cetesb relatorioar2010

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QUALIDADE DO AR NO ESTADO D E S O PA U L O QUALIDADE DO AR NO ESTADO2010QUALIDADE DO ARN O E S TA D O D E S O PA U L O

S R IE R E LAT R IOS

GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE C E T E S B - C O M PA N H I A A M B I E N TA L D O E S TA D O D E S O PA U L O

Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CETESB Biblioteca, SP, Brasil)

C418q

CETESB (So Paulo) Qualidade do ar no estado de So Paulo 2010 / CETESB. - - So Paulo : CETESB, 2011. 234 p. : il. color. ; 30 cm. - - (Srie Relatrios / CETESB, ISSN 0103-4103) Publicado anteriormente como: Qualidade do ar na regio metropolitana de So Paulo e em Cubato, Relatrio de qualidade do ar na regio metropolitana de So Paulo e em Cubato, e Relatrio de qualidade do ar no estado de So Paulo. Publicado tambm em CD e impresso. Disponvel tambm em: . 1. Ar controle 2. Ar poluio 3. Ar qualidade - So Paulo (Est.) I. Ttulo. II. Srie.

CDD (21.ed. Esp.)

363.739 263 816 1

CDU (2.ed. Port.)

614.71/.72:502.3 (815.6)

Catalogao na fonte: Margot Terada - CRB 8.4422

GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO

Governador

Geraldo Alckmin

SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE Secretrio Bruno Covas

CETESB Companhia Ambiental do Estado de So Paulo Diretor Presidente Diretor Vice-Presidente Diretor de Gesto Corporativa Diretor de Controle e Licenciamento Ambiental Diretora de Avaliao de Impacto Ambiental Diretor de Engenharia e Qualidade Ambiental Otavio Okano Nelson Roberto Bugalho Sergio Meirelles Carvalho Geraldo do Amaral Filho Ana Cristina Pasini da Costa Carlos Roberto dos Santos

Ficha TcnicaDiretoria de Engenharia e Avaliao Ambiental Eng. Carlos Roberto dos Santos Departamento de Qualidade Ambiental Eng. Carlos Eduardo Komatsu Diviso de Qualidade do Ar Qum. Maria Helena R. B. Martins Setor de Meteorologia e Interpretao de Dados Met. Clarice Aico Muramoto Elaborao Eng. Carlos Eduardo Komatsu Met. Clarice Aico Muramoto Qum. Cristiane Ferreira F. Lopes Tec. Elet. Daniel Silveira Lopes Met. Dirce Maria P. Franco Bil. Gisela Vianna Menezes Tec. Amb. Israel Azevedo Anastacio Qum. Maria Cristina N. de Oliveira Qum. Maria Helena R. B. Martins (Coordenao geral) Qum. Maria Lucia Gonalves Guardani Anal. Amb. Masayuki Kuromoto Eng. Mauro Kazuo Sato Eng. Marcelo Pereira Bales Tc. Amb. Orlando Ferreira Filho Tec. Amb. Regina Giudici Met. Ricardo Anazia Est. Rosana Curilov Tc. Adm. Roseli Sachi Arroio Adm. Silmara Regina da Silva Fs. Thiago De Russi Colella Eng. Vanderlei Borsari Est. Yoshio Yanagi Coleta de Amostras, Anlise e Aquisio de Dados Setor de Amostragem e Anlise do Ar Setor de Meteorologia e Interpretao de Dados Setor de Telemetria Setor de guas Subterrneas e do Solo Setor de Programas e Aes Institucionais Diviso de Transporte Sustentvel e Emisses Veiculares Setor de Avaliao de Programas de Transporte Departamento de Apoio Tcnico Departamento de Gesto Ambiental I Departamento de Gesto Ambiental II Departamento de Gesto Ambiental III Departamento de Gesto Ambiental IV Departamento de Gesto Ambiental V Diviso de Laboratrios Descentralizados Coordenadoria de Biodiversidade e Recursos Naturais SMA/CBRN Mapas Roseli Sachi Arroio Projeto Grco Vera Severo Editorao Visiva Design Produo Editorial e Distribuio CETESB Companhia Ambiental do Estado de So Paulo Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - Alto de Pinheiros Tel. 3133.3000 - CEP 05459-900 - So Paulo/SP - Brasil Este relatrio est disponvel tambm na pgina da CETESB. http://www.cetesb.sp.gov.br

APRESENTAO

Desastres como os que ocorreram na Plataforma de Petrleo da BP, no Golfo do Mxico, e na Usina Nuclear de Fukushima trazem tona a questo ambiental com um dos pilares para o desenvolvimento sustentvel. Os custos para remediar tanto o impacto na gua causado pelo vazamento de petrleo como na rea do entorno da usina, que inclui a desapropriao de milhares de habitantes, devem ser da ordem de bilhes de dlares. Ou seja, a busca por um recurso energtico que oferea poucos riscos ao meio ambiente a meta tecnolgica para todos os pases. Deve-se incluir nesses riscos no apenas o aquecimento global, mas todo o risco ecolgico envolvido na produo energtica. Enquanto essa tecnologia ideal no se torna realidade, ganha importncia o processo de licenciamento ambiental, quando se requer de um empreendedor o detalhamento dos possveis impactos ambientais e, consequentemente, a compensao para os recursos naturais e mitigao ou eliminao dos riscos. Os licenciamentos que so realizados na CETESB podem afetar diretamente recursos naturais essenciais para algumas comunidades ou populaes, portanto a responsabilidade sobre a previso das situaes crticas e os respectivos efeitos ambientais um dever do Estado. Nesse ponto deve-se destacar o papel da CETESB. Com uma equipe de tcnicos respeitados e com larga experincia adquirida ao longo dos 43 anos de existncia, garante ao Estado de So Paulo uma respeitabilidade na rea pblica e privada. No devido ao acaso e sim o comprometimento na gesto dos recursos pblicos, que fez com que esse Estado possusse a maior e mais completa rede de monitoramento de qualidade do pas. O ar, gua superficial e subterrnea, solo e vegetao so alguns dos temas de preocupao e so sistematicamente estudados e acompanhados. Para prestar contas sociedade, a CETESB publica anualmente os Relatrios de Qualidade Ambiental e neste ano sero os seguintes relatrios: Relatrio de Qualidade das Praias Litorneas, Qualidade das guas Superficiais e Qualidade do Ar. Por meio da leitura dessas publicaes possvel acompanhar a evoluo da qualidade das nossas praias, oceanos, rios, reservatrios e, tambm, do ar que respiramos. inegvel que os nossos recursos naturais so pressionados pela expanso urbana, mas, por outro lado, o conhecimento das nossas limitaes essencial para que esse avano seja feito de forma ordenada. Assim, o diagnstico ambiental o balizador das polticas pblicas que so ou sero implementadas. Enfim, esta mais uma amostra de que o Estado de So Paulo continua trabalhando firme e de forma transparente na preveno das situaes crticas e na busca da sustentabilidade ambiental. Otavio Okano Diretor Presidente

LISTAS

LISTA DE TABELASTabela 01 Fontes e caractersticas dos principais poluentes na atmosfera. Tabela 02 Padres nacionais de qualidade do ar (Resoluo CONAMA N 03 de 28/06/90) Tabela 03 Critrios para episdios agudos de poluio do ar (Resoluo CONAMA N 03 de 28/06/90) Tabela 04 ndice Geral. Tabela 05 Qualidade do Ar e Preveno de Riscos Sade. Tabela 06 Qualidade do Ar e Efeitos Sade. Tabela 07 Configurao da Rede Automtica. Tabela 08 Configurao da Rede Manual. Tabela 09 Mtodos de medio dos parmetros. Tabela 10 Dados climatolgicos anuais de alguns municpios do Estado de So Paulo. Tabela 11 Estimativa da frota de veculos do Estado de So Paulo em 2010. Tabela 12 Estimativas de populao, frota e emisso das fontes de poluio do ar no Estado de So Paulo. Tabela 13 Estimativa da frota de veculos da RMSP em 2010. Tabela 14 Estimativa de emisso das fontes de poluio do ar na RMSP. Tabela 15 Contribuio relativa das fontes de poluio do ar na RMSP. Tabela 16 Fatores mdios de emisso dos veculos em uso na RMSP em 2010. Tabela 17 Nmero de dias com ultrapassagem do padro de oznio na RMSP. Tabela 18 NO Concentraes de monxido de nitrognio (mdia das 7h s 9h) 2010. Tabela 19 Padro de emisso para processos industriais de Cubato. Tabela 20 Fatores mdios de emisso de veculos leves novos. Tabela 21 Fatores de emisso de motores para veculos pesados do ciclo Diesel. Tabela 22 Valores tpicos de emisso de veculos em uso da fase 3 do PROCONVE convertidos para o uso de gs natural veicular. Tabela 23 Fatores de emisso de motocicletas novas e similares. Tabela 24 Poluentes contabilizados no inventrio. 24 25 26 28 29 30 37 38 42 48 56 58 64 65 66 68 92 108 131 134 136 137 139 147

LISTA DE GRFICOSGrfico 01 Relao entre concentrao do poluente de curta exposio e o ndice de qualidade do ar. Grfico 02 Nmero de inverses trmicas inferiores a 200 m (1985 a 2010) Aeroportos de Congonhas e Campo de Marte FAB. Grfico 03 MP10 Concentraes mdias mensais (2006 a 2010) RMSP (todas as estaes). Grfico 04 CO Concentraes mdias mensais (2006 a 2010) RMSP (todas as estaes). Grfico 05 MP10 Concentraes mdias mensais (2006 a 2010) Cubato Vila Parisi. Grfico 06 O3 Nmero de ultrapassagens do padro e de nvel de ateno por ms (2006 a 2010) RMSP. Grfico 07 O3 Nmero de dias de ultrapassagens do padro e de nvel de ateno por ms (2006 a 2010) Cubato-Centro. Grfico 08 Nmero de dias desfavorveis disperso de poluentes RMSP (maio a setembro). Grfico 09 Emisses relativas por tipo de fonte. Grfico 10 MP - Emisses relativas dos veculos pesados a diesel. Grfico 11 MP10 Classificao das concentraes dirias mximas UV Ind. RMSP 2010. Grfico 12 Concentraes mdias dirias de MP10 ocorridas entre 23 e 29/08/2010 - RMSP. Grfico 13 MP10 Classificao das concentraes mdias anuais UV Ind. RMSP 2010. Grfico 14 MP10 Distribuio percentual da qualidade do ar UV Ind. RMSP. Grfico 15 MP10 Evoluo das concentraes mdias anuais UV Ind. - RMSP. Grfico 16 MP10 Classificao das concentraes dirias mximas UV Ind. Cubato 2010. Grfico 17 MP10 Classificao das concentraes mdias anuais UV Ind. Cubato - 2010. Grfico 18 MP10 Distribuio percentual da qualidade do ar UV Ind. CubatoCentro. Grfico 19 MP10 Distribuio percentual da qualidade do ar UV Ind. Cubato - Vila Parisi. Grfico 20 MP10 Evoluo das concentraes mdias anuais UV Ind. Cubato. Grfico 21 MP10 Classificao das concentraes dirias mximas UV Ind. - UGRHIs 2, 5 e 10 2010. Grfico 22 MP10 Classificao das concentraes mdias anuais UV Ind. UGRHIs 2, 5 e 10 2010. Grfico 23 MP10 Evoluo das concentraes mdias anuais UV Ind. - UGRHIs 2, 5 e 10. Grfico 24 MP10 Classificao das concentraes dirias mximas UV Em Ind. - UGRHIs 4, 9 e 13 2010. Grfico 25 MP10 Classificao das concentraes mdias anuais UV Em Ind. UGRHIs 4, 9 e 13 2010. Grfico 26 MP10 Evoluo das concentraes mdias anuais UV Em Ind. UGRHIs 4 e 13. Grfico 27 MP10 Classificao das concentraes dirias mximas UV Agrop. UGRHIs 15, 19, 21 e 22 2010. Grfico 28 MP10 Classificao das concentraes mdias anuais UV Agrop. UGRHIs 15, 19, 21 e 22 2010. Grfico 29 MP10 Evoluo das concentraes mdias anuais UV Agrop. UGRHIs 15, 19, 21 e 22. Grfico 30 FMC Classificao das concentraes dirias mximas UV Ind. RMSP 2010. Grfico 31 FMC Classificao das concentraes mdias anuais UV Ind. RMSP 2010. Grfico 32 FMC Distribuio percentual da qualidade do ar - UV Ind. RMSP. Grfico 33 FMC Evoluo das concentraes mdias anuais UV Ind. RMSP. Grfico 34 FMC Classificao das concentraes dirias mximas UV Ind. - UGRHIs 2, 5, 7 e 10 2010. Grfico 35 FMC Classificao das concentraes mdias anuais UV Ind. UGRHIs 2, 5, 7 e 10 2010. Grfico 36 FMC Evoluo das concentraes mdias anuais UV Ind. - UGRHIs 2, 5, 7 e 10. Grfico 37 FMC Classificao das concentraes dirias mximas UV Em Ind. - UGRHIs 4, 8 e 13 2010. Grfico 38 FMC Classificao das concentraes mdias anuais Uv Em Ind. UGRHI 4, 8 e 13 2010. Grfico 39 FMC Evoluo das concentraes mdias anuais UV Em Ind. - UGRHIs 4, 8 e 13. Grfico 40 PTS Classificao das concentraes dirias mximas UV Ind. RMSP - 2010. Grfico 41 PTS Classificao das concentraes mdias anuais UV Ind. - RMSP. Grfico 42 PTS Distribuio percentual da qualidade do ar - UV Ind. RMSP. 27 50 51 51 51 52 53 54 67 67 69 70 71 71 72 72 73 73 74 74 75 75 76 76 76 77 77 77 78 80 80 81 81 82 82 83 83 83 84 86 86 87

Grfico 43 PTS Evoluo das concentraes mdias anuais UV Ind. UGRHI 6. Grfico 44 PTS Classificao das concentraes dirias mximas UV Ind. UGRHIs 5 e 7 2010. Grfico 45 PTS Classificao das concentraes mdias anuais UV Ind. UGRHIs 5 e 7 2010. Grfico 46 PTS Distribuio percentual da qualidade do ar - UV Ind. Cubato-Vila Parisi. Grfico 47 PTS Evoluo das concentraes mdias anuais UV Ind. - UGRHIs 5 e 7. Grfico 48 O3 Nmero de dias de ultrapassagens do padro e do nvel de ateno em 2010 UV Ind. - RMSP. Grfico 49 O3 -Concentraes horrias mximas ocorridas entre os dias 20 a 30/08/2010 - RMSP. Grfico 50 O3 Evoluo do nmero de dias de ultrapassagens do padro RMSP. Grfico 51 O3 Evoluo do nmero de ultrapassagens de padro e nvel de ateno por estao 2001 a 2010 UV Ind. - RMSP. Grfico 52 O3 Distribuio percentual da qualidade do ar UV Ind. RMSP. Grfico 53 O3 Evoluo das concentraes mdias anuais das mximas dirias (mdias de 1 hora) UV Ind. RMSP. Grfico 54 O3 Evoluo do nmero de ultrapassagens de padro e nvel de ateno por estao 2001 a 2010 UV Ind. Cubato. Grfico 55 O3 Distribuio percentual da qualidade do ar UV Ind. Cubato Centro. Grfico 56 O3 Evoluo das concentraes mdias anuais das mximas dirias (mdias de 1 hora) UV Ind. Cubato Centro. Grfico 57 O3 Evoluo do nmero de ultrapassagens de padro e nvel de ateno por estao 2001 a 2010 UV Ind. UGRHIs 2, 5 e 10. Grfico 58 O3 Distribuio percentual da qualidade do ar UV Ind. UGRHI 2 - So Jos dos Campos. Grfico 59 O3 Distribuio percentual da qualidade do ar UV Ind. UGRHI 5 - Paulnia. Grfico 60 O3 Distribuio percentual da qualidade do ar UV Ind. UGRHI 10 - Sorocaba. Grfico 61 O3 Evoluo das concentraes mdias anuais das mximas dirias (mdias de 1 hora) UV Ind. UGRHI 2, 5 e 10. Grfico 62 O3 Evoluo do nmero de ultrapassagens de padro e nvel de ateno por estao 2006 a 2010 UV Ind. UGRHIs 4 e 13.

87 88 88 88 88 90 91 92 93 94 94 95 95 95 96 97 97 98 98 99

Grfico 63 O3 Evoluo do nmero de ultrapassagens de padro e nvel de ateno por estao 2006 a 2010 UV Ind. UGRHIs 15, 19, 21 e 22. 99 Grfico 64 Valores de AOT40 trimestral no perodo de nov/2009 a dez/2010 em comparao com o VRPP RMSP. Grfico 65 Valores de AOT40 trimestral no perodo de nov/2009 a dez/2010 em comparao com o VRPP Cubato. Grfico 66 Valores de AOT40 trimestral no perodo de nov/2009 a dez/2010 em comparao com o VRPP UV Ind. UGRHIS 2, 5 e 10. Grfico 67 Valores de AOT40 trimestral no perodo de nov/2009 a dez/2010 em comparao com o VRPP UV Em Ind. UGRHIS 4 e 13. Grfico 68 Valores de AOT40 trimestral no perodo de nov/2009 a dez/2010 em comparao com o VRPP UV Agrop. UGRHIS 15, 19, 21 e 22. Grfico 69 NO2 Classificao das concentraes horrias mximas UV Ind. RMSP - 2010. Grfico 70 NO2 Classificao das concentraes mdias anuais UV Ind. RMSP - 2010. Grfico 71 NO2 Distribuio percentual da qualidade do ar UV Ind. - RMSP. Grfico 72 NO2 Evoluo das concentraes mdias anuais - UV Ind. - RMSP. Grfico 73 NO2 Classificao das concentraes horrias mximas UV Ind. Cubato - 2010. Grfico 74 NO2 Classificao das concentraes mdias anuais UV Ind. Cubato - 2010. Grfico 75 NO2 Classificao das concentraes horrias mximas UV Ind. UGRHIs 5 e 10 - 2010. Grfico 76 NO2 Classificao das concentraes mdias anuais UV Ind. UGRHIs 5 e 10 - 2010. Grfico 77 NO2 Classificao das concentraes horrias mximas UV Em Ind. UGRHIs 4 e13 - 2010. Grfico 78 NO2 Classificao das concentraes mdias anuais UV Em Ind. UGRHIs 4 e13 - 2010. Grfico 79 NO2 Classificao das concentraes horrias mximas UV Agrop. UGRHIs 15, 19, 21 e 22 - 2010. Grfico 80 NO2 Classificao das concentraes mdias anuais UV Agrop. UGRHIs 15, 19, 21 e 22 - 2010. Grfico 81 CO Classificao das concentraes dirias mximas (mdias de 8 horas) RMSP - 2010. Grfico 82 CO Distribuio percentual da qualidade do ar UV Ind. RMSP. Grfico 83 CO Evoluo das concentraes mdias anuais das mximas dirias (mdias de 8 horas) UV Ind. - RMSP. Grfico 84 CO Evoluo das concentraes mdias anuais das mximas dirias (mdias de 8 horas) UV Ind. UGRHI 5. Grfico 85 SO2 Classificao das concentraes mdias anuais UV Ind. RMSP 2010. Grfico 86 SO2 Evoluo das concentraes mdias anuais UV Ind. RMSP. Grfico 87 SO2 Classificao das concentraes mdias anuais UV Ind. UGRHI 7 2010. 100 100 101 101 102 104 104 105 105 106 106 106 106 107 107 107 108 110 110 111 112 114 114 115

Grfico 88 SO2 Evoluo das concentraes mdias anuais UV Ind. UGRHI 7. Grfico 89 SO2 Classificao das concentraes mdias anuais UV Ind. UGRHIs 2 e 5 2010. Grfico 90 Distribuio percentual das concentraes horrias de ERT Americana 2010. Grfico 91 MP2,5 Classificao das concentraes mximas dirias RMSP e UGRHI 15 2010. Grfico 92 MP2,5 Classificao das concentraes mdias anuais RMSP e UGRHI 15 2010. Grfico 93 MP2,5 Evoluo das concentraes mdias anuais RMSP e UGRHI 15. Grfico 94 MP10 Concentraes mdias anuais. Grfico 95 MP2,5 Concentraes mdias anuais. Grfico 96 O3 Mximas concentraes horrias. Grfico 97 NO2 Concentraes mdias anuais. Grfico 98 ndice de desconformidade da frota circulante veculos diesel.

115 115 117 117 118 118 120 120 121 121 143

LISTA DE MAPASMapa 01 Localizao das estaes da Rede Automtica. Mapa 02 Localizao das estaes e pontos de amostragem da Rede Manual. Mapa 03 Classificao das Unidades de Gerenciamento de Recursos Hdricos do Estado de So Paulo. Mapa 04 Localizao das estaes de monitoramento e das reas de queima de palha de cana-de-acar Unidade Vocacional Industrial 2010. Mapa 05 Localizao das estaes de monitoramento e das reas de queima de palha de cana-de-acar Unidade Vocacional em Industrializao 2010. Mapa 06 Localizao das estaes de monitoramento e das reas de queima de palha de cana-de-acar Unidade Vocacional Agropecuria 2010. Mapa 07 MP10 - Qualidade do Ar no Estado de So Paulo 2010. Mapa 08 Fumaa - Qualidade do Ar no Estado de So Paulo 2010. Mapa 09 PTS - Qualidade do Ar no Estado de So Paulo 2010. Mapa 10 O3 - Qualidade do Ar no Estado de So Paulo 2010. Mapa 11 NO2 - Qualidade do Ar no Estado de So Paulo 2010. Mapa 12 CO - Qualidade do Ar no Estado de So Paulo 2010. Mapa 13 SO2 - Qualidade do Ar no Estado de So Paulo 2010. Mapa 14 Classificao de saturao para os municpios do Estado de So Paulo 2010 (Dec. Est. n 52469/07) Mapa 15 MP -Classificao de saturao e graduao de severidade para os municpios do Estado de So Paulo 2010 (Dec. Est. N 52469/07). 40 41 44 61 62 63 79 85 89 103 109 113 116 123 124

Mapa 16 CO, NO2 e SO2 Classificao de saturao e graduao de severidade para os municpios do Estado de So Paulo 2010 (Dec. Est. N 52469/07). 125 Mapa 17 O3 Classificao de saturao e graduao de severidade para os municpios do Estado de So Paulo 2010 (Dec. Est. N 52469/07). Mapa 18 Classificao de saturao e graduao de severidade para os municpios da UGRHI 6 -2010 (Dec. Est. N 52469/07). 126 127

SUMRIO

1 INTRODUO .................................................................................................................................................................... 21 2 PARMETROS, PADRES E NDICES .................................................................................................................................. 23 2.1 Parmetros de Qualidade do Ar....................................................................................................................................................... 23 2.2 Padres de Qualidade do Ar ............................................................................................................................................................ 24 2.3 ndice de Qualidade do Ar............................................................................................................................................................... 26 2.4 Outros Poluentes ............................................................................................................................................................................ 31 2.4.1 Partculas Inalveis Finas MP2,5 ............................................................................................................................................... 31 2.4.2 Enxofre Reduzido Total - ERT ..................................................................................................................................................... 31 2.5 Valores de Referncia para a Proteo da Vegetao ....................................................................................................................... 32 2.6 Classificao de Saturao da Qualidade do Ar ............................................................................................................................... 33 3 REDES DE MONITORAMENTO ........................................................................................................................................... 35 3.1 Histrico......................................................................................................................................................................................... 35 3.2 Objetivos ........................................................................................................................................................................................ 36 3.3 Tipos de Rede e Parmetros Monitorados ........................................................................................................................................ 36 3.3.1 Rede Automtica ....................................................................................................................................................................... 36 3.3.2 Rede Manual ............................................................................................................................................................................ 38 3.3.4 Outras Redes ............................................................................................................................................................................ 41 3.4 Metodologia de Monitoramento ..................................................................................................................................................... 42 3.5 Metodologia de Tratamento dos Dados ........................................................................................................................................... 42 3.5.1 Representatividade de Dados .................................................................................................................................................... 43 3.5.1.1 Rede Automtica .......................................................................................................................................................... 43 3.5.1.2 Rede Manual................................................................................................................................................................. 43 3.5.2 Observaes sobre o Monitoramento ......................................................................................................................................... 43 3.5.3 Unidade de Gerenciamento de Recursos Hdricos UGRHI e Unidade Vocacional ....................................................................... 44 3.5.4 Apresentao dos Dados de Monitoramento .............................................................................................................................. 45 3.5.5 Clculo da AOT40 .................................................................................................................................................................... 45 3.5.6 Informaes Meteorolgicas ...................................................................................................................................................... 46 4 QUALIDADE DO AR NO ESTADO DE SO PAULO ............................................................................................................... 47 4.1 Aspectos Gerais no Estado de So Paulo ......................................................................................................................................... 47 4.1.1 Aspectos Climticos................................................................................................................................................................... 47 4.1.1.1 Aspectos Climticos e Caracterizao Meteorolgica - RMSP .......................................................................................... 48 4.1.1.2 Aspectos climticos e Caracterizao Meteorolgica Cubato ...................................................................................... 49 4.1.2 Aspectos Sazonais da Poluio do Ar ........................................................................................................................................ 50 4.1.3 Condies Meteorolgicas - 2010 ............................................................................................................................................. 53 4.1.4 Fontes de Poluio do Ar .......................................................................................................................................................... 55 4.1.4.1 Fontes de Poluio do Ar RMSP ................................................................................................................................. 64 4.2 Resultados ..................................................................................................................................................................................... 68 4.2.1 Resultados Material Particulado ............................................................................................................................................. 69 4.2.1.1 Partculas Inalveis MP10 ............................................................................................................................................ 69 4.2.1.2 Fumaa - FMC .............................................................................................................................................................. 80 4.2.1.3 Partculas Totais em Suspenso - PTS ............................................................................................................................ 86 4.2.2 Resultados Oznio O3.......................................................................................................................................................... 90 4.2.3 Resultados xidos de Nitrognio ............................................................................................................................................ 104 4.2.3.1 Dixido de Nitrognio NO2 ...................................................................................................................................... 104

4.2.3.2 Monxido de Nitrognio NO ..................................................................................................................................... 108 4.2.4 Resultados Monxido de Carbono .......................................................................................................................................... 110 4.2.5 Resultados Dixido de Enxofre SO2 ...................................................................................................................................... 114 4.2.6 Outros Poluentes ....................................................................................................................................................................... 117 4.2.6.1 Enxofre Reduzido Total - ERT ....................................................................................................................................... 117 4.2.6.2 Partculas Inalveis Finas - MP2,5 .................................................................................................................................. 117 4.3 Comparao com outras Regies Metropolitanas .......................................................................................................................... 119 4.4 Saturao ..................................................................................................................................................................................... 122 5 AES E PROGRAMAS .................................................................................................................................................... 129 5.1 Fontes Estacionrias ..................................................................................................................................................................... 129 5.1.1 Controle de Fontes Geradoras de Incmodos ........................................................................................................................... 129 5.1.2 Controle para Fluoretos ........................................................................................................................................................... 129 5.1.3 Programas de Controle na RMSP ............................................................................................................................................. 130 5.1.3.1 Controle de Particulados ............................................................................................................................................. 130 5.1.3.2 Controle para Dixido de Enxofre ................................................................................................................................ 130 5.1.4 Cubato.................................................................................................................................................................................. 130 5.1.5 Classificao de Saturao da Qualidade do Ar e Grau de Severidade ....................................................................................... 131 5.2 Fontes Mveis .............................................................................................................................................................................. 132 5.2.1 PROCONVE - Programa de Controle da Poluio do Ar por Veculos Automotores ..................................................................... 132 5.2.1.1 Veculos Leves ............................................................................................................................................................. 133 5.2.1.2 Veculos Pesados ......................................................................................................................................................... 136 5.2.1.3 Converso de Veculos para Uso do Gs Natural Veicular (GNV).................................................................................... 136 5.2.1.4 Sistemas de Diagnose de Bordo ................................................................................................................................... 137 5.2.2 PROMOT Programa de Controle da Poluio do Ar por Motociclos e Veculos Similares .......................................................... 138 5.2.3 Controle da Emisso de Poluentes em Veculos Diesel em Uso .................................................................................................. 139 5.2.3.1 Fiscalizao da Emisso Excessiva de Fumaa Preta com a Escala de Ringelmann ......................................................... 139 5.2.3.2 Fiscalizao de Fumaa Diesel com Opacmetro............................................................................................................ 140 5.2.4 Aes Preventivas.................................................................................................................................................................... 140 5.2.4.1 Programa de Gesto Ambiental e Autofiscalizao ....................................................................................................... 140 5.2.4.2 Programa de Conscientizao dos Condutores de Veculos a Diesel............................................................................... 141 5.2.4.3 Programa para Melhoria da Manuteno de Veculos Diesel - PMMVD.......................................................................... 141 5.2.4.4 Operao Inverno ........................................................................................................................................................ 142 5.2.4.5 Programa de Atendimento Reclamao Ambiental ..................................................................................................... 142 5.2.5 Combustveis Histrico e Perspectivas ................................................................................................................................... 143 5.2.6 Programa de Inspeo e Manuteno de Veculos .................................................................................................................... 145 5.2.7 Medidas no Tecnolgicas para a Reduo da Poluio Atmosfrica pelo Trfego Motorizado ................................................... 146 5.2.8 Inventrio de Emisses das Fontes Mveis Rodovirias ............................................................................................................ 146 6 REFERNCIAS .................................................................................................................................................................. 149 7 ANEXOS .......................................................................................................................................................................... 153 Anexo 1 Valores de Referncia Internacionais de Qualidade do Ar .................................................................................................... 153 Anexo 2 Endereos das Estaes das Redes de Monitoramento da Qualidade do Ar .......................................................................... 155 Anexo 3 Dados Meteorolgicos ....................................................................................................................................................... 163 Anexo 4 - Dados de Qualidade do Ar .................................................................................................................................................. 170 Anexo 5 - Fontes Mveis de Poluio do Ar ......................................................................................................................................... 198 Anexo 6 - Limites de Emisso para Veculos Novos .............................................................................................................................. 206 Anexo 7 - reas Saturadas (Decreto 52.469/07) ................................................................................................................................. 211 Anexo 8 - Legislao .......................................................................................................................................................................... 230

RESUMO EXECUTIVO

O objetivo principal deste relatrio apresentar o diagnstico da qualidade do ar e sua relao com as condies meteorolgicas no Estado de So Paulo, a partir dos dados das redes de monitoramento da CETESB. Apresenta tambm informaes relativas s principais fontes de emisso nas regies de maior interesse, bem como as polticas de controle que tm sido adotadas. Publicado anualmente, o relatrio apresenta no s os resultados obtidos no ano, mas tambm anlises de tendncias da poluio do ar para os diversos poluentes. Neste relatrio tambm publicada a classificao de saturao, com o respectivo grau de severidade, dos municpios do Estado de So Paulo, de acordo com o Decreto Estadual N 52.469/07, baseado no monitoramento de qualidade do ar realizado de 2008 a 2010.

Viso Geral do EstadoA qualidade do ar diretamente influenciada pela distribuio e intensidade das emisses de poluentes atmosfricos de origem veicular e industrial. Exercem papel fundamental a topografia e as condies meteorolgicas, que se alteram de modo significativo nas vrias regies do Estado. As emisses veiculares desempenham um papel de destaque no nvel de poluio do ar dos grandes centros urbanos, ao passo que as emisses industriais afetam significativamente a qualidade do ar em regies mais especficas. Os resultados do monitoramento da qualidade do ar no Estado de So Paulo, em 2010, so apresentados, por grupo de poluente, considerando as Unidades de Gerenciamento dos Recursos Hdricos UGRHI distribudas nas Unidades Vocacionais: Industrial, Em Industrializao e Agropecuria.

Condies Meteorolgicas 2010As condies meteorolgicas em 2010 foram influenciadas pela atuao dos fenmenos de escala global: o El Nio e o La Nia. O El Nio acarretou nos primeiros meses do ano, principalmente na faixa leste do Estado, precipitaes acima da mdia, e consequente aumento da nebulosidade, reduzindo a radiao solar incidente, que um dos parmetros mais importantes na formao do oznio. A atuao do La Nia provocou um longo perodo de estiagem entre os dias 15 de julho e 06 de setembro, em todo o Estado de So Paulo, influenciando na ocorrncia de baixos ndices de umidade relativa (em torno de 20% ou inferiores) e tambm em altas concentraes de partculas inalveis (MP10) e de oznio (O3), em determinados dias. Destaca-se o perodo de 20 a 29 de agosto, nos quais houve, na RMSP, trs dias

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Relatrio de Qualidade do Ar

consecutivos com ultrapassagens do padro de qualidade do ar (PQAr) dirio de partculas inalveis e dez dias consecutivos com ultrapassagens do PQAr do oznio. A atuao do fenmeno La Nia fez com que o inverno de 2010 se situasse entre os mais desfavorveis disperso de poluentes primrios dos ltimos dez anos, com a ocorrncia de 59 dias desfavorveis no perodo, o que corresponde a 39% dos dias, semelhante ao ocorrido em 2008. A maioria dos dias desfavorveis ocorreu nos meses de junho, julho e agosto, em dias com ocorrncia de altas porcentagens de calmaria e ausncia de chuvas. Esta avaliao do perodo de inverno pode ser tambm estendida para as demais regies do Estado.

Poluentes Atmosfricos

a) Material ParticuladoPartculas InalveisO monitoramento de partculas inalveis ocorreu nas estaes automticas e manuais distribudas em onze UGRHIs do Estado, compreendidas nas Unidades Vocacionais. Na Unidade Vocacional Industrial foram registradas ultrapassagens do padro dirio (150 g/m3) em Santa Gertrudes-Jardim Luciana; na RMSP: no Ibirapuera, em Mau, em Parelheiros e em Santo Andr-Pao Municipal; em Cubato Vale do Mogi e Cubato-Vila Parisi, destacando-se este ltimo local pelo nmero de ultrapassagens, 24. Nas demais estaes das Unidades Vocacionais Em Industrializao e Agropecuria no foi registrada nenhuma ultrapassagem do padro de qualidade de curto prazo. O padro anual (50 g/m3) foi ultrapassado em Santa Gertrudes-Jardim Luciana, Cubato-Vila Parisi e Cubato-Vale do Mogi. Houve, de maneira geral em 2010, um aumento das concentraes de material particulado em relao ao ano anterior, bastante influenciado pelas condies meteorolgicas desfavorveis disperso dos poluentes no perodo de inverno.

FumaaO monitoramento do parmetro fumaa, em 2010, foi realizado em oito UGRHIs do Estado, concentrando-se principalmente na Unidade Vocacional Industrial, onde so observadas as maiores concentraes. Houve uma nica ultrapassagem do padro dirio (150 g/m3) na estao Campos Elseos (RMSP). O padro anual (60 g/m3) no ultrapassado em nenhuma das estaes desde 1999.

Partculas Totais em SuspensoEm 2010, o monitoramento de PTS ocorreu em onze estaes manuais distribudas da seguinte forma na Unidade Vocacional Industrial: 1 em Cubato-Vila Parisi, 1 em Cordeirpolis e as restantes na RMSP. Foram registradas ultrapassagens do padro dirio (240 g/m3) em Osasco e em Cubato-Vila Parisi, onde tambm o

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nvel de ateno de 375g/m3 foi excedido. O padro anual (80 g/m) foi ultrapassado em duas estaes da RMSP: Congonhas e Osasco e na estao Cubato-Vila Parisi.

Partculas Inalveis FinasEmbora seja considerado o particulado mais agressivo sade, ainda no existe no Brasil um padro de qualidade do ar para este poluente. A anlise dos resultados de monitoramento realizado na RMSP, frente ao padro de longo prazo (15 g/m3 mdia do trinio) adotado pela USEPA, indica que as mdias do trinio (2008-2010) variaram entre 15 g/m3 na estao Ibirapuera e 18 g/m3 na estao Cerqueira Csar. Em So Jos do Rio Preto, a mdia do trinio foi 13 g/m3. O valor guia anual de 10 g/m3, estabelecido pela Organizao Mundial da Sade, foi ultrapassado em todas as cinco estaes que monitoraram este poluente (4 na RMSP e 1 em So Jos do Rio Preto).

b) GasesOznioO oznio o poluente que mais ultrapassa os padres de qualidade do ar no Estado de So Paulo. Em 2010, foi monitorado em 32 estaes automticas distribudas em onze UGRHIs, nas diversas Unidades Vocacionais. A maioria das ultrapassagens ocorreu na Unidade Vocacional Industrial, entretanto, neste ano foram observadas ultrapassagens do padro horrio nas Unidades Vocacionais Em Industrializao e Agropecuria. Na maioria das estaes do Estado foram observadas ultrapassagens do padro horrio (160 g/m3), com exceo de Araraquara, Catanduva e Ribeiro Preto. A RMSP apresenta o maior nmero de ultrapassagens do padro e tambm o maior nmero de dias de ocorrncia dos eventos (61 dias). De forma simplificada, a RMSP apresenta um alto potencial de formao de oznio, uma vez que h grande emisso de precursores, principalmente de origem veicular. Como as variaes nas emisses so pequenas de ano para ano, a ocorrncia de maior ou menor nmero de episdios em determinados anos reflete principalmente as variaes nas condies meteorolgicas. Ou seja, anos em que h mais dias quentes e ensolarados, principalmente, nos meses de transio entre inverno e vero, podem influenciar de forma decisiva na frequncia de ocorrncia de episdios.

Dixido de NitrognioO poluente dixido de nitrognio foi monitorado em dez UGRHIs, em 2010. Foi registrada uma nica ultrapassagem do padro horrio (320 g/m3) na estao IPEN-USP, na RMSP. O padro anual (100 g/m3) no foi ultrapassado na ltima dcada. As maiores mdias anuais foram observadas na Unidade Vocacional Industrial.

Monxido de CarbonoO monxido de carbono foi monitorado, em 2010, em Campinas e RMSP que pertencem Unidade Vocacional Industrial. As maiores concentraes foram observadas na RMSP, entretanto, no foram registradas

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Relatrio de Qualidade do Ar

ultrapassagens do padro de 8 horas (9 ppm). De maneira geral as concentraes deste poluente sofreram reduo gradual ao longo do tempo, principalmente em funo da renovao da frota de veculos.

Dixido de EnxofreO poluente dixido de enxofre foi monitorado em trs UGRHIs, na Unidade Vocacional Industrial. As concentraes sofreram reduo sensvel ao longo dos anos e os valores obtidos esto bem abaixo dos padres de qualidade do ar. As concentraes mdias anuais variaram na faixa de 3 g/m a 19 g/m, frente a um PQAr de 80 g/m. As maiores concentraes anuais foram observadas na rea industrial de Cubato.

Classificao de Saturao (Decreto Estadual N 52.469/07)Com relao classificao de saturao preconizada no Decreto Estadual N 52469/07, tendo por base o monitoramento realizado de 2008 a 2010, observa-se que a maior concentrao de reas saturadas encontra-se na Unidade Vocacional Industrial. Nesta unidade, a RMSP se destaca em funo do nmero de estaes e do grau de saturao alcanado para os vrios poluentes e municpios. Os municpios abrangidos pelas sub-regies de monitoramento das estaes localizadas na RMSP so os que apresentam as piores condies de saturao e severidade. Destaca-se tambm, em 2010, a incluso de municpios em vias de saturao na Unidade Vocacional Agropecuria como conseqncia da piora da condio da qualidade do ar neste ltimo ano.

Consideraes GeraisNo Estado de So Paulo destacam-se duas reas prioritrias em termos de poluio do ar, a RMSP e Cubato, sobre as quais seguem as seguintes consideraes:

RMSPNa RMSP os problemas de qualidade do ar ocorrem principalmente em funo dos poluentes provenientes dos veculos, motivo pelo qual se enfatiza a importncia do controle das emisses veiculares. No caso do oznio, o quadro reinante conduz necessidade do controle dos compostos orgnicos e xidos de nitrognio, que so os formadores desse poluente por processos fotoqumicos. Alm do oznio, tais processos ainda geram uma gama de substncias agressivas, denominadas genericamente de oxidantes fotoqumicos, e uma quantidade considervel de aerossis secundrios, que em funo de seu pequeno tamanho afetam significativamente a sade. Nesta regio, o PROCONVE - Programa de Controle da Poluio do Ar por Veculos Automotores, principal programa de controle das emisses veiculares tem sido responsvel por significativa reduo do impacto ambiental, principalmente de monxido de carbono e de material particulado. A partir de agora, mesmo com a aplicao de novos limites de emisso, a reduo da carga de poluentes tende a ser menor, levando-se em conta tambm o expressivo aumento da frota. Ainda so esperados, no entanto, ganhos ambientais, tanto com

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o PROCONVE, quanto com o PROMOT - Programa de Controle da Poluio do Ar por Motociclos e Veculos Similares, cuja nova fase, que estabelecer limites mais restritivos de emisso de poluentes, est prevista para ser implementada em 2014. A atual situao das condies de trfego e poluio na RMSP requer tambm medidas complementares que considerem programas de inspeo veicular e melhoria da qualidade dos combustveis, planejamento do uso do solo, maior eficincia do sistema virio e transporte pblico. Desta forma, a reduo dos nveis de poluio do ar no deve se basear, exclusivamente, nas redues das emisses dos veculos isoladamente, mas numa ao mais complexa e integrada dos diferentes nveis governamentais.

CubatoA qualidade do ar em Cubato determinada, principalmente, por fontes industriais, caracterizando um problema totalmente diferente dos grandes centros urbanos. Esse fato confirmado pelos baixos nveis registrados dos poluentes veiculares, como o monxido de carbono. importante ressaltar que as altas concentraes de poluentes em Cubato so observadas, quase que exclusivamente, na regio industrial, e que os nveis de concentrao de alguns poluentes monitorados permanentemente na regio central so semelhantes aos observados em alguns bairros da RMSP. Na regio central, o nico poluente que viola os padres de qualidade do ar o oznio. A principal preocupao em Vila Parisi, na rea industrial, so as altas concentraes de material particulado. Em 1984, o Plano de Preveno de Episdios Agudos de Poluio do Ar foi efetivamente implementado na rea, observando-se em muitas ocasies a declarao de estados de Alerta e Emergncia. Os nveis caram significativamente nos anos 80 e 90, mas ainda se mantm bem acima dos padres de qualidade do ar. Ainda na Vila Parisi, os nveis de SO2 se encontram abaixo dos padres legais de qualidade do ar. Devemos considerar, no entanto, que a reduo nas emisses de SO2 sempre desejvel para diminuir o teor de sulfatos secundrios, que contribuem para a formao do material particulado na regio. Outra razo para se controlar as emisses de SO2 a proteo da vegetao da rea, uma vez que estudos tm mostrado que curtas exposies s altas concentraes deste poluente podem causar danos vegetao. Os danos vegetao estiveram sob estudo da CETESB e os dados disponveis revelaram que um dos mais importantes agentes fitotxicos encontrados na regio so os fluoretos (slidos e gasosos). As concentraes elevadas de material particulado, dos componentes do processo fotoqumico e os teores de dixido de enxofre provavelmente tambm desempenham um papel auxiliar nos danos observados. O problema de poluio do ar em Cubato, a despeito de sua complexidade, tem seu equacionamento encaminhado e parte dos planos de controle j foi consolidado. Alm da nfase ao cumprimento das metas de controle estabelecidas, deve-se ressaltar que foi estabelecido um programa de manuteno das redues obtidas. Dada a grande quantidade de equipamentos de controle instalados, de fundamental importncia um programa de vigilncia nas condies de seu funcionamento, uma vez que to importante quanto a instalao do sistema de controle a sua operao e manuteno adequadas.

1 Introduo

1

O objetivo principal deste relatrio apresentar o diagnstico da qualidade do ar no Estado de So Paulo a partir das redes de monitoramento da CETESB. Alm dos resultados obtidos no ano, so apresentadas tambm anlises de tendncias do comportamento para diversos poluentes amostrados, informaes relativas s principais fontes de emisso nas regies de maior interesse, bem como as polticas de controle que tm sido adotadas. O Estado de So Paulo possui reas com diferentes caractersticas e vocaes econmicas que demandam diferentes formas de monitoramento e controle da poluio. Desde a dcada de 70, a CETESB mantm redes de monitoramento da qualidade do ar para avaliar os nveis de poluio atmosfrica em diferentes escalas de abrangncia. Inicialmente, o monitoramento era efetuado exclusivamente por estaes manuais, as quais so utilizadas ainda hoje em vrios municpios. Em 1981, foi iniciado o monitoramento automtico que, alm de ampliar o nmero de poluentes medidos, permitiu o acompanhamento dos resultados em tempo real. Em 2008, houve uma expanso significativa da rede automtica que contou, em 2010, com 40 estaes fixas localizadas em 25 municpios. Foi tambm na dcada de 70 que a CETESB iniciou a publicao do Relatrio Anual de Qualidade do Ar. Em 2007, o relatrio substituiu a subdiviso das anlises e avaliaes que at ento eram feitas em termos da Regio Metropolitana de So Paulo, Interior e Cubato, por regies abrangidas pelas 22 Unidades de Gerenciamento dos Recursos Hdricos UGRHIs de forma a viabilizar a uniformizao e integrao futura da avaliao da qualidade ambiental a partir das informaes dos diversos meios. Em 2009, mantendo-se a diviso por UGRHI os diagnsticos foram agrupados de acordo com as vocaes scio-econmicas de cada regio do Estado, permitindo uma abordagem mais integrada e objetiva. Em 2010, optou-se por um por agrupamento por poluente, mantendo-se as subdivises por Unidades Vocacionais e UGRHIs, de forma a se ter uma melhor viso comparativa entre as regies do Estado. Este relatrio tambm apresenta a classificao de saturao para os municpios abrangidos pela rede de monitoramento da CETESB, considerando o Decreto Estadual N 52.469 de 12 de dezembro de 2007, o qual, alm da classificao de saturao, qualifica as reas consideradas saturadas em termos de severidade. A partir dessa informao possvel identificar os municpios em que os novos empreendimentos tero regras especficas de licenciamento ambiental conforme os critrios estabelecidos neste mesmo regulamento.

2 Parmetros, Padres e ndices

2

2.1 Parmetros de Qualidade do ArO nvel de poluio atmosfrica determinado pela quantificao das substncias poluentes presentes no ar. Conforme a Resoluo CONAMA N 3 de 28/06/1990, considera-se poluente atmosfrico qualquer forma de matria ou energia com intensidade e em quantidade, concentrao, tempo ou caractersticas em desacordo com os nveis estabelecidos, e que tornem ou possam tornar o ar imprprio, nocivo ou ofensivo sade, inconveniente ao bem-estar pblico, danoso aos materiais, fauna e flora ou prejudicial segurana, ao uso e gozo da propriedade e s atividades normais da comunidade. Com relao sua origem, os poluentes podem ser classificados como: Primrios: aqueles emitidos diretamente pelas fontes de emisso; Secundrios: aqueles formados na atmosfera atravs da reao qumica entre poluentes e/ou constituintes naturais na atmosfera. Quando se determina a concentrao de um poluente na atmosfera, mede-se o grau de exposio dos receptores (seres humanos, outros animais, plantas, materiais) como resultado final do processo de lanamento desse poluente na atmosfera a partir de suas fontes de emisso e suas interaes na atmosfera, do ponto de vista fsico (diluio) e qumico (reaes qumicas). O sistema pode ser visualizado da seguinte forma: FONTES DE POLUIO

PROCESSOS ATMOSFRICOS

RECEPTORES

(POLUENTES)

(DILUIO E/OU REAES QUMICAS)

importante frisar que, mesmo mantidas as emisses, a qualidade do ar pode mudar em funo das condies meteorolgicas que determinam uma maior ou menor diluio dos poluentes. por isso que a qualidade do ar piora com relao aos parmetros monxido de carbono, material particulado e dixido de enxofre durante os meses de inverno, quando as condies meteorolgicas so mais desfavorveis disperso dos poluentes. J o oznio apresenta maiores concentraes na primavera e vero, por ser um poluente secundrio que depende da intensidade de luz solar para ser formado. A determinao sistemtica da qualidade do ar deve ser, por questes de ordem prtica, limitada a um restrito nmero de poluentes, definidos em funo de sua importncia e dos recursos materiais e humanos disponveis. De forma geral, o grupo de poluentes consagrados universalmente como indicadores mais abrangentes da qualidade do ar composto pelos poluentes j citados, monxido de carbono, dixido de enxofre, material particulado e oznio, mais o dixido de nitrognio. A razo da escolha desses parmetros como indicadores de qualidade do ar est ligada a sua maior frequncia de ocorrncia e aos efeitos adversos que causam ao meio ambiente. A tabela 1 mostra um quadro geral dos principais poluentes considerados indicadores da qualidade do ar, bem

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Relatrio de Qualidade do Ar

como suas caractersticas, quais suas origens principais e seus efeitos ao meio ambiente. As informaes sobre preveno de riscos sade e os efeitos da poluio sobre a sade so apresentados posteriormente, nas tabelas 5 e 6.Tabela 01 Fontes e caractersticas dos principais poluentes na atmosfera.Poluente Caractersticas Partculas de material slido ou lquido que ficam suspensas no ar, na forma de poeira, neblina, aerossol, fumaa, fuligem, etc. Faixa de tamanho < 10 micra. Partculas de material slido ou lquido que ficam suspensas no ar, na forma de poeira, neblina, aerossol, fumaa, fuligem, etc. Faixa de tamanho < 100 micra. Fontes Principais Processos de combusto (indstria e veculos automotores), aerossol secundrio (formado na atmosfera). Processos industriais, veculos motorizados (exausto), poeira de rua ressuspensa, queima de biomassa. Fontes naturais: plen, aerossol marinho e solo. Efeitos Gerais ao Meio Ambiente Danos vegetao, deteriorao da visibilidade e contaminao do solo.

Partculas Inalveis (MP10) e Fumaa

Partculas Totais em Suspenso (PTS)

Danos vegetao, deteriorao da visibilidade e contaminao do solo.

Dixido de Enxofre (SO2)

Gs incolor, com forte odor, semelhante ao gs produzido na queima de palitos de fsforos. Processos que utilizam queima Pode ser transformado a SO3, de leo combustvel, refinaria que na presena de vapor de petrleo, veculos a diesel, de gua, passa rapidamente produo de polpa e papel, a H2SO4. um importante fertilizantes. precursor dos sulfatos, um dos principais componentes das partculas inalveis. Gs marrom avermelhado, com odor forte e muito irritante. Pode levar formao de cido ntrico, nitratos (o qual contribui para o aumento das partculas inalveis na atmosfera) e compostos orgnicos txicos. Gs incolor, inodoro e inspido. Gs incolor, inodoro nas concentraes ambientais e o principal componente da nvoa fotoqumica. Processos de combusto envolvendo veculos automotores, processos industriais, usinas trmicas que utilizam leo ou gs, incineraes. Combusto incompleta em veculos automotores. No emitido diretamente para a atmosfera. produzido fotoquimicamente pela radiao solar sobre os xidos de nitrognio e compostos orgnicos volteis.

Pode levar formao de chuva cida, causar corroso aos materiais e danos vegetao: folhas e colheitas.

Dixido de Nitrognio (NO2)

Pode levar formao de chuva cida, danos vegetao e colheita.

Monxido de Carbono (CO)

Oznio (O3)

Danos s colheitas, vegetao natural, plantaes agrcolas; plantas ornamentais.

2.2 Padres de Qualidade do ArOs padres de qualidade do ar (PQAr), segundo publicao da Organizao Mundial da Sade (OMS) em 2005, variam de acordo com a abordagem adotada para balancear riscos sade, viabilidade tcnica, consideraes econmicas e vrios outros fatores polticos e sociais, que por sua vez dependem, entre outras coisas, do nvel de desenvolvimento e da capacidade nacional de gerenciar a qualidade do ar. As diretrizes recomendadas pela OMS levam em conta esta heterogeneidade e, em particular, reconhecem que, ao formularem polticas de qualidade do ar, os governos devem considerar cuidadosamente suas circunstncias locais antes de adotarem os valores propostos como padres nacionais. Atravs da Portaria Normativa N 348 de 14/03/90, o IBAMA estabeleceu os padres nacionais de qualidade do

Parmetros, Padres e ndices

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ar e os respectivos mtodos de referncia, ampliando o nmero de parmetros anteriormente regulamentados atravs da Portaria GM N 0231 de 27/04/76. Os padres estabelecidos atravs dessa portaria foram submetidos ao CONAMA em 28/06/90 e transformados na Resoluo CONAMA N 03/90. Os padres de qualidade do ar podem ser divididos em primrios e secundrios. So padres primrios de qualidade do ar as concentraes de poluentes que, ultrapassadas, podero afetar a sade da populao. Podem ser entendidos como nveis mximos tolerveis de concentrao de poluentes atmosfricos, constituindo-se em metas de curto e mdio prazo. So padres secundrios de qualidade do ar as concentraes de poluentes atmosfricos abaixo das quais se prev o mnimo efeito adverso sobre o bem estar da populao, assim como o mnimo dano fauna e flora, aos materiais e ao meio ambiente em geral. Podem ser entendidos como nveis desejados de concentrao de poluentes, constituindo-se em meta de longo prazo. O objetivo do estabelecimento de padres secundrios criar uma base para uma poltica de preveno da degradao da qualidade do ar. Devem ser aplicados s reas de preservao (por exemplo: parques nacionais, reas de proteo ambiental, estncias tursticas, etc.). No se aplicam, pelo menos em curto prazo, a reas de desenvolvimento, onde devem ser aplicados os padres primrios. Como prev a prpria Resoluo CONAMA N 03/90, a aplicao diferenciada de padres primrios e secundrios requer que o territrio nacional seja dividido em classes I, II e III conforme o uso pretendido. A mesma resoluo prev ainda que enquanto no for estabelecida a classificao das reas, os padres aplicveis sero os primrios. Os parmetros regulamentados so os seguintes: partculas totais em suspenso, fumaa, partculas inalveis, dixido de enxofre, monxido de carbono, oznio e dixido de nitrognio. Os padres nacionais de qualidade do ar fixados na Resoluo CONAMA N 03 de 28/06/90 so apresentados na tabela 2.Tabela 02 Padres nacionais de qualidade do ar (Resoluo CONAMA N 03 de 28/06/90)Poluente partculas totais em suspenso partculas inalveis fumaa dixido de enxofre dixido de nitrognio Tempo de Amostragem 24 horas1 MGA2

Padro Primrio g/m 240 80 150 50 150 60 365 80 320 100 40.000 35 ppm 10.000 9 ppm 160

Padro Secundrio g/m 150 60 150 50 100 40 100 40 190 100 40.000 35 ppm 10000 9 ppm 160

Mtodo de Medio amostrador de grandes volumes separao inercial/ filtrao refletncia pararosanilina quimiluminescncia

24 horas1 MAA3 24 horas1 MAA MAA3

24 horas13

1 hora MAA3 1 hora1

monxido de carbono 8 horas1 oznio2 - Mdia geomtrica anual. 3 - Mdia aritmtica anual.

infravermelho no dispersivo quimiluminescncia

1 hora

1

1 - No deve ser excedido mais que uma vez ao ano.

26

Relatrio de Qualidade do Ar

A mesma resoluo estabelece ainda os critrios para episdios agudos de poluio do ar. Esses critrios so apresentados na tabela 3. Ressalte-se que a declarao dos estados de Ateno, Alerta e Emergncia requer, alm dos nveis de concentrao atingidos, a previso de condies meteorolgicas desfavorveis disperso dos poluentes. A legislao estadual (DE N 8.468 de 08/09/76) tambm estabelece padres de qualidade do ar e critrios para episdios agudos de poluio do ar, mas abrange um nmero menor de parmetros. Os parmetros fumaa, partculas inalveis e dixido de nitrognio no tm padres e critrios estabelecidos na legislao estadual. Os parmetros comuns legislao federal e estadual tm os mesmos padres e critrios, com exceo dos critrios de episdio para oznio. Neste caso a legislao estadual mais rigorosa para o nvel de ateno (200 g/m3).Tabela 03 Critrios para episdios agudos de poluio do ar (Resoluo CONAMA N 03 de 28/06/90)Parmetros partculas totais em suspenso (g/m) - 24 h partculas inalveis (g/m) - 24 h fumaa (g/m) - 24 h dixido de enxofre (g/m) 24 h SO2 X PTS (g/m)(g/m) - 24 h dixido de nitrognio (g/m) - 1 h monxido de carbono (ppm) - 8 h oznio (g/m) - 1 h Ateno 375 250 250 800 65.000 1.130 15 400* Alerta 625 420 420 1.600 261.000 2.260 30 800 Emergncia 875 500 500 2.100 393.000 3.000 40 1.000

*O nvel de ateno declarado pela CETESB com base na legislao estadual que mais restritiva (200 g/m).

Quanto ao chumbo inorgnico, a CETESB adota o valor de 1,5 g/m - mdia trimestral mvel, com coleta em Amostrador de Grande Volume, estabelecido pela Resoluo da Diretoria da CETESB N 001/99/C, de janeiro de 1999, publicada no Dirio Oficial do Estado de So Paulo em 03/02/1999. No anexo 1 so apresentados, como exemplo de nveis de referncia internacionais, os padres de qualidade do ar adotados pela Agncia Ambiental Americana (USEPA), os nveis recomendados pela Organizao Mundial da Sade para os principais poluentes e os critrios adotados pela Comunidade Europia.

2.3 ndice de Qualidade do ArOs dados de qualidade do ar e meteorolgicos das estaes automticas de monitoramento so divulgados e continuamente atualizados no endereo eletrnico da CETESB (www.cetesb.sp.gov.br), que

Parmetros, Padres e ndices

27

apresenta ainda a classificao da qualidade do ar e, dependendo dos nveis monitorados, informaes de preveno de riscos sade. No final da tarde, divulgado o Boletim de Qualidade do Ar, com a classificao e os ndices de cada estao. Esta classificao baseada no clculo de um ndice de qualidade do ar, que uma ferramenta matemtica desenvolvida para simplificar o processo de divulgao da qualidade do ar. Para cada poluente medido calculado um ndice conforme o grfico 1.Grfico 01 Relao entre concentrao do poluente de curta exposio e o ndice de qualidade do ar.500 ndice de Qualidade do Ar 400 300 200 100 0 0 100 200 300 400 500 600 150 50 Nvel de Emergncia 500 Nvel de Alerta 420 250 Nvel de Ateno ndice de Qualidade do Ar 600 500 400 300 200 150 100 0 0 100 200 300 400 500 600 Fumaa (mdia diria) - g/m 60 600 Nvel de Emergncia 500 Nvel de Alerta 250 420

Nvel de Ateno

PQAR Primrio PQAR Primrio Anual

PQAR Primrio

PQAR Primrio Anual

.

Partculas Inalveis (mdia diria) - g/m

500 ndice de Qualidade do Ar 400 300 375 200 240 100 0 0 200 400 600 800 80 Nvel de Emergncia 625

ndice de Qualidade do Ar

1000 875

500 400 300 800 200 365 100 0 0 500 1000 1500 80 Nvel de Emergncia

2620 2100

Nvel de Alerta

1600 Nvel de Alerta Nvel de Ateno

Nvel de Ateno

PQAR Primrio

PQAR Primrio

PQAR Primrio Anual 1000

PQAR Primrio Anual

2000

2500

3000

Partculas Totais em Suspenso (mdia diria) g/m

Dixido de Enxofre (mdia diria) - g/m

500 ndice de Qualidade do Ar 400 300 15,0 200 9,0 100 0 0 10 20 30 40 4,5 Nvel de Emergncia 30,0 40,0

50,0ndice de Qualidade do Ar

500 400 300 1130 200 320 100 0 50 0 Nvel de Emergncia 2260

3750 3000

Nvel de Alerta

Nvel de Alerta

Nvel de Ateno

Nvel de Ateno

PQAR Primrio 50 PQAR Primrio %

PQAR Primrio

PQAR Primrio Anual 100 1000 2000 3000 4000

Monxido de Carbono (mdia de 8h) - ppm

Dixido de Nitrognio (mdia 1h) - g/m

ndice de Qualidade do Ar

500 400 300 200 200 160 100 0 0 200 400 600 800 80 Nvel de Emergncia

1200 1000 800 Nvel de Alerta

Nvel de Ateno

PQAR Primrio 50% PQAR Primrio

1000

1200

1400

Oznio (mdia de 1h) - g/m

28

Relatrio de Qualidade do Ar

O ndice obtido atravs de uma funo linear segmentada, onde os pontos de inflexo so os padres de qualidade do ar. Desta funo, que relaciona a concentrao do poluente com o valor do ndice, resulta em nmero adimensional referido a uma escala com base nos padres de qualidade do ar. Para efeito de divulgao, utilizado o ndice mais elevado dos poluentes medidos em cada estao. Portanto, a qualidade do ar em uma estao determinada diariamente pelo pior caso entre os poluentes monitorados. A relao entre ndice, qualidade do ar e efeitos sade apresentado na tabela 4. Tambm, foi incorporada uma cor para representar cada classificao da qualidade do ar.Tabela 04 ndice Geral.Qualidade Boa ndice 0-50 MP10 O3 (g/m) (g/m) 0-50 0-80 CO (ppm) 0 - 4,5 NO2 SO2 Fumaa PTS (g/m) (g/m) (g/m) (g/m) 0-100 0-80 0-60 0-80 Significado

Praticamente no h riscos sade. Pessoas de grupos sensveis (crianas, idosos e pessoas com doenas respiratrias e >100 >80- 365 >60-150 >80 - 240 cardacas), podem apresentar Regular 51-100 >50-150 >80-160 >4,5 - 9 320 sintomas como tosse seca e cansao. A populao, em geral, no afetada. Toda a populao pode apresentar sintomas como tosse seca, cansao, ardor nos olhos, nariz e garganta. Pessoas >320 e >365 e >150 e >240 e >150 e >160 e >9 e 160 e 180 Pessoas com doenas respiratrias, como asma, e crianas tm os sintomas agravados. Populao em geral pode apresentar sintomas como ardor nos olhos, nariz e garganta, tosse seca e cansao >180 e 4,5 - 9 Pessoas com doenas cardacas podem apresentar sintomas como cansao e dor no peito >9 e 12 Populao em geral pode apresentar sintomas como cansao. Pessoas com doenas cardacas tm os sintomas como cansao e dor no peito agravados

NO2 (g/m)0-100 Efeitos desprezveis >100 - 320 Pessoas com doenas respiratrias podem apresentar sintomas como tosse seca e cansao >320 e 720 Populao em geral pode apresentar sintomas como ardor nos olhos, nariz e garganta, tosse seca e cansao. Pessoas com doenas respiratrias e crianas tm os sintomas agravados >720 e 80 - 365 Pessoas com doenas respiratrias podem apresentar sintomas como tosse seca e cansao >365 e 576 Populao em geral pode apresentar sintomas como ardor nos olhos, nariz e garganta, tosse seca e cansao. Pessoas com doenas respiratrias ou cardacas, idosos e crianas tm os sintomas agravados >576 e 12 e 350 e 400 e 22 e 1690 e 1200 e 5 e 29 e 100 e 150 cc Gasolina 1,14 2010 2 150 cc Flex-Gasolina 0,75 150 cc Flex-Etanol 0,58 1 - Valores mdios de homologao. 2 - Fatores calculados considerando os valores de homologao ponderados pelas vendas. HC (g/Km) 0,73 1,17 0,11 0,82 1,17 0,69 0,46 0,59 0,40 0,34 0,38 0,21 0,32 0,37 0,22 0,23 0,29 0,19 0,17 0,12 0,15 0,17 0,12 0,15 0,16 NOx (g/Km) 0,15 0,17 0,11 0,18 0,17 0,12 0,16 0,14 0,13 0,18 0,16 0,05 0,17 0,15 0,10 0,12 0,15 0,07 0,10 0,11 0,11 0,07 0,09 0,05 0,07 CO2 (g/Km) 43,30 81,70 163,20 47,20 81,70 172,10 43,00 82,00 145,00 53,00 64,50 201,00 59,50 76,50 158,00 54,60 74,30 132,45 61,15 86,50 142,75 52,48 78,61 51,17 50,96

5.2.3 Controle da Emisso de Poluentes em Veculos Diesel em Uso5.2.3.1 Fiscalizao da Emisso Excessiva de Fumaa Preta com a Escala de RingelmannPrevenir e controlar a poluio veicular constitui um desafio face ao constante crescimento da frota circulante e seu precrio estado de conservao. Em quaisquer circunstncias a emisso excessiva de fumaa preta por veculos a diesel, mesmo se quase invisvel a olho nu, deve ser considerada como intolervel. O rigoroso combate ao problema , portanto, responsabilidade dos agentes de fiscalizao da CETESB. Em funo disso, a CETESB desenvolve rotineiramente a fiscalizao da emisso excessiva de fumaa preta, oriunda dos veculos automotores a leo diesel. No exerccio do controle da emisso de fumaa com grau de enegrecimento superior aos padres normativos, os agentes credenciados da CETESB observam o disposto no art. 32 do regulamento da Lei Estadual N 997, de 31 de maio de 1.976 - aprovado pelo Decreto Estadual N 8.468, de 08 de setembro do mesmo ano.

140

Relatrio de Qualidade do Ar

Desta forma, quando constatada, pelos agentes credenciados da CETESB ou Polcia Militar, a emisso veicular de fumaa preta em excesso, os infratores so autuados, sendo a multa correspondente ao valor de 60 UFESP Unidade Fiscal do Estado de So Paulo. , portanto, imprescindvel que sejam redobrados os cuidados com a manuteno dos veculos para minimizar a emisso de fumaa preta; ou seja, evitar a circulao com emisses acima do Padro N 2 da Escala Ringelmann.

5.2.3.2 Fiscalizao de Fumaa Diesel com OpacmetroMedies com o uso do opacmetro indicam a existncia de altos nveis mdios de desconformidade da frota a diesel, bem acima dos ndices de pases que fazem rotineiramente o controle da opacidade na frota em circulao. Peruas escolares apresentaram em 2009, durante a Operao Inverno, ndice de desconformidade de 80% em campanha realizada em Municpio da Grande So Paulo. A frota de caminhes que circula no CEAGESP, cujo nvel de reprovao com o opacmetro foi de cerca de 50%, apresentou ndice de reprovao com a Escala de Ringelmann de apenas 6%, indicando a inadequao do uso da Escala Ringelmann quando se trata da identificao de pequenos e mdios poluidores. O Decreto N 54.487 de 26 junho de 2009 introduziu a possibilidade de utilizao do opacmetro como ferramenta da fiscalizao, em complemento Escala de Ringelmann. Alm de introduzir o opacmetro, esse Decreto tambm autorizou a reduo do valor da autuao em at 70% para os veculos autuados que apresentarem CETESB um relatrio de medio de opacidade emitido por oficina cadastrada no Programa para Melhoria da Manuteno de Veculos a Diesel - PMMVD (coordenado pela CETESB), comprovando que os problemas mecnicos foram sanados. Redues de 90% e 70% j haviam sido testadas com sucesso em fase piloto durante a Operao Inverno em 2007, 2008 e 2009. Dessa forma, a CETESB passou a ser parceira do setor de transportes na mitigao deste grave problema. A fiscalizao de fumaa com opacmetros ser feita em vias pblicas com o apoio da Polcia Militar ou dentro de garagens de frotas. O controle ambiental da frota circulante a diesel com o opacmetro j tem sido realizado no programa de inspeo veicular da Prefeitura de So Paulo, assim como do Estado do Rio de Janeiro, a exemplo do praticado em diversos pases.

5.2.4 Aes PreventivasAlm do controle corretivo sobre os veculos em uso, a CETESB desenvolve outros trabalhos de carter preventivo, como por exemplo:

5.2.4.1 Programa de Gesto Ambiental e AutofiscalizaoDestina-se implantao das atividades de gesto ambiental e autofiscalizao nas empresas que possuem frota prpria de transporte de cargas e passageiros, abrangendo as seguintes metas: controle da emisso de fumaa preta dos veculos em circulao para atendimento legislao ambiental em vigor; reduo do consumo de combustvel; manejo de leos, graxas e outras substncias, de modo a evitar o seu lanamento na rede pblica de esgotos e galerias de guas pluviais; educao ambiental dos funcionrios; implantar internamente em carter voluntrio a inspeo ambiental veicular com a medio da opacidade dos veculos a diesel conforme procedimentos e critrios da Resoluo CONAMA N 418/2009.

Aes e Programas

141

5.2.4.2 Programa de Conscientizao dos Condutores de Veculos a DieselEste programa destinado a informar e orientar os proprietrios e operadores de veculos a diesel e seus sindicatos, associaes, redes de assistncia tcnica etc., objetivando o conhecimento das principais causas e consequncias da emisso excessiva de fumaa preta, bem como das melhores prticas preventivas e corretivas de manuteno e operao.

5.2.4.3 Programa para Melhoria da Manuteno de Veculos Diesel - PMMVDA intensificao das aes de fiscalizao da emisso de fumaa preta por veculos a diesel, pela CETESB, em meados dos anos 90, demandou forte reao do setor dos transportadores no sentido de melhorar a qualidade dos servios da rede de reparao. Neste cenrio, foi criado em 1998 o PMMVD - Programa para a Melhoria da Manuteno de Veculos Diesel, por meio de parceria entre a CETESB e o SINDIREPA - Sindicato da Indstria de Reparao de Veculos e Acessrios do Estado de So Paulo, visando adequao ambiental dos servios de regulagem de motores a diesel e, portanto, melhoria da qualidade do ar. O PMMVD tambm foi fundamental no processo de conscientizao dos motoristas e proprietrios de veculos sobre a importncia da manuteno preventiva para a reduo das emisses. De acordo com os requisitos tcnicos definidos pela CETESB, o SINDIREPA exerceu papel de rgo selecionador e controlador de uma rede de oficinas a ele associadas, devidamente equipadas e treinadas para minimizao das emisses de fumaa dos veculos de seus clientes. A rede cadastrada pelo PMMVD chegou a contar com cerca de 150 oficinas em todo Estado de So Paulo. O Programa teve a adeso do IQA - Instituto de Qualidade Automotiva, organismo certificador acreditado pelo INMETRO Instituto Nacional de Metrologia e Qualidade Industrial, que passou a auditar regularmente a rede de oficinas cadastradas no PMMVD. A CETESB mantm um banco de dados com os registros de manuteno e medio de opacidade dos veculos reparados no mbito do PMMVD. Respaldada por essas informaes, a CETESB pode criar um mecanismo de incentivo aos veculos autuados por excesso de emisso de fumaa preta, a partir da comprovao da soluo dos problemas que geraram as infraes. A rede instalada do PMMVD atende atualmente 11.000 veculos por ano, correspondendo a cerca de apenas 1% da frota diesel registrada no Estado. Da a deciso do Governo do Estado de So Paulo de ampliar a abrangncia do Programa, multiplicando as parcerias com entidades representativas de outros nichos no setor da manuteno e assistncia tcnica de veculos a diesel. Desta forma, a CETESB abriu a possibilidade de estender essas parcerias a outras entidades controladoras. Algumas importantes associaes e sindicatos j se dispuseram a exercer funes similares a que o SINDIREPA realizou na primeira fase do Programa entre seus associados. So elas: - SPURBANUUS - Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de So Paulo; - SETPESP - Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado de So Paulo; - SINDIMOTOR - Sindicato de Remanufaturamento, Recondicionamento e/ou Retfica de Motores e seus Agregados e Perifricos no Estado de So Paulo; - ANGIS - Associao Nacional dos Organismos de Inspeo. Com a unio dessas entidades ao esforo do SINDIREPA, espera-se em breve um aumento substancial no nmero de unidades cadastradas no Programa. Outras entidades podero aderir futuramente ao PMMVD. O Programa aberto a todas as oficinas e empresas do ramo de reparao e inspeo veicular que queiram

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Relatrio de Qualidade do Ar

adequar-se aos seus requisitos. A partir de 2010, as oficinas e estaes de inspeo passaram a emitir, para cada veculo atendido, um RMO - Relatrio de Medio de Opacidade, permitindo CETESB e as controladoras o acompanhamento em tempo real das atividades das unidades cadastradas no Programa. Os RMOs so aceitos como comprovao da soluo de problemas ambientais causados por veculos desregulados autuados e, ainda, para subsidiar programas de gesto ambiental de frotas e certificao da qualidade, como o caso do Municpio de Sorocaba onde j existe Lei sobre o tema.

5.2.4.4 Operao InvernoAs condies desfavorveis disperso dos poluentes so mais frequentes durante o inverno, fato esse que leva a CETESB a promover anualmente a Operao Inverno, intensificando as aes de controle sobre as fontes de emisso fixas (indstrias) e mveis (veculos). Dentre as aes sobre as fontes mveis, h o aumento do contingente de agentes de fiscalizao autuando veculos com excesso de emisso de fumaa preta, o estabelecimento de campanhas de divulgao sobre o agravamento das condies ambientais no perodo e a forma pela qual os usurios de veculos podem atuar para amenizar e prevenir episdios crticos de poluio. Comandos de fiscalizao de emisso de fumaa preta tambm so realizados com a participao das Polcias Militar, Rodoviria e Ambiental em diversos pontos da Regio Metropolitana de So Paulo e do interior do Estado. Milhares de autuaes so lavradas pelos agentes da CETESB, em todo Estado, durante esses comandos. Desenvolvem-se, ainda, campanhas de inspeo voluntria das emisses de veculos e conscientizao de motoristas, com a utilizao de equipamentos especficos, tais como analisadores de gases poluentes e opacmetros para aferir a emisso de fumaa. Os usurios so ento informados sobre a condio atual da regulagem dos veculos e orientados sobre a melhor forma de conduzir e manter os mesmos. Vrias dessas atividades so desenvolvidas em parceria com entidades pblicas e privadas como: CONPET - Programa Nacional de Racionalizao do Uso de Derivados de Petrleo e do Gs Natural; SINDIREPA - Sindicato da Indstria de Reparao de Veculos e Acessrios do Estado de So Paulo; ABCR - Associao Brasileira de Concessionrios de Rodovias; Revista do Carreteiro; CEAGESP - Companhia de Entrepostos e Armazns Gerais de So Paulo; CODESP - Companhia Docas do Estado de So Paulo e diversos fabricantes de equipamentos de medio de emisses e de autopeas.

5.2.4.5 Programa de Atendimento Reclamao AmbientalA reclamao da populao tem um papel importante no desenvolvimento dos programas de controle das emisses, pois a partir dela podemos redimensionar e intensificar a fiscalizao em determinadas regies da cidade. Desta forma, a CETESB mantm um canal de comunicao com a populao por meio do disque meio ambiente 0800 11 35 60 que, entre outras coisas, registra denncias contra veculos movidos a diesel que apresentem emisso excessiva de fumaa preta.

Aes e Programas

143

Os veculos citados nas reclamaes so notificados individualmente mediante envio de correspondncia, sugerindo imediata investigao e correo das possveis causas da emisso de fumaa. A CETESB tambm esclarece, aos denunciantes e denunciados, que mantm uma rotina diria de fiscalizao de fumaa preta por intermdio de agentes credenciados, que sujeita os veculos infratores s sanes previstas na legislao ambiental em vigor. De todo esse esforo, obteve-se significativa melhora na frota diesel em circulao com relao dcada de 1990. Nos ltimos anos o ndice de desconformidade tem oscilado em torno de 8% conforme observado no grfico 98.Grfico 98 ndice de desconformidade da frota circulante veculos diesel.10 8 porcentagem (%) 6 4 2 0 ago/01 ago/02 ago/03 dez/04 dez/05 dez/06 dez/07 dez/08 dez/09 dez/10 7,6 5,8 5,8 6,6 6,7 5,9 8,1 7,7 8,1 7,2

ndice de desconformidade

Essa reduo dos nveis de desconformidade da frota a diesel teve repercusso nos ndices ambientais de fumaa na RMSP, principalmente nos anos 90.

5.2.5 Combustveis Histrico e PerspectivasA qualidade do combustvel, a concepo tecnolgica do motor e suas condies de manuteno so os principais fatores que influenciam a emisso dos poluentes veiculares. Para obter a menor emisso possvel necessrio dispor de tecnologias avanadas de combusto e dispositivos de controle, bem como de combustveis ambientalmente limpos (com baixo potencial poluidor). A compatibilidade entre motor e combustvel fundamental para o pleno aproveitamento dos benefcios que podem ser obtidos, tanto para a reduo das emisses, quanto para a melhoria do desempenho, dirigibilidade, consumo de combustvel - reduo dos gases do efeito estufa (GEE) - e manuteno mecnica. Em 1979, iniciou-se o Programa Nacional do lcool (PROALCOOL) e a partir de ento, ocorreram novas e importantes modificaes na composio dos combustveis utilizados pelos veculos automotores. Nesse mesmo ano, foi iniciado o fornecimento da mistura da gasolina com etanol anidro, com 15% de etanol, chegando-se a 22% nos anos seguintes e, ainda, iniciada a produo de veculos movidos a etanol. A porcentagem de adio de 22% de etanol em volume na gasolina foi adotada pelo CONAMA em 1990, por recomendao do setor energtico. Entretanto, devido escassez de etanol anidro no mercado brasileiro, foi introduzida, em carter emergencial, a mistura gasolina-etanol-metanol (7% - 60% - 33% em volume, respectivamente), para utilizao em veculos movidos a etanol. Essa mistura decorrente de determinao da CETESB, que por meio de ensaios laboratoriais chegou a essa composio. A indstria automobilstica efetuou a avaliao do desempenho dos veculos a etanol operando com a mistura, constatando que os parmetros de emisso e consumo foram mantidos.

144

Relatrio de Qualidade do Ar

A disponibilidade no mercado nacional do etanol hidratado e da gasolina C com adio de etanol trouxe benefcios para o meio ambiente e para a sade pblica, destacando-se a drstica reduo das concentraes de chumbo na atmosfera. O etanol funciona como anti-detonante, substituindo o aditivo base de chumbo, que foi totalmente retirado da gasolina nacional a partir de 1991. A proporo de 22% de adio foi ratificada pela lei Federal N 8.723, de outubro de 1993. Em 1998, o Governo Federal elevou o teor de etanol anidro na gasolina para 24% em volume com a Medida Provisria N 1.662-3, de 25 de agosto. Essa elevao, com relao aos 22% anteriores, no acarretou em alteraes sensveis no perfil de emisso dos veculos em circulao, uma vez que os veculos fabricados nesses ltimos anos, com tecnologia mais avanada, como injeo eletrnica e sensores de oxignio, eram dotados de sistema de autocompensao da relao ar/combustvel para variaes do teor de etanol dessa ordem. O Brasil, pelo fato de desenvolver o motor a etanol e de ter adicionado etanol gasolina, passou a utilizar combustveis que trouxeram ganho ambiental, colocando-nos como pioneiros no consumo de combustveis renovveis em larga escala. H uma tendncia mundial para a adio de compostos oxigenados gasolina, visando a reduo do impacto poluidor. Porm, a experincia internacional tem demonstrado a superioridade, do ponto de vista ambiental e de sade pblica, da utilizao de lcoois em relao aos teres - notadamente do etanol, como no caso brasileiro. Em relao ao diesel, a Petrobras introduziu em 2005, nas regies metropolitanas de So Paulo, Baixada Santista, Campinas e no municpio de So Jos dos Campos, o leo diesel S500, com limite mximo de teor de enxofre de 500 ppm. O diesel S500 substituiu o diesel metropolitano com at 2.000 ppm de enxofre, trazendo inegveis vantagens ambientais pela retirada de 75% em massa do enxofre contido no leo diesel e seu correspondente potencial de reduo na emisso de xidos de enxofre e fumaa preta em todos os veculos a diesel da frota, independente da tecnologia construtiva do motor. No ano de 2006 novas melhorias no leo diesel automotivo foram introduzidas com o lanamento do Diesel Pdium, com teor mximo de 200 ppm de enxofre. Os novos limites de emisso a serem cumpridos pelas montadoras exigiam a adequao dos combustveis automotivos. Por essa razo, discutiu-se com a ANP, Petrobras e montadoras de veculos, no perodo de 2003 a 2008, as especificaes necessrias ao atendimento dos requisitos ambientais, que incluiriam, no mnimo, a reduo dos teores de enxofre na gasolina C e no diesel para 50 ppm para o ano de 2009. Contudo, a ausncia da regulamentao do diesel com 50 ppm de enxofre (S50) de responsabilidade da ANP - estabelecida muito mais tarde do que o necessrio, ao final de 2007 - inviabilizou o desenvolvimento pelas montadoras e Petrobras dos veculos pesados e comerciais leves e do diesel para atender os limites das fases P6 e L5 do PROCONVE. A falta da regulamentao em tempo hbil do diesel automotivo S50 para uso comercial e padro de ensaio em laboratrio, motivou diversas entidades da rea ambiental governamental e no governamental a reivindicarem reparao dos danos causados ao meio ambiente. Assim, foi estabelecido em 2008 um Acordo Judicial entre Ministrio Pblico Federal, Petrobras, fabricantes de veculos e ANP, o fornecimento de um diesel de melhor qualidade, com apenas 10 ppm de enxofre, a partir de janeiro de 2013. Ainda conforme o Acordo, em janeiro de 2014 a Petrobras dever substituir todo diesel designado interior, atualmente com 1800 ppm de enxofre (75% do leo diesel consumido no Brasil), por outro com teor mximo de 500 ppm de enxofre. Essa reduo trar ganhos ambientais em todas as regies do pas, com con-

Aes e Programas

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sidervel diminuio nas emisses dos veculos a diesel, em especial do material particulado e dos compostos de enxofre, causadores da chamada chuva cida.

5.2.6 Programa de Inspeo e Manuteno de VeculosA reduo dos nveis de emisso dos veculos novos fator fundamental, mas no garante, por si s, eficcia na melhoria da qualidade do ar. necessrio garantir tambm que os veculos sejam mantidos conforme as recomendaes do fabricante. A experincia internacional indica que a inspeo veicular consta como componente relevante para a melhoria da qualidade do ar, especialmente em grandes concentraes urbanas. O PROCONVE prev a implantao de programas de inspeo e manuteno de veculos em uso em reas contaminadas pelas emisses atmosfricas veiculares. A partir de proposta originada na CETESB, a inspeo das emisses veiculares vinculada ao licenciamento anual prevista desde 1993 na legislao ambiental brasileira e j vm sendo levada a efeito no Municpio de So Paulo desde maio de 2008 e no Estado do Rio de Janeiro desde 1998. A regulamentao foi aprovada pela Resoluo CONAMA N 07/93, complementada pelas Resolues 18/95, 227/97, 251/99, 252/99 e 256/99. Essas Resolues foram substitudas pela Resoluo CONAMA No 418 de 2009. Os nmeros relativos frota em circulao no Estado de So Paulo e os indicadores de poluio do ar mostram que h necessidade de estender a inspeo obrigatria para alm do territrio do Municpio de So Paulo, a fim de evitar uma possvel evaso de registros de veculos da Capital e tambm como medida de aumento da abrangncia dos benefcios ambientais trazidos pelo Programa. O Governo de So Paulo enviou Assemblia Legislativa, a partir de proposta da Secretaria do Meio Ambiente - SMA, o Projeto de Lei N 1187/2009, que institui o Programa Ambiental de Inspeo e Manuteno de Veculos em Uso no Estado de So Paulo. O anteprojeto foi objeto de consenso no Comit Metropolitano do Ar Limpo - COMAR e permite a descentralizao dos servios para os municpios. Segundo o PL, a inspeo ambiental da frota licenciada no Estado ser obrigatria, com implementao gradual e periodicidade e frota-alvo a serem estabelecidas mediante decreto, conforme o Plano de Controle de Poluio Veicular do Estado de So Paulo - PCPV. Caber ao rgo ambiental estadual, em articulao com os municpios, elaborar o Plano de Controle de Poluio Veicular - PCPV, que dever definir as regies prioritrias a serem abrangidas pelo Programa. Caber CETESB auxiliar os municpios na capacitao tcnica dos agentes envolvidos na inspeo veicular. A CETESB teve participao ativa na elaborao da proposta que culminou com a publicao da Resoluo CONAMA N 418 de 26.11.09, que consolidou a regulamentao federal da inspeo ambiental, incluindo importantes avanos em relao aos textos anteriores. De acordo com a Resoluo 418, alterada pela Resoluo N 426/2010, os estados devero publicar seus respectivos PCPVs at junho de 2011. A SMA e a CETESB j vm mantendo contatos com os representantes de Municpios da Regio Metropolitana de So Paulo para realizao de convnios de municipalizao da inspeo veicular, onde for conveniente para a operao dos programas e para a eficcia regional do controle da poluio. Entendimentos mais avanados so mantidos com o Consrcio do Grande ABC, que integra os municpios de Santo Andr, So Bernardo, So Caetano, Diadema, Mau, Ribeiro Pires e Rio Grande da Serra. A CETESB prestar assessoria tcnica para a elaborao do PCPV da rea sob a jurisdio desse consrcio e para elaborao de termo de referncia para a especificao tcnica e operacional do programa. Aps a identificao de outros municpios devidamente estruturados para levar a cabo licitaes regionais similares do Consrcio do Grande ABC, caber CETESB indicar as regies prioritrias de controle da

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Relatrio de Qualidade do Ar

poluio veicular no Estado no cobertas pelas iniciativas municipais e implantar a inspeo veicular nessas reas prioritrias no cobertas pelos Programas municipais.

5.2.7 Medidas no Tecnolgicas para a Reduo da Poluio Atmosfrica pelo Trfego MotorizadoA organizao do trfego urbano e a poltica de transportes so determinantes na qualidade do ar nas grandes cidades. O transporte coletivo produz emisses muito menores do que os automveis e motos se for considerada a taxa de emisso por passageiro transportado. Alm disso, os congestionamentos ou a reduo da velocidade mdia do trfego tm influncia nas emisses dos veculos. As aes para a reduo dos impactos causados pelo sistema de transportes abrangem normalmente as seguintes medidas: reduo das emisses de veculos automotores novos, includo o rudo externo; fiscalizao em vias pblicas e inspeo peridica obrigatria das emisses de veculos em uso; programas de gesto ambiental de frotas; melhoria na circulao, fluidez e fiscalizao do trfego; melhoria da qualidade dos combustveis e alternativas energticas de baixo potencial poluidor; otimizao e melhoria da qualidade ambiental do sistema de transportes de carga e passageiros; planejamento de uso e ocupao do solo e alteraes no sistema virio com vistas reduo do impacto ambiental da mobilidade urbana; incentivo ao transporte no motorizado; desincentivo ao transporte individual e criao de reas de restrio ao trfego motorizado; instrumentos econmicos e fiscais para incentivo ao transporte limpo e de baixo impacto poluidor; campanhas de educao e informao pblica. Dada a diversidade e multidisciplinaridade das aes necessrias implementao de um Projeto de Transporte Sustentvel em reas urbanas e conurbaes de municpios, a integrao dos rgos de transportes, planejamento, trnsito, meio ambiente, sade etc., requer forte articulao nos nveis regional e municipal. Essa integrao entre as instituies