cetesb -...
TRANSCRIPT
CETESB
COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
DIRETORIA DE ENGENHARIA E QUALIDADE AMBIENTAL DEPARTAMENTO DE ANÁLISES AMBIENTAIS
Relatório Científico de Viagem
Biom. MARIA INÊS ZANOLI SATO
Visita Técnica – Institute of Environmental Science and Research (ESR) Christchurch, NOVA ZELÂNDIA – 13 a 16 de setembro de 2011
16th International Symposium on Health-Related Water Microbiology
WATERMICRO 2011 Rotorua, NOVA ZELÂNDIA – 18 a 23 de setembro de 2011
SÃO PAULO, OUTUBRO DE 2011
WATERMICRO 2011 – 16th HRWM SYMPOSIUM,, ROTORUA / Nova Zelândia - 2011
2
RELATÓRIO DE VIAGEM
PROCESSO: Processo FAPESP No 2011/11898-2
INTERESSADO: Maria Inês Zanoli Sato
INSTITUIÇÃO/ÁREA: CETESB/Companhia Ambiental do Estado de São Paulo
Diretoria de Engenharia e Qualidade Ambiental Departamento de Análises Ambientais
DESTINO/LOCAL: Nova Zelândia
PERÍODO: Christchurch: 13 a 16 de setembro de 2011
MOTIVO: Visita Técnica ao Institute of Environmental Science and Research (ESR)
PERÍODO: Rotorua: 18 a 23 de setembro de 2011
MOTIVO: Participação do 16th Health-Related Water Microbiology Symposium -
WaterMicro 2011
WATERMICRO 2011 – 16th HRWM SYMPOSIUM,, ROTORUA / Nova Zelândia - 2011
16th HEALTH-RELATED WATER MICROBIOLOGY SYMPOSIUM – WaterMicro 2011
Local: Rotorua Energy Center – Rotorua, Nova Zelândia.
Período: 18 a 23 de setembro de 2011.
Workshop Pré-Congresso: Catchment Microbial Modelling
18 de setembro de 2011: 13h30min – 17h30min
O workshop de modelagem de dados microbiológicos em bacias hidrográficas foi coordenado
pelo Dr. Graham McBride do NIWA (National Institute of Water and Atmospheric Research),
Nova Zelândia e contou com cerca de 60 participantes procedentes de Universidades,
Agências Governamentais e Institutos de Pesquisa.
A modelagem matemática é empregada já há longo tempo para estimar as variações de
qualidade de água, principalmente nutrientes e para entender melhor a dinâmica do sedimento
de rios e reservatórios. Mais recentemente, a aplicação dessa metodologia foi estendida para
variáveis microbiológicas e, modelos matemáticos têm sido empregados para comparar
concentrações previstas de indicadores microbianos de contaminação fecal, obtidos na
modelagem, com critérios de qualidade de água. Atualmente esse instrumento passou a ser de
suma importância também para alimentar os estudos de avaliação quantitativa de risco
microbiológico (AQRM), pois permitem prever as concentrações de patógenos em águas
recreacionais, em mananciais empregados para abastecimento público e áreas de cultivo de
moluscos bivalves. O emprego dessa estratégia de forma regular na área ambiental ainda não
é tão fácil, pois existe uma carência muito grande de dados quantitativos sobre a ocorrência de
patógenos em amostras ambientais e é de suma importância também que as agências
reguladoras aceitem essa estratégia na tomada de decisões e no estabelecimento de
regulamentações.
O objetivo do Workshop foi aprofundar a discussão sobre a utilização de modelagem
microbiana no controle da qualidade de corpos hídricos de usos diversos e estabelecer
estratégias de como avançar nesse tópico para subsidiar os tomadores de decisão e
regulamentações. O evento foi organizado em quatro sessões: (1) introdução abordando o
tema chave e os conceitos básicos, (2) sistemas de modelagem parametrizados de uso global,
(3) uso de modelagem microbiológica para informar os órgãos fiscalizadores e
regulamentadores, e (4) Discussão e elaboração de uma Declaração apoiando o uso dessa
ferramenta pelos tomadores de decisão, empreendedores, academia, etc. Segue abaixo os
temas das apresentações abordados durante o evento:
Modelagem Microbiana em Bacias Hidrográficas – Dra. Christobel Ferguson da ALS
Environmental (Water Resources Group), Austrália: introdução ao tema, importância
1
WATERMICRO 2011 – 16th HRWM SYMPOSIUM,, ROTORUA / Nova Zelândia - 2011
para proteção e gerenciamento dos recursos hídricos, quais as estruturas de
modelagem que poderiam ser aplicadas, revisão dos trabalhos e grupos importantes no
tema, produtos esperados, dificuldades e questões a serem consideradas para avançar
nessa abordagem.
Sistemas de modelagem parametrizados de uso global
Modelagem hidrológica do transporte e destino de patógenos – Dra. Sarah Dorner,
Professora Assistente do Departamento de Engenharia Civil, Geológica e de Mineração
da École Polytechnique Montreal, Canadá: Desafios potenciais na modelagem
microbiana, modelos já estabelecidos (indicadores, fontes pontuais com densidades
constantes, etc), lições aprendidas em estudos de casos, parâmetros aplicados na
modelagem e incertezas, eficácia dos modelos, modelagem para patógenos e planos
de proteção dos recursos hídricos.
Simulação da dinâmica de E.coli no Rio Motueka. Dr. Jeremy Wilkinson (UK/NZ). Foi
apresentada a modelagem da contaminação de E.coli no Rio Motueka localizado no
Norte da Ilha do Sul da Nova Zelândia. Reforçou a importância da obtenção de dados
ambientais mais acurados para alimentação dos modelos para que se tenha maior
confiabilidade nos mesmos.
Estudo de Caso: Modelagem dos Riscos da Atividade Recreacional no Lago
Parramatta. Dr David Roser. UNSW Water Research Centre – The University of New
South Wales, Austrália.
Uso de modelagem microbiológica para informar os órgãos fiscalizadores e
regulamentadores, e quais informações os tomadores de decisão necessitam.
Dr. Jeff Soller, da USEPA, Estados Unidos, apresentou a experiência da agência
ambiental na aplicação de modelos microbiológicos para subsidiar as políticas de
qualidade de águas recreacionais e suas regulamentações.
Dr. David Kay do CREH (Centre For Research into Environment and Health),
Universidade de Aberystwyth, UK, abordou a importância desse novo instrumento para
o estabelecimento das novas Diretivas da União Européia para os recursos hídricos
destinado aos usos recreacionais, de cultivo de organismos e de consumo humano.
Foram enfatizadas algumas questões/preocupações relevantes sobre o emprego da
modelagem microbiológica como: os modelos microbianos para corpos d’água estarão
prontos no tempo determinado para a finalização da revisão dessas regulamentações
(2012-2015); qual o modelo de escolha: código fonte aberto ou plataforma comercial;
necessidade de estabelecer uma comissão de parametrização de aquisição de dados
para definir as necessidades chaves e qual o impacto dessa nova estrutura nos
programas de monitoramento.
2
WATERMICRO 2011 – 16th HRWM SYMPOSIUM,, ROTORUA / Nova Zelândia - 2011
Dr. Richard Muirhead, da Agresearch, Nova Zelândia, focou sua apresentação na
experiência da Nova Zelândia no uso da modelagem microbiana para avaliar o impacto
das atividades agrícolas na qualidade dos corpos d’água. Enfatizou a importância de
considerar a variável microbiana integrada com os nutrientes e com os fatores sociais e
econômicos, trabalhar com as políticas públicas e os usuários finais, identificar as
fontes de contaminação específica e as rotas de contaminação, gerar informações
sobre o impacto e custo dessas contaminações.
Discussão e apresentação da Declaração de Rotorua, coordenada pelo Dr. Kay do
Reino Unido. A discussão foi muito produtiva e consistiu na elaboração da Declaração
cujo arquivo encontra-se em anexo.
Todas as apresentações do Workshop assim como a Declaração estão também disponíveis no
site do evento: http://www.on-cue.co.nz/hrwm2011/workshops.html
A participação no workshop permitiu contatos importantes com especialistas da área e o
aprofundamento dos nossos conhecimentos nesse tópico para iniciarmos uma discussão
interna na CETESB, pois essa é uma ferramenta de suma importância para a Agência
Ambiental.
Simpósio: 16th International Symposium on Health-Related Water Microbiology
19 a 23 de Setembro de 2011: 09h00min – 17h00min
O Health-Related Water Microbiology Symposium ou WaterMicro2011, foi organizado pelo
Grupo Especialista em Microbiologia da Água Associada à Saúde (Specialist Group on Health-
Related Water Microbiology) da Associação Internacional de Água (International Water
Association – IWA), com o suporte do Institute of Environmental Science & Reserach (ESR),
National Institute of Water and Atmospheric Research (NIWA) e Agresearch da Nova Zelândia.
Considerado um dos eventos internacionais mais relevantes na área de Microbiologia
Ambiental e Saúde focou temas de grande importância nas áreas de microbiologia e
parasitologia sanitária e ambiental, epidemiologia de doenças infecciosas veiculadas pela
água, avaliação de risco, proteção de mananciais, tecnologias de tratamento de água e esgoto,
mudanças climáticas, desastres naturais e qualidade da água.
Nos 5 dias de evento além da plenária de abertura, foram organizadas 12 sessões temáticas
com 57 apresentações orais, uma reunião técnica, sessão de pôster onde foram apresentados
132 trabalhos e um Workshop no último dia do Simpósio sobre Eventos Extremos (Desastres
Naturais) e sua implicação na qualidade da água.
3
WATERMICRO 2011 – 16th HRWM SYMPOSIUM,, ROTORUA / Nova Zelândia - 2011
A sessão plenária de abertura foi proferida pelo Membro do Parlamento por Waiariki do Partido
Maori (povo nativo da Nova Zelândia), Te Ururoa Flavell. Antropólogo e estudioso da cultura
Maori, Flavell retratou em sua palestra o cuidado e o respeito que o povo maori tem com a
preservação do meio ambiente e natureza. A íntegra da palestra do Sr. Te Ururoa Falvell
encontra-se em anexo.
As mesas redondas abordaram os seguintes temas:
Mudanças climáticas e desastres naturais: aspectos da contaminação microbiológica
decorrentes dos terremotos de Christchurch (Nova Zelândia) e Haiti (epidemia de
cólera) foram abordados, bem como a quantificação do impacto desses fenômenos no
risco de infecções veiculadas pela água.
Proteção de Bacias Hidrográficas: o emprego de marcadores microbianos e de
resistência, e a pesquisa de patógenos foram apresentados para o gerenciamento da
qualidade de recursos hídricos (água doce e marinha) visando sua proteção.
Poluição difusa e eutrofização: temas como influência da carga de nutrientes nas
populações microbianas, investigação de patógenos e marcadores específicos em
corpos d’água para rastreamento de fonte de contaminação e vigilância epidemiológica
ambiental e modelagem para Campylobacter em manancias sob influência de pastoreio
foram apresentados. Essa sessão foi realizada em conjunto com o Grupo DIPCON
(Poluição Difusa) da IWA.
Água Recreacional e Saúde: Essa sessão trouxe aspectos sobre a esquistossomose
em águas recreacionais, o risco da contaminação de rios usados para recreação por
esgoto após episódios de terremoto e risco de infecção por exposição às águas
recreacionais impactadas por fontes de poluição não humanas.
Rastreamento de Contaminação Microbiana e Tecnologia: o emprego de
protozoários patogênicos como rastreadores de contaminação fecal, a integração de
rastreamento de fonte de poluição com dados hidrológicos para estimar contaminação
após eventos de chuva e inativação viral por ozonização em reator de fluxo contínuo
foram discutidos nessa sessão.
Epidemiologia de Doenças de Veiculação Hídrica: estudos epidemiológicos
abordando doenças de veiculação hídrica associada à Campylobacter jejuni, Legionella
pneumophila sorotipo 3, Mycobacteria não tuberculose e virus entéricos (Norovirus,
Sapovirus e Aichi vírus) foram apresentadas.
Vírus: Essa sessão abordou novos métodos para detecção de vírus, incluindo uma
nova linhagem celular para detecção de Adenovirus e ensaio de infectividade de
4
WATERMICRO 2011 – 16th HRWM SYMPOSIUM,, ROTORUA / Nova Zelândia - 2011
Norovirus humano; avaliação da remoção de vírus DNA em processos de tratamento de
águas residuárias; e emprego do Polyomavirus humano como indicador de Norovirus no
ambiente.
Água e Saneamento em Países em Desenvolvimento: as palestras abordaram
estudos sobre contaminação virológica de água superficial no Quênia, resistência
antimicrobiana em E.coli isoladas do maior Rio da Tailândia (Rio Chão Phraya),
mecanismos de contaminação da água após o abastecimento em Bagamoyo, Tanzânia,
estratégias para abastecimento de água e saneamento em pequenas comunidades,
aplicação de AQRM para orientar as intervenções no abastecimento de água em países
em desenvolvimento, testes simples para quantificar a contaminação microbiológica e
aumento do risco de contaminação por E.coli patogênica em águas armazenadas em
reservatórios domésticos.
Avaliação do Risco Microbiológico: essa sessão englobou diversos temas como o
risco da interação de amebas de vida livre com bactérias patogênicas em água de
consumo humano, o papel potencial de protozoários de vida livre na manutenção e
amplificação de Legionella nos sistemas de distribuição, estudos de AQRM para
protozoários, vírus entéricos, microcistina e Coxiella burnetii, integração de AQRM com
modelos hidrodinâmicos para estimar riscos de banhistas em áreas próximas a
descargas de emissários, gerenciamento de risco por patógenos em águas recicladas,
e harmonização da “dose infectante” obtida de estudos clínicos/investigações
epidêmicas e aplicação em AQRM.
Idéias Novas e Técnicas Emergentes: os temas discutidos foram técnicas
moleculares de última geração com o emprego de beacons para detecção de
enterovírus e adenovírus em culturas celulares, PCR em tempo real para detecção de
indicadores e patógenos in situ em águas costeiras, metagenomica para o estudo da
diversidade de resistência bacteriana em águas residuárias e sistemas de tratamento, e
novos métodos de seqüenciamento (NGS) para monitoramento de qualidade de água.
Workshop sobre Eventos Extremos: Esse evento realizado no último dia do Simpósio
tratou do relato de desastres naturais ocorridos nos últimos dois anos e seu impacto na
saúde humana com relação às doenças de veiculação hídrica. No período da manhã
foram trazidos relatos sobre o furacão Katrina (USA), terremotos do Haiti, Christchurch,
Japão e Espanha e inundações em Queensland, Austrália. No período da tarde foram
constituídos grupos de trabalho para discutir estratégias de como podemos nos
preparar para esses desastres baseados na elaboração de planos de contingência
focados para a área de conhecimento do HRWM group. As conclusões dos grupos
serão consolidadas e publicadas pela OMS.
5
WATERMICRO 2011 – 16th HRWM SYMPOSIUM,, ROTORUA / Nova Zelândia - 2011
O evento teve a participação de 175 cientistas, estudantes e profissionais de 34 países, entre
eles nomes de destaque na área internacional dentro do campo da microbiologia ambiental. O
Brasil estava representado por 07 pesquisadores e estudantes do Estado de São Paulo, Santa
Catarina, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Nossa participação no Simpósio contou com a apresentação de um trabalho desenvolvido no
Setor de Microbiologia e Parasitologia do Departamento de Análises Ambientais da CETESB:
Surveillance of enteric virus in source waters for drinking water supply in metropolitan
regions of São Paulo State, Brazil. SATO, MIZ; GARCIA, SC; BONANNO, VMS;
RAZZOLINI, MTP; NARDOCCI, AC; LAURETTO, MS; HACHICH, EM.
Participamos também como co-autor de dois outros trabalhos apresentados no evento, a saber:
Risk assessment of Giardia infection by consumption of drinking water. RAZZOLINI,
MTP; Hachich, EM; SATO, MIZ; LAURETTO, M; NARDOCCI, AC.
Sanitary quality of water and sand from marine recreational waters. PINTO, KC;
HACHICH, EM; SATO, MIZ; BARI, M; COELHO, MCLS; MATTE, MH; LAMPARELLI,
CC; RAZZOLINI, MTP.
Dentro do evento tivemos também a responsabilidade de coordenar Sessão: Epidemiology of
Waterborne Disease, no dia 21 de Setembro das 09h00min às 10h00min.
Reuniões Técnicas
International Collaborative for Sewage ( IC Sewage)
A missão do “Centro Internacional para Esgoto” (CI Esgoto) é avançar no entendimento do
impacto das águas residuárias na qualidade da água nas diferentes regiões do mundo e
estabelecer metas a serem encontradas e documentadas para o aperfeiçoamento do
saneamento, sistemas de esgotos e processos de tratamento para a comunidade global. Os
objetivos desse grupo incluem: desenvolver e testar protocolos comuns para o rastreamento de
fonte de poluição microbiana, criar uma página web, coordenar workshops para troca de
informação com o grupo CI Esgoto e comunidades paralelas e finalmente desenvolver um
mapa global de impacto de esgoto nas águas. Foram comunicados os últimos informes para o
grupo: o website já está em funcionamento, os participantes do grupo já podem acessar os
protocolos disponíveis mediante senha, e alguns métodos de PCR quantitativo já estão sendo
testados por alguns laboratórios (estudos de intercalibração).
6
WATERMICRO 2011 – 16th HRWM SYMPOSIUM,, ROTORUA / Nova Zelândia - 2011
Reunião Aberta dos Integrantes do Grupo de Especialistas de Microbiologia da Água
Relacionada à Saúde (HRWM SG)
Na reunião do Grupo de Especialistas inicialmente foram transmitidos informes gerais, dado
posse ao novo Chair do HRWM Group, Dr. Gertjan Medema, e conduzida a votação secreta
para o Vice Presidente. Em seguida realizei a apresentação do Brasil como país candidato a
sediar a reunião de 2013, sendo decidido por unanimidade a escolha do Brasil para sediar o
WaterMicro2013.
O Prêmio Jovem Pesquisador Willie Grabow foi concedido ao Prof. Masaaki Kitajima, da
Universidade de Tóquio, escolhido pelo Comitê de Premiação do qual sou membro.
7
WATERMICRO 2011 – 16th HRWM SYMPOSIUM,, ROTORUA / Nova Zelândia - 2011
VISITA TÉCNICA
Local: Institute of Environmental Science and Research (ESR), Christchurch , NZ
Período: 13 a 16 de setembro de 2011
Coordenador: Dr. Brent Gilpin, Science Leader, Environmental Health Group, Christchurch
Science Centre
O ESR é um Instituto de Pesquisa Federal cuja missão consiste em proteger a saúde da
população e do seu meio ambiente através da pesquisa. O Centro escolhido para a visita
técnica foi o de Ciências (Science Centre) em Christchurch, onde são desenvolvidas as
pesquisas na área de qualidade de água e alimentos com enfoque para a saúde pública. Os
laboratórios e pesquisadores contatados foram:
Food Chemistry Laboratory
Dr. Darren Saunders – Chefe do Laboratório
O Laboratório de Química de Alimentos é bem estruturado e realiza análises para
contaminantes físicos (corpos estranhos), verificação das propriedades químicas
básicas dos alimentos, bem como pesquisa de micotoxinas. O laboratório também
trabalha também com a determinação de esteróis fecais em água para rastreamento de
fonte de poluição.
Food Microbiology
Dr. Craig Billington – Cientista Sênior
O ESR desenvolve pesquisas de controle biológico dos alimentos, principalmente carne
ovina e bovina, de suma importância para a economia do país. A linha de pesquisa do
Dr. Craig é o uso potencial de bacteriófagos e marcadores genéticos para o controle
biológico de patógenos em produtos cárneos.
Public Helath Laboratory
Dr. Chris Graham – Chefe do Laboratório de Saúde Pública
O Laboratório de Saúde Pública realiza análises para indicadores de contaminação
fecal e para uma série de patógenos (Salmonella, Shigella, Campylobacter, E.coli
patogênica, Listeria, protozoários e outros) em água e alimento empregando métodos
convencionais e moleculares. Atua também nos estudos de investigação epidemiológica
em surtos de doenças de veiculação hídrica.
8
WATERMICRO 2011 – 16th HRWM SYMPOSIUM,, ROTORUA / Nova Zelândia - 2011
Molecular Biology Laboratory
Dra Paula Scholes – Cientista Sênior
A Dra Scholes desenvolve pesquisas de rastreamento de fontes de poluição usando
marcadores moleculares, bem como a tipificação e especiação de patógenos em
alimentos e água. O laboratório possui equipamentos de última geração para qPCR,
ribotipagem, eletroforese, bem como culturas celulares para detecção de vírus
entéricos.
Water Microbiology Research Laboratory
A linha de pesquisa atual do laboratório é contaminação microbiológica de recursos
hídricos por dejetos de animais em áreas de pastagem e transporte de bactérias e vírus
em diferentes sistemas de água subterrânea.
Dra. Elaine Moriarty – Microbiologista
No momento está desenvolvendo um projeto de pesquisa de Giardia e Cryptosporidium
em sedimento de rios e está trabalhando na otimização do método para recuperação
desses protozoários nessa matriz. Temos um interesse específico nessa pesquisa pois
iremos também estudar a contaminação dos sedimentos de alguns reservatórios no
Estado de São Paulo por esses patógenos.
Dra. Louise Weaver – Cientista Sênior
A linha de pesquisa da Dra Weaver é sobre o efeito da irrigação no transporte de vírus
para água subterrânea. No momento ela está utilizando bacteriófagos como modelo
para esses transportes. Esse tema é importante, pois a CETESB está trabalhando na
definição de critérios de qualidade para reúso de águas residuárias.
Groundwater Quality
Dr. Rod Dann – Pesquisador
As linhas de pesquisa do Dr. Dann envolvem a modelagem da lixiviação de nutrientes,
impacto do uso do solo na qualidade da água subterrânea (pesticidas e
hidrocarbonetos), programas de monitoramento de água subterrânea, transporte
bacteriano e processos de atenuação. Dra Lipping Pang – Cientista Sênior
As principais atividades de pesquisa da Dra Lipping se concentram no desenvolvimento
e validação de surrogates para o estudo de transporte de patógenos (vírus e
protozoários) em água subterrânea, transporte de contaminantes microbianos e
nutrientes associados a colóides em aquíferos, uso do solo e impacto na qualidade das
águas subterrâneas (modelagem de transporte de bactérias,vírus, metais e pesticidas).
9
WATERMICRO 2011 – 16th HRWM SYMPOSIUM,, ROTORUA / Nova Zelândia - 2011
Environmental Health Group
Dr. Brent Gilpin - Science Leader
As linhas de pesquisa do Dr. Brent englobam o desenvolvimento de métodos para
detecção e quantificação de Campylobacter viável e métodos para diferenciação de poluição
fecal humana e animal em água (Rhodococcus coprophilus, Bifidobacterium adolescentis e
esteróis fecais).
Durante nossa visita tivemos a oportunidade de acompanhar um trabalho em campo do ESR
para coleta de amostras para análises químicas e microbiológicas em uma lagoa de oxidação
que trata o esgoto de uma pequena comunidade em Burham, próximo à Christchurch. Nessa
visita ao campo também foram medidos os níveis de água em diferentes piezômetros onde
estão sendo realizados trabalhos sobre contaminação de água subterrânea por nitrato. As
técnicas sênior que me acompanharam foram a bióloga Naveena Karki e a geóloga Bronwyn
Dumbleton. Essa atividade foi muito interessante, pois permitiu conhecer a infraestrutura para
os trabalhos de campo do ESR, os quais estão dentro de normas rígidas de segurança.
O nosso programa incluiu também uma visita técnica à Planta de Tratamento de Esgotos de
Christchurch (Wastewater Treatment Plant, City Water and Waste, City Environment,
Christchurch City Council) dirigida pelo Gerente da WWP, MsC James Feary. A estação trata o
esgoto de toda a cidade de Christchurch o qual é lançado no mar através de emissário
submarino. O processo de tratamento inclui:
o Pré-tratamento: remoção de resto de material grosseiro por peneiramento e de
gorduras, graxa e areia em tanque de areia com aeração.
o Tratamento primário: tanque de sedimentação
o Tratamento Secundário: filtro biológico seguido de tanque de aeração.
o Polimento: 7 lagoas de oxidação
A ETE possui também um sistema para remoção de odor e tratamento de lodo de esgoto por
biodigestão. Visitamos também os laboratórios de química e microbiologia que estão muito
bem estruturados para a realização de análises químicas orgânicas e inorgânicas e
bacteriológicas tanto das águas residuárias como do lodo gerado na estação. Parte do lodo é
encaminhado para aterro e parte vai para compostagem com podas de árvores. Uma nova
regulamentação na Nova Zelândia permite a queima desse lodo para obtenção de energia.
Finalmente durante nossa estada no ESR tivemos a oportunidade de assistir 3 Seminários, a
saber:
Surface proteins of Gram-positive bacteria.
Dr Jennifer R. Potts, Department of Biology, University of York.
10
WATERMICRO 2011 – 16th HRWM SYMPOSIUM,, ROTORUA / Nova Zelândia - 2011
Terça-feira 13 de setembro de 2011, 11h00min – 12h:00min.
Esse Seminário foi organizado pelo Departamento de Química da Universidade de
Canterbury, que fica no mesmo campus do ESR e versou sobre a importância das
proteínas de superfície de S. aureus na mediação da formação de biofilme em materiais
clínicos. Foi apresentada a estrutura química dessas proteínas superficiais (estruturas de
alta repetibilidade) empregando espectrometria de ressonância magnética nuclear,
cristalografia por difusão de raio X e calorimetria de titulação isotérmica.
Application of Next Generation Sequencing in Animal & Plant.
Meng Zhang, Research & Cooperation Division, Beijing Genomic Institute (BGI).
Terça-feira 13 de setembro 2011, 12h00min – 13h00min
Esse Seminário foi organizado pela Escola de Ciências Biológicas da Universidade de
Canterbury. A BGI é uma empresa Chinesa, com centros de seqüenciamento na América,
Europa e Ásia-Pacífico, sendo conhecida como a maior companhia de seqüenciamento do
mundo. A apresentação foi extremamente interessante, pois abordou os campos de
atuação da BGI e os mais recentes projetos de pesquisa de seqüenciamento inclusive na
área ambiental, com enfoque também para metagenômica.
Land Use & Water Quality Project (LUWQ) in Canterbury.
Ian Brown, Environment Canterbury.
Quinta-feira, 15 de setembro de 2011 12h00min – 13h00min
Esse seminário coordenado pelo ESR contou com a participação de ONGs, e
representantes da Saúde Pública e Meio Ambiente da Província de Canterbury. Foram
apresentados os progressos do andamento do Projeto, as dificuldades e primeiros
resultados obtidos. Essa estratégia é muito interessante, pois desenvolveram um modelo
com responsabilidade para todos os setores onde o uso do solo é gerenciado pelos
diversos segmentos com metas de qualidade estabelecidas para a proteção dos recursos
hídricos considerando também aspectos sociais e econômicos.
11
WATERMICRO 2011 – 16th HRWM SYMPOSIUM,, ROTORUA / Nova Zelândia - 2011
COMENTÁRIOS E CONCLUSÕES GERAIS
O Simpósio apesar do número mais reduzido de participantes em decorrência da distância
atendeu aos objetivos propostos de trazer o estado da arte das pesquisas conduzidas na área
de microbiologia aplicada ao saneamento ambiental e saúde, permitindo a ampliação de
nossos conhecimentos nesse campo. O intercâmbio científico sempre é de extrema relevância
nessas reuniões, pois possibilita a troca de experiência e estabelecimento de parcerias. A
realização do 17th Symposium on Healt-Related Water Microbiology (WaterMicro2013) no Brasil
projetará o país mais uma vez na comunidade científica internacional e trará benefícios
consideráveis para o avanço da área de microbiologia sanitária e ambiental no Brasil e América
Latina.
A visita técnica ao ESR abriu um canal de cooperação importante com esse Instituto
considerando que as linhas de pesquisa desenvolvidas por eles relativas a transporte de
patógenos em águas subterrâneas, rastreamento de fonte de poluição, métodos moleculares
aplicados no monitoramento de qualidade de água, modelagem microbiana para previsão de
qualidade da água, entre outras são de grande interesse para Agência Ambiental do Estado de
São Paulo e para o desenvolvimento científico e tecnológico do país.
AGRADECIMENTOS
À FAPESP pelo apoio financeiro;
À Diretoria da CETESB pelo apoio na viabilização deste treinamento;
São Paulo, 30 de outubro de 2011
Maria Inês Zanoli Sato
Departamento de Análises Ambientais
CETESB
12
WATERMICRO 2011 – 16th HRWM SYMPOSIUM,, ROTORUA / Nova Zelândia - 2011
Catchment Microbial Modelling The Rotorua Declaration
Introduction
Catchment microbial modeling is a relatively new and developing field that has the potential to
greatly enhance our knowledge and understanding of catchment processes and near-shore
microbial dynamics.
Changing regulatory paradigms, primarily in North America and Europe, will require the
estimation of microbial risk to inform Integrated Catchment Management and to protect water
quality and human health.
Although sanitary profiling and water safety plans have been recommended as tools to meet
these new needs; significant knowledge gaps remain and an additional challenge is to resource
their implementation in developing nations as well as in the developed world. Emerging
literature demonstrates that the use of microbial modeling represents an opportunity to enhance
these approaches to water quality protection.
What's needed
Further empirical and modeling investigations are needed which provide an integrated
evidence-base for the policy community to address the following policy needs.
1. Real time prediction of environmental water quality at key water use sites such as:
bathing; water abstraction; and shellfish harvesting areas.
2. Catchment models able to characterize the effects of best management practices
(BMPs) deployed to limit and, where necessary, attenuate microbial flux to resource use sites,
from:
a. infrastructure point-source inputs; and
b. diffuse rural and urban microbial sources.
3. Enhanced understanding of complex indicator-pathogen relationships through specific
research on microbial ecology in key environmental compartments in both developing and
developed nations.
These modeling systems must be directed to address specific questions, but remain capable of
close integration between catchment and near-shore models. Some may also need to be
integrated with source attribution and human health impact models. Key model features in this
specific field typically include:
13
WATERMICRO 2011 – 16th HRWM SYMPOSIUM,, ROTORUA / Nova Zelândia - 2011
a. very short time-steps of minutes to hours reflecting the highly episodic nature of
microbial flux; and
b. appropriate spatial scales, determined by model use requirements, from field-scale
BMP implementation through to regional scale flux studies.
Specific parameterization requirements include:
i. Microbial decay coefficients in water/soil/faecal matte
ii. Partitioning in each of these compartments but most importantly in the riverine and
near-shore sediment systems which are key to understanding hydrograph and surf zone re-
entrainment process dynamics.
iii. BMP effects and evidence-based design, with early focus on;
riparian fencing and buffer strips;
pond and wetland systems;
slurry and manure storage; and
disinfection of intermittent discharges (Combined Sewer Overflows & storm overflows).
Opportunity
We endorse efforts to promote and engage in the development and application of catchment
microbial modeling and to address these knowledge gaps by promoting communication
between regulators, operators, academia and all stakeholders engaged in Catchment
Management to protect water quality and human health.
Rotorua, New Zealand, 18th September 2011
This Declaration was adopted unanimously by an open workshop attended by sixty scientists
convened at the joint meeting of the International Water Association's 16th Health Related
Water Microbiology Symposium and 15th Diffuse Pollution Conference held jointly at Rotorua,
New Zealand on Sunday 18th September 2011
Please send any comments to the workshop organizer: [email protected].
14
WATERMICRO 2011 – 16th HRWM SYMPOSIUM,, ROTORUA / Nova Zelândia - 2011
SPEECH: Te Ururoa Flavell - 16th International Symposium on Health
Related Water Microbiology, WaterMicro 2011
This morning in the powhiri that formally welcomed you, our manuhiri, our visitors from outside
of Te Arawa to our tribal lands, mention would have been made of our marae, our tribal homes.
We spoke of the iwi we trace our whakapapa from – our genealogy; the waka by which our
ancestors travelled to Aotearoa; the mountains that border the geographical limits of our tribal
lands.
And importantly in the context of this international symposium we made reference to the
stretches of water that are encompassed within our tribal identity.
These expressions of our ancestral identity, will be familiar and consistent to whanau, hapū
(subtribes) and iwi (tribes) right throughout this land. And in each and every one of our formal
occasions, the sanctity of our waterways, our wai, will be a key reference.
Tangata whenua – literally the people of the land - perceive water as a taonga, a treasure, of
central significance. It is indeed a crucial foundation to our identity – and who we are.
Ko Tiheia te maunga
Ko te Mimi o Pekehaua te awa
Ko Tarimano te papa tapu
Ko Rangiwewehi te Iwi
We see the wellbeing of our rivers, lakes and streams as an invaluable treasure which has been
gifted by our tupuna, our ancestors, for the benefit and use of the descendants.
Tangata whenua take up responsibility for the protection, care and conservation of the water
resource as implicit in our respect for kaitiakitanga.
Kaitiakitanga can be interpreted as the exercise of custodianship by an iwi or hapu over taonga
within the tribal rohe. Upholding the value of kaitiakitanga encompasses obligations and
responsibilities related to guardianship, custodial protection and advocacy.
The question confronting us all is how best the resource can be handed on to future generations
in a similar condition.
The focus of WaterMicro 2011 is therefore of fundamental importance to our tribal health and development; specifically a few areas of mutual interest would be
15
WATERMICRO 2011 – 16th HRWM SYMPOSIUM,, ROTORUA / Nova Zelândia - 2011
water pollution and diseases;
catchment protection and sanitation;
climate change and water quality;
recreational water and health;
the epidemiology of waterborne diseases;
microbial quality of shellfish growing areas,
and the relationship between water and energy
I am indeed honoured to be addressing this international forum as one of the Members of
Parliament of the Maori Party.
This is a really exciting time in New Zealand as countries across the globe compete for the
prized Rugby World Cup. It has been inspiring to travel around and see all the supporters
waving their national flags, wearing the colours of their teams, and celebrating in the richness of
their own cultural traditions.
I hope that same enthusiasm can rub off in this forum – although I can understand it might well
be a challenge to wave a flag for biological composition of storm-water or the campylobacter
factor!
Before I go further, I want to just share some of the philosophy that drives our political party –
the Maori Party.
In using the word Maori - the name of the indigenous people of New Zealand, maori in lower
case letters- as it is in our logo, means natural. We are therefore a party which represents all
New Zealanders while acknowledging our pride in indigenous values as our foundation.
Our party therefore is dedicated and influenced to uphold indigenous values, what we call
kaupapa, to ensure our country maintains its natural beauty and is home for all New
Zealanders.
One of these kaupapa I have already referred to: kaitiakitanga – the obligation of iwi to be
responsible for the wellbeing the landscape including water and waterways. This is a
responsibility which is intergenerational in nature
The Maori Party in Parliament, has worked consistently to ensure protection of the health of the
population and the health of our waterways is a vital item on the national agenda – iwi Maori
must be involved in shaping and making decisions on that agenda.
16
WATERMICRO 2011 – 16th HRWM SYMPOSIUM,, ROTORUA / Nova Zelândia - 2011
Truth be known, all iwi are being challenged by water pollution and in particular 'diffuse
pollution' such as run-off from land surfaces.
According to NIWA – the National Institute of Water and Atmospheric Research, about 75% of
the nitrogen and phosphorus runoff to the sea in New Zealand rivers originates from modified,
mostly pastoral, land-use; leading to a general worsening in water quality over the last three
decades despite considerable investment.
We believe it to be right and proper that rangatira-to-rangatira; leader to leader; discussion on
water management issues takes place, on water ownership issues, and sustainability of our
water resources.
Iwi have told us, that they want to be involved in setting strategic priorities at the national level.
The Maori Party supports this intention, and considers that meaningful, Treaty based
engagement with mana whenua should be central in the policy process.
As an example, it was a matter of great significance, that the Land and Water Forum, in
launching their report in September 2010 (A fresh start for freshwater) promoted the need for
improved structures and processes to improve the national direction and coordination, to better
reflect the Treaty relationship with iwi.
The Land and Water Forum recommended that a national Land and Water Commission should
be established as a co-governance model with iwi. The report also gave explicit encouragement
to regional councils to engage with iwi about the way in which their water bodies are valued.
The report was put together by a forum of more than 180 groups which included five iwi/tribes:
Ngai Tahu, Te Arawa, Tuwharetoa, Waikato-Tainui and Whanganui.
The report – and the process of developing it – promotes an environment in which iwi are
invited and encouraged to participate, through an open relationship with regional councils and
local authorities.
As I understand it, this Health-Related Water Microbiology Symposium has a particular interest
in investigating a combined approach with the western world and the indigenous world’s views
on how we all obtain safe water.
And if I could recommend one approach to you it would be the model we have applied in setting
up the Environmental Protection Authority, the new government agency responsible for
regulation of our environmental management.
This new organisation was established on 1 July 2011; and is governed by a board of seven
members as well as a statutory Maori advisory committee, Nga Kaihautu Tikanga Taiao.
17
WATERMICRO 2011 – 16th HRWM SYMPOSIUM,, ROTORUA / Nova Zelândia - 2011
Of the seven members on the Board, two are Maori – Taria Tahana who stems from this area –
Te Arawa and Ngati Pikiao as well as Anake Goodall, from Ngai Tahu.
The Maori Advisory Committee, Nga Kaihautu Tikanga Taiao, includes five members: chaired
by Glenice Paine; and including Te Kei Merito, Darcia Solomon, James Ataria, and Dr Nick
Roskruge.
It may be a mere five members but between them, they bring the combined collective leadership
and expertise of Atiawa ki Taranaki, Ngati Tama, Rongomaiwahine, Ngati Kahungunu, Ngati
Tuwharetoa, Ngai Tahu, Rangitane, Te Atiawa, Ngati Kuia, Ngati Apa, Ngati Raukawa, Ngati
Toa, and Ngati Awa.
Not more than a month after the new Environmental Protection Authority was established, a
Maori Environmental Management Hui was held at Pipitea Marae, for iwi/Māori, public sector
organisations, industry and research groups to engage and explore issues of relevance to
environmental management and decision making.
A pivotal element of this hui was debating the new strategy of engagement, how iwi and Maori
can be involved in the Environmental Protection Authority – in its decision-making and activities.
Now it may appear that all I have talked about this morning is layers of committees, and hui,
gatherings and statutory boards – but where are the results you might ask? What outcomes can
we see?
I come back to your call for a combined approach with the western world and the indigenous
world’s views on how we all obtain safe water.
We have a whakatauaki which sums up exactly why our involvement in all of these forum, and
in fact at every level of responsibility, is so important.
Ko te kai a te rangatira, he kōrero. Which in essence, means the art of rhetoric is the food of
chiefs.
How else can we collaborate and work together unless we are talking together about the things
that matter?
The Maori Party sees our key role in opening up the door, enabling whanau, hapu and iwi the
opportunity to engage in the Treaty conversation that must be had such as in determining
indicators of water quality. It is through sharing our ideas together that we believe our greatest
influence can be revealed.
Finally, I want to give two local examples of how iwi perspectives can be actively incorporated in
the processes of investigating water quality or identifying say waterborne infection risks.
18
WATERMICRO 2011 – 16th HRWM SYMPOSIUM,, ROTORUA / Nova Zelândia - 2011
I see that later today on the agenda is a session entitled “Munted : a Liquefaction Uprising”
which is Wendy Williamson’s reflections on the massive earthquakes and ongoing aftershocks
that we have experienced in Christchurch in September last year and February 22 this year.
Megan Devane is also sharing her analysis of Earthquakes, Sewage And Rivers: An Infectious
Combination.
The experience we have endured will of course be one well-known in many other nations
across the globe, the Japanese earthquake, tsunami and radioactive leaks; and other natural
disasters in Haiti, China, Spain, the enduring effects of Hurricane Katrina, the tsunami in Bali,
and the floods in Queensland.
The aftermath and the impacts of the earthquakes upon our quality of life in New Zealand have
been the prevailing concern for my colleague Rahui Katene, who is the local MP for Te Tai
Tonga – of which Christchurch occupies a central place.
In fact just last Thursday she asked the Minister of Environment in questions in the House, what
would be the consequences of establishing an earthquake demolition waste dump in the middle
of residential Papanui and specifically what consultation has the Canterbury Earthquake
Recovery Authority had with the local iwi, Ngai Tahu?
The Minister replied that he would expect the local council and the regional council to give
consideration to issues of dust, to contamination of stormwater coming off the site, and that
affected parties should be consulted.
So I come back to Ngai Tahu as the local mana whenua.
In their document, He Huanui Ara Ake mō Waitaha – a pathway to recovery for Canterbury;
Ngai Tahu refer to the multidimensional interests they reflect. They suggest that priority
throughout the recovery must be the physical safety and well-being of people, then essential
human needs and services, and then prioritisation of business and economy.
The built environment and infrastructure is critical to restore strong, safe and resilient essential
services. In this context water supply, particularly in worst affected residential suburbs, must be
a priority in safeguarding the wellbeing of the residents.
As part of this, Ngai Tahu expect that the recovery effort will ensure the people of Greater
Christchurch have reliable and ongoing access to the best drinking water in the world. They
place priority therefore on the appropriate use, reuse, treatment and disposal of water – whether
in the context of potable drinking water, stormwater, grey water or wastewater.
Ngai Tahu have argued for the systematic restoration and development of the so-called “red
zone” for recreation, tourism, ecology, flood management and stormwater treatment.
19
WATERMICRO 2011 – 16th HRWM SYMPOSIUM,, ROTORUA / Nova Zelândia - 2011
Residential red zone are areas where there is significant and extensive area wide land damage;
most buildings are uneconomic to repair and there is a high risk of further damage due to
liquefaction and lateral spreading from the ongoing series of aftershocks. In Ngai Tahu’s
assessment these areas must be utilised and incorporated into disaster planning to future proof
Christchurch against a range of natural hazards, including sea level rises – in other words the
long term plan.
This is an aspect which we often see with iwi investments in economic ventures – the longterm
vision.
And so another part of their strategy over and above the immediate health and wellbeing of the
people is the reduction and prevention of waste and pollution to air, land and water. They
advocate also for the minimisation of reliance on, and the improvement of, existing
infrastructure, including investment and investigation into alternative water, wastewater, storm-
water and energy systems – a brave new world where innovation is welcomed.
This is akin to what the Maori Party has promoted as the Genuine Progress Index where
progress is seen not just along economic indices but also the wellbeing of physical, social,
cultural and environmental spheres.
Ngai Tahu promotes, therefore, the investment in, and investigation of, technology, knowledge,
products, infrastructure, buildings and management systems that are energy, water and
resource efficient.
But they also refer to the natural environment –the restoration, protection and enhancement of
indigenous flora, fauna, habitats, ecosystems, and biodiversity, particularly those associated
with rivers and waterways, grasslands, estuaries, lowland podocarp forests and wetlands that
were once evident in the area.
Closer to home, I want to conclude with reference with what we are trying to do here on the Te
Arawa Lakes Trust, which I am a current trustee on.
The Trust has been established to receive, manage and administer the trust funds on behalf of
and for the benefit of present and future members of Te Arawa as prescribed within the Te
Arawa Lakes Settlement Act 2006.
A key priority for us in managing the wellbeing of our lakes is the management of diffuse
pollution including that from industrial estates, agricultural pollution, and the nutrient loads on
lakes.
One of our ongoing projects is the Lakes Contaminant Health Risk Project Kai Moana, Kai Awa,
Kai Roto
20
WATERMICRO 2011 – 16th HRWM SYMPOSIUM,, ROTORUA / Nova Zelândia - 2011
21
This is a three year joint project between Te Arawa Lakes Trust, NIWA, Dr Gail Tipa; Ngāti
Hokopu ki te Hokowhitu and Kai Tahu and funded by the New Zealand Health Research
Council.
The research project is to investigate the contaminant levels and risk to Māori health associated
with ‘wild kai' – that is food gathered from the sea (kai moana), rivers (kai awa), and lakes (kai
roto).
The ultimate aim of the research is to improve Māori health by identifying, quantifying, and
communicating the risks associated with the collection and consumption of wild kai. It builds on
the relationships we have established with our aquatic environments, and how changes to the
relationship we have with our water bodies have affected our spiritual and emotional health.
What I have tried to demonstrate this morning is that the dialogue between the Crown and iwi
around water management, ownership, co-governance and co-management arrangements, and
the relationship to kaitiakitanga, is one of the most significant debates that we expect to proceed
in New Zealand over the next few years.
It must be a debate in which the Crown is able to recognize that iwi have interests across
cultural, economic, environmental and social spheres.
Government must be open and transparent about any issues that inevitably impact on the
Treaty relationship. Matters such as water consent allocation, the setting of limits for water
quality and flows, water privatization, the transfer/trading of excess water are all issues which
are open to exploitation and matters which iwi will have a keen interest in watching out for.
What we know too, is that the understandings that tangata whenua have around wai, or water
as a taonga of paramount importance are consistent with perspectives shared with indigenous
peoples the world over.