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1 CEPLAM CENTRO DE ESTUDOS e PESQUISAS LITERÁRIAS ACADÊMICOS MAÇÔNICOS (Só não é membro quem não quer) www.maconariaparatodos.com.br [email protected] www.ceplam.com.br [email protected] www.maconariaparatodos.com.br [email protected] Por que sou Franco-Maçom ? Porque sou livre e de bons costumes, porque me subjuga o amor, porque me absorve a beleza, porque me emociona a liberdade, porque vou atrás da justiça e aspiro a felicidade da Humanidade. E a satisfação de tão elevados ideais só se encontra no seio da Franco Maçonaria.

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CEPLAM CENTRO DE ESTUDOS e PESQUISAS LITERÁRIAS

ACADÊMICOS MAÇÔNICOS (Só não é membro quem não quer) www.maconariaparatodos.com.br

[email protected]

www.ceplam.com.br [email protected] www.maconariaparatodos.com.br [email protected]

Por que sou Franco-Maçom ? Porque sou livre e de bons costumes, porque me

subjuga o amor, porque me absorve a beleza, porque me emociona a liberdade, porque vou atrás da justiça e aspiro a felicidade da Humanidade. E a satisfação de tão elevados ideais só se encontra no seio da Franco Maçonaria.

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I – A Música e a Maçonaria; músicos maçons.

São nomes confimados de maçons, os de Geminiani, de Rameau, dos Mozart, pai e filho, de Haydn, de Cherubini, de Liszt, de Sibelius, entre outros - isto, no que toca à denominada música “séria” ou “erudita”, já que noutros quadrantes musicais, é de assinalar a presença nas fileira da Maçonaria de nomes como John Philip de Souza, Irving Berlin, Louis Armstrong, Count Basie, Duke Elington, Nat King Cole, Phil Collins e até de Luís Gonzaga. Por outro lado, a filiação maçónica de nomes como Carl Philipp Emanuel Bach, Beethoven, Schubert, Mendelssohn, Verdi e Wagner, não está estabelecida (sendo duvidosa como a de Beethoven ou a do nosso Domingos Bontempo) ou é mesmo fantasista (como a de Wagner). Quais as razões da presença de tão grande número de importantes músicos, nas fileiras da Maçonaria? A primeira, é filosófica e simbólica, já que celebrando os rituais maçónicos a Proporção (a Geometria e o Número), a Harmonia e a Beleza (e também a Sabedoria e a Força espiritual) das construções humanas à Gloria do Grande Arquitecto do Universo - o próprio Templo maçónico está estruturado entre o Sol e a Lua, entre a coluna do Rigor e da Justiça e a coluna do Amor e da Misericórdia -, é natural que a musical Harmonia da Esferas (cf. Joscelyn Godwin, Harmonies of Heaven and Earth, Thames ad Hudson, 198) e o Cosmos (que é o contrário do Caos), estabelecidos pelo Grande Arquitecto do Universo

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(ou Supremo Geómetra dos Mundos) – “ao princípio, Deus geometrizou”, diziam os pitagóricos -, estejam na raiz da sua mundivisão. A segunda razão é de natureza histórica, visto que desde o começo do século XVIII as reuniões maçónicas concluíam-se com cânticos, numa dimensão convivial e ornamental de que dá testemunho o Cancionero incluído no Livro das Constituições de Anderson (1723), o qual compreendia quatro cânticos: o do Aprendiz (The Enter’d Prentice’s song), o do Companheiro (The Fellow-Crafts’ song), o dos Vigilantes (The Warden’s song) e o do Venerável Mestre (The Master’s song). Como refere Gérard Gefen (op. cit., p. 20), não só «a partir da primeira edição das Constituições, a inserção dum cancioneiro nos textos oficiais da maçonaria, se tornou, pelo menos em Inglaterra e no século XVIII, uma verdadeira obrigação», como também, é «na carta da obediência concorrente que se encontra a recolha mais abundante de cantos maçónicos oficiais». De facto «na obra Ahiman Rezon, redigida por Lawrence Dermott e publicada em 1756 como a carta os “Antigos”, encontra-se nada menos do que cerca de quarenta canções» (ibid.). Em França, serão Naudot e Clérambault os «autores das primeiras obras musicais francesas destinadas ou consagradas à maçonaria. Desde 1737, aparecia uma recolha intitulada: Chansons notées de la trés vénérable Confrérie dês Maçons librés…» Progressivamente foi-se verificando, nas lojas e nas Obediências, a inserção da música no ritual, ou seja, a utilização da chamada Coluna da Harmonia

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(denominação do século XVIII), quer nas entradas e saídas dos dignitários, quer durante a iluminação da Loja, quer na circulação do Tronco da Beneficência, quer ainda acentuando algumas passagens das iniciações, elevações, etc., etc.. Saliente-se várias obras musicais compostas para os funerais maçónicos dos Irmãos e simbolizando uma meditação sobre o mistério central da Maçonaria: a morte e a ressurreição. Música: Ritual Maçónico Fúnebre (“Le Déluge”), de François Giroust (1738-1799) – 1minuto * II - A Maçonaria e os seus rituais no século XVIII (e começo do século XIX). A Maçonaria, embora remetendo para a tradição da Corporações medievais de Companheiros construtores, “operativos” – e em alguns casos para uma suposta origem templária –, começa, na sua forma moderna no século XVII, quer na Escócia, quer em Inglaterra, período em que são “aceites” nas Lojas, como membros, os “especulativos” (burgueses, clérigos, aristocratas, intelectuais, etc.), isto é, os não pedreiros-construtores. Os rituais “especulativos”, onde já não se trata agora de construir edifícios, comemoram simbolicamente a construção dos templos sagrados - particularmente a construção do Templo de Salomão -, e os instrumentos e materiais simbolizam agora operações que conduzem aperfeiçoamento do Homem e da Sociedade. A primeira Grande Loja foi a de Londres, criada em 1717, que agrupava quatro Lojas de maçons “aceites” – reunindo-se nessa altura em salas anexas

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a “tavernas”, os futuros pubs -, num espírito “moderno” e ecuménico, isto é, de abrangente tolerância (espírito codificado nas Constituições de Anderson de 1723), integrando nas Lojas pessoas de diversas confissões cristãs e, mais tarde, de diferentes religiões, invocando, todas elas, o Grande Arquitecto do Universo, símbolo maçónico do Deus criador e também, em algumas versões mais recentes, o Princípio ordenador do Caos. Os chamados “antigos” seguiam uma via maçónica imersa num cristianismo estrito – que decorria da antiga tradição que chegou até ao século XVII -, resolveram desenvolver a corrente anti-modernista e anti-ecuménica, criando a Grande Loja de York em 1725 e, em 1753, a chamada Grande Loja dos “Antigos”. Restringindo-nos, neste quadro, aos três primeiro Graus maçónicos simbólicos – de Aprendiz, de Companheiro e de Mestre -, constituindo aquilo que se denomina de Craft, Métier, ou Ofício, salientemos, desde já, que, em geral, um Rito apresenta uma coerência doutrinária do primeiro ao último grau. O rituais maçónicos associados à Maçonaria dos “modernos” são os que integram o chamado Rito de Emulação (Emulation Rite) - denominação estabelecida em 1823, ano do Union Act que juntou, num compromisso, Antigos e Modernos, na Grande Loja Unida de Inglaterra), que influenciou a criação, em França do Rito Moderno ou Rito Francês. Claramente integrado neste espírito dos “modernos”, está o Rito Escocês Antigo e Aceite (Scottish Rite) que se foi estabelecendo a partir de

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um conjunto de diversos graus (alguns deles integrados no chamado Rito de Perfeição), ate à sua codificação final em 1802 (Charleston, EUA). Associados com a Maçonaria dos “antigos”, que é (como vimos) uma Maçonaria cristã, temos o Rito de York, a Estrita Observância Templária, o Rito ou Regime Escocês Rectificado, o Rito de Zinnendorf, o Rito Sueco, etc. Tudo isto, no quadro dos graus “simbólicos” e no contexto da Maçonaria de fundo judaico-cristão. No que diz respeito à Maçonaria “neo-pagã”, “hermética” ou “alquímica”, é de referir principalmente a constituição, em 1759, do Rito dos Filadelfos, em Narbonne, em 1767, do Rito de Crata Repoa, na Alemanha, em 1773, do Rito dos Filaletos, em Lyon e, em 1784 do Rito Egípcio, ou Rito Primitivo, de Cagliostro que, cerca de 1788, em Veneza, daria origem ao Rito de Misraim (o qual seria codificado em Paris, em 1813 e que seria fundido, em 1876, com o Rito Oriental ou de Mênfis, criado em 1838). Haverá ainda que referir outros Ritos não maçónicos, ou para-maçónicos, do século XVIII, tais como o da Estrela Flamejante, do Barão Tschoudy, o dos Iluminados de Avignon, do abade Dom Pernety – ambos alquímicos – e o sistema da Rosa-Cruz de Ouro (do Antigo Sistema). Em corte radical com este universo esotérico e místico, é de referir os Iluminados da Baviera, criado em 1771 por Adam Weishaupt, grupo racionalista e anticlerical habitualmente denominado como “uma máquina de guerra contra a Igreja e as monarquias absolutas” –

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o que é verdade – que terá feito a Revolução Francesa - o que tudo indica não ser verdade. Música: Maurerlied (em honra de Frederico o Grande), de Friedrich-Heinrich Himmel (1765-1814) – 1 minuto * III – A Maçonaria na Alemanha e na Áustria, no século XVIII; as Lojas de Viena. A primeira Loja maçónica alemã foi criada em Hamburgo, em 1737 e, apesar da desconfiança de Frederico-Guilherme I da Prússia, passados dois anos, foi iniciado pelos maçons de Hamburgo, em Brunswick, o Principe herdeiro - aquele que seria mais tarde conhecido como Frederico o Grande (Frederico II da Prússia) e que era e seria sempre, até à sua morte em 1786, um grande apreciador de música, tendo sido mesmo praticante (de flauta, por exemplo). Um ano depois da sua iniciação maçónica, ele sucede a seu pai (falecido em 1740) e encoraja a criação de várias Lojas maçónicas um pouco por toda a Alemanha, tendo fundado ele próprio a Loja do Rei em Charlottenburgo – onde foram iniciados vários Príncipes alemães – e, também, iniciado o seu irmão mais novo, Guilherme, e o seu cunhado Frederico – o margrave de Bayreuth que aí construiu a famosa Ópera barroca e fundou a Loja do Sol, muito importante na história da Maçonaria alemã. A Maçonaria alemã vai atrair um número crescente de intelectuais e artistas (incluindo músicos), sobretudo quando a sua primeira vaga “templarista” e “francómana” dá o lugar, progressivamente a partir dos anos 60/70, a uma Maçonaria «filosófica, burguesa e nacionalista» (Gefen, op cit., p. 55).

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O desenvolvimento da Maçonaria no Império foi relativamente tardio. O Duque Francisco de Lorena foi iniciado em 1731, em Haia, por uma delegação da Grande Loja de Londres que incluía o pastor Désaguliers, e tornar-se-ia esposo de Maria Teresa em 1736 e Imperador da Alemanha em 1745, depois da morte de Carlos VII. Saliente-se o facto de a Bula In Emienti não ter tido aplicação na Áustria (tal como não teve em França) pois (tal como em França, o Parlamento nacional) o Império dos Habsburgos não queria permitir à Santa Sé uma intervenção sobre as leis nacionais. A primeira Loja de Viena “As Três Canhões”, constitui-se em 1742, por iniciativa do Arcebispo de Breslau, o conde Schaffgotsch e do conde Hoditsch, seu primeiro Venerável Mestre. Mas um ano depois, Maria Teresa – talvez influenciada pelo alto clero, talvez devido às actividades maçónicas do seu esposo que serviriam de álibi às suas aventuras extra-conjugais, mas talvez, sobretudo, devido ao facto de Scaffgotsch e Hoditz serem partidários do seu rival, o rei da Prússia - determina o fim das actividades da Loja. Mais tarde, o seu filho José II, co-regente a partir de 1765 e depois Imperador em 1780, não quis (contrariamente a seu pai, e talvez por influência da mãe) ser iniciado maçon. A verdade é que, como salienta Gefen (op. ct, p. 87), «a pertença à Maçonaria colocava problemas mais delicados a um monarca católico, do que aos soberanos protestantes como os da Prússia, de Inglaterra, ou da Suécia». Seja como for, em 1781, um decreto imperial proibiu todas as organizações, regulares ou seculares, de

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dependerem de uma autoridade exterior ao Império, o que atingia as Ordens religiosas, mas também as Lojas maçónicas que dependiam de diversas obediências, em particular de Berlim. Os maçons austríacos aproveitaram para se constituírem, em Abril de 1784 com carta-patente da Grande Loja de Inglaterra, numa Obediência nacional, a Grande Loja da Áustria (ainda hoje existente), que integrava cerca de sessenta Lojas repartidas em seis Grandes Lojas provinciais – Áustria, Boémia, Lombardia austríaca, Tansilvânia, Hungria, Galícia (tendo as dezassete Lojas dos Países Baixos austríacos, formado a sua própria Grande Loja). A Grande Loja Provincial de Viena tinha como Grão Mestre o Príncipe Dietrichstein e o Grande Secretário era o célebre maçon Ignaz von Born (de que falaremos adiante), que terá inspirado a Mozart a figura de Sarastro da Flauta Mágica. Outras duas Lojas vienenses, a “Aos Três Corações” e “O Generosos”, não terão tido vida longa. Na realidade, quando Mozart foi iniciado em 14 de Dezembro de 1784, a Maçonaria de Viena tinha apenas sete Lojas das quais apenas três tinham cerca de quinze anos de existência: “A Esperança Coroada” (fundada cerca de 1770), “As Três Águias” (fundada no mesmo ano) e a “São José” (fundada em 1771). As outras Lojas eram, para além de uma pequena Loja “Os Três Fogos”, a Loja “A Firmeza” – a que pertenciam o cunhado de Mozart, Joseph Lange, autor do único retrato, feito em vida, de Mozart, e Johann Ignaz L. Fischer, criador do papel de Osmin,

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no Rapto do Serralho e para o qual Mozart escreveu a ária Aspri rimorsi atroci K. 432 -, a Loja “A Verdadeira Concórdia”, fundada em 1781 e saída da “Esperança Coroada” que se tornaria na mais importante Loja de Viena, sob o ponto de vista intelectual e espiritual, sendo uma espécie de Loja de Investigação da Loja-mãe – animada pelo antigo jesuíta, químico e mineralogista, Ignaz von Born ( -1791), homem culto e sapiente que terá inspirado o Zarastro da Flauta Mágica, e que promoveu a publicação, a partir da Loja, de dois periódicos maçónicos, o Jornal dos Maçons (Journal fur Freymaurer) e uma publicação científica o Physialische Arbeiten der eintruchtigen Freund in Wien – e a Loja onde Mozart foi iniciado, “A Beneficência”, saída da “Esperança Coroada” em 1783 e que tinha um quadro de membros reduzido (por vezes era preciso recorrer à “Loja-Mãe”, como sucedeu na iniciação de Mozart). Além destas três Lojas, havia uma “hermetista e rosacruciana” (cf. Gefen, op. cit., p. 85), denominada “Os Três Gládios”, criada em Viena em 1773 e provavelmente (em minha opinião) pertencente ao sistema para-maçónico da “Rosa Cruz de Ouro”, a qual já não existiria quando Mozart foi iniciado. Quanto aos Iluminados da Baviera, eles não terão tido nenhuma influência sobre as Lojas de Viena. Durante cerca de trinta anos a Europa central tinha sido palco de lutas entre diversos sistemas ou Ritos maçónicos (de “altos graus, já que nos três primeiros graus, ou “graus simbólicos”, os ritos pouco diferem). Eram eles, o sistema francês de Clermont, o sistema alemão da Estrita Observância Templária (do barão de Hund) e os que se estabeleceram em

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reacção contra este, negando as suas pretensões de herança histórica e patrimonial da antiga Ordem do Templo, particularmente o Rito de Zinnendorf (que ainda hoje existe numa das cinco Grandes Lojas alemãs, a cristã Gross LandsLodge der Freimaurer von Deutschland) – note-se que em paralelo com este rito foram criados, nesse mesmo estado de espírito mais “templista” do que “templarista” (cf. Antoine Faivre, Les Conferences des Élus Cohen de Lyon e Henry Corbin, Temple et Contemplation), os Ritos (cristãos) Sueco (ainda vigente e todas as Grandes Lojas escandinavas) e Escocês Rectificado (criado a partir da “rectificação” da Estrita Observância Templária, realizada definitivamente o Convento de Wilhelmsbad, em 1782). A Loja de Mozart, embora com uma patente originária da Estrita Observância Templária do Barão de Hund, deve ter seguido a “rectificação” de Zinnendorf, mais corrente na Alemanha do que a Escocesa Rectificada (e, naturalmente, a Sueca). No entanto, esta questão dos sistemas de “altos graus” não se reflectiu significativamente nos três primeiros graus (“azuis”, ou “simbólicos”) que eram exactamente os únicos que eram praticados na Loja onde Mozart foi iniciado (e também na Loja-mãe), que era (tal como todas as outras) uma Loja de São João (logo, uma “loja simbólica”). Em 1785, o Imperador José II – segundo uns, pelo facto de que a Maçonaria poder ser um obstáculo às suas ambições políticas de ”déspota iluminado”, mas segundo outros, tendo como fim um objectivo de sentido contrário que era a erradicação de Lojas irregulares, quer as ocultistas, quer as racionalistas

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- decretou um novo quadro de funcionamento (Freymaurerpatent) das Lojas maçónicas em que se reduzia o número delas e se obrigava a declarar os nomes dos membros e as datas das reuniões. Em Viena, a “Esperança Coroada”, “A Beneficência” e “Os Três Fogos”, fundiram-se para constituir “A Nova Esperança Coroada”, enquanto que “A Verdadeira Concórdia (ou Harmonia)”, “A Três Águias”e “A Palmeira”, formavam “A Verdade”. No entanto esta legislação restritiva parece não ter afectado muito a forçada maçonaria vienense, pois o quadro da Loja “Nova Esperança Coroada”, datado de 1790, publicado por H. C. Robbins Landon, em Mozart and the Masons (Thames and Hudson, Londres, 1982 e 1991), podemos ver, entre cerca de 89 presenças, 119 ausentes, e 12 Irmãos serventes, o nome de Mozart (Wolfgang Mozart – Kapell Meister, com o 3º. grau), na posição 56 dos “membros presentes” – e ainda nos “membros ausentes” (abwesende bruder), na posição 32, e também com o 3º. Grau, o nosso “conde” Gomes Freire de Andrade (Graf Gomes Freyra d’Entrada), “oficial português e Comendador da Ordem de Cristo”. Entretanto, em Fevereiro de 1790, Leopoldo II sucedeu ao seu irmão José II, e logo inaugurou um reinado menos totalitário e favorável à Maçonaria (embora curto pois veio a falecer inesperadamente em 1792, um ano depois de Mozat), tolerância e abertura anunciadas numa carta que escrevera cerca de um ano antes à sua irmã, a raínha Maria Antonieta: «A regeneração da França será um exemplo que todos os soberanos e governos da Europa serão obrigados, volens nolens, de copiar.

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Daí resultará, em toda a parte, grande felicidade; será o fim das injustiças, das guerras, dos conflitos e das perturbações. Será também uma das contribuições mais úteis da França para a Europa» (in Gefen, op. cir., p. 97). Música: Cantata Die Maurerfreude, de Mozart (1 minuto) * IV – A Primeira Escola de Viena. Mozart, a Maçonaria e a sua “música maçónica”; Haydn e Beethoven. Como escreve Gefen, «Para o período que vai de 1760 a 1830, a primeira escola de Viena monopolizou a atenção da posteridade (…). Além disso, a sua influência posteior sobre a sensibilidade musical alemã do Sturm und Drang e, depois, sobre o Romantismo foi considerável (tendo) a maior parte destes músicos trabalharam em colaboração com os poetas e filósofo alemães do seu tempo, eles próprios maçons, tais como Lessing, Klopstock, Fichte, (…), Friedrich Schlegel, (…), Nicolai, (…), e está claro, o próprio Goethe». (Gefen, op. cit, p. 55). E este autor continua, salientando um facto interessantíssimo, pois segundo ele, « Estas ligações, que a pertença comum à Maçonaria contribuiu para estreitar e fortalecer, são também as causas do prodigioso desenvolvimento desta forma musical especificamente alemã: o lied. Se considerarmos as cerca de trinta recolhas de lieder publicadas na Alemanha entre 1774 e 1785, constataremos que vinte e cinco dentre elas são obra de compositores maçons, musicando uma larga maioria de poetas maçons» (ibdem).

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Além disso, os músicos maçons tiveram um grande papel na recuperação do prestígio da música alemã. Como refere ainda Gefen, «Como em França e em Inglaterra, as Lojas desempenharam um papel importante na criação de sociedades de concertos, principalmente em Berlim, em Magdeburgo, (…). Na sua ação individual, os seus membros insistiam particularmente na necessidade de restituir o prestígio à música alemã, através de um ensino apropriado, da criação de instituições musicais ao nível das estrangeiras e a valorização do património, muito desprezado, dos grandes mestres alemães como Bach e Haendel» (ibidem). Nomes importantes de músicos maçons desta fase são os de J. F. Reichardt (1752-1814), Carl Zelter (1758-1832), J. A. Peter Schulz (1747-1800), G. Naumann (171-1801), Joseph Turk (1750-1813), Friedrich Himmel (1765-1814), etc.. Saliência para Christian Gottlob Neefe (178-1798), da Loja “Carolina dos três pavões”, de Bona, pelo facto de ter sido professor do jovem Beethoven, o que constituirá um dos temas da hipotética pertença de Beethoven à Maçonaria, já que com ele trabalhou de 1782 a 1784 ou 1785. Hipotética, pois não se encontrou até hoje, nenhum registo maçónico da sua pertença à Ordem, em nenhum país, embora possam ser considerados alguns indícios, tais como o facto de ter dado, ao seu futuro biógrafo Schindler, pela primeira vez que se encontraram, um aperto de mão que ele terá interpretado como “maçónico” e de o violinista Karl Holz ter afirmado que «Beethoven tinha sido maçon, mas que, mais tarde tinha deixado de ser activo». Algumas obras maçónicas são-lhe atribuídas, tais como os dois líder e uma marcha maçónica e alguns

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crêem detectar claras influências ou sugestões maçónicas em algumas obras, particularmente na “Ode à alegria” da 9ª. Sinfonia – o que não admira já que o lied de Schiller, escrito em 1785, tinha sido cantado, quarenta anos antes, nas Lojas maçónicas da Renânia e a escolha de Beethoven não terá sido inocente. No entanto, apesar de faltar um documento (pelo menos) que ateste a filiação maçónica de Mozart, abundam as convergências dos ideiais, já que Ludwig exaltou com entusiasmo a Fraternidade universal dos homens de boa vontade. Música: Marcha maçónica atribuída a Beethven (1 minuto) De todos o compositores maçons, Wolfgang Amadeus Mozart, é de longe o mais célebre, e com razão, pois se a filiação maçónica de outros grandes compositores como Haydn, ou Liszt é incontestável, nenhum deles teve uma ligação tão forte à Ordem maçónica com ele, nem em nenhum deles se fez sentir tão fortemente a influência da espiritualidade e do simbolismo maçónicos sobre a sua vida e sobre a sua obra musical. Mozart teve uma rápida e entusiástica ascensão na Maçonaria, tendo passado no espaço de um ano, de Aprendiz (1º.grau) a Companheiro (2º. Grau) e a Mestre (3º. Grau). A sua forte ligação à Ordem maçónica e a confiança que nela depositava, fez com que, por sua proposta, fossem nela iniciados, em 1785, os dois homens de quem ele mais gostava: o seu próprio pai Leopoldo e o seu amigo Haydn – em cujas oratórias A Criação (1796-1798) e As Estações (1799-1801), ambas com libreto do maçon barão van

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Swieten, alguns detectaram colorações maçónicas - que, embora tendo frequentado pouco a sua Loja (e de Mozart), devido às suas frequentes viagens, terá tido nelas contactos maçónicos e frequentado mesmo Lojas maçónicas, como por exemplo, na do Castelo de Esterau, do maçon conde de Esterhazy, seu protector e patrão (Haydn foi seu Mestre de Capela), e em Inglaterra, onde terá visitado a Loja alemã de Londres e onde aceitou dirigir, em 1795, uma das suas sinfonias, num concerto maçónico de caridade no Fremason’s Hall de Londres. Pouco tempo antes da morte de seu pai, ocorrida em 25 de Maio de 1787, Wolfgang Mozart escreve-lhe uma carta em que ele reflecte sobre o simbolismo do grau de Mestre, no qual, como escreve Gefen (op. it., p. 91), «a morte e a ressurreição têm um lugar capital»: E agradeço a Deus cuja graça me deu a possibilidade (vós compreendes bem o que eu quero dizer) de aprender que a morte é a chave que abre a porta da nossa verdadeira felicidade… (carta de 4 de Abril de 1787). Mozart encontrou nas Lojas de Viena, ao lado de altos funcionários, muitas personalidades do meio musical, entre os quais, instrumentistas diversos como Anton Stadler (1753-1812), amigo íntimo de Mozart e grande clarinetisa que foi o criador do solos nºs. 9 e 23 da Clemência de Tito, cantores como o tenor Valentin Adamberger (criador do papel de Belmonte do Rapto do Seralho), editores como Torricella e Philippe Artaria cuja casa de edição publicou as obras de Mozart e de Haydn, desde 1780, compositores como Leopold Koseluch (1747-1818), o checo Adam Mitscha (1746-1811) e Paul Wranitzky

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(176-1808) autor do singspiel, Oberon, rei dos elfos sobre um libreto de Giesecke, de seu nome Johann-Georg Metzler, chamado Giesege ou Giesecke (1761-1833), membro da Loja de Mozart, a partir de 1790, tendo feito diversas incursões pelo direito, pelo teatro, pela mineralogia, onde atingiu notoriedade (particularmente na Universidade de Dublin, onde foi professor), tendo sido amigo de Goethe e ainda libretista da Obéron de Wranitzky e, sabemo-lo hoje, da letra da Pequena Cantata Maçónica K. 623 de Mozart, e de, tudo o indica, da maior parte do texto da Flauta Mágica, do qual apenas as partes de Papageno e de Papagena t3eão sid escritas por Schikaneder. Ora, foi Giesecke deu ao empresário Schikaneder – maçon iniciado em Ratisbonna - a ideia de encomendar a Mozart uma ópera do mesmo género e estilo, A Flauta Mágica. Como refere Gefen (op. cit, p. 92), «Curiosamente, quando, depois da morte de Mozart, Goethe, outro maçon eminente, decidiu escrever uma continuação da Flauta Mágica, ele dirigiu-se naturalmente a Wranitzky, para compor a respectiva música; infelizmente o projecto nunca se realizou». A actividade musical própria da maçonaria vienense era impressionante. Por exemplo, um programa de um concerto dado, em 1785, pela Loja “Esperança Coroada” incluía, entre outras obras: «uma sinfonia composta para a Respeitável Loja, pelo Respeitável Irmão Wranitzky», «um cantata composta pelo Venerável Irmão Born, a partir duma música do Irmão Mozart, cantada pelo Irmão Adamberger» (trata-se da cantata Die Maurerfreude, K. 471), «um concerto tocado no pianoforte pelo Irmão Mozart» (talvez, segundo Gefen, op. cit., p. 94, o nº. 21, K.

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467, terminado em 9 de Março de 1785, ou o nº. 22, K. 482, terminado no dia seguinte ao concerto) e «duas fantasias compostas pelo Irmão Mozart». Como se vê, neste ambiente extremamente favorável, será difícil entender a lenda malévola que afirma que Mozart morreu na miséria – morto por ter reveldo segredos maçónicos na Flauta Mágica… -, abandonado pelos seus Irmãos que nem sequer o acompanharam ao cemitério. H. C. Robbins Landon demonstrou em 1791, la dernière année de Mozart, Lattés, 1988 (citado por Gefen, op. cit., p. 98) que Wolfgang tinha recebido em 1791 cerca de 6000 Florins (mais do que Haydn tinha recebido na sua digressão triunfal em Inglaterra) e que o seu estatuto na Corte não era inferior ao de Salieri. No entanto, o seu modo de vida dispendioso levou-o a acumular imensas dívidas muitas das quais junto dos seus Irmãos maçons. Estes, até à dispersão das Lojas de Viena – ocorrida em 1794, por ordem de Francisco II, menos tolerante que seu pai, acusando a Maçonaria de conluio com os Jacobinos franceses – organizaram várias subscrições para ajudar a viúva e, por outro lado, Frederico II da Prússia comprou a Constância Mozart, por intermédio do seu embaixador (membro da Loja de Mozart), várias composições de Wolfgang, pela enorme quantia de 3600 Florins. Mas diga-se, para esclarecer o pormenor macabro e infeliz atrás mencionado, que ninguém (nem mesmo a viúva) acompanhou o corpo do grande génio da Música à vala comum (muito comum na época e no lugar), pelo simples facto de isso estar proibido na altura, por receio de epidemias…

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Musica: Maurerische Trauermusik de Mozart K. 477 (1 minuto) Poucos dias depois da morte de Mozart, a quando de uma reunião da “Nova Esperança Coroada”, Karl Philipp Hensler pronunciou um sentido elogio fúnebre, prontamente editado pela Loja, no qual se pode ler: «Quis o Grande Arquitecto do Universo arrancar à nossa cadeia de união fraterna um dos anéis que nos eram mas preciosos e mais queridos (….) Quem não amava o nosso notável Irmão Mozart? (...) Ainda há algumas semanas, ele se encontrava entre nós, glorificando com a sua música encantada a consagração deste templo. (…) Quem poderia saber que, em três semanas, nós estaríamos a chorar a sua morte? É o triste destino do homem abandonar esta vida, deixando inacabada a sua obra, por mais excelente que ela seja. (…) A morte de Mozart é, para a arte, uma perda insubstituível. O seus dons (…) fizeram dele uma das maravilhas da nossa época. (…) Mas, se é evidente celebrar o seu génio não esqueçamos honrar a nobreza do seu coração. Ele foi um membro zeloso da nossa Ordem. O seu amor pelos seus Irmãos, a sua natureza positiva e dedicada, a sua caridade, a imensa alegria que ele experimentava quando podia beneficiar um dos seus Irmãos com os seus talentos, tais eram as suas grandes qualidades. Ele soube ser esposo e pai, amigo dos seus amigos e Irmão dos seus Irmãos. Apenas lhe faltou a fortuna para tornar centenas de pessoas tão felizes como ele teria desejado» (Gefen, op. cit., p. 99).

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mas recordemos as suas obras “maçónicas”, isto é, aquelas que ele compôs propositadamente para os trabalhos ou para as cerimónias da Loja e as que ele compôs influenciado pela sua filosofia e pelo seu simbolismo. Destas últimas - embora alguns estudos tenham sido dedicados, nesta perspectiva, ao Dom JoãoI -, é indubitavelmente a Flauta Mágica, sobretudo a partir dos estudos de Jaques Chailley (La Flûte Enchantée, opéra maçonnique, Laffont, 1968, 1983, 1991), que mais explicitamente apresenta uma clara coloração maçónica. Não é altura de voltarmos a falar em detalhe desta ópera (já o fizemos há anos, vide bibliografia) – sobretudo nesta Festa da Música dedicada a Beethoven – pelo que citaremos apenas a ária In diesen heil’gen Hllen, em que Sarastro refere, eloquentemente (quanto à referência maçónica), um Templo dentro de cujas paredes reina a Fraternidade e a entreajuda, o Amor e o perdão… Quanto às obras especificamente maçónicas citaremos, entre outras – e aqui alguns estudiosos têm dúvidas quanto a obras como, por exemplo, a cantata K. 429, Dir, Seeledes Weltalls, “A ti, alma do Universo, oh Sol!” –, as seguintes (ver discografia): os lied K. 468 (Gesellenreise, “A viagem do Companheiro”), K. 483 (Zerfliesset heut’, geliebte Bruder, “Irmãos bem amados, elevai as vossas vozes”) e K. 484 (Ihr unsre neuen Leiter, “A vós que nos dirigis agora”), a “Música fúnebre maçónica”, K. 477 (Mauerische Trauemusik) e as Cantatas K. 471 (Die Maurerfreude, “A alegria do maçon”) e K. 623 (Eine kleine Freimaurer-Kantate , “uma pequena cantata maçónica”) – a última obra composta por

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Mozart (3 semana antes de morrer) e exactamente para a inauguração do novo Templo da sua Loja. Música: cantata K. 623, 1º. Andamento Laut verkunde unsre freude (1 minuto) Caparica, 21/4/05 José Manuel M. Anes * Bibliografia - Gérard Gefen, Les Musiciens et la Franc-maçonnerie, Fayard, Paris, 1993. - Jean Solis, Guide Pratique de la Franc-Maçonnerie: rites, systèmes, organisations, Dervy, Paris, 2ª. ed., 2004. - R. William Weisberger, “Prague and Viennese Freemasonry, the Enlightenment, and the Operations of the True Harmony Lodge of Vienna”, in Freemasonry on both sides of the Atlantic, Weisberger ed., SSM/Columbia University Press, 2002, pp. 375-420. - Autores diversos, Encyclopédie de la Franc-Maçonnerie, dir. Eric Saunier, Livre de Poche, Paris, 2000. - José Manuel Anes, “Mozart e o simbolismo iniciático da Flauta Mágica”, in Re-criações Herméticas, Hugin, Lisboa, 1ª. ed. 1996, 2ª. ed. 1997. * Discografia - Mozart, Masonic Music, London Symphony Orchestra dir. István Kertész, Decca, London, 1990. - F. Giroust, WA. Mozart, L. van Bethoven, F. H. Himmel, H.J. Taskin, Musiques Ritueles Maçonniques

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au XVIIIe. Siècle, dir. Musicale: Roger Cotte, ARION, 1990. - W. A. Mozart, Coluna de Harmonia, Sinfonia B, dir. César Viana, prod. João Ludovice, EMI/Público, 1995.