chifre em cabeça de cavalo

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Chifre cabeça cavalo de em

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Page 1: Chifre em cabeça de cavalo

Chifrecabeça

cavalode

em

Page 2: Chifre em cabeça de cavalo
Page 3: Chifre em cabeça de cavalo

ChifreLuiz Raul Machado

cabeçacavalo

de

em

2ª edição

IlustraçõesAna Freitas

Page 4: Chifre em cabeça de cavalo

Copyright © 2012 by Luiz Raul Dodsworth Machado.Copyright © das ilustrações, 2012 by Ana Freitas Machado.

Direitos de edição da obra em língua portuguesa no Brasil adquiridos pela Editora Nova Fronteira Participações S.A. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser apropriada e estocada em sistema de banco de dados ou processo similar, em qualquer forma ou meio, seja eletrônico, de fotocópia, gravação etc., sem a permissão do detentor do copirraite.

Editora Nova Fronteira Participações S.A.Rua Nova Jerusalém, 345 – Bonsucesso – 21042-235 Rio de Janeiro – RJ – Brasil Tel.: (21) 3882-8200 – Fax: (21) 3882-8212/8313

Editora responsávelDaniele Cajueiro

Produção editorialGuilherme Bernardo e Pedro Staite

RevisãoRosana Alencar

Projeto gráfico e diagramaçãoLeandro B. Liporage

Este livro foi impresso no Rio de Janeiro, em março de 2012, pela Edigráfica, para a Nova Fronteira. O papel do miolo é avena 80 g/m2, e o da capa é cartão 250g/m2.

CIP-Brasil. Catalogação na Fonte.Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ.

M129c2.ed. Machado, Luiz Raul, 1946-

Chifre em cabeça de cavalo / Luiz Raul Machado ; ilustrações Ana Freitas. - 2.ed. - Rio de Janeiro : Nova Fronteira, 2011.

64p. : il.color. ; 23 cm ISBN 978-85-209-2986-5 1. Literatura infantojuvenil brasileiro. I. Freitas, Ana. II.

Título.

CDD: 028.5 CDU: 087.5

Page 5: Chifre em cabeça de cavalo

Pra Laura,

madrinha deste e de tantos livros,

companheira de trabalho,

amiga de toda a vida.

Luiz Raul

Para Graça,

com gratidão, Ana

Page 6: Chifre em cabeça de cavalo

A primeira pessoa

Page 7: Chifre em cabeça de cavalo

A primeira pessoa que me falou deles foi meu tio. Todo mundo chamava ele de Pequenino. Não era par-ticularmente baixinho, mas sempre foi e será Pequenino. Meu tio Pequenino.

Ele contava histórias e contava casos. Casos e histórias de sua longa vida de serviço e trabalho. Médico recém--formado indo tratar de crianças em lugares tão distan-tes que levava horas no lombo de um cavalo. Histórias e casos da imaginação dele e dos outros. Até hoje me per-gunto quem será que contou pra ele tão bem-contada a história da Moura Torta. Ele contava sempre do mesmo jeito. Mesmo porque nós protestávamos veementemente quando ele mudava uma vírgula que fosse (como é que é vírgula em história contada?). Eu e meu irmão sempre achamos que a história do Esqueleto Risonho foi inventa-da por ele. Era uma história que enchia a gente de medo e suspense. Claro, era a preferida.

Page 8: Chifre em cabeça de cavalo

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Mas o que importa aqui é que foi o tio Pequenino quem primeiro me falou deles. E — sabe-se lá por quê — foi por causa deles que eu nunca mais me preocupei em separar história acontecida de história inventada. Tô ca-reca de saber que tem uma realidade lá fora etcétera e tal. Mas sei muito bem que tem a realidade aqui de dentro. E eu adoro ela. E ai de quem chegar perto de mim depois de ouvir uma das minhas batatadas e falar, batendo de leve na minha cabeça: “Eu sei, guri, essa história é de mentiri-nha, não é?” Mentirinha é a mãe.

Page 9: Chifre em cabeça de cavalo

Aquela meninaBom. Resumo da ópera em português: tio Pe-quenino me falou deles e eles passaram a fazer parte da minha vida.

É bem verdade que fiquei um bom tempo longe deles. Quer dizer, fiquei sem pensar neles, me interessando por outras coisas, outros lugares, outros bichos, outras gentes. Mas hoje tenho a certeza de que eles sempre pensaram em mim.

Durante esse tempo, volta e meia me aparecia um. No meio de um conto, no rabo de um desenho animado, numa ilustração linda de livrão estrangeiro e inacessível que eu fuçava na livraria da Celina. Raramente alguém me falava deles. Até que apareceu aquela menina.