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Espaço LALT na Revista Cargo News - Edição 133

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Page 1: Centros de Distribuição Verdes
Page 2: Centros de Distribuição Verdes

Sérgio Adriano LoureiroPesquisador do LALTdesde 2005Doutorando em Engenharia de Transportes pela FEC/UNICAMP.Mestre em Engenharia de Transportes e Engenheiro Civil pela UNICAMP.

Centros de Distribuição VerdesSérgio Adriano LoureiroRoberta de Barros Magalhães SantosLALT - Laboratório de Aprendizagem em Logística e TransportesFaculdade de Engenharia Civil - UNICAMP

Quando se trata de reduzir o impacto ambiental resultante das cadeias de suprimentos, a maioria dos gestores pensa em ações direcionadas a mi-tigar os efeitos nocivos causados pelas operações de transporte. Hoje, o uso de veículos energeti-camente mais eficientes, movidos a combustí-veis menos poluentes como os biocombustíveis, é uma tendência global. Porém, poucas empresas adotam ações para reduzir o impacto ambiental provocado pelas suas instalações físicas, como fá-bricas, Centros de Distribuição e lojas.

Dados da US Environmental Protection Agency (EPA, 2012) apontam que nos Estados Unidos as instalações prediais são responsáveis por:• 39% do total de energia utilizada;• 12% do consumo total de água;• 68% do consumo total de energia elétrica;• 38% das emissões de dióxido de carbono.

No Brasil, segundo dados do Green Building Council Brasil (GBC Brasil, 2011), as instalações prediais são responsáveis por 42% do consumo de energia e 35% das emissões.

Portanto, construir um Centro de Distribuição com critérios de sustentabilidade é uma grande oportunidade de negócio. Neste artigo, será discu-tido como implementar Centros de Distribuição sustentáveis, quais são os benefícios associados a este tipo de empreendimento e serão apresenta-dos alguns exemplos de empresas no Brasil que investiram nesta ideia.

Roberta de BarrosMagalhães Santos

Logistics Projects - Mars PETCARE

Mestranda em Engenharia de

Transportes pela FEC / Unicamp - Engenheira Civil pela UNICAMP

www.cargonews.com.br Revista Cargo News | 43FanPage: Cargo News42 | Revista Cargo News

Green LogisticsO conceito de Green Logistics envolve as prá-

ticas e estratégias de gestão da cadeia de supri-mentos que buscam reduzir o impacto ambiental na distribuição de mercadorias. Suas atividades centram-se na movimentação e armazenagem de materiais, na gestão de transportes, embalagens e resíduos.

As práticas de Green Logistics incluem ações como transporte colaborativo, programas de lo-gística reversa, emprego de veículos movidos a combustíveis alternativos, adoção de embalagens mais eficientes (de menor volume e reutilizáveis, feitas a partir de matérias primas sustentáveis) e a utilização de instalações prediais para fabri-cação e armazenamento de produtos que sejam ambientalmente amigáveis (Green Buildings).

Green BuildingsA construção verde (Green Buildings) é a prá-

tica de projetar estruturas e promover sua utili-zação através de processos que sejam ambiental-mente responsáveis e eficientes ao longo de todo o ciclo de vida do edifício. Portanto, a construção verde é pensada desde sua concepção, constru-ção, operação, manutenção, renovação e descons-trução. Esta prática expande e complementa as preocupações clássicas de um projeto de edifício, como sua utilidade, economia, durabilidade e conforto. A construção verde é também conheci-da como um edifício de alto desempenho ou sus-tentável.

O que torna um edifício verde?Edifícios verdes são projetados para reduzir o im-

pacto do ambiente construído sobre o meio ambien-te e a saúde humana, por meio de práticas como:• Uso eficiente de energia, água e outros recursos;• Redução da poluição, resíduos e degradação am-biental;• Proteção da saúde dos seus ocupantes e melhora da produtividade dos funcionários.

Por isso, os edifícios verdes incorporam materiais sustentáveis em sua construção. Além disso, pro-porcionam ambientes saudáveis, com o mínimo de poluentes presentes, utilizam sistemas inteligentes que promovem uso eficiente de energia e água e são edifícios acessíveis e integrados ao transporte pú-blico.

Quais são os benefícios de um edifício verde?O impacto do ambiente construído sobre o meio

ambiente, a saúde e a economia são enormes. Nos últimos anos temos acompanhado a escalada nos índices de poluição frente ao ritmo de consumo de recursos naturais e a limitada capacidade do plane-ta em recuperar-se desta demanda.

Podemos afirmar que o grande desafio de nossa sociedade é conciliar o desenvolvimento econômico com o social e o ambiental. A adoção de estratégias de Green Building é parte da solução deste desafio.

Os métodos de construção verde podem ser em-pregados em qualquer fase do ciclo de vida de um edifício, desde concepção, construção, utilização, renovação e desconstrução. No entanto, os maiores benefícios são obtidos quando as práticas são adota-das desde as fases iniciais de projeto e sua constru-ção. Os potenciais benefícios de um edifício verde podem incluir os que são apresentadas na figura abaixo:

Potenciais Benefícios de um Edifício Verde (Fonte: Revista CREA ES, 2011)

Como fazer um Centro de Distribuição verdeA adoção das práticas de Green Building em um

Centro de Distribuição permite impactos significa-tivos na eficiência e no custo das operações.

Os Centros de Distribuição possuem caracterís-ticas que favorecem o emprego de diversas técnicas próprias de Green Buildings. Como exemplo, são edifícios que possuem grande área de cobertura, o que permite a captação da água de chuva e o uso de técnicas de melhor aproveitamento da iluminação natural, através de suas fachadas e de elementos ze-nitais. Isso reduz os gastos com energia e ilumina-ção, que são fontes consideráveis de custos.

Detalhando um pouco mais, dentre as técnicas aplicáveis aos Centros de Distribuição, podemos mencionar:• Telhados verdes: cobertos com vegetação, eles aju-dam a regular a temperatura interna graças à absor-ção de calor e à economia de energia com sistemas de refrigeração. Tais telhados contribuem também para melhorar a qualidade do ar capturando CO2 e outros gases;• Telhados: podem receber sistemas de captação da água da chuva e pinturas especiais que ajudam a re-duzir a absorção de calor, contribuindo assim para regulação da temperatura;• Sistema de iluminação: sistemas inteligentes, compostos por sensores de presença e luzes econô-micas, podem ser empregados para a redução da energia despendida dentro do armazém;• Janelas e elementos zenitais: se forem estrategi-camente posicionadas, janelas e claraboias podem permitir o uso de luz natural durante grandes perí-odos, reduzindo assim a necessidade de iluminação artificial e o consumo de energia. As janelas tam-bém contribuem para o controle da temperatura;• Portas e paredes: a segmentação de áreas do arma-zém através de portas e paredes facilita a manuten-ção e o controle da temperatura, colaborando para redução de custos com sistemas de refrigeração;• Equipamentos de movimentação: o uso de equi-pamentos de movimentação elétricos, além de mais eficientes, colabora para reduzir o consumo de com-bustíveis fósseis e reduz a necessidade de ventilação extra dentro do edifício;• Pavimentos permeáveis: o emprego de pavimen-tos permeáveis, como blocos de concreto, pisos in-tertravados em pátios de manobra e áreas externas do armazém, contribui para a melhor infiltração da água da chuva;• Paisagismo: o planejamento de áreas verdes no entorno do edifício colabora com o controle da tem-peratura interna, a captação de água e o bem estar dos usuários.

Page 3: Centros de Distribuição Verdes

Sérgio Adriano LoureiroPesquisador do LALTdesde 2005Doutorando em Engenharia de Transportes pela FEC/UNICAMP.Mestre em Engenharia de Transportes e Engenheiro Civil pela UNICAMP.

Centros de Distribuição VerdesSérgio Adriano LoureiroRoberta de Barros Magalhães SantosLALT - Laboratório de Aprendizagem em Logística e TransportesFaculdade de Engenharia Civil - UNICAMP

Quando se trata de reduzir o impacto ambiental resultante das cadeias de suprimentos, a maioria dos gestores pensa em ações direcionadas a mi-tigar os efeitos nocivos causados pelas operações de transporte. Hoje, o uso de veículos energeti-camente mais eficientes, movidos a combustí-veis menos poluentes como os biocombustíveis, é uma tendência global. Porém, poucas empresas adotam ações para reduzir o impacto ambiental provocado pelas suas instalações físicas, como fá-bricas, Centros de Distribuição e lojas.

Dados da US Environmental Protection Agency (EPA, 2012) apontam que nos Estados Unidos as instalações prediais são responsáveis por:• 39% do total de energia utilizada;• 12% do consumo total de água;• 68% do consumo total de energia elétrica;• 38% das emissões de dióxido de carbono.

No Brasil, segundo dados do Green Building Council Brasil (GBC Brasil, 2011), as instalações prediais são responsáveis por 42% do consumo de energia e 35% das emissões.

Portanto, construir um Centro de Distribuição com critérios de sustentabilidade é uma grande oportunidade de negócio. Neste artigo, será discu-tido como implementar Centros de Distribuição sustentáveis, quais são os benefícios associados a este tipo de empreendimento e serão apresenta-dos alguns exemplos de empresas no Brasil que investiram nesta ideia.

Roberta de BarrosMagalhães Santos

Logistics Projects - Mars PETCARE

Mestranda em Engenharia de

Transportes pela FEC / Unicamp - Engenheira Civil pela UNICAMP

www.cargonews.com.br Revista Cargo News | 43FanPage: Cargo News42 | Revista Cargo News

Green LogisticsO conceito de Green Logistics envolve as prá-

ticas e estratégias de gestão da cadeia de supri-mentos que buscam reduzir o impacto ambiental na distribuição de mercadorias. Suas atividades centram-se na movimentação e armazenagem de materiais, na gestão de transportes, embalagens e resíduos.

As práticas de Green Logistics incluem ações como transporte colaborativo, programas de lo-gística reversa, emprego de veículos movidos a combustíveis alternativos, adoção de embalagens mais eficientes (de menor volume e reutilizáveis, feitas a partir de matérias primas sustentáveis) e a utilização de instalações prediais para fabri-cação e armazenamento de produtos que sejam ambientalmente amigáveis (Green Buildings).

Green BuildingsA construção verde (Green Buildings) é a prá-

tica de projetar estruturas e promover sua utili-zação através de processos que sejam ambiental-mente responsáveis e eficientes ao longo de todo o ciclo de vida do edifício. Portanto, a construção verde é pensada desde sua concepção, constru-ção, operação, manutenção, renovação e descons-trução. Esta prática expande e complementa as preocupações clássicas de um projeto de edifício, como sua utilidade, economia, durabilidade e conforto. A construção verde é também conheci-da como um edifício de alto desempenho ou sus-tentável.

O que torna um edifício verde?Edifícios verdes são projetados para reduzir o im-

pacto do ambiente construído sobre o meio ambien-te e a saúde humana, por meio de práticas como:• Uso eficiente de energia, água e outros recursos;• Redução da poluição, resíduos e degradação am-biental;• Proteção da saúde dos seus ocupantes e melhora da produtividade dos funcionários.

Por isso, os edifícios verdes incorporam materiais sustentáveis em sua construção. Além disso, pro-porcionam ambientes saudáveis, com o mínimo de poluentes presentes, utilizam sistemas inteligentes que promovem uso eficiente de energia e água e são edifícios acessíveis e integrados ao transporte pú-blico.

Quais são os benefícios de um edifício verde?O impacto do ambiente construído sobre o meio

ambiente, a saúde e a economia são enormes. Nos últimos anos temos acompanhado a escalada nos índices de poluição frente ao ritmo de consumo de recursos naturais e a limitada capacidade do plane-ta em recuperar-se desta demanda.

Podemos afirmar que o grande desafio de nossa sociedade é conciliar o desenvolvimento econômico com o social e o ambiental. A adoção de estratégias de Green Building é parte da solução deste desafio.

Os métodos de construção verde podem ser em-pregados em qualquer fase do ciclo de vida de um edifício, desde concepção, construção, utilização, renovação e desconstrução. No entanto, os maiores benefícios são obtidos quando as práticas são adota-das desde as fases iniciais de projeto e sua constru-ção. Os potenciais benefícios de um edifício verde podem incluir os que são apresentadas na figura abaixo:

Potenciais Benefícios de um Edifício Verde (Fonte: Revista CREA ES, 2011)

Como fazer um Centro de Distribuição verdeA adoção das práticas de Green Building em um

Centro de Distribuição permite impactos significa-tivos na eficiência e no custo das operações.

Os Centros de Distribuição possuem caracterís-ticas que favorecem o emprego de diversas técnicas próprias de Green Buildings. Como exemplo, são edifícios que possuem grande área de cobertura, o que permite a captação da água de chuva e o uso de técnicas de melhor aproveitamento da iluminação natural, através de suas fachadas e de elementos ze-nitais. Isso reduz os gastos com energia e ilumina-ção, que são fontes consideráveis de custos.

Detalhando um pouco mais, dentre as técnicas aplicáveis aos Centros de Distribuição, podemos mencionar:• Telhados verdes: cobertos com vegetação, eles aju-dam a regular a temperatura interna graças à absor-ção de calor e à economia de energia com sistemas de refrigeração. Tais telhados contribuem também para melhorar a qualidade do ar capturando CO2 e outros gases;• Telhados: podem receber sistemas de captação da água da chuva e pinturas especiais que ajudam a re-duzir a absorção de calor, contribuindo assim para regulação da temperatura;• Sistema de iluminação: sistemas inteligentes, compostos por sensores de presença e luzes econô-micas, podem ser empregados para a redução da energia despendida dentro do armazém;• Janelas e elementos zenitais: se forem estrategi-camente posicionadas, janelas e claraboias podem permitir o uso de luz natural durante grandes perí-odos, reduzindo assim a necessidade de iluminação artificial e o consumo de energia. As janelas tam-bém contribuem para o controle da temperatura;• Portas e paredes: a segmentação de áreas do arma-zém através de portas e paredes facilita a manuten-ção e o controle da temperatura, colaborando para redução de custos com sistemas de refrigeração;• Equipamentos de movimentação: o uso de equi-pamentos de movimentação elétricos, além de mais eficientes, colabora para reduzir o consumo de com-bustíveis fósseis e reduz a necessidade de ventilação extra dentro do edifício;• Pavimentos permeáveis: o emprego de pavimen-tos permeáveis, como blocos de concreto, pisos in-tertravados em pátios de manobra e áreas externas do armazém, contribui para a melhor infiltração da água da chuva;• Paisagismo: o planejamento de áreas verdes no entorno do edifício colabora com o controle da tem-peratura interna, a captação de água e o bem estar dos usuários.

Page 4: Centros de Distribuição Verdes

FanPage: Cargo News44 | Revista Cargo News

REFERÊNCIAS: Relatório Anual do World GBC 2011. (2011). Fonte: Green Building Council Brasil: http://www.gbcbrasil.org.br - U.S. Envi-ronmental Protection Agency - EPA (2012) Green Building. http://www.epa.gov/greenbuilding - Casado, M. (2011) Green Building, Antes Tarde do que Nunca. Revista CREA ES, Junho 2011. - Logística Sustentável (2011) Esquema de um Centro de Distribuição verde. http://logisticasustentavel.wordpress.com

Grupo Pão de AçúcarNo início de 2010, o Grupo Pão de Açúcar inau-gurou seu primeiro Centro de Distribuição verde, localizado em Brasília. Nesse CD, o grupo aplicou práticas eficazes para racionalizar o uso da água e da energia elétrica. Mas a preocupação e os princí-pios de sustentabilidade foram também emprega-dos durante a fase de construção. No CD, foi apli-cada uma pintura ecológica com tintas e vernizes a base de água ou com baixa emissão de compostos. Por sua vez, a madeira empregada na construção foi toda reutilizada. Além disso, a edificação privi-legiou a ventilação natural, incorporou cobertura vegetal nas áreas não edificadas e foram aplicados revestimentos de piso e paredes laváveis.O edifício conta com diversos sistemas de conser-vação de água. A água da chuva, captada através do telhado, é empregada na limpeza das áreas exter-nas. Os vasos sanitários e as torneiras possuem um sistema que racionaliza seu uso. A água utilizada na lavagem das máquinas de movimentação é tratada, e o óleo proveniente dessa limpeza é separado antes do descarte da água. O terreno do Centro de Dis-tribuição é calçado com bloquetes que permitem a infiltração de águas pluviais. Há também o reapro-veitamento da água no degelo das câmaras frias.Para economizar energia elétrica, o prédio conta com controlador de demanda, telhas translúcidas que permitem a iluminação natural e dispensa o uso de lâmpadas elétricas, e um sistema de desliga-mento automático de luminárias de acordo com a luminosidade do ambiente. O sistema de captação de energia solar aquece a água utilizada na cozinha.

Esquema de Centro de Distribuição Verde (Fonte: Blog Logística Sustentável, 2011)

Bons exemplos CDs verdes no Brasil:E para evitar desperdícios, as tubulações hidráuli-cas e elétricas são aparentes, facilitando os reparos e a manutenção e reduzindo a geração de resíduos de alvenaria.

IvecoO Centro de Operações de Peças Iveco (COPI) tem 10 mil m² de área construída e 100 mil m³ para o armazenamento de peças. Movimenta hoje aproxi-madamente 37 mil part numbers e seu complexo in-dustrial foi projetado segundo o conceito de edifício verde. Dentre as ações de projeto, destacam-se o uso de blocos de concreto que permitem a absorção de chuva, ao contrário do asfalto, que é um material que impermeabiliza o solo e cria o efeito de ilha de calor. Além disso, foi construído um sistema que recupera as águas da chuva para uso em vasos sa-nitários, jardinagem e no sistema anti-incêndio, di-minuindo em 30% a necessidade de água. O teto do depósito foi feito de material translúcido, o que di-minui a necessidade de energia elétrica em até 15%.Dentre os benefícios alcançados com o Centro de Distribuição sustentável da Iveco, podem ser cita-dos os seguintes:- Redução da utilização de energia elétrica;- Captação de água da chuva para uso na irrigação e nos processos de limpeza;- Economia no uso de água potável;- Redução na emissão de gases CO2;- Melhoria na qualidade de trabalho;- Utilização de materiais e recursos sustentáveis;- Melhor qualidade dos ambientes internos;- Respeito pelas pessoas.

Procter & GambleO Centro de Distribuição da Procter & Gamble, localizado em Itatiaia (RJ), possui características próprias dos edifícios verdes. Ele foi concebido prevendo a utilização de luz e de ventilação natu-rais – reduzindo assim o consumo de energia elé-trica –, adotou ferramentas de gestão de resíduos da construção e utilizou madeira certificada. Des-sa forma, o CD obteve a certificação Leadership in Energy and Environmental Design (Leed) na ca-tegoria Gold, concedida pelo United States Green Building Council (USGBC).

Os números que resumem seus benefícios são os seguintes:• 38,9% de redução no consumo de energia;• 67% de economia com iluminação interna;• 10,9% de economia com ar-condicionado;• 100% dos resíduos gerados em obra desviados dos aterros sanitários;• 30% dos materiais utilizados foram extraídos, manufaturados e armazenados próximos do em-preendimento;• 100% dos ambientes permanentemente ocupa-dos com monitores de CO2.

ConclusõesÉ crescente a necessidade de se investir em Centros de Distribuição sustentáveis, pois são grandes os benefícios ambientais, sociais e econômicos que es-ses empreendimentos oferecem. Apesar dos exem-plos no Brasil ainda serem recentes, eles se tornam cada dia mais frequentes, e acreditamos que seja esta a tendência.O índice de certificação de edifícios sustentáveis cresce a taxas anuais de dois dígitos nos últimos anos. Optamos por não focar o artigo neste aspecto, não por considerá-lo menos importante, mas devi-do ao intuito de chamar a atenção do leitor para o que consideramos fundamental: a adoção das práticas de Green Building pelas empresas. Dessa forma, foram apresentados exemplos concretos da aplicabilidade dessas práticas em Centros de Dis-tribuição, seja qual for a fase do ciclo de vida da edificação.

Page 5: Centros de Distribuição Verdes

FanPage: Cargo News44 | Revista Cargo News

REFERÊNCIAS: Relatório Anual do World GBC 2011. (2011). Fonte: Green Building Council Brasil: http://www.gbcbrasil.org.br - U.S. Envi-ronmental Protection Agency - EPA (2012) Green Building. http://www.epa.gov/greenbuilding - Casado, M. (2011) Green Building, Antes Tarde do que Nunca. Revista CREA ES, Junho 2011. - Logística Sustentável (2011) Esquema de um Centro de Distribuição verde. http://logisticasustentavel.wordpress.com

Grupo Pão de AçúcarNo início de 2010, o Grupo Pão de Açúcar inau-gurou seu primeiro Centro de Distribuição verde, localizado em Brasília. Nesse CD, o grupo aplicou práticas eficazes para racionalizar o uso da água e da energia elétrica. Mas a preocupação e os princí-pios de sustentabilidade foram também emprega-dos durante a fase de construção. No CD, foi apli-cada uma pintura ecológica com tintas e vernizes a base de água ou com baixa emissão de compostos. Por sua vez, a madeira empregada na construção foi toda reutilizada. Além disso, a edificação privi-legiou a ventilação natural, incorporou cobertura vegetal nas áreas não edificadas e foram aplicados revestimentos de piso e paredes laváveis.O edifício conta com diversos sistemas de conser-vação de água. A água da chuva, captada através do telhado, é empregada na limpeza das áreas exter-nas. Os vasos sanitários e as torneiras possuem um sistema que racionaliza seu uso. A água utilizada na lavagem das máquinas de movimentação é tratada, e o óleo proveniente dessa limpeza é separado antes do descarte da água. O terreno do Centro de Dis-tribuição é calçado com bloquetes que permitem a infiltração de águas pluviais. Há também o reapro-veitamento da água no degelo das câmaras frias.Para economizar energia elétrica, o prédio conta com controlador de demanda, telhas translúcidas que permitem a iluminação natural e dispensa o uso de lâmpadas elétricas, e um sistema de desliga-mento automático de luminárias de acordo com a luminosidade do ambiente. O sistema de captação de energia solar aquece a água utilizada na cozinha.

Esquema de Centro de Distribuição Verde (Fonte: Blog Logística Sustentável, 2011)

Bons exemplos CDs verdes no Brasil:E para evitar desperdícios, as tubulações hidráuli-cas e elétricas são aparentes, facilitando os reparos e a manutenção e reduzindo a geração de resíduos de alvenaria.

IvecoO Centro de Operações de Peças Iveco (COPI) tem 10 mil m² de área construída e 100 mil m³ para o armazenamento de peças. Movimenta hoje aproxi-madamente 37 mil part numbers e seu complexo in-dustrial foi projetado segundo o conceito de edifício verde. Dentre as ações de projeto, destacam-se o uso de blocos de concreto que permitem a absorção de chuva, ao contrário do asfalto, que é um material que impermeabiliza o solo e cria o efeito de ilha de calor. Além disso, foi construído um sistema que recupera as águas da chuva para uso em vasos sa-nitários, jardinagem e no sistema anti-incêndio, di-minuindo em 30% a necessidade de água. O teto do depósito foi feito de material translúcido, o que di-minui a necessidade de energia elétrica em até 15%.Dentre os benefícios alcançados com o Centro de Distribuição sustentável da Iveco, podem ser cita-dos os seguintes:- Redução da utilização de energia elétrica;- Captação de água da chuva para uso na irrigação e nos processos de limpeza;- Economia no uso de água potável;- Redução na emissão de gases CO2;- Melhoria na qualidade de trabalho;- Utilização de materiais e recursos sustentáveis;- Melhor qualidade dos ambientes internos;- Respeito pelas pessoas.

Procter & GambleO Centro de Distribuição da Procter & Gamble, localizado em Itatiaia (RJ), possui características próprias dos edifícios verdes. Ele foi concebido prevendo a utilização de luz e de ventilação natu-rais – reduzindo assim o consumo de energia elé-trica –, adotou ferramentas de gestão de resíduos da construção e utilizou madeira certificada. Des-sa forma, o CD obteve a certificação Leadership in Energy and Environmental Design (Leed) na ca-tegoria Gold, concedida pelo United States Green Building Council (USGBC).

Os números que resumem seus benefícios são os seguintes:• 38,9% de redução no consumo de energia;• 67% de economia com iluminação interna;• 10,9% de economia com ar-condicionado;• 100% dos resíduos gerados em obra desviados dos aterros sanitários;• 30% dos materiais utilizados foram extraídos, manufaturados e armazenados próximos do em-preendimento;• 100% dos ambientes permanentemente ocupa-dos com monitores de CO2.

ConclusõesÉ crescente a necessidade de se investir em Centros de Distribuição sustentáveis, pois são grandes os benefícios ambientais, sociais e econômicos que es-ses empreendimentos oferecem. Apesar dos exem-plos no Brasil ainda serem recentes, eles se tornam cada dia mais frequentes, e acreditamos que seja esta a tendência.O índice de certificação de edifícios sustentáveis cresce a taxas anuais de dois dígitos nos últimos anos. Optamos por não focar o artigo neste aspecto, não por considerá-lo menos importante, mas devi-do ao intuito de chamar a atenção do leitor para o que consideramos fundamental: a adoção das práticas de Green Building pelas empresas. Dessa forma, foram apresentados exemplos concretos da aplicabilidade dessas práticas em Centros de Dis-tribuição, seja qual for a fase do ciclo de vida da edificação.