Problemas de coordenação e
gerenciamento de tantos atores, organizações, interesses, alternativas, projetos políticos.
Qual o lugar reservado ao processamento de resultados da participação?
Obrigada!
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